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Dossier de aprendizagem

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Dossier de
aprendizagem
Unidade Curricular: Competências Sociais e
Empregabilidade
A91047 Diana Luísa Sampaio Azevedo
Ano Letivo 2021/2022
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 1
Aula 22/02/2022 – Competências sociais e Competência de Escuta ............................... 1
Aula 08/03/2022- Competências de comunicação não-verbal: Comunicação Empática . 4
Aula 15/03/2022- Emoções e comportamentos sociais .................................................... 7
Aula 22/03/2022-Gerir conflitos ...................................................................................... 9
Bibliografia ..................................................................................................................... 11
I
Introdução
No âmbito da Unidade Curricular “Competências Sociais e Empregabilidade”, foi
proposta a realização de um dossiê de aprendizagem, o qual deveria conter um resumo e
uma reflexão sobre a aprendizagem de quatro aulas lecionadas.
Deste modo, o dossiê apresentado será baseado nas quatro primeiras aulas (com exceção
da aula de apresentação), isto porque, para além de ser conveniente no sentido ficar com
tempo livre nos dias próximos do teste, também considero que nestas quatro primeiras
aulas foram lecionadas competências fundamentais para o bom relacionamento com
outros, algo que a meu ver é essencial para alcançar uma vida equilibrada e saudável,
evitando a tendência para o isolamento. Ainda, como acabamos de sair de um contexto
de covid-19, onde o isolamento foi obrigatório durante algum tempo, é bom rever estas
competências e voltar a colocá-las em prática. Para além disso, as atividades realizadas
nestas aulas, como as realizei com pessoas desconhecidas, permitiram-me conhecer
outras pessoas e as suas perspetivas em variados assuntos.
Aula 22/02/2022 – Competências sociais e Competência de Escuta
As competências socio emocionais são uma classe mais vasta na qual estão abrangidas as
competências sociais, como por exemplo a empatia, a curiosidade, tolerância etc.
No entanto, não se nasce com competências sociais. Estas aprendem-se nos contextos
educacionais (escola, comunidade, família), podem ser aperfeiçoadas, são comparáveis e
dependem da aptidão de uma pessoa para aprender, para se ajustar a novos ambientes, e
também da experiência. Ou seja, competências sociais são aprendidas ao longo da vida
através de métodos formais ou informais de interação com os indivíduos e, portanto,
influenciadas pela cultura e eventualidades do ambiente. (Prette & Prette, 2017).
Assim, sendo que as necessidades do contexto vão definir o tipo de competências
necessárias e a forma em que são necessárias, estas variam de acordo com o contexto. Por
exemplo, a competência de cumprimentar, é diferente para alguém próximo como um
amigo ou para uma pessoa de estatuto mais elevado.
Já relativamente à mestria esperada para uma categoria de competência social, esta pode
variar dependendo da etapa de desenvolvimento em que a pessoa se encontra, ou seja, da
sua experiência. Por exemplo: pode-se supor melhor desempenho de um jovem para lidar
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Competências Sociais e Empregabilidade
com críticas do que de uma criança (Prette & Prette, 2017). Na verdade, as competências
sociais acompanham de tal forma a vivência do individuo que, segundo estudos
realizados, estas afetam o rendimento académico e os resultados positivos nas relações
sociais, no emprego, na qualidade de vida etc.
Mas, apesar de as competências sociais serem aprendidas na interação entre indivíduos,
é errado admitir que a competência social é medida pelas intenções. O que se observa
realmente é que a competência social envolve o juízo de valor feito pelos outros
relativamente ao nosso modo de funcionamento social. Isto é, a competência social não é
medida pelas intenções nas interações, mas sim pelo impacto sentido pelo outro. Deste
modo, ser socialmente competente envolve a capacidade de estabelecer relações
interpessoais e de influenciar respostas, de modo a fortalecer a comunicação e interações
positivas.
Adicionalmente, a forma como respondemos às situações sociais relaciona-se com as
experiências e modelos prévios (background social, influências inconscientes), e,
portanto, aprende-se competências sociais através da observação dos outros, e dos
modelos de referência a que somos apresentados e/ou selecionámos, e com que nos
identificamos ou não.
