Manual de instalação Tubulações em PRFV enterradas Índice PÁGINA CONTEÚDO 01..............................................Título e índice 02..............................................Sobre o manual 03..............................................Sobre o PRFV: conceitos básicos, rigidez e flexibilidade, intercambiabilidade 04..............................................Instalação: transporte, inspeção, descarga e formas de içamento corretas 05..............................................Instalação: armazenamento, avaliação de solo, escavação e largura das vala 06..............................................Instalação de várias linhas na mesma vala 07..............................................Leito de assentamento, fundação 08..............................................Colocação do tubo na vala 09..............................................Métodos de junção, preparação da junta 10..............................................Encaixe dos tubos, lubrificação, deflexão máxima 11..............................................Reaterro primário, compactação adequada 12..............................................Materiais para reaterro, controle de deformações diametrais, reaterro secundário, ancoragem de acessórios e ligações flangeadas 13..............................................Ancoragem dos tubos 14..............................................Solda de topo: procedimentos 15..............................................Solda de topo: cuidados na preparação 16..............................................Consideração final 17..............................................Tecniplas: telefones e endereço 2 Manual Prezado cliente, Estamos honrados com a sua preferência. Este manual irá orientá-lo quantos aos procedimentos para o correto manuseio, transporte, armazenagem e instalação das tubulações em PRFV enterradas da Tecniplas. As informações contidas neste manual são o resultado da experiência de mais de três décadas da Tecniplas junto a seus tradicionais mercados. Caso não obtenha aqui todas as respostas para as suas dúvidas entre diretamente em contato com nosso atendimento. Gratos pela escolha e pela confiança depositada em nossa marca e em nossos produtos. A Diretoria 3 Sobre o PRFV Rigidez e flexibilidade É conveniente saber que as tubulações em PRFV são produtos mundialmente aceitos e consagrados em inúmeras e variadas aplicações e que possuem características próprias e inerentes à sua formulação. O PRFV é um material composto de fibras de vidro e resinas agregados através de um processo de cura, moldados por diferentes processos de fabricação. As tubulações em PRFV Tecniplas são moldadas por filamento contínuo e seu liner é feito com resinas termofixas podendo ou não dependendo de cada projeto) agregar carga (areia e/ outros materiais sólidos). Dentre as principais características e vantagens das tubulações em PRFV destacam-se: ·Alta resistência química contra corrosão e contra a abrasão; ·Flexibilidade na fabricação de tubos apropriados para cada tipo de aplicação, evitando-se assim o sub ou o sobre dimensionamento das tubulações; ·Maior leveza quando comparado a tubulações de outros materiais, o que facilita e reduz os custos com transporte e instalação, reduzindo também o emprego de maquinário pesado na sua montagem; ·Superfície interna lisa (baixa rugosidade), o que evita a formação de inscrustações reduzindo a perda de carga. Entendendo conceitos básicos Qualquer que seja o material ou o processo de fabricação de uma tubulação, esta deve ter resistência e/ou rigidez suficiente para apresentar um desempenho satisfatório em uma determinada função e apresentar durabilidade suficiente para manter este desempenho durante toda a sua vida útil. Para compreendermos o comportamento de um tubo enterrado precisamos entender o conceito de três fatores que você verá ao longo deste Manual de Instalação. São eles: Resistência, rigidez e durabilidade. Resistência é a propriedade de resistir às tensões. As tensões mais comuns em um tubo podem ser derivadas de carregamentos tais como pressão interna, cargas geradas por recalques diferenciais