PATOLOGIA ESPECIAL DO TRATO GASTROINTESTINAL {DOENÇAS DO ESOFAGO} INTRODUÇÃO Órgão muscular Terço superior: musculatura esquelética Dois terços inferiores: musculatura lisa Funções Transporte do bolo alimentar até o estomago Evitar o refluxo do conteúdo gástrico Histologia Um dos poucos órgãos que não ter serosa Epitélio estratificado escamoso Principais sintomas das afecções de esôfago: Disfagia Pirose: queimação retroesternal; azia Sialose: Sali Hematêmese Cólica esofágica lembra a dor de infarto Regurgitação Odinofagia Distúrbios: Motores Inflamatórios Neoplásicos HERNIA HIATAL ACALASIA Distúrbio motor mais comum Ausência de movimento – Tríade Aperistalse Relaxamento parcial ou incompleto do EEI com a deglutição Aumento do tônus basal do EEI Acontece por lesão do plexo mioentérico Responsável pelo relaxamento Pode ser: Primária: degradação dos neurônios direta Secundária no Brasil a principal causa é a doença de Chagas que causa a degradação desses neurônios Morfologia Dilatação progressiva do esôfago acima do nível do EEI Manifestações clinicas: Disfagia progressiva Regurgitação noturno e aspiração de alimentos não digeridos Halitose Perda de peso Exames Manometria (padrão ouro): Avalia a força de contração muscular dos esfíncter e da musculatura esofágica SEED: Imagem em chama de vela; radiografias seriadas para companhar a descida do contraste tomado pelo paciente Tratamento Objetivo primário: relaxar o EEI Nitrato e bloqueador de canal de cálcio Balão para dilatação Cirurgia Protusão do estomago através do orifício (hiato esofagiano) em que o esôfago atravessa o diafragma Alargamento entre os pilares diafragmáticos e a parede esofágica Pode ocorrer: Por deslizamento (maioria, muito discretas) Paraesofágica Pode estar associado a: Fraqueza do diafragma, que permite a passagem de parte do estomago pelo hiato Traumatismo torácico ou abdominal, ou por situações que gerem pressão excessiva e mantida dos músculos adjacentes (tosse, espirros, esforço defecatório ou levantamento de pesos) Mais comum em pessoas idosas e portadoras de obesidade Quadro clínico Pequenas dimensões não resulta em sintomas Em tamanhos maiores pode causar alterações de mecanismos de proteção contra a passagem do ácido gástrico para o esôfago DRGE LACERAÇÕES (SÍNDROME DE MALLORY-WEISS) Lacerações longitudinais, ao nível da mucosa gástrica proximal Geralmente superficiais e autolimitadas Cicatrização tende a ser rápida e completa Vários mm a cm de comprimento Consequência de vômitos incoercíveis Não há relaxamento entre uma onda contrátil e outra Alcoolatras Tratamento (caso não cesse espontaneamente) Vasoconstritores, transfusões e as vezes tamponamento por balão SÍNDROME DE BOERHAAVE PATOLOGIA ESPECIAL DO TRATO GASTROINTESTINAL Brancoespamos Pneumonia Raro Lacerações transmurais com ruptura de esôfago distal Necessária intervenção cirúrgica ESOFAGITE DE REFLUXO ESÔFAGO DE BARRETT O refluxo do conteúdo gástrico é a principal causa de esofagite Causas: Principal: Relaxamento transitório prolongado e frequente do esfíncter Diminuição da eficácia dos mecanismos antirrefluxo Condições que diminuem o tônus de EEI (por exemplo certos alimentos) Hérnia hiatal por deslizamento Morfologia As alterações dependem da duração e intensidade da exposição Hiperemia pode ser a única alteração Histologia: recrutamento de eosinófilos e de neutrófilos (em casos mais sérios) para mucosa escamosa Classificação de Los Angeles Complicação do refluxo gastroesofagico de longa duração Metaplasia dentro da mucosa escamosa esofágica A patogenia não é clara Hipótese: á inflamação, segue-se crescimento interno das células pluripotentes que depois se diferenciam em epitélio colunar que é mais resistente á lesão pelo ácido péptico Grande problema Adenocarcinoma Quando paciente evolui para o esôfago de Barrett ele tem uma melhora clínica Morfologia Placas de mucosa vermelha e aveludada Essa mucosa metaplasica alterna com mucolsa lisa residual, escamosa, pálida (esofágica) proximalmente e faz. Interface com mucosa colunar marrom-claro (gástrica) distalmente Espitelio escamoso esofágico substituído por epitélio colunar metaplásico com glândulas mucosas Conduta Tratar a esofagite clinicamente e acompanhar com EDA sequencial 1º ano pós diagnóstico: 2 exames Ausencia de displasia: EDA a cada 3-5anos Displasia de baixo grau EDA anual ou terapia endoscópica Displasia de alto grau terapia endoscópica ou esofagectomia Terapia endoscópica abrange duas técnicas distintas: ablacao com ondas de radiofrequência; ressecacao da mucosa TUMORES (MAIS COMUNS) Manifestações clínicas Dor epigástrica Dor precordial Queimação retroesternal Hematêmese Melena Sangue oculto positivo nas gezes Anemia Odinofagia Recusa alimentar Tosse Estridor Laringite Carcinoma de células escamosas mais comum mundialmente Álcool, tabaco, lesão esofágica caustica, acalasia, consumo frequente de bebidas muito quentes e radioterapia anterior para o mediastino Terço médio do esôfago Lesão in situ na forma de displasia escamosa espessamentos semelhantes a placas pequenas, brancoacinzentadas