MANUAL DE HIDRÁULICA Esta a= edição do Manual de Hidráulica tem o patrocínio do Centro Estadual de Educação Tecnológica "Paula Souza" - CEETEPS e da Faculdade de Tecnologia de São Paulo - FATEC, SP, através da participação de seus docentes co-autores e ainda a colaboração inestimável dos seguintes professores do Departamento de Hidráulica: Dirceu .D:Alkmin Telles José Tarcísio Ribeiro Ariovaldo Nuvolari Wlad.imir Firsoff Edmundo Pu1z Joaquim Gabriel M. de Oliveira Neto com críticas e sugestões, até elaboração de textos, tabelas e gráficos. "Se tens de lidar com água, consulta primeiro a experiência, e depois a razão." Leonardo da Vinci (1452 - 1519) ·~Hidráulica é a ciência das constantes variáveis." Desconhecido "Mais fácil me foi encontrar as leis com que se movem os corpos celestes, que estão a milhões de quilômetros, do que definir as leis do movimento da água, que escoa frente aos meus olhos." Galileu Galilei (1564 - 1642) CAESB BIBLIOTECA SEÇÃO DE INFORMAÇ!i.O EDOCUMENTAÇÃO PROF. DR. JOSÉ MARTINIANO D_E AZEVEDO NETI'O (1918- 1991) "MESTRE DE TODOS NÓS~ Engenheiro Civil, formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1942 MANUAL DE r HIDRAULICA COORDENAÇÃO: ROBERTO DE ARAUJO Co-autores MIGUEL FERNANDEZ Y FERNANDEZ Engenheiro Civil, formado pela Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1970. Consultor em Engenharia Hidráulica e Saneamento ROBERTO DE ARAUJO Engenheiro Civil, formado pela Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie em 1956. Mestre em Engenharia Hidráulica pela Escola Politécnica da USP (1982) ACÁCIO EIJI ITO Engenheiro Civil, formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1967. Mestre em Enge aria Hidráuli pela EscÇ,la ~olitécnica da USP (1983) ,. ~ . EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA © 1998 Azevedo Netto Miguel Fernandez y Fernandez Robeno de Araujo Acácio Eiji !to srr edição - 1998 1" reimpressão - 2000 É proibülo. a reproduçiio total. ou parcial por quaisquer meios sem autori:ztzção escriJa da editora EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA. Rua Pedroso Alvarenga, 1245 - cj. 22 04531-012 - S. Paulo - SP- Brasil e-mail: eblucher@internetcom.com.br Impresso no Brasil CAESB iO DE mf?RMAÇÀO EDOCUMENTAÇÃO MERO: A: i/~fü.. 30 1J Ü _._ r i / ~.[,Q~ - Printed in Braxil - APRESENTAÇAO DA 8~ EDIÇAO Em razão de conversas anteriores a respeito do Manual de Hidráulica, então em sua 6~ edição, em 1987 o Prof.Azevedo Netto contactou no Rio de Janeiro por telefone o Eng? Miguel Fernandez y Fernandez e convidou-o a conduzir uma nova edição do Manual. A razão dessa escolha nunca foi explicada e o prof. Azevedo limitou-se a afirmar que era sua decisão. Nos contactos posteriores, o professor explicou que era seu desejo a continuidade das edições, sempre atualizadas, através de co-autores que no futuro .escolheriam outros parceiros. Nessas reuniões foram determinadas as diretrizes da atualização, importando principalmente a não descaracterização do livro, de modo a manter a identidade com as edições anteriores. Esse trabalho sob a orientação do professor prosseguiu até 1990, frequentemente interrompido pelas atividades profissionais de ambos, mesmo sob a pressão perseverante do editor, e resultou na cristalização das linhas principais da revisão. Em junho de 1991, o prof. Azevedo Netto faleceu, interrompendo essa parceria. Por iniciativa do editor eng? Edgard Bliicher, nova parceria foi tentada com o eng? Guilhermo A. Alvarez, co-autor das 6~ e 77 edições, esta em 1991, novamente interrompida com o falecimento deste em 1995. Por outro lado, desde 1990 os professores do Departamento de Hidráulica da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP), do Centro Estadual de Educação Tecnológica "Paula Souza" (CEETEPS), vem se empenhando na modernização de seu Curso Superior de Tecnologia da Construção Civil - Modalidade Obras Hidráulicas, ministrado desde 1970, para transformá-lo em Curso Superior de Tecnologia em Hidráulica e Saneamento. O livro-texto adotado desde o início é o Manual de Hidráulica do prof? Azevedo Netto, que deverá permanecer após a implantação do novo curso. Para isso seria necessária uma revisão completa do texto, com a atualização dos meios e dos"procedimentos recomendados. Os equipamentos eletrônicos ora disponíve~s dispensam a utilização de ábacos e reduzem o uso de tabelas e gráficos, ainda importantes meios! Foi proposto e aceito pelo CEETEPS um projeto acadêmico para tal objetivo e o grupo constituído ficou sob a coordenação do prof. eng? Roberto de Araujo. Estabelecido o contacto com o eng? Edgard Bliicher, editor do livro, no final de 1995, este acolheu a colaboração oferecida e convocou o eng? Miguel Fernandez , então depositário dos desejos e planos do autor principal em relação ao futuro do Manual, para discussão do assunto. · Em reunião de março de 1996, o eng? Miguel transmitiu à nova parceria as diretrizes estabelecidas e entregou os rascunhos dos capítulos já trabalhados por ele; na ocasião, capítulos l? ao~ e 9?. Posteriormente enviou os capítulos 8?, 10'? e 13'?. Os capítulos 11'? e 12'? foram mantidos tal como na "?.edição, por absoluta falta de tempo. Os capítulos 14? a 20'? bem como os anexos 1, II e III foram trabalhados pela equipe do Departamento de Hidráulica da FATEC-SP, que também se incumbiu da revisão geral de todos os capítulos. Neste início de 1998 a tarefa foi considerada concluída e os textos entregues ao editor. Constatou-se no entanto, que ao final dessa etapa, não foi atingido o sentimento da revisão estar completa. Alguns assuntos resultaram satisfatórios, outros nem tanto. Espera-se que em nova oportunidade uma satisfação completa possa ser atingida. Alguns poucos assuntos tratados em edições anteriores ficaram fora desta. Também se espera voltar a eles. Para manter este livro útil e atual solicita-se aos usuários e leitores ·atentos que enviem ao editor suas críticas, comentários e correções. Falta apenas registrar que o empenho e a pertinácia do en~ Edgard Blucher foram fundamentai~ para este trabalho. ().<; r:o-::mtnrP.<; Formação e queda de uma gota de água (CortesiB do Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola de E.ngenharia de São Carlos, USP) , PREFACIO Raros são os livros técnicos que chegam à 8~ edição. O "Manual de Hidráulica" do Prof. Dr.José Martiniano de Azevedo Netto atinge esse sucesso; por durante mais de 40 anos vem sendo consultado por seguidas gerações de técnicos para a elaboração de projetos de obras hidráulicas e sanitárias. Hoje é um livro que consta no curriculum de várias escolas de Tecnologia e Engenharia e representa papel importante na resolução de problemas relacionados aos Recursos Hídricos e ao Meio Ambiente. -!\Ssim como em edições anteriores, esta também introduz atualizações importantes, destacando-se os instrumentos de informática, agora ao alcance dos profissionais e alunos da área. Com o objetivo de adaptar-se às novas tendências, os assuntos foram reagrupados em número menor de capítulos, mas sem perder a profundidade, a abrangência e a didática. Ao mesmo tempo, foram agregados novos assuntos, como p.ex.: Instalações Prediais de Esgoto Sanitário, Instalações Prediais de Água Pluvial; Irrigação - Princípios, Métodos e Dimensionamento:· · Pela primeira vez, nosso querido mestre Azevedo Netto (1918-1991) não está presente fisicamente em uma atualização e publicação de sua obra. Apesar de ter nos deixado tão cedo, acredito que aprova e abençoa o resultado obtido por nossos colegas na continuidade de seu trabalho: Prof. Roberto de Araujo; coordenador Eng? Miguel Fernandez y Fernandez Prof. Acácio Ito Com a colaboração dos professores: Prof. Dr. Dirceu D'Alkmin Telles Prof. José Tarcísio Ribeiro Prof. Ariovaldo Nuvolari Prof. Wladimir Firsoff Prof. Edmundo Pulz Prof. Joaquim Gabriel M. de Oliveira Neto Tive o privilégio de conhecer parte dos membros dessa equipe, desde o tempo em que eram alunos da Escola Politécnica da USP e da. Faculdade de Tecnologia do CEETEPS; outros, de trabalharmos juntos na área de consultoria técnica. Muitos deles foram companheiros de luta no Departamento de Hidráulica da FATEC/São Paulo, que dirigí por alguns anos. Tenho a certeza de que o espírito deste manual continua vivo através do objetivo maior do nosso saudoso Prof. Azevedo Netto, que é estar sempre compromissado com a "Escola do Fazer". No futw-o, outras edições serão necessárias para adaptá-lo às inovações tecnológicas e normalização da ABNT. Gostaria que fossem elaboradas seguindo uma filosofia de trabalho que sempre me orientou durante todos esses anos: "A vida é a eterna luta em busca da perfeição". Kokei Uehara Professor Titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária Usina de .Marmelos, fltiz de Fora. MG. primeira bidrelétrica da América do Sul,. inaugurada em 05/09/1889, com potéD.ci.a de Sx 125 kW: Antes, em 1883. foi instalada a Usina do Ribeirão do !Dferno, em Diamantina. MG, com duas unidades de 48HP para a a.limentaçiio de bo.r:nbas d'água ZlB. exploraçii.o de diamantes. Ap6s essas, em 1901 entrou em operaç:i.o a Usina Edgard de Souza, no ri.o Tietê, para distnõuiç:i.o ZlB. cidade de São Paulo. Fonte, revista "IESA Noticias~, ano 11, n<t8, dezembro 1980. I CONTEUDO ,1W 'is ) ~ @, r'~) .EJ 18 19 20 Princípios Básicos Hidrostática. Pressões e Empuxos Equihbrio dos Corpos Flutüantes Hidrodinâmica. Princípios gerais do movimento dos fluidos. Teorema de Bernoulli Orifícios, Bocais e Tubos Curtos Vertedores Escoamento em Tubulações. Análise dimensional e semelhança mecânica Cálculo de Tubulações Sob Pressão Condutes Forçados. Posições dos encanamentos, cálculo prático, materiais e considerações complementares Acessórios e Tubulações Estações Elevatórias, Bombas e Linhas de Recalque Golpe de Ariete. Transiente Hidráulico Sistemas de Tubulações. Condutos equivalentes, problemas dos reservatórios, distribuição em marcha, redes Condutas Livres ou Canais. Movimento Uniforme Cálculo do Escoamento em Canais Canais, Cálculo Prático e Considerações Complementares Hidrometria. Processos de medidas hidráulicas Sistemas Urbanos de Hidráulica Aplicada. Sistemas de abastecimento de água. Sistemas de esgoto sanitário. Sistemas de água pluvial Sistemas Prediais de Hidráulica Aplicada. Instalações prediais de água. Instalações prediais de esgoto sanitário. Instalações prediais de água pluvial Irrigação. Princípios, métodos e dimensionamento 1 23 41 45 63 87 109 141 205 225 269 325 339 361 405 417 423 465 605 ANEXOS I II m Aplicações de Informática em Hidráulica Sistema Internacional de Unidades (SI). Grandezas de Interesse à Hidráulica Relações de Medidas e Conversões de Unidades Bibliografia recomendada índice 651 652 657 662 664 - S,GRANDEZAS NOTAÇOE EUNIDADES NOTAÇÃO GRANDEZA A Seção líquida transversal, seção molhada Diâmetro Diâmetro nominal Velocidade Volume Pressão Peso Força Vazão, descarga Perda de carga total Perda de carga unitária Intensidade de chuvas Declividade Altura de lâmina liquida, altura de carga Raio hidráulico Diâmetro hidráulico Aceleração da gravidade Tempo, duração de chuvas Concentração de chuvas Recorrência de chuvas Largura (canais) Largura (vertedores) Comprimento Coeficiente de rugosi9.ade Potência Número de Reynolds Número de Fraude Número de Boussinesq Coeficiente de Hazen-Williams Coeficiente de Manning Coeficiente de resistência, de atrito D,d,d0 DN V V p p F Q ~ J i I, 10 y,h, ij Ra Da g t to T b,B L L,J e,k p Rº Fr B e n f UNIDADE m2 m.mm m/s ml Pa,mc:a.~O N,k~ N.k~ m 3/s,e/s,e/min m m/m mm/h, l/s. ha m/m m m m m/s 2 s,min min anos m m m mm W,cv,HP LETRAS GREGAS USUAIS (j µ V 'Y p õ Tensão trativa Viscosidade dinâmica Viscosidade cinemática Peso específico Massa específica Densidade Pa Pa.s m 2/s NJ:m3,~/ml kg/ml 1 I / PRINCIPIOS BASICOS 1.1 - CONCEITO DE HIDRÁULICA.. SUBDIVISÕES O significado etimológico da palavra Hidráulica é "conduçã? de água" (do grego hydor, água e aulas, tubo, condução). Entretanto, atualmente, empresta-se ao termo Hidráulica um significado muito mais lato: é o estudo do comportamento da água e de outros líquidos, quer em repouso, quer em movimento. A Hidráulica pode ser assim dividida: • Hidráulica Geral ou Teórica Hidrostática Hidrocinemática Hidrodinâmica • Hidráulica Aplicada ou Hidrotécníca A Hidráulica Geral ou Teórica apro:xima-se muito da Mecânica dos Fluidos. A Hidrostática trata dos fluidos em repouso ou em equilíbrio, a Hidrocinemática estuda velocidades e trajetórias, sem considerar forças ou energia, e a Hidrodinâmica refere-se às velocidades, às acelerações e às forças que atuam em fluidos em movimento. A Hidrodinâmica, face às características dos fluidos reais, que apresentam grande número de variáveis físicas, o que tornava seu equacionamento altamente compl~xo, até mesmo insolúvel, derivou para a adoção de certas simplificações tais como a abstração do atrito interno, trabalhando com o denominado "fluido perfeito", resultando em uma ciência matemática com aplicações práticas bastante limitadas. Os engenheiros, que necessitavam resolver os problemas práticos que lhes eram apresentados, voltaram-se para a experimentação, desenvolvendo fórmulas empíricas que atendiam suas necessidades. Com o progresso da ciência e impulsionada sobretudo por alguns ramos onde se necessitaram abordagens mais acadêmicas, e onde houve disponibilidade de recursos para aplicação em pesquisa, e principalmente com o advento dos computadores, que permitiram trabalhar com sistemas de equações de grande complexidade, em pouco tempo a Hidrodinâmica desenvolveu-se e é hoje instrumento não apenas teórico-matemático, mas de valor prático indiscutível. 2 PRINCIPIDS BÁSICOS A Hidráulica Aplicada ou Hidrotécnica é a aplicação concreta ou prática dos conhecimentos científicos da Mecânica dos Fluidos e da observação criteriosa dos fenômenos relacionados à água, quer parada, quer em movimento. As áreas de atuação da Hidráulica Aplicada ou Hidrotécnica são: •Urbana: Sistemas de abastecimento de água Sistemas de esgotamento sanitário Sistemas de drenagem pluvial Canais • Rural: Sistemas de drenagem Sistemas de irrigação Sistemas de água potável e esgotos • Instalações prediais: Industriais Comerciais Residenciais Públicas • Lazer e paisagismo • Estradas (drenagem) • Defesa contra inundações • Geração de Energia • Navegação e Obras Marítimas e Fluviais Os instrumentos utilizados para a atividade profissional de Hidrotécnica são: • analogias • cálculos teóricos e empíricos • modelos reduzidos físicos • modelos. matemáticos de simulação • hidrologia • arte Os acessórios, materiais e estruturas utilizados na prática da Engenharia Hidráulica ou Hidrotécnica são: • aterros • dragagens • poços • barragens • drenos • reservatórios • bombas • eclusas • tubos e canos • cais de portos • enrocamentos •turbinas • flutuantes •válvulas • canais •medidores • vertedores •comportas • diques • orifícios • etc. _1.2 - EVOLUÇÃO DA HIDRÁULICA Obras hidráulicas de certa importância remontam à Antigüidade. Na Mesopotâmia existiam canais de irrigação construídos na planície situada entre os rios Tigre e Eufrates e, em Nipur (Babilônia), existiam coletores de esgotos desde 3750 a.e. Importantes empreendimentos de irrigação também foram executados no Egito, 25 séculos a.e., sob a orientação de Uni. Durante a XII dinastia, realizaramse importantes obras hidráulicas, inclusive o lago artificial Méris, destinado a regularizar as águas do baixo Nilo. EVOLUÇÃO DA HIDRÁULICA 3 O primeiro sistema público de abastecimento de água de que se tem notícia, o aqueduto de Jerwan, foi construído na Assíria, 691 a.e. Alguns princípios de Hidrostática foram enunciados por Arquimedes\ no seu "Tratado Sobre Corpos Flutuantes", 250 a.e. A bomba de pistão foi idealizada pelo físico grego Ctesibius e construída pelo seu discípulo Hero, 200 a.e. Grandes aquedutos romanos foram construídos em várias partes do mundo, a partir de 312 a.e. No ano 70 a.e. Sextus Julius Frontinus foi nomeado Superintendente de Águas de Roma. No século XVI, a atenção dos filósofos voltou-se para os problemas encontrados nos projetos de chafarizes e fontes monumentais, tão em moda na Itália. Assim foi que Leonardo da Vinci2 apercebeu-se da importância das observações nesse setor. Um novo tratado publicado em 1586 por Stevin3 , e as contribuições de Galileu4, Torricelli5 e Daniel Bernoulli 6 constituíram a base para o novo ramo científico. Devem-se a Euler7 as primeiras equações gerais para o movimento dos fluidos. No s·eu tempo, os conhecimentos que hoje constituem a Mecânica dos Fluidos apresentavam-se separados em dois campos distintos: a Hidrodinâmica Teórica, que estudava os fluidos perfeitos, e a Hidráulica Empírica, em que cada problema era investigado isoladamente. A associação desses dois ramos iniciais, constituindo a Mecânica dos Fluidos, deve-se principalmente à Aerodinâmica. Convém ainda mencionar que a Hidráulica sempre constituiu fértil campo para as investigações e análises matemáticas, tendo dado lugar a estudos teóricos que freqüentemente se afastavam dos resultados experimentais. Várias expressões assim deduzidas tiveram de ser corrigidas por coeficientes práticos, o que contribuiu para que a Hidráulica fosse cognominada a "ciência dos coeficientes". As investigações experimentais tornaram famosos vários físicos da escola italiana, entre os quais, Venturi 8 e Bidone. · Apenas no século XIX. com o desenvolvimento da produção de tubos de ferro fundido, capazes de resistir a pressões internas relativamente elevadas, com o crescimento das cidades e a importância cada vez maior dos serviços de abastecimento de água e, ainda, em conseqüência do emprego de novas máquinas hidráulicas, é que a Hidráulica teve um progresso rápido e acentuado. As investigações de Reynolds 9 , os trabalhos de Prandtl 1º e as experiências de Froude 11 forneceram a base científica para esse progresso, originando a Mecânica dos Fluidos moderna. As usinas hidrelétricas começaram a ser construídas no final do século passado. Aos laboratórios de Hidráulica devem ser atribuídas as investigações que possibilitaram os desenvolvimentos mais recentes. O processamento de dados com o auxilio de computadores, além de abreviar cálculos, tem contribuído na solução de problemas técnico-econômicos para o· projeto e implantação de obras hidráulicas e propiciado a montagem de modelos de simulação que permitem prever e analisar fenômenos dinâmicos até então 111 141 171 191 -ArqUimcdcs (287 -212 11.C.) 121 - Leonardo da Vinci (1452 -1519) 13 1 • Simiio Stevin ( 1548 -1620) • Galileu Golilei (1564 • 1642) 151 -Ev:mgclistn Torricelli (1608 -1647) 161 ·Daniel Bernoulli (1700 -1783) -Leon.ordo Euler (1707-1783) 181 -Giovnnni Bnttista Vcnturi (1746 -1822) -Osborne Reynolds (1842-1912) 1101 -LudwigPrnndtl (1875·1953) 1111 - William Fraude (1810·1879) 4 PRINCIPIOS BÁSICOS impraticáveis de se proceder, ou feitos com tão significativas simplificações, que comprometiam a confiabilidade ou a economicidade. QUADRO 1.1 - Eventos históricos INVENÇÕES Esgotos Drenagem Parafuso de· Arquimedes Bomba de pistão Aquedutos romanos Termas romanas Barômetro Compressor de ar Tubos de ferro fundido moldado Bomba centrífuga Máquina a vapor Vaso sanitário Turbina hidráulica Prensa hidráulica Emprego de hélice Manilhas cerâmicas extrudadas Tubos concreto armado Usina bidrelétrica Turbina a vapor Submarino Tubos cimento amianto Tubos de ferro fundido centrifugado Propulsão ajato TubosdePVC AUfORES · ANO PAÍS E.Torricelli Otto von Gueriche 3750 a.e. 450 a.e. 250 a.e. 200 /120 a.e. 150 a.e. 20 a.e. 1643 1654 Babilônia Grécia Grécia Grécia Roma Roma Itália Alemanha JohanJordan JohanJordan DenisPapin Joseph Bramah Benoit Fourneyron S.Stevin!J.Bramah John Ericson 1664 1664 1680 1775 1827 1600/1796 1836 França França França Inglaterra França Hol./lngl. Suécia Francis J.Monier 1846 1867 1882 1884/1890 1898 1913 Inglaterra França EUA Ingl./Suécia EUA Itália Empédocles Arquimedes Ctesibius/Hero A. Parsons/:Óe Lava J. P. Holland A.Mazza Arens/ Dimitri de Lavaud Frank Whittle 1917 1937 1947 Brasil Inglaterra QUADRO 1. 2 - Eventos históricos no Brasil EVENTOS ANO CIDADE Primeiro sistema de abastecimento de água Primeira cidade com rede de esgotos Primeira bidrelétrica (para mineração) Primeira bidrelétrica (para abastecimento público) 1723 1864 1883 1889 Rio de Janeiro -RJ Rio de Janeiro - RJ Diamantina - MG Juiz de Fora - MG 1.3 - SÍMBOLOS ADOTADOS E UNIDADES USUAIS As grandezas físicas são comparáveis entre si através de medidas homogêneas, ou seja, referidas à mesma unidade. Os números apenas, sem dimensão de medida, nada informam em termos práticos: o que é maior, 8 ou 80? A pergunta carece de sentido porque não há termo de comparação. Evidentemente que 8 ml é mais que 80 litros (80dm 3 ). Poderia ser de outra forma: 8kg e 80 kg. As "unidades" de grandezas físicas (dimensões de um corpo, velocidade, força, trabalho ou potência) permitem organizar o trabalho científico e técnico, sendo que com apenas sete grandezas básicas é possível formar um sistema que abranja SIMBOLOS ADOTADOS E UNIDADES USUAIS 5 todas as necessidades. (Quadro 1.4). Tradicionalmente a engenharia, logo a Hidráulica também, usava o denominado sistema MKS (metro,quilograma,segundo) ou CGC (centímetro, grama, segundo), ou Sistema Gravitacional., em que as unidades básicas (MKS) são: QUADRO 1.3 GRANDEZAS UNIDADE SfMBOLO DIMENSIONAL Força Comprimento Tempo quilograma-força metro segundo kgf F L T m s Entretanto, observou-se que esse sistema estabelecia uma certa confusão entre as noções de peso e massa, que do ponto de vista físico são coisas diferentes. A massa de um corpo refere-se à sua inércia e o peso de um corpo refere-se à força que sobre este corpo exerce a aceleração da gravidade g. É evidente que uma mesma mas·sa de água, digamos um litro em determinada temperatura, tem pesos diferentes ao nível do mar ou a 2.000 m acima dele, sendo essa mesma massa mais "pesada" ao nível do mar, onde a aceleração da gravidade é maior, não esquecendo que a aceleração da gravidade também varia com a latitude (Quadro 1.6), e até com a posição da lua em relação à Terra (exemplo visível: as marés). Entre a força (F) e a massa de um corpo existe uma relação e>..-pressa pela equação (2!1 lei de Newton): onde: k é uma constante; m é a massa do corpo; a é a aceleração a que o corpo está submetido. Há dois sistemas de unidades que tornam a constante k igual a 1 (um): o SI (Sistema Internacional) ou absoluto e o gravitacional. No absoluto, .k é igual a 1 (um) pela definição da unidade de força e no gravitacional pela definição da unidade de massa, ou seja: SISTEMA ABSOLUTO => a unidade de força é aquela que, ao agir sobre um corpo com a massa de um quilograma, ocasiona uma aceleração de um metro por segundo, por segundo, e se denomina "newton". A unidade de massa nesse sistema é correspondente a um bloco de platina denominado quilograma-protótipo, guardado em Sevres (França). SISTEMA GRAVITACIONAL => a unidade de força é igual a uma unidade de massa por uma unidade de comprimento por segundo, por segundo, logo a unidade de massa neste sistema é igual a g gramas. Como g varia de lugar para lugar, especialmente com a latitude e a altitude, ... M~lhor explicando, o Sistema Gravitacional torna o k igual à unidade pela definição da unidade de massa. "Se um corpo de peso unitário cai livremente, a força unitária atuará e a aceleração será g", logo, para que a força unitária produza uma aceleração unitária, a unidade de massa será equivalente a g unid_ades de peso. No sistema métrico seria: 1 kgf =unidade de massa x 1 m/s 2 , logo unidade de massa = 1 (kgf) / 1 (m/ sZ) = g (kg) 6 PRINCIPIOS BÁSICOS Em outras palavras, a força gravitacional comunica à massa de 1 kg a aceleração g: lkgf = g 1 kg. O importante é entender que o peso de um corpo pode se reduzir a zero ao sair da gravidade terrestre, mas sua massa permanecerá a mesma. Evidentemente a definição de massa pecava por variar em função da aceleração da gravidade, o que não corresponde à realidade física da grandeza massa. Entretanto, as aproximações são boas o suficiente para, de maneira geral, em problemas pouco sensíveis à variação desse tipo de grandeza, continuarem a ser usadas, pelo hábito e pelas facilidades advindas principalmente do fato de que, a grosso modo: 1 dm 3 de H 2 0 (um litro de água)= 1 kgf gerando a unidade prática de pressão conhecida como metro de coluna d'água (mca), tão difundida entre os técnicos. Por convenção internacional de 1960, foi criado o Sistema Internacional de Unidades (SI), também conhecido por Sistema Absoluto, legalmente em vigor no Brasil e na maioria dos países do mundo, do tipo MLT (massa, comprimento, tempo) e não FLT (força, comprimento, tempo) como era o Sistema Gravitacional. As unidades básicas desse sistema são o quilograma (neste caso seria um quilograma massa), o metro e o segundo. Deve-se atentar para a coincidência de nomenclatura entre a antiga unidade peso e a atual de massa, evitando-se assim as confusões daí advindas, infelizmente tão freqüentes. O SI é composto por sete grandezas básicas: QUADRO 1.4 GRANDEZA Comprimento Massa ·Tempo Intensidade de corrente TemperaturateI'Dlodinâinica Intensidade luminosa Quantidade de matéria UNIDADE metro quilograma segundo ampere kelvin candela mol SÍMBOLO m kg s A K cd mol Havendo ainda as denominadas unidades complementares: ângulo plano ângulo sólido radiano esterradiano rad sr Cabe registrar que, para os fins usuais de engenharia hidráulica, não interessa a diferença entre o conceito de massa e quantidade de matéria, que vai interessar à física e à química puras. Um "mol" é a quantidade de matéria (ou quantidade de substância, nos EUA) de uma amostra ou sistema contendo tantas entidades elementares quantos átomos existem em 0,012 quilograma de carbono 12. Nesta edição, será adotado o Sistema Internacional (SI) de Unidades, sem abandonar entretanto os "usos e costumes" dos técnicos da área, a quem o livro se destina, estabelecendo também uma "ponte" entre aquele que se inicia no ofício e o veterano. As unidades derivadas do SI são estabelecidas através de tratamento algébrico ou dimensional das grandezas físicas básicas. Apresenta-se a seguir as grandezas mais freqúentes, com suas respectivas SIMBOLOS AOOTAOOS E UNIDADES USUAIS 7 unidades para os cálculos relacionados com as atividades da hidráulica. , QUADR0-1.5 . GRANDEZA ÁREA VOLUME VELOCIDADE ACELERAÇÃO MASSA ESPECÍFICA FREQÜÊNCIA FORÇA PRESSÃO ENERGIA POT~NCIA . · .. SÍMBOLO , UNIDADE Hz N Pa J w VISCOSIDADE DINÂMICA p VISCOSIDADE CINEMÁTICA St MO])..{ENTO DE INÉRCIA TENSÃO SUPERFICIAL PESO ESPECÍFICO ' hertz newton pascal joule watt poise stokes - . , .... .- , RELAÇÃO COM AS UNIDADES BÁSICAS DIMENSIONAL m2 m3 m/s m/s 2 kg/m3 s-1 kg·m/s2 N/m2 N·m J/s 0,1N·s/m2 104 ·m2/s m4 N/m N/m3 V .. L3 LT-1 LT-2 ML-3 T-1 MLT-2 ML-1-r-2 ML2T-2 ML2T-3 M L-1 T-1 Lz-r-1 L4 MT-2 ML-2T-2 OBSERVAÇÃO: Para calcular o valor de g(cm/s 2) em qualquer situação geográfica (latitude e altitude), abstraindo as distorções provocadas pela falta de homogeneidade da massa do planeta Terra, pode-se utilizar a fórmula (Gamow, 1? vol, p.38): g = 980,616 - 2,5928 X cos 2q> + 0,0069 X (cos 2q>) 2 - 0,3086 X H onde q> = latitude em graus H = altitude em quilômetros No quadro 1.6 a seguir, apresentam-se valores de g calculados para diversas localidades pela fórmula acima mencionada. QUADRO 1.6 CIDADE Quito Manaus La Paz Rio de Janeiro São Paulo Buenos Aires NewYork Paris Ilhas Malvinas LATITUDE (graus) ALTITUDE (m) AC. DA GRAVIDADE (m/s 2) o 3 000 80 4000 1 800 1 1 150 1 9,77100 9,78068 9,77236 9,78814 9,78637 9,79729 9,80345 9,80700 9,81331 3S 17S 23 s 24S 35 s 42N 49N 53 s Portanto, para a realidade latino-americana parece que a melhor aproximação para o valor de g é 9,79 ou 9,80 e não o 9,81 citado nas bibliografias européia e norte-americana. Neste livro, sempre que for o caso, será utilizado o valor g = 9,80 m/s 2 • 8 PRINCIPIOS BÁSICOS 1.4 - PROPRIEDADES DOS FLUIDOS, CONCEITOS 1.4.1 - Definições . Fluidos: líquidos e gases Fluidos são substâncias ou corpos cujas moléculas ou partículas têm a propriedade de se mover, umas em relação às outras, sob a ação de forças de mínima grandeza. Os fluidos se subdividem em líquidos e aerüormes (gases, vapores). Em virtude do pouco uso da expressão aeriforme, serão utilizados neste livro os termos gases ou vapores, indistintamente, com o conceito de substância aeriforme. Os líquidos têm uma superfície livre, e uma determinada massa de um líquido, a uma mesma temperatura, ocupa só um determinado volume de qualquer reci· piente em que caiba sem sobras. Os líquidos são pouco compressíveis e resistem pouco atrações e muito pouco a esforços cortantes (por isso se movem facilmente). Os gases quando colocados em um recipiente, ocupam todo o volume, independente de sua massa ou do tamanho do recipiente. Os gases são alta.mente compressíveis e de pequena densidade, relativamente aos líquidos. O estudo do escoamento de gases (ou vapores) na Hidráulica praticamente só está presente nos problemas de enchimento e esvaziamento de tubulações e reservatórios fechados, quando há que se dar passagem ao ar através de dispositivos tais como ventosas e respiradores, ou ainda, na análise de problemas de descolamento de coluna líquida em tubulações por fenômenos transitórios hidr.áulicos (golpe de ariete). A forma como um líquido responde, na prática, às várias situações de solicitação, depende basicamente de suas propriedades físico-químicas, ou seja, de sua estrutura molecular e energia interna. A menor partícula de água, objeto da Hidráulica, é uma molécula composta por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Entretanto, uma molécula de água não forma o que em engenharia hidráulica se designa como tal. São necessárias muitas moléculas de água juntas, para que se apresentem as características práticas desse composto. A proximidade dessas moléculas entre si é função da atração que umas exercem sobre as outras, o que varia com a energia interna e, portanto, com a temperatura e com a pressão. Os estados físicos da água (sólido, líquido e gasoso) são resultado da maior ou menor proximidade e do arranjo entre essas moléculas e, portanto, da energia presente em forma de pressão e de temperatura. A medida de energia é o "joule", a de calor a "caloria" e a de pressão o "pascal". Uma caloria é a energia requerida para aquecer um grama de água, de um grau Kelvin (ou Celsius). Para passar de um estado físico para outro (ou de uma fase para outra), a água apresenta uma característica própria, que é a quantidade de calor requerida, sem correspondente variação de temperatura, denominada calor latente de vaporização (líquido<=> vap.or) e calor latente de cristalização (sólido<=> líquido). Ao nível do mar, a 45º de latitude e à temperatura de 20ºC, a pressão atmosférica é de 0,1 MPa (l,03 3 kgf/ cm2).Nessas condições, se a temperatura de uma massa líquida for elevada à temperatura de lOOºC e aí mantida, ela evapora segundo o fenômeno da ebulição ou fervura. Em altitudes acima do nível do mar, a pressão atmosférica é menor e a água evapora a temperaturas também menores. (Figura 1.1). Denomina-se "pressão de vapor"(ou "tensão de vapor") de um líquido a "pressão" na superfície, quando o líquido evapora. Essa "pressão de vapor" varia com a temperatura. O Quadro 1.7 mostra a variação da pressão de vapor da água PROPRIEDADES DOS FLUIDOS, CONCEITOS 9 conforme a temperatura. Observe-se que a pressão de vapor iguala a pressão atmosférica normal a lOOºC e que, havendo uma diminuição de pressão (por exemplo em sucção de bombas), a pressão de vapor pode chegar a ser ultrapassada (para baixo) e a água passa ao estado de vapor bruscamente, criando o denominado efeito de "cavitação". Pressão /' "'e w 100 Calor latente do cristalização 100 Temperatura íC) Temporatura íC) Figura 1.1 - Variação da pressão e energia da :ígua conforme a temperatura. QUADRO 1. 7 - Tensão de vapor da água conforme a temperatW'a. para g = 9,80 m/s 2 (ao nível do mar) · TEMPERATURA ºC N/m2 PRESSÃO DE VAPOR DA ÁGUA kgf/m2 m.c.a. o 0,062 0,083 0,125 0,239 0,458 1,259 4,830 10,330 83 125 239 458 1259 4830 10 330 813 1225 2 330 4 490 12 300 47 300 101200 4 10 20 30 50 80 100 . " QUADRO 1.8 - Ponto de ebulição da água conforme a altitude: ALTITUDE (m) O 500 800 1000 1500 2 000 (SiioPoulo) ºC 100 98 97 96 95 93 3 000 4 000 (Quito) (La Paz) 91 89 1.4.2 - Massa específica, densidade e peso específico A massa de um fluido em uma unidade de volume é denominada densidade absoluta, também conhecida como massa específica (kg/ m3) ("density"). O peso específico de um fluido é o peso da unidade de volume desse fluido (N/m3)("unit weight"). PRINCIPIOS BÁSICOS 10 Essas grandezas dependem do número de moléculas do fluido na unidade de volume. Portanto, dependem da temperatura, da pressão e do arranjo entre as moléculas. A água alcança sua densidade absoluta máxima a uma temperatura de 3,98ºC. Já o peso específico da água nessa mesma temperatura também será igual à unidade em locais onde a aceleração da gravidade seja de 9,80m/s 2 e a pressão de 1 atm (760mmHg, 10,33mca ou 0,1 MPa). Chama-se densidade relativa de um material a relação entre a massa específica desse material e a massa específica de um outro material tomado como base. No caso de líquidos, essa substância normalmente é a água a 3,98ºC. Tratando-se de gases, geralmente adota-se o ar nas CNTP [Condições Normais de Temperatura(20ºC) e pressão(l atm)]. Assim, a densidade relativa do mercúrio é 13,6 e da água salgada do mar em torno de 1,04 (números adimensionais) ("specific gravity"). QUADRO 1.9 -Variação da massa específica da água doce com a temperatura Temperatura (ºC) o •. 2 4 5 10 15 20 30 Massa específica (kgjm3) Temperatura (ºC) Massa específica (kg/m3). 999,87 999,97 1000,00 999,99 999,73 999,13 998,23 995.67 40 50 60 70 80 90 100 992,24 988 983 978 972 965 958 Em termos práticos, pode-se dizer que a densidade da água é igual à unidade e que sua massa específica é igual a 1 kg/t e seu peso específico é 9,8 N/t. 1.4.3 - Compressibilidade Compressibilidade é a propriedade que tem os corpos de reduzir seus volumes sob a ação de pressões externas. Considerando-se a lei de conservação da massa, um aumento de pressão corresponde a um aumento de massa específica, ou seja, uma diminuição de volume. Assim, equação(1) onde a é o coeficiente de compressibilidade V é o volume inicial dp é a variação de pressão O inverso de a é t (t = l/a), denominado módulo de elasticidade de volume. Porém, a massa (m) vale m = pV =constante onde p é a massa específica Derivando, tem-se dV pdV+Vdp=O, V=-Pdp PROPRIEDADES DOS FLUIDOS, CONCEITOS 11 e substituindo o valor de Vna eq. (1) tem-se: dV=_!.pdV dp E dp eqaação(2) !.._== dp p dp Verifica-se diretamente da equação (2) , que o módulo de elasticidade de volume tem dimensões de pressão e é dado, geralmente, em kgf/cm 2 ou kgf/mZ(M.KS) e em N/m2 ou Pa (SI). (1 kgf = 9,8 N). Para os líquidos, ele varia muito pouco com a pressão, entretanto, varia apreciavelmente com a temperatura. Os gases tem t muito variável com a pressão e com a temperatura. QUADRO 1.10 - VariaÇão de<. e o. da água doce com a temperatura Temperatu:ra e e a a (ºC) (N/m2) 10 8 (m2JN) 10.10 (kg* /m2) · 108 (mZfkg*). 10-10 o 19,50 20,29 21,07 21,46 5,13 4,93 4,75 4,66 1,99 2,07 2,15 2,19 50,2 48,2 46,5 45,6 10 20 30 Suponha-se que .certa transformação de um gás se dê a uma temperatura constante e que a mesma obedeça à lei de Boyle: Então, dai, dp = p dp p p ==constante; p Pela equação (2) tem-se E.=p equação (3) O resultado da eq. (3) pode ser assim escrito: "quando um gás se transforma segundo a lei de Boyle, o seu módulo de elasticidade de volume iguala-se à sua pressão, a cada instante". Para os líquidos, desde que não haja grandes variações de temperatura, podese considerar e constante. Então, a eq. (2) pode ser assim integrada: p 1 ln-==-(p-po) Po equação(4) E A eq. (4) expressa a variação de p com p. Como essa variação é muito pequena, pode-se escrever a expressão aproximada: P-Po =o:(p- p 0 ), de onde vem P =Po (l+o:(p- Po)J Po Nos fenômenos em que se pode desprezar a, tem-se p = p0 , que é a .:ondição de incompressibilidade. Normalmente, a compressibilidade da água é considerada, em termos práticos, apenas no problema de cálculo do golpe de aríete. PRINCIPIOS BÁSICOS 12 Critérios de compressibilidade De acordo com o fenômeno considerado, não se pode prescindir da compressibilidade de um líquido (golpe de aríete), ou, em outro extremo, pode-se prescindir da compressibilidade de um gás (movimento uniforme com baixas velocidades). Chamando de "e" a celeridade de propagação do som no fluido, sabe-se (Newton) que: ou e= /ciP ~dp Portanto, a compressibilidade de um fluido está intimamente relacionada com a celeridade. Na água, a lOºC e à pressão atmosférica ao nível do mar: e= 1 425 m/s. S6 se pode considerar p constante ou dp = O se dp = O ou e = oo. Nos fenômenos do golpe de ariete não se pode considerar p constante, pois dp O e e é um valor finito. Pode-se, entretanto, considerar p constante nos fenômenos que envolvem pequenas massas de fluidos, onde se considera e= oo, ou em fenômenos em que p varia muito gradualmente, onde se considera dp =O. Chamando-se de -número de Mach (Ma) a relação entre a velocidade de um escoamento "v .. e a celeridade de propagação do som no mesmo fluido, '* Ma=~ e Chamando de K a constante da transformação adiabática, pode-se deduzir a seguinte relação: ·]l~K K-1 p=p0 1+-Ma· [ 2 onde p 0 é a massa específica para v = O. Para Ma= 0,3 e um escoamento de ar (K = 1,4) com velocidade de 10.0m/s, temse: P= 0,967 Po Nesse caso, igualando-se p a p 0 , comete-se um erro de aproximadamente 4%. O critério, portanto, para se considerar um gás compressível ou não, depende do erro que se permita cometer nos cálculos. No exemplo acima, o erro foi de 4%, que muitas vezes é inferior aos erros com que se tomam os dados do problema. 1.4.4 - Elasticidade Berthelot, em 1850, descobriu essa propriedade que têm os líquidos de aumentar seu volume quando se lhes diminui a pressão. Para os gases, a propriedade já era bem conhecida. Em seguida, Worthington provou que o aumento de volume, devido a uma certa depressão, tem o mesmo valor absol~to que a diminuição do volume, para PROPRIEDADES DOS FLUIDOS, CONCEITOS 13 uma compressão de igual valor absoluto. Isto é, os módulos de elasticidade são iguais à depressão e à compressão. Os gases dissolvidos afetam essa propriedade, quando se trata de grandes pressões. Exemplo: 1.1 - Suponhamos a água sob uma profundidade, ou seja, sob uma carga de 1 000 mca. Considerando a água a uma temperatura de 20°C (massa específica de 998 kg/m 3), com módulo de elasticidade volumétrico de 2,15 x 10 8 kgf/m2 ou 21,07 x 10 8 N/m2 • A essa profundidade, se considerarmos a água incompressível, a pressão é de 99,80 kgf/cm 2 (978 N/cm.2 ). Calculando ·a massa específica da água a essa pressão, a diferença de pressão pode ser entendida como a força do peso por unidade de área, logo: dp=F/A= m A V ·g=po· A ·g dp = 998(kg/m3) • 1.000(m) · 9,80(m/s 2 ) dp = 9 780 400(N/m2) da equação (1) dV =dp= e - , V ~=- dV dp -=-V e (9 780 400/21,07. 10 8 ) = - 0,004642 sendo m Po=v· V=!E. Po sendo p0 =998kg/m3 p = 1 002,65 (kg/ m3) portanto, houve um acréscimo de ·densidade de 0,47%: (1 002,65 / 998 = 1,00466). Da mesma forma, sob uma coluna de água de 200 m, um litro de água nas CNTP reduz-se a 999cm3 de água na mesma temperatura. A água é cerca de 100 vezes mais compressível que o aço (variando com o tipo de aço). 1.4.5 - Viscosidade / Abito interno. Líquidos perfeitos. Atrito externo 1- Viscosidade/Atrito interno Quando um fluido escoa, verifica-se um movimento relativo entre as suas partículas, resultando um atrito entre as mesmas. Atrito interno ou viscosidade é a propriedade dos fluidos responsável pela sua resistência à deformação. 14 l'RINCIPIOS BÁSICOS Pode-se definir ainda a viscosidade como a capacidade do fluido em converter energia cinética em calor, ou capacidade do fluido em resistir ao cisalhamento (esforços cortantes). A viscosidade é diretamente relacionada com a coesão entre as partícUias do fluido. Alguns líquidos apresentam essa propriedade com maior intensidade que outros. Assim, certos 6leos pesados escoam mais lentamente que a água ou o álcool. Ao se considerarem os esforços internos que se opõem à velocidade de deformação, pode-se partir do caso mais simples, representado pela Fig. 1.2. No interior de um líquido, as partículas contidas em duas lâminas paralelas de área (A), movem-se à distância (t:.IJ.), com velocidades diferentes (v) e (v + 6.v). A B IM V A IA-Ô.V ~ 8 Figu=1.Z A segunda lâmina tenderá a acelerar a primeira e a primeira a retardar a segunda. A força tangencial (F) decorrente dessa diferença de velocidade será proporcional ao gradiente de velocidade (igual à velocidade de deformação angular).· ll.v F=µA- equação (5) illl Onde "µ" é um coeficiente característico do fluido, em determinada temperatura e pressão, que se denomina coeficiente de viscosidade dinâmica ou viscosidade. A eq. (5) também é conhecida como equação da viscosidade de Newton. A viscosidade varia bastante com a temperatura e pouco com a pressão. O coeficiente de viscosidade dinâmica ou absoluta, ou simplesmente, viscosidade, tem a dimensional ML-1 r-1 no (SI), e FL-2 T no (MKS) No sistema (SI), a unidade de"µ" denomina-sepouiseuille, abreviatura "Pe", e no sistema (MKS), denomina-se poise, abreviatura "P". 1 Pl = 1 N·s/m2 lP = 0,1 N·s/m 2 100 centipoise = 1 P = 1 g/cm·s Para a água a 2úºC e 1 atm, tem-se "µ" = 1Q·3 N.s/m 2 = 1 centí.poise Por essa facilidade de a água ter a viscosidade igual à unidade nas CNTP, ela é usada como padrão de viscosidade, exprimindo-se a viscosidade de outros fluidos em relação à mesma. PROPRIEDADES DOS Temperatura FLUIDOS. CONCEITOS µ ºC (N.s/m2 ) o 1791 1674 1566 1517 1308 1144 1008 799 2 4 5 10 15 20 30 io-s 15 Temperatura µ ºC (N.s/m2) 10-s 40 50 60 70 80 90 100 653 549 469 407 357 317 284 Dividindo-se o valor do coeficiente de viscosidade "µ"pela massa específica do fluido "p ", obtem-se o coeficiente de viscosidade cinemática "v". V=l!:._ p Esse coeficiente tem a vantagem de não depender da unidade de massa. A unidade de viscosidade cinemática no (SI) tem a dimensional [L2 T- 1 ] e exprime-se em m 2/s, e no (MKS) tem a mesma dimensional, exprimindo-se em cm2/s e denomina-se stoke, abreviação St. QUADRO 1.12-' Variação de ".v•· da água doce cóin ·a temperatura . · · · ·.' --_ ~ Temperatura V Temperatura V ºC (m2 / s) 10-9 ºC (m 2 / s) 10-9 1792 1673 1567 1519 1308 1146 1007 804 40 50 60 70 80 90 100 657 556 478 416 367 328 296 o 2 4 5 10 15 20 30 Os fluidos que obedecem a essa equação de proporcionalidade, eq. (5), ou seja, quando há uma relação linear entre o valor da tensão de cisalhamento aplicada e a velocidade de deformação resultante, quer dizer, o coeficiente de viscosidade dinâmica "µ" constante, são denominados fluidos newtonianos, incluindo-se a água, líquidos finos assemelhados e os gases de maneira geral. Entretanto, não devem ser esquecidos os fluidos denominados· nãonewtonianos, que não obedecem a essa lei de proporcionalidade e são muito encontrados nos problemas reais de engenharia civil, tais como lamas e lodos em geral. Os fluidos não-newtonianos apresentam uma relação não linear entre o valor da tensão de cisalhamento aplicada e a velocidade de deformação angular. Basicamente, há três tipos de fluidos não-newtonianos: Tipo (1) viscosidade que não varia com o estado de agitação. Embora não obedeça à proporcionalidade linear da eq (5), obedece a equações semelhantes em que, por exemplo, o coeficiente de viscosidade cinemática está elevado a uma potência. PRINCIPIOS BÁSICOS 16 Tipo (2) "tixotrópicos", em que a viscosidade cai com o aumento da agitação. Em bombeamentos, podem ser tratados como newtonianos desde que introduzidos no sistema a partir de certa velocidade ou agitação. Exemplo: lodos adensados de estações de tratamento de esgotos. Tipo (3) "dilatante", em que a viscosidade aumenta com o aumento da agitação. Exemplo: algum.as pastas industriais, o melado da cana de açúcar. A Fig. 1.3 melhor ilustra o assunto. Figura 1.3 -Diagrama. cisalbaznento x deformação Tensão de cisalhamento Plástico ideal Fluido não newtoniano Fluido newtoniano · Tensão de escoamento Velocidade de deformação Como se pode observar pelas tabelas dos Quadros 1.11 e 1.12, a viscosidade varia consideravelmente com a temperatura e, portanto, essa é uma variável importantíssima a ser levada em consideração nos cálculos. A bibliografia registra a diminuição de capacidade de vazão de poços da ordem de até 3 0%, quando a temperatura da água se aproxima dos 4ºC, facilmente entendida se observarmos que o escoamento em meio poroso (laminar e com muita superfície de contato), como é o caso da maioria dos aqüíferos subterrâneos, é sobremaneira afetado pela viscosidade. De maneira geral, para os líquidos, a viscosidade cai com o aumento da temperatura e para os gases sobe com o aumento da mesma. O atrito interno pode ser evidenciado pela seguinte experiência: imprimindose a um cilindro contendo um líquido um movimento de rotação em torno do seu eixo, dentro de pouco tempo, todo o líquido passa a participar do mesmo movimento, assumindo a forma parabólica. A bomba centrifuga utiliza-se desse principio. Figs. 1.4 e 1.5, respectivam.ente. 2 - Líquidos perfeitos Um fluido em repouso goza da propriedade da isotropia, isto é, em torno de um ponto os esforços são iguais em todas as direções. Num fluido em movimento, devido à viscosidade, há anisotropia na distribuição dos esforços. PROPRIEDADES DOS FLUIDOS, CONCEITOS 17 ..\._, !;f; ~3?~s~:-20 ..... ·:i.~':'.} ,::.:~;._·,.~ ':.i-::·: •· ·c, ··:··· ~'·'.: Figura1.4 Figura 1.5 - A) Eixo/entra.da B) Rotor C) Líquido em aceleração D) Carcaça E) Said.D. Em alguns problemas particulares, pode-se, sem grave erro, considerar o fluido sem viscosidade e incompressível. Essas duas condições servem para definir o que se chama líquido perfeito, em que a densidade é uma constante e existe o estado isotrópico de tensões em condições de movimento. O fluido perfeito não existe na prática, ou seja, na natureza, sendo portanto uma abstração teórica, mas em um grande número de casos é prático considerar a água como tal, ao menos para cálculos expeditos. 3 -Atrito externo Chama-se atrito externo à resistência ao deslizamento de fluidos, ao longo de superfícies sólidas. Quando um líquido escoa ao longo de uma superfície sólida, junto à mesma existe sempre uma camada fluida, aderente, que não se movimenta. Nessas condições, deve-se pois entender que o atrito externo é uma conseqüência da ação de freio exercida por essa camada estacionária sobre as demais partículas em movimento. Na experiência anterior, Fig. 1.4, o movimento do líquido é iniciado graças ao atrito externo que se verifica junto à parede do recipiente. Um exemplo importante é o que ocorre com o escoamento de um líquido em um tubo. Forma-se junto às paredes uma peÜcula fluida que não participa do movimento. Junto à parede do tubo, a velocidade é zero, sendo máxima na parte central, Fig. 1.6. Em conseqüência dos atritos e, principalmente, da viscosidade, o escoamento de um líquido numa canalização somente se verifica com certa perda de energia, perda essa designada por perda de carga. 18 PRINCIPIOS BÀSICOS Figura.1.6 ·1··. de· Perda. ·. carga (b) Figura 1.7-(a) sem escoamento: prindpio dos vasos comWliCBlltes, (b) com escoamento: perda de carga 1.4.6 - Coesão, adesão e tensão superficial A primeira propriedade permite às partículas fluidas resistirem a pequenos esforços de tensão. A formação de um gota d'água deve-se à coesão. Quando um líquido está em contato com um sólido, a atração exercida pelas moléculas do sólido pode ser maior que a atração existente entre as moléculas do próprio líquido. Ocorre então a adesão. Na superfície de um líquido em contato com o ar, há a formação de uma verdadeira película elástica. Isso é devido à atração entre as moléculas do líquido ser maior que a atração exercida pelo ar e ao fato de as moléculas superficiais Figunl.1.8 2,5 E o õ.2.0 .a .ao "O e ãj . 1,5 1\\ \' " t ·. t \ \ r": \ \. 1-.......i... '~ ... ~ ºó- ..,;:,:; ~ ~ti/a E :!:! 1,0 ..... e /º ....... K i"'.. 0,5 o t h l:l:i-<.. l_ _ o.os Capilaridade: -- 0,10 ~· ~e/'),_ ~ Mercúrio 1~ 1 th •· . . • ·~, ----- l!ii\jo. , ' - . · b:,,4;m;J Agua ,_ ~ 1---. ~ ~~ 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 ,0,45 h: Elevação ou depressão da coluna, cm . A água n:iolha oyidro (adesão maior), elevando-se. · . ·o i:nercúrio não moltia·o yídro (coesão maior), rebaixando-se. 0,50 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS, CONCEITOS 19 atraídas para o interior do líquido tenderem a tornar a área da superfície um mínimo. É o fenômeno da tensão superficial. As propriedades de adesão, coesão e tensão superficial são responsáveis pelos conhecidos fenômenos de capilaridade, Fig. 1.8. A elevação do líquido, num tubo de pequeno diâmetro, é inversamente proporcional ao diâmetro. Como tubos de vidro e de plástico são frequentemente empregados para medir pressões (piezômetros), é aconselhável o emprego de tubos de diâmetro superior a 1 cm, para que sejam desprezíveis os efeitos de capilaridade. Num tubo de 1 mm de diâmetro, a água sobe cerca de 35cm. A tensão superficial '"t" tem dimensional [Mr-2 ] no (SI), exprime-se em N/m e varia com a temperatura. O Quadro 1.13, mostra os valores de tensão superficial para a água doce normal a diferentes temperaturas. QUADRO 1.1:~ - Variação de "t '' da água doce com a temperatura Temperatura ºC o 2 10 20 30 40 (N/m) 10-2 Temperatura ºC 7,513 7,515 7,375 7,230 7,069 6,911 50 60 70 80 90 100 't 't (N/m) 10-2 6,778 6,622 6,453 6,260 6,070 Esses valores variam ainda com o material eventualmente dissolvido na água. Por exemplo, os sais minerais normalmente aumentam a tensão superficial e compostos orgânicos , como o sabão e o álcool, além dos ácidos em geral, diminuem a tensão superficial da água que os dissolve. Quanto á adesão de um líquido a um sólido, esta pode ser "positiva"(sólidos hidrófilos) ou "negativa"(sólidos hidrófobos), Fig. 1.9. Figura 1.9 -~~-G_o_ta_d_e_á_,g,_u_a ~r~ Sólido hidrófobo, a> 90' por exemplo: parafina (a =- 107") Ar k.a-::s= Gota de água Sólido hidrófilo, o: < 90' por exemplo: vidro (o: =- 25') A adesão da água com a prata é praticamente neutra, sendo a:= 90° nas CNTP. A capilaridade dos solos finos é bastante conhecida e deve-se às características de seus compostos, sendo a adesão de tal forma forte que só se separa a água por evaporação. O cálculo da altura (h) que um líquido sobe ou desce em um capilar de diâmetro interno (d), Fig.1.10, suficientemente pequeno para desprezar-se o volume de água acima ou abaixo do plano de tangência do menisco, é feito da seguinte forma: PRINCIPIO$ BÁSICOS 20 Figura.1.10 NA 1 d Adesão Plano tangente ao "menisco" ·I p h= 4·-r·sena r·d onde: "'t" é a tensão superficial "a." é o ângulo de contato (adesão) "y" é o peso específico da água O equilíbrio na Fig.1.10 se dá quando o peso (P) da coluna líquida deslocada igualar as forças de coesão e adesão. A água elevada em um capilar está abaixo da pressão atmosférica, daí ser impossível pretender que ela possa verter de alguma forma, o que aliás criaria uma forma de moto-contínuo, o que é inconcebível. 1.4. 7 - Solubilidade dos gases Os líquidos dissolvem os gases. Em particular, a água dissolve o ar, em proporções diferentes entre o oxigênio e nitrogênio, pois o oxigênio é mais solúvel. O volume do gás dissolvido é proporcional à pressão do gás, e o volume é -o mesmo que o gás ocuparia no estado livre (não dissolvido), mas sujeito à mesma pressão (Henry). QUADRO 1.14 - Coeficiente de solubilidade de gases na água doce, em. m 3 de gás por m 3 de água, ao nível do mar OºC ... 20ºC 0,03 5,60 5,00 5,00 1,87 0,023 0,04 0,053 0,026 Ar Ácido clorídrico Ácido sulfúrico Cloro Gás carbônico (C0 2 ) Hidrogênio Monóxido de carbono (CO) Oxigênio Nitrogênio 0,92 0,020 0,033 0,017 QUADRO 1.15 - Saturação de oxigênio, em "mg/t" ºC o 5 10 15 20 25 30 Água doce Água domar 14,6 11,3 12,8 11,3 9,0 10,2 8,1 9,2 7,4 8,4 6,7 7,6 6,1 10,0 compilado de .A. Lcnaistre PROPRIEOAOES DOS FLUIDOS, CONCEITOS 21 Em outras palavras, o volume de gás dissolvido em um determinado volume de água é constante se não houver variação de temperatura, pois, um incremento de pressão diminuí o volume de gás dissolvido e passa a ser possível dissolver mais gás. Ao diminuir a pressão, ocorre o inverso, liberando-se gás. Essa propriedade é uma causa do desprendimento de ar e o aparecimento de bolhas de ar nos pontos altos das tubulações. Nas CNTP, a água dissolve o ar em até cerca de 2% de seu volume. 1.4.8 - Tensão de vapor Dependendo da pressão a que está submetido, um líquido entra em ebulição a determinada temperatura; variando a pressão, varia a temperatura de ebulição. Por exemplo, a água entra em ebulição à temperatura de 100 • C quando a pressão é 1,0332 kgf/cm. 2 (1 atm), mas também pode ferver a temperaturas mais baixas se a pressão também for menor. E.ntão, todo líquido tem temperaturas de saturação de vapor (tv) (quando entra em ebulição), que correspondem biunivocamente a pressões de saturação devapor ou simplesmente tensões de vapor (pv). Essa propriedade é fundamental na análise do fenômeno da cavitação (Capítulo 11), pois quando um líquido inicia a ebulição, inicia-se também a cavitação. Quadro 1.15 -Tensões de vapor (p,.) da água a Tlárias tv("C) 1 3 5 10 15 20 25 30 35 40 45 2 Pv(kgf/c:m. ) 0,00669 0,00772 0,00889 0,01251 0,01737 0,02383 0,03229 0,04580 0,05733 0,07520 0,09771 compila.do de C. Ns.taix (bibliogrs.f1a) tv("C) 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 tempera~ras 2 Pv(kgflcm. 0,1258 0,1605 0,2031 0,2550 0,3178 0,3931 0,4829 0,5894 0,7149 0,8619 1,0332 (tv) ) 22 Modelo hidráulico de rio, realizado no Labora.tório de Hidráulica de São Paulo (rio Tietê entre Osasco e Santana do Parnaíba) (Cortesia do Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo, CTH) 23 , HIDROSTATICA PRESSOES E EMPUXOS 2.1 -.CONCEITOS DE PRESSÃO E EMPUXO Quando se considera a pressão, implicitamente relaciona-se uma força à unidade de área sobre a qual ela atua. Considerando-se, no interior de certa massa líquida, uma porção de volume V, limitada pela superfície A (Fig. 2.1), Si?_df.. rep_resentar um elem_ento de área nessa superfície e dF a força_guê neJ.a_a.tu.a.(perpendicularmente), a pressão será dF p= dA dF Considerando-se toda a área, o efeito da pressã~--p~uziráumaforçaresultante que se chama empuxo, sendo, ás vezes, chamada de pressão total. Essa força é dada pelo valor da seguinte integral: E= tpdA Figo:raZ.1 Se a pressão for a mesma em toda a área, o empuxoserá E=pA. 2.2-LEI DE PASCAL* Enuncia-se "Em qualquer ponto no interior de um ~íquido em repousd, a pressão é a mesma em: t~das as direções." · · Para demonstrá-la, pode-se considerar, no interior de um líquido, um prisma imaginário de dimensões elementares: largura dx, altura dy e comprimento unitário. A Fig.2.2 mostra as pressões nas faces perpendiculares ao plano do papel. O prisma estando em equihôrio, o somatório das forças na direção de X deve ser nulo. • Estabelecida por Leonardo da Vinci HIDROSTÁTICA. 24 PRESSÔES E EMPUXOS --- px-dy - 't . i . IPY:~ i i t : t- Figu:ra.Z.2 Logo, Como sen 0 = dr/ds, vem que dy Pxdy=p 3 ds-, ds e, portanto, Para a direção Y, IFy=O~ Pydx =Psds cos 8 + dy =Psds cos (} + ydx dy 2 Como o prisma tem dimensões elementares, o último .termo (peso) sendo diferencial da segunda ordem, pode ser desprezado; assim, sendo cos (} = dx / ds, Logo, e, portanto, Px~Py=Ps A prensa hidráulica, tão conhecid~ é uma importante aplicação (Figs. 2.2 e 2.3) . ..--.., Ai · F 2 =Fix-, .; onde F 1 = esforço aplicado; F2 = força obtida; · A 1 = seção do êmbolo menor; ·A2 = seção do êmbolo maior: , At LEI OE STEVIN: PRESSÃO DEVIDA A UMA COLUNA LIQUIDA 25 Figura 2.3 -Princípio da prensa hidráulica. O dilimetro do êmbolo mttio~ iguala-se a seis vezes o diâmetro do êmbolo menor. A relação de áreas é, portanto,. 36:.1. Se for aplicada uma força F, - 50 .kg, a pressão do fluido transmitirá ao êmbolo maior= força F 0 que será 36xF,,istoé 1800.kg. 2.3 - LEI DE STEVIN: PRESSÃO DEVIDA A UMA COLUNA LÍQ.UIDA Imaginando-se, no interior de um líquido em repouso, um prisma ideal e considerando-se todas as forças que atuam nesse prisma segu:rido a vertical, deve-se ter (Fig. 2.4) e, portanto, p 1 A +yhA-p 2 A =O, (y é o peso específico do líquido), obtendo-se -- Figu:raZ.4 lei que se enuncia: "A diferença de pressões entre dois pontos da massa de ,um-líquido em equililirio éigual à diferença de profundidade multiplicada pelo peso específico do líquido." Para a água, 'Y= 1 kg*/ dm3 =10 4 N/m 3 Portanto o número de decímetros da diferença de profundidades eqµivale ao número de quilogramas força por decímetro quadrado da diferença de pressões. 26 HIDROSTÁTICA. PRESSÕES E EMPUXOS Figuxa 2.5-Prensa hidráulica. para 450 toneladas (Cortesia de Máquinas Piratininga S.A., São Paulo) 2.4 - INFLUÊNCIA DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA A pressão na superfície de um líquido é exercida pelos gases que se encontram acima, geralmente à pressão atmosférica. Levando-se em conta a pressão atmosférica, têm-se !Fig. 2.6), = P1 Pa +yh, P 2 = p 1 +yh' = Pa + y(h +h'). A pressão atmosférica varia com a altitude, correspondendo, ao nível do mar, a uma coluna de água de 10,33 m. A coluna de mercúrio seria 13,6 vezes menor, ou seja, O, 760 m (Fig.2. 7). ._.... Em muitos problemas relativos às pressões nos líquidos, o que geralmente MEDIDA DAS PRESSÕES 27 !!!.!!J --=-=1== _7=.7=.~=-= - - -hl ~~r- .- h - - - - -· . P2 Figuxa.2.8 Figum2.6 Figum2.7 interessa conhecer é a diferença de pressões. A pressão atmosférica, agindo igualmente em todos os pontos, muitas vezes não precisa ser considerada. Seja, por exemplo, o caso mostrado (Fig. 2.8) no qual se deseja conhecêr ~pressão' exercida pelo líquido na parede de um reservat6ri0. De ambos os lados da parede, atua a pressão atmosférica, anulando-se no ponto A. Nessas condições, não será necessário considerar.a pressão atmosférica para a solução do problema. Entretanto é importante lembrar que, nos problemas que envolvem o estudo de gases, a pressão atmosférica sempre deve ser considerada.· 2.5 - MEDIDA DAS PRESSÕES O dispositivo mais simples para medir pressões é o tubo piezomé"trico ou, simplesmente, piezômetro. Consiste na inserção de um tubo transparente ·na canalização ou recipiente ond"e se quer medir a pressão. O líquido subirá no tubo piezométrico a uma ahurah, correspondente à pressão interna (Fig. 2.9). Nos piezômetros com mais de 1 cm de diâmetro, os efeitos da capilaridade são desprezíveis. Um outro dispositivo é o tubo dé U, aplicado, vantajosamente, para· medir pressões muito pequenas ou demasiadamente grandes para os piezômetros (Fig.2.10). Para medir pequenas pressões, geralmente se empregam a água, tetracloreto HIOROSTÂTICA. 28 PRESSÕES E EMPUXOS A r·h e Figura.2.9 }_ B Figura.2.10 de carbono, tetrabrometo de acetileno e benzina como líquidos indicadores, ao passo que o mercúrio é usado, de preferência, no caso de pressões elevadas. No exemplo indicado (Fig.2.10), as pressões absolutas seriam: em A, Pa emB, Pa +y' h emC, Pa +y' h emD, Pa + r' h - rz onde r = peso específico do líquic;lo em D; r' = peso específico do mercúrio ou do líquido indicador. Para a determinação da diferença de pressão, empregam-se man.ômetros diferenciais (Fig.2.11). Pc =PA +hl'Y1 +h3'Y3 =PD=PE+h2'Y2 .•. PE- PA = h 1'Y1 + h3 'Ys - h2 'Y2 · Para a medida de pressões pequenas pode-se empregar o manômetro de tubo inclinado, no qual se obtém uma escala ampliada de leitura (Fig.2.12), Na prática, empregam-se, freqüentemente manômetros metálicos (Bourdon) pa~a a verificação e controle de pressões. As pressões indicadas, geralmente são as locais e se denominam manométricas; Não se deve esquecer essa condição, isto é, que os manômetros indicam valores relativos, referidos à pressão atmosférica do lugar onde são utilizados (pressões manométricas). Assim, por exemplo, seja o caso de uma canalização, em cujo ponto 1 (Fig. 2.13) a pressão medida iguala 15 m de coluna de água (valor positivo), em relação à pressão atmosférica ambiente. Se a pressão atmosférica no local corresponder ai me~, a pressão absoluta naquela seção da canalização será de 24 mca. A pressão atmosférica norII!-al, ao nível do m:µ-, equivale a 10;33 mca, sendo menor nos locais mais elevados. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a pressão atmosférica local é aproximadamente igual a 9,5 mca (800 m de altitude). O ponto 2 (Fig. 2.13), situado no interior de um cilindro, está sob vácuo parcial. MEDIDA DAS PRESSÕES 29 h2 e Figun.2.11 Figun.2.12 A pressão relativa é inferior à atmosférica local e a indicação manométrica seria. negativa. Entretant9, nesse ponto, a pressão absoluta é positiva, correspondendo a alguns metros de coluna de água. ·-·As unidades usuais de pressão são as seguintes: 1atm=10,33 roca= 1 kgf/cm 2 = 9,8 · 10 4 N/m 2 = 0,098 MPa 1 atm = 10 5 N/m 2 """ 0,1 MPa ~~-P_M~~~-'!"'~~~c:Y Pressão manométrica positiva t./ PAN : _____ P.f'.f:: _____ _ ctl 1 atmosféra} 760mm mercúrio 10,33 mca 1 kg f/cm 2 0,1 MPa 3 õcn .o ctl o """' Pressão atmosférica normal ~ ------ ---------r .., Pressão atmosférica local ~ ~á~~ -p:r:i:i- - - - - @ V U) ~ a. Leitura barométrica local Figu:m 2.13 -Diagrama. de pressões absolutas e relativas ] · ~completo 30 HIDROSTÁTICA., PRESSÕES E EMPUXOS 2.6-EMPUXO EXERCIDO POR UM LÍQUIDO SOBRE UMA SUPERFÍCIE PLANA IMERSA Freqüentemente, o engenheiro encontra problemas relativos ao projeto de estruturas que devem resistir às pressões exercidas por líquidos. Tais são os projetos de comportas, registros, barragens, tanques, canalizações, etc. O problema será investigado em duas partes. 2.6.1 - Grandeza e direção do empuxo A Fig. 2.14 mostra uma área de forma irregular, situada em um plano que faz um ângulo 0 com a superfície livre do líquido. ·· Para a determinação do empuxo que atua em um dos lados da mencionada figura, essa área será subdividida em -elementos dA, localizados à profundidade genérica b e a uma distância y da interseção 9A força agindo em dA será . dF = pdA = tE!dA = yy ~ dA. Cada uma das forças dF será nõnnal à respectiva área. A resultante ou o empuxo (total) sobre toda a área, também nor:r:ial, s.erá dado por F = f dF = !A y y sen 6 dA = y sen 6 !A y dA,. !A y dA é o momento da área em relação à interseção O; portanto fAydA=Ay, expressão ondeyé a distância do centro de gray:i.dade da área até O, eA a área total. F= yysen 6A. Como ysen 6=h, -_i·~-·rhA-·--_ O empuxo exercido sobre uma superfície plana imersa é um grandeza tensorial · perpendicular à superfície e é igual ao produto da área pela pressão relativa ao centro de gravidade da área. -~ h ''--' .... "·' Figuxa2.l4 ----- EMPUXO EXERCIDO . - l y POR UM LIQUIDO SOBRE + - - - -=-::-::-E-::-= - - ----:..-:..-:. ,.. 1 -----EÊID - - - 3,00 . 4,00 F=':fhA ~· Figu;ra 2.15 - 31 Exercício 2.1 - Qual o empuxo exercido pela água em uma comporta vertical, de 3 x 4m, cujo topo se encontra a 5m de profundidade? (Fig. 2.15) y = 9,8 · 10 3 N/m3 (água) - 1 500 1 • • UMA SUPERFfCIE PLANA IMERSA F = 9,8 · 10 3 • 6,5 · 12 = 764 400 N . ·- ·- . ------ A resultante das pressões não está aplicada no centro de. gravidade CG da figura, porém um pouco abaixo, num ponto que se denomina centro de pressão ÇP (Fig. 2.16). ~cG F ; ------- Cf. Figura2.16 2.6.2 - Determinação do centro de pressão A posição do centro de pressão pode ser determinada, aplicando-se o teorema dos momentos, ou seja, o momento da resultante em relação à interseção O deve igualar-se aos momentos das forças elementares dF (Fig. 2.17). Fyp=fdFy Na dedução anterior, dF= 'YY sen 9dA, F = y y sen A. e Substituindo, r:Y sen 9AyP = l 'YY sen 9dAy= y sen e/Ay2 dA. Logo, Yp = f y2dA A Ay I = Ay' expressão em que I é o momento de inércia em relação ao eixo-interseção. Mais comumente, conhece-se o momento de inércia relativo ao eixo que passa pelo centro de gravidade, sendo conveniente a substituição. l = l 0 + Ay 2 (teorema de Huygens) j , I Como ~ =K.2, quadrado do raio de giração (da área relativa ao eixo, passando pelo centro de gravidade), tem-se, ainda, - Kz Yp=Y+-=-. y HIDROSTÁTICA. PRESSÕES 32 E EMPUXOS O centro de pressão está sempre abaixo do centro de gravidade a uma K2 distância igual a -=-, medida no plano y da área. No Quadro 2.1 estão indicadas as expressões correspondentes' aos momentos de inércia das principais figuras. Figun.2.17 Exercício 2.2 - Determinar a posição do centro de pressão para o caso da comporta indicada no exercício anterior (Fig.2.15). Io Y p =y+Ay Do Quadro 2.1 bd 3 Io=-12 Logo, y p ...!_x4x 33 =6,50+-"'1=2 - - . 3x4x6,5 6,50 + - 9 78 =6,615m Exercício 2.3 -Numa barragem de concreto está instalada um.a comporta circular de ferro fundido com 0,20 m de raio, à profundidade indicada (Fig. 2.18). yhA; F 1000 kgf/m3 y 4,20; h 1t X 0,20 2 = 0,1257m2 A F = 1 000 X 4,20 X 0,1257 = 258 kgf = 5 172 N -.::;:;i-=:-=::4,00., {' ~~~]~.~ Figura 2.18. .P1gUn. 2.19 EMPUXO EXERCIDO POR UM LIQUIDO SOBRE UMA SUPERFÍCIE ~ ·Q.UAD}!O 2.1- . Momentos de inércia (I0 ).Área (tl}e centros de gravidade (CG) .aaspnncipaisfigiiras•· - . . · . .. Figura e A _!_bd 3 12 bd o '!:-·~ O: 0· -- _!_bd 3 ~bd t._. .~ ~ Retângulo Triângulo isósceles 1 1 .L.... :-----11----; t!. 36 ·;:. . :e.::} Círculo 2 ;rd4 7rd2 -4 - -64 .t.-····-·· ~~~~' Semicírculo . lo ;---b--; r-·-···~ 7rd2 -8 0,00686d 4 ____ j r-~ ;rr4 -8 l'{----~o:~~r Semicírculo rv -7rr2 2 Eixo vertical s""T A A~-----o-----~B : Parábola _Ê•h ;1> .L._____ 0830 Elipse ; • :~~7 :.7 Trapézio isósceles l--b--..{ :d ' 7r b --h·2 2 !!_hs 2 3 7ra b 4 :Jrab d 3 B 2 + 4Bb + b 2 B+bxd • ~~T'\:Ir 2 B+b 36 33 PLANA IMERSA J-----B-----..f . CG x=f:b y=Xd x=Xb y=?{d x=y=% d 2 y=0,4244% x=- x-r Y= 0,4244r b X=2 y=h·Ys x=a y=b B+b x=-4 d .B+2b y=-·-3 B+b * Relativos aos eixos 0-0 ouA-B, indicados (eixos neutros) Exercício 2.4 - Uma caixa de água de 800 litros mede 1,00 x 1,00 x· 0,80. Determinar o empuxo que atua em uma de suas paredes laterais e o seu ponto de aplicação. (Fig.2.19). ,';·.! " . l F=yhA \ e •e ·- 10 3 x 0,40 X 1,00 X 0,80 = iP r. ,_ o Y P-y-+ Ay' ,'\ 329 ~~= 3 136 N .1 '..... • " onde y = 0,40 m, b = l,OOm e d = 0,80m. Logo, ~bd3 3 1-2--=0,40+ lx]..OOxo. 3 o Y P =0,40+bd 0,40 12 X 0,80X0,40X1,00 0,40+ O,Sl 2 =0,40+0,133=0,533m. 3,840 34 HIDROSTÁTICA. PRESSÕES E EMPUXOS 2. 7 -APLICAÇÃO: CÁLCULO DE PEQUENOS MUROS DE RETENÇÃO E BARRAGENS Seja, por exemplo, um pequeno paramento vertical de alvenaria e de forma retangular, Fig.2.20, sujeito apenas a tombamente .. a) Cálculo do empuxo. h ch2y. F eh F =y4yA, = xra2=-2- b) DeterminaÇão do ponto de aplicação. 3 h + ch Y P =y+_..&_= A- 2 h Y 12xchx2 h h 4h 2 -+-=-=-h 2 6 6 3 e) Dimensionamento do muro O muro deve resistir ao empuxo da água. Como se trata de alvenaria que não deve -q-abalhar à tração, a resultante das forças F e P deve cair no terço médio da base (ô = 2/3b). Tomando os momentos com relação ao ponto O, b h P2+F3=M; P=bchy' (y' =peso específico de alvenaria) F M"" chz = r. 2 b 2ch 2 (Y,, =peso específico da água) 3 r' +--n ch r 2 ""oR=-bxbchy'· 6 3 • ~b2r'=h2rn :.b=~h2r. s 6 r' l ; •• __ . ---.=-=.-= --=-=---~ -:-· Yii ! F Figura 2.20 . · . h "fa . " APLICAÇÃO: CÂLCULO DE PEQUENOS MUROS DE RETENÇÃO E BARRAGENS Exercício 2.5 - Numa fazenda deseja-se construir uma pequena barragem retangular de pedra, assentada sobre rocha. Altura da barragem e profundidade da água: 1,20 m. Determinar a espessura de modo a satisfazer as condições de estabilidade. b=h "( = rr: f1 2 250 Kgf/m 3 (alvenaria de pedra) Exercício 2.6 - Cálculo de uma pequena barragem de seção triangular. a) Cálculo do empuxo F b) = hc rh = h2 rc. 2 2 Determinação do ponto de aplicação. I h 2 yp=y+~=-+ Ay ch 3 h h 2 h =2+-=3h· 6 12xch- 2 c) Peso do muro. . h P= bx-xcxr' (y' = 2 peso específico de alvenaria de pedra). Figw:a.2.21 d) Dimensionamento do muro. Para não haver esforços de tração na alvenaria, a resultante R deverá cair no terço médio, isto é, no máximo em B Y,, h Do triângulo de forças, têm-se F=BD; F P=GD. A Como 1 b b BD=3' 35 HIDROSTÁTICA. 36 PRESSÕES E EMPUXOS e GD==~ (CGdotriângulo), F =E_.ouP·b=F·h. p h Portanto, substituindo-se os valores de P e F, b·b· b2 h 2 , h 2 rc ·c·r = --h, 2 = h2r :.b=h r' rr. vY' o 8 Figura.2.22 Exercício 2. 7 - Deseja-se executar uma pequena barragem de concreto simples sobre uma camada de rocha. Calcular a largura mínima da base, para que a barragem resista pelo seu próprio peso, ao tombamento devido ao empuxo da água. Altura da barragem e profundidade da água; l,30m.. r- .~2 b= h fr == 1,30 = 1,30=1,30 = 0,84m.. 400 1,55 1 ººº Tz:4 Exercício 2.8- Na seção mostrada da Fig. 2.23, efetuar o cálculo de B' mínimo. ("/'=peso específico do material do muro:"/= peso específico da água) EC=h, EB=H. Procedendo de forma semelhante ao que foi visto no Exercício 2.6, tem-se B' = f3H sendo que os valores de h p= H' o::;p::;l; ~ rr:.· vY' são fixados da seguinte forma: (O~h:5;hH) FbE Figun.Z.2S -!~-n=E_ e-- [Y' hfr· H com n ;::; 1 a fim de que b~h#, (condição para estabilidade da cabeça); - A 1 B' APLICAÇÃO: CÁLCULO DE PEQUENOS b a= B'' MUROS OE RETENÇÃO 0$a$l, 37 E BARRAGENS (O~b$B') O <p <l· (O <h <H) a) /3= -np(1+3p)+~n 2p2 (p2 +10p+5)+4(1-p), 2(1-p) onde o produto bp $ l (para que n $ B' ). Daí resulta a Tab.2.1. Tabela 2.1 Valores de ~ para os seguintes valores de p 0,2 0,3 0,4 0,6 0,7 0,5 n 0,1 . 1,0 0,990 0,985 0,980 0,974 0,970 0,965 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 b) 0,966 0,956 0,946 0,938 0,930 0,923 0,934 0,922 0,912 0,904 0,898 0,894 0,905 0,895 0,889 0,886 0,886 0,889 0,886 0,883 0,885 0,891 0,899 0,911 0,881 0,888 0,900 0,916 0,936 0,958 0,892 0,910 0,933 0,960 0,990 - 0,8 0,9 0,917 0,947 0,981 0,954 0,995 - - - - - - - p=O,istoé,h=O. /3= 1 ~-a 2 +a+l Dessa relação, resulta a Tab. 2.2. Tabela2.2 a ~ 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 O, 7 0,8 0,9 1,0 1,000 0,958 0,929 0,909 0,898 0,894 0,898 0,909 0,929 0,958 1.000 p = 1, isto é, h = H ~ = l e b =B' (seção retangular). Observando os diversos casos para cálculo de ~. pode-se concluir que, considerando~= l, o erro introduzido é pequeno e o cálculo de B'(mínimo) é feito a favót:.da segurança. Daí a fórmula para o cálculo da largura da base de pequenos muros (sejam quaisquer as formas das seções) resultar e) B'=H Ír. ~? Observação. Cooperou com os cálculos desse item o aluno das•. Série Civil- opção Hidráulica e Saneamento. da Escola de Engenharia de São Carlos da USP - Vlademir C. Villela. HIDROSTÁTICA. 38 PRESSÕES E EMPUXOS Exercício 2.9 - Um segmento parabólico ACD de base 2b e de altura a está imerso em água, em posição vertical, coincidindo a sua base com a superfície SS' do líquido. Determinar o empuxo e o centro de pressão. BDl.AC; s AC= 2b; BD=a. Considere-se uma faixa de espessura elementar dx, comprimento LN e área dA.. Fazendo DM = x, LN estará a uma profundidade a - x dA= (LN)dx. De acordo com uma das propriedades da parábola, -2 LN AC 2 -2 = DM :. LN2 = AC DB DM DB F=rf hdA., a Figura2.24 2 LN - 2b...ix 4b x ---:r;;-· a F=r ro""ª 2b r 8 --:ra . dA - 2b...ixdx r<a-x)'Jxd.x=-rba 2 , 15 O centro de pressão encontra-se a uma profundidade Yp· Yp =r 32yba 3 2 r -r(a.-x) -..ixdx=---, o -va 105 l a 2b Como 2.8 - EMPUXO SOBRE SUPERFÍCIES CURVAS Nos casos práticos de Engenharia, quando se estuda o empuxo exercido sobre . superfícies curvas, freqüentemente é mais conveniente considerarem-se as componentes horizontais e verticais das forças. Consideremos, por exemplo, o caso da barragem, indicada na Fig. 2.25. Geralmente, a equação da curva do paramento interno é desconhecida, pois se adota um perfil prático. Nessas condições, é preferível considerarem-se as componentes F e W do empuxo (igual e de sentido contrário a R). Para isso, basta considerar o volume de líquido abc. O peso W, aplicado no centro de gravidade de abc, pode ser facilmente determinado. Flgura2.25 O empuxo F, que age sobre .b b ab, pode ser calculado pela --===~~~~~=§":=-==-expressão -1 F= yiiA. F A combinação dessas duas forças (F e W) pode ser obtida pelos princípios da Mecânica. a EMPUXO SOBRE SUPERFICIES CURVAS 39 Exercício 2.11 - Uma barragem com 4 m de altura e 10 m de extensão apresenta um perfil parabólico a montante. Calcular a resultante da ação das águas. Px =rhA =1OOOx2x4xlO=80 OOOkgf; 2 Py ="3(1 OOOx4xlOxl,50)""40 OOOkgf; R = ~~40-00_0_2_+_8_0_0_00-2 = 89 400kgf; Yp = 2 34,00=2,67m; s - 5 x 0 = nc = xi.so =0,94m; 8 8 Yo =0,4x4= 1,60m. -----· --":.-- 4,00 '•, .~ .. ':,,:··· Figun 2.27 - Pe!t:;.L.de uma gra:D.de b:úTag?m mostrondo a composição d:JS forças. As dimeD.Sães estão iD.<:licadas em m 1 1 ~- - - - - - -198,0Q-' - - - - - - ..'. HIDROSTÁTICA. PRESSÕES E EMPUXOS 40 ~~~;;~~ Figura 2.28 - Vista geral da UsiD.a de ]upiá, Complexo de Urubupu.ngá, rio Paraná. Potência 1 400 000 kW (Cortesia das Centrais Elétricas de São Paulo) Figura 2.29 - Vista geral da Usina Xa1/lllltes, ri.o ParanaP.anema. Potência 400 000 kW (Cortesia das Ceno:ai.s Elétricas de São Paulo) 1 - BOULDER, Colorado River, Arizona - Nevada 2 - GRANO COULEE, Columbia River - Washington 3 - OWYHEE, Owyhee River. Oregon - ldaho 4 - ARROWROCK, Boise River-ldaho 5 - SHOSHONE, Shoshone River-Wyoming 6 - PARKER, Colorado River, Arizona- Califomia 7 - ELEPHANT BUTTE, Rio Grande, New Mexico 8 - HORSE MESA, Salt River, Arizona 9 - ROOSEVELT, Salt River, Arizona 1 O- PATHFINDER, North Platte, Aiver WY 2 3 4 5 7 8 9 Figura 2.30-Perfis de dez grandes barragens norte-americanas, com altun!S em m (algumas são do tipo de arco) 41 , EQUILIBRIO DOS CORPOS FLUTUANTES "Um corpo imerso em um fluido sofre uma força de baixo para cima, denominada empuxo, igual ao peso do volume do fluido deslocado". Quando o "empuxo" é maior que o peso do corpo, este flutua.Arquimedes (287 a.C.) 3.1 - CORPOS FLUTUANTES. CARENA Corpos flutuantes são aqueles cujos pesos são inferiores aos pesos dos volumes de líquido que eles podem deslocar. Pelo teorema de Arquimedes, eles sofrem um impulso igual e de sentido contrário ao peso do líquido deslocado, permanecendo ·na superfície líquida. Em outras palavras; para que um corpo flutue, sua densidade aparente média deve ser menor que a do líquido: o peso total do corpo iguala-se ao volume submerso multiplicado pelo peso específico do líquido. Chama-se carena ou querena à porção imersa do flutuante. O centro de gravidade da parte submersa, que se denomina centro de carena, (C), é o ponto de aplicação do empuxo. Nos navios, geralmente C encontra-se de 20 a 40% do calado. Define-se calado como sendo a distância entre a quilha do navio e a linha de flutuação h, (Fig.3.1). 3.2 - EQUILÍBRIO ESTÁVEL Diz-se que um corpo está em equilíbrio estável quando qualquer mudança de posição, por menor que seja, introduz forças ou momentos tendentes a fazer o corpo retornar à sua posição primitiva. O equilíbrio sempre será estável no caso dos corpos flutuantes cujo centro de gravidade (G)-1.!~ar abaixo do centro de carena, o que pode acontecer no caso de corpos tarc:.cfos, lastreados ou não-homogêneos. Entretanto o equilíbrio estável não se verifica apenas no caso indicado, havendo ainda outras condições de equilíbrio estável, mesmo com o centro de gravidade acima do centro de carena. Se, em conseqüência de uma ação qualquer (ventos, vagas, etc.), o flutuante sofrer uma pequena oscilação, o centro de carena também se deslocará; pois, embora EQUILIBRIO DOS CORPOS FLUTUANTES 42 B h FiguxnS.1 o volume da parte submersa do corpo permaneça o mesmo, a sua forma variará mudando o seu centro de gravidade (os volumes AA'O e BB'O, (Fig.3.1) se equivalem). Supondo-se que o corpo tenha sofrido uma oscilação de ângulo 0, o centro de carena deslocar-se-á de C para C. A vertical que passa por C interceptará a linha primitiva em um ponto M. Para valores pequenos de 0, M é denominado metacentro. O ponto M representa o limite acima do qual G não deve passar (daí a sua denominação, pois significa meta= limite). O metacentro é o centro de curvatura da trajetória de C no momento em que o corpo começa a girar. Podem ser consideradas três classes de equilíbrio para os corpos flutuantes. a) EquiHbrio estável. Quando M está acima do centro de gravidade G. Nessas condições, qualquer oscilação provocada por força externa estabelece o binário peso-empuxo, que atuará no sentido de fazer o flutuante retornar à posição primitiva. b) Equilfbrio instável. Quando M está abaixo de G, sistema instável de forças. c) Equilíbrio indiferente. No caso em que o metacentro coincide com o centro de gravidade do corpo. 