Impresso por Marcio Teodoro, E-mail marcioteodoro31@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 05/08/2023, 07:47:44 T (oC) Austenita (CFC) Zona Críca Ferrita (CCC) Mi Martensita (TC) Água Tempo AbaixodeumatemperaturaMideiníciodeformaçãodemartensitaforma-se uma estrutura muito dura e frágil denominada martensita, com reculado TC -tetragonalcompacto. Aestruturamartensícaéformadaporagulhasouplacasmuitonascomo sevênaFiguraabaixo. 2%nital-100X 2%nital-1000X Somente na metade do século passado começou-se a entender porque o açoendurecequandoresfriadobruscamente.OreculadoTCéumreculadoCCC distorcidodevido ao excesso de carbonocondo. A ferritatem capacidade muito pequenadedissolvercarbononoreculado.Jáaaustenitapodedissolver,emalta temperatura,todoocarbonocondonoaço.Duranteoresfriamento,nãohátem- 12 Impresso por Marcio Teodoro, E-mail marcioteodoro31@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 05/08/2023, 07:47:44 Módulo 2 posucienteparaaaustenitasetransformarnovamenteemferritaoucementa e o carbono em excesso ca redo na estrutura martensíca, promovendo forte distorção e introduzindo tensões elevadas no reculado. As tensões internas são tanto maiores quanto maior o teor de carbono em excesso, sendo responsáveis peloaumentodedurezadoaço. 68 900 65 800 60 600 500 50 400 40 300 30 200 20 10 0 100 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Dureza (HRC) Dureza (HV) 700 1,2 % Carbono A gura acima mostra a variação da dureza dos aços temperados com o teordecarbono.Dependendodoteordecarbonodoaçoépossívelobterdurezas que vão de 20 HRC até aproximadamente 67 HRC. Nos aços de muito alto teor de carbono não se obtém durezas mais elevadas devido à retenção de austenita (quandonemtodaaustenitasetransformaparamartensita). Curvas TTT Quando os aços são resfriados comvelocidades intermediárias outras microestruturasseformam.Paradescreveroqueocorreduranteoresfriamentodos aços submedo a tratamentos isotérmicos, ulizam-se as curvas TTT – Temperatura,Tempo,Transformação.Sãodiagramasquerelacionamastemperaturaseos temposdeinícioemdetransformação.Épossívellocalizarnascurvasasregiões emqueseformamferrita,perlita,bainitaemartensita. 13 Impresso por Marcio Teodoro, E-mail marcioteodoro31@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 05/08/2023, 07:47:44 A Zona Críca T (oC) Ferrita A+F Am Perlita Grossa Perlita Fina A+F+C Bainita Mi A+M Mf Martensita 1s 10s 1h 1min 1 dia Tempo A curva TTT abaixo mostra a representação de uma transformação de fase duranteumciclotérmico.Acurvamaisàesquerda(azul)correspondeaoiníciodas transformações e a mais à direita (cor vermelha) ao m das transformações. Nas duascurvasexistemduasretashorizontaisdenominadasrespecvamenteMieMf. Sãoastemperaturasdeinícioemdetransformaçãomartensíca. Quando uma curva de resfriamento cruza a curva TTT a transformação ocorre,naregiãoassinaladaporumserrilhado.Sabemosqualaestruturaéformadaanalisando-seemqueregiãodacurvaTTTocorreuatransformação. T (oC) Curva de início de transformação Curva de fim de transformação 1s 10s 1min 14 1h 1 dia Tempo Impresso por Marcio Teodoro, E-mail marcioteodoro31@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 05/08/2023, 07:47:44 Módulo 2 Curvas RC Paratratamentostérmicosindustriais,emqueraramenteastemperaturas sãomandasconstanteseaspeçassãoconnuamenteresfriadasdesdeatemperaturadeaustenizaçãoatéatemperaturaambiente,ulizam-securvasderesfriamentoconnuoquedescrevemastransformaçõesemresfriamentoconnuo. A T ( C) o Zona Críca Am Ferrita Perlita Bainita Mi Martensita Mf 1s 10s 1min 1h 1 dia Tempo Abainitaéumaestruturaacicularqueseformaemumaregiãointermediáriaentreadeformaçãodeperlitaeademartensita.Possuielevadadurezaeboatenacidade. 