Notas de Cálculo III Alex Rossini 9 de novembro de 2022 Conteúdo 0.1 Resultados Teóricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 0.2 Equações de Variáveis Separáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 0.2.1. Soluções constantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 0.2.2. Método para determinar soluções não constantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 a 0.3 Equação Linear de 1 Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 0.3.1. Método do fator integrante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 0.4 Equações Diferenciais Homogêneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 0.5 Equações de Bernoulli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 0.6 Equação de Riccati . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 0.7 Equações Diferenciais Exatas e Fatores Integrantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 0.7.1. Fator Integrante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 0.8 Equações Diferenciais Lineares de Segunda Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 0.8.1. Equações Diferenciais Lineares de Segunda Ordem Homogêneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 0.8.2. Equações Diferenciais Lineares de Segunda Ordem Não Homogêneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 0.8.3. Método dos Coeficientes a Determinar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 1 Equações Diferenciais Ordinárias 0.1 Resultados Teóricos Por uma equação diferencial ordinária (edo) de 1a ordem entendemos uma equação do tipo dy = f (x, y) dx y ′ = f (x, y) ou (0.1) onde f : (a, b)×(c, d ) → R é uma função conhecida. Qualquer função y = y(x) diferenciável, definida num intervalo I ⊂ (a, b), é uma solução da equação se, y ′ (x) = f (x, y(x)) para todo x ∈ I Ordem: A ordem de uma E.D.O é a ordem da derivada de maior ordem da equação. (1) y ′ = cos(x) (1a ordem) (2) y ′′ + 4y = 0 (2a ordem) (3) x 2 y ′′′ y ′′ + 2e x y ′′ = x 2 + 2y 2 (3a ordem) Lineariedade Uma E.D.O é chamada de linear se (i) y e todas suas derivadas são do primeiro grau, i.e., y e suas derivadas têm potência 1, e (ii) cada coeficiente depende apenas da variável (independente) x. a) x y ′ + 2y = 0 c) y y ′′ − 2y ′ = e x (linear) (não-linear) b) y ′′ + 5y ′ − 3y = x 3 d) y ′′ + 8(y ′ )7 − y = x 3 (linear) (não-linear) Nosso objetivo é determinar se essas funções existem e, em caso afirmativo, desenvolver métodos para encontrá-las. Para uma função f (x, y) qualquer, não há um método geral para resolver a edo. Assim, vamos desenvolver vários métodos, cada um dos quais se aplica a uma certa subclasse de equações diferenciais de primeira ordem. Teorema 1 (Existência e Unicidade). Seja f : [x 0 − a, x 0 − a] × [y 0 − b, y 0 − b] → R contínua (logo limitada, i.e., | f | ≤ M ) com ¯ ¯ ¯ ∂f ¯ ¯ ∂y ¯ ≤ K . Então, existe uma única solução do Problema de Valor Inical (PVI) dy = f (x, y) dx y(x 0 ) = y 0 n o b definida em I = [x 0 − α, x 0 + α], com α = min a, M . 2 ¯ ¯ ¯ ∂f ¯ Corolário 1. Seja f : [a, b]×R → R contínua com ¯ ∂y ¯ ≤ K . Então, existe uma única solução do Problema de Valor Inical (PVI) dy = f (x, y) dx y(x 0 ) = y 0 definida em [a, b]. ¯ ¯ ¯ ∂f ¯ Corolário 2. Seja f : I × R → R contínua com ¯ ∂y ¯ ≤ K . Então, existe uma única solução do Problema de Valor Inical (PVI) dy = f (x, y) dx y(x 0 ) = y 0 definida em I . Teorema 2 (Existência). Seja f : [x 0 − a, x 0 − a] × [y 0 − b, y 0 − b] → R contínua (logo limitada, i.e., | f | ≤ M ). Então, existe uma solução do Problema de Valor Inical (PVI) dy = f (x, y) dx y(x 0 ) = y 0 n o b definida em I = [x 0 − α, x 0 + α], com α = min a, M . Exemplo 1. Determine a solução do seguinte PVI: y ′ = x y y(1) = 2 Solução: Suponha y = y(x) > 0 em I = (1−r, 1+r ) para algum r > 0, pois y(1) > 0 e y = y(x) procurada deve ser diferenciável, assim, contínua numa vizinhança de x = 1. Daí, podemos escrever h i′ y ′ (x) = x ⇐⇒ ln(y(x)) = x y(x) ⇐⇒ ln(y(x)) = ⇐⇒ y(x) = e x x2 +k 2 2 /2 ek Como y(1) = 2 obtemos e k = 2e −1/2 . Logo, para x ∈ I , y(x) = 2e Note que, podemos considerar I = R, pois y = 2e x 2 −1 2 x 2 −1 2 está bem definida é satisfaz o PVI. 0.2 Equações de Variáveis Separáveis Uma equação diferencial de 1a ordem é dita separável, ou de variáveis separáveis, se puder ser posta na forma dy = g (x)h(y) dx As função g : (a, b) → R e h : (c, d ) → R são contínuas. ou y ′ = g (x)h(y) (0.2) Exemplo 2. Equações de variáveis separáveis de 1a ordem. a) dy dx = x(1 − y 2 ) b) dy dx = x y2 c) dy dx = ex d) dy dx = x2 + y 2 3 (não de variáveis separáveis) (não-linear) 0.2.1. Soluções constantes Considere a equação de variáveis separáveis dy = g (x)h(y) dx ( g ̸≡ 0 em (a, b)) A função constante y(x) = k será solução se, e só se, x = k é raiz da equação h(y) = 0, i.e., h(k) = 0. 