Os autores e a editora empenharam-se para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se a possíveis acertos caso, inadvertidamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. Não é responsabilidade da editora nem dos autores a ocorrência de eventuais perdas ou danos a pessoas ou bens que tenham origem no uso desta publicação. Apesar dos melhores esforços dos autores, dos tradutores, do editor e dos revisores, é inevitável que surjam erros no texto. Assim, são bem-vindas as comunicações de usuários sobre correções ou sugestões referentes ao conteúdo ou ao nível pedagógico que auxiliem o aprimoramento de edições futuras. Os comentários dos leitores podem ser encaminhados à LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora pelo e-mail ltc@grupogen.com.br. Traduzido de FUNDAMENTALS OF HEAT AND MASS TRANSFER, SEVENTH EDITION Copyright © 2011, 2007, 2002 John Wiley & Sons, Inc. All Rights Reserved. This translation published under license with the original publisher John Wiley & Sons Inc. ISBN: 978-0470-50197-9 Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2014 by LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda. Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na internet ou outros), sem permissão expressa da editora. Travessa do Ouvidor, 11 Rio de Janeiro, RJ – CEP 20040-040 Tels.: 21-3543-0770 / 11-5080-0770 Fax: 21-3543-0896 ltc@grupogen.com.br www.ltceditora.com.br Capa: Wendy Lai. Used with permission of John Wiley & Sons, Inc. Reproduzida com a permissão da John Wiley & Sons, Inc. Produção Digital: Geethik CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ F977 7. ed. Fundamentos de transferência de calor e de massa / Theodore L. Bergman ... [et al.] ; [tradução Eduardo Mach Queiroz, Fernando Luiz Pellegrini Pessoa]. - 7. ed. - Rio de Janeiro : LTC, 2014. il. ; 28 cm. Tradução de: Fundamentals of heat and mass transfer Apêndices Inclui bibliografia e índice ISBN 978-85-216-2587-2 1. Calor - Transmissão. 2. Massa - Transferência. I. Bergman, Theodore L. 13-05194 CDD: 621.4022 CDU: 621.43.016 No prefácio da edição anterior, levantamos questões quanto às tendências da engenharia referentes à prática profissional e à educação e quanto à manutenção da relevância da disciplina Transferência de Calor. Após ponderarmos vários argumentos, concluímos que o futuro da engenharia seria brilhante e que a Transferência de Calor permaneceria uma disciplina vital e importante para a capacitação em uma gama de tecnologias emergentes, incluindo a tecnologia da informação, a biotecnologia, a farmacologia e a geração de energias alternativas, entre outras. Depois de chegarmos a essas conclusões, muitas mudanças ocorreram tanto no ensino quanto na prática da engenharia. Tais mudanças foram causadas por uma economia global em retração, associada aos desafios tecnológicos e ambientais vinculados à produção e à conversão de energia. O impacto de uma economia global enfraquecida na educação superior foi decepcionante. Faculdades e universidades em todo o mundo foram forçadas a definir prioridades e a responder perguntas difíceis, por exemplo, quais programas educacionais são cruciais e quais não o são. Será que nossa avaliação inicial quanto ao futuro da engenharia, incluindo a relevância da transferência de calor, teria sido muito otimista? Deparando-se com a realidade econômica, muitas faculdades e universidades definiram prioridades claras. Em reconhecimento a seu valor e relevância para a sociedade, o investimento em educação na área de engenharia, em muitos casos, aumentou. Pedagogicamente, houve uma renovada ênfase nos princípios fundamentais que lastreiam a formação contínua. O papel importante e às vezes dominante da transferência de calor em muitas aplicações, em especial na geração de energia convencional e alternativa, e seus efeitos ambientais concomitantes, reafirmaram a sua relevância. Acreditamos, então, que nossas conclusões anteriores estavam corretas: o futuro da engenharia é brilhante, e a transferência de calor é um assunto crucial para lidar com uma ampla gama de desafios tecnológicos e ambientais. Ao preparar esta edição, buscamos incorporar pesquisas recentes no estudo de transferência de calor no nível apropriado para a graduação. Esforçamo-nos para incluir novos exemplos e problemas com aplicações interessantes que motivem os estudantes, e cujas soluções se alicerçam firmemente nos princípios básicos. Mantivemo-nos fieis à abordagem pedagógica das edições anteriores, conservando uma metodologia sistemática e rigorosa voltada para a solução de problemas. Tentamos continuar a tradição de oferecer um texto que servirá como fonte diária valiosa para estudantes e engenheiros ao longo de suas carreiras. Abordagem e Organização As edições anteriores deste texto seguiram quatro objetivos de aprendizado: 1. O estudante deve internalizar o significado da terminologia e dos princípios físicos associados à transferência de calor. 2. O estudante deve ser capaz de delinear os fenômenos de transporte pertinentes a qualquer processo ou sistema envolvendo transferência de calor. 3. O estudante deve ser capaz de usar as informações necessárias para calcular taxas de transferência de calor e/ou temperaturas de materiais. 4. O estudante deve ser capaz de desenvolver modelos representativos de processos ou sistemas reais e tirar conclusões sobre o projeto ou o desempenho de processos/sistemas a partir da respectiva análise. Além disso, tal como nas edições anteriores, os objetivos de aprendizado específicos de cada capítulo estão mais claros, uma vez que eles são os meios pelos quais se pode avaliar o alcance dos objetivos. O resumo de cada capítulo enfatiza a terminologia principal, os conceitos desenvolvidos e apresenta questões projetadas para testar e melhorar a compreensão dos estudantes. Recomendamos que os problemas cujas soluções envolvam modelos complexos e/ou considerações exploratórias do tipo o quê/se, assim como os que envolvam considerações quanto à sensibilidade paramétrica, sejam abordados com o auxílio de um pacote computacional para solução de equações. Por essa razão, o pacote Interactive Heat Transfer (IHT),* disponível desde as edições anteriores, foi atualizado. Especificamente, uma interface simplificada para o usuário agora identifica a separação entre os recursos básicos e avançados desse pacote. Temos experiência de que a maioria dos estudantes e professores irá usar principalmente os recursos básicos do IHT. Mediante a identificação clara dos recursos avançados, acreditamos que os estudantes vão se sentir estimulados a usar o IHT no seu cotidiano. Um segundo pacote computacional, Finite Element Heat Transfer (FEHT),** desenvolvido pela F-Chart Software (Madison, Wisconsin, EUA), oferece mais recursos para a solução de problemas bidimensionais de condução térmica. Para estimular o uso do IHT, um Guia para Iniciantes (Quickstart User’s Guide) foi incorporado ao pacote. Assim, estudantes e professores podem se familiarizar com os recursos do IHT em aproximadamente uma hora. Constatamos em nossa experiência que, após ler o Guia para Iniciantes, os estudantes começam a utilizá-lo intensamente até em outras disciplinas. Eles informam que o IHT reduz significativamente o tempo gasto na solução de problemas longos, diminui erros e permite uma atenção maior aos aspectos importantes da solução. As saídas gráficas podem ser geradas para trabalhos de casa, resenhas e artigos. Como nas edições anteriores, alguns dos problemas propostos requerem uma solução baseada no uso de computadores. Outros problemas incluem tanto cálculos manuais como uma extensão que necessita de apoio computacional. Essa última abordagem já foi bem testada e estimula o hábito de verificar as respostas obtidas com os pacotes computacionais por meio de cálculos manuais. Uma vez validadas, as soluções computacionais podem ser utilizadas para conduzir cálculos paramétricos. Os problemas que envolvem tanto soluções manuais como as que usam computadores são identificados por letras dentro de retângulos, como, por exemplo, (b), (c) ou (d). Essa notação também permite que os professores cuja intenção seja limitar suas exigências de procedimentos que usem recursos computacionais se beneficiem da riqueza desses problemas sem entrarem na respectiva parte computacional. As soluções para os problemas nos quais a numeração está dentro de retângulos (por exemplo, 1.26) são inteiramente obtidas com o auxílio de recursos computacionais. O Que Há de Novo na Sétima Edição Mudanças de Conteúdo Capítulo por Capítulo Nas edições anteriores, o Capítulo 1 Introdução foi modificado para enfatizar a relevância da transferência de calor em aplicações contemporâneas. Em resposta aos desafios atuais envolvendo a produção de energia e seus impactos ambientais, uma discussão expandida sobre conversão de energia e produção de gases do efeito estufa foi adicionada. O Capítulo 1 também foi modificado para enaltecer a natureza complementar da transferência de calor e da termodinâmica. O tratamento anterior da primeira lei da termodinâmica foi ampliado com uma nova seção sobre a relação entre a transferência de calor e a segunda lei da termodinâmica, assim como sobre a eficiência de máquinas térmicas. Na realidade, a influência da transferência de calor na eficiência da conversão de energia é um tema recorrente nesta edição. A cobertura dos efeitos de micro e nanoescala no Capítulo 2 Introdução à Condução foi atualizada de modo a refletir os avanços recentes. Por exemplo, a descrição das propriedades termofísicas de materiais compósitos foi melhorada, com uma nova discussão sobre nanofluidos. O Capítulo 3 Condução Unidimensional em Regime Estacionário foi extensivamente revisado e foram incluídos novos materiais sobre condução em meios porosos, geração termoelétrica de potência e sistemas em micro e nanoescalas. A inclusão desses novos tópicos segue as descobertas fundamentais recentes e é apresentada através do conceito de redes de resistências térmicas. Dessa maneira, o poder e a utilidade da abordagem com as redes de resistências ganham maior ênfase nesta edição. O Capítulo 4 Condução Bidimensional em Regime Estacionário teve o seu tamanho reduzido. Atualmente, os sistemas de equações algébricas lineares são facilmente resolvidos por meio de pacotes computacionais padrão ou mesmo com o auxílio de calculadoras manuais. Desse modo, o foco desse capítulo reduzido está na aplicação dos princípios da transferência de calor que gera o sistema de equações algébricas a ser resolvido, na discussão e na interpretação dos resultados. A discussão da iteração de Gauss-Seidel foi transferida para um apêndice voltado para os professores que queiram se aprofundar neste conteúdo. O Capítulo 5 Condução Transiente já havia sido substancialmente modificado na edição anterior e foi ampliado nesta edição com a entrada de uma apresentação simplificada do método da capacitância global. O Capítulo 6 Introdução à Convecção inclui um esclarecimento de como as propriedades com valores dependentes da temperatura devem ser avaliadas quando se calcula o coeficiente de transferência de calor. Os aspectos fundamentais do escoamento compressível são apresentados para fornecer ao leitor as diretrizes relativas ao limite de aplicação do tratamento da convecção no texto atual. O Capítulo 7 Escoamento Externo foi atualizado e resumido. Especificamente, a apresentação da solução por similaridade para o escoamento sobre uma placa plana foi simplificada. Novos resultados para o escoamento ao redor de cilindros não circulares foram adicionados, substituindo as correlações das edições anteriores. A discussão sobre escoamento através de bancos de tubos foi encurtada para eliminar as redundâncias sem comprometer o conteúdo. N o Capítulo 8 Escoamento Interno as correlações para as regiões de entrada foram atualizadas, e a discussão sobre a convecção em micro e nanoescalas sofreu modificações e foi incorporada ao conteúdo do Capítulo 3. As mudanças no Capítulo 9 Convecção Natural incluem uma nova correlação para convecção natural em placas planas, substituindo a correlação das edições anteriores. A discussão dos efeitos da camada-limite foi modificada. Aspectos da condensação incluídos no Capítulo 10 Ebulição e Condensação foram atualizados para incorporar avanços recentes, por exemplo, em condensação externa sobre tubos aletados. Os efeitos da tensão superficial e da presença de gases não condensáveis na modificação do fenômeno da condensação e nas taxas de transferência de calor foram elucidados. A cobertura da condensação com convecção forçada e de técnicas de intensificação relacionadas foi expandida, mais uma vez refletindo avanços na literatura recente. O Capítulo 11 Trocadores de Calor trata do ressurgimento nos trocadores de calor que desempenham um papel fundamental em tecnologias de geração de energia convencional e alternativa. Uma nova seção ilustra a aplicação da análise de trocadores de calor no projeto de dissipadores de calor e no processamento de materiais. A maioria da cobertura de trocadores de calor compactos incluída nas edições anteriores foi limitada a um trocador de calor específico. Embora uma cobertura geral de trocadores de calor compactos tenha sido mantida, a discussão que se limita a esse trocador de calor específico foi transferida para o material suplementar e está disponível para os professores que pretendam se aprofundar neste tópico. Os conceitos de poder emissivo, irradiação, radiosidade e fluxo radiante líquido são apresentados no começo do Capítulo 12 Radiação: Processos e Propriedades, permitindo desde o início o tratamento de problemas de final do capítulo que lidam com balanços de energia em superfícies e propriedades, assim como com a detecção de radiação. O texto sobre radiação ambiental passou por uma revisão substancial, com a inclusão de discussões separadas sobre radiação solar, balanço de radiação na atmosfera e irradiação solar terrestre. A preocupação com o impacto potencial da atividade antropogênica na temperatura da Terra foi tratada e relacionada aos conceitos do capítulo. A maioria das modificações do Capítulo 13 Troca de Radiação entre Superfícies enfatiza a diferença entre superfícies geométricas e superfícies radiantes, um conceito-chave considerado de difícil assimilação pelos estudantes. Uma cobertura mais ampla da troca radiante entre múltiplas superfícies negras, incluída nas edições mais antigas deste texto, foi reinserida no Capítulo 13. Assim, a troca radiante entre superfícies diferencialmente pequenas foi apresentada de modo resumido e usada para ilustrar as limitações das técnicas de análise apresentadas no Capítulo 13. O Capítulo 14 Transferência de Massa por Difusão, extensivamente revisado na edição anterior, sofreu pequenas alterações nesta edição. Conjuntos de Problemas Aproximadamente 250 novos problemas de final de capítulo foram desenvolvidos para esta edição. Houve um esforço para incluir novos problemas que (a) sejam passíveis de soluções rápidas ou (b) envolvam soluções por diferenças finitas. Várias soluções dos problemas de final de capítulo foram modificadas, devido à inclusão de novas correlações para a convecção nesta edição. Atividades em Sala de Aula O conteúdo deste texto foi desenvolvido ao longo de muitos anos em resposta a uma variedade de fatores. Alguns deles são óbvios, como o desenvolvimento de calculadoras e softwares potentes e baratos. Há também a necessidade de ser sensível à diversidade de usuários do texto, em itens como (a) o amplo conhecimento e interesses de pesquisa dos professores e (b) a vasta faixa de missões associadas aos departamentos e instituições nos quais o texto é usado. Independentemente desses e de outros fatores, é importante que os quatro objetivos de aprendizado que destacamos anteriormente sejam alcançados. Cientes da ampla diversidade de usuários, a intenção dos autores não é montar um texto cujo conteúdo deva ser coberto na totalidade durante um único curso com duração de quatro meses ou um semestre. Preferencialmente, o texto inclui (a) conteúdo fundamental que acreditamos deva ser coberto e (b) material opcional que os professores podem usar para tratar interesses específicos ou que pode ser coberto em um segundo curso intermediário de transferência de calor. Para auxiliar os professores no preparo do programa de estudos para um curso inicial de transferência de calor, temos várias recomendações. O Capítulo 1 prepara o terreno para qualquer curso em transferência de calor. Ele explica a ligação entre transferência de calor e termodinâmica e revela a relevância e a riqueza da matéria. Ele deve ser coberto na totalidade. A maioria do conteúdo do Capítulo 2 é fundamental em um curso inicial, especialmente as Seções 2.1 A Equação da Taxa da Condução; 2.3 A Equação da Difusão Térmica e 2.4 Condições de Contorno e Inicial. Recomendamos que o Capítulo 2 seja estudado em sua totalidade. O Capítulo 3 inclui vários conteúdos opcionais, que podem ser usados pelo professor nas aulas ou deixados para um curso intermediário sobre transferência de calor. Esse conteúdo opcional inclui as Seções 3.1.5 Meios Porosos; 3.7 A Equação do Calor-Bio; 3.8 Geração de Potência Termoelétrica e 3.9 Condução em Micro e Nanoescalas. Uma vez que o conteúdo dessas seções não está interligado, os professores podem abordar qualquer um deles ou todos eles. O conteúdo do Capítulo 4 é importante porque apresenta (a) conceitos fundamentais e (b) técnicas de solução poderosas e práticas. Recomendamos que todo o Capítulo 4 seja coberto em qualquer curso introdutório de transferência de calor. O conteúdo opcional no Capítulo 5 está na Seção 5.9 Aquecimento Periódico. Da mesma forma, alguns professores podem não se sentir à vontade para abordar a Seção 5.10 Métodos de Diferenças Finitas em um curso introdutório, especialmente se o curso for de curta duração. Os estudantes em geral consideram o conteúdo do Capítulo 6 de difícil entendimento. Todavia, ele apresenta conceitos fundamentais e estabelece a base para os capítulos de convecção seguintes. Recomendamos que todo o Capítulo 6 seja estudado em um curso introdutório. O Capítulo 7 apresenta conceitos importantes e correlações da convecção que os estudantes irão utilizar nos capítulos seguintes e na sua futura prática profissional. As Seções de 7.1 a 7.5 devem estar incluídas em qualquer curso inicial de transferência de calor. Entretanto, o conteúdo das Seções 7.6 Escoamento Cruzado em Feixes Tubulares, 7.7 Jatos Colidentes e 7.8 Leitos Recheados é opcional. Como o conteúdo dessas seções não está interligado, os professores podem escolher abordar qualquer um desses tópicos opcionais. De maneira semelhante, o Capítulo 8 inclui conteúdo usado no restante do texto e na prática da engenharia. Entretanto, as Seções 8.7 Intensificação da Transferência de Calor e 8.8 Escoamento em Canais Pequenos podem ser vistas como opcionais. O escoamento e a transferência de calor induzidos por forças de empuxo são cobertos no Capítulo 9. Em função de as resistências térmicas da convecção natural serem tipicamente grandes, eles são frequentemente a resistência dominante em muitos sistemas térmicos e governam as taxas globais de transferência de calor. Assim, a maioria do Capítulo 9 deve ser estudada em um curso inicial de transferência de calor. O conteúdo opcional inclui as Seções 9.7 Convecção Natural no Interior de Canais Formados entre Placas Paralelas e 9.9 Convecções Natural e Forçada Combinadas. Em contraste com as resistências associadas à convecção natural, as resistências térmicas correspondentes à mudança de fase líquido-vapor são tipicamente pequenas e podem ser, algumas vezes, desprezadas. No entanto, o conteúdo do Capítulo 10 que deve ser estudado em um curso inicial de transferência de calor inclui as Seções 10.1 a 10.4, 10.6 a 10.8 e 10.11. A Seção 10.5 Ebulição com Convecção Forçada pode ser um conteúdo apropriado para um curso intermediário de transferência de calor. Analogamente, as Seções 10.9 Condensação em Filme sobre Sistemas Radiais e 10.10 Condensação em Tubos Horizontais podem ser estudadas se o tempo permitir ou incluídas em um curso posterior de transferência de calor. Recomendamos que todo o Capítulo 11 seja estudado em um curso inicial de transferência de calor. Uma característica que distingue o texto, desde o início, é a cobertura em profundidade da transferência de calor por radiação térmica no Capítulo 12. O conteúdo desse capítulo é talvez mais relevante hoje do que no passado, com aplicações que abrangem desde montagens avançadas para a detecção e o monitoramento de radiação até questões relacionadas às mudanças climáticas globais. Embora o Capítulo 12 tenha sido reorganizado para contemplar professores que possam querer passar diretamente para o Capítulo 13 ao final da Seção 12.4, reforçamos que o Capítulo 12 deve ser abordado na íntegra. O Capítulo 13 pode ser estudado opcionalmente ou deixado para um curso intermediário de transferência de calor. O conteúdo do Capítulo 14 é relevante para muitas tecnologias contemporâneas, em especial as que envolvem síntese de materiais, processamento químico e conversão de energia. Aplicações emergentes em biotecnologia também apresentam fortes efeitos da difusão mássica. Se a duração do curso permitir, aconselhamos o estudo do Capítulo 14. Entretanto, se somente os problemas envolvendo meios estacionários forem de interesse, a Seção 14.2 pode ser omitida ou deixada para um curso sequencial.* Agradecimentos Gostaríamos de reconhecer e agradecer muitos de nossos colegas na comunidade da transferência de calor. Em particular, queríamos expressar o nosso apreço por Diana Borca-Tasciuc do Rensselaer Polytechnic Institute e por David Cahill da University of Illinois Urbana-Champaign pelo seu auxílio no desenvolvimento do conteúdo sobre aquecimento periódico para o Capítulo 5. Agradecemos a John Abraham da University of St. Thomas pelas recomendações que levaram a uma melhor abordagem do escoamento sobre tubos não circulares no Capítulo 7. Somos muito gratos a Ken Smith, Clark Colton e William Dalzell do Massachusetts Institute of Technology pela discussão estimulante e aprofundada dos efeitos térmicos de entrada no Capítulo 8. Reconhecemos a importância de Amir Faghri da University of Connecticut devido a seus conselhos sobre o tratamento da condensação no Capítulo 10. Estendemos nossa gratidão a Ralph Grief da University of California, em Berkeley, pelas suas muitas sugestões construtivas sobre o conteúdo em todo o texto. Finalmente, gostaríamos de agradecer aos muitos estudantes, professores e engenheiros de toda a parte que nos ofereceram incontáveis, valiosas e estimulantes sugestões. Para terminar, somos profundamente gratos às nossas famílias, Tricia, Nate, Tico, Greg, Elias, Jacob, Andrea, Terri, Donna e Shaunna pelo seu amor e paciência sem fim. Estendemos esse reconhecimento a Tricia Bergman, que habilmente preparou soluções para os problemas de final de capítulo. Theodore L. Bergman (tberg@engr.uconn.edu) Storrs, Connecticut Adrienne S. Lavine (lavine@seas.ucla.edu) Los Angeles, Califórnia Frank P. Incropera (fpi@nd.edu) Notre Dame, Indiana _______ * Consulte a seção de Materiais Suplementares ao final do Prefácio para mais detalhes. (N.E.) ** Este programa não é fornecido junto com os materiais suplementares do livro. Consulte o site da empresa FChart Software <http://www.fchart.com/> para outras informações. (N.E.) * Este ícone, na forma de um mouse, identifica as seções Suplementares e é usado em todo o texto. Símbolos CAPÍTULO 1 Introdução 1.1 O Quê e Como? 1.2 Origens Físicas e Equações de Taxa 1.2.1 Condução 1.2.2 Convecção 1.2.3 Radiação 1.2.4 O Conceito de Resistência Térmica 1.3 Relações com a Termodinâmica 1.3.1 Relações com a Primeira Lei da Termodinâmica (Conservação de Energia) 1.3.2 Relações com a Segunda Lei da Termodinâmica e a Eficiência de Máquinas Térmicas 1.4 Unidades e Dimensões 1.5 Análise de Problemas de Transferência de Calor: Metodologia 1.6 Relevância da Transferência de Calor 1.7 Resumo Referências Problemas CAPÍTULO 2 Introdução à Condução 2.1 A Equação da Taxa da Condução 2.2 As Propriedades Térmicas da Matéria 2.2.1 Condutividade Térmica 2.2.2 Outras Propriedades Relevantes 2.3 A Equação da Difusão Térmica 2.4 Condições de Contorno e Inicial 2.5 Resumo Referências Problemas CAPÍTULO 3 Condução Unidimensional em Regime Estacionário 3.1 A Parede Plana 3.1.1 Distribuição de Temperaturas 3.1.2 Resistência Térmica 3.1.3 A Parede Composta 3.1.4 Resistência de Contato 3.1.5 Meios Porosos Sistemas Radiais 3.2 Uma Análise Alternativa da Condução 3.3 Sistemas Radiais 3.3.1 O Cilindro 3.3.2 A Esfera 3.4 Resumo dos Resultados da Condução Unidimensional 3.5 Condução com Geração de Energia Térmica 3.5.1 A Parede Plana 3.5.2 Sistemas Radiais 3.5.3 Tabelas com Soluções 3.5.4 Aplicações do Conceito de Resistências 3.6 Transferência de Calor em Superfícies Estendidas 3.6.1 Uma Análise Geral da Condução 3.6.2 Aletas com Área de Seção Transversal Uniforme 3.6.3 Desempenho de Aletas 3.6.4 Aletas com Área de Seção Transversal Não Uniforme 3.6.5 Eficiência Global da Superfície 3.7 A Equação do Calor-Bio 3.8 Geração de Potência Termoelétrica 3.9 Condução em Micro e Nano Escalas 3.9.1 Condução Através de Finas Camadas de Gás 3.9.2 Condução Através de Finos Filmes Sólidos 3.10 Resumo Referências Problemas CAPÍTULO 4 Condução Bidimensional em Regime Estacionário 4.1 Abordagens Alternativas 4.2 O Método da Separação de Variáveis 4.3 O Fator de Forma da Condução e a Taxa de Condução de Calor Adimensional 4.4 Equações de Diferenças Finitas 4.4.1 A Rede Nodal 4.4.2 Forma da Equação do Calor em Diferenças Finitas 4.4.3 O Método do Balanço de Energia 4.5 Resolvendo as Equações de Diferenças Finitas 4.5.1 Formulação como uma Equação Matricial 4.5.2 Verificando a Precisão da Solução 4.6 Resumo Referências Problemas 4S.1 O Método Gráfico (No site da LTC Editora) 4S.1.1 Metodologia para a Construção de um Gráfico de Fluxos 4S.1.2 Determinação da Taxa de Transferência de Calor 4S.1.3 O Fator de Forma da Condução 4S.2 O Método de Gauss-Seidel: Exemplo de Uso (No site da LTC Editora) Referências Problemas CAPÍTULO 5 Condução Transiente 5.1 O Método da Capacitância Global 5.2 Validade do Método da Capacitância Global 5.3 Análise Geral Via Capacitância Global 5.3.1 Somente Radiação 5.3.2 Radiação Desprezível 5.3.3 Somente Convecção com o Coeficiente Convectivo Variável 5.3.4 Considerações Adicionais 5.4 Efeitos Espaciais 5.5 A Parede Plana com Convecção 5.5.1 Solução Exata 5.5.2 Solução Aproximada 5.5.3 Transferência Total de Energia 5.5.4 Considerações Adicionais 5.6 Sistemas Radiais com Convecção 5.6.1 Soluções Exatas 5.6.2 Soluções Aproximadas 5.6.3 Transferência Total de Energia 5.6.4 Considerações Adicionais 5.7 O Sólido Semi-Infinito 5.8 Objetos com Temperaturas ou Fluxos Térmicos Constantes na Superfície 5.8.1 Condições de Contorno de Temperatura Constante 5.8.2 Condições de Contorno de Fluxo Térmico Constante 5.8.3 Soluções Aproximadas 5.9 Aquecimento Periódico 5.10 Métodos de Diferenças Finitas 5.10.1 Discretização da Equação do Calor: O Método Explícito 5.10.2 Discretização da Equação do Calor: O Método Implícito 5.11 Resumo Referências Problemas 5S.1 Representação Gráfica da Condução Unidimensional Transiente na Parede Plana, no Cilindro Longo e na Esfera (No site da LTC Editora) 5S.2 Solução Analítica de Efeitos Multidimensionais (No site da LTC Editora) Referências Problemas CAPÍTULO 6 Introdução à Convecção 6.1 As Camadas-Limite da Convecção 6.1.1 A Camada-Limite de Velocidade 6.1.2 A Camada-Limite Térmica 6.1.3 A Camada-Limite de Concentração 6.1.4 Significado das Camadas-Limite 6.2 Coeficientes Convectivos Locais e Médios 6.2.1 Transferência de Calor, 6.2.2 Transferência de Massa 6.2.3 O Problema da Convecção 6.3 Escoamentos Laminar e Turbulento 6.3.1 Camadas-Limite de Velocidade Laminares e Turbulentas 6.3.2 Camadas-Limite Térmica e de Concentração de Espécies Laminares e Turbulentas 6.4 As Equações da Camada-Limite 6.4.1 Equações da Camada-Limite para o Escoamento Laminar 6.4.2 Escoamento Compressível 6.5 Similaridade na Camada-Limite: As Equações da Camada-Limite Normalizadas 6.5.1 Parâmetros de Similaridade da Camada-Limite 6.5.2 Forma Funcional das Soluções 6.6 Interpretação Física dos Parâmetros Adimensionais 6.7 Analogias das Camadas-Limite 6.7.1 A Analogia entre as Transferências de Calor e de Massa 6.7.2 Resfriamento Evaporativo 6.7.3 A Analogia de Reynolds 6.8 Resumo Referências Problemas 6S.1 Dedução das Equações da Transferência Convectiva (No site da LTC Editora) 6S.1.1 Conservação de Massa 6S.1.2 Segunda Lei do Movimento de Newton 6S.1.3 Conservação de Energia 6S.1.4 Conservação de Espécies Referências Problemas CAPÍTULO 7 Escoamento Externo 7.1 Método Empírico 7.2 Placa Plana em Escoamento Paralelo 7.2.1 Escoamento Laminar sobre uma Placa Isotérmica: Uma Solução por Similaridade 7.2.2 Escoamento Turbulento sobre uma Placa Isotérmica 7.2.3 Condições de Camada-Limite Mista 7.2.4 Comprimento Inicial Não Aquecido 7.2.5 Placas Planas com Condições de Fluxo Térmico Constante 7.2.6 Limitações no Uso de Coeficientes Convectivos 7.3 Metodologia para um Cálculo de Convecção 7.4 Cilindro em Escoamento Cruzado 7.4.1 Considerações sobre o Escoamento 7.4.2 Transferência de Calor e de Massa por Convecção 7.5 Esfera 7.6 Escoamento Cruzado em Feixes Tubulares 7.7 Jatos Colidentes 7.7.1 Considerações Fluidodinâmicas e Geométricas 7.7.2 Transferência de Calor e de Massa por Convecção 7.8 Leitos Recheados 7.9 Resumo Referências Problemas CAPÍTULO 8 Escoamento Interno 8.1 Considerações Fluidodinâmicas 8.1.1 Condições de Escoamento 8.1.2 A Velocidade Média 8.1.3 Perfil de Velocidades na Região de Escoamento Plenamente Desenvolvido 8.1.4 Gradiente de Pressão e Fator de Atrito no Escoamento Plenamente Desenvolvido 8.2 Considerações Térmicas 8.2.1 A Temperatura Média 8.2.2 Lei do Resfriamento de Newton 8.2.3 Condições Plenamente Desenvolvidas 8.3 O Balanço de Energia 8.3.1 Considerações Gerais 8.3.2 Fluxo Térmico na Superfície Constante 8.3.3 Temperatura Superficial Constante 8.4 Escoamento Laminar em Tubos Circulares: Análise Térmica e Correlações da Convecção 8.4.1 A Região Plenamente Desenvolvida 8.4.2 A Região de Entrada 8.4.3 Propriedades Dependentes da Temperatura 8.5 Correlações da Convecção: Escoamento Turbulento em Tubos Circulares 8.6 Correlações da Convecção: Tubos Não Circulares e a Região Anular entre Tubos Concêntricos 8.7 Intensificação da Transferência de Calor 8.8 Escoamento em Canais Pequenos 8.8.1 Convecção em Microescala em Gases (0,1 μm Dh 100 μm) 8.8.2 Convecção em Microescala em Líquidos 8.8.3 Convecção em Nanoescala (Dh 100 nm) 8.9 Transferência de Massa por Convecção 8.10 Resumo Referências Problemas CAPÍTULO 9 Convecção Natural Considerações Físicas As Equações que Governam Camadas-Limite Laminares Considerações de Similaridade Convecção Natural Laminar sobre uma Superfície Vertical Os Efeitos da Turbulência Correlações Empíricas: Escoamentos de Convecção Natural Externos 9.6.1 A Placa Vertical 9.6.2 Placas Inclinadas e Horizontais 9.6.3 O Cilindro Horizontal Longo 9.6.4 Esferas 9.7 Convecção Natural no Interior de Canais Formados entre Placas Paralelas 9.7.1 Canais Verticais 9.7.2 Canais Inclinados 9.8 Correlações Empíricas: Espaços Confinados 9.8.1 Cavidades Retangulares 9.8.2 Cilindros Concêntricos 9.8.3 Esferas Concêntricas 9.9 Convecções Natural e Forçada Combinadas 9.10 Transferência de Massa por Convecção 9.11 Resumo Referências Problemas 9.1 9.2 9.3 9.4 9.5 9.6 CAPÍTULO 10 Ebulição e Condensação 10.1 Parâmetros Adimensionais na Ebulição e na Condensação 10.2 Modos de Ebulição 10.3 Ebulição em Piscina 10.3.1 A Curva de Ebulição 10.3.2 Modos da Ebulição em Piscina 10.4 Correlações da Ebulição em Piscina 10.4.1 Ebulição Nucleada em Piscina 10.4.2 Fluxo Térmico Crítico na Ebulição Nucleada em Piscina 10.4.3 Fluxo Térmico Mínimo 10.4.4 Ebulição em Filme em Piscina 10.4.5 Efeitos Paramétricos na Ebulição em Piscina 10.5 Ebulição com Convecção Forçada 10.5.1 Ebulição com Convecção Forçada em Escoamento Externo 10.5.2 Escoamento Bifásico 10.5.3 Escoamento Bifásico em Microcanais 10.6 Condensação: Mecanismos Físicos 10.7 Condensação em Filme Laminar sobre uma Placa Vertical 10.8 Condensação em Filme Turbulento 10.9 Condensação em Filme sobre Sistemas Radiais 10.10 Condensação em Tubos Horizontais 10.11 Condensação em Gotas 10.12 Resumo Referências Problemas CAPÍTULO 11 Trocadores de Calor 11.1 Tipos de Trocadores de Calor 11.2 O Coeficiente Global de Transferência de Calor 11.3 Análise de Trocadores de Calor: Uso da Média Log das Diferenças de Temperaturas 11.3.1 O Trocador de Calor com Escoamento Paralelo 11.3.2 O Trocador de Calor com Escoamento Contracorrente 11.3.3 Condições Operacionais Especiais 11.4 Análise de Trocadores de Calor: O Método da Efetividade-NUT 11.4.1 Definições 11.4.2 Relações Efetividade–NUT 11.5 Cálculos de Projeto e de Desempenho de Trocadores de Calor 11.6 Considerações Adicionais 11.7 Resumo Referências Problemas 11S.1 Método da Média Log das Diferenças de Temperaturas para Trocadores de Calor com Múltiplos Passes e com Escoamento Cruzado (No site da LTC Editora) 11S.2 Trocadores de Calor Compactos (No site da LTC Editora) Referências Problemas CAPÍTULO 12 Radiação: Processos e Propriedades 12.1 Conceitos Fundamentais 12.2 Fluxos Térmicos Radiantes 12.3 Intensidade de Radiação 12.3.1 Definições Matemáticas 12.3.2 Intensidade de Radiação e Sua Relação com a Emissão 12.3.3 Relação com a Irradiação 12.3.4 Relação com a Radiosidade para uma Superfície Opaca 12.3.5 Relação com o Fluxo Radiante Líquido para uma Superfície Opaca 12.4 Radiação de Corpo Negro 12.4.1 A Distribuição de Planck 12.4.2 Lei do Deslocamento de Wien 12.4.3 A Lei de Stefan–Boltzmann 12.4.4 Emissão em uma Banda 12.5 Emissão de Superfícies Reais 12.6 Absorção, Reflexão e Transmissão em Superfícies Reais 12.6.1 Absortividade 12.6.2 Refletividade 12.6.3 Transmissividade 12.6.4 Considerações Especiais 12.7 Lei de Kirchhoff 12.8 A Superfície Cinza 12.9 Radiação Ambiental 12.9.1 Radiação Solar 12.9.2 O Balanço de Radiação na Atmosfera 12.9.3 Irradiação Solar Terrestre 12.10 Resumo Referências Problemas CAPÍTULO 13 Troca de Radiação entre Superfícies 13.1 O Fator de Forma 13.1.1 A Integral do Fator de Forma 13.1.2 Relações do Fator de Forma 13.2 Troca de Radiação entre Corpos Negros 13.3 Troca de Radiação entre Superfícies Cinzas, Difusas e Opacas em uma Cavidade Fechada 13.3.1 Troca Radiante Líquida em uma Superfície 13.3.2 Troca Radiante entre Superfícies 13.3.3 A Cavidade com Duas Superfícies 13.3.4 Barreiras de Radiação 13.3.5 A Superfície Rerradiante 13.4 Transferência de Calor com Múltiplos Modos 13.5 Implicações das Considerações Simplificadoras 13.6 Troca Radiante com Meio Participante 13.6.1 Absorção Volumétrica 13.6.2 Emissão e Absorção em Gases 13.7 Resumo Referências Problemas CAPÍTULO 14 Transferência de Massa por Difusão 14.1 Origens Físicas e Equações de Taxa 14.1.1 Origens Físicas 14.1.2 Composição de Misturas 14.1.3 Lei de Fick da Difusão 14.1.4 Difusividade Mássica 14.2 Transferência de Massa em Meios Não Estacionários 14.2.1 Fluxos Absoluto e Difusivo de uma Espécie 14.2.2 Evaporação em uma Coluna 14.3 A Aproximação de Meio Estacionário 14.4 Conservação de Espécies em um Meio Estacionário 14.4.1 Conservação de Espécies em um Volume de Controle 14.4.2 A Equação da Difusão Mássica 14.4.3 Meio Estacionário com Concentrações nas Superfícies Especificadas 14.5 Condições de Contorno e Concentrações Descontínuas em Interfaces 14.5.1 Evaporação e Sublimação 14.5.2 Solubilidade de Gases em Líquidos e Sólidos 14.5.3 Reações Catalíticas na Superfície 14.6 Difusão Mássica com Reações Químicas Homogêneas 14.7 Difusão Transiente 14.8 Resumo Referências Problemas APÊNDICE A Propriedades Termofísicas da Matéria APÊNDICE B Relações e Funções Matemáticas APÊNDICE C Condições Térmicas Associadas à Geração Uniforme de Energia em Sistemas Unidimensionais em Regime Estacionário APÊNDICE D O Método de Gauss–Seidel APÊNDICE E As Equações de Transferência da Convecção E.1 Conservação de Massa E.2 Segunda Lei de Newton do Movimento E.3 Conservação de Energia E.4 Conservação de Espécies APÊNDICE F Equações de Camada-Limite para o Escoamento Turbulento APÊNDICE G Uma Solução Integral da Camada-Limite Laminar para o Escoamento Paralelo sobre uma Placa Plana Índice Material Suplementar Este livro conta com os seguintes materiais suplementares: â– Ilustrações da obra em formato de apresentação (acesso restrito a docentes); â– Interactive Heat Transfer Software 3.0, aplicativo em inglês que acompanha o livro-texto na versão 3.0 (acesso livre). Disponível no site: <http://bcs.wiley.com/he-bcs/Books? action=resource&bcsId=6563&itemId=0470501979&resourceId=25674>;* â– Interactive Heat Transfer Software 4.0, aplicativo em inglês que acompanha o livro-texto na versão 4.0, com manual de instalação (acesso livre). Disponível no site: <http://bcs.wiley.com/he-bcs/Books? action=resource&bcsId=6563&itemId=0470501979&resourceId=25674>;* â– Lecture Slides, arquivos em formato (.ppt) que contêm apresentações em inglês para uso em sala de aula (acesso restrito a docentes); â– Material Suplementar, arquivos em formato (.pdf) que contêm as seções online indicadas no sumário do livro-texto (acesso livre); â– Respostas dos Problemas do Final de cada Capítulo, arquivo em formato (.pdf) contendo respostas de problemas selecionados (acesso livre); â– Solutions Manual, arquivos em formato (.pdf) que contêm apresentações em inglês do manual de soluções (acesso restrito a docentes). O acesso ao material suplementar é gratuito, bastando que o leitor se cadastre em: http://gen-io.grupogen.com.br _______ * Este site, seu conteúdo, bem como as suas respectivas atualizações, inclusões ou retiradas são de propriedade e responsabilidade dos seus criadores. Não cabe à LTC Editora qualquer responsabilidade pela manutenção, criação, acesso, retirada, alteração ou suporte do conteúdo dele e das normas de uso. (N.E.) A área, m2 Ab área da superfície primária (sem aleta), m2 Atr área da seção transversal, m2 Ap área corrigida do perfil da aleta, m2 Ar área relativa do bocal a aceleração, m/s 2, velocidade do som, m/s Bi número de Biot Bo número de Bond C concentração molar, kmol/m3; taxa de capacidade calorífica, W/K CD coeficiente de arrasto Cf coeficiente de atrito Ct capacitância térmica, J/K Co número de confinamento c calor específico, J/(kg · K); velocidade do luz, m/s cp calor específico a pressão constante, J/(kg · K) cv calor específico a volume constante, J/(kg · K) D diâmetro, m DAB difusividade mássica binária, m2/s Db diâmetro da bolha, m Dh diâmetro hidráulico, m d diâmetro de uma molécula gasosa, nm E energia térmica mais mecânica, J; potencial elétrico, V; poder emissivo, W/m2 Etot energia total, J Ec número de Eckert Ä–g taxa de geração de energia, W Ä–ent taxa de transferência de energia para dentro do volume de controle, W Ä–sai taxa de transferência de energia para fora do volume de controle, W Ä–acu taxa de aumento da energia acumulada (armazenada) no interior de um volume de controle, W e energia interna térmica por unidade de massa, J/kg; rugosidade superficial, m F força, N; fração da radiação de um corpo negro em um intervalo de comprimento de onda; fator de forma Fo número de Fourier Fr número de Froude f fator de atrito; variável similar G irradiação, W/m2; velocidade mássica, kg/(s · m2) Gr número de Grashof Gz número de Graetz g aceleração da gravidade, m/s 2 H altura do bocal, m; constante de Henry, bar h coeficiente de transferência de calor por convecção (coeficiente convectivo), W/(m2 · K); constante de Planck, J · s h fg calor latente de vaporização, J/kg h'fg calor latente de vaporização modificado, J/kg h sf calor latente de fusão, J/kg hm coeficiente de transferência de massa por convecção, m/s h rad coeficiente de transferência de calor por radiação, W/(m2 · K) I corrente elétrica, A; intensidade de radiação, W/(m2 · sr) i densidade de corrente elétrica, A/m2; entalpia por unidade de massa, J/kg J radiosidade, W/m2 Ja número de Jakob J*i fluxo molar difusivo da espécie i em relação à velocidade molar média da mistura, kmol/(s · m2) ji fluxo mássico difusivo da espécie i em relação à velocidade mássica média da mistura, kg/(s · m2) jC fator j de Colburn para a transferência de calor jm fator j de Colburn para a transferência de massa k condutividade térmica, W/(m · K) kB constante de Boltzmann, J/K k0 constante da taxa de reação homogênea, de ordem zero, kmol/(s · m3) k1 constante da taxa de reação homogênea, de primeira ordem, s −1 k" 1 constante da taxa de reação na superfície, de primeira ordem, m/s L comprimento, m Le número de Lewis M massa, kg i taxa de transferência de massa da espécie i, kg/s i,g taxa de aumento de massa da espécie i devido a reações químicas, kg/s ent taxa na qual massa entra em um volume de controle, kg/s sai taxa na qual massa deixa um volume de controle, kg/s acu taxa de aumento da massa acumulada (armazenada) no interior de um volume de controle, kg/s i massa molar da espécie i, kg/kmol Ma número de Mach m massa, kg vazão mássica, kg/s mi fração mássica da espécie i, ρi/ρ N número inteiro NL , NT número de tubos nas direções longitudinal e transversal Nu número de Nusselt NUT número de unidades de transferência Ni taxa de transferência molar da espécie i em relação à coordenadas fixas, kmol/s N" i fluxo molar da espécie i em relação à coordenadas fixas, kmol/(s · m2) taxa molar de aumento da espécie i por unidade de volume devido à reações químicas, kmol/(s · m3) i "i taxa de reação da espécie i na superfície, kmol/(s · m2) N número de Avogadro n" i fluxo mássico da espécie i em relação à coordenadas fixas, kg/(s · m2) i taxa mássica de aumento da espécie i por unidade de volume devido à reações químicas, kg/(s · m3) P potência, W; perímetro, m PL , PT passos longitudinal e transversal adimensionais de uma matriz tubular Pe número de Peclet Pr número de Prandtl p pressão, N/m2 Q transferência de energia, J q taxa de transferência de calor, W taxa de geração de energia por unidade de volume, W/m3 q' taxa de transferência de calor por unidade de comprimento, W/m q" fluxo térmico, W/m2 q* taxa de transferência de calor por condução adimensional R raio de um cilindro, m; constante do gás, J/(kg · K) â„› constante universal dos gases, J/(kmol · K) Ra número de Rayleigh Re número de Reynolds Re resistência elétrica, Ω Rd fator de deposição, m2 · K/W Rm resistência à transferência de massa, s/m3 Rm,n resíduo do nó m, n Rt resistência térmica, K/W Rt,c resistência térmica de contato, K/W Rt,a resistência térmica da aleta, K/W Rt,e resistência térmica de um conjunto de aletas, K/W re raio de um cilindro ou esfera, m r, Ï•, z coordenadas cilíndricas r, θ, Ï• coordenadas esféricas S solubilidade, kmol/(m3 · atm); fator de forma para a condução bidimensional, m; passo dos bocais, m; espaçamento entre placas, m; coeficiente de Seebeck, V/K Sc constante solar S D, S L , S T passos diagonal, longitudinal e transversal de uma matriz tubular, m Sc número de Schmidt Sh número de Sherwood St número de Stanton T temperatura, K t tempo, s U coeficiente global de transferência de calor, W/(m2 · K); energia interna, J u, v, w componentes da velocidade mássica média do fluido, m/s u*, v*, w* componentes da velocidade molar média, m/s V volume, m3; velocidade do fluido, m/s v volume específico, m3/kg W largura de um bocal retangular, m taxa na qual o trabalho é realizado, W We número de Weber X qualidade do vapor Xu parâmetro de Martinelli X, Y, Z componentes da força de corpo por unidade de volume, N/m3 x, y, z coordenadas retangulares, m xc posição crítica da transição para a turbulência, m xcd, c comprimento de entrada de concentração, m xcd, v comprimento de entrada fluidodinâmica, m xcd, t comprimento de entrada térmica, m xi fração molar da espécie i, Ci/C Z propriedade termoelétrica do material, K−1 Letras gregas α difusividade térmica, m2/s; coeficiente de acomodação; absortividade β coeficiente de expansão volumétrica térmica, K−1 Γ vazão mássica por unidade de largura na condensação em filme, kg/(s · m) γ razão dos calores específicos δ espessura da camada limite fluidodinâmica (de velocidade), m δc espessura da camada limite de concentração, m δp espessura de penetração térmica, m δt espessura da camada limite térmica, m ε emissividade; porosidade; efetividade de um trocador de calor εa efetividade da aleta η eficiência termodinâmica; variável similar ηa eficiência da aleta ηo eficiência global da superfície aletada θ ângulo de zênite, rad; diferença de temperaturas, K κ coeficiente de absorção, m−1 λ comprimento de onda, μm λlpm livre percurso médio, nm μ viscosidade, kg/(s · m) v viscosidade cinemática, m2/s; frequência da radiação, s −1 ρ densidade, kg/m3; refletividade ρe resistividade elétrica, Ω/m σ constante de Stefan-Boltzmann, W/(m2 · K4); condutividade elétrica, 1/(Ω · m); tensão viscosa normal, N/m2; tensão superficial, N/m Φ função dissipação viscosa, s −2 φ fração volumétrica Ï• ângulo de azimute, rad ψ função corrente, m2/s τ tensão cisalhante, N/m2; transmissividade ω ângulo sólido, sr; taxa de perfusão, s −1 Subscritos A, B espécies em uma mistura binária abs absorvido ma média aritmética atm atmosférica b base de uma superfície estendida cn corpo negro c concentração; crítico tr seção transversal C Carnot cr espessura crítica de isolamento cond condução conv convecção CC contracorrente D diâmetro; arrasto dif difusão e excesso; emissão; elétron; lado externo evap evaporação f propriedades do fluido; condições de líquido saturado; fluido frio f fônon a condições de aleta cf convecção forçada cd condições plenamente desenvolvidas g condições de vapor saturado C condições de transferência de calor h hidrodinâmica; helicoidal q fluido quente i designação geral de espécies; superfície interna de uma região anular; condição inicial; radiação incidente; lado interno ent condição na entrada do tubo L baseado no comprimento característico l condições de líquido saturado lat energia latente ml condição de média logarítmica m valor médio na seção transversal do tubo máx velocidade máxima do fluido o condição no centro ou no plano central sai condição na saída do tubo p momentum R superfície rerradiante r, ref radiação refletida rad radiação S condições solares s condições na superfície; propriedades de sólido; condições de sólido saturado sat condições de saturação sens energia sensível ceu condições do céu re regime estacionário viz vizinhança t térmico tr transmitido v condições de vapor saturado x condições locais em uma superfície λ espectral ∞ condições de corrente livre Sobrescritos * média molar; grandeza adimensional Barra sobreposta – condição média na superfície; média no tempo A partir do estudo da termodinâmica, você aprendeu que energia pode ser transferida através de interações de um sistema com a sua vizinhança. Essas interações são chamadas de trabalho e calor. Entretanto, a termodinâmica lida com os estados extremos (inicial e final) do processo ao longo do qual uma interação ocorre e não fornece informação sobre a natureza da interação ou sobre a taxa na qual ela ocorre. O objetivo do presente texto é estender a análise termodinâmica através do estudo dos modos de transferência de calor e através do desenvolvimento de relações para calcular taxas de transferência de calor. Neste capítulo, estabelecemos os fundamentos para a maior parte do material tratado neste texto. Fazemos isso através da colocação de várias perguntas: O que é transferência de calor? Como o calor é transferido? Por que isso é importante? O primeiro objetivo é desenvolver uma avaliação dos conceitos fundamentais e princípios que fundamentam os processos de transferência de calor. Um segundo objetivo é ilustrar uma maneira na qual um conhecimento de transferência de calor pode ser usado em conjunto com a primeira lei da termodinâmica (conservação da energia) para resolver problemas relevantes para a tecnologia e para a sociedade. 1.1 O Quê e Como? Uma definição simples, mas geral, fornece uma resposta satisfatória para a pergunta: O que é transferência de calor? Transferência de calor (ou calor) é energia térmica em trânsito devido a uma diferença de temperaturas no espaço. Sempre que existir uma diferença de temperaturas em um meio ou entre meios, haverá, necessariamente, transferência de calor. Como mostrado na Figura 1.1, referimo-nos aos diferentes tipos de processos de transferência de calor por modos. Quando existe um gradiente de temperatura em um meio estacionário, que pode ser um sólido ou um fluido, usamos o termo condução para nos referirmos à transferência de calor que ocorrerá através do meio. Em contraste, o termo convecção se refere à transferência de calor que ocorrerá entre uma superfície e um fluido em movimento quando eles estiverem a diferentes temperaturas. O terceiro modo de transferência de calor é chamado de radiação térmica. Todas as superfícies com temperatura não nula emitem energia na forma de ondas eletromagnéticas. Desta forma, na ausência de um meio interposto participante, há transferência de calor líquida, por radiação, entre duas superfícies a diferentes temperaturas. 1.2 Origens Físicas e Equações de Taxa Como engenheiros, é importante que entendamos os mecanismos físicos que fundamentam os modos de transferência de calor e que sejamos capazes de usar as equações das taxas que determinam a quantidade de energia sendo transferida por unidade de tempo. 1.2.1 Condução Na menção da palavra condução, devemos imediatamente visualizar conceitos das atividades atômicas e moleculares, pois são processos nesses níveis que mantêm este modo de transferência de calor. A condução pode ser vista como a transferência de energia das partículas mais energéticas para as menos energéticas de uma substância devido às interações entre partículas. O mecanismo físico da condução é mais facilmente explicado através da consideração de um gás e do uso de ideias familiares vindas de seu conhecimento da termodinâmica. Considere um gás no qual exista um gradiente de tempera tura e admita que não haja movimento global, ou macroscópi co. O gás pode ocupar o espaço entre duas superfícies que são mantidas a diferentes temperaturas, como mostrado na Figura 1.2. Associamos a temperatura em qualquer ponto à ener gia das moléculas do gás na proximidade do ponto. Essa energia es tá relacionada ao movimento de translação aleatório, assim como aos movimentos internos de rotação e de vibração das moléculas. Temperaturas mais altas estão associadas à energias moleculares mais altas. Quando moléculas vizinhas se chocam, como o fazem constantemente, uma transferência de energia das moléculas mais energéticas para as menos energéticas deve ocorrer. Na presença de um gradiente de temperatura, transferência de energia por condução deve, então, ocorrer no sentido da diminuição da temperatura. Isso seria verdade mesmo na ausência de colisões, como está evidente na Figura 1.2. O plano hipotético em xo está sendo constantemente atravessado por moléculas vindas de cima e de baixo, devido ao movimento aleatório destas moléculas. Contudo, moléculas vindas de cima estão associadas a temperaturas superiores àquelas das moléculas vindas de baixo e, neste caso, deve existir uma transferência líquida de energia na direção positiva de x. Colisões entre moléculas melhoram essa transferência de energia. Podemos falar da transferência líquida de energia pelo movimento molecular aleatório como uma difusão de energia. FIGURA 1.1 Modos de transferência de calor: condução, convecção e radiação. FIGURA 1.2 Associação da transferência de calor por condução à difusão de energia devido à atividade molecular. A situação é muito semelhante nos líquidos, embora as moléculas estejam mais próximas e as interações moleculares sejam mais fortes e mais frequentes. Analogamente, em um sólido, a condução pode ser atribuída à atividade atômica na forma de vibrações dos retículos. A visão moderna associa a transferência de energia a ondas na estrutura de retículos induzidas pelo movimento atômico. Em um não condutor elétrico, a transferência de energia ocorre exclusivamente através dessas ondas; em um condutor, a transferência também ocorre em função do movimento de translação dos elétrons livres. Tratamos as propriedades importantes associadas ao fenômeno da condução no Capítulo 2 e no Apêndice A. São inúmeros os exemplos de transferência de calor por condução. A extremidade exposta de uma colher de metal subitamente imersa em uma xícara de café quente é aquecida devido à condução de energia através da colher. Em um dia de inverno, há perda significativa de energia de um quarto aquecido para o ar externo. Esta perda ocorre principalmente devido à transferência de calor por condução através da parede que separa o ar do interior do quarto do ar externo. Processos de transferência de calor podem ser quantificados através de equações de taxa apropriadas. Essas equações podem ser usadas para calcular a quantidade de energia sendo transferida por unidade de tempo. Para a condução térmica, a equação da taxa é conhecida como lei de Fourier. Para a parede plana unidimensional mostrada na Figura 1.3, com uma distribuição de temperaturas T(x), a equação da taxa é escrita na forma O fluxo térmico q″x (W/m2) é a taxa de transferência de calor na direção x por unidade de área perpendicular à direção da transferência e ele é proporcional ao gradiente de temperatura, dT/dx, nesta direção. O parâmetro k é uma propriedade d e transporte conhecida como condutividade térmica (W/ (m · K)) e é uma característica do material da parede. O sinal de menos é uma consequência do fato do calor ser transferido no sentido da temperatura decrescente. Nas condições de estado estacionário mostradas na Figura 1.3, nas quais a distribuição de temperaturas é linear, o gradiente de temperatura pode ser representado como e o fluxo térmico é, então, ou Note que esta equação fornece um fluxo térmico, isto é, a taxa de transferência de calor por unidade de área. A taxa de transferência de calor por condução, qx (W), através de uma parede plana com área A, é, então, o produto do fluxo e da área, qx = q″x · A. FIGURA 1.3 Transferência de calor unidimensional por condução (difusão de energia). * EXEMPLO 1.1 A parede de um forno industrial é construída com tijolo refratário com 0,15 m de espessura, cuja condutividade térmica é de 1,7 W/(m · K). Medidas efetuadas ao longo da operação em regime estacionário revelam temperaturas de 1400 e 1150 K nas paredes interna e externa, respectivamente. Qual é a taxa de calor perdida através de uma parede que mede 0,5 m × 1,2 m? SOLUÇÃO Dados: Condições de regime estacionário com espessura, área, condutividade térmica e temperaturas das superfícies da parede especificadas. Achar: Perda de calor pela parede. Esquema: Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. Condução unidimensional através da parede. 3. Condutividade térmica constante. Análise: Como a transferência de calor através da parede é por condução, o fluxo térmico pode ser determinado com a lei de Fourier. Usando a Equação 1.2, temos O fluxo térmico representa a taxa de transferência de calor através de uma seção de área unitária e é uniforme (invariável) ao longo da superfície da parede. A perda de calor através da parede de área A = H × W é, então, Comentários: Observe o sentido do fluxo térmico e a diferença entre o fluxo térmico e a taxa de transferência de calor. 1.2.2 Convecção O modo de transferência de calor por convecção abrange dois mecanismos. Além de transferência de energia devido ao movimento molecular aleatório (difusão), a energia também é transferida através do movimento global, ou macroscópico, do fluido. Esse movimento do fluido está associado ao fato de que, em um instante qualquer, um grande número de moléculas está se movendo coletivamente ou como agregados. Tal movimento, na presença de um gradiente de temperatura, contribui para a transferência de calor. Como as moléculas nos agregados mantêm seus movimentos aleatórios, a transferência total de calor é, então, devida à superposição do transporte de energia pelo mo vimento aleatório das moléculas com o transporte devido ao movimento global do fluido. O termo convecção é costumeiramente usado para fazer referência a esse transporte cumulativo e o termo advecção se refere ao transporte devido ao movimento global do fluido. Estamos especialmente interessados na transferência de calor por convecção, que ocorre com o contato entre um fluido em movimento e uma superfície, estando os dois a diferentes temperaturas. Considere o escoamento de um fluido sobre a superfície aquecida da Figura 1.4. Uma consequência da interação entre o fluido e a superfície é o desenvolvimento de uma região no fluido através da qual a sua velocidade varia entre zero, no contato com a superfície (y = 0), e um valor finito u∞, associado ao escoamento. Essa região do fluido é conhecida por camada-limite hidrodinâmica ou de velocidade. Além disso, se as temperaturas da superfície e do fluido forem diferentes, existirá uma região no fluido através da qual a temperatura variará de Ts, em y = 0, a T∞, associada à região do escoamento afastada da superfície. Essa região, conhecida por camada-limite térmica, pode ser menor, maior ou ter o mesmo tamanho daquela através da qual a velocidade varia. Em qualquer caso, se Ts > T∞, transferência de calor por convecção se dará desta superfície para o fluido em escoamento. FIGURA 1.4 Desenvolvimento da camada-limite na transferência de calor por convecção. O modo de transferência de calor por convecção é mantido pelo movimento molecular aleatório e pelo movimento global do fluido no interior da camada-limite. A contribuição devido ao movimento molecular aleatório (difusão) é dominante próximo à superfície, onde a velocidade do fluido é baixa. Na verdade, na interface entre a superfície e o fluido (y = 0), a velocidade do fluido é nula e o calor é transferido somente através desse mecanismo. A contribuição do movimento global do fluido origina-se no fato de que a espessura da camada-limite cresce à medida que o escoamento progride na direção do eixo x. De fato, o calor que é conduzido para o interior desta camada é arrastado na direção do escoamento, sendo posteriormente transferido para o fluido que se encontra no exterior da camadalimite. O estudo e a observação dos fenômenos associados às camadaslimite são essenciais para a compreensão da transferência de calor por convecção. Por esse motivo, a disciplina de mecânica dos fluidos assumirá um papel importante em nossa análise posterior da convecção. A transferência de calor por convecção pode ser classificada de acordo com a natureza do escoamento do fluido. Referimo-nos à convecção forçada quando o escoamento é causado por meios externos, tais como um ventilador, uma bomba, ou ventos atmosféricos. Como um exemplo, considere o uso de um ventilador para propiciar o resfriamento com ar, por convecção forçada, dos componentes eletrônicos quentes em uma série de placas de circuito impresso (Figura 1.5a). Em contraste, no caso da convecção livre (ou natural) o escoamento do fluido é induzido por forças de empuxo, que são originadas a partir de diferenças de densidades (massas específicas) causadas por variações de temperatura no fluido. Um exemplo é a transferência de calor por convecção natural, que ocorre a partir dos componentes quentes de uma série de placas de circuito impresso dispostas verticalmente e expostas ao ar (Figura 1.5b). O ar que entra em contato direto com os componentes experimenta um aumento de temperatura e, portanto, uma redução da densidade. Como ele fica mais leve do que o ar adjacente, as forças de empuxo induzem um movimento vertical no qual o ar quente perto das placas ascende e é substituído pelo influxo de ar ambiente, mais frio. Enquanto consideramos convecção forçada pura na Figura 1.5a e convecção natural pura na Figura 1.5b, condições correspondentes à mistura (combinação) de convecção forçada e natural podem existir. Por exemplo, se as velocidades associadas ao escoamento da Figura 1.5a forem pequenas e/ou as forças de empuxo forem grandes, um escoamento secundário, comparável ao escoamento forçado imposto, pode ser induzido. Neste caso, o escoamento induzido pelo empuxo seria perpendicular ao escoamento forçado e poderia ter um efeito significativo na transferência de calor por convecção a partir dos componentes. Na Figura 1.5b, ocorreria convecção mista se um ventilador fosse usado para forçar o ar para cima, entre as placas de circuito impresso, dessa forma auxiliando o escoamento causado pelo empuxo; ou então em direção oposta (para baixo), nesse caso opondo-se ao escoamento causado pelo empuxo. FIGURA 1.5 Processos de transferência de calor por convecção. (a) Convecção forçada. (b) Convecção natural. (c) Ebulição. (d) Condensação. Descrevemos o modo de transferência de calor por convecção como a transferência de energia ocorrendo no interior de um fluido devido aos efeitos combinados da condução e do escoamento global ou macroscópico do fluido. Tipicamente, a energia que está sendo transferida é a energia sensível, ou térmica interna, do fluido. Contudo, em alguns processos convectivos há também troca de calor latente. Essa troca de calor latente é geralmente associada a uma mudança de fase entre os estados líquido e vapor do fluido. Dois casos particulares de interesse neste livro são a ebulição e a condensação. Por exemplo, transferência de calor por convecção resulta da movimentação do fluido induzida por bolhas de vapor geradas no fundo de uma panela contendo água em ebulição (Figura 1.5c) ou pela condensação de vapor d’água na superfície externa de uma tubulação por onde escoa água fria (Figura 1.5d). Independentemente da natureza do processo de transferência de calor por convecção, a equação apropriada para a taxa de transferência possui a forma na qual q", o fluxo de calor por convecção (W/m2), é proporcional à diferença entre as temperaturas da superfície e do fluido, Ts e T∞, respectivamente. Essa expressão é conhecida como lei do resfriamento de Newton, e o parâmetro h (W/(m2 · K)) é chamado de coeficiente de transferência de calor por convecção. Este coeficiente depende das condições na camada-limite, as quais, por sua vez, são influenciadas pela geometria da superfície, pela natureza do escoamento do fluido e por uma série de propriedades termodinâmicas e de transporte do fluido. Qualquer estudo da convecção no fundo se reduz a um estudo de procedimentos pelos quais o h pode ser determinado. Embora a discussão desses procedimentos seja adiada até o Capítulo 6, a transferência de calor por convecção surgirá frequentemente como uma condição de contorno na solução de problemas envolvendo a condução (Capítulos 2 a 5). Na solução de tais problemas, o valor do h é considerado conhecido, podendo-se utilizar valores típicos dados na Tabela 1.1. Quando a Equação 1.3a é usada, o fluxo de calor por convecção é considerado positivo se o calor é transferido a partir da superfície (Ts > T∞) e negativo se o calor é transferido para a superfície (T∞ > Ts). Contudo, nada nos impede de representar a lei do resfriamento de Newton por situação na qual a transferência de calor é positiva se ocorrer para a superfície. TABELA 1.1 Valores típicos do coeficiente de transferência de calor por convecção h Processo (W/(m2 · K)) Convecção natural Gases 2–25 Líquidos 50–1000 Convecção forçada Gases 25–250 Líquidos 100–20.000 Convecção com mudança de fase Ebulição ou condensação 2500–100.000 1.2.3 Radiação Radiação térmica é a energia emitida pela matéria que se encontra a uma temperatura diferente de zero. Ainda que voltemos nossa atenção para a radiação a partir de superfícies sólidas, a emissão também ocorre a partir de gases e líquidos. Independentemente da forma da matéria, a emissão pode ser atribuída a mudanças nas configurações eletrônicas dos átomos ou moléculas que constituem a matéria. A energia do campo de radiação é transportada por ondas eletromagnéticas (ou, alternativamente, fótons). Enquanto a transferência de energia por condução ou convecção requer a presença de um meio material, a radiação não necessita dele. Na realidade, a transferência por radiação ocorre mais eficientemente no vácuo. Considere os processos de transferência de calor por radiação na superfície da Figura 1.6a. A radiação que é emitida pela superfície tem sua origem na energia térmica da matéria delimitada pela superfície e a taxa na qual a energia é liberada por unidade de área (W/m2) é conhecida como poder emissivo, E, da superfície. Há um limite superior para o poder emissivo, que é determinado pela lei de StefanBoltzmann na qual Ts é a temperatura absoluta (K) da superfície e σ é a constante de StefanBoltzmann (σ = 5,67 × 10−8 W/(m2 · K4)). Tal superfície é chamada um radiador ideal ou corpo negro. O fluxo térmico emitido por uma superfície real é menor do que aquele emitido por um corpo negro à mesma temperatura e é dado por em que ε é uma propriedade radiante da superfície conhecida por emissividade. Com valores na faixa de 0 ≤ ε ≤ 1, essa propriedade fornece uma medida da eficiência na qual uma superfície emite energia em relação ao corpo negro. Ela depende fortemente do material da superfície e de seu acabamento. Valores representativos de emissividades são fornecidos no Apêndice A. Radiação pode também incidir sobre uma superfície a partir de sua vizinhança. A radiação pode ser oriunda de uma fonte especial, como o sol, ou de outras superfícies às quais a superfície de interesse esteja exposta. Independentemente da(s) fonte(s), designamos as taxas nas quais todas essas radiações incidem sobre uma área unitária da superfície por irradiação, G (Figura 1.6a). Uma porção, ou toda a irradiação, pode ser absorvida pela superfície, aumentando dessa maneira a energia térmica do material. A taxa na qual a energia radiante é absorvida, por unidade de área da superfície, pode ser calculada com o conhecimento de uma propriedade radiante da superfície conhecida por absortividade, G. Ou seja, em que 0 ≤ α ≤ 1. Se α < 1 e a superfície é opaca, porções da irradiação são refletidas. Se a superfície é semitransparente, porções da irradiação podem também ser transmitidas. Contudo, enquanto as radiações absorvidas e emitidas aumentam e reduzem, respectivamente, a energia térmica da matéria, as radiações refletidas e transmitidas não têm efeito nessa energia. Note que o valor de α depende da natureza da irradiação, assim como da superfície propriamente dita. Por exemplo, a absortividade de uma superfície para a radiação solar pode diferir de sua absortividade para a radiação emitida pelas paredes de um forno. FIGURA 1.6 Troca por radiação: (a) em uma superfície e (b) entre uma superfície e uma grande vizinhança. Em muitos problemas de engenharia (uma importante exceção sendo problemas envolvendo radiação solar ou radiação oriunda de outras fontes a temperaturas muito altas), líquidos podem ser considerados opacos para a transferência de calor por radiação e gases podem ser considerados transparentes. Sólidos podem ser opacos (como é o caso dos metais) ou semitransparentes (como no caso de finas folhas de alguns polímeros e alguns materiais semicondutores). Um caso particular que ocorre com frequência é a troca de radiação entre uma pequena superfície a Ts e uma superfície isotérmica, muito maior, que envolve completamente a menor (Figura 1.6b). A vizinhança poderia ser, por exemplo, as paredes de uma sala ou de um forno, cuja temperatura Tviz seja diferente daquela da superfície contida no seu interior (Tviz ≠ Ts). Vamos mostrar no Capítulo 12 que, nesta condição, a irradiação pode ser aproximada pela emissão de um corpo negro a Tviz , ou seja, . Se a superfície for considerada uma para a qual α = ε (uma superfície cinza), a taxa líquida de transferência de calor por radiação saindo da superfície, expressa por unidade de área da superfície, é Essa expressão fornece a diferença entre a energia térmica que é liberada devido à emissão de radiação e aquela ganha devido à absorção de radiação. Em muitas aplicações é conveniente expressar a troca líquida de calor por radiação na forma na qual, em função da Equação 1.7, o coeficiente de transferência de calor por radiação hr é Aqui modelamos o modo de transferência de calor por radiação de uma maneira análoga à convecção. Nesse sentido, lineariza mos a equação da taxa de transferência de calor por radiação, fazendo a taxa de troca térmica proporcional a uma diferença de temperaturas ao invés da proporcionalidade com a diferença entre as duas temperaturas elevadas à quarta potência. Note, contudo, que hr depende fortemente da temperatura, enquanto a dependência do coeficiente de transferência de calor por convecção h em relação à temperatura é, em geral, fraca. As superfícies da Figura 1.6 podem também, simultaneamente, transferir calor por convecção para um gás adjacente. Para as condições da Figura 1.6b, a taxa total de transferência de calor saindo da superfície é, então EXEMPLO 1.2 Uma tubulação de vapor d’água sem isolamento térmico atravessa uma sala na qual o ar e as paredes se encontram a 25°C. O diâmetro externo do tubo é de 70 mm, a temperatura de sua superfície é de 200°C e esta superfície tem emissividade igual a 0,8. Quais são o poder emissivo da superfície e a sua irradiação? Sendo o coeficiente associado à transferência de calor por convecção natural da superfície para o ar igual a 15 W/(m2 · K), qual é a taxa de calor perdida pela superfície por unidade de comprimento do tubo? SOLUÇÃO Dados: Tubo sem isolamento térmico, com diâmetro, emissividade e temperatura superficial conhecidas, em uma sala com temperaturas fixas do ar e das paredes. Achar: 1. Poder emissivo da superfície e irradiação. 2. Perda de calor no tubo por unidade de comprimento, q'. Esquema: Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. Troca por radiação entre o tubo e a sala semelhante àquela entre uma superfície pequena e um envoltório muito maior. 3. Emissividade e absortividade da superfície iguais. Análise: 1. O poder emissivo da superfície pode ser determinado com a Equação 1.5, enquanto a irradiação corresponde a G = . Logo 2. A perda de calor na tubulação se dá por convecção para o ar e por troca de radiação com as paredes. Logo, q = qconv + qrad e da Equação 1.10, com A = πDL, A perda de calor por unidade de comprimento do tubo é, então Comentários: 1. Note que temperaturas podem ser expressas em unidades de °C ou K quando avaliando a diferença de temperaturas para uma taxa de transferência de calor por convecção (ou condução). Entretanto, temperaturas devem ser expressas em kelvins (K) quando se avalia uma taxa de transferência por radiação. 2. A taxa líquida de transferência de calor por radiação saindo da tubulação pode ser representada por 3. Nessas condições, as taxas de transferência de calor por radiação e por convecção são comparáveis, pois Ts é grande quando comparado a Tviz e o coeficiente associado à convecção natural é pequeno. Para valores mais moderados de Ts e os valores maiores de h associados à convecção forçada, o efeito da radiação pode ser frequentemente desprezado. O coeficiente de transferência de calor por radiação pode ser calculado através da Equação 1.9. Nas condições desse problema seu valor é de hr = 11 W/(m2 · K). 1.2.4 O Conceito de Resistência Térmica Os três modos de transferência de calor foram apresentados nas seções anteriores. Como fica evidente a partir das Equações 1.2, 1.3 e 1.8, a taxa de transferência de calor por ser representada na forma na qual ΔT é uma diferença de temperaturas pertinente e A é a área normal à direção da transferência de calor. A grandeza Rt é chamada de resistência térmica e assume diferentes formas para os três modos de transferência de calor. Por exemplo, a Equação 1.2 pode ser multiplicada pela área A e reescrita na forma qx = ΔT/Rt,c, na qual Rt,c = L/(kA) é uma resistência térmica associada à condução, com unidades K/W. O conceito de resistência térmica será considerado em detalhes no Capítulo 3 e será visto que ele é de grande utilidade na solução de problemas complexos de transferência de calor. 1.3 Relações com a Termodinâmica Os escopos da transferência de calor e da termodinâmica são altamente complementares e inter-relacionados, mas eles também têm diferenças fundamentais. Se você frequentou um curso de termodinâmica, você está ciente que a troca de calor exerce um papel vital nas primeira e segunda leis da termodinâmica, porque ela é um dos mecanismos principais para a transferência de energia entre um sistema e sua vizinhança. Enquanto a termodinâmica pode ser usada para determinar a quantidade de energia requerida na forma de calor por um sistema para passar de um estado para outro, ela não trata dos mecanismos que promovem a troca de calor nem dos métodos que existem para calcular a taxa de troca de calor. A disciplina de transferência de calor procura especificamente quantificar a taxa na qual calor é trocado através das equações de taxa representadas, por exemplo, pelas Equações 1.2, 1.3 e 1.7. Na verdade, os princípios de transferência de calor frequentemente possibilitam ao engenheiro implementar os conceitos da termodinâmica. Por exemplo, o tamanho real de uma planta de potência a ser construída não pode ser determinado a partir somente da termodinâmica; os princípios de transferência de calor devem também ser utilizados no estágio de projeto. O restante desta seção trata da relação da transferência de calor com a termodinâmica. Como a primeira lei da termodinâmica (a lei da conservação de energia) fornece um ponto de partida útil, frequentemente essencial, para a solução de problemas de transferência de calor, a Seção 1.3.1 apresentará um desenvolvimento das formulações gerais da primeira lei. A eficiência ideal (Carnot) de uma máquina térmica, como determinada pela segunda lei da termodinâmica, será revista na Seção 1.3.2. Será mostrado que uma descrição realística da transferência de calor entre uma máquina térmica e sua vizinhança limita ainda mais a eficiência real de uma máquina térmica. 1.3.1 Relações com a Primeira Lei da Termodinâmica (Conservação de Energia) No fundo, a primeira lei da termodinâmica é simplesmente um enunciado de que a energia total de um sistema é conservada e, consequentemente, a única forma na qual a quantidade de energia em um sistema pode mudar é se a energia cruzar sua fronteira. A primeira lei também indica as formas nas quais a energia pode cruzar as fronteiras de um sistema. Para um sistema fechado (uma região de massa fixa), há somente duas formas: transferência de calor através das fronteiras e trabalho realizado pelo ou no sistema. Isto leva ao seguinte enunciado da primeira lei para um sistema fechado, que é familiar se você já cursou termodinâmica: no qual Δ é a variação da energia total acumulada no sistema, Q é o valor líquido do calor transferido para o sistema e W é o valor líquido do trabalho efetuado pelo sistema. Isso está ilustrado esquematicamente na Figura 1.7a. A primeira lei pode também ser aplicada em um volume de controle (ou sistema aberto), uma região do espaço delimitada por uma superfície de controle através da qual massa pode passar. A massa, entrando ou saindo do volume de controle, carrega energia com ela; este processo, chamado de advecção de energia, adiciona uma terceira forma na qual a energia pode cruzar a fronteira de um volume de controle. Para resumir, a primeira lei da termodinâmica pode ser enunciada de forma muito simples, como a seguir, tanto para um volume de controle como para um sistema fechado. FIGURA 1.7 Conservação de energia: (a) em um sistema fechado durante um intervalo de tempo e (b) em um volume de controle em um instante. Primeira Lei da Termodinâmica em um Intervalo de Tempo (Δt) O aumento na quantidade de energia acumulada (armazenada) em um volume de controle deve ser igual à quantidade de ener gia que entra no volume de controle menos a quantidade de energia que deixa o volume de controle. Ao aplicar esse princípio, reconhece-se que a energia pode entrar e sair do volume de controle devido à transferência de calor através da fronteira, ao trabalho realizado sobre ou pelo volume de controle e à advecção de energia. A primeira lei da termodinâmica se refere à energia total, que é constituída pelas energias cinética e potencial (em conjunto conhecidas como energia mecânica), e pela energia interna. A energia interna pode ainda ser subdividida em energia térmica (que será definida com maior cuidado mais tarde) e outras formas de energia interna, como energias química e nuclear. Para o estudo da transferência de calor, desejamos focar nossa atenção nas formas de energia mecânica e térmica. Devemos reconhecer que a soma das energias térmica e mecânica não é conservada, pois pode existir conversão entre outras formas de energia e energia térmica ou mecânica. Por exemplo, se ocorrer uma reação química que diminua a quantidade de energia química no sistema, ela resultará em um aumento na energia térmica do sistema. Se um motor elétrico operar no interior do sistema, ele causará conversão de energia elétrica em mecânica. Podemos considerar que tais conversões de energia resultem na geração de energia térmica ou mecânica (que pode ser positiva ou negativa). Desta forma, um enunciado da primeira lei que é bem adequado para análises de transferência de calor é: Equação das Energias Térmica e Mecânica em um Intervalo de Tempo (Δt) O aumento na quantidade de energia térmica e mecânica acumulada (armazenada) em um volume de controle deve ser igual à quantidade de energia térmica e mecânica que entra no volume de controle, menos a quantidade de energia térmica e mecânica que deixa o volume de controle, mais a quantidade de energia térmica e mecânica que é gerada no interior do volume de controle. Essa expressão se aplica em um intervalo de tempo t, e todos os termos representando energia são medidos em joules. Como a primeira lei deve ser satisfeita a cada e em todo instante de tempo t, podemos também formular a lei com base em taxas. Isto é, em qualquer instante, deve existir um equilíbrio entre todas as taxas de energia, medidas em joules por segundo (W). Em palavras, isto é dito da seguinte forma: Equação das Energias Térmica e Mecânica em um Instante (t) A taxa de aumento da quantidade de energia térmica e mecânica acumulada (armazenada) em um volume de controle deve ser igual à taxa na qual as energias térmica e mecânica entram no volume de controle, menos a taxa na qual as energias térmica e mecânica deixam o volume de controle, mais a taxa na qual as energias térmica e mecânica são geradas no interior do volume de controle. Se a entrada e a geração de energias térmica e mecânica excedem a saída, a quantidade armazenada (acumulada) de energias térmica e mecânica no volume de controle tem que aumentar. Se o inverso for verdadeiro, as energias térmica e mecânica armazenadas têm que diminuir. Se a entrada e a geração foram iguais a saída, tem que prevalecer uma condição de regime estacionário tal que não haverá variação na quantidade armazenada de energias térmica e mecânica no interior do volume de controle. Agora iremos definir símbolos para cada uma das parcelas de energia de modo que os enunciados no interior dos retângulos possam ser reescritos como equações. Façamos E representar a soma das energias térmica e mecânica (diferentemente do símbolo Etot para energia total). Usando o subscrito acu para indicar energia acumulada no volume de controle; a variação das energias térmica e mecânica acumuladas ao longo do intervalo de tempo Δt é então ΔEacu. Os subscritos ent e sai se referem à energia entrando e saindo do volume de controle. Finalmente, a geração de energias térmica e mecânica recebe o símbolo Eg. Assim, o primeiro enunciado no retângulo pode ser escrito como: A seguir, usando um ponto acima do termo para indicar uma taxa, o segundo enunciado emoldurado se torna: Esta expressão está esquematicamente ilustrada na Figura 1.7b. As Equações 1.12b,c fornecem ferramentas importantes, e em alguns casos essenciais, para a solução de problemas da transferência de calor. Toda aplicação da primeira lei deve iniciar com a identificação de um volume de controle apropriado e de sua superfície de controle, no qual a análise é posteriormente efetuada. A primeira etapa é indicar a superfície de controle, através do desenho de uma linha tracejada. A segunda etapa é decidir se a análise será efetuada em um intervalo de tempo Δt (Equação 1.12b) ou em termos de taxas (Equação 1.12c). Essa escolha depende do objetivo da solução e de como as informações são fornecidas no problema. A próxima etapa é identificar os termos de energia que são relevantes no problema que você está resolvendo. Para desenvolver sua confiança na realização desta última etapa, o restante desta seção é dedicado a esclarecer os seguintes termos de energia: • Energias térmica e mecânica armazenadas (acumulada), Eacu. • Geração de energias térmica e mecânica, Eg. • Transporte de energias térmica e mecânica através das superfícies de controle, isto é, os termos de entrada e saída, Eent e Esai. No enunciado da primeira lei (Equação 1.12a), a energia total, Etot , é constituída pelas energia cinética (EC = ½ mV2, em que m e V são a massa e a velocidade, respectivamente), energia potencial (EP = mgz, em que g é a aceleração da gravidade e z é a coordenada vertical) e energia interna (U). A energia mecânica é definida como a soma das energias cinética e potencial. Em problemas de transferência de calor, com muita frequência, as variações nas energias cinética e potencial são pequenas e podem ser desprezadas. A energia interna é constituída por um componente sensível, que é ligado aos movimentos de translação, rotação e/ou vibração dos átomos/moléculas que compõem a matéria; um componente latente, relacionado às forças intermoleculares influenciando mudanças de fase entre os estados sólido, líquido e vapor; um componente químico, que representa a energia armazenada nas ligações químicas entre átomos; e um componente nuclear, que está ligado às forças de ligação no interior dos núcleos. No estudo da transferência de calor, focamos nossa atenção nos componentes sensível e latente da energia interna (Usen e Ulat , respectivamente), que em conjunto são chamados de energia térmica, Ut. A energia sensível é a porção que associamos principalmente às variações de temperatura (embora ela possa também depender da pressão). A energia latente é o componente que associamos às mudanças de fase. Por exemplo, se o material no volume de controle muda de sólido para líquido (fusão) ou de líquido para vapor (vaporização, evaporação, ebulição), a energia latente aumenta. Inversamente, se a mudança de fase se dá do vapor para o líquido (condensação) ou do líquido para o sólido (solidificação, congelamento), a energia latente diminui. Obviamente, se não estiver ocorrendo mudança de fase, não há variação na energia latente e este termo pode ser desprezado. Com base nessa discussão, as energias térmica e mecânica acumuladas são dadas por Eacu = EC + EP + Ut, em que Ut = Usen + Ulat . Em muitos problemas, o único termo da energia relevante será a energia sensível, isto é, Eacu = Esen. O termo da geração de energia está associado à conversão de alguma outra forma de energia (química, elétrica, eletromagnética ou nuclear) em energia térmica ou mecânica. Esse é um fenômeno volumétrico. Ou seja, ele ocorre no interior do volume de controle e é geralmente proporcional ao tamanho desse volume. Por exemplo, uma reação química exotérmica pode estar acontecendo, convertendo energia química em energia térmica. O efeito líquido é um aumento na energia térmica da matéria no interior do volume de controle. Outra fonte de energia térmica é a conversão de energia elétrica que ocorre devido ao aquecimento resistivo, quando se passa uma corrente elétrica através de um condutor. Isto é, se uma corrente elétrica I passa através de uma resistência R no interior do volume de controle, energia elétrica é dissipada a uma taxa igual a I2R, que corresponde à taxa na qual a energia térmica é gerada (liberada) no interior do volume. Em todas as aplicações de interesse neste texto, se efeitos químicos, elétricos ou nucleares estiverem presentes, eles serão tratados como fontes (ou sumidouros, que correspondem a fontes negativas) de energia térmica ou mecânica e, desta forma, incluídos nos termos de geração das Equações 1.12b,c. Os termos relativos à entrada e à saída de energia são fenômenos de superfície. Ou seja, eles estão associados exclusivamente aos processos que ocorrem na superfície de controle e são geralmente proporcionais à área superficial. Como discutido anteriormente, os termos de entrada e saída de energia incluem transferência de calor (que pode ser por condução, convecção e/ ou radiação) e interações de trabalho que ocorrem nas fronteiras do sistema (por exemplo, devido ao deslocamento da fronteira, através de um eixo em rotação e/ou através de efeitos eletromagnéticos). Em situações nas quais massa atravessa a fronteira do volume de controle (por exemplo, situações envolvendo escoamento de um fluido), os termos de entrada e saída também incluem a energia (térmica e mecânica) que é carregada (advecção) pela massa que entra e sai do volume de controle. Por exemplo, se a vazão mássica que entra através da fronteira for , então a taxa na qual as energias térmica e mecânica entram com o escoamento é (ut + ½ V2 + gz), em que ut é a energia térmica por unidade de massa. Quando a primeira lei é aplicada em um volume de controle com fluido atravessando a sua fronteira, é comum dividir o termo do trabalho em duas contribuições. A primeira contribuição, chamada de trabalho de escoamento, é associada ao trabalho realizado por forças de pressão movimentando fluido através da fronteira. Para uma unidade de massa, a quantidade de trabalho é equivalente ao produto da pressão pelo volume específico do fluido (pv). O símbolo é tradicionalmente usado para a taxa na qual o trabalho restante (não incluindo o trabalho de escoa mento) é realizado. Se a operação ocorre em condições de regime estacionário (dEacu/dt = 0) e se não há geração de energias térmica ou mecânica, a Equação 1.12c se reduz à forma a seguir da equação da energia para processos contínuos em regime estacionário (veja a Figura 1.8), que será familiar caso você tenha feito um curso de termodinâmica: Os termos entre parênteses são expressos por unidade de massa de fluido nos locais de entrada e saída. Quando multiplicados pela vazão mássica , eles fornecem a taxa na qual a forma correspondente de energia (térmica, trabalho de escoamento, cinética e potencial) entra ou sai no volume de controle. A soma da energia térmica e do trabalho de escoamento, ambos por unidade de massa, pode ser substituída pela entalpia por unidade de massa, i = ut + pv. Na maioria das aplicações em sistemas abertos de interesse no presente texto, variações na energia latente entre as condições de entrada e saída da Equação 1.12d podem ser desprezadas, de tal forma que a energia térmica se reduz somente ao componente sensível. Se o fluido é considerado um gás ideal com calores específicos constantes, a diferença de entalpias (por unidade de massa) entre os escoamentos de entrada e de saída pode então ser representada por (ient – isai) = cp(Tent – Tsai), em que cp é o calor específico a pressão constante, e Tent e Tsai são as temperaturas na entrada e na saída, respectivamente. Se o fluido for um líquido incompressível, seus calores específicos a pressão constante e a volume constante são iguais, cp = cv ≡ c, e na Equação 1.12d a variação da energia sensível (por unidade de massa) se reduz a (ut,ent – ut,sai) = c(Tent – Tsai). A não ser que a queda de pressão seja extremamente grande, a diferença nos termos do trabalho de escoamento, (pv)ent – (pv)sai, é desprezível para um líquido. FIGURA 1.8 Conservação de energia em um sistema aberto, com escoamento em regime estacionário. Tendo já considerado condições de regime estacionário, inexistência de variações na energia latente e ausência de geração de energia térmica ou mecânica, há pelo menos quatro casos nos quais considerações adicionais podem ser feitas para reduzir a Equação 1.12d à equação simplificada da energia térmica para sistemas com escoamento em regime estacionário: O lado direito da Equação 1.12e representa a taxa líquida de saída de entalpia (energia térmica mais trabalho de escoamento) para um gás ideal ou de saída de energia térmica para um líquido incompressível. Os dois primeiros casos nos quais a Equação 1.12e se mantém podem ser facilmente verificados pelo exame da Equação 1.12d. Eles são: 1. Um gás ideal com variações das energias cinética e potencial desprezíveis e trabalho desprezível (outro além do trabalho de escoamento). 2. Um líquido incompressível com variações das energias cinética e potencial desprezíveis e trabalho desprezível, incluindo o trabalho de escoamento. Como observado na discussão anterior, o trabalho de escoamento é desprezível em um líquido incompressível desde que a variação de pressão não seja muito grande. O segundo par de casos não pode ser derivado diretamente da Equação 1.12d, pois requer mais conhecimentos de como a energia mecânica é convertida em energia térmica. Estes casos são: 3. Um gás ideal com dissipação viscosa desprezível e variação de pressão desprezível. 4. Um líquido incompressível com dissipação viscosa desprezível. A dissipação viscosa é a conversão de energia mecânica em energia térmica associada às forças viscosas agindo em um fluido. Ela é importante somente em situações envolvendo escoamentos com altas velocidades e/ou fluidos altamente viscosos. Como muitas aplicações de engenharia satisfazem uma ou mais das quatro condições anteriores, a Equação 1.12e é normalmente usada na análise da transferência de calor em fluidos em movimento. Ela será usada no Capítulo 8 no estudo da transferência de calor por convecção em escoamentos internos. A vazão mássica do fluido pode ser representada por = ρVAsr, em que ρ é a densidade do fluido e Asr é a área da seção transversal do canal através do qual o fluido escoa. A vazão volumétrica é simplesmente = VAsr /ρ. EXEMPLO 1.3 As pás de uma turbina eólica giram um grande eixo a uma velocidade relativamente baixa. A velocidade de rotação é aumenta da por uma caixa de engrenagens que tem uma eficiência de ηce = 0,93. Por sua vez, o eixo na saída da caixa de engrenagens atua em um gerador elétrico com eficiência de ηger = 0,95. O envoltório cilíndrico (nacela) que abriga a caixa de engrenagens, o gerador e os equipamentos associados, tem comprimen to igual a L = 6 m e diâmetro D = 3 m. Se a turbina produzir P = 2,5 MW de potência elétrica, e as temperaturas do ar e da vizinhança forem iguais a T∞ = 25°C e Tviz = 20°, respectivamente, determine a temperatura mínima possível no interior da nacela. A emissividade da nacela é ε = 0,83 e o coeficiente de transferência de calor no seu lado externo é igual a h = 35 W/(m2 · K). A superfície da nacela adjacente à hélice pode ser considerada adiabática e a irradiação solar pode ser desprezada. SOLUÇÃO Dados: Potência elétrica produzida por uma turbina eólica. Eficiências da caixa de engrenagens e do gerador, dimensões e emissividade da nacela, temperaturas ambiente e da vizinhança, e coeficiente de transferência de calor. Achar: Temperatura mínima possível no interior da nacela. Esquema: Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. Vizinhança muito grande. 3. Superfície da nacela que é adjacente à hélice é adiabática. Análise: A temperatura na nacela representa a temperatura mínima possível no seu interior e a primeira lei da termodinâmica pode ser usada para determinar esta temperatura. A primeira etapa é realizar um balanço de energia na nacela para determinar a taxa de transferência de calor da nacela para o ar e a vizinhança, em condições de regime estacionário. Esta etapa pode ser executada usando a conservação da energia total ou a conservação das energias térmica e mecânica; estas duas abordagens são comparadas. Conservação da Energia Total O primeiro dos três enunciados emoldurados da primeira lei na Seção 1.3 pode ser convertido para uma base de taxa e representado na forma de equação como a seguir: Em condições de regime estacionário, ela se reduz a O termo corresponde ao trabalho mecânico entrando na nacela , e o termo inclui a potência elétrica produzida P e a taxa de transferência de calor deixando a nacela, q. Desta forma Conservação das Energias Térmica e Mecânica Alternativamente, podemos representar a conservação das energias térmica e mecânica a partir da Equação 1.12c. Em condições de regime estacionário, ela se reduz a Aqui, Ä–ent novamente corresponde ao trabalho mecânico . Contudo, Ä–sai agora inclui somente a taxa de transferência de calor deixando a nacela q. Ela não inclui a potência elétrica, porque E representa somente as formas de energia térmica e mecânica. A potência elétrica aparece no termo de geração, pois energia mecânica é convertida em energia elétrica no gerador, fazendo aparecer uma fonte negativa de energia mecânica. Isto é, Ä–g = –P. Assim, a Equação (3) se torna que é equivalente à Equação (2), como ela teria que ser. Qualquer que seja a forma na qual a primeira lei da termodinâmica é aplicada, resulta a expressão a seguir para a taxa de transferência de calor: O trabalho mecânico e a potência elétrica estão relacionados através das eficiências da caixa de engrenagens e do gerador, Consequentemente, a Equação (5) pode ser escrita na forma Aplicação das Equações de Taxa A transferência de calor é devido à convecção e a radiação a partir da superfície externa da nacela, descritas pelas Equações 1.3a e 1.7, respectivamente. Assim ou A equação anterior não tem uma forma explícita em Ts, mas a temperatura superficial pode ser facilmente determinada por tentativas e erros ou através do uso de um pacote computacional como o Transferência de Calor Interativa – Interactive Heat Transfer (IHT) disponível no site da LTC Editora. Agindo desta forma, obtém-se Ts = 416 K = 143°C Sabemos que a temperatura no interior da nacela tem que ser maior do que a temperatura na sua superfície externa Ts, porque o calor gerado no interior da nacela tem que ser transferido do seu interior para a sua superfície, e de sua superfície para o ar e a vizinhança. Consequentemente, Ts representa a temperatura mínima possível no interior da nacela. Comentários: 1. A temperatura no interior da nacela é muito alta. Isto poderia impedir, por exemplo, a realização de uma manutenção de rotina por um trabalhador, como ilustrado no enunciado do problema. Procedimentos de gerenciamento térmico envolvendo ventiladores ou sopradores têm que ser empregados para reduzir a temperatura para um nível aceitável. 2. Melhoras nas eficiências tanto da caixa de engrenagens quanto do gerador não propiciariam somente mais potência elétrica, também reduziriam o tamanho e o custo dos equipamentos para gerenciamento térmico. Isto mesmo, maiores eficiências aumentariam o rendimento da turbina eólica e diminuiriam os seus custos de capital e operacionais. 3. O coeficiente de transferência de calor não teria um valor estacionário (constante) mas variaria periodicamente com a passagem das pás da turbina. Consequentemente, o valor do coeficiente de transferência de calor representa uma grandeza média no tempo. EXEMPLO 1.4 Uma barra longa feita de material condutor, com diâmetro D e resistência elétrica por unidade de comprimento R′e, encontra-se inicialmente em equilíbrio térmico com o ar ambiente e a sua vizinhança. Esse equilíbrio é perturbado quando uma corrente elétrica I é passada através do bastão. Desenvolva uma equação que possa ser usada para calcular a variação na temperatura da barra em função do tempo durante a passagem da corrente. SOLUÇÃO Dados: Temperatura de uma barra com diâmetro e resistência elétrica conhecidos, que varia ao longo do tempo devido à passagem de uma corrente elétrica. Achar: A equação que representa a variação da temperatura da barra em função do tempo. Esquema: Considerações: 1. A qualquer tempo t, a temperatura da barra é uniforme. 2. Propriedades constantes (ρ, c, ε = α). 3. Troca de calor por radiação entre a superfície externa da barra e a sua vizinhança do tipo que ocorre entre uma pequena superfície e um grande envoltório. Análise: A primeira lei da termodinâmica pode ser usada com frequência para determinar uma temperatura desconhecida. No presente exemplo, não há o componente mecânico da energia. Assim, os termos relevantes incluem a transferência de calor por convecção e radiação a partir da superfície, a geração de energia térmica devida ao aquecimento elétrico resistivo no interior do condutor e uma variação no acúmulo da energia térmica. Uma vez que desejamos determinar a taxa de variação da temperatura, a primeira lei deve ser aplicada em um instante de tempo. Logo, usando a Equação 1.12c em um volume de controle de comprimento L que envolve a barra, tem-se que Ä–g – Ä–sai = Ä–acu em que a geração de energia térmica é devida ao aquecimento elétrico resistivo, O aquecimento ocorre de modo uniforme no interior do volume de controle e também poderia ser representado em termos de uma taxa de geração de calor volumétrica (W/m3). A taxa de geração para todo o volume de controle é então Ä–g = V, em que = I2 / (πD2/4). A saída de energia acontece por convecção e radiação líquida a partir da superfície, Equações 1.3a e 1.7, respectivamente, e a variação no acúmulo de energia é devido à variação de temperatura, O termo Ä–acu está associado à taxa de variação da energia térmica interna da barra, em que ρ e c são a densidade e o calor específico, respectivamente, do material da barra, e V é o seu volume, V = (πD2/4)L. Substituindo as equações das taxas no balanço de energia, segue-se que Donde Comentários: 1. A equação anterior poderia ser resolvida para fornecer o comportamento dinâmico da temperatura da barra através de sua integração numérica. Uma condição de regime estacionário seria no final atingida, na qual dT/dt 0. A temperatura da barra é, então, determinada por uma equação algébrica na forma 2. Para condições ambientes fixas (h, T∞, Tviz ), bem como uma barra com geometria (D) e propriedades (ε, ) fixas, a temperatura do regime estacionário depende da taxa de geração de energia térmica e, portanto, do valor da corrente elétrica. Considere um fio de cobre sem isolamento (D = 1 mm, ε = 0,8; = 0,4 Ω/m) em um ambiente com superfície relativamente grande (Tviz = 300 K), no qual circula ar para resfriamento (h = 100 W/(m2 · K), T∞ = 300 K). Substituindo esses valores na equação anterior, a temperatura da barra foi calculada para correntes de operação na faixa de 0 ≤ I ≤ 10 A e os resultados a seguir foram obtidos: 3. Se, por questões de segurança, for estabelecida uma temperatura de operação máxima de T = 60°C, a corrente não deve exceder 5,2 A. Nessa temperatura, a transferência de calor por radiação (0,6 W/m) é muito menor do que a transferência de calor por convecção (10,4 W/m). Logo, se houvesse o desejo de operar a uma corrente elétrica mais elevada, ainda mantendo a temperatura da barra dentro do limite de segurança, o coeficiente de transferência de calor por convecção deveria ser aumentado através do aumento da velocidade de circulação do ar. Para h = 250 W/(m2 · K), a corrente máxima tolerável poderia ser aumentada para 8,1 A. 4. O software IHT* é muito útil na solução de equações, como o balanço térmico no Comentário 1, e na geração de resultados gráficos como no Comentário 2. EXEMPLO 1.5 Uma célula a combustível a hidrogênio-ar com Membrana de Troca de Prótons (MTP) é ilustrada a seguir. Ela é constituída por uma membrana eletrolítica posicionada entre materiais porosos que são o catodo e o anodo, formando um conjunto membrana eletrodo (CME) muito fino, com três camadas. No anodo, prótons e elétrons são gerados (2H2 → 4H+ + 4e−); no catodo, os prótons e elétrons se recombinam para formar água (O2 + 4e− + 4H+ → 2H2O). A reação global é então 2H2 + O2 → 2H2O. A dupla tarefa da membrana eletrolítica é transferir íons de hidrogênio e servir como uma barreira para a transferência de elétrons, forçando os elétrons a passarem pela carga elétrica que é externa à célula a combustível. A membrana deve operar em condições úmidas para conduzir íons. Entretanto, a presença de água líquida no material do catodo pode impedir que o oxigênio atinja os sítios de reação no catodo, resultando no fracasso da célula a combustível. Consequentemente, é crítico o controle da temperatura da célula a combustível, Tc, de tal forma que no lado do catodo haja vapor d’água saturado. Para um dado conjunto de vazões de entrada de H2 e ar, e o uso de um CME de 50 mm × 50 mm, a célula a combustível gera P = I · Ec = 9 W de potência elétrica. Condições de vapor saturado estão presentes na célula a combustível, correspondendo a Tc = Tsat = 56,4°C. A reação eletroquímica global é exotérmica e a taxa de geração térmica correspondente de Ä–g = 11,25 W deve ser removida da célula a combustível por convecção e radiação. As temperaturas ambiente e da vizinhança são T∞ = Tviz = 25°C, e a relação entre a velocidade do ar de resfriamento e o coeficiente de transferência de calor por convecção h é na qual V tem unidades de m/s. A superfície exterior da célula a combustível tem uma emissividade de ε = 0,88. Determine o valor da velocidade do ar de resfriamento necessária para manter condições de operação em regime estacionário. Considere as extremidades da célula a combustível termicamente isoladas. SOLUÇÃO Dados: Temperaturas do ambiente e da vizinhança, voltagem e corrente elétrica na saída da célula a combustível, calor gerado pela reação eletroquímica global e a temperatura de operação da célula a combustível desejada. Achar: A velocidade V do ar de resfriamento necessária para manter a operação em regime estacionário a Tc ≈ 56,4°C. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. Condições de regime estacionário. Variações de temperatura desprezíveis no interior da célula a combustível. Célula a combustível posicionada em uma grande vizinhança. Extremidades da célula a combustível isoladas termicamente. 5. Entrada e saída de energia no volume de controle em função do escoamento de gases ou líquidos desprezíveis. Análise: Para determinar a velocidade do ar de resfriamento requerida, devemos em primeiro lugar efetuar um balanço de energia na célula a combustível. Observando que não há componente da energia mecânica, temos que Ä–ent = 0 e Ä–sai = Ä–g. Isto fornece em que Consequentemente, podemos determinar que pode ser rearranjada para fornecer Comentários: 1. A temperatura e a umidade do CME irão variar em função da posição no interior da célula a combustível. A previsão de condições locais no interior da célula a combustível requer uma análise mais detalhada. 2. A velocidade do ar de resfriamento requerida é muito alta. Velocidades menores poderiam ser utilizadas se dispositivos para a melhora da transferência de calor fossem adicionados no exterior da célula a combustível. 3. A taxa de transferência de calor por convecção é significativamente maior do que a taxa por radiação. 4. A energia química (20,25 W) do hidrogênio e do oxigênio é convertida em energias elétrica (9 W) e térmica (11,25 W). Esta célula a combustível opera a uma eficiência de conversão de (9 W)/(20,25 W) × 100 = 44 %. EXEMPLO 1.6 Grandes células a combustível com MTP, como as utilizadas em aplicações automotivas, frequentemente requerem resfriamento interno usando água líquida pura para manter suas temperaturas em um nível desejado (veja o Exemplo 1.5). Em climas frios, a água de resfriamento deve ser drenada da célula a combustível para um recipiente adjacente quando o automóvel é desligado de modo que não ocorra o seu congelamento no interior da célula. Considere uma massa M de gelo que se congelou enquanto o automóvel não estava sendo operado. O gelo encontra-se em sua temperatura de fusão (Tf = 0°C) e está dentro de um recipiente cúbico de lados com W de comprimento. A parede do recipiente tem L de espessura e condutividade térmica k. Se a superfície externa do recipiente for aquecida a uma temperatura T1 > Tf para fundir o gelo, obtenha uma expressão para o tempo necessário para fundir toda a massa de gelo para que, em seguida, a água de resfriamento seja enviada para a célula a combustível de modo que ela possa ser acionada. SOLUÇÃO Dados: Massa e temperatura do gelo. Dimensões, condutividade térmica e temperatura da superfície externa da parede do recipiente. Achar: Expressão para o tempo necessário para fundir o gelo. Esquema: Considerações: 1. Superfície interna da parede mantida a Tf ao longo do processo. 2. Propriedades constantes. 3. Condução unidimensional e em regime estacionário através de cada parede. 4. A área de condução de uma parede pode ser aproximada por W2 (L W). Análise: Como devemos determinar o tempo de fusão tf, a primeira lei deve ser aplicada no intervalo de tempo Δt = tf. Desta maneira, aplicando a Equação 1.12b em um volume de controle em torno da mistura gelo-água, tem-se que em que o aumento da energia acumulada no interior do volume de controle é devido exclusivamente à variação da energia latente associada à mudança do estado sólido para o estado líquido. Calor é transferido para o gelo por condução através das paredes do recipiente. Como considera-se que a diferença de temperaturas através da parede se mantém a (T1 – Tf) ao longo de todo o processo de fusão, a taxa de transferência de calor por condução na parede é constante e a quantidade de energia que entra é A quantidade de energia necessária para realizar tal mudança de fase por unidade de massa de sólido é chamada de calor latente de fusão hfs. Consequentemente, o aumento da energia acumulada é Substituindo na expressão da primeira lei, tem-se que Comentários: 1. Várias complicações apareceriam se o gelo no início estivesse sub-resfriado. O termo de acúmulo deveria incluir a variação da energia sensível (térmica interna) necessária para levar o gelo da condição de sub-resfriado para a temperatura de fusão. Ao longo deste processo apareceriam gradientes de temperatura no gelo. 2. Considere um recipiente com lados medindo W = 100 mm, espessura de parede L = 5 mm e condutividade térmica k 0,05 W/(m · K). A massa de gelo no interior do recipiente é Se a temperatura da superfície externa for T1 = 30°C, o tempo necessário para fundir o gelo é A densidade e o calor latente de fusão do gelo são ρs = 920 kg/m3 e hfs = 334 kJ/kg, respectivamente. 3. Note que as unidades K e °C se cancelam mutuamente na expressão anterior para tf. Tal situação ocorre frequentemente em análises da transferência de calor e é devido ao fato de ambas as unidades aparecerem no contexto de uma diferença de temperaturas. O Balanço de Energia em uma Superfície Com frequência vamos ter oportunidade de aplicar a exigência de conservação de energia em uma superfície de um meio. Nesse caso particular, as superfícies de controle estão localizadas em ambos os lados da fronteira física e não envolvem massa ou volume (veja a Figura 1.9). Como consequência, os termos relativos à geração e ao acúmulo na expressão da conservação, Equação 1.12c, não são mais relevantes, sendo somente necessário lidar com os fenômenos na superfície. Nesse caso, a exigência de conservação se torna Embora possa estar ocorrendo geração de energia no meio, o processo não afetaria o balanço de energia na superfície de controle. Além disso, essa exigência de conservação vale tanto para condições de regime estacionário como de regime transiente. N a Figura 1.9 são mostrados três termos de transferência de calor para a superfície de controle. Com base em uma unidade de área, eles são a condução do meio para a superfície de controle a convecção da superfície para um fluido e a troca líquida de calor por radiação da superfície FIGURA 1.9 O balanço de energia para a conservação de energia na superfície de um meio. para a sua vizinhança O balanço de energia assume, então, a forma e podemos escrever cada um dos termos usando a equação de taxa apropriada, Equações 1.2, 1.3a e 1.7. EXEMPLO 1.7 Humanos são capazes de controlar suas taxas de produção de calor e de perda de calor para manter aproximadamente constante a sua temperatura corporal de Tc = 37°C, sob uma ampla faixa de condições ambientais. Este processo é chamado de termorregulação. Com a perspectiva de calcular a transferência de calor entre um corpo humano e sua vizinhança, focamos em uma camada de pele e gordura, com sua superfície externa exposta ao ambiente e sua superfície interna a uma temperatura um pouco abaixo da temperatura corporal, Ti = 35°C = 308 K. Considere uma pessoa com uma camada de pele/gordura com espessura L = 3 mm e com condutividade térmica efetiva k = 0,3 W/(m · K). A pessoa tem uma área superficial de 1,8 m2 e está vestindo roupa de banho. A emissividade da pele é ε = 0,95. 1. Estando a pessoa no ar em repouso a T∞ = 297 K, qual é a temperatura superficial da pele e a taxa de perda de calor para o ambiente? A transferência de calor por convecção pa ra o ar é caracterizada por um coeficiente de convecção natural h = 2 W/(m2 · K). 2. Estando a pessoa imersa em água a T∞ = 297 K, qual é a temperatura superficial da pele e a taxa de perda de calor? A transferência de calor para a água é caracterizada por um coeficiente de convecção h = 200 W/(m2 · K). SOLUÇÃO Dados: Temperatura da superfície interna da camada pele/ gordura, que tem espessura, condutividade térmica, emissividade e área superficial conhecidas. Condições ambientais. Achar: Temperatura superficial da pele e taxa de perda de calor da pessoa no ar e na água. Esquema: Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. Transferência de calor por condução unidimensional através da camada pele/gordura. 3. Condutividade térmica uniforme. 4. Troca por radiação entre a superfície da pele e a vizinhança equacionada como a troca entre uma superfície pequena e um amplo envoltório na temperatura do ar. 5. Água líquida é opaca para a radiação térmica. 6. Roupa de banho não afeta a perda de calor do corpo. 7. Radiação solar desprezível. 8. Na parte 2, corpo completamente imerso na água. Análise: 1. A temperatura da superfície da pele pode ser obtida fazendo-se um balanço de energia na superfície da pele. A partir da Equação 1.13, Com base em uma unidade de área, tem-se que ou, rearranjando e substituindo as Equações 1.2, 1.3a e 1.7, A única incógnita é Ts, mas não podemos determiná-la explicitamente em função da dependência com a quarta potência no termo da radiação. Consequentemente, devemos resolver a equação iterativamente, o que pode ser feito manualmente ou usando o IHT,* ou ainda com algum software específico para solução de equações. Para acelerar a solução manual, escrevemos o fluxo térmico por radiação em função do coeficiente de transferência de calor por radiação usando as Equações 1.8 e 1.9: Explicitando Ts, com Tviz = T∞, temos Calculamos hr usando a Equação 1.9, com um valor estimado de Ts = 305 K e com T∞ = 297 K, obtendo hr = 5,9 W/ (m2 · K). Então, substituindo os valores numéricos na equação anterior, achamos Com este novo valor de Ts, podemos recalcular hr e Ts, que não mudam. Assim, a temperatura da pele é de 307,2 K ≅ 34°C. A taxa de calor perdido pode ser encontrada pela determinação da condução através da camada pele/gordura: 2. Como a água líquida é opaca para a radiação térmica, a perda de calor na superfície da pele ocorre somente por convecção. Usando a expressão anterior com hr 0, encontramos e Comentários: 1. Ao usar balanços de energia envolvendo trocas por radiação, as temperaturas que aparecem nos termos da radiação devem ser expressas em kelvin, sendo então recomendado que se use kelvins em todos os termos para evitar confusão. 2. Na parte 1, as perdas de calor devido à convecção e à radiação são de 37 W e 109 W, respectivamente. Assim, não teria sido razoável desprezar a radiação. Deve-se tomar cuidado e incluir a radiação quando o coeficiente de transferência de calor é pequeno (como é frequente na convecção natural para um gás), mesmo se o enunciado do problema não fornecer qualquer indicação de sua importância. 3. Uma taxa típica para a geração de calor metabólica é de 100 W. Se a pessoa permanecesse na água por muito tempo, a sua temperatura corporal começaria a cair. A perda de calor maior na água é devida ao maior coeficiente de transferência de calor, que, por sua vez, é devido ao fato da condutividade térmica da água ser muito maior quando comparada à do ar. 4. A temperatura da pele de 34°C na parte 1 é confortável, mas a temperatura da pele de 28°C na parte 2 é desconfortavelmente fria. Aplicação das Leis de Conservação: Metodologia Além de estar familiarizado com as equações das taxas de trans ferência de calor descritas na Seção 1.2, o analista de transferência de calor deve ser capaz de trabalhar com as exigências de conservação de energia representadas pelas Equações 1.12 e 1.13. A aplicação de tais balanços é simplificada se algumas regras básicas forem seguidas. 1. O volume de controle apropriado deve ser definido, com a superfície de controle representada por uma linha ou linhas tracejadas. 2. A base de tempo apropriada deve ser identificada. 3. Os processos relevantes envolvendo energia devem ser identificados e cada processo deve ser mostrado no volume de controle através de uma seta apropriadamente identificada. 4. A equação de conservação deve, então, ser escrita e as expressões apropriadas para as taxas devem ser substituídas nos termos relevantes da equação. Observe que a exigência de conservação de energia pode ser aplicada tanto em um volume de controle finito quanto em um volume de controle diferencial (infinitesimal). No primeiro caso, a expressão resultante governa o comportamento global do sistema. No segundo caso, é obtida uma equação diferencial que pode ser resolvida para as condições em cada ponto no sistema. Volumes de controle diferenciais são apresentados no Capítulo 2 e ambos os tipos de volumes de controle são usados extensivamente ao longo deste livro. 1.3.2 Relações com a Segunda Lei da Termodinâmica e a Eficiência de Máquinas Térmicas Nesta seção estamos interessados na eficiência de máquinas térmicas. A discussão está baseada no seu conhecimento de termodinâmica e mostra como a transferência de calor desempenha um papel crucial no controle e promoção da eficiência de uma ampla gama de dispositivos de conversão de energia. Lembre que uma máquina térmica é qualquer dispositivo que opere continuamente ou ciclicamente e que converta calor em trabalho. Exemplos incluem motores de combustão interna, plantas de potência e dispositivos termoelétricos (a serem discutidos na Seção 3.8). A melhora da eficiência de máquinas térmicas é um assunto de extrema importância; por exemplo, motores de combustão interna mais eficientes consomem menos combustível para produzir uma dada quantidade de trabalho e reduzem as emissões de poluentes e de dióxido de carbono correspondentes. Dispositivos termoelétricos mais eficientes podem gerar mais eletricidade a partir de calor residual. Qualquer que seja o dispositivo de conversão de energia, seus tamanho, peso e custo podem todos ser reduzidos através da melhora de sua eficiência de conversão de energia. Recorre-se frequentemente à segunda lei da termodinâmica quando se tem interesse na eficiência e ela pode ser escrita em variadas, porém equivalentes, formas. O enunciado de Kelvin-Planck é particularmente relevante para a operação de máquinas térmicas [1]. Ele afirma: É impossível para qualquer sistema operar em um ciclo termodinâmico e ceder uma quantidade líquida de trabalho a sua vizinhança enquanto recebe energia através da transferência de calor de um único reservatório térmico. Lembre que um ciclo termodinâmico é um processo no qual os estados inicial e final do sistema são idênticos. Consequentemente, a energia armazenada no sistema não muda entre os estados inicial e final e a primeira lei da termodinâmica (Equação 1.12a) se reduz a W = Q. Uma consequência do enunciado de Kelvin-Planck é que a máquina térmica deve trocar calor com dois (ou mais) reservatórios, recebendo energia térmica do reservatório de maior temperatura e rejeitando energia térmica para o de menor temperatura. Assim, a conversão de toda entrada de calor em trabalho é impossível, e W = Qent – Qsai, sendo Qent e Qsai definidos como positivos. Isto é, Qent é o calor transferido do reservatório de maior temperatura para a máquina térmica e Qsai é o calor transferido da máquina térmica para o reservatório de menor temperatura. A eficiência de uma máquina térmica é definida como a fração do calor transferido para o interior da máquina térmica que é convertida em trabalho, a saber A segunda lei também nos diz que, para um processo reversível, a razão Qsai/Qent é igual a razão das temperaturas absolutas dos respectivos reservatórios [1]. Assim, a eficiência de uma máquina térmica sob condições de processo reversível, chamada de eficiência de Carnot ηC, é dada por em que Tf e Tq são as temperaturas absolutas dos reservatórios com a menor e a maior temperaturas, respectivamente. A eficiência de Carnot é a eficiência máxima possível que qualquer máquina térmica pode atingir operando entre aquelas duas temperaturas. Qualquer máquina térmica real, que necessariamente envolve processo irreversível, terá uma eficiência menor. De nosso conhecimento de termodinâmica, sabemos que, para a transferência de calor ocorrer reversivelmente, ela tem que ocorrer através de uma diferença de temperaturas infinitesimal entre o reservatório e a máquina térmica. Entretanto, com base no que acabamos de aprender sobre mecanismos de transferência de calor, como incorporado nas Equações 1.2, 1.3 e 1.7, temos a percepção de que para ocorrer transferência de calor tem que haver uma diferença de temperaturas não nula entre o reservatório e a máquina térmica. Essa realidade estabelece a irreversibilidade e reduz a eficiência. Com os conceitos do parágrafo anterior em mente, agora consideramos um modelo mais realístico de uma máquina térmica [2–5], no qual calor é transferido para dentro da máquina através de uma resistência térmica Rt,q, enquanto calor é extraído da máquina através de uma segunda resistência Rt,f (Figura 1.10). Os subscritos q e f se referem aos lados quente e frio da máquina térmica, respectivamente. Como discutido na Seção 1.2.4, estas resistências térmicas estão associadas à transferência de calor entre a máquina térmica e os reservatórios através de uma diferença de temperaturas não nula, por intermédio dos mecanismos da condução, convecção e/ou radiação. Por exemplo, as resistências poderiam representar condução através de paredes separando a máquina térmica dos dois reservatórios. Note que as temperaturas dos reservatórios são ainda Tq e Tf, mas que as temperaturas vistas pela máquina térmica são Tq,i < Tq e Tf,i > Tf, como mostrado no diagrama. A máquina térmica é ainda considerada ser internamente reversível e sua eficiência é ainda a eficiência de Carnot. Entretanto, a eficiência de Carnot está agora baseada nas temperaturas internas Tq,i e Tf,i. Consequentemente, uma eficiência modificada que leva em conta os processos reais (irreversíveis) de transferência de calor ηm é na qual a razão entre as quantidades de calor em um intervalo de tempo, Qsai/Qent , foi substituída pela razão correspondente de taxas de calor, qsai/qent . Esta substituição está baseada na aplicação da conservação da energia em um instante de tempo,1 como discutido na Seção 1.3.1. Utilizando a definição de resistência térmica, as taxas de transferência de calor entrando e saindo da máquina térmica são dadas por As temperaturas internas podem ser explicitadas a partir das Equações 1.18, fornecendo Na Equação 1.19b, qsai foi escrita em função de qin e ηm, usando a Equação 1.17. A eficiência modificada, mais realista, pode então ser escrita como Explicitando ηm, tem-se na qual Rtot = Rt,q + Rt,f. Fica facilmente evidente que ηm = ηC somente se as resistências térmicas Rt,q e Rt,f possam, de algum forma, ser feitas infinitesimalmente pequenas (ou se qent = 0). Para valores reais (não nulos) de Rtot , ηm < ηC e ηm piora na medida em que Rtot ou qent aumenta. Como um caso extremo, note que ηm = 0 quando Tq = Tf + qent Rtot , significando que nenhuma potência poderia ser produzida mesmo que a eficiência de Carnot, como representada pela Equação 1.16, fosse diferente de zero. FIGURA 1.10 Máquina térmica internamente reversível trocando calor com reservatórios de alta e baixa temperaturas através de resistências térmicas. Juntamente com a eficiência, outro importante parâmetro a ser considerado é a potência produzida pela máquina térmica, dada por Já foi observado em nossa discussão da Equação 1.21 que a eficiência é igual a eficiência de Carnot máxima (ηm = ηC), se qent = 0. Contudo, sob essas circunstâncias a produção de potência é zero, de acordo com a Equação 1.22. Para aumentar , qent tem que ser aumentado à custa da diminuição da eficiência. Em qualquer aplicação real, um equilíbrio tem que ser obtido entre maximizar a eficiência e maximizar a potência produzida. Se o fornecimento na entrada de calor for barato (por exemplo, se calor residual é convertido em potência), uma opção pode ser feita por sacrificar a eficiência para maximizar a potência produzida. Ao contrário, se o combustível for caro ou emissões forem prejudiciais (como em plantas de potência convencionais utilizando combustível fóssil), a eficiência da conversão de energia pode ter igual ou maior importância do que a potência produzida. Qualquer que seja o caso, princípios da transferência de calor e da termodinâmica devem ser utilizados para determinar a eficiência real e a potência produzida por uma máquina térmica. Embora tenhamos restringido nossa discussão da segunda lei às máquinas térmicas, a análise anterior mostra como os princípios da termodinâmica e da transferência de calor podem ser combinados para tratar de problemas importantes e de interesse contemporâneo. EXEMPLO 1.8 Em uma grande planta de potência a vapor, a combustão de carvão fornece uma taxa de calor de qent = 2500 MW a uma temperatura de chama de Tq = 1000 K. Calor é descartado da planta para um rio, que está a Tf = 300 K. Calor é transferido dos produtos de combustão para o exterior de grandes tubos na caldeira por radiação e convecção, através dos tubos da caldeira por condução e então da superfície interna dos tubos para o fluido de trabalho (água) por convecção. No lado frio, calor é extraído da planta de potência pela condensação de vapor d’água sobre a superfície externa dos tubos do condensador, através das paredes dos tubos do condensador por condução e do interior dos tubos do condensador para a água do rio por convecção. As resistências térmicas nos lados quente e frio levando em conta os efeitos combinados de condução, convecção e radiação e, sob condições de projeto, são, respectivamente, Rt,q = 8 × 10−8 K/W e Rt,f = 2 × 10−8 K/W. 1. Determine a eficiência e a potência produzida na planta de potência, levando em conta efeitos da transferência de calor para e a partir dos reservatórios frio e quente. Trate a planta de potência como uma máquina térmica internamente reversível. 2. Com o passar do tempo, escória de carvão se acumulará no lado dos tubos da caldeira em contato com a combustão. Esse processo de deposição aumenta a resistência no lado quente para Rt,q = 9 × 10−8 K/W. Concomitantemente, matéria biológica pode se acumular no lado da água do rio nos tubos do condensador, aumentando a resistência no lado frio para Rt,f = 2,2 × 10−8 K/W. Determine a eficiência e a potência produzidas pela planta sob condições com a presença da deposição. SOLUÇÃO Dados: Temperaturas da fonte e do sumidouro, e taxa de entrada de calor para uma máquina térmica internamente reversível. Resistências térmicas separando a máquina térmica da fonte e do sumidouro, sob condições limpas e com deposição. Achar: 1. Eficiência e potência produzidas em condições limpas. 2. Eficiência e potência produzidas em condições com deposição. Esquema: Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. Planta de potência se comporta como uma máquina térmica internamente reversível, de modo que sua eficiência é a eficiência modificada. Análise: 1. A eficiência modificada de uma planta de potência internamente reversível, considerando efeitos reais da transferência de calor nos lados quente e frio da planta de potência, é dada pela Equação 1.21: na qual, para condições limpas Desta maneira, A potência produzida é dada por 2. Com a presença da deposição, os cálculos anteriores são repetidos, fornecendo Comentários: 1. A eficiência real e a potência produzida por uma planta de potência operando entre estas temperaturas seriam menores do que os valores anteriormente determinados, pois haveria outras irreversibilidades internas na planta de potência. Mesmo se estas irreversibilidades fossem consideradas em uma análise mais detalhada, efeitos da deposição reduziriam a eficiência da planta e a potência produzida. 2. A eficiência de Carnot é ηC = 1 – Tf/Tq = 1 – 300 K/1000 K = 70%. A potência produzida correspondente seria = qent ηC = 2500 MW × 0,70 = 1750 MW. Assim, se o efeito da transferência de calor irreversível para e a partir dos reservatórios frio e quente, respectivamente, fosse desprezado, a potência produzida na planta seria significativamente superestimada. 3. A deposição reduz a potência produzida pela planta por ΔP = 40 MW. Se o dono da planta vender a eletricidade a um preço de $ 0,80/(kW · h), a perda diária de renda associada à operação da planta com deposição seria de C = 40.000 kW × $ 0,80/(kW · h) × 24 h/dia = $ 76.800/dia. 1.4 Unidades e Dimensões As grandezas físicas da transferência de calor são especificadas em termos de dimensões, que são medidas em termos de unidades. Quatro dimensões básicas são necessárias para o desenvolvimento da transferência de calor: comprimento (L), massa (M), tempo (t) e temperatura (T). Todas as outras grandezas físicas de interesse podem ser relacionadas a essas quatro dimensões básicas. Nos Estados Unidos, as dimensões têm sido habitualmente medidas em termos do Sistema inglês de unidades, no qual as unidades básicas são: Dimensão Unidade Comprimento (L) → pé (ft) Massa (M) → libra-massa (lb m) Tempo (t) → segundo (s) Temperatura (T) → grau Fahrenheit (°F) As unidades necessárias para especificar outras grandezas físicas podem, então, ser deduzidas a partir desse grupo. Nos últimos anos tem havido uma forte tendência na direção do uso de um conjunto padrão de unidades. Em 1960, o sistema SI de unidades (Système International d’Unités) foi definido pela Décima Primeira Conferência Geral de Pesos e Medidas e recomendado como um padrão mundial. Em resposta a essa tendência, a Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos (ASME) exigiu o uso de unidades SI em todas as suas publicações desde 1974. Por esse motivo e pelo fato de as unidades SI serem operacionalmente mais convenientes do que o Sistema inglês, o Sistema SI é usado nos cálculos deste livro. Contudo, uma vez que ainda por algum tempo os engenheiros também terão que trabalhar com resultados expressos no Sistema inglês, você deve ser capaz de converter valores de um sistema para o outro. Para sua conveniência, fatores de conversão são fornecidos na guarda deste livro. As unidades básicas do SI necessárias para este livro estão resumidas na Tabela 1.2. Com referência a essas unidades, note que 1 mol é a quantidade de substância que possui tantos átomos ou moléculas quanto o número de átomos em 12 g de carbono-12 (12C); isto é a molécula-grama (mol). Embora o mol tenha sido recomendado como a quantidade unitária de matéria no sistema SI, é mais consistente trabalhar com o quilograma-mol (kmol, kg-mol). Um kmol é simplesmente a quantidade de substância que contém tantos átomos ou moléculas quanto o número de átomos em 12 kg de 12C. Em um problema, desde que haja coerência, não aparecem dificuldades no uso do mol ou do kmol. A massa molar de uma substância é a massa associada a um mol ou a um quilograma-mol. Para o oxigênio, por exemplo, a massa molar é de 16 g/ mol ou 16 kg/kmol. TABELA 1.2 Unidades SI básicas e suplementares Grandeza e Símbolo Unidade e Símbolo Comprimento (L) metro (m) Massa (M) quilograma (kg) Quantidade de substância mol (mol) Tempo (t) segundo (s) Corrente elétrica (I) ampère (A) Temperatura termodinâmica (T) kelvin (K) Ângulo plano a (θ) radiano (rad) Ângulo sólido a (ω) estereorradiano (sr) a Unidade suplementar. Embora a unidade de temperatura no sistema SI seja o kelvin, o uso da escala de temperatura Celsius continua muito difundido. O zero na escala Celsius (0°C) é equivalente a 273,15 K na escala termodinâmica,2 ou seja, T(K) = T (°C) + 273,15 Contudo, as diferenças de temperaturas são equivalentes nas duas escalas e podem ser indicadas por °C ou K. Além disso, embora a unidade de tempo do sistema SI seja o segundo, outras unidades de tempo (minuto, hora e dia) são tão comuns que o seu uso com o sistema SI é geralmente aceito. As unidades do sistema SI abrangem uma forma coerente do sistema métrico. Ou seja, todas as unidades restantes podem ser derivadas das unidades básicas usandose fórmulas que não envolvem quaisquer fatores numéricos. Unidades derivadas para algumas grandezas selecionadas estão listadas na Tabela 1.3. Note que força é medida em newtons, em que uma força de 1 N irá acelerar uma massa de 1 kg a uma aceleração de 1 m/s2. Logo, 1 N = 1 kg · m/s2. A unidade de pressão (N/m2) é frequentemente reportada como o pascal. No sistema SI existe uma unidade de energia (térmica, mecânica, ou elétrica) chamada joule (J), 1 J = 1 N · m. A unidade para taxa de energia, ou potência, é então J/s. Um joule por segundo é equivalente a um watt (1 J/s = 1 W). Como é frequente a necessidade de trabalhar com números extremamente grandes ou pequenos, um conjunto de prefixos padrões foi introduzido a título de simplificação (Tabela 1.4). Por exemplo, 1 megawatt (MW) = 106 W, e 1 micrômetro (μm) = 10−6 m. TABELA 1.3 Unidades SI derivadas para grandezas selecionadas Grandeza Nome e Símbolo Fórmula Expressão em Unidades SI básicas Força newton (N) m · kg/s 2 m · kg/s 2 Pressão e tensão pascal (Pa) N/m2 kg/(m · s 2) Energia joule (J) N·m m2 · kg/s 2 Potência watt (W) J/s m2 · kg/s 3 TABELA 1.4 Prefixos multiplicadores Prefixo Abreviação Multiplicador femto f 10–15 pico p 10–12 nano n 10–9 micro u 10–6 mili m 103 centi c 10–2 hecto h 10–2 kilo k 10–3 mega M 10–6 giga G 10–9 tera T 10–12 peta P 1015 exa E 1018 1.5 Análise de Problemas de Transferência de Calor: Metodologia O principal objetivo deste texto é prepará-lo para resolver problemas de engenharia que envolvam processos de transferência de calor. Para esse fim, um grande número de problemas é fornecido ao final de cada capítulo. Ao trabalhar nesses problemas, você desenvolverá uma avaliação mais aprofundada dos fundamentos do assunto e ganhará confiança na sua capacidade de aplicar tais fundamentos na resolução de problemas de engenharia. Ao resolver problemas, defendemos o uso de um procedimento sistemático, caracterizado por um formato predeterminado. Esse procedimento é empregado de forma consistente nos exemplos apresentados e solicitamos que nossos alunos o utilizem na sua resolução dos problemas. Ele é constituído pelas seguintes etapas: 1. Dados: Após uma leitura cuidadosa do problema, escreva sucinta e objetivamente o que se conhece a respeito do problema. Não repita o enunciado do problema. 