Em síntese, as competências sociais dizem respeito a um construto descritivo dos
comportamentos sociais valorizados em certa cultura com elevada possibilidade de resultados
benéficos para o sujeito, seu grupo e comunidade que podem colaborar para um desempenho
socialmente competente em tarefas interpessoais. (Prette & Prette, 2017).
Na verdade, uma competência social fundamental, é a competência de Escuta. Isto, uma
vez
que
todas
as
outras
competências
de
comunicação
assentam
nesta.
De forma sucinta, a Escuta Ativa caracteriza-se por ouvir outra pessoa e prestar-lhe
atenção, atenção completa. É ouvir e tentar perceber o que está a ser transmitido em
simultâneo com a demonstração de se estar a ouvir. Assim, para além de ser uma
abordagem focada no outro, é também um processo cognitivo (“Processo de receber e
interpretar estímulos auditivos” (Pearson & Nelson, 2000)), sendo então uma
competência cognitiva linguística. Neste contexto, é relevante não baralhar entre Ouvir e
Escutar. Ouvir faz parte das nossas características fisiológicas, é uma atividade física
enquanto escutar envolve um esforço cognitivo e é, portanto, um processo mental.
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Assim, entende-se que a competência social de escutar não é algo tão difícil, mas bastante
importante. Desta forma, para alcançar uma escuta interpessoal efetiva, deve-se perceber
a comunicação verbal e não-verbal do outro, ouvir com atenção, para obter o máximo de
informação, compreender e assimilar a mensagem verbal, interpretar o significado dos
sinais não-verbais, avaliar o que está a ser dito e, quando apropriado, empatizar e por fim
responder adequadamente.
Neste
sentido,
pode-se
identificar
seis
tipos
de
escuta.
Existe a escuta discriminativa, que corresponde à forma mais básica e implica apenas
monitorizar os estímulos auditivos como por exemplo ouvir se o comboio está a chegar.
Existe também a escuta informativa e/ou compreensiva que acomoda a atender às ideias
centrais e temas críticos, como por exemplo ouvir a um podcast. Há também a escuta
avaliativa, que ocorre quando quem comunica está a tentar persuadir ou influenciar–nos
em relação a algo. Destaca-se também a escuta apreciativa que procura de sinais ou
mensagens no sentido de obter algum prazer por exemplo quando estamos a ouvir música.
Ainda, existe a escuta empática/terapêutica que ocorre quando ouvimos alguém que
precisa de ser ouvido e compreendido ou ajudado. E por último, a escuta
dialógica/relacional, que ocorre quando se está a conversar normalmente com alguém.
Para se realizar um processo de escuta de forma mais efetiva, é útil estar consciente dos
três fatores que a influenciam. Estes são o Reducionismo (quando apenas retemos uma
pequena parte de toda a informação que ouvimos), a Racionalização (quando assimilamos
a informação de forma a que esta encaixe na situação e na nossa experiência, e se isto não
acontece, por vezes, racionalizamos, focando-nos num raciocínio lógico) e a Mudança na
ordem
dos
acontecimentos.
Para além disto, a escuta é afetada em relação ao ouvinte, pela sua capacidade linguística,
pela sua motivação, capacidade organizativa, idade, género, condição física e
características da personalidade. É afetada também em parte pelo que fala, a nível da
velocidade da voz, pela clareza, fluência e audibilidade do que está a ser dito bem como
pela emoção e pelo estatuto. A escuta é inclusivamente afetada pela mensagem
transmitida, a nível da sua estrutura, importância e complexidade.
Desta forma, tendo o que foi referido anteriormente em consideração, é necessário ter em
mente que a compreensão de qualquer frase envolve a compreensão de significados
denotativos (o que significa a palavra literalmente) e o significado conotativo (o que
interpretamos do que alguém disse, através de indicadores do contexto e os significados
Competências Sociais e Empregabilidade
pessoais que lhe associamos). Ainda, é essencial reconhecer, neste contexto, que o nosso
comportamento não verbal - isto é, as nossas expressões faciais, gestos, contacto ocular,
postura, tom de voz…- são mais significativos.
