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pediatria

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Terapêutica Farmacológica na Pediatria
TERAPÊUTICA II
2021/2022
Ana Reis e Melo
Departamento de BioMedicina
Edição por Departamento
de Estudos da Comissão
de Curso 17/23
Cor das notas: azul
A idade pediátrica é muito particular. Saber presecrever é muito importante, porque é muito comum existirem erros de prescrição,
e muitos incidentes clínicos devem-se a esses erros, pondendo ser fatais, e a prescrição nas crianças é diferente da prescrição em adultos.
Os estudos recentes dos USA mostram falta de preparação dos estudantes de Medicina para a prescrição adequada, e que cerca de 10% dos erros da
clínica são devidos a erros de prescrição.
Não há um erro particular associado a um grupo farmacológico, nem a uma especialidade em concreto - é generalizado.
Importância de saber
prescrever
Erros de prescrição
são comuns
Muitos incidentes
clinicos devem−se a
erros de prescrição
2
Erros de prescrição
podem ser fatais
Prescrever em
crianças é diferente
de prescrever em
adultos
Há fatores particulares em pediatria - a criança não é um adulto em ponto pequeno. Devemos ter em conta:
- O peso
- A composição corporal - no recém-nascido a composição corporal é diferente de uma criança de 5 anos
- A área de superfície corporal - calculamos a maioria dos fármacos pelos pesos, mas também podemos calcular pela superfície corporal.
- O estado nutricional - também estará relacionado com a farmacocinética.
- A maturação dos orgãos - principalmente o fígado e os rins: um estará responsável pela metabolização, e outro pela eliminação.
Crianças não são
adultos pequenos
Peso
Prescrição em
pediatria
Composição corporal
Fatores
Àrea de superficie
corporal
Estado nutricional
Maturação dos orgãos
(figado, rim, …)
Em pediatria em particular usamos muito as formulações líquidas (os xaropes) que não usamos nos adultos.
Em meio hospitalar é sempre mais apropriado prescrever em mg do que em ml - porque temos diferentes concentrações do mesmo fármaco e nem
sempre sabemos qual o hospital comprou (ex: a formulação do paracetamol na urgência e no internamento é diferente). Se prescrevermos sempre em
mg fica mais fácil para a enfermagem fazer o cálculo.
É imporante notar a diferença entre microgramas e miligramas, principalmente para não cometer erros a prescrever, e ter alguma sensibilidade na
prescrição, principalmente quando prescrevemos para casa - em valores como 2.3mL de paracetamol habitualmente arredondamos para cima, para
2.5mL.
Prescrição em pediatria
• Medicação pediatria: formulação liquida
• Em meio hospitalar é mais apropriado prescrever em mg do que em
ml
• Medicação tem diferentes concentrações (ex. paracetamol pode ser
120mg/5mL ou 250mg/5mL)
• Importância da diferença em microgramas (µg) e miligramas (mg)
• Sensibilidade na prescrição −é importante considerar arredondar a
dose
4
A farmacocinética corresponde a 4 grandes grupos (o ADME):
- Absorção
- Distribuição
- Metabolismo
- Eliminação
Farmacocinética
A ciência que estuda o processamento dos
fármacos dentro dos sistemas biológicos, e
envolve a absorção, a distribuição, o
metabolismo e a eliminação
( aquilo que o corpo faz ao fármaco)
Existem particularidades da farmacocinética na pediatria.
5
Absorção
A passagem do fármaco desde o local de
administração até ao plasma
Cerca de 75% dos fármacos administrados via
oral são absorvidos em 1 a 3 horas
6
concentration
Absorção
•
•
Características dos fármacos: peso molecular, ionização,
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
IV
Oral
Rectal
0
5
10
20
30
solubilidade e formulação (se usarmos IV terá absorção muito mais rápida que, por exemplo, retal)m. inutes
60
120
180
Características dos indivíduos: vias de administração, pH
gastrointestinal, conteúdo GI
•
Esvaziamento gástrico (se estiver atrasado temos um atraso na absorção).
