(2019/2020) SUMÁRIOS AHC 17 / 09 / 2019 Introdução ao estudo da Antropologia e História do Corpo. Programa exposto esquematicamente através do Quadro-Plano geral de cada semana de aulas com a exposição de extensa e respectiva bibliografia. Metodologia a adoptar na leccionação. Parte de leccionação propriamente dita e parte de preenchimento de uma ficha relativa à matéria acabada de ser exposta. Proposta de Avaliação (1 Frequência no final do I Semestre). Datas consoante as turmas: Segunda-feira: 09 de Dezembro (CD1) Terça-feira: 10 de Dezembro (RPM2) + (CD5) Quarta-feira: 11 de Dezembro (CD4) FREQUÊNCIA DE ANTROPOLOGIA Quinta-feira: 12 de Dezembro (CD6) + (CD7) + CD2) Sexta-feira: 13 de Dezembro (RPM1) + (CD3) REGRAS: há 5 minutos de tolerância para entrada ao início da aula. Nas aulas não é permitida a utilização de telemóveis, computadores ou tablets. Nas aulas é permitida a ingestão de água. No entanto, não é permitida a ingestão de alimentos sólidos nem líquidos tais como café, sumos em pacote, etc. CONTACTO COM A PROFESSORA: email: mhasseåtfmh.ulisboa.pt telemóvel: 919 888 499 Horário de Atendimento: Gabinete 3 / Edifício Lord / Quinta-feira: das 14:00 às 14:30 Sexta-feira: 11:00 às 12:30 19 / 09 / 2019 20 /09 / 2019 *** 23 / 09 / 2019 24 / 09 / 2019 REUNIÃO GERAL - CONSELHO PEDAGÓGICO 25 /09 / 2019 O que é a Antropologia? O que é a História? O que é o corpo? ‘O que é o homem’? Anthropos+Logos constitui o homem (anthropos) + conhecimento, estudo (logos). A antropologia é a ciência que estuda o homem na perspectiva da humanidade, na perspectiva da totalidade. O que distingue o Homo Sapiens dos outros animais; sua evolução e transformações físicas e nervosas, mas também psíquicas e sociais. Não se trata de estudar o homem numa única perspectiva (por exemplo, biológica) mas de abarcar o seu estudo a partir de uma perspectiva integradora onde se verifica a sobreposição e interligação profunda do bio+psico+social. As múltiplas áreas dentro da antropologia indicam a importância desta área do conhecimento e na sua aplicação. Trata-se de reunir estudos que melhor permitam conhecer as diversas realidades socio-culturais para nelas ser possível realizar intervenções – de caris político, administrativo, educativo e, também, ao nível das transformações urbanas locais a introduzir de forma a atenuar o mais possível os impactos negativos. Nas escolas a diversos níveis, por exemplo também, nos munícipios, no turismo, nos grupos de minorias éticnicas, empresas com elevado número de funcionários onde se cruzam várias origens sócio-culturais ou outros, como clubes desportivos, de futebol, basquetebol ou outros, a antropologia tem dado um valioso contributo para o desenvolvimento positivo das sociedades. É por esta razão que o maior desenvolvimento da antropologia se encontra nos Estados Unidos e no Brasil dada a enorme diversidade de culturas que se encontram nestes dois países em particular. A história é o estudo do homem no tempo. Todos nós temos uma história. Carregamos connosco uma história individual, que por sua vez se cruza com uma história colectiva e também biológica. O homem necessita de pensar o tempo para melhor se organizar a si próprio e organizar em simultâneo, as suas relações com os outros homens dos quais está em permanente dependência directa ou indirecta. Histor significa aquele que vê, que presencia, que testemunha. Como tal, aquele que testemunhou alguma coisa encontra-se em condições de transmitir factos, acontecimentos, registos ‘de algo que se passou’, por exemplo, guerras, epidemias, descobertas, ou simplesmente factos, rotinas do quotidiano, práticas e condutas regulares, introdução de inovações ou a mera regularidade da vida tais como um campeonato desportivo, a sucessão de factos e a sua problematização. O corpo é aquilo que representa um todo. No caso do nosso corpo, na perspectiva da cultura, o corpo representa aquilo que somos e sentimos, ele é parte integrante do ser social. Sem poder escapar à sua dimensão física, biológica, parte da natureza, o corpo representa o domínio simbólico na sua expressão mais profunda. A. Permanece a questão de fundo da antropologia e da própria filosofia sem a qual nenhuma forma de conhecimento poderá fazer sentido na vida colectiva: ‘o que é o homem?’. Para responder a esta questão talvez a análise de uma caso ocorrido há alguns anos no decurso da II Guerra Mundial nos ajude a perceber um pouco aquilo que é a preocupação central da antropologia e das ciências sociais e humanas de uma maneira geral. Trata-se do julgamento de Adolf Eichmann, alemão, nazi, e um dos responsáveis pela morte nos campos de concentração de milhares de prisioneiros. Este julgamento foi adaptado ao cinema. O filme ‘A Banalidade do Mal’ analisa este julgamento e os factos que se desenrolaram à sua volta no decurso do acompanhamento que é feito deste caso pela filósofa alemã judia Hannah Arendt contratada pelo jornal New Yorker. Dadas as suas características: mulher, filósofa, alemã, judia, o que Hannah Arendt reporta não é aquilo que era esperado e o escândalo rebenta perante a sua análise. O que esta intelectual via não era um monstro tenebroso que personificaria toda a maldade do mundo mas, antes, um homem comum, banal, um