Questionários Processos de elaboração e escalas ROTEIRO Questionários Escalas Processos de validação QUESTIONÁRIO Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas. É composto por uma série de questões que são colocadas para um grupo de sujeitos, e pode ser conduzido como uma entrevista oral ou como um questionário escrito ou eletrônico. (Portney & Watkins, 2009) QUESTIONÁRIO São auto administrados usando caneta e papel ou formatos eletrônicos. (Portney & Watkins, 2009) QUESTIONÁRIO Questionários são particularmente úteis como método de pesquisa para o exame de fenômenos que podem ser avaliados por meio da auto-observação, como atitudes e valores. (Portney & Watkins, 2009) QUESTIONÁRIO Questionários em pesquisas clínicas estão frequentemente preocupados em descrever práticas, atitudes e valores, ou características de grupos específicos. (Portney & Watkins, 2009) VANTAGENS Os respondentes as completam em seu próprio tempo. Os dados podem ser coletados de uma grande amostra, em uma ampla distribuição geográfica, em um período relativamente curto de tempo. Os formulários escritos são padronizados, de modo que todos são expostos às mesmas perguntas da mesma maneira. (Portney & Watkins, 2009) DESVANTAGENS O potencial para entender mal ou interpretar erroneamente as perguntas ou respostas; Precisão desconhecida ou motivação do entrevistado. (Portney & Watkins, 2009) AUTORRELATO Os dados coletados usando uma entrevista oral ou um questionário escrito são baseados em uma forma de autorrelato. Há sempre algum potencial de parcialidade ou imprecisão nos autorrelatos, particularmente se as perguntas se referirem a questões pessoais ou controversas. O fenômeno do viés de memória pode ser um problema quando os entrevistados são solicitados a lembrar de eventos passados. (Portney & Watkins, 2009) ELABORAÇÃO 1. Definir perguntas norteadoras 2. Pesquisar instrumentos existentes (São aplicáveis ou adaptáveis ao estudo?) 3. Esboço do questionário 4. Versões preliminares 5. Testes piloto e revisões (Portney & Watkins, 2009) QUESTÃO DO ESTUDO • A primeira consideração é a delineação da questão geral da pesquisa. O problema de pesquisa deve ser identificado com referência a uma população alvo. Essas decisões formarão a estrutura para decidir o desenho apropriado. • Um questionário é apropriado quando a pergunta requer obter informações a partir de assuntos em vez de medir o desempenho. (Portney & Watkins, 2009) ELABORAÇÃO ELABORAÇÃO FORMATO DAS RESPOSTAS A escolha do formato das respostas mais adequado deve levar em conta as vantagens e desvantagens, de cada tipo, para o objetivo da pesquisa. As respostas podem ser: • abertas, • múltipla escolha, • dicotômicas, • mistas. QUESTÕES ABERTAS VANTAGENS DESVANTAGENS Boas para questionamentos sobre a percepção do entrevistado Exercem pouca influência nas respostas Mais difíceis de codificar e interpretar resultados Permitem explicações Maior possibilidade de influência do entrevistador Problemas com as respostas de entrevistados com dificuldade de expressão QUESTÕES FECHADAS VANTAGENS São mais fáceis de responder Exigem menos tempo do entrevistado São mais fáceis de codificar, processar e analisar os dados DESVANTAGENS Podem influenciar o entrevistado pelas alternativas apresentadas Exigem mais tempo na elaboração do questionário Podem apresentar erros de medida caso as opções de resposta não sejam adequadas REDAÇÃO DAS QUESTÕES Cada palavra de uma pergunta pode influenciar a validade e a reprodutibilidade das respostas. O objetivo é construir questões simples, livres de ambiguidade e encorajar respostas precisas e honestas sem embaraçar ou ofender o entrevistado. Perguntas devem ser tão claras e específicas quanto possíveis. (Hulley et al, 2015) EXEMPLO EXEMPLO EXEMPLO ESCALAS As escalas foram desenvolvidas para medir atitudes, função, saúde e qualidade de vida, dor, esforço e outras variáveis físicas, fisiológicas e psicológicas. O propósito de uma escala é distinguir diferentes intensidades da característica que está sendo medida. Os itens da escala devem representar toda a faixa de valores que representam a característica sendo medida. (Hulley et al, 2015) ESCALAS Quando se aplica um questionário fechado (múltipla escolha ou dicotômico) pretende-se medir aspectos como atitudes ou opiniões do público-alvo, e isso geralmente é possível com a utilização de escalas. Os tipos mais comuns: • Escala de Likert, • Escala Visual Analógica, • Escala Numérica. (Hulley et al, 2015) ESCALA DE LIKERT A escala de Likert apresenta uma série de cinco proposições, das quais o respondente deve selecionar uma, podendo estas ser: concorda totalmente, concorda, sem opinião, discorda, discorda totalmente. É efetuada uma cotação das respostas que varia de modo consecutivo: +2, +1, 0, -1, -2 ou utilizando pontuações de 1 a 5. É necessária atenção quando a proposição é negativa. Nestes casos a pontuação atribuída deverá ser invertida. (Hulley et al, 2015) ESCALA DE LIKERT VANTAGENS • É uma escala de fácil aplicação e design. • Você pode usar itens que não têm relação com a expressão. • Oferece um ranking da opinião das pessoas pesquisadas. • Muito simples de responder. ESCALA DE LIKERT DESVANTAGENS • Possível viés na escala, já que as respostas positivas tendem a superar as negativas. • Os entrevistados