Faculdade Leonardo da Vinci Favinci Engenharia Mecânica Modelagem Térmica de Permutadores a Placas Lucas Eduardo Belino Timbó 2017 Lucas Eduardo Belino Modelagem Térmica de Permutadores a Placas Orientadora: Prof. Dra. Lucille Cecília Peruzzo Timbó 2017 Dedico esse trabalho aos meus pais, Jucimara Patrícia de Borba e Roberto José Weinrich e minha vó Irma Volpi com muito carinho e apoio, pois sem eles muitos dos meus sonhos não se realizariam. AGRADECIMENTOS A Prof. Dra. Lucille, pela orientação, seu grande desprendimento em ajudar-me. Agradeço а todos оs professores por mе proporcionarem о conhecimento nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а mim, nãо somente pоr terem mе ensinado, mаs por terem mе feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs meus eternos agradecimentos. Meus agradecimentos ao Jean Carlo Andres, que foi meu tutor nesse universo de conhecimento de Trocadores de Calor a Placas e que vem me guiando profissionalmente. Meus agradecimentos а todos meus amigos, companheira, companheiros dе trabalhos е irmãos nа amizade qυе fizeram parte dа minha formação е qυе vão continuar presentes еm minha vida. A todos qυе diretamente оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ muito obrigado. RESUMO Com o crescente aumento da importância da eficiência energética em todos os processos industriais envolvendo aquecimento, arrefecimento e regeneração, os trocadores de calor a placas (PHE) ganharam espaço devido a seu elevado rendimento relativo a área de troca térmica, sua capacidade de ampliação, facilidade de manutenção e por serem extremamente compactos quando comparados com outros conceitos construtivos de trocadores. O presente trabalho busca demonstrar cálculos para dimensionamento das placas do tipo Chevron (relevo em asna) que constituem o equipamento. Será estabelecida uma pré-configuração para a aplicação, reduzindo suas inúmeras variações que teriam de ser calculadas caso a caso e, então, definida a melhor configuração. A base de cálculo será feita em um processo envolvendo água gelada e água quente, visto serem fluidos com propriedades físicas bem conhecidas. Será analisado o comportamento teórico do processo em trocadores com quantidades diferentes e pré-determinadas de placas. Busca-se encontrar uma área de troca que possa atender a potência exigida pelo processo, junto ao coeficiente global de troca térmica e diferencial logaritmo médio de temperatura calculados. O dimensionamento é feito a partir de conceitos físicos, números e/ou parâmetros adimensionais e fórmulas já estudadas para aplicações dos trocadores a placas. Toda a metodologia de cálculo pode ser aplicada para outras condições de processo, desde que atendam a condição de serem fluidos newtonianos e tenham as propriedades físicas ajustadas aos mesmos. Os cálculos são efetuados através de uma planilha desenvolvida especificamente para os conceitos apresentados no trabalho. A validação dos resultados obtidos a partir dos cálculos, é efetuada através da comparação entre os dados apresentados pelo software do fabricante da placa. Como principal conclusão é possível verificar a aproximação dos resultados utilizando os métodos de cálculos propostos no trabalho. Palavras-chave: Transferência de Calor; Trocador de Calor a Placas. ABSTRACT With the increasing importance of energy efficiency in all industrial processes involving heating, cooling and regeneration, plate heat exchangers (PHE) gained space due to their high efficiency relative to the thermal exchange area, their expansion capacity, ease of maintenance for being extremely compact when compared to other exchanger’s construction concepts. The present work seeks to demonstrate calculations for the sizing of Chevron plates (Asna profile) that compose the equipment. A preconfiguration will be established for the application, reducing its innumerable variations that would have to be calculated on a case-by-case basis and then set the best configuration. The basis of calculation will be done in a process involving ice water and hot water, since they are fluids with well-known physical properties. The theoretical behavior of the process in exchangers with different and predetermined amounts of plates will be analyzed. It is sought to find an exchange area that can meet the power demanded by the process, together with the global coefficient of thermal exchange and the calculated average logarithm of temperature. The sizing is done from physical concepts, numbers and / or dimensionless parameters and formulas already studied for plate changer applications. The entire calculation methodology can be applied to other process conditions, provided they meet the condition of being Newtonian fluids and have the physical properties adjusted to them. The calculations are made through a worksheet developed specifically for the concepts presented in the paper. The validation of the results obtained from the calculations is done by comparing the data presented by the software of the board manufacturer. As the main conclusion it is possible to verify the approximation of the results using the calculation methods proposed in the work.. Keywords: Heat Transfer; Plate Heat Exchangers LISTA DE FIGURAS Figura 1- Conjunto pasteurizador completo................................................................. 3 Figura 2 - Aplicação e Propriedades dos trocadores................................................... 4 Figura 3 - Construção Básica de um trocador de calor Gaxetado ............................... 5 Figura 4 – Modelos de Placas ..................................................................................... 6 Figura 5 - Trocador de Calor a Placas Gaxetado com Estrutura em Aço Carbono ..... 6 Figura 6 - Trocador de Calor a Placas Gaxetado com Estrutura em Aço Inoxidável... 7 Figura 7 - Fluxo Interno em um Trocador de Calor Controlado pelas Vedações ........ 7 Figura 8 - Canal escoamento Formado pela Gaxeta................................................... 8 Figura 9 - Exemplo Convecção Natural ..................................................................... 13 Figura 10 - Exemplo Convecção Forçada ................................................................. 13 Figura 11 - Transferência de calor através de uma camada de fluido de espessura L e diferença de temperatura ∆T .................................................................................. 16 Figura 12 - Perfil de velocidade em escoamento sobre uma placa plana ................. 17 Figura 13 - Camada limite térmica sobre uma placa plana ....................................... 18 Figura 14 - Fluxo Turbulento e Laminar .................................................................... 20 Figura 15 - Ação da força tangencial sobre um fluido ............................................... 20 Figura 16 - Taxa de Deformação x Tensão de Cisalhamento - Sem influência de tempo ........................................................................................................................ 22 Figura 17 - Taxa de Deformação x Tensão de Cisalhamento - Com influência de tempo ........................................................................................................................ 22 Figura 18 - Esquema representativo do fluxo de fluido entre placas ......................... 27 Figura 19 - Diferentes tipos de corrugação em placas (a) Washboard, (b) Herringbone ou zig-zag, (c) Chevron, (d) Saliências e Depressões, ......................... 28 Figura 20 - Comportamento de fluido entre canais (a) Placa Washboard, (b) Placa Chevron ou Herringbone ........................................................................................... 29 Figura 21 - a) Representação de uma placa com corrugações Chevron .................. 29 Figura 22 - Detalhe canal formado entre duas placas ............................................... 30 Figura 23 - Área de distribuição em placa tipo Herringbone ..................................... 31 Figura 24 - Conjunto de canais formados no Trocador ............................................. 33 Figura 25 - Possíveis arranjos de passes para um trocador com 11 canais ............. 34 Figura 26 - Furações Específicas em Placas ............................................................ 35 Figura 27 - Distribuição de temperaturas nas placas. a) Escoamento vertical b) Escoamento diagonal ................................................................................................ 36 Figura 28 - Escoamento a) Contracorrente e b) Paralelo no Trocador ...................... 37 Figura 29 - Configuração do arranjo do escoamento: a) Paralelo b) Contracorrente 37 Figura 30 - Circuito térmico para a troca de calor no PHE ........................................ 40 Figura 31 - Placa BP60M – Similar Alfa Laval M6M .................................................. 45 Figura 32 - Dimensões Placa BP60M – Similar Alfa Laval M6M ............................... 46 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Diferenças entre um PHE e um Casco e Tubo .......................................... 9 Tabela 2 - Condutividade Térmica de Alguns Materiais ............................................ 12 Tabela 3 - Faixas típicas do número de Prandtl de fluidos comuns .......................... 18 Tabela 4 - Correlações para troca térmica e perdas de carga .................................. 24 Tabela 5 - Resistência de Incrustação recomendadas para PHE’s (Marriot, 1971) .. 26 Tabela 6 - Parâmetros de troca térmica para PHE’s com placas Chevron ............... 41 Tabela 7 - Processo Trocador ................................................................................... 43 Tabela 8 - Propriedades Físicas Fluido I ................................................................... 44 Tabela 9 – Propriedades Físicas Fluido II ................................................................. 45 Tabela 10 - Dados da placa BP60M – Alfa Laval M6M ............................................. 46 Tabela 11 - Parâmetros de Configuração Adotados ................................................. 47 Tabela 12 - Resultados obtidos através dos cálculos ............................................... 51 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................1 2 OBJETIVOS .........................................................................................................................................1 2.1 Objetivos Gerais................................................................................................. 