burocrata, um pensamento técnico, empobrecido de ética, orientada apenas para o cumprimento de ordens. Este tipo de pensamento revela-se nas nossas sociedades como algo extremamente prático, substitui a reflexão, a escolha. Travase, portanto, de um homem vulgar. Um homem como qualquer outro que, sujeito à mesma situação, uma situação propícia ao exercício técnico de algo, permitiria a emergência do que de pior existe em cada um de nós. A banalidade da violência sugere a banalidade do sofrimento, e enquanto se canaliza a possibilidade de odiar plenamente um único indivíduo como o culpado do terror nazi, é como se existisse um alívio nessa legitimidade do ódio áquele homem – o que supõe o risco de fugirmos daquilo que, na verdade, havia criado as condições que permitissem o que veio a ocorrer. O que Hannah Arendt se esforça por fazer compreender é que não é um único indivíduo que deve ser julgado pelo extermínio de milhões, mas antes as condições de possibilidade que generalizam a ‘licença’ para a banalização do sofrimento. Prefere-se odiar um só e ficar com a consciência tranquila (ele é o criminoso, nada mais nos implica a este homem que não seja o nosso ódio personificado) em vez de se pensar no que permitiu que essa forma de agir se tenha generalizado a uma vasta parte da sociedade alemã nazi, como a qualquer outra, em qualquer outra época – como, por exemplo, no presente. B. Robert Antelme foi um dos sobreviventes dos campos de concentração alemães. No final da guerra, de regresso a casa, tem o desejo frenético de contar aquilo que havia vivido, o imenso sofrimento a que fora, ele e muitos outros, sujeito. À sua volta dizem-lhe que tal não é necessário pois o seu corpo, a sua aparência, são suficientemente eloquentes para que se perceba as condições a que havia sido sujeito. Mas ao regressar a casa ‘dizer’ era a única possibilidade de partilhar aquilo que havia sido vivido como uma experiência extrema do mal e do sofrimento, a necessidade de falar, de a transmitir era maior, a necessidade de ser ouvido impunha-se. E, logo de início, assim que se procurava falar sobre o que havia acontecido nos campos, Robert Antelme, como muitos outros, confrontava-se com a impossibilidade de dizer, a incapacidade de verbalizar o que conhecera. Existia um vácuo entre a memória e a transmissão verbal do que fora vivido e que se continuava a viver dentro de si, na mente, na memória. C. No seu livro A Espécie Humana, escrito entre 1946-47, Robert Antelme procurou transmitir aquilo que vivera. De forma surpreendente, descreveu um encontro com outro prisioneiro, um jovem de 18 anos, que permaneceu sempre na escuridão e não poderia reconhecer no dia seguinte quando a luz do dia iluminasse os prisioneiros, que à volta de umas passas num ‘unico cigarro, verdadeiro luxo em especial nos Blocos – termina num aperto de mão e as palavras ‘somos livres’, ‘sim’. O que significa esta possibilidade de se sentirem livres no encarceramento abjecto a que estavam submetidos, sem saber porquê, gente de esquerda, homossexuais, deficientes, ciganos, sindicalistas, activistas, uns e outros de qualquer nacionalidade? A escolha. No limite em que viviam, podiam ter-se comportado como animais, traído por um naco de comida, rastejado diante dos guardas para obterem um benefício mínimo que lhes permitisse sobreviver mais uns dias, umas horas. Em vez disso, no limite, toda a energia de que dispunham concentrava-se numa única vontade: a de permanecerem dignos, a de preservarem a sua condição de homens, a de viverem dentro das exigências de uma verdadeira humanidade e não segundo comportamentos baixos, de animais. Ora a dignidade humana é aquilo que distingue homens e bichos, é aquilo a que todos os homens, qualquer homem seja de que cultura ou origem for, luta para preservar. Uma inquietação que a antropologia reconhece entre toda e qualquer cultura ou sociedade que tenha sido estudada, que esteja a ser estudada em qualquer parte do mundo. Robert Antelme escreveria ainda um outro livro Vingança? No qual exorta à necessidade de salvaguardar a todos os seres humanos o seu direito à dignidade. Mesmo aos torturadores, aos carrascos da II Guerra Mundial. Tanto A Espécie Humana quanto Vingança?, de Robert Antelme encontram-se traduzidos em português. Referências electrónicas: Ladislav Dowbor (Professor) www.justificando.com/2015/10/05a-atualidade-brutal-de-hannah-arendt/ Filmografia: A Banalidade do Mal. Hannah Arendt (Legendado) baseado na obra Eichmann em Jerusalém. https://www.youtube.com/watch?v=06jufTlnFbU Prática: entrega de Ficha com perguntas objectivas sobre a matéria transmitida na aula para preenchimento individual 26 /09 / 2019 (Remete-se para o Sumário da aula de dia 25/09/2019) 27 /09 / 2019 (Remete-se para o Sumário da aula de dia 25/09/2019) *** 30 / 09 / 2019 (Remete-se para o Sumário da aula de dia 25/09/2019) 01 / 10 / 2019 (Remete-se para o Sumário da aula de dia 25/09/2019) 02 / 10 / 2019 Quais as origens da antropologia enquanto conhecimento cientificamente construído? Quais os antecedentes desta área do conhecimento? Quais foram os seus fundadores? Quais as suas preocupações e interesses? Quais as teorias (ou correntes teóricas) e as escolas (mestres, discípulos, instituições