2%nital-500X No tratamento térmico indicado na curva RC acima haverá formação de umamisturadeferrita,perlitaebainitanamicroestruturadoaço. Nostratamentostérmicosindustriais,emqueoresfriamentodoaçoéconnuopodem-seformarmisturasdemicroestruturas,comomostraasériede6curvasderesfriamentosuperpostasàcurvaRC.Osnúmerosindicadoscorrespondem àdurezaVickersalcançadaapóscadaumdostratamentostérmicosindicados. 15 Impresso por Marcio Teodoro, E-mail marcioteodoro31@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 05/08/2023, 07:47:44 T ( oC) 800 A 700 F 600 P 500 B 400 M 300 336 481 415 1 10 139 170 217 200 DPH 10 2 103 0 104 (a)DPH=139 (b)DPH=170 (c)DPH=217 (d)DPH=336 (e)DPH=415 16 (f)DPH=481 Impresso por Marcio Teodoro, E-mail marcioteodoro31@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 05/08/2023, 07:47:44 Módulo 2 Microestruturasformadasapósresfriamentocomseisdiferentesvelocidadesderesfriamentoindicadasnaguraanterior.OsnúmerosDPHsãoasdurezas Vickersdecadaestrutura. Recozimento pleno TEMPERATURA Emconseqüênciadosprocessosdefabricação(fundição,lingotamentoconvencional,superaquecimento,etc.)asbarrasetarugosdeaçopodemacumulartensõeseapresentarmicroestruturasheterogêneascomexageradotamanhodegrãoe durezaelevada.Orecozimentoplenoéfeitocomoobjevodereduziromáximoa durezadoaço.Pormeiodorecozimentoplenoépossívelaumentaradulidadeea usinabilidade do aço além de controlar seu tamanho de grão. Uliza-se este tratamentoquandonasequênciadefabricaçãooaçodevesofrerelevadograudedeformaçãoouapeçadeveserusinada.Orecozimentoplenogarantedulidadeapeças queemoutrascircunstânciasapresentariamcomportamentofrágil. ORIGINAL DEFORMADO ESTADO PERMANENTE O recozimento pleno consiste em elevar lentamente a temperatura do aço atéaproximadamente50ºCacimadazonacríca(austenizaçãototal),nocasodos aços com teor de carbono menor que 0,8%. A formação de austenita em alta temperatura destrói todas as estruturas existentes anteriormente ao aquecimento. No resfriamentoformam-seaferritaeaperlitagrossaquegarantemamolecimentodo material.Paraosaçoscomteordecarbonomaiorque0,8%(52100)orecozimento éfeitoemtemperatura50ºCacimadolimiteinferiordazonacríca. 17 Impresso por Marcio Teodoro, E-mail marcioteodoro31@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 05/08/2023, 07:47:44 Temperatura em oC ZONA DE AUSTENITIZAÇÃO A2 A3 Resfriamento ZONA CRÍTICA Ac m AUSTENITA 910 768 FERRITA E AUSTENITA A1 A1 727 Recozimento pleno PERLITA + FERRITA Ambiente 0 0,4 0,8 1,2 Teor de carbono em % Oaçoémandonatemperaturaporumtemposucienteparaqueaestrutura se torne austeníca ou uma mistura de austenita + cementa e em seguida é resfriado dentro do forno com uma velocidade de aproximadamente 25ºC/h, até aproximadamente 50 ºC abaixo da zona críca. A parr desta temperatura o aço pode ser resfriado ao ar. É importante que a passagem pela faixa de temperaturas emqueocorreatransformaçãosejabastantelentaparaqueseformeperlitagrossa, perlita esferoidizada e cementa esferoidizada na estrutura do material. Na tabela abaixoépossívelobterastemperaturasdeaustenizaçãoeosciclosderesfriamento paraaçoscomdiferentesteoresdecarbono,bemcomosuasdurezas. AÇOS-CARBONO ABNT (AISI) 1020 1025 1030 1035 1040 1045 1050 1060 1070 1080 1090 1095 TEMPERATURA DE AUSTENIZAÇÃOo C CICLO DE RESFRIAMENTO* DE ATÉ 855 o 855o - 900o 855o - 900o 840o - 885o 840o - 885o 790o - 870o 790o - 870o 790o - 870o 790o - 840o 790o - 840o 790o - 840o 790o - 830o 790o - 830o 855 o 840 o 840 o 790 o 790 o 790 o 790 o 790 o 790 o 790 o 790 o *Resfriamento a 25 oC/h, no interior do forno. 