Programas de Otimização Programas de Otimização | Princípios de Radioproteção | Implicações das recomendações da CIPR 22 Efeitos biológicos da radiação Os tipos de efeitos biológicos que aparecem no ser humano irradiado por radiação ionizante podem ser efeitos agudos ou tardios graves. São diferenciados pelo fato que os efeitos agudos apresentam uma dose limiar, abaixo da qual o efeito não é clinicamente detectado e nos efeitos tardios graves unicamente alguns indivíduos do grupo irradiado apresentarão estes efeitos, portanto tudo leva a crer que o aumento da dose faz com que aumente a probabilidade de aparecimento do efeito. O problema que a CIPR anteviu é que a extrapolação de uma curva de incidência de efeitos tardios graves em função da dose individual para pequenos valores dela, geralmente tornase difícil e imprecisa e em virtude disso, houve por bem se basear em duas hipóteses: 1. Os efeitos tardios não têm dose de radiação limiar, isto é, a qualquer dose, por menor que seja, está associado um risco como no caso dos efeitos hereditários 2. A relação dose-efeito é linear em doses pequenas A CIPR definiu o risco, R, como a probabilidade de sofrer um efeito deletério como resultado de uma dose de radiação para um dado indivíduo. Se ri é o coeficiente de probabilidade de sofrer o i-ésimo efeito, então: R = 1 – πi (1 – ri) As aproximações admitidas são: 1. Quando os diferentes efeitos são mutuamente exclusivos, a expressão da definição torna-se: R = Σi ri 2. Quando os valores do ri forem muito menores do que 1, isto é, ri→0, ainda que não sejam mutuamente exclusivos, pode-se usar a somatória. A melhor expressão matemática que descreve a incidência dos efeitos tardios graves com relação à dose até o valor de alguns grays é a quadrática, isto é: E = aD + bD2 Em que • E representa o efeito biológico • D representa a dose absorvida a • a e b são constantes O termo quadrático bD2 predomina em doses absorvidas elevadas, geralmente acima de 1 gray e em taxas de dose absorvidas também elevadas, acima de 1 Gy/min, enquanto que em taxas de dose pequenas menores ou iguais a 1 Gy, o termo linear aD e a inclinação que ele representa torna-se predominante. Considerar a relação efeito-dose linear para doses individuais inferiores a 1Gy é muito restritiva com relação a se fosse uma relação quadrática ou se fosse comprovada a hormesis, ou ainda se fosse admitida uma dose limiar. Isso porque implica que o ganho, pela população, na redução de uma dose unitária é o mesmo, independentemente do valor da dose e taxa de dose administrada. Isto muitas vezes leva a uma superestimativa do ganho social pela população na redução da dose, realmente não compensado pela diminuição do efeito nestes valores de dose e taxa de dose pequenas e isso pode levar a um gasto de esforços que não são compensados pelos correspondentes ganhos sociais. Confira o gráfico que considera três diferentes possibilidades dos efeitos biológicos da radiação ionizante. Com relação aos efeitos biológicos agudos, o órgão humano mais sensível, é o sistema hematopoiético, com possibilidade de contrair anemia e leucopenia com doses limiares de 1Gy. Publicações