1 2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 1 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..............................................................................................................2 3.1 Apresentação Do Equipamento ..........................................................................................................2 3.2 Trocadores de Calor .......................................................................................... 3 3.2.1 Trocadores de Calor a Placas ..................................................................... 4 3.2.1.1 Trocadores de Calor a Placas Gaxetados (GPHE) ............................... 4 3.3 Aspectos Gerais ................................................................................................. 9 3.3.1 Modos de Transferência de Calor ................................................................ 9 3.3.1.1 Condução ............................................................................................ 11 3.3.1.2 Convecção........................................................................................... 12 3.3.2 Número de Nusselt .................................................................................... 15 3.3.3 Número de Prandtl ..................................................................................... 17 3.3.4 Número de Reynolds ................................................................................. 19 3.3.5 Fluidos Newtonianos.................................................................................. 20 3.3.6 Correlações Para Troca Térmica e Perda de Carga .................................. 23 3.3.7 Incrustação ................................................................................................ 26 4 PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS PLACAS E CONFIGURAÇÕES DOS TROCADORES DE CALOR ................................................................................................................27 4.1 Principais Dimensões ....................................................................................... 28 4.2 Possíveis Configurações .................................................................................. 32 4.2.1 Canais........................................................................................................ 33 4.2.2 Passes e Passagens ................................................................................. 34 4.2.3 Tipos de Fluxo ........................................................................................... 35 4.2.3.1 Vertical e Diagonal .............................................................................. 35 4.2.3.2 Contracorrente e Paralelo.................................................................... 36 5 MODELAGEM TÉRMICA ................................................................................................................38 6 MATERIAIS E MÉTODOS ...............................................................................................................43 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................................48 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................................................56 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................................57 ANEXOS................................................................................................................................................61 1 1 INTRODUÇÃO Devido a competitividade do mercado, juntamente com políticas conscientizadoras à conservação de energia, produtos voltados a eficiência e recuperação energética ganham um espaço cada vez mais importante no cenário industrial. Sendo essa uma parcela da gama de aplicações voltadas para os trocadores de calor. Com o desenvolvimento e aperfeiçoamento de processos, os PHE's (plate heat exchanger – trocadores/permutadores de calor a placas), se tornam itens fundamentais em projetos que visam benefícios, praticidades e a necessidade de troca térmica entre fluidos. A falta de conhecimento quanto a aplicação dos PHE's ainda é grande na indústria, se limitando sempre aos trocadores casco-tubo, que mantém uma parcela ainda de processos nos quais são essenciais. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivos Gerais Apresentar uma forma genérica de cálculo para os PHE's, cuja muitas informações são de conhecimento somente dos fabricantes. 2.2 Objetivos Específicos • Comparar valores usuais e tabelados com os obtidos através de cálculos medições dos equipamentos; • Atingir, através dos cálculos, resultados com desvios aceitáveis para a aplicação do equipamento, quando os mesmos são comparados com os resultados obtidos pelos softwares dos fabricantes; • Desenvolvimento de um senso crítico dos fatores que tem influência no dimensionamento térmico do trocador. 2 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 APRESENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO Os trocadores de calor vêm se desenvolvendo desde a década de 30, inicialmente na indústria farmacêutica e alimentícia. Sendo seu auge de aplicação na década de 50, quando o cientista francês Louis Pasteur detectou problemas relacionados a microrganismos no vinho. Após um aprofundamento nos estudos constatou-se que se elevando a temperatura do mesmo seria capaz de eliminar esses agentes. Em suma, que estes microrganismos desempenhavam um papel importante na fermentação e que era possível controlar a presença dos mesmos através de um ajuste adequado da temperatura (MACHADO, 2011, p.3). Nos dias atuais, o processo denominado de Pasteurização, em homenagem ao seu criador, é difundido na indústria alimentícia, “A tuberculose era chamada "peste branca" por ter alcançado proporções epidêmicas durante a Revolução Industrial, e por ter matado mais de um bilhão de pessoas nos últimos 200 anos” (ABRAHÃO, 1998, p.3). "A pasteurização é utilizada principalmente para produzir produtos seguros para consumo, aumentar a vida de prateleira e reduzir a deterioração. No entanto, ela também pode ser usada para alterar as propriedades do produto final." (TETRAPACK) Esse processo de Pasteurização tem de ser feito em um equipamento que atenda termicamente e sanitariamente, já que é necessário um controle rígido quanto a temperatura, tempo de exposição e a necessidade de limpezas periódica. Assim os PHE's foram capazes de satisfazer de maneira eficiente todos os pontos necessários. A Figura 1 demonstra a utilização dos trocadores de calor a placas num conjunto pasteurizador completo, ou seja, com sua malha de controle e acessórios necessários. 3 Figura 1- Conjunto pasteurizador completo Fonte: Guialat Segundo Wang (2007, p.2), os trocadores de calor oferecem inúmeras vantagens e aplicações únicas sobre outros trocadores compactos, como flexibilidade em ampliações, fácil limpeza e inúmeras outras. Devido essas características que sua aplicação vem se estendendo a todo o ramo industrial. 3.2 Trocadores de Calor "Trocadores de calor são equipamentos que providenciam a troca de energia térmica entre dois ou mais fluidos em diferentes temperaturas" (ANCHASA; KAKAÇ; LIU, 2012, p.1). Esses fluidos podem estar em contato direto, ou não, além de poder envolver uma mudança de estado físico - condensação e evaporação. De acordo com o Incropera (2008, p.426), os trocadores de calor são classificados em função da configuração do escoamento e do tipo de construção. Ou seja, dependendo de sua estrutura, que está relacionado ao tipo de trocador utilizado e ao sentido de escoamento dos fluidos, pode provocar um perfil de temperatura diferente nos fluidos. Alguns tipos de trocadores junto com suas aplicações e limitações são demonstrados na Figura 2, sendo apenas propriedades gerais adotadas. Suas 4 limitações podem ser alteradas conforme projeto, aplicação e fabricante do equipamento. Figura 2 - Aplicação e Propriedades dos trocadores. Fonte: (MACHADO, 2011, p.28). Nota: Os PHE se enquadram nas placas corrugadas. 3.2.1 Trocadores de Calor a Placas Conforme definição apresentada de trocadores de calor, o presente trabalho pretende apresentar a modelagem quanto aos trocadores de placas quanto a superfície de transferência térmica. Sendo que esses equipamentos ainda possuem subdivisões quanto a sua construção. 3.2.1.1 Trocadores de Calor a Placas Gaxetados (GPHE) Geralmente o termo “trocador de calor a placas” é utilizado para representar um dos trocadores do tipo placa mais comuns, o “trocador de calor a placas com gaxeta” (GUT, 2003, p.6). Um trocador de calor a placas gaxetado consiste numa série de finas placas corrugadas ou onduladas que separam os fluidos. Neste tipo de permutador de calor as placas possuem vedantes e podem ser fabricadas em qualquer metal ou liga metálica que seja capaz de ser moldada (Kakaç e Liu, 2002). 5 Os trocadores de calor a placas são amplamente usados no processamento contínuo de alimentos líquidos de baixa viscosidade e sem material particulado, como leite, sucos ou cerveja. Suas maiores vantagens são a facilidade de higienização e alta eficiência térmica. A corrugação das placas consegue induzir turbulência mesmo em baixas velocidades de escoamento. Para a modelagem da troca térmica neste equipamento é necessário o conhecimento de suas características geométricas e de configuração de escoamento (GUT, 2003, p.10) A Figura 3 apresenta a construção básica de um trocador de calor gaxetado. Figura 3 - Construção Básica de um trocador de calor Gaxetado Fonte: (GUT, 2003, p.7). Há uma enorme variedade de placas, que alternam entre dimensões, materiais e espessuras que influenciam no dimensionamento do equipamento. Cada fabricante tem seus modelos de placas, que são exclusivas do mesmo e tem comportamentos diferenciados devido suas diferenças estruturais. A Figura 4 apresenta diferentes modelos de placas, de diversos fabricantes para variadas aplicações. 6 Figura 4 – Modelos de Placas Fonte: Dantherm. As figuras 5 e 6 mostram exemplos de PHE's com estruturas em aço carbono pintada e em aço inoxidável, respectivamente. Sendo o segundo capaz de atender aos requisitos para aplicação em processos alimentícios. Figura 5 - Trocador de Calor a Placas Gaxetado com Estrutura em Aço Carbono Fonte: Bermo. 