0.2.2. Método para determinar soluções não constantes Suponha que y : (a, b) → (c, d ) seja uma solução com h(y(x)) ̸= 0. Então, y ′ (x) = g (x) h(y(x)) ³ ´ ¡ ¢′ ⇐⇒ H (y(x)) = g (x) H : (c, d ) → R é uma primitiva de 1/h(y) ³ ´ ⇐⇒ H (y(x)) = G(x) + k G : (a, b) → R uma primitiva de g ´ ¡ ¢ ³ −1 ⇐⇒ y(x) = H −1 G(x) + k H inversa de H y ′ (x) = g (x)h(y(x)) ⇐⇒ onde H e G são primitivas de 1 h(y) e g (x), respectivamente. Se pudermos inverter a função H , a solução da Eq. (0.2) será y ′ (x) = H −1 (G(x) + k) Algoritmo: dy = g (x)h(y) dx dy = g (x) dx (separar as variáveis) h(y) ˆ ˆ dy = g (x) dx (integrar de ambos os lados) h(y) 1 H (y) = G(x) + k (H e G são primitivas de h(y) e g (x) ) ³ ´ y(x) = H −1 G(x) + k (H −1 inversa de H ) Fato 1: Se g (x) for contínua em (a, b) e h ′ (y) contínua em (c, d ), então todas as solução não constantes podem ser obtidas pelo processo acima. Fato 2: Se y = y(x) for uma solução não constante da Eq. (0.2) então h(y(x)) ̸= 0, x ∈ I . Exemplo 3. Encontre a solução de cada uma das seguintes equações diferenciais que satisfaça cada condição inicial. a) e) y ′ = x y b) y ′ = − sin(x)y c) y ′ = −e x y y(1) = 2 y(0) = 2 y(0) = 3/2 y ′ = x y 4 p y ′ = x y 5 y ′ = y(0) = 1 f) g) y(0) = 1 2x y y(1) = 1 Solução: [c] 4 d) y ′ = x y 2 y(1) = 0 Solução não-constante:[ y(0) > 0, então podemos supor y > 0 em algum intervalo contendo a origem.] dy = −e x y dx dy = −e x dx y ˆ y>0 1 dy = y (separar as variáveis) ˆ −e x dx ln(y) = −e x +C x y = e −e e C ¡ x 3 y = e −e +1 2 y >0 ¡ ¢ 3/2 = y(0) = e −1 e C ⇒ e C = 3e/2 ¢ [d] Solução não-constante:[ y(1) > 0, então podemos supor y ̸≡ 0 em algum intervalo contendo x = 1.] ˆ dy/dx = x y2 dy/y 2 = x dx 1/y 2 dy ˆ (separar as variáveis) x dx = x2 +C 2 2 y =− 2 x + 2C ¡ ¢ 2 y =− 2 0 = y(1) ⇒ 2C = −3 x −3 − 1/y = [e] Solução não-constante:[ y(0) > 0, então podemos supor y ̸≡ 0 em algum intervalo contendo a origem.] ˆ dy/dx = −x y 4 dy/y 4 = −x dx 1/y 4 dy ˆ =− (separar as variáveis) x dx x2 +C 2 3x 2 − 6C 1/y 3 = 2 ¡ ¢ 2 3 y = 2 1 = y(0) ⇒ −6C = 2 3x − 6C r 2 3 y= 2 3x + 2 − 1/3y 3 = − [f] 5 Solução não-constante:[ y(0) > 0, então podemos supor y ̸≡ 0 em algum intervalo I ⊆ [0, ∞).] dy/dx = dy/y 5 = 1/y 5 dy = ˆ p p ˆ x y5 x dx p (separar as variáveis) x dx 2p 3 x +C 3 p 8 x 3 + 12C 1/y 4 = − 3 p 3 ¢ 8 x −3 ¡ 1/y 4 = − 1 = y(0) ⇒ 12C = −3 3 s 3 y= 4 p 3 − 8 x3 − 1/4y 4 = [g] Solução não-constante:[ y(0) > 0, então podemos supor y ̸≡ 0 em algum intervalo contendo a origem.] dy/dx ˆ = 2x/y ydy = 2x dx ˆ y dy = (separar as variáveis) 2x dx 2x y2 = +C 2 ln(2) 2x+1 + 2C y2 = ln(2) 2x+1 − 2 + ln(2) ¡ ln(2) − 2 ¢ y2 = 1 = y(0) ⇒ 2C = ln(2) ln(2) s 2x+1 − 2 + ln(2) y= ln(2) Exemplo 4. Determine as soluções da equação dy dx = x y 2 . Esboce as soluções. Exemplo 5. Determine as soluções da equação dy dx = x 2 y. Esboce as soluções. Exemplo 6. Determine as soluções da equação dy = x(1 − y 2 ) dx Solução: Solução constante: 1 − y 2 = 0, se e só se, y = 1 ou y = −1 6 Solução não-constante: ˆ 1 2 ˆ ˆ dy = x(1 − y 2 ) dx dy = x dx (separar as variáveis) 1 − y2 ˆ ˆ dy = x dx 1 − y2 dy x2 = +k (1 + y)(1 − y) 2 1 1 x2 + dy = +k (1 + y) (1 − y) 2 ¯ ¯ h i ¯1+ y ¯ 1 1 ¯ ¯ + dy = ln(|1 + y|) − ln(|1 − y|) = ln ¯ (1 + y) (1 − y) 1− y ¯ ¯ ¯ ¯ 1+y ¯ Se |y| < 1 ou |y| > 1 temos ¯ 1−y ¯ = 1+y 1−y , logo µ ¶ µ ¶ 2 1 1+ y x2 1+ y 1+ y ln = + k ⇐⇒ ln = x 2 + 2k ⇐⇒ = e x +2k 2 1− y 2 1− y 1− y Portanto, y= ex 2 +2k 1 + ex −1 2 +2k 2 = Cex − 1 1 +C e x 2 , com C = e 2k > 0 0.3 Equação Linear de 1a Ordem Sejam p q contínuas num intervalo I ⊂ R. Uma equação diferencial de 1a ordem que pode ser escrita na forma (padrão) y ′ + p(x)y = q(x) (0.3) é chamada de equação linear de 1a ordem. Diremos que a Eq. (0.3) é não-homogênea se a função q ̸≡ 0 em I e homogênea se q ≡ 0 em I , e neste caso, ela se reduz a uma equação de variáveis separáveis. 0.3.1. Método do fator integrante Observe que a expressão à esquerda de Eq.(0.3) “lembra” a derivada de um produto de funções. Se assim fosse, a solução da equação estaria reduzida a uma simples integração. Agora, por um momento, admitimos a existência de uma função µ(x) tal que quando o lado esquerdo de Eq.(0.3) for multiplicado por µ(x) o resultado é a derivada (µ(x)y)′ , i.e., µ(x)y ′ + µ(x)p(x)y = [µ(x)y]′ Daí, resulta que [µ(x)y]′ = µq(x) 7 (0.4) e integrando ambos os lados desta equação obtemos µ(x)y = Portanto, a solução geral de (0.3) é: y= 1 µ(x) ·ˆ ³ ˆ ³ ´ q(x)µ(x) dx ¸ ´ q(x)µ(x) dx +C x∈I sendo C ∈ R2 uma constante real arbitrária. Agora, para encontramos µ satisfazendo a Eq.