3.3 - POSIÇÃO DO METACENI'RO Para ângulos pequenos (até cerca de 15°), a posição de M v.aria pouco, sendo a sua distânciaMG praticamente constante. A altura metacêntrica é, pois, uma medida de estabilidade, constituindo uma importante característica de qualquer embarcação ou estrutura flutuante. Valores muito altos da altura metacêntrica não são desejáveis, porque correspondem à oscilação muito rápida das embarcações e estruturas flutuantes (períodos curtos de balanço). Em navios, esse movimento rápido, além de trazer condições de desconforto, pode prejudicar as estruturas. Por outro lado, valores muito baixos de MG devem ser evitados, uma vez que pequenos erros na distribuição de cargas ou a presença de água nas embarcações, podem provocar condições de instabilidade. POSIÇÃO DO METACENTRO 43 Na prática, a altura metacêntrica geralmente é mantida entre 0,30 a 1,20 m. Alguns valores práticos da altura metacêntrica (m) 0,30 a 0,60 0,40 a 0,60 0,80 a 1,20 0,90a1,20 Transatlânticos Torpedeiros Cruzadores Iates a vela A posição do metacentro pode ser determinada pela expressão aproximada de Duhamel. onde I = momento de inércia da área que a superfície livre do liquido intercepta no flutuante (superfície de flutuação), sendo relativo ao eixo de inclinação (eixo sobre o qual se supõe que o corpo possa virar); V= volume de carena. Para que o equilíbrio de um flutuante seja estável, é preciso que MC > CG. Além do metacentro considerado na seção transversal, há o metacentro no sentido do comprimento, de menos importância, cuja determinação é análoga. Exercício 3.1 - Seja um prisma retangular de madeira com as dimensões indicadas na (Fig. 3.2) e de densidade 0,82. Pergunta-se se o prisma flutuará ou não, em condições estáveis, na posição mostrada na figura. 0,20m -----1- ------ -1---~~ --,.,,__t~-'-r·· --·'. c-fG 0,28m z % -------1z12 - - - - _.Figum.3.2 ....................____________________________________ Calcula-se o volume de carena, V= 0,20 x 0,16 xz; da mesma forma, o peso do prisma, p = 0,20 X 0,16 X 0,28 X 0,82 V X 1,00 =P, 1,00 X 0,20 X 0,16 X Z = 0,20 X 0,16 X 0,28 X 0,82 EQUILiBRIO 44 DOS CORPOS FLUTUANTES Logo, Z = 0,28 X 0,82 = 0,2296; CG=E_-~= h-z = 0,28-0,2296 =0, 0252m; 2 2 2 2 I = ..!_bd3 = ..!_0,20 X 0,16 3; 12 12 MC=.!_= V 0,20x0,163 =0,0093m; 12x0,20x0,16x0,2296 portanto MC<CG. Desse modo o corpo não flutuará em condições estáveis na posição indicada. O prisma tombará, passando para uma posição estável (base 0,20 x 0,28 e altura 0,16). \, 45 ""' HIDRODINAMICA PRINCÍPIOS GERAIS DO MOVIMENTO DOS FLUIDOS. TEOREMA DA ENERGIA DE BERNOULLI 4.1 - MOVIMENTO DOS FLUIDOS PERFEITOS A Hidrodinâmica tem por_ objeto~- estudo do movimento dos fluidos. Consideremos um fluido perfeito em movimento, referindo as diversas posições dos seus pontos a um sistema de eixos retangulares Ox, Oy, Oz. O movimento desse fluido ficará pe.rfeitamente determinado se, em qualquer instante t, forem conhecidas a grandeza e a direção da velocidade v relativa a qualquer ponto; ou, então, o que vem a ser o mesmo, se forem conhecidas as componentes vx, vy, vz, dessa velocidade, segundo os três eixos considerados. Além disso, há a considerar, também, os valores da pressão p e da massa específica p, que caracterizam as condições do fluido em cada ponto considerado. O problema relativo ao escoamento dos fluidos perfeitos comporta, portanto, cinco incógnitas vx, vy, vz , p e p, que são funções de quatro variáveis independentes, x, y, z e t. A resolução do problema exige, pois,. um.sistema de cinco equações. As cinco equações necessárias compreendem: as três equações gerais do movimento, relativas a cada um dos três eixos; a equação da continuidade, que exprime a lei de conservação das massas; e um equação complementar, que leva em conta a natureza do fluido. São dois os métodos gerais para a solução desse problema: o método de Lagrange, que consiste em acompanhar as partíCÚJ.as em movimento, ao longo das suas trajetórias, e o de Euler, que estuda, no decorrer do tempo e em determinado ponto, a variação das .grandezas mencionadas. O método~ Euler é o adotado neste manual, por ser mais simples e cômodo. 4.2 - VAZÃO OU DESCARGA Chama-se vazão ou descarga, numa determinada seção, o volume de líquido que atravessa essa seção na unidade de tempo. · Na prática a vazão é expressa em m3/s ou em outras unidades múltiplas ou submúltiplas. Assim, para o cálculo de canalizações, é comum empregarem-se litros por segundo; os perfuradores de poços e forne~edores de bombas costumam usar litros por hora. HIDRODINÂMICA 46 4.3 - CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS ;· ·.·.· - - .- _,·-,,~~-~- .·_ · · - · .:_ .. : .: ·:-- ;{--u"rur~rme ·: -. -::.·:. :· .:· :; :_: -,-:, ...... :·, :.: . ·' '::.: ,' ':':.{permanente ~ '· ':;-·:--,;'..'! -~-,:,-'., : '{.acelerado'._,: n,ao :un.~forme ·. : ... :· •' , · , , _'.Mo;vimento :· ·. _" · · · . :'-. " · nao_permanente '. , , · retal'.dado .·, ..,- . . 1 • • ~~~-~\·• ... ~.'.:..~·.:..:._,:..:.:...:.._ ... ~. ~. ~-- .. ·.·.... .'.:.:.L ;:.::.;.;:.-:..:. i.:.:..~.'-'.:.. • .:.....:l:_·_:..:.~ ... ~.:....::...:. _.: ..·_:....;:...:.;.:..!...:..'.1.:....1.:.. _-~.:.. •• :.. ......!.-.!. .•• : .•.'•..:.: .• ,_,:_,..:.; ::~ • ...... ~; ~ ... ~-, :._;_.:_..;'....:..:...~-~~-: :•..'.. Movimento permanente é aquele cujas características (força, velocidade, pressão) são função exclusiva de ponto e independem do tempo. Com o movimento permanente, a vazão é constante em um ponto da corrente. As características do movimento não permanente, além de mudarem de ponto para ponto, variam de instante em instante, isto é, são função do tempo. O movimento permanente é uniforme quando a velocidade média permanece constante ao longo da corrente. Nesse caso, as seções transversais da corrente são iguais. No caso contrário, o movimento permanente pode ser acelerado ou retardado. Um rio pode servir para ilustração. Há trechos regulares em que o movimento pode ser considerado permanente e uniforme. Em outros trechos (estreitos, corredeiras, etc.), o movimento, embora permanente (vazão constante), passa a ser acelerado. Durante as enchentes ocorre o movimento não permanente: a vazão altera-se. (b) (a) Figma.4.1-(a) Uniforme Q,= Q..:A,=A,; v,-v.,.. (b)Acelerado Q,-Q.:A, >'A,:v, ..,v,.. (e) Movimento não permanente Q, "'Q.: A, "'A:i v, ,.v,.. 4.4 - REGIMES DE ESCOAMENTO A observação dos líquidos em movimento leva-nos a distinguir dois tipos de movimento, de grande importância: a) regime laminar (tranqüilo ou lamelar); b) regime turbulento (agitado ou hidráulico). '-%~-1~~--Figuxa.4-2 Com o regime laminar, as trajetórias das partículas em movimento são bem definidas e não se cruzam. O regime turbulento caracteriza-se pelo movimento desordenado das partículas. LINHAS E TUBOS DE CORRENTE 47 4.5 - LINHAS E TUBOS D-E CORRENTE Em um líquido em movimento, consideram-se linhas de corrente as linhas orientadas segundo a velocidade do líquido e que gozam da propriedade de não serem atravessadas por partículas do fluido. Em cada ponto de uma corrente passa, em cada instante t, um.a partícula de fluido, animada de um velocidade v. As linhas de corrente são, pois, as curvas que, no mesmo instante t considerado, mantêm-se tangentes em todos os pontos à velocidade v. Pelo próprio conceito, essas curvas não podem cortar-se. Admitindo-se que o campo de velocidade v seja contínuo, pode-se considerar um tubo de corrente como uma figura imaginária, limitada por linhas de corrente. Os tubos de corrente, sendo formados por linhas de corrente, gozam da propriedade de não poderem ser atravessados por partículas de fluido: as suas paredes podem ser consideradas imp.ermeáveis. Um tubo de corrente, cujas dimensões transversais sejam infinitesimais, constitui o que se chama filete de corrente. Esses conceitos são de grande utilidade no estudo do escoamento de líquidos. V2 At Figuza.4.3 Figun.4.4 4.6 - EQUAÇÕES GERAIS DO MOVIMENT«;J Seja um cubo elementar, de dimensões infinitamente pequenas, dx, dy e dz, situado no interior da massa de um fluido em movimento, sendo as suas arestas paralelas aos eíxes cartesianos (Fig. 4.5). A massa do fluido contida nesse cubo imaginário será pdxdydz=m As forças externas que atuam sobre essa massa fluida são: a) as que dependem do volume considerado, como, por exemplo, o peso, e que podem ser expressas pelas suas componentes X, Y e Z, relativas à unidade de massa; b) as que estão relacionadas à superfície das seis faces do cubo e que são devidas à pressão exercida pelo fluido externo. Designando-se por p a pressão sobre a face normal a Ox (ABCD), a pressão sobre HIDRODINÂMICA 48 a face oposta seria igual a p mais a sua diferencial relativa ao deslocamento dx (variação de p na direção z x): ap. cJx p p+dX p+ dp dx. ax As ações externas sobre as faces normais a Ox e de superfície dy dz dx o são opostas, dando uma resultante: X y Figw:o.4.5 Sendo m a massa de uma partícula em movimento, a a sua aceleração e F a força atuante, pode-se escrever m · a = F. Com relação ao eixo Ox, apresenta-se a seguinte equação geral: d 2x m--2 =:EF'x. dt 2 dx · ·· st dp p dx dy dz · - 2 = p dx dy dz X - -:;--idx. dy dzi dt ax onde o primeiro membro representa a inércia; o primeiro termo do segundo membro, a ação da força F; o segundo termo do mesmo, a resultante da ação da pressão. Ou, simplificando e estendendo aos outros eixos Oy e Oz: 2 d 2x · 1 dp -=X--dt2 p ax' d z =Z-_!_ ap' df paz que são as equações gerais do movimento, onde dzy e dt 2 são as componentes ou projeções da aceleração da partícula considerada. Essas três projeções são as derivadas totais das três componentes da velocidade (vx, vy, vz) em relação ao tempo t: pois dx d 2x dvr V=-·--=-~ at ·· ae ar • = dv, 2 d y dt 2 dt ' E, como vx = f (x, y, z, t), pode-se exprimir dv.. av,. av,, dx avx dy avx dz --=--+----+----+---dt at ax dt ay dt az dt EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE 49 ou d~ a~ a~ a~ a~ --=--+v --+v --+v dt2 at 1C ax y ay z dez Nessas condições, as equações gerais do movimento podem ser apresentadas. dv" +v àv"' +v dt X ax y avy avy --+v --+v at X ax y avz +v avz +v at X OX y àvx +v avx =X-!_ àp qy z qz P qX avy avy 1 àp --+v - - = Y - - ay z OZ P OY àvz +v dVz =Z-!_ op qy z OZ p OZ equação (l) ou, ainda, !_dP=x-(v av"+v av"+v av,,+av,,) P OX X dX y dy z OZ at !.. ap - -(v.... avv +vy avy " _y a +vz avy + avr).' p oy ax -z - (v 1 àp -- paz y az àt equação (2) av. av. av, - +av.) -"--+v ax y --+v ay z az at que são .as três equações de Euler. Para a solução do problema restam, ainda, duas equações, dadas nos itens a seguir. 4. '7 - EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE Admitindo-se que a massa específica p do fluido, que atravessa o cubo elementar (Fig. 4.5), varia com o tempo t, a massa que, em determinado instante, é igual a p dx dy dz, após um intervalo de tempo dt altera-se, a at (pdxdydz) dt; ou, ainda, dp dxdydzdt. ar equaçiio (3) Por outro lado, pode-se considerar que, em um intervalo de tempo dt, entra pela face ABCDÀÓ cubo elementar a massa equação(4) pvxdydzdt saindo pela face oposta uma outra massa: dy dz [p Vx + :X (p V,) dx Jdt equação (5) A diferença algébrica dessas expressões [(4) e (5)] dará, para essas faces, -ª" d (pv")dxdydzdt H 1OROO1NÃM1 CA 50 Analogamente, para as faces normais a Oy e a Oz, as diferenças algébricas resultam., respectivamente, em Comparando-se esses resultados com a expressão (3), encontra-se que op a a a ()t oX oy u.G - -dxdydz dt +o;-(P V") dx dydz dt+o;-(pv y) dx dy dz dt+ ,,__ (p Vz) dx dy dz dt = 0 · ou, simplificando: :.ap-·ic·p. .v:-)·.:a(pv >.·. â(.pv··•>··· ·· - + . ." + .·· . Y +-··--.%-.=O J!!... >.'!~~'.'.~ :...:~!.:.'.-~.:... . ~lL ....~. ·•· equação (6) que é a equação da continuidade, que exprime a lei da conservação das massas. Para os líquidos incompressíveis, p =constante. av,, + ()vy + avz =O ax oy az (Quarta equação) · Considerando-se o trecho de um tubo de corrente, indicado na Fig.4.6, com as seçõesA 1 e A 2 e velocidades respectivas v 1 e v 2 , a quantidade de líquido de massa especifica p que passa pela primeira seção, na unidade de tempo, será: dml ---P1V1Ai_ dt Para a outra seção, teríamos dm, = P2V 2A.z dt Tratando-se de movimento permanente, a quantidade de líquido entrando na seção A 1 iguala-se à que sai por A 2 , P1 Ai V1 =P2 Az Vz E, ainda, praticam.ente, se o líquido for considerado incompressível p 1 = p 2• De um modo geral, onde Q =vazão (m3/s); v =velocidade média na seção (m/s); A= área da seção de escoamento (m 2 ). Essa equação é de grande importância em todos os problemas da Hidrodinâmica. EQUAÇÃO COMPLEMENTAR 51 Exercício 4.1 - Verificou-se que a velocidade econômica para uma extensa linha de recalque é 1,05 m/s. A vazão necessária a ser fornecida pela bombas é de 450 m 3 /hora. Determinar o diâmetro da linha. Q=Av:.A= Q V = 0,125 =0,1l9m.2, 1,05 .!;n-D2 =0,119m2 :.D =~4X0,119 = 0,39m.. 4 }t' No mercado encontram-se os seguintes diâmetros comerciais: 350 mm, A= 0,0962 m2 400 mm, A= 0,1257 m2 450 mm, A= 0,1590 m 2 • Adotando-se 400 mm (16"), a velocidade resultará em V= Q = Q,125 0,1257 A ::1 Qm/s. ' É o diâmetro que mais se aproxima da condição econômica. Se fosse adotado o diâmetro imediatamente inferior (350 mm), a velocidade se elevaria para 1,30 m/s, aumentando a potência das bombas e o consumo de eletricidade. Exercício 4.2 - Em um edifício de 12 pavimentos, a vazão máxima provável, devida ao uso de diversos aparelhos, em uma coluna de distribuição de 60 mm de diâmetro, é de 7,5 litros/s. Determinar a velocidade de escoamento Q =Av :. v =Q = A 0,0075m3 /s 0,00283 2,65m/s. Essa velocidade é admitida pelas normas para o diâmetro de 60 mm (NBR 5626). _/ 4.8 - EQ.UAÇAO COMPLEMENTAR (relativa ao estado do fluido) A última equação da Hidrodinâmica, necessária ao sistema de cinco equações é obtida considerando-se uma característica particular do fluido. Assim, por exemplo, no caso dos fluidos homogêneos e incompressíveis, p = constante. Para os gases perfeitos, tem-se a equação geral l!.gRT.= constante p Entretanto essa última equação introduziria uma sexta variável: a temperatura. HIDRODINÂMICA 52 Para evitar nova incógnita, pode-se recorrer a uma equação que defina apenas uma condição especial do fluido em movimento. No caso de um gás perfeito, por exemplo, poder-se-ia admitir a temperatura constante, resultando E.= constante. (Quinta equação) p 4.9 - MOVIMENTO PERMANENTE As Eqs. (2) podem ser escritas da seguinte forma: equação (7) Multiplicandcrse as eqs.(7) por dx, dy e dz, respectivamente, e somando-se, obtém-se 1 -dp= Xdx+Ydy+Zdz-(v" dvr. +vy dvy +v, dv,) p equação (8) Ou, ainda, 1 pdp=Xdx+Ydy+Zdz-d (~) T. equação (9) que é a equação de Euler, escrita de forma diversa das eqs.(2) e para movimento permanente. Observa-se, aqui, que a transformação das (7) para (8) só foi possível porque foram desprezadas as variações de vx, vy e vz com o tempo, isto é, av,, dvy e av, dt ' dt dt . Ou seja, porque o movimento foi, por hipótese, considerado permanente. Diz-se que um movimento é permanente quando as partículas que se sucedem em um mesmo ponto apresentam, nesse ponto, a mesma velocidade, possuem a mesma massa específica e estão sujeitas à mesma pressão. 4.10 :- CASO PARTICULAR: FLUIDO EM REPOUSO Fazendo-se v = O, encontra-se . ·. 1 ": '' ' ,. .. . . -dp=Xdx+Ydy+Zdz p' . . equação (10) que é a equação fundamental da Hidrostática. 4.11 -TEOREMA DE BERNOULLI PARA LÍQUIDOS PERFEITOS O teorema de Bernoulli decorre da aplicação O.a equação de Euler aos fluidos sujeitos à ação da gravidade (líquidos), em movimento permanente. Nessas condições, X= O, Y = O, Z = - g. TEOREMA DE BERNOULLI PARA LIQUIDOS PERFEITOS 53 Resultando, para o movimento, da eq. (9): 1 v2 -dp=-gdz-dp z Dividindo-se por g, dz+ dp + pg d(~) =o. 2g Como pg = r(peso específico), dividindo-se todos os termos por ds(dx, dy, dz). obtém-se ··. :. ·~ ·~·.. '' . . · . . . . · '.z+-+-·-·=.constante·. · · ,' .... .r 2g ··· A Fig. 4.6 mostra parte de um tubo de corrente, no qual esc9a um líquido de peso específico r. Nas duas seções indicadas, de áreas A 1 e A 2 , atuam as pressões p 1 e p 2 , sendo as velocidades, respectivamente, v 1 e v 2 • A1 A'1 -=..:..... -- .. -- ---jdsilA'z Plano de referência Figr.ua4.6 As partículas, inicialmente emAl' num pequeno intervalo de tempo, passam a A' 1, enquanto que asA 2 movem-se para A'2 • Tudo ocorre como se, nesse intervalo de tempo, o líquido passasse de A 1 A' 1 para A 2 A'2 • Serão investigadas apenas as forças que produzem trabalho, deixando-se de considerar aquelas que atuam normalmente à superfície lateral do tubo , de acordo com o teorema das forças vivas "variação da força viva em um sistema iguala o trabalho total de todas as forças que agem sobre o sistema". 54 HIDRODINÂMICA Assim, considerando-se a variação da energia cinética ( ~ mv 1 1 2 2 2m2v2 -2m1v1 1 =2mv 2 2 ) equ:içiio (11) Sendo o líquido incompressível, A 1 ds 1 =A 2 ds 2 =V (Figura 4.6) onde V= volume do líquido e a soma dos trabalhos das forças externas (empuxo e gravidade, pois não há atrito por se tratar de líquido perfeito) será p 1 A 1 ds 1 - p 2 A 2 ds 2 +yV (Z1 -Z2). ·equação (12) Igualando eq.(11) e eq.(12) temos .!1' ...V(vi -vi)= V(p1 - Pz) + yV(Z1 2g Z2) de modo que, simplificando, vi _ vi = P1 _ P2 + z r r 2g 2g 2 .. · _z i 2 v:·· . . . . . . . .· ~+P' +z .=i+P2 '+i ·= const~te 2g r i 2g r .. ·. .2 . • O conhecido e importantíssimo teorema de Bernoulli, que pode ser enunciado: "Ao longo de qualquer linha de corrente é constante a soma das alturas cinética (v2 /2g), piez.ométrica (pfr) e geométrica (Z)." O teorema de Bernoulli não é senão o princípio da conservação da energia. Cada um dos termos da equação representa um forma de energia: v2 g = energia cinética (força viva para o peso unitário); 2 energia de pressão ou piezométrica; r Z = energia de posição ou potencial. É importante notar que cada um desses termos pode ser expresso em metros, constituindo o que se denomina carga. v2 mz /s2 - == - -- 2- -+m (carga de velocidade ou dinâmica); 2g ms 1 p kgf/m2 y-= kgf/m z =m 3 -+m (carga de pressão); m (carga geométrica ou de posição). Há máquinas hidráulicas que aproveitam essas diferentes formas de energia -> DEMONSTRAÇÕES EXPERIMENTAIS DO TEOREMA DE B ERNDULLI 55 em conjunto ou separadamente. As rodas de água com admissão por cima (Fig.4.7) aproveitam a energia de posição (carga geométrica). Já nas rodas Pelton utiliza-se a energia cinética mediante a ação de jatos que incidem sobre as pás. Figura.4.7 4.12 - DEMONSTRAÇÕES EXPERIMENTAIS DO TEOREMA DE BERNOULLI Em 1875, Froude apresentou interessantes experiências ilustrativas do teorema de Bernoulli. Uma delas consiste numa canalização horizontal e de diâmetro variável, que parte de um reservatório (vaso) de nível constante, Fig. 4.8. Instalando-se piezômetros nas diversas seções, verifica-se que a água sobe a alturas diferentes; nas seções de menor diâmetro, a velocidade é maior e, portanto, também é maior a carga cinética, resultando menor carga de pressão. Como as seções são conhecidas, podem-se verificar a distribuição e a constância da carga total (soma das alturas). Outra experiência curiosa consiste nos vasos que ainda levam o nome de seu idealizador. Dois vasos providos de bocais são justapostos, a água passando do primeiro para o segundo vaso (Fig.4.9). A pressão ex~ida pelo líquido na seção (2) é dada pela altura h 2 e, na seção (1), admite-se que corresponda a uma altura h 1. Pelo teorema de Bernoulli, tomando-se o eixo dos bocais como referência, vz vz _ , +h,.=-2 +~=H 2g, 2g Construindo-se a seção (1) de maneira que .., - 2 3._=H 2g (isto é, a seção (1) pode ser tal que toda a carga H seja reduzida à energia cinética), resultará h 1 = O e a pressão, nesse ponto, será a atmosférica. HIDRODINÃMICA 56 <D @ @ Ai A2 A3 Figura~s.._........................P.1...........P.2,_...........P.3.............. Nessas condições, os vasos poderão ser separados afastando-se os bocais; a água continuará a passar de um vaso para o outro, sem escapar para o exterior. Nível mais alto /. FigurB.4.9 Exercício 4.3 -A água escoa pelo tubo indicado na Fig. 4.10, cuja seção varia do ponto 1 para o ponto 2, de 100 cm 2 para 50 cm 2 • Em 1, a pressão é de 0,5 kgf/cm 2 e a elevação 100, ao passo que, no ponto 2, a pressão é de 3,38 kgf/ cm 2 na elevação 70. Calcular a vazão em litros por segundo. v; v; + 5 000kgf/m P1 V~ P2 -+-+Z1 =-+-+Z2 2g 'Y 2g 'Y 2 2g v21 - 2g v22 - 2g 3 1 000kgf/m +lOO= v~ + 33 800 + 70 2g 1 000 v22 +5+100 = +33,8+70 2g v2 1 -- 2g =105-103,8=1.2 vi-v; =2x9,8x l,2=23,52 Como a seção no ponto 1 tem uma área duas vezes maior que a do ponto 2, com a mesma vazão, a velocidade no ponto 2 será duas vezes maior. De acordo com a equação da continuidade, Q =A1. vl "'A.z. V2 :. V.z Substituindo, = 2 vl DEMONSTRAÇÕES EXPERIMENTAIS DO TEOREMA OE BERNOULLI 123:52 r;::-;:-: v 1 = ~-S = "J7,84 =2,8m/s Q =A 1 • v 1 = 0,0100 x 2,8 = 0,028m 3/s (ou= 281/s). 2-A2 = 50cm2 p = 3,38kgf/cm2 100,00 F~ ._.____________________________________ Figura~10 Exercício 4.4 - De uma pequena barragem, parte uma canalização de 250 mm de diâmetro, com poucos metros de extensão, havendo depois uma redução para 125 mm; do tubo de 125 mm, a água passa para a atmosfera sob a forma de jato. A vazão foi medida, encontrando-se 105 f./s. _l_ vl - . - 2g Calcular a pressão na seç&o inicial da tubulação de 250 mm; a altura de água H na barragem; a potência bruta do jato. .::.- v2p 2g r ·V:p 2g r _1 +-1 +z =-:t +-2 +Z 1 2• 2 P = O (descarga na atmosfera) r Como V= ~· v1 0,105 =---=2,14m/s, 0,0491 O,l0 5 =8 53m/s. 0,01227 • Logo, a pressão é calculada como sendo 8 532 2 142 - ' =3 71-0 23=3 48m 19,6 19,6 • ' ' p, = ' r 57 HIDRODINÃMICA 58 da mesma forma, calcula-se a altura de 'água. H=EL+ 2g ~ =348+023=371m· , , • • r Determina-se, por sua vez, a potência bruta do jato. Potência = Q x H 75 = 105 x 3•71 5 2 cv ' 75 Exercício 4.5 - Uma tubulação vertical de 150 mm de diâmetro apresenta, em um pequeno trecho, uma seção contraída de 75 mm, onde a pressão é de 1 atm. A três metros acima desse ponto, a pressão eleva-se para 14, 7 mca. Calcular a velocidade e a vazão. (Fig. 4.12). Se a velocidade na tubulação, propriamente dita, for vl' a velocidade v 2 , na garganta, será muito superior. v2 v2 p p 2 - ' +-1.+z = +-2+z 2g r i 2g r 2• v 12 - 2g )2 2g (4v +14,7+3=--1-+10,3+0, 2x9,8x7,4 _ 2 ------, 3 10 m / s, 15 6 2 .3... 17 7= 1 v 1 10 3 2g + ' 2g + ' ' 3,00 ·t· - - ~ "14,7 ~ 75mm 1. 'l --·2----- ~- ----- P2 = 1 atm"" 10,3 mca ···.. ·: FigurD.4.12 20" o v 2 = 4Y1 =12,4m/s, Q=Aiv1 =0,0177x3,10=0,055m 3/s. ---·1--- 15~ Figura4.13 =74 ' ' EXTENSÃO DO TEOREMA DE BERNOULLI AOS CASOS PRÁTICOS 59 Exercício 4.6 - Em um canal de concreto, a profundidade é de 1,20 me as águas escoam com uma velocidade média de 2,40 m/s, até um certo ponto, onde, devido a uma queda, a velocidade se eleva a 12 m/s, reduzindo-se a profundidade a 0,60 m. Desprezando as possíveis perdas por atrito, determinar a diferença de nível entre as duas partes do canal (Fig. 4.13). v2p v2p _, +--1..+z =-2 +2+z 2g r l r _2g 2• v21 - 2g v2 2 +O+(y+l.20)=+0+0,60 2g 2,402 + 1 20 + = 12,002 +o 60. y 19,6 • 19,6 • Logo. 0,30 + 1,20 + y = 7,40 + 0,60. y = S,00 - 1,50 = 6,50 m. 4.13 -EXTENSÃO DO TEOREMA DE BERNOULLI AOS CASOS PRÁTICOS Na dedução do teorema de Bernoulli foram feitas várias hipóteses: a) o escoamento do líquido se faz sem atrito: não foi considerada a influência da viscosidade; b) o movimento é permanente; c) o escoamento se dá ao longo de um tubo de corrente (de dimensões infinitesimais); d) o líquido é incompressível. A experiência não confirma rigorosamente o teorema de Bernoulli, isto porque os fluidos reais (naturais) se afastam do modelo perfeito. A viscosidade e o atrito externos são os principais responsáveis pela diferença; em conseqüência das forças de atrito, o escoamento somente ocorre com uma perda de energia: a perda de carga (a energia se dissipa sob a forma de calor). Por isso se introduz na equação de Bernoulli um termo corretivo hf (perda de carga). v2 p vz p - ' +__...!.+z =-2 +-2 +Z +h . 2g r ' 2g r 2 r ·-1--vl } ht 2g ~[~2~: Datum Figw:a 4.14 ·. . ' . ~4.15 HIDRODINÂMICA 60 Além da correção acima, um outra deve ser mencionada: a dedução foi feita para um tubo de corrente considerandcrse determinada velocidade para cada seção. Na prática, porém, o que se verüica é a variação de velocidade de ponto para ponto numa mesma seção. Nessas condições, o que se tem não é uma velocidade única , mas sim uma distribuição de velocidades. Daí uma correção para o termo v 2/2g-. vi P2 2 +h1 aV~ - + p, - + z 1 =a-+-+Z 2g r 2g r onde CI ~coeficiente de correção (coeficiente de Coriolis); v 1 =velocidade média na seção igual a Q/A 1 . O valor de a varia entre 1 e 2; será 1 quando houver uma velocidade única na seção, e 2 quando, em uma canalização, a velocidade variar parabolicamente de O junto às paredes do tubo, até o seu valor máximo no centro. Comumente, o valor desse coeficiente está próximo da unidade, sendo, por isso, omitido em muitos problemas da prática. O enunciado geral do teorema de Bernoulli fica sendo, portanto: "Para um escoamento contínuo e permanente, a carga total de energia, em quàiquer ponto de uma linha de corrente é igual à carga total em qualquer ponto a jusante da mesma linha de corrente, mais a perda de carga entre os dois pontos". · A adoção no enunciado acima da "linha de corrente;, visa minimizar a necessidade da introdução do coeficiente de correção C1 acima explicado. Ou seja, medindcrse sempre as energias no centro do tubo, por exemplo, se o diâmetro e a rugosidade forem iguais, não é necessário o coeficiente CI. No exercício a seguir, informam-se as perdas de carga (arbitradas) porque a forma de encontrá-las é descrita em capítulo posterior. A perda de carga nesse problema seria função do diâmetro (conhecido), do comprimento (não informado) e da rugosidade interna do tubo (não informado). Exercício 4.7 - Tome-se o sifão da Fig. 4.16. Retirado o ar da tubulação por algum meio mecânico ou estando a tubulação cheia, abrindo-se (C) pode·se estabelecer condições de escoamento, de (A) para (C), por força da pressão atmosférica. Supondo a tubulação com diâmetro de 150 mm, calculara vazão e a pressão no ponto (B), admitindo que a perda de carga no trecho AB é O, 75 me no trecho BC é 1,25 m. 8 NA -i FiguIB.4.16 EXTENSÃO 00 TEOREMA DE BERNOULLI AOS CASOS PRÁTICOS v! v~ 2g PA Pc -+-+ZA =-+-+Zc +h!Ac• r 2g r v2 0+0+4,5 =-e-+ 0+0+(0,75+1.25), 19,6 VE = 2,5 X 2 X 9,8 = 49, Vc=7m/s, a velocidade terá o mesmo valor em qualquer ponto do trecho@-©, já que o diâmetro é constante. Q = Av = n:(O,l 5 >2 x 7=O,124m3/s 4 Para determinar a pressão em @,pode-se aplicar Bernoulli entre os pontos @e@. vzp __:!!_+~+Z 2g r A vzpz =_p_+_p_+Z8 +h,,. 2g r ~ 7 02 0+0+0=-'-+PB +l,8+0,75 19,6 r pB = -5,05 mca Observe-se que o limite de pressão negativa possível é o de rompimento da coluna líquida, ou seja, o da formação de vapor ou tensão de vapor, que nas CNTP é de 1 atm (-10,33 mca). Nas condições reais não é bom aproximar-se desse valor, que só se atinge teoricamente, pois vibrações ou temperaturas acima das normais podem impedir o funcionamento de um sifão assim calculado. Se, por acaso, verifica-se que um sifão calculado com pressão relativa negativa em seu ponto mais alto (pressão absoluta abaixo de 10,33 mca, nas CNTP) funciona assim mesmo, deve-se observar que a saída do sifão (extremidade de jusante) não trabalha à seção plena, portanto, a perda de carga não é a de cálculo nessa velosidade, logo nem·a vazão. Nesse caso, o sifão funciona por acaso. A condição"Cie funcionar com pressão negativa absoluta abaixo de 10,33 mca é impossível de ser atendida. 61 62 n-ês Marias, .ao :rio São F.nmdsco, :foi um marco importante da e.agenhar.ia de barrage.DS .ao Brasil. Em SUll época.foi um projeto de repercussão mUD.dial, pelas suas dime.asões - a maior barragem de terra da América Latina. e a qui.Dta do mWldo. Seu objeti.voi.Dicial:foi a regularização do rio São Fn:mc:isco, para :ti.Ds de melbona das co.adições de :rus.vegação. (Fonte: IESA NotfcillS). 63 I ORIFICIOS, SOCAIS E TUBOS CURTOS 5.1.- ESCOAMENTO EM ORIFÍCIOS (Foronom.ia) 5.1.1 - Classificação dos orifícios Orifícios são perfurações, geralmente de forma geométrica definida, feitas abaixo da superfície livre do líquido em paredes de reservatórios, tanques, canais ou canalizações. As aberturas feitas até a superfície do líquido constituem vertedores (Fig. 5.2). Figura 5.l - Ilustr.ação de um orifício Figw:a S.Z -Esquema de um vertedor Os orifícios podem ser classificados quanto à forma, em circulares, retangulares, etc.; quanto às suas dimensões relativas, em pequenos e grandes. São considerados pequenos os orifícios cujas dimensões são muito menores que a profundidade em que se encontram: dimensão vertical igual ou inferior a um terço da profundidade. Para os orifícios pequenos de área inferior a 1/10 da superfície do recipiente, pode-se desprezar a velocidade v 1 do líquido (Fig. 5.1). Já, quanto à natureza da parede, podem ser classificadas em orifícios em parede delgada e orifícios em parede espessa. A parede é considerada delgada quando o jato líquido apenas toca a perfuração em uma linha que constitui o perímetro do orifício (Fig. 5.3.a). Numa parede espessa, verifica-se a aderência do jato (Fig.5.3.c). ORIFICJOS, 64 SOCAIS E TUBOS CURTOS Os orifícios em parede delgada são obtidos em chapas finas ou pelo corte em bisel. O acabamento em bisel não é necessário se a espessura e da chapa é inferior a 1,5 vezes o diâmetro d do orifício suposto circular (ou à menor dimensão, se~ orifício tiver outra forma (Fig. 5.3.b). Ao contrário, se e for maior que uma vez e meia o diâmetro, o jato poderá se colar ao interior da parede, classificando-se o orifício como em parede espessa. -M' '' ' ' - - ' (b) (a) Figura 5.3- (a) Parede delgada biselada. (e) (b) Parede delgada: e< 1,5 d. (e) Parede espessa: e> 1.5 d Se o valor de e estiver compreendido entre 2 e 3 vezes o diâmetro d, teremos o caso de um bocal. O jato que sai de um orifício chama-se veia líquida. Sua trajetória é parabólica (como a de todo corpo pesado animado de velocidade inicial). 5.1.2 - Orifícios pequenos em paredes delgadas: teorema de Torricelli Experimentalmente, constata-se que os filetes líquidos tocam as bordas do orifício e continuam a convergir, depois de passarem pelo mesmo, até uma seção A 2 , na qual o jato tem área sensivelmente menor que a do orifício. Essa seção A 2 é denominada seção contraída (vena contracta). Vt Figw:'B.5.4 {J2 Figu:raS.5 ESCOAMENTO EM ORIFICIOS 65 Costuma-se designar por coeficiente de contração da veia a relação entre a área da seção contraída e a área do orifício: C _A2 e- A Valor médio prático de Cc é 0,62, Tab.5.1. Teoricamente, o valor de Cc é igual a _!!_ para orifícios longos, abertos em paredes delgadas, Fig. 5.5. :lt'+ 2 Tabela5.1 - Orifícios circulares em paredes delgadas. Coeficientes de contração Cc Diâmetro do orifício, cm Carga h.m 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,50 2,00 3,00 5,00 10,00 0,685 0,681 0,676 0,673 0,670 0,666 0,665 0,663 0,663 0,662 0,656 0,646 0,644 0,641 0,639 0,637 0,636 0,634 0,634 0,633 0,626 0,625 0,623 0,622 0,621 0,620 0,620 0,620 0,619 0,617 0,621 0,619 0,618 0,617 0,617 0,617 0,617 0,616 0,616 0,615 0,617 0,616 0,615 0,615 0,615 0,615 0,615 0,615 0,614 0,614 Tratando-se de água e orifícios circulares, a seção contraída encontra-se a uma distância da face interna do orifício aproximadamente igual à metade do diâmetro do orifício. Adicionando-se à água uma substância que permita mostrar a trajetória das partículas líquidas, verüica-se que os filetes, a princípio convergentes, tornam-se paralelos ao passar pela seção contraída. No caso de orificiss pequenos, pode-se admitir, sem erro apreciável, que todas as partículas atravessam o orifício animadas da mesma velocidade, sob a mesma cargah. Aplicando-se o teorema de Bernoulli às seções 1 e 2 (Fig. 5.4) e toma;ndo-se o eixo de orifício como referência, vi _l p vz p +-..!!..+h=-t + i 2g r Como nesse caso, a seção A do orifício é muito pequena em relação a Al' a velocidade v 1 é desprezível em face de vt , 2g r v;= 2g(h+p•;P2) 66 ORIFICIOS. SOCAIS E TUBOS CURTOS No caso mais comum em que a veia líquida se escoa na atmosfera, ·Pi = Pa' .. ,.:. __ · -."'"""'-···""":··:.... .. ~ expressão do conhecido teorema de Torricelli. Cada partícula, ao atravessar a seção contraída, teria uma velocidade idêntica à da queda livre, desde a superfície livre do reservatório até o plano de referência, passando pelo centro do orifício. vt é a velocidade teórica, que não leva em conta as perdas sempre existentes. Na realidade, porém, Vz < vt e por isso se introduz um coeficiente de correção, o coeficiente de redução de velocidade; e - Vz V il !· .: 1' - vt > sempre menor que a unidade. O valor médio de Cv é 0,985 (Tab. 5.2). v 2 =Cvvt =Cv~2gh. A vazão será, então, dada por Q=Av=.Aiv2 substituindoA2 e v 2 , Q=ACcCv~2gh. ' Designando-se por coeficiente de descarga ou de vazão ao produto Cc Cv, cd"'cccv, !1 ~i (fórmula geral para pequenos orifícios), . '·.:: sendo, = carga sobre o centro do orifício (m); =área do orifício (m 2 ); cd =coeficiente de descarga. Na prática, é adotado o valor médio de Cd dado na Tabela 5.3. Para orifícios em geral, Ca = cc CV= 0,62 X 0,985 e 0,61, h A cd = o,61. A Tab.5.3 apresenta valores de Cd para pequenos orifícios, aplicáveis em questões que envolvem maior precisão. Também as adufas e comportas podem ser consideradas como orifícios. No caso de comportas com contração completa, o coeficiente Cd equivale a 0,61: nas comportas com contração incompleta, por influência do fundo ou das paredes laterais, o coeficiente varia de 0,65 a O, 70, podendo atingir valores ainda mais elevados em condições favoráveis. O valor prático usual de Cd é 0,67. Para as adufas, ESCOAMENTO EM ORIFICIOS 67 pode-se aplicar um coeficiente ligeiramente maior: 0,70. TabelaS.2 - Orifícios circulares em paredes delgadas. Coeficiente de velocidade e,, Diâmetro do orifício, cm carga h,m 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 0.20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,50 2,00 3,00 5,00 10,00 0,954 0,956 0,958 0,959 0,958 0,958 0,956 0,957 0,957 0,958 0,964 0,967 0,971 0,972 0,974 0,976 0,978 0,979 0,980 0,981 0,973 0,976 0,980 0,981 0,982 0,984 0,984 0,985 0,987 0,990 0,978 0,981 0,983 0,984 0,984 0,984 0,984 0,986 0,986 0,988 0,984 0,986 0,988 0,988 0,988 0,988 0,988 0,988 0,990 0,992 Tabela5.3 - Orifícios circulares em paredes delgadas. Coeficiente de descarga Cd* Diâmetro do orifício, cm carga b,m r 2,00 3,00 4,0 0,653 0,632 0,609 0,20 0,651 0,625 0,610 0,40 0,648 0,625 0,60 0,610 0,80 0,645 0,623 0,610 1,00 0,642 0,622 0,610 1,50 0,638 0,622 0,610 0,622 2,00 ci,636 0,610 0,634 0,621 0,611 3,00 5,00 0,621 0,611 0.634 0,621 0,611 10,00 ó}is4 O valor médio geralmente adotado em problemas é 0,61 5,0 6,0 0,607 0,607 0,607 0,607 0,607 0,607 0,607 0,607 0,607 0,607 0,607 0,607 0,608 0,608 0,608 0,608 0,608 0,608 0,608 0,609 5.1.3 - Fenômeno da inversão do jato É um fenômeno curioso o que ocorre com a forma dos jatos (seção transversal). A forma dos jatos passa por estágios que se sucedem a partir da seção contraída. Assim, por exemplo, se o orifício tiver uma forma elíptica, o jato deixará o orifício com essa forma; numa seção posterior, o jato passará a ter a forma circular e, mais adiante, voltará a assumir a seção elíptica, porém com o eixo maior em correspondência ao eixo primitivamente menor (Fig. 5.6). A Fig.5. 7 mostra seções de jatos produzidos por orifícios de forma triangular e quadrada. ORIFICtOS, SOCAIS E TUBOS 68 CURTOS A-~-v--Y o-o-o-o FipxaS.7 Figura.S.6 5.1.4 - Orifícios afogados abertos em paredes verticais delgadas. Diz-se que um orifício está afogado quando a veia escoa em massa líquida (Fig. 5.8). Nesse caso, ocorre, ainda, o mesmo fenômeno de contração da veia. A expressão de Torricelli pode ser mantida, porém a carga h deve ser considerada como a diferença entre as cargas de montante e jusante (h 1 - h 2 ). Os coeficientes de descarga serão ligeiramente inferiores aos indicados para orifícios com descarga livre. Em muitos problemas da prática, essa diferença é desprezível. FiguxaS.8 5.1.5 - Orifícios de grandes dimensões. Orüícios sob cargas reduzidas Tratando-se de orifícios grandes, já não se pode admitir que todas as partículas que os atravessam estejam animadas da mesma velocidade, porquanto não se pode considerar uma carga única (h). A carga é variável de faixa para faixa. O estudo pode ser feito considerando-se o grande orifício como dividido em um grande número de pequenas faixas horizontais, de altura infinitamente pequena. para as quais pode ser aplicada a expressão estabelecida para os orifícios pequenos. Sejam L = largura do orifício h =carga sobre um trecho elementar, de espessura dh. -----ij -----· ----- FigurlJ. 5.9 ~ 'i . ,,;,," L dn ESCOAMENTO EM ORIFICIOS 69 A carga para esse trecho elementar será dQ =CdL dh~2gh. A descarga de todo o orifício será obtida integrando-se essa expressão entre os limites h 1 e h 2 (cargas correspondentes ao topo e à base do orifício). Q= fh:~ CdL dh~2gh =CdLMfhz~ ./hdh=3-CdLMChJ/ 3 2 -hf 12 ). 5.1.6 - Contração incompleta da veia Para posições particulares dos orifícios, a contração da veia pode ser afetada, modificada, ou mesmo suprimida, alterando-se a vazão. Para que a contração seja completa, produzindo-se em todo o contorno da veia, é preciso que o orifício esteja localizado a uma distância do fundo ou das paredes laterais, pelo menos igual a duas vezes a sua menor dimensão. No caso de orifícios abertos, junto ao fundo ou às paredes laterais, é indispensável uma correção. Nessas condições, aplica-se um coeficiente de descarga Cá corrigido. Para orifícios retangulares,_ e d= cd (1 + o,1Sk), LJ LJ b . b FiguraS.10 onde perímetro da parte em que há supressão , k-~~~~p~e~n~m:=-,e~t=r~o~t~ortãl,,..,-d~o..,.....,o~n~1~1~c~10=--~~~~ A Fig 5.10 inclui os seguintes casos: b k= 2(a+b)' k=~, 2(a+b) Para orifícios circulares, C'a = Ca (1 + 0,13 k). k= 2a+b . 2(a+b) b ORIFlcros. SOCAIS E TUBOS CURTOS 70 Para orifícios junto a uma parede lateral, k = 0,25; para orifícios junto ao fundo, k = 0,25; para orifícios junto ao fundo e a uma parede lateral, k = 0,50; para orifícios junto ao fundo e a duas paredes laterais, k = O, 75. 5.1. 7- Vórtice ou vórtex O vórtex é o redemoinho que se observa quando um líquido escoa por um orifício aberto no fundo de um tanque raso. O primeiro investigador a descrever o fenômeno foi Venturi. O vórtex se forma quando a profundidade (carga) é inferior a cerca de três vezes o diâmetro do orifício. Figura 5.12 - Fotografia de um vórtice FiguraS.11 É curioso notar que o sentido de movimento é diferente para cada hemisfério, sendo o de ponteiros de relógio para o hemisfério sul (desprezada a influência de causas perturbadoras). A formação de vórtice é inconveniente para o escoamento, pois o arraste de ar causado pelo redemoinho, além de reduzir a vazão, provoca ruídos e posterior acúmulo de ar em pontos altos das canalizações, prejudicando também o funcionamento de eventuais motobombas instaladas a jusante. 5.1.8 - Perda de carga nos orifícios, adufas e comportas Se não existissem perdas nos orifícios, a velocidade v 2 do jato igualar-se-ia à velocidade teórica v 1 (Torricelli). A perda de carga que ocorre na passagem por um orifício, corresponderá, portanto, à diferença de energia cinética h, v2 v2 2g 2g =-t __ 2. Como - Vz Vr - - , Cv hr v2 v2 ce2g 2g = - - 2_ _ _ 2 • ~"xr~f~ii~!lf~:z:. expressão da perda de carga, aplicável também às adufas e comportas. ESCOAMENTO EM ORIFICIOS 71 No caso de comportas, o valor do coeficiente em geral se inclui entre 0,6 e 0,8. Admitindo-se como valor comum O, 7, encontra-se para cálculo da perda de carga em comportas: h 1 v2 =-2g2 • A vazão é dada pela expressão comum: Q = O, 7~2gH (onde H é a altura do nível d'água em relação ao centro da comporta). No caso de comportas afogadas, H é a diferença entre os níveis d'água de montante e de jusante. Comporta - Telar Guia Luva Haste Adufa de parede l 1 ~! 1 Porca Tamoa Anéis 1 '\ 1 Sede ~1- \! - Ar' ........ : Haste Porca ~J t 1 - B Figun!S.13 5.1.9 - Escoamento com nível variável Nos casos já considerados, a carga h foi admitida invariável. Se não for mantido o nível constante, a altura h passará a diminuir com o tempo, em consequência do próprio escoame:o:t:o pelo orifício. Com a redução da carga, a descarga através do orifício também irá decrescendo. O problema que se apresenta na prática consiste em se determinar o tempo necessário para o esvaziamento de um recipiente ou de um tanque. Sendo A = a área do orifício AR = a área do reservatório (superfície); t = o tempo necessário para o seu esvaziamento, em segundos. Num pequeno int.ervalo dt, a vazão será Q = CdA~2gh (pequenos orifícios) e o volume de líquido descarregado, (Vol = QX t). ORIFICIOS. 72 BOCAIS E TUBOS CURTOS Nesse mesmo intervalo de tempo, o nível de água no reservatório baixará de dh, o que corresponde a um volume de líquido ARdh. As duas expressões que dão o volume são iguais Integrando-se a expressão acima, entre dois níveis h 1 e hv Para o esvaziamento completo h 2 =O e h 1 = h, •' -~liJ ii ·l ·,i ·I ,.,:·:! expressão aproximada, uma vez que depois de certo tempo de escoamento o orifício deixaria de ser "pequeno". Substituindo-se os valores cd ~ 0,61, ~::4,43, encontra-se Exercicio 5.1- Em uma fábrica encontra-se a instalação indicada no esquema (Fig.5.14), compreendendo dois tanques de chapas metálicas, em comunicação por um orifício circular de diâmetro d. Determinar o valor máximo de d, para que não haja transbordamento no segundo tanque. Orifício quadrado (com supressão em uma face): Q=CdA~2gh, c:i =Cd(l+O,lSk), k=--b-= 0,10 0,25, 2(0,10+0,10) = 0,61 (1+0,15 x0,25) 0,633, 2(a+b) c:.i = Q =0,633x0,102 ~2x9,8x 0,85 =0,00633 x4,08 = 0,026m3/s (26.€/s). Planta -- ......0,10X0,10 .,, o d-::~: '""º foo~ o ci 2,00 2.00 D Figun.5.14 ESCOAMENTO EM ORIFICIOS 73 Orifício circular (afogado): Q=CdA~2g(h,. -h 2 =0,026=0,61xAx~2x9,8x(2,6-0,6). Logo, A0,026 - 0,6lx~39,2 2 mJ. =0,007 4 0,026 =-O 007m2 3,82 , • :.d=~ 4 X0,00 7 =~0,0089. 7C d = 0,094m (9,4cm). Exercício 5.2 - Em uma estação de tratamento de água, existem dois decantadores de 5,50 x 16,50 me 3,50 m de profundidade (Fig. 5.15). Para limpeza e reparos, qualquer uma dessas unidades pode ser esvaziada por meio de uma comporta quadrada de 0,30 m de lado, instalada junto ao fundo do decantador. A espessura da parede é de 0,25 m. Calcular a vazão inicial na comporta e determinar o tempo necessário para o esvaziamento do decantador Q = CdA~2gh,. cd = o.s2 A =0,30X0,30=0,09m2 h 1 =3,35m Q = 0,62x0,09~2x9,8 x3,35 =0,452m3/s =452 R./s que é a vazão inicial na comporta. Vejamos o tempo necessário: 2AR .fh CdA.j2i t _. 2x90,75 ~ • 3 35 ..Q, 62 X 0,09 X ~2 X 9,8 t= t = 1345 s, ou seja, cerca de 22,5 minutos (solução aproximada) 16,50 1 5,50 Comporta I' ,__...,.,~ 0,25 t" -',· Figura.S.15 ORIFICIOS, 74 SOCAIS E TUBOS CURTO: Exercício 5.3 - Qual será o efeito (momento) dos jatos que deixam um distribuidor rotativo de 4 braços de 60 cm, com bocas de 1 cm de diâmetro? Pressão de trabalho= 20 mca (Fig. 5.16). Q=CdA~2gh, =0,61;rrO.Ol ~2x9,8x20 4 = 0,001m3/s ou 1 l/s 2 F =LQv=R g R =pQv=LQv. comov=~2gh g R = 1000 o.001~2x9,8x20 =2kgf 9,8 M = 4 x 2 x O, 60 =4, 8kgf · m ~------J~ato. R- FigunJS.16 5.2 - ESTUDO DOS BOCAIS 5.2.1 - Classificação dos bocais Os bocais ou tubos adicionais são constituídos por peças tubulares adaptada~ aos orifícios. Servem para dirigir o jato. O seu comprimento deve estai compreendido entre vez e meia (1,5) e três (3) vezes o seu diâmetro. De um modc geral, e para comprimentos maiores, consideram-se comprimentos de 1,5 a 3 I como bocais; de 3 a 500 D como tubos muitos curtos; de 500 a 4 000 I (aproximadamente) como tubulações curtas; e acima de 4 DOO D como tubulaçõe: longas. O es:tudo de orifícios em parede espessa é feito do mesmo modo que o estude dos bocais. .,. -. . .--~-~~?:.-• l i i '. :I ;li 1-. i~ F'jgw:a 5.17 Os bocais costumam ser classificados em: ilí d . { interiores ou reentrantes c n ncos exteriores ':L ' ESTUDO DOS SOCAIS 75 cônicos { convergentes divergentes Denomina-se, ainda, bocal-padrão ao bocal cujo comprimento iguala-se a 2,5 vezes o seu diâmetro e bocal de Borda ao bocal reentrante de comprimento padrão. 5.2.2 - Vazão nos bocais Aos bocais aplica-se a fórmula geral, deduzida para os orifícios pequenos, : .·.· . ·--·~: -~-···-· .... ·- '· :.~.: .:..:.~ . ·.: ...-.. '. 5.2.3 - Bocais cilíndricos A contração da veia ocorre no interior dos bocais cilíndricos. Nos bocais-padrão, a veia pode colar-se ou não às suas paredes. Fechando-se o tubo de modo a enchê-lo, fazemos com que a veia fique colada, resultando um jato "total"(ocupando inteiramente a seção de saída). É interessante observar que o bocal reentrante de Borda corresponde à menor vazão: coeficiente de descarga 0,51 (teoricamente encontra-se Cd = 0,5 para veia livre) O bocal cilíndrico e>..1:erno, com veia aderente, eleva a vazão: Cd = 0,82. -........... 'k_: .: ;: _. \ '\. \ ........ .... J ~ ' ............ .... e .. ,. -. r _.--, .,, ,' ...... "'.... 1 \~ ------::.-------- e \ ' ,. ' \ \ ......... ' '.... ------ .'t - .....;,---r--: ----.- . /,. / . / I : ·. Figu:ra 5.18 . . . - -.... .... .... . I . . ' Figura 5.19- (o.) Boca:J cónico simples. (b) Bocal cónico com extremidade cilíndrica. (e) Boca.l..convexo. (d) Boca.l. tipo Rouse ORIFICIOS. 76 BOCAIS E TUBOS CURTOS 5.2.4 - Bocais cônicos · Com os bocais cônicos aumenta-se a vazão. Experimentalmente verifica-se que, nos bocais convergentes, a descarga é máxima para e= 13°30': cd =0,94. Os tubos divergentes com a pequena seção inicial convergente, conforme mostra a Fig. 5.18 denominam-se Venturi, por terem sido estudados pelo investigador italiano. As experiências de Venturi demonstram que um ângulo de divergência de 5°, combinado com o comprimento do tubo igual a cerca de nove vezes o diâmetro da seção estrangulada, permite os mais altos coeficientes de descarga. 5.2.5 - Bocais e agulhetas Na prática, os bocais são construídos para várias finalidades: combate a incêndios, operações de limpeza, serviços de construção, aplicações agrícolas, tratamento de água, máquinas hidráulicas, etc. Quatro tipos são usuais, e acham-se mostrados na Fig. 5.19. O coeficiente de descarga (Cd), geralmente, está compreendido entre 0,95 e 0,98. Os bocais de incêndio, normalinente, têm diâmetro de saída de 25 a 37,Smm. 5.2.6 - Experiência de Venturi Parece paradoxal o fato de a vazão se elevar com a adição de um bocal; com o bocal, novos pontos para perda de energia são criados. A explicação foi dada por . Venturi numa célebre experiência. A pressão média existente na coroa de depressão, que envolve a veia líquida dentro do bocal, é menor que a pressão atmosférica. Isso foi verificado por Venturi, que introduziu naquela parte um tubo de vidro, conforme mostra a Fig. 5.20. Observa-se que o valor O, 75h tem um limite teórico de 1 atm (10 mca). Nessas condições, a descarga, que num orifício ocorreria contra a pressão atmosférica, com a adição de um bocal passa a ser feita contra uma pressão menor, elevando-se a vazão. A existência do bocal permite a formação e manutenção da coroa de depressão. =====--======r =====--=== --- -----................... H=10m ____ _]__ ______ _ Figiuas.20· Fip:ra. 5.21 ESTUDO DOS SOCAIS 77 5.2.7 - Subdivisã o de carga em um bocal. Perda de carga Da carga total H, que atua sobre um bocal cilíndrico, cerca de 2/3 se converte em velocidade , correspon dendo o terço restante à energia despendid a na entrada do bocal. Considera ndo-se, por exemplo, o caso ilustrado na Fig. 5.21 de um tanque com uma altura de água de 10 m em relação ao eixo de um bocal, cujo comprime nto de 0,30 m iguala-se a três diâmetros (0,10 m). Q =CdA-J2gH Cd=0,82 = 0,00785m2 A Q= 0,82x0,007 85 ~2x9,8x10 = 0,090m 3 /s Logo v= Q A = O,OSO =11.46m/s 0,00785 A carga h correspon dente a essa velocidade será h = v2 2g = 11,462 = 6, 70m 2x9,8 Comparan do-se esse valor de h com a carga inicialmen te disponível (H = 10 m), verifica-se que cerca de dois terços de H (66,6% ou, aproximad amente, 6, 70 m) converte-s e em velocidad e, enquanto que o terço restante (33,3% ou 3,30 m) · correspon de à energia despendid a na entrada do bocal. Essa perda (1/3 H) é equivalen te à metade de h (h = 2/3 H), sendo portanto igual a o 5 v2 '2g Designand o-se por h 1 a perda de carga, h 1 =H-h, v2 v2 2g 2g h,=-t - - Como, conforme 5.1.2, e V v=- Cv r v2 v2 h,=---c;.2g 2g ~~Ii~~Ífl~.;·" expressão da perda de carga nos bocais idêntica a dos orifícios. ORIFiCIOS, 78 BOCAIS E TUBOS CURTOS 5.2.8 - Comparação entre a perda de carga em um bocal normal e a perda em um bocal com entrada arredondada Para os bocais comuns, Fig. 5.22a, em que o valor médio de Cv é 0,82, a perda na entrada vem a ser Jv c; 2 2 1 - 1)v v2 v2 h1= -1- 1 - = ( - - .. (1,5-1)-=0,50( 2g o,s22 2g 2g 2g, v2 ou seja, 50% de g. 2 a Figw:aS.22 e b Empregando-se bocais com bordas bem arredondadas (Fig. 5.22 b), conseguese elevar o valor de Cv até 0,98, resultando 2 h1 v2 2 1 Jv ( 1 ) v = ( e! -1 2g = O, 952 -1 2g ' v2 (1.04-1)-=0,042g 2g ou apenas cerca de 4% da carga de velocidade, o que mostra a conveniência de haver melhores condições de entrada. A forma geométrica ideal é a de uma tratriz*. Na prática, porém, uma curvatura ideal constitui um refinamento que raramente pode ser realizado. Entretanto as condições podem ser bastante melhoradas nos casos de tubulações, empregandose na sua extremidade inicial uma peça de redução de diâmetro (Fig. 5.22 c). Tabela5.4 - Pressão Alcanremáximodosjatos(requintes) (Trans.A.S.C.E. voLXXI ), m Alcance horizontal Ângulo de 32º com a horizontal** Diâmetro dos bocais (2,Scm) 11/4'' (3,l.5cm) (3,75cm) 1" (2,5cm) 11/4" (3.15cm) 11/2" (3,75cm) ll,3 16,8 20,5 23,2 11,9 18,9 22,8 25,6 12,2 20,l 24,4 26,9 10,7 19,5 24,0 27,2 11.0 19,8 25,6 28,7 11,3 21,0 26,6 29,3 l" - 14mca 20mca 42mca 56mca Alcance vertical Ângulo de 60º coma horizontal"'* Diâmetro dos bocais 11;2~ ~- Angulo com ahorizontil que perIIllteBlcan.ce máximo • Trat:riz- curva plana cujas tangentes tem igual comprimento. TUBOS CURTOS SUJEITOS A OESCARGA LIVRE 79 QUADRO 5.1 - Bocais: coeficientes médios- • J • • ' Casos ===~:~.:-::::: ;;--..., 0,62 0,985 0,61 Valores médios para orifícios comuns em parede delgada 0,52 0,98 0,51 Veia livre 1,00 O, 75 O, 75 Veia colada 0,62 0,985 0,61 Veia livre (valores médios) 1,00 0,82 0,82 Veia colada 1,00 0,98 0,98 Bordas arredondadas acompanhado os filetes líquidos ::::~~~~~~~~ ;;;;;;~:·;;;: ---.,.-----::- ',,_ 1 -----__ ... ::::::~~~~-~~:::::-::" :::;::1··----.·----.-.:.:" 5.3 -TUBOS CURTOS SUJEITOS À DESCARGA LIVRE 5.3.1 - Natureza do problema Um problema que se apresenta ao engenheiro com relativa freqüência é o que diz respeito à determinação da vazão de tubos relativamente curtos com descarga livre. Para citar os exemplos mais comuns, basta mencionar certos tipos de extravasadores, canalizações para o esvaziamento de tanques, descargas de canalizações. bueiros, instalações industriais, etc. Muito embora esse problema não exija tratamento complexo, a sua solução nem sempre tem sido bem colocada pelos profissionais que dele se ocupam. Observa-se freqüentemente a aplicação de fórmulas estabelecidas para as tubulações (encanamentos longos), sem os cuidados exigidos pela particularidade do caso em questão. ORIFICIOS. 80 BOCAIS E TUBOS ClJRTOS Analisando-se o problema sob o aspecto mais geral, encontram-se, para L =O, orifícios; L = D, orifícios; L = 2D, bocais; L = 3D, bocais. Quando o comprimento L ultrapassa um grande número de vezes o diâmetro D, encontra-se o caso das tubulações ~- ·::-=-=-~~r;J]t~.:· L>nD. Teoricamente, o valor de n não deve ser inferior a 40 nos casos mais favoráveis, devendo exceder 250 nos casos mais comuns. Merriman considerava o comprimento 500 x D como limite inferior para as tubulações propriamente ditas. . . ·. H .· '" llÍlllll------L-1 ---.,7 ' ---,--.-·-·- -·-.:.... .. ~ ~- --- ··.:; ·:. P'igura 5.23 5.3.2 - Tubos muito curtos De qualquer maneira, verifica-se a existência de uma certa gama de valores, compreendida entre 3 x D e nD, que excede os bocais e cujas condições não caracterizam as tubulações normais. Geralmente se considera tubos muito curtos aqueles cujo comprimento supera o dos bocais (3 x D) e não excede o das tubulações curtas (500 x D). AJ; fórmulas gerais para os encanamentos são aplicáveis aos tubos ou tubulações de comprimento superior a 100 x D, devendo-se considerar as perqas de entrada e de velocidade para as tubulações cujo comprimento seja inferior a cerca de 4 000 x D. Para essa zona podem ser definidas as tubulações curtas. Erros grosseiros podem resultar da aplicação descuidada de fórmulas obtidas para canalizações de grande comprimento aos tubos muito curtos. Enquanto que naquelas predominam os atritos ao longo das linhas, nesses prevalecem a energia convertida em velocidade e as perdas localizadas, entre as quais a de entrada. A influência das diversas perdas nas tubulações em função da relação comprimento/ diâmetro (L/D) pode ser evidenciada pela Tab. 5.5, de valores médios calculados para tubos de 0,30 m de .diâmetro, com uma carga inicial de 30 m. Tabela5.5 Comprimento expresso em diâmetros Carga de velocidade* Perda na entrada Perda nos tubos 5 50 100 1000 10000 62% 32% 6% 41% 20% 39% 29% 15% 56% 5% 2% 93% 0,5% 0,3% 99,3% •Em termos da carga disponível H 5.3.3 - Perda de carga nos orifícios e bocais No caso de um orifício, a carga total equivale à energia de velocidade do jato acrescida da perda na saída: vz vz 2g 2g' H=-+k- TUBOS CURTOS SUJEITOS À DESCARGA LIVRE 81 + -----------------v2 v 2 +kv2 =2gH:.v= ------_ 1_--__-_~ E, como ~~2gH vl+k ôh=k- FiguraS.24 conhecida expressão que permite o cálculo da perda de carga em um orifício, em um bocal ou na entrada de uma canalização. Tomando-se o valor prático para bocais, Cv = 0,82, )v 2 1 Õh = ( 0,822 -1 2g v2 =0,50 2g. 5.3.4 - Perdas nas tubulações retilíneas Tratando-se, porém, de um tubo ou de uma simples tubulação retilínea, além da perda localizada na entrada (0,5 v 2 /2g) e da carga correspondente à velocidade (v2/2g) existe ainda a perda por atrito ao longo das peças (h 1) v2 v2 H=0,5-+-+h,, 2g 2g H =1 5 v 2 ' 2g +fLv 2 D2g' 2gH=(l,5+f~)v 2 :.v= D (fórmula Universal - veja capítulo 8) 2 gH 1,5+/~ D 2gH Q=Av=A L' 1,5+/ D Q=HA L ~2gH, I.,S+fD que também poderá ser escrita da forma Q=JRA .J2gH · 1 L -+fC2V D 82 DRIFICIOS. SOCAIS E TUBOS CURTOS Como Os valores do coeficiente de atrito/variam com a velocidade média do líquido e com o diâmetro da canalização, para as mesmas condições de temperatura e de rugosidade das paredes. O aumento de velocidade corresponde a um decréscimo no valor de/ No caso de tubos muito curtos, com descarga livre, a dificuldade reside na fixação do valor adequado def, não somente porque, ao se procurar determinar a vazão, a velocidade é desconhecida, como também devido ao fato de não se contar com valores experimentais correspondentes às grandes cargas e velocidades elevadas. 5.3.5 - Condições de entrada nos tubos Examinando-se as condições de entrada nos tubos sob o ponto de vista teórico, verifica-se que o regime normal de escoamento somente é atingido após um certo percurso inicial. Ao fim desse trecho de transição é que se pode encontrar uma distribuição de velocidades capaz de caracterizar um regime de escoamento. Daí a necessidade de se considerar os dois casos que ocorrem na prática; o escoamento em regime laminar e o escoamento em regime turbulento. Nenhuma das fórmulas práticas estabelecidas para encanamentos, a rigor, poderia ser aplicada para as condições que prevalecem nesse trecho inicial. 5.3.6 - Escoamento em regime laminar Nesse caso, se a seção de entrada no tubo for bem arredondada, de modo a evitar contrações, todas as partículas do líquido entrarão no tubo e começarão a escoar por ele com a mesma velocidade, exceção feita para uma camada muito pequena junto às paredes do tubo, que sofrerá a sua influência. De início, portanto, as partículas vão escoar praticamente com a mesma v2 velocidade v, sendo 2g a energia cinética da massa. . À medida que as partículas forem escoando ao longo do tubo, os filetes que ocupam a parte central vão tendo o seu movimento acelerado, ao passo que as partículas mais próximas das paredes ficam retardadas. Como se trata de regime laminar, o perfil normal de velocidades é parabólico e as condições de equilíbrio, teoricamente, somente seriam atingidas após uma distância infinita. Praticamente, Prandtl e Tietjens indicam que o perfil de equilíbrio é obtido após um percurso, L = 0,13R..JJ Para R~ = 1 800, por exemplo (número de Reynolds), L = 234.D. TUBOS CURTOS SUJEITOS À DESCARGA LIVRE . ,' ' 1 ~ 2 3 83 4 9 +---'-1-'----'--+-.;....__...;._ _l ··~---lllil-liíllll--lllllíil- ..::•, FiguniS.25 Com o escoamento laminar, isto é, com a distribuição parabólica de velocidades, a energia cinética será igual a 2 vz g. 2 No percurso mencionado, a energia cinética passará, portanto, de v2 2v 2 g a g . 2 2 5.3. 7 - Escoamento em regime turbulento Com o escoamento turbulento, as condições de regime serão alcançadas mais rapidamente que no caso anterior. Teoricamente, admite-se que, a partir da aresta de entrada (0), constitui-se uma camada em que o escoamento é laminar, camada essa que vai se tornando mais espessa até um valor crítico z, a partir do qual a espessura se reduz repentina.m.ente a um valor relativa.mente pequeno (ô), que se mantém constante (filme laminar). Em z, origina-se uma camada que limita o escoamento turbulento em regime, cuja espessura aumenta muito rapidamente. No ponto em que convergem essas novas camadas (considerando o perfil de um tubo conforme mostrado no desenho), as condições de regime são atingidas em toda a seção de escoamento. As condições de equilíbrio nesse caso são alcançadas após um percurso muito -Ti~~rt;~l~~tõ--- -=::::=, ..t' menor que no caso anterior, ' ..................... ------:--------o podendo-se estimar em 20 a 40 diâmetros, a contar da borda de entrada. Devido à curvatura Dist. L acentuada do trecho zt, o regime estabelece-se muito mais rapidamente do que se verificaria para zt'. Figura 5.26 ORIFICIOS, 84 BOCAIS E TUBOS CURTOS 5.3.8 - Processo expedito de cálculo da vazão Em vista das dificuldades que se apresentam para o tratam.ento do problema com o máximo rigor teórico, apresenta-se vantajoso para o engenheiro o processo expedito de cálculo, que se considera a seguir. A determinação da vazão de tubos muito curtos, sujeitos à descarga livre, pode ser feita aplicando-se a expressão geral de descarga nos bocais; assim. ;-·~·""' ""~"'.'·';'":"'-,·~-;-.· ... ... "'.' :-.. ""-,"·'"':".( '. ;' onde Q=vazão, emm3 /s; A= seção de escoamento (área útil do tubo), em m 2 ; g= 9,8 m/s 2 ; H = carga inicial disponível, em m. O coeficiente de descarga Cd (ou coeficiente de velocidade Cv) dependerá do comprimento relativo do tubo, isto é, de L/D. Para orifícios em paredes delgadas, L D < 0,5. Cd =0,61; Para os bocais, esse valor se eleva, .:!'..=2a3. D e d= 082 , . Para os tubos muito curtos, o valor de Cd vai decrescendo, à medida que se eleva a relação L/D, em conseqüência da influência dos atritos internos e externo (parede dos tubos). Eytelwein obteve os seguintes resultados com tubos novos de ferro fundido, de 0,30 de diâmetro, ensaiados com um carga inicial de 30 m: L -=10 D , cd =0,77; L -=20 D • L -=30 D , L -=40 D ' L -=60, D Cd=0,60. Outras pesquisas foram conduzidas por Bazard e Fanning há muitos anos. Na Tab.5.6, estão comparados os valores práticos disponíveis para o coeficiente cd. TUBOS CURTOS SUJEITOS À DESCARGA LIVRE 85 Tabela 5.6 - Valores práticos de Cd L/D Azevedo Netto* 300 200 150 100 90 80 70 60 50 40 30 20 15 0,33 0,39 0,42 0,47 0,49 0,52 0,54 0,56 0,58 0,64 0,70 0,73 Bazard Eytelwein Fanning"" 0,60 0,63 0,66 0,70 0,73 0,75 0,77 0,38 0,44 0,48 0,55 056 o:58 0,60 0,62 0,64 0,67 0,70 0,73 0,75 0,77 0,50 0,52 0,54 0,57 0,60 0,63 0,66 0,70 0,73 0,75 0,77 10 .. Valores obtidos com tubos de pequeno diâmetro ** Valores obtidos com tubos de ferro fundido de D = 0,30 m 5.3.9 - Descarga de bueiros Os bueiros são condutos relativamente curtos e geralmente trabalham afogados. As experiências da Universidade de Iowa, EUA, indicaram que o coeficiente de descarga é função da relação comprimento/diâmetro (L/D). Para os bueiros de concreto, até 15 m de comprimento, recomendam-se os valores para Cd dados na Tab.5. 7. Tabela 5. 7 - Coeficientes de descarga para bueiros DIÂMETROS (m) COMPRIMENTOS (m) Bueiros com entrada chanfrada Bueiros com entrada viva L 0,30 0,45 0,60 0,90 1,20 1,50 1,80 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 0,86 0,79 0,73 0,68 0,65 0,89 0,84 0,80 0,76 0,73 0,91 0,87 0,83 0,80 0,77 0,92 0,90 0,87 0,85 0,83 0,93 0,91 0,89 0,88 0,86 0,94 0,92 0,90 0,89 0,88 0,94 0,93 0,91 0,90 0,89 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 0,80 0,74 0,69 0,65 0,62 0,81 0,77 0,73 0,70 0,68 0,80 0,78 0,75 0,73 0,71 0,79 0,77 0,76 0,74 0,73 0,77 0,76 0,75 0,74 0,73 0,76 0,75 0,74 0,74 0,73 0,75 0,74 0,74 0,73 0,72 O capítulo 18 trata do dimensionamento de bueiros, considerando outras variáveis. 86 Furnas, DO.rio Gnmde, com seu extraordiDB:rio poteiidal, evitou o estroDgulameDto ecoD6mico da. regiiio CeDtro-Su1 e assüDil.ou o início de uma política din&mica DO setor de eDergia. IDaugurada em 1963, foi duraDte algu:m tempo a maior hid:relétri.cs. da América La.t::b:J.a... Seu grBDde reservat6rio permitiu a reguJBrização .que viabilizou o deseD.volvimeDto do eDorme poteD.dal do rio, em várias usiDas ajUSBD.te (FoDte IESA Notícias). 87 . --·.·,•.. : ',,, VERTEDORES 6.1 - DEFINIÇÃO. APLICAÇÕES Figura6.1. Figura6.2 Os vertedores podem ser definidos como simples paredes, diques ou aberturas sobre as quais um líquido escoa. O termo aplica-se, também, a obstáculos à passagem da corrente e aos extravasores das represas. Os vertedores são , por assim dizer, orifícios sem a borda superior. Figw:a. 6.3 • Vertedor de uma pequena barragem de elev.:içiio de nível. VERTEDORES 88 Há muito que os vertedores têm sido utilizados, intensiva e satisfatoriamente, na medição de vazão de pequenos cursos de água e condutos livres, assim como no controle do escoamento em galerias e canais, razão por que.o seu estudo é de grande importância. 6.2 -TERMINOLOGIA A borda horizontal denomina-se crista, ou soleira, Fig. 6.4. As bordas verticais constituem as faces do vertedor. A carga do vertedor, H, é a altura atingida pelas águas, a contar da cota da soleira do vertedor. Devido à depressão (abaixamento) da lâmina vertente junto ao vertedor, a carga H deve ser medida a montante· a uma distância aproximadamente igual ou superior a SH. Face Crista ou soleira .--..._..,.<--_="__.--... ________ _t..._-~d~~~S~H_ _._ 1 -------_l~-------- -----H =Carga do vertedor L Veia ou lâmina vertente =Largura do vertedor Figuza.6.4 6.3 - CLASSIFICAÇÃO DOS VERTEDORES Assumindo as mais variadas formas e disposições, os vertedores apresentam comportamentos os mais diversos, sendo muitos os fatores que podem servir de base à sua classificação. Forma (a) simples (retangulares, trapezoidais, triangulares. etc.): (b) compostos (seções combinadas). 2. Altura relativa da soleira (a) vertedores completos ou livres (.p > p'); (b) vertedores incompletos ou afogados (.p <p'). 3. Natureza da parede (a) vertedores em parede delgada (chapas ou madeira chanfrada); (b) vertedores em parede espessa (e> 0,66H), (Fig.6.5) 4. Largura relativa (a) vertedores sem contrações laterais (L = B); (b) vertedores contraídos (L < B) (com uma contração e com duas contrações). É considerado contraído o vertedor cuja largura é menor que a do canal de acesso (Fig. 6.6). 1. VERTEDORES RETANGULARES DE PAREDES DELGADAS 89 ;~ ~rt~ ~~~ ~ ~ ~ ~~~ UN ~~~~~~~ffü::. ~~~1m~~l~ Figura.6.5 Figuxa. 6.6 - Vertedores: sem contrações, com uma contração e com duas contr11ções 6.4- VERTEDORES RETANGULARES DE PAREDES DELGADAS E SEM CONTRAÇÕES A Fig.6.7 mostra um vertedor retangular de paredes delgadas com contrações e outro sem contrações. Figura.6.7 Examinando-se o movimento da água em um vertedor (Fig. 6.8), observa-se que os filetes inferiores, a montante, elevam-se, tocam a crista do vertedor e sobrelevam-se ligeiramente, a seguir. A superfície livre da água e os filetes próximos baixam. Nessas condições, verifica-se um estreitamento da veia, como acontece com os orifícios. 1: VERTEDORES 90 Para os orifícios de grande dimensões (5.1.5), foi deduzida a seguinte fórmula: Q "'~CdL.j2i(~12 _h~'2). Fazendo-se h 1 ~O, h 2 =H. H Q=~C~~H312, 3 onde ... Figúrs.ÚJ Para o valor médio Cd = 0,62. K =-2 X 0,62 X 4,43 = 1,83. 3 6.5 - FORMULAS PRÁTICAS Encontra-se um grande número de fórmulas propostas para essa classe de vertedores. Serão indicadas apenas as mais usuais. 6.5.1 - Fórmula de Francis .·: Q;.i:ss.si1tm· · sendo Q dada em ml/s. L e Hê.;;_ ~·.• . ·.. :_·"----- · -· A Tab.6.1 inclui valores calculados pela fórmula de Francis para um metro de largura de vertedor. 6.5.2 - Fórmula da Sociedade Suíça de Engenheiros e Arquitetos 012 Q=(l.816+ lOOOH+l,6 1.Sl 6 )[1+0.s(_!!_):]LH • H+p 6.5.3 - Fórmula de Bazin Q = (0,405 +~ 1+ o,ss( J[ m Jl íf-p LH~2gH INFLU~NCIA DAS CONTRAÇÕES 91 Tabela 6.1 - Vertedores retangulares em parede delgada, sem contrações. Fórmula de Francis, vazão por metro linear de soleira'" AlturaH,cm 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 20 Q.f./s 9,57 14,72 20,61 27,05 34,04 41,58 49,68 58,14 67,12 76,53 86,24 96,34 106,90 164,50 AlturaH,cm 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 Q.f./s 230,0 302,3 381,1 465,5 555,5 650,6 750,5 855,2 964.2 1 077,7 1195,l 1316,5 1442,0 1571,0 •Para os vertedores com I:rrgura menor ou m:liorque um metro, multiplicam-se os valores da v.:zziio pefa Iugura re3.l Os valores de m encontram-se tabelados em diversos livros de hidráulica, resultando a seguinte apresentação para a fórmula de Bazin. Essas fórmulas são válidas para os vertedores, nos quais atua a pressão atmosférica da lâmina vertente (espaço W ocupado pelo ar, Fig. 6.8). Na fórmula de Francis está desprezada a velocidade de chegada da água. 6.6 - INFLUÊNCIA DAS CONTRAÇÕES As contrações ocorrem nos vertedores cuja largura é inferior a do canal em que se encontram instalados (L < B). Francis, após muitas experiências, concluiu que tudo se passa como se no vertedor com contrações a largura fosse reduzida. Segundo Francis, deve-se considerar na aplicação ~a fórmula um valor corrigido para L. Para uma contração, L'=L- O,lH. Para duas contrações, L'=L- 0,2H. Para o caso de duas contrações, Fig. 6.9, a fórmula de Francis passa a ser: ·. :. ~~.~,1.si;~l~·T2f~J~3;~···· VERTEDORES 92 (sem levar em conta a velocidade de chegada da água). Para que os resultados obtidos com a aplicação dessa fórmula se aproximem dos valores reais, é preciso que H/p< 0,5 e que H/L < 0,5. L Veia 0,1H L-0,2 H 0,1H Figura.6.10 Figura 6.11-Instalaçiio permanente de um vertedor de parede delgada, bem venti11Jdo e com du.ss contrações Figura 6.12 - Det3.lhe do vertedor JNFLU~NCIA- DA FORMA DA VEIA 93 As correções de Francis também têm sido aplicadas a outras expressões, incluindo-se entre essas a própria fórmula de Bazin. 6. 7 - VERTEDOR TRAPEZOIDAL DE CIPOLLETTI Cipolletti procurou determinar um vertedor trapezoidal que compensasse o decréscimo de vazão devido às contrações. Q=Q2+2Ql. A inclinação das faces foi estabelecida de modo que a descarga através das partes "triangulares" do vertedor correspondesse aos decréscimo de descarga, devido às contrações laterais, com a vantagem de evitar a correção nos cálculos. Para essas condições, o talude resulta 1:4 (1 horizontal para 4 vertical). 6.8- INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE CHEGADA DA ÁGUA A fórmula de Francis que leva em conta a velocidade da água no canal de acesso é a seguinte: [( . J3/2 - (v2g J3/2], Q = 1,838 H + ; ; 2 onde v é a velocidade no canal. Em muitos casos da prática, essa influência é desprezada. Ela deve ser considerada nos casos em que a velocidade de chegada da água é elevada, nos trabalhos em que se requer grande precisão e sempre que a seção do canal de acesso for superior a 6 vezes a área de escoamento no vertedor (aproximadamente L x H). 6.9 - INFLUÊNCIA DA FORMA DA VEIA Nos vertedores em que o ar não penetra no espaço W (Fig. 6.8), abaixo da lâmina vertente pode ocorrer uma depressão, modificando-se a posição da veia e alterandose a vazão. Essa influência pode se verificar em vertedores sem contrações ou em vertedores contraídos, como o indicado na Fig.6.14, nos quais o prolongamento das faces encerra totalmente a veia vertente, isolando o espaço W. Nessas condições, a lâmina líquida pode tomar uma das seguintes formas: a) lâmina deprimida; b) lâmina aderente, c) lâmina afogada. Quando se emprega um vertedor para medir vazões, deve-se evitar a ocorrência dessas condições particulares. VERTEDORES 94 a) ···--Figuia 6.14-Planta b) e) Figura 6.16-Fotografia. de Iabomt6rio mostrando a depressiio e a. aderência da veia líquida Figora 6.17-Nos vertedores triangulares não existe soleira horizontal; a influência da velocidade de chega.da. da água é desprezível, sendo perfeita a venrilaçii.o dB lâmina vertente. VERTEDOR TRIANGULAR 95 a) Lâmina deprimida. O ar é arrastado pela água, ocorrendo um vácuo parcial em W, que modifica a posição da veia, Fig. 6.15 b. b) Lâmina aderente. Ocorre quando o ar sai totalmente, Fig. 6.15 c. Em qualquer desses casos, a vazão é superior à prevista ou dada pelas fórmulas indicadas. c) Lâmina afogada. Quando o nível de água a jusante é superior ao da soleira, Fig. 6.15 d. p'>p. Nos vertedores afogados, a vazão diminui à medida que aumenta a submergência. De acordo com os dados do U.S. of Board Waterways, a vazão desses vertedores pode ser estimada com base nos valores relativos à descarga dos vertedores livres, aplicando-se um coeficiente de redução. Tabela 6.2 - Coeficiente para vertedores afogados h/H Coeficiente h/H Coeficiente 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 1,000 0,991 0,983 0,972 0,956 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 0,937 0,907 0,856 0,778 0,621 Sendo h a altura da água acima da soleira, medida a jusante. h =p'-p. 6.10 - VERTEDOR TRIANGULAR Os vertedores triangulares possibilitam maior precisão na medida de cargas correspondentes a vazões reduzidas. São geralmente trabalhados em chapas metálicas. Na prática, somente são empregados os que têm forma isósceles, sendo mais usuais os de 90°. Para esses vertedores, adota-se a fórmula de Thompson, ~ Q =.1.4.ffS/2; onde Q é a vazão, dada em m3/s, eH, a carga, dada em Figura 6.18 m. O coeficiente dado (1,4), na realidade, pode assumir valores entre 1,40 e 1,46. Para Q em e/s e H em cm. Q = 0,014 . H 5' 2 A Tab. 6.3 inclui as vazões já calculadas para as cargas mais comuns. VERTEDORES 96 Tabela 6.3 - Vertedores triangulares para pared~s delgada e lisa. Fórmula de Thompson AlturaH, cm. Q,.f/s Altura H, cm. Q,.f/s 3 4 5 6 7 8 9 0,22 0,42 0,80 1,24 1,81 2,52 3,39 4,44 5,62 6,98 8,54 10,25 12,19 14,33 17 18 19 20 21 22 23 24 25 30 35 40 45 50 16,7 19,2 22,0 25,0 28,3 31,8 35,5 39,5 43,7 69,0 101,5 141,7 190,1 247,5 10 11 12 13 14 15 16 6.11 - VERTEDOR CIRCULAR (EM PAREDE VERTICAL) O vertedor de seção circular, embora raramente empregado, oferece como vantagem a facilidade de execução e não requer o nivelamento da soleira. A equação de vazão de um vertedor circular é a seguinte: Q = 1,518 D0,693 H1.ao1 Qemml/s,D eHemm De Figu:ra 6.19 - Vertedor circular Figu:ra 6.20-Vertedortubular 6.12 - VERTEDOR TUBULAR, TUBOS VERTICAIS LIVRES Os tubos verticais instalados em tanques, reservatórios, caixas de água, etc. podem funcionar como vertedores de soleiras curvas, desde que a carga seja inferior à quinta parte do diâmetro externo (Fig. 6.20). H<D" 5 Nesse caso, aplica_se uma fórmula do tipo Q=KLIP' VERTEDORES DE PAREDE ESPESSA 97 onde L=7t:D,, As experiências levadas a efeito na Universidade de Cornell mostram que n 1,42 e que o coeficiente K depende do diâmetro do tubo. Valores deD,., em m K 0,175 0,25 0,35 0,50 0,70 1,435 1,440 1,455 1,465 1,515 = Para os valores de H, compreendidos entre 1/SDe e 3D,,. o tubo funciona como orifício, com interferências provocadas pelo movimento do ar (formação de vórtice). Os tubos verticais, instalados nos reservatórios para funcionar como ladrões apresentam as seguintes descargas para essas condições da lâmina vertente: · Valores de D, mm Q.,e/s 200 300 400 500 600 12 a54 32a154 64a320 108 a 530 174a870 No capítulo 19 deste livro há mais informações sobre tubos verticais funcionando como condutores de água pluvial (tese do prof. C.F. Pimenta da EPUSP). 6.13 - VERTEDORES DE PAREDE ESPESSA Um vertedor é considerado de parede espessa, quando a soleira é suficientemente espessa para que na veia aderente se estabeleça o paralelismo dos filetes. Aplicando a expressão de Torricelli, v=~2g(H-h). e Q =Lb~2g(H - h) equação(1) ou, para a largura unitária L = l, No princípio da vazão máxima, de Bélanger ..h se estabelece de forma a ocasionar uma vazão máxima". Com essa base pode-se pesquisar o valor máximo de Q. 98 VERTEDORES Derivando (H h 2 - h 3 ) e igualando a zero, 2H h - 3h 3 =O, 2H = 3h. Substituindo esse valor , na equação (1) --,---"'---=- - - - - - - - - - - - - - - - - - - h=~H 3 ' Figura 6.21 g; 2 2<1'-H Q =L-H 3 <> 3 ' {2gLH31z Q =~3 ~3 , expressão confirmada na prática. Figu:ra 6.22 - Vertedores de parede espessa. (cortesia do Centro Tec:no16gico de Hidráulica de Sii.o Paulo) 1. !j li 6.14 - EXTRAVASORES DAS BARRAGENS No traçado da seção transversal dos extravas ores ou sangradouros das represas, ou no estudo do perfil das próprias barragens que funcionam afogadas, procura-se adotar a forma mais satisfatória, tendo-se em vista o escoamento da lâmina vertente. A forma ideal é aquela que favorece a vazão ou descarga e que, ao mesmo tempo, impede a ocorrência de efeitos nocivos à estrutura, tais como o vácuo parcial, as pulsações da veia, as vibrações, etc. O traçado da crista deve ser feito para a vazão máxima esperada, isto é, para a maior carga admissível. VERTEDORES PROPORCIONAIS 99 Tabela 6.4- Perfil Creager X y X y X y 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,126 0,036 0,007 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 0,060 0,142 0,257 0,397 0,565 1,7 2,0 2,5 3,0 3,5 0,870 1,220 1,960 2,820 3,820 º·ººº 0,007 De acordo com as experiências de Creager e Escande, podem ser adotados os valores da Tab. 6.4 para uma carga H = lm. Para outros valores de H, basta multiplicar as coordenadas indicadas pelos mesmos. Nas condições ideais de projeto, pode-se aplicar a seguinte expressão: Q := 2,2L If31 2 . Figura 6.23 -Perfil Crea.ger para barragens 6.15 - VERTEDORES PROPORCIONAIS Os vertedores proporcionais são executados com uma forma especial para a qual a vazão varia, proporcionalmente, com a altura da lâmina líquida (primeira potência de II). São, por isso, também denominados vertedores de equação linear. Aplicam-se vantajosamente em alguns casos de controle das condições de escoamento em canais, particularmente em canais de seção retangular, em estações de tratamento de esgotos, etc. Vertedor Sutra Figura 6.24 - Vertedor Sutro onde y H Q =vazão, m3/s; a = altura mínima, m; b =largura de base, m; H = altura da água, m. A forma das paredes do vertedor é dada por H X 2 arctg -. -=1-- b 1T: a VERTEDORES 100 0,14L. Tabela 6.5 - Sutro y/a x/b y/a x/b y/a x/b 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 0,805 0,732 0,681 0,641 0,608 0,580 0,556 0,536 0,517 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 0,500 0,392 0,333 0,295 0,268 0,247 0,230 0,216 0,205 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 25,0 30,0 35,0 0,195 0,179 0,166 0,156 0,147 0,140 0,126 0,115 0,107 NA ~ -------------~ H -----'------_--_--. ~ ~~r ~ L Figuia 6.25 - Vertedor Di Ricco Vertedor Di Ricco ( forma aproximada) Q = K Lfa(H +%a} Expressão válida para lâminas compreendidas entre 2,Sa e lOa e para sendo L, H e a dados em metros. Tabela 6.6 - Valores de K (Di Ricco) Lia K 3 5 7 10 15 20 2,094 2,064 2,044 2,022 1,997 1,978 Exercício 6.1 - Exercícios de aplicação .5 a 1Ox h · 1 ., Antigo cursp_do córrego . "Figma6.26 v E Rr E o o R E s PR o Po Re 1oNA1 ~EÇÃO BIBLIOTECA DE INFORMAÇAo EDOCUMENTAÇÃO 101 Estuda-se o abastecimento de água para uma granja que conta com 10 pessoas, 5 cavalos, 15 vacas e 200 galinhas. Nas imediações existe um pequeno córrego, cujas águas, analisadas pelo DAE, foram consideradas satisfatórias. Como a sede se encontra em nível mais elevado, pretende-se instalar um ariete hidráulico (carneiro hidráulico) para elevar as águas. Eficiência admitida para o aparelho: 60%. A vazão do córrego foi determinada por meio de um vertedor triangular, cuja carga (H') igualouse a 5,5 cm. a) Quantidade de água a ser consumida 10 pessoas X 100 e/dia 1 000 5 cavalos x 40 200 15 vacas x 40 600 200 galinhas xl0/100 20 1 820 e/dia 1821 q =24"""" =75, 9 .