7 Figura 6 - Trocador de Calor a Placas Gaxetado com Estrutura em Aço Inoxidável Fonte: Bermo. A gaxeta como já citado, além da função de vedação, tem como objetivo direcionar determinado fluido corretamente em cada canal entre as placas. É possível observar na Figura 7 a alternância dos fluidos entre os canais, sempre sendo um para cada fluido. Nota-se que esse desvio é feito através das gaxetas, conforme detalhe apresentado na Figura 8 que alternam seus lados e consequentemente provocam esse fluxo dentro do trocador. Figura 7 - Fluxo Interno em um Trocador de Calor Controlado pelas Vedações Fonte: Separationequipment. 8 Figura 8 - Canal escoamento Formado pela Gaxeta Fonte: (GUT, 2003, p.8). De maneira geral é possível citar suas vantagens quanto a outros modelos gerais de trocadores de calor: - Elevada transferência térmica; - Elevada efetividade térmica; - Baixo diferencial de temperatura entre os fluidos, possível atingir até 1°C; - Compacto; - Custo relativamente barato; - Facilidade de acesso quanto a inspeção e limpeza; - Flexibilidade de ampliação, podendo ser adicionado placas até limite de estrutura; - Deposição de materiais alta nas placas (fouling). Em muitos casos, os trocadores gaxetados substituíram os casco-tubo na indústria. Quando dentro do limite das aplicações de pressões e temperaturas suportadas pelos vedantes. A Tabela 1 apresenta de forma explicita seu potencial sobre os casco e tubo. 9 Tabela 1 - Diferenças entre um PHE e um Casco e Tubo Ponto de Análise Incrustação Manutenção Limpeza PHE Apresenta maior incrustação, devido a sua menor passagem entre placas. A manutenção é extremamente simples e rápida. Podendo ser feita pelos próprios colaboradores da empresa. A limpeza é muito rápida e eficiente, já que o trocador é desmontável. Também é possível uma limpeza CIP. É possível o aumento da capacidade com o aumento do número de placas. Esta operação é fácil e rápida. Ampliação Casco e Tubo A incrustação demora mais a acontecer, devido a maior área de passagem dos tubos. Possui Espelho Fixo o que impede sua manutenção interna. Não há acesso físico. Além de ser necessário encaminhar para uma oficina especializada. Este processo de limpeza é mais demorado e menos eficiente, devido ao uso da limpeza CIP. Não é possível o aumento da capacidade, sendo necessária a troca do equipamento. Eficiência Troca Térmica A eficiência da troca é maior decorrente da menor espessura das paredes entre os fluídos, resultando em uma turbulência alta. A troca térmica não é tão eficiente, devido a espessura dos tubos e à área maior dos tubos, ocasionando uma baixa turbulência nos fluidos. Tamanho Ocupa um pequeno espaço físico, mesmo com uma grande capacidade. Peças de Reposição Facilmente encontradas no mercado. Para uma mesma capacidade, o Trocador Casco e Tubo ocupa um espaço muito maior. Até 6 vezes. É necessário o deslocamento do trocador para as oficinas credenciadas. Fonte: O Autor. 3.3 Aspectos Gerais 3.3.1 Modos de Transferência de Calor A transferência de calor pode ser definida como a transferência de energia entre duas regiões, visto que haja uma diferença de temperatura entre as mesmas. Sempre que existir um gradiente de temperatura dentro de um sistema ou que dois sistemas a diferentes temperaturas forem colocados em contato, haverá transferência de energia. O processo pelo qual a energia é transportada é conhecido por transferência de calor. (BOHN; KREITH, 2011, p.1) 10 Como existem diferenças de temperaturas em todo o universo, sempre há fenômenos de transferência de calor. Usualmente são reconhecidos três métodos de transferência de calor: condução, convecção e radiação. Ainda por alguns autores, apenas a condução e radiação devem ser considerados como processos de transferência de calor, pois dependem somente do diferencial de temperatura. A convecção é um método que necessitará além do diferencial de temperatura, de um transporte mecânico de massa. No entanto, ocorre a transferência de energia, portanto é aceito sua definição como um método de transferência de calor. "Todos os processos de transferência de calor envolvem transferência e conversão de energia. Assim, eles devem obedecer tanto à primeira quanto à segunda lei da termodinâmica." (BOHN; KREITH, 2011, p.1) Pode-se entender erroneamente que seria possível a determinação da transferência de energia, apenas pelo entendimento e domínio da termodinâmica. No entanto, a termodinâmica clássica se limita ao estudo do estado estacionário num estado de equilíbrio químico, mecânico e térmico. A termodinâmica está focada na quantidade transferida de calor quando um sistema passa de um estado de equilíbrio para outro, sem fornecer informações sobre o tempo de duração do processo. A análise termodinâmica apenas nos informa quanto de calor deve ser transferido para realizar determinada mudança no estado termodinâmico, de forma a satisfazer o princípio da conservação de energia. (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.2) Logo, a determinação das taxas de transferência de calor e tempos de arrefecimento e aquecimento são os objetivos de estudo da transferência de calor. A energia pode ser transferida por dois mecanismos: transferência de calor (Q) e trabalho (W). Quando a força motriz para essa transferência é um diferencial de temperatura, a transferência de energia é considerada uma transferência de calor, caso contrário é trabalho. “A quantidade de calor transferido por unidade de tempo é denominada taxa de transferência de calor” (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.9). Quando se tem uma taxa de transferência sobre uma determinada área normal à direção de transferência, denominamos a mesma de fluxo de calor. 11 3.3.1.1 Condução Nesse modo de transferência de calor a troca de energia é efetuada pelo movimento cinético ou pelo impacto direto de moléculas, no caso de fluidos em repouso, e pelo movimento de elétrons, no caso de metais. "Em líquidos e gases, a condução deve-se às colisões e difusões das moléculas em seus movimentos aleatórios. Nos sólidos, ela acontece por causa da combinação de vibrações das moléculas em rede, e a energia é transportada por elétrons livres." (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.18) A taxa no qual o calor é transferido por condução, qK, que é proporcional ao gradiente de temperatura dT/dx multiplicado pela área de transferência disponível, conforme Equação 1. Equação 1 - Equação Diferencial Condução de Calor qK α 𝐴 𝑑𝑇 𝑑𝑥 (01) Onde T(x) é a temperatura e x é a distância na direção do fluxo de calor. "A taxa real do fluxo de calor depende da condutividade térmica k, que é uma propriedade física do meio." (BOHN; KREITH, 2011, p.3) Logo, em um meio homogêneo a taxa de transferência de calor por condução pode ser representada pela Equação 2: Equação 2 - Equação Ordinária Condução de Calor qK = −𝐾𝐴 𝑑𝑇 𝑑𝑥 (02) O sinal negativo é uma consequência da segunda lei da termodinâmica, exigindo que o calor deve fluir na direção da temperatura mais alta para a mais baixa. A equação 2 define a condutividade térmica. Chama-se Lei de Fourier da condução em homenagem ao cientista francês Jean Baptiste Fourier, que propôs em 1822. A condutividade térmica, representada na equação pela letra K, representa a capacidade inerente ao material da quantidade de calor que fluirá em uma determinada área em um gradiente de temperatura. No sistema SI, as respectivas 12 unidades de medidas da condução, área, diferencial de temperatura e x em watts por metro por kelvin (W/mK), metros quadrados (m²), kelvins (K) e metros (m). A tabela 2 apresenta alguns valores de condutividade térmica de diversos materiais. Tabela 2 - Condutividade Térmica de Alguns Materiais Condutividade Térmica a 300 K Material W/m.K BTU/h.Ft.°F Cobre 399 231 Alumínio 237 137 Aço Carbono, 1% C 43 25 Vidro 0,81 0,47 Plástico 0,2-0,3 0,12-0,17 Água 0,6 0,35 Etileno Glicol 0,26 0,15 Óleo de Motor 0,15 0,09 Freon (Líq.) 0,07 0,04 Hidrogênio 0,18 0,1 Ar 0,026 0,02 Fonte: (BOHN; KREITH, 2011, p.7). "Para o caso simples de fluxo de calor unidimensional no estado estacionário através de uma parede plana, o gradiente de temperatura e o fluxo de calor não variam com o tempo, e a área transversal ao longo do caminho de fluxo é uniforme." (BOHN; KREITH, 2011, p.8). Com isso é possível separar as variáveis da Equação 2, resulta na Equação 3 abaixo: Equação 3 - Condução de calor Variando no Tempo 𝑇𝑓𝑟𝑖𝑜 𝑇2 𝑞𝑘 𝐿 ∫ 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑘𝑑𝑇 = − ∫ 𝑘𝑑𝑇 𝐴 0 𝑇𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑇1 (03) 3.3.1.2 Convecção De acordo com Incropera (2008, p.221), a convecção trata da transferência de energia entre um fluido em movimento e uma superfície. Esse tipo de transferência de calor pode ocorrer de maneira forçada ou natural. 13 A convecção é chamada de convecção forçada se o fluido é forçado a fluir sobre a superfície por meios externos, como ventilador, bomba ou vento. Em contrapartida, a convecção é chamada convecção natural (ou livre) se o movimento do fluido é causado por forças de flutuação induzidas por diferenças de densidade, decorrentes da variação de temperatura do fluido. (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.26). A Figura 9 apresenta um caso típico de convecção natural, onde em um aquecimento da água no recipiente, provoca alterações na densidade e movimentação natural do fluido. Já a Figura 10 representa um caso de convecção forçada feita em cima de uma superfície por um ventilador. A transferência de calor através de um sólido é sempre feita por condução, pois as moléculas do sólido permanecem em posições relativamente fixas. A transferência de através de um líquido ou um gás, no entanto, pode ocorrer por condução ou convecção na presença de movimento, e por condução em sua ausência. (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.374) Figura 9 - Exemplo Convecção Natural Fonte: ENEM. Figura 10 - Exemplo Convecção Forçada Fonte: SolidWorks. A transferência de calor por convecção é muito complexa, por envolver condução de calor e movimento do fluido. 