Uploaded by Joao Victor Alves Monteiro

Nutrição Esportiva e Funcional: Sistema Muscular e Adaptações

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SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4
2
SISTEMA MUSCULAR ............................................................................... 5
3
4
5
2.1
Contração muscular e fibras ................................................................. 5
2.2
Tecido muscular estriado esquelético .................................................. 6
2.3
Tecido muscular liso ............................................................................. 6
2.4
Tecido muscular estriado cardíaco ....................................................... 6
2.5
Músculo esquelético ............................................................................. 7
2.6
Aporte sanguíneo ................................................................................ 7
2.7
Etapas da contração muscular ............................................................. 8
2.8
Mecanismos da contração muscular .................................................... 9
2.9
Hipertrofia x Hiperplasia ...................................................................... 9
CÂIMBRAS E FADIGA MUSCULAR ........................................................ 11
3.1
Déficit de O2 ....................................................................................... 13
3.2
Definição de VO2Max ......................................................................... 13
3.3
Como o Vo2Max é medido? ............................................................... 14
RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO ................................................... 15
4.1
Definição de EPOC e sua relação com a intensidade do exercício .... 15
4.2
Limiar de lactato ................................................................................. 16
ADAPTAÇÕES NA UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS
DURANTE O TREINAMENTO .................................................................................. 17
6
PROTEÍNAS NA DIETA ........................................................................... 18
6.1
Carboidratos ....................................................................................... 20
6.2
Lipídios ............................................................................................... 22
1
7
ESTRESSE OXIDATIVO, DEFESA ANTIOXIDANTE E ATIVIDADE FÍSICA
...................................................................................................................23
8
9
7.1
O que é estresse oxidativo? .............................................................. 25
7.2
Detecção direta da produção de radicais livres .................................. 25
7.3
Detecção de produtos derivados do ataque de radicais livres ............. 26
7.4
Como é monitorado o dano muscular? ............................................... 26
7.5
Adaptação do sistema antioxidante ao exercício ................................ 26
7.6
Outras adaptações induzidas pelo exercício ...................................... 27
7.7
Relação entre ROS e fadiga muscular ............................................... 27
7.8
Relação entre ROS e lesão muscular e inflamação ........................... 28
VITAMINAS E MINERAIS ......................................................................... 28
8.1
Vitaminas:........................................................................................... 29
8.2
Vitaminas lipossolúveis ...................................................................... 30
8.3
Vitaminas hidrossolúveis .................................................................... 31
8.4
Minerais .............................................................................................. 33
8.5
Macrominerais .................................................................................... 34
8.6
Microminerais ..................................................................................... 34
ADAPTAÇÕES AO EXERCÍCIO EM DIFERENTES POPULAÇÕES ....... 38
9.1
Força .................................................................................................. 39
9.2
Mulheres vs. Homens ......................................................................... 39
9.3
Obesidade .......................................................................................... 40
9.4
Envelhecimento .................................................................................. 40
10 DOPING .................................................................................................... 41
10.1
Doping no esporte ........................................................................... 42
11 ESTEROIDES ANABOLIZANTES ........................................................... 42
11.1
Estimulantes.................................................................................... 43
2
11.2
Anfetaminas .................................................................................... 44
11.3
Metilxantinas ................................................................................... 44
11.4
Hormônios peptídicos ..................................................................... 45
11.5
Eritropoietina ................................................................................... 46
11.6
Suplementos voltados para a hipertrofia muscular ......................... 47
11.7
Hidratação ....................................................................................... 47
12 BIOMARCADORES ESPORTIVOS IMPORTANTES ............................... 49
13 NUTRIÇÃO FUNCIONAL.......................................................................... 50
13.1
Princípios da nutrição funcional ...................................................... 51
14 ALIMENTOS
FUNCIONAIS:
DEFINIÇÃO,
CLASSIFICAÇÃO
E
IMPORTÂNCIA ......................................................................................................... 54
15 LEGISLAÇÃO APLICADA AOS ALIMENTOS FUNCIONAIS ................... 57
16 PRINCIPAIS ALIMENTOS ESTUDADOS E SUAS ALEGAÇÕES DE
PROPRIEDADES FUNCIONAIS ............................................................................... 59
17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 63
3
1
INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro - quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor
e fazer
uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
4
2
SISTEMA MUSCULAR
Fonte: Pixabay.com
O sistema muscular é composto pelos diversos músculos do corpo humano. Os
músculos são tecidos, cujas células ou fibras musculares possuem a função de
permitir a contração e produção de movimentos. As fibras musculares, por sua vez,
são controladas pelo sistema nervoso, que se encarregam de receber a informação e
respondê-la realizando a ação solicitada.
2.1
Contração muscular e fibras
Os músculos são órgãos constituídos principalmente por tecido muscular,
especializado em contrair e realizar movimentos, geralmente em resposta a um estímulo
nervoso e podem ser formados por três tipos básicos de tecido muscular: tecido
muscular estriado esquelético, tecido muscular liso e tecido muscular estriado cardíaco.
5
2.2
Tecido muscular estriado esquelético
Apresenta, sob observação microscópica, faixas alternadas transversais, claras
e escuras. Essa estriação resulta do arranjo regular de microfilamentos formados pelas
proteínas actina e miosina, responsáveis pela contração muscular. A célula muscular
estriada chamada fibra muscular, possui inúmeros núcleos e pode atingir comprimentos
que vão de 1mm a 60 cm.
2.3
Tecido muscular liso
Está presente em diversos órgãos internos (tubo digestivo, bexiga, útero, etc) e
também na parede dos vasos sanguíneos. As células musculares lisas são uninucleadas
e os filamentos de actina e miosina se dispõem em hélice em seu interior, sem formar
padrão estriado como o tecido muscular esquelético. A contração dos músculos lisos
é geralmente involuntária, ao contrário da contração dos músculos esqueléticos.
2.4
Tecido muscular estriado cardíaco
Está presente no coração. Ao microscópio, apresenta estriação transversal.
Suas células são uninucleadas e têm contração involuntária.
As células musculares cardíacas são capazes de autoestimulação, não
dependendo de um estímulo nervoso para iniciar a contração. As contrações rítmicas
do coração são geradas e conduzidas por uma rede de células musculares cardíacas
modificadas que se localizam logo abaixo do endocárdio, tecido que reveste
internamente o coração.
Existem numerosas terminações nervosas no coração, mas o sistema nervoso
atua apenas regulando o ritmo cardíaco às necessidades do organismo.
6
2.5
Músculo esquelético
Antes de prosseguir deve-se recordar que os músculos esqueléticos não
podem executar suas funções sem suas estruturas associadas. Os músculos
esqueléticos geram a força que deve ser transmitida a um osso através da junção
músculo-tendão. As propriedades destes elementos estruturais podem afetar a força
que um músculo pode desenvolver e o papel que ele tem em mecânicos comuns.
O movimento depende da conversão de energia química do ATP (adenosina
trifosfato) em energia mecânica pela ação dos músculos esqueléticos. O corpo humano
possui mais de 660 músculos esqueléticos envolvidos em tecido conjuntivo. As fibras
são células musculares longas e cilíndricas, multinucleadas que se posicionam paralelas
umas às outras. O tamanho de uma fibra pode variar de alguns milímetros como nos
músculos dos olhos a mais de 100mm nos músculos das pernas.
2.6
Aporte sanguíneo
Durante o exercício, a demanda por oxigênio é de 4.0L/min e a tomada de
oxigênio pelo músculo aumenta 70 vezes, 11ml/110g/min, ou seja, um total de 3.400ml
por minuto. Para isso, a rede de vasos sanguíneos fornece enormes quantidades de
sangue para o tecido. Aproximadamente 200 a 500 capilares fornecem sangue para
2
cada mm de tecido ativo.
Com treinamentos de resistência, pode haver um aumento na densidade capilar
dos músculos treinados. Além de fornecer oxigênio, nutrientes e hormônios, a
microcirculação remove calor e produtos metabólicos dos tecidos. Há estudos
utilizando microscopia eletrônica que mostram que em atletas treinados, a densidade
de capilares é cerca de 40% maior do que em pessoas não treinadas. Essa relação era
aproximadamente igual à diferença na tomada máxima de oxigênio observada entre
esses dois grupos.
Para entender a fisiologia e o mecanismo da contração muscular, devemos
conhecer
a estrutura
do músculo
esquelético. Os músculos esqueléticos são
compostos de fibras musculares que são organizadas em feixes (fascículos).
7
Os miofilamentos compreendem as miofibrilas, que por sua vez são agrupadas
juntas para formar as fibras musculares. Cada fibra possui uma cobertura ou membrana,
o sarcolema, e é composta de uma substância semelhante à gelatina, sarcoplasma.
Centenas de miofibrilas contráteis e outras estruturas importantes, tais como as
mitocôndrias e o retículo sarcoplasmático, estão inclusas no sarcoplasma.
2.7
Etapas da contração muscular
O início e a execução da contração muscular ocorrem nas seguintes etapas:
•
Um potencial de ação trafega ao longo de um nervo motor até suas terminações
nas fibras musculares;
•
Em cada terminação, o nervo secreta uma pequena quantidade de substância
neurotransmissora: a acetilcolina;
•
Essa acetilcolina atua sobre uma área localizada na membrana da fibra muscular,
abrindo numerosos canais acetilcolina-dependentes dentro de moléculas
proteicas na membrana da fibra muscular;
•
A abertura destes canais permite que uma grande quantidade de íons sódio flua
para dentro da membrana da fibra muscular no ponto terminal neural. Isso
desencadeia potencial de ação na fibra muscular;
•
O potencial de ação cursa ao longo da membrana da fibra muscular da mesma
forma como o potencial de ação cursa pelas membranas neurais;
•
O potencial de ação despolariza a membrana da fibra muscular e também passa
para profundidade da fibra muscular, onde faz com que o retículo sarcoplasmático
libere para as miofibrilas grande quantidade de íons cálcio, que estavam
armazenados no interior do retículo sarcoplasmático;
•
Os íons cálcio provocam grandes forças atrativas entre os filamentos de actina e
miosina, fazendo com que eles deslizem entre si, o que constitui o processo
contrátil;
•
Após fração de segundo, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo
sarcoplasmático, onde permanecem armazenados até que um novo potencial de
ação chegue; essa remoção dos íons cálcio da vizinhança das miofibrilas põe fim
à contração.
8
2.8
Mecanismos da contração muscular
A teoria mais aceita para a contração muscular é denominada Sliding Filament
Theory, que propõe que um músculo se movimenta devido ao deslocamento relativo
dos filamentos finos e grossos sem a mudança dos seus comprimentos. O motor
molecular para este processo é a ação das pontes de miosina que ciclicamente se
conectam e desconectam dos filamentos de actina com a energia fornecida pela
hidrólise do ATP. Isto causa uma mudança no tamanho relativo das diferentes zonas
e bandas do sarcômero e produz força nas bandas Z.
A miosina tem um papel enzimático e estrutural na ação muscular. A cabeça
globular tem atividade de ATPase ativada por actina no sítio de ligação e fornece a
energia necessária para a movimentação das fibras.
2.9
Hipertrofia x Hiperplasia
Hipertrofia é um aumento no tamanho e volume celular enquanto que
Hiperplasia é um aumento no número de células.
Ao olhar para um fisiculturista e para um maratonista, nota-se que a
especificidade de um treinamento produz efeitos diferentes em cada atleta. Um
treinamento aeróbico resulta em um aumento de volume/densidade mitocondrial,
enzimas oxidativas e densidade capilar (devido a um aumento no número de
hemácias).
Nos últimos anos tem se observado o crescimento do uso dos suplementos
alimentares de forma generalizada, principalmente por frequentadores de
academias. Percebe-se que a mídia auxilia na formação de opiniões
relacionadas ao comportamento alimentar, saúde e exercícios físicos e essas
informações são cada vez mais propagadas pelos meios de comunicação,
facilitando o acesso da população, entretanto, verifica-se que muitas vezes
as informações veiculadas são equivocadas e podem gerar transtornos
(SANTOS et al., 2016 apud SILVEIRA et al., 2019).
Atletas de resistência também possuem as fibras de seus músculos treinados,
menores quando comparadas com as de pessoas sedentárias e, por outro lado,
fisiculturistas e outros levantadores de peso, têm músculos muito maiores. Sabe-se
que o aumento de massa é devido primariamente à hipertrofia das fibras, mas há
9
situações onde a massa muscular também aumenta em resposta a um crescimento
no número de células.
