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Alimentação e Nutrição do Doente Dislipidémico 2018

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Alimentação e Nutrição no Doente Dislipidémico
Davide Carvalho
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo
Hospital de S. João / Faculdade de Medcina do Porto
Sumário do Metabolismo Lipoproteico
Via exógena
Transporte de quilomicra dos lípidos e
colesterol da dieta
Lípidos e
colesterol
da dieta
Via endógena
Metabolismo de VLDL e HDL no
plasma
Ácidos
biliares
+
colesterol
LDL
CE
B-100
Receptor de LDL
Receptor de LDL
Fígado
Intestino
Receptor do
fragmento
Quilomicra
TG>C
C
Receptor de HDL LCAT
(?)
Receptor de
plasmático
HDL
VLDL
IDL
IDL
HDL
C>TG
TG>C
Fragmento
C>TG
E
E
B-48
LPL
B-48
Tecidos
Extra
hepáticos
E
E
C
B-100 A-1
B-100
LPL
AGL
Tecido adiposo e músculo
AGL
Tecido adiposo e músculo
A-2
Metabolismo das HDL e Transporte Inverso do Colesterol
CIII
CII
B
Coles
terol
LPL
R LDL
CIII
E
Quilomicrons
B
CII
LPL
CIII
B
E
LRP
LDL-R
LPL
LH
CII
E
IDL
VLDL
Célula
B
LDL
SR-A
CD36
SR-B1
Lipidos
CEPT CIII
HDL -R
Apo
A1
HDL -R
Rim
HDL
Oxidação
LCAT
Lipase
Hepática
Apo
A1
HDL
nascente
Macrófago
Dislipidemias
tem uma substância estatina-like
Terapêutica Dietética
Recomendações dietéticas para o Tratamento da Hipercolesterolemia
Ingestão recomendada
Nutrientes
Para atingir e manter o peso desejável
Calorias
25 a 35% das calorias totais
Gordura Total
<7% das calorias totais
Ácidos gordos saturados
>10% das calorias totais
Ácidos gordos poliinsaturados
> 20% das calorias totais
Ácidos gordos monoinsaturados
> 50 a 60% das calorias totais
Glícidos
Aproximadamente 15% das cal. Totais
Proteínas
<200mg/dia
Colesterol
20 a 30g/dia
Fibras
Dietas Hipolipídicas versus Hipoglicídicas
• A redução da ingestão calórica abaixo do dispêndio resulta numa taxa
previsível de perda de peso relacionada com o deficit energético.
- Kinsell, LW, Gunning, B, Michaels, GD, et al. Calories do count. Metabolism 1964;
13:195.
• Os inquéritos alimentares são frequentemente inexactos. A maioria das
pessoas com peso normal subavaliam em 10 a 30% o que ingerem enquanto
nos obesos esse valor sobe para mais de 30%
- Champagne, CM, Bray, GA, Kurtz, AA, et al. Energy intake and energy
expenditure: a controlled study comparing dietitians and non-dietitians.
J Am Diet Assoc 2002; 102:1428.
• A taxa de perda de peso está directamente relacionada com a diferença
entre a energia ingerida e o dispêndio energético do indivíduo. Um
balanço energético negativo de 500 kcal/dia deve resultar numa perda
de peso de 0,45 kg/semana.
Recomendações Nutricionais de Dietas Hipocalóricas Equilibradas
Energia
~ uma redução de 500 a 1000 Kcal./dia
relativas à ingestão usual
Gordura
30% ou menos
Ác. Gordos Saturados
8 a 10% E T
Ác. Gordos Mono
Até 15 % E T
Ác. Gordos Poli
Até 10% E T
Colesterol
< 300 mg / dia
Proteinas
~ 15 % E T
Glícidos
55 % E T
Cloreto de Sódio
máx. 100 mmol / dia ( ~ 2.4g Na ~ 6g NaCl )
Cálcio
1000 a 1500 mg
Fibra
20 a 30 g ( máx. 35g)
Dietas hipoglicídicas
• Dieta Atkins – publicada em 1972, 1992, 2002
• Mais de 18 milhões de cópias vendidas
Robert Atkins
Foster G. A randomized trial of a low-carbohydrate diet for obesity. NEJM 2003; 348: 2082-2090
Dietas Hipoglicídicas
Dieta Hipoglicídica
Fases do Tratamento
• Menu da Fase de Indução 20 g de glícidos/dia
• Menu da Fase de Tratamento – aumento de 5 g por
semana até atingir uma perda de 0,9 Kg/semana até
atingir uma perda de 2,3 a 4,5 Kg.