(0.4) aplicamos a regra da derivada do produto ao lado esquerdo como segue µ(x)y ′ + µ(x)p(x)y = (µ(x)y)′ = µ′ (x)y + µ(x)y ′ e, após simplificação, obtemos a igualdade µ(x)p(x)y = µ′ (x)y assumindo y(x) ̸= 0 para x ∈ I , segue que a função µ(x) é uma solução da equação de variáveis separáveis µ′ = p(x)µ logo, separando as variáveis µ′ µ = p e integrando ambos os lados teremos ln |µ| = ´ p dx, onde ´ p dx é uma primitiva qualquer p. Tomando a exponencial de ambos os lados desta equação produz uma fórmula para µ(x) = e ´ p(x) dx Tal função µ é chamada de fator integrante. Teorema 3. Let p and q be continuous functions on an interval I . A function y is a solution of the first order linear differential equation y ′ + p y = q on I if and only if y= 1 µ ·ˆ ³ ¸ ´ qµ dx +C x∈I where C ∈ R2 , P is any antiderivative of p on the interval I , and µ = e P . Algoritmo: Método de solução para equações lineares de primeira ordem 1) Coloque a equação linear na forma (padrão): y ′ + p y = q 2) Encontre um fator integrante µ, para isso, calcule ´ p dx (uma primitiva de p) e tome µ(x) = e ´ p dx 3) Multiplique a eq. (na forma padrão) por µ para obter a seguinte simplificação (µy)′ = µq 4) Integre ambos os lados da última equação, e obtenha o seguinte resultado ˆ µy = 5) Divida por µ para obter a solução y= 1 µ qµ dx +C ·ˆ ¸ (qµ) dx +C Exemplo 7. Resolva cada equação diferencial linear de ordem 1. a) x y ′ − 2y = x 2 b) y ′ = x + 5y d) 4 x z ′ − 3z x =x e e) x y ′ − 4y = x 4 e x c) 8 x ln(x)y ′ + y = xe x Solução: [a] • Escrevemos a Eq. na forma padrão: y ′ − x2 y = x • Fator integrante: µ = e − ´ 2 x dx = e −2 ln(|x|) = 1 x2 • Multiplicamos a Eq. (na forma padrão) por µ para obter a forma simplificada: y x2 • Integrando de ambos os lados temos: = ´ 1 x ³ 1 x2 ´′ y = 1 x dx = ln(|x|) +C ¡ ¢ • Multiplicando por x 2 teremos: y = x 2 ln(|x|) +C Portanto, a solução geral é x 2 ¡ ln(x) +C ¢ ,x >0 y= x 2 ¡ ln(−x) +C ¢ ,x <0 [b] • Eq. na forma padrão: y ′ − 5y = x • Fator integrante: µ = e ´ (−5)dx = e −5x ¡ ¢′ • Multiplique a Eq. (na forma padrão) por µ e obtenha a forma simplificada: e −5x y = xe −5x • Integrando de ambos os lados teremos: e −5x y = • Dividindo por e −5x , segue que : y = 1 25 ´ xe −5x dx = 1 25 ¡ ¢ −5e −5x x − e −5x +C (−5x − 1) +C e 5x [c] 1 • Eq. na forma padrão: y ′ + x ln xy= • Fator integrante: µ = e ´¡ 1 x ln x ¢ dx ex ln x = e ln(| ln x|) = | ln x| ¡ ¢′ x • Multiplicando a Eq. (na forma padrão) por µ obtemos: y| ln x| = | ln x| lne x • Integrando de ambos os lados obtemos: y| ln x| = • Dividindo por | ln x| : y = ex ln x ´ | ln x| x ln x e dx = | ln x| ln x ´ ln x| e x dx = e x | ln x +C + | lnCx| . Portanto, a solução geral é y= ou ainda, y= e x +C ln x e x −C ln x ,x >1 ,0<x <1 ex + k , k ∈ R, x > 0, x ̸= 1. ln x [d] 4 x • Eq. na forma padrão: z ′ − 3z x =x e • Fator integrante: µ = e ´¡ ¢ − x3 dx (x ̸= 0) = e −3 ln(|x|) = 1 |x|3 • Multiplicando a Eq. (na forma padrão) por µ obtemos: • Integrando de ambos os lados obtemos: y |x|3 = ´ ³ ´ y ′ 3 |x| = x4ex |x|3 = |x|e x x |x|e x dx = |x|e x − |x| x e +C 9 ¡ ¢ • Multiplique por |x|3 : y = e x x 4 − x 3 +C |x|3 . Portanto, ¢ ¡ y = e x x 4 − x 3 + kx 3 , k ∈ R x ∈ R, x ̸= 0 [e] • Eq.: x y ′ − 4y = x 4 e x ⇐⇒ (x y)′ − 3y = x 4 e x (x ̸= 0) 4 x • Seja z = x y. Substituindo: z ′ − 3z x =x e ¡ ¢ • Pelo item [d]: z = e x x 4 − x 3 +C x 3 ¡ ¢ • Resolvendo z = x y temos: y = e x x 3 − x 2 +C x 2 , C ∈ R, x ∈ R, x ̸= 0 Exemplo 8. Determine a solução dos seguintes PVIs: x y ′ = x − y, x > 0 y ′ + 2y = x b) a) y(10) = 20 y(π) = 0 d) y ′ + y x = 1 , 1+x 2 x ̸= 0 e) y(π) = 2 g) y ′ + y = cos(x) , x2 x >0 c) y ′ + y x = sin(x), x > 0 y(1) = 3 x 2 y ′ = 1 − x y, x > 0 f) y(1) = 0 y ′ = tan(x)y + cos(x), x ∈ (−π/2, π/2) y(0) = 1 1 1+e x y(0) = 0 Solução: [a] y • Escreva na forma padrão a eq. linear: y ′ + x = 1 • Fator integrante: µ = e ´ 1 x dx =x • Multiplique a eq. (na forma padrão) por µ e obtenha a forma simplificada: (x y)′ = x • Integre de ambos os lados a eq. para obter: x y = • Dividindo por x teremos: y = ´ x2 2 x dx = +C x 2 +2C 2x x 2 +300 2x • Condição inicial: 20 = y(10) ⇐⇒ 2C = 300. Portanto, y = é a solução do PVI. [b] • Escreva na forma padrão a eq. linear: y ′ + • Fator integrante: µ = e ´ 2 x dx 2y x = cos(x) x2 = x2 • Multiplique a eq. (na forma padrão) por µ e obtenha a seguinte forma simplificada: (x 2 y)′ = cos(x) • Integre de ambos os lados a eq. para obter: x 2 y = • Dividindo por x 2 teremos: y = ´ cos(x) dx = sin(x) +C sin(x)+C x2 • Condição inicial: 0 = y(π) ⇐⇒ C = 0. Portanto, y = sin(x) x2 é a solução do PVI. 10 [e] y • Escreva na forma padrão a eq. linear: y ′ + x = • Fator integrante: µ = e ´ 1 x dx 1 x2 =x • Multiplique a eq. (na forma padrão) por µ e obtenha a seguinte forma simplificada: (x y)′ = 1/x • Integre de ambos os lados a eq. para obter: x y = • Logo, y = ´ 1 x>0 x dx = ln(x) +C ln(x)+C x • Condição inicial: 0 = y(1) ⇐⇒ C = 0. Portanto, y = ln(x) x é a solução do PVI. [f] • Escreva na forma padrão a eq. linear: y ′ − y tan(x) = cos(x) • Fator integrante: µ = e − ´ tan(x)dx = e ln(cos(x)) = cos(x) • Multiplique a eq. (na forma padrão) por cos(x) e obtenha: (cos(x)y)′ = cos2 (x) • Integre de ambos os lados a eq. para obter: y cos(x) = ´ cos2 (x) dx = 12 (x + sin(x) cos(x)) +C • Dividindo por cos(x) obtemos: y = 12 (x sec(x) + sin(x)) +C sec(x) [g] • Escreva na forma padrão a eq. linear: y ′ + y = • Fator integrante: µ = e ´ 1dx 1 1+e x = ex • Multiplique a eq. (na forma padrão) por e x e obtenha a seguinte forma simplificada: (e x y)′ = • Integre de ambos os lados a eq. para obter: e x y = • Logo, y = ´ ex 1+e x ex 1+e x dx = ln(1 + e x ) +C ln(1+e x )+C ex • Condição inicial: 0 = y(0) ⇐⇒ C = − ln(2). Portanto, y = e −x ln ³ 1+e x 2 ´ é a solução do PVI. Fato: Se y 1 e y 2 são soluções de y ′ = p(x)y, então λ1 y 1 + λ2 y 2 também é. (O conjunto das soluções é um espaço vetorial) 0.4 Equações Diferenciais Homogêneas Uma equação diferencial de 1a ordem y ′ = F (x, y) é homogênea se pudermos escrever a equação diferencial na forma y′ = f ³y´ x (x > 0 ∨ x < 0) (0.5) para alguma função f . Para resolver tal equação diferencial, usamos a substituição y = xz onde z = z(x) é uma função a determinar. Pela regra do produto, temos y ′ = z + xz ′ . Substituindo isso em (0.5) teremos z′ = f (z) − z x uma equação diferencial de variáveis separáveis nas variáveis x e z. Uma vez encontrado z, podemos determinar y pela substituição y = xz. 11 Definição 1 (função homogênea). Uma função F (x, y) é dita ser homogênea de grau n se F (αx, αy) = αn F (x, y), α>0 Chamaremos uma função homogênea de grau 0 apenas de homogênea. Teorema 4 (da Função Implícita). Seja F (x, y) de classe C 1 num aberto Ω ⊂ R2 e seja F (x 0 , y 0 ) = c. Se F y (x 0 , y 0 ) ̸= 0, então existirão intervalos abertos I e J com x 0 ∈ I e y 0 ∈ J e uma função y : I → J derivável tal que y(x 0 ) = y 0 , Exemplo 9. Mostre que F (x, y) = x 3 +x y 2 y3 F (x, y(x)) = c e y′ = − F x (x, y(x)) , x∈I F y (x, y(x)) é uma função homogênea. Solução: De fato, se α > 0, então F (αx, αy) = α3 x 3 + αx(αy)2 α3 x 3 + α3 x y 2 = = F (x, y) (αy)3 α3 y 3 Exemplo 10. Resolva as seguintes equações diferencial. Dê o maior intervalo admissível. a) y′ = x 2 +y 2 xy e) y′ = x+y x−y y′ = b) x+2y x c) y′ = x 2 +2x y−y 2 2x 2 d) y′ = Solução: [a)] • Seja y = xz. Substituindo: z + xz ′ = 1+z 2 z ⇐⇒ zz ′ = 1 x ⇐⇒ (z 2 )′ = 2 x • Integrando de ambos os lados: p k z 2 = 2 ln(x) +C = ln(x 2 ) + ln(k) = ln(kx 2 ) > 0 , • Logo, |y| = x p para x > 1/ p k . Então, ln(kx 2 ), com x > 1/ p x ln(kx 2 ) y= p −x ln(kx 2 ) p ln(k) , x > 1/ p ln(k) , x > 1/ [b)] • Seja y = xz. Substituindo na Eq. obteremos: z + xz ′ = 1 + 2z ⇐⇒ xz ′ = 1 + z – se z = −1 então y = −x, caso contrário (z ̸= −1) – xz ′ = 1 + z ⇐⇒ dz 1+z = dx x – Integrando de ambos os lados: ln |1 + z| = ln(x) +C = ln(kx) (k > 0) |1 + z| = kx z = kx − 1 ∨ z = −kx − 1 • Logo, y= −x kx 2 − x −kx 2 − x 12 ,x > 0 , x > 0 (k > 0) , x > 0 (k > 0) (k > 0) y2 x y+x 2 • Ou simplesmente, y = kx 2 − x, x > 0 com k ∈ R. y y2 [c)] [y ′ = 21 + x − 12 x 2 ] 2 • Seja y = xz. Substituindo obteremos: z + xz ′ = 12 + z − z2 ⇐⇒ 2xz ′ = 1 − z 2 – se z = ±1 então y = ±x, caso contrário (|z| > 1 ∨ |z| < 1) – 2xz ′ = 1 − z 2 ⇐⇒ dz 1−z 2 = dx 2x – Integrando de ambos os lados: p p 1 |z + 1| ln = ln( x) +C = ln( kx) (k > 0) 2 |z − 1| |z + 1| = kx |z − 1| Se |z| > 1 temos |z+1| |z−1| = z+1 z−1 e se |z| < 1 temos |z+1| |z−1| z+1 = − z−1 . Logo, z +1 = ±kx = k 1 x, k 1 ∈ R, k 1 ̸= 0 z −1 • Portanto, y= ±x k 1 x 2 +x k 1 x 2 −1 k 1 x 2 +x k 1 x 2 −1 ,x > 0 , x > 0 se k 1 < 0 ,0 < x < p1 k ∨x > p1 k se k 1 > 0 [d)] • Seja y = xz. Substituindo na Eq. obteremos: z + xz ′ = z2 1+z z ⇐⇒ xz ′ = − 1+z – se z = 0 então y = 0, caso contrário (z ̸= 0) z – xz ′ = − 1+z ⇐⇒ 1+z z dz = − dx x – Integrando de ambos os lados: ln |z| + z = − ln(x) +C = ln(1/x ) + ln(k) = ln(k/x ) (k > 0) µ ¶ k k z = ln( /x ) − ln |z| = ln x|z| k k ez = ⇐⇒ e z |z| = > 0 ⇐⇒ e z |xz| = k x|z| x • Logo, as soluções são dadas implicitamente pela equação: ye y/x = k, x > 0 (k > 0). [e)] – Seja y = xz. Substituindo na Eq. obteremos: z + xz ′ = 1+z 1 + z2 1−z dx ⇐⇒ xz ′ = ⇐⇒ dz = 1−z 1−z 1 + z2 x – Integrando de ambos os lados: arctan(z) − 1 ln(1 + z 2 ) = ln(x) +C = ln(kx) (k > 0) 2 p p arctan(z) = ln(kx) + ln( 1 + z 2 ) = ln(kx 1 + z 2 ) ¡ p ¢ – Nesta caso, as soluções são dadas implicitamente pela equação arctan( y/x ) − ln k x 2 + y 2 = 0 (k > 0). 13 0.5 Equações de Bernoulli Sejam p e q funções contínuas num intervalo I ⊂ R e n uma constante real qualquer. Uma equação diferencial da forma y ′ + p(x)y = q(x)y n (0.6) é chamada de equação de Bernoulli. Note que, para n > 0 a função constante y(x) = 0 é uma solução. Note, ainda, que se n = 0 ou n = 1; a equação é linear e de variáveis separáveis. Assim, vamos supor n ̸= 0, 1. Dividindo a Eq. (0.6) por y n obtemos y −n y ′ + p(x)y 1−n = q(x) (0.7) Considere a função z = y 1−n , pela regra da cadeia, z ′ = (1 − n)y −n y ′ Então, multiplicando (0.7) por (1 − n) e substituindo por z e z ′ obtemos z ′ + (1 − n)p(x)z = (1 − n)q(x) (0.8) que é uma equação diferencial linear de primeira ordem nas variáveis x e z. Portanto, basta considerar uma solução z = z(x) 1 da equação linear e tomar y = z 1−α para obter uma solução da Equação de Bernoulli. Exemplo 11. Resolva a equação y ′ = e −3x y 4 + y. Dê o maior intervalo admissível. Solução: solução constante: y = 0 é uma solução, pois n = 4 > 0. solução não-constante: • Divida a eq. por y 4 para obter: y −4 y ′ = y −3 + e −3x • Seja z = y −3 . Então, z ′ = −3y −4 y ′ • Substituindo: y −4 y ′ = y −3 + e −3x ⇐⇒ z ′ = −3z − 3e −3x • Forma padrão da eq. linear: z ′ + 3z = −3e −3x – Fator integrante: µ = e ´ 3dx = e 3x – Multiplique a eq. (na forma padrão) por µ e obtenha: (e 3x z)′ = −3 – Integre de ambos os lados a eq. para obter: e 3x z = −3x +C – Dividindo por e 3x temos: z = e −3x (C − 3x) • Como z = y −3 então: y = 1 p 3 z = ex p 3 C −3x • Intervalo admissível: x ∈ R, x ̸= C3 . Portanto, temos a família de soluções da Eq. de Bernoulli y= 0 ,x ∈R ex p 3 C −3x , x ∈ R, x ̸= C3 Exemplo 12. Resolva as eqs de Bernoulli. Dê o maior intervalo admissível. a) y ′ = −5y − 4x y b) y y ′ = y 2 − e 2x y 3 d) y′ = y − y3 e) y′ = y+x y−y 2 x 14 c) y′ = y x − p y Solução: [a)] solução constante: Não há. solução não-constante: • Multiplique a Eq. por y para obter: y y ′ = −5y 2 − 4x • Seja z = y 2 . Então, z ′ = 2y y ′ • Substituindo obtemos: z ′ = −10z − 8x – Logo, 2 (10x + 1) +C e 10x 25 −2 (10x + 1) 2 + k 10x = +( )e 25 25 ¡ ¢ −2 10x + 1 − e 10x + ke 10x = , x ∈ R (k ∈ R) 25 z =− • Se k > 0 então z ≥ 0. Portanto, y = p p −2(10x+1−e 10x )+ke 10x 5 z= • Intervalo admissível: o maior intervalo admissível é R. [b)] solução constante: y ≡ 0 solução não-constante: • Divida a Eq. por y 3 para obter: y −2 y ′ = y −1 − e 2x • Seja z = y −1 . Então, z ′ = −y −2 y ′ • Substituindo e escrevendo na forma padrão: z ′ + z = e 2x • Logo, z = e 3x +3C 3e x • Como y = 1/z então: y = 3e x e 3x +k (k = 3C ) • Intervalo admissível: o maior intervalo admissível é R. 0 ,x ∈R x 3e y= , x ∈ R, se k ≥ 0 e 3x +k p 3 3e x , x ∈ R, x ̸= ln( −k), se k < 0 e 3x +k [c)] solução constante: y ≡ 0 solução não-constante: • Dividindo a Eq. por • Seja z = p p y obtemos: y′ p y = y p x y −1 y. Então, pela regra da cadeia z ′ = • Substituindo: 2z ′ = z x y′ p 2 y −1 15 z • Escrevendo a eq. (na forma padrão) nas variáveis x e z teremos: z ′ − 2x = − 21 – Fator integrante: µ = e − ´ 1 2x dx 1 = e − 2 ln |x| = p1 |x| ´′ pz = − 2p1|x| |x| p |x| |x| pz = − +C x |x| – Multiplique a eq. (na forma padrão) por µ e obtenha: – Integre de ambos os lados a eq. para obter: p – Logo, z = −x +C |x| • Como z = p ³ ¡ p ¢2 y então: y = z 2 = −x +C |x| • Intervalo admissível: o maior intervalo admissível é R. 0 ¡ p ¢2 y= −x +C x ¡ −x +C p−x ¢2 ,x ∈R , x ∈ (0, ∞) , x ∈ (−∞, 0) [d)] solução constante: y ≡ 0 solução não-constante: • Dividindo a Eq. por y 3 obtemos: y −3 y ′ = y −2 − 1 • Seja z = y −2 . Então, pela regra da cadeia z ′ = −2y −3 y ′ • Substituindo: z ′ = −2z + 2 • Escrevendo a eq. (na forma padrão) nas variáveis x e z teremos: z ′ + 2z = 2 – Fator integrante: µ = e ´ 2dx = e 2x – Multiplique a eq. (na forma padrão) por µ e obtenha: (e 2x z)′ = 2e 2x – Integre de ambos os lados a eq. para obter: e 2x z = e 2x +C – Logo, z = 1 +C e −2x • Como z = y −2 então: y = p1 z = p 1 1+C e −2x • Intervalo admissível: O maior intervalo admissível é R. 0 ,x ∈R p 1 y= , x ∈ R se C ≥ 0 1+C e −2x p p 1 , 0 < x < ln( −C ) se C < 0 −2x 1+C e ¡ ¢ [e)]y ′ = y 1 + x1 − y2 x solução constante: y(x) = 0, x ∈ R. solução não-constante: ¡ ¢ • Multiplique a Eq. por y −2 para obter: y −2 y ′ = y −1 1 + x1 − x1 – Seja z = y −1 . Então, z ′ = −y −2 y ′ ¡ ¢ – Substituindo: z ′ + z 1 + x1 = x1 16 – Logo, z = 1 x C + |x|e x = • Portanto, então: y = 1±C e −x x 1+ke −x x = 1+ke −x x (k ∈ R) (k ∈ R) • Intervalo admissível: o maior intervalo admissível é R. 0 ,x ∈ R x y= , x ∈ R, x ̸= 0 se k ≥ 0 1+K e −x x , x ∈ R, x ̸= 0 ∧ x ̸= ln(−k) se k < 0 1+K e −x Exemplo 13. Encontre a solução geral da seguinte equação de Bernoulli. Resolva também o problema do valor inicial. y ′ − y = x y 2 y(0) = 1 Solução: • Divida a eq. por y 2 para obter: y −2 y ′ − y −1 = x • Seja z = y −1 . Então, z ′ = −y −2 y ′ • Substituindo: y −2 y ′ − y −1 = x ⇐⇒ −z ′ − z = x • Forma padrão da eq. linear: z ′ + z = −x – Fator integrante: µ = e ´ 1dx = ex – Multiplique a eq. (na forma padrão) por µ e obtenha: (e x z)′ = −xe x ´ – Integre de ambos os lados a eq. para obter: e x z = − xe x dx = −xe x + e x +C – Dividindo por e x temos: z = −x + 1 + e −x C • Como y = 1 z então: y = 1 −x+1+C e −x • Condição inicial: 1 = y(0) ⇐⇒ C = 0. Portanto, y = 1 −x+1 é a solução do PVI. Exemplo 14. Encontre a solução geral da seguinte equação de Bernoulli. Resolva também o problema do valor inicial. y y ′ + x y 2 = x y(0) = 2 • Seja z = y 2 . Então, z ′ = 2y y ′ • Substituindo: y y ′ + x y 2 = x ⇐⇒ z ′ + 2xz = 2x • Forma padrão da eq. linear: z ′ + 2xz = 2x – Fator integrante: µ = e ´ 2xdx = ex 2 2 – Multiplique a eq. (na forma padrão) por µ e obtenha: (e x z)′ = 2xe x 2 – Integre de ambos os lados a eq. para obter: e x z = 2 – Dividindo por e x temos: z = 1 +C e −x ´ 2 2xe x dx = e x +C 2 • Como z = y 2 (y > 0, pois y(0) = 2 > 0) então: y = p z= p 2 1 +C e −x 17 2 2 • Condição inicial: 2 = y(0) ⇐⇒ C = 3. Portanto, y = p 3e −2x + 1 é a solução do PVI. Exemplo 15. Resolva a equação de Bernoulli y ′ + y = 5(sin 2x)y 2 . Solução: Observe primeiro que y = 0 é uma solução, pois n = 2 > 0. Depois de