UFCD 6567: NOÇÕES GERAIS DO SISTEMA GASTROINTESTINAL, URINÁRIO E GÉNITOREPRODUTOR ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS DISFALGIA E DISPEPSIA Formadora. Daniela Mendes Formandos: Diogo Pina, Rafael Alves, Rute Pancha Mediadora: Dr.ª Claúdia Lameiras Coordenadora: Dr.ª Susana Carvalho Introdução • As doenças como a disfagia e a dispepsia são por vezes silenciosas ou violentas, diagnósticos diversificados e não específicos no caso da dispepsia podem complicar a vida aos pacientes e profissionais de saúde, tudo sobre este problemas patológicos neste trabalho proposto pela formadora Daniela Mendes no âmbito da UFCD 6567 sistema do gastrointestinal e reprodutor. Conceito de disfagia • A Disfagia pode ser definida como dificuldades de deglutinação ( o acto de engolir alimentos que começa na vida fetal, é uma ação automática que é comandada pelo tronco cerebral e serve para transportar o bolo alimentar para o estômago e realizar a respectiva limpeza do trato respiratório. Por meio da deglutinação, o bolo alimentar que circula pela boca até chegar ao estômago, passando pela faringe e pelo esôfago • Sensação de caroço na garganta Conceito de disfagia • A disfagia pode levar a aspiração traqueal de material ingerido, secreções orais ou ambos. A aspiração pode causar outro problema como a pneumonia aguda • A aspiração recorrente pode levar eventualmente a uma doença pulmonar crônica • A disfagia em grandes períodos de tempos pode levar a uma má alimentação e emagrecimento ou até mesmo bulimia Disfagia orofaríngea • Disfagia orofaríngea que se traduz na dificuldade de esvaziar o material da orofaringe no esôfago que resulta de uma função anormal proximal ao esôfago, normalmente os pacientes queixam se de dificuldades em iniciar a deglutinação, regurgitação nasal e aspiração traqueal seguida de tosse • Normalmente ocorre mais frequentemente em pacientes com doenças neurológicas ou musculares que afetam a musculatura esquelética Disfagia esofágica • A disfagia esofagiana consiste na dificuldade da passagem de alimento pelo esôfago • Pode resultar de obstrução mecânica ou distúrbio motor Sintomas • Sintomas neuromusculares : fraqueza e fatigabilidade fácil, distúrbio de marcha ou equilíbrio, tremores e dificuldades na fala • Sintomas gastrointestinais : azia, desconforto no tórax sugestivos de refluxo • Sintomas das doenças no tecido conjuntivo são : mialgia, artralgia, fenômeno de raynaud e alterações cutâneas Sinais alerta • Sintomas de obstrução completa como por exemplo babar ou incapacidade de engolir qualquer coisa • Déficit neurológico focal de origem recente, especialmente qualquer fraqueza objectiva • Disfagia, resultando em perda ponderal ( peso) • Os exames focam-se essencialmente em : • Exames neurológicos completos com atenção a qualquer tumor de repouso, aos nervos cranianos • Avaliar o estado nutricional Exames físicos • Força muscular • Observação de fadiga devido a miastenia grave • Observar o equilíbrio através de testes • Pele examinada em busca de erupções cutâneas ou alterações na espessura ou textura, particularmente na ponta dos dedos. Exames físicos • Pescoço avaliado para se verificar a existência ou não de massas • Os músculos são inspeccionados por emaciação e fasciculações e são apalpados procurando por regiões sensíveis Exame endoscopia via alta • Endoscopia por via alta é de extrema importância para descartar a hipótese de cancro • Durante a endoscopia devem ser obtidas biópsias esofágicas para detectar esofagite eosinofílica • O exame permite analisar o interior do esôfago, o interior do estômago e o duodeno • https://www.youtube.com/watch?v=eWxKwZGFAug • Exame com bário contrastado pode ser executado por um radiologista ou um técnico de radiologia • Antes do teste o duodeno deve estar vazio • Remover tudo o que possa impedir um boa imagem raio x Exame com bário engolido • Começa-se por fornecer ao utente grânulos efervescentes para criar gás e expandir o estômago para uma visão mais clara • De seguida é dado o líquido de contraste do bário • Tudo este processo para clarificar as imagens do raio x que podem dar maior clareza do problema • O tratamento da disfagia é direcionado à causa específica, se houver obstrução completa, a endoscopia digestiva alta de emergência é essencial Tratamento da disfagia • Se for encontrada estenose, anel ou membrana, realiza-se dilatação endoscópica cuidadosa • Aprendizagem através de um especialista em reabilitação em posicionamento da cabeça a comer nos casos disfagia orofangínea • Reinternamento dos músculos da deglutinação • Realização de exercísios força e coordenação da língua Tratamento da disfagia • Realização de exercícios que melhoram a capacidade de acomodar o bolo alimentar na cavidade oral • Em casos de disfagia grave e aspiração recorrente podem precisar de uma sonda gastrostomia Dispepsia • Dispepsia é uma sensação de ou desconforto na parte superior do abdómen, muitas das vezes é recorrente • Pode ser descrita como indigestão, gases, saciedade precoce, empachamento pós gradial, sensação de corrosão interna ou queimação Dispepsia • Muitos pacientes têm achados nos exames como por exemplo a duodenite, distúrbios de motilidade, gastrite por Helicobacter pylori, deficiência de láctase, colelitíase que normalmente têm pouca correlação com os sintomas ( a correção da anormalidade não alivia a dispepsia) Dispepsia não ulcerosa • A dispepsia não ulcerosa ou dispepsia funcional é a existência de sinais e sintomas dispépticos em um paciente mas sem registar alterações nos