• Menu da Fase de Manutenção – Aumento da dose de
glícidos até 10 g/semana até parar a perda de peso.
Dietas Hipoglicídicas
Fase de indução
• Pequeno Almoço
Fatias de Toucinho,
4
Café, descafeinado,
2,24 dL
Ovos mexidos, 2
 Jantar
• Almoço
Cocktail de camarões
Hambúrguer de
Mostarda, 1 colher chá
queijo s/pão
Maionese, 1 colher sopa
Toucinho, 2 fatias
Queijo americano, 28g Consomé, 1 chávena
Empada de picado de Bife, 164 g
Salada
bife, 164 g
Salada pequena, sem Molho russo
Geleia sem açúcar, 1
molho
chávena
Água
Natas, 1 colher sopa
Dietas Hipoglicídicas
Análise Nutricional da Dieta de Atkins
Indução Perda de Peso
Energia
Proteína, g (%energia)
Glícidos, g (%energia)
Gordura, g (%energia)
Álcool, g (%energia)
Gordura saturada,g
Colesterol, mg
Fibra, g
Cálcio, mg (%VD))
Ferro, mg (%VD)
Vitamina C (%VD)
Vitamina A, RE (%VD)
Folatos, ug (%VD)
Vitaina B12, 5g (%VD)
Tiamina, m (%VD)
1759
143 (33%)
15(3%)
125(64%)
0
42
886
2
373(37%)
15(86%)
20(33%)
799(80%)
143(36%)
11(191%)
0,7(48%)
1505
120 (32%)
36 (10%)
97(58%)
0
45
885
7
952(95%)
10(54%)
140(234%)
1525(153%)
268(67%)
8(132%)
1,1(76%)
Manutenção
2173
135 (25%)
116 (22%)
110(45%)
26 (8%)
38
834
18
1019(102%)
13(70%)
242(404%)
2521(252%)
584(146%)
5(80%)
1,0(64%)
Peso Corporal (kg)
Dieta Hipoglicídica
Ensaio a médio prazo – 6 meses
Dieta Hipoglicídica
Dieta Convencional
92
*
*
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
24
88
84
80
Tempo (semanas)
Brehm B. A randomized trial comparing a very low carbohydrate diet and a calorie-restricted low fat diet
body weight and cardiovascular risk factors in healthy women. J Clin Endocrinol Metab 2003; 88: 1617-
Dieta Hipoglicídica
Ensaio a médio prazo – 6 meses
0
Perda de Peso (Kg)
-2
p=0,002
-4
p=0,001
p=0,002
4
6
-6
-8
-10
Dieta Hipoglicídica
Dieta Convencional
-12
-14
-16
0
2
Meses
Samaha F. A low-carbohydrate as comapred with a low-fat diet in severe obesity. N Engl J Med 2003; 348:2074-81
Foster TRIAL
Dieta Hipoglicídica Dieta Convencional
Características
33
30
Sexo
12
8
Masculino
21
22
Idade (a)
44,0+9,4
44,2+7,0
IMC (Kg/m2)
33,9+3,8
34,4+3,1
PAS (mmHg)
120,5+11
123,3+16,4
PAD (mmHg)
74,6+8,5
77,6+10,8
Triglicerídeos( mg/dL) 131,1+113,8
122,6+82,6
Colesterol (mg/dL) T
200,5+3,5
193,7+32,1
LDL
129,5+30,0
119,8+30
HDL
46,8+11,2
49,4+12,5
Sensibilidade à Insulina
0,35+0,0
0,54+0,04
Foster G. A randomized trial of a low-carbohydrate diet for obesity. NEJM 2003; 348: 2082-2090
FOSTER TRIAL
Dieta Hipoglicídica Mais Eficaz Que A Convencional em
Termos de Redução de Peso
* p<0,05
0
Dieta convencional
Variações de Peso (%)
-2
-4
*
-6
*
-8
Dieta hipoglicídica
-10
-12
0
3
6
9
12
Meses
Foster G. A randomized trial of a low-carbohydrate diet for obesity. NEJM 2003; 348: 2082-2090
FOSTER TRIAL
Dietas Hipoglicídicas são cetogénicas
Indivíduos com Concentrações de
Corpos Cetónicos Positivas (%)
100