•
Enzimas gástricas 6 meses de idade (há dificuldade de absorção por causa destas
•
Ácidos biliares e função biliar
•
Flora gastrointestinal Só no adolescente é que a flora GI se aproxima à do adulto)
•
Interação Fórmula/alimentos(ex: interação entre leite e tetraciclinas)
As enzimas gástricas e ácidos biliares só estão desenvolvidas ao
enzimas)
Fizeram um estudo em Nova Iorque com a Digoxina, em que
repararam que com a mesma dose de Digoxina, de indústrias
farmacêuticas diferentes, se notava uma concentração diferente no
plasma - estava relacionado com o próprio tamanho do comprimido
7
Também temos o exemplo da utilização de Vancomicina oral para tratar Colite Pseudomembranosa por Clostridium Difficile - a Vancomicina é sempre dada por via IV, po
não é absorvida por via oral, exceto neste caso, em que desejamos que não seja absorvida.
Às vezes podemos jogar com estas diferenças na absorção - por exemplo na doença inflamatória intestinal podemos usar fármacos absorvidos dependendo do pH, e que
isso só sejam absorvidos no cólon - onde queremos que atuem.
Na distribuição, sabemos que os fármacos mais lipossolúveis são melhor absorvidos.
As proteínas só existem em quantidade semelhante aos adultos aos 8-12 meses
A permeabilidade da membrana é importante - a BHE é muito pouco permeável a fármacos, por exemplo: no tratamento de uma meningite usamos fármacos mais lipossolúveis
aumentamos a dose . na meningite, a BHE está mais permeável, logo os fármacos passam melhor
O próprio volume de distribuição também vai variar consoante a idade e composição corporal (da criança em relação ao adolescente p.ex.)
Distribuição
1
Lipossolubilidade
•  água total & fluido
extracellular
•  tecido adiposo &
músculo esquelético
2
Ligação às
Proteínas
3
4
Permeabilidade da
Membrana
Volume de
distribuição
• albumina, bilirrubina,
•Variações da
composição
1−ácido glicoproteína
melhor absorvidos
e distribuidos
8
Metabolismo
•
Fármacos e toxinas são agentes estranhos ao organismo
•
Fármacos podem ser metabolizadas nos pulmões, sangue e
fígado
•
O organismo converte os fármacos em formas menos ativas
e aumenta a sua hidrossolubilidade para melhorar a
eliminação (rins, pulmões, sistema hepatobiliar)
•
Fígado − principal via do metabolismo dos fármacos
•
Fígado pode também converter pró−fármaco (inativas) na sua
forma ativa
•
Tipos de reações
•
Fase I (sistema do Citocromo P450)
•
Fase II
Locais de biotransformação de fármacos As reações de fase I aumentam até à idade escolar. Nesta atingem um pico superior à dos adultos, e volta a diminuir até à
capacidade do adulto, na adolescência.
As de fase II começam com um atividade muito baixa no RN e vai aumentando até à idade adulta.
9
Metabolismo em pediatria
•
•
•
Filtração Glomerular aumenta com a idade,
valores dos adultos atingidos pelos 3 anos de
idade
Recém−nascido = fluxo sanguíneo renal,
filtração glomerular e função tubular
diminuídas, o que atrasa a eliminação dos
fármacos
Aminoglicosideos, cefalosporinas, penicilinas
= intervalo entre doses superior
A administração de antibióticos difere, por isso, muito na Neonatologia em
relação a crianças com 4-5 anos.
10
Princípios farmacocinéticos
•
•
Steady State”: a quantidade de fármaco
administrada é igual à quantidade de fármaco
eliminada dentro de um intervalo de doses,
resultando num plateau ou nível sérico de
fármaco constante
condição em que as variáveis de um sistema permanecem constantes
ao longo do tempo, apesar de fluxos contínuos de entrada e saída.
Steady State ocorre quando a quantidade de fármaco administrada
(entrada) é igual à quantidade eliminada (saída) por unidade de tempo,
resultando em uma concentração plasmática constante.
Fármacos com semi−vida curta atingem o
“steady state” rapidamente; fármacos com
semi−vida longa demoram dias a semanas a
atingir o “steady state”
11
Steady state
Semi-Vida = tempo necessário para as
concentrações no plasma diminuírem em
metade (50%)
4-5 semi-vidas para atingir o “steady state”
100
90
80
70
%
60
steady 50
state 40
30
20
10
0
1
2
3
4
Semi-vida
12
5
permite atingir os niveis sérios que queremos rapidamente
Doses de carga
Se tenho um fármaco com semi-vida longa, mas quero efeito rapidamente, dou aquilo
a que se chama uma dose de carga.
