Uploaded by alfredo schroeder

Dengue - Diagnóstico e Tratamento - Algoritmo

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DENGUE: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Recomendações para evitar
transfusões de sangue*
ESTÁGIOS DA DOENÇA
Dias da doença
Diagnóstico Presumível:
S
I
N
T
O
M
A
S
Temperatura
• Febre de duração inferior a sete dias
• Reside ou viajou numa área onde a dengue é atualmente transmitida
Questões clínicas potenciais
Choque
Desidratação Sangramento
Reabsorção da
sobrecarga fluido
Disfunção
de órgãos
Plaquetas
Exames laboratoriais
Hematócrito
Apresenta dois ou mais dos sinais abaixo:
•
•
•
•
Náuseas, anorexia, e vômitos
Erupção cutânea
Dor de cabeça e/ou retro-ocular
Mal-estar geral, mioartralgia
•
•
•
Leucopenia
Trombocitopenia
Petéquias ou prova do laço positiva#
Sorologia e virologia
Estágios da doença
Viremia
Febril
Crítico
Fases de recuperação
Fonte: Dengue – Diretrizes para Diagnóstico, Tratamento, Prevenção e
Controle (OMS, 2009) página 25
Uso de medicamentos e produtos naturais com potencial para prevenir complicações
• Há estudos na Ásia sobre a eficácia do extrato de folhas de mamão papaia, para acelerar o aumento de plaquetas e reduzir a gravidade da dengue10-14
• Lovastatina. Melhora a função das células endoteliais e pode ter um efeito antiviral15,16
• Na medicina tradicional mexicana usam-se infusões de Muicle (Justicia spicigera schlechtendal). Tem sido observado empiricamente que a administração oral (de 1 a 2 litros, diariamente) tem um efeito
antiviral e o número de plaquetas aumenta. Atualmente, tem sido publicadas informações, apenas, sobre suas propriedades no tratamento de câncer e outras doenças infecciosas17,18
C
L
AGENTES DE SAÚDE
Avalie os sinais de alerta:
SOLICITE
NOTIFIQUE
EXAME DE CONFIRMAÇÃO DE ACORDO
COM A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
• Dor abdominal intensa e contínua
• Vômitos persistentes
• Vazamento seroso (peritônio, pleura, pericárdio)
detectado por exame de imagem (ecografia do
abdome ou Rx do tórax)
• Acúmulo clínico de líquidos
A
S
S
Não apresenta qualquer sinal de alerta:
I
AVALIE CONDIÇÕES COEXISTENTES OU RISCO SOCIAL:
Condições coexistentes: Gravidez, idade abaixo de 2 anos, idoso (65 anos ou
mais), obesidade, diabetes mellitus, cardiopatias, outras condições de risco.
F
Risco social: Mora sozinho, difícil acesso a hospital, extrema pobreza, outros.
•
•
•
•
Sangramento da mucosa
Sonolência ou irritabilidade
Alargamento do fígado (> 2 cm)
Nos exames: Aumento do HCT, simultâneo com
rápida diminuição na contagem de plaquetas.
Presença de um ou mais sinais de alerta:
Inicie imediatamente o tratamento local e durante a transferência
I
C
A
Ç
Ã
O
T
R
A
T
A
M
E
N
T
O
E
A
C
O
M
P
A
N
H
A
M
E
N
T
O
AUSENTE
DENGUE SEM SINAIS DE ALERTA OU
COMORBILIDADE Critérios:
• Ausência de sinais de alerta, e
• Tolera volumes adequados de fluido oral
• Tem débito urinário normal
PRESENTE
DENGUE COM COMORBILIDADE
Critérios:
• Condições pré-existentes, ou
• Risco social
GRUPO A
GRUPO B
Requer internação hospitalar
hospitalarttance to hospital
EXAMES DE LABORATÓRIO
• Hemograma com plaquetas
EXAMES DE LABORATÓRIO
• Hemograma com plaquetas
EXAMES DE LABORATÓRIO
• Hemograma com plaquetas
TRATAMENTO
• Relativo repouso na cama, isolar o paciente
para prevenir picadas do mosquito.
