2. Sinais discretos 2. Sinais discretos 2.1 Classificação de sinais Classificação de sinais • As principais classificações de um sinal são: → → → → → → → Unidimensional (uma variável) ou multidimensional (duas ou mais variáveis). Contínuo ou discreto. Periódico ou aperiódico. Causal, não-causal e anti-causal. Par ou ímpar. Determinístico ou randômico. Sinal de Energia e de Potência. 15 Classificação de sinais - unidimensional ou multidimensional • Unidimensional (uma variável) ou multidimensional (N variáveis) Sinal bidimensional I(x, y) Sinal unidimensional A(n)) Sinal tridimensional I(x, y, t) 16 Classificação de sinais - tempo contínuo e tempo discreto • Sinais de tempo contínuo ou discreto 1.00 1.00 0.80 0.80 0.60 0.60 0.40 0.40 0.20 0.20 0.00 0.00 −0.20 0 Sinal contínuo - x(t). 10 −0.20 b b b b b b b b b b b 0 b b b b b b 10 Sinal discreto - x[n]. 17 Classificação de sinais - tempo contínuo e tempo discreto • Sinal de tempo discreto −→ frequentemente derivado de um sinal de tempo contínuo. • Processo é realizado amostrando-se o sinal a uma taxa uniforme, x[n] = x(nT ), para todo n ∈ Z. x(t) Conversor A/D x[n] Processador de Sinais y[n] Conversor D/A y(t) • Ex: gravação/equalização de uma música para reprodução em caixas se som. 18 Classificação de sinais - tempo contínuo e tempo discreto • Amostragem −→ discretização do tempo/espaço. • Quantização −→ discretização da amplitude do sinal. representação: x[n] = {1, 1, 2, 1, 3, 2, 4, 1, 3, 2} 19 Classificação de sinais - periódico / aperiódico • Sinal periódico é aquele que se repete depois de um dado período ou ciclo N, e é matematicamente definido como: x[n] = x[n + mN] ∀m: (m ∈ Z), em que N > 0 e representa o período da fundamental do sinal. N é o menor valor inteiro positivo para que o sinal se repita. Sinal periódico de período N = 11 Sinal aperiódico 20 Classificação de sinais - periódico / aperiódico • Observações importantes → Um sinal periódico discreto é completamente definido por seus valores em um único período, como o intervalo [0, N[ ou [− N2 , N2 [. → Qualquer sinal aperiódico pode ser definido por uma soma infinita de sinais periódicos. Essa definição possibilita a análise de Fourier de sinais aperiódicos. 21 Classificação de sinais - causal, não-causal e anti-causal • Um sinal é causal se ele for identicamente igual a zero para todo n < 0, caso contrário, o sinal é não-causal. • Um sinal é anti-causal se ele for identicamente igual a zero para todo n > 0, ou seja, é um sinal causal com inversão no tempo. • Diferentemente de sistemas, sinais não-causais podem existir no mundo físico. b 1 0 b b b b −2 −1 0 1 sinal causal −1 2 3 b b b 0 b −1 b 1 b −2 1 b b 0 b −1 0 1 2 sinal não causal b b b b −1 3 −3 −2 −1 0 1 sinal anti-causal 2 22 Classificação de sinais - par e ímpar • Um sinal x[n] é par se x[n] = x[−n], ou seja, é um sinal simétrico com relação ao eixo das ordenadas. • Um sinal x[n] é ímpar se x[n] = −x[−n], ou seja, é um sinal anti-simétrico ao eixo das ordenadas. • Um sinal que não seja nem par e nem ímpar pode ser representado pela soma dos componentes par e ímpar. 