Para concluir, esta aula e as atividades nela realizadas, fizeram-me realmente perceber a
importância das competências sociais e o impacto que têm na no dia-a-dia de uma pessoa.
Fez-me estar mais consciente para as minhas próprias competências sociais, como faço
uso delas e como afetam as minhas conversas e ações. Ainda, fez-me mais alerta ao ponto
de analisar as competências sociais de outros. Mais especificamente, em relação à
competência de escuta, a partir do que aprendi tornei-me mais ciente e entendedora de
gestos e ações que anteriormente considerava banais, e que agora, compreendo como
podem afetar fortemente as minhas comunicações. Compreendi como de facto, um
simples aceno de cabeça ou sorriso pode fazer a outra pessoa sentir-se mais compreendida
ou
ouvida.
Com o exercício realizado na aula de comunicar de olhos fechados, apercebi-me ainda
mais da relevância da comunicação não verbal, e como a aptidão de usar a comunicação
não-verbal, é um instrumento preponderante que pode ajudar cada um de nós a relacionarse com os outros, a expressar o que realmente quer expressar, e a construir melhores
relações pessoais e de trabalho.
Aula 08/03/2022- Competências de comunicação não-verbal:
Comunicação Empática
As competências de comunicação advêm de um processo de aprendizagem social,
através da observação de outros eloquentes (pais, irmãos, outros familiares, amigos,
colegas, docentes, media, entre outros), no entanto sua apropriação aos diferentes
contextos de interação social (bem como a quantidade e variedade de competências)
depende da nossa consciência, da aquisição de feedback de outros (que quanto mais
próximo no tempo do acontecimento, melhor), e do “nosso” autodomínio cognitivo sobre
os resultados e condições da sua aplicação.
Desta forma, os melhores métodos para obtermos uma melhor consciência do nosso nível
de competências de comunicação são por exemplo, tal como realizado nestas aulas, a
simulação em meio protegido, ou a auto-observação e o registo natural em contexto real,
ou o recurso a questionários e testes bem como a gravação de áudio/ vídeo para anotação
de ações passadas e respetiva reflexão. Isto é de tal forma importante que para ler bem
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indícios sobre as atitudes dos outros, temos de nos conhecer bem primeiro (como somos,
em que acreditamos, o que valorizamos), pois isso afeta a forma como vemos o mundo
(Hayes, 2007).
Assim, neste sentido, de entender a perspetivas dos outros e ler os seus comportamentos,
é importante analisar em particular o comportamento verbal e a empatia, em que há que
distinguir entre a empatia básica e a avançada. A primeira diz respeito à aptidão de entrar
no mundo do outro e a capacidade de transmitir, eficazmente, essa compreensão, ou seja,
ser capaz de nos colocarmos no lugar no outro. A segunda implica comunicar o
entendimento do que está subentendido, e implica ser capaz de refletir e mostrar ao outro
através de comunicação verbal (e não-verbal), o que está a querer expressar e a sentir.
De facto, para alcançar a empatia de forma eficaz, escutar ativamente, fazer perguntas
abertas, ser recompensador e usar o mesmo código de linguagem são fatores facilitadores.
E, além de ouvir, no estabelecimento da relação é importante colocarmo-nos no lugar do
outro, perceber o seu ponto de vista e ajudar o outro a falar, adequando a linguagem,
lidando de forma adequada com as pausas, bem como usando o humor se apropriado.
Mas, é relevante enfatizar que seguir e manter o conteúdo da conversa é o fator essencial!
Se alguém apresenta um conteúdo que o inquieta, modificar o assunto, mesmo que seja
com boas intenções, é uma atitude agressiva, que pode acabar por dar a entender que não
se está interessado no assunto. Aliás, uma das formas de demonstrar o interesse e a
atenção ao assunto é parafraseando o que está a ser dito, ou seja, tentar dizer por outras
palavras o que o outro disse, e resumir por outras palavras e/ou utilizando frases da
pessoa, o conteúdo do que foi dito, o que de certa forma também serve de “espelho” para
o outro no sentido em que o ajuda a ter consciência do seu ponto de vista.