Apesar de hiperplasia ser uma grande controvérsia entre pesquisadores da área,
em modelos animais já foi demonstrado que sob certas condições podem ocorrer tanto
hipertrofia quanto hiperplasia das fibras musculares, com um aumento de até 334%
para massa muscular e 90% para o número de fibras. Uma das evidências da
existência da hiperplasia em seres humanos, é que este processo também pode
contribuir para o aumento de massa muscular. Por exemplo, um estudo feito em
nadadores, revelou que estes tinham fibras do tipo I e II do músculo deltoide menores
que as de não nadadores, entretanto o tamanho deste músculo era muito maior nos
nadadores.
Por outro lado, alguns pesquisadores mais céticos atribuem o fato de
fisiculturistas e outros atletas deste tipo possuírem fibras de tamanho menor ou igual
ao de indivíduos não treinados à genética: estes atletas simplesmente nasceram com
maior número de fibras. Existem dois mecanismos primários pelos quais novas fibras
podem ser formadas. No primeiro, fibras grandes podem se dividir em duas ou mais
fibras menores. No segundo, células satélites podem ser ativadas.
Células satélite são stem cells (células-tronco) miogênicas envolvidas na
regeneração do músculo esquelético. Quando se danifica, estira ou exercita as fibras
musculares, células satélites são ativadas. Células satélite proliferam e dão origem a
novos mioblastos. Estes novos mioblastos podem tanto se fundir com fibras já existentes
quanto se fundir com outros mioblastos para formar novas fibras.
10
3
CÂIMBRAS E FADIGA MUSCULAR
Fonte: Pixabay.com
Apesar de existirem muitas causas para câimbras musculares ou tetania,
grandes perdas de sódio e líquidos costumam serem fatores essenciais que
predispõem atletas a essa condição. O sódio é um mineral importante na iniciação dos
sinais dos nervos e ações que levam ao movimento nos músculos. Os indivíduos têm
uma baixa nas reservas de sódio no organismo e, ao transpirar quando se pratica
alguma atividade física. Porém, não se deve apenas associar as câimbras musculares
ao déficit do sódio no organismo, existem ainda outras causas potenciais como
diabetes, problemas vasculares ou doenças neurológicas.
Os atletas atribuem câimbras à falta de potássio ou outros minerais como cálcio
ou magnésio e a opinião médica atual não dá apoio a esta ideia. Os músculos tendem
a acumular potássio, cálcio e magnésio de forma tal que são perdidos em níveis
menores na transpiração, se comparados com sódio e cloreto, sendo que a dieta
geralmente fornece quantidades adequadas para prevenir déficits que iriam contribuir
para a ocorrência de câimbras.
A fadiga pode ser entendida como um declínio gradual da capacidade do
músculo de gerar força, resultante de atividade física. Ela resulta de muitos fatores,
cada um deles relacionados às exigências específicas do exercício que a produz.
Esses fatores podem interagir de maneira que acabe afetando sua contração ou
11
excitação, ou ambas. As concentrações de íons de hidrogênio podem aumentar
causando acidose. Os estoques de glicogênio podem diminuir dependendo das
condições de contração. Os níveis de fosfato inorgânico podem aumentar. As
concentrações de adenosina difosfato (ADP) podem aumentar. A sensibilidade de
Ca
2+
da troponina pode ser reduzida. A concentração de íons livres de Ca
2+
dentro da
célula pode estar reduzida. Pode haver mudanças na frequência de potenciais de ação
dos neurônios.
Uma redução significativa no glicogênio muscular está relacionada à fadiga
observada durante o exercício submáximo prolongado. A fadiga muscular no exercício
máximo de curta duração está associada à falta de oxigênio e um nível sanguíneo e
muscular elevado de ácido lático, com um subsequente aumento drástico na
concentração de H+ dos músculos que estão sendo exercitados.
Essa condição anaeróbica pode causar alterações intracelulares drásticas dentro
dos músculos ativos, que poderiam incluir uma interferência no mecanismo contrátil,
uma depleção nas reservas de fosfato de alta energia, uma deterioração na
transferência de energia através da glicólise, em virtude de menor atividade das
enzimas fundamentais, um distúrbio no sistema tubular para a transmissão do impulso
por toda a célula e desequilíbrios iônicos.
2+
É evidente que uma mudança na distribuição de Ca poderia alterar a atividade
dos miofilamentos e afetar o desempenho muscular. A fadiga também pode ser
demonstrada na junção neuromuscular, quando um potencial de ação não consegue
ir do motoneurônio para a fibra muscular. O mecanismo exato da fadiga é ainda
desconhecido.
As cãibras musculares podem ser classificadas em três entidades:
idiopáticas, incluindo cãibras noturnas nas pernas; parafisiológicas,
associadas à gravidez ou induzidas pelo exercício; e sintomáticas,
relacionadas com fatores etiológicos como medicação ou doenças (PARISI et
al., 2003 apud PALHA et al., 2020).
12
3.1
Déficit de O2
O déficit de O2 é a diferença entre o oxigênio total consumido durante o exercício
e o total que teria sido consumido se uma taxa estacionária do metabolismo aeróbio
tivesse sido alcançada no início.
Uma vez em déficit, o organismo busca outras fontes de O2, como aquele
armazenado nos pigmentos sanguíneos e musculares (hemoglobina e mioglobina),
energia das fontes energéticas imediatas (ATP, ATP-CP), metabolismo anaeróbio da
glicose e do glicogênio (atividades geradoras de prótons de hidrogênio e lactato).
3.2
Definição de VO2Max
VO2Max é o volume máximo de oxigênio consumido pelo corpo por minuto
durante o exercício realizado no nível do mar. Como o consumo de oxigênio está
linearmente relacionado com o gasto de energia, quando medimos o consumo de
oxigênio, estamos medindo indiretamente a capacidade máxima do indivíduo de realizar
um trabalho aeróbico.
De fato, os atletas de resistência são caracterizados por possuir um ótimo
sistema cardiovascular e uma capacidade oxidativa bem desenvolvida nos músculos
esqueléticos. Precisamos de uma bomba eficiente para enviar o sangue rico em
oxigênio para os músculos e também de músculos ricos em mitocôndrias para usar o
oxigênio e sustentar altas taxas de exercício físico.
É importante também considerar e compreender o papel da capacidade
oxidativa do músculo. À medida que o sangue rico em oxigênio passa pela rede de
capilares de um músculo esquelético em ação, o oxigênio difunde para fora dos
capilares para a mitocôndria, seguindo o gradiente de concentração. Quanto maior a
taxa do consumo de oxigênio pela mitocôndria, maior é a extração do oxigênio e maior
a diferença entre a concentração de O2 entre o sangue arterial e venoso. O delivery é
o fator limitante pois mesmo nos músculos treinados, não se pode usar o oxigênio que
não é fornecido. Mas, se o sangue chega aos músculos que não são treinados, o VO2
Max será menor apesar de uma maior capacidade de delivery.
13
3.3
Como o Vo2Max é medido?
Para determinar a capacidade aeróbica máxima, devemos seguir condições de
exercício que demandam a capacidade máxima de delivery de sangue pelo coração.
Para isso, devemos considerar as seguintes características:
•
Utilizar pelo menos 50% da massa muscular total. Atividades que cumprem
este requisito: corrida, ciclismo, remo. O método mais comum no laboratório é a
corrida em uma esteira, com inclinações e velocidades diferentes.
•
Ser independente da força, velocidade, tamanho do corpo e habilidades.
•
Ter duração suficiente para que as respostas cardiovasculares sejam
maximizadas. Geralmente, testes para capacidade máxima usando exercícios
contínuos são completados em 6 a 12min.
•
Ser feito por pessoas motivadas pois os testes para medir VO2Max são muito
pesados, porém terminam rapidamente.
Eis um exemplo do que ocorre durante um teste. Sua frequência cardíaca será
medida e o teste se inicia por uma caminhada em uma esteira a velocidades baixas e
sem inclinação. Se você estiver em forma, o teste pode ser iniciado com uma corrida
leve. Então, a velocidade e/ou a inclinação da esteira são aumentadas em intervalos
regulares (30s a 2min). Enquanto você corre, estará respirando por um sistema de 2
válvulas. O ar entra do ambiente, mas será expirado por sensores que medem o volume
e a concentração de O2.
Usando estas válvulas, a tomada de O2 pode ser calculada por um computador
em cada estágio do exercício. A cada aumento na velocidade ou inclinação, uma
massa muscular maior será utilizada em maior intensidade. O consumo de oxigênio
irá aumentar linearmente com o aumento de carga. Porém, em algum ponto, o
aumento da intensidade não irá resultar em um aumento do consumo de oxigênio. Esta
é a indicação de que você atingiu o VO2Max.
O valor do VO2Max pode ser dado em duas formas: absoluta, ou seja, em L/min
e o valor é tipicamente entre 3 e 6 para homes e 2,5 e 4,5 para mulheres. O valor
absoluto não leva em conta as diferenças de tamanho do corpo. Por isso, outra forma
de expressar o Vo2Max é na forma relativa, em ml por min por kg.
14
O consumo máximo de oxigênio entre homens não treinados com
aproximadamente 30 anos é aproximadamente 10-45 ml/min/kg e diminui com a idade.
O indivíduo que faz exercícios regularmente pode aumentar para 50-55 ml/min/kg. Um
corredor de ponta com 50 anos pode ter um valor de VO2Max maior do que 60
ml/min/kg. Já um campeão olímpico de 10.000m provavelmente apresenta um valor
próximo de 80ml/min/kg. Claramente, o treino é importante, mas a genética favorável
também é um fator crítico.
4
RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO
Fonte: Pixabay.com
A recuperação pós-exercício é um aspecto bastante importante dentro de todo
programa de condicionamento físico, tanto para praticantes e atletas, como para
técnicos e diversos profissionais ligados à área da saúde (BARNETT, 2006). Essa
etapa do treinamento físico consiste em restaurar a homeostase dos sistemas
orgânicos.
4.1
Definição de EPOC e sua relação com a intensidade do exercício
Após uma atividade física, os processos fisiológicos do corpo não voltam
imediatamente ao estado de repouso. Independente da intensidade do exercício, a
15
tomada de oxigênio durante a recuperação (pós-exercício) sempre excede o valor do
repouso. Este excesso é chamado de débito de oxigênio ou Recovergy Oxygen Uptake
ou EPOC (Excess Post Exercise Oxygen Consumption- excesso de oxigênio pósexercício). Ele é calculado como:
(Oxigênio total consumido na recuperação) - (Oxigênio total que teria sido
consumido no repouso durante o período de recuperação se o exercício não
tivesse sido realizado)
O EPOC tem implicações para a recuperação após o exercício que pode ser
feita de forma ativa ou passiva. A forma passiva consiste em repouso, inatividade
completa que reduz o requerimento de energia, liberando o O2 para o processo de
recuperação. A forma ativa ou cooling down é feita com exercício aeróbio submáximo,
dessa forma, o movimento aeróbio contínuo evita a fadiga e facilita a recuperação.
4.2
Limiar de lactato
O limiar de lactato é a velocidade em que o indivíduo atinge a concentração
mínima de lactato, ou seja, quando a taxa de produção começa a exceder a taxa de
remoção. Para determinar o limiar de lactato, podemos utilizar dois procedimentos
distintos:
•
O indivíduo em teste faz corridas de 800m e tem o lactato dosado. A primeira
corrida é feita em alta velocidade, a máxima conseguida pelo indivíduo. Após
uma pequena pausa, faz-se um ciclo de corridas em velocidades baixas e
crescentes intercaladas com curtos descansos. Para isso, é necessário ter um
controle de velocidade do atleta e um lactímetro.
•
Pode ser feito um teste em laboratório, utilizando estágios sucessivos de
exercício em bicicleta ergométrica, esteira, etc. Inicialmente, a intensidade do
exercício é de 50 a 60% do VO2Max. Cada estágio do exercício tem duração de
cinco minutos. Perto do final de cada estágio, a taxa cardíaca e o consumo de
oxigênio são registrados e uma amostra de sangue é coletada para a dosagem
de lactato. Após essas medidas, a carga do exercício é aumentada e as
16
medidas são repetidas. Após o sexto estágio, obtém-se uma distribuição de
intensidades. O limiar de lactato é quando a taxa de produção de lactato excede
a taxa de remoção, correspondendo ao consumo de oxigênio de 45ml/min/kg.