€/hora Quantidade de água necessária para funcionamento do aparelho: b) H 1 h 7] Q=qx-x- Q=75,9 l./hx 127-97 100-97 1 x--=1265 l./hora 0,60 c) Escolha do carneiro Consultando-se um catálogo de aparelhos brasileiros da Cia. Lidgerwood, (Tab. 11.2) encontra-se para H 30 _ Ol h=3·ª proporçao 1 : recomendam-se: aparelho n 2 5, canos de carga: 50 mm, canos de descarga: 25 mm, água necessária por minuto: 35 litros, água elevada por hora: 88 litros. O rendimento será dado por 7]= qH = lOq Q Qh = 10x88 = 42% 35x60 d) Verificação da quantidade disponível de água Resta apenas verüicar se o regato tem uma vazão suficiente para o emprego do aparelho selecionado. Para tanto, foi instalado no curso de água um vertedor triangular tipo Thompson que acusa 0,055 m. H',.,0,055 m Q = 1,4 H 512 = 1,4 X 0,0555/Z = 1,4 X 0,0007 = 1 e;s ou 60 e;min, mais do que suficiente para cobrir a demanda. 102 VERTEDORES ..... • • • • • 1• • 1.1·· . ·~:-- .....,·-... ...- ~-,~ .·~>· Figura 6.28 • Vertedor-padriio utilizado em labon1t6rio para medição de V3Zões (cortesia do Centro Tecnológico de Hidráulica de Sfio Paulo) CRIT~RIOS GERAIS OE CLASSIFICAÇÃO DOS VERTEDORES 103 Exercício 6.2 - Está sendo projetado o serviço de abastecimento de água para uma cidade do interior. A população atual é 3 200 habitantes; a futura, 5 600 habitantes. O volume médio de água por habitante é de 200 e/dia, sendo 25% o aumento de consumo previsto para os dias de maior consumo. Pensou-se em captar as águas de um córrego que passava nas proximidades da cidade e, para isso, procurou-se determinar a sua descarga numa época desfavorável do ano, tendo sido empregado um vertedor retangular, executado em madeira chanfrada e com 0,80 m de largura (largura média do córrego = 1,35 m). A água elevou-se a 0,12 m acima do nível da soleira do vertedor. Verificar se esse manancial é suficiente; adote um coeficiente de segurança igual a 3, pelo fato de ter sido feita uma única medição de vazão. Calcula-se o volume de água per capita no dia de maior consumo, 200 X 1,25 = 250 e/dia. Sendo o número de habitantes 5 600 e com base no resultado do cálculo anterior, determina-se o volume total necessário: 5 600 habitantes X 250 e/dia= 1 400 000 e/dia. Por sua vez, a vazão em e/sé 1 400 ooo-:- 86 400 16 eis, e a vazão medida, Q = 1 838 (L - 0,2 H) H.312, Q = 1 838 (0,80 - 0,2 X 0,12) 0,12 312 = 0,059 m3 /S = 59 e/s. Esse córrego, mesmo com um coeficiente de segurança 3, tinha a vazão necessária para abastecer tal cidade. = 6.17 - CRITÉRIOS GERAIS DE CLASSIFICAÇÃO DOS VERTEDORES O fato de se apresentarem os vertedores com as mais variadas formas e disposições explica, em parte, a falta de generalização e sistematização comum ao tratamento do assunto pelos tratadistas. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Muitos são os fatores que podem servir de base à classificação dos vertedores. 1. Forma a) simples; b) compostos. 2. Natureza das paredes a) em parede delgada; b) em parede espessa. 3. y (\J 8 li li li Q.. Q.. Q.. (\J .... <(~ 3 / 1 / 1 / ,' 2 I I / / / •• •º / .. ··· •• • 1,(-·"· Forma da lâmina vertente a) de lâmina livre; b) de lâmina alterada. 4. Largura a) contraídos; b) sem contrações. Figura 6.29 .. ··. ~"' 'l.\'!> VERTEDORES 104 5. Perfil da soleira a) arredondados; b) de crista viva 6. Altura da soleira a) completos ou livres: b) incompletos ou afogados. 7. Posição da parede 8. a) de parede vertical; b) de parede inclinada. Posição do vertedor em relação à corrente a) normais; b) laterais. 9. Perfil do fundo a) em nível; b) em degrau. 10. Normalização a) padrão ou standard b) particulares 6.18 - VERTEDORES EXPONENCIAIS A forma dos vertedores, especialmente dos vertedores de parede delgada, constitui o objeto deste capítulo. Entre os vertedores de forma simples são particularmente interessantes os denominados exponenciais. Os vertedores exponenciais são aqueles para os quais a forma da soleira é expressa por y=CxP Variando-se o valor do expoente p, varia-se a forma do vertedor. Assim, para p = 1, tem-se o vertedor triangular: fazendo-se p = 2 resulta a forma parabólica. Na Fig.6.29 foram considerados os valores mais comuns de p. Equação geral de vazão Seja um vertedor de forma y=CxP. equação (Z) equ.ação(3) Considerando-se uma faixa de altura infirlitamente pequena, a vazão elementar será: dQ=Cd{2xdy}~2g(H-y); e a vazão total, VERTEDORES EXPONENCIAIS 105 Substituindo-se x pelo seu valor na equação (3) Q = 2cd'12i H:1M1p c11p rH y1'P (1-L.)112 d(YJ H H Jo H11p Fazendo-se y/H = z equação (4) integral euleriana de primeira espécie, ou função beta .. , que pode ser relacionada à função gama, Q= 2Cd .fii . 1 r(1+2-Jr(~) P 2 H3t'lA-1tp c 'P (5 1) r -+2 p Os valores de propriedades r podem ser rapidamente calculados, baseando-se nas r (u + 1) = ur (u) r (para u >O); (u + 1) = u! Por exemplo, o cálculo der (2,75) seria feito r (2, 75) = r (1 + 1, 75) = 1, 75 r (1, 75) = 1, 75 x 0,920 = 1,61. Tabela 6. 7 - Valores de u! u (u + 1) f(u+l)-u! o.o 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0 1,000 0,951 0,918 0,898 0,887 0,886 0,893 0,909 0,931 0,962 1,000 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 r •A i.Dtegral euleria.na de primeira espécie ou função beta é expressa por fJ (a,b) x·- 1(1-x)b-1dx sendo a e b constantes. A função gsma é definida por (u>O) Entre as fUD.ções f3 e f; subsiste a relação J3(a,b)=~ r(a+b) l·J: ';!;.·1 1'1· 106 VERTEDORES 1 A fórmula geral, que dá a vazão dos vertedores, pode ser escrita Q=k1H1' equação (5) onde '·' 6.19 - RELAÇÃO ENTRE OS EXPOENTES n E p Comparando-se as eqs. (4) e (5) resulta 3 1 -+-=n 2 p equaçiio (6) Para n = 1, p = -2; é o caso do vertedor proporcional, para o qual Q varia com a primeira potência de H. Os vertedores podem ser projetados de forma a resultar, para Q, uma variação segundo qualquer potência de H. Na prática, porém, não se toma para n valor inferior ou exatamente igual à unidade, pois, nesse caso, a largura da base Figura 6.91 do vertedor assumiria valor infinito. Contudo, como é particularmente interessante e desejável tomar n praticamente igual à unidade, de modo a resultar para a vazão um variação linear com a -f.profundidade H, costumam-se T ' empregar formas ajustadas do h 1 vertedor proporcional. Com esse objetivo pode-se substituir a área 1 ' compreendida sob a curva, a partir Área 1 de um certo valor de x, pela área substituída Soleira equivalente, cortada sob a soleira 1 teórica teórica, Fig. 6.31. É uma forma '1#,J aproximada, conhecida como vertedor Rettger. Tais vertedores têm tido emprego generalizado para controlar a velocidade em canais, particularmente em caixas de areia de estações depuradoras. e para manter as descargas desejáveis de certos equipamentos para a dosagem e aplicação de produtos químicos. :.t -l e l'J ::1 6.20 - FATOR DE FORMA A área ocupada pela lâmina vertente pode ser expressa por: A =k2 ]{Ul cqu.açiio (7) RELAÇÃO ENTRE OS EXPOENTES m E n 107 em que m é denominado fator de forma. Para valores de m superiores a 2, resultarão vertedores com soleiras convexas. QUADR06.1 Vertedores Forma m n Retangular m 1 1,5 . 2 2,5 1 _l~ 0,5 1 -2 1,5 2 2 2,5 3 2/3 V Triangular Proporcional •V Parabólico - Semicúbico p 6.21 - RELAÇÃO ENTRE OS EXPOENTES m E n A relação de escoamento sendo V=k3Hlf2 equação (8) e comparando-se as eqs. (7) e (8) com a expressão (5) chega-se a equo.çi.o (9) e k1 = k2 k3 Teoricamente, portanto, o valor de n deve superar 0,5, condição necessária para que haja a luz do vertedor. Exercício 6.3 - Achar a equação da soleira de um vertedor para o qual n = 1, 75 e H = 0,305, sendo Q = 22,71/s. Aplicando-se a eq. (4) com os valores dados e Cd = 0,6. Q= 2cd~H 312+1 1pr(1+ ~)r(~) --------,,..--~.,--~~ c Pr(%+ ~J 11 n=~+..!..=175 2 p , :. p =4 VERTEDORES 108 c 114 _ 2 x o,6 x cit4 c 114 -/2i o,3 05 1 15 • • r( ~)r(~) 1 + r(%+~) 0,0221 rei+ = 2 x o,6 x 4,43 x o,3051•15 o,25)r(1 + o,so) 0,0227 r(l+l,75) = l,2x4,43x0,1252. 0,90Sx0,886 0,0227 1,61 c 114 = 14,65. e = 46 ooo. y =CxP. y = 46 OOOx4, que é a equação da soleira . Exercício 6.4 - Determinar a equação da curva de um vertedor exponencial de vazão equivalente a de um vertedor circular de diâmetro 0,457 m. A equação de vazão de um vertedor circular, em unidades métricas, é Q = 1,518 vo.693 JI1.807 Q = 1,518 X 0,457º· 693 H 1•8 e a equação que dará um vertedor exponencial é º7 2cd-/2iH312+11p r( 1+~)r(~J Q= ~%+ ~) c11p Igualando as equações l,518x0,457º.s9s H1.ao1=2Cd.,/2iH'12+11p r( ~ Jr(%J I+ c 1pr[%+ ~ J 1 Para que haja igualdade, 3 1 1,807=-+-:.p=3,26 2 p l,518x0,457°·693 = 2cd-/2ir(1+..!.))!.) 2 p • c 1pr(%+ ~) l 1 0, 8824 C0.307 =2x0,6x4,43x 0,898 x0,886 Cº.3º 7 X1,687 1,20 X 4,43 X 0,898 X 0,886 0,8824x 1,687 Co·3 º 7 = 2,841 e =30 y y que é a equação procurada. =CxP, = 3Qx3,26 109 ESCOAMENTO -EM TUBULAÇOES ANÁLISE DIMENSIONAL E SEMELHANÇA MECÂNICA 7.1 - INTRODUÇÃO. DEFINIÇÕES A maioria das aplicações da Hidráulica na Engenharia diz respeito à utilização de tubos. Tubo é um conduto usado para transporte de fluidos, geralmente de seção transversal circular. Quando funcionando com a seção cheia (seção plena), em geral estão sob pressão maior que a atmosférica e, quando não, funcionam como canais com superfície livre, assunto a ser tratado em capítulos posteriores·. Em ambos os casos, as expressões aplicadas ao escoamento têm a mesma forma geral, como se verá adiante. li • A-A ~ Figunl.7.l B-B Considera-se forçado o conduto no qual o líquido escoa sob pressão diferente da atmosférica. A canalização funciona, sempre, totalmente cheia e o conduto é sempre fechado (Fig. 7.1). 110 ESCOAMENTO EM TUBULACÕES Os condutos livres apresentam, em qualquer ponto da superfície livre, pressão igual à atmosférica. Nas condições-limite, em que um conduto livre funciona totalmente cheio, na linha de corrente junto à geratriz superior do tubo, a pressão deve igualar-se à pressão atmosférica (Fig. 7.2). Funcionam sempre por gravidade. Na prática, as canalizações podem ser projetadas e executadas para funcionarem como condutes livres ou como encanamentos forçados. Os condutes livres são executados com declividades preestabelecidas, exigindo nivelamento cuidadoso. As canalizações de distribuição de água nas cidades, por po exemplo, sempre devem funcionar como condutas forçados. Nesse caso, os tubos são fabricados para resistir à pressão interna estabelecida. -Os rios e canais constituem o melhor exemplo de condutos livres. Os coletores de esgoto, normalmente também funcionam -- como condutas livres. Os condutas forçados incluem Figura 7.2 encanamentos, canalizações ou tubulações sob pressão, canalizações ou tubulações de recalque, canalizações ou tubulações de sucção, sifões verdadeiros, sifões invertidos, colunas ou "shafts", canalizações forçadas das usinas hidrelétricas ("penstocks"). barriletes de sucção ou descarga, Os condutos livres compreendem canaletas, calhas, drenos, inteceptores de esgoto, pontes - canais, coletores de esgoto, galerias, túneis - canais, canais, cursos de água naturais. Porque distinguir tubo, tubulação, cano e encanamento? Pelo uso prático dado a cada um: Tubo. Uma só peça, geralmente cilíndrica e de comprimento limitado pelo tamanho de fabricação ou de transporte. De um modo geral, a palavra tubo aplica-se ao material fabricado de diâmetro não muito pequeno. Exemplo: tubos de ferro fundido, tubos de concreto, tubos de aço, tubos PVC, tubos de polietileno. Tubulação. Conduto constituído de tubos (várias peças) ou tubulação contínua fabricada no local. É o termo usado pa,ra o trecho de um aqueduto pronto e acabado. Sinônimos: canalização, encanamento, tubulagem. Cano. Peça geralmente cilíndrica. Designação dada mais comumente ao material de pequeno diâmetro. Exemplos: canos de chumbo, de aço galvanizado, de PVC, etc. Termo mais usado em instalações prediais. r - • EXPERltNCIAS DE REYNOLDS: MOVIMENTOS LAMINAR E TURBULENTO 111 Convém ainda registrar a palavra rede, que vem a ser um conjunto de tubulações interligadas em várias direções. Figura 7.3 -Antigo aqueduto do Rio de Janeiro, concluído em 1750. Por esse conduto livre eram aduzidllS as liguas do rio Cari.OC:J. para. o :J.bastecimento da cidade. Posteriormente, esss. obra foi aproveitada como ponte para. a passagem de bondes. Figura 7.4 - Aduto.ro de Cotia, travessia sobre o c:uutl do rio Pinheiros, São Paulo,SP (Cortesia do Centro Tecnológico de Hidrliulic.::i de São Paul.o) '7.2 - EXPERIÊNCIAS DE REYNOLDS: MOVIMENTOS LAMINAR E TURBULENTO Osborne Reynolds (1883) procurou observar o comportamento dos líquidos em escoamento. Para isso, Reynolds empregou um dispositivo semelhante ao esquema apresentado nas Figs. 7.5 e 7.6, que consiste em um tubo transparente (A) inserido em um recipiente com paredes de vidro (B). A entrada do tubo, alargada em forma de sino, evita turbulências parasitas. Nessa entrada localiza-se um ponto de introdução de um corante. A vazão pode ser regulada pela torneira existente na sua extremidade (C). Abrindo-se gradualmente a torneira, primeiramente pode-se observar a formação de um filamento colorido retilíneo, (Fig. 7. 7a). Com esse tipo de movimento, as partículas fluidas apresentam trajetórias bem definidas, que não ESCOAMENTO EM TUBULACÕES 112 • Figura. 7.5 - Reynolds realizaIJdo uma de suas experiências Figura 7.6 - Detalhe do escoamento do corante. se cruzam. É o regime definido como laminar ou lamelar (no interior do líquido podem ser imaginadas lâminas ou lamelas em movimento relativo). Abrindo-se mais o obturador, elevam-se a descarga e a velocidade do líquido. O filamento colorido pode chegar a difundir-se na massa líquida, em conseqüência do movimento desordenado das partículas. A velocidade apresenta em qualquer instante uma componente transversal. Tal regime é denominado turbulento (Fig. 7. 7b e c). Revertendo-se o processo, isto é, fechando-se gradualmente o registro, a velocidade vai sendo reduzida gradativamente; existe um certo valor de v para o qual o escoamento passa de turbulento para laminar, restabelecendo-se o filete colorido e regular. A velocidade para a qual essa transição ocorre denomina-se velocidade crítica inferior, e é menor que a velocidade na qual o escoamento passa de laminar para turbulento. Reynolds, após suas investigações teóricas e experimentais, trabalhando com diferentes diâmetros e temperaturas, concluiu que o melhor critério para se determinar o tipo de movimento em uma canalização não se prende exclusivamente ao valor da velocidade, mas ao valor de uma expressão sem dimensões, na qual se considera, também, a viscosidade do líquido. R e = vD U que é o número de Reynolds, onde v =velocidade do fluido (m/s), D =diâmetro da canalização (m), v =viscosidade cinemática (m2/s). Qualquer que seja o sistema de unidades empregadas, o valor de R,, será o mesmo. Se o escoamento se verificar com R,, superior a 4 000, o movimento nas condições correntes, em tubos comerciais, sempre será turbulento. Em condições REGIME DE ESCOAMENTO NOS CASOS CORRENTES 113 ideais de laboratório, já se tem observado o regime laminar com valores de Re superiores a 40 000; entretanto, nessas condições, o regime é muito instável, bastando qualquer causa perturbadora, por pequena que seja, b) para modificá-lo. Na prática, admite-se que tais causas pertubadoras sempre estejam presentes. Para os encanamentos, o escoamento em regime laminar ocorre e é estável para valores do número de Reynolds inferiores a 2 000. Entre esse valor e 4 000 encontra-se uma zona Figura. 7.7 crítica, na qual não se pode determinar com segurança a perda de carga nas canalizações. Nas condições práticas, o movimento da água em canalizações é sempre turbulento. a) 7.3 - CONCEITO GENERALIZADO DO NÚMERO DE REYNOLDS O número de Reynolds é um parâmetro que leva em conta a velocidade entre o fluido que escoa e o material que o envolve, uma dimensão linear típica (diâmetro, profundidade, etc.) e a viscosidade cinemática do fluido: R _ vL e - V No caso de escoamento em tubos de seção circular (canalizações, encanamentos), considera-se o diâmetro como dimensão típica, resultando a expressão já indicada anteriormente, R = vD " V Para as seções não-circulares, pode-se tomar R = 4RHv V e sendo RH o raio hidráulico (veja Capítulo 14). Tratando-se de canais ou condutas livres, considera-se a profundidade como termo linear, assim, R e = vH V Nesse último caso, o valor crítico inferior de Re é, aproximadamente, 500. 7.4 - REGIME DE ESCOAMENTO NOS CASOS CORRENTES Na prática, o escoamento da água, do ar e de outros fluidos pouco viscosos se verifica em regime turbulento, como é fácil demonstrar. A velocidade média de escoamento, em canalizações de água, geralmente varia ESCOAMENTO 114 EM TUBULAÇÔES em torno de 0,90 rn/s (entre 0,5 e 2 m/s). Seja a temperatura média da água admitida 20ºC. Para essa temperatura, a viscosidade cinemática é 'I> = 0,000001 m 2 /s (1. 10-s) Em uma canalização de diâmetro relativamente pequeno como, por exemplo, 5 O mm, teríamos R e = vD = 0,90x0,05 = 45 0,000001 V 000 Valor bem acima de 4 000. Para diâmetros maiores, os valores de Rc seriam bem superiores. O contrário se verifica quando se tratar de líquidos muitos viscosos", como óleos pesados, etc. Exercício 7.1 - Uma tubulação nova de aço com 10 cm de diâmetro conduz 757 m 3 /dia de óleo combustível pesado à temperatura de 33 ºC. Pergunta-se: o regime de escoamento é laminar ou turbulento? Informa-se a viscosidade do óleo pesado para 33 ºC: Q=757m3 /dia = 2 ~=0,0088m3 /s 86.400 2 A= :n:D = :n:O,l0 = 0,00785m2 4 4 Q=Av.·.v= Q = 0,00880 =1 lOm/s A 0,00785 ' v = 0,000077m2 /s R = 1, 10xO,10 ~ l 400 0,000077 e Portanto o movimento é laminar. 7.5 - PERDAS DE CARGA: CONCEITO E NATUREZA A adoção de um modelo perfeito para os fluidos ·não introduz erro apreciável nos problemas da Hidrostática. Ao contrário, no estudo dos fluidos em movimento não se pode prescindir da viscosidade e seus efeitos. No escoamento de óleos, bem como na condução da água ou mesmo do ar, a viscosidade é importante fator a ser considerado. Quando, por exemplo, um líquido flui de (1) para (2), na canalização indicada na Fig. 7.9, parte da energia inicial se dissipa sob a forma de calor; a soma das três cargas em (2) (teorema de Bernoulli) não se iguala à carga total em (1). A diferença h 1 , que se denomina perda de carga, é de grande importância no problemas de engenharia e por isso tem sido Figura '1.8 - Fotogr.úia mostrando fifa.mentos objeto de muitas investigações. coloridos paro diversos valores A resistência ao escoamento no caso do regime do número de Reynolds. CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA 115 --r~r- T~- _____ 1z, 1 Canalização --~~~~.=---;-- Z2 ------------------------·Figu:ra '7.9 laminar é devida inteiramente à viscosidade. Embora essa perda de energia seja comumente designada como perda por fricção ou por atrito, não se deve supor que ela seja devida a uma forma de atrito como a que ocorre com os sólidos. Junto às paredes dos tubos não há movimento do fluido. A velocidade se eleva de zero até o seu valor máximo junto ao eixo do tubo. Pode-se assim imaginar uma série de camadas em mÕvimento, com velocidades diferentes e responsáveis pela dissipação de energía. Quando o escoamento se faz em regime turbulento, a resistência é o efeito combinado das forças devidas à viscosidade e à inércia. Nesse caso, a distribuição de velocidades na canalização depende da turbulência, maior ou menor, e esta é influenciada pelas condições das paredes. Um tubo com paredes rugosas causaria maior turbulência. A experiência tem demonstrado que, enquanto no regime laminar. a perda por resistência é uma função da primeira potência da velocidade, no movimento turbulento ela varia, aproximadamente, com a segunda potência da velocidade. 7.6 - CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA Na prática, as canalizações não são constituídas exclusivamente por tubos retilíneos e de mesmo diâmetro. Usualmente, incluem ainda peças especiais e conexões que, pela forma e disposição, elevam a turbulência, provocam atritos e causam o choque de partículas, dando origem a perdas de carga. Além disso, apresentam-se nas canalizações outras singularidades, como válvulas, registros, medidores, etc., também responsáveis por perdas dessa natureza. Devem ser consideradas, pois, as perdas apresentadas a seguir. a) Perda por resistência ao longo dos condutos. Ocasionada pelo movimento da água na própria tubulação. Admite-se que essa perda seja uniforme em qualquer trecho de uma canalização de dimensões constantes, independentemente da posição da canalização. Por isso também podem ser chamadas de perdas contínuas. b) Perdas locais, localizadas ou acidentais. Provocadas pelas peças especiais e demais singularidades de uma instalação. ESCOAMENTO EM TUBULAÇÔES 116 Essas perdas são relativamente importantes no caso de canalizações curtas com peças especiais; nas canalizações longas, o seu valor freqüentemente é desprezível, comparado ao da perda pela resistência ao escoarçi.ento. 7.7-PERDA DE CARGA AO LONGO DAS CANALIZAÇÕES. RESISTÊNCIA AO ESCOAMENTO Poucos problemas mereceram tanta atenção ou foram tão investigados quanto o da determinação das perdas de carga nas canalizações. As dificuldades que se apresentam ao estudo analítico da questão são tantas que levaram os pesquisadores às investigações experimentais. Assim foi que, após inúmeras experiências conduzidas por Darcy e outros investigadores, com tubos de seção circular, concluiuse que a resistência ao escoamento da água é a) diretamente proporcional ao comprimento da canalização (1tDL). b) inversamente proporcional a uma potência do diâmetro (1/IJm). c) função de uma potência da velocidade média (vn). d) variável com a natureza das paredes dos tubos (rugosidade), no caso do regime turbulento(k'). e) independente da posição do tubo: f) independente da pressão interna ·sob a qual o líquido escoa. g) função de uma potência da relação entre a viscosidade e a densidade do fluido (µJpY. Para uma tubulação, a pei;,da de carga pode ser expressa como -xvnx(f:!:._Jr p 1 hr =k'xnDLxDm simplificando ao fazer m fazendo k = p + 1: = k'1t ( ~ )r p h, =kLvn IY' equação (1) sendo (1) a equação básica para a perda de carga em tubulações, considerando desprezíveis na prática (ou incluídos no coeficiente "k"), os efeitos das variações de densidade e viscosidade da água nas temperaturas e velocidades usuais A equação (1) também pode ser escrita assim: h, IY' L = kv" equação (Z) Designando-se hrfL por J, isto é, a perda de carga unitária (por m de canalização) vem: vn DP · J = k · ou D · J = q> (v) O coeficiente k considera as condições dos tubos (questão complexa). As fórmulas empíricas propostas para determinadas condições e a fórmula Universal, substituem, na prática, essa expressão geral. PERDA OE CARGA AO LONGO DAS CANALIZAÇÕES. RESIST~NCIA AO ESCOAMENTO ft 117. Para que as equações (1) e (2) tenham aplicação prática, é necessário conhecer k", "p" e "n". Foi Chezy, por volta de 1775 que observou que a perda de carga pela passagem de água sob pressão em tubos variava mais ou menos com o quadrado da velocidade da água, ou seja, atribuiu o valor "2"para "n". Posteriormente, por volta de 1850, Darcy e Weisbach sugeriram um novo aprimoramento para a equação (1), considerando "p" igual a "l",e multiplicando numerador e denominador por "2g": h r =(k"·2g ) D. L·v2 g 2 equação (3) Chamando (k" · 2g) de"!" ou coeficiente de atrito, obtém-se a fórmula de cálculo de tubulações conhecida como fórmula de Darcy-Weisbach ou ainda "fórmula Universal": · Lv 2 . br=f D2g. '. '· . equação (4) que já tem aplicabilidade prática ao exprimir a perda de carga em função da veloc.idade na tubulação, e ter homogeneidade dimensional. Entretanto, a fórmula de "Darcy" apresenta dificuldades: a) Em escoamento turbulento, que ocorre quase sempre na prática, a perda de carga não varia exatamente com o quadrado da velocidade, mas sim com uma potência que varia normalmente entre 1, 75 a 2. Para contornar essa dificuldade, corrige-se o valor de "f", de forma a compensar a incorreção na fórmula. b) Considerando que v=QI A, v=+.ese"Q", "f" e "L" forem conhecidos, nD /4 tem-se que a equação (4) resulta em hr = a/DS, ou seja, a perda de carga é inversam.ente proporcional à 5a. potência do diâmetro, o que não se verifica na prática, pois as experiências demonstram que o expoente de (D) é próximo ~e 5,25. Tal dificuldade é mais uma vez ajustada no valor de "f". c) O coeficiente de atrito "f", que pelo visto acaba sendo uma função da rugosidade do tubo, da viscosidade e da densidade do líquido, da velocidade e do diâmetro, apesar de todas as pesquisas a respeito, não teve seu valor estabelecido através de uma fórmula. Assim, seu valor será sempre obtido de tabelas e gráficos, onde são anotados pontos observados na prática e por experiências, e onde são interpolados os valores intermediários, com a limitação de que correspondem a determinada situação de temperatura, rugosidade, etc., difíceis de se reproduzirem exatamente. Tais düiculdades, no entanto, não devem ser tomadas como invalidação do método, que atende muito bem às necessidades normais da engenharia, mas como campo aberto à pesquisa e desenvolvimento, para que se chegue a resultados teóricos os mais próximos da realidade, ampliando a aplicação da hidráulica. 7. 7.1 - Natureza das paredes dos tubos: rugosidade Analisando-se a natureza ou rugosidade das paredes, devem ser considerados: a) o material empregado na fabricação dos tubos; b) o processo de fabricação dos tubos; c) o comprimento de cada tubo e número de juntas na tubulação; ESCOAMENTO 118 EM TUBULAÇÔES d) a técnica de'assentamento; e) o estado de conservação das paredes dos tubos; f) a existência de revestimentos especiais; g) o emprego de medidas protetoras durante o funcionamento. Assim por exemplo, um tubo de vidro é mais liso e oferece condições mais favoráveis ao escoamento que um tubo de ferro fundido_ Uma canalização de aço rebitado opõe maior resistência ao escoamento que uma tubulação de aço soldado. Por outro lado, os tubos de ferro fundido ou de aço, por exemplo, quando novos, oferecem resistência menor ao escoamento que quando usados. Com o tempo, esses tubos são atacados por fenômenos de natureza química relativos aos minerais presentes na água, e na sua superfície interna podem surgir protuberâncias "tubérculos" ou reentrâncias (fenômenos da corrosão). Essas condições agravam-se com o tempo(Fig. 7.lOc). Modernamente, tem sido empregados revestimentos internos especiais com o objetivo de eliminar ou minorar esses fenômenos. Outro fenômeno que pode ocorrer nas canalizações é a deposição progressiva de substâncias contidas nas águas e a formação de camadas aderentes -incrustações - que reduzem o diâmetro útil dos tubos e alteram a sua rugosidade (Fig. 7.lOb). Essas incrustações verificam-se no caso de águas muito duras, com teores elevados de certas impurezas. O mais comum é a deposição progressiva de cálcio em águas calcáreas. Figura 7.1.0 Alterações na superfície :interna do tubo Tubo novo Incrustação Corrosão Tuberculização Os fatores apontados devem ser considerados quando se projetam instalações hidráulicas. 7. 7.2 - Influência do envelhecimento dos tubos Com o decorrer do tempo e em conseqüência dos fatores já apontados, a capacidade de transporte de água das tubulações de ferro fundido e aço (sem revestimentos especiais) vai diminuindo. De acordo com as observações de Hazen e Williams, a capacidade decresce de acordo com os dados médios apresentados na Tab. 7.1. Tabela 7.1 - Capacidade das canalizações de ferro e aço. (Sem revestimento permanente interno) Idade D-4" (lOOmm) 6" (150mm) tubos novos apóslOanos após20anos após30aoos Q após40anos Q. após50anos Q Q= 100% Q~ 81% Q- 68% 58%62 50%55 43%49 100 83 72 65 58 54 16" . 10" 20" (250 mm) (400mm) (SOO mm) 100 85 74 67 61 56 100 86 75 68 62 57 100 86 76 69 63 59 30" (750 mm) 100 87 77 119 PERDA DE e AR G A A o Lo N G o DA s e ANAL 1z A e ô E s. R E s 1sTÉNe1 A A o E se o AME N To Os tubos não metálicos costumam apresentar capacidade constante ao longo do tempo, a menos de algum fenômeno de incrustação específica, o mesmo ocorrendo com os tubos de cobre. 7.7.3 - Problemas práticos de encanamentos Nos problemas de encanamentos são quatro os elementos hidráulicos: D, J, v e Q. A$ equações disponíveis são duas: a) equação da continuidade, Q =Av b) equação de resistência, DJ = <p v (representada na prática por uma fórmula empírica). Sendo quatro as variáveis e duas equações, o problema será determinado se forem dados dois elementos hidráulicos. Apresentam-se, então, os tipos de problemas a resolver fornecidos no Quad. 7.1. 0 QUADR07.l Tipos Dados Incógnitas I II III IV V VI D·J D·Q D·v J·Q J·v Q·v Q·v J·v J·Q D·v D·Q D·J Observações Calcula-se v = QIA Calcula-se Q~A/v Caj.cula-se A ~ Q!v Nos três primeiros tipos de problemas em que é conhecido D, a solução é imediata. O quarto tipo de problema é particularmente importante: é o caso das linhas adutoras, etc., para as quais Q é fornecida por dados estatísticos e J decorre da topografia. Nos problemas tipo IV calcula-se D com a equação de resistência, DJ = <pv. No tipo V a solução pode ser por tentativas ou pela equação de resistência. No sexto tipo de problema pode-se calcular D com a equação da continuidade, recaindo-se no segundo caso. Vide soluções dos problemas na seção 9.8 .. - - .. , ~ ~·~. ,. . . ~ ~:;:;.~ Figura 7.11-Inc:rustações decorreIJ.tes de certas impurezas de água (dureza) Figura 7.12-Tubulaçiio de ferro. de gr::JD.de diiimetro, mostraDdo os efeitos da tuberculizllção ESCOAMENTO 120 EM TUBULAÇÕES 7.8 - PERDAS DÊ'CAR.GA LOCALIZADAS Essas perdas são denominadas locais, localizadas, acidentais ou singulares, pelo fato de decorrerem especificamente de pontos ou partes bem determinadas da tubulação, ao contrário do que acontece com as perdas em conseqúência do escoamento ao longo dos encanamentos. 7.8.1 - Perda de carga devida ao alargamento brusco de seção É clássica a dedução da expressão relativa à perda de carga devida ao alargamento brusco, partindo-se do teorema de Bernoulli e considerando-se o impulso O.as forças que atuam nas seções e a variação da quantidade de movimento. A Fig. 7.13 mostra, esquematicamente, um alargamento brusco de seção. A velocidade vl' na seção menor, será bem maior que a velocidade v 2 , havendo, portanto, partículas fluidas mais velozes (animadas da velocidade v 1 ) que se chocam com partículas mais lentas de velocidade v 2 • Na parte inicial da seção alargada forma-se Pigun17.1S um anel de turbilhões que absorve energia. Geralmente se considera que na parte inicial da seção alargada ainda atue a pressão pl' admitindo-se que a pressão p 2 seja medida a jusante da zona de turbilhões. Considerando-se essas seções e aplicando-.se o teorema de Bernoulli, p p v2 v2 -1.+_1 +z=2+-2 +z+h r 2g r 2g eJ.-pressão donde se obtém a perda de carga hf' h/ = ;~ - ;; -( ~ 2 - ~I ) ' equação (5) Considerada a unidade de tempo, a quantidade de fluido que escoa é Q (vazão). A resultante que atua da direita para a esquerda será (pz - P1)Az e a variação da quantidade de movimento; Qr (v -vz) g l Igualando-se essas duas expressões (a variação da quantidade de movimento deve igualar-se ao impulso das forças), equação (6) · PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS 121 Substituindo-se esse valor na eq. (5), equação (7) expressão que entre nós é conhecida como o teorema de Borda-Bélanger, em homenagem a Borda, que deduziu essa expressão (1766), e a Bélanger, que retomou esses estudos e expôs a sua teoria (1840): "Em qualquer alargamento brusco de seção, há uma perda de carga local medida pela altura cinética correspondente à perda de velocidade". 7.8.2 - Expressão geral das perdas localizadas Substituindo o valor de v 2 em função de v 1 na equação (7), encontra-se, ainda, V2=.A,.·V1 ~ h =(v1-V2)2 t h l 2g =(1-Ai)zv~ ~ 2g =K~ 2g De um modo geral, todas as perdas localizadas podem ser expressas sob a forma ·.: ~.~-Kv2· ' J·' ·2g' equação geral para a qual o coeficiente Kpode ser obtido experimentalmente para cada caso. Esse trabalho experimental vem sendo realizado, há vários anos, por engenheiros interessados na questão, por fabricantes de conexões e válvulas e pelo laboratórios de Hidráulica. Merecem especial menção as investigações de Giesecke, da Crane Company e do Laboratório de Hidráulica de München, assim como as observações mais recentes da Marinha dos EUA. Verificou-se que o valor de K é praticamente constante para valores do número de Reynolds superiores a 50 000. Conclui-se, portanto, que para os fins de aplicação prática pode-se considerar constante o valor de K para determinada peça, desde que o escoamento seja turbulento, independentemente do diâmetr9 da tubulação e da velocidade e natureza do fluido. A Tab. 7.3 apresenta os valores aproximados de K para as peças e perdas mais comuns na prática. É um quadro elaborado com bases nos dados disponíveis mais seguros e fidedignos. •Essa expressão leva a resultados Jigeiram.ente inferiores a.os experimenta.is, razão por que Ss.int-Vens.nt propôs um termo corretivo complementar; com base nos da.dos experimentais de Borda. Posteriormente, Hanok, Archer e outros investigadores propuseram correções mais lógicas e exatas, que, não obstante, nem sempre são considerads.s na prática. ESCOAMENTO EM TUBULACÕES 122 Tabela 7.2 - Valores aproximados de K (perdas localizadas) K Peça Ampliação gradual Bocais Comporta aberta Controlador de vazão Cotovelo de 90º Cotovelo de 45º Crivo CUrvade 90º CUrvade45° CUrva de 22,5° Entrada normal em canalização Entrada de Borda Existência de pequena derivação 0,30* 2,75 l,00 2,50 0,90 0,40 0,75 0,40 0,20 0,10 0,50 1.00 0,03 • Com bllSe na velocidade maior (se~o menor) ••Relati= à velocidade= c:m:W:z..~o Peça K Junção Medidor Venturi Redução gradual Saída de canalização Tê, passagem direta Tê, saída de lado Tê, saída bilateral Válvula de ângulo aberta Válvula de gaveta aberta Válvula borboleta aberta Válvula-de-pé Válvula de retenção Válvula de globo aberta Velocidade 0,40 2,50** 0,15* 1.00 0,60 1,30 1.80 5,00 0,20 0,30 1,75 2,50 10.00 1.00 7.8.3 - Perda de carga na entrada de uma canalização (saída de reservatório). A perda de carga que se verifica na entrada de uma canalização (saída de reservatórios, tanques, caixas, etc.) dependerá bastante das condições que caracterizam o tipo da entrada. A disposição mais comum, denominada normal, é aquela em que a canalização faz um ângulo de 90° com as paredes ou com o fundo dos reservatórios, constituindo uma aresta viva. Para essas condições, o valor de K é bem determinado, podendo ser tomado igual a 0,5. No ca·so de tubulação reentrante, constituindo a entrada clássica de Borda (designação dada em homenagem ao grande hidráulico do século XVIII), as condições são desfavoráveis e K assume um valor igual a 1. Se as entradas forem arredondadas, o valor de K cairá sensivelmente, igualando-se a 0,05 sempre que for obedecida a forma de sino. A entrada arredondada ideal teria a forma de uma tratriz (K = 0,04). Na prática, sempre que as proporções· da obra justificarem, poderão ser melhoradas as condições da entrada, instalando-se uma redução no início da tubulação (vide 5.2.8). ~~~-5--?L ~~~--?L ~· r --=- (a) -..:- (b) ~~~--?L ~~~--?L -~ -..= ----1 _____r (e) (d) Figura 7.14 e (a) Reelltrante ou de Borda; K - 1. (b) Normal; K - 0,5.(c) Forma de sino; K- 0,05. (d) Concordiincia com um peça s.diciollal (reduçiio), K-0,10 7.8.4- Perda de carga na saída das canalizações (entrada em reservatórios) Duas situações podem ocorrer no ponto de descarga das canalizações (Fig. 7.15). PERDAS OE CARGA LOCALIZADAS 123 Se a descarga for feita ao ar livre, haverá um jato na saída da canalização, perdendose precisamente a energia de velocidade: K = 1. Se a canalização entrar em um reservatório, caixa ou tanque, haverá um alargamento de seção, caso em que a perda corresponderá a um valor de K compreendido entre 0,9 e 1. .._.____________________________________________ Figura 7.15 7.8.5 - Perda de carga em curvas Um erro comum é a falsa concepção que muitos fazem, imaginando que todos os cotovelos ou curvas de raios mais longos sempre causam perdas menores do que os de raio mais curto. Na realidade, existe um raio de curvatura e um desenvolvimento ótimos para cada curva; veja Tab. 7. 3. Tabela 7. 3 - Curvas de 90° Relação R/D -> valores deK 1 11/2 2 4 6 8 0,48 0,36 0,27 0,21 0,27 0,36 7.8.6 - Perda de carga em válvulas de gaveta As válvulas e os registros podem oferecer uma grande resistência ao escoamento. Mesmo quando totalmente abertos, haverá uma perda de carga sensível devido à sua própria construção. Para as válvulas de gaveta totalmente abertas, o valor de K pode variar desde 0,1 até 0,4, conforme as características de fabricação: 0,2 é um dado médio representativo. As experiências de Weisbach levaram aos resultados relativos a válvulas de gaveta parcialmente abertas; tais resultados acham-se mostrados na Tab. 7. 4. Tabela~4-VruoresdeKparaválvulasdegaveta d/D s/S" K 7/8 6/8 5/8 4/8 3/8 2/8 1/8 0,948 0,856 0,740 0,609 0,466 0.315 0,159 0,07 0,26 0,81 2,06 5,52 17,00 97,80 * s/S - vi.de observação da Tab. 7.5 Figura.7.16 ESCOAMENTO EM TUBULAÇÔES 124 7.8. 7 - Perda de carga em válvula-borboleta AJ:. válvulas-borboleta são de aplicação cada vez mais generalizada em obras hidráulicas. O valor de K dependerá do ângulo ô, de abertura, sendo aplicáveis os valores da Tab.7.5. --+-Figu:ra 7.17 Tabela 7.5 - Valores de K para válvulas-borboleta ô s/S* K ô s/S"' K 5º 10° 15° 20° 25° 30° 35° 0.913 0,826 0,741 0,658 0,577 0,500 0,426 0,24 0,52 0,90 1,54 2,51 3,91 6,22 'fOº 45° 50º 55° 60° 65° 70° 0,367 0,293 0,234 0,181 0,134 0,094 0,060 10,80 18,70 32,60 58,80 118,00 256,00 750,00 s/S é relação de áreas efetillllS da abertura. de possagem e da tubulação de seção cüxular w 7.8.8 - Perda de carga devida ao estreitamento de seção A perda decorrente da redução brusca de diâmetro, de uma seção A 1 para uma seção A 2 , é dada por 2 h =K~ f 2g sendo K=~(1- ~) Se a redução de diâmetro for gradual, a perda será menor. Nesse caso, o valor de K, geralmente, está compreendido entre 0,04 e 0,15. 7.8.9 - Perda de carga devida ao alargamento gradual de seção Verifica-se, experimentalmente, que os valores de K dependem da relação en· tre os diâmetros inicial e final, bem como do comprimento da peça. Para as peças usuais, encontra-se que PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS 125 O Prof. C. F. Pimenta dá os seguintes valores para K, em função do ângulo de ampliação da peça: ~I a{~ 13 5º 10° 20° 40° 60º 80° 120° K 0,13 0,17 0,42 0,90 1,10 1,08 1,05 Figw:a 7.18 7.8.10 - Perda de carga em tês e junções Quadro 7.2 1 Relação de Esquema Kd ~--~t?-º vazões Kd q-Q/3 q-Q/2 q-2Q/3 q-Q 0,25 0,40 0,50 q-Q/3 q-Q/2 q-2Ql3 q-Q º·ºº 0,01 q-Q/3 q-Q/2 q =2Q/3 q-Q 0,18 0,11 0,04 q=Q/3 q=Q/2 q-2Q/3 q-Q desprezível 0,02 0,12 - Ks o.os 0,30 0,55 0,90 q o--~.~-~ Kd 0,12 - 0,90 0,92 1,00 1,30 q !51... ~-~;;?-º 45• ~ X Kd o-~~-a~ ~ 45• ~ - - desprezível 0,11 0,26 0,38 0,55 0,45 0,32 0,40 7.8.11 - Método dos comprimentos virtuais Um método relativamente recente para se levar em conta as perdas localizadas é o dos comprimentos virtuais de canalização. Uma canalização que compreende diversas peças especiais e outras singularidades, sob o ponto de vista de perdas de carga equivale a um encanamento retilíneo de comprimento maior. É nessa simples idéia que se baseia um novo método de grande utilidade na prática para a consideração das perdas locais. O método consiste em se adicionarem à extensão da canalização, para simples efeito de cálculo, comprimentos tais que correspondam à mesma perda de carga que causariam as peças especiais existentes na canalização. A cada peça especial corresponde um certo comprimento fictício e adicional. Levando-se em consideração todas as peças especiais e demais causas de perda, chega-se a um comprimento virtual de canalização. ESCOAMENTO EM TUBULACÕES 126 As perdas de carga ao longo das canalizações podem ser determinadas pela fórmula de Darcy-Weisbach (seção 7. 7) 2 h' _ fLv. i - D2g Para determinado encanamento, L e D são constantes e, como o coeficiente de atrito f não tem dimensões, a perda de carga será igual ao produto de um número puro pela carga de velocidade v2 2 g, h' =m v2 [ 2g' Por outro lado, as perdas acidentais têm a seguinte expressão geral: v2. h 1 =K-, 2g Observa-se, portanto, que a perda de carga na passagem por conexões, válvulas, etc., varia com a mesma função da velocidade existente para o caso de resistência ao escoamento em trechos retilíneos de encanamentos. É devido a essa feliz identidade que se pode exprimir as perdas localizadas em função de comprimentos retilíneos de canalização. Pode-se obter o comprimento virtual de canalização, que corresponde a uma perda de carga equivalente à perda local, fazendo-se h'1 =hr fLv 2 v2 --=KD2g 2g ·.··KD L=-· f .·.,·' · 7.8.12 - Valores práticos A Tab. 7.6 inclui valores para os comprimentos fictícios correspondentes às peças e perdas mais freqüentes na canalizações. Os dados apresentados foram em grande parte calculados pelo prof. Azevedo Netto, com base na fórmula de DarcyWeisbach em sua apresentação americana, tendo sido adotados valores precisos de K. Em parte eles se baseiam também nos resultados das investigações feitas por autoridades no assunto, tais como os departamentos especializados do Governo Federal Norte-Americano, da Crane Co., etc. Os comprimentos equivalentes, embora tenham sido calculados para tubulações de ferro e aço, poderão ser aplicados com aproximação razoável ao caso dos encanamentos de cobre ou latão. As imprecisões e discrepâncias resultantes do emprego generalizado desse método e dos dados apresentados são, provavelmente, menos consideráveis que as indeterminações relativas à rugosidade interna dos tubos e resistência ao escoamento, assim como à sua variação na prática. O ábaco incluso, original da Crane Co., foi convertido ao sistema métrico e publicado por cortesia daquela companhia (Fig. 7;19). ,.., " Tabela 7.6 - Comprimentos equivalentes a pe1·das locnllzadas. (Expressos em metros de canalização retilínear w o ~o _, "z owo > _, ~g 8~ .., gg ....... >::;: º ~ o" o o: o o o "'o ... o_, o: w :::> > o iil > 8 <i! o~ t. .. ee o o "~ --: o '- h .. B~ o o "' ~ 7 B~ ~ B~ "o "_, ~~ wz ~ c1 ~! Dllmelro D mm pol ~ ~ 'Q /} ffi w o ~ ~ CJ ~ ~ o w ffi o .. o"' ~ê :"í" ~ ~ ::; > ~ -<( i1 _, > " w o ~ w ~ 13 1/2 0,3 0,4 0,5 0,2 0,2 0,3 0,2 0,2 0,4 0,1 19 3/4 0,4 0,6 0,7 0,3 0,3 0,4 0,2 0,2 0,5 0,1 ' ::; w :"í :> o _, "< .. o: 1!! B ~5 z > '" ~ o w "" .i. ~ .J; . iU _, e "o ..Q o ~ :"í '!!! l!l "_, ..Q ~ ~3 :"íºº~ :> o ::; w "< .... > .. g ~ w êi f o o a. . o > Oz "" ~~ ~~ o >o: > o: "'> '" ~ "' ~ w i: o o :"í'~ :"í '(j. ";jf" li) c:::::3€:. ~ e ~ 1, 1 1,6 4,9 2,6 0,3 1,0 1,0 3,6 0,4 6,7 3,6 0,4 1,4 1,4 5,6 0,5 1,6 2,4 1,7 1,7 7,3 0,7 2,1 3,2 2,3 2,3 10,0 0,9 2,7 4,0 1 0,5 0,7 0,8 0,4 0,3 0,5 0,2 0,3 0,7 0,2 8,2 4,6 32 l1/4 0,7 0,9 1, 1 0,5 0,4 0,6 0,3 0,4 0,9 0,2 11,3 5,6 0,7 38 l112 0,9 1, 1 1,3 0,8 0,5 0,7 0,3 0,5 1,0 0,3 13,4 6,7 0,9 2,8 2,8 11,6 1,0 3,2 4,8 50 2 1, 1 1,4 1,7 0,8 0,6 0,9 0,4 0,7 1,5 0,4 17,4 8,5 1, 1 3,5 3,5 14,0 1,5 4,2 6,4 63 2112 1,3 1,7 2,0 0,9 0,8 1,0 0,5 0,9 1,9 0,4 21,0 10,0 1,3 4,3 4,3 17,0 1,9 5,2 8, 1 0,6 1, 1 2,2 0,5 26,0 13,0 1,6 5,2 5,2 20,0 2,2 6,3 9,7 0,7 1,6 3,2 0,7 34,0 17,0 2,1 6,7 6,7 23,0 3,2 6,4 12,9 16, 1 19,3 75 3 1,6 2, 1 2,5 1,2 1,0 1,3 100 4 2,1 2,8 3,4 1,5 1,3 1,6 125 5 2,7 3,7 4,2 1,9 1,6 2,1 0,9 2,0 4,0 0,9 43,0 21,0 2,7 8,4 8,4 30,0 4,0 10,4 150 6 3,4 4,3 4,9 2,3 1,9 2,5 1, 1 2,5 5,0 1, 1 51,0 26,0 3,4 10,0 10,0 39,0 5,0 12,5 200 8 4,3 5,5 6,4 3,0 2.4 3,3 1,5 3,5 6,0 1,4 67,0 34,0 4,3 13,0 13,0 52,0 6,0 16,0 25,0 7,9 3,8 3,0 4, 1 1,8 4,5 7,5 1,7 85,0 43,0 5,5 16,0 16,0 65,0 7,5 20,0 32,0 9,5 4,6 3,6 4,8 2,2 5,5 9,0 2,1 102,0 51,0 6,1 19,0 19,0 78,0 9,0 24,0 38,0 11,0 2,4 120,0 60,0 7,3 22,0 22,0 90,0 11,0 28,0 45,0 250 10 5,5 6,7 300 12 6,1 7,9 350 14 7,3 9,5 10,5 5,3 4,4 5.4 2,5 6,2 • Oa valoras Indicados para reglelroa da globo apllcarn·•• lambêm b lornelrao, v61vulu para chuveiros a válvulas de deecerga o o w;:: o o 0,5 25 "' "> (/) "" r o o > ,. ,.o N (/) ... ~ ESCOAMENTO EM TUBULAÇÕES 128 7.8.13 - Nova simplificação Considerando-se os comprimentosL, apresentados na Tab. 7.6, para determinar perda e dividindo-se esses comprimentos pelos diâmetros das canalizações, verificase que os resultados apresentam uma variação relativamente pequena. Assim é que os dados relativos às perdas em cotovelos de 90°, de raio médio, levam a valores de L/D variando desde 26 (para 12") até 31 (para 3/4"). Nessas condições, as informações contidas na Tab. 7.6 poderão ser condensadas tomando-se os comprimentos equivalentes expressos em diâmetros das canalizações. A Tab. 7. 7 inclui os dados recomendados por Azevedo Netto. :;_ Figrua 7.19-Perdas de ctJrga localizadas (Crao.e Co.) Válvula de globo cr 1i ~ -tfltTê, ,.Jda•OteraJ ãog"~ ~ !~ -~·- Válwla do ··áJJ @=3- o 40" L 100.om so.om 40,0m 20,0m 10,0m 00.-~/~ ~}-@jTê reduzido 112 ou cotovelo 90" 900mm 30' 750mm 24" 600mm 20" 500mm 16" 400mm 30,0m Entrada de borda Tê, saída lateral 1000mm 36" 14" 350mm 1Z' 300mm 10· 2SOmm a· 200mm / - Entrada nonnal 5,0m 4.0m s· 150mm 5'" 125mm 4" 100mm 3,0m 2,0m 1,0m Cotovelo 45• Tê passagem direta ou cotovelo de 90", raio longo o.sm 0,4m Tê reduzido 1/4 ou cotovelo 90º, raio médio Válvula de gaveta Z' · SOmm 0,3m 11/2" 38mm 0.2m 1'1• 32mm 0,1m 1" 2Smm 1 /:" 13mm 'ERDAS DE CARGA LOCALIZADAS 129 Tabela 7. 7 - Perdas localizadas expressas em diâmetros de canaU:z;ação retilínea (comprimentos equivalentes) Peça Comprimentos expressos em diâmetros (n". de diâmetros) Ampliação gradual Cotovelo de 90º Cotovelo de 45° Curva de 90° Curva de 45º Entrada normal Entrada de Borda Junção Redução gradual RegistI"O de gaveta, aberto Registro de globo, aberto Registro de ângulo, aberto Saída de canaliz.ação Tê, passagem direita Tê, saída de lado Tê, saída bilateral Válvula-de-pé e crivo Válvula de retenção 12 45 20 30 15 17 35 30 6 8 350 170 35 20 50 65 250 100 Curvas de aço em segmentos 30° 45° 45° 60º 60º 90° 90° 90° 2 segmentos 2 segmentos 3 segmentos 2 segmentos 3 segmentos 2segmentos 3 segmentos 4segmentos 7 15 10 25 15 65 25 15 Exercício 7.2 - Uma canalização de ferro dúctil com 1 800 m de comprimento e 300 mm de diâmetro está descarregando em um reservatório, 60i/s. Calcular a düerença de nível entre a represa e o reservatório, considerando todas as perdas de carga. Verificar quanto as perdas locais representam da perda por atrito ao longo do encanamento (em%). Há na linha apenas 2 curvas de 90º, 2 de 45° e 2 registros de gaveta (abertos)(Fig. 7.20). velocidade na canalização é v 0,060 =-QA =--=0,85m/s 0,0707 ~ = 0,852 =0,03 7m. 2g 2x9,8 As perdas de carga acidentais serão determinadas em função de se a entrada na canalizacão. v2 g . Calcula- 2 130 ESCOAMENTO EM TUBULAÇÕES v2 1.0-=0,037 2g determinam-se 2 curvas de 90º, 2 X 0,40 X 0,037 - 0,030 assim como 2 curvas de 45º, 2 X 0,20 X 0,037 = 0,015 e 2 registros de gaveta-abertos, 2 X 0,20 X 0,037 = 0,015 mais a saída da canalização= 0,037 Lb. 1 =0,134m Essas perdas, portanto, não atingem 14 cm. A perda por atrito ao longo do encanamento pode ser encontrada na Tab. 8.14 (Fórmula de Hazen-Williams): com Q = 60 e;s, e D = 0,30 m. Encontra-se para C = 100: J= 0,41m / lOOm = 0,004lm/m h 1 =JL = 0,0041x1800 = 7,38m A perda de carga total será a diferença de nível entre a represa e o reservatório, e.= 0,134 + 7,38 = 7,514 m Para essa canalização, as perdas locais representarão %= 'Lh, h, X lOO = 0, 134X100 7,38 1. 82% isto é, cerca de 2% da perda por atrito. Em casos como esse, de canalizações relativamente longas com pequeno número de peças especiais, funcionando com velocidades baixas, as perdas locais são desprezíveis ~m face da perda por atrito. A própria variação do valor perdido por atrito, segundo as diferentes fórmulas que poderiam ser adotadas para o seu cálculo, justificaria tal afirmação. Se, por exemplo, ao invés da fórmula de Hazen-Williams, fosse adotada a fórmula Universal, resultaria para e= l,SOmm h'1 J = 0,0038 (Tab. 8.14b) =! x L = 0,0038 x 1 800 = 6,84m As perdas localizadas corresponderiam apenas a: %= 0,134x100 6,84 1, 96% O contrário se verifica no caso de instalações prediais, nas quais o grande número de peças especiais é causa de perdas consideráveis. PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS 131 Exercício 7.3 - Analisar as perdas locais no ramal de 3/4" que abastece o cl:iuveiro de uma instalação predial. Verificar qual a porcentagem dessas perdas em relação à perda por atrito ao longo do ramal (Fig. 7.21). Aplicando-se o método dos comprimentos equivalentes às perdas acidentais, (1) -Tê, saída do lado 1,4 m de canalização (2) - Cotovelo, 90° O, 7 (3) - Registro de gaveta aberto 0,1 (4) - Cotovelo, 90° 0,7 (5) - Tê, passagem direta 0,4 (6) - Cotovelo, 90º O, 7 (7) - Registro de gaveta aberto 0,1 (8) - Cotovelo, 90º O, 7 (9) - Cotovelo, 90º O, 7 5,Sm Verifica-se, portanto, que as perdas localizadas correspondem ou equivalem a um comprimento adicional de 5,50 m. A perda por atrito é devida ao comprimento real da canalização, isto é, 0,35 + 1,10 + 1,65 + 1,50 + 0,50 + 0,20 = 5,30m. 9 1 1/2" 1 0,35 R 2 0.50 º·~ 8 1,50 R 7 R.3 Como as perdas localizadas equivalem à perda em 5,50 m de encanamento retilíneo, são mais elevadas do que as perdas ao longo dos 5,3 O m de canalização. %= 5,50X100 5,30 l04% As perdas singulares representam, pois, 104% da perda por atrito. 1 1;,· 1,65 8~5 l 6 Figw:a 7.21 7.8.14 - Importância relativa das perdas localizadas As perdas localizadas podem ser desprezadas nas tubulações longas cujo comprimento exceda cerca de 4.000 vezes o diâmetro (item 5.3.2). São ainda desprezíveis nas canalizações em que a velocidade é baixa e o número de peças especiais não é grande. Assim, por exemplo, as perdas localizadas podem não ser levadas em conta nos cálculos das linhas adutoras, redes de distribuição, etc. Tratando-se de canalizações curtas, bem como de encanamentos que incluem grande número de peças especiais, é importante considerar as perdas acidentais. Tal é o caso das instalações prediais e industriais, dos encanamentos de recalque e dos condutas forçados das usinas hidrelétricas. ESCOAMENTO EM TUBULAÇÔES 132 7.8.15 - Cuidados no caso de velocidades muito elevadas É muito importante assinalar que, no caso de tubulações funcionando com velocidades elevadas, as perdas de carga localizadas passam a ter valores que chegam a ultrapassar os valores das perdas ao longo das linhas. Exercício 7.4 - Um conduto forçado de 1,20 m de diâmetro e 150 m de extensão parte de uma câmara de extravasão para conduzir 4,5m 3 /s de água extravasada para um rio cujo nível está 6,50m abaixo do nível máximo que as águas poderão atingir na câmara. Na linha existem 4 curvas de 90º. Verificar as condições hidráulicas. Consultando-se a Tab. 8.14a encontra-se: Velocidade v = 3,98m/s; ~ =0,807m;J = 1,41m/100m (C = 100) 2g Perdas localizadas: .D< = 4 x 0,4 + 1 + 0,5 = 3,1 h'1 = 3,1 x 1,20 = 3, 72m (64%) Perda ao longo da linha: h 1 = 1,41 x 1,5 = 2,12m (36%) Perdas totais: 5,84m (o diâmetro é satisfatório) 7.9 -ANÁLISE DIMENSIONAL A interpretação de vários fenômenos comuns à Hidráulica, a análise dos modelos reduzidos e a comparação entre experi~entos realizados no passado, tais como determinação da perda de carga em tubos e canais, fica grandemente facilitada pela análise dimensional. A análise dimensional conduz à forma adequada de uma equação, mas não leva a resultados numéricos. 7.9.1 -Teorema de Buckingham A análise dimensional repousa sobre o seguinte teorema, que recebeu o nome de teorema de Buckingham (ou teorema dos n). Sejam n grandezas físicas e constantes dimensionais e k o número total de grandezas fundamentais, em termos das quais se exprimem aquelas n grandezas. Se um fenômeno físico puder ser considerado como uma função F (G 1 , G 27 ••• , Gn) =O das n grandezas G; interdependentes, também poderá ser considerado como uma função adimensional 'P (iz:J., 172,••• , "n-k) = O de n-k parâmetros adimensionais 7t; independentes. quaisquer, da forma onde 4 é um núm.eropuro. Observa-se aqui que só o teorema dos ·n não dá a relação entre os vários adimensionais. Entretanto, conhecendo os adimensionais de um certo fenômeno, a experiência pode dar esses adimensionais em números puros, que, devidamente apresentados, podem fornecer a relação procurada. ANÁLISE DIMENSIONAL 133 7.9.2 - Aplicação do teorema de Buckingham ao caso geral de um fluido que se movimenta relativamente a uma superfície sólida Neste caso, o fenômeno depende das seguintes grandezas dimensionais: R 1 = resistência (atrito) da parede sólida à passagem do fluido (kg* /m2 ); µ = viscosidade do fluido (kg"s/m2 ); p = massa especüica do fluido (kg/m3) ou (kg*s 2/m4); v = velocidade relativa entre o fluido e a superfície sólida (m/s); D = dimensão linear características da superfície sólida; define a forma geométrica (m); e = grandeza linear característica da rugosidade da superfície sólida (altura das asperezas) (m); g = aceleração local da gravidade (m/s2 ); E= módulo de elasticidade de volume (kg* /m 2 ); a= tensão superficial (kg* /m). Escolhem-se aqui as grandezas p, v, D como grandezas fundamentais, em termos das quais se exprimirão nove grandezas dimensionais. Assim, · Como o primeiro e o segundo termos têm a~ mesmas dimensões de força, comprimento e tempo, podem-se igualar essas dimensões. A tabela seguinte facilita esse trabalho. F L T Ri 1 -2 o pa.l ª1 -4a.l 2a.l ~ -<X2 va2 Da.3 o o a.3 o Desse modo, igualando os expoentes das grandezas básicas, a.l = 1, -4a.l + ~ + <X:i = -2, :. <X:i = 4a.l - ~ -2 2a.1 -~ = o :. ~ = 2etl Portanto ~=2, a.3 =o. Então o adim.ensional de R 1 será  = R, , também chamado núm.ero índice pv2 de resistência ou Wiederstandzahl. Da mesma forma, encontram-se os adimensionais dados a seguir. ESCOAMENTO EM TUBULACÕES 134 R~ = pvD µ (da viscosidade); (Reynolds) ~ (da rugosidade); vz = gD Fr e -2 pv (da aceleração da gravidade); (Fraude) (do módulo de elasticidade); <5 ~D pv (da tensão superficial). Assim, o fenômeno em questão, que poderia ser descrito por um.a relação entre nove grandezas dimensionais F(R 1 ,µ,p, v,D, e,g, e. <5) =O, poderá também ser descrito por uma relação entre seis grandezas adimensionais: <t>(~.pvD ,.:=..., v pv2 µ 2 ,-e-)=o. D gD pv 2 D 7.9.3 - Perda de carga em tubos. Movimento uniforme A experiência mostra que a perda de carga em tubos, veic:u.lando um fluido incompressível com movimento uniforme (caso particular da aplicação do teorema dos n:, feita aqui), pode ser expressa apenas em função das seguintes grandezas dimensionais: R 2 , µ, p, v, D, e. Poderá, então, a perda de carga em questão ser expressa através dos números adimensionais: Rifpv2 , pvD/µ, e/D. Pode-se expressar a perda de carga em tubos, veiculando fluído incompressível em movimento uniforme, por li_= pvz 'Í' (pvD µ •.!:..). D equaç.iio (8) 7.9.4 - Expressão de R .- Fórmula Universal Seja um duto cilíndrico veiculando uma vazão constante de fluido incompressível, sendo D o diâmetro; A = 10 Dz ; P (perímetro molhado) = rr.D. 4 - Por equillbrio de forças que agem sobre o fluido, tem-se (na direção do movimento) (p 1 -p 2 )A+ yAL sen et=R 1 PL, mas sen a.= Zt - L Zz , ANÁLISE DIMENSIONAL 135 v~.--~-~-~---~-~~~~~~~~~~---. 2g ---------- --- .. Âh ---------- - - - - - - - - - 2g Vi P2 r ._.____________________________________ Figura.7.22 Contudo, pelo teorema de Bernoulli (Cap. 4), a perda de carga h1 =M=(~ +z 1 )-(~ +z 2} Assim, AM R1=r PT· Ao valor ; dá-se o nome de raio bidráulicoRHou raio médio, A RH=p No caso de movimento uniforme, o valor ~ recebe a designação de declividade . étrica . J= L M = r;· h, E ntao p1ezom ou R1=pgRHJ. Substituindo-se na eq. (8) o valor deR1 dado acima vem gRnJ:::;,,. (p.v.D ~) v2 µ 'D' 'I' equação (9) ou.com À.= gRHJ V 2 ' equação (10) resulta Â=~(':D, ~} expressão geral adimensional que relaciona a declividade piezométrica ( J) e, portan~o, e a perda de carga (L1h = JL) com Re e D. Pode-se dizer que, praticamente, todas as f6rmulas experimentais para o cálculo de perdas de cargas podem derivar daí. ESCOAMENTO EM TUBULACÕES 136 A chamada fórmula Universal deriva diretamente dessa expressão. Da eq. (10) vem Para tubos de seção circular, RH =~;lembrando-se que .1h =h 1 =JL, tem-se L vz Afl=8.íl--. D2g Ora, fazendo-se f = 8.íl, tem-se a chamada fórmula Universal. 2 h1 Lv - (Universal), = t:.h =f D2g onde f = 8.íl = ef!' ( Re, ~} Os valores de f são, em geral, dados por diagramas e ábacos, tais como o diagrama de Moody e o ábaco de Rousse (Cap. 8), proveniente também da análise ··- ,1 cr · dimensional. 7.9.5 - Fómula de Chézy Da eq. (10) vem Fazendo-se e= E' vem v=C~Rs·J, (Chézy) equaçiio{11) que é a fórmula de Chézy, de caráter tão geral quanto a fórmula Universal, com a vantagem de o coeficiente de Chézy ter sido obtido por inúmeros experimentadores, entre os quais Manning, Ganguillet e Kutter, que exprimiram a rugosidade, não só pela altura das asperezas (e), mas pelo seu efeito global. 7.9-6 - Fórmula de Chézy com coeficiente de Manning Manning, adotando o coeficiente de rugosidade de Ganguillet e Kutter, chegou à seguinte expressão para o coeficiente C de Chézy: C =_!R11s n H Subtituindo-se na eq. (11) e lembrando a equação da continuidade, Q =Av, temse 7J = AR;!' (Manning) SEMELHANÇA MECÂNICA 137 7.9. 7 - Fórmula de Bazen-Williams bas experiências de Hazen-Williams tem-se a seguinte expressão para a equação (9): º· _!_= 1 643 D-4S7 (Hazen-Williams) Ql.85 cus Os valores de C são dados em função do material dos tubos e do tempo de uso. 7.9.8 - Fórmula de Poiseuille Para movimentos laminares, o valor de teoricamente, é À, tanto experimental como deduzido À.=~=~ · R,, p·v·D Substituindo-se na eq. (10), vem ~ = gDJ , J =32 µ v (Poiseuille) pvD 4v 2 yD2 Observa-se que a fórmula de Poiseuille, é válida para Re < 2 000; mas, devido a perturbações que causam turbulência no movimento, a mesma deve ser aplicada com maior segurança para Rc < 1 000. 7.10- SEMELHANÇA MECÂNICA. Conhecendo quais são os adimensionais de um certo fenômeno, podem-se comparar dois experimentos desse fenômeno, mesmo que feitos em escalas geométricas diferentes, desde que todos os adimensionais sejam iguais numa escala e noutra. Assim, um escoamento de água, em um tubo de seção circular, é semelhante ao escoamento de ar também em um tubo circular, de diâmetro diverso, desde que sejam iguais o número-índice de resistência (À), o número de Reynolds (Re), e a - n· e re1açao Essa semelhança é entendida na medida em que, calculando-se em um caso (por exemplo, água), experimentalmente, vazões, velocidades, perdas de carga, etc., têm-se no outro caso (ar), por correlação, as vazões, velocidades, perdas !'.le carga, etc. No caso, diz-se que o experimento é um modelo para deduzir certos valores (em geral difíceis de experimentar) de um protótipo. 7.10.1 - Caso particular em que o número de Reynolds é o adimensional mais importante Para a construção de um modelo (em geral reduzido) de um protótipo, deve-se selecionar o adimensional mais importante e dele tirar todas as escalas de correlação. Observa-se, aqui, que essa correlação pode ter o que se chama distorção de escala, devido à impossibilidade de serem considerados iguais todos os adimensionais do fenômeno no mesmo modelo. ESCOAMENTO EM TUBULACÔES 138 Assim, se o índice (1) for relacionado ao protótipo e o índice (2) ao modelo, ter-se-á p,v,D1 p 2 v 2D 2 ----µ:- =---µ;-' ou ViD1 =V2D2 1Ji Vz Seja d =(escala geométrica). Então a escala de velocidade será A escala das vazões será Qz Qi = A 2v2 = dz(V2) d-i = V2 d. AiVi Vi V1 7.10.2 - Caso particular em que o número de Froude é o adimensional mais importante No caso anterior em que as relações entre forças de viscosidade e forças de inércia têm maior importância no fenômeno, o adimensional selecionado é o número de Reynolds. Já no caso em que as relações entre forças de peso e forças de inércia são de maior importância, o adimensional selecionado é o número de Fraude. Assim, ou v 2 _l D1 v; =-D2' Daí a escala de velocidade e a escala de vazões 7.10.3 - Caso particular em que importam tanto o número de Reynolds, como o número de Froude Nesse caso devem valer simultaneamente V2 - V2 Qi V1 - Vi , e V2 =dl/2 0 Vl Isso só é possível em dois casos: ou d = 1 e 'Ui= 'l.> 2 (escala natural, mesmo fluido), Vz -d3/2 ou-. Vi SEMELHANÇA MECÂNICA 139 2/3 No último caso deve-se contentar com a escala d = (~: J A Tab. 7.8 dá os valores das relações de escala, de diversas grandezas, entre modelo e o protótipo que funcionam com o mesmo fluido. Tabela 7.8 Relações de Velocidades Comprimentos Tempos Acelerações Massas Forças Pressões Vazões Quantidades de movimento Potências Re Fr d-1 dl/2 d d d2 d-3 dl/2 d3 d3 1 d3 1 d-2 d d d5/2 1 d3 d7/2 d-1 Exercício 7.5 - Deseja-se ensaiar um vertedor de uma barragem de lOOm de altura através de um modelo em escala 1:50. Pretende-se saber se a lâmina vertente no protótipo age com pressão maior que a atmosférica sobre o vertedor. Dar a vazão do modelo. A vazão do protótipo é de 1 000 m 3 /s, De acordo com o tratamento geral feito no item 7.10, os adimensionais que influem nesse caso (movimento relativo entre fluido e superfície sólida) são e s a íl,Re,Fr,-,-.--2 e --2-· D p·v p·v D Os adimensionais mais importantes, devido à grande predominância das forças de peso em relação às forças de viscosidade, de tensão superficial, etc., são Fr e e n· O número-índice selecionado será o número de Froude (Fr), sendo que o valor de ; será aproximado o mais possível pela confecção de superfícies tão lisas quanto for realizável em laboratório. Assim, as escalas desejadas são a de vazão, d 512 , e a de pressões, d. Mas d::::: 1 50 ::::: 0,02, d 512 ::::: 5,66X10-5 • Daí Q2 = d 512 Q 1 =5,66x10-5 x 1 000 = 0,0566 m 3/s. Q 2 = 56,6 e;s, P1 = 50P2· Conhecendo-se as pressões p 2 do modelo, têm-se as pressões p 1 do protótipo. A altura do modelo será 2 rn (1:50). 0 140 Estreito, cautrufda em seguida a Fumas e logo ajusBX1.te desta. inaugurada em 1969, permitiu um reforço substancial de energia para a área mais iD.dustrislizada do Brasil .EUl ocasião. Recorde em prazo de implantação e em economia (Fonte: IESA Notícias). 141 I CALCULO DE TUBULAÇOsS SOB PRESSAO 8.1 - INTRODUÇÃO No projeto de uma tubulação, a questão principal é determinar a quantidade de energia necessária para "empurrar" a quantidade de água desejada entre um ponto e outro dessa tubulação. _ Engenheiros e pesquisadores que se ocuparam da questão, buscaram sempre · encontrar uma fórmula prática que permitisse a solução desse problema. Normalmente, num abastecimento de água por gravidade, os dados conhecidos são a carga disponível li! a vazão desejada, a incógnita é o diâmetro do tú.bo. Mas qualquer combinação de parâmetros conhecidos ou por determinar é frequente no dia-a-dia dos engenheiros. Por exemplo, em geração hidrelétrica é comum conhecer a vazão necessária para a turbina, a altura geométrica entre o nível de água a montante e a jusante e a perda de carga máxima admissível, sendo a incógnita novamente o diâmetro. e 8.2 - O MÉTODO EMPÍRICO E A MULTIPLICIDADE DE FÓRMULAS Conforme visto no item 7.7, a fórmula de·Darcy-Weisbach ou fórmula Universal, apresenta o inconveniente de precisar de aferição de um coeficiente/que nem sempre é transladável de uma situação para outra, o que torna sua utilização problemática. Assim, diversos engenheiros e pesquisadores dedicaram-se a lançar os dados observados na prática em gráficos e tentar desenvolver equações empíricas a partir dos mesmos. A fórmula empírica consagrada pelo uso é a fórmula de Hazen-Williams (ou Williams-Hazen) que, pela tradição de bons resultados e simplicidade de uso via tabelas, há de permanecer em uso por muito tempo no meio dos engenheiros, em que pese a campanha pelo abandono das fórmulas empíricas e tentativas de obrigatoriedade do uso do método científico. Tal colocação de obrigatoriedade de fórmula, já incluída em diversas normas brasileiras, parece ser exigência desnecessária que extrapola os objetivos de normalização. As fórmulas empíricas, normalmente só se aplicam ao líquido em que foram ensaiadas, a temperaturas semelhantes, uma vez que não incluem termos relativos às propriedades físicas do líquido (fluído). CÁLCULO 142 DE TUBULAÇÔES SOB PRESSÃO Também é importante anotar que tais fórmulas assumem que o escoamento é sempre turbulento, que é o que ocorre na prática com raríssimas exceções, para as ·quais o leitor deverá estar atento. As fórmulas empíricas, são fórmulas monômias, por isso facilmente calculadas e tabeladas. O grande número de fórmulas existentes para o cálculo de canalizações certamente impressiona e põe em dúvida aqueles que se iniciam nesse setor da hidráulica aplicada. Desde a apresentação da fórmula de Chézy, em 1775, que representou a primeira tentativa para exprimir algebricamente a resistência ao longo de um conduto, inúmeras foram as expressões propostas para o mesmo fim, muitas das quais ainda hoje são reproduzidas e encontradas nos manuais de Hidráulica. No preparo deste capítulo foram compulsadas numerosas fórmulas, podendo-se dizer que existam mais de cem. Parece mesmo ter havido época em que todos os engenheiros hidráulicos uns mais, outros menos - preocupavam-se no sentido de apresentar fórmulas próprias, ou, pelo menos, de prestigiar fórmulas "nacionais". Como curiosidade, mantém-se nesta edição o Quadro 8.1 a seguir, onde se listam as supostas 40 fórmulas principais: QU~RO '· 8.1 -:--Algumas fórmulas práticas '. Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 1775 1779 1791 1796 1800 1802 1804 1825 1828 1845 1851 1854 1855 1855 1855 1867 1867 1868 1868 1873 Autor País Chézy França França Alemanha Alemanha França Alemanha França França Itália Alemanha França Alemanha França Inglaterra França Suíça França França França Alemanha Dubuat Woltmann Eytekweub Coulomb Eisenmann Prony D'Aubuisson Taclini Weisbach Saint Venant Hagen Dupuit Leslie Darcy Ganguillet-Kutter Levy Bresse Gauckler Lampe 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 Ano Autor País 1877 1877 1878 1878 1880 1880 1881 1883 1884 1886 1887 1889 1889 1890 1892 1896 1898 1902 1903 1903• F:mn.ing Hamilton Smith· Colombo Darrach Ehrmann Iben Franck Reynolds Thrupp Unwin Stearbs-Brusch Geslain Tutton Manning Estados Unidos Estados Unidos França Estados Unidos Alemanha Alemanha Alemanha Inglaterra Inglaterra Estados Unidos Estados Unidos França Inglaterra Irlanda França Alemanha França Estados Unidos Estados Unidos Estados Unidos Flamant Lang Fornié Hiram-Mills Christen Hazen-Williams .. Verificada em 1920 e em 1994. 8.2.1 - Critério para a adoção de uma fórmula Evidentemente, uma expressão não deve ser adotada simplesmente por motivos de simpatia pelo nome do autor, pela sua escola ou país de origem, ou, ainda, pelo fato de a fórmula já ter sido empregada com "bons resultados". Raramente as O M~TODO EMPIRICO E A MULTIPLICIDADE OE FÓRMULAS 143 canalizações, depois de postas em serviço, são ensaiadas de modo conveniente para a determinação das suas características hidráulicas; mesmo assim os resultados do seu funcionamento, invariavelmente, são classificados como bons. Como os resultados obtidos com o emprego de fórmulas diferentes chegam a variar de 100%, Fanning, em seu tratado, ponderou: "Graves erros podem provir do uso pouco racional e inconveniente das fórmulas. O conhecimento completo da origem de uma fórmula é essencial para a segura aplicação prática". No presente capítulo serão feitas algumas considerações, como contribuição para o melhor esclarecimento ao assunto e fixação de critérios mais racionais para a escolha de uma fórmula. 8.2.2 - Fórmula de Darcy Darcy teve o grande mérito de ter sido o primeiro investigador a considerar a natureza e o estado das paredes dos tubos, isto é, foi quem primeiro apresentou uma fórmula moderna na atual acepção da palavra. Foi Darcy um verdadeiro gênio da Hidráulica; com base em apenas duzentas observações, obteve uma fórmula cuja utilidade e aplicação têm sido reconhecidas e asseguradas há cerca de 150 anos. Analisando os. próprios dados do antigo diretor da Repartição de Águas de Paris, verifica-se que, para ele, o expoente n da velocidade na expressão geral J=kv" DP está compreendido entre 1, 76 e 2. Entretanto, em sua fórmula, Darcy, como os demais pesquisadores de sua época, adotou o expoente 2. Considerando-se que aql\ele hidráulico tinha em vista estabelecer uma !ó'rmula prática, para uso generali'Zado, e que no seu tempo eram desconhecidas as réguas de cálculo e a Nomografia, assim como eram praticamente inexistentes as tabelas, a orientação tomada por Darcy veio a seu crédito (embora os oficiais de Napoleão já usassem réguas para a solução rápida dos problemas de balística, somente em 1859 surgiu a régua logarítmica de Manheim,). Um fato pouco conhecido e que demostra o bom-senso e o espírito cuidadoso de Darcy é os seus dados e observações geralmente se referirem a tubos novos. Todavia ele soube admitir, com critério razoável, o fenômeno do envelhecimento dos tubos, dobrando os seus coeficientes. 1 - Apresentação alemã da Fórmula de Darcy (Forcheimer): Com relação à expressão geral de resistência oposta ao es,coame:t?:to (item7.7): D·]=<p(v), .. , Darcy admitiu: <p (v) = kvz. A fórmula de Darcy pode ser escrita: .~ ..,._· J=KQ2 equação (la) ~=K'Q2 equação (lb) V=KHQ, equação (lc) 2g CÁLCULO 144 DE TUBULAÇÔES SOB PRESSÃO A Tab. 8.1 apresenta os valores de K, K' e K". Tabela 8.1- Valores para os coeficientes "K" na fórmula de Darcy-Forcheimer para tubos de ferro e de aço, conduzindo água fria Diâmetros K' K" 8 263 800,0000 516 490,0000 102 022,0000 32 281,0000 13 222,0000 6 376,4000 2 730,0000 826,3800 344,0000 163,2400 51,6490 21,1550 10,2020 5,5070 3,2280 2,0150 1,3220 0,9030 0,6380 12 732,0000 3 183,0000 1414,7000 '795,8000 509,3000 353,6800 230,0000 127,3200 8,1,9000 56,5900 31,8310 20,3720 14,1470 10,3940 7,9580 6,2880 5,0930 4,2100 3,5370 K (mm) Tubos usados Tubos novos 10 20 30 40 50 60 75 100 125 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 116 785 000,0000 2 338 500,0000 250 310,0000 52 560,0000 15 874,0000 6 021,0000 1990,0000 412,4000 133,0000 50,6400 58 392 500,0000 1 169 250,0000 125 155,0000 26 280,0000 7 937,0000 3 011,0000 995,0000 206,2000 66,5000 25,3200 5,7900 1,8530 0,7340 0,3852 0,1707 0,0940 0,0552 0,0342 0,0220 l~,5700 3,7050 1,4680 0,6704 0,3413 0;1880 0,1104 0,0683 0,0440 Exercícío 8.1 - Para o abastecimento de água de uma grande fábrica será executada uma linha adutora com tubos de ferro fundido numa extensão de 2 100 m. Dimensionar a canalização com capacidade de 25 f/s. O nível de água na barragem de captação é 615 m e a cota da canalização na entrada do reservatório de distribuição é de 599,65 m. L = 2 100 m h 1 = 615 - 599,65 = 15,35 m J = H, = 15• 35 =O L 0073m/m :_ 2 100 Q = 25 e;s = 0,025 ml/s São dados f e Q; a incógnita é D (problema tipo IV). Calcula-se: J= KQ 2 _-_ K=_L= 2 Q 0,0073 = ll, 7 0,025 2 Para esse valor de K, encontra-se, na Tab. 8.1, D = 0,20 m (tubos usados) 2 - Apresentação americana da Fórmula de Darcy Modernamente apresenta-se a expressão de Darcy com a seguinte forma: h1 =f Lv 2 -D2g equação (2) O MOODO onde EMP/RICO E A MULTIPLICIDADE DE FÓRMULAS 145 h 1 =perda de carga (m); f = coeficiente de atrito; L = comprimento da canalização (m); v =velocidade média (m/s); g =aceleração da gravidade (9,8 m/s2). Tabela 8.2 - Valores do coeficiente de atrito "f" na fórmula de Darcy (apresentação americana), para tubos novos de ferro fundido e de aço, conduzindoáguafria Diâmetro nominal - Velocidade média em m/s <=> 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,50 2,00 3,00 13 19 25 38 50 75 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 0,041 0,040 0,039 0,037 0,035 0,034 0,033 0,031 0,030 0,028 0,027 0,026 0,024 0,024 0,023 0,023 0,022 0,037 0,036 0,034 0,033 0,032 0,031 0,030 0,028 0,027 0,026 0,025 0,024 0,023 0,022 0,022 0,021 0,020 0,034 0,033 0,032 0,031 0,030 0,029 0,028 0,026 0,025 0,024 0,023 0,022 0,022 0,021 0,020 0,019 0,019 0,032 0,031 0,030 0,029 0,028 0,027 0,026 0,025 0,024 0,023 0,022 0,022 0,021 0,020 0,020 0,019 0,018 0,031 0,030 0,029 0,029 0,027 0,026 0,026 0,025 0,024 0,023 0,022 0,022 0,021 0,020 0,019 0,018 0,018 0,029 0,028 0,027 0,027 0,026 0,025 0,025 0,024 0,023 0,022 0,021 0,021 0,020 0,020 0,019 0,018 0,017 0,028 0,027 0,026 0,026 0,026 0,025 0,025 0,024 0,023 0,022 0,021 0,021 0,020 0,020 0,019 0,018 0.017 0,027 0,026 0,025 0,025 0,024 0,024 0,023 0,022 0,021 0,020 0,019 0,018 0,018 0,017 0,017 0,016 0,015 Tabela 8.3 - Valores do coeficiente de atrito ~·r na fórmula de Darcy (apresentação americana), para tubos usados de ferro fundido e de aço e para tubulações de concreto, conduzindo água fria Diâmetro nominal <=) 25 50 75 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 Tubos de aço e de ferro Tubos de concreto ·--~--·-·-•·-~.~~--,f~;:i:;•.;~}:::,~.~:~~i~~ª-ª"ªªi·mh1i.~aj~J1.L~:·.::~~i~~-~lrI!Z:~ci;~::·. 0.50 1,00 1.50 3,00 0,054 0,048 0,044 0,041 0,037 0,035 0,033 0,031 0,030 0,029 0,028 0,023 0,026 0,025 0,053 0,047 0,043 0,040 0,036 0,034 0,032 0,031 0,030 0,029 0,028 0,027 0,026 0,024 0,052 0,046 0,042 0,039 0,035 0,033 0,031 0,030 0,029 0,028 0,027 0,026 0,025 0,023 0,051 0,045 0,041 0,038 0,034 0,032 0,030 0,029 0,028 0,027 0,026 0,025 0,024 0,022 aualauer 0,071 0,059 0,054 0,050 0,047 0,044 0,043 0,042 0,041 0,040 0,038 0,037 0,035 0,032 Obs.: para ma.oqueiras de borracha adotar 0,02 s f S 0,03 0.50 - - - 0,030 0,028 0,027 0,026 0,025 0,025 0,024 1.00 1.50 - - - 0,029 0,027 0,026 0,025 0,024 0,023 0,022 - - - 0,027 0,026 0,025 0,024 0,023 0,022 0,021 CÁLCULO 146 OE TUBULAÇÕES soa PRESSÃO Exercício 8.2 - Uma estação elevatória recalca 220 e;s de água através de uma canalização antiga, de aço, de 500 mm de diâmetro e 1 600 m de extensão. Estimar a economia mensal de energia elétrica que será feita, quando essa canalização for substituída por uma linha nova, de aço, com revestimento interno especial. Custo da energia elétrica$ 0,10/k.Wh. Lv 2 h1=f-D2g Q 0,220 v=-=--=l,13m/s A 0,196 -· A=0,196m2 Para a canalização antiga, f = 0,037 e, para a tubulação nova, f = 0,019, valor que manterá devido à existência do revestimento especial. A perda de carga nas condições iniciais (tubulação velha) é: 75 6 · = 7 71m 9,8 ' . hr = 0,0371600x1.,132 0,50xl9,6 Para a tubulação nova resultará: h f = 0,037 O,Ol 9 7 71=3 96m ' , A diferença de altura de recalque será, portanto, de 3, 75 m, o que corresponde a uma potência de: p =Q X H o 736 = 220 X 3, 75 X-'--= o 736 8,085kW X-' - 75 75 , . (teonca) Levando-se em conta o rendimento do conjunto motor-bomba, estimado em 70%, 1 0,70 P = 8 085-- = 11550W=11,SSkW Economia diária de ll,55kW x $0,10/kWh x 24 h/dia = $ 27, 72/dia; Economia mensal de$ 831,60. . 