exames físicos ou na endoscopia do trato gastrointestinal alto e/ou outras avaliações como exames labotoriais ou/e exames de imagem Construção do diagnóstico • Não existe exames diagnósticos específicos, por esse motivo, este é baseado em diagnósticos diferenciados com outras doenças cujos os quadros podem cursar com a dispepsia • Extrair uma descrição clara de sintomas, incluindo se são agudos ou crônicos e recorrentes • Outros elementos que incluem o momento e a frequência da recorrência • Qualquer dificuldade de deglutinação e relação presente dos sintomas com a alimentação e uso de fármacos • Ter em conta se existem factores que agravem os sintomas como esforço, alimentação e substância tóxicas Construção do diagnóstico • Revisão de sistemas com o objectivo da procura de sintomas gastrointestinais concomitantes, como a anorexia, náuseas, vómitos, hematémese, perda ponderal e fezes com sangue ou negras( melanóticas) • Outros sintomas incluem dispneia e sudorose Construção de diagnósticos • Incluir diagnósticos gastrointestinais ou cardíacos conhecidos • Avaliação de factores de risco cardíaco como a hipertensão e hipercolesterolemia • Resultados de exames realizados e tratamentos tentados • Historial de uso de fármacos e substância tóxicas como álcool e drogas Exames físicos • Revisão de sinais vitais para observação específica de taquicardias ou pulsos irregulares • O exame geral deve procurar por palidez ou sudorose, caquexia ou ictéricia • Palpação do abdómen para procura de áreas doloridas, massas ou organomegalia • Realização do toque retal para detectação de sangue vivo ou oculto Exames • Em pacientes cujos os sintomas sugerem isquemia coronariana aguda, particularmente aqueles com factores de risco devem ser encaminhados ao pronto-socorro para exames de urgência, incluindo eletrocardiograma e enzimas cardíacas • Os exames de doenças cardíacas deve sempre preceder os exames para os distúrbios gastrointestinais como a endoscopia Exames • Pacientes crónicos e inespecíficos os exames de rotina são: • Hemograma completo, para descarte de anemia causada pela perda de sangue gastrointestinal • Bioquímica de rotina Exames • Caso os resultados dos exames escritos no slide anterior sejam anormais , testes adicionais como por exemplo estudos de imagem, endoscopia devem ser considerados. • Para considerar o risco de cancro pacientes com menos de 55 anos e com sinais alerta recentes devem realizar uma endoscopia alta( explicada no slide 11) Exames • Para pacientes com mais de 60 anos sem sinais de alerta, os profissionais sugerem um tratamento empírico por 4 a 8 semanas com antis secretores como por exemplo inibidores da bomba de prótons e seguido de uma endoscopia • Caso haja falha terapêutica, profissionais costumam procuram saber se o problema pode ser infecção por helicobacter pylori fazendo um teste respiratório com ureia marcada com 14c ou um teste do antígeno fecal • manometria esofágica e a phmetria são indicadas se os sinais de refluxo persistirem depois da endoscopia digestiva alta e do tratamento por 4 a 8 semanas com IBP Sinais alerta • Episódio agudo de dispneia , sudorese ou taquicardia • Anorexia • Náuseas ou vómitos • Perda ponderal • Sangue nas fezes • Disfagia ou odinofagia • Ausência da melhora com bloqueadores H2 ou IBP Interpretação dos achados • Um único episódio e agudo de dispepsia não preocupante, especialmente se os sintomas forem acompanhados de dispneia, sudorese ou taquicardia o que se pode traduzir que o paciente tenha isquemia coronariana aguda • Sintomas crónicos que ocorrem com esforços e melhoram com repouso podem ser decorrentes de angina Interpretação dos achados • Sintomas com causas gastrointestinais têm grande probabilidade de se manifestar como queixas crónicas • Sintomas classificados de tipo úlcera consistem em dor localizada no epigástrio, que geralmente ocorre antes de refeições e que se aliviam com alimentos, antiácidos ou bloqueadores de H2 • Sintomas e sinais do tipo distúrbio de motilidade consistem em mais desconforto do que propriamente a dor, em conjunto com saciedade precoce, plenitude pós- prandial, distensão, náuseas, vómitos e acompanhado de sintomas que pioram com a alimentação Interpretação dos achados • Sintomas tipo refluxo consistem na queimação retrosternal ou regurgitação ácida. • A alternância entre a diarreia e a constipação com dispepsia sugere síndroma do intestino irritável ou uso excessivo de laxantes ou antidiarreicos sem prescrição médica tratamento dispepsia • Doenças específicas são tratadas com : • IBPs • Bloqueadores de H2 • Agente citoprotector Tratamento dispepsia • Pacientes com dispepsia tipo distúrbio de motilidade podem ser tentados fármacos pró cinéticos como por exemplo eritromicina e metoclopramida • Os fármacos que alterem a percepção sensorial como antidepressivos tricíclicos podem ser utéis Tratamento dispepsia • Doentes com problemas não específicos devem ser examinados e acompanhados com maior regularidade • Ressalva para anticolinérgicos e misoprostol não são efectivos nos casos de dispepsia funcional conclusão • Espero que com este trabalho tenhamos esclarecido possíveis dúvidas e curiosidades acerca destas duas patologias do gastroinstinal. Tanto a disfagia como dispepsia podem ser problemas severos na saúde mental, o que nos fez chegar a conclusão que os nossos hábitos diários devem ser saudáveis para prevenção e tratamento destas patologias, sendo que a alimentação saudável será a principal e que as substâncias tóxicas são nocivas e podem causar patologias.