Análise do texto “O Primeiro Amor” de Ana Miranda A história trata, basicamente, de uma jovem que se apaixonou pela figura de um jogador de basquete ao vê-lo jogar contra o time de sua escola. No começo ela entra em conflito interno porque não sabe qual é a sensação que está tendo, depois ela consegue aceitar sua paixão pelo rapaz e entende a situação que estava enfrentando – este conflito ocorre porque é a primeira vez que ela ama / se apaixona por alguém. E depois desta aceitação a garota motivou-se para suas atividades diárias através de uma felicidade que tinha dificuldades para explicar as razões. No desenrolar das histórica, ela acabou tendo de lidar com a desilusão amorosa porque não obteve sucesso na busca pelo garoto a quem ela se apaixonou. De acordo com o contexto demonstrado pela história é possível inferir que a jovem está no período da adolescência. Este período é marcado pelo amadurecimento da criança, onde ela começa a perceber que existem outras pessoas além dela no mundo. Na infância a criança passa pelo período de Édipo – onde tem a mãe como único ser que seu amor é orientado – e na adolescência é comum o jovem começar a sentir paixão / amor por outras pessoas, e no contexto da história a adolescente se apaixonou pelo jogador de basquete As vivências realçadas pelo narrador são primordiais quando tratamos na formação de indivíduo. Ao longo do texto, fica evidente que as transformações da puberdade confrontam o adolescente com o trabalho de luto do corpo infantil e com o redimensionamento de seu lugar no desejo do outro. O processo de construção de seu lugar se constitui ao longo da infância, o qual é permeada por mudanças, remodelamentos subjetivos e ressignificações de diversas ordens. Todas essas emoções vão endereçando marcas muito profundas no psiquismo do sujeito, sendo essa interferida como positiva ou negativa a longo prazo. A abordagem acerca da formação do corpo precisa ser passada na concepção “estádio do espelho”, no narcisismo primário, um estado precoce onde a criança aplica toda sua libido em si mesma. A ideia é que a criança só conseguirá encontrar uma solução para tal estado de “desamparo” por intermédio de uma precipitação pela qual ele “antecipará” o amadurecimento de seu próprio corpo, graças ao fato de que ele se projeta na imagem do Outro (figura materna). A escolha objetal narcísica é segundo Freud, amar a si mesmo através de semelhante. A juventude é sinalizada pela fase de reeditar sentimentos e vínculos primários em relação às figuras parentais, ponderando assim, seus objetivos internos e sua individualidade. Em seu primeiro contato com o “rapaz”, Ana elenca que “Percebi que alguma coisa estava acontecendo dentro de mim. Parecida que um líquido quente corria por todo o meu corpo, e se derramava (...)”, sendo um retrato de como a puberdade é o momento do reencontro com o objeto sexual, onde é necessário um árduo trabalho na elaboração inconsciente para que possa assumir as condições psíquicas dessa condição. As desordens são vividas intensamente porque o indivíduo não dispõe de nenhuma resposta pronta frente a confusão pulsional que se apossa de seu corpo. Isso é relatado pela narradora em: “E meu coração começou a bater fortemente, ao pensar nesse fio.”, esse fio seria o sentimento do primeiro amor. A narradora mostra que se apaixonou sem saber explicar ao certo o motivo. ANÁLISE DO TEXTO “VARANDAS DA EVA” DE MILTON HATOUM As experiências do narrador nesse texto são importantes porque fazem parte de um conjunto de memórias marcante adquiridas junto de seu grupo de amigos durante a juventude. Vale a pena ressaltar a experiência da ida ao lugar conhecido como “Varandas da Eva”, que talvez tenha sido a primeira experiência amorosa/sexual que o narrador teve. No segundo momento da narrativa, quando os amigos já eram adultos, essas memórias se tornaram o único elo entre os amigos que se afastaram e momento também vai ser importante para o narrador concluir uma questão pendente da sua juventude. Na primeira parte da narrativa, durante a juventude, a motivação do narrador, de Minotauro e Gerinelson eram a de conhecer a Varandas da Eva. Nesse momento, existe uma questão conflitante em relação a fase em que os jovens estavam vivendo, já que eles julgavam que já tinham idade e experiencia suficiente para ir ao local, enquanto o tio Ran apontava que eles ainda precisavam crescer um pouco mais porque “as mulheres não gostavam de fedelhos”, essa ideia é reforçada por uma passagem logo no início do texto, em que Minotauro, que aparentava ser mais velho do que realmente era, tenta entrar no estabelecimento e é barrado por não ter idade o suficiente. Ainda na primeira parte ocorre o surgimento de dois outros conflitos, o primeiro deles é em relação a Tarso, que parecia estar empolgado como os outros amigos para ir até o local, contudo quando ele chega lá, ele começa a ficar relutante sobre entrar no estabelecimento e apesar da insistência de seus amigos, principalmente de Minotauro, ele os despista e sai dali fugido. A segunda questão gira em torno do narrador e da relação amorosa/sexual que ele tem com a mulher desconhecida, representando uma experiência única e que ele buscou encontrar de novo, mas nunca conseguiu. Na segunda parte do texto, quando os amigos atingem a idade adulta, o narrador começa dizendo que os amigos se afastaram e fala que agora todos os momentos de prazer e diversão da juventude foram substituídos por inúmeras obrigações inerentes a vida adulta. Andando pela cidade, o narrador encontrou Minotauro, que se tornou policial e enquanto conversavam, ele questiona em que status a amizade deles está, já que os pensamentos estão totalmente diferentes. E o ponto mais importante da segunda parte é o encontro que o narrador tem com o Tarso, e esse momento é um grande plot twist na história, já que quando o narrador encontra o Tarso descarregando a canoa, surge uma mulher da casa que é a mesma mulher pela qual o narrador se apaixonou e isso explica a hesitação de Tarso em ir a “Varandas da Eva”. Trabalho realizado exclusivamente por: Graciano Neto, João Lemos, Rafael Zanfolin, Thiago Alcantara