e/ou por flexão longitudinal, entre outras. Rigidez é a propriedade de resistir às deformações. As deformações usuais em um tubo podem ser derivadas de cargas permanentes devido ao peso do solo e, quando houver pavimento, cargas produzidas por sobrecargas na superfície em função da natureza do tráfego (rodoviário, ferroviário, aeroviário, etc.), entre outras. A rigidez está diretamente relacionada ao módulo de elasticidade do material e ao momento de inércia da parede do tubo na direção transversal(circunferencial). Durabilidade é a propriedade que o material do tubo possui de resistir aos efeitos das intempéries e da ação do fluido ao longo do tempo. Termos como resistência a corrosão ou resistência a abrasão são fatores de durabilidade. Com relação aos tubos enterrados, dependendo das características de cada material, podem ser rígidos ou flexíveis. Um tubo flexível é definido como um tubo que sob carregamento externo, sofre deformações absorvendo em parte os esforços aplicados, sem comprometimento de suas características estruturais. Um tubo rígido é aquele que quando submetido à esforços externos tem níveis de deformação dispersíveis devendo suportar toda carga externa. Tubos de concreto, ferro fundido ou cerâmicos são exemplos de materiais classificados como rígidos. Tubos de aço e de plástico, incluindo os de PRFV são classificados como flexíveis. Cada tipo de tubo possui características próprias de desempenho que devem, obrigatoriamente ser conhecidas e consideradas nos projetos de engenharia e de instalação. Seja qual for a tubulação escolhida, sua instalação deve respeitar as especificações apresentadas pelo projeto de engenharia que definirá, entre outras, características como largura e profundidade da vala, tipo de solo, diâmetro nominal, grau de compactação do solo, classe de pressão e de rigidez dos tubos. A Tecniplas recomenda que na elaboração de qualquer projeto sejam consultados os fabricantes de seu conhecimento e preferência e que a instalação seja orientada por um detalhado projeto de instalação. O correto atendimento das especificações dos projetos de engenharia e de instalação contribuirá para o esperado desempenho das tubulações, independentemente de seu material de fabricação. Intercambiabilidade Com o propósito de favorecer o desenvolvimento das obras de saneamento no País, a NBR 15536 que normatiza sobre a produção de tubos de PRFV determina que seja qual for o seu processo de fabricação, os tubos e conexões em PRFV devem, através de seus diâmetros externos, permitirem a intercambiabilidade entre os diferentes fabricantes. Os diâmetros externos também permitem a intercambiabilidade com tubulações de outros materiais através da bolsa dos tubos de PRFV, dado que os diâmetros externos possuem as mesmas dimensões e tolerâncias da norma ISO 2531, também referenciada na padronização dos tubos de ferro fundido (produzidos conforme a ABNT NBR 7675) e tubos de PVC DEFoFo (produzidos conforme a ABNT NBR 7665). A tabela 1 apresenta as faixas de diâmetro nominal, classe de pressão, classe de rigidez e comprimento dos tubos de PRFV. Características nominais dos tubos de PRFV Diâmetros nominais (Padronização DEFOFO) DN 100 DN 150 DN 200 DN 250 DN 300 DN 350 DN 400 DN 450 DN 500 DN 600 DN 700 DN 800 DN 900 DN 1000 DN 1200 DN 1400 DN 1600 DN 1800 e DN 2000 Classes de pressão (MPa) Classes de rigidez (N/m²) Comprimento útil (m) 0,2 MPa 0,4 Mpa 0,6 Mpa 0,8 Mpa 1,0 Mpa 1,2 Mpa 1,6 Mpa 2,0 Mpa 2,5 Mpa e 3,2 MPa 2 500 N/m² 3 750 N/m² 5 000 N/m² 7 500 N/m2 10 000 N/m² ConormeNBR 15536 até DN 600 a classe de rigidez mínima é de 5 000 N/m². A NBR 15536 também permite a extensão para outras classes 3m 6m 9m 12 m 14 m 18 m 4 Instalação Sou o Sr.Tubinho e vou lhe dar algumas dicas sobre instalação e montagem. Fique atento! Transporte e recebimento Os tubos de PRFV Tecniplas são leves e de fácil manuseio, dispensando o uso de equipamentos pesados, porém alguns cuidados devem ser observados para o sucesso de sua instalação. Em geral o transporte de tubulações é realizado por caminhões devendo, portanto estar bem amarrados à carroceria em