tendem a responder “de acordo”, uma vez que implica menos esforço mental no momento de responder a pesquisa. • Dificuldade para estabelecer com precisão a quantidade de respostas positivas e negativas. ESCALA VISUAL ANALÓGICA VAS (Visual Analogue Scales) é um tipo de escala que advém da escala de Likert apresentando os mesmos objetivos, mas num formato diferente. Este tipo de escala baseia-se numa linha horizontal com 10 cm de comprimento apresentando nas extremidades duas proposições contrárias. O entrevistado deve responder à questão assinalando na linha a posição que corresponde à sua opinião. (Johnson, 2005) EVA / ESCALA NUMÉRICA A Escala Numérica deriva da escala visual analógica na qual a linha se apresenta dividida em intervalos regulares. VAS ou escalas numéricas também podem ser usadas para outros sintomas não apenas dor. Por exemplo: desconforto, rigidez ou dispneia. Portanto, se um paciente com asma apresenta dispneia, a dificuldade na percepção do paciente de respiração pode ser medido usando estas escalas. (Johnson, 2005) EVA / ESCALA NUMÉRICA (Johnson, 2005) CONFIABILIDADE Estudos de confiabilidade avaliam quanto a medida é consistente e livre de erro. Confiabilidade = grau em que medidas repetidas, em condições estáveis, fornecem respostas similares. • Teste-reteste • Interexaminador • Intraexaminador • Consistência interna (Portney & Watkins, 2009) CONFIABILIDADE (Souza et al, 2017) VALIDADE A validade diz respeito à medida em que um instrumento mede o que se pretende medir. A validade implica que uma medição está relativamente livre de erros; isto é, um teste válido também é confiável. Podemos simplificar a validação como um processo de teste de hipóteses, determinação de desempenho. (Portney & Watkins, 2009) VALIDADE DE CONSTRUTO (Souza et al, 2017) VALIDADE DE CONSTRUTO (Souza et al, 2017) PROCESSO DE VALIDAÇÃO Avalia com precisão determinado instrumento a partir de valores estabelecidos RAYMUNDO, 2009; MOKKINK et al., 2010; PRINSEN et al., 2018 (Ghisi et al, 2018) (Teixeira et al, 2021) INTRODUÇÃO TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL Validade Transcultural Diretrizes propostas por Beaton et al (2000) BEATON et al., 2000 (Arquivo pessoal) PERCENTUAL DE RESPOSTAS 1 2 3 3% 4 5 10% 87% (Arquivo pessoal) (Arquivo pessoal) TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL Algumas palavras/ expressões tiveram a verificação da compreensão no contexto da questão. Os itens pouco claros foram ajustados As figuras e/ou comparações de porções incomuns no Brasil (ex.: muffins, bolas de beisebol e bolas de golfe) foram substituídos Material suplementar Testes adicionais da versão adaptada O novo instrumento deve manter tanto as características de nível do item como as correlações item-escala e consistência interna; e as características de nível de pontuação de confiabilidade, validade de construto e responsividade. É possível trabalhar alguns desses testes de confiabilidade e validade no processo de pré-teste (Fase 5), embora muitas vezes precisem de amostras maiores. (Beaton et al, 2000) Testes adicionais da versão adaptada Os itens são verificados quanto à distribuição das respostas a eles, e a correlação de cada um com sua escala. A etapa final é uma avaliação completa dos atributos do nível de pontuação. As comparações desses são feitas com os semelhantes do instrumento original. Espera-se que a versão adaptada funcione de maneira semelhante (Beaton et al, 2000) PROPRIEDADES DE MEDIDA Consistência interna Reprodutibilidade (teste-reteste) Efeitos piso e teto Validade de construto Validade transcultural Validade estrutural Validade convergente Teste de hipóteses MOKKINK et al., 2010; PORTNEY, 2009; TERWEE et al., 2007; SOUZA et al., 2017; POLIT, 2015 REFERÊNCIAS 1. Portney LG, Watkins MP. Foundation of clinical research: applications to practics. 3.ed. New Jersey: Pearson Prentice Hall, 2009. 892p 2. Hulley SB, Newman TB, Cummings SR. Delineando a pesquisa clínica. 4. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2015. 400p 3. Johnson C. Measuring pain, Visual Analog Scale versus Numeric Pain Scale: What is the difference? Journal of Chiropractic Medicine. 2005;4(1):43-44 4. Pasquali L. Psicometria: teoria dos testes na psicologia e na educação. 5.ed. Petrópolis: Vozes, 2013. 392 p 5. Vieira S. Bioestatística: tópicos avançados. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 278p 6. Souza ACS, Alexandre NM, Guirardello EB. Propriedades psicométricas na avaliação de instrumentos: avaliação da confiabilidade e da validade. Epidemiol. Serv. Saúde. 2017; 26(3):649-659 7. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the Process of Cross-Cultural Adaptation of Self-Report Measures. Spine. 2000;25(24):3186-91 REFERÊNCIAS 8. Ghisi GL de M, Mahajan A, da Silva Chaves GS, Rouse V, Brum M, Ajwani F, et al. Validation of a selfadministered version of the Mediterranean diet scale (MDS) for cardiac rehabilitation patients in Canada. Int J Food Sci Nutr 2018:1–10. https://doi.org/10.1080/09637486.2018.1486392 9. Teixeira RLL, Jansen AK, Pereira DAG, Ghisi GL de M, Silva LP, Cisneros LL, Britto RR. Brazilian Portuguese version of the Mediterranean diet scale: Translation procedures and measurement properties. DMSCRR 2021:102165. https://doi.org/10.1016/j.dsx.2021.06.002