Para além destas técnicas, pode-se também encorajar a pessoa a falar, fazendo-a sentir
que estamos disponíveis para a ouvir e ajudar se necessário.
E é também fundamental existir uma reflexão de sentimentos, isto é, ser capaz de
examinar os sentimentos/ emoções expressas pelos outros, nomeá-las e repeti-las. É
bastante similar à técnica de parafrasear, mas o foco de atenção é nos sentimentos e
emoções associados à narrativa e não no conteúdo ou informação factual da mesma. Neste
sentido, há que distinguir entre emoções e sentimentos. A primeira consiste numa reação
rápida, espontânea e mais circunstancial, como por exemplo medo, raiva, alegria etc.
(Cardoso, 2018). A segunda já diz respeito a uma tendência afetiva construída ao longo
Competências Sociais e Empregabilidade
do tempo e experiência, como por exemplo calma, rancor afinidade ect.
Assim, observar e refletir sentimentos envolve por um lado algo mais explicito, que é
reconhecer palavras que exprimam sentimentos e emoções e, por outro lado algo mais
implícito, que é reconhecer os sentimentos não falados. Neste processo é preciso ter em
conta vários fatores, como o facto de que os sentimentos / emoções são expressos de
maneira e com intensidade diferentes, ou que a mesma situação pode provocar
sentimentos mistos e contraditórios, ou ainda os aspetos culturais e estruturais do
momento e por aí diante.
Por fim, é necessário enfatizar as competências avançadas de atendimento. Estas são: a
Focalização; a Confrontação; a Exploração e reflexão de significado; as Competências e
estratégias
de
influência.
A Focalização é a competência que tenta atender principalmente ao discurso da pessoa e
ajudar no surgir de novas formas de pensar acerca de um acontecimento e cuja função
principal baseia-se em admitir a reformulação e reconstrução dos problemas,
preocupações, acontecimentos e desafios. Neste sentido, o rumo da conversa pode variar
conforme o foco seja na pessoa, no tema principal, nos outros, em aspetos mútuos da
relação
ou
no
entrevistador.
A Confrontação consiste em devolver ao outro, as incongruências ou inconsistências
observadas no seu comportamento e/ou nos eu discurso verbal (verbais ou
comportamentais). Esta competência permite aumentar a capacidade para a identificação
de incongruências, discrepâncias, ou mensagens mistas, no comportamento, pensamento,
sentimentos ou significados e aumentar a capacidade de utilizar as competências de
confrontação na resolução e mediação do conflito. No entanto, é preciso usar esta
estratégia de forma muito cuidadosa, pois muitas vezes as pessoas sentem-se atacadas
e/ou ofendidas.
Para concluir, com esta aula e as atividades nela realizadas, consegui compreender como
a nossa identidade pode moldar todas as nossas relações interpessoais, e o porquê de
muitas vezes não me identificar com outras pessoas, ou me sentir bastante compreendida
por outras. De facto, eu sou o tipo de pessoa que na maioria das situações apenas falo ou
digo algo quando considero que é necessário (exceto com pessoas muito próximas).
Talvez por isso, sinto-me mais vontade a ouvir do que a falar, e, portanto, as minhas
competências relativamente à empatia baseiam-se em ouvir ativamente e em linguagem
não verbal, pelo que, em situações que é necessária empatia, apesar de ser capaz de me
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colocar no lugar do outro, encoraja-lo e refletir e identificar os seus sentimentos, não sou
muito boa a parafrasear. Devido a isto, quando eu necessito de empatia pela parte dos
outros, valorizo mais que me ouçam e me façam sentir que “estão lá pra mim”. Ainda,
consegui perceber que na maioria das situações, o meu foco é na pessoa, e que, apesar de
conseguir identificar, por vezes, incongruências no discurso dos outros, raramente os
confrontos sobre isso, porque acredito que os faria sentirem-se inconfortáveis.