2. Achar: Escreva sucinta e objetivamente o que deve ser determinado. 3. Esquema: Desenhe um esquema do sistema físico. Se for previsto que as leis de conservação serão aplicadas, represente no esquema a superfície ou superfícies de controle necessárias através de linhas tracejadas. Identifique os processos de transferência de calor relevantes por meio de setas apropriadamente identificadas. 4. Considerações: Liste todas as considerações simplificadoras pertinentes. 5. Propriedades: Compile os valores das propriedades físicas necessárias para a execução dos cálculos subsequentes e identifique a fonte na qual elas foram obtidas. 6. Análise: Comece sua análise aplicando as leis de conservação apropriadas e introduza as equações de taxa quando necessárias. Desenvolva a análise da forma mais completa possível antes de substituir os valores numéricos. Execute os cálculos necessários para obter os resultados desejados. 7. Comentários: Discuta os seus resultados. Tal discussão pode incluir um resumo das principais conclusões, uma crítica das considerações originais e uma estimativa de tendências obtida através de cálculos adicionais do tipo qual seria o comportamento se e análise de sensibilidade paramétrica. A importância de realizar as etapas 1 a 4 não deve ser subestimada. Elas fornecem um guia útil para pensar a respeito de um problema antes de resolvê-lo. Na etapa 7, esperamos que você tenha a iniciativa de chegar a conclusões adicionais através da execução de cálculos que podem ter apoio computacional. O software que acompanha este texto e está disponível no site da LTC Editora fornece uma ferramenta útil para efetuar estes cálculos. EXEMPLO 1.9 O revestimento de uma placa é curado através de sua exposição a uma lâmpada de infravermelho que fornece uma irradiação uniforme de 2000 W/m2. Ele absorve 80% da irradiação e possui uma emissividade de 0,50. A placa também se encontra exposta a uma corrente de ar e a uma grande vizinhança, cujas temperaturas são de 20°C e 30°C, respectivamente. 1. Se o coeficiente de transferência de calor por convecção entre a placa e o ar ambiente for de 15 W/(m2 · K), qual é a temperatura de cura da placa? 2. As características finais do revestimento, incluindo uso e durabilidade, são sabidamente dependentes da temperatura na qual é efetuada a cura. Um sistema de escoamento de ar é capaz de controlar a velocidade do ar e, portanto, o coeficiente convectivo sobre a superfície curada. Entretanto, o engenheiro de processos precisa saber como a temperatura depende deste coeficiente convectivo. Forneça a informação desejada calculando e representando graficamente a temperatura superficial em função do valor de h para 2 ≤ h ≤ 200 W/(m2 · K). Que valor de h forneceria uma temperatura de cura de 50°C? SOLUÇÃO Dados: Revestimento com propriedades radiantes conhecidas é curado pela irradiação de uma lâmpada de infravermelho. A transferência de calor a partir do revestimento é por convecção para o ar ambiente e por troca radiante com a vizinhança. Achar: 1. Temperatura de cura para h = 15 W/(m2 · K). 2. Influência do escoamento do ar na temperatura de cura para 2 ≤ h ≤ 200 W/(m2 · K). O valor do h para o qual a temperatura de cura é de 50°C. Esquema: Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. Perda de calor pela superfície inferior da placa desprezível. 3. A placa é um objeto pequeno em uma vizinhança grande e o revestimento possui uma absortividade αviz = ε = 0,5 em relação à irradiação oriunda da vizinhança. Análise: 1. Uma vez que o processo apresenta condições de regime estacionário e não há transferência de calor pela superfície inferior da placa, a placa deve ser isotérmica (Ts = T). Assim, a temperatura desejada pode ser determinada posicionando-se uma superfície de controle em torno da superfície exposta e aplicando a Equação 1.13, ou colocando-se a superfície de controle ao redor de toda a placa e usando a Equação 1.12c. Adotando o segundo procedimento e reconhecendo que não há geração de energia (Ä–g = 0), a Equação 1.12c se reduz a Ä–ent − Ä–sai = 0 em que Ä–acu = 0 para condições de regime estacionário. Com a entrada de energia devido à absorção da irradiação da lâmpada pelo revestimento e a saída de energia devido à convecção e a troca líquida por radiação para a vizinhança, segue-se que Substituindo as Equações 1.3a e 1.7, obtemos Substituindo os valores numéricos e resolvendo por tentativa e erro, obtemos 2. Resolvendo o balanço de energia anterior para valores selecionados de h dentro da faixa desejada e representando graficamente os resultados, obtemos Se uma temperatura de cura de 50°C for desejada, a corrente de ar deve ser tal que o coeficiente de transferência de calor por convecção resultante seja Comentários: 1. A temperatura do revestimento (placa) pode ser reduzida pela diminuição de T∞ e Tviz , bem como pelo aumento da velocidade do ar e, consequentemente, do coeficiente de transferência de calor por convecção. 2. As contribuições relativas das transferências de calor por convecção e por radiação saindo da placa variam bastante com o valor do h. Para h = 2 W/(m2 · K), T = 204°C e a radiação é dominante ( 1232 W/m2, 368 W/m2). Ao contrário, para h = 200 W/(m2 · K), T = 28°C e a convecção prevalece ( 1606 W/m2, 6 W/m2). Na verdade, nesta condição a temperatura da placa é ligeiramente inferior àquela da vizinhança e a troca líquida radiante é para a placa. 1.6 Relevância da Transferência de Calor Dedicaremos muito tempo para adquirir um entendimento dos efeitos da transferência de calor e para desenvolver as habilidades necessárias para prever taxas de transferência de calor e temperaturas presentes em certas situações. Qual é o valor deste conhecimento? Em quais problemas ele pode ser aplicado? Alguns poucos exemplos servirão para ilustrar o rico campo de aplicações, nas quais a transferência de calor desempenha um papel central. O desafio de fornecer quantidade suficiente de energia para a humanidade é bem conhecido. Suprimentos adequados de energia são necessários não somente para abastecer a produtividade industrial, mas também para fornecer de forma confiável água potável e comida para a maioria da população mundial e para disponibilizar o saneamento necessário para controlar doenças que ameaçam a vida. Para avaliar o papel desempenhado pela transferência de calor no desafio energético, considere um fluxograma que represente o uso de energia nos Estados Unidos, como mostrado na Figura 1.11a. No presente, por volta de 58% dos aproximadamente 110 EJ de energia que são consumidos anualmente nos Estados Unidos são descartados na forma de calor. Aproximadamente 70% da energia usada para gerar eletricidade é perdida na forma de calor. O setor de transportes, que depende quase que exclusivamente dos combustíveis à base de petróleo, utiliza somente 21,5% da energia que ele consome; os 78,5% restantes são liberados na forma de calor. Embora o uso industrial e residencial/comercial de energia seja relativamente mais eficiente, oportunidades para a conservação de energia são abundantes. Engenharia térmica conduzida de forma criativa, utilizando as ferramentas da termodinâmica e da transferência de calor, pode levar a novas formas para (1) aumentar a eficiência na qual energia é gerada e convertida, (2) reduzir perdas de energia, e (3) colher uma grande porção do calor rejeitado. Como evidente na Figura 1.11a, combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão) dominam o “portfólio” energético em muitos países, como nos Estados Unidos. A combustão de combustíveis fósseis produz enorme quantidade de dióxido de carbono; a quantidade de CO2 liberada nos Estados Unidos, em base anual, devida à combustão é atualmente 5,99 Eg (5,99 × 1015 kg). Na medida em que mais CO2 é jogado na atmosfera, mecanismos da transferência de calor radiante na atmosfera são modificados, resultando em potenciais mudanças nas temperaturas globais. Em um país como os Estados Unidos, a geração de eletricidade e o transporte são responsáveis por aproximadamente 75% do total de CO2 descartado na atmosfera devido ao uso de energia (Figura 1.11b). Quais são algumas das formas de aplicação dos princípios da transferência de calor pelos engenheiros para tratar problemas de sustentabilidade energética e ambiental? FIGURA 1.11 Fluxograma do consumo de energia e emissões associadas de CO2 nos Estados Unidos, em 2007. (a) Produção e consumo de energia. (b) Dióxido de carbono por fonte de combustível fóssil e aplicações finais. A espessura das setas representa valores relativos do escoamento nas correntes. (Crédito: U.S. Department of Energy and the Lawrence Livermore National Laboratory.) A eficiência de um motor de turbina a gás pode ser significativamente aumentada através do aumento de sua temperatura de operação. Hoje, a temperatura dos gases de combustão no interior desses motores em muito excede o ponto de fusão das ligas especiais usadas na construção das pás e rotor da turbina. Uma operação segura é tipicamente obtida com três iniciativas. Primeiro, gases relativamente frios são injetados através de pequenos orifícios nas extremidades das pás da turbina (Figura 1.12). Esses gases envolvem a pá na medida em que são arrastados pelo escoamento principal e auxiliam no isolamento da pá em relação aos gases de combustão quentes. Segundo, finas camadas com condutividade térmica muito baixa, revestimento barreira térmica cerâmico, são aplicadas nas pás e rotor para garantirem uma camada extra de isolamento. Esses revestimentos são produzidos com a aspersão de pós de cerâmica fundidos sobre os componentes do motor usando fontes com temperaturas extremamente altas, como canhões de plasma, que podem operar acima de 10.000 kelvins. Terceiro, as pás e o rotor são projetados com um emaranhado de passagens internas para resfriamento, todas cuidadosamente configuradas pelo engenheiro térmico para permitir que o motor de turbina a gás opere sob tais condições extremas. Fontes alternativas representam uma pequena fração do “portfólio” energético de muitas nações, como ilustrado no fluxograma da Figura 1.11a para os Estados Unidos. A natureza intermitente da potência gerada por fontes como o vento e a irradiação solar limita a sua utilização generalizada e formas criativas de armazenamento do excesso de energia para uso durante os períodos de baixa geração são necessárias urgentemente. Dispositivos de conversão de energia emergentes, como as células a combustível, podem ser usados para (1) combinar a eletricidade em excesso que é gerada durante o dia (em uma estação de potência solar, por exemplo) com água líquida para produzir hidrogênio, e (2) em sequência, a noite, converter o hidrogênio armazenado através de sua recombinação com o oxigênio para produzir eletricidade e água. As maiores barreiras que impedem uma ampla utilização das células a combustível de hidrogênio são o seu tamanho, peso e durabilidade limitada. Como ocorre com os motores de turbina a gás, a eficiência de uma célula a combustível aumenta com a temperatura, porém altas temperaturas de operação e grandes gradientes de temperatura podem causar a falha dos delicados materiais poliméricos presentes no seu interior. Mais desafiante é o fato de a água estar presente no interior de qualquer célula a combustível de hidrogênio. Se esta água congelar, o material polimérico no interior da célula a combustível seria destruído e a célula pararia de operar. Em função da necessidade de se utilizar água muito pura na célula a combustível de hidrogênio, procedimentos comuns como a utilização de anticongelantes não podem ser adotados. Quais mecanismos de transferência de calor devem ser controlados para evitar o congelamento da água pura no interior de uma célula a combustível, localizada em uma fazenda eólica ou em uma estação de potência solar em um clima frio? Como o seu conhecimento em desenvolvimento da convecção forçada interna, da evaporação ou da condensação poderia ser usado para controlar as temperaturas de operação e aumentar a durabilidade de uma célula a combustível, promovendo assim uma utilização mais ampla da potência eólica e solar? Devido à revolução da tecnologia da informação nas últimas duas décadas, um forte aumento da produtividade industrial trouxe uma melhora da qualidade de vida ao redor do mundo. Muitas descobertas importantes na tecnologia da informação vêm sendo viabilizadas por avanços na engenharia térmica que garantiram o controle preciso de temperaturas em sistemas abrangendo tamanhos de nanoescala em circuitos integrados; de microescala em mídias de armazenamento, incluindo discos compactos; até grandes centrais de dados repletas de equipamentos que dissipam calor. Na medida em que os dispositivos eletrônicos se tornam mais rápidos e incorporam maiores funcionalidades, eles geram mais energia térmica. Simultaneamente, os dispositivos se tornaram menores. Inevitavelmente, fluxos térmicos (W/m2) e taxas volumétricas de geração de energia (W/m3) continuam crescendo, porém as temperaturas de operação dos dispositivos devem ser mantidas em valores razoavelmente baixos para garantir sua operação confiável. Para computadores pessoais, aletas de resfriamento (também conhecidas como dissipadores de calor) são fabricadas em materiais de alta condutividade térmica (normalmente alumínio) e presas nos microprocessadores para reduzir suas temperaturas de operação, como mostrado na Figura 1.13. Pequenos ventiladores são usados para induzir convecção forçada sobre as aletas. A soma da energia consumida mundialmente, somente para (1) acionar os pequenos ventiladores que promovem o escoamento de ar sobre as aletas e (2) fabricar os dissipadores de calor para computadores pessoais, estima-se que seja acima de 109 kW · h por ano [6]. Como poderia o seu conhecimento de condução, convecção e radiação ser usado para, por exemplo, eliminar o ventilador e minimizar o tamanho dos dissipadores de calor? FIGURA 1.12 Pá de turbina a gás. (a) Vista externa mostrando orifícios para a injeção de gases de resfriamento. (b) Vista de raios X mostrando as passagens internas para resfriamento. (Cortesia de FarField Technology, Ltd., Christchurch, Nova Zelândia.) Avanços na tecnologia de microprocessadores estão, no momento, limitados por nossa capacidade de resfriar estes minúsculos dispositivos. Definidores de políticas anunciaram sua preocupação em relação à nossa capacidade de continuamente reduzir os custos da computação e, como uma sociedade, continuar o crescimento de produtividade que marcaram os últimos 30 anos, citando especificamente como exemplo a necessidade de melhorar a transferência de calor no resfriamento de eletrônicos [7]. Como poderia o nosso conhecimento de transferência de calor ajudar a garantir uma produtividade industrial continuada no futuro? FIGURA 1.13 Uma montagem dissipador de calor aletado e ventilador (esquerda), e um microprocessador (direita). A transferência de calor não é importante somente em sistemas de engenharia, mas também na natureza. A temperatura regula e dispara respostas biológicas em todos os sistemas vivos e, no limite, marca a fronteira entre a doença e a saúde. Dois exemplos comuns incluem a hipotermia, que resulta do resfriamento excessivo do corpo humano, e o choque térmico, que é disparado em ambientes quentes e úmidos. Ambos são mortais e ambos estão associados a temperaturas corporais que excedem os limites fisiológicos. Ambos estão diretamente ligados aos processos de convecção, radiação e evaporação que ocorrem na superfície do corpo, ao transporte de calor no interior do corpo e à energia metabólica gerada volumetricamente no interior do corpo. Avanços recentes na engenharia biomédica, como cirurgias a laser, foram viabilizados pela aplicação com sucesso de princípios fundamentais da transferência de calor [8, 9]. Enquanto altas temperaturas resultantes do contato com objetos quentes podem causar queimaduras térmicas, tratamentos hipertérmicos benéficos são usados para destruir propositadamente, por exemplo, lesões cancerosas. De modo similar, temperaturas muito baixas podem induzir a perda de extremidades do corpo, mas o congelamento localizado intencional pode destruir seletivamente tecidos doentes em criocirurgias. Consequentemente, muitas terapias e dispositivos médicos operam através do aquecimento ou resfriamento destrutivo de tecidos doentes, deixando os tecidos sadios adjacentes inalterados. A capacidade de projetar muitos dispositivos médicos e desenvolver o protocolo apropriado para o seu uso depende da capacidade do engenheiro de prever e controlar a distribuição de temperaturas ao longo do tratamento térmico e a distribuição de espécies químicas em quimioterapias. O tratamento de tecidos de mamíferos se torna complicado em função de sua morfologia, como mostrado na Figura 1.14. O escoamento do sangue no interior das estruturas venosa e capilar de uma área tratada termicamente afeta a transferência de calor através de processos de advecção. Grandes veias e artérias, que normalmente estão presentes em pares ao longo do corpo, carregam sangue a diferentes temperaturas e arrastam energia térmica a diferentes taxas. Consequentemente, as veias e as artérias estão em uma configuração de trocador de calor em contracorrente com o sangue arterial quente trocando calor com o sangue venoso mais frio, através do tecido sólido interposto. Redes de capilares menores podem também afetar temperaturas locais ao permitirem a perfusão de sangue pela área tratada. Nos capítulos seguintes, exemplos e problemas irão lidar com a análise destes e de muitos outros sistemas térmicos. FIGURA 1.14 Morfologia da pele humana. 1.7 Resumo Embora muito do conteúdo deste capítulo ainda precise ser abordado mais detalhadamente, você já deve ter uma noção geral razoável sobre transferência de calor. Você deve estar a par dos vários modos de transferência e de suas origens físicas. Você dedicará uma grande parte do seu tempo à aquisição das ferramentas necessárias para calcular fenômenos de transferência de calor. No entanto, antes que você possa usar essas ferramentas efetivamente, você deve ter a intuição para determinar o que fisicamente está acontecendo. Especificamente, dada uma situação física, você deve ser capaz de identificar os fenômenos de transporte relevantes; a importância de desenvolver esta habilidade não pode ser subestimada. O exemplo e os problemas ao final deste capítulo lançarão você no caminho do desenvolvimento dessa intuição. Você também deve avaliar o significado das equações das taxas e se sentir confortável ao usá-las para calcular taxas de transporte. Essas equações, resumidas na Tabela 1.5, devem ser guardadas na memória. Você também deve reconhecer a importância das leis de conservação e a necessidade de identificar cuidadosamente os volumes de controle. Com as equações das taxas, as leis de conservação podem ser usadas para resolver numerosos problemas de transferência de calor. Finalmente, você deve ter iniciado a aquisição de um entendimento da terminologia e dos conceitos físicos que sustentam o assunto transferência de calor. Teste o seu entendimento dos termos e conceitos importantes apresentados neste capítulo, respondendo as questões a seguir: • Quais são os mecanismos físicos associados à transferência de calor por condução, convecção e radiação? • Qual é o potencial motriz para a transferência de calor? Quais são os análogos deste potencial e da própria transferência de calor no transporte de cargas elétricas? • Qual é a diferença entre um fluxo térmico e uma taxa de transferência de calor? Quais são suas unidades? • O que é um gradiente de temperatura? Quais são suas unidades? Qual é a relação entre fluxo térmico e gradiente de temperatura? • O que é a condutividade térmica? Quais são suas unidades? Qual o papel desempenhado por ela na transferência de calor? • O que é a lei de Fourier? Você pode escrever a equação de cabeça? • Se a transferência de calor por condução através de um meio ocorrer em condições de regime estacionário, haverá variação de temperatura no meio em relação à posição em um determinado instante? Haverá variação da temperatura com o tempo em uma posição determinada? • Qual é a diferença entre convecção natural e convecção forçada? • Quais condições são necessárias para o desenvolvimento de uma camada-limite hidrodinâmica? E de uma camada-limite térmica? O que varia ao longo de uma camada-limite hidrodinâmica? E de uma camada-limite térmica? • Se a transferência de calor por convecção no escoamento de um líquido ou de um vapor não é caracterizada por uma mudança de fase líquido/vapor, qual é a natureza da energia sendo transferida? Qual será se tal mudança de fase estiver presente? • O que é a lei do resfriamento de Newton? Você pode escrever a equação de cabeça? • Qual é o papel desempenhado pelo coeficiente de transferência de calor por convecção na lei do resfriamento de Newton? Quais são suas unidades? • Qual efeito tem a transferência de calor por convecção de ou para uma superfície no sólido por ela delimitado? • O que é previsto pela lei de Stefan-Boltzmann e qual unidade de temperatura deve ser usada com esta lei? Você pode escrever a equação de cabeça? • O que é a emissividade e qual papel ela desempenha na caracterização da transferência de calor por radiação em uma superfície? • O que é irradiação? Quais são suas unidades? • Quais duas ocorrências caracterizam a resposta de uma superfície opaca à radiação incidente? Qual das duas afeta a energia térmica do meio delimitado pela superfície e como? Qual propriedade caracteriza essa ocorrência? • Quais condições estão associadas ao uso do coeficiente de transferência de calor por radiação? • Você pode escrever a equação usada para expressar a troca líquida radiante entre uma pequena superfície isotérmica e um grande envoltório isotérmico? • Considere a superfície de um sólido que se encontra a uma temperatura elevada e está exposta a uma vizinhança mais fria. Por qual(is) modo(s) o calor é transferido da superfície se (1) ela estiver em contato perfeito com outro sólido, (2) ela estiver exposta ao escoamento de um líquido, (3) ela estiver exposta ao escoamento de um gás, e (4) ela estiver no interior de uma câmara onde há vácuo? TABELA 1.5 Resumo de processos de transferência de calor • Qual é a diferença entre a aplicação da conservação de energia em um intervalo de tempo ou em um instante de tempo? • O que é acúmulo (armazenamento) de energia térmica? Como ele se diferencia da geração de energia térmica? Qual papel esses termos desempenham em um balanço de energia em uma superfície? EXEMPLO 1.10 Um recipiente fechado cheio com café quente encontra-se em uma sala cujo ar e paredes estão a uma temperatura fixa. Identifique todos os processos de transferência de calor que contribuem para o resfriamento do café. Comente sobre características que contribuiriam para um melhor projeto do recipiente. SOLUÇÃO Dados: Café quente separado da vizinhança, mais fria, por um frasco de plástico, um espaço contendo ar e um invólucro plástico. Achar: Processos de transferência de calor relevantes. Esquema: As trajetórias para a transferência da energia que sai do café são as seguintes: q1: convecção natural do café para o frasco. q2: condução através do frasco. q3: convecção natural do frasco para o ar. q4: convecção natural do ar para o invólucro. q5: troca líquida radiante entre a superfície externa do frasco e a superfície interna do invólucro. q6: condução através do invólucro. q7: convecção natural do invólucro para o ar da sala. q8: troca líquida radiante entre a superfície externa do invólucro e a vizinhança. Comentários: Melhorias no projeto estão associadas (1) ao uso de superfícies aluminizadas (baixa emissividade) no frasco e no invólucro para reduzir a radiação líquida e (2) ao uso de vácuo no espaço entre o frasco e o invólucro ou de um material de enchimento para impedir a convecção natural. Referências 1. Moran, M. J., and H. N. Shapiro, Fundamentals of Engineering Thermodynamics, Wiley, Hoboken, NJ, 2004. 2. Curzon, F. L., and B. Ahlborn, American J. Physics, 43, 22, 1975. 3. Novikov, I. I., J. Nuclear Energy II, 7, 125, 1958. 4. Callen, H. B., Thermodynamics and an Introduction to Thermostatistics, Wiley, Hoboken, NJ, 1985. 5. Bejan, A., American J. Physics, 64, 1054, 1996. 6. Bar-Cohen, A., and I. Madhusudan, IEEE Trans. Components and Packaging Tech., 25, 584, 2002. 7. Miller, R., Business Week, November 11, 2004. 8. Diller, K. R., and T. P. Ryan, J. Heat Transfer, 120, 810, 1998. 9. Datta, A. K., Biological and Bioenvironmental Heat and Mass Transfer, Marcel Dekker, New York, 2002. Problemas Condução 1.1 Informa-se que a condutividade térmica de uma folha de isolante extrudado rígido é igual a k = 0,029 W/(m · K). A diferença de temperaturas medida entre as superfícies de uma folha com 20 mm de espessura deste material é T1 − T2 = 10°C. (a) Qual é o fluxo térmico através de uma folha do isolante com 2 m × 2 m? (b) Qual é a taxa de transferência de calor através da folha de isolante? 1.2 O fluxo térmico que é aplicado na face esquerda de uma parede plana é q″ = 20 W/m2. A parede tem espessura igual a L = 10 mm e sua condutividade térmica é k = 12 W/(m · K). Se as temperaturas superficiais forem medidas, sendo iguais a 50°C no lado esquerdo e 30°C no lado direito, condições de regime estacionário estão presentes? 1.3 Uma parede de concreto, que tem uma área superficial de 20 m2 e espessura de 0,30 m, separa o ar refrigerado de um quarto do ar ambiente. A temperatura da superfície interna da parede é mantida a 25°C e a condutividade térmica do concreto é de 1 W/(m · K). (a) Determine a perda de calor através da parede considerando que a temperatura de sua superfície externa varie de −15°C a 38°C, que correspondem aos extremos do inverno e do verão, respectivamente. Apresente os seus resultados graficamente. (b) No seu gráfico, represente também a perda de calor como uma função da temperatura da superfície externa para materiais da parede com condutividades térmicas de 0,75 a 1,25 W/(m · K). Explique a família de curvas que você obteve. 1.4 A laje de concreto de um porão tem 11 m de comprimento, 8 m de largura e 0,20 m de espessura. Durante o inverno, as temperaturas são normalmente de 17°C e 10°C em suas superfícies superior e inferior, respectivamente. Se o concreto tiver uma condutividade térmica de 1,4 W/(m · K), qual é a taxa de perda de calor através da laje? Se o porão for aquecido por um forno a gás operando a uma eficiência de ηf = 0,90 e o gás natural estiver cotado a Cg = 0,02 $/MJ, qual é o custo diário da perda térmica? 1.5 Considere a Figura 1.3. O fluxo térmico na direção x é = 10 W/m2, a condutividade térmica e a espessura da parede são k = 2,3 W/(m · K) e L = 20 mm, respectivamente, e há condições de regime estacionário. Determine o valor do gradiente de temperatura em K/m. Qual é o valor do gradiente de temperatura em °C/m? 1.6 O fluxo térmico através de uma lâmina de madeira, com espessura de 50 mm, cujas temperaturas das superfícies interna e externa são 40 e 20°C, respectivamente, foi determinado, sendo igual a 40 W/m2. Qual é a condutividade térmica da madeira? 1.7 As temperaturas interna e externa de uma janela de vidro com 5 mm de espessura são 15 e 5°C. Qual é a perda de calor através de uma janela com 1 m × 3 m? A condutividade térmica do vidro é de 1,4 W/(m · K). 1.8 Uma análise termodinâmica de uma turbina a gás com ciclo Brayton fornece P 5 MW como produção de potência líquida. O compressor, a uma temperatura média de Tf = 400°C, é impulsionado pela turbina a uma temperatura média de Tq = 1000°C, por intermédio de um eixo com L = 1 m de comprimento e d = 70 mm de diâmetro, com condutividade térmica k = 40 W/(m · K). (a) Compare a taxa por condução em regime estacionário através do eixo que conecta a turbina quente ao compressor aquecido com a potência líquida prevista pela análise baseada na termodinâmica. (b) Uma equipe de pesquisa propõe uma redução de escala da turbina a gás da parte (a), mantendo todas as dimensões nas mesmas proporções. A equipe supõe que as mesmas temperaturas quente e fria do item (a) se mantêm e que a potência líquida produzida pela turbina a gás é proporcional ao volume global do modelo. Represente graficamente a razão entre a condução através do eixo e a potência líquida produzida pela turbina na faixa 0,005 m ≤ L ≤ 1 m. O modelo em escala reduzida com L = 0,005 m é factível? 1.9 Uma janela de vidro, com W = 1 m de largura e H = 2 m de altura, tem espessura de 5 mm e uma condutividade térmica de kv = 1,4 W/(m · K). Se em um dia de inverno as temperaturas das superfícies interna e externa do vidro são de 15°C e −20°C, respectivamente, qual é a taxa de perda de calor através do vidro? Para reduzir a perda de calor através da janela, é costume usar janelas de vidro duplo nas quais as placas de vidro adjacentes são separadas por uma camada de ar. Se o afastamento entre as placas for de 10 mm e as temperaturas das superfícies do vidro em contato com os ambientes estiverem nas temperaturas de 10°C e −15°C, qual é a taxa de perda de calor em uma janela de 1 m × 2 m? A condutividade térmica do ar é ka = 0,024 W/(m · K). 1.10 Uma câmara de congelador é um espaço cúbico de lado igual a 2 m. Considere que a sua base seja perfeitamente isolada. Qual é a espessura mínima de um isolamento à base de espuma de estireno (k = 0,030 W/(m · K)) que deve ser usada no topo e nas paredes laterais para garantir uma carga térmica menor do que 500 W, quando as superfícies interna e externa estiveram a −10 e 35°C? 1.11 O fluxo térmico aplicado em uma face de uma parede plana é q″ = 20 W/m2. A face oposta está exposta ao ar a uma temperatura de 30°C, com um coeficiente de transferência de calor por convecção de 20 W/(m2 · K). A temperatura da superfície exposta ao ar é medida, sendo igual a 50°C. Condições de regime estacionário estão presentes? Se não, a temperatura da parede está aumentando ou diminuindo com o tempo? 1.12 Um recipiente barato para alimentos e bebidas é fabricado com poliestireno (k = 0,023 W/(m · K)), com espessura de 25 mm e dimensões interiores de 0,8 m × 0,6 m × 0,6 m. Sob condições nas quais a temperatura da superfície interna, de aproximadamente 2°C, é mantida por uma mistura gelo-água e a temperatura da superfície externa de 20°C é mantida pelo ambiente, qual é o fluxo térmico através das paredes do recipiente? Considerando desprezível o ganho de calor pela base do recipiente (0,8 m × 0,6 m), qual é a carga térmica total para as condições especificadas? 1.13 Qual é a espessura requerida para uma parede de alvenaria com condutividade térmica igual a 0,75 W/(m · K), se a taxa de calor deve ser 80% da taxa através de uma parede estrutural composta com uma condutividade térmica de 0,25 W/(m · K) e uma espessura de 100 mm? A diferença de temperaturas superficiais imposta nas duas paredes é a mesma. 1.14 Uma parede é feita com um material não homogêneo (não uniforme) no qual a condutividade térmica varia ao longo da espessura na forma k = a x + b, sendo a e b constantes. Sabe-se que o fluxo térmico é constante. Determine expressões para o gradiente de temperatura e para a distribuição de temperaturas quando a superfície em x = 0 está a uma temperatura T1. 1.15 A base, com 5 mm de espessura, de uma panela com diâmetro de 200 mm pode ser feita com alumínio (k = 240 W/(m · K)) ou cobre (k = 390 W/(m · K)). Quando usada para ferver água, a superfície da base exposta à água encontra-se a 110°C. Se calor é transferido do fogão para a panela a uma taxa de 600 W, qual é a temperatura da superfície voltada para o fogão para cada um dos dois materiais? 1.16 Um circuito integrado (chip) quadrado de silício (k = 150 W/(m · K)) possui lados com w = 5 mm e espessura t = 1 mm. O circuito é montado em um substrato de tal forma que suas superfícies laterais e inferior estão isoladas termicamente, enquanto a superfície superior encontra-se exposta a um refrigerante. Se 4 W estão sendo dissipados nos circuitos montados na superfície inferior do chip, qual é a diferença entre as temperaturas das superfícies inferior e superior no estado estacionário? Convecção 1.17 Para um processo de ebulição, como o mostrado na Figura 1.5c, a temperatura ambiente T∞ na lei do resfriamento de Newton é substituída pela temperatura de saturação do fluido Tsat . Considere uma condição na qual o fluxo térmico a partir da placa quente é q″ = 20 × 105 W/m2. Se o fluido for água a pressão atmosférica e o coeficiente de transferência de calor por convecção for ha = 20 × 103 W/(m2 · K), determine a temperatura da superfície superior da placa, Ts,a. Em um esforço para minimizar a temperatura superficial, um técnico propõe trocar a água por um fluido dielétrico, cuja temperatura de saturação é Tsat, d = 52°C. Se o coeficiente de transferência de calor associado ao fluido dielétrico for hd = 3 × 103 W/(m2 · K), o plano do técnico vai funcionar? 1.18 Você vivenciou um resfriamento por convecção se alguma vez estendeu sua mão para fora da janela de um veículo em movimento ou a imergiu em uma corrente de água. Com a superfície de sua mão a uma temperatura de 30°C, determine o fluxo de calor por convecção para (a) uma velocidade do veículo de 35 km/h no ar a −5°C com um coeficiente convectivo de 40 W/(m2 · K), e para (b) uma corrente de água com velocidade de 0,2 m/s, temperatura de 10°C e coeficiente convectivo de 900 W/(m2 · K). Qual a condição que o faria sentir mais frio? Compare esses resultados com uma perda de calor de aproximadamente 30 W/m2 em condições ambientais normais. 1.19 Ar a 40°C escoa sobre um longo cilindro, com 25 mm de diâmetro, que possui um aquecedor elétrico no seu interior. Durante uma bateria de testes foram efetuadas medidas da potência por unidade de comprimento, P', necessária para manter a temperatura da superfície do cilindro a 300°C, para diferentes velocidades V da corrente de ar. Os resultados obtidos são os seguintes: Velocidade do ar, V (m/s) 1 2 4 8 12 Potência, P′ (W/m) 450 658 983 1507 1963 (a) Determine o coeficiente de transferência de calor por convecção para cada velocidade e apresente graficamente os seus resultados. (b) Supondo que o coeficiente convectivo dependa da velocidade de escoamento do ar de acordo com uma relação do tipo h = CVn, determine os parâmetros C e n a partir dos resultados da parte (a). 1.20 Uma parede tem temperaturas superficiais interna e externa iguais a 16 e 6°C, respectivamente. As temperaturas do ar interno e externo são 20 e 5°C, respectivamente. Os coeficientes de transferência de calor por convecção nas superfícies interna e externa são 5 e 20 W/(m2 · K), respectivamente. Calcule os fluxos térmicos do ar interior para a parede, da parede para o ar exterior, e da parede para o ar interior. Está a parede sob condições de regime estacionário? 1.21 Um aquecedor elétrico encontra-se no interior de um longo cilindro de diâmetro igual a 30 mm. Quando água, a uma temperatura de 25°C e velocidade de 1 m/s, escoa perpendicularmente ao cilindro, a potência por unidade de comprimento necessária para manter a superfície do cilindro a uma temperatura uniforme de 90°C é de 28 kW/m. Quando ar, também a 25°C, mas a uma velocidade de 10 m/s está escoando, a potência por unidade de comprimento necessária para manter a mesma temperatura superficial é de 400 W/m. Calcule e compare os coeficientes de transferência de calor por convecção para os escoamentos da água e do ar. 1.22 O coeficiente de transferência de calor por convecção natural sobre uma chapa quente, fina e na posição vertical, suspensa no ar em repouso, pode ser determinado através da observação da variação da temperatura da chapa com o tempo, na medida em que ela esfria. Considerando a placa isotérmica e que a troca de calor por radiação com a vizinhança seja desprezível, determine o coeficiente de convecção no instante de tempo no qual a temperatura da chapa é de 225°C e a sua taxa de variação com o tempo (dT/dt) é de −0,022 K/s. A temperatura do ar ambiente é de 25°C, a chapa mede 0,3 × 0,3 m, possui massa de 3,75 kg, com um calor específico de 2770 J/(kg · K). 1.23 Uma caixa de transmissão, medindo W = 0,30 m de lado, recebe uma entrada de potência de Pent = 150 hp vinda do motor. Sendo a eficiência de transmissão η = 0,93; com o escoamento do ar caracterizado por T∞ = 30°C e h = 200 W/(m2 · K), qual é a temperatura superficial da caixa de transmissão? 1.24 Um aquecedor elétrico de cartucho possui a forma de um cilindro, com comprimento L = 200 mm e diâmetro externo D = 20 mm. Em condições normais de operação, o aquecedor dissipa 2 kW quando submerso em uma corrente de água a 20°C em que o coeficiente de transferência de calor por convecção é de h = 5000 W/(m2 · K). Desprezando a transferência de calor nas extremidades do aquecedor, determine a sua temperatura superficial Ts. Se o escoamento da água for inadvertidamente eliminado e o aquecedor permanecer em operação, sua superfície passa a estar exposta ao ar, que também se encontra a 20°C, mas para o qual h = 50 W/(m2 · K). Qual é a temperatura superficial correspondente? Quais são as consequências de tal evento? 1.25 Um procedimento comum para medir a velocidade de correntes de ar envolve a inserção de um fio aquecido eletricamente (chamado de anemômetro de fio quente) no escoamento do ar, com o eixo do fio orientado perpendicularmente à direção do escoamento. Considera-se que a energia elétrica dissipada no fio seja transferida para o ar por convecção forçada. Consequentemente, para uma potência elétrica especificada, a temperatura do fio depende do coeficiente de convecção, o qual, por sua vez, depende da velocidade do ar. Considere um fio com comprimento L = 20 mm e diâmetro D = 0,5 mm, para o qual foi determinada uma calibração na forma V = 6,25 × 10−5 h2. A velocidade V e o coeficiente de convecção h têm unidades de m/s e W/(m2 · K), respectivamente. Em uma aplicação envolvendo ar a uma temperatura T∞ = 25°C, a temperatura superficial do anemômetro é mantida a Ts = 75°C, com uma diferença de voltagem de 5 V e uma corrente elétrica de 0,1 A. Qual é a velocidade do ar? 1.26 Um chip quadrado, com lado w = 5 mm, opera em condições isotérmicas. O chip é posicionado em um substrato de modo que suas superfícies laterais e inferior estão isoladas termicamente, enquanto sua superfície superior encontra-se exposta ao escoamento de um refrigerante a T∞ = 15°C. A partir de considerações de confiabilidade, a temperatura do chip não pode exceder a T = 85°C. Sendo a substância refrigerante o ar, com um coeficiente de transferência de calor por convecção correspondente h = 200 W/(m2 · K), qual é a potência máxima permitida para o chip? Sendo o refrigerante um líquido dielétrico para o qual h = 3000 W/(m2 · K), qual é a potência máxima permitida? 1.27 O controlador de temperatura de um secador de roupas é constituído por uma chave bimetálica montada em contato com um aquecedor elétrico, que se encontra preso a uma junta isolante que, por sua vez, se encontra montada sobre a parede do secador. A chave é especificada para abrir a 70°C, que é a temperatura máxima do ar de secagem. A fim de operar o secador a uma temperatura do ar mais baixa, uma potência suficiente é fornecida ao aquecedor de tal modo que a chave atinge 70°C (Tref) quando a temperatura do ar T∞ é inferior a Tref. Sendo o coeficiente de transferência de calor por convecção entre o ar e a superfície exposta da chave, com 30 mm2, igual a 25 W/(m2 · K), qual é a potência do aquecedor Pe necessária quando a temperatura desejada para o ar no secador é de T∞ = 50°C? Radiação 1.28 Uma tubulação industrial aérea de vapor d’água não isolada termicamente, com 25 m de comprimento e 100 mm de diâmetro, atravessa uma construção cujas paredes e o ar ambiente estão a 25°C. Vapor pressurizado mantém uma temperatura superficial na tubulação de 150°C e o coeficiente associado à convecção natural é de h = 10 W/(m2 · K). A emissividade da superfície é ε = 0,8. (a) Qual é a taxa de perda de calor na linha de vapor? (b) Sendo o vapor gerado em uma caldeira de fogo direto, operando com uma eficiência de η = 0,90; e o gás natural cotado a Cg = $0,02 por MJ, qual é o custo anual da perda de calor na linha? 1.29 Sob condições nas quais a mesma temperatura em um quarto é mantida por um sistema de aquecimento ou resfriamento, não é incomum uma pessoa sentir frio no inverno e estar confortável no verão. Forneça uma explicação razoável para esta situação (apoiada em cálculos), considerando um quarto cuja temperatura ambiente seja mantida a 20°C ao longo do ano, enquanto suas paredes encontram-se normalmente a 27°C e 14°C no verão e no inverno, respectivamente. A superfície exposta de uma pessoa no quarto pode ser considerada a uma temperatura de 32°C ao longo do ano, com uma emissividade de 0,90. O coeficiente associado à transferência de calor por convecção natural entre a pessoa e o ar do quarto é de aproximadamente 2 W/(m2 · K). 1.30 Uma sonda interplanetária esférica, de diâmetro 0,5 m, contém eletrônicos que dissipam 150 W. Se a superfície da sonda possui uma emissividade de 0,8 e não recebe radiação de outras fontes como, por exemplo, do Sol, qual é a sua temperatura superficial? 1.31 Um conjunto de instrumentos tem uma superfície externa esférica de diâmetro D = 100 mm e emissividade ε = 0,25. O conjunto é colocado no interior de uma grande câmara de simulação espacial cujas paredes são mantidas a 77 K. Se a operação dos componentes eletrônicos se restringe à faixa de temperaturas de 40 ≤ T ≤ 85°C, qual é a faixa aceitável de dissipação de potência do conjunto de instrumentos? Apresente os seus resultados graficamente, mostrando também o efeito de variações na emissividade ao considerar os valores de 0,2 e 0,3. 1.32 Considere as condições do Problema 1.22. Contudo, agora a placa está no vácuo com uma temperatura na vizinhança de 25°C. Qual é a emissividade da placa? Qual é a taxa na qual radiação é emitida pela superfície? 1.33 Se Ts ≈ Tviz na Equação 1.9, o coeficiente de transferência de calor por radiação pode ser aproximado pela equação sendo ≡ (Ts + Tviz )/2. Desejamos avaliar a validade dessa aproximação através da comparação de valores de hr e hr,a para as condições a seguir. Em cada caso, represente os seus resultados graficamente e comente sobre a validade da aproximação. (a) Considere uma superfície de alumínio polido (ε = 0,05) ou pintada de preto (ε = 0,9), cuja temperatura pode exceder a da vizinhança (Tviz = 25°C) de 10 a 100°C. Compare também os seus resultados com os valores dos coeficientes de transferência associados à convecção natural no ar (T∞ = Tviz ), em que h(W/(m2 · K)) = 0,98 ΔT1/3. (b) Considere condições iniciais associadas à colocação de uma peça a Ts = 25°C no interior de uma grande fornalha cuja temperatura das paredes pode variar na faixa de 100 ≤ Tviz ≤ 1000°C. De acordo com o acabamento ou revestimento da superfície da peça, sua emissividade pode assumir os valores 0,05; 0,2 e 0,9. Para cada emissividade, faça um gráfico do erro relativo, (hr − hr,a)/hr, em função da temperatura da fornalha. 1.34 Um sistema de vácuo, como aqueles utilizados para a deposição de finas películas eletricamente condutoras sobre microcircuitos, é composto por uma base plana mantida a 300 K por um aquecedor elétrico e possui um revestimento interior mantido a 77 K por um circuito de refrigeração que utiliza nitrogênio líquido. A base plana circular possui 0,3 m de diâmetro e uma emissividade de 0,25, e encontra-se isolada termicamente no seu lado inferior. (a) Quanto de potência elétrica deve ser fornecida ao aquecedor da base? (b) A que taxa deve ser alimentado o nitrogênio líquido no interior da camisa do revestimento, se o seu calor de vaporização é de 125 kJ/kg? (c) Para reduzir o consumo de nitrogênio líquido, propõe-se colar uma folha de papel-alumínio fina (ε = 0,09) sobre a base. Tal procedimento alcançará o efeito desejado? Relação com a Termodinâmica 1.35 Um resistor elétrico está conectado a uma bateria, conforme mostrado no esquema. Após um curto período em condições transientes, o resistor atinge uma temperatura de equilíbrio de 95°C, aproximadamente uniforme. A bateria e os fios condutores, por sua vez, permanecem à temperatura ambiente de 25°C. Despreze a resistência elétrica nos fios condutores. (a) Considere o resistor como um sistema ao redor do qual uma superfície de controle é posicionada e a Equação 11.2c é aplicada. Determine os valores correspondentes de Ä–ent (W), Ä–g (W), Ä–sai (W) e Ä–acu (W). Se uma superfície de controle for colocada ao redor de todo o sistema, quais são os valores de Ä–ent (W), Ä–g (W), Ä–sai (W) e Ä–acu (W)? (b) Se energia elétrica for dissipada uniformemente no interior do resistor, que é um cilindro com diâmetro D = 60 mm e comprimento L = 250 mm, qual é a taxa de geração de calor volumétrica, (W/m3)? (c) Desprezando a radiação a partir do resistor, qual é o coeficiente convectivo? 1.36 Água pressurizada (pent = 10 bar, Tent = 110°C) entra na base de um longo tubo vertical, com comprimento L = 10 m e diâmetro D = 100 mm, a uma vazão mássica de = 1,5 kg/s. O tubo está localizado no interior de uma câmara de combustão, o que resulta em transferência de calor para o tubo. Vapor d’água superaquecido sai no topo do tubo a psai = 7 bar e Tsai = 600°C. Determine a mudança nas taxas nas quais as grandezas a seguir entram e saem do tubo: (a) a energia térmica combinada com o trabalho de fluxo; (b) a energia mecânica; (c) a energia total da água. Também, (d) determine a taxa de transferência de calor através da parede do tubo, q. Sugestão: Propriedades relevantes podem ser obtidas em textos de termodinâmica. 1.37 Considere o tubo e as condições de entrada do Problema 1.36. Uma taxa de transferência de calor de q = 3,89 MW é transferida para o tubo. Para uma pressão na saída de p = 8 bar, determine (a) a temperatura da água na saída do tubo, assim como a variação na (b) a energia térmica combinada com o trabalho de fluxo; (c) energia mecânica; (d) energia total da água entre a entrada e a saída do tubo. Sugestão: Como uma primeira estimativa, despreza a variação na energia mecânica ao resolver a parte (a). Propriedades relevantes podem ser obtidas em textos de termodinâmica. 1.38 Um refrigerador internamente reversível tem um coeficiente de performance modificado em função dos processos reais de transferência de calor determinado por em que qent é a taxa de resfriamento do refrigerador, qsai é a taxa de rejeição de calor e é a alimentação de potência. Mostre que COPm pode ser representado em termos das temperaturas dos reservatórios Tf e Tq, das resistência térmicas nos lados quente e frio, e qent , por sendo Rtot = Rt,f + Rt,q. Mostre também que a alimentação de potência pode ser representada por 1.39 Um refrigerador residencial opera com reservatórios frio e quente com temperaturas de Tf = 5°C e Tq = 25°C, respectivamente. Quando nova, as resistências térmicas nos lados frio e quente são Rf,n = 0,05 K/W e Rq,n = 0,04 K/W, respectivamente. Com o tempo, poeira se acumula sobre a serpentina do condensador, localizado na parte de trás do refrigerador, aumentando a resistência no lado quente para Rq,p = 0,1 K/W. Deseja-se uma taxa de resfriamento no refrigerador de qent = 750 W. Usando os resultados do Problema 1.38, determine o coeficiente de performance modificado e a alimentação de potência requerida nas condições da serpentina (a) limpa e (b) com poeira. Balanço de Energia e Efeitos Combinados 1.40 Chips, com L = 15 mm de lado, são montados em um substrato que se encontra instalado em uma câmara cujas paredes e o ar interior são mantidos à temperatura de Tviz = T∞ = 25°C. Os chips têm uma emissividade ε = 0,60 e temperatura máxima permitida de Ts = 85°C. (a) Se calor é descartado pelos chips por radiação e convecção natural, qual é a potência operacional máxima de cada chip? O coeficiente convectivo depende da diferença entre as temperaturas do chip e do ar e pode ser aproximado por h = C (Ts − T∞)1/4, sendo C = 4,2 W/(m2 · K5/4). (b) Se um ventilador for usado para manter o ar no interior da câmara em movimento e a transferência de calor for por convecção forçada com h = 250 W/(m2 · K), qual é a potência operacional máxima? 1.41 Considere a caixa de transmissão do Problema 1.23, mas agora permita a troca por radiação com a sua vizinhança, que pode ser aproximada por um grande envoltório a Tviz = 30°C. Sendo a emissividade da superfície da caixa igual a ε = 0,80; qual é a sua temperatura? 1.42 Um método para produzir finas lâminas de silício para uso em painéis solares fotovoltaicos é passar, de baixo para cima, duas fitas finas de material com alta temperatura de fusão através de um banho de silício líquido. O silício se solidifica sobre as fitas próximo à superfície do líquido fundido e as lâminas sólidas de silício são puxadas vagarosamente para fora do líquido. O silício é reabastecido através da adição de pó sólido de silício que é jogado no banho. Considere uma lâmina de silício, que tem largura Wsi = 85 mm e espessura tsi = 150 μm, sendo puxada para fora do banho a uma velocidade de Vsi = mm/min. O silício é fundido através do suprimento de potência elétrica à câmara cilíndrica de produção, com altura H = 350 mm e diâmetro D = 300 mm. As superfícies expostas da câmara de produção estão a Ts = 320 K, o coeficiente convectivo correspondente nas superfícies expostas é h = 8 W/(m2 · K) e a superfície é caracterizada por uma emissividade igual a ε = 0,9. O pó sólido de silício está a Tsi, ent = 298 K e a lâmina sólida de silício deixa a câmara a Tsi, sai = 420 K. As temperaturas da vizinhança e do ambiente são T∞ = Tviz = 298 K. (a) Determine a potência elétrica, Pelet , necessária para operar o sistema em regime estacionário. (b) Se o painel fotovoltaico absorver um fluxo solar médio no tempo de = 180 W/m2 e o painel tiver uma eficiência de conversão (razão entre a potência elétrica produzida e potência solar absorvida) de η = 0,20; quanto tempo o painel solar deve operar para produzir energia elétrica suficiente para compensar a energia elétrica consumida na sua fabricação? 1.43 Calor é transferido por radiação e convecção entre a superfície interna do envoltório cilíndrico da turbina eólica do Exemplo 1.3 e as superfícies externas da caixa de engrenagens e do gerador. Os fluxos térmicos convectivos associados à caixa de engrenagens e ao gerador podem ser descritos por = h(Tce − T∞) e = h(Tger − T∞), respectivamente, em que a temperatura ambiente T∞ ≈ Ts (que é a temperatura do envoltório cilíndrico) e h = 40 W/(m2 · K). As superfícies externas da caixa de engrenagens e do gerador são caracterizadas por uma emissividade de ε = 0,9. Se as áreas das superfícies da caixa de engrenagens e do gerador forem de Ace = 6 m2 e Ager = 4 m2, respectivamente, determine as suas temperaturas superficiais. 1.44 Rejeitos radiativos são estocados em recipientes cilíndricos longos e com paredes finas. Os rejeitos geram energia térmica de forma não uniforme, de acordo com a relação = o [1 − (r/ro)2], em que é a taxa local de geração de energia por unidade de volume, o é uma constante e ro é o raio do recipiente. Condições de regime estacionário são mantidas pela submersão do recipiente em um líquido que está a T∞ e fornece um coeficiente de transferência de calor por convecção uniforme e igual a h. Obtenha uma expressão para a taxa total na qual a energia é gerada por unidade de comprimento do recipiente. Use esse resultado para obter uma expressão para a temperatura Ts da parede do recipiente. 1.45 Uma placa de alumínio, com 4 mm de espessura, encontra-se na posição horizontal e a sua superfície inferior está isolada termicamente. Um fino revestimento especial é aplicado sobre sua superfície superior de tal forma que ela absorva 80% de qualquer radiação solar nela incidente, enquanto tem uma emissividade de 0,25. A densidade ρ e o calor específico c do alumínio são conhecidos, sendo iguais a 2700 kg/m3 e 900 J/(kg · K), respectivamente. (a) Considere condições nas quais a placa está à temperatura de 25°C e a sua superfície superior é subitamente exposta ao ar ambiente a T∞ = 20°C e à radiação solar que fornece um fluxo incidente de 900 W/m2. O coeficiente de transferência de calor por convecção entre a superfície e o ar é de h = 20 W/(m2 · K). Qual é a taxa inicial da variação da temperatura da placa? (b) Qual será a temperatura de equilíbrio da placa quando as condições de regime estacionário forem atingidas? (c) As propriedades radiantes da superfície dependem da natureza específica do revestimento aplicado. Calcule e represente graficamente a temperatura no regime estacionário como uma função da emissividade para 0,05 ≤ ε ≤ 1, com todas as outras condições mantidas como especificado. Repita os seus cálculos para valores de αS = 0,5 e 1,0; e represente graficamente os resultados juntamente com os obtidos com αS = 0,8. Se a intenção é de maximizar a temperatura da placa, qual é a combinação mais desejável da emissividade e da absortividade para a radiação solar da placa? 1.46 Um aquecedor de sangue é usado durante a transfusão de sangue para um paciente. Este dispositivo deve aquecer o sangue, retirado do banco de sangue a 10°C, até 37°C a uma vazão de 200 ml/min. O sangue passa por um tubo com comprimento de 2 m e uma seção transversal retangular com 6,4 mm × 1,6 mm. A que taxa o calor deve ser adicionado ao sangue para cumprir o aumento de temperatura desejado? Se o sangue vem de um grande reservatório onde sua velocidade é praticamente nula e escoa verticalmente para baixo através do tubo de 2 m, estime os valores das variações das energias cinética e potencial. Admita que as propriedades do sangue sejam similares às da água. 1.47 Considere uma caixa de leite que está refrigerada a uma temperatura de TL = 5°C. A temperatura na cozinha em um dia quente de verão é de T∞ = 30°C. Com as quatro paredes laterais da caixa com dimensões L = 200 mm (altura) e w = 100 mm (largura), determine o calor transferido para a caixa de leite enquanto ela estiver sobre o balcão da cozinha por períodos de t = 10 s, 60 s e 300 s antes de ser recolocada no refrigerador. O coeficiente convectivo associado à convecção natural nos lados da caixa é h = 10 W/(m2 · K). A emissividade destas superfícies é de 0,90. Considere que a temperatura da caixa de leite permaneça a 5°C durante o processo. Seus pais falaram com você da importância de resfriar alimentos na perspectiva da segurança alimentar. Comente sobre a importância do rápido retorno da caixa de leite para o refrigerador no ponto de vista da conservação de energia. 1.48 O consumo de energia associado a um aquecedor de água doméstico possui dois componentes: (i) a energia que deve ser fornecida à água para elevar a sua temperatura até o valor no interior do aquecedor, à medida que ela é introduzida para substituir aquela que está sendo consumida, e (ii) a energia necessária para compensar as perdas de calor que ocorrem no tanque de armazenamento do aquecedor ao mantê-lo na temperatura especificada. Neste problema, vamos avaliar o primeiro desses dois componentes para uma família de quatro pessoas, cujo consumo diário médio de água quente é de aproximadamente 100 galões. Estando a água de reposição disponível a 15°C, qual é o consumo anual de energia associado ao aquecimento desta água até a temperatura de armazenamento de 55°C? Para um custo unitário de energia elétrica de $0,18/(kW · h), qual é o custo anual associado ao fornecimento de água quente utilizando-se (a) aquecimento elétrico resistivo, e (b) uma bomba de calor com COP igual a 3. 1.49 Oxigênio líquido, que possui ponto de ebulição igual a 90 K e calor latente de vaporização de 214 kJ/kg, é armazenado em um recipiente esférico cuja superfície externa possui um diâmetro de 500 mm e está a uma temperatura de −10°C. O recipiente é guardado em um laboratório cujo ar e paredes se encontram a 25°C. (a) Se a emissividade da superfície for de 0,20 e o coeficiente de transferência de calor associado à convecção natural na superfície externa do recipiente for de 10 W/(m2 · K), qual é a taxa, em kg/s, na qual o vapor de oxigênio deve ser retirado do sistema? (b) A umidade presente no ar ambiente resultará na formação de gelo sobre o recipiente, causando um aumento na emissividade da sua superfície. Supondo que a temperatura superficial e o coeficiente convectivo permaneçam iguais a −10°C e 10 W/(m2 · K), respectivamente, calcule a taxa de evaporação do oxigênio, em kg/s, em função da emissividade da superfície para valores na faixa de 0,2 ≤ ε ≤ 0,94. 1.50 A emissividade de uma chapa de aço galvanizado, um material usado normalmente em telhados, é igual a ε = 0,13 a uma temperatura de aproximadamente 300 K, enquanto a absortividade em relação à irradiação solar é de αS = 0,65. Um gato das redondezas se sentiria confortável ao andar sobre o telhado construído com este material em um dia no qual GS = 750 W/m2, T∞ = 16°C e h = 7 W/(m2 · K)? Considere que a superfície inferior da chapa esteja isolada termicamente. 1.51 Três aquecedores de resistência elétrica, com comprimento L = 250 mm e diâmetro D = 25 mm, estão submersos em 10 galões de água em um tanque, que está inicialmente a 295 K. Pode-se considerar a densidade e o calor específico da água como ρ = 990 kg/m3 e c = 4180 J/(kg · K). (a) Se os aquecedores forem ativados, cada um dissipando q1 = 500 W, estime o tempo necessário para a água ser levada a uma temperatura de 335 K. (b) Sendo o coeficiente de transferência de calor por convecção natural dado por uma expressão da forma h = 370 (Ts − T)1/3, sendo Ts e T as temperaturas da superfície do aquecedor e da água, respectivamente, quais são as temperaturas de cada aquecedor logo após a sua ativação e antes de sua desativação? As unidades do h e de (Ts − T) são W/(m2 · K) e K, respectivamente. (c) Se os aquecedores forem inadvertidamente ativados com o tanque vazio, o coeficiente de transferência de calor por convecção natural associado à transferência de calor para o ar ambiente a T∞ = 300 K pode ser aproximado por h = 0,70 (Ts − T∞)1/3. Sendo a temperatura das paredes do tanque também igual a 300 K e a emissividade da superfície dos aquecedores ε = 0,85, qual é a temperatura da superfície de cada aquecedor nas condições de regime estacionário? 1.52 Um secador de cabelos pode ser idealizado como um duto circular através do qual um pequeno ventilador sopra ar ambiente e dentro do qual o ar é aquecido ao escoar sobre uma resistência elétrica na forma de um fio helicoidal. (a) Se o aquecedor for projetado para operar com um consumo de potência elétrica Pelet = 500 W e para aquecer o ar de uma temperatura ambiente Tent = 20°C até uma temperatura na saída de Tsai = 45°C, em qual vazão volumétrica o ventilador deve operar? A perda de calor de seu revestimento externo para o ar ambiente e para a vizinhança pode ser desprezada. Se o duto tiver um diâmetro D = 70 mm, qual é a velocidade do ar na saída Vsai? A densidade do ar e o seu calor específico podem ser aproximados por ρ = 1,10 kg/m3 e cp = 1007 J/(kg · K), respectivamente. (b) Considere um comprimento do duto do aquecedor L = 150 mm e uma emissividade de sua superfície de ε = 0,8. Se o coeficiente associado à transferência de calor por convecção natural do revestimento externo para o ar ambiente for de h = 4 W/(m2 · K), e a temperatura do ar e da vizinhança for de T∞ = 20°C, confirme que a perda de calor pelo revestimento externo é, de fato, desprezível. A temperatura superficial média do revestimento externo pode ser considerada igual a Ts = 40°C. 1.53 Em um estágio de um processo de têmpera, a temperatura de uma chapa de aço inoxidável AISI 304 é levada de 300 K para 1250 K ao passar através de um forno aquecido eletricamente a uma velocidade de Vc = 10 mm/s. A espessura e largura da chapa são tc = 8 mm e Wc = 2 m, respectivamente, enquanto a altura, a largura e o comprimento do forno são Hf = 2 m, Wf = 2,4 m e Lf = 25 m, respectivamente. O teto e as quatro paredes laterais do forno estão expostos ao ar ambiente e a uma grande vizinhança, ambos a 300 K. Sua temperatura superficial, coeficiente de transferência de calor por convecção e emissividade correspondentes são Ts = 350 K, h = 10 W/(m2 · K) e εs = 0,8. A superfície inferior do forno também se encontra a 350 K e pousa sobre uma placa de concreto com 0,5 m de espessura, cuja base encontra-se a Tb = 300 K. Estime a potência elétrica Pelet que deve ser fornecida ao forno. 1.54 Fornos de convecção operam com base no princípio de promover convecção forçada em sua câmara interna com um ventilador. Um bolo pequeno deve ser assado em um forno quando o dispositivo convectivo está desativado. Nesta situação, o coeficiente convectivo por convecção natural associado ao bolo e à sua forma é de hnat = 3 W/(m2 · K). O ar no interior do forno e as superfícies internas do forno encontram-se a T∞ = Tviz = 180°C. Determine o fluxo térmico para a forma do bolo e sua massa quando eles são colocados no forno a uma temperatura inicial de Ti = 24°C. Se o dispositivo convectivo for ativado, o coeficiente convectivo por convecção forçada passa a ser de hfor = 27 W/(m2 · K). Qual é o fluxo térmico na massa se o dispositivo convectivo estiver ativado? Considere um valor para a emissividade da massa do bolo e sua forma de 0,97. 1.55 A têmpera, um estágio importante no processamento de materiais semicondutores, pode ser realizada pelo aquecimento rápido de pastilhas de silício até uma alta temperatura por um pequeno período de tempo. O esquema mostra um método que envolve o uso de uma placa quente operando a uma temperatura elevada Tq. A pastilha de silício, inicialmente a uma temperatura Tp,i, é subitamente posicionada a uma distância da placa aquecida, permanecendo um afastamento L entre elas. O objetivo da análise é comparar os fluxos térmicos por condução através do gás no espaço placapastilha e por radiação entre a placa quente e a pastilha fria. Há também interesse na taxa inicial de variação da temperatura da pastilha com o tempo (dTp/dt)i. Aproximando as superfícies da placa aquecida e da pastilha por corpos negros e considerando os seus diâmetros D bem maiores do que o afastamento entre placas L, o fluxo térmico radiante pode ser representado por A pastilha de silício tem espessura d = 0,78 mm, uma densidade de 2700 kg/m3 e um calor específico de 875 J/(kg · K). A condutividade térmica do gás no espaço é de 0,0436 W/(m · K). (a) Para Tq = 600°C e Tp,i = 20°C, calcule o fluxo térmico radiante e o fluxo térmico por condução através do espaço placa-pastilha com L = 0,2 mm. Também determine o valor de (dTp/dt)i resultante de cada um dos modos de aquecimento. (b) Para afastamentos de 0,2; 0,5 e 1,0 mm, determine os fluxos térmicos e as variações da temperatura com o tempo como funções da temperatura da placa quente para 300 ≤ Tq ≤ 1300°C. Mostre os seus resultados em forma gráfica. Comente sobre a importância relativa dos dois modos de transferência de calor e sobre o efeito do tamanho do espaço placapastilha no processo de aquecimento. Sob quais condições pode a pastilha de silício ser aquecida até 900°C em menos de 10 s? 1.56 No processamento térmico de materiais semicondutores, a têmpera é efetuada pelo aquecimento de pastilhas de silício de acordo com uma programação temperatura-tempo e, a seguir, pela manutenção em uma temperatura fixa e elevada por um período de tempo preestabelecido. No dispositivo para o processamento mostrado adiante, a pastilha encontra-se em uma câmara onde há vácuo, cujas paredes são mantidas a 27°C, no interior da qual lâmpadas de aquecimento mantêm um fluxo térmico radiante s na superfície superior da pastilha. A pastilha possui espessura de 0,78 mm, sua condutividade térmica é de 30 W/(m · K) e sua emissividade é igual à sua absortividade em relação ao fluxo térmico radiante (ε = αl = 0,65). Para s = 3,0 × 105 W/m2, a temperatura em sua superfície inferior é medida por um termômetro de radiação, sendo igual a Tp,l = 997°C. Para evitar o empeno da pastilha e a indução de planos de deslizamento na estrutura do cristal, a diferença de temperaturas ao longo da espessura da pastilha deve ser inferior a 2°C. Esta condição está sendo satisfeita? 1.57 Um forno para o processamento de materiais semicondutores é formado por uma câmara de carbeto de silício que tem uma zona quente na seção superior e uma zona fria na seção inferior. Com o elevador na posição inferior, um braço robô insere a pastilha de silício nos pinos de apoio. Em uma operação de produção, a pastilha é rapidamente deslocada para a zona quente para cumprir o histórico temperatura-tempo especificado para o processo. Nesta posição, as superfícies superior e inferior da pastilha trocam radiação com as zonas quente e fria, respectivamente, da câmara. As temperaturas das zonas são Tq = 1500 K e Tf = 330 K, e as emissividade e espessura da pastilha são ε = 0,65 e d = 0,78 mm, respectivamente. Com o gás no ambiente a T∞ = 700 K, os coeficientes de transferência de calor por convecção nas superfícies superior e inferior da pastilha são 8 e 4 W/(m2 · K), respectivamente. A pastilha de silício tem uma densidade de 2700 kg/m3 e um calor específico de 875 J/(kg · K). (a) Para uma condição inicial que corresponde a uma temperatura da pastilha de Tp,i = 300 K e a posição da pastilha como mostrado no esquema, determine a taxa de variação temporal da temperatura da pastilha correspondente (dTp/dt)i. (b) Determine a temperatura no estado estacionário que a pastilha atinge se ela se mantiver nesta posição. O quanto a transferência de calor por convecção é significativa nesta situação? Esboce como você espera que a temperatura da pastilha varie como uma função da posição vertical do elevador. 1.58 Células a combustível individuais, como a do Exemplo 1.5, podem ser escalonadas através de sua organização em uma pilha de células a combustível. Uma pilha é constituída por múltiplas membranas eletrolíticas que são colocadas entre duas placas bipolares eletricamente condutoras. Ar e hidrogênio são alimentados em cada membrana através de canais de escoamento no interior de cada placa bipolar, como mostrado no esquema. Com esta montagem da pilha, as células a combustível individuais estão conectadas eletricamente em série, produzindo uma voltagem na pilha de Epilha = N × Ec, em que Ec é a voltagem produzida através de cada membrana e N é o número de membranas na pilha. A corrente elétrica é a mesma em cada membrana. A voltagem da célula, Ec, assim como a eficiência da célula, aumenta com a temperatura (o ar e o hidrogênio alimentados na pilha são umidificados para permitir a operação em temperaturas superiores a do Exemplo 1.5), porém as membranas irão falhar em temperaturas excedendo T ≈ 85°C. Considere membranas com L × w, em que L = w = 100 mm, e espessura tm = 0,43 mm, as quais cada uma produz Ec = 0,6 V a I = 60 A, e Ä–c,g = 45 W de energia térmica quando operando a T = 80°C. As superfícies externas da pilha estão expostas ao ar a T∞ = 25°C e à vizinhança a Tviz = 30°C, com ε = 0,88 e h = 150 W/(m2 · K). (a) Encontre a potência elétrica produzida por uma pilha com comprimento Lpilha = 200 mm, para espessuras das placas bipolares na faixa de 1 mm < tpb < 10 mm. Determine a energia térmica total gerada pela pilha. (b) Calcule a temperatura superficial e explique se a pilha necessita ser internamente aquecida ou resfriada para operar na temperatura interna ótima de 80°C para várias espessuras da placa bipolar. (c) Identifique como a temperatura interna de operação da pilha pode ser diminuída ou elevada para uma dada espessura da placa bipolar e discuta mudanças no projeto que promoveriam uma distribuição de temperaturas no interior da pilha mais uniforme. Como variações nas temperaturas do ar externo e da vizinhança afetariam a sua resposta? Qual membrana na pilha é mais passível de falha em função de uma alta temperatura de operação? 1.59 Considere a turbina eólica do Exemplo 1.3. Para reduzir a temperatura no envoltório cilíndrico da turbina para Ts = 30°C é aberta uma comunicação com o exterior e um ventilador instalado para forçar a circulação do ar em seu interior. Qual é a vazão mássica mínima de ar necessária no caso de sua temperatura chegar à temperatura da superfície interna do envoltório antes de deixar o ambiente interno. O calor específico do ar é de 1007 J/(kg · K). 1.60 Considere a barra de condução do Exemplo 1.4 sob condições de regime estacionário. Como sugerido no Comentário 3, a temperatura da barra pode ser controlada pela variação da velocidade do escoamento de ar sobre a barra, o que, por sua vez, altera o coeficiente de transferência de calor por convecção. Para analisar a influência do coeficiente convectivo, gere um gráfico de T versus I para valores de h = 50, 100 e 250 W/(m2 · K). Variações na emissividade da superfície teriam uma influência significativa na temperatura da barra? 1.61 Uma longa barra de conexão (haste cilíndrica usada para fazer conexões elétricas) de diâmetro D é instalada no interior de um grande conduíte, que tem uma temperatura superficial de 30°C e no qual o ar ambiente tem temperatura T∞ = 30°C. A resistividade elétrica, ρe (μΩ · m), do material da barra é uma função da temperatura, na forma ρe = ρe,o [1 + α(T − To)], onde ρe,o = 0,0171 μΩ · m, To = 25°C e α = 0,00396 K−1. Há convecção natural entre a barra e o ar ambiente, e o coeficiente de transferência de calor depende do diâmetro da barra, assim como da diferença de temperaturas entre a sua superfície e o ambiente. A relação que governa esta dependência tem a forma h = C D–0,25 (T – T∞)0,25, sendo C = 1,21 W · m–1,75 K–1,25. A emissividade da superfície da barra é ∞ = 0,85. (a) Reconhecendo que a resistência elétrica por unidade de comprimento da barra é = ρe/Asr, em que Asr é a área da sua seção transversal, calcule a capacidade de transporte de corrente de uma barra com 20 mm de diâmetro, se a sua temperatura não puder exceder a 65°C. Compare a importância relativa das transferências de calor por convecção natural e por radiação. (b) Para avaliar o compromisso entre a capacidade de transporte de corrente, a temperatura operacional e o diâmetro da barra, para diâmetros de 10, 20 e 40 mm, faça um gráfico da temperatura da barra T como uma função da corrente no intervalo 100 ≤ I ≤ 5000 A. Também coloque no gráfico a razão entre a transferência de calor por convecção e a transferência de calor total. 1.62 Uma esfera pequena de ferro puro padrão, com calor específico de 447 J/(kg · K) e massa de 0,515 kg, é subitamente imersa em uma mistura gelo-água. Finos fios de termopar mantêm a esfera suspensa. Observa-se que a sua temperatura varia de 15 para 14°C em 6,35 s. O experimento é repetido com uma esfera metálica de mesmo diâmetro, com composição desconhecida e massa de 1,263 kg. Com a mesma variação de temperatura observada ocorrendo em 4,59 s, qual é o calor específico do material desconhecido? 1.63 Um carregador de telefone celular com 50 mm × 45 mm × 20 mm tem uma temperatura superficial de Ts = 33°C, quando ligado a uma tomada elétrica, sem estar em uso. A superfície do carregador tem emissividade ε = 0,92 e está submetida a um coeficiente de transferência de calor por convecção natural h = 4,5 W/(m2 · K). A temperatura do ar no ambiente e a temperatura da vizinhança são T∞ = 22°C e Tviz = 20°C, respectivamente. Sendo os custos da eletricidade iguais a C = $0,18/(kW · h), determine o custo diário de manter o carregador ligado na tomada, sem estar em uso. 1.64 Um reator esférico de aço inoxidável (AISI 302) é usado para armazenar um meio reacional que fornece um fluxo de calor uniforme para a sua superfície interna. O reator é subitamente submerso em um banho líquido a uma temperatura T∞ < Tini, sendo Tini a temperatura inicial da parede do reator. (a) Considerando que o gradiente de temperatura na parede do reator seja desprezível e um fluxo de calor constante e igual a , desenvolva uma equação para a variação da temperatura da parede em função do tempo durante o processo transiente. Qual é a taxa inicial de variação da temperatura na parede se = 105 W/m2? (b) Qual a temperatura da parede em condições de regime estacionário? (c) O coeficiente de transferência de calor por convecção depende da velocidade do escoamento do fluido externo ao reator e do fato da temperatura da parede ser ou não elevada o suficiente para induzir a ebulição do líquido. Calcule e represente graficamente a temperatura da parede em regime estacionário em função do valor de h para a faixa 100 ≤ h ≤ 10.000 W/(m2 · K). Existe algum valor de h abaixo do qual a operação seria inaceitável? 1.65 Um compartimento de um congelador fica coberto com uma camada de 2 mm de espessura de gelo quando o seu funcionamento não está 100%. Estando o compartimento exposto ao ar ambiente a 20°C com um coeficiente h = 2 W/(m2 · K) caracterizando a transferência de calor por convecção natural na superfície exposta da camada de gelo, estime o tempo requerido para a completa fusão do gelo. Considere a densidade do gelo igual a 700 kg/m3 e um calor latente de fusão de 334 kJ/kg. 1.66 Uma chapa vertical de metal de Woods está presa a um substrato por uma superfície e é fundida ao ser irradiada uniformemente por uma fonte de laser sobre a superfície oposta. O metal encontra-se inicialmente na sua temperatura de fusão Tf = 72°C e o condensado é retirado por gravidade assim que se forma. A absortividade do metal em relação à radiação laser é igual a αl = 0,4 e o seu calor latente de fusão é hsf = 33 kJ/kg. (a) Desprezando a transferência de calor a partir da superfície irradiada por convecção ou radiação com a vizinhança, determine a taxa de fusão instantânea em kg/(s · m2) para uma irradiação do laser de 5 kW/m2. Quanto material é retirado se a irradiação for mantida por um período de 2 s? (b) Permitindo a convecção para o ar ambiente, com T∞ = 20°C e h = 15 W/(m2 · K), e a troca térmica radiante com uma grande vizinhança (ε = 0,4 e Tviz = 20°C), determine a taxa de fusão instantânea durante a irradiação. 1.67 Um painel fotovoltaico de dimensões 2 m × 4 m é instalado no telhado de uma residência. O painel é irradiado com um fluxo solar GS = 700 W/m2, normal a superfície superior do painel. A absortividade do painel em relação à irradiação solar é de αS = 0,83 e a eficiência de conversão do fluxo absorvido em potência elétrica é η = P/(αS GS A) = 0,553 – 0,001 (K−1) Tp, em que Tp é a temperatura do painel expressa em kelvins e A é a área do painel solar. Determine a potência elétrica gerada para (a) um dia tranquilo de verão, no qual Tviz = T∞ = 35°C, h = 10 W/(m2 · K), e (b) um dia de inverno com vento, no qual Tviz = T∞ = −15°C, h = 30 W/(m2 · K). A emissividade do painel é ε = 0,90. 1.68 Após a modelagem de uma mistura de papel e celulose por vácuo a quente, o produto, uma embalagem para ovos, é transportado sobre uma esteira por 18 s em direção à entrada de um forno a gás, onde é secada até a umidade final desejada. Muito pouca água evapora ao longo deste trecho. Assim, para aumentar a produtividade da linha de produção, é proposta a instalação de um banco de aquecedores por radiação infravermelha sobre a esteira transportadora, que fornece um fluxo térmico radiante uniforme de 5000 W/m2. A embalagem possui uma área exposta de 0,0625 m2 e uma massa de 0,220 kg, com 75% de água, ao final da etapa de modelagem. O engenheiro-chefe da fábrica irá aprovar a compra dos aquecedores se eles puderem reduzir a umidade em 10% da massa total. Você recomendaria a compra dos aquecedores? Considere o calor de vaporização da água igual a hfg = 2400 kJ/kg. 1.69 Equipamentos eletrônicos de potência são instalados sobre um dissipador de calor que possui uma área superficial exposta de 0,045 m2 e uma emissividade de 0,80. Quando os equipamentos eletrônicos dissipam uma potência total de 20 W e as temperaturas do ar e da vizinhança são de 27°C, a temperatura média do dissipador de calor é de 42°C. Qual será a temperatura média do dissipador de calor se os equipamentos eletrônicos dissiparem uma potência total de 30 W e as condições do ambiente se mantiverem as mesmas? 1.70 Um computador é constituído por um conjunto de cinco placas de circuitos integrados (PCI), cada uma dissipando Pp = 20 W de potência. O resfriamento dos componentes eletrônicos de uma placa é viabilizado pelo escoamento forçado de ar, igualmente distribuído nas passagens formadas por placas adjacentes, e o coeficiente convectivo associado à transferência de calor dos componentes para o ar é de aproximadamente h = 200 W/(m2 · K). O ar entra na torre do computador a uma temperatura de Tent = 20°C e o escoamento é impulsionado por um ventilador cujo consumo de potência é de Pv = 25 W. (a) Se o aumento de temperatura no escoamento do ar, (Tsai − Tent ), não deve exceder a 15°C, qual é a vazão volumétrica Ë™ mínima permitida do ar? A densidade e o calor específico do ar podem ser aproximados por ρ = 1,161 kg/m3 e cp = 1007 J/(kg · K), respectivamente. (b) O componente que é mais suscetível à falha térmica dissipa 1 W/cm2 de área superficial. Para minimizar o potencial para ocorrência desta falha, onde este componente deve ser instalado sobre uma PCI? Qual é a sua temperatura superficial nesta posição? 1.71 Considere um transistor para montagem sobre a superfície de um circuito integrado cuja temperatura é mantida a 35°C. Ar a 20°C escoa sobre a superfície superior, de dimensões 4 mm × 8 mm, com um coeficiente convectivo de 50 W/(m2 · K). Três terminais, cada um com seção transversal de 1 mm × 0,25 mm e comprimento de 4 mm, conduzem calor da cobertura do transistor para a placa do circuito. O espaço entre a cobertura e a placa é de 0,2 mm. (a) Considerando a cobertura isotérmica e desprezando a radiação, estime a temperatura da cobertura quando 150 mW são dissipados pelo transistor e (i) ar estagnado ou (ii) uma pasta condutiva preenche o espaço entre a cobertura e a placa do circuito. As condutividades térmicas dos terminais, do ar e da pasta condutiva são 25; 0,0263 e 0,12 W/(m · K), respectivamente. (b) Usando a pasta condutiva para preencher o espaço coberturaplaca, desejamos determinar a tolerância para o aumento da dissipação de calor, sujeitos à restrição de que a temperatura da cobertura do transistor não pode exceder os 40°C. Opções incluem o aumento da velocidade do ar para obter um coeficiente convectivo h maior e/ou a mudança do material dos terminais para um com maior condutividade térmica. Considerando independentemente terminais fabricados com materiais com condutividade térmica de 200 e 400 W/(m · K), calcule e represente graficamente a dissipação de calor máxima permitida para variações do h na faixa de 50 ≤ h ≤ 250 W/(m2 · K). 1.72 O teto de um carro em um estacionamento absorve um fluxo solar radiante de 800 W/m2. A superfície inferior do teto encontra-se isolada termicamente. O coeficiente de transferência de calor por convecção entre o teto do carro e o ar ambiente é de 12 W/(m2 · K). (a) Desprezando a troca térmica por radiação com a vizinhança, calcule a temperatura do teto em condições de regime estacionário se a temperatura do ar ambiente for de 20°C. (b) Para a mesma temperatura do ar ambiente, calcule a temperatura do teto para uma emissividade de sua superfície igual a 0,8. (c) O coeficiente de transferência de calor por convecção depende das condições do escoamento do ar sobre o teto do carro, aumentando com o aumento da velocidade do ar. Calcule e represente graficamente a temperatura do teto em função do valor de h para 2 ≤ h ≤ 200 W/(m2 · K). 1.73 Considere as condições do Problema 1.22, porém a temperatura da vizinhança é de 25°C e a troca térmica por radiação com a vizinhança não é desprezível. Sendo o coeficiente convectivo igual a 6,4 W/(m2 · K) e a emissividade da placa ε = 0,42, determine a taxa de variação com o tempo da temperatura da placa, dT/dt, quando a temperatura da placa é de 225°C. Calcule os calores perdidos por convecção e por radiação. 1.74 A maioria da energia que consumimos como alimento é convertida em energia térmica nos processos vinculados a todas nossas funções corporais e é, ao final, perdida como calor do corpo para o ambiente. Considere uma pessoa que consuma 2100 kcal por dia (note que o que usualmente é chamado como caloria do alimento na realidade são quilocalorias), das quais 2000 kcal são convertidas em energia térmica. (As 100 kcal restantes são usadas para realizar trabalho no ambiente.) A pessoa tem uma área superficial de 1,8 m2 e está vestida com roupa de banho. (a) A pessoa está em um quarto a 20°C, com um coeficiente de transferência de calor por convecção de 3 W/(m2 · K). Nesta temperatura do ar, a pessoa não está transpirando muito. Estime a temperatura média da pele da pessoa. (b) Se a temperatura do ambiente fosse 33°C, qual taxa de transpiração seria necessária para manter uma temperatura da pele confortável de 33°C? 1.75 Considere o Problema 1.1. (a) Estando a superfície fria exposta do isolante a T2 = 20°C, qual é o valor do coeficiente de transferência de calor por convecção no lado frio do isolante, se a temperatura da vizinhança for de Tviz = 320 K, a temperatura ambiente T∞ = 5°C e a emissividade ε = 0,95? Expresse o seu resultado nas unidades W/(m2 · K) e W/(m2 · °C). (b) Usando o coeficiente de transferência de calor por convecção calculado no item (a), calcule a temperatura superficial, T2, na medida em que a emissividade da superfície é variada na faixa 0,05 ≤ ε ≤ 0,95. A temperatura da parede quente do isolante permanece fixa a T1 = 30°C. Apresente os seus resultados graficamente. 1.76 A parede de um forno utilizado para tratar peças plásticas possui uma espessura L = 0,05 m e a sua superfície externa está exposta ao ar e a uma grande vizinhança. O ar e a vizinhança encontram-se a 300 K. (a) Sendo a temperatura da superfície externa igual a 400 K, e o seu coeficiente de transferência de calor por convecção e a sua emissividade iguais a h = 20 W/(m2 · K) e ε = 0,8; respectivamente, qual é a temperatura da superfície interna, se a parede possuir uma condutividade térmica k = 0,7 W/(m2 · K)? (b) Considere condições para as quais a temperatura da superfície interna é mantida em 600 K, enquanto o ar e a grande vizinhança aos quais a superfície externa está exposta são mantidos a 300 K. Explore os efeitos de variações nos valores de k, h e ε (i) na temperatura da superfície externa, (ii) no fluxo térmico através da parede e (iii) nos fluxos térmicos associados à convecção e à radiação a partir da superfície externa do forno. Especificamente, calcule e represente graficamente as variáveis dependentes anteriores para variações paramétricas ao redor dos seguintes valores referenciais: k = 10 W/(m · K), h = 20 W/(m2 · K) e ε = 0,5. As faixas sugeridas para as variáveis independentes são: 0,1 ≤ k ≤ 400 W/(m · K); 2 ≤ h ≤ 200 ≤ W/(m2 · K) e 0,05 ≤ ε ≤ 1. Discuta as implicações físicas dos seus resultados. Sob quais condições a temperatura da superfície externa será inferior a 45°C, que pode ser considerado um limite superior razoável para se evitar queimaduras por contato? 1.77 Um experimento para determinar o coeficiente convectivo associado ao escoamento de ar sobre a superfície de um molde de aço inoxidável espesso envolve a inserção de termopares no molde, a distâncias de 10 e 20 mm da superfície, ao longo de uma linha hipotética normal à superfície. O aço tem condutividade térmica de 15 W/(m · K). Se os termopares medirem temperaturas de 50 e 40°C no aço quando a temperatura do ar é de 100°C, qual é o coeficiente convectivo? 1.78 Um elemento aquecedor elétrico fino fornece um fluxo térmico uniforme para a superfície externa de um duto através do qual escoa ar. A parede do duto tem uma espessura de 10 mm e uma condutividade térmica de 20 W/(m · K). (a) Em uma determinada posição, a temperatura do ar é de 30°C e o coeficiente de transferência de calor por convecção entre o ar e a superfície interna do duto é de 100 W/(m2 · K). Qual é o fluxo térmico q"o necessário para manter a superfície interna do duto a Ti = 85°C? (b) Para as condições da parte (a), qual é a temperatura (To) da superfície do duto próxima ao aquecedor? (c) Com Ti = 85°C, calcule e represente graficamente q″ o e To como funções do coeficiente de transferência de calor por convecção h no lado do ar, na faixa 10 ≤ h ≤ 200 W/(m2 · K). Discuta de modo resumido os seus resultados. 1.79 Um duto retangular para aquecimento de ar forçado é suspenso a partir do teto de um porão cujas paredes e o ar estão na temperatura de T∞ = Tviz = 5°C. O duto tem um comprimento de 15 m e a sua seção reta é de 350 mm × 200 mm. (a) Para um duto não isolado cuja temperatura superficial média é de 50°C, estime a taxa de perda de calor do duto. A emissividade e o coeficiente convectivo na superfície são de aproximadamente 0,5 e 4 W/(m2 · K), respectivamente. (b) Se o ar aquecido entra no duto a 58°C e a uma velocidade de 4 m/s, com a perda de calor correspondente à determinada no item (a), qual é a sua temperatura na saída? A densidade e o calor específico do ar podem ser considerados iguais a ρ = 1,10 kg/m3 e cp = 1008 J/(kg · K), respectivamente. 1.80 Seja o tubo de vapor d’água do Exemplo 1.2. O gestor de utilidades quer uma recomendação sua sobre métodos para reduzir a perda térmica para a sala e propõe duas opções. A primeira opção restringiria a movimentação do ar ao redor da superfície externa do tubo e, assim, reduziria o coeficiente convectivo por um fator dois. A segunda opção cobriria a superfície externa do tubo com uma tinta de baixa emissividade (ε = 0,4). (a) Quais das opções propostas você recomendaria? (b) Para preparar uma apresentação de sua recomendação para o gestor, gere um gráfico da perda térmica q′ como uma fun ção do coeficiente convectivo para 2 ≤ h ≤ 20 W/(m2 · K) e emissividades de 0,2; 0,4 e 0,8. Comente sobre a eficácia relativa da redução das perdas térmicas associadas à convecção e à radiação. 1.81 Durante sua fabricação, placas de vidro a 600°C são resfriadas com a passagem de ar sobre sua superfície de tal forma que o coeficiente de transferência de calor por convecção é de h = 5 W/(m2 · K). Para prevenir o aparecimento de rachaduras, é sabido que o gradiente de temperatura não pode exceder aos 15°C/mm em qualquer ponto no vidro durante o processo de resfriamento. Sendo a condutividade térmica do vidro igual a 1,4 W/(m · K) e a emissividade de sua superfície 0,8; qual é a menor temperatura do ar que pode ser usada no início do resfriamento? Considere que a temperatura do ar é igual à da vizinhança. 1.82 O processo de cura do Exemplo 1.9 envolve a exposição da placa a uma irradiação proveniente de uma lâmpada infravermelha e o resfriamento auxiliar por convecção e radiação com a vizinhança. Alternativamente, no lugar da lâmpada, o aquecimento pode ser efetuado pela introdução da placa em um forno cujas paredes (a vizinhança) são mantidas a uma temperatura elevada. (a) Considere condições nas quais as paredes do forno estejam a 200°C, o escoamento do ar sobre a placa seja caracterizado por T∞ = 20°C e h = 15 W/(m2 · K) e o revestimento tenha uma emissividade de ε = 0,5. Qual é a temperatura da placa? (b) Para temperaturas do ar ambiente de 20, 40 e 60°C, determine a temperatura da placa como uma função da temperatura das paredes do forno na faixa de 150 a 250°C. Faça um gráfico de seus resultados e identifique condições nas quais temperaturas de cura aceitáveis entre 100 e 110°C possam ser mantidas. 1.83 O diâmetro e a emissividade da superfície de uma placa eletricamente aquecida são D = 300 mm e ε = 0,80, respectivamente. (a) Estime a potência necessária para manter uma temperatura na superfície igual a 200°C em uma sala na qual o ar e as paredes estão a 25°C. O coeficiente que caracteriza a transferência de calor por convecção natural depende da temperatura da superfície e, na unidade W/(m2 · K), pode ser aproximado por uma expressão na forma h = 0,80(Ts − T∞)1/3. (b) Avalie o efeito da temperatura da superfície na potência requerida, assim como na contribuição relativa da convecção e da radiação para a transferência de calor na superfície. 1.84 Barras de transmissão para uso em uma estação de transmissão de potência têm uma seção transversal retangular de altura H = 600 mm e largura W = 200 mm. A resistividade elétrica, ρe (μ · m), do material das barras é uma função da temperatura, ρe = ρe,o [1 + α(T − To)], em que ρe,o = 0,0828 (μΩ · m), To = 25°C e α = 0,0040 K−1. A emissividade da superfície pintada da barra é 0,8 e a temperatura da vizinhança é de 30°C. O coeficiente convectivo entre a barra e o ar ambiente, a 30°C, é igual a 10 W/(m2 · K). (a) Considerando que a barra esteja a uma temperatura uniforme T, calcule a temperatura no regime estacionário quando uma corrente de 60.000 A passa através da barra. (b) Calcule e represente graficamente a temperatura da barra no regime estacionário como uma função do coeficiente convectivo para 10 ≤ h ≤ 100 W/(m2 · K). Qual é o valor mínimo do coeficiente convectivo requerido para manter uma temperatura de operação segura abaixo de 120°C? O aumento da emissividade irá influenciar significativamente este resultado? 1.85 Um fluxo solar de 700 W/m2 incide sobre um coletor solar plano usado para aquecer água. A área do coletor é de 3 m2 e 90% da radiação solar atravessa a cobertura de vidro e é absorvida pela placa absorvedora. Os 10% restantes são refletidos para fora do coletor. A água escoa através de tubos presos no lado inferior da placa absorvedora e é aquecida da temperatura de entrada Tent até uma temperatura de saída Tsai. A cobertura de vidro, operando a uma temperatura de 30°C, tem uma emissividade de 0,94 e troca calor por radiação com o céu a – 10°C. O coeficiente convectivo entre a cobertura de vidro e o ar ambiente, a 25°C, é igual a 10 W/(m2 · K). (a) Faça um balanço global de energia no coletor para obter uma expressão para a taxa na qual calor útil é coletado por unidade de área do coletor, . Determine o valor de . (b) Calcule o aumento de temperatura da água, Tsai – Tent , se a sua vazão for de 0,01 kg/s. Admita que o calor específico da água seja 4179 J/(kg · K). (c) A eficiência do coletor η é definida como a razão entre o calor útil coletado e a taxa na qual a energia solar incide no coletor. Qual é o valor de η? Identificação de Processos 1.86 Ao analisar o desempenho de um sistema térmico, o engenheiro tem que ser capaz de identificar os processos de transferência de calor relevantes. Somente então o comportamento do sistema pode ser devidamente quantificado. Nos sistemas a seguir, identifique os processos pertinentes, indicando-os com setas apropriadamente identificadas em um esquema do sistema. Responda, ainda, a perguntas adicionais que são feitas no enunciado do problema. (a) Identifique os processos de transferência de calor que determinam a temperatura de uma pavimentação em asfalto em um dia de verão. Escreva um balanço de energia para a superfície do pavimento. (b) É sabido que a radiação microondas é transmitida através de plásticos, vidros e cerâmicas, mas é absorvida por materiais que possuem moléculas polares, como a água. Moléculas de água expostas à radiação micro-ondas se alinham e revertem o alinhamento com a radiação microondas a frequências de até 109 s–1, causando a geração de calor. Compare o cozimento em um forno de micro-ondas com o cozimento em um forno convencional radiante ou convectivo. Em cada caso, qual é o mecanismo físico responsável pelo aquecimento do alimento? Qual forno apresenta a maior eficiência na utilização da energia? Por quê? O aquecimento com micro-ondas vem sendo cogitado para a secagem de roupas. Como a operação de um secador por micro-ondas se diferenciaria da operação de um secador convencional? Qual deve ter a maior eficiência na utilização da energia e por quê? (c) Para evitar o congelamento da água líquida no interior da célula a combustível de um carro, a água é drenada para um tanque de armazenamento a bordo do carro quando ele não se encontra em uso. (A água é transferida do tanque para a célula a combustível quando o carro é ligado.) Considere um carro que usa célula a combustível, que se encontra estacionado ao ar livre em uma noite muito fria, com T∞ = −20°C. O tanque de armazenamento está inicialmente vazio e a Ti,t = −20°C, quando água líquida, a pressão atmosférica e temperatura Ti,a = 50°C, é introduzida no tanque. A parede do tanque tem uma espessura tt e é coberta por um isolamento térmico com espessura tiso. Identifique os processos de transferência de calor que irão causar o congelamento da água. Haverá modificação na probabilidade de congelamento com a mudança da espessura do isolamento? A probabilidade de congelamento dependerá da espessura da parede do tanque e do material do tanque? Seria o congelamento da água mais provável se a tubulação usada para transferir água do tanque e para o tanque fosse feita de plástico (baixa condutividade térmica) ou de aço inoxidável (condutividade térmica moderada)? Há um formato de tanque ótimo que minimizaria a probabilidade da água congelar? O congelamento seria mais ou menos provável se uma fina folha de papel-alumínio (alta condutividade térmica e baixa emissividade) fosse aplicada sobre a superfície externa do isolamento? (d) Sua avó está empenhada em reduzir suas contas de aquecimento no inverno. Sua estratégia é pendurar folhas isolantes rígidas de poliestireno sobre suas janelas de vidro duplo logo após a chegada dos primeiros dias muito frios no outono. Identifique os processos de transferência de calor relevantes em uma noite fria de inverno quando a folha de isolante é posicionada (a) sobre a superfície interna e (ii) sobre a superfície externa de sua janela. Para evitar prejuízo com a condensação, qual a configuração preferível? Não ocorre condensação sobre os vidros da janela quando a folha isolante não está presente. (e) Há interesse considerável no desenvolvimento de materiais de construção que tenham boa qualidade de isolamento térmico. O desenvolvimento de tais materiais teria como efeito a melhora da conservação de energia ao reduzir as necessidades de aquecimento de ambientes. Foi sugerido que melhores qualidades estruturais e de isolamento poderiam ser obtidas pelo uso do dispositivo estruturado mostrado. O dispositivo é constituído por uma colmeia com células de seção transversal quadrada entre duas chapas sólidas. Há ar no interior das células e as chapas, assim como a matriz da colmeia, são fabricadas com plásticos de baixa condutividade térmica. Para a transferência de calor normal às chapas, identifique todos os processos de transferência de calor pertinentes para a performance do dispositivo. Sugira formas para melhorar esta performance. (f) A junta de um termopar é usada para medir a temperatura de uma corrente de gás quente escoando em um canal através do seu posicionamento na corrente principal do gás. A superfície do canal é resfriada de tal maneira que a sua temperatura é bem menor daquela do gás. Identifique os processos de transferência de calor associados à superfície da junta do termopar. A junta do termopar estará (e, assim, medirá) a uma temperatura menor, igual ou maior do que a temperatura do gás? Uma barreira de radiação é um pequeno tubo, aberto nos dois lados, que envolve a junta do termopar, mas permite a passagem do gás pelo seu interior. Como o uso de tal barreira melhora a exatidão da medida de temperatura? (g) Uma tela de vidro para lareira com lâmina dupla é colocada entre o local de queima da madeira e o interior de uma sala. A tela é constituída por duas placas de vidro verticais separadas por um espaço através do qual o ar da sala pode escoar (o espaço é aberto nas partes de cima e de baixo). Identifique os processos de transferência de calor associados à tela. (h) A junta de um termopar é usada para medir a temperatura de um material sólido. A junta é inserida no interior de um pequeno orifício circular e é mantido no lugar por epóxi. Identifique os processos de transferência de calor associados à junta. A junta será sensibilizada por uma temperatura menor, igual ou maior do que a temperatura do sólido? Como a condutividade térmica do epóxi afetará a temperatura da junta? 1.87 Ao analisar os problemas a seguir envolvendo a transferência de calor no ambiente natural (ao ar livre), lembre que a radiação solar é formada por componentes com grandes e pequenos comprimentos de onda. Se esta radiação incide sobre um meio semitransparente, como, por exemplo, água ou vidro, duas coisas irão acontecer à porção não refletida da radiação. O componente com grandes comprimentos de onda será absorvido na superfície do meio, enquanto o componente com pequenos comprimentos de onda será transmitido através da superfície. (a) O número de placas de vidro em uma janela pode influenciar fortemente a perda de calor de um quarto aquecido para o ar ambiente exterior. Compare as unidades com dupla placa (vidro duplo) e placa simples mostradas através da identificação dos processos de transferência de calor relevantes em cada caso. (b) Em um coletor solar plano típico, energia é coletada por um fluido de trabalho que é circulado através de tubos que estão em contato íntimo com a face posterior da placa absorvedora. A face posterior é isolada termicamente da vizinhança e a placa absorvedora recebe radiação solar na sua fase anterior, que é tipicamente coberta por uma ou mais placas transparentes. Identifique os processos de transferência de calor relevantes, em primeiro lugar para a placa absorvedora sem a presença de placa transparente e depois para a placa absorvedora com uma placa transparente de cobertura. (c) O projeto de coletor de energia solar mostrado esquematicamente foi usado para aplicações ligadas à agricultura. Ar é insuflado através de um longo duto de seção transversal na forma de um triângulo equilátero. Em um lado do triângulo há uma cobertura semitransparente de dupla camada, enquanto os outros dois lados são construídos com folhas de alumínio pintadas de preto pelo lado de dentro e cobertas por uma camada de espuma de estireno isolante na parte externa. Durante períodos ensolarados, o ar que entra no sistema é aquecido para uso em estufas, em unidade de secagem de grãos ou em sistema de armazenamento. Identifique todos os processos de transferência de calor associados às placas da cobertura de dupla camada, à(s) placa(s) absorvedora(s) e ao ar. (d) Coletores solares com tubos a vácuo são capazes de apresentar melhor performance em relação aos coletores planos. O seu projeto consiste em um tubo interno inserido em um tubo externo que é transparente à radiação solar. Há vácuo na região anular entre os dois tubos. A superfície externa opaca do tubo interno absorve radiação solar e um fluido de trabalho é passado através deste tubo para coletar a energia solar. O projeto geralmente prevê uma montagem em linha desses tubos posicionada em frente a um painel refletor. Identifique todos os processos de transferência de calor relevantes para a performance deste dispositivo. ________ * Este símbolo identifica exemplos que estão disponíveis na forma tutorial no Software Transferência de Calor Interativa – Interactive Heat Transfer (IHT) no site da LTC Editora. Cada tutorial é conciso e ilustra uma função básica do software. O ITH pode ser usado para resolver equações simultâneas, para efetuar estudos de sensibilidade paramétrica e representar graficamente os resultados. O uso do IHT reduzirá o tempo gasto resolvendo problemas mais complexos apresentados no final dos capítulos. 1 A máquina térmica é suposta operar em um processo contínuo, em regime estacionário, de modo que todos os processos térmicos e de trabalho estão ocorrendo simultaneamente e os termos correspondentes devem ser representados em watts (W). Para uma máquina térmica operando em um processo cíclico com processos térmicos e de trabalho sequenciais ocorrendo em diferentes intervalos de tempo, teríamos que introduzir os intervalos de tempo para cada processo e cada termo deveria ser representado em joules (J). 2 O símbolo de grau é mantido na representação da temperatura Celsius (°C) para evitar confusão com o uso do C para a unidade de carga elétrica (coulomb). * Disponível no site da LTC Editora. (N.T.) * Disponível no site da LTC Editora. (N.T.) Lembre-se de que condução é o transporte de energia em um meio devido a um gradiente de temperatura e o mecanismo físico é a atividade atômica ou molecular aleatória. No Capítulo 1 aprendemos que a transferência de calor por condução é governada pela lei de Fourier e que o uso desta lei para determinar o fluxo térmico depende do conhecimento da forma na qual a temperatura varia no meio (a distribuição de temperaturas). Inicialmente, restringimos nossa atenção a condições simplificadas (condução unidimensional e em regime estacionário em uma parede plana). Contudo, a lei de Fourier pode ser aplicada à condução transiente e multidimensional em geometrias complexas. Os objetivos deste capítulo são dois. Primeiramente, desejamos desenvolver um entendimento mais aprofundado da lei de Fourier. Quais são suas origens? Que formas ela tem em diferentes geometrias? Como sua constante de proporcionalidade ( a condutividade térmica) depende da natureza física do meio? Nosso segundo objetivo é desenvolver, a partir de princípios básicos, a equação geral, chamada de equação do calor, que governa a distribuição de temperaturas em um meio. A solução dessa equação fornece o conhecimento da distribuição de temperaturas, que pode ser, então, usada com a lei de Fourier para determinar o fluxo térmico. 2.1 A Equação da Taxa da Condução Embora a equação da taxa da condução, a lei de Fourier, tenha sido apresentada na Seção 1.2, este é o momento apropriado para analisarmos sua origem. A lei de Fourier é fenomenológica, isto é, ela é desenvolvida a partir de fenômenos observados ao invés de ser derivada a partir de princípios fundamentais. Por esse motivo, vemos a equação da taxa como uma generalização baseada em uma vasta evidência experimental. Por exemplo, considere o experimento de condução de calor, em regime estacionário, mostrado na Figura 2.1. Um bastão cilíndrico de material conhecido tem sua superfície lateral isolada termicamente, enquanto as duas faces de suas extremidades são mantidas a diferentes temperaturas, com T1 > T2. A diferença de temperaturas causa transferência de calor por condução no sentido positivo do eixo x. Somos capazes de medir a taxa de transferência de calor qx e buscamos determinar como qx depende das seguintes variáveis: ΔT, a diferença de temperaturas; Δx, o comprimento do bastão; e A, a área da seção transversal do bastão. Podemos imaginar que, inicialmente, os valores de ΔT e Δx sejam mantidos constantes, enquanto o valor de A varia. Ao fazermos isso, verificamos que qx é diretamente proporcional a A. Analogamente, mantendo ΔT e A constantes, observamos que qx varia inversamente com Δx. Finalmente, mantendo A e Δx constantes, temos que qx é diretamente proporcional à ΔT. O efeito conjunto é, então, FIGURA 2.1 Experimento de condução térmica em regime estacionário. Ao mudarmos o material (por exemplo, de um metal para um plástico), observaríamos que esta proporcionalidade permanece válida. Contudo, também constataríamos que, para valores idênticos de A, Δx e ΔT, o valor de qx seria menor para o plástico do que para o metal. Isso sugere que a proporcionalidade pode ser convertida em uma igualdade através da introdução de um coeficiente que é uma medida do comportamento do material. Assim, escrevemos em que k, a condutividade térmica (W/(m · K)), é uma importante propriedade do material. Avaliando esta expressão no limite quando Δx → 0, obtemos para a taxa de transferência de calor ou para o fluxo de calor (fluxo térmico) Lembre-se de que o sinal de menos é necessário porque o calor é sempre transferido no sentido da diminuição das temperaturas. A lei de Fourier, como escrita na Equação 2.2, implica que o fluxo térmico é uma grandeza direcional. Em particular, a direção de é normal à área da seção transversal A. Ou, de uma maneira mais geral, a direção do escoamento de calor será sempre normal a uma superfície de temperatura constante, chamada de superfície isotérmica. A Figura 2.2 ilustra o sentido e a direção do fluxo térmico em uma parede plana na qual o gradiente de temperatura dT/dx é negativo. A partir da Equação 2.2, conclui-se que é positivo. Note que as superfícies isotérmicas são planos normais à direção de x. Reconhecendo que o fluxo térmico é uma grandeza vetorial, podemos escrever um enunciado mais geral da equação da taxa da condução (lei de Fourier) da seguinte maneira: em que ∇ é o operador “grad” tridimensional e T(x, y, z) é o campo escalar de temperaturas. Está implícito na Equação 2.3 que o vetor fluxo térmico encontra-se em uma direção perpendicular às superfícies isotérmicas. Consequentemente, uma forma alternativa da lei de Fourier é FIGURA 2.2 A relação entre o sistema de coordenadas, o sentido do escoamento do calor e o gradiente de temperatura em uma direção. FIGURA 2.3 O vetor fluxo térmico normal a uma isoterma em um sistema de coordenadas bidimensional. em que é o fluxo térmico em uma direção n, que é normal a uma isoterma, e n é o vetor unitário nesta direção. Isto está ilustrado para o caso bidimensional na Figura 2.3. A transferência de calor é mantida pelo gradiente de temperatura ao longo de n. Observe também que o vetor fluxo térmico pode ser decomposto em componentes, de modo que, em coordenadas cartesianas, a expressão geral para q″ é em que, a partir da Equação 2.3, tem-se que Cada uma dessas expressões relaciona o fluxo térmico através de uma superfície ao gradiente de temperatura em uma direção perpendicular à superfície. Também está implícito na Equação 2.3 que o meio através do qual a condução ocorre é isotrópico. Em tal meio, o valor da condutividade térmica é independente da direção da coordenada. A lei de Fourier é a pedra fundamental da transferência de calor por condução e suas características principais são resumidas a seguir. Ela não é uma expressão que possa ser derivada a partir de princípios fundamentais; ao contrário, ela é uma generalização baseada em evidências experimentais. Ela é uma expressão que define uma importante propriedade dos materiais, a condutividade térmica. Além disso, a lei de Fourier é uma expressão vetorial, indicando que o fluxo térmico é normal a uma isoterma e no sentido da diminuição das temperaturas. Finalmente, note que a lei de Fourier se aplica a toda matéria, independentemente do seu estado físico (sólido, líquido ou gás). 2.2 As Propriedades Térmicas da Matéria Para usar a lei de Fourier, a condutividade térmica do material deve ser conhecida. Essa propriedade, que é classificada como uma propriedade de transporte, fornece uma indicação da taxa na qual a energia é transferida pelo processo de difusão. Ela depende da estrutura física da matéria, atômica e molecular, que está relacionada ao estado da matéria. Nesta seção analisaremos várias formas da matéria, identificando aspectos importantes dos seus comportamentos e apresentando valores típicos desta propriedade. 2.2.1 Condutividade Térmica A partir da lei de Fourier, Equação 2.6, a condutividade térmica associada à condução na direção x é definida como Definições similares estão associadas às condutividades térmicas nas direções y e z (ky, kz), porém para um material isotrópico a condutividade térmica é independente da direção de transferência, kx = ky = kz ≡ k. Da equação anterior tem-se que, para um dado gradiente de temperatura, o fluxo térmico por condução aumenta com o aumento da condutividade térmica. Em geral, a condutividade térmica de um sólido é maior do que a de um líquido, que, por sua vez, é maior do que a de um gás. Conforme ilustrado na Figura 2.4, a condutividade térmica de um sólido pode ser mais do que quatro ordens de grandeza superior à de um gás. Essa tendência se deve, em grande parte, à diferença no espaçamento intermolecular nos dois estados. O Estado Sólido Na visão moderna dos materiais, um sólido pode ser composto por elétrons livres e átomos ligados em um arranjo periódico chamado de lattice. Consequentemente, o transporte de energia térmica pode ser devido a dois efeitos: migração de elétrons livres e ondas vibracionais no lattice. Quando visto como um fenômeno de partículas, os quanta da vibração do lattice são chamados de fônons. Em metais puros, a contribuição dos elétrons para a transferência de calor por condução predomina, enquanto em não condutores e semicondutores a contribuição dos fônons é dominante. A teoria cinética fornece a expressão a seguir para a condutividade térmica [1]: FIGURA 2.4 Faixas de condutividades térmicas de vários estados da matéria a temperaturas e pressões normais. Para materiais condutores como os metais, C ≡ Ce é o calor específico do elétron por unidade de volume, é a velocidade média do elétron e λlpm ≡ λe é o livre percurso médio do elétron, que é definido como a distância média percorrida por um elétron antes de colidir com uma imperfeição no material ou com um fônon. Em sólidos não condutores, C ≡ Cf é o calor específico do fônon, c é a velocidade média do som e λlpm ≡ λf é o livre percurso médio do fônon, que novamente é determinado por colisões com imperfeições ou outros fônons. Em todos os casos, a condutividade térmica aumenta na medida em que o livre percurso médio dos transportadores de energia (elétrons ou fônons) é aumentado. Quando elétrons e fônons transportam energia térmica levando à transferência de calor por condução em um sólido, a condutividade térmica pode ser representada por Em uma primeira aproximação, ke é inversamente proporcional à resistividade elétrica, ρe. Para metais puros, que têm um valor baixo de ρe, ke é muito maior do que kf. Ao contrário, para ligas, que têm um valor de ρe substancialmente mais elevado, a contribuição de kf para k passa a não ser mais desprezível. Para sólidos não metálicos, k é determinada principalmente por kf, que aumenta na medida em que a frequência das interações entre os átomos e o lattice diminuem. A regularidade do arranjo do lattice tem um efeito importante em kf, com materiais cristalinos (bemordenados), como o quartzo, que apresenta uma condutividade térmica maior do que materiais amorfos, como o vidro. Na realidade, para sólidos cristalinos não metálicos, tais como o diamante e o óxido de berílio, kf pode ser bastante grande, excedendo valores de k associados a bons condutores, como o alumínio. A dependência de k com a temperatura é mostrada na Figura 2.5 para sólidos metálicos e não metálicos representativos. FIGURA 2.5 A dependência com a temperatura da condutividade térmica de sólidos selecionados. Valores de materiais selecionados, de importância técnica, também são fornecidos na Tabela A.1 (sólidos metálicos) e nas Tabelas A.2 e A.3 (sólidos não metálicos). Análises mais detalhadas da condutividade térmica estão disponíveis na literatura [2]. O Estado Sólido: Efeitos em Escalas Micro e Nano Na discussão anterior, a condutividade térmica global é descrita e os valores de condutividades térmicas listados nas Tabelas A.1 a A.3 são apropriados para o uso quando as dimensões físicas do material de interesse são relativamente grandes. Este é o caso em muitos problemas tradicionais de engenharia. Entretanto, em algumas áreas da tecnologia, como a microeletrônica, as dimensões características dos materiais podem ser da ordem de micrômetros ou nanômetros. Nesses casos, deve-se tomar cuidado para levar em conta as possíveis modificações em k que podem ocorrer na medida em que as dimensões físicas ficam pequenas. Seções transversais de filmes do mesmo material que apresentam espessuras L1 e L2 são mostradas na Figura 2.6. Elétrons ou fônons que estão associados à condução de energia térmica são também mostrados qualitativamente. Note que as fronteiras físicas do filme agem no espalhamento dos transportadores de energia e no redirecionamento de sua propagação. Para grandes L/λlpm1 (Figura 2.6a), o efeito das fronteiras na redução do comprimento médio da trajetória do transportador de energia é menor e a transferência de calor por condução ocorre como descrito para materiais em termos globais. Contudo, na medida em que o filme se torna mais fino, as fronteiras físicas do material podem diminuir a distância média líquida percorrida pelos transportadores de energia, como mostrado na Figura 2.6b. Além disso, elétrons e fônons que se movimentam na diminuta direção x (representando a condução na direção x) são afetados pelas fronteiras de um modo mais significativo do que os transportadores de energia que se movem na dire ção y. Desta maneira, para filmes caracterizados por pequenos L/λlpm, temos que kx < ky < k, sendo k a condutividade térmica global do material do filme. FIGURA 2.6 Trajetórias de elétrons e fônons com efeitos de fronteiras em (a) um filme relativamente espesso e (b) um filme relativamente fino. Para L/λlpm ≥ 1, os valores previstos de kx e ky podem ser estimados com 20% de precisão a partir das seguintes expressões[1]: As Equações 2.9a,b revelam que os valores de kx e ky se afastam no máximo aproximadamente 5% da condutividade térmica global se L/λlpm > 7 (para kx) e L/λlpm > 4,5 (para ky). Valores do livre percurso médio, assim como da espessura de filme crítica, Lcrit , abaixo da qual os efeitos de micro escala têm que ser considerados, estão incluídos na Tabela 2.1 para alguns materiais a T ≈ 300 K. Para filmes com λlpm < L < Lcrit , kx e ky são determinados a partir dos valores globais como indicado nas Equações 2.9a,b. Não há regras gerais para prever valores das condutividades térmicas para L/λlpm < 1. Note que, em sólidos, os valores de λlpm diminuem na medida em que a temperatura aumenta. Em adição ao espalhamento a partir das fronteiras físicas, como no caso da Figura 2.6b, os transportadores de energia podem ser redirecionados por dopantes químicos impregnados no material ou pelas fronteiras dos grãos, que separam clusters individuais de material em matéria de outra forma homogênea. Materiais nanoestruturados são quimicamente idênticos aos seus correspondentes na forma convencional, porém são processados para fornecer tamanhos de grãos muito pequenos. Esta característica impacta a transferência de calor através do aumento do espalhamento e da reflexão dos transportadores de energia nas fronteiras dos grãos. Valores medidos da condutividade térmica de um material nanoestruturado de zircônia estabilizada com ítrio são mostrados na Figura 2.7. Esta cerâmica particular é largamente usada com objetivos de isolamento térmico em dispositivos de combustão a alta temperatura. A condução é dominada pela transferência de fônons e o livre percurso médio dos transportadores de energia na forma de fônons é, a partir da Tabela 2.1, λlpm = 25 nm a 300 K. Na medida em que o tamanho dos grãos é reduzido para dimensões características menores do que 25 nm (e mais fronteiras de grãos são introduzidas no material por unidade de volume), ocorre uma significativa redução da condutividade térmica. A extrapolação dos resultados da Figura 2.7 para temperaturas maiores não é recomendada, pois o livre percurso médio diminui com o aumento da temperatura (λlpm ≈ 4 nm para T ≈ 1525 K) e grãos do material podem coalescer, se unir e aumentar a temperaturas elevadas. Consequentemente, L/λlpm se torna maior em altas temperaturas e a redução de k devido aos efeitos de nanoescala é menos pronunciada. A pesquisa da transferência de calor em materiais nanoestruturados continua a revelar novas formas dos engenheiros manipularem a nanoestrutura para reduzir ou aumentar a condutividade térmica [5]. Consequências potencialmente importantes incluem aplicações como a tecnologia de motores de turbina a gás [6], a microeletrônica [7] e energia renovável [8]. TABELA 2.1 Livre percurso médio e espessura de filme crítica para vários materiais a T ≈ 300 K [3,4] Material Óxido de alumínio λlpm (nm) 5,08 Lcrit, x (nm) Lcrit, y (nm) 36 22 Diamante (IIa) 315 2200 1400 Arsenito de gálio 23 160 100 Ouro 31 220 140 Silício 43 290 180 Dióxido de silício 0,6 4 3 Zircônia estabilizada com ítrio 25 170 110 FIGURA 2.7 Condutividades térmicas medidas do zircônia estabilizada com ítrio como uma função da temperatura e do tamanho médio dos grãos, L [3]. O Estado Fluido O estado fluido inclui tanto líquidos quanto gases. Como o espaçamento intermolecular é muito maior e o movimento das moléculas é mais aleatório no estado fluido em relação ao estado sólido, o transporte de energia térmica é menos efetivo. Consequentemente, a condutividade térmica de gases e de líquidos é geralmente menor do que a de sólidos. O efeito da temperatura, da pressão e das espécies químicas na condutividade térmica de um gás pode ser explicado pela teoria cinética dos gases [9]. Desta teoria sabe-se que a condutividade térmica é diretamente proporcional à densidade do gás, à velocidade molecular média e ao livre percurso médio λlpm, que é a distância média percorrida por um transportador de energia (uma molécula) antes de experimentar uma colisão. Para um gás ideal, o livre percurso médio pode ser representado por em que kB é a constante de Boltzmann, kB = 1,381 × 10−23 J/K, d é o diâmetro da molécula do gás, cujos valores representativos estão incluídos na Figura 2.8, e p é a pressão. Como esperado, o livre percurso médio é pequeno para altas pressões ou baixas temperaturas, que causa moléculas densamente empacotadas. O FIGURA 2.8 A dependência com a temperatura da condutividade térmica de gases selecionados a pressões normais. Diâmetros moleculares (d) estão em nm [10]. Massas moleculares ( ) dos gases também são mostradas. livre percurso médio também depende do diâmetro da molécula, com moléculas maiores com maior probabilidade de colidir do que moléculas menores; no caso limite de uma molécula infinitamente pequena, ela não pode colidir, resultando em um livre percurso médio infinito. A velocidade molecular média, , pode ser determinada a partir da teoria cinética dos gases e a Equação 2.10 por ser finalmente escrita na forma na qual o parâmetro γ é a razão dos calores específicos, γ ≈ cp/cv , e é o número de Avogadro, = 6,022 × 1023 moléculas por mol. A Equação 2.12 pode ser usada para estimar a condutividade térmica de um gás, entretanto modelos mais precisos tenham sido desenvolvidos [10]. É importante notar que a condutividade térmica é independente da pressão, à exceção de casos extremos por exemplo, quando as condições se aproximam daquelas do vácuo perfeito. Consequentemente, a hipótese de que k é independente da pressão do gás para grandes volumes é apropriada para as pressões de interesse neste texto. Dessa maneira, embora os valores de k apresentados na Tabela A.4 se refiram à pressão atmosférica ou à pressão de saturação correspondente à temperatura dada, eles podem ser usados em uma faixa mais ampla de pressões. As condições moleculares associadas ao estado líquido são mais difíceis de serem descritas e mecanismos físicos para explicar a condutividade térmica não são bem entendidos [11]. A condutividade térmica de líquidos não metálicos geralmente diminui com o aumento da temperatura. Como mostrado na Figura 2.9, água, glicerina e óleo de motor são exceções notáveis. A condutividade térmica de líquidos normalmente não varia com a pressão, exceto nas proximidades do ponto crítico. Também há geralmente a diminuição da condutividade térmica com o aumento da massa molecular. Valores da condutividade térmica são frequentemente tabelados em função da temperatura para o estado saturado do líquido. As Tabelas A.5 e A.6 apresentam esses dados para vários líquidos de uso comum. Metais líquidos são frequentemente utilizados em aplicações com elevados fluxos térmicos, tais como as que existem em usinas de potência nucleares. A condutividade térmica desses líquidos é dada na Tabela A.7. Observe que os valores são muito maiores do que aqueles dos líquidos não metálicos [12]. O Estado Fluido: Efeitos em Escalas Micro e Nano Como ocorre no estado sólido, a condutividade térmica global de um fluido pode ser modificada quando as dimensões características do sistema se tornam pequenas, em particular para valores pequenos de L/λlpm. De modo similar à situação de um filme sólido delgado, mostrada na Figura 2.6b, o livre percurso médio das moléculas é restrito quando o fluido está limitado por uma pe quena dimensão física, afetando a condução através de uma fina camada de fluido. Misturas de fluidos e sólidos podem também ser formuladas para adaptar as propriedades de transporte da suspensão resultante. Por exemplo, nanofluidos são líquidos-base que são semeados com partículas sólidas de tamanho nanométrico. Seu tamanho muito pequeno permite que as partículas sólidas permaneçam suspensas no líquido-base por um longo período. Na perspectiva da transferência de calor, um nanofluido tira proveito da alta condutividade térmica que é característica da maioria dos sólidos, como é evidente na Figura 2.5, para aumentar a condutividade térmica relativamente baixa do líquido-base, valores típicos destas condutividades são mostrados na Figura 2.9. Nanofluidos típicos envolvem água líquida semeada com nanopartículas ditas esféricas de Al2O3 ou CuO. FIGURA 2.9 A dependência com a temperatura da condutividade térmica de líquidos não metálicos selecionados sob condições saturadas. Sistemas de Isolamento Isolantes térmicos são constituídos por materiais de baixa condutividade térmica combinados para obter uma condutividade térmica do sistema ainda menor. Nos isolantes tradicionais do tipo fibras, pós, ou flocos, o material sólido encontra-se finamente disperso em um espaço de ar. Tais sistemas são caracterizados por uma condutividade térmica efetiva, que depende da condutividade térmica e das propriedades radiantes da superfície do material sólido, bem como da natureza e da fração volumétrica do ar ou espaços vazios. Um importante parâmetro do sistema é sua densidade aparente (massa de sólido/volume total), que depende fortemente da forma na qual o material está empacotado. Se pequenos espaços ou túneis são formados pela ligação ou fundição de porções do material sólido, uma matriz rígida é criada. Quando não há ligação entre esses espaços, o sistema é conhecido como um isolante celular. Exemplos de tais isolantes rígidos são sistemas de espumas, particularmente aqueles feitos com materiais plásticos ou vítreos. Isolantes refletivos são compostos por múltiplas e paralelas camadas de folhas finas ou lâminas de alta refletividade, que são espaçadas entre si de modo a refletir a energia radiante de volta à sua origem. O espaçamento entre as folhas é projetado de modo a restringir o movimento do ar e, em isolantes de alta performance, há vácuo nesse espaço. Em todos os tipos de isolantes, vácuo nos espaços vazios implica a redução da condutividade térmica efetiva do sistema. A transferência de calor através de qualquer um desses sistemas de isolamento pode incluir vários modos: condução através dos materiais sólidos; condução ou convecção através do ar nos espaços vazios e troca radiante entre as superfícies da matriz sólida. A condutividade térmica efetiva leva em consideração todos esses processos e valores para alguns sistemas de isolamento selecionados estão resumidos na Tabela A.3. Informações básicas adicionais e dados estão disponíveis na literatura [13, 14]. Como em filmes finos, efeitos de micro e nanoescala podem ser importantes na condutividade térmica efetiva de materiais isolantes. O valor de k para um aerogel de sílica nanoestruturado, que é composto por aproximadamente 5% em volume de material sólido e 95% em volume de ar retido no interior de poros de L ≈ 20 nm, é mostrado na Figura 2.10. Note que a T ≈ 300 K, o livre percurso médio do ar na pressão atmosférica é aproximadamente 80 nm. Na medida em que a pressão é reduzida, o λlpm cresceria para um gás não confinado, mas o FIGURA 2.10 Condutividade térmica medida de aerogel de sílica dopada com carbono como uma função da pressão a T ≈ 300 K [15]. movimento molecular do ar retido está restrito pelas paredes dos pequenos poros e k é reduzida a valores extremamente baixos em relação às condutividades térmicas de materiais convencionais mostrados na Figura 2.4. 2.2.2 Outras Propriedades Relevantes Em nossa análise de problemas de transferência de calor, será necessário o uso de várias propriedades da matéria. Essas propriedades são geralmente conhecidas por propriedades termofísicas e incluem duas categorias distintas: as propriedades de transporte e as propriedades termodinâmicas. As propriedades de transporte incluem os coeficientes das taxas de difusão, como k, a condutividade térmica (para a transferência de calor), e ν, a viscosidade cinemática (para a transferência de momento). As propriedades termodinâmicas, por outro lado, referem-se ao estado de equilíbrio de um sistema. A massa específica (ρ) e o calor específico (cp) são duas dessas propriedades muito usadas na análise termodinâmica. O produto ρcp (J/(m3 · K)), comumente chamado de capacidade térmica volumétrica, mede a capacidade de um material de armazenar energia térmica. Uma vez que substâncias que têm massa específica elevada são tipicamente caracterizadas por calores específicos com valores pequenos, muitos sólidos e líquidos, que são considerados meios bons para o armazenamento de energia, têm capacidades térmicas comparáveis (ρcp > 1 MJ/(m3 · K)). Entretanto, devido às suas muito baixas massas específicas, os gases são muito pouco adequados para o armazenamento de energia térmica (ρcp ≈ 1 kJ/(m3 · K)). Os valores da massa específica e do calor específico para uma grande variedade de sólidos, líquidos e gases são fornecidos nas tabelas do Apêndice A. Em análises de transferência de calor, a razão entre a condutividade térmica e a capacidade térmica volumétrica é uma importante propriedade chamada difusividade térmica α, que tem unidades de m2/s: Ela mede a capacidade de um material de conduzir energia térmica em relação à sua capacidade de armazená-la. Materiais com α elevados responderão rapidamente a mudanças nas condições térmicas a eles impostas, enquanto materiais com α pequenos responderão mais lentamente, levando mais tempo para atingir uma nova condição de equilíbrio. A precisão dos cálculos de engenharia depende da exatidão com que são conhecidos os valores das propriedades termofísicas [16–18]. Poderiam ser citados numerosos exemplos de defeitos em equipamentos e no projeto de processos, ou então de não atendimento de especificações de performance, que poderiam ser atribuídos a informações erradas associadas à seleção de valores das propriedadeschaves utilizados na análise inicial do sistema. A seleção de dados confiáveis para as propriedades é uma parte importante em qualquer análise de engenharia criteriosa. O uso eventual de dados que não foram bem caracterizados ou avaliados, que podem ser achados em algumas literaturas e em manuais, deve ser evitado. Valores recomendados para muitas propriedades termofísicas podem ser obtidos na Referência 19. Essa referência, disponível na maioria das bibliotecas institucionais, foi preparada pelo Centro de Pesquisas de Propriedades Termofísicas (Thermophysical Properties Research Center – TPRC), na Universidade de Purdue. EXEMPLO 2.1 A difusividade térmica α é a propriedade de transporte que controla processos de transferência de calor por condução em regime transiente. Usando valores apropriados de k, ρ e cp, disponíveis no Apêndice A, calcule α para os seguintes materiais nas temperaturas indicadas: alumínio puro, 300 e 700 K; carbeto de silício, 1000 K; parafina, 300 K. SOLUÇÃO Dados: Definição da difusividade térmica α. Achar: Valores numéricos de α para materiais selecionados em temperaturas definidas. Propriedades: Tabela A.1, alumínio puro (300 K): Tabela A.1, alumínio puro (700 K): Donde Tabela A.2, carbeto de silício (1000 K): Tabela A.3, parafina (300 K): Comentários: 1. Observe a dependência das propriedades termofísicas do alumínio e do carbeto de silício em relação à temperatura. Por exemplo, para o carbeto de silício, α(1000 K) ≈ 0,1 × α(300 K); logo, as propriedades desse material apresentam uma grande dependência da temperatura. 