18 700o 700o 650o 650o 650o 650o 650o 650o 650o 650o 650o 660o FAIXA DE DUREZA (BRINELL) 111 - 149 111 - 149 126 - 197 137 - 207 137 - 207 156 - 217 156 - 217 156 - 217 167 - 229 167 - 229 167 - 229 167 - 229 Impresso por Marcio Teodoro, E-mail marcioteodoro31@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 05/08/2023, 07:47:44 Módulo 2 Esferoidização Os aços de alto carbono % C > 0,8% (p.e aços para rolamento) apresentam umaredefrágildecementaprecipitadanoscontornosdaperlita.Estaquandade maior de cementa presente nestes aços torna-os diceis de usinar. Para melhorarsuausinabilidadefaz-seumtratamentodeesferoidização.Otratamentoéassim chamado porque as parculas de cementa tornam-se esféricas após tempos prolongados de exposição a temperaturas ligeiramente subcrícas. O tratamento produzcementaesferoidalemumamatrizdeferrita,eliminandoapresençadeperlita earededecarbonetosfrágeisanteriormenteexistentesnamicroestrutura. AUSTENITA Temperatura em oC 768 Ac m ZONA CRÍTICA A3 Resfriamento 910 ZONA DE AUSTENITIZAÇÃO A2 FERRITA E AUSTENITA A1 A1 727 Esferoidização Perlita + Cementa Ambiente 0 0,4 0,8 1,2 Teor de carbono em % Otratamentoconsisteemaquecimentodoaçoatéumafaixadetemperaturas50ºCabaixodazonacríca,manutençãoprolongada(váriashoras)nestatemperaturaeresfriamentolentodentrodoforno. T Zona Críca Aquecimento prolongado abaixo da ZC Resfriamento lento no forno Tempo Esta estrutura confere mínima durezaemáximausinabilidade. 19 Impresso por Marcio Teodoro, E-mail marcioteodoro31@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 05/08/2023, 07:47:44 Os aços de baixo teor de carbono quase nunca são esferoidizados porque são muitomolesedeformáveiseempastam a ferramenta, provocando seu aquecimentoedesgasteexcessivo. Alívio de tensões O aquecimento dos aços para alívio de tensões é feito para reduzir tensões residuaisintroduzidasporusinagempesadaouconformaçãomecânicaafrio.Muitas vezesétambémchamadoderecozimentosubcríco.Geralmenteéfeitoemtemperaturas subcrícas e através deste tratamento consegue-se aumentar a dulidade, melhorarausinabilidade,removertensõesresiduais,atravésdareduçãodadureza, dolimitedeescoamentoedolimitederesistênciadomaterial. Normalização TEMPERATURA A normalização do aço é feita quando se deseja renar o grão do material. O aço com grãos grandes tende a apresentar maior heterogeneidade de propriedades e maior fragilidade. O reno de grão garante maior homogeneidade de propriedades, e maior tenacidade. O tratamento térmico de normalização consiste no aquecimentodoaçoaté60ºCacimadolimitesuperiordazonacríca(A3 ouAcm), sempregaranndoaustenizaçãototaldomaterial.Emseguidaéreradodoforno edeixadoresfriaraoarnatural.Aestruturaresultanteédepequenosgrãosdeferrita eperlitana.Essetratamentoébemmaisbaratoqueoderecozimentopleno,pois ofornopodeserdesligadologoapósomdoperíododeaustenização. ZONA CRÍTICA TEMPO 20 Impresso por Marcio Teodoro, E-mail marcioteodoro31@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 05/08/2023, 07:47:44 Módulo 2 Normalização ZONA DE AUSTENITIZAÇÃO Temperatura em oC ZONA CRÍTICA A2 A3 Resfriamento 910 Ac m AUSTENITA 768 FERRITA E AUSTENITA A1 727 A1 PERLITA + FERRITA Ambiente 0 0,4 0,8 1,2 Teor de carbono em % T (oC) A Ferrita Zona Críca Am Perlita Bainita Mi Martensita Mf 1s 10s 1min 1h 1 dia Tempo A principal diferença entre os tratamentos de recozimento pleno e de normalização é que as peças tratadas em recozimento pleno apresentam dulidade e usinabilidadehomogêneasemtodasasregiões,jáqueapeçatodacaexpostaao cicloderesfriamento.Jánocasodapeçanormalizadaavelocidadederesfriamento nãoéuniforme.Seçõesmaisespessasresfriammaislentamentedoqueseçõesmais nas.Comoavelocidadederesfriamentoéheterogênea,amicroestruturaeaspropriedades(usinabilidadeeconformabilidade)tambémosão.Casosedesejeusinar apeçanasetapassubseqüentesdefabricaçãoémelhorfazerorecozimentopleno. 21