Aula 15/03/2022- Emoções e comportamentos sociais
Emoções são situações mentais que advêm de modificações no organismo, função de
mudanças percebidas no ambiente, e que direcionam o comportamento, aumentando a
capacidade de adaptação ao meio. Por isso, têm um início acelerado e natural e duram
pouco
tempo,
mas
com
elevada
intensidade.
Ainda, é de notar nem sempre as emoções estão na base dos melhores comportamentos
possíveis num dado contexto e que, muitas vezes, são exprimidas com auxílio das
expressões faciais, da comunicação vocal e do toque. Por exemplo, quando exprimimos
raiva, por norma, franze-se as sobrancelhas e cerra-se os lábios e tende-se a falar num
tom de voz mais elevado. Já relativamente ao toque, a sua função passa por acalmar,
sinalizar segurança, reforçar reciprocidade e providenciar prazer.
Efetivamente, as emoções e as formas como as expressamos são de tal relevância que
coordenam as interações sociais através das suas funções, podendo estas ser: informativas
(a emoção neste caso é uma fonte de informação sobre o mundo social, possibilitando à
pessoa adaptar-se o meio), evocadoras (neste caso a emoção tem como função gerar
emoções no outro, permitindo a partilha), de incentivo (neste caso a emoção é motiva o
comportamento social desejado).
Neste âmbito, as competências inerentes às emoções designam-se de competências socioemocionais e concentram-se na capacidade de utilizar estratégias de autorregulação
quando perturbado/a por emoções. Esta competência permite ter a consciência de que a
organização e essência das relações é, em grande medida, definida pela forma como as
emoções são comunicadas dentro da relação, permitindo assim uma autoeficácia
emocional. Para além disso, permite também o desenvolvimento de relacionamentos
interpessoais positivos, promovendo sentimentos de bem-estar em nós próprios e nos
outros e um clima positivo, promotor de aprendizagem e desenvolvimento.
Competências Sociais e Empregabilidade
Assim, de acordo com as competências socio-emocionais e com as emoções, identificase três principais estilos de comunicação: agressivo, assertivo e passivo. E , ainda existem
modelos explicativos dos estilos de comunicação: modelo de defict de competências (as
competências essenciais estão ausentes do repertório comportamental porque o sujeito
nunca aprendeu a usá-las), o modelo de inibição de resposta (a pessoa tem as
competências, mas estão inibidas - por respostas condicionadas ou por crenças
inadaptadas e ansiedade de avaliação social), o modelo da deficiência na discriminação
(as pessoa tem as competências, mas não sabe como usá-las nem os momentos
apropriados para o fazer) e, por último, o modelo em que a pessoa tem as competências,
mas escolhe não ter o comportamento assertivo - importante é ter alternativas.
No que diz respeito ao estilo de comunicação agressivo destaca-se uma comunicação de
opinião de forma agressiva, interrompendo constantemente quando os outros expressão a
sua opinião, não respeitando assim os outros pontos de vista, manifestando até desprezo
e desaprovação. É possível que neste tipo de comunicação existam ameaças e violem os
direitos dos outros, falando com a voz demasiado alta, e exprimindo as opiniões de forma
dogmática. (Neves, J.G., Garrido, M., & Simões, E. (2015)). Na sua dimensão não-verbal,
evidencia-se uma postura tensa e rígida, com a cabeça alta e corpo direito, os gestos são
amplos, normalmente aponta com o dedo ou dá pancadas na mesa, podendo verificar-se
também
o
sorriso
irónico
e
o
olhar
de
canto.
No que concerne a efeitos, este estilo de comunicação permite atingir objetivos imediatos,
mas é avaliado negativamente pelos outros, sendo faz com os outros se afastam e sintamse mal tratados.