Doses de carga (iniciais) permitem atingir
40
35
30
rapidamente os níveis séricos terapêuticos
25
Por vezes não é possível esperar (ex: antiepilético no SU), daí usarmos a dose de
carga.
20
Mesma dose de carga independentemente de
15
disfunção metabolismo/eliminação
10
5
Não são ajustadas na disfunção hepática nem na disfunção renal.
0
13
w/ bolus
w/o
bolus
Doentes especiais
Doença Renal: metabolismo hepático
igual, volume de distribuição
igual/aumentado e eliminação
prolongada \ intervalo doses
Doença Hepática: eliminação renal
igual, volume de distribuição
igual/aumentado, velocidade de
metabolismo enzimático mais lento \ ¯
dosagem, intervalo doses
Doentes com Fibrose quística:
metabolismo/ eliminação aumentado,
volume de distribuição maior \
dosagem, ¯ intervalo doses
14
Nos doentes renais temos de aumentar o
intervalo entre doses.
Nos doentes hepáticos diminuimos a dose
e aumentamos o intervalo entre doses
Nos doentes com fibrose cística
usamos doses de fármacos muito
maiores em comparação,
principalmente os antibióticos
Farmacodinâmica
Estudo dos processos bioquímicos e fisiológicos
subjacentes à ação dos fármacos (aquilo que o fármaco faz ao organismo)
Mecanismo de ação :
• Interação fármaco − recetor
Eficácia
Perfil de segurança
15
A maioria dos fármacos ligam-se a recetores
celulares
Iniciam reações bioquímicas
Efeito farmacológico é devido a alteração de um
processo fisiológico intrínseco e não a criação de
um novo processo
Ação do fármaco
16
Recetores
Proteínas ou glicoproteínas
Ação ocorre quando o fármaco se liga
Presentes na superfície celular, num organelo
ao recetor e a ação pode ser:
dentro da célula ou no citoplasma
❖ Canal iónico (aberto ou fechado)
Número finito de recetores numa dada célula
❖ Segundo mensageiro é ativado
• Respostas mediadas pelos recetores até um
❖ cAMP, cGMP, Ca++, inositol fosfatos, etc.
❖ Inicia uma série de reações químicas
planalto
❖ Normal função celular é fisicamente inibida
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Farmacodinâmica
Potência
Quantidade do fármaco necessária para produzir
50% da resposta máxima que o fármaco é capaz
de induzir
Usado para comparar compostos dentro das
mesmas classes de fármacos
Eficácia
Grau de capacidade do fármaco produzir a
resposta desejada
Na prática clínica, a eficácia é mais importante que a potência.
18
Relação dose-resposta
As respostas induzidas pelos fármacos não são
fenómenos “ tudo ou nada”
Aumento da dose pode:
Aumentar a resposta terapêutica
Aumentar o risco de toxicidade
19
Prática clinica
O que devemos considerar quando
prescrevemos a um lactente ou uma criança
doente???
20
•
Prática Clinica
Selecionar o fármaco adequado à
indicação clínica- primeiro temos de peceber o diagnóstico principal, e depois o que prescrever
•
•
Selecionar a dose adequada - em quadros como meningite necessitamos de doses maiores
Considerar os processos fisiopatológicos
nos doentes, tal como insuficiência
hepática ou renal
•
Considerar alterações de
desenvolvimento e maturação dos
órgãos / sistemas e o subsequente
efeito na PK e PD- um recém-nascido tem uma dose diferente de um adolescente de 16 anos.
21
•
Prática Clinica
Selecionar formulações e vias de
administração apropriadas - não damos nada por via oral a uma criança a vomitar, p.ex.
•
Determinar antecipadamente a
duração da terapêutica - importante a prescrever para o domicílio
•
Monitorizar eficácia e toxicidade
•
Farmacogenética
Terá um papel importante no futuro
Farmacogenética: Doentes com fibrose cística fazem frequentemente gentamicina. Se pesquisarmos um gene associado à Ototoxicidade, podemos saber se o doente tem maior
risco para a desenvolver com a gentamicina.
nefrotoxicidade
Ou seja, é a capacidade de pesquisando uma determinada alteração genética adequarmos a terapêutica.