fileiras intercaladas por sarrafos de madeira (figura 01). A disposição dos tubos e fileiras deve ser alternada em pontabolsa-ponta. Tanto para me transportar como para me armazenar , alterne ponta e bolsa.Ok? Descarga 4Descarregue um tubo de cada vez; 4Não use ganchos nas extremidades dos tubos, nem apoio pontiagudos; 4Proteja a superfície da ponta e da bolsa. Figura 01 - Transporte Métodos de içamento Inspeção Ao receber a mercadoria verifique se não falta nenhum dos itens constantes na Nota Fiscal e se os materiais estão em perfeito estado. Em caso de haver algum dano ou falta, faça um relatório de ocorrência ao transportador e à Tecniplas, anotando todas as ocorrências no recibo de entrega. Se possível fotografe os danos e encaminhe à Tecniplas. Manuseio Os tubos não devem sofrer impactos e arranhões. Os tubos poderão ser descarregados com equipamento de içamento (guindaste ou empilhadeira) ou manualmente, usando cordas e tábuas como indicado nas figuras 02 e 03, sendo manuseado sempre com apoio em dois pontos. CERTOS X ERRADO Figura 04 - Métodos de içamento Tenha cuidado e me apoie preferencialmente em dois pontos,ok? Figuras 02 e 03 - Descarregamento 5 Instalação Armazenamento Escavação Os tubos Tecniplas podem ser guardados por longos períodos, preferencialmente em local coberto, em terreno regular ou sobre berços de madeira. Nunca devem ser apoiados nas regiões das bolsas e pontas, obedecendo a mesma alternância e configuração empregadas no caminhão. Nos casos em que houver necessidade de empilhamento, as barras devem ser estocadas, alternando pontas e bolsas e também a orientação de cada camada (figuras 05 e 06). Não é recomendável a formação de pilhas com altura superior a 2,5 m. Os tubos NUNCA devem ser dispostos sobre objetos ou superfícies pontiagudas, quinas, pedregulhos que possam induzir cortes ou perfurações aos tubos. A escavação deve ser realizada de forma a garantir a estabilidade das laterais da vala, quaisquer que sejam as condições de instalação. As formas de garantir a estabilidade das laterais das valas são a escavação em forma de talude e/ou escoramento adequado e especificado pelas normalizações pertinentes. O avanço da escavação deve considerar a manutenção da segurança e a estabilidade da vala. Recomendamos que o reaterro seja colocado e compactado o mais breve possível, preferencialmente antes do final de cada dia de trabalho. O material escavado deve ser mantido longe das bordas da vala, minimizando o risco de desmoronamento. Largura da vala Figuras 05 e 06 - Armazenagem Ai! Isso machuca! Não me ponha encima de pedras. Combinado? Em valas onde as laterais sejam estáveis ou devidamente escoradas, deve-se prever uma largura mínima suficiente e não maior do que a necessária a fim de permitir o assentamento. O espaço mínimo entre tubo e lateral da vala deve prever a largura do equipamento e o trabalho de compactação de modo seguro. Linha única Em casos de linha única (uma só tubulação por vala) a largura mínima da vala deverá obedecer aos seguintes critérios: Avaliação de solo nativo No projeto de instalação recomendado pela Tecniplas é muito importante que o tipo de solo seja criteriosamente avaliado por profissional da área conforme as normas ABNT NBR 6484 e ABNT NBR 12770. Abertura de vala ATENÇÃO: A abertura de valas e travessias em vias e logradouros públicos só pode ser iniciada após comunicação e autorização do órgão municipal. A profundidade e a forma da vala deverão ser definidas pelo projeto de engenharia e de instalação, levando em consideração o tipo de solo, terreno e a existência ou não de carga e/ou tipo de tráfego. Sendo: (DN) = Diâmetro Nominal dos tubos (L) = Largura mínima da vala (A) = Distância Lateral ENTÃO: DN 1200 L = 1,75 x DN DN > 1200 L = 1,5 x DN A [(0,75 x DN)/2 ou 150 mm, o que for maior] 6 Instalação A distância lateral (A) deverá permitir a operacionalização da compactação de modo seguro em função do tipo de equipamento a ser utilizado(figura 7). Caso (1): No caso de instalação de várias linhas de tubos numa mesma vala e com diâmetros distintos, estes devem ser instalados de forma que as