• Adequada ingestão de líquido (1,5 litros ou
mais, diariamente). Exemplo: Solução
salina oral, sucos de frutas, água de coco,
3
sopas. Não beber água pura
• Paracetamol (acetaminofeno):
Adultos: 500 - 1000 mg a cada 6 horas,
máximo 4g ao dia
Crianças: 10 a 15 mg/kg/dia
• NÃO USE ASPIRINA ou outros AINEs
(diclofenaco, naproxeno, ibuprofeno, etc.).
• NÃO ADMINISTRE antibióticos ou
corticosteroides
• Evite aplicação de medicamentos
intramuscular
• Dê instruções verbais e escritas sobre os
sinais de alerta, medidas preventivas e
contraindicações.
TRATAMENTO
• Hidratação oral de acordo com
condição pré-existente
• Se a hidratação oral não é
tolerada, inicie hidratação
endovenosa com cristaloides, 2-3
ml/kg, de acordo com as
condições pré-existentes
• Isolamento de mosquitos
• Vigilância clínica específica de
acordo com o tipo de condição
associada
• Tratamento sintomático como
aquele dado aos pacientes
ambulatoriais
• Dê instruções verbais e escritas
sobre medidas preventivas e
contraindicações
TRATAMENTO
• Obtenha o HCT antes de hidratar
o paciente
• Administre solução salina 0,9% ou
lactato de Ringer a 10 ml/kg/hora
em 1 hora
ACOMPANHAMENTO
• Controle diário
• Procure por sinais de alerta, a cada
consulta, até 48 horas após término da
febre.
• Procure por sinais e sintomas de melhora
clínica
• Hemograma diário, se possível, ou a cada
dois dias.
• Controle dos sinais vitais com
equilíbrio hídrico
• Procure por sinais de alerta, até
48 horas após término da febre.
• Hemograma diário
• Mantenha vigilância sobre
condições associadas
Prova do laço: Insuflar o manguito de
pressão arterial para um valor médio, entre
pressão máxima e pressão mínima, durante
5 minutos e contar o número de petéquias.
A presença de petéquias indica teste
positivo para dengue.
Abreviações
HCT: Hematócrito
TP: Tempo de Protrombina
TTPA: Tempo de Tromboplastina Parcial
Ativada
SF: Solução Fisiológica
Critérios: Uma ou mais descobertas
• Choque hipovolêmico devido à perda de plasma e/ou
insuficiência respiratória, devido acumulação de líquidos
• Sangramento grave
• Disfunção grave de órgãos
Critérios:
Um ou mais sinais de alerta
Pode ser tratado em casa
ACOMPANHAMENTO
DENGUE SEVERA
DENGUE COM
SINAIS DE ALERTA
Avalie:
• Se os sinais de alerta persistem,
repita o procedimento 1 ou 2
vezes mais
• Se os sinais de alerta melhoram e
o HCT cai, reduza a infusão para
5-7 ml/kg/hora durante 2-4 horas.
Reavalie:
• Se a melhora clínica continua,
reduza para 3-5 ml/kg/hora
durante mais 2-4 horas.
• Se continuar melhorando, reduza
para 2-3 ml/kg/hora durante mais
24-48 horas e inicie hidratação oral.
• Se os sinais vitais pioram e/ou
HCT aumenta, trate a doença
como dengue severa.
• Se os sinais vitais pioram e o HCT
cai abruptamente, considere
hemorragias (veja dengue severa)
ACOMPANHAMENTO
• Controle os sinais vitais e a
perfusão periférica a cada 1-4
horas.
• HCT durante a re-hidratação e a
cada 12 horas por 24-48 horas.
• Exames: glicemia, TP, TTPA,
fibrinogênio, enzimas hepáticas,
proteínas/albuminas totais.