2. A interpretação física de α é que ela fornece uma medida do transporte de calor (k) em relação ao armazenamento de energia (ρcp). Em geral, sólidos metálicos apresentam elevados α, enquanto os não metálicos (por exemplo, parafina) têm valores menores de α. 3. A interpolação linear de valores das propriedades é em geral aceitável nos cálculos de engenharia. 4. O uso de massas específicas obtidas a uma temperatura baixa (300 K) em cálculos que envolvem temperaturas mais elevadas ignora os efeitos da expansão térmica, mas também é aceitável para cálculos de engenharia. 5. O software IHT fornece uma biblioteca de propriedades termofísicas para sólidos, líquidos e gases selecionados, que pode ser acessada através do ícone na barra de ferramentas, Properties. Veja o Exemplo 2.1 no IHT, disponível no site da LTC Editora. EXEMPLO 2.2 A condutividade térmica global de um nanofluido contendo nanopartículas esféricas uniformemente dispersas e sem haver contato entre elas pode ser aproximada pela expressão na qual φ é a fração volumétrica das nanopartículas, e kfb, kp e knf são as condutividades térmicas do fluido base, da partícula e do nanofluido, respectivamente. Do mesmo modo, a viscosidade dinâmica pode ser aproximada por [20] Determine os valores de knf, ρnf, cp,nf, μnf e αnf para uma mistura de água e nanopartículas de Al2O3 a uma temperatura T = 300 K e uma fração volumétrica de partículas φ = 0,05. As propriedades termofísicas das partículas são kp = 36,0 W/(m · K), ρp = 3970 kg/m3, e cp,p = 0,765 kJ/(kg · K). SOLUÇÃO Dados: Expressões para a condutividade térmica e a viscosidade globais de um nanofluido com nanopartículas esféricas. Propriedades das nanopartículas. Achar: Valores da condutividade térmica, da massa específica, do calor específico, da viscosidade dinâmica e da difusividade térmica do nanofluido. Esquema: Considerações: 1. Propriedades constantes. 2. Massa específica e calor específico não são afetados pelos fenômenos em nanoescala. 3. Condições isotérmicas. Propriedades: Tabela A.6 (ΔT = 300 K): Água: kfb = 0,613 W/(m · K), ρfb = 997 kg/m3, cp,fb = 4,179 kJ/(kg · K), μfb = 855 × 10−6 N · s/m2. Análise: A partir do enunciado do problema, Considere o volume de controle mostrado no esquema como o volume total V. Então, o princípio da conservação da massa fornece ou, após a divisão pelo volume V, Similarmente, o princípio da conservação da energia fornece, A divisão pelo volume V, temperatura T e massa específica do nanofluido ρnf fornece A partir do enunciado do problema, a viscosidade dinâmica do nanofluido é A difusividade térmica do nanofluido é Comentários: 1. As razões das propriedades do nanofluido em relação às respectivas propriedades da água estão a seguir. A condutividade térmica e a difusividade térmica relativamente altas do nanofluido aumentam as taxas de transferência de calor em algumas aplicações. Entretanto, todas as propriedades termofísicas são afetadas pela adição das nanopartículas e, como se tornará evidente nos Capítulos 6 a 9, propriedades como a viscosidade e o calor específico são afetadas negativamente. Esta condição pode degradar a performance térmica quando o uso de nanofluidos envolve a transferência de calor por convecção. 2. A expressão para a condutividade térmica (e viscosidade) do nanofluido é limitada a misturas diluídas de partículas esféricas, sem contato entre elas. Em alguns casos, as partículas não permanecem separadas e podem se aglomerar em longas cadeias, fornecendo trajetórias efetivas para a condução de calor através do fluido e condutividades térmicas globais maiores. Assim, a expressão para a condutividade térmica representa o mínimo aumento possível da condutividade térmica com o uso de nanopartículas esféricas. Uma expressão para a condutividade térmica isotrópica máxima possível de um nanofluido, correspondendo à aglomeração das partículas esféricas, está disponível [21], assim como expressões para suspensões diluídas de partículas não esféricas [22]. Note que estas expressões podem também ser usadas para materiais compósitos nanoestruturados constituídos por uma fase particulada intercalada em um meio de ligação, como será discutido em mais detalhes no Capítulo 3. 3. A massa específica e o calor específico do nanofluido são determinados utilizando-se os princípios das conservações da massa e da energia, respectivamente. Como tal, estas propriedades não dependem da forma na qual as nanopartículas estão dispersas no líquido base. 2.3 A Equação da Difusão Térmica Um dos objetivos principais em uma análise da condução é determinar o campo de temperaturas em um meio resultante das condições impostas em suas fronteiras. Ou seja, desejamos conhecer a distribuição de temperaturas, que representa como a temperatura varia com a posição no meio. Uma vez conhecida essa distribuição, o fluxo de calor por condução (fluxo térmico condutivo) em qualquer ponto do meio ou na sua superfície pode ser determinado através da lei de Fourier. Outras importantes grandezas de interesse podem também ser determinadas. Para um sólido, o conhecimento da distribuição de temperaturas pode ser usado para averiguar sua integridade estrutural através da determinação de tensões, expansões e deflexões térmicas. A distribuição de temperaturas também pode ser usada para otimizar a espessura de um material isolante ou para determinar a compatibilidade entre revestimentos especiais ou adesivos usados com o material. Agora consideramos a forma pela qual a distribuição de temperaturas pode ser determinada. O procedimento segue a metodologia, descrita na Seção 1.3.1, de aplicação da exigência de conservação da energia. Neste caso, definimos um volume de controle diferencial , identificamos os processos de transferência de energia relevantes e substituímos as equações das taxas de transferência de calor apropriadas. O resultado é uma equação diferencial cuja solução, para condições de contorno especificadas, fornece a distribuição de temperaturas no meio. Considere um meio homogêneo no interior do qual não há movimento macroscópico (advecção) e a distribuição de temperaturas T(x, y, z) está representada em coordenadas cartesianas. Seguindo a metodologia de aplicar a exigência de conservação da energia (Seção 1.3.1), inicialmente definimos um volume de controle infinitesimalmente pequeno (diferencial), dx · dy · dz, como mostrado na Figura 2.11. Optando por formular a primeira lei para um dado instante do tempo, a segunda etapa consiste em identificar os processos energéticos que são relevantes para esse volume de controle. Na ausência de movimento (ou com movimento uniforme), não há variações na energia mecânica e não há trabalho sendo feito no sistema. Somente formas térmicas de energia devem ser consideradas. Especificamente, se houver gradientes de temperatura, irá ocorrer transferência de calor por condução através de cada uma das superfícies de controle. As taxas de transferência de calor por condução perpendiculares a cada uma das superfícies de controle nas posições x, y e z das respectivas coordenadas são indicadas pelos termos qx, qy e qz, respectivamente. As taxas de transferência de calor por condução nas superfícies opostas podem, então, ser expressas como uma expansão em série de Taylor na qual, desprezando os termos de ordens superiores, tem-se Em palavras, a Equação 2.13a afirma simplesmente que o componente x da taxa de transferência de calor na posição x + dx é igual ao valor desse componente em x somado à quantidade na qual ele varia com x multiplicada por dx. No interior do meio pode haver, também, um termo de fonte de energia associado à taxa de geração de energia térmica. Esse termo é representado por em que é a taxa na qual a energia é gerada por unidade de volume do meio (W/m3). Além disso, também podem ocorrer variações na quantidade de energia interna térmica armazenada pela matéria no interior do volume de controle. Na ausência de mudança de fase, os efeitos da energia latente não são pertinentes e o termo referente ao acúmulo de energia pode ser escrito na forma sendo ρcp ∂T/∂t a taxa de variação com o tempo da energia sensível (térmica) do meio, por unidade de volume. Mais uma vez é importante notar que os termos Ä–g e Ä–acu representam processos físicos diferentes. O termo referente à geração de energia Ä–g é uma manifestação de algum processo de conversão de energia, envolvendo, de um lado, energia térmica e, do outro, alguma outra forma de energia, como energia química, elétrica ou nuclear. O termo é positivo (uma fonte) se a energia térmica está sendo gerada no material à custa de alguma outra forma de energia; ele é negativo (um sumidouro) se energia térmica está sendo consumida. Por outro lado, o termo relativo ao acúmulo de energia Ä–acu se refere à taxa de variação da energia térmica acumulada (armazenada) pela matéria. FIGURA 2.11 Volume de controle diferencial, dx dy dz, para a análise da condução em coordenadas cartesianas. A última etapa da metodologia descrita na Seção 1.3.1 consiste em representar a conservação de energia utilizando as equações de taxa anteriormente discutidas. Em uma base de taxa, a forma geral da exigência de conservação da energia é Logo, reconhecendo que as taxas de condução de calor constituem a entrada de energia, Ä–ent , e a saída de energia, Ä–sai, e substituindo as Equações 2.14 e 2.15, obtemos Substituindo as Equações 2.13, tem-se que As taxas de transferência de calor por condução em um material isotrópico podem ser determinadas pela lei de Fourier, em que cada componente do fluxo térmico da Equação 2.6 foi multiplicado pela área (diferencial) apropriada da superfície de controle para obter a taxa de transferência de calor. Substituindo as Equações 2.18 na Equação 2.17 e dividindo todos os termos pelas dimensões do volume de controle (dx · dy · dz), obtemos A Equação 2.19 é a forma geral, em coordenadas cartesianas, da equação da difusão térmica. Essa equação, frequentemente chamada de equação do calor, fornece a ferramenta básica para a análise da condução de calor. A partir de sua solução, podemos obter a distribuição de temperaturas T(x, y, z) como uma função do tempo. A aparente complexidade dessa expressão não deve obscurecer o fato de que ela descreve uma condição física importante, que é a conservação da energia. Você deve ter uma clara compreensão do significado físico de cada uma das parcelas que aparecem nessa equação. Por exemplo, a parcela ∂(k∂T/∂x)/∂x está relacionada ao fluxo líquido de calor por condução para o interior do volume de controle na direção da coordenada x. Desta maneira, multiplicando por dx, Expressões similares se aplicam aos fluxos nas direções y e z. Portanto, em palavras, a Equação 2.19 afirma que em qualquer ponto do meio, a taxa líquida de transferência de energia por condução para o interior de um volume unitário somada à taxa volumétrica de geração de energia térmica tem que ser igual à taxa de variação da energia térmica acumulada no interior deste volume. É frequentemente possível trabalhar com versões simplificadas da Equação 2.19. Por exemplo, se a condutividade térmica for constante, a equação do calor é em que α = k/(ρcp) é a difusividade térmica. Simplificações adicionais da forma geral da equação do calor são frequentemente possíveis. Por exemplo, em condições d e regime estacionário não pode haver variação na quantidade da energia armazenada; assim, a Equação 2.19 se reduz a Além disso, se a transferência de calor for unidimensional (por exemplo, na direção x) e não haver geração de energia, a Equação 2.22 se reduz a A importante consequência desse resultado é que, em condições de transferência de calor unidimensional, em regime estacionário, sem geração de energia, o fluxo de calor é uma constante na direção da transferência (dq″ x /dx = 0). A equação do calor também pode ser escrita em coordenadas cilíndricas e esféricas. Os volumes de controle diferenciais para esses dois sistemas de coordenadas são mostrados nas Figuras 2.12 e 2.13. FIGURA 2.12 Volume de controle diferencial, dr · rd · dz, para análise da condução em coordenadas cilíndricas (r, , z). FIGURA 2.13 Volume de controle diferencial, dr · r sen(θ) d esféricas (r, , θ). · rdθ, para análise da condução em coordenadas Coordenadas Cilíndricas Quando o operador grad (∇) da Equação 2.3 é representado em coordenadas cilíndricas, a forma geral do vetor fluxo térmico e, portanto, da lei de Fourier é na qual são os componentes do fluxo térmico nas direções radial, circunferencial e axial, respectivamente. Aplicando um balanço de energia no volume de controle diferencial da Figura 2.12, é obtida a forma geral da equação do calor a seguir: Coordenadas Esféricas Em coordenadas esféricas, a forma geral do vetor fluxo térmico e da lei de Fourier é na qual são os componentes do fluxo térmico nas direções radial, polar e azimutal, respectivamente. Aplicando um balanço de energia no volume de controle diferencial da Figura 2.13, é obtida a forma geral da equação do calor a seguir: Você deve tentar deduzir a Equação 2.26 ou 2.29 para ganhar experiência na aplicação dos princípios de conservação em volumes de controle diferenciais (veja os Problemas 2.35 e 2.36). Note que o gradiente de temperatura na lei de Fourier deve ter unidades de K/m. Por esse motivo, ao determinar o gradiente para uma coordenada angular, ele deve estar expresso em termos de uma variação diferencial de comprimento do arco. Por exemplo, o componente do fluxo térmico na direção circunferencial no sistema de coordenadas cilíndricas é = − (k/r) (∂T/∂ ) e não = −k(∂T/∂ ). EXEMPLO 2.3 A distribuição de temperaturas ao longo de uma parede com espessura de 1 m, em determinado instante de tempo, é dada por na qual T está em graus Celsius e x em metros, enquanto a = 900°C, b = −300°C/m, e c = −50°C/m2. Uma geração de calor uniforme, = 1000 W/m3, está presente na parede, cuja área é de 10 m2. O seu material apresenta as seguintes propriedades: ρ = 1600 kg/m3, k = 40 W/(m · K) e cp = 4 kJ/(kg · K). 1. Determine a taxa de transferência de calor que entra na parede (x = 0) e que deixa a parede (x = 1 m). 2. Determine a taxa de variação da energia acumulada na parede. 3. Determine a taxa de variação da temperatura em relação ao tempo nas posições x = 0; 0,25 e 0,5 m. SOLUÇÃO Dados: Distribuição de temperaturas T(x) em um dado instante de tempo t em uma parede unidimensional com geração de calor uniforme. Achar: 1. As taxas de transferência de calor entrando, qent (x = 0), e saindo, qsai(x = 1 m), da parede. 2. A taxa de variação da energia acumulada na parede, Ä–acu. 3. A taxa de variação da temperatura em relação ao tempo em x = 0; 0,25 e 0,5 m. Esquema: Considerações: 1. Condução unidimensional na direção x. 2. Meio isotrópico com propriedades constantes. 3. Geração de calor interna uniforme, (W/m3). Análise: 1. Lembre-se de que, uma vez conhecida a distribuição de temperaturas no meio, a determinação da taxa de transferência de calor por condução em qualquer ponto desse meio, ou nas suas superfícies, é uma tarefa simples com o uso da lei de Fourier. Assim, as taxas de transferência de calor desejadas podem ser determinadas através da utilização da distribuição de temperaturas dada com a Equação 2.1. Desta maneira, Analogamente, 2. A taxa de variação da energia acumulada na parede Ä–acu pode ser determinada aplicando-se um balanço de energia global na parede. Usando a Equação 1.12c em um volume de controle no entorno da parede, no qual Ä–g = AL. Tem-se então que, 3. A taxa de variação da temperatura em relação ao tempo, em qualquer ponto do meio, pode ser determinada pela equação do calor, Equação 2.21, reescrita na forma A partir da distribuição de temperaturas dada, tem-se que Note que essa derivada é independente da posição no meio. Assim, a taxa de variação da temperatura em relação ao tempo é também independente da posição e é dada por Comentários: 1. A partir deste resultado fica evidente que a temperatura em todos os pontos no interior da parede está diminuindo com o tempo. 2. A lei de Fourier pode sempre ser usada para calcular a taxa de transferência de calor por condução a partir do conhecimento da distribuição de temperaturas, mesmo em condições transientes com geração interna de calor. Efeitos de Microescala Para a maioria das situações práticas, as equações da difusão térmica geradas neste texto podem ser usadas com confiança. Contudo, essas equações estão baseadas na lei de Fourier, que não leva em conta a velocidade finita na qual a informação térmica é propagada no meio pelos vários transportadores de energia. As consequências da velocidade de propagação finita podem ser desprezadas se os eventos de interesse para a transferência de calor ocorrerem em uma escala de tempo suficientemente longa, Δt, tal que As equações da difusão térmica deste texto são igualmente inválidas para problemas nos quais o espalhamento nas fronteiras deve ser considerado explicitamente. Por exemplo, a distribuição de temperaturas no interior do filme delgado da Figura 2.6b não pode ser determinada com o uso das equações da difusão do calor anteriores. Discussões adicionais de aplicações de transferência de calor e métodos de análise, em micro e nanoescalas, estão disponíveis na literatura [1, 5, 10, 23]. 2.4 Condições de Contorno e Inicial Para determinar a distribuição de temperaturas em um meio, é necessário resolver a forma apropriada da equação do calor. No entanto, tal solução depende das condições físicas existentes nas fronteiras do meio, e, se a situação variar com o tempo, a solução também depende das condições existentes no meio em algum instante inicial. Com relação às condições nas fronteiras, ou condições de contorno, há várias possibilidades usuais que são expressas de maneira simples em forma matemática. Como a equação do calor é de segunda ordem em relação às coordenadas espaciais, duas condições de contorno devem ser fornecidas para cada coordenada espacial necessária para descrever o sistema. Como a equação é de primeira ordem em relação ao tempo, apenas uma condição, chamada de condição inicial, deve ser especificada. Os três tipos de condições de contorno usualmente encontrados na transferência de calor estão resumidos na Tabela 2.2. As condições estão especificadas na superfície x 0, para um sistema unidimensional. A transferência de calor se dá no sentido positivo da direção x, com a distribuição de temperaturas, que pode ser função do tempo, designada por T(x, t). A primeira condição corresponde a uma situação na qual a superfície é mantida a uma temperatura fixa Ts. Ela é comumente chamada de uma condição de Dirichlet ou de uma condição de contorno de primeira espécie. Ela descreve bem situações quando, por exemplo, a superfície está em contato com um sólido em fusão ou com um líquido em ebulição. Em ambos os casos há transferência de calor na superfície, enquanto a superfície permanece na temperatura do processo de mudança de fase. A segunda condição corresponde à existência de um fluxo térmico fixo ou constante na superfície. Esse fluxo térmico está relacionado ao gradiente de temperatura na superfície pela lei de Fourier, Equação 2.6, que pode ser escrita na forma Ela é conhecida por condição de Neumann ou como uma condição de contorno de segunda espécie, e pode ser obtida através da fixação de um aquecedor elétrico na forma de uma fina película à superfície. Um caso particular dessa condição corresponde a uma superfície perfeitamente isolada, ou adiabática, superfície na qual ∂T/∂x|x=0 = 0. A condição de contorno de terceira espécie corresponde à existência, na superfície, de um aquecimento (ou resfriamento) por convecção e é obtida a partir de um balanço de energia na superfície, conforme discutido na Seção 1.3.1. Tabela 2.2 Condições de contorno para a equação da difusão térmica na superfície (x = 0) EXEMPLO 2.4 Uma longa barra de cobre com seção transversal retangular, cuja largura w é muito maior do que sua espessura L, é mantida em contato com um sumidouro de calor na sua superfície inferior e a temperatura ao longo da barra é aproximadamente igual à do sumidouro, To. Subitamente, uma corrente elétrica é passada através da barra e uma corrente de ar, com temperatura T∞, é passada sobre sua superfície superior, enquanto a superfície inferior continua mantida a To. Obtenha a equação diferencial e as condições inicial e de contorno que podem ser usadas para determinar a temperatura em função da posição e do tempo na barra. SOLUÇÃO Dados: Uma barra de cobre inicialmente em equilíbrio térmico com um sumidouro de calor é subitamente aquecida pela passagem de uma corrente elétrica. Achar: A equação diferencial e as condições inicial e de contorno necessárias para determinar a temperatura no interior da barra em função da posição e do tempo. Esquema: Considerações: 1. Uma vez que a barra é longa e w L, os efeitos de pontas e laterais são desprezíveis e a transferência de calor no interior da barra é principalmente unidimensional na direção x. 2. Taxa de geração volumétrica de calor uniforme, . 3. Propriedades constantes. Análise: A distribuição de temperaturas é governada pela equação do calor (Equação 2.19), que, para condições unidimensionais e de propriedades constantes do presente problema, se reduz a na qual a temperatura é uma função da posição e do tempo, T(x, t). Como essa equação diferencial é de segunda ordem em relação à coordenada espacial x e de primeira ordem em relação ao tempo t, devem ser fornecidas duas condições de contorno na direção x e uma condição, chamada de condição inicial, para o tempo. A condição de contorno para a superfície inferior corresponde ao caso 1 da Tabela 2.2. Em particular, como a temperatura nessa superfície é mantida em um valor, To, constante ao longo do tempo, tem-se que A condição de transferência de calor por convecção na superfície, caso 3 da Tabela 2.2, é apropriada para a superfície superior. Logo, A condição inicial é inferida a partir do reconhecimento de que, antes da mudança nas condições, a barra encontrava-se a uma temperatura uniforme To. Assim, Se To, T∞, e h forem conhecidos, as Equações 1 a 4 podem ser resolvidas para se obter a distribuição das temperaturas T(x, t) em função do tempo, após a imposição da corrente elétrica. Comentários: 1. O sumidouro de calor em x = 0 poderia ser mantido pela exposição desta superfície a um banho de gelo ou pelo contato com uma placa fria. Uma placa fria tem canais refrigerantes usinados em um sólido de elevada condutividade térmica (em geral, cobre). Através da circulação de um líquido (em geral, água) pelos canais, a placa, e portanto a superfície com a qual ela está em contato, pode ser mantida a uma temperatura praticamente uniforme. 2. A temperatura da superfície superior, T(L, t), variará com o tempo. Essa temperatura é uma incógnita e pode ser obtida após a determinação de T(x, t). 3. Podemos usar nossa intuição física para esboçar distribuições de temperaturas na barra em tempos selecionados do início ao final do processo transiente. Se considerarmos que T∞ > To e que a corrente elétrica é suficientemente alta para aquecer a barra até temperaturas superiores a T∞, as distribuições a seguir corresponderiam à condição inicial (t = 0), à condição final (regime estacionário, t → ∞) e a dois tempos intermediários. Note que as distribuições satisfazem às condições de contorno e inicial. Qual é a característica particular da distribuição identificada por (b)? 4. Nossa intuição pode, também, ser usada para inferir a forma na qual o fluxo térmico varia com o tempo nas superfícies (x = 0, L) da barra. Em coordenadas − t, as variações no transiente são como mostradas a seguir. Certifique-se de que as variações anteriores são consistentes com as distribuições de temperaturas do Comentário 3. Para t → ∞, como (0) e (L) estão relacionados com a taxa volumétrica de geração de energia? 2.5 Resumo Apesar da relativa concisão deste capítulo, sua importância não pode ser subestimada. O entendimento da equação da taxa de condução, lei de Fourier, é essencial. Você deve estar ciente da importância das propriedades termofísicas; com o tempo, você desenvolverá uma percepção dos valores das propriedades de muitos materiais reais. Do mesmo modo, você deve reconhecer que a equação do calor é obtida através da aplicação do princípio da conservação de energia em um volume de controle diferencial e que ela é usada para determinar distribuições de temperaturas no interior da matéria. A partir do conhecimento da distribuição, a lei de Fourier pode ser usada para determinar as taxas de transferência de calor correspondentes. É vital uma forte compreensão dos vários tipos de condições de contorno térmicas que são utilizadas em conjunto com a equação do calor. Na verdade, o Capítulo 2 é a base na qual os Capítulos 3 a 5 estão fundamentados e você está convidado a frequentemente revisitar este capítulo. Você pode testar seu entendimento de vários conceitos ao responder as questões a seguir. • Na formulação geral da lei de Fourier (aplicável em qualquer geometria), quais são as grandezas vetoriais e as escalares? Por que há um sinal de menos no lado direito desta equação? • O que é uma superfície isotérmica? O que pode ser dito sobre o fluxo térmico em qualquer local desta superfície? • Qual forma a lei de Fourier assume em cada direção ortogonal dos sistemas de coordenadas cartesiano, cilíndrico e esférico? Em cada caso, quais são as unidades do gradiente de temperatura? Você pode escrever de cabeça cada equação? • Uma propriedade da matéria importante é definida pela lei de Fourier. Qual é ela? Qual é seu significado físico? Quais são suas unidades? • O que é um material isotrópico? • Por que geralmente a condutividade térmica de um sólido é maior do que a de um líquido? Por que a condutividade térmica de um líquido é maior do que a de um gás? • Por que geralmente a condutividade térmica de um sólido condutor elétrico é maior do que a de um não condutor? Por que materiais como o óxido de berílio, o diamante e o carbeto de silício (veja a Tabela A.2) são exceções a esta regra? • É a condutividade térmica efetiva de um sistema de isolamento uma manifestação verdadeira da eficácia com a qual calor é transferido através do sistema somente por condução? • Por que a condutividade térmica de um gás aumenta com o aumento da temperatura? Por que ela é aproximadamente independente da pressão? • Qual é o significado físico da difusividade térmica? Como ela é definida e quais são suas unidades? • Qual é o significado físico de cada termo que aparece na equação do calor? • Cite alguns exemplos de geração de energia térmica. Se a taxa na qual a energia térmica é gerada por unidade de volume, , variar com a posição em um meio de volume V, como pode ser determinada a taxa de geração de energia para todo o meio, Ä–g, a partir do conhecimento de (x, y, z)? • Para um meio com reação química, qual tipo de reação fornece uma fonte de energia térmica ( > 0)? Qual tipo de reação fornece um sumidouro de energia térmica ( < 0)? • Para resolver a equação do calor, determinando a distribuição de temperaturas em um meio, condições de contorno nas superfícies do meio devem ser especificadas. Que condições físicas são normalmente adequadas para este objetivo? Referências 1. Flik, M. I., B.-I. Choi, and K. E. Goodson, J. Heat Transfer, 114, 666, 1992. 2. Klemens, P. G., “Theory of the Thermal Conductivity of Solids,” in R. P. Tye, Ed., Thermal Conductivity, Vol. 1, Academic Press, London, 1969. 3. Yang, H.-S., G.-R. Bai, L. J. Thompson, and J. A. Eastman, Acta Materialia, 50, 2309, 2002. 4. Chen, G., J. 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Explique sucintamente a forma da curva proposta. 2.2 Considere condução unidimensional, em regime estacionário, no objeto axissimétrico mostrado a seguir, que está isolado termicamente ao longo de seu perímetro. Se as propriedades permanecerem constantes e não ocorrer geração interna de calor, esboce a distribuição de fluxos térmicos, (x), e a distribuição de temperaturas, T(x). Explique as formas das curvas propostas. Como as suas curvas dependem da condutividade térmica do material? 2.3 Um tubo de água quente, com raio externo r1, está a uma temperatura T1. Uma espessa camada de isolamento térmico, aplicada para reduzir a perda de calor, tem um raio externo r2 e sua superfície externa está a uma temperatura T2. Em um sistema de coordenadas T − r, esboce a distribuição de temperaturas no isolante para uma transferência de calor unidimensional, em estado estacionário, com propriedades constantes. Justifique, resumidamente, a forma da curva proposta. 2.4 Uma casca esférica com raio interno r1 e raio externo r2 tem temperaturas superficiais T1 e T2, respectivamente, sendo T1 > T2. Esboce a distribuição de temperaturas em coordenadas T − r considerando condução unidimensional, em regime estacionário, com propriedades constantes. Justifique, sucintamente, a forma da curva proposta. 2.5 Considere condução de calor unidimensional, em regime estacionário, através da geometria simétrica mostrada na figura. Supondo que não há geração interna de calor, desenvolva uma expressão para a condutividade térmica k(x) para as seguintes condições: A(x) = (1 − x) , T(x) = 300(1 − 2x − x3), e q = 6000 W, em que A está em metros quadrados, T em kelvins e x em metros. 2.6 Uma barra é composta por dois diferentes materiais, A e B, cada um com comprimento 0,5L. A condutividade térmica do Material A é a metade da condutividade do Material B, isto é, kA/kB = 0,5. Esboce as distribuições, em estado estacionário, de temperaturas e fluxos térmicos, T(x) e (x), respectivamente. Considere propriedades constantes e que não há geração nos dois materiais. 2.7 Um tronco de cone sólido serve de suporte para um sistema que mantém sua superfície superior a uma temperatura T1, enquanto sua base encontra-se a uma temperatura T2 < T1. A condutividade térmica do sólido depende da temperatura de acordo com a relação k = k0 − aT, sendo a uma constante positiva. A superfície lateral do cone é isolada termicamente. As seguintes grandezas aumentam, diminuem ou permanecem as mesmas ao longo da direção positiva do eixo x: a taxa de transferência de calor qx, o fluxo térmico , a condutividade térmica k, e o gradiente de temperatura dT/dx? 2.8 Para determinar o efeito da dependência da condutividade térmica em relação à temperatura na distribuição de temperaturas em um sólido, considere um material para o qual essa dependência possa ser representada por na qual ko é uma constante positiva e a é um coeficiente que pode ser positivo ou negativo. Esboce a distribuição de temperaturas, em regime estacionário, associada à transferência de calor através de uma parede plana para os três casos: a > 0, a = 0 e a < 0. 2.9 É solicitado a um jovem engenheiro o projeto de uma barreira para proteção térmica de um dispositivo eletrônico sensível, que pode vir a ser exposto à irradiação de um laser de alta potência. Tendo aprendido na época de estudante que um material com baixa condutividade térmica fornece boas características de isolamento, o engenheiro especifica para a barreira de proteção o uso de um aerogel nanoestruturado, caracterizado por uma condutividade térmica de ka = 0,005 W/(m · K). O chefe do engenheiro questiona a razão da escolha do aerogel em função dele ter uma baixa condutividade térmica. Considere a súbita irradiação com o laser de (a) alumínio puro, (b) vidro e (c) aerogel. O laser fornece uma irradiação de G = 10 × 106 W/m2. As absortividades dos materiais são α = 0,2; 0,9 e 0,8 para o alumínio, o vidro e o aerogel, respectivamente, e a temperatura inicial da barreira é de Ti = 300 K. Explique a razão da preocupação do chefe. Sugestão: Todos materiais sofrem expansão (ou contração) térmica e as tensões locais que se desenvolvem no seu interior são, em uma primeira aproximação, proporcionais ao gradiente de temperatura local. 2.10 Uma parede plana unidimensional com espessura 2L = 100 mm apresenta uma geração de energia térmica uniforme igual a = 1000 W/m3 e é resfriada por convecção em x = ± 50 mm por um fluido ambiente caracterizado por T∞ = 20°C. Se a distribuição de temperaturas em estado estacionário no interior da parede for T(x) = a (L2 − x2) + b, em que a = 10°C/m2 e b = 30°C, qual é a condutividade térmica da parede? Qual é o valor do coeficiente de transferência de calor por convecção, h? 2.11 Considere condições de regime estacionário na condução unidimensional em uma parede plana com uma condutividade térmica k = 50 W/(m · K) e espessura L = 0,25 m, sem geração interna de calor. Determine o fluxo térmico e a grandeza desconhecida em cada caso e esboce a distribuição de temperaturas, indicando o sentido do fluxo térmico. Caso T1(°C) T2(°C) 1 50 –20 2 –30 –10 3 70 dT/dx (K/m) 160 4 40 –80 5 30 200 2.12 Considere uma parede plana com 100 mm de espessura e condutividade térmica igual a 100 W/(m · K). Sabe-se que há condições de regime estacionário quando T1 = 400 K e T2 = 600 K. Determine o fluxo térmico o gradiente de temperatura dT/dx para os sistemas de coordenadas mostrados. e 2.13 Um cilindro com raio ro, comprimento L e condutividade térmica k está imerso em um fluido com coeficiente de transferência de calor por convecção h e temperatura desconhecida T∞. Em certo instante do tempo, a distribuição de temperaturas no cilindro é T(r) = a + br2, na qual a e b são constantes. Obtenha expressões para a taxa de transferência de calor em ro e para a temperatura do fluido. 2.14 No corpo bidimensional mostrado na figura, sabe-se que o gradiente de temperatura na superfície A é ∂T/∂y = 30 K/m. Quais são os valores dos gradientes ∂T/∂y e ∂T/∂x na superfície B? 2.15 Considere a geometria do Problema 2.14 para o caso no qual a condutividade térmica varia com a temperatura na forma k = ko + aT, na qual ko = 10 W/(m · K), a = −10−3 W/(m · K2), e T está em kelvins. O gradiente na superfície B é ∂T/∂x = 30 K/m. Qual é o valor de ∂T/∂y na superfície A? 2.16 Condução de calor unidimensional, em regime estacionário, ocorre em uma barra de condutividade térmica constante k e área da seção transversal variando conforme a relação Ax(x) = Aoeax, na qual Ao e a são constantes. A superfície lateral da barra encontra-se isolada termicamente. (a) Escreva uma expressão para a taxa de condução de calor, qx(x). Use essa expressão para determinar a distribuição de temperaturas T(x) e esboce, qualitativamente, a distribuição para T(0) > T(L). (b) Agora considere condições nas quais há geração de energia térmica no interior da barra a uma taxa volumétrica de = exp(−ax), na qual o é uma constante. Obtenha uma expressão para qx(x), quando a face esquerda da barra (x = 0) se encontra isolada termicamente. Propriedades Termofísicas 2.17 Um aparelho para medir condutividade térmica emprega um aquecedor elétrico que é posicionado entre duas amostras idênticas, com 30 mm de diâmetro e 60 mm de comprimento, que são pressionadas entre placas que são mantidas a uma temperatura uniforme To = 77°C, por um fluido circulante. Uma graxa condutora é colocada entre todas as superfícies para garantir um bom contato térmico. Termopares diferenciais, espaçados de 15 mm, são instalados no interior das amostras. As superfícies laterais das amostras são isoladas de modo a garantir transferência de calor unidimensional através das amostras. (a) Com duas amostras de aço inoxidável 316 no aparelho, a corrente elétrica no aquecedor é de 0,353 A a 100 V, e os termopares diferenciais indicam ΔT1 = ΔT2 = 25,0°C. Qual é a condutividade térmica do aço inoxidável das amostras? Qual é a temperatura média das amostras? Compare seu resultado com o valor da condutividade térmica para este material fornecido na Tabela A.1. (b) Por engano, uma amostra de ferro Armco foi colocada na posição inferior do aparelho. Na posição superior permanece a amostra de aço inoxidável 316 utilizada no item (a). Para essa situação, a corrente no aquecedor é de 0,601 A a 100V, e os termopares diferenciais indicam ΔT1 = ΔT2 = 15,0°C. Quais são a condutividade térmica e a temperatura média da amostra de ferro Armco? (c) Qual é a vantagem em se construir o aparelho com duas amostras idênticas imprensando o aquecedor ao invés de construí-lo com uma única combinação aquecedor-amostra? Quando a perda de calor pelas superfícies laterais das amostras se tornaria significativa? Em quais condições você esperaria ΔT1 ≠ ΔT2? 2.18 Um engenheiro deseja medir a condutividade térmica de um material na forma de aerogel. Espera-se que o aerogel tenha uma condutividade térmica extremamente pequena. (a) Explique por que o aparelho do Problema 2.17 não pode ser usado para obter uma medida precisa da condutividade térmica do aerogel. (b) O engenheiro projeta um novo aparelho no qual um aquecedor elétrico, de diâmetro D = 150 mm, é incluso entre duas placas finas de alumínio. As temperaturas, T1 e T2, das duas placas de alumínio com 5 mm de espessura, são medidas no regime estacionário com termopares. Folhas do aerogel, com espessura t = 5 mm, são posicionadas pelo lado externo das placas de alumínio, enquanto um refrigerante com uma temperatura de entrada Tr,e = 25°C mantém as superfícies exteriores do aerogel a uma temperatura baixa. As folhas circulares de aerogel são feitas de tal forma que elas envolvam o aquecedor e as placas de alumínio, proporcionando isolamento para minimizar as perdas térmicas radiais. No regime estacionário, T1 = T2 = 55°C e passam no aquecedor 125 mA a 10 V. Determine o valor da condutividade térmica do aerogel, ka. (c) Calcule a diferença de temperaturas ao longo da espessura das placas de alumínio de 5 mm. Comente se é importante o conhecimento das posições axiais nas quais as temperaturas das placas de alumínio são medidas. (d) Sendo água líquida usada como refrigerante a uma vazão total de = 1 kg/min (0,5 kg/min para cada uma das duas correntes), calcule a temperatura de saída da água, Tr,s. 2.19 Considere uma janela com 300 mm × 300 mm em um avião. Para uma diferença de temperaturas de 80°C entre as superfícies interna e externa da janela, calcule a perda térmica através de janelas com L = 10 mm de espessura de policarbonato, de vidro cal-soda e de aerogel, respectivamente. As condutividades térmicas do aerogel e do policarbonato são kag = 0,014 W/(m · K) e kpc = 0,21 W/(m · K), respectivamente. Avalie a condutividade térmica do vidro cal-soda a 300 K. Se o avião tiver 130 janelas e o custo para aquecer o ar da cabine é de $1/(kW · h), compare os custos associados às perdas térmicas através das janelas em um voo intercontinental de 8 horas. 2.20 Considere um pequeno, mas conhecido, volume de um metal que tem uma alta condutividade térmica. (a) Como a condutividade térmica é alta, gradientes de temperatura no espaço que se desenvolvem em resposta a condições suaves de aquecimento são pequenos. Desprezando gradientes de temperatura, deduza uma equação diferencial que possa ser resolvida para fornecer o comportamento dinâmico da temperatura do metal T(t), se o metal for submetido a uma taxa de transferência de calor constante, q, em sua superfície por um aquecedor elétrico. (b) Um estudante propõe identificar o metal desconhecido através da comparação entre as respostas térmicas medida e predita. Uma vez obtida a coincidência, as propriedades termofísicas relevantes podem ser determinadas e então o metal pode ser identificado pela comparação com dados de propriedades publicados. Esta abordagem funcionará? Considere alumínio, ouro e prata como os metais candidatos. 2.21 Use o IHT para desempenhar as seguintes tarefas disponível no site da LTC Editora (alternativa a seguir). Use um software para desempenhar as seguintes tarefas. (a) Represente graficamente a condutividade térmica do cobre, do alumínio 2024 e do aço inoxidável AISI 302 na faixa de temperaturas de 300 ≤ T ≤ 600 K. Coloque todos os dados em um mesmo gráfico e comente as tendências observadas. (b) Represente graficamente a condutividade térmica do hélio e do ar na faixa de temperaturas de 300 ≤ T ≤ 800 K. Coloque todos os dados em um mesmo gráfico e comente as tendências observadas. (c) Represente graficamente a viscosidade cinemática do óleo de motor, do etileno glicol e da água líquida na faixa de temperaturas de 300 ≤ T ≤ 360 K. Coloque todos os dados em um mesmo gráfico e comente as tendências observadas. (d) Represente graficamente a condutividade térmica do nanofluido formado por água e Al2O3, a T = 300 K, na faixa de fração volumétrica de 0 ≤ φ ≤ 0,08. Veja o Exemplo 2.2. 2.22 Calcule a condutividade térmica do ar, do hidrogênio e do dióxido de carbono a 300 K, considerando comportamento de gás ideal. Compare os seus valores calculados com os da Tabela A.4. 2.23 Um método para determinar a condutividade térmica k e o calor específico cp de um material está ilustrado na figura. Inicialmente, as duas amostras idênticas, de diâmetro D = 60 mm e espessura L = 10 mm, e o aquecedor delgado se encontram a uma temperatura uniforme Ti = 23,00°C, enquanto envolvidos por um pó isolante térmico. Em um dado instante, o aquecedor é energizado, fornecendo um fluxo térmico uniforme em cada uma das interfaces das amostras, que é mantido constante por um período de tempo Δto. Imediatamente após o início do aquecimento, a temperatura nesta interface, To, está relacionada com o fluxo térmico através da expressão Em determinado teste, o aquecedor elétrico dissipa uma potência de 15,0 W durante um período de Δto = 120 s e a temperatura na interface, após 30 s de aquecimento, é To (30 s) = 24,57°C. Passado um longo intervalo de tempo após o desligamento do aquecedor, t Δto, as amostras atingem a temperatura uniforme de To(∞) = 33,50°C. A massa específica do material das amostras, determinada através de medidas de volume e massa, é de ρ = 3965 kg/m3. Determine o calor específico e a condutividade térmica do material testado. Olhando os valores das propriedades termofísicas nas Tabelas A.1 e A.2, identifique o material das amostras testadas. 2.24 Compare e contraste a capacidade térmica ρcp do tijolo comum, do aço carbono, do óleo de motor, da água e do solo. Qual material permite a maior quantidade de armazenamento de energia por unidade de volume? Qual material você esperaria ter o menor custo por unidade de capacidade térmica? Use as propriedades a 300 K. 2.25 Uma barra cilíndrica de aço inoxidável encontra-se isolada em sua lateral e não nas extremidades. A distribuição de temperaturas em regime estacionário é T(x) = a − bx/L, em que a = 305 K e b = 10 K. O diâmetro e o comprimento da barra são D = 20 mm e L = 100 mm, respectivamente. Determine o fluxo térmico ao longo da barra, . Sugestão: A massa da barra é M = 0,248 kg. A Equação do Calor 2.26 Em um dado instante de tempo, a distribuição de temperaturas no interior de um corpo homogêneo infinito é dada pela função Considerando propriedades constantes e ausência de geração de calor no interior do corpo, determine as regiões nas quais a temperatura varia com o tempo. 2.27 Uma panela é usada para ferver água. Ela é colocada sobre um fogão, a partir do qual calor é transferido a uma taxa fixa qo. Há dois estágios no processo. No Estágio 1, a água é levada de sua temperatura inicial (ambiente) Ti até o ponto de ebulição, quando calor é transferido da panela para a água por convecção natural. Durante esse estágio pode-se admitir um valor constante do coeficiente de transferência de calor h, enquanto a temperatura média da água aumenta com o tempo, T∞ = T∞(t). No Estágio 2, a água encontra-se em ebulição e sua temperatura mantém-se em um valor fixo, T∞ = Teb, enquanto o fornecimento de calor continua. Considere uma base de panela com espessura L e diâmetro D, com um sistema de coordenadas no qual x = 0 e x = L nas superfícies em contato com o fogão e com a água, respectivamente. (a) Escreva a forma da equação do calor e as condições inicial e de contorno que determinam a variação da temperatura com a posição e o tempo, T(x, t), na base da panela ao longo do Estágio 1. Expresse seu resultado em termos dos parâmetros qo, D, L, h e T∞, assim como das propriedades pertinentes do material da panela. (b) Durante o Estágio 2, a superfície da panela em contato com a água encontra-se a uma temperatura fixa, T(L, T) = TL > Teb. Escreva a forma da equação do calor e as condições de contorno que determinam a distribuição de temperaturas, T(x), na base da panela. Expresse seu resultado em termos dos parâmetros qo, D, L e TL, assim como das propriedades pertinentes do material da panela. 2.28 Em um elemento combustível cilíndrico para reator nuclear, com 50 mm de diâmetro, há geração interna de calor a uma taxa uniforme de = 5 × 107 W/m3. Em condições de regime estacionário, a distribuição de temperaturas no seu interior tem a forma T(r) = a + br2, na qual T está em graus Celsius e r em metros, enquanto a = 800°C e b = 24,167 × 105 °C/m2. As propriedades do elemento combustível são k = 30 W/(m · K), ρ = 1100 kg/m3 e cp = 800 J/(kg · K). (a) Qual é a taxa de transferência de calor, por unidade de comprimento do elemento, em r = 0 (a linha central do elemento) e em r = 25 mm (a superfície)? (b) Se o nível de potência do reator for subitamente aumentado para 2 = 108 W/m3, qual são as taxas iniciais da variação de temperaturas com o tempo em r = 0 e r = 25 mm? 2.29 Considere uma parede plana unidimensional com propriedades constantes e geração interna uniforme . A sua superfície esquerda encontra-se isolada e a superfície direita é mantida a uma temperatura uniforme. (a) Usando a forma apropriada da equação do calor, deduza uma expressão para a dependência em relação a x do fluxo térmico em regime estacionário q"(x). (b) Usando um volume de controle finito, que se estende na faixa de 0 ≤ x ≤ ξ, deduza uma expressão para q"(ξ) e compare a expressão obtida com seu resultado da parte (a). 2.30 Observa-se que a distribuição de temperaturas, em estado estacionário, no interior de uma parede unidimensional com condutividade térmica de 50 W/(m · K) e espessura de 50 mm tem a forma T(°C) = a + bx2, onde a = 200°C, b = –2000°C/m2 e x está em metros. (a) Qual a taxa de geração de calor na parede? (b) Determine os fluxos térmicos nas duas superfícies da parede. De que modo esses fluxos térmicos estão relacionados com a taxa de geração de calor? 2.31 Em determinado instante do tempo, a distribuição de temperaturas em uma parede com 0,3 m de espessura é T(x) = a + bx + cx2, em que T está em graus Celsius e x em metros, a = –200°C, b = –200°C/m e c = 30°C/m2. A parede tem uma condutividade térmica igual a 1 W/(m · K). (a) Com base em uma superfície de área unitária, determine a taxa de transferência de calor para dentro e para fora da parede, bem como a taxa de variação da energia acumulada no interior da parede. (b) Se a superfície fria estiver exposta a um fluido a 100°C, qual é o coeficiente de transferência de calor por convecção? 2.32 Em uma parede plana com espessura 2L = 40 mm e condutividade térmica k = 5 W/(m · K) há geração de calor volumétrica uniforme a uma taxa , enquanto transferência de calor por convecção ocorre em suas duas superfícies (x = −L, +L), cada uma exposta a um fluido com temperatura T∞ = 20°C. Em condições de regime estacionário, a distribuição de temperaturas no interior da parede tem a forma T(x) = a + bx + cx2, sendo a = 82,0°C, b = −210°C/m, c =−2 × 104°C/m2 e x está em metros. A origem da coordenada x encontra-se no plano central da parede. (a) Esboce a distribuição de temperaturas e identifique características físicas significativas. (b) Qual é a taxa volumétrica de geração de calor na parede? (c) Determine os fluxos térmicos nas superfícies, (−L) e (+L). Como esses fluxos estão relacionados com a taxa de geração de calor? (d) Quais são os coeficientes de transferência de calor por convecção nas superfícies x = −L e x = +L? (e) Obtenha uma expressão para a distribuição de fluxos térmicos, (x). O fluxo térmico é nulo em algum local? Explique algumas características significativas desta distribuição. (f) Se a fonte da geração térmica for subitamente desativada ( = 0), qual é a taxa de variação da energia acumulada na parede neste instante? (g) Com = 0, qual temperatura a parede atingirá após um longo período de tempo? Que quantidade de energia tem que ser removida da parede pelo fluido, por unidade de área da parede (J/m2), para ela atingir esse estado? A massa específica e o calor específico do material da parede são 2600 kg/m3 e 800 J/(kg · K), respectivamente. 2.33 Distribuições de temperaturas no interior de uma série de paredes planas no instante inicial, no regime estacionário e em alguns tempos intermediários têm a forma mostrada na figura. Para cada caso, escreva a forma apropriada da equação da difusão térmica. Também escreva as equações para as condições inicial e de contorno que são aplicadas em x = 0 e x = L. Se ocorrer geração volumétrica, ela é uniforme em toda a parede. As propriedades são constantes. 2.34 Condução unidimensional, em regime estacionário, com geração de energia interna uniforme ocorre em uma parede plana com espessura de 50 mm e condutividade térmica constante igual a 5 W/(m · K). Nessas condições, a distribuição de temperaturas tem a forma T(x) = a + bx + cx2. A superfície em x = 0 está a uma temperatura T(0) ≡ To = 120°C. Nessa superfície, há convecção com um fluido a T∞ = 20°C com h = 500 W/(m2 · K). A superfície em x = L é isolada termicamente. (a) Utilizando um balanço de energia global na parede, calcule a taxa volumétrica de geração de energia. (b) Determine os coeficientes a, b e c aplicando as condições de contorno na distribuição de temperaturas especificada. Use os resultados para calcular e representar graficamente a distribuição de temperaturas. (c) Considere condições nas quais o coeficiente de transferência de calor por convecção seja dividido por dois, com a taxa volumétrica de geração de energia permanecendo inalterada. Determine os novos valores de a, b e c e use os resultados para representar graficamente a distribuição de temperaturas. Sugestão: note que T(0) não é mais 120°C. (d) Sob condições nas quais a geração volumétrica de energia é dobrada e o coeficiente por convecção permanece inalterado (h = 500 W/(m2 · K)), determine os novos valores de a, b e c e represente graficamente a distribuição de temperaturas correspondente. Referindo-se aos resultados das partes (b), (c) e (d) como Casos 1, 2 e 3, respectivamente, compare as distribuições de temperaturas para os três casos e discuta as influências de h e nas distribuições. 2.35 Deduza a equação da difusão térmica, Equação 2.26, para coordenadas cilíndricas partindo do volume de controle diferencial mostrado na Figura 2.12. 2.36 Deduza a equação da difusão térmica, Equação 2.29, para coordenadas esféricas partindo do volume de controle diferencial mostrado na Figura 2.13. 2.37 A distribuição de temperaturas, em regime estacionário, em um material semitransparente, com condutividade térmica k e espessura L, exposto à irradiação laser é descrita por em que A, a, B e C são constantes conhecidas. Nessa condição, a absorção de radiação no material é manifestada por um termo de geração de energia distribuída, (x). (a) Obtenha expressões para os fluxos de calor por condução nas superfícies superior e inferior. (b) Deduza uma expressão para (x). (c) Desenvolva uma expressão para a taxa na qual a radiação é absorvida em todo material, por unidade de área superficial. Expresse seu resultado em termos das constantes conhecidas para a distribuição de temperaturas, da condutividade térmica do material e da sua espessura. 2.38 Condução unidimensional, sem geração de energia e em regime estacionário, está ocorrendo em uma casca cilíndrica com raio interno r1 e raio externo r2. Sob quais condições a distribuição de temperaturas linear mostrada é possível? 2.39 Condução unidimensional, sem geração de energia e em regime estacionário, está ocorrendo em uma casca esférica com raio interno r1 e raio externo r2. Sob quais condições a distribuição de temperaturas linear mostrada no Problema 2.38 é possível? 2.40 A distribuição de temperaturas, em regime estacionário, em uma parede unidimensional com condutividade térmica k e espessura L tem a forma T = ax3 + bx2 + cx + d. Desenvolva expressões para a taxa de geração de calor por unidade de volume na parede e para os fluxos térmicos em suas duas superfícies (x = 0, L). 2.41 Condução unidimensional, em regime estacionário e sem geração interna de energia, está ocorrendo em uma parede plana com condutividade térmica constante. (a) A distribuição de temperaturas mostrada no gráfico é possível? Explique sucintamente seu raciocínio. (b) Com a temperatura em x = 0 e a temperatura do fluido fixas em T(0) = 0°C e T∞ = 20°C, respectivamente, calcule e represente graficamente a temperatura em x = L, T(L), como uma função de h para 10 ≤ h ≤ 100 W/(m2 · K). Explique sucintamente os seus resultados. 2.42 Em uma camada plana de carvão, com espessura L = 1 m, ocorre geração volumétrica uniforme a uma taxa = 20 W/m3 devido à lenta oxidação de partículas de carvão. Com base em valores médios diários, a superfície superior da cama da transfere calor por convecção para o ar ambiente, no qual h = 5 W/(m2 · K) e T∞ = 25°C, enquanto recebe irradiação solar em uma quantidade GS = 400 W/m2. Irradiação a partir da atmosfera pode ser desprezada. A absortividade em relação aos raios solares e a emissividade da superfície são, cada uma, αS = ε = 0,95. (a) Escreva a forma para o regime estacionário da equação da difusão térmica para a camada de carvão. Verifique se essa equação é satisfeita pela distribuição de temperaturas com a forma A partir dessa distribuição, o que você pode dizer sobre as condições existentes na superfície inferior (x = 0)? Esboce a distribuição de temperaturas e aponte suas principais características. (b) Obtenha uma expressão para a taxa de transferência de calor por condução, por unidade de área, em x = L. Aplicando um balanço de energia em uma superfície de controle ao redor da superfície superior da camada, obtenha uma expressão para Ts. Calcule Ts e T(0) para as condições especificadas. (c) Os valores médios diários de GS e h dependem de uma série de fatores, tais como o período do ano, nebulosidade e condições do vento. Para h = 5 W/(m2 · K), calcule e re presente graficamente Ts e T(0) em função do valor de GS para 50 ≤ GS ≤ 500 W/m2. Para GS = 400 W/m2, calcule e represente graficamente Ts e T(0) em função de h para 5 ≤ h ≤ 50 W/(m2 · K). 2.43 O sistema cilíndrico ilustrado tem variações de temperatura nas direções r e z desprezíveis. Considere que Δr = re − ri seja pequena quando comparada a ri e represente o comprimento na direção z, normal à página, por L. (a) Começando pela definição de um volume de controle apropriado e considerando os efeitos de geração e acúmulo de energia, deduza a equação diferencial que descreve a variação da temperatura em função da coordenada angular . Compare seu resultado com a Equação 2.26. (b) Para condições de regime estacionário, sem geração interna de calor e propriedades constantes, determine a distribuição de temperaturas T( ) em termos das constantes T1, T2, ri e re. Esta distribuição é linear em ? (c) Para as condições do item (b), escreva a expressão para a taxa de transferência de calor, q . 2.44 Partindo de um volume de controle diferencial em forma de uma casca cilíndrica, desenvolva a equação da difusão térmica para um sistema unidimensional na direção radial em coordenadas cilíndricas com geração interna de calor. Compare seu resultado com a Equação 2.26. 2.45 Partindo de um volume de controle diferencial em forma de uma casca esférica, desenvolva a equação da difusão térmica para um sistema unidimensional na direção radial em coordenadas esféricas com geração interna de calor. Compare seu resultado com a Equação 2.29. 2.46 Uma tubulação de vapor é envolvida por isolamento térmico cujos raios interno e externo são ri e re, respectivamente. Em um dado instante de tempo, sabe-se que a distribuição de temperaturas no isolamento tem a forma O sistema encontra-se em regime estacionário ou transiente? Como variam com o raio o fluxo térmico e a taxa de transferência de calor? 2.47 Em um longo tubo circular, com raios interno e externo r1 e r2, respectivamente, temperaturas uniformes T1 e T2 são mantidas em suas superfícies interna e externa, enquanto geração de energia térmica ocorre no interior de sua parede (r1 < r < r2). Considere condições de regime estacionário, nas quais T1 < T2. É possível manter uma distribuição radial de temperaturas linear no interior da parede? Caso afirmativo, que condições especiais devem existir? 2.48 A passagem de uma corrente elétrica através de um longo bastão condutor, de raio ri e condutividade térmica kb, resulta em um aquecimento volumétrico uniforme a uma taxa . O bastão condutor é coberto por um revestimento de material não condutor elétrico, com raio externo re e condutividade térmica kr. A superfície externa é resfriada por convecção por um fluido. Para condições de regime estacionário, escreva formas apropriadas da equação do calor para o bastão e para o revestimento. Escreva também as condições de contorno apropriadas para a solução dessas equações. 2.49 Condução bidimensional, em regime estacionário, ocorre em um sólido cilíndrico oco de condutividade térmica k = 16 W/(m · K), raio externo re = 1 m e comprimento total 2ze = 5 m, onde a origem do sistema de coordenadas encontra-se localizada no meio da linha central. A superfície interna do cilindro é isolada termicamente e a distribuição de temperaturas no cilindro tem a forma T(r, z) = a + br2 + c ln(r) + dz2, na qual a = −20°C, b = 150°C/ m2, c = −12°C, d = −300°C/m2, e r e z estão em metros. (a) Determine o raio interno ri do cilindro. (b) Obtenha uma expressão para a taxa volumétrica de geração de calor, (W/m3). (c) Determine a distribuição axial dos fluxos térmicos na superfície externa, (re, z). Qual é a taxa de transferência de calor na superfície externa? Ela ocorre para dentro ou para fora do cilindro? (d) Determine a distribuição radial dos fluxos térmicos nas faces extremas do cilindro, (r, + ze) e (r, –ze). Quais são as taxas de transferência de calor correspondentes? Elas ocorrem para dentro ou para fora do cilindro? (e) Verifique se os seus resultados são consistentes com um balanço de energia global no cilindro. 2.50 Um cabo elétrico, de raio r1 e condutividade térmica kc, encontra-se coberto por uma camada isolante cuja superfície externa tem raio r2 e troca calor por convecção e por radiação com o ar circundante e a vizinhança, respectivamente. Quando uma corrente elétrica passa pelo cabo, há geração de energia térmica em seu interior a uma taxa volumétrica . (a) Escreva as formas da equação da difusão térmica, em regime estacionário, para o isolamento e para o cabo. Verifique se essas equações são satisfeitas pelas seguintes distribuições de temperaturas: Esboce a distribuição de temperaturas, T(r), no cabo e na camada de isolante, identificando as principais características. (b) Utilizando a lei de Fourier, mostre que a taxa de transferência de calor por condução, por unidade de comprimento, através do isolamento pode ser representada por Usando um balanço de energia em uma superfície de controle envolvendo o cabo, obtenha uma expressão alternativa para escrevendo seu resultado em termos de e r1. (c) Fazendo um balanço de energia em uma superfície de controle colocada ao redor da superfície externa da camada isolante, obtenha uma expressão na qual Ts,2 possa ser determinada como uma função de , r1, h, T∞, ε e Tviz . (d) Considere condições nas quais uma corrente elétrica de 250 A atravessa um cabo cuja resistência elétrica por unidade de comprimento é = 0,005Ω/m, com um raio r1 = 15 mm e uma condutividade térmica kc = 200 W/(m · K). Para ki = 0,15 W/(m · K); r2 = 15,5 mm; h = 25 W/(m2 · K); ε = 0,9; T∞ = 25°C e Tviz = 35°C, calcule as temperaturas superficiais, Ts,1 e Ts,2, bem como a temperatura To na linha de centro do cabo. (e) Mantendo todas as demais condições, calcule e represente graficamente To, Ts,1 e Ts,2 como funções de r2, para 15,5 ≤ r2 ≤ 20 mm. 2.51 Uma casca esférica com raios interno e externo ri e re, respectivamente, contém componentes que dissipam calor de modo que em um dado instante de tempo a distribuição de temperaturas na casca é representada por uma expressão com a forma Essas condições correspondem a um regime estacionário ou transiente? Como o fluxo térmico e a taxa de transferência de calor variam em função do raio? 2.52 Uma mistura quimicamente reativa é armazenada em um recipiente esférico com paredes finas, de raio r1 = 200 mm. A reação exotérmica gera calor a uma taxa volumétrica uniforme, porém dependente da temperatura na forma = o exp(−A/To), sendo o = 5000 W/m3, A = 75 K e To a temperatura da mistura em kelvins. O recipiente é envolto por uma camada de material isolante que tem raio externo r2, condutividade térmica k e emissividade ε. A superfície externa do isolamento troca calor por convecção e radiação com o ar adjacente e uma grande vizinhança, respectivamente. (a) Escreva a forma no estado estacionário da equação da difusão térmica para o isolante. Verifique se essa equação é satisfeita pela seguinte distribuição de temperaturas Esboce a distribuição de temperaturas, T(r), identificando as suas principais características. (b) Utilizando a lei de Fourier, mostre que a taxa de transferência de calor por condução através do isolamento pode ser representada por Fazendo um balanço de energia em uma superfície de controle envolvendo o recipiente, obtenha uma expressão alternativa para qr, apresentando seu resultado em termos de e r1. (c) Fazendo um balanço de energia em uma superfície de controle coincidente com a superfície externa da camada de isolamento, obtenha uma expressão na qual Ts,2 possa ser determinada em função de , r1, h, T∞, ε e Tviz . (d) O engenheiro de processos deseja manter a temperatura no reator em To = T(r1) = 95°C em condições nas quais k = 0,05 W/(m · K); r2 = 208 mm; h = 5 W/(m2 · K); ε = 0,9; T∞ = 25°C e Tviz = 35°C. Quais são as temperaturas reais no reator e na superfície externa do isolamento térmico, Ts,2? (e) Calcule e represente graficamente a variação de Ts,2 em função de r2 para 201 ≤ r2 ≤ 210 mm. O engenheiro está preocupado com eventuais acidentes por queimadura que possam ocorrer com o pessoal que entrar em contato com a superfície exposta do isolante térmico. O aumento da espessura da camada de isolamento térmico é uma solução prática para manter Ts,2 ≤ 45°C? Que outro parâmetro poderia ser alterado para reduzir o valor de Ts,2? Representações Gráficas 2.53 Um aquecedor elétrico delgado, dissipando 4000 W/m2, encontra-se imprensado entre duas placas, ambas com espessura de 25 mm, cujas superfícies expostas trocam calor por convecção com um fluido a T∞ = 20°C e h = 400 W/(m2 · K). As propriedades termofísicas do material das placas são ρ = 2500 kg/m3, c = 700 J/(kg · K) e k = 5 W/(m · K). (a) Em coordenadas T − x, esboce a distribuição de temperaturas no regime estacionário para −L ≤ x ≤ L. Calcule os valores das temperaturas nas superfícies, x = ±L, e no plano central, x = 0. Identifique essa distribuição como Caso 1 e explique suas características marcantes. (b) Considere condições nas quais haja uma perda de refrigerante e a existência de uma condição aproximadamente adiabática na superfície x = +L. Nas coordenadas T – x usadas na parte (a), esboce a distribuição de temperaturas no regime estacionário correspondente e indique as temperaturas em x = 0 e ±L. Identifique essa distribuição como Caso 2 e explique suas características importantes. (c) Com o sistema operando como descrito na parte (b), a superfície x = −L também passa por uma perda súbita de resfriamento. Essa situação perigosa ficou sem ser percebida por 15 minutos, quando então a potência do aquecedor foi desativada. Considerando a inexistência de perda de calor pelas superfícies das placas, qual será a distribuição de temperaturas nas placas, uniforme e em estado estacionário, após um longo período de tempo (t → ∞)? No seu esboço, mostre essa distribuição como Caso 3 e explique suas características marcantes. Sugestão: Aplique a exigência de conservação de energia com base em um intervalo de tempo, Equação 1.12b, com as condições inicial e final correspondendo aos Casos 2 e 3, respectivamente. (d) Em coordenadas T − t, esboce o histórico da temperatura, nas posições das placas x = 0 e ±L, ao longo do período transiente entre as distribuições dos Casos 2 e 3. Onde e quando a temperatura no sistema atinge um valor máximo? 2.54 O sistema unidimensional, mostrado na figura, tem massa M, propriedades constantes, não apresenta geração de calor em seu interior e encontra-se inicialmente a uma temperatura uniforme Ti. O aquecedor elétrico é subitamente energizado, fornecendo um fluxo térmico uniforme na superfície x = 0. A fronteira em x = L, bem como todas as demais fronteiras do sistema, encontram-se perfeitamente isoladas. (a) Escreva a equação diferencial e identifique as condições inicial e de contorno que poderiam ser usadas para determinar a temperatura em função da posição e do tempo no sistema. (b) Em coordenadas T − x, esboce as distribuições de temperaturas para a condição inicial (t ≤ 0) e para vários outros instantes de tempo após o aquecedor ser energizado. Uma distribuição de temperaturas em estado estacionário será atingida em algum instante? (c) Em coordenadas − t, esboce o fluxo térmico (x, t) nos planos x = 0, x = L/2 e x = L em função do tempo. (d) Após haver transcorrido um intervalo de tempo te desde a energização do aquecedor, a sua alimentação elétrica é desligada. Considerando que o isolamento térmico é perfeito, após certo tempo o sistema finalmente atingirá uma temperatura final uniforme Tf. Desenvolva uma expressão que permita determinar Tf em função dos parâmetros , te, Ti e das características do sistema M, cp e As (a área superficial do aquecedor). 2.55 Considere uma parede plana unidimensional com espessura 2L. A superfície em x = −L é submetida a condições de convecção caracterizadas por T∞,1 e h1, enquanto a superfície em x = +L é submetida a condições de convecção caracterizadas por T∞,2 e h2. A temperatura inicial na parede é T0 = (T∞,1 + T∞,2)/2, sendo T∞,1 > T∞,2. (a) Escreva a equação diferencial e identifique as condições inicial e de contorno que poderiam ser usadas para determinar a distribuição de temperaturas T(x, t) em função da posição e do tempo. (b) Em coordenadas T − x, esboce as distribuições de temperaturas para a condição inicial, para o regime estacionário e para dois outros instantes de tempo intermediários, para o caso no qual h1 = h2. (c) Em coordenadas − t, esboce o fluxo térmico (x, t) nos planos x = 0, −L e +L. (d) O valor de h1 é agora dobrado, com todas as outras condições sendo idênticas as das partes (a) até (c). Em coordenadas T − x e na mesma escala usada na parte (b), esboce as distribuições de temperaturas para a condição inicial, para o regime estacionário e para dois outros instantes de tempo intermediários. Compare estes esboços com os da parte (b). (e) Usando o valor dobrado de h1, esboce o fluxo térmico (x, t) nos planos x = 0, −L e +L, no mesmo gráfico que você preparou para a parte (c). Compare as duas respostas. 2.56 Uma grande placa de espessura 2L encontra-se a uma temperatura uniforme Ti = 200°C, quando é subitamente imersa em um banho líquido com temperatura T∞ = 20°C. A transferência de calor para o líquido é caracterizada pelo coeficiente convectivo h. (a) Com x = 0 correspondendo ao plano central da placa, em coordenadas T − x, esboce as distribuições de temperaturas para as seguintes condições: condição inicial (t ≤ 0), condição de regime estacionário (t → ∞) e dois tempos intermediários. (b) Em coordenadas − t, esboce a variação com o tempo do fluxo térmico em x = L. (c) Sendo h = 100 W/(m2 · K), qual é o fluxo térmico em x = L e t = 0? Sendo a condutividade térmica da placa igual k = 50 W/(m · K), qual é o gradiente de temperatura correspondente em x = L? (d) Considere uma placa de espessura 2L = 20 mm, com massa específica ρ = 2770 kg/m3 e calor específico cp = 875 J/(kg · K). Fazendo um balanço de energia na placa, determine a quantidade de energia, por unidade de área superficial da placa (J/m2), que é transferida para o banho ao longo do tempo necessário para que o regime estacionário seja atingido. (e) De outras considerações, sabe-se que durante o processo de resfriamento por imersão o fluxo térmico em x = +L e x = −L decai exponencialmente com o tempo de acordo com a relação, = A exp (−Bt), na qual t está em segundos, A = 1,80 × 104 W/m2 e B = 4,126 × 10−3 s–1. Use essa informação para determinar a energia por unidade de área superficial da placa que é transferida para o fluido durante o processo de resfriamento por imersão. 2.57 A parede plana mostrada na figura, com propriedades constantes e sem geração interna de calor, está inicialmente a uma temperatura uniforme Ti. De repente, a superfície em x = L é aquecida por um fluido à temperatura T∞, com um coeficiente de transferência de calor por convecção h. A fronteira em x = 0 encontra-se perfeitamente isolada. (a) Escreva a equação diferencial e identifique as condições inicial e de contorno que podem ser usadas para determinar a temperatura na parede em função da posição e do tempo. (b) Em coordenadas T − x, esboce as distribuições de temperaturas para as seguintes condições: condição inicial (t ≤ 0), condição de regime estacionário (t → ∞), e dois tempos intermediários. (c) Em coordenadas − t, esboce o fluxo térmico nas posições x = 0 e x = L. Ou seja, mostre qualitativamente como (0, T) e (L, T) variam com o tempo. (d) Escreva uma expressão para a quantidade total de energia transferida para a parede por unidade de volume da parede (J/m3). 2.58 Considere as distribuições de temperaturas em regime estacionário no interior de uma parede composta pelos Materiais A e B para os dois casos mostrados. Não há geração interna e o processo de condução é unidimensional. Responda as perguntas a seguir para os dois casos. Qual material tem a maior condutividade térmica? A condutividade térmica varia de forma significativa com a temperatura? Caso positivo, como? Descrever a distribuição de fluxos térmicos (x) através da parede composta. Se a espessura e a condutividade térmica dos dois materiais forem dobradas e as temperaturas nas extremidades permanecerem as mesmas, qual seria o efeito na distribuição de fluxos térmicos? Caso 1. As distribuições de temperaturas nos dois materiais são lineares, como mostrado. Caso 2. As distribuições de temperaturas nos dois materiais não são lineares, como mostrado. 2.59 Uma parede plana, com propriedades constantes e sem geração interna de calor, está inicialmente a uma temperatura uniforme Ti. De repente, a superfície em x = L é aquecida pelo contato com um fluido à temperatura T∞, com um coeficiente de transferência de calor por convecção h. No mesmo instante, o aquecedor elétrico é energizado, fornecendo um fluxo térmico constante em x = 0. (a) Em coordenadas T − x, esboce as distribuições de temperaturas para as seguintes condições: condição inicial (t ≤ 0), condição de regime estacionário (t → ∞), e dois tempos intermediários. (b) Em coordenadas − x, esboce os fluxos térmicos correspondentes às quatro distribuições de temperaturas da parte (a). (c) Em coordenadas – x, esboce os fluxos térmicos nas posições x = 0 e x = L. Ou seja, mostre qualitativamente como (0, T) e (L, T) variam com o tempo. (d) Desenvolva uma expressão para a temperatura no regime estacionário da superfície do aquecedor, T(0, ∞), em termos de , T∞, k, h e L. 2.60 Uma parede plana, com propriedades constantes, está inicialmente a uma temperatura uniforme To. De repente, a superfície em x = L é exposta a um processo convectivo com um fluido a T∞(> To), com um coeficiente de transferência de calor por convecção h. Também, no mesmo instante, iniciase na parede um aquecimento volumétrico interno uniforme , que é suficientemente grande para induzir, no regime estacionário, uma temperatura máxima no interior da parede superior à do fluido. A superfície em x = 0 permanece à temperatura To. (a) Em coordenadas T – x, esboce as distribuições de temperaturas para as seguintes condições: condição inicial (t ≤ 0), condição de regime estacionário (t → ∞), e dois tempos intermediários. Mostre também a distribuição de temperaturas para a condição especial na qual não há fluxo de calor na fronteira em x = L. (b) Em coordenadas – x, esboce o fluxo térmico nas posições x = 0 e x = L, ou seja, (0, t) e (L, t), respectivamente. 2.61 Considere as condições associadas ao Problema 2.60, mas agora com um processo convectivo no qual T∞ < To. (a) Em coordenadas T – x, esboce as distribuições de temperaturas para as seguintes condições: condição inicial (t ≤ 0), condição de regime estacionário (t → ∞), e dois tempos intermediários. Identifique características importantes das distribuições, especialmente a localização da temperatura máxima e o gradiente de temperatura em x = L. (b) Em coordenadas – t, esboce o fluxo térmico nas posições x = 0 e x = L, ou seja, (0, t) e (L, t), respectivamente. Identifique características importantes dos históricos dos fluxos. 2.62 Considere a distribuição de temperaturas em regime estacionário no interior de uma parede composta pelos Materiais A e B. O processo condutivo é unidimensional. No interior de qual material ocorre geração volumétrica de calor uniforme? Qual é a condição de contorno em x = −LA? Como a distribuição de temperaturas se modificaria caso a condutividade térmica do Material A for dobrada? Como a distribuição de temperaturas se modificaria caso a condutividade térmica do Material B for dobrada? Há uma resistência de contato na interface entre os dois materiais? Esboce a distribuição de fluxos térmicos (x) através da parede composta. 2.63 Em uma partícula esférica de raio r1 há geração térmica uniforme a uma taxa . A partícula é encapsulada por uma casca esférica com raio externo r2, que é resfriada pelo ar ambiente. As condutividades térmicas da partícula e da casca são k1 e k2, respectivamente, sendo k1 = 2k2. (a) Aplicando o princípio da conservação de energia no volume de controle esférico A, que é posicionado em uma posição arbitrária no interior da esfera, determine uma relação entre o gradiente de temperatura, dT/dr, e o raio local, r, para 0 ≤ r ≤ r1. (b) Aplicando o princípio da conservação de energia no volume de controle esférico B, que é posicionado em uma posição arbitrária no interior da casca esférica, determine uma relação entre o gradiente de temperatura, dT/dr, e o raio local, r, para r1 ≤ r ≤ r2. (c) Em coordenadas T − x, esboce a distribuição de temperaturas em 0 ≤ r ≤ r 2. 2.64 Uma longa haste cilíndrica, inicialmente a uma temperatura uniforme Ti, é subitamente imersa em um grande reservatório de líquido a T∞ < Ti. Esboce a distribuição de temperaturas no interior da haste, T(r), no instante inicial, no regime estacionário e em dois instantes intermediários. No mesmo gráfico, esboce cuidadosamente as distribuições de temperaturas que estariam presentes nos mesmos instantes em uma segunda haste, com as mesmas dimensões da primeira. As massas específicas e os calores específicos das duas hastes são iguais, mas a condutividade térmica da segunda haste é muito grande. Qual haste irá se aproximar das condições de regime estacionário mais rápido? Escreva as condições de contorno apropriadas que seriam usadas em r = 0 e r = D/2 em cada haste. 2.65 Em uma parede plana, de espessura L = 0,1 m, há aquecimento volumétrico uniforme a uma taxa . Uma superfície da parede (x = 0) é isolada termicamente, enquanto a outra superfície está exposta a um fluido a T∞ = 20°C, com o coeficiente de transferência de calor por convecção caracterizado por h = 1000 W/(m2 · K). Inicialmente, a distribuição de temperaturas na parede é T(x, 0) = a + bx2, na qual a = 300°C, b = −1,0 × 104 °C/m2 e x está em metros. Subitamente, a geração de calor volumétrica é desativada ( = 0 para T ≥ 0), enquanto a transferência de calor convectiva continua ocorrendo em x = L. As propriedades da parede são ρ = 7000 kg/m3, cp = 450 J/(kg · K) e k = 90 W/(m · K). (a) Determine o valor da taxa volumétrica de geração de energia associada à condição inicial (t < 0). (b) Em coordenadas T – x, esboce as distribuições de temperaturas para as seguintes condições: condição inicial (t < 0), condição de regime estacionário (t → ∞), e duas condições intermediárias. (c) Em coordenadas – t, esboce a variação com o tempo do fluxo térmico na fronteira exposta ao processo convectivo, (L, T). Calcule o valor correspondente do fluxo térmico em t = 0, (L, 0). (d) Calcule a quantidade de energia removida da parede, por unidade de área (J/m2), pelo escoamento do fluido durante o resfriamento da parede de sua condição inicial até o regime estacionário. 2.66 Uma parede plana, que tem um de seus lados (x = 0) termicamente isolado, está inicialmente a uma temperatura uniforme Ti, quando sua superfície exposta em x = L tem a sua temperatura subitamente elevada para Ts. (a) Verifique se a equação a seguir satisfaz à equação do calor e às condições de contorno: na qual C1 é uma constante e α é a difusividade térmica. (b) Obtenha expressões para o fluxo térmico em x = 0 e x = L. (c) Esboce a distribuição de temperaturas T(x) em t = 0, em t → ∞, e em um instante de tempo intermediário. Esboce a variação com o tempo do fluxo térmico em x = L, (t). (d) Qual o efeito de α na resposta térmica do material a uma mudança na temperatura de sua superfície? 2.67 Uma parede plana composta e unidimensional tem espessura global igual a 2L. O Material A está no domínio −L ≤ x ≤ 0 e há no seu interior uma reação química exotérmica que ocasiona uma taxa de geração volumétrica uniforme A. O Material B está no domínio 0 ≤ x ≤ L e há no seu interior uma reação química endotérmica que ocasiona uma taxa de geração volumétrica uniforme B = − A. As superfícies em x = ± L estão isoladas termicamente. Esboce as distribuições, em regime estacio nário, de temperaturas e de fluxos térmicos, T(x) e (x, t), respectivamente, no domínio −L ≤ x ≤ L para kA = kB, kA = 0,5 kB e kA = 2 kB. Aponte as características importantes das distribuições que você desenhou. Se B = –2 A, você pode esboçar a distribuição de temperaturas no regime estacionário? 2.68 Tipicamente, ar é aquecido em um secador de cabelos ao ser soprado através de um fio enrolado, no qual passa uma corrente elétrica. Energia térmica é gerada pelo aquecimento resistivo elétrico no interior do fio e é transferida por convecção da superfície do fio para o ar. Considere condições nas quais o fio está inicialmente a temperatura do ambiente, Ti, e o aquecimento resistivo é iniciado em conjunto com o escoamento do ar em t = 0. (a) Para um raio de fio ro, uma temperatura do ar T∞ e um coeficiente convectivo h, escreva a forma da equação do calor e as condições inicial e de contorno que descrevem a resposta térmica transiente, T(r, t), do fio. (b) Para um comprimento e um raio do fio de 500 mm e 1 mm, respectivamente, qual é a taxa volumétrica de geração de energia térmica correspondente a um consumo de potência de Pele = 500 W? Qual é o fluxo térmico convectivo em condições de regime estacionário? (c) Em coordenadas T − r, esboce as distribuições de temperaturas para as seguintes condições: condição inicial (t ≤ 0), condição de regime estacionário (t → ∞), e dois tempos intermediários. (d) Em coordenadas − t, esboce a variação do fluxo térmico com o tempo nas posições r = 0 e r = ro. 2.69 A distribuição de temperaturas, em regime estacionário, em uma parede plana composta por três diferentes materiais, cada um com condutividade constante, é mostrada na figura. (a) Comente sobre os valores relativos de e , e de e . (b) Comente sobre os valores relativos de kA e kB, e de kB e kC. (c) Esboce o fluxo térmico como uma função de x. ________ 1 A grandeza λ lpm/L é um parâmetro adimensional conhecido como número de Knudsen. Grandes números de Knudsen (pequenos L/λ lpm) sugerem efeitos de micro e nano escalas potencialmente significativos. Neste capítulo tratamos situações nas quais o calor é transferido por difusão em condições unidimensionais e em regime estacionário. O termo unidimensional se refere ao fato de que apenas uma coordenada é necessária para descrever a variação espacial das variáveis dependentes. Assim, em um sistema unidimensional, gradientes de temperatura existem ao longo de uma única direção e a transferência de calor ocorre exclusivamente nesta direção. O sistema é caracterizado por condições d e regime estacionário se a temperatura, em cada ponto do sistema, for independente do tempo. Apesar de sua inerente simplicidade, os modelos unidimensionais em regime estacionário podem ser usados para representar, com precisão, numerosos sistemas da engenharia. Começamos a nossa análise da condução unidimensional, em regime estacionário, pela discussão da transferência de calor em sistemas sem geração interna de energia térmica (Seções 3.1 a 3.4). O objetivo é determinar expressões para a distribuição de temperaturas e para a taxa de transferência de calor em geometrias comuns (plana, cilíndrica e esférica). Em tais geometrias, um objetivo adicional é apresentar o conceito de resistência térmica e mostrar como circuitos térmicos podem ser usados para modelar o escoamento do calor, do mesmo modo que os circuitos elétricos são utilizados para a corrente elétrica. O efeito da geração interna de calor é tratado na Seção 3.5 e, novamente, nosso objetivo é obter expressões para determinar distribuições de temperaturas e taxas de transferência de calor. Na Seção 3.6, consideramos o caso especial da condução unidimensional em regime estacionário em superfícies estendidas. Nas suas formas mais comuns, estas superfícies são chamadas de aletas e são usadas para aumentar a transferência de calor por convecção para um fluido adjacente. Além de determinar as distribuições de temperaturas e taxas de transferência de calor correspondentes, nosso objetivo é introduzir parâmetros de desempenho que podem ser usados para determinar sua eficácia. Finalmente, nas Seções 3.7 a 3.9, utilizamos conceitos da transferência de calor e de resistências térmicas no corpo humano, incluindo os efeitos da geração de calor metabólica e da perfusão; na geração de potência termoelétrica através do efeito Seebeck; e na condução em escalas nano e micro em finas camadas de gás e finos filmes sólidos. 3.1 A Parede Plana Na condução de calor unidimensional em uma parede plana, a temperatura é uma função somente da coordenada x e o calor é transferido exclusivamente nessa direção. Na Figura 3.1a, uma parede plana separa dois fluidos, que se encontram a diferentes temperaturas. A transferência de calor ocorre por convecção do fluido quente a T∞,1 para uma superfície da parede a Ts,1, por condução através da parede e por convecção da outra superfície da parede a Ts,2 para o fluido frio a T∞,2. Começamos analisando condições no interior da parede. Em primeiro lugar determinamos a distribuição de temperaturas, a partir da qual podemos, então, obter a taxa de transferência de calor por condução. 3.1.1 Distribuição de Temperaturas A distribuição de temperaturas na parede pode ser determinada através da solução da equação do calor com as condições de contorno pertinentes. Para condições de regime estacionário, sem a presença de fontes ou sumidouros de energia distribuídos no interior da parede, a forma apropriada da equação do calor é a Equação 2.23 FIGURA 3.1 Transferência de calor através de uma parede plana. (a) Distribuição de temperaturas. (b) Circuito térmico equivalente. Logo, a partir da Equação 2.2, tem-se que, para a condução unidimensional em regime estacionário em uma parede plana sem geração de calor , o fluxo térmico é uma constante, independente de x. Se a condutividade térmica do material da parede for considerada constante, a equação pode ser integrada duas vezes, obtendose a solução geral Para obter as constantes de integração, C1 e C2, condições de contorno devem ser introduzidas. Optamos pela aplicação de condições de contorno do primeiro tipo em x = 0 e x = L, assim Substituindo a condição em x = 0 na solução geral, tem-se que Analogamente, em x = L, ou ainda Substituindo na solução geral, a distribuição de temperaturas é então A partir desse resultado, fica evidente que, para a condução unidimensional em regime estacionário em uma parede plana sem geração de calor e com condutividade térmica constante, a temperatura varia linearmente com x. Agora que temos a distribuição de temperaturas, podemos usar a lei de Fourier, Equação 2.1, para determinar a taxa de transferência de calor por condução. Isto é, Note que A é a área da parede normal à direção da transferência de calor. Na parede plana, ela é uma constante independente de x. O fluxo térmico é, então, As Equações 3.4 e 3.5 indicam que tanto a taxa de transferência de calor qx quanto o fluxo térmico são constantes, independente de x. Nos parágrafos anteriores utilizamos o procedimento-padrão para a solução de problemas de condução. Isto é, em primeiro lugar a solução geral para a distribuição de temperaturas é obtida através da resolução da forma apropriada da equação de calor. As condições de contorno são então utilizadas para obter a solução particular, que é usada em conjunto com a lei de Fourier para determinar a taxa de transferência de calor. Note que optamos por especificar as temperaturas nas superfícies em x = 0 e x = L como condições de contorno, embora tipicamente sejam conhecidas as temperaturas dos fluidos e não as temperaturas superficiais. Contudo, uma vez que as temperaturas da superfície e do fluido adjacente são facilmente relacionadas através de um balanço de energia na superfície (veja a Seção 1.3.1), é uma questão simples expressar as Equações 3.3 a 3.5 em termos das temperaturas dos fluidos no lugar das temperaturas superficiais. Alternativamente, resultados equivalentes poderiam ser obtidos de forma direta através do uso dos balanços de energia nas superfícies da parede como condições de contorno do terceiro tipo quando da avaliação das constantes na Equação 3.2 (veja o Problema 3.1). 3.1.2 Resistência Térmica Neste ponto registramos que, para o caso particular da transferência de calor unidimensional sem geração interna de energia e com propriedades constantes, um conceito muito importante é sugerido pela Equação 3.4. Em particular, existe uma analogia entre as difusões de calor e de carga elétrica. Da mesma maneira que uma resistência elétrica está associada à condução de eletricidade, uma resistência térmica pode ser associada à condução de calor. Definindo resistência como a razão entre um potencial motriz e a correspondente taxa de transferência, vem da Equação 3.4 que a resistência térmica na condução em uma parede plana é Analogamente, para a condução elétrica no mesmo sistema, a lei de Ohm fornece uma resistência elétrica com a forma A analogia entre as Equações 3.6 e 3.7 é óbvia. Uma resistência térmica pode também ser associada à transferência de calor por convecção em uma superfície. A partir da lei do resfriamento de Newton, A resistência térmica para a convecção é, então, Representações na forma de circuitos fornecem uma ferramenta útil tanto para a conceituação quanto para a quantificação de problemas da transferência de calor. O circuito térmico equivalente para a parede plana com condições de convecção nas duas superfícies é mostrado na Figura 3.1b. A taxa de transferência de calor pode ser determinada pela consideração em separado de cada elemento da rede. Uma vez que qx é constante ao longo da rede, tem-se que Em termos da diferença de temperaturas global, T∞,1 − T∞,2, e da resistência térmica total, Rtot , a taxa de transferência de calor pode também ser representada por Em função das resistências condutiva e convectiva estarem em série e poderem ser somadas, tem-se que A troca radiante entre a superfície e a vizinhança pode, também, ser importante se o coeficiente de transferência de calor por convecção for pequeno (como o é frequentemente na convecção natural em um gás). Uma resistência térmica para a radiação pode ser definida tendo-se como referência a Equação 1.8: Para radiação entre uma superfície e uma grande vizinhança, hr é determinado a partir da Equação 1.9. As resistências convectiva e radiante em uma superfície atuam em paralelo, e, se T∞ = Tviz , elas podem ser combinadas para se obter uma única resistência na superfície efetiva. 3.1.3 A Parede Composta Circuitos térmicos equivalentes também podem ser usados em sistemas mais complexos, como, por exemplo, paredes compostas. Tais paredes podem possuir uma quantidade qualquer de resistências térmicas em série e em paralelo, devido à presença de camadas de diferentes materiais. Considere a parede composta, em série, da Figura 3.2. A taxa de transferência de calor unidimensional para esse sistema pode ser representada por em que T∞,1 − T∞,4 é a diferença de temperaturas global e o somatório inclui todas as resistências térmicas. Logo, Alternativamente, a taxa de transferência de calor pode ser relacionada à diferença de temperaturas e à resistência térmica associadas a cada elemento. Por exemplo, Em sistemas compostos, é frequentemente conveniente o trabalho com um coeficiente global de transferência de calor, U, que é definido por uma expressão análoga à lei do resfriamento de Newton. Consequentemente, em que ΔT é a diferença de temperaturas global. O coeficiente global de transferência de calor está relacionado à resistência térmica total e, a partir das Equações 3.14 e 3.17, verificamos que UA = 1/Rtot . Portanto, para a parede composta da Figura 3.2, FIGURA 3.2 Circuito térmico equivalente para uma parede composta em série. Em geral, podemos escrever Paredes compostas podem também ser caracterizadas por configurações sérieparalelo, tal como aquela mostrada na Figura 3.3. Embora nesse sistema o escoamento de calor seja multidimensional, frequentemente é razoável a hipótese de condições unidimensionais. Com base nesta hipótese, dois circuitos térmicos diferentes podem ser usados. No caso (a), considera-se que as superfícies normais à direção x sejam isotérmicas, enquanto, no caso (b), supõe-se que as superfícies paralelas à direção x sejam adiabáticas. São obtidos resultados diferentes para Rtot e o valor real da taxa de transferência de calor está compreendido entre os valores previstos em cada um dos casos. Essas diferenças aumentam à medida que o valor de |kF − kG| aumenta, uma vez que os efeitos multidimensionais se tornam mais significativos. FIGURA 3.3 Circuitos térmicos equivalentes para uma parede composta em série-paralelo. 3.1.4 Resistência de Contato Embora desprezada até o momento, é importante reconhecer que, em sistemas compostos, a queda de temperatura entre as interfaces dos materiais pode ser considerável. Essa mudança de temperatura é atribuída ao que é conhecido por resistência térmica de contato, Rt,c. O efeito é mostrado na Figura 3.4 e, para uma área de interface unitária, a resistência é definida como FIGURA 3.4 Queda de temperatura devido à resistência térmica de contato. A existência de uma resistência de contato não nula se deve principalmente aos efeitos da rugosidade da superfície. Pontos de contato se entremeiam com interstícios que são, na maioria dos casos, preenchidos com ar. A transferência de calor é, portanto, devida à condução através da área de contato real e à condução e/ou radiação através dos interstícios. A resistência de contato pode ser vista como duas resistências em paralelo: aquela devida aos pontos de contato e aquela vinculada aos interstícios. Tipicamente, a área de contato é pequena e, particularmente no caso de superfícies rugosas, a principal contribuição para a resistência é fornecida pelos interstícios. Para sólidos cujas condutividades térmicas são superiores à do fluido interfacial, a resistência de contato pode ser reduzida pelo aumento da área dos pontos de contato. Tal aumento pode ser efetivado por um acréscimo na pressão de contato e/ou pela redução da rugosidade das superfícies em contato. A resistência de contato também pode ser reduzida pela seleção de um fluido interfacial com elevada condutividade térmica. Nesse sentido, a ausência de um fluido (vácuo na interface) elimina a condução através dos interstícios, contribuindo assim para a elevação da resistência de contato. Do mesmo modo, se a largura característica do interstício, L, se torna pequena (como, por exemplo, no caso de superfícies muito lisas em contato), L/λlpm pode se aproximar de valores para os quais a condutividade térmica do gás interfacial é reduzida por efeitos de microescala, como discutido na Seção 2.2. Embora teorias tenham sido desenvolvidas para prever , os resultados mais confiáveis são aqueles que foram obtidos experimentalmente. O efeito do preenchimento de interfaces metálicas pode ser visto na Tabela 3.1a, que apresenta uma faixa aproximada de resistências térmicas sob condições de vácuo. O efeito do fluido interfacial na resistência térmica em uma interface de alumínio é mostrado na Tabela 3.1b. Distintamente dos resultados da Tabela 3.1, muitas aplicações envolvem o contato entre sólidos diferentes e/ou uma ampla variedade de possíveis materiais intersticiais (enchimentos) (Tabela 3.2). Qualquer substância intersticial que preencha os interstícios entre superfícies em contato e cuja condutividade térmica exceda a do ar irá causar uma redução na resistência de contato. Duas classes de materiais bastante adequadas para esse propósito são os metais macios e as graxas térmicas. Os metais, que incluem o índio, o chumbo, o estanho e a prata, podem ser inseridos na forma de finas folhas ou aplicados como um fino revestimento em um dos materiais em contato. Graxas térmicas à base de silício são atrativas em virtude de sua capacidade de preencherem completamente os interstícios com um material cuja condutividade térmica supera em até 50 vezes a condutividade térmica do ar. TABELA 3.1 Resistência térmica de contato para (a) interfaces metálicas sob condições de vácuo e (b) interface de alumínio (rugosidade superficial de 10 μm, 105 N/m2) com diferentes fluidos interfaciais [1] Resistência Térmica, × 10 4 (m2 · K/W) (a) Vácuo na Interface Pressão de contato (b) Fluido Interfacial 100 kN/m2 10.000 kN/m2 Ar 2,75 Aço inoxidável 6–25 0,7–4,0 Hélio 1,05 Cobre 1–10 0,1–0,5 Hidrogênio 0,720 Magnésio 1,5–3,5 0,2–0,4 Óleo de silicone 0,525 Alumínio 1,5–5,0 0,2–0,4 Glicerina 0,265 TABELA 3.2 Resistência térmica em interfaces sólido/sólido representativas Interface × 10 4 (m2 · K/W) Fonte Chip de silício/alumínio esmerilhado com ar (27–500 kN/m2) 0,3–0,6 [2] Alumínio/alumínio com preenchimento de folha de índio (∼100 kN/m2) ∼0,07 [1, 3] Aço inoxidável/aço inoxidável com preenchimento de folha de índio (∼3500 kN/m2) ∼0,04 [1, 3] Alumínio/alumínio com revestimento metálico (Pb) 0,01–0,1 [4] Alumínio/alumínio com graxa Dow Corning 340 (∼100 kN/m2) ∼0,07 [1, 3] Aço inoxidável/aço inoxidável com graxa Dow Corning 340 (∼3500 kN/m2) ∼0,04 [1, 3] Chip de silício/alumínio com 0,02 mm de epóxi 0,2–0,9 [5] Latão/latão com 15 μm de solda de estanho 0,025–0,14 [6] Diferindo das interfaces anteriores, que não são permanentes, muitas interfaces envolvem juntas definitivamente aderidas. A junta pode ser formada por uma resina epóxi, por uma solda macia rica em chumbo, ou então por uma solda firme como uma liga de ouro e estanho. Devido às resistências interfaciais entre o material da superfície original e o da junta de ligação, a resistência térmica real da junta é superior ao valor teórico (L/k) calculado a partir da espessura L e da condutividade térmica k do material da junta. A resistência térmica de juntas com material epóxi e soldadas é também afetada negativamente por vazios e rachaduras, que podem se formar durante a sua fabricação ou como resultado de ciclos térmicos durante a operação normal. Amplas revisões que abordam resultados e modelos relativos às resistências térmicas de contato são fornecidas por Snaith et al. [3], Madhusudana e Fletcher [7] e Yovanovich [8]. 3.1.5 Meios Porosos Em muitas aplicações, transferência de calor ocorre no interior de meios porosos, que são combinações de um sólido estacionário com um fluido. Quando o fluido for um gás ou um líquido, o meio poroso resultante é dito estar saturado. Em contraste, todas as três fases coexistem em um meio poroso insaturado. Exemplos de meios porosos incluem leitos de pós com um fluido ocupando as regiões intersticiais entre os grãos individuais, assim como os sistemas de isolamento e os nanofluidos da Seção 2.2.1. Um meio poroso saturado constituído por uma fase sólida estacionária através da qual um fluido escoa é chamado de leito recheado e é discutido na Seção 7.8. Considere um meio poroso saturado que é submetido a temperaturas superficiais T1 em x = 0 e T2 em x = L, conforme mostrado na Figura 3.5a. Após as condições de regime estacionário serem atingidas e se T1 > T2, a taxa de transferência de calor pode ser representada por sendo kef uma condutividade térmica efetiva. A Equação 3.21 é válida se a movimentação do fluido e a transferência de calor por radiação no interior do meio forem desprezíveis. A condutividade térmica efetiva varia com a porosidade ou fração de vazios do meio ε, que é definida como a razão entre o volume do fluido e o volume total (sólido mais fluido). Além disto, kef depende das condutividades térmicas de cada uma das fases e, nes ta discussão, será considerado que ks > kf. A geometria detalhada da fase sólida, por exemplo, a distribuição de tamanhos e a forma de empacotamento das partículas individuais do pó, tam bém influencia no valor de kef. Resistências de contato que po dem aparecer nas interfaces entre partículas sólidas adjacentes po dem impactar o valor de kef. Como discutido na Seção 2.2.1, fenômenos em nanoescala podem também influenciar a condutividade térmica efetiva. Desta maneira, a previsão de kef pode ser difícil e, em geral, requer conhecimento detalhado de parâmetros que podem não estar prontamente disponíveis. Não obstante a complexidade da situação, o valor da condutividade térmica efetiva pode ser enquadrado considerando-se as paredes compostas das Figuras 3.5b e 3.5c. Na Figura 3.5b, o meio é modelado como equivalente a uma parede composta em série constituída por uma região fluida de comprimento εL e uma região sólida de comprimento (1 − ε)L. Aplicando as Equações 3.17 e 3.18 a este modelo no qual não há convecção (h1 = h2 = 0) e somente dois termos condutivos, tem-se que Igualando este resultado à Equação 3.21, obtemos então Alternativamente, o meio da Figura 3.5a poderia ser descrito como equivalente a uma parede composta em paralelo constituída por uma região fluida de largura εw e uma região sólida de largura (1 – ε)w, como mostrado na Figura 3.5c. Combinando a Equação 3.21 com uma expressão para a resistência equivalente de duas resistências em paralelo, obtém-se Enquanto as Equações 3.23 e 3.24 fornecem os valores mínimo e máximo possíveis de kef, expressões mais precisas foram desenvolvidas para sistemas compostos específicos no interior dos quais efeitos de nanoescala são desprezíveis. Maxwell [9] desenvolveu uma expressão para a condutividade elétrica efetiva de uma matriz sólida com inclusões uniformemente distribuídas de esferas não condutoras. Observando a analogia entre as Equações 3.6 e 3.7, o resultado de Maxwell pode ser usado para determinar a condutividade térmica efetiva de um meio poroso saturado constituído por uma fase sólida interconectada no interior da qual há uma distribuição diluída de regiões esféricas de fluidos. O resultado é uma expressão com a forma [10] A Equação 3.25 é válida para porosidades relativamente baixas (ε ≤ 0,25) conforme mostrado esquematicamente na Figura 3.5a [11]. Ela é equivalente à expressão apresentada no Exemplo 2.2 para um fluido que contém uma mistura diluída de partículas sólidas, mas com a inversão entre o fluido e o sólido. FIGURA 3.5 Um meio poroso. (a) O meio e suas propriedades. (b) Representação em resistências térmicas em série. (c) Representação em resistências em paralelo. Ao analisar a condução no interior de meios porosos, é importante considerar a potencial dependência direcional da condutividade térmica efetiva. Por exemplo, os meios representados pela Figura 3.5b ou Figura 3.5c não seriam caracterizados por pro-priedades isotrópicas, visto que a condutividade térmica efetiva na direção x é claramente diferente dos valores de kef na direção vertical. Deste modo, apesar das Equações 3.23 e 3.24 poderem ser usadas para delimitar o valor real da condutividade térmica efetiva, elas irão geralmente superestimar a variação possível d e kef em meios isotrópicos. Para meios isotrópicos, expressões têm sido desenvolvidas para determinar as possíveis condutividades térmicas efetivas máxima e mínima baseadas somente no conhecimento da porosidade e das condutividades térmicas do sólido e do fluido. Especificamente, o valor máximo possível de kef em um meio poroso isotrópico é dado pela Equação 3.25, que corresponde a uma fase sólida com alta condutividade térmica e interconectada. O valor mínimo possível de kef para um meio isotrópico corresponde ao caso no qual a fase fluida forma longos canais aleatoriamente orientados no interior do meio [12]. Informações adicionais em relação à condução em meios porosos saturados estão disponíveis [13]. EXEMPLO 3.1 No Exemplo 1.7, calculamos a taxa de perda de calor de um corpo humano no ar e na água. Aqui consideramos as mesmas condições, exceto a vizinhança (ar ou água) que se encontra a 10°C. Para reduzir a taxa de perda de calor, a pessoa veste roupas especiais esportivas (casacos para neve e impermeáveis) feitas com um isolante de aerogel de sílica nanoestruturado com uma condutividade térmica extremamente baixa, igual a 0,014 W/ (m · K). A emissividade da superfície externa dos casacos para neve e impermeáveis é de 0,95. Qual espessura do isolante de aerogel é necessária para reduzir a taxa de perda de calor para 100 W (uma taxa de geração de calor metabólica típica) no ar e na água? Quais são as temperaturas resultantes da pele? SOLUÇÃO Dados: Temperatura superficial interna de uma camada de pele/gordura com espessura, condutividade térmica e área superficial conhecidas. Condutividade térmica e emissividade dos casacos de neve e impermeáveis. Condições ambientais. Achar: Espessura do isolante necessária para reduzir a taxa de perda de calor para 100 W e a temperatura da pele correspondente. Esquema: Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. Transferência de calor unidimensional por condução através das camadas de pele/gordura e de isolante. 3. Resistência de contato é desprezível. 4. Condutividades térmicas são uniformes. 5. Troca radiante entre a superfície dos casacos e a vizinhança pode ser vista como entre uma pequena superfície e uma grande vizinhança na temperatura do ar. 6. Água líquida é opaca para a radiação térmica. 7. Radiação solar é desprezível. 8. O corpo encontra-se completamente imerso na água na parte 2. Análise: O circuito térmico pode ser construído reconhecendo-se que a resistência ao escoamento do calor está associada à condução através das camadas de pele/gordura e do isolante, e às convecção e radiação na superfície externa. Desta maneira, o circuito e as resistências têm a seguinte forma (com hr = 0 para a água): A resistência térmica total necessária para atingir a taxa de perda de calor desejada é determinada pela Equação 3.19, A resistência térmica total entre a superfície interna da camada pele/gordura e a vizinhança fria inclui resistências condutivas na camada de pele/gordura e de isolante, e uma resistência efetiva associada às convecção e radiação, que atuam em paralelo. Assim, A espessura do isolante pode ser explicitada nesta equação. Ar O coeficiente de transferência de calor por radiação é aproximado como tendo o mesmo valor do Exemplo 1.7: hr = 5,9 W/(m2 · K). Água Estas espessuras requeridas de material isolante podem facilmente ser incorporadas nos casacos para neve e impermeável. A temperatura da pele pode ser calculada considerando-se a condução através da camada pele/gordura: ou, explicitando Tp: A temperatura da pele é a mesma nos dois casos, pois a taxa de perda térmica é a mesma e as propriedades da camada pele/gordura também são as mesmas. Comentários: 1. O aerogel de sílica nanoestruturado é um material poroso que tem apenas aproximadamente 5% de sólido. Sua condutividade térmica é menor do que a condutividade térmica do gás que preenche os seus poros. Como explicado na Seção 2.2, a razão para este resultado aparentemente impossível é que o tamanho do poro é por volta de 20 nm, o que reduz o livre percurso médio do gás e, consequentemente, diminui a sua condutividade térmica. 2. Ao reduzir a taxa de perda de calor para 100 W, uma pessoa pode permanecer no ambiente frio por tempo indefinido sem ter hipotermia. A temperatura da pele de 34,4°C gera uma sensação de conforto. 3. No caso da água, a resistência térmica do isolante domina e todas as outras resistências podem ser desprezadas. 4. O coeficiente de transferência de calor por convecção associado ao ar depende das condições do vento e pode variar em uma ampla faixa. Ao mudar o seu valor, a temperatura da superfície externa da camada do isolante também muda. Como o coeficiente de transferência de calor por radiação depende dessa temperatura, ele também irá variar. Podemos realizar uma análise mais completa que leva isto em conta. O coeficiente de transferência de calor por radiação é dado pela Equação 1.9: Aqui, Ts,e é a temperatura da superfície externa da camada de isolante, que pode ser calculada por Como ela depende da espessura do isolante, também precisamos de uma equação anterior para Liso: Com todos os outros valores conhecidos, estas três equações podem ser resolvidas para determinar a espessura de isolante requerida. Usando todos os valores fornecidos anteriormente, estas equações foram resolvidas para valores d e h na faixa 0 ≤ h ≤ 100 W/(m2 · K) e os resultados estão representados graficamente. O aumento de h diminui a resistência convectiva correspondente, o que requer, então, isolamento adicional para manter a taxa de transferência de calor em 100 W. Quando o coeficiente de transferência de calor é superior a aproximadamente 60 W/(m2 · K), a resistência convectiva é desprezível e aumentos posteriores no h têm pequeno efeito na espessura de isolante requerida. A temperatura da superfície externa e o coeficiente de transferência de calor radiante também podem ser calculados. Na medida em que h aumenta de 0 a 100 W/(m2 · K), Ts,e diminui de 294 a 284 K, enquanto hr diminui de 5,2 para 4,9 W/(m2 · K). A estimativa inicial de hr = 5,9 W/(m2 · K) não foi muito precisa. Usando este modelo mais completo da transferência de calor por radiação, com h = 2 W/(m2 · K), o coeficiente de transferência de calor radiante é igual a 5,1 W/(m2 · K) e a espessura de isolante requerida é de 4,2 mm, valor próximo ao calculado na primeira parte do problema. 5. Veja o Exemplo 3.1 no IHT. Este problema pode também ser resolvido usando o construtor de redes de resistências térmicas, Models/Resistance Networks, no IHT ambos disponíveis no site da LTC Editora. EXEMPLO 3.2 Um fino circuito integrado (chip) de silício e um substrato de alumínio com 8 mm de espessura são separados por uma junta epóxi com 0,02 mm de espessura. O chip e o substrato possuem, cada um, 10 mm de lado, e suas superfícies expostas são resfriadas por ar, que se encontra a uma tempe ratura de 25°C e fornece um coeficiente convectivo de 100 W/(m2 · K). Se o chip dissipar 104 W/m2 em condições normais, ele irá operar abaixo da temperatura máxima permi tida de 85°C? SOLUÇÃO Dados: Dimensões, dissipação de calor e temperatura máxima permitida de um chip de silício. Espessuras do substrato de alumínio e da junta epóxi. Condições convectivas nas superfícies expostas do chip e do substrato. Achar: Se a temperatura máxima permitida é excedida. Esquema: Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. Condução unidimensional (transferência de calor desprezível nas laterais do conjunto). 3. Resistência térmica no chip desprezível (chip isotérmico). 4. Propriedades constantes. 5. Troca radiante com a vizinhança desprezível. Propriedades: Tabela A.1, alumínio puro (T ∼ 350 K): k = 239 W/(m · K). Análise: O calor dissipado no chip é transferido para o ar diretamente a partir de sua superfície exposta e indiretamente através da junta e do substrato. Executando um balanço de energia em uma superfície de controle ao redor do chip, segue-se que, com base em uma área superficial unitária, ou Para estimar Tc de forma conservativa, o valor máximo possível de m2 · K/W é obtido na Tabela 3.2. Logo, = 0,9 × 10–4 ou Portanto, o chip irá operar abaixo da sua temperatura máxima permitida. Comentários: 1. As resistências térmicas na junta e no substrato são muito menores do que a resistência convectiva. A resistência da junta teria que ser aumentada até um valor elevado não realista de 50 × 10−4 m2 · K/W, antes que a temperatura máxima permitida do chip fosse atingida. 2. A potência dissipada permitida pode ser aumentada com a elevação dos coeficientes de transferência de calor por convecção, através do aumento da velocidade do ar e/ou pela substituição do ar por um fluido mais efetivo em termos de transferência de calor. Explorando esta opção, para 100 ≤ h ≤ 2000 W/(m2 · K) com Tc = 85°C, os resultados a seguir são obtidos. À medida que h → ∞, → 0 e, virtualmente, toda a potência do chip é transferida diretamente para a corrente do fluido. 3. Como calculado, a diferença entre a temperatura do ar (T∞ = 25°C) e a temperatura do chip (Tc = 75,3°C) é de 50,3 K. Lembre-se de que este resultado é uma diferença de temperaturas e, assim, também é igual a 50,3°C. 4. Considere condições nas quais o escoamento do ar sobre as superfícies do chip (superior) ou do substrato (inferior) cessa em função de um bloqueio no canal de suprimento de ar. Se a transferência de calor for desprezível em cada uma das superfícies, quais são as temperaturas do chip para = 104 W/m2? [Resposta: 126°C ou 125°C]. EXEMPLO 3.3 Um painel fotovoltaico é constituído por (do topo para a base) um vidro, dopado com cério, com 3 mm de espessura (kv = 1,4 W/(m · K)), uma camada de 1 mm de espessura de adesivo de padrão ótico, (ka = 145 W/(m · K)), uma camada muito fina de silício no interior da qual energia solar é convertida em energia elétrica, uma camada de soldagem com 0,1 mm de espessura (ksold = 50 W/(m · K)), e um substrato de nitreto de alumínio com espessura de 2 mm (knAl = 120 W/(m · K)). A eficiência da conversão da energia solar em elétrica na camada de silício η diminui com o aumento da temperatura do silício, Tsi, de acordo com a expressão η = a − bTsi, em que a = 0,553 e b = 0,001 K–1. A temperatura T é representada em kelvins, variando na faixa 300 K ≤ Tsi ≤ 525 K. Da irradiação solar incidente, GS = 700 W/m2, 7% são refletidos na superfície superior do vidro, 10% são absorvidos na superfície superior do vidro e 83% são transmitidos até a camada de silício e lá absorvidos. Parte da irradiação solar absorvida no silício é convertida em energia térmica e o restante em energia elétrica. O vidro tem uma emissividade ε = 0,90; e a base, assim como as laterais do painel, estão isoladas termicamente. Determine a potência elétrica P produzida por um painel solar com L = 1 m de comprimento e w = 0,1 m de largura, em condições caracterizadas por h = 35 W/(m2 · K) e T∞ = Tviz = 20°C. SOLUÇÃO Dados: Dimensões e materiais de um painel solar fotovoltaico. Propriedades dos materiais, irradiação solar, coeficiente convectivo e temperatura ambiente, emissividade da superfície superior do painel e temperatura da vizinhança. Divisão da irradiação solar e expressão para a eficiência de conversão de energia solar para energia elétrica. Achar: Potência elétrica produzida por um painel fotovoltaico. Esquema: Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. 3. 4. 5. Transferência de calor unidimensional. Propriedades constantes. Resistências térmicas de contato desprezíveis. Diferenças de temperaturas no interior da camada de silício desprezíveis. Análise: Admita que não há transferência de calor para a base isolada termicamente do painel solar. Assim, a camada de soldagem e o substrato de nitreto de alumínio não afetam a solução, e toda a energia solar absorvida pelo painel deve, no final das contas, deixar o painel na forma de transferência de calor por radiação e por convecção pela superfície superior do vidro, e através de potência elétrica para a rede, P = η0,83 GSLw. Fazendo um balanço de energia no nó associado à camada de silício, tem-se Substituindo a expressão para a eficiência da conversão de energia solar em energia elétrica e simplificando, tem-se Fazendo um segundo balanço de energia no nó associado à superfície superior (topo) do vidro, obtém-se Substituindo a expressão para a eficiência da conversão de energia solar em energia elétrica na equação anterior e simplificando, tem-se Finalmente, substituindo os valores conhecidos nas Equações 1 e 2 e resolvendo-as simultaneamente, obtém-se TSi = 307, K = 34°C, fornecendo uma eficiência de conversão de energia solar em energia elétrica de η = 0,553 − 0,001 K−1 × 307 K = 0,247. Desta forma, a potência produzida pelo painel fotovoltaico é Comentários: 1. A aplicação correta da exigência de conservação de energia é crucial para determinar a temperatura do silício e a potência elétrica. Note que a energia solar é convertida tanto em energia térmica quanto em energia elétrica, e o circuito térmico é utilizado para quantificar somente a transferência de energia térmica. 2. Em função da condição de contorno termicamente isolada, não é necessário incluir as camadas de solda e do substrato na análise. Isto é porque não há condução através destes materiais e, a partir da lei de Fourier, não pode haver gradientes de temperatura no interior destes materiais. No regime estacionário, Tsold = TnAl = TSi. 3. Com o aumento do coeficiente convectivo, a temperatura do silício diminui. Isto ocasiona uma maior eficiência de conversão de energia solar em elétrica e um aumento na produção de potência. Similarmente, maiores temperaturas do silício e menor produção de potência estão associadas a menores coeficientes convectivos. Por exemplo, P = 13,6 W e 14,6 W para h = 15 W/(m2 · K) e 55 W/(m2 · K), respectivamente. 4. O custo de sistemas fotovoltaicos pode ser reduzido significativamente pela concentração da energia solar sobre o relativamente caro painel fotovoltaico, usando espelhos ou lentes concentradores baratos. Entretanto, o gerenciamento térmico se torna ainda mais importante. Por exemplo, se a irradiação fornecida ao painel for aumentada para GS = 7000 W/m2 através de um sistema concentrador, a eficiência de conversão cai para η = 0,160 com o aumento da temperatura do silício para TSi = 119°C, mesmo com h = 55 W/(m2 · K). Uma solução para a redução do custo da geração fotovoltaica de potência é o desenvolvimento de tecnologias inovadoras para serem usadas em sistemas fotovoltaicos com concentração. 5. A solução simultânea das Equações 1 e 2 pode ser feita usando o IHT (disponível no site da LTC Editora) ou um outro código comercial, ou uma calculadora. Uma solução por tentativa e erro também pode ser obtida, mas com esforço considerável. As Equações 1 e 2 poderiam ser combinadas, formando uma expressão transcendental para a temperatura do silício, mas a equação teria que ser resolvida numericamente ou por tentativa e erro. EXEMPLO 3.4 A condutividade térmica de um nanotubo de carbono com diâmetro D = 14 nm é medida com um instrumento que é fabricado com uma pastilha de nitreto de silício a uma temperatura de T∞ = 300 K. O nanotubo com 20 mm de comprimento repousa sobre duas ilhas quadradas, 10 μm × 10 μm, espessura de 0,5 μm, que estão separadas por uma distância de s = 5 μm. Uma fina camada de platina é usada como um resistor elétrico na ilha aquecida (a temperatura Tq) para dissipar q = 11,3 μW de potência elétrica. Na ilha sensora, uma camada similar de platina é usada para determinar a sua temperatura, Ts. A resistência elétrica da platina, R(Ts) = E/I, é encontrada pela medida da queda de voltagem e da corrente elétrica através da camada de platina. A temperatura da ilha sensora, Ts, é então determinada a partir da relação da resistência elétrica da platina com a sua temperatura. Cada ilha é sustentada por duas vigas de nitrito de silício com comprimento de Lns = 250 μm, com largura de wns = 3 μm e espessura tns = 0,5 μm. Uma linha de platina, com largura wpt = 1 μm e espessura tpt = 0,2 μm, encontra-se depositada no interior de cada viga de nitrito de silício para fornecer energia à ilha aquecida ou para detectar a queda de voltagem associada à determinação de Ts. O experimento completo é realizado no vácuo com Tviz = 300 K e, em regime estacionário, Ts = 308,4 K. Estime a condutividade térmica do nanotubo de carbono. SOLUÇÃO Dados: Dimensões, calor dissipado na ilha aquecida e temperaturas da ilha sensora e da vizinha pastilha de nitrito de silício. Achar: A condutividade térmica do nanotubo de carbono. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Condições de regime estacionário. Transferência de calor unidimensional. As ilhas aquecida e sensora são isotérmicas. Troca radiante entre as superfícies e a vizinhança é desprezível. Perdas convectivas são desprezíveis. Aquecimento ôhmico nas linhas de platina é desprezível. Propriedades constantes. Resistência de contato entre o nanotubo e as ilhas é desprezível. Propriedades: Tabela A.1, platina (325 K, suposta): kpt = 71,6 W/(m · K). Tabela A.2, nitrito de silício (325 K, suposta): kns = 15,5 W/(m · K). Análise: A energia que é dissipada na ilha aquecida é transferida para o bloco de nitrito de silício pelas vigas de suporte da ilha aquecida, pelo nanotubo de carbono e, em sequência, pelas vigas de suporte da ilha sensora. Consequentemente, o circuito térmico pode ser construído como segue em que cada viga de suporte fornece uma resistência térmica, Rt,sup , composta de uma resistência devido ao nitrito de silício (ns) em paralelo com uma resistência devida à linha de platina (pt). As áreas das seções transversais dos materiais nas vigas de suporte são enquanto a área da seção transversal do nanotubo de carbono é A resistência térmica de cada suporte é A perda térmica combinada através dos suportes da ilha sensora é Segue-se que e Tq atinge um valor de Para a parte do circuito térmico conectando Tq e Ts, a partir da qual Comentários: 1. A condutividade térmica medida é extremamente alta, como fica evidente pela comparação de seu valor com as condutividades térmicas de metais puros mostradas na Figura 2.4. Nanotubos de carbono podem ser utilizados para dopar materiais com baixa condutividade térmica para melhorar a transferência de calor neles. 2. Resistências de contato entre o nanotubo de carbono e as ilhas de aquecimento e sensora foram desprezadas porque pouco é conhecido sobre tais resistências em nanoescala. Contudo, se uma resistência de contato fosse incluída na análise, a condutividade térmica medida do nanotubo de carbono seria ainda maior do que o valor previsto. 3. O significado da transferência de calor radiante pode ser estimado pela aproximação da ilha aquecida por um corpo negro, emitindo para Tviz , a partir de suas superfícies superior e inferior. Assim, qrad,n ≈ 5,67 × 10−8 W/(m2 · K4) × 2 × (10 × 10−6m)2 × (332,64 − 3004) K4 = 4,7 × 10−8 W = 0,047 μW, e a radiação é desprezível. 3.2 Uma Análise Alternativa da Condução A análise da condução feita na Seção 3.1 foi realizada utilizando-se o procedimento-padrão. Isto é, a equação do calor foi resolvida obtendo-se a distribuição de temperaturas, Equação 3.3, e, então, com a lei de Fourier, foi determinada a taxa de transferência de calor, Equação 3.4. Contudo, um procedimento alternativo pode ser usado para as condições de interesse no momento. Considerando a condução no sistema da Figura 3.6, reconhecemos que, para condições de regime estacionário, sem geração de calor e sem perda de calor pelas superfícies laterais, a taxa de transferência de calor qx é necessariamente uma constante independente de x. Isto é, para qualquer elemento diferencial dx, qx = qx+dx. Essa condição é, obviamente, uma consequência da exigência de conservação da energia e deve ser válida mesmo se a área variar com a posição, A(x), e a condutividade térmica for função da temperatura, k(T). Além disso, mesmo que a distribuição de temperaturas possa ser bidimensional, variando em função de x e y, com frequência é razoável desprezar a variação na direção y e supor uma distribuição unidimensional em x. Para as condições anteriores é possível trabalhar exclusivamente com a lei de Fourier ao efetuar uma análise da condução. FIGURA 3.6 Sistema com uma taxa de transferência de calor condutiva constante. Em particular, uma vez que a taxa condutiva é uma constante, a equação da taxa pode ser integrada, mesmo sem o prévio conhecimento da taxa de transferência e da distribuição de temperaturas. Considere a lei de Fourier, Equação 2.1, que pode ser aplicada ao sistema da Figura 3.6. Embora possamos não conhecer o valor de qx ou a forma de T(x), sabemos que qx é uma constante. Assim, podemos escrever a lei de Fourier na forma integral A área da seção transversal pode ser uma função conhecida de x e a condutividade térmica do material pode variar com a temperatura de uma forma conhecida. Se a integração for efetuada a partir de um ponto x0, no qual a temperatura T0 é conhecida, a equação resultante fornece a forma funcional de T(x). Além disso, se a temperatura T = T1, em um ponto qualquer x = x1, também for conhecida, a integração entre x0 e x1 fornece uma expressão na qual qx pode ser calculada. Note que, se a área A for uniforme e k for independente da temperatura, a Equação 3.26 se reduz a na qual Δx = x1 − x0 e ΔT = T1 − T0. Com frequência, optamos por resolver problemas de difusão trabalhando com formas integradas das equações da taxa de difusão. Entretanto, as condições limitantes que permitem tal procedimento devem estar firmemente consolidadas em nossas mentes: regime estacionário e transferência unidimensional sem geração de calor. EXEMPLO 3.5 O diagrama mostra uma seção cônica fabricada em pirocerâmica. Ela possui seção transversal circular com o diâmetro D = ax, com a = 0,25. A base menor se encontra em x1 = 50 mm e a maior em x2 = 250 mm. As temperaturas nas bases são T1 = 400 K e T2 = 600 K. A superfície lateral é isolada termicamente. 1. Deduza uma expressão literal para a distribuição de temperaturas T(x) supondo condições unidimensionais. Esboce a distribuição de temperaturas. 2. Calcule a taxa de transferência de calor qx através do cone. SOLUÇÃO Dados: Condução em uma seção cônica circular que possui diâmetro D = ax, com a = 0,25. Achar: 1. A distribuição de temperaturas T(x). 2. A taxa de transferência de calor qx. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. Condições de regime estacionário. Condução unidimensional na direção x. Não há geração de calor no interior do cone. Propriedades constantes. Propriedades: Tabela A.2, pirocerâmica (500 K): k = 3,46 W/(m · K). Análise: 1. Uma vez que a condução de calor ocorre em condições unidimensionais, em estado estacionário, e não há geração interna de calor, a taxa de transferência de calor qx é uma constante independente de x. Nesse contexto, a lei de Fourier, Equação 2.1, pode ser usada para determinar a distribuição de temperaturas com A = πD2/4 = πa2x2/4. Separando variáveis, Integrando de x1 até algum x no interior do cone e lembrando que qx e k são constantes, segue-se que Portanto ou, explicitando T Embora qx seja uma constante, seu valor ainda é uma incógnita. Entretanto, ela pode ser determinada pela avaliação da expressão anterior em x = x2, sendo T(x2) = T2. Desse modo, e explicitando qx Substituindo qx na expressão para T(x), a distribuição de temperaturas se torna Com este resultado, a temperatura pode ser calculada como uma função de x e a distribuição é mostrada a seguir. Note que, como dT/dx = −4qx/(kπa2x2), pela lei de Fourier tem-se que o gradiente de temperatura e o fluxo de calor diminuem com o aumento de x. 2. Substituindo os valores numéricos no resultado anterior para a taxa de transferência de calor, tem-se que Comentários: Quando o parâmetro a aumenta, a área da seção transversal varia de forma mais pronunciada com a distância, tornando menos apropriada a hipótese de condução unidimensional. 3.3 Sistemas Radiais Com frequência, em sistemas cilíndricos e esféricos há gradientes de temperatura somente na direção radial, o que possibilita analisá-los como sistemas unidimensionais. Além disso, em condições de estado estacionário sem geração de calor, tais sistemas podem ser analisados usando o método-padrão, que começa com a forma apropriada da equação do calor, ou o método alternativo, que se inicia com a forma apropriada da lei de Fourier. Nessa seção, o sistema cilíndrico é analisado seguindo o método-padrão e o sistema esférico com o método alternativo. 3.3.1 O Cilindro Um exemplo comum é o cilindro oco, cujas superfícies interna e externa estão expostas a fluidos com diferentes temperaturas (Figura 3.7). Para condições de estado estacionário sem geração de calor, a forma apropriada da equação do calor, Equação 2.26, é na qual, por enquanto, k é tratada como uma variável. O significado físico desse resultado se torna evidente se também considerarmos a forma apropriada da lei de Fourier. A taxa na qual a energia é conduzida através de qualquer superfície cilíndrica no sólido pode ser representada por na qual A = 2πrL é a área normal à direção da transferência de calor. Como a Equação 3.28 dita que a grandeza kr(dT/dr) é independente de r, da Equação 3.29 conclui-se que a taxa de transferência de calor por condução qr (não o fluxo térmico ) é uma constante na direção radial. Podemos determinar a distribuição de temperaturas no cilindro resolvendo a Equação 3.28 e utilizando condições de contorno apropriadas. Supondo constante o valor de k, a Equação 3.28 pode ser integrada duas vezes para se obter a solução geral Para obter as constantes de integração C1 e C2, introduzimos as seguintes condições de contorno: FIGURA 3.7 Cilindro oco com condições convectivas nas superfícies. Substituindo essas condições na solução geral, obtemos Resolvendo para C1 e C2 e substituindo na solução geral, obtemos então Note que a distribuição de temperaturas associada à condução radial através de uma parede cilíndrica é logarítmica, não sendo linear como na parede plana sob as mesmas condições. A distribuição logarítmica é esboçada no detalhe da Figura 3.7. Se a distribuição de temperaturas, Equação 3.31, for agora utilizada com a lei de Fourier, Equação 3.29, obtemos a seguinte expressão para a taxa de transferência de calor: Neste resultado fica evidente que, para a condução radial em uma parede cilíndrica, a resistência térmica tem a forma Essa resistência é mostrada no circuito em série na Figura 3.7. Note que, como o valor de qr é independente de r, o resultado anterior poderia ter sido obtido com o uso do método alternativo, ou seja, pela integração da Equação 3.29. Considere agora o sistema composto da Figura 3.8. Lembrando como tratamos a parede plana composta e desprezando as resistências de contato interfaciais, a taxa de transferência de calor pode ser representada por O resultado anterior também pode ser apresentado em termos de um coeficiente global de transferência de calor, na forma, Se U for definido em termos da área da superfície interna, A1 = 2πr1L, as Equações 3.34 e 3.35 podem ser igualadas para fornecer Esta definição é arbitrária e o coeficiente global também pode ser definido em termos de A4 ou de qualquer uma das áreas intermediárias. Note que e as formas específicas de U2, U3 e U4 podem ser deduzidas a partir das Equações 3.34 e 3.35. FIGURA 3.8 Distribuição de temperaturas em uma parede cilíndrica composta. EXEMPLO 3.6 A possível existência de uma espessura ótima para uma camada de isolamento térmico em sistemas radiais é sugerida pela presença de efeitos concorrentes associados ao aumento dessa espessura. Em particular, embora a resistência condutiva aumente com a adição de isolante, a resistência convectiva diminui devido ao aumento da área superficial externa. Desse modo, deve existir uma espessura de isolamento que minimize a perda de calor pela maximização da resistência total à transferência de calor. Resolva esse problema levando em consideração o seguinte sistema. 1. Um tubo de cobre com parede delgada, de raio ri, é usado para transportar um refrigerante a uma baixa temperatura Ti, que é inferior à temperatura ambiente T∞ adjacente ao tubo. Há uma espessura ótima associada à aplicação de isolamento sobre o tubo? 2. Confirme o resultado anterior calculando a resistência térmica total, por unidade de comprimento do tubo, em um tubo com 10 mm de diâmetro possuindo as seguintes espessuras de isolamento: 0, 2, 5, 10, 20 e 40 mm. O isolamento é composto por vidro celular e o coeficiente de transferência de calor por convecção em sua superfície externa é de 5 W/(m2 · K). SOLUÇÃO Dados: Raio ri e temperatura Ti de um tubo de cobre com parede delgada, para ser isolado termicamente do ar ambiente. Achar: 1. Se existe uma espessura ótima de isolamento que minimize a taxa de transferência de calor. 