académicas)? Quais os métodos desenvolvidos? Qual a sua relação e importância para a Antropologia e História do Corpo e, em particular, para as áreas de estudo das Ciências do Desporto e da Reabilitação Psicomotora? Antecedentes – O interesse dos homens por outros homens de outras regiões foi registado desde os antigos gregos e outros. Nesses textos (Aristóteles, Heródoto) a partir dos contactos interculturais – através da guerra, trocas comerciais, migração, tratados e interesses políticos, entre outros – eram apontados outros modos de vida, outros costumes, organização social, aspecto físico, vestuário, técnicas, falas, características particulares e gerais de diferentes pontos do mundo mediterrâneo ou de mais além. Coube a Ibn Khaldun (1332-1406) que desenvolveu uma das primeiras teorias sociais não religiosas. ‘As Viagens’ de Marco Polo (1254-1323), e de Fernão Mendes Pinto ‘A Peregrinação’ representavam esse tipo de textos, nesse caso em grande parte sobre a Ásia, onde as maneiras de ser distantes e distintas eram descritas com maior ou menor veracidade. Nos séculos quinze e dezasseis, as descobertas marítimas abrem o campo dos possíveis e os europeus confrontam-se com outros povos considerados ‘selvagens’ que não só habitavam regiões totalmente afastadas da Europa como desconheciam todos os avanços políticos, sociais, técnicos e científicos que eram conhecidos neste continente. Na verdade, o índio atingiu o amâgo da ideia europeia do que significava ser um ser humano. Algo havia sido posto em causa e os alicerces do pensamento em que assentava a sociedade europeia começavam a ser questionados. Em qualquer um destes três casos, existe em comum um interesse profundo por outros homens, culturas e sociedades, nomeadamente sobre as suas formas de organização, sistemas familiares, formas incipientes de direito, processos de educação, sistemas religiosos ou práticas pagãs, técnicas e saberes sobre os quais assentavam as formas de vida encontradas. Na Europa, no século dezasseis Michel de Montaigne considerou povos remotos (Os Canibais), a influência do meio social e natural no homem e levantou uma série de questões sobre a natureza humana. Por volta do século dezoito, começa a desenvolver-se uma certa nostalgia baseada na simplicidade da vida dos ‘selvagens’, aparentemente não corrompidos pela sociedade onde os vícios de carácter moral e físico eram correntes e se desenvolviam. Perante esta situação, sugeriase que ‘o homem nasce puro a sociedade é que o corrompe’ (Jean-Jacques Rousseau, 1712-1778). A teoria do ‘bom selvagem’, retomada por este filósofo do pensamento de Montaigne, inspirou vários outros pensadores os quais, confrontados com as características das sociedades em que viviam, onde o luxo e a lúxuria se confundiam, vícios diversos e a ausência de virtudes proliferavam, procuravam na vida rural e nos hábitos dos camponeses os traços de vidas mais robustas e genuínas, o interesse pela ligação à terra oposto aos desvios da vida no meio urbano. Por um lado, a descrição de viagens, por outro uma filosofia social. No centro, a ideia que a desigualdade social era a origem de todos os problemas sociais. Com o seu trabalho O Contrato Social (1762) e O Discurso sobre a Desigualdade dos Homens (1753), Rousseau inspirou até hoje vários cientistas sociais posteriores. O conceito de Volk desenvolvido por Herder foi retomado por outros autores, tais como Fichte e Schelling, Kant, Hegel, e pensam-se os fundamentos epistemológicos da teoria social moderna. Todo este movimento do pensamento, foi cruzado com as guerras napoleónicas, a revolução industrial e as transformações profundas não só na agricultura mas na manufactura, na cidade e nos movimentos do campo para a cidade, as migrações de milhões. Enquanto o tecido social passava de predominantemente estático a predominantemente dinâmico, Charles Darwin (18091882) publicou em 1859 a sua obra sobre A Origem das Espécies baseada em dados sistematicamente recolhidos numa viagem por mar à volta da terra no navio Beagle, contribuindo deste modo para acentuar a efervescência científica e intelectual do tempo, o fervilhar histórico, cultural e intelectual no seio da qual os estudos da antropologia se desenvolveram. Fundadores – Foram vários aqueles que são considerados os fundadores da antropologia. Provenientes de várias áreas científicas, de diferentes pontos da Europa e também do continente americano, dedicaram-se ao estudo do homem em diferentes pontos do globo conduzidos pelo interesse em conhecerem outros povos, diferentes modos de vida, formas de organização social mais simples que pudessem ajudar a compreender as formas de vida de sociedades consideradas primitivas, ou seja, sociedades com formas de organização social mais simples as quais eventualmente permitiriam compreender as formas de organização social anteriores ao modo que se procurava desenvolver nos finais do século XIX, em particular nos diversos países europeus, e dessa maneira poder conhecer as diferentes etapas pelas quais teriam passado as sociedades a que pertenciam os próprios fundadores da antropologia antes destas sociedades terem chegado ao presente. Entre os vários fundadores destacam-se alguns dos mais conhecidos (Ver Quadro Fundadores da Antropologia) e que, de uma forma ou de outra contribuíram para erigirem os fundamentos teóricos de uma nova área científica, de uma nova disciplina académica, de um extenso conjunto de dados e informações inovadoras para a compreensão do homem e da diversidade humana. Franz Boas, alemão que estuda nos Estados Unidos populações de índios estudos estes que beneficiaram do facto de Boas viver no mesmo continente das populações estudadas e entre as quais realiza um levantamento alargado e exaustivo e desenvolve a teoria do relativismo cultural. O relativismo cultural defende para o campo da antropologia o entendimento de que todas as sociedades devem ser entendidas como iguais em valor e não como sendo inferiores ou superiores umas às outras. Existe um valor relativo a cada uma das sociedades estudadas não podendo ser tomadas como mais ou menos do que outras pelo facto de cada uma ter tido um desenvolvimento específico. Também Branislow Malinovski, de origem polaca, após ter desenvolvido estudos de antropologia na London School of Economics deslocou-se à Nova Guiné onde estudou os costumes dos habitantes de uma ilha remota, a ilha de Trobriand, onde desenvolve a teoria do funcionalismo a partir da qual a sociedade deveria ser entendida a partir das necessidades que originavam diferentes funções em torno das quais se organizava a vida social. Mais importante do que a teoria funcionalista foi o desenvolvimento de um método que se tornaria o método primordial da antropologia e que correspondia ao estudo directo das populações a partir da observação participante. O método da observação participante permite ao investigador mergulhar nas sociedades a estudar, permanecer um período mergulhado na vida colectiva e, nessas circunstâncias, poder observar, reunir dados, relacionar informações diversas e compreender – tanto quanto possível como se a esta pertencesse – os elementos fundamentais a partir dos quais toda a sociedade se organizava. Modos de vida, estatutos e relações entre indivíduos, família e instituições, ritos e actividades, magia e economia nada passaria despercebido do investigador que inserido no seio das populações observava e questionava sobre os aspectos que mais o intrigavam. FUNDADORES ANTROPOLOGIA CULTURAL E SOCIAL Nome Origem Formação Inicial Teoria Síntese Universidad On progress e Franz Boas (1858-1942) Alemão Judeu Física Matemática Geografia Particularismo Histórico Relativismo cultural Professor de Antropologia, Universidade de Colúmbia, NY. 1899-1942 Edward Burnett Tylor (1832-1917) Inglês Todas as culturas são iguais (em valor) e diferentes (entre si). Para as estudar era necessário utilizar um conjunto complexo de técnicas para compreende r como é que um grupo dado se desenvolvera. A ideia básica era que a sociedade e a cultura haviam Evolucionismo On progr ess James George Frazer (1854-1941) Inglês Lewis Henri Morgan (1818-1881) John Ferguson McLennan (1827-1881) AL Kroeber (1876-1960) Americano Advogado Escocês Advogado R. Lowie (1883-1957) H. Maine (1822-1888) A. R. Radcliffe – Brown (1884-1955) Americano Bronislaw Malinowski (1884-1942) Polaco W.H.R. Rivers Evolucionismo Americano Inglês 1º Professor de Antropologia na Universidade de Liverpool, 1908. Evolucionismo biológico e social Evolucionismo social Particularismo Histórico e Cultural Escocês Inglês desenvolvid o-se numa série de estádios previsíveis. Aluno de Tylor Leccionou durante 45 anos na Universidade de Berkeley, CA. Evolucionismo Iniciou estudos de Medicina em Oxford mas mudou-se para Cambridge para estudar Antropologia Doutorado em Física e Filosofia. Matemática e Ciências Naturais Psicólogo Funcionalismo Estrutural Funcionalismo Difusionismo Todas as sociedades tinham de resolver os mesmos problemas básicos, tais como satisfazer as necessidade s físicas e psicológicas. Cada costume servia uma finalidade. Observação participante, um novo padrão para a pesquisa etnográfica. Estudou na London School of Economics (LSE). 1910. Abordagem sincrónica. Universida de de (1864-1922) Cambridge . Adolf Bastian (1826-1905) Alemão Médico Etnógrafo Difusionismo Marcel Mauss (1872-1950) Francês Judeu Formado em Estudos Clássicos e Filologia Comparada, com vasto conhecimento da história cultural mundial e da etnografia contemporân ea era vasto. Antropologia simbólica Nicolai Nicolaievich MiklukhoMaklai (1846-1888) Nicolai Nicolaievich MiklukhoMaklai (1846-1888) Vladimir Germanovic h Bogoraz (1865-1936) Lev Yacovlevich Shterberg (1861-1927) Z.Consiglieri Pedroso (1851-1910) J.Leite de Vasconcelos (1858-1941) Russo Difusionismo Russo Difusionismo Russo Difusionismo Russo Difusionismo Português Evolucionismo Português Criações culturais migram, possuem várias origens e histórias. Totalidade. Antropologi a Simbólica. Estabelece três níveis de elaboração do estudo antropológic o: etnografia, (o trabalho de campo), etnologia, organização e interpretaçã o dos dados, antropologia , construção teórica e explicação. Arqueologia e Etnografia O estudo da cultura como uma totalidade. Professor de Religião Primitva na École Pratique des Hautes Études em Paris, desde 1902. . F. Adolfo Coelho (1847-1919) Português Evolucionismo Sumário still on progress