Já o estilo de comunicação passivo caracteriza-se pela dificuldade em exprimir a opinião,
com receio de ser desaprovado pelos outros e com objetivo de evitar conflitos, pelo que
raramente se encontra em desacordo e raramente diz “não”, pois quer agradar a todos. De
forma resumida, o individuo fala em voz baixa, evita expressar opiniões pessoais, mostra
concordância em contradição com o que realmente pensa (Neves, J.G., Garrido, M., &
Simões, E. (2015)). Enfatiza-se neste comportamento, uma postura com cabeça baixa e
ombros caídos, demasiados gestos ou insuficientes gestos, demasiado sorridente ou sério,
olhos evasivos. Ainda, aqui, o individuo fala devagar, mais baixo no final das frases.
Como consequências, destacam-se o facto de deixar os outros tomar decisões por si, não
expressando as suas opiniões, nem lutando pelos seus direitos e objetivos. Isto pode levar
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as pessoas a abusarem, ou o individuo a isolar-se, ficando trémula e/ou abalada quando
confronta os outros.
Relativamente ao estilo de comunicação assertivo, é importante primeiramente mencionar
que a assertividade contem um conjunto de competências desejáveis em vários contextos
nos quais estão em causa a afirmação de direitos. Um individuo que é assertivo pode ser
definido como alguém que comunica abertamente com os outros, dando a conhecer
claramente o que quer e o que sente e, por outro lado, atuando de forma pró-ativa para
obter o que pretende dos outros (Neves, J.G., Garrido, M., & Simões, E. (2015)).
Assim, este tipo de comunicação permite a manifestação de ideias, crenças e emoções, e
defesa dos seus direitos próprios de uma forma direta, educada e verdadeira, honrando
sempre as ideias dos outros. Ao nível da dimensão não verbal, é caracterizado pelo corpo
relaxado e postura firme, mantém o contacto ocular, poucos gestos, mas objetivos e
apropriados,
um
tom
firme
e
apropriado.
Ainda, a assertividade não é uma caraterística natural, nem um traço de personalidade que
algumas pessoas têm e outras não. É uma competência que pode e deve ser aprendida e
treinada por toda a gente. Como consequências, este estilo de comunicação engloba a
capacidade de emissão de opiniões mais construtivas na relação com os outros, o aumento
da autoconfiança e respeito pelos outros.
Em conclusão, com a matéria estudada e os exercícios realizados, consegui perceber que
ao longo da minha vida, já utilizeis os três estilos de comunicação em diferentes situações,
no entanto, o que menos uso é o estilo agressivo e o que mais utilizo é o estilo assertivo.
Após alguma reflexão, reconheço que em geral nesse tipo de situações tenho uma postura
e tom firme, falo com ritmo e altura apropriada, e nunca negoceio mediante ameaças, bem
como tento facilitar a expressão dos sentimentos e opiniões dos outros sem os bloquear.
Mas, também reconheço que não tenho a total mestria do estilo assertivo, pois, por
exemplo, tenho dificuldade em manter o contato ocular. Assim, considero que apesar de
já maioritariamente utilizar a comunicação assertiva, ainda tenho que a melhorar, pois
tenho noção da importância desta competência. Admito que, para o estabelecimento de
interações saudáveis e positivas em qualquer contexto, é necessário não apenas ter em
consideração o outro, mas também a mim mesma e os meus direitos, é necessário existir
um equilíbrio (alcançado pela comunicação assertiva).
Aula 22/03/2022-Gerir conflitos
Competências Sociais e Empregabilidade
“Paz não é a ausência de conflito, é a habilidade de saber lidar com ele” - Ronald Reagan.
O conflito advém de uma situação de incompatibilidade entre sujeitos ou grupos, em
consequência de confronto de opiniões, interesses ou aspirações divergentes, ou até pelo
facto de as partes percecionarem seus interesses como divergentes. Assim, compreendese que este fenómeno é frequente em todas as áreas da vida social, incluindo o trabalho,
e, exatamente por isto, é importante estudar e perceber o conflito para posteriormente
saber lidar com o mesmo.
Deste modo, analisando então o conflito de forma mais profunda e começando pela sua
natureza é possível distinguir, no sentido mais lato, o conflito de natureza intrapessoal
(envolve uma única pessoa, que experiencia desejos ou impulsos opostos ou concorrentes
que levam a indecisões) e o conflito interpessoal, podendo estes ser multipartes (envolve
várias pessoas) e intergrupais.