Dieta hipoglicídica
Dieta convencional
80
*
60
*
*
* p<0,003
*
40
20
0
0
2
4
8
10
16
20
26
34
42
52
Semanas
Corpos cetónicos positivos definidos como 5 a 100 mg/dL
Foster G. A randomized trial of a low-carbohydrate diet for obesity. NEJM 2003; 348: 2082-2090
FOSTER TRIAL
15
10
5
0
-5
-10
-15
-20
6
4
*
*
-25
-30
Colesterol HDL(%) Colesterol (%)
Colesterol LDL (%) Triglicerídeos (%)
Efeito da Dieta Hipoglicídica nos lípidos
Dieta Hipoglicídica
Dieta Convencional
2
0
-2
4
*
-6
* p<0,05
-8
-10
-12
-35
0
3
6
9
12
10
5
0
*
-5
-10
-15
0
3
6
Meses
9
12
0
3
6
9
12
25
20
15
*
10
*
5
0
-5
0
3
6
Meses
9
12
Foster G. A randomized trial of a low-carbohydrate diet for obesity. NEJM 2003; 348: 2082-2090
FOSTER TRIAL
Efeito da Dieta Hipoglicídica na PA
Dieta Hipoglicídica
Dieta Convencional
2
Variação de mm Hg
1
PAS
0
-1
0
6
3
-2
-3
-4
-5
12
PAS
PAD
* p<0,05
*
em realção ao valor basal
*
PAD
*
Meses
Foster G. A randomized trial of a low-carbohydrate diet for obesity. NEJM 2003; 348: 2082-2090
Comparação de 4 Dietas Populares
• Avaliar a taxa de adesão e a eficácia de 4 dietas populares para
a perda de peso e redução dos factores de risco
cardiovasculares
– Dieta hipocalóricas balanceadas com ênfase nas pequenas
porções – Dieta Weight Watchers
– Dieta Hipoglicídicas sem restrição de gorduras – D. Atkins
– Dieta hiperproteica e controlando a carga glicémica – Dieta
Zone
– Dieta Hipolipídica – Dieta Ornish
Dansinger M. Comparison of the Atkins, Ornish Weight Watchers, and Zone Diets for weight loss and
heart disease risk reduction. JAMA 2005; 294:43-53.
Comparação de 4 Dietas Populares

Desenho, meio e participantes






Centro médico universitário,
IMC médio 35, variação 27-42
Idades 22 a 72 a.
Hipertensos, dislipidémicos e diabéticos
160 – 40 para cada grupo
Objectivos
Variações de peso e dos factores de risco ao ano, e
taxa de adesão autoreportada à dieta escolhida
Dansinger M. Comparison of the Atkins, Ornish Weight Watchers, and Zone Diets for weight loss and
heart disease risk reduction. JAMA 2005; 294:43-53.
Comparação de 4 Dietas Populares
• Perda de peso ao ano
– Atkins 2,14,8, p=0,009, 53% de adesão (21/40)
– Zone 3,26,0, p=0,002, 65% de adesão (26/40)
– Weight Watchers
3,0 4,9, p<0,001, 65% de adesão (26/40)
– Ornish3,3 7,3,p=0,007, 50% de adesão (20/40)
• Análise ITT
– Perdas de 2, 1 a 3,3 Kg
Dansinger M. Comparison of the Atkins, Ornish Weight Watchers, and Zone Diets for weight loss and
heart disease risk reduction. JAMA 2005; 294:43-53.
Perda de Peso pelo tipo de dieta
Dansinger M. Comparison of the Atkins, Ornish Weight Watchers, and Zone Diets for weight loss and
heart disease risk reduction. JAMA 2005; 294:43-53.
Perda de Peso por taxa de adesão
Dansinger M. Comparison of the Atkins, Ornish Weight Watchers, and Zone Diets for weight loss and
heart disease risk reduction. JAMA 2005; 294:43-53.