2. A resistência térmica associada ao uso de isolante de vidro celular com várias espessuras. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. 5. Condições de regime estacionário. Transferência de calor unidimensional na direção radial (cilíndrica). Resistência térmica na parede do tubo desprezível. Propriedades constantes do isolante. Troca térmica por radiação entre a superfície externa do isolante e a vizinhança desprezível. Propriedades: Tabela A.3, vidro celular (285 K, por hipótese): k = 0,055 W/(m · K). Análise: 1. A resistência à transferência de calor entre o fluido refrigerante e o ar é dominada pela condução no isolante e pela convecção no ar. O circuito térmico é, portanto, em que as resistências condutiva e convectiva, por unidade de comprimento, são fornecidas pelas Equações 3.33 e 3.9, respectivamente. A resistência térmica total por unidade de comprimento do tubo é, então, e a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do tubo é Uma espessura de isolamento ótima poderia ser associada ao valor de r que minimiza q′ ou maximiza R′tot . Tal valor poderia ter ser obtido pela exigência de que Consequentemente ou Para determinar se o resultado anterior maximiza ou minimiza a resistência total, a segunda derivada deve ser avaliada. Desse modo, ou, em r = k/h, Como esse resultado é sempre positivo, tem-se que r = k/h é o raio do isolante para o qual a resistência total é um mínimo e não um máximo. Logo, uma espessura ótima de isolante não existe. Com base no resultado anterior, faz mais sentido pensar em termos de um raio crítico do isolante que maximiza a transferência de calor, isto é, abaixo do qual q′ aumenta com o aumento de r e acima do qual q′ diminui com o aumento de r. 2. Com h = 5 W/(m2 · K) e k = 0,055 W/(m · K), o raio crítico é Como rcr > ri, a transferência de calor irá aumentar com a adição de isolamento até uma espessura de As resistências térmicas correspondentes às espessuras de isolante especificadas podem ser calculadas e são representadas graficamente a seguir: Comentários: 1. O efeito do raio crítico é revelado pelo fato de que, mesmo para 20 mm de isolamento, a resistência total não é tão grande quanto o valor para o tubo sem isolamento. 2. Se ri < rcr, como é o caso desse exemplo, a resistência térmica total decresce e, portanto, a taxa de transferência de calor aumenta com a adição do isolante. Esta tendência permanece até que o raio externo do isolante corresponda ao raio crítico. Esta tendência é desejável no caso de uma corrente elétrica passando em um fio, uma vez que a adição do isolamento elétrico iria auxiliar na transferência do calor dissipado no fio para a vizinhança. De forma inversa, se ri > rcr, qualquer adição de isolante aumenta a resistência total e, portanto, diminui a perda de calor. Este comportamento é desejável para o escoamento de vapor através de uma tubulação, onde o isolante é adicionado para reduzir a perda de calor para a vizinhança. 3. Em sistemas radiais, o problema de reduzir a resistência total através da aplicação de isolamento existe somente para o caso de tubos ou fios de pequeno diâmetro e para coeficientes de transferência de calor por convecção pequenos, tais que rcr > ri. Para um isolante típico (k ≈ 0,03 W/(m · K) e convecção natural no ar (h ≈ 10 W/(m2 · K)), rcr = (k/h) ≈ 0,003 m. Um valor tão pequeno nos indica que, normalmente, ri > rcr e não precisamos estar preocupados com os efeitos de um raio crítico. 4. A existência de um raio crítico exige que a área de transferência de calor varie na direção da transferência, como é o caso da condução radial em um cilindro (ou em uma esfera). Em uma parede plana, a área normal à direção da transferência de calor é constante e não há uma espessura crítica de isolamento (a resistência total sempre aumenta com o aumento da espessura do isolante). 3.3.2 A Esfera Agora considere a utilização do método alternativo para analisar a condução na esfera oca da Figura 3.9. Para o volume de controle diferencial da figura, a conservação de energia exige FIGURA 3.9 Condução em uma casca esférica. que qr = qr+dr em condições de transferência de calor unidimensional, em regime estacionário, sem geração de calor. A forma apropriada da lei de Fourier é na qual A = 4πr2 é a área normal à direção da transferência de calor. Reconhecendo que qr é uma constante, independente de r, a Equação 3.38 pode ser escrita na forma integral Supondo k constante, obtemos então Lembrando que a resistência térmica é definida como a razão entre a diferença de temperaturas e a taxa de transferência de calor, obtemos Note que a distribuição de temperaturas e as Equações 3.40 e 3.41 poderiam ter sido obtidas usando-se o procedimentopadrão, que inicia com a forma apropriada da equação do calor. Esferas compostas podem ser tratadas da mesma forma que as paredes e os cilindros compostos, onde formas apropriadas da resistência total e do coeficiente global de transferência de calor podem ser determinadas. 3.4 Resumo dos Resultados da Condução Unidimensional Muitos problemas importantes são caracterizados pela condução unidimensional, em regime estacionário, em paredes planas, cilíndricas ou esféricas, sem geração de energia térmica. Os resultados principais para estas três geometrias estão resumidos na Tabela 3.3, na qual ΔT se refere à diferença de temperaturas, Ts,1 − Ts,2, entre as superfícies interna e externa, identificadas nas Figuras 3.1, 3.7 e 3.9. Em cada caso, partindo da equação do calor, você deve ser capaz de deduzir as expressões correspondentes para a distribuição de temperaturas, para o fluxo térmico, para a taxa de transferência de calor e para a resistência térmica. 3.5 Condução com Geração de Energia Térmica Na seção anterior, analisamos problemas de condução nos quais a distribuição de temperaturas em um meio foi determinada somente pelas condições nas suas fronteiras. Agora queremos considerar o efeito adicional na distribuição de temperaturas de processos que possam ocorrer no interior do meio. Em particular, desejamos analisar situações nas quais energia térmica está sendo gerada devido à conversão a partir de uma outra forma de energia. Um processo comum de geração de energia térmica envolve a conversão de energia elétrica em energia térmica em um meio que conduz corrente elétrica (aquecimento ôhmico, resistivo ou Joule). A taxa na qual energia é gerada em função da passagem de uma corrente I através de um meio com resistência elétrica Re é Se esta geração de potência (W) ocorrer uniformemente em todo o meio com volume V, a taxa volumétrica de geração (W/ m3) é, então, A geração de energia também pode ocorrer como um resultado da desaceleração e absorção de nêutrons no elemento combustível de um reator nuclear ou de reações químicas exotérmicas que ocorrem em um meio. Reações endotérmicas apresentam, obviamente, o efeito inverso (um sumidouro de energia térmica), convertendo energia térmica em energia de ligações químicas. Finalmente, uma conversão de energia eletromagnética em energia térmica pode ocorrer devido à absorção de radiação no interior do meio. O processo ocorre, por exemplo, quando raios gama são absorvidos em componentes externos de reatores nucleares (revestimento, blindagens térmicas, vasos de pressão etc.), ou quando radiação visível é absorvida em um meio semitransparente. Lembre-se de não confundir geração de energia com armazenamento de energia (Seção 1.3.1). 3.5.1 A Parede Plana Seja a parede plana da Figura 3.10a, na qual há geração uniforme de energia por unidade de volume ( é constante) e as superfícies são mantidas a Ts,1 e Ts,2. Para uma condutividade térmica constante k, a forma apropriada da equação do calor, Equação 2.22, é A solução geral é na qual C1 e C2 são as constantes de integração. Para as condições de contorno especificadas, As constantes podem ser determinadas e têm a seguinte forma TABELA 3.3 Soluções unidimensionais, em regime estacionário, da equação do calor sem geração FIGURA 3.10 Condução em uma parede plana com geração de calor uniforme. (a) Condições de contorno assimétricas. (b) Condições de contorno simétricas. (c) Superfície adiabática no plano central. A distribuição de temperaturas é então Naturalmente, o fluxo térmico em qualquer ponto da parede pode ser determinado através do uso da Equação 3.46 em conjunto com a lei de Fourier. Note, contudo, que com geração o fluxo térmico não é mais independente de x. O resultado anterior é simplificado quando as duas superfícies são mantidas a uma mesma temperatura, Ts,1 = Ts,2 ≡ Ts. A distribuição de temperaturas é, então, simétrica em relação ao plano central, Figura 3.10b, e é dada por Há uma temperatura máxima no plano central com base na qual a distribuição de temperaturas, Equação 3.47, pode ser expressa na forma É importante notar que no plano de simetria na Figura 3.10b, o gradiente de temperatura é nulo, (dT/dx)x=0 = 0. Assim, não há transferência de calor cruzando esse plano e ele pode ser representado pela superfície adiabática mostrada na Figura 3.10c. Uma implicação desse resultado é que a Equação 3.47 também se aplica para paredes planas que têm uma de suas superfícies (x = 0) perfeitamente isolada, enquanto a outra superfície (x = L) é mantida a uma temperatura fixa Ts. Para usar os resultados anteriores, a(s) temperatura(s) da(s) superfície(s) Ts deve(m) ser conhecida(s). No entanto, uma situação comum é aquela na qual é a temperatura de um fluido adjacente, T∞, e não Ts, que é conhecida. Nesse caso se torna necessário relacionar Ts com T∞. Essa relação pode ser obtida pela aplicação de um balanço de energia na superfície. Considere a superfície em x = L na parede plana simétrica (Figura 3.10b) ou na parede plana perfeitamente isolada (Figura 3.10c). Desprezando a radiação e substituindo as equações de taxa apropriadas, o balanço de energia dado pela Equação 1.13 se reduz a Substituindo o gradiente de temperatura em x = L, obtido na Equação 3.47, segue-se que Deste modo, Ts pode ser calculada a partir do conhecimento de T∞, , L e h. A Equação 3.51 também pode ser obtida pela aplicação de um balanço de energia global na parede plana da Figura 3.10b ou 3.10c. Por exemplo, em relação a uma superfície de controle ao redor da parede da Figura 3.10c, a taxa na qual a energia é gerada no interior da parede deve ser equilibrada pela taxa na qual a energia sai, via convecção, pela fronteira. A Equação 1.12c se reduz a ou, para uma área de superfície unitária, Explicitando Ts, a Equação 3.51 é obtida. A Equação 3.51 pode ser combinada com a Equação 3.47 para retirar Ts da expressão para a distribuição de temperaturas, que fica, então, representada em termos das grandezas conhecidas , L, k, h e T∞. O mesmo resultado pode ser obtido diretamente pelo uso da Equação 3.50 como uma condição de contorno para avaliar as constantes de integração que aparecem na Equação 3.45. EXEMPLO 3.7 Uma parede plana é composta por dois materiais, A e B. Na parede de material A há geração de calor uniforme = 1,5 × 106 W/m3, kA = 75 W/(m · K) e a espessura é LA = 50 mm. A parede de material B não apresenta geração de calor, kB = 150 W/(m · K) e a sua espessura é LB = 20 mm. A superfície interna do material A está perfeitamente isolada, enquanto a superfície externa do material B é resfriada por uma corrente de água com T∞ = 30°C e h = 1000 W/(m2 · K). 1. Esboce a distribuição de temperaturas que existe na parede composta em condições de regime estacionário. 2. Determine a temperatura T0 da superfície isolada e a temperatura T2 da superfície resfriada. SOLUÇÃO Dados: Parede plana do material A, com geração interna de calor, está isolada em um dos lados e tem o outro em contato com uma segunda parede, feita com um material B, que não apresenta geração de calor e que está sujeita a resfriamento por convecção. Achar: 1. Esboço da distribuição de temperaturas em regime estacionário na parede composta. 2. Temperaturas nas superfícies interna e externa da parede composta. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. 5. Condições de regime estacionário. Condução unidimensional na direção x. Resistência de contato entre as paredes desprezível. Superfície interna de A adiabática. Propriedades dos materiais A e B constantes. Análise: 1. A partir das condições físicas especificadas, sabe-se que a distribuição de temperaturas na parede composta possui as seguintes características, como mostrado na figura: (a) Parabólica no material A. (b) Inclinação nula no contorno isolado. (c) Linear no material B. (d) Mudança na inclinação = kB/kA = 2 na interface. A distribuição de temperaturas na água é caracterizada por (e) Grande gradiente próximo à superfície. 2. A temperatura da superfície externa T2 pode ser obtida através de um balanço de energia em um volume de controle ao redor do material B. Como não há geração nesse material, tem-se que, em condições de regime estacionário e para uma área superficial unitária, o fluxo térmico que entra em x = LA deve ser igual ao fluxo térmico que sai, por convecção, em x = LA + LB. Portanto, O fluxo térmico q″ pode ser determinado pela execução de um segundo balanço de energia em um volume de controle envolvendo o material A. Em particular, uma vez que a superfície em x = 0 é adiabática, não há entrada de energia e a taxa na qual a energia é gerada deve ser igual à taxa que deixa o material. Deste modo, para uma área superficial unitária, Combinando as Equações 1 e 2, a temperatura da superfície externa é Da Equação 3.48, a temperatura na superfície isolada é na qual T1 pode ser obtida a partir do seguinte circuito térmico: Isto é, na qual as resistências para uma área superficial unitária são Assim, Substituindo na Equação 3, Comentários: 1. O material A, em que há geração de calor, não pode ser representado por um elemento de circuito térmico. 2. Como a resistência à transferência de calor por convecção é significativamente maior do que aquela devido à condução no material B, / = 7,5, a diferença de temperaturas entre a superfície e o fluido é muito maior do que a queda de temperatura ao longo do material B, (T2 − T∞)/(T1 − T2) = 7,5. Esse resultado é consistente com a distribuição de temperaturas esboçada na parte 1. 3. As temperaturas das superfícies e da interface (T0, T1 e T2) dependem da taxa de geração , das condutividades térmicas kA e kB, e do coeficiente convectivo h. Cada material terá uma temperatura operacional máxima permissível, que não pode ser ultrapassada se a fadiga térmica do sistema deve ser evitada. Exploramos o efeito de um desses parâmetros calculando e representando graficamente distribuições de temperaturas para valores de h = 200 e 1000 W/(m2 · K), que podem ser considerados representativos para um resfriamento com ar e com um líquido, respectivamente. Para h = 200 W/(m2 · K) há um aumento significativo na temperatura ao longo de todo o sistema e, dependendo da seleção dos materiais, a fadiga térmica poderia ser um problema. Note a leve descontinuidade no gradiente de temperatura, dT/dx, em x = 50 mm. Qual é a base física para esta descontinuidade? Admitimos neste local resistência de contato desprezível. Qual seria o efeito de tal resistência na distribuição de temperaturas ao longo de todo o sistema? Esboce uma distribuição representativa. Qual seria o efeito na distribuição de temperaturas de um aumento em , kA ou kB? Esboce qualitativamente o efeito de tais variações na distribuição de temperaturas. 4. Este exemplo está resolvido na seção Advanced do IHT disponível no site da LTC Editora. 3.5.2 Sistemas Radiais Geração de calor pode ocorrer em uma variedade de geometrias radiais. Considere o cilindro sólido longo da Figura 3.11, que pode representar um fio condutor de corrente elétrica ou um elemento combustível em um reator nuclear. Em condições de regime estacionário, a taxa na qual o calor é gerado no interior do cilindro deve ser igual à taxa na qual o calor é transferido por convecção da superfície do cilindro para um fluido em movimento. Essa condição permite que a temperatura da superfície seja mantida em um valor fixo Ts. Para determinar a distribuição de temperaturas no cilin dro, iniciamos com a forma apropriada da equação do calor. Para condutividade térmica k constante, a Equação 2.26 se re duz a FIGURA 3.11 Condução em um cilindro sólido com geração de calor uniforme. Separando variáveis e supondo geração uniforme, essa expressão pode ser integrada para obter-se Repetindo o procedimento, a solução geral para a distribuição de temperaturas se torna Para obter as constantes de integração C1 e C2, utilizamos as condições de contorno A primeira condição vem da simetria da situação. Isto é, para o cilindro sólido a linha de centro é uma linha de simetria para a distribuição de temperaturas e o gradiente de temperatura nesta posição tem que ser zero. Lembre-se de que condições análogas estiveram presentes no plano central de uma parede com condições de contorno simétricas (Figura 3.10b). Da condição de simetria em r = 0 e da Equação 3.55, fica evidente que C1 = 0. Usando a condição de contorno na superfície em r = r0 com a Equação 3.56, obtemos Consequentemente, a distribuição de temperaturas é Avaliando a Equação 3.58 na linha de centro e dividindo a própria Equação 3.58 pelo resultado, obtemos a distribuição de temperaturas na forma adimensional, na qual T0 é a temperatura na linha de centro. Naturalmente, a taxa de transferência de calor em qualquer raio no interior do cilindro pode ser determinada utilizando a Equação 3.58 com a lei de Fourier. Para relacionar a temperatura na superfície, Ts, com a temperatura do fluido frio, T∞, um balanço de energia na superfície ou um balanço de energia global pode ser usado. Adotando o segundo procedimento, obtemos ou 3.5.3 Tabelas com Soluções Um procedimento conveniente e sistemático para tratar as diferentes combinações de condições nas superfícies, que pode ser usado em geometrias unidimensionais planas e radiais (cilíndricas e esféricas) com geração de energia térmica uniforme, é fornecido no Apêndice C. A partir dos resultados apresentados nesse apêndice, é uma tarefa simples a obtenção de distribuições de temperaturas, de fluxos térmicos e de taxas de transferência de calor para condições de contorno do segundo tipo (um fluxo térmico na superfície uniforme) e do terceiro tipo (um fluxo térmico na superfície que é proporcional a um coeficiente convectivo h ou a um coeficiente global de transferência de calor U). É recomendado que você se familiarize com o conteúdo deste apêndice. 3.5.4 Aplicações do Conceito de Resistências Concluímos nossa discussão dos efeitos da geração de calor com uma palavra de alerta. Em particular, quando tais efeitos estão presentes, a taxa de transferência de calor não é uma constante independente da coordenada espacial. Consequentemente, seria incorreto usar os conceitos de resistências condutivas e as equações a elas relacionadas para a taxa de transferência de calor, que foram desenvolvidas nas Seções 3.1 e 3.3. EXEMPLO 3.8 Considere um tubo sólido longo, isolado no raio externo r2 e resfriado no raio interno r1, com geração uniforme de calor (W/m3) no interior do sólido. 1. Obtenha a solução geral para a distribuição de temperaturas no tubo. 2. Em uma aplicação prática, um limite poderia ser fixado para a temperatura máxima permitida na superfície isolada (r = r2). Especificando esse limite como Ts,2, identifique condições de contorno apropriadas que poderiam ser usadas para determinar as constantes arbitrárias que aparecem na solução geral. Determine essas constantes e a forma correspondente da distribuição de temperaturas. 3. Determine a taxa de retirada de calor por unidade de comprimento do tubo. 4. Se o refrigerante estiver disponível a uma temperatura T∞, obtenha uma expressão para o coeficiente convectivo que deveria ser mantido na superfície interna para permitir a operação nas condições especificadas de Ts,2 e . SOLUÇÃO Dados: Tubo sólido com geração de calor uniforme, isolado na sua superfície externa e resfriado em sua superfície interna. Achar: 1. Solução geral para a distribuição de temperaturas T(r). 2. Condições de contorno apropriadas e a forma correspondente da distribuição de temperaturas. 3. Taxa de remoção de calor para uma temperatura máxima especificada. 4. Coeficiente convectivo correspondente necessário na superfície interna. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. 5. Condições de regime estacionário. Condução radial unidimensional. Propriedades constantes. Geração de calor volumétrica uniforme. Superfície externa adiabática. Análise: 1. Para determinar T(r), a forma apropriada da equação do calor, Equação 2.26, deve ser resolvida. Para as condições especificadas, essa expressão se reduz à Equação 3.54 e a solução geral é dada pela Equação 3.56. Assim, esta solução se aplica em uma casca cilíndrica, da mesma forma que em um cilindro sólido (Figura 3.11). 2. Duas condições de contorno são necessárias para determinar C1 e C2, e no presente problema é apropriado especificar ambas em r2. Usando o limite de temperatura especificado, e aplicando a lei de Fourier, Equação 3.29, na superfície externa adiabática Usando as Equações 3.56 e 1, segue-se que Analogamente, a partir das Equações 3.55 e 2 Assim, da Equação 4, e da Equação 3 Substituindo as Equações 5 e 6 na solução geral, Equação 3.56, tem-se que 3. A taxa de remoção de calor pode ser determinada pela obtenção da taxa condutiva em r1 ou pela avaliação da taxa de geração total no tubo. Da lei de Fourier Assim, substituindo a Equação 7 e avaliando o resultado em r1, Alternativamente, como o tubo está isolado em r2, a taxa na qual o calor é gerado no tubo deve ser igual à taxa de remoção em r1. Isto é, para um volume de controle ao redor do tubo, a exigência de conservação da energia, Equação 1.12c, se reduz a Ä–g − Ä–sai = 0, em que Ä–g = π ( − ) L e Assim, 4. Usando a exigência de conservação da energia, Equação 1.13, na superfície interna, segue-se que ou Assim, na qual Ts,1 pode ser obtida pela avaliação da Equação 7 em r = r1. Comentários: 1. Note que, com a utilização da lei de Fourier na parte 3, o sinal de (r1) foi determinado como negativo, Equação 8, implicando em uma transferência de calor na direção negativa de r. Contudo, ao aplicar o balanço de energia, reconhecemos que a transferência de calor foi para fora da parede. Assim, representamos como − (r1) e em termos de (Ts,1 − T∞), ao invés de (T∞ − Ts,1). 2. Resultados da análise anterior podem ser usados para determinar o coeficiente convectivo necessário para manter a temperatura máxima no tubo, Ts,2, abaixo de um valor especificado. Considere um tubo com condutividade térmica k = 5 W/(m · K) e raios interno e externo r1 = 20 mm e r2 = 25 mm, respectivamente, com uma temperatura máxima permitida de Ts,2 = 350°C. No tubo há geração a uma taxa de = 5 × 106 W/m3 e o refrigerante está a uma temperatura de T∞ = 80°C. Obtendo T(r1) = Ts,1 = 336,5°C na Equação 7 e substituindo na Equação 10, o coeficiente convectivo necessário é determinado igual a h = 110 W/ (m2 · K). Usando um ambiente de programação (por exemplo, o IHT, disponível no site da LTC), pode-se fazer um estudo de sensibilidade paramétrica para determinar os efeitos do coeficiente convectivo e da taxa de geração na temperatura máxima no tubo. A seguir, são representados resultados da temperatura máxima como uma função de h para três valores de . Para cada taxa de geração, o valor mínimo de h necessário para manter Ts,2 ≤ 350°C pode ser determinado na figura. 3. A distribuição de temperaturas, Equação 7, pode também ser obtida usando-se os resultados apresentados no Apêndice C. Fazendo um balanço de energia na superfície em r = r1, com q(r) = π ( – )L, (Ts,2 – Ts,1) pode ser determinada pela Equação C.8 e o resultado substituído na Equação C.2 para eliminar Ts,1 e obter a expressão desejada. 3.6 Transferência de Calor em Superfícies Estendidas O termo superfície estendida é comumente usado para descrever um caso especial importante envolvendo a transferência de calor por condução no interior de um sólido e a transferência de calor por convecção (e/ou radiação) nas fronteiras do sólido. Até agora, consideramos transferência de calor nas fronteiras de um sólido na mesma direção da transferência de calor por condução em seu interior. De modo distinto, em uma superfície estendida, a direção da transferência de calor nas fronteiras é perpendicular à direção principal da transferência de calor no interior do sólido. Seja um suporte que une duas paredes a diferentes temperaturas, sobre o qual há um escoamento cruzado de um fluido (Figura 3.12). Com T1 > T2, gradientes de temperatura na direção x mantêm a transferência de calor por condução no suporte. Contudo, com T1 > T2 > T∞, há ao mesmo tempo transferência de calor por convecção para o fluido, causando a diminuição, com o aumento de x, de qx e, consequentemente, do gradiente de temperatura, |dT/dx|. Embora existam muitas situações diferentes que envolvem tais efeitos combinados de condução/convecção, a aplicação mais frequente é aquela na qual uma superfície estendida é usada especificamente para aumentar a taxa de transferência de calor entre um sólido e um fluido adjacente. Tal superfície estendida é chamada de aleta. Considere a parede plana da Figura 3.13a. Se Ts é fixa, há duas formas nas quais a taxa de transferência de calor pode ser aumentada. O coeficiente convectivo h poderia ser aumentado através do aumento da velocidade do fluido e/ou a temperatura do fluido T∞ poderia ser reduzida. No entanto, há muitas situações nas quais o aumento de h até o valor máximo possível é insuficiente para obter a taxa de transferência de calor desejada ou os custos associadas são proibitivos. Tais custos estão relacionados à exigência de potência nos sopradores ou nas bombas necessária para elevar o h através do aumento da movimentação do fluido. Além disso, a segunda opção de redução de T∞ é frequentemente impraticável. Contudo, examinando a Figura 3.13b, verificamos que há uma terceira opção. Ou seja, a taxa de transferência de calor pode ser elevada pelo aumento da área da superfície através da qual ocorre a convecção. Isso pode ser efetuado pelo emprego de aletas que se estendem da parede para o interior do fluido adjacente. A condutividade térmica do material da aleta pode ter um grande efeito na distribuição de temperaturas ao longo da aleta e, consequentemente, influencia o nível de melhora da taxa de transferência de calor. Idealmente, o material da aleta deveria ter uma condutividade térmica elevada para minimizar variações de temperatura desde a sua base até a sua extremidade. No limite de condutividade térmica infinita, toda a aleta estaria à mesma temperatura da superfície de sua base, assim fornecendo o máximo possível de melhora da transferência de calor. FIGURA 3.12 Condução e convecção combinadas em um elemento estrutural. FIGURA 3.13 Uso de aletas para melhorar a transferência de calor em uma parede plana. (a) Superfície sem aletas. (b) Superfície aletada. Exemplos de aplicações de aletas são fáceis de encontrar. São exemplos os dispositivos para resfriar o cabeçote de motores de motocicletas e de cortadores de grama, ou para resfriar transformadores de potência elétrica. Considere também os tubos aletados usados para promover a troca de calor entre o ar e o fluido de trabalho em um aparelho de ar condicionado. Dois arranjos comuns de tubos aletados são mostrados na Figura 3.14. FIGURA 3.14 Esboço de trocadores de calor típicos com tubos aletados. Diferentes configurações de aletas são mostradas na Figura 3.15. Uma aleta plana é qualquer superfície estendida que se encontra fixada a uma parede plana. Ela pode ter uma área de seção transversal uniforme ou variando com a distância x da parede. Uma aleta anular é aquela que se encontra fixada radialmente à circunferência externa de um cilindro e sua seção transversal varia com o raio a partir da parede do cilindro. Os tipos anteriores de aletas possuem seção transversal retangular, cuja área pode ser representada como um produto entre a espessura da aleta t e a sua largura w, no caso das aletas planas, ou entre a espessura e a sua circunferência 2πr, no caso de aletas anulares. Em contraste, uma aleta piniforme, ou pino, é uma superfície estendida com área de seção transversal circular. As aletas piniformes podem também possuir seção transversal uniforme ou não. Em qualquer aplicação, a seleção de uma determinada configuração de aletas pode depender de considerações de espaço, de peso, de fabricação e custo, bem como da extensão na qual as aletas reduzem o coeficiente convectivo na superfície e aumentam a queda de pressão associada ao escoamento sobre as aletas. FIGURA 3.15 Configurações de aletas. (a) Aleta plana com seção transversal uniforme. (b) Aleta plana com seção transversal não uniforme. (c) Aleta anular. (d) Aleta piniforme. 3.6.1 Uma Análise Geral da Condução Como engenheiros, estamos principalmente interessados em saber a extensão na qual superfícies estendidas ou arranjos de aletas poderiam melhorar a transferência de calor de uma superfície para o fluido adjacente. Para determinar a taxa de transferência de calor associada a uma aleta, em primeiro lugar, devemos obter a distribuição de temperaturas ao longo da aleta. Como fizemos nos sistemas anteriores, iniciamos fazendo um balanço de energia em um elemento diferencial apropriado. Considere a superfície estendida da Figura 3.16. A análise é simplificada se certas suposições forem feitas. Optamos por considerar condições unidimensionais na direção (x) longitudinal, embora na realidade a condução no interior da aleta seja bidimensional. A taxa na qual a energia passa para o fluido por convecção em qualquer ponto da superfície da aleta deve ser igualada à taxa líquida na qual a energia atinge aquele ponto devido à condução na direção (y, z) normal. Contudo, na prática a aleta é fina e as variações de temperatura na direção normal no interior da aleta são pequenas quando comparadas à diferença de temperaturas entre a aleta e o ambiente. Assim, podemos considerar que a temperatura é uniforme ao longo da espessura da aleta, isto é, ela é somente função de x. Iremos supor condições de regime estacionário, condutividade térmica constante, radiação na superfície desprezível, efeitos de geração de calor ausentes e coeficiente de transferência de calor por convecção h uniforme ao longo da superfície. FIGURA 3.16 Balanço de energia em uma superfície estendida. Aplicando a exigência de conservação da energia, Equação 1.12c, no elemento diferencial da Figura 3.16, obtemos Da lei de Fourier sabemos que em que Atr é a área da seção transversal, que pode variar com x. Como a taxa de condução de calor em x + dx pode ser representada por tem-se que A taxa de transferência de calor por convecção pode ser representada por na qual dAs é a área superficial do elemento diferencial. Substituindo as equações de taxa anteriores no balanço de energia, Equação 3.61, obtemos ou Este resultado fornece uma forma geral da equação da energia para uma superfície estendida. Sua solução, com condições de contorno apropriadas, fornece a distribuição de temperaturas, que pode ser usada com a Equação 3.62 para calcular a taxa de condução em qualquer x. 3.6.2 Aletas com Área de Seção Transversal Uniforme Para resolver a Equação 3.66 é necessário ser mais específico em relação à geometria. Iniciamos pelo caso mais simples de aletas planas retangulares ou piniformes de seção transversal uniforme (Figura 3.17). Cada aleta está fixada a uma superfície base, que está a uma temperatura T(0) = Tb e se estende para o interior de um fluido à temperatura T∞. FIGURA 3.17 Aletas planas de seção transversal uniforme. (a) Aleta retangular. (b) Aleta piniforme (pino). Nas aletas especificadas, Atr é uma constante e As = Px, sendo As a área da superfície medida desde a base até x e P o perímetro da aleta. Consequentemente, com dAtr/dx = 0 e dAs/dx = P, a Equação 3.66 se reduz a Para simplificar a forma dessa equação, transformamos a variável dependente definindo um excesso de temperatura θ como em que, como T∞ é uma constante, dθ/dx 5 dT/dx. Substituindo a Equação 3.68 na Equação 3.67, obtemos então na qual A Equação 3.69 é uma equação diferencial de segunda ordem, linear e homogênea, com coeficientes constantes. Sua solução geral tem a forma Através de substituição, pode-se verificar facilmente que a Equação 3.71 é de fato uma solução da Equação 3.69. Para determinar as constantes C1 e C2 da Equação 3.71, é necessário especificar condições de contorno apropriadas. Uma dessas condições pode ser especificada em termos da temperatura na base da aleta (x = 0) A segunda condição, especificada na extremidade da aleta (x = L), pode corresponder a uma entre quatro diferentes situações físicas. FIGURA 3.18 Condução e convecção em uma aleta de seção transversal uniforme. A primeira condição, Caso A, considera haver transferência de calor por convecção na extremidade da aleta. Aplicando um balanço de energia em uma superfície de controle nessa extremidade (Figura 3.18), obtemos ou Isto é, a taxa na qual a energia é transferida para o fluido por convecção na extremidade da aleta deve ser igual à taxa na qual a energia atinge a extremidade por condução através da aleta. Substituindo a Equação 3.71 nas Equações 3.72 e 3.73, obtemos, respectivamente, e Após explicitar C1 e C2, pode-se mostrar, após alguma manipulação algébrica, que A forma desta distribuição de temperaturas é mostrada esquematicamente na Figura 3.18. Note que o valor do gradiente de temperatura diminui com o aumento de x. Esta tendência é uma consequência da redução na transferência de calor por condução qx(x) com o aumento de x devido à contínua perda de calor por convecção na superfície da aleta. Estamos particularmente interessados na quantidade de calor transferida em toda a aleta. Na Figura 3.18 fica evidente que a taxa de transferência de calor na aleta qa pode ser avaliada por duas formas alternativas, ambas envolvendo o uso da distribuição de temperaturas. O procedimento mais simples, que será aqui utilizado, envolve a aplicação da lei de Fourier na base da aleta. Assim, Assim, conhecendo a distribuição de temperaturas, θ(x) , qa pode ser determinada, fornecendo Entretanto, a conservação de energia dita que a taxa na qual o calor é transferido por convecção na superfície da aleta deve ser igual à taxa condutiva através da base da aleta. Consequentemente, a formulação alternativa para qa é nas quais Aa é a área superficial total da aleta, incluindo a extremidade. A substituição da Equação 3.75 na Equação 3.78 leva à Equação 3.77. A segunda condição na extremidade, Caso B, corresponde à hipótese de que a perda de calor por convecção na extremidade da aleta é desprezível, caso no qual a extremidade pode ser tratada como adiabática e Substituindo a Equação 3.71 e dividindo por m, obtemos, então, C1emL − C2e–mL = 0 Usando esta expressão com a Equação 3.74 para determinar C1 e C2, e substituindo os resultados na Equação 3.71, obtemos Utilizando esta distribuição de temperaturas com a Equação 3.76, a taxa de transferência de calor na aleta é, então, Da mesma maneira, podemos obter a distribuição de temperaturas na aleta e a taxa de transferência de calor para o Caso C, no qual a temperatura na extremidade da aleta é especificada. Isto é, a segunda condição de contorno é θ(L) = θL e as expressões resultantes têm a forma A aleta muito longa, Caso D, é uma extensão interessante desses resultados. Em particular, com L → ∞, θL → 0 e facilmente verifica-se que Os resultados anteriores estão resumidos na Tabela 3.4. Uma tabela de funções hiperbólicas é fornecida no Apêndice B.1. TABELA 3.4 Distribuição de temperaturas e perda de calor em aletas de seção transversal uniforme EXEMPLO 3.9 Um bastão muito longo, com 5 mm de diâmetro, tem uma de suas extremidades mantida a 100°C. A superfície do bastão está exposta ao ar ambiente a 25°C, com um coeficiente de transferência de calor por convecção de 100 W/(m2 · K). 1. Determine as distribuições de temperaturas ao longo de bastões construídos em cobre puro, liga de alumínio 2024 e aço inoxidável AISI 316. Quais são as respectivas perdas de calor nos bastões? 2. Estime o comprimento que devem ter os bastões para que a hipótese de comprimento infinito forneça uma estimativa precisa para a perda de calor. SOLUÇÃO Dados: Um bastão circular longo exposto ao ar ambiente. Achar: 1. Distribuição de temperaturas e perda de calor em bastões fabricados com cobre, com uma liga de alumínio ou com aço inoxidável. 2. Comprimentos que os bastões devem ter para serem considerados com comprimento infinito. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Condições de regime estacionário. Condução unidimensional ao longo do bastão. Propriedades constantes. Troca radiante com a vizinhança desprezível. Coeficiente de transferência de calor uniforme. Bastão com comprimento infinito. Propriedades: Tabela A.1, cobre [T = (Tb + T∞)/2 = 62,5°C < 335 K]: k = 398 W/(m · K). Tabela A.1, alumínio 2024 (335 K): k = 180 W/(m · K). Tabela A.1, aço inoxidável, AISI 316 (335 K): k = 14 W/(m · K). Análise: 1. Com a hipótese de comprimento infinito da aleta, as distribuições de temperaturas são determinadas pela Equação 3.84, que pode ser escrita na forma na qual m = (hP/kAtr)1/2 = (4h/kD)1/2. Substituindo os valores de h e D, assim como as condutividades térmicas do cobre, da liga de alumínio e do aço inoxidável, respectivamente, os valores de m são 14,2; 21,2 e 75,6 m−1. As distribuições de temperaturas podem, então, ser determinadas, sendo representadas no gráfico a seguir: Nestas distribuições fica evidente que há pouca transferência de calor adicional associada à extensão do comprimento do bastão além de 50, 200 e 300 mm, respectivamente, para o aço inoxidável, a liga de alumínio e o cobre. A partir da Equação 3.85, a perda de calor é Assim, para o cobre, Analogamente, para a liga de alumínio e para o aço inoxidável, respectivamente, as taxas de transferência de calor são qa = 5,6 W e 1,6 W. 2. Como não há perda de calor na extremidade de um bastão infinitamente longo, uma estimativa da validade dessa aproximação pode ser feita pela comparação das Equa ções 3.81 e 3.85. Com uma aproximação satisfatória, as expressões fornecem resultados equivalentes se tanh mL ≥ 0,99 ou mL ≥ 2,65. Assim, um bastão pode ser considerado de comprimento infinito se Para o cobre, Os resultados para a liga de alumínio e o aço inoxidável são L∞ = 0,13 m e L∞ = 0,04 m, respectivamente. Comentários: 1. Os resultados anteriores sugerem que a taxa de transferência de calor na aleta pode ser estimada com precisão pela aproximação de aleta infinita quando mL ≥ 2,65. Entretanto, se a aproximação de aleta infinita tiver que estimar com precisão a distribuição de temperaturas T(x), um valor maior para mL seria necessário. Esse valor pode ser deduzido da Equação 3.84 e da exigência de que a temperatura na extremidade da aleta seja muito próxima da temperatura do fluido. Assim, se exigirmos que θ(L)/θb = exp(−mL) < 0,01, segue-se que mL > 4,6; o que implica em L∞ ≈ 0,33; 0,23 e 0,07 m para os bastões de cobre, de liga de alumínio e aço inoxidável, respectivamente. Esses resultados são coerentes com as distribuições representadas na parte 1. 2. Este exemplo está resolvido na Seção Avançada do IHT disponível no site da LTC Editora. 3.6.3 Desempenho de Aletas Lembre-se de que aletas são usadas para aumentar a transferência de calor em uma superfície através do aumento da área superficial efetiva. Contudo, a aleta em si representa uma resistência condutiva à transferência de calor na superfície original. Por essa razão, não existe qualquer garantia de que a taxa de transferência de calor será aumentada com o uso de aletas. Uma investigação sobre o assunto pode ser efetuada através da determinação da efetividade da aleta εa. Ela é definida como a razão entre a taxa de transferência de calor na aleta e a taxa de transferência de calor que existiria sem a presença da aleta. Consequentemente, em que Atr,b é a área da seção transversal da aleta na sua base. Em qualquer projeto razoável, o valor de εa deve ser o maior possível e, em geral, o uso de aletas será raramente justificado a não ser que εa ≥ 2. Para qualquer uma das quatro condições na extremidade que foram consideradas, a efetividade de uma aleta de área de seção transversal uniforme pode ser obtida pela divisão da expressão apropriada para qa, disponível na Tabela 3.4, por hAtr,bθb. Embora a instalação de aletas altere o coeficiente convectivo na superfície, esse efeito é geralmente desprezado. Assim, considerando o coeficiente convectivo na superfície aletada equivalente àquele na base sem aletas, tem-se que, para a aproximação de aleta infinita (Caso D), o resultado é Algumas tendências importantes podem ser inferidas a partir deste resultado. Obviamente, a efetividade da aleta é melhorada pela seleção de um material com elevada condutividade térmica. Ligas de alumínio e cobre vêm à mente. No entanto, embora o cobre seja superior do ponto de vista da condutividade térmica, as ligas de alumínio são a opção mais comum, devido aos benefícios adicionais relacionados aos menores custo e peso. A efetividade da aleta também é melhorada pelo aumento da razão entre o perímetro e a área de seção transversal. Por essa razão, o uso de aletas finas, porém com um pequeno espaçamento entre elas, é preferido, com a condição de que o espaço entre aletas não seja reduzido a um valor no qual o escoamento do fluido entre elas seja severamente prejudicado, reduzindo assim o coeficiente convectivo. A Equação 3.87 também sugere que o uso de aletas pode ser mais bem justificado sob condições nas quais o coeficiente convectivo h seja pequeno. Assim, da Tabela 1.1 fica evidente que a necessidade de aletas é maior quando o fluido é um gás em vez de um líquido e quando a transferência de calor na superfície ocorre por convecção natural. Se aletas devem ser usadas em uma superfície que separa um gás de um líquido, elas geralmente são instaladas no lado do gás, que é o lado com menor coeficiente convectivo. Um exemplo comum é a tubulação em um radiador de automóvel. As aletas são usadas na superfície externa do tubo, sobre a qual há o escoamento do ar ambiente (h pequeno), e não na superfície interna, na qual há o escoamento de água (h grande). Note que, se εa > 2 for usado como um critério para justificar a utilização de aletas, a Equação 3.87 gera uma exigência de que (kP/hAtr) > 4. A Equação 3.87 fornece um limite superior para εa, que é alcançado quando L se aproxima de infinito. Entretanto, certamente não é necessário o uso de aletas muito longas para chegar próximo ao limite máximo de melhora na taxa de transferência de calor. Como visto no Exemplo 3.9, 99% da taxa máxima possível de transferência de calor na aleta são atingidos para mL = 2,65. Assim, não faria sentido estender as aletas além de L = 2,65/m. O desempenho de aletas pode também ser quantificado em termos de uma resistência térmica. Tratando a diferença entre as temperaturas da base da aleta e do fluido como o potencial motriz, uma resistência da aleta pode ser definida como Esse resultado é extremamente útil, particularmente quando representando uma superfície aletada por um circuito térmico. Note que, de acordo com a condição na extremidade da aleta, uma expressão apropriada para qa pode ser obtida na Tabela 3.4. Dividindo a expressão para a resistência térmica convectiva na base exposta pela Equação 3.88 e substituindo a Equação 3.86, tem-se que Deste modo, a efetividade da aleta pode ser interpretada como uma razão entre resistências térmicas, e para aumentar εa é necessário reduzir a resistência condutiva/convectiva da aleta. Se a aleta for para melhorar a transferência de calor, a sua resistência não deve exceder a da base exposta. Uma outra medida do desempenho térmico de uma aleta é fornecida pela eficiência da aleta ηa. O potencial motriz máximo para a convecção é a diferença entre as temperaturas da base (x = 0) e do fluido, θb = Tb − T∞. Assim, a taxa máxima na qual uma aleta poderia dissipar energia é a taxa que existiria se toda a superfície da aleta estivesse na temperatura da base. Entretanto, como toda aleta é caracterizada por uma resistência condutiva não nula, há necessariamente um gradiente de temperatura ao longo da aleta e a condição anterior é uma idealização. Uma definição lógica da eficiência da aleta é, portanto, na qual Aa é a área superficial da aleta. Para uma aleta plana com seção transversal uniforme e extremidade adiabática, as Equações 3.81 e 3.91 fornecem De acordo com a Tabela B.1, este resultado nos indica que ηa se aproxima de seus valores máximo e mínimo, 1 e 0, respectivamente, na medida em que L se aproxima de 0 e ∞. Em vez da expressão um tanto complicada para a transferência de calor de uma aleta plana retangular com uma extremidade ativa, Equação 3.77, foi mostrado que estimativas aproximadas, porém precisas, podem ser obtidas pelo uso do resultado para uma aleta com extremidade adiabática, Equação 3.81, com um comprimento da aleta corrigido na forma Lc = L + (t/2), para uma aleta retangular, e Lc = L + (D/4), para uma aleta piniforme [14]. A correção se baseia na hipótese de equivalência entre a transferência de calor na extremidade da aleta real, com convecção na extremidade, e a transferência de calor em uma aleta hipotética, mais longa e com a extremidade adiabática. Assim, com convecção na extremidade, a taxa de transferência de calor na aleta pode ser aproximada por e a eficiência correspondente por Erros associados a esta aproximação são desprezíveis se (ht/k) ou (hD/2k) 0,0625 [15]. Se a largura de uma aleta retangular é muito maior do que sua espessura, w t, o perímetro pode ser aproximado por P = 2w e Multiplicando o numerador e o denominador por Lc1/2 e introduzindo uma área corrigida do perfil da aleta, Ap = Lct, segue-se que Assim, como mostrado nas Figuras 3.19 e 3.20, a eficiência de uma aleta retangular com convecção na extremidade pode ser representada como uma função de Lc3/2 (h/kAp)1/2. FIGURA 3.19 Eficiência de aletas planas (perfis retangular, triangular e parabólico). FIGURA 3.20 Eficiência de aletas anulares de perfil retangular. 3.6.4 Aletas com Área de Seção Transversal Não Uniforme A análise do comportamento térmico de aletas se torna mais complexa se a aleta possuir uma seção transversal não uniforme. Nestes casos, o segundo termo da Equação 3.66 tem que ser mantido e as soluções não são mais na forma de funções exponenciais simples ou funções hiperbólicas. Como um caso particular, considere a aleta anular mostrada no detalhe da Figura 3.20. Embora a espessura da aleta seja uniforme (t é independente de r), a área da seção transversal, Atr = 2πrt, varia com r. Substituindo x por r na Equação 3.66 e representando a área superficial por As = 2π(r2 − r12), a forma geral da equação da aleta se reduz a ou, com m2 ≡ 2h/kt e θ ≡ T − T∞, A expressão anterior é uma equação de Bessel modificada de ordem zero e sua solução geral tem a forma na qual I0 e K0 são funções de Bessel modificadas de ordem zero, de primeira e de segunda espécies, respectivamente. Se a temperatura na base da aleta for especificada, θ(r1) = θb, e uma extremidade adiabática for suposta, dθ/dr|r2 = 0, C1 e C2 podem ser determinadas para fornecer uma distribuição de temperaturas com a forma na qual I1(mr) = d[I0(mr)]/d(mr) e K1(mr) = −d[K0(mr) ] / d(mr) são funções de Bessel modificadas de primeira ordem, de primeira e segunda espécies, respectivamente. Tabelas das funções de Bessel são apresentadas no Apêndice B. Com a taxa de transferência de calor na aleta representada por segue-se que a partir da qual a eficiência da aleta se torna Este resultado pode ser utilizado para uma extremidade ativa (com convecção), desde que o raio da extremidade r2 seja substituído por um raio corrigido com a forma r2c = r2 + (t/2). Resultados são representados graficamente na Figura 3.20. O conhecimento da eficiência térmica de uma aleta pode ser usado para avaliar a resistência da aleta, quando, das Equações 3.88 e 3.91, tem-se que Expressões para a eficiência e para a área superficial de aletas com várias geometrias usuais estão resumidas na Tabela 3.5. Embora os resultados para as aletas com espessura ou diâmetro uniforme tenham sido obtidos com a hipótese de extremidade adiabática, os efeitos da convecção na extremidade podem ser levados em conta através do uso de um comprimento corrigido (Equações 3.94 e 3.100) ou de um raio corrigido (Equação 3.96). As aletas triangulares e parabólicas possuem espessura não uniforme, que se reduz a zero na extremidade. Expressões para a área do perfil, Ap, ou para o volume, V, de uma aleta são também fornecidas na Tabela 3.5. O volume de uma aleta plana é simplesmente o produto da sua largura pela sua área do perfil, V = wAp. TABELA 3.5 Eficiência de perfis de aletas comuns O projeto de aletas é, frequentemente, motivado por um desejo de minimizar o material da aleta e/ou os custos necessários relacionados à sua fabricação para atingir uma efetividade de resfriamento especificada. Desta maneira, uma aleta plana triangular é uma opção atrativa porque, para uma transferência de calor equivalente, requer um volume muito menor (material da aleta) do que um perfil retangular. Nesse contexto, a dissipação de calor por unidade de volume, (q/V)a, é maior para um perfil parabólico. Contudo, como (q/V)a para o perfil parabólico é apenas um pouco superior ao do perfil triangular, o seu uso pode ser justificado raramente em função do seu maior custo de fabricação. A aleta anular de perfil retangular é comumente utilizada para melhorar a transferência de calor em tubos circulares. 3.6.5 Eficiência Global da Superfície De forma distinta da eficiência da aleta ηa, que caracteriza o desempenho de uma única aleta, a eficiência global da superfície η0 caracteriza um conjunto de aletas e a superfície base na qual ele está fixado. Conjuntos representativos de aletas são mostrados na Figura 3.21, onde S designa o passo das aletas. Em cada caso, a eficiência global é definida como FIGURA 3.21 Conjuntos representativos de aletas. (a) Aletas retangulares. (b) Aletas anulares. em que qt é a taxa total de transferência de calor na área superficial At associada à área das aletas e a área exposta da base (frequentemente chamada de superfície primária). Se existirem N aletas no conjunto, cada uma com área superficial Aa, e a área da superfície primária for designada por Ab, a área superficial total será dada por A taxa máxima possível de transferência de calor ocorreria se toda a superfície da aleta, assim como a área exposta da base, fossem mantidas à temperatura Tb. A taxa total de transferência de calor por convecção nas aletas e na superfície primária (sem aletas) pode ser representada por na qual o coeficiente convectivo h é considerado equivalente para a superfície das aletas e a superfície primária, e ηa é a eficiência de uma aleta. Assim, Substituindo a Equação 3.106 na Equação 3.103, tem-se que A partir do conhecimento de η0, a Equação 3.103 pode ser usada para calcular a taxa total de transferência de calor em um conjunto de aletas. Lembrando a definição da resistência térmica da aleta, Equação 3.88, a Equação 3.103 pode ser utilizada na dedução de uma expressão para a resistência térmica de um conjunto de aletas. Isto é, na qual Rt,o é uma resistência efetiva que leva em conta as trajetórias do calor paralelas por condução/convecção nas aletas e por convecção na superfície primária. A Figura 3.22 ilustra os circuitos térmicos correspondentes às trajetórias paralelas e as suas representações em termos de uma resistência efetiva. Se as aletas forem usinadas como uma parte integrante da parede da qual elas se projetam (Figura 3.22a), não há resistência de contato em suas bases. Entretanto, é mais frequente as aletas serem fabricadas separadamente e depois fixadas à parede por meio de uma junta metalúrgica ou adesiva. Alternativamente, a fixação pode envolver uma junta de pressão, na qual as aletas são forçadas em fendas usinadas sobre o material da parede. Nestes casos (Figura 3.22b), há uma resistência térmica de contato, Rt,c, que pode influenciar negativamente o desempenho térmico global. Uma resistência efetiva para o circuito pode novamente ser obtida, onde, agora, com a resistência de contato, Mostra-se facilmente que a eficiência global da superfície correspondente é na qual Na fabricação, deve-se tomar cuidado para garantir que Rt,c Rt,a. FIGURA 3.22 Conjunto de aletas e circuitos térmicos. (a) Aletas integradas à base. (b) Aletas fixadas na base. EXEMPLO 3.10 O cilindro do pistão do motor de uma motocicleta é construído em liga de alumínio 2024-T6, tendo uma altura H = 0,15 m e um diâmetro externo D = 50 mm. Sob condições típicas de operação, a superfície externa do cilindro está a uma temperatura de 500 K e encontra-se exposta ao ar ambiente a 300 K, com um coeficiente convectivo de 50 W/(m2 · K). Aletas anulares são fundidas integralmente com o cilindro para aumentar a transferência de calor para a vizinhança. Considere cinco destas aletas, com espessura t = 6 mm, comprimento L = 20 mm e igualmente espaçadas. Qual é o aumento na taxa de transferência de calor devido ao uso das aletas? SOLUÇÃO Dados: Condições operacionais de um cilindro aletado de uma motocicleta. Achar: O aumento na transferência de calor associado ao uso das aletas. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. 5. Condições de regime estacionário. Condução unidimensional radial nas aletas. Propriedades constantes. Troca radiante com a vizinhança desprezível. Coeficiente convectivo uniforme sobre a superfície externa (com ou sem aletas). Propriedades: Tabela A.1, liga de alumínio 2024-T6 (T = 400 K): k = 186 W/(m · K). Análise: Com as aletas no lugar, a taxa de transferência de calor é dada pela Equação 3.106 na qual Aa = 2π( – ) = 2π[(0,048 m)2 − (0,025 m)2] = 0,0105 m2 e, da Equação 3.104, At = NAa + 2πr1(H − Nt) = 0,0527 m2 + 2π(0,025 m) [0,15 m − 0,03 m] = 0,0716 m2. Com r2c/r1 = 1,92, Lc = 0,023 m, Ap = 1,380 × 10−4 m2, obtemos Lc3/2 (h/kAp)1/2 = 0,15. Assim, da Figura 3.20, a eficiência da aleta é ηa ≈ 0,95. Com as aletas, a taxa total de transferência de calor é, então, Sem as aletas, a taxa de transferência de calor por convecção seria Então Comentários: 1. Embora as aletas aumentem significativamente a transferência de calor no cilindro, uma melhora considerável poderia ainda ser obtida pelo aumento do número de aletas. Avaliamos essa possibilidade calculando qt como uma função de N, primeiramente fixando a espessura das aletas em t = 6 mm e aumentando o número de aletas pela diminuição do espaçamento entre elas. Arbitrando uma distância de 2 mm entre as extremidades do cilindro e o conjunto de aletas e um espaçamento mínimo de 4 mm entre as aletas, o número máximo de aletas possível é N = H/S = 0,15 m/(0,004 + 0,006) m = 15. Os cálculos paramétricos produzem a variação de qt com N a seguir: O número de aletas também poderia ser aumentado pela redução da espessura das aletas. Se o espaçamento entre elas for fixado em (S − t) = 4 mm e os limites de fabricação exigirem uma espessura mínima da aleta de 2 mm, até N = 25 aletas poderiam ser acomodadas. Nesse caso, os cálculos paramétricos fornecem Os cálculos anteriores são baseados na suposição de que o h não é afetado pela redução no espaçamento entre as aletas. Esta hipótese é razoável na medida em que não haja interação entre as camadas limite que se desenvolvem sobre as superfícies de aletas adjacentes. Note que, como NAa 2πr1(H − Nt) para as condições especificadas, qt aumenta quase que linearmente com o aumento de N. 2. A opção Models/Extended Surfaces na seção Advanced do IHT, disponível no site da LTC Editora, fornece modelos prontos para o uso de aletas planas, pinos e aletas anulares, bem como para conjuntos de aletas. Os modelos incluem as relações da eficiência das Figuras 3.19 e 3.20, e da Tabela 3.5. EXEMPLO 3.11 No Exemplo 1.5, vimos que para gerar uma potência elétrica de P = 9 W, a temperatura da célula a combustível MTP tinha que ser mantida a Tc ≈ 56,4°C, com uma retirada de 11,25 W requerida da célula a combustível e uma velocidade do ar de resfriamento de V = 9,4 m/s para T∞ = 25°C. Para fornecer estas condições convectivas, a célula a combustível é colocada no centro de um duto retangular, com 50 mm × 26 mm, com espaços de 10 mm entre o exterior da célula a combustível, com dimensões 50 mm × 50 mm × 6 mm, e as paredes superior e inferior do duto, que são termicamente isoladas. Um pequeno ventilador, alimentado pela célula a combustível, é usado para circular o ar de resfriamento. Uma olhada nos dados de um certo vendedor de ventiladores sugere que a razão entre o consumo de potência do ventilador e a vazão volumétrica por ele fornecida é Pv / v = C = 1000 W/(m3/s) na faixa de 10−4 ≤ v ≤ 10−2 m3/s. 1. Determine a potência elétrica líquida produzida pelo sistema célula a combustível–ventilador, Plíq = P − Pv . 2. Analise o efeito de colocar um dissipador de calor aletado de alumínio (k = 200 W/(m · K)), idêntico nas partes superior e inferior, sobre o corpo da célula a combustível. As juntas de contato têm uma resistência térmica de = 10−3 m2 · K/W e a base do dissipador de calor tem espessura de tb = 2 mm. Cada uma das N aletas retangulares tem comprimento La = 8 mm e espessura de ta = 1 mm, e o dispositivo cobre todo o comprimento da célula a combustível, Lc = 50 mm. Com o dissipador de calor no lugar, perdas por radiação são desprezíveis e o coeficiente de transferência de calor por convecção pode ser relacionado ao tamanho e à geometria de um canal de ar típico por uma expressão com a forma h = 1,78 kar(La + a)/(La · a), em que a é a distância entre as aletas. Desenhe um circuito térmico equivalente para a parte 2 e determine o número total de aletas necessário para reduzir o consumo de potência no ventilador à metade do valor encontrado na parte 1. SOLUÇÃO Dados: Dimensões de uma célula a combustível e de um dissipador de calor aletado, temperatura de operação da célula a combustível, taxa de geração de energia térmica e produção de potência. Relação entre o consumo de potência de um ventilador de resfriamento e a vazão volumétrica fornecida pelo ventilador. Relação entre o coeficiente convectivo e as dimensões do canal de ar. Achar: 1. A potência líquida produzida pelo sistema célula a combustível–ventilador sem a presença do dissipador de calor. 2. O número de aletas necessário para reduzir em 50% o consumo de potência no ventilador encontrado na parte 1. Esquema: Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. Transferência de calor desprezível nas extremidades da célula a combustível, assim como nas faces frontal e traseira do dissipador de calor aletado. 3. Transferência de calor unidimensional através do dissipador de calor. 4. Extremidade das aletas adiabática. 5. Propriedades constantes. 6. Radiação desprezível quando o dissipador de calor é usado. Propriedades: Tabela A.4, ar ( = 300 K): kar = 0,0263 W/(m · K), cp = 1007 J/(kg · K), ρ = 1,1614 kg/m3. Análise: 1. A vazão volumétrica do ar de resfriamento é v = VAc, em que Ac = W(H − tc) é a área transversal da região do escoamento entre as paredes do duto e a célula a combustível sem aletas. Consequentemente, e Com este arranjo, o ventilador consome mais potência do que é gerada na célula a combustível e o sistema não pode produzir potência líquida. 2. Para reduzir o consumo de potência no ventilador em 50%, a vazão volumétrica de ar deve ser reduzida para v = 4,7 × 10−3 m3/s. O circuito térmico inclui resistências da junta de contato, da condução através da base do dissipador de calor aletado e resistências na base exposta do lado aletado do dissipador de calor, assim como das aletas. As resistências térmicas da junta de contato e da base são e em que os fatores iguais a 2 levam em conta os dois lados do dissipador de calor. Na parte de sua base exposta ao ar de resfriamento, a resistência térmica é que não pode ser avaliada até que o número total de aletas nos dois lados, N, e o h sejam determinados. Para uma única aleta, Rt,a = θb/qa, na qual, da Tabela 3.4 para uma aleta com a extremidade isolada, Rt,a = (hPkAtr)−1/2/tanh(mLa). No nosso caso, P = 2(Lc + ta) = 2 × (0,05 m + 0,001 m) = 0,102 m, Atr = Ltrta = 0,05 m × 0,001 m = 0,00005 m2, e Assim, e para N aletas, Rt,f(N) = Rt,a/N. Da mesma forma que para Rt,b, Rt,a não pode ser calculada até que h e N sejam determinados. Também, h depende de a, a distância entre aletas, que por sua vez depende de N, de acordo com a expressão a = (2Wc − Nta)/N = (2 × 0,05 m − N × 0,001 m)/N. Desta forma, a especificação d e N possibilitará o cálculo de todas as resistências. Da rede de resistências térmicas, a resistência térmica total é Rtot = Rt,c + Rt,base + Requiv, sendo Requiv = [R−1t,b + R−1t,f(N)]−1. A resistência equivalente das aletas, Requiv, correspondente à temperatura desejada da célula a combustível é encontrada a partir da expressão em que, Para N = 22, são obtidos os valores a seguir dos vários parâmetros: a = 0,0035 m, h 5 19,1 W/(m2 · K), m = 13,9 m−1, Rt,f(N) = 2,94 K/W, Rt,b = 13,5 K/W, Requiv = 2,41 K/W e Rtot = 2,61 K/W, resultando em uma temperatura da célula a combustível de 54,4°C. As temperaturas da célula a combustível associadas a N = 20 e N = 24 são Tc = 58,9°C e 50,7°C, respectivamente. A temperatura real da célula a combustível está mais próxima do valor desejado quando N = 22. Consequentemente, um total de 22 aletas, 11 na superfície superior e 11 na inferior, deve ser especificado, resultando em Comentários: 1. O desempenho do sistema célula a combustível–ventilador é melhorado significativamente pela combinação da célula com o dissipador aletado. Um bom gerenciamento térmico pode transformar uma proposta impraticável em um conceito viável. 2. A temperatura do ar de resfriamento aumenta na medida em que calor é transferido da célula a combustível. A temperatura do ar que deixa o dissipador aletado pode ser calculada através de um balanço de energia global no escoamento de ar, que fornece: Tsai = Tent + q/(ρcp v ). Para a parte 1, Tsai = 25°C + 10,28 W/(1,1614 kg/m3 × 1007 J/(kg · K) × 9,4 × 10−3 m3/s) = 25,9°C. Para a parte 2, a temperatura de saída do ar é Tsai = 27,0°C. Desta maneira, a temperatura de operação da célula a combustível será ligeiramente superior do que o previsto com a suposição de que a temperatura do ar de resfriamento é constante e igual a 25°C, e estará mais próxima do valor desejado. 3. Para as condições da parte 2, o coeficiente de transferência de calor por convecção não varia com a velocidade do ar. A não sensibilidade do valor de h em relação à velocidade do fluido ocorre frequentemente em casos nos quais o escoamento é confinado em passagens com pequena área de seção transversal, como será discutido em detalhes no Capítulo 8. A influência das aletas no aumento ou redução do valor de h em relação ao valor da superfície sem aletas deve ser levada em conta em aplicações críticas. 4. Uma análise mais detalhada do sistema envolveria a previsão da queda de pressão associada ao escoamento de ar induzido pelo ventilador através dos espaços entre as aletas. 5. A hipótese de extremidade da aleta adiabática é válida, pois a parede de duto é isolada termicamente. 3.7 A Equação do Calor-Bio O tópico transferência de calor no interior do corpo humano tem ganho importância crescente na medida em que novos tratamentos médicos, que envolvem temperaturas extremas [16], são desenvolvidos, e nós exploramos ambientes mais adversos, como o Ártico, o ambiente submarino e o espaço. Há dois principais fenômenos que tornam a transferência de calor em tecidos vivos mais complexa do que nos materiais de engenharia: geração de calor metabólica e a troca de energia térmica entre o sangue em escoamento e o tecido circundante. Pennes [17] introduziu uma modificação na equação do calor, atualmente conhecida como equação de Pennes ou equação do calor-bio, para levar em conta estes efeitos. Sabe-se que a equação do calor-bio tem limitações, mas ela continua sendo uma ferramenta útil para o entendimento da transferência de calor em tecidos vivos. Nesta seção, apresentamos uma versão simplificada da equação do calor-bio para o caso de transferência de calor unidimensional em regime estacionário. A geração de calor metabólica e a troca de energia térmica com o sangue podem ser vistas como efeitos de geração de energia térmica. Consequentemente, podemos reescrever a Equação 3.44 para levar em conta estas duas fontes de calor na forma na qual m e p são os termos de fonte de calor metabólica e em função da perfusão, respectivamente. O termo da perfusão representa a troca de energia entre o sangue e o tecido e é uma fonte ou um sumidouro de energia em função da transferência de calor ocorrer do sangue ou para o sangue, respectivamente. A condutividade térmica foi considerada constante ao se escrever a Equação 3.111. Pennes propôs uma expressão para o termo da perfusão supondo que, no interior de qualquer pequeno volume de tecido, o sangue que escoa nos pequenos capilares entra com a temperatura arterial, Ta, e sai com a temperatura do tecido local, T. A taxa na qual o calor é ganho pelo tecido é a taxa na qual o calor é perdido pelo sangue. Sendo a taxa de perfusão ω (m3/s de escoamento volumétrico de sangue por m3 de tecido), a perda de calor do sangue pode ser calculada pela Equação 1.12e, ou, com base em uma unidade de volume, na qual ρs e cs são a massa específica e o calor específico do sangue, respectivamente. Note que ωρs é a vazão mássica de sangue por unidade de volume do tecido. Substituindo a Equação 3.112 na Equação 3.111, encontramos Usando nossa experiência com superfícies estendidas, é conveniente definir um excesso de temperatura na forma θ ≡ T − Ta − m / (ωρscs). Então, se considerarmos Ta, m, ω e as propriedades do sangue constantes, a Equação 3.113 pode ser reescrita como na qual = ωρscs/k. Essa equação é idêntica, na forma, à Equação 3.69. Dependendo da forma das condições de contorno, pode ser possível o uso dos resultados da Tabela 3.4 para estimar a distribuição de temperaturas no interior do tecido vivo. EXEMPLO 3.12 No Exemplo 1.7, a temperatura na superfície interna da camada pele/gordura foi informada igual a 35°C. Na realidade, essa temperatura depende das condições de transferência de calor existentes, incluindo fenômenos que ocorrem mais para o interior do corpo. Considere uma região de músculo com uma camada pele/gordura sobre ela. Em uma profundidade Lm = 30 mm no interior do músculo, a temperatura pode ser considerada igual à temperatura corporal Tc = 37°C. A condutividade térmica do músculo é km = 0,5 W/(m · K). A taxa de geração de calor metabólica no interior do músculo é m = 700 W/m3. A taxa de perfusão é ω = 0,0005 s−1; a massa específica e o calor específico do sangue são ρs = 1000 kg/m3 e cs = 3600 J/(kg · K), respectivamente, e a temperatura do sangue arterial, Ta, é a mesma da temperatura corporal. A espessura, a emissividade e a condutividade térmica da camada pele/gordura são as mesmas que foram informadas no Exemplo 1.7; a geração de calor metabólica e a perfusão nessa camada podem ser desprezadas. Desejamos prever a taxa de perda de calor do corpo e a temperatura na superfície interna da camada pele/gordura para o corpo no ar e na água, como no Exemplo 1.7. SOLUÇÃO Dados: Dimensões e condutividades térmicas de uma camada de músculo e de uma camada de pele/gordura. Emissividade da pele e área superficial. Taxa de geração de calor metabólica e taxa de perfusão no interior da camada de músculo. Temperaturas corporal e arterial. Massa específica e calor específico do sangue. Condições ambientais. Achar: Taxa de perda de calor do corpo e temperatura na superfície interna da camada pele/gordura. Esquema: Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. Transferência de calor unidimensional através das camadas de músculo e pele/gordura. 3. Taxa de geração de calor metabólica, taxa de perfusão, temperatura arterial, propriedades do sangue e condutividades térmicas uniformes. 4. Coeficiente de transferência de calor por radiação conhecido do Exemplo 1.7. 5. Irradiação solar desprezível. Análise: Combinaremos uma análise da camada de músculo com o tratamento da transferência de calor através da camada pele/gordura e para o ambiente. A taxa de transferência de calor através da camada pele/gordura e para o ambiente pode ser representada em termos de uma resistência total, Rtot , como Como no Exemplo 3.1 e para a exposição da pele ao ar, Rtot responde pela condução através da camada pele/gordura em série com a transferência de calor por convecção e por radiação, que estão em paralelo. Assim, Usando os valores do Exemplo 1.7 para o ar, Para a água, com hr = 0 e h = 200 W/(m2 · K), Rtot = 0,0083 K/W. A transferência de calor na camada de músculo é governada pela Equação 3.114. As condições de contorno são especificadas em termos das temperaturas, Tc e Ti, sendo Ti até agora desconhecida. Em termos do excesso de temperatura θ, as condições de contorno são, então, Como temos duas condições de contorno envolvendo temperaturas especificadas, a solução para θ é dada pelo caso C da Tabela 3.4, O valor de qa dado na Tabela 3.4 corresponderia à taxa de transferência de calor em x = 0, mas isso não é o nosso interesse. Nós procuramos a taxa na qual o calor deixa o músculo e entra na camada pele/gordura, de modo que possamos igualar esta grandeza à taxa na qual o calor é transferido através da camada pele/gordura e para o ambiente. Consequentemente, calculamos a taxa de transferência de calor em x = Lm como Combinando as Equações 1 e 2, obtemos Essa expressão pode ser explicitada em Ti, lembrando que Ti também aparece em θi. na qual e O excesso de temperatura pode ser representado em kelvins ou em graus Celsius, pois ele é uma diferença de temperaturas. Desta maneira, para o ar: Este resultado coincide bem com o valor de 35°C que foi suposto no Exemplo 1.7. A seguir, podemos determinar a taxa de perda de calor: Novamente há uma boa concordância com os resultados prévios. Repetindo o cálculo para a água, encontramos Aqui o resultado do Exemplo 1.7 não foi preciso porque ele considerou incorretamente que a parte interna da camada pele/ gordura estaria a 35°C. Além disto, a temperatura da pele nesse caso seria de somente 25,4°C, com base neste cálculo mais completo. Comentários: 1. Na realidade, nossos corpos se ajustam de várias formas ao ambiente térmico. Por exemplo, se estivermos com muito frio, tremeremos, o que aumenta a nossa taxa de geração de calor metabólica. Se estivermos com muito calor, a taxa de perfusão próxima à superfície da pele irá aumentar, aumentando localmente a temperatura da pele para aumentar a perda de calor para o ambiente. 2. A medida da condutividade térmica verdadeira de tecidos vivos é um grande desafio, em primeiro lugar em função da necessidade de fazer medidas invasivas em um ser vivo e em segundo lugar porque é difícil separar experimentalmente os efeitos da condução de calor dos efeitos da perfusão. É mais fácil medir uma condutividade térmica efetiva que levaria em conta as contribuições combinadas da condução e da perfusão. Contudo, esse valor efetivo da condutividade depende necessariamente da taxa de perfusão, que por sua vez varia com o ambiente térmico e com as condições físicas do indivíduo. 3. Os cálculos podem ser repetidos para uma faixa de valores da taxa de perfusão e a dependência da taxa de perda de calor com a taxa de perfusão é ilustrada a seguir. O efeito é mais forte para o caso da água como ambiente, porque a temperatura do músculo é menor e consequentemente o efeito da perfusão do sangue arterial quente é mais pronunciado. 3.8 Geração de Potência Termoelétrica Como observado na Seção 1.6, aproximadamente 60% da energia consumida no mundo é rejeitada na forma de calor residual. Como tal, existe uma oportunidade de colher esta corrente de energia e converter parte dela em potência útil. Uma abordagem envolve a geração de potência termoelétrica, que opera baseada em um princípio fundamental chamado de efeito Seebeck, que enuncia que quando um gradiente de temperatura é estabelecido no interior de um material, um gradiente de voltagem correspondente é induzido. O coeficiente de Seebeck S é uma propriedade do material representando a proporcionalidade entre gradientes de voltagem e temperatura e, portanto, tem unidades de volts/K. Em um material com propriedade constante no qual há condução unidimensional, como ilustrado na Figura 3.23a, FIGURA 3.23 Fenômenos termoelétricos. (a) O efeito Seebeck. (b) Um circuito termoelétrico simplificado constituído por um par (N = 1) de pellets semicondutores. Materiais condutores elétricos podem exibir valores negativos ou positivos do coeficiente de Seebeck, dependendo de como ele dispersa elétrons. O coeficiente de Seebeck é muito pequeno em metais, mas pode ser relativamente grande em alguns materiais semicondutores. Se o material da Figura 3.23a estiver instalado em um circuito elétrico, a diferença de voltagens induzida pelo efeito Seebeck po de fazer aparecer uma corrente elétrica I e potência elétri ca po de ser gerada a partir de calor rejeitado que induza uma diferença de temperaturas ao longo do material. Um circuito termoelétrico simplificado, constituído por dois pellets de material semicondutor, é mostrado na Figura 3.23b. Misturando diminutas quantidades de um elemento secundário no material dos pellets, o sentido da corrente induzida pelo efeito Seebeck pode ser manipulado. Os semicondutores tipo-p e -n resultantes, que são caracterizados por coeficientes de Seebeck positivos e negativos, respectivamente, podem ser arrumados como mostrado na figura. Calor é fornecido no topo do dispositivo e perdido pela base e finos condutores metálicos conectam os semicondutores a uma carga externa representada por uma resistência elétrica, Re,carga. No final das contas, a quantidade de potência elétrica que é produzida é governada pelas taxas de transferência de calor entrando e saindo do par de pellets semicondutores mostrados na Figura 3.23b. Além de induzir uma corrente elétrica I, efeitos termoelétricos também induzem a geração ou absorção de calor na interface entre dois materiais diferentes. Este fenômeno de fonte ou sumidouro de calor é conhecido como efeito Peltier, e a quantidade de calor absorvida qP está relacionada aos coeficientes de Seebeck dos materiais adjacentes por uma equação com a forma na qual os coeficientes de Seebeck individuais, Sp e Sn, correspondem aos semicondutores tipo-p e tipo-n, e o coeficiente de Seebeck diferencial é Sp-n ≡ Sp − Sn. Na Equação 3.116 a temperatura é expressa em kelvins. A absorção de calor é positiva (geração é negativa) quando a corrente elétrica escoa do semicondutor tipon para o tipo-p. Consequentemente, na Figura 3.23b, a absorção de calor em função do efeito Peltier ocorre na interface quente entre os pellets semicondutores e o fino condutor metálico superior, enquanto a geração de calor em função do efeito Peltier ocorre na interface fria entre os pellets e o condutor inferior. Quando T1 > T2, as taxas de transferência de calor para e a partir do dispositivo, q1 e q2, respectivamente, podem ser determinadas através da solução da forma apropriada da equação da energia. A análise da condução unidimensional, em regime estacionário, no interior do arranjo da Figura 3.23b é feita como a seguir. Admitindo que os finos condutores metálicos têm condutividades térmica e elétrica relativamente altas, a dissipação ôhmica ocorre exclusivamente no interior dos pellets semicondutores, cada um com uma área de seção transversal Atr. As resistências térmicas dos condutores metálicos são consideradas desprezíveis, assim como a transferência de calor em qualquer gás retido entre os pellets semicondutores. Reconhecendo que a resistência elétrica de cada um dos dois pellets pode ser representada por Re,s = ρe,s(2L)/Atr, em que ρe,s é a resistividade elétrica do material semicondutor, a Equação 3.43 pode ser usada para determinar a taxa volumétrica de geração uniforme no interior de cada pellet Considerando resistências de contato desprezíveis e propriedades termofísicas idênticas e uniformes em cada um dos dois pellets (com a exceção sendo Sp = −Sn), a Equação C.7 pode ser usada para escrever expressões para a condução térmica saindo e entrando no material semicondutor O fator 2 fora dos colchetes leva em conta a transferência de calor nos dois pellets e, como evidente, q(x = L) > q(x = −L). Em função do efeito Peltier, q1 e q2 não são iguais às taxas de transferência de calor para dentro e saindo dos pellets como representadas nas Equações 3.118a,b. Incorporando a Equação 3.116 em um balanço de energia em uma superfície de controle envolvendo a interface entre o fino condutor metálico e o material semicondutor em x = −L, tem-se Analogamente, em x = L, Combinando as Equações 3.118b e 3.119, obtém-se Analogamente, combinando as Equações 3.118a e 3.120, obtém-se A partir de um balanço de energia global no dispositivo termoelétrico, a potência elétrica produzida pelo efeito Seebeck é Substituindo as Equações 3.121 e 3.122 nesta expressão, tem-se sendo Re,tot = 2Re,s. A diferença de voltagens induzida pelo efeito Seebeck é relativamente pequena para um único par de pellets semicondutores. Para amplificar a diferença de voltagens, módulos termoelétricos são fabricados, como mostrado na Figura 3.24a, nos quais N 1 pares de pellets semicondutores são ligados em série. Finas camadas de material dielétrico, usualmente uma cerâmica, emolduram os módulos para garantir rigidez estrutural e isolamento elétrico da vizinhança. Considerando as resistências térmicas das finas camadas de cerâmica desprezíveis, q1, q2 e a potência elétrica total do módulo, PN, podem ser escritas através de modificações nas Equações 3.121, 3.122, 3.124 nas formas nas quais Sp-n,ef = NSp-n e Re,ef = NRe,s são o coeficiente de Seebeck efetivo e a resistência elétrica interna total do módulo, respectivamente, enquanto Rt,cond,mod = L/(NAtrks) é a resistência condutiva associada à matriz de módulos semicondutores pn. Um circuito térmico equivalente para um módulo termoelétrico aquecido e resfriado por convecção é mostrado na Figura 3.24b. Se o aquecimento ou resfriamento for aplicado por radiação ou condução, a rede de resistências externas à parcela do módulo termoelétrico do circuito deveria ser apropriadamente modificada. FIGURA 3.24 Módulo termoelétrico. (a) Seção transversal de um módulo constituído por N pares semicondutores. (b) Circuito térmico equivalente para um módulo aquecido e resfriado por convecção. Retornando a um único circuito termoelétrico, como na Figura 3.23b, a eficiência é definida como ηTE ≡ P/q1. Das Equações 3.121 e 3.124 pode ser visto que a eficiência depende da corrente elétrica de uma forma complexa. Entretanto, a eficiência pode ser maximizada ajustando-se a corrente através de variações na resistência da carga. A eficiência máxima resultante é dada por [18] sendo = (T1 + T2) / 2, S ≡ Sp = −Sn, e Como a eficiência aumenta com o aumento de ZT, ZT pode ser visto como um índice de mérito adimensional associado à geração termoelétrica [19]. Na medida em que ZT → ∞, ηTE → (1 − T2/T1) = (1 − Tf/Tq) ≡ ηC, em que ηC é a eficiência de Carnot. Como discutido na Seção 1.3.2, a eficiência de Carnot e, por sua vez, a eficiência termoelétrica não podem ser determinadas até que as temperaturas quente e fria apropriadas sejam calculadas a partir de uma análise de transferência de calor. Como ZT é definido em termos de condutividades térmicas e elétricas interrelacionadas, muitas pesquisas estão sendo conduzidas para obter sob medida as propriedades dos pellets semi-condutores, principalmente através da manipulação da nanoestrutura do material de modo a controlar independentemente o movimento de fônons e elétrons e, desta forma, as condutividades térmica e elétrica do material. No presente, valores de ZT aproximadamente iguais a unidade na temperatura ambiente são facilmente obtidos. Finalmente, observamos que os módulos termoelétricos podem ser operados na direção inversa; o fornecimento de potência elétrica para o módulo permite o controle das taxas de transferência de calor para ou a partir das superfícies externas da cerâmica. Tais refrigeradores termoelétricos ou aquecedores termoelétricos são usados em uma ampla variedade de aplicações. Uma discussão completa da modelagem da transferência de calor, unidimensional e em regime estacionário, associada a módulos termoelétricos de aquecimento e resfriamento está disponível na literatura [20]. EXEMPLO 3.13 Um conjunto de M = 48 módulos termoelétricos está instalado na exaustão de um carro esporte. Cada módulo tem um coeficiente de Seebeck efetivo de Sp-n,ef = 0,1435 V/K, e uma resistência elétrica interna de Re,ef = 4Ω. Além disto, cada módulo tem comprimento e largura W = 54 mm e contém N = 100 pares de pellets semicondutores. Cada pellet tem um comprimento global 2L = 5 mm e uma área transversal Atr = 1,2 × 10−5 m2, e é caracterizado por uma condutividade térmica ks = 1,2 W/(m · K). O lado quente de cada módulo é exposto aos gases de exaustão a T∞,1 = 550°C, com h1 = 40 W/(m2 · K), enquanto o lado oposto de cada módulo é resfriado por água pressurizada a T∞,2 = 105°C, com h2 = 500 W/(m2 · K). Estando os módulos ligados em série e a resistência da carga Re,carga = 400, qual é a potência elétrica obtida a partir dos gases de exaustão quentes? SOLUÇÃO Dados: Propriedades e dimensões dos módulos termoelétricos, número de pares de semicondutores em cada módulo, e número de módulos no conjunto. Temperaturas dos gases de exaustão e da água pressurizada, assim como os coeficientes de transferência de calor por convecção nas superfícies quente e fria dos módulos. Os módulos estão ligados em série e a resistência elétrica da carga é conhecida. Achar: Potência produzida pelo conjunto de módulos. Esquema: Considerações: Condições de regime estacionário Transferência de calor unidimensional. Propriedades constantes. Resistências de contato elétricas e térmicas desprezíveis. Troca por radiação desprezível e transferência de calor no gás dentro dos módulos desprezível. 6. Resistência condutiva desprezível nos contatos metálicos e nos isolantes cerâmicos dos módulos. 1. 2. 3. 4. 5. Análise: Começamos pela análise de um único módulo. A resistência condutiva em cada conjunto de semicondutores nos módulos é Da Equação 3.125, enquanto da Equação 3.126, Na superfície quente, a lei do resfriamento de Newton pode ser escrita na forma enquanto na superfície fria, Quatro equações foram escritas que incluem cinco incógnitas, q1, q2, T1, T2 e I. Uma equação adicional é obtida a partir do circuito elétrico. Com os módulos ligados em série, a potência elétrica total produzida pelos M = 48 módulos é igual à potência elétrica dissipada na resistência que representa a carga. A Equação 3.127 fornece Como a potência elétrica produzida pelo módulo termoelétrico é dissipada na carga, tem-se que Equações de 1 a 6 podem ser resolvidas simultaneamente, fornecendo Ptot = 46,9 W. Comentários: 1. As Equações de 1 a 5 podem ser escritas diretamente através da observação do circuito térmico da Figura 3.24b. 2. As temperaturas das superfícies dos módulos são T1 = 173°C e T2 = 134°C, respectivamente. Se estas temperaturas fossem especificadas no enunciado do problema, a potência elétrica poderia ser obtida diretamente das Equações 5 e 6. Entretanto, em qualquer projeto prático de um gerador termoelétrico, uma análise da transferência de calor tem que ser efetuada para determinar a potência gerada. 3. A geração de potência é muito sensível em relação às resistências à transferência de calor por convecção. Para h1 = h2 → ∞, Ptot = 5900 W. Para reduzir a resistência térmica entre o módulo e as correntes dos fluidos, dissipadores de calor aletados são frequentemente usados para aumentar a diferença de temperaturas através dos módulos e, desta forma, aumentar a sua produção de potência. Um bom projeto e um bom gerenciamento térmico são cruciais na maximização da geração de potência. 4. A recuperação de energia térmica contida na descarga com geradores termoelétricos pode eliminar a necessidade de um alternador, resultando no aumento na potência líquida produzida por um motor, em uma redução no peso do automóvel e em um aumento na relação distância/consumo de até 10%. 5. Módulos termoelétricos, operando no modo aquecimento, podem ser embutidos em assentos de carros e alimentados por coletores termoelétricos na descarga, reduzindo os custos energéticos associados ao aquecimento da cabine do carro. Os módulos no assento podem também ser operados no modo resfriamento, potencialmente eliminando a necessidade de condicionadores de ar com base em compressão de vapor. Refrigerantes comuns, como o R134a, que são gases que causam o efeito estufa, são eliminados na atmosfera pelo vazamento através de selos e conexões, e despejados em quantidades maiores em colisões. A substituição em automóveis de condicionadores de ar com base na compressão de vapor por assentos termoelétricos refrigeradores personalizados pode eliminar o equivalente ao despejo de 45 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera a cada ano somente nos Estados Unidos. 3.9 Condução em Micro e Nano Escalas Concluímos a discussão da condução unidimensional, em regime estacionário, considerando situações nas quais as dimensões físicas são da ordem de grandeza, ou menores, do que o livre percurso médio dos transportadores de energia. Este fato causa efeitos potencialmente importantes de nano ou microescalas. 3.9.1 Condução Através de Finas Camadas de Gás A Figura 3.25 mostra trajetórias instantâneas de moléculas de um gás entre duas superfícies sólidas, isotérmicas, separadas por uma distância L. Como discutido na Seção 1.2.1, mesmo na ausência de movimentação global do fluido, moléculas colidem continuamente nas duas fronteiras sólidas, que são mantidas a temperaturas uniformes Ts,1 e Ts,2, respectivamente. As moléculas também colidem entre si, trocando energia no interior do meio gasoso. Quando a espessura da camada gasosa é grande, L = L1 (Figura 3.25a), uma molécula do gás irá colidir com mais frequência com outras moléculas do gás em comparação com suas colisões nas fronteiras sólidas. Alternativamente, em uma camada de gás muito fina, L = L2 L1 (Figura 3.25b), a probabilidade de uma molécula bater em qualquer das fronteiras sólidas é maior em relação à probabilidade dela colidir com outra molécula. O conteúdo energético de uma molécula de gás está associado às suas energias cinéticas translacional, rotacional e vibracional. É esta energia cinética em escala molecular que acaba definindo a temperatura do gás e as colisões entre moléculas individuais determinam o valor da condutividade térmica, como discutido na Seção 2.2.1. Entretanto, a maneira na qual uma molécula de gás é refletida ou espalhada nas paredes sólidas também afeta seu nível de energia cinética e, por sua vez, a sua temperatura. Deste modo, colisões parede–molécula podem se tornar importantes na determinação da taxa de transferência de calor, qx, na medida em que L/λlpm se torna pequeno. A colisão de uma molécula com uma parede sólida e o subsequente espalhamento podem ser descritos por um coeficiente de acomodação térmica, αt, em que Ti é a temperatura efetiva da molécula imediatamente antes de bater na superfície sólida, Tesp é a temperatura da molécula logo após ser espalhada ou refletida pela superfície, e Ts é a temperatura da superfície. Quando a temperatura da molécula espalhada é idêntica à temperatura da parede, αt = 1. Alternativamente, se Tesp = Ti, a energia cinética da molécula e a temperatura não são afetadas pela colisão com a parede e αt = 0. FIGURA 3.25 Trajetórias de moléculas em (a) uma camada de gás relativamente espessa e (b) uma camada de gás relativamente fina. Moléculas colidem entre si e nas duas paredes sólidas. Na condução unidimensional em um gás ideal contido entre duas superfícies mantidas a temperaturas Ts,1 e Ts,2 < Ts,1, a taxa de transferência de calor através da camada de gás pode ser representada por [21] na qual, no nível molecular, as resistências térmicas estão associadas às colisões molécula-molécula e molécula-superfície Na expressão anterior, γ ≡ cp/cv é a razão dos calores específicos do gás ideal. Os dois sólidos são considerados serem constituídos pelo mesmo material com valores iguais de αt, e a diferença de temperaturas é suposta ser pequena em relação à parede fria, (Ts,1 − Ts,2)/Ts,2 1. As Equações 3.132a,b podem ser combinadas para fornecerem da qual fica evidente que Rt,m−s pode ser desprezada se L/λlpm for grande e αt ≠ 0. Neste caso, a Equação 3.131 se reduz a Equação 3.6. Entretanto, Rt,m−s pode ser significativa se L/λlpm for pequena. Da Equação 2.11, o livre percurso médio aumenta com a diminuição da pressão do gás. Assim, Rt,m−s aumenta com a diminuição da pressão do gás e a taxa de transferência de calor pode ser dependente da pressão quando L/λlpm for pequena. Valores de αt para combinações específicas gás– superfícies variam de 0,87 a 0,97 para ar–alumínio e ar–aço, mas podem ser menores do que 0,02 quando hélio inte rage com superfícies metálicas limpas [21]. As Equações 3.131 e 3.132a,b podem ser usadas em situações nas quais L/λlpm 0,1. Para o ar na pressão atmosférica, isto corresponde a L 10 nm. 3.9.2 Condução Através de Finos Filmes Sólidos A condução unidimensional através ou ao longo de finos filmes sólidos foi discutida na Seção 2.2.1 em termos das condutividades térmicas kx e ky. A taxa de transferência de calor através de um fino filme sólido pode ser aproximada pela combinação da Equação 2.9a com a Equação 3.5, que fornece Quando L/λlpm é grande, a Equação 3.133 se reduz à Equação 3.4. Muitas expressões alternativas para kx estão disponíveis e são discutidas na literatura [21]. 3.10 Resumo Apesar da simplicidade matemática intrínseca, a transferência de calor unidimensional, em regime estacionário, ocorre em numerosas aplicações de engenharia. Embora as condições unidimensionais, em regime estacionário, possam não representar fielmente a realidade, com frequência estas hipóteses podem ser feitas para a obtenção de resultados de razoável precisão. Portanto, você deve estar totalmente familiarizado com os métodos utilizados na solução desses problemas. Em particular, você deve se sentir confortável ao usar os circuitos térmicos equivalentes e as expressões para as resistências térmicas condutivas nas três geometrias usuais. Você deve, também, estar familiarizado de como a equação do calor e a lei de Fourier podem ser usadas na obtenção de distribuições de temperaturas e dos fluxos correspondentes. As implicações da presença de uma fonte de energia internamente distribuída também devem estar compreendidas com clareza. Além disto, você deve valorizar o papel importante que as superfícies estendidas podem desempenhar no projeto de sistemas térmicos e deve ter capacidade de efetuar projetos e cálculos de desempenho em tais superfícies. Finalmente, você deve entender como os conceitos anteriores podem ser aplicados na análise da transferência de calor no corpo humano, na geração termoelétrica de potência e na condução em escalas micro e nano. Você pode testar o seu entendimento dos principais conceitos deste capítulo ao responder às questões a seguir. • Sob quais condições pode ser dito que o fluxo térmico é uma constante, independente da direção do escoamento do calor? Para cada uma destas condições, use argumentos físicos para se convencer de que o fluxo térmico não seria independente da direção se a condição não fosse satisfeita. • Para a condução unidimensional, em regime estacionário, em uma casca cilíndrica ou esférica, sem geração de calor, o fluxo de calor radial é independente do raio? A taxa de transferência de calor radial é independente do raio? • Para a condução unidimensional, em regime estacionário, sem geração de calor, qual é a forma da distribuição de temperaturas em uma parede plana? E em uma casca cilíndrica? E em uma casca esférica? • O que é a resistência térmica? Como ela é definida? Quais são suas unidades? • Para a condução através de uma parede plana, você pode escrever de cabeça a expressão da resistência térmica? Analogamente, você pode escrever expressões para a resistência térmica associada à condução através de cascas cilíndricas e esféricas? De memória, você pode escrever expressões para as resistências térmicas associadas à convecção em uma superfície e à troca líquida de radiação entre a superfície e uma grande vizinhança? • Qual é a base física para a existência de um raio crítico de isolante? Como a condutividade térmica e o coeficiente convectivo afetam o seu valor? • Como a resistência condutiva de um sólido é afetada pela sua condutividade térmica? Como a resistência convectiva em uma superfície é afetada pelo coeficiente convectivo? Como a resistência radiante é afetada pela emissividade da superfície? • Se calor é transferido para fora de uma superfície por convecção e radiação, como as resistências térmicas correspondentes são representadas em um circuito? • Considere condução em regime estacionário através de uma parede plana que separa dois fluidos a diferentes temperaturas, T∞,i e T∞,e, adjacentes às superfícies interna e externa, respectivamente. Se o coeficiente convectivo na superfície externa for cinco vezes maior do que o na superfície interna, he = 5hi, o que você pode dizer sobre a proximidade relativa das temperaturas das superfícies correspondentes, Ts,e e Ts,i, em relação às dos respectivos fluidos adjacentes? • Pode uma resistência térmica condutiva ser aplicada em um cilindro ou em uma esfera sólida? • O que é uma resistência de contato? Como ela é definida? Quais são suas • • • • • • • • • • • • • unidades para uma interface de área especificada? Quais são suas unidades para uma área unitária? Como a resistência de contato é afetada pela rugosidade das superfícies em contato? Se o ar na região de contato entre duas superfícies for substituído por hélio, como a resistência térmica de contato é afetada? Como ela é afetada se for feito vácuo na região de contato? O que é o coeficiente global de transferência de calor? Como ele é definido e como está relacionado à resistência térmica total? Quais são as suas unidades? Em um cilindro sólido circular com aquecimento volumétrico uniforme e transferência de calor por convecção em sua superfície, como o fluxo térmico varia com o raio? Como a taxa de transferência de calor varia com o raio? Em uma esfera sólida com aquecimento volumétrico uniforme e transferência de calor por convecção em sua superfície, como o fluxo térmico varia com o raio? Como a taxa de transferência de calor varia com o raio? É possível conseguir condições de regime estacionário em um cilindro ou esfera sólida na qual haja geração de calor e cuja superfície esteja perfeitamente isolada? Explique. Pode um material com geração de calor ser representado por uma resistência térmica e ser incluído em uma análise usando circuito? Se pode, por quê? Se não, por que não? Qual é o mecanismo físico associado ao cozimento em um forno de micro-ondas? Como as condições se diferenciam de um forno convencional (convectivo ou radiante)? Se a radiação incide na superfície de um meio semitransparente e é absorvida na medida em que se propaga através do meio, a taxa volumétrica de geração de calor correspondente será distribuída uniformemente no meio? Se não, como variará com a distância da superfície? De que modo uma parede plana de espessura 2L, com aquecimento volumétrico uniforme e condições convectivas equivalentes em ambas as superfícies, é similar a uma parede plana de espessura L, com o mesmo aquecimento volumétrico uniforme e as mesmas condições convectivas em uma superfície, mas com a superfície oposta isolada termicamente? Qual objetivo é satisfeito com a colocação de aletas em uma superfície? Na dedução da forma geral da equação da energia para uma superfície estendida, por que a hipótese de condução unidimensional é uma aproximação? Sob quais condições ela é uma boa aproximação? Considere uma aleta plana de seção transversal uniforme (Figura 3.15a). Para uma posição x na aleta, esboce a distribuição de temperaturas na direção normal (y), posicionando a origem da coordenada no plano central da aleta (−t/2 ≤ y ≤ t/2). Qual é a forma do balanço de energia na superfície aplicado na posição (x, • • • • • • • • • t/2)? O que é efetividade da aleta? Qual é a faixa de valores possíveis? Sob quais condições as aletas são mais efetivas? O que é eficiência da aleta? Qual é a faixa de valores possíveis? Sob quais condições a eficiência será grande? O que é resistência da aleta? Quais são as suas unidades? Como a efetividade, a eficiência e a resistência térmica de uma aleta são afetadas se a sua condutividade térmica for aumentada? Se o coeficiente convectivo for aumentado? Se o comprimento da aleta for aumentado? Se a espessura (ou diâmetro) da aleta for aumentada? Calor é transferido da água quente escoando no interior de um tubo para o ar escoando sobre o tubo. Para aumentar a taxa de transferência de calor, aletas deveriam ser instaladas na superfície interior ou exterior do tubo? Uma aleta pode ser fabricada como parte integrante da superfície usando-se um processo de fundição ou extrusão, ou alternativamente ela pode ser soldada ou aderida à superfície. Com base em considerações térmicas, qual opção é preferível? Descreva as origens físicas dos dois termos fonte de calor na equação do calorbio. Sob quais condições o termo da perfusão é um sumidouro de calor? Como sumidouros de calor aumentam a potência elétrica gerada por um dispositivo termoelétrico? Sob quais condições as resistências térmicas associadas às interações moléculaparede se tornam importantes? Referências 1. Fried, E., “Thermal Conduction Contribution to Heat Transfer at Contacts,” in R. P. Tye, Ed., Thermal Conductivity, Vol. 2, Academic Press, London, 1969. 2. Eid, J. C., and V. W. Antonetti, “Small Scale Thermal Contact Resistance of Aluminum Against Silicon,” in C. L. Tien, V. P. Carey, and J. K. Ferrel, Eds., Heat Transfer—1986, Vol. 2, Hemisphere, New York, 1986, pp. 659–664. 3. Snaith, B., P. W. O’Callaghan, and S. D. Probert, Appl. Energy, 16, 175, 1984. 4. Yovanovich, M. M., “Theory and Application of Constriction and Spreading Resistance Concepts for Microelectronic Thermal Management,” Presented at the International Symposium on Cooling Technology for Electronic Equipment, Honolulu, 1987. 5. Peterson, G. P., and L. S. Fletcher, “Thermal Contact Resistance of Silicon Chip Bonding Materials,” Proceedings of the International Symposium on Cooling Technology for Electronic Equipment, Honolulu, 1987, pp. 438–448. 6. Yovanovich, M. M., and M. Tuarze, AIAA J. Spacecraft Rockets, 6, 1013, 1969. 7. Madhusudana, C. V., and L. S. Fletcher, AIAA J., 24, 510, 1986. 8. Yovanovich, M. M., “Recent Developments in Thermal Contact, Gap and Joint Conductance Theories and Experiment,” in C. L. Tien, V. P. Carey, and J. K. Ferrel, Eds., Heat Transfer—1986, Vol. 1, Hemisphere, New York, 1986, pp. 35–45. 9. Maxwell, J. C., A Treatise on Electricity and Magnetism, 3rd ed., Oxford University Press, Oxford, 1892. 10. Hamilton, R. L., and O. K. Crosser, I&EC Fund. 1, 187, 1962. 11. Jeffrey, D. J., Proc. Roy. Soc. A, 335, 355, 1973. 12. Hashin Z., and S. Shtrikman, J. Appl. Phys., 33, 3125, 1962. 13. Aichlmayr, H. T., and F. A. Kulacki, “The Effective Thermal Conductivity of Saturated Porous Media,” in J. P. Hartnett, A. Bar-Cohen, and Y. I Cho, Eds., Advances in Heat Transfer, Vol. 39, Academic Press, London, 2006. 14. Harper, D. R., and W. B. Brown, “Mathematical Equations for Heat Conduction in the Fins of Air Cooled Engines,” NACA Report No. 158, 1922. 15. Schneider, P. J., Conduction Heat Transfer, Addison-Wesley, Reading, MA, 1957. 16. Diller, K. R., and T. P. Ryan, J. Heat Transfer, 120, 810, 1998. 17. Pennes, H. H., J. Applied Physiology, 85, 5, 1998. 18. Goldsmid, H. J., “Conversion Efficiency and Figure-of-Merit,” in D. M. Rowe, Ed., CRC Handbook of Thermoelectrics, Chap. 3, CRC Press, Boca Raton, 1995. 19. Majumdar, A., Science, 303, 777, 2004. 20. Hodes, M., IEEE Trans. Com. Pack. Tech., 28, 218, 2005. 21. Zhang, Z. M., Nano/Microscale Heat Transfer, McGraw-Hill, New York, 2007. Problemas Paredes Planas e Compostas 3.1 Considere a parede plana da Figura 3.1, que separa dois fluidos, um quente e o outro frio, a temperaturas T∞,1 e T∞,2, respectivamente. Usando balanços de energia nas superfícies x = 0 e x = L como condições de contorno (veja a Equação 2.34), obtenha a distribuição de temperaturas no interior da parede e o fluxo térmico em termos de T∞,1, T∞,2, h1, h2, k e L. 3.2 Uma nova construção a ser localizada em clima frio está sendo projetada com um porão que tem uma parede com espessura L 200 mm. As temperaturas interna e externa desta parede estarão a Ti = 20°C e Te = 0°C, respectivamente. O arquiteto pode especificar o material da parede, sendo blocos de concreto aerado com kca = 0,15 W/(m · K)) ou concreto com brita. Para reduzir o fluxo térmico condutivo através da parede de concreto com brita a um nível equivalente ao da parede com concreto aerado, qual espessura de uma folha de poliestireno extrudado tem que ser aplicada na superfície interna da parede de concreto com brita? A dimensão do piso do porão é 20 m × 30 m e a taxa de renda esperada é de $50/m2/mês. Qual o custo anual, em termos da perda de renda anual, se a parede de concreto com brita, com isolamento de poliestireno, for especificada? 3.3 O vidro traseiro de um automóvel é desembaçado pela passagem de ar quente sobre a sua superfície interna. (a) Se o ar quente está a T∞,i = 40°C e o coeficiente de transferência de calor por convecção correspondente é de hi = 30W/(m2 · K), quais são as temperaturas das superfícies interna e externa do vidro, que tem 4 mm de espessura, se a temperatura do ar ambiente externo for T∞,e = −10°C e o coeficiente convectivo associado for he = 65 W/(m2 · K)? (b) Na prática, T∞,e e he variam com as condições climáticas e com a velocidade do carro. Para valores de he = 2; 65 e 100 W/(m2 · K), calcule e represente graficamente as temperaturas das superfícies interna e externa do vidro como funções de T∞,e, para −30 ≤ T∞,e ≤ 0°C. 3.4 O vidro traseiro de um automóvel é desembaçado pela fixação de um aquecedor em película, fino e transparente, sobre a sua superfície interna. Aquecendo eletricamente este elemento, um fluxo térmico uniforme pode ser estabelecido na superfície interna. (a) Para um vidro com 4 mm de espessura, determine a potência elétrica, por unidade de área do vidro, necessária para manter uma temperatura na superfície interna de 15°C, quando a temperatura do ar no interior do carro e o coeficiente convectivo são T∞,i = 25°C e hi = 10 W/(m2 · K), enquanto a temperatura e o coeficiente convectivo no ar exterior (ambiente) são T∞,e = 10°C e he = 65 W/(m2 · K). (b) Na prática, T∞,e e he variam de acordo com as condições climáticas e com a velocidade do carro. Para valores de he = 2; 20; 65 e 100 W/(m2 · K), determine e represente graficamente a potência elétrica necessária como uma função de T∞,e, para −30 ≤ T∞,e ≤ 0°C. Com base em seus resultados, o que você pode concluir a respeito da necessidade de operação do aquecedor a baixos valores de he? Como essa conclusão é afetada pelo valor de T∞,e? Se h Vn, em que V é a velocidade do veículo e n é um expoente positivo, como a velocidade do veículo afeta a necessidade de operação do aquecedor? 3.5 Um dormitório em uma grande universidade, construído há 50 anos, tem as paredes externas construídas com um forro, que tem k = 0,1 W/(m · K) e espessura L = 25 mm. Para reduzir a perda térmica no inverno, a universidade decidiu encapsular todo o dormitório através da aplicação de uma camada de Li = 25 mm de isolante extrudado com ki = 0,029 W/(m · K) na superfície externa do forro. O isolante extrudado é, por sua vez, coberto com vidro arquitetônico, Lv = 5 mm com kv = 1,4 W/(m · K). Determine o fluxo térmico através das paredes original e remodelada, quando as temperaturas do ar interno e externo são T∞,i = 22°C e T∞,e = −20°C, respectivamente. Os coeficientes de transferência de calor interno e externo são hi = 5 W/(m · K) e he = 25 W/(m · K), respectivamente. 3.6 Em um processo de fabricação, uma película transparente está sendo fixada sobre um substrato, conforme mostrado no esboço. Para curar a adesão a uma temperatura T0, uma fonte radiante é usada para fornecer um fluxo térmico q″ o (W/m2), que é totalmente absorvido na superfície da fixação. A parte inferior do substrato é mantida a T1, enquanto a superfície livre da película está exposta ao ar a T∞, com um coeficiente de transferência de calor por convecção h. (a) Mostre o circuito térmico que representa a situação de transferência de calor em regime estacionário. Certifique-se de que sejam identificados todos os elementos, nós e taxas de transferência de calor. Deixe na forma simbólica. (b) Suponha as seguintes condições: T∞ = 20°C, h = 50 W/ (m2 · K) e T1 = 30°C. Calcule o fluxo térmico q"o que é neces sário para manter a temperatura da superfície de fixação a T0 = 60°C. (c) Calcule e represente graficamente o fluxo térmico necessário como uma função da espessura da película, para 0 ≤ Lp ≤ 1 mm. (d) Se a película não for transparente e todo o fluxo térmico radiante for absorvido na sua superfície superior, determine o fluxo térmico necessário para se obter a fixação. Represente graficamente os seus resultados em função de Lp, para 0 ≤ Lp ≤ 1 mm. 3.7 As paredes de uma geladeira são tipicamente construídas com uma camada de isolante entre dois painéis de folhas de metal. Considere uma parede feita com isolante de fibra de vidro, com condutividade térmica ki = 0,046 W/(m · K) e espessura Li = 50 mm, e painéis de aço, cada um com condutividade térmica kp = 60 W/(m · K) e espessura Lp = 3 mm. Com a parede separando ar refrigerado a T∞,i = 4°C do ar ambiente a T∞,e = 25°C, determine o ganho de calor por unidade de área superficial. Os coeficientes associados à convecção natural nas superfícies interna e externa podem ser aproximados por hi = he = 5 W/(m2 · K). 3.8 Uma camada horizontal de água, com espessura t = 10 mm, tem as temperaturas de sua superfície superior Tf = −4°C e de sua superfície inferior Tq = 2°C. Determine a localização da interface sólido-líquido, em regime estacionário. 3.9 Uma técnica para medir coeficientes de transferência de calor por convecção envolve a adesão de uma das superfícies de uma folha metálica delgada a um material isolante e a exposição da outra superfície ao escoamento do fluido nas condições de interesse. Ao passar uma corrente elétrica através da folha, calor é dissipado uniformemente no interior da folha e o fluxo correspondente, , pode ser inferido a partir de medidas da voltagem e da corrente elétrica. Se a espessura da camada de isolante L e a sua condutividade térmica k forem conhecidas, e as temperaturas do fluido, da folha e da base do isolante (T∞, Ts e Tb) forem medidas, o coeficiente convectivo pode ser determinado. Considere condições nas quais T∞ = Tb = 25°C, P″ ele = 2000 W/m2, L = 10 mm e k = 0,040 W/(m · K). (a) Com o escoamento de água sobre a superfície, a medida da temperatura da folha fornece Ts = 27°C. Determine o coeficiente convectivo. Qual seria o erro cometido se fosse considerado que toda a potência dissipada fosse transferida para a água por convecção? (b) Se ar escoasse sobre a superfície e a medida da temperatura fornecesse Ts = 125°C, qual seria o coeficiente convectivo? A folha possui uma emissividade de 0,15 e está exposta a uma grande vizinhança a 25°C. Qual seria o erro cometido se fosse considerado que toda a potência dissipada fosse transferida para o ar por convecção? (c) Tipicamente, medidores de fluxo térmico são operados a uma temperatura fixa (Ts), quando a dissipação de potência fornece uma medida direta do coeficiente convectivo. Para Ts = 27°C, represente graficamente P″ ele em função de h, para 10 ≤ h ≤ 1000 W/(m2 · K). Qual o efeito do h no erro associado à consideração de que a condução através do isolante é desprezível? 3.10 A sensação de calafrio (resfriamento pelo vento), que é experimentada em dias frios com vento, está relacionada ao aumento da transferência de calor na pele humana exposta à atmosfera circundante. Considere uma camada de tecido gorduroso que possua 3 mm de espessura e cuja superfície interna seja mantida a uma temperatura de 36°C. Em um dia calmo, o coeficiente de transferência de calor por convecção na superfície externa é de 25 W/(m2 · K), mas com vento de 30 km/h ele chega a 65 W/ (m2 · K). Em ambos os casos, a temperatura do ar ambiente é de −15°C. (a) Qual é a razão entre as perdas de calor, por unidade de área de pele, em um dia calmo e em um dia com vento? (b) Qual será a temperatura da superfície externa da pele em um dia calmo? E em um dia com vento? (c) Qual a temperatura que o ar deveria ter no dia calmo para causar a mesma perda de calor que ocorre com a temperatura do ar a −15°C em um dia com vento? 3.11 Determine a condutividade térmica do nanotubo de carbono do Exemplo 3.4, quando a temperatura da ilha de aquecimento é de Tq = 332,6 K, sem avaliar as resistências térmicas do suporte. As condições são as mesmas do exemplo. 3.12 Uma janela dupla possui duas placas de vidro, com 7 mm de espessura cada uma, que confinam uma camada de ar com 7 mm de espessura. A janela separa o ar da sala a 20°C do ar do ambiente externo a −10°C. O coeficiente convectivo associado à superfície interna (lado da sala) é de 10 W/(m2 · K). (a) Se o coeficiente convectivo associado ao ar externo (ambiente) é de he = 80 W/(m2 · K), qual é a perda de calor através de uma janela que possua 0,8 m de altura por 0,5 m de largura? Despreze a radiação e suponha que o ar entre as placas de vidro encontra-se estagnado. (b) Calcule e represente graficamente o efeito de he na perda de calor para 10 ≤ he ≤ 100 W/(m2 · K). Repita os cálculos para uma janela tripla, na qual a terceira placa de vidro e a segunda camada de ar possuem as mesmas características das existentes na janela dupla. 3.13 Uma casa possui uma parede composta com camadas de madeira, isolamento à base de fibra de vidro e placa de gesso, como indicado no esboço. Em um dia frio de inverno, os coeficientes de transferência de calor por convecção são he = 60 W/(m2 · K) e hi = 30 W/(m2 · K). A área total da superfície da parede é de 350 m2. (a) Determine uma expressão simbólica para a resistência térmica total da parede, incluindo os efeitos da convecção nas superfícies interna e externa, para as condições especificadas. (b) Determine a perda total de calor através da parede. (c) Se o vento soprar violentamente, aumentando he para 300 W/(m2 · K), determine o aumento percentual na perda de calor. (d) Qual é a resistência dominante que determina a quantidade de calor que atravessa a parede? 3.14 Seja a parede composta do Problema 3.13 sob condições nas quais o ar interior ainda é caracterizado por T∞,i = 20°C e hi = 30 W/(m2 · K). Entretanto, use condições mais realistas para o ar externo, caracterizando-o por uma variação diurna (tempo) da temperatura na forma c om he = 60 W/(m2 · K). Supondo condições pseudoestacionárias, nas quais mudanças na quantidade de energia armazenada no interior da parede podem ser desprezadas, estime a perda diária de calor através da parede se a sua área superficial total for igual a 200 m2. 3.15 Considere uma parede composta que inclui um painel lateral em madeira dura com 8 mm de espessura; travessas de suporte em madeira dura com dimensões de 40 mm por 130 mm, afastadas com 0,65 m de distância (centro a centro) e com espaço livre preenchido com isolamento à base de fibra de vidro (revestida de papel, 28 kg/m3); e uma camada de 12 mm de painéis de gesso (vermiculita). Qual é a resistência térmica associada a uma parede com 2,5 m de altura e 6,5 m de largura (possuindo 10 travessas de suporte, cada uma com 2,5 m de altura)? Suponha que as superfícies normais à direção x sejam isotérmicas. 3.16 Trabalhe o Problema 3.15 supondo que as superfícies paralelas à direção x sejam adiabáticas. 3.17 Considere o forno do Problema 1.54. As paredes são constituídas por uma camada de isolante, com L = 30 mm de espessura e caracterizado por kiso = 0,03 W/(m2 · K). O isolante encontra-se entre duas finas camadas de uma folha metálica. A superfí cie externa do forno está exposta ao ar a 23°C com hext = 2 W/(m2 · K). A temperatura do ar no interior do forno é de 180°C. Desprezando a radiação térmica, determine o fluxo térmico, em regime estacionário, através das paredes do forno, quando a modo convectivo encontra-se desativado e o coeficiente de transferência de calor por convecção natural na superfície interna do forno for de hcn = 3 W/(m2 · K). Determine o fluxo térmico através das paredes do forno, quando a modo convectivo encontra-se ativado e, por sua vez, o coeficiente de transferência de calor por convecção forçada na superfície interna do forno for hcf = 27 W/(m2 · K). A operação do forno no seu modo convectivo resulta em um aumento significativo das perdas térmicas do forno para a cozinha? A sua conclusão mudaria se a radiação fosse incluída em sua análise? 3.18 A parede composta de um forno possui três materiais, dois dos quais com condutividade térmica, kA = 20 W/(m · K) e kC = 50 W/(m · K), e espessura LA = 0,30 m e LC = 0,15 m conhecidas. O terceiro material, B, que se encontra entre os materiais A e C, possui espessura LB = 0,15 m conhecida, mas a sua condutividade térmica kB é desconhecida. Sob condições de operação em regime estacionário, medidas revelam uma temperatura na superfície externa do forno de Ts,e = 20°C, uma temperatura na superfície interna de Ts,i = 600°C e uma temperatura do ar no interior do forno de T∞ = 800°C. O coeficiente convectivo interno h é conhecido, sendo igual a 25 W/(m2 · K). Qual é o valor de kB? 3.19 A parede de um forno de secagem é construída com a colocação de um material isolante de condutividade térmica k = 0,05 W/ (m · K) entre folhas finas de metal. O ar no interior do forno está a T∞,i = 300°C e o coeficiente convectivo correspondente é hi = 30 W/(m2 · K). A superfície interna da parede absorve um fluxo radiante de q″ rad = 100 W/m2 vindo de objetos quentes no interior do forno. A temperatura no ambiente externo do forno é T∞,e = 25°C e o coeficiente total para a convecção e a radiação na superfície externa é he = 10 W/(m2 · K). (a) Desenhe o circuito térmico para a parede e identifique todas as temperaturas, taxas de transferência de calor e resistências térmicas. (b) Qual espessura L do isolamento é necessária para manter a superfície externa da parede a uma temperatura segura para o toque de Te = 40°C? 3.20 As janelas de vidro de um automóvel têm área superficial A = 2,6 m2 e espessura t = 4 mm. A temperatura externa é de T∞,e = 32°C, enquanto o compartimento dos passageiros é mantido a T∞,i = 22°C. O coeficiente convectivo na superfície externa dos vidros é igual a he = 90 W/(m2 · K). Determine o ganho de calor pelas janelas quando o coeficiente convectivo interno é de hi = 15 W/(m2 · K). Controlando o escoamento do ar no compartimento dos passageiros, o coeficiente convectivo interno pode ser reduzido para hi = 5 W/(m2 · K), sem sacrificar o conforto dos passageiros. Determine o ganho de calor pelas janelas no caso do coeficiente convectivo interno reduzido. 3.21 As características térmicas de um pequeno frigobar são determinadas efetuando-se dois experimentos independentes, ambos realizados com a porta fechada e com o frigobar posicionado em ar ambiente a T∞ = 25°C. Em um dos experimentos, um aquecedor elétrico é suspenso no interior do frigobar com ele desligado. Com o aquecedor dissipando 20 W, uma temperatura em estado estacionário de 90°C é medida no interior do frigobar. Com o aquecedor retirado e o frigobar agora em operação, o segundo experimento envolve a manutenção, em regime estacionário, de uma temperatura de 5°C no seu interior por um intervalo de tempo fixo e o registro da energia elétrica necessária para operá-lo. Neste experimento, a manutenção da condição estacionária especificada por um período de 12 horas consome 125.000 J de energia elétrica. Determine o coeficiente de desempenho (COP) do frigobar. 3.22 No projeto de edifícios, a necessidade de conservação de energia exige que a área da superfície externa, As, seja minimizada. Essa exigência implica que, para uma dada área de piso desejada, devem existir valores ótimos associados ao número de andares e às dimensões horizontais do prédio. Considere um projeto no qual a área total de piso, Api, e a distância vertical entre andares, Ha, são especificadas. (a) Se o prédio possui uma área de seção transversal quadrada com W de lado, obtenha uma expressão para o valor de W que iria minimizar a perda de calor para a vizinhança. Suponha que a perda de calor possa ocorrer nas quatro paredes laterais verticais e no teto plano. Expresse o seu resultado em termos de Api e Ha. (b) Se Api = 32.768 m2 e Ha = 4 m, para quais valores de W e Na (número de andares) a perda de calor é minimizada? Se o valor médio do coeficiente global de transferência de calor é igual a U = 1 W/(m2 · K) e a diferença entre as temperaturas no interior do prédio e no ar ambiente é de 25°C, qual é a perda de calor correspondente? Qual a porcentagem de redução na perda de calor em comparação com um prédio com Na = 2? 3.23 Quando levados a altas temperaturas, muitos combustíveis líquidos convencionais se dissociam em hidrogênio e outros componentes. Desta maneira, a vantagem de uma célula a combustível do tipo óxido sólido é que tal dispositivo pode, internamente, transformar facilmente combustíveis líquidos disponíveis em hidrogênio, que pode, então, ser usado para produzir potência elétrica de forma similar à do Exemplo 1.5. Considere uma célula a combustível portátil do tipo óxido sólido operando a uma temperatura Tcc = 800°C. A célula a combustível encontra-se no interior de um recipiente metálico cilíndrico de diâmetro D = 75 mm e comprimento L = 120 mm. A superfície externa do cilindro é isolada termicamente com um material de baixa condutividade térmica. Para uma aplicação específica, deseja-se que o registro térmico do recipiente seja pequeno, para evitar a sua detecção por sensores infravermelhos. O nível no qual o recipiente pode ser detectado por um sensor infravermelho pode ser estimado igualando-se o fluxo térmico radiante emitido pela superfície exterior do recipiente (Equação 1.5; Es = εsσTs4) ao fluxo térmico emitido por uma superfície negra equivalente, (En = σTn4). Se a temperatura da superfície negra equivalente, Tn, estiver próxima da temperatura da vizinhança, o registro térmico do recipiente é muito pequeno para ser detectado – não é possível distinguir o recipiente em relação à vizinhança. (a) Determine a espessura de isolante necessária para ser aplicada sobre a parede cilíndrica do recipiente para garantir que o recipiente não se torne facilmente visível para um sensor de infravermelho (isto é, (Tn – Tviz ) < 5 K)). Considere casos nos quais: (i) A superfície externa é coberta por uma camada muito fina de sujeira (εs = 0,90) e (ii) a superfície externa é coberta por uma folha muito fina de alumínio polido (εs = 0,08). Calcule a espessura requerida para dois tipos de material isolante, silicato de cálcio (k = 0,09 W/(m · K)) e aerogel (k = 0,006 W/(m · K)). As temperaturas da vizinhança e do ambiente são Tviz = 300 K e T∞ = 298 K, respectivamente. A superfície externa é caracterizada por um coeficiente de transferência de calor por convecção de h = 12 W/(m2 · K). (b) Calcule a temperatura da superfície externa do recipiente nos quatro casos (alta e baixa condutividade térmica; alta e baixa emissividade da superfície). (c) Calcule a perda térmica pela parede cilíndrica do recipiente nos quatro casos. 3.24 Uma veste protetora para bombeiros, identificada como um turnout coat, é tipicamente construída com um conjunto de três camadas separadas por espaços de ar, como mostrado esquematicamente. Dimensões representativas e condutividades térmicas das camadas são apresentadas a seguir. Camada Espessura (mm) k (W/m · K) Camada externa (ce) 0,8 0,047 Barreira de umidade (bu) 0,55 0,012 Forro térmico (ft) 3,5 0,038 Os espaços de ar entre as camadas têm 1 mm de espessura e o calor é transferido nesta região por condução e por troca radiante através do ar estagnado. O coeficiente radiante linearizado para um espaço pode ser aproximado por hrad = σ (T1 + T2) ( + ) ≈ 4σ , na qual Tmed representa a temperatura média das superfícies limites do espaço. Deste modo, o fluxo radiante através do espaço pode ser representado por = hrad = (T1 – T2). (a) Represente o turnout coat por um circuito térmico, identificando todas as resistências térmicas. Calcule e coloque em uma tabela as resistências térmicas por unidade de área (m2 · K/W) para cada uma das camadas, assim como para os processos de condução e radiação nos espaços de ar. Admita que um valor de Tmed = 470 K possa ser usado para aproximar a resistência radiante em ambos os espaços. Comente sobre a magnitude relativa das resistências. (b) Para um ambiente típico de fogo no qual bombeiros frequentemente trabalham, o fluxo térmico radiante típico no lado do fogo do turnout coat é de 0,25 W/cm2. Qual é a temperatura da superfície externa do turnout coat se a temperatura da superfície interna for de 66°C, uma condição que poderia resultar em uma queimadura? 3.25 Um sistema térmico específico envolve três objetos de forma fixa com resistências condutivas R1 = 1 K/W, R2 = 2 K/W e R3 = 4 K/W, respectivamente. Um objetivo é minimizar a resistência térmica total Rtot associada á combinação de R1, R2 e R3. O engenheiro chefe deseja investir uma quantia limitada para especificar um material alternativo para somente um dos três objetos; o material alternativo terá uma condutividade térmica que será o dobro do seu valor nominal. Qual objeto (1, 2 ou 3) deve ser fabricado com o material de maior condutividade térmica de modo que haja a diminuição mais significativa em Rtot ? Sugestão: Considere dois casos: um com as três resistências térmicas em série e o segundo com elas em paralelo. Resistência de Contato 3.26 Uma parede composta separa gases de combustão a 2600°C de um líquido refrigerante a 100°C, com coeficientes de transferência de calor no lado do gás e no do líquido iguais a 50 e 1000 W/(m2 · K). A parede é composta por uma camada de espessura igual a 10 mm de óxido de berílio no lado do gás e uma placa de 20 mm de espessura de aço inoxidável (AISI 304) no lado do líquido. A resistência de contato entre o óxido e o aço é de 0,05 m2 · K/W. Qual é a perda de calor por unidade de área da superfície na parede composta? Esboce a distribuição de temperaturas do gás para o líquido. 3.27 Aproximadamente 106 componentes elétricos discretos podem ser colocados em um único circuito integrado (chip), com uma dissipação térmica na ordem de 30.000 W/m2. O chip, que é muito fino, tem a sua superfície externa exposta a um líquido dielétrico com he = 1000 W/(m2 · K) e T∞,e = 20°C, e a sua superfície interna está conectada à placa de circuito. A resistência térmica de contato entre o chip e a placa é de 10−4 m2 · K/W, e a espessura e a condutividade térmica da placa são Lp = 5 mm e kp = 1 W/(m · K), respectivamente. A outra superfície da placa está exposta ao ar ambiente, no qual hi = 40 W/(m2 · K) e T∞,i = 20°C. (a) Esboce o circuito térmico equivalente correspondente às condições de regime estacionário. Usando as variáveis, identifique as resistências apropriadas, as temperaturas e os fluxos térmicos. (b) Sob condições de regime estacionário, nas quais um fluxo térmico dissipado no chip é de = 30.000 W/m2, qual é a temperatura do chip? (c) O fluxo térmico máximo permitido, m, é determinado pela restrição de que a temperatura do chip não deve exceder 85°C. Determine m para as condições anteriores. Se ar for utilizado no lugar do líquido dielétrico, o coeficiente convectivo é reduzido em aproximadamente uma ordem de grandeza. Qual é o valor de m para he = 100 W/(m2 · K)? Utilizando resfriamento com ar, é possível obter melhorias significativas usando-se uma placa de circuito de óxido de alumínio e/ou empregando-se uma pasta condutiva na interface chip-placa, para a qual = 10−5 m2 · K/W? 3.28 Duas placas em aço inoxidável, com espessura de 10 mm, estão sujeitas a uma pressão de contato de 1 bar sob vácuo. Nestas condições, há uma queda global de temperatura através das placas de 100°C. Qual é o fluxo térmico através das placas? Qual é a queda de temperatura no plano de contato? 3.29 Considere uma parede plana composta constituída por dois materiais com condutividades térmicas kA = 0,1 W/(m · K) e kB = 0,04 W/(m · K) e espessuras LA = 10 mm e LB = 20 mm. A resistência de contato na interface entre os dois materiais é conhecida, sendo 0,30 m2 · K/W. O material A está em contato com um fluido a 200°C com h = 10 W/(m2 · K), e o material B está em contato com um fluido a 40°C, no qual h = 20 W/(m2 · K). (a) Qual é a taxa de transferência de calor através de uma parede que tem 2 m de altura e 2,5 m de largura? (b) Esboce a distribuição de temperaturas. 3.30 O desempenho de motores de turbina a gás pode ser melhorado pelo aumento da tolerância das pás da turbina aos gases quentes que emergem do combustor. Um procedimento que permite atingir altas temperaturas de operação envolve a aplicação de um revestimento de barreira térmica (RBT) sobre a superfície externa da pá, enquanto se passa ar de resfriamento pelo seu interior. Tipicamente, a pá é feita com uma superliga resistente a altas temperaturas, como o Inconel (k ≈ 25 W/(m · K)), enquanto uma cerâmica, como a zircônia (k ≈ 1,3 W/(m · K)), é usada como RBT. Sejam condições para as quais os gases quentes estão a T∞,e = 1700 K e o ar de resfriamento a T∞,i = 400 K, fornecendo coeficientes convectivos nas superfícies externa e interna de he = 1000 W/(m2 · K) e hi = 500 W/(m2 · K), respectivamente. Se um RBT de zircônia, com 0,5 mm de espessura, for fixado sobre uma parede de uma pá de Inconel com 5 mm de espessura, usando-se um agente adesivo metálico que fornece uma resistência térmica interfacial de = 10−4 m2 · K/W, pode o Inconel ser mantido a uma temperatura inferior ao seu valor máximo permissível de 1250 K? Os efeitos da radiação podem ser desprezados e a pá da turbina pode ser aproximada por uma parede plana. Represente graficamente a distribuição de temperaturas com e sem o RBT. Há algum limite para a espessura do RBT? 3.31 Um congelador cúbico comercial, com 3 m de lado, tem uma parede composta constituída por uma folha externa de aço-carbono plano com 6,35 mm de espessura, uma camada intermediária de 100 mm de cortiça e uma folha interna de 6,35 mm de uma liga de alumínio (2024). Interfaces adesivas entre o isolante e as folhas metálicas são, cada uma, caracterizadas por uma resistência térmica de contato de = 2,5 × 10−4 m2 · K/W. Em regime estacionário, qual é a carga de resfriamento que deve ser mantida pelo congelador sob condições nas quais as temperaturas das superfícies externa e interna sejam 22°C e –6°C, respectivamente? 3.32 Físicos determinaram o valor teórico da condutividade térmica de um nanotubo de carbono como sendo knc,T = 5000 W/(m · K). (a) Considerando que a condutividade térmica real do nanotubo de carbono seja igual ao seu valor teórico, determine a resistência térmica de contato, Rt,c, que existe entre o nanotubo de carbono e as superfícies superiores das ilhas aquecida e sensora no Exemplo 3.4. (b) Usando o valor da resistência térmica de contato calculado na parte (a), represente graficamente a fração da resistência total entre as ilhas aquecida e sensora que é devida às resistências térmicas de contato, para distâncias de separação das ilhas de 5 μm ≤ s ≤ 20 μm. 3.33 Considere um transistor de potência encapsulado em uma cápsula de alumínio que tem a sua base presa a uma placa quadrada de alumínio de condutividade térmica k = 240 W/(m · K), espessura L = 6 mm e largura W = 20 mm. A cápsula é presa à placa por parafusos que mantêm uma pressão de contato de 1 bar e a superfície de trás da placa transfere calor por convecção natural e radiação para o ar ambiente e uma grande vizinhança a T∞ = Tviz = 25°C. A superfície tem uma emissividade ε = 0,9 e o coeficiente convectivo é de h = 4 W/(m2 · K). A cápsula encontra-se completamente envolvida por uma cobertura, de modo que se possa admitir que a transferência de calor ocorra exclusivamente pela placa da base. (a) Sendo a interface alumínio-alumínio, preenchida com ar, caracterizada por uma área Ac = 2 × 10−4 m2 e uma rugosidade de 10 μm, qual será a dissipação de potência máxima permitida se a temperatura superficial da cápsula, Ts,c, não puder ser superior a 85°C? (b) O coeficiente convectivo pode ser aumentado ao submeter-se a superfície da placa a um escoamento forçado de ar. Explore o efeito de aumentar-se o coeficiente na faixa de 4 ≤ h ≤ 200 · W/(m2 · K). Meios Porosos 3.34 Madeiras, formadas pela superposição de anéis, como o carvalho, são caracterizadas pela presença de veios. Os veios escuros são constituídos por material de baixa densidade e se formam no início da primavera. A madeira circundante, mais clara, é composta por material com alta densidade, que se forma vagarosamente ao longo da estação de crescimento. Admitindo que o material de baixa densidade é altamente poroso e que o carvalho esteja seco, determine a fração da seção transversal do carvalho que parece ser ocupada pelo material de baixa densidade. Sugestão: Admita que a condutividade térmica paralela aos veios seja igual a condutividade térmica radial do Apêndice A.3. 