Critérios para alta hospitalar (todos devem estar presentes)
• Ausência de febre por 48 horas
• Melhora da condição clínica, aumento da contagem de plaquetas
• Ausência de dificuldade respiratória. Hematócrito estável sem
hidratação intravenosa
GRUPO C
Requer internação, de preferência em UTI
•
•
•
•
EXAMES DE LABORATÓRIO
Hemograma com plaquetas
Grupo sanguíneo e fator Rh
Coagulograma, Rx do tórax e ecografia abdominal
Outros, de acordo com a condição clínica associada.
PRINCÍPIOS GERAIS
• Obtenha o HCT antes de hidratar o paciente
• Peça rigoroso repouso e medidas protetivas contra trauma.
NÃO aplique injeções intramusculares.
• Tenha cautela ao inserir sonda nasogástrica. Lubrifique a
sonda orogástrica. Inserção de cateter nas veias centrais
deve ser feita com ultrassom ou por pessoa experiente.
• Ofereça oxigênio suplementar (máscara ou cateter nasal) em
situações de choque
TRATAMENTO
• Comece a solução salina 0,9% ou lactato de Ringer a 20 ml/kg
em 15-30 minutos
Avalie:
• Se o paciente melhorar, continue com a mesma solução a 10
ml/kg por 1 hora. Se seguir melhorando, continue reduzindo a
infusão como na dengue com sinais de alerta.
• Se o paciente não melhorar e o HCT continuar elevado, repita
o procedimento de hidratação (20 ml/kg em 15-30 minutos).
Reavalie:
• Se melhorar, continue com cristaloides a 10 ml/kg em 1 hora, e
prossiga como na dengue com sinais de alerta.
• Se não melhorar e o HCT continua alto, aplique um terceiro
bolus de cristaloide e avalie o bombeamento (miocardite).
• Considere o uso de drogas vasoativas
• Corrija acidose, hipocalemia, e glicemia.
• Se não melhorar, comece com coloides a 10-20 ml/kg em 3060 minutos.
Reavalie:
• Se melhorar, mude para cristaloides a 10 ml/kg em 1 hora
e prossiga como na dengue com sinais de alerta.
• Se não melhorar, continue com coloides a 10-20 ml/kg em 1 hora
Reavalie:
• Se o paciente não melhora e HCT cai, isso indica sangramento
e a urgente necessidade de estancar a hemorragia.
TREATMENTO DE HEMORRAGIA
• Corrija coagulopatias com crioprecipitados (1u/10 kg)
• Imunoglobulina Anti-D (50-75 mg/kg). Estudos tem
relatado seu uso eficaz em estancar hemorragias devido a
dengue.
• Ácido tranexâmico (500 mg – 1 g/hora)
• Cauterize fontes de sangramento
*Nota: A menos que indicado de outra forma, na bibliografia, as recomendações deste documento são baseadas principalmente no manual Dengue – Diretrizes para Diagnóstico, Tratamento,
Prevenção e Controle (OMS, 2009). As opções aqui apresentadas não são restritas a apenas um tipo de tratamento. Nem todas as estratégias mencionadas são adequadas ou aceitáveis para todo
paciente. Além de respeitar os desejos do paciente, o pessoal médico deve usar bom senso clínico, consultar especialistas experientes, e individualizar o tratamento de acordo com as circunstâncias
clínicas específicas. Assim como em qualquer outra situação clínica, as monografias devem ser consultadas quanto à dosagem adequada e possíveis efeitos adversos, particularmente no caso de
drogas pouco conhecidas e raramente usadas. Mesmo que possa haver pouca documentação sobre alguns tratamentos, vale a pena tê-los em mente quando outras opções sem o uso de sangue já
tenham sido testadas e provaram ineficazes. Embora as opiniões aqui tenham sido cuidadosamente examinadas e refletem o conhecimento médico e científico atual, elas estão sujeitas a alterações.
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