8.2.3 - Outras fórmulas para tubulações e seus limites de aplicação Cada fórmula de resistência costuma ser apresentada com a indicação dos limites para a sua aplicação fixando-se, geralmente, os diâmetros mínimo e máximo. Esses valores, algumas vezes estabelecidos pelos próprios autores das expressões, foram outras vezes fixados pelos engenheiros interessados na sua aplicação. Tais limites, entretanto, não têm o significado absoluto que freqüentemente lhes é atribuído e sobretudo não são comparáveis. Enquanto algumas fórmulas foram estabelecidas com base em poucas dezenas de dados, outras decorreram da análise de alguns milhares de observações. Prony, por exemplo, baseou-se em 51 experiências; Weisbach, em 63; Darcy, em 200; Flamant, em 552; enquanto Hazen e Williams serviram-se de alguns milhares de dados. Entre os limites fixados para a fórmula de Darcy estariam compreendidos dados compulsados por Hazen e Williams, num total muito superior a 200. Flamant baseou-se em observações feitas com tubos de até 90 cm de diâmetro; não obstante, a sua fórmula tem sido recomendada para canalizações de maior diâmetro. As investigações conduzidas por Hazen e Williams incluíram dados sobre condutos desde 25 mm de diâmetro até cerca de 4,5 m. O M~TODO EMPIRICO E A MULTIPLICIDADE DE FÓRMULAS 147 r 8.2.4- Comparação de algumas fórmulas práticas Seja a expressão geral para perda de carga unitária vn J = kDP Para movimento laminar, n = 1 e p = 2; para movimento francamente turbulento n=2ep=l. No Quadro 8.2, estão ~amparadas algumas das expressões propostas, sob esse aspecto (relação entre os expoentes de "v" e "D"): ' QUADR08.2 '' Autor""' Fórmula (aspecto geral) ,-.,~ Darcy ( 1)U. :.; '(..,._> ....... 1 • 1. ,, \ ~ Expoentes de "D"' 2 1 3* 2 1,33 3,33 2 1,33 3,33 1,75 1,25 3 1,9 1,1 3 1,87 1,127 2,997 2 1,25 3,25 1,88 1,12 3 1,85 1,17 3,02 v2 J=k1D Somados expoentes "v,, v2 Levy-Vallot J=k2 Dl.!13 Manning J=ks D1,;is Flamant J = k., Biegeleisen-Bukowsky J = ks Du v2 V1.7S Dus v1.9 v1.B7 Lawford J =6k -Du27 Scobey J =: k7 D1.2s Fair, Whipple e Hsiao J-k - e D1.i2 Hazen-Williams J-k - 9 Di.i7 v2 v'·ea vi.as (") N:i expressão de Darcy, a variação de k 1 com D está em torno de 7% apenas. ("")Estão relacionadas apenas as f6nnulas empíricas mllis consagradas pelo uso ou por seu valor histórico. 8.2.5 - Inconvenientes das primeiras fórmulas A fórmula de Darcy há muitos anos completou seu centenário; a de Levy é apenas 10 anos mais nova; a de Manning resultou de uma simplificação da expressão de Ganguillet-Kutter, fórmula essa que remonta a 1867. Evidentemente, no decorrer de tantos anos a indústria dos materiais e a técnica de fabricação dos tubos evoluíram bastante. A superfície interna dos tubos apresenta-se mais homogênea e mais favorável ao escoamento. Evoluiram os processos de revestimento e ainda mais, com a produção de tubos mais longos, 148 CÁLCULO DE TUBULAÇÔES SOB PRESSÃO reduziu-se o número de juntas. Por outro lado, definiram-se melhor as características das águas a transportar, tornou-se mais conhecido o fenômeno da corrosão e pôde-se controlar a agressividade das águas. Essas considerações mostram as inconveniências do emprego de muitas das fórmulas estabelecidas há muito tempo. O emprego das primeiras fórmulas está condicionado à classificação das canalizações em uma de duas classes: tubos novos e tubos usados. Os resultados geralmente variam de 1 para 2, isto é, os coeficientes para tubos em uso são duas vezes maiores do que os para tubos novos. Resta perguntar quando um tubo deixa de ser novo e se uma tubulação de 10 anos é velha. O número limitado de observações não permitia uma classificação melhor ou uma apreciação mais precisa do fenômeno conhecido como o "envelhecimento dos tubos". Cumpre lembrar que tais inconvenientes, que podem ser atribuídos à velha expressão de Darcy, são removidos quando se considera a nova apresentação de sua fórmula, mais conhecida como apresentação americana ou fórmula de DarcyWeisbach. 8.2.6 - Contribuição da estatística. Uma fórmula média O tratamento estatístico dos inúmeros dados existentes sobre o assunto resultados das observações e experimentações realizadas pelos diversos investigadores - mostra que o expoente de v varia entre cerca de 1, 7 a 2. Um valor médio pode ser assumido em torno de 1,85. As próprias experiências de Darcy levam a valores de n compreendidos entre 1, 76 e 2. Reynolds, que teve a primazia de investigar as velocidade-limite entre os regimes de escoamento laminar e turbulento, chegou à conclusão de que o expoente n assume o valor da unidade para o movimento laminar e que, para os movimentos turbulentos que ocorrem na prática, n depende da rugosidade da parede dos tubos, oscilando entre 1, 73 e 2. Para os tubos muito lisos, n é cerca de l, 75 ao passo que, para grandes turbulências, em tubos fortemente "incrustados", n = 2. Com base nessas considerações e no que indica a análise dimensional, concluise que uma fórmula "racionalizada" para a determinação da perda de carga nas tubulações seria v1+x J=k n2-x onde, para o movimento 100% turbulento, o valor experimental de x seria 1 e, para as condições correntes, com movimento turbulento, oscilaria de O, 70 a l; tomandose, para o último caso, o valor médio de x = 0,85, resultaria a seguinte expressão: vi.as kJD1J.s 8.2. 7 - Fórmula de Hazen-Williams Depois de feitas essas considerações, é curioso notar que dois pesquisadores norte-americanos, após cuidadoso exame estatístico de dados obtidos por mais de trinta investigadores, inclusive os de Darcy e os decorrentes de pesquisas próprias, O METOOO EMPIRICO E A MULTIPLICIDADE OE FÓRMULAS 149 propuseram, em 1903, uma fórmula prática que pojle ser escrita v1.SS J- - k Di.i.1 equaçiio (3) denominada fórmula de Hazen-Williams (Allen Hazen, engenheiro civil e sanitarista, e Gardner S. Williams, professor de Hidráulica) que goza de grande aceitação, devido ao amplo uso e às confirmações experimentais. A fórmula de Hazen-Williams, com o seu fator numérico em unidades SI, é a seguinte: J ~ 10,643 Ql.85. c-1.s5. D-4.87 equação (4) Q =vazão (m3/s); D = diâmetro (m); J = perda de carga unitária (m/m) C =coeficiente adimensional que depende da natureza (material e estado) das paredes dos tubos, Quadro 8.3. A fórmula também pode ser escrita explicitando-se a vazão ou a velocidade: Q = 0,279 CD 2.63] 0,54 equação (5) onde: 2 nD Q=Av=--v 4 como substituindo em (5) tem-se: v = 0,355 CD 0. 53 !°·54 equaçiio (6) onde v =velocidade (m/s) No final deste capítulo (item 8.4), estão apresentadas as Tabelas (8.14a) com o resultado dos cálculos pela fórmula de Hazen-Williams para os diâmetros comerciais e velocidades usuais e para diferentes valores do coeficiente C. . A disposição dos vários aspectos da fórmula, tal como está apresentada no Quadro 8.4, é de grande conveniência na prática. 8.2.8 - Vantagens da fórmula de Hazen-Williams É uma fórmula que resultou de um estudo estatístico cuidadoso, no qual foram considerados os dados experimentais disponíveis, obtidos anteriormente por um grande número de pesquisadores, bem como dados de observações dos próprios autores. A expressão de Hazen-Williams é teoricamente correta: a soma dos expoentes p e n, que é 3,02, apresenta uma diferença desprezível sobre o valor teórico. Os expoentes da fórmula foram estabelecidos de maneira a resultarem as menores variações do coeficiente numérico C para tubos de mesmo grau de rugosidade. Em conseqüência, o coeficiente C é, tanto quanto possível e praticável, uma função quase que exclusiva da natureza das paredes. A grande aceitação que teve a fórmula permitiu que fossem obtidos valores bem determinados do coeficiente C. Nessas condições, pode-se estimar o envelhecimento dos tubos. É uma fórmula que pode ser satisfatoriamente aplicada para qualquer tipo de CÁLCULO 150 DE TUBULAÇÔES SOB PRESSÃO conduto e de material*. Os seus limites de aplicação são os mais largos: diâmetro de 50 a 3 500 mm e velocidades até 3 m/s, ou seja, praticamente todos os casos do dia a dia aí se enquadram. r - ' ' QUADRO 8.3 - Valor do coefici~nte C sugerido para a fórmula de Hazen-Wtlliams . ' . . . . Tubos Novos Usados ± 10 anos Usados ±20 anos Aço corrugado (chapa ondulada) Aço galvanizado roscado Aço rebitado, novos Aço soldado, comum (revestimento betuminoso) Aço soldado com revestimento ep6xi.co Chumbo Cimento-amianto Cobre Concreto, bom acabamento Concreto, acabamento comum Ferro fundido, revestimento ep6xi.co Ferro fundido, revestim.ento de argamassa de cimento Grés cerâmico, vidrado (maniJhas) Latão Madeira, em aduelas Tijolos, condutes bem executados Vidro Plástico (PVC) 60 125 100 110 90 80 125 110 90 140 130 115 130 120 120 140 130 120 135 140 130 130 120 130 110 140 130 120 130 120 105 110 110 110 130 130 130 120 120 110 100 95 90 140 140 135 130 Obs.: o engenheiro projetistas.o adotar um coeficiente C deve se precaver contra valores acima daqueles aqui indicados, mesmo que indicado nos catiilogos dos fabricantes de tubulações. Ocorre que os valores indicados nos catálogos são normalmente obtidos em condições de Jaborat6rio e na prática influendlUil também outros fatores, to.is como o efeito das juntas, falta de alinhlUilento na montagem, irregularidades ou recs.lques no terreno, qualidade da água, etc. ·,:. QlJADRO 8.4-Fórm~Iàde-~azên~willi~~no,~isteina's1 " Lr • ' r ~ ' J • ' - ' '• ' Para C-100 v- 35,5 D º· 63 Jº·'!A Q ~ 27,88 D 2.s3] o.s4 v1.BS2 J::;:0,00135 D 1•167 Ql.852 J = 0,0021 D 4 •87 Relações para valores quaisquer deC · . · - lc fc=IOO D Dc:oo 1.852 - 100 ( C ) [cJº.3 = 8 100 ~e Vc.100 100 _!k_=_.E_ Qc=lOO 100 (')A fórmula de Hazen-Williams pode ser aplicada a condutos livres ou coDdutos forçados; tem sido empregada para canalizações de águas e esgotos. Seus autores basearam-se em experiências com os seguintes materiais (tubos): aço. cimento, chumbo, estanho, ferro forjado ("wroughtironft), ferro fundido. latão, madeira. tijolos e vidro. O METODO EMPIRICO E A MULTIPLICIDADE OE FÓRMULAS 151 8.2.9 - O envelhecimento das tubulações de ferro fundido e aço Ensaios e verificações feitos em linhas de aço e de ferro fundido, muito bem executadas e em que foram empregados tubos de boa qualidade, sem revestimento interno, mostraram que, para o início de funcionamento, o coeficiente C assume valores nas vizinhanças de 140. Pouco depois, entretanto, esse valor cai para 130 e com o decorrer do tempo passa a valores cada vez mais baixos. A tendência de o ferro entrar em solução e a presença de oxigênio dissolvido na água - fatores primordiais da corrosão - são responsáveis pela formação de tubérculos na superfície interna dos tubos. Da redução da seção e do aumento da rugosidade resultam a diminuição da capacidade de transporte da canalização e o decréscimo deC. Tal fenômeno da tuberculização, que se caracteriza por formações esponjosas duras que crescem como se fossem corais e que, uma vez bem secas se "esfarelam" com relativa facilidade, é algumas vezes erroneamente designado por incrustação. O termo incrustação deve. ser reservado ao fenômeno da constituição de camadas ou crostas devidas a certas substâncias presentes em quantidades excessivas na água, que vão se depositando ou aderindo às paredes dos tubos, especialmente os tubos metálicos, diminuindo o diâmetro interno do tubo. O caso típico de incrustação ocorre quando a água transportada pelo tubos apresenta elevados teores de cálcio, por exemplo, águas de terrenos calcários, bastante freqüentes. Entre os vários fatores (*) que afetam a corrosão, o pH tem uma grande influência, conforme se pode constatar no Quadro 8.5. QUADRO 8.5 - Perda de capacidade de tubulações de ferro fundido não revestido internamente ao fim de 30 anos (C inicial: 135 ou 100%) pHdaágua ValordeC Percentagem da capacidade inicial 6,0 6,5 7,5 7,0 8,0 20 52 85 72 91 15 40 65 55 70 (*)Alguns dos fatores que afetam a corrosão: potencial de oxidação do material (entropia), sobretensão, oxigénio ctissolvido, C02 , alcalinidade, presença de substância inibidoras ou capazes de formar películas, homogeneidade da superfície dos mbos. velocidade da água. temperatura. existência de residuais de sulfato de alumínio, cloro, etc. 8.2.10 - Escolha criteriosa do coeficiente C A fórmula de Hazen-Williams, sendo das mais perfeitas, requer, para a sua aplicação criteriosa, maior cuidado na adoção do coeficiente C. A escolha negligente desse coeficiente ou a fixação de um valor médio invariável reduz de muito a precisão que se pode esperar de tal fórmula. Para tubos de ferro ou de aço, o coeficiente C é uma função do tempo, de modo que o seu valor deve prever a vida útil que se espera na canalização. Para avaliações expeditas, pode-se usar, para tubos metálicos. C = 100. Tal valor corresponde, aproximadamente, à situação da tubulação em quinze a vinte anos, CÁLCULO 152 DE TUBULACÔES SOB ?RESSÃO portanto dentro da vida útil esperada, quando ainda deverá estar funcionando para as vazões de cálculo. Tal desempenho pode ser melhorado se periodicamente for feita uma "limpeza" na tubulação. Tal limpeza periódica é muito pouco usual na América Latina, até porque os projetos não a prevêem e depois passa a ser muito difícil fazê-la, pois não são instalados os acessórios necessários para facilitar a operação, especialmente a colocação e retirada do "pig" de limpeza. Menos usual . ainda é a recomposição do revestimento interno. Também pouco se faz em termos de controle de qualidade eficaz para a corrosividade da água. A Tabela 8.4, obtida das investigações de Hazen e Williams, é de grande utilidade nas aplicações práticas, especialmente quando se calculam canalizações de certa importância. Nas observações que serviram de base predominaram águas "moles", em sua maioria não tratadas quimicamente. Os valores apresentados resultam das condições mais comuns. Para águas "in natura", muito agressivas, ou para águas tratadas e não bem controladas, o envelhecimento dos tubos poderá ser mais rápido. Para águas muito bem controladas, o decréscimo de C é mais lento. Na Fig. 8.1 estão comparados os dados disponíveis de diversos investigadores, relativos ao envelhecimento de tubulações de ferro fundido. Pode-se notar que as condições adotadas por Hazen e Williams, bem próximas das investigações de Carter, são bastante razoáveis, não constituindo condições extremas, mas, bem ao contrário, dados médios. Na Figura 8.2 estão representados os valores indicados na Tab. 8.4. O aumento de rugosidade, a redução de diâmetro e as dimensões relativas dos tubérculos maiores para os tubos de menor diâmetro, causam, para estes, um envelhecimento mais rápido. e 130 ~ \·~ --....... ..... .· . \ ··:'--.. \ ............ ... ~º\ ~~a 120 110 ... \ \ 90 ' 80 A in-.,, . ~ l!._S - l " - --- ~ _gr. i"(oE, •• ..s. ,.... . . ~é<YI .. ......... ,~er' ~.s>.... :::....·1t~ .......... ... -.... ::::.../} ......... ~-- ~ ~ --:.:-.::: ---- ...... ~.s8, --....:.: ..._f:. A-....... ~- 60 50 Figura.8.1 -- ......... ~8 •• 70 o 5 10 15 20 25 30 --- 35 40 -r-45 --... Anos ._.________________................................................. 50 O M00DO EMPIRICO E A MULTIPLICIDADE DE FÓRMULAS 153 e 130 ~ ~ ~ 120 ~ ~~ '\ ~ "\.~ ~-.......... ~~ 110 90 ""' "\.."-':: ~ r-..... 80 "-.. ~ ~" ""-- " 70 ~ ~~ ............... ";-..... ......... ~ :::--......... -......... :----"' "" ..:--....................--..... ............... 60 --... -.........."-... ~ ....__ -........... --. DN 100 ~ DN 1000 DN 500 DN 250 DN 200 DN 150 ... 50 ._.__________________________________________________ o 10 ·15 40 5 20 25. 30 35 45 50 Anos Figu.ra 8.2 Tabela 8.4 - Valores do coeficiente C segundo os dados analisados por HazenWilliams. Tubos de ferro fundido sem revest:ilnento interno (*) Diâmetro (mm) 100 150 200 250 300 350 400 450 500 600 750 900 1 050 1500 140 130 117 106 96 88 81 75 70 64 60 56 140 130 118 108 100 93 86 80 75 140 130 119 109 102 94 89 83 78 74 140 130 120 110 103 96 91 85 80 76 73 70 140 130 120 110 103 97 91 86 82 78 75 71 140 130 120 110 103 97 91 86 82 78 76 72 140 130 120 111 104 98 92 87 83 79 76 73 140 130 120 112 104 98 92 87 84 140 130 120 112 105 99 93 88 85 81 77 74 140 130 120 112 105 99 93 89 85 81 78 75 140 130 121 113 106 100 94 90 86 82 78 76 Anos (**) o 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 71 67 63 71 67 ao 77 73 140 130 122 113 106 100 94 90 86 83 79 76 140 130 122 113 106 100 94 90 87 83 80 77 140 130 122 113 106 100 95 91 88 84 81 78 (*)Valores do coeficientes C para tubulações de aço: a) Com juntas Mlock-bar", adotar os mesmos coeficientes indicados para os tubos de ferro fundido; b) Soldadas, tomar como valores de C os valores indicados para tubos de ferro fundido 5 anos mais velhos: c) Rebitados, tomar como valores de C os valores indicados para tubos de ferro fundido 10 anos mais velhos: d) Com revestilnentos especiais, admitir 130. (**) O valor 140 correspondente ao início de funcionam.ento de linhas muito bem executadas, com tubos de boa qualidade. CÁLCULO 154 DE TUBULACÕES SOB PRESSÃO Portanto, note-se que para uma mesma rugosidade de parede interna do tubo, na fórmula de Hazen-Williams, um tubo de maior diâmetro deverá ter um coeficiente Cligeiramente maior que o de um tubo de diâmetro menor. Isso significa que ao estudar alternativas de diâmetros diferentes usando Hazen-Williams, para ser rigoroso o engenheiro deve atribuir a tubos de diâmetros diferentes, diferentes valores de C, valendo-se para isso de sua experiência, da Fig. 8.2 e da Tab. 8.4. Tabela 8.5 - Correspondência aproxilnada entre os valores de f (fórmula Universal) e o coeficiente C da expressão de Hazen-Williams. Para C - 100 (valores de j) <=> v- 0~50 (m/s) v-1,00 (m/s) v-1,50 (m/s) 50 100 150 200 300 400 500 600 0,049 . 0,043 0,040 0,038 0,036 0,034 0,033 0,032 0,044 0,039 0,036 0,034 0,032 0,031 0,030 0,029 0,042 0,037 0,034 0,032 0,030 0,029 0,028 0,027 D Tabela 8.6 -Correspondência aproximada entre os coeficientes C de Hazen-Williams e n de Manning, K de Striclder e yde Bazin e 40 0,031 35 1,75 n K r 60 0,021 50 1,30 90 0,014 70 0,23 80 0,016 60 0,45 100 0,013 75 0,20 110 0,012 85 0,17 120 0,011 90 0,12 130 0,010 100 0,06 140 0,009 - 110 0,04 Tabela 8. 7 - Fatores de correspondência K para os diferentes valores de C na fórmula de Hazen-William.s(") e K e K 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 5,457 5,213 4,986 4,773 4,574 4,388 4,213 4,048 3,894 3,748 3,610 3,480 3,357 3,241 3,130 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 3,026 2,927 2,832 2,742 2,657 2,576 2,498 2,424 2,353 2,285 2,221 2,159 2,099 2,043 1,988 e K 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 1,936 1,886 1,837 1,791 1,747 1,704 1,662 1,623 1,584 1,547 1,512 1,477 1,444 1,412 1,381 ?O e 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 K e K e K 1,351 1,322 1,294 1,267 1,241 1,215 1,191 1,167 1,144 1,121 1,100 1,079 1,058 1,038 l,019 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 1,000 0,982 0,964 0,947 ci,930 0,914 0,898 0,882 0,867 0,852 0,838 0,824 0,811 0,797 Q_,785 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 0,772 0,760 0,748 0,?36 0,725 0,713 0,703 0,692 0,682 0,671 0,661 0,652 0,642 0,633 0,624 c·x 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 0,615 0,606 0,598 0,590 0,582 0,574 0,566 0,558 0,551 0,543 0,536 0,529 0,522 0,516 0,509 e 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 K 0,503 0,496 0,490 0,484 0,478 0,472 0,466 0,460 0,455 0,449 0,444 0,439 0,434 0,429 0,424 (•) Os valores acima são aplicados para a correção de resultados de perda de carga J, a partir de C- 100 para valores de C diferentes de 100, conforme explicado a seguir. O MIÕTODO EMPIRICO E A MULTIPLICIDADE DE FÓRMULAS 155 A Tab. 8. 7 apresenta um coeficiente prático Kpara o cálculo de uma nova perda de carga quando já é conhecida a perda de carga para C - 100: JCqq = KLC100 Exemplo: Uma linha de recalque com 500 mm de diâmetro funcionando com 220 J/s de vazão e C = 100, tem uma perda de carga de 3,50 mjkm. Se com· uma limpeza interna da tubulação o C chegar a 130, a perda de carga~ai se reduzir como segue: · Jc130 = K Jc100 = 0,615 x 3,50 = 2,15 m/km Exercício 8.3 - Numa cidade do interior, o número de. casas atinge a 1 340 e, segundo a agência de estatística regional, a ocupação média dos domicílios gira em torno de 5 pessoas por habitação. A cidade já conta com um serviço de abastecimento de água, localizando-se o manancial na encosta de uma serra, em nível mais elevado do que o reservatório de distribuição de água na cidade. o diâmetro da linha adutora existente é de 150 mm, sendo os tubos de ferro fundido com bastante uso. O nível de água no ponto de captação flutua em torno de cota 812,0 msnmm (metros sobre o nível médio do mar); o nível de água médio no reservatório de distribuição é 776,00 msnmm; o comprimento da linha adutora é 4 240 m. Verificar se o volume de água aduzido diariamente pode ser considerado satisfatório para o abastecimento atual da cidade, admitindo-se o consumo individual médio como sendo de 200 litros por habitante por dia, aí incluídos todos os usos da cidade, mesmo aqueles não domésticos, e que nos dias de maior calor a demanda é cerca de 25% maior que a média. Para a rodo do distribuição Solução: Cálculo do consumo no dia de maior demanda: 1 340 domicílios x 5 habitantes x 200 e hab. x dia X 1,25 = 1 675 000. e/dia= 1 675m3/dia . ·a vazão, dita instantânea, ou seja, na unidade de tempo de segundo é: domicílio e AL e u L o o E 156 1 675 000. €/dia 86 400 segundos/dia TuB uLA eõ E s soB p R Es s À o = 19,4. e;s - 0,0194 m 3 /s Usando os dados da adutora existente, calcula-se a carga total disponível; 812 m - 776 m = 36m e a perda de carga unitária máxima possível: H 36m !=z:= 4 240 m =0,0085-m/m e a velocidade necessária para fazer passar essa vazão pela seção do tubo seria: Q V= - A 0,0194m. 3/s 0,0194m. 3/s =-'-----'-l,0978m/s ;rxD2 /4 ;rx0,1502 /4 ~ Aplicando a fórmula de Williams-Hazen: Como o tubo é considerado velho, adote-se C = 100 Conhecidos D e J, são incógnitas v e Q porque só se conhecem as velocidades e vazões necessárias, mas não se sabe se a configuração implantada permite passar essa vazão. Escolhendo primeiro a formula de WH explicitada para Q: Q = 0,279 CD 2•63 J o,54, logo Q= 0,279X100 X 0,1502.63 X Õ~0085º·54= 0,014475 m 3/s =14,47 . .f./s, vazão insuficiente para as necessidades de 19,4 .f./s (cerca de 30% abaixo). Entretanto, pela quantidade de parâmetros "avaliados" e pela facilidade de medir a vazão em uma configuração como essa (basta fechar a saídà do reservatório vazio e medir o tempo para encher determinado volume), devese proceder a uma avaliação de bom senso sobre o quê e quando fazer. Se fosse escolhida a fórmula explicitada para v: v = 0,355 CD o.63/ o.s4, logo 2 v = 0,355 x 100 x 0,150 -63 x 0,0085º· 54 = 0,81856 m/s, velocidade insuficiente, porque menor que a necessária (< 1,0978 m/s). Uma das soluções para aumentar a vazão seria a limpeza da tubulação, aumentando o valor de C. Exercício 8.4 - Para a adução de água da Represa do Guarapiranga para a Estação de Tratamento do Alto de Boa Vista, em São Paulo, foram construídas várias linhas paralelas, com tubos de ferro fundido com 1 m de diâmetro nominal e 5 900 m de comprimento em cada linha. Cada linha deve conduzir 1 000 .f./s sob bombeamento. As cotas dos níveis de água na tomada e na chegada da ETA são aproximadamente iguais. Estimar as perdas de carga para as seguintes épocas: inicial, após 10, após 20 e após 30 anos de funcionamento, admitindo que não haverá limpeza da tubulação. Solução: O problema é resolvido para uma linha, já que são todas iguais. São O MtTODO EMPIRICO E A MULTIPLICIDADE DE FÔRMULAS 157 conhecidos os diâmetros e as vazões (logo a velocidade também). É incógnita a perda de carga, que será função do coeficiente de rugosidade. Pela Tab. 8.4 resultam os coeficientes C ao longo dos anos, relacionados no quadro a seguir Pela fórmula explicitada para J: J = 10,643 QI.85 c-1,85 fl-4.87 ; para C = 130, vem que: J = 10,643 X 1,0 1·85 X 130-1,SS X l,0-4•87 = 0,0013069 m/m o que resulta em uma perda de carga total de 5 900 x 0,0013069 = 7, 71 m; para C! = 100 J = 10,643 x 1,0 1·85 x 100- 1.ss x l,00-4· 87 = 0,0021236 m/m e uma perda de carga total de 5.900 m x 0,0021236 m/m = 12,53 m; e assim por diante. A tabela a seguir mostra os resultados, e portanto a variação de altura manométrica que as bombas deverão vencer para que vazão não se altere ao longo desse período: · Idade Valor de C hr (m) Inicial 10 anos 20 anos 30 anos 130 113 100 90 7,71 9,99 12,53 15,22 O uso da Tab. 8.7 leva aos mesmos resultados, a partir de C = 100. 8.2.11 -Fórmulas empíricas para encanamentos de pequeno diâme~ro A fórmula de Hazen-Williams tem sido preconizada para tubulações de 50 mm de diâmetro, ou maiores. Para canos de pequeno diâmetro (1/2 a 2 polegadas), Fair-Whipple-Hsiao (1930), após um grande número de experiências, conduzidas segundo a técnica mais avançada e sob um controle perfeito, propuseram fórmulas especiaiS do tipo da fórmula de Hazen-Williams, que têm sido aceitas e recomendadas como as mais satisfatórias. . Foram experimentados tubos de cobre, latão, metal admiralty, aço galvanizado, ferro galvanizado, aço e ferro I).U, tanto para água fria como para água quente. As investigações de Fair-Whipple-Hsiao tiveram grande oportunidade, bem como reconhecida utilidade, de levar a fórmulas seguras para o dimensionamento das pequenas canalizações, inclu~ndo as que conduzem água quente. O saudoso engenheiro Eduardo Eurico de Oliveira, no estudo que fez de um projeto de regulamento para as instalações domiciliares de abastecimento de água do Rio de Janeiro, já havia recomendado a fórmula de Fair-Whipple-Hsiao, tendo qualificado os trabalhos experimentais dos seus autores como a "melhor orientação prática". Para encanamentos de aço galvanizado e água fria, a fórmula é a seguinte: l.88 Q J =0 002021-' D4.se OU Q = 27,113 xJ0·53 2 X fl2.596 Para tubos de cobre ou latão e água fria, as fórmulas de Fair-Whipple-Hsiao CÁLCULO 158 OE TUBULAÇÔES SOB PRESSÃO são: f Ql.75 = 0,000874----;;7 , 5 D· ou Q = 55,934 v2. 714 !°·571 e para água quente Q = 63,281 D 2 ·714 fl· 571 ou Ql.75 J = 0,00070475 D"'· com Q (m3/s), D (m) eJ(m/m). A norma brasileira para instalações prediais recomenda as fórmulas de FairWhipple-Hsiao nas seguintes formas: Para tubos hidraulicamente rugosos (aço carbono galvanizado ou não): J = 19,8 . 10s . Ql,88 . D-4.88 Para tubos hidraulicamente lisos (plástico, cobre ou ligas de cobre): J = 8,63 . 106 . Ql.75. D-4.75 sendo J em k.Pa/m, Q em e/se D em mm. Outra fórmula que também é usada para tubulações de pequeno diâmetro é a de Flamant (1892): ,.. : ..:1. . .: .'>.4~0' ;·· .··.·.· , ou J = 4b. vl.75. D-1.2s .DJ, . V. '.·: : . L.~: . :f::-..·.!?....... . com v(m/s),D (m) eJ(m/m) sendo: b = 0,00023 para canos de ferro ou de aço usados b = 0,000185 para canos de ferro e aço novos b = 0,000140 para canos de chumbo b = 0,000130 para canos de cobre b = 0,000120 para canos de plástico (PVC, etc.) A Tab. 8.8 é para b = 0,00023. Para outros materiais basta multiplicar J por (b/ 0,00023). Tabela 8.8 - Fórmula de Flaniant (1892) Tubos de pequenos diâmetros - ferro e aço galvanizado 19mm(3/4") Q (1/s) 0,02 0,04 0,06 0,08 .· 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 v(m/s) f(m/m) 0,071 0,141 0,212 0,282 0,353 0,423 0,494 0,564 0,635 0,0012 .0,0041 0,0084 0,0139 0,0206 0,0283 0,0371 0,0469 0,0576 25 IIlIIl (1 ") 32 IIlIIl (1 1/ 4") 38mm (1 1/ 2 "') v(m/s) f(m/m) v(m/s) J(m/m) v(m/s) /(m/m) 0,041 .0,081 0,122 0,163 0,204 0,244 0,285 . 0,326 0,367 0,0003 0,0011 0,0023 0,0038 0,0056 0~0077· 0,0101 0,0127 0,0156 0,025 0,050 0,075 0,099 0,124 .0;149 0,174 . 0,199 0,224 0,0001 0,018 0,035 0,0003 0,0007 0,053 0,0012' 0,071 0,0017 0,088 0,0024 0,106 0,0031 0,123 0,0039 . 0,141 0,159 0,0048 0,00005 0,00015 0,00031 0,00052 0,00077 0,00105 0,00138 0,00174 0,00214 O M€TODO EMPIR1CO E A MULTIPLICIDADE 19 mm. (3/4") Q (J/s) v(m/s) J(m./m) DE 25 mm(l") ~- , ,,,, * Ll.mite: v """'< 14 W (D - m) 32 mm (1 1/ 159 4 ") 38mm. (1 1/2 ") 1 v(m/s) J(m/m) v(m/s) J(m/m) v(m/s) J(m/m) 0,407 0,705 0,0188 0,0693 0,20 0,0222. 0,0818 .. 0,448 0,22'.' 0,7_76 0,0259 0,489 0,846 0,0953 0,24 . 0;26· .. 0,917 .0,1096 . .0,530:. .0;0299' 0,988 0,0339 0,570 0.1248 0,28 0,0382 .0,611 1,058 .0,1408 0;30 0,0428 0,652 0,1577 1,129 0,32 0,1753 . 0,693 .0;0476 0,34 .... . l,199 0,0526 0,1938 0,733 1,270 0,36 . :1.340 ...· 0,2130 . .·0,774. 0,0578. 0,38 0,815 1,411 0,0633 0,2330 0,40 .0,856:· . .0,0689 . 0,-42 .. l,481: :0,2538 0,0748 0,896 1,552 0,2753 0,44 o;41L. 1,622.~ .. ~0,29.76. _·_0,937. o;oao8 ·. 0,0871 0,978 0,3206 1,693 0,48 .o.5o __ .l.l63*... 0,34':43 .. . 1,0,19"' .·.0.093. 5 •. 0,1105 1,120 0,4068 1,940 0,55 0,60::· ...2,116,_; . 0.47.3.7_: .:.1,222 . 0;1286.: 2,293 0,1480 0,5449 1,324 0,65 0,10· 2;459 o.1685 0,6204. '1,426 0,1901 1,528 2,645 0,7000 0,75 1,630. _Q;2128 .o.ao:•.• 2;822: ,0,78~.7: 0,2366 1,732 2,998 0,8714 0,85 . .0,90 .... '. .. 3,174 :. 0,9631 . ,1,8.33 .. .0,2615. 0,2875 1,935 0,95 1,00. . . . 2,037"' 0,3145 . 0,3716 2,241 1,10 0,4327 2,4:45 1,20 .. 0,4978 2,648 1,30 1,40. :2,852 ... _0,5!567 ·. 0,6394 3,956 1,50 ... 1,60 1,70 1,80. .. 1,90 . , __ ., ·2;00 ... . - ... ' ....... 2,10 2,20: 2,30 2,40 ..•. 2,50 ·•. 2,60 .. . . .. 2,70 2,80 .. . .... 2,90 3,00'. 3,10 .. . . 3,20 ..... , _ ' . 3,30 3,'10 ' ... --- ... .. ...... . .. . - .. .. , . 3,50 ,_ FÓRMULAS •-' 0,249 .. 0.274. 0,298 0;323 0,348 0,373 . 0,398 ..0,423: 0,448 .0,472.· 0,497 .. 0,522. ·. 0,547 .0,572 .· 0,597 ·0,622 . 0,684 .0,746_' 0,808 o;a10. 0,933 0,995 1,057 . 1,119 1,181 1;243 1,368 ,1;492...· 1,616 ·.l,7'41. 1,865 _. 1;9a9_. 2,114 2,238. 2,362 2,487:"..: 2,611 2,735. 2,860 ,2,984 3,108 . ..... ..... , .. 0,0058 0,176 0,00257 0,0069 0,194. 0,00304 0,212 0,0080 0,00354 0,0092 0,229 . 0,00407 . 0,247 0,0105 0,00464 .0,0118 0,265 0,00523 0,0133 0,282 0,00586 0;300 .. 0,0065'2· .0,0147 0,317 ' 0,00720 0,0163 0,0179 0,335 . 0,00792 0,0196 0,353 0,00866 .0,0213... .0,370. 0,00943 0,0231 0,388 0,01023 ·0;0250 0,406 .. o;oüo6 0,423 0,01191 0,0269 ,0,0289 .. _0,441 . 0,01280 . 0,485 0,01512 0,0342 0,526' 0~01760 0,0398 0,573 0,02025 0,0458 0.0522: 0,617 0,02306. 0,661 0,02601 0,0588 0,02913 0,0659. ,0,705 0,749 0,03239 0,0733 0,0810 . 0,794 0,03579 0,838 0,03934 0,0890 0,0974, . . 0,882 . 0,04304 0,970 0,05085 0,1150 1,058 0,05921 ,0,133.9 0,06812 1,146 0,1541 1,234 . 0,0_7755 '0;1754 1,323 0,08750 0,1979 0,09797 0,2216 1,411 0,10893 1,499 0,2464 0,2723' .1,587 .· 0,12039 0,13234 1,675 0,2994 0,14477 J),3275 1,763 0,15767 1,852 0,3567 0,17104 1,940 0,386.9_ 2,028 0,18488 0,4182 2,116 . 0,19917. 0,4505 2,204 0,21392 0,4839 0,22912 2,293 0,24476 2,381 2,469 0,26.085. 0,27737 2,557 2,645* ' 0,29,432 0,31171 2,733 . - . .. 2,822 0,32951' 0,34774 2,910 _2,998 . 0,3!5!539 '"··· 3,086 0,38546 SOB PRESSÃO O M~TODO CIEN1 ENTÍFICO. A "FÓRMULA UNIVERSAL" tíficas referentes às relações físicas que regem o escoamento le meados do século XVIII, com Chezy e depois no século tch, conforme abordado no item 7. 7, resultando na fórmula O número turbulento ou n Para os enc: para valores do a 4 000, o escoar Entre esses , O regime cc elevados do n'l intermediária, e CÁLCULO DE TUBULAÇÔES ~~~ijf~~ equação (7) sobre a fórmula que na fórmula [eq. 7), o coeficiente de atrito f não tem ão do número de Reynolds. Como L/D é uma relação entre dimensões lineares, ela também constitui um número ,ção exprime o fato de a perda de carga em determinado ao produto de um número puro pela carga de velocidade :y-Weisbach é aplicável aos problemas de escoamento de '• óleos, gasolina, etc.) em encanamentos. Com restrições, questões que envolvem o movimento de fluidos aeriformes, bém pode ser apresentada em função da vazão Q(m3/s), fazendo- r (:11:D2)J2 4 l equação (8) em kgf/ m 2 (encanamento horizontal) seria: ['j}}~~~~i~~t!ff[~filI~ffs equação (9) :são inicial, em kgf/ m2 :são final, em kgf/ m2 > específico do fluido, em kgf/ m3 atrito f rito f, sem dimensões, é função do número de Reynolds e . A espessura ou altura e das asperezas (rugosidade) dos ~determinando-se valores para e/D. ~scoamento de fluidos em canalizações, considera-se como equivalente, isto é, a rugosidade correspondente ao mesmo )ara asperezas constituídas por grãos de areia, tais como os iradse, com valores elevados do número de Reynolds (ver 8.3.6). ii 8.3.3 - Naturez O fato de al1 ainda, por resis interpretações imaginada come dois sólidos em Ao contrári1 as paredes dos camada aderen1 No regime deformação cor fluido responsá No caso do e descrição. As p posições numa~ fluida. A resistê forças relativas 8.3.4 Camada l Quando um camada de flu: velocidade do f 'L" 161 (ime de escoamento em laminar, l regime laminar ocorre e é estável resa 2 000. Com valores superiores turbulento (ver item 7.2). 1ominada zona crítica. é atingido com valores ainda mais do, portanto, uma segunda zona ição (Fig. 8.3). Os valores do coeficiente de atrito (f) são obtidos em função do número de Reynolds e da rugosidade relativa, tendo-se em vista o regime de escoamento. FiguraB.3 da de carga por perda por atrito, ou, menta ao escoamento, tem levado a l de carga não deve ser suposta ou ;emelhante ao que se verifica quando e o outro. ocamente do fluido em cantata com , a essas paredes, estabelece-se uma iue se verifica é tão somente uma o a viscosidade ou atrito interno do menta é agitado, complexo e de difícil irregular ocupam as mais variadas inuamente, a mistura de toda a massa Lto é devida ao efeito combinado das luido. ~ filme laminar rfície, observa-se a existência de uma cie, onde se verifica a variação de :i. camada foi concebida por Ludwig CÁLCULO 162 DE TUBULACÕES soe PRESSÃO Prandtl (1904) e notada pela primeira vez por Hele-Shaw, tendo sido designada por camada limite. A Fig. 8.4 mostra o escoamento de um fluido ao longo de uma chapa. A partir da aresta inicial da chapa, constitui-se uma camada de escoamento laminar (camada limite) que vai aumentando em espessura até um ponto crítico. À medida que aumenta a espessura da camada limite, decresce a sua estabilidade, até um ponto T, de transição, onde se rompe o seu equilíbrio. Figw:aB.4 A partir desse ponto crítico, a espessura da camada laminar se reduz a um valor õ, que se mantém aproximadamente constante (subcamada laminar ou filme laminar). No ponto T, tem início uma camada turbulenta, cuja espessura vai aumentando rapidamente. A espessura da camada limite pode ser definida como sendo a dimensão correspondente a 99% do seu limite assintótico. É nessa camada que se verifica a maior parte da deformação viscosa. No caso dos encanamentos, também prevalecem condições análogas à descrita. Se o escoamento na tubulação for laminar,·o fluido percorrerá uma distância relativamente grande, até que o perfil normal das velocidades seja atingido, isto porque é necessário'que a camada limite (mostrada na Fig. 8.4, de O a T) continue a se expandir até atingir as vizinhanças do eixo do tubo. Tratando-se de escoamento turbulento, o ponto crítico T ocorre a uma pequena distância da entrada; a partir desse ponto, a espessura da camada turbulenta ~.~"=--=--==========~~J Laminar Figw:aB.5 O MtTOOO CIENTIFICO. A "FORMULA UNIVERSAL" 163 aumenta tão rapidamente que o perfil normal de velocidade é obtido a uma distância relativamente curta (Fig. 8.5). Nota-se portanto que, no escoamento de fluidos em canalizações, existe sempre uma camada laminar, mesmo no caso de regimes turbulentos. A espessura dessa c3.Illada depende do número de Reynolds, sendo mais fina para os valores mais elevados de R.,. A camada laminar é de grande importância nas questões relativas à rugosidade dos tubos, assim como nos problemas referentes ao escoamento de calor. 8.3.5 -Tubos lisos e tubos rugosos Na realidade, não existe uma superfície perfeitamente lisa; qualquer superfície examinada sob um bom microscópio mostra uma certa rugosidade. Entretanto, diz-se que uma superfície é aerodinamicamente lisa, quando as asperezas que caracterizam a sua rugosidade não se projetam além da camada laminar (Fig. 8.6) . Limite da ....~camada laminar ~~~~~~~~~~~~~~~~~ Limite da ---camada laminar (b) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Figura.8.6 Quando as superfícies são de tal forma rugosas que apresentam protuberâncias que ultrapassam o filme laminar e se projetam na zona turbulenta, elas provocam o aumento desta, resultando daí uma perda mais elevada para o escoamento. Se as rugosidades forem muito menores que a espessura da camada, não afetarão a resistência ao escoamento; todas as superfícies que apresentarem essas condições poderão ser consideradas igualmente lisas. É por isso que, na prática, tubos feitos com certos materiais, tais como vidro, chumbo e latão, podem apresentar as mesmas perdas de carga, perdas essas idênticas às que seriam obtidas no caso de superfícies lisas ideais. Conclui-se, também, que não há interesse em se fazer com que as superfícies internas dos tubos sejam mais lisas do que um certo limite. Define-se como rugosidade absoluta e a medida das saliências da parede do tubo, ou seja, se houver protuberâncias de 1 mm, essa é a rugosidade absoluta. A rugosidade relativa é a divisão da rugosidade absoluta pelo diâmetro do tubo: e/D. O problema prático que surge da aplicação desses conceitos é que a rugosidade absoluta nunca é única, sendo as saliências dos tubos de diversos tamanhos e distribuições, e esse número acaba sendo obtido por uma conta de trás para frente, onde se chega a um valor médio para a rugosidade absoluta, o que acaba tendo precisão científica só para as condições de medição. CÁLCULO 164 DE TUBULAÇÕES SOB PRESSÃO 8.3.6 - Experiências de Nikuradse Em 1933, J. Nikuradse divulgou, na Alemanha, os resultados de uma série de investigações que marcaram um passo decisivo na moderna mecânica dos fluidos. Utilizando tubos de três tamanhos diferentes, Nikuradse produziu nos mesmos uma rugosidade artificial, cimentando, na superfície.interna, grãos de areia de tamanho conhecido e, obtendo a mesma rugosidade relativa para os três tubos. Pôde, então, verificar que, para um determinado valor do número de Reynolds (Re ), o coeficiente de resistência (f) era idêntico para as três tubulações. As experiências foram repetidas para cinco valores da rugosidade relativa. Elas vieram provar que é válido o conceito de rugosidade relativa e que é correta a expressão para o tipo de rugosidade ensaiado. Experiências mais recentes conduzidas pelo Instituto Tecnológico de Illinois, com tubos de rugosidade artificial (roscas), vieram mostrar que f é também uma função da disposição, arranjo ou espaçamento das asperezas, assim como da sua forma. 8.3. 7 - Regime laminar, Re < 2 000 O escoamento é calmo, regular; os filetes, retilíneos. O perfil das velocidades tem a forma parabólica; a velocidade máxima no centro é igual a duas vezes a velocidade média (Fig. 8. 7). Para o escoamento laminar, aplica-se a equação conhecida como de HagenPoiseuille. equaçiio (10) determinada, experimentalmente, por Hagen (1839) e, independentemente, por Poiseuille (1840). A sua dedução analítica foi feita posteriormente por Wiedermann, em 1856. Verifica-se que, para o escoamento laminar, a perda de carga é proporcional à primeira potência da velocidade. Substituindo-se na equação (10) o valor nD2 Q=Av=--v 4 resulta: h _ 64vLv _ 64v Lv 2 1 2gD2 - Dv D2g Comparando-se a expressão acima com a fórmula de Darcy-Weisbach (equação 7), verifica-se que f 64v = Dv' equação (11) Observa-se que essa fórmula não envolve fatores empíricos ou coeficientes O M~TODO CIENTIFICO, A "FÓRMULA UNIVERSAL" 165 experimentais de qualquer natureza; só inclui dados relativos às propriedades do fluido (viscosidade, peso específico). A equação (11) mostra, ainda, que a perda por atrito nesse caso é independente da rugosidade das paredes dos tubos. A experiência comprova esse fato. O regime laminar raramente ocorre na prática, exceção feita para o escoamento de certos fluidos bastante viscoso·s, tais como determinados óleos pesados, melaços e caldas, ou, então, para o caso de tubos capilares ou escoamento em meios porosos. O escoamento do sangue nos tecidos do organismo constitui um exemplo interessante. A eq. (10) também pode ser escrita: l = 32~ pg·Dz outra forma da fórmula de Poiseuille. 8.3.8 - Regi.me turbulento O escoamento é agitado e o comportamento com tubos lisos é diverso daquele que se verifica com tubos rugosos. Em 193 O, Theodore Von Kármán estabeleceu uma fórmula teórica, relacionando os valores de f e de R,, para os tubos lisos "~\?iJ~~~,éffl~~lít~i~il 2 equação (l ) Essa equação é válida para os tubos lisos e para qualquer valor de R,,, compreendido entre o valor crítico e oo ( / = O). É teoricamente correta e os seus resultados têm sido comprovados experimentalmente. Para os tubos rugosos funcionando na zona de turbulência completa, Nikuradse encontrou CÁLCULO 166 OE TUBULAÇÕES SOB PRESSÃO equação (13) Os valores de f obtidos para tubos rugosos são maiores do que os obtidos pela Eq. (12). Convém notar que a Equação (13) não inclui o número de Reynolds e que, portanto, para um certa canalização de determinado diâmetro D, o valor de f dependerá apenas da rugosidade. Para a região compreendida entre as condições precedentes, isto é, entre o caso de tubos lisos e a zona de turbulência completa, C. F. Colebrook propôs, em 1938, uma equação semi-empírica, ou seja, · ~~l{flillt~~i]ii _,,,, Essa equação tende para a equação (12) dos tubos lisos quando "'e/3, 7D" tornase muito pequeno, assim como tende para a Eq. (13) quando se reduz o valor de "2,51/ Re ..ff ". Nessas condições, quando a espessura do filme laminar for grande, comparada à altura das projeções rugosas, a perda no encanamento será a mesma que resultaria se a canalização fosse muito lisa. R- 3 ~ 6L.J-L-~4Jlill-1~~~[131tfl'=f.'1=-=t=f.=f=f,&!/1=1='=/=,f=/:# "'"'-.. ,.... 2 4 6 8 1()> 2 . 4 '6 8 1o' 2· 4 6 8 1o" FNTFigw:a 8.8-Diagr= de Rouse l o 0,080 Escoamento 1~1 laminar etílica 1 ;::: "' Escoamentolutbulen!lo------------------1 --l o o o 0,05 n 0,04 0,060 0,050 0.02 \ \ ~ 0,030 pi lO ~ m ... ~· 1 t:J I> 1 i:l. '11 f ~ ~ 0,018 ' - 1 1 1 1 1111 0,010 0,008 r---- ":::::i::: ~. ~ \"" 0,004. " t' ""- '1-J 0,002 1 f:::::-:::::::: i--ranslfã.01 111' ~ ~ ·"_, -...... "'<:- 0.016 ~ 1 -, o 1 ~ 0,001 0,0008 T 1 ..... "" 0,014 r-.... . 1 - , t (• :-· 0,008 1 1 li li 1 1 1 1 1111 1 1 o,ooe "' 1 0,0002 n1m ' , h ..::., ·I 0,009 0,007 F::::+ 0,0004 ' ' l::::bUJ lill .•• ,. : · 1 ; - oiâgr8-r1la : . 0,010 0,0006 T, r-;:-. 0,012 "" ó o,ooe """' ";:;::: o > !';;;: ..... ""'- \~\ll (1) et ::lo ""'"' ........ \111 \<; 0,020 a. ' \'? am 1 .!. Tl!bos_ iugosõs ....__ =\\ ::n - ~ Jr 1 N --l n 0,016 ~ "' \ 0,040 '· 1 0,03 ,..,- :z :o "' ;::: e e: co .-- ~ - [ ID ~ "'~ :::t. > e:: :z < rn "',."' .-- ~ o 0,0001 f'' 0,00005 ~ ~ s11~--Ir"'~ 0 1111r--......08 l i li 1 0,00001 0,000005 li-- "( 1 1 0,005-, e a 10' 2 4 6 e10• 2 4 8 810' 2 4 e e 10• Nllmero de Reynolds Ro 2 4 6 8 10' 2 4 6 8 101 .... ~ .... O'I 00 Problemn tipo Dados Incógnitas 1° Passo 2º Passo 3° Pnsso 4° Passo 5° Passo D,Q h1• V Calcular Calculnr Determinar D Com vnlores de Re e de e/D, encontrar f no diagrama (Moody) Calcular f Lv 2 h,=-D2g (Darcy) II Determinar Com os valores de Calcular D Re.fÍ e de D e encontrar f no diagrama (Rouse) V=~h1 D2g Calcular Q=AV Com f 1 calcular Calcular Determinar D =s /!8LQ2 R =__i_CL • 7r D 1u D, D,h, Calcular v,Q R e III IV h,,Q hp V D,v D,Q e - - -3 e Lu2 Assumfrum primeiro. valor de f: f1 Assumir um primeiro valor para/ :f1 - U - .[! = /2ghrD ' =vD R v=Q A e 1 1 - ., Com f 1 calcular Calcular fLv 2 D 1 --- R = vD1 e U - 11,2g fL e Determinar e D, Comesses valores, encontrnr o no diagrama um ,,.. ,... novo valor o e para/: f 2 ,... repetir as o operações até o quefn+I =fn -i (Moody) 1 ew e V V, Q D,h 1 Calcular A=Q V Conhecido D, o problema recai no tipo 1 - - '> <> ,.,o - (/1 1 "'o w VI v,D h1,Q Calcular Q=Av Conhecido Q, o problema recai no tipo I .,, - - - ,.,"' 1 ,,., "' VI o O MtTODO CIENTIFICO, A "FÔRMULA UNIVERSAL" 169 8.3.9 - Diagramas de Stanton, Rouse e Moody A equação de Colebrook pode ser convenientemente representada num diagrama, tomando-se, nos eixos, valores de f (ou de l/..[J e Re ..fJ) e os valores de D/e aparecem como uma família de curvas [Harpa de Nikuradse (Fig. 8.3)). Diagramas desse tipo foram publicados por Hunter Rouse e L. F. Moody. Outro diagrama semelhante foi originalmente divulgado por Stanton. Na Fig. 8.8, encontra-se o diagrama de Rouse, e na Fig. 8.9 o de Moody, de grande utilidade na solução geral dos problemas de escoamento em tubos. Ao final deste capítulo (item 8.4), está apresentada a Tab. 8.14 (b), com o resultado dos cálculos pela f6rmula Universal (Colebrook), para os diâmetros comerciais e velocidade usuais e para diferentes valores de rugosidade absoluta e. 8.3.10 - Problemas tipo: sua solução com o emprego dos diagramas de Rouse e Moody O Quadro 8.6 auxilia o encaminhamento dos vários tipos de problemas. Consideram-se como conhecidos os dados complementares relativos à natureza e condições do fluido que permitam conhecer a sua viscosidade (u), bem como as características da tubulação: comprimento (L), material, estado e aspereza (e). Exercício 8.5 - (Problema-tipo I); Uma tubulação de aço rebitado, com 0,30 m de diâmetro e 300 m de comprimento, conduz 130 e;s de água a 15,SºC. A rugosidade do tubo é 0,003 m. Determinar a velocidade média e a perda de carga. Solução: A viscosidade cinemática da água a 15,5ºC = 0,000001132m2/s (Tab. 8.10) Q 0,130 . v = - = - - - =1,84m/s A 0,0707 e 0,003 -=·--=O, 01 , e pelo D 0,3 h _ Lv 2 _ r -f D2g - R = vD = " d' iagrama: 0,038x300xl.842 0,30x2x9,8 V 1.B4 x0, 3 0 :::490 000=4 9><10s 0,000001132 ' r- 0,038 (Moody) hr =6,55m Exercício 8.6 - (Problema-tipo II) Dois reservat6rios estão ligados por uma canalização de ferro fundido (e= 0,000260 m) com 0,15 m de diâmetro e 360 m de extensão. Determinar a velocidade e a vazão no momento em que a diferença de nível entre os dois reservatórios igualar-se a 9,3 Om. Admitir a temperatura da água como sendo de 26,SºC. Solução: Pela Tabela 8.10, tira-se a viscosidade u da água a essa temperatura: u = 0,000000866 m2/s 170 CÁLCULO 2gh,D 3 2 = Lv ri Rc'\fJ = então: v =~h,D2g f = = D e 0,15 :::SSO 0,000260 0,023 (Rouse) 9,30x0,15x2x9,8 0,023x360 fL SOB PRESSÃO 2x 9,8 x9,3 x 0,15 3 3 60 X 0, 000000866 2 e pelo diagrama: OE TUBULACÕES v=l.,80m/s Q = Av = O,Ol 777x 1,80 = 0,03 lm. 3/s Exercício 8.7 - (Problema-tipo III) Determinar o diâmetro necessário para que um encanamento de aço (e = 0,000046 m) conduza 19 t/s de querosene a lOºC (\l = 0,00000278 m 2/s), com uma perda de carga que não exceda 6 m em 1 200 m de extensão. Calcular velocidade e perda de carga para o diâmetro adotado. Solução: Assumindo f 1 = 0,03, s s ~-------- o,o3x8xl 2ooxo,orn 2 6 X 7r2 X 9,8 Í8LQ2 = h17?-g R ci D 1 =0,179m = 4Q = 4X0,019 nD1v 7rX0,179x0,00000278 ..!.... = O,OOOD 46 - R01 ::: 48 600 =4,9 ·10 4 o 000257 e, pelo diagrama: f 2 = 0,022 (Moody) D, 0,179 ' D,= 0,022x8xl.200x0,019 = O,lGSm 2 R 2= c 6x~x9,8 :n; X 4 xo,o 19 -52.000=52·10'1 0,168 X 0,00000278 , ..!....= o,oooo 45 .. o,00027 e, pelo diagrama: f 3 D2 0,168 =0,022 (Moody) Portanto o diâmetro 0,168 m seria suficiente. Entretanto o diâmetro comercial mais próximo é 0,20 m, este será o adotado. A velocidade resultará, então, v = O,Ol 9 =0,605m/s e 0,0314 hf=2,58m O M~TODO CIENTIFICO, A •FÓRMULA UNIVERSAL• 171 Exercício 8.8 - (Problema-tipo IV) Uma canalização nova de aço com 150 m de comprimento transporta gasolina a lOºC (u = 0,000000710 m 2 /s) de um tanque para outro, com uma velocidade média de 1,44 m/s. A rugosidade dos tubos pode ser admitida igual a 0,000061 m. Determinar o diâmetro e a vazão da linha, conhecida a diferença de nível entre os dois depósitos, que é de 1,86 m. Solução: Admitindo inicialmente 2 2 f 1 =O 02 S=D1 =ÍLv = 0,025xl50xl.,44 '=0 2 1'4 m . R e. e· _ vD1 el - D, = 1.,86x2x9,8 hr2g ' V _ - l,44X0,214 0,QQQQQQ71Q 4 35 OOO 2 e 'U D _ O,OlSxlSOxl,442 3 l,86x2x9,8 • f 2 = 0,017-(Moody) = v.D2 :::: O 000061 . =:0,00042 e, pelo diagrama: 0,145 -= ' D2 =4 •4 xl os 0,000061 . , =:0,000285 e, pelo diagrama: 0 214 D :::: 0,017x150xl,44 0 145 m eR 2 2 1,86x2x9,8 , e ' l,44x0,145 0,000000710 =2 SxlOs ' f 3 = 0,018 (Moody) 0,153m. ou seja, muito próximo do diâmetro comercial de 150 mm, resultado que será aceito. A vazão será: Q =Av = 0,0177 x 1,44 = 0,0255 m 3/s = 25,5 t/s 8.3.11 - Observações sobre o emprego da fórmula Universal O emprego da fórmula Universal tem-se ampliado, embora ainda não exista um conhecimento satisfatório a respeito da variação dos valores dos coeficientes de rugosidade (e). Muitos engenheiros não se sentem seguros, principal.mente quando consideram o caso de tubulações sujeitas à tuberculização ou a incrustações internas. A maioria dos dados divulgados sobre esses coeficientes corresponde a tubos novos ou a canalizações não sujeitas ao fenômeno do "envelhecimento", e por isso muitos técnicos têm sido levados a cometer enganos na avaliação do comportamento hidráulico de tubulações. As Tabs. 8.9 e 8.11 que se apresentam a seguir revelam a grande variabilidade de valores para o coeficiente e, mostrando ao mesmo tempo os valores sugeridos. Na prática, essas incertezas sobre as temperaturas a adotar e as rugosidades reais a encontrar anulam em grande parte as vantagens teóricas do uso das fórmulas "cien1íficas" sobre as empíricas, pois a ordem de grandeza das imprecisões remetem ambos os métodos a uma mesma faixa de soluções. · CÁLCULO 172 DE TUBULAÇÕES SOB PRESSÃO A norma NBR12 215 (NB 591) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) prefere o uso da fórmula "Universal" para o cálculo de adutoras em sistemas de distribuição de água. Esse é um assunto que transcende os objetivos de uma normalização técnica e que deve ficar a critério do projetista, uma vez que a metodologia de trabalho e de cálculo é da alçada do engenheiro autor do projeto e, como visto anteriormente, na prática as imprecisões do uso de fórmulas empíricas não alteram a ordem de grandeza em relação às imprecisões dos parâmetros a adotar na fórmula Universal; e o uso das fórmulas empíricas é mais ágil. Tabela 8.9 - Rugosidade dos tubos (valores de e em metros)" (ver também a Tab. 8.11) Tubos novos Material Aço galvanizado Aço rebitado Aço revestido Aço soldado Chumbo Cimento-amianto Cobre ou latão Concreto bem acabado Concreto ordinário Ferro forjado Ferro fundido Ferro fundido com revestimento asfáltico Madeira em aduelas Manilhas cerfunicas Vidro Plástico Tubos velhos** 0.00015 a 0,00020 0,0010 a 0,0030 0,0004 0,00004 a 0,00006 lisos 0,000025 lisos 0,0003 a 0,0010 0,0010 a 0,0020 0,0004 a 0,0006 0,00025 a o,oooso-· 0,00012 0,0002 a 0,0010 0,0006 lisos••• lisos 0,0046 0,0060 0,0005 a 0,0012 0,0024 lisos lisos 0,0024 0,0030 a 0,0050 0,0021 0,0030 lisos**" lisos "Par.a os tubos lisos, o valor de e é O, 00001 ou menos ""Dados iD.clicados por R. W. Powell """Correspondem aos maiores valores de D/e Tabela 8.10- Viscosidade cinemática da água (u) Temperatura ºC Viscosidade cinemática m 2 /s Temperatura ºC Viscosidade cinemática m 2 /s .o 0,000001792 0.000001673 0,000001567 0,000001473 0,000001386 0,000001308 0,000001237 0,000001172 0.000001112 0,000001059 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 0,000001007 0,000000960 0,000000917 0,000000876 0,000000839 0,000000804 0,000000772 0,000000741 0,000000713 0,000000687 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Veja também a Quadro 1.12 o Tabeln 8.11 - Coeficientes de rugosidnde "e " em mm pnrn a fórmula Universal Tu]Jos em serviço (J. M. Azevedo Netto) Valores recomendados para projeto (pesquisa da litera~ra internacional). :s: ,.,_ .... o Autores Tuljos de aço com revestimento especial ou esmalte Tubos de concreto Tubos de forro fundido e ferro dúctil Sem Com revestimento revestimento especial especial Tubos de cimentoamianto Ferro galvanizado Tubos lisos chumbo, cobre, latão etc. PVC Tubos cerâmicos (") "'z -< •Câmara Sindical Nacional (SCNHP) França 0,1 0,1 •Dégremont, M. Technlque 0,03 a 0,1 1,0 0,1 0,2 a 0,5 0,2 0,1 de léau (1978) 0,1 o.oi •Lamont, Peter, IWSA, 3°. 0,125 Cong. (1955) 0,06 0,25 a 0,50 0,25 0,125 0,025 •Manual ofBrltlsh Water Engineerlng Practlce, IWE,(1961) 0,125 0,04 0,125 0,03 •Chemical Engineers Handbook,R.H.Perry, 4ª. Ed., (1963) 0,05 0,26 0,15 º·~ •Interna] Flow, British Hydromechanlcs Research Assoc!atlon 0,1 0,025 a0,50 • Pipplng Hendbook, King e Crocker (1967) 0,05 0,12 0,3 a 3,0 0,06a0,12 0,06 a 0,24 <0,03 • Falr, Geyer e Okun (1966) 0,03 a0,09 •R. W. Powell (citado Azevedo 3,0 Netto) (1951) 0,5a 1,2 0,3a1,0 2,1 0,17 • Hydraulic Instltute (1979) 0,05 0,14 •A. Lencastre 0,06 a 0,15 0,06 a 0,5 0,15 0,02 •Linsley &Franzlnl (1978) 0,3 a 3,0 0,26 0,12 0,08110,12 O,OBa0,12 0,08a0,66 0,14 a 0,20 0,14110,20 • PNB 591 (1977) 0,10 1,5 0,05 0,15 0,02 0,125 0,30 0,25 0,125 •Azevedo Netto Obs.: A experiência francesa recomenda a adoçiio de e= 0,1 mm para tubos e pa1·11 tubos niio sujeitos A c01-rosão e incrustação e e -2 mm para tubos sujeitos 11 esse fenômenos de deterioração. - - - o o o o ,. .,, o "':s: e: ,..... e z < '" ,."' ti) - - ..... ~ CÁLCULO DE TUBULACÔES SOB 174 PRESSÃO Tabela 8.12 - Viscosidade cinemática de alguns fluidos ("O) F1uido Gasolina Óleo combustível Ar (Pressão atm.osférica) Temperatura ºC Peso específico kg"* ;ms Viscosidade cinemática m 2 /s 5 10 15 20 25 30 737 733 728 725 720 716 0,000000757 0,000000710 0,000000681 0,000000648 0,000000621 0,000000596 5 10 15 20 25 30 865 861 858 855 852 849 0,00000598 0,00000516 0,00000448 0,00000394 0,00000352 O,OOOOOS13 5 10 15 20 25 30 1,266 1,244 1,222 1,201 1,181 1,162 0,0000137 0,0000141 0,0000146 0,0000151 0,0000155 0,0000160 8.3.12- Envelhecimento dos tubos As tubulações, especialmente as de ferro e as de aço, estão sujeitas ao fenômeno do envelhecimento. Em geral, após algum tempo, os tubos vão se tornando mais rugosos em conseqüência de efeitos da corrosão ou da incrustração nas paredes internas. Para levar em conta o aumento da rugosidade com o tempo, Colebrook e White estabeleceram uma relação linear que pode ser expressa por e= e 0 +a· t , onde: en = altura das rugosidades nos tubos novos (m); e =altura das rugosidades nos tubos após t anos (m); t = tempo, em anos; a =taxa de crescimento das asperezas, em m/ano. Tratando-se de canalizações de água, a taxa de crescimento a. depende consideravelmente da qualidade da água e, portanto, varia com as condições locais. Para algumas partes dos Estados Unidos foram determinados valores para a.. De acordo com as investigações feitas, os valores variam de 0,0006 a 0,00006 m/ ano para a região dos Grandes Lagos e Bacia do Mississipi e de 0,0004 a 0,002 m/ ano para a parte leste dos EUA. Segundo a experiência inglesa, na falta de dados experimentais seguros, o envelhecimento dos tubos de ferro fundido pode ser estimado para as condições médias, aplicando-se a seguinte expressão: 2 log a.= 6,6 - pH , onde o coeficiente a é dado em mm/ano. O M~TODO CIENTIFICO, A "FÓRMULA UNIVERSAL" 175 Essa expressão evidencia a importância do pH da água no fenômeno da corrosão. Tabela 8.13 -pH da água x ex: (m.m/ano) 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 0,00305 0,00203 0,00113 0,00063 0,00038 0,00020 0,00011 0,00006 Também é justo considerar variações em função do tipo de aço ou de ferro fundido considerado. Por outro lado, os fenômenos de corrosão relacionados com a diferença de eletronegatividade dos terrenos cruzados pela tubulação, correntes elétricas parasitas, etc., normalmente combatidos pela proteção externa do tubo e pela proteção catódica, não apresentam relação direta com o aumento da rugosidade das tubulações. Outros critérios existem e são igualmente válidos, como os de Langelier, entretanto nenhum superará o estudo real das características da água, a observação de situações correlatas na região em estudo e o acompanhamento da tubulação em questão ao longo dos anos. 8.3.13 - Condições de entrada nas canalizações As fórmulas apresentadas para o escoamento em regime laminar (eq.11) e em regime turbulento (eq.13) e (eq.14) não são válidas para a parte inicial dos encanamentos. No caso de regime laminar, por exemplo, em um encanamento que parta de um reservatório, se a entrada na canalização for bem feita, de modo a evitar contrações, todas as partículas do fluido tenderão inicialmente a escoar com a mesma velocidade, exceto aquelas de uma camada muito fina, junto às paredes. Nesse primeiro instante, o perfil das velocidades é uma reta e a energia cinética é dada por v2/2g. À medida que o escoamento vai se processando ao longo da tubulação, as partículas mais próximas das paredes vão sendo retardadas, enquanto que as mais centrais vão tendo o seu movimento acelerado até que seja atingido o perfil de equilíbrio (parábola), como se vê na Fig. 8.5. A distância necessária para se atingir na prática as condições de equilíbrio pode ser estimada pela relação: x = 0,58 R,P e geralmente supera 50 diâmetros. A perda suplementar nesse trecho é, aproxima.damente, igual a [l,16 · v2/2g] No caso do escoamento turbulento, o equilíbrio se estabelece a uma distância muito menor, a cerca de 10 a 30 diâmetros da entrada no encanamento: 25 X= 0,8 Rcº· D CÁLCULO 176 DE TUBULACÔES SOB PRESSÃO 8.3.14 - Escoamento de líquidos muito viscosos É importante determinar o número de Reynolds para verificar o regime de escoamento (laminar ou turbulento). O número de Reynolds é dado por: Rc =-Dv 1) onde Re = diâmetro da canalização (m); v"" a velocidade média do fluido (m/s); u =viscosidade cinemática (m2 /s) Na Tab.8.12 encontram-se valores da viscosidade cinemática para diversos fluidos e diferentes temperaturas. Deve-se atentar para o caso de escoámento de fluido não-newtoniano, quando a teoria desenvolvida neste capítulo não se aplica. Ver item 1.4.5 e, para maiores detalhes, consultar bibliografia (Daugherty and Franzini, etc.) Exercício 8.9 (escoamento laminar) Calcular a perda de carga devida ao escoamento de 22,5 e;s de óleo pesado (934 kg*/ m3), com um coeficiente de viscosidade cinemática de 0,0001756 m 2 /s, através de uma canalização nova de aço de 150 mm de diâmetro nominal e 6 100 m de extensão. R = Dv V= Q = 0,0225 =1.27m/s· A 0,0177 ' 0 V O,lSOxl,27= 1085 0,0001756 Portanto o regime de escoamento é laminar, podendo ser aplicada a equação (10). h, = 128vLQ = 128x0,0001756x6100x0,0225 1'D4 g ~xo,1so• x9,8 lSSm de coluna de óleo ou 198 X 934:;: 185 000kgf/m 2 Exercício 8.10- (escoamento de ar): Um duto de aço de 150 mm de diâmetro nominal e 30 m de extensão será utilizado para fornecer 275 e;s de ar à pressão atmosférica e a 15 ªC. Calcular a perda de pressão. Q v=-= A e"" 0,275 0,01767 15,5m/s; R = Dv = 0,15xl5,5 _l,SxlOs • V 0,000046m D = o, 15 h = fLv 2 = 0,019x30x15,5 2 =47 m e r 0,0000146 0,000046 D2g 3 250, e pelo diagrama: f = 0,019 , então: 0,15xl9,6 (47 metros de coluna de ar ou pouco menos de 6 centímetros de coluna de água). O METODO CIENTÍFICO. A "FÓRMULA UNIVERSAL" 177 8.3.15 -Escoamento de gases O peso específico dos gases varia diretamente com a pressão a que estão submetidos, e inversamente com a temperatura absoluta, de acordo com a equação dos gases perfeitos: onde r =_..E_ RT' "(=peso específico, em (kgf/m 3 ) T =temperatura absoluta, (t + 273º) 2 p "'pressão, em (kgf/m ) R = constante do gás O escoamento de gases praticamente sempre é acompanhado de variação de pressão e, conseqüentemente, de alteração do peso específico. Para os gases, a equação da continuidade deve ser escrita em termos de peso ou massa: 'Y1 ·A1 · vl ='Yz ·A2 • V2 Constata-se portanto que, se em um conduto de seção circular com diâmetro uniforme e sob temperatura constante a pressão absoluta cair para a metade do valor inicial, o peso específico do gás também será reduzido a 50% e, conseqüentemente, a velocidade deverá elevar-se ao dobro. Sempre que a variação de pressão de um ponto para outro não for elevada, a alteração de peso específico será pequena, podendo-se aplicar as expressões gerais de resistência, estabelecidas para o escoamento de fluidos incompressíveis. Esse é um caso que freqüentemente se verifica em canalizações curtas ou em condutas de baixa velocidade, onde p 2 )0,90 P1 Com maior rigor podéria ser limitada a variação de pressão a apenas 4% (p 2 = 0,96 p 1 ), o que traria um erro da ordem de 2% nos resultados. Em tais condições, a linha de carga é admiti.da como sendo retilínea (Fig. 8.10), sendo aplicáv~l a fórmula Universal do escoamento de fluidos incompressíveis. .. ..._________________________________________ Distãncia ao longo da tubulação - L FiguraS.lO Os problemas nesse caso são resolvidos de maneira idêntica à que se adota para as questões relativas ao escoamento de líquidos, podendo-se admitir o peso específico constante e, se for desejada maior precisão, levar em conta o seu valor médio. O valor de h 1 será dado em metros de coluna de um líquido imaginário, de CÁLCULO 178 DE TUBULAÇÔES SOB PRESSÃO peso específico idêntico ao do gás. A rugosidade relativa será a mesma indicada para o movimento dos líquidos nas tubulações, mantendo-se praticamente constantes os valores de Rc e def. Os diagramas de Rouse·e de Moody aplicam-se tanto aos fluidos compressíveis como aos incompressíveis. Se, ao contrário do que vem sendo admitido, a queda de pressão for acentuada, as expressões da Hidráulica não' poderão mais ser aplicadas, exigindo o problema um tratamento mais complexo. Nesse caso, a linha de carga será representada por uma curva (Fig. 8.11). Tal é o caso das tubulações em que a perda de carga (p 1 - p 2 ) representa uma porção importante da pressão inicial p 1 , o que geralmente ocorre nos condutos longos e nas canalizações com pressões e velocidades elevadas. · Para a solução desse problema, a tubulação em questão poderia ser subdividida em trechos, para efeito de cálculos, trechos estes para os quais pudesse ser aplicado o critério precedente. Isso corresponderia à substituição da éurva representativa da linha de carga por inúmeros trechos retos. Em cada um desses trechos, seria admissível adotar valores médios para o peso específico e para a velocidade média de escoamento. Esse método de cálculo, contudo, além de ser aproximado, poderá se tornar bastante trabalhoso no caso de tubulações de grande extensão. o. 1 ~ cn cn !!! e.. Distância ao longo da tubulação - L Figura 8.1.1 O estudo geral do escoamento de gases, sob o ponto de vista teórico, abrange dois casos extremos: a) Escoamento isotérmico. Tubulações não-protegidas termicamente, onde prevalece a temperatura ambiente, considerada uniforme. b) EscoameD.to adiabático. Tubulações perfeitamente protegidas, onde não ocorrem trocas de calor. Na prática, o escoamento de gases aproxima-se mais das condições isotérmicas, uma vez que as tubulações metálicas são instaladas sem proteção especial. Admitindo-se, portanto, a expansão isotérmica, pode-se deduzir a expressão seguinte( .. ). • Ralph W. Powell - An Elementary Text in Hydraulics and Fluid Mechanics. The Macmillan Co. New York.pp. 166-167. O MÊTODO CIENTiFICO, A "FÓRMULA UNIVERSAL" Essa expressão difere da anterior apenas pelo fator 179 ~ P1 +pz A partir dela podem-se verificar as diferenças que resultariam da aplicação da primeira expressão aos problemas em consideração Para P2 =o. 96p,. e para: P2 =0,90p,. => 2 1 P p, +0,96p, 2p, = 1,02 1,05 (erro de 2%) (erro de 5%) Deve-se observar que, para a gama de pressões correntes a que estão submetidos os gases, o coeficiente de viscosidade absoluta é praticamente constante. Como a velocidade varia inversamente com o peso específico, o número de Reynolds permanece constante ao longo das tubulações e, consequentemente, o coeficiente de atrito f mantém-se com igual valor ao longo dos condutos. A viscosidade cinemática varia inversamente com as pressões. O escoamento em condições adiabáticas ocorre, na prática, somente nos casos em que se torna conveniente o isolamento térmico das tubulações. Os casos mais comuns são os dos condutes de vapor de água e de fluidos refrigerantes, como, por exemplo, a amônia. Como na maioria dos casos correntes os encanamentos são relativamente curtos, as perdas de pressão são reduzidas, podendo-se mais uma vez aplicar as expressões já mencionadas. Todavia há casos em que esse tratamento simplificado do problema não pode ser admitido. Uma análise simples, porém bem feita, das condições de escoamento em tais casos, encontra-se na Mecânica dos Fluidos, de R. C. Binder, Prentice Hall Inc. New York, 1947, pp. 189-197. A rigor, o escoamento de um gás pode não ser adiabático e nem realmente isotérmico. Para que as condições fossem isotérmicas, seria necessário que as trocas de calor se fizessem com uma determinada velocidade e de acordo com uma lei preestabelecida. As condições da prática aproximam-se mais do escoamento isotérmico, quando a temperatura ambiente excede a temperatura do fluido. Assim como existem para as questões de escoamento da água fórmulas práticas simplificadas, para os condutas de gás foram propostas e têm sido aplicadas diversas expressões. Incluem-se entre essas a fórmula de Biel, 0 184 • f = O' 0637v Ql,12S , onde Q está em (m 3 /s), assim como a fórmula de Aubery (para escoamento de gás de iluminação, em canalizações de ferro fundido), h, = 1625Q1.85 n~:;2 ondeh1 é dado em mm de água/km: Q, em m 3 /h; e D, em cm. A Comgás de São Paulo adota a fórmula de Dr. Pole para os cálculos relativos às canalizações de baixa pressão da rede de distribuição: CALCULO 180 Q = 0,6659~ DE TUBULAÇÔES SOB PRESSÃO r::t Q =vazão de gás, em (m 3/hora); d =densidade do gás em relação ao ar; D =diâmetro da canalização, em (cm) = perda de carga, em (mca) L = extensão da canalização, em (m). H 8.4-TABELAS PARA AS FÓRMULAS DE BAZEN-WILLIAMS E UNIVERSAL (COLEBROOK) A Tabela 8.14a apresenta o resultado dos cálculos pela fórmula de Hazen-Willia.ms para os diâmetros comerciais e velocidades usuais e para diferentes valores do coeficiente "C". A Tabela 8.14b apresenta o resultado dos cálculos pela fórmula Universal (Colebrook) para os mesmos diâmetros comerciais e mesmas velocidades usuais e para diferentes valores de e (rugosidade absoluta). Optou-se por calcular a tabela à temperatura de 4ºC (densidade e viscosidade máximas da água), porque assim estaremos a favor da segurança quanto à capacidade dos tubos, além do que, mesmo em países tropicais, há dias ou noites em que é justo esperar temperaturas dessa ordem para a água. Apresentadas lado a lado, as tabelas proporcionam ao usuário imediata comparação dos resultados obtidos pela fórmula empírica largamente utilizada de Hazen-Williams e a fórmula Universal. Além disso, o usuário da fórmula de Hazen-Williams, poderá inferir dessa comparação desvios do coeficiente C, em função do diâmetro e da velocidade, conforme já explicado em 8.2.10. TA B E LAS P A R A AS F Ô R M U LA S O E H A Z E N - W 1 l L 1A M S E U N 1V E R S A L { C O l E B R O O K ) 181 Tabela 8.14a - Fórm~a de Hazen - Williams e Tabela S.14b - Fómul~ Universal (4ºC) Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Wtlliams] 80 · ·Rugosidàde e .. .·4,00 · (mmHColebrook) · : . . . 100 90 1,5i) ' 2,00 ·. Diâm.etro 50Dl.Jll 110 1,00 120 130 0,10 0,50 140 0,05 Vazão VeL T.fl-/2g (l/s) (m/s) (m) o,4 0,20 0.0021 · o,39 . 0,35 . 0.28 0.28 0.25 · 0,6 0,31 0,0048 .. 0,87: 0,75 '.0,63. 0,60 0,56 o.8 0,41 o.oo8s i,s4 1,21 1,12 i.02 o,99 1,0 0,51 0,0132 2,40 1,92 1,74 1,55 1~54 1,2 0,61 0,0190 3,45 . 2,70 2,49 2,17 2,21 1.4 0.11 0.0259 4.70 . 3,59 •• 3,39 2,89 ' 3,01. 1,6 . 0,81 0,0338 6,13 4,60 4,42 3, 70 . 3,92 1,8 0,92 0,0428 7,75 5,72 : 5,59 . 4,60 4,9? 2,0 1,02 0,0529 9,57. 6,95 . '6,69 5,59 6.11 2,2 l,12 0,0640' 11.57 8,29 8~33 6,67 7,38 . 2,4 1,22 0,0761 13,77 9,74 ' 9,91 • 7,83 1 8,78. 2.6 1,32 0,0894 16,16 · 11,30 . 11.62 9,08 10,so· 2,8 1,43 0.1036 18,73 12,96 13,48 10,42 11,94 3,0 1,53 0,1190 21,50 : 14,72 • 15,46 11.84 13,70 3,2 1,63 0,1354 24,46 16,59 • 17,59 13,34 15,58 3,4 1,73 o,1528 21,61 18,56 i9;05 14.93 • i.7,58 3,6 1,83 0,1713 30;95 20,64 22,25 16,59 . 19,70 3,8 1,94 0,1909 .34,48 22,81 24,78 18,34 ; 21,94 0,23 0,49 o.84 1,27 1,78 2,31 3,04 3,78 4,60 5,48 6,44 7,47 8,57 9, 74 10,98 12.20 13,65 15.09 · 0,22 0,49 o.as . 1,33 . ' ~,90 2;ss . 3,36 4.24 . 5,22 6,31 7,50 ' 8!80 . 10,19 11,69 . Ú,29. 15.oo 16;81 18,72 0,20 0,41 o, 11 1,07 1,50 1,99 2,55 3,17 3,85 4,60 5,40 6,26 7,18 8,16 9,20 10.29 11,44 12,65 o,1e . Q,40 o,69 1,06. 1,5(' 2.os 2,66 . 3;~6 . 4,13 . 4,99 • 5,92 6;93 1 '8,03 ' 1 9,20 ; 10,46 Ü,79 13,2Í 14,71, 0,11 0,35 0,60 0,91 1,27 1,69 2,17 2,70 3,28 3,91 4,60 s,33 6,12 6,95 7,83 8,76 9,74 10,77 : 0,14 . 0,14 0,14 0,30 0,30 0,28 o,5o o,52 o,47 0,76 0,78 0,71 i,07 1.10 . 0,99 . 1,43 1,46 1.s1 l,83 l,87 1,68 2~9 : 2,33 2,08 2,80 ' 2,83 . 2,54 3,36 . 3,37 3,03 3,96 3,96 . 3;57. 4.62. 4,60 4.14 5,33 5,27 .4, 77 . 6,09 5,99 . 5,43 6,89 6,75 6,13 1,1s 7,55 6,88 . 8,65 8,40 7,67 9,61 9,28 8,50 0,13 0,27 o,45 0,68 0,96 1,21 1,63 2,03 2,46 2,94 3,45 4,01 4,60 5,22 5,89 6,59 7,32 8,09 u~~u~~~~u~~~~~~~~ 4,2 2,14 o.2m. 42,11 27,46 30.26 22.00 26,79 18,16 22,85 ;5,22 17,94 12,95 u.57 1i,11 10,20 9,74 um~~~~~~~~u~~~u~~ 4.6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 2,34 2,44 2,55 2,65 2, 75 2,85 0.2797 0,3046 0,3305 0,3575 0,3855 0,4146 5.o.• ~~ 54,99 59,67 64,53 69,59 . 74,83 32,49 35,16 37,92 40,78 43, 73 46,78 36,29 39,51 42,87° 46.36 49,99 53,75 26,13 28,27 30,49 32,79 35,16 37,61 32,12 34,97 ' 37,94 ·41,03 44,24 47,57 21,49 23,26 25,08 26,97 28,93 30,94 21,39 · 29,81 32,34 '34,97 ' 37, 71 40,54 10,02 19,49 21,03 22,61 24,25 25,94 · 21.49 15,34 13,92 23,39 16,59 15,13 25,3~ 17,90 16,38 27,42 19,24 17,68 29,55 20,64 19,03 31,77 22,08 20,43_ 13.22 14,31 15,43 16.59 17, 79 19,03 12,24 13,27 14,36 15,48 . 15,64 17,85 11,53 12,47 13,45 14,46 15,51 16,59 U~~-~~~~~~~~~~~~M 6,0 3,06 0,4759 85,90 53,15 . 61,69 42, 73 ' 54,59 35,16 46,52 29,47 36,45 25,08 23,38 21,63 20,38 18,85 6,2 3,16 0,5082 91,71 56,48 65,87 45,41 58,28 37,36 49,67 31,32 38,90 26,65 24,93 22,98 21,71 20,03 6,4 3,26 0,5415 97,72 59,90 70,18 48,16 62,10 39,62 52,92 33,21 41,44 28,27 26,53 24,37 .23,09 21,25 6,6 3,3 6 0,5759 103,92 63,41 74,63 50,98 66,03 41.95 56,27 35,16 44,06 29,93 28,18 25,80 24,50 22,49 6,8 3,46 0,6113 110,31 67,02 79,22 53,88 70,09 44,33 59,72 37,16 . 46,76. 31,63 29,88 27,27 25,96 23,77 mw~~~~~~~~~u~~~®~ 7,2 3,67 0,6853 123,66 74,50 88,80 59,90 78,57 49,28 66,94 41,31 52,39, 35,16 33,43 30,32 28,99 26,43 7,4 3,77 0,7239130,63 78,38 93,80 63,02 82,98 51,85 70,70 43,46. 53,33 36,99 . 35,27 31,89 30,57 27,80 7,6 3,87 0,7636 137,78: 82,35 98,93 66,21 87,52. 54,47 74,56 45,66 58,35 38,86 37,17 33,51 32,19 29,21 um~~~~~u~~~~~~~u~ M~~~~~u~~~~~~~~u~ 8,2 . 4,18 0,8889 160,38 94,79 115;15 76,21 101,87 62,70 ; 86,77 52,56 67,88 44,73 43,16 38,57 ! 37,31 33,62 CÁLCULO 182 DE TUBULACÕES SOB PRESSÃO Continuaç:ii.o da Tabela 8.14 Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente e [Bazen-Williams] 80 Riigosid~dee 4,oo (mm) [Colebrook] Vazão Vel Tfl /2.g (l/s) (m/s) (m) 0,6 0,8 1,0 1,2 1.4 1,6 1.a 2,0 2,.2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,o 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0 6,2 6,4 6,6 0,21 0,28 o,35 o,42 0,50 o.so o,64 0,71 0,78 0,85 0,92 0,99 1,06 1,13 1.20 1,27 1.34 1,41 1,49 1,56 1,63 l,10 i.11 1,84 1,91 1,98 2.,05 2,12 2,19 2,26 2,33 ' 1,50 110 1,00 . ' . 0,0023 Ó:3{ '. 0,0041 0.57 . o.oos4 o.as . 0.0092.1,2( 0,0125 1,72. 0.0163 2,25· 0,0201 2.8~ 0,0255 3,51. 0,0309 4,25 0,0367. 5,05 O,D431 ..5.93 0,0500 6,87 0,0574 '7,88 . 0,0653 8,97. 0,013110.12 o,oa26. 11,35 0.092112,64 0,1020 14,00 0,1125 15,44 0.1234 1s:94 0,1349 18,51 · 0.1469 20.15 0,1594 21;81 0,1124 23,65 0,1859 25,50 0.1999 2r,42 0,2.145 29,41 0,2295 31,48 0,2451 33,61 · 0,2611 35,81 . 0,2777 38,08 100 90 2.,00 Diâmetro 60= 0,31 : 0;24 '. 0,25 !. o;Ú · 0,20 : 0.19. 0,52. . '0,42 0,42 ' 0,31. 0,35 0,33 o, 79 · o~65 o.64 : o,sá · o,52 · o,5à 1,11 . 'o.9.3 : o,89 ! o,a3 . o, 73 à,12 1,48 : 1,26 1,19 : 1~13; 0,98 0,98 1.89 . 1;65 1,52 1,41 1,25 · 1..21 2,35 2,o8 1.89 i,86 :· 1.56 üio , 2,86 2,57 • 2.,30 . 2.,29 1,89 " l,97 3,41 . 3,10 2,74 : 2;11. 2,26 2,38 4,01 . 3,69 3,22 :3,29 2,65 ' 2,83 4,65 4,33 3,74 . ·3,86 3,07 3,32 S,33 .S,02 4,29 . 4,47 3,53 1 3,.84°. 6,06 ' 5;76. 4,87 ~,13. 4,01 4,41 . 6,83 .6,55 5,49 5,83 4,52 5,0i 7,64 7,39 6,14 6.58. 5,o5 ' 5,s5 . 8,49 · '8,ia 6,83 7,37 5,62 .6,33 9,39 9.22 7,55 8,21 6,21 7,05 10,32 10,21 8,30 9,09 6,83 . 7,81 11,30 11,26 9,08 : 10,02 7,47 8,60 12,31 12i35' 9,90 l0,99 8,15 9,43 · 13,37 '13,50 10,75 i'2,01 8,84 10,31 14,47 14,69 11,63 i.3.or 9,57 u.z2 15.60 . 15,94 12.55 · 14;1.8 10,32 · 12,11 · 16,78 · 17,24 13,49 : 15,33 n,10 l3.i6. 11,99 10,59• 14,47 1 ·16,53' 11,90 14,18 19,25 :19,99: 15,48 · 17.78 12,73 .15.25 20,54 2ú4 16,51 >t9,07 13,59 16,35 21,87 22,94 17,58 . 20;40 14,47 17,50 . 23.z4 24,49 18.69 21.18 15,37 18,68 24,65 . 26,()9 19,82 23,20 16,30 19,90 26,09 27,75 20,98 . 24,67 17,26 21.16 12.0 130 0,50 . . ... 0,17 0,15 0,29 0,27 o,44 : 0,41 : o,62 : o,58 0,82 : 0,79.. i.o5 .1,02 1,30 ; 1,59 : !;59 ' 1,89 . 1,9( ' 2,22 2,26 2,58 .2.65 2,96 3,06 3,36 3,51 3,79 3,99 ' 4.24 · 4.49 4,71 : 5,03 5.20 5,60 5,72 ' 6,20 6,26 : 6,83 5,83 : 7,49 7,41 ' 8,17 8,02 ·8,89 8,55 9,64. ' 9,30 · 10,42: 9,98 , 11.23 · 10,61 .12.01. 11,39 12,9~ 12,13 13,85 12,89 : 14;78 13,67 15,74 14,47 ' 16,73. .u9 : 0.15 _D,12 0,25 . 0,20 . o,37 , à,31 o,52 · D.43" 0,70 1 0,57' o.89 :. 0.13 · 1.11 0,91: 1,35 : l,U ·.· 1,61 ),33 1,89 ;. i,57 2,19 l;à3 .· 2,52 .2;11 2,86 ' 2,46 3,22 . 2,72 3,51 . 3~05 · 4.0l • 3,46 4,43 :. 3, 78 4,87 i Ü7 : 5,33 4,58 ' 5,81 : 5,01 . 6,31 . 5;45 . 6,83 · s,92 · 7,36 6,4L 7,92 . 6,91 . 8,49 7.44 9,08 7,98 9,69 8,54 . 10,32 . 9;12 l0,97 9,12 11,63 10,34 12,31 J0,98 1 140 ~·~.os. 0,10 0,13 0,21 o,32 o,45 0,60 O;l2, ;· 0,11 . 0,19 . 0,19 /~.29 0,28 i ·0,40 , o,39 :. 0,53 0,52 0.11: à;6s· 0.61 o,96 : o,85 o,a3 1,16 . i,03· · 1,01 1,39 . i..22 ·. 1,21 1,63 1;44 1,42 1,89 'l,67 1.65 2,17 1;92 · 1,89 2,47 : 2J.8 2,15 2,78 ; .2;46 :' 2,42 3.11 : 2,76 .·: 2,11 3,45 : 3;97 . s.01 3,82 : 3.40 ~: 3,33 4,20 1 3_74 3,66 4,60 1.4.10 . 4,01 5,01 : 4'.48 4,37 5,44 ' 4,87 . 4,74 5,89 : 5js 5,13 6,35 :5,11.. 5,54 6,83 : ··s;15 5,95 1,32 · s;6o 5,38 7,83 1 r;o8· · 6,83 8,36 ! 7,57 .• 7,29 8,90 :. 8,07 : 7, 76 9,46 : 8;60 . 0,24 10,03 : 9~13 8, 74 10,62 .· 9,69 9,26 uw~~M~~u~~~~~~~~~ 1,0 2,48 0.3124 ~;93 29,io 3i,20· 23,40 ·21,15 19,25 23,79 16.13 10.s1 13,73 12,3r n,84 .10.84, 10,32 7,2 7,4 7,6 7,8 e.o 0,2 a,4 2,55 2,62 2,69 2,76 2,83 2,90 2,97 0,3305 45,3l, 30,66 0,349137,86'. 32,25 0,3683 50,48' 33,88 0,3879 53,17 35,55 o,4080 55;93 · 37.26 o,4287 58,7?. 39,01 o,4499 61;66 • 40,79 ·33,01 ·34,87 ·36;11: 38,ri . 74 24,65 ' 29;35 20,28 25,16. 25,93 : 31,00 21,33 . 26,58 27,24 32,69 22,41 28,03 28,59 "34,43 23,52 '29,52 29,96 s6~22 · 24.65 ·.:li.os · 31,36 : 38,d5 25.80 32;s1 .4Â;9i. 32,79 )9,92 26,98 ·34,22~ 4o. 42;ao 17,00 . i9,89 17,88 21,00 18,79 22,15 19,71. 23,32 20.66 : 24.s2. 21,63 25,76 22,61 21.02 14,47 15,22 15,99 16,78 17.58 18,41 19.25 .13,01 12,47 : 11,44 '10,87 13,12 :.12,06 11,44 14,46 13,79112,70 12,02 15,21 14.47i13,,35 12,61 i5;9a ·. 15,16 ; 14.01. 13,22 16,i'T 15,87 .14,70 13,84 i.7~58 16,60·15;s9·. 14,47 iúf T A B E L A S P A R A A S F Ô R M U L A S D E H A Z E N • W 1 L L 1A M S E U N 1V E R S A L ( C O L E B R O O K ) 183 Continuação da Tabela 8.14 Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente C [Bazen-Williams] 100 90 80 :Rugosidade e 4.0o (llllJlllC9lebrookJ ·: · . 