14 O movimento aumenta a transferência de calor, colocando mais partes quentes e frias do fluido em contato, iniciando altas taxas de condução com maior número de pontos no fluido. Por isso a taxa de transferência de calor através de um fluido é bem mais elevada por convecção que por condução. Na verdade, quanto maior a velocidade do fluido, maior a taxa de transferência de calor (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.374) Como exemplo desse aumento da transferência de calor, podemos pensar em duas placas lisas com água entre elas. A temperatura na superfície da água estará na mesma temperatura da chapa com qual a superfície está em contato, onde essa superfície transferirá energia para a próxima camada de superfície e assim sucessivamente. Se imaginar um movimento dessa superfície aquecida por essa camada de fluido e assim repetidamente, isso irá acelerar consideravelmente o processo de transferência de calor, já que a energia é transportada como consequência do movimento do fluido. "A convecção inclui transferência de energia pelo movimento global do fluido (advecção) e pelo movimento aleatório das moléculas do fluido (condução ou difusão)." (BERGMAN; DEWITT; LAVINE, 2008, p.221) Apesar da complexidade da determinação do coeficiente convectivo, a fórmula da convecção, é simplesmente expressado pela lei de Newton do resfriamento, conforme Equação 4: Equação 4 - Lei de Newton do resfriamento 𝑑𝑄 = ℎ𝐴𝑆 (𝑇𝑆 − 𝑇∞ ) 𝑑𝑇 Onde: h = Coeficiente de transferência de calor por convecção (W/m²K); As = Área de transferência de calor (m²); Ts = Temperatura de superfície (ºC); T∞= Temperatura do fluido suficientemente longe da superfície (ºC). (04) 15 Avaliando a partir de suas unidades, o coeficiente de transferência de calor por convecção pode ser definido como a taxa de transferência de calor entre uma superfície sólida e um fluido por unidade de área e por unidade de diferença de temperatura. (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.375) A simplicidade da equação não aparenta representar a dificuldade antes descrita, no entanto a determinação do coeficiente convectivo é ponto crítico da equação, que é o valor dependente das variáveis citadas. 3.3.2 Número de Nusselt Devido à complexidade de atribuir um valor a um coeficiente convectivo de um processo, devido as inúmeras variáveis apresentadas ao longo do mesmo, é comum adimensionalizar as equações e combinar essas variáveis para se reduzir sua quantidade. "Também sendo comum adimensionalizar o coeficiente de transferência de calor h usando o número de Nusselt." (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.376) O mesmo pode ser definido de acordo com a Equação 5: 𝑁𝑢 = ℎ𝐿𝑐 𝑘 (05) Onde: h = coeficiente convectivo (W/m²K); K = condutividade térmica (W/mK); Lc = comprimento característico (m). Seu significado pode ser compreendido através do escoamento e do não escoamento entre duas superfícies, onde no primeiro caso devido a movimentação do fluido a transferência se dá através da convecção, já no segundo, devido a imobilidade do fluido, ocorre a transferência através da condução, conforme Figura 11. Em ambos casos o fluxo de calor é respectivamente representado pelas equações 6 e 7: 16 𝑞̇ 𝑐𝑜𝑛𝑣 = ℎ ∆𝑇 (06) Equação 5 - Fluxo de calor por Condução 𝑞̇ 𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑘 ∆𝑇 𝐿 (07) Figura 11 - Transferência de calor através de uma camada de fluido de espessura L e diferença de temperatura ∆T Fonte: (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.377). Sendo a razão de ambas equações o número de Nusselt, conforme Equação 8: Equação 𝑞̇ 𝑐𝑜𝑛𝑣 ℎ∆𝑇 ℎ𝐿 = = = 𝑁𝑢 𝑞̇ 𝑐𝑜𝑛𝑑 𝑘∆𝑇 𝑘 𝐿 (08) Então o número de Nusselt representa o aumento da transferência de calor através da camada de fluido como resultado da convecção em relação à condução do mesmo fluido em toda a camada. Quanto maior for o número de Nusselt, mais eficaz será a convecção. (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.376) Portanto, para um Nusselt igual a 1, se conclui que a transferência de calor se dará por condução ao longo de toda a camada. 17 3.3.3 Número de Prandtl No escoamento de um fluido paralelo a uma placa plana, criamos um perfil de velocidade ao longo dessa placa. Onde o fluido em contato com a placa permanece com velocidade 0 e por consequência segura o movimento da camada de fluido escoando acima do mesmo, onde por reação a camada superior tende a arrastar essa camada em contato com a placa. Esse efeito é devido a viscosidade do fluido. "A viscosidade é causada por forças coesivas entre moléculas de líquidos e por colisões moleculares em gases." (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.378) Essa série de ações e reações entre as camadas se sucede ao longo de todo o perfil de velocidade formado, tendo efeito até uma determinada distância normal a partir da placa, denominada δ. "A região de escoamento acima da placa delimitada por δ, em que os efeitos das forças de cisalhamento viscoso causadas pela viscosidade do fluido são sentidos, é chamada de camada limite hidrodinâmica." (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.382) Seu limite é normalmente definido como a distância y a partir da superfície em que μ= 0,99V, representado pela Figura 12. Figura 12 - Perfil de velocidade em escoamento sobre uma placa plana Fonte: (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.382). Nota: O desenvolvimento da camada limite hidrodinâmica sobre uma superfície é devido à condição de não deslizamento e ao atrito. Da mesma forma que se desenvolve uma camada limite hidrodinâmica com base na velocidade do fluido a distância da placa, também se gera uma camada limite térmica com base no diferencial de temperatura ao longo dessa espessura. Considerando que no escoamento a camada de fluido, adjacente a placa, atinja o equilíbrio térmico com a mesma, essa camada de fluido começa a transferir calor para as sucessivas camadas acima. Gerando assim um perfil de temperatura ao longo da camada de fluido em escoamento. "A região de escoamento sobre a superfície em que a variação de temperatura na direção normal à superfície é significativa denomina-se camada limite térmica." (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.383) 18 Sendo a espessura da cama limite δt em qualquer local ao longo da superfície definida como a distância da superfície em que a diferença de temperatura T-Ts, equivale a Equação 9. Equação 6 - Camada limite térmica (09) 0,99 (𝑇∞ − 𝑇𝑠 ) A Figura 13 apresenta o perfil de temperatura formado a partir da camada limite térmica. Figura 13 - Camada limite térmica sobre uma placa plana Fonte: (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.383). Nota: O fluido é mais quente que a superfície da placa "A espessura relativa das camadas limite hidrodinâmica e térmica é mais bem descrita pelo parâmetro adimensional do número de Prandtl." (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.384) Sendo assim o número de Prandtl, definido pela Equação 10. 𝑃𝑟 = 𝜇𝐶𝑝 𝐷𝑖𝑓𝑢𝑠𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑣 = = 𝐷𝑖𝑓𝑢𝑠𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝛼 𝑘 (10) A Tabela 3 apresenta faixas típicas de Prandtl para determinados tipos de fluidos. Tabela 3 - Faixas típicas do número de Prandtl de fluidos comuns Fluido Metais Líquidos Gases Água Fluidos Orgânicos Leves Óleos Glicerina Pr 0,004 - 0,030 0,7 - 1,0 1,7 - 13,7 5 - 50 50 - 100.000 2.000 - 100.000 Fonte: (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.384). 19 O calor se difunde muito rapidamente em metais líquidos (Pr<1) e muito lentamente em óleos (Pr>1) em relação a quantidade de movimento. Portanto, a camada limite térmica é muito mais espessa para metais líquidos e muito mais fina para óleos em relação à camada hidrodinâmica. (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.384) 3.3.4 Número de Reynolds A transição de um fluxo laminar para um fluxo turbulento depende de vários fatores, inerentes ao fluido que está sendo tratado, as temperaturas envolvidas no processo e a superfície onde está ocorrendo o escoamento. Esse regime de escoamento depende principalmente da razão das forças de inércia para as forças viscosas do fluido. Essa razão é denominada número de Reynolds, que é a quantidade adimensional expressa para escoamento externo, conforme Equação 11. Equação 7 - Número de Reynolds 𝑅𝑒 = 𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝐼𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 𝑉𝐿𝑐 𝜌𝑉𝐿𝑐 = = 𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑉𝑖𝑠𝑜𝑠𝑎𝑠 𝑣 𝜇 (11) Onde: V = Velocidade de escoamento livre (cm/s); Lc = Comprimento Característico da geometria (cm); 𝑣 = u/p, viscosidade cinemática do fluído (St = cm²/s); 𝜇 = Viscosidade dinâmica (cP = 0,001Ns/m²); ρ = Densidade (kg/cm³). "Para uma placa plana, o comprimento característico Lc é a distância a partir do bordo de ataque. " (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.386) Para grandes números de Reynolds, as forças de inércia, que são proporcionais à densidade e à velocidade do fluido, são grandes em relação às forças viscosas e assim, as forças viscosas não podem impedir as flutuações aleatórias e rápidas do fluido. Para números de Reynolds pequenos e moderados, no entanto, as forças viscosas são grandes o suficiente para suprimir essas flutuações e manter o fluido "em linha". Assim o escoamento é turbulento no primeiro caso e laminar no segundo. (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p.386). 20 A Figura 14 ilustra o comportamento do fluido em ambas situações. Figura 14 - Fluxo Turbulento e Laminar Fonte: Rcmportugal. Quando se atingi um fluxo turbulento, denominamos o número de Reynolds de número de Reynolds crítico. Esse valor difere com relação as geometrias e condições de escoamento. As ranhuras elevam a turbulência do escoamento e reduzem o valor do número de Reynolds crítico (transição para o regime turbulento) para valores entre 10 e 400 (Leuliet, 1987), enquanto que para um tubo liso de seção circular a transição ocorre em Reynolds de 2.100." (GUT, 2003, p.8) 3.3.5 Fluidos Newtonianos Pode-se definir fluido como uma substância que se deforma continuamente, isto é, escoa, sob ação de uma força tangencial por menor que ela seja (GOMES, 2012, p.1). A Figura 15 apresenta a ação de uma força tangencial sobre um fluido. Figura 15 - Ação da força tangencial sobre um fluido Fonte: (GOMES, 2012, p.1). 