Efeito nos lípidos
• O colesterol LDL diminuiu
significativamente em todas
exceto na de Atkins,
• O colesterol HDL aumentou em
todos exceto na dieta de Ornish
• A razão LDL/HDL colesterol
diminuiu significativamente nos
quatro tipos de dieta.
Dansinger M. Comparison of the Atkins, Ornish Weight Watchers, and Zone Diets for weight loss and
heart disease risk reduction. JAMA 2005; 294:43-53.
Efeitos nos Marcadores Inflamatórios
Dansinger M. Comparison of the Atkins, Ornish Weight Watchers, and Zone Diets for weight loss and
heart disease risk reduction. JAMA 2005; 294:43-53.
Efeitos nos Níveis de Insulina
Dansinger M. Comparison of the Atkins, Ornish Weight Watchers, and Zone Diets for weight loss and
heart disease risk reduction. JAMA 2005; 294:43-53.
Comparação de 4 Dietas Populares
Avaliação da adesão
• Ao fim de um mês os participantes
– Na dieta de Atkins ingeriam uma média de 68 g de
glicidos, longe das 20 g recomendadas
– Na dieta de Ornish – 27 g de gordura ou 17% do VCT
longe dos 10% recomendados ( ao ano 32%)
– Na dieta Zone- glícidos 45% idêntico ao recomendado;
gordura 34% acima dos 30% recomendado
Comparação de 4 Dietas Populares
Conclusões
•
•
•
•
Perda de peso semelhante nas 4 dietas
Melhoria dos factores de risco dependente da perda de peso
Maior dificuldade: adesão a longo prazo
Razões para abandono
– Dificuldade em cumprir a dieta
– Não causa suficiente perda de peso
Controvérsias
• Dieta Ornish
– Reversão da progressão da DC medida por arteriografia
coronária quantitativa – aos 5 anos
- Ornish D. JAMA 1998; 280: 2001-7
– Regressão da DC avaliada por cintigrafia
- Gould K. JAMA 1995; 274: 894-901
– Melhoria de venticulografia de radionuclidos: redução de
91% na frequência de angina aos 3 meses
- Ornish D. JAMA 1983; 249: 54-59
Dietas Hipoglicídicas
• Preocupações a longo prazo
–
–
–
–
–
Calciúria – litíase renal e osteopenia
Excesso de proteínas em doentes D. renal e hepática
Aterogenicidade
Cancro do cólon
Outros efeitos adversos – Obstipação, Cefaleias, Mau hálito, Caimbras,
diarreia, fraqueza geral
• Hipótese de trabalho : escolha de gorduras (gorduras mono e poliinsaturadas) e proteínas (peixes, galináceos, leguminosas e frutos
secos) mais saudáveis
PREDIMED (Prevención con Dieta Mediterránea)
• Mediterranean diet supplemented with extra-virgin olive oil, a Mediterranean
• diet supplemented with mixed nuts,
• control diet (advice to reduce dietary fat).
Estruch R, et al. Primary Prevention of Cardiovascular Disease with a Mediterranean Diet. N Engl J Med
2013;368:1279-90.
PREDIMED (Prevención con Dieta Mediterránea)
Efeito de uma Dieta Mediterrânica
Estruch R, et al. Primary Prevention of Cardiovascular Disease with a Mediterranean Diet. N Engl J Med
2013;368:1279-90.
PREDIMED (Prevención con Dieta Mediterránea)
Efeito de uma Dieta Mediterrânica
Estruch R, et al. Primary Prevention of Cardiovascular Disease with a Mediterranean Diet. N Engl J Med
2013;368:1279-90.
Estruch R, et al..
N Engl J Med
2013;368:1279-90.