massas tumorais polipoides Os tumores sintomáticos geralmente são muito grandes no momento do diagnóstico e já invadiram a parede do esôfago A rede linfática submucosa rica promove disseminação circunferencial e longitudinal Manifestações clínicas: PATOLOGIA ESPECIAL DO TRATO GASTROINTESTINAL o Disfagia o Perda ponderal o Rouquidão/tosse Diagnóstico: o EDA o Biopsia o Esofagograma sinal do degrau ou da mordida da maçã Adenocarcinoma aumentado a incidência Principalmente: esôfago de Barret Patogenia o Aquisição gradual de alterações genéticas o Acumulam mutações o Anormalidades cromossômicas Morfologia o Terço distal do esôfago o Placas planas ou elevadas na mucosa o Massas exofíticas, infiltração difusa ou úlceras o No exame microscópico, o esôfago d Barrett frequentemente está presente adjacente ao tumor {DOENÇAS DO ESTOMAGO} ÚLCERA PÉPTICA INTRODUÇÃO Divisão do estomago: Histologia: mucosa, submucosa, muscular própria e serosa Corpo e fundo gástrico Células parietais ácido clorídrico e Fator Intrínseco o Possui três receptores: acetylcolina; histamina e gastrina Células principais pepsinogênio Células enterocromafin-like histamina Antro gástrico Células G gastrina (mais potente estimulador da secreção gástrica) Células D somastostatina (hormônio inibitório produção ácida) Patogenia Diminui a população de células d hipercloridria Uréase ureia amônia agride epitélio Produção de fatores quimiotáticos para neutrófilos espécies reativas de O2 lesão do epitélio Quebra do muco Morfologia Variam de profundidade (atinge a mucosa e se estende até a submucosa) Ulceras agudas geralmente são arredondas e com menos de 1 cm de diâmetro A base da ulcera geralmente é manchada de marrom a preto Agente agressor removido reepitelização Características clinicas Epigastralgia Sangramento de eroses gástricas ou ulceras superficiais que podem exigir transfusão Hematêmese POR H. PYOLRI PATOLOGIA ESPECIAL DO TRATO GASTROINTESTINAL 10 a 15% gastrite crônica ativa hipercloridria ulcera péptica Quebra da barreira Aumento da produção acida diminuição das células D Estímulo mantido as células B Linfoma MALT Pangastrite crônica atrófica câncer gástrico (adenocarcinoma) {DOENÇAS DOS INTESTINO S} RETOCOLITE ULCERATIVA DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL Principais: Doença de Crohn Retocolite ulcerativa Colite indeterminada (quando não é possível distinguir quais dos outras duas formas é o caso) o Tanto a RCUII quanto a DC apresentam padrões endoscópicos que sugerem um ou outro diagnóstico o Alguns pacientes podem apresentar achados endoscópicos característicos de ambas as doenças o Limitado aos pacientes com acometimento exclusivo do cólon, que não apresentam fístulas ou doença perianal São doenças inflamatórias crônicas, progressivas, recidivantes Etiologia desconhecida Genética Resposta imunes da mucosa alteradas espontâneo, provavelmente contra a microbiota normal do próprio indivíduo Induzida por microbiota atípica ? Pode acometer indivíduos em qualquer idade Tratamento Agentes imuno supressores e imunorregulares Complicações Sangramentos – RCU Megacólon tóxico – RCU Estenoses – DC Fístulas – DC Câncer – RCU A diferenciação entre RCU e DC é feita por critérios clínicos, radiológicos, endoscópicos e histológicos. Restrita ao intestino grosso Locais mais acometidos: reto e sigmoide Limitada a mucosa Uniforme e ascendente Manifestações clinicas Hemorragias puntiformes Ulcerações rasas Maior chance de desenvolver carcinoma Megacólon tóxico: ocorre quando a inflamação a camada muscular, levando à perda de seu tônus intrínseco e consequente adelgaçamento da parede intestinal. Psudopólipos inflamatórios: devido inflamação, há maior infiltração da muscular da mucosa por células inflamatórias gerando tecido de granulação e subsequente pólipo. Lesões não neoplásicas, originadas da mucosa em razão de ciclos de inflamacao e regeneracao de epitélio serado. Na RCU de longa evolução perda das haustracoes espessamento da musculatura lisa com aspecto de cano de chumbo Diagnóstico Aspectos a serem observados: extensão e gravidade Quanto a extensão é estratificada quanto ao grau de acometimento do colon: proctite, proctosigmoide (doença distal), colite esquerda (até a flexura esplênica) ou pancolite (além da flexura esplênica) Gravidade é estimada com base no número de evacuações por dia e pela presença (ou ausência) de sinais de inflamação sistêmica, tais como febre e taquicardia. DOENÇA DE CROHN Caráter segmentar ou salteado Qualquer parte do TGI pode ser afetada É transmural PATOLOGIA ESPECIAL DO TRATO GASTROINTESTINAL Ulcera fístula fibrose estenose de segmentos “Pedras de calçamento” Várias ulceras progredindo retilineamento se encontram, dando essa aparência Não tem cura definitiva Pode afetar colón de forma isolada Histologicamente a inflamação é crônica e inespecífica mas há também formação de granulomas não caseosos em cerca de 40 a 50% dos casos. Frequencia de acometimento dos locais: Boca: 5% Esôfago <1% Estômago/duodeno: até 5% Perianal: até 36% Ileocolite: 55% Colite granulosa: 20% Enterite regional: 20%