UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA LICENCIATURA EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL PROJECTO DE CURSO PROJECÇÃO DE UMA MÁQUINA ELÉCTRICA TRITURADORA DE COCOS Discente: Supervisor: Gemo, Assuryan Mindó Francisco Engº. Tomás Salomão Maputo, Dezembro de 2023 UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL PROJECTO DE CURSO PROJECÇÃO DE UMA MÁQUINA ELÉCTRICA TRITURADORA DE COCOS Discente: Supervisor (s) Gemo, Assuryan Mindó Francisco Maputo, Dezembro de 2023 Engo Tomás Salomão Projeccao de uma maquina a energia solar para triturar cocos Assuryan Gemo PMETC Índice AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. I DEDICATÓRIA ...................................................................................................................... II DECLARAÇÃO DE HONRA .............................................................................................. III ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................................ IV ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................... V LISTA DAS ABREVIATURAS UTILIZADAS ................................................................. VI RESUMO............................................................................................................................. VIII CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO. ............................................................................................ 1 1.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1 1.2 PROBLEMÁTICA .................................................................................................................. 1 1.3 PROBLEMA ......................................................................................................................... 2 1.4 OBJECTIVO DO TRABALHO ................................................................................................. 2 1.4.1 OBJEVTIVO GERAL .......................................................................................................... 2 1.4.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................ 2 1.5 HIPÓTESE/PROPOSIÇÕES ..................................................................................................... 2 1.6 PERGUNTAS DA INVESTIGAÇÃO .......................................................................................... 3 1.7 A IMPORTÂNCIA OU RAZÕES QUE MOTIVAM O ESTUDO: ..................................................... 3 1.8. METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................................................ 3 1.9 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................................ 3 CAPÍTULO 2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 5 2.1 COCO ................................................................................................................................. 5 2.2 PROPRIEDADES FÍSICAS DA CASCA DE COCO ....................................................................... 5 2.3 TIPOS DE COCO ................................................................................................................... 5 2.4 DISTRIBUIÇÃO .................................................................................................................... 5 2.5 COLHEITA .......................................................................................................................... 6 2.6 PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM O BIOPROCESSO .............................................................. 8 2.6.1. Humidade .................................................................................................................. 8 2.6.2 Potencial hidrogeniónico – pH ................................................................................... 9 2.6.3 Temperatura ............................................................................................................... 9 2.6.4. Relação Carbono/Nitrogênio (C/N) .......................................................................... 9 2.6.5. Altura da leira .......................................................................................................... 10 2.6.6. Granulometria do resíduo ........................................................................................ 10 2.7. COMPOSTAGEM ............................................................................................................... 11 2.7.1. Matérias-primas para compostagem........................................................................ 12 2.8 EQUIPAMENTOS PARA TRITURAÇÃO DE COCO VERDE ....................................................... 14 2.8.1 Método de Descasque Manual ................................................................................. 14 2.8.2 Máquina Trituradora Automática ............................................................................. 15 2.8.3 Triturador de Fibras de coco TRC-40 ...................................................................... 17 PMETC CAPÍTULO 3: CONTEXTUALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO .................................... 18 3.1 ESTADO ACTUAL DO OBJECTO DA INVESTIGAÇÃO ............................................................ 18 3.1.1 Componentes ............................................................................................................ 18 3.2 Princípio de Funcionamento ....................................................................................... 19 CAPÍTULO 4: METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA ........................ 21 4.1 PARÂMETROS GEOMÉTRICOS DO TRITURADOR ................................................................. 21 4.1.1. Parâmetros Gerais das Engrenagens ..................................................................... 21 4.2. RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO DAS ENGRENAGENS ........................................................ 22 4.3. TORQUE .......................................................................................................................... 23 4.4. FORÇAS ACTUANTES NAS ENGRENAGENS ....................................................................... 23 4.5. TRANSMISSÃO POR CORREIA ........................................................................................... 24 CAPÍTULO 5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 29 5.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................ 29 CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES E RECOMENDACÕES ................................................... 31 6.1. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 31 6.2 RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................ 31 6.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ................................................................................................ 32 6.4 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS .......................................................................... 32 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 33 ANEXOS ................................................................................................................................. 