2,00· 0,21 0,32 o,3s 0,41 o,4s o,so o,54 o,s9 0,63 o,68 O, 72 0.11 0,81 0,86 0,91 o,95 1.00 1,04 1,09 1,13 1,18 1,22 1,27 1,31 1.36 l,4o 1,45 t,49 1,54 0,0038 o.38 ; o,37 o,oos1 o,51 : o.so 0.0061 ó;s6, o,64 0.19 o.oo8s 0,0104 ·J,o(. o,96 1,15 o,012s. 0,0150 1,4Q - l,3s o,om ús 1,57 0,20052,03 1,80 0,0235 2,32 _ 2,04 0,0267 2;64, ' 2,30 0,0302 2,98/ 2,s8 0,0338, 3,34_, 2,86 0,0377 3;72:: 3,17 0,0418. 4.'12 · 3,48 0.0461 '4,55: 3,81 0,0506 ..4.99 · 4,15 0,0553 ,5,45 4,51 0,0602 5,94: 4,88 0,0653 6,44 5,26 O,Q706 6,96° 5,66 o.01s1: ..1.Sl 6,01 0,0819 8,01.. 6,49 0,0878 8,6{ 6,93 o,0940:~.27- 7,38 0,1004).89:. 7,84 0,1070 10,54' 8,31 o.1138: ii:;21 8,80 o,12oa ú;9o, 9,3o 1,63 1,68 i. 12 1,77 1,81 l,B6 1,90 t,95 1,99 2,04 0,1354 13,3,~ 0,1430 ,14,09 o.1soa i4,ss 0,1589: 15,65 o.1s11 16.46 0.1156. 11,30 · • 0,28 o,30 · o.2s : 0.25 : o,38_ 0,40 · o,34 ; o,33 .o;so o.51 0;45_ o.42 :-0~53: o,64 .. o.ss-: o.s2 ; 0,11. 0,18 o,69 o,64 i· o;sf o.93 . º'.ª~ o,16 : 1.1i. 1.09 , ~.99 · o,89 ' t;3Ci 1.26 ·u1 ' 1,04 ÚiÍ 1,45 1;l_( 1,19 · q3 1,64 : .t;5s 1,35 1,96 1,85 : Ú6 : i;s2 .2.2( 2,01 i.9if- 1,10 ,: 2;~8: 2,30 2f2: 1,89 ' 2,76 2,55 ; 2,4f: 2,09 i 3,06 2,80 >ú(: 2,30 · 3,37 3,06 .: 3,02. 2,52 · úo 3,34 3,31 : 2.15 '. 4,0f 3,63 ' ..3,62' 2,98 : <uo: 3,92 , 3,94 3.23 : ÜT 4,23 , 4,21. 3,48 . -5;16 _: 4,55.:' 4,62; 3, 74 .····s.s1• 4,88 .Ú.8 .. 4,01 ': s,98 ' 5,22 · 5,35: 4,29 .-·Mf 5,57 : 5,74·- 4,58 ,:6~~7. 5,93 :_6,1t 4,88 : r,33.' 6,30 ).56 · 5,19 ., 7;81 6,68 ' 6,99.' 5,50 : ),3iJ . 1.0~ : 1.1~ - 5,82 : 8:8i 1.48 1. 1.aa·, 6,15 · 0 · ., , . .·. __ 0,21 i 0,18,. · 0,18 0,28 i·0,25. 0,24 o,35 .:o,32 . o.3o a;49 _ o.44 :_ô,4o o,37 ·a.só o,53 : o,49 o,4s : 13 : o,64 :_ o;sif o,54 ,, o,86 0,15 0~10.·· o,64 , -1.0i' · o.a1 · o.82 o,74 .j;1f: 1,00 :·o,95 0,85 ,.·1,3f. 1,13 ' i;o9 _: o.96 1.53. 1,28 ! 1;23' 1,09 i,43 i p9' 1,22 : 1,35 ::i~~:3'.·. 1,59 '. 1,55 ,2,14•• 1,76 ·: i,73: 1,49 ::z;.3( 1,93 : 1,91, 1,64 2;s1 · 2,11 · 2,11 ' 1,80 -2,àf 2,30 ; 2,31 · t,96 : ú3' 2,50 2;52. ', 2,13 .ú1 2,11 ~,7f 2,30 :- 3;70. 2,92 2:97 · 2,48 ~DO :. 3,14 : .3;2i ' 2,67 /ü1> 3,37 : ·3;46 '· 2,86 ; 4,si: 3,60 ! :3;11 : 3,06 1 .:4;96 3,84 Í 3,9( 3,27 ·s-.~i> 4,09 'j~~ · 3,48 .,5;67: 44.,3 5 :.4.4.·---5.4-:.,. 3,10 6,0484 3,92 61 ~ .M2 - 4,88 s;l{ 4,15 ::6;a1:. 5.16 ·s,4f 4,39 : ·a;1( : .0,19 0,24 ·' · 0;30·: : o;37 · · o,44 : :o,51• • o.w ô,2i • o,3o :o:w· ·a. ür ~~oo~~:~·~ m~~ w!~'™1m ' .. . 1 . 6,84 7,20 7,56 7,93 8,31 8,10 0,1843.'à~.1{ 13,76\i3~4411,osl'12.oi: 9,10 1 0,1931,is.02 14,37 ''14.08 11,55 ·.12:s9 9,51 0,202Ú9,92 14,99 :_l·Ó'4 12,06 13,iâ' 9,92 0,2115 20;83 - 15,63 ;: ·15;42 12,51 ~ 13;18 10,34 10,34 9,88' 10,88 10,43 11,43 u.oo 11,99 [Ú.59 12,51 . 12.is 13,16 · lÚO 140 o.os 1 ._ . ! -ús . : .0.10 ' ,'. . >":.. -: '' a.a4 130 120 . p,50, .~>. ((/s) (m/s) (m) .L 110 1,00. 1,50·. ,.. ·· Vazão Vel VZ/2g 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0 6,2 6,4 6,6 6,8 7,0 7,2 7,4 7,6 7,8 a.o 8,2 8,4 8,6 8,8 9,0 Diâmetro 75mm. 8,31 : 8,83' 8,75 9,33 9,19 9,84 9,64 : 10,36: 10.10 · 10,90 10,58 i 11;45 • . ' ,7.63 ' - 8,06: · üo. 8.9~ • • 9;41 :·. : 9,a·s .: -io.37. :ia.si '·11;38 ii;9o, w 5,73 ',6,11. : 4,88 6,03 ~:6,45°/ 5,13 6,34 .6.eo 5,39 6,65 ; ·Ú6' 5,66 5,93 6,97 : 1,29 , 7.90 - 6,21 1,63 ;s.~9,:- 6,49 1,91r9;s9· 6,78 8,31 : ·S,o9' . · 7,08 s.61 i'9,si· . 1,38 1,si< '0,68·· • i:J,78 : 0,88- · : o.~9·.: :- 1,10' : 1.22 : ::1,34 i,41~: :·1:sr . ]j5 : 1'.90. . .2.05J 2,21 .. 2.38 · : 2,ss .-. ; 2,1:Í.: '2,9i:_ :::qo,' 3,29 . 3,sq : · 3~10_ 0,15 0.20 0.26 o,32 o,39 0,41 o,5s o,64 0,73 o,83 0,94 1,os 1,17 1,29 1,42 t.55 1,69 1,84 1.99 2,14 2,30 2,47 2,64 2,82 3,oo 3,19 3,38 3,58 3,78 0;14 - D.13 .0.18 0,18 · o,2s 0.23 ·a,28, o.2a . o,34 o.34 o,4L o,41 o;48 · o,48 o,55 o.56 0,64 0,64 0,12 0.12 .O,Bl 0,82 o~s1'. 0,91 ' 1,01,- 1,02 ··1.12 . 1,12 U3 I,23 1;35 I,35 · 1,47 1,47 1,60. 1,60 V3 • 1,73 t86 . 1,87 2,01 - 2,01 2,15. 2,15 : 2,31 • 2,30 2,46" 2,46 2,63. 2,62 2,79 2,18 · ' 2,97 ' 2,95 :.3.14 3.12 ' 3,33 . 3,3o ~ ~ ~:w .• .4,13 ' '4;36. Ú9 . . 4;83' s.oi - :.s;32, ;_5;~7.· · 5,83' . :G,10: :-s;37::, 4,21 3,71 4,43 '3,90 4,65 · 4.11 4,88 ',4;3i 5.u 4.53 _ 5,35 4,75 5,6o .·4.97 5,as. 6,10 , -5,43 ' 6,36 ;: .s,61 's.29 3,67 3,86 4,05 4,25 4,46 4.67 4,8s 5,10 5,32 5,54 CÁLCULO 184 DE TUBULAÇÕES SOB PRESSÃO Continuação da Tabela 8.14 Diâmetro IOOmm Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Wtlliams] 90 80 ... RugoSidade e . • '··•.·4,6() ·. (mm)lColebrook] · · : ·. . . : 2.00 2.5 3.0 3,5 4,0 4,5 5,o 5,s 6,0 6,5 7,0 7.5 8,0 0,32 0,38 o,45 o.51 0,57 o.64 0.10 O, 76 0,83 0,89 o,95 1,02 0.0052: o,34 0,0074 ' 0,0101 · o,66 · 0.0132 o,86 : 0,0167 1.09< 0.0201 Ü4 · o.02so:·.1,6s · 0,0297 0,0349 ·,2,27 0,0405 '2,63_ o,0465 3.o~ 0,0529. 3,43. o,36 ··:o,26 à,3( o,57 ' o,5o o,86 ; Ô,65. 1,07 ',0,82 1,30 · i.óf 1,55 : .i,23,. 1,82 : .Ú6 2,11 ·l,11 2,42 ' 1,99. 2,15 :·2,2~·· 3,10 :' 2,59. úf 0.29 0,40 o,54 o,59 0,86 1,04 1,24 1,46 1,69 1,94 2,21 2,49 u ~~n~:Wi~2~ 9,0 9,s 10,0 10,5 11,0 1,15 1,21 1,27 1.34 1,40 1,46 1,53 1,59 1,66 1,72 1,78 1,85 1,91 1,97 2,04 2,10 2,16 2,23 2,29 2,39 2,42 2,48 2,25 2,61 2,67 2,74 2.80 11.s 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5 15,0 15,5 16,0 16,5 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22.0 0,0669 4,34' o,0746 4,84 0,0826 5,36 0,0911 5,9i 0,1000 6,48 .• 0,1093 ,7,08. 0,1190 1, 11 0,1291 \8,37 · 0.1396 9,p5 0,1506 9,76 .· 0,1619 :!0,49. 0,1737 11,25 0,1859 .12,04 0,1985 12,86 0,2115: 13,70 0,2250 14,57' 0,2388 15,47 0,2530 16,59 0,2677 17,34 0,2828 18,31 0,2983 19,31 0,3142 20,34 0,3305 21,40' 0,3472 ~2.48 o,3644 23,59 0,3819 24;73 0,399 25,89 140 ; o;os·· '0,10 ' i : ' . ' '· o.4i ' 0,50 130 '. i.: (f/s) (m/s) (m) : : · 120 . o;5o . ' ·- ',, '1,00' .\.',, Vazão Vel. V2/2g ': 110 100 .· 1,50' ·· 0.23 : 'o.33 j;4s'. • ·o,59. · 'ci,14' .: o.92 1;11: :-1;32 ! 1,54.; ' '1,79.. ·j,of 2,33 0,24 0,33 o.44 o,57 0,71 o,86 1,02 1,20 1,39 1,60 1,82 2,05 ~.ú 0.20 0,28 o,37 o,48 0,59 0.12 o,86 i Ú~ .: 1,01 ; 1,35 1,17 ·: 1,56 : 1,34 ; t;79 : 1,52 2,04 1,72 ' 0,29 o;4o . :o,52 0,65' 0,80 0,912 ~:~:~ 3,85 3,2~ 3,10 2,95 4.25 .. 3,65 · 3,42 3,29 . 4,68 ',4,04' 3,76 '3,64· 5.12 · 4,46 4.12 4,01 5,58 4,89 ' 4,49 4,40 6,06 . s,3'4 4,87 .ü1 6,56 : ·s.~2 . 5,21 5,23 ' 1,01 . 6,31- 5,69 : 5,68. 1,61 · ·6,82 6,12 6,14 8,16 '7.36' 6,56 6,62 8,73 ' 7,91 7,02 7,12 9,31 4,84 7,49 7,63 9,92 9,08 7,97 8.i7 10,54 ,9,69 8,47 8,72 11,18 10~32 8,99 9,29 11,83 10,98 9,51 9;87 12,50 11~65 10,().5 ' 10,48 13,19 12,35 10,61 11,10. 13,90 13,06 11,18 11, 75 14,62 13,80 11,76 . 12,41 15,36 14,55 12,35 13,09 16,12 15,33 12,96 13, 78 16,89 16,12 13,58 14,,50 17,69 16,12 14,22 15,23 18,49 11,11 14,87 15,98 19,32 18.62 15,53 16,75 20,16 19.50 16,21 7,53 ! 0.11 o.i1 '; 0,24' 0,24 ,'o,3~.; o.32 : .Q;42 o,40 0,53 ' 0,50 . o,s·6 0,61 ·o,79 0.13 ' 0,94 · 0,86 : 1,10 0,99 : 1.2i ·, 1,14 .. 1,46 1,30 1 1,65 1,46 ~:a.w 2.55 2,57 2,13 i 2,09 . 2,82 . ,2,8s: 2,ss . 2,s2 3,10 3,17•, 2,59 2,57. 3,39 ~;49 . 2,84 2~83 3,69 3,83 ' 3,10 ·. 3,10 ·. 4,01 4,19 · 3,36 3,39 4,34 ··4,58 , 3,64 : 3,69 4,68 :4,94 • 3,92 · 4,oo 5,03 5,34 · 4,22 4,32 5,40 '5,76 4,52 '4,66: 5,77 6.19 4.84 ' 5,0Ô 6,16 6,64 ; 5,16 ' 5,3~ 6,56 ' 7,10 ' 5,50 ' 5,74 6,97 7,58 5,84 ' '5,12 7,39 8,08 6,20 6,52 7,83 8,59 6,56 .6,93 8,27 9,12 ' 6,93 ' 7,36 8,73 9,66 7,32 7,79 9,19 10,22 7,71 8,24 9.67 10,79 8.11 8,iO 10,16 11,38 8,52 9,17 10,66 11,98 8,94 ' 9,66 11,18 ' 12,60' 9,37 10,16 11, 70 13,24 9.81 ' 10,67 12,23 · 13,89 10,25 11,19 12,78 14,58 10.71 11,73 13,33 ' 15,24' 11,18 12,28 1,82 2.01 2,21 2,42 2,64 2,86 3.10 3,34 3.59 3,85 4,12 4,40 4,68 4,97 5.27 5,58 5,90 6,23 6,56 6,90 7,25 7.61 7,97 8,35 8,73 9,12 9.51 ~.13 ' 0,19 . : 0,25 · o,32 0,40. •o,48 . o.58 0.68 0,79 . 0,9i' i,04: J,17' w : 1,47 1,63 . 1,79. 1,97 2,15 2,35 2.55 2.16 · 2,97 3,20 3,43 3,67' 3,92 4,18 4,45 '4,72_ 5,00 5,29 5,59 5,90 6,21 6,53 . 6.86 7;20 7,S5: '7.90 8,27 0,15 0,20 0.27 0.35 0,43 0,53 o,63 74 0,86 0,98 1,12 1,26 1.41 1.57 1, 73 1,90 2,08 2,27 2,47 2,67 2,88 3,10 3,32 3,55 3, 79 4,04 4,29 4,55 4.81 5,09 5,37 5,66 5,95 6,25 6,56 6,87 7,20 7,52 7.86 8,20 º· : .,0,13 ', 0:1~ : • 0,23 0,30 ' 0,37 . ; 0,45 : 015i' : 0,63 ' ·. 73;' 0,84. li·." : 0,95 : 1,07 ' : l,20 ! ' 1,34 1.48 ' 1,63 ' 1;79 1,95' 2,12 '2,30 2,49 2,68 ' 2,88 3,08 3,30 3,52 : 3,74 ' 3,98 ' ' 4,22 4,46 ' 4, 72 4,98 ' 5,25 5,52: 5,81, 6,10 6,39 ' 6,69 ' 7.00 ' : 7,32 ' º· 0,13 0,18 0,24 0,30 0.38 0,46 o,55 0,64 0,75 0,86 0,97 1,10 1,23 1,37 1,51 1,66 1,82 1,98 2,15 2.33 2,51 2,70 2,89 3,10 3,30 3,52 3,74 3,96 4,20 4,44 4,68 4,93 5,19 5,45 5,72 5,99 6,27 6,56 6,85 7,15 TABELAS PARA AS FÓRMULAS DE HAZEN-WILLIAMS E UNIVERSAL (COLEBROOK) 185 Continuação da Tabela 8.14 Perdas de caxga em metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Wtlliams] 80 RtigoSidad~e> 4.0Ó ·· (m:.ai}[Colebrook] ·.·. ·· · . . . 100 90 : 2,00. Diâmetro 150= ·l,50, 110 1,,00 :. 120 0,50 ' 130 .. 0.10 .· 140 · . 0,05 ., .:: : V87..âo VeL 1/l/2g ,, , . : ., ·I ·'·.-:"·i (f/s) (m/s) (m) '.·. j"_. 5,0 0,28 0,0041' O,ÍS ;> 0,18 -~,12 : 0,14 ! 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' RÚgoSidlide e : . ;·. 4,00 '. (mm)lColebrOók] ·· .-·._ : · · : "2,00 Vazão VeL 'lfi./2g: : ... I• Diâmetro 200= 100 90 120 110 : '1 so 1.,·'.' 0,50' 130 .. . ,. ·' ·: ((/s) (m/s) (m) 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 32,0 34,0 36,0 38,0 40,0 42,0 44,0 46,0 48,0 50,0 52,0 54,0 56,0 58,0 60,0 62,0 64,0 66,0 68,0 70,0 72,0 74,0 76,0 78,0 80,0 82,0 84,0 86,0 88,0 90,0 92,0 0,45 o.51 o,57 o.64 0.10 o. 16 o,83 o,89 o.95 1,02 1,08 1,15 1,21 1,27 l,34 1,40 1,46 1,53 1,59 1,66 1,72 t, 78 1,85 1,91 1,97 2,04 2.10 2,16 2,23 2,29 2,36 2,42 2,48 2,55 2,61 2,61 2, 74 2,ao 2,86 2,93 0,010L'0;2S· 0,0132 o,32 · o.01s1: o,4F: 0,0201 o,51 0,0250,'6.~(~ 0.0291 ·0;1r 0,0349 <0;85· 0,0405 ·.o,99 . 0,0465 \íf 0,0529};29 .. 0.0597 ).46 . 0,0669 1;63 . 0,0145 ! .:i,82: 0,0826 2,02 :_ 0,0911 .i.22 · 0,1000 2;44 · 0,1093 2.66-. 0,1190 2,9b . 0,1291 3.~15 ' 0,1396 3,40 ' 0,1506' 3,61 0,1619 3;ss: 0,1737 4~?3 0,1859 4,53 o,1985 iM 0,2115 5,15 . 0.2250 5,48 0,2388. 5.82 0,2530 6,16: 0.2611 6,52 0,2828 .6,89' 0.2983 7,26 o,3142 7,65 . o,3305 ·8.05 0,3412 s,45 • o.3644 0;81 0,3819 9;3·0: o.3999 9,74 0,4183 10,18 0,4371 iq,64. 140 0,05·, ·,0,10 0,30 o,38 0,48 o,58 o.69 0,81 o,94 i,08 1,22 1,38 1,54 1,72 l,9o 2,09 2.20 2,49 2.10 2,92 3,15 3,39 3,63 3,89 4,15 4,42 4,69 4,98 5,21 5,57 5,00 6,19 6,52 6,85 1,10 7,53 1.a0 B.24 8,61 8,98 9,36 9,75 ._Ó,20: .: o;25' · ; -0;32 . : 0;40 _' ó.~:; o.s1 >0;51 · ! .·0;1{ : .o;89 ; 1.0_1.' , .1.14 .· 1,28 . i 1;42 ·l,58 · 1,74. !. • i;91 ;, 2,oa· r , 2,27 2,4~ 2;66, 2,87 ; M8 . :_ '3,3~.' . 3,54 . : 3;ta .· 4,02 4.20" ·. 4,54 , 4,0·1" :: 5,o9· 5,38 :. 5,67. : s,97. s.2s . 6.6.º .s,92 7,26. · 1,60 · 1 7,95 ' B,3Ó 0,24 o.31 o,38 o,46 o,55 o.65 o, 15 o,87 o,98 1.11 1.24 1,38 0,52 1,68 1.83 2,00 2.17 2,35 2,53 2,73 2,92 3,13 3,34 3,55 3,77 4,00 4,24 4,48 4,73 4,98 5,24 5,50 5,11 6.os 6,34 6.s2 6,92 7.22 7,53 7,84 ; ·o.if 0,20 1 : 0.23 0.25 ; o~s o,31 1 o.36 o,38 .:9~44.· 0,46 1 • o.52 · o.54 0,61 .' 0,62 : 0)1: 0,11 jji;8~ 0,81 :}~9.~: o.91 i 1•.04. 1,02 : 1,1~ 1,13 :'. qo : 1,25 "i;44 1,38 , :i,5á 1,51 '. i;74 1,65 '. \90 1,19 : 2;06 , 1,93 2,24 2,09 i 2;42 : 2,24 ' 2,61 2,40 . :i;ei 2,57 3,0~ 2,74 3,22 2,92 ! 3i~ 3,11 . 3;66 3,29 ·3,90" 3,49 4,13 3,69 4,38 3,89 1 Ú3 4.10 4;89 4,31 .. 5,16 4,53 .5,44 4,75 "S;72 : 4,98 5.of. 5.21 • 6,30 · 5,45 · 6,61 5,69 6,92 5,94 . 7,23 6.19 . .7.s6 . 6,45 ~0,16 : 0;21 ; .0;2s .·o.32 · :.o,3,t_ · Ms i ! o;54 ·:· : o',63 '::o:if :.~.82 ; o,s2 _, _1,0~ !.u( ', 1,27.. ; 1.40 ·. ! i,53 : 1,68 1 : 1.s~ i 1~98 : :. 2~14 '2,31 : 2,48 1 ,2.66 2,85 , 3;o4 . 3,24 3,44 .3,65 3;81 4,09 . '4,32 . :· 4,56 . 4,ao s.os 5,3o· ;' 5,56: , 5,83 . : 6.11 · ' 6,39 ,. . 6.s1: 0,17 9;13 0.21 0,11 0.26 · 0.22 0,32 ; o,2r:· o,38, 0,32 o.45 · o,3s • o,52 · 0~45 · 0,60 : '0;52. o,sa : ci;so 0.16 i o.6f: o,86 : a, 76 0,95 ' 0,85 . 1,05 o,95 1,16 ; ,l,05 l,27 . i,i.6 t,38 · 1.21 1,so 1,39 ·• 1,62 . ·1,sr 1,75 . 1,64_: 1,88 1 1,77 .· 2,02 . 1,91 .• 2.16 :2,05 2,30 2,20 . 2,45 ! 2,35 . 2,60 · 2;s1 ~ 2,76 2,67 2.92 · 2,04 3,09 '3,01 3,26 '3;i9 3,43 3.31. 3,61 3,56 . 3,80 . 3,76 3,9a 3,96 4,17 : 4,16 4,31 . 4,31 4,57 . 4;50 4. 77 4,80 4,9a 5,03 .· 5,19 . 5,26 5,41 _5,49 i 0,14 0,18 0,22 0,21 o,33 o.38 o,44 o,51 o.58 o,65 o.13 0,81 o,89 0,98 1,00 1,11 1,21 1,38 1.49 1,60 1,72 1,83 1,96 2,09 2.22 2.35 2,49 2,63 2.11 2,92 3,07 3,23 3,39 3,55 3,12 3,89 4,06 4,24 4,42 4,60 IÚO ci,13 . 0;11 o,2à ; )~4 · 0,29 · : o,3f . o,39 ó.44 o'.5o_ · . o,s6. ,0,62 . o,69 : 0,76: : 0,04 .· · 0;92 · l;oo . 1,08 . ),17 '1,26. 1;36 . 1.46 !;56 1,67 ! 1,78 1,89 2:01 .2,13' · 2,.25 _. 2,ss 2;51 . 2;s4_ , 2;10 . 2,92 • 3,b6 : 3.21. 3,36 . 3,51_ 3;67 M3 ' 0,12 0,16 o,19 0,24 0,28 o,33 o,38 9,44 o,5o o,56 o,63 0,70 0.11 0,85 o.93 1,01 1,10 1,19 1,28 1,38 1,48 1,58 1,69 1.80 1,91 2,03 2,14 2,27 2,39 2,52 2,65 2.19 2,92 3,06 3,21 3,35 3,50 3,6s 3,81 3,97 . · ;·O,iO . 0,13 0,16 . o.i9 i 0,23. o:Z1 : ! o,s1· . 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M1 • ,·Ms ,o,52 ; 0,57 . o~64 ; .0,70 •0;11 . , o;M : , o,91 0,99 : 1,07 :_.i,.15 '1,24· · l,:i2 ~42. ; ~,51 .1,61 1,71 1.01 1,92 1 • 2,03 2;14 ;2,26. 2,37 · 2,50 : 2,62 , 2,15. ·2,ss ' ·3,01 , 3;1s 3,29 ; M3 0,11 0.14 0,11 0.20 0,24 0.29 o,33 o.3a o,43 0,49 o.5s 0,61 o,67 0,74 0.01 o.as o,96 1,04 1,12 1,20 1,29 1.38 1,47 1,57 1,61 1,77 1,87 1,98 2,09 2,20 2.31 2,43 2.55 2,67 2.00 2,92 3,0S 3,19 3,32 3,46 T A B E LA S P A R A A S F Ó R M U L A S O E H A Z E N - W 1 L L 1A M S E U N 1V E R S A L ( C O l E 8 R O O K ) 187 Continuação da Tabela &.14 Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Wtlliams) ·Ru~osidade e (mm) Colebniok) 80 4,00 100 90 2,00 Diâ.Inetro 250mm 1,50 110 1.00 130 ' 0,10 0,50' 140 .o.os '' Vazão Vel V:J2g 0,20 0,0021 0,04 0,29 0,0041 0,08 ', 0,37 0,0069 'ô,12 0,4S 0,0102 ' 0,16 0,53 0,0143 .·ojs 0,61 0,0190 0,34 ' 0,69 0,0245 0.44 · 0,77 0,0305 o,ss 0,86 0,0373 . 0,61 0,94 o,o44a . o.ao. · 1,02 O,OS29 0,95 '" · 1,10 0,0617 1,11 1,18 0,0712 J.28 1,26 0,0813 ús•· 1,34 0,0921 1,65 1,43 0,1036 1,86 1,51 0,1158 2,08 1,59 0,1287 2,3i 1,67 0,1422 2,55 1,75 0,1564 2,80 1,83 0,1713 3,07' 1,91 0.1869 3,35 2,00 0,2031 3,64. 2,08 0,2201 3,94 2,16 0,2377 4,26 2,24 0,2559 4,59 2,32 0,2749 4,93 2,40 0,2945' 5,28 ' 2,49 0,3148 5,46 . 2,57 0,3358 6,02 2,65 0,3575 6,40 2,73 0,3798 6,80 2,81 0,4028 7,22 2,89 0,4265 7,64 2,97 0,4S09 8,08 3,06 0,4759 8,52 3,14 0,5017 8,98 3,22 0,5281 9,46 3,30 0,5551 9,94 3,38 0,5829 10.44 ... '' (l/s) (m/s) (m) 10,D 14,0 18,0 22,0 26.0 30,0 34,0 38,0 42,0 46,0 50,0 54,D 58,0 62,0 66,0 70,0 74,0 78,0 82.0 86,0 90,0 94,0 98,0 102,0 106,0 110,0 114,0 118,0 122.0 126,0 130,0 134,0 138,0 142,0 146,0 150,0 154,0 1S8.0 162,0 166,0 120 '· o.os 0,03 0,10 ' 0,06 0,16 ·, 0,10 0,23 . 0,15' 0,32 : 0,20" 0,41 • 0,27' 0,52 0,35 0,64 0,43 0,í7 ' 0,53 0,91 ' 0,64 1,06 0,75' 1,23 ·0,87 1,40 : 1,01' 1.S8 · 1,15 1,78 . 1,30 1,98 1,47 2,20 1,64 2,42 1,82 2,66 : '2,01 2,90 ' 2,21.. 3,16 : 2.42 3,42 2,64 3,70 ' 2.87, 3,98 3,11 4.28 3,36 4,58 3,62. 4,89 3,88 5,21 4,16 : S,55 4,45 5,89 4,74 6.24 5,05 6,24 5,.05 6,97 5,69 7,35 •. ,6,02 i,74 S:36 8,13 : 6,72 8,54 7,08 8,95 ' 7,45 9,38 7,83 9,81 ' 8,22 0,04 0,08 0,13 0,19 0,25 0,33 0,42 0,51 0,62 0,73 0,85 0,99 1,13 1.27 1,43 1,59 1 77 1:95 2,14 2,33 2,54 2,75 2,97 3,20 3,44 3,68 3,93 4,19 4,46 4,73 5.02 5,02 5,60 5,91 6,22 6,54 6,87 7,20 7,54 7,89 0,03. 0,06 0,09 0,13. o,i9 : .0,25 · 1 0,32 '·o,40 9,49 ' o,sa 0,69 ; 0,80 ' 0,92, : 1,0S ' i,19 1,34 ; 150' ! ÍS6 1,84 2,02 2,21 2,41 : 2.62 2,84 3,0f 3,30 3,55 . 3,8o' 4,06 4,33 4,61' . 4,61 5,19 5,50 5,81 6,13 ' 6,46. '6,80 . 7,15' .' 7,51 0,04 0,07 0,11 0,15 D,21 0,27 0,34 0,42 O,Sl 0,60 0,70 0,81 0,93 1,05 1,18 1,31 1,45 1,60 1,76 1,92 2,09 2,26 2,45 2,63 2,83 3,03 3,24 3,45 3,67 3,90 4,13 4,13 4,61 4,86 5,12 5,38 5,65 5,92 6,20 6,49 0,03 •, ' o.os 0,08 : 0,12 o;ú d,22. 0,28 0,35 0,43' O,S2 o,61 d,71 0,82 .·o,94 1,06 .· ' 1,19 )~33 'l,48 1,63 Ú9 1,96 2,14 2,33 ' 2,52 2,72 2,93 3,lS . 3,37 3,60 3,84· 4,09' 4,09 4,60 4;01 5,15 5,44 5,73,' 6,03 6,34 6,65 0,03 0,06 0,09 0,13 0,18 0,23 0,29 0,35 0,43 0,51 0,59 0,68 0,78 o,a8 o,99 1,10 1,22 1,34 1,47 1,61 J..,75 1.,90 2,05 2,21 2,37 2,54 2,71 2,89 3,08 3,26 3,46 3,46 3.86 4,07 4,29 4,51 4,73 4,96 5,20 5,44 0,02 0,04' 0,07 0,10 0,14 .ó.is·· 0,24 0,30. 0,36°' ,0,43 0,51, ,0,59, 0,68 , .o,78 " . o.as 0,99 ' : 1.ll 1,23.· J..,36 1,49 ' 1.63 ' 1.?8 ' 1;93 . ' ·2.09 '2,26 '2,43 2,61 2,i9 2,99 3,18 '3,39 .· 3,39 3,82 4,04 4,27 '4,50 '4,75 4,99 s;25 s;51 0,03 o,o5 0,08 0,11 0,15 0,19 0,25 0,30 0,36 0,43 0,50 0,58 0,66 O,iS 0,84 0,94 J..,04 J..,14 J..,25 1,37 1,49 1,62 1,74 1,88 2,02 2,16 2.31 2,46 2,62 2,78 2,94 2,94 3,29 3,47 3,65 3,84 4,03 4,23 4,43 4,63 0,02 0,04 0,07 0,09 0,13 0,17 0,21 0,26 0,31 0,37 0,43 0,50 0,57 0,64· 0,72 0,81 0,89 0.99 1,08 1,18 J..,28 1,39 1,SO 1,62 1,74 1,86 1,99 2,12 2,26 2,40 2,54 2,54 2,84 2,99 3,15 3,31 3.47 3.3~ ' 3,51 3,64 3,69 3,82 3,87 3,99 0,02 ·'0,03 ' 0,06 ' ' 0,08 .· ' ' : . 0.11 "0,14 1. 0,18 ·0,22 · . . _0,27 0,32 o;38· '0,44. 0,50 ·O.Si : 0,64 ' 0;12 0,80 " 0,89 o,98 1.07. ' 1,17. . i.28 1,38 1,49 . 1,61_ 1,73 1,86' 1,98 2,12 ' ' 2.26 2,40 2,40 2,69' 2,85 3,01 3,17' 0,02' 0,02 0,03 0,04 'o.os 0,06 0,08: 0,08 0.10 OJl 0,14. 0,15 0,17 0,18 0,2i 0,23 ', 0,2S 0,27 .· 0,30 0,32 0,35 0,38 . 0,41 0,43 0,46, 0,50 O,S3 0,56 0;59 0,63 '0,66 0,70 0,74 0,78 . 0,81 0,86 0,89 0,94 0;9s . 1,03 J.;07 1,12 . J..,16 1,21 1,25 ' 1,31 1,35 1,41 1,46 1,52 ' 1,57 1,62 1,68 l,74 1,79 1,85 1,91 1,97 2,03 2,09 2,16 2,21 2.16. 2,21 2.42 2,47 2,56 2,61 2,70 2,74 2,84 2,88 '2,99 3,03 3,14. 3.18 3,30 3,33 3;46 3,48 CÁLCULO 188 DE TUBULAÇÔES SOB PRESSÃO Continuação da Tabela 8.14 Perdas de carga em me17os por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Williams] . i~g&i&lié~._ . ~•ôià ;· > .·. · (mm)!Colebroo~J Vu.ão VeL V2/2g ((/s) (m/s) (m) ' 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0 70,0 75,0 80,0 85,0 90,0 95,0 100,0 105,0 110,0 115,0 120,0 125,0 130,0 135,0 140,0 145,0 150,0 155,0 160,0 165,0 170,0 175,0 lSO,O 1S5,0 190,0 195,0 200,0 205,0 210,0 215,0 100 90 80 Diâmetro 300mm 110 120 140 130 '•'(''• :.2;00 .. :1,sq' ,1 :}·ºº·' ·0,10 ' 0,50 ·0;05 .. ·. '.: ·· .. ,1 ·' ·,. .... '· w~u:~,~ ~~~ ~'.~·~~~ ~;~~m ~- ~ o,35 0,42 0,50 o,57 o.64 0.11 0.18 o,s5 0,92 o,99 i,06 1,13 1,20 1.27 1,34 1,41 1.49 1,56 1,63 1,10 i.11 1,84 1,91 1,9S 2,05 2,12 2,19 2.26 2.33 2,41 2,48 2,55 2,s2 2,69 2,76 2,S3 2,90 2,97 3,04 o,oos4 ,o;of 0,12 0.0092 0~13 0,11 0,0125. 0,18 . 0,23 o,01s3 :'o;23. . 0.29 0,0201 · ó;à·. o,36 0,0255 o.44 0,0309 0,43: o,52 0,0367 :o;st'. .· o.s1 0,0431 :0;60.· 0.11 0,0500 ),70' . o,s2 0,0574 .·0;80 0,93 0,0653. 0,91:; 1,04 0,0131 :r,oi . l,11 o,os26 · t.i~· · 1,30 0,0921 1.29 . 1,44 0,1020' 1,43 ., 1,58 0,1125 i;:rl7 · 1,73 0,1234 "1~73 ' l,S8 0,1349 i,sf 2,05 0,1469 2.21 o,1594 2.39 0,1724 2,41 2,57 o.1ss9 2,60 · 2,1s 0,1999'. 2,SO 2,95 0,2145 1 3;00 : 3,14 0,2295 3.2i· 3,35 0,2451 3,43' 3,56 0,2611 3.Ss.' 3,77 0.2m ),88 3,99 0,2948 4,12 4,22 0,3124 ·4,37 4,45 0,3305 ,.4,62 4,69 o,3491 4,88 · 4,93 o,36S3 5,is · 5,1s 0,3879 5,42 5,44 0,4080 .5,70 . 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M1 o,49 o,38: o,41 Má o.57 . 0;44 0,41 ,',o.s.~ o,s6 · o o,54 :.o,64 0,75 0,61 . 0,7S 0,84 0;67. 0,69 : o.s2: o,94 ·o.75 :, o. 11 : ;o.92 :" 1,04 ó.~4 ~ o,86 1.02 1,15 : o.94 · o,95 1 1,13' 1,27 .~04' 1,04 :i,2s. t,39 • 'ús . 1,14 '. i,37' 1,51 . ,í,26 ! 1,25 Í,5o··. 1,64 · J,37: 1,35 : ú>f l,1s . 1,46 '. :i:,71.· 1.92 : 1,58 ).~~2. 2,06 '1~_15 ' 1,70 -2;91:, 2,21 1,89 1,82 '.2,22. ,: 2,37 2,03 1,95 ' 2~38 : 2,53 1 úa 2,08 :· 2,55 2,69 : 2;33 2.21 ; 2;72: 2,S6 ·2,49. 2,35 'isa,: 3,03 2,56. 2,49 . 3~os. 3,21 2,02 • 2,64 . .3,27.. 3,39 3,00' 2, 79 : 3,47 3,58 3.•1s 2,95 : 3.,67 3,77 .3,36: 3,10 , 3,S7 3,97 : 3;55 3.26 4·.09· 4,17 3,7( 3,43 ,. 4,~0 4,37 .3,94 3,60 .f.53 4,5S 4.~·i'; 3,77 4.1s 4.so ;4,3S:: 3,95 ~,99· 5,02 . ·~.57 4,13 5,23 ·. 5,24 4,19 4,31 ô:2i si a:s9: isa·· is{ i . :o.os 0;09 0,12· ' · · o,'15~: ·0.19·. •. 0,23 · o,o7 o,o9 0,13 0,16 0,20 0.24 0.2~. 0.29 .:9,34; o,34 ·o,39, o,39 . 9~46· o,45 ' 0,52 ' 0,51 ::o,59 .· O,SS . o,67 ·. o,65 :.o.:75 : o. 12 : 'b;s4. o,80 '.o,93 ·: 0,88 r.;02, o,96 l,~2 ' 1,04 t,22· 1,13 . i.if: 1,23 ... r.;44: 1,32 1;56' 1,42 ,i.~:. 1.53 ,1,Bl 1,63 : ú4 ,' 1,74 2;ó8. 1,86 . ÜL 1,97 ; 2,36 ~. 2,09 , 2,s1. 221 . 2,67, 2,34 ' 2~82 :" 2,47 2,99 2,60 3,16 2.14 . ü3 • 2,s1 3,50 3,02 '3,6( 3,16 3,S7. 3,31 : 4,06 3,46 ".4i2~· < 3,61 o.os. , b.01 ! 0,10 : 0,13 · · o.is . 0.24 · 0.20 . : o,33: • o.38 • : 0,44 ,' 0,50 ,; o,56 . o 63 · 0:10 0,78 ·o;ss ·, 0,94. 1.02.: 1.ii o)o i.2i> • 'l,30 . , 1,41 i·l,5L 1 1,62 ú3 i,85 . ::1,97 . 2,09 • 2,22 . 2,l5 2,49 2,63 2,11 2,~2 3,07. 3.2i . 3,38 : .3,54 0,06 0.08 0,11 0,14 0.11 0,21 0,25 0.29 o,34 o,39 0,44 0,49 o,55 0,61 o.6s 0,75 o,s2 O,S9 o,97 1,04 1,13 l,21 1,30 1,39 1.48 1,58 1,58 l,7s 1.8s 1,99 2,10 2,21 2,33 2,45 2,57 2,69 2.s2 2,95 3,0S o,o4 0,06 . Q;98 0.10 . 0,12 · ó,1s : : o.is· , 0.21 ·.· .o,2s .· ó,29.' o,o5 0,01 0,09 0.12 0,15 o.is 0.21 0.25 0.29 o,33 o,33' 0,38 .ó;37 0,43 0,42 o,4s o,ilfi o,53 :9,52 , o,58 . 0,57,· 0,64 · 0,62. 0,10 . Q,58: 0,77 .0,74 o,s3 o.si.: o,9o o,97 ' Q,94 1,04 i,02 1.12 • 1;09 < 1,20 '\i7 l,2S i.;25 1,36 i.33. 1,45 J,41'. 1,53 . 1,50 ~ 1,62 1,59· . 1,72 'i,6S. . l,Sl : 1,78 1,91 ~8s 2,01 1;98 2,11 2,08 2,21 Í,lf 2,32 2;29 : 2,43 . 2,40 2,s4 2,52; 2,65 º·ªª :(i,o4 o,o4 : 0,06 o.os ' 0:01 ' 0,08 .o,él9 0,10 · 0.13 . o.14 . o.1s : b,i1 o.i9 : 0,20 :: 0,22 :.o,h· 0,25 , ·0,21 . 0.29 0,3Ó 0,33 D,34\ 0,37 o,38 · 0,41 o;43 · o,46 . 0;41: o,51 .0.52 . 0,56 ; o,57 . 0.61 . 0,63 : 0,67 0.•60. 0,13 . 0.14 ': 0,19 : o.85 : 0,86 . 0,91 . o:93. · o,98 . 0,99,. 1,04 . 1,06 1,11 , i,13 1,19 ,J,21 . 1,26 i.2( t,34 1,36 . 1,42 ' 1,44 •. 1,50 1,52 1,58 :· 1,61 1,66 . i;59 · 1,15 1,78. I.84 1,87. 1,93 1,97 · 2,02 . 2;06 2,12 . 2,21 ~~6 2.,31 ·o.i2 . ·0,00 üs'. T A B E l A S P A R A A S F Ó R M U L A S D E H A Z E N - W 1 L L 1A M S E U N 1 V E R S A L ( C O l E B R O O K ) 189 Continuaç--;io da Tabela 8.14 Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Williams] 90 80 Diâmetro 350mm 100 130 140 0,02 0,01 0,03 0,03 0,06 : 0,04 0,01 0,03 0,05 •'", : 1,SÓ. Rugosidade e · · 4 00 (ninillColeb~o~r ·, ' . 120 110 1.oq·.•• 0,19 ; o.so Vaüo VeL V- /2g (t/s) (m/s) (m) · · 20.0 30,0 40,0 0,21 0.0022 o.D3: 0,31 0,0050 0,06 0,42 0,0088 0,10 0,04 ; 0.02 : o,o3 ·,o.ó~ . o.os O.OS .0,05. 0,06 : 0,04 . 0,05 0,14 0,0S 0,11 .. 0.07 0,09 60.0 10,0 80,0' 90,0 100,0 110.0 120,0 130,0 140,0 150,0 160.0 170,0 180,0 190,0 200,0 210,0 220,0 230,0 0,62 o,73 0,83 0,94 1,04 1,14 1,25 1,35 1,46 1,56 1,66 1,77 1,87 1,97 2,08 2,18 2,29 2,39 0,29 o.is 0.23 o,39 .0.25 o,31 0,49 '0,32' 0,40 0,61 > 0,41 0,49 0,15 o,5o. o,60 o,89 o,õl o. 12 1,04 ' 0,72' 0,84 1,21 0,85 0,97 1,39 ci,9s 1.i2 1,5s i,1.3 1,21 1,18 1.28 · 1,43 1,99 1,44 1,60 2,21 1,62 1,78 2,45 : 1,80 1,97 2,69 ' 2,00 2,16 2,95 2,20 2,37 3,21 ' 2,42 2,58 3,49 · 2.64 2,80 ~ w~m~.~:~~w 0.0198 0.23 .· 0.2700 0,31 0,0352 '0,40. 0,0446 J~51· o.os51 o,63 o.os66 o,76 : 0,0793 0,90 ' 0,0931 '1.06 ' 0,1019 1,23 0,1239 .1.~10,1410 1.60 · 0,1591 1,81 · 0,1784 2,03 0,1988 '2,26 0,2202 2,50 0,2428 2, 76 0,2665 3,03 0,2913 3,3r om o;o:Í · 0.02 ' 0.02 . 0.02 0,04 0,04 O,O:i · . 0,04 0,03 O,Ó7 : 0,08 :0,06 0,06 .. 0,05 ~ ~ ~~w:~·~.~ ~.~.w . ·:0;11 ·. Q.23_ : 0,30 : 0,37 · o,46" , o.56 : ', 0,66 ·. ' 0,78 ,0,9.o • i.o:i i Ú8 . 1,33 ' '1,49 ' 1,66 1.83 2,02 2,22 2.42 . 0,19 o,2s 0,33 0,41 o,49 o,59 0,69 0,80 o,92 i,04 1.18 1,32 1,46 1,62 1,78 1,95 2,12 2.31 . OJs: 0,16 0.21 ' 0,26' 0,27 :· 0,3~ 0,34 o,4r o,41 · 0;50 o,49 0,59 '• 0,58 b,G9. 0,67 0.80 0.11 o,92 o,88 .· 1,05 · o,99 . ÜS . 1,10 J,33 1,23 l,48 1,36 1,64 ' 1,49 . 1,80 . 1,63 1,98 ' l, 78 2.16 · 1.93 0..20 .· · o.ú " , : 0,22 ' 0,2S , 0,35 , i ó,42 '0,50 Ó,5S" ' o.6s : . · o,88 0,99 1.11 1,24 ' ' 1,37 1,5i. 1,66 1.01 . b,u .. 0,11 0,14 0,18 0,23 0,29 o,35 o.42 0,49 0,57 o,66 0,15 o,84 ü,94 1,04 1,15 1,27 1,39 1,52 1.65 . 0.10 0,12 :·· .0.13 . o,1s 0,11, 0,20 :. Ó,2L 0,25 0,26 o,3o à,31 o,36 : li,37 0,43 ' 0,43 0,49 . o,56 o.57 ' o,s1 , o,64 ó,64 0,12 · 0,72 · 0,81 ' 0,8 0,90 0,90 '' 1,00 ' 0,99 1,10 . 1,09 . 1,20 1,20 1,31 : l,3o 1.42 · o,o9 0,12 :0,16 0,20 D.24 o:w.. ' 0,34 MO o,46. . o,52. o,59 . 0,66" 0,74 ' ' 0,82 '0,90' 0,99 · 1,09 ·. 1.18 0.10 0,14 0,17 0,22 0,26 0,32 0,37 0,43 o,49 o,56 o.63 0,71 0,79 0,87 0,95 1,04 1,14 1.24 ~w~~m.w~~~~~~~~~~~ 250,0 260,0 210.0 280,0 290,0 300,0 310,0 320,0 330,0 340,0 350,0 360,0 370,0 380,0 390,0 400,0 410,0 2,60 2, 70 2.81 2,91 3,01 3,12 3,22 3,33 3,43 3,53 3,64 3,74 3,85 3,95 4,05 4,16 4,26 0,3441 3,91 ' 0,3722 4,22 o,4014 4,56 0,4317 4,90 0,4631 ' 5.25 o,4956 5,62 0,5291 6.0.0 ' 0,5638 6,40 0,5996 6;80 ' 0,6365 7,22 0,6745 7,65 0,7136 8,10 0,7538 8,55 0,7951 9,02 0,8375 9.SO 0,8810 9,99 ' 0,9256 10,50 4,07 4.37 4,69 5,02 5,36 5,10 6,06 6,43 6,80 7,19 7,59 7,99 8,41 8,83 9,27 9, 71 10,17 .· 3,12 3,37 3,64. -3,91 4,20 ' 4,49 .4,79 5,11 5,43 5,76 6,11 6,46 6,83 7,20 . 7,58 7,9S ' 8,38 3,27 '2,86 2,69 3,52 3,10 2,89 3,77 ' 3,34. 3,10 4,03 3,59 3,32 4,31 3,85 3,54 4,58 4,12 3,11 4,87 4,40 4,01 5,17 4,69 ' 4,25 5,47 4,98 4,50 5,i8 5,29 4,76 6,10 5,50 5,02 6,43 5,93 5,29 6,76 6;26 5,56 7,10 ' 6,60 5,84 7,45 6,96 6,13 7,81 7,32 6,43 8,18 7,69 6, 73 2,55 ' 2, 76 2,98 3,20 3,43 ' 3,67. 3,92 4.,18 4,44 4,71 4,99 5,28 5,58' 5,89; 6,20 6,52 6~85 . 2,26 2,43 2.60 2,78 2,97 3,16 3,36 3,56 3,77 3,99 4,21 4,43 4,66 4,90 5,14 5,39 5,64 2,14 1,92 1,53' ' 2,31 2,06 1,66 · 2,49 . 2,21 1.78 2,67 2,37 1,91 ' 2,87 2,53 2,05 3,01 2,69 . 2,19 3,28 2,86 2,34 3,49 3,03 2,49 3,71 3,21 2,64 3,94 3,39 2.8.0 4,17 3,58 2,97' 4,41 3,77 . 3,13 4,66 3,97 3,31 ' 4,91 4,17 3,49 5,17 4,37 3,67 5,44 4,58 3,86 5, 72 4,80 4,05 1,66 1,39 1, 78 1,50 1,91 · 1;61 2,04 1,73 2,18 1,85 2,32 1.97 2,47 2,10 2,61 2,24 2,77 2,37 2,93 2~.51 3,09 2,66 3,25 2,8Í 3,42 ' 2,96 3.59 ' 3,12 3,77 3,28 3,95 3,45 4,14 3,62 1,44 1,55 1,66 1,78 1,90 2.02 2,15 2,28 2,41 2,55 2,69 2,84 2,98 3,13 3,29 3,45 3,61 CÁLCULO 190 DE TUBIJLACÕES SOB PRESSÃO Continuação da Tabela 8.14 Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Wílliams] 80 .· · !fui~Sidad~e •;.,4;0o (min) Colebróok] : · Vazão VeL V2/2g· ..... · . ·., "- 1· • . ,: ·., :': 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 110.0 120.0 130,0 140,0 150,0 160,0 170,0 180,0 190,0 200,0 210,0 220,0 230,0 240,0 250,0 260,0 270,0 280,0 290,0 300,0 310,0 32.0,0 330,0 340,0 350,0 360,0 370,0 380,0 390,0 400,0 410,0 420,0 430,0 0,32 0,40 0,48 0,56 064 0,72 0,80 0,88 0,95 1,03 1,11 1,19 1,27 l35 1,43 1.51 1,59 1,67 1,75 1,83 1.91 1,99 2,07 2,15 2,23 2,31 2,39 2,47 2,55 2,63 2,71 2,79 2,86 2,94 3,02 3,10 3,18 3,26 3,34 3,42 o.oosf o.os .· 0,07 à,0081 ci,Óé ' 0,11 o.ous. o;ü 0,15 0,0158 . 0,15 ; 0,20 0,0207 . 0,20 .. 0,26 o.02s1 : .ó.25· · 0,32 ,-·.· 0.0323. 0,31 . 0,39 0,0391 • o!~f· 0,46 0,0465: 0,44 . 0,55 O,OS45 0,52 '. 0,63 0,0633 0;60' 0,73 0,0726 o,69 • 0,82 0,0826 0,79 0,93 0,0933. 0,89 1,04 0.1046 ·. o.99 1,16 0,1165 \11 · 1,28 0,1291 i;23 1,40 0,1423 u.s. 1,54 0,1562 1,48 • l,68 0,1707 1.62.-. 1,82 0,1859 .·l,.76 1,97 0,2017 I,éf' 2,12 0,2182 .2:07. : 2,28 0,2353 2.2t 2,45 0,2530 :2,40 2,62 0,2114 •2:s0 · . 2,79 0,2905 2;76 : 2,98 0,3102.iw 3,16 0,3305 '3;14 3,35 ' 0,3515 3,33 3,55 0,3í31 3,54 3,75 0,3954 ·. 3,75 . 3,96 0,4183 3,97 . 4,17 0,4419 )19 4,39 0,4661, 4,42 ' 4,61 0,4909 4,66 4,84 0,5164 . 4;90 ; 5,07 0,5426 5,15 5,31 o.s694 .s,:40 . 5,55 o.~968, 5.66.: 5,80 •': 100 90 >2.ào. 120 110 1,00. i;SO 1· ' :'0,50. '' ,. : ' '.·, : o;wr" ···a 1.··.. ,. i ',_,' •. > •,.' '- 1 0,10 140 •··o,os '· : .- .' ; 004. 0,05 o.os :··.·'. ,· 0,09 ; o.os· 0,07 0,12 0,10 0,16 : 0,11 0,13 0,21 : .. (i,i5' 0,17 20 0,26 r o.is' 0.21 1 ~ • •. • : ,0.25.: 0,31 . 0,23':. 0,26 :0,30 0,37 ! ·o~à 0,31 ·0,36 0,44 : -o;s3 · 0,36 : 042 0,51 ..o.~B: 0,42 : o:48. 0,58 ' .0;45. 0,48 ::0:5s. 0,66 ! .o;s1.· 0,55 .·o;s3.· 0,75 · o,58' 0,61 : li.n 0,84 : 0,66 0,69 o.s.o. 0,93 o,73' 0,76 .<o;sg · 1,03 . 0,82 0,84 '. ·o;gs 1,13 ' 0,91.. 0,93 1. 0~; 1,24 : 1;00 1,02 1,19 1,35 . tio 1,11 1.3º .. 1.46 1,20: 1,20 .. 1,42 1,58 .'1,30. 1,30 i;54· 1,71 j,41" 1,40 1,66' 1,84 . 1,53 1,51 1 •' • .Ps. 1,97 'iss· 1,62 .. 1.~~ 2.,11 ; ~77 1,73 . 2,07 2,25 . J.90 1,85 2.21 · 2,39 2,03 1,97 '·2,36 2..54 1 -2.11:. 2.09 (2,52· 2,70 ! 2,31. 2,22 2~6á 2,85 . 2,46 2,35 ... 2,84' 3,02 2,61, 2,48 . 3;01 3,18 .2.77 2,62 3,18 3,35 2;93 2,76 1 ),36 3,53 ; 3,09 2,90 3.55 . 3,71 .• 3,26 3,05 '3.74° 3,89 .. 3;43 3,2.0 4,08 . },6i 3,35 1 3,93. : 4,13 4,27 'f79· 3,51 . 4,33 .. 4,46 3~98. 3,67 ; 4;54 4,66 . '4,17. 3,83 :o,oc . ó.os : 0,09 .0.12 . o.16 · 130 '. i Í.·· (l/s) (m/s) (m) Diâmetro 400mm 0,03.: 0,04 0,03. 0,03 o.às 0,06 ; o.ó( o.os O,ó1· 0,08 ~ o.os.·. O,Q7 : 0!10· . 0,11 : 0,09 0,09 ; O;l3 0,14 '. 0,11. 0,12 : 0;17' 0,18 : 0,14 '. 0,15 : 0,20 0,22 o,i1' 0,18 '.0,25. 0,26 b;il 0,22 Ó,29 0,30 : 0,25 0,26 :o,3( 0,35 'o)9. 0,30 . 0,40 ..... ,·· 0,40 :;0,3{: 0,34 0;46 . 0,46 • 0,39 ; 0,39 0,52 'OM; 0,44 ·.. o,s9 0,58 .. Q,49' 0,49 ..... '· 0,66 0,64 0,55. 0,55 .0,73-• 0.71 0,62 .• 0,60 , . . ·: ' 0,81. 0,78 :.·0;68 ;' 0,66 '·:~.8~' 0,85 •.o.rs·; 0,73 i 0,98. 0,93 '0,82 .. 0,79 '1;01. 1,01 . 0,90. 0,86 . - . t 1,17., 1,09 . 0,98 ' 0,93 . 1,26 1,18 .'i;o6 . ·1,00 . ·137. 1,27 : 1,is. 1,08 l,3S -.1,24 1,16 1,58. 1.45 . l33' 1,24 .. 1}0 1,55 1,43 :·. 1,32 : ·t;e? . 1,65 : 1,53 1,40 J,94 1,75 ' 1;63 . 1,49 .·2.of 1,86 : 1,7{ 1,58 : 2,20. 1,97 · ·i.04 .· 1.68 : 2;33 2,08 1~96 ' 1,77 '_2,47 2,20 2,07. 1,87 2,62 2,31 : 2,19 1,97 ·. 2;76 2,43 . 2,32: 2,07 2,91. 2,56 2,44 2,18 ..•3;D7. 2,68 2,57, 2,28 ' 3,2~ 2,81 2,70 . 2,39 '. 3,390: 2,94 ),84 2,50 3,ss· · 3,08 ; 2,98, 2,S2 1. ·.' /3,73. 3,21 :}.i# 2.74 o.s2 ·.· ·ú1'· ·. : .... ··· .. ,. 0,02. 0,03 .0;62 o,04, 0.04 : 0,03" :·o.os· 0.06 ; o.o( .. 0,07 o.os f 0,06. ·..0.09··. 0,10 :'_o.os .. 0;11 0,13 • 0,10 • 0,13 0,16 0;13 : 0,16 o,i9 o.is: .à,19 •. 0,22 : .0,18 · . 0;22 :: 0,26 :.· 0,21 . 0,25. 0,30 ! 0;24 0,29 .• 0,34 :0;21' 0,33. 0,38 0;30 .· 0~37 ' 0,42 .0,34 '0,41. 0,47 ' 0,38 ; o;46 0,52 .0,42 p,_s( 0,57 . 0,46 . 0,55. 0,63 0,51 . ' 0,61 0,68 . 0,56 0,66 .· 0,74 • -0,60 . . .0,72_ o.ao •.:0,66 . 0.78 0,86 • 0,71 . -0,84' 0,93 i' 0,76 : o.9o. 1,00 : ó,82 . 0,97. 1,07 ·. 0,88 1,04 1,14 '0,94: _1,11 1,21 (OL 1,18 . 1,29 .. i;Q7 ~.1,25 136 :· 114 :.·i,33· i44: µ1° 1.~1 · 1,53 : 1,28. 1,49. 1,61 1,35 1;s0 1,70 '1,43' . 1,67 1,79 1.Sl 1;76_ 1,88 '.- 1,59 1,85 1,97 ' :l,67· 1,94 2,06 ; 1,75. .'2,04 2,16 1;84 . 2,i.4 2.26 1,92.1 . 2,2~ 2,36 ~.àl ·.· 0,03 0,04 0,05 0,07 0,09 0,11 0,14 0,16 0,19 0,22 0,26 0,29 0,33 0,37 0,41 0,45 o.so 0,55 0,59 0,65 0,70 0,75 0,81 0,87 0,93 0,99 1,06 1,12 1,19 1,26 1,33 1.40 1,48 1,56 1,64 1,72 1.80 1,88 1,97 2,06 T A B E L A S P A R A A S F Ó R M U L A S D E H A Z E N - W 1 L L 1A M S E U N 1V E R S A L ( C O L E B R O O K ) 191 Continuação da Tabela 8.14 Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Williams) Ru~o&idãde ~. ·•· Colebrook] (mm) 80 ·4,oo : ·' 90 l,SO ,,,0,50 1.00 •' ., (m/s) (m) 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 200,0 220,0 240,0 260,0 280,0 300,0 320,0 340,0 360,0 380,0 400,0 420,0 440,0 460,0 480,0 soo.o 520,0 540,0 560,0 580,0 600,0 620,0 640,0 660,0 680,0 700,0 720,0 740,0 760,0 780,0 800,0 0,13 0,25 0,38 0,50 0,63 0,75 0,88 1,01 1,13 1,26 1,38 1,51 1,63 1,76 1,89 2,01 2,14 2,26 2,39 2.52 2,64 2,77 2,89 3,02 3,14 3,27 3,40 3,52 3,65 3,77 3,90 4,02 4,15 4,28 4,40 4,53 4,65 4,78 4,90 5,Q3 om 0,1813 ' 1;47 ' 0,2063: 1,6!, ' 0,2329 .1;0~ ,' 0,2611 ' 2,12 0,2910' 2,36 0,3224: 2.61 '· o,3554).•e8 . 0,3901 : 3;16 0,4264 ··3;46 ' 0,4643 .3;76' o.so31 · 4.o8 0,5449 4,42 . 0,5876 i .4;75' 0,6319 ' 5,12 ' 0,6778 5,49. o.12s4 5;8e 0,7746 ,6.:28 0,8253 .6.69 : o,8m 7,11 0,9317 ' 7,55 :. 0,9873 8,00 ' 1,0446 ·.·8,46··, : 1,1034 '8.94' 1,1639 ~.13 ,. 1,2259 : 9,93. 1,2896 · iú5. 0,01 : 0,01 0,04 0,02 0,09 'o.os 0,14 o.o~ 0,22 ~ o.u 0,31 •.' 019 0,41 '. 0,26 0,52 : 0,34 •, 0,65 : Ó,43 0,79 ~ o;s3 0,94 ! 'o.64. 1,11 ' 0,76 1,29 ' 9,89 1,48 :. l.03 1.68 .•. 1,19 1,89 Ü5 2,11 1,52' 2,35 1;7i 2,60 . 1;90 2,86 :.,2,il 3,13 2,32. 3,41 is5 3,70 2,78'· 4,00 ' 3,03 4,32 ' '3,29 :. 4,64 3.56' 4,98 3,84 5,33 4;12,. 5,68 ''4,42: 6,05 ' 4;fr· 6,43 M5. 6,82 5,39 7,22 5,73 ', 7,63 .. ··'· 6oá 8,05 . 6,44 8,48 : s;s1 · 8,93 '),20···· 9,38 : 7,59· 9,84 1.'' . ' . 10,31 : 8,41• . ª·ºº ~ 0,01 0,03 0,07 0,12 0,18 0,25 0,33 0.42 0,52 0,64 0,76 0,89 1,03 1.19 1,35 1,52 1,70 1,89 2,09 2,30 2,51 2,74 2,98 3,22 3,47 3,73 4,00 4,28 4,57 4,87 5,17 5,48 5,81 6,14 6,47 6,82 7,18 7,54 7,91 8,29 ; 0~01 ' 0,01 :. 0,02 0,03 '0,02 '. : 0,04' 0,06 '0,04. º~º~· 0,10 •0;01. '0,12 0,14 ,0;11, .. ó.ia 0,20 0,16 : 0,24 0,27 •.0,22 ' :.. o~3'i 0,35 0)8· 0,43 ', 0;35, i 0,39 : ~,49' 0,52 ·o;u•· 0,59 0,62 : 0;53 ', .0,70' 0,73 ' 0;63' 0,82 0,85 ':'0,74 .•. '····· ,··· 0;95 0,98 '0,85' 1,09'.· 1,11 ·o,98 . 1;24' 1,25 l.ti 1,40, 1,40 ' i;t6': i,57· 1,55 );4i 1,75: 1,72 ü7. 1;94. 1,89 'Ú4 2,07 i.91 ' 2,14., 2,35' 2.25 2;10 : 2;56 · 2,45 2,29 i 2,79 2,65 2,50. i 3,03. 2,86 2;71. 1 3,27 3,07 '2,93 . 3,53 3,29 ' 3;16. :· 3,80' 3,52 :úo .4,07 ,: 3,76 i.ú4.' ·4;36'' 4,00 i 3;90 . 4,ss:;·. 4,25 4,16 4,96: 4,51 : 4,43' 5,27; 4,78 '4,72 : '5~59 5,05 ,5,01 : ' 5;93. 5,33 5;30 i 6;21. 5,61 · 5,si·; 1 : 6,62. 5,90 6,20 6,51 :1 ·i74: 6,82 •• ' º·ºº' :, ,', i~i!f :ü~ 0,01 0,02 0,05 0,08 0,12 0,17 0,23 0,29 0,36 0,44 0,52 0,61 0,71 0,82 0,93 1,05 1,17 1,30 1,44 1,58 1,73 1,89 2,05 2,22 2,39 2,57 2,76 2,95 3,15 3,36 3,57 3,78 4,00 4,23 4,47 4,70 4,95 5,20 5,46 5,72 140 ,, ; 0,05 ·"i 1 ,, ,. ' 0,0008' 0,01 0.0032 0,0073 o.os ' 0,0129 0,11 0,0201 ··o.is 0,0290 ·. o.2( 0,0395 .0,32' 0,0516 : 0.42: 0,0653 .0,53 0,0806 o.Eis 0,0975 ·. 0,79 0.1161 o,94 o 1362 ni:.· 0:1580 ·. Ú8"' 130 . o.ia ',• Va2âO Vel V-J2g •. (t/s) 120 110 100 ' ' 2,00 Diâmetro 450mm ·' ' O;OO . : Q,02 ' 0,03' i o:os, : 0,09 ',0,14: 0,01 0,02 0,04 0,07 0,10 0,14 .• o;i.8 :· 0,19 :.0~24· 0,25 :.1po: 0,31 • o,37 0,37 :·o;45 0,45 i Ó,53 .• 0,52 ' 0.62 ' 0,61 i o72'.· 0,70 .~' ' 1 i 0;83.·' 0,79 0,94 0,89 1,00 1:19'' 1,11 : 1,32 ' 1,23 ::1;46' 1,35 . ·1,61.· l,48 l,77 1,61 '1~93 ' 1,75 2,10 : 1,89 ' 2,28' 2,04 : 2,46,' 2,19 : 2,65 ' 2,35 ·•2.0s· 2,51 ··3,os 2,68 '. 3,27 2,86 .3:5o • 3,04 3,72' 3,22 ',3,96, 3,41 : '4.20. 3,60 4,45 3,80 : '4;71 . 4,00 Ü7,, 4,21 : 5~2(' 4,43 5,52: 4,64 :.?',81··· 4,87 j :{ol '' ··,", ·º·ºº' º·ºº ·'···'º·ºº' º·ºº o.ai 0,02 ooi 0,01 ·.0,03 .·. 0,03 iüis·· 0,06 :·,O,OJ~ 0,09 0,10 '·: 0,13 :.1 (, . '014. 0,17 ·.o'.18; 0,21 0,23 0,26 0,28 0,32 : ó,33: 0,38 '0,39: 0,45 • a.46 0,52 ,.0,53'' 0,60 • O,!il, 0,68 , 0;59• 0,77 i·0,7,7' 0,86 i 0,87' 0,96 ' 0,96 1,06 i iô5' 1,16 '. l,17.' 1,27 ·Ú8 · 1,39 i,40. 1,51 · í;52·' 1,63 :.1.64 .: 1,i6 ;q·t 1,89 ,' i,91 2,03 : 2,os.: 2,17 '2°20 2,31 '2'.35:' 2,46 "2;51 ' 2,62 '2,sy·· 2,78 : ~;83 •, 2,94 . 3;01 ' 3,11 . 3,18. 3,28 3,36' 3,45 J.sf 3,63 .ti4 e 3,82 .3~M·· 4,00 .'Ü( 4,20 '' 1 • 0,03 0,03 0,05' o.os ' 0,07 .• 0,08 0,11 :· o.ff 0,14 .·. b.i? . 0,19 >0,21, 0,23 '0~6 0,28 Ó,31 0,33 : 0,36. 0,39 : .0,42 0,46 0,49 0,52 ' 0,56 0,59 :. 0,63,' 0,67 0,71 0,75 : 0,79 0,83 0:51 0,92 0,91 1,01 '1;06 :, 1.11 1,16 1,21 'i.26 l,31 l,3Z· 1,42 1,48 1,53 i,60' ' 1,65 1 ,• : 1,72 l,7i : 't,85. 1,89 1,98 2,02 2,11: 2,15 2'.25 . 2,28 ' 2,40 2,42 . 2,54 2,56 2,70 2,71 2,85 2,86 3,01. 3,01 3,18.:. 3,17 • 3;3s ·: 3,33 : 3,52' 3,49 '3,fo .' 3,66 •·à.ia• CÁLCULO 192 DE TUBULAÇÔES SOB PRESSÃO Continuação da Tabela 8.14 Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente e [Bazen·Wílliams) 90 80 · 'Rugosidade e·-_- 4;0_·a 100 ' o,so: ··-·' 40,0 60,o ao.o 100.0 120,0 140,0 160.0 180,0 200.0 220.0 240,0 260.0 280.0 300.0 320.0 340,0 350,0 380.0 400.0 420,0 440,0 460.0 4SO,O 500,0 520,0 540,0 s6o,o 5so.o soo.o 620,0 .640,o 660,0 680,0 100.0 720,0 740,o 760,0 1so.o 800,0 020,0 0,20 o,31 0,41 o,51 0.61 0.11 0.01 0,92 1,02 1,12 1.22 1,32 1.43 1,53 1,63 1.13 1,s3 1,94 2,04 2.14 2,24 2,34 2,44 2,55 2,65 2,75 2.s5 2,95 3,06 3,16 3,26 3,36 3,46 3,57 3,67 3,11 3,87 3,87 4,07 4,18 '' : 0,0021 :~.o~ 0,02 0.0048 ::_o.Q3--· o.os o,oo8s:·;.o,o.f: o,o9 0,0132 . o,o9 : 0.13 0.0190-. 0.18 0,0259_,o.1.~: 0,24 o.o33s. ~º·.24- o,31 0,0428 .'0.30 :: 0,39 0,0529 :· 0,31· · 0,41 o.o64o :o.~s :" o,57 0.0151 o,54 o,66 0,0894 · 6'.63 0,11 0,1036 o,73 0,08 0.1190 ··.-o,84 · 1.00 0.1354 o.96 .: 1.13 0.1528 .;i,os:: 1.21 o.im i,21 :· 1,41 0,1909. ·1;3~ :. 1,s6 0,2115 _l,49. 1,11 0,2332 1.s4" 1.87 o.z559. 1,80 ~' 2,04 0,2191 \97 . 2,22 0,3046 2.~ ' 2,40 o,3305 ,.2.~3 2,59 o.3575. ~.s2 - 2,18 0,3855 2,~" 2,98 o,4146 2.9~_ 3,19 o,4441:w: 3,40 o,4759 3,3( 3,62 0,5082 3,58 3,85 o,541s'\82. ·, 4.08 o.s459 4,ps . 4,32 o,6113: Ml 4,57 0,6478 :4;56 4,82 0,6853 "4.83, 5,08 o. 7239. :s.10 · 5,34 0,7636: 5;_3S: 5,61 o,S043 5,67 s,89 0,8461 •: 5;9~::. 6,17 ------o,8889 '6,2.6:- 6,46 0;'1r:- 120 110 2,oti 1 .... •': ! 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' o.o3 o.os i o,o4 . o.os j;q~: 0.01 : q.ó~; 0.01 ··o.os: 0.10. o.os o.o9 <o;ii," 0,13 :_ ó,1ó · 0.11 :o,i3 : 0,16 : :9;13' : 0,14 0,16_ 0,19 ~ .0.15 o,17 - o,2p 0.23 : ·a.is·· o.zo _0.23· : 0.21 Lo.21.. 0,24 0.21 : o,31 ; o.2s, o.z1 · 0,31 : o,36 - 0,29 ·:'. o.31 o.3s--- o.41 : o;fr' o,36 • a.4ii o,46 : o,37" o.4o o,4s _ o,51 : 0,42 o,45 - o.s:1 o,s1 .0,46·: 0,50 - o,s6 _:: o.63 1 o.si o,5s ;,0,62.: 0.10 i o,57 _ o,s1 · o,68: 0,16 : 0,52;: o,s6 · o.7s · o,83 . o,sa 0,12 - Ml o,9o ;- 0~14. 0,19 0,89 ; 0,98 o.ar: 0,85 ·o,96 - i.05 ; .o.s7. · o.92 1~03: 1,13 : Q,94. o,99 1,11 _:_ 1,21 ~ 1,01,· '1,06 1;20 - 1,30 : 1;08 .: 1.13 :tia: 1,38 :1,1( 1,21 : 1;37 1,47 :·i.24 1.29 --1,46 1.57 1 1,32', 1,37 +!ss. 1.66 !).4o 1,45 l;6s - 1.16 : 1.49_ 1,s3 1,1s 1,s6 :: 1.58 1,62 , 1;e5. 1,96 . i.67- 1,11 '.'i.96 2,07 [:1,76_:, 1,80 hQ7 - 2,11 : 1,86 , 1,90 2,18' 2,28 : 1,96_: 1,99 , 2.29 · 2,40 , 2,06 · 2,09 - ú1 i 2,51 ::.-2.i6 2,19 ' - ;:.:-., -..• .-:'; , 2,53 , 2,63 t 2.21 2.29 i i T A B E L A S P A R A A S F Ó R M V L A S O E H A Z E N • W 1 L L 1A M S E U N 1V E R S A L ( C O L E 8 R O O K ) 193 Continuação da Tabela 8.14 Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente e [Bazen·Williams] .. · ii~,~~cl~d~ b.. (mm) C?lebrook] :4;00 .• < :· Vaz.ão Vel. Vl/2g (l/s) (m/s) (m) 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160;0 180,0 200,0 220,0 240,0 260,0 280,0 300,0 320,0 340,0 360,0 380,0 400,0 420,0 440,0 460,0 480,0 500,0 520,0 540,0 560,0 580,0 600,0 620,0 640,0 660,0 680,0 700,0 720,0 740,0 760,0 780,0 soo.o 820,0 0.17 0,25 0,34 0,42 0,51 0,59 0,67 0,76 0,84 0,93 1,01 1,09 1,18 1,26 1,35 1,43 1,52 1,60 1,68 1,77 1,85 1,94 2,02 2,10 2,19 2,27 2,36 2,44 2,53 2,61 2,69 2,78 2,86 2,95 3,03 3,11 3,20 3,28 3,37 3,45 90 80 0,02 0,03 0,05 0,08 0,12 ·o.is 0,20 0,24 0,30 0,36 0,42 0,48 0,0708' 0,44 ,' 0,56 0,0813, .0,51'' 0,63 0,0925 .=o.se :· 0,71 0,1044 : 0,65 .·' 0,80 0,1170 ' .Q.7:i ,i 0,88 o,i304 . o.ai'· 0.98 0,1445 o!9o' 1,07 0,1593 , Q,99 . 1,18 0,1748 . 1,09 ' 1,28 0,1911.'.i,i9 .: 1,39 0,2080,, i;29 ' 1,51 0,2257: 1,40 . 1,63 0,2442 ; i.52 ' 1,75 0.2633 ),64 ,, 1,87 0,2832 1,76\ 2,00 0,3038. 1.8~ ,: 2,14 0,3251 . 2~02 ,. 2,28 0,3471 :!;16 .. 2,42 0,3699,, ,2,30 .: , 2,57 0,3933 ·;44 , 2,72 0,4175 2,59. 2,87 0,4425 ·2;75 :• 3,03 o,4681 ~~.9C 3,19 0,4945 . :3,07 '· 3,36 0,5216 '.;3,24: ,: 3,53 o,5494 .s;41.:,, 3,70 0,5779 ;..•. .. 3,59 , 3,88 ,.,._1 o,5072 :..3;g. •! 4,06 0.0014 :'.o!ci{: 0.0033 . o!q2 , o.oos8 o.q~ · 0,0090, :0;06:: 0.0130 o;ós , . ···.· 0,0177 0,11,. 0,0231 :·0,14 :· 0,0293 . O,lf 0,0361 .' :0,23 .. ·.. 0,0437 0,27 0.0520 . o;:i2·. 0.0610 ·o:Ss' · 2,00: 1, 1 ·.' " I ·. ~ : , , ,• 100 1:.1.so· ., •,' 0,01 ·, ~.01: O,Ql . '002 :, 0,03 , :,0,0,2 0,02 0,04 o.q~ 0,04 0,04 o.os ·Q;9( O,Q7 , :··.··, ·b,91 . : 0,09 ,: 0!06., 0,08 o09' 0,12 r'0.....08 , 0,10 :·0:12'i 0,16 ,:o;ir: 0,13 , 0;15 · 0,20 :· 0,14 0,16 ê 18 '. 0,24 : 0;17; 0,20 I ·•· . 0,29 : 0;22 ' '0,2Q 0,24 :. 0,26;' 0,34 .::0,24 0,28 : 0,31. 0,39 :· 0.2~ 0,32 ' 0;33 o,36 .· 0,45 :·' 0,37 '·--··., . Ó,4( 0,51 :.·0;38 0,42 . '047 0,57 0,43· 0,47 ;··q~3 •. 0,64 ,)J,49'. 0,53 ' ci.59' 0,71 q,55 0,59 : ·os&·. 0,79 , 0,61. 0,65 i · ... , 0,73 ..... 0,86 :, 0,67: 0,71 , ~;80 0,95 :,iià4' 0,78 ,, 0,88. 1,03 .0;81. 0,85 :1 •·0,96''. 1,12 ·.~ó.às• 0,92 • • : 105· 1,21 ; :0,91·· 1,00 1 ·.'.· : 1,07 t :1,K 1,31 , 1,23., 1,41 : ~l;l4, 1,16 ': l,33: 1,51 1,23' 1,24 1,43·· 1,61 '1,32 1.33 ,q.;s.3 1,72 :, 11~1. 1,42 :.l.64,, 1,83 ' 1,51, 1,51 . ps 1,95 ,J,61 1,60 1,70 : ),86" 2,06 : 1.98' 2,18 1.80 1 '2;10: 2,31 . i.94. 1.90 ', 2;23 2,44 ' 2,06,: ,200 :,.2~36: 2,57 2;18 2,11 . 2.4~, 2,70 ·• 2;3o 2,22 :,,~~63 2,84 .2.42. 2,33 ' 277. 2,98 '·2 55, 2,45 ···' : 2,91. 3,12 2,57 <3·06' 3,27 2,69 . ô '• 'tos: '.t~r ' .. ,,, . 130 140 . O,QS' 0;10: ,, ': ,, : ; .···-·:) , ·'· ' 0,50 i ... ··a:os:: 120 ,,,, i ; o;cii ,· 110 : l,00 1 ,., , ·. Diâm.etro 550mm :>~:::' ··.".:····-'.::.: !'' -·,,1·- ,,, 1,0,g(: 0,01 :':0.01: , 0,01.· 0,02 ··o,oC :,0,03 : 0,03 .0,02: 0,05 :'º·º~·: q~o6, . 0,06 ·.o.o~.: ,. : 008 .·. 0,09 o·à6' : .. J.,.· OJQ 0,11 0,14 ; o.~i.J· 0,17 : .0,13 , · Q,is ·. 0,20 ).1~: ..~.2r. 0,23 , '0,19." 0.•26. 0,27 \Ó.22 '" 0,30,, 0,31 '0;25:' ·.·a,34·• 0,35 .•0,2.9.' '0;39·. 0,39 •. 0,33 , : 0,44· 0,44 ' b31.: 1 , .• ,: : o.4~ ·• 0,49 1 0,4~ , -0.~5: 0,54 , 0.46: .o.s1: 0,60 '0,51 >0,6T. 0,65 o.si 0,71 , 0;62. 0,77 "q;68 ~ .'· ' .0,87: 0,84 ,0,1(· 0,94 0,90 ·o.só:: .:1,02.' 0,97 o.86. ).10 ·•. 1,04 ·.o;93. ,, 1,18 1,11 i,oo: 1;27, 1.19 i : 1,26 :i,15. '1;45 1,34 i 1,23' ' ~~54:: 1,42 : i,si •. 1,51 : :1!,39, ':1.14.. 1,59 ).4! >1:-~' 1,68 :'156 ,. . 1,95 , 1,77 • 1'65.: '· , 2,06 1,86 '.... 1;74 ..,, . ··2,18:. 1,96 ...q~.· •''·······, 2;29 2,05 . . 1~~.:· 2,41 ' 2,15 ?.O,~:, .·.2;53,., 2.25 (2,14 ·o,04·: ~:i:~' : a::oâ', ··~·;ib·· - ' '.1,36': J.H: i:or 1',!1_; 0,01 ,1: ..0,01 '•' ..' 0,02 :. 0,01 0,03 .:-0.o2 '·''· 0,04 0,03. o.os 0,07 0,09 0,12 0,14 0,17 0,20 0,23 0,26 0,30 0,34 0,38 0,42 0,47 0,51 0,56 0,61 0,66 0,71 0,77 0,82 0,88 0,95 1,01 1,07 1,14 1,21 1.28 1,36 1,43 1,51 1.59 1,67 1,75 1.83 11~ ['o.os,. 1 0;10 !012 . ~:'o'..if ;:.0;1i· 0;19 0,22 .. .•0;25.· : ·a.28 i 0,31". ,·0,35' , 0;38 •. 0,42.. 1'0,4( : . Q,50 , ·. 0,5( .·.o.59 • o;54.• · o;6s <0,74 ' '·:à.79 . ' .'.0,84 ···ô.9o • o.~s ·• lOL 1m> .,_t.I ''ü4:. 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Q,5$. 0,62 : 0;6,3.: 0,66 0,67·· 0,71 0,72' 0,76 .. 0,77, 0,81 o.~2 0,86 ' Q.8~ 0,91 : 0,92 0,96 .0.~1. 1,02 l,03' 1,07 :1,09.· 1,13 ' 1.1?~ 1,19 : 1;21- 1,25 , i,2( 1,31 ,·pf 1,38 ,:o.ai" o,w ,º·ºª ,• . 1,40: 1,44 CÁLCULO OE TUBULAÇÕES SOB .PRESSÃO 194 Continuação da Tabela 8.14 Perdas de carga exn metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Williams) · ·Riigôsid~de ~ (min)lCol~bi:oOk] 1 • •• "•"· •••••• i 200 :·, ....·..· .·.· . •••••• 100 90 80 , . 4.oO · 1 ·, Diâm.etro 600mm 110 120 : 1,00 1,50 0,50. .. . '· Vazão VeL Vl/2g ,.~ : ,.. o 10 140 . 0,05. · · . ' •• 1 .' 1 ' .. r ,: . 130 ··.·;. ((/s) (m/s) (m) · ·: .. . ~:~~ :.,~:~~ ~:~; ~:rir ~:~~ .~:~: ~:~~ ~:~!' ~:~ ~::~ ~:~~ ~:~~; ~:~r ~:~~ ~ ,~:~;, ~:~~ ~:~;: à,ll9: ; 1 isa.o 200.0 220,0 240,0 260,0 280,0 300,0 320.0 340,o 360,0 380,0 400,o 420,0 440,0 460,0 480,0 soo.o s20.o 540,o 560,0 500.0 o,64 0,11 0,78 o,ss 0,92 0,99 1.06 1,13 1,20 1,21 1,34 1,41 1,49 1,56 1,63 1.10 620,0 s40,o 660,0 680,0 700,0 72.0,0 740.o 760,0 780,o 800.0 820,0 840.o aso.o 880,0 900.0 920,0 2,19 2,26 2,33 2.41 2,48 2,55 2,62 2,69 1,11 1.84 1.91 1,98 2.05 0,0201 .0.11 : o,02s5. 0.14: 0,0309 . Q,l'Í' . 0,0367' 0,20 : 0,0431' o,2{ 0,0500 :0,28 ' o.os14 "a,3·2 : 0,0653 Ó,36 .. 0,0131 ·Ó,41 ' 0,0826 ·o,46.' 0,0921 .0;51 0,1020 o;57 0.1125 Ó,62: 0,1234: ,0,68 0,1349 ·0,75. 0,1469 'O,s1 o,1594:o;ss. 0,1124 o,96 o,i859 ., 1!oa: 0,1999 'ü1 0,2145 · Ú9 0.16 0.19 0,23 0,21 0,32 0,36 o,41 o,47 o,s2 o,58 o,64 0,10 o. n 0,84 0,91 o,99 i.os 1,14 0.12 1,31 1.40 . ·o,o!i' ' ô,iiF ' .O,i4. : ·a.i7 · 0,2451 1,36: o,2s11 U5'. 0,2777 l,54 . 0,2948 l.63 0,3124 1;73 0,3305 -·1;83 · 0,3491 '. ·i.sa 0,3683 .2;ó4 o,3879; ·.2,1s · 0,4oao 2;26 · 0,4287 };37 o,4499··2,49 0,4715 2,s1 o,4937 2. 73 o,5164 2,a6 0,5396 .-~~9,9 1,58 1,68 1,78 1,88 1,98 2,09 2,20 2,31 2,42 2,s4 2,66 2.18 2,90 . ÚO : i.1s . i 1,25. '· l,33 ._I,41 1;49 · 1,57 '. 1,66' 1,7s ~~~~mw~w 2. 1s 2,a3 2,90 2,91 3,04 3,11 3.18 3,25 O~Ó·, :- 0,23 : ! :il.26 ~ ó,3o o.ás: o,37 · ' M( · .0,45· : o,s1. ; 0,56. ; .0,61 . ' o,66 · 0,12 o.1a.· . 0,84,: · ·a,90 , o,97 . o,o9 0.11 0,13 0,15 0,18 0,20 0,23 0.26 0.29 0,32 o,35 o,39 o,43 0,47 0,51 o,55 o,59 o,63 o,68 0,73 o,78 o,of. :o.os' 0;10 · 0,12 _0;14 . : 0,16 >aia'. 0,-2( • · 0,24, · o;fr . · Q,29 ·0.22 . 0,36 '. : 0,39 . 0,43 · 0;41. · .. o.sr. ' o,5( o.s~ O;ô4 'o;6S , o.os o.o9 0,11 0,13 0.15 0,17 o,19 0.22 0.25 0,21 o,3o o,33 o,36 0,40 0,43 o,47 o,5o o,54 o,58 0,62 o.66 o.os : O.D7 0.01 0.08 b;08 . 0,09 . o,o9, 0,11 ;0,11 0,13 0,12 : 0,15 , o,i4 , 0.11 · 0,16· . 0.19 o,1a, 0,21 0.20 · 0,24 0.22 · 0.26 :.0.25· 0,29 0~1 o,a1 0,30. 0,34 . 0;32 ·. 0,37 o,a5 · o,4o ·o.as o,43 · p,4{ o,47 0,44 : o,5o 0,47 0,53 : 0;51 •. o,s1 o.os o.os o.os , 0.01 o;ot, 0,08 • o;O? 0.10 :. 0,10 0,11 0,12 0,13 ,0;1s. o,15 , 0,15 0,11 : Ó.17 o,1s : 0,19 · 0,21 : 0.21 ; 0,23 · 0.23 0,25 0,25. 0.27 0;27: 0,30 i. Ó,30 , 0,32 o,a2 o,35 o.35 o,38 0;3·s 0,41 . :o.4o o,44 : Ô,43'. 0,47 .: o:4s , o,5o 0,88 o,93 0,99 1,04 1,10 1,16 1,22 1,28 1,34 1,41 1,47 1,54 1,61 1,s8 , i.93:: 1.1s i' :2;9? ,. 1,82 . 0,78:: , o.sa . . 0,88 . ).Q4 ; 0,75 o, 79 0,84 0,89 0,94 0,99 1,04 1,09 1,i4 t,20 1,25 1,31 1,37 1,43 1,49 1,55 . 0,58 0,61 0,65 0.69 0,73 0,64 o.68 0,72 o, 76 0,81 0,85 o,s9 0,94 o,99 1,03 1,08 1,13 us 1,23 1.29 1,34 0,53 0,56 o,56 o,so . 0,59 0,63 0,63 0,67 0,66 0,70 0,70 0,74 : :0.14 o,78 i o,18,. 0,82 ..o.s2 o.as o.as . o,90 0,90 0,94 :·o;94 o,99 1,oa , ·· i.a3. • 1,08 [ i.o.s·, u2 ; ijf 1,17 0.13 0,16 0,19 0,22 0,25 0,29 o,33 0,21 o,42 o,47 o,51 o,57 0,62 0,67 O, 73 o,79 o,86 o,92 o,99 1,05 1,13 0.11 . ·o.os · : .;:o,ú: 0,13 · o.ia ' . lÚi' 0,15 ·. 0,~2 üs: 0,18 , 0,14 : ':fü~: 0,21 ' O,i( : 0,21 0,24 . 0,19: . : :o.24: 0.21 0.22· :,·ô.27 · o.31 -0.2{: · ô;3i · o,34 •o'.28 · ·: o;3i 1 0,35 . o,3s ; .1i.3( o.42 '0:3s:. o,47 ::0,38· 1 o.43. [ 2.41 . o,51 ,,:0;42 •. 0,52: 0,56 i p,46 ·. O,S6 . 0,60 ' 0,51 · o.si o.65 . 0,5s,· : .~;66 0.10 'O,so :" 0,12 o,76 : .o,ss: _."0:11 0,81 , 0,10 · .· 0,83. 0,87 · 0,75 : .0,89 o,93 0,80 ·. 1,27 1.35 1,43 1,51 1,59 1,68 l,Tl 1,86 1,95 2,04 2,14 2,24 2,34 2,44 2,54 2,65 ; .1,02 · '" 1.09 . 1,16 1,23 . 1,30: ; 11;38 · 1,45 : tsf 1 i;61 ; "i;~o . 1,78 ·i.;s1; i,!i6 · : . ~·!5'. :2,2( ~.~:~~ ~ ~-~~~:~.~ ~ ~ ~ \8( J,93. :, 2,of 2.ii · ª·ºª : .2.22 3,16 : 2,33; 3,29 . 2,43. .i.ôs : 1,05 1.11 1,18 1,24 1,31 1,38 1.45 1,53 1,60 1,sa 1,76 1,84 i,92 2.00 2.09 2,18 .. 0;~2 :.D.9?" ; 1,04 1,10. ; : 1,17,:· . 1;24 i;31... 1,38 ; 1,45 . -i:ss .1,60 ,.1,s5·· : 1,1s ·\às ·. 0,9~ : 1;05 1,11 1~17 i,23 ~;29 ,:'t,36 :·1.4? · ~.49 :. ~ss . 1:s:i.·. • i,71.: O,Tl ·a.sr ' .. 0;86. o.9o . 0!95 0,99 2,04. · i.o9 . . 1.i4 . l,19: 1;24; .o.st T A B E L A S P A R A A S F Ó R M U L A S O E H A Z E N - W 1 L L 1A M S E U N 1V E R S A L ( C O L E B R O O K ) 195 Continuação da Tabela 8-14 Perdas de carga em. metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Williams] 80 (n!J.1~.si~-.i~_-_e~j ·:. ·4'.~~ •. e. Vazão VeL V2/2g .· ((/s) (mÍsl (m) 100,0 150,0 200,0 2so.o 300,0 350,0 400.0 450,0 500.0 s5o,o 600.0 6So,o 100.0 750,0 soo.o s5o.a 900,a 950,0 1000.0 1050,0 1100.0 mo.a 1200.0 1250,0 1300.0 1350,0 1400,0 1450,0 1500,0 1550.0 1600,0 1s5o,o 1700,0 1150,0 1800,0 1850,0 1sao,o 1950.0 2000.0 2oso.o 0,26 o,39 0,52 o,65 78 o,91 1,04 i,11 i,30 1,43 1,s6 1,69 1,82 1,95 2,08 2,21 2,34 2.47 2,so 2,13 2,86 2,99 3,12 3,25 3,3s 3,51 3,64 3,77 3,9o 4,a3 4,16 4,29 4,42 4,45 4,68 4,81 4.94 5,01 s,20 5,33 º· 90 • 2;6ó 100 : úo i.oo; : o!ó~ i :O.:if 'o,3f ià· üs ·' 130 .'.º!~º.,. . 0,50: : , ,· , 0,0034 o.of 0,03 t : 0,02 0,0011. o;o4,. o,o5 !· o.of o.o4 0,0138 Q,06 ; 0,09 . 0,05 ' 0,07 0,0215: :ó;10,: o,i4 : d,oa · o,i1 0,0310 : o,í{ 0,19 : o,i2 0,16 o,o42(0,Ii1:.: 0,26 _o:i6 0.21 o,oss1 o.2s . o,33 ..0;20 · 0.27 0.0691·0;32· o,41 '.o;2s:: 0,33 0.0860 o,50 0,40 o.io41 o.4f 0,60 o;39'. o,48 o.mg_'ó,ss_ 0,10 -0.46 o.51 0.1454. o,66 0,82 o.54 · o.56 0,1686 ·o.1€v o,94 · 0,62 0.15 0,1936 o:aa ; 1,06 .• o;ti; 0,86 0,2202 úo 1,20 · ii.82 : o,96 0,2486 .i.13 .· 1,34 .. 0,92 : i,os o.2n1 .üs' 0,49 . 0Jo3 0.20 0,3106 :UL 1,65 1,15 . 1,33 a.3441 ·1.ss. 1,s1 · ü1 1,46 a,3794 ..üf 1,98 1,40 1,60 o,4164 , 1,88 .. 2.16 1.~ i.74 o,4551 +.os· 2,35 1,68. i,09 o,4956 ,2.24 . 2,54 1,83 2,04 0,5377 .2,43 2,74 1,99 ; 2,20 o.5816 ·.úr. 2,95 .· 2.1s. 2.,31 0,6272 .2.84; 3,16 . 2,32 2,54 0,6745 s.os' 3,38 ,2,49. 2,72 0,7235" _3,27 3,61 : 2;67, 2,90 0,1143 3,,50:: 3,84 2_.86, 3,09 o.8268 3,7(. 4,o8 .· 3;05 3,2s 0,8810 :3.98 4,33 . 3.25 3,48 o,9369 4,50 ,· ·3.4s 3,68 ' 1' 0,9946 4;50 . 4,84 1 • 3,67 3,89 1,0539 4,77/ 5.11 : 3,89 4,11 l,1150 5;04 . 5,38 ' 4,12 4,33 1,1778 5,33· 5,66 . 4;35 , 4,55 i,2423.·s.62', 5,95 4,s9· 4,78 1,3os6 :s.~2 6,124 5,02 1,3765 ·6;2f 6,54 S:Os , 5.26 1,4462 ·-6~54·-.•: 6,85 · :5;34:: 5,51 ' . 120 110 . : . ·: · ' 0,02 : 0:01· ': o,o4 o~o~. 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' ((/s) (m/s) (m) 100,0 1so.o 200.0 2SO,O 300,0 3SO,O 400,0 450,0 soo.o 550,0 600.0 650,0 700,0 150,0 800,0 850,0 900.0 950,0 1000.0 1050,0 1100.0 11so.o 1200,0 1250,0 1300.0 1350,0 1400,0 1450,o 1500,0 1550.0 1500,0 1s5o.o 1100,0 1750,o 1800,0 1850,0 1900,0 1950,0 2000.0 2050,0 0.20 o,3o 0,40 o so 0:60 0,70 0,80 o,9o 0,99 1,09 1,19 1,29 1,39 1.49 1,59 1,69 1,19 1,89 1,99 2,09 2,19 2.29 2.39 2,49 2,59 2,69 2,79 2,88 2,98 3,08 3,18 3.28 3,38 3,48 3,58 3,68 3,i8 3,88 3,98 4,08 :>' \' 0.0020:·0;01.: o,004s 0:02.: 0,0081 ·o.o3· o 0126 '. ô;os" :: 0:0182 :o.of:' 0,0:!47 0,09, 0,0323 :··o;i2''.' o,o4a8'ó;is:' O.OS04 0,19 : 0,0610 ·'0,23 0.0726 0,0852: q,32 .: 0,0988• 0:38.: 0,1135: 0;43:: 0,129( a:49 . 0,1451· ~;55.:·; 0.1634 o,62· o,1s21' ·a,691. 0.2011: o. T7 ià:W:' 0,2224'·0.~:: o,2441 '~o.9:f'. o,26ss:ioC· 0,2905:\io"· 0,3152 '.l,20.' o,3409 -1;30' 0,3676 \40 0,3954 ... 1,50. 0,4241 _:i.~L 0,4539 1;72: o,4846:.·1,84 · o,5154 l.96' o,5492 o.ss30 . i;fr· o,6178 ';2,3~ . 0,6536 ~~48 ~ o.6904 · 2,s2 _;: 0,1282 :2~n: 07671 : 2,91: ~ o,ao69 3;of . 0,8478 3~2( 2,09 . '.: .. ".' ' h :;- ·' 0.01 •. :o,oi. 0,01 o,Q3 0.02 a,o5 > o,04 0,07 ~ o;M. 0,06 0,10 <~~p~:· 0,08 0,14 . 0,08 0,11 0,17 i. o~Íó'. 0,14 0,22 1.:o;i:i: 0,11 1.26 ~ ,o;~6 0,21 0,31 :-.o.19; 0,25 o,31 ; o.2( o.3o 0,43 : 0,2~ 0,34 0,49 ·:0;31. 0,39 o,56 : ·0,35: o,45 0,63 ·o,4o :: 0,50 0,10 :,~·~6: a,56 o,1s o,51. o,53 o,86 :."o.57 : o,69 o,95 .· o,63 : 0,16 1,04 · .016il'; o,83 1,13 : ·o,76< 0,91 1.23 <o,83, o,99 1,33 :: o,91: i.01 1,43 . o.98. 1,15 1,54 1,24 1,65 1,i5, 1,33 1,76 :i,23: 1,42 l,88 :i.3.~ : i.s1 2,00 .. );41. 1,61 2,13 : r.sr 1,11 2,26 i.61; l,s2 2,39 · i. ri· 1,92 2,53 · .t,8i. · 2,03 2,67 2,14 2,81 2.0~-. 2,26 2,96 , 2,38 3,11 .: 2;2T 2,50 3,26 2.39 2,62 3,41 2,s_i: 2,15 3,57 ' '2,1)4 2,87 ··o.o( o,o3 1.01L ).:9i ,?.W '".' /~;:g~·; •j.oi- 0.01 0.01 <o;oi: 0,02 : o.o~: · 0.02 : ·a.ó{ ·a.o? o,o3 : ci;o:{ 0,05 o,ó3 ' . 0,04 : 2.~s :.Q:os: 0,06 : . 0,07 ' 0,09 0,07..: 0,08 ; ~.o:g9 . ~ 0,11 ,:·:o;q9· ! 0,10 ...0,12·: 0,14 /0;1t> 0,12 (iÜS' 0,17 :: Ó;Ú. o,1s "o;iá·: 0,21 :0;16: 0,17 :·9~2i 0,24 : ·o.i?'•: 0,20 ;. ~;2?. 0,28 ; :O~~'·, 0,24 i .0,29: 0,32 :.0,26.'; 0,27 i . 0;3( o,37 i o,30 o.31 1 o,37 . 0,41 '0,34 0,35 ; _o.~2.: o,46 o~3_(: o,39 .. o;47 o,51 . o,43 o.43 · ó,53 : o,57 ::(j;4a: o,48 . ·a,ss : o,s3 ·o;53': o,s2 \ o,~, o,68 \o;s0 o,s1 i:.0.7( o,75 : o.~~.. o,63 :,b,'f7; 0,81 ·.o,1i( o.s8 :. o,s{ o,s8 : 0,16: 0,14 j :o,91.: 0,95 : o:s2 0,79 0:90; 1.02 : o;â9:, o.85 i 1,06 1,09 0,9ii':' 0,91 :.1,1{' 1,17 J..03·: 0,98 :::i.z2·:: 1,25 : 1,04 !.1,31; 1,33 i J,~8: 1,11 ~ 1,41 '1:ú; · 1.18 1,49 ·.:ó5' · 1,zs '.· 1.58 . ü:i i,33 ;: ;t.68: 1.61 : i,52 1,40 i,76 ::.sr',: 1.48 i:J~89 1.86 1,70 .' l,S6 1.9~ 1,96 > i,~o. t54 1 ;··2;ia·: 2,05 :· 1,90· 1,12 '2;21' 2,16 : 2;00 : 1,81 · 2,26 : üo>- 1,89 ;4( 2,36 : ~,2f;'. 1,98 om om ' r \ú: ·t4o ., :;:r,49' J.;59 : )18 · úi· 120 110 '··l,00. . ··':·· 1. ·:. Diâmetro 800mm •.· p,so •'. ,. .. . 0.01.~ ; 0.01 : 0.02 ~ o;o3 :ª·E4 0,06 . :;_o,0:7': :·p;ô9 · . 0,11 · : ·0,14'. : o.~6": ,.0,19. · .0,22 ::0;25 · · .O,i9 . · 0:33: • o,37. .·o,4i' ; .o.45. : ~0;54 o:so ;o;59· ,·ó,65' :.0;1b . 0.16 0~82 1 0:88 : o.~4 . : J,Oi' . :"i;08. · .'i;is, · ü2 · ; .i;z9 ; 1,37 1,45 : l.;53: ~ i,6i' ! 1;10 . >i;;{ .· 'i;88 . :.·p;os · . : ''> ,' .. . : ... . 0,01 0.01 0,02 0,03 o,o5 0,06 0,08 0.10 0,12 0,lS 0,11 0,20 0,23 0.26 0,30 o,33 o,37 0,41 o,45 0,49 o,53 o,58 o,63 0,67 0.13 0,78 0,83 o,89 0,95 i.01 1.01 1,13 1,19 1,26 1,33 1,39 1,41 1,54 1,61 1,69 140 130 'ôio 1·.:.' . .·. :~~~6· ·-·· ···'. :o.o~; º·ºº 0,01 · 'ó,or,. 0,01 ,. 0,01 0.01 0.02 0.02 0~02 . 0,02 : 0,02 ; 0,03 • 6,o2 . 0,03 o.o~ o,o4 iJi,o~. o,o4 ;0,04 0,6 ; 0,04 o.os ,·o.os,:.: 0,07 ! º~º5 0,06 :.o:ot: o.o9 !: 0,01: 0,08 . 0,09 : 0,11 ; 0,08. 0,09 : 0,13 :-o;ío 0,11 ::i).ú · o.15 ··o.i2 . · o.i3 ; 0,15 · 0,17 0,14 0,15 .0,17.: 0,.20 ·o;i( 0,17 i 0.19 · 0,23 :: o;ia. 0.20 ;-.. 0,22 0,25 i ·0,20 '.' 0,22 o,2s. 0,28: 0,23: o,2s , o,2i ~ o.32 i 0,25 : 0,28 o,31· o,35 1 0.28 · 0;31 : o,34 · o,38 : o,31 o,34 : o,37: . o,42: Ô~34: o,37 . o.4~ 0,46 :·: o,37. 0,40 o,44. o,5o 0,41· o,43 0,4(. o,54 • o,44 · o.47 . ó,52" 0,58 ,0,48 0,51 -o~56.', o,63 . o.s1 o,55 0,6Í 0,67 0,55 0,58 0,65 0,72 O,S9 0,63 :o, 19 o, 11 . ·o.~3.. o,67 .Ó;!( 0,82 · 0,68: 0,71 .. 0,19 ·: 0.81 'ó,12. 0,16 ::o,8{ 0,92 ·0,11: 0,80 . 0.90 o,97 ! o.si· o,85 o,95 l,03 . o.as o,9o : 1,01 1,09 : o.~1 : 0,95 . 1,06 1,14 0,96 1,00 ·:.1;12. ·, 1.20 :· 1;02: 1,os . i;18 1,2s : :yJ7.: 1,10 1,33 . ~,13 ; 1,16 ; 1.39 . i.21 1;~7. 1,45 :)~24: 1,27 . o.li 'i 24 :.Ú( ü~ TABELAS PARA AS FÓRMULAS OE HAZEN-WILLIAMS E UNIVERSAL (COLEBROOK) 197 Continuação da Tabela S.14 Perdas de cax-ga em metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Williams] so 90 Diâmetro 900mm. 110 100 ! 2,oo. 120 ' 0,50' 1 Vazão VeL V'l /2g (t/s) (m/s) (m) 200,0 0,31 250,0 o.39 300,0 0,41 350,o o,55 400,0 o,63 450,0 0,71 500,0 ' 0,79 sso.o o.s6 600.0 o,94 650,0 1,02 700,0 1,10 750,0 1,18 soo.o 1,26 s5o.o 1,34 900.0 1,41 950,0 l,49 1000,0 1,57 1050.0 1,65 1100.0 1.73 1150,0 i.a1 1200.0 1,89 1250.0 1.96 1300.0 2,04 1350,0 2.12 1400,o 2,20 1450,0 2.28 1500,0 2,36 15so.o 2,44 1500.0 2,s2 1650.0 2,59 1100.0 2,61 1750,0 2,75 1800.0 2,s3 1850,0 2,91 1900.0 2,99 1950,0 3,07 2000.0 3,14 2050,0 3,22 2100.0 3,30 21so.o 3,38 ·0,05, ~ ::;:, .·::. : 0,10;: ' 140 130 - •,,, 0,0050 0;02 ' 0.0019 ti,o3 · o,om ,; 0104 o,01s4 · o,os 0,0201 .0;01 0,0255: O,os-'' 0,0315 à,10 .: o,o38(ó:i2·' 0,0453 )i,1s . 0,0532 . .. 0,17' . '· 0,0617 - 0,20 ': O,Q708, 0,23 . 0,0806_.0,26 ' 0,0910 .0:30,: 0.1020 ; o,33 ,~ 0,1137; 0,37 .: 0,1259 0.4i. ' 0.1388 9,45·. 0,1524 .p,so: 0,1666.:0,54 · o,1s13 ;·:o~s9 · 0,1968 o.64o.z12s ·.o,69 o.z2s5 o!7~ :· o,2468 o.a~. 0,2648 'ó,s6 ' 0,2834 o.9i · o,302s o,99,: 0,322( :i.os o.3429 ü2·: o,3640.:i.~ : 0,3857, 1,26 .· o,4080 1,33 : 0,4310 1,41::: o,4546 ·1.48 · 0,4789' 1,!i6:. o,5037 '1,s4> 0,5292 '_ Í,73,, 0,5554' 1,81'•: o,5821 -i;9ó:: ·.·< .·: .· ': -.~ . - .. , 0,03 '· o.ai 0,02 0,04 '··o~Q~ · o,o3 0.06 ; .0.03 : o,o5 0,08 ,·,o.of; 0.06 0,10 iAOS,, 0,08 0,12 •-, .0,07': 0,10 0,15 :ó;09~. 0,12 0,18: 0.10 0.14 0.21 '. 9.J2 0.11 0,24 ' 0,14' 0,19 .. 0,28 0,17 • 0,22 0,31 . _0,19, 0,25 0,35 '.0,22' 0,28 0,39 >a_,24.· 0,32 o.44 j · '0,2_1 ' o,3s 0,48 ' 0,31 0,39 0,53 : 0;34 0,43 o,58 ' 0;3t_ o,47 o,64 ! o.41 · o,51 o,s9 :,.o.4s'.' o.ss 0.15 ó.4~: o.so 0,81 ! o,53 o,65 0,81 : 0,57. 0.10 o,93 ; 0~62 ·. 0,15 o,99 1 o,66 o.ao l,os 0,11 o,8s 1.13 -0,16: o,91 1.20 ; 0,81. ·o.9s 1.27 ' o,87: 1,02 i,35 ·. 0,92·. 1,08 1,42 i o,98 i,14 l,50 ' 1,04 1 1,21 1,58 . 1.27 1,67 : ,Ü6 1,34 1,75 :.-i,22 1,41 1,84 : p~ 1,48 1,92 i i;3s l,ss 2,01 >1,42: l,62 2,11 '1;49: l,69 2.zo !: 1.11 i •, ' üó i:s5·: _ .. 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'. ·' q.rf: :<i.46/ ,:Mf: o.ao 0.02 0,03 0.06 o,o9 0.12 0,16 0.21 0,26 o,32 o,38 o,45 o,52 o,59 0,68 o,76 0,85 o,95 1,05 1,15 1,26 1,37 1,49 1,61 1,74 i.87 2.01 2,15 2,29 2.44 2,59 2,15 2.91 3,00 3,25 3,42 3,6o 3,78 3,97 4,16 :. ~o.oo. 1··'.0.01: : ~~;O,~;: , :0;9h íA;g~_; ,: ' :, om . ;0,0-7,.: 0,10 :~:ó. ~~: 0.13 .·,o.ir~ 0.11 ''O;i.6: 0,21 : o.i9'. 0,26 : ô;24 · 0,31 o.2s.:~ o,36 i :o;w 0,42 i ._º;~~·\ o,48 ' 0,44 ·'·' 0,54 1 -. - ,' : ·o;50 · 0,61 !:à;ss: 0,69 : º~~3 .: 0,16 o,84 1~ 0,78 0,93 • o;sS: t,01 : 0,94·'· 1,10 <1.03.: t,20 ··:., • :1;12. 1,30 ;·. 1.21. 1,40 ! .1;31· 1,51 : 1,41 1.s1 i ~-52:: 1,73 1 1,63: i 1,84 i,74 · 1,96 i .1,a~: 2.09 ·1.99 2,21 •. 2.11 2,34 ;.z;2s, 2,41 ; 2;3f: 2,61 [ 'i;Sf,. 2,15 2,09 1 2;6s !,·2;8~': 3,04 '' 2,95 ' 3,19 '. ·3;1Q' 3,34 i. í'º:·!R·: :'·Ms:: r>! 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(mm)1Colebrook] ·· Vazão Vel lfl/2g (l/s) (m/s) (m) 600.0 100.0 800,0 900,0 1000,0 1100,0 1200,0 1300,0 1400,0 1500.0 1600,0 1700,0 1800,0 1900,0 2000,0 2100,0 2200,0 2300,0 2400,0 2500,0 2600,0 2100.0 2800,0 2900,0 3000,0 3100,0 3200,0 3300,0 3400,0 3500,0 3600,0 3700,0 3800,0 3900,0 4000,0 4100,0 4200,0 4300,0 4400.0 4500.0. o,53 0.0143 o'.o3 0,62 o.01ss ·o:o4 · 0,71 0,0255 .0,06 0,80 0,0323 ' 0,07 0,88 0,0398 0,09 0,97 0,0482 0,11 ' 1,06 0,0574 . 0,13 ' 1,15 0,0673 '0,15 . 1.24 0,0181 0,18 1.33 0,0897 ..oio , 1,41 0,1020 0,23 ·, 1,SO 0,1152' 0,26 . 1,59 0,1291 0,29° 1,68 0,1438 : Ó,32": 1,77 0,1594 : Ô,36 1,86 0,1151 : ô;40 ' 1,95 0,1929 0,43 2,03 0,2108 Ó,47 2,12 o,229s ·o,52 2,21 0,2490 0,56 : 2,30 0.2694 .,0,61 2,39 0,2905 .. 2,48 0,3124 Ó,70. 2,56 o,3351 o. 7s · 2,65 0,3586 ;• 0,81 2,74 0,3829 . Ô,86 2,83 0,4080 0~92 2,92 0,4339 0,98 3,01 o,4606 1,04 3,09 0,4881 i,ió 3,18 0,5164 1,16 3,27 0,5455 Ú3 3,36 0,5754 · l,29 3,45 0,6061 I,36 3,54 0,6376 üf 3,63 o.6698 '1,51 : 3,71 0,7029. üs 1 3,80 0,7368 ' Í~66' 3,89 o.m4 1.73. 3,98 0,8069 . 1;8C o.ss o,o5 0.01 0,09 0,11 0,13 0,16 0,18 0,21 0.24 0.28 0,31 0,35 0,39 0,43 0,47 o,s2 0,57 0,61 o,s6 0,72 o, 11 o,83 0,88 o,94 1.00 1.07 1.13_ 1,20 i.21 1,34 1,41 1.48 1.56 1,63 1,71 1,19 1,87 1,96 2,04 2,13 o,Q3 · o.o4 . 0,05 0,06 0,07 ' 0;09 ·. 0,11' '0,13 . ; ó.is 0.11 0,19 ; 0,22 : _Q.24 ; 0,27 . 0;30 : o,33 · i 0;36 ' 0,39 • 1 • 0;43 ~ Q,46 ._o.se . ·· o,s4 ; 0,58 ·.9,s3 0,67 0,71 O, 76 : 0,81 .• 0:86 ' 0,91 1 0,96 i 1.02 . '. 1,07. ' i,13. i,19 · .i,25 •. l,3l ... i,37 ·.. I.44 ! 1,50 o.o4 o.os 0,07 0,09 0,11 0,13 0,15 0,17 0.20 0,22 0,25 0,28 0,31 0,35 0,38 o,42 0,45 0,49 o,53 0,58 0.62 o.s6 0,71 o,76 0,81 0,86 0,91 0,96 i.02 1,07 1,13 1,19 1,25 I.31 1,38 1.44 1,51 1,57 1.64 1.11 ~2 o,o3 o,o3 . 0,04 ' 0,06 0,07. ' 0,08 0,10 0.12" 0.14 .. 0.16 0,18 0;20 0,22 : ' 0,25 0,28, • o,31. 0;34 ' 0,37 MO 0,43 . · ·a.41 ; o,so 0,54 o;58 1 0,62 0.66 O, 71 0,75 0.00 0,85 0,90 . ·. 0,95 ; 1,00 , ,i,o5 ' 1,11 U!i 1,22' 1,28 ·. 1,34 1,40 o,o4 0,06 0,07 0,09 0,10 0,12 0,14 0.16 o,i8 0,21 0,23 0,26 0,29 0,31 o,34 0,37 0,41 o.44 0,47 o.51 o,55 0,58 o.s2 0,66 0,71 O, 75 0,79 o,84 0,88 0,93 0,98 1,03 I.08 1,13 1,18 1,24 1,29 1,35 1,41 0,03 0,03 · 0,04 0,04 0,05 o.os 0,06 0,6 O,D7 ó.os ' 0,09 0,09 0.10 ,0,11 0,12 0,12 .. 0,14 0,14 0,15 0,16 ' 0,17 0.18 . 0,19 0,20 0,22 0,23 ': 0,24 0;25' 0,26 0,28 0,29 : 0,30 0,31 0,33 0,34 . ·0,36 .· 0,37 0,39' 0,40 o,42 0,43 o.46 0,46 0;49 0,49 . o.s~ 0,52 0,56 0,56 0,60 o,59 0,64 0,63 0,68 0,66 o,73 70 0,77 ' o.74 '. 0,81' 0,78 0,86 0,82 ci.91 0,86 o.95 0,91 1,00 o,95 l.os 0,99 ~.11 ·· 1,04 1;16 .· 1,08 . 1,21 1,13 1,2F 1,18 º· ' 0,02 . 0,03 0,04 . 0,04 0,06 0,07 0,08 . 0,09 0,11 . 0,12 O,i4 0,16.. 0,18 ' ,0,20 0,22 0.24 0,26 . 0,29 ' 0;31. ' 0,34. : 0,36. 0,39 0,42 '0,45 0,48 o.si · o.ss 0,59, 0,62 · o,66 . 0,70 74 ·O,'Ia . . 0,82. · o,86 0,90 ' · 0,95.. ,·a;99 1,04 ~09 : º· o.os· 0,10 o.so i,oo ·. 1.50 :· 2,00 0,02 0,03 0,04 O.OS 0,06 0,07 0,09 0,10 0,12 0,13 0,15 0,17 0,18 0,20 0,22 0,24 0,27 0,29 0,31 0,34 0,36 0,39 0,42 0,45 0,47 o,so 0,53 9,57 0,60 o,63 0,66 0,70 0,73 o, 77 0.01 0,85 0,88 0,92 0,96 1,00 140 130 120 110 100 90 80 .. DiâJnet:ro 1200mm 0,02 0,02 0!03 0,04. ·o,04 . 0,5 ' 0,06 0,91 o.os 0,09 0,11' O,Í2. b,13 0;15 . 0,17 . a~.i8 · . 0;20 . . 0,22 . 0,24 ' 0,26 '0,28 0,30 '0,32 0,34 0,36 . o,39 . 0,41 0.44 ' 0,47 o.49 ' 0,52 O,S5 0,58 0,61 · o.64 .• • 0,67 ' O, 70 . o. 74 ' 0,77 . o~sl. 0,02 0,03 0,04 0,04 0,05 0,06 0,07 0,09 0.10 0,11 0,13 0.14 0,16 0,18 0,19 0.21 0,23 0,25 0,27 0,29 0,31 0,34 0,36 0,38 0,41 o,43 0,46 0,49 0,52 o.54. 0,57 0,60 0,63 0,66 o.10 73 O, 76 0,80 0,83 0,87 º· 0,02 ' 0,02 0,03 O,Q3 . · 0,04 o.os 0,06 7 ' 0,08 0,09 . 0,10 · 0,11 0;13 0,14 . 1 0,15 .· 0,11 . .0,18 0,20 0,22 . 0,24 0,25 0,27 0,29 0,31 0,33 o,36 0,38 D,40 0,43 0,45 0,48 0,50 · 0,53 O,S6 o,58 0,61 . 0,64 ' o,67 . 0,70 ' 0,73 º· 0,02 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,14 0,15 0,17 o,1s 0,20 0,22 0,24 0,2S 0,27 0,29 0,31 0,33 0,36 o,38 0,40 0,42 0,45 o,47 0,50 0,53 0,55 0,58 0,61 0,64 0,66 o,69 0,72 0,75 CÁLCULO 200 DE TUBULAÇÕES SOB PRESSÃO Continuação da Tabela 8.14 Diâmetro 1400mm Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Willia.ms] 80 ·.• ·Rug~~dad~ ~ · 4,00 (mm)1Colebrook] .....• Vazão Vel V-J2g .. (l/s) (m/s) (m) 400.0 500,0 800,0 1000,0 1200,0 1400,o 1600.0 1800,0 2000.0 2200,0 2400,0 2600,o 2800,0 3000.0 3200,0 3400,0 3600,0 3800,0 4000,0 4200,0 4400,o 4600,0 4800,0 5000,0 5200,0 5400,0 5600,0 5800,0 6000,0 6200,0 6400,o 6600,0 6800.0 1000.0 1200.0 1400.0 7600,0 7800,0 8000.0 a200,o 0.26 o,39 0,52 0,65 o,78 o,s1 i.o4 1,17 l,3o 1.43 1,56 1,69 1,82 1.9s 2,08 2.21 2,34 2,47 2,60 2,73 2,86 2,99 3,12 3,25 3,38 3,51 3,64 3,77 3,90 4,03 4.16 4,29 4,42 4,55 4,68 4,81 4,94 5,07 s,20 5,33 0.0034 · 0,01 ' 0,01 0.0011 0;01 0.02 0,0138 0,03 · 0,04 0,0215 o;04 • 0,06 0,0310 .ç~qs' o.o9 o.0422 . :o.os , 0.12 0,0551 a;ro : o.IS 0,0697 0,13 0,18 0.0060 .0.16.. 0.22 0,1041 ; 0,19 , 0,27 0,1239 0,23 0,31 0,1454 :o,27 ' o,36 0,1686 0,31 ' 0,42 o,1936 o,47 0,2202 0,53 o,2486 o.46 , 0,60 0,2787 Q,51: 0,66 0,3106 '0,57 0,73 0,3441 O:S4 : 0.81 0,3794 0,88 o,4164' O,í'.7 o.96 0,4551' 0,84 1,05 0,4956 0;91.' 1,13 0,5377 0,99' 1,22 0,5816 1,07 1,31 0,6272 1,16 1,41 0,6745 1,24 ' 1,51 0.1235 1,33 1.61 0,7743' 1,43 ~ 1,71 0,8268' 1,53 1,82 0,8810 J.63 1,93 0,9369 i,73 2,04 o.9946 i.83 2,16 1.os39 .1,94 : 2.28 1,1150 2.06. 2,40 1,1118 2.11 2,52 1,2423 2;29 :- 2,65 1.3086 .'2,41 2,78 1,376sj,s4:: 2.92 i,4452 &.st 3,o5 >(üs. º·*í .• ó,io 90 2,00 110 100 120 130 'O,SO . 0,10 1' ' ·;. ·,; o.ao · ..0.01 ,· ; 0,02 "· : 0,03 .. ! ~;o4 ', .0;06 ··ó.o( 0,09 ~ o.ao 0,01 ·. . 0,02. 0,02 ' , o~ó4.<. : o.os : :0.06 0,08 :·0,10 ; OJ2 ' 1 0,14 ' , o.is : Ó,Í9 ! 0,22 0,2( . 0.28 ,0,31 0,35 0;39 ·0,43 : · o,47; 1,00 .· : 1.50 : 140 : _9,os •. ',: ! ,, !', .· o,oi. o.ot. .. 0.02.:: , ·o,03 , : ..à!qs , o,a9 .: 0.11.: 0!13,. . 0.16 ; 0,19 j;22 '. 0,26 o;3o 'ó.34 : o,38 : ·p,43. 0,48, ' 0,53 0,S8' : 0,64 /0,70 .0,76 0,83 '0,89 '0,96 : 1,04 i.11 ºAT l~i9 ' '1,27 · 1,35 1,44' .1,53 ~~2: · l. 71 · ; l,s1 ; i,91 : · 2,01: .2.1r.: 2.i2 .'·.,' 0,01 0.02 0,03 0,05 0,01 o,o9 0.12 0,15 o.is 0,21 0,25 0,29 0,34 o,38 0,43 o,48 0,53 0,59 0,65 0,71 0,11 0,84 0,91 0,98 1,06 1,13 1,21 1,29 1,38 1,46 1,55 1,64 1,13 1,83 1,93 2.os 2,13 2,24 2,34 2,45 o.ai O.Dl 0,02 . 0;03 :010~ o.o~. · p.oa ;. 0,.10, , 0.12 ; 'Q•.~S " " 0,18 Ó;2I. ' 0;24 o,28 0,32' · o,36 . 'q;4( ' OM ·. P.49' 0~54 , Q.~ô 0,65 : 0,71, ! 0,7:7 : 0,83 1,90 0,9,6, t.03 1.~1 1,18 ' ,i,26 1.34 Mf 1,51 -i;59 :: 11,68 . '1,7( 1,87 i;9_1 M.1. 0,01 0,02 O,Q3 0,04 0,06 o.os 0.10 0,12 0,15 0,18 0,21 0,24 0,28 o,31 0,35 o,4o 0,44 0,49 0,53 0,58 o,64 0,69 0,75 0,81 0,87 0,93 1,00 1,06 1,13 1,20 1,28 1,35 1,43 1,51 1,59 1.67 1,75 1,84 1,93 2.02 0.01 0,01 0,02 0,03 o,o5 0,06 0.08 0,10 Q.ú . 0.12 , .0,14 .· 0,15 0,16 0,17 Ó,19 . 0.20 :·. 6,22': 0,23 : 6;2s< 0,26 : 0;29 0,30 ·, 0!32 o,33 : 0,36. 0,37 '. 0~40' 0,41 i 0,45 0,45 ".0,49 ' 0,49 : o,54 o,53 0,59 o.se '0,64 0,63 ' 0,70 0,68 ' 0,76 0,T.l ' 0,82 0,78 .0,88 0,83 , 0,9'4 o,89 ,' 1~01 0,95 : i.,07 1,01 : 1.14: 1,01 .i,22 1.13 · 1.29 1,20 : 1;31 l,26 1,45 1,33 •. 1,s3 1,40 1.61 '. 1,47 ).,'(O. 1,54 i.79· 1.62 :· i;sa: 1,s9 o~sl 0,55' ''0,60 ' ' 0,65' : 0,70 : 0,75 . 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'0,59 ' ; 0,63 : o,6r'!'o;i1c ô;ss ' o.oo 0.01 0,01 0,02 o.o3 o,o4 o,o5 0,07 o.os 0,09 0,11 o 13 0:1s 0,11 0,19 0.21 0,24 0,26 0,29 0.31 o,34 0,37 0,40 0,43 0,47 0,50 0,53 o,57 0,61 0,64 o,68 0,72 i o.1s .·. 0,11 . ·a.19 ).8( : ·0,00_! 0,93 ..· ! à,9S.': ::ias'. l ióa . 0.81 o,85 0,90 0,94 0,99 1.03 l,08 CAESB TABELAS PARA AS F ó R M isE~r[)"-E BIR1_10TECA H A z EN. w 1 L.l.1 f--~ ,s. :·~ElllTA~o s A L ( C O l E B R O O K) 201 Continuação da Tabela 8.14 Perdas de carga em metros por 100 metros Diâm.etro 1800mm Coeficiente C (Hazen-Williams] 80 90 . :ib;~6~ciad~ e · '·4.ôo · 1 (mm) Colebrook] . ~ .100 2,00 1,50 120 110 . üo : ' 0,50 130 140 .o.os· '0,10 J ''· Vazão Vel. V2/2g ,., ((/s) (m/s) (m) '' i"· ' 1 1000,0 1200,0 1400,0 1600,0 1800,0 2000,0 2200,0 2400,0 2600,0 2800,0 3000,0 3200,0 3400,0 3600,0 3800,0 4000,0 4200,0 4400,0 4600,0 4800,0 5000,0 5200,0 5400,0 5600,0 5800,0 6000,0 6200,0 6400,0 6600,0 6800,0 7000,0 7200,0 7400,0 7600,0 7800,0 8000,0 8200,0 8400,0 8600,0 8800,0 0,39 0,47 0,55 0,63 0,71 0,79 0,86 0,94 1,02 1,10 1,18 1,26 1,34 1,41 1,49 1,57 1,65 1,73 1,81 1,89 1,96 2,04 2,12. 2,20 2,28 2,36 2,44 2,52 2,59 2,67 2,75 2,83 2,91 2,99 3,07 3,14 3,22 3,30 3,38 3,46 0,0079 0,01 0,02 o,om:·M2.' 0,03 0,0154 ' 0,02 '1 0,03 0,0201 · . o.o3 . 0,04 0,0255 '. 0;03 ' o.os o,o31s ..ó;o4 0.01 o,o3s1 ' o;os ·.. 0,08 0,0453 , ~.os. · 0,09 0,0532 :o.ar .. 0,11 0,0611 ·o.o~ • 0,12 O,Q708 0,10 . 0,14 0,0806 ·0:11 ' 0,16 0,0910 0,1:! 0,18 0,1020 .· ~;14- .·. 0,20 0,1137 : 0,15 ' 0,22 0,1259 '. 0,17 0,24 0,1388 o,i9. 0,26 0,1524 ' 0,20 0.28 0,1666 0,22 0,31 0,1813 0;24 0,33 0,1968 0,2~ 0,36 0,2128 .• 0,29. 0,39 0,2295 0,31 ' 0,41 o,2468 ' o,3s . o,44 o.2s4a .o.ss 0,47 0.2834 .0;39 . 0,50 0,3026 0,41 . 0,53 0,3224 0,43 ' 0,57 0,3429 0,46 ' 0,60 0,3640 0,49 ' 0,63 0,67 0,38570;~2 0,4080 ', 0,55 0,71 0,4310 :Ma 0,74 0,4546 IJ,61' 0,78 0,4789 '.:9;64 0,82 0,5037 :• 'ci,67 ' 0,86 ·::· ·--." 0,5292 0,71 0,90 o,5554 .: ·0;14 , 0,94 0,5921 : o;i8 ·• 0,98 o,sos5 :o.a:(: 1,02 1 0,01 :· 0,01 .0,02 •. 0,02 ' • '·o.o4 0,04 0,05: ' 0,06' .om ' qm º~º~' : 0,09 .• 0,10 i·o.ú. 1 QJ3 i 0,14 1 .0,16 .. 0.17, 0,19 ' 0,20 0,22' 0,24 '0,26 , 0;2s ; 0,30. 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Ó,07 0,11 ·o.os 0:12 • 0;09 0,13 '. ·0,10' 0,15 o,h 0,16 0,12 0,17 : 0,13' 0,18 '. 0,14 0,20 0:1~ ' 0,21 '0,16 0,22 ' 0,17 0,24 0,18 0,25 .0,19 0,27 0,20 0,28 : 0,22 0,30 .· 0,23 0,32 0,24, 0,33 : 0,26 0,35 : 0,27' 0,37 0,28 0,39 Ó,39 0,40 .o.~( 0,42 ó,33' 0,44 Ó,35 . : 0,46 ' 0;36 o,48 i o,3s· 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,03 0,03 0,04 0,04 0,05 0,06 0,06 O,Q7 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 0,18 0,19 0,20 0,22 0,23 0,24 0,26 0,27 0,29 0,30 0,32 0,33 0,35 0,37 0,38 0,40 0,42 0,01. 0,01 ' 0,01 0;01 0,02 0,02 ·0,02 ' 0,03' 0.03 .o.ri4 0,04 0,05 . Q,06 '0,06 O,o7 0,08' 0,08' 0,09 0,10 0,11: 0,12 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 0,03 0,04 0,04 o.os 0,06 0,06 0,07 0,08 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12. 0,13 o.is 0,14 0,14 0,15 0,14 0,16 ', 0,16 0,17 ' .0,17 0,18 o;J.8 0,19 0,19 ; 0,20 : 0,20 0,21 0,21 0.23 ., '.0,22 0,24 0,24 0,25 0,25 0,26 0,26 0,28 0,27 0,29 ' 0,29 0,30 ' 9,30 0,32 '0,32 0,33 0,33' 0,35 ', 0,35 ·. 0,36 CÁLCULO 202 DE TUBULAÇÔES SOB PRESSÃO Continuação da Tabela 8.14 Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente C [Hazen-Williams] . Ru~dadee ·. (mm) Colebrook] ~ºº 100 90 80 ' 2,00 Diâmetro 2000IDlll 1,00 1,50 ; 110 120 ' 1 ' Vazão Vel VZ/2g · ·· !O.os.· .0,10 ' 0,50 140 130 '' '· ·._,. (t/s) (m/s) (m) " 3000,0 3200,0 3400,0 3600,0 3800,0 4000,0 4200,0 4400,0 4600,0 4800,0 5000,0 5200,0 5400,0 5600,0 5800,0 6000,0 6200,0 6400,0 6600,0 6800,0 7000,0 7200,0 7400,0 7600,0 7800,0 8000,0 8200,0 8400,0 8600,0 8800,0 9000,0 9200,0 9400,0 9600,0 9800,0 10000,0 10200,0 10400,0 10600,0 10800,0 0,95 1,02 1,08 1,15 1,21 1,27 1,34 1,40 1,46 1.53 1,59 1,66 1,72 1.78 1,85 1,91 1,97 2,04 2,10 2,16 2,23 2,29 2,36 2,42 2,48 2,55 2,61 2,67 2,74 2,80 2,86 2,93 2,99 3,06 3,12 3,18 3,25 3,31 3,37 3,44 0,0465 o.os 0,0529 0,06 0,0597 0,07 0,0669 : 0,08 ' 0,0746 0,09 o,082s . o,io · 0,0911 ' 0,11 0,1000 0,12' 0,1093 ' 0,13 ' 0,1190 0,14.' 0,1291. 0,lS 0,1396 '0,16 0,1506 0,1~ ' 0,1619 0,19' 0,1737 0,20 ,. 0,1859 0,22 0,1985' 0,23 0,2115 o,25 0,2250' 0,26 0,2388 0,28 0,2530 0,30 ' 0,2677 0,31 ' 0,2828 0,33 . 0,2983 ' 0,35 ' 0,3142 ' 0,37. 0,3305 0,39 0,3472 0,41 0,3644 0,43 0,3819 0;45 0,3999 '0,47 ' 0,4183 0,49 0,4371 0,51 0,4563' 0,53 0,4759 0,56 o,4sso ·. o.ss 0,5164 0,61 o,5373 o,63 o,5586 o,65 o,5802 · il,68 0,6023 0'71 0,08 0,09 0,11 0,12 0,13 0,14 0,16 0,17 0,18 0.20 0,21 0,23 0,25 0,27 0,28 0,30 0,32 0.34 0,36 0,38 0,40 0,42 0,44 0,47 0,49 0,51 0,54 0,56 0,59 0,61 0,64 0,66 0,69 0,72 0,75 0,78 0,80 0,83 0,86 0,89 o.os o.os' ' 0,06 ' 0,01 0,07 ' o;oa 'q.~09 ; 0,10 ' · · o,ii . o,i2 : 0,13 : 0,14 0;15 ' ó,16'' 0,17 1 .0,18 ~ Ó,20 : 0,21 0;22' 0,24 ' 0,25 · o:Zs 0,28. 0,29 0~31 ' 0,22 ,' .0,34 ' 0,36 0,38 : b,39 ' 0,41: ' 0,43' 0,45 ,0,47 .·Ô,49' 0,51, 0,53 '0,55 0,57 ' :o.59 . 0,07 0,08 0,08 0,09 0,10 0,11 0,13 0,14 O,lS 0,16 0,17 0,19 0,20 0,21 0,23 0,24 o,2s 0,27 0,29 0,31 0,32 0,34 0,36 0,38 o,39 0,41 0,43 0,45 0,47 0,49 0,51 0,53 0,.56 0,58 0,60 0,62 0,65 0,67 0,69 o. 12 ' 0,04 .0,05 0,06 ,0,06 : Ó,07' : o.os' 0,08 ' 0.09 O,iO. >0.11 ' 0,12 0,13· ' 0,14' ·: 0.15 o.is 0:11 ~ ro,1s • 0,19' : o.ú' ' 0,22 ' 0,23 : 0,25 : 0,26 : 0,27. ' o.is ' 0,30 ' 0,32' . o,34 0,35 0,37 ,.0.38 '0,40 ' 0,42 0,44 •o.46 · ; ·o,47 · ',Ô,49: :'0,51 ; '0,53 1 o,55 ·. 0,06 0,06 0,07 0,08 0,09 0,09 0,10 0.11 0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22 0,24 0,25 0,27 0,28 0,29 0,31 0,32 0,34 0,36 0,37 0,39 0,40 0,42 0,44 0,46 0,48 0,49 0,51 0,53 0,55 0,57 0,59 0,04 ' 0,04 .· .Í),05 0;05 0,06 0,07 - 0,08 · o;oa 0,09 0,10 0,11 ' 0,12 .0,13 ; 0,14 ; o,1s: 0,16 0,17: 0,18 0,19 ',0,20 0.21 0,23 0,24 ' 0,25 : 0,26 : 0,28 0.29 0,31 0,32 .0,34' : 0,35 ' 0,37 ' 0,38 ' 0,40 : 0,42 0,43 ' '0,4~' 0,47: 0;49 ; ·o.51 : '' 0,05 0,05 0,06 0,06 0,07 0,08 0,09 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22 0,23 0,25 0,26 0,27 0,28 0,30 0,31 0,33 0,34 0,35 0,37 0,38 0,40 0,41 0,43 0,45 0,46 0,48 0,50 0;03 0,04 '.0,04 0,05 ,• . o;os Ó,06 ' 0,07 '·0.01 : 0,08 0,09'· 0,09 0;10 o;u.· '0,12 0,13 0,14 0,14 O;lS 0,16 i 0,17 : 0,18 '0,20' •0,21 ' . 0,22 ' ', 0,23 ' 0,24 ' 0,25' ' 0.26,' ; 0,28 0,29' 1 0,30 : 0,32 ' ' 0,33 '. 0,35 0,36 0,37 0,39 '0,41 0:42, o.44 0.04 0,03 0,04 '0,03 o.os 0,04 0,06 0,04 0,06 D;04 0,07 0,05 O,Q7 o.os' 0,08 0,06 0,09 0,06 0,09 0,01 0,10 ; 0,01 ' 0,11 0,08' 0,12 ·o.ó9 · 0,13 0,09 0,13 0,10 0,14 ' 0,10' 0,15 o.il 0,16 ' 0,12 0,17 ' 0,13 : 0,18 0;13' 0,19 0,14 0,20 0,21 0;16 0,22 0,17 023 o.is · 0,24 0,18 0,25 . O,i9 0,27 ' 0,20 0,28 ,0,21 0,29 'il,22 0,30 0,23 0,31 0,24 0,33 0.25 0,34 ' 0,26 : 0,35 0,27 0,37 0,28. 0,38 o.3o 0,39 0,31, 0,41 ; :0,32 o,42 , o.3( a.is 0,03 0,04 0,04 0,05 0,05 0,06 0,06 0,07 0,07 0,08 0,09 0,09 0,10 0,11 0,12 0,12 0,13 0,14 0,15 0,15 0,16 0,17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22 0,23 0,24 0,25 0,26 0,27 0,28 0,29 0,30 0,32 0,33 0,34 0,35 0,36 ·-0,03 .0,03 ' ' 0,03.· 9;04 ' 0,04 o;os · ' o.os·..· .• o.os ' : 0,06 : 0,06 ·. ;· 0,7 '' O,Q7 · 0;08 '0,09 ,0,09 ' ' 0.10' ' 0,10 · o.il . 0,12' : .0,12 ' : 0,13 ::, : .0.1~ '0,15 o.is:· ..· 0;15' 0,03 0,03 0,04 0,04 o.os 0,05 0,06 0,06 0,07 0,07 0,08 0,08 0,09 0,09 0,10 0,11 0,11 0,12 0,13 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 0,17 ! o.rr' o.i0 ' 0,18 0,19 ; o.19 0,20 0,20:. 0,21 ' ri.tá ' 0,22 ' 0,21 ·. 0,23 0,22 .• 0,24 : 0,23 : 0,25 .:0.24 : 0,26 : 0,2? ' 0,27 : 0,26: : 0,28 0,27 ' 0,29 :'Ó,28 0,30 0,31 : ,: 0;30 : 0,32 ó.29. TABELAS PARA AS OE FÓRMULAS HAZEN-WILLIAMS E UNIVERSAL (COLEBROOK) 203 Continuação da Tabela 8.14 Perdas de carga em metros por 100 metros Coeficiente e [Bazen-Williams] 90 80 . itú~osic!ade é 4.aó · (mm) Colebrook) ·• · , . ;. 2,00 Diâmetro 2500mm 100 , 1,50. a';so· 1.ao : 1sa .0,10 140 ci~os ' Vazão Vel. V2/2g .. : .. (l/s) (m/s) (m) 1000,0 0,20 o.aa21 o;oo o.ao 1500,a 0,31 0,0048 o,óa 0,01 2000,0 0,41 o,aoas 0,01 0,01 2500,0 0,51 0,0132 0,01 0,02 3000,a 0,61 0,0190 p,02 0,03 : 3500,0 0,71 0,0259 . 0;02 0,04 4000,0 0,81 0,0S38··0;o3 . 0,05 4500,0 0,92 0,0428 .· 0,04 •. 0,06 5000,0 1.02 o,os2s :o~os .· 0,07 5500,0 1.12 0,0640. º~º6 0,09 6000,0 1,22 0,0761' 0,07 0,10 6500,0 l,32 0,0894 0,68 a.12 7000,0 1,43 0,1036 ': 0,09 : 0,14 7500,0 1,53 0,1190 0,11' ., 0,15 8000,0 1,63 a,1354 ó;!.2 0,17 8500,0 1,73 0,1528 0,14: 0,19 9000,0 1,83 0,1713 0,15 : 0,22 9500,0 1,94 0,1909 o.1~ 0,24 10000,0 2,04 0,2115 Q,19 •. 0,26 10500,0 2,14 0,2332; 0,21 ' 0,29 11000,0 2,24 0,2559 .~23 0,31 11500,0 2,34 0,2797 o,25_ a,34 12000,0 2,44 0,3046 0,27 . a,37 12500,0 2,55 0,3305 . 0,29 0,40 130aO,O 2,65 0,3575 · ó;s2 · 0,43 13500,0 2,75 0,3855 0,34 0,46 14000,0 2,85 0,4146 0,37 0,49 14500,0 2,95 0,4447 0,39 0,52 15aoo.o 3,06 0,4759 ' 0,42 ·. o,55 15500,0 3,16 0,5082 0,45 0,59 160ao.o 3,26 0,5415 : b.48 . 0,62 1650a,o 3,36 0,5759 0,51 0,66 17000,0 3,46 0,6113 . 0,54 0,70 17500,0 3,57 0,6478 o;57 · 0,74 18000,0 3,67 0,6853 0,61 ·· 0,78 18500,0 3,77 0,7239 O,Ei4 0.82 19000,0 3,87 0,7636 0,68 0,86 19500,0 3,97 0,8043 •O,71 0,90 20000,0 4,07 0,8461 o,75 0,94 20500,0 4,18 0,8889 o. 79 ' 0,99 120 110 ... .. '. º~ºº. º·ºª . o.ao. 0,00 . ,0;00 º·ºº o,oci ' º·ºº ; º·ºª a.01 º·ºº 0,01 o.ao · o.ao 0,00. a.ao .º·ºº ' 0,01. 0,01 · o,oi 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 . o.ao· , Mo . O,Ql . o.ai.· ·0.02· : 0,03 ·. 0,02 0,02 o.os 0,04 0,03 0,05 .· 0,04: 0,06 o;os 0,07 · o;o&" 0,08 . .a.01. 0,09 : o.os' 0,11 •. 0,09 0,12 ' 0,10 : 0,14 :· O,ú: 0,16 : 0,13 .. 0,17 : Ó,14. 0,19 • ·0,1( 0,21 '. 0,17 0,23 O,i9 0,25 · · o.21 · 0,27 •' 0,23 0,29 0,25 0,32 0,27. 0,34 ; 0,29 0,37 : ,0,31 0,39 0,33 0,42 · 0:3s 0,45 . 0,38 0,47 . 0,40 0,50 0,43 0,53 0,46' 0,56 . 0,48. 0,59 : ó,51. 0,62 0,54 0,66 0;57 0,69 :. o.so·. 0,72 0,63.' 0,76 o;s6 0,79 ;· '. 1 ' 0,01 0,01 . 0,02. : ô,02. : O,Q3 ·, : _0;04' : 0,05 Ó,05 0,06. . 0,07 ó.os: ; ó,b9. . 0,11 0.1~' '. 0;13' ::·'0;15' 0,16 ··'• 0,18 <0.20 b,2i Qj.3 : '0,25" 0,27 0,29 0,31 '· Ó,33· . 0,35 o,38 0,40 ' ó,43. 0,45 · o;48. o.si:. ·0,53 . 0,56 . 0,59 '·Q,62 0,01 0,02 0,02 0,03 0,04 o.os 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,13 0,14 0.16 0.11 0,19 0,21 0,22 0,24 0,26 0,28 0,30 0,32 0,34 0,37 0,39 0.41 0,44 0,46 0,49 0,51 0,54 0,57 0,60 0,62 0,65 0,01. 0,01 .· 0,01 . 0,01 !. ~.01 áó1 . 0.02 : o.ar 0.01 : 0,01 '0,62 0,02 ; 0,01 0,02 ..Ó,01 . ô.02 . o.os : :0:02 . 0,02 ; 0,02 '.ó',ci3 o 03 : 0·02. O,Q3 0,02 0,03 0°04 · o'.of 0,03 o,o2 : 0,04 . 0,05 : o;o4 0,04 O,Q3 . 0105 0,06 '.· 0.P4, 0,05 0,03 . 0,06.. 0,07 0,05' 0,06 0,04 0,07 0,07 0,06. 0,06 :·o.os.: . Ó.08 . o.o9 ·O;of: O,Q7 , o.os·· 'o,á9 0,10 0,08 ... o;b6. ·0;01. ' 0;16 0,09 .o.o9 0.11 ._ ..... · 0,12 · 0'10 a,10 • 0,01,. :0~11 •· o,12:. 0,13 o.fr: 0,11 , o,i4.: 0,15 ' 0,12 . 0,12 0'09' ··' . 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'0,02 0,02 0,02 . 0,02 .• 0,03 0,04 0,03 0,03 0,04 0,03 0,04 o,a5 . 0,04 0,04 0,05 0,04 0,05 0,06 ' o.os o.as 0,07 o.os . 0,06 0,08 0,06 o,a7 0,09 0,01.: 0,08 0,10 0,08 0,08 0,11 . 0,09 0,09 0,12 0,09 0,10 0,13 0,10 0,11 0,14 . 0,11 0,12 0,15 0,12: 0,13 0,16 . 0,13 0,14 0,17 ,·· 0,14 0,15 0,19 0,15 0,16 0,20 0,16 0,17 a,21 . 0,17 0,18 0,23 O,i9 0,20 0,24 0,20. 0,21 a,25 0,21 . 0,22 0,27 . 0,22 a,23 0,28 .0.24 0,25 0,30 0,25 a,26 0,32 0;26 0,28 0,33 ,0,28 0,29 o.ss 0,29 0,30 0,37 0,31.' 0,32 0,38 .·b;33 0,34 0,40 0;34 ' 0,35 ~--- 204 Porto Colômbia.no rio Grande, inaugnrudll em 1953, teve como dados signiJ:i.ca:ti.vos a dimensão do rotor da turbioaKapl.an (igual a 7, 70m) e a colocação da comporta de emergência a jusante da mesma (Fonte: IESA Notícias)- 205 CONDUTOS FORÇADOS: POSIÇÃO DOS ENCANAMENTOS, CÁLCULO PRÁTICO, MATERIAIS E CONSIDEAAÇÕES COMPLEMENTARES. 