22
Outros fatores
Prática Clinica
Interação Fármaco−fármaco
• Alteração da absorção
• Inibição do metabolismo
• Facilitação do metabolismo
• Competição para ligação a proteínas
• Alteração da excreção
Interação Fármaco-Alimentos
23
A farmacocinética e a farmacodinâmica também sofrem um impacto com a
doença.
Absorção
Efeito da doença
Fármacos administrados via PO/NG
podem ter absorção alterada devido a:
• Alterações do pH
• Edema da mucosa GI - atrasa a absorção
• Esvaziamento gástrico atrasado ou
acelerado
• Alterações no fluxo de sangue
• Presença de ileus- impede a progressão do fármaco ao longo do TGI
• Co−administração com outros fármacos
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Distribuição pode ser afetada:
Efeito da doença
Alteração da perfusão de órgão devido a
alterações hemodinâmicas - altera a perfusão de um determinado orgão
• Pode afetar a entrega ao local de ação, local
de metabolismo e local de eliminação
• Inflamação e alterações na permeabilidade
capilar pode aumentar a entrega do
fármaco a um local
Hipoxemia afetando a função de órgão
• Alteração da função hepática e
metabolismo
25
O fármaco ativo é o que está livre, não o ligado às proteínas.
Se tivermos uma criança desnutrida, ou na fase de doença, em que os níveis séricos de albumina e outras proteínas são baixos - temos
mais fármaco livre (liga-se menos às proteínas).
Alterações na síntese proteica
• Se os níveis séricos da albumina e outras
Efeitos da doença
proteínas são baixos, existe alteração do
Vd da fração livre dos fármacos que
tipicamente têm uma forte ligação às
proteínas e consequentemente aumenta
a concentração livre do fármaco
Défice de substratos
• Esgotamento das reservas
• Stress Metabólico
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A farmacodinâmica é muito pouco estudada na pediatria, uma vez que não existe forma de serem feitos estudos clínicos.
Efeitos da doença
Na farmacodinâmica:
• Up regulation dos recetores
• Down regulation dos recetores
• Diminuição do número de recetores
do fármaco
• Alteração da produção endógena de
uma substância pode afetar os
recetores
• Alterada resposta devido a:
Estado Ácido−base
Desequilíbrios Eletrolíticos
Alteração do volume intravascular
Tolerância
27
Caso prático
JB de 5 anos internado por GEA e está
com febre, pesa 14kg.
Que antipirético?
−Paracetamol 15mg/kg/dose po
−Ibuprofeno 5 mg/kg/dose po - não existe Ibuprofeno IV
E ev?
Paracetamol 10mg/kg/dose
Caso prático
• Rui, lactente de 4 semanas que pesa
9kg e necessita de Trimetoprim
profilático para prevenção de
infeções urinárias
• Quanto lhe dariam?
• Neste exemplo, usamos a dose de 2mg/kg,
max 100mg à noite
9kg x 2mg/kg = 18mg à noite (via oral)
3 principais agentes de otites médias nas crianças:
Steptococcus Pneumoniae
Haemophiluz Influenzae
Moraxella Cattarralhis
• João, 4 anos de idade e pesa 18kg
Tem uma otite média aguda
(medicado há 3 semanas com
amoxicilina)
Caso prático
• Qual a dose de
amoxicilina+àc.clavulânico oral
(14:1)- 14 moléculas de Amoxicilina para 1 de ácido clavulânico
• 90mg/kg/dia 8/8h calcula-se só para a amoxicilina
• 90mg x 18kg= 16200 mg/dia
• 1620/3=540 mg/toma
• Amoxicilina/àc clavulânico 600 mg/42,9 mg/5
ml
• 4,5 ml
só existem na pediatria
Existem 3 formulações em pediatria de Amoxicilina + Ácido Clavulânico:
14:1 - Apenas Otites (muito pouco ácido clavulânico)
7:1 - Otites, Infeções urinárias
4:1 - Infeções da pele e dentes
Aos 7 anos a principal causa de pneumonia é Streptococcus Pneumoniae.
Outra causa em que temos de pensar a partir dos 5 anos são os agentes
atípicos: Mycoplasma Pneumonieae nomedamente.