34 PMETC AGRADECIMENTOS Este projecto resume uma enorme dedicação e esforço prestados ao longo destes pouco mais de cinco meses nos quais decorre a disciplina. Tal como muitos me disseram, com convicção, no decorrer destes meses, nada se faz, bem feito, sem trabalho, empenho e dedicação. Por vezes, essas atitudes referidas pareciam querer “cair por terra”, mas muitos foram os que me ajudaram, apoiaram e aconselharam, aos quais quero deixar, neste espaço, o meu profundo e sincero agradecimento. Agradeço aos Engenheiros Inácio Lhate e Viandro Andaque, enquanto docentes da disciplina, pela cordialidade demonstrada e pelos ensinamentos e conselhos prestados no decorrer do semestre. Ao meu supervisor, Engenheiro Tomás Salomão, agradeço o apoio manifestado, que constituiu uma reflexão estimulante, contribuindo para a minha aprendizagem, mas sobretudo, por me ter dado o privilégio de conhecer um modelo exímio de ser humano e de excelência na profissão. A todo o corpo de docentes que, ao longo destes anos me instruíram, formaram enquanto profissional e ser humano, ajudaram, corrigiram e que, construtivamente me criticaram, proporcionando que me torne bom profissional futuramente na área de engenharia. Aos meus colegas, em especial ao Damião Alame e ao Carlos Cumbe pelo seu auxílio fundamental em vários momentos, e também pela sua generosidade, cooperação e motivação. Ao Nazário Zopene, pela sua cooperação e companheirismo, mas principalmente pela sua ajuda e amizade que tive o prazer de receber e de retribuir ao longo destes 10 anos. Finalmente, e não menos importante, aos meus pais, irmãos, tias e avó pelo apoio, paciência, compreensão e motivação que, desde início, me deram e que, indubitavelmente, foram preponderantes na concretização deste meu objectivo. I PMETC DEDICATÓRIA Aos meus Pais… II PMETC DECLARAÇÃO DE HONRA Eu, Assuryan Mindó Francisco Gemo declaro por minha honra que o presente projecto final do curso é exclusivamente de minha autoria, não constituindo cópia de nenhum trabalho realizado anteriormente e as fontes usadas para a realização do trabalho encontram-se referidas na bibliografia. Assinatura: __________________________________ (Assuryan Gemo) III PMETC ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1:. Principais Produtores de Fibra de Coco no Mundo ................................................... 7 Tabela 2: Principais Produtores de Coco no Mundo em 2001. ................................................. 7 Tabela 3: Composição química em 100g de coco .................................................................... 13 Tabela 4:Sais minerais contido em 100g de coco..................................................................... 14 Tabela 5: Especificações Técnicas da Máquina TCG15eco 16.5d ........................................... 16 Tabela 6: Especificações Técnicas da Máquina TRC-40 ......................................................... 17 Tabela 7: Lista de componentes necessários ao projecto ........................................................ 29 IV PMETC ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1:Fonte: Catracalibre.com.br ........................................................................................... 5 Figura 2: Camadas do coco ...................................................................................................... 12 Figura 3:Descasque Manual de Cocos para Compostagem...................................................... 15 Figura 4: Máquina Trituradora Automática ............................................................................. 15 Figura 5:Fibras compostadas pela máquina TCG15eco 16.5d ................................................. 16 Figura 6: Máquina de Compostagem Doméstica TRC-40 ....................................................... 17 Figura 7: Alçados da Máquina.................................................................................................. 18 V PMETC LISTA DAS ABREVIATURAS UTILIZADAS πΎ1 – é o coeficiente de regime de carga (πΎ1 = 1,0); πΎ2 – é o coeficiente que considera as condições climáticas (πΎ2 = 1 para zonas centrais); πmed – é o regime de exploração médio com vibrações moderadas (πmed = 2 000); a – distância interaxial; da -diâmetro externo; db – diâmetro de base; dc – diâmetro primitivo; df – diâmetro interno; E – é o módulo de elasticidade (206000 MPa); Fn – é a força normal exercida sobre as engrenagens (em Newtons); Fr - é a força radial exercida sobre as engrenagens (em Newtons); Ft – é a força tangencial exercida sobre as engrenagens (em Newtons); Fv – é a força centrifuga; hf – altura do pé; m- é o módulo (4 mm); p1 – é o passo da primeira engrenagem (em milímetros); p2 – é o passo da primeira engrenagem (em milímetros); Pred = passo resultante do conjunto das duas engrenagens (em milímetros); Q - máx- quantidade de material a processar, (2000 kg); U – é a frequência de passagens; Z1 = Z2 é o número de dentes (30 dentes); α – é o ângulo de pressão (20o); β – é o ângulo de hélice (0o); αH – Tensão de contacto. π΄ – é a área da secção transversal da correia (para secção A, π΄ = 81 ∗ 10−6 π2) πΆπ – é o coeficiente de relação de transmissão; πΆπ – é o coeficiente de comprimento da correia; VI PMETC πΆπ – é o coeficiente de regime de carregamento; πΆπΌ – é o coeficiente do ângulo de abraçamento; π0 – é a potência respectiva por cada correia [ππ]; π – é o comprimento da correia (π = 0,4 π); π£ – é a velocidade linear da correia (π£πππ = 3,145 π/π ); π – é a massa especifica da correia (π = 1 250 ππ/π3 ); VII PMETC RESUMO O presente trabalho destina-se a projeção de uma máquina para compostagem de fibras de coco para a produção de substratos agrícolas. Moçambique é um grande produtor de cocos, a nível mundial, contendo as suas plantações uma área de cerca de 160000 hectares. Entretanto, por detrás dessa volumosa produção, surge um problema de acúmulo de cascas de coco, resultante do subaproveitamento das mesmas, quer pelas indústrias, bem como pela comunidade no geral. Assim, com este projecto, propõe-se uma solução à questão de gestão desses resíduos sólidos, que são, de lenta decomposição, mas que quando processados, como será apresentado neste trabalho podem se tornar grandes aliadas a natureza como remineralizantes biodegradáveis do solo e como instrumentos de combate a erosão, e que a sua comercialização pode servir como fonte de renda para a comunidade. Palavras-chave: Triturador, coco VIII PMETC CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO. 1.1 Introdução A província da Zambézia está situada na zona centro do país. A sua capital é a cidade de Quelimane, localizada a cerca de 1600 quilómetros ao norte de Maputo. No topo leste da zona central de Moçambique, está limitada a norte pelas províncias de Nampula e Niassa, a Este pelo Canal de Moçambique, no Oceano Indico e a Sul pela província de Sofala. A oeste, para alem da província de Tete, surge também o Malawi. A província de Zambézia é a maior produtora de cocos em Moçambique, com uma área de produção de cerca de 110000 hectares (cerca de 70% da produção nacional-160000), sendo que o sector familiar cultiva uma área media de 0.75 hectares, o que torna a economia dessa zona costeira dependente em grande parte do coqueiro, que afecta directa ou indirectamente cerca de 1 milhão de pessoas entre produtores, comerciantes e indústrias. À exceção das fibras de madeira, as fibras vegetais em geral representam um recurso natural renovável relativamente pouco explorado e presente em abundância na maior parte dos chamados países “em desenvolvimento”. Tecnologias nativas voltadas para o uso racional e sustentado desses recursos podem trazer novas oportunidades de desenvolvimento para regiões onde fibras vegetais se façam disponíveis por meio de cultivos dedicados ou como resíduo gerado de atividade agroindustrial. Em regiões extremamente carentes, a introdução de espécies produtoras de alimento e fibras proporciona uma fonte relativamente segura de recursos mínimos necessários à subsistência, sendo parte fundamental de projetos de desenvolvimento sustentável bem-sucedidos em países como Índia, Nepal e no Brasil. (MITSCHEIN et al., 1994). 