geratrizes inferiores estejam num mesmo nível. L Caso (2): Quando dois tubos são instalados em forma de cruz, A de forma que um passe sobre o outro, o espaçamento vertical entre eles e a instalação do tubo inferior devem estar de DN Reaterro Primário Leito acordo com o esquema apresentado na figura 09. Zona de Confinamento Caso (3): Em situações onde seja necessário instalar um tubo sobre uma linha já existente devem ser tomadas todas as min. 100 mm max. 150 mm precauções para não causar danos à mesma.Em todos estes Fundação(se requerida) casos observar as normas e materiais de reaterro encontradas Solo nativo Figura 07 - Largura mínima da vala (L) e distância lateral (A) nas Normas ASTM D2487 e ABNT NBR 7182. Várias linhas de tubos na mesma vala Na instalação de duas ou mais linhas de tubos em paralelo na mesma vala o espaçamento mínimo entre elas deve estar previsto em projeto. O espaço entre os tubos e a parede lateral da vala deve ser a mesma distância lateral (A), conforme figura 08. Valas com profundidade de até 4 metros: f (D1 + D2)/6 Valas com profundidade acima de 4 metros: f (D1 + D2)/4 porém não inferior a 150 mm 09 Para valas com profundidade de até 4 metros a distância entre os tubos (D1 e D2) deve ser orientada da seguinte forma: Valas com profundidade de até 4 metros: C ( D1 + D2)/6 Valas com profundidade acima de 4 metros: C ( D1 + D2)/4 porém não menor que 150 mm ou o suficiente para colocar e compactar o reaterro primário C D1 D2 Figura 08 - Espaço entre tubos na mesma vala Figura 09 - Exemplo de instalação de tubos em cruz 7 Instalação Leito de assentamento (acabamento do fundo da vala) do tubo Tecniplas diretamente sobre o fundo da vala, desde A função do leito é permitir o bom assentamento geométrico geratriz inferior de cada tubo e que o leito esteja livre de do tubo para que ele fique uniformemente apoiado em todo o pedras, protuberâncias ou qualquer outro material estranho. Onde forem boas as condições do solo é aceitável a colocação que seja dado, como já foi enfatizado, apoio uniforme a seu comprimento e para que haja a adequada acomodação do seu sistema de junta (ponta-bolsa-ponta). Solos instáveis ou expansivos devem ter tratamento apropriado. IMPORTANTE: Seja qual for a tubulação é essencial que o Em solos orgânicos ou moles deve ser utilizado geotêxtil ou leito de assentamento da vala esteja rigorosa e perfeitamente outra solução que evite a contaminação do material do leito e nivelado e que haja um perfeito alinhamento dos tubos. Estes do reaterro. cuidados representarão o adequado e esperado bom funcionamento das tubulações. (Figuras 10 e 11) Em todos os casos consultar a Norma ABNT NBR 7182. Fundação: O projeto de engenharia deverá especificar a necessidade ou não de fundação. A fundação deve ser realizada nos casos de fundo de vala instável (solos expansivos, moles, etc.) O leito também deve apresentar resistência suficiente para responder com reação oposta a resultante de forças atuantes Figura 10 - Exemplo de uniformidade do leito ADEQUADA no tubo. Deste modo é recomendado que o solo do leito seja compactado com no mínimo 90% do Proctor Normal conforme ABNT NBR 7182. Para esta finalidade utilizar o sapo mecânico ou apiloamento manual. Ai! Minhas costas! Não dava pra arrumarem um colchãozinho melhor não? x x Figura 11 - Exemplo de uniformidade do leito INADEQUADA 8 Instalação Colocação e acomodação do tubo na vala Após a preparação da vala e do nivelamento/compactação de fique uniformemente apoiado ao longo de toda a sua geratriz seu leito, os tubos deverão ser dispostos ao longo do topo da inferior. Este rebaixamento, após a instalação, deve ser vala com as bolsas orientadas no sentido em que será feito o preenchido e compactado. seu assentamento. Se a vala for profunda, com paredes inclinadas ou sujeitas a Os tubos poderão ser dispostos no fundo da vala manualmente desmoronamento, coloque tábuas nas suas laterais e faça a ou por meio de cordas, cintas flexíveis e/ou com a ajuda de descida com o auxílio de cordas fixadas em cada extremidade. equipamentos mecânicos, como guindaste. Com dois homens, desça o