Colesterol Alimentar
• Influencia diretamente os níveis de colesterol
• Encontrado apenas em alimentos de origem animal
• Possui menor efeito sobre a colesterolemia, se comparado com
a gordura saturada
• Para reduzir, restringir:
– Consumo de vísceras ( fígado, miolos, miúdos)
– Leite integral e seus derivados
– Biscoitos amanteigados, croaçãs, folhados
– Sorvetes cremosos, embutidos, frios, rede de aves
– Marisco, gema de ovo ( 225mg/unidade)
Ácidos Gordos Saturados
• Elevam a colesterolemia por reduzirem recetores celulares B-E,
inibindo a remoção do Col LDL pelo fígado
• Permite , ainda, maior entrada de colesterol nas partículas LDL
• Principal causa alimentar de elevação do colesterol plasmático
• Para reduzir, restringir:
– Gordura animal ( carnes gordas, leite e derivados)
– Polpa de coco, óleo de dendê e coco no preparo de
alimentos
o ácido esteárico é uma componente importante da carne de porco, que é mais saudável do que a
maioria da spessoas pensa;
Objectivos da Intervenção no Tratamento da
Dislipidemia na Diabetes
A HMG-CoA redutase está  no intestino e no fígado de animais com
diabetes, sugerindo um  na síntese de colesterol de novo.
Foi demosntrado que a expressão do ARNm Niemann Pick C1-like 1 é
 na diabetes, sugerindo um  na absorção do colesterol.
Foi demonstrado que a ABCG5 e G8 estão  no fígado e no intestino,
na diabetes, sugerindo uma  do bombeamento do colesterol para o
lumen do intestino e para a bílis.
Tomkin G. Diabetes Care, 2008; 31 (Suppl. 2):S241–S248
Os diabéticos tem um aumento da absorção
do colesterol
Lally S, Owens D, Tomkin GH. Sitosterol and cholesterol in chylomicrons of type 2 diabetic and non-diabetic
subjects: the relationship with ATP binding cassette proteins G5 and G8 and Niemann–Pick C1-like 1 mRNA.
Diabetologia 2007;50:217–219
A ABSORÇÃO DO COLESTEROL
Alvos terapêuticos existentes e futuros
Bilis
Dieta
Fígado
Colesterol
Sais
biliares
Sais biliares
Colesterol
luminal
Ezetimibe
Enterócito
Duodenal/jejunal
NPC1L1
Esteróis vegetais
Linfa
AVASIMIBE
ACAT2
Colesterol Micelar
ABCG5/G8
Sais biliares
Colesterol não
absorvido
TG
MTP
IMTP
Sais Biliares
Apo B48
Ileum
enterócito
Resinas
Esteróis Fecais
Quilomicra
Circulação
entero-hepática
IBAT
The Health Science Center for Continuing Medical Education, New York, NY
EAM
AVC
Ácido esteárico
Hunter, JE, et al Cardiovascular disease risk of dietary stearic acid compared with trans, other saturated, and
unsaturated fatty acids: a systematic review. Am J Clin Nutr 2010;91:46–63.
Hunter, JE, et al Cardiovascular disease risk of dietary stearic acid compared with trans, other saturated, and
unsaturated fatty acids: a systematic review. Am J Clin Nutr 2010;91:46–63.
Ácidos Gordos Insaturados
• Omega-6 ( linoleico e araquidónico); omega-9 (oleico) e omega-3
(α-linoleico, eicosapentanoico –EPA, docosahexanoico-DHA)
• Substituição dos ácidos gordos saturados por ácidos gordos
poliinsaturados reduz o CT e o Col LDL
– Menor produção e maior redução das LDL
– Diminuição da proporção de colesterol no Col-LDL
• Possuem o inconveniente de baixarem o Col-HDL e induzir maior
oxidação lipídica
• Omega -3 diminuem os TG por diminuírem a secreção hepática de VLDL
• Fontes:
– Óleos vegetais, azeite, colza, azeitona, abacate, castanhas, nozes, amêndoas, peixes
de água fria
– Bacalhau –peixe magro, devido ao baixo teor lipídico (polinsaturados) Teor em
colesterol elevado
ORIGIN TRIAL
Omega 3 AG Poliinsaturados
•
•
•
•
•
•
Inibem a agregação plaquetária
Anti-inflamatória
↓ a Lp (a) e os triglicerideos
Anti-arritmico
↓ a frequência cardíaca e a PA
↑ ingestão de óleo de peixe tem sido associado a um
aumento da DC e morte
• Mal estudado em doentes com diabetes/AGJ/ DTG
Dietary Omega-3 FA Intake
Omega-3
Placebo
Median
Median
Baseline - mg/day
210
209
2 year – mg/day
230
230
End of Study – mg/day
257
253
> 1 Serving Fish/wk