1.2 Problemática Nas zonas rurais da província de Zambézia, a casca de coco, constitui uma matéria-prima abundante, visto que existe um subaproveitamento da mesma. é sabido, que o período de composição da casca de coco é de cerca de 10 anos, pelo que, o mesmo contribui para o acúmulo de lixo nas zonas rurais da província. Por outro lado, essas cascas de coco subaproveitadas, podem constituir fonte de renda as pessoas de baixa renda e os pequenos agricultores podem se fazer valer da mesma para como sendo um substracto agrícola ou fertilizante. A província actualmente apresenta os seguintes problemas: a) Acumulo de resíduos sólidos; 1 PMETC b)A compostagem do coco, feita de forma manual é demorada; c) Baixa produtividade e lentidão no processo de trituração da casca de coco; d)Maiores riscos de acidentes no processo e comprometimento da ergonomia. A máquina por ser projectada, irá funcionar a base de energia eléctrica, e visa eliminar ou reduzir o subaproveitamento das cascas de coco que acabam constituindo lixo, associando as mesmas a uma oportunidade de renda a partir da venda do substracto agrícola que vão passar a ser processadas duma maneira mais célere, e sem muito esforço humano. 1.3 Problema O processo de compostagem manual requer alguns golpes na fibra com objectos contundentes, o que para além de ser lento é também perigoso, cansativo e dispendioso, pois exige muito do esforço e habilidades humanas. É mesmo por esse motivo que o autor deste projecto, identifica a necessidade de melhorar todo o processo de compostagem com vista a melhorar a produtividade e eficiência do processo. 1.4 Objectivo do trabalho 1.4.1 Objevtivo Geral O presente trabalho tem como objectivo geral “projectar uma máquina para trituração de cascas de coco, para posterior compostagem”. Contribuir, meio ambiente, geração de emprego, desenvolvimento das comunidades 1.4.2 Objectivos específicos β Descrever a composição e o princípio de funcionamento da máquina; β Definir as características técnicas da máquina; β Dimensionar os elementos que compõem a máquina. 1.5 Hipótese/proposições • A actividade de compostagem manual do coco e o descarte indevido das cascas de coco, podem ser resolvidos com a utilização de uma máquina de trituração de cocos, o que 2 PMETC vai acelerar o processo, e também ajudar a reduzir o impacto ambiental desses resíduos de longo período de decomposição. 1.6 Perguntas da investigação β Que resultados são esperados na máquina projectada? β Que impacto terá a máquina projectada na redução de impactos ambientais causados com o descarte incorrecto do coco? β Que impacto terá a máquina em relação a redução da degradação da paisagem? 1.7 A importância ou razões que motivam o estudo: A província da Zambézia é a maior produtora de cocos de Moçambique, sendo responsável pela produção de cerca de 75% da produção nacional, no entanto, apos o consumo do coco, as suas cascas são descartadas, causando prejuízos ao ambiente, pois os mesmos levam cerca de 8-10 anos para se decomporem. No entanto, vários estudos, comprovam que a casca de coco, quando tratada, pode constituir uma vantagem para o ambiente, servindo como um remineralizante natural, ou mesmo para prevenir a erosão. Assim, este facto, leva a que se abrace esta oportunidade, com a construção desta máquina de accionamento eléctrico de fazer uma renda com a comercialização de cascas de cocos tratadas, o que pode servir como substractos agrícolas para a população local. 1.8. Metodologia de Pesquisa Para a realização do presente trabalho, fez-se uma pesquisa bibliográfica, que consiste no levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. O autor fez uma pesquisa para a identificação dos métodos já usados e as suas limitações com vista a projectar uma máquina que pudesse melhorar o processo. Após isso, o autor elaborou um desenho e determinou a características técnicas e avaliou a viabilidade do projecto. 1.9 Estrutura do trabalho Este trabalho é composto por seis capítulos nomeadamente, Introdução, Revisão da Literatura, Contextualização, Metodologia de Resolução de Problema, Apresentação e Análise dos Resultados, Conclusões e Recomendações. 3 PMETC No capítulo Introdução são apresentados os objectivos do trabalho, as hipóteses, perguntas de investigação e as razões que justificam a elaboração do mesmo. No capítulo Revisão da Literatura é exposto referencial teórico detalhado que sintetiza informações relevantes sobre o coco, as teorias principais e a sua evolução histórica. No capítulo Contextualização, descreve-se o estado actual do objecto em estudo que é a paisagem da Província de Zambézia. No capítulo da Metodologia de Resolução do Problema são apresentados alguns métodos para aproveitar ao máximo possível a compostagem. O capítulo Apresentação, analise e discussão dos resultados apresenta os resultados obtidos pela implementação dos dados. No capítulo Conclusão encerra-se o trabalho com análise crítica dos resultados, as recomendações, limitações da pesquisa, sugestões para futuros trabalhos e verificação do alcance do objectivo proposto. 4 PMETC CAPÍTULO 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Coco O fruto coco (Cocos nucífera, Arecaceae) é proveniente da palmeira coqueiro (Cocos nucífera) e seu cultivo está presente nas actividades agrícolas de mais de 90 países, sendo empregado, principalmente, no ramo alimentício (BRAINER, 2018). Figura 1:Fonte: Catracalibre.com.br 2.2 Propriedades físicas da casca de coco O valor determinado para a densidade básica obtido neste trabalho (0,13 g/cm³) condiz com o valor descrito por Vale et al. (2004), de 0,11 g/cm³ e está próximo ao valor do trabalho desenvolvido por Van Dam et al. (2006), de 0,15 g/cm³. 2.3 Tipos de coco O gênero Cocos é constituído pela espécie Cocos nucífera L., a qual é composta pelas variedades Typica (var. Gigante) e Nana (var. Anã). Os híbridos de coqueiro mais utilizados são resultantes dos cruzamentos entre essas variedades. O coqueiro é considerado uma das árvores mais importantes do mundo, e sua exploração gera empregos e renda em mais de 86 diferentes países, onde seus frutos podem ser consumidos na forma natural ou industrializada na forma de mais de 100 produtos e subprodutos, além da raiz, estipe, inflorescência, folhas e casca que geram diversos subprodutos ou derivados de grande interesse económico. Esta palmeira também é utilizada como planta paisagística para embelezar praças, canteiros públicos, xácaras e fazendas. 2.4 Distribuição Os cocos espalharam-se através dos trópicos, em particular ao longo da linha costeira tropical. 5 PMETC Como o seu fruto é pouco denso e flutua, a planta é espalhada prontamente pelas correntes marinhas que podem carregar os cocos a distâncias significativas. A palmeira do coco prospera em solos arenosos e salinos nas áreas com luz solar abundante e pancadas de chuva regulares (75–100 cm anualmente). Já foram encontrados cocos transportados pelo mar tão ao norte como na Noruega em estado viável, que germinaram subsequentemente em circunstâncias apropriadas. Entretanto, nas ilhas do Havaí, o coco é considerado como introdução, trazida primeiramente às ilhas há muito tempo por viajantes polinésios de sua terra natal no Sul do Pacífico. 