tubo vagarosamente, com cada um Conforme ilustrado na figura 12, quando os tubos forem nó na extremidade da corda que ficará sob o pé para dar mais pisando firmemente na outra extremidade da corda. Faça um movimentados com a utilização de cordas ou cintas deve-se segurança na descida de tubos de maior diâmetro. Em todas as utilizar uma em cada extremidade do tubo. Uma das situações devem ser observadas e garantidas todas as normas extremidades deve prever uma corda para orientar o processo de segurança operacional. de movimentação até que o tubo atinja o fundo da vala. O emprego de tábuas nas laterais da vala também ajuda a mantê-la limpa e evita qualquer choque do tubo com pedras que possam existir nas paredes. Para evitar movimentos desnecessários com o tubo, desça-o perto do ponto (aproximadamente 30 cm) de onde será realizada a sua junção. IMPORTANTE: Quando o trabalho de instalação for interrompido a extremidade livre do último tubo assentado deve ser tamponada a fim de evitar a entrada de água, lama ou corpos estranhos. Este último tubo deve ser aterrado até no mínimo 0,75 x DN acima da geratriz superior, para impedir a flutuação da tubulação em caso de chuva, ou outra fonte de água na vala. Figura 12 - Descida do tubo na vala O tubo deve ser ajustado conforme a inclinação e alinhamento necessário. O leito de assentamento deve ser rebaixado nos locais de acomodação das bolsas para que 9 Métodos de junção E aí? Que você acha de nos juntarmos? MÉTODOS DE JUNÇÃO Preparação da junta: Antes de fazer a junção dos tubos, limpe a superfície interna da bolsa, a superfície externa da ponta e o anel de borracha. Lubrifique o anel e a parte interna da bolsa. Coloque o anel evitando sua torção. Não deixe sujar o anel ou a parte interna da bolsa. Empregue os mesmos procedimentos e cuidados para os tubos com anel na ponta. (figura 13) Nos encaixes das bolsas é necessário deixar uma folga de 10 a 15 mm a fim de evitarproblemas de dilatação. O ideal é que se faça uma marca antes da descida e encaixe dos tubos. (figura 14) CUIDADO: Não utilize força excessiva na montagem que resulte na ultrapassagem do limite de inserção ou no deslizamento do anel para fora do sulco.(figura 13) Bolsa Ponta Folga de 10 a 15 mm - limite de inserção da ponta do tubo na bolsa Figura 13- Exemplo de inserção em tubo com anel na ponta. Figura 14 - Limite de inserção da ponta do tubo em uma bolsa Métodos de junção 10 Encaixe dos tubos O encaixe dos tubos até DN 500 deve ser realizado manualmente em sistema de alavanca ou pelo sistema catraca. No caso de tubos DN > 500n deve ser utilizado o sistema de catraca. Se utilizado o sistema de alavanca deve-se proteger a extremidade do tubo com um anteparo de madeira durante a montagem. A figura 15 ilustra o encaixe manual (alavanca) e a figura 16 ilustra o encaixe pelo sistema de catraca. Se o ponto de montagem não for atingido, a junta deve ser desmontada, limpa, lubrificada e montada novamente.Neste caso verifique antes se o anel não foi danificado. Caso isso ocorra ele terá que ser substituído. O adequado encaixe da junta pode ser verificado utilizando-se um gabarito. ATENÇÃO: O encaixe dos tubos NUNCA deve ser realizado com a utilização da pá da retro escavadeira. LEMBRE-SE de retirar a sujeira da ponta e da bolsa. Isso evitará vazamentos e o trabalho de reescavar após teste de pressão. LEMBRE-SE de evitar danos no canal do anel, nas extremidades das bolsas e pontas e nos anéis de borracha, pois a estanqueidade das juntas depende disso. NÃO deixe os anéis de borracha jogados em qualquer canto. A sujeira, o óleo e o sol são seus piores inimigos. A utilização de um aparelho de força, tipo tirfor, requer a utilização de blocos de madeira entre os ganchos, o aparelho e o tubo a fim de evitar danos nas paredes do tubo. NUNCA BATA NO TUBO PARA FAZER O ACOPLAMENTO. Lubrificação em acoplamento sob água A TECNIPLAS não recomenda o acoplamento com a vala inundada que neste caso deverá receber um adequado trabalho de drenagem. Em todo caso, quando for inevitável, usar lubrificantes não solúveis como gordura, banha, etc. Deflexão Ei! Não vamos