21 Essa definição indefere do estado físico que se encontra o mesmo, podendo ser gases ou líquidos. Quando os fluidos escoam, existe o atrito entre as moléculas, conforme já definido anteriormente como viscosidade. Gera-se assim uma força de atrito entre fluido e o material na qual está ocorrendo o escoamento, essa força pode ser regida pela Lei de Newton - Força de Atrito representada pela Equação 12. Força de Atrito - Lei de Newton 𝐹 = 𝜇𝐴 ∆𝑉 𝛾 (12) Onde: 𝜇 = Coeficiente de viscosidade dinâmica (kg/(ms) = 0,001cP); A = Área de contato entre superfície e fluido (m²); y = Espessura do fluido (m); ∆V = Velocidade do escoamento (m/s). Onde juntamente nesse escoamento se tem uma força de resistência, denominada resistência viscosa, que é a resistência a deformação do fluido. Representada pela Equação 13: Equação 8 - Resistência a Deformação do Fluido 𝜎= 𝐹 ∆𝑉 =𝜇 𝐴 𝛾 (13) Os fluidos que obedecem essa equação de proporcionalidade, ou seja, a deformação ocorre proporcional ao aumento da tensão, juntamente com a constante de viscosidade u, são denominados fluidos Newtonianos. Fluidos que não seguem essa proporcionalidade, são denominados fluidos Não-Newtonianos, onde não ocorre de maneira equivalente o aumento da tensão e a deformação causada. "Neste tipo de fluido não ocorre uma relação linear entre o valor da tensão de cisalhamento aplicada e a velocidade de deformação angular" (GOMES, 2012, p.11) Dentro dos fluidos Não-Newtonianos há ainda possíveis subdivisões quanto a relação da viscosidade e tensão cisalhante, onde é possível ter uma alteração da viscosidade proporcional ao aumento da tensão de cisalhamento, dilatantes, ou inversamente proporcional, pseudoplásticos, conforme Figura 16. 22 Figura 16 - Taxa de Deformação x Tensão de Cisalhamento - Sem influência de tempo Fonte: (EDISON, 2013). No caso acima é considerado uma alteração instantânea a aplicação da força, no entanto alguns fluidos tem um tempo para a alteração de sua viscosidade quando submetidos a uma tensão. “Estes fluidos cujas viscosidades variam com o transcorrer do tempo a taxa de deformação constante são chamados de reopéticos e tixotrópicos.” (EDISON, 2013). Esse fenômeno é conhecido como histerese, onde nos fluidos tixotrópicos há um decréscimo na viscosidade com o aumento da tensão e nos reopéticos há o aumento da viscosidade, conforme Figura 17. Figura 17 - Taxa de Deformação x Tensão de Cisalhamento - Com influência de tempo Fonte: (GOMES, 2012). 23 3.3.6 Correlações Para Troca Térmica e Perda de Carga Os fatores cruciais no dimensionamento de um trocador de calor são seu coeficiente convectivo de troca térmica e o fator de atrito no escoamento dos canais. Resultando dos mesmos a área necessária da troca e a perda de carga gerada no equipamento, respectivamente. Nas abordagens tradicionais o número de Nusselt (troca térmica convectiva) é correlacionado com os números de Prandtl (propriedades do fluido) e Reynolds (escoamento), enquanto que o fator de atrito é correlacionado apenas com o número de Reynolds. Os parâmetros estimados para estas correlações são específicos para cada tipo de placa pois o padrão das ranhuras está fortemente ligado ao desempenho térmico e hidrodinâmico do PHE. (GUT, 2003, p.14) A Tabela 4 apresenta essas correlações entre perdas de carga e os coeficientes de troca térmica provenientes de vários autores ao longo do estudo sobre essas variáveis. 24 Tabela 4 - Correlações para troca térmica e perdas de carga Fonte: (GUT, 2003, p.15). Embora os PHE’s sejam muito utilizados em processos alimentícios, como pasteurização por exemplo, para fluidos de comportamento não-Newtoniano e extremamente viscosos ainda são pouco utilizados. A analogia entre as correlações acima vem sendo estudadas de longa data, Buonopane e Troupe (1969) iniciaram seus estudos sobre as placas tipo washboard, enquanto Focke (1983) e por Shah e Focke (1988) também exploraram essa correlação em modelos de placas diferentes. 25 "Outra forma de generalizar as correlações para diversos modelos de PHE’s é o uso de parâmetros geométricos, como o ângulo de inclinação das ranhuras Chevron usado por Martin (1996), Muley e Manglik (1999) e Muley et al. (1999)." (GUT, 2003, p.16) Exemplo de seus estudos são fórmulas para cálculo de Nu (Nusselt) e 𝑓 (Fator de fricção), agora com mais variáveis na equação, o ângulo da placa β, que se refere ao ângulo das ranhuras no sentido de fluxo do fluido nas placas tipo Chevron, e o fator de alargamento da placa 𝜃, que se refere as formas e tamanhos das ranhuras das placas. Conforme demonstrado nas equações 14 e 15. 𝑁𝑢 = [0,2668 − 0,006967β + 7,244. 10−5 β2 ]. [20,78 − 50,94θ + 41,16θ2 𝜋β 1 𝑢𝑚 0,14 [0,728+0,0543𝑠𝑒𝑛( +3,7)] 45 − 10,51θ3 ]. 𝑅𝑒 . 𝑃𝑟 3 . ( ) 𝑢𝑤 𝑓= [2,917 − 0,1277β + 2,016. 10−3 β2 ]. [5,474 − 19,02θ + 18,93θ2 − 5,341θ3 ] 𝜋β [0,2+0,05773𝑠𝑒𝑛( +2,1)] 45 𝑅𝑒 (14) (15) Segundo Focke et al. (1985), há grande influência das propriedades geométricas das placas quanto ao desempenho térmico e hidrodinâmico do trocador. Verificou-se que com um ângulo de 80º em relação à direção de escoamento (β = 10°) atinge-se valores máximos para o fator de atrito e de convecção. O efeito da força aplicada aos parafusos de aperto e da pressão total dos fluidos sobre o espaçamento entre as placas foi estudado por Leuliet et al. (1990). O espaçamento influi diretamente sobre o número de Reynolds e, portanto, sobre o coeficiente convectivo e o fator de atrito. Verificou-se que variações no aperto dos parafusos e na pressão dos fluidos podem provocar variações de até 52% no espaçamento entre as placas tipo Chevron, evidenciando a importância destas variáveis sobre os cálculos de troca térmica e perda de carga (GUT, 2003, p.17) 26 3.3.7 Incrustação A incrustação é um problema inevitável em qualquer tipo de trocador, sendo assim os PHE’s também são prejudicados por esse problema. O mesmo foi tema de vários trabalhos, para a determinação dos coeficientes de resistência térmica de incrustação Rf (fouling factors), fator que deve ser relacionado no dimensionamento do PHE. Devido alta turbulência, o acabamento liso do metal das placas e a boa distribuição do fluido nos PHE’s, os valores desses coeficientes quando comparados aos mesmos em trocadores casco e tubo são muito inferiores. "Os fenômenos de incrustação são complexos e causados pela não desejada acumulação de depósitos nas superfícies internas dos permutadores por onde se dá o escoamento do fluido." (MACHADO, 2011, p.29) "Os elevados coeficientes de transferência de calor diminuem a temperatura da parede do canal o que reduz a incrustação de materiais (Bansal, 2001)." Dando como exemplo um trocador que trabalhará com o fluido água, haverá depósitos de cálcio, magnésio e outros minerais diluídos na água em sua temperatura de entrada no equipamento. Há processos que visam melhorar o rendimento da placa contra esse tipo de problemas, modificando a estrutura metalúrgica com a inserção de íons, utilizando o processo "Magnetron Sputtering". Onde há registros da redução de 70% da deposição de material. A Tabela 5 demonstra valores de incrustação tipicamente utilizados para dimensionamento de trocadores de calor a placas. Tabela 5 - Resistência de Incrustação recomendadas para PHE’s (Marriot, 1971) Fluido Água destilada / desmineralizada Água mole Água dura Água de resfriamento (tratada) Água do mar (costa) / Estuário Água do mar (oceano) Água de rio, canal ou poço Água de cilindro de motores Óleos de lubrificação Óleos Vegetais Solventes Orgânicos Fluidos de Processo, geral Rf (m2.K/W) 8,6.10−6 1,7.10−5 4,3.10−5 3,4.10−5 4,3.10−5 2,6.10−5 4,3.10−5 5,2.10−5 1,7.10−5 𝑎 4,3.10−5 1,7.10−5 𝑎 5,2.10−5 8,6.10−6 𝑎 2,6.10−5 8,6.10−6 𝑎 5,2.10−5 Fonte: (GUT, 2003, p.18). "Se os valores de Rf recomendados para trocadores casco-e-tubos ou duplo-tubo forem utilizados, o PHE certamente será superdimensionado. Foi recomendado o uso, no máximo, de 20% do valor de Rf válido para permutadores tubulares" (USHER, 1992) "A incrustação é muito importante na operação de pasteurização do leite pois a desnaturação de proteínas forma rapidamente uma camada aderente sobre as placas" (USHER, 1992) Lalande et al. (1979) realizaram um estudo da incrustação nas diferentes seções de um pasteurizador de leite e verificaram que a seção mais susceptível é a de aquecimento, que sofre uma queda de 50 % no coeficiente global de troca térmica em quatro horas de operação contínua sem limpeza. 27 4 PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS PLACAS E CONFIGURAÇÕES DOS TROCADORES DE CALOR O PHE pode ser visto como um pacote de placas separados por gaxetas, onde entre placas formam-se canais de escoamento. Sendo a primeira e última placa não consideradas como placas de troca térmica. A Figura 18 apresenta um esquema dos fluxos de fluidos entre as placas. Figura 18 - Esquema representativo do fluxo de fluido entre placas Fonte: (GUT, 2003, p.32). Conforme esquema, pode-se deduzir alguns pontos sobre as características já citadas. O número de placas Np será equivalente ao número de placas totais, o número de canais Nc, será equivalente à Np - 1, já que não se forma um canal na primeira placa. O número de placas de troca térmica efetiva será igual a Np – 2, já que a primeira e última placa são desconsideradas por não terem canais em ambos lados e, portanto, um déficit na troca quando comparadas com as demais placas. Devido as ranhuras das placas, a espessura do canal formada entre as mesmas não é um valor único, usado para fins de cálculos um valor médio b, dessa espessura. Conforme já citado, essa espessura tem grande influência na turbulência do fluido e é variada conforme aperto do trocador e espessura da gaxeta. Sendo a espessura média definida pela equação abaixo (Kakaç e Liu, 2002): 𝑏= Lpac − 𝑁𝑝 . 𝜀𝑝 Lpac ≅ − 𝜀𝑝 𝑁𝑝 − 1 𝑁𝑝 (15) 28 Onde: b = Espessura média (mm); Lpac = Comprimento total do pacote de placas (mm); 𝜀p = Espessura chapa metálica (mm); Np = Número de placas; 4.1 Principais Dimensões Dentro do universo das placas, existem diferentes tipos de ranhuras, sendo elas nomeadas conforme sentido, tamanhos e tipos. A figura 19 apresenta os principais tipos de ranhuras em placas. Figura 19 - Diferentes tipos de corrugação em placas (a) Washboard, (b) Herringbone ou zigzag, (c) Chevron, (d) Saliências e Depressões, (e) Washboard com corrugações secundárias, (f) Washboard Oblíqua Fonte: (SUNDÉN, 2007, p.15). 29 Essas diferentes corrugações provocam um comportamento do fluido nos canais, demonstrado pela Figura 20. Figura 20 - Comportamento de fluido entre canais (a) Placa Washboard, (b) Placa Chevron ou Herringbone Fonte: (SUNDÉN, 2007, p.7). Neste trabalho, o cálculo será voltado para as placas do tipo Chevron, que são placas por exemplo utilizadas pela Alfa Laval na linha M. Na Figura 21 são mostradas suas principais dimensões e na Figura 22 um detalhamento quanto ao canal formado pelas placas. Figura 21 - a) Representação de uma placa com corrugações Chevron Fonte: (MACHADO, 2011, p.16). 