3.35 Um lote de isolante de fibra de vidro tem a massa específica de ρ = 28 kg/m3. Determine os valores máximo e mínimo possíveis da condutividade térmica efetiva do isolante a T = 300 K e compare com os valores informados no Apêndice A.3. 3.36 Sorvetes comerciais são constituídos de até 50% do volume de ar, que assume a forma de pequenas bolhas esféricas dispersadas no interior de uma matriz de material congelado. A condutividade térmica de sorvetes que não possuem ar é de ksa = 1,1 W/(m · K) a T = –20°C. Determine a condutividade térmica de um sorvete comercial caracterizado por ε = 0,20, também a T = –20°C. 3.37 Determine a massa específica, o calor específico e a condutividade térmica de um agregado de concreto de baixo peso que é composto por 65% de concreto (com pedra misturada) e 35% de ar, em volume. Avalie as propriedades a T = 300 K. 3.38 Uma parede plana unidimensional, com espessura L, é construída com um material sólido com uma distribuição linear e não uniforme de porosidade, descrita por ε(x) = εmáx(x/L). Represente graficamente as distribuições de temperaturas, em regime estacionário, T(x), para ks = 10 W/(m · K), kf = 0,1 W/(m · K), L = 1 m, εmáx = 0,25; T(x = 0) = 30°C e = 100 W/m2, utilizando a expressão para a condutividade térmica efetiva mínima de um meio poroso, a expressão para a condutividade térmica efetiva máxima de um meio poroso, expressão de Maxwell, e para o caso no qual kef(x) = ks. Análise Alternativa da Condução 3.39 O diagrama mostra uma seção cônica fabricada em puro alumínio. Ela possui uma seção transversal circular com diâmetro D = ax1/2, com a = 0,5 m1/2. A menor extremidade está localizada em x1 = 25 mm e a extremidade maior em x2 = 125 mm. As temperaturas nas extremidades são T1 = 600 K e T2 = 400 K, enquanto a superfície lateral é isolada termicamente. (a) Deduza uma expressão literal para a distribuição de temperaturas T(x), supondo condições unidimensionais. Esboce a distribuição de temperaturas. (b) Calcule a taxa de transferência de calor qx. 3.40 Um cone sólido truncado possui seção transversal circular e o seu diâmetro está relacionado à coordenada axial através de uma expressão com a forma D = ax3/2, com a = 1,0 m−1/2. A superfície lateral é isolada termicamente, enquanto a superfície superior do cone, em x1, é mantida a T1 e a superfície inferior, em x2, é mantida a T2. (a) Obtenha uma expressão para a distribuição de temperaturas T(x). (b) Qual é a taxa de transferência de calor através do cone, se ele for construído em alumínio puro com x1 = 0,075 m, T1 = 100°C, x2 = 0,225 m e T2 = 20°C? 3.41 Na Figura 2.5 fica evidente que, em uma larga faixa de temperatura, a dependência com a temperatura da condutividade térmica de muitos sólidos pode ser aproximada por uma expressão linear que tem a forma k = ke + aT, na qual ke é uma constante positiva e a é um coeficiente que pode ser positivo ou negativo. Obtenha uma expressão para o fluxo térmico através de uma parede plana cujas superfícies interna e externa sejam mantidas a T0 e T1, respectivamente. Esboce as formas da distribuição de temperaturas que correspondem a a > 0, a = 0 e a < 0. 3.42 Seja a parede de um tubo com raios interno e externo iguais a ri e re, cujas temperaturas são mantidas a Ti e Te, respectivamente. A condutividade térmica do material do tubo é função da temperatura e pode ser representada por uma expressão na forma k = ke(1 + aT), na qual ke e a são constantes. Obtenha uma expressão para a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do tubo. Qual é a resistência térmica da parede do tubo? 3.43 Medidas mostram que a condução em regime estacionário através de uma parede plana, sem geração de calor, produz uma distribuição de temperaturas convexa, de modo que a temperatura no centro é ΔTe superior àquela que seria esperada para uma distribuição de temperaturas linear. Supondo que a condutividade térmica apresente uma dependência linear com a temperatura, k = ke(1 + αT), na qual a é uma constante, desenvolva uma relação para determinar a em termos de ΔTe, T1 e T2. 3.44 Um dispositivo para medir a temperatura superficial de um objeto, com uma resolução espacial de aproximadamente 50 nm, é mostrado no esquema. Ele é constituído por uma ponteira muito bem afiada em um pequeno braço suporte que é posicionado ao longo da superfície. A ponta da sonda tem seção transversal circular e é fabricada com dióxido de silício policristalino. A temperatura ambiente é medida na extremidade articulada do suporte, sendo T∞ = 25°C, e o dispositivo é equipado com um sensor para medir a temperatura na extremidade superior da ponta afiada, Tsen. A resistência térmica entre o sensor da sonda e a extremidade articulada é Rt = 5 × 106 K/W. (a) Determine a resistência térmica entre a temperatura da superfície e a temperatura do sensor. (b) Sendo a temperatura do sensor Tsen = 28,5°C, determine a temperatura da superfície. Sugestão: Embora possam ser importantes para a transferência de calor efeitos em nanoescala, considere que a condução que ocorre no ar adjacente à ponta da sonda possa ser descrita pela lei de Fourier, com a condutividade térmica encontrada na Tabela A.4. Parede Cilíndrica 3.45 Uma tubulação de vapor com 0,12 m de diâmetro externo está isolada termicamente por uma camada de silicato de cálcio. (a) Se o isolante possui uma espessura de 20 mm e as suas superfícies interna e externa são mantidas a Ts,1 = 800 K e Ts,2 = 490 K, respectivamente, qual é a perda de calor por unidade de comprimento (q′) da tubulação? (b) Desejamos analisar o efeito da espessura do isolante na perda de calor q′ e na temperatura da superfície externa Ts,2, com a temperatura da superfície interna mantida em Ts,1 = 800 K. A superfície externa está exposta a uma corrente de ar (T∞ = 25°C), que mantém um coeficiente de transferência de calor h = 25 W/(m2 · K), e a uma grande vizinhança na qual Tviz = T∞ = 25°C. A emissividade da superfície de silicato de cálcio é de aproximadamente 0,8. Calcule e represente graficamente a distribuição de temperaturas no isolante em função da coordenada radial adimensional, (r – r1)/(r2 – r1), na qual r1 = 0,06 m e r2 é uma variável (0,06 < r2 ≤ 0,20 m). Calcule e represente graficamente a perda de calor em função da espessura do isolante para 0 ≤ (r2 – r1) ≤ 0,14 m. 3.46 Considere o aquecedor de água descrito no Problema 1.48. Desejamos, agora, determinar a energia necessária para compensar as perdas de calor que ocorrem enquanto a água está armazenada na temperatura especificada de 55°C. O tanque de armazenamento cilíndrico (com extremidades planas) possui uma capacidade de 100 galões e espuma de uretano é usada para isolar todas as suas superfícies (lateral e extremidades) do ambiente, que apresenta uma temperatura média anual de 20°C. A resistência à transferência de calor é dominada pela condução no isolante e pela convecção natural no ar, com h ≈ 2 W/(m2 · K). Se aquecimento por meio de uma resistência elétrica é usado para compensar as perdas e o custo da energia elétrica é de $0,08/(kW · h), especifique as dimensões do tanque e do isolante para um custo anual associado às perdas de calor inferior a $50. 3.47 Para maximizar a produção e minimizar custos de bombeamento, óleo cru é aquecido para reduzir sua viscosidade no transporte vindo dos campos de produção. (a) Considere uma configuração bitubular, constituída por tubos concêntricos de aço, com um material isolante na região anular. O tubo interno é usado para o escoamento do óleo cru quente, e o sistema atravessa água oceânica gelada. O tubo interno, de aço (ka = 35 W/(m · K)), tem um diâmetro interno de Di,1 = 150 mm, com espessura de parede ti = 10 mm. O tubo de aço externo tem diâmetro interno Di,2 = 250 mm e espessura de parede te = ti. Determine a temperatura do óleo cru máxima permitida para garantir que o isolante de espuma de poliuretano (kiso = 0,075 W/(m · K)), presente na região anular (entre os tubos), não atinja a sua temperatura máxima de serviço, igual a Tiso,máx = 70°C. A água oceânica está a T∞ = –5°C e fornece um coeficiente de transferência de calor externo igual a h∞ = 500 W/(m2 · K). O coeficiente de transferência de calor associado ao escoamento do óleo cru é de hi = 450 W/(m2 · K). (b) É proposto para melhorar o desempenho do sistema bitubular a substituição de uma fina seção (ta = 5 mm) do poliuretano, localizada sobre a superfície externa do tubo interno, por um material isolante aerogel (ka = 0,012 W/(m · K)). Determine a temperatura do óleo cru máxima permitida para garantir que o isolante de espuma de poliuretano permaneça abaixo de Tiso,máx = 70°C. 3.48 Um aquecedor elétrico delgado é enrolado ao redor da superfície externa de um longo tubo cilíndrico cuja superfície interna é mantida a uma temperatura de 5°C. A parede do tubo possui raios interno e externo iguais a 25 e 75 mm, respectivamente, e uma condutividade térmica de 10 W/(m · K). A resistência térmica de contato entre o aquecedor e a superfície externa do tubo (por unidade de comprimento do tubo) é = 0,01 m · K/W. A superfície externa do aquecedor está exposta a um fluido com T∞ = –10°C, com um coeficiente convectivo h = 100 W/(m2 · K). Determine a potência do aquecedor, por unidade de comprimento do tubo, requerida para mantê-lo a Te = 25°C. 3.49 No Problema 3.48, a potência elétrica necessária para manter o aquecedor a Te = 25°C depende da condutividade térmica do material da parede do tubo k, da resistência térmica de contato e do coeficiente convectivo h. Calcule e represente graficamente os efeitos, em separado, de variações na k (1 ≤ k ≤ 200 W/(m · K)), na (0 ≤ ≤ 0,1 m · K/W) e no h (10 ≤ h ≤ 2 1000 W/(m · K)) sobre a potência total necessária no aquecedor, bem como sobre as taxas de transferência de calor para a superfície interna e para o fluido. 3.50 Um tubo de aço inoxidável (AISI 304) usado para transportar um fluido farmacêutico refrigerado tem um diâmetro interno de 36 mm e uma espessura de parede de 2 mm. O fluido farmacêutico e o ar ambiente estão, respectivamente, nas temperaturas de 6°C e 23°C, respectivamente, enquanto os coeficientes convectivos interno e externo são 400 W/(m2 · K) e 6 W/(m2 · K), respectivamente. (a) Qual é o ganho de calor por unidade de comprimento do tubo? (b) Qual é o ganho de calor por unidade de comprimento, se uma camada de 10 mm de isolante de silicato de cálcio (kiso = 0,050 W/(m · K)) for colocada sobre a superfície externa do tubo? 3.51 Vapor d’água superaquecido a 575°C é conduzido de uma caldeira para a turbina de uma usina de geração de potência elétrica através de tubos de aço (k = 35 W/(m · K)), com diâmetro interno igual a 300 mm e 30 mm de espessura de parede. Para reduzir a perda térmica para a vizinhança e para manter uma temperatura externa segura para o toque, uma camada de isolante de silicato de cálcio (k = 0,10 W/(m · K)) é aplicada nos tubos. A degradação do isolante é reduzida ao cobri-lo com uma folha fina de alumínio que possui uma emissividade ε = 0,20. A temperatura do ar e das paredes da planta de potência é igual a 27°C. (a) Considerando que a temperatura da superfície interna do tubo de aço seja igual à do vapor e que o coeficiente convectivo externo à folha de alumínio seja igual a 6 W/(m2 · K), qual é a espessura mínima de isolante necessária para garantir que a temperatura do alumínio não seja superior a 50°C? Qual é a perda de calor correspondente, por metro de comprimento de tubo? (b) Explore o efeito da espessura do isolante na temperatura do alumínio e na perda de calor por unidade de comprimento do tubo. 3.52 Um aquecedor elétrico delgado está inserido entre um longo bastão circular e um tubo concêntrico, com raios interno e externo iguais a 20 e 40 mm, respectivamente. O bastão (A) possui uma condutividade térmica de kA = 0,15 W/(m · K) e o tubo (B) kB = 1,5 W/(m · K). A superfície externa do tubo está sujeita à convecção com um fluido à temperatura T∞ = –15°C e um coeficiente de transferência de calor de 50 W/(m2 · K). As resistências térmicas de contato entre as superfícies do bastão e do tubo, e as superfícies do aquecedor, são desprezíveis. (a) Determine a potência elétrica, por unidade de comprimento dos cilindros (W/m), necessária para manter a superfície externa do cilindro B a 5°C. (b) Qual é a temperatura no centro do cilindro A? 3.53 Um fio, com diâmetro D = 2 mm e temperatura uniforme T, tem uma resistência elétrica de 0,01 Ω/m. Passa nesse fio uma corrente elétrica de 20 A. (a) Qual é a taxa na qual calor é dissipado por unidade de comprimento do fio? Qual é a dissipação térmica por unidade de volume no interior do fio? (b) Se o fio não for isolado e estiver em um ambiente com ar e vizinhança a T∞ = Tviz = 20°C, qual será a temperatura T do fio? O fio tem uma emissividade de 0,3 e o coeficiente associado à transferência de calor por convecção natural pode ser aproximado por uma expressão na forma h = C[(T – T∞)/D]1/4, na qual C = 1,25 W/(m7/4 · K5/4). (c) Se o fio for coberto com um isolante plástico de 2 mm de espessura e condutividade térmica igual a 0,25 W/(m · K), quais serão as temperaturas das superfícies interna e externa do isolante? O isolante tem uma emissividade de 0,9 e o coeficiente convectivo é fornecido pela expressão da parte (b). Explore o efeito da espessura do isolante nas temperaturas das superfícies. 3.54 Um fio elétrico, com 2 mm de diâmetro, é isolado por um forro emborrachado (k = 0,13 W/(m · K)) de 2 mm de espessura e a interface forro/fio é caracterizada por uma resistência térmica de contato de =3 × 10−4 m2 · K/W. O coeficiente de transferência de calor por convecção na superfície externa do forro é igual a 10 W/(m2 · K) e a temperatura do ar ambiente igual a 20°C. Se a temperatura do isolante não pode exceder os 50°C, qual é a potência elétrica máxima permitida que pode ser dissipada por unidade de comprimento do condutor? Qual é o raio crítico do isolante? 3.55 Uma corrente elétrica escoa por uma barra longa, gerando energia térmica a uma taxa volumétrica uniforme de = 2 × 106 W/m3. A barra é concêntrica com um cilindro de cerâmica oco, criando um espaço cheio de ar entre os dois. A resistência térmica por unidade de comprimento devido à radiação entre as superfícies do espaço barra/cerâmica é igual a = 0,30 m · K/W e o coeficiente associado à convecção natural neste mesmo espaço é de h = 20 W/(m2 · K). (a) Construa um circuito térmico que possa ser utilizado para calcular a temperatura superficial da barra, Tb. Identifique todas as temperaturas, as taxas de transferência de calor e as resistências térmicas, e calcule cada resistência térmica. (b) Calcule a temperatura superficial da barra para as condições especificadas. 3.56 A seção de evaporação de uma unidade de refrigeração é formada por tubos de 10 mm de diâmetro com paredes delgadas, através dos quais escoa a substância refrigerante a uma temperatura de –18°C. Ar é refrigerado à medida que passa sobre os tubos, mantendo um coeficiente convectivo na superfície de 100 W/(m2 · K). Posteriormente o ar refrigerado é direcionado para a câmara fria. (a) Para as condições anteriores e uma temperatura do ar de –3°C, qual é a taxa na qual o calor é retirado do ar, por unidade de comprimento dos tubos? (b) Se a unidade de descongelamento do refrigerador apresentar defeito, lentamente haverá acúmulo de gelo sobre a superfície externa do tubo. Avalie o efeito da formação de gelo na capacidade de refrigeração de um tubo em função da espessura da camada formada na faixa 0 ≤ δ ≤ 4 mm. A condutividade térmica de gelo pode ser considerada igual a 0,4 W/(m · K). (c) O refrigerador é desligado após a unidade de descongelamento apresentar defeito e a camada de gelo formada possui uma espessura de 2 mm. Se os tubos estiverem em um ar ambiente a T∞ = 20°C e a convecção natural mantiver um coeficiente de transferência de calor de 2 W/(m2 · K), quanto tempo irá levar para que todo o gelo derreta? O gelo pode ser considerado com uma massa específica de 700 kg/m3 e um calor latente de fusão de 334 kJ/kg. 3.57 Uma parede composta cilíndrica é constituída por dois materiais com condutividades térmicas kA e kB, que estão separados por um aquecedor elétrico resistivo muito fino. As resistências de contato nas interfaces são desprezíveis. O líquido bombeado através do tubo se encontra a uma temperatura T∞,i e fornece um coeficiente convectivo hi na superfície interna da parede composta. A superfície externa está exposta ao ar ambiente, que se encontra a T∞,e e fornece um coeficiente de transferência de calor he. Em condições de regime estacionário, um fluxo térmico uniforme é dissipado pelo aquecedor. (a) Esboce o circuito térmico equivalente do sistema e represente todas as resistências em termos das variáveis relevantes. (b) Obtenha uma expressão que possa ser usada para determinar a temperatura do aquecedor, Tq. (c) Obtenha uma expressão para a razão entre as taxas de transferência de calor para os fluidos externo e interno, / Como poderiam ser ajustadas as variáveis do problema para minimizar esta razão? 3.58 Uma corrente elétrica de 700 A passa em um cabo de aço inoxidável com diâmetro de 5 mm e resistência elétrica de 6 × 10−4 Ω/m (ou seja, por metro de comprimento do cabo). O cabo encontra-se em um ambiente que está a uma temperatura de 30°C e o coeficiente total associado à convecção e à radiação entre o cabo e a vizinhança é de aproximadamente 25 W/(m2 · K). (a) Se o cabo estiver desencapado, qual será a temperatura na sua superfície? (b) Se um revestimento muito fino de um isolante elétrico for aplicado sobre o cabo, com uma resistência de contato de 0,02 m2 · K/W, quais serão as temperaturas das superfícies do isolamento e do cabo? (c) Há alguma preocupação em relação à capacidade do isolamento em suportar temperaturas elevadas. Que espessura desse isolante (k = 0,5 W/(m · K)) produzirá o menor valor para a temperatura máxima no isolante? Qual será o valor da temperatura máxima quando esta espessura de isolante for utilizada? 3.59 Uma tubulação de aço com parede delgada e 0,20 m de diâmetro é usada para transportar vapor d’água saturado a uma pressão de 20 bar através de uma sala onde a temperatura do ar é de 25°C e o coeficiente de transferência de calor por convecção na superfície externa da tubulação é de 20 W/(m2 · K). (a) Qual é a perda de calor por unidade de comprimento para o tubo nu (sem isolamento)? Estime a perda de calor, por unidade de comprimento, se uma camada de isolante (magnésia a 85%) com 50 mm de espessura for instalada. O aço e a magnésia podem ser considerados com uma emissividade igual a 0,8 e a resistência convectiva no lado do vapor pode ser desprezada. (b) Os custos associados à geração do vapor e à instalação do isolante equivalem a $4/109 J e $100/m de comprimento do tubo, respectivamente. Se a linha de vapor deve operar a 7500 h/ano, quantos anos são necessários para que se tenha o retorno do investimento inicial no isolamento? 3.60 Um tubo de parede delgada com 100 mm de diâmetro, sem isolamento térmico, é usado para transportar água para um equipamento que opera ao ar livre e usa água como fluido refrigerante. Em condições de inverno rigoroso, a parede do tubo chega a atingir temperaturas de –15°C e uma camada cilíndrica de gelo se forma sobre a sua superfície interna. Se uma temperatura média da água de 3°C e um coeficiente convectivo de 2000 W/(m2 · K) são mantidos na superfície interna da camada de gelo, que se encontra a 0°C, qual é a espessura da camada de gelo presente? 3.61 Vapor d’água escoando em um longo tubo, com parede delgada, mantém a sua parede a uma temperatura uniforme de 500 K. O tubo é coberto por uma manta de isolamento composta por dois materiais diferentes, A e B. Pode-se supor que há, na interface entre os dois materiais, uma resistência de contato infinita. Toda a superfície externa está exposta ao ar, para o qual T∞ = 300 K e h = 25 W/(m2 · K). (a) Esboce o circuito térmico do sistema. Identifique (usando os símbolos propostos) todos os nós e resistências pertinentes. (b) Para as condições especificadas, qual é a perda de calor total para o ambiente? Quais são as temperaturas na superfície externa, Ts,2(A) e Ts,2(B)? 3.62 Um revestimento de baquelita é usado sobre um bastão condutor de 10 mm de diâmetro, cuja superfície é mantida a 200°C pela passagem de uma corrente elétrica. O bastão encontra-se imerso em um fluido a 25°C, no qual o coeficiente convectivo é igual a 140 W/(m2 · K). Qual é o raio crítico associado ao revestimento nestas condições? Qual é a taxa de transferência de calor, por unidade de comprimento, para o bastão sem revestimento e com revestimento de baquelita, cuja espessura corresponde ao raio crítico? Que quantidade de baquelita deveria ser colocada sobre o bastão para reduzir em 25% a transferência de calor tendo como base o valor correspondente ao bastão sem revestimento? Parede Esférica 3.63 Um tanque de armazenamento possui uma seção cilíndrica, com comprimento e diâmetro interno de L = 2 m e Di = 1 m, respectivamente, e duas calotas hemisféricas nas extremidades. O tanque é fabricado em vidro (Pyrex) com 20 mm de espessura e encontra-se exposto ao ar ambiente, no qual a temperatura é de 300 K e o coeficiente convectivo é igual a 10 W/(m2 · K). O tanque é usado para armazenar óleo aquecido, que mantém a superfície interna a uma temperatura de 400 K. Determine a potência elétrica que deve ser fornecida a um aquecedor submerso no óleo, se as condições especificadas devem ser mantidas. Efeitos da radiação térmica podem ser desprezados e a condutividade térmica do Pyrex pode ser suposta igual a 1,4 W/(m · K). 3.64 Seja o sistema de armazenamento de oxigênio líquido e as condições ambientes do laboratório descritas no Problema 1.49. Para reduzir a perda de oxigênio por evaporação, uma camada de isolante deve ser aplicada sobre a superfície externa do recipiente. Considere o uso de uma manta isolante laminada folha de alumínio/vidro, com a condutividade térmica e a emissividade na superfície iguais a k = 0,00016 W/(m · K) e ε = 0,20, respectivamente. (a) Se o recipiente for coberto com uma camada de isolante de 10 mm de espessura, qual será a redução percentual na perda de oxigênio em relação ao recipiente sem isolante? (b) Calcule e represente graficamente a taxa de evaporação do oxigênio (kg/s) como uma função da espessura do isolante t, para 0 ≤ t ≤ 50 mm. 3.65 Uma casca esférica de vidro Pyrex tem diâmetros interno e externo de D1 = 0,1 m e D2 = 0,2 m, respectivamente. A superfície interna está a Ts,1 = 100°C e a superfície externa está a Ts,2 = 45°C. (a) Determine a temperatura no ponto central da espessura da casca, T(rm = 0,075 m). (b) Para as mesmas temperaturas nas superfícies e dimensões da parte (a), mostre como a temperatura no ponto central mudaria se a casca fosse de alumínio. 3.66 No Exemplo 3.6 foi deduzida uma expressão para o raio crítico do isolante em um tubo cilíndrico isolado. Desenvolva a expressão que seria apropriada para uma esfera isolada. 3.67 Uma esfera oca de alumínio, com um aquecedor elétrico no centro, é usada em testes para determinar a condutividade térmica de materiais isolantes. Os raios interno e externo da esfera são 0,15 e 0,18 m, respectivamente, e os testes são realizados em condições de regime estacionário com a superfície interna do alumínio mantida a 250°C. Em um teste específico, uma casca esférica de isolante é moldada sobre a superfície externa da esfera até uma espessura de 0,12 m. O sistema encontra-se em uma sala na qual a temperatura do ar é de 20°C e o coeficiente de transferência de calor por convecção na superfície externa do isolante é de 30 W/(m2 · K). Se 80 W são dissipados pelo aquecedor em condições de regime estacionário, qual é a condutividade térmica do isolante? 3.68 Um tanque esférico para armazenar oxigênio líquido no ônibus espacial deve ser construído em aço inoxidável com 0,80 m de diâmetro externo e 5 mm de espessura de parede. O ponto de ebulição e o calor latente de vaporização do oxigênio líquido são 90 K e 213 kJ/kg, respectivamente. O tanque será instalado em um grande compartimento cuja temperatura deve ser mantida em 240 K. Projete um sistema de isolamento térmico que irá manter as perdas de oxigênio devidas à ebulição abaixo de 1 kg/dia. 3.69 Uma sonda criocirúrgica esférica pode ser introduzida em tecidos doentes com o propósito de congelar e dessa maneira destruir o tecido. Considere uma sonda com 3 mm de diâmetro cuja superfície é mantida a –30°C quando introduzida em um tecido que se encontra a 37°C. Uma camada esférica de tecido congelado se forma ao redor da sonda, com uma temperatura de 0°C na fronteira (interface) entre os tecidos congelado e normal. Se a condutividade térmica do tecido congelado é de aproximadamente 1,5 W/(m · K) e a transferência de calor na fronteira entre as fases pode ser caracterizada por um coeficiente convectivo efetivo de 50 W/(m2 · K), qual é a espessura da camada de tecido congelado (suponha a perfusão desprezível)? 3.70 Um vaso esférico, usado como reator para produzir fármacos, tem uma parede de aço inoxidável (k = 17 W/(m · K)) com 10 mm de espessura e diâmetro interno de 1 m. A superfície externa do vaso é exposta ao ar ambiente (T∞ = 25°C). Nesta superfície, um coeficiente convectivo de 6 W/(m2 · K) pode ser admitido. (a) Durante uma operação em regime estacionário, uma temperatura da superfície interna de 50°C é mantida pela geração de energia no interior do reator. Qual é a perda de calor no reator? (b) Se uma camada de 20 mm de isolante de fibra de vidro (k = 0,040 W/(m · K)) for aplicada no exterior do vaso e a taxa de geração de energia térmica permanecer inalterada, qual será a temperatura da superfície interna do vaso? 3.71 A parede de um tanque esférico, com uma reação exotérmica em seu interior, tem 1 m de diâmetro e encontra-se a 200°C quando o ar ambiente está a 25°C. Que espessura de espuma de uretano é necessária para reduzir a temperatura exterior para 40°C, considerando que o coeficiente convectivo é de 20 W/(m2 · K) em ambas as situações? Qual a porcentagem de redução na taxa de transferência de calor alcançada pelo uso do isolante? 3.72 Uma casca esférica composta de raio interno r1 = 0,25 m é construída com uma camada de chumbo de raio externo r2 = 0,30 m e uma camada de aço inoxidável AISI 302 de raio externo r3 = 0,31 m. No seu interior há rejeitos radioativos que geram calor a uma taxa de = 5 × 105 W/m3. É proposto submergir o recipiente em águas oceânicas que estão a uma temperatura de T∞ = 10°C e propiciam um coeficiente convectivo de h = 500 W/(m2 · K) na superfície externa do recipiente. Há algum problema associado à proposta? 3.73 A energia transferida da câmara anterior do olho através da córnea varia consideravelmente dependendo do uso ou não de uma lente de contato. Trate o olho como um sistema esférico e suponha o sistema em regime estacionário. O coeficiente convectivo he permanece inalterado com ou sem a presença da lente de contato. A córnea e a lente cobrem um terço da área da superfície esférica. Os valores dos parâmetros que representam essa situação são os seguintes: (a) Construa os circuitos térmicos, identificando todos os potenciais e escoamentos para os sistemas com e sem a lente de contato. Escreva as resistências em termos dos parâmetros apropriados. (b) Determine a perda de calor da câmara anterior, com e sem a lente de contato. (c) Discuta a implicação de seus resultados. 3.74 A superfície externa de uma esfera oca de raio r2 está sujeita a um fluxo térmico uniforme . A superfície interna em r1 é mantida a uma temperatura constante Ts,1. (a) Desenvolva uma expressão para a distribuição de temperaturas T(r) na parede da esfera em termos de , Ts,1, r1, r2 e da condutividade térmica do material da parede k. (b) Se os raios interno e externo da esfera são r1 = 50 mm e r2 = 100 mm, respectivamente, que fluxo térmico é necessário para manter a superfície externa a Ts,2 = 50°C, estando a superfície interna a Ts,1 = 20°C? A condutividade térmica do material da parede é de k = 10 W/(m · K). 3.75 Uma casca esférica, com raios interno e externo ri e re, respectivamente, está cheia de um material gerador de calor que fornece uma taxa volumétrica de geração (W/m3) e uniforme igual a . A superfície externa da casca está exposta a um fluido com temperatura T∞ e coeficiente convectivo h. Obtenha uma expressão para a distribuição de temperaturas em regime estacionário T(r) na casca, expressando o seu resultado em termos de ri, re, , h, T∞ e da condutividade térmica k do material da casca. 3.76 Um tanque esférico de 3 m de diâmetro armazena um gás liquefeito de petróleo a –60°C. Isolamento com uma condutividade térmica de 0,06 W/(m · K) e espessura de 250 mm é instalado no exterior do tanque para reduzir o ganho de calor. (a) Determine a posição radial na camada de isolante na qual a temperatura é de 0°C, quando a temperatura do ar ambiente é de 20°C e o coeficiente convectivo na superfície externa é de 6 W/(m2 · K). (b) Se o isolante for permeável em relação à umidade do ar atmosférico, que conclusões pode você tirar sobre a formação de gelo no isolante? Que efeito terá a formação de gelo no ganho de calor do GLP? Como esta situação poderia ser evitada? 3.77 Um transistor, que pode ser aproximado por uma fonte de calor hemisférica com raio re = 0,1 mm, está inserido em um grande substrato de silício (k = 125 W/(m · K)) e dissipa calor a uma taxa q. Todas as fronteiras do silício são mantidas à temperatura ambiente de T∞ = 27°C, exceto a superfície superior, que se encontra isolada termicamente. Obtenha uma expressão geral para a distribuição de temperaturas no substrato e determine a temperatura da superfície da fonte de calor para q = 4 W. 3.78 Uma técnica para destruir tecidos malignos envolve a inserção de uma pequena fonte de calor esférica, de raio re, no interior do tecido e a manutenção de temperaturas locais acima de um valor crítico Tc por um período prolongado. Pode-se considerar que o tecido que se encontra bem afastado da fonte de calor permaneça na temperatura normal do corpo (Tcorp = 37°C). Obtenha uma expressão geral para a distribuição de temperaturas radial no tecido, em condições de regime estacionário, no qual há uma dissipação de calor a uma taxa q. Se re = 0,5 mm, qual a taxa de calor que deve ser fornecida para manter uma temperatura no tecido de T ≥ Tc = 42°C na região 0,5 ≤ r ≤ 5 mm? A condutividade térmica do tecido é de aproximadamente 0,5 W/(m · K). Suponha perfusão desprezível. Condução com Geração de Energia Térmica 3.79 Ar no interior de uma câmara a T∞,i = 50°C é aquecido por convecção, com hi = 20 W/(m2 · K), por uma parede com 200 mm de espessura, condutividade térmica de 4 W/(m · K) e com geração uniforme de calor a uma taxa de 1000 W/m3. Para evitar que qualquer calor gerado no interior da parede seja perdido para o lado de fora da câmara, a T∞,e = 25°C e he = 5 W/(m2 · K), uma fita aquecedora elétrica muito fina é colocada sobre a superfície externa da parede para fornecer um fluxo térmico uniforme, . (a) Esboce a distribuição de temperaturas na parede, em um sistema de coordenadas T – x, para a condição na qual nenhum calor gerado no seu interior é perdido para o lado de fora da câmara. (b) Quais são as temperaturas nas superfícies da parede, T(0) e T(L), para as condições da parte (a)? (c) Determine o valor de que deve ser fornecido pela fita aquecedora de modo que todo o calor gerado no interior da parede seja transferido para o interior da câmara. (d) Se a geração de calor na parede for interrompida enquanto o fluxo fornecido pela fita aquecedora permanecer constante, qual será a temperatura em regime estacionário, T(0), na superfície externa da parede? 3.80 Considere cascas cilíndrica e esférica com superfícies interna e externa, em r1 e r2, mantidas a temperaturas uniformes Ts,1 e Ts,2, respectivamente. Se houver geração de calor uniforme no interior das cascas, obtenha expressões para as distribuições de temperaturas, para os fluxos térmicos e para as taxas de transferência de calor, para a transferência unidimensional, na direção radial e em regime estacionário. Compare os seus resultados com aqueles resumidos no Apêndice C. 3.81 Uma parede plana, com espessura de 0,1 m e condutividade térmica de 25 W/(m · K), apresenta uma taxa volumétrica de geração de calor uniforme de 0,3 MW/m3 e está isolada em um de seus lados, enquanto o outro encontra-se exposto a um fluido a 92°C. O coeficiente de transferência de calor por convecção entre a parede e o fluido é de 500 W/(m2 · K). Determine a temperatura máxima na parede. 3.82 Grandes fardos cilíndricos de feno, usados para alimentar o gado nos meses de inverno, têm diâmetro D = 2 m e são armazenados encostados um a um de modo a formarem longos cilindros. Geração microbiológica de energia ocorre no feno e pode ser excessiva se o fazendeiro enfardar o feno em condições muito úmidas. Supondo que a condutividade térmica do feno no fardo seja k = 0,04 W/(m · K), determine a temperatura máxima do feno, em estado estacionário, para o feno seco ( = 1 W/m3), para o feno úmido ( = 10 W/m3) e para o feno molhado ( = 100 W/m3). As condições do ambiente são: T = 0°C e h = 25 W/(m2 · K). 3.83 Considere os fardos cilíndricos de feno no Problema 3.82. É proposto usar a geração microbiológica de energia associada ao feno molhado para aquecer água. Considere um tubo com 30 mm de diâmetro, com parede delgada, inserido na direção longitudinal no centro de um fado cilíndrico. O tubo transporta água a T∞,i = 20°C, com hi = 200 W/(m2 · K). (a) Determine a taxa de transferência de calor, em regime estacionário, para a água, por unidade de comprimento do tubo. (b) Represente graficamente a distribuição radial de temperaturas no feno, T(r). (c) Represente graficamente a transferência de calor para a água, por unidade de comprimento do tubo, para diâmetros do fardo na faixa 0,2 m ≤ D ≤ 2 m. 3.84 Seja a condução unidimensional em uma parede plana composta. Sua superfície externa está exposta a um fluido a 25°C, com um coeficiente convectivo de 1000 W/(m2 · K). Na parede intermediária B há geração uniforme de calor a uma taxa B, enquanto não existe geração nas paredes A e C. As temperaturas nas interfaces são T1 = 261°C e T2 = 211°C. (a) Supondo resistências de contato desprezíveis nas interfaces, determine a taxa volumétrica de geração de calor B e a condutividade térmica kB. (b) Represente graficamente a distribuição de temperaturas, mostrando suas características importantes. (c) Considere condições que correspondam à perda de refrigerante na superfície exposta do material A (h = 0). Determine T1 e T2 e represente a distribuição de temperaturas ao longo de todo o sistema. 3.85 Considere uma parede plana composta constituída por três materiais (materiais A, B e C organizados da esquerda para a direita) de condutividade térmica kA = 0,24 W/(m · K), kB = 0,13 W/(m · K) e kC = 0,50 W/(m · K). As espessuras das três camadas da parede são LA = 20 mm, LB = 13 mm e LC = 20 mm. Há uma resistência de contato de = 10−2 m2 K/W na interface entre os materiais A e B, assim como na interface entre os materiais B e C. A face esquerda da parede composta é isolada termicamente, enquanto a face direita está exposta a condições convectivas caracterizadas por h = 10 W/(m2 · K) e T∞ = 20°C. No Caso 1, energia térmica é gerada no material A a uma taxa de A = 5000 W/m3. No Caso 2, energia térmica é gerada no material C a uma taxa de C = 5000 W/m3. (a) Determine a temperatura máxima no interior da parede composta sob condições de regime estacionário para o Caso 1. (b) Esboce a distribuição de temperaturas em coordenadas T – x, em estado estacionário, para o Caso 1. (c) Esboce a distribuição de temperaturas, em estado estacionário, para o Caso 2 nas mesmas coordenadas T – x usadas para o Caso 1. 3.86 Um aquecedor de ar pode ser fabricado pelo enrolamento de um fio de níquel cromo e passagem do ar em escoamento cruzado ao fio. Considere um aquecedor fabricado com um fio de diâmetro D = 1 mm, resistividade elétrica, ρe = 10−6 Ω · m, condutividade térmica, k = 25 W/(m · K), e emissividade ε = 0,20. O aquecedor é projetado para fornecer ar a uma temperatura de T∞ = 50°C sob condições de escoamento que fornecem um coeficiente convectivo de h = 250 W/(m2 · K) na superfície do fio. A temperatura do envoltório que envolve o fio e através do qual o ar escoa é igual a Tviz = 50°C. Se a temperatura máxima admissível do fio é igual a Tmáx = 1200°C, qual é a corrente elétrica máxima admissível, I? Se a voltagem máxima disponível é de ΔE = 110 V, quais são o comprimento L do fio que pode ser usado no aquecedor e a potência nominal do aquecedor? Sugestão: Na sua solução, suponha variação de temperatura no interior do fio desprezível, mas após obter os resultados desejados, avalie a validade desta suposição. 3.87 Considere a parede composta do Exemplo 3.7. Na seção de Comentários, distribuições de temperaturas na parede foram determinadas considerando resistência de contato desprezível entre os materiais A e B. Calcule e represente graficamente as distribuições de temperaturas para uma resistência térmica de contato igual a = 10−4 m2 · K/W. 3.88 Considere geração uniforme de energia térmica no interior de uma parede unidimensional de espessura L, com uma superfície mantida a Ts,1 e a outra superfície isolada termicamente. (a) Determine uma expressão para o fluxo térmico condutivo para a parede fria e para a temperatura da parede quente Ts,2, expressando os seus resultados em termos de k, , L e Ts,1. (b) Compare o fluxo térmico encontrado na parte (a) com o fluxo térmico associado a uma parede plana sem geração de energia, cujas temperaturas superficiais estão a Ts,1 e Ts,2. 3.89 Uma parede plana de espessura 2L e condutividade térmica k experimenta uma taxa volumétrica de geração uniforme . Como mostrado no esboço como Caso 1, a superfície em x = –L é perfeitamente isolada, enquanto a outra superfície é mantida a uma temperatura constante e uniforme Te. Para o Caso 2, uma fita dielétrica muito fina é inserida no plano central da parede (x = 0) para isolar eletricamente as duas seções, A e B. A resistência térmica da fita é = 0,0005 m2 · K/W. Os parâmetros associados à parede são: k = 50 W/(m · K), L = 20 mm, Te = 50°C. = 5 × 106 W/m3 e (a) Esboce a distribuição de temperaturas para o Caso 1 em coordenadas T – x. Descreva as características principais dessa distribuição. Identifique a localização da temperatura máxima na parede e calcule essa temperatura. (b) Esboce a distribuição de temperaturas para o Caso 2 nas mesmas coordenadas T – x. Descreva as características principais dessa distribuição. (c) Qual é a diferença de temperaturas entre as duas paredes em x = 0 no Caso 2? (d) Qual é a posição da temperatura máxima na parede composta do Caso 2? Calcule essa temperatura. 3.90 Um elemento de combustível nuclear, com espessura 2L, é coberto com um revestimento de aço com espessura b. O calor gerado no interior do combustível nuclear, a uma taxa , é removido por um fluido a T∞, que se encontra em contato com uma das superfícies e é caracterizado por um coeficiente convectivo h. A outra superfície encontra-se isolada termicamente. O combustível e o aço possuem condutividades térmicas kc e ka, respectivamente. (a) Obtenha uma equação para a distribuição de temperaturas T(x) no combustível nuclear. Expresse seus resultados em termos de , kc, L, b, ka, h e T∞. (b) Esboce a distribuição de temperaturas T(x) para todo o sistema. 3.91 Considere o elemento combustível revestido do Problema 3.90. (a) Usando relações apropriadas das Tabelas C.1 e C.2, obtenha uma expressão para a distribuição de temperaturas T(x) no elemento combustível. Para kc = 60 W/(m · K), L = 15 mm, b = 3 mm, ka = 15 W/(m · K), h = 10.000 W/(m2 · K) e T∞ = 200°C, quais são a maior e a menor temperaturas no elemento combustível, se calor estiver sendo gerado uniformemente a uma taxa volumétrica de = 2 × 107 W/m3? Quais são as respectivas posições? (b) Se o isolamento for removido e condições equivalentes de convecção forem mantidas em cada superfície, qual é a forma correspondente da distribuição de temperaturas no elemento combustível? Para as condições da parte (a), quais são a maior e a menor temperaturas no combustível? Quais são as respectivas posições? (c) Para as condições das partes (a) e (b), represente graficamente as distribuições de temperaturas no elemento combustível. 3.92 No Problema 3.79, a fita aquecedora atua como um protetor contra as perdas de calor da parede para o exterior e o fluxo térmico necessário para tal depende de condições operacionais na câmara, tais como e T∞,i. Como uma primeira etapa no projeto de um controlador para o aquecedor protetor, calcule e represente graficamente e T(0) em função de para 200 ≤ ≤ 2000 W/m3 e T∞,i = 30; 50 e 70°C. 3.93 A superfície exposta (x = 0) de uma parede plana, com condutividade térmica k, é submetida à radiação de micro-ondas, que causa um aquecimento volumétrico que varia segundo em que e (W/m3) é uma constante. A fronteira em x = L está perfeitamente isolada, enquanto a superfície exposta é mantida a uma temperatura constante To. Determine a distribuição de temperaturas T(x) em termos de x, L, k, e e Te. 3.94 Uma janela de quartzo com espessura L serve como visor em um forno usado para temperar aço. A superfície interna (x = 0) da janela é irradiada com um fluxo de calor uniforme devido à emissão dos gases quentes no interior do forno. Pode-se supor que uma fração, b, dessa radiação é absorvida na superfície interna, enquanto a radiação restante é parcialmente absorvida ao atravessar o quartzo. A geração de calor volumétrica devido à essa absorção pode ser descrita por uma expressão com a forma na qual α é o coeficiente de absorção do quartzo. Há transferência de calor por convecção na superfície externa (x = L) da janela para o ar ambiente, a T∞, e ela é caracterizada por um coeficiente convectivo h. A convecção e a emissão de radiação na superfície interna podem ser desprezados, assim como a emissão de radiação da superfície externa. Determine a distribuição de temperaturas no quartzo, representando o seu resultado em termos dos parâmetros definidos anteriormente. 3.95 Para as condições descritas no Problema 1.44, determine a distribuição de temperaturas, T(r), no recipiente, expressando o seu resultado em termos de e, re, T∞, h e da condutividade térmica k dos rejeitos radioativos. 3.96 Uma casca cilíndrica com raios interno e externo ri e re, respectivamente, é feita com um material gerador de calor que fornece uma taxa volumétrica de geração uniforme (W/m3) de . A superfície interna é isolada, enquanto a superfície externa da casca está exposta a uma fluido à T∞ com um coeficiente convectivo h. (a) Obtenha uma expressão para a distribuição de temperaturas em estado estacionário, T(r), na casca, representando o seu resultado em termos de ri, re, , h, T∞ e da condutividade térmica k do material da casca. (b) Determine uma expressão para a taxa de transferência de calor, q′(re), no raio externo da casca, em termos de e das dimensões da casca. 3.97 Na figura é mostrada a seção transversal de um elemento combustível cilíndrico longo em um reator nuclear. Geração de energia ocorre uniformemente no bastão combustível de tório, que possui diâmetro D = 25 mm e é envolto por um fino revestimento de alumínio. (a) É proposto que, em condições de regime estacionário, o sistema opere com uma taxa de geração de = 7 × 108 W/m3 e um sistema de resfriamento caracterizado por T∞ = 95°C e h = 7000 W/(m2 · K). Essa proposta é satisfatória? (b) Explore o efeito de variações em e h, representando graficamente distribuições de temperaturas, T(r), para uma faixa de valores dos parâmetros. Sugira um envelope de condições operacionais aceitáveis. 3.98 Um elemento combustível de um reator nuclear é constituído por um bastão cilíndrico maciço de raio r1 e condutividade térmica kc. O bastão combustível encontra-se em perfeito contato com um material de revestimento que possui um raio externo r2 e uma condutividade térmica kr. Suponha condições de regime estacionário, nas quais há geração uniforme de calor no interior do combustível a uma taxa volumétrica e a superfície externa do revestimento está exposta a um refrigerante caracterizado por uma temperatura T∞ e um coeficiente convectivo h. (a) Obtenha equações para as distribuições de temperaturas Tc(r) e Tr(r) no combustível e no revestimento, respectivamente. Expresse os seus resultados exclusivamente em termos das variáveis anteriores. (b) Seja um bastão combustível de óxido de urânio, com kc = 2 W/(m · K) e r1 = 6 mm, e um revestimento com kr = 25 W/(m · K) e r2 = 9 mm. Se = 2 × 108 W/m3, h = 2000 W/(m2 · K) e T∞ = 300 K, qual é a temperatura máxima no elemento combustível? (c) Calcule e represente graficamente a distribuição de temperaturas, T(r), para valores de h = 2000, 5000 e 10.000 W/(m2 · K). Se a operadora desejar manter a temperatura no eixo central do elemento combustível abaixo de 1000 K, ela poderá fazer o controle ajustando o escoamento do refrigerante e desta forma o valor do h? 3.99 Seja a configuração do Exemplo 3.8, na qual o aquecimento volumétrico uniforme em um tubo de aço inoxidável é induzido por uma corrente elétrica e o calor é transferido por convecção para o ar que escoa no seu interior. A parede do tubo possui raios interno e externo de r1 = 25 mm e r2 = 35 mm, uma condutividade térmica k = 15 W/(m · K), uma resistividade elétrica ρe = 0,7 × 10−6 Ω m, e uma temperatura de operação máxima permissível de 1400 K. (a) Supondo a superfície externa do tubo perfeitamente isolada e o escoamento do ar caracterizado por uma temperatura e coeficiente convectivo T∞,1 = 400 K e h1 = 100 W/(m2 · K), determine a corrente elétrica máxima permissível I. (b) Calcule e represente a distribuição de temperaturas radial na parede do tubo para a corrente elétrica da parte (a) e três valores de h1 (100, 500 e 1000 W/(m2 · K)). Para cada valor de h1, determine a taxa de transferência de calor para o ar, por unidade de comprimento do tubo. (c) Na prática, mesmo o melhor dos materiais isolantes seria incapaz de manter condições adiabáticas na superfície externa do tubo. Considere o uso de um material isolante refratário com condutividade térmica k = 1,0 W/(m · K) e despreze a troca radiante na sua superfície externa. Para h1 = 100 W/(m2 · K) e a corrente máxima permissível determinada na parte (a), calcule e represente a distribuição de temperaturas na parede composta para dois valores da espessura da camada de isolante (δ = 25 e 50 mm). A superfície externa do isolante está exposta ao ar ambiente, para o qual T∞,2 = 300 K e h2 = 25 W/(m2 · K). Para cada espessura do isolante, determine as taxas de transferência de calor, por unidade de comprimento do tubo, para a corrente de ar no interior do tubo e para o ambiente. 3.100 Um reator nuclear de alta temperatura com resfriamento a gás é formado por uma parede cilíndrica composta, na qual um elemento combustível de tório (k ≈ 57 W/(m · K)) encontra-se envolto em grafite (k ≈ 3 W/(m · K)) e hélio gasoso escoa através de um canal anular de resfriamento. Considere condições nas quais a temperatura do hélio é de T∞ = 600 K e o coeficiente convectivo na superfície externa do grafite é de h = 2000 W/(m2 · K). (a) Se energia térmica é gerada uniformemente no elemento combustível a uma taxa = 108 W/m3, quais são as temperaturas T1 e T2 nas superfícies interna e externa, respectivamente, do elemento combustível? (b) Calcule e represente a distribuição de temperaturas na parede composta para valores selecionados de . Qual é o valor máximo permissível para ? 3.101 Em um longo bastão cilíndrico, com 200 mm de diâmetro e condutividade térmica de 0,5 W/(m · K), há geração volumétrica uniforme de calor a uma taxa de 24.000 W/m3. O bastão está encapsulado por uma luva cilíndrica, com diâmetro externo igual a 400 mm e condutividade térmica de 4 W/(m · K). A superfície externa da luva está exposta a um escoamento cruzado de ar a 27°C com um coeficiente convectivo de 25 W/(m2 · K). (a) Ache a temperatura na interface entre o bastão e a luva, e na superfície externa. (b) Qual é a temperatura no centro do bastão? 3.102 Um material radioativo com condutividade térmica k é moldado como uma esfera sólida de raio re e colocado em um banho líquido, no qual a temperatura T∞ e o coeficiente convectivo h são conhecidos. Calor é gerado uniformemente no interior do sólido a uma taxa volumétrica . Obtenha a distribuição de temperaturas radial no sólido, no regime estacionário, expressando o seu resultado em termos de re, , k, h e T∞. 3.103 Rejeitos radioativos são colocados em um recipiente esférico de parede delgada. Os rejeitos geram energia térmica de forma não uniforme de acordo com a relação = e [1 – (r/re)2], na qual é a taxa local de geração de energia por unidade de volume, e é uma constante e re é o raio do recipiente. Condições de regime estacionário são mantidas pela imersão do recipiente em um líquido que se encontra a T∞ e fornece um coeficiente convectivo h uniforme. Determine a distribuição de temperaturas, T(r), no interior do recipiente. Expresse o seu resultado em termos de e, re, T∞, h e da condutividade térmica k dos rejeitos radioativos. 3.104 Rejeitos radioativos (krr = 20 W/(m · K)) são armazenados em um recipiente esférico de aço inoxidável (kai = 15 W/(m · K)), com raios interno e externo iguais a ri = 0,5 m e re = 0,6 m. Calor é gerado no interior dos rejeitos a uma taxa volumétrica uniforme = 105 W/m3 e a superfície externa do recipiente está exposta a um escoamento de água no qual h = 1000 W/(m2 · K) e T∞ = 25°C. (a) Calcule a temperatura da superfície externa Ts,e, em condições de regime estacionário. (b) Calcule a temperatura da superfície interna Ts,i, em condições de regime estacionário. (c) Obtenha uma expressão para a distribuição de temperaturas, T(r), nos rejeitos radioativos. Expresse o seu resultado em termos de ri, Ts,i, krr e . Calcule a temperatura em r = 0. (d) Uma extensão proposta para o projeto anterior envolve o armazenamento de rejeitos radioativos com a mesma condutividade térmica e duas vezes a taxa de geração de calor ( = 2 × 105 W/m3) em um recipiente de aço inoxidável com raio interno equivalente (ri = 0,5 m). Considerações de segurança ditam que a temperatura máxima do sistema não deve exceder 475°C e que a espessura da parede do recipiente não deve ser inferior a t = 0,04 m, sendo preferencialmente igual ou próxima à do projeto original (t = 0,1 m). Avalie o efeito da variação do coeficiente convectivo externo até o valor máximo atingível de h = 5000 W/(m2 · K) (através do aumento da velocidade da água), e da espessura da parede do recipiente. A extensão proposta é factível? Caso afirmativo, recomende condições operacionais e de projeto apropriadas para h e t, respectivamente. 3.105 Características específicas de materiais biologicamente ativos, como frutas, vegetais e outros produtos, fazem com que eles necessitem de cuidado especial no manuseio. Após a colheita e a separação das plantas produtoras, a glicose é catabolizada, produzindo dióxido de carbono, vapor d’água e calor, com a consequente geração interna de energia. Seja uma caixa de maçãs, cada uma com 80 mm de diâmetro, que é ventilada com ar a 5°C e a uma velocidade de 0,5 m/s. O valor correspondente do coeficiente de transferência de calor é de 7,5 W/(m2 · K). No interior de cada maçã, energia térmica é gerada uniformemente a uma taxa total de 4000 J/(kg · dia). A massa específica e a condutividade térmica da maçã são 840 kg/m3 e 0,5 W/(m · K), respectivamente. (a) Determine as temperaturas no centro e na superfície das maçãs. (b) Para uma pilha de maçãs no interior de uma caixa, o coeficiente convectivo depende da velocidade do ar na forma h = C1 V0,425, na qual C1 = 10,1 W/(m2 · K (m/s)0,425). Calcule e represente graficamente as temperaturas no centro e na superfície das maçãs em função da velocidade do ar para 0,1 ≤ V ≤ 1 m/s. 3.106 Considere a parede plana, o cilindro longo e a esfera mostrados esquematicamente, todos com o mesmo comprimento característico a, mesma condutividade térmica k e mesma taxa volumétrica de geração de energia uniforme . (a) No mesmo gráfico, represente a temperatura adimensional em regime estacionário, [T(x ou r) – T(a)]/[ a2/2k], em função dos comprimentos característicos adimensionais, x/a ou r/a, para cada geometria. (b) Que geometria tem a menor diferença de temperaturas entre o centro e a superfície? Explique esse comportamento comparando a razão volume/área superficial. (c) Que geometria seria preferível para uso como um elemento combustível nuclear? Explique por quê. Superfícies Estendidas 3.107 O medidor de calor radiante mostrado na figura é feito com uma folha metálica de constantan, pintada de preto e com o formato de um disco circular com raio R e espessura t. O medidor é posicionado em um envoltório onde há vácuo. O fluxo de radiação incidente absorvido pela folha, , difunde-se em direção à circunferência externa e ao grande anel de cobre, que atua como um sumidouro de calor a uma temperatura constante T(R). Dois fios de cobre estão fixados ao centro da folha e ao anel, fechando um circuito de termopar que permite a mediação da diferença de temperaturas entre o centro da folha e a sua extremidade, ΔT = T(0) – T(R). Obtenha a equação diferencial que determina T(r), a distribuição de temperaturas na folha, em condições de regime estacionário. Resolva essa equação para obter uma expressão que relacione ΔT com . Você pode desprezar a troca de calor por radiação entre a folha e a sua vizinhança. 3.108 Tubos de cobre estão fixados à placa absorvedora de um coletor solar plano, conforme mostrado na figura. A placa absorvedora feita com a liga de alumínio (2024-T6) possui 6 mm de espessura e é isolada termicamente na sua superfície inferior. Há vácuo no espaço que separa a superfície superior da placa e a placa de cobertura transparente. Os tubos encontram-se espaçados entre si por uma distância L de 0,20 m e água escoa nos tubos para remover a energia coletada. A água pode ser suposta estar a uma temperatura uniforme Ta = 60°C. Em condições de operação em regime estacionário, nas quais o fluxo radiante líquido na superfície absorvedora é de = 800 W/m2, quais são a temperatura máxima na placa e a taxa de transferência de calor para a água por unidade de comprimento do tubo? Note que representa o efeito líquido da absorção da radiação solar pela placa absorvedora e da troca de radiação entre a placa absorvedora e a placa de cobertura. Você pode supor que a temperatura da placa absorvedora exatamente acima de um tubo seja igual à da água. 3.109 Um método usado para formar nanofios (nanotubos com núcleo sólido) inicia-se com a deposição de uma pequena gota de um catalisador líquido sobre uma superfície plana. A superfície e o catalisador são aquecidos e simultaneamente expostos a um gás, com alta temperatura e baixa pressão, que contém uma mistura de espécies químicas, a partir das quais o nanofio será formado. O catalisador líquido vagarosamente absorve as espécies do gás através de sua superfície superior e as converte em um material sólido sobre a interface inferior líquido-sólido, resultando na construção do nanofio. O catalisador líquido permanece suspenso na extremidade superior do nanotubo. Considere o crescimento de um nanofio de carbeto de silício com 15 nm de diâmetro sobre uma superfície de carbeto de silício. A superfície é mantida a uma temperatura Ts = 2400 K e o catalisador líquido específico que é usado deve ser mantido na faixa de 2400 K ≤ Tc ≤ 3000 K para executar a sua função. Determine o comprimento máximo de um nanofio que pode ser formado em condições caracterizadas por h = 105 W/(m2 · K) e T∞ = 8000 K. Suponha que as propriedades do nanofio sejam as mesmas do carbeto de silício em escala normal. 3.110 Considere a fabricação de silício fotovoltaico, como descrito no Problema 1.42. A lâmina fina de silício é puxada do banho de silício fundido muito devagar e é submetida a uma temperatura ambiente de T∞ = 527°C no interior da câmara de crescimento. Um coeficiente convectivo de h = 7,5 W/(m2 · K) está associado às superfícies expostas da lâmina de silício enquanto ela encontra-se dentro da câmara de crescimento. Calcule a velocidade máxima permitida da lâmina de silício, Vsi. O calor latente de fusão do silício é de hsf = 1,8 × 106 J/kg. Pode-se considerar que a energia térmica liberada pela solidificação é removida por condução ao longo da lâmina. 3.111 Tubos de cobre estão fixados a uma placa de um coletor solar, com espessura t, e o fluido de trabalho mantém a temperatura da placa acima dos tubos em Te. Há um fluxo térmico radiante líquido uniforme na superfície superior da placa, enquanto a superfície inferior encontra-se isolada termicamente. A superfície superior também está exposta a um fluido a T∞, que fornece um coeficiente convectivo uniforme h. (a) Deduza a equação diferencial que governa a distribuição de temperaturas T(x) na placa. (b) Obtenha uma solução para a equação diferencial usando condições de contorno apropriadas. 3.112 Uma placa plana fina de comprimento L, espessura t e largura W L está termicamente ligada a dois grandes sumidouros de calor, que são mantidos a uma temperatura Te. A superfície inferior da placa encontra-se isolada, enquanto o fluxo térmico líquido para a sua superfície superior é uniforme e igual a . (a) Deduza a equação diferencial que determina a distribuição de temperaturas em regime estacionário T(x) na placa. (b) Resolva a equação anterior para a distribuição de temperaturas e obtenha uma expressão para a taxa de transferência de calor da placa para os sumidouros de calor. 3.113 Seja a placa plana do Problema 3.112, porém com os sumidouros de calor a temperaturas diferentes, T(0) = Te e T(L) = TL, e com a superfície inferior não mais isolada termicamente. Agora pode ocorrer transferência de calor por convecção entre a superfície inferior da placa e um fluido a T∞, com um coeficiente convectivo h. (a) Deduza a equação diferencial que determina a distribuição de temperaturas no regime estacionário T(x) na placa. (b) Resolva a equação anterior para a distribuição de temperaturas e obtenha uma expressão para a taxa de transferência de calor da placa para os sumidouros de calor. (c) Para = 20.000 W/m2, Te = 100°C, TL = 35°C, T∞ = 25°C, k = 25 W/(m · K), h = 50 W/(m2 · K), L = 100 mm, t = 5 mm e uma largura da placa de W = 30 mm, represente a distribuição de temperaturas e determine as taxas de transferência de calor para os sumidouros, qx(0) e qx(L). No mesmo gráfico, represente três distribuições de temperaturas adicionais correspondentes a variações nos seguintes parâmetros, com os demais parâmetros permanecendo inalterados: (i) = 30.000 W/m2, (ii) h = 200 W/(m2 · K) e (iii) o valor de para o qual qx(0) = 0 quando h = 200 W/(m2 · K). 3.114 A temperatura de um gás escoando deve ser medida com uma junção de termopar em um fio esticado entre duas alças de uma pinça, um acessório de testes em túneis de vento. A junção é formada pela solda de topo de dois fios de diferentes materiais, como mostrado no esquema. Para fios com diâmetro D = 125 mm e um coeficiente convectivo h = 700 W/(m2 · K), determine a distância de separação mínima entre as duas alças da pinça, L = L1 + L2, para garantir que a temperatura da pinça não influencie a temperatura da junção e desta maneira, inviabilize a medida da temperatura do gás. Considere dois tipos diferentes de junções de termopares constituídas de (i) fios de cobre e constantan, e (ii) fios de chromel e alumel. Avalie a condutividade térmica do cobre e do constantan a T = 300 K. Use kCh = 19 W/(m · K) e kAl = 29 W/(m · K) para as condutividades térmicas dos fios de chromel e de alumel, respectivamente. 3.115 Uma operação de colagem utiliza um laser para fornecer um fluxo de calor constante, , através da superfície superior de uma fina película de plástico cuja superfície inferior é adesiva e deve ser fixada a uma fita de metal, conforme mostrado na figura. A fita de metal possui uma espessura d = 1,25 mm e sua largura é grande em relação à da película de plástico. As propriedades termofísicas da fita são r = 7850 kg/m3, cp = 435 J/(kg · K) e k = 60 W/(m · K). A resistência térmica da película de plástico, com largura w1 = 40 mm, é desprezível. Nas superfícies superior e inferior da fita (incluindo a película de plástico) há convecção com ar a 25°C e um coeficiente convectivo de 10 W/(m2 · K). A fita e a película são muito grandes na direção normal à página. Admita que as laterais da fita de metal se encontram à temperatura do ar (T∞). (a) Deduza uma expressão para a distribuição de temperaturas na porção da fita de aço com a película de plástico (–w1/2 ≤ x ≤ + w1/2). (b) Se o fluxo de calor fornecido pelo laser for de 10.000 W/m2, determine a temperatura no centro (x = 0) e nas laterais (x = ±w1/2) da película de plástico. (c) Represente graficamente a distribuição de temperaturas para toda a fita e aponte as suas principais características. 3.116 Um fino fio metálico de condutividade térmica k, diâmetro D e comprimento 2L é temperado pela passagem de uma corrente elétrica que induz uma geração de calor volumétrica uniforme . O ar ambiente ao redor do fio está a uma temperatura T∞, enquanto suas extremidades em x = ±L também são mantidas a T∞. A transferência de calor do fio para o ar é caracterizada por um coeficiente convectivo h. Obtenha expressões para: (a) A distribuição de temperaturas T(x), em regime estacionário, ao longo do fio. (b) A temperatura máxima no fio. (c) A temperatura média no fio. 3.117 Um motor recebe potência elétrica Pele de uma linha de força e transmite potência mecânica Pmec para uma bomba através de um eixo rotativo de cobre com condutividade térmica ke, comprimento L e diâmetro D. O motor está montado sobre uma base quadrada com lado de comprimento W, espessura t e condutividade térmica kb. A superfície da carcaça do motor, exposta ao ar ambiente a T∞, possui uma área Ac e o coeficiente convectivo correspondente é hc. As extremidades opostas do eixo estão a temperaturas de Tc e T∞, e a transferência de calor do eixo para o ar ambiente é caracterizada por um coeficiente convectivo he. A superfície inferior da base do motor está a T∞. (a) Expressando o seu resultado em termos de Pele, Pmec, ke, L, D, W, t, kb, Ac, hc e he, obtenha uma expressão para (Tc – T∞). (b) Qual o valor de Tc se Pele = 25 kW, Pmec = 15 kW; ke = 400 W/(m · K), L = 0,5 m, D = 0,05 m, W = 0,7 m, t = 0,05 m, kb = 0,5 W/(m · K), Ac = 2 m2, hc = 10 W/(m2 · K); he = 300 W/(m2 · K) e T∞ = 25°C? 3.118 Seja a pilha de células a combustível do Problema 1.58. As membranas com espessura t = 0,42 mm têm uma condutividade térmica nominal de k = 0,79 W/(m · K), que pode ser aumentada para kef,x = 15,1 W/(m · K), através da adição de 10%, em volume, de nanotubos de carbono nas camadas de catalisador. Há na membrana geração de energia volumétrica uniforme a uma taxa = 10 × 106 W/m3. Ar, a Ta = 80°C, fornece um coeficiente convectivo ha = 35 W/(m2 · K) em um lado da membrana, enquanto hidrogênio, a Th = 80°C e hh = 235 W/(m2 · K), escoa no lado oposto da membrana. Os canais de escoamento têm 2L = 3 mm de largura. A membrana está presa entre placas bipolares, cujas temperaturas são Tpb = 80°C. (a) Deduza a equação diferencial que governa a distribuição de temperaturas T(x) na membrana. (b) Obtenha uma solução para a equação diferencial, supondo que a membrana está na temperatura da placa bipolar em x = 0 e x = 2L. (c) Represente a distribuição de temperaturas T(x) de x = 0 até x = L para cargas de nanotubos de carbono de 0% e 10%, em volume. Comente sobre a capacidade dos nanotubos de carbono de manterem a membrana abaixo de sua temperatura de amolecimento igual a 85°C. 3.119 Considere um bastão de diâmetro D, condutividade térmica k e comprimento 2L que é perfeitamente isolado em uma parte do seu comprimento, –L ≤ x ≤ 0, e na outra parte, 0 ≤ x ≤ +L, troca calor por convecção com um fluido (T∞, h). Uma extremidade é mantida a T1, enquanto a outra é separada de um sumidouro de calor a T3 por uma resistência térmica de contato interfacial . (a) Esboce a distribuição de temperaturas em coordenadas T – x e identifique suas principais características. Suponha que T1 > T3 > T∞. (b) Deduza uma expressão para a temperatura no ponto central T2 em termos dos parâmetros térmicos e geométricos do sistema. (c) Para T1 = 200°C, T3 = 100°C e as condições fornecidas no esquema, calcule T2 e represente graficamente a distribuição de temperaturas. Descreva as características principais da distribuição e a compare com o seu esboço feito na parte (a). 3.120 Um nanotubo de carbono está suspenso atravessando uma vala de largura s = 5 mm que separa duas ilhas, cada uma a T∞ = 300 K. Um feixe laser irradia o nanotubo, a uma distância ξ da ilha esquerda, fornecendo q = 10 μW de energia para o nanotubo. A temperatura do nanotubo é medida no centro da vala utilizando um sensor pontual. A temperatura do nanotubo medida é T1 = 324,5 K para ξ1 = 1,5 μm e T2 = 326,4 K para ξ2 = 3,5 μm. Determine as duas resistências de contato, Rt,c,E e Rt,c,D, nas extremidades esquerda e direita do nanotubo, respectivamente. O experimento é realizado em uma câmara de vácuo com Tviz = 300 K. A condutividade térmica e o diâmetro do nanotubo são knc = 3100 W/(m · K) e D = 14 nm, respectivamente. 3.121 Um sensor com comprimento total L = 200 mm e diâmetro D = 12,5 mm está inserido através da parede de um duto de tal forma que uma fração do seu comprimento, identificada pelo comprimento de imersão Li, fica em contato com a corrente de água, cuja temperatura, T∞,i, deve ser determinada. Os coeficientes convectivos na fração imersa e na fração exposta ao ar ambiente são hi = 1100 W/(m2 · K) e he = 10 W/(m2 · K), respectivamente. O sensor possui uma condutividade térmica de 177 W/(m · K) e o seu contato térmico com a parede do duto é ruim. (a) Deduza uma expressão para avaliar o erro da medida, ΔTerr = Text – T∞,i, que é a diferença entre a temperatura da extremidade do sensor, Text , e a temperatura da água, T∞,i. Sugestão: Defina um sistema de coordenadas com a origem na parede do duto e trate o sensor como duas aletas que se estendem para dentro e para fora do duto, mas que possuem a mesma temperatura na base. Use os resultados para o Caso A na Tabela 3.4. (b) Com as temperaturas da água e do ambiente a 80 e 20°C, respectivamente, calcule o erro da medida, ΔTerr, em função do comprimento de imersão do sensor para as condições Li/L 5 0,225; 0,425 e 0,625. (c) Calcule e represente graficamente os efeitos da condutividade térmica do sensor e da velocidade da água (hi) no erro de medida. 3.122 Um bastão com diâmetro D = 25 mm e condutividade térmica k = 60 W/(m · K) se estende perpendicularmente da parede externa de um forno, que está a Tp = 200°C, e está coberto parcialmente por um isolante com espessura Liso = 200 mm. O bastão está soldado à parede do forno e é utilizado para sustentação de cabos de instrumentação. A fim de evitar danos aos cabos, a temperatura na superfície exposta do bastão, Te, deve ser mantida abaixo de um limite operacional especificado de Tmáx = 100°C. A temperatura do ar ambiente é T∞ = 25°C e o coeficiente de transferência de calor por convecção é igual a h = 15 W/(m2 · K). (a) Desenvolva uma expressão para a temperatura da superfície exposta Te em função dos parâmetros térmicos e geométricos especificados. O bastão possui um comprimento exposto Le e a sua extremidade é isolada. (b) Irá um bastão com Le = 200 mm atender ao limite de operação especificado? se não, quais parâmetros de projeto você mudaria? Considere o uso de outro material, o aumento da espessura do isolante e o aumento do comprimento do bastão. Analise também como você poderia fazer a fixação da base do bastão à parede do forno a fim de reduzir Te. 3.123 Um bastão de metal de comprimento 2L, diâmetro D e condutividade térmica k está encravado em uma parede de um isolante perfeito, expondo a metade do seu comprimento a uma corrente de ar que se encontra a temperatura T∞ e fornece um coeficiente convectivo h na superfície do bastão. Um campo eletromagnético induz uma geração de energia volumétrica a uma taxa uniforme no interior da porção encravada do bastão. (a) Deduza uma expressão para a temperatura Tb na base da metade exposta do bastão, em regime estacionário. A região exposta pode ser aproximada como uma aleta muito longa. (b) Deduza uma expressão para a temperatura Te na extremidade da metade encravada do bastão, em regime estacionário. (c) Usando valores numéricos fornecidos no esquema, represente graficamente a distribuição de temperaturas no bastão e descreva características importantes desta distribuição. O bastão se comporta como uma aleta muito longa? 3.124 Um bastão muito longo, com 5 mm de diâmetro e condutividade térmica uniforme k = 25 W/(m · K), é submetido a um processo de tratamento térmico. Sua porção central, com 30 mm de comprimento, está envolta por uma bobina de aquecimento por indução, havendo então, nesta porção, uma geração de calor volumétrica e uniforme de 7,5 × 106 W/m3. Nas porções não aquecidas do bastão, continuações das duas extremidades da porção aquecida, há convecção com o ar a uma temperatura T∞ = 20°C com h = 10 W/(m2 · K). Suponha que não haja convecção na superfície do bastão no interior da bobina. (a) Calcule a temperatura Te do bastão no ponto central da porção aquecida coberta pela bobina, no regime estacionário. (b) Calcule a temperatura Tb do bastão na extremidade da porção aquecida, no regime estacionário. 3.125 No Problema 1.71, considere os terminais que conectam o transistor à placa do circuito. Estes terminais possuem condutividade térmica k, espessura t, largura w e comprimento L. Uma extremidade do terminal é mantida à temperatura Tt, que corresponde à temperatura no revestimento do transistor, enquanto a outra extremidade encontra-se à temperatura Tp da placa de circuito. Ao longo da operação em regime estacionário, a passagem de corrente elétrica através dos terminais gera um aquecimento volumétrico uniforme à taxa , enquanto há resfriamento por convecção para o ar que está a T∞ e que mantém um coeficiente convectivo h. (a) Deduza uma equação a partir da qual a distribuição de temperaturas no terminal possa ser determinada. Liste todas as hipóteses pertinentes. (b) Determine a distribuição de temperaturas em um terminal, expressando os seus resultados em termos das variáveis especificadas. 3.126 Pás de turbina montadas sobre um disco rotativo em um motor de turbina a gás estão expostas a uma corrente de gás a T∞ = 1200°C, que mantém um coeficiente de transferência de calor sobre a pá de h = 250 W/(m2 · K). As pás, fabricadas em Inconel, k ≈ 20 W/(m · K), têm um comprimento L = 50 mm. O perfil da pá possui uma área de seção transversal uniforme As = 6 × 10−4 m2 e um perímetro P = 110 mm. Um sistema proposto para o resfriamento das pás, que envolve a passagem de ar através do disco de suporte, é capaz de manter a base de cada pá a uma temperatura de Tb = 300°C. (a) Sendo a temperatura máxima permissível para a pá de 1050°C e a extremidade da pá podendo ser considerada adiabática, o sistema de resfriamento proposto é satisfatório? (b) Para o sistema de resfriamento proposto, qual é a taxa na qual o calor é transferido de cada pá para o ar de resfriamento? 3.127 Em um teste para determinar o coeficiente de atrito μ associado a um disco de freio, um disco e o seu eixo giram a uma velocidade angular constante v, enquanto um conjunto equivalente disco/eixo permanece parado. Os discos possuem raio externo r2 = 180 mm, raio do eixo r1 = 20 mm, espessura t = 12 mm e condutividade térmica k = 15 W/(m · K). Uma força conhecida F é aplicada no sistema e o torque correspondente τ necessário para manter a rotação é medido. A pressão de contato disco/disco pode ser considerada uniforme (ou seja, independente da localização na interface) e os discos supostos termicamente isolados da vizinhança. (a) Obtenha uma expressão que permita avaliar μ a partir das grandezas conhecidas. (b) Para a região r1 ≤ r ≤ r2, determine a distribuição de temperaturas radial, T(r), no disco. Nesta distribuição, T(r1) = T1 é considerada conhecida. (c) Sejam condições de teste nas quais F = 200 N, ω = 40 rad/s, τ = 8 N · m e T1 = 80°C. Calcule o coeficiente de atrito e a temperatura máxima no disco. 3.128 Considere uma superfície estendida de seção transversal retangular com transferência de calor na direção longitudinal. Nesse problema procuramos determinar condições nas quais a diferença de temperaturas transversal (direção y) no interior da superfície estendida é desprezível em comparação com a diferença de temperaturas entre a superfície e o ambiente, de tal forma que a análise unidimensional da Seção 3.6.1 seja válida. (a) Suponha que a diferença de temperaturas transversal seja parabólica e com a forma na qual Ts(x) é a temperatura da superfície e Te(x) é a temperatura na linha central em cada ponto x. Usando a lei de Fourier, escreva uma expressão para o fluxo térmico condutivo na superfície, (t), em termos de Ts e Te. (b) Escreva uma expressão para o fluxo térmico convectivo na superfície, na posição x. Igualando as duas expressões para o fluxo térmico condutivo e para o convectivo, identifique o parâmetro que determina a razão (Te – Ts)/(Ts – T∞). (c) Com base na análise anterior, desenvolva um critério para estabelecer a validade da hipótese unidimensional usada para modelar uma superfície estendida. Uma Aleta 3.129 Um longo bastão circular de alumínio tem uma de suas extremidades fixada a uma parede aquecida e transfere calor por convecção para um fluido frio. (a) Se o diâmetro do bastão fosse triplicado, qual seria a mudança na taxa de remoção de calor através do bastão? (b) Se um bastão de cobre com o mesmo diâmetro fosse usado em lugar do bastão de alumínio, qual seria a mudança na taxa de remoção de calor através do bastão? 3.130 Um bastão de latão com 100 mm de comprimento e 5 mm de diâmetro se estende horizontalmente a partir de uma peça a 200°C. O bastão encontrase em um ambiente com T∞ = 20°C e h = 30 W/(m2 · K). Quais são as temperaturas no bastão a 25, 50 e 100 mm da peça? 3.131 A intensidade na qual a condição na extremidade afeta o desempenho térmico de uma aleta depende da geometria da aleta e de sua condutividade térmica, assim como do coeficiente convectivo. Considere uma aleta retangular de uma liga de alumínio (k = 180 W/(m · K)), com comprimento L = 10 mm, espessura t = 1 mm e largura w t. A temperatura na base da aleta é Tb = 100°C e ela está exposta a um fluido com temperatura T∞ = 25°C. (a) Supondo um coeficiente convectivo uniforme h = 100 W/(m2 · K) sobre toda a superfície da aleta, determine a taxa de transferência de calor na aleta por unidade de largura , a eficiência ηa, a efetividade εa, a resistência térmica por unidade de largura e a temperatura na extremidade T(L), para os Casos A e B da Tabela 3.4. Contraste os seus resultados com aqueles para a aproximação de aleta infinita. (b) Explore o efeito de variações no coeficiente convectivo na taxa de transferência de calor para 10 < h < 1000 W/(m2 · K). Também considere o efeito de tais variações em uma aleta de aço inoxidável (k = 15 W/(m · K)). 3.132 Um pino de área transversal uniforme é fabricado em uma liga de alumínio (k = 160 W/(m · K)). O diâmetro da aleta é D = 4 mm e ela está exposta a condições convectivas caracterizadas por h = 220 W/(m2 · K). É informado que a eficiência da aleta é igual a ηa = 0,65. Determine o comprimento da aleta L e a efetividade da aleta εa. Leve em consideração a convecção na extremidade. 3.133 A intensidade na qual a condição na extremidade afeta o desempenho térmico de uma aleta depende da geometria da aleta e de sua condutividade térmica, assim como do coeficiente convectivo. Considere uma aleta retangular de uma liga de alumínio (k = 180 W/(m · K)), cuja temperatura na base da aleta é Tb = 100°C. A aleta está exposta a um fluido com temperatura T∞ = 25°C e um coeficiente convectivo uniforme h = 100 W/(m2 · K) pode ser admitido na superfície da aleta. (a) Para um comprimento da aleta L = 10 mm, espessura t = 1 mm e largura w t, determine a taxa de transferência de calor na aleta por unidade de largura , a eficiência ηa, a efetividade εa, a resistência térmica por unidade de largura e a temperatura na extremidade T(L) para os Casos A e B da Tabela 3.4. Compare os seus resultados com aqueles para a aproximação de aleta infinita. (b) Explore o efeito de variações em L na taxa de transferência de calor para 3 < L < 50 mm. Também considere o efeito de tais variações para uma aleta de aço inoxidável (k = 15 W/(m · K)). 3.134 Uma aleta plana fabricada com a liga de alumínio 2024 (k = 185 W/(m · K)) tem uma espessura na base de t = 3 mm e um comprimento de 15 mm. Sua temperatura na base é Tb = 100°C e ela está exposta a um fluido no qual T∞ = 20°C e h = 50 W/(m2 · K). Para as condições anteriores e uma aleta de largura unitária, compare a taxa de transferência de calor na aleta, a eficiência e o volume para os perfis retangular, triangular e parabólico. 3.135 Aletas planas triangulares e parabólicas estão submetidas às mesmas condições térmicas que a aleta plana retangular do Problema 3.134. (a) Determine o comprimento de uma aleta triangular, de largura unitária, e espessura da base t = 3 mm, que fornecerá a mesma taxa de transferência de calor que a aleta plana retangular. Determine a razão entre as massas da aleta triangular e da aleta retangular. (b) Repita a parte (a) para a aleta plana parabólica. 3.136 Dois longos bastões de cobre, com diâmetro D = 10 mm, serão soldados ponta a ponta com uma solda com ponto de fusão de 650°C. Os bastões encontram-se em um ambiente a 25°C com um coeficiente de transferência de calor igual a 10 W/(m2 · K). Qual é a menor alimentação de potência necessária para efetuar a soldagem? 3.137 Bastões circulares de cobre, com diâmetro D = 1 mm e comprimento L = 25 mm, são usados para aumentar a transferência de calor em uma superfície mantida a Ts,1 = 100°C. Uma extremidade do bastão é presa a essa superfície (em x = 0), enquanto a outra extremidade (x = 25 mm) é conectada a uma segunda superfície, mantida a Ts,2 = 0°C. Ar, escoando entre as superfícies (e sobre os bastões), também se encontra a uma temperatura T∞ = 0°C, mantendo um coeficiente convectivo h = 100 W/(m2 · K). (a) Qual é a taxa de transferência de calor por convecção entre um único bastão de cobre e o ar? (b) Qual é a taxa total de transferência de calor dissipada em uma seção da superfície a 100°C, com dimensões de 1 m × 1 m, se for instalado um feixe de bastões com distância entre os centros de 4 mm? 3.138 Durante os estágios iniciais do crescimento do nanotubo do Problema 3.109, uma pequena perturbação na gota do catalisador líquido pode causar um deslocamento fazendo com que ela fique suspensa na extremidade do nanofio fora da posição central. A deposição não uniforme resultante do sólido na interface sólido-líquido pode ser manipulada para gerar formas específicas como uma nanomola, que é caracterizada por um raio da mola, r, um passo da mola, s, um comprimento total, Lt (comprimento ao longo da mola), e um comprimento entre as extremidades, L, como mostrado no esboço. Seja uma nanomola de carbeto de silício de diâmetro D = 15 nm, r = 30 nm, s = 25 nm e Lt = 425 nm. A partir de experimentos, sabe-se que o passo médio da mola varia com a temperatura média de acordo com a relação d /d = 0,1 nm/K. Usando esta informação, um estudante sugere que um nanoatuador pode ser construído conectando-se uma extremidade da nanomola a um pequeno aquecedor e elevando-se a temperatura dessa extremidade acima do seu valor inicial. Calcule a distância de atuação (alcance), ΔL, para condições nas quais h × 106 W/(m2 · K), T∞ = Ti = 25°C, com uma temperatura na base de Tb = 50°C. Se a temperatura na base puder ser controlada na faixa de 1°C, calcule a precisão na qual a distância de atuação poderá ser controlada. Sugestão: Suponha que o raio da mola não mude quando ela é aquecida. O comprimento total da mola pode ser aproximado pela fórmula, 3.139 Sejam dois bastões longos e delgados de mesmo diâmetro, porém feitos de materiais diferentes. Uma extremidade de cada bastão está fixada a uma superfície (base) mantida a 100°C, enquanto as suas superfícies estão expostas ao ar ambiente a 20°C. Ao mover ao longo do comprimento de cada bastão um termopar, foram observadas temperaturas iguais nas posições xA = 0,15 m e xB = 0,075 m, sendo x medido a partir da base. Se a condutividade térmica do bastão A é conhecida e igual a kA = 70 W/(m · K), determine o valor de kB para o bastão B. 3.140 Uma aleta piniforme, com comprimento de 40 mm e diâmetro de 2 mm, é fabricada com uma liga de alumínio (k = 140 W/(m · K)). (a) Determine a taxa de transferência de calor na aleta para Tb = 50°C, T∞ = 25°C, h = 1000 W/(m2 · K) e condição de extremidade adiabática. (b) Um engenheiro sugere que, com a manutenção da extremidade da aleta a uma temperatura baixa, a taxa de transferência de calor na aleta pode ser aumentada. Para T(x = L) = 0°C, determine a nova taxa de transferência de calor na aleta. As outras condições são iguais as da parte (a). (c) Represente graficamente as distribuições de temperaturas, T(x), na faixa 0 ≤ x ≤ L, para o caso de extremidade adiabática e para o caso da temperatura na extremidade especificada. Mostre também, no seu gráfico, a temperatura ambiente. Discuta características relevantes das distribuições de temperaturas. (d) Represente graficamente a taxa de transferência de calor na aleta para a faixa 0 ≤ h ≤ 1000 W/(m2 · K), para o caso de extremidade adiabática e para o caso da temperatura na extremidade especificada. Para o caso da temperatura na extremidade especificada, qual seria a taxa de transferência de calor na aleta calculada se a Equação 3.78 fosse usada para determinar qa no lugar da Equação 3.76? 3.141 Um dispositivo experimental para medir a condutividade térmica de materiais sólidos envolve o uso de dois bastões longos, equivalentes em todos os aspectos, exceto que um é fabricado com um material-padrão com condutividade térmica conhecida kA, enquanto o outro é fabricado com o material cuja condutividade térmica kB se deseja determinar. Uma das extremidades dos dois bastões é fixada a uma mesma fonte de calor com uma temperatura fixa Tb. Os bastões são expostos a um fluido à temperatura T∞ e estão instrumentados com termopares para medir a temperatura a uma distância fixa x1 da fonte de calor. Se o material-padrão for o alumínio, com kA = 200 W/(m2 · K) e as medições revelarem valores de TA = 75°C e TB = 60°C em x1, para Tb = 100°C e T∞ = 25°C, qual é a condutividade térmica kB do material em teste? Sistemas e Séries de Aletas 3.142 Passagens aletadas são frequentemente formadas entre placas paralelas para melhorar a transferência de calor por convecção no núcleo de trocadores de calor compactos. Uma importante aplicação é no resfriamento de equipamentos eletrônicos, onde uma ou mais estantes de aletas, resfriadas a ar, são colocadas entre componentes eletrônicos que dissipam calor. Seja uma única estante de aletas retangulares, com comprimento L e espessura t, com condições de transferência de calor por convecção correspondente a h e T∞. (a) Obtenha expressões para as taxas de transferência de calor nas aletas, qa,e e qa,L, em termos das temperaturas nas extremidades, Te e TL. (b) Em uma aplicação específica, uma estante de aletas, com 200 mm de largura e 100 mm de profundidade, contém 50 aletas de comprimento L = 12 mm. A estante completa é feita em alumínio e todas as placas possuem espessura de 1,0 mm. Se limitações de temperatura associadas aos componentes elétricos fixados às placas opostas ditam que as temperaturas máximas permitidas nestas placas são de Te = 400 K e TL = 350 K, quais são as dissipações máximas de potência correspondentes se h = 150 W/(m2 · K) e T∞ = 300 K? 3.143 O conjunto de aletas do Problema 3.142 é comumente encontrado em trocadores de calor compactos, cuja função é fornecer uma grande área superficial por unidade de volume na transferência de calor de um fluido para outro. Considere condições nas quais o segundo fluido mantém temperaturas equivalentes nas placas paralelas, Te = TL, e assim estabelecendo condições simétricas em relação ao plano central do conjunto. O trocador de calor tem 1 m de comprimento na direção do escoamento do ar (primeiro fluido) e 1 m de largura na direção normal ao escoamento do ar e às superfícies das aletas. O comprimento das passagens aletadas entre os planos paralelos adjacentes é L = 8 mm, enquanto a condutividade térmica das aletas e o coeficiente de transferência de calor são k = 200 W/(m · K) (alumínio) e h = 150 W/(m2 · K), respectivamente. (a) Sendo a espessura das aletas e o passo entre elas t = 1 mm e S = 4 mm, respectivamente, qual é o valor da resistência térmica Rt,e da seção que representa a metade do conjunto? (b) Sujeito às restrições de que a espessura das aletas e o passo entre elas não devam ser inferiores a 0,5 e 3 mm, respectivamente, avalie os efeitos de mudanças nos valores de t e S. 3.144 Um chip de silício isotérmico, com um lado de comprimento W = 20 mm, encontra-se soldado a um dissipador de calor de alumínio (k = 180 W/(m · K)) com comprimento equivalente. O dissipador tem uma base com espessura Lb = 3 mm e uma série de aletas retangulares, cada uma com comprimento La = 15 mm. Um escoamento de ar com T∞ = 20°C é mantido através dos canais formados pelas aletas e uma placa de cobertura, e para um coeficiente convectivo de h = 100 W/(m2 · K) é necessário um espaçamento mínimo entre as aletas de 1,8 mm em função de limitações na queda de pressão no escoamento. A junta soldada tem resistência térmica de = 2 × 10−6 m2 · K/W. (a) Considere uma série que tem N = 11 aletas, cujas limitações levam a valores da espessura da aleta de t = 0,182 mm e do passo de S = 1,982 mm, obtidos das imposições de que W = (N – 1)S + t e S – t = 1,8 mm. Se a máxima temperatura permitida do chip for Tc = 85°C, qual é o valor correspondente da potência do chip qc? Uma condição de aleta com extremidade adiabática pode ser admitida e pode-se considerar que o escoamento do ar ao longo das superfícies externas do dissipador fornece um coeficiente convectivo equivalente ao associado ao escoamento do ar através dos canais. (b) Com (S – t) e h fixos em 1,8 mm e 100 W/(m2 · K), respectivamente, explore o efeito de aumentar a espessura das aletas através da redução do número de aletas. Com N = 11 e S – t fixo em 1,8 mm, porém com a relaxação da limitação sobre a queda de pressão, explore o efeito de aumentar o escoamento do ar e assim o coeficiente convectivo. 3.145 Como visto no Problema 3.109, nanofios de carbeto de silício, de diâmetro D = 15 nm, podem ser formados sobre uma superfície sólida de carbeto de silício através da colocação cuidadosa de gotas de uma catalisador líquido sobre o substrato plano de carbeto de silício. Nanofios de carbeto de silício crescem a partir das gotas depositadas e, se as gotas forem depositadas seguindo um padrão, um conjunto de aletas de nanofios pode ser gerado, formando um nanodissipador de calor de carbeto de silício. Sejam pacotes eletrônicos com aletas e sem aletas, nos quais um dispositivo eletrônico extremamente pequeno, 10 μm × 10 μm, encontra-se posicionado entre duas folhas de carbeto de silício com espessura, cada uma, de d = 100 nm. Em ambos os casos, o refrigerante é um líquido dielétrico a 20°C. Um coeficiente de transferência de calor h = 1 × 105 W/(m2 · K) pode ser considerado no topo e no fundo do pacote sem aletas e em todas as superfícies das aletas de carbeto de silício expostas. Cada aleta tem um comprimento de L = 300 nm. Cada nanodissipador de calor tem um conjunto de 200 × 200 nanoaletas. Determine a máxima taxa de calor que pode ser gerada pelo dispositivo eletrônico de tal forma que sua temperatura seja mantida a Tt < 85°C nos conjuntos sem aletas e com aletas. 3.146 Na medida em que mais e mais componentes são colocados em um único circuito integrado (chip), a quantidade de calor dissipada também aumenta. Entretanto, esse aumento está limitado pela máxima temperatura de operação permissível para o chip, que é de aproximadamente 75°C. Para maximizar a dissipação de calor, propõe-se que uma matriz 4 × 4 de pinos de cobre seja fixada metalurgicamente à superfície externa de um chip quadrado com 12,7 mm de lado. (a) Esboce o circuito térmico equivalente para o conjunto pinos-chipplaca, supondo condições unidimensionais e em regime estacionário. Despreze a resistência de contato entre os pinos e o chip. Utilizando símbolos, identifique as resistências, as temperaturas e as taxas de transferência de calor pertinentes. (b) Para as condições especificadas no Problema 3.27, qual é a taxa máxima na qual o calor pode ser dissipado no chip, estando os pinos presentes? Isto é, qual é o valor de qc para Tc = 75°C? O diâmetro e o comprimento dos pinos são Dp = 1,5 mm e Lp = 15 mm, respectivamente. 3.147 Um fogão a lenha é equipado com um queimador superior para cozimento. O queimador, com diâmetro D = 200 mm, é fabricado em ferro fundido (k = 65 W/(m · K)). O lado inferior (combustão) do queimador tem 8 aletas planas de seção transversal uniforme, montadas como mostrado no esquema. Um revestimento muito fino de cerâmica (ε = 0,05) encontra-se sobre todas as superfícies do queimador. A parte superior do queimador está exposta às condições do ambiente externo (Tviz,sup = T∞,sup = 20°C, hsup = 40 W/(m2 · K)), enquanto a parte inferior do queimador está exposta às condições de combustão (Tviz,inf = T∞,inf = 450°C, hinf = 50 W/(m2 · K)). Compare a temperatura na superfície superior do queimador aletado àquela que estaria presente para um queimador sem aletas. Sugestão: Use a mesma expressão para a transferência de calor por radiação para a parte inferior do queimador aletado e para o queimador sem aletas. 3.148 No Problema 3.146, o valor especificado para he = 1000 W/(m2 · K) é alto e característico do resfriamento com líquidos. Na prática, seria preferível o uso de resfriamento com ar, no qual um limite superior razoável para o coeficiente convectivo seria he = 250 W/(m2 · K). Avalie o efeito de mudanças na geometria dos pinos na taxa de transferência de calor no chip se as demais condições do Problema 3.146, incluindo a temperatura máxima permissível para o chip de 75°C, permanecem válidas. Variações paramétricas que podem ser analisadas incluem o número total de pinos, N, na matriz quadrada; o diâmetro do pino Dp e o seu comprimento Lp. No entanto, o produto N1/2Dp não deve exceder 9 mm a fim de garantir um escoamento adequado do ar através da matriz de pinos. Recomende um projeto que melhore o resfriamento do chip. 3.149 Água é aquecida em um tanque com tubos submersos de cobre, com paredes delgadas e diâmetro de 50 mm, nos quais escoam gases de combustão (Tg = 750 K). Para melhorar a transferência de calor para a água, quatro aletas planas de seção transversal uniforme, em forma de cruz, são inseridas no interior de cada tubo. As aletas têm 5 mm de espessura e também são construídas em cobre (k = 400 W/(m · K)). Sendo a temperatura na superfície do tubo igual a Ts = 350 K e o coeficiente de transferência de calor por convecção no lado do gás hg = 30 W/(m2 · K), qual é a taxa de transferência de calor para a água por metro de comprimento do tubo? 3.150 Como um meio para aumentar a transferência de calor em circuitos integrados (chip) lógicos de alto desempenho, é comum a fixação de um dissipador de calor à superfície do chip, com o objetivo de aumentar a área superficial disponível para transferência de calor por convecção. Devido à facilidade de fabricação (efetuando cortes ortogonais em um bloco de material), uma opção atraente é a utilização de um dissipador de calor composto por aletas de seção quadrada com lado w. O espaçamento entre aletas adjacentes é determinado pela largura da lâmina da serra. A soma deste espaçamento com a largura da aleta define o passo da aleta S. O método utilizado para fixar o dissipador de calor ao chip determina a resistência de contato interfacial, . Seja um chip quadrado com largura Wc = 16 mm e condições nas quais o resfriamento é feito por um líquido dielétrico com T∞ = 25°C e h = 1500 W/(m2 · K). O dissipador de calor é fabricado em cobre (k = 400 W/(m · K)) e suas dimensões características são w = 0,25 mm; S = 0,50 mm; La = 6 mm e Lb = 3 mm. Os valores especificados para w e S representam mínimos impostos por limitações de fabricação, bem como pela necessidade de manutenção de escoamento adequado nas passagens entre as aletas. (a) Se uma junta metalúrgica fornece uma resistência de contato de = 5 × 10−6 m2 · K/W e a temperatura máxima permissível do chip é de 85°C, qual é a potência máxima qc que o chip pode dissipar? Suponha que todo o calor seja transferido através do dissipador de calor. (b) Pode ser possível aumentar a dissipação de calor pelo aumento de w, sujeito à limitação de que (S – w) ≥ 0,25 mm, e/ou pelo aumento de La (sujeito à limitação de fabricação de que La ≤ 10 mm). Avalie o efeito de tais mudanças. 3.151 Devido ao grande número de componentes nos chips dos PCs atuais, dissipadores de calor aletados são usados com frequência para manter o chip a uma temperatura de operação aceitável. Dois projetos de dissipadores aletados devem ser avaliados, ambos com a área da base (sem aletas) de dimensões 53 mm × 57 mm. As aletas possuem seção reta quadrada e são fabricadas em uma liga de alumínio extrudada com uma condutividade térmica de 175 W/(m · K). Ar de resfriamento pode ser fornecido a 25°C e a temperatura máxima permissível do chip é de 75°C. Outras características do projeto e condições operacionais são apresentadas na tabela a seguir. Dimensões da Aleta Seção Transversal w × w (mm) Comprimento L (mm) Número de Aletas no Conjunto Coeficiente Convectivo (W/(m2 · K)) A 3×3 30 6×9 125 B 1×1 7 14 × 17 375 Projeto Determine o melhor arranjo de aletas. Na sua análise, calcule a taxa de transferência de calor, a eficiência e a efetividade de uma única aleta, bem como a taxa total de transferência de calor e a eficiência global do conjunto de aletas. Uma vez que o espaço disponível no interior de um computador é importante, compare a taxa total de transferência de calor por unidade de volume para os dois projetos. 3.152 Seja o projeto B do Problema 3.151. Com o tempo, pode haver a deposição de poeira nas pequenas fendas que separam as aletas. Considere a formação de uma camada de poeira de espessura Lp, como mostrado no desenho. Calcule e represente graficamente a taxa de transferência de calor total para o projeto B para camadas de poeira na faixa de 0 ≤ Lp ≤ 5 mm. A condutividade térmica da poeira pode ser tomada como kp = 0,032 W/(m · K). Inclua os efeitos da convecção nas extremidades. 3.153 Em um bastão longo, com 20 mm de diâmetro e condutividade térmica de 1,5 W/(m · K), há geração de energia térmica volumétrica uniforme de 106 W/m3. O bastão é coberto com uma luva de isolante elétrico que possui 2 mm de espessura e condutividade térmica de 0,5 W/(m · K). Uma estrutura com 12 hastes retangulares, com as dimensões indicadas na figura, e condutividade térmica de 175 W/(m · K), é usada para sustentar o bastão e mantê-lo no centro de um tubo com 80 mm de diâmetro. Ar a T∞ = 25°C escoa sobre as superfícies das hastes com um coeficiente de transferência de calor igual a 20 W/(m2 · K). A superfície externa do tubo é isolada termicamente. Desejamos aumentar o aquecimento volumétrico no interior do bastão, mas sem permitir que a temperatura no seu eixo central seja superior a 100°C. Determine o impacto das seguintes mudanças, que podem ser efetuadas independentemente ou em conjunto: (i) aumento da velocidade do ar e assim do coeficiente convectivo; (ii) mudança no número e/ou na espessura das hastes; e (iii) uso de uma luva não condutora elétrica com maior condutividade térmica (por exemplo, carbono amorfo ou quartzo). Recomende uma configuração realística que forneça um aumento significativo em . 3.154 Um aquecedor de ar é constituído por um tubo de aço (k = 20 W/(m · K)), com raios interno e externo r1 = 13 mm e r2 = 16 mm, respectivamente, e oito aletas longitudinais usinadas no tubo, cada uma com espessura t = 3 mm. As aletas se estendem até um tubo concêntrico, que possui raio r3 = 40 mm e está isolado na sua superfície externa. Água, a uma temperatura T∞,i = 90°C, escoa através do tubo interno, enquanto ar, a T∞,e = 25°C, escoa através da região anular formada pelo tubo com maior diâmetro. (a) Esboce o circuito térmico equivalente do aquecedor e relacione cada resistência térmica aos parâmetros apropriados do sistema. (b) Sendo hi = 5000 W/(m2 · K) e he = 200 W/(m2 · K), qual é a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento? (c) Avalie o efeito na taxa de transferência de calor causado pelo aumento no número de aletas N e/ou na espessura das aletas t, sujeitos à restrição Nt < 50 mm. 3.155 Determine o aumento percentual na transferência de calor associado à fixação de aletas de alumínio de perfil retangular a uma parede plana. As aletas têm 50 mm de comprimento; 0,5 mm de espessura e são igualmente espaçadas a uma distância de 4 mm (250 aletas/m). O coeficiente convectivo associado à parede sem aletas é de 40 W/(m2 · K), enquanto o resultante após a colocação das aletas é de 30 W/(m2 · K). 3.156 Calor é uniformemente gerado a uma taxa de 2 × 105 W/m3 em uma parede de condutividade térmica 25 W/(m · K) e espessura de 60 mm. A parede está exposta à convecção nos dois lados, com diferentes coeficientes de transferência de calor e temperaturas, como mostrado. Há aletas planas retangulares no lado direito da parede, com as dimensões mostradas e condutividade térmica de 250 W/(m · K). Qual é a temperatura máxima no interior da parede? 3.157 Aletas de alumínio com perfil triangular estão fixadas a uma parede plana cuja temperatura na superfície é de 250°C. A espessura da base das aletas é de 2 mm e o seu comprimento é de 6 mm. O sistema encontra-se em um ambiente a uma temperatura de 20°C, com um coeficiente de transferência de calor na superfície de 40 W/(m2 · K). (a) Quais são a eficiência e a efetividade das aletas? (b) Qual é o calor dissipado por unidade de largura em uma única aleta? 3.158 Uma aleta anular de alumínio com perfil retangular está fixada a um tubo circular que possui um diâmetro externo de 25 mm e uma temperatura superficial de 250°C. A aleta possui 1 mm de espessura e 10 mm de comprimento, e a temperatura e o coeficiente de transferência de calor associados ao fluido adjacente são 25°C e 25 W/(m2 · K), respectivamente. (a) Qual é a perda de calor por aleta? (b) Se 200 dessas aletas são posicionadas espaçadas em 5 mm ao longo do tubo, qual é a perda de calor por unidade de comprimento do tubo? 3.159 Aletas anulares de alumínio com perfil retangular estão fixadas a um tubo circular que possui diâmetro externo de 50 mm e uma temperatura na superfície externa igual a 200°C. As aletas possuem 4 mm de espessura e 15 mm de comprimento. O sistema se encontra no ar ambiente a 20°C, com um coeficiente convectivo na superfície de 40 W/(m2 · K). (a) Quais são a eficiência e a efetividade das aletas? (b) Se existirem 125 dessas aletas por metro de comprimento do tubo, qual é a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do tubo? 3.160 É proposto resfriar com ar os cilindros de uma câmara de combustão através da fixação de um revestimento de alumínio com aletas anulares (k = 240 W/(m · K)) à parede do cilindro (k = 50 W/(m · K)). O ar está a 320 K e o coeficiente de transferência de calor correspondente é igual a 100 W/(m2 · K). Embora o aquecimento na superfície interna seja periódico, é razoável supor condições de regime estacionário com um fluxo térmico médio no tempo de = 105 W/m2. Considerando desprezível a resistência de contato entre a parede e o revestimento, determine a temperatura interna da parede Ti, a temperatura na interface T1 e a temperatura na base das aletas Tb. Determine essas temperaturas se a resistência de contato na interface fosse de = 10−4 m2 · K/W. 3.161 Seja o cilindro de combustão com resfriamento a ar do Problema 3.160, porém em vez de impor um fluxo térmico uniforme na superfície interna, considere condições nas quais a temperatura média temporal dos gases de combustão seja Tg = 1100 K, com o coeficiente convectivo correspondente igual a hg = 150 W/(m2 · K). Todas as demais condições, incluindo a resistência de contato entre o cilindro e o revestimento, permanecem as mesmas. Determine a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do cilindro (W/m), bem como a temperatura da parede interna do cilindro Ti, as temperaturas na interface T1,i e T1,e, e a temperatura da base das aletas Tb. Sujeito à restrição de que o espaçamento entre aletas é fixo em δ = 2 mm, avalie o efeito do aumento na espessura das aletas às custas de uma redução no seu número. 3.162 A transferência de calor em um transistor pode ser aumentada com a sua inserção em uma luva de alumínio (k = 200 W/(m · K)) que possui 12 aletas longitudinais usinadas sobre a sua superfície externa. O raio e a altura do transistor são r1 = 2,5 mm e H = 4 mm, respectivamente, enquanto as aletas possuem comprimento L = r3 = r2 – 8 mm e espessura uniforme t = 0,8 mm. A espessura da base da luva é r2 – r1 = 1 mm e a resistência de contato na interface luva-transistor é igual a = 0,6 × 10−3 m2 · K/W. Ar, a T∞ = 20°C, escoa sobre a superfície das aletas, fornecendo um coeficiente de transferência de calor por convecção, aproximadamente uniforme, de h = 30 W/(m2 · K). (a) Quando a superfície externa do transistor está a 80°C, qual é a taxa de transferência de calor através da luva? (b) Identifique todas as medidas que podem ser tomadas para melhorar o projeto e/ou as condições operacionais, de modo que a dissipação de calor possa ser aumentada mantendo-se a temperatura externa do transistor em 80°C. Com palavras, avalie o mérito relativo de cada medida. Escolha, na sua opinião, as três medidas mais promissoras e numericamente avalie o efeito no desempenho térmico das mudanças correspondentes no projeto e/ou nas condições operacionais. 3.163 Sejam as condições do Problema 3.149, porém agora com uma espessura da parede do tubo de 5 mm (diâmetros interno e externo de 50 e 60 mm, respectivamente), uma resistência térmica de contato entre as aletas e o tubo de 10−4 m2 · K/W e o fato de que é a temperatura da água Ta = 350 K e não a temperatura na superfície do tubo que é conhecida. O coeficiente de transferência de calor por convecção no lado da água é ha = 2000 W/(m2 · K). Determine a taxa de transferência de calor para a água por unidade de comprimento do tubo (W/m). Qual seria o efeito, em separado, de cada uma das seguintes mudanças de projeto sobre a taxa de transferência de calor: (i) eliminação da resistência de contato; (ii) aumento do número de aletas de quatro para oito; (iii) mudança do material da parede do tubo e das aletas de cobre para aço inoxidável AISI 304 (k = 20 W/(m · K))? 3.164 Um esquema para aquecer simultaneamente correntes separadas de água e de ar envolve a sua passagem através e sobre um conjunto de tubos, respectivamente, enquanto as paredes dos tubos são aquecidas eletricamente. Para aumentar a transferência de calor no lado do gás, aletas anulares de perfil retangular são fixadas à superfície externa dos tubos. A fixação é facilitada pelo uso de um adesivo dielétrico, que isola eletricamente as aletas da parede do tubo por onde passa a corrente elétrica. (a) Supondo geração de calor volumétrica uniforme no interior da parede do tubo, obtenha expressões para as taxas de transferência de calor, por unidade de comprimento do tubo (W/m), nas suas superfícies interna (ri) e externa (re). Expresse os seus resultados em termos das temperaturas nas superfícies interna e externa do tubo, Ts,i e Ts,e, e de outros parâmetros pertinentes. (b) Obtenha expressões que possam ser usadas para determinar Ts,i e Ts,e em termos dos parâmetros associados às condições nos lados da água e do ar. (c) Considere condições nas quais a água e o ar estão a T∞,i = T∞,e = 300 K, com coeficientes de transferência de calor correspondentes de hi = 2000 W/(m2 · K) e he = 100 W/(m2 · K). O calor é uniformemente dissipado no tubo de aço inoxidável (kp = 15 W/(m · K)), com raios interno e externo ri = 25 mm e re = 30 mm, e aletas de alumínio (t = δ = 2 mm, rt = 55 mm) fixadas na sua superfície externa com = 10−4 m2 · K/W. Determine as taxas de transferência de calor e as temperaturas nas superfícies interna e externa do tubo em função da taxa volumétrica de aquecimento . O limite superior para será determinado pelas restrições de que Ts,i não pode exceder o ponto de ebulição da água (100°C) e Ts,e não deve exceder a temperatura de decomposição do adesivo (250°C). A Equação do Calor-Bio 3.165 Considere as condições do Exemplo 3.12, exceto que agora a pessoa está fazendo exercício (no ar como ambiente), o que multiplica por oito a taxa de geração de calor metabólica, passando então para 5600 W/m3. Para que a pessoa mantenha a mesma temperatura da pele do exemplo, qual deveria ser a sua taxa de transpiração (em litros/s)? 3.166 Considere as condições do Exemplo 3.12, com o ar como ambiente, exceto agora pelo fato do ar e da vizinhança estarem a 15°C. Seres humanos respondem ao frio tremendo, o que aumenta a taxa de geração de calor metabólica. Qual deveria ser a taxa de geração de calor metabólica (por unidade de volume) para manter uma temperatura da pele confortável de 33°C sob estas condições? 3.167 Considere a transferência de calor em um antebraço, que pode ser aproximado por um cilindro de músculo de raio 50 mm (desprezando a presença dos ossos), com uma camada externa de pele e gordura com espessura de 3 mm. Há geração de calor metabólica e perfusão no interior do músculo. A taxa de geração de calor metabólica, a taxa de perfusão, a temperatura arterial, e as propriedades do sangue, do músculo e da camada de pele/gordura são as mesmas do Exemplo 3.12. O ambiente e a vizinhança são os mesmos do ambiente ar no Exemplo 3.12. (a) Escreva a equação do calor-bio em coordenadas radiais. Escreva as condições de contorno que expressam simetria no eixo central do antebraço e temperatura especificada na superfície externa do músculo. Resolva a equação diferencial e aplique as condições de contorno para encontrar uma expressão para a distribuição de temperaturas. Note que as derivadas das funções de Bessel modificadas são dadas na Seção 3.6.4. (b) Iguale o fluxo térmico na superfície externa do músculo ao fluxo térmico através da camada pele/gordura e para o ambiente, para determinar a temperatura na superfície externa do músculo. (c) Encontre a temperatura máxima no antebraço. Geração de Potência Termoelétrica 3.168 Para um dos M = 48 módulos do Exemplo 3.13, determine uma variedade de diferentes valores de eficiências relativas à conversão de calor residual em energia elétrica. (a) Determine a eficiência termodinâmica, ηtermod ≡ PM =1/q1. (b) Determine o índice de mérito Z para um módulo e a eficiência termoelétrica, ηTE, usando a Equação 3.128. (c) Determine a eficiência de Carnot, ηC = 1 – T2/T1. (d) Determine tanto a eficiência termodinâmica quanto a eficiência de Carnot para o caso quando h1 = h2 → ∞. (e) A eficiência da conversão de energia de dispositivos termoelétricos é comumente informada com o uso da Equação 3.128, mas utilizando T∞,1 e T∞,2 ao invés de T1 e T2, respectivamente. Determine o valor de ηTE baseado no uso inapropriado de T∞,1 e T∞,2, e compare com as suas respostas para as partes (b) e (d). 3.169 Um dos módulos termoelétricos do Problema 3.13 está instalado entre um gás quente a T∞,1 = 450°C e um gás frio a T∞,2 = 20°C. O coeficiente convectivo associado ao escoamento dos dois gases é h = h1 = h2 = 80 W/(m2 · K), enquanto a resistência elétrica da carga é de Re,carga = 4 V. (a) Esboce o circuito térmico equivalente e determine a potência elétrica gerada pelo módulo para a situação, na qual, os gases quente e frio fornecem aquecimento e resfriamento convectivos diretamente para os módulos (sem dissipadores de calor). (b) Dois dissipadores de calor (k = 180 W/(m · K); veja no esboço), cada um com espessura da base Lb = 4 mm e comprimento das aletas de La = 20 mm, estão soldados nos lados superior e inferior do módulo. O espaço entre as aletas é de 3 mm, enquanto as juntas de solda têm, cada uma, uma resistência térmica de = 2,5 × 10−6 m2 · K/W. Cada dissipador tem N = 11 aletas, de modo que t = 2,182 mm e S = 5,182 mm, como determinado a partir das exigências de que W = [(N – 1)S + t] e (S – t) = 3 mm. Esboce o circuito térmico equivalente e determine a potência elétrica gerada pelo módulo. Compare a potência elétrica gerada com a sua resposta para o item (a). Suponha extremidades adiabáticas nas aletas e coeficientes convectivos iguais aos da parte (a). 3.170 Módulos termoelétricos têm sido utilizados para gerar potência elétrica através do aproveitamento do calor gerado em fogões a lenha. Considere a instalação de um módulo termoelétrico do Exemplo 3.13 em uma superfície vertical de um fogão a lenha que tem uma temperatura superficial de Ts = 375°C. Uma resistência térmica de contato de = 5 × 10−6 m2 · K/W está presente na interface entre o fogão e o módulo termoelétrico, enquanto o ar da sala e suas paredes encontram-se a T∞ = Tviz = 25°C. A superfície exposta do módulo termoelétrico tem uma emissividade ε = 0,90 e está submetida a um coeficiente convectivo h = 15 W/(m2 · K). Esboce o circuito térmico equivalente e determine a potência elétrica gerada pelo módulo. A resistência elétrica da carga é de Re,carga = 3 Ω. 3.171 O gerador de potência elétrica de um satélite em órbita é composto por uma fonte de calor cilíndrica e longa, feita de urânio, que se encontra no interior de um recipiente de seção transversal quadrada. A única forma do calor gerado pelo urânio deixar o recipiente é através de quatro filas de módulos termoelétricos do Exemplo 3.13. Os módulos termoelétricos geram potência elétrica e também emitem radiação para o espaço, caracterizado por Tviz = 4 K. Considere a situação na qual há 20 módulos em cada fila, ou seja, um total de M = 4 × 20 = 80 módulos. Os módulos estão ligados em série com uma carga elétrica de Re,carga = 250 V e tem uma emissividade de ε = 0,93. Determine a potência elétrica gerada para Ä–g = 1, 10 e 100 kW. Também determine as temperaturas superficiais dos módulos para as três taxas de geração de energia térmica. 3.172 Filas de módulos termoelétricos do Exemplo 3.13 estão fixadas na placa plana absorvedora do Problema 3.108. As filas de módulos estão separadas por Lsep = 0,5 m e a parte inferior dos módulos é resfriada por água a uma temperatura de Ta = 40°C, com h = 45 W/(m2 · K). Determine a potência elétrica produzida por uma fila de módulos termoelétricos conectados eletricamente em série com uma resistência carga de 60 V. Calcule a taxa de transferência de calor para a água escoando nos canais. Suponha filas com 20 módulos colocados um junto ao outro, com comprimento da fila e do tubo de água iguais a Lfila = 20 W, com W = 54 mm, a dimensão do módulo retirada do Exemplo 3.13. Despreze resistências térmicas de contato e a queda de temperatura ao logo da parede do tubo, e suponha que a alta condutividade térmica da parede do tubo crie uma temperatura uniforme ao redor do seu perímetro. Em função da resistência térmica presente devido aos módulos termoelétricos, não é apropriado supor que a temperatura da placa de absorção, diretamente acima de um tubo, seja igual à temperatura da água. Condução em Micro e Nano Escalas 3.173 Determine a transferência de calor por condução através de uma camada de ar mantida entre duas placas (10 mm × 10 mm) paralelas de alumínio. As placas estão nas temperaturas Ts,1 = 305 K e Ts,2 = 295 K, respectivamente, e o ar está a pressão atmosférica. Determine a taxa de transferência de calor por condução para espaçamentos entre as placas de L = 1 mm, L = 1 μm e L = 1 nm. Suponha um coeficiente de acomodação térmica de at = 0,92. 3.174 Determine a distância de separação L entre duas placas paralelas, acima da qual a resistência térmica associada às colisões moléculas-superfície Rt,–m-s é menor do que 1% da resistência associada às colisões moléculamolécula, Rt,m–m, para (i) ar entre placas de aço com at = 0,92 e (ii) hélio entre placas de alumínio limpas com at = 0,02. Os gases estão a pressão atmosférica e a temperatura é de T = 300 K. 3.175 Determine o fluxo térmico condutivo através de várias camadas planas que estão submetidas a temperaturas nas extremidades de Ts,1 = 301 K e Ts,2 = 299 K, e encontram-se a pressão atmosférica. Sugestão: Não leve em conta os micro e nano efeitos no interior do sólido e suponha que o coeficiente de acomodação térmica para a interface alumínio–ar seja igual a at = 0,92. (a) Caso A: A camada plana é alumínio. Determine o fluxo térmico para Ltot = 600 μm e Ltot = 600 nm. (b) Caso B: A condução ocorre através de uma camada de ar. Determine o fluxo térmico para Ltot = 600 μm e Ltot = 600 nm. (c) Caso C: A parede composta é formada por ar mantido entre duas folhas de alumínio. Determine o fluxo térmico para Ltot = 600 μm (com a espessura da folha de alumínio igual a d = 40 μm) e Ltot = 600 nm (com a espessura da folha de alumínio igual a δ = 40 nm). (d) Caso D: A parede composta é formada por 7 camadas de ar retidas entre oito folhas de alumínio. Determine o fluxo térmico para Ltot = 600 μm (com a espessura das folhas de alumínio e das camadas de ar iguais a δ = 40 μm) e Ltot = 600 nm (com a espessura das folhas de alumínio e das camadas de ar iguais a δ = 40 nm). 3.176 O número de Knudsen, Kn = λlpm/L, é um parâmetro adimensional usado para descrever efeitos potenciais em micro e nano escalas. Deduza uma expressão para a razão entre a resistência térmica devida às colisões moléculas-superfície e a resistência térmica devida às colisões moléculamolécula, Rt,m–s/Rt,m–m, em termos do número de Knudsen, do coeficiente de acomodação térmica αt, e da razão dos calores específicos γ, para um gás ideal. Represente graficamente o número de Knudsen crítico, Kncrit , que está associado a Rt,m–s/Rt,m–m = 0,01, versus at, para γ = 1,4 e 1,67 (correspondentes ao ar e ao hélio, respectivamente). 3.177 Um material nanolaminado é fabricado com um processo de deposição de camada atômica, que resulta em uma série de camadas alternadas empilhadas de tungstênio e óxido de alumínio, cada camada com δ = 0,5 nm de espessura. Cada interface tugstênio–óxido de alumínio está associada a uma resistência térmica de = 3,85 × 10−9 m2 · K/W. Os valores teóricos das condutividades térmicas das finas camadas de óxido de alumínio e de tungstênio são kA = 1,65 W/(m · K) e kT = 6,10 W/(m · K), respectivamente. As propriedades estão avaliadas a T = 300 K. (a) Determine a condutividade térmica efetiva do material nanolaminado. Compare o valor da condutividade térmica efetiva aos valores da condutividade térmica global do óxido de alumínio e do tungstênio, dadas nas Tabelas A.1 e A.2. (b) Determine a condutividade térmica efetiva do material nanolaminado considerando que as condutividades térmicas das camadas de tungstênio e óxido de alumínio sejam iguais aos seus valores globais. 3.178 Ouro é comumente utilizado no empilhamento de semicondutores para formar interconexões que transportam sinais elétricos entre diferentes dispositivos no conjunto. Além de ser um bom condutor elétrico, interconexões de ouro são também efetivas na proteção dos dispositivos geradores de calor aos quais estão fixadas através da condução de energia térmica para fora dos dispositivos, para a vizinhança, regiões mais frias. Considere um filme fino de ouro que tem seção transversal de 60 nm × 250 nm. (a) Para a imposição de uma diferença de temperaturas de 20°C, determine a energia conduzida ao longo de uma interconexão (filme fino) com 1 μm de comprimento. Avalie as propriedades a 300 K. (b) Represente graficamente as condutividades térmicas longitudinal (na direção do 1 mm) e na menor dimensão (direção mais fina) do filme de ouro como funções da espessura do filme L, na faixa 30 ≤ L ≤ 140 nm. Até este ponto restringimos nossa atenção em problemas da condução, nos quais o gradiente de temperatura é significativo em apenas uma direção coordenada. Entretanto, em muitos casos, problemas são simplificados de maneira grosseira se o tratamento unidimensional for utilizado, sendo então necessário levar em conta os efeitos multidimensionais. Neste capítulo, analisamos diversas técnicas para o tratamento de sistemas bidimensionais em condições de regime estacionário. Iniciamos nossa análise da condução bidimensional, em regime estacionário, revendo resumidamente abordagens alternativas para determinar temperaturas e taxas de transferência de calor (Seção 4.1). As abordagens abrangem desde soluções exatas, que podem ser obtidas para condições idealizadas, até métodos aproximados de complexidade e precisão variadas. Na Seção 4.2 analisamos alguns dos temas matemáticos associados à obtenção de soluções exatas. Na Seção 4.3 apresentamos compilações de soluções exatas existentes para uma variedade de geometrias simples. Nosso objetivo nas Seções 4.4 e 4.5 é mostrar como, com o auxílio de um computador, métodos numéricos (diferenças finitas e elementos finitos) podem ser usados para prever com precisão temperaturas e taxas de transferência de calor no interior do meio e nos seus contornos. 4.1 Abordagens Alternativas Seja um sólido prismático longo, no qual há condução de calor bidimensional (Figura 4.1). Com duas superfícies isoladas e as outras mantidas a diferentes temperaturas, T1 > T2, há transferência de calor por condução da superfície 1 para a superfície 2. De acordo com a lei de Fourier, Equação 2.3 ou 2.4, o fluxo térmico local no sólido é um vetor perpendicular, em qualquer ponto, às linhas de temperatura constante (isotermas). As direções do vetor fluxo térmico são representadas pelas linhas de fluxo de calor (fluxo térmico) da Figura 4.1 e o vetor é a resultante dos componentes do fluxo térmico nas direções x e y. Esses componentes são determinados pela Equação 2.6. Como as linhas de fluxo de calor são, por definição, na direção do escoamento do calor, nenhum calor pode ser transferido por condução cruzando uma linha de fluxo de calor e elas são, consequentemente, às vezes chamadas de adiabatas. Reciprocamente, superfícies adiabáticas (ou linhas de simetria) são linhas de fluxo de calor. Lembre-se de que, em qualquer análise da condução, há dois objetivos principais. O primeiro objetivo é determinar a distribuição de temperaturas no meio, o que, para o presente problema, significa a determinação de T(x, y). Este objetivo é atingido através da resolução da forma apropriada da equação do calor. Para condições bidimensionais, em regime estacionário, sem geração e com condutividade térmica constante, essa forma é, a partir da Equação 2.22, FIGURA 4.1 Condução bidimensional. Se a Equação 4.1 puder ser resolvida, determinando-se T(x, y), é então uma tarefa simples satisfazer o segundo objetivo principal, que é determinar os componentes do fluxo térmico e através das equações da taxa (2.6). Os métodos para resolver a Equação 4.1 incluem o uso de abordagens analíticas, gráficas e numéricas (diferenças finitas, elementos finitos ou elementos de contorno). O método analítico envolve a elaboração de uma solução matemática exata para a Equação 4.1. O problema é mais difícil do que aqueles considerados no Capítulo 3, pois agora envolve uma equação diferencial parcial, ao invés de uma equação diferencial ordinária. Embora várias técnicas estejam disponíveis para a solução de tais equações, as soluções tipicamente envolvem séries e funções matemáticas complicadas e podem ser obtidas para somente um conjunto restrito de geometrias e condições de contorno simples [1–5]. Todavia, as soluções têm valor, uma vez que a variável dependente T é determinada como uma função contínua das variáveis independentes (x, y). Desse modo, a solução pode ser usada no cálculo da temperatura em qualquer ponto de interesse no meio. Para ilustrar a natureza e a importância das técnicas analíticas, uma solução exata para a Equação 4.1 é obtida na Seção 4.2, usando o método da separação de variáveis. Fatores de forma da condução e taxas de condução de calor adimensionais (Seção 4.3) são compilações de soluções existentes para geometrias comumente encontradas na prática da engenharia. Em contraste com os métodos analíticos, que fornecem resultados exatos em qualquer ponto, os métodos gráficos e numéricos podem fornecer somente resultados aproximados em pontos discretos. Embora suplantado por soluções computacionais baseadas em procedimentos numéricos, o método gráfico, ou de plotagem do fluxo, pode ser usado para obter uma rápida estimativa da distribuição de temperaturas. O seu uso está restrito a problemas bidimensionais envolvendo contornos adiabáticos e isotérmicos. O método se baseia no fato de que isotermas têm que ser perpendiculares às linhas de fluxo de calor, como observado na Figura 4.1. Diferentemente das abordagens analítica ou gráfica, os métodos numéricos (Seções 4.4 e 4.5) podem ser usados para obter resultados precisos em geometrias bi ou tridimensionais complexas envolvendo uma ampla variedade de condições de contorno. 4.2 O Método da Separação de Variáveis Para termos uma noção de como o método da separação de variáveis pode ser usado para resolver problemas de condução bidimensionais, consideramos o sistema da Figura 4.2. Três lados de uma placa retangular delgada ou de um longo bastão retangular são mantidos a uma temperatura constante T1, enquanto o quarto lado é mantido a uma temperatura constante T2 ≠ T1. Supondo desprezível a transferência de calor nas superfícies da placa ou nas extremidades do bastão, gradientes de temperatura normais ao plano x–y podem ser desprezados (∂2T/∂z2 ≈ 0) e a transferência de calor por condução é basicamente nas direções x e y. FIGURA 4.2 Condução bidimensional em uma placa retangular delgada ou em um longo bastão retangular. Estamos interessados na distribuição de temperaturas T(x, y), mas para simplificar a solução introduzimos a transformação Substituindo a Equação 4.2 na Equação 4.1, a equação diferencial transformada é, então, Como a equação é de segunda ordem em x e em y, duas condições de contorno são necessárias para cada uma das coordenadas. São elas Note que, através da transformação da Equação 4.2, três das quatro condições de contorno são agora homogêneas e o valor de θ ficou restrito ao intervalo de 0 a 1. Agora aplicamos a técnica da separação de variáveis ao considerar que a solução pretendida pode ser escrita como o produto de duas funções, uma delas dependente somente de x e a outra somente de y. Isto é, consideramos a existência de uma solução com a forma Substituindo na Equação 4.3 e dividindo por XY, obtemos ficando evidente que a equação diferencial é, de fato, separável. Isto é, o lado esquerdo da equação depende somente de x e o lado direito depende exclusivamente de y. Desta maneira, a igualdade se aplica em geral (para quaisquer x ou y) somente se ambos os lados forem iguais a uma mesma constante. Identificando esta constante de separação, até agora desconhecida, por λ2, temos, então, e a equação diferencial parcial foi reduzida a duas equações diferenciais ordinárias. Note que a designação de λ2 como uma constante positiva não foi arbitrária. Se um valor negativo fosse selecionado ou um valor de λ2 = 0 fosse escolhido, ver-se-ia facilmente (Problema 4.1) que seria impossível obter uma solução que satisfizesse às condições de contorno especificadas. As soluções gerais das Equações 4.6 e 4.7 são, respectivamente, e, neste caso, a forma geral da solução bidimensional é Aplicando a condição θ(0, y) = 0, fica evidente que C1 = 0. Além disso, em função da exigência de que θ(x, 0) = 0, obtemos que somente pode ser satisfeita se C3 = −C4. Embora esta exigência também pudesse ser satisfeita tendo-se C2 = 0, isso resultaria em θ(x, y) = 0, o que não satisfaz a condição de contorno θ(x, W) = 1. Se agora usamos a exigência de que θ(L, y) = 0, obtemos A única forma na qual essa condição pode ser satisfeita (e ainda ter solução não nula) é exigir que λ assuma valores discretos para os quais sen(λL) = 0. Esses valores devem, então, ter a forma na qual o inteiro n = 0 é descartado, pois ele implica em θ(x, y) = 0. A solução desejada pode, agora, ser escrita como Combinando as constantes e reconhecendo que a nova constante pode depender de n, obtemos na qual também usamos o fato de que (enpy/L – e–npy/L) = 2 senh (nπy/L). Desta forma obtivemos na realidade um número infinito de soluções que satisfazem à equação diferencial e às condições de contorno. Contudo, como o problema é linear, uma solução mais geral pode ser obtida por uma superposição na forma Para determinar Cn utilizamos agora a condição de contorno restante, que tem a forma Embora a Equação 4.12 possa parecer uma relação extremamente complicada para a determinação de Cn, um métodopadrão está disponível. Ele envolve escrever uma expansão em série infinita em termos de funções ortogonais. Um conjunto infinito de funções g1(x), g2(x), …, gn(x),… é dito ser ortogonal no domínio a ≤ x ≤ b se Muitas funções exibem ortogonalidade, incluindo as funções trigonométricas sen(nπx/L) e cos(nπx/L) para 0 ≤ x ≤ L. Sua utilidade no presente problema reside no fato de que qualquer função f(x) pode ser representada em termos de uma série infinita de funções ortogonais A forma dos coeficientes An nesta série pode ser determinada pela multiplicação de cada lado da equação por gm(x), seguida pela integração entre os limites a e b. Entretanto, da Equação 4.13 fica evidente que todos os termos, exceto um, no lado direito da Equação 4.15 devem ser nulos, deixando-nos com Logo, explicitando Am e reconhecendo que o resultado vale para qualquer An ao mudar-se m por n: As propriedades das funções ortogonais podem ser usadas para resolver a Equação 4.12 para Cn, através da formulação de uma série infinita com a forma apropriada para f(x). Na Equação 4.14 fica evidente que devemos escolher f(x) = 1 e a função ortogonal gn(x) = sen(nπx/L). Substituindo na Equação 4.16, obtemos Portanto, a partir da Equação 4.14 temos FIGURA 4.3 Isotermas e linhas de fluxo de calor para a condução bidimensional em uma placa retangular. que é simplesmente a expansão da unidade em uma série de Fourier. Comparando as Equações 4.12 e 4.17, obtemos Substituindo a Equação 4.18 na Equação 4.11, obtemos para a solução final A Equação 4.19 é uma série convergente, a partir da qual o valor de θ pode ser determinado para qualquer x e y. Resultados representativos são mostrados na forma de isotermas em um esboço da placa retangular (Figura 4.3). A temperatura T correspondente a um valor de θ pode ser obtida na Equação 4.2 e os componentes do fluxo térmico podem ser determinados usando-se a Equação 4.19 com a Equação 2.6. Os componentes do fluxo térmico determinam as linhas de fluxo de calor, que são mostradas na figura. Observamos que a distribuição de temperaturas é simétrica em relação a x = L/2, com ∂T/∂x = 0 nesta posição. Portanto, da Equação 2.6, sabemos que o plano de simetria em x = L/2 é adiabático e, consequentemente, é uma linha de fluxo de calor. Contudo, note que as descontinuidades previstas nos vértices superiores da placa são fisicamente insustentáveis. Na realidade, grandes gradientes de temperatura poderiam ser mantidos na proximidade dos vértices, mas descontinuidades não poderiam existir. Soluções exatas foram obtidas para outras geometrias e condições de contorno, incluindo os sistemas cilíndrico e esférico. Tais soluções são apresentadas em livros especializados na transferência de calor por condução [1–5]. 