partir para a ignorância. Sem violência,ok? Os tubos Tecniplas ponta e bolsa permitem que seja dada deflexão angular tanto na posição vertical , quanto horizontal. Veja figura 17. Na tabela 2 encontram-se as deflexões e os raios das curvas máximos que podem ser obtidos para os tubos, quer sob pressão ou por gravidade. Para executar curvas, conexões e ajustes os tubos podem ser cortados em campo, com extrema facilidade. Para curvas de raio menor do que as que podem ser obtidas pelo deflexionamento das juntas devem ser empregados acessórios especiais. Empurrar ATENÇÃO: A deflexão angular deve ocorrer apenas na região da junta. Os tubos NUNCA deverão ser curvados. Alavanca Deflexão angular máxima permitida para tubos com classe de pressão até 1,6 Mpa Ângulo de deflexão DN máximo permitido(°) Até 1,6 MPa Anteparo de madeira Figura 15- Encaixe dos tubos por sistema manual (alavanca) DN Ancoragem através de tiras amarradas 500 3° 500 DN 900 2° 900 DN 1800 1° 0,5° DN 1800 Tubo Tubo Distancia entre as geratrizes Sistema de Catraca Ângulo de deflexão Raio da curvatura Figura 16- Encaixe dos tubos por sistema de catraca Figura 17 - Exemplificação da curvatura dos tubos 11 REATERRO REATERRO PRIMÁRIO Imediatamente após a montagem dos tubos deve ser iniciada A TECNIPLAS recomenda que a compactação do reaterro seja a realização do reaterro primário. Caso não exista esta executada a cada camada de 100 mm e que esta compactação possibilidade, a seção central de cada tubo deve ser ocorra de fora para dentro, ou seja, no sentido da parede aterrada até no mínimo 0,75 x DN acima da geratriz superior. lateral da vala para o tubo. Uma boa prática de instalação é não se realizar a instalação de mais de 24m de rede sem que o reaterro primário seja realizado. Conhecer a diferença entre tubo rígido, como o de concreto e tubo flexível como o de PRFV é importante para avaliarmos a importância de uma correta execução do reaterro O reaterro deve ser feito em camadas, ou seja, a cada 10 cm, deve ser compactado. Para isso pode ser usado o sapo. primário ou primeiro reaterro. Nos tubos rígidos, a acomodação do solo ao lado do tubo mantém sua forma e transfere sobrecargas diretamente para a base. Os tubos de IMPORTANTE: A área de “rins” do tubo, situada entre o leito PRFV permitem uma deflexão vertical e assim as paredes de assentamento e a geratriz inferior do tubo deve ser laterais recebem parte da sobrecarga atuante. Como o tubo se compactada individualmente, antes que o restante do reaterro comprime verticalmente ele se expande horizontalmente. A seja colocado e compactado. Para realizar esta atividade pode pressão horizontal que o solo oferece se opõe a expansão ser utilizado um socador, empurrando e compactando o horizontal do tubo que, por sua vez, se opõe à contração reaterro abaixo do tubo. As figuras 19 e 20 apresentam vertical do tubo. É importante observar que a deflexão vertical respectivamente a forma adequada e inadequada de do tubo seja limitada em 3 % do seu diâmetro, a fim de evitar compactação da área de rins. a sua ovalização. Portanto, o solo na zona de reaterro deverá ser bem compactado para suportar as sobrecargas atuantes. (Figura 18) Carregamento X Figura 19 - Compactação ADEQUADA da área de “rins” Figura 18 - Apoio lateral Figura 20 - Compactação INADEQUADA da área de “rins” 12 REATERRO Para saber se o solo foi bem compactado aperte-o com o polegar. A sua unha não poderá afundar na terra. Materiais para o reaterro Na zona de aterro use solo selecionado, livre de pedras ou de vegetação. Materiais granulares como areia, brita de 0 a 1 ou pó de pedra permitem altas densidades com um mínimo de esforço sendo, portanto, os melhores materiais para a zona de reaterro do tubo. Para seleção dos solos de aterro a Tecniplas recomenda consulta a norma ABNT NBR 7182 Solo Ensaio de compactação específica. O solo escavado poderá ser usado para o reaterro desde que satisfaça as condições acima impostas.Deve-se atentar para que o material do reaterro não seja contaminado por resíduos ou outros materiais que comprometam o desempenho da tubulação ou a segurança da