2.5 Colheita O coqueiro caracteriza-se pela produção escalonada durante todo o ano, com variações estacionais. Em média, são colhidos 12 a 14 cachos/ano para as variedades de coqueiro-Gigante e Anã, respectivamente. Quando a produção se destina ao consumo da água de coco, o fruto deve ser colhido entre 6 e 8 meses de idade. Quando o destino da produção é a industrialização e/ou venda do fruto seco no estado natural, como também para utilização da semente para produção de mudas, a colheita deverá ser realizada entre 11 e 12 meses de idade. O fruto maduro apresenta cor castanha, com peso inferior ao do fruto verde. Ao completar a maturação, o fruto desprende-se do cacho e cai. Embora seja mais económica a coleta de frutos caídos, é comum a colheita trimestral, com o objetivo de concentrar a mão de obra para a coleta de maior número de frutos, reduzindo também a possibilidade de roubo e o risco de germinação, no caso das variedades mais precoces. São colhidos, em média, três cachos por colheita. Em plantios de coqueiros anões, a colheita pode ser realizada com maior frequência; neste caso, tomando-se os devidos cuidados para evitar a queda do cacho e consequentemente a rachadura dos frutos. Com o crescimento das plantas, os custos de colheita do coco verde elevam-se substancialmente, em função das dificuldades de coleta dos cachos, uma vez que aumentam as dificuldades do operador para realização do corte do pedúnculo e a utilização do sistema com vara e ancinho na extremidade, para colher os frutos sem causar impacto com o solo. Esta situação pode ser observada, em média a partir dos 15 anos de idade quando as plantas se encontram em plena produção. No caso do coco seco, a colheita é realizada manualmente, onde os “tiradores” utilizam as “peias” de couro ou de material sintético para subir no coqueiro. Em média, um “tirador” é capaz de subir em 60 plantas/dia colhendo dois ou três cachos por planta. 6 PMETC O maior produtor mundial de coco, segundo dados estatísticos da FAO Production Yearbook de 1999, é a Indonésia, com produção anual superior a 14 milhões de toneladas e responsável por 30% da produção mundial. Em segundo e terceiro lugares aparecem as Filipinas, com 22.6%, e a Índia, com 21% da produção mundial de 48.569 mil toneladas/ano. A Ásia concentra 86% da produção mundial de cocos. O Brasil aparece em 9° lugar no ranking com 1.5% do total produzido no mundo. Tabela 1:. Principais Produtores de Fibra de Coco no Mundo PAÍS PRODUÇÃO (Toneladas) ÍNDIA 555000 SRI LANKA 134000 MALÁSIA 27400 BANGLADESH 11390 TAILÂNDIA 9000 MUNDIAL 736790 Fonte: FAO (2001) Tabela 2: Principais Produtores de Coco no Mundo em 2001. PAÍS / REGIÃO PRODUÇÃO (Toneladas) NDONÉSIA 17.000.000 FILIPINAS 10.100.000 ÍNDIA 9.151.500 SRI LANKA 1.950.000 TAILÂNDIA 1.373.162 MÉXICO 1.163.000 VIETNAM 968.000 MALÁSIA 713.000 BRASIL 1.999.106 AFRICA 1.703.100 AMÉRICA LATINA & CARIBE 4.034.610 ÁSIA 41.862.456 OCEANIA 2.161.685 MUNDIAL 49.761.851 Fonte: FAO (2001) 7 PMETC 2.6 Parâmetros que influenciam o bioprocesso Segundo FRANCISCO (2015), fatores como umidade, pH, temperatura, relação C/N e composição do resíduo, afetam o processo de compostagem e o produto final. Esses parâmetros possuem ligação de alta dependência uns dos outros, ou seja, é necessário um equilíbrio óptimo para haver optimização do processo de compostagem. 2.6.1. Humidade A humidade para o processo de compostagem é de extrema importância devido ao fato de ser um processo biológico que atua diretamente na decomposição da matéria orgânica, a humidade segundo FRANCISCO (2015), é imprescindível para satisfazer as necessidades fisiológicas dos microrganismos envolvidos no bioprocesso. Para PIRES (2013), a qualidade e a velocidade do bioprocesso dependem do controle da quantidade de água existente na matéria orgânica, tornando-se um parâmetro importante para garantir a compostagem dos resíduos orgânicos. Segundo MILLER, (1993) citado por SUNDBERG, (2005), para os micro-organismos não há limite superior para o teor de água como tal, mas a humidade excessiva reduz o espaço de ar na matriz de compostagem e, assim, causa a limitação de oxigênio, portanto, a humidade ideal do substrato no início da compostagem é de fundamental importância para o desenvolvimento correto do processo, sendo necessário o conhecimento da quantidade de água acrescentada para humidecer o substrato de forma ideal (SANCHUKI, 2011). O teor ótimo de umidade no processo de compostagem situa-se entre 50 e 60% (PIRES, 2013). Entretanto, valores de humidade acima de 60% provoca aglutinação de partículas, restringindo sobremaneira a difusão de oxigênio, o que causa a redução da concentração de oxigênio para valores menores que levam à instalação de condições anaeróbicas na massa de compostagem (FRANCISCO, 2015). Esses problemas culminam com a queda da velocidade de degradação da matéria orgânica acompanhada pela emissão de odores desagradáveis, atração de vetores e formação de chorume (OLIVEIRA et al., 2008). Se o teor de umidade de uma mistura é inferior a 40%, a atividade biológica é inibida, bem como a velocidade de biodegradação (FERNANDES & SILVA, 1996). Porém, como há perdas de água devido à aeração, em geral, o teor de humidade do composto tende a diminuir ao longo do processo. 8 PMETC 2.6.2 Potencial hidrogeniónico – pH Para DERISIO (2012), o potencial hidrogeniónico ou simplesmente pH, é a relação numérica que expressa o equilíbrio entre iões (H+) e iões (H-). O pH do composto pode ser indicativo do estado de compostagem dos resíduos orgânicos. (OLIVEIRA et al., 2008). Geralmente a leira de compostagem, que é a forma de disposição de material em biodegradação, tem no início do processo um pH ácido, isso é devido ao material orgânico, comumente utilizado como matéria-prima, ser de natureza ácida. (FRANCISCO, 2015). Segundo OLIVEIRA et al., (2008), à medida que os fungos e as bactérias digerem a matéria orgânica liberam ácidos que se acumulam e acidificam o meio. Este pH ácido favorece o crescimento de fungos e a decomposição da celulose e da lignina. (FRANCISCO, 2015). 2.6.3 Temperatura A temperatura é uma grandeza física que mensura a energia cinética média de cada grau de liberdade de cada uma das partículas de um sistema em equilíbrio térmico. (SÜSS, 2016). A temperatura do ambiente, onde se realiza o processo de compostagem, é um dos fatores de grande relevância no processo de transformação da matéria orgânica. (OLIVEIRA et al., 2008). Segundo OLIVEIRA et al., (2008). “O desenvolvimento da temperatura está relacionado com vários fatores, materiais ricos em proteínas, baixa relação Carbono/Nitrogênio, humidade e outros. Materiais moídos e peneirados, com granulometria fina e maior homogeneidade, formam montes com melhor distribuição de temperatura e menor perda de calor”. Segundo JERIS & REGAN (1975), apud FRANCISCO (2015), a temperatura óptima é considerada como sendo de aproximadamente 60 °C de acordo com as taxas máximas de respiração, tais como taxa de absorção de oxigênio e taxa de evolução de CO2. 