4.3 O Fator de Forma da Condução e a Taxa de Condução de Calor Adimensional Em geral, achar soluções analíticas para a equação do calor nas formas bi e tridimensionais é uma tarefa que demanda tempo e, em muitos casos, não é possível. Consequentemente, uma abordagem diferente é frequentemente adotada. Por exemplo, em muitos casos, problemas de condução bi e tridimensionais podem ser resolvidos rapidamente usando-se soluções existentes da equação da difusão do calor. Estas soluções são apresentadas em termos de um fator de forma S ou de uma taxa de condução de calor adimensional em regime estacionário, . O fator de forma é definido de forma que em que ΔT1–2 é a diferença de temperaturas entre os contornos, como mostrado na Figura 4.2, por exemplo. Tem-se também que a resistência condutiva bidimensional pode ser escrita na forma Fatores de forma foram obtidos analiticamente para numerosos sistemas bi e tridimensionais e, para algumas configurações comuns, os resultados são resumidos na Tabela 4.1. Resultados também estão disponíveis para outras configurações [6– 9]. Nos casos de 1 a 8 e no caso 11, supõe-se que a condução bidimensional ocorra entre os contornos que são mantidos a temperaturas uniformes, com ΔT1–2 = T1 – T2. No caso 9, há condução tridimensional na região do vértice, enquanto no caso 10 a condução ocorre entre um disco isotérmico (T1) e um meio semi-infinito de temperatura uniforme (T2) em locais bem afastados do disco. Fatores de forma também podem ser definidos para geometrias unidimensionais e, a partir dos resultados da Tabela 3.3, tem-se que para paredes planas, cilíndricas e esféricas os fatores de forma são, respectivamente, A/L, 2πL/ln(r2/r1) e 4πr1r2/(r2 – r1). Os casos 12 a 15 estão associados à condução a partir de objetos mantidos a uma temperatura isotérmica (T1) que estão inseridos em um meio infinito de temperatura uniforme (T2) em locais bem afastados do objeto. Para os casos que envolvem meios infinitos, resultados úteis podem ser obtidos com a definição de um comprimento característico em que As é a área superficial do objeto. Taxas de transferência de calor por condução do objeto para o meio infinito podem, então, ser representadas em termos de uma taxa de condução de calor adimensional [10] N a Tabela 4.1 fica evidente que os valores de , que foram obtidos analítica e numericamente, são similares para uma ampla gama de configurações geométricas. Como uma consequência desta similaridade, valores de podem ser estimados para configurações que são similares àquelas para as quais é conhecida. Por exemplo, taxas de condução de calor adimensionais para formas cuboides (caso 15) na faixa de 0,1 ≤ d/D ≤ 10 podem ser bem aproximadas pela interpolação de valores de apresentados na Tabela 4.1. Procedimentos adicionais, que podem ser explorados para estimar valores de em outras geometrias, são explicados em [10]. Note que resultados para na Tabela 4.1b podem ser convertidos em expressões para S listadas na Tabela 4.1a. Por exemplo, o fator de forma do caso 10 pode ser deduzido a partir da taxa de condução de calor adimensional do caso 13 (reconhecendo que o meio infinito pode ser visto como dois meios semi-infinitos adjacentes). Os fatores de forma e as taxas de condução de calor adimensionais reportados na Tabela 4.1 estão associados a objetos que são mantidos a temperaturas uniformes. Para condições de fluxo térmico uniforme, a temperatura do objeto não é mais uniforme e, assim, varia espacialmente, com as temperaturas mais baixas localizadas perto da periferia do objeto aquecido. Portanto, a diferença de temperaturas que é usada para definir S e é substituída por uma diferença de temperaturas que envolve a temperatura superficial média espacial do objeto ( – T2) ou pela diferença entre a temperatura superficial máxima do objeto aquecido e a temperatura do meio adjacente afastada da superfície, (T1,max – T2). Para a geometria uniformemente aquecida do caso 10 (um disco de diâmetro D em contato com um meio semi-infinito de condutividade térmica k e temperatura T2), os valores de S são 3π2D/16 e πD/2 para diferenças de temperaturas com base nas temperaturas do disco média e máxima, respectivamente. TABELA 4.1 Fatores de forma da condução e taxas de condução de calor adimensionais para sistemas selecionados EXEMPLO 4.1 Um fio elétrico metálico, de diâmetro d = 5 mm, deve ser coberto com um isolante de condutividade térmica k = 0,35 W/(m · K). Espera-se que, para uma instalação típica, o fio coberto seja exposto a condições nas quais o coeficiente total associado à convecção e à radiação seja h = 15 W/(m2 · K). Para minimizar o aumento de temperatura no fio em função do aquecimento resistivo, a espessura do isolante é especificada de modo que seja obtido o raio crítico do isolante (veja o Exemplo 3.6). Entretanto, durante o processo de cobertura do fio, a espessura do isolante às vezes varia ao redor de sua periferia, resultando em excentricidade do fio em relação à cobertura. Determine a variação na resistência térmica do isolante devido a uma excentricidade que é de 50% da espessura crítica do isolante. SOLUÇÃO Dados: Diâmetro do fio, condições convectivas e condutividade térmica do isolante. Achar: Resistência térmica da cobertura do fio associada a variações periféricas da espessura da cobertura. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. Condições de regime estacionário. Condução bidimensional. Propriedades constantes. As superfícies externa e interna da cobertura com temperaturas uniformes. Análise: Do Exemplo 3.6, o raio crítico do isolante é Consequentemente, a espessura crítica do isolante é A resistência térmica da cobertura associada ao fio concêntrico pode ser determinada usando-se a Equação 3.33 e é Para o fio excêntrico, a resistência térmica do isolante pode ser determinada usandose o caso 7 da Tabela 4.1, em que a excentricidade é z = 0,5 × tcr = 0,5 × 0,021 m = 0,010 m Consequentemente, a redução na resistência térmica do isolante é de 0,10 m · K/W, ou 10%. Comentários: 1. A redução na espessura local do isolante leva a uma resistência térmica local do isolante menor. Por outro lado, locais associados a coberturas mais espessas têm suas resistências térmicas locais aumentadas. Estes efeitos se contrabalançam, mas não exatamente; a resistência máxima está associada ao caso do fio concêntrico. Para a aplicação em tela, excentricidade do fio em relação à cobertura fornece um melhor desempenho térmico em relação ao caso do fio concêntrico. 2. A superfície interna da cobertura estará a uma temperatura aproximadamente uniforme se a condutividade térmica do fio for grande em relação àquela do isolante. Este é o caso para fios metálicos. Entretanto, a temperatura da superfície externa da cobertura não será perfeitamente uniforme devido à variação da espessura local do isolante. 4.4 Equações de Diferenças Finitas Como discutido nas Seções 4.1 e 4.2, em certos casos os métodos analíticos podem ser usados na obtenção de soluções matemáticas exatas para problemas de condução bidimensional, em regime estacionário. Estas soluções foram obtidas para um conjunto de geometrias e condições de contorno simples, e estão bem documentadas na literatura [1–5]. Contudo, são muito frequentes os problemas bidimensionais que envolvem geometrias e/ou condições de contorno que impedem tais soluções. Nesses casos, a melhor alternativa é normalmente a utilização de uma técnica numérica como a de diferenças finitas, a dos elementos finitos ou o método dos elementos de contorno. Outro ponto forte dos métodos numéricos é que eles podem ser facilmente estendidos para problemas tridimensionais. Devido à sua facilidade de aplicação, o método de diferenças finitas é bem apropriado para um tratamento introdutório das técnicas numéricas. 4.4.1 A Rede Nodal Ao contrário de uma solução analítica, que permite a determinação da temperatura em qualquer ponto de interesse em um meio, uma solução numérica permite somente a determinação da temperatura em pontos discretos. Consequentemente, a primeira etapa em qualquer análise numérica deve ser a seleção destes pontos. Conforme mostrado na Figura 4.4, isto pode ser feito com a subdivisão do meio de interesse em um número de pequenas regiões e especificando para cada uma um ponto de referência localizado no seu centro. O ponto de referência é frequentemente chamado de ponto nodal (ou simplesmente um nó) e o agregado de pontos é chamado de rede (ou grade ou malha) nodal. Os pontos nodais são identificados por um esquema de numeração que, para um sistema bidimensional, pode assumir a forma mostrada na Figura 4.4a. As posições x e y são identificadas pelos índices m e n, respectivamente. Cada nó representa uma determinada região e a sua temperatura é uma medida da temperatura média da região. Por exemplo, a temperatura do nó (m, n) na Figura 4.4a pode ser vista como a temperatura média da área sombreada adjacente. Raramente a seleção dos pontos nodais é arbitrária, dependendo com frequência de aspectos tais como conveniência geométrica e precisão desejada. A precisão numérica dos cálculos depende fortemente do número de pontos nodais utilizados. Se este número for grande (uma malha fina), soluções precisas podem ser obtidas. 4.4.2 Forma da Equação do Calor em Diferenças Finitas A determinação numérica da distribuição de temperaturas exige que uma equação de conservação apropriada seja escrita para cada um dos pontos nodais de temperatura desconhecida. O conjunto resultante de equações deve, então, ser resolvido simultaneamente para determinar as temperaturas não conhecidas em cada nó. Para qualquer nó interior em um sistema bidimensional sem geração e com condutividade térmica uniforme, a forma exata da exigência de conservação de energia é dada pela equação do calor, Equação 4.1. Entretanto, se o sistema for caracterizado em termos de uma rede nodal, torna-se necessário trabalhar com uma forma aproximada, ou em diferenças finitas, desta equação. FIGURA 4.4 Condução bidimensional. (a) Rede nodal. (b) Aproximação por diferenças finitas. Uma equação de diferenças finitas que é adequada para os pontos nodais interiores de um sistema bidimensional pode ser deduzida diretamente da Equação 4.1. Considere a segunda derivada, ∂2T/∂x2. Com base na Figura 4.4b, o valor dessa derivada no ponto nodal (m, n) pode ser aproximado por Os gradientes de temperatura podem, por sua vez, ser representados como uma função das temperaturas nodais. Isto é, Substituindo as Equações 4.25 e 4.26 na 4.24, obtemos Procedendo de forma análoga, mostra-se rapidamente que Usando uma rede na qual Δx = Δy e substituindo as Equações 4.27 e 4.28 na Equação 4.1, obtemos Desse modo, para o ponto nodal (m, n), a equação do calor, que é uma equação diferencial exata, é reduzida a uma equação algébrica aproximada. Essa aproximação, a forma da equação do calor em diferenças finitas, pode ser aplicada em qualquer ponto nodal interior que esteja equidistante de seus quatro pontos nodais vizinhos. Ela simplesmente exige que a temperatura de um ponto nodal interior seja igual à média das temperaturas dos quatro pontos nodais vizinhos. 4.4.3 O Método do Balanço de Energia Em muitos casos, é desejável desenvolver as equações de diferenças finitas através de um método alternativo chamado de método do balanço de energia. Como ficará evidente, essa abordagem permite a análise de muitos diferentes fenômenos, tais como problemas envolvendo múltiplos materiais, a presença de fontes de calor ou superfícies expostas que não estejam na direção de um eixo do sistema coordenado. No método do balanço de energia, a equação de diferenças finitas para um ponto nodal é obtida pela aplicação da conservação de energia em um volume de controle no entorno da região nodal. Uma vez que a direção real do fluxo térmico (entrando ou saindo do nó) é frequentemente desconhecida, é conveniente formular o balanço de energia supondo que todos os fluxos térmicos estão dirigidos para dentro do ponto nodal. Tal condição é, obviamente, impossível, mas se as equações de taxa forem representadas de uma forma consistente com essa suposição, a forma correta da equação de diferenças finitas é obtida. Para condições de regime estacionário com geração, a forma apropriada da Equação 1.12c é, então, Seja a aplicação da Equação 4.30 em um volume de controle ao redor do ponto nodal interior (m, n), mostrado na Figura 4.5. Para condições bidimensionais, a troca de energia é influenciada pela condução entre (m, n) e os seus quatro nós adjacentes, bem como pela geração. Assim, a Equação 4.30 se reduz a em que i se refere aos pontos nodais vizinhos, q(i) → (m,n) é a taxa de condução entre os pontos nodais. Está admitida profundidade unitária. Para determinar os termos das taxas de condução, consideramos que a transferência por condução ocorra exclusivamente ao longo das faixas que estão orientadas nas direções x ou y. Formas simplificadas da lei de Fourier podem, então, ser utilizadas. Por exemplo, a taxa na qual energia é transferida por condução do ponto nodal (m – 1, n) para o (m, n) pode ser representada por A grandeza (Δy · 1) é a área de transferência de calor e o termo (Tm–1,n – Tm,n)/Δx é a aproximação em diferenças finitas do gradiente de temperatura na fronteira entre os dois pontos nodais. As taxas de condução restantes podem ser escritas nas formas Note que, ao determinarmos cada taxa de condução, subtraímos a temperatura do ponto nodal (m, n) da temperatura do seu ponto nodal vizinho. Esta convenção é necessária em função da suposição de fluxo térmico para o interior do nó (m, n) e é consistente com os sentidos das setas mostradas na Figura 4.5. Substituindo as Equações 4.31 a 4.34 no balanço de energia e lembrando que Δx = Δy, segue-se que a equação de diferenças finitas para um ponto nodal interior com geração é FIGURA 4.5 Condução para um ponto nodal interior a partir de seus pontos nodais vizinhos. Se não houver uma fonte de energia internamente distribuída ( = 0), essa expressão se reduz à Equação 4.29. É importante observar que uma equação de diferenças finitas é necessária para cada ponto nodal com temperatura desconhecida. No entanto, não é sempre possível classificar todos esses pontos como interiores e, dessa maneira, utilizar as Equações 4.29 ou 4.35. Por exemplo, a temperatura pode ser desconhecida em uma superfície isolada ou em uma superfície exposta a condições de convecção. Para pontos localizados em tais superfícies, a equação de diferenças finitas deve ser obtida usando-se o método do balanço de energia. Para ilustrar mais esse método, considere o nó correspondente ao vértice interior mostrado na Figura 4.6. Esse nó representa os três quartos de seção sombreados e troca energia por convecção com um fluido adjacente a T∞. Condução para a região nodal (m, n) ocorre através de quatro diferentes faixas a partir dos nós vizinhos no sólido. As taxas condutivas de calor qcond podem ser representadas como a seguir Note que as áreas para a condução proveniente das regiões nodais (m – 1, n) e (m, n + 1) são proporcionais a Δx e Δy, respectivamente, enquanto a condução vinda dos nós (m + 1, n) e (m, n – 1) ocorre ao longo de faixas que têm largura Δy/2 e Δx/2, respectivamente. As condições na região nodal (m, n) são também influenciadas pela troca de calor por convecção com o fluido, e essa troca pode ser visualizada ocorrendo ao longo de meias faixas nas direções x e y. A taxa total de convecção qconv pode ser representada por FIGURA 4.6 Formulação da equação de diferenças finitas para um vértice interno de um sólido com convecção na superfície. Está implícita nessa expressão a hipótese de que as superfícies expostas do vértice estejam a uma temperatura uniforme, que corresponde à temperatura nodal Tm,n. Essa hipótese é consistente com a premissa de que toda a região nodal é caracterizada por uma única temperatura, que representa uma média da distribuição real de temperaturas na região. Na ausência de efeitos transientes, tridimensionais e de geração de calor, a conservação de energia, Equação 4.30, exige que a soma das Equações 4.36 a 4.40 seja igual a zero. Somando estas equações e organizando os termos, obtemos na qual, novamente, a malha é tal que Δx = Δy. Equações pertinentes de balanços de energia em regiões nodais para várias geometrias comuns e situações nas quais não há geração de energia interna são apresentadas na Tabela 4.2. TABELA 4.2 Resumo de equações de diferenças finitas para pontos nodais EXEMPLO 4.2 Usando o método do balanço de energia, deduza a equação de diferenças finitas para o ponto nodal (m, n) localizado em uma superfície plana e isolada de um meio no qual há geração uniforme de calor. SOLUÇÃO Dados: Rede de pontos nodais vizinhos a uma superfície isolada. Achar: Equação de diferenças finitas para o ponto nodal na superfície. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. Condições de regime estacionário. Condução bidimensional. Propriedades constantes. Geração de calor interna uniforme. Análise: Aplicando a exigência da conservação de energia, Equação 4.30, na superfície de controle ao redor da região (Δx/2 · Δy · 1) associada ao ponto nodal (m, n), tem-se que, com geração volumétrica de calor a uma taxa , na qual Substituindo no balanço de energia e dividindo por k/2, tem-se que Comentários: 1. O mesmo resultado poderia ser obtido usando-se a condição de simetria, Tm+1,n = Tm–1,n, com a equação de diferenças finitas (Equação 4.35) para um ponto nodal interior. Se = 0, o resultado desejado poderia também ser obtido fazendo-se h = 0 na Equação 4.42 (Tabela 4.2). 2. Como uma aplicação da equação de diferenças finitas anterior, considere o sistema bidimensional a seguir, no qual energia térmica é uniformemente gerada a uma taxa desconhecida . A condutividade térmica do sólido é conhecida, assim como as condições convectivas em uma das superfícies. Além disso, foram medidas temperaturas em locais correspondentes aos pontos nodais de uma malha de diferenças finitas. A taxa de geração pode ser determinada pela aplicação da equação de diferenças finitas no ponto nodal c. A partir das condições térmicas especificadas e do conhecimento de , podemos também determinar se a exigência de conservação da energia é satisfeita para o ponto nodal e. Fazendo um balanço de energia em um volume de controle ao redor desse nó, tem-se que Se o balanço de energia for satisfeito, o lado esquerdo dessa equação será identicamente igual a zero. Substituindo valores, obtemos A incapacidade de satisfazer precisamente o balanço de energia pode ser atribuída a erros de medida das temperaturas, às aproximações empregadas no desenvolvimento das equações de diferenças finitas e ao uso de uma malha relativamente grossa. É útil observar que as taxas de transferência de calor entre pontos nodais vizinhos podem, também, ser formuladas em termos das resistências térmicas correspondentes. Olhando, por exemplo, para a Figura 4.6, a taxa de transferência de calor por condução do nó (m – 1, n) para o (m, n) pode ser escrita na forma produzindo um resultado que é equivalente ao obtido na Equação 4.36. Analogamente, a taxa de transferência de calor por convecção para (m, n) pode ser representada por que é equivalente à Equação 4.40. Como um exemplo da utilidade dos conceitos de resistência, considere uma interface que separa dois materiais diferentes e é caracterizada por uma resistência térmica de contato (Figura 4.7). A taxa de transferência de calor do nó (m, n) para o (m, n – 1) pode ser representada por FIGURA 4.7 Condução entre dois materiais diferentes com uma resistência de contato na interface entre eles. em que, para uma profundidade unitária, 4.5 Resolvendo as Equações de Diferenças Finitas Uma vez estabelecida a rede nodal e escrita uma equação de diferenças finitas apropriada para cada ponto nodal, a distribuição de temperaturas pode ser determinada. O problema se reduz ao da solução de um sistema de equações algébricas lineares. Nesta seção formulamos o sistema de equações algébricas lineares como uma equação matricial e discutimos brevemente a sua solução pelo método da inversão de matrizes. Também apresentamos algumas considerações para a verificação da exatidão da solução. 4.5.1 Formulação como uma Equação Matricial Seja um sistema composto por N equações de diferenças finitas correspondentes a N temperaturas desconhecidas. Identificando os pontos nodais por um único número inteiro subscrito, ao invés de um índice duplo (m, n), o procedimento para efetuar uma inversão de matriz inicia-se por escrever as equações na forma na qual as grandezas a11, a12,…, C1,… são coeficientes e constantes conhecidos, que envolvem grandezas tais como Δx, k, h e T∞. Usando notação matricial, essas equações podem ser representadas por na qual A matriz dos coeficientes [A] é quadrada (N × N) e os seus elementos são identificados por uma notação com subscrito de índice duplo, na qual o primeiro e o segundo subscritos se referem às linhas e às colunas, respectivamente. As matrizes [T] e [C] têm uma única coluna e são conhecidas por vetores coluna. Tipicamente, elas são chamadas de vetor solução e vetor do lado direito, respectivamente. Se a multiplicação de matrizes representada no lado esquerdo da Equação 4.48 for efetuada, as Equações 4.47 serão obtidas. Numerosos métodos matemáticos estão disponíveis para resolver sistemas de equações algébricas lineares [11, 12] e muitos programas computacionais e softwares têm disponíveis ferramentas para determinar o vetor solução [T] a partir da Equação 4.48. Para matrizes pequenas, a solução pode ser encontrada usando uma calculadora programável ou cálculos manuais. Um método adequado para o cálculo manual ou computacional é o método de Gauss–Seidel, que é apresentado no Apêndice D. 4.5.2 Verificando a Precisão da Solução É uma boa prática verificar se uma solução numérica foi corretamente formulada pela execução de um balanço de energia em uma superfície de controle envolvendo todas as regiões nodais cujas temperaturas foram determinadas. As temperaturas devem ser substituídas na equação do balanço de energia, e, se o balanço não for satisfeito dentro de um elevado grau de precisão, as equações de diferenças finitas devem ser checadas à procura de erros. Mesmo quando as equações de diferenças finitas tenham sido apropriadamente formuladas e resolvidas, os resultados podem ainda representar uma aproximação grosseira do campo de temperaturas real. Esse comportamento é uma consequência do espaçamento finito (Δx, Δy) entre nós e das aproximações em diferenças finitas, tais como k(Δy · 1)(Tm–1,n – Tm,n)/ Δx, para representar a lei de Fourier da condução, – k(Δy · 1) T/∂x. As aproximações em diferenças finitas se tornam mais precisas à medida que a rede nodal é refinada (Δx e Δy são reduzidos). Portanto, se resultados precisos são desejados, estudos de malha devem ser efetuados, nos quais resultados obtidos com uma malha fina são comparados aos obtidos com uma malha mais grossa. Por exemplo, uma redução pela metade dos valores de Δx e Δy quadruplica o número de nós e de equações de diferenças finitas. Se a concordância for insatisfatória, novos refinamentos poderiam ser feitos até que as temperaturas calculadas não mais dependam significativamente da escolha de Δx e Δy. Tais resultados independentes das dimensões da malha forneceriam uma solução precisa para o problema físico. Uma outra opção para validar uma solução numérica envolve a comparação de seus resultados com aqueles obtidos através de uma solução exata. Por exemplo, uma solução por diferenças finitas para o problema físico descrito na Figura 4.2 poderia ser comparada com a solução exata dada pela Equação 4.19. Entretanto, essa opção é restrita em função de raramente buscarmos soluções numéricas em problemas para os quais existem soluções exatas. Todavia, se buscarmos uma solução numérica para um problema complexo para o qual não há solução exata, é frequentemente recomendável testar nossos procedimentos por diferenças finitas aplicando-os em versões mais simples do problema. EXEMPLO 4.3 Um objetivo importante no avanço das tecnologias para motores de turbina a gás é aumentar o limite de temperatura associado à operação das pás da turbina. Esse limite determina a temperatura máxima permissível para a admissão do gás na turbina, que, por sua vez, influencia fortemente o desempenho global do sistema. Além de fabricar as pás com superligas especiais, resistentes a altas temperaturas e a grandes esforços mecânicos, é comum usar resfriamento interno através da usinagem de canais de escoamento no interior das pás, com a passagem de ar através desses canais. Desejamos avaliar o efeito de tal configuração aproximando a pá por um sólido retangular no qual são usinados canais retangulares. A pá, com condutividade térmica k = 25 W/(m · K), tem espessura de 6 mm. Cada canal tem uma seção transversal retangular de 2 mm × 6 mm e há um espaçamento de 4 mm entre canais adjacentes. Sob condições de operação nas quais he = 1000 W/(m2 · K), T∞,e = 1700 K, hi = 200 W/(m2 · K) e T∞,i = 400 K, determine o campo de temperaturas na pá da turbina e a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento para o canal. Em qual posição a temperatura é um máximo? SOLUÇÃO Dados: Dimensões e condições de operação para uma pá de turbina a gás com canais internos. Achar: Campo de temperaturas na pá, incluindo um local de temperatura máxima. Taxa de transferência de calor para o canal, por unidade de comprimento. Esquema: Considerações: 1. Condução bidimensional em regime estacionário. 2. Propriedades constantes. Análise: Adotando um espaçamento na malha de Δx = Δy = 1 mm e identificando as três linhas de simetria, a rede nodal mostrada no esquema é construída. As equações de diferenças finitas correspondentes podem ser obtidas pela aplicação do método do balanço de energia nos nós 1, 6, 18, 19 e 21, e pelo uso dos resultados da Tabela 4.2 para os demais pontos nodais. A transferência de calor para o nó 1 ocorre por condução proveniente dos nós 2 e 7, bem como por convecção a partir do fluido externo. Como não há transferência de calor originada na região localizada além da adiabática de simetria, a aplicação de um balanço de energia ao quarto de seção associado ao nó 1 fornece uma equação de diferenças finitas com a forma Um resultado similar pode ser obtido para a região nodal 6, que é caracterizada por condições equivalentes nas superfícies (2 conduções, 1 convecção e 1 adiabática). Os nós 2 a 5 correspondem ao caso 3 da Tabela 4.2 e, escolhendo o nó 3 como um exemplo, segue-se que Os nós 7, 12, 13 e 20 correspondem ao caso 5 da Tabela 4.2, com q″ = 0, e, escolhendo o nó 12 como um exemplo, tem-se que Nó 12: T6 + 2T11 + T18 – 4T12 = 0 Os nós 8 a 11 e 14 são nós interiores (caso 1). Nesse caso a equação de diferenças finitas para o nó 8 é Nó 8: T2 + T7 + T9 – T14 – 4T8 = 0 O nó 15 é um vértice interno (caso 2), para o qual enquanto os nós 16 e 17 estão situados sobre uma superfície plana com convecção (caso 3): Em cada uma, a transferência de calor para as regiões nodais 18 e 21 é caracterizada pela condução proveniente de dois nós vizinhos e pela convecção a partir do escoamento interno, com nenhuma transferência de calor através da adiabática vizinha. Efetuando um balanço de energia na região nodal 18, segue-se que O último caso especial corresponde à região nodal 19, que tem duas superfícies adiabáticas e apresenta calor por condução através das duas outras superfícies. Nó 19: T13 + T20 – 2T19 = 0 As equações para os nós de 1 a 21 podem ser resolvidas simultaneamente usando o IHT*, um código computacional comercial ou uma calculadora. Os seguintes resultados são obtidos: O campo de temperaturas pode também ser representado na forma de isotermas e quatro dessas curvas de temperatura constante são mostradas no esquema a seguir. Também são mostradas linhas de fluxo de calor que foram cuidadosamente desenhadas de modo que são, em qualquer lugar, perpendiculares às isotermas e coincidentes com as adiabáticas de simetria. As superfícies que estão expostas aos gases de combustão e ao ar não são isotérmicas e, consequentemente, as linhas de fluxo de calor não são perpendiculares a estes contornos. Como esperado, a temperatura máxima está localizada no ponto mais distante do refrigerante, que corresponde ao nó 1. As temperaturas ao longo da superfície da pá da turbina exposta aos gases de combustão merecem atenção especial. As previsões das diferenças finitas são representadas a seguir (com linhas retas ligando as temperaturas nodais). A taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do canal pode ser calculada de duas formas. Baseada na transferência de calor da pá para o ar, tem-se Alternativamente, com base na transferência de calor dos gases de combustão para a pá: na qual o fator 4 tem sua origem nas condições de simetria. Em ambos os casos, obtemos Comentários: 1. Em notação matricial, segundo a Equação 4.48, as equações para os nós de 1 a 21 têm a forma [A][T] = [C], na qual Com hoΔx/k = 0,04 e hiΔx/k = 0,008; os coeficientes nas equações podem ser calculados: a = 2,04; b = 4,08; c = 6,016; d = 4,016; e = 2,008; f = 68 e g = 3,2. Ao enquadrar as equações como uma equação matricial, ferramentaspadrão para a solução de equações matriciais podem ser utilizadas. 2. Para garantir que não há erros na formulação e na solução das equações de diferenças finitas, as temperaturas calculadas devem ser usadas para verificar se a conservação de energia é satisfeita em uma superfície de contorno ao redor de todas as regiões nodais. Esta verificação já foi feita, uma vez que foi mostrado que a taxa de transferência de calor dos gases de combustão para a pá é igual a taxa da pá para o ar. 3. A precisão da solução por diferenças finitas pode ser melhorada pelo refinamento da malha. Se, por exemplo, reduzirmos pela metade o espaçamento da malha (Δx = Δy = 0,5 mm) e dessa maneira aumentarmos o número de temperaturas nodais desconhecidas para 65, obtemos os seguintes resultados para temperaturas selecionadas e para a taxa de transferência de calor: T1 = 1525,9 k, T6 = 1520,5 k, T15 = 1509,2 k, T18 = 1504,5 k, T19 = 1515,5 k, T21 = 1505,7 k, q′ = 3539,9 W/m A concordância entre os dois conjuntos de resultados é excelente. Obviamente, o uso da malha mais fina aumenta os tempos de implementação e computacional, e em muitos casos os resultados obtidos com uma malha mais grossa são satisfatórios. A seleção da malha apropriada é uma decisão que deve ser tomada pelo engenheiro. 4. Na indústria de turbinas a gás, há um grande interesse na adoção de medidas que reduzam a temperatura nas pás. Tais medidas podem incluir o uso de uma liga diferente, com maior condutividade térmica, e/ou o aumento da vazão do refrigerante através dos canais, dessa forma aumentando o hi. Usando a solução por diferenças finitas com Δx = Δy = 1 mm, os seguintes resultados são obtidos para variações paramétricas de k e hi: k (W/(m · K)) hi (W/(m2 · K)) T1 (K) q′ (W/m) 25 200 1526,0 3540,6 50 200 1523,4 3563,3 25 1000 1154,5 11.095,5 50 1000 1138,9 11.320,7 Por que os aumentos em k e hi reduzem a temperatura na pá? Por que o efeito da variação de hi é mais significativo do que o de mudanças no k? 5. Note que, como a superfície exterior da pá se encontra a uma temperatura extremamente elevada, as perdas por radiação para a vizinhança podem ser significativas. Na análise por diferenças finitas, tais efeitos poderiam ser considerados através da linearização da equação da taxa da radiação (ver Equações 1.8 e 1.9) e pelo seu tratamento da mesma forma que a convecção. Contudo, uma vez que o coeficiente radiante hr depende da temperatura superficial, uma solução iterativa para as equações de diferenças finitas seria necessária para garantir que as temperaturas superficiais resultantes correspondam às temperaturas utilizadas na determinação do hr em cada ponto nodal. 6. Veja o Exemplo 4.3 no IHT. Este problema pode também ser resolvido utilizando Tools, Finite-Difference Equations na seção Advanced do IHT, disponível no site da LTC Editora. 7. Um segundo software que acompanha este texto, Finite-Element Heat Transfer (FEHT), pode também ser usado para resolver formas uni e bidimensionais da equação do calor. Esse exemplo está disponível como um modelo resolvido no FEHT e pode ser acessado através da aba Examples na barra de ferramentas, no site da LTC Editora. 4.6 Resumo O primeiro objetivo deste capítulo foi desenvolver uma visão da natureza de um problema de condução em duas dimensões e dos métodos que estão disponíveis para a sua solução. Ao se deparar com um problema bidimensional, você deve primeiramente verificar se uma solução exata é conhecida. Isto pode ser feito examinando-se algumas das excelentes referências nas quais soluções exatas para a equação do calor são obtidas [1–5]. Você pode, também, querer verificar se o fator de forma ou a taxa de condução de calor adimensional é conhecida para o sistema de interesse [6–10]. Contudo, frequentemente, as condições são tais que o uso de um fator de forma, da taxa de condução de calor adimensional ou de uma solução exata não é possível, e é necessária a utilização de uma solução por diferenças finitas ou elementos finitos. Você deve consequentemente avaliar a própria natureza do processo de discretização e saber como formular e resolver as equações de diferenças finitas para os pontos discretos de uma rede nodal. Você deve testar o seu entendimento de conceitos relacionados com esses assuntos ao responder às questões a seguir. • O que é uma isoterma? O que é uma linha de fluxo de calor? Como estão relacionadas geometricamente essas duas linhas? • O que é uma adiabática? Como ela está relacionada a uma linha de simetria? Como ela é interceptada por uma isoterma? • Que parâmetros caracterizam o efeito da geometria na relação entre a taxa de transferência de calor e a diferença de temperaturas global na condução em regime estacionário em um sistema bidimensional? Como esses parâmetros estão relacionados com a resistência condutiva? • O que é representado pela temperatura de um ponto nodal e como a precisão de uma temperatura nodal depende da proposta da rede nodal? Referências 1. Schneider, P. J., Conduction Heat Transfer, Addison-Wesley, Reading, MA, 1955. 2. Carslaw, H. S., and J. C. Jaeger, Conduction of Heat in Solids, Oxford University Press, London, 1959. 3. Özisik, M. N., Heat Conduction, Wiley Interscience, New York, 1980. 4. Kakac, S., and Y. Yener, Heat Conduction, Hemisphere Publishing, New York, 1985. 5. Poulikakos, D., Conduction Heat Transfer, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1994. 6. Sunderland, J. E., and K. R. Johnson, Trans. ASHRAE, 10, 237–241, 1964. 7. Kutateladze, S. S., Fundamentals of Heat Transfer, Academic Press, New York, 1963. 8. General Electric Co. (Corporate Research and Development), Heat Transfer Data Book, Section 502, General Electric Company, Schenectady, NY, 1973. 9. Hahne, E., and U. Grigull, Int. J. Heat Mass Transfer, 18, 751–767, 1975. 10. Yovanovich, M. M., in W. M. Rohsenow, J. P. Hartnett, and Y. I. Cho, Eds., Handbook of Heat Transfer, McGraw-Hill, New York, 1998, pp. 3.1–3.73. 11. Gerald, C. F., and P. O. Wheatley, Applied Numerical Analysis, Pearson Education, Upper Saddle River, NJ, 1998. 12. Hoffman, J. D., Numerical Methods for Engineers and Scientists, McGrawHill, New York, 1992. Problemas Soluções Exatas 4.1 No método da separação de variáveis (Seção 4.2) para a condução bidimensional em regime estacionário, a constante de separação λ2 nas Equações 4.6 e 4.7 deve ser uma constante positiva. Mostre que valores negativos ou iguais a zero para λ2 resultarão em soluções que não podem satisfazer às condições de contorno especificadas. 4.2 Uma placa retangular bidimensional está sujeita às condições de contorno especificadas. Usando os resultados da solução exata para a equação do calor apresentados na Seção 4.2, calcule a temperatura no ponto central (1; 0,5), utilizando os cinco primeiros termos não nulos da série infinita que deve ser determinada. Avalie o erro decorrente do uso somente dos três primeiros termos da série infinita. Represente graficamente as distribuições de temperaturas T(x; 0,5) e T(1,0; y). 4.3 Considere que a placa retangular bidimensional do Problema 4.2 tenha uma condutividade térmica de 50 W/(m · K). Partindo da solução exata para a distribuição de temperaturas, deduza uma expressão para a taxa de transferência de calor, por unidade de espessura, saindo pela superfície inferior (0 ≤ x ≤ 2, y = 0) da placa. Calcule a taxa de transferência de calor considerando os cinco primeiros termos não nulos da série infinita. 4.4 Uma placa retangular bidimensional está sujeita às condições de contorno mostradas na figura. Deduza uma expressão para a distribuição de temperaturas em regime estacionário T(x, y). 4.5 Uma placa retangular bidimensional é submetida a condições de contorno de temperatura especificada em três lados e a condição de fluxo térmico uniforme para dentro da placa em sua superfície superior. Usando a abordagem geral da Seção 4.2, deduza uma expressão para a distribuição de temperaturas na placa. Fatores de Forma e Taxas de Condução de Calor Adimensionais 4.6 Usando as relações para as resistências térmicas desenvolvidas no Capítulo 3, determine expressões para o fator de forma para as seguintes geometrias: (a) Parede plana, casca cilíndrica e casca esférica. (b) Esfera isotérmica de diâmetro D enterrada em um meio infinito. 4.7 Transferência de calor por convecção natural é as vezes quantificada escrevendo-se a Equação 4.20 na forma qconv = SkefΔT1–2, na qual kef é a condutividade térmica efetiva. A razão kef/k é maior do que a unidade em função da movimentação induzida pelas forças de empuxo, como representado pelas linhas de corrente tracejadas. Um experimento para a configuração mostrada fornece uma taxa de transferência de calor por unidade de comprimento de = 110 W/m para temperaturas superficiais de T1 = 53°C e T2 = 15°C, respectivamente. Para cilindros interno e externo com diâmetros d = 20 mm e D = 60 mm, e um fator de excentricidade de z = 10 mm, determine o valor de kef. A condutividade térmica real do fluido é k = 0,255 W/(m · K). 4.8 Seja o Problema 4.5, agora com a placa tendo seção transversal quadrada, W = L. (a) Deduza uma expressão para o fator de forma, Smáx, associado à temperatura máxima na superfície superior, tal que q = Smáxk (T2,máx – T1), na qual T2,máx é a temperatura máxima ao longo de y = W. (b) Deduza uma expressão para o fator de forma, Smed, associado à temperatura média na superfície superior, q = Smedk( – T1), na qual T2 é a temperatura média ao longo de y = W. (c) Determine os fatores de forma que podem ser usados para determinar as temperaturas máxima e média ao longo de y = W. Determine as temperaturas máxima e média para T1 = 0°C, L = W = 10 mm, k = 20 W/(m · K) e = 1000 W/m2. 4.9 Rejeitos radioativos são temporariamente armazenados em um recipiente esférico, cujo centro encontra-se enterrado a uma distância de 10 m abaixo da superfície da terra. O diâmetro externo do recipiente é igual a 2 m e 500 W de calor são liberados como resultado do processo de decaimento radioativo. Se a temperatura da superfície do solo é de 20°C, qual é a temperatura da superfície externa do recipiente em condições de regime estacionário? Em um esboço do sistema solo-recipiente desenhado em escala, mostre isotermas e linhas de fluxo térmico representativas no solo. 4.10 Com base nas taxas de transferência de calor por condução adimensionais para os casos 12–15 na Tabela 4.1b, encontre fatores de forma para os seguintes objetos com temperatura T1, localizados na superfície de um meio semi-infinito que está à temperatura T2. A superfície do meio semi-infinito é adiabática. (a) Um hemisfério enterrado, com o plano no mesmo nível da superfície. (b) Um disco sobre a superfície. Compare o seu resultado com o da Tabela 4.1a, caso 10. (c) Um quadrado na superfície. (d) Um cubo enterrado, com uma face no mesmo nível da superfície. 4.11 Determine a taxa de transferência de calor entre duas partículas de diâmetro D = 100 μm e temperaturas T1 = 300,1 K e T2 = 299,9 K, respectivamente. As partículas estão em contato e são circundados por ar. 4.12 Um objeto bidimensional é submetido a condições isotérmicas nas suas superfícies esquerda e direita, como mostrado no esquema. As duas superfícies diagonais são adiabáticas e a profundidade do objeto é L = 100 mm. (a) Determine o fator de forma bidimensional para o objeto, para a = 10 mm e b = 12 mm. (b) Determine o fator de forma bidimensional para o objeto, para a = 10 mm e b = 15 mm. (c) Use a análise alternativa da condução da Seção 3.2 para estimar o fator de forma para os casos (a) e (b). Compare os valores dos fatores de forma aproximados da análise alternativa da condução com os fatores de forma bidimensionais das partes (a) e (b). (d) Para T1 = 100°C e T2 = 60°C, determine a taxa de transferência de calor por unidade de profundidade para k = 15 W/(m · K), no caso das partes (a) e (b). 4.13 Um aquecedor elétrico com 100 mm de comprimento e = mm de diâmetro é inserido no interior de um orifício perfurado perpendicularmente à superfície de um grande bloco de um material cuja condutividade térmica é de 5 W/(m · K). Estime a temperatura atingida pelo aquecedor quando ele dissipa 50 W, com a temperatura na superfície do bloco igual a 25°C. 4.14 Duas dutovias paralelas, separadas por uma distância de 0,5 m, estão enterradas em um solo cuja condutividade térmica é de 0,5 W/(m · K). Os dutos apresentam diâmetros externos de 100 e 75 mm, com temperaturas superficiais de 175°C e 5°C, respectivamente. Estime a taxa de transferência de calor, por unidade de comprimento, entre as duas dutovias. 4.15 Uma pequena gota de água com diâmetro D = 100 μm e temperatura Tpf = 0°C cai sobre uma superfície metálica não molhável que se encontra a Ts = –15°C. Determine quanto tempo necessário para a gota congelar completamente. O calor latente de fusão é hsf = 334 kJ/kg. 4.16 Um tubo com 50 mm de diâmetro tem uma temperatura superficial de 85°C e está inserido no plano central de uma placa de concreto com 0,1 m de espessura, cujas superfícies superior e inferior estão a 20°C. Usando a expressão apropriada nas tabelas para essa configuração, ache o fator de forma. Determine a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do tubo. 4.17 Vapor d’água pressurizado a 450 K escoa através de um tubo comprido de parede delgada com 0,5 m de diâmetro. O tubo encontra-se no interior de um invólucro de concreto com seção transversal quadrada de 1,5 m de lado. O eixo do tubo está centrado no invólucro e as superfícies externas do invólucro são mantidas a 300 K. Qual é a perda de calor por unidade de comprimento do tubo? 4.18 A distribuição de temperaturas em materiais irradiados por laser é determinada pela potência, tamanho e forma do feixe de laser, juntamente com as propriedades do material que está sendo irradiado. A forma do feixe é tipicamente gaussiana e o fluxo de irradiação local do feixe (frequentemente chamado de fluência do laser) é As coordenadas x e y determinam o local de interesse na superfície do material irradiado. Seja o caso no qual o centro do feixe é localizado em x = y = r = 0. O feixe é caracterizado por um raio, rf, definido como a localização radial onde a fluência local é q″(rf) = q″(r = 0)/e ≈ 0,368 q″(r = 0). Um fator de forma para aquecimento gaussiano é S = 2π1/2rf, no qual S é definido em termos de T1,máx – T2 [Nissin, Y.I., A. Lietoila, R. G. Gold e J. F. Gibbons, J. Appl. Phys., 51, 274, 1980]. Calcule a temperatura superficial máxima, no regime estacionário, associada à irradiação, por um feixe gaussiano com rf = 0,1 mm e potência P = 1 W, de um material com condutividade térmica k = 27 W/(m · K) e absortividade α = 0,45. Compare seu resultado com a temperatura máxima que ocorreria se a irradiação fosse com um feixe circular com mesmos diâmetro e potência, mas caracterizado por uma fluência uniforme (um feixe plano). Calcule, também, a temperatura média da superfície irradiada pelo feixe com fluência uniforme. A temperatura muito afastada do ponto irradiado é de T2 = 25°C. 4.19 Água quente a 85°C escoa através de um tubo de cobre com parede delgada e diâmetro de 30 mm. O tubo encontra-se no interior de uma casca cilíndrica excêntrica, mantida a 35°C e com diâmetro de 120 mm. A excentricidade, definida como a distância entre os centros do tubo e da casca, é de 20 mm. O espaço entre o tubo e a casca é preenchido com um material isolante que apresenta uma condutividade térmica de 0,05 W/(m · K). Calcule a perda de calor por unidade de comprimento do tubo e compare o resultado com a perda de calor para um arranjo concêntrico. 4.20 Uma fornalha de formato cúbico, com dimensões externas de 0,35 m, é construída com tijolos refratários. Sendo a espessura da parede igual a 50 mm, a temperatura da superfície interna igual a 600°C e a da superfície externa a 75°C, calcule a perda de calor na fornalha. 4.21 Feixes de laser são usados para processar termicamente materiais em uma ampla gama de aplicações. Frequentemente, o feixe é deslocado ao longo da superfície do material segundo um padrão desejado. Seja o processo de aquecimento a laser do Problema 4.18, exceto agora pelo fato de que o feixe de laser se desloca pela superfície do material a uma velocidade U. Uma temperatura superficial adimensional máxima pode ser bem correlacionada por uma expressão na forma [Nissin, Y. I., A. Lietoila, R. G. Gold e J. F. Gibbons, J. Appl. Phys., 51, 274, 1980]: na faixa 0 < Pe < 10, sendo Pe a velocidade adimensional, conhecida como o número de Peclet. Para esse problema, sendo α a difusividade térmica do material. A temperatura máxima no material não ocorre diretamente abaixo do feixe de laser, mas em uma distância de retardo, δ, atrás do centro do feixe em deslocamento. A distância de retardo adimensional pode ser correlacionada com Pe por [Sheng, I. C. e Y. Chen, J. Thermal Stresses, 14, 129, 1991]: (a) Para o tamanho e forma do feixe de laser e para o material do Problema 4.18, determine a potência do laser requerida para se obter T1,máx = 200°C para U = 2 m/s. A massa específica e o calor específico do material são ρ = 2000 kg/m3 e c = 800 J/(kg · K), respectivamente. (b) Determine a distância de retardo, δ, associada a U = 2 m/s. (c) Represente graficamente a potência do laser necessária para atingir T1,máx = 200°C para 0 ≤ U ≤ 2 m/s. Fatores de Forma com Circuitos Térmicos 4.22 Uma janela de vidro duplo é constituída por duas folhas de vidro separadas por um espaço, com L = 0,2 mm de espessura. Há vácuo neste espaço, o que elimina a condução e a convecção através dele. Pequenos bastões cilíndricos, cada um com L = 0,2 mm de comprimento e D = 0,15 mm de diâmetro, são inseridos entre as folhas de vidro para garantir que o vidro não se quebre em função das diferenças de pressões impostas em cada folha. Há uma resistência de contato de = 1,5 × 10–6 m2 · K/W entre os bastões e o vidro. Para temperaturas dos vidros de T1 = 20°C e T2 = –10°C, determine a taxa de transferência de calor por condução através de cada bastão, feito de aço inoxidável. 4.23 Um oleoduto, utilizado para o transporte de óleo cru, está enterrado no solo de modo que o seu eixo central se encontra a uma distância de 1,5 m abaixo da superfície. O duto tem um diâmetro externo de 0,5 m e está isolado com uma camada de 100 mm de espessura de vidro celular. Qual é a perda de calor, por unidade de comprimento do duto, em condições nas quais óleo aquecido a uma temperatura de 120°C escoa através do duto e a superfície do solo se encontra a uma temperatura de 0°C? 4.24 Um longo cabo de transmissão de potência está enterrado a uma profundidade (distância do nível do solo ao eixo central do cabo) de 2 m. O cabo encontra-se encapsulado no interior de um tubo de parede delgada com diâmetro igual a 0,1 m. Para fazer com que o cabo opere com propriedades de um supercondutor (essencialmente dissipação térmica nula), o espaço entre o cabo e o tubo é preenchido com nitrogênio líquido a 77 K. Estando o tubo coberto com um superisolante (ki = 0,005 W/(m · K)) com 0,05 m de espessura e a superfície do solo (ks = 1,2 W/(m · K)) a 300 K, qual é a carga de resfriamento, em W/m, que deve ser mantida pelo refrigerante criogênico por unidade de comprimento do tubo? 4.25 Um pequeno dispositivo é usado para medir a temperatura superficial de um objeto. Uma junção de termopar, com diâmetro D = 120 μm, está posicionada a uma distância z = 100 μm da superfície de interesse. Os dois fios do termopar, cada um com diâmetro d = 25 μm e comprimento L = 300 μm, são presos a um grande manipulador que se encontra a uma temperatura Tm = 23°C. Se o termopar registrar uma temperatura de Tjt = 29°C, qual é a temperatura da superfície? As condutividades térmicas dos fios de cromel e alumel do termopar são kcr = 19 W/(m · K) e kal = 29 W/(m · K), respectivamente. Você pode desprezar os efeitos da radiação e convecção. 4.26 Um forno cúbico para fusão de vidro tem dimensões externas de W = 5 m de lado e é construído com tijolos refratários, com espessura L = 0,35 m e condutividade térmica k = 1,4 W/(m · K). As laterais e o topo do forno estão expostos ao ar ambiente a 25°C, com a convecção natural caracterizada por um coeficiente médio h = 5 W/(m2 · K). A base do forno encontra-se sobre uma plataforma, que permite a exposição de uma grande parte da sua superfície ao ar ambiente, e, em uma primeira aproximação, um coeficiente convectivo de h = 5 W/(m2 · K) pode ser também admitido. Sob condições de operação nas quais gases da combustão mantêm as superfícies internas do forno a 1100°C, qual é a perda de calor no forno? 4.27 Um fluido quente escoa através de canais circulares em uma peça de ferro fundido (A) com espessura LA = 30 mm, que apresenta um contato deficiente com as placas de cobertura (B), que têm espessura LB = 7,5 mm. Os canais têm diâmetro D = 15 mm e o espaçamento entre as linhas de centro de canais adjacentes é Lo = 60 mm. As condutividades térmicas dos materiais são kA = 20 W/(m · K) e kB = 75 W/(m · K), enquanto a resistência de contato entre os dois materiais é de = 2,0 × 10–4 m2 K/W. O fluido quente está a Ti = 150°C e o coeficiente de transferência de calor por convecção é de 1000 W/(m2 · K). A placa de cobertura está exposta ao ar ambiente a T∞ = 25°C, com um coeficiente de transferência de calor por convecção de 200 W/(m2 · K). O fator de forma entre um canal e a superfície superior e a inferior da peça é 4,25. (a) Determine a taxa de transferência de calor a partir de um único canal, por unidade de comprimento da peça na direção normal à página, . (b) Determine a temperatura da superfície externa da placa de cobertura, Ts. (c) Comente a respeito dos efeitos de mudanças no espaçamento entre os canais nos valores de e Ts. Como o isolamento da superfície inferior afetaria e Ts? 4.28 Um dissipador de calor de alumínio (k = 240 W/(m · K)), usado para resfriar uma série de chips eletrônicos, é constituído por um canal quadrado de dimensão interna w = 25 mm, no qual pode-se supor que um escoamento de um líquido mantenha uma temperatura superficial interna uniforme T1 = 20°C. A largura externa e o comprimento do canal são W = 40 mm e L = 160 mm, respectivamente. S e N = 120 chips fixados à superfície externa do dissipador de calor mantêm uma temperatura superficial aproximadamente uniforme de T2 = 50°C e supondo-se que todo calor dissipado nos chips seja transferido para o refrigerante, qual é a dissipação de calor em cada chip? Sendo a resistência de contato entre cada chip e o dissipador de calor igual a Rt,c = 0,2 K/W, qual é a temperatura do chip? 4.29 Água quente é transportada de uma estação de cogeração de potência para usuários comerciais e industriais através de tubos de aço com diâmetro D = 150 mm. Cada tubo encontra-se no centro de um bloco de concreto (k = 1,4 W/(m · K)) de seção transversal quadrada (w = 300 mm). As superfícies externas do concreto estão expostas ao ar ambiente, no qual T∞ = 0°C e h = 25 W/(m2 · K). (a) Sendo a temperatura de entrada da água escoando através do tubo igual a Te = 90°C, qual é a perda de calor por unidade de comprimento do tubo na proximidade da entrada? A temperatura do tubo T1 pode ser considerada igual à da entrada da água. (b) Se a diferença entre as temperaturas de entrada e de saída da água escoando através de um tubo com 100 m de comprimento não puder exceder os 5°C, estime a vazão mássica mínima permitida . Um valor de c = 4207 J/(kg · K) pode ser usado para o calor específico da água. 4.30 Um fio comprido de constantan, com 1 mm de diâmetro, tem uma de suas extremidades soldada à superfície de um grande bloco de cobre, formando uma junção de termopar. O fio se comporta como uma aleta, permitindo a saída de calor da superfície e, assim, diminuindo a temperatura medida na junção Tj em relação à temperatura do bloco, To. (a) Se o fio encontra-se no ar a 25°C, com um coeficiente convectivo de 10 W/(m2 · K), estime o erro de medida (Tj – To) do termopar quando o bloco estiver a 125°C. (b) Para coeficientes de transferência de calor por convecção de 5, 10 e 25 W/(m2 · K), represente graficamente o erro de medida em função da condutividade térmica do material do bloco na faixa de 15 a 400 W/(m · K). Sob quais circunstâncias é vantajoso utilizar um fio com menor diâmetro? 4.31 Um furo de diâmetro D = 0,25 m é perfurado através do centro de um bloco sólido de seção transversal quadrada com w = 1 m de lado. O furo atravessa o comprimento do bloco, que é de λ = 2 m. O bloco tem condutividade térmica k = 150 W/(m · K). As quatro superfícies externas estão expostas ao ar ambiente, com T∞,2 = 25°C e h2 = 4 W/(m2 · K), enquanto óleo quente escoa através do furo podendo ser caracterizado por T∞,1 = 300°C e h1 = 50 W/(m2 · K). Determine a taxa de transferência de calor e as temperaturas superficiais correspondentes. 4.32 No Capítulo 3, supusemos que, sempre que aletas eram fixadas a uma superfície (base), a temperatura da base permanecia inalterada. O que ocorre na realidade, se a temperatura da base for superior à temperatura do fluido, é que a fixação de uma aleta reduz a temperatura na junção Tj a um nível inferior ao valor da temperatura original da base e o fluxo de calor do material da base para a aleta é bidimensional. Considere condições nas quais um longo pino de alumínio, com diâmetro D = 5 mm, é fixado a um material base cuja temperatura em um ponto distante da junção é mantida a Tb = 100°C. As condições de convecção no pino correspondem a h = 50 W/(m2 · K) e T∞ = 25°C. (a) Quais são a taxa de transferência de calor no pino e a temperatura na junção, quando o material da base for (i) alumínio (k = 240 W/(m · K)) e (ii) aço inoxidável (k = 15 W/(m · K))? (b) Repita os cálculos anteriores supondo haver uma resistência térmica de contato de = 3 × 10–5 m2 · K/W associada ao método utilizado para a fixação do pino ao material base. (c) Considerando a resistência térmica de contato, para cada um dos dois materiais, represente graficamente a taxa de transferência de calor no pino em função do coeficiente convectivo, na faixa de 10 ≤ h ≤ 100 W/(m2 · K). 4.33 Um iglu é construído na forma de um hemisfério, com raio interno de 1,8 m e paredes de neve compactada com uma espessura de 0,5 m. No interior do iglu, o coeficiente de transferência de calor nas superfícies é de 6 W/(m2 · K); no lado de fora, sob condições de ventos normais, ele é de 15 W/(m2 · K). A condutividade térmica da neve compactada é de 0,15 W/(m · K). A temperatura da camada de gelo sobre a qual o iglu se encontra é de –20°C e a sua condutividade térmica é a mesma da neve compactada. (a) Considerando que os corpos dos ocupantes do iglu forneçam uma fonte contínua de calor de 320 W no interior do iglu, calcule a temperatura do ar no seu interior quando a temperatura do ar externo é de T∞ = –40°C. Certifique-se de levar em consideração as perdas de calor pelo chão do iglu. (b) Usando o circuito térmico da parte (a), execute uma análise de sensibilidade paramétrica para determinar quais variáveis têm um efeito significativo na temperatura do ar no interior do iglu. Por exemplo, sob condições de ventos muito fortes, o coeficiente convectivo externo pode dobrar ou até mesmo triplicar. Faz algum sentido construir o iglu com paredes que tenham a metade ou então o dobro da espessura original? 4.34 Seja o circuito integrado (chip) delgado do Problema 3.150. Ao invés de fixar o dissipador de calor à superfície do chip, um engenheiro sugere que um resfriamento suficiente poderia ser alcançado pela fixação da superfície do chip sobre uma grande superfície de cobre (k = 400 W/(m · K)) localizada nas proximidades. A junta metalúrgica entre o chip e o substrato fornece uma resistência de contato de = 5 × 10–6 m2 · K/W e a temperatura máxima permissível do chip é de 85°C. Sendo a temperatura do grande substrato igual a T2 = 25°C nos locais afastados do chip, qual é a máxima dissipação de potência permitida no chip qc? 4.35 Um componente eletrônico na forma de um disco com 20 mm de diâmetro dissipa 100 W quando montado sobre um grande bloco de uma liga de alumínio (2024), cuja temperatura é mantida a 27°C. A configuração de montagem é tal que há uma resistência de contato de = 5 × 10–5 m2 · K/W na interface entre o componente eletrônico e o bloco. (a) Calcule a temperatura que o componente atingirá, supondo que toda a potência gerada pelo componente deva ser transferida por condução para o bloco. (b) Com o objetivo de operar o componente com um nível mais elevado de potência, um projetista de circuito propõe fixar um dissipador de calor aletado no topo do componente. As aletas, em forma de pino, e o material de sua base são fabricados em cobre (k = 400 W/(m · K)) e estão expostos a uma corrente de ar a 27°C, com um coeficiente por convecção de 1000 W/(m2 · K). Para a temperatura do componente calculada na parte (a), qual é a nova potência de operação permissível? 4.36 A unidade elementar de um aquecedor de ar é constituída por um longo bastão circular de diâmetro D, que é encapsulado por uma luva aletada. No bastão, energia térmica é gerada por aquecimento resistivo. As N aletas de espessura t e comprimento L são integralmente esculpidas na luva quadrada de largura w. Sob condições de operação em regime estacionário, a taxa de geração de energia térmica corresponde à taxa de transferência de calor para o escoamento de ar sobre a luva. (a) Sob condições nas quais uma temperatura superficial uniforme Ts é mantida ao redor da circunferência do aquecedor e a temperatura T∞ e o coeficiente convectivo h do escoamento do ar são conhecidos, obtenha uma expressão para a taxa de transferência de calor, por unidade de comprimento, para o ar. Determine a taxa de transferência de calor para Ts = 300°C, D = 20 mm, uma luva de alumínio (ks = 240 W/(m · K)), w = 40 mm, N = 16, t = 4 mm, L = 20 mm, T∞ = 50°C e h = 500 W/(m2 · K). (b) Para a taxa de transferência de calor anterior e um aquecedor de cobre com condutividade térmica kh = 400 W/(m · K), quais são a taxa volumétrica de geração de calor requerida no interior do aquecedor e a sua correspondente temperatura no eixo central? (c) Com todas as outras grandezas inalteradas, explore o efeito de variações nos parâmetros das aletas (N, L, t) na taxa de transferência de calor, sujeito a restrição de que a espessura da aleta e o espaço entre aletas não podem ser inferiores a 2 mm. 4.37 Para uma pequena fonte de calor fixada a um grande substrato, a resistência de espalhamento associada à condução multidimensional no substrato pode ser aproximada pela expressão [Yovanovich, M.M. e V.W. Antonetti, in: Adv. Thermal Modeling Elec. Comp. and Systems, Vol. 1, A. Bar-Cohen e A. D. Kraus, Eds., Hemisphere, NY, 79-128, 1988] na qual Ar = As,a/As,sub é a razão entre a área da fonte de calor e a área do substrato. Considere a aplicação da expressão para uma série em linha de chips quadrados com lado La = 5 mm e passo Sa = 10 mm. A interface entre os chips e o grande substrato, com condutividade térmica ksub = 80 W/(m · K), é caracterizada por uma resistência térmica de contato = 0,5 × 10–4 m2 · K/W. Se um coeficiente de transferência de calor por convecção h = 100 W/(m2 · K) estiver associado ao escoamento do ar (T∞ = 15°C) sobre os chips e o substrato, qual é a dissipação de potência máxima no chip permitida se a temperatura do chip não puder exceder Ta = 85°C? Equações de Diferenças Finitas: Deduções 4.38 Seja a configuração nodal 2 da Tabela 4.2. Deduza as equações de diferenças finitas, para condições de regime estacionário, nas seguintes situações. (a) O contorno horizontal do vértice interno está perfeitamente isolado e o contorno vertical sujeito a um processo de convecção (T∞, h). (b) Os contornos do vértice interno estão perfeitamente isolados. Como esse resultado se compara com a Equação 4.41? 4.39 Seja a configuração nodal 3 da Tabela 4.2. Deduza as equações de diferenças finitas, para condições de regime estacionário, nas seguintes situações. (a) O contorno está isolado. Explique como a Equação 4.42 pode ser modificada para concordar com o seu resultado. (b) O contorno está sujeito a um fluxo de calor constante. 4.40 Seja a configuração nodal 4 da Tabela 4.2. Deduza as equações de diferenças finitas, para condições de regime estacionário, nas seguintes situações. (a) O contorno superior do vértice externo está perfeitamente isolado e o contorno lateral sujeito a um processo de convecção (T∞, h). (b) Os contornos do vértice externo estão perfeitamente isolados. Como esse resultado se compara com a Equação 4.43? 4.41 Um dos pontos fortes dos métodos numéricos é a sua capacidade de lidar com condições de contorno complexas. No esboço, a condição de contorno muda de fluxo térmico especificado, (para dentro do domínio), para convecção, na posição do nó (m, n). Escreva a equação de diferenças finitas bidimensional, em regime estacionário, neste nó. 4.42 Determine expressões para q(m–1,n)→(m,n), q(m+1,n)→(m,n), q(m,n+1)→(m,n) e q(m,n– 1)→(m,n), na condução associada a um volume de controle que abrange dois diferentes materiais. Não há resistência de contato na interface entre os materiais. Os volumes de controle têm L unidades de comprimento para dentro da página. Escreva a equação de diferenças finitas para o ponto nodal (m, n) sob condições de regime estacionário. 4.43 Seja a transferência de calor unidimensional (radial) em um sistema de coordenadas cilíndricas em regime estacionário com geração volumétrica de calor. (a) Deduza a equação de diferenças finitas para qualquer nó interior m. (b) Deduza a equação de diferenças finitas para o nó n localizado no contorno externo sujeito a um processo de convecção (T∞, h). 4.44 Em uma configuração cilíndrica bidimensional, os espaçamentos radiais (Δr) e angulares (Δ ) entre os pontos nodais são uniformes. O contorno em r = ri está a uma temperatura uniforme Ti. Na direção radial os contornos são adiabático (isolado) e exposto a condições de convecção na superfície (T∞, h), como ilustrado na figura. Deduza as equações de diferenças finitas para: (i) o ponto nodal 2, (ii) o ponto nodal 3, e (iii) o ponto nodal 1. 4.45 As superfícies superior e inferior de uma barra de condução são resfriadas por convecção com ar a T∞, com hs ≠ hi. As laterais são resfriadas pela manutenção de contato com sumidouro de calor a To, através de uma resistência térmica de contato . A barra tem uma condutividade térmica k e a sua largura é igual a duas vezes a sua espessura L. Considere condições de regime estacionário, nas quais o calor é gerado uniformemente a uma taxa volumétrica devido à passagem de uma corrente elétrica. Usando o método do balanço de energia, deduza equações de diferenças finitas para os pontos nodais 1 e 13. 4.46 Deduza as equações de diferenças finitas nodais para as seguintes configurações. (a) Nó (m, n) sobre um contorno diagonal sujeito à convecção com um fluido a uma temperatura T∞, com um coeficiente de transferência de calor h. Suponha Δx = Δy. (b) Nó (m, n) na extremidade de uma ferramenta de corte cuja superfície superior está exposta a um fluxo térmico constante e a superfície diagonal está exposta a um processo de resfriamento por convecção com um fluido a T∞, com um coeficiente de transferência de calor h. Suponha Δx = Δy. 4.47 Seja o ponto nodal 0 localizado na fronteira entre materiais com condutividades térmicas kA e kB. Deduza a equação de diferenças finitas, considerando a ausência de geração interna. 4.48 Seja a malha bidimensional (Δx = Δy) representando condições de regime estacionário, sem geração volumétrica interna de calor, em um sistema com condutividade térmica k. Um dos contornos é mantido a uma temperatura constante Ts, enquanto os demais são adiabáticos. Desenvolva uma expressão para a taxa de transferência de calor cruzando o contorno isotérmico (Ts), por unidade de comprimento normal à página. 4.49 Seja uma aleta unidimensional, com área de seção transversal uniforme, isolada na sua extremidade, x = L. (Veja a Tabela 3.4, caso B). A temperatura na base da aleta Tb e a do fluido vizinho T∞, bem como o coeficiente de transferência de calor h e a condutividade térmica k, são conhecidos. (a) Deduza a equação de diferenças finitas para qualquer nó interior m. (b) Deduza a equação de diferenças finitas para um nó n localizado na extremidade isolada. Equações de Diferenças Finitas: Análise 4.50 Considere a rede para um sistema bidimensional, sem geração volumétrica interna de calor, que tem as temperaturas nodais mostradas a seguir. Sendo o espaçamento da malha de 125 mm e a condutividade térmica do material de 50 W/(m · K), calcule a taxa de transferência de calor na superfície isotérmica (Ts), por unidade de comprimento normal à página. 4.51 Uma fábula antiga descreve como um navio de madeira foi destruído por soldados que refletiram luz do sol nos seus escudos de bronze polido sobre o casco, fazendo o navio ficar em chamas. Para testar a validade da fábula, um grupo de estudantes recebeu espelhos que usaram para refletir luz do sol sobre uma área de 100 mm × 100 mm de um modelo de madeira, com espessura t = 10 mm, caracterizado por k = 0,8 W/(m · K). A base do modelo esta imersa em água a Ta = 20°C, enquanto a temperatura do ar é T = 25°C. A vizinhança encontra-se a Tviz = 23°C. A madeira tem emissividade igual a ε = 0,90; nas duas superfícies da madeira há um coeficiente de transferência de calor h = 5 W/(m2 · K). A irradiação absorvida dos N espelhos dos estudantes é GS,N = 70.000 W/m2 na superfície frontal do modelo. (a) Seguiu-se um debate sobre onde o raio deveria ser focado, localização A ou localização B. Usando um método de diferenças finitas, com Δx = Δy = 100 mm, e tratando a madeira como uma superfície bidimensional estendida (Figura 3.17a), esclareça aos estudantes sobre qual posição A ou B seria mais efetiva na ignição da madeira, determinando a temperatura máxima local, em regime estacionário. (b) Alguns estudantes desejaram saber se a mesma técnica poderia ser utilizada para derreter um casco de aço inoxidável. Repita a parte (a) considerando um modelo de aço inoxidável com as mesmas dimensões e k = 15 W/(m · K) e ε = 0,2. O valor da irradiação absorvida é o mesmo da parte (a). 4.52 Seja o canal quadrado mostrado na figura, operando sob condições de regime estacionário. A superfície interna do canal está a uma temperatura uniforme de 600 K, enquanto a superfície externa está exposta à troca de calor por convecção com um fluido a 300 K e um coeficiente convectivo de 50 W/(m2 · K). Com base em um elemento simétrico do canal, foi construída uma malha bidimensional e identificados os seus nós. As temperaturas nos nós 1, 3, 6, 8 e 9 são fornecidas. (a) Partindo de volumes de controle apropriadamente definidos, deduza as equações de diferenças finitas para os nós 2, 4 e 7, e determine as temperaturas T2, T4 e T7(K). (b) Calcule a perda de calor por unidade de comprimento do canal. 4.53 Uma longa barra condutora com seção transversal retangular (20 mm × 30 mm) e condutividade térmica k = 20 W/(m · K), experimenta geração térmica uniforme a uma taxa de = 5 × 107 W/m3, enquanto suas superfícies são mantidas a 300 K. (a) Usando o método de diferenças finitas com um espaçamento na malha de 5 mm, determine a distribuição de temperaturas na barra. (b) Mantidas as mesmas condições de contorno, qual taxa de geração de calor irá causar uma temperatura de 600 K no ponto central da barra? 4.54 Um canal por onde passam gases quentes de exaustão apresenta uma seção transversal quadrada de 300 mm de lado. As paredes são construídas com tijolos refratários com 150 mm de espessura e condutividade térmica de 0,85 W/(m · K). Calcule a perda de calor dos gases, por unidade de comprimento, quando as superfícies interior e exterior do canal são mantidas a 350 e 25°C, respectivamente. Use uma malha com espaçamento de 75 mm. 4.55 As temperaturas (em K), em regime estacionário, de três pontos nodais de uma longa barra retangular são fornecidas na figura. A barra experimenta uma taxa de geração volumétrica de calor uniforme igual a 5 × 107 W/m3 e tem uma condutividade térmica de 20 W/(m · K). Dois de seus lados são mantidos a uma temperatura constante de 300 K, enquanto os demais se encontram isolados. (a) Determine as temperaturas nos nós 1, 2 e 3. (b) Calcule a taxa de transferência de calor saindo da barra, por unidade de comprimento (W/m), utilizando as temperaturas nodais. Compare esse resultado com o da taxa calculada a partir do conhecimento da taxa de geração volumétrica e das dimensões da barra. 4.56 Materiais funcionalmente graduados são intencionalmente fabricados para estabelecerem uma distribuição espacial de propriedades no produto final. Seja um objeto L × L bidimensional, com L = 20 mm. A distribuição de condutividades térmicas no material funcionalmente graduado é k(x) = 20 [W/(m · K)] + 7070 [W/(m5/2 · K)] x3/2. Dois conjuntos de condições de contorno, identificados por casos 1 e 2, são aplicados. Caso Superfície Condição de contorno 1 1 T = 100°C — 2 T = 50°C — 3 Adiabática — 4 Adiabática 2 1 Adiabática — 2 Adiabática — 3 T = 50°C — 4 T = 100°C (a) Determine o valor médio espacial da condutividade térmica . Use este valor para estimar a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento nos casos 1 e 2. (b) Usando um espaçamento na grade de 2 mm, determine a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento no caso 1. Compare o seu resultado com o valor estimado calculado na parte (a). (c) Usando um espaçamento na grade de 2 mm, determine a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento no caso 2. Compare o seu resultado com o valor estimado calculado na parte (a). 4.57 Temperaturas em regime estacionário em pontos nodais escolhidos da seção simétrica de um canal de escoamento são conhecidas: T2 = 95,47°C, T3 = 117,3°C, T5 = 79,79°C, T6 = 77,29°C, T8 = 87,28°C e T10 = 77,65°C. Há na parede geração de calor volumétrica e uniforme de = 106 W/m3 e a sua condutividade térmica é igual a k = 10 W/(m · K). Há convecção nas superfícies interna e externa do canal com fluidos com temperaturas T∞,i = 50°C e T∞,e = 25°C, com coeficientes convectivos de hi = 500 W/(m2 · K) e he = 250 W/(m2 · K). (a) Determine as temperaturas nos pontos nodais 1, 4, 7 e 9. (b) Calcule a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento (W/m) da superfície externa A para o fluido adjacente. (c) Calcule a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do fluido interno para a superfície B. (d) Verifique se os seus resultados estão consistentes com um balanço de energia global na seção do canal. 4.58 Seja um dissipador de calor de alumínio (k = 240 W/(m · K)), como o mostrado esquematicamente no Problema 4.28. As larguras interna e externa do canal quadrado são w = 20 mm e W = 40 mm, respectivamente, e uma temperatura na superfície externa de Ts = 50°C é mantida pela série de chips eletrônicos. Nesse caso, não se conhece a temperatura da superfície interna, mas sim as condições (T∞, h) associadas ao escoamento do refrigerante através do canal. Desejamos determinar a taxa de transferência de calor para o refrigerante por unidade de comprimento do canal. Com esse propósito, considere uma seção simétrica do canal e uma malha bidimensional com Δx = Δy = 5 mm. (a) Para T∞ = 20°C e h = 5000 W/(m2 · K), determine as temperaturas desconhecidas, T1, …, T7, e a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do canal, q′. (b) Avalie o efeito de variações no h nas temperaturas desconhecidas e na taxa de transferência de calor. 4.59 A condução no interior de geometrias relativamente complexas pode, às vezes, ser avaliada usando métodos de diferenças finitas deste livro, que podem ser aplicados em subdomínios e depois unidos. Considere o domínio bidimensional formado por um retângulo e um subdomínio cilíndrico unidos por uma superfície de controle comum, representada pela linha tracejada. Note que, ao longo da superfície de contato, temperaturas nos dois subdomínios são idênticas e os fluxos condutivos locais para o subdomínio cilíndrico são idênticos aos fluxos condutivos locais saindo do subdomínio retangular. Calcule a taxa de transferência de calor por unidade de profundidade para dentro da página, q′, usando Δx = Δy = Δr = 10 mm e ΔÏ• = π/8. A base do subdomínio retangular é mantida a Tq = 20°C, enquanto a superfície vertical do subdomínio cilíndrico e a superfície do raio externo re estão a Tf = 0°C. As superfícies restantes são adiabáticas e a condutividade térmica é k = 10 W/(m · K). 4.60 Seja o tubo bidimensional de seção transversal não circular formado por subdomínios retangular e semicilíndrico unidos pelas superfícies de controle comuns, representadas pela linha tracejada, de forma similar à descrita no Problema 4.59. Note que, ao longo destas superfícies, temperaturas nos dois subdomínios são idênticas e os fluxos condutivos locais para o subdomínio cilíndrico são idênticos aos fluxos condutivos locais saindo do subdomínio retangular. A base do domínio é mantida a Ts = 100°C por vapor condensando, enquanto o fluido em escoamento é caracterizado pela temperatura e coeficiente convectivo mostrados na figura. As superfícies restantes estão isoladas e a condutividade térmica é k = 15 W/(m · K). Ache a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do tubo, q′, usando Δx = Δy = Δr = 10 mm e ΔÏ• = π/8. Sugestão: Aproveite a simetria do problema e use somente metade do domínio completo. 4.61 As temperaturas (°C), em regime estacionário, associadas a pontos nodais selecionados em um sistema bidimensional com uma condutividade térmica de 1,5 W/(m · K), são mostradas na malha mostrada na figura. (a) Determine as temperaturas nos pontos nodais 1, 2 e 3. (b) Calcule a taxa de transferência de calor do sistema para o fluido, por unidade de comprimento normal à página. 4.62 Uma análise por diferenças finitas, em condições de regime estacionário, foi efetuada em uma aleta cilíndrica com um diâmetro de 12 mm e condutividade térmica de 15 W/(m · K). O processo de transferência de calor por convecção é caracterizado por uma temperatura no fluido de 25°C e um coeficiente de transferência de calor igual a 25 W/(m2 · K). (a) As temperaturas para os três primeiros nós, separados por um incremento espacial de x = 10 mm, são dadas na figura. Determine a taxa de transferência de calor na aleta. (b) Determine a temperatura no nó 3, T3. 4.63 Seja o domínio bidimensional mostrado. Todas as superfícies estão isoladas a menos das superfícies isotérmicas em x = 0 e L. (a) Use uma análise unidimensional para estimar o fator de forma S. (b) Estime o fator de forma usando uma análise de diferenças finitas com Δx = Δy = 0,05 L. Compare sua resposta com a da parte (a) e explique a diferença entre as duas soluções. 4.64 Seja a condução bidimensional, em regime estacionário, em uma seção transversal quadrada com temperaturas superficiais especificadas. (a) Determine as temperaturas nos nós 1, 2, 3 e 4. Estime a temperatura no ponto central. (b) Reduzindo à metade o tamanho da malha, determine as temperaturas nodais correspondentes. Compare os seus resultados com os obtidos com a malha mais grossa. (c) Com os resultados para a malha mais fina, represente as isotermas a 75, 150 e 250°C. 4.65 Seja uma longa barra com seção transversal quadrada (0,8 m de lado) e condutividade térmica de 2 W/(m · K). Três laterais da barra são mantidas a uma temperatura uniforme de 300°C. A quarta superfície está exposta a um fluido a 100°C, com um coeficiente de transferência de calor por convecção igual a 10 W/(m2 · K). (a) Usando uma técnica numérica apropriada com um espaçamento na malha de 0,2 m, determine a temperatura no ponto central e a taxa de transferência de calor, por unidade de comprimento da barra, entre a barra e o fluido. (b) Reduzindo à metade o espaçamento na malha, determine a temperatura no ponto central e a taxa de transferência de calor. Represente graficamente a distribuição de temperaturas correspondente ao longo da superfície exposta ao fluido. Represente também as isotermas a 200 e 250°C. 4.66 Considere uma aleta plana triangular, bidimensional, com comprimento L = 50 mm e espessura na base de t = 20 mm. A condutividade térmica da aleta é k = 25 W/(m · K). A temperatura de sua base é Tb = 50°C e a aleta esta exposta a condições convectivas caracterizadas por h = 50 W/(m2 · K) e T∞ = 20°C. Usando uma malha de diferenças finitas com Δx = 10 mm e Δy = 2 mm, e aproveitando a simetria, determine a eficiência de aleta, ηa. Compare o seu valor para a eficiência da aleta com o informado na Figura 3.19. 4.67 Um sistema comum para o aquecimento de uma grande área superficial consiste em passar ar quente através de dutos retangulares localizados abaixo da superfície. Os dutos são quadrados e posicionados na metade do caminho entre as superfícies superior e inferior, que estão exposta ao ar ambiente e isolada, respectivamente. Para a condição na qual as temperaturas do chão e dos dutos são de 30 e 80°C, respectivamente, e a condutividade térmica do concreto é de 1,4 W/(m · K), calcule a taxa de transferência de calor saindo de cada duto, por unidade de comprimento do duto. Use uma malha com espaçamento de Δx = 2 Δy, com Δy = 0,125 L e L = 150 mm. 4.68 Seja o sistema para resfriamento de turbina a gás mostrado no Exemplo 4.3. No Problema 3.23 são descritas vantagens associadas à aplicação de um revestimento de barreira térmica (RBT) sobre a superfície exterior da pá da turbina. Se um revestimento de zircônia com 0,5 mm de espessura (k = 1,3 W/(m · K), = 10–4 m2 · K/W) for aplicado sobre a superfície externa da pá resfriada com ar, determine o campo de temperaturas na pá para as condições operacionais do Exemplo 4.3. 4.69 Um longo cilindro sólido, com diâmetro D = 25 mm, é formado por um núcleo isolante que é coberto por um revestimento metálico altamente polido e muito fino (t = 50 μm), com condutividade térmica de k = 25 W/(m · K). Corrente elétrica passa pelo aço inoxidável de uma extremidade do cilindro para a outra, induzindo um aquecimento volumétrico uniforme no revestimento de = 5 × 106 W/m3. Como ficará evidente no Capítulo 6, valores do coeficiente de transferência de calor entre a superfície e o ar nesta situação são especialmente não uniformes e, para as condições do escoamento do ar deste experimento, o coeficiente de transferência de calor varia com o ângulo θ na forma h(θ) = 26 + 0,637θ – 8,92θ2, para 0 ≤ θ ≤ π/2 e h(θ) = 5 para π/2 ≤ θ ≤ π. (a) Desprezando a condução na direção θ no aço inoxidável, represente graficamente a distribuição de temperaturas T(θ) para 0 ≤ θ ≤ π e T∞ = 25°C. (b) Levando em conta a condução na direção θ no aço inoxidável, determine temperaturas no aço inoxidável em incrementos de Δθ = π/20 para 0 ≤ θ ≤ π. Compare a distribuição de temperaturas com a da parte (a). Sugestão: A distribuição de temperaturas é simétrica em relação à linha central horizontal do cilindro. 4.70 Seja o Problema 4.69. Um engenheiro deseja medir a temperatura superficial do fino revestimento, pintando ele de preto (ε = 0,98) e usando um dispositivo de medição infravermelho para, de forma não intrusiva, determinar a distribuição superficial de temperaturas. Preveja a distribuição de temperaturas na superfície pintada, levando em conta a transferência de calor por radiação com uma grande vizinhança a Tviz = 25°C. 4.71 Considere usar a metodologia experimental do Problema 4.70 para determinar a distribuição de coeficientes de transferência de calor ao redor de um aerofólio de forma complexa. Levando em conta a condução através do revestimento metálico e perdas por radiação para a grande vizinhança, determine os coeficientes de transferência de calor por convecção nas posições identificadas. As posições na superfície nas quais a temperatura foi medida estão espaçadas de 2 mm. A espessura do revestimento metálico é t = 20 μm, a taxa de geração volumétrica é = 20 × 106 W/m3, a condutividade térmica do revestimento é k = 25 W/(m · K) e a emissividade da superfície pintada é ε = 0,98. Compare seus resultados a situações nas quais (i) tanto a condução ao longo do revestimento quanto a radiação são desprezados, e (ii) quando somente a radiação é desprezada. Localização Temperatura (°C) Localização Temperatura (°C) Localização Temperatura (°C) 1 27,77 11 34,29 21 31,13 2 27,67 12 36,78 22 30,64 3 27,71 13 39,29 23 30,60 4 27,83 14 41,51 24 30,77 5 28,06 15 42,68 25 31,16 6 28,47 16 42,84 26 31,52 7 28,98 17 41,29 27 31,85 8 29,67 18 37,89 28 31,51 9 30,66 19 34,51 29 29,91 10 32,18 20 32,36 30 28,42 4.72 Uma folha metálica delgada, com espessura 0,25 mm e um padrão de orifícios extremamente pequenos, serve como uma grade de aceleração para controlar o potencial elétrico de um feixe de íons. Tal grade é utilizada em um processo de deposição de vapores químicos (chemical vapor deposition – CVD) para a fabricação de semicondutores. A superfície superior da grade está exposta a um fluxo de calor uniforme, causado pela absorção do feixe de íons, = 600 W/m2. As arestas da folha estão termicamente acopladas a sumidouros de calor que são resfriados com água e mantidos a 300 K. Nas superfícies superior e inferior da folha há troca de calor por radiação com as paredes da câmara na qual se encontra a folha. Há vácuo no interior desta câmara, cujas paredes são mantidas a 300 K. A condutividade térmica efetiva do material da folha é de 40 W/(m · K) e a sua emissividade é igual a 0,45. Supondo condução unidimensional e usando um método de diferenças finitas, representando a malha por 10 nós na direção x, estime a distribuição de temperaturas na grade. Sugestão: Para cada nó necessitando de um balanço de energia, use a forma linearizada da equação para a taxa radiante, Equação 1.8, com o coeficiente de transferência de calor por radiação hr, Equação 1.9, calculado para cada nó. 4.73 Uma longa barra, com seção transversal retangular, 0,4 m × 0,6 m, e condutividade térmica igual a 1,5 W/(m · K), está sujeita às condições de contorno mostradas na figura. Duas das laterais são mantidas a uma temperatura uniforme de 200°C. Uma das laterais é adiabática e o lado restante está sujeito a um processo convectivo com T∞ = 30°C e h = 50 W/(m2 · K). Usando uma técnica numérica apropriada, com uma malha com espaçamento de 0,1 m, determine a distribuição de temperaturas na barra e a taxa de transferência de calor entre a barra e o fluido, por unidade de comprimento da barra. 4.74 A superfície superior de uma placa, incluindo os seus sulcos, é mantida a uma temperatura uniforme T1 = 200°C. A superfície inferior se encontra a T2 = 20°C. A condutividade térmica da placa é de 15 W/(m · K) e o espaçamento entre os sulcos é de 0,16 m. (a) Usando um método de diferenças finitas com um tamanho de malha de Δx = Δy = 40 mm, calcule as temperaturas nodais desconhecidas e a taxa de transferência de calor por largura do espaçamento dos sulcos (w) e por unidade de comprimento normal à página. (b) Com um tamanho de malha de Δx = Δy = 10 mm, repita os cálculos anteriores, determinando o campo de temperaturas e a taxa de transferência de calor. Analise, também, condições nas quais a superfície inferior não se encontra a uma temperatura uniforme T2, mas está exposta a um fluido com T∞ = 20°C. Com Δx = Δy = 10 mm, determine o campo de temperaturas e a taxa de transferência de calor para valores de h = 5, 200 e 1000 W/(m2 · K), bem como para h → ∞. 4.75 Lembre-se da placa retangular bidimenRsional do Problema 4.2. Usando um método numérico apropriado, com Δx = Δy = 0,25 m, determine a temperatura no seu ponto central (1; 0,5). 4.76 O fator de forma para a condução através do canto formado por duas paredes adjacentes, com D > L/5, sendo D e L a profundidade e a espessura da parede, respectivamente, é mostrado na Tabela 4.1. O elemento simétrico bidimensional do canto, que está representado no detalhe (a), é delimitado pela diagonal de simetria adiabática e por uma seção da espessura da parede, na qual a distribuição de temperaturas é considerada ser linear entre T1 e T2. (a) Usando a rede nodal do detalhe (a), com L = 40 mm, determine a distribuição de temperaturas no elemento para T1 = 100°C e T2 = 0°C. Calcule a taxa de transferência de calor, para uma profundidade unitária (D = 1 m), se k = 1 W/(m · K). Determine o fator de forma correspondente para o canto e compare o seu resultado com aquele da Tabela 4.1. (b) Escolhendo um valor de n = 1 ou n = 1,5, estabeleça uma rede nodal para o trapézio mostrado no detalhe (b) e determine o campo de temperaturas correspondente. Avalie a validade da suposição da existência de distribuições lineares de temperaturas ao longo das seções a–a e b–b. 4.77 A diagonal de uma longa barra triangular se encontra isolada, enquanto as superfícies laterais, de comprimentos equivalentes, são mantidas a temperaturas uniformes Ta e Tb. (a) Estabeleça uma rede nodal com cinco pontos nodais ao longo de cada um dos lados. Para um dos nós sobre a superfície diagonal, defina um volume de controle apropriado e deduza a equação de diferenças finitas correspondente. Usando essa expressão para os nós diagonais e equações apropriadas para os nós interiores, determine a distribuição de temperaturas na barra. Em um diagrama desenhado em escala, mostre as isotermas a 25, 50 e 75°C. (b) Um procedimento alternativo e mais simples para obter as equações de diferenças finitas para os nós diagonais parte do reconhecimento de que essa superfície diagonal isolada é um plano de simetria. Considere uma rede nodal quadrada 5 × 5 e represente a sua diagonal como uma linha de simetria. Admita que os nós em cada um dos lados da diagonal tenham temperaturas idênticas. Mostre que você pode tratar os nós diagonais como nós “interiores” e escreva as equações de diferenças finitas por inspeção. 4.78 Uma aleta plana com seção transversal uniforme é feita com um material de condutividade térmica igual a 50 W/(m · K), tem espessura w = 6 mm e comprimento de L = 48 mm, e é muito grande na direção normal à página. O coeficiente de transferência de calor por convecção é de 500 W/(m2 · K) com uma temperatura do ar ambiente T∞ = 30°C. A base da aleta é mantida a Tb = 100°C, enquanto a sua extremidade encontra-se isolada. (a) Usando um método de diferenças finitas com um incremento espacial de 4 mm, estime a distribuição de temperaturas no interior da aleta. A hipótese de transferência de calor unidimensional é razoável para essa aleta? (b) Estime a taxa de transferência de calor na aleta, por unidade de comprimento normal à página. Compare o seu resultado com o obtido utilizando a solução analítica para sistemas unidimensionais, Equação 3.81. (c) Usando a malha de diferenças finitas da parte (a), calcule e represente graficamente a distribuição de temperaturas na aleta para valores de h = 10, 100, 500 e 1000 W/(m2·K). Determine e represente graficamente a taxa de transferência de calor na aleta em função de h. 4.79 Uma barra com 10 mm de diâmetro e 250 mm de comprimento tem uma de suas extremidades mantida a 100°C. Na superfície da barra há transferência de calor por convecção natural com o ar ambiente a 25°C e um coeficiente convectivo que depende da diferença entre as temperaturas da superfície e do ar ambiente. Especificamente, o coeficiente é estabelecido por uma correlação que tem a forma hcn = 2,89[0,6 + 0,624 (T – T∞)1/6]2, na qual as unidades são hcn (W/(m2 · K)) e T (K). A superfície da barra tem uma emissividade ε = 0,2 e troca calor por radiação com a vizinhança a Tviz = 25°C. Na extremidade da aleta também há convecção natural e troca de calor por radiação. Supondo condução unidimensional e usando um método de diferenças finitas, representando a aleta por cinco nós, estime a distribuição de temperaturas na aleta. Determine também a taxa de transferência de calor na aleta e as contribuições relativas da convecção natural e da radiação. Sugestão: Para cada nó que necessite de um balanço de energia, use a forma linearizada da equação para a taxa radiante, Equação 1.8, com o coeficiente de transferência de calor por radiação hr, Equação 1.9, calculado para cada nó. Da mesma forma, na equação para a taxa de transferência de calor por convecção natural associada a cada nó, o coeficiente convectivo hcn deve ser calculado em cada nó. 4.80 Uma representação simplificada para o resfriamento empregado em microeletrônica quando se utiliza integração em grande escala (very largescale integration – VLSI) é mostrada na figura. Um chip de silício é instalado em um substrato dielétrico e uma superfície do sistema é resfriada por convecção, enquanto as restantes se encontram isoladas da vizinhança. O problema é transformado em bidimensional com a hipótese de que o sistema é muito longo na direção perpendicular ao papel. Sob condições de operação em regime estacionário, a dissipação de potência elétrica no chip fornece um aquecimento volumétrico uniforme a uma taxa de . Contudo, a taxa de aquecimento é limitada por restrições na temperatura operacional máxima permitida para o chip. Para as condições mostradas na figura, a temperatura máxima no chip irá exceder 85°C, a temperatura de operação máxima permissível segundo padrões estabelecidos pela indústria? Recomenda-se a adoção de uma malha com espaçamento de 3 mm. 4.81 Um sumidouro de calor para o resfriamento de chips de computador é fabricado em cobre (ks = 400 W/(m · K)) e tem microcanais usinados, por onde escoa um fluido refrigerante com T∞ = 25°C e h = 30.000 W/(m2 · K). Não há retirada de calor pelo lado inferior do sumidouro e um projeto preliminar para ele indica as seguintes dimensões: a = b = ws = wf = 200 μm. Um elemento simétrico da trajetória do calor saindo do chip até o fluido é mostrado no detalhe. (a) Usando o elemento simétrico com uma rede nodal quadrada com Δx = Δy = 100 μm, determine o campo de temperaturas correspondente e a taxa de transferência de calor q′ para o refrigerante, por unidade de comprimento do canal (W/m), para uma temperatura máxima permissível no chip de Tc,máx = 75°C. Estime a resistência térmica correspondente entre a superfície do chip e o fluido, –f (m · K/W). Qual é a dissipação máxima permissível para um chip que mede 10 mm × 10 mm de lado? (b) O espaçamento de malha utilizado na solução anterior por diferenças finitas é grosseiro, resultando em uma pequena precisão para a distribuição de temperaturas e para a taxa de remoção de calor. Investigue a influência do espaçamento na malha considerando incrementos espaciais de 50 e 25 μm. (c) Mantendo consistência com a exigência de que a + b = 400 μm, podem as dimensões do sumidouro de calor ser alteradas de uma forma que reduza a resistência térmica global? 4.82 Uma placa (k = 10 W/(m · K)) é enrijecida por uma série de frisos longitudinais, com seção transversal retangular, comprimento L = 8 mm e espessura w = 4 mm. A base da placa é mantida a uma temperatura uniforme Tb = 45°C, enquanto as superfícies dos frisos são expostas ao ar, a uma temperatura T∞ = 25°C e com um coeficiente de transferência de calor por convecção h = 600 W/(m2 · K). (a) Usando um método de diferenças finitas com Δx = Δy = 2 mm e um total de 5 × 3 pontos e regiões nodais, estime a distribuição de temperaturas no friso e a taxa de transferência de calor em sua base. Compare esses resultados com aqueles obtidos com a hipótese de que a transferência de calor no friso é unidimensional, desse modo aproximando o comportamento de uma aleta. (b) O espaçamento na malha utilizado na solução anterior é grosseiro, resultando em uma pequena precisão para as estimativas de temperaturas e da taxa de transferência de calor. Investigue o efeito de um refinamento da malha através da redução do espaçamento entre pontos nodais para Δx = Δy = 1 mm (uma malha 9 × 3), considerando simetria na linha central. (c) Investigue a natureza da condução bidimensional no friso e determine um critério que indique quando a aproximação unidimensional é razoável. Faça isso através de uma extensão de sua análise de diferenças finitas para determinar a taxa de transferência de calor através da base em função do comprimento do friso, na faixa 1,5 ≤ L/w ≤ 10, mantendo o comprimento L constante. Compare os seus resultados com aqueles obtidos aproximando o friso por uma aleta. 4.83 A metade inferior de uma viga em “T” de sustentação do teto de um forno se estende para o interior da zona de aquecimento. A alma da viga (trecho vertical) está isolada, enquanto nas superfícies do flange há transferência de calor por convecção com gases quentes a T∞ = 400°C, com um coeficiente convectivo h = 150 W/(m2 · K). Seja o elemento simétrico da região do flange (detalhe a), supondo que a distribuição de temperaturas através da alma seja uniforme igual a Ta = 100°C. A condutividade térmica da viga é de 10 W/(m · K) e suas dimensões são: wf = 80 mm, ww = 30 mm e L = 30 mm. (a) Calcule a taxa de transferência de calor para a viga, por unidade de comprimento, usando uma rede nodal 5 × 4. (b) É razoável supor que a distribuição de temperaturas na interface alma-flange seja uniforme? Considere o domínio em forma de “L” mostrado no detalhe (b) e use uma malha fina para obter a distribuição de temperaturas na interface alma-flange. Faça a distância wo ≥ ww/2. 4.84 Uma longa barra com seção transversal retangular, de 60 mm × 90 mm, tem condutividade térmica igual a 1 W/(m · K). Uma superfície está exposta a um processo de convecção com ar a 100°C e um coeficiente convectivo de 100 W/(m2 · K), enquanto as superfícies restantes são mantidas a 50°C. (a) Usando uma malha com espaçamento de 30 mm e o método iterativo de Gauss-seidel, determine as temperaturas nodais e a taxa de transferência de calor do ar para a barra, por unidade de comprimento normal à página. (b) Determine o efeito do espaçamento da malha no campo de temperaturas e na taxa de transferência de calor. Especificamente, considere uma malha com espaçamento de 15 mm. Para essa malha, explore o efeito de variações no h no campo de temperaturas e nas isotermas. 4.85 Uma longa barra trapezoidal tem temperaturas uniformes em duas das suas superfícies, enquanto as demais são isoladas. Sendo a condutividade térmica do material igual a 20 W/(m · K), estime a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento da barra, usando um método de diferenças finitas. Use o método de Gauss–Seidel, com um incremento espacial de 10 mm. 4.86 Elementos aquecedores elétricos, com pequeno diâmetro, dissipam 50 W/m (comprimento normal ao esboço) e são usados para aquecer uma placa cerâmica de condutividade térmica 2 W/(m · K). A superfície superior da placa está exposta ao ar ambiente a 30°C, com um coeficiente convectivo igual a 100 W/(m2 · K), enquanto a superfície inferior é isolada. (a) Usando o método de Gauss–Seidel, com um espaçamento na malha de Δx = 6 mm e Δy = 2 mm, obtenha a distribuição de temperaturas no interior da placa. (b) Usando as temperaturas nodais calculadas, esboce quatro isotermas para ilustrar a distribuição de temperaturas na placa. (c) Calcule a perda de calor da placa para o fluido por convecção. Compare esse valor ao da taxa de dissipação nos elementos. (d) Qual é a vantagem, se existe alguma, em não utilizar Δx = Δy nesta situação? (e) Com Δx = Δy = 2 mm, calcule o campo de temperaturas no interior da placa e a taxa de transferência de calor da placa para o ar. Sob nenhuma circunstância a temperatura em qualquer ponto da placa pode exceder 400°C. Esse limite seria excedido caso o escoamento de ar sobre a placa fosse interrompido e a transferência de calor da placa para o ar passasse a ocorrer por convecção natural, com um coeficiente de transferência de calor h = 10 W/(m2 · K)? Aplicações Especiais: Análise com Elementos Finitos 4.87 Uma aleta plana de seção transversal uniforme é feita com um material com condutividade térmica k = 5 W/(m · K), tem espessura t = 20 mm e comprimento L = 200 mm. A aleta é muito grande na direção normal à página. A base da aleta é mantida a Tb = 200°C e a condição na extremidade permite convecção (caso A da Tabela 3.4), com h = 500 W/(m2 · K) e T∞ = 25°C. (a) Considerando transferência de calor unidimensional na aleta, calcule a taxa de transferência de calor na aleta, (W/m), e a temperatura na sua extremidade TL. Calcule o número de Biot para a aleta e determine se a hipótese de transferência unidimensional é válida. (b) Usando um software específico de elementos finitos (FEHT, por exemplo, ou outro), realize uma análise bidimensional na aleta para determinar a taxa de transferência de calor na aleta e a temperatura na extremidade. Compare os seus resultados com aqueles da solução analítica unidimensional da parte (a). Represente graficamente as isotermas (no FEHT use a opção View/Temperature Contours) e então discuta as principais características do campo de temperaturas correspondente e o padrão dos fluxos térmicos. Sugestão: Ao desenhar a malha para a aleta, aproveite-se de sua simetria. Use uma malha fina próxima à base e uma malha mais aberta próxima à extremidade. Por quê? (c) Valide a sua rotina usada na parte (b), comparando suas previsões com as de uma solução analítica para uma aleta com condutividades térmicas k = 50 W/(m · K) e k = 500 W/(m · K). A hipótese de transferência de calor unidimensional é válida nessas condições? 4.88 Seja a barra retangular longa do Problema 4.84 com as condições de contorno especificadas. (a) Usando um software específico de elementos finitos (FEHT ou outro), determine a distribuição de temperaturas. Represente graficamente as isotermas (no FEHT use a opção View/Temperature Contours) e identifique características significativas da distribuição. (b) Calcule a taxa de transferência de calor por unidade de largura (W/m) da barra para a corrente de ar (no FEHT use a opção View/Heat Flows). (c) Verifique o efeito na taxa de transferência de calor do aumento do coeficiente convectivo por fatores de dois e três. Explique por que a mudança na taxa de transferência de calor não é proporcional à mudança no coeficiente convectivo. 4.89 Seja o bastão retangular longo do Problema 4.53, onde há geração de calor uniforme enquanto suas superfícies são mantidas a uma temperatura fixa. (a) Usando um software específico de elementos finitos (FEHT ou outro), determine a distribuição de temperaturas. Represente graficamente as isotermas (no FEHT use a opção View/Temperature Contours) e identifique características significativas da distribuição. (b) Com as condições de contorno inalteradas, qual taxa de geração de calor irá fazer com que a temperatura no eixo central atinja 600 K? 4.90 Seja a seção simétrica do canal de escoamento do Problema 4.57, com os valores especificados de , k, T∞,i, T∞,e, hi e he. Use um software específico de elementos finitos (FEHT ou outro) para obter os seguintes resultados. (a) Determine a distribuição de temperaturas na seção simétrica e represente graficamente as isotermas (no FEHT use a opção View/Temperature Contours). Identifique características significativas da distribuição de temperaturas, incluindo as regiões mais quentes e mais frias, e a região com os maiores gradientes. Descreva o campo de fluxos térmicos. (b) Calcule a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento (W/m) da superfície externa A para o fluido adjacente (no FEHT use a opção View/Heat Flows). (c) Calcule a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do fluido interno para a superfície B. (d) Verifique se os seus resultados estão consistentes com o balanço de energia global na seção do canal. 4.91 O sensor de fluxo térmico de filme quente, mostrado esquematicamente, pode ser usado para determinar o coeficiente convectivo em uma corrente fluida adjacente através das medidas da dissipação de potência elétrica por unidade de área, (W/m2), e da temperatura superficial média, Ts,f, do filme. A potência dissipada no filme é transferida diretamente para o fluido por convecção, assim como por condução para o substrato. Se a condução no substrato for desprezível, as medições do sensor podem ser usadas para determinar o coeficiente convectivo sem a utilização de um fator de correção. A sua tarefa é realizar uma análise da condução bidimensional, em regime estacionário, para estimar a fração da potência dissipada que entra por condução em um substrato de quartzo, com 2 mm de espessura e largura W = 40 mm, com condutividade térmica k = 1,4 W/(m · K). O fino sensor de filme quente tem uma largura w = 4 mm e opera a uma dissipação de potência uniforme de 5000 W/m2. Sejam casos nos quais a temperatura do fluido é de 25°C e os coeficientes convectivos iguais a 500, 1000 e 2000 W/(m2 · K). Use um software específico de elementos finitos (FEHT ou outro) para analisar uma semiseção simétrica do sensor e do substrato de quartzo. Suponha que as superfícies inferior e laterais do substrato estejam isoladas termicamente, enquanto a superfície superior troca calor por convecção com o fluido. (a) Determine a distribuição de temperaturas e a taxa de transferência de calor por condução para dentro da região abaixo do filme quente para os três valores de h. Calcule as frações da dissipação de potência elétrica representadas por essas três taxas. Sugestão: Use no FEHT o comando View/Heat Flow para achar a taxa de transferência de calor através dos elementos na fronteira. (b) Represente graficamente os padrões das isotermas e dos fluxos térmicos (no FEHT use o comando View/Temperature Contours). Descreva as trajetórias dos fluxos térmicos e comente sobre características de projeto do sensor que influenciam as trajetórias. Que limitações na aplicabilidade do sensor se revelaram em sua análise? 4.92 Seja o sistema do Problema 4.54. A superfície interna está exposta a gases quentes a 350°C, com um coeficiente de transferência de calor por convecção de 100 W/(m2 · K), enquanto há convecção na superfície externa com ar a 25°C e um coeficiente de transferência de calor por convecção de 5 W/(m2 · K). (a) Usando uma malha com espaçamento de 75 mm, calcule o campo de temperaturas no interior do sistema e determine a perda de calor por convecção para o ar, na superfície externa do canal, por unidade de comprimento. Compare esse resultado com o calor ganho por convecção a partir dos gases quentes na superfície interna. (b) Determine o efeito do espaçamento da malha no campo de temperaturas e na perda de calor para o ar, por unidade de comprimento. Especificamente, considere um espaçamento na malha de 25 mm e represente isotermas apropriadamente espaçadas em um esboço do sistema. Avalie os efeitos de mudanças nos coeficientes de transferência de calor por convecção no campo de temperaturas e na perda de calor. 4.93 Componentes eletrônicos que dissipam potência elétrica podem ser resfriados por condução para um sumidouro de calor. A superfície inferior do sumidouro é resfriada e o espaçamento entre os componentes we, a largura dos componentes wc, e a espessura L e a condutividade térmica k do material do sumidouro afetam, cada um, a resistência térmica entre os componentes e a superfície resfriada. A função do sumidouro de calor é espalhar o calor dissipado no componente em seu material. (a) Iniciando pelo elemento simétrico sombreado, use uma malha nodal grossa (5 × 5) para estimar a resistência térmica, por unidade de profundidade, entre o componente e a superfície inferior do sumidouro, (m · K/W). Como esse valor se compara ao das resistências térmicas baseadas na hipótese de condução unidimensional em domínios retangulares de (i) largura wc e comprimento L e (ii) largura ws e comprimento L? (b) Usando redes nodais com espaçamentos na malha três e cinco vezes inferiores aquele utilizado na parte (a), determine a influência do tamanho da malha na precisão do cálculo da resistência térmica. (c) Usando a rede nodal mais fina desenvolvida para a parte (b), determine a influência da largura do componente na resistência térmica. Especificamente, mantendo we e L fixos, ache a resistência térmica para valores de wc/we = 0,175; 0,275; 0,375 e 0,475. 4.94 Seja a condução unidimensional em uma parede composta plana. As superfícies expostas dos materiais A e B são mantidas a T1 = 600 K e T2 = 300 K, respectivamente. O material A, com espessura La = 20 mm, tem condutividade térmica função da temperatura na forma ka = ko [1 + α(T – To)], com ko = 4,4 W/(m · K), α = 0,008 K–1, To = 300 K e T está em kelvins. O material B, com espessura Lb = 5 mm, tem condutividade térmica kb = 1 W/(m · K). (a) Calcule o fluxo térmico através da parede composta supondo que o material A tenha uma condutividade térmica uniforme, calculada na temperatura média da seção. (b) Usando um incremento no espaço de 1 mm, obtenha as equações de diferenças finitas para os pontos nodais internos e calcule o fluxo térmico considerando a dependência com a temperatura da condutividade térmica do material A. Se o software IHT* for usado, a chamada de funções em Tools/Finite-Difference Equations pode ser utilizada para obter as equações nodais. Compare o seu resultado com aquele obtido na parte (a). (c) Como uma alternativa ao método de diferenças finitas da parte (b), use um software específico de elementos finitos (FEHT ou outro) para calcular o fluxo térmico e compare o resultado com aquele da parte (a). Sugestão: No FEHT, na caixa Specify/Material Properties, as propriedades podem ser inseridas como funções da temperatura (T), das coordenadas espaciais (x, y) ou do tempo (t). Veja a seção Help para mais detalhes. 4.95 Uma chapa com condutividade térmica k = 15 W/(m · K) é aquecida pelo escoamento de um fluido quente através de canais de lado L = 20 mm em seu interior, com T∞,i = 200°C e hi = 500 W/(m2·K). A superfície superior da chapa é usada para aquecer um fluido de processo a T∞,e = 25°C, com um coeficiente convectivo he = 250 W/(m2 · K). A superfície inferior da chapa é isolada. Para aquecer o fluido de processo uniformemente, a temperatura da superfície superior da chapa deve ser uniforme dentro da tolerância de 5°C. Use um método de diferenças finitas, como o do IHT,* ou um método de elementos finitos, como o do FEHT, para obter os resultados a seguir. (a) Determine o espaçamento máximo permitido, W, entre os eixos centrais dos canais que irá satisfazer à exigência de uniformidade de temperatura especificada. (b) Qual é a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento correspondente em um canal de escoamento? 4.96 Considere o dispositivo de resfriamento integrado em grande escala (VLSI – very large-scale integration) do chip do Problema 4.80. Use um método de elementos finitos (no FEHT ou outro) para obter os resultados a seguir. (a) Determine a distribuição de temperaturas no sistema chip-substrato. A temperatura máxima é superior a 85°C? (b) Usando o modelo desenvolvido para a parte (a), determine a taxa volumétrica de aquecimento que fornece uma temperatura máxima de 85°C. (c) Qual efeito teria na temperatura operacional máxima a redução na espessura do substrato? Para uma taxa volumétrica de geração de = 107 W/m3, reduza a espessura do substrato de 12 mm para 6 mm, mantendo todas as outras dimensões inalteradas. Que é a temperatura máxima do sistema para estas condições? Qual fração da geração de potência no chip é removida diretamente por convecção na sua superfície? ________ O método gráfico é descrito e o seu uso demonstrado na Seção 4S.1. * Disponível no site da LTC Editora. (N.T.) Fatores de forma para geometrias bidimensionais também podem ser estimados com o método gráfico descrito na Seção 4S.1. No nosso estudo da condução, analisamos gradativamente condições mais complicadas. Iniciamos com o caso simples da condução unidimensional, em regime estacionário e sem geração interna, e a seguir consideramos situações mais realísticas envolvendo efeitos multidimensionais e de geração. No entanto, até o presente momento, ainda não examinamos situações nas quais as condições mudam com o tempo. Agora reconhecemos que muitos problemas de transferência de calor são dependentes do tempo. Tipicamente, tais problemas não estacionários ou transientes, surgem quando as condições de contorno de um sistema são mudadas. Por exemplo, se a temperatura superficial de um sistema for alterada, a temperatura em cada ponto desse sistema também começará a mudar. As mudanças continuarão a ocorrer até que uma distribuição de temperaturas estacionária seja alcançada. Seja um lingote de metal quente, removido de um forno e exposto a uma corrente de ar frio. Energia é transferida por convecção e por radiação de sua superfície para a vizinhança. Transferência de energia por condução também ocorre do interior do metal para a superfície e a temperatura em cada ponto no lingote decresce até que uma condição de regime estacionário seja alcançada. As propriedades finais do metal dependerão significativamente do histórico no tempo da temperatura, que resulta da transferência de calor. O controle da transferência de calor é uma chave na produção de novos materiais com propriedades melhoradas. Nosso objetivo neste capítulo é desenvolver procedimentos para determinar a dependência da distribuição de temperaturas no interior de um sólido em relação ao tempo durante um processo transiente, assim como para determinar a transferência de calor entre o sólido e a vizinhança. A natureza do procedimento depende das hipóteses que podem ser feitas para o processo. Se, por exemplo, gradientes de temperatura no interior do sólido podem ser desprezados, uma abordagem comparativamente mais simples, conhecida por método da capacitância global, pode ser usada para determinar a variação da temperatura com o tempo. O método é desenvolvido nas Seções 5.1 a 5.3. Sob condições nas quais os gradientes de temperatura não são desprezíveis, mas a transferência de calor no interior do sólido é unidimensional, soluções exatas da equação do calor podem ser usadas para calcular a dependência da temperatura com a posição e o tempo. Tais soluções são analisadas para sólidos finitos (paredes planas, cilindros longos e esferas) nas Seções 5.4 a 5.6 e para sólidos semi-infinitos na Seção 5.7. A Seção 5.8 apresenta a resposta térmica transiente de uma variedade de objetos submetidos a uma variação degrau na temperatura superficial ou no fluxo térmico na superfície. Na Seção 5.9, a resposta de um sólido semi-infinito a condições periódicas de aquecimento na sua superfície é explorada. Para condições mais complexas, métodos de diferenças finitas e de elementos finitos devem ser usados para prever a dependência com o tempo de temperaturas no interior de sólidos, assim como das taxas de transferência de calor em seus contornos (Seção 5.10). 5.1 O Método da Capacitância Global Um problema simples e comum de condução transiente envolve um sólido que passa por uma súbita mudança no seu ambiente térmico. Considere a forja de um metal quente que está inicialmente a uma temperatura uniforme Ti e que é temperado pela sua imersão em um líquido a uma temperatura mais baixa T∞ < Ti (Figura 5.1). Se o processo de têmpera inicia-se no tempo t = 0, a temperatura do sólido irá diminuir para tempos t > 0, até que acabe por atingir T∞. Essa redução é devida à transferência de calor por convecção na interface sólido-líquido. A essência do método da capacitância global é a hipótese de que a temperatura do sólido é uniforme no espaço, em qualquer instante durante o processo transiente. Essa hipótese implica que os gradientes de temperatura no interior do sólido sejam desprezíveis. FIGURA 5.1 Resfriamento de um metal quente forjado. Pela lei de Fourier, a condução térmica na ausência de um gradiente de temperatura implica na existência de uma condutividade térmica infinita. Tal condição é obviamente impossível. Entretanto, a condição é aproximada se a resistência à condução no interior do sólido for pequena em comparação à resistência à transferência de calor entre o sólido e a sua vizinhança. No momento, supomos que esse é na realidade o caso. Ao desprezar os gradientes de temperatura no interior do sólido, não mais podemos analisar o problema do ponto de vista da equação do calor, uma vez que a equação do calor é uma equação diferencial que descreve a distribuição espacial de temperaturas no interior do sólido. Alternativamente, a resposta transiente da temperatura é determinada pela formulação de um balanço de energia global no sólido. Esse balanço deve relacionar a taxa de perda de calor na superfície com a taxa de variação da energia interna. Aplicando a Equação 1.12c ao volume de controle da Figura 5.1, essa exigência toma a forma ou Definindo a diferença de temperaturas e reconhecendo que (dθ/dt) = (dT/dt), se T∞ for uma constante, segue-se que Separando as variáveis e integrando a partir da condição inicial, na qual t = 0 e T(0) = Ti, obtemos, então, na qual Efetuando as integrações, segue-se que ou A Equação 5.5 pode ser usada para determinar o tempo necessário para o sólido alcançar uma dada temperatura T, ou, por outro lado, a Equação 5.6 pode ser utilizada no cálculo da temperatura alcançada no sólido em algum tempo t. Os resultados anteriores indicam que a diferença entre as temperaturas do sólido e do fluido deve diminuir exponencialmente para zero à medida que o t se aproxima de infinito. Esse comportamento é mostrado na Figura 5.2. Na Equação 5.6 também fica evidente que a grandeza (ρVc/hAs) pode ser interpretada como uma constante de tempo térmica representada por na qual, da Equação 3.9, Rt é a resistência à transferência de calor por convecção e Ct é a capacitância térmica global do sólido. Qualquer aumento em Rt ou Ct causará uma resposta mais lenta do sólido a mudanças no seu ambiente térmico. Esse comportamento é análogo ao decaimento da voltagem que ocorre quando um capacitor é descarregado através de um resistor em um circuito elétrico RC. Para determinar o total da energia transferida Q até algum instante de tempo t, simplesmente escrevemos FIGURA 5.2 Resposta transiente da temperatura de sólidos com capacitâncias globais para diferentes constantes de tempo térmicas τ t. Substituindo a expressão para θ, Equação 5.6, e integrando, obtemos A grandeza Q está, obviamente, relacionada à mudança na energia interna do sólido, e a partir da Equação 1.12b No processo de têmpera Q é positivo e o sólido experimenta um decréscimo na energia. As Equações 5.5, 5.6 e 5.8a também se aplicam a situações nas quais o sólido é aquecido (θ < 0), quando Q é negativo e a energia interna do sólido aumenta. 5.2 Validade do Método da Capacitância Global Nos resultados anteriores é fácil entender por que há uma forte preferência pelo uso do método da capacitância global. Ele é certamente o método mais simples e conveniente que pode ser utilizado na solução de problemas transientes de aquecimento e de resfriamento. Deste modo, é importante determinar sob quais condições ele pode ser empregado com precisão satisfatória. Para desenvolver um critério apropriado, considere a condução em regime estacionário através da parede plana com área A (Figura 5.3). Embora estejamos supondo condições de regime estacionário, esse critério pode ser prontamente estendido a processos transientes. Uma superfície é mantida a uma temperatura Ts,1 e a outra é exposta a um fluido com temperatura T∞ < Ts,1. A temperatura desta última superfície terá um valor intermediário, Ts,2, para o qual T∞ < Ts,2 < Ts,1. Assim, para condições de regime estacionário, o balanço de energia na superfície, Equação 1.13, se reduz a FIGURA 5.3 Efeito do número de Biot na distribuição de temperaturas, em regime estacionário, em uma parede plana com convecção na superfície. no qual k é a condutividade térmica do sólido. Rearranjando, obtemos então, A grandeza (hL/k) que aparece na Equação 5.9 é um parâmetro adimensional. Ele é chamado de número de Biot e desempenha um papel fundamental nos problemas de condução que envolvem efeitos convectivos nas superfícies. De acordo com a Equação 5.9 e como ilustrado na Figura 5.3, o número de Biot fornece uma medida da queda de temperatura no sólido em relação à diferença de temperaturas entre a sua superfície e o fluido. Na Equação 5.9, também fica evidente que o número de Biot pode ser interpretado como uma razão entre resistências térmicas. Particularmente, se Bi 1, a resistência à condução no interior do sólido é muito menor do que a resistência à convecção através da camada limite no fluido. Dessa maneira, a hipótese de distribuição de temperaturas uniforme no interior do sólido é razoável se o número de Biot for pequeno. Embora tenhamos discutido o número de Biot no contexto das condições estacionárias, estamos reconsiderando esse parâmetro devido à sua importância nos problemas de condução transiente. Seja a parede plana da Figura 5.4, que está inicialmente a uma temperatura uniforme Ti e experimenta resfriamento por convecção quando é imersa em um fluido a T∞ < Ti. O problema pode ser tratado como unidimensional na direção x e estamos interessados na variação da temperatura em função da posição e do tempo, T(x, t). Essa variação é uma forte função do número de Biot e três possibilidades são apresentadas na Figura 5.4. Novamente, para Bi 1, os gradientes de temperatura no sólido são pequenos e a suposição de distribuição de temperaturas uniforme, T(x, t) ≈ T(t), é razoável. Virtualmente, toda a diferença de temperaturas está entre o sólido e o fluido, e a temperatura do sólido permanece praticamente uniforme à medida que diminui para T∞. Entretanto, para valores do número de Biot de moderados para elevados, os gradientes de temperatura no interior do sólido são significativos. Dessa forma, T = T(x, t). Note que, para Bi 1, a diferença de temperaturas ao longo do sólido é muito maior do que a diferença entre a superfície e o fluido. Terminamos esta seção enfatizando a importância do método da capacitância global. Sua simplicidade inerente o transforma no método preferido para a resolução de problemas transientes de aquecimento e resfriamento. Desta maneira, ao se confrontar com tal tipo de problema, a primeira providência a ser tomada é calcular o número de Biot. Se a seguinte condição for satisfeita o erro associado à utilização do método da capacitância global é pequeno. Por conveniência, é comum definir o comprimento característico da Equação 5.10 como a razão entre o volume do sólido e a sua área superficial, Lc ≡ V/As. Tal definição facilita o cálculo de Lc para sólidos com formas complexas e reduz à metade da espessura L o valor de Lc para a parede plana com espessura 2L (Figura 5.4), a ro/2 o valor para o cilindro longo e a ro/3 o valor para a esfera. Contudo, se houver o desejo de implementar o critério de forma conservativa, Lc deve ser associado à escala do comprimento correspondente à máxima diferença espacial de temperaturas. Consequentemente, para uma parede plana simetricamente aquecida (ou resfriada) com espessura 2L, Lc continuaria igual à metade da espessura L. Entretanto, no caso do cilindro longo ou da esfera, Lc passaria a ser igual ao raio real ro, em vez de ro/2 ou ro/3, respectivamente. Por fim, observamos que, com Lc ≡ V/As, o expoente da Equação 5.6 pode ser representado por ou na qual, é conhecido por número de Fourier. Ele é um tempo adimensional que, com o número de Biot, caracteriza problemas de condução transiente. Substituindo a Equação 5.11 na Equação 5.6, obtemos FIGURA 5.4 Distribuições de temperaturas transientes para números de Biot diferentes em uma parede plana simetricamente resfriada por convecção. EXEMPLO 5.1 Uma junta de termopar, que pode ser aproximada por uma esfera, é usada para medir a temperatura de uma corrente gasosa. O coeficiente convectivo entre a superfície da junta e o gás é igual a h = 400 W/(m2 · K) e as propriedades termofísicas da junta são k = 20 W/(m · K), c = 400 J/(kg · K) e ρ = 8500 kg/m3. Determine o diâmetro que a junta deve ter para que o termopar tenha uma constante de tempo de 1 s. Se a junta está a 25°C e encontra-se posicionada em uma corrente de gás a 200°C, quanto tempo será necessário para a junta alcançar 199°C? SOLUÇÃO Dados: Propriedades termofísicas da junta de um termopar usado para medir a temperatura de uma corrente gasosa. Achar: 1. Diâmetro da junta necessário para uma constante de tempo de 1 s. 2. Tempo necessário para alcançar 199°C em uma corrente de gás a 200°C. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. Temperatura da junta é uniforme a todo instante. Troca de calor por radiação com a vizinhança é desprezível. Perdas por condução através dos terminais são desprezíveis. Propriedades constantes. Análise: 1. Como o diâmetro da junta é desconhecido, não é possível começar a solução pela determinação se o critério para a utilização do método da capacitância global, Equação 5.10, é satisfeito. Contudo, uma abordagem razoável é usar o método para achar o diâmetro e, então, verificar se o critério é satisfeito. Da Equação 5.7 e pelo fato de que As = πD2 e V = πD3/6 para uma esfera, tem-se que Rearranjando e substituindo os valores numéricos, Com Lc = ro/3, tem-se então da Equação 5.10 que Consequentemente, a Equação 5.10 é satisfeita (para Lc = ro, bem como para Lc = ro/3) e o método da capacitância global pode ser usado com uma excelente aproximação. 2. Pela Equação 5.5, o tempo necessário para a junta alcançar T = 199°C é Comentários: As transferências de calor por radiação entre a junta e a vizinhança e por condução através dos terminais afetariam o tempo de resposta da junta e forneceriam, na realidade, uma temperatura de equilíbrio diferente de T∞. 5.3 Análise Geral Via Capacitância Global Embora a condução transiente em um sólido seja normalmente iniciada pela transferência de calor por convecção para ou de um fluido adjacente, outros processos podem induzir condições térmicas transientes no interior do sólido. Por exemplo, um sólido pode estar separado de uma grande vizinhança por um gás ou pelo vácuo. se as temperaturas do sólido e da vizinhança forem diferentes, a troca de calor por radiação poderia causar uma variação na energia interna térmica do sólido e, assim, na sua temperatura. Mudanças na temperatura do sólido também poderiam ser induzidas pela aplicação de um fluxo térmico sobre a sua superfície ou parte dela, ou pelo início de um processo de geração de energia térmica no seu interior. O aquecimento da superfície poderia, por exemplo, ser efetuado através da fixação de um aquecedor elétrico delgado sobre ela, enquanto energia térmica poderia ser gerada pela passagem de uma corrente elétrica através do sólido. A Figura 5.5 mostra a situação geral na qual as condições térmicas no interior de um sólido podem ser influenciadas simultaneamente pela convecção, pela radiação, pela aplicação de um fluxo em sua superfície e pela geração interna de energia. Considera-se que, no instante inicial (t = 0), a temperatura do sólido (Ti) é diferente daquelas do fluido, T∞, e da vizinhança, Tviz , e que tanto o aquecimento superficial quanto o aquecimento volumétrico são acionados. FIGURA 5.5 Superfície de controle para a análise geral via capacitância global. O fluxo térmico imposto e as transferências de calor por convecção/radiação ocorrem em regiões da superfície exclusivas, As(a) e As(c,r), respectivamente, e as transferências de calor por convecção e por radiação são presumidas saindo da superfície. Além disso, embora as transferências de calor por convecção e por radiação tenham sido especificadas na mesma superfície, as superfícies podem, na realidade, ser diferentes (As,c ≠ As,r). Aplicando a conservação de energia em qualquer instante t, vem da Equação 1.12c que ou, das Equações 1.3a e 1.7, A Equação 5.15 é uma equação diferencial ordinária não linear de primeira ordem, não homogênea, que não pode ser integrada para obter-se uma solução exata.1 Entretanto, soluções exatas podem ser obtidas para versões simplificadas dessa equação. 5.3.1 Somente Radiação Se não houver imposição de fluxo térmico ou de geração, e a convecção também não estiver presente (um vácuo) ou for desprezível em relação à radiação, a Equação 5.15 se reduz a Separando variáveis e integrando da condição inicial até algum tempo t, tem-se que Efetuando as integrais e rearranjando o resultado, o tempo necessário para alcançar a temperatura T se torna Essa expressão não pode ser usada para determinar T de forma explícita em função d e t, Ti e Tviz , nem tampouco ser facilmente simplificada para o resultado limite quando Tviz = 0 (radiação para o espaço infinito). Contudo, retornando à Equação 5.17, sua solução para Tviz = 0 fornece 5.3.2 Radiação Desprezível Uma solução exata para a Equação 5.15 também pode ser obtida se a radiação puder ser desprezada e todas as grandezas (exceto T, obviamente) forem independentes do tempo. Definindo uma diferença de temperaturas θ ≡ T – T∞, na qual dθ/dt = dT/dt, a Equação 5.15 se reduz a uma equação diferencial linear de primeira ordem, não homogênea, com a forma na qual a ≡ (hAs,c/(ρVc)) e b ≡ [( As,a + Ä–g)/(ρVc)]. Embora a Equação 5.20 possa ser resolvida pela soma das suas soluções homogênea e particular, uma abordagem alternativa é eliminar a não homogeneidade pela introdução da transformação Reconhecendo que dθ′/dt = dθ/dt, a Equação 5.21 pode ser substituída na Equação 5.20 para fornecer Separando variáveis e integrando de 0 até t (θ′i até θ′), segue-se que ou substituindo as definições de θ′ e θ, Logo Como deve ser, a Equação 5.25 se reduz à Equação 5.6 quando b = 0 e fornece T = Ti em t = 0. No limite t → ∞, a Equação 5.25 se transforma em (T – T∞) = (b/a), resultado que poderia também ser obtido pela execução de um balanço de energia, em condições de regime estacionário, na superfície de controle da Figura 5.5. 5.3.3 Somente Convecção com o Coeficiente Convectivo Variável Em alguns casos, como os envolvendo convecção natural ou ebulição, o coeficiente convectivo η varia com a diferença de temperaturas entre o objeto e o fluido. Nessas situações, o coeficiente convectivo pode frequentemente ser aproximado por uma expressão com a forma na qual n é uma constante e o parâmetro C tem unidades de W/(m2 · K(1 + n)). Se a radiação, o aquecimento superficial e a geração volumétrica forem desprezíveis, a Equação 5.15 pode ser rescrita como a seguir Substituindo θ e dθ/dt = dT/dt na expressão anterior, separando variáveis e integrando, obtém-se Pode-se mostrar que a Equação 5.28 se reduz a Equação 5.6 se o coeficiente de transferência de calor for independente da temperatura, n = 0. 5.3.4 Considerações Adicionais Em alguns casos a temperatura do ambiente ou da vizinhança pode variar com o tempo. Por exemplo, se o recipiente da Figura 5.1 estiver isolado e tiver um volume finito, a temperatura do líquido aumentará na medida em que o metal forjado é resfriado. Uma solução analítica para o comportamento dinâmico da temperatura do sólido (e do líquido) é apresentada no Exemplo 11.8. Como evidente nos Exemplos 5.2 a 5.4, a equação do calor pode ser resolvida numericamente para uma ampla variedade de situações envolvendo propriedades variáveis ou condições de contorno variando com o tempo, taxas de geração de energia interna, ou aquecimento ou resfriamento superficiais. EXEMPLO 5.2 Sejam o termopar e as condições convectivas do Exemplo 5.1, mas agora considere a troca de calor por radiação com as paredes do duto que confina a corrente gasosa. Com as paredes do duto a 400°C e a emissividade da junta do termopar de 0,9; calcule a temperatura da junta no regime estacionário. Também determine o tempo para a temperatura da junta aumentar de sua condição inicial a 25°C até uma temperatura que está a 1°C do valor no regime estacionário. SOLUÇÃO Dados: Propriedades termofísicas e diâmetro da junta do termopar usado para medir a temperatura de uma corrente gasosa escoando através de um duto com paredes quentes. Achar: 1. Temperatura da junta no regime estacionário. 2. Tempo necessário para o termopar alcançar uma temperatura que difere em 1°C do seu valor no regime estacionário. Esquema: Considerações: As mesmas do Exemplo 5.1, exceto que a transferência radiante não é mais tratada como desprezível e é aproximada pela troca entre uma pequena superfície e uma grande vizinhança. Análise: 1. Para condições de regime estacionário, o balanço de energia na junta do termopar tem a forma Reconhecendo que a radiação líquida para a junta deve ser equilibrada pela convecção a partir da junta para o gás, o balanço de energia pode ser representado por Substituindo os valores numéricos, obtemos 2. O histórico da temperatura no tempo, T(t), para a junta, inicialmente a T(0) = 25°C, vem do balanço de energia para condições transientes, Da Equação 5.15, o balanço de energia pode ser representado por A solução desta equação diferencial de primeira ordem pode ser obtida por integração numérica, fornecendo o resultado, T(4,9 s) = 217,7°C. Desta forma, o tempo necessário para alcançar uma temperatura que difere em 1°C do valor do regime estacionário é Comentários: 1. O efeito da troca de calor radiante com as paredes quentes do duto é o aumento da temperatura da junta, de modo que o termopar indica uma temperatura da corrente gasosa errada, que excede a temperatura real em 18,7°C. O tempo necessário para alcançar uma temperatura que difere em 1°C do valor do regime estacionário é ligeiramente menor do que o resultado do Exemplo 5.1, que somente considera a transferência de calor por convecção. Qual a razão disto? 2. A resposta do termopar e a temperatura da corrente gasosa indicada dependem da velocidade da corrente gasosa, que, por sua vez, afeta o valor do coeficiente convectivo. Históricos da temperatura com o tempo para a junta do termopar são mostrados na figura a seguir para valores de h = 200, 400 e 800 W/(m2 · K). O efeito de aumentar o coeficiente convectivo é causar que a junta indique uma temperatura mais próxima daquela da corrente gasosa. Ainda mais, o efeito é reduzir o tempo necessário para a junta alcançar a proximidade da condição do regime estacionário. Qual explicação física você pode dar para esses resultados? 