instalação. O reaterro primário deve ser realizado até que exista uma camada acima da geratriz superior do tubo de 150 a 300 mm. Leito “Rins” DN O controle de deformação diametral vertical (ovalização) dos tubos aterrados é um bom indicador da qualidade da instalação. A Tecniplas recomenda que a deformação inicial seja medida no tubo ao longo do processo de reaterro. A tabela 3 apresenta a deformação diametral máxima inicial admissível. Ancoragem de acessórios e ligações flangeadas As curvas e conexões, derivações, registros e outros acessórios que implicam na mudança de direção da rede são elementos sujeitos a forças de empuxo que devem ser balanceadas. Estas forças precisam ser restringidas pelo solo, quando possível, ou com a utilização de ancoragem. Aterro primário Reaterro Primário Controle de deformações diametrais Zona de Confinamento A ancoragem deve ser dimensionada no projeto de engenharia considerando os esforços solicitantes, as características do solo e os possíveis recalques derivados da ancoragem. min. 100 mm max. 150 mm Fundação(se requerida) Solo nativo Reaterro secundário / 2º reaterro Após a realização do reaterro primário, o aterramento deve ser continuado com o reaterro secundário até o preenchimento total da vala, nivelando-se com o terreno. O projeto de engenharia deverá especificar se poderá ser utilizado o próprio solo nativo neste segundo reaterro, assim como a necessidade de compactação, caso exista pavimentação. O recobrimento mínimo e máximo sobre o tubo deve ser considerado avaliando-se a condição de instalação e utilização da tubulação e deve ser especificada no projeto de engenharia. A limitação de recobrimento tem influência na profundidade total da vala que também deve ser especificada em projeto. Os tubos cuja deformação ultrapassar os limites especificados na tabela acima devem ser descobertos e reaterrados com melhor compactação do reaterro primário, com o objetivo de atender a exigência quanto a máxima deformação. A peça ancorada deverá ter o máximo de sua superfície apoiada no concreto, tomando-se o cuidado de não cobrir as juntas. As figuras a seguir mostram exemplos típicos de blocos de ancoragem. 13 REATERRO Exemplos típicos de blocos de ancoragem Aterro SC1 ou SC2(*) bem compactado Max. 25m (ou estabilizado) Em trechos de grande declividade os tubos devem ser ancorados para evitar deslocamentos na direção da declividade. Alguns casos especiais como os de travessia de rodovias ou Tubo de seção curta: Max. Maior de 2 m ou 2 x DN Min. Maior de 1 m ou 1 x DN ferrovias ou áreas de proteção ambiental podem exigir, conforme legislação vigente, que os tubos sejam encamisados. O encamisamento deve ser detalhado no projeto de engenharia. Quando o encamisamento for realizado com concreto este deve ser armado e o tubo deve ser temporariamente ancorado para que não flutue e o concreto deve ser aplicado em camadas finas, aguardando-se o tempo necessário para a . cura de uma camada antes da aplicação da seguinte. Os recalques do bloco de ancoragem devem ser minimizados com a execução de uma boa fundação, preparação adequado do leito, compactação adequada e a utilização de tubos de seção curta (“toco curto”), conforme ilustra a figura 21. Max. 45° Figura 21: Esquema de ancoragem dos tubos Deflexão angular máxima permitida para tubos com classe de pressão até 1,6 Mpa Ângulo de deflexão DN máximo permitido(°) Até 1,6 MPa DN Os tocos curtos também são aplicados para minimizar os esforços de recalques nos casos de transições de terrenos e de tubulações de diferentes materiais. 500 500 DN 900 2° 900 DN 1800 1° DN 1800 O toco curto deve atender a tolerância de deflexão angular apresentada na tabela abaixo. 3° 0,5° 14 SOLDA DE TOPO SOLDA DE TOPO / KIT TECNIPLAS A Tecniplas fornece kits de solda de topo para operações de montagem em campo e para reparos e tarefas de manutenção incluindo todo o material necessário (manta, tecido e resina). A seqüência de quantidades e larguras das mantas e tecidos dos kits, em função do diâmetro e classe de pressão das tubulações estão de acordo com as tabelas na norma NBS-OS15/69. Por serem muito extensas estas tabelas não constam deste manual. Caso sejam necessárias poderão ser solicitadas a Tecniplas. Procedimentos Preparação das extremidades 4Medir o comprimento necessário e riscar o local de corte em toda a sua volta, observando cuidadosamente sua perpendicularidade. 