N (%)
N (%)
Baseline
36
36
2 year
36
37
End of Study
38
37
Omega-3 FA Intake
Recommendations for secondary CV prevention:
ESC (2003) - 1 g/day AHA (2010) - 2, 3.5ozservings/week of oily fish (~1g)
Adherence (% on Drug)
Omega-3
Placebo
1 year
96
96
3 year
93
93
5 year
91
90
End of Study
88
88
Mean Effect on Lipids (Conventional U)
Omega-3
(n=6281)
Placebo (n=6255)
Baseline
Change
Baseline
Change
LDL (mg/dl)
112
-11.8
112
-12.4
HDL (mg/dl)
46
-0.1
46
-0.2
Triglycerides (mg/dl)*
142
-23.5
140
-9.0
*P<0.001
Primary Outcome: CV Death
# at Risk
1
2
3
4
5
6
7
n-3 6281
6161
6034
5882
5706
5503
3896
879
P
6143
6017
5848
5685
5492
3893
837
0.15
0.20
6255
0.10
n-3 fatty acids
0.05
Placebo
HR 0.98; 95% CI, 0.87-1.10;P=0.72
0.0
Proportion with events
0.25
0.30
Time to Adjudicated CV Death
Outcome Status Known for 99.3% of Participants
0
1
2
3
4
Years of Follow-up
5
6
7
MI, stroke or CV death
# at Risk
1
2
3
4
5
6
7
n-3 6281
6044
5843
5630
5403
5154
3601
791
P
6051
5852
5616
5387
5140
3604
766
0.15
0.20
6255
0.10
n-3 fatty acids
0.05
Placebo
HR 1.01; 95% CI, 0.93-1.10
0.0
Proportion with events
0.25
0.30
Time to Adjudicated Primary Outcome 1 - CV Death MI Stroke
0
1
2
3
4
Years of Follow-up
5
6
7
REDUCE-IT
Icosapentanoic acid (EPA) - Cardiovascular effects
Primary End Point - cardiovascular death, nonfatal MI, nonfatal
stroke, coronary revascularization, or unstable angina
Key Secondary End Point - cardiovascular death,
nonfatal MI, nonfatal stroke
4g/day
Bhatt, D, et al. Cardiovascular Risk Reduction with Icosapent Ethyl for Hypertriglyceridemia. N E J
Med 2018
Summary & Conclusions
• Neutral effect on cardiovascular death, MACE composite,
total mortality, fatal arrhythmia
• Omega 3 FAs lowered triglyceride levels
• Well tolerated, high adherence (88%) and follow up
(99%) at study end
Adding 1 g of omega 3 fatty acids for > 6 yrs does not reduce
cardiovascular outcomes in people with dysglycemia & other
CV risk factors
Ácidos Gordos Trans
• Sintetizados durante a hidrogenação dos óleos vegetais na
produção de margarinas
• Pela semelhança estrutural com ácidos saturados, provoca
elevação da colesterolemia com aumento do Col-LDL e redução
Col-HDL
• Quanto mais dura a margarina, maior concentração de gordura
trans
• Outras fontes: óleos e gorduras hidrogenadas, shortenings
(gorduras industriais presentes em sorvetes, chocolates, pães
recheados, molhos para salada, maionese, cremes para
sobremesa e óleos par fritura industrial)
Fibras
• Glícidos complexos não absorvidos pelo intestino, com ação
reguladora da função gastrointestinal
• Podem ser solúveis ou insolúveis ( em água)
• As fibras solúveis reduzem o tempo de trânsito intestinal e
ajudam na remoção do colesterol, a saber. Pectina (frutas),
gomas (aveia, cevada, feijão, grão de bico, lentilha, ervilhas)
• As insolúveis não atuam sobre a colesterolemia mas produzem
saciedade ( trigo, grãos, hortaliças)
• Recomendação: 20 a 30g/dia, sendo 25% (6g) de fibra solúvel
Fitosteróis
• Desempenham função análoga ao colesterol em vegetais
• Besta-sitosterol é o principal
• Diminuem a absorção de colesterol por competirem pelo sítio
nas micelas no intestino
• Ingestão 3-4g/dia diminui Col-LDL em 10 a 15%
• Uma dieta balanceada em vegetais fornece em média 200400mg/dia
• Não influencia os níveis de Col HDL e TG
Hipertrigliceridemia
• Doentes com níveis muito elevados de TG e quilomicronemia
devem reduzir a ingestão de gordura total da dieta
• Na hipertrigliceridemia secundária à diabetes ou obesidade
recomenda-se redução da ingestão calórica, restrição de
glicidos e compensação da diabetes
Programa Alimentar
• O consumo de frutas e vegetais está inversamente
relacionado com o risco de Doença coronária e AVC

Joshipura KJ, The effect of fruit and vegetable intake on risk for coronary
heart disease. Ann Intern Med 2001;134:1106-14.