Geralmente determina-se o limiar de lactato em porcentagem do VO2 Max.
A formação de lactato intracelular acontece devido à incapacidade de oxidar
o piruvato presente na célula, devido à alta degradação da glicose para
atender à necessidade energética demandada pelo esforço físico. Assim, o
ácido lático produzido está relacionado ao processo de fadiga e redução da
performance do atleta (HALL et al., 2016 apud MOREIRA et al., 2019).
5
ADAPTAÇÕES NA UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS DURANTE
O TREINAMENTO
Fonte: Pixabay.com
A atividade física demanda a maior quantidade de energia, comparada com
todas as outras funções metabólicas complexas que ocorrem no corpo. Durante uma
corrida de velocidade ou uma competição de nado, por exemplo, o gasto de energia
dos músculos ativos pode ser 100 vezes maior que o gasto em repouso.
Durante um exercício menos intenso, como uma maratona, o requerimento de
energia aumenta para 20 ou 30 vezes em relação com o requerido na ausência de
atividade. Dependendo da intensidade e duração do exercício, os três grandes
sistemas de transferência de energia existentes no corpo são requisitados em forma
diferenciada e a sua contribuição relativa para o exercício é distinta.
17
As principais adaptações do corpo humano durante o treinamento são:
•
Ocorre alteração na capacidade de utilização dos diferentes substratos
energéticos;
•
Há uma otimização da capacidade de utilização de lipídios pelo músculo, em
detrimento dos carboidratos;
•
Ocorrem também alterações nos sistemas cardiovascular, endócrino e
muscular – o objetivo é otimizar a produção de energia através de processos
oxidativos.
6
PROTEÍNAS NA DIETA
Fonte: Pixabay.com
Sempre ouve-se falar que proteínas são importantes, que alguns alimentos
contêm proteína, que existem dietas à base de proteína. Mas, afinal, o que é uma
proteína? As proteínas são substâncias formadas por um conjunto de aminoácidos
ligados entre si através de ligações peptídicas.
Alguns aminoácidos devem ser fornecidos através da dieta porque sua síntese
no organismo é inadequada para satisfazer as necessidades metabólicas. Eles são
chamados aminoácidos essenciais. Esses aminoácidos são: treonina, triptofano,
histidina, lisina, leucina, isoleucina, metionina, valina e fenilalanina. A ausência ou
ingestão inadequada de qualquer desses aminoácidos resulta em balanço nitrogenado
18
negativo, perda de peso, crescimento menor em crianças e pré-escolares e sintomas
clínicos. Por definição bioquímica, tem-se que:
Os aminoácidos são compostos orgânicos formados por um grupo amino
(NH3) associado a um grupo carboxila (—COOH). A principal função dos
aminoácidos é atuar como subunidades de estruturação de moléculas
proteicas (MAHAN et al., 1998, apud MARCHINI et al., 2016, p.13).
Os demais aminoácidos são chamados não essenciais e são igualmente
importantes na estrutura proteica. Se ocorrer deficiência na ingestão desses
aminoácidos, eles podem ser sintetizados em nível celular a partir de aminoácidos
essenciais ou de precursores.
Aminoácidos conhecidos como condicionalmente essenciais são aqueles que se
tornam indispensáveis sob certas condições clínicas. Acredita-se que a cisteína, e
possivelmente a tirosina pode ser condicionalmente essencial em crianças prematuras.
O aumento da ingestão de proteínas mais que três vezes o nível recomendado
não aumenta o desempenho durante o treinamento intensivo. Assim, se numa dieta
com excesso de proteínas o músculo não tiver condições de utilizar os aminoácidos
para síntese de tecido muscular, as cadeias carbônicas serão usadas na
gliconeogênese e o nitrogênio excedente excretado pela urina.
O aumento da excreção de nitrogênio leva a uma maior necessidade de água,
uma vez que ele é incorporado à ureia e esta à urina. Isto, em longo prazo pode
sobrecarregar os rins e causar desidratação.
19
6.1
Carboidratos
Fonte: Pixabay.com
Os carboidratos são sintetizados pelos vegetais verdes através da
fotossíntese, processo que utiliza a energia solar para reduzir o dióxido de carbono.
Assim, os carboidratos atuam como reservatório químico principal da energia solar.
A suplementação alimentar tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente
desportivo, terapêutico e recreacional. Compostos energéticos como os
carboidratos são amplamente utilizados com diferentes finalidades,
especificamente no treinamento de força o uso de carboidratos está
relacionado com processos de hipertrofia muscular associados à outros
macronutrientes de forma crônica (OLIVEIRA et al., 2014 apud DE MELO, et
al., 2016, p. 03).
Um consumo adequado de carboidratos é fundamental para pessoas ativas.
Quando o suprimento de oxigênio para os músculos ativos é inadequado, o glicogênio
dos músculos e a glicose do sangue são as primeiras fontes de energia. Ao estocar
glicogênio os carboidratos asseguram energia para exercícios aeróbicos de alta
intensidade. Assim, para pessoas ativas é importante uma dieta com 50 a 60% de
calorias na forma de carboidratos predominantemente na forma de amido e fibras.
Durante treinamento vigoroso e antes de competição o consumo de
carboidratos pode aumentar para assegurar reservas adequadas de glicogênio.
Algumas características existentes entre os carboidratos simples e complexos são
descritos a seguir.
20
CARBOIDRATOS SIMPLES
Facilmente/rapidamente
digeridos
CARBOIDRATOS COMPLEXOS
e
Lentamente absorvidos
absorvidos
Fornecem energia imediata, elevando
Fornecem energia gradativamente às
subitamente a glicose sanguínea
células
Após seu consumo ocorre pico de
não há pico de glicemia após sua
glicemia que provoca um pico de
ingestão,
insulina, dificultando a queima de
manutenção da glicose no sangue e
gordura e favorecendo o acúmulo desta
facilitando
colaborando
o
para
emagrecimento,
ou
evitando acúmulo de gordura
Devem ser consumidos com cautela e
Pode ser consumido sem restrição
em apenas determinados momentos
exata de horários, porém não devem
ser consumidos indiscriminadamente
Pobre em nutrientes (caloria vazia)
Rico em nutrientes
Dificulta o emagrecimento
Favorece o emagrecimento
Ex.: balas, chicletes, pirulitos, doces,
Ex.: pães e massas integrais, legumes,
guloseimas em geral, etc
cereais integrais, batata doce, etc
É importante ressaltar aqui o que a literatura sobre esse assunto nos aconselha:
A quantidade de carboidratos necessária depende do gasto energético diário,
do tipo de atividade e do sexo do atleta e das condições ambientais. As
recomendações de ingestão diária de carboidratos em gramas devem ser
relativas à massa corporal e possibilitar a flexibilidade para que o atleta
satisfaça esses requisitos no contexto das necessidades de energia e outros
objetivos nutricionais. Um consumo de 5 a 7 g/kg/dia de carboidratos pode
satisfazer as necessidades gerais de treinamento, e 7 a 10 g/kg/dia serão
suficientes para atletas de resistência. Por exemplo, um atleta de 70 kg pode
consumir de 350 a 700 g de carboidratos por dia (DORFMAN, 2013, apud
MAHAN et al., 2013, p.1033).
21
6.2
Lipídios
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Os lipídios são moléculas orgânicas formadas a partir da associação
entre ácidos graxos e álcool, tais como óleos e gorduras. Eles não são solúveis em
água, mas se dissolvem em solventes orgânicos, como a benzina e o éter. Apresentam
coloração esbranquiçada ou levemente amarelada.
Os lipídios são fundamentais na alimentação para: transportar as vitaminas
lipossolúveis (A, D, E e K), fornecer a maior quantidade de calorias por grama
(9kcal/g), fornecer os ácidos graxos essenciais, etc. Os ácidos graxos essenciais são
poli-insaturados e não podem ser sintetizados pelo organismo humano, sendo obtidos
a partir da alimentação.
Os ácidos graxos essenciais são o ácido linoleico (ômega 6) e o ácido linolênico
(ômega 3), mas há dúvidas se o linolênico é essencial. O ácido linolênico participa da
formação do ácido araquidônico que é precursor dos eicosanoides.
Os ácidos graxos essenciais fazem parte da estrutura dos fosfolipídios que são
componentes importantes das membranas e da matriz estrutural de todas as células.
O ácido linoleico é comum na maioria dos óleos vegetais.
É prudente que não mais que 10% da energia total diária sejam consumidas na
forma de ácidos graxos saturados. Para uma boa saúde se tornou comum o uso de
lipídios provenientes de fontes vegetais na alimentação como o azeite. Porém, o
22
consumo total de lipídios (ambos ácidos graxos saturados e insaturados) podem
constituir riscos para doenças cardiovasculares e diabetes. Portanto, o consumo total
de lipídios deve ser reduzido.
Uma alimentação feita de forma adequada, sendo ela na sua quantidade e
qualidade adequadas e realizada nos horários certos, é indispensável para
se obter um bom desempenho ao realizar algum tipo de exercício físico, seja
ele com a utilização de pesos ou qualquer outro tipo (MARQUES et al., 2015,
apud SOARES et al., 2019).
7
ESTRESSE OXIDATIVO, DEFESA ANTIOXIDANTE E ATIVIDADE FÍSICA
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O estudo do papel do estresse oxidativo vem atraindo grande interesse por sua
associação com o envelhecimento e uma série de outras condições patológicas. A
relação entre atividade física, radicais livres e antioxidantes, ainda não está bem
estabelecida. Os estudos indicam que em atividades físicas de intensidade média o
organismo tem condições de neutralizar os radicais livres produzidos durante o
exercício. Porém outros estudos mostram que, durante os exercícios intensos e
extenuantes, o sistema antioxidante do organismo não é capaz de neutralizar os
efeitos danosos dos radicais livres ao organismo. Neste tópico do estudo
introduziremos conceitos básicos sobre radicais livres, danos oxidativos, defesas
antioxidantes e discutiremos tópicos relacionados à adaptação (indução de enzimas
de defesa antioxidante) lesões e suplementos antioxidantes.
23
O que são: radicais livres, espécies reativas de oxigênio e nitrogênio?
Antes de começarmos a discussão sobre o estresse oxidativo no exercício físico
é fundamental que entendamos o significado dos termos radicais livres, espécies reativas
de oxigênio e nitrogênio.
De maneira geral, tem-se que o oxigênio molecular (O2) é necessário para a
sobrevivência de todos organismos aeróbicos. Assim, a obtenção de energia por estes
organismos é feita na mitocôndria através da fosforilação oxidativa, onde o O2 é
reduzido por quatro elétrons a H2 O.
Quando o oxigênio é parcialmente reduzido, tanto na fosforilação oxidativa
quanto em outras reações, há a formação de radicais livres, que constituem moléculas
com coexistência independente (o que explica o uso do termo “livre”) e que contém um
ou mais elétrons não pareados na camada de valência. Esta configuração faz dos
radicais livres espécies altamente instáveis, de meia vida relativamente curta e
quimicamente muito reativas.
O termo espécies reativas de oxigênio (EROs ou ROS: reactive oxygen species)
incluem, além dos radicais livres derivados do oxigênio (como o radical superóxido e
o radical hidroxila), espécies não radicalares como a água oxigenada (H2O2), o ácido
hipocloroso (HOCl), o oxigênio singlete e o ozônio.
Durante o exercício físico as ROS podem ser produzidas por diversas fontes,
que variam de acordo com o órgão, o tempo de exercício e o tipo de exercício, sendo
que muitas das fontes não são exclusivas e podem ser ativadas simultaneamente.
Cerca de 5% do oxigênio utilizado pelos organismos, via metabolismo
oxidativo, não é utilizado nos ciclos mitocondriais que produzem energia.
Esse oxigênio excedente tende a perder dois elétrons na sua última camada,
produzindo o radical superóxido ou, também, por ações enzimáticas e
metabólicas adicionais, pode formar outros tipos de moléculas
desemparelhadas de oxigênio, que são genericamente conhecidas como
EROS. Por serem moléculas altamente reativas, o organismo controla a sua
degradação através de dois sistemas antioxidantes integrados: um endógeno
enzimático, diretamente relacionado à degradação do superóxido em água, e
outro exógeno não enzimático, no qual compostos antioxidantes presentes na
dieta atuam sobre as EROS produzidas pelo organismo (GOTTLIEB et al.,
2011, apud SIMAS et al., 2019).
24
7.1
O que é estresse oxidativo?