3. O software IHT, disponível no site da LTC Editora, tem uma função integral, Der(T, t), que pode ser usada para representar a derivada da temperatura em relação ao tempo e para integrar equações diferenciais de primeira ordem. EXEMPLO 5.3 Um painel em liga de alumínio com 3 mm de espessura (k = 177 W/(m · K), c = 875 J/(kg · K) e ρ = 2770 kg/m3) é revestido em ambos os lados com uma camada epóxi, que deve ser curada a uma temperatura igual ou superior a Tc = 150°C por, pelo menos, 5 min. A linha de produção para a operação de cura envolve duas etapas: (1) aquecimento em um grande forno com ar a T∞,f = 175°C e um coeficiente convectivo de hf = 40 W/(m2 · K), e (2) resfriamento em uma grande câmara com ar a T∞,c = 25°C e um coeficiente convectivo de hc = 10 W/(m2 · K). A etapa de aquecimento do processo é conduzida em um intervalo de tempo ta, que excede o tempo tc, necessário para atingir 150°C em 5 min (ta = tc + 300 s). O revestimento apresenta uma emissividade de ε = 0,8 e as temperaturas das paredes do forno e da câmara são de 175 e 25°C, respectivamente. Se o painel for colocado no interior do forno a uma temperatura inicial de 25°C e removido da câmara a uma temperatura segura para o toque de 37°C, qual é o tempo total gasto nas duas etapas da operação de cura? SOLUÇÃO Dados: Condições de operação para um processo de aquecimento/resfriamento em duas etapas, no qual um painel de alumínio revestido é mantido a uma temperatura igual ou superior a 150°C por, pelo menos, 5 min. Achar: Tempo total tt requerido pelo processo em duas etapas. Esquema: Considerações: 1. Temperatura do painel é uniforme a qualquer instante. 2. Resistência térmica do revestimento de epóxi é desprezível. 3. Propriedades constantes. Análise: Para avaliar a validade da aproximação da capacitância global, iniciamos calculando os números de Biot para os processos de aquecimento e resfriamento. Desse modo vemos que a aproximação da capacitância global é excelente. Para determinar se a troca radiante entre o painel e a sua vizinhança deve ser levada em consideração, o coeficiente de transferência de calor por radiação é determinado usando-se a Equação 1.9. O valor representativo de hr para o processo de aquecimento está associado à condição de cura, sendo então Usando Tc = 150°C com Tviz,c = 25°C para o processo de resfriamento, também obtemos hr,c = 8,8 W/(m2 · K). Como os valores de hr,f e hr,c são comparáveis aos de hf e hc, respectivamente, os efeitos radiantes devem ser levados em consideração. Com V = 2LAs e As,c = As,r = 2As, a Equação 5.15 pode ser escrita na forma Selecionando um incremento de tempo Δt apropriado, a equação pode ser integrada numericamente para se obter a temperatura do painel em t = Δt, ΔDt, ΔDt e assim por diante. Selecionando Δt = 10 s, os cálculos para o processo de aquecimento são estendidos até ta = tc + 300 s, que representa 5 min além do tempo necessário para o painel alcançar Tc = 150°C. Em ta o processo de resfriamento é iniciado e continua até que a temperatura no painel atinja 37°C em t = tt. A integração foi efetuada usando-se o IHT* ou um algoritmo do tipo Runge-Kutta da quarta ordem, por exemplo, e os seus resultados estão representados a seguir: O tempo total para o processo em duas etapas é com tempos intermediários de tc = 124 s e ta = 424 s. Comentários: 1. A duração do processo em duas etapas pode ser reduzida pelo aumento dos coeficientes convectivos e/ou pela redução do prolongamento do período de aquecimento. A segunda opção se torna possível pelo fato de que, durante uma parte do período de resfriamento, a temperatura no painel permanecer acima de 150°C. Assim, para satisfazer a exigência da cura, não é necessário estender o aquecimento por um período de 5 min após t = tc. Se os coeficientes convectivos forem aumentados para hf = hc = 100 W/(m2 · K) e o período de prolongamento do aquecimento for mantido em 300 s, a integração numérica fornece tc = 58 s e tt = 445 s. O intervalo de tempo no qual a temperatura do painel é superior a 150°C é de Δt(T>150°C) = 306 s (58 s ≤ t ≤ 364 s). Se o período de prolongamento do aquecimento for reduzido para 294 s, a integração numérica fornece tc = 58 s, tt = 439 s e Δt(T.150°C) = 300 s. Assim, o tempo total do processo é reduzido, enquanto a exigência para a cura permanece satisfeita. 2. Geralmente, a precisão de uma integração numérica melhora com a redução do Δt, porém às custas de um acréscimo no tempo de computação. Nesse caso, entretanto, os resultados obtidos para Δt = 1 s são virtualmente idênticos aos obtidos com Δt = 10 s, indicando que o intervalo de tempo maior é suficiente para representar de forma precisa o histórico (comportamento dinâmico) da temperatura. 3. A solução completa deste exemplo é fornecida como um modelo pronto para usar na seção Advanced do IHT, disponível no site da LTC Editora, usando Models, Lumped Capacitance. O modelo pode ser usado para verificar os resultados do Comentário 1 ou para independentemente explorar modificações no processo de cura. 4. Se os números de Biot não fossem pequenos, não seria apropriada a utilização do método da capacitância global. Para Biot moderados ou grandes, temperaturas próximas à linha central do sólido continuariam a subir por algum tempo após o término do aquecimento, visto que a energia térmica próxima à superfície do sólido se propaga para dentro. As temperaturas próximas à linha central posteriormente alcançam um máximo e então decrescem até o valor do regime estacionário. Correlações para a temperatura máxima presente na linha central do painel, juntamente com os tempos nos quais estas temperaturas máximas são atingidas, foram correlacionadas para uma ampla faixa de valores de Bif e Bic [1]. EXEMPLO 5.4 Ar a ser fornecido para uma sala de cirurgia é primeiramente purificado passando-o através de um compressor de um estágio. Ao passar pelo compressor, a temperatura do ar inicialmente aumenta devido à compressão, então diminui com o ar sendo retornado a pressão atmosférica. Partículas patogênicas no ar também serão aquecidas e posteriormente resfriadas, e elas serão destruídas se sua temperatura máxima exceder uma temperatura letal Td. Considere partículas patogênicas esféricas (D = 10 μm, ρ = 900 kg/m3, c = 1100 J/(kg · K), e k = 0,2 W/(m · K)) dispersas no ar impuro. Durante o processo, a temperatura do ar pode ser descrita por uma expressão na forma T∞(t) = 125°C – 100°C · cos(2πt/tp), na qual tp é o tempo do processo associado ao escoamento através do compressor. Sendo tp = 0,004 s e as temperaturas inicial e letal Ti = 25°C e Td = 220°C, respectivamente, as partículas patogênicas serão destruídas? O valor do coeficiente de transferência de calor associado às partículas patogênicas é de h = 4600 W/(m2 · K). SOLUÇÃO Dados: Temperatura do ar versus tempo, coeficiente de transferência de calor, geometria, tamanho e propriedades dos agentes patogênicos. Achar: Se os agentes patogênicos são destruídos para tp = 0,004 s. Esquema: Considerações: 1. Propriedades constantes. 2. Radiação desprezível. Análise: O número de Biot associado à partícula esférica patogênica é Desta maneira, a aproximação pela capacitância global é válida e podemos usar a Equação 5.2. A solução desta equação diferencial de primeira ordem pode ser obtida analiticamente ou por integração numérica. Integração Numérica Uma solução numérica da Equação 1 pode ser obtida especificando-se a temperatura inicial da partícula, Ti, e usando-se o IHT ou um pacote numérico para integrar a equação. A seguir é apresentada a representação gráfica da solução numérica. Uma inspeção das temperaturas previstas para o agente patogênico fornece Assim, o agente patogênico não é destruído. Solução Analítica A Equação 1 é uma equação diferencial linear não homogênea, consequentemente sua solução pode ser achada como a soma de uma solução homogênea e uma particular, T = Th + Tp. A parte homogênea, Th, corresponde à equação diferencial homogênea, dTh/dt = –(6h/(ρcD))Th, que tem a solução familiar, Th = C0 exp(–6ht/(ρcD)). A solução particular, Tp, pode então ser determinada usando-se o método dos coeficientes indeterminados; para um termo não homogêneo que inclui uma função cosseno e um termo constante, a solução particular é considerada ter a forma Tp = C1 cos(2πt/tp) + C2 sen(2πt/tp) + C3. A substituição desta expressão na Equação 1 fornece os valores dos coeficientes, resultando em na qual A condição inicial, T(0) = Ti, é então usada na solução completa, T = Th + Tp, para fornecer C0 = 100°C (A – 1). Assim, a temperatura da partícula é Para achar a temperatura máxima do agente patogênico, poderíamos derivar a Equação 3 e igualar o resultado a zero. Isto fornece uma equação longa e implícita para o tempo crítico tcrit no qual a temperatura máxima é atingida. A temperatura máxima pode então ser determinada pela substituição t = tcrit na Equação 3. Alternativamente, a Equação 3 pode ser representada graficamente ou T(t) pode ser tabulada, encontrando-se Assim, o agente patogênico não é destruído. Comentários: 1. Como tem que ser, as soluções analítica e numérica são coincidentes. 2. Como evidente no gráfico anterior, o ar e as partículas patogênicas têm inicialmente a mesma temperatura, Ti = 25°C. A resposta térmica do agente patogênico tem um retardo em relação a do ar, uma vez que deve haver uma diferença de temperaturas entre o ar e a partícula de modo que o agente seja aquecido ou resfriado. Como requerido pela Equação 1 e evidente na representação gráfica, a temperatura máxima da partícula é atingida quando não há diferença de temperaturas entre o ar e o agente patogênico. 3. A temperatura máxima do agente patogênico pode ser aumentada pela extensão da duração do processo. Para um tempo de processo de tp = 0,008 s, as temperaturas do ar e da partícula patogênica são como a seguir. A temperatura máxima da partícula é agora Tmáx = 221°C > Td = 220°C, e o agente patogênico seria morto. Entretanto, como a duração do processo é o dobro da originalmente especificada, aproximadamente metade do ar seria fornecido para a sala de cirurgia quando comparado ao caso com tp = 0,004 s. Um compromisso existe entre a quantidade de ar que pode ser enviada à sala de cirurgia e a sua pureza. 4. O coeficiente de transferência de calor por radiação máximo possível pode ser calculado com base nas temperaturas extremas do problema e considerando-se uma emissividade da partícula unitária. Deste modo, Como hr,máx η, a transferência de calor por radiação é desprezível. 5. A função Der(T, t) do software IHT foi usada para gerar a solução numérica deste problema. Veja o Comentário 3 do Exemplo 5.2. Se você tem familiaridade com um solver numérico como o IHT, é frequentemente mais rápida a obtenção de uma solução numérica do que de uma solução analítica, como é o caso do presente exemplo. Além disto, se procuramos valores máximos ou mínimos da variável ou variáveis dependentes, como a temperatura do agente patogênico neste exemplo, é frequentemente mais rápido determinar o máximo ou mínimo por inspeção, em vez de achá-lo a partir da solução analítica. Entretanto, soluções analíticas frequentemente mostram explicitamente a influência dos parâmetros e podem permitir uma interpretação que soluções numéricas podem ocultar. 6. Um incremento no tempo de Δt = 0,00001 s foi usado para gerar as soluções numéricas. Geralmente, a precisão de uma integração numérica melhora com a diminuição do Δt, mas as custas de um aumento do tempo computacional. Neste exemplo, resultados para Δt = 0,000005 s são virtualmente idênticos aos obtidos com o incremento no tempo maior, indicando que este é suficiente para representar precisamente o histórico da temperatura e para determinar a temperatura máxima da partícula. 7. A hipótese de morte instantânea do agente patogênico na temperatura letal é uma aproximação. A destruição de agentes patológicos também depende da duração da exposição às altas temperaturas [2]. 5.4 Efeitos Espaciais Com frequência surgem situações nas quais o número de Biot não é pequeno e temos que enfrentar o fato dos gradientes de temperatura no meio não serem mais desprezíveis. O uso do método da capacitância global forneceria resultados incorretos, de modo que abordagens alternativas, apresentadas na sequência deste capítulo, têm que ser utilizadas. Nas suas formas mais gerais, os problemas de condução transiente são descritos pela equação do calor, Equação 2.19, para coordenadas retangulares ou Equações 2.26 e 2.29, respectivamente, para coordenadas cilíndricas e esféricas. As soluções dessas equações diferenciais parciais fornecem a variação da temperatura com o tempo e com as coordenadas espaciais. Entretanto, em muitos problemas, como o da parede plana da Figura 5.4, somente uma coordenada espacial é necessária para descrever a distribuição interna de temperaturas. Sem geração interna e com a hipótese de condutividade térmica constante, a Equação 2.19 se reduz a Para resolver a Equação 5.29, determinando a distribuição de temperaturas T(x, t), é necessário especificar uma condição inicial e duas condições de contorno. Para o problema típico de condução transiente mostrado na Figura 5.4, a condição inicial é e as condições de contorno são e A Equação 5.30 presume uma distribuição de temperaturas uniforme no tempo t = 0; a Equação 5.31 reflete a exigência de simetria no plano central da parede; e a Equação 5.32 descreve a condição na superfície para t > 0. Das Equações 5.29 a 5.32 fica evidente que, além de serem função de x e de t, as temperaturas na parede também dependem de uma série de parâmetros físicos. Em particular, O problema anterior pode ser resolvido analiticamente ou numericamente. Esses métodos serão analisados em seções seguintes, mas, em primeiro lugar, é importante observar as vantagens que podem ser obtidas pela adimensionalização das equações que descrevem o processo. Isso pode ser feito pelo agrupamento das variáveis relevantes em grupos apropriados. Considere a variável dependente T. Se a diferença de temperaturas θ ≡ T – T∞ for dividida pela máxima diferença de temperaturas possível, θi ≡ Ti – T∞, uma forma adimensional da variável dependente pode ser definida como Consequentemente, θ* deve estar no intervalo 0 ≤ θ* ≤ 1. Uma coordenada espacial adimensional pode ser definida pela expressão na qual L é a metade da espessura da parede plana. Um tempo adimensional pode ser definido pela expressão na qual t* é equivalente ao adimensional número de Fourier, Equação 5.12. Substituindo as definições representadas pelas Equações 5.34 a 5.36 nas Equações 5.29 a 5.32, a equação do calor se torna e as condições iniciais e de contorno se tornam e na qual o número de Biot é Bi ≡ hL/k. Na forma adimensional, a dependência funcional pode agora ser representada como Lembre-se de que uma dependência funcional semelhante, sem a variação com x*, foi obtida no método da capacitância global, conforme mostrado na Equação 5.13. Comparando as Equações 5.33 e 5.41, a vantagem considerável de equacionar o problema na forma adimensional fica aparente. A Equação 5.41 implica que, para uma dada geometria, a distribuição transiente de temperaturas é uma função universal de x*, Fo e Bi. Isto é, a solução adimensional tem uma forma especificada que não depende dos valores particulares de Ti, T∞, L, k, α ou h. Como essa generalização simplifica muito a apresentação e a utilização das soluções transientes, as variáveis adimensionais serão muito usadas nas seções seguintes. 5.5 A Parede Plana com Convecção Soluções analíticas exatas para problemas de condução transiente foram obtidas para muitas geometrias e condições de contorno simples, estando bem documentadas [3– 6]. Diversas técnicas matemáticas, incluindo o método da separação de variáveis (Seção 4.2), podem ser usadas para esse propósito e, tipicamente, a solução para a distribuição de temperaturas adimensional, Equação 5.41, tem a forma de uma série infinita. Entretanto, exceto para valores muito pequenos do número de Fourier, essa série pode ser aproximada por um único termo, simplificando consideravelmente a sua avaliação. 5.5.1 Solução Exata Seja a parede plana com espessura 2L (Figura 5.6a). Se a espessura for pequena quando comparada à largura e à altura da parede, é razoável supor que a condução ocorra exclusivamente na direção x. Se a parede se encontra inicialmente a uma temperatura uniforme, T(x, 0) = Ti, e é subitamente imersa em um fluido com T∞ ≠ Ti, as temperaturas resultantes podem ser obtidas através da solução da Equação 5.37 sujeita às condições das Equações 5.38 a 5.40. Como as condições convectivas nas superfícies em x* = ± 1 são as mesmas, a distribuição de temperaturas em qualquer instante tem que ser simétrica em relação ao plano central (x* = 0). Uma solução exata para esse problema tem a forma [4] FIGURA 5.6 Sistemas unidimensionais com uma temperatura inicial uniforme submetidos subitamente a condições convectivas: (a) Parede plana. (b) Cilindro infinito ou esfera. na qual Fo = αt/L2, o coeficiente Cn é e os valores discretos (autovalores) transcendental de ζn são raízes positivas da equação As quatro primeiras raízes dessa equação são fornecidas no Apêndice B.3. A solução exata dada pela Equação 5.42a é válida para qualquer tempo, 0 ≤ Fo ≤ ∞. 5.5.2 Solução Aproximada Pode-se demonstrar (Problema 5.43) que, para valores de Fo > 0,2, a solução em série infinita, Equação 5.42a, pode ser aproximada pelo primeiro termo da série, n = 1. Utilizando essa aproximação, a forma adimensional da distribuição de temperaturas se transforma em ou na qual θ*o ≡ (To – T∞)/(Ti – T∞) representa a temperatura adimensional no plano central (x* = 0) Uma consequência importante da Equação 5.43b é que a dependência temporal da temperatura em qualquer posição no interior da parede é igual à dependência da temperatura no plano central. Os coeficientes C1 e ζ1 são calculados pelas Equações 5.42b e 5.42c, respectivamente, e são fornecidos na Tabela 5.1 para uma faixa de números de Biot. TABELA 5.1 Coeficientes usados na aproximação pelo primeiro termo para as soluções em série na condução transiente unidimensional Parede Plana Cilindro Infinito Esfera ζ1 (rad) C1 ζ1 (rad) C1 ζ1 (rad) C1 0,01 0,0998 1,0017 0,1412 1,0025 0,1730 1,0030 0,02 0,1410 1,0033 0,1995 1,0050 0,2445 1,0060 0,03 0,1723 1,0049 0,2440 1,0075 0,2991 1,0090 0,04 0,1987 1,0066 0,2814 1,0099 0,3450 1,0120 0,05 0,2218 1,0082 0,3143 1,0124 0,3854 1,0149 0,06 0,2425 1,0098 0,3438 1,0148 0,4217 1,0179 0,07 0,2615 1,0114 0,3709 1,0173 0,4551 1,0209 Bia 0,08 0,2791 1,0130 0,3960 1,0197 0,4860 1,0239 0,09 0,2956 1,0145 0,4195 1,0222 0,5150 1,0268 0,10 0,3111 1,0161 0,4417 1,0246 0,5423 1,0298 0,15 0,3779 1,0237 0,5376 1,0365 0,6609 1,0445 0,20 0,4328 1,0311 0,6170 1,0483 0,7593 1,0592 0,25 0,4801 1,0382 0,6856 1,0598 0,8447 1,0737 0,30 0,5218 1,0450 0,7465 1,0712 0,9208 1,0880 0,4 0,5932 1,0580 0,8516 1,0932 1,0528 1,1164 0,5 0,6533 1,0701 0,9408 1,1143 1,1656 1,1441 0,6 0,7051 1,0814 1,0184 1,1345 1,2644 1,1713 0,7 0,7506 1,0919 1,0873 1,1539 1,3525 1,1978 0,8 0,7910 1,1016 1,1490 1,1724 1,4320 1,2236 0,9 0,8274 1,1107 1,2048 1,1902 1,5044 1,2488 1,0 0,8603 1,1191 1,2558 1,2071 1,5708 1,2732 2,0 1,0769 1,1785 1,5994 1,3384 2,0288 1,4793 3,0 1,1925 1,2102 1,7887 1,4191 2,2889 1,6227 4,0 1,2646 1,2287 1,9081 1,4698 2,4556 1,7202 5,0 1,3138 1,2402 1,9898 1,5029 2,5704 1,7870 6,0 1,3496 1,2479 2,0490 1,5253 2,6537 1,8338 7,0 1,3766 1,2532 2,0937 1,5411 2,7165 1,8673 8,0 1,3978 1,2570 2,1286 1,5526 1,7654 1,8920 9,0 1,4149 1,2598 2,1566 1,5611 2,8044 1,9106 10,0 1,4289 1,2620 2,1795 1,5677 2,8363 1,9249 20,0 1,4961 1,2699 2,2881 1,5919 2,9857 1,9781 30,0 1,5202 1,2717 2,3261 1,5973 3,0372 1,9898 40,0 1,5325 1,2723 2,3455 1,5993 3,0632 1,9942 50,0 1,5400 1,2727 2,3572 1,6002 3,0788 1,9962 100,0 1,5552 1,2731 2,3809 1,6015 3,1102 1,9990 ∞ 1,5708 1,2733 2,4050 1,6018 3,1415 2,0000 aBi = hL/k para a parede plana e hro/k para o cilindro infinito e a esfera. Veja a Figura 5.6. 5.5.3 Transferência Total de Energia Em muitas situações é útil saber a energia total que deixou (ou entrou) a parede até um dado tempo t em um processo transiente. A exigência de conservação da energia, Equação 1.12b, pode ser aplicada no intervalo de tempo delimitado pela condição inicial (t = 0) e por qualquer tempo t > 0 Igualando a quantidade de energia transferida a partir da parede Q a Esai e estabelecendo Eent = 0 e ΔEacu = E(t) – E(0), segue-se que ou na qual a integração é efetuada no volume da parede. É conveniente adimensionalizar esse resultado com a definição da grandeza que pode ser interpretada como a energia interna inicial da parede em relação à temperatura do fluido. Ela também é a quantidade máxima de transferência de energia que poderia ocorrer se o processo se estendesse até t = ∞. Dessa maneira, supondo propriedades constantes, a razão entre a quantidade total de energia transferida a partir da parede ao longo do intervalo de tempo t e a transferência máxima possível é Utilizando a forma aproximada da distribuição de temperaturas para a parede plana, Equação 5.43b, a integração especificada na Equação 5.48 pode ser efetuada, obtendo-se na qual θ*o pode ser determinada pela Equação 5.44, usando a Tabela 5.1 na obtenção dos valores dos coeficientes C1 e ζ1. 5.5.4 Considerações Adicionais Em função do problema matemático ser precisamente o mesmo, os resultados anteriores também podem ser utilizados em uma parede plana, com espessura L, que seja isolada em um de seus lados (x* = 0) e haja transporte convectivo no outro (x* = +1). Essa equivalência é uma consequência do fato de que, indiferentemente de haver uma exigência de simetria ou de condição adiabática estabelecida em x* = 0, a condição de contorno tem a forma ∂u*/∂x* = 0. Cabe, ainda, observar que os resultados anteriores podem ser utilizados na determinação da resposta transiente de uma parede plana submetida a uma súbita mudança na sua temperatura superficial. O processo é equivalente à presença de um coeficiente convectivo infinito, no qual o número de Biot é infinito (Bi = ∞) e a temperatura no fluido T∞ é substituída pela temperatura superficial Ts especificada. 5.6 Sistemas Radiais com Convecção Para um cilindro infinito ou uma esfera com raio ro (Figura 5.6b), que está inicialmente a uma temperatura uniforme e passa por uma mudança nas condições convectivas, resultados semelhantes aos obtidos na Seção 5.5 podem ser desenvolvidos. Isto é, uma solução exata na forma de uma série pode ser obtida para a dependência temporal da distribuição radial de temperaturas, e uma aproximação pelo primeiro termo dessa série pode ser usada na maioria das condições. O cilindro infinito é uma idealização que permite a adoção da hipótese de condução unidimensional na direção radial. Ela é uma aproximação razoável para cilindros com L/ro 10. 5.6.1 Soluções Exatas Para uma temperatura inicial uniforme e condições de contorno convectivas, as soluções exatas [4], aplicáveis em qualquer tempo (Fo > 0), são apresentadas a seguir. Cilindro Infinito Na forma adimensional, a temperatura é na qual Fo = αt/r2o, e os valores discretos de ζn são raízes positivas da equação transcendental na qual Bi = hro/k. As grandezas J1 e J0 são funções de Bessel de primeira espécie e seus valores estão tabelados no Apêndice B.4. Raízes da equação transcendental (5.50c) estão tabeladas em Schneider [4]. Esfera Analogamente, para a esfera na qual Fo = αt/r2o, e os valores discretos de ζn são raízes positivas da equação transcendental na qual Bi = hro/k. As raízes da equação transcendental estão tabeladas em Schneider [4]. 5.6.2 Soluções Aproximadas Para o cilindro infinito e a esfera, as soluções anteriores em séries podem, mais uma vez, ser aproximadas por um único termo, n = 1, para Fo > 0,2. Assim, como no caso da parede plana, a dependência da temperatura em relação ao tempo em qualquer ponto no interior do sistema radial é a mesma que na linha central ou no ponto central. Cilindro Infinito A aproximação pelo primeiro termo da Equação 5.50a é ou na qual θ*o representa a temperatura na linha central e tem a forma Valores dos coeficientes C1 e ζ1 foram determinados e estão listados na Tabela 5.1 para uma faixa de números de Biot. Esfera Na Equação 5.51a, a aproximação pelo primeiro termo é ou na qual θ*o representa a temperatura no centro e tem a forma Valores dos coeficientes C1 e ζ1 foram determinados e estão listados na Tabela 5.1 para uma faixa de números de Biot. 5.6.3 Transferência Total de Energia Da mesma maneira que na Seção 5.5.3, um balanço de energia pode ser efetuado para determinar o total de energia transferida a partir do cilindro infinito ou da esfera durante o intervalo de tempo Δt = t. Utilizando as soluções aproximadas, Equações 5.52b e 5.53b, e definindo Qo a partir da Equação 5.47, os resultados são os a seguir. Cilindro Infinito Esfera Os valores para as temperaturas centrais, θ*o, são determinados nas Equações 5.52c ou 5.53c, usando os coeficientes da Tabela 5.1 para o sistema apropriado. 5.6.4 Considerações Adicionais Do mesmo modo que para a parede plana, os resultados anteriores podem ser usados para predizer a resposta transiente de cilindros longos e de esferas submetidos a uma súbita mudança na temperatura superficial. Para tal, um número de Biot infinito é estabelecido, e a temperatura no fluido T∞ é substituída pela temperatura superficial constante Ts. EXEMPLO 5.5 Considere um oleoduto de aço (AISI 1010) que tem 1 m de diâmetro e uma espessura de parede de 40 mm. O oleoduto é muito bem isolado pelo seu lado externo, e, antes do início do escoamento do fluido, suas paredes se encontram a uma temperatura uniforme de –20°C. Com o início do escoamento, o óleo quente a 60°C é bombeado através do oleoduto, gerando na superfície interna do duto condições convectivas correspondentes a um h = 500 W/(m2 · K). 1. Quais são os números de Biot e Fourier apropriados 8 min após o início do escoamento? 2. Em t = 8 min, qual é a temperatura na superfície externa do duto coberta pelo isolamento? 3. Qual é o fluxo térmico q″ (W/m2) do óleo para o duto em t = 8 min? 4. Qual a quantidade total de energia, por metro linear do oleoduto, que foi transferida do óleo para o duto em t = 8 min? SOLUÇÃO Dados: Parede submetida a uma súbita mudança nas condições convectivas em sua superfície. Achar: 1. 2. 3. 4. Números de Biot e Fourier após 8 min. Temperatura na superfície externa do duto após 8 min. Fluxo térmico para a parede no tempo 8 min. Energia total transferida para o duto, por unidade de comprimento, após 8 min. Esquema: Considerações: 1. Parede do duto pode ser aproximada por uma parede plana, uma vez que sua espessura é muito menor do que o seu diâmetro. 2. Propriedades constantes. 3. Superfície externa do duto adiabática. Propriedades: Tabela A.1, aço tipo AISI 1010 [T = (−20 + 60)°C/2 ≈ 300 K]: ρ = 7832 kg/m3, c = 434 J/(kg &3183; K), k = 63,9 W/(m · K), α = 18,8 × 10−6 m2/s. Análise: 1. Em t = 8 min, os números de Biot e Fourier são calculados pelas Equações 5.10 e 5.12, respectivamente, com Lc = L. Assim 2. Com Bi = 0,313, o uso do método da capacitância global é inapropriado. Contudo, como Fo > 0,2 e as condições transientes na parede isolada do duto de espessura L correspondem às existentes em uma parede plana com espessura 2L submetida à mesma condição superficial, os resultados desejados podem ser obtidos com a aproximação pelo primeiro termo para a parede plana. A temperatura no plano central pode ser determinada pela Equação 5.44 na qual, com Bi = 0,313, na Tabela 5.1 tem-se que C1 = 1,047 e ζ1 = 0,531 rad. Com Fo = 5,64, Assim, após 8 min, a temperatura na superfície externa do duto, que corresponde à temperatura no plano central da parede plana, é 3. A transferência de calor para a superfície interna em x = L ocorre por convecção, e a qualquer tempo t o fluxo térmico pode ser obtido a partir da lei do resfriamento de Newton. Assim, em t = 480 s, Usando a aproximação pelo primeiro termo para a temperatura na superfície, a Equação 5.43b com x* = 1 tem a forma O fluxo térmico em t = 8 min é, então 4. A transferência de energia para a parede do duto ao longo do intervalo de 8 min pode ser obtida pelas Equações 5.47 e 5.49. Com segue-se que Q = 0,80 ρcV(Ti – T∞) ou, com um volume por unidade de comprimento do duto de V′ = πDL, Comentários: 1. O sinal de menos associado aos valores de q″ e Q′ indicam simplesmente que a direção da transferência de calor ocorre do óleo para o duto (para dentro da parede do duto). 2. A solução deste exemplo é fornecida como um modelo pronto para usar na seção Advanced do IHT, usando a opção Models, Transient Conduction, Plane Wall. Como o modelo IHT usa uma aproximação com múltiplos termos para a solução em série, os resultados são mais precisos do que os obtidos com a aproximação de primeiro termo anteriormente usada. IHT Models para Transient Conduction estão também disponíveis para os sistemas radiais tratados na Seção 5.6, veja o material disponível no site da LTC Editora. EXEMPLO 5.6 Um novo processo para o tratamento de um material especial deve ser avaliado. O material, uma esfera com raio ro = 5 mm, encontra-se inicialmente em equilíbrio a 400°C no interior de um forno. O material é repentinamente removido do forno e submetido a um processo de resfriamento em duas etapas. Etapa 1 Resfriamento no ar a 20°C por um período de tempo ta até que a temperatura do centro atinja um valor crítico, Ta(0, ta) = 335°C. Para essa situação, o coeficiente de transferência de calor por convecção é ha = 10 W/(m2 · K). Após a esfera ter atingido essa temperatura crítica, a segunda etapa é iniciada. Etapa 2 Resfriamento em um banho agitado de água a 20°C, com um coeficiente de transferência de calor por convecção de hb = 6000 W/(m2 · K). As propriedades termofísicas do material são ρ = 3000 kg/m3, k = 20 W/(m · K), c = 1000 J/(kg · K) e α = 6,66 × 10−6 m2/s. 1. Calcule o tempo ta requerido para a etapa 1 do processo de resfriamento se completar. 2. Calcule o tempo tb requerido na etapa 2 do processo, para o centro da esfera se resfriar de 335°C (a condição ao final da etapa 1) até 50°C. SOLUÇÃO Dados: Requisitos de temperatura para o resfriamento de uma esfera. Achar: 1. Tempo ta requerido para completar o resfriamento desejado no ar. 2. Tempo tb requerido para completar o resfriamento no banho de água. Esquema: Considerações: 1. Condução unidimensional na direção r. 2. Propriedades constantes. Análise: 1. Para determinar se o método da capacitância global pode ser usado, o número de Biot é calculado. Pela Equação 5.10, com Lc = ro/3, Consequentemente, o método da capacitância global pode ser utilizado e a temperatura no interior da esfera é praticamente uniforme. Pela Equação 5.5, tem-se que na qual e . Assim, 2. Para determinar se o método da capacitância global pode também ser usado na segunda etapa do processo de resfriamento, o número de Biot é novamente calculado. Nesse caso, e o método da capacitância global não é apropriado. Entretanto, com uma excelente aproximação, a temperatura da esfera é uniforme em t = ta e a aproximação pelo primeiro termo pode ser utilizada para os cálculos. O tempo tb, no qual a temperatura no centro atinge os 50°C, isto é, T(0, tb) = 50°C, pode ser obtido através de um rearranjo da Equação 5.53c, na qual tb = Com o número de Biot agora definido como A Tabela 5.1 fornece C1 = 1,376 e ζ1 = 1,800 rad. Tem-se, então, que e Note que, com Fo = 0,82, o uso da aproximação pelo primeiro termo está justificado. Comentários: 1. Se a distribuição de temperaturas no interior da esfera na conclusão da etapa 1 não fosse uniforme, a aproximação de primeiro termo não poderia ter sido utilizada nos cálculos da etapa 2. 2. A temperatura na superfície da esfera no término da etapa 2 pode ser obtida pela Equação 5.53b. Com θ*o = 0,095 e r* = 1, e T(r0) = 20°C + 0,0514(335 – 20)°C = 36°C A série infinita, Equação 5.51a, e a sua aproximação de primeiro termo, Equação 5.53b, podem ser usadas para calcular a temperatura em qualquer local na esfera em qualquer tempo t > ta. Para (t – ta) < 0,2(0,005 m)2/6,66 × 10−6 m2/s = 0,75 s; um número suficiente de termos deve ser mantido com o objetivo de assegurar a convergência da série. Para (t – ta) > 0,75 s, uma convergência satisfatória é obtida com a aproximação pelo primeiro termo. Calculando e representando graficamente os históricos das temperaturas em r = 0 e r = ro, obtemos os seguintes resultados para 0 ≤ (t – ta) ≤ 5 s: 3. A opção IHT Models, Transient Conduction, Shere poderia ser usada para analisar os processos de resfriamento passados pela esfera no ar e na água, etapas 1 e 2. A opção IHT Models, Lumped Capacitance pode somente ser usada para analisar o processo de resfriamento com ar, etapa 1, consulte o material disponível no site da LTC Editora. 5.7 O Sólido Semi-Infinito Outra geometria simples e importante, para a qual soluções analíticas podem ser obtidas, é o sólido semi-infinito. Como, em princípio, tal sólido se estende até o infinito em todas as direções exceto uma, ele é caracterizado por uma única superfície identificável (Figura 5.7). Se uma súbita mudança de condições for imposta nessa superfície, condução unidimensional transiente ocorrerá no interior do sólido. O sólido semi-infinito fornece uma idealização útil para muitos problemas práticos. Ele pode ser usado para determinar a transferência de calor transiente próxima à superfície da terra ou para aproximar a resposta transiente de um sólido finito, como uma placa espessa. Nessa segunda situação, a aproximação seria razoável para a porção inicial do transiente, durante a qual as temperaturas no interior da placa (em pontos bem distantes da sua superfície) estão essencialmente não influenciadas pela mudança nas condições superficiais. Esta porção inicial do transiente pode corresponder a números de Fourier muito pequenos e as soluções aproximadas das Seções 5.5 e 5.6 não seriam válidas. Embora as soluções exatas das seções anteriores pudessem ser usadas para determinar as distribuições de temperaturas, muitos termos poderiam ser necessários para avaliar a expressão das séries infinitas. As soluções a seguir para os sólidos semi-infinitos frequentemente eliminam a necessidade de avaliar as soluções exatas com séries infinitas complicadas, em Fo pequenos. Será mostrado que uma parede plana com espessura 2L pode ser aproximada com precisão por um sólido semi-infinito para Fo = αt/L2 0,2. FIGURA 5.7 Distribuições de temperaturas transientes em um sólido semi-infinito para três condições na superfície: temperatura constante na superfície, fluxo térmico constante na superfície, e convecção na superfície. A equação do calor para a condução transiente em um sólido semi-infinito é dada pela Equação 5.29. A condição inicial é descrita pela Equação 5.30 e a condição de contorno no interior do sólido tem a forma Soluções em forma fechada foram obtidas para três importantes condições na superfície, impostas instantaneamente em t = 0 [3, 4]. Essas condições são mostradas na Figura 5.7. Elas incluem a imposição de uma temperatura superficial constante Ts ≠ Ti, a aplicação de um fluxo térmico constante na superfície e a exposição da superfície a um fluido caracterizado por T∞ ≠ Ti e um coeficiente convectivo h. A solução para o caso 1 pode ser obtida através do reconhecimento da existência de uma variável similar h, com a qual a equação do calor pode ser transformada de uma equação diferencial parcial, envolvendo duas variáveis independentes (x e t), em uma equação diferencial ordinária escrita em termos de uma única variável similar. Para confirmar que tal exigência é satisfeita por η ≡ x / (4αt)1/2, primeiramente são transformados os operadores diferenciais pertinentes, de modo que Substituindo na Equação 5.29, a equação do calor se torna Com x = 0 correspondendo a η = 0, a condição na superfície pode ser representada por e com x → ∞, bem como t = 0, correspondendo a η → ∞, tanto a condição inicial quanto a condição de contorno interior correspondem a uma única exigência de que Como a equação do calor transformada e as condições de contorno/inicial são independentes de x e t, η ≡ x / (4αt)1/2 é, de fato, uma variável similar. Sua existência implica que, independentemente dos valores de x e t, a temperatura pode ser representada como uma única função de η. A forma específica da dependência da temperatura, T(η), pode ser obtida pela separação de variáveis na Equação 5.57, tal que Integrando, tem-se que ou Integrando uma segunda vez, obtemos na qual u é uma variável muda (variável de integração). Aplicando a condição de contorno em η = 0, Equação 5.58, segue-se que C2 = Ts e Com a segunda condição de contorno, Equação 5.59, obtemos ou, determinando a integral definida, Portanto, a distribuição de temperaturas pode ser representada por na qual a função erro de Gauss, erf(η), é uma função matemática clássica que se encontra tabelada no Apêndice B. Observe que erf(η) se aproxima assintoticamente da unidade quando η se torna infinito. Assim, em qualquer tempo não nulo, é previsto que temperaturas em qualquer lugar tenham mudado de Ti (se tornem mais próximas d e Ts). A velocidade infinita na qual a informação da condição de contorno se propaga para dentro do sólido semi-infinito é fisicamente irreal, mas essa limitação da lei de Fourier não é importante exceto em escalas de tempo extremamente pequenas, como discutido na Seção 2.3. O fluxo térmico na superfície pode ser obtido pela aplicação da lei de Fourier em x = 0, de modo que Soluções analíticas também podem ser obtidas para os casos 2 e 3 das condições superficiais, e os resultados para todos os três casos são resumidos a seguir. Caso 1 Temperatura na Superfície Constante: T(0,t) = Ts Caso 2 Fluxo Térmico na Superfície Constante: = Caso 3 Convecção na Superfície: A função erro complementar, erfc(w), é definida como erfc(w) ≡ 1 – erf(w). Históricos de temperaturas para os três casos são mostrados na Figura 5.7 e as características que os distinguem podem ser observadas. Com uma mudança em forma de degrau na temperatura da superfície, caso 1, temperaturas no interior do meio se aproximam monotonicamente de Ts com o aumento de t, enquanto a magnitude do gradiente de temperatura na superfície e, portanto do fluxo térmico, diminui proporcionalmente a t−1/2. Uma espessura de penetração térmica δp pode ser definida como a profundidade até a qual efeitos significativos na temperatura se propagam no meio. Por exemplo, definido dp como a posição x na qual (T – Ts)/(Ti – Ts) = 0,90, da Equação 5.60 temos que δp = 2,3 .2 Assim, a espessura de penetração térmica aumenta com t1/2 e é maior para materiais com altas difusividades térmicas. Para um fluxo térmico constante na superfície (caso 2), a Equação 5.62 revela que T(0, t) = Ts(t) aumenta monotonicamente com t1/2. Para convecção na superfície (caso 3), a temperatura na superfície e as temperaturas no interior do meio tendem ao valor da temperatura do fluido T∞ com o passar do tempo. À medida que Ts se aproxima de T∞, há, obviamente, uma redução do fluxo térmico na superfície, (t) = h[T∞ – Ts (t)]. Históricos específicos de temperaturas, calculados pela Equação 5.63, estão representados na Figura 5.8. O resultado correspondendo a h = ∞ é equivalente ao associado a uma súbita mudança na temperatura superficial, caso 1. Isto é, para h = ∞, a superfície atinge instantaneamente a temperatura imposta do fluido (Ts = T∞) e, com o segundo termo no lado direito da Equação 5.63 se reduzindo a zero, o resultado é equivalente à Equação 5.60. FIGURA 5.8 Históricos de temperaturas em um sólido semi-infinito com convecção na superfície. Uma permutação interessante do caso 1 ocorre quando dois sólidos semiinfinitos, inicialmente a temperaturas uniformes TA,i e TB,i, têm as suas superfícies livres colocadas em contato (Figura 5.9). Se a resistência de contato for desprezível, a exigência de equilíbrio térmico dita que, no instante do contato (t = 0), as duas superfícies devem assumir a mesma temperatura Ts, para a qual TB,i < Ts < TA,i. Como Ts não varia com o aumento do tempo, tem-se que a resposta térmica transiente e o fluxo térmico na superfície para cada um dos sólidos são determinados pelas Equações 5.60 e 5.61, respectivamente. FIGURA 5.9 Contato interfacial entre dois sólidos semi-infinitos a diferentes temperaturas iniciais. A temperatura superficial de equilíbrio na Figura 5.9 pode ser determinada por um balanço de energia na superfície, que indica que Utilizando a Equação 5.61 para representar ,A e ,B, e reconhecendo que a coordenada do eixo x na Figura 5.9 exige uma mudança de sinal em ,A, tem-se que ou, explicitando Ts, Assim, a grandeza m ≡ (krc)1/2 é um fator de ponderação que determina se Ts se aproximará mais de TA,i(mA > mB) ou de TB,i(mB > mA). EXEMPLO 5.7 Em um dia quente e ensolarado, o deck de concreto ao redor de uma piscina está a uma temperatura de Td = 55°C. Um nadador atravessa o deck seco na direção da piscina. As solas dos pés do nadador, secas, são caracterizadas por uma camada pele/gordura com Lpg = 3 mm de espessura e condutividade térmica kpg = 0,3 W/(m · K). Considere dois tipos de concreto no deck: (i) mistura densa de pedras e (ii) agregado leve de concreto caracterizado por massa específica, calor específico e condutividade térmica de: ral = 1495 kg/m3; cp,al = 880 J/(kg · K); e kal = 0,28 W/(m · K), respectivamente. A massa específica e o calor específico da camada de pele/gordura podem ser aproximados aqueles da água líquida, e esta camada está a uma temperatura inicial de Tpg,i = 37°C. Qual é a temperatura da base dos pés do nadador passado um tempo de t = 1 s? SOLUÇÃO Dados: Temperatura do concreto, temperatura inicial dos pés e espessura da camada pele/gordura na sola do pé. Propriedades da camada pele/gordura e do agregado leve de concreto. Achar: A temperatura da base dos pés do nadador após 1 s. Esquema: Considerações: 1. Condução unidimensional na direção x. 2. Propriedades constantes e uniformes. 3. Resistência de contato desprezível. Propriedades: Tabela A.3, concreto – mistura densa de pedras (T = 300 K): ρmp = 2300 kg/m3; kmp = 1,4 W/(m · K); cmp = 880 J/(kg · K). Tabela A.6, água (T = 310 K): ρpg = 993 kg/m3; cpg = 4178 J/(kg · K). Análise: Se a camada de pele/gordura e o deck forem ambos meios semi-infinitos, da Equação 5.66 a temperatura da superfície Ts é constante quando o pé do nadador estiver em contato com o deck. Para o deck de agregado leve de concreto, a espessura de penetração térmica em t = 1 s é Como a espessura de penetração térmica é relativamente pequena, é razoável supor que o deck de agregado leve se comporte como um meio semi-infinito. Similarmente, a espessura de penetração térmica no concreto denso é δp,mp = 1,91 mm e a espessura de penetração térmica associada à camada de pele/gordura do pé é δp,pg = 0,62 mm. Deste modo, é razoável supor que o deck de concreto denso responde como um meio semi-infinito e, como δp,pg < Lpg, também é correto admitir que a camada de pele/gordura se comporte como um meio semi-infinito. Consequentemente, a Equação 5.66 pode ser usada para determinar a temperatura da superfície do pé do nadador quando exposta aos dois tipos de deck de concreto. Para o agregado leve, Repetindo o cálculo para o concreto denso obtemos Ts,mp = 47,8°C. Comentários: 1. O concreto agregado leve parece mais frio para o nadador em relação ao concreto denso. Especificamente, o aumento de temperatura a partir da temperatura inicial da camada pele/gordura que está associado ao concreto denso é ΔTmp = Tmp – Tpg,i = 47,8°C – 37°C = 10,8°C, enquanto o aumento de temperatura associado ao concreto agregado leve é ΔTal = Tal – Tpg,i = 43,3°C – 37°C = 6,3°C. 2. As espessuras de penetração térmica associadas ao tempo de exposição de t = 1 s são pequenas. Pedras e bolsas de ar no interior do concreto podem ter o mesmo tamanho do que a espessura de penetração térmica, fazendo com que a hipótese de propriedades uniformes seja um tanto questionável. As temperaturas previstas para o pé devem ser vistas como valores representativos. 5.8 Objetos com Temperaturas ou Fluxos Térmicos Constantes na Superfície Nas Seções 5.5 e 5.6, as respostas térmicas transientes de paredes planas, cilindros e esferas em função da aplicação de condições de contorno convectivas foram analisadas em detalhes. Foi chamada a atenção para o fato de que as soluções naquelas seções podem ser usadas para casos envolvendo uma variação degrau na temperatura da superfície, nos quais o número de Biot deve ser considerado infinito. Na Seção 5.7, a resposta de um sólido semi-infinito a uma variação degrau na temperatura da superfície ou a uma aplicação de um fluxo térmico constante foi determinada. Esta seção concluirá nossa discussão da transferência de calor transiente em objetos unidimensionais com condições de contorno de temperatura na superfície constante ou fluxo térmico na superfície constante. Uma variedade de soluções aproximadas é apresentada. 5.8.1 Condições de Contorno de Temperatura Constante Na discussão a seguir, a resposta térmica transiente de objetos a uma variação degrau na temperatura da superfície é analisada. Sólido Semi-Infinito Uma melhor visão da resposta térmica de objetos à aplicação de uma condição de contorno de temperatura constante pode ser obtida ao se escrever o fluxo térmico na Equação 5.61 na forma adimensional na qual Lc é um comprimento característico e q* é a taxa de transferência de calor condutiva adimensional definida na Seção 4.3. A substituição da Equação 5.67 na Equação 5.61 fornece na qual o número de Fourier é definido como Fo ≡ at / L2c. Note que o valor de é independente da escolha do comprimento característico, como tem que ser para um sólido semi-infinito. A Equação 5.68 é representada graficamente na Figura 5.10a e, como q* a Fo−1/2, a inclinação da linha é −1/2 em um gráfico log-log. Transferência de Calor Interna: Parede Plana, Cilindro e Esfera Resultados para a transferência de calor no interior de uma parede plana, cilindro e esfera são também mostrados na Figura 5.10a. Esses resultados são gerados usando a lei de Fourier em conjunto com as Equações 5.42, 5.50 e 5.51 para Bi → ∞. Como nas Seções 5.5 e 5.6, o comprimento característico é Lc = L ou ro para a parede plana de espessura 2L ou para um cilindro (ou esfera) de raio ro, respectivamente. Para cada geometria, q* inicialmente segue a solução do sólido semi-infinito, porém em algum ponto decresce rapidamente na medida em que o objeto se aproxima de sua temperatura de equilíbrio e (t → ∞) → 0. Espera-se que o valor de q* diminua mais rapidamente para geometrias que tenham altas razões entre a área superficial e o volume, e essa tendência está evidente na Figura 5.10a. Transferência de Calor Externa: Várias Geometrias Resultados adicionais são mostrados na Figura 5.10a para um objeto que esteja imerso em um meio exterior (vizinhança) de extensão infinita. O meio infinito está inicialmente a Ti e a temperatura da superfície do objeto é subitamente mudada para Ts. Para os casos exteriores, Lc é o comprimento característico usado na Seção 4.3, ou seja, Lc = (As/4π)1/2. Para a esfera em um meio circundante infinito, a solução exata para q*(Fo) é [7] Como visto na figura, para todos os casos externos q* segue de perto o comportamento da esfera quando a escala de comprimento apropriada é usada em sua definição, não importando a forma do objeto. Além disto, de uma forma consistente com os casos interiores, q* inicialmente segue a solução do sólido semiinfinito. De maneira distinta aos casos internos, q* tende a um valor em regime estacionário não nulo que está listado na Tabela 4.1. Observe que na Equação 5.67 é o fluxo térmico médio na superfície para geometrias que não têm fluxo térmico uniforme na superfície. FIGURA 5.10 Taxa de transferência de calor condutiva adimensional transiente para uma variedade de geometrias. (a) Temperatura constante na superfície. Resultados para as geometrias da Tabela 4.1 estão na região sombreada, retirados de Yovanovich [7]. (b) Fluxo térmico constante na superfície. Como visto na Figura 5.10a, todas as respostas térmicas se juntam a do sólido semi-infinito em tempos próximos ao inicial, isto é, para Fo menores do que aproximadamente 10−3. Essa consistência marcante reflete o fato de que as variações de temperatura estão confinadas em finas camadas adjacentes à superfície de qualquer objeto em tempos pequenos, indiferentemente de ser a transferência de calor de interesse interna ou externa. Consequentemente, em pequenos tempos, as Equações 5.60 e 5.61 podem ser usadas para prever as temperaturas e os fluxos térmicos nas finas regiões adjacentes aos contornos de qualquer objeto. Por exemplo, a previsão de fluxos térmicos locais e temperaturas adimensionais locais usando as soluções para o sólido semi-infinito estão aproximadamente a 5% das previsões obtidas das soluções exatas para os casos de transferência de calor internas e externas envolvendo esferas quando Fo ≤ 10−3. 5.8.2 Condições de Contorno de Fluxo Térmico Constante Quando um fluxo térmico constante na superfície é aplicado em um objeto, há frequentemente interesse no histórico resultante da temperatura na superfície. Nesse caso, o fluxo térmico no numerador da Equação 5.67 é agora uma constante e a diferença de temperaturas no denominador, Ts – Ti, aumenta com o tempo. Sólido Semi-Infinito No caso de um sólido semi-infinito, o histórico da temperatura da superfície pode ser encontrado pelo cálculo da Equação 5.62 em x = 0, que pode ser rearranjada e combinada com a Equação 5.67 para fornecer Como no caso de temperatura constante, q* Fo−1/2, mas com um coeficiente diferente. Resultados da Equação 5.70 são apresentados na Figura 5.10b. Transferência de Calor Interna: Parede Plana, Cilindro e Esfera Um segundo conjunto de resultados é mostrado na Figura 5.10b para os casos no interior da parede plana, do cilindro e da esfera. Como nos resultados para temperatura na superfície constante da Figura 5.10a, q* inicialmente segue a solução do sólido semi-infinito e posteriormente diminui mais rapidamente, com a diminuição ocorrendo primeiro para a esfera, depois para o cilindro e finalmente para a parede plana. Comparada com o caso de temperatura na superfície constante, a taxa na qual q* decresce não é tão drástica, pois condições de regime estacionário não são atingidas; a temperatura na superfície tem que continuar a aumentar com o tempo. Em tempos grandes (altos Fo), a temperatura da superfície aumenta linearmente com o tempo, fornecendo q* Fo−1, com uma inclinação de −1 no gráfico log-log. Transferência de Calor Externa: Várias Geometrias Resultados para a transferência de calor entre uma esfera e um meio exterior infinito são também apresentados na Figura 5.10b. A solução exata para a esfera imersa é Como no caso de temperatura na superfície constante da Figura 5.10a, essa solução tende a um valor estacionário, com q*re = 1. Para objetos de outras formas que se encontram imersos em um meio infinito, q* deve seguir a solução do sólido semiinfinito em pequenos Fo. Para maiores Fo, q* tem que assintoticamente tender para os valores de q*re dados na Tabela 4.1, nos quais Ts na Equação 5.67 é a temperatura superficial média para geometrias que têm temperaturas não uniformes na superfície. 5.8.3 Soluções Aproximadas Expressões simples foram desenvolvidas para q*(Fo) [8]. Essas expressões podem ser usadas para aproximar todos os resultados incluídos na Figura 5.10 em toda a faixa de Fo. Essas expressões estão listadas na Tabela 5.2, juntamente com as correspondentes soluções exatas. A Tabela 5.2a é para o caso da temperatura na superfície constante, enquanto a Tabela 5.2b é para a situação de fluxo térmico na superfície constante. Para cada geometria listada na coluna à esquerda, as tabelas fornecem a escala de comprimento a ser usada nas definições de Fo e q*, a solução exata para q*(Fo), a solução aproximada para tempos pequenos (Fo < 0,2) e para tempos grandes (Fo ≥ 0,2), e o erro percentual máximo associado ao uso das aproximações (que ocorre em Fo ≈ 0,2 para todos os resultados, exceto para o lado externo da esfera com fluxo térmico constante). TABELA 5.2a Resumo de resultados para a transferência de calor transiente para casos de temperaturas superficiais constantes a [8] TABELA 5.2b Resumo de resultados para a transferência de calor transiente para casos de fluxo térmico nas superfícies constantes a [8] EXEMPLO 5.8 Deduza uma expressão para a razão entre a quantidade total de calor transferida das superfícies isotérmicas de uma parede plana para o seu interior e a quantidade máxima possível, Q/Qo, que seja válida para Fo < 0,2. Represente os seus resultados em termos do número de Fourier, Fo. SOLUÇÃO Dados: Parede plana com temperaturas superficiais constantes. Achar: Expressão para Q/Qo como uma função de Fo = αt/L2. Esquema: Considerações: 1. Condução unidimensional. 2. Propriedades constantes. 3. Validade da solução aproximada da Tabela 5.2a. Análise: Da Tabela 5.2a para uma parede plana com espessura 2L e Fo < 0,2; Combinando as equações anteriores, obtemos Reconhecendo que Q é o calor acumulado que entrou na parede até o tempo t, podemos escrever Comentários: 1. A solução exata de Q/Qo para pequenos números de Fourier envolve muitos termos que deveriam ser avaliados na expressão em forma de série infinita. O uso da solução aproximada simplifica consideravelmente o cálculo de Q/Qo. 2. Para Fo = 0,2; Q/Qo ≈ 0,5. Aproximadamente a metade da mudança total possível na energia térmica da parede plana ocorre para Fo ≤ 0,2. 3. Embora o número de Fourier possa ser visto como um tempo adimensional, ele tem uma interpretação física importante em problemas envolvendo transferência de calor por condução através de sólidos concorrente com o armazenamento de energia térmica pelo sólido. Especificamente, como sugerido pela solução, o número de Fourier fornece uma medida da quantidade de energia armazenada no sólido em qualquer tempo. EXEMPLO 5.9 Um tratamento de câncer proposto utiliza nanocápsulas de material compósito, cujos tamanho e composição são cuidadosamente determinados de modo que as partículas absorvam eficientemente irradiação laser com comprimentos de onda específicos [9]. Antes do tratamento, anticorpos são aderidos às nanopartículas. As partículas dopadas são, então, injetadas na corrente sanguínea do paciente e são distribuídas em todo o corpo. Os anticorpos são atraídos para os locais malignos e, consequentemente, carregam e aderem as nanocápsulas somente nos tecidos cancerosos. Após as partículas estacionarem no interior do tumor, um feixe de laser penetra através do tecido entre a pele e o câncer e é absorvido pelas nanocápsulas, que por sua vez se aquecem e destroem os tecidos cancerosos. Considere um tumor aproximadamente esférico com diâmetro Dt = 3 mm que está uniformemente infiltrado com nanocápsulas que têm alto poder de absorção da radiação laser vinda de uma fonte externa ao corpo do paciente. 1. Estime a taxa de transferência de calor do tumor para o tecido sadio vizinho para uma temperatura de tratamento em regime estacionário de Tt,re = 55°C na superfície do tumor. A condutividade térmica do tecido sadio é aproximadamente k = 0,5 W/(m · K) e a temperatura do corpo é Tc = 37°C. 2. Ache a potência do laser necessária para sustentar a temperatura da superfície do tumor a Tt,re = 55°C, se o tumor estiver localizado d = 20 mm abaixo da superfície da pele e se o fluxo térmico do laser decair exponencialmente, (x) = ,o (1 – ρ) exp (–κx), entre a superfície do corpo e o tumor. Na expressão anterior, é o fluxo térmico do laser fora do corpo, ρ = 0,05 é a refletividade da superfície da pele, e κ = 0,02 mm−1 é o coeficiente de extinção do tecido entre o tumor e a superfície da pele. O feixe de laser tem um diâmetro de Dl = 5 mm. 3. Desprezando a transferência de calor para o tecido vizinho, estime o tempo necessário para a temperatura do tumor estar a 3°C de Tt,re = 55°C, para a potência encontrada na parte 2. Suponha que a massa específica e o calor específico do tecido sejam iguais aos da água. 4. Desprezando a capacitância térmica do tumor, mas levando em conta a transferência de calor para o tecido vizinho, estime o tempo necessário para a temperatura da superfície do tumor atingir Tt = 52°C. SOLUÇÃO Dados: Tamanho de uma pequena esfera; condutividade térmica, refletividade e coeficiente de extinção do tecido; profundidade da esfera abaixo da superfície da pele. Achar: 1. Calor transferido do tumor para manter sua temperatura superficial a Tt,re = 55°C. 2. Potência do laser necessária para manter a temperatura superficial do tumor a Tt,re = 55°C. 3. Tempo para o tumor alcançar Tt = 52°C quando a transferência de calor para o tecido vizinho é desprezada. 4. Tempo para o tumor alcançar Tt = 52°C quando a transferência de calor para o tecido vizinho é considerada e a capacitância térmica do tumor é desprezada. Esquema: Considerações: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Condução unidimensional na direção radial. Propriedades constantes. Tecido sadio pode ser tratado como um meio infinito. Tumor em tratamento absorve toda a irradiação incidente vinda do laser. Comportamento de capacitância global para o tumor. Efeitos potenciais da transferência de calor em nanoescala desprezados. Efeitos da perfusão desprezados. Propriedades: Tabela A.6, água (320 K, suposta): 4180 J/(kg · K). = 989,1 kg/m3, cp = Análise: 1. A perda de calor em regime estacionário no tumor esférico pode ser determinada pelo cálculo da taxa de transferência de calor adimensional com a expressão para o caso 12 da Tabela 4.1: 2. A irradiação do laser será absorvida com base na área projetada do tumor, . Para determinar a potência do laser correspondente a q = 0,170 W, em primeiro lugar escrevemos um balanço de energia para a esfera. Para uma superfície de controle ao redor da esfera, a energia absorvida da irradiação do laser é equilibrada pela condução do calor para o tecido sadio, q = 0,170 W ≈ (x = d) , com (x = d) o (1 – ρ) exp (–κd) e a potência do laser é Pl = . Desse modo, 3. O balanço de energia geral via capacitância global, Equação 5.14, pode ser escrito na forma Separando variáveis e integrando entre os limites apropriados, obtém-se ou 4. Usando a Equação 5.71, que pode ser resolvida por tentativa e erro para fornecer Fo = 10,3 = . Então, com α = k/(ρcp) = 0,50 W/(m · K)/(989,1 kg/m3 × 4180 J/(kg · K)) = 1,21 × 10−7 m2/s, encontramos Comentários: 1. A análise não leva em conta a perfusão do sangue. O escoamento do sangue levaria à advecção de fluido quente para fora do tumor (e sangue relativamente frio da vizinhança do tumor), aumentando a potência necessária para atingir a temperatura de tratamento desejada. 2. A potência do laser requerida para tratar tumores de vários tamanhos, calculada como nas partes 1 e 2 da solução do problema, é mostrada a seguir. Note que, na medida em que os tumores se tornam menores, um laser com maior potência é necessário, o que pode parecer contrário à intuição. A potência necessária para aquecer o tumor, que é igual à perda de calor calculada na parte 1, aumenta na proporção direta do diâmetro, como deveria ser esperado. Entretanto, como o fluxo de potência do laser permanece constante, um tumor menor não pode absorver tanta energia (a energia absorvida depende de ). Uma menor parcela da potência total do laser é utilizada para aquecer o tumor e a potência requerida do laser aumenta para tumores menores. 3. Para determinar o tempo real necessário para a temperatura do tumor se aproximar das condições de regime estacionário, uma solução numérica da equação da difusão do calor aplicada no tecido vizinho, acoplada a uma solução para o histórico da temperatura no interior do tumor, seria necessária. Contudo, vemos que significativamente mais tempo é necessário para o tecido vizinho alcançar condições de regime estacionário do que para aumentar a temperatura do tumor esférico isolado. Isto é devido ao fato de que maiores temperaturas se propagam para dentro de um grande volume quando o aquecimento do tecido vizinho é considerado, enquanto, em contraste, a capacitância térmica do tumor é limitada pelo seu tamanho. Consequentemente, o tempo real para aquecer tanto o tumor e quanto o tecido vizinho será um pouco superior aos 192 s. 4. Como as temperaturas provavelmente aumentam a uma distância considerável do tumor, a hipótese de que a vizinhança tem tamanho infinito deveria ser verificada pela inspeção dos resultados da solução numérica proposta apresentada no Comentário 3. 5.9 Aquecimento Periódico Na discussão anterior sobre transferência de calor transiente, consideramos objetos que têm condições de contorno envolvendo temperatura superficial constante ou fluxo térmico constante na superfície. Em muitas aplicações práticas as condições de contorno não são constantes e soluções analíticas foram obtidas para situações nas quais as condições variam com o tempo. Uma situação envolvendo condições de contorno não constantes é o aquecimento periódico, que descreve várias aplicações, tais como o processamento térmico de materiais usando lasers pulsantes, também ocorrendo naturalmente em situações como aquelas envolvendo a coleta de energia solar. Considere, por exemplo, o sólido semi-infinito da Figura 5.11a. Para um histórico da temperatura da superfície descrito por T( 0, t) = Ti + Δt sen(ωt), a solução da Equação 5.29 sujeita à condição de contorno interior dada pela Equação 5.56 é Essa solução se aplica após ter passado um tempo suficiente para fornecer um estado quase estacionário no qual todas as temperaturas flutuam periodicamente ao redor de um valor médio que não varia com o tempo. Em locais no sólido, as flutuações têm um atraso no tempo relativo à temperatura na superfície. Além disso, a amplitude das flutuações no interior do material decai exponencialmente com a distância da superfície. De forma consistente com a definição anterior de espessura de penetração térmica, δp pode ser definida como a posição x na qual a amplitude das flutuações de temperatura é reduzida em aproximadamente 90% em relação à amplitude na superfície. Isto resulta em δp = 4 . O fluxo térmico na superfície pode ser determinado pela aplicação da lei de Fourier em x = 0, fornecendo A Equação 5.73 revela que o fluxo térmico na superfície é periódico, com um valor médio no tempo igual a zero. Aquecimento periódico pode também ocorrer em arranjos bi e tridimensionais, como mostrado na Figura 5.11b. Lembre-se de que, para esta geometria, um estado estacionário pode ser alcançado com aquecimento constante da lâmina posicionada sobre um sólido semi-infinito (Tabela 4.1, caso 13). De uma maneira similar, um estado quase estacionário pode ser obtido quando um aquecimento senoidal (qs = Δqs + Δqs sen(wt)) é aplicado na lâmina. Novamente, um estado quase estacionário é obtido no qual todas as temperaturas flutuam ao redor de um valor médio que não varia com o tempo. FIGURA 5.11 Esquema de (a) sólido semi-infinito, unidimensional, aquecido periodicamente e (b) uma lâmina aquecida periodicamente e presa a um sólido semi-infinito. A solução da equação da difusão do calor bidimensional transiente para a configuração bidimensional mostrada na Figura 5.11b foi obtida, e a relação entre a amplitude do aquecimento senoidal aplicada e a amplitude da resposta da temperatura da lâmina aquecida pode ser aproximada por [10] na qual a constante C1 depende da resistência térmica de contato na interface entre a lâmina aquecida e o material sob ela. Note que a amplitude da flutuação da temperatura, ΔT, corresponde à temperatura média no espaço da lâmina retangular de comprimento L e largura w. Supõe-se que o fluxo térmico da lâmina para o meio semi-infinito seja espacialmente uniforme. A aproximação é válida para L w. Para o sistema da Figura 5.11b, a espessura de penetração térmica é menor do que aquela da Figura 5.11a, em função do espalhamento lateral da energia térmica, e é igual a δp ≈ . EXEMPLO 5.10 Um material dielétrico nanoestruturado foi fabricado e o método a seguir é usado para medir a sua condutividade térmica. Uma longa lâmina metálica, com 3000 angstroms de espessura, w = 100 μm de largura e L = 3,5 mm de comprimento, é depositada por uma técnica de fotolitografia na superfície superior de uma amostra do novo material com d = 300 μm de espessura. A lâmina é aquecida periodicamente por uma corrente elétrica fornecida por dois conectores. A taxa de aquecimento é qs(t) = Δqs + Δqs sen(vt), sendo Δqs igual a 3,5 mW. A temperatura média espacial instantânea da lâmina metálica é determinada experimentalmente pela medida da variação no tempo de sua resistência elétrica, R(t) = E(t)/I(t), e pelo conhecimento de como a resistência elétrica do metal varia com a temperatura. A temperatura medida da lâmina metálica é periódica; ela tem uma amplitude de ΔT = 1,37 K a uma frequência de aquecimento relativamente baixa de ω = 2π rad/s e 0,71 K a uma frequência de 200π rad/s. Determine a condutividade térmica do material dielétrico nanoestruturado. A massa específica e o calor específico da versão convencional do material são 3100 kg/m3 e 820 J/(kg · K), respectivamente. SOLUÇÃO Dados: Dimensões de uma lâmina metálica delgada, a frequência e a amplitude da potência elétrica dissipada na lâmina, a amplitude das oscilações induzidas na temperatura da lâmina e a espessura do material nanoestruturado sob a lâmina. Achar: A condutividade térmica do material nanoestruturado. Esquema: Considerações: 1. Condução bidimensional transiente nas direções x e z. 2. Propriedades constantes. 3. Perdas por radiação e convecção desprezíveis na lâmina metálica e na superfície superior da amostra. 4. A amostra do material nanoestruturado é um sólido semi-infinito. 5. Fluxo térmico uniforme na interface entre a lâmina aquecida e o material nanoestruturado. Análise: A substituição de ΔT = 1,37 K a ω = 2π rad/s e ΔT = 0,71 K a ω = 200π rad/s na Equação 5.74 resulta em duas equações que podem ser resolvidas simultaneamente para fornecer A difusividade térmica é α = 4,37 × 10−7 m2/s, enquanto as espessuras de penetração térmica são estimadas por δp ≈ , resultando em δp = 260 μm e δp = 26 μm a ω = 2π rad/s e ω = 200π rad/s, respectivamente. Comentários: 1. A técnica experimental anterior, que é amplamente usada para medir a condutividade térmica de dispositivos em microescala e materiais nanoestruturados, é chamada de método 3 ω [10]. 2. Como esta técnica está baseada na medida de uma temperatura que flutua ao redor de um valor médio que é aproximadamente o mesmo da temperatura da vizinhança, o valor medido de k é relativamente não influenciado por perdas por transferência de calor radiante na parte superior da lâmina metálica. Da mesma maneira, a técnica não é influenciada por resistências térmicas de contato que podem existir na interface entre a lâmina sensora e o material sob ela, pois esses efeitos se anulam quando medidas são feitas em duas frequências de excitação diferentes [10]. 3. O calor específico e a massa específica não dependem fortemente da nanoestrutura da maioria dos sólidos e as propriedades do material convencional podem ser usadas. 4. A espessura de penetração térmica é menor do que a espessura da amostra. Consequentemente, o tratamento da amostra como um sólido semi-infinito é uma abordagem válida. Amostras mais finas poderiam ser utilizadas desde que maiores frequências de aquecimento fossem empregadas. 5.10 Métodos de Diferenças Finitas Soluções analíticas para problemas transientes estão restritas a geometrias e condições de contorno simples, como os casos unidimensionais analisados nas seções anteriores. Para algumas geometrias bi e tridimensionais simples, soluções analíticas ainda são possíveis. Contudo, em muitos casos, a geometria e/ou as condições de contorno descartam totalmente a possibilidade do uso de técnicas analíticas, tornando necessária a utilização de métodos de diferenças finitas (ou elementos finitos). Tais métodos, apresentados na Seção 4.4 para condições de regime estacionário, são facilmente estendidos para problemas transientes. Nesta seção, analisamos formas explícitas e implícitas de soluções por diferenças finitas para problemas de condução transiente. 5.10.1 Discretização da Equação do Calor: O Método Explícito Novamente considere o sistema bidimensional da Figura 4.4. Sob condições transientes com propriedades constantes e na ausência de geração interna, a forma apropriada da equação do calor, Equação 2.21, é Para obter a forma em diferenças finitas dessa equação, podemos usar as aproximações por diferença central para as derivadas espaciais representadas pelas Equações 4.27 e 4.28. Mais uma vez, os índices subscritos m e n podem ser usados para designar as posições dos pontos nodais discretos em relação aos eixos x e y. Entretanto, além de ser discretizado no espaço, o problema também deve ser discretizado no tempo. O inteiro p é introduzido com esse propósito, sendo e a aproximação em diferenças finitas para a derivada em relação ao tempo na Equação 5.75 é representada por O índice sobrescrito p é usado para indicar a dependência temporal da temperatura T e a derivada em relação ao tempo é expressa em termos da diferença entre as temperaturas associadas aos instantes de tempo novo (p + 1) e anterior (p). Assim, os cálculos devem ser efetuados em instantes de tempo sucessivos separados por um intervalo de tempo Δt. Do mesmo modo que a solução por diferenças finitas no espaço se limita à determinação da temperatura em pontos discretos, este procedimento também está restrito a determinação da temperatura em pontos discretos no tempo. Se a Equação 5.77 for substituída na Equação 5.75, a natureza da solução por diferenças finitas dependerá do instante de tempo específico no qual as temperaturas estão sendo determinadas nas aproximações por diferenças finitas para as derivadas espaciais. Na solução pelo método explícito, essas temperaturas são avaliadas no instante de tempo anterior (p). Assim, a Equação 5.77 é considerada uma aproximação por diferença adiantada para a derivada em relação ao tempo. Determinando os termos do lado direito das Equações 4.27 e 4.28 em p e substituindo na Equação 5.75, a forma explícita da equação de diferenças finitas para o nó interior (m, n) é Explicitando a temperatura nodal no novo instante de tempo (p + 1) e considerando que Δx = Δy, tem-se que na qual Fo é uma forma em diferenças finitas do número de Fourier Essa abordagem pode ser facilmente estendida para sistemas uni ou tridimensionais. Se o sistema for unidimensional em x, a forma explícita da equação de diferenças finitas para um nó interior m se reduz a As Equações 5.79 e 5.81 são explícitas porque as temperaturas nodais desconhecidas para o novo instante de tempo são determinadas exclusivamente por temperaturas nodais conhecidas no instante de tempo anterior. Dessa maneira, o cálculo das temperaturas desconhecidas é direto. Uma vez que a temperatura em cada um dos nós interiores é conhecida em t = 0 (p = 0) em função das condições iniciais estipuladas, os cálculos começam em t = Δt (p = 1), sendo que as Equações 5.79 ou 5.81 são utilizadas em cada nó interior para determinar a sua temperatura. Com as temperaturas conhecidas em t = Δt, a equação de diferenças finitas apropriada é, então, utilizada em cada nó para determinar a sua temperatura em t = 2πt (p = 2). Dessa forma, a distribuição de temperaturas transiente é obtida avançando no tempo, usando intervalos de Δt. A precisão da solução por diferenças finitas pode ser melhorada pela diminuição dos valores de Δx e Δt. Obviamente, o número de pontos nodais interiores a serem considerados aumenta à medida que Δx diminui e o número de intervalos de tempo necessários para desenvolver a solução até um dado instante de tempo final aumenta com a diminuição de Δt. Assim, o tempo de computação aumenta com a diminuição de Δx e Δt. A escolha de Δx é tipicamente baseada no compromisso entre a precisão e as exigências computacionais. Entretanto, uma vez feita essa seleção, o valor de Δt não pode ser escolhido independentemente. Ao contrário, o valor de Δt é determinado por exigências de estabilidade. Uma característica indesejada do método explícito é que ele não é incondicionalmente estável. Em um problema transiente, a solução para as temperaturas nodais deve, com o avanço do tempo, se aproximar continuamente de valores finais (do regime estacionário). No entanto, com o método explícito, essa solução pode ser caracterizada por oscilações induzidas numericamente, que são fisicamente impossíveis. As oscilações podem se tornar instáveis, fazendo com que a solução divirja das condições reais do regime estacionário. Para evitar esses resultados errados, o valor especificado para Δt deve ser mantido abaixo de um certo limite, que depende de Δx e de outros parâmetros do sistema. Essa dependência é chamada de critério de estabilidade, que pode ser obtido matematicamente ou demonstrado a partir de um argumento termodinâmico (veja o Problema 5.108). Para os problemas de interesse neste texto, o critério é determinado pela exigência de que o coeficiente associado ao nó de interesse no instante anterior seja maior ou igual a zero. Em geral, isso é feito agrupando-se todos os termos que envolvem para obter a forma do coeficiente. Esse resultado é então usado na obtenção de uma relação limite envolvendo Fo, a partir da qual o valor máximo permissível de Δt pode ser determinado. Por exemplo, com as Equações 5.79 e 5.81 já escritas na forma desejada, segue-se que o critério de estabilidade para um nó interior unidimensional é (1 – 2Fo) ≥ 0, ou e para um nó bidimensional, ele é (1 2 4Fo) ≥ 0, ou Para valores especificados de Δx e α, esses critérios podem ser usados para determinar limites superiores para o valor de Δt. As Equações 5.79 e 5.81 podem, também, ser deduzidas pela aplicação do método do balanço de energia da Seção 4.4.3 em um volume de controle ao redor do nó interior. Levando em consideração mudanças na energia térmica acumulada, uma forma geral da equação do balanço de energia pode ser representada por Com o objetivo de adotar uma metodologia consistente, mais uma vez considera-se que todos os fluxos de calor estejam direcionados para o interior do nó. Para ilustrar a utilização da Equação 5.84, considere o nó na superfície do sistema unidimensional mostrado na Figura 5.12. Para determinar com maior precisão as condições térmicas próximas à superfície, foi atribuída a esse nó uma espessura que equivale à metade da espessura dos nós interiores. Considerando transferência de calor por convecção de um fluido adjacente e geração nula, tem-se da Equação 5.84 que ou, explicitando a temperatura na superfície em t + Δt, Reconhecendo que (2hΔt/(ρcΔx)) = 2(hΔx/k)(αΔt/Δx2) = 2 Bi Fo e agrupando os termos envolvendo , tem-se que A forma em diferenças finitas do número de Biot é FIGURA 5.12 Nó na superfície com convecção e condução transiente unidimensional. Relembrando o procedimento para determinar o critério de estabilidade, exigimos que o coeficiente de seja maior ou igual a zero. Deste modo 1 − 2Fo − 2Bi Fo ≥ 0 ou Como a solução completa por diferenças finitas requer o uso da Equação 5.81 para os nós interiores, bem como o da Equação 5.85 para o nó na superfície, a Equação 5.87 deve ser comparada à Equação 5.82 para determinar qual exigência é mais restritiva. Como Bi ≥ 0, fica evidente que o valor limite para Fo estabelecido pela Equação 5.87 é menor do que o para a Equação 5.82. Portanto, para assegurar estabilidade em todos os nós, a Equação 5.87 deve ser usada para selecionar o valor máximo permissível para Fo, e, consequentemente, para Δt, a ser utilizado nos cálculos. Formas da equação de diferenças finitas explícita para várias geometrias usuais são apresentadas na Tabela 5.3a. Cada equação pode ser deduzida pela aplicação do método do balanço de energia em um volume de controle ao redor do nó correspondente. Para desenvolver confiança na sua habilidade de aplicar esse método, você deve tentar verificar pelo menos uma dessas equações. TABELA 5.3 Equações de diferenças finitas bidimensionais transientes (Δx = Δy) EXEMPLO 5.11 Um elemento combustível de um reator nuclear tem a forma de uma parede plana com espessura 2L = 20 mm e é resfriado por convecção em ambas as superfícies, com h = 1100 W/(m2 · K) e T∞ = 250°C. Na potência normal de operação, calor é gerado uniformemente no interior do elemento a uma taxa volumétrica de 1 = 107 W/m3. Um desvio das condições estacionárias associadas à operação normal do sistema irá ocorrer se houver uma mudança na taxa de geração. Considere uma mudança súbita nesta taxa para 2 = 2 × 107 W/m3 e use o método de diferenças finitas explícito para determinar a distribuição de temperaturas no elemento combustível após 1,5 s. As propriedades térmicas do elemento combustível são k = 30 W/(m · K) e α = 5 × 10−6 m2/s. SOLUÇÃO Dados: Condições associadas à geração de calor em um elemento combustível retangular com resfriamento na superfície. Achar: Distribuição de temperaturas 1,5 s após uma mudança na potência de operação. Esquema: Considerações: 1. Condução unidimensional em x. 2. Geração uniforme. 3. Propriedades constantes. Análise: Uma solução numérica será obtida usando-se um incremento no espaço de Δx = 2 mm. Como há simetria em relação ao plano central, a rede nodal fornece seis temperaturas nodais desconhecidas. Usando-se o método do balanço de energia, Equação 5.84, uma equação de diferenças finitas explícita pode ser deduzida para qualquer nó interior m. Explicitando e rearranjando, Essa equação pode ser usada para o ponto nodal 0, com = +1, bem como para os pontos nodais 1, 2, 3 e 4. Aplicando a conservação de energia para um volume de controle ao redor do ponto nodal 5, ou Como o critério de estabilidade mais restritivo está associado à Equação 2, selecionamos Fo a partir da exigência de que Assim, com tem-se que Fo ≤ 0,466 ou Para estar bem dentro do limite de estabilidade, selecionamos Δt = 0,3 s, o que corresponde a Substituindo os valores numéricos, incluindo nodais se tornam = 2 = 2 × 107 W/m3, as equações Para iniciar a solução evolutiva no tempo, a distribuição inicial de temperaturas deve ser conhecida. Essa distribuição é dada pela Equação 3.47, com = 1. Obtendo-se Ts = T5 na Equação 3.51, tem-se, então, que As temperaturas calculadas para os pontos nodais de interesse são mostradas na primeira linha da tabela a seguir. Registro das Temperaturas Nodais p t(s) T0 T1 T2 T3 T4 T5 0 0 357,58 356,91 354,91 351,58 346,91 340,91 1 0,3 358,08 357,41 355,41 352,08 347,41 341,41 2 0,6 358,58 357,91 355,91 352,58 347,91 341,88 3 0,9 359,08 358,41 356,41 353,08 348,41 342,35 4 1,2 359,58 358,91 356,91 353,58 348,89 342,82 5 1,5 360,08 359,41 357,41 354,07 349,37 343,27 ∞ ∞ 465,15 463,82 459,82 453,15 443,82 431,82 Usando as equações de diferenças finitas, as temperaturas nodais podem ser calculadas sequencialmente com um incremento de tempo de 0,3 s até que se atinja o instante final desejado. Os resultados são apresentados nas linhas 2 a 6 da tabela e podem ser comparados com a nova condição de regime estacionário (linha 7), que foi obtida utilizando-se as Equações 3.47 e 3.51 com = 2. Comentários: 1. Fica evidente que, em t = 1,5 s, a parede se encontra no estágio inicial do processo transiente e que muitos cálculos adicionais teriam que ser efetuados até a solução atingir as condições de regime estacionário através do método das diferenças finitas. O tempo de computação poderia ser ligeiramente reduzido usando-se o incremento máximo de tempo permitido (Δt = 0,373 s), porém com alguma perda de precisão. Com o objetivo de maximizar a precisão, o intervalo de tempo deveria ser reduzido até que os resultados calculados se tornassem independentes de reduções adicionais em Δt. Estendendo a solução por diferenças finitas, o tempo necessário para se atingir a nova condição de regime estacionário pode ser determinado. Históricos de temperaturas calculados nos nós no plano central (0) e na superfície (5) têm as formas mostradas a seguir. Com temperaturas no regime estacionário de T0 = 465,15°C e T5 = 431,82°C, fica evidente que a nova condição de equilíbrio é atingida 250 s após o degrau na potência de operação. 2. Este problema pode ser resolvido usando na seção avançada (Advanced) do IHT Tools, Finite-Difference Equations, One-Dimensional, Transient, disponível no site da LTC Editora. O problema também pode ser resolvido usando o Finite- Element Heat Transfer (FEHT). 5.10.2 Discretização da Equação do Calor: O Método Implícito No esquema explícito de diferenças finitas, a temperatura em qualquer ponto nodal em t + Δt pode ser calculada a partir do conhecimento das temperaturas no próprio ponto nodal e nos pontos nodais vizinhos no instante anterior t. Assim, a determinação de uma temperatura nodal em algum tempo é independente das temperaturas nos outros pontos nodais no mesmo instante. Embora o método ofereça vantagens computacionais, ele apresenta limitações na seleção do Δt. Para um dado incremento no espaço, o incremento no tempo deve ser compatível com as exigências de estabilidade. Com frequência, isso obriga à utilização de valores para Δt extremamente pequenos, e um número muito grande de intervalos de tempo pode ser necessário na obtenção de uma solução. Uma redução no tempo computacional pode frequentemente ser obtida com o emprego de um esquema de diferenças finitas implícito, no lugar do esquema explícito. A forma implícita da equação de diferenças finitas pode ser deduzida utilizando-se a Equação 5.77 para aproximar a derivada no tempo, enquanto todas as outras temperaturas são determinadas no novo instante (p + 1), em vez de no tempo anterior (p). A Equação 5.77 é então considerada para fornecer uma aproximação por diferença atrasada da derivada em relação ao tempo. Em contraste com a Equação 5.78, a forma implícita da equação de diferenças finitas para um ponto nodal interior em um sistema bidimensional é, então, Rearranjando e considerando Δx = Δy, tem-se que A partir da Equação 5.95 fica evidente que a nova temperatura no nó (m, n) depende das novas temperaturas nos seus nós adjacentes, que são, em geral, desconhecidas. Assim, para determinar as temperaturas nodais desconhecidas em t + Δt, as equações nodais correspondentes devem ser resolvidas simultaneamente. Tal solução pode ser efetuada usando-se a iteração de Gauss-seidel ou a inversão de matrizes, como discutido na Seção 4.5 e no Apêndice D. A solução evolutiva envolveria, então, a resolução simultânea das equações nodais em cada tempo t = Δt, 2Δt,…, até que o instante final desejado seja atingido. Em relação ao método explícito, a formulação implícita tem a importante vantagem de ser incondicionalmente estável. Isto é, a solução permanece estável para todos os intervalos no espaço e de tempo, não havendo restrições em Δx e Δt. Como maiores valores de Δt podem ser, consequentemente, empregados com um método implícito, os tempos de computação podem frequentemente ser reduzidos, com pequena perda de precisão. Todavia, para maximizar a precisão, Δt deve ser suficientemente pequeno para assegurar que os resultados sejam independentes de mais reduções no seu valor. A forma implícita da equação de diferenças finitas pode também ser deduzida através do método do balanço de energia. Para o ponto nodal na superfície da Figura 5.12, pode-se facilmente mostrar que Para qualquer ponto nodal interior na Figura 5.12, também pode ser mostrado que Formas da equação de diferenças finitas implícita para outras geometrias comuns estão apresentadas na Tabela 5.3b. Cada equação pode ser deduzida usando-se o método do balanço de energia. EXEMPLO 5.12 Uma chapa espessa de cobre, inicialmente a uma temperatura uniforme de 20°C, é subitamente exposta à radiação em uma superfície de tal forma que um fluxo térmico líquido é mantido a um valor constante de 3 × 105 W/m2. Usando as técnicas explícita e implícita de diferenças finitas com um incremento no espaço de Δx = 75 mm, determine a temperatura na superfície irradiada e em um ponto interior a 150 mm da superfície, passados 2 min do início da exposição à radiação. Compare os resultados com aqueles obtidos com uma solução analítica apropriada. SOLUÇÃO Dados: Chapa espessa de cobre, inicialmente a uma temperatura uniforme, é submetida a um fluxo térmico líquido constante em uma superfície. Achar: 1. Usando o método de diferenças finitas explícito, determine as temperaturas na superfície e a 150 mm da superfície, 2 min após o início da exposição. 2. Repita os cálculos usando o método de diferenças finitas implícito. 3. Determine as mesmas temperaturas analiticamente. Esquema: Considerações: 1. Condução unidimensional em x. 2. Para a solução analítica, a chapa espessa pode ser aproximada por um meio semi-infinito com fluxo térmico constante na superfície. Para as soluções por diferenças finitas, a implementação da condição de contorno T(x → ∞) = Ti será discutida a seguir neste exemplo. 3. Propriedades constantes. Propriedades: Tabela A.1, cobre (300 K): k = 401 W/(m · K), α = 117 × 10 −6 m2/s. Análise: 1. Uma forma explícita da equação de diferenças finitas para o nó da superfície pode ser obtida aplicando-se um balanço de energia em um volume de controle ao redor desse nó. ou A equação de diferenças finitas para qualquer nó interior é dada pela Equação 5.81. Tanto o nó da superfície quanto os nós interiores são regidos pelo critério de estabilidade Observando que as equações de diferenças finitas são simplificadas com a escolha do valor máximo permitido para Fo, selecionamos Fo = ½. Assim, Com as equações de diferenças finitas se tornam para os nós na superfície e interiores, respectivamente. Efetuando os cálculos, os resultados estão na tabela a seguir: Solução por Diferenças Finitas, Método Explícito, para Fo = 1/2 p t(s) T0 T1 T2 T3 T4 0 0 20 20 20 20 20 1 24 76,1 20 20 20 20 2 48 76,1 48,1 20 20 20 3 72 104,2 48,1 34,0 20 20 4 96 104,2 69,1 34,0 27,0 20 5 120 125,2 69,1 48,1 27,0 23,5 Após 2 min, a temperatura na superfície e a temperatura interior desejada são T0 = 125,3°C e T2 = 48,1°C. Pode ser visto na solução explícita por diferenças finitas que, com cada incremento sucessivo no tempo, uma nova temperatura nodal sai do seu valor inicial. Por esta razão, não é necessário implementar formalmente a segunda condição de contorno, T(x → ∞) = Ti. Note também que o cálculo de temperaturas idênticas em instantes sucessivos em um mesmo nó é uma característica do uso do valor máximo permitido para Fo com a técnica explícita de diferenças finitas. A condição física real é, obviamente, uma na qual a temperatura muda continuamente com o tempo. Este fato é eliminado e a precisão dos cálculos melhorada com a redução no valor de Fo. Para determinar a extensão da melhora na precisão com a redução de Fo, refazemos os cálculos com Fo = 1/4 (Δt = 12 s). As equações de diferenças finitas têm, então, a forma e os resultados dos cálculos são apresentados na tabela a seguir: Solução por Diferenças Finitas, Método Explícito, para Fo = 1/4 p t(s) T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 0 0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 1 12 48,1 20 20 20 20 20 20 20 20 2 24 62,1 27,0 20 20 20 20 20 20 20 3 36 72,6 34,0 21,8 20 20 20 20 20 20 4 48 81,4 40,6 24,4 20,4 20 20 20 20 20 5 60 89,0 46,7 27,5 21,3 20,1 20 20 20 20 6 72 95,9 52,5 30,7 22,5 20,4 20,0 20 20 20 7 84 102,3 57,9 34,1 24,1 20,8 20,1 20,0 20 20 8 96 108,1 63,1 37,6 25,8 21,5 20,3 20,0 20,0 20 9 108 113,6 67,9 41,0 27,6 22,2 20,5 20,1 20,0 20,0 10 120 118,8 72,6 44,4 29,6 23,2 20,8 20,2 20,0 20,0 Após 2 min, as temperaturas desejadas são T0 = 118,8°C e T2 = 44,4°C. Comparando esses resultados com os obtidos para Fo = 1/2, fica claro que a redução do Fo elimina o problema das temperaturas repetidas. Também previmos uma maior penetração térmica (até o nó 6 em vez de até o nó 3). Uma avaliação da melhora na precisão será feita mais tarde, através da comparação com uma solução exata. Na ausência de uma solução exata, o valor de Fo poderia ser sucessivamente reduzido até que os resultados fiquem independentes de Fo. 2. Efetuando um balanço de energia em um volume de controle ao redor do nó na superfície, a forma implícita da equação de diferenças finitas é ou Escolhendo arbitrariamente Fo = 1/2 (Δt = 24 s), tem-se que Da Equação 5.97, a equação de diferenças finitas para qualquer nó interior tem então a forma Em contraste com o método explícito, o método implícito requer a solução simultânea das equações nodais para todos os pontos nodais no tempo p + 1. Assim, o número de nós sendo considerados deve estar limitado a um número finito e uma condição de contorno tem que ser aplicada no último nó. O número de nós pode ser limitado aos nós que são efetivamente afetados pela mudança na condição de contorno durante o tempo de interesse. Com base nos resultados do método explícito, fica evidente que é seguro escolhermos nove nós, correspondendo a T0, T1,…, T8. Estamos assim supondo que, em t = 120 s, não houve mudança em T9 e a condição de contorno é implementada numericamente como T9 = 20°C. Temos agora um conjunto de nove equações que devem ser resolvidas simultaneamente em cada incremento do tempo. Podemos escrever as equações na forma [A][T] = [C], com Note que os valores numéricos dos componentes de [C] são determinados a partir de valores anteriores das temperaturas nodais. Note também como a equação de diferenças finitas para o nó 8 aparece nas matrizes [A] e [C], com = 20°C, como indicado anteriormente. Uma tabela com temperaturas nodais pode ser construída começando-se pela primeira linha (p = 0), que corresponde à condição inicial especificada. Para obter as temperaturas nodais nos instantes seguintes, a equação matricial tem que ser resolvida. A cada incremento de tempo p + 1, [C] é atualizada usando os valores do intervalo de tempo anterior (p). O processo é efetuado por cinco vezes para determinar as temperaturas nodais em t = 120 s. As temperaturas desejadas são T0 = 114,7°C e T2 = 44,2°C. Solução por Diferenças Finitas, Método Explícito, para Fo = 1/2 p t(s) T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 0 0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 1 24 52,4 28,7 22,3 20,6 20,2 20,0 20,0 20,0 20,0 2 48 74,0 39,5 26,6 22,1 20,7 20,2 20,1 20,0 20,0 3 72 90,2 50,3 32,0 24,4 21,6 20,6 20,2 20,1 20,0 4 96 103,4 60,5 38,0 27,4 22,9 21,1 20,4 20,2 20,1 5 120 114,7 70,0 44,2 30,9 24,7 21,9 20,8 20,3 20,1 3. Aproximando a placa por um meio semi-infinito, a expressão analítica apropriada é dada pela Equação 5.62, que pode ser utilizada para qualquer ponto na chapa. Na superfície, essa expressão fornece T(0, 120 s) – 120,0°C ou No ponto interior (x = 0,15 m) Comentários: 1. Comparando os resultados exatos com os obtidos com as três soluções aproximadas, fica claro que o método explícito com Fo = 1/4 fornece as estimativas mais precisas. Método T0 =T(0, 120 s) T2 =T(0,15 m, 120 s) Explícito (Fo = ½) 125,2 48,1 Explícito (Fo = ¼) 118,8 44,4 Implícito (Fo = ½) 114,7 44,2 Exato 120,0 45,4 Isso não é inesperado, uma vez que o valor correspondente de Δt é 50% menor do que aquele utilizado nos outros dois métodos. Embora os cálculos sejam simplificados pelo uso do valor máximo permitido para Fo no método explícito, a precisão dos resultados raramente é satisfatória. 2. A precisão dos cálculos anteriores é afetada negativamente pelo espaçamento grosseiro da malha (Δx = 75 mm), assim como pelos grandes incrementos de tempo (Δt = 24 s, 12 s). Utilizando o método implícito com Δx = 18,75 mm e Δt = 6 s (Fo = 2,0), a solução fornece T0 = T(0, 120 s) = 119,2°C e T2 = T(0,15 m, 120 s) = 45,3°C, ambas em boa concordância com a solução exata. Distribuições de temperaturas completas podem ser representadas graficamente em qualquer um dos instantes de tempo discretos, e os resultados obtidos para t = 60 e 120 s são mostrados a seguir: Note que, mesmo em t = 120 s, a hipótese de meio semi-infinito ainda permaneceria válida se a espessura da chapa fosse um pouco superior a aproximadamente 500 mm. 3. Observe que a matriz dos coeficientes [A] é tridiagonal. Isto é, todos os seus elementos são iguais a zero, exceto aqueles que se encontram na diagonal principal ou imediatamente à sua esquerda ou à sua direita. Matrizes tridiagonais estão associadas aos problemas de condução unidimensional. 4. Uma condição mais geral de aquecimento radiante seria aquela na qual a superfície é subitamente exposta a uma grande vizinhança com uma temperatura elevada Tviz (Problema 5.126). A taxa líquida na qual radiação é transferida para a superfície pode, então, ser calculada pela Equação 1.7. Considerando também a transferência de calor por convecção para a superfície, a aplicação da conservação de energia no nó da superfície fornece uma equação de diferenças finitas explícita na forma O uso dessa equação de diferenças finitas em uma solução numérica é complicado em função de sua não linearidade. Entretanto, a equação pode ser linearizada pela introdução do coeficiente de transferência de calor por radiação hr, definido pela Equação 1.9. A equação de diferenças finitas fica, então, A solução pode ser efetuada da forma usual, embora o efeito do número de Biot radiante (Bir ≡ hr Δx/k) deva ser incluído no critério de estabilidade e o valor de hr deva ser atualizado a cada etapa do cálculo. Se o método implícito for usado, hr é calculado em p + 1, tornando necessário um cálculo iterativo a cada novo incremento de tempo. 5. Este problema pode ser resolvido usando Tools, Finite-Difference Equations, One-Dimensional, Transient na seção Advanced do IHT, disponível no site da LTC Editora. Este exemplo também se encontra inserido no FEHT como um modelo resolvido acessado pela barra de ferramentas, Examples. A tela de entrada resume etapas de pré e pós processamentos, assim como resultados para espaçamentos nodais de 1 e 0,125 mm. Como um exercício, acione Run para determinar as temperaturas nodais e em View no menu, selecione Temperature Contours para representar o campo de temperaturas na forma de isotermas. ________ Representações gráficas das aproximações pelo primeiro termo são apresentadas na Seção 5S.1. Representações gráficas das aproximações pelo primeiro termo são apresentadas na Seção 5S.1. Soluções analíticas para algumas geometrias simples bi e tridimensionais são encontradas na Seção 5S.2. 5.11 Resumo Condução transiente ocorre em numerosas aplicações de engenharia e pode ser analisada usando diferentes métodos. Com certeza existe muito a ser dito a favor da simplicidade, por exemplo, ao se confrontar com um problema transiente, a primeira providência que deve ser tomada é o cálculo do número de Biot. Se esse número for muito menor do que a unidade, você pode usar o método da capacitância global para obter resultados precisos com um mínimo de exigências computacionais. Entretanto, se o número de Biot não for muito menor do que a unidade, os efeitos espaciais têm que ser considerados e algum outro método deve ser empregado. Resultados analíticos estão disponíveis na forma de gráficos de fácil utilização e de equações para a parede plana, o cilindro infinito, a esfera e o sólido semi-infinito. Você deve saber quando e como usar esses resultados. Se a complexidade geométrica e/ou a forma das condições de contorno não permitirem o uso desses resultados, faz-se necessário o emprego de técnicas numéricas aproximadas, como o método das diferenças finitas. Você pode testar o seu entendimento de conceitos importantes respondendo às questões a seguir: • Sob quais condições o método da capacitância global pode ser usado para prever a resposta transiente de um sólido a uma mudança no seu ambiente térmico? • Qual é a interpretação física do número de Biot? • A análise pelo método da capacitância global é mais apropriada para ser usada no resfriamento de um sólido quente por convecção forçada no ar ou na água? Por convecção forçada no ar ou por convecção natural no ar? • A análise pelo método da capacitância global é mais apropriada para ser usada no resfriamento de um sólido de cobre ou de alumínio? No nitreto de silício ou no vidro? • Quais parâmetros determinam a constante de tempo associada à resposta térmica transiente de um sólido via capacitância global? Essa resposta é acelerada ou desacelerada por um aumento no coeficiente convectivo? Por um aumento na massa específica ou no calor específico do sólido? • Para a condução unidimensional transiente em uma parede plana, em um cilindro longo ou em uma esfera com convecção na superfície, quais parâmetros adimensionais podem ser usados para simplificar a representação das condições térmicas? Como esses parâmetros são definidos? • Por que a solução semi-infinita é aplicável em qualquer geometria em tempos pequenos? • Qual é a interpretação física do número de Fourier? • Qual exigência deve ser satisfeita para se usar a aproximação de primeiro termo • • • • • para determinar a resposta térmica transiente de uma parede plana, de um cilindro longo ou de uma esfera nos quais há condução unidimensional devida a uma mudança nas condições na superfície? Em qual estágio de um processo transiente a exigência não é satisfeita? O que há em comum no aquecimento ou resfriamento transiente de uma parede plana com condições convectivas equivalentes nas superfícies opostas e no aquecimento ou resfriamento de uma parede plana por convecção através de uma das superfícies com a outra isolada termicamente? Como pode uma aproximação de primeiro termo ser usada para determinar a resposta térmica transiente de uma parede plana, de um cilindro longo ou de uma esfera submetida a uma súbita mudança na temperatura da superfície? Para condução unidimensional transiente, o que está implícito pela idealização de um sólido semi-infinito? Sob quais condições pode a idealização ser usada em uma parede plana? O que diferencia uma solução de diferenças finitas explícita para um problema de condução transiente de uma solução implícita? O que significa a caracterização do método implícito de diferenças finitas como incondicionalmente estável? Qual restrição é colocada no método explícito para garantir uma solução estável? Referências 1. Bergman, T. L., J. Heat Transfer, 130, 094503, 2008. 2. Peleg, M., Food Res. Int., 33, 531–538, 2000. 3. Carslaw, H. S., and J. C. Jaeger, Conduction of Heat in Solids, 2nd ed., Oxford University Press, London, 1986. 4. Schneider, P. J., Conduction Heat Transfer, Addison-Wesley, Reading, MA, 1957. 5. Kakac, S., and Y. Yener, Heat Conduction, Taylor & Francis, Washington, DC, 1993. 6. Poulikakos, D., Conduction Heat Transfer, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1994. 7. Yovanovich, M. M., “Conduction and Thermal Contact Resistances (Conductances),” in W. M. Rohsenow, J. P. Hartnett, and Y. I. Cho, Eds., Handbook of Heat Transfer, McGraw-Hill, New York, 1998, pp. 3.1–3.73. 8. Lavine, A. S., and T. L. Bergman, J. Heat Transfer, 130, 101302, 2008. 9. Hirsch, L. R., R. J. Stafford, J. A. Bankson, S. R. Sershen, B. Rivera, R. E. Price, J. D. Hazle, N. J. Halas, and J. L. West, Proc. Nat. Acad. Sciences of the U.S., 100, 13549–13554, 2003. 10. Cahill, D. G., Rev. Sci. Instrum., 61, 802–808, 1990. Problemas Considerações Qualitativas 5.1 Considere um aquecedor elétrico delgado fixado a uma placa e isolado no outro lado. Inicialmente, o aquecedor e a placa se encontram à temperatura do ar ambiente, T∞. Subitamente, a potência do aquecedor é ativada, fazendo-o liberar um fluxo térmico constante (W/m2) na superfície interna da placa. (a) Esboce e identifique, em coordenadas T – x, as distribuições de temperaturas: inicial, em regime estacionário e em dois tempos intermediários. (b) Esboce o fluxo térmico na superfície externa (L, t) como uma função do tempo. 5.2 A superfície interna de uma parede plana é isolada e a superfície externa está exposta a uma corrente de ar a T∞. A parede se encontra a uma temperatura uniforme correspondente à da corrente de ar. De repente, uma fonte de calor radiante é ligada, ocasionando a incidência de um fluxo térmico uniforme sobre a superfície externa. (a) Esboce e identifique, em coordenadas T – x, as distribuições de temperaturas: inicial, em regime estacionário e em dois tempos intermediários. (b) Esboce o fluxo térmico na superfície externa (L, t) como uma função do tempo. 5.3 Um forno de micro-ondas opera segundo o princípio no qual a aplicação de um campo de alta frequência induz um movimento oscilatório nas moléculas eletricamente polarizadas do alimento. O efeito líquido resultante é uma geração, praticamente uniforme, de energia térmica no interior do alimento. Considere o processo de cozimento de um bife com espessura 2L em um forno de micro-ondas e compare esse processo ao cozimento em um forno convencional, no qual cada lado do bife é aquecido por radiação. Em cada caso, a carne deve ser aquecida de 0°C a uma temperatura mínima de 90°C. Baseie sua comparação em um esboço da distribuição de temperaturas, em instantes de tempo selecionados, para cada um dos processos de cozimento. Em particular, analise o tempo t0 no qual o aquecimento é iniciado, um instante t1 durante o processo de aquecimento, o tempo t2 correspondente ao término do aquecimento, e um tempo t3 passado um longo período do início do processo de resfriamento subsequente. 5.4 Uma placa com espessura 2L, área superficial As, massa M e calor específico cp, que se encontra inicialmente a uma temperatura uniforme Ti, é subitamente aquecida através de suas duas superfícies por meio de um processo convectivo (T∞, h) por um período de tempo to, após o qual a placa é isolada. Suponha que a temperatura no plano central não atinja T∞ durante esse período de tempo. (a) Supondo Bi 1 para o processo de aquecimento, esboce e identifique, em coordenadas T – x, as distribuições de temperaturas a seguir: inicial, em regime estacionário (t → ∞), T(x, to), e em dois instantes intermediários entre t = to e t → ∞. (b) Esboce e identifique, em coordenadas T – t, as distribuições de temperaturas no plano central e na superfície exposta. (c) Repita as partes (a) e (b) supondo Bi 1 para a placa. (d) Desenvolva uma expressão para a temperatura no regime estacionário T(x, ∞) = Tf, deixando o seu resultado em termos dos parâmetros da placa (M, cp), das condições térmicas (Ti, T∞, h), da temperatura na superfície T(L, t) e do tempo de aquecimento to. Método da Capacitância Global 5.5 Para cada um dos casos a seguir, determine um comprimento característico apropriado Lc e o número de Biot Bi correspondente que está associado à resposta térmica transiente do objeto sólido. Diga se a aproximação pela capacitância global é válida. Se a informação da temperatura não for fornecida, avalie as propriedades a T = 300 K. (a) Uma forma toroidal de diâmetro D = 50 mm e área da seção transversal Ac = 5 mm2, com condutividade térmica k = 2,3 W/(m · K). A superfície do toroide está exposta a um refrigerante correspondente a um coeficiente convectivo h = 50 W/(m2 · K). (b) Uma longa barra aquecida de aço inoxidável (AISI 304), com seção transversal retangular, e dimensões w = 3 mm, W = 5 mm e L = 100 mm. A barra está submetida a um refrigerante que fornece um coeficiente de transferência de calor h = 15 W/(m2 · K) em todas as superfícies expostas. (c) Um longo tudo extrusado de alumínio (Liga 2024) com dimensões interna e externa w = 20 mm e W = 24 mm, respectivamente, subitamente submerso em água, com um coeficiente convectivo de h = 37 W/(m2 · K) nas quatro superfícies externas do tubo. O tubo encontra-se fechado em suas extremidades, o que mantém ar estagnado em seu interior. (d) Um bastão sólido, com comprimento L = 300 mm, de aço inoxidável com diâmetro D = 13 mm e massa M = 0,328 kg está exposto a um coeficiente convectivo h = 30 W/(m2 · K). (e) Uma esfera sólida de diâmetro D = 12 mm e condutividade térmica k = 120 W/(m · K) está suspensa em um grande forno, no qual há vácuo no interior e paredes com temperatura interna de Tviz = 20°C. A temperatura inicial da esfera é de Ti = 100°C e sua emissividade ε = 0,73. (f) Um longo bastão cilíndrico com diâmetro D = 20 mm, densidade ρ = 2300 kg/m3, calor específico cp = 1750 J/(kg · K) e condutividade térmica k = 16 W/(m · K)é subitamente exposto a condições convectivas com T∞ = 20°C. O bastão encontra-se inicialmente a uma temperatura uniforme Ti = 200°C e atinge uma temperatura média espacial de T = 100°C em t = 225 s. (g) Repita a parte (f) considerando agora um bastão com diâmetro D = 200 m. 5.6 Bolas de aço com 12 mm de diâmetro são temperadas pelo aquecimento a 1150 K seguido pelo resfriamento lento até 400 K em um ambiente com ar a T∞ = 325 K e h = 20 W/(m2 · K). Supondo que as propriedades do aço sejam k = 40 W/(m · K), ρ = 7800 kg/m3 e c = 600 J/(kg · K), estime o tempo necessário para o processo de resfriamento. 5.7 Sejam as bolas de aço do Problema 5.6, mas agora a temperatura do ar aumenta com o tempo na forma T∞(t) = 325 K + at, sendo a = 0,1875 K/s. (a) Esboce a temperatura da bola versus o tempo para 0 ≤ t ≤ 1 h. Mostre também a temperatura ambiente, T∞, em seu esboço. Explique características especiais do comportamento da temperatura da bola. (b) Ache uma expressão para a temperatura da bola em função do tempo, T(t), e apresente graficamente a temperatura da bola para 0 ≤ t ≤ 1 h. O seu esboço estava correto? 5.8 O coeficiente de transferência de calor para o ar escoando sobre uma esfera deve ser determinado pela observação do comportamento dinâmico da temperatura de uma esfera, que é fabricada em cobre puro. A esfera, que tem 12,7 mm de diâmetro, encontra-se a 66°C antes de ser inserida em uma corrente de ar que tem a temperatura de 27°C. Um termopar sobre a superfície externa da esfera indica 55°C após 69 s da inserção da esfera na corrente de ar. Admita, e depois justifique, que a esfera se comporta como um objeto espacialmente isotérmico e calcule o coeficiente de transferência de calor. 5.9 Uma esfera sólida de aço (AISI 1010), com diâmetro de 300 mm, é revestida com uma camada de um material dielétrico com espessura de 2 mm e condutividade térmica de 0,04 W/(m · K). A esfera revestida encontra-se inicialmente a uma temperatura uniforme de 500°C e é subitamente resfriada pela imersão em um grande banho de óleo, no qual T∞ = 100°C e h = 3300 W/(m2 · K). Estime o tempo necessário para a temperatura da esfera revestida atingir 140°C. Sugestão: Despreze o efeito do armazenamento de energia no material dielétrico, uma vez que a sua capacitância térmica (ρc V) é pequena quando comparada à da esfera de aço. 5.10 Um floco de cereal tem espessura 2L = 1,2 mm. A massa específica, o calor específico e a condutividade térmica do floco são ρ = 700 kg/m3, cp = 2400 J/(kg · K), e k = 0,34 W/(m · K), respectivamente. O produto deve ser cozido através do aumento de sua temperatura de Ti = 20°C até Tf = 220°C em um forno convectivo, através do qual o produto é passado sobre uma esteira. Se o forno tiver Lfo = 3 m de comprimento, e o coeficiente de transferência de calor na superfície do produto e a temperatura do ar no interior do forno forem h = 5 W/(m2 · K) e T∞ = 300°C, respectivamente, determine a velocidade requerida da esteira, V. Um engenheiro sugere que se a espessura do floco for reduzida para 2L = 1,0 mm, a velocidade da esteira por ser aumentada, resultando em maior produtividade. Determine a velocidade requerida da esteira para o floco mais fino. 5.11 A placa base de um ferro de passar tem uma espessura de L = 7 mm e é feita com uma liga de alumínio (ρ = 2800 kg/m3, c = 900 J/(kg · K), k = 180 W/(m · K), ε = 0,80). Um aquecedor de resistência elétrica é fixado à superfície interna da placa, enquanto a superfície externa é exposta ao ar ambiente e a uma grande vizinhança a T∞ = Tviz = 25°C. As áreas das superfícies interna e externa são cada uma As = 0,040 m2. Se um fluxo térmico aproximadamente uniforme de = 1,25 × 104 W/m2 for aplicado na superfície interna da placa base do ferro e o coeficiente convectivo na superfície externa for h = 10 W/(m2 · K), estime o tempo necessário para a placa atingir uma temperatura de 135°C. Sugestão: Integração numérica é sugerida para resolver o problema. 5.12 Sistemas de armazenamento de energia térmica normalmente envolvem um leito de esferas sólidas, através do qual um gás quente escoa se o sistema estiver sendo carregado ou um gás frio se o sistema estiver sendo descarregado. Em um processo de carregamento, a transferência de calor do gás quente aumenta a energia térmica armazenada nas esferas mais frias; durante a descarga, a energia armazenada diminui na medida em que calor é transferido das esferas quentes para o gás mais frio. Considere um leito de esferas de alumínio (ρ = 2700 kg/m3, c = 950 J/(kg · K ) , k = 240 W/(m · K)) com 75 mm de diâmetro e um processo de carregamento no qual o gás entra na unidade de armazenamento a uma temperatura Tg,e = 300°C. Sendo a temperatura inicial das esferas Ti = 25°C e o coeficiente de transferência de calor h = 75 W/(m2 · K), quanto tempo demora para uma esfera próximo à entrada do sistema acumular 90% da energia térmica máxima possível? Qual é a temperatura correspondente no centro da esfera? Há alguma vantagem em se usar cobre no lugar do alumínio? 5.13 Uma ferramenta usada na fabricação de dispositivos semicondutores tem a forma de um mandril (um espesso disco metálico cilíndrico) sobre o qual uma pastilha de silício muito fina (ρ = 2700 kg/m3, c = 875 J/(kg · K), k = 177 W/(m · K)) é posicionada por braço de um robô industrial. Uma vez em posição, um campo elétrico no mandril é energizado, criando uma força eletrostática que prende firmemente a pastilha ao mandril. Para assegurar uma resistência térmica de contato entre o mandril e a pastilha capaz de ser reproduzida a cada novo ciclo de operação, gás hélio pressurizado é introduzido pelo centro do mandril e escoa lentamente na direção radial através das ranhuras na região interfacial. Um experimento foi executado sob condições nas quais a pastilha, inicialmente a uma temperatura uniforme Tp,i = 100°C, foi colocada repentinamente sobre o mandril, que se encontrava a uma temperatura uniforme e constante de Tm = 23°C. Com a pastilha em posição, a força eletrostática e o escoamento do hélio foram acionados. Após 15 segundos, a temperatura na pastilha foi medida, sendo 33°C. Qual é a resistência térmica de contato (m2 · K/W) entre a pastilha e o mandril? O valor de irá aumentar, diminuir ou permanecer constante se ar, em vez de hélio, for usado como o gás de purga? 5.14 Uma folha de cobre, com espessura 2L = 2 mm, tem uma temperatura inicial de Ti = 118°C. Ela é subitamente imersa em água líquida, resultando em ebulição em suas duas superfícies. Para a ebulição, a lei do resfriamento de Newton é representada na forma q″ = h(Ts – Tsat ), na qual Ts é a temperatura da superfície do sólido e Tsat é a temperatura de saturação do fluido (neste caso Tsat = 100°C). O coeficiente de transferência de calor pode ser avaliado por h = 1010 W/(m2 · K3) (T – Tsat )2. Determine o tempo necessário para a folha atingir uma temperatura de T = 102°C. Represente graficamente a temperatura do cobre versus o tempo para 0 ≤ t ≤ 0,5 s. No mesmo gráfico, represente o histórico da temperatura do cobre supondo que o coeficiente de transferência de calor seja constante, calculado na temperatura média do cobre = 110°C. Suponha comportamento de capacitância global. 5.15 Eixos de aço-carbono (AISI 1010) com 0,1 m de diâmetro são tratados termicamente pelo aquecimento em fornalhas a gás onde os gases se encontram a 1200 K e mantêm um coeficiente convectivo de 100 W/(m2 · K). Se os eixos entram no forno a 300 K, quanto tempo eles devem permanecer no interior da fornalha para que suas linhas de centro atinjam a temperatura de 800 K? 5.16 Uma unidade de armazenamento de energia térmica é formada por um grande canal retangular, que tem as suas superfícies externas isoladas e que apresenta no seu interior camadas do material de armazenamento separadas por canais de escoamento. Cada camada do material de armazenamento é uma chapa de alumínio com largura W = 0,05 m e se encontra a uma temperatura inicial de 25°C. Considere condições nas quais a unidade de armazenamento é carregada pela passagem de gases quentes através dos canais de escoamento, com a temperatura dos gases e o coeficiente convectivo supostos terem valores constantes de T∞ = 600°C e h = 100 W/(m2 · K) ao longo dos canais. Quanto tempo será necessário para que se atinja 75% do máximo armazenamento de energia possível? Qual é a temperatura do alumínio nesse instante? 5.17 Pequenas partículas esféricas, com diâmetro D = 50 μm, contém um material fluorescente que, quando irradiado com luz branca, emite em um comprimento de onda correspondente à temperatura do material. Assim, a cor das partículas varia com a temperatura. Estando as pequenas partículas suspensas em água líquida, um pesquisador deseja usá-las para medir temperaturas instantâneas locais da água em escoamentos turbulentos através da observação da cor emitida. Sendo as partículas caracterizadas por uma massa específica, um calor específico e uma condutividade térmica de ρ = 999 kg/m3, cp = 1200 J/(kg · K), e k = 1,2 W/(m · K), respectivamente, determine a constante de tempo das partículas. Sugestão: Como as partículas viajam com o escoamento, a transferência de calor entre as partículas e o fluido ocorre por condução. Suponha comportamento de capacitância global. 5.18 Um vaso esférico usado como um reator para produzir fármacos tem uma parede de aço inoxidável (k = 17 W/(m · K)) com 5 mm de espessura e diâmetro interno Di = 1,0 m. Durante a produção, o vaso contém reagentes para os quais ρ = 1100 kg/m3 e c = 2400 J/(kg · K), enquanto reações exotérmicas liberam energia a uma taxa volumétrica de = 104 W/m3. Como uma primeira aproximação, os reagentes podem ser considerados misturados idealmente e a capacitância térmica do vaso pode ser desprezada. (a) A superfície externa do vaso está exposta ao ar ambiente (T∞ = 25°C), no qual pode-se admitir um coeficiente de transferência de calor h = 6 W/(m2 · K). Sendo a temperatura inicial dos reagentes igual a 25°C, qual é a temperatura dos reagentes após cinco horas de processamento? Qual é a temperatura correspondente na superfície externa do vaso? (b) Explore o efeito de variar o coeficiente convectivo nas condições térmicas transientes no interior do reator. 5.19 Processos em batelada são frequentemente usados em operações químicas e farmacêuticas para obter uma composição química desejada no produto final e tipicamente envolvem uma operação de aquecimento transiente para levar os reagentes da temperatura ambiente para a temperatura necessária no processo. Seja uma situação na qual uma substância química de massa específica ρ = 1200 kg/m3 e calor específico c = 2200 J/(kg · K) ocupa um volume de V = 2,25 m3 em um vaso isolado termicamente. A substância deve ser aquecida da temperatura ambiente, Ti = 300 K, até uma temperatura de processo igual a T = 450 K, pela passagem de vapor d’água saturado a Ta = 500 K através da serpentina no interior do vaso, cujo tubo tem parede delgada e 20 mm de diâmetro. O vapor condensando no interior da serpentina mantém um coeficiente convectivo no seu interior de hi = 10.000 W/(m2 · K), enquanto o líquido altamente agitado no interior do vaso mantém um coeficiente convectivo externo de he = 2000 W/(m2 · K). Se a substância deve ser aquecida de 300 a 450 K, em 60 minutos, qual é o comprimento L necessário da serpentina submersa? 5.20 Um dispositivo eletrônico, como um transistor de potência montado sobre um dissipador de calor aletado, pode ser modelado como um objeto espacialmente isotérmico com geração de calor interna e uma resistência convectiva externa. (a) Considere um desses sistemas com massa M, calor específico c e área superficial As, que se encontra inicialmente em equilíbrio com o ambiente a T∞. Subitamente, o dispositivo eletrônico é energizado e ocorre uma geração de calor constante Ä–g (W). Mostre que a resposta da temperatura do dispositivo é na qual θ ≡ T – T(∞) e T(∞) é a temperatura no regime estacionário correspondente a t → ∞; θi = Ti – T(∞); Ti = temperatura inicial do dispositivo; ρ = resistência térmica 1/( As); e C = capacitância térmica Mc. (b) Um dispositivo eletrônico, que gera 60 W de calor, está montado sobre um dissipador de calor feito em alumínio pesando 0,31 kg, que em condições de regime estacionário atinge uma temperatura de 100°C no ar ambiente a 20°C. Se o dispositivo estiver inicialmente a 20°C, qual é a temperatura que ele atingirá 5 min após a potência ser ligada? 5.21 Eletrônica molecular é um campo emergente associado á computação e armazenamento de dados utilizando transferência de energia em escala molecular. Nessa escala, energia térmica está associada exclusivamente à vibração de cadeias moleculares. A principal resistência à transferência de energia nestes dispositivos propostos é a resistência de contato na interface metal-molécula. Para medir a resistência de contato, moléculas individuais são autoarranjadas em um padrão regular sobre um substrato de ouro muito fino. O substrato é subitamente aquecido por um pequeno pulso de irradiação laser, simultaneamente transferindo energia térmica para as moléculas. As moléculas vibram intensamente em seu estado “quente” e a sua intensidade vibracional pode ser medida pela detecção da aleatoriedade do campo elétrico produzido pelas extremidades das moléculas, como indicado pelas linhas circulares tracejadas no esquema. Moléculas com massa específica ρ = 180 kg/m3 e calor específico c = 3000 J/(kg · K) têm um comprimento inicial em repouso de L = 2 nm. A intensidade da vibração molecular aumenta exponencialmente de um valor inicial Ii até um valor no regime estacionário Ire > Ii, com a constante de tempo associada à resposta exponencial igual a τ1 = 5 ps. Supondo que a intensidade da vibração molecular representa a temperatura na escala molecular e que cada molécula pode ser vista como um cilindro com comprimento inicial L e seção transversal Ac, determine a resistência térmica de contato, , na interface metal-molécula. 5.22 A parede plana de uma fornalha é fabricada em aço-carbono não ligado (k = 60 W/(m · K), ρ = 7850 kg/m3, c = 430 J/(kg · K)) e tem uma espessura L = 10 mm. Para proteger essa parede dos efeitos corrosivos dos gases de combustão, uma superfície da parede é revestida por uma fina película cerâmica que, para uma unidade de área superficial, tem uma resistência térmica de = 0,01 m2 · K/W. A superfície oposta encontra-se termicamente isolada da vizinhança. Na partida da fornalha, a parede se encontra a uma temperatura inicial de Ti = 300 K e gases de combustão, a T∞ = 1300 K, entram na fornalha, mantendo na película cerâmica um coeficiente convectivo h = 25 W/(m2 · K). Supondo que a película tem uma capacitância térmica desprezível, quanto tempo irá levar até que a superfície interna do aço atinja uma temperatura de Ts,i = 1200 K? Neste instante, qual é a temperatura Ts,e na superfície externa da película cerâmica? 5.23 Uma lâmina de aço, com espessura δ = 12 mm, é temperada pela sua passagem através de um grande forno cujas paredes são mantidas a uma temperatura Tp, que corresponde a dos gases de combustão que escoam através do forno (Tp = T∞). A lâmina, cuja massa específica, calor específico, condutividade térmica e emissividade são ρ = 7900 kg/m3, cp = 640 J/(kg · K), k = 30 W/(m · K) e ε = 0,7; respectivamente, deve ser aquecida de 300°C a 600°C. (a) Para um coeficiente de transferência de calor uniforme h = 100 W/(m2 · K) e uma temperatura Tp = T∞ = 700°C, determine o tempo necessário para aquecer a lâmina. Se a lâmina se move a uma velocidade de 0,5 m/s; qual deve ser o comprimento do forno? (b) O processo de têmpera pode ser acelerado (a velocidade da lâmina aumentada) pelo aumento da temperatura ambiente. Para o comprimento do forno obtido na parte (a), determine a velocidade da lâmina para Tp = T∞ = 850°C e para Tp = T∞ = 1000°C. Para cada conjunto de temperaturas ambiente (700, 850 e 1000°C), represente graficamente a temperatura da lâmina em função do tempo na faixa 25°C ≤ T ≤ 600°C. Ao longo dessa faixa, represente também o coeficiente de transferência de calor por radiação, hr, como uma função do tempo. 5.24 Em um experimento de processamento de material realizado a bordo do ônibus espacial, uma esfera de nióbio, com um revestimento com 10 mm de diâmetro, é removida de um forno a 900°C e resfriada até uma temperatura de 300°C. Embora haja variação das propriedades do nióbio neste intervalo de temperaturas, valores constantes podem ser supostos com uma aproximação aceitável, sendo ρ = 8600 kg/m3, c = 290 J/(kg · K) e k = 63 W/(m · K). (a) Se o resfriamento for conduzido em uma grande câmara, na qual há vácuo e cujas paredes estejam a 25°C, determine o tempo requerido para atingir a temperatura final, se o revestimento estiver polido e tiver uma emissividade ε = 0,1. Quanto tempo demoraria se o revestimento estivesse oxidado com ε = 0,6? (b) Para reduzir o tempo requerido para o resfriamento, considera-se a imersão da esfera em uma corrente de um gás inerte na qual T∞ = 25°C e h = 200 W/(m2 · K). Desprezando a radiação, qual é o tempo requerido para o resfriamento? (c) Considerando os efeitos da radiação e da convecção, qual é o tempo requerido para o resfriamento, se h = 200 W/(m2 · K) e ε = 0,6? Explore o efeito no tempo de resfriamento de se variar independentemente h e ε. 5.25 Processos de revestimento por pulverização de plasma são usados com frequência para fornecer proteção superficial a materiais que ficam expostos a ambientes hostis, que induzem a degradação da superfície por meio de fatores tais como desgaste mecânico, corrosão ou fadiga térmica. Revestimentos cerâmicos são usados comumente para esse propósito. Pela injeção de pó cerâmico através do bico (anodo) de um maçarico de plasma, as partículas são arrastadas pelo jato de plasma, no interior do qual elas são aceleradas e aquecidas. Durante o seu tempo de voo, as partículas cerâmicas devem ser aquecidas até o seu ponto de fusão e convertidas completamente para o estado líquido. O revestimento é formado com a colisão das gotas fundidas (que s e espalham) sobre o material do substrato, que passam por uma rápida solidificação. Considere condições nas quais partículas esféricas de alumina (Al2O3), com diâmetro Dp = 50 μm, massa específica rp = 3970 kg/m3, condutividade térmica kp = 10,5 W/(m · K) e calor específico cp = 1560 J/(kg · K), são injetadas no interior de um arco de plasma, que se encontra a T∞ = 10.000 K e fornece um coeficiente h = 30.000 W/(m2 · K) para o aquecimento convectivo das partículas. O ponto de fusão e o calor latente de fusão da alumina são Tpf = 2318 K e hsf = 3577 kJ/kg, respectivamente. (a) Desprezando a radiação, obtenha uma expressão para o tempo de voo, ti-f, necessário para aquecer a partícula da sua temperatura inicial Ti até o seu ponto de fusão Tpf, e, uma vez na temperatura de fusão, para que a partícula se funda completamente. Calcule ti2f para Ti = 300 K e as condições de aquecimento especificadas. (b) Supondo que a alumina apresente uma emissividade de εp = 0,4 e que as partículas troquem calor por radiação com uma grande vizinhança a Tviz = 300 K, avalie a validade de se desprezar a radiação. 5.26 O processo de revestimento por pulverização de plasma do Problema 5.25 pode ser usado para produzir revestimentos cerâmicos nanoestruturados. Tais revestimentos são caracterizados por baixas condutividades térmicas, que são desejáveis em aplicações nas quais o revestimento serve para proteger o substrato contra gases quentes, como nos motores de turbina a gás. Um método para produzir revestimentos nanoestruturados envolve a pulverização de partículas esféricas, cada uma delas composta de grânulos em nanoescala de Al2O3 aglomerado. Para formar o revestimento, partículas com diâmetro Dp = 50 μm têm que ser parcialmente fundidas quando elas batem na superfície, com o Al2O3 líquido propiciando um meio para a aderência do material cerâmico à superfície e o Al2O3 não fundido fornecendo as muitas fronteiras entre grãos que conferem ao revestimento sua baixa condutividade térmica. As fronteiras entre grânulos individuais espalham os fônons e reduzem a condutividade térmica da partícula cerâmica para kp = 5 W/(m · K). A densidade das partículas porosas é reduzida para ρ = 3800 kg/m3. Todas as outras propriedades e condições estão especificadas no Problema 5.25. (a) Determine o tempo de voo correspondente a 30% da fusão da massa da partícula sendo fundida. (b) Determine o tempo de voo correspondente a 70% da fusão da partícula. (c) Se a particular viajar a uma velocidade V = 35 m/s, determine a distância entre o ejetor e o substrato associada com suas respostas nas partes (a) e (b). 5.27 Um circuito integrado (chip), que tem L = 5 mm de lado e espessura t = 1 mm, é encaixado em um substrato cerâmico. Sua superfície exposta é resfriada por convecção por um líquido dielétrico com h = 150 W/(m2 · K) e T∞ = 20°C. Quando desligado, o chip encontra-se em equilíbrio térmico com o refrigerante (Ti = T∞). Contudo, quando o chip é energizado, sua temperatura aumenta até que uma nova condição de regime estacionário seja alcançada. Na análise a seguir, o chip energizado é caracterizado por um aquecimento volumétrico uniforme com = 9 × 106 W/m3. Supondo uma resistência de contato infinita entre o chip e o substrato, e uma resistência condutiva no interior do chip desprezível, determine a temperatura do chip no regime estacionário, Tf. Após a ativação do chip, quanto tempo ele leva para atingir uma temperatura 1°C inferior à temperatura do regime estacionário? A massa específica e o calor específico do chip são ρ = 2000 kg/m3 e c = 700 J/(kg · K), respectivamente. 5.28 Considere as condições do Problema 5.27. Além de levar em conta a transferência de calor por convecção diretamente do chip para o refrigerante, uma análise mais realista deveria também levar em consideração a transferência de calor indireta que ocorre do chip para o substrato e então deste último para o refrigerante. A resistência térmica total associada a essa rota indireta inclui as contribuições da interface chip-substrato (uma resistência de contato), da condução multidimensional no interior do substrato e da convecção da superfície do substrato para o refrigerante. Se essa resistência total equivale a Rt = 200 K/W, qual é a nova temperatura em regime estacionário do chip em operação Tf? Após a ativação do chip, quanto tempo ele leva para atingir uma temperatura 1°C inferior à nova temperatura do regime estacionário? 5.29 Um longo fio com diâmetro D = 1 mm está submerso em um banho de óleo que se encontra a T∞ = 25°C. O fio apresenta uma resistência elétrica por unidade de comprimento de = 0,01 Ω/m. Se uma corrente de I = 100 A passa pelo fio e o coeficiente convectivo é h = 500 W/(m2 · K), qual é a sua temperatura em condições de regime estacionário? A partir do instante no qual a corrente é aplicada, quanto tempo é necessário para que a temperatura no fio seja 1°C inferior ao valor do regime estacionário? As propriedades termofísicas do fio são ρ = 8000 kg/m3, c = 500 J/(kg · K) e k = 20 W/(m · K). 5.30 Considere o sistema do Problema 5.1, no qual, durante o processo transiente, a temperatura na placa é isotérmica em relação às coordenadas espaciais. (a) Obtenha uma expressão para a temperatura da placa em função do tempo T(t), em termos de , T∞, h, L e das propriedades da placa ρ e c. (b) Determine a constante de tempo térmica e a temperatura do regime estacionário para uma placa em puro cobre com espessura de 12 mm, quando T∞ = 27°C, h = 50 W/(m2 · K) e = 5000 W/m2. Estime o tempo necessário para o sistema atingir as condições de regime estacionário. (c) Para as condições da parte (b), bem como para h = 100 e 200 W/(m2 · K), calcule e represente graficamente os correspondentes históricos da temperatura da placa durante o intervalo 0 ≤ t ≤ 2500 s. 5.31 Ligas com memória de forma (Shape Memory Alloys – SMA) são metais que passam por mudanças na estrutura cristalina em uma faixa de temperatura relativamente pequena. Uma transformação de fase de martensita para austenita pode induzir mudanças relativamente grandes nas dimensões globais de uma SMA. Desta maneira, SMAs podem ser usadas como atuadores mecânicos. Seja um bastão de uma SMA que tem inicialmente diâmetro Di = 2 mm e comprimento Li = 40 mm, a uma temperatura uniforme Ti = 320 K. O calor específico da SMA varia significativamente com mudanças na fase cristalina, assim c varia com a temperatura do material. Para uma SMA particular, esta relação é bem descrita por c = 500 J/(kg · K) + 3630 J/(kg · K) × exp(–0,808K−1 × | T – 336K|). A massa específica e a condutividade térmica da SMA são ρ = 8900 kg/m3 e k = 23 W/(m?K), respectivamente. O bastão de SMA é exposto a um gás quente caracterizado por T∞ = 350K e h = 250 W/(m2 · K). Represente graficamente a temperatura do bastão versus o tempo para 0 ≤ t ≤ 60 s, para os casos de calores específicos constante (c = 500 J/(kg · K)) e variável. Determine o tempo necessário para a temperatura do bastão apresentar 90% de sua variação máxima de temperatura. Sugestão: Despreze a variação nas dimensões do bastão de SMA quando calculando a sua resposta térmica. 5.32 Antes de ser injetado no interior de uma fornalha, carvão pulverizado é preaquecido com a sua passagem através de um tubo cilíndrico cuja superfície é mantida a Tviz = 1000°C. As partículas de carvão ficam suspensas no escoamento do ar e se movem a uma velocidade de 3 m/s. Aproximando as partículas por esferas com 1 mm de diâmetro e supondo que elas sejam aquecidas por transferência radiante com a superfície do tubo, qual deve ser o comprimento do tubo para que o carvão seja aquecido até 600°C? A utilização do método da capacitância global é justificável? 