9.1 - GENERALIDADES Este capítulo é dedicado ao estudo do escoamento uniforme em condutos forçados, isto é, aqueles em que o perímetro molhado coincide com todo o perímetro do conduto e que a pressão interna obrigatoriamente não coincide com a pressão atm.osférica. Fixa-se ainda, como premissa, que o comprimento do conduto seja superior a 100 vezes o seu diâmetro (veja Seção 5.3.2). Sempre que não haja menção eÀ-pressa, a forma do conduto será circular. Sendo o movimento uniforme, por qualquer forma de escoamento em regime turbulento ou laminar, a declividade da linha piezométrica é constante. p, 1 V~ 2g · P2 r z, Plano de referência .22 Figw:a9.1 9.2 - LINHA DE CARGA E LINHA PIEZOMÉTRICA A linha de carga referente a uma canalização é o lugar geométrico dos pontos representativos das três cargas: de velocidade, de pressão e de posição. A linha piezométrica corresponde às alturas a que o líquido subiria em piezômetros instalados ao longo da canalização; é a linha das pressões. As duas linhas estão separadas pelo valor correspondente ao termo v2 /2g. isto é. energia cinética ou CONOUTOS 206 FORÇADOS carga de velocidade. Se o diâmetro da canalização for constante, a velocidade do líquido será constante e as duas linhas paralelas. Reservatório 1 z Plano de referência Figura.9.2 O nível N 1 , corresponde à energia total disponível no primeiro reservatório (em relação ao plano de referência adotado) e o nível N 2 , à carga total no segundo reservatório. Na saída de R 1 , há um perda de carga: entrada da canalização (0,5 v 2/2g); na entrada de R 2 , há uma segunda perda localizada ( 1,0 v2 / 2g). Entre esses dois pontos existe a perda de carga por atrito, ao longo da canalização, representada pela inclinação das linhas. 9.3 - CONSTRUÇÃO DA LINHA DE CARGA A Fig. 9.3 mostra o traçado das linhas de carga e piezométrica para o caso de uma canalização composta de três trechos de diâmetro diferentes. Plano de carga Figura.9.3 As perdas enumeradas são as seguintes: 1- perda de carga local; entrada na canalização (0,5 v2/2g); 2 - perda de carga por atrito ao longo de trecho 1 (medida pela inclinação da linha); POSIÇÃO DOS ENCANAMENTOS EM RELAÇÃO À LINHA OE CARGA 207 3 - perda de carga local por contração brusca; 4 - perda de carga por atrito ao longo do trecho II (medida pela inclinação da linha; é maior nesse trecho em que o diâmetro é menor); 5 - perda de carga local devida ao alargamento brusco de seção; 6 - perda de carga por atrito ao longo do trecho III; 7 - perda de carga local: saída da canalização e entrada no reservatório. Entre os trechos 1 e II há uma queda de linha piezométrica. Parte da energia de pressão se converte em energia de velocidade porque no trecho II, de menor diâmetro, a velocidade se eleva; na passagem de II para III há uma recuperação pela razão inversa. 9.4 - CONSIDERAÇÃO PRÁTICA Nos problemas correntes, geral.mente se despreza a diferença existente entre as duas linhas (energética e piezométrica). Na prática, a velocidade da água nos encanamentos é limitada. Admitindo-se, por exemplo, 0,90 m/s como velocidade média, resulta a seguinte carga de velocidade: V2 o 92 - =-'2g 2x9,8 =0,04m (4cm) Costuma-se, por isso, para efeito de estudo da pos1çao relativa dos encanamentos, admitir a coincidência das linhas de carga e piezométrica. 9.5 - POSIÇÃO DOS ENCANAMENTOS EM RELAÇÃO À LINHA DE CARGA No caso geral do escoamento de líquido em canalizações, podem ser considerados dois planos de carga: o absoluto, em que se considera a pressão atmosférica, e o efetivo, referente ao nível de montante. Em correspondência, são consideradas a linha de carga absoluta e a linha de carga efetiva (essa última confundida com a linha piezométrica pela razão já exposta). Serão analisadas sete posições relativas do encanamento. E' posição. Canalização assentada abaixo da linha de carga efetiva em toda a sua extensão. Para um ponto qual.quer N, são definidas NN1 =carga estática absoluta; NN2 = carga dinâmica absoluta: NN3 =carga estática efetiva; NN4 =carga dinâmica efetiva. Na prática procura-se manter a canalização pelo menos 4 metros abaixo da linha piezométrica. Essa é uma posição 6tima para o encanamento. O escoamento será normal e a vazão real corresponderá à vazão calculada. Nos pontos mais baixos da canalização, devem ser previstas descargas com registros para limpeza periódica do encanamento e também para possibilitar o seu esvaziamento, quando necessário. Nos pontos mais elevados devem ser instaladas ventosas, válvulas que possibilitam o escapamento de ar acumulado. Nesse caso, as ventosas funcionarão CONDUTOS 208 FORÇADOS Plano de carga absoluto Conduto. forçado Figura9.4 bem, porque a pressão na canalização sempre será maior do que a atmosférica. Para que o ar se localize em determinados pontos mais elevados, a canalização deve ser assentada com uma declividade que satisfaça: Figura9.S I>--12000D sendo D o diâmetro da tubulação em metros. Figura 9.6 F:xecuç§o de um grande siffi.o invertido, em uma importante canalização adutora do sistema de .:ibastecimento de São Paulo Bolsa de ar POSIÇÃO OOS ENCANAMENTOS EM RELAÇÃO À LINHA OE CARGA 209 Em geral, denominam-se sifões invertidos os trechos baixos das canalizações, onde atuam pressões elevadas (Fig.9.6). 2P. posição. A canalização coincide com a linha piezométrica efetiva: Carga dinâmica efetiva= O. É o caso dos chamados condutos livres. Um orifício feito na geratriz superior dos tubos não provocaria a saída da água. (Fig. 9. 7). .....__________________________________________. Figuza.9.7 Observação. Na prática, deve-se procurar executar as canalizações segundo uma das duas posições estudadas. Sempre que a canalização cortar a linha de carga efetiva, as condições de funcionamento não serão satisfatórias. Por isso, nos casos em que for impraticável manter a canalização sempre abaixo daquela linha, cuidados especiais deverão ser tomados. 3P. posição. A canalização passa acima da linha piezométrica efetiva, porém abaixo da piezométrica absoluta. (Fig. 9.8). - Plano de carga absoluto ·~:------------------------------------------------------------~ Plano de carga efetivo A pressão efetiva assume valor negativo. Entre os pontos A e B seria difícil evitar as bolsas de ar. As ventosas comuns seriam prejudicais, porque, nesses pontos, a pressão é inferior à atmosférica. Em conseqüência das bolsas de ar, a vazão diminuirá. É um caso de sifão verdadeiro que necessita de escorva (remoção do ar acumulado). 4:'- posição. A canalização corta a linha piezométrica absoluta, mas fica abaixo do plano de carga efetivo (Fig. 9.9) Nesse caso, podem ser considerados dois trechos da canalização com funcionamento distinto: CONDUTOS 210 FORÇADOS -~!~~~ -~i: :?!~~-~~~!~~ - ---------------------------------------........... _... . Plano de carga efetivo Figw:a9.9 R 1 a T, escoamento em carga; T a R 2 , escoamento como em vertedor. A vazão é reduzida e imprevisível; posição defeituosa. Observação. Se a canalização estiver abaixo do plano de carga efetivo e cortar a linha de carga efetiva (Figs. 9.8 e 9.9) e se for estabelecida a comunicação com o exterior (pressão atmosférica) no seu ponto mais desfavorável (executando-se uma caixa de passagem), a canalização passará a funcionar com dois trechos distintos, indo do reservatório 1 até o ponto alto da canalização, escoamento sob a carga reduzida correspondente a esse ponto; daí para o reservatório 2, sob a ação da carga restante. 5!' posição. A canalização corta a linha piezométrica e o plano de carga efetivo, · mas fica abaixo da linha piezométrica absoluta. (Fig. 9.10). de carga absoluto - -- -- -- - ---- - - --- - --- . -..-------------- - -- - - - - ---- -- - -- -- - - ---- - - Plano ':' R1 10,33m ··--- Plano de carga efetivo 5! Figw:a9.1.0 Trata-se de um sifão funcionando em condições precárias, exigindo escorva sempre que entrar ar na canalização. 6? posição. Canalização acima do plano de carga efetivo e da linha piezométrica absoluta, mas abaixo do plano de carga absoluto (Fig. 9.11). Trata-se de um sifão funcionando nas piores condições possíveis. Observação. Na prática, executam-se, algumas vezes, sifões verdadeiros para atender a condições especiais. Nesses casos, são tomadas as medidas necessárias para o escorvamento por meio de dispositivos mecânicos. REGIME DE ESCOAMENTO ----....----------.. ·-··--···' .•·.............. :... ·- ....... " t~1~;~:'mt0~i;:;: E FÓRMULAS UTILIZADAS 211 ----':inn,. ·--'!ele ---~~ªªb li ----~'"ta flha CI. ·--e ea rgªeteti· -lia ,_,___________________________________________________. Figw:D.9.11 R1 ·10,33m Plano de carga efetivo Figu:ra 9.12 7:1 posição. A canalização corta o plano de carga absoluto. O escoamento por gravidade é impossível, pois há necessidade de recalque (no primeiro trecho). 9.6 - PROBLEMAS HIDRAULICAMENTE DETERMINADOS Sejam J a declividade da linha piezométrica ou perda de carga unitária, Q a vazão ou descarga, D o diâmetro interno, v a velocidade de escoamento. São problemas hidraulicamente determinados aqueles em que, a partir dos dados, tem-se univocamente a incógnita, somente com a equação do movimento e a equação da continuidade. São exemplos de problemas hidraulicamente indeterminados: o dimensionamento (cálculo do diâmetro) de uma tubulação em recalque, onde o único dado é a vazão, o dimensionamento de um conduto alimentador de uma turbina, onde o único dado é a vazão e o dimensionamento de redes de água (sistemas complexos). Em geral, essas indeterminações são levantadas, levando-se em conta o aspecto econômico do problema. 9.7 - REGIME DE ESCOAMENTO E FÓRMULAS UTILIZADAS Para escoamento laminar (R,, < 2 000), em tubos de seção circular, utiliza-se a fórmula de Poiseuille (Cap.8). CONDUTOS 212 FORÇADOS Para escoamentos turbulentos (R.,. > 4 000), utiliza-se a fórmula de Hazen-Williams, ou a fórmula Universal (Cap. 8). Para escoamentos com números de Reynolds compreendidos entre 2 000 e 4 000, utiliza-se o diagrama de Rouse ou o de Moody (Cap. 8) 9.8 - SOLUÇÃO DE PROBLEMAS HIDRAULICAMENTE DETERMINADOS PARA MOVIMENTO UNIFORME TURBULENTO Problema 9.1 - Dados f e Q, achar D e v. Conhecendo-se f e Q e o material do conduto, procura-se, na Tab. 8.14a, o valor de f que corresponda ao valor de Q na coluna própria para o material; só há um valor do diâmetro D que resolve o problema. Conhecido o diâmetro, pela equação da continuidade calcula-se v. Exemplo. Calcular o diâmetro de uma tubulação de aço usada (C = 90), que veicula uma vazão de 250 e;s com uma perda de carga de l, 70 m por 100 m. Calcular também a velocidade. Pela Tab. 8.14a, observa-se que, para uma vazão de 250 e;s, a perda de carga de 1,71 m/lOOm encontra-se na tabela referente ao diâmetro de 400 mm (16"). Nesse caso, a velocidade seria lida na mesma linha da tabela e seria igual a 1,99 m/s. Utilizando diretamente a fórmula de Hazen-Williams, obtêm-se: sendo com resulta D=l'º;43(~rr f = 1,70 mm./100 m = 0,0170 m/m Q = 250 e;s = 0,25 m 3 /s C=90 D = 0,398 m ouD = 400 mm; Q 4Q - 4·0,25 A n:·D2 n:·0,4 V= 1,99 m/s. Em casos especiais, como por exemplo existirem tubos em estoque, de diâmetros diferentes, poderia ser considerada a adoção de dois diâmetros comerciais diferentes, determinando-se a extensão de cada trecho de maneira que a soma das perdas de carga parciais resultasse igual à perda total que deveria haver em toda a linha. No caso em que topografia do terreno fosse como a indicada na Fig. 9.13, o trecho de diâmetro maior seria assentado a montante, para que se tenha melhores condições em relação à linha piezométrica. sendo Figuxa9.J3 V=-=-- ----2 SOLUÇÃO DE PROBLEMAS HIDRAULICAMENTE DETERMINADOS PARA MOVIMENTO UNIFORME TURBULENTO 213 Problema 9.2 - Determinar o valor de Q e v conhecidos J e D. Conhecendo-se/ e D, tira-se diretamente da Tab. 8.14a o valor da vazão. Calculase a velocidade pela equação da continuidade, que, aliás, também se encontra na Tab. 8.14a. Exemplo. Calcular a vazão que escoa por um conduto de ferro fundido usado (C = 90), de 200 mm de diâmetro, desde um reservatório na cota 200 m até outro reservatório na cota zero. O comprimento do conduto é de 10.000 m. Calcular, também, a velocidade. J=h' =~=002m/m L 10.000 ' J = 2m/100m ou 200,00 ri=______ --------------------------------------------------------- ~i~f~i~ h1= 200m r º·ºº Figura9.14 Na Tab. 8.14a, para D = 200 mm e C = 90, tira-se, para a perda de carga de 2 m/ 100 m, a vazão de 44 f./s. A velocidade será lida na linha da vazão de 44 f./s e resulta igual a 1,4 m/s. Problema 9.3- Determinar o valor de Q e D, conhecidos/ e v. Conhecendo-se J e v, constrói-se para vários diâmetros um quadro como o do exemplo seguinte: Exemplo. Deseja-se conhecer a vazão e o diâmetro de uma tubulação com C = 120, de forma que a velocidade seja 3 m/s e a perda de carga seja 5 m/100m. Constróise a seguinte tabela: (m) A= 0,785 D2 (m2) Q=v.A (m 3 /s) Q (f./s) (m/100 m) 0,100 0,150 0,200 0,00785 0,01766 0,03140 0,0235 0,0530 0,0942 23,5 53 94 10,89 6,81 4,84 D J Da tabela, pode-se construir o gráfico da Fig. 9.15. O diâmetro teórico seria 0,190 m. Entretanto, nos casos práticos, D seria adotado como sendo igual a 0,200. Nesse caso, a vazão seria 94 f./s (veja Tab. 8.14a). Observação. Poderiam ser dispensadas as segunda e terceira colunas acima, pois a Tabela dá diretamente as vazões em f./s quando se fixam o diâmetro e a CONDUTOS FORÇADOS 214 velocidade. Ainda, o mesmo resultado seria alcançado usando-se a fórmula de Hazen-Williams. Assim, para C = 120, V = 3 m/S e J= 0,05 m/m resulta D = 0,200 m e Q = 0,94 e;s da equação: 63 .f º· 54 V= 0,355. C. Dº· ou D D =(2,817 · ~Ji.se 7 0,193 Q =A. 11,0 10.0 9.0 8,0 7,0 6,0 s.oi===~:l:ttt:!~~... 4 0 ~·--t------t-~~~~~--+-D (m) C·J = 0,150 =200 mm V= Fliw:a9.15 J(m/100m) 0,094 m 3/s = 94 0,200 e;s Problema 9.4 -Achar J e v, conhecidos Q e D. Conhecendo-se Q e D, calcula-se diretamente pelas Tab.8.14a o valor de J. A velocidade será dada pela equação da continuidade. Exemplo. Seja um conduto de diâmetro D = 0,600 m, transportando uma vazão de 800 e;s. Calcular a perda de carga e a velocidade do escoamento. Trata-se de tubo de aço com 20 anos de uso. O comprimento do conduto é 10.000 m. Pela Tab. 8.14a, tem-se C = 100 (diâmetro de 600 mm). J = 1,68 m/100 m = 0,0168 m/m. A perda será h 1 =JL = 0,0168 x 10 000 = 168 m; a velocidade, lida na Tab.8.14a (para o diâmetro de 600 mm), será 2,83 m/s. Problema 9.5 - Obter o valor de f e D, conhecidos Q e v. Conhecendo-se Q e v, pela equação da continuidade obtém-se De, pela Tab. 8.14a extrai-se o valor de J. Exemplo. Deseja-se transportar 1 200 e;s de água com a velocidade de 1 m/s. Calcular o diâmetro e a perda de carga (C = 100). O comprimento da tubulação é SOOm. Pela equação da continuidade, tem-se A= Q V = l, 2 00 = l,2m2 .-. D = l,235m 1,0 Da Tab. 8.14a para D = 1 200 mm, obtém-se Q = 1 200 e;s e J = 0,12 m/100 m. V= 1,06 m/s Já, paraD = 1400 mm. Q = 1 200 e;s, J = 0,06 m/100 m, V= 0,78 m/s É preferível a solução D = 1,2 m e v = 1,06 m/s., cujo valor de v está mais próximo da velocidade dada. PROBLEMA COM MOVIMENTO LAMINAR 215 Problema 9.6 - Determinar J e Q, conhecidos D e v. Conhecendo-se D e v, pela equação da continuidade calcula-se Q e, pela Tab. 8.14a, calcula-se J. Exemplo. Deseja-se conhecer a vazão e a perda de carga unitária de um escoamento, em um tubo de aço com 5 anos de uso, de 0,450 m de diâmetro, com uma velocidade de 2,5 m/s. Pela Tab. 8.4, e= 120; e, pela Tab. 8.14a (D = 0,450 m), para V= 2,52 m/s, obtêm-se Q = 400 e;s e]= 1,35 m/100 (] = 0,0135 m/m). 9.9 - VALIDADE DAS SOLUÇÕES DOS PROBLEMAS DA SEC. 9.8 Para que as soluções dos problemas propostos e resolvidos na Sec. 9.8 sejam. válidas, é necessário que o número de Reynolds (Rc) seja maior que 4 000. Assim, adotando para a viscosidade cinemática (v) da água o valor lQ-6 m2 /s, o número de Reynolds será Rc=vD x 10 6 • Sendo v a velocidade, D será o diâmetro. Daí resulta a seguinte tabela: Problema Rc 9.1 9.2 9.3 9.4 9.5 9.6 796 280 000 600 000 1 698 000 1 272 000 1125 000 ººº Validade Sim Sim Sim Sim Sim Sim 9.10 - PROBLEMA COM MOVIMENTO LAMINAR Calcular o diâmetro de um oleoduto por gravidade sabendo-se que a viscosidade cinemática (u) é igual a 4 x 10-3 m 2 /s, a vazão a 100 e;s (0,1 m3 /s) e Ah = b 1 = 100 m. h1=6h = 100m Figura.9.16 Pela fórmula de Poiseuille (equação 10 do capítulo 8) hr = 128·vLQ trD4 g CONOUTOS 216 FORÇADOS Ou 4 J= 128ir V Q :. D= ) nD 4 g 4 Ml J=-=0,0lm./m:.D= L Então a velocidade será v 3 128x4x10- x0,l =0, 63 8m 3,14X 0,01X9,81 QIA, = v = 128v Q :. nfg 01 ' O, 785(0,638) 2 =0,313m/s O número de Reynolds seráRc = vD/v = 0,313X0,638 ::50 R e 4xl0-3 Portanto o movimento é laminar e a aplicação da fórmula de Poiseuille é válida. 9.11 -APROXIMAÇÃO NOS CÁLCULOS HIDRÁULICOS Na maioria dos problemas da Hidrodinâmica, a segurança nos resultados não abrange mais do que três algarismos significativos. Essa é, pois, a aproximação a que se deve chegar nos cálculos, o que possibilita o uso generalizado de tabelas e curvas. 9.1~ - COMPARAÇÃO DE RESULTADOS Para se ter idéia da variação que pode ocorrer nos resultados, de acordo com as diversas fórmulas mais comumente empregadas, serão admitidos os seguintes dados: D = 0,45 m (18"), J = 0,0038 m/m. Calculando-se as vazões para tubos de ferro fundido em uso, encontram-se fórmula de Darcy 142 e;s fórmula Universal 156 (k ;= 0,003) fórmula de Hazen-Williams 166 (C '.'.'.' 100) 202 fórmula de F1amant Fazendo-se o resultado com a fórmula de Hazen-Williams = 100%, para efeito de comparação, obtém-se: fórmula de Darcy 85% fórmula Universal 94% fórmula de Hazen-Williams 100% fórmula de Flamant 122% 9.13 - EMPREGO DE NOMOGRA.MAS E TABELAS Na prática, para a solução rápida dos problemas que envolvem a perda de cµga PERDA DE CARGA UNITÁRIA, DECLIVIDADE E DESNIVEL DISPO~IVEL 217 em encanamentos, os engenheiros contavam com um grande número de ábacos de escalas paralelas, das fórmulas de F1amant e Hazen-Williams. Para essa última fórmula era também usual um ábaco de alinhamentos múltiplos. Para os casos mais correntes, a precisão obtida com o emprego de nomogramas era satisfatória. Haviam também réguas de cálculo especialmente feitas para o dimensionamento de canalizações. Os manuais de hidráulica ainda apresentam tabelas para a leitura imediata dos resultados. Com o advento das calculadoras eletrônicas e microcomputadores as soluções tornaram-se mais expeditas, substituindo-se os cálculos tediosos por programas das equações. 9.14 - PERDA DE CARGA UNITÁRIA, DECLIVIDADE E DESNÍVEL DISPONÍVEL Freqüentemente, o engenheiro procura igualar a perda de carga total ao desnível do terreno, estabelecendo-se uma confusão para aqueles que se iniciam em Hidráulica. Na realidade, em muitos problemas, procura-se aproveitar toda a diferença de nível existente entre dois pontos para o transporte da água (Fig. 9.17). Obtém-se, assim, economia. Eleva-se a perda de carga ao máximo admissível, resultando menor diâmetro para a canalização. Contudo, os dois conceitos não devem ser confundidos, pois nem sempre se deseja o aproveitamento total do desnível para o transporte da água. H= 11om Figura9.1B CONDUTOS FORCADOS 218 Se, por exemplo, em lugar do reservatório (Fig. 9.17), existisse um serviço de distribuição de água, no qual fosse requerida uma certa pressão, a perda de carga não poderia igualar N 1 - N 2 • O exemplo dado no Exercício 9.1 é bastante ilustrativo. Exercício 9.1- Em uma usina hidrelétrica, o nível da água no canal de acesso (forebay) está na elevação 550 me, na saída da turbina, na cota de 440 m. A tubulação (penstock) tem 660 m de extensão. Determinar o seu diâmetro de modo que a potência perdida sob a forma de perda de carga nos tubos seja 2% da potência total aproveitável. A vazão é 330 f/s. h 1 = 2% (H) = 0,02 X 110 = 2,20 m, J = h, = 2 •20 =O 0033m./m L 660 ' Para esse valor e Q (8.14a), (C = 100) V= 1,16 m/s, D ~ 0,60 m. = 330 e;s, encontram-se, na tabela de Hazen-Williams 9.18 - COMPRIMENTO DAS CANALIZAÇÕES Geralmente as canalizações têm inclinações pequenas, o que permite aos engenheiros determinar o seu comprimento, medindo-o em planta (projeção horizontal). Esse é o caso mais comum. Seja, por exemplo, uma canalização assentada com uma declividade de 10%, valor relativamente elevado. O comprimento exato do trecho de canalização (Fig. 9.19 seria praticamente 10. Na aquisição dos tubos, sempre se adiciona um certa porcentagem, de 2 a 6%, para fazer face às quebras, substituições futuras, etc. É evidente que esse critério não 10 se aplica aos casos de tubulações forçadas de usinas hidrelétricas, como o indicado no Exerc. 9.1, em que deve ser verificado o perfil para a determinação do comprimento do conFiglI:ra 9.19 . duto. ~1 9.16 -TUBOS NOVOS E TUBOS USADOS Não é pequena a vida útil das obras hidráulicas, e o seu funcionamento deve ser satisfatório durante todo o período previsto para a sua utilização. Quando, por exemplo, uma cidade do interior executa o seu serviço de abastecimento de água, para financiar as obras geralmente a municipalidade contrai um empréstimo a longo prazo: 15 a 30 anos. MATERIAIS EMPREGADOS NAS CANALIZAÇÕES 219 Suponhamos 20 anos, prazo comum. Enquanto o empréstimo está sendo amortizado, pelo menos durante os primeiros 10 a 15 anos, um novo empréstimo não deve ser negociado para o mesmo fim. Por isso, as obras devem ser projetadas com capacidade para o futuro. As canalizações devem ser dimensionadas com coeficientes para tubos em uso, tendo-se em vista a duração prevista para os mesmos. Os coeficientes para tubos novos são úteis e por isso indicados, porque interessa ao engenheiro conhecer a perda de carga inicial ou a vazão que se poderá obter de início. Exercício 9.2 - No Exerc. 8.1 foi dimensionada uma linha adutora, aplicandose coeficientes para tubos em uso. Encontrou-se que D = 0,20 m para 25 J/s e J = 0,0073 m/m. Verificar a vazão inicial que se poderá conseguir nessa linha. Empregando-se a mesma fórmula de Darcy, J=KQ2. Para tubos novos, K = 5, 79,(Tab. 8.1) Q= ÍJ = fl< ou 35 0,0073 =O 035ms/s 5,79 • e;s (contra 25 e;s no fim do plano). 9.1'7 - CALOR PRODUZIDO Embora seja freqüentemente empregada a expressão perda de energia, ao se designar a perda de carga não se deve esquecer que, na realidade, jamais se verifica uma perda de energia. Com o escoamento dos fluidos, parte da energia disponível se dissipa sob a forma de calor. Nessas condições, teoricamente, há um ligeiro aquecimento do fluido e dos tubos. No caso de líquidos, essa energia, sob a forma de calor, é completamente perdida. Tratando-se de fluido aeriforme, uma parte do calor pode ser aproveitada. É fácil mostrar que a elevação de temperatura em um fluido, em conseqüência da perda de carga, é desprezível. Suponhamos que, em uma canalização longa a perda de carga total atinja 1o·m. A elevação de temperatura correspondente seria ..2Q_ =0,16ºC (ou seja, 1/6 de grau centígrado), 427 sendo 427 o equivalente mecânico do calor. (Para a água, a elevação de 1ºC requer aproximadamente, uma caloria, nas condições comuns de temperatura). 9.18 - MATERIAIS EMPREGADOS NAS CANALIZAÇÕES Os materiais usuais compreendem: aço, aço inoxidável, alumínio, borracha, chumbo, cimento-amianto, cobre, concreto, ferro forjado, ferro dúctil, ferro fundido, ferro preto, ferro vermelho, latão, manilhas, cerâmicas, plásticos, etc. As aplicações mais comuns são apresentadas no Quadro 9.1. CONDUTOS FORCADOS 220 - - - QUADRO 9.1 - lndicações gerais sobre tubos fab1:icados no Brasil: Material Diâmetro• Aço galvanizado 12,Sa200= (1/2 a 8") 12,5a200= (1/2 a 8") 350a2400= (14 a 96") Aço sem costura Aço soldado Chapa ondulada Chumbo (em desuso) Cimento-amianto (em desuso para água) Cobre e latão Concreto armado Ferro fundido dúctil Manilhas cerâ.m..icas Tubos plásticos PVC Tubos plásticos de fibra de vidro Tubos plásticos de polietileno de alta densidade e polipropileno Usos preponderantes Instalações prediais de água fria, instalações industriais Linhas adutoras, linhas de recalque; instalações industriais Linhas adutoras, linhas de recalque; tubulações forçadas das usinas, instalações industriais, oleodutos 300a1500= Bueiros (12 a 60") 12,5 1100 mm Instalações prediais de água e esgoto, instalações industriais e estações de (I/2 a 4") tratamento de água Linhas adutoras, redes de distribuição, SOaSOOmm coletores de esgotos, tubos ventiladores (2 a 20") Instalações prediais, encanamentos 12,5a50mm. de água quente (1/2 a2") 300 a3 000= Linhas adutoras, esgotos, sanitários, galerias de águas pluviais, bueiros (12 a 120") 50a1.500= Linhas adutoras, linhas de recalque, redes de distribuição; tubulações (2 a 60") forçadas das usinas, tubos de queda e outras canalizações nos grandes edifícios, esgoto sanitário Esgotos sanitários, águas pluviais 100e400mm (4 a 16") Instalações prediais, industriais e 12a200= casos especiais, esgoto sanitário (1/2 a 8") Linhas adutoras, esgotos sanitários e 25a 700mm (1 a28") industriais 12,5a200mm Transporte de gases, líquidos, despejos (1/2 a 8") corrosivos, rede de distribuição de água e esgotos sanitários .. Fabricação brasileira 9.19 - DIÂMETROS COMERCIAIS DOS TUBOS Os tubos empregados na prática devem satisfazer aos padrões estabelecidos nas especüicações da ABNT. a) Tubos de ferro fundido dúctil. Fabricação brasileira (diâmetros nominais internos expressos em milímetros), (Vide NBR 07560, 07662 e 07663). 350, 300, 250, 200, 150, 100, 75, 50, 1 DOO e 1 200 mm. 900, 800, 700, 600, 400, 500, As vantagens oferecidas pelo ferro dúctil fizeram com que este material seja preferido. No exterior são fabricados tubos de até 2 500 mm de diâmetro. Os tubos de ferro fundido dúctil podem ser fornecidos com ponta e bolsa e junta elástica ou junta com flanges, em todos os diâmetros mencionados, São também fornecidos com junta elástica travada nos diâmetros acima de 300 mm, DIÂMETROS COMERCIAIS DOS TUBOS 221 dispensando o uso de ancoragens . . QUADRO 9.2 - Classes de tubos e pressões de serviço. Pressões máxim.as de serviço em MPa Classe K- 9 Classe K - 7 Classe 1 MPa DN 50 75 100 150 200 250 300 350 400 500 600 700 800 900 1000 1200 3,2 3,2 3,2 3,1 2,6 2,2 2,0 1,9 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 4 4 4 4 3,5 3,5 3,2 3,1 3,1 3 2,9 2,8 2,7 2,7 2,7 2,6 1 1 1 1 1 Fonte: Cia. Metalúrgica Barbará/1987. Valores wi.lidos para. tubos, juntas e conexões b) Tubos de ferro fundido. Importados (diâmetros superiores a 1 000 mm). Fabricação francesa (Pont-A-Mousson), 1 000, 1 250, 1 500 e 2 DOO mm. c) Tubos de aço Confab, Santa Matilde, Icomacedo etc. Fabricação brasileira. Diâmetros até 2,50 m, com variação de 5 em 5 centímetros. As tubulações de aço podem ser executadas com aços de diversas características e com diferentes tipos de revestimentos, os quais devem ser especificados de acordo com a qualidade da água e a natureza do terreno. Especificações: ABNT,-DIN,ASTM, API, etc.(Vide NBR 09914, 09797 e 13061) A espessura das chapas de aço geralmente são superiores a 1/150 do diâmetro, para evitar o colapso ou despregamento do revestimento. QUADRO 9.3 - Linhas adutoras de aço (gravidade e recalque). - Espessuras mínimas admissíveis nos EUA (Exigências do National Bo~rd of Fire Underwriters) Pressões de serviço Diâmetros (empol.em) 70m 105m 140m 175m 24-0,60 28-0,70 32- o.ao 36-0,90 42-1,05 48-1,20 54-1,35 60-1,50 72-1,85 96-2,45 3/16 3/16 7/32 1/ 4 l/ 4 5/16 5/16 5/16 3/8 1/ 2 7/32 1/ 4 9/32 5/16 11/32 3/8 7/16 7/16 9/16 3/ 4 9/32 5/16 11/32 3/ 8 7/16 1/ 2 9/16 9/16 3/ 4 7/ 8 5/16 3/8 7/16 7/16 1/ 2 9/16 5/8 3/ 4 7/8 11/16 (empol.) CONDUTOS 222 FORCADOS d) Tubos de aço galvanizados. 12,5, 19, 25, 32, 38, 50, 60, 75, 100, 125, 150, e 200mm. e) Tubos de latão. 12,5, 19, 25, 32, 38 e 50 mm. f) Tubos de chumbo. 12,5, 19, 25, 38, 50, 60, 75 e lOOmm. g) Tubos de concreto. Fabricação brasileira. 300, 400, 450, 500, 600, 700, 800, 900, 1 000, 1 200, 1 500 mm. Usados em esgoto e água pluvial (vide NBR 08890 e 09794). Para as canalizações importantes, com diâmetros maiores, a execução é feita especialmente, ou simplesmente moldadas no local. h) Tubos de cimento-amianto. Fabricação brasileira(Brasilit e Eternit). 50, 60, 75, 100, 125, 150, 175, 200, 250, 300, 350, 400 e 500 mm. São produzidos em classes correspondentes a diferentes pressões de trabalho. (vide NBR 08056 e 08057). Classes Pressão de prova, kg/ cm2 Pressão de utilização 10 15 20 25 30 10 15 20 25 30 5 7,5 10 12,5 15 i) Tubos cerâmicos (manilhas). Fabricação brasileira. 100, 150, 200, 225, 250, 300 e 400 mm. (vide NBR 05645). j) Mangueiras de borracha. 12,5, 19, 25, 38, 50, 60, 75 e 100 mm. 1) Bueiros de chapas onduladas galvanizadas. 300, 450, 600, 750, 900, 1 000, 1 200 e 1 500 mm. m) Tubos plásticos. Fabricação brasileira. Feitos de polivinilclorado (PVC), rígido. Com juntas rosqueadas, soldadas ou com ponta e bolsa. 12,5, 19, 25, 38, 50, 60, 75, 150 e 200 mm (vide NBR 07362 e 07665). n) Tubos de poliéster reforçado com fibra de vidro. Atualmente são fabricados nos seguintes diâmetros nominais: 200, 250, 300, 350, 400, 450, 500, 550, 600, 700, 800, 900, 1 000, 1 100 e 1 200 mm. São produzidos nas classes 8, 10, 12, 15 e 20 para pressões máximas de serviço de, respectivamente 4, 5, 6, 7,5 e 10 kg/cm2 (vide NBR 10845 e 10846). o) Tubos de aço inoxidável: utilizados para líquidos muito agressivos: p) Tubos metálicos flexíveis: destinados a finalidades especiais. Diâmetros desde 3/8" até 250 mm (10"). 9.20 - VELOCIDADES MÉDIAS COMUNS NAS TUBULAÇÕES. VALORES-LIMITE 9.20.1 - Velocidade mínima Para evitar deposições nas canalizações, a velocidade·mínima geralmente é. fixada entre 0,25 e 0,40 m/s, dependendo o seu valor da qualidade da água. Para as águas que contêm certos materiais em suspensão, a velocidade não deve ser infe- VELOC!OAOES M~DIAS COMUNS NAS TUBULAÇÕES, VALORES-LIMITE 223 rior a 0,50 m/s (no caso de esgotos, por exemplo). A velocidade mínima estabelecida para os sistemas de distribuição de água potável pela norma NBR 12218 é de 0,60 m/s. 9.20.2 -Velocidade máxima A velocidade máxima da água nos encanamentos, geralmente depende dos seguintes fatores: 1) condições econômicas; 2) condições relacionadas ao bom funcionamento dos sistemas; 3) possibilidade de ocorrência de efeitos dinâmicos nocivos (sobre pressões prejudiciais); 4) limitação da perda de carga; 5) desgaste das tubulações e peças acessórias (erosão); _6) controle da corrosão; 7) ruídos desagradáveis. O limite máximo é, por isso, recomendado para~ada caso em especial: Sistemas de abastecimento de água. Para a deter ·nação da velocidade máxima nas redes de distribuição, é usual a segui te expressão: vmtix = 0,60 + l,50D. onde D = diâmetro, em m, e vm.tix =velocidade máxima em m/s. Com velocidades relativamente baixas são minimizadas as perdas singulares. A Tab. 9.1 inclui os valores-limite indicados por diversos autores, comparados com os dados geralmente aceitas no Brasil. b) Canalizações prediais. A velocidade nas instalações não deve ultrapassar (vide NBR 5626): v mtix = 14 -'55 (D em m) vm.ix $; 3 m/s Velocidades muito elevadas, além da perda de carga excessiva, podem produzir ruídos nocivos. c) Linhas de recalque. A velocidade é estabelecida, tendo-se em vista condições econômicas. Geralmente, é superior a 0,80 m/s e, raramente,ultra-passa 2,40 m/s. O assunto será tratado com mais detalhe em capítulo posterior. d) Condutes forçados das usinas hidrelétricas (penstocks). Nesse caso, também a velocidade é fixada por considerações econômicas, sendo,porém, mais elevada do que no caso anterior. De um modo geral, o seu valor é estabelecido entre 1,50 e 4,50 m/s, dependendo das condições econômkas e dos· dispositivos reguladores das turbinas. Nas Usinas de Cubatão (Eletropaulo), a velocidade atinge o valor excepcional de 1 m/s. e) Instalações industriais. A velocidade da água comumente está compreendida entre 1 e 2 m/s. f) Canalizações de gás, ar comprimido e vapor. As velocidades são mais elevadas, sendo comuns os seguintes limites: a) CONDUTOS FORCADOS 224 5 a 10 m/s (até 20); 15 a 25 m/s; 10 a 20 m/s (até 40). gás ar comprimido vapor Tabela 9.1- Velocidades-limite nos serviços de distribuição de água D 75 100 150 200 250 300 350 400 450 soo 550 600 750 1000 França (L.Bonnet) EUA (Fa.nni.ng) Itália (M.Marchetti) São Paulo (Azevedo Netto) 0,70 0,75 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,25 1,30 1,40 1,50 1,60 1,75 2,00 0,80 0,95 1,20 1,35 1,50 1,65 1,75 1,80 1,90 2,00 2,05 2,10 2,15 2,40 0,75 0,80 0,90 1,00 1.10 1,20 1,25 1,35 1,40 1,50 1,60 1,70 1,90 2,20 0,60 0,60 0,80 0,90 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 - - 9.21 - PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE CANALIZAÇÕES Os valores indicados mostram que a velocidade da água, nas canalizações, geralmente está compreendida entre limites não muito afastados. Em consequência, a velocidade pode constituir um critério conveniente para o dimensionamento rápido e prévio das canalizações.' A Tab. 9.2 inclui os diâmetros prováveis nos sistemas de abastecimento de água. Tabela 9.2 - Pré-dim.ensionamento de canalizações Diâmetro prováveis Vazão f,/s 1 2 3 5 10 20 30 50 75 100 150 200 300 400 500 750 1 ººº Linhas adutoras, sistemas de distribuição = 60 - 75 60 - 100 75 - 125 100 - 150 150 - 250 200 - 350 250 - 400 300 - 450 300 - 600 350 - 700 400 - 900 450 - 1000 550 - 1100 600 - 1250 700 - 1500 800 - 1 750 900 - 2 000 Canalizações de recalque mm 25 - 45 38 - 60 46 - 75 60 - 100 - 75 - 150125 - 200 150 - 250 300 - 300 250 - 350 250 - 400 300 - 500 350 - 600 400 - 700 500 - 900 550 - 1000 700 - 1250 750 - 1500 225 , ACESSO RIOS E TUBULAÇOES .O presente capítulo abordará diversos acessórios que, junto com os tubos, compõem os sistemas hidráulicos práticos. Pela sua importância e particularidades, alguns desses acessórios constituem capítulo a parte deste livro, como é o caso das bombas. 10.1 -ACESSÓRIOS ESTRUTURAIS 10.1.1 - Juntas de construção Os tubos podem, teoricamente, ser fabricados continuamente, e assim ser instàlados. Na prática atual essa condição não ocorre (exceto para certas condições em que tubos de polietileno de alta densidade são extrudados no local da instalação). As limitações de ordem prática dizem respeito aos métodos de fabricação, de transporte e de instalação. As juntas mais comuns são: para o aço - solda de topo ou flanges a cada 12 m; para o ferro fundido - junta elástica a cada 6 a 7 m (ponta e bolsa com anel de borracha, travada ou não) ou flanges; para o PVC - junta elástica, junta soldada (9.uímica) ou junta roscada. Figura 10.1 - Junta elástjca . Bolsa -:\ Após a montagem Junta. elástica. travada É basicamente uma junta elástica, cujo travamento é obtido acrescentando-se: Um cordão de solda, colocado na fábrica sobre a ponta do tubo (ou da conexão, no caso de uma extremidade ponta-flange). ACESSÓRIOS 226 Parafuso Flange tipo "sobrepor" (soldado ou roscado no tubo) Arruela~ estanqueidad~ E TUBULAÇÔES ~ Tubo fundido com flange integral ~ Figura 10.2 - Junta de fl:mges Contraflange ~ºf-~-~~~= Anel de trava Figura 10.S -Junta elástica travada Um anel de trava partido, em ferro dúctil, de perfil externo esferoidal e de seção ligeiramente trapezoidal. Esse anel de trava apóia-se no cordão de solda. Um contraflange de bloqueio de ferro dúctil. Um conjunto de parafusos e porcas de ferro dúctil, engatados no aro da bolsa do tubo por meio de uma cabeça especial. . Vantagens: Dispensa a construção de blocos de ancoragem Facilita a execução da canalização. Descongestiona o subsolo dos grandes centros urbanos. Utilização: Em terrenos de resistência insuficiente. No subsolo "atravancado" das grandes cidades. Em travessias de rios e canais. Em declives acentuados. ACESSÓRIOS ESTRUTURAIS 227 f d 1 l ••---- Bolsa com flange especial g Anel de borracha Figura 10.4 - Conexões com junta mecânica Conexões com junta mecânica É uma junta elástica para conexões fabricadas com bolsa especial, na qual tem-se: Um alojamento para o anel (a) situado na entrada da bolsa e limitado por um batente circular (b) que evita o deslizamento do anel para o fundo da bolsa, ao mesmo tempo em que efetua a centragem da ponta do tubo ou conexão. Um compartimento (c), posterior ao batente do anel, que possibilita os deslocamentos angulares e longitudinais do tubo ou conexão contíguos. No exterior, a bolsa termina por um flange especial (d) para sustentação da cabeça dos parafusos de aperto (e). O contraglange (f) apresenta uma coroa inferior (g) que pressiona o anel de borracha, simultaneamente, contra o fundo da bolsa e a parede exterior da ponta do tubo ou conexão contíguos. É especialmente recomendada para as canalizações de diâmetros médios e sobretudo grandes (DN 300 a DN 1 200), devido à facilidade e rapidez de sua montagem. Oferece também a possibilidade de desmontagem e reaproveitamento do material, no caso de modificação ou desativação da canalização. Tubo Figu= 10.5 -Junta roscada Luva ACESSÓRIOS E TUBULACÔES 228 10.1.2 - Juntas de montagem São aquelas necessárias em razão do plano de obra ou para a colocação de um acessório intermediário. Por exemplo, quando duas frentes de obra se encontram, pode-se necessitar uma junta extra para "fechar" os dois trechos. Para colocar uma válvula ou uma derivação em seu local exato, pode-se necessitar um corte de tubo e uma junta a mais. Também são assim chamadas as juntas que permitem montar e desmontar trechos ou acessórios. Luva ·Tubo I Figural0.6 ]unta tipo uGibault" Arruela de bon:acha 10.1.3 - Juntas de dilatação e/ou de expansão Trechos grandes e retilíneos de tubulação podem apresentar esforços internos muito grandes, provenientes das variações térmicas a que o tubo esteja submetido e, portanto, da dilatação e contração. Normalm.ente, as variações térmicas extremas ocorrem durante a construção, quando o tubo está vazio, sujeito a sol e frio. Esses esforços podem ser de compressão ou de tração, dependendo da condição em que o trecho é terminado entre dois pontos rígidos. No caso de tubo enterrado, pode ser que o atrito lateral com o solo absorva os esforços gerados, anuland0-0s. As juntas comercialmente disponíveis dividem-se em dois tipos principais: sanfonadas e deslizantes. As primeiras são pedaços de tubo, com parede especial, sanfonada, construída de forma a deformar-se absorvendo esforços. As segundas são baseadas em dois tubos de diâmetros diferentes, deslizando um sobre o outro, com vedação, normalmente com anel de borracha ou similar. Também é freqüente ver-se o projeto de trechos aéreos de tubulações feito de tal forma que os "arcos elásticos" de seu traçado sejam capazes de absorver por deformação os esforços gerados, sem colapsar. A opção por um tipo ou outro pode ser meramente o custo, que varia em função do diâmetro, pressão e deformação a absorver. Alguns tipos de juntas de dilatação ACESSÓRIOS ESTRUTURAIS 229 Movimento lateral b Extensão axial Figura 1.0. 7 -ExpaIJSii.o saDfonada (a) e (b) Sobreposta com bucha Figura 1.0.B - Junta. de expansão desliza.nte ou junta. de montagem para deslocamentos axiais A - Reservatório recém construído 8 - Reservatório após recalcar õ - Descolamento vertical ·.. A :~===:'} Figura 10.9 - Junta. para absorver esforços provenientes de recalques diferenciais entre a tubulaç.iio e o reservat6rio onde está engarta.da (desenho. esquemático, sem escala). 230 ACESSÓRIOS E TUBULACÔES foram patenteados e muito embora as patentes já tenham caducado em alguns casos, seguem sendo conhecidas pelos antigos nomes, como é o caso das juntas Dresser, juntas Gibault e juntas Harness. Nas chegadas e saídas de estruturas tais como reservatórios, casas de bombas, etc., podem lÍaver movimentos relativos não diretamente ligados a problemas térmicos, onde também se empregam. pares de juntas ou arranjos outros, para absorver os esforços; o caso de recalques diferenciais entre reservatórios e tubulação quando os reservatórios são enchidos para o início da operação, Fig. 10.9. 10.1.4 -Ancoragens 1 - Introdução As tubulações e seus acessórios, além de esforços internos, geram ou podem gerar esforços externos que necessitam ser absorvidos e transferidos a outras estruturas. Os pontos onde se produzem essas transferências de esforços são denominados ancoragens e as formas de fazê-las são objeto de grande criatividade por parte dos engenheiros, além de contar com algumas peças de catálogo de fabricantes. ·, Os esforços externos que desequilibram um sistema fechado (como é o de uma tubulação cilíndrica, onde esforços se anulam por simetria) são originados em curvas, reduções, válvulas fechadas ou parcialmente fechadas, derivações, enfim, numa infinidade de situações em que os vetores do produto Pressão x Área não se anulam em todas as direções e sentidos opostos. A resultante da soma desses vetores é a força a ser absorvida externamente. Tal força é chamada na prática por Resultante, Esforço ou Empuxo, sendo mais adequado o termo resultante, que passaremos a usar neste livro (Esforço é qualquer um, Empuxo já é usado para flutuação). Deve-se registrar ainda que em tubulações de grande diâmetro e pequenas pressões, a simplificação de considerar a pressão a mesma em toda a seção de um tubo deve ser analisada com cuidado, pois a parte de baixo tem pressão maior que a de cima. O mesmo ocorre quando as velocidades se elevam muito e a simplificação de usar apenas a pressão, desprezando a quantidade de movimento, pode trazer diferenças consideráveis, embora se calculem as ancoragens para as pressões.de teste, ou seja, "pressão máxima+ segurança", o que costuma sobrepassar a energia total disponível mais eventuais golpes. Não se deve esquecer ainda o peso da água e do tubo. Em tubulações contínuas, tais como de aço soldado, a importância dessas estruturas é muito menor, pois a própria estrutura do tubo, longitudinalmente, costuma ser suficiente para absorver os esforços resultantes de uma curva ou mesmo de uma extremidade fechada ou válvula, transferindo-os para outra parte do sistema, que por ser fechado acaba por anular todas as forças ou transferi-las ao solo por atrito. Deve-se atentar para os casos em que se exigem testes de pressão antes do reaterro das valas quando esse atrito ainda não existe. Igualmente devem ser tomadas precauções para não construir trechos aéreos com intervalos de apoio e engate muito largos, facilitando a ocorrência de fenômenos de amplificação de ressonâncias oriundas de vibrações. Em casos de grande responsabilidade deve ser feita análise de vibrações. O problema das ancoragens é causa de inúmeros acidentes sérios e é mais freqüente quando se trata de tubulações com juntas flexíveis ou com juntas de poucas ou nenhuma condição de resistir a momentos, ACESSÔRIOS ESTRUTURAIS 231 como é o caso da maioria dos flanges. A .resultante gerada pela pressão interna num tubo é, portanto, transferida a uma estrutura externa, encarregada de absorvê-la e transferi-la ao solo, normalmente denominada "bloco de ancoragem". Visando sistematizar o estudo das ancoragens, pode-se organizar um quadro • Horizontal • Quanto à direção • Vertical • Compressão - descarga direta sobre o bloco de ancoragem • Quanto à posição em relação ao bloco de ancoragem: • Tração - necessita braçadeiras ou tirantes envolvendo a peça e transferindo o esforço para o bloco • Aoterreno • Quanto ao sentido: • Aovazio Ressaltando mais uma vez a atenção que deve ser dada ao tema, registre-se a resultante em um tubo de 500 mm de diâmetro, em uma curva de 45°. Pressão (mca) Resultante em kgf 100 17" 013 150 25 520 34 026 200 Obs.: 1 kgf"' lON 2 - Cálculo da resultante Como já foi dito, a resultante a ser combatida pode ser interpretada como provinda de um desequilíbrio da simetria do produto Pressão x Área. Como a pressão é praticamente a mesma em qualquer ponto de uma seção, equivale dizer que provém de um desequilíbrio das áreas. Por exemplo, em uma curva, a área da superfície externa da mesma é maior que a da parte interna. Pelo esquema das Figs. 10.10 e 10.11, o setor oa. tem uma área maior externa do que interna, em termos de projeção em plano paralelo ao plano da curva. Supondo a curva horizontal, os esforços Vc e Vj (esforços verticais resultantes ao longo da curva) se anulam inteiramente, porque a curva é simétrica em relação ao plano horizontal que passa pelo seu centro. O's esforços He e H; nao se anulam, porque haverá "mais He" do que Hi, ou seja, mais área do lado de fora do que para o lado de dentro da curva. Observa-se que, no caso de curvas com juntas tipo ponta e bolsa, para o cálculo da· resultante deve considerar-se a seção transversal com o diâmetro externo (De) do tubo, ou seja, diâmetro nominal (DN) acrescido da espessura do tubo, isto porque nas tubulações com juntas tipo ponta e bolsa, a bolsa fica cheia de água à mesma ACESSÓRIOS 232 E TUBULAÇÕES H1 A L Plano horizontal ----- v. ---+--- A1 - Área "interna" Setor· externo A 0 - Área "externa" à curva : Setor interno à curva Corte A-A Figura 10.10- Curva horizontal em planta Figura 10.11-Seção trzmsversal da curva pressão, aumentando a área e a resultante, conforme se indica na Fig. 10.12. O cálculo genérico simplificado da resultante dos esforços em pontos especiais é obtido pela fórmula: R=kPA onde: R = é a resultante (N ou kgf); Ponta --i r:dl:M. De De -- Diâmetro externo DN - Diâmetro nominal e - Espessura -o Esforços externos à peça em análise Esforços não equilibrados internamente Figma 10.1.2- Detalbe da junta tipo ponta e bolsa .• ACESSÓRIOS ESTRUTURAIS 233 P =é a pressão máxima de teste (Pa, kgf/cm2 ou mca); A = é a área da seção externa do tubo ou da saída do tê ou a diferença de áreas no caso de redução (m 2); k = 2 sen (a/2), onde a é o ângulo da curva. Para outras peças tais como reduções, válvulas fechadas, extremidades, tês, etc., k = 1: Para demonstrar essa fórmula, basta observar que o valor da resultante é obtido dos dois vetores perpendiculares às seções da tubulação cilíndrica que chega e sai do trecho em análise (Fig. 10.13). A direção da resultante é sempre na bissetriz do ângulo da curva e no plano desse ângulo. O sentido é para fora da curva. Quando se fala em cálculo simplificado, significa que se abstraem o peso do líquido, a velocidade e a perda de carga, o que é perfeitamente válido quando se calcula a resultante para a /90· -a/2 pressão máxima estática acrescida de uma folga para segurança. A Fig. 10.14 mostra o cálculo da resultante em outras situações. /,..~ Figma 10.1S · \ ' R o 1 - o : 1td2 R=P·4. R P·1t · ex R =--(2d2 · cos - 0 2) 4 R +o -------------!--' . .. 4 !o · . td --E--------~---+ R . 1t·d2 . d. R=P·---- . . 1tD2 R = 2P · - · sen (cx/2) 4 2 . Figura 10.14 t (D2-d2) R=P·1t· . - 4 . t ACESSÔRIOS 234 E TUEIULACÔES Exercício 10.1 - Calcular o esforço resultante em uma curva horizontal de 45° de uma tubulação com diâmetro nominal de 500 mm, com juntas elásticas sujeitas a 60 mca de pressão interna máxima. Idem com curva vertical com resultante para baixo. R = 2 sen(et/2) P A sendo: sen(a/2) = 0,38268 P = 60 mca = 6 kgf/cm 2 A= rr.D 2/4 (DN = 500 mm~ De= 532 mm) A= 0,2223 m 2 = 2223 cm2 R = 2 x 0,38268 x 6 x 2223;: 10 208 kgf, para qualquer situação, seja horizontal, vertical ou inclinada. Exercício 10.2 - Calcular o esforço resultante em uma curva horizontal de redução de DN 800 mm para DN 600 mm, junta elástica, sujeita à pressão de 10 kgf/ cm 2 , com ângulo de 60º (pressão máxima de teste estático), Fig. 10.15 Áreas das seções de escoamento são: A 1 = A600 = 0,317 m 2 (De= 635 mm) A 2 =A 800 = 0,557 m 2 (De = 842 mm) As componentes de R: (P = 100 000 kgf/m2 ) F 1 = P xA 1 = 100 000 X 0,317 = 31 700 kgf Fz = p XAz = 100 000 X 0,557 = 55 700 kgf A resultante R é calculada pela expressão: R = .J F/ + Fz2 - 2F1F 2 cos ex R = ..j 31 700 2 + 55 700 2 - 2 X 3 700 X 55 700 X cos 60 R = 48 391 kgf Figura 10.15 - ResultADte nu.ma C'll"'3 de reduçiio 3 - Blocos de ancoragem - Considerações gerais Sempre que a resultante R não for absorvida pela própria tubulação, ou pelo terreno natural, deverá ser providenciado um bloco de ancoragem com esse objetivo. Os blocos de ancoragem normalmente são blocos de concreto estruturalmente projetados para resistir aos esforços sobre ele aplicados, quer quanto ao peso, quer quanto à estabilidade. Podem ser meros apoios de transição quando junto a terreno ACESSÓRIOS ESTRUTURAIS 235 rochoso, por exemplo, e com a "resultante ao terreno" até grandes blocos de peso, onde se atirantam curvas com "resultante ao vazio". Podem ser estaqueados, atirantados ao terreno, enfim são objetos de diversas análises de engenharia para se chegar à solução mais econômica. Os dados necessários para o cálculo dos blocos, além da resultante (direção e intensidade) são: Tensão máxima admissível na parede lateral da vala, já incluído um coeficiente de segurança - é designada por crh máx e expressa em kN/m2. Na falta de dados, adotar como valor médio para estimativas crh máx = 100 kN/m2 (1 kgf/ cm2 ). Em obras urbanas, onde é muito provável que se venha a escavar ao lado por outros motivos, é muito questionável descarregar esforços na lateral. Também não convém contar com essa reação se a vala for muito rasa ou se o terreno ficar muito tempo exposto às intempéries entre a escavação e a ancoragem. Caberá ao projetista e ao proprietário da obra definir quando e onde considerar esse dado. Coesão - é designada por C' e expressa em kN/m 2 • Recomenda-se adotar coeficiente de segurança igual a 2 (dois). Muitos engenheiros não consideram a coesão do solo no equilíbrio dos blocos, pois julgam a coesão prejudicada pela movimentação do terreno durante as escavações. Ângulo de atrito interno do solo - é designado por cp'e varia entre 20º e 45° e já se informa com o coeficiente de segurança. Tensão máxima admissível pelo solo na vertical- é designada por crvodm. e varia entre 120 e 1 000 kN/m 2 , já incluído o coeficiente de segurança. Peso específico do solo - na falta de informações precisas, normalmente é considerado da ordem de 18 kN/m 3 e o solo admitido granular e homogêneo. Não convém considerar o peso do reaterro sobre blocos de ancoragem e sobre tubos sem contar com grande certeza sobre isso, já que os ensaios hidráulicos de estanqueidade e pressão são muitas vezes feitos antes do reaterro. Concreto - normalmel).te armado (armadura e casca) f.,k = 15 MPa, "f = 1,4 fcd = fr:k/Y= 10,71 MPa Yc = 22 a 24 kN/m 3 Atrito concreto-solo Angulo de atrito (<p): na falta de dados adotar cp = 30° como médio Coeficiente de atrito µ: µ = tan <p :5: tan cp' Ângulo de atrito interno do solo (<p') 4 - Bloc:os de ancoragem - Critérios de cálculo Para verificar a estabilidade dos blocos de ancoragem: a) Equilíbrio de esforços horizontais a.1) Ao terreno: Uma vez admitido que o terreno lateral é confiável para descarregar esforços, não há porque não descarregar toda a resultante hori- . zontal na lateral. Logo, a área lateral mínima de contato bloco-terreno é dada por: ACESSÓRIOS E TUBULACôES 236 Avmin. = Rh(kN) 2 cr h mox.(kN / m ) equação (1) Obs. Não se recomenda que a face superior do bloco de ancoragem fique a menos de 60 cm da superfície do terreno e, assim mesmo, deve-se verificar a estabilidade do conjunto bloco-terreno. a.2) Ao vazio ou sem confiabilidade pela lateral (áreas urbanas): Considera-se só a força de atrito concreto-terreno. O esforço horizontal deve ser multiplicado por um coeficiente de segurança igual a 1,5. O volume do bloco é dado por (peso específico do concreto= 24 kN/m3 ): Vm1n. = .Rh(kN) X l, 5 tan<p x24(kN / m 3 ) equação (2) Nunca considerar, nem as forças de atrito lateral do bloco nem as cunhas laterais de resistência passiva. Obs. Algumas normas práticas em uso e algumas Mnormas" de empresas e regiões, informam que em áreas urbanas admite-sé a desca:rga na lateral do terreno de 1/3 do esforço resultante de tubulaçio enterrada. Compreende-se o objetivo dos autores de tais normas em tentar diminuir o volume total de concreto dos blocos, que em diâmetros e pressões maiores ficam muito graD.des. Tais normas certa.mente consideram, com alguma razão, que é pouco provável a coincidência de pressão máxima. escavação em toda a lateral do bloco, etc., e preferem arriscar um ou outro eventual deslocamento de bloco. O que se entende errado nessas normas é a maneira fantasiosa de assumir a retirada do coeficiente de segurança, alegando admitir descarga na lateral do terreno. Sugere-se que, a critério do proprietário da obra. em comum acordo com o projetista, considerando os riscos envolvidos, diminua-se ostensiva.mente o coeficiente de segurança (ou até se elimine), contando com que haverá alguma descarga lateral do bloco ou pressão dinâmica abaixo da máxima, que atuará com segurança na maior parte do tempo. Atentar ainda para que, quanto mais funda a tubulação, menor o risco de escavação na lateral. Equilíbrio de esforços verticais b.l)Ao terreno (para baixo): A resultante será equilibrada pela reação do terreno. A área horizontal mínima do bloco será: b) ~ = (Rv + Pb + Pt)(kJ."\T) crvadm(kN/ro2) equação (3) onde Pb é o peso do bloco Pt é peso da tubulação cheia Obs. Entende-se portubulação cheia: (a) tubulação aérea (peso do trecho do tubo entre dois apoios consecutfros +peso da água nesse trecho) e (b) tubulação enterrada (peso da peça ancorada +peso da água dentro dela). b.2) Ao vazio (para cima): A resultante será equilibrada pelo peso do bloco, cujo volume mínimo será dado por: Vmll1 = Rv - Pt(kN) equação (4) · 24(kN/m3 ) c) Equilíbrio ao tombamento Na falta de outras instruções, recomenda-se adotar: momento equilibrante maior ou igual a 1,5 x momento do tombamento, sendo 1,5 o coeficiente de segurança: força resultante passando pelo núcleo central da base, isto é, excentricidade em relação ao eixo médio da base menor ou igual a 1/6 da longitude da base. ACESSÔRIOS ESTRUTURAIS 237 Corte A-A A L A __j t-0~'=-6 L Figr:r:ra l 0.16 Nesse caso, a pressão no terreno é: N M , com W aV =A -±-~ W 2 =-bL6 ou a be) =-N(1 ±--º L VA onde: L é o comprimento da base (m) b é a largura da base (m) A = bL é a área horizontal (m 2 ) M 0 é o momento resultante em relação ao ponto médio da base (kN · m) N é a força resultante vertical (kN) =Rv+Pb +P1 € 0 == M 0 /N é a excentricidade (m) Obs. Os valores devem ser positivos 5 - Considerações práticas a) Dimensões Os blocos devem distribuir-se simetricamente em relação à resultante e ao eixo da tubulação, e sua dimensão H deve ficar dentro de uma cunha de 45º tirada desde o eixo da tubulação e desde a extremidade e o fim da peça, (Fig. 10.17) de forma que o bloco trabalhe o máximo possível s6 a compressão. Por exemplo, a dimensão "a" a ser dada à ancoragem em curva horizontal contra o terreno natural (Fig. 10.18) é calculada pela expressão: aa:: Figura 10.17 Fi.gUm 10.18 ACESSÓRIOS E TUBULAÇÓES Axp a a=--tan<T·H 2 equação (5) onde a é o lado do encosto (cm); A é a seção do tubo (cm2); pé a pressão interna máxima (kgf/cm2); <:r é a pressão admitida no terreno: argila compacta = 1,0 kgf/ cm 2 terra vegetal = 0,5 kgf/ cm 2 H é a altura da ancoragem (em cm), obtida a partir da linha de centro do tubo com ângulo de 45º. b) Ábaco para determinação da resultante em tubulações: Considerou-se a pressão interna unitáriap = 1 kgf/ cm 2 • Para outras pressões, basta multiplicar o valor obtido da resultante, pela novà pressão na mesma unidade, para ter a nova resultante. Exemplo: Obs.: Pressão lntema de D = 600""".!} Nomograma Curva = 90 p=7kg/r:rn2 E = 4 Ot • E = 7l<4 o = 2~ ' ••• 7 • 1kg/cm". MulUpllcar o ompuxo pela pressão do trabalho '" 2 000 -,,,.. ...-"" - , , ........ - _,.,, 000 900 .~r; eoo Ê §. .ieWÍ 700 ,,~71 , .... 50 ,..... 400 300 200 ,,,,. / / ~ ........ V.... 100 - ,, v ,,,.. ..... _.,,,.. _,-' .,,,,,.- 1-"" V ~ •.;~'õ<S- ..,...-1 t,0 ~ ... "' V- ,... _,. / / / --~ - !...- v"' E• 2 Apson "12 (curva<) E• Ap (lê ou Ullnpl.\o) .... 1~ '/ ~~o-~~/ --~--~~ _,. e..,,,,. ........ .,.., ... .... ....... '-"' '-""' ,_,,.,. V / ~_,.,....."" .... [_,. v' vi"" V _,. V V""" / ,,,,.,,,... ...,v V i,...-1-"" / "' v ... , .... ,,.... ....... .... """' "' e..- / l~ ........ _,,.,. ~ ~ " ~E• v 1 1 1 1 1 "'ô Empuxo (t) Figura 10.19-Âbac.o para detenninaçiio de esforços resultantes em tubulações Tabela 10.1 -Tua admismrel no terreno (valores recomendados pelo Instituto de.Pesquisas Tecnológicas de São Paulo para taxas admis.5íveis na vertical - Gv odm (Para cálculos expeditos) Iu!f/cm.2 Taxa admissível na vertical Rocha, confonne sua natureza e estado 20 Rocha alterada, mantendo ainda e estrutura original, necessitando martelete pneumático ou dinamite para desmonte 10 Rocha alterada, necessitando, quando muito, de picareta para escavação 3 4 Pedregulho ou areia grossa compacta, necessitando picareta para escavação Argila rígida que não pode ser moldada com os dedos 4 2 Argila dura dificilmente moldada com os dedos 2 Areia grossa de compacidade média 2 Areia fina compacta menor que 1 Areia fofa ou argila mole, escavação a pá ACESSÓRIOS ESTRUTURAIS 239 Tabela 10.2 - Valores de tan <p (coeficiente de atrito) Tipo de terreno Areia e pedregulho com silte e sem argila Areia argilosa Argila dura Argila úmida tan <pmúx 0,50 0,40 0,35 0,30 Na falta de maiores informações e para meras avaliações, admitir a taxa na horizontal (crh máx) como metade da taxa admissível na vertical. Exercício 10.3 - Um trecho horizontal de tubulação de O, 70 m de diâmetro está sujeito à pressão hidrostática máxima de 9 O mca. Dimensionar a ancoragem para uma curva de 3 0°, admitindo que o terreno possa suportar 1 kgf/cm2. A altura máxima de ancoragem é de 1,40 m. _ Ap t a_ 3 848x9 _ a--- an-x 0 , 268 =66cm aH 2 J..0x140 A= (cm2 ) p-(kgf/=2J H-(cro) Esse mesmo bloco, uma vez que tem uma superfície horizontal e um peso, pode descarregar parte do esforço por atrito na face inferior, diminuindo seu tamanho. Caso a tubulação não fosse enterrada em área urbana, sujeita a escavações ao lado, o bloco dessa curva deveria descarregar todo o esforço por atrito. Em vez da área do bloco, deve-se verificar o peso do bloco de ancoragem (equações 2 e 4). Logo, a expressão geral do peso do bloco é: Exercício 10.4 - Calcular a resultante numa curva de 200 mm, 45º sujeita à pressão interna de p = 5 kgf/cm 2 , pelo ábaco da Fig. 10.19. Pelo ábaco a resultante é Rnboco = 250 kgf, e:r;itão a resultante real será calculada como: R = Róbaco X p = 250 X 5 = 1 250 kgf Exercício 10.5 - Ancorar um tê ou um tampão de 350 mm de diâmetro, lateralmente, contra a parede de vala. A pressão máxima de serviço é de 42 mca (4,2 kgf/cm2) e o terreno é rocha alterada, necessitando de picareta para sua escavação. Pelo ábaco de resultantes: Rti.bo.co = 1 000 kgf Rrenl = Rábaco X 4,2 = 4 200 kgf Pela tabela: crv.ndr:n = 3 kgf/cm. 2 portanto, para a horizontal (crb = 0,5 cry) 2 crb.ndm = 1,5 kgf/cm. ACESSÓRIOS 240 E TUBULACôES A= _R_ = 4 200 = 2 800cm2 1,5 Logo, pode-se construir um bloco de 70 x 40 cm, ou com outras duas medidas, que dêem área de contato superior a 2 800 cm2 • Então, O" bodm Exercício 10.6 - Ancorar uma curva de 90º com 200 mm de diâmetro, verticalmente, contra o fundo da vala, sendo a pressão de serviço de 115 mca e o terreno arenoso semelhante ao de Bauru. Pelo ábaco de resultantes: Rábo.co = 450 kgf Rre 31 = 450 X 11,5 = 5 175 kgf Pela Tabela 10.1: ºvo.d.m = 2 kgf/cm 2 A= ___..!i_ = 5 175 O'vodm 2 Então, =2 587cmz Portanto, pode-se construir um bloco de 70 x 40 cm, ou com outras duas medidas, que dê área de contato superior a 2 587cm2 • Exercício 10. 7 - Calcular um bloco capaz de resistir à resultante de 4.000 kgf que faz um ângulo de 10º com a horizontal. O terreno é areia argilosa. P. ;::: b Rh tancprr=t ±R Pela Tab. 10.2: Então V tg cpmáx = 0,40 x cos 10° = 4 000 x 0,98 = 3 920 kgf Rv = R sena= 4 000 x sen 10º = 4 000 x 0,17 = 680 kgf Rh = R cosa= 4 000 P. b > 3 920 0,40 +680=10 480kgf Para utn bloco de concreto (2 200 kgf/m 3 ), teríamos aproximadamente um volume de 5 m 3 • Convém notar-se, ainda, que, para esse caso, é necessário verificar a posição relativa da resultante e centro de gravidade do bloco para que não haja tombamento. Exercício 10.8 - Seja uma curva espacial (não horizontal e não vertical) com resultante ao terreno e ao vazio ao mesmo tempo (encosta de morro). O diâmetro nominal é 800 mm, a curva é de 11º (obtida por uma curva de 11º15' ponta e bolsa, acrescida de 7,5'em cada bolsa). A pressão de teste (máxima a considerar) no ponto é de 2,1 MPa. ovo.dm = 300 a 400 kN/m 2 oh o.d.m = 100 kN/ m 2 cp' = 30° O cálculo da resultante e suas componentes foi feito com auxílio de computação gráfica, face à grande complexidade do cálculo geométrico envolvido. Os resultados obtidos foram: R = 253,55 kN Rv = - 165,35 kN ACESSÓRIOS ESTRUTURAIS 241 Rb = 192,21 k.N Vr= -40,70º Hr= 90,99º As dimensões mínimas recomendadas no texto para garantir a estabilidade do bloco são (peso específico do concreto= 24 kN/m 3): V: - + R,, Rh tan q> X 24 24 V = 192,21xl,5 165,35 =l 3, 91 m m1n tan30x24 24 A ancoragem foi dimensionada conforme a Fig. 10.20. ./ Para verificar a tensão no terreno na vertical e assegurar o equilíbrio ao tombamento, deve--se calcular: mln Cí V = NA x(l± 6x.soJj{ L <~~dm L .So:,;- 6 Além da resultante devida à pressão, deve--se considerar o peso do bloco e o peso da tubulação cheia (8 k.N/m). = pb + P. + Rv Cí A V X (1 ± 6L J X .Sa 1,1X1, 7) + 2(1,0 1, 7 = 13,60 k.N N =Pb +Pr+Rv= 522,89 kN pb = [(5,3 Pt = 8,0 X X 1,3 X 1, 7)) X 24 = 343,94 kN X e =Mº=RhxH=192,21xl,8S=0 6Sm o N N 522,89 ' e0 = 0,68 m <L/6 = 0,88 m 2 Cív 522,89 (l± 6 X 0,68J = {102,72kN/m < O"v.odm (para sinal+) 1,7x5,3 Figura 10.20 5,3 0,75mm 13,35kN/m2 >0 1,00mm (parasinal-) 0,90mm 1-1--1-1 5,30mm 1,70mm 242 ACESSÓRIOS E TUBULAÇÔES 10.1.5 - Deflexões Os tubos com juntas flexíveis não precisam estar perfeitamente alinhados, comportando deflexões em suas juntas. Quanto maiores os diâmetros e as pressões, menores as deflexões possíveis, porque as tolerâncias se estreitam. Cada uma dessas deflexões se comporta como uma verdadeira curva, inclusive para os efeitos de resultantes externas, o que pode vir a obrigar a sua ancoragem, especialmente quando não enterrados. O uso adequado das deflexões, economiza curvas, peças especiais e ancoragens. O desconhecimento de suas resultantes pode trazer conseqüências desagradáveis. Note-se que um deflexão de 1,5 graus em um tubo de 500 mm de diâmetro sob uma pressão de 12 kgf/cm 2 dá uma resultante de 617kgf, que tem de ser absorvida. Os catálogos dos fabricantes informam as deflexões máximas permitidas em cada caso. Deve-se ficar 25% abaixo desses limites, muitas vezes difíceis de atingir na prática ou então favorecendo vazamentos. 10.1.6 - Valas de instalação. Cargas sobre tubulações enterradas. Flutuação. As tubulações de água devem ser instaladas prefererivelmente enterradas, e a uma profundidade mínima que ofereça proteção contra cargas acidentais, choques, efeitos de temperatura, movimentos, etc. Com efeito, as tubulações aparentes normalmente resultam mais onerosas, além de serem um estorvo por onde passam, constituindo-se em um obstáculo à liVTe circulação. As valas para instalação devem ter uma largura tal que permita o trabalho liVTe ao redor do tubo quando necessário, ou seja, o acesso do operário encarregado da montagem em boas condições. Tal dimensão varia com a profundidade da vala, o tipo de escoramento, o tipo de junta, o reaterro especificado, equipamento disponível, enfim, deve ser analisado caso a caso. Normalmente, usa-se uma folga de 25 a 30 cm de cada lado do tubo. Quanto à profundidade, o recobrimento mínimo deve ser de 0,60 m para tubos de ferro fundido, aço e concreto armado e de 0,80 m para tubos de cimento amianto e PVC. Os tubos assentados em valas estão sujeitos às seguintes cargas: peso da água; peso próprio dos tubos; carga de aterro sobre os tubos; cargas móveis; sobrecargas ou cargas acidentais. Há casos em que se deve considerar a possibilidade e o efeito de um vácuo parcial na tubulação. · A carga devida ao aterro da vala depende da natureza do material, da sua condição, da profundidade e da largura da vala e do método de reenchimento. De acordo com os estudos do prof. Wãstlund, a carga do aterro sobre os tubos pode ser calculada pela seguinte fórmula aproximada: P = yH(b - 0,08 H) onde: P é a carga por unidade de comprimento de tubo (kgf/m) y é o peso específico da terra (kgf/m3) H é a altura de recobrimento (ótima em torno de 1,5 m) b é a largura do fundo da vala (m) e resulta, ACESSÓRIOS ESTRUTURAIS 243 4D b=-+020 3 ' Outra fórmula experimental foi obtida pelo prof. Marston (Iowa), após vinte e um anos de observações. Em sua forma mais simples é: Figura 10.21 B ~ 1,5 D As cargas móveis ou vivas raramente ultrapassam 2 000 kgf/m2 onde: Pé a carga vertical sobre os tubos (kgf/m); e é um coeficiente experimental, função da natureza e estado do material de recobrimento e da relação H/B; y é o peso específico do material de reaterro úmido (kgf/cm3); B é a largura da vala (m). Tabela 10.3 - Valores mais comuns de C H/B Terra ordinária saturada Areia ou pedregulho Argila saturada 1,0 0,8 0,8 0,8 2,0 1,5 1,5 1,5 4,0 2,2 2,3 2,6 6,0 2,6 2,8 3,3 8,0 2,8 3,1 3,8 10,0 2,9 3,2 4,1 Todo projeto de tubulação enterrada deve verificar a possibilidade de flutuação do tubo quando vazio e enterrado. Muito trabalho tem sido perdido por falta dessa verificação e muitas instalações resultam defeituosas por movimentos no tubo devido à flutuação, não percebidos à superfície. Na prática, pode ocorrer aflutuação do tubo com a vala aberta ou fechada. Com a vala aberta pode ocorrer a inundação desta por chuva, vazamento próximo, defeito no rebaixamento do lençol, etc. e o resultado é evidente. Com a vala fechada, caso não tenha havido boa compactação, o efeito é o mesmo, pois a água encharca o reaterro e dá-se a flutuação. Mesmo com boa compactação, deve-se verificar o empuxo e o tipo de solo. A solução em muitos casos é construir blocos de concreto de contra-peso para garantir a não flutuação. Todos os tipos de tubo estão sujeitos a esse tipo de acidente. Alguns materiais só apresentam essa possibilidade a partir de determinado diâmetro, quando o volume deslocado é superior ao peso próprio. Exercício 10.9 - Uma canalização de concreto protendido de 0,90 m de diâmetro será assentada em um trecho de vala com 2,50 m de recobrimento de terra, de peso específico igual a 1 800 kgf/m 3• Calcular a carga exercida pelo aterro sobre os tubos. a) Aplicando-se a fórmula do prof. Wãstlund b = 4D + 0 20 '= 4 X 0, 9 0 + 0 20 '= 1 40m 3 , 3 ' , ACESSÓRIOS 244 b) E TUBULACÔES P = y H (b - 0,08 H'J P = 1 800 X 2,50 (1,40 - 0,08 X 2,50) = 5 400 kgf/m Aplicando-se a fórmula do prof. Marston B = l,5D = 1,3 5 m H/B= 1,85 C= 1,3 --2 p = 1,3 X 1 800 X 1,35 = 4 265 kgf/m 10.1. 7 - Suportes e apoios São acessórios das tubulações não enterradas. Não deixam de ser um caso particular de ancoragens. As tubulações aéreas devem estar contidas quanto ao seu deslizamento (se inclinadas) e quanto ao seu deslocamento, por efeitos térmicos, esforços transversais, etc. O dimensionamento desses suportes deve levar em conta a estrutura dos tubos para não provocar concentração de esforços nem pontos de corrosão preferenciais, bastante comuns. No caso de travessias em pontes ou túneis, os apoios devem ser solidários à estrutura e permitir o deslizamento do tubo no sentido longitudinal. No caso das pontes, deve-se levar em conta as resultantes provenientes de flexas admissíveis na estrutura após o enchimento com água e pressurização, além de ser necessário bom alinhamento e apoios a intervalos pequenos, evitando que o tubo possa vibrar por algum fenômeno de ressonância. No caso de travessias subterrâneas em túneis, nunca se deve encher o espaço entre o tubo e a camisa do túnel com concreto. Qualquer recalque diferencial ou flexão vai trincar o concreto e provocar uma concentração de esforços cortantes no tubo junto a essa trinca, pois o tubo terá se transformado na armadura dessa "viga". O enchimento, se necessário, deve ser feito com areia. 10.1.8 - Proteção físico-química A maioria dos materiais das tubulações sofre ataques físico-químicos e bacterianos, interna e externamente, no subsolo ou ao ar livre, em uso ou não. A exceção talvez fique por conta apenas das manilhas de barro bem feitas. O efeito dos ataques físico-químicos é mais notado nas tubulações metálicas e há uma quantidade imensa de recursos, aos quais, fabricantes e instaladores lançam mão para minorar o problema. A cada ano, se evolui um pouco mais no assunto. Não nos deteremos, no âmbito deste livro, em tratar do tema. O leitor interessado deve buscar livros específicos e catálogos de fabricantes sobre: proteção catódica por ânodos de sacrifício; proteção catódica por corrente impressa; revestimentos externos de tubulações; revestimentos internos; substituição de solo ao longo de valas e/ou correção de solo. Muitas vezes o custo da solução de proteção pode ser determinante para a mudança do material do tubo ou a condenação de determinado material. t ACESSÓRIOS OPERACIONAIS 245 10.1.9 - Entradas e saídas Toda tubulação começa e termina em alguma ou outras estruturas. Tais locais são objeto de detalhes especiais, normalmente minimizando perdas de carga, garantindo submergências para que não haja formação de v6rtices ou turbulências, erosões, concentrações de esforços, dissipação de energia, enfim, adequando as condições existentes às necessidades, para o que a engenhosidade do projetista não tem regras. O mercado oferece alguns equipamentos tais como defletores e orifícios múltiplos, para evitar a formação de vórtices em tomadas de água, válvulas dissipadoras de energia em chegadas de água, crivos destinados a evitar a entrada de corpos estranhos, e juntas, destinadas a absorver movimentos relativos entre as estruturas e as tubulações. Normalmente entradas e saídas são dotadas de válvulas e medidores que permitem sua operação e controle. 10.2 -ACESSÓRIOS OPERACIONAIS 10.2.1 - Válvulas Destinam-se a abrir/fechar/regular a passagem da água pelas tubulações. Podem estar situadas em diversas posições da linha e são de diversos tipos. A definição do tipo de válvula é função do fim a que se destina, freqüência de uso, forma de acionamento, localização e acesso, pressão de serviço, diâmetro, vazão e custo. As válvulas também são conhecidas como registros, num uso inadequado da palavra, que não será mais usada neste livro. As válvulas podem ser acionadas manualmente, muitas vezes com algum dispositivo auferindo vantagem mecânica (parafuso, engrenagem de redução, alavanca, etc.), por motores elétricos, por comandos hidráulicos ou pneumáticos ou ainda por efeito do próprio líquido em função de pressão e velocidade, quando se denominam válvulas automáticas. 1 - Válvula de gaveta t uma cunha ou gaveta que, quando fechada, atravessa a tubulação, e quando aberta, recolhe-se a um campânula, Fig. 10.22. Quando aberta, dá passagem total ao fluxo e a perda de carga é muito pequena, devida apenas às reentrâncias laterais que servem de guia e sede de vedação quando a gaveta se fecha. Existem diversos tipos, com gavetas de faces paralelas ou ligeiramente trapezoidal ou em cunha. O acionamento pode ser por parafuso interno ou externo, etc. A vedação é obtida em parte pela pressão da água sobre a gaveta, forçando-a contra Aberto Figura 10.22 - Válvula de gaveta Fechando ACESSÓRIOS E TUBULAÇÕES 246 a guia/sede. Portanto, a abertura e o fechamento são feitos com arraste entre duas superfícies, sendo possível uma má vedação ao longo do tempo. Válvulas de grandes dimensões e grandes pressões necessitam um dispositivo denominado "by-pass" (desvio), de forma a estabelecer um enchimento e uma compressão pelo outro lado da face da gaveta, sem o que não se consegue abri-las. As válvulas de gaveta destinam-se a funcionar nas posições aberta ou fechada e são para pouca freqüência de uso. A utilização para regular vazão com manobras freqüentes é uma improvisação. Em baixas pressões e quando não se requer estanqueidade, não há impedimento técnico ao seu uso mais freqüente e para regulagem de vazão. Podem vedar em um sentido ou em ambos, dependendo da concepção. 2 - Válvula borboleta É um disco preso a um eixo, que atravessa a tubulação. Tendo um movimento de 90°, pode fechar a tubulação ou ficar alinhado com o escoamento (Fig. 10.23). Esse disco pode ser simétrico em relação ao eixo, ou não, dependendo do projeto mecânico da válvula ser equilibrado, ou seja, a pressão da água sobre as duas metades do disco em relação ao eixo é simétrica e equilibrada, ou pode ter uma excentricidade tendendo a abrir e fechar, conforme se projete. Aliás, a grande vantagem da válvula borboleta é esse equilíbrio em torno do eixo que faz com que a pressão tendente a fechar se anule com a pressão tendente a abrir, possibilitando uma manobra com pouco esforço externo. Acrescendo-se a vantagem de ser uma peça de fabricação mais fácil que de outros tipos de válvulas, torna-se usualmente a opção mais econômica. Em relação às válvulas de passagem direta, apresenta maior perda de carga localizada, pelo fato do disco ficar atravessado, embora possa melhorar muito com cuidados no projeto do disco. As válvulas borboleta destinllill-se a estar abertas ou fechadas e admitem grande freqüência de uso. A utilização para regular vazão é uma improvisação, que não será notada em baixas pressões e quando houver contrapressão suficiente para não haver cavitação, ou seja, nesses casos não chega a ser uma improvisação, mas uma opção econômica. Note-se que toda válvula reguladora é uma redutora de pressão, logo uma dissipadora de energia, passível de cavitações, vibrações e erosões. Os fabricantes recomendam que as válvulas borboleta sejam montadas com o eixo na posição horizontal. Tal recomendação prende-se aos detalhes dos mancais, que em caso contrário deveriam prever força axial do peso do disco. São as válvulas de uso mais difundido hoje em dia, de maior gama de aplicação e normalmente de menor custo. Normalmente aceitam fluxo em ambas as direções, vedando também em qualquer uma delas. Aberto Figara 10.23 - Válvula borboleta Fechando ACESSÓRIOS OPERACIONAIS 247 3 - Válvula rotativa ou cilíndrica Também conhecida por válvula esférica, é um dispositivo cilíndrico como se fosse um pedaço de tubo, com um eixo perpendicular ao eixo do cilindro/tubo, montado dentro de um corpo estanque, onde gira em torno desse eixo (Fig. 10.24). Na posição aberta praticamente tem perda de carga zero, pois como internamente é um tubo liso que se alinha com a tubulação onde se insere, não há perdas. Na posição fechada tem estaqueidade garantida por um desenho adequado, podendo vedar em um sentido ou em ambos. Normalmente é utilizada para grandes diâmetros e grandes pressões, sendo acionada por mecanismos eletrohidráulicos. Destina-se a operar 100% aberta ou 100% fechada, ou seja, não se regulam vazões nessa válvula. Aberto Fechando Figura 10.24- Válvula cil:indrica Um caso particular aproximadamente igual é o da válvula denominada Rotovalve, em verdade um corpo cônico (quase cilíndrico), ou seja, classificar-se-ia como "válvula de macho". 4 - Válvula de agulha Fil(Unl 10.25 - Válvula de agulha - - Mesmo tipo de válvula para diâmetros pequenos ACESSÓRIOS E TUBULACÕES Também conhecida como válvula anular e "needle valve", destina-se à regulagem de vazão e fechamento final em descargas para a atmosfera. Existem desde pequeninas válvulas para tubos de cerca de 1 cm de diâmetro até diâmetros de mais de 1 m. O desenho dessa válvula procura minimizar o efeito da cavitação quando as velocidades são muito altas, fazendo com que o fenômeno se dê após a válvula, na atmosfera, ou em uma "câmara de expansão". São previstas para fluxo unidirecional (Fig. 10.25). Algumas válvulas de bóia de entrada em reservatórios são válvulas de agulha. 5 - Válvulas de globo ou de disco Eixo rosqueado Figura 10.26 Válvula de globo Obturador a= o (NAmáx.) QM (NAmín.) ª"º -~,,, ~~~y : '~-=~~~~··. ' ' '' ·.-.' •t-----::ll• Reservatório de nível constante Figura 10.27 - Obturador de disco auto-ce.ntnmte ACESSÓRIOS OPERACIONAIS 249 Também conhecida como registro de pressão, assim como a de agulha, prestase a regular vazão e bloquear o fluxo. Existem desde as válvulas domésticas (a maioria das "torneira" de lavatórios, chuveiros e pias são válvulas de globo, com a vedação sendo chamada de "carrapeta") até válvulas com cerca de 300 mm. A partir desse diâmetro não se encontram mais em catálogos, exceção da válvula de disco auto-centrante (Fig. 10.27), caso particular deste tipo, para saídas à pressão atmosférica, fabricada pela Neyrtec. Consiste de um disco apertado contra um orifício por um eixo roscado, Fig. 10.26. O corpo da válvula é aproximadamente esférico, visto por fora (daí o nome) e está projetado de forma a desviar o fluxo para entrar perpendicularmente ao disco de vedação. São previstas para fluxo unidirecional e não permitem o contra-fluxo, porque o disco, que normalmente é "pivotante" em um eixo que fica dentro da haste de fechamento, age como uma válvula de retenção. As válvulas de agulha são um caso particular das de globo e vice-versa. 