O estresse oxidativo está relacionado à situações onde os mecanismos
celulares pró-oxidantes superam os antioxidantes. É um estado em que há uma
elevada produção de espécies reativas. Este estado está comumente ligado a
danos celulares como, por exemplo, peroxidação de lipídios, fragmentação de
proteínas e ácidos nucléicos.
Existem vários fatores que podem induzir o estresse oxidativo. Eles podem ser
divididos em dois grupos:
•
Fatores endógenos: exercício
físico, estresse
psicológico,
inflamação,
câncer, etc.
•
Fatores exógenos: alimentos, álcool, fumo, poluentes ambientais, radiação, etc.
O exercício físico pode resultar em diferentes níveis de estresse oxidativo de
acordo com a sua intensidade. Exercícios de intensidade baixa ou moderada
normalmente estão associados com estresse oxidativo “ameno”, enquanto que
exercícios intensos ou extenuantes causam estresse oxidativo “severo”. Estudos
mostram que o estresse “severo” resultam em danos oxidativos que podem levar a
morte celular, danos teciduais e inflamação. Por outro lado, o estresse “ameno” parece
estar relacionado com indução de defesas antioxidantes.
Uma forma de verificar se o exercício praticado está sendo danoso ao organismo
é quantificar a produção de radicais livres. Infelizmente devido ao seu tempo de vida
curto a detecção de radicais livres não e fácil. Por isso, o que se faz é medir as
“pegadas” ou resíduos deixados por eles.
O estresse oxidativo é visto como um desbalanço entre a produção de EROS
e sua degradação pelos antioxidantes segundo a necessidade de cada célula.
Nestes termos, o acúmulo ou o descontrole da produção de EROS, ainda que
não seja, necessariamente, considerado um fator causal, mas atuando mais
com um fator modulador dos mecanismos envolvidos no processo de
envelhecimento, está associado a um grande número de condições
patológicas (GOTTLIEB et al., 2011, apud SIMAS et al., 2019).
7.2
Detecção direta da produção de radicais livres
A quantificação direta de radicais livres em tecidos biológicos é um processo
difícil, pois os radicais livres têm uma meia-vida curta (ao redor de micro ou
25
milissegundos) e são altamente instáveis. A técnica utilizada para a detecção é a
Ressonância Eletrônica Paramagnética (EPR).
7.3
Detecção de produtos derivados do ataque de radicais livres
O monitoramento do estresse oxidativo durante o exercício pode ser feita
através da medida de parâmetros relacionados a peroxidação lipídica, danos em DNA,
oxidação de tióis, status antioxidante, etc.
Os produtos da lipoperoxidação são os marcadores mais utilizados para o
monitoramento do estresse oxidativo associado ao exercício. A peroxidação dos
ácidos graxos poliinsaturados, presentes nas membranas celulares, podem gerar
uma série de subprodutos como hidrocarbonetos voláteis, aldeídos, epóxidos,
peróxidos entre outros.
7.4
Como é monitorado o dano muscular?
Normalmente o dano muscular é monitorado através da medida da atividade de
enzimas como a creatina quinase, aspartato aminotransferase e a lactato
desidrogenase no plasma sanguíneo.
7.5
Adaptação do sistema antioxidante ao exercício
Ainda que exercícios curtos de alta intensidade apenas ativem determinado
sistema antioxidante, existe a possibilidade de que após o exercício a célula produza
novas enzimas antioxidantes como uma resposta ao estresse oxidativo a que ela
esteve submetida.
Após o exercício a enzima Superóxido Dismutase 1 (SOD-1), por exemplo,
possui um aumento na quantidade de proteína, entretanto sem alteração na
quantidade de mRNA, enquanto a Superóxido Dismutase 2 (SOD-2) produz tanto um
aumento na quantidade quanto na atividade da proteína.
Até o momento, não existe um consenso em relação ao efeito do exercício
sobre a atividade de Catalase (CAT), embora existam artigos demonstrando um
26
aumento na atividade de CAT, a outros que demonstram que não há alteração e alguns
que indicam até um decréscimo na sua atividade.
Ao contrário das demais enzimas antioxidantes, tem-se demonstrado uma
adaptação induzida pelo esporte em relação a Glutationa Peroxidase (GPx),
adaptação esta que é músculo específica, sendo que já foi encontrado até um aumento
de 45% na atividade de GPx, em músculos do tipo 2a, após o exercício.
7.6
Outras adaptações induzidas pelo exercício
Além da indução da atividade de enzimas antioxidantes, estudos mostram que
o exercício induz a expressão de proteínas de choque térmico (HSP- Heat Shock
Proteins). As HSP também exercem importante papel na proteção das células contra
o ataque dos radicais livres. Estudos em ratos, camundongos e humanos submetidos
ao exercício têm evidenciado um aumento na quantidade de HSP muscular.
As HSPs são chamadas assim por serem proteínas induzidas em resposta ao
estresse térmico. Elas funcionam como chaperonas moleculares, associando-se com
as proteínas recém-sintetizadas e assegurando o dobramento e o funcionamento
correto das proteínas. Acredita-se que o aumento de HSP após o estresse oxidativo
facilite a recuperação e o remodelamento celular frente aos danos causados pelos
radicais livres.
7.7
Relação entre ROS e fadiga muscular
A fadiga muscular está relacionada à diminuição da capacidade do músculo de
gerar força e, portanto, está associado à diminuição da performance no exercício. A
associação entre ROS e fadiga muscular está em parte relacionada aos danos
provocados por ROS no retículo sarcoplasmático e na homeostase do cálcio.
Quando um músculo se mostra incapaz de contrair efetivamente, após
atividade prolongada, denomina-se fadiga muscular (TORTORA 2016, apud
DE REZENDE 2019).
27
7.8
Relação entre ROS e lesão muscular e inflamação
As lesões musculares associadas ao exercício normalmente ocorrem após o
exercício esporádico, particularmente aquelas que envolvem uma grande quantidade
de contrações excêntricas (contrações que envolvem o alongamento da fibra
muscular). Exercícios que envolvem contração concêntrica (contrações que envolvem
o encurtamento da fibra muscular, como por exemplo o levantamento de peso)
parecem causar menos danos.
Embora não se saiba ao certo o mecanismo pelo qual ocorre a lesão, o dano
inicial está relacionado ao rompimento da fibra muscular e os danos subsequentes são
associados à processos inflamatórios e produção de radicais livres. Estudos mostram
que o treinamento excessivo causa danos musculares normalmente acompanhados
de uma resposta inflamatória aguda, em que se observa a infiltração de neutrófilos e
macrófagos no tecido muscular.
8
VITAMINAS E MINERAIS
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A forma de abordagem desse tópico foi escolhida em virtude da complexidade,
importância e quantidade de conteúdo relacionado. Não existe de forma alguma a
pretensão de esgotar o assunto, mas também não gostaríamos de passar muito
28
rapidamente, numa abordagem meramente superficial. Pretendemos esclarecer
algumas dúvidas e principalmente aguçar o senso crítico para tratar melhor esse
assunto tão presente em nosso cotidiano.
8.1
Vitaminas:
A descoberta das vitaminas deu origem ao campo da nutrição. O termo vitamina
descreve um grupo de micronutrientes essenciais que geralmente satisfazem os
seguintes critérios:
I.
Compostos orgânicos (ou classe de compostos) diferentes de gorduras,
carboidratos e proteínas;
II.
Componentes naturais de alimentos, normalmente presentes em
quantidades diminutas;
III.
Componentes não sintetizados pelo organismo em quantidades
adequadas para satisfazer as necessidades fisiológicas normais;
IV.
Componentes em quantidades diminutas essenciais para a função
fisiológica normal (ou seja, a manutenção, o crescimento, o
desenvolvimento e a reprodução); e
V.
Componentes cuja deficiência específica causa uma síndrome em
decorrência da sua ausência ou insuficiência.
As vitaminas podem ser divididas em dois grupos: lipossolúveis e
hidrossolúveis.
• As vitaminas lipossolúveis são absorvidas passivamente e devem ser
transportadas com os lipídios dietéticos. Elas tendem a ser encontradas nas
porções lipídicas da célula como membranas e gotículas de lipídios. As
vitaminas lipossolúveis precisam de gordura para a absorção adequada e
são geralmente excretadas com as fezes através da circulação
enterohepática.
• As vitaminas hidrossolúveis tendem a ser absorvidas pela difusão simples
quando ingeridas em grande quantidade e por processos mediados por
carreador quando ingeridas em quantidades menores. Elas são cofatores
ou cossubstratos essenciais das enzimas envolvidas em vários aspectos do
29
metabolismo.
As
vitaminas
hidrossolúveis
são
levadas
pelos
transportadores e excretadas na urina.
8.2
Vitaminas lipossolúveis
Vitamina A (retinol; α-, β- , γ-caroteno):
•
Essencial para o crescimento e desenvolvimento normal e manutenção do
tecido epitelial. Essencial para integridade da visão noturna. Ajuda a promover
o desenvolvimento normal do osso e influencia a formação normal dos dentes.
•
Fontes: fígado, rim, gordura do leite, gema de ovo, vegetais com folhas
amarelas e verde-escuras, damasco, pêssego.
Vitamina D (calciferol):
•
É um pró-hormônio. Essencial para o crescimento e desenvolvimento normal.
Importante para formação e manutenção dos ossos e dentes normais.
Influencia a absorção e o metabolismo do fósforo e do cálcio. Tóxico em
grandes quantidades.
•
Fontes: gordura do leite, fígado, gema do ovo, salmão, atum, sardinha.
Vitamina E (tocoferóis e tocotrienóis):
•
Protege os eritrócitos da hemólise. Participação na reprodução, na manutenção
do tecido epitelial e na síntese de prostaglandina.
•
Fontes: germe de trigo, óleos vegetais, vegetais de folhas verdes, gordura do
leite, gema de ovo, nozes.
Vitamina K (filoquinona e menaquinona):
30
•
Auxilia na produção de protrombina, um composto necessário para a
coagulação normal do sangue. Envolvido no metabolismo ósseo. Tóxico em
grandes quantidades.
•
Fontes: fígado, óleos vegetais, vegetais de folhas verdes, farelo de trigo. É
sintetizada pelas bactérias intestinais.
8.3
Vitaminas hidrossolúveis
Tiamina:
•
Como parte da cocarboxilase, auxilia na remoção de CO2 dos cetoácidos α
durante a oxidação dos carboidratos. Essencial para o crescimento, apetite
normal, digestão e nervos saudáveis.
•
Fontes: fígado de porco, vísceras, legumes, grãos integrais, cereais
enriquecidos e pães, germe de trigo, batatas.
Riboflavina:
•
Essencial para o crescimento. Desempenha um papel enzimático na respiração
do tecido e atua como um transportador dos íons de hidrogênio.
•
Fontes: leite e derivados, vísceras, vegetais de folhas verdes, cereais e pães
enriquecidos, ovos.
Niacina (ácido nicotínico e nicotinamida):
•
Como parte do sistema enzimático, auxilia na transferência de hidrogênio e
atua no metabolismo dos carboidratos e aminoácidos. Envolvido na glicólise,
na síntese de gordura e na respiração do tecido.
•
Fontes: peixe, fígado, aves, grãos, ovos, amendoins, leite, legumes, grãos
enriquecidos.
Ácido pantotênico:
31
•
Como parte da coenzima A, funciona na síntese e na quebra de muitos
compostos corporais vitais. Essencial no metabolismo intermediário de
carboidratos, lipídios e proteínas.
•
Fontes: ovos, rim, fígado, salmão e fermento são as melhores fontes.
Vitamina B6 (piridoxina, piridoxal e piridoxamina):
•
Como uma coenzima, auxilia na síntese e na quebra de aminoácidos e de
ácidos graxos não saturados a partir dos ácidos graxos essenciais. Essencial
para conversão de triptofano para niacina. Essencial para o crescimento
normal.
•
Fontes: carne suína, farelo e germe de cereais, gema de ovo, mingau de aveia,
legumes.
Folato (ácido fólico, folacinas):
•
Essencial para biossíntese dos ácidos nucleicos – especialmente importantes
no desenvolvimento fetal. Essencial para maturação normal dos eritrócitos.
Funciona como uma coenzima – ácido tetrahidrofólico.
•
Fontes: vegetais de folhas verdes, fígado, carne bovina magra, trigo, ovos,
peixe, feijão, lentilhas, aspargo, brócolis, couve, fermento.