2.6.4. Relação Carbono/Nitrogênio (C/N) Segundo FRANCISCO (2015), o carbono e nitrogênio são as principais fontes de energia e formação de proteínas dos microrganismos. Esses dois elementos, em proporções adequadas, caracterizam-se como fundamentais para o processo de compostagem, seja ele natural ou acelerado. 9 PMETC Para BARRINGTON et al, 2001; OLIVEIRA et al, 2008; COUTH & TROIS, 2012) apud Francisco (2015), os micro-organismos absorvem o carbono e o nitrogênio numa proporção de 30 partes de carbono para uma parte de nitrogénio. Partindo desse pressuposto 30/1 é a relação C/N do substrato ótima para iniciar a compostagem. Para relações C/N inferiores o nitrogênio ficará em excesso e poderá ser perdido em forma de amoníaco causando odores desagradáveis (Oliveira et al., 2008). Segundo MANIOS (2003) apud FRANCISCO (2015), a elevada relação C/N, ocasiona uma baixa disponibilidade de nitrogénio que restringe severamente a estabilidade microbiana do resíduo em compostagem, ou seja, a quantidade de nitrogênio não será suficiente para garantir a síntese de proteínas o que causará desenvolvimento limitado dos microrganismos. Segundo o mesmo autor, corrigir a quantidade de nitrogênio para ajustar a relação C/N é uma etapa fundamental para garantir uma boa compostagem. Isso é realizado utilizando ureia e nitrato de amônio como fonte de nitrogênio, o que ajuda a iniciar o processo de compostagem e manter intensa a atividade metabólica dos microrganismos. 2.6.5. Altura da leira A altura da leira é um importante parâmetro para a melhor dinâmica do processo de compostagem acelerada. Para Nunes (2009), se o processo de compostagem não for conduzido de maneira correta, será inevitável o escorrimento de um líquido escuro e de mau cheiro, o chorume, proveniente do dimensionamento inadequado das leiras. Segundo o mesmos autor a configuração da leira tem relação direta com as épocas de chuvas e devem oferecer facilidade para o manejo no período de reviramento. 2.6.6. Granulometria do resíduo A granulometria, é utilizada para determinar as dimensões físicas de partículas de amostras que sejam sólidas, objetivando-se a classificação do tamanho de partículas específicas. A determinação de suas características físicas é realizada a partir do tamanho das partículas a serem compostadas, pois, tem influência direta no tempo e na qualidade do processo da compostagem do resíduo de coco verde. (PIRES, 2013). Segundo FRANCISCO (2015), a fração do resíduo deve proporcionar um suporte estrutural e uma superfície de contato muito favorável, criando espaços de ar livre no resíduo orgânico. Isso garante espaços livre permitindo 10 PMETC a movimentação de moléculas de oxigênio na biomassa, o que consequentemente assegura a taxa de atividade microbiana aeróbica (VIEIRA, 2013). 2.7. Compostagem A compostagem é um: “Processo de decomposição biológica da fração orgânica biodegradável dos resíduos, efetuado por uma população diversificada de organismos, em condições controladas de aerobiose e demais parâmetros, desenvolvido em duas etapas distintas: uma de degradação ativa e outra de maturação.” Existe basicamente, três métodos de compostagem, a natural, a acelerada e a biotecnológica. A compostagem natural é um método que utiliza exclusivamente a aeração natural que é a movimentação de ar fornecido sem ações externas ou pelo revolvimento da massa em compostagem. A compostagem acelerada utiliza equipamentos eletromecânicos e/ou automação para acelerar o início do processo biológico, com a manutenção de um ambiente controlado para facilitar a degradação dos materiais pelos organismos. A biotecnológica é aquela em que para sua aceleração são adicionados microrganismos ao resíduo a ser compostado, proveniente do meio rural, urbano e ou industrial. (FRANCISCO, 2015). Uma outra definição, segundo ALMEIDA (2013), “Compostagem é um conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos, com objetivo de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais, com atributos físicos, químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles presentes nas matérias-primas. ” Em suma, o processo de compostagem permite que resíduos orgânicos (ou componentes orgânicos do resíduo) sejam degradados com máxima eficiência, evitando que permaneçam ao ar livre, gerando gases, proliferação de agentes de doenças e mal cheiro para todos que convivem direta ou indiretamente com esse tipo de material, ou seja, é um processo necessário para que os nutrientes existentes na forma orgânica nos resíduos vegetais tornem-se disponíveis para outras finalidades na agropecuária. (NUNES, 2009). 11 PMETC 2.7.1. Matérias-primas para compostagem As substâncias complexas biodegradáveis de origem animal ou vegetal são matérias que podem ter uma finalidade mais adequada que simplesmente o lixo. Para CONSONI et al (2002), “denomina-se lixo os restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis”. Esses materiais aplicados ao solo em quantidades, épocas e maneiras adequadas, permitem características físicas, químicas, físico-químicas e biológicas superiores que auxiliam na nutrição do solo. (NUNES, 2009). A crescente agroindústria do envasamento da água de coco-verde gera volumes significativos de resíduos que atualmente são descartados em lixões, causando problemas ambientais. A reciclagem de resíduos orgânicos com o objetivo de produzir adubos é importante tanto por questões ambientais quanto pela possibilidade de ampliação da perspectiva de sustentabilidade da agricultura e crescimento agroindustrial. 2.7.1.1Composição do resíduo de coco verde O coco é um fruto do coqueiro, da família das palmáceas, a qual abrange cerca de um milhão de espécies. (ABRAMI, 2016). No mundo a produção de coco vem crescendo e consequentemente a quantidade de resíduo também. Segundo MARQUES (2016), as cascas de coco verde chegam a representar até 85% do volume total do fruto inteiro, uma proporção de 20% aproveitável e 80% que tem como destinação o lixo. O resíduo de coco verde, retirado o fruto (endospermas líquido e sólido) é constituído pelo exocarpo ou epicarpo, pelo mesocarpo e pelo endocarpo. (UZUNIAN & BIRNER, 2014). Na figura 2, é mostrado as diferentes camadas do coco. Figura 2: Camadas do coco O exocarpo ou epicarpo constitui a epiderme, ou seja, é camada mais externa ou a camada vista do fruto inteiro, já o mesocarpo é a parte mais espessa e fibrosa do fruto e o endocarpo, no fruto imaturo, ainda não se apresenta tão duro e rígido como no coco maduro. O resíduo do coco faz 12 PMETC parte do grupo das fibras não lenhosas, fibras extremamente curtas, com baixo potencial de utilização para produção de matéria-prima celulósica, muito principalmente por causa das características do mesocarpo que é composto por fibras lignocelulósicas, também chamadas de fibras vegetais ou fibras naturais. Devido ao fato de seres fibras extremamente rígidas, elas causam dificuldades para degradação microbiana, mas não é impossível, visto que existem microrganismos capazes de produzir enzimas que separam a lignina do complexo hemicelulósico e celulósico. (ALMEIDA, 2015). 2.7.1.2 Composição química do coco verde A composição química e sais minerais do coco verde está especificada nas tabelas 3 e 4, respectivamente. Tabela 3: Composição química em 100g de coco Quantidade Composição química Polpa Leite Calorias 598,50 kcal 38,80 kcal Água 14,00 g 90,80 g Carbo-hidratos 27,80 g 7,00 g Proteínas 5,70 g 0,40 g Lipídios 50,50 g 1,00 g Cinzas 2,00 g 0,80 g Vitamina B1 (Tiamina) 173,00 mcg 2,00 mcg Vitamina B2 (Riboflavina) 102,00 mcg 4,00 mcg Niacina 0,10 mg 0,07 mg Vitamina C (Ácido ascórbico) 8,20 mg 10,40 mg Fonte: As frutas na medicina natural, 2016. 