6 - Válvula multijato Válvula destinada a regular vazão e/ou dissipar energia em altas pressões, quando o problema de cavitação e vibrações pode ser crucial. São poucos os 1 - Corpo anelar onde estão contidas duas placas circulares, perpendiculares ao escoamento. 2 - Placa circular fixa. .,q .:>1 3 - Placa circular móvel que gira sobre a foca para regu- lagem da válvula. 2 Figura 10.28- Válvufa multija.to (Monovm-) Corpo perfurado Fechando Controle de entrada de fluxo-----' Corpo fixo J t Corpo móvel Figura 10.29 - Válvula multija.to (Polyjet) ACESSÓRIOS 250 E TUBULAÇÔES fabricantes e normalmente envolvem patentes. O princípio básico é criar diversos orifícios com um perfil especial por onde passa a água, dando-se o fenômeno da cavitação logo após os orifícios, já na massa líquida. Como são diversos orifícios, as explosões de cavitação são diversas e menores, diminuindo a vibração por umas anularem as outras. Também são reguláveis, por deslizarem uma placa com orifícios sobre outra ou por oferecerem mais ou menos orifícios ao fluxo. Só podem ser usadas em uma direção e não interrompem o fluxo, ou melhor, não vedam (Figs. 10.28 e 10.29). 7 - Válvula de mangote ou válvula flexível O elemento de fechamento é um elastômero, ou seja, um material elástico que recebe pressão de um dos lados e se deforma até obturar a passagem no pedaço de tubo onde se situa, e que é o corpo da válvula, Fig. 10.30. As válvulas de diafragma "puras" são relativamente pouco usadas em hidráulica, prestando-se à regulagem de vazões e obturação, dentro de baixas pressões. É necessário que o setor sinta maior confiabilidade nas membranas elásticas e na reposição das mesmas. Entretanto podem ser muito úteis em líquidos com impurezas, onde a vedação pode ser problemática nas demais válvulas. É o caso dos esgotos. São válvulas muito resistentes à abrasão (erosão). - Fluxo - Pressão Figw:a 10.30-Mo.ngote ou flexível 8 - Válvula automática ou válvula reguladora auto-operada Nesse tipo de válvula, um disco em um diafragma (Fig. 10.31) ou um pistão (Fig. 10.32) serve para empurrar, através de um eixo, um outro disco contra um orifício-sede. Há diversas variações de válvulas desse tipo, cada fabricante 'tem uma patente do formato do corpo e de detalhes da válvula. Essas válvulas prestam-se muito a arranjos criativos de automatismo hidráulico. Como exemplo, apresenta-se a seguir (Fig. 10.33), um arranjo denominado "válvula de altitude", que é uma das montagens possíveis com esse nome (no caso com um "reservatório de ponta") e portanto um dos inúmeros casos particulares de arranjos de válvula auto-operada hidraulicamente. O nome "válvula de altitude" é uma tradução literal do inglês ("altitude valve") de deve-se a que são arranjos (ou conjuntos) que servem para controlar a altura de água em reservatórios elevados. É uma válvula que fica ao nível do solo, ou até distante do reservatório a controlar, que opera através de uma pequena tubulação de diâmetro mínimo, servindo como piloto para a pressão estática (nível do reservatório), que vem pressurizar (ou não) uma válvula diafragma pequena, que por sua vez deixa passar ou não a pressão de acionamento para a válvula diafragma/disco principal. Pode operar como válvula reguladora e de fechamento. ACESSÓRIOS OPERACIONAIS 251 Mola Restrição de fluxo ~ A>a Figw:a 10.31 Esquema de funcion9mpnto das válvulas de aciona- mento por diafragma. ~ a) Quando não há fluxo atravessando a válvula, a mesma peremanece fechada b) Havendo fluxo, a pressão aplicada comprime a mora e abre a válvula. e) Se houver uma entrada de água à mesma pressão interna do tubo para o interior da tampa da válvula, vai aparecer uma força de cima para baixo que irá gradativamente fechar a válvula (A>a). d) Deve-se, portanto, instalar um sistema de controle adequado que permita deixar passar a água ou retirar a água da tampa, proporcionando abertura e fechamento total ou abertura parcial (controle de vazão) da válvula. Figu:ra 10.32 Válvula automática de .acionamento por pistão 252 ACESSÓRIOS E TUBULACÔES 9 - Válvula redutora de pressão É um outro caso particular das válvulas automáticas, também conhecida por válvula de alívio de pressão e válvula de controle de pressão. No caso de válvulas redutoras de pressão, usadas para limitar em edifícios muito altos as pressões máximas para evitar, além do desconforto, o rompimento de ligações frágeis do tipo flexível, usadas em pias, lavatórios e bidês, deve-se verificar se o tipo de válvula redutora de pressão é eficaz mesmo quando a vazão é muito próxima de zero. Muitas dessas válvulas ao se aproximar a vazão zero, ou até mesmo sem vazão alguma, transmitem a pressão estática, às vezes até por pequenos problemas de estanqueidade. Daí o elevado número de problemas em algumas dessas instalações durante a noite, quando a vazão pode ser zero ou muito próxima desse valor. Em redes de distribuição de água são usadas para compatibilizar as pressões máximas das zonas baixas, com os limites admitidos. 10 - Válvula de esfera De pequenos diâmetros, acionada por alavanca diretamente, girando 90º, só abre/fecha, não regula. Quando aberta, a perda de carga é zero. De estanqueidade problemática, se muito usada. 11 - Válvula de macho Similar à de esfera, com pivô cônico e não esférico. Muito usada domesticamente em instalações de gás e em ramais de água. Muitas vezes o pivô tem passagem em ângulo, permitindo direcionar o fluxo. As válvulas de macho simples, se usadas com muita freqüência, apresentam problemas de vedação. Há válvulas sofisticadas com lubrificação e molas de compressão e vedação. Com variações, atingem até diâmetros de 500 mm ou até mesmo mais, no caso particular das Rotovalves (ver 3). As válvulas de bóia de entrada de água em reservatórios muitas vezes são desse tipo, acionadas diretamente por uma bóia presa a uma alavanca solidária ao eixo. 12 - Válvula de retenção São válvulas que só permitem o escoamento em uma direção. São usadas em bombeamento, em linhas por gravidade e em casos específicos. Na verdade, é uma aplicação de diversos tipos de válvulas, havendo algumas específicas para esse fim: a) Tipo portinhola ("sewing check valve") - consiste de um corpo onde bascula uma portinhola que abre sob a pressão do escoamento de água. Normalmente pode ser instalada na horizontal ou na vertical, sendo preferível na horizontal. Existem até diâmetros de mais de um metro. São as mais comuns (Fig. 10.33). Figura 10.33 - Válvula de retenção tipo portinhola ACESSÓRIOS OPERACIONAIS 253 b) Tipo disco ou plugue ("lift check valve")- é uma válvula de globo ou disco, em que a haste não é roscada e sobe e desce com a ação de gravidade e da pressão do líquido (Fig. 10.34a). Só funciona bem instalada em trecho de tubo na horizontal com haste na vertical. Há válvulas desse tipo exclusivas para instalação na vertical, algumas muito usadas como válvulas de pé em sucção de bombas (Fig. 10.34b). A perda de carga é maior que nas de portinhola. b) Figura 10.34- Válvula de retenção tipo pluguc ou disco c) Válvula de dupla portinhola ("dual check") - o tempo de fechamento das válvulas de retenção passa a ser um problema muito importante, quando a influência do golpe de aríete também assume importância. Nessas circunstâncias, o ideal seria o fechamento instantâneo. Como isso é impossível, busca-se fechar a válvula de retenção o mais rápido possível. Assim há válvulas que incorporam uma mola com essa intenção. No caso da válvula de dupla portinhola, existe uma mola e em paralelo dividiu-se a portinhola em duas para que o tempo de fechamento já ficasse dividido por dois, pois a trajetória do fechamento é a metade. O desenho é auto-explicativo (Fig. 10.35). d) Retenção diversas - em instalações de grande porte, com problemas de golpe de ariete importante, como já explicado no item (c) acima, os projetistas tem se esmerado na busca de soluções criativas para diminuir o tempo de fechamento da retenção. A figura 10.36 na página seguinte, apresenta um tipo, projeto Neyrtec, em que se procura reduzir o percurso para o Figura.10.35- Válvula. deretençiio fechamento pela multiplicidade de t:ipoduplaport:iD.h.ola orifícios menores e a inércia do corpo a movimentar pela utilização de material leve (elastômero). 13 - Válvula de expulsão e/ou admissão de ar (ventosas) É um dispositivo de funcionamento automático para admissão e expulsão de ar das tubulações sob pressão. Sua necessidade é evidente para fins de enchimento 254 ACESSÔRIOS E TUBULACôES -- Fluxo o Figw:a 10.36 - Válvula de retenção C1as:ir e esvaziamento de tubulações com perfil sinuoso, localizando-se as ventosas nos pontos altos e antes ou depois de válvulas de seccionamento da linha. Também, durante o funcionamento, tem grande utilidade: primeiro, purgando o ar que se acumula nos pontos altos, em função do ar carreado e dissolvido pela água e que vai "flutuando", especialmente quando há redução de pressão, formando bolhas e reduzindo a vazão de projeto pela obstrução que causa, e segundo, permitindo a rápida entrada de ar em condições de subpressão, evitando o esmagamento dos tubos pela pressão atmosférica ( ou evitando o super dimensionamento das paredes do tubo) e também evitando uma eventual onda de sobrepressão após a onda de subpressão, com o colapso por sobrepressão nos pontos críticos. Não existem válvulas só de expulsão de ar (embora teoricamente seja fácil construí-las), porque sempre convém que as válvulas de expulsão também admitam ar para o tubo. Os fabricantes normalmente classificam as válvulas em três tipos: a) ventosa simples; b) ventosa dupla, de pequeno e grande orifício; c) ventosa de admissão. Alguns fabricantes chamam suas válvulas de expulsão de ar de "ventosas de duplo efeito", (não há ventosa de único efeito) e as com orifício grande e pequeno de "ventosas de duplo efeito e tríplice função", o que nada mais quer dizer que o ar entra e sai (duplo efeito) e com as funções de encher, esvaziar e operar, o que só serve para causar uma certa confusão desnecessária ao engenheiro iniciante. Também há catálogos que chamam de "purgador sônico" a ventosa simples, com pequenas nuances que não justificam a mudança de nome Para o mesmo objetivo podem ser usadas "chaminés", quando o ponto alto em questão está próximo da linha piezométrica máxima. A Fig. 10.37 mostra esquemas ilustrativos das válvulas citadas. A observação das condições de funcionamento de diversas tubulações, respaldada por comprovações de laboratórios de hidráulica, também verificou que dentro de determinados limites de declividades, ascendentes/descendentes (declividades críticas), e em função da velocidade de operação, o ar não fica retido em certos pontos altos, sendo carreado pela massa líquida e, portanto, dispensando a instalação de ventosas de expulsão. ACESSÓRIOS OPERACIONAIS 255 a) Ventosa simples Tampa ""- Niple de descarga Corpo Flutuador em posição fechada Flutuador em posição de descanso ou de ventilar b) Ventosa dupla (tríplice função) Tampa " " ' descarga Niple de Suporte maior Compartimento auxiliar Compartimento principal Flutuador menor em posição fechada Flutuador maior em posição fecha~ Flutuador menor em posição de descanso Fh.rtuador_r.naior-em posição de descanso . C) Ventosa de admissão (tipo válvula de pé) -~--~--~- .=·=-=-=·=. ,,..-.= = = • . . . . ._ = _? '- Figura 10.37 ACESSÓRIOS E TUBULAÇÕES 256 o carreamento do ar pelo fluxo numa tubulação ocorre quando a velocidade média do escoamento é maior ou igual ao valor da fórmula: ve = 1,36-.}gxDxsen/3 onde: ve é a velocidade crítica de arraste do ar (m/s); D é o diâmetro do tubo (m); g é a aceleração da gravidade (m/s 2 ); J3 é o ângulo de inclinação do trecho descendente (graus) A inclinação do trecho descendente da tubulação para o enchimento da mesma deve ser menor ou igual a: se= tan (j)) onde se é a inclinação crítica para o enchimento à tubulação (m/m). Para descrever o funcionamento de uma ventosa, vamos valer-nos da descrição constante no catálogo de Válvulas Barbará para sua "ventosa de tríplice função"(VTF), ou seja, uma ventosa dupla: Funcionamento a) Compartimento principal: de dimensões compatíveis com o diâmetro nominal da ventosa, encerra um flutuador que se aloja em uma concavidade do fundo, enquanto a ventosa estiver vazia. Dessa forma, todo o ar deslocado pelo enchimento da adutora será e>.."Jlelido pela abertura que se encontra na tampa do compartimento. No momento em que o ar tenha sido eliminado, a água alcançará o flutuador, deslocando-o para cima, de encontro à respectiva abertura. Assim, fecha-se automaticamente a ventosa, ficando nesse trecho a adutora, sob pressão da água. A própria pressão interna manterá o flutuador contra a sua sede. Em caso de drenagem da adutora, falta de água em linhas de gravidade ou quaisquer outras condições que provoquem uma redução da pressão interna, a pressão atmosférica, auxiliada pelo peso próprio do flutuador, provocará admissão de ar, evitando a criação de vácuo. b) Compartimento auxiliar: com a adutora em carga como foi dito anteriormente, a pressão interna é suficiente para manter o flutuador do compartimento principal contra a sede, ficando, assim, vedada a saída de ar que porventura venha a se acumular nos pontos altos da adutora. Para retira-lo, encontra-se no interior do compartimento auxiliar um flutuador, cujo peso é suficientemente grande para que a pressão não o mantenha contra o pequeno orifício do niple de descarga. Dessa forma, a menor quantidade de ar que venha a ser acumular no interior da ventosa será rapidamente eliminada. Seleção de tamanho Conhecida a vazão da linha e adotado um valor para o diferencial de pressão entre o interior da ventosa e a atmosfera no momento do enchimento ou esvaziamento (adota-se 3,5 mca = 0,035 MPa), obtém-se um ponto na Fig. 10.38, que indicará o tamanho da ventosa a ser escolhida. A localização das válvulas de expulsão/admissão de ar é objeto de estudo do perfil possível para a tubulação. Há casos singulares a serem apreciados, tais como os pontos de inflexão de declividade, como será visto nos exemplos a seguir. ACESSÓRIOS OPERACIONAIS 257 1 Faixa recomendada para se1ecao 5 0'50 0'100 I J 4 --· f---u ------- --···· ---- -·· -- ... .... 3 2 o CD as .g cn / / 1 15 20 30 40 50 70 100 J I / / 0,3 1o / I / J I 0,2 / J J / 0.4 0,1 I / I / 0,6 I J ./ I ,gºo !: 0,5 :! Ê ! E f:l.(I) ! I J ~§ 0,9 fõ 0,8 o.u (1) (1) 0,7 / / J / J / I I I >::i as ci e-as o"c ias as 1,0 ~~ / I 1,5 / / / as cn 'E ·····-/ ·---- ··• 0'20o 12'150 I / / J / !/ ' 150 200 J 3000 400 600 1000 1500 2000 3000 Capacidade de descarga ou admissão de ar das VTF em função da vazão de água da linha, em litros/segundo Figura 1.0.38- Gráfico parn escolha. das VTF Exemplo: Q =2501/s, solução =VfF100 ................. -..... -............ .......... ---·-:·· ...... ... --------------, ::i _.!:' ~-~~~-:~~~'~7-; .-·:!;~.: :··.: ' •':' :, 1_·:";·: Figura. 10.39-Locali=çã.o das ventos/JS p=:i um perfil de tubulaçiio 258 ACESSÓRIOS E TUBULAÇÔES QtrÃDRO Ío.1 - Prática n~rte_-am,ericana p~a a locali.zação de ventosas . Em uma tubulação deverão ser examinados os seguintes pontos para se verificar a necessidade de instalação de ventosas: • • • • • •· • • Todos os pontos altos. Os pontos de mudança acentuada de :inclinação em trechos ascendentes. Os pontos de mudança acentuada de declividade em trechos descendentes. Os pontos intermediários de trechos ascendentes muito longos. Os pontos intermediários de trechos horizontais muito longos. Os pontos intermediários de trechos descendentes muito longos. Os pontos iniciais e finais de trechos horizontais. Os pontos iniciais e finais de trechos paralelos à linha piezométrica. O dimensionamento das ventosas é feito em função da vazão de ar a ser expulsa ou admitida em determinado tempo e sob determinada pressão ou subpressão em relação à pressão atmosférica local. Portanto, os elementos básicos são a vazão de enchimento da tubulação para as ventosas de expulsão (ou o tempo de enchimento desejado) e a vazão de entrada, além da geometria da válvula de cada fabricante; logo cada uma tem sua curva. Note-se que em pressões negativas, acima de 4,9 mca (0,049 MPa), o ar penetra na tubulação à velocidade do som, que é a velocidade limite para o fluido ar. Portanto, embora alguns catálogos de fabricantes indiquem pressões abaixo dessa, não devem ser consideradas. 14 -Dimensionamento de uma válvula de admissão de ar ("ventosa de admissão" ou "'válvula anti-vácuo") Premissas: O dimensionamento deve ser feito para a hipótese mais desfavorável, que corresponde normalmente à ruptura total e instantânea de um ponto baixo da tubulação. Portanto, a válvula ou conjunto de válvulas a ser calculada deve ter a capacidade de admitir uma vazão de ar igual à vazão no ponto de rompimento, para minimizar os efeitos de subpressão. Considere-se um perfil típico de um trecho de tubulação (Fig. 10.40), no qual existe uma mudança de declividade no perfil. Também se considera que a parte superior BC do tubo tem uma declividade (ex) menor. que a da parte inferior CD(~). B D Figura 10.40-0peraçii.onormal ACESSÓRIOS OPERACIONAIS Figw:a l0.4l ·Momento do rompimento em 259 uD~ Rompendo-se a linha no ponto mais baixo, o fluxo de água tende a ser maior (mais rápido), no trecho inferior CD (de maior declividade) do que no trecho superior BC (de menor declividade). No ponto de mudança de declividade, tenderá a haver uma separação da coluna d'água, formando-se um "vácuo", ou melhor, uma subpressão, que corresponde à diferença desses dois "fluxos" de água dos trechos superior e inferior, com declividades desiguais, podendo-se estabelecer os equilíbrios (ou igualdades), apresentados na Fig. 10.41, com base na equação da continuidade. Evidentemente pode-se eliminar a ventosa de admissão em C desde que a estrutura do tubo, especialmente no entorno de C, resista às subpressõe·s resultantes e admitindo a ventosa de admissão em B dimensionada para admitir a vazão total calculada para o trecho BD, menos Q1. Cabe observar que Q1 pode tornar-se zero em algumas configurações, (ver Fig. 10.47). Note-se ainda, que os trechos DC e CB devem resistir à subpressão resultante da primeira onda de subpressão, que se propagará de baixo para cima até abrir as \ ventosas de admissão. A análise dessa e de outras situações, dá-se a seguir, com o traçado de alguns perfis teóricos onde se representa a linha piezométrica e em seguida com a apresentação de um caso concreto. Seja o perfil apresentado na Fig. 10.42 (pág. seguinte). Nas condições de operação normal, a linha piezométrica (LP) está representada no desenho unindo os níveis de montante e jusante. A pressão dinâmica (pd) em cada ponto da tubulação corresponde à distância entre a tubulação e a LP No caso de rompimento ou abertura inadequada de válvula no ponto C, ocorreria a configuração da Fig. 10.43 (na pág. seguinte). As maiores subpressões correspondem aos pontos B (pd 2 ) e D (pd 3 ) e os tubos devem ser dimensionados para tal situação, ou protegidos para que isso não ocorra. A proteção refere-se à colocação de ventosas de admissão nesse pontos, de forma que a configlJração do esquema apresentado seja o da Fig. 10.44. ACESSÓRIOS 260 E TUBULAÇÔES N.A. ---,. ---------- -.... __ _ ====~===·- LP --- ....... ................. A N.A. ---,. Descarga (fechada) / Figura 10.42 - Perfil de uma tubulaçiio N.A. ---,. ---------=·==·=====-."'-~ N.A. ---,. =.-::.-:.-=.:- . -: - -- -- -- --·-·- - -- - --·- - ---·-.-_"'."'·r"·· -·--··· . _..;..·.:..·. ··- . ,;·~ e Figura. 10.43 -Representação do rompimento da tubulação N.A. ---,. ==.:=====-- l y Ventosa de admissão Figura 10.44 - Tubulação com a indico.ção das ventosas ~ _:.:.. ACESSÓRIOS OPERACIONAIS 261 O arranjo apresentado nas Figs. 10.42, 10.43 e 10.44 corresponde a uma situação simples, podendo-se imaginar situações mais complexas como a da Fig. 10.45. N.A. ----------.=======-=-- ...... N.A. -.,. Figura 10.45 -ArTBDjo de uma situação mais complexa Admitindo-se o rompimento em "E ", a configuração seria: N.A. ----.,. N.A. -,. Figura 10.46 -RepresentD.ção do rompimentos em "E" Como nessas circunstâncias é possível que o pessoal da operação feche as válvulas de saída junto aos reservatórios "A" e "F", a configuração vai evoluir para a situação mostrada na Fig. 10.47 (caso a operação não feche os registros mas os reservatórios fiquem vazios, o resultado será o mesmo dos registros fechados): N.A. -,. N.A. -,. Figu:ra 10.47 - CoDfiguração final Observa-se que a ventosa em C aumenta de capacidade para atender ao período de esvaziamento do trecho "CE". ACESSÓRIOS 262 E TUBULAÇÕES Na impossibilidade de dimensionamento detalhado, ou seja, como solução provisória de campo, recomenda-se adotar como critério de escolha expedita de válvula de admissão de ar, uma seção de passagem de ar igual ou maior a 12,5% da seção do tubo (~ 1/8 do diâmetro do tubo onde for instalada). . >·· ·E}cemplo icU :.:.:.Este exemplo corresponde à :um trecho·d~ ad.utora por .· graviõ.ade, ~ensão de 1 500 m, e~ tubulação de. aÇo; diâi:netr() .1100 "Ixi.in; .. ,espessura·de chapa)/4"(6,53 mm), dimensionada para resistir à.préssão ·. .· 'interna e cargas externas có:Í:respondentes ao pesei do recobrimento, empUx.os .: .. faterais éarga de'.trânsito; Fig; 10.4B:A "pressão de col3.pso admissível é ciê .. · 4,3 mca'. · ·· · · · · · '· · ··· · · · ' : ·: · e Figura 10.48 103+0,00 61+10,00 71+0,00 . ".,. 124+0,00 136+1 .·. º·ºº - .,·.. _.·,·:,.,;· ··,. . . . ' . .... ..... ·.·. ' ,· a. Ocorrendo um rompimento total n() ponto' baixo {estaca 136 ~- ,10,00), depressão. resultante atingirá rapidàniente o" ponto" mais alto (estaca:· 61 +. · ;10,00), provocàniio a abertura dá ventosa aí instalada.A partir desse instante; .· a:"liiiha "·piezoniétJ::ica" ~orr"espoild~rá ,.à reta unincio ºs· ~JCÍreriíós. :d.o ·_.tl:ech(),': resultando: . . .i . . .' . . ... ' · ·· · •. · · ·· ·· · h 1 ·7 aos.as :. 12s;2'7;;; ao.• 58 ni (ve'.r ei.ti.aa:r~· ·ª se~i'.r> ·· t'~-1 ·soo·~ ·· · Jc=ü;ós372m1m.·: · ·· · · · · · " · · · · · ······ >::·• . .. ·. · · · · .. :··· . Q;;, 9:3s··zii,31s .· .. · .: Será necessária .ins:talá.~ duas-v~ntos~s de 200· n:i.m; juntas; e>u 'admi.ssíi~dear,e_~111va1~J1~e. ;:: · .: ..:"<·:;··· /.:·;_::·.·:·:.·:~:O::;·.. uma V:álvula de · >.<;·, . ','.· •·. ;. ·,:_:. otrecho serã.O negativas, caléµl.àdas Ílo qti!l.!irQ .· asegúir: .. •·:_··_::."··'"·:·•. ,·: .... · ' ; / . ·-· .. ·:·>··'.·~::' ·, :··'·.-·•. ;: ... ' :.1°:- As pressões ao fongo .de .fodo. 0 -....... ·~ -· ~· ,..._." ·-·-- ·-· '" ' ... :.·::., ..... :. ....... '· --~ ACESSÓRIOS OPERACIONAIS Estaca 263 Cota piezométrica Cota geométrica 806,85 m 801,21 m 798,25 m 796,64 m 793,42 m 785,90 m 775,15 m 764,40 m 756,89 m 750,44 m 745,07m 739,70 m 735,40 m 730,99 m 728,96 m 726,27m 806,85 m 805,51 m 804,83 m 804,45 m. 801,81 m 795,64 m · · 786,83 m 778,02 m. 771,85 m 764,35 in 758,10 m 751,85 m 743,66 ni 735,27m 731,39 m 726,27m Pressão (mca) ,• 61 + 66 + 69 + 71 + 74+ 81 + 91 + 101 + 108 + 114+ 119 + 124 + 128 + 132 + 134 + 136 + 10.00 15,00 10,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 º·ºº º·ºº 0,00 2,00 º·ºº 10,00 :. b,00 -4,30. - 6,58 -7,8L. -8,39 - 9,74 -: 11,68 -13,62 -14,96 - 13,91 - 13°,03 -12,1? . ,... 8,26 -4,28' -2,43 . 0,00 . . ' '•' . Obs.: Nos trechos com pressões abaixo - 10,3 mca, deve ocorrer. separação de coluna por. vaporização da água. Assim, as pressões abaixo desse Valor acima tlllotadas sãomerament~ indicativas. ha . Observando os valores de pressão no quadro acima, verifica-se qu'e necessidade de reforçar a tubulação, empregando chapa de 5/16"(pressão de Figunl 10.49 1ª6 1ª7 - ~.-ic---.c.:.:- Os 61+10,00 71+0,00 108+0,00 124+-0,00 136+10,00 ACESSÓRIOS 264 E TUBULAÇÕES colapso admissível de - 8,4 mca) em uma extensão de 227 metros, entre as Estacas 66 + 15,00 e 74 + 0,00 e entre as Estacas 128 + 0,00 e 132 + 2,00. Já entre as Estacas 74 + 0,00 e 128 + 0,00, com uma extensão de 1 080 metros, a tubulação terá que ser executada em chapa de 3/8"(9,53 mm), cuja pressão de colapso admissível chega a 14,50 mca. · · · Observa-se que, assim, de um total de 1 500 m, apenas 193 m não necessitam de chapa mais espessa. ·· · Esse problema poderá ser completamente sanado, se forem instala~as ventosas de admissão de ar em todos os pontos de variação sensível de declividade, isto é, nas Estacas 71 + 0,00, 108 + 0,00 e 124 + 0,00. · Ao abrirem-se todas as ventosas, o escoamento passará a. ocor~er éomo' · indicado na Fig. 10.49. As vazões nos diversos subtrechos serão: + Estaca 61 + 10,00 a 71 + 0,00 L = 190,00m h 1 = 806,85 - 804,45 = 2,40m J = 0,01263m/m Q 2 = 4,50m 3/s Estaca 71 + 0,00 a 108 o,ob L= 740,00m hr 804,45 - 771,85 ~ 32,60m. J = 0,04405m/m Q3 = 8,47m3/s Estaca 108 + 0,00 a 124 + 0,00 L = 320,00m hr = 771,85 -751,85 = 20,00m J = 0,06250m/m ~ = 10,10m 3 /s Estaca 124 + 0,00 ª· 136 + 10;00 L = 250,00m hr = 751,85 - 726,27 = 25,58m .·• J = 0,10232m/m Q 5 = 12~94m3 /s = Considerando nula a vazão de montante Q 1 pàra maior segurança:, as vazões de ar a admitir e as ventosas necessárias, dentro do limite de subpressão de 4,3 mca, serão as seguintes: Estaca 61+10,00 71+0,00 º·ºº 108 + 124 + 0,00 Vazão Ventosa Q6 = Q2 = 4,50 m3/s Q7 = Q3 - Q2 = 3,97 m 3 /s QB = Q4 - Q3 = l,63 m3/s Q9 = Q5 - Q4 = 2,84 ml/s 200mm 200mm 150mm 200mm 15 - Dimensionamento de uma válvula de expulsão de ar ("ventosa de expulsão" ou "válvula de purga" ou "purgador de ar sônico") Premissas: O dimensionamento deve ser feito para a etapa de enchimento da tubulação, porque é nessa condição que se espera a maior vazão de ar a sair. A velocidade de enchimento normalmente é dada por razões operacionais, entretanto, pode ocorrer o inverso, pois para não ocorrer a instalação de ventosas, estas podem ditar a velocidade de enchimento. Daí deduz-se que a fixação desses diâmetros não é um tema de cálculo tão preciso quanto o das válvulas de admissão. Alguns critérios práticos são correntes, tais como um que manda fixar os diâmetros das ventosas 265 ACESSÓRIOS OPERACIONAIS em 1/12 do diâmetro da tubulação quando não houver condições de melhor detalhar a questão. Sugere-se aqui que a vazão de enchimento de uma tubulação não supere 20% da vazão de projeto, sendo desejável velocidades menores. Exemplo 10.2 - Seja uma tubulação de diâmetro 800 mm com uma vazão de projeto de 10001/s e comprimento de 1 735 m.Admite-se uma vazão de enchimento (~)igual a 15% da vazão máxima de operação, ou seja, 150 !/s. te= V/Q,, V =. L x:,4_ = 173,5X1ClJ 2 /4 = 873 m3 , Q,,=150!/s '' t., 873/150 x10·3 = 5 820 s = lh 37 min O diâmetro mínimo do orifício de purga do ar pode ser calculado assim: = . .. onde: Clar ~· Cd xAv X~ . Q,;,. é a vazão de saída do ar . (m 3/s) (Q,,,. .. Q,,) 'ed é o Coeficiente de descarga para ventosas comerciais (ed = o' 44) Av é a área do orifício da ventosa (m2 ) g é a aceleração da gravidade (m/ s2 ) P é a diferença de pressões interna/externa (m.c.ar) P (m.c.ar) = P. (m.c'.~~a) x Ptígunl Pn:r =2 500 m.c.ar sendo: · P·= 3,S mca · . Págu 11 ,;, 1000 kgf/m 3 . P11r = 1,4kgf/ m 3 . ·. resulta,·· .· · Ay = 0,0015 m 2 . ou (Dv = 44 mm). A velocidade do ar para esse orifício é de: v= = Q,,,./Ay = 100 m/s Entretanto, essa velocidade pode provocar sons desagradáveis nas manobràs . de.enchill'.leritõ: Para eyitÚ- isso, deve-se evitar velocidades acima de 40 m/s, o 9ue resulta eni: · · . .. · . . ' · Av =0,0038 m 2 e portanto; o diâmetro mínimo do orifício da purga de ar d~ve ser de: . . nv ~ 10 mm . . . 10.2.2 - Orifícios calibrados ou placa de orifícios São placas perfuradas, colocadas transversalmente às tubulação, destinadas a criar uma perda de carga localizada cqnsiderável, por algum motivo hidráulicooperacional. Podem ser fixas ou ajusd.veis, sendo mais comuns as primeiras. O caso do orifício ajustável recai em válvulas de ajuste de vazão. São acessórios com grande e freqüente utilidade, bastante simples e eficazes. Normalmente localizam-se a jusante de válvulas, bombas, derivações, etc .. Podem ser calculados para todo o tempo de operação ou serem previstos para uma etapa de funcionamento e depois substituídos ou eliminados. Recomenda-se que, após o cálculo da seção necessária, a área do orifício seja dividida em diversos orifícios. visando minimizar problemas de vibração. Os ACESSÔRIOS E TUBULAÇÕES 266 orifícios também devem ser cônicos, convergentes no sentido do fluxo, com ângulo de 30º, visando minimizar os efeitos de cavitação (Fig. 10.50). . , . ~Placa de orifícios ou orifício calibrado Figura 10. S O - Placa. de orificios 10.2.3 - Descargas Localizadas nos pontos mais baixos da tubulações permitem o seu esvaziamento quando necessário e também a limpeza da tubulação. As descargas são dimensionadas como bocais. tendo-se em vista o tempo admitido para o esvaziamento completo da linha ou do trecho de linha em consideração. Na falta de melhores estudos e como regra prática de campo para um dimensionamento provisório, recomenda-se adotar o diâmetro da descarga como sendo igual a 1/6 do diâmetro da tubulação a drenar. A descarga é feita em galerias, valas, córregos, etc., devendo ser evitada qualquer conexão perigosa com esgotos. É freqüente que o ponto baixo esteja localizado abaixo do local de lançamento, prevendo-se nesse caso o término do esvaziamento, se necessário, por bombeamento, e um arranjo que permita essa opção, conforme a Fig. 10.51. Poço seco Poço úmido - Vai para drenagem Figura 10.51 Esquema de localização da válvula de descarga Válvula.de As válvulas utilizadas nas descargas são do tipo gaveta ou borboleta, entretanto soluções tecnicamente mais corretas seriam válvulas de disco ou de agulha, especialmente para menores pressões. A cavitação deve ser sempre verificada, sob pena de ao fechar novamente a descarga, esta não mais vedar. Nesse caso é recomendada a implantação de placa de orifícios antes da descarga para a atmosfera, que pode até ser retirada quando a pressão cair, se houver pressa no esvaziamento. ACESSÓRIOS OPERACIONAIS 267 10.2.4 - Ventilações As entradas de ar através de ventosas devem ser protegidas contra a possibilidade de sucção de águas externas, recomendando-se sua colocação a uma altura mínima de 1 m acima do nível máximo de inundação no local. 10.2.5 - Inspeções Nas tubulações de grandes diâmetros (maiores que 800 mm) visitáveis, ou seja, possíveis de serem inspecionados internamente por um homem, devem ser previstos acessos ao interior da tubulação a cada 500 m, no máximo. Nas tubulações de diâmetros menores, os acessos devem permitir a introdução de equipamentos de inspeção e limpeza. Tais acessos devem ficar em posições estratégicas, escolhidas por bom senso, e serão usados para entrada e saída de pessoal e de equipamentos. Consistem simplesmente de um "tê" com um flange cego, que é retirado/colocado no local. 10.2.6 - Medidores As tubulações devem estar providas de medidores de vazão e de pressão para que seu estado e eficácia possam ser aferidos, além de permitir sua operação racional. Há diversos tipos de medidores de vazão, dividindo-se em alguns tipos ou grupos, dos quais os dois primeiros são os mais usados: Medidor por diferencial de pressão (tipo Venturi) Medidor velocimétrico (tipo molinete ou hidrômetro) Medidor eletrônico (tipo ultra~som/Doppler) Todos eles medem a velocidade da água em sua seção de área conhecida, daí tirando-se a vazão instantânea. Todos os medidores podem totalizar ou não a vazão instantânea, pelo acréscimo de mecanismos tipo odômetro ou contadores. O assunto é objeto do Capítulo 17 deste livro. Os medidores de pressão são os manômetros, assunto já tratado no Capítulo 2 e também abordado em medidores de pressão diferencial. 10.2.7 - Bombas As tubulações que se destinam a elevar. . !J.gi,ia de um ponto a outro, estão providas de bombas, ou seja, equipamentos mecânicos que lhe transferem a energia necessária para um deslocamento. Há diversos tipos de bombas e diversas configurações para o seu arranjo. Pela importância e extensão do assunto, constituem objeto do capítulo 11 neste livro. 268 -11••.. 111a1n11 '"' l 1v.n-: :~ ••• 11111111..-; 9'iL:-.1~ IA "~~ P"I '1. t•t Abrir Froqüêncin X de uso Fechllr pouca gr.inde • 1:..11f.: 11.r/t RCSWngcm Vazão e/ou Reduç:iioPreWio R R /\BP nmOOs R R R ambos(") l G<lveb NR 2 Borboleta NR 3 Rot:ltivuoucilindriai Sentido doC=o NR R R R ambos 4 Agulha R R R R unidirecional 5 Globo ou disco 6 Multijnto R R R R unidirecional R R R unidirecional R R ambos M=goteou ilexívcl ABP NR R 8 AutomáticaouR.A. O. R R(') R R unid:irceional Esfen>. NR(ABP) R R NR ambos lO Macho NRGABP) R R NR ambos 7 9 ll ~çiio - R R R uni<lirecional l2 Ventosos - - R R - .ABP- aceitável em baixas pressões (até 6 kgf/em2) - R- recomendável - NR -não recomendável P.asso Real, no rio Jacuf, a 210 km. de Porto Alegre, toi uma etapa sigr:Ji.ti.cati.va. na ocasião do.Plano de EJ.etrifi.cação elaborado pelo goverD.o do Estado do Rio Gnmde do Sul (Fonte: IESA Notícias). Obscrvnçiio (')depende domodclo (')depende domodclo 269 , ESTAÇOES ELEVATORIAS, BOMBAS, LINHAS DE RECALQUE 11.1 - PRINCIPAIS TIPOS DE BOMBAS As normas e especificações do Hydraulic Institute estabelecem quatro classes de bombas: centrífugas, rotativas, de êmbolo (ou de pistão), e de poço profundo (tipo turbina) As instalações para água e esgoto geralmente são equipadas com bombas centrífugas acionadas por motores elétricos. :1.1.2 - BOMBAS CENTRÍFUGAS Para atender ao seu grande campo de aplicação, as bombas centrífugas .são fabricadas nos mais variados modelos, podendo a sua classificação ser feita segundo vários critérios. 1. Movimento do líquido a) sucção simples (rotor simples); b) dupla sucção (rotor de dupla admissão). 2. Admissão do líquido. a) Radial (tipos voluta e turbina); b) diagonal (tipo Francis); c) helicoidal 3. Números de rotores 4. (ou de estágios) a) um estágio (um só rotor); b) estágios múltiplos (dois ou Figura 11.1- Fotografia de uma bomba ceJJ.trUug:a acoplada a motor elétrico mais rotores). (cortesia da WortbiDgton) Tipo de rotor. a) rotor fechado; b) rotor semifechado; e) rotor aberto; d) rotor a prova de entupimento("non clog"). E s T A e o E s E L E V A T ô R 1A s . 8 270 5. 6. oM BAs. L 1N H A s D E R E e A L Q u E Posição do eixo. a) eixo vertical; b) eixo horizontal; c) eixo inclinado. Pressão. a) baixa pressão (Hmnn S 15 m); b) média pressão (Hmnn de 15 a 50 m); c) alta pressão (Hm= :<: 50 m). Figuru.11.2 Diferentes tipos de (a.) Aberto. (b) Semffechado. (e) Fechado rotor. b) a) e) 11.3 - POTÊNCIA DOS CONJUNTOS ELEVATÓRIOS O conjunto elevatório (bomba-motor) deverá vencer a dfferença de nível entre os dois pontos mais as perdas de carga em todo o percurso (perda poc atrito ao longo da canalização e perdas localizadas devidas às peças especiais). Denominam-se (Fig. 11.3) Hg = altura geométrica, isto é, a diferença de nível; Hs = altura de sucção, isto é, altura do eixo da bomba sobre o nível inferior; Hr = altura de recalque, ou seja, altura do nível superior em relação ao eixo da bomba; Hs +Hr=Hj> H= = altura manométrica, que corresponde a Hm= = Hg +perdas de carga totais (hrl· A potência de um conjunto elevatório será dada por P= potência em cv ou, praticamente, em HP*, .: ·~:\t~~;~ '· ,' ' .. ,._;~ .. - •.:...-.: .. -~.!- ... ._•• : ... ; .• '"""". ···----"-'-'•~- . r= peso específico do líquido a ser elevado (água ou esgoto: 1 000 kgf/m3 ); Q= vazão ou descarga, em m 3 /s; Hmm = altura manométrica em m; T} = rendimento global do conjunto elevatório; T} = TI motor • T} bomba. " 1 cv equivnle .11 0,986 HP POTtNCIA h1 INSTALADA 271 Perdas de car a . __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _.... Figura 11.3 Admitindo-se um rendimento global médio de 67% e exprimindo-se a vazão em e;s, encontra-se, para água ou esgoto, <:pLQ:tn,· .... ·-l-.-~ ·- ... ~ ... ·~ ~ ...... .:.:~ .:.... '.,, '••'"' - ..~:~. 11.4 - POTÊNCIA INSTALADA Deve-se admitir, na prática, uma certa folga para os motores elétricos. Os seguintes acréscimos são recomendáveis: 5 0% para as bombas até 30% para as bombas de 20% para as bombas de 15% para as bombas de 10% para as bombas de mais de 2HP 2 a 5 HP 5 a 10 HP 10 a 20 HP 20HP Figura 11.4- C~rtes de diferentes tiphf de · bombas. (a) Bomba rodi.aJ. (b) Bomba. tipo . Francis. (e) Bomba axial (propeller) Os motores elétricos brasileiros são normalmente fabricados com as seguintes potências; HP 1/4, 1/3, 1/2, 3/4, 1, 1 1 / 2 , 2, 3, 5, 6, 7 1 / 2 , 10, 12, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 60, 80, 100, 125, 150, 200 e 250. Para potências maiores os motores são fabricados sob encomenda. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, 272 BOMBAS. LINHAS DE RECALQUE 11.5 - RENDIMENTO DAS MÁQ..UINAS O rendimento das máquinas até certo ponto pode variar com a potência, por motivos construtivos, sendo mais elevado para as grandes máquinas. Os motores elétricos empregados por determinado fabricante de bombas, por exemplo, acusaram em média os seguintes rendimentos: Rendimento de motores elétricos HP 1/2 64% 11/2 2 3 72% 73% 75% 77% 3/4 67% 1 5 10 20 81% 84% 86% 30 50 87% 88% 100 90% As bombas centrífugas de 1 750 rpm, fornecidas pelo mesmo fabricante, apresentaram os seguintes rendimentos medianos: Rendimento de bombas centrífugas Q, eis T]b s 52% 7,5 61% 10 15 66% 68% 20 71% 25 75% 30 80% 40 84% 50 85% 100 200 87% 88% Hm.;in.m 18 HP Car a Rondlmonto % 100 125 15 80 100 12 60 75 9 40 50 20 25 3 o o 100 200 300 soo Vazão, f/s Figura.11.S O diâmetro mínimo dos tubos de sucção é 19 mm (3/4") para as bombas de 1/4 HP, e 25mm (l") para as demais; sucção máxima de 6 m. CURVAS CARACTERISTICAS DAS BOMBAS CENTRIFUGAS 273 Bombas rotativas de pequena capacidade (Fabricação brasileira Rym.er, 1 750 rpm, 60 ciclos) Altura manométrica (m) Vazão, litro/hora Potência do motor(HP) 10 15 25 10 20 25 30 35 40 45 50 55 60 1500 1200 670 2 800 2 600 2 300 2100 1900 1 700 1350 1100 900 650 1/4 1/4 1/4 1/2 1/2 1/2 1/2 1 1 1 11/2 11/2 11/2 11.6 - CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS Os resultados de ensaio de uma bomba centrífuga, funcionando com velocidade constante (número de rotações por minuto), podém ser representados em um diagrama traçando-se as curvas características de carga, rendimento e potência absorvida, em relação à vazão. O diagrama da Fig. 11.5 corresponde aos resultados de ensaios de uma bomba adquirida para recalcar 340 f/s, com uma altura manométrica de 13,50 m e trabalhando com 875 rpm. Figura 11.6 -Bo=ba centrífuga acoplada. diretru:nente a u..m motor elétrico sobre base de ferro fundido. Os =anô=etros indicam a carga dur.mte as condições de funcionamento. ESTAÇÔES ELEVATÓRIAS, 274 BOMBAS, LINHAS O E RECALQUE 11.7 -ALTERAÇÕES NAS CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO Os efeitos de alterações introduzidas nas condições de funcionamento de uma bomba não devem ser avaliados exclusivamente com base na expressão que permite determinar a sua potência (Sec. 11.3). É indispensável o exame das curvas características que indicam a variação do rendimento. As alterações na altura manométrica real de uma bomba centrífuga trazem as seguintes conseqüências: a) aumentando-se a altura manométrica, a capacidade Q (vazão) e a potência absorvida diminuem; b) reduzindo-se a altura manométrica, a descarga Q e a potência abs_orvida elevam-se. É por isso que, fechando-se o registro de saída de uma bomba centrífuga, reduzse a potência necessária para o seu funcionamento (aumento da perda de carga e altura manométrica). É recomendável, pois, o fechamento do registro da canalização de recalque ao se dar a partida a uma bomba centrífuga. O aumento ou redução da velocidade (rpm) tem os seguintes efeitos: H1 - (rpm.1 )2 H2 - (rpm2)2' (rpm.,)3 P. P2 = (rpmz)3 . Efeitos de alterações em conjuntos elevatórios O que ocorre quando se reduz a altura de recalque (altura manométrica) Tipo de bomba O que acontece quando a altura de recalque é aumentada Capac. (Vazão) Cons.Força Capac. (Vazão) Cons.Força Aumenta Depende da velocidade (rpm) Reduz Depende da velocidade Reduz Nada Centrífuga Deembôloou diafragma Nada (rpm) Aumenta QUADRO 11.1 - Informações necessárias à aquisição de bombas 1. 2. Natureza. do liquido a recalcar Indicar: água limpa, água suja, esgoto, etc. Vazão necessária Quantos litros por segundo a bomba deverá fornecer? 3. Altura ma.nométrica Indicar a altura manométrica calculada, ou então fornecer os seguintes dados: 3.1 Altura de recalque (altura existente entre a bomba e o ponto mais elevado do encanamento). 3.2 Comprimento total do encanamento de recalque. 3.3 Diâmetro da canalização de recalque. 3.4 Peças especiais existentes no encanamento de recalque (válvulas, curvas, etc.). 3.5 Material da canalização de recalque e estado em que se encontra. 3.6 Altura de aspiração (altura existente entre o nível mfuimo da água a BOMBAS TRABALHANDO EM SERIE E EM PARALELO 275 elevar e a bomba). 3.7 Comprimento total da canalização de sucção. 4. 5. 3.8 Diâmetro da canalização de sucção. 3.9 Peças especiais existentes no encanamento de sucção (válvulas, curvas, etc.). 3.10 Material da canalização de aspiração e estado em que se encontra. Período de funcionamento da bomba Núm.ero de horas de trabalho por dia. Corrente elétrica disponível no local 5.1 Número de fases (monofásica ou trifásica) 5.2 Tensão elétrica ("voltagem") 5.3 Ciclagem (50 ou 60 ciclos). Exercício 11.l - Uma bomba centrífuga de 20 HP, 40 .f/s e 30 m de altura manométrica está funcionando com 1 750 rpm. Quais serão as conseqüências de uma alteração de velocidade para 1 450 rpm? ~ 1450 =40x--=33 f./s 1 750 1450 1 750 ( 2 . J =20,5m H 2 =30x - - 3 1 450J P;i =20x ( - =ll,4HP 1750 11.8 - BOMBAS TRABALHANDO EM SÉRIE E EM PARALELO Instalando-se duas ou mais bombas em série, deve-se considerar a soma das alturas de elevação que caracterizam cada uma das bombas, admitindo-se a mesma vazão unitária. 7 1 Se as bombas trabalharem em paralelo, admite-se a mesma altura manométrica, somando-se as vazões das unidades instaladas, desde que não seja alterada a altura manométrica (bombas semelhantes). Exercício 11.2 - Foram adquiridas duas bombas iguais com capacidade de 60 .f/s e 45 m de altura manométrica. Verificar as condições para funcionamento em conjunto. Se essas duas bombas funcionarem em série, poderão recalcar os mesmos 60 .f/s contra uma altura manométrica de 90 m. Se foram instaladas em paralelo, a vazão resultante será de 120 .f/s e a altura dinâmica de elevação continuará a ser de 45 m (admitindo-se a mesma perda de carga na canalização). As bombas de capacidade diferentes funcionarão satisfatoriamente em paralelo se elas tiverem características semelhantes. N .... GI 50m -'l/4 HP 1 1/_ 1 2 ·• HP Potência de bombas multo pequenas 1/2 HP 1/3 1/4 40m .. e õí E ·~ .Qí E "' (1) ,,..... . f/J . o e "' ' " 30m <> o (1) "',,.< ~ .... o :o ~ ~ ,,. . .a ~ (1) "' "',,. o :< ''. 20m V> :z ,. :t: V> o 10m "' :o . 500 Figura 11.7 750 1000 1500 2000 3000 5000 7500 10000 rn ,,. n 15000 20000 30000 Vasão: lilros por hora r .o e BOMBAS TRABALHANDO EM S~RIE E EM PARALELO 277 -+--+--l-__,l--+----i8 (') ., o .r: o o (5 o e. o u "' "'o co Li o •::> r- o o "' o <t) "'e o; E E (1) ., (1) o V 1:1 1:1 13 "'.,e. o(') ü o C\I 1--1------+---------l--+--+--1-__,f---+--~C> l--+------1---------+-+--+--+--+--+----iCO g o co o "' o LO o V g ~ SOJl3W wa reioi 'l?:>!Jl~Wouew EJ!ill'f Figrzra 11.8- Gráfico para seleçii.o de bombas Worthington (o primeiro número indica o diâmetro de saída). Exemplo-100 m'/h e altura manométtica de 35 m: bomba 3CNE 62, boca de 3 ", entrada de 3 • ", 20 HP ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, 278 BOMBAS, LINHAS DE RECALQUE 11.9 - VELOCIDADE ESPECÍFICA A velocidade específica é um dado de grande utilidade na caracterização das bombas, independentemente do seu tamanho e velocidade de funcionamento. (Ver 11.25.2). Conceitualmente, a velocidade específica é o número de rotações por minuto de uma bomba ideal, geometricamente semelhante à bomba em consideração e capaz de elevar 75 .f./s de água a uma altura de 1 m (potência efetiva de 1 cv). Em unidades métricas, a velocidade específica pode ser calculada pela seguinte expressão: ' ' ' :·.' .: ' '' .Jéi: ' · N 5 i::3,65x,rp~x ;14 . .. •· '· .. H ... ...... .: .. '. '-· ",.... ;~ .. : __ -~ -~-· - - _·. ··-'- '.. . ' onde ' ~ ' - Q =vazão em m 3/s; H = altura manométrica em metros. O rendimento é muito baixo para bombas com velocidade específica inferior a 90. As bombas radiais são satisfatórias para valores de Ns compreendidos entre 90 e 300. As bombas com rotores tipo Francis aplicam-se com boa eficiência entre 30 e 800. Acima desse valor, encontra-se o campo de aplicação das bombas axiais ou propeller. 11.10 - ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS Com exceção de casos especiais, as bombas devem ser abrigadas em edificações próprias, ou seja, casas de bombas ou salas de bombas. As casas de bombas devem ter iluminação e ventilação adequadas e ser suficientemente espaçosas para a instalação e movimentação dos grupos elevatórios, incluindo-se espaço para a parte elétrica dos mesmos (quadros, chaves elétricas, etc.). QUADRO 11.2 - Bases dos grupos elevatórios a prever em projetos Potência (HP) Dimensões (m) Potência(HP) Dimensões (m) 3 5 7,5 10 15 20 25 0,85 X 0,35 1,00 X 0,40 1,20 X 0,40 l,25 X 0,45 1,30 X 0,45 1,35 X 0,45 1,40x 0,45 30 40 50 60 75 100 150 1,45 x0,45 1,55 X 0,70 1,60 x0.70 1,65 x0,70 1,75 X 0,70 2,00x0,75 2,40x0,85 No mínimo devem ser previstas duas bombas, sendo uma de reserva, alternando-se o trabalho das unidades. Se forem previstas três bombas iguais, cada uma deverá ter capacidade para elevar 50% da vazão nominal do sistema. As bombas poderão ser instaladas em cota superior ou inferior a do nível das águas a serem recalcadas. No primeiro caso, haverá a sucção propriamente dita, sendo indispensável a instalação de válvulas de pé ou de dispositivos especiais de escorva. No segundo caso, as bombas ficarão afogadas, recomendando-se a POÇOS DE SUCÇÃO 279 instalação de válvulas de bloqueio nas canalizações de admissão. No projeto de estações elevatórias e na instalação dos grupos elevatórios, recomendam-se certos cuidados quanto a: a) poços de sucção e canais de acesso; b) pe~especiais; c) assentamento das bombas; d) canalização de sucção; e) canalização de recalque. 11-11 - POÇOS DE SUCÇÃO As eletrobombas são uma das partes de um sistema elevatório. O projeto das outras partes tem implicações no funcionamento das próprias bombas e na economia total do conjunto. O trabalho de uma determinada bomba pode ser consideravelmente melhorado com a adoção de disposições e dispositivos adequados. Apesar das sua influência sobre o sistema elevatório, os poços de sucção nem sempre merecem a atenção devida. Em consequência, são frequentes os defeitos nessa parte das instalações. Os principais defeitos prendem-se aos seguintes pontos: a) condições e diretrizes do fluxo; b) entrada de ar e vórtices; c) dimensões. 11.11.1 - Condições e diretrizes de fluxo A distribuição d~uxo e as linhas de corrente, nos poços de sucção, exercem grande influência sobre o trabalho das bombas. O escoamento irregular, os turbilhões, as mudanças bruscas de direção da corrente, o efeito nocivo de paredes contíguas e a rotação da água são defeitos a serem evitados. São medidas aconselháveis a adoção de velocidades moderadas (inferiores a 0,90 m/s), o dimensionamento cuidadoso e a introdução de cortinas ou paredesguias. A Fig.11.12 elucida os cuidados tomados em instalações bem sucedidas. Se várias bombas estiverem situadas em linha, em um mesmo poço de sucção, é desejável evitar-se que a água passe sucessivamente pelas sucções das bombas até atingir a última unidade. Nos casos em que essa disposição for exigida pelas condições locais, deverão ser espaçadas convenientemente as bombas e ampliada a largura do poço, reduzindo-se a velocidade de escoamento (valores relativamente baixos). Essa disposição é desaconselhável para as bombas de alta velocidade específica. 11.11.2 - Entrada de ar e vórtices Considera-se o ar um grande inimigo da condução de água por tubulações forçadas. A entrada de ar na tubulação de sucção pode ser causada por peças e juntas que vazam, pela formação de vórtices, assim como pela introdução e liberação de ESTAÇÕES 280 ELEVATÔRIAS. BOMBAS, LINHAS DE RECALQUE ar (ar entranhado, ar emulsionado e ar dissolvido). A tubulação de sucção deve ser perfeitamente estanque, para evitar vazamentos de água e introdução de ar. As condições que favorecem a formação de vórtices são: a) submergência muito pequena da tubulação de sucção, b) velocidades de escoamento elevadas na sucção; c) má distribuição do fluxo. A entrada de ar através de vórtices interfere no funcionamento das bombas, nas condições de escorvamento, no ruído e com a descarga (vazão). Para evitarem-se vórtices, deve-se ter uma profundidade mínima e reduzir a velocidade de entrada na boca de sucção. Valores até 0,90 m/s são aceitáveis. Recomenda-se também instalar uma ampliação em forma de sino. Nos casos em que os poços são alimentados por tubulações situadas acima do nível de água (descarga livre), devem-se evitar as descargas diretas junto aos tubos de sucção. Essa descarga poderia provocar a intrusão, o arrastamento e o posterior desprendimento de bolhas de ar (Fig. 11.10). 11.11.3 - Dimensões dos poços As bombas de eixo vertical do tipo axial, por serem mais sensíveis às condições de tomada de água nos poços de sucção, exigem um estudo mais cuidadoso. Por essa razão, são apresentadas especificações referentes ao posicionamento e disposição dessas bombas. As Figs. 11.11 e 11.12 mostram o espaçamento mínimo recomendável para os poços. A área mínima de um poço de sucção individual (isolado) deve ser 12,5 vezes a área da seção de entrada na tubulação. A área da seção de escoamento na parte inicial do poço (BC) deve ser pelo menos 10 vezes a área da seção de entrada na tubulação de sucção (Fig. 11.11). Sob o ponto de vista exclusivamente hidráulico, a altura mínima de água acima da boca de sucção deveria ser v2 h=-+0,20m 2g + V sendo v a velocidade na tubulação Figuni.11.9 de sucção (Fig. 11.9). Na prática adotam-se valores mínimos mais elevados para evitar a formação de vórtices. h > 1,5 D (a contar do plano do rotor, no caso das bombas verticais do tipo axial) e h >3D POÇOS DE SUCÇÃO 281 (a contar da superfície inferior da boca de entrada, no caso de bombas centrífugas com aspiração). No caso de bombas pequenas, h não deve ser inferior a 0,5 m. Bombas verticais do tipo axial Vazões Altura mínim.a de água no poço 250f/s sooe;s 1 oooe;s 1 sooe;s 2 5ooe;s 1,00m 1,15 m 1,30 m 1,50 m 1,80 m A existência de paredes laterais junto à tubulação vertical de aspiração provoca o aumento de carga nos motores. A capacidade dos poços de sucção (volume) deve ser estabelecida de maneira a assegurar regularidade no trabalho das bombas. No caso de elevatórias de esgotos, recomenda-se que o volume corresponda a 4 minutos de operação (com base na vazão máxima da maior bomba ou de bombas que devam funcionar simultaneamente).(Vide capítulo 18). Defeitos mais comuns ·' *' o ~-::::: ~e ~~;;;;;;;;:~ ~. ............ ---- -- -- 51.... ·----'Q'V ----------· Nível muito baixo Descarga superior com introdução de ar Entrada excêntrica causando rotação :- -:- :-:-:-:--- :::========........------ Soluções possíveis =~~~~ -----,. . i-.-=;_= .. =: ~~-==~ ···- !_'~'-· Figura 11.10 282 ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS. BOMBAS. LINHAS O E RECALQUE Dimensões mínimas recomendadas Figu:ra 11.11 Dimensões mínimas D =diâmetro de entrada na tubulação de sucção a) Poço múltiplo 1•, n =número de bombas b) Disposição normal com espaço mínimo 0,60 • 0,90 m/s D/2 e) Disposição oblíqua ~riits-- - Figw:a 11.12 2 -;- --- - - -----D PEÇAS ESPECIAIS 283 Figura 11.13 Estação elevatória do Gu.'.l.lldu, Rio def=eiro (cortesia da .................,...._._.;;:::;;;;:::;;...,;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;i;;;;;;;;;;;;;,ii;;;;;;i;;ii;ii;;;;;,;;;;;i:;;i;;;;;ii.._"'==-===atl VVorthington) 11.12 - PEÇAS ESPECIAIS Na extremidade da canalização de sucção deve ser instalado um crivo com área livre (aberturas) superior a duas vezes a seção do tubo de sucção. As peças de redução de diâmetro na entrada das bombas devem ser do tipo excêntrico. Não devem ser instaladas .curvas horizontais, cotovelos ou tês junto à entrada das bombas. ·', Figura 11.14 Vista de uma casa de bombas, podendo-se observar o tipo de tomada (tubos de sucção apsrentes) Nas canalizações de recalque devem ser instaladas válvulas de retenção ou válvulas especiais de vedação, para impedir o retorno do líquido através das bombas. As válvulas de bloqueio devem ser assentadas após essas válvulas. Se forem previstos golpes de ariete elevados, deverão ser considerados dispositivos especiais para atenuá-los. 284 ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, BOMBAS, LINHAS DE RECALQUE Figura 11.15 - Interior de uma importante instalaçiio de recalque (Alemanha) 11.13 -ASSENTAMENTO DAS BOMBAS As bombas de eixo horizontal deverão ser assentadas em nível, mantendo perfeito alinhamento com os motores. As bases de concreto devem ser dimensionadas para absorver as vibrações. Já as bombas de eixo vertical devem ser montadas a prumo. As tubulações devem ser projetadas e instaladas de maneira a evitar a transmissão e incidência de esforços sobre as bombas, intercalando-se, sempre que necessário, juntas de expansão e juntas flexíveis. 11.14 - CANALIZAÇÃO DE SUCÇÃO A canalização de sucção deve ser a mais curta possível, evitando-se ao máximo peças especiais, como curvas, cotovelos, etc. A tubulação de sucção deve ser sempre ascendente até atingir a bomba. Podemse admitir trechos perfeitamente horizontais. Sempre que diversas bombas tiverem suas canalizações de sucção ligadas a uma tubulação ú-nica (de maior diâmetro), as conexões deverão ser feitas por meio de Y (junções), evitando-se o emprego de tês. A canalização de sucção geralmente tem um diâmetro comercial imediatamente superior ao da tubulação de recalque. A altura máxima de sucção acrescida das perdas de carga deve satisfazer as especificações estabelecidas pelo fabricante das bombas. Teoricamente, a sucção máxima seria de 10,33 m ao nível do mar (1 atm). Na prática, é muito raro atingir 7m. Para a maioria das bombas centrífugas, a sucção deve ser inferior a 5 m (os fabricantes geralmente especificam as condições de funcionamento para evitar a ocorrência dos fenômenos de cavitação. Para cada tipo de bomba, deve ser verificada a altura máxima de sucção). VELOCIOAOE MÁXIMA NAS TUBULAÇÔES 285 Tabela 11-1-Alturas máximas de sucção .. Altitude m Pressão atmosférica Limite prático mca desucção,m 10,33 7,60 o 10,00 7,40 300 9,64 7,10 600 9,30 6,80 900 8,96 6,50 1200 8,62 6,25 1500 8,27 6,00 1800 5,70 2 100 8,00 7,75 2400 5,50 2 700 7,50 5,40 7,24 5,20 3 000 - sdmiss1vel para um determmado tlpo de bomba depende ~Importante. A altura de sucçao de outras condições, devendo ser verifica.do. em c11da caso. . Redução excêntrica Figura 11..16 -A disposiçii.o e o :issentamento das bombas, =W.izações e peças especiais merecem muira :itenção por parte dos projetistas e dos montadores. O esquema apresentado aciID.a representa. uma disposiçiio satisfatória. e recomendável. 11.15 - VELOCIDADE MÁXIMA NAS TUBULAÇÕES Os diâmetros das entradas e das saídas das bombas não devem ser tomados como indicações para os diâmetros das tubulações de sucção e de recalque. Para as tubulações, adotam-se diâmetros maiores, com o objetivo de reduzir as perdas de carga. A velocidade da água na boca de entrada das bombas, geralmente, está compreendida entre 1,5 a 5 m/s, podendo-se tomar 3 m/s como um termo médio representativo. Na seção de saída das bombas, as velocidades são mais elevadas, podendo atingir o dobro desses valores. As tubulações de recalque de grande extensão devem ser dimensionadas pelo critério econômico, escolhendo-se o diâmetro comercial mais vantajoso. As velocidades,_nesse caso, são relativamente baixas: O, 75 a 1,5 m/s. Para as linhas de recalque curtas, ou apenas para as tubulações imediatas das bombas, admitem-se velocidades mais elevadas. A Companhia Sulzer recomenda os seguintes limites máximos: ESTAÇÕES 286 ELEVATÓRIAS, BOMBAS, LINHAS O E RECALQUE Velocidades máximas em linhas de reéalque curtas D(mm) 50 v (m/s) 1,30 2,5 Q (e/s) 60 1,40 4 75 1,55 6,8 150 2,20 38,9 100 1,80 14,1 200 2,30 72,3 300 2,45 173,1 400 2,60 326,5 11.16 - NPSH: ENERGIA DISPONÍVEL NO LÍQUIDO NA ENTRADA DA BOMBA A sigla NPSH do inglês "Net Positive Suction Head" é adotada universa!mente para designar a energia disponível na sucção, ou seja, a carga positiva e efetiva na sucção. Há dois valores a considerar: NPSH requerido, que é uma característica hidráulica da bomba, fornecida pelo fabricante; NPSH disponível, que é uma característica das instalações de sucção, que se pode calcular: NPSH disponível = +H P. -Pv - + r X 10-h f +H = carga ou altura de água na sucção (entrada afogada) - H = altura de aspiração pressão atmosférica no local (em São Paulo= 0,95 kgf/cm 2 ) pressão de vapor (ver Tab. 1.15) r= peso específico (1,0) h 1 = soma de todas as perdas de carga na sucÇão. Para que uma bomba funcione bem, é preciso que: p,, = Pv = NPSH disponível 2: NPSH requerido 11.17 - CAVITAÇÃ.0 Quando a pressão absoluta em um determinado ponto se reduz a valores abaixo de um certo limite, alcançando o ponto de ebulição da água (para essa pressão) esse líquido começa a ferver e os condutos ou peças (de bombas, turbinas ou tubulações) passam a apresentar, em parte, bolsas de vapor dentro da própria corrente. O fenômeno de formação e destruição dessas bolsas de vapor, ou cavidades preenchidas com vapor, denomina-se cavitação. Sempre que a pressão em algum ponto de uma bomba ou turbina atinge o limite crítico (pressão de vapor), as condições de funcionamento tornam-se precárias e as máquinas começam a vibrar, em consequência da cavitação. Os efeitos da cavitação transmitem-se para as estruturas próximas, reduzindo o rendimento e podendo causar sérios danos materiais às instalações. O fenômenos de cavitação podem também ocorrer em câmaras e condutes fixos, nos pontos de pressão muito baixa e velocidade muito elevada. A cavitação contínua causa a desagregação de partículas do metal ("pitti.ng"). O critério usualmente adotado para o exame das condições de funcionamento de uma instalação (com vistas à previsão ou eliminação da cavitação) é devido a CAVITAÇÃO 287 Thoma, aplicando-se a seguinte fórmula: onde = H altura efetiva da bomba (manométrica); HD = altura correspondente à pressão atmosférica local; Hv = altura devida à pressão de vapor de água; H 5 = altura de sucção das bombas. Sempre que o valor de Hs for excessivo, resultando um valor indesejável de cr, podem ser esperados os efeitos da cavitação. O gráfico da Fig. 11.17 dá indicações sobre as condições perigosas, em função da velocidade específica, em unidades americanas. N = Rotação (rpm) 0,1 ~~-~~~~~~~~~~~-~~-~~--~-~ . -'; '.' ·~ .·, '.' , / ,, ' 1/ ·.i .,·,. I •'.. , ' / 1/: 0,5 - - . ........--+.-.,,__,,._..._______;.,_/..,,...-+-+--+--+-/ .......-+-+-1 0.4 l--t--":H-++=""'::±'-:f-+-t--t--t--7'1~H-t--t-.,,"'--H-+-I ::r-F" . ... ' ../ , ·,,' ~ "' ·v / ;'.· / ·' : , .. _,, :i..,\:·- \ <·_ o.os 1---',+-/--A-+-+-+-+-+-/--1-+-+-+"-'-1-_.-,,........, __+_--...1-1---,--...-+-.,,.-i.1-,+-+-"i 0,04 I / ,.... . .. . ;. .:, ... ·.. _~,:F-+--t-+-+-l--~~.~.+--t-+.. +-'1...,.,.+-_~.--~.,-i,t-t-t--._~ .. 1--+._~;.-,.1-,+-~ o.o3 1---1----1-1--+-+v-'_4-:'...4"-;._'-'.,--.•.-.·."+:,..-...;;.--·':!"-:-,.,•:.:--;,"":,,-:-........ 1·.,""._--,..........,""'.·'"'·.1""'\-""··--·1-:,,....;;......-i .. / ; '· . : ' ·. ,, :·. /t: . ,. -, -- ·- ·. :.)'::": ::: 0,02 ,___..__._.._.._.__.__..__._............_.._.......__................___.__...__._..._.._. 40 50 so ao , oo 200 300 400 30 20 Velocidade especifica Ns para Q em pés 3/s H em pés Figtl:ra 11.17 288 ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, BOMBAS, LINHAS O E RECALQUE 11.18 - CANALIZAÇÃO DE RECALQUE. DIMENSIONAMENTO ECONÓMICO. FÓRMULA DE BRESSE Teoricamente, o diâmetro de urna linha de recalque pode ser qualquer. Se for adotado um diâmetro relativamente grande, resultarão perdas de carga pequenas e, em consequência, a potência do conjunto elevatório será reduzida. As bombas serão de custo mais baixo, mas o custo da linha de recalque será elevado. Se, ao contrário; for estabelecido um diâmetro relativamente pequeno, resultarão perdas elevadas, exigindo maior potência para as máquinas. O custo da canalização será baixo e os conjuntos elevatórios serão dispendiosos, consumindo mais energia. Existe um diâmetro conveniente para o qual o custo total das instalações é um mínimo. Em primeira aproximação, podem-se admitir p 1 : um preço médio por unidade de potência (cavalo vapor instalado) para o conjunto elevatório, incluindo unidades de reserva, conservação e custeio capitalizado; p 2 : um preço médio por unidade de comprimento de um conduto de diâmetro unitário, assentado. O preço do conduto de recalque será P2 =p 2 DL, sendo L o comprimento da linha. O custo dos conjuntos elevatórios será R = rQHm•np 1 75T/ 1 A altura manométrica inclui as perdas de carga, K' H==H+-5 Q 2L D sendo que o valor de K' pode ser tirado das fórmulas práticas (Darcy). O custo total da instalação será, então, e= rQp (H + Dx; Q L)+ 1 2 75T/ p 2 DL Para que o custo· seja mínimo, dC =O dD dC = 'Y<àJ.i K'Q2L[-5D dD 757'/ D10 4 )+ Pz dC =-'YQp1 K'Q2L + L=O dD 1577 D6 Pz K' !.P1 Q3 =D6 _._ 15 T/ Pz 6 D= K'y P1 1577 P2 ..fQ L CANALIZAÇÃO DE RECALQUE, DIMENSIONAMENTO ECONÔMICO, FÔRMULA OE BRESSE 289 ou que é a conhecida fórmula de Bresse, aplicável às instalações de funcionamento contínuo. Verifica-se, portanto, que o dimensionamento de uma linha de recalque é feito por imposições econômicas, o mesmo acontecendo com as linhas que alimentam as usinas hidrelétricas. Em fins do século XIX, foi determinado um valor aproximado paraK, em função dos preços da época (1886). 4 OOO francos P1 = 100 francos P2= } K-1,5. 0,60 T/ = 0,00256 K'= No Brasil, têm sido adotados valores para K entre 0,9 e 1,4. Entretanto o valor desse coeficiente na fórmula de Bresse é consequência dos preços da eletricidade, dos materiais e das máquinas empregadas nas instalações, variando portanto com o tempo e com a região considerada. Admitindo-se para as nossas condições atuais, P1 =9,0 Pz 11 = 0,65, K'= 0,0032 (médio), resultará K = 1,2. De um modo geral, K varia de 0,7 a 1,5. Por isso, sempre que se partir de um valor médio de K, a solução obtida será aproximada. Tratando-se de pequenas instalações, a fórmula de Bresse pode levar a um diâmetro aceitável. Para o caso de grandes instalações, dará uma primeira aproximação, sendo conveniente uma pesquisa econômica· em que sejam investigados os diâmetros mais próximos, inferiores e superiores. Os Quadros 11.3 e 11.4 facilitam a pesquisa do diâmetro mais conveniente. No Quadro 11.3 encontram-se os diâmetros econômicos em função da vazão, para os valores usuais deK. Na realidade, a adoção da fórmula de Bresse equivale à fixação de uma velocidade média a que se denomina velocidade econômica. V =Q=_Q_= 4Q S nD2 /4 nD2' D =K.JQ 4 D2 = K2Q :. V= - - 2 n:K ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, 290 BOMBAS, LINHAS ValoresdeK Valores de v (m/s) 0,9 1,1 1,3 1,5 1,60 1,06 O E RECALQUE 0,75 0,57 Funcionamento da bomba h/dia 40 ~ 30 ~ ....... 20 18 16 14 12 10 9 8 7 6 .... ..... .........._ r-.... i'-..... ....... 3 Figw:a 11.18. Nom.ogrBina para a determinaçilo do cüii.m.etro econômico DtJS Wst:alações precliais - .... - ·- ~ ~ .... .......... ....... ~ ....... ~a· e< ........... !~~ '- 3,0 ........ ....... ............ ...._"O~,, ........ ..... ....... ~ ...... !-....._ o N ~ 4 5 6 .. ~~ .......... •CO '"'- 0,9 o.a "'~~ .............. E ...... 2.0 ... '1,0 '~ .......... 3 ~ '~ ...... ............. ... ~ .... 4,0 ... .............. ~,,, !-... 2 5,0 ~ '<".' ..... ...... e 1 ~ .. l"'... < 7,0 '- 6,0 _e<;; '~ .... 2 ~ ..... .............. .e .,... - .e.o - ....... 1. . . . . . . ......... '- 9,0 .... ... .......... ............ 10,0 .......... '""'"..... ......... - -- s 4 ......... ............. .......... ...... ... ''- 0,7 0,6 '- o.s ,_ 0,4 "" "" - 0,3 ~ ~ N 7 8 9 10 12 14 1618 20 24 A velocidade nas canalizações de recalque, geralmente, é superior a 0,66 m/s, raramente ultrapassando 2,4 m/s. Esse limite superior é mais comumente encontrado nas instalações em que as bombas funcionam apenas algumas horas por dia. Nos Estados Unidos, emprega-se a seguinte fórmula aproximada D = 0,9 QM5 (D em m, Q em m 3/s). Investigações realizadas na França, por Vibert, levaram à expressão seguinte: D=K N;e ( ) o~s. . Qº·4', onde N = e = f ~ n. 2 de horas de bombeamento por dia dividido por 24 custo da energia elétrica (kWh); custo do ferro dúctil (kg); CANALIZAÇÃO OE RECALQUE, DIMENSIONAMENTO ECONÓMICO, FÓRMULA OE BRESSE 291 1,55 para 24 horas e 1,35 para 10 horas de bombeamento Q =vazão (m 3 /s). Para o dimensionamento das linhas de recalque de bombas que funcionam apenas algum.as horas por dia, propôs-se a fórmula K = D =1,3X114 {<i, sendo X= nQ de horas de bombeamento por dia. 24 É critério de alguns engenheiros estabelecer, para o caso de instalações prediais, diâmetros tais que a perda de carga unitária decorrente satisfaça a certos limites (geralmente 10 a 20%). QUADRO 11.3 - Fórmula de Bresse. D ª K Wi_ Diâmetro econômico das canalizações de recalque (funcionamento continuo) D= 50 75 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 Qeme/s K=l,O 2,5 5.6 10 22,5 40 63 90 123 160 203 250 303 360 K= 1,2 K= 1,3 K= 1,5 1.7 3,9 6,9 17,4 27.8 43 64 85 111 141 174 210 250 1,5 3,3 5,9 13,3 23,6 37 53 73 95 12 150 180 213 1,1 2,5 4,4 10 17,8 28 40 54 70 90 100 134 160 --------------------11 -;-=.7:.~~:-=-:-:..~~--.; Hr Figu:rtJ 11.19 ESTAÇÕES 292 ELEVATÓRIAS, BOMBAS, - - ('.lUADRO 11.4- Estudo econômico detinhas de recalque (Pesquisa-do diâmetro mais conveniente) Itens D1 LINHAS ·.:-' ~' DE RECALQUE - Dz Ds D4 Custo do tubo/m (incluindo juntas) Custo total da tubulação Amortização anual da tubulação, $ (1} Velocidade média, m/s Perda de carga, m/m Perda de carga ao longo da tubulação Carga cinética (~/2g) Perdas localizadas Perda de carga total, mca Altura manométrica, m Potência consumida, HP Potência consumida, kW Custo anual de energia, $ (2) Custo por conjunto elevatório incluindo chaves Custo total dos conjuntos elevatórios Amortização anual dos conjuntos elevatórios (3) De=>esa total anual. $ (1) + (2) + (3) Exercício 11-3 -Dimensionar a linha de recalque esquematizada na Fig.11.19, com o critério de economia, e calcular a potência do motor para as condições seguintes: Vazão = 30 e;s; Período de funcionamento = 24 horas Altura de sucção = 2,5 m (H) Altura de recalque = 37,5 m (H,) Altura geométrica (total) = 40 m (Hg) O diâmetro econômico da canalização de recalque (fórmula de Bresse) é igual a K./Q = l,2~0,030 =: 0,20m (8"). A canalização de sucção, geralmente é executada com o diâmetro imediatamente superior; nesse caso, 0,25 m ou 10". a) Perdas de carga na canalização de sucção (10"). Adotando-se o método dos comprimentos virtuais para levar em conta as perdas localizadas, encontram-se: Válvula de pé e crivo 65,0 m de canalização Curva de 90º 4,1 m de canalização Canalização de sucção 2 ,5 m de comprimento Comprimento virtual 71,6 m de canalização A perda de carga nessa tubulação pode ser obtida empregando-se a fórmula de Hazen-Williams (C = 100), h 11 :: 0,20 m. ' CANALIZAÇÃO OE RECALQUE, DIMENSIONAMENTO ECONÔMICO, FÔRMULA DE BRESSE 293 Verificação. A altura de sucção (H5 = 2,5) mais essa perda de carga e mais a pressão do vapor de água não deve ultrapassar os limites práticos da capacidade de sucção das bombas, indicados pelo fabricante. b) Perdas de carga na canalização de recalque (8"). Válvula de retenção = 16,0 m; duas curvas de 90º a x 3,3 6,6; registro de gaveta (aberto) 1,4; saída de canalização 6,0 canalização de recalque (aproximada) = 37,5; comprimento virtual 67,5m A perda de carga nesse trecho de canalização (8") será h 12 = 0,54 m. A altura manométrica será H= =Hg+Lh 1 =Hs +Hr+hn +hn = 2,5 + 37,5 + 0,2 + 0,54 = 40, 74 m A potência do motor será dada por P= rQHm•n 7571 ' P= 1000·0,030·40,74 = 2 Scv. 75x0,70 O motor elétrico comercial que mais se aproxima, com pequena folga, é o de 25HP. No cálculo efetuado, foram. admitidos os seguintes rendimentos: Rendimento da bomba 80% Rendimento do motor 87% Rendimento global 70% Exercício 11.4 - Estima-se que um edifício com 55 pequenos apartamentos seja habitado por 275 pessoas. A água de abastecimento é recalcada do reservatório inferior para o superior por meio de conjuntos elevatórios. Dimensionar a linha de recalque, admitindo um consumo diário provável de 200 ejhab. (máximo) As bombas terão capacidade para recalcar o volume consumido diariamente, em apenas 6 horas de funcionamento. Calcula-se o consumo 275 X 200 = 55 000 e/dia. Considerando 6 horas de funcionamento, a vazão das bombas resultará Q = 55 000 6x3 600 2•55 l./s 294 ESTAÇÔES 1/4 D=1,3X ELEVATÓRIAS. BOMBAS. LINHAS DE RECALQUE r;: -..iQ, l/4 ( J ~O, 00255 :: O, 047m D = l, 3 6 24 Poderá, portanto, ser adotado o diâmetro de 50 mm (2") Figura 11.20 Fotografia de uma bomba ceDtrífuga, tirada logo ap6s .:r sua moDtngem em uma grande fábriea tllemã. 11.19 - CONDUTOS FORÇADOS DAS INSTALAÇÕES HIDRELÉTRICAS As canalizações forçadas das usinas ("penstock.s") também são dimensionadas pelo critério econômico. Nesse caso, porém, as velocidades econômicas são cerca de duas vezes maiores, em conseqüência de se considerar, para a força, o preço de venda bem inferior ao que se considera para a instalação de recalque, onde se toma para a força motriz o preço de compra. Uma das fórmulas práticas aplicáveis ao pré-dimensionamento das tubulações forçadas de grande diâmetro foi proposta pelo Bureau of Reclamation dos EUA. v= 0,125 ..J2gH; H = altura de queda; v= velocidade econômica. EQUIPAMENTOS EL~TRICOS DAS INSTALAÇÕES 295 É também bastante conhecida a fórmula de Barrows, que nas unidades originais é a seguinte; onde f = b= S= Q= e= i = H = coeficiente de atrito (0,02 a 0,03); valor de 1 HP durante 1 ano (US$ 5 a 25); carga admissível (8 000 a 10 000 lb/pol2 ); vazão média (pés3/s); custo do material do tubo (US$ 0,05 a 0,09/libra); taxa fixa anual de juros e amortização (0,10 a 0,12); diferença de nível (pés). 11.20 - EQUIPAMENTOS ELh""TRICOS DAS INSTALAÇÕES 11.20.1 - Motores elétricos No caso mais comum, as bombas são acionadas diretamente por motores elétricos. Dois tipos principais de motores elétricos são usualmente empregados. a) Motores de indução do tipo gaiola de esquilo. De operação mais fácil, são os mais comuns. b) Motores síncronos. São empregados nas grandes instalações; exigem operação mais cuidadosa, porém apresentam a vantagem de melhor rendimento. Não suportam bem as quedas de tensão. 11.20.2 - Equipamentos de partida Somente os motores de pequena potência (até 5 HP) podem ser ligados, por chaves simples, diretamente à linha de energia. Os motores maiores exigem equipamento especial de partida para limitar a demanda inicial. A partida dos motores de indução pode ser feita com o emprego de autotransformador ou compensador de partida ou, então, por meio de chave estrelatriângulo. Os motores síncronos são postos em funcionamento por meio de autotransformadores. 11.20.3 - Número de rotações por minuto Nos motores síncronos, a rotação a plena carga é função da freqüência da corrente (ciclagem, t; e do número de pólos (p). 120f rpm=-P Pólos 50 ciclos 60 ciclos 2 4 6 8 3 000 1 500 1 000 750 3 600 1 800 1 200 900 10 12 14 600 720 500 600 428 514 ESTAÇÕES 296 ELEVATÔRIAS, BOMBAS. LINHAS O E RECALQUE Para os motores de indução, deve-se considerar o fenômeno de escorregamento (2 a 6% menos). Os valores dados a seguir são os mais comuns. 50 ciclos 2 800 60 ciclos 3 450 1450 1 750 960 720 580 480 410 1150 870 690 580 495 11.20.4 -Tensões elétricas usuais (voltagens) Nas instalações são mais comuns as seguintes tensões elétricas (volts). Nos transformadores Nos motores Potência máxima 120 110 440 220 480 440 2 350 2200 convencional Fraca 100 HP 200 HP 1 000 HP Grandes motores 2 800 3 600 6 300 6 000 QUADRO 11. 5 - Expressões elêtticas Calcular Corrente em amperes (conhecida a potência em HP*) Corrente em amperes (conhecida a potência em kW) Corrente contínua Corrente alternada Monofásica Trüásica 746(HP) EXTJ 746(HP) .EXTJXCOS<f> 1 OOO(kW) E 1 OOO(kW) Corrente em ampere (conhecido o produto kVA) Potência em kW IxE - 1 000 IxEXTJ 746 J3 XEXTJXCOS<p 1 OOO(kW) :J3 xExcos<p 1 OOO(kVA) E 1 OOO(kVA) Exlxcos<p .Ji xlxExcos<p 1000 1000 IxE 1 000 kVA (quilovolt ampere) HP Excos<p 746(HP) IxExcos<pXTJ 746 .JixE .Ji xlxE 1000 .Ji xixExcoscpXTJ 746 I -corrente, em m:npere; E= tensão, em volt: 77 ~ l'eildimento do motor, cos rp-fatorde potência. • Considerando-se unidade métrica cv; ao invés de HP. deve-se substituir o valor 746 por 73 6. EQUIPAMENTOS El~TRICOS DAS INSTALAÇÕES 297 QUAµRO 11.6 - Ex"J)ressões.~létricas _ - Corrente contínua Calcular Potência efetiva no eixo do motor, kW - · - ·. - ' N= ExixT] 1 000 N =Ex IXTJ xcos<p 1 000 N= .f3xExixT]xcos<p 1000 N= ExI 1000 N= Exixcos<p 1 000 N= Nxl 000 Excos<pXTJ I= I == Nxl 000 EXT] I= .J3 xExixcos<p 1000 Nxl 000 .J3 X E X COS <p X T] QUADRO 11. 7 - Bitola dos fios para motores elétricos pequenos (U.S. National Electrical Code) (Fios AWG) Motores de indução monofásicos 110 volts 220 volts Fios Fios isolados isolados Conduíte Conduíte (pol.) com (pol.) com borracha, n.Q borracha, n. 0 14 14 14 12 10 8 4 1/2 3/4 1 l l/2 2 3 5 1/2 1/2 1/2 1/2 3/4 3/4 11;4 14 14 14 14 14 12 8 1/2 1/2 1/2 1/2 1/2 1/2 3/4 Motores de indução trifásicos HP 1 2 3 5 7,5 10 15 20 25 30 40 50 75 ~ Tri.fásica N = potênci.a, em kW; 71 =rendimento do motor; E= tensii.o, em volt; cos <p =fator de potência; I - corrente, em ampere HP '"'-' Corrente alternada Monofásica Potência fornecida, kW Corrente absorvida a plena carga. amperes (no eixo do motor) · · - llOvolts Fios Conduíte isolados (pol.) com borracha, n.Q - 14 14 14 12 8 8 6 4 3 1 00 000 o 000 1/2 1/2 1/2 1/2 3/4 3/4 11;4 11;4 11/4 l1/2 2 2 2 l/2 220 volts Fios isolados Conduíte (pol.) com borracha, n. Q 14 14 14 14 14 12 10 8 6 6 4 3 o 1/2 1/2 1/2 1/2 1/2 1/2 3/4 3/4 !1/4 11;4 1 l/4 1 i;,,, 2 298 ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, BOMBAS, LINHAS O E RECALQUE 11.21 -INSTALAÇÃO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE BOMBAS* Para o recebimento, instalação, operação e manutenção de bombas, sugeremse as recomendações básicas relacionadas a seguir. 11.21.1 - Recebimento Toda bomba adquirida deverá ser devidamente testada no que se refere à capacidade (vazão), pressão e rendimento, devendo as duas primeiras características constar da chapa de identificação do equipamento, juntamente com o tipo, número de fabricação e outros elementos julgados de interesse (por exemplo, ano de fabricação). 11.21.2 - Local de instalação O conjunto motor-bomba deverá ser instalado, sempre que possível, em local seco, bem ventilado, facilmente acessível a inspeções periódicas e ao abrigo da intempérie e de enxurradas. Se houver um reservatório de água para sua alimentação, a bomba deverá ser instalada abaixo do nível mínimo do mesmo, a fim de possibilitar a escorva da bomba sem a necessidade de prever qualquer outro equipamento especialmente destinado para essa finalidade. Na casa de bombas (estação elevatória), deverá existir espaço suficiente para permitir uma inspeção cuidadosa, montagem, desmontagem e operação. Antes de se dar por definitivamente encerrada a instalação da bomba, recomenda-se uma minuciosa leitura do livro de instruções, verificando uma vez mais se a disposição das canalizações é plenamente satisfatória. 