Biotina:
•
Componente essencial das enzimas. Envolvida na síntese e na quebra dos
ácidos graxos e dos aminoácidos pelo auxílio no acréscimo e na remoção de
CO2 para ou de compostos ativos, e na remoção de NH2 de aminoácidos.
•
Fontes: fígado, cogumelos, amendoim, fermento, leite, carne, gema de ovo, a
maioria dos vegetais, banana, tomate, melancia, morangos. Sintetizado pelas
bactérias intestinais.
Vitamina C (ácido ascórbico):
32
•
Mantém a substância do cimento intracelular com preservação da integridade
capilar. Cosubstrato nas hidroxilações, exigindo oxigênio molecular. Importante
nas respostas imunológicas, cicatrização de feridas e reações alérgicas.
Aumenta a absorção de ferro não heme.
•
Fontes: acerola, frutas cítricas, tomate, melão, pimentas, verduras, repolho cru,
goiaba, morangos, abacaxi, batata, kiwi.
Vitamina B12 (Cianocobalamina):
•
Envolvida no metabolismo dos fragmentos de carbono único. Essencial para
biossíntese dos ácidos nucleicos e das nucleoproteínas. Participação no
metabolismo do tecido nervoso. Envolvido com o metabolismo do folato.
Relacionado ao crescimento.
•
8.4
Fontes: fígado, rim, leite e alimentos lácteos, carne, ovos.
Minerais
Os nutrientes minerais são mais tradicionalmente divididos em macrominerais
(necessidade de ≥ 100 mg/dia) e microminerais ou elementos-traço (necessidade de
< 15 mg/dia). Os estudos de pacientes que receberam nutrição parenteral total (NPT)
em longo prazo ajudaram a determinar a essencialidade dos elementos ultratraço que
são necessários em quantidades em microgramas (mcg) por dia. Os nutrientes
minerais são reconhecidos como essenciais para a função humana, mesmo que as
necessidades específicas não tenham sido estabelecidas para alguns deles.
Os minerais representam de 4 a 5% do peso corporal, ou 2,8 a 3,5 kg em
mulheres e homens adultos, respectivamente. Aproximadamente 50% desse peso é
cálcio e outros 25% são fósforo, existindo como fosfatos. Quase 99% do cálcio e 70%
dos fosfatos são encontrados nos ossos e dentes. Os outros cinco macrominerais
estabelecidos (magnésio, sódio, potássio, cloro e enxofre) e os onze microminerais
apurados (ferro, zinco, iodo, selênio, manganês, flúor, molibdênio, cobre, cromo,
cobalto e boro) constituem os 25% restantes. Os elementos ultratraço, tais como
33
arsênico, alumínio, estanho, níquel, vanádio e silício, fornecem uma quantidade
insignificante de peso.
8.5
Macrominerais
São aqueles essenciais em teores diários de 100 mg ou mais.
Cálcio:
•
Encontra-se 99% nos ossos e nos dentes. O cálcio iônico nos fluidos corporais
é essencial para o transporte de íon através das membranas celulares. O cálcio
também pode ser ligado às proteínas, ao citrato ou aos ácidos inorgânicos.
•
Fontes: leite e produtos derivados, sardinhas, moluscos, ostras, couve de
folhas, nabo, mostarda, tofu.
Fósforo:
•
Aproximadamente 80% é encontrado na parte inorgânica dos ossos e dos
dentes. O fósforo é um componente de todas as células, bem como dos
metabólitos importantes, incluindo o DNA, o RNA, o ATP e os fosfolipídios. O
fósforo também é importante para a regulação de pH.
•
Fontes: queijo, gema de ovo, leite, carne, aves, cereais de grãos integrais e
quase todos os outros alimentos.
8.6
Microminerais
São aqueles essenciais em teores diários de alguns miligramas ou menos.
Magnésio:
34
•
Aproximadamente 50% está no osso. Os 50% restantes estão quase
inteiramente dentro das células corporais, com apenas cerca de 1% localizado
no líquido extracelular.
•
Fontes: cereais de grãos integrais, nozes, tofu, leite, vegetais verdes, legumes,
chocolate.
Pesquisas recentes sugerem que a ingestão contínua de magnésio abaixo de
260 mg por dia, em atletas do sexo masculino, e inferior a 220 mg por dia, em
atletas do sexo feminino, pode resultar em estados de carência de magnésio,
causando rendimento desportivo insuficiente por fadiga precoce (LANHAMNEW et al., 2011; NIELSEN et al., 2006 apud DE REZENDE et al., 2019).
Enxofre:
•
O volume do enxofre dietético está presente nos aminoácidos que contêm esse
elemento e que são necessários para a síntese dos metabólitos essenciais. O
enxofre funciona nas reações de redução da oxidação como parte da tiamina e
da biotina.
•
Fontes: alimentos com proteínas, como carne, peixe, aves, ovos, leite, queijo,
legumes, nozes.
Ferro:
•
Aproximadamente 70% é encontrado na hemoglobina. Aproximadamente 25%
está armazenado no fígado, no baço e nos ossos. O ferro é um componente da
hemoglobina e da mioglobina e é importante na transferência de oxigênio. Ele
também está presente na transferência de soro e em certas enzimas. Não há
quase nada de ferro na forma iônica.
•
Fontes: fígado, carne, gema de ovo, grãos integrais ou enriquecidos, vegetais
verde-escuros, melaços escuros, camarão, ostras.
Zinco:
35
•
O zinco está presente na maioria dos tecidos, com maiores quantidades no
fígado, nos músculos voluntários e nos ossos. Constituinte de muitas enzimas
e da insulina, o zinco é importante para o metabolismo do ácido nucleico.
•
Fontes: ostras, marisco, arenque, legumes, leite, farelo de trigo.
Cobre:
•
O cobre é encontrado em todos os tecidos corporais, com volume no fígado,
cérebro, coração e rim. O cobre é um constituinte das enzimas, da
ceruloplasmina e da eritrocupreína no sangue. Ele pode ser uma parte
integrante do DNA ou do RNA.
•
Fontes: fígado, marisco, grãos integrais, cerejas, legumes, rim, aves, ostras,
chocolate, nozes.
Iodo:
•
O iodo é um constituinte do hormônio T4 e dos compostos relacionados e
sintetizados pela glândula tireoide. O T4 funciona no controle das reações que
envolvem a energia celular.
•
Fontes: sal de cozinha iodado, frutos de mar, água e vegetais nas regiões sem
bócio.
Manganês:
•
A concentração mais alta de manganês encontra-se nos ossos. Concentrações
relativamente mais altas também existem na pituitária, no fígado, no pâncreas
e no tecido gastrointestinal. O manganês é um constituinte dos sistemas
enzimáticos essenciais e é rico nas mitocôndrias das células hepáticas.
•
Fontes: beterrabas, grãos integrais, nozes, leguminosas, chá.
Flúor:
36
•
O flúor existe nos ossos e nos dentes. Em quantidades ideais de água e de
dieta, o flúor reduz a cárie dental e pode minimizar a perda óssea.
•
Fontes: água potável (1ppm), chá, café, arroz, soja, espinafre, gelatina,
cebolas, alface.
Molibdênio:
•
O molibdênio é um constituinte de uma enzima essencial (xantina oxidase) e
de flavoproteínas.
•
Fontes: legumes, cereais, grãos, vegetais de folhas verde escuras, carnes de
órgãos.
Cobalto:
•
O cobalto é um constituinte da cianocobalamina (vitamina B12), ligação
existente para a proteína em alimentos de origem animal. O cobalto é essencial
para a função normal de todas as células, especialmente das células da medula
óssea e dos sistemas nervoso e gastrointestinal.
•
Fontes: fígado, rim, ostras, moluscos, aves, leite.
Selênio:
•
O selênio está envolvido no metabolismo da gordura, coopera com a vitamina
E e age como um antioxidante.
•
Fontes: grãos, cebolas, carnes, leite; as quantidades dependem do conteúdo
de selênio no solo.
Cromo:
•
O cromo está associado ao metabolismo da glicose.
•
Fontes: óleo de milho, moluscos, cereais de grãos integrais, levedura da
cerveja, carnes, águas potáveis (a quantidade varia).
37
No que concerne o consumo alimentar dos praticantes de musculação, fazse necessário identificar o consumo dos alimentos, considerando o nível de
processamento. Sendo assim, classificam-se os alimentos em: a) in natura:
alimentos obtidos diretamente de plantas ou de animais; b) minimante
processados: são alimentos que sofreram baixas intervenções antes de
chegarem aos consumidores; c) processados: alimentos fabricados pela
indústria com a adição de sal, açúcar ou diferentes substâncias de uso
culinário e d) ultraprocessados: trata-se de alimentos no qual seu processo
de fabricação engloba inúmeros métodos de processamento e componentes,
muitos destes, de uso exclusivamente industrial (MONTEIRO et al., 2016
apud REIS et al., 2019).
9
ADAPTAÇÕES AO EXERCÍCIO EM DIFERENTES POPULAÇÕES
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As atividades ou exercícios físicos que realizamos em diferentes situações da
vida (cotidiana, laboral, recreativa), assim como os programas de exercício com fins
de saúde e sobretudo o esporte competitivo em diferentes idades e níveis de
competição, requerem liberação energética leve, moderada ou intensa, dependendo
da duração e da intensidade do exercício e da relação carga do exercício-descanso,
frequência da atividade, estado de saúde, idade e condição física atuais do indivíduo.
Atualmente, em busca de um bom condicionamento físico, qualidade de vida
e melhora da estética corporal, uma grande quantidade de pessoas vem
buscando a prática de diversas modalidades de exercício físico (REIS et al.,
2017, apud SOARES et al., 2019).
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9.1
Força
A massa muscular aumenta de acordo com o ganho de peso desde o nascimento
até o fim da adolescência. A massa muscular aumenta inicialmente resultado de
intensa hipertrofia e pouca ou nenhuma hiplerplasia das fibras musculares. Em
homens o pico do aumento de massa muscular acontece durante a puberdade, quando
a produção de testosterona aumenta significativamente. Em mulheres, não acontece
este pico. No entanto, o pico de força em homens e mulheres é visto apenas ao final
da adolescência.
9.2
Mulheres vs. Homens
Na maioria das medidas de capacidade fisiológica e rendimento no exercício,
existem diferenças importantes entre homens e mulheres, quando eles são
comparados sobre bases absolutas. Isso quer dizer, desconsiderando na medição,
diferenças intrínsecas aos sexos e que afetam o rendimento na atividade física, como
são a massa corporal, a massa muscular e a massa corporal livre de lipídeos (fat-free
body mass).
Duas medidas comuns de avaliação do “sobrepeso” de uma pessoa são o peso
(ou a massa) corporal e a altura; usado no mesmo sentido é o índice de massa
corporal (ou body mass index, BMI). Ambas medições tem a limitação do não
considerar a composição proporcional do corpo: a massa corporal é afetada por outros
fatores além da gordura do corpo, como a massa muscular e óssea e até o volume do
plasma que aumentam com a prática do exercício.
A contribuição dos diferentes componentes do corpo é marcadamente diferente
dependendo do sexo. Os componentes estruturais maiores do corpo humano são a
massa muscular, a massa adiposa e a massa óssea. A massa adiposa é dividida,
por sua vez, em lipídeos de armazenamento e lipídeos essenciais.
A busca por um corpo esteticamente perfeito e a falta de uma cultura corporal
saudável tem levado a população a usar de forma abusiva substâncias que
podem potencializar no menor espaço de tempo possível os seus desejos.
Dentre essas substâncias os suplementos alimentares têm um destaque
primordial (SANTOS & SANTOS, 2002, apud, SANTOS, et al., 2017).
39
9.3
Obesidade
Em indivíduos obesos a maior proporção de perda de peso depois de restrição
energética (dieta) se deve a uma redução no tecido adiposo. Porém, os obesos
possuem um incremento nos níveis de triglicerídeos nas fibras do músculo esquelético
quando comparados aos níveis dos não obesos. Desconhece-se a contribuição dos
depósitos de triglicerídeos localizados nos tecidos periféricos.
Devido a que existe uma correlação entre alto conteúdo de lipídeos no músculo
com a resistência à insulina, resulta interessante determinar se efetivamente diminuem
pela dieta e/ou pela atividade física.
Nas últimas décadas, devido às mudanças na alimentação tradicional e
adoção de dieta do tipo Ocidental, a incidência de obesidade, síndrome
metabólica e câncer vem aumentando na população brasileira (SCHMIDT et
al., 2011, apud WADI et al., 2017).