13 PMETC Tabela 4:Sais minerais contido em 100g de coco Quantidade Composição química Polpa Leite Cálcio 43,00 mg 20,00 mg Ferro 3,60 g - Magnésio 9,00 mg - Enxofre 13,00 mg - Silício 0,50 mg - Fonte: As frutas na medicina natural, 2016. Para os sectores de cosméticos e medicina, os valores de sais minerais contidos na polpa do coco, são de extrema importância para desenvolvimento de novos produtos, intitulados de naturais, como para tratamentos de doenças como a hipertensão arterial e desidratação. (SOUZA, 1996). 2.8 Equipamentos para trituração de coco verde Actualmente, existem vários tipos de trituradores que são utilizados para triturar a casca de coco seco. Os mais comuns são o triturador de lâminas sobrepostas, similar ao liquidificador doméstico, o de túnel com rolos acoplados e disco de corte, usado principalmente para casca de coco seco. 2.8.1 Método de Descasque Manual Nas áreas rurais ainda são usados os métodos tradicionais de descasque para compostagem das cascas de coco. Dependendo da quantidade produzida, os métodos de descasque variam de uma localidade para outra. A maioria das pessoas pressiona usa de catanas ou machados para golpear e descascar o coco, ou mesmo para separar as fibras desse mesmo coco. O descasque usando as mãos é uma técnica 14 PMETC que requer habilidade e perícia por parte do operador, com vista a garantir flexibilidade e alguma segurança para o mesmo. Mas o método é trabalhoso, exige muita energia, deixa as mãos e braços doloridos leva à quando grandes quantidades de fibra são necessárias. Esses métodos são lentos e cansativos. Saída de descasque manual de coco por homem é tão baixo quanto 20 kg de coco/casca de coco por hora (20kg/h). Figura 3:Descasque Manual de Cocos para Compostagem (Fonte: Autor) 2.8.2 Máquina Trituradora Automática Esse tipo de triturador é muito utilizado para triturar matérias-primas que constituirão rações para animais e também para produção de certos tipos de complementos para compostagem. A lâmina de corte é uma composição justaposta de lâminas montadas em um eixo com o objetivo de triturar o coco mantendo a fibra inteiriça. Figura 4: Máquina Trituradora Automática 15 PMETC Tabela 5: Especificações Técnicas da Máquina TCG15eco 16.5d Modelo Poder Rotação Capacidade Kg/h Tensão Taxa de descasque Tamanho TCG15eco 16.5d Motor Diesel de 16.5 cv 2400 rpm 1000-3000 kg/h 220-380-440-760 V ≥ 98% 2225*2200*1350 mm Peso 278 Kg (Fonte laboremus.com.br) Esse resíduo é composto por fibras longas, fibras trituradas e por pó de coco. Em um processo de compostagem avançada tanto o pó quanto a fibra quebrada são preferidos pelas bactérias decompositoras que degradam tal resíduo, o que não garante um processo de decomposição homogêneo para todas as partes do resíduo triturado. A figura 5, mostra o estado de decomposição desse resíduo triturado nesse tipo de equipamento após alguns dias compostando. Figura 5:Fibras compostadas pela máquina TCG15eco 16.5d As partes mais escuras são os locais onde há maior concentração de microrganismos decompondo o resíduo de coco verde triturado pelo triturador de lâminas. Fica evidente que não existe uniformidade na decomposição desse material o que não garante a decomposição necessária para viabilizar seu uso. Testes realizados pelo grupo de pesquisa em Biotecnologia, Ecologia de Microrganismos da Universidade Federal da Bahia, tratado a partir daqui de cliente, mostraram que essa máquina não é adequada para preparação da matéria-prima para compostagem avançada. Além de diversos problemas mecânicos durante o funcionamento, como travamentos e superaquecimentos, muitas vezes as cascas precisavam ser processadas pelo menos duas vezes para evitar pedaços grandes de cascas no produto triturado, esse fato, exigia inspeções constantes de todos os cocos após trituramento, além de demandar maior desgaste físico do operador, maior consumo de energia elétrica e paradas frequentes para reparos. 16 PMETC 2.8.3 Triturador de Fibras de coco TRC-40 Esse tipo de triturador foi desenvolvido para triturar coco verde ou seco a fim de fazer o desfibramento para compostagem ou utilizar como matéria-prima para outras aplicações. Esse triturador, mantém as características do triturado usando o triturador de lâminas sobrepostas. É possível verificar que o tamanho do comprimento das fibras é mantido, ou seja, uma máquina com configuração mecânica e potência elétrica diferentes do triturador de lâminas, porém, com o mesmo produto ao final do processo. Figura 6: Máquina de Compostagem Doméstica TRC-40 (Fonte: trapp.com.br) Tabela 6: Especificações Técnicas da Máquina TRC-40 Modelo TRC-40 Poder Motor de 5 cv Rotação 3600 rpm Capacidade Kg/h 1000 kg/h Tensão 220-380-440 V Número de lâminas 3 lâminas Taxa de descasque ≥ 75% Tamanho 1600*400*300 mm Peso 58 Kg No geral, esse tipo de máquina é a mais aplicada para uso doméstico, onde se processam as fibras do coco para o mercado de jardinagem e artesanatos, principalmente. O grande número dessas máquinas sendo utilizadas está em função do valor relativamente acessível. É um tipo de triturador com melhor preço de compra disponível no mercado. Porém, essa máquina é adequada para produção de fibras inteiriças para fins específicos, isto é, artesanatos e produtos de jardinagens. 17 PMETC CAPÍTULO 3: CONTEXTUALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO 3.1 Estado actual do objecto da investigação Neste projecto, uma máquina é projectada para a trituração de cascas de coco, para reduzir o custo de mão de obra e reduzir o tempo do processo, o que vai também incentivar na redução do problema do acúmulo de resíduos sólidos decorrentes do descarte indevido das cascas de coco, agregando essa actividade, a uma oportunidade de negócio, para alguns moradores dessas zonas rurais da província de Zambézia. 3.1.1 Componentes Figura 7: Alçados da Máquina 18 PMETC O triturador de cocos é uma máquina mecânica, que será accionada usando energia eléctrica, e será composta pelos seguintes elementos principais que ajudarão na trituração das cascas de coco, que são: 1. Estrutura; 2. Caixa de Trituração; 3. Mancal; 4. Veio 2; 5. Veio 1; 6. Lâmina; 7. Separador; 8. Bacia; 9. Bico de Saida; 10. Arruelas Lisas (12/100 mm); 11. Porcas Sextavadas 12. Parafuso de Cabeça Sextavada; 13. Arruelas Lisas (16/100 mm) 14. Parafuso de Cabeça Sextavada; 15. Porca Sextavada; 16. Parafuso de Cabeça Sextavada; 17. Engrenagem; 18. Mesa de Motor; 19. Motor; 20. Polia maior 21. Correia Trapezoidal; 22. Polia acanalada 1; 23. Polia acanalada 2. 3.2 Princípio de Funcionamento 1. Antes de triturar, certifique-se de que os resíduos a serem triturados não contenham objetos não trituráveis, como pedras, vidros, barro, areia, entre outros. 2. Acione o motor e aguarde atingir a rotação máxima. 3. Despeje um a um os cocos verdes no funil de alimentação do triturador (aconselhamos triturar cocos sem água). Sobrecarregar o funil de alimentação prejudica a produtividade da máquina que pode chegar a 2.000 kg/h. 19 PMETC 4. Pedaços de coco menores podem passar direto pelo conjunto de lâminas se forem alimentados separadamente, assim como pedaços maiores podem não passar no funil alimentador, nesse caso poderá selecionar o tamanho do coco ao alimentar a máquina para conseguir o resultado desejado. 