11.21.3 - Assentamento O conjunto motor-bomba deverá ser assentado sobre uma fundação estruturalmente bem dimensionada (de preferência de concreto ou alvenaria), isenta de vibrações. As dimensões do bloco de fundação deverão exceder de 5 a 10 cm, respectivamente na largura e no comprimento, a base de ferro que sustenta o conjunto motor-bomba. O bloco deverá possuir, pelo menos, quatro furos de 7 a 8 cm de diâmetro e 15 cm de profundidade para receber os parafusos chumbadores encarregados de fixar a base de ferro ao mesmo. Assenta-se o conjunto no bloco, nivelando-o com cunhas colocadas entre a base e a fundação, preenchendo-se, posteriormente, o vão e os furos dos parafusos chumbadores com concreto. Após o endurecimento do concreto retiram-se as cunhas e apertam-se as porcas dos chumbadores. 11.21.4 - Alinhamento No recebimento de conjuntos motor-bomba, estes deverão ser verificados no que tange ao seu alinhamento. Após o transporte, assentamento e ligação das canalizações de sucção e recalque, o alinhamento deverá ser novamente verüicado coino segue (veja a Fig. 11.21). • PreparadDS com bDSe em sugestões apresentadas pelas Companhias ID.gersol-Rand e Hercr Hidroelétrica Industrial e Comercial 5.A , São Paulo INSTALAÇÃO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO OE BOMBAS 299 Coloca-se uma régua nas faces cilíndricas das duas metades da luva elástica· 0 alinhamento somente será perfeito se a régua tocar as metades da luva por igu~l. Essa prova deve ser efetuada pelo menos em dois pontos distanciados de 90 graus (a e b). Deverá também ser medida a distância entre as faces opostas das duas partes da luva elástica, que devem ser iguais em toda a circunferência. Recomenda-se que seja mantida entre as duas faces uma distância de 1 a 2 mm (e e d). É importante salientar que a luva elástica não deve ser usada para compensar desalinhamento entre a bomba e o motor, pois serve unicamente para compensar a dilatação, devido à mudança de temperatura, bem como para diminuir o golpe na partida e parada do motor. d) Figuxa.11.21-Alinhamento 11.21.5 -Tubulações O peso das canalizações não deve ser suportado pela bomba e sim escorado independentemente, de tal maneira que, quando os parafusos dos flanges forem apertados, nenhuma tensão seja exercida sobre a carcaça da bomba. As bombas instaladas em prédios, onde qualquer ruído deve ser evitado, devem ter as canalizações isoladas da estrutura do prédio, de forma que as vibrações não sejam transmitidas à mesma: Recomenda-se, tanto na sucção como no recalque, o emprego de canalizações com diâmetro maior que o da entrada e saída da bomba. As canalizações devem ser tão curtas quanto possível e com o menor número de peças, a fim de diminuir as perdas de carga por atrito. As curvas, quando necessárias, devem ser de raio longo. Se a bomba recalcar líquidos quentes, será necessária a introdução na tubulação de sucção e de recalque, de juntas de dilatação ou expansão, com o objetivo de evitar esforços no corpo da bomba. É necessária uma minuciosa verificação dos tubos de sucção e recalque, antes da sua instalação, verificando se estão limpos e totalmente desobstruídos. A redução ou aumento do diâmetro nas canalizações imediatas à bomba deve ser feita com dispositivos do tipo excêntrico, para evitar a formação de bolsas de ar. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, BOMBAS, 300 LINHAS O E RECALQUE Redu - o excêntrica Tubo de sucção inclinado para o tanque Curva de rande raio Válvulade é quan o (quando empuigada) Filtro empregada) l:J;l;t·!•I•I A válvula de retenção deve ficar entre a válvula de gaveta e a redução Bolsas de ar porque o tubo não sobe gradualmente Válvula-de pé· Bolsas de ar porque não foi empregada a redução excêntrica é inútil quando -· ·· · - · - . instalada acima do nível do líquido Figura 11.22-Disposição das c.rmalizações Sucção O diâmetro da tubulação de sucção deve ser tal que a velocidade no seu interior não ultrapasse 2 m/s, no caso da água fria. A altura de sucção, definida como sendo a distância entre o eixo da bomba e a superfície do líquido a ser bombeado, mais as perdas de carga na tubulação de sucção, deve ser a menor possível. O valor admissível para a altura de sucção depende do peso específico do líquido, da temperatura e da pressão de vapor, como também da pressão atmosférica, e acha-se situado em torno de 6 m para bombas trabalhando com água fria, podendo atingir até 7 m no caso de bombas autoaspirantes. Somente líquidos limpos e frios podem ser deslocados com a altura especificada de sucção. Quando a bomba tiver de recalcar líquidos quentes ou voláteis, deverá trabalhar afogada não podendo fazer sucção alguma, para evitar a vaporização na entrada do motor. Devem ser evitadas as bolsar de ar na canalização de sucção, mediante a adoção das medidas relacionadas a seguir. a) Utilização de dispositivos de redução excêntricos. b) Colocação da tubulação de sucção com ligeiro declive em direção ao ponto de sucção. Isto quando a bomba não trabalhar afogada. Esse declive deve ser gradual da bomba pf!.ra a fonte de alimentação. Não deve ser instalada INSTALAÇÃO, OPERAÇÃO CAESB E MANUTE~~~~JQ;;tJ:CA SEÇÃO OE rw:r;:..•.-,c_;:,,J EDOCl.IMENTA~O 301 nenhuma seção da canalização· acima da boca de entrada da bomba; se algum obstáculo forçar tal subida, é preferível conduzir a canalização por baixo desse obstáculo (Fig. 11.23). c) Construção do poço de sucção de forma a evitar agitação do líquido, o que resultaria entrada de ar na tubulação de sucção (Fig. 11.24). d) Se mais de uma bomba funcionar no mesmo poço de sucção, devem ser utilizadas canalizações de sucção independentes. e) Utilização de compostos para vedação em todas as juntas, com a finalidade de evitar entrada de ar na canalização de sucção. Verifica-se que o mau funcionamento das bombas se deve, na maioria dos casos, à entrada de ar na canalização de sucção. f) A extremidade da canalização de sucção deverá ficar a uma altura abaixo do nível mínimo do líquido a ser deslocado, o suficiente para impedir a entrada de ar na tubulação de sucção. Recomenda-se a colocação de um crivo ou filtro na extremidade da canalização de sucção, evitando dessa forma a entrada de impurezas e materiais estranhos na bomba. Se a bomba trabalhar afogada, recomenda-se a colocação na tubulação de sucção de uma válvula de gaveta, a fim de interromper-se o fluxo para eventuais reparos ou substituições. Para evitar a formação de bolsas de ar, é importante que se desloque a haste da válvula (registro) para a posição horizontal ou vertical para baixo. Depois de concluída a instalação, deverá ser examinada minuciosamente a canalização de sucção, testando-a mediante o emprego de água sob pressão, para localizar as eventuais fugas. As bombas centrífugas devem possuir, na extremidade da canalização de sucção, uma válvula-de-pé, que mantém a bomba escorvada (cheia de líquido). Em bombas auto-aspirantes, a válvula-de-pé é desnecessária (Fig. 11.25). Bolsa de ar Bolsa de ar = - ..,._ - ERRADO ERRADO -------ceFl-ío _______ -~-- -~.-::~;~ Figuras 11.23 ESTAÇÕES 302 ELEVATÓRIAS, BOMBAS, LINHAS O E RECALQUE ~~-..:-N.:-~~ l~h: ERRADO CERTO '.::.'.~\ 'i~~~~ ._~=;~~~~ '"'""----,,{~(€"='-{'"'~~~~~{{~~~ -- - -·- - - - ·- FigunJs 11.24 Re istro . , . _ . Válvula de pé · TRABALHANDO . · COM SUCÇÃO TRABAL~ANÓ~ 'AFOGADA Figuras 11.ZS Válvulas-de-pé Caso não se disponha de outro meio de se escorvar a bomba, deverá ser prevista a utilização de válvula-de-pé na extremidade da canalização de sucção. Esse dispositivo deve ser do tipo de "orelha" e ter uma área útil de passagem de pelo menos 150% da área de canalização de sucção. Qualquer pequena impureza pode originar uma fuga na válvula-de-pé, esvaziando a bomba quando parada. Quando o conjunto motor-bomba tem dispositivo automático de partida e parada, uma canalização de, no mínimo 5 mm de diâmetro, deve ser instalada como by-pass entre a válvula de retenção, acima dela (canalização de recalque) e a canalização de sucção. Entretanto deve ser instalado um dispositivo de segurança, evitando-se, assim, que a bomba entre em funcionamento quando não estiver completamente escorvada. Para instalações não automatizadas, é conveniente que se instale na canalização de by-pass uma válvula de controle, a fim de escorvar a bomba cada vez que ela entrar em funcionamento. De um modo geral, as válvulas-de-pé encontradas no mercado já possuem um crivo ou filtro. INSTALAÇÃO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO OE BOMBAS 303 Crivo ou filtro Como se disse anteriormente, com a finalidade de evitar a entrada até a bomba de impurezas, recomenda-se a colocação de um crivo ou filtro na extremidade da canalização de sucção. Esse dispositivo deverá ter uma área útil de passagem de no mínimo 3 a 4 vezes a área de passagem da tubulação de sucção. De preferência, os crivos ou filtros, separadores de impurezas, devem ser montados independentemente, para reduzir as perdas de carga por atrito na canalização de sucção. O crivo deve ser limpo periodicamente, de acordo com as necessidades. Recalque Na tubulação de recalque deverão ser instalados, logo na saída da bomba, uma válvula de retenção e uma válvula de gaveta (registro). A primeira tem por objetivo evitar que o líquido volte quando a bomba for desligada, assim como serve de proteção contra o excesso de pressão e o golpe de aríete, impedindo ao mesmo tempo que a bomba gire em sentido contrário ao da sua rotação. É também de utilidade para o escorvamento da bomba. A válvula de gaveta (registro) serve, quando fechada, para interromper o fluxo no caso de eventuais reparos e substituições. A válvula de retenção deve ser colocada entre a válvula de gaveta e a bomba, permitindo assim, inspecioná-la quando necessário. Se forem utilizadas reduções na tubulação de recalque, estas deverão estar situadas entre a válvula de retenção e a bomba. As características da tubulação de recalque são determinadas pela perda de carga, velocidade e viscosidade do líquido, sendo que o diâmetro deverá ser, sempre que conveniente, duas bitolas maior que o diâmetro de saída da bomba, e nunca menor que esse último. 11.21.6 - Processos de escorvamento de bombas Antes de pôr em funcionamento qualquer bomba, deve-se encher a canalização de sucção com o líquido a ser bombeado (escorva). As peças dentro da bomba dependem da lubrificação que lhes é fornecida pelo líquido a deslocar; gripam-se caso a bomba funcione a seco. Os processos comuns para escorvar são: bomba submersa, ejetor, bomba de vácuo, válvula-de-pé, escorva automática. Bomba submersa Quando a bomba é instalada com o eixo abaixo do nível do líquido a ser deslocado, fica automaticamente escorvada ao se abrir a torneira de expurgo superior, deixando escapar o ar (Fig. 11.26). O interruptor, comandado por um bóia, desligará a bomba quando o nível da água na fonte de abastecimento baixar além do conveniente. Isso protege a bomba, impedindo o seu funcionamento a seco e a possibilidade de suas peças griparem. Vários fabricantes constróem dispositivos automáticos que protegem a bomba quando ela funciona com controle de partida e parada. Esses dispositivos devem assegurar que a bomba esteja cheia cada vez que ela entrar em funcionamento, especialmente nos casos em que a fonte de abastecimento tenha falhado, permitindo ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS. BOMBAS, LINHAS O E RECALQUE 304 a entrada de ar dentro da bomba. Tubo de descarga Nível mínimo inferior Tomeirade escorvar Figura 11.26 Figura 11.27 Ejetor Quando as bombas trabalham com altura de sucção, podem ser escorvadas por meio de um ejetor ou exaustor acionado por ar comprimido, vapor ou água (Fig. 11.27). O ejetor deve ser instalado no ponto mais alto do corpo da bomba, onde existe uma abertura rosqueada para tal fim, o qual desloca todo o ar contido no interior da bomba e da canalização de sucção, permitindo que a água suba até ao cimo do corpo da bomba. Para escorvar a bomba com ar ou vapor, fecha-se a válvula de gaveta na INSTALAÇÃO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE BOMBAS 305 canalização de descarga próximo da bomba. Se a canalização de descarga contiver líquido, não será necessário fechar a válvula, porque a válvula de retenção se manterá fechada. Logo que o tubo de descarga do ejetor principiar a descarregar o líquido, a bomba poderá entrar em funcionamento. Quando a bomba entrar em funcionamento, dever-se-á deixar sair um jato do líquido que indique estar a bomba completamente escorvada. Se esse jato não for obtido, a bomba não estará escorvada, devendo-se pará-la e repetir o mesmo processo. Tubo de descarga / ~ ci:'~~~ta Tubo "by-pass" para escorvar a bomba sempre que entrar em funcionamento 11.28 Escorvar com bomba de vácuo Quando a bomba funciona com altura de sucção, pode ser escorvada por meio de uma bomba de vácuo que desloque o ar contido no corpo da eletrob omba e na canalização de sucção (Fig. 11.29). Uma bomba de vácuo do tipo à prova de água deve ser empregada, de preferência, para que não seja danificada, caso o líquido venha a entrar nela. Com uma bomba de vácuo do tipo seco, deve-se dispor de um dispositivo que evite a entrada de água dentro da bomba. Um escorvador manual é suficiente para as eletrobombas. Escorvar com válvula-de-pé Figura 11.Z9 Conforme mencionado em seção anterior, a válvula-de-pé é um dispositivo para conservar a bomba escorvada. Quando não existir líquido na canalização de descarga, fechar a válvula de descarga e encher com o líquido a bomba e a canalização de sucção, através da torneira superior de escorva, empregando-se um funil. Caso se disponha de água com pressão, ligar essa à canalização de sucção, deixando escapar o· ar pela torneira superior de escorvar (Fig. 11.28). Quando se tiver líquido na canalização de descarga, a bomba poderá ser escorvada por meio de uma canalização by- 306 ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, BOMBAS, LINHAS DE RECALQUE pass, colocada entre a canalização de sucção e a de descarga, num ponto além do registro de gaveta. Deve-se estar sempre certo de que a bomba está escorvada, porque a válvulade-pé pode ter fugas. Inspecionar a válvula-de-pé freqüentemente, limpando-a quando necessário. Escorvar automaticamente Para serviços intermitentes, em que o eixo da bomba fica acima do nível do líquido a ser bombeado, um dispositivo automático de escorvar pode ser instalado, sendo a bomba escorvada automaticamente todas as vezes que ela parar. 11.21. 7 - Motor elétrico Variação admissível de tensão e freqüência O motor funcionará satisfatoriamente sob as variações de tensão elétrica (volt) e freqüência (ciclos) dadas a seguir, relativas aos dados fornecidos, considerado o regime normal. a) Quando a variação de tensão elétrica não exceder 10% do regime normal. b) Quando a variação de freqüência não exceder 5% do regime normal. c) Quando a soma das variações de tensão e frequência não exceder 10% (uma vez que a variação de freqüência não exceda 5% da variação normal), de acordo com a placa do motor. Proteção Para proteger o motor contra sobrecargas excessivas durante longos períodos de funcionamento, deve ser instalado um dispositivo de proteção contra o aumento de temperatura proveniente da sobrecarga (caso esse dispositivo não esteja incluído na aparelhagem de controle). Os fusíveis da chave de faca não protegem o motor contra sobrecarga ou baixa tensão, e sim unicamente em caso de curto-circuito. Todos os fios de ligação do motor e da aparelhagem de controle devem ser instalados de acordo com as normas da ABNT. Devem ter capacidade suficiente para permitir, no máximo, uma baixa de tensão de 2%, quando em plena carga. Nunca permitir que a bomba funcione em sentido contrário ao da seta; a rotação correta da bomba está indicada por uma pequena seta colocada na placa de fabricação, ou na carcaça da bomba. Aquecimento A elevação de temperatura de um motor encontra-se especificada na plaquinha do mesmo. Para motores do tipo aberto, essa elevação, em geral, é de 40 graus Celsius acima da temperatura ambiente, para os motores de 50 Hz. Um motor standard não deve trabalhar num ambiente onde a temperatura ultrapasse 40 graus Celsius, pois neste caso a temperatura do motor poderia ultrapassar 90 graus Celsius, o que é desaconselhável. INSTALAÇÃO, OPERAÇÃO MANUTENÇÃO DE BOMBAS 307 11.21.8 - Gaxetas O tipo de gaxeta varia conforme o líquido a ser bombeado e as condições de bombeamento. Recomenda-se usar, sempre, gaxetas de boa qualidade. As bombas HERO são fornecidas com gaxetas quadradas de amianto grafitado de fibras longas. Em caso de temperaturas elevadas, empregam-se gaxetas stabilit. Se o líquido a ser bombeado é abrasivo, deve ser introduzido nas gaxetas líquido limpo para vedação. Cada anel de gaxeta deve ser cortado no comprimento correto, tal que suas extremidades se toquem ao fecharem o anel em torno do eixo. O corte deve ser em ângulo, e as emendas dos diversos anéis deverão ficar desencontradas a fim de impedir qualquer vazamento ou entrada de ar, conforme Fig. 11.30. As gaxetas não devem ser muito apertadas, pois, caso contrário, se queimariam no atrito com o eixo ou com a bucha protetora do eixo. Se, após colocar a bomba em funcionamento, o vazamento pelas gaxetas for excessivo, apertar o premegaxeta de forma a estabelecer um pequeno vazamento (2 a 6 gotas por minuto). A fim de manter a instalação limpa, instalar uma pequena canalização de expurgo saindo da parte inferior da lanterna, para o exterior. Essa canalização dará saída ao líquido de lubrificação da gaxeta e deve ser disposta de modo que possa ser limpa em caso de Figura 11.30 entupimento. 11.21.9 - Mancais Dois tipos de mancais são usados em bombas: internos e externos. Um mancal interno é lubrificado pelo próprio líquido a ser bombeado. Um mancai eJ...1:e:rno, não estando em contato com o líquido, necessita ser lubrificado. O aquecimento dos mancais pode ser causado tanto pela falta como pelo excesso de lubrificação. Deverão ser verificadas as instruções de lubrificação que acompanham cada bomba. 11.21.10 - Selos mecânicos As bombas que trabalham com líquidos, onde é indesejável o vazamento pelas gaxetas, devem possuir selos mecânicos. Um selo mecânico consta de um elemento rotativo e um estacionário. O elemento rotativo roda com o eixos, enquanto que o elemento estacionário é fixo na caixa das gaxetas. As faces de vedação desses elementos são perfeitamente acabadas e construídas com material selecionado, possuindo baixo coeficiente de fricção e alta resistência à corrosão pelo líquido a ser bombeado. Essas faces rodam normalmente com um película de líquido entre si e devem ser comprimidas, o que normalmente se faz com uma ou mais molas ou, ainda, com peças de material flexível. Recomenda-se o máximo rigor na desmontagem e posterior montagem quanto à posição, estado e acabamento das peças, que devem estar perfeitamente limpas, exatas no tamanho e lapidadas nas faces de contato. ESTAÇÕES 308 ELEVATÔRIAS, BOMBAS, LINHAS O E RECALQUE 11.21.11 - Causas de funcionamento deficiente Operando-se uma bomba, o que pode parecer uma séria avaria, após uma cuidadosa inspeção, freqüentemente revelará uma causa de menor importância. Em qualquer das deficiências mencionadas a seguir, examinar todas as causas indicadas para a mesma. Se o líquido não é recalcado a) b) c) d) e) a bomba pode não estar escorvada (ar ou gás na sucÇão); a rotação pode estar abaixo da especificada; a altura manométrica é superior à prevista; a altura de sucção está acima da permitida; o rotor pode estar completamente entupido; f) o rotor ou engrenagens podem estar rodando em sentido contrário; g) a tubulação de sucção está obstruída; h) a válvula de segurança (se houver) está desajustada ou aberta, pela presença de um material estranho. Se o líquido recalcado é insuficiente a) b) c) d) e) f) g) h) i) j) existe entrada de ar na tubulação de sucção ou na caixa de gaxetas; a rotação está abaixo da especificada; a altura manométrica é superior à prevista; a altura de sucção está acima da permitida; o rotor está parcialmente obstruído; a válvula-de-pé está obstruída; a válvula-de-pé ou extremidade da sucção está pouco imersa no líquido; o engaxetamento tem defeito; a tubulação de sucção está parcialmente obstruída; o líquido bombeado está com viscosidade acima da prevista. Se a pressão é insuficiente a) b) c) d) e) f) a rotação está abaixo da especificada; pode haver ar ou gases no líquido (na tubulação ou na bomba); os anéis de vedação estão demasiadamente gastos; o rotor está avariado ou com diâmetro pequeno; o engaxetamento está defeituoso; as engrenagens gastas ou com folgas demasiadas. Se a bomba funciona por algu.m tempo e depois perde a sucção a) b) c) d) há vazamento na linha de sucção; há entupimento parcial na linha de sucção; a altura de sucção está acima da permitida; existe ar ou gases no líquido, na linha de sucção ou na caixa das gaxetas. 309 ARIETE HIDRÁULICO Se a bomba sobrecarrega o motor a) a rotação está muito alta; b) a altura manométrica é inferior à prevista (vazão cresce); c) o líquido tem peso específico ou viscosidade superior à prevista; d) há defeitos mecânicos, tais como: eixo torto, engripamento das partes rotativas, rolamento defeituoso, gaxetas muito apertadas, etc. 11.22 - ARIETE HIDRÁULICO O ariete ou carneiro hidráulico é um aparelho destinado a elevar água por meio da própria energia hidráulica. Aplica-se no caso de uma fonte, de um córrego, etc (Fig.11.31). O aparelho é instalado em nível inferior ao do manancial, na cota mais baixa possível. A água que chega ao ariete inicialmente sai por um válvula externa até o mom·ento em que é atingida uma determinada velocidade elevada. Nesse instante, a válvula fecha-se, repentinamente, ocasionando um sobrepressão que possibilita a elevação da água. A diferença de nível ou queda aproveitável para acionar o aparelho não deverá ser inferior a 1 m. Os aparelhos de fabricação brasileira são operados com vazões compreendidas entre 5 e 150 e/min, podendo elevar de 10 a 800 e/hora. Recomenda-se uma altura de elevação entre 6 a 12 vezes a altura de queda do manancial até o aparelho. A canalização de alimentação deve ser retilínea e ter um diâmetro maior do que o do encanamento de elevação. O seu comprimento L deve satisfazer às seguintes relações. L~ lH a l,2H; L>5h; L < 10 h; L>8m; L< 75 m. Na extremidade inicial (superior), deve-se instalar um crivo, que deverá ficar pelo menos 30 cm abaixo do nível da água e 10 cm acima do fundo. A quantidade de água que pode ser elevada é dada pela seguinte expressão: Q h. , q=-X-XTI ·. H Figura 11.31 310 ESTAÇÕES s_endo, ELEVATÓRIAS, BOMBAS, LINHAS DE RECALQUE q= Q= vazão a elevar, f/min; vazão mínima para operar o aparelho f/min h = altura de queda disponível, m; H = altura de elevação, m; T/ = rendimento do aparelho. O rendimento do aríete varia entre 20 e 70%, de acordo com a relação H/h, decrescendo com o aumento de H/h. A Tab.11.2 aplica-se aos carneiros hidráulicos fabricados pela Companhia Lidgerwood Industrial. Vide também exercício 6.1 no Cap. 6. Tabela 11.2 - Dados relativos a aríetes de fabricação nacional Número do aparelho ~ Litros de água Canos ocupada Carga Descarga por minuto 2 3/4" 3/8" 3 l" 1/2" 4 l l/2" 3/4" 5 2" l" 6 2 l/2" 11/4" 7 3" 11/z" 5 7 7 10 15 15 20 25 25 35 45 45 60 75 75 100 125 Litros de água elevada em 1 hora 6:1* 8:1 10:1 12:1 32 44 44 64 95 95 128 160 160 225 285 285 380 480 480 640 800 20 28 28 40 60 60 80 100 100 140 180 180 240 300 300 400 500 12 18 18 25 38 38 50 63 63 88 112 112 150 186 186 250 330 11 16 24 24 31 40 40 55 72 72 95 120 120 160 200 6:1. 8:1. etc éa relação entre a altura a elevar e 11 queda de c::Jiga (H/h) 11.23 - ELEVAÇÃO DA ÁGUA POR AR COMPRIMIDO (sistema air-lift) O ai.r-lift é um sistema comumente empregado para a retirada de água de poços profundos. Consiste na introdução de ar comprimido em quantidade e pressão adequadas, para provocar a elevação da água (a água misturada com bolhas de ar pesa menos e tende a subir). Entre as vantagens do sistema, citam-se grande capacidade, simplicidade, segurança e flexibilidade. O equipamento mecânico fica instalado acima do solo, em local de fácil acesso. O inconveniente é ser o rendimento mecânico frequentemente baixo. A submergência dinâmica ou de regime Hs é definida pela relação S =__!&___X 100 Hc+H, sendo S =percentagem de submergência (Quadro 11.10). ELEVAÇÃO DA ÁGUA POR AR COMPRIMIDO (SISTEMA AIR·LIFT) 311 A submergência inicial ou de arranque (Fig. 11.32) considera o nível incial da águ.a. s = H, +MI X 100 Hlf+H, QUADRO 11.8 - Diâmetros dos tubos e potência requerida l/s Diâm. tub. água Diâm. tub. ar Potência aproximada 2,5 5,0 7,5 10,0 15,0 20,0 40·,o 75= 100 100 125 150 150 200 25= 40 40 50 50 60 75 11/2HP 2112 4 5 71;2 10 20 Vazão de água QUADRO 11.10 - Submergências recomendadas Hg,m 5 10 20 30 45 60 90 120 150 S,% Tipo de Submergência compressor Mínima Máxima (estágios) 55 55 50 45 40 40 37 37 35 70 70 70 70 65 60 55 40 45 1 1 1 1 1 2 2 QUADRO 11.9 - Quantidade dé · ar comprimido utilizado ; HG m 10 20 30 40 60 80 100 ~ litro/litro Pressão dear emmca 12 20 25 28 40 49 58 3,0 4,7 6,2 7,9 9,6 20 30 40 45 65 85 105 11,6 13,3 Nível da ·- .C!'ll::>~.!l.~--- . Caixa da areia Reservatório Ar comprimido - Terreno ___ _J----z-A-1u~i:-ice_i~-1 1 _ti_ca llH = rebaixamento _.._ ___.fHl-+-9'-___,_-----do lençol j.,____H_s_=_s_ub_m_e_r~gê_n_ci_a 2 •••••• J •• 2 Figun.11.32 Hs m ""-------------------------------~ A quantidade de ar necessária pode ser calculada pela fórmula prática da Ingersoll Rand. V =2,46x H " C l og H,. + 103,7' 103,7 onde Vª = volume de ar livre, em litros por litro de água elevada; Hg = altura geométrica, em decímetros; Hs = altura de submergência, em decímetros; C= coeficiente prático, cujo valor está compreendido entre 180 e 350 (valor médio= 220). Para maior rendimento das instalações, os compressores devem suprir a ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, 312 BOMBAS. LINHAS DE RECALQUE quantidade necessária de ar. Compressores de maior capacidade conduzem a maiores perdas por atrito e desprendimento de ar, e compressores de capacidade insuficiente causam descargas intermitentes, com vazão menor do que a esperada. A pressão necessária, a ser dada pelo compressor, pode ser determinada, p= H,+h 1 ' 0,7 onde h 1 =(perdas de carga na tubulação de ar). A pressão necessária no arranque é sempre maior que a pressão de regime, devido à carga inicial maior oferecida pela coluna de água (H8 + .<1H). Sempre que a pressão de arranque é excessiva, tem-se o recurso de se estabelecer uma injeção auxiliar de ar para o arranque, a uma profundidade conveniente. Um compressor pode ser empregado na operação de vários poços. Nesse caso, ele deve ser especificado para as condições mais desfavoráveis (maior pressão). A potência dos compressores é calculada a partir dos seguintes dados práticos: compressores de um estágio: 6 a 8 HP por 1000 e/min; compressores de dois estágios: 5 a 7 HP por 1000 !/min. A canalização de ar é calculada a partir das velocidades normais, que vão de 9 a 12 m/s. A perda de carga geralmente é limitada a 2 m. A canalização de emulsão pode ser adotada de acordo com o Quadro 11.11, dado por Kenneth Salisbury em Kent's Mechanical Engineers Handbook, EUA John-Wiley, 1953, 12ª. ed. : .Q.UADRO'ii.11' Diâmetro Vazão elevada . . .. · . ·, , .· . : .: .. · ·. . . ·. mm 75 100 125 150 200 pol 3 4 5 6 8 250 10 f,/s 3,8 60 6,3 11,0 175 18,9 37,8 47,3 63,0 100 300 600 750 1000 gpm .. 300 12 Para melhor eficiência, a quantidade de ar injetada deve ser a mínima que produz escoamento contínuo. Pouco ar resulta intermitência. Muito ar causa grande perda de carga por atrito nos tubos e desperdício de ar, dada a incompleta expansão na descarga. Em regra, aumentando-se a submergência, melhora-se a eficiência do bombeamento, não obstante o aumento de perdas por atrito nos tubos, as perdas nas entrada e a perda devida à incompleta e>..-pansão do ar na descarga serem essencial.mente constantes por libra de ar. Expressas como porcentagem de energia elétrica potencial total do ar, essas perdas são menores para maiores submergências, isto é, para mais altas pressões de ar. Para moderadas elevações, até 90 m, a eficiência, baseada na potência do ar na peça de pé, poderá ser da ordem de 70%. A eficiência total do sistema pode ser obtida multiplicando-a pela eficiência do compressor (em torno de 75%). ESCOLHA RACIONAL DE UMA BOMBA 313 11.24 - ESCOLHA RACIONAL DE UMA BOMBA. A SELEÇÃO DO EQUIPAMENI'O DESTINADO A MOVIMENI'AR FLUIDOS ANALISADA SOB O PONI'O DE VISTA HIDRÁULICO Prof. Heinrich Peters Nas instalações destinadas à movimentação de fluidos, a seleção do melhor equipamento para os fins de recalque ou aumento de pressão pode ser feita a partir de uma grande variedade de bombas. Há tipos que se adaptam melhor a determinadas condições, como, por exemplo, pressões desejadas, temperaturas e viscosidade do fluido a ser bombeado, etc. Basicamente, contudo,... só há duas categorias de bombas: bombas volumétricas ou estáticas e bombas de escoamento ou dinâmicas. 11.24.1 - Bombas volumétricas ou estáticas Os elementos móveis das bombas estáticas deslocam uma quantidade de fluido que é fixada pelas dimensões e pela geometria, contra uma pressão que é determinada pelas alturas de recalque e de sucção, e ainda pelas perdas devidas ao atrito no sistema de tubulação. A vazão é aproximadamente proporcional à velocidade. A pressão máxima é limitada somente pelas folgas necessárias entre os elementos móveis e o corpo estacionário, e ainda pela resistência dos materiais empregados. O produto das forças aplicadas aos elementos móveis pelas velocidades dará a energia gasta na bomba. Entre as bomb'as volumétricas ou estáticas estão as bombas recíprocas e as rotativas (ver alguns tipos na Fig. 11.33). As bombas recíprocas apresentam os seguintes elementos principais: êmbolo, cilindro, válvulas de entrada e de saída e também o mecanismo de acionamento. Figum 11.33 - (a) Bomba recfproca. (b) Bomba de engrenagem. (e) Bomba de paletas Esse tipo de bomba suga a água pelo vácuo parcial; a pressão ambiente no poço (atmosférica) força a água, pelo tubo de sucção, através da válvula de entrada, enchendo o cilindro. Invertendo-se a direção do êmbolo, a válvula de entrada se fecha e a de saída se abre, devido à pressão aplicada pelo êmbolo, e a água é forçada no tubo de recalque. Evidentemente, quando a altura de sucção ou a aceleração do êmbolo for aumentada, a pressão ambiente no poço será insuficiente para acelerar a coluna de líquido no tubo de sucção e forçá-lo na bomba. Produz-se, nesse caso, um vácuo igual à pressão de vapor do líquido. A bomba começa então a sugar vapor e gases; devido à desaceleração do êmbolo, a pressão aumentará e o vapor recondensará, produzindo choques com impactos nas paredes. Esse fenômeno é chamado 314 ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, BOMBAS. LINHAS O E RECALQUE cavitação; a cavitação origina vibração, barulho e erosão do material até a perfuração das paredes, se ela durar algum tempo. A cavitação deve ser evitada pela limitação da altura de sucção e pela redução da velocidade. As bombas rotativas correspondem, em princípio, às recíprocas, somente que o efeito de bombear é produzido pela passagem do espaço entre dentes ou paletas deslizantes da entrada para a saída. As bombas recíprocas produzem uma vazão contínua, embora pulsante. Podemse obtervazões da ordem de até 400 e;min, com diferença de pressão entre a entrada e a saída de até 1 000 atm ou mais. Por outro lado, as bombas rotativas normais apresentam mais vazamentos, devido às folgas maiores entre os elementos móveis e estacionários, e não atingem pressões tão elevadas. Do exposto, conclui-se que as bombas recíprocas são indicadas para pressões extremas e vazões mínimas e as bombas rotativas para pressões médias e pequenas vazões, particularmente para movimentar óleos, pois a lubrificação das partes internas é indispensável. Na Fig. 11.34 está demonstrada, graficamente, a relação típica entre vazão, potência absorvida, eficiência e pressão de uma bomba volumétrica com velocidade constante. A variação da velocidade modifica proporcionalmente a vazão e, também, aproximadamente, a potência. As perdas são principalmente mecânicas e volumétricas, devidas ao vazamento nas folgas entre elementos móveis e estacionários. o~ Figura 11.34 - Características de uma bomba estií.tica. Vaz.iio, rendimento e potência em fUD.çii.o da pressão Figura 11.35 -Bomba centrífuga 10 20 30 Pressão em atm 40 50 ESCOLHA RACIONAL DE UMA BOMBA 315 11.24.2 -Bombas de escoamento ou dinâmicas São incluídas nessa categoria bombas centrífugas com velocidade de descarga radial no rotor (Fig. 11.35), bombas axiais com velocidade de descarga axial (Fig. 11.36) e bombas de tipo intermediário, com velocidade de descarga diagonal. Figu:ra 11.36 -Bomba axial O trabalho é gasto.em aumentar a energia cinética do líquido e acelerá-lo, principalmente na direção tangencial, quando ele passa pelo rotor. A energia cinética é parcialmente transformada em energia potencial (pressão) no difusor da carcaça, em forma de caracol para as bombas centrífugas, com ou sem pás diretrizes. Forças dinâmicas sobre os elementos móveis aparecem somente quando o líquido está em movimento relativo às pás do rotor. Numa bomba, as velocidades absolutas e relativas são proporcionais à velocidade circunferencial do rotor. Conseqüentemente, sem levar em conta pequenas modificações do rendimento, pode-se dizer que as vazões são proporcionais à velocidade; as pressões ao quadrado da velocidade; e as potências, ao cubo da velocidade. A energia transferida ao fluido por unidade de vazão, chamada pressão total (ou também pressão manométrica), é a diferença da energia potencial e cinética entre saída e entrada da bomba, expressa em termos de altura (H) do fluido movimentado. A Fig. 11.37 mostra gráficos das curvas características típicas: pressão, rendimento e potência versus vazão para bombas centrífugas e axial, respectivamente. Vê-se que as bombas centrífugas fornecem pressões altas e vazões pequenas, e que as bombas axiais fornecem pressões menores e grandes vazões. O rendimento de uma bomba é determinado pela velocidade, tamanho e dimensões relativas do rotor e carcaça. A pressão é diminuída pelas perdas devidas à transformação da energia cinética no difusor e ao atrito nas paredes do rotor e da carcaça: o atrito é mais ponderável em bombas pequenas. A Fig. 11.38 mostra os limites superiores e inferiores de rendimentos obtidos, em função da vazão de ESTAÇÕES 316 ELEVATÓRIAS, BOMBAS, LINHAS O E RECALQUE bombas dinâmicas. Os valores indicados correspondem ao funcionamento das bombas no ponto de rendimento máximo. a) Bomba centrífuga· b)Bomba axial E1oi--~"<t'-.,..~i--~--1-~~+-~-+--rl1~ E ,.,,~81---~"'t.:,..c>;:;::-""""-::--+----::..-k-~-+---H1~ ~ ~ a. 60 eGl---~--1-~~k=~=l:::~"-::-J---\.--l---l-t 7~ 14,4 21,6 28,B 36.0 0 43,2m'm 0'--~-o~~~~o.~4~~0.~s~~o~.8~~1~.o_... Vazão m3/s Figura 11.S 7 - Características típicas de bombas dinâmicas 11.24.3 - Velocidade do rotor Nas bombas dinâmicas, a pressão na entrada do rotor é menor do que na superfície do líquido, o que depende, aliás, da altura de sucção e da vazão. Devido a essa diferença de pressão, a bomba é capaz de levantar o líquido. Nas pás do rotor, a pressão é ainda mais baixa do que na entrada, dependendo da velocidade relativa do líquido. Aumentando a velocidade do rotor ou baixando o nível do poço, essa pressão pode atingir a pressão de vapor do líquido, o que produz o fenômeno da cavitação. Portanto a cavitação é influenciada pela altura de sucção e pela vazão. Um exemplo típico é apresentado na Fig. 11.39, que mostra os efeitos hidráulicos da cavitação para uma bomba centrífuga bombeando água a 25°C. A cavitação começa na entrada do rotor e diminui a pressão com aumento da vazão e, finalmente, estende-se sobre uma grande parte da superfície das pás do rotor, não permitindo mais um aumento de vazão. O rendimento cai com a pressão. 100 ·-nof 90 cf!. 80 eo 70 ....... v"" Gl § 60 "'C 1' e: a:Gl 50 40 V ,V ~ V ,,, .. ~ ·-\eflOT ,P' -- - -- ... V" Rendimento de bombas executadas entre os limites indicados 30 1 2 Figura.1.1..38 4 6 810 ~ 40 60 1o" Vazão rn31h 10' 104 ESCOLHA DE BOMBAS 317 60 E 50 o la:I "'"'~ 40 o o~ 30 2 e.. ã:i z "' "i:"' "C «S o la:I <> o ::J cn ~l .9 e: 20 E 'õ e: G) (D a: 4 10 6 2 4 6 Vazão l/s 8 10 12 Figura 11.39 Considerando todos os efeitos, a eliminação da cavitação é imperativa para toda a gam.a de vazões utilizadas, mantendo a sucção menor do que a admissível para a vazão máxima. A sucção admissível depende, além das quantidades mencionadas, do tipo da bomba e da pressão de vapor do líquido bombeado. Essas variáveis podem eventualmente impor uma sucção negativa, ou seja, uma bomba afogada. Bombas dinâmicas podem ser usadas em paralelo e em série, sendo freqüentemente usadas mesmo em um conjunto. Rotores com duas entradas e uma só saída, ou rotores em série, são montados sobre um eixo com condutes de fluido convenientemente projetados, a fim de guiar o fluido da saída de um rotor para a entrada do seguinte. O campo de aplicações das bombas dinâmicas é vasto. São construídas unidades de máquinas com vazões entre 0,5 e 250 000 m 3/hora, com pressões variáveis de 1 m ou menos até 400 m, usando um rotor. Com rotores em série, atingem-se 100 atm ou mais. 11-25 - ESCOLHA DE BOMBAS A escolha da bomba é determinada, principalmente, pelas condições de operação e de manutenção e, ainda, por considerações econômicas. Naturalmente, o comprador está interessado em instalar uma unidade que forneça a vazão desejada de fluído para a pressão necessária. 11.25.1 - Vazão, pressão e rendimento A pressão total H é a soma das pressões estáticas Hest de recalque e sucção e das perdas h, nos condutes. AFig.11.40 representa uma instalação típica. A pressão estática é simplesmente a diferença dos níveis do líquido no poço e na saída do tubo de recalque, supondose que a pressão na superfície do poço e do reservatório de recalque sejam iguais. As perdas h 1 são proporcionais ao quadrado da velocidade v no conduto. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, 318 BOMBAS, LINHAS DE RECALQUE Então sendo D; = v= Q= A= L; = A.= Ç"' Ç= D0 = v0 = diâmetro do tubo; velocidade média (Q/A); vazão; área da seção (rcD1f 4); comprimento do tubo de diâmetro D;; coeficiente de atrito, variável com o número de Reynolds ( ~) e com a rugosidade; coeficiente de perdas da forma (cotovelos, difusores, etc.); coeficiente da válvula de regulagem, variável entre O e oo (O, válvula aberta; oo, válvula fechada); diâmetro de saída; velocidade na seção de saída. Válvula somente com bomba afogada Válvula de pé Figura 11.40lnstalaçiio t:fpica Poço Dá-se a seguir um exemplo prático. Seja a bomba, cujas características são dadas na Fig. 11.41, com tubo de sucção de D = 75mm e L = 10 m; tubo de recalque de D = D 0 = 60m.m e L = 90 m, para uma diferença Hesr = 27,5 m entre os níveis do reservatório superior e do poço. A mesma figura dá as curvas de perdas para tubos novos (lisos) e tubos usados, já corroídos, com a válvula de regulagem completamente aberta. A interseção dessas curvas, ESCOLHA OE BOMBAS 319 com a da pressão fornecida pela bomba, indica o ponto de funcionamento. No exemplo escolhido, esses pontos estão próximos ao do rendimento máximo, e a bomba, com n = 3 450 rpm, serve perfeitamente para vazões abaixo de 30 m3 /hora (tubo liso) e 27 m 3/hora (tubo enferrujado). Vazão Q 2 7,2 4 14,4 6 21,6 8 28.8 Fil{Unl 11.41 - Características de bomba e sistema de 10x10""' 36,0 tubul11çSo Se fosse usado um tubo de recalque com diâmetro de 75mm, a vazão poderia atingir 34 m 3 /hora com válvula aberta (ver as curvas de perda para tubos de 75mm e 60mm), mas de comprimento L = 45 m, em vez de L = 90 m. Para a avaliação do perigo da cavitação, pode-se tirar da Fig. 11.39 o H 5 admissível para 9 e;s ou 32,4 m 3 /hora. Hs=4,5m. As perdas no tubo de sucção serão h1 = v 2 / 2g[ Â. ~+ p} ou h 1 = 1, 7m e a altura estática de sucção será H 5 _est. = H 5 -hr= 2,Sm. Caso o comprimento do tubo de sucção fosse 5 m em vez de 10 m, resultaria: hr= 0,85 m e Hsest = 3,65 m. O exemplo mostra a importância da adaptação do sistema de tubulação à bomba, e vice-versa. 11.25.2 -Velocidade específica Para a escolha da bomba certa, para uma determinada vazão e pressão total, introduz-se o conceito da velocidade específicaN5 , que compara os tipos à base de uma unidade de pressão e unidade de vazão. Considerando o tipo da bomba geometricamente reduzido para dar essas unidades, tem-se: ESTAÇÕES 320 ELEVATÔRIAS. BOMBAS, LINHAS O E RECALQUE No sistema métrico, as unidades são 1Q1 = 1 m 3/se H = 1 m; no sistema inglês lgpm e H = 1 pé; N é a rotação (rpm). Convertem-se as velocidade específicas N 8 de um sistema para o outro com o fator 1935 x 10-2 N 5 : N 5 métrico= 1935x10-2 N 5 inglês. Neste texto usa-se o sistema métrico. A Fig. 11.42 mostra a relação de tipos de rotores e velocidades específicas. Limitações físicas de velocidade tangencial, tamanho de rotor e possibilidade de produção restringem a aplicação de rotores numa gama de velocidades específicas. Em caso de duas entradas num só rotor, a N 5 deve ser calculada com a metade de vazão, Q/2; do mesmo modo, em caso de bombas com mais de um estágio, a pressão deve ser dividida pelo número de rotores. Calculando-se as velocidades específicas dos três tipos de bombas, cujas características são representadas nas Figs. 11.34, 11.37 a e b, resultam, respectivamente; 1Q 1= íl Bombas estáticas Bombas dinâmicas Ns < 1O Ns de 1O a 500 Escoamento ~adiai --""~-L--~Misto ---~----Diagonal Ns=10até40 Ns ::: 35 até 85 Ns =80 até 150 Figura 11.42 - Tipos de bomba e 1/2 velocidades específicas N S =N g_ H3/4 ~Axial Ns =125 até 500 500 m, Q = 150 J/min, N = 1 000 rpm, N 5 = 4,75 10-1 (bomba estática); H = 45 m, Q = 8 · 10·3 m 3/s, N = 3 450 rpm, N 5 = 17,8 (bomba radial); H = 5,6 m, Q = 0,8 m 3/s, N = 900 rpm; N 5 = 220 (bomba axial). A velocidade específica N 5 indica claramente os tipos a serem escolhidos. H = 11.25.3 - Motores de acionamento A seleção do motor que aciona a bomba é de importância fundamental. As bombas estáticas ou volumétricas têm aumento da potência aproximadamente proporcional à pressão. A potência do motor deve corresponder, no mínimo, à pressão máxima de serviço. Válvulas de segurança, que limitam a pressão pelo retorno de fluido do lado da pressão de recalque para o lado de sucção, precisam ser previstas, em caso da possibilidade ou necessidade de que a vazão seja zero, sem ESCOLHA DE BOMBAS 321 parar o motor. Bombas centrifugas têm aumento da potência com aumento da vazão, e a potência do motor deve satisfazer à potência de carga máxima de serviço. A inclinação da curva de potência em função da vazão diminui com a velocidade específica e torna-se negativa para bombas axiais, onde a potência é mínima para a vazão máxima (comparem-se as curvas de potência das Figs. 11.34, 11.37 a e b). Válvulas de regulagem em condutas de bombas axiais deverão ser evitadas, se as pás do rotor não forem reguláveis; as bombas centrífugas têm o arranque, preferivelmente, com as válvulas de regulagem fechadas. Esses aspectos são importantes do ponto de vista da sobrecarga de motores. ' A maioria das instalações tem motores elétricos de corrente alternada, diretamente acoplados (elasticamente) às bombas. Nesse caso, o número de rotações é fixado pelo número de pólos e pela freqüência do sistema. Em casos de acoplamento por correia ou por intermédio de engrenagens, a velocidade pode ser escolhida livremente. Turbinas a vapor permitem a escolha de velocidades altas e ainda têm a vantagem da flexibilidade, possibilitando a adaptação da característica para dar o rendimento máximo, de acordo com a demanda variável do serviço. A velocidade é limitada pela resistência dos materiais do rotor e também pelas condições de cavitação. Ensaios das bombas são normalmente efetuados com água de 15 a 20 ºC e todas as características fornecidas pelos fabricantes referem-se à água. 11.25.4 - Outros fluidos A modificação do peso específico não tem influência sobre a vazão e a pressão, se é expresso em metros do fluido movimentado, mas a potência modifica-se proporcionalmente ao peso específico. Mais importantes são as propriedades pressão de vapor e viscosidade. A pressão de vapor tem grande influência sobre as condições de cavitação; a viscosidade modifica a vazão, a pressão e o rendimento da bomba. 11.25.5 - Cavitação, pressão de vapor (ver 11.17) , A fim de levar em conta a pressão de vapor, os fabricantes fornecem, para cada tipo de bomba, não a altura de sucção H 8 , mas uma quantidade NPSH (net positive suction head), ou um valor equivalente, NPSH H sendo H a pressão no ponto de rendimento máximo. Por definição, NPSH = P; - Pv+ v2/2g. sendo P; (em metros)= pressão absoluta medida na entrada da bomba; Pv (em metros)= pressão de vapor absoluta do líquido; v (a velocidade na entrada). Quando as pressões P; e Pv são medidas ou dadas em metros de água, a conversão em metros de líquidos movimentados deve ser feita. Resulta, então, a altura de sucção H 5 . cr=--- H 5 =p0 - Pv- crH, H5 =Hsest + pv2 /2g=p 0 - Pv- NPSH, sendo p 0 a pressão absoluta na superfície do líquido no poço, em metros de líquido. 322 ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS. BOMBAS. LINHAS DE RECALQUE Como exemplo, serve a mesma bomba do exemplo do item 11.25.1 (pg. 319), que resultou H 5 = 4,Sm e NPSH = 10 - H 5 = 5,Sm. Sendo o fluido água a 90°C com Pv = 7,15m e pressão atmosférica na instalação de 700mm Hg, resultap 0 = 9,Sm e H 5 = p 0 - Pv - NPSH = - 3,15m. Considerando-se as perdas de pv2 /2g = 1, 7 m, a bomba deve ser instalada (H8 cst) 4,85 m abaixo do nível do poço, afogada. Bombas projetadas para baixos valores de NPSH permitem maior sucção. 11.25.6 - Viscosidade O efeito da viscosidade na característica das bombas é complexo. São usados coeficientes determinados experimentalmente para modificar as características obtidas em ensaios com água. Indicando com índicex as quantidades concernentes a fluidos diferentes de água, têm-se: rendimento flx = e,, Tl · Os coeficientes são, principalmente, funções do número de Reynolds convenientes para bombas. Como exemplo seja dada a característica da bomba com água, da Fig. 11.37(a), adaptada para um óleo de densidade 0,9 e viscosidade de SSU = 1 000 ou v = 220 centistokes. Os resultados são dados na Fig. 11.43. 60 12 1 50 10 É o t<tl "' !"' 40 e?) o~ 30 6 õ ~<D 20 e. 1 ·m - E Água • • • • Óleo v ô 'õ 10 e =220 centistokes =0,9 (densidade) 4 e '.l!! o e. 2 <D a: o Figura 11.43 Características o 2 4 6 8 10 o vazão e/s Para escolha da bomba adequada para um serviço determinado sob o ponto de vista hidráulico, são indispensáveis as seguintes informações: a) o líquido movimentado; b) as propriedades do líquido, densidade, viscosidade, temperatura, pressão de vapor; c) a vazão e variações da vazão desejáveis; d) a pressão estática, a sucção e o recalque; e) a instalação prevista, o diâmetro e o comprimento da adutora, acessórios, etc; f) o motor de acionamento, seu tipo e velocidade, o limite de sobrecarga. ESCOLHA DE BOMBAS 323 11.25. 7 - Considerações econômicas Entram em consideração os custos de instalação e de operação. Os custos de instalação incluem bomba, motor, tubulação e acessórios. Os preços da bomba dependem do tamanho, determinado pela vazão e pressão, e do rendimento. A pressão é influenciada pelas perdas na tubulação, que são inversamente proporcionais a D 5 , de modo que um aumento do diâmetro D pode reduz\r a pressão necessária. A redução da pressão diminui também a potência do motor, que é diretamente proporcional à pressão H. É evidente que o motor deve ser escolhido de acordo com a potência máxima de serviço e não superdimensionado, como acontece muitas vezes. Os custos de operação dependem em primeiro lugar do número de horas de operação diárias, determinando o consumo da energia. O rendimento da bomba merece consideração. Em primeira aproximação pode ser indicado que o preço da bomba com motor corresponderia a 2% do aumento do rendimento se a bomba ficasse trabalhando 12 horas por dia em dez anos. Também ás dimensões da tubulação, com a possibilidade de redução da pressão total H e conseqüentemente da potência e do consumo de energia, influenciam. os custos de operação. Por outro lado, como a vida da bomba é limitada pela corrosão causada pelo líquido movimentado ou ou~ras razões, um sacrifício no rendimento pode compensar a redução do custo da bomba de construção simples e barata. Nos casos em que o uso é de poucas horas por dia, pode-se considerar a diminuição da vazão e, com isso, a do tamanho da. bomba e da potência, estendendo o serviço por mais horas, se for conveniente. 11.25.8 - Materiais usados Dois problemas distintos influenciam o material usado na construção de bombas. O primeiro determina o uso de materiais com resistência suficiente para resistir às solicitações antecipadas devido à pressão e temperatura; o segundo surge com respeito à corrosão e erosão, dependendo das propriedades do fluido movimentado, da velocidade e do conteúdo de partículas sólidas no fluido. Bombas centrífugas para serviço normal e pressões até 150 m e mais, para pequenos tamanhos, têm a carcaça de ferro fundido, o eixo de aço de alta resistência e as partes sujeitas a desgaste, de bronze. Os rotores são normalmente fundidos de ferro, aço ou bronze. As bombas para alta pressão são fabricadas de aço forjado ou fundidas, às vezes, em aço inoxidável. Para temperaturas elevadas surge o problema da expansão, provocando dificuldades em manter folgas ou tolerâncias adequadas. Em caso de fluidos muito corrosivos, são aplicados também materiais cerâmicos e plásticos. Simplificações nos projetos das bombas para facilitar a aplicação desses materiais são muitas vezes adotadas, mesmo com sacrüício no rendimento. Normalmente as gaxetas são satisfatórias, mas no caso de líquidos preciosos, tóxicos ou inflamáveis, são necessários selos mecânicos mais complexos. Gaxetas de algodão ensebadas, grafitadas ou ensopadas com teflon, de couro ou matérias plásticas, são, em geral, fonte separada. Selos mecânicos são usados para serviços mais severos; eles têm dois componentes, um girando e deslizando sobre o outro, impedindo o líquido de passar ESTAÇÕES ELEVATÔRIAS, 324 BOMBAS, LINHAS O E RECALQUE entre as superfícies deslizantes. Para compensar o material gasto e manter contato permanente entre os dois elementos, a força de uma mola é imprescindível. Os materiais dos dois membros têm durezas diferentes; aço, bronze, carvão e matérias plásticas são usadas; é importante que a superfície do material mais duro seja bem polida. Entre o rotor e a parte estacionária da bomba existem selos hidráulicos separando a pressão alta da pressão baixa de entrada. Normalmente são previstos anéis ou discos de desgaste (Fig. 11.44), que podem ser substituídos quando o desgaste tem influência inadmissível sobre o rendimento da bomba. Aperta gaxeta Caixa de gaxeta Anel de respingo Anel de desgaste Mancais Bucha protetora Rotor Cavalete Carcaça Figuro 11.44 325 GOLPE DE ARIETE. ' TRANSIENTE HIDRAULICO 12.1 - GOLPE DE ARIETE. CONCEITO Denomina-se golpe de ariete ao choque violento que se produz sobre as paredes de um conduto forçado quando o movimento do líquido é modificado bruscamente. Em outras palavras, é a sobrepressão que as canalizações recebem quando, por exemplo, se fecha um registro, interrompendo-se o escoamento. lllf/ff;,, .'V\:'4% Fi.gaza 12.1 No caso de fechamento rápido de um registro, a força viva com que a água estava animada poderá converter-se em trabalho, determinando nas paredes da tubulação pressões superiores à carga inicial. mv=Ft, F = força de inercia; t =tempo de redução de velocidade m = massa da porção de água Se t =O, fechamento instantâneo, e, ainda, se a água fosse incompressível e a canalização inelástica, a sobrepressão teria um valor infinito. Na prática, o fechamento sempre leva algum tempo, por pequeno que seja, e a energia a ser absorvida transforma-se em esforços de compressão da água e deformação das paredes da tubulação. 12.2 - MECANISMO DO FENÓMENO A canalização representada na Fig. 12.2 está conduzindo água com uma certa velocidade. Considerando-se ao longo da massa líquida várias porções, que serão designadas por lâminas, verifica-se o seguinte: GOLPE DE ARÍETE - 326 TRANSIENTE HIDRÁULICO l. Com o fechamento do registro R, a lâmina 1 comprime-se e a sua energia de velocidade (velocidade v) é convertida em pressão, ocorrendo, simultaneamente, a distensão do tubo e esforços internos na lâmina (deformação elástica). O mesmo acontecerá em seguida com as lâminas 2, 3, 4, etc ... , propagando-se uma onda de pressão até a lâmina n junto ao reservat6rio (Fig. 12.2). Reservatório Figu:ra 12.2 2. A lâmina n em seguida, devido aos esforços internos e à elasticidade do tubo, tende a sair da canalização em direção ao reservat6rio, com velocidade - v, o mesmo acontecendo sucessivamente com as lâminas n -1, n -2, ... ,4, 3, 2, 1. Enquanto isso, a lâmina 1 havia ficado com sobrepressão durante o tempo 2L -r=-c· sendo 't chamada fase ou período da canalização e C a velocidade de propagação da onda, geralmente denominada celeridade. Há, então, essa tendência de a água sair para fora da tubulação, pela extremidade superior. Como a extremidade inferior do tubo está fechada, haverá uma depressão interna. Nessas condições, - v é convertida em uma onda de depressão. 3. Devido à depressão na canalização, a água tende a ocupá-la novamente, voltando as lâminas de encontro ao registro, dessa vez com a velocidade v. E assim por diante. ~~r 2L Sobrepressão ,~, ® ® ~i=--~~------ Figu:ra 12.3 · ---e-- ----Figu:ra 12.4 CELERIDADE 327 Nas considerações feitas, foi desprezado o atrito ao longo da tubulação, que, na prática, contribui para o amortecimento dos golpes sucessivos (Fig. 12.4). Os problemas para a tubulação são causados pela alternância de sobrepressão e depressão. 12.3 - CELERIDADE A velocidade de propagação da onda pode ser calculada pela conhecida fórmula de Allievi, .... :·· ~. ··~·; - ... ····· "'·.····~:··.··.· ··-:"-.'."':~ ~·: ..., ::-. equaç.ii.o (1) I ~401-+-+--Hl-l---l--+---!~l--+-+4-1--1---l--+-1-+--+--1'4-~ -80 ' o :. ••• •• •• 2 , ' 3 4 :. •• .L. •• 5 :. •• 6 7 Tempo em segundos - Tempo de fechamento = 0,04s -Q = 0,00596 Vs a) .::+200 a. - . 1 ~+100 "'O E e oD ~ e "'=-100 ~ LI l..l I'\ f\ ' i\ ' -Tostado · • • - • CGJculaclo '8. "' -0: ~- 200 0 b) ' 1 ~ !-.· ) l: : : ~ U· 2 1/: ' ~L.,.;': 1 , I[ \ 1 3 4 5 Tempo em segundos-Tempo de fedlamento 1 6 7 =1s-Q=0,01206 Vs Figu:ra 12.5 Verificações experi=entais de golpes de aríete conduzidas D!lS instal.nç.ii.o de Big +80 !-" +40 o 1~'7 V --- -- Tostndo ~ • • •• Colcutado ·.. [\. -~ \ .. r7 ;('"""' li ·.. .\ ·.. I Crcek, Sul da Califórnia, --~ ·> 'il,-' -40 e:) o ' 1 2 ' 3 1 1 4 5 ·Tempo em segundos -Tempo ile fechamento= 3s Edison C. Condições: H = 92 m (301,6 pés), L = 933 m (3 060 pés), \ 6 7 ....:a =.0.01206 Vs . D = 52 mm (2,06"), T = 1,40 s (Applied F1uid Mecb..azlics, M. P. O'Brien e G. H. Hickox) GOLPE 328 DE ARIETE - TRANSIENTE HIDRÁULICO onde C =celeridade da onda, m/s; D =diâmetro dos tubos, m; e = espessura dos tubos, m; k = coeficiente que leva em conta os módulos de elasticidade (E). 10'º k=E; para tubos de aço, k = 0,5; para tubos de ferro fundido, k = 1; para tubos de concreto, k = 5; para tubos de cimento-amianto, k = 4,4; para tubos plásticos, k = 18. No caso de tubos de concreto armado, tomando-se k = 5, considera-se uma espessura representativa para os tubos, obtida pela expressão e=em(1+2-~). mem em que e = espessura representativa; espessura média distribuída dos ferros; eb = espessura do tubo; m = coeficiente prático, (valor aproximado = 10). Para tubulações indeformáveís, E==, resultando C = 1 425 m/s, que é a velocidade de propagação do som na água. A celeridade, geralmente da ordem de 1 000 m/s, algumas vezes chega a ser um terço desse valor. A Tab. 12.1 apresenta valores para celeridade. em= Tabela 12.1- Valores da celeridade. C da eq. (1) D/e 500 400 300 250 200 180 160 140 120 100 80 60 50 40 30 20 10 Aço, Ferro f=dido k-0,5 k~l Concreto k-5 574,2 623,7 702,9 752,4 811,8 841,5 871,2 910,8 950,4 999,9 1049,4 1118,7 1158,3 1197,9 1247,4 1296,9 1356,3 425,7 465,3 524,7 574,2 623,7 653,4 683,l 722,7 762,3 811,8 871,2 950,4 999,9 1049,4 1118,7 1197,9 1296,9 247,5 277,2 316,8 346,8 386,1 405,9 425,7 455,4 485,1 524,7 584,l 653,4 702,9 762,3 841,S 950,4 1118,7 FASE OU PER IODO DA CANALIZAÇÃO, MANOBRAS DE FECHAMENTO 329 12.4 - FASE OU PERÍODO DA CANALIZAÇÃO. CLASSIFICAÇÃO E DURAÇÃODASMANOBRASDEFECHAMENTO Denomina-se fase ou período da canalização o tempo que a onda de sobrepressão leva para ir e voltar de uma extremidade à outra da canalização. 't' sendo 2 = L e = fase ou período da canalização, L= comprimento da canalização, velocidade de propagação da onda (celeridade). Quando a onda chega, ao voltar ela muda o sentido, fazendo novamente o mesmo percurso de ida e volta no mesmo tempo 't, porém com o sinal contrário, sob forma de onda de depressão (Fig. 12.3). O tempo de fechamento da válvula ou registro é um importante fator. Se o fechamento for muito rápido, o registro ficará completamente fechado antes da atuação da onda de depressão. Por outro lado, se o registro for fechado lentamente, haverá tempo para atuar a onda de depressão antes da obturação completa. Daí a classificação das manobras de fechamento. t = tempo de fechamento do registro ou válvula. e= Se t<2L e' tem-se manobra rápida; Se 2L t>- c' tem-se manobra lenta; A sobrepressão máxima ocorre quando a manobra é rápida, isto é, quando t<2L e (ainda não atuou a onda de depressão). 12.4.1 - Fechamento rápido. Cálculo da sobrepressão máxima A sob repressão máxima, no extremo da linha, pode ser calculada pela expressão l~flí;~~~~~l1 sendo v a velocidade média da água ehª o aumento de pressão em roca. Ao longo da canalização, a sobre-pressão distribui-se conforme o diagrama da Fig. 12.6. I· C·t 1 L-2 .• ·.~ha=~ . L--·------------~---J Extremidade I· ngura12.s .L ·I ·. OE ARIETE - GOLPE 330 TRANSIENTE HIDRÁULICO 12.4.2 - Fechamento lento. Fórmula de Michaud, Vensano No caso de manobra lenta, em que 2L t>- c' pode-se aplicar a fórmula aproximada de Michaud, que considera a proporcionalidade da velocidade com -r./t, (válida para manobras com variação linear de velocidade). Cv 1" h =-·- ª onde v g t' velocidade média da água, m/s; h,, = sobrepressão ou acréscimo de pressão, m.c.a.; e= celeridade, m/s; -r. = fase (2L/C), s t = tempo de manobra, s. Podendo-se escrever = 2L h a e =ev g t ' Figura.12.7 2Lv gt Origem.....c;.....~~~~~~......1 1 L 1 Extremidade Ao longo da tubulação, a sobrepressão distribui-se conforme indica o diagrama da Fig. 12. 7. A fórmula de Michaud também pode ser aplicada para a determinação do tempo de fechamento a ser adotado, a fim de que a sobrepressão não ultrapasse determinado limite preestabelecido. A fórmula de Michaud leva a valores superiores aos verificados experimentalmente. Contudo, ainda vem sendo aplicada na prática por estar do lado da segurança, sobretudo para instalações de pequena importância. Para as instalações de grande porte o estudo deve ser aprofundado. 12.5 - OUTRAS FÓRMULAS E TEORIAS Diversas fórmulas têm sido aplicadas para estimativa da sobrepressão. O fenômeno do golpe de ariete é muito complexo, envolvendo no seu estudo muitas condições e inúmeras variáveis. Com a finalidade de facilitar a sua análise, podem ser feitas algumas simplificações que dão origem a teorias ou expressões aproximadas. Uma dessas teorias é denominada abreviadamente inelástica, pelo fato de admitir condições de rigidez para a tubulação e incompressibilidade para a água. OUTRAS FÓRMULAS E TEORIAS 331 Segundo Parmakian, essa teoria dá resultados aceitáveis para manobras relativamente lentas, quando 't' > 3~ 0 · A teoria elástica foi desenvolvida por Allievi, Gibson, Quick e outros. Para facilitar a sua aplicação existem nomogramas e processos gráficos. QUADRO 12.1-Golpe de ariete. principais teorias e fórmulas Autor Fórmula h =2Lv Michaud, Vensano a gt De Sparre Teoria inelástica (Jobnson, et al.) Teoria elástica (Allievi, Gibson, Quick) h = __!::!____ [Lv + ~ 4g 2H?.f! + L v ª 2g2Ht2 Veja Nomograma (Fig. 12.8) 2 Símbolos. h,, =sobrepressão ou acréscimo de pressão m.c.a.; L = comprimento da canalização, m; v = velocidade média da água, m/s; g= aceleração da gravidade, 9,8 m/s2; t = tempo de fechamento, do registro ou válvula, na extremidade, s; · H = carga ou pressão inicial, m. Exercício 12.1 -Tubulação de aço com 27" de diâmetro (700 mm), e= 1/4", L = 250 m, v = 3,60 m/s, t = 2,1 s (manobra lenta), carga H = 50m, relação D/e = 108, celeridade C = 980 m/s. 2L 2x250 980 't=Fase= -=---=0,51s. e a) Sobrepressão máxima (Michaud, Vensano). = 2x250x3,60 h • b) 9,8x2,1 87 m De Sparre. h =2x250x3,60x • 9,8x2,1 2[ 1 - 1 250x3,60 2x9,8x2,lx50 =7Sm J 2 J 332 GOLPE DE ARÍETE - c) TRANSIENTE HIDRÁULICO Teoria inelástica (Johnson). h. = d) 3 60 zsox , [2sox3,60+~4x9,82 x502 x2,1 2 +250 2 x3,602 ]= 67m 2x9,8 2 x50x2,1 2 Allievi Calculam-se k = Cv = 2gH 980 3 60 x • = 3,60, 2x9,8x50 Na interseção de N = 4 e k = 3,60, encontra-se H +h. H =2,40, (Fig. 12.8) 50+h - - - " =2,40:.h., =50x2,40-50 =70m 50 12.6 - CONDIÇÕES DE EQUIVALÊNCIA Para o caso de um conduto em série, constituído de trechos de comprimentos Lp L 2 e L 3 ••• ,com seções de escoamento diferentes,A 1, A 2 eA 3 ••• ,pode-se considerar um conduto equivalente de diâmetro uniforme e de comprimento L e seção A 1 • L =L + LzAt + LsAt +··· 1 Az A, Sempre que um conduto de diâmetro uniforme for constituído por trechos com celeridades diferentes, pode-se determinar a celeridade de uma tubulação equivalente pela expressão seguinte: ..!:.=.!1+ 4. + L, +··· onde C C1 C2 C3 L=L, +L:,+L,. 12. 7 - GOLPES DE A.RIETE EM LINHAS DE RECALQUE O caso mais importante de golpe de ariete numa linha de recalque de bombas acionadas por motores elétricos é o que se verifica logo ap6s uma interrupção de fornecimento de energia elétrica. Nesse caso, devido à inércia das partes rotativas dos conjuntos elevatórios, imediata.mente ap6s a falta de corrente, a velocidade das bombas começa a diminuir, reduzindo-se rapidamente a vazã.o. A coluna líquida continua a subir pela canalizaÇão de recalque, até o momento em que a inércia é vencida pela ação da gravidade. Durante esse período, verifica-se uma descompressão no interior da canalização. seguida, ocorre a inversão no sentido de escoamento e a coluna líquida retorna para as bombas. Não existindo válvulas de retenção, as bombas começariam, então, a funcionar como turbinas, girando em sentido contrário. Com exceção dos casos em que a altura de elevação é pequena, com descarga Em GOLPES OE ARIETE EM LINHAS DE RECALQUE 333 livre, nas linhas de recalque são instaladas válvulas de retenção ou válvulas especiais, com o objetivo de evitar o retorno do líquido através das bon:;ibas. Constante "k" de tubulação 2 3 4 5 6 7 8 1i-µ21?'~~:P--~~-=-i,,.:~-i;Er--;;;;:i_......;;:::~E-i.c~;;;;::;~~:::::l 15,0 :-r-.......:r:--..J 10,0 1---+----11r-+-l'-.Jorl;~rl-'Y1---"l::~.,...i:-._....::l'c-"..i---+-"'-'=f-~..._...+--+-=-t3,o tt-+->ti,....,....-t'lr-"r-.....+"'c+--"'<J-"~;>o.,,,f-"f----"\-'=--=i ~I ~ 1--+-H.......... 2.5 <D ""O "' (1) 2,0 o ~ 1,8 1,1 1,2 1,3 1,4 Figura 12.8- Gráfico de Alliev.i para golpe de aríete (sistema métrico). As linhas diagonais H+h grossas dão a relação ~·As linhas descontínuas numeradas, 1, 2, etc., dão os iLltervalos de tempo até atingir-se a pressão máxima. A corrente líquida, ao retornar para a bomba, encontrando a válvula de retenção fechada, ocasiona o choque e a compressão do fluido, dando origem a uma onda de sobrepressão (golpe de ariete). Se a válvula de retenção funcionar normalmente, fechando-se no momento preciso, o golpe de aríete não atingirá o valor correspondente a duas vezes a altura manométrica. Se, ao contrário, a válvula de retenção não se fechar rapidamente, a coluna líquida retornará, passando através da bomba;e, com o tempo, ganhará·velocidades mais altas, elevando-se consideravelmente o golpe de ariete, no momento em· que a válvula funcionar (podendo atingir a 300% da carga estática, dependendo do tempo de fechamento). · GOLPE DE ARIETE - 334 TRANSIENTE HIDRÁULICO O cálculo rigoroso do golpe de ariete em uma instalação de recalque exige o conhecimento prévio de dados relativos aos grupos elevatórios, que influem no fenômeno: a) o momento de inércia das partes rotativas da bomba e do motor (kg x m 2); b) características internas da bomba (efeitos sobre a dissipação de energia, funcionamento como turbina); c) condições da bomba de recalque e comportamento da onda de pressão. Antes, portanto, de adquiridas e conhecidas as bombas, apenas pode ser feita uma estimativa do golpe de ariete, com base em dados admitidos (aproximados). O cálculo de golpe de ariete, geralmente, é feito pelo processo gráfico de Bergeron, Schnyder e Angus. o livro uwater Hammer Analysis", de J. Parmakian éPrentice Hall lnc., NewYork, 1955).apresenta uma exposição geral sobre o assunto. Com o objetivo de limitar o golpe de ariete nas instalações de recalque, podem ser tomadas as seguintes medidas de proteção: a) instalação de válvulas de retenção ou válvulas especiais, de fechamento controlado, de boa qualidade; b) emprego de tubos capazes de resistir à pressão máxima prevista (geralmente duas vezes a pressão estáticà"); c) adoção de aparelhos limitadores do golpe, tais como válvulas Blondelet, aparelhos de descarga (purga ou àlívio) etc.; d) emprego de câmaras de ar comprimido; e) utilização de dispositivos especiais, tais como a instalação de volante nos conjuntos elevatórios; f) construção de câmaras de compensação ou chaminés de equilíbrio. 12. 7.1 - Válvulas Blondelet. Válvulas tipo alívio 200 I I I I I I I I <a ~ 150 - ai E ~ E _., '"""1 válvula I I - lOOmm 100mm I ~ 100 -.::: J E o e: «J E ' J J J / 50 ./ ,,; ~ 30 / / ~ / 40 50 100 I 'Casos especiais / / / 20 J / ) :::1 I I I I I J ~ Figura 12.9 Seleção de válvulas Blondelet I - FJ-2 válvul::i~ 1 válvula_ >--- 1DOmm ~ !:!! I j / / 200 Q- vazão máxima. !/s 300 . 400 soo 750 GOLPES DE ARIETE EM LINHAS DE RECALQUE 335 As válvulas contra golpes de ariete, do tipo Blondelet (Fig. 12.11) são fabricadas na França, pela Sociedade Pont-A-Mousson e fornecidas no Brasil. A Fig. 12.9 possibilita a sua seleção nos casos mais comuns. Válvulas semelhantes são fabricadas no Brasil pela Cia. Metalúrgica Barbará. QUADRO 12.2 - Válvulas tipo alívio contra golpes de ariete. Dados práticos (Golden-Anderson) Vazões da linha Tamanho da válvula Até45(/s 60=(2 1/2 ") 75mm(3") 100=(4") 150=(6") 200=(8") 250=(10") 300 mm (12") 350=(14") 400 mm (16") 450mm(l8") SOO mm (20") 600=(24") 60 125 300 500 800 1200 1500 2 000 2 500 3 000 4500 , 12. 7.2 - Câmaras de ar comprimido Figura 12.10 - Ci.maras de ar comprimido As câmaras de ar comprimido são reservatórios metálicos com ar e água, dispostos no início das tubulações de recalque. Na primeira fase do golpe de ariete (descompressão), o ar expande-se e a câmara cede uma certa quantidade de água para a tubulação, atenuando o golpe negativo. durante a segunda fase (sobrepressão), a câmara passa a receber água da canalização, comprimindo-se o ar, reduzindo em parte a tendência para sob repressões elevadas. O orifício existente entre a câmara e a tubulação deve ser projetado de maneira a 336 GOLPE DE ARIETE - TRANSIENTE HIDRÁULICO proporcionar maior resistência à entrada da água na câmara do que na saída. O cálculo do volume das câmaras é feito fixando-se o valor-limite a ser tolerado para o golpe de ariete. Os métodos de cálculo, usualmente adotados, são devidos aos eng<>•. Sonnet, Sliosberg e Parmakian (a respeito, ver trabalho do eng.º J. Chabot, publicado na revista L'eau, n. 0 2, fevereiro de 1959). Figura 12.11 - Válvulas contra golpe de aríete fabrica.das no Brasil. a) Cortesia da Araznfarpa -Eng. Ind. E Com. Ltda. São Paulo. b) Cortesia da Cia.. Memlúrgica. Barbará, São Paulo As câmaras de ar comprimido são mais indicadas para as pressões e vazões não muito elevadas. Elas exigem uma vigilância permanente para evitar a falta ou perda de ar por dissolução. É necessário a instalação de um compressor para fornecer o ar que vai sendo perdido por dissolução na própria água. A Cia. Ingersoll-Rand recomenda o tipo indicado na Fig. 12.10 para instalações não muito grandes. Uma capacidade correspondente a 10 a 20s, para a vazão máxima de funcionamento da tubulação, é considerada satisfatória, podendo-se, sempre que houver conveniência, empregar dois reservatórios. 12. 7.3 - Volantes Com o emprego de volantes, procura-se aumentar, convenientemente, o momento de inércia das partes rotativas das máquinas, prolongando-se o tempo gasto na sua parada. (Fig. 12.16). O volante deverá ter a massa suficiente para, com a sua inércia, converter a manobra rápida em manobra lenta. MEDIDAS GERAIS CONTRA O GOLPE DE ARiETE 337 Esse dispositivo de grande segurança é aplicável aos casos em que as linhas de recalque são relativamente curtas (a respeito, consultar o artigo do eng.2 J. Chabot, publicado na revista L'eau, n. 0 7, julho de 1960). 12.8 - MEDIDAS GERAIS CONTRA O GOLPE DE ARÍETE O golpe de ariete é "combatido", na prática, por várias medidas. a) Limitação da velocidade nos encanamentos, conforme já foi indicado no Capítulo 9. b) Fechamento lento de válvulas ou registros, construção de peças que não permitam a obstrução muito rápida. c) Emprego de válvulas ou dispositivos mecânicos especiais, válvulas Blondelet, por exemplo (Fig. 12.11), cujas descargas impedem valores excessivos da pressão. d) Fabricação de tubos com espessura acrescida, tendo em vista a sobrepressão admitida. e) Construção de chaminés de equilíbrio ou tubos piezométricos (surge tan.ks) capazes de absorver os golpes, permitindo a oscilação da água (Figs. 12.12 e 12.15). Essa solução é adotada em instalações importantes sempre que as condições topográficas forem favoráveis e as alturas geométricas pequenas. As chaminés de equilíbrio devem ser localizadas tão próximo quanto possível das máquinas. f) Instalação de câmaras de ar comprimido que proporcionam o amortecimento dos golpes (Fig. 12.13). A manutenção desses dispositivos requer certos cuidados para que seja mantido o ar comprimido nas câmaras. Reservatório Figuxa 12.13 Figuia 12.12 Exercício 12.2 - Um conduto de aço, com 500 m de comprimento, 0,80 m de diâmetro e 12 mm de espessura, está sujeito a um carga de 250 m. O registro localizado no ponto mais baixo é manobrado em 8 s. Qualificar o tipo de manobra e determinar a sobrepressão máxima. A velocidade média na canalização é de 3 m/s. Para a canalização considerada, a celeridade será GOLPE DE ARfETE - 338 C= 9 ~8 goo TRANSIENTE HIDRÁULICC -1098m/s 3 +-O 5 0,800 f . , 0,012 (valor esse que poderia ser obtido na Tab. 12.1). -r= 2L = 2x500 =O 9 1s. e 1098 ' Figura 12.14 Portanto o tempo de fechamento é maior, t = 8 s > 0,91s e a manobra pode ser qualificada como lenta. Nesse caso, a sobrepressão h =1098x3x0,91=SS, 2m. a 9,8 8 Pressão total= H + hª = 250 + 38,2 ·= 288,2 m. Figura 12.15 - Chaminés de equilíbrio Figura 12.16 - Grupo ele'Vlltório de executadas em uma importante potência média, equipado com um inst:Jlação hidrelétric.!I os EUA (Cortesfa de Hnrz.!I Eng. Co.) vola:ate (Cortesia de Sul:zer) 339 SISTEMAS DE TUBULAÇOES CONDUTOS EQUIVALENTES, PROBLEMAS DOS RESERVATÓRIOS, DISTRIBUIÇÃO EM MARCHA, REDES 13.1 - INTRODUÇÃO Até aqui, neste livro, as tubulações consideradas vão de um ponto a outro transportando uma vazão constante, isto é, a vazão na extremidade de jusante é igual à da extremidade de montante. Além disso, o diâmetro era constante e a tubulação única, ou seja, tubulações "simples". Na prática, porém, a maioria dos casos não é assim. As tubulações mudam de diâmetros, existem linhas paralelas, no percurso saem ou entram vazões e os tubos interligam mais de dois pontos extremos. São os chamados Sistemas de Tubulações ou de Tubulações Complexas (Fig 13.3). Para uma melhor análise desses casos, cabe definir alguns conceitos e nomenclaturas. É o caso deN6, de Trecho, de Malha e de Anel. Chama-se genericamente de N6, qualquer ponto que represente uma quebra de continuidade na tubulação, podendo ser um cruzamento de mais de um tubo, uma mudança de direção, uma mudança de diâmetro, etc. Pode-se ainda chamar de Nó virtual, qualquer ponto de uma tubulação, normalmente usado para / - QE3 .__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Figura 13.1 SISTEMAS 340 DE TUBULAÇÕES caracterizar ou calcular valores nesses pontos. Em um Nó, a soma das vazões de entrada é igual à soma das vazões de saída (Fig. 13.1). Chama-se de trecb.o a porção da tubulação entre dois n6s. Chama-se genericamente de malha ou de anel um circuito formado por dois tubos que interligam dois n6s por caminhos diferentes ou um circuito que, saindo de um n6, retorna a.esse mesmo n6. É o caso mais normal em cidades, onde as redes de distribuição formam malhas acompanhando as malhas das ruas, envolvendo quarteirão por quarteirão e interligando-se nos cruzamentos (Fig. 13.2). Especificamente, chama-se de anel um circuito de tubulações que envolve determinada região onde existem outras tubulações e até outras malhas .. Anel Malha e Malha G - Malha A Dx Malh M r.=======:;;::::::1.1 Nó (k-2) Dy Nó (k) Nó (k+1) Nó (k-1) Figura 13.2 -N6s, ma.lhas e anéis A 02 01 B 03 em série: A em paralelo: ~ 01 L1 02 u 03 l.:J \ B 7 / / \ \ malhado: Figura 13.3 - Tubula.ções complexas "------------/ / ENCANAMENTOS EQUIVALENTES 341 Anel externo Malha Figura 13.4 Chama-se de sistema ramificado ou em derivações, quando é composto de dois ou mais tubos que, partindo de um mesmo ponto, se ramificam, divergindo a partir daí e não mais se reúnem num só ponto. 13.2 - ENCANAMENTOS EQ.UIVALENTES Pode-se levar água déUm lugar para outro, ou por um só tubo de determinado diâmetro, ou por dois ou mais tubos de diâmetro menor instalados em paralelo, ou ainda por dois ou mais tubos de diâmetros maiores e menores instalados em ·série: Observa-se que pode chegar mais ou menos água em cada configuração ou sistemas de tubulações que se possa imaginar para unir esses dois pontos. Diz-se que um sistema de tubulações é equivalente a outro sistema ou a uma tubulação simples quando ele é capaz de conduzir a mesma vazão com a mesma perda de carga total (com a mesma energia). É um dos problemas mais usuais na prática. Por exemplo: • Pode-se substituir uma tubulação de diâmetro 600 mm por duas tubulações paralelas ? De que diâmetro ? • Se tivermos um projeto de uma adutora de 2 km com D= 400 mm e o almoxarifado dispuser de 1,5 km de tubos com D = 300 mm e 1,5 km de tubos com D = 500 mm, é possível construir uma adutora equivalente? Com quantos metros de cada diâmetro? SISTEMAS 342 DE TUBULAÇÕE Figw:al3.S Os seguintes casos podem ser considerados: (vide Fig. 13.3) a) b) uma tubulação simples equivalente a outra; uma tubulação equivalente a um sistema de tubulações b.1 - em série b.2 - em paralelo b.3 - malhados Basicamente existem dois problemas a ser considerados; A) - conhecidos: • pede-se: B) - conhecidos: • pede-se: • • • • • • • • • • • • os diâmetros dos trechos os comprimentos dos trechos as cotas piezométricas de entrada e saída as rugosidades dos trechos as vazões em cada trecho as cotas piezométricas em cada nó os comprimentos dos trechos as cotas piezométricas de entrada e saída a vazão em cada trecho a rugosidade em cada trecho os diâmetros em cada trecho as cotas piezométricas em cada nó Os problemas do tipo A são matematicamente determinados, já que é possíve montar um sistema de equações igual ao número de incógnitas, pois: • para cada nó haverá uma equação representando que a