4Apoiar convenientemente a peça para evitar deslocamento e, à medida que o corte estiver sendo feito, girar a peça acompanhando o risco. 4Chanfrar as duas extremidades a serem soldadas com ângulo de aproximadamente 45°. Solda 4Embeber o véu de superfície com resina e aplicá-lo sobre a região a ser soldada. 4Lamine uma camada de manta com transpasse de 5 cm para cada lado, tendo o cuidado de remover as bolhas de ar. 4Durante a laminação retirar as bolhas de ar mediante aplicação de um rolete compactador até obter a completa impregnação da fibra de vidro. 4Lixar a superfície externa das peças (onde será aplicada a solda com largura, no mínimo, igual à maior largura das mantas a serem aplicadas). 4Aplique mais uma manta procedendo da mesma forma descrita no item acima. 4Aplique uma camada de tecido tomando cuidado de molhar bem as fibras com a resina. Envelopamento Aplique uma camada de véu de superfície por toda a extensão das bordas a serem unidas. Este véu deve transpassar 3 a 5 cm interna e externamente.Imediatamente aplique a resina que já deve estar catalisada. Este movimento deve ser executado nas duas extremidades. A resina fornecida pela Tecniplas, para o material de solda é pré-acelerada, necessitando apenas da adição do catalisador.Faça um acabamento liso em torno destas extremidades, unindo-as de modo que fiquem alinhadas e imobilizadas.Após a união das extremidades preencha a região chanfrada com fios de fibra de vidro para regular a superfície. 4Aplique uma camada de manta mais larga que o tecido. 4Repita esta aplicação alternada de manta-tecido, cada vez mais largas que as anteriores, até obter a espessura especificada conforme a tabela de solda de topo, em função do diâmetro e classe de pressão. 4A seqüência de laminação deve ser executada em etapas (aproximadamente 2 a 3 mm de material) a fim de evitar queima do laminado em função da reação de exotermia provocada durante a cura da resina. 4Faça a camada final com manta e dê um acabamento bem liso. Nesta última aplicação, use resina parafinada. 15 SOLDA DE TOPO Cuidados na preparação da solda de topo 4A resina deve ser preparada (com catalisador) em quantidades tais que o seu tempo de utilização não exceda ao tempo de gelificação (endurecimento). 4Entre a laminação de uma e outra camada deve ser respeitado o tempo de gel da resina. 4O tempo de gelificação após mistura do catalisador é tão menor quanto maior for a temperatura ambiente. 4A 25° C de temperatura ambiente, o tempo de gelificação, com 1% do catalisador MEKP em peso relativo à resina, gira em torno de 20 a 30 minutos. 4Para temperaturas ambientais mais baixas (até aproximadamente 10° C) e mais altas (aproximadamente 40° C) o catalisador MEKP pode ser alterado na faixa de 0,9% a 2,5% em peso da resina. 4No caso de condições ambientais fora das aqui estabelecidas ou se tratando de outro tipo de catalisação, deve-se consultar o Departamento Técnico da Tecniplas para instruções. 4Em caso de dúvida consulte o Departamento Técnico da Tecniplas. 16 CONSIDERAÇÃO FINAL Consideração final Este manual foi elaborado com o intuito de oferecer orientações básicas e gerais no tocante a instalação enterrada das tubulações em PRFV Tecniplas. Procuramos aqui prever as respostas para as dúvidas mais frequentes no momento da instalação, entretanto, condições não previstas poderão ocorrer. A Tecniplas recomenda mais uma vez que toda instalação seja orientada por um projeto de engenharia, que as normas pertinentes sejam consultadas, que todas as medidas de segurança sejam tomadas e que em caso de dúvidas seja consultado seu Departamento Técnico. A Tecniplas se isenta de qualquer responsabilidade sobre instalações que não obedeçam a um projeto específico de engenharia, assim como de ocorrências não previstas neste manual ou decorrentes de sua incorreta interpretação.