5.33 Como observado no Problema 5.3, fornos de micro-ondas operam alinhando e revertendo moléculas de água no interior do alimento, resultando em geração volumétrica de energia e, desta maneira, no cozimento do alimento. Entretanto, quando o alimento está inicialmente congelado, as moléculas de água não oscilam facilmente em resposta às micro-ondas e as taxas de geração volumétrica ficam entre uma e duas ordens de grandeza menores em relação às taxas presentes se a água estivesse na forma líquida. (A potência das micro-ondas que não é absorvida no alimento é refletida de volta para o gerador de micro-ondas, onde deve ser dissipada na forma de calor para evitar danos ao gerador.) (a) Considere um pedaço de carne congelada, esférico e com 1 kg, a uma temperatura inicial de Ti = –20°C, no interior de um forno de micro- ondas com T∞ = 30°C e h = 15 W/(m2 · K). Determine quanto vai levar para a carne atingir uma temperatura uniforme de T = 0°C, com toda a água na forma de gelo. Suponha que as propriedades da carne são iguais às do gelo e considere que 3% da potência do forno (P = 1 kW total) é absorvida no alimento. (b) Após todo o gelo ser convertido em líquido, determine quanto tempo leva para aquecer a carne até Tf = 80°C se 95% da potência do forno for absorvida no alimento. Suponha que as propriedades da carne são as mesmas da água líquida. (c) Quando descongelamos alimentos em fornos de micro-ondas, é possível observar que parte do alimento permanece congelada enquanto outras partes são cozidas em demasia. Explique por que isto ocorre. Explique por que a maioria dos fornos de micro-ondas apresenta ciclos de descongelamento associados a potências muito baixas no forno. 5.34 Uma esfera de metal de diâmetro D, que se encontra a uma temperatura uniforme Ti, é subitamente removida de um forno e suspensa por meio de um fio fino em uma grande sala onde o ar está a uma temperatura uniforme T∞ e cujas paredes estão a uma temperatura Tviz . (a) Desprezando a transferência de calor por radiação, obtenha uma expressão para o tempo necessário para resfriar a esfera até uma temperatura qualquer T. (b) Desprezando a transferência de calor por convecção, obtenha uma expressão para o tempo necessário para resfriar a esfera até uma temperatura qualquer T. (c) O que você faria para determinar o tempo necessário para resfriar a esfera até uma temperatura qualquer T se tanto a transferência por convecção quanto a transferência por radiação tivessem a mesma ordem de grandeza? (d) Seja uma esfera de alumínio anodizado (ε = 0,75) com 50 mm de diâmetro e que se encontra inicialmente a uma temperatura Ti = 800 K. Tanto o ar quanto a vizinhança se encontram a uma temperatura de 300 K, e o coeficiente convectivo é de 10 W/(m2 · K). Para as condições das partes (a), (b) e (c), determine o tempo necessário para a esfera resfriar até 400 K. Represente graficamente os históricos de temperatura correspondentes. Repita os cálculos para uma esfera de alumínio polido (ε = 0,1). 5.35 Uma estrutura horizontal é constituída por uma camada de cobre com LA = 10 mm de espessura e uma camada de alumínio com LB = 10 mm de espessura. A superfície inferior da estrutura composta recebe um fluxo térmico q″ = 100 kW/m2, enquanto a superfície superior está exposta a condições convectivas caracterizadas por h = 40 W/(m2 · K) e T∞ = 25°C. A temperatura inicial dos dois materiais é Ti,A = Ti,B = 25°C e uma resistência de contato de = 400 × 10−6 m2 · K/W existe na interface entre os dois materiais. (a) Determine os tempos nos quais o cobre e o alumínio atingem, cada um, a temperatura de Tf = 90°C. A camada de cobre é a inferior. (b) Repita a parte (a) com a camada de cobre na posição superior. Sugestão: Modifique a Equação 5.15 para incluir um termo associado à transferência de calor através de uma resistência de contato. Use a forma modificada da Equação 5.15 em cada uma das camadas. Veja Comentário 3 do Exemplo 5.2. 5.36 À medida que as estações espaciais permanentes aumentam de tamanho, existe um consequente aumento na quantidade de potência elétrica que elas dissipam. Para manter a temperatura nos compartimentos internos dentro de limites estabelecidos, torna-se necessário transferir o calor dissipado para o espaço. Um novo sistema proposto para a dissipação de calor é conhecido por Radiador de Gotículas Líquidas (Liquid Droplet Radiator – LDR). O calor é inicialmente transferido para um óleo especial para alto vácuo, que é então injetado no espaço exterior na forma de uma corrente de pequenas gotículas. A corrente percorre uma distância L, ao longo da qual se resfria pela irradiação de energia para o espaço exterior, que se encontra a uma temperatura absoluta igual a zero. As gotículas são, então, coletadas e retornadas para a estação espacial. Considere condições nas quais gotas, com emissividade ε = 0,95 e diâmetro D = 0,5 mm, são injetadas no espaço a uma temperatura Ti = 500 K e a uma velocidade V = 0,1 m/s. As propriedades do óleo são ρ = 885 kg/m3, c = 1900 J/(kg · K) e k = 0,145 W/(m · K). Supondo que cada gota irradia calor para o espaço externo a Tviz = 0 K, determine a distância L necessária para que as gotas atinjam o coletor a uma temperatura final de Tf = 300 K. Qual é a quantidade de energia térmica dissipada por cada gota? 5.37 Finos filmes de revestimento caracterizados por uma alta resistência a abrasão e a fratura podem ser formados pelo uso de partículas de compósitos em microescala em um processo de pulverização de plasma. Uma partícula esférica tipicamente é constituída por um núcleo cerâmico, como, por exemplo, carbeto de tungstênio (WC) e uma casca metálica, como, por exemplo, cobalto (Co). A cerâmica fornece o fino filme de revestimento com a sua dureza desejada a altas temperaturas, enquanto o metal serve para coalescer as partículas na superfície revestida e para inibir a formação de fraturas. No processo de pulverização de plasma, as partículas são injetadas em um jato de plasma, que as aquece a uma temperatura acima do ponto de fusão da casca metálica e funde essa casca antes das partículas colidirem com a sua superfície. Considere partículas esféricas compostas por um núcleo de WC com diâmetro Di = 16 μm, que encontra-se encapsulado por uma casca de Co de diâmetro externo De = 20 μm. Se as partículas escoam em um plasma a T∞ = 10.000 K e o coeficiente associado à convecção do gás para as partículas é h = 20.000 W/(m2 · K), quanto tempo leva para aquecer as partículas de sua temperatura inicial Ti = 300 K até a temperatura de fusão do cobalto, Tpf = 1770 K? A densidade e o calor específico do WC (o núcleo das partículas) são ρn = 16.000 kg/m3, cn = 300 J/(kg · K), enquanto os valores correspondentes para o Co (a casca externa) são ρc = 8900 kg/m3, cc = 750 J/(kg · K). Uma vez atingido o ponto de fusão, quanto tempo adicional é necessário para fundir completamente o cobalto, sendo o seu calor latente de fusão igual a hsf = 2,59 × 105 J/kg? Você pode usar o método de análise da capacitância global e desprezar a troca radiante entre as partículas e a sua vizinhança. 5.38 Um bastão longo de alumínio altamente polido, com diâmetro D = 35 mm, está pendurado verticalmente em uma grande sala. A temperatura inicial do bastão é Ti = 90°C e o ar da sala está a T∞ = 20°C. No instante t = 1250 s, a temperatura do bastão é T1 = 65°C e no instante t = 6700 s, a temperatura do bastão é T2 = 30°C. Determine o valor das constantes C e n que aparecem na Equação 5.26. Represente graficamente a temperatura do bastão versus o tempo para 0 ≤ t ≤ 10000 s. No mesmo gráfico, represente a temperatura do bastão versus o tempo para um valor constante do coeficiente de transferência de calor, calculado a uma temperatura do bastão de = (Ti + T∞)/2. Em todos os casos, avalie as propriedades em = (Ti + T∞)/2. 5.39 O teste de estresse térmico é um procedimento usual utilizado para avaliar a confiabilidade de um dispositivo eletrônico. Tipicamente, estresses térmicos são induzidos, em conexões soldadas ou de fios, para revelarem mecanismos que poderiam causar falha e, consequentemente, devem ser corrigidos antes do produto ser lançado. Como exemplo do procedimento, considere uma série de chips de silício (ρch = 2300 kg/m3, cch = 710 J/(kg · K)) fixada a um substrato de alumínio (ρsub = 4000 kg/m3, csub = 770 J/(kg · K)) por pontos de solda (ρsol = 11000 kg/m3, csol = 130 J/(kg · K)). Cada chip, com largura Lch e espessura tch, é fixado a uma seção unitária do substrato, com largura Lsub e espessura tsub, por pontos (considere uma esfera) de solda de diâmetro D. Um teste de estresse térmico inicia submetendo-se o módulo multichip, que se encontra inicialmente à temperatura ambiente, a uma corrente de fluido quente e, em seguida, se resfria o módulo pela sua exposição a uma corrente de fluido frio. O processo é repetido por um número especificado de ciclos para avaliar a integridade das conexões soldadas. (a) Como uma primeira aproximação, considere que haja transferência de calor desprezível entre os componentes (chip/solda/substrato) do módulo e que a resposta térmica de cada componente pode ser determinada em uma análise de capacitância global envolvendo o mesmo coeficiente de transferência de calor h. Supondo não haver redução na área superficial devido ao contato entre um ponto de solda e o chip ou o substrato, obtenha expressões para a constante de tempo térmica de cada componente. A transferência de calor ocorre em todas as superfícies do chip, mas somente na superfície superior do substrato. Calcule as três constantes de tempo para Lch = 15 mm, tch = 2 mm, Lsub = 25 mm, tsub = 10 mm, D = 2 mm e um valor de h = 50 W/(m2 · K), que é característico de uma corrente de ar. Calcule e represente graficamente os históricos das temperaturas dos três componentes para a etapa de aquecimento de um ciclo, com Ti = 20°C e T∞ = 80°C. Em que instante cada componente atinge 99% do aumento de temperatura máximo possível, ou seja, (T – Ti)/(T∞ – Ti) = 0,99? Se o estresse máximo em um ponto de solda corresponde à máxima diferença entre sua temperatura e aquela do chip ou do substrato, quando este máximo ocorre? (b) Para reduzir o tempo necessário para completar um teste de estresse, um líquido dielétrico poderia ser usado no lugar do ar para propiciar um coeficiente convectivo maior ou igual a h = 200 W/(m2 · K). Quais são os ganhos correspondentes no tempo para cada componente atingir 99% do seu aumento de temperatura máximo possível? 5.40 O objetivo desse problema é desenvolver modelos térmicos para estimar temperaturas no regime estacionário e o histórico das temperaturas transientes do transformador elétrico mostrado a seguir. A geometria externa do transformador é aproximadamente cúbica, com um comprimento de 32 mm em cada lado. A massa conjunta do ferro e do cobre no transformador é de 0,28 kg e o seu calor específico médio ponderado pelo peso é de 400 J/(kg · K). O transformador dissipa 4,0 W e está operando no ar ambiente a T∞ = 20°C, com um coeficiente de transferência de calor igual a 10 W/(m2 · K). Liste e justifique as hipóteses feitas em sua análise, e discuta as limitações dos modelos. (a) Iniciando com um volume de controle apropriadamente definido, desenvolva um modelo para estimar a temperatura em regime estacionário do transformador, T(∞). Calcule T(∞) para as condições operacionais especificadas. (b) Desenvolva um modelo para estimar a resposta térmica (histórico da temperatura) do transformador se ele estiver inicialmente a uma temperatura Ti = T∞ e a potência for instantaneamente acionada. Determine o tempo necessário para o transformador chegar a 5°C da sua temperatura de operação em regime estacionário. 5.41 No armazenamento termomecânico de dados, uma cabeça de processamento, constituída por M pontas aquecidas, é usada para escrever os dados sobre um meio polimérico de armazenamento. Há microaquecedores por resistência elétrica em cada cabeça de gravação, que continuamente se deslocam sobre a superfície do meio. Os aquecedores são ligados e desligados através do controle da corrente elétrica para cada braço. Quando um braço passa por um ciclo completo de aquecimento e resfriamento, o polímero abaixo dele é amolecido e um bit de dados é escrito na forma de um furo na superfície do polímero. Uma trilha de bits de dados individuais (furos), cada um separado por aproximadamente 50 nm, pode ser feita. Múltiplas trilhas de bits, também separadas por aproximadamente 50 nm, são então esculpidas na superfície do meio de armazenamento. Seja um único braço que é fabricado com silício com uma massa de 50 × 10−18 kg e uma área superficial de 600 × 10−15 m2. O braço está inicialmente a Ti = T∞ = 300 K e o coeficiente de transferência de calor entre o braço e o ambiente é de 200 × 103 W/(m2 · K). (a) Determine o aquecimento ôhmico requerido para elevar a temperatura do braço para T = 1000 K em um tempo de aquecimento de ta = 1 μs. Sugestão: Veja o Problema 5.20. (b) Ache o tempo requerido para resfriar o braço de 1000 K para 400 K (tr) e o tempo de processamento térmico requerido para um ciclo de aquecimento e resfriamento completo, tp = ta + tr. (c) Determine quantos bits (N) podem ser escritos em um meio polimérico de armazenamento de 1 mm × 1 mm. Se M = 100 braços são montados em uma única cabeça de processamento, determine o tempo total de processamento térmico necessário para escrever os dados. 5.42 O derretimento da água inicialmente na temperatura de fusão, Tf = 0°C, foi considerado no Exemplo 1.6. O congelamento da água frequentemente ocorre a 0°C. Contudo, líquidos puros, que passam por um processo de resfriamento, podem permanecer em um estado de líquido super-resfriado bem abaixo de sua temperatura de congelamento de equilíbrio, Tf, particularmente quando o líquido não está em contato com qualquer material sólido. Gotas de água líquida na atmosfera têm uma temperatura de congelamento super-resfriado, Tf,sr, que pode ser bem correlacionada com o diâmetro da gota pela expressão Tf,sr = –28 + 0,87 ln(Dp) na faixa de diâmetros 10−7 < Dp < 10−2 m, com Tf,sr em graus Celsius e Dp em metros. Para uma gota de diâmetro D = 50 μm e temperatura inicial Ti = 10°C, em condições ambientais de T∞ = –40°C e h = 900 W/(m2 · K), compare o tempo necessário para solidificar completamente a gota para o caso A, quando a gota se solidifica a Tf = 0°C, e para o caso B, quando a gota inicia o congelamento a Tf,sr. Esboce o histórico da temperatura do tempo inicial ao tempo no qual a gota está completamente solidificada. Sugestão: Quando a gota atinge Tf,sr no caso B, uma rápida solidificação ocorre durante a qual a energia latente liberada pela água que está congelando é absorvida pelo líquido restante na gota. Tão logo algum gelo é formado no interior da gota, o líquido restante fica em contato com um sólido (o gelo) e a temperatura de congelamento muda imediatamente de Tf,sr para Tf = 0°C. Condução Unidimensional: A Parede Plana 5.43 Considere a solução em série, Equação 5.42, para a parede plana com convecção. Calcule as temperaturas θ* no seu plano central (x* = 0) e na sua superfície (x* = 1) para Fo = 0,1 e 1, usando Bi = 0,1; 1 e 10. Considere somente os quatro primeiros autovalores. Com base nesses resultados, discuta a validade das soluções aproximadas, Equações 5.43 e 5.44. 5.44 Considere a parede unidimensional mostrada na figura, que se encontra inicialmente a uma temperatura uniforme Ti e que é subitamente submetida à condição de contorno convectiva com um fluido a T∞. Para uma parede em particular, caso 1, a temperatura em x = L1, após t1 = 100 s, é T1 = (L1, t1) = 315°C. Uma outra parede, caso 2, apresenta espessura e condições térmicas diferentes, conforme mostrado a seguir. Caso L (m) α(m2/s) k (W/(m · K)) Ti (°C) T∞ (°C) 1 0,10 15 × 10−6 50 300 400 200 2 0,40 25 × 10−6 100 30 20 100 h (W/(m2 · K)) Quanto tempo será necessário para a segunda parede atingir 28,5°C na posição x = L2? Use como base para a sua análise a dependência funcional adimensional da distribuição de temperaturas transiente representada pela Equação 5.41. 5.45 Placas de circuito impresso em fibra de vidro revestidas com cobre e preenchidas com epóxi são tratadas pelo aquecimento, sob alta pressão, de uma pilha de placas, conforme mostrado na figura. O propósito da operação de aquecimento sob pressão é curar o epóxi que liga as folhas de fibra de vidro, conferindo rigidez às placas. A pilha de placas, chamada de livro, é composta por 10 placas e 11 chapas de pressão, que evitam que o epóxi escoe por entre as placas e proporcionam um acabamento liso às placas curadas. Com o objetivo de efetuar uma análise térmica simplificada, é razoável fazer uma aproximação na qual o livro apresenta uma condutividade térmica efetiva (k) e uma capacitância térmica efetiva (ρcp). Calcule as propriedades efetivas se cada uma das placas de circuito e das chapas de pressão tiver uma espessura de 2,36 mm e as seguintes propriedades termofísicas: placa (p) ρp = 1000 kg/m3, cp,p = 1500 J/(kg · K), kp = 0,30 W/(m · K); chapa (c) ρc = 8000 kg/m3, cp,c = 480 J/(kg · K), kc = 12 W/(m · K). 5.46 Placas de circuito impresso são tratadas pelo aquecimento sob pressão de uma pilha dessas placas, conforme ilustrado no Problema 5.45. As placas de suporte acima e abaixo da pilha são mantidas a uma temperatura uniforme pela circulação de um fluido. O propósito da operação de aquecimento sob pressão é a cura do epóxi, que liga as folhas de fibra de vidro e confere rigidez às placas de circuito. A condição de cura é obtida quando o epóxi é mantido a uma temperatura igual ou superior a 170°C por pelo menos 5 min. As propriedades termofísicas efetivas da pilha ou livro (placas de circuito e chapas de pressão) são k = 0,613 W/(m · K) e (ρcp) = 2,73 × 106 J/(m3 · K). (a) Se inicialmente o livro se encontra a 15°C e, após a aplicação da pressão, as placas de suporte são subitamente aquecidas a uma temperatura uniforme de 190°C, calcule o tempo necessário ta para que a temperatura no plano central do livro atinja a temperatura de cura de 170°C. (b) Se, nesse instante de tempo, t = ta, a temperatura nas placas de suporte for reduzida bruscamente para 15°C, qual a quantidade de energia que deverá ser removida do livro pelo refrigerante que circula nas placas de suporte, a fim de que a pilha retorne à sua temperatura inicial uniforme? 5.47 Uma lâmina plana unidimensional, com propriedades constantes, com espessura 2L e inicialmente a uma temperatura uniforme, é aquecida convectivamente com Bi = 1. (a) Em um tempo adimensional de Fo1, o aquecimento é subitamente interrompido e a lâmina é rapidamente coberta com um isolante. Esboce as temperaturas adimensionais da lâmina no plano central e na superfície como uma função do tempo adimensional na faixa 0 < Fo < ∞. Mudando o tempo de aquecimento para Fo2, a temperatura no plano central no regime estacionário pode ser especificada igual a temperatura no plano central em Fo1. O valor de Fo2 é igual, maior ou menor do que Fo1? Sugestão: Suponha que Fo1 e Fo2 são maiores do que 0,2. (b) Fazendo Fo2 = Fo1 + ΔFo, deduza uma expressa analítica para ΔFo e avalie ΔFo para as condições da parte (a). (c) Determine ΔFo para Bi = 0,01; 0,1; 10; 100; e ∞, quando tanto Fo1 quanto Fo2 são maiores do que 0,2. 5.48 Com referência à ferramenta para processamento de semicondutores descrita no Problema 5.13, deseja-se, em algum ponto do ciclo de fabricação, resfriar o mandril, que é feito com liga de alumínio 2024. O procedimento de resfriamento proposto envolve a passagem de ar a 20°C entre o cabeçote de suprimento de ar e a superfície do mandril. (a) Se o mandril se encontra inicialmente a uma temperatura uniforme de 100°C, calcule o tempo necessário para a sua superfície inferior atingir 25°C, considerando um coeficiente convectivo uniforme de 50 W/(m2 · K) na interface entre o cabeçote e o mandril. (b) Gere um gráfico do tempo necessário para o resfriamento em função do coeficiente convectivo, para o intervalo 10 ≤ h ≤ 2000 W/(m2 · K). Se o limite inferior representar uma condição de convecção natural sem a presença do cabeçote, comente a respeito da eficiência do projeto do cabeçote como um método para promover o resfriamento do mandril. 5.49 Têmpera é um processo no qual o aço é reaquecido e, então, resfriado para ficar menos quebradiço. Seja o estágio de reaquecimento para uma placa de aço com 100 mm de espessura (ρ = 7830 kg/m3, c = 550 J/(kg · K), k = 48 W/(m · K)) que está inicialmente a uma temperatura uniforme de Ti = 200°C e deve ser aquecida a uma temperatura mínima de 550°C. O aquecimento é efetuado em um forno de fogo direto, no qual os produtos de combustão a T∞ = 800°C mantêm um coeficiente de transferência de calor de h = 250 W/(m2 · K) em ambas as superfícies da placa. Quanto tempo a placa deve ser deixada dentro do forno? 5.50 Seja uma folha de acrílico com espessura L = 5 mm que é usada para cobrir um substrato metálico isotérmico e quente a Tq = 300°C. As propriedades do acrílico são ρ = 1990 kg/m3, cp = 1470 J/(kg · K) e k = 0,21 W/(m · K). Desprezando a resistência térmica de contato entre o acrílico e o substrato metálico, determine quanto tempo levará para o lado oposto do acrílico, isolado termicamente, atingir sua temperatura de amolecimento, Tamol = 90°C. A temperatura inicial do acrílico é Ti = 20°C. 5.51 A parede, com 150 mm de espessura, de um forno a fogo direto é construída com tijolos de argila refratária (k = 1,5 W/(m · K), ρ = 2600 kg/m3, cp = 1000 J/(kg · K)) e está isolada em sua superfície externa. A parede está a uma temperatura inicial uniforme de 20°C, quando os queimadores são acesos e a superfície interna é exposta aos produtos de combustão, para os quais T∞ = 950°C e h = 100 W/(m2 · K). (a) Quanto tempo demora para a superfície externa da parede atingir uma temperatura de 750°C? (b) Represente graficamente a distribuição de temperaturas no interior da parede no tempo determinado no item (a), assim como em diversos tempos intermediários. 5.52 Aço é sequencialmente aquecido e resfriado (temperado) para aliviar estresses e torná-lo menos quebradiço. Seja uma placa com 100 mm de espessura (k = 45 W/(m · K), ρ = 7800 kg/m3, cp = 500 J/(kg · K)) que está inicialmente a uma temperatura uniforme de 300°C e é aquecida (em ambos os lados) em um forno a fogo direto no qual T∞ = 700°C e h = 500 W/(m2 · K). Quanto tempo leva para que uma temperatura mínima de 550°C seja atingida na placa? 5.53 Placas de concreto (com pedras misturadas) são usadas para absorver energia térmica a partir de um escoamento de ar oriundo de um grande coletor solar concentrador. As placas são aquecidas durante o dia e liberam sua energia para o ar frio durante a noite. Se o escoamento durante o dia for caracterizado por uma temperatura e um coeficiente de transferência de calor T∞ = 200°C e h = 35 W/(m2 · K), respectivamente, determine a espessura da placa 2L necessária para transferir uma quantidade total de energia tal que Q/Qo = 0,90 em um período de t = 8 h. A temperatura inicial do concreto é Ti = 40°C. 5.54 Uma placa com espessura 2L = 25 mm, a uma temperatura de 600°C, é removida de uma operação de prensagem a quente e tem que ser resfriada rapidamente de modo a adquirir as propriedades físicas desejadas. A engenheira de processo planeja usar jatos de ar para controlar a taxa de resfriamento, mas ela está na dúvida se há necessidade de resfriar os dois lados (caso 1) ou somente um lado (caso 2) da placa. A dúvida não está somente no tempo para resfriar, mas também em relação à máxima diferença de temperaturas no interior da placa. Se esta diferença de temperaturas for muito grande, pode haver um empeno significativo na placa. O ar é fornecido a 25°C e o coeficiente convectivo na superfície é de 400 W/(m2 · K). As propriedades termofísicas da placa são: ρ = 3000 kg/m3, c = 750 J/(kg · K) e k = 15 W/(m · K). (a) Usando o IHT* uma rotina computacional para a condução transiente em paredes planas, calcule e represente graficamente os comportamentos dinâmicos da temperatura nos casos 1 e 2 para um período de resfriamento de 500 s. Compare os tempos necessários para a temperatura máxima na placa atingir 100°C. Suponha que não haja perda de calor pela superfície não exposta do caso 2. (b) Para os dois casos, calcule e represente graficamente a variação com o tempo da diferença máxima de temperaturas no interior da placa. Comente sobre o tamanho relativo dos gradientes de temperatura no interior da placa como funções do tempo. 5.55 Durante a operação transiente, o ejetor de um motor de foguete, feito em aço, não deve exceder uma temperatura máxima de operação de 1500 K quando exposto a gases de combustão caracterizados por uma temperatura de 2300 K e um coeficiente de transferência de calor por convecção de 5000 W/(m2 · K). Para estender o período de duração da operação do motor, propõe-se a aplicação de um revestimento protetor térmico cerâmico (k = 10 W/(m · K), α = 6 × 10−6 m2/s) sobre a superfície interna do ejetor. (a) Para um revestimento cerâmico com 10 mm de espessura e inicialmente a uma temperatura de 300 K, obtenha uma estimativa conservativa para a máxima duração permitida de operação do motor. O raio do ejetor é muito maior do que o somatório das espessuras da parede e do revestimento. (b) Calcule e represente graficamente as temperaturas das superfícies interna e externa do revestimento em função do tempo para 0 ≤ t ≤ 150 s. Repita os cálculos para um revestimento com espessura de 40 mm. 5.56 Duas placas do mesmo material e espessura L estão em diferentes temperaturas iniciais Ti,1 e Ti,2, sendo Ti,2 > Ti,1. Suas superfícies são subitamente colocadas em contato. As superfícies externas das duas placas estão isoladas. (a) Seja uma temperatura adimensional definida por T*(Fo) ≡ (T – Ti,1)/(Ti,2 – Ti,1) > Desprezando a resistência térmica de contato na interface entre as placas, quais são as temperaturas adimensionais no estado estacionário de cada uma das duas placas, 1 e 2? Qual é a temperatura adimensional na interface em qualquer tempo? (b) Um coeficiente global de transferência de calor efetivo entre as duas placas pode ser definido com base nas temperaturas médias espaciais adimensionais e instantâneas das placas, ≡ q* / ( – ). Observando que a taxa de transferência de calor adimensional para ou a partir de uma das duas placas pode ser representada por q* = d(Q/Qo)/dFo, determine uma expressão para , para Fo > 0,2. 5.57 Em um processo de têmpera, uma lâmina de vidro que se encontra inicialmente a uma temperatura uniforme Ti é resfriada pela redução súbita da temperatura em ambas as superfícies para Ts. A lâmina tem uma espessura de 20 mm e o vidro tem uma difusividade térmica de 6 × 10−7 m2/s. (a) Quanto tempo levará até que a temperatura no plano central da lâmina atinja 50% da sua máxima redução de temperatura possível? (b) Se (Ti – Ts) = 300°C, qual é o máximo gradiente de temperatura no vidro no instante de tempo calculado na parte (a)? 5.58 A resistência e a estabilidade de pneus podem ser melhoradas pelo aquecimento de ambos os lados da borracha (k = 0,14 W/(m · K), α = 6,35 × 10−8 m2/s) em uma câmara de vapor na qual T∞ = 200°C. No processo de aquecimento, uma parede de borracha com 20 mm de espessura (suposta não frisada) é levada de sua temperatura inicial de 25°C até uma temperatura no plano central de 150°C. (a) Se o escoamento do vapor sobre as superfícies do pneu mantém um coeficiente convectivo de h = 200 W/(m2 · K), quanto tempo será necessário para se atingir a temperatura desejada no plano central? (b) Para acelerar o processo de aquecimento, recomenda-se que o escoamento do vapor seja feito com vigor suficiente a fim de manter as superfícies do pneu a uma temperatura de 200°C durante todo o processo. Calcule e represente graficamente as temperaturas no plano central e nas superfícies do pneu para esse caso, assim como para as condições da parte (a). 5.59 Inicia-se a aplicação de um revestimento plástico em painéis de madeira pela deposição de polímero fundido sobre o painel e o posterior resfriamento da superfície do polímero ao submetê-la a uma corrente de ar a 25°C. Como uma primeira aproximação, o calor de reação associado à solidificação do polímero pode ser desprezado e a interface polímero/madeira pode ser considerada adiabática. Sendo a espessura do revestimento L = 2 mm e ele estando a uma temperatura inicial de Ti = 200°C, quanto tempo é necessário para a superfície atingir a temperatura segura para o toque de 42°C, se o coeficiente de transferência de calor por convecção for h = 200 W/(m2 · K)? Qual é o valor correspondente da temperatura da interface? A condutividade térmica e a difusividade térmica do plástico são k = 0,25 W/(m · K) e α = 1,20 × 10−7 m2/s, respectivamente. Condução Unidimensional: O Cilindro Longo 5.60 Um longo bastão cilíndrico, com 60 mm de diâmetro e propriedades termofísicas iguais a ρ = 8000 kg/m3, c = 500 J/(kg · K) e k = 50 W/(m · K), encontra-se inicialmente a uma temperatura uniforme e é aquecido em um forno de convecção forçada mantido a 750 K. O coeficiente de transferência de calor por convecção é estimado igual a 1000 W/(m2 · K). (a) Qual é a temperatura no eixo central do bastão quando a sua temperatura na superfície é de 550 K? (b) Em um processo de tratamento térmico, a temperatura no eixo central do bastão deve ser aumentada de Ti = 300 K a T = 500 K. Calcule e represente graficamente os históricos de temperatura no eixo central do bastão para h = 100, 500 e 1000 W/(m2 · K). Em cada caso, o cálculo pode ser interrompido quando T = 500 K. 5.61 Um cilindro comprido com 30 mm de diâmetro, inicialmente a uma temperatura uniforme de 1000 K, é subitamente resfriado pela imersão em um grande banho de óleo que se encontra a uma temperatura constante de 350 K. As propriedades do cilindro são k = 1,7 W/(m · K), c = 1600 J/(kg · K) e ρ = 400 kg/m3, enquanto o coeficiente convectivo é de 50 W/(m2 · K). (a) Calcule o tempo necessário para a superfície do cilindro atingir 500 K. (b) Calcule e represente o histórico da temperatura da superfície do cilindro ao longo do intervalo 0 ≤ t ≤ 300 s. Se o óleo fosse agitado, fornecendo um coeficiente convectivo de 250 W/(m2 · K), como o histórico da temperatura iria mudar? 5.62 Trabalhe o Problema 5.47 para um cilindro de raio ro e comprimento L = 20 ro. 5.63 Um longo bastão de pirocerâmica com 20 mm de diâmetro é revestido por um tubo metálico muito fino para proteção mecânica. A fixação entre o bastão e o tubo tem uma resistência térmica de contato de = 0,12 m · K/W. (a) Se o bastão está inicialmente a uma temperatura uniforme de 900 K e é subitamente resfriado pela sua exposição a uma corrente de ar, na qual T∞ = 300 K e h = 100 W/(m2 · K), em qual instante de tempo a temperatura no eixo central do bastão atinge 600 K? (b) O resfriamento pode ser acelerado pelo aumento da velocidade do ar e, portanto, do coeficiente convectivo. Para valores de h = 100, 500 e 1000 W/(m2 · K), calcule e represente graficamente as temperaturas no eixo central e na superfície do bastão de pirocerâmica em função do tempo para 0 ≤ t ≤ 300 s. Comente a respeito das implicações de melhorar o resfriamento do bastão exclusivamente pelo aumento no valor de h. 5.64 Uma barra comprida cilíndrica, com 40 mm de diâmetro, fabricada em safira (óxido de alumínio) e inicialmente a uma temperatura uniforme de 800 K, é resfriada subitamente por um fluido a 300 K, que mantém um coeficiente de transferência de calor de 1600 W/(m2 · K). Após 35 s, ela é enrolada com uma manta isolante, de tal modo que não mais perde calor. Qual será a temperatura da barra após um longo período de tempo? 5.65 Uma viga de concreto (mistura com pedras) cilíndrica com diâmetro D = 0,5 m, inicialmente a Ti = 20°C, é exposta a gases quentes a T∞ = 500°C. O coeficiente convectivo é h = 10 W/(m2 · K). (a) Determine a temperatura no eixo central da viga após um tempo de exposição de t = 6 h. (b) Determine a temperatura do eixo central de uma segunda viga que tem o mesmo tamanho e está exposta às mesmas condições da parte (a), mas é fabricada com concreto agregado leve, com massa específica ρ = 1495 kg/m3, condutividade térmica k = 0,789 W/(m · K), e calor específico cp = 880 J/(kg · K). 5.66 Um longo bastão de plástico com 30 mm de diâmetro (k = 0,3 W/(m · K) e ρcp = 1040 kJ/(m3 · K) é aquecido uniformemente em uma estufa como preparação para uma operação de prensagem. Para obtenção de melhores resultados, a temperatura no bastão não deve ser inferior a 200°C. Até qual temperatura uniforme o bastão deve ser aquecido na estufa se, para o pior dos casos, o bastão repousa sobre uma esteira transportadora por 3 min antes da prensagem, permanecendo exposto a um resfriamento por convecção ao ar ambiente a 25°C, com um coeficiente convectivo de 8 W/(m2 · K)? Uma outra condição para a obtenção de bons resultados é a diferença entre as temperaturas máxima e mínima no bastão, que não deve exceder 10°C. Essa condição é satisfeita e, se não, o que você poderia fazer para satisfazê-la? 5.67 Como parte de um processo de tratamento térmico, bastões cilíndricos de aço inoxidável 304 com 100 mm de diâmetro são resfriados a partir de uma temperatura inicial de 500°C pela sua suspensão em um banho de óleo a 30°C. Se um coeficiente de transferência de calor por convecção de 500 W/(m2 · K) for mantido pela circulação do óleo, quanto tempo leva para o eixo central dos bastões atingir uma temperatura de 50°C, quando então ele é retirado do banho? Se 10 bastões de comprimento L = 1 m forem processados por hora, qual é a taxa nominal na qual energia deve ser retirada do banho (a carga de resfriamento)? 5.68 Em um processo de fabricação, longos bastões de diferentes diâmetros estão a uma temperatura uniforme de 400°C no interior de um forno de cura, do qual são retirados e resfriados por convecção forçada no ar a 25°C. Um dos operadores observou que demora 280 segundos para um bastão de 40 mm de diâmetro esfriar até uma temperatura segura para o toque de 60°C. Para um coeficiente de transferência de calor por convecção equivalente, quanto tempo será preciso para um bastão de 80 mm de diâmetro se resfriar até a mesma temperatura? As propriedades termofísicas dos bastões são ρ = 2500 kg/m3, c = 900 J/(kg · K) e k = 15 W/(m · K). Comente o seu resultado. Você anteviu esse resultado? 5.69 A massa específica e o calor específico de um determinado material são conhecidos (ρ = 1200 kg/m3, cp = 1250 J/(kg · K)), mas a sua condutividade térmica é desconhecida. Para determinar a condutividade térmica, um longo cilindro do material com diâmetro D = 40 mm é torneado e um termopar é inserido através de um pequeno furo ao longo de seu eixo central. A condutividade térmica é determinada realizando-se um experimento no qual o cilindro é aquecido até uma temperatura uniforme Ti = 100°C e, então, resfriado pela passagem de ar a T∞ = 25°C em escoamento cruzado sobre o cilindro. Para a velocidade do ar especificada, o coeficiente convectivo é de h = 55 W/(m2 · K). (a) Se uma temperatura no eixo central de T(0, t) = 40°C for registrada após t = 1136 s de resfriamento, verifique que o material tem uma condutividade térmica de k = 0,30 W/(m · K). (b) Para o ar em escoamento cruzado sobre o cilindro, o valor especificado de h = 55 W/(m2 · K) corresponde a uma velocidade de V = 6,8 m/s. Se h = CV0,618, estando a constante C com unidades de W · s0,618/(m2,618 · K), como a temperatura no eixo central em t = 1136 s varia com a velocidade para 3 ≤ V ≤ 20 m/s? Determine os históricos da temperatura no eixo central para 0 ≤ t ≤ 1500 s e velocidades de 3, 10 e 20 m/s. 5.70 Na Seção 5.2 observamos que o valor do número de Biot influencia de forma significativa a natureza da distribuição de temperaturas em um sólido durante um processo condutivo transiente. Reforce o seu entendimento desse conceito importante usando o modelo IHT uma rotina computacional para condução unidimensional transiente para determinar a distribuição radial de temperaturas em um bastão de aço inoxidável (k = 15 W/(m · K), ρ = 8000 kg/m3, cp = 475 J/(kg · K)), com 30 mm de diâmetro, quando ele é resfriado de uma temperatura inicial uniforme de 325°C por um fluido a 25°C. Para os valores a seguir do coeficiente de transferência de calor por convecção e os tempos designados, determine a distribuição radial de temperaturas: h = 100 W/(m2 · K) (t = 0, 100, 500 s); h = 1000 W/(m2 · K) (t = 0, 10, 50 s); h = 5000 W/(m2 · K) (t = 0, 1, 5, 25 s). Prepare um gráfico para cada coeficiente convectivo, no qual a temperatura será representada como uma função do raio adimensional nos tempos designados. Condução Unidimensional: A Esfera 5.71 No tratamento térmico para endurecer bilhas de rolamento feitas em aço (c = 500 J/(kg · K), ρ = 7800 kg/m3, k = 50 W/(m · K)), é desejável aumentar a temperatura superficial por um curto período de tempo, sem no entanto provocar um aquecimento significativo no interior da bilha. Esse tipo de aquecimento pode ser obtido por meio de uma rápida imersão da esfera em um banho de sal fundido a uma temperatura T∞ = 1300 K e h = 5000 W/(m2 · K). Considere que qualquer ponto no interior da esfera cuja temperatura exceder 1000 K tenha sido atingido pelo tratamento. Calcule o tempo necessário para tratar o milímetro mais externo de uma esfera com 20 mm de diâmetro, se a sua temperatura inicial é de 300 K. 5.72 Uma câmara de ar frio é proposta para o resfriamento de esferas de aço com diâmetro D = 0,2 m e temperatura inicial Ti = 400°C. O ar na câmara é mantido a −15°C por um sistema de refrigeração e as esferas de aço a atravessam sobre uma esteira transportadora. A produção otimizada das esferas exige que 70% de sua energia térmica inicial, acima de 215°C, sejam removidos. Os efeitos radiantes podem ser desprezados e o coeficiente de transferência de calor por convecção no interior da câmara é igual a 1000 W/(m2 · K). Calcule o tempo de resistência das bolas no interior da câmara e recomende uma velocidade da esteira transportadora. As seguintes propriedades podem ser usadas para o aço: k = 50 W/(m · K), α = 2 × 10−5 m2/s e c = 450 J/(kg · K). 5.73 Uma esfera de vidro cal-soda de diâmetro D1 = 25 mm é encapsulada em uma casca esférica de baquelita de espessura L = 10 mm. A esfera composta está inicialmente a uma temperatura uniforme, Ti = 40°C, e é exposta a uma fluido com T∞ = 10°C, com h = 30 W/(m2 · K). Determine a temperatura no centro do vidro em t = 200 s. Despreze a resistência térmica de contato na interface entre os dois materiais. 5.74 Bilhas de aço inoxidável (AISI 304), que foram aquecidas uniformemente até 850°C, são endurecidas pelo resfriamento em um banho de óleo mantido a 40°C. O diâmetro de cada esfera é de 20 mm e o coeficiente convectivo associado ao banho de óleo é de 1000 W/(m2 · K). (a) Se o resfriamento deve prosseguir até que a temperatura superficial das esferas atinja 100°C, quanto tempo as esferas devem permanecer imersas no banho de óleo? Qual é a temperatura no centro das esferas no instante da conclusão do período de resfriamento? (b) Se 10.000 bilhas devem ser resfriadas a cada hora, qual é a taxa na qual energia deve ser removida pelo sistema de resfriamento do banho de óleo de modo a mantê-lo à temperatura de 40°C? 5.75 Uma esfera com 30 mm de diâmetro inicialmente a 800 K é resfriada em um grande banho, mantido a uma temperatura constante de 320 K e com um coeficiente de transferência de calor por convecção de 75 W/(m2 · K). As propriedades termofísicas do material da esfera são: ρ = 400 kg/m3, c = 1600 J/(kg · K) e k = 1,7 W/(m · K). (a) Mostre, de maneira qualitativa em coordenadas T – t, as temperaturas no centro e na superfície da esfera em função do tempo. (b) Calcule o tempo necessário para a superfície da esfera atingir a temperatura de 415 K. (c) Determine o fluxo térmico (W/m2) na superfície externa da esfera no instante determinado na parte (b). (d) Determine a energia (J) que foi perdida pela esfera durante o processo de resfriamento até a sua temperatura na superfície atingir 415 K. (e) No tempo determinado na parte (b), a esfera é rapidamente removida do banho de resfriamento e coberta por uma camada de um isolante térmico perfeito, de tal forma que não há mais perda de calor pela superfície da esfera. Qual será a temperatura da esfera após transcorrido um longo período de tempo? (f) Calcule e represente graficamente os históricos das temperaturas no centro e na superfície da esfera para o período 0 ≤ t ≤ 150 s. Que efeito tem um aumento no valor do coeficiente de transferência de calor por convecção para h = 200 W/(m2 · K) sobre os históricos representados anteriormente? Para h = 75 e 200 W/(m2 · K), calcule e represente o fluxo térmico na superfície em função do tempo para 0 ≤ t ≤ 150 s. 5.76 Trabalhe o Problema 5.47 para o caso de uma esfera de raio ro. 5.77 Duas esferas, A e B, inicialmente a 800 K, são subitamente submersas em grandes banhos, que são mantidos à mesma temperatura constante de 320 K. Os parâmetros a seguir estão associados a cada uma das esferas e aos seus respectivos processos de resfriamento. Esfera A Esfera B Diâmetro (mm) 300 30 Densidade (kg/m3) 1600 400 Calor específico (kJ/(kg · K)) 0,400 Condutividade térmica (W/(m · K)) 170 Coeficiente convectivo (W/(m2 · K)) 5 1,60 1,70 50 (a) Mostre de maneira qualitativa, em coordenadas T – t, as temperaturas no centro e na superfície de cada esfera em função do tempo. Explique sucintamente o raciocínio utilizado na determinação do posicionamento relativo das duas curvas. (b) Calcule o tempo necessário para a superfície de cada esfera atingir 415 K. (c) Determine a energia ganha por cada um dos banhos durante o processo de resfriamento das esferas até a temperatura superficial de 415 K. 5.78 Esferas de 40 mm de diâmetro, aquecidas até uma temperatura uniforme de 400°C, são subitamente retiradas de um forno e colocadas em um banho de ar com escoamento forçado, operando a 25°C com um coeficiente convectivo de 300 W/(m2 · K) na superfície das esferas. As propriedades termofísicas do material das esferas são ρ = 3000 kg/m3, c = 850 J/(kg · K) e k = 15 W/(m · K). (a) Quanto tempo as esferas devem permanecer no banho de ar para que 80% de sua energia térmica seja removida? (b) As esferas são então colocadas em uma caixa de armazenamento que impede mais transferência de calor com o ambiente. Qual temperatura uniforme as esferas vão atingir após um longo tempo? 5.79 Para determinar quais partes do cérebro de uma aranha são ativadas com atividade neural em resposta a vários estímulos óticos, os pesquisadores na Universidade de Massachusetts – Amherst desejam examinar o cérebro como fica após serem mostradas imagens que invocam emoções como medo ou fome. Seja uma aranha a Ti = 20°C a qual é mostrada uma terrível cena e então é imediatamente imersa em nitrogênio líquido a T∞ = 77 K. O cérebro é posteriormente dissecado em seu estado congelado e analisado para determinar quais partes do cérebro reagem ao estímulo. Usando o seu conhecimento de transferência de calor, determine quanto tempo passa antes do cérebro da aranha iniciar o congelamento. Suponha que o cérebro seja uma esfera de diâmetro Dc = 1 mm, localizado no centro da massa toráxica da aranha, que pode ser aproximada como uma casca esférica de diâmetro Dcc = 3 mm. As propriedades do cérebro e da massa toráxica são correspondentes às da água líquida. Despreze os efeitos do calor latente de fusão e suponha o coeficiente de transferência de calor igual a h = 100 W/(m2 · K). 5.80 Considere um leito fixo operando nas condições do Problema 5.12, mas com Pirex (ρ = 2225 kg/m3, c = 835 J/(kg · K), k = 1,4 W/(m · K)) sendo usado no lugar do alumínio. Quanto tempo leva para uma esfera perto da entrada do sistema acumular 90% da energia térmica máxima possível? Qual é a temperatura correspondente no centro da esfera? 5.81 O coeficiente convectivo associado ao escoamento de um fluido sobre uma esfera sólida pode ser determinado pela imersão da esfera, inicialmente a 25°C, no interior do escoamento a 75°C e a medida de sua temperatura superficial em algum instante de tempo durante o processo transiente de aquecimento. (a) Se a esfera tem um diâmetro de 0,1 m, uma condutividade térmica de 15 W/(m · K) e uma difusividade térmica de 10−5 m2/s, em que instante de tempo a temperatura superficial de 60°C será registrada se o coeficiente convectivo for de 300 W/(m2 · K)? (b) Avalie o efeito do valor da difusividade térmica na resposta térmica do material calculando os históricos das temperaturas no centro e na superfície da esfera para α = 10−6, 10−5 e 10−4 m2/s. Represente graficamente os seus resultados para o período 0 ≤ t ≤ 300 s. De maneira análoga, avalie o efeito da condutividade térmica considerando valores de k = 1,5; 15 e 150 W/(m · K). 5.82 Seja a esfera do Exemplo 5.6, que está inicialmente a uma temperatura uniforme quando é subitamente removida do forno e submetida a um processo de resfriamento em duas etapas. Use o modelo Sphere, Transient Conduction do IHT* uma rotina computacional para obter as soluções a seguir. (a) Para a etapa 1, calcule o tempo necessário para a temperatura do centro atingir T(0, t) = 335°C, sendo resfriada no ar a 20°C com um coeficiente convectivo de 10 W/(m2 · K). Qual é o número de Biot para esse processo de resfriamento? Você espera que os gradientes de temperatura radiais sejam significativos? Compare os seus resultados com aqueles do exemplo. (b) Para a etapa 2, calcule o tempo necessário para a temperatura do centro atingir T(0, t) = 50°C, sendo resfriada em um banho de água a 20°C com um coeficiente convectivo de 6000 W/(m2 · K). (c) Para o processo de resfriamento da etapa 2, calcule e represente graficamente os históricos de temperaturas, T(r, t), para o centro e para a superfície da esfera. Identifique e explique características importantes desses históricos. Quando você espera que os gradientes de temperatura no interior da esfera sejam os maiores? Meios Semi-Infinitos 5.83 Dois grandes blocos feitos com materiais diferentes, como cobre e concreto, ficaram em repouso no interior de uma sala (23°C) por um longo período de tempo. Qual dos dois blocos, se algum, parecerá mais frio quando tocado? Considere que os blocos sejam sólidos semi-infinitos e que a sua mão esteja a uma temperatura de 37°C. 5.84 Uma parede plana de espessura 0,6 m (L = 0,3 m) é feita de aço (k = 30 W/(m · K), ρ = 7900 kg/m3, c = 640 J/(kg · K)). Ela está inicialmente a uma temperatura uniforme e é, então, exposta ao ar em suas duas superfícies. Considere duas condições de convecção diferentes: convecção natural, caracterizada por h = 10 W/(m2 · K), e convecção forçada, com h = 100 W/(m2 · K). Você deve calcular a temperatura na superfície em três instantes diferentes: t = 2,5 min, 25 min e 250 min, para um total de seis diferentes casos. (a) Para cada um desses seis casos, calcule a temperatura adimensional na superfície, = (Ts – T∞)/(Ti – T∞), usando quatro métodos diferentes: solução exata, primeiro termo da solução em série, capacitância global e sólido semi-infinito. Apresente os seus resultados em uma tabela. (b) Explique rapidamente as condições para as quais (i) a solução com o primeiro termo é uma boa aproximação para a solução exata, (ii) a solução da capacitância global é uma boa aproximação, (iii) a solução do sólido semi-infinito é uma boa aproximação. 5.85 Uma pavimentação de asfalto, em um dia quente de verão, pode atingir temperaturas tão elevadas quando 50°C. Suponha que tal temperatura esteja presente ao longo da espessura de um pavimento quando, de repente, uma tempestade reduz a temperatura de sua superfície para 20°C. Calcule a quantidade total de energia (J/m2) que sairá do asfalto durante um período de 30 min, no qual a superfície é mantida a 20°C. 5.86 Uma lâmina espessa de aço (ρ = 7800 kg/m3, c = 480 J/(kg · K), k = 50 W/(m · K)) está inicialmente a 300°C e é resfriada por jatos de água colidindo sobre uma de suas superfícies. A temperatura da água é de 25°C e os jatos mantêm um coeficiente convectivo extremamente alto e aproximadamente uniforme na superfície. Supondo que a superfície seja mantida na temperatura da água ao longo de todo o resfriamento, quanto tempo irá levar para a temperatura atingir 50°C a uma distância de 25 mm da superfície? 5.87 Um ferro para ladrilhos é constituído por uma placa maciça mantida a 150°C por um aquecedor elétrico nela embutido. O ferro é colocado em contato com um ladrilho para amolecer o adesivo, permitindo que o ladrilho seja facilmente retirado do contrapiso. O adesivo irá amolecer o suficiente se for aquecido acima de 50°C por pelo menos 2 min, porém sua temperatura não deve exceder 120°C a fim de evitar a sua deterioração. Considere que o ladrilho e o contrapiso estejam a uma temperatura inicial de 25°C e que as propriedades termofísicas de ambos sejam equivalentes e iguais a k = 0,15 W/(m · K) e ρcp = 1,5 × 106 J/(m3 · K). (a) Quanto tempo gastará um operário, usando um ferro para ladrilhos, para retirar um ladrilho? A temperatura do adesivo irá exceder o limite de 120°C? (b) Se o ferro para ladrilhos apresenta uma área superficial quadrada com 254 mm de lado, quanta energia foi removida dele durante o tempo necessário para retirar o ladrilho? 5.88 Um procedimento simples para a medição de coeficientes de transferência de calor por convecção em superfícies envolve o revestimento da superfície com uma fina película de um material com uma temperatura de fusão bem definida. A superfície é, então, aquecida e, pela determinação do tempo necessário para que a fusão ocorra, o coeficiente convectivo é determinado. O dispositivo experimental mostrado na figura a seguir usa esse procedimento para determinar o coeficiente convectivo em um escoamento de um gás normal a uma superfície. Especificamente, um longo bastão de cobre é embutido no interior de um material superisolante com condutividade térmica muito baixa e uma película muito fina é aplicada sobre a sua superfície exposta. Se o bastão está inicialmente a 25°C e o escoamento do gás, para o qual h = 200 W/(m2 · K) e T∞ = 300°C, tem início, qual é o ponto de fusão do revestimento se a sua fusão ocorrer no instante t = 400 s? 5.89 Uma companhia de seguros contratou você como consultor para melhorar a sua compreensão a respeito de queimaduras. Eles estão especialmente interessados em queimaduras causadas pelo contato de parte do corpo do trabalhador com máquinas que se encontram a temperaturas elevadas, na faixa de 50 a 100°C. O consultor médico da companhia informa que ferimentos térmicos irreversíveis (morte das células) irão ocorrer se qualquer tecido vivo for mantido a T ≥ 48°C por um intervalo Δt ≥ 10 s. Eles desejam informações no que diz respeito ao grau de extensão dos danos irreversíveis ao tecido celular (medido pela distância da superfície da pele) em função da temperatura da máquina e do tempo de contato entre a pele e a máquina. Considere que células vivas têm uma temperatura normal de 37°C, sejam isotrópicas e tenham propriedades constantes equivalentes às da água líquida. (a) Para avaliar a seriedade do problema, calcule as posições no tecido celular onde a temperatura atingirá 48°C após 10 s de contato com máquinas a 50°C e a 100°C. (b) Para uma temperatura da máquina de 100°C e 0 ≤ t ≤ 30 s, calcule e represente graficamente os históricos das temperaturas no tecido a 0,5; 1 e 2 mm da superfície da pele. 5.90 Um procedimento para determinar a condutividade térmica de um material sólido envolve embutir um termopar em uma espessa chapa do material e medir a resposta a uma determinada mudança na temperatura em uma superfície. Considere um arranjo no qual o termopar está posicionado 10 mm abaixo da superfície, que tem sua temperatura subitamente elevada e mantida a 100°C pela sua exposição à água em ebulição. Se a temperatura inicial da chapa era de 30°C e o termopar mede uma temperatura de 65°C, 2 min após a superfície ter sido colocada a 100°C, qual é a condutividade térmica do material? A massa específica e o calor específico do material são 2200 kg/m3 e 700 J/(kg · K), respectivamente. 5.91 Uma chapa muito espessa, que tem difusividade térmica de 5,6 × 10−6 m2/s e condutividade térmica igual a 20 W/(m · K), está inicialmente a uma temperatura uniforme de 325°C. De repente, a sua superfície é exposta a um refrigerante a 15°C para o qual o coeficiente de transferência de calor por convecção é de 100 W/(m2 · K). (a) Determine as temperaturas na superfície e a uma profundidade de 45 mm passados 3 min da exposição da chapa ao refrigerante. (b) Calcule e represente graficamente os históricos de temperatura (0 ≤ t ≤ 300 s) em x = 0 e x = 45 mm para as seguintes variações paramétricas: (i) a = 5,6 × 10−7; 5,6 × 10−6 e 5,6 × 10−5 m2/s; e (ii) k = 2, 20 e 200 W/(m · K). 5.92 Uma grossa parede feita em madeira de carvalho, inicialmente a 25°C, é subitamente exposta a produtos de combustão para os quais T∞ = 800°C e h = 20 W/(m2 · K). (a) Determine o tempo de exposição necessário para a superfície da parede atingir a temperatura de ignição de 400°C. (b) Represente graficamente a distribuição de temperaturas T(x) na parede em t = 325 s. A distribuição deve se estender até a posição na qual T ≈ 25°C. 5.93 Padrões para paredes contra fogo podem se basear em suas respostas térmicas a um fluxo térmico radiante especificado. Seja uma parede de concreto com 0,25 m de espessura (ρ = 2300 kg/m3, c = 880 J/(kg · K), k = 1,4 W/(m · K)), que se encontra a uma temperatura inicial de Ti = 25°C e é irradiada em uma superfície por lâmpadas que fornecem um fluxo térmico uniforme de = 104 W/m2. A absortividade da superfície em relação à radiação é αs = 1,0. Se as exigências de construção ditam que as temperaturas nas superfícies irradiada e não irradiada, após 30 min de aquecimento, não podem exceder 325°C e 25°C, respectivamente, as exigências serão atendidas? 5.94 Sabe-se que, embora dois materiais estejam a uma mesma temperatura, um deles pode provocar ao toque a sensação de estar mais frio. Considere placas espessas de cobre e de vidro, ambas a uma temperatura inicial de 300 K. Supondo que o seu dedo esteja a uma temperatura inicial de 310 K e que ele tenha propriedades termofísicas iguais a ρ = 1000 kg/m3, c = 4180 J/(kg · K) e k = 0,625 W/(m · K), determine qual das duas chapas parecerá mais fria ao toque. 5.95 Duas placas em aço inoxidável (ρ = 8000 kg/m3, c = 500 J/(kg · K) e k = 15 W/(m · K)), ambas com 20 mm de espessura e com uma de suas superfícies isolada, estão inicialmente a 400 e 300 K quando são pressionadas uma contra a outra com o contato feito através das superfícies sem isolamento térmico. Qual é a temperatura da superfície isolada da placa mais quente 1 min após o contato? 5.96 Revestimentos especiais são frequentemente formados pela deposição de finas camadas de um material fundido sobre um substrato sólido. A solidificação tem início na superfície do substrato e prossegue até que a espessura S da camada solidificada se torne igual à espessura δ do depósito. (a) Considere condições nas quais material fundido, à sua temperatura de fusão Tf, é depositado sobre um grande substrato que se encontra inicialmente a uma temperatura uniforme Ti. Com S = 0 em t = 0, desenvolva uma expressão para estimar o tempo td necessário para solidificar completamente o depósito, considerando que ele permanece à temperatura Tf durante todo o processo de solidificação. Expresse o seu resultado em termos da condutividade térmica e da difusividade térmica do substrato (ks, αs), da massa específica e do calor latente de fusão do depósito (ρ, hsf), da espessura do depósito δ e das temperaturas relevantes (Tf, Ti). (b) O processo de deposição por pulverização de plasma descrito no Problema 5.25 é usado para aplicar um fino revestimento (δ = 2 mm) de alumina sobre um espesso substrato de tungstênio. O substrato apresenta uma temperatura inicial uniforme Ti = 300 K, e as suas condutividade térmica e difusividade térmica podem ser aproximadas por ks = 120 W/(m · K) e αs = 4,0 × 10−5 m2/s, respectivamente. A massa específica e o calor latente de fusão da alumina são ρ = 3970 kg/m3 e hsf = 3577 kJ/kg, respectivamente, e a alumina se solidifica na sua temperatura de fusão (Tf = 2318 K). Supondo que a camada fundida seja depositada instantaneamente sobre o substrato, estime o tempo necessário para o depósito se solidificar. 5.97 Quando um metal fundido é derramado sobre um molde que é um péssimo condutor de calor, a resistência dominante à transferência de calor está na parede do molde. Considere condições nas quais um metal líquido está se solidificando em um molde com paredes espessas, com condutividade térmica kp e difusividade térmica αp. A massa específica e o calor latente de fusão do metal são designados por ρ e hsf, respectivamente, e tanto no seu estado fundido quanto no estado sólido a condutividade térmica do metal é muito maior do que a do molde. Imediatamente antes do início da solidificação (S = 0), a parede do molde se encontra a uma temperatura inicial uniforme Ti e o metal fundido está em qualquer posição na sua temperatura de fusão (ponto de fusão) Tf. Após o início da solidificação, há transferência de calor por condução para dentro da parede do molde e a espessura do metal solidificado, S, aumenta com o passar do tempo t. (a) Esboce a distribuição de temperaturas unidimensional, T(x), na parede do molde e no metal em t = 0 e em dois instantes subsequentes durante o processo de solidificação. Indique claramente todas as hipóteses que forem feitas. (b) Obtenha uma relação para a variação da espessura da camada sólida S em função do tempo t, expressando o seu resultado em termos dos parâmetros apropriados do sistema. 5.98 Juntas de alta qualidade podem ser formadas com solda por fricção. Considere a solda por fricção de dois bastões de Inconel com 40 mm de diâmetro. O bastão inferior encontra-se estacionário, enquanto o superior é forçado em um movimento linear de vai e volta caracterizado por um deslocamento horizontal instantâneo, d(t) = a cos(ωt), sendo a = 2 mm e ω = 1000 rad/s. O coeficiente de atrito de deslizamento entre as duas peças é μ = 0,3. Determine a força de compressão que deve ser aplicada para aquecer a junta até o ponto de fusão do Inconel em t = 3 s, partindo de uma temperatura inicial de 20°C. Sugestão: A frequência do movimento e a taxa de aquecimento resultante são muito altas. A resposta da temperatura pode ser aproximada como se a taxa de aquecimento fosse constante no tempo, igual ao seu valor médio. Objetos com Temperaturas Superficiais ou Fluxos Térmicos na Superfície Constantes e Aquecimento Periódico 5.99 Um disco ótico regravável (DVD) é formado colocando-se um material de armazenamento composto binário, com 15 nm de espessura, entre duas folhas de 1 mm de policarbonato. Os dados são escritos no meio de armazenamento opaco pela sua irradiação, vinda de baixo, por um feixe de laser, relativamente de alta potência, com diâmetro 0,4 μm e potência de 1 mW, o que resulta no rápido aquecimento do material composto (o policarbonato é transparente à irradiação do laser). Se a temperatura do meio de armazenamento exceder 900 K, um material amorfo não cristalino se forma no ponto aquecido quando a irradiação do laser é interrompida e permitido o rápido resfriamento do ponto. Os pontos resultantes de material amorfo têm uma diferente refletividade em relação ao material cristalino ao redor, de tal forma que eles podem ser lidos posteriormente com a irradiação com um segundo laser de menor potência e pela detecção das mudanças na radiação do laser transmitida através da espessura completa do DVD. Determine o tempo de irradiação (escrita) necessário para elevar a temperatura do meio de armazenamento de um valor inicial de 300 K para 1000 K. A absortividade do meio de armazenamento é de 0,8. As propriedades do policarbonato são ρ = 1200 kg/m3, k = 0,21 W/(m · K) e cp = 1260 J/(kg · K). 5.100 Bombas de calor, com base no subsolo, operam usando o solo, em vez do ar ambiente, como a fonte de calor (ou sumidouro) para aquecimento (ou resfriamento) de construções. Um líquido troca energia com o solo (recebendo ou doando) através de uma tubulação plástica que é enterrada. A tubulação encontra-se em uma profundidade na qual as variações anuais na temperatura do solo são muito menores daquelas no ar ambiente. Por exemplo, em um local como South Bend, Indiana, a temperatura no subsolo a certa profundidade pode se manter em aproximadamente 11°C enquanto as variações, ao logo do ano, da temperatura do ar ambiente têm uma faixa de –25°C a +37°C. Suponha que a tubulação esteja disposta em um arranjo em serpentina com pequeno espaçamento. Em qual profundidade a tubulação deve ser enterrada de modo que o solo seja visto como um meio infinito a temperatura constante em um período de 12 meses? Leve em conta o resfriamento (aquecimento) periódico do solo em função das variações anuais nas condições ambientais e das mudanças na operação da bomba de calor do modo aquecimento no inverno para o modo resfriamento no verão. 5.101 Para permitir o cozimento de uma ampla gama de alimentos em fornos de micro-ondas, materiais de empacotamento metálicos e finos, que absorvem facilmente a energia das micro-ondas, foram desenvolvidos. Na medida em que o material de empacotamento é aquecido pelas micro-ondas, condução ocorre simultaneamente do empacotamento aquecido para o alimento frio. Seja o pedaço de carne esférico e congelado do Problema 5.33, que agora está embrulhado em um material de empacotamento fino que absorve micro-ondas. Determine o tempo necessário para a carne, que está bem próxima do material de empacotamento, atingir T = 0°C, quando 50% da potência do forno (P = 1 kW total) são absorvidos no material de empacotamento. 5.102 Deduza uma expressão para a razão da energia total transferida a partir da superfície isotérmica de um cilindro infinito para o seu interior, Q/Qo, que seja válida para Fo < 0,2. Represente os seus resultados em termos do número de Fourier, Fo. 5.103 Os componentes estruturais de uma aeronave moderna são normalmente fabricados com materiais compósitos de alto desempenho. Esses materiais são fabricados pela impregnação de malhas de fibras extremamente fortes, que são moldadas em uma forma com um líquido epóxi ou termoplástico. Após o líquido curar ou resfriar, o componente resultante tem resistência extremamente alta e baixo peso. Periodicamente, esses componentes têm que ser inspecionados para garantir que as malhas de fibras e o material ligante continuem laminados e, desta forma, o componente não perca sua qualidade para uso em aeronaves. Um método de inspeção envolve a aplicação de um fluxo térmico radiante constante e uniforme na superfície sendo inspecionada. A resposta térmica da superfície é medida com um sistema de imagens em infravermelho, que captura a emissão da superfície e a converte em um mapa codificado de cores da distribuição de temperaturas na superfície. Considere o caso no qual um fluxo uniforme de 5 kW/m2 é aplicado na camada externa de uma asa de avião inicialmente a 20°C. O lado oposto da camada externa, que tem 15 mm de espessura, está em contato com ar estagnado, de tal forma que pode ser tratado como isolado termicamente. A massa específica e o calor específico do material da camada são 1200 kg/m3 e 1200 J/(kg · K), respectivamente. A condutividade térmica efetiva do material da camada intacto é k1 = 1,6 W/(m · K). Resistências de contato se desenvolvem no interior da estrutura como um resultado do esgarçamento entre as malhas de fibras e o material ligante, levando a uma condutividade térmica efetiva reduzida de k2 = 1,1 W/(m · K). Determine a temperatura da superfície do componente após 10 e 100 segundos de irradiação para (i) uma área na qual o material está estruturalmente intacto e (ii) uma área adjacente da asa onde ocorreu esgarçamento no interior da asa. 5.104 Sejam a parede plana com espessura 2L, o cilindro infinito com raio ro e uma esfera de raio ro. Cada configuração é submetida a um fluxo térmico constante na superfície . Usando as soluções apropriadas da Tabela 5.2b para Fo ≥ 0,2; deduza expressões para cada uma das três geometrias para a grandeza (Ts,rel – Ti)/(Ts,cg – Ti). Nesta expressão, Ts,rel é a temperatura superficial real como determinada pelas relações da Tabela 5.2b, e Ts,cg é a temperatura associada com o comportamento de capacitância global. Determine critérios associados a (Ts,rel – Ti)/(Ts,cg – Ti) ≤ 1,1, isto é, determine quando a aproximação por capacitância global é precisa na faixa de 10%. 5.105 O Problema 4.9 tratou do armazenamento de lixo radioativo no subsolo em recipientes esféricos. Em função das incertezas nas propriedades térmicas do solo, deseja-se medir a temperatura em regime estacionário usando-se um recipiente de teste (idêntico ao recipiente real), que é equipado com aquecedores elétricos em seu interior. Estime quanto tempo levará para o recipiente de teste estar a 10°C da sua temperatura de regime estacionário, supondo que ele esteja enterrado bem profundo. Na sua análise, use as propriedades do solo da Tabela A.3. 5.106 Deduza uma expressão para a razão da energia total transferida a partir da superfície isotérmica de uma esfera para o seu interior, Q/Qo, que seja válida para Fo < 0,2. Represente os seus resultados em termos do número de Fourier, Fo. 5.107 Seja a medida experimental do Exemplo 5.10. Deseja-se medir a condutividade térmica de uma amostra muito fina do mesmo material nanoestruturado com os mesmos comprimento e largura. Para minimizar incertezas experimentais, o experimentalista deseja manter a amplitude da resposta de temperatura, ΔT, acima do valor de 0,1°C. Qual é a espessura mínima da amostra que pode ser medida? Suponha que as propriedades da amostra fina e o valor da taxa de aquecimento aplicada sejam as mesmas daquelas medidas e usadas no Exemplo 5.10. Equações de Diferenças Finitas: Deduções 5.108 O critério de estabilidade para o método explícito exige que o coeficiente do termo na equação de diferenças finitas unidimensional seja zero ou positivo. Analise a situação na qual as temperaturas nos dois nós vizinhos ( −1 ; +1) são 100°C, enquanto o nó central ( ) está a 50°C. Mostre que para valores de Fo > ½ a equação de diferenças finitas preverá um valor para +1 que viola a segunda lei da termodinâmica. 5.109 Um fino bastão com diâmetro D está inicialmente em equilíbrio com a sua vizinhança, um grande recipiente, onde há vácuo, a uma temperatura Tviz . De repente, uma corrente elétrica I(A) é passada através do bastão, que tem uma resistividade elétrica re e uma emissividade ε. Outras propriedades termofísicas pertinentes estão identificadas na figura. Deduza a equação de diferenças finitas, em regime transiente, para o nó m. 5.110 Uma placa unidimensional com espessura 2L está inicialmente a uma temperatura uniforme Ti. Subitamente, uma corrente elétrica é passada através da placa, causando um aquecimento volumétrico uniforme (W/m3). No mesmo instante, as duas superfícies externas (x = ±L) são submetidas a um processo de convecção a T∞ com um coeficiente de transferência de calor h. Escreva a equação de diferenças finitas que representa a conservação de energia no nó 0, localizado na superfície externa em x = –L. Reordene a sua equação e identifique alguns coeficientes adimensionais importantes. 5.111 Seja o Problema 5.9, exceto pelo fato de que agora o volume combinado do banho de óleo e da esfera é igual a V = 1 m3. O banho de óleo é bem misturado e isolado termicamente. (a) Considerando que as propriedades do líquido de resfriamento são iguais às do óleo de motor a 380 K, determine a temperatura da esfera no regime estacionário. (b) Deduza expressões em diferenças finitas explícitas para as temperaturas da esfera e do banho de óleo como funções do tempo usando um único ponto nodal tanto para a esfera quanto para o banho de óleo. Determine algum requerimento de estabilidade que possa limitar o tamanho do incremento no tempo Δt. (c) Determine as temperaturas da esfera e do banho de óleo após um incremento de tempo usando as expressões explícitas da parte (b) e incrementos de tempo de 1000, 10.000 e 20.000 s. (d) Usando uma formulação implícita com Δt = 100 s, determine o tempo necessário para a esfera revestida atingir 140°C. Compare a sua resposta com o tempo associado com um banho muito grande, isolado termicamente. Represente graficamente as temperaturas da esfera e do óleo como funções do tempo na faixa 0 h ≤ t ≤ 15 h. Sugestão: Veja o Comentário 3 do Exemplo 5.2. 5.112 Uma parede plana (ρ = 4000 kg/m3, cp = 500 J/(kg · K), k = 10 W/(m · K)), com espessura L = 20 mm, tem inicialmente uma distribuição de temperaturas estacionária linear, com as superfícies mantidas a T1 = 0°C e T2 = 100°C. Subitamente, uma corrente elétrica é passada através da parede, causando geração de energia uniforme a uma taxa = 2 × 107 W/m3. As condições de contorno T1 e T2 permanecem fixas. (a) Em coordenadas T – x, esboce distribuições de temperaturas para os seguintes casos: (i) condição inicial (t ≤ 0); (ii) condição de regime estacionário (t → ∞), supondo que a temperatura máxima na parede é superior a T2; e (iii) para dois tempos intermediários. Identifique todas as principais características das distribuições. (b) Para o sistema com três pontos nodais mostrado na figura (1, m, 2), defina um volume de controle apropriado para o nó m e, identificando todos os processos relevantes, deduza a equação de diferenças finitas correspondente usando o método explícito ou o método implícito. (c) Com um incremento de tempo Δt = 5 s, use o método de diferenças finitas para obter valores de Tm para os primeiros 45 s. Determine os fluxos térmicos correspondentes nos dois contornos, isto é, (0,45 s) e (20 mm, 45 s). (d) Para determinar o efeito do tamanho da malha, repita a sua análise usando malhas com 5 e 11 pontos nodais (Δx = 5,0 e 2,0 mm, respectivamente). 5.113 Um cilindro sólido redondo, feito com um material plástico (α = 6 × 10−7 m2/s), está inicialmente a uma temperatura uniforme de 20°C e se encontra isolado ao longo de sua superfície lateral e em uma de suas extremidades. No tempo t = 0, calor é aplicado na extremidade restante do cilindro, causando um aumento linear de T0 com o tempo a uma taxa de 1°C/s. (a) Usando o método explícito com Fo = ½, deduza as equações de diferenças finitas para os nós 1, 2, 3 e 4. (b) Faça uma tabela que apresente as seguintes colunas: p, t(s) e as temperaturas nodais de T0 a T4. Determine a temperatura na superfície T0 quando T4 = 35°C. 5.114 Deduza uma equação de diferenças finitas explícita para um nó interior para a condução tridimensional transiente. Também determine o critério de estabilidade. Suponha propriedades constantes e espaçamento na malha igual nas três direções. 5.115 Deduza a equação de diferenças finitas, bidimensional e transiente, para a temperatura no ponto nodal 0 localizado sobre a fronteira entre dois materiais diferentes. Soluções de Diferenças Finitas: Sistemas Unidimensionais 5.116 Uma parede, com 0,12 m de espessura e difusividade térmica de 1,5 × 10−6 m2/s, encontra-se inicialmente a uma temperatura uniforme igual a 85°C. Subitamente, uma de suas faces tem a sua temperatura reduzida a 20°C, enquanto a outra é perfeitamente isolada. (a) Usando a técnica explícita de diferenças finitas, com incrementos espacial e no tempo de 30 mm e 300 s, respectivamente, determine a distribuição de temperaturas em t = 45 min. (b) Com Δx = 30 mm e Δt = 300 s, calcule T(x, t) para 0 ≤ t ≤ tre, sendo tre o tempo necessário para que a temperatura em cada um dos pontos nodais atinja um valor que se encontre a menos de 1°C do seu valor em regime estacionário. Repita os cálculos anteriores para Δt = 75 s. Para cada valor de Δt, represente graficamente os históricos das temperaturas em cada face da parede e no seu plano central. 5.117 Um produto plástico moldado (ρ = 1200 kg/m3, c = 1500 J/(kg · K), k = 0,30 W/(m · K)) é resfriado pela exposição de uma superfície a uma série de jatos de ar, enquanto a superfície oposta está isolada. O produto pode ser aproximado por uma placa de espessura L = 60 mm, que se encontra inicialmente a uma temperatura uniforme de Ti = 80°C. Os jatos de ar estão a uma temperatura de T∞ = 20°C e fornecem um coeficiente convectivo uniforme h = 100 W/(m2 · K) na superfície resfriada. Usando uma solução de diferenças finitas com um incremento espacial de Δx = 6 mm, determine temperaturas nas superfícies resfriada e isolada depois de 1 hora de exposição aos jatos de ar. 5.118 Considere uma parede plana unidimensional a uma temperatura inicial uniforme Ti. A parede tem espessura de 10 mm e tem uma difusividade térmica α = 6 × 10−7 m2/s. A face esquerda está isolada e, subitamente, a face direita tem a sua temperatura reduzida para Ts,d. (a) Usando a técnica implícita de diferenças finitas, com Δx = 2 mm e Δt = 2s, determine quanto tempo leva para a temperatura da face esquerda Ts,e atingir 50% da redução máxima possível de sua temperatura. (b) No tempo determinado na parte (a), a face direita é subitamente retornada a temperatura inicial. Determine quanto tempo levará para a temperatura na face esquerda retornar a 20% da redução de temperatura, isto é, Ti – Ts,e = 0,2(Ti – Ts,e). 5.119 A parede plana do Problema 2.60 (k = 50 W/(m · K), a = 1,5 × 10−6 m2/s) tem uma espessura L = 40 mm e uma temperatura inicial uniforme igual a To = 25°C. De repente, a superfície em x = L é aquecida por um fluido com T∞ = 50°C e h = 1000 W/(m2 · K), enquanto calor é gerado uniformemente na parede a uma taxa = 1 × 107 W/m3. A superfície em x = 0 permanece a To. (a) Com Δx = 4 mm e Δt = 1 s, represente graficamente as distribuições de temperaturas na parede para (i) a condição inicial, (ii) a condição de regime estacionário, e (iii) em dois tempos intermediários. (b) Em coordenadas – t, represente graficamente o fluxo térmico em x = 0 e x = L. Em que instante o fluxo térmico em x = L é igual a zero? 5.120 Seja o elemento combustível do Exemplo 5.11. Inicialmente, o elemento está a uma temperatura uniforme de 250°C sem geração de energia. Subitamente, o elemento é inserido no núcleo do reator passando a ter uma taxa volumétrica de geração de energia uniforme de = 108 W/m3. As superfícies são resfriadas por convecção com T∞ = 250°C e h = 1100 W/(m2 · K). Usando o método explícito com um incremento espacial de 2 mm, determine a distribuição de temperaturas 1,5 s após o elemento ser inserido no núcleo do reator. 5.121 Considere duas placas, A e B, que estão, cada uma, inicialmente isotérmicas e têm espessura L = 5 mm. As faces das placas são subitamente colocadas em contato em um processo de união. O material A é acrílico, inicialmente a Ti,A = 20°C, com ρA = 1990 kg/m3, cA = 1470 J/(kg · K) e kA = 0,21 W/(m · K). O material B é aço, inicialmente a Ti,B = 300°C, com ρB = 7800 kg/m3, cB = 500 J/(kg · K) e kA = 45 W/(m · K). As superfícies do acrílico e do aço opostas às da união estão isoladas termicamente. Desprezando a resistência térmica de contato entre as placas, determine quanto tempo levará para a temperatura da superfície do acrílico, oposta à da união, atingir sua temperatura de amolecimento, Tamole = 90°C. Represente graficamente a temperatura desta superfície do acrílico, bem como as temperaturas médias dos dois materiais ao longo do intervalo de tempo 0 ≤ t ≤ 300 s. Use 20 pontos nodais igualmente espaçados. 5.122 Seja o elemento combustível do Exemplo 5.11, que opera a uma taxa volumétrica de geração uniforme de = 107 W/m3, até que a taxa de geração mude subitamente para = 2 × 107 W/m3. Use o organizador de modelos de condução Finite-Difference Equations/OneDimensional/Transient do IHT, disponível no site da LTC Editora, para obter a forma implícita das equações de diferenças finitas para os 6 nós, com Δx = 2 mm, como mostrado no exemplo. (a) Calcule a distribuição de temperaturas 1,5 s depois da mudança na potência de operação e compare os seus resultados com aqueles apresentados na tabela do exemplo. (b) Use as opções Explore e Graph do IHT, disponível no site da LTC Editora, para calcular Calcule e represente os históricos das temperaturas nos nós no plano central (00) e na superfície (05) para 0 ≤ t ≤ 400 s. Quais são as temperaturas no regime estacionário e, aproximadamente, quanto tempo leva para o novo estado de equilíbrio ser atingido após o degrau na potência de operação? 5.123 Em um processo contínuo de moldagem de placas finas, aço fundido deixa um molde com uma fina casca sólida e o material fundido se solidifica quando a placa é resfriada rapidamente por jatos de água no caminho para uma seção de rolos. Uma vez totalmente solidificada, a placa continua o resfriamento, sendo trazida para uma temperatura aceitável para o manuseio. É nessa parte do processo que temos interesse. Considere uma placa sólida de aço (ρ = 7800 kg/m3, c = 700 J/(kg · K), k = 30 W/(m · K)) com 200 mm de espessura, inicialmente a uma temperatura uniforme Ti = 1400°C. A placa é resfriada nas suas superfícies superior e inferior por jatos d’água (T∞ = 50°C), que mantêm um coeficiente convectivo aproximadamente uniforme de h = 5000 W/(m2 · K) em ambas as superfícies. Usando uma solução de diferenças finitas com um incremento espacial de Δx = 1 mm, determine o tempo necessário para resfriar a superfície da placa até 200°C. Qual é a temperatura correspondente no plano central da placa? Se a placa se mover a uma velocidade de V = 15 mm/s, qual é o comprimento necessário para a seção de resfriamento? 5.124 Determine a distribuição de temperaturas em t = 30 min para as condições do Problema 5.116. (a) Use uma técnica de diferenças finitas explícita, com um incremento de tempo de 600 s e um incremento no espaço de 30 mm. (b) Use o método implícito no IHT, disponível no site da LTC Editora, barra de ferramentas Finite-Difference Equation, para OneDimensional Transient Conduction. 5.125 Uma placa de grande espessura, com difusividade térmica de 5,6 × 10−6 m2/s e condutividade térmica de 20 W/(m · K), está inicialmente a uma temperatura uniforme de 325°C. De repente, a sua superfície é exposta a uma substância refrigerante a 15°C, que mantém um coeficiente de transferência de calor por convecção igual a 100 W/(m2 · K). Usando o método de diferenças finitas com um incremento espacial de Δx = 15 mm e um incremento no tempo de 18 s, determine as temperaturas na superfície e a uma profundidade de 45 mm, passados 3 min do início do processo. 5.126 Com referência ao Comentário 4 do Exemplo 5.12, analise a súbita exposição da superfície a uma grande vizinhança, a uma temperatura elevada (Tviz ), e a condições de convecção (T∞, h). (a) Deduza a equação de diferenças finitas explícita para o nó na superfície em termos de Fo, Bi e Bir. (b) Obtenha o critério de estabilidade para o nó na superfície. Esse critério muda com o tempo? Esse critério é mais restritivo do que o critério para um nó interior? (c) Uma placa espessa de um material (k = 1,5 W/(m · K), a = 7 × 10−7 m2/s, ε = 0,9), inicialmente a uma temperatura uniforme de 27°C, é subitamente exposta a uma grande vizinhança a 1000 K. Desprezando a convecção e usando um incremento espacial de 10 mm, determine as temperaturas na superfície e a 30 mm da superfície após um intervalo de 1 min. 5.127 Uma parede plana unidimensional com espessura 2L, propriedades constantes, a uma temperatura inicial Ti, é aquecida convectivamente (nas duas superfícies) com um fluido ambiente a T∞ = T∞,1, h = h1. Em um instante posterior no tempo, t = t1, o aquecimento é interrompido e o resfriamento convectivo é iniciado. As condições do resfriamento são caracterizadas por T∞ = T∞,2, h = h2. (a) Escreva a equação do calor, assim como as condições inicial e de contorno, em suas formas adimensionais para a fase de aquecimento (Fase 1). Escreva as equações em termos das grandezas adimensionais θ*, x*, Bi1 e Fo, com Bi com base em h1. (b) Escreva a equação do calor, assim como as condições inicial e de contorno, em suas formas adimensionais para a fase de resfriamento (Fase 2). Escreva as equações em termos das grandezas adimensionais θ*, x*, Bi2, Fo1 e Fo, sendo Fo1 o tempo adimensional associado a t1 e Bi2 com base em h2. Para ser consistente com a parte (a), escreva a temperatura adimensional em termos de T∞ = T∞,1. (c) Seja um caso no qual Bi1 = 10, Bi2 = 1 e Fo1 = 0,1. Usando o método de diferenças finitas com Δx* = 0,1 e ΔFo = 0,001, determine as respostas térmicas transientes da superfície (x* = 1), do plano central (x* = 0) e do plano entre o plano central e a superfície (x* = 0,5) da parede. Represente graficamente as três temperaturas adimensionais como uma função do tempo adimensional na faixa 0 ≤ Fo ≤ 0,5. (d) Determine a temperatura adimensional mínima no plano médio da parede e o tempo adimensional no qual esta temperatura mínima é atingida. 5.128 Seja a placa espessa de cobre do Exemplo 5.12, que se encontra inicialmente a uma temperatura uniforme de 20°C e é subitamente exposta a um fluxo radiante líquido de 3 × 105 W/m2. Use o organizador de modelos de condução Finite-Difference Equations/One-Dimensional/Transient do IHT, disponível no site da LTC Editora, para obter a forma implícita das equações de diferenças finitas para os nós interiores. Em sua análise, use um incremento no espaço de Δx = 37,5 mm, com um total de 17 nós (00– 16), e um incremento no tempo de Δt = 1,2 s. Para o nó na superfície 00, use a equação de diferenças finitas deduzida na Seção 2 do Exemplo. (a) Calcule as temperaturas nodais de 00 e 04 em t = 120 s, isto é, T(0; 120 s) e T(0,15 m;120 s) e compare os resultados com aqueles dados no Comentário 1 para a solução exata. Um incremento no tempo de 0,12 s irá fornecer resultados mais precisos? (b) Represente os históricos de temperatura em x = 0, 150 e 600 mm, e explique características importantes dos seus resultados. 5.129 Na Seção 5.5, a aproximação pelo primeiro termo da solução em série para a distribuição de temperaturas foi desenvolvida para uma parede plana de espessura 2L, que se encontra inicialmente a uma temperatura uniforme e subitamente é submetida à transferência de calor por convecção. Se Bi < 0,1, a parede pode ser aproximada como isotérmica e representada como uma capacitância global (Equação 5.7). Para as condições mostradas no esquema, desejamos comparar predições baseadas na aproximação pelo primeiro termo, no método da capacitância global e com uma solução por diferenças finitas. (a) Determine as temperaturas no plano central, T(0, t), e na superfície, T(L, t), em t = 100, 200 e 500 s usando a aproximação de primeiro termo da solução em série, Equação 5.43. Qual é o número de Biot para o sistema? (b) Tratando a parede como uma capacitância global, calcule as temperaturas em t = 50, 100, 200 e 500 s. Você esperava que esses resultados tivessem uma boa concordância com aqueles da parte (a)? Por que as temperaturas estão consideravelmente mais altas? (c) Sejam as redes com 2 e 5 nós mostradas no esquema. Escreva a forma implícita das equações de diferenças finitas para cada rede e determine as distribuições de temperaturas em t = 50, 100, 200 e 500 s usando um incremento de tempo de Δt = 1 s. Você pode usar o IHT, disponível no site da LTC Editora, para resolver as equações de diferenças finitas através da representação da taxa de variação das temperaturas nodais pela função intrínseca, Der(T, t). Prepare uma tabela resumindo os resultados das partes (a), (b) e (c). Comente sobre as diferenças relativas das temperaturas previstas. Sugestão: Veja a seção Solver/Intrinsic Functions do IHT/Help ou no menu IHT Examples (Exemplo 5.2) como exemplo para o uso da função Der(T, t), no site da LTC Editora. 5.130 Pilares de concreto reforçados com aço são usados em grandes construções. Falhas estruturais podem ocorrer em altas temperaturas em função de um incêndio por causa do enfraquecimento do núcleo metálico. Considere um pilar composto com 200 mm de espessura constituído por um núcleo central de aço (espessura de 50 mm) entre duas paredes de concreto com 75 mm de espessura. O pilar encontra-se em uma temperatura inicial uniforme de Ti = 27°C e é subitamente exposto a produtos de combustão a T∞ = 900°C e h = 40 W/(m2 · K) nas duas superfícies expostas. A temperatura da vizinhança também é de 900°C. (a) Usando um método implícito de diferenças finitas, com Δx = 10 mm e Δt = 100 s, determine as temperaturas na superfície exposta do concreto e no centro da placa de aço em t = 10.000 s. As propriedades do aço são: kaço = 55 W/(m · K), ρaço = 7850 kg/m3, e caço = 450 J/(kg · K). As propriedades do concreto são: kcon = 1,4 W/(m · K), ρcon = 2300 kg/m3, ccon = 880 J/(kg · K), e ε = 0,90. Represente graficamente as temperaturas máxima e mínima do concreto juntamente com as temperaturas máxima e mínima do aço ao longo do período 0 ≤ t ≤ 10.000 s. (b) Repita a parte (a), mas agora leve em conta uma resistência térmica de contato de = 0,20 m2 · K/W na interface concreto-aço. (c) Em t = 10.000 s, o fogo é extinto e as temperaturas da vizinhança e do ambiente retornam a T∞ = Tviz = 27°C. Usando o mesmo coeficiente de transferência de calor e a mesma efetividade das partes (a) e (b), determine a temperatura máxima do aço e o tempo crítico, no qual ocorre a temperatura máxima no aço para os casos com e sem a resistência térmica de contato. Represente graficamente a temperatura da superfície do concreto, a temperatura do concreto adjacente ao aço e as temperaturas do aço no período 10.000 ≤ t ≤ 20.000 s. 5.131 Considere a operação de colagem descrita no Problema 3.115, que foi analisada sob condições de regime estacionário. Agora, entretanto, o laser será usado para aquecer a película durante um período de tempo determinado, criando uma situação de aquecimento transiente como mostrado na figura. A chapa de metal se encontra inicialmente a 25°C e o laser fornece um fluxo uniforme de 85.000 W/m2 durante um intervalo de tempo de Δtlig = 10 s. As dimensões e as propriedades termofísicas do sistema permanecem as mesmas, porém o coeficiente convectivo para o ar ambiente a 25°C é agora de 100 W/(m2 · K) e w1 = 44 mm. Usando um método implícito de diferenças finitas com Δx = 4 mm e Δt = 1 s, obtenha os históricos das temperaturas, para 0 ≤ t ≤ 30 s, no centro e na aresta da película, T(0, t) e T(w1/2, t), respectivamente, para determinar se o adesivo é satisfatoriamente curado acima de 90°C por 10 s e se a sua temperatura de degradação igual a 200°C é ultrapassada. 5.132 Uma das extremidades de um bastão de aço inoxidável (AISI 316), com diâmetro de 10 mm e comprimento de 0,16 m, é inserida em um suporte mantido a 200°C. O bastão, coberto por uma manta isolante, atinge uma temperatura uniforme ao longo de todo o seu comprimento. Quando a manta é removida, o bastão fica exposto ao ar ambiente a 25°C com um coeficiente de transferência de calor por convecção de 30 W/(m2 · K). (a) Usando uma técnica explícita de diferenças finitas com um incremento espacial de Δx = 0,016 m, calcule o tempo necessário para a temperatura na metade do comprimento do bastão atingir 100°C. (b) Com Δx = 0,016 m e Δt = 10 s, calcule T(x, t) para 0 ≤ t ≤ t1, sendo t1 o tempo necessário para o ponto na metade do comprimento do bastão atingir 50°C. Represente graficamente as distribuições de temperaturas para t = 0, 200 s, 400 s e t1. 5.133 Um bastão de tantálio, com 3 mm de diâmetro e comprimento de 120 mm, é sustentado por dois eletrodos no interior de um grande recipiente onde há vácuo. Inicialmente, o bastão está em equilíbrio com os eletrodos e com a sua vizinhança, que são mantidos a 300 K. Subitamente, uma corrente elétrica, I = 80 A, é passada através do bastão. Considere a emissividade do bastão igual a 0,1 e a resistividade elétrica igual a 95 × 10−8 Ω · m. Utilize a Tabela A.1 para obter as outras propriedades termofísicas necessárias para a sua solução. Use um método de diferenças finitas com um incremento espacial de 10 mm. (a) Calcule o tempo necessário para o ponto na metade do comprimento do bastão atingir 1000 K. (b) Determine a distribuição de temperaturas no regime estacionário e calcule, aproximadamente, quanto tempo será necessário para atingir essa condição. 5.134 Um bastão de sustentação (k = 15 W/(m · K), α = 4,0 × 10−6 m2/s), com diâmetro D = 15 mm e comprimento L = 100 mm, atravessa um canal cujas paredes são mantidas a uma temperatura de Tb = 300 K. Subitamente, o bastão é exposto a um escoamento cruzado de gases quentes com T∞ = 600 K e h = 75 W/(m2 · K). As paredes do canal são resfriadas e permanecem a 300 K. (a) Usando uma técnica numérica apropriada, determine a resposta térmica do bastão ao aquecimento por convecção. Represente graficamente a temperatura no ponto central do bastão como uma função do tempo. Usando um modelo analítico apropriado para o bastão, determine a distribuição de temperaturas no regime estacionário e compare o resultado com o obtido numericamente para um longo período de tempo. (b) Após o bastão ter atingido condições de regime estacionário, o escoamento dos gases quentes é subitamente interrompido e o bastão resfria-se por convecção natural para o ar ambiente a T∞ = 300 K e por radiação com uma grande vizinhança a Tviz = 300 K. O coeficiente de transferência de calor por convecção natural pode ser estimado pela expressão h(W/(m2 · K)) = C (ΔT)n, com C = 4,4 W/(m2 · K1,188) e n = 0,188. A emissividade do bastão é igual a 0,5. Determine a resposta térmica do bastão nesta nova condição. Represente graficamente a temperatura no ponto central do bastão em função do tempo de resfriamento e determine o tempo necessário para o bastão atingir uma temperatura segura para o toque de 315 K. 5.135 Considere a folha metálica delgada que atua como malha de aceleração (k = 40 W/(m · K), α = 3 × 10−5m2/s, ε = 0,45), descrita no Problema 4.72. Desenvolva um modelo implícito de diferenças finitas para a folha, que possa ser usado para os seguintes propósitos. (a) Admitindo que a folha esteja a uma temperatura uniforme de 300 K quando a fonte do feixe de íons é ativada, obtenha um gráfico que mostre o histórico da temperatura no seu ponto intermediário. Em que instante do tempo esse ponto na folha atinge uma temperatura que se encontra a menos de 1°C do seu valor no regime estacionário? (b) A folha está operando sob condições de regime estacionário quando, de repente, o feixe de íons é desativado. Obtenha um gráfico do histórico da temperatura no ponto intermediário da folha no período subsequente. Quanto tempo é necessário para que o ponto mais quente na folha se resfrie até 315 K, uma condição segura para o toque? 5.136 Placas de circuito impresso são empilhadas e tratadas pelo aquecimento sob alta pressão, como ilustrado no Problema 5.45 e descrito posteriormente no Problema 5.46. Busca-se uma solução pelo método de diferenças finitas, com duas considerações adicionais. Em primeiro lugar, o livro deve ser tratado como tendo características distribuídas no espaço, em vez de agrupadas, através do uso de um espaçamento de malha de Δx = 2,36 mm, com os nós nos centros das placas de circuito ou das chapas. Em segundo lugar, em vez de aquecer subitamente as placas de suporte até a temperatura de 190°C, o procedimento de aquecimento Tp(t) adotado é o mostrado a seguir, com o objetivo de minimizar tensões térmicas excessivas induzidas pela rápida mudança nos gradientes de temperatura nas proximidades das placas de suporte. (a) Usando um incremento de tempo de Δt = 60 s e o método implícito, ache o histórico da temperatura no plano central do livro e determine se a cura (170°C por 5 min) irá ocorrer. (b) Após a redução da temperatura das placas de suporte para 15°C (t = 50 min), quanto tempo será necessário para que a temperatura no plano central do livro atinja 37°C, uma temperatura segura na qual o operador pode começar o descarregamento da prensa? (c) Valide o seu código computacional usando um procedimento de aquecimento com uma mudança súbita da temperatura da placa de suporte de 15 para 190°C e compare os resultados com os obtidos com uma solução analítica apropriada (veja o Problema 5.46). Equações de Diferenças Finitas: Coordenadas Cilíndricas 5.137 Um disco circular delgado está sujeito ao aquecimento por indução a partir de uma bobina, cujo efeito é o de propiciar uma geração uniforme de calor no interior de uma seção anular, conforme mostrado na figura. Transferência de calor por convecção ocorre na superfície superior do disco, enquanto a sua superfície inferior encontra-se termicamente isolada. (a) Deduza a equação transiente de diferenças finitas para o nó m, que se encontra no interior da região submetida ao aquecimento por indução. (b) Em coordenadas T – r, esboce, qualitativamente, a distribuição estacionária de temperaturas, identificando suas características importantes. 5.138 Um cabo elétrico, que experimenta uma geração volumétrica de calor a uma taxa uniforme , encontra-se semienterrado em um material isolante, enquanto a sua superfície superior está exposta a um processo convectivo (T∞, h). (a) Deduza as equações de diferenças finitas, pelo método explícito, para um nó interior (m, n); para o nó central (m = 0); e para os nós na superfície externa (M, n) no contorno isolado termicamente e no contorno sujeito ao processo convectivo. (b) Obtenha o critério de estabilidade para cada uma das equações de diferenças finitas. Identifique o critério mais restritivo. Soluções de Diferenças Finitas: Sistemas Bidimensionais 5.139 Duas barras muito longas (na direção normal à página) com as distribuições iniciais de temperaturas mostradas na tabela, devem ser soldadas lateralmente uma à outra. No tempo t = 0, a face equivalente a m = 3 da barra de cobre puro é colocada em contato com a face m = 4 da barra de aço (AISI 1010). A solda atua como uma camada interfacial com espessura desprezível e resistência de contato efetiva = 2 × 10−5 m2 · K/W. Temperaturas Iniciais (K) n/m 1 2 3 4 5 6 1 700 700 700 1000 900 800 2 700 700 700 1000 900 800 3 700 700 700 1000 900 800 (a) Deduza a equação de diferenças finitas, utilizando o método explícito, em termos de Fo e Bic = Δx / (k ) para T4,2 e determine o critério de estabilidade correspondente. (b) Usando Fo = 0,01; determine T4,2 um incremento de tempo após o contato entre as duas superfícies ter sido feito. Qual o valor de Δt? O critério de estabilidade é satisfeito? 5.140 Considere o sistema do Problema 4.92. Inicialmente, sem o escoamento dos gases de exaustão, as paredes (α = 5,5 × 10−7 m2/s) se encontram a uma temperatura uniforme de 25°C. Usando o método implícito de diferenças finitas com um incremento de tempo de 1 h, determine as distribuições de temperaturas na parede transcorridas 5, 10, 50 e 100 horas do início da passagem dos gases de exaustão. 5.141 Considere o sistema do Problema 4.86. Inicialmente, a placa cerâmica (α = 1,5 × 10−6 m2/s) se encontra a uma temperatura uniforme de 30°C. Subitamente, os elementos elétricos de aquecimento são energizados. Usando o método implícito de diferenças finitas, calcule o tempo necessário para que a diferença entre as temperaturas superficial e inicial atinja 95% do seu valor em condições de regime estacionário. Utilize um incremento de tempo de 2 s. Aplicações Especiais: Análise por Elementos Finitos 5.142 Seja o elemento combustível do Exemplo 5.11, que opera a uma taxa volumétrica de geração uniforme de 1 = 107 W/m3, até que a taxa de geração mude subitamente para 2 = 2 × 107 W/m3. Use o software de elementos finitos FEHT uma rotina gerada com base na abordagem via elementos finitos para obter os resultados a seguir. (a) Calcule a distribuição de temperaturas 1,5 s depois da mudança na potência de operação e compare os seus resultados com aqueles apresentados na tabela do exemplo. Sugestão: Primeiro determine a distribuição de temperaturas no regime estacionário para 1, que representa a condição inicial para a distribuição de temperaturas transiente após a mudança degrau na potência para 2. A seguir, no menu Setup, acesse Transient na caixa Specify/Internal Generation mude o valor para 2, e no comando Run, selecione Continue (não Calculate). Veja o menu do Run na seção Help do FEHT para informações dos fundamentos na opção Continue. (b) Use o seu modelo FEHT para representar os históricos das temperaturas no plano central e na superfície para 0 ≤ t ≤ 400 s. Quais são as temperaturas no regime estacionário e, aproximadamente, quanto tempo leva para o novo estado de equilíbrio ser atingido após o degrau na potência de operação? 5.143 Seja a placa espessa de cobre no Exemplo 5.12, que encontra-se inicialmente a uma temperatura uniforme de 20°C e é subitamente exposta a uma grande vizinhança a 1000°C (em vez de um fluxo térmico especificado). (a) Para uma emissividade na superfície de 0,94, calcule as temperaturas T(0, 120 s) e T(0,15 m; 120 s) usando o software de elementos finitos FEHT uma abordagem de elementos finitos. Lembre que todas as temperaturas devem estar em kelvins. Sugestão: Na caixa Convection Coefficient do menu Specify/Boundary Conditions do FEHT, insira o coeficiente de transferência de calor radiante linearizado (veja a Equação 1.9) para a superfície (x = 0). Entre com a temperatura da vizinhança na caixa Fluid Temperature. Veja também a seção Help em Entering Equations. Marque Setup/Temperatures in K para inserir todas as temperaturas em kelvins. (b) Represente os históricos de temperatura em x = 0, 150 e 600 mm, e explique características importantes dos seus resultados. 5.144 Seja a parede composta do Problema 2.53. Na parte (d), foi solicitado a você fazer um esboço dos históricos das temperaturas em x = 0 e L durante o período transiente entre os casos 2 e 3. Calcule e represente esses históricos usando o método de elementos finitos do FEHT um método de elementos finitos, o método de diferenças finitas do IHT um método de diferenças finitas (com Δx = 5 mm e Δt = 1,2 s) e/ou um procedimento alternativo de sua escolha. Se você usar mais de um método, compare os respectivos resultados. Note que, ao usar o FEHT ou IHT, uma tabela deve ser criada para prescrever a variação do fluxo do aquecedor com o tempo (veja a seção Help apropriada para orientação). 5.145 Falhas comuns de transmissão resultam da vitrificação das superfícies da embreagem pela deposição de produtos da oxidação e da decomposição de óleos. Os processos de oxidação e decomposição dependem do histórico da temperatura nas superfícies. Como é difícil medir essas temperaturas superficiais durante a operação, é útil desenvolver modelos para prever o comportamento térmico da interface da embreagem. A velocidade relativa entre as placas da embreagem, do contato inicial até a condição de deslizamento zero (prisão), gera energia que é transferida para as placas. A velocidade relativa diminui a uma taxa constante durante esse período, produzindo um fluxo térmico que é inicialmente muito grande e diminui linearmente com o tempo, até que a prisão ocorra. Consequentemente, = = [1 – (t / tp)], sendo = 1,6 × 107 W/m2 e tp = 100 ms é o tempo de prisão. As placas têm uma temperatura inicial uniforme de Ti = 40°C, quando o fluxo térmico prescrito em função do atrito é subitamente aplicado nas superfícies. A placa de reação é fabricada com aço, enquanto a placa composta tem uma seção central fina de aço ligada a camadas de materiais de fricção de baixa condutividade. As propriedades termofísicas são ρa = 7800 kg/m3, ca = 500 J/(kg · K) e ka = 40 W/(m · K) para o aço e ρmf = 1150 kg/m3, cmf = 1650 J/(kg · K) e kmf = 4 W/(m · K) para o material de fricção. (a) Em coordenadas T – t, esboce os históricos das temperaturas no plano central da placa de reação, na interface entre o par da embreagem e no plano central da placa composta. Identifique características relevantes. (b) Efetue um balanço de energia no par da embreagem no intervalo de tempo Δt = tp para determinar a temperatura do regime estacionário resultante após a prisão da embreagem. Suponha transferência de calor desprezível das placas para a vizinhança. (c) Calcule e represente o histórico das três temperaturas de interesse usando o método dos elementos finitos do FEHT um método de elementos finitos ou o método de diferenças finitas do IHT um método de diferenças finitas (com Δx = 0,1 mm e Δt = 1 ms). Calcule e represente os fluxos térmicos em função da fricção para as placas de reação e composta, e , respectivamente, como funções do tempo. Comente sobre características dos históricos das temperaturas e dos fluxos térmicos. Valide o seu modelo comparando suas previsões com os resultados da parte (b). Observe: O uso do FEHT e do IHT requer a criação de uma tabela para prescrever o fluxo térmico como uma função do tempo. 5.146 Uma mistura de processo a 200°C escoa com uma vazão de 207 kg/min sobre uma correia transportadora com espessura igual a 3 mm, 1 m de largura e 30 m de comprimento, que opera a uma velocidade de 36 m/min. O lado inferior da correia é resfriado por um spray de água a uma temperatura de 30°C, mantendo um coeficiente convectivo de 3000 W/(m2 · K). As propriedades termofísicas da mistura de processo são ρm = 960 kg/m3, cm = 1700 J/(kg · K) e km = 1,5 W/(m · K), enquanto as propriedades da correia transportadora (metálica) são ρc = 8000 kg/m3, cc = 460 J/(kg · K) e kc = 15 W/(m · K). Usando o um método de diferenças finitas do IHT (Δx = 0,5 mm, Δt = 0,05 s), o um método de elementos finitos do FEHT, ou um procedimento numérico de sua escolha, calcule a temperatura da superfície da mistura no final da correia transportadora, To,s. Suponha as transferências de calor por convecção para o ar ambiente e por radiação para a vizinhança desprezíveis. 5.147 Em um processo de fabricação, cilindros de aço inoxidável (AISI 304), inicialmente a 600 K, são resfriados rapidamente pela submersão em um banho de óleo, mantido a 300 K com h = 500 W/(m2 · K). Cada cilindro tem comprimento 2L = 60 mm e diâmetro D = 80 mm. Use o modelo pronto para uso no menu Examples do FEHT um modelo de elementos finitos para obter as soluções a seguir. (a) Calcule as temperaturas, T(r, x, t), após 3 min, no centro do cilindro, T(0, 0, 3 min), no centro da face do cilindro, T(0, L, 3 min), e no centro da superfície lateral, T(ro, 0, 3 min). (b) Represente graficamente os históricos das temperaturas no centro, T(0, 0, t), e no centro da superfície lateral, T(ro, 0, t), para 0 ≤ t ≤ 10 min, usando o comando View/Temperatures vs. Time. Comente sobre os gradientes nesses locais e qual efeito eles possam ter na transição de fases ou em estresses térmicos. (c) Tendo resolvido o modelo para um tempo total de integração de 10 min na parte (b), agora use o comando View/Temperatures Contours com a opção de banda sombreada para os contornos das isotermas agora veja os contornos das temperaturas (isotermas) na medida em que o cilindro resfria durante o processo. Selecione a opção para o tempo From Start to Stop e veja os contornos das temperaturas na medida em que o cilindro resfria ao longo do processo. Descreva as características mais importantes do processo de resfriamento revelados por esse resultado. Crie uma distribuição de temperaturas com 10 isotermas para t = 3 min. Use outras opções deste comando para criar distribuições de temperaturas com 10 isotermas para t = 3 min. (d) Nos locais da parte (a), calcule as temperaturas após 3 min se o coeficiente convectivo for dobrado (h = 1000 W/(m2 · K)). Também, para coeficientes convectivos de 500 e 1000 W/(m2 · K), determine quanto tempo o cilindro precisa permanecer no banho de óleo para atingir uma temperatura segura para o toque de 316 K. Faça uma tabela e comente sobre os resultados das partes (a) e (d). 5.148 O gerente de operação de uma planta de processamento de metais antecipa a necessidade de reparar um grande forno e solicitou a você uma estimativa do tempo requerido para o interior do forno resfriar até uma temperatura segura para o trabalho. O forno é cúbico com uma dimensão interior de 16 m de lado e uma espessura de parede de 1 m, para a qual ρ = 2600 kg/m3, c = 960 J/(kg · K) e k = 1 W/(m · K). A temperatura de operação do forno é de 900°C e há convecção em sua superfície externa com o ar a 25°C e um coeficiente de transferência de calor por convecção de 20 W/(m2 · K). (a) Use um procedimento numérico para estimar o tempo requerido para a superfície interna do forno resfriar até uma temperatura segura para o trabalho de 35°C. Sugestão: Considere uma seção transversal do forno bidimensional e faça a sua análise sobre a menor seção simétrica. (b) Ansioso para reduzir o tempo de parada do forno, o gerente de operação também deseja saber qual efeito teria a circulação de ar ambiente no interior do forno no período de resfriamento. Suponha condições convectivas equivalentes nas superfícies interna e externa. ________ 1 Uma solução aproximada por diferenças finitas pode ser obtida pela discretização da derivada no tempo (Seção 5.10) e avanço da solução no tempo externamente. 2 Para aplicar a aproximação se sólido semi-infinito em uma parede com espessura 2L, é necessário que δp < L. Substituindo δp = L na expressão para a espessura de penetração térmica, obtém-se Fo = 0,19 ≈ 0,20. Assim, uma parede plana de espessura 2L pode ser aproximada com precisão por um sólido semi-infinito para Fo = αt/L2 0,2. Esta restrição será também demonstrada na Seção 5.8. * Disponível no site da LTC Editora. (N.T.) * Disponível no site da LTC Editora. (N.T.) Até agora focalizamos nossa atenção na transferência de calor por condução e consideramos a convecção somente como uma possível condição de contorno para problemas de condução. Na Seção 1.2.2 usamos o termo convecção para descrever a transferência de energia entre uma superfície e um fluido em movimento sobre essa superfície. A convecção inclui transferência de energia pelo movimento global do fluido (advecção) e pelo movimento aleatório das moléculas do fluido (condução ou difusão). Em nossa análise da convecção, temos dois objetivos principais. Além de adquirir uma compreensão dos mecanismos físicos que embasam a transferência por convecção, desejamos desenvolver os meios para executar cálculos envolvendo a transferência por convecção. Este capítulo e o material do Apêndice E são dedicados principalmente à realização do primeiro objetivo. Origens físicas são discutidas e parâmetros adimensionais relevantes, assim como importantes analogias, são desenvolvidos. Uma característica especial deste capítulo é a maneira pela qual os efeitos da transferência de massa por convecção são apresentados por analogia com aqueles da transferência de calor por convecção. Na transferência de massa por convecção, o movimento global do fluido se combina com a difusão para promover o transporte de uma espécie da qual existe um gradiente de concentração. Neste texto, focamo-nos na transferência de massa por convecção que ocorre na superfície de um sólido ou líquido volátil devido ao movimento de um gás sobre a superfície. Com os fundamentos conceituais estabelecidos, os capítulos subsequentes são usados para desenvolver ferramentas úteis para a qualificação dos efeitos convectivos. Os Capítulos 7 e 8 apresentam métodos para o cálculo dos coeficientes associados à convecção forçada em escoamentos de configurações externas e internas, respectivamente. O Capítulo 9 descreve métodos para determinar esses coeficientes na convecção natural, e o Capítulo 10 analisa o problema da convecção com mudança de fase (ebulição e condensação). O Capítulo 11 desenvolve métodos para projetar e avaliar o desempenho de trocadores de calor, equipamentos que são amplamente utilizados na prática de engenharia para efetuar a transferência de calor entre fluidos. Deste modo, iniciamos pelo desenvolvimento de nossa compreensão da natureza da convecção. 6.1 As Camadas-Limite da Convecção O conceito de camadas-limite é crucial para o entendimento das transferências de calor e de massa por convecção entre uma superfície e um fluido em escoamento em contato com esta superfície. Nesta seção, as camadas-limite de velocidade, térmica e de concentração são descritas e as suas relações com o coeficiente de atrito, com o coeficiente de transferência de calor por convecção e com o coeficiente de transferência de massa por convecção são apresentadas. 6.1.1 A Camada-Limite de Velocidade Para apresentar o conceito de uma camada-limite, considere o escoamento sobre a placa plana da Figura 6.1. Quando partículas do fluido entram em contato com a superfície, sua velocidade é reduzida significativamente em relação à velocidade do fluido a montante da placa e para a maioria das situações é válido supor que a velocidade da partícula é zero na parede.1 Essas partículas atuam, então, no retardamento do movimento das partículas na camada de fluido adjacente, que atuam no retardamento do movimento das partículas da próxima camada e assim sucessivamente até que, a uma distância y = δ da superfície, o efeito se torna desprezível. Esse retardamento do movimento do fluido está associado às tensões de cisalhamento τ que atuam em planos que são paralelos à velocidade do fluido (Figura 6.1). Com o aumento da distância y da superfície, o componente x da velocidade do fluido, u, deve, então, aumentar até atingir o valor na corrente livre, u∞. O subscrito ∞ é usado para designar condições na corrente livre , fora da camada-limite. FIGURA 6.1 Desenvolvimento da camada-limite de velocidade sobre uma placa plana. A grandeza δ é chamada de espessura da camada-limite e é, tipicamente, definida como o valor de y para o qual u = 0,99u∞. O perfil de velocidades na camada-limite se refere à maneira como u varia com y através da camada-limite. Dessa forma, o escoamento do fluido é caracterizado pela existência de duas regiões distintas, uma fina camada de fluido (a camada-limite), na qual gradientes de velocidade e tensões de cisalhamento são grandes, e uma região fora da camadalimite, na qual gradientes de velocidade e tensões de cisalhamento são desprezíveis. Com o aumento da distância da aresta frontal da placa, os efeitos da viscosidade penetram cada vez mais na corrente livre e a camada-limite aumenta (δ aumenta com x). Como está relacionada à velocidade do fluido, a camadalimite descrita anteriormente pode ser chamada mais especificamente de camada-limite de velocidade. Ela se desenvolve sempre que há escoamento de um fluido sobre uma superfície e é de fundamental importância em problemas que envolvem transporte convectivo. Na mecânica dos fluidos, sua importância para o engenheiro está baseada na sua relação com a tensão de cisalhamento na superfície, τs, e, portanto, com os efeitos do atrito na superfície. Para os escoamentos externos, ela fornece a base para a determinação do coeficiente de atrito local um parâmetro adimensional chave a partir do qual o arrasto viscoso na superfície pode ser determinado. Supondo um fluido newtoniano, a tensão cisalhante na superfície pode ser determinada a partir do conhecimento do gradiente de velocidade na superfície sendo μ uma propriedade do fluido conhecida como viscosidade dinâmica. Em uma camada-limite de velocidade, o gradiente de velocidade na superfície depende da distância x da aresta frontal da placa. Consequentemente, a tensão cisalhante na superfície e o coeficiente de atrito também dependem de x. 6.1.2 A Camada-Limite Térmica Do mesmo modo que uma camada-limite de velocidade se forma quando há o escoamento de um fluido sobre uma superfície, uma camada-limite térmica deve se desenvolver se houver diferença entre as temperaturas do fluido na corrente livre e da superfície. Seja o escoamento sobre uma placa plana isotérmica (Figura 6.2). Na aresta frontal o perfil de temperaturas é uniforme, com T(y) = T∞. Contudo, as partículas do fluido que entram em contato com a placa atingem o equilíbrio térmico na temperatura da superfície da placa.2 Por sua vez, essas partículas trocam energia com as da camada de fluido adjacente e há o desenvolvimento de gradientes de temperatura no fluido. A região do fluido na qual há esses gradientes de temperatura é a camada-limite térmica e a sua espessura δt é definida, tipicamente, como o valor de y no qual a razão [(Ts – T)/(Ts – T∞)] = 0,99. Com o aumento da distância a partir da aresta frontal, os efeitos da transferência de calor penetram cada vez mais na corrente livre e a camada-limite térmica cresce. A relação entre as condições nessa camada-limite e o coeficiente de transferência de calor por convecção pode ser facilmente demonstrada. A qualquer distância x da aresta frontal, o fluxo térmico local na superfície pode ser obtido utilizando-se a lei de Fourier no fluido, em y = 0. Isto é, O subscrito s foi usado para enfatizar que esse é o fluxo térmico na superfície, mas ele será retirado nas próximas seções. Essa expressão é apropriada porque, na superfície, não há movimento de fluido e a transferência de energia se dá unicamente por condução. Lembrando da lei do resfriamento de Newton, vemos que FIGURA 6.2 Desenvolvimento da camada-limite térmica sobre uma placa plana isotérmica. e, combinando essa equação com a Equação 6.3, obtemos Assim, as condições no interior da camada-limite térmica, que influenciam fortemente o gradiente de temperatura na superfície ∂T / ∂y|y=0, determinam a taxa de transferência de calor através da camada-limite. Como (Ts – T∞) é uma constante, independente de x, enquanto δt cresce com o aumento de x, os gradientes de temperatura na camada-limite devem diminuir com o aumento de x. Deste modo, a magnitude de ∂T / ∂y|y=0 diminui com o aumento de x e tem-se que e h diminuem com o aumento de x. 6.1.3 A Camada-Limite de Concentração Quando ar se movimenta ao longo da superfície de uma poça d’água, a água líquida irá evaporar e vapor d’água será transferido para dentro da corrente de ar. Isto é um exemplo de transferência de massa por convecção. De uma maneira mais geral, considere uma mistura binária de espécies químicas A e B, que escoa sobre uma superfície (Figura 6.3). A concentração molar (kmol/m3) da espécie A na superfície é CA,s e na corrente livre é CA,∞. Se CA,s é diferente de CA,∞, irá ocorrer transferência da espécie A por convecção. Por exemplo, a espécie A pode ser um vapor que é transferido para dentro da corrente gasosa (espécie B) devido à evaporação em uma superfície líquida (como no exemplo da água) ou à sublimação em uma superfície sólida. Nesta situação, uma camada-limite de concentração, que é similar às camadas-limite de velocidade e térmica, irá se desenvolver. A camada-limite de concentração é a região do fluido na qual existem gradientes de concentração e a sua espessura δc é tipicamente definida como o valor de y no qual [(CA,s – CA)/(CA,s – CA,∞)] = 0,99. Com o aumento da distância da aresta frontal, os efeitos da transferência da espécie penetram cada vez mais na corrente livre e a camada-limite de concentração cresce. FIGURA 6.3 Desenvolvimento da camada-limite de concentração de uma espécie sobre uma placa plana. A transferência de espécies por convecção entre a superfície e a corrente livre do fluido é determinada pelas condições na camada-limite e nós estamos interessados na determinação da taxa na qual essa transferência ocorre. Em particular, estamos interessados no fluxo molar da espécie A, (kmol/(s · m2)). É útil lembrar que o fluxo molar associado à transferência de uma espécie por difusão é determinado por uma expressão análoga à lei de Fourier. Para as condições de interesse neste capítulo, a expressão, que é chamada de lei de Fick, tem a forma 3 sendo DAB uma propriedade da mistura binária conhecida por coeficiente de difusão binária. Em qualquer ponto correspondente a y > 0 no interior da camada-limite de concentração da Figura 6.3, a transferência de uma espécie é devida ao movimento global do fluido (advecção) e à difusão. Entretanto, na ausência de efeitos em nano e micro escalas e da influência da difusão da espécie na velocidade normal à superfície, o movimento do fluido na superfície pode ser desprezado.4 Desta forma, a transferência da espécie na superfície ocorre somente por difusão e aplicando a lei de Fick em y = 0, o fluxo molar é O subscrito s foi usado para enfatizar que esse é o fluxo molar na superfície, mas ele será retirado nas próximas seções. Analogamente à lei do resfriamento de Newton, uma equação que relaciona o fluxo molar com a diferença de concentrações através da camada-limite, pode ser escrita como sendo hm(m/s) o coeficiente de transferência de massa por convecção, análogo ao coeficiente de transferência de calor por convecção. Combinando as Equações 6.7 e 6.8, tem-se que Consequentemente, as condições na camada-limite de concentração, que influenciam fortemente o gradiente de concentração na superfície ∂CA / ∂y|y=0, também influenciam o coeficiente de transferência de massa por convecção e, assim, a taxa de transferência de massa da espécie na camada-limite. 6.1.4 Significado das Camadas-Limite Para o escoamento sobre qualquer superfície existirá sempre uma camada-limite de velocidade e, portanto, atrito na superfície. Da mesma maneira, uma camada-limite térmica e, assim, transferência de calor por convecção estarão sempre presentes se houver diferença entre as temperaturas na superfície e na corrente livre. Analogamente, uma camada-limite de concentração e transferência de massa por convecção estarão presentes se a concentração de uma espécie na superfície for diferente da sua concentração na corrente livre. A camada-limite de velocidade tem uma extensão δ(x) e é caracterizada pela presença de gradientes de velocidade e de tensões cisalhantes. A camada-limite térmica apresenta uma espessura δt(x) e é caracterizada por gradientes de temperatura e pela transferência de calor. Finalmente, a camada-limite de concentração tem espessura δc(x) e é caracterizada por gradientes de concentração e pela transferência da espécie. Podem ocorrer situações nas quais as três camadas-limite estão presentes. Nesses casos, raramente as camadas-limite crescem na mesma taxa e os valores de δ, δt e δc em uma dada posição não são os mesmos. Para o engenheiro, as principais manifestações das três camadas-limite são, respectivamente, o atrito superficial, a transferência de calor por convecção e a transferência de massa por convecção. Os parâmetros-chave das camadas-limite são, então, o coeficiente de atrito Cf e os coeficientes de transferência de calor e de massa por convecção h e hm, respectivamente. Voltamos nossa atenção agora para o exame desses três parâmetros-chave, que são fundamentais para a análise de problemas de transferência de calor e de massa por convecção. 6.2 Coeficientes Convectivos Locais e Médios 6.2.1 Transferência de Calor Considere as condições da Figura 6.4a. Um fluido, com velocidade V e temperatura T∞, escoa sobre uma superfície de forma arbitrária e área superficial As. Presume-se que a superfície se encontre a uma temperatura uniforme, Ts, e se Ts ≠ T∞ sabemos que irá ocorrer transferência de calor por convecção. Da Seção 6.1.2, também sabemos que o fluxo térmico na superfície e o coeficiente de transferência de calor por convecção variam ao longo da superfície. A taxa total de transferência de calor q pode ser obtida pela integração do fluxo local ao longo de toda a superfície. Isto é, FIGURA 6.4 Transferência de calor por convecção local e total. (a) Superfície de forma arbitrária. (b) Placa plana. ou, a partir da Equação 6.4, Definindo um coeficiente convectivo médio h para toda a superfície, a taxa de transferência de calor total também pode ser escrita na forma Igualando as Equações 6.11 e 6.12, tem-se que os coeficientes convectivos médio e local estão relacionados por uma expressão que tem a forma Note que, para o caso particular do escoamento sobre uma placa plana (Figura 6.4b), h varia somente com a distância x da aresta frontal e a Equação 6.13 se reduz a 6.2.2 Transferência de Massa Resultados similares podem ser obtidos para a transferência de massa por convecção. Se um fluido, com uma concentração molar de uma espécie CA,∞, escoa sobre uma superfície na qual a concentração dessa espécie é mantida em algum valor uniforme CA,s ≠ CA,∞ (Figura 6.5a), transferência dessa espécie por convecção irá ocorrer. Da Seção 6.1.3 sabemos que o fluxo molar na superfície e o coeficiente de transferência de massa convectivo variam ao longo da superfície. A taxa de transferência molar total, NA(kmol/s), para toda a superfície pode, então, ser representada por com os coeficientes de transferência de massa por convecção médio e local relacionados por uma equação na forma FIGURA 6.5 Transferência de uma espécie por convecção local e total. (a) Superfície de forma arbitrária. (b) Placa plana. Para a placa plana da Figura 6.5b, tem-se que A transferência de uma espécie também pode ser expressa como um fluxo mássico, , ou como uma taxa de transferência de massa, nA(kg/s), pela multiplicação de ambos os lados das Equações 6.8 e 6.15, respectivamente, pela massa molar (kg/kmol) da espécie A. Dessa maneira, e sendo ρA(kg/m3) a concentração mássica da espécie A.5 Podemos também escrever a lei de Fick, em uma base mássica, multiplicando a Equação 6.7 por , o que fornece Além disso, a multiplicação do numerador e do denominador da Equação 6.9 por fornece uma expressão alternativa para hm: Para executar um cálculo de transferência de massa por convecção é necessário determinar o valor de CA,s ou ρA,s. Tal determinação pode ser efetuada supondo-se equilíbrio termodinâmico na interface entre o gás e a fase líquida ou sólida. Uma implicação do equilíbrio é que a temperatura do vapor na interface é igual à temperatura da superfície Ts. Uma segunda implicação é que o vapor se encontra em um estado saturado, estado no qual as tabelas termodinâmicas, como a Tabela A.6 para a água, podem ser usadas para obter a sua massa específica a partir do conhecimento de Ts. Com uma boa aproximação, a concentração molar do vapor na superfície também pode ser determinada a partir da pressão de vapor, através da utilização da equação de estado para um gás ideal. Isto é, sendo a constante universal dos gases e psat (Ts) a pressão de vapor correspondente à saturação a uma temperatura Ts. Note que a massa específica do vapor e a sua concentração molar estão relacionadas pela expressão ρA = CA. 6.2.3 O Problema da Convecção O fluxo local e/ou a taxa de transferência total são de capital importância em qualquer problema de convecção. Essas grandezas podem ser determinadas a partir das equações das taxas, Equações 6.4, 6.8, 6.12 e 6.15, que dependem do conhecimento dos coeficientes convectivos local (h ou hm) e médio ( e m). É por esse motivo que a determinação desses coeficientes é vista como o problema da convecção. Contudo, o problema não é simples, pois, além de dependerem de numerosas propriedades do fluido, como densidade, viscosidade, condutividade térmica e calor específico, os coeficientes são funções da geometria da superfície e d a s condições do escoamento. Essa multiplicidade de variáveis independentes resulta da dependência da transferência por convecção em relação às camadas-limite que se desenvolvem sobre a superfície. EXEMPLO 6.1 Resultados experimentais para o coeficiente de transferência de calor local hx para o escoamento sobre uma placa plana com superfície extremamente rugosa são correlacionados pela relação h x(x) = ax−0,1 sendo a um coeficiente (W/(m1,9 · K)) e x(m) a distância da aresta frontal da placa. 1. Desenvolva uma expressão para a razão entre o coeficiente de transferência de calor médio x em uma placa com comprimento x e o coeficiente de transferência de calor local hx em x. 2. Represente graficamente a variação de hx e x em função de x. SOLUÇÃO Dados: Variação do coeficiente de transferência de calor local, hx(x). Achar: 1. A razão entre o coeficiente de transferência de calor médio (x) até x e o coeficiente local hx(x) em x. 2. Representação gráfica das variações de hx e x com x. Esquema: Análise: 1. Da Equação 6.14, o valor médio do coeficiente de transferência de calor por convecção na região de 0 a x é Substituindo a expressão para o coeficiente de transferência de calor local h x(x) = ax−0,1 e integrando, obtemos ou 2. A variação de x e x com x tem a seguinte forma: Comentários: O desenvolvimento da camada-limite causa a diminuição dos coeficientes local e médio com o aumento da distância para a aresta frontal. O coeficiente médio até x deve, portanto, ser superior ao valor local em x. EXEMPLO 6.2 Um longo cilindro circular com 20 mm de diâmetro é fabricado com naftaleno sólido, um repelente comum contra traças, e é exposto a uma corrente de ar que proporciona um coeficiente de transferência de massa convectivo médio de de massa convectivo m = 0,05 m/s. A concentração molar do vapor de naftaleno na superfície do cilindro é 5 × 10−6 kmol/m3 e a sua massa molar é de 128 kg/kmol. Qual é a taxa mássica de sublimação por unidade de comprimento do cilindro? SOLUÇÃO Dados: Concentração do vapor saturado de naftaleno. Achar: Taxa de sublimação por unidade de comprimento, Esquema: (kg/(s · m)). Considerações: 1. Condições de regime estacionário. 2. Concentração de naftaleno desprezível na corrente livre do ar. Análise: O naftaleno é transportado para o ar por convecção e, da Equação 6.15, a taxa de transferência molar para o cilindro é Com CA,∞ = 0 e = NA/L, tem-se que A taxa mássica de sublimação é, então, EXEMPLO 6.3 Em algum ponto sobre a superfície de uma panela contendo água são efetuadas medidas da pressão parcial de vapor d’água pA(atm) em função da distância y da superfície do líquido. Os resultados obtidos são os seguintes: Determine o coeficiente de transferência de massa por convecção hm,x nessa posição. SOLUÇÃO Dados: Pressão parcial pA de vapor d’água em função da distância y em uma posição específica sobre a superfície de uma camada de água. Achar: Coeficiente de transferência de massa por convecção nessa posição. Esquema: Considerações: 1. O vapor d’água pode ser considerado um gás ideal. 2. Condições são isotérmicas. Propriedades: Tabela A.6, vapor saturado (0,1 atm = 0,101 bar): Ts = 319 K. Tabela A.8, vapor d’água-ar (319 K): DAB(319 K) = DAB(289 K) × (319 K/298 K)3/2 = 0,288 × 10−4 m2/s. Análise: Da Equação 6.21, o coeficiente de transferência de massa por convecção local é ou, aproximando o vapor como um gás ideal p A = ρART com T constante (condições isotérmicas), Com base na distribuição de pressões do vapor medida Assim, Comentários: A partir do equilíbrio termodinâmico na interface líquido-vapor, a temperatura interfacial, Ts = 319 K, foi determinada na Tabela A.6. 6.3 Escoamentos Laminar e Turbulento Na discussão da convecção até agora, não nos preocupamos com o significado das condições do escoamento. Uma etapa essencial no tratamento de qualquer problema de convecção é a determinação se a camada-limite é laminar ou turbulenta. O atrito superficial e as taxas de transferência por convecção dependem fortemente de qual dessas condições está presente. 6.3.1 Camadas-Limite de Velocidade Laminares e Turbulentas O desenvolvimento de uma camada-limite sobre uma placa plana é ilustrado na Figura 6.6. Em muitos casos, coexistem as condições de escoamento laminar e turbulento, com a seção laminar precedendo a turbulenta. Para cada condição, o movimento do fluido é caracterizado por componentes da velocidade nas direções x e y. O movimento do fluido se afastando da superfície se faz necessário pela desaceleração do fluido próximo à parede na medida em que a camada-limite cresce na direção x. A Figura 6.6 mostra que há diferenças marcantes entre as condições de escoamento laminar e turbulento, conforme descrito nos parágrafos seguintes. Na camada-limite laminar, o movimento do fluido é altamente ordenado, sendo possível identificar linhas de corrente ao longo das quais as partículas do fluido se movem. Da Seção 6.1.1 sabemos que a espessura da camada-limite aumenta e que os gradientes de velocidade em y = 0 diminuem no sentido do escoamento (aumento de x). Na Equação 6.2 vemos que a tensão cisalhante local τs também diminui com o aumento de x. O comportamento altamente ordenado continua até que uma zona de transição é atingida, ao longo da qual ocorre uma conversão das condições laminares para as turbulentas. As condições na zona de transição mudam com o tempo, com o escoamento às vezes mostrando comportamento laminar e às vezes exibindo características de escoamento turbulento. O escoamento na camada-limite completamente turbulenta é, em geral, altamente irregular, sendo caracterizado pelo movimento tridimensional aleatório de parcelas relativamente grandes do fluido. A mistura no interior da camada-limite direciona fluido com alta velocidade na direção da superfície do sólido e transfere fluido com movimento mais lento mais para dentro da corrente livre. A maior parte da mistura é promovida por vórtices na direção do escoamento chamados de streaks que são intermitentemente gerados próximo à placa plana, onde eles crescem e decaem rapidamente. Estudos analíticos e experimentais recentes sugerem que essas e outras estruturas coerentes no interior de escoamentos turbulentos podem se deslocar em ondas com velocidades que podem ser superiores a u∞, interagem não linearmente e geram as condições caóticas que caracterizam o escoamento turbulento [2]. FIGURA 6.6 Desenvolvimento da camada-limite de velocidade sobre uma placa plana. Como um resultado das interações que levam às condições de escoamento caótico, flutuações de velocidade e de pressão ocorrem em qualquer ponto no interior da camada-limite turbulenta. Três regiões distintas podem ser delineadas no interior da camada-limite turbulenta como uma função da distância da superfície. Podemos falar em uma subcamada viscosa na qual o transporte é dominado pela difusão e o perfil de velocidades é aproximadamente linear. Há uma camada de amortecimento adjacente na qual a difusão e a mistura turbulenta são comparáveis e há uma zona turbulenta na qual o transporte é dominado pela mistura turbulenta. Uma comparação dos perfis do componente x da velocidade nas camadas-limite laminar e turbulenta, fornecida pela Figura 6.7, mostra que o perfil de velocidades turbulento é relativamente plano devido à mistura que ocorre no interior da camada de amortecimento e da região turbulenta, dando lugar a grandes gradientes de velocidade na subcamada viscosa. Deste modo, τs é geralmente maior na porção turbulenta da camada-limite da Figura 6.6 do que na porção laminar. A transição do escoamento laminar para o turbulento é, em última análise, devida a mecanismos de gatilho, tais como a interação de estruturas transientes do escoamento que se desenvolvem naturalmente no interior do fluido ou pequenos distúrbios que existem no interior de muitas camadas-limite típicas. Esses distúr