https://www.youtube.com/watch?v=J5aglbgTEig https://www.youtube.com/watch?v=vcRqWbhwSq4 https://www.youtube.com/watch?v=pSLBz7O7kNk 03 / 10 / 2019 (Remete-se para o Sumário da Aula de dia 2/10/2019) 04 / 10 / 2019 (Remete-se para o Sumário da Aula de dia 2/10/2019) 07 / 10 / 2019 (Remete-se para o Sumário da Aula de dia 2/10/2019) 08 / 10 / 2019 A Representação. A capacidade que os homens desenvolveram de re-presentar, isto é, de voltar a apresentar algo que se encontra ausente: uma imagem, uma ideia, uma memória, um objecto. Associada à representação está todo o processo de simbolização, processo esse que o homem desenvolve no decorrer da hominização. Ao longo de milhares de anos as transformações sofridas pelos antepassados do homem – desde o lento abandono da posição quadrúpede para a passagem à posição bípede, a libertação das mãos e a possibilidade de subir às árvores, de aí se movimentar e de se alimentar de frutos e de bagas, a posição do polegar oponente ao indicador e aos outros dedos da mão, a transformação da dentição entre caninos, incisivos e molares, o desenvolvimento da visão periférica e da visão em profundidade ao poder olhar o horizonte, a diminuição do crâneo e o aumento da complexidade das sinapses, da transformação da vida social, da sofisticação da organização da vida do grupo, da vida social, e das crescentes possibilidades de sobrevivência colectiva contribuíram para o desenvolvimento no sentido da representação, de tornar presente algo que se encontrava ausente. Ao contrário de outros animais, ao retirarem os olhos do chão os antecedentes do homem conquistaram o espaço distante e a possibilidade de desenvolvimento da memória que guardava a imagem de algo que o olhar registava e a memória guardava, por exemplo, caça, arbustos, perigos, refúgios. Estas transformações conjugadas permitiram a representação que designamos por simbolização, ou seja, a capacidade de criar o símbolo – algo que só o homem elabora a nível mental e que está inacessível aos outros animais. O símbolo, expressão da capacidade de representação, é uma metade presente associada a outra metade ausente: uma aliança, uma bandeira nacional, uma cruz, um hino nacional, uma qualquer imagem ou objecto que remeta para uma outra parte que a completa e que está ausente, presente apenas no domínio do universo oculto, submerso da memória, do onírico, do sentido emocional. No universo dos sinais (um sinal é sempre uma informação, um estímulo se quisermos) em que o homem vive quer no meio natural, quer no meio social, o sinal dá uma ordem, não há hesitação, falta de clareza, é peremptório – por exemplo, os sinais de trânsito. Em qualquer dos casos, não poderá haver dúvidas e a ordem é compreensivel em todo o mundo até porque está padronizada a nível mundial. O sinal de stop é para parar ‘até mesmo no deserto’! Outros sinais dão outras indicações precisas quanto ao comportamento a adoptar: sentido proibido, sentido obrigatório, estacionamento ou paragem proibida, cruzamento, perigo, proibida ultrapassagem, lomba, etc. Também os sinais desenvolvidos pelos escuteiros são compreensíveis em todo o mundo onde exista o movimento de escutas que marca os caminhos pela natureza fora a indicar as vias certas para determinado lugar e as vias que não devem ser seguidas pois não correspondem à direcção estabelecida previamente às marchas, aos acampamentos, aos encontros e reuniões de diferentes agrupamentos de escuteiros. Designa-se por signo um outro sinal de carácter mais complexo. Neste caso, o signo é também um sinal mas não se limita a dar uma ordem como os sinais mais simples (faz isto, não faças aquilo, vai por aqui, não vás por ali) mas classifica, implica uma opção, ordena as várias classes ou grupos, ou objectos, ou sinais de identificação de actividades, direcções, profissões. Por exemplo, a marca Lacoste está associada ao ténis, enquanto a Adidas ou a Nike estão associadas ao atletismo, à velocidade, aos desportos colectivos, a Speedo à natação, a Hansen à vela, etc. Cada uma destas marcas corresponde a um signo, tal como a marca Coca-Cola, que se ordena com este nome entre a Pepsi, a Fanta, a Sumol, a Canada Dry! No universo de todas estas marcas todas são signos, haverá que considerar também as fardas e os uniformes, as fardas de voluntários, de auxiliares, de enfermeiros, de médicos, no universo da saúde, dos hospitais, bem como os uniformes do exército, dos comandos, da marinha, dos fuzileiros, da aviação, dos páraquedistas, os uniformes da polícia, os GOEs (Grupo das Operações Especiais), da GNR, dos bombeiros, todos eles signos que ordenam as actividades e funções de grupos cujas funções sociais são fundamentais à vida colectiva e se distinguem com facilidade. Os códigos postais, os endereços, os indicadores de andares com as respectivas campaínhas, os emblemas dos clubes, o zodíaco, um complexo mundo de signos em que o mundo ocidental em geral vive mergulhado. Para além dos signos, e possuindo um grau de complexidade superior aos outros sinais, o símbolo corresponde ao mundo da representação na totalidade, é a metade que evoca a outra metade submersa. Um símbolo é a superfície de um lago, visível, onde se apercebem pequenas movimentações circulares provocadas pela queda de