2 b 1 b 1 b b b 1 0 b b −1 −3 −2 b −1 0 1 sinal par 2 −1 3 b 0 b b −1 b −3 b −2 b b b 0 b b b −1 0 1 sinal ímpar 2 b b −2 3 −3 −2 −1 0 1 2 3 sinal nem par, nem ímpar 23 Classificação de sinais - par e ímpar • Encontrando os componentes par e ímpar de um dado sinal x[n]. Suponha os seguintes sinais: x[n] = xp [n] + xi [n]. (1) x[−n] = xp [−n] + xi [−n]. (2) entretanto, sabemos que xp [n] = xp [−n] e xi [n] = −xi [−n] . Logo, podemos reescrever a Equação 2 como (3) x[−n] = xp [n] − xi [n]. Agora, fazendo (Eq.1 + Eq.3) e (Eq.1 - Eq.3) temos, respectivamente: xp [n] = 1 (x[n] + x[−n]) 2 xi [n] = 1 (x[n] − x[−n]) 2 24 Classificação de sinais - determinísticos e aleatórios • Um sinal é considerado determinístico se não houver incerteza com respeito ao seu valor em qualquer instante do tempo. Podem ser definidos exatamente por uma fórmula matemática. • Um sinal é chamado de aleatório (ou não determinístico) se houver incerteza com respeito ao seu valor em algum instante do tempo. Eles são modelados em termos probabilísticos. b b b −6 b −4 b −2 b b 0 2 b sinal determinístico - sin(n) 4 b b b b b b b b b b 6 0 b b b b b b 4 b b 8 b b b b b b b 12 b b b 16 b b 20 sinal aleatório 25 Classificação de sinais - sinal de energia e de potência • Um sinal x[n] é dito sinal de energia quando ele possui energia finita, ou seja, 0<E = ∞ X n=−∞ |x[n]|2 < ∞. • Um sinal x[n] é dito sinal de potência quando ele possui potência finita, ou seja, N 1 X |x[n]|2 < ∞. N →∞ 2N n=−N 0 < P = lim 26 2. Sinais discretos 2.2 Operações básicas em sinais Operações realizadas em variáreis dependentes • Mudança de escala de amplitude y[n] = cx[n] b 0 y[n] = x1 [n] + x2 [n] y[n] = x1 [n] − x2 [n] b −1 b 0 x1 [n] b 1 b b −1 0 1 y1 [n] = 2x1 [n] 2 0 x2 [n] 1 2 b b b b −2 −1 0 1 2 y2 [n] = x1 [n] + x2 [n] b b b −1 b 2 1 0 −1 −2 b −2 b −2 b 0 y[n] = x1 [n] · x2 [n] b −1 2 1 • Multiplicação b 0 −1 2 1 0 −1 −2 b 1 b −2 • Adição / Subtração b 1 b b b −1 −2 −1 0 1 2 y3 [n] = x1 [n] · x2 [n] 27 Operações realizadas em variáreis independentes • Deslocamento no tempo (shifting): → n0 > 0 - deslocamento à direita → n0 < 0 - deslocamento à esquerda y[n] = x[n − n0 ] • Exemplo: deslocamento deslocamento −−−−−−−→ b 2 1 0 −1 b b b b b 0 b b −3 −2 −1 0 1 2 3 sinal original: x[n] −1 4 b 2 1 ←−−−−−−− b b 1 b b b 0 b b −3 −2 −1 0 1 2 3 y1 [n] = x[n − 1] −1 4 5 b 2 b b b b b b b −4 −3 −2 −1 0 1 2 y2 [n] = x[n + 1] 3 4 28 Operações realizadas em variáreis independentes • Reflexão (flipping) do gráfico em relação ao eixo y • Exemplo: b 2 1 0 −1 b b 2 b b b 1 b b b 0 b b −3 −2 −1 0 1 2 3 sinal original: x[n] −1 4 b b b b b −4 −3 −2 −1 0 1 2 sinal refletido: y[n] = x[−n] 3 29 Operações realizadas em variáreis independentes • Mudança de escala de tempo: ( α>1 y[n] - será a versão comprimida de x[n] y[n] = x[αn] 0 < α < 1 y[n] - será a versão expandida de x[n] • Exemplo: b 2 1 0 −1 b b b 2 b 1 b b b 0 b b −3 −2 −1 0 1 2 3 sinal original: x[n] b b b b 1 b b −1 4 b 2 b 0 b b 3 4 b b b 4 5 b −1 −3 −2 −1 0 1 2 y1 [n] = x[2n] b b −3 −2 −1 0 1 21 3 y2 [n] = x[ 3 n] 6 30 Combinação de operações realizadas em variáreis independentes • Padronização da ordem da combinação das operações: 1o ) Deslocamento 2o ) Reflexão 3o ) Escalonamento • Exemplo: Dado o sinal abaixo, queremos obter y[n] = x[−2n + 3] b 2 1 b 0 −1 −2 b b −2 −1 0 1 2 b sinal original: x[n] = 1, 2, 0, −2, 1.5 31 Combinação de operações realizadas em variáreis independentes • Objetivo: obter y[n] = x[−2n + 3] • 1o passo: definir um sinal temporário z[n] = x[n + 3] que corresponde apenas à parte do deslocamento do sinal original b 2 1 b −2 −2 −1 0 b 2 1 0 −1 b b b 0 1 b sinal x[n] = 1, 2, 0, −2, 1.5 2 −1 −2 b b −5 −4 −3 b −2 −1 0 b sinal z[n] = 1, 2, 0, −2, 1.5, 0 32 Combinação de operações realizadas em variáreis independentes • 2o passo: definir um novo sinal temporário w[n] = z[−n] que corresponde à operação de reflexão do temporário anterior z[n] b 2 1 −2 −5 b b b 1 b 0 −1 2 b b −4 −3 b −2 −1 b sinal z[n] = 1, 2, 0, −2, 1.5, 0 0 0 −1 −2 b 0 b 1 2 3 4 5 b sinal w[n] = 0, 1.5, −2, 0, 2, 1 33 Combinação de operações realizadas em variáreis independentes • 3o passo: aplicar a operação de escalonamento do tempo no sinal w[n] para obter o sinal final, ou seja, y[n] = w[2n] 2 b b 1 0 −1 −2 b 0 b 1 2 3 1 0 4 b sinal w[n] = 0, 1.5, −2, 0, 2, 1 b 2 b 5 −1 −2 b b −1 0 b 1 2 3 b sinal y[n] = 0, 0, −2, 2, 0 34 2. Sinais discretos 2.3 Sinais elementares Exponencial discreta x[n] = Br n (r := eα , ∀α ∈ ℜ) • B - amplitude do sinal em n = 0; • 0 < r < 1 - sinal exponencial decrescente; • r > 1 - sinal exponencial crescente. 2.00 b b 12 1.60 9 1.20 b 0.80 b 0.40 0.00 0 b 6 b 3 b 1 2 3 4 exponencial descrescente: r = 0.5, B = 2 b 5 0 b b 0 b b 1 2 3 4 exponencial crescente: r = 1.65, B = 1 5 35 Senóide discreta • Forma geral: x[n] = A cos Ω0 n + φ → A = amplitude do sinal → Ω0 = 2π N = frequência angular, N = período → φ = fase b b 0 b b b b b −8 b b b b −12 b b b b b −4 b b 0 4 8 b b y[n] = sin π6 n , Ω0 = b b π 6, b b 12 b período N = 12 36 Relação entre sinais senoidais e exponenciais complexas • Diferença importante entre tempo contínuo e discreto. • Suponha ejΩ0 n e ej(Ω0 +2π)n , então ej(Ω0 +2π)n = ejΩ0 n+j2πn = ejΩ0 n · ej2πn Como n é inteiro, n = 0, 1, 2, · · · , logo ej2πn = 1 e, portanto, ej(Ω0 +2π)n = ejΩ0 n • No caso discreto temos apenas um intervalo 2π de frequências. 37 Relação entre sinais senoidas e exponenciais complexas • Analisando o sinal ejΩ0 n temos que: • Ω0 = 0 implica que ej0n = 1 → Frequência mais baixa possível no caso de uma senóide discreta. b b 1 0 −5 b b b b b ··· ··· −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 −1 sinal senoidal de mais baixa frequência, Ω0 = 0 • Ω0 = π implica que ( 1 , n = par ejπn = −1 , n = ímpar → Frequência mais alta possível no caso de uma senóide discreta b 1 0 −5 −1 b b ··· −4 ··· −3 b −2 −1 b 0 1 b 2 3 4 5 b sinal senoidal de máxima frequência, Ω0 = π 38 Relação entre sinais senoidas e exponenciais complexas • Qual a condição para que uma senoidal complexa seja periódica ? → Para responder isso, aplicamos a definição de periodicidade de um sinal, ou seja, ejΩ0 n = ejΩ0 (n+N) , para algum valor inteiro N jΩ0 N → Entretanto: ejΩ0 (n+N) = ejΩ0 n e|{z} =1 ⊲ Sabendo que ejΩ0 N = cos(Ω0 N) + j sin(Ω0 N), então, para que ejΩ0 N = 1, temos que ter Ω0 N = 2πk, para algum k inteiro ⊲ Portanto, N = 2π k Ω0 39 Funções delta e degrau unitário • função delta. δ[n] = ( 1 n=0 0 n 6= 0 • função degrau unitário. ( 1 n≥0 u[n] = 0 n<0 0 −5 δ[n] = u[n] − u[n − 1] ··· −4 b b b −3 −2 −1 0 b b b 1 2 3 b b ··· 4 5 −1 função delta δ[n] b 1 0 • É importante notar que: b 1 −5 ··· −4 b b b −3 −2 −1 b ··· 0 1 2 3 4 5 −1 função degrau unitário u[n] 40 Sinais arbitrários representados por funções delta b 2 1 0 −1 2 b = b −1 0 1 b 2 2 b 1 b 0 −1 −1 0 + b b 1 2 1 0 −1 b 2 + 1 0 −1 b −1 0 b 1 b + 2 −δ[n − 1] δ[n] x[n] b = 1δ[n] − 1δ[n − 1] + 2δ[n − 2] b b b −1 0 1 2 2δ[n − 2] • Generalizando a ideia, temos: x[n] = ∞ X k=−∞ x[k]δ[n − k] 41 Sumário • Nesta seção foram descritas: → as principais classificações de um sinal → as operações mais comuns aplicadas à sinais → os sinais mais elementares usados em PSD 42 Exercícios 1, 2 e 3 para cômputo de presença 1. Determine se os sinais abaixo são periódicos e, em caso afirmativo, encontre o período da fundamental (a) x1 [n] = 5 cos (0.2πn) (b) x2 [n] = 5 cos (6πn) 2. Dado o sinal x[n] = 1, 2, 0, −1 , determinar os sinais abaixo (a) y1 [n] = 2x[0.5n + 1] (b) y2 [n] = −x[3n − 1] 3. Represente o sinal x[n] = 1, 2, 4, −1, 0, 2 usando funções delta. 43