30 Entrada de fluxo Saída de fluxo Figura 22 - Detalhe canal formado entre duas placas Fonte: (DIAS et al., 2008, p.442). - L é o comprimento efetivo para a troca térmica (medido entre as bordas dos orifícios); - w é a largura efetiva do canal (medida entre as gaxetas); - I, II, III, IV São os orifícios de passagem dos fluidos; - b é a altura da onda de corrugação, que representa as distâncias entre as placas; - 𝜀p é a espessura da placa; - LP é o comprimento efetivo de escoamento (medido entre os centros dos orifícios); - Px é o comprimento da onda; - β é o ângulo de inclinação das ranhuras Chevron (alguns autores usam a direção do escoamento para determinação do ângulo de inclinação da ranhura, ou seja, β* = 90°- β). Através da Figura 21 é possível identificar duas regiões distintas no trocador, uma seria a área de troca térmica e outra a área de distribuição do fluido, conforme demonstrado na Figura 23. Sua função é, por exemplo no escoamento do fluido entrando pelo orifício I para a saída até o orifício II, contribuir para uma correta distribuição do fluido ao corpo da placa. Sendo que sem esse recurso haveriam problemas na distribuição e por consequência na efetividade térmica de cada placa, além de gerar zonas de baixas velocidades nas extremidades laterais das placas ocasionando uma maior incrustação. 31 Figura 23 - Área de distribuição em placa tipo Herringbone Fonte: O Autor. A área de distribuição em placas com ranhuras iguais ou diferentes podem ser similares ou não. É relacionado ao modelo/fabricante. O cálculo de área de troca térmica entre as placas, poderia ser definido inicialmente por w.L., no entanto, o efeito das ranhuras incrementa uma área de troca maior que a área projetada por suas dimensões externas, resultando numa área real de troca Ap. Esse valor adicionado é o fator de incremento de área ou fator de alargamento 𝜃, conforme equação: 𝐴𝑝 = 𝜃. 𝑤. 𝐿 (16) Esse fator pode ser obtido como a relação do comprimento desenvolvido e o projetado da placa. Também pode ser calculada recorrendo à expressão Martin (1996): 0,5 2 1 𝜋 𝜃 = . { 1 + [1 + ( ) . 𝛾 2] 6 2. cos 𝛽 𝜋 0,5 2 2 + 4. [1 + ( ) .𝛾 ] 2. √2. cos 𝛽 } (17) 32 Onde y representa a relação do aspecto do canal, definida por: 𝛾= 2. 𝑏 𝑝𝑥 (18) Em geral os valores típicos do fator de incremento de área, situam-se entre os 1,1 e 1,5 (Ayub, 2003). A dimensão b para PHE com utilização de vedantes varia normalmente entre 1,2 e 5 mm (Reppich, 1999). O ângulo de corrugação β está compreendido entre os 22⁰ - 65⁰ (Ayub, 2003). O comprimento das placas pode variar entre os 0,3 e os 4,3 m (Kakaç e Liu, 2002; Wang et al., 2007). Uma vez que a distribuição uniforme em toda a largura da placa é um fator importante, há que garantir uma razão mínima entre comprimento/largura (L/w) das placas que deve ser aproximadamente de 1,8 (Kakaç e Lui, 2002). (MACHADO, 2011, p.17) "Considera-se que o diâmetro equivalente do canal seja o seu diâmetro hidráulico, definido como o quádruplo da razão entre a área de escoamento, Ae, e o perímetro molhado, pw." (GUT, 2003, p.34) D𝑒 = 4. 𝐴𝑒 4. (𝑏. 𝑤) = 𝑝𝑤 2. (𝑏 + 𝑤. 𝜃) (18) Onde por alguns autores, a mesma é simplificada conforme abaixo: D𝑒 = 2. 𝑏 𝜃 (19) 4.2 Possíveis Configurações Pode-se determinar a configuração do PHE como sendo sua organização, ou seja, seu número de placas, passes e canais por passe ou passagens (GUT, 2003, 34). Essas informações influenciam na furação de placas, bocais nas chapas/frames e dimensionamento térmico do equipamento. 33 Usualmente, se utilizam passes simétricos, onde o número de passagens por passes é igual ao longo de todo o trocador. Passes não simétricos são raramente usados, devido a variação de velocidade que ocorre dentro dos canais. Para classificar as configurações são os seguintes parâmetros: - Número de canais (Nc); - Número de Passes (P' e P'') - Posição das conexões (x) - Posição dos fluidos nos canais (Y' e Y''). 4.2.1 Canais O canal é formado pela área de escoamento entre duas placas, portanto número de canais (Nc) é ligado diretamente ao número de placas do trocador, conforme demonstrado na Figura 24. O Nc totais num trocador, sempre será igual ao seu número de placas (Np) menos um. Figura 24 - Conjunto de canais formados no Trocador Fonte: (GUT, 2003, p.35). O lado 1 e lado 2 da Figura 26 demonstra a posição dos fluidos (Y' e Y'') ao longo dos canais, sempre sendo necessário a alternância entre os fluidos ao longo dos canais. Logo, pode-se ter uma quantidade diferente de canais para cada fluido quando o número canais for ímpar, ou seja, número de placas par. Se Nc é par, logo o Np é ímpar: N𝑐 ′ ou N𝑐 ′′ = 𝑁𝑝 − 1 2 (20) 34 Se Nc é ímpar, logo o Np é par: 𝑁𝑝 2 (21) 𝑁𝑝 − 2 2 (22) N𝑐 ′ = N𝑐 ′′ = 4.2.2 Passes e Passagens O passe pode ser entendido como a direção do movimento vertical do fluido no trocador, ou seja, a cada troca dessa direção, se tem um novo passe no trocador. É um parâmetro individual para cada fluido. O termo “passagens” é usado para indicar o número de canais por passe (GUT, 2005, p.35). Para demonstrar a diversificação possível que esses parâmetros podem apresentar ao trocador, a Figura 25 demonstra todas as variações possíveis para um trocador com 11 canais, portanto 12 placas. Figura 25 - Possíveis arranjos de passes para um trocador com 11 canais Fonte: (GUT, 2003, p.37). Para conseguir esses movimentos interno no trocador, se faz necessário uma furação em posições específicas nas placas, afim de desviar o fluxo conforme desejado. A Figura 26 apresenta diversas furações possíveis para movimentações em placas. 35 Figura 26 - Furações Específicas em Placas Fonte: [GUT, 2003, p.3]. Como o número de Passes, número de canais e passagens, tem influência no cálculo do trocador, pois altera parâmetros como velocidade e diferencial logarítmico médio de temperatura, para esse trabalho, a modelagem térmica será sobre trocadores de um único passe, mantendo esses valores constantes nos canais do trocador. Tomando como exemplo da Figura 26, a primeira configuração - 1x6 / 1x5. 4.2.3 Tipos de Fluxo 4.2.3.1 Vertical e Diagonal As entradas das placas podem ser dispostas impondo escoamento diagonal (entrada e saída em lados opostos da placa) ou escoamento vertical (entrada ou saída do mesmo lado da placa) (Wang et al., 2007). O efeito da distribuição do escoamento dentro de um canal resulta numa diferença de temperaturas que se pode atingir entre a entrada e saída da placa, como se pode ver na Figura 27, conseguindo-se uma maior diferença de temperaturas utilizando o escoamento diagonal (Wang et al., 2007). 36 Figura 27 - Distribuição de temperaturas nas placas. a) Escoamento vertical b) Escoamento diagonal Fonte: (SUNDÉN, 2007). Embora seja possível atingir uma performance mais proveitosa com o fluxo diagonal, seu uso é complicado devido a ser necessário dois tipos de gaxeta para o mesmo trocador, uma para fluxo diagonal direito-esquerdo e outra para fluxo diagonal esquerdo-direito. 4.2.3.2 Contracorrente e Paralelo "Canais vizinhos no PHE podem ter escoamento contracorrente (fluxos em sentidos opostos) ou paralelo (fluxos no mesmo sentido) entre si." (GUT, 2003, p.41) Esse tipo de escoamento provoca perfis de temperaturas diferentes ao longo do PHE, conforme Figura 28. 37 Figura 28 - Escoamento a) Contracorrente e b) Paralelo no Trocador Fonte: (KAKAÇ; LIU, 2, p.37). Como consequência de um fluxo paralelo, se obtém temperaturas próximas de ambos fluidos no final do trocador. Sua eficiência é menor quando comparado ao fluxo contracorrente, já que ao longo da placa se há uma diminuição do diferencial de temperatura entre os fluidos, e, portanto, do coeficiente global de troca térmica. A Figura 29 apresenta o fluxo em placas na montagem, onde é possível visualizar o fluxo dos fluidos nos canais, onde na figura A é mostrado um fluxo paralelo, ou seja, o sentido de ambos os fluidos é o mesmo. Na Figura B é mostrado o fluxo contracorrente, onde os sentidos divergem. Figura 29 - Configuração do arranjo do escoamento: a) Paralelo b) Contracorrente Fonte: (MACHADO, 2011, p.5). 38 5 MODELAGEM TÉRMICA O método utilizado para modelagem térmica do trocador será através da determinação do coeficiente global de troca térmica U, onde de acordo com Gut (2003, p.41) é necessário conhecimento das seguintes características - Parâmetros de configuração: NC, PI, PII, Yh e Yc. - Dimensões da placa e do canal: A, w, b, β e εp. - Diâmetro Equivalente: De. - Fator de alargamento da placa: 𝜃. - Condutibilidade térmica do material da placa: kp. - Correlações de troca térmica e de perda de carga válidas para as condições de operação. Para os fluidos quente e frio devem ser conhecidos: - Temperaturas de entrada: Thotin e Tcoldin; - Vazões mássicas: Whot e W cold; - Equações da dependência das propriedades físicas com a temperatura (densidade ρ, viscosidade μ, calor específico CP e condutibilidade térmica k); - Coeficientes de resistência térmica de incrustação (fouling factors): Rfhot e Rfcold. São adotadas hipóteses quanto ao comportamento hidrodinâmico e térmico do trocador: - Regime permanente; - Divisão do fluxo dividido igualmente entre canais; - Fluxo contracorrente; - Perfil de velocidade constante e distribuição perfeita do fluido dentro dos canais; - Fluidos Newtonianos; - Sem perdas de calor para ambiente; - Transferência de calor somente no sentido de um fluido para outro; - A primeira e última placa são consideradas adiabáticas. Conforme as hipóteses citadas, se deduz que todo o calor liberado pelo fluido quente Qhot, será absorvido pelo fluido frio Qcold, conforme Equações 21 e 22. Usandose para fins de cálculo, um calor específico Cp médio. 39 𝑄ℎ𝑜𝑡 = 𝑄𝑚ℎ𝑜𝑡 . ̅̅̅̅̅̅ 𝐶𝑝ℎ𝑜𝑡 . (𝑇ℎ𝑜𝑡𝑖𝑛 − 𝑇ℎ𝑜𝑡𝑜𝑢𝑡 ) (21) ̅̅̅̅̅̅̅ 𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 = 𝑄𝑚𝑐𝑜𝑙𝑑 . 𝐶 𝑝𝑐𝑜𝑙𝑑 . (𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑜𝑢𝑡 − 𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑖𝑛 ) (22) De acordo com Gut, a eficiência térmica do trocador do trocador de calor pode ser definida como a razão entre a taxa de calor efetivamente trocado, Equação 25, e a taxa máxima de calor possível de ser trocada, Q Max, conforme Equações 23 e 24. Sendo esse último limitado pelo equilíbrio térmico do entre fluido quente e fluido frio. 𝑄𝑀𝑎𝑥ℎ𝑜𝑡 = 𝑄𝑚ℎ𝑜𝑡 . ̅̅̅̅̅̅ 𝐶𝑝ℎ𝑜𝑡 . (𝑇ℎ𝑜𝑡𝑖𝑛 − 𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑖𝑛 ) (23) ̅̅̅̅̅̅̅ 𝑄𝑀𝑎𝑥𝑐𝑜𝑙𝑑 = 𝑄𝑚𝑐𝑜𝑙𝑑 . 𝐶 𝑝𝑐𝑜𝑙𝑑 . (𝑇ℎ𝑜𝑡𝑖𝑛 − 𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑖𝑛 ) (24) 𝐸= 𝑄 (25) 𝑄𝑀𝑎𝑥 A taxa de transferência de calor pode ser obtida através de uma variação da equação de arrefecimento de Newton, utilizando o Coeficiente Global de Troca Térmica U, a Área de Troca necessária A e o diferencial logarítmico médio de temperatura, conforme Equação 26. 𝑄 = 𝑈 . 