26/01/21 – Revista Kids Quando paramos para observar duas crianças da mesma idade ou de idades próximas, podemos ver claramente a infinidade de características que as faz diferentes – não só as físicas, mas seus interesses, o que sabem ou não fazer, o jeito de andar, o vocabulário, e todos os momentos que cada uma já viveu. E essas diferenças devem ser respeitadas. Por isso, antes de se iniciar qualquer tipo de intervenção com a criança precisamos realizar uma avaliação. Podem ser por meio da aplicação de protocolos padronizados, observação do profissional ou uma mistura dos dois – o que de fato importa é que toda sua individualidade seja considerada, que todas as suas facilidades e dificuldades sejam identificadas e que sejam evitadas comparações com as outras crianças. As intervenções baseadas em ABA são elaboradas a partir da avaliação da criança, respeitando o interesse de seus cuidadores. Embora essas intervenções sejam personalizadas para a otimização do desenvolvimento, existem algumas “orientações gerais” que auxiliam na estimulação e podem ser seguidas no dia-a-dia sem grandes esforços. São elas: Limitar a quantidade de brinquedos que ficam dispostos pela casa – para aumentar as oportunidades para a criança fazer pedidos e aumentar a motivação para brincar com os brinquedos. Guardar brinquedos, por categoria, em organizadores transparentes com tampa e colocá-los em prateleiras ou outros lugares que estejam fora do alcance da criança, mas dentro de seu campo de visão – para aumentar as oportunidades para a criança fazer pedidos. Regular nossas reações e quantidade de atenção que oferecemos a criança com base na qualidade do comportamento apresentado. Comemorar comportamentos adequados, que queremos ensinar, e oferecer menos atenção e entusiasmo diante de comportamentos socialmente inapropriados – muitas vezes, brigar ou fazer “caras” diante de comportamentos que queremos mudar pode funcionar como atenção e reforçar tal comportamento. Fazer com que todos os momentos de tarefa ou cobranças sejam divertidos – é uma ótima estratégia para garantirmos atenção. Quando a criança se diverte ela aprende muito mais! Nomear itens antes de entrega-los a criança ou enquanto os manipula – assim estimulamos a fala e a habilidade de fazer pedidos. Embora as “orientações padrão” possam ser efetivas, ainda assim, são apenas complementos de uma intervenção personalizada, onde se faz possível um planejamento singular, tendo em vista a necessidade de um plano de ação que respeite o processo de desenvolvimento dos pequenos.