Já no que concerne ao objeto do conflito, compreende-se a existência do conflito de
consenso que advém da defesa de ideias, crenças ou opiniões consideradas inconciliáveis
pelo individuo com as das outras partes…(ex. dois supervisores divergem na avaliação
das competências de um/a mesmo trabalhador/a), e o conflito associado a recursos
escassos verificado quando os sujeitos disputam pelos mesmos recursos limitados (ex.,
competição por espaços, tempo, dinheiro, informação, … numa organização).
Relativamente à dinâmica do conflito, destaca-se a interdependência, a cooperação e a
competição. Sabe-se que o conflito é inseparável da existência de interdependência de
objetivos e ações entre as partes envolvidas. Então, pode-se distinguir entre
interdependência positiva e negativa. A primeira ocorre quando a probabilidade de uma
das partes alcançar os seus objetivos está correlacionada com a probabilidade da outra
parte atingir os seus objetivos também, aumentando assim a possibilidade de uma
abordagem cooperativa dos problemas, e podendo ocorrer devido a motivos afetivos entre
duas pessoas, recompensas da ação conjunta, necessidade de partilhar recursos para
superar um obstáculo, etc. A última, sucede quando esta associação é negativa, aumento
a viabilidade de uma abordagem competitiva, tendo como motivos por exemplo, a
antipatia mútua, a identificação com grupos diferentes ou envolvimento em atividades
intrinsecamente competitivas etc. Todavia, raramente a interdependência entre as partes
é somente positiva ou negativa, pois existe compatibilidade em alguns objetivos e
ausência dela em outros, e também porque o grau de dependência de uma pessoa
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comparativamente à outra pode variar, dependendo do género de relação entre as partes
(exs.: amorosa, chefia, par).
Ainda, para gerir os conflitos nas organizações da melhor forma, é necessário
compreender a diferença entre resolver e gerir conflitos, estar consciente dos elementos
de
divergência
deste
fenómeno,
e
as
áreas
de
mudança.
Assim, resolver um conflito está relacionado com interferências do tipo mediação,
arbitragem, ou certos tipos de negociação formal, que implicam a redução ou a eliminação
dos diferendos. Já gerir conflitos envolve reduzir os seus efeitos disfuncionais e,
simultaneamente alargar as suas funções construtivas, aproveitando o potencial de
inovação contido no debate das divergências.
Os elementos de divergência são: os factos; os objetivos; os métodos e os valores. Os
factos podem divergir pois os envolvidos podem ter acesso a diferente informação. Os
objetivos, métodos e valores divergem, pois estes podem variar de individuo para
individuo.
E, de acordo com Robinson (1995), existem 5 áreas de mudança que
crescentemente afetam a natureza e frequência dos conflitos nas organizações que são: a
Emergência de uma nova agenda politica e social (Licenças de maternidade e paternidade,
politica ambiental, benefícios sociais das famílias monoparentais, entre outros); a
Diversidade da força de trabalho (integração das mulheres no mercado de emprego,
discriminação social ou racial, o conflito das assimetrias de competências e de níveis de
preparação académica e profissional); o Papel dominante das tecnologias de informação
(trabalho remoto, novas formas de trabalho); o
Declínio da hierarquia tradicional
(estruturas mais achatadas e efémeras); a Globalização da economia (abertura a novos
mercados, novas culturas e normas de funcionamento).
Bibliografia
Pearson, J., & Nelson, P. (2000). An Introduction to Human Communication:
Understanding and Sharing.
Prette, A. D., & Prette, Z. A. (2017). Competência Social e Habilidades Sociais.
Competências Sociais e Empregabilidade
Cardoso, A.(2019) (2ª ed.). Dicionário de emoções, sentimentos e estados de ânimo.
Epígrafe.
Neves, J.G., Garrido, M., & Simões, E. (2015). Manual de competências pessoais,
interpessoais e instrumentais. Teoria e prática (Cap. 6).Lisboa: Edições Silabo.
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