𝐴 . ∆𝑇𝑀𝐿 (26) A variável ∆TML representa a média logarítmica do diferencial de temperatura entre os fluidos quente e frio. Que pode ser representado pelo tipo de escoamento, ver capitulo 5.2.3. Pode ser definida conforme Equação 27. ∆𝑇𝑀𝐿 = (𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑜𝑢𝑡 − 𝑇ℎ𝑜𝑡𝑖𝑛 ) − (𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑖𝑛 − 𝑇ℎ𝑜𝑡𝑜𝑢𝑡 ) 𝐿𝑁 (𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑜𝑢𝑡 − 𝑇ℎ𝑜𝑡𝑖𝑛 ) (𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑖𝑛 − 𝑇ℎ𝑜𝑡𝑜𝑢𝑡 ) (27) 40 O coeficiente global de troca térmica é definido como sendo o inverso da resistência térmica para a troca entre os fluidos quente e frio, conforme Equação 28 e esquema demonstrado na Figura 30. 𝜀𝑝 1 1 1 = + + + 𝑅𝑓ℎ𝑜𝑡 + 𝑅𝑓𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑈 ℎℎ𝑜𝑡 ℎ𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑘𝑝 (28) Figura 30 - Circuito térmico para a troca de calor no PHE Fonte: (GUT, 2003, p.51). Os coeficientes convectivos são calculados usando correlações conforme Equação 29 e Equação 30 e parâmetros adimensionais: α1, α 2, α 3 e α μ (Shah e Focke, 1988). 𝑁𝑢 = 𝛼1 . 𝑅𝑒 𝛼2 . 𝑃𝑟 𝛼3 . ( 𝜇𝑚 𝛼𝜇 ) 𝜇𝑤 (29) Onde os adimensionais Reynolds, Nusselt e Prandtl podem ser definidos conforme Equações 30, 31 e 32, segundo GUT (2003, p.52). 41 ℎ. 𝐷𝑒 𝐾 (30) 𝑅𝑒 = 𝐺𝑐 . 𝐷𝑒 𝜇 (31) 𝑃𝑟 = 𝐶𝑝 . 𝜇 𝑘 (32) 𝑁𝑢 = Segundo Saunders (1988), para simplificação da equação em um regime turbulento considera-se α3 = 1/3 e despreza-se o fator de correção para viscosidade na parede (μw/μm = 1). Resultando assim em dois fatores a serem colocados na fórmula, conforme Tabela 6. Tabela 6 - Parâmetros de troca térmica para PHE’s com placas Chevron Β Re α1 α2 <30º ≤ 10 > 10 < 10 10 - 100 > 100 < 20 20 – 300 > 300 < 20 20 – 400 > 400 < 20 20 – 500 > 500 0,718 0,348 0,718 0,400 0,300 0,630 0,291 0,130 0,562 0,306 0,108 0,562 0,331 0,087 0,349 0,663 0,349 0,598 0,663 0,333 0,591 0,732 0,326 0,529 0,703 0,326 0,503 0,718 45º 50º 60º ≥ 65° Fonte: (SAUNDERS, 1988). O fluxo mássico por canal Gc, utilizado na equação do número de Reynolds, pode ser definido pela Equação 29. Onde W é a vazão mássica do fluido nos canais, que conforme hipóteses descritas, é feita de maneira igualitária, conforme Equação 29. 𝐺𝑐ℎ𝑜𝑡 𝑊′ = ′ 𝑁 . 𝑏. 𝑤 𝑊′ = 𝑄𝑚ℎ𝑜𝑡 𝑁𝑐ℎ𝑜𝑡 𝐺𝑐𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑊 ′′ = ′′ 𝑁 . 𝑏. 𝑤 (28) 𝑄𝑚𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑁𝑐𝑐𝑜𝑙𝑑 (29) 𝑊 ′′ = 42 Onde: b = é a altura da onda de corrugação, que representa as distâncias entre as placas (m); w = é a largura efetiva do canal, medida entre as gaxetas (m); Qm = vazão mássica total do fluido no trocador (kg/m²s); W = vazão mássica do fluido por canal (kg/s). 43 6 MATERIAIS E MÉTODOS Tomando como base as fórmulas apresentadas no Capítulo 5, será apresentado cálculo, parâmetros e validações dos dados do trocador conforme pontos abaixo: - O modelo de placa utilizado será do tipo Chevron com ângulo de 60º. Modelo Bermo BP60M, similar Alfa Laval M6M. Dimensões da placa conforme Tabela 10; - O trocador terá um passe e será feito análise com diversas quantidades de placas; - Os fluidos envolvidos serão Água quente e Água Gelada conforme dados da Tabela 7; - Serão desconsiderados cálculos de perda de carga e fatores de incrustação dos fluidos; - Todas as hipóteses citadas nas equações do Capitulo 5 são válidas. A Tabela 7 apresenta a condição de operação do trocador, com vazões e temperaturas. Tabela 7 - Processo Trocador Dados Vazão [kg] Temperatura IN [ºC] Temperatura OUT [ºC] Fluido I Água Quente 3000 97 15 Fluido II Água Fria 6000 2 42,9 Fonte: O Autor. Uma situação hipotética de resfriamento de uma água de 97ºC para 15ºC, utilizando uma água já resfriada a 2ºC. Aplicando as Equações 21 e 22. 𝑄ℎ𝑜𝑡 = 𝑄𝑚ℎ𝑜𝑡 . ̅̅̅̅̅̅ 𝐶𝑝ℎ𝑜𝑡 . (𝑇ℎ𝑜𝑡𝑖𝑛 − 𝑇ℎ𝑜𝑡𝑜𝑢𝑡 ) 𝑄ℎ𝑜𝑡 = 3000 𝑘𝑔 𝑘𝐽 . 4,192 . (97º𝐶 − 15º𝐶) ℎ 𝑘𝑔. 𝐾 𝑄ℎ𝑜𝑡 = 1.031.232 𝑘𝐽 ℎ 𝑄ℎ𝑜𝑡 = 286,45 𝑘𝑊 Conforme hipótese apresentada de todo o calor cedido ser absorvido pelo outro fluido, a temperatura de saída do fluido II será uma consequência da temperatura do delta de temperatura do fluido I. 44 ̅̅̅̅̅̅̅ 𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 = 𝑄𝑚𝑐𝑜𝑙𝑑 . 𝐶 𝑝𝑐𝑜𝑙𝑑 . (𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑜𝑢𝑡 − 𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑖𝑛 ) 1.031.232 𝑘𝐽 𝑘𝑔 𝑘𝐽 = 6000 . 4,1956 . (𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑜𝑢𝑡 − 2º𝐶) ℎ ℎ 𝑘𝑔. 𝐾 𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑜𝑢𝑡 = 42,9 º𝐶 Calculando a eficiência de troca em cada fluido através da Equações 23 e 24. 𝑄ℎ𝑜𝑡 = 𝑄𝑚ℎ𝑜𝑡 . ̅̅̅̅̅̅ 𝐶𝑝ℎ𝑜𝑡 . (𝑇ℎ𝑜𝑡𝑖𝑛 − 𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑖𝑛 ) 𝑄ℎ𝑜𝑡 = 3000 𝑘𝑔 𝑘𝐽 . 4,192 . (97º𝐶 − 2º𝐶) ℎ 𝑘𝑔. 𝐾 𝑘𝐽 ℎ 𝑘𝐽 1.031.232 ℎ 𝐸= 𝑘𝐽 1.194.720 ℎ 𝑄ℎ𝑜𝑡 = 1.194.720 𝐸 = 86% ̅̅̅̅̅̅̅ 𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 = 𝑄𝑚𝑐𝑜𝑙𝑑 . 𝐶 𝑝𝑐𝑜𝑙𝑑 . (𝑇ℎ𝑜𝑡𝑖𝑛 − 𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑖𝑛 ) 𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 = 6000 𝑘𝑔 𝑘𝐽 . 4,1956 . (97º𝐶 − 2º𝐶) ℎ 𝑘𝑔. 𝐾 𝑘𝐽 ℎ 𝑘𝐽 1.031.232 ℎ 𝐸= 𝑘𝐽 2.391.492 ℎ 𝐸 = 43% 𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 = 2.391.492 As propriedades utilizadas nos cálculos termodinâmicos acima e nos próximos cálculos são conforme Tabela 8 e 9. Tabela 8 - Propriedades Físicas Fluido I Temperatura ºC 15 42 97 Densidade Calor Condutividade Viscosidade Específico Kg kJ W cP m³ kg.K m.K 998,8 4,197 0,5951 1,144 990,1 4,175 0,6328 0,6301 960,8 4,204 0,6799 0,2907 Fonte: Folha de dados de cálculo do trocador – Anexo A 45 Tabela 9 – Propriedades Físicas Fluido II Temperatura ºC 2 15,5 42,9 Densidade Calor Condutividade Viscosidade Específico kg kJ W cP m³ kg.K m.K 1002 4,216 0,5736 1,666 998,7 4,196 0,5958 1,130 989,7 4,175 0,6339 0,6192 Fonte: Folha de dados de cálculo do trocador – Anexo A Calculando ∆TML através da Equação 26. ∆𝑇𝑀𝐿 = (𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑜𝑢𝑡 − 𝑇ℎ𝑜𝑡𝑖𝑛 ) − (𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑖𝑛 − 𝑇ℎ𝑜𝑡𝑜𝑢𝑡 ) 𝐿𝑁 ∆𝑇𝑀𝐿 = (𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑜𝑢𝑡 − 𝑇ℎ𝑜𝑡𝑖𝑛 ) (𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑𝑖𝑛 − 𝑇ℎ𝑜𝑡𝑜𝑢𝑡 ) (42,9º𝐶 − 97º𝐶) − (2º𝐶 − 15º𝐶) (42,9º𝐶 − 97º𝐶) 𝐿𝑁 (2º𝐶 − 15º𝐶) ∆𝑇𝑀𝐿 = 28,8 𝐾 Para cálculo do coeficiente global de troca térmica, U, ainda é necessário estipular os coeficientes convectivos provenientes de propriedades físicas do fluido e do comportamento dentro do trocador de calor. As propriedades físicas estão definidas na Tabela 8 e 9, sendo agora necessário conhecer as propriedades da placa a ser utilizada. A Figura 31 abaixo mostra a placa a ser utilizada e a Figura 32 algumas de suas dimensões que por mais que nem todas serão utilizadas no cálculo, ajudam a mensurar o tamanho do equipamento. Figura 31 - Placa BP60M – Similar Alfa Laval M6M Fonte: O Autor 46 Figura 32 - Dimensões Placa BP60M – Similar Alfa Laval M6M Fonte: O Autor A Tabela 10 apresenta as dimensões conforme Capítulo 4, onde esses valores serão utilizados para cálculo conforme equações do Capítulo 5. Tabela 10 - Dados da placa BP60M – Alfa Laval M6M Descrição Material Condutibilidade Térmica Espessura da Placa Ângulo de Inclinação Fluxo Área Efetiva de Troca Largura Efetiva do canal Altura da Corrugação Fator de Alargamento Diâmetro Equivalente Símbolo kp 𝜀p β A w b 𝜃 De Fonte: O Autor Valor AISI 316 17 [W/mK] 0,6 [mm] 60º Vertical 0,14 [m²] 210 [mm] 3,0 [mm] 1,07 5,583 [mm] 47 A Tabela 11 apresenta a configuração pré-estabelecida do trocador conforme Capítulo 4. Sendo que será adotado o NcI igual ao valor de NcII. Tabela 11 - Parâmetros de Configuração Adotados Descrição Número de Canais – Fluido I Número de Canais – Fluido II Número de Passes – Fluido I Número de Passes – Fluido II Posição – Fluido I Posição – Fluido II Símbolo NcI NcII PI PII Yh Yc Fonte: O Autor Valor A calcular A calcular 1 1 0 1 48 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO Devido ao fato de o coeficiente convectivo poder somente ser determinado com valores provenientes do processo no trocador, Reynolds, é necessário ter uma condição pré-estabelecida do número de placas. Assim com essa condição se determina os adimensionais, Nusselt, Reynolds e Prandtl, citados no Capítulo 3 e se chega em um coeficiente global de troca térmica. Então verifica-se se a área de troca do equipamento resultante é suficiente para atender a troca térmica exigida pelo processo. O cálculo será feito utilizando a hipótese de uma divisão mássica igualitária entre os canais, analisando a partir desse ponto o número de Reynolds e Prandtl para cada fluido em três condições distintas, uma para cada viscosidade conforme Tabela 8 e 9. Com base no número de Reynolds, se determina os parâmetros adimensionais α1 e α2 para assim se calcular o número de Nusselt. Para cada número de Reynolds obtido, três parâmetros adimensionais para cada fluido e três valores do número de Nusselt são obtidos. Como resultado final se obtém três coeficientes convectivos de transferência de calor para cada fluido que resultam em três coeficientes globais de troca térmica para o processo. Inicialmente uma média entre os resultados aparentava ser o valor mais correto, no entanto, após experimentos e comparações com resultados dos softwares utilizados e equipamentos em perfeito funcionamento com base nos cálculos efetuados no software, chegou-se à conclusão que o valor máximo encontrado apresenta resultados mais próximos do software. Todos os valores calculados estão no Anexo B. O Fluxograma I apresenta passo a passo dos cálculos até a obtenção do coeficiente global de troca térmica. 