 Bazzano LA. Legume consumption and risk of coronary heart disease in US
men and women: NHANES I Epidemiologic Follow-up Study. Arch Intern
Med 2001; 161:2573-8.
• Uma meta-análise de estudos prospectivos concluiu que os indivíduos com um
consumo de frutos e vegetais no percentil 90 comparativamente com o percentil
10 tinha uma redução 15 % da DC isquémica
– Law MR. By how much does fruit and vegetable consumption reduce the
risk of ischaemic heart disease? Eur J Clin Nutr 1998; 52:549-56.
• Uma meta-análise de estudos de coorte demonstrou que quanto maior a
ingestão de frutos e vegetais menor o risco de AVC;
• Comparativamente com a ingestão inferior a 3 porções/dia, o risco foi reduzido
para 3 a 5 e mais de 5 porções/dia (Risco relativo 0,89 e 0,74, respectivamente
–
He FJ. Fruit and vegetable consumption and stroke: meta-analysis of cohort studies. Lancet.
2006;367:320-6.
• Um estudo demonstrou que o menor risco se associava a consumo de vegetais
crucífero (eg, brócolos, hortaliças, couve-flor, couves Bruxelas), vegetais de folhas
verdes, citrinos, e frutos e vegetais ricos em vitamina C. O consumo de 6 porções
pouco benefício concedia em relação ao consumo de 5 ou 6 porções
– Joshipura KJ . Fruit and vegetable intake in relation to risk of ischemic stroke. JAMA
1999; 282:1233-9.
• O efeito benéfico do consumo de frutas e vegetais proveio também do estudo dos
níveis de enterolactona, composto sintetizado quando fitoestrogénios vegetais são
modificados por bactéria intestinais, e é um possível biomarcador de uma dieta
rica em frutos e vegetais e cerais integrais. Num estudo 167 homens com eventos
coronários e 167 sem história de DC, os níveis séricos de enterolactona eram
inferiores nos com um evento coronário (18,2 versus 23,5 nmol/L nos controlos)
Após ajuste para outros factores de risco, homens com as concentrações mais
elevadas tinham um risco 65% inferior de síndrome coronário agudo
comparativamente com as menores.
– Vanharanta M; Risk of acute coronary events according to serum concentrations of
enterolactone: a prospective population-based case-control study. Lancet 1999; 354:2112-5.
• Num grande estudo de uma população semelhante, 1889 doentes sem
DC prévia doseou-se a enterolactona sérica e foram seguidos durante
12 anos. Houve 70 mortes relacionadas com DC.
• O risco relativo ajustado (RR) de morte entre os do quartil mais
elevado de enterolactona foi 0.44 comparado com os do quartil inferior.
• Uma explicação possível para a associação entre o consumo de frutas e
vegetais e menor DC e AVC é o alto teor em folatos e potássio destes
alimentos.
• Os frutos e vegetais também são uma fonte principal fibras, que podem
fornecer protecção adicional contra a doença cardíaca e AVC, e são
uma fonte de anti-oxidantes.
– Vanharanta M. Risk of cardiovascular disease-related and all-cause death
according to serum concentrations of enterolactone: Kuopio Ischaemic
Heart Disease Risk Factor Study. Arch Intern Med 2003 ;163:1099-104.
Nurses' Health Study
Risco de DC nas mulheres é reduzido pela ingestão de
gordura mono e poli-insaturada
Hu, FB, Stampfer, MJ, Manson, JE, et al. N Engl J Med 1997; 337:1491.