uma folha, o movimento de um insecto, a ligeira ondulação provocada por um pássaro em voo rasante para apanhar insectos. O símbolo é toda essa superfície de aparência tranquila e também a parte submersa da qual se apercebe muito pouco ao primeiro contacto, ao primeiro olhar. E, no entanto, o que se vê faz parte do que se esconde do olhar, do que permanece imerso e participa da realidade visível, concreta, do lago. A superfície do lago não existe sem a parte submersa, profunda, meio onde se confundem correntes de origens confusas, lastros de plantas e de raízes, uma infinidade de imagens que remetem para os confins da memória individual e colectiva, o objectivo e o subjectivo, a real e o onírico, o consciente e o inconsciente, o mundo denso dos símbolos. Sinais, signos e símbolos são todos sinais. Porém, cabe aos símbolos ligar todos os níveis da vida humana e social, eles são a matéria que liga os níveis do mais vísivel para o mais oculto, o menos consciente. 09 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 8 de Outubro) 10 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 8 de Outubro) 11 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 8 de Outubro) 14 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 8 de Outubro) 15 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 8 de Outubro) 16 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 8 de Outubro) 17 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 8 de Outubro) 18 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 8 de Outubro) 21 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 8 de Outubro) 22 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 8 de Outubro) 23 / 10 / 2019 As Técnicas do Corpo. O estudo das técnicas do corpo é integrado no âmbito dos estudos da antropologia por Marcel Mauss (1872-1950), sociólogo e antropólogo francês e um dos fundadores da antropologia. Atento a tudo o que o rodeava, as grandes mudanças no mundo transformado pela industrialização e, em particular, aos modos de agir dos indivíduos em sociedade, Mauss regista ao longo dos anos um conjunto de maneiras de fazer que despertam o seu interesse. Este autor, mergulhado na sociedade europeia que passava do século dezanove aos inícios do século vinte numa atmosfera de domínio das máquinas de grandes dimensões (máquina a vapor, vias férreas e locomotivas, automóvel, bicicleta, telégrafo, telefonia, fotografia, cinematografia, etc.), anotava as diferentes maneiras de andar, correr, marchar, cavar, nadar, sentar, colocação das mãos, todo um conjunto de acções que levantavam a questão de saber se nessas diferentes formas de actuar existiria intervenção da natureza ou se, como decerto admitiria, seria o resultado de uma intervenção da cultura – aquilo que os ingleses questionam sobre a intervenção da nature or nurture? O tema não despertara qualquer interesse até ali, mas a multiplicidade das maneiras de fazer afirmava-se na sua evidência, diversidade e complexidade pelo que Mauss reuniu sistematicamente factos, confrontou outros autores interessados nas possibilidades que se abriam na área do conhecimento da cultura, aprofundou hipóteses e confrontou-se com a sua própria cultura. A existência de uma técnica supunha ou não a presença de um instrumento, de um utensílio que permitisse executar uma acção? O que significava a palavra técnica? Como poderia a técnica permitir um aprofundamento do conhecimento do homem? Como poderia compreender-se o corpo enquanto um elemento fundamental da cultura? Estas questões faziam parte do seu ensino num curso de Etnologia descritiva e já haviam sido parte da sua experiência lectiva do seu ensino no Institut d’Ethnologie da Université de Paris. Parte de um conjunto de questões ainda mal conhecidas e sobre as quais não existiam quaisquer estudos Mauss verificara as diferenças que existiam entre as maneiras de nadar dos polinésios e as maneiras de nadar dos franceses, o facto das novas gerações nadarem de maneira diferente das maneiras de nadar dos seus antecedentes, ‘mas que fenómenos sociais seriam esses?’. Técnica é uma palavra de origem grega – têchné – que significa arte e técnica propriamente dita. No domínio da arte integrava-se a dança, o canto. No domínio da técnica propriamente dita integravam-se todas as maneiras de fazer através das quais o homem procurava transformar a natureza segundo as suas próprias necessidades. Nessa perspectiva, se a técnica supunha um instrumento, o corpo (natureza) seria o primeiro instrumento (cultura) do homem (totalidade). Se de início Marcel Mauss considerava a técnica como ‘as maneiras como os homens, de sociedade para sociedade, e de forma tradicional, sabem servir-se do seu corpo.’ A sua definição clarifica-se ao afirmar que ‘técnica é um acto tradicional e eficaz’. Acto – tradicional – eficaz. A acção, a tradição, a eficácia não meramente mecânica mas antes simbólica. A transmissão das técnicas. A imitação prestigiosa. A técnica e a socialização. Um habitus, não exactamente um ‘hábito’, uma ‘faculdade’, uma ‘aquisição’. Esses habitus não variam somente de indivíduo para indivíduos nem segundo a sua memória mas antes de acordo com as sociedades, as educações, as conveniências, as modas, os prestígios. São ‘técnicas e obras da razão prática colectiva e individual’. A técnica é um facto social total a partir do qual é possível estudar o homem na sua totalidade, o facto bio-psico-social, simultaneamente físico e mecânico, psico-fisiológico e social. Mauss propõe a classificação das técnicas segundo o sexo e a idade, em relação ao rendimento e a transmissão da forma das técnicas e, ainda, as técnicas segundo a perspectiva biográfica. Mauss, Marcel (1989) – Sociologie et anthropologie. Paris. Pp.363-386. *** Marques Pereira, Alberto - Manual de Ginástica. 24 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 23/10/2019) 25 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 23/10/2019) 28 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 23/10/2019) 29 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 23/10/2019) 30 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 23/10/2019) 31 / 10 / 2019 (Remete para a aula de 23/10/2019) 01/ 11 / 2019 FERIADO 04 / 11 / 2019 A Construção do Corpo do Outro. A Carta de Pero Vaz de Caminha e a descoberta do Brasil pelos portugueses. O problema da alteridade. No quadro da disciplina de Antropologia e História do Corpo o interesse deste estudo reside no facto do encontro entre culturas ter sido uma descoberta tanto dos outros quanto de si próprio. Este princípio aplica-se tanto aos estudantes de ciências do desporto quanto aos de reabilitação psicomotora. Tanto num caso como no outro não deixa de haver um encontro que propícia o conhecimento do outro (adversário, deficiente, marginal, mulher, indú) e a possibilidade de nos revelar aspectos em nós que ignorávamos. A Carta constitui um estudo de caso onde o corpo representa não só a cultura índigena em si, segundo o olhar português, e a revelação do que o português e o europeu aprenderam a conhecer sobre si nessa confrontação com uma outra cultura num mundo novo que descobre o antigo. A chegada ao litoral atlântico da terra de Vera Cruz a 24 de Abril de 1500 é descrita pelo cronista Pero Vaz de Caminha que, em carta dirigida ao Rei de Portugal D. Manuel I, apresenta ao monarca as características da nova gente e das novas terras. No contacto estabelecido desde as naus é a indicação dos corpos de cor parda que se destaca. A cor era indicada pela sua originalidade, uma tonalidade desconhecida até aí pelos europeus, distinta da cor da pele dominante no oriente, nos diferentes pontos de África. Por outro lado, a cor decorava os próprios corpos que se apresentavam pintados segundo cores e formas distintas entre cada um dos habitantes do lugar os quais utilizavam ainda penas e contas coloridas para a sua própria decoração. E se, de início, a cor se destacava, a beleza dos rostos, o cuidado dos cabelos, textura e forma do seu corte, a limpeza, a ausência de qualquer pilosidade a acentuar a nudez era a harmonia dos corpos e a inocência dos gestos que se impunha ao olhar dos portugueses. A valorização da visão em relação ao ouvido, sentido até aí dominante, revela a importância que o sentido da visão foi adquirindo na sociedade ocidental. Ao mesmo tempo, diante das maneiras graciosas e desprovidas de maldade os homens que desembarcaram na praia e se depararam frente a frente com os índios tupiniquins são seduzidos pela beleza em que se achavam mergulhados. A atracção que desencadeavam não impedia a consideração de se terem deparado os portugueses com povos num estado de desenvolvimento marcado pela simplicidade de costumes, de habitação, de processos de defesa. Além do mais, os portugueses do tempo evidenciavam a incapacidade de compreenderem as particularidades antropológicas, o relativismo cultural, e os índios foram considerados como alguma coisa entre os homens e os animais pelo facto – não da sua nudez, nem dos seus costumes rudimentares, mas pelo facto de não lhes ser reconhecido o conhecimento de Deus. Sem alma, isto é, sem Deus, a cristianização tornava-se a única maneira aceitável de os conduzir ao que era conhecido, comum aos portugueses e europeus de um modo geral. Eram, afinal, seres mais próximos da natureza, dominados pela natureza com a qual viviam em perfeito equílibrio. O encontro com os índios do Brasil confrontou os portugueses, assim como os homens de toda a Europa, com os seus próprios hábitos, as suas maneiras – próprias da vida urbana, a vida na cidade e remete para a civitas romana antiga, as maneiras adoptadas na cidade, dos homens que viviam na proximidade entre si e que, como regras de vida em comum, haviam desenvolvido formas de viver e de organização distinta. Essas maneiras eram civis, próprias daqueles que as usavam, faziam parte da civilidade realidade cujo valor viria a ser acentuado por Didier Erasmo de Roterdão, precisamente 30 anos após a descoberta do Brasil, na obra A Civilidade Pueril (1530) tratado de educação dedicado a Henri de Bourgogne, filho de Adolphe, príncipe de Veere, e onde se regista de forma impressa, e acessível a quantos sabiam ler, os códigos de comportamento que regiam a vida entre a nobreza. O branco confundia-se com a identidade do ‘civilizado’ sendo a epiderme, a cor da pele, o indicador inicial da posição relativa entre ‘uns’ e ‘os outros’. Este confronto entre os europeus (cultura) e os índios (natureza) marcava a separação entre os civis e os ‘selvagens’ na ausência de modos e de costumes equivalentes. Sendo os índios desprovidos de alma, segundo a representação dos índios pelos portugueses, cristianizar era a maneira aceite de os tornar mais semelhantes, além disso tornava-os parte da Igreja, de um mundo organizado em torno de princípios estabelecidos segundo a defesa do bem. É desse encontro que os europeus adquirem a consciência da sua própria maneira de viver, uma maneira de ser civil que implicava a necessidade de tornar ‘civis’ aqueles que desconheciam – e prescindiam – das suas formas de estar. Para o europeu, tornar civil significava civilizar, verbo que se tornaria em civilização palavra que passaria a designar o processo de civilizar e apenas aparecia no século XVIII na Europa. Contudo, diante da inocência descoberta nos modos de viver dos índios, a total ausência de vergonha, que estava longe de ser conotada com os excessos de uma sexualidade excessiva como acontecia na sociedade da nobreza, não deixava de tornar evidente a contradição entre o bem, a ausência de maldade dos índios e o mal, a malícia e a lascívia de outros – precisamente aqueles que se descobriam como cristãos e civlizados. A manifestação profunda da alteridade: a capacidade de se descobrir ‘outro’, de descobrir o que não estava preparado para aceitar. Distinção entre empatia e alteridade. No encontro de A e B, A actua, domina e influencia B submissão. Porém, B domina A através da inocência, da beleza, da docilidade. Do encontro de A e B: A descobre B em si. Crespo, Jorge (1996) – A construção do corpo do outro (Séc. XV-Séc. XVI). Arquivos da Memória. Dezembro, 1996. Semestral - nº 1. Pp. 7-22. Filmografia: A Missão (1985), Roland Jouffé. A Conquista do Paraíso (1992), de Jhene Carlson. 05 / 11 / 2019 (Remete para a aula de 04 / 11 / 2019) 06 / 11 / 2019 (Remete para a aula de 04 / 11 / 2019) 07 / 11 / 2019 08 / 11 / 2019 (Remete para a aula de 23 / 10 / 2019) 11 / 11 / 2019 Preenchimento de Ficha V e esclarecimento de dúvidas 12 / 11 / 2019 Preenchimento de Ficha V e esclarecimento de dúvidas 13 / 11 / 2019 Preenchimento de Ficha V e esclarecimento de dúvidas 14 / 11 / 2019 As aulas não se realizaram por motivo do dia do Ano Académico 15 / 11 / 2019 Preenchimento de Ficha V e esclarecimento de dúvidas 18 / 11 / 2019 (Remete para a aula de 04 / 11 / 2019) 19 / 11 / 2019 A Alimentação A Alimentação, um elemento de cultura. No desporto, na reabilitação, na vida em geral e na vida actual marcada por dietas, regimes e a ciência da nutrição, a alimentação centra-se no fulcro das questões sociais, económicas e ambientais. Enquanto o planeta se esgota nas capacidades da terra produzir toda a alimentação desejada, as florestas são abatidas para aproveitamento das madeiras mas, acima de tudo, das terras para a produção agrícola, o consumo da carne de vaca é cada vez mais vigiado e a contabilidade das calorias é rigorosa e exibida por lei na maioria dos produtos alimentares empacotados e, ainda, em alimentos que longe das receitas dos antigos, tradicionais e familiares são pensadas em função de dietas cada vez mais subordinadas ao equilíbrio energético que traduz alimentos em hidratos de carbono, proteínas, vitaminas, etc. A alimentação constitui um dos mais importantes elementos de cultura, a par da organização social, a religião, a economia e o direito. Depois das formas de sobrevivência assentes na colecta, a pesca e a caça, a passagem à agricultura permitiu a fixação num lugar, a redução do nomadismo e a progressiva vida sob uma forma gregária, favorece a escolha dos alimentos (trigo, milho, centeio, cevada, mandioca, arroz, castanha), a produção, a sementeira, a colheita, a conservação e a preparação dos alimentos, os alimentos crus e cozidos, a ornamentação dos pratos, o lugar de consumo dos alimentos, a existência ou não de uma mesa, bancos e cadeiras, esteiras e tapetes, cozinhas e dependências associadas como dispensas, sala de jantar, o espaço e o tempo dedicados à ingestão dos alimentos. Estudo de caso: a alimentação no Real Colégio de Nobres de Lisboa (1761-1837) como ponto de partida. Crespo, Jorge e Hasse, Manuela (1981) – A alimentação no Real Colégio dos Nobres de Lisboa. Revista de História Económica e Social, Jan.-Jun. nº7, Pp. 93-110. Crespo, Jorge (1992) – A Alimentação, in A História do Corpo. Cap.III. Lisboa. Pp.242-257. Nothom, Amélie (2004) – Biographie de la faim. Paris. Balinska, Marta Aleksandra (2003) – Retour à la vie. Quinze ans d’anorexie. Paris. Filmografia: A Festa de Babette (1987), Gabriel Exfell. Chocolate (2001), Lasse Hallström. Julie e Julia (2008), Nora Ephron. A Viagem dos Cem Passos (2014), Lasse Hallström 20 / 11 / 2019 Remete para a aula de 19 / 11 / 2019 21 / 11 / 2019 Remete para a aula de 19 / 11 / 2019 22 / 11 / 2019 Remete para a aula de 19 / 11 / 2019 25 / 11 / 2019 26 / 11 / 2019 27 / 11 / 2019 28 / 11 / 2019 29 / 11 / 2019 02 / 12 / 2019 03 / 12 / 2019 04 / 12 / 2019 05 / 12 / 2019 06 / 12 / 2019 09 / 12 / 2019 FREQUÊNCIA 10 / 12 / 2019 FREQUÊNCIA 11 / 12 / 2019 FREQUÊNCIA 12 / 12 / 2019 FREQUÊNCIA 13 / 12 / 2019 FREQUÊNCIA 16/ 12 / 2019 17 / 12 / 2019 18 / 12 / 2019 19 / 12 / 2019 20 / 12 / 2019 FINAL DO I SEMESTRE