2 1 Levantamento dos dados de processo: Fluido I, Fluido II, Vazão, Temperatura entrada e saída do fluido I e II 4 Determinar α 1 e α2 7 1 10 Cálculo de Nu1, Nu2 e Nu3 para fluido I e II Cálculo de Pr1, Pr2 e Pr3 para fluido I e II Cálculo de Re , Re2 e Re3 para fluido I e II Cálculo 𝐺𝑐ℎ𝑜𝑡 e 𝐺𝑐𝑐𝑜𝑙𝑑 9 8 Levantamento dos dimensionais da placa: kp, 𝜀p, β, A, w, b, 𝜃, e De 6 5 Estabelecer parâmetros de configuração: NcI, NcII, PI, PII, Yh e Yc. 3 Levantamento das propriedades físicas dos fluidos I e II: Densidade, Calor Específico, Condutividade térmica e Viscosidade dinâmica Cálculo de h1, h2 e h3 para fluido I e II 11 Cálculo de coeficiente global de troca térmica U Fluxograma 1 – Sequência de cálculos do permutador a placas Fonte: O Autor 49 Os Gráficos 1 e 2 apresentam a comparação entre os coeficientes convectivos máximos obtidos pelas equações os apresentados na folha de dados do software. Coeficientede Convecção - Fluido I Coeficiente Convecção W/(m²K) 45000 40000 35000 30000 25000 20000 Calculado 15000 Programa 10000 5000 0 0 10 20 30 40 50 60 Número de Placas Gráfico 1 - Comparação entre os Coeficientes de convecção do Fluido I Fonte: O Autor Coeficientede Convecção - Fluido II Coeficiente Convecção W/(m²K) 60000 50000 40000 30000 Calculado Programa 20000 10000 0 0 10 20 30 40 50 60 Número de Placas Gráfico 2 - Comparação entre os Coeficientes de convecção do Fluido II Fonte: O Autor 50 O Gráfico 3 apresenta resultados quanto ao coeficiente global de troca térmica obtido através de cálculos provenientes do software e cálculos efetuados a partir das equações desse trabalho. Comparação Coeficiente Global de Troca Térmica 14000 Coeficiente Global W/(m²K) 12000 10000 8000 Calculado 6000 Programa 4000 2000 0 0 10 20 30 40 50 60 Número de Placas Gráfico 3 – Comparação entre Coeficientes Globais de Troca Térmica Fonte: O Autor Esse é o valor final utilizado para dimensionamento do equipamento no que compete ao tamanho térmico do mesmo. Os valores finais obtidos são aplicados na Equação 27 e analisados quanto a área necessária para o U encontrado e a área real, proveniente do número de placas, que gerou o U para àquela condição. O Gráfico 4 apresenta os valores quanto a área de troca necessária para cada coeficiente global de troca térmica obtido em determinado número de placas, comparado com a área real de troca. A intersecção entre as linhas do gráfico mostra o ponto onde é possível atender a área de troca com o Coeficiente U gerado, sendo essa a condição mais econômica do trocador. 51 Área de Troca 8 7 Área de Troca (m²) 6 5 4 Área Necessária Área Real 3 2 1 0 0 10 20 30 40 50 60 Número de Placas Gráfico 4 – Comparação entre Área de troca Necessária e Real Fonte: O Autor O ponto de intersecção ocorre com a quantidade de 23 placas, que apresenta os valores conforme Tabela 12 abaixo, sendo o trocador com a menor quantidade de placas apresentada pelas equações e pelo dimensionamento via software. Tabela 12 - Resultados obtidos através dos cálculos Propriedades Número de Placas Número de Canais – Fluido I – Nchot Número de Canais – Fluido II – Nccold Passes – Fluido I Passes – Fluido II Fluxo Coeficiente Convectivo – Fluido I Coeficiente Convectivo – Fluido II Coeficiente Global de Troca Térmica Área de Troca Necessária Área de Troca Real para 23 placas Fonte: O Autor Valor 23 11 11 1 1 Contracorrente 6.946 W/(m²K) 8.389 W/(m²K) 3.418 W/(m²K) 2,87 m² 2,94 m² A sequência de cálculos apresentada no Fluxograma 1, é aplicada para cada quantidade de placas pré-estabelecida, sendo o resultado, a menor área de troca que atenda a condição de processo. As informações dos 04 primeiros passos do Fluxograma 1, estão informadas nas Tabelas 7, 8, 9, 10 e 11. Logo os cálculos partem do 5º passo do fluxograma. A seguir é apresentado os resultados das equações aplicadas a condição de 23 placas. 52 Utilizando-se inicialmente a Equação 29 e posteriormente a 28. 𝑄𝑚ℎ𝑜𝑡 𝑁𝑐ℎ𝑜𝑡 𝑘𝑔 3000 ℎ 𝑊′ = 11 𝑘𝑔 ′ 𝑊 = 272,73 ℎ 𝑄𝑚𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑁𝑐𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑘𝑔 6000 ℎ 𝑊 ′′ = 11 𝑘𝑔 ′′ 𝑊 = 545,45 ℎ 𝑊′ = 𝑊 ′′ = 𝑊′ 𝑁 ′ . 𝑏. 𝑤 𝑘𝑔 272,73 ℎ 3600 = 0,21𝑚 . 0,003𝑚 𝐺𝑐ℎ𝑜𝑡 = 𝐺𝑐ℎ𝑜𝑡 𝐺𝑐ℎ𝑜𝑡 𝐺𝑐𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑘𝑔 0,0758 𝑠 = 0,00063𝑚² 𝐺𝑐ℎ𝑜𝑡 = 120,25 𝑊 ′′ 𝑁 ′′ . 𝑏. 𝑤 𝑘𝑔 545,45 ℎ 3600 = 0,21𝑚 . 0,003𝑚 𝐺𝑐𝑐𝑜𝑙𝑑 = 𝐺𝑐𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑘𝑔 𝑚2 . 𝑠 𝑘𝑔 0,1515 𝑠 = 0,00063𝑚² 𝐺𝑐𝑐𝑜𝑙𝑑 = 240,5 𝑘𝑔 𝑚2 . 𝑠 Após definição do fluxo mássico por canal Gc, utiliza-se a Equação 31 para determinação do número de Reynolds. Será determinado três números de Reynolds para cada fluido, em função da variação de viscosidade pela temperatura conforme Tabela 8 e Tabela 9. 𝑅𝑒 = 97ºC 𝑅𝑒 1 ℎ𝑜𝑡 42ºC 𝑅𝑒 2 ℎ𝑜𝑡 15ºC 𝑅𝑒 3 ℎ𝑜𝑡 = 𝑘𝑔 . 0,00583𝑚 𝑚2 . 𝑠 0,2907𝑐𝑃 1000 = 2309,4 120,25 𝑅𝑒 1 ℎ𝑜𝑡 𝑘𝑔 120,25 2 . 0,00583𝑚 𝑚 .𝑠 = 0,6301𝑐𝑃 1000 𝑅𝑒 2 ℎ𝑜𝑡 = 1065,5 𝑘𝑔 120,25 2 . 0,00583𝑚 𝑚 .𝑠 = 1,144𝑐𝑃 1000 𝑅𝑒 3 ℎ𝑜𝑡 = 586,85 𝐺𝑐 . 𝐷𝑒 𝜇 2ºC 𝑅𝑒 1 𝑘𝑔 2 . 𝑠 . 0,00583𝑚 𝑚 = 1,666𝑐𝑃 1000 𝑅𝑒 1 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 805,95 240,5 𝑐𝑜𝑙𝑑 15,5ºC 𝑅𝑒 2 𝑐𝑜𝑙𝑑 42,9ºC 𝑅𝑒 3 𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑘𝑔 . 0,00583𝑚 𝑚2 . 𝑠 = 1,13𝑐𝑃 1000 𝑅𝑒 2 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 1188,2 240,5 𝑘𝑔 . 0,00583𝑚 𝑚2 . 𝑠 = 0,6192𝑐𝑃 1000 𝑅𝑒 3 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 2168,5 240,5 53 Com a definição do número de Reynolds, é possível atribuir valores aos parâmetros adimensionais α1 e α 2, conforme Tabela 6, visto que o parâmetro α 3 é considerado fixo devido alta turbulência, conforme Saunders (1988). Re1hot α1 = 0,3 α2 = 0,663 Re2hot α1 = 0,3 α2 = 0,663 Re3hot α1 = 0,3 α2 = 0,663 α3 = 0,333 Re1cold α1 = 0,3 α2 = 0,663 α3 = 0,333 α3 = 0,333 Re2cold α1 = 0,3 α2 = 0,663 α3 = 0,333 α3 = 0,333 Re3cold α1 = 0,3 α2 = 0,663 α3 = 0,333 Paralelo a definição do número de Reynolds, é possível aplicar a Equação 32 para determinar o Número de Prandtl para cada condição, visto que haverá um resultado para cada viscosidade conforme. 𝑃𝑟 = 97ºC 𝑃𝑟 1 ℎ𝑜𝑡 42ºC 15ºC 𝑃𝑟 3 ℎ𝑜𝑡 2ºC 𝐽 0,2907𝑐𝑃 4054,5 . 1000 (𝑘𝑔. 𝐾) = 𝑊 0,67934 (𝑚𝐾) 𝑃𝑟 1 ℎ𝑜𝑡 = 1,735 𝑃𝑟 2 ℎ𝑜𝑡 𝐶𝑝 . 𝜇 𝑘 𝑃𝑟 1 𝑐𝑜𝑙𝑑 15,5ºC 𝐽 0,6301𝑐𝑃 4148 . 1000 (𝑘𝑔. 𝐾) = 𝑊 0,63555 (𝑚𝐾) 𝑃𝑟 2 ℎ𝑜𝑡 = 4,1124 𝑃𝑟 2 𝑐𝑜𝑙𝑑 42,9ºC 𝐽 1,144𝑐𝑃 4193,9 . 1000 (𝑘𝑔. 𝐾) = 𝑊 0,58554 (𝑚𝐾) 𝑃𝑟 3 ℎ𝑜𝑡 = 8,1938 𝐽 1,666𝑐𝑃 . 1000 (𝑘𝑔. 𝐾) = 𝑊 0,5736 (𝑚𝐾) 𝑃𝑟 1 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 12,245 4216 𝐽 1,13𝑐𝑃 . 1000 (𝑘𝑔. 𝐾) = 𝑊 0,5967 (𝑚𝐾) 𝑃𝑟 2 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 7,9406 𝑃𝑟 3 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 4193,05 𝐽 0,6192𝑐𝑃 . 1000 (𝑘𝑔. 𝐾) 𝑊 0,6268 (𝑚𝐾) = 4,09625 4146,47 𝑃𝑟 3 𝑐𝑜𝑙𝑑 Com a definição de Reynolds, Prandtl, dos parâmetros adimensionais α 1, α 2 e α 3, e desprezando-se o fator de correção para viscosidade na parede, μ w/μm = 1 (SAUNDERS,1988), é possível a definição do número e Nusselt, conforme Equação 29. Sendo usados os valores obtidos relacionados a mesma temperatura e/ou viscosidade. 𝜇𝑚 𝛼𝜇 𝑁𝑢 = 𝛼1 . 𝑅𝑒 . 𝑃𝑟 . ( ) 𝜇𝑤 𝛼2 𝛼3 54 97ºC 𝑁𝑢1 ℎ𝑜𝑡 = 0,3 . 2309,40,663 . 1,7350,333 . 1𝛼𝜇 𝑁𝑢1 ℎ𝑜𝑡 = 61,22 42ºC 𝑁𝑢2 ℎ𝑜𝑡 = 0,3 . 1065,50,663 . 4,11240,333 . 1𝛼𝜇 𝑁𝑢2 ℎ𝑜𝑡 = 48,874 15ºC 𝑁𝑢3 ℎ𝑜𝑡 = 0,3 . 586,850,663 . 8,19380,333 . 1𝛼𝜇 2ºC 𝑁𝑢1 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 0,3 . 805,950,663 . 12,2450,333 . 1𝛼𝜇 𝑁𝑢1 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 58,433 15,5ºC 𝑁𝑢2 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 0,3 . 1188,20,663 . 7,94060,333 . 1𝛼𝜇 𝑁𝑢2 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 65,424 42,9ºC 𝑁𝑢3 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 0,3 . 2168,50,663 . 4,09620,333 . 1𝛼𝜇 𝑁𝑢3 ℎ𝑜𝑡 = 41,414 𝑁𝑢3 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 78,184 Com os números de Nusselt, é possível determinar os coeficientes convectivos em cada temperatura/viscosidade, com uma condutividade térmica média do fluido, utilizando a Equação 30. 𝑁𝑢 = 97ºC ℎ1 ℎ𝑜𝑡 . 0,005583𝑚 61,22 = 𝑊 0,6334801 (𝑚. 𝐾) ℎ1 ℎ𝑜𝑡 = 6946,4 42ºC 𝑊 (𝑚². 𝐾) ℎ2 ℎ𝑜𝑡 . 0,005583𝑚 48,874 = 𝑊 0,6334801 (𝑚. 𝐾) ℎ2 ℎ𝑜𝑡 = 5545,6 15ºC 41,414 = ℎ 3 𝑊 (𝑚². 𝐾) ℎ𝑜𝑡 . 0,005583𝑚 0,6334801 ℎ3 ℎ𝑜𝑡 = 4699,1 𝑊 (𝑚. 𝐾) 𝑊 (𝑚². 𝐾) ℎ. 𝐷𝑒 𝐾 2ºC ℎ1 𝑐𝑜𝑙𝑑 . 0,005583𝑚 58,433 = 𝑊 0,590333 (𝑚. 𝐾) ℎ1 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 6269,6 15,5ºC 𝑊 (𝑚². 𝐾) ℎ2 𝑐𝑜𝑙𝑑 . 0,005583𝑚 65,424 = 𝑊 0,590333 (𝑚. 𝐾) ℎ2 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 7019,7 42,9ºC 78,184 = 𝑊 (𝑚². 𝐾) ℎ3 𝑐𝑜𝑙𝑑 . 0,005583𝑚 𝑊 0,590333 (𝑚. 𝐾) ℎ3 𝑐𝑜𝑙𝑑 = 8388,8 𝑊 (𝑚². 𝐾) Por fim, com a definição e todos os adimensionais, é possível o cálculo do Coeficiente global de Troca Térmica, U. Através da Equação 28, definimos três valores provenientes das três condições calculadas. Utilizando os extremos de cada coeficiente convectivo calculado, já que o fluxo ocorre em contracorrente. 55 𝜀𝑝 1 1 1 = + + + 𝑅𝑓ℎ𝑜𝑡 + 𝑅𝑓𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑈 ℎℎ𝑜𝑡 ℎ𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑘𝑝 97ºC – 2ºC 1 1 1 0,0005𝑚 = + + +0+0 𝑊 𝑊 𝑈 6946,4 𝑊 8388,8 17 (𝑚. 𝐾) (𝑚². 𝐾) (𝑚². 𝐾) 𝑈1 = 3417,9 42ºC – 15,5ºC 1 1 1 0,0005𝑚 = + + +0+0 𝑊 𝑊 𝑈 5545,6 𝑊 7019,7 17 (𝑚. 𝐾) (𝑚². 𝐾) (𝑚². 𝐾) 𝑈2 = 2839,4 15ºC – 2ºC 𝑊 (𝑚². 𝐾) 𝑊 (𝑚². 𝐾) 1 1 1 0,0005𝑚 = + + +0+0 𝑊 𝑊 𝑈 6269,6 𝑊 4699,1 17 (𝑚. 𝐾) (𝑚². 𝐾) (𝑚². 𝐾) 𝑈3 = 2489,3 𝑊 (𝑚². 𝐾) Conforme é possível analisar, o coeficiente global máximo calculado é próximo do informado na FD de cálculo, Anexo A – 3389 W/(m².K). A área de troca requisitada nessa condição de cálculo, pode ser verificada pela Equação 26. Equação 9 - Lei de Newton do resfriamento 𝑄 = 𝑈 . 𝐴 . ∆𝑇𝑀𝐿 286,45 𝑘𝑊 = 3417,9 𝑊 . 𝐴 . 28,8𝐾 (𝑚². 𝐾) 𝐴 = 2,87𝑚² Sendo a área de troca térmica efetiva de 23 placas do M6M igual a 2,94m², a mesma quantidade seria capaz de atender ao processo. 56 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a realização desse trabalho, foi possível concluir que, devido ao rendimento apresentado pelo trocador de calor, têm ganhado grande espaço na indústria. Também foi possível apresentar cálculos dentro de uma metodologia, que demonstraram serem bem coerentes e relativamente próximos dos resultados apresentados pelo software do fabricante da placa, onde o mesmo detém informações específicas da placa. Como resultado foi se obtém um método de dimensionamento térmico inicial, onde se torna possível encontrar uma configuração do trocador com determinada placa, que possa atender ao processo requisitado. Para diferentes modelos de placas, torna-se necessário a adequação dos parâmetros específicos da mesma. Com essa correção é possível adequar os cálculos para dimensionamento de qualquer trocador com placas tipo Chevron para aplicações com fluidos que possuem comportamento newtoniano. Sugere-se um desenvolvimento quanto ao modelo matemático utilizado, de modo que seja possível analisar as perdas de carga e outros tipos de configuração do equipamento, afim de otimizar o funcionamento do trocador e melhorar o aproveitamento total de sua área de transferência de calor. 57 REFERÊNCIAS ABRAHÃO, R. M. C. M. Tuberculose Humana causada pelo Mycobacterium bovis: Considerações Gerais e a Importância dos Reservatórios Animais. 1998. 318f. Dissertação (Mestrado em Epidemiologia) - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. ANCHASA,; KAKAÇ, S.; LIU, H. Heat Exchangers: Selection, Rating, and Thermal Design. 3. ed. : CRC Press, 2012. 631p. TETRAPACK. 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