• A hipótese da ligação da dieta a alterações cardíacas relaciona a ingestão de
gorduras saturadas e colesterol e doença coronária
• Mais de 20 estudos prospectivos confirmam este conceitos
• O tipo de gordura consumida parece ser mais importante do que gordura total;
os ácidos gordos trans aumentam o risco de DC [41-45], enquanto a gordura
poli-unsaturada e monoinsaturada diminui o risco.
• Um aumento dos glícidos tende a reduzir os níveis séricos de HDL colesterol
para além da redução do colesterol total e LDL. Portanto, a redução do risco
coronário pode ser menor do que previsível pela redução do efeito da gordura
saturada nos níveis de colesterol.
• Dietas de elevado índice glicémico também diminui as concentrações de HDL
– Frost G, Glycaemic index as a determinant of serum HDL-cholesterol
concentration. Lancet 1999; 353:1045-8.
• As principais fontes de ácido gordos trans são as margarinas e gorduras
vegetais parcialmente hidrogenadas.
• Estas gorduras estão presentes em alimentos confeccionados (eg, pão e bolos de
longa armazenagem. Outra fonte são os óleos mantidos a altas temperaturas
por um prolongado de tempo como nos restaurantes de comida rápida onde
são usados para frituras de batatas , carne ou peixe.
Fontes e Principais Efeitos da Gordura Alimentar
TFA: trans fatty acids; SFA: saturated fatty acids; MUFA: monounsaturated fatty acids; PUFA: polyunsaturated fatty a.
Data from participants in the ongoing Nurses' Health Study (women) and Health Professionals' Follow-up Study
(men).
Fontes e Principais Efeitos da Gordura Alimentar
DCV e Álcool
• Numa tentativa de avaliar o efeito global do álcool em
mulheres, foi conduzido um estudo prospectivo entre
85.709 mulheres de meia idade (34 a 59 a.) sem história de
DCV
• Seguimento 12 anos
• Risco relativo nos bebedores versus não bebedores
– 0,83 com 1 a 3 bebidas/semana
– 0,88 com 3 a 18 bebidas/semana
– 1,19 com mais de 18 bebidas/semana
Fuchs CS, Alcohol consumption and mortality among women. N Engl J Med 1995; 332:1245-50.
Consumo Moderado de Álcool
Thun MJ. Alcohol consumption and mortality among middle-aged and elderly U.S. adults. NEnglJMed 1997;337:1705
Soja
• Estudos iniciais e uma meta-analise sugeriram benefícios nos lipidos do
consumo de proteínas de soja, um revisão sistemática concluiu que os
efeitos são pequenos
–
Sacks FM, Soy protein, isoflavones, and cardiovascular health: an American Heart Association Science
Advisory for professionals from the Nutrition Committee. Circulation. 2006; 113:1034-44.
• Quando grandes quantidades de proteínas de soja (cerca de 50 g dia)
substituem as outras proteinas alimentares (cerca de 50% da ingestão
proteica habitual), as concentrações de LDL diminuem cerca de 3%.
• Sem efeitos
– HDL- colesterol,
– triglicerídeos,
– lipoprotein (a).
A revisão também não observou efeito das isoflavonas no colesterol
LDL e outros factores lípídicos.
Esterois Vegetais
Margarinas
• Dois estanois vegetais, sitostanol e campestanol, são os principais esterois
presentes nos produtos presentes no mercado (Benecol®).
• Ingestão diária de 0.8 a 3 g de estanois de plantas e/ou esterois nas
margarinas parece baixar os níveis de colesterol .
• 10 a 14 % diminuição no C total e LDL que ocorreu predominantemente
nos 1ºs 3 meses, embora os valores continuem a diminuir até aos 12
meses.
• Sem diferença no Colesterol HDL e triglicerídeos entre os grupos.
–
Miettinen TA, Reduction of serum cholesterol with sitostanol-ester margarine in a mildly
hypercholesterolemic population. N Engl J Med 1995 ; 333:1308-12.
• Margarina fortificada com sitostanol (3 g/dia) em 22 mulheres posmenopausicas com DC
• Col total LDL-C diminui 13 e 20 % comparativamente com 5 % nas
mulheres que consumiam margarina não fortificada
–
Gylling H, Reduction of serum cholesterol in postmenopausal women with previous myocardial infarction
and cholesterol malabsorption induced by dietary sitostanol ester margarine: women and dietary
sitostanol. Circulation 1997 ;96:4226-31.
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