Caso prático
BJ tem 7 anos, 25kg, tem pneumonia bacteriana e
está com vómitos
Qual a via de administração ? - Intra-venosa
Qual a dose em mg?
Ampicilina 200mg/kg/dia 6/6h
25 x 200 = 1250mg/dose
na pediatria, usam-se doses muito grandes
Caso prático
Julia, 3 anos, 14kg, foi internada por celulite
orbitária. Ela tem epilepsia e está medicada com
valproato de sódio 4ml 2x/dia. Desconhece alergias.
/dia
1. Fazer a prescrição do domicilio (valproato de sódio
xarope 200mg/5ml) e confirmar dose por Kg/dia
❖ ~22 mg/kg/dia
2. Prescrever Benzilpenicilina (50000 UI/kg/dia 6/6h)
e Flucloxacilina (50mg/kg/dose 8/8h) IV
na flucloxacilina, a conta é por dose, logo não é preciso dividir pelo número de tomas
ao contrário da penincilina que é por dia
Mário, 6 anos, 17kg, com antecedentes de asma vem
ao SU por tosse persistente. Na AP: SR diminuídos,
sibilos dispersos, aumento do TE
Diagnóstico provável?
Caso prático
O que fazer?
Salbutamol em aerossol – 0,03ml/kg/dose
Brometo de ipatrópio – 500mcg/dose (ação curta - o Tiotrópio é de ação longa)
Prednisolona – 1mg/kg/dose - neste caso, como ele está mal, damos por via oral
➢Nebulização com 0,5ml de salbutamol + 500mcg de
BI + 3ml de SF
➢1 cp de 20mg só há comp de 20mg —> administra-se 20mg
Para o domicilio? - Para o domicílio vamos prescrever "pufs". No SU damos em nebulização
para também podermos dar O2.
vantagem nebulização —> com a nebulização, também se faz oxigenoterapia.
Caso prático
Joana, 2 anos, na sala de emergência com crise tónico
clónica generalizada. Sem antecedentes relevantes. A
mãe diz que tem estado com obstrução nasal e tosse.
Pesa 10 kg.
Que fazer?
Diazepam retal?
❖1-3 anos 5 mg
Diazepam ev?
❖ 0,2mg/kg
Fenitoína – 20mg/kg/dose diluir em SF e administrar
em 20 min (250mg/5ml). Ritmo? sempre em mL/h
❖ 12ml/h
Caso prático
João, 6meses com ITU por E.coli sensivel a
amoxicilina ác. Clavulânico (peso de 7.7kg)
❖ 2ml de 8/8h 250 mg/5 ml
Sandra, 8 anos de idade , com ITU por E.coli sensivel
a amoxicilina ác. Clavulanico (peso de 26kg)
❖ 7 ml de 12/12h (400 mg/ 5 ml)
Calcular a dose e formulação para cada um
> 3meses
Amoxicilina / ac clavulanico
? 20-40 mg/kg/dia de amoxicilina, 8-8h - formulação 4:1
(125 mg, 250 mg ou 500mg/5 ml) - adequamos consoante o peso da criança
? 25-45 mg/kg/dia de amoxicilina, 12-12h - formulação 7:1
(400 mg/ 5 ml)
Dose máxima diária de amoxicilina: 2 gr
Ruben, de 4 anos, peso 13kg, com vómitos
alimentares e diarreia. Dor abdominal e febre
com 2 dias de evolução.
EO: Aspeto febril mas hidratada
Diagnóstico provável?
Caso prático
❖GEA virica- é a mais comum
O que fazer?- pró-biótico e hidratação
❖ Hidratação oral fracionada e dieta
❖ 10ml/kg/dejeção ou 2 ml/kg/vómito
A gastroenterite bacteriana tem um curso mais
prolongado e dá mais diarreia sanguinolenta.
Mesmo as bacterianas são auto-limitadas.
Por isso só fazemos antibiótico se:
- Imunodeprimidos
- Crianças abaixo de 3 meses
Se as crianças têm sintomas muito prolongados (mais de 1 semana com
diarreias sanguinolentas e febre) também podemos ponderar tratar com
antibiótico.
Criança de 6 anos, 22kg, vem ao SU por febre, tosse
e odinofagia. Ao exame objetivo: exsudado purulento
amigdalino à direita.