dividir a equação por y 2 , obtemos y −2 y ′ + y −1 = 5 sin 2x Seja z = y −1 . Então z ′ = −y −2 y ′ e substituindo temos −z ′ + z = 5 sin 2x. Na forma padrão para equações lineares, ela se torna z ′ − z = −5 sin 2x Podemos aplicar o Algorítmo a esta equação diferencial linear. O fator de integração será µ = e −x . Multiplicando pelo fator de integração temos (e −x z)′ = −5e −x (sin 2x) Agora integrando de ambos os lados obtemos ˆ e −x z = − 5e −x sin 2x dx = (sin 2x + 2 cos 2x)e −x + k Assim, z = sin 2x + 2 cos 2x + ke x Agora voltamos para a função original y escrevendo y = 1/z, portanto y= 1 sin 2x + 2 cos 2x + ke x 0.6 Equação de Riccati Outra equação redutível a equação linear é a equação de Riccati: y ′ = a(x) + b(x)y + c(x)y 2 em que a(x), b(x) e c(x) são funções contínuas num intervalo I e c(x) ̸≡ 0 em I . A fim de resolver uma equação de Riccati é preciso conhecer uma solução particular. Se y 1 for uma solução particular da equação então a solução geral da equação de Riccati é da forma y = y1 + 1 v para alguma função v(x) ̸= 0 em I a determinar. Substituindo y ′ = y 1′ − v′ v2 e y = y1 + 1 v na Eq. de Riccati obteremos que v é solução da equação linear de ordem 1 ¡ ¢ v ′ + b(x) + 2y 1 c v = −c(x) Portanto, basta considerar uma solução v = v(x) da equação linear anterior e definir y = y 1 + v1 para obter a solução geral da Equação de Riccati. Exemplo 16. Empregue a técnica que acabamos de desenvolver, isto é, faça a mudança de y = y 1 + equação de Riccati y ′ − x y 2 + (2x − 1)y = x − 1 numa linear, e encontre sua a solução geral. Note que y 1 (x) = 1 é uma solução particular. 18 1 v para transformar a Solução: ′ • Seja y = 1 + v1 . Então, y ′ = − vv2 ′ • Substituindo: y = 1 + v1 e y ′ = − vv2 temos: v ′ + v + x = 0 • Forma padrão da eq. linear: v ′ + v = −x • Fator integrante: µ = e ´ 1dx = ex • Multiplique a eq. (na forma padrão) por µ e obtenha: (e x v)′ = −xe x ¡ ¢ • Integre de ambos os lados a eq. para obter: e x v = − xe x − e x +C • Dividindo por e x temos: v = e x −xe x +C ex = 1 − x +C e −x 1 • Como y = 1 + v1 segue: y = 1 + 1−x+C e −x Exemplo 17. Encontre a solução geral da seguinte equação sabendo que y 1 (x) = −e −x cot(x) é solução particular y ′ = e x y 2 − y + e −x 0.7 Equações Diferenciais Exatas e Fatores Integrantes Em certas situações é conveniente trabalhar com a equação diferencial de 1a ordem dy = f (x, y) dx (0.9) na forma P (x, y) +Q(x, y) dy = 0 ou P (x, y)dx +Q(x, y)dy = 0 dx (0.10) Note que sempre podemos escrever (0.9) na forma (0.10), basta por P (x, y) = − f (x, y) e Q(x, y) = 1. Definição 2. A equação diferencial (0.9) escrita da forma P (x, y) +Q(x, y) dy =0 dx diz-se uma equação diferencial exata se, e só se, P e Q são funções de classe C 1 (Ω) e ∂Q ∂P = ∂x ∂y num retângulo aberto Ω = (a, b) × (c, d ) ⃗ : Ω → R2 , F ⃗ = (P,Q) um campo vetorial de classe C 1 num retângulo Ω = (a, b) × (c, d ) aberto. Suponha, em Teorema 5. Seja F ⃗ é conservativo em Ω, i.e., existe uma função V : Ω → R de classe C 2 chamada de função potencial de Ω, que Q x = P y então F ⃗ , tal que F ∂V =P ∂x ∂V =Q ∂y e em Ω Para as equações diferenciais exatas P (x, y) +Q(x, y) dy = 0, com (x, y) ∈ Ω dx as soluções y = y(x) são dadas implicitamente pela equação V (x, y) = c (c ∈ R) 19 ⃗ = (P,Q) em Ω. De fato, seja y = y(x) dada implicitamente pela equação V (x, y) = c para sendo V uma função potencial de F ³ algum c ∈ R como Q ̸≡ 0, existe alum ponto (x 0 , y 0 ) ∈ Ω tal que Q(x 0 , y 0 ) ̸= 0. Daí, segue que V y (x 0 , y 0 ) = Q(x 0 , y 0 ) ̸= 0 e, pelo ´ teorema da função implícita, existe y = y(x) da implicitamente pela equação V (x, y) = c com c = V (x 0 , y 0 ) . Pelo Teorema da Função Implícita, temos: dy Vx (x, y(x)) =− , dx V y (x, y(x)) x ∈ I x0 ⊂ (a, b) ⃗ = (P,Q) então mas, V é uma função potencial de F Vx (x, y(x)) P (x, y(x)) = V y (x, y(x)) Q(x, y(x)) Portanto, a função y = y(x) é tal que P (x, y(x)) dy =− dx Q(x, y(x)) ou equivalentemente, P (x, y(x)) +Q(x, y(x)) dy = 0 em Ω dx Reciprocamente, toda solução da equação exata é solução da equação V (x, y) = c para algum c ∈ R. Exemplo 18. Resolva as equações diferenciais exatas de 1a ordem (implicitamente). a) ¡ ¢ dy x y 4 + 2x 2 y 3 + 3y 5 − 20y 3 dx = 0 b) ³ ´ 2 dy 1 − xy 2 dx + 2x y = 0 (y > 0) 0.7.1. Fator Integrante Por vezes uma equação diferencial de 1a ordem não é exata. Neste caso, podemos transformá-la num exata multiplicando a equação por uma certa função chamada fator integrante. Método para determinar um fator integrante a fim de transformar uma equação não exata num exata. Seja P (x, y)dx + Q(x, y)dy = 0 uma equação diferencial não exata. Denote por µ = µ(x, y) uma função a determinar. Multiplicando ambos os lados da equação não exata por µ obtemos: µP (x, y)dx + µQ(x, y)dy = 0 Para que essa equação seja exata as funções µP e µQ devem ser de classe C 1 (num retângulo aberto Ω) e (µQ)x = (µP ) y ou seja, a função µ deve satisfazer a equação diferencial parcial ¶ µ ∂µ ∂µ ∂Q ∂P − =P −Q µ ∂x ∂y ∂y ∂x (0.11) Condições para a equação não exata admita um fator integrante dependente apenas da variável x. Vamos procurar um fator integrante da forma µ = µ(x) de modo a simplificar (0.11). Dessa forma, temos que (0.11) se reduz a ³ dµ − =µ dx ³ Se a função ∂Q ∂P − ∂y ∂x Q ∂Q ∂x − ∂P ∂y Q ´ depende apenas da variável x, isto é, ³ ∂Q ∂x − ∂P ∂y ´ Q 20 = g (x) ´ (0.12) a equação (0.12) se reduz a − dµ = µg (x) dx que é uma equação linear de 1a ordem. Supondo g = g (x) contínua, a equação admite como fator integrante a função µ(x) = e G sendo G = G(x) uma primitiva de g . Condições para a equação não exata admita um fator integrante dependente apenas da variável y. Se a função fator integrante depende apenas de y, isto é, µ = µ(y) a equação (0.11) se reduz a µ ¶ ∂Q ∂P dµ µ =P − ∂x ∂y dy ³ E, se a função ∂Q ∂P − ∂y ∂x (0.13) ´ P depende também apenas da variável y, isto é, ³ ∂Q ∂x − ∂P ∂y ´ = h(y) P a equação (0.13) torna-se dµ = µh(x) dx que é uma equação linear de 1a ordem. Supondo h = h(y) contínua, a equação admite como fator integrante a função µ(x) = e H sendo H = H (y) uma primitiva de −h. Exemplo 19. Resolva as equações diferenciais não exatas de 1a ordem (implicitamente). a) dy (y + x y 2 ) − x dx = 0 Exemplo 20. A equação de Bernoulli b) dy dx dy (x 2 − y 2 ) dx + x y = 0 (y > 0) + x y = y 2 , y ̸≡ 0 é equivalente a ³ x y ´ −1 + 1 dy y 2 dx = 0. Procure um fator integrante e resolva. 0.8 Equações Diferenciais Lineares de Segunda Ordem Uma equação diferencial linear de 2a ordem tem a forma geral y ′′ + b(x)y ′ + c(x)y = f (x) onde b(x), c(x) e f (x) são funções contínuas num intervalo I ⊂ R. Quando f ≡ 0 diz-se que a Eq. é homogênea, caso contrário é dita não-homogênea. Teorema 6 (Existência e Unicidade). Sejam b(x), c(x) e f (x) funções contínuas num intervalo (a, b). Então, existe uma única solução da equação linear y ′′ + b(x)y ′ + c(x)y = f (x) (0.14) no intervalo (a, b), que verifica as condições iniciais y(x 0 ) = A e y ′ (x 0 ) = B (0.15) para quaisquer números A, B e x 0 (x 0 dentro do intervalo (a, b)). Proposição 1. Se y 1 e y 2 são soluções da Eq. homogênea y ′′ + b(x)y ′ + c(x)y = 0 então qualquer combinação linear de y 1 e ¡ ¢ y 2 , ou seja, qualquer função da forma y = c 1 y 1 + c 2 y 2 c 1 , c 2 ∈ R também é solução. 21 0.8.1. Equações Diferenciais Lineares de Segunda Ordem Homogêneas Considere a equação diferencial linear de 2a Ordem homogênea a y ′′ + b y ′ + c y = 0 (0.16) com coeficientes a, b e c reais e sejam λ1 e λ2 as raízes da equação característica aλ2 + bλ + c = 0 1) Se λ1 e λ2 são reais e λ1 ̸= λ2 , então a solução geral da Eq. homogênea (0.16) será y(x) = c 1 e λ1 x + c 2 e λ2 x , ∀x ∈ R 2) Se λ1 e λ2 são reais e λ1 = λ2 = λ, então a solução geral da Eq. homogênea (0.16) é da forma y(t ) = c 1 e λx + c 2 xe λx , ∀x ∈ R 3) Se λ = α + i β e λ̄ = α − i β são raízes complexas, então a solução geral da Eq. homogênea (0.16) é dada por ¡ ¢ y(x) = e αx c 1 cos βx + c 2 sin βx , ∀x ∈ R 0.8.2. Equações Diferenciais Lineares de Segunda Ordem Não Homogêneas Vejamos algumas estratégias para resolver equações lineares não homogêneas de 2a ordem da forma a y ′′ + b y ′ + c y = f (x) com a, b e c constantes reais e f (x) uma função contínua num intervalo I ∈ R. A equação homogênea associada a y ′′ + b y ′ + c y = 0 desempenha um papel importante na solução da equação não homogênea original como podemos observar no teorema a seguir. Teorema 7. A solução geral da equação a y ′′ + b y ′ + c y = f (x) pode ser escrita como y = yh + y p , x∈I onde y h é a solução geral da Eq. homogênea e y p é uma solução particular da Eq. original. 0.8.3. Método dos Coeficientes a Determinar A fim de obter uma solução particular da equação não-homogênea, apresentamos o método dos coeficientes a determinar, também chamado método dos coeficientes indeterminados. O método consiste em assumir uma certa forma (com base na função f e na solução y h ) para a solução particular y p que depende de coeficientes a determinar. Vejamos algumas situações: [Polinômio:] Se f é um polinômio de grau m, admitimos que y p = Am x m + . . . + A1 x + A0 também é um polinômio de grau m. Encontramos uma solução particular da equação não-homogênea se determinarmos os coeficientes A 0 , A 1 , . . . , A m . 