9.4
Envelhecimento
O envelhecimento está associado a mudanças profundas na composição do
corpo. A sarcopenia é um conjunto de fenômenos caracterizados por perda da massa
do músculo esquelético relacionada com a idade, diminuição na tensão (strength)
muscular e incremento na fadiga.
A debilidade muscular predispõe a frequentes quedas que podem gerar fraturas
de ossos. Por outro lado, devido a que o músculo é um órgão metabólico maior,
especialmente na liberação da glicose dos carboidratos ingeridos com a dieta, a
diminuição da massa muscular pode contribuir à diminuição de glicose circulante que
é observada na velhice. Como consequência podem-se produzir o decrescimento no
gasto de energia que pode levar à obesidade e à resistência à insulina.
As intervenções que podem ser utilizadas no tratamento ou prevenção da
sarcopenia, baseiam-se em dois pilares principais: a nutrição e o exercício
físico (MARZETTI et al., 2016 apud OLIVEIRA 2019).
A capacidade funcional do músculo depende da qualidade e quantidade de
proteínas musculares. Ambas, qualidade e quantidade de proteínas musculares, são
mantidas através de um contínuo processo de remodelagem muscular envolvendo
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síntese e degradação de proteínas. Se a taxa de síntese é menor do que a taxa de
degradação de proteínas, a massa muscular pode então declinar.
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DOPING
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Doping é caracterizado pelo uso de substâncias que podem alterar a resposta
do corpo frente a um estímulo. Na maior parte dos casos, o doping é realizado por
pessoas que pretendem potencializar seu rendimento, força, agilidade ou até mesmo
perda de peso.
A maior parte de pessoas que buscam o doping são atletas de alto rendimento,
mas não é incomum vermos pessoas em academias fazendo uso dessas substâncias.
Em geral, o doping é realizado na busca por potencializar ganhos que para aquele
indivíduo, fisiologicamente já foi atingido em seu máximo, como aumentar força,
tolerância à fadiga, aumentar a velocidade de recuperação de lesão tecidual gerada
pelo exercício, entre outros.
A Agência Mundial Antidoping (WADA) lista as substâncias proibidas aos
atletas, assim como as intervenções cabíveis, em listagens regularmente
atualizadas, sendo a mais recente de 2017 (WADA 2017 apud DA SILVA
2019).
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10.1 Doping no esporte
Atualmente todas as competições internacionais têm atletas que utilizam
drogas (esteroides anabolizantes, hormônios peptídicos, anfetaminas e outros) para
melhorar as performances atléticas competitivas. As dopagens além de viciar a ética
no desporto também põem em risco sua saúde. Então a dopagem pode ser definida
como o consumo de substâncias que aumentam de maneira artificial o rendimento
esportivo e que podem prejudicar a saúde do esportista.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) e as federações internacionais têm um
sistema de luta contra a dopagem avaliada em uma ampla lista de sustâncias proibidas
e em regulamentos de sanções para determinar aquelas pessoas que tomam as
sustâncias qualificadas como "dopantes". A definição que mais concorda com a prática
é: "Dopagem é tomar qualquer substância contida na lista oficial publicada pelo COI e
o Conselho Superior dos Esportes".
11 ESTEROIDES ANABOLIZANTES
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Os esteroides anabolizantes são hormônios sintéticos análogos da testosterona.
Nos organismos todos são derivados do colesterol, e são transportados através da
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corrente sanguínea às várias células dos vários tecidos, onde atuam regulando uma
longa série de funções biológicas.
O uso dos hormônios data da década de 40 e teve início no esporte de
levantamento de peso. O homem normal produz cerca de 7 mg por dia de testosterona
e para se obter o efeito anabólico, isto é, aumento de massa muscular e diminuição da
gordura, muitos atletas utilizam doses supra fisiológicas até 100 vezes maior.
Atletas, treinadores físicos e mesmo médicos relatam que os anabolizantes
aumentam de forma significativa a massa muscular, força e resistência, podendo
melhorar o rendimento de um atleta em até 32%.
Apesar dessas afirmações, até o momento não existe nenhum estudo cientifico
que comprove que essas drogas melhoram a capacidade cardiovascular, agilidade,
destreza ou performance física.
Os esteroides anabólicos aumentam a síntese proteica e reduzem o
catabolismo; no entanto, o aumento da massa muscular e da força é
observado somente em atletas que mantêm uma dieta rica em calorias e
proteínas durante a utilização dos esteroides. Os efeitos androgênicos
incluem o desenvolvimento das características sexuais secundárias no
homem, mudanças no tamanho e na função dos genitais, crescimento de
pelos faciais e púbicos. Alguns efeitos adversos associados ao uso de
esteroides são irreversíveis, especialmente nas mulheres (TRENTON &
CURRIER, 2005, apud MAHAN et al., 2013, p. 1061).
11.1 Estimulantes
São drogas que afetam o Sistema Nervoso Central (SNC) e que podem ser
obtidas do chocolate (teobromina), chá (teofilina) e café (cafeína), denominadas
metilxantinas por sua estrutura química. Além disso temos as estricninas, anfetaminas
e derivados (metilfenidato, pemolina).
Os estimulantes, como a dextroanfetamina (Dexedrine) e o metilfenidato
(Ritalina), têm uma estrutura química similar às monoaminas (neurotransmissores
cerebrais), que incluem a norepinefrina e a dopamina. Os estimulantes aumentam a
quantidade destas substâncias químicas no cérebro. Além disso, aumentam a glicose
no sangue, abrem os condutos do sistema respiratório, aumentam a pressão arterial
e o ritmo cardíaco, contraindo os vasos sanguíneos. O aumento da dopamina no corpo
está associado com a sensação de euforia que acompanha o uso destas drogas.
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Os estimulantes cerebrais são elementos que conseguem elevar o estado de
vigília e estímulo, podendo também melhorar o humor, o desempenho
cognitivo e a depressão. São classificados como naturais – obtidos pela
extração vegetal, a exemplo da cafeína – e sintéticos – obtidos por meio de
laboratórios, a exemplo do metilfenidato (SILVEIRA et al., 2015 apud
SANTANA et al., 2020).
11.2 Anfetaminas
As anfetaminas são potentes agonistas catecolaminérgicos (induzem liberação
de catecolaminas pelos terminais nervosos). Agem diretamente nos receptores de
membrana da adrenalina, noradrenalina e serotonina, e inibem sua recaptura pelos
terminais nervosos, o que produz um efeito prolongado ao nível dos receptores, tanto
no SNC como na periferia. Os efeitos centrais das anfetaminas se observam no córtex
cerebral, no talo cerebral e na formação reticular. Ao agir nestas estruturas produz
uma ativação dos mecanismos de despertar, aumento da concentração mental, maior
atividade motora, diminuição da sensação de fadiga, inibição do sono e da fome.
O uso de anfetaminas tanto em atletas sadios como em diabéticos são um risco
muito grande, porque elas agem ativando a glicogênio fosforilase e inativando a
glicogênio sintase, estimulando a degradação do glicogênio hepático em glicose
sanguínea. Além de estimular a secreção de glucagon e inibindo a secreção de insulina,
para reforçar o efeito na mobilização dos combustíveis e inibir o armazenamento, efeito
que causaria a morte dos diabéticos.
Dentre os diversos exemplos dessas substâncias psicoativas (SPAs),
destacam-se as anfetaminas, considerada uma droga sintética, fabricada em
laboratório, e que por ser um estimulante do SNC faz o cérebro trabalhar mais
rápido do que o normal, deixando as pessoas em um estado hiperativo
(MORGAN et al., 2017; NETO et al., 2018 apud SOARES 2019).
11.3 Metilxantinas
Os fármacos psicotrópicos como a cafeína, a teofilina e a teobromina são
derivados metilados da xantina, sendo esta, por sua vez, uma dioxipurina
estruturalmente com o ácido úrico. Estas substâncias ocorrem amplamente na
natureza e em muitos alimentos. Além disso, existem vários fármacos que contêm
44
cafeína,
que
incluem
desde
antigripais,
antitérmicos,
antiespasmódico
e
miorrelaxantes.
A cafeína aumenta a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático o qual
aumenta a tensão máxima da fibra fadigada no tecido muscular.
Um copo de café, contém aproximadamente 150mg da cafeína, café
instantâneo aproximadamente 120mg, chá entre 70 e 130mg, e bebidas fracas em
cafeína 50 mg. A cafeína é absorvida rapidamente alcançando a maior concentração
plasmática em 1 hora após a ingestão, exercendo uma influência no sistema nervoso,
cardiovascular e muscular.
Após a sua ingestão, a cafeína é rapidamente absorvida pelo sistema
gastrointestinal e transportada para todo o corpo, pela corrente sanguínea,
atuando como um potente psicoestimulante (FISONE et al., 2004 apud
SANTOS et al., 2019).
11.4 Hormônios peptídicos
Os hormônios peptídicos são substâncias naturais cuja molécula é formada por
dois aminoácidos ligados (um peptídeo). Sua função principal é a fixação de proteínas
no organismo. São utilizados em esportes de potência ou força pura, como arremesso,
ciclismo, remo e levantamento de peso.
A dopagem com hormônios peptídicos (HCG, eritropoietina, LH, insulina, ACTH,
etc.) geralmente não são detectáveis nos testes de urina, já que são produzidos pelo
organismo de maneira natural, mas na atualidade pode-se produzir de maneira
sintética: somatotropina, eritropoietina, gonadotropina, etc. O consumo de alguns
hormônios como a gonadotropina coriônica humana (HCG) conduzem a um aumento
da produção de esteroides andrógenos naturais (estrógenos, progesterona e
testosterona) e é considerada equivalente à administração exógena de testosterona.
Este hormônio é produzido durante a gravidez motivo pelo qual muitas atletas
procuram engravidar antes das competições.
45
11.5 Eritropoietina
A eritropoetina (EPO) é um hormônio endógeno, glicoproteico, sintetizado
principalmente nos rins e em uma quantidade menor no fígado. Sua principal função
é regular a eritropoiese (BENTO et al., 2003).
A EPO produz um efeito substancial nos esportes aeróbicos e de resistência
porque aumenta o número de glóbulos vermelhos, aumentando o transporte de
oxigênio através do sangue.
O consumo de EPO é ainda algo difícil de detectar. Atualmente, o teste de
detecção baseia-se na concentração de glóbulos vermelhos no sangue, quando a
concentração é alta pode-se supor o consumo da EPO; mas, muitas pessoas de
lugares altos, como Quênia, Colômbia e Bolívia têm um hematócrito médio mais alto
naturalmente.
Uma prática cruel para aumentar o número de hemácias e a capacidade aeróbica
dos atletas vem sendo adotada por vários técnicos: os atletas passam longos períodos
de treinamento em câmaras de descompressão, com o ar rarefeito provocando hipóxia,
que por sua vez, causa a liberação de EPO, então, os mecanismos para a captação de
oxigênio pelo sangue são melhorados e maximizados. Porém começaram a ocorrer
casos sérios de o hematócrito ficar tão alto que o sangue chega a tornar-se viscoso,
provocando dezenas de casos de morte súbita por falha no coração. Segundo a opinião
de médicos e dirigentes do COI esta estratégia não é considerada doping.
Um outro método de dopagem é a reinfusão sanguínea, que aumenta
rapidamente a velocidade de oxigênio máxima. Segundo estudos realizados da
reinfusão em atletas durante exercícios submaximal e maximal depois de 24 horas, o
aumento da hemoglobina foi de 13.8g/100ml a 17.6g/100ml, o que representou o
aumento porcentual de hemoglobina de 27.5%. O mesmo aconteceu com a
concentração de hematócritos aumentando de 43.3 a 54.8%.
A hipóxia tecidual é o principal estímulo fisiológico para a produção de EPO.
Logo, a EPO estimula a produção de eritrócitos e consequentemente
aumenta a produção da hemoglobina, aumentando o transporte de oxigênio
(O2) para os tecidos A quantidade de oxigênio disponível tem papel
fundamental para o desempenho atlético (ELLIOTTI, 2008 apud SIMIONI et
al., 2019).
46
11.6 Suplementos voltados para a hipertrofia muscular
Os suplementos para hipertrofia muscular incluem aminoácidos, β-hidroxi βmetilbutirato (HMB), creatina, pró-hormônios, glutamina, proteína, pós hipercalóricos,
bebidas e barras enriquecidas com proteínas e outros compostos.