Diagnóstico? amigdalite
Critérios de Centor:
Caso prático
TDAR NEGATIVO
Que prescrição?
E se TDAR POSITIVO?
Amoxicilina 50mg/kg/dia 12/12h
Penicilina 50 000UI/Kg
Quantos mais estiverem presentes, maior a probabilidade de ser bacteriana
Em caso de TDAR de Streptococcus dar negativo, prescrevemos AINES (como Ibuprofeno).
Se fosse positivo, daríamos amoxicilina ou Penicilina G
(não há resistências à penicilina no Streptococcus Pyogenes)
dose baixa de amoxicilina
a partir da 3 bronquioliote —> sibilância recorrente
Parece ser uma agudicação de uma sibilância recorrente.
Pode ser associado a uma bronquilite - a principal causa é o vírus sincicial respiratório.
Nas bronquiolites não é necessário antibiótico - só damos se suspeitarmos de sobreinfeção (de se tornar numa pneumonia).
Caso prático
Sofia, 15 meses, pesa 8kg, 2 internamentos por
bronquiolite e vem ao SU por tosse e pieira audível.
EO: Bom estado geral, tiragem intercostal e subcostal
, AP: sibilos e crepitações. Faz medicação no SU com
melhoria e vai ter alta.
Que prescrevem para o domicilio?
Salbutamol em camara expansora
❖2puffs de 8/8h (min)
Betametasona oral – 0,2mg/kg
0,5mg=30 gotas
❖96gotas
Nas primeiras crises podemos só fazer aspiração nasal e medidas gerais e a bronquiolite passa. Nos meninos com crises
repetidas podemos fazer prova terapêutica com salbutamol e prescrever para casa.
Caso prático
Lactente de 30 dias, pesa 3.5kg, antecedentes de
prematuridade e que necessita de iniciar profilaxia de
ferro.
Como vamos prescrever?
2mg Fe++/kg
❖ 7mg
Em gotas? 1 gota = 2mg
❖ 4 gotas
Principais causas de sépsis neonatal precoce - Streptococcus do grupo B, Gram negativos e Listeria.
Usamos a Ampicilina (por causa da Listeria) + Gentamicina.
Na sépsis neonatal tardia temos de usar:
-Cefalosporina de 3ª geração (para cobrir Gram negativos) - Cefotaxima. Não usamos Ceftriaxone devido ao risco aumentado de
Kernicterus - o Ceftriaxone liga-se muito às proteínas, o que mobiliza as Bilirrubinas.
- Vancomicina
Nos recém-nascidos temos sempre de ver o intervalo e a dose consoante a idade gestacional.
Caso prático
Diogo, RN de termo, agora com 6 dias, vem ao SU
por febre. Ao ex objetivo está irritado. Sem outras
alterações.
Fica internado por sépsis neonatal tardia.
Inicia cefotaxime 50 mg/kg/dose e vancomicina
15mg/kg/dose
Cefotaxime: IG 37 44s; Idade <7dias: intervalo 12h
Vancomicina: IG 37 44s; Idade <7dias: intervalo 12h
E monitorização? - Na Vancomicina temos de monitorizar
Leonor, recém nascido de 1.8kg.
Internada na UCIN e precisa de Atropina
[Dose = 20mcg / kg]
Preparação = 600mcg / 1 ml
Adicionar 1 ml atropina a 9 ml NaCl 0.9%
❖= 600mcg / 10 ml [ou 60mcg / ml]
Dose = 0.6 ml
Caso prático
Agora a Leonor precisa de Fentanil
[Dose = 2mcg / kg]
Preparação = 50mcg / 1 ml
Adicionar 1 ml fentanil a 4 ml de NaCl 0.9%
❖ = 50mcg / 5 ml
❖ Dose = 0.36 ml
Caso prático
A dose de carga de cafeina ev é 10mg / kg. O RN pesa
1.5kg.
Quanto vamos dar de cafeina?
❖ 15 mg
Preparação de cafeina é de 5mg / 1ml. Quanto volume
vamos dar ?
❖ 3ml
A forma mais segura de administrar este fármaco é diluir
num volume igual de NaCl 0.9% e administrar em 30
minutos.