22 Exemplo 21. Encontre uma solução particular da equação não-homogênea y ′′ + 3y ′ + 4y = 3x + 2 Solução: Vamos buscar uma solução particular da forma y p = Ax + B Então, y p′ = A e y p′′ = 0. Assim, substituindo na equação diferencial, temos 3A + 4(Ax + B ) = 3x + 2 ou (4A)x + (3A + 4B ) = 3x + 2 Dois polinômios são iguais se, e só se seus coeficientes são iguais. Assim, A = 3/4 e B = 1/16. Uma solução particular é, portanto, y p = 3x 4 1 + 16 , x ∈ R. [Exponencial:] Se f é uma função exponencial da forma f (x) = ke βx admitimos uma solução particular da forma y p = Ae βx Exemplo 22. Encontre uma solução particular da equação não-homogênea y ′′ − 4y = 2e 3x Solução: Para uma solução particular tentemos y p = Ae 3x Então y p′′ = 9Ae 3x . Substituindo na equação diferencial, temos 9Ae 3x − 4Ae 3x = 2e 3x , ∀x ∈ R (9A − 4A)e 3x = 2 (5A)e 3x = 2 ¡ ¢ faça x = 0 A = 2/5 Assim, uma solução particular é y p = 52 e 3x , x ∈ R. [Seno e Cosseno:] Se f é uma combinação linear das funções seno e cosseno, ou seja, f (x) = k 1 cos(ωx) + k 2 sin(ωx) admitimos uma solução particular da forma y p = A cos(ωx) + B sin(ωx) Exemplo 23. Encontre uma solução particular da equação não-homogênea 3y ′′ + y ′ − 2y = 2 cos(x) 23 Solução: Tentemos uma solução particular da forma y p = A cos(x) + B sin(x) Então, y p′ = −A sin(x) + B cos(x) e y p′′ = −A cos(x) − B sin(x). Substituindo na equação diferencial, obteremos ¡ ¢ ¡ ¢ ¡ ¢ 3 − A cos(x) − B sin(x) + − A sin(x) + B cos(x) − 2 A cos(x) + B sin(x) = 2 cos(x) ou (−5A + B ) cos(x) + (−A − 5B ) sin(x) = 2 cos(x) Isso ocorre se −5A + B = 2 −A − 5B = 0 1 5 Assim, a solução deste sistema é A = −5/13 e B = 1/13. Portanto, y p = − 13 cos(x) + 13 sin(x) , x ∈ R. 24 Resumo: Para encontrar uma solução particular y p = y p (x) de equações lineares não homogêneas de 2a ordem da forma a y ′′ + b y ′ + c y = f (x) apresentamos algumas estratégias. Vamos considerar os seguintes casos: a) f (x) = P m (x) = A m x m + · · · + A 1 x + A 0 , A m ̸= 0 b) f (x) = e αx P m (x) £ ¤ c) f (x) = e αx P m (x) cos(βx) ou f (x) = e αx P m (x) sin(βx) ou f (x) = e αx A cos(βx) + B sin(βx) d) f (x) = combinação linear das anteriores Caso: [a] Suponha f (x) = P m (x) = A m x m + · · · + A 1 x + A 0 , A m ̸= 0 um polinômio de grau m. i) Se c ̸= 0, tentamos y p (x) = B m x m + · · · + B 1 x + B 0 , B m ̸= 0 ¡ ¢ ii) Se c = 0 e b ̸= 0, tentamos y p (x) = x B m x m + · · · + B 1 x + B 0 , B m ̸= 0 ¡ ¢ iii) Se c = b = 0, tentamos y p (x) = x 2 B m x m + · · · + B 1 x + B 0 , B m ̸= 0 Caso: [b] Suponha f (x) = e αx P m (x) com P m (x) = A m x m + · · · + A 1 x + A 0 , A m ̸= 0 um polinômio de grau m. ¡ ¢ i) Se α não for raiz da eq. ar 2 + br + c = 0, tentamos y p (x) = e αx B m x m + · · · + B 1 x + B 0 , B m ̸= 0 ¡ ¢ ii) Se α é raiz simples da eq. ar 2 + br + c = 0, tentamos y p (x) = e αx x B m x m + · · · + B 1 x + B 0 , B m ̸= 0 ¡ ¢ iii) Se α é raiz dupla da eq. ar 2 + br + c = 0, tentamos y p (x) = e αx x 2 B m x m + · · · + B 1 x + B 0 , B m ̸= 0 Caso: [c] Suponha f (x) = e αx (A cos(βx) + B sin(βx)). i) Se α + i β não for raiz da eq. ar 2 + br + c = 0, tentamos y p (x) = e αx (M cos(βx) + N sin(βx)) ii) Se α + i β for raiz da eq. ar 2 + br + c = 0, tentamos y p (x) = xe αx (M cos(βx) + N sin(βx)) Caso: [c’] Suponha f (x) = e αx P m (x) cos(βx) ou f (x) = e αx P m (x) sin(βx) i) Se α + i β não for raiz da eq. ar 2 + br + c = 0, tentamos y p (x) = e αx Q m (x) cos(βx) + e αx R m (x) sin(βx) ii) Se α + i β for raiz da eq. ar 2 + br + c = 0, tentamos y p (x) = xe αx P m (x) cos(βx) + xe αx R m (x) sin(βx) Caso: [d] Suponha f (x) = combinação linear das anteriores. Teorema 8 (Princípio da superposição). Considere a equação diferencial a y ′′ + b y ′ + c y = f 1 (x) + f 2 (x) (0.17) Se y 1 = y 1 (x) for uma solução particular da eq. diferencial a y ′′ + b y ′ + c y = f 1 (x) e y 2 = y 2 (x) uma solução particular de a y ′′ + b y ′ + c y = f 2 (x), então y p = y 1 + y 2 é uma solução particular de (0.17). 25 Fato : Sejam f (x) = e αx P m e y = e αx Q m com P m e Q m polinômios de grau m. y = e αx Q m ′ y ′ = αe αx Q m + e αx Q m ′ ′′ y ′′ = α2 e αx Q m + 2αe αx Q m + e αx Q m ¡ ¢ ′ ′′ a y ′′ + b y ′ + c y = a α2 e αx Q m + 2αe αx Q m + e αx Q m ¡ ¢ ′ + b αe αx Q m + e αx Q m + ce αx Q m ¡ ¢ ¡ ¢ ′ ′′ = e αx Q m aα2 + bα + c + e αx Q m 2α + b + ae αx Q m Fato : Sejam f (x) = e αx P cos(βx) e y = e αx Q cos(βx) + e αx R sin(βx) com P,Q e R polinômios de grau m. Suponha α + i β raiz da eq. ar 2 + br + c = 0. w = e αx Q cos(βx) + e αx R sin(βx) ¡ ¢ ¡ ¢ w ′ = e αx cos(βx) αQ +Q ′ + βR + e αx sin(βx) − βQ + αR + R ′ = e αx Q 1 cos(βx) + e αx R 1 sin(βx) ¡ ¢ ¡ ¢ w ′′ = e αx cos(βx) α2Q − β2Q + 2αQ ′ +Q ′′ + 2αβR + 2βR ′ + e αx sin(βx) α2 R − β2 R + 2αR ′ + R ′′ − 2αβQ − 2βQ ′ = e αx Q 2 cos(βx) + e αx R 2 sin(βx) com Q 1 ∨ R 1 de grau m e com Q 2 ∨ R 2 de grau m. Agora, considere a eq. homogênea a y ′′ + b y ′ + c y = 0 e suponha y 1 = e αx cos(βx) e y 2 = e αx sin(βx) soluções da eq. homogênea. Para y = Q y 1 , z = R y 2 e w = y + z temos y = Q y1 y ′ = y 1′ Q + y 1Q ′ y ′′ = y 1′′Q + 2Q ′ y 1′ +Q ′′ y 1 z = R y2 z ′ = y 2′ R + y 2 R ′ z ′′ = y 2′′ R + 2R ′ y 2′ + R ′′ y 2 26 ¡ ¢ ¡ ¢ aw ′′ + bw ′ + c w = a y 1′′Q + 2Q ′ y 1′ +Q ′′ y 1 + a y 2′′ R + 2R ′ y 2′ + R ′′ y 2 ¡ ¢ ¡ ¢ + b y 1′ Q + y 1Q ′ + b y 2′ R + y 2 R ′ ¡ ¢ + c Q y1 + R y2 ¢ ¢ ¡ ¡ = Q a y 1′′ + b y 1′ + c y 1 + R a y 2′′ + b y 2′ + c y 2 ¢ ¡ + a 2Q ′ y 1′ +Q ′′ y 1 + 2R ′ y 2′ + R ′′ y 2 ¢ ¡ + b y 1Q ′ + y 2 R ′ ¢ ¢ ¡ ¡ = a 2Q ′ y 1′ +Q ′′ y 1 + 2R ′ y 2′ + R ′′ y 2 + b y 1Q ′ + y 2 R ′ ¢ ¢ ¡ ¡ = y 1 aQ ′′ + 2aαQ ′ + bQ ′ − 2aβR ′ + y 2 aR ′′ + 2aαR ′ + bR ′ − 2aβQ ′ = e αx cos(βx)Q̃ + e αx sin(βx)R̃ com Q̃ ∨ R̃ de grau m − 1. 27