Os suplementos nutricionais são amplamente utilizados no esporte.
Estimativas mundiais do uso destes produtos em atletas ficam entre 40 e 80%
da população, sendo que as mulheres utilizam-nos principalmente para
corrigir inadequações dietéticas, e os homens com o intuito de aumentar a
força muscular e agilidade nos esportes (FROILAND et al., 2004, apud FAYH
et al., 2013, p. 28).
•
Os suplementos pré-treino aumentam o foco, a resistência e a força muscular
logo após ser ingerido;
•
Os suplementos cuja fonte é a proteína de altíssima qualidade contribuem para
repor as necessidades proteicas diárias. Sendo assim, há uma contribuição
significativa na hipertrofia e na perda de gordura corpórea;
•
Os suplementos compostos de aminoácidos contribuem para a recuperação e
regeneração muscular evitando o catabolismo;
•
Os hipercalóricos beneficiam pessoas com dificuldade de ganho de massa
corporal ou praticantes de atividades extenuantes.
O consumo de suplementos nutricionais visa aumentar o desempenho físico,
contudo estes produtos não devem ser utilizados como substitutos de refeições ou
como única fonte alimentar.
Estudos revelam, que frequentemente, indivíduos fisicamente ativos querem
resultados imediatos, isso faz com que aumente a procura por academias,
bem como pelo consumo de suplementos alimentares, que muitas vezes
ocorre sem orientação de um profissional habilitado, que neste caso é o
nutricionista especializado em nutrição esportiva (LOPES et al., 2014;
MAXIMIANO et al., 2017 apud SILVEIRA et al., 2019).
11.7 Hidratação
A água é o maior componente único do corpo. Ao nascimento, a água contribui
para aproximadamente 75% a 85% do peso corporal total; esta proporção diminui com
47
a idade e o grau de adiposidade. A água corresponde 60% a 70% do peso corporal
total em um adulto magro, mas apenas 45% a 55% em um adulto obeso.
O estado de hidratação do atleta é um fator determinante antes, durante e
após o exercício. A hidratação adequada contribui para a manutenção da
performance, promove um bom funcionamento dos processos homeostáticos
requeridos durante o exercício, como na dissipação do calor, bem como
facilita a recuperação pós exercício (McDERMOTT et al., 2017 apud
MOREIRA et al., 2019).
As células metabolicamente ativas do músculo e vísceras têm as maiores
concentrações de água; células de tecidos calcificados têm as menores. A água
corporal total é maior em atletas que em não atletas e diminui com a idade em
decorrência da diminuição da massa muscular. Apesar de a proporção de peso
corporal atribuída à água variar com a idade e a gordura corporal, há pouca variação
no dia a dia na porcentagem de água corporal no indivíduo.
Em condições normais sem exercício, a perda de água é de aproximadamente
2,5 litros/dia, a maior parte sendo perdida pela urina. No entanto, em temperaturas
ambientais mais elevadas e quando um exercício intenso é adicionado, a perda de
água aumenta para aproximadamente 6 a 7 litros por dia. Os 2,5 litros de água por dia
são repostos com bebidas (1,5 litros), alimentos sólidos (750ml) e a água derivada de
processos metabólicos (250ml).
O exercício físico extenuante realizado em condições quentes ou úmidas,
associado aos efeitos de uma alta produção de calor metabólico e sua
dissipação insuficiente, podem proporcionar uma desidratação durante
treinamentos e competições, além de promover alterações negativas no
sistema fisiológico (GOMES et al., 2014 apud SANTOS et al., 2019).
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12 BIOMARCADORES ESPORTIVOS IMPORTANTES
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A utilização dos biomarcadores como ferramenta eficaz no controle e no
monitoramento do treinamento esportivo é uma realidade. Trabalhar a partir da
individualidade biológica têm gerado benefícios a todos os envolvidos na prática
esportiva, quer seja atleta quer seja esportista (praticante). Nesse tópico do estudo,
veremos quais são os principais biomarcadores esportivos, suas definições e porque
os mesmos são importantes.
BIOMARCADOR
O QUE É?
Uma
Creatina-quinase
PORQUE É IMPORTANTE?
enzima Um nível elevado indica excesso de
produzida durante o treinamento, que leva a fadiga, danos
exercício
musculares e risco de lesões
Fundamental
massa
Testosterona
densidade
na Níveis
baixos
aumentam
gordura
muscular, corporal, queda da saúde esquelética e
óssea, cardiovascular
níveis de colesterol e
VO2Máx
49
Proteína
indicadora A diminuição de ferro causa lesões,
de nível de ferro no aumento no ritmo cardíaco, queda da
Ferritina
sangue
imunidade. Aumento de ferro aumenta
processo
inflamatório
e
colesterol
prejudicando a saúde cardiovascular
Ajuda na síntese e A
Vitamina B12
deficiência
reduz
resistência
e
reparo celular e leva impede a realização de exercícios de
oxigênio
aos alta intensidade
músculos
Relacionada
Proteína C
à Níveis
inflamação muscular
reativa
elevados
indicam
doenças
cardíacas ou excesso de treinamento,
comprometendo o sistema imunológico
e impedindo a recuperação do corpo
Ajuda a aumentar a Sua falta somada a deficiência de
Vitamina D
massa óssea e
imunidade
a cálcio, leva a fraturas por estresse e à
osteoporose
13 NUTRIÇÃO FUNCIONAL
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A Nutrição Funcional – atuante no Brasil há mais de 10 anos – conta com o
respaldo científico do The Institute For Functional Medicine (IFM – EUA) e do Instituto
Brasileiro de Nutrição Funcional (IBNF) fundado no ano de 2004.
A Nutrição Clínica Funcional possui cinco princípios básicos: a individualidade
bioquímica, o tratamento centrado no paciente, o equilíbrio nutricional e a
biodisponibilidade de nutrientes, a saúde como vitalidade positiva e as interconexões
em teia de processos bioquímicos que englobam: os desequilíbrios nutricionais,
estruturais e hormonais, o estresse oxidativo, a ecologia gastrintestinal, a
detoxificação do organismo, as alterações imunológicas e a interação corpo-mente.
O conceito de alimentação muda conforme o conhecimento da população
sobre a alimentos saudáveis e seus benefícios. A busca por uma vida
saudável leva as pessoas a buscarem novas formas de alimentação tendo
em vista sua funcionalidade e sustentabilidade, nesse sentido, podemos
perceber em vários setores mudanças profundas, que vieram crescendo nas
últimas décadas e levam ao indivíduo o retorno a vida natural (COSTA, 2012
apud DA SILVA LIBERATO 2019).
13.1 Princípios da nutrição funcional
As condutas da nutrição funcional são norteadas pelos seguintes princípios
básicos:
1- Individualidade bioquímica: princípio base para a terapia nutricional
funcional, caracterizado por um conjunto de fatores genéticos, fisiológicos e
bioquímicos individuais que orquestra o funcionamento do organismo e as
necessidades nutricionais, as quais interagem com fatores ambientais
(incluindo hábitos alimentares, toxinas, poluentes, stress mental e atividade
física). Assim, cada indivíduo apresenta uma necessidade ou deficiência
nutricional específica, que podem ser determinadas pela avaliação de sinais
e sintomas que o mesmo apresenta ou pelo meio ambiente ao qual está
exposto.
Pesquisas vêm sendo realizadas visando desvendar os efeitos metabólicos e
fisiológicos dos alimentos funcionais, principalmente em enfermidades como
câncer, hipertensão, diabetes, Alzheimer, doenças cardiovasculares,
intestinais, ósseas e inflamatórias (STRINGHETA, 2007; VIDAL et al., 2012,
apud HENRIQUE et al., 2018).
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2- Tratamento centrado no paciente: o foco do tratamento nutricional
funcional é centrado no indivíduo e não na doença, uma vez que é
considerada a inter-relação entre os sistemas orgânicos e a influência
sofrida por fatores ambientais, socioeconômicos, emocionais, culturais,
alimentares, bem como antecedentes individuais e familiares, utilização de
medicamentos e prática de atividade física, indicando a individualidade dos
sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Neste ponto, utiliza-se,
conjuntamente, o sistema ATMs (Antecedentes, Triggers, and MediatorsAntecedentes,
Gatilhos
e
Mediadores)
para
a
identificação
dos
desequilíbrios nutricionais e funcionais e subsequente obtenção do
diagnóstico nutricional. Nesse sistema, os antecedentes incluem o histórico
de vida e familiar (genético) do paciente; os gatilhos envolvem fatores que
podem ser originários de stress físico, mental e oxidativo, traumas, radiação,
lipopolissacarídeos bacterianos (LPS) e microrganismos; os mediadores
são componentes que podem estar associados a disfunções do organismo,
nominados como mediadores químicos (hormonas, neurotransmissores,
citocinas, radicais livres), subatômicas (íons), cognitivos ou emocionais
(crença em relação à doença, sentimento de medo, ansiedade), sociais e
culturais (relações interpessoais profissionais e familiares).
A preocupação com uma alimentação saudável, que nutra e promova a
saúde, aumenta a preferência dos consumidores por alimentos ricos em
nutrientes que possam fortalecer o organismo, prevenir e combater doenças.
Assim, o desenvolvimento desses alimentos tem contribuído para a inserção
de novas indústrias no mercado de alimentos (BERTÉ et al., 2011 apud DA
SILVA et al., 2019).
3- Equilíbrio nutricional e biodisponibilidade de nutrientes: a absorção e
a ação dos nutrientes em âmbito celular são dependentes não apenas da
adequação da ingestão, mas também da razão de equilíbrio entre estes
componentes - os quais agem em sinergia dentro do organismo, da origem
do alimento e sua forma de conservação e preparo, da forma química em
suplementações, e por fim, da condição absortiva e/ou patológica e da
necessidade nutricional individual.
Conforme a Organização Pan Americana da Saúde, os fatores de risco
relativos às DCNT são semelhantes em todos os países. Atualmente o
52
tabagismo, os alimentos com altas concentrações de gorduras trans e
saturadas, o sal e o açúcar em excesso, especialmente em bebidas
adoçadas, o sedentarismo, bem como o consumo excessivo de álcool,
causam mais de dois terços de todos os novos casos de DCNT e aumentam
o risco de complicações em pessoas que já sofrem dessas doenças
(GOULART 2011 apud ROMAN et al., 2018).
4- Saúde como vitalidade positiva: segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), saúde se refere ao perfeito estado de bem-estar físico,
mental e social. O indivíduo deve ser avaliado de forma integral e tratado
com o objetivo de modular os desequilíbrios existentes para restabelecer a
relação positiva entre os sistemas, atingindo a saúde de forma plena, ou
seja, com vitalidade positiva.
5- Inter-relações pela teia de interconexões metabólicas: as interconexões
metabólicas caracterizam um modo que permite elencar as inter-relações
entre todos os processos bioquímicos do organismo e entre o sistema
ATMs, permitindo a identificação dos desequilíbrios metabólicos associados
às condições clínicas apresentadas pelo paciente, favorecendo o
desmembramento das bases funcionais destes distúrbios para o tratamento
de suas causas.
O consumo de alimentos está intimamente ligado aos nossos pertencimentos
sociais, culturais e tradicionais, o que remete a um processo complexo de
tomada de decisão na escolha do alimento (LANDSTRÖM et al., 2007 apud
FILBIDO 2019).
53
14 ALIMENTOS FUNCIONAIS: DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E IMPORTÂNCIA
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A expressão “alimentos funcionais” foi originada primeiramente no Japão em
meados dos anos 80, também denominados alimentos para uso específico de saúde
(FOSHU, do inglês Foods for Specified Health Use). Foi resultado de um programa
financiado pelas autoridades japonesas com o objetivo de reduzir os recursos
financeiros dispensados com a saúde pública, contendo os avanços das doenças
crônicas. Não existe uma definição aceita internacionalmente, para o termo “alimentos
funcionais” e a maioria dos países não possuem uma definição oficial. Tal fato reflete
em diversos conceitos de “alimentos funcionais” encontrados na literatura, que podem
englobar os alimentos que sofreram algum tipo de processamento e/ou alimentos in
natura como frutas, legumes e cereais.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não define alimento
funcional, mas sim, define alegação de propriedade funcional e estabelece as
diretrizes para sua utilização e as condições de registro para alimentos com
alegação de propriedade funcional (COSTA; ROSA, 2016, apud DA SILVA et
al., 2019).