Qual é a concentração final da solução que estão a dar ?
❖ 5mg/2ml
Qual é a quantidade desta solução que vão dar?
❖ 6ml
Qual é o ritmo em ml/h?
❖ 12ml/h
Idade
Peso
NÃO
ESQUECER
Mostrar os cálculos
Usar guidelines para doses
Prescrever em mg e não em ml
Se têm duvidas, perguntar
SEMPRE a um
colega/farmacêutico
Obrigado!
Ana Reis e Melo
Caso prático
JB de 5 anos internado por GEA e está
com febre, pesa 14kg.
Que antipirético?
-Paracetamol 15mg/kg/dose po
-Ibuprofeno 5 mg/kg/dose po
E ev?
Paracetamol 10mg/kg/dose
Medidas gerais
Terapêutica:
Tratamento
da febre
- antipiréticos não são necessários se a criança estiver confortável
- temperaturas axilares, orais ou timpânicas superiores a 38,5ºC ou
retais superiores a 39,0ºC causam desconforto
Paracetamol (fármaco de 1ª linha):
i. Oral: 10-15 mg/Kg/dose (dose diária máxima: 90 mg/Kg/ dia);
ii. Retal: 15-20 mg/Kg/dose (dose diária máxima: 100 mg/Kg/ dia);
iii. Intervalo mínimo entre duas administrações consecutivas: 4 horas
Ibuprofeno, apenas se existir contraindicação ao paracetamol:
i. Oral: 5 mg - 10 mg/Kg/dose (dose máxima diária: 40 mg/kg/dia);
ii. Intervalo mínimo entre duas administrações consecutivas: 6 horas
Anti-inflamatórios não
seletivos
> 50 medicamentos no mercado, dos mais
utilizados
Todos semelhantes ao AAS e têm 3 efeitos
terapêuticos:
•Anti-inflamatório
•Analgésico
•Anti-pirético
Todos partilham alguns efeitos secundários:
•Irritação gástrica
•Alterações fluxo sanguíneo renal
•Inibe a função plaquetária
•Aumento de eventos trombóticos ?
AntiEfeito anti-pirético
Temperatura corporal normal é regulada no
inflamatórios
hipotálamo – equilíbrio produção e perda de calor
não seletivosFebre – distúrbio no “termostato” que provoca um aumento da
temperatura corporal
“reset” do termostato através da inibição da produção
de PGI no hipotálamo
Contra-indicado em pediatria
Ácido
acetilsalicico
(AAS)
Síndrome de Reye  doença rara que afeta crianças, caracterizada por
encefalopatia hepática
Associada a uso de AAS numa infeção virica
Sintomas: encefalopatia metabólica progressiva com edema cerebral e HIC e
insuficiência hepática
Tratamento: suporte
Redução da incidência da doença – relacionada com a restrição do uso de
AAS em idade pediátrica
Excelente anti-pirético e analgésio, mas baixa
atividade anti-inflamatória
Não partilha os efeitos secundários dos AINEs
(gástrico e plaquetário)
Paracetamol
Via oral - é bem absorvido, pico concentração
plasmática em 30-60minutos, tempo de semi-vida 24horas, inativado pelo fígado
Efeitos secundários: poucos e pouco comuns –
reações alérgicas cutâneas
Doses tóxicas: hepatoxicidade fatal (>15 mg/kg per
dose)
Igualmente eficazes
Paracetamol
vs Ibuprofeno
Crianças com Temperatura febril mais elevada e com
idade >6 anos demonstram diminuição da resposta a
terapêutica antipirética
Poucos estudos que comparam os dois em termos de
conforto
Fever and Antipyretic Use in Children. Janice E. Sullivan, Henry C. Farrar, the Section on Clinical Pharmacology and Therapeutics, Committee on Drugs
Pediatrics March 2011, VOLUME 127 / ISSUE 3From the American Academy of Pediatrics
5 estudos que comparam terapêutica combinada
com terapêutica individual
Paracetamol e
Ibuprofeno
Inicialmente, mesma resposta, mas posteriormente,
objetivada consistentemente menor temperatura
no grupo que usou terapêutica combinada
Segurança? Diminuição do desconforto?
Amostra pequena
Dados insuficientes na literatura sobre o uso ou a
evicção da terapêutica combinada
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