5. Verifique a bica de saída de material triturado durante o trabalho, se necessário, desligue o triturador para efetuar a desobstrução de material triturado na bica de saída. Essa situação pode ocorrer quando a fibra do coco triturado está com umidade ou se o coco estiver em estado de decomposição. 6. Ao soltar os cocos dentro do funil alimentador verifique se o mesmo não ficou preso no conjunto de corte, isso impedirá de triturar mais material, nesse caso, desligue o triturador, retire o coco trancado no conjunto de corte e retome o trabalho normalmente. 7. O acúmulo de material triturado pode obstruir a saída de material na bica de saída da máquina, nesse caso remova o monte triturado usando uma pá/inchada ou posicione a máquina em outro ponto para evitar o acúmulo de material triturado na bica de saída da máquina. Se desejar pode triturar o material e despejar direto em algum recipiente apropriado e substituir o recipiente na medida que for enchendo. 20 PMETC CAPÍTULO 4L: METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA 4.1 Parâmetros geométricos do triturador Para a realização do cálculo cinemático actual, foi usado como base os dados produzidos por PRASHANT et al. (2014). Em que como principal parâmetro temos a quantidade de material a ser processada, no projecto actual requer-se a trituração de 2000 kg de casca de coco por hora. 4.1.1. Parâmetros Gerais das Engrenagens Módulo (m) = 4 mm Ângulo de pressão (α) = 20o Número de dentes (Z1 = Z2) = 30 dentes Ângulo de hélice (β) = 0o Modulo de elasticidade (E) = 210000 MPa a) Passo tangencial π = π ∗ π = 4 ∗ π = 12,566 ππ (1) ππ = π ∗ π = 4 ∗ 30 = 120 ππ (2) ππ = ππ + 2π = 120 + 2 ∗ 4 = 128 ππ (3) ππ = ππ − 2,5π = 120 − 2,5 ∗ 4 = 110 ππ (4) b) Diâmetro primitivo c) Diâmetro Externo d) Diâmetro Interno e) Diâmetro de base ππ = ππ ∗ cos α = 120 ∗ cos 20 = 112,76 ππ (5) f) Distância Interaxial π= π1 + π2 120 + 120 = = 120 ππ 2 2 (6) g) Altura do dente β = 2,25 ∗ π = 2,25 ∗ 4 = 9 ππ (7) h) Altura do pé do dente 21 PMETC βπ = 1,25 ∗ π = 5 ππ (8) i) Passo resultante π= ππππ (9) 1 √1282 − 112,762 = 30,3 ππ 2 π= 1 1 √ππ 2 − ππ 2 2 = 1 1 1 1 1 + = = + π π ππππ 30.3 30.3 ππππ = 15,15 ππ π= πΉπ1 ∗ πΎ 169,38 ∗ 1 = = 6,7 π ππ€ 27 ∗ cos 20 (10) Onde: q – é a carga especifica (em MPa); Fn – é a forca normal entre os dentes das engrenagens (em Newtons); K – é o factor de carga aplicado à forca normal, e; bw – é o comprimento da linha de contacto (em milímetros). j) Módulo de Elasticidade πΈπππ = 2 ∗ πΈ1 ∗ πΈ2 2 ∗ 210000 ∗ 210000 = = 210000 π/ππ πΈ1 + πΈ2 210000 + 210000 (11) k) Tensão de contacto πΏπ» = 0,418√ π ππππ ∗ πΈπππ = 0,418√ 6,7 ∗ 210000 = 127,4 πππ 15,15 (12) 4.2. Relação de Transmissão das engrenagens Veio1 – (veio 2) π= π1 1000 = =1 π2 1000 (13) 22 PMETC O valor 1 é padronizado. 4.3. Torque a) Do veio 1 (veio da engrenagem 1) T1 = 9550 x πmot π1 1 = 9550 x 1000 = 9.550 Nm (14) b) Do veio 2 (veio da engrenagem 2) T2 = 9550 x πveio 2 π2 = 9550 x 0.980 1000 = 9.358 Nm (15) c) Eficiência π= π1 9.358 = = 0.98 π2 9.550 (16) 4.4. Forças Actuantes nas Engrenagens a) Forças Tangenciais πΉπ‘2 = 2π1 2 ∗ 9.550 = = 159.166 π π1 120 πΉπ‘2 = 2π2 2 ∗ 9.358 = = 155.966 π π2 120 (18) πΉπ1 = πΉπ‘1 ∗ tg πΌ 159.166 ∗ π‘π20 = = 57.93 π cos π½ cos 0 (19) πΉπ2 = πΉπ‘2 ∗ tg πΌ 155.966 ∗ π‘π20 = = 56.77 π cos π½ cos 0 (20) (17) b) Forcas Radiais c) Forcas Normais πΉπ1 = πΉπ‘1 159.166 = = 169.381 π cos πΌ cos 20 23 PMETC πΉπ2 = πΉπ‘2 155.966 = = 165.978 π cos πΌ cos 20 4.5. Transmissão por correia Será usada uma correia de perfil trapezoidal para transmissão de uma potência de 0,759 kW e rotação de 945 rpm. Escolhe-se a correia de secção A, segundo (NERES 2021) Potência do Projecto ππ = ππ ∗ πΎπ = ππ = 0.69 ∗ 1.1 = 0.759 ππ (21) n = 945 rpm Relação de Transmissão π= π1 945 = = 1,5 π2 630 (22) a) diâmetro da polia do motor dc1 = 60 mm e Po = 1,00 kW b) Velocidade linear da correia/ velocidade circunferencial\ π£πππ = π ∗ ππ1 ∗ π1 π ∗ 60 ∗ 1000 = = 3,145 π/π 60 000 60 000 (23) c) Diametro da polia movida O deslizamento é desprezado por ser muito pequeno (π = 0,01 − 0,03). π= ππ2 → ππ2 = π ∗ ππ1 = 1.5 ∗ 60 = 90 ππ ππ1 (24) d) Cálculo da distância entre eixos ou interaxial Segundo as recomendações, a distância interaxial mínima é dada pela expressão: π = 0,95 ∗ π2 = 0,95 ∗ 90 = 85,5 ππ (25) e) Cálculo do comprimento da correia e correcção da distância interaxial 24 PMETC π =2∗π+π∗ π2 + π1 (π2 − π1 )2 + 2 4∗π (26) 90 + 60 (90 − 60)2 π = 2 ∗ 85,5 + π ∗ + = 409,25 ππ 2 4 ∗ 85,5 O valor normalizado mais próximo é π = 400 mm ou seja 0,4 m Recalculando a distância interaxial: π= π= 1 ∗ [2 ∗ π − π ∗ (π2 + π1 ) + √[2 ∗ π − π ∗ (π2 + π1 )]2 − 8 ∗ (π2 − π1 )2 ] ππ 8 (27) 1 ∗ [2 ∗ 400 − π ∗ (90 + 60) + √[2 ∗ 400 − π ∗ (90 − 60]2 − 8 ∗ (90 − 60)2 ] 8 π = 128,67 ππ Toma-se o valor normalizado mais próximo π = 130 ππ f) Verificação do ângulo de abraçamento da correia na polia motriz πΌ = 180° − 57° ∗ π2 − π1 90 − 60 = 180° − 57° ∗ = 166,85° π 130 (28) Como 166,85°° é maior que 120° (mínimo recomendado para as correias trapezoidais) a distância interaxial escolhida é válida e não é necessário colocar polias tensoras. g) Verificação da frequência de passagens A fórmula para o cálculo da frequência de passagens é: π= π£ π [π −1 ] (29) Onde: π£ – é a velocidade linear da correia (π£πππ = 3,145 π/π ); π – é o comprimento da correia (π = 0,4 π) π= 3,145 = 7,86 π −1 0,4 25 PMETC Sendo π < 10 … 20 π −1 , então não há necessidade de aumentar a distância interaxial da transmissão. h) Cálculo da potência a transmitir por cada correia A potência que cada correia transmitirá (ππ ), é determinada a seguir pela fórmula: ππ = π0 ∗ πΆπΌ ∗ πΆπ ∗ πΆπ πΆπ [ππ] (30) Onde: π0 – é a potência respectiva por cada correia [ππ]; πΆπΌ – é o coeficiente do ângulo de abraçamento; πΆπ – é o coeficiente de comprimento da correia; πΆπ – é o coeficiente de relação de transmissão; e πΆπ – é o coeficiente de regime de carregamento. A potência transmissível por cada correia Pc é calculada tendo em conta os seguintes valores consultados em tabelas para os coeficientes de correcção: Tendo em conta o ângulo de abraçamento, tem-se: πΆπΌ = 0,87 Considerando a frequência de passagens da correia, tem-se: πΆπ = 0,97. Considerando a relação de transmissão da correia, tem-se: πΆπ = 1,14. Para um regime de carregamento com vibrações moderadas, tem-se: πΆπ = 1,2. Assim, a potência transmissível é: ππ = π0 ∗ ππ = 1,00 ∗ πΆπ ∗ πΆπ ∗ πΆπ ππ 0,87 ∗ 0,97 ∗ 1,14 = 0,802 ππ 1,2 i) Cálculo do número de correias O número de correias para a transmissão da potência é determinado por: 26 PMETC π§= π ππ ∗ πΆπ§ (31) Onde: π – é a potência total (π = 0,759 ππ); πΆπ§ – é o coeficiente do número de correias (toma-se πΆπ§ = 0,95) Então, o número de correias é: π§= 0,759 = 0,9962 0,802 ∗ 0,95 Tomamos π§ = 1. j) Cálculo da força de tensão inicial para cada correia O cálculo da tensão inicial para cada correia, é feito utilizando a fórmula: πΉ0 = 0,85 ∗ π ∗ πΆπ ∗ πΆπ + πΉπ£ [π] π§ ∗ π£ ∗ πΆπΌ ∗ πΆπ (32) Onde; πΉπ£ – é a força centrifuga, que é dada por: πΉπ£ = π ∗ π΄ ∗ π£ 2 [π] (33) Onde: π – é a massa especifica da correia (π = 1 250 ππ/π3 ); π΄ – é a área da secção transversal da correia (para secção A, π΄ = 81 ∗ 10−6 π2) Então a força centrifuga será: πΉπ£ = 1 250 ∗ 81 ∗ 10−6 ∗ 3,14152 = 1,18 π Tendo o valor da força centrifuga, a tensão inicial será: πΉ0 = 0,85 ∗ 0,759 ∗ 1000 ∗ 1,2 ∗ 0,97 + 1,18 = 202,03 π 1 ∗ 3,1415 ∗ 0,87 ∗ 1,14 k) Cálculo da força sobre os veios 27 PMETC A força (resultante) sobre os veios é determinada, utilizando a fórmula: π½ πΉπ = √πΉ1 2 + πΉ2 2 + 2 ∗ πΉ1 ∗ πΉ2 ∗ πππ π½ ≈ 2 ∗ πΉ0 ∗ cos ( 2 ) [π] (34) Onde: π½ – é o ângulo entre os ramais da correia; é dado por: π½ = 180° − πΌ = 180° − 166,85° = 13,15° A força πΉπ depende do número de correias π§, assim multiplica-se πΉ0 por π§. π½ 13,15° ) = 401,4 π πΉπ = 2 ∗ π§ ∗ πΉ0 ∗ πππ ( ) = 2 ∗ 1 ∗ 202,03 ∗ cos ( 2 2 l) Cálculo estimativo da longevidade da correia A longevidade da correia é o outro principal critério de capacidade de trabalho das correias. A estimativa da longevidade da correia é feita considerando um regime de um regime de exploração médio, com vibrações moderadas, utilizando a fórmula: π = πmed ∗ πΎ1 ∗ πΎ2 [βππas] (35) Onde: πmed – é o regime de exploração médio com vibrações moderadas (πmed = 2 000); πΎ1 – é o coeficiente de regime de carga (πΎ1 = 1,0); πΎ2 – é o coeficiente que considera as condições climáticas (πΎ2 = 1 para zonas centrais). Desse modo, estima-se uma longevidade de: π = 2 000 ∗ 1 ∗ 1 = 2 000 βππas m) Escolha do material para as polias Tendo em conta os parâmetros geométricos e cinemáticos da correia e os diâmetros das polias, escolhe-se como material das polias o ferro fundido, que é um material com boas propriedades sob o ponto de vista térmico por não possuir o inconveniente de aumento excessivo da temperatura devido ao atrito durante o funcionamento da transmissão, como acontece por exemplo com os plásticos. 28 PMETC CAPÍTULO 5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 5.1 Apresentação e Análise Dos Resultados A máquina projectada com dimensões de gabarito 694x442x1470 mm, será accionada a energia eléctrica, ela é composta por vários elementos que juntos fazem a operação de trituração das cascas de coco. O processo de trituração é feito na caixa de trituração, por onde passam dois veios contendo lâminas intercaladas que giram em sentidos opostos com diâmetro de 145 mm. A máquina irá triturar 2 toneladas de cascas de coco em 1 hora de trabalho. Ela apresenta capacidade operacional de trituramento equivalente ao trabalho de 200 pessoas, quando comparado com o processo manual. O processo automatizado é mais eficiente quando comparado com o manual pois se uma pessoa necessita de 1 hora para triturar 10 kg de cascas de coco, com a máquina poderá se triturar 2000 kg no mesmo intervalo de tempo, o que significa que a máquina será 200 vezes mais eficiente comparando ao trituramento manual. É uma máquina simples, e fácil de usar. Pois apos ser ligada, só precisa de ser alimentada e ela por si só faz todo o trabalho. 5.1.1. Estudo de viabilidade económica do projecto Entende-se por análise de viabilidade o estudo que procura prever/anteceder o eventual êxito ou fracasso de um projecto. Nesse sentido, tem por base dados empíricos (que possam ser contrastados) aos quais tem acesso através de diversos tipos de investigações (inquéritos, estatísticas, etc.). Tabela 7: Lista de componentes necessários ao projecto ELEMENTOS Chapa Motor Separadores Lâminas Polias Correias Veios Engrenagens Arruelas Quadro de suporte Parafusos de Cabeça Sextavada Porcas Sextavadas Mancais Matéria-Prima subsidiaria Total QUANTIDADE 1 1 30 30 2 1 2 2 72 1 Descrição Aço C20 Modelo 4A90L6Y3 Borracha sintética Ferro Fundido Aço Borracha sintética Aço Inoxidável Aço Aço Aço C20 Preço (MZN) 2500,00 5000,00 7500,00 15000,00 3000,00 1000,00 4000,00 2500,00 400,00 4000,00 32 Aço 300,00 52 4 Aço Ferro Fundido 500,00 4000,00 - - 10000,00 59700,00 29 PMETC Tendo-se avaliado os custos estimados para aquisição das peças que compõem a máquina, o valor necessário seria de 59,700,00 Meticais. A mão de obra estimada para a construção desta máquina é estimada em cerca de 20.000,00 Meticais. Assim, o valor necessário para materializar este projecto seria de 79,700.00 Meticais. 30 PMETC CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES E RECOMENDACÕES 6.1. Conclusões Pode se concluir que todos os conhecimentos e habilidades foram aplicados no processo de implementação dos sistemas operacionais, com o auxílio dos parâmetros consultados para a projecção e dimensionamento da máquina. O equipamento foi desenvolvido para mecanizar o processo tradicional de remoção das fibras da parte externa e média fibrosa do coco, que tradicionalmente é feito de forma rústica, demanda muito tempo e é perigosa ao trabalhador, uma vez que esta lida com ferramentas cortantes, em postura muitas vezes incorretas sob o ponto de vista de ergonomia. A máquina a energia eléctrica é a melhor opção para os agricultores usarem em vez dos métodos tradicionais. O procedimento para operar a máquina é simples, portanto, nenhum trabalho de habilidade é necessário para operar a máquina. O esforço humano será limitado, pois só será necessário para alimentar a máquina e retirar as cascas da caixa de trituração em caso de encravamento. Tendo consideração a viabilidade o projecto e a relação custo-benefício da máquina o projecto é viável, pois poderá fornecer renda ou substractos agrícolas para os interessados. 6.2 Recomendações Para uma melhor utilização da máquina, é necessário seguir as seguintes recomendações: Dar uma formação básica aos operadores da máquina, e procurar criar condições para que a máquina tenha um único operador. Pedaços de coco menores podem passar direto pelo conjunto de lâminas se forem alimentados separadamente, assim como pedaços maiores podem não passar no funil alimentador, nesse caso poderá selecionar o tamanho do coco ao alimentar a máquina para conseguir o resultado desejado. Verificar a bica de saída de material triturado durante o trabalho, se necessário, desligar o triturador para efetuar a desobstrução de material triturado na bica de saída. Essa situação pode ocorrer quando a fibra do coco triturado está com humidade ou se o coco estiver em estado de decomposição. Ao soltar os cocos dentro do funil alimentador verificar se o mesmo não ficou preso no conjunto de corte, isso impedirá de triturar mais material, nesse caso, recomenda-se que se desligue o triturador e se retire o coco trancado no conjunto de corte e retomar ao trabalho normalmente. 31 PMETC O acúmulo de material triturado pode obstruir a saída de material na bica de saída da máquina, nesse caso remova o monte triturado usando uma pá/inchada ou posicione a máquina em outro ponto para evitar o acúmulo de material triturado na bica de saída da máquina. 6.3 Limitações da pesquisa Para este trabalho, houve limitações em relação a testagem prática da dureza dos equipamentos, tendo sido necessário recorrer a testes e informações baseadas em literaturas paralelas do mesmo campo. Uma das dificuldades foi o acesso aos produtos concorrentes, logo não foi possível verificar se eles atendem os requisitos dos clientes, o que não permitiu a realização de uma avaliação competitiva entre a máquina do projeto e os produtos concorrentes. 6.4 Sugestões para futuros trabalhos Para trabalhos futuros recomenda-se elaborar o projeto detalhado do produto, com os seus componentes dimensionados, cálculo da capacidade produtiva da máquina, elaboração do protótipo físico da máquina e verificação de possíveis falhas no projeto de máquina. 32 PMETC REFERÊNCIAS NERES, Edilton. 2021. Studocu: Elementos de Máquinas. 04. Acedido em 20 de 11 de 2022. https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federaldo-espirito-santo/elementos-de-maquinas/sa5-anexo-1-selecao-do-tipode-correia-e-calculo-do-diametro-das-polias/13678602. 33 PMETC ANEXOS "[Insira aqui os Anexos]" 34