Desde que sejam avaliadas pela Gerência Geral de Alimentos (GGALI) da
ANVISA e comprovada sua segurança de uso e eficácia, o alimento detentor da
alegação pode ser disponibilizado no mercado para consumo. As alegações podem
ser veiculadas em alimentos e ingredientes para consumo humano, em rótulos e
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propagandas de produtos elaborados, embalados e prontos para a comercialização e
oferta ao consumidor.
Um alimento pode ser considerado funcional se for demonstrado que o mesmo
pode afetar beneficamente uma ou mais funções alvo no organismo, além de possuir
os adequados efeitos nutricionais, de maneira que seja tanto relevante para o bemestar e a saúde quanto para a redução do risco de uma doença.
Os alimentos funcionais são alimentos que provêm a oportunidade de combinar
produtos comestíveis de alta flexibilidade com moléculas biologicamente ativas, como
estratégia para corrigir de forma eficaz os distúrbios metabólicos, resultando em
redução dos riscos de doenças e manutenção da saúde do indivíduo. Os alimentos
funcionais se caracterizam por oferecer vários benefícios à saúde, além do valor
nutritivo inerente à sua composição química, podendo desempenhar um papel
potencialmente benéfico na redução do risco de doenças crônico degenerativas.
O termo funcional está sendo aplicado a alimentos com uma característica
diferente, ou seja, de proporcionar um benefício fisiológico adicional, além das
qualidades nutricionais básicas encontradas (MAYER, 2007 apud PADIA
2019).
Os alimentos e ingredientes funcionais podem ser classificados de dois modos:
quanto à fonte, de origem vegetal ou animal, ou quanto aos benefícios que oferecem,
atuando em seis áreas do organismo:
1- no sistema gastrointestinal;
2- no sistema cardiovascular;
3- no metabolismo de substratos;
4- no crescimento;
5- no desenvolvimento e diferenciação celular;
6- no comportamento das funções fisiológicas e como antioxidantes.
Por meio da alimentação tem se procurado, além de satisfazer as atividades
nutricionais básicas, promover saúde e reduzir o risco de doença. Em meio
ao cenário do século XXI, os alimentos funcionais passaram a ser vistos como
uma estratégia importante para deter o avanço das DCNTs (ROBERFROID
M. 2002, apud SILVA et al., 2016, p. 134).
Uma grande variedade de produtos tem sido caracterizada como alimentos
funcionais, incluindo componentes que podem afetar inúmeras funções corpóreas,
relevantes tanto para o estado de bem-estar e saúde como para a redução do risco
55
de doenças. Esta classe de compostos pertence à nutrição e não à farmacologia,
merecendo uma categoria própria, que não inclua suplementos alimentares, mas o
seu papel em relação às doenças estará, na maioria dos casos, concentrado mais na
redução dos riscos do que na prevenção.
Os alimentos funcionais apresentam as seguintes características:
a) devem ser alimentos convencionais e serem consumidos na dieta
normal/usual;
b) devem ser compostos por componentes naturais, algumas vezes, em
elevada concentração ou presentes em alimentos que normalmente não os supririam;
c) devem ter efeitos positivos além do valor básico nutricional, que pode
aumentar o bem-estar e a saúde e/ou reduzir o risco de ocorrência de doenças,
promovendo benefícios à saúde além de aumentar a qualidade de vida, incluindo os
desempenhos físico, psicológico e comportamental;
d) a alegação da propriedade funcional deve ter embasamento científico;
e) pode ser um alimento natural ou um alimento no qual um componente tenha
sido removido;
f) pode ser um alimento onde a natureza de um ou mais componentes tenha
sido modificada;
g) pode ser um alimento no qual a bioatividade de um ou mais componentes
tenha sido modificada.
O Japão foi o primeiro país a elaborar um processo de regulamentação
específica para os alimentos considerados funcionais, onde os define como
qualquer alimento que atue positivamente na saúde, no desempenho físico
ou no estado mental de um indivíduo em virtude de suas funções nutricionais.
No Japão, os alimentos funcionais precisam possuir um selo de aprovação do
Ministério de Saúde e Bem-estar japonês (STRINGHETA, 2007 apud
HENRIQUE et al., 2018).
56
15 LEGISLAÇÃO APLICADA AOS ALIMENTOS FUNCIONAIS
Fonte: Pixabay.com
No Brasil, o Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), regulamentou os Alimentos Funcionais através das seguintes
resoluções: ANVISA/MS 16/99; ANVISA/MS 17/99; ANVISA/MS 18/99; ANVISA/MS
19/99, cuja essência é:
a) Resolução da ANVISA/MS 16/99 - trata de Procedimentos para Registro de
Alimentos e/ou Novos Ingredientes, cuja característica é de não necessitar de um
Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) para registrar um alimento, além de permitir
o registro de novos produtos sem histórico de consumo no país e também novas
formas de comercialização para produtos já consumidos (BRASIL, 1999);
b) Resolução da ANVISA/MS 17/99 - Aprova o Regulamento Técnico que
estabelece as Diretrizes Básicas para Avaliação de Risco e Segurança de Alimentos
que prova, baseado em estudos e evidências científicas, se o produto é seguro sob o
ponto de risco à saúde ou não (BRASIL, 1999);
c) Resolução ANVISA/MS 18/99 - Aprova o Regulamento Técnico que
estabelece as Diretrizes Básicas para a Análise e Comprovação de Propriedades
Funcionais e/ou de Saúde, alegadas em rotulagem de alimentos (BRASIL, 1999).
57
d) Resolução ANVISA/MS 19/99 - Aprova o Regulamento Técnico de
Procedimentos para Registro de Alimentos com Alegação de Propriedades Funcionais
e/ou de Saúde em sua Rotulagem (BRASIL, 1999).
Além de garantir a segurança do alimento, essas resoluções determinam que
as alegações sejam cientificamente comprovadas e não induzam o
consumidor ao erro (ANVISA, 2016, apud HENRIQUE et al., 2018).
As diretrizes para a utilização da alegação de propriedades funcionais ou de
saúde, segundo a ANVISA são:
a) A alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde é permitida em caráter
opcional;
b) O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde
pode, além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzirem
efeitos metabólicos e ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser
seguro para consumo sem supervisão médica;
c) São permitidas alegações de função ou conteúdo para nutrientes e não
nutrientes, podendo ser aceitas aquelas que descrevem o papel fisiológico do
nutriente ou não nutriente no crescimento, desenvolvimento e funções normais do
organismo, mediante demonstração da eficácia. Para os nutrientes com funções
plenamente reconhecidas pela comunidade científica não será necessária a
demonstração de eficácia ou análise da mesma para alegação funcional na rotulagem;
d) No caso de uma nova propriedade funcional, há necessidade de
comprovação científica da alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde e da
segurança de uso, segundo as Diretrizes Básicas para Avaliação de Risco e
Segurança dos Alimentos;
e) As alegações podem fazer referências à manutenção geral da saúde, ao
papel fisiológico dos nutrientes e não nutrientes e à redução de risco de doenças. Não
são permitidas alegações de saúde que façam referência à cura ou prevenção de
doenças.
O registro de um alimento funcional só pode ser realizado após comprovada a
alegação de propriedades funcionais ou de saúde com base no consumo previsto ou
recomendado pelo fabricante, na finalidade, condições de uso e valor nutricional,
58
quando for o caso ou na(s) evidência(s) científica(s): composição química ou
caracterização molecular, quando for o caso, e ou formulação do produto; ensaios
bioquímicos; ensaios nutricionais e ou fisiológicos e ou toxicológicos em animais de
experimentação; estudos epidemiológicos; ensaios clínicos; evidências abrangentes
da
literatura
científica,
organismos
internacionais
de
saúde
e
legislação
internacionalmente reconhecidas sob propriedades e características do produto e
comprovação de uso tradicional, observado na população, sem associação de danos
à saúde.
Pesquisas vêm sendo realizadas visando desvendar os efeitos metabólicos e
fisiológicos dos alimentos funcionais, principalmente em enfermidades como
câncer, hipertensão, diabetes, Alzheimer, doenças cardiovasculares,
intestinais, ósseas e inflamatórias (STRINGHETA, 2007; VIDAL et al., 2012,
apud HENRIQUE et al., 2018).
16 PRINCIPAIS
ALIMENTOS
ESTUDADOS
E
SUAS
ALEGAÇÕES
DE
PROPRIEDADES FUNCIONAIS
Fonte: Pixabay.com
Os principais alimentos estudados na nutrição funcional, com seus respectivos
compostos ativos e propriedades funcionais, são:
59
Alimentos
Componentes ativos
Soja e derivados
Isoflavonas
Propriedades funcionais
Ação estrogênica (reduz
sintomas da menopausa)
e pode levar à prevenção
de alguns tipos de câncer)
Soja e derivados
Proteína da soja
Redução dos níveis de
colesterol
Peixes
como
sardinha, Ácidos graxos ômega-3
Redução
do
LDL-
salmão, atum, anchova,
colesterol e ação anti-
truta e arenque
inflamatória
Óleos de linhaça, soja, Ácido
graxo
poli- Estimula
amêndoas, insaturado – (linoleico)
nozes,
o
imunológico,
sistema
tem
ação
castanhas e azeite de
anti-inflamatória e pode
oliva
reduzir o risco de doença
cardiovascular
Azeite, óleo de canola, Ácido
azeitonas,
abacate
frutas
oleaginosas
(castanhas,
graxo Ação
e monoinsaturado (oleico)
antiaterogênica,
anticancerígena,
imunológica, hipotensora
nozes,
amêndoas)
Chá
verde,
cerejas, Catequinas e resveratrol
Podem
prevenir
certos
amoras, framboesas, uva
tipos de câncer, inibem a
roxa, mirtilo e vinho tinto
agregação
plaquetária,
reduzem o colesterol e
estimulam
o
funcionamento do sistema
imunológico
Tomate
e
derivados Licopeno
Ação antioxidante, reduz
(molho de tomate, suco de
níveis
tomate), goiaba vermelha,
podem prevenir o risco de
pimentão
certos tipos de câncer,
vermelho
e
de
colesterol
e
60
melancia
(frutas
principalmente
avermelhadas)
próstata
Folhas verdes em geral e Luteína e zeaxantina
Ação
milho
protegem
o
de
antioxidante,
contra
degeneração
macular
(alterações na visão)
Cenoura,
manga, Betacaroteno
abóbora,
pimentão
vermelho
e
Precursor da vitamina A.
Ação hipotensiva
amarelo,
acerola e pêssego (frutas
alaranjadas)
Couve-flor,
repolho, Indóis e isotiocianatos
Indutores
de
enzimas
brócolis,
couve
de
protetoras
que
podem
bruxelas,
rabanete
e
proteger
contra
alguns
tipos
de
câncer,
mostarda
principalmente o de mama
Soja,
frutas
tomate,
cítricas, Flavonoides
Podem prevenir o risco de
pimentão,
certos tipos de câncer.
alcachofra, cereja e salsa
Ação vasodilatadora, antiinflamatória e antioxidante
Aveia, centeio, cevada, Fibras solúveis e fibras Podem
leguminosas
ervilha,
lentilha),
(feijões, insolúveis
auxiliar
na
redução do risco para
frutas
câncer de cólon e o bom
com casca
funcionamento intestinal.
Auxiliam no controle da
glicemia (fibras solúveis) e
podem
aumentar
na
sensação de saciedade
Alho e cebola
Sulfetos
sulfetos)
alílicos
(alil Podem
auxiliar
redução
de
pressão
sanguínea,
na
colesterol,
do
risco para câncer gástrico
61
e auxiliar os processos do
sistema imunológico
Linhaça, noz-moscada
Ligninas
Podem auxiliar na inibição
da formação de alguns
tipos de tumores
Maçã,
manjericão, Taninos
Ação
antioxidante,
manjerona, sálvia, uva,
antisséptica
caju, soja
vasoconstritora
Óleos vegetais
Esteróis
vegetais, Podem
estanóis
redução
e
auxiliar
de
na
doenças
cardiovasculares
Leites
fermentados, Probióticos
iogurtes e outros produtos bifidobactérias
lácteos fermentados
lactobacilos
– Favorecem
funções
e gastrointestinais,
com
redução de obstipação e
podem
auxiliar
na
prevenção do câncer de
cólon
Vegetais como chicória, Prebióticos
– Ativação
alcachofra
e intestinal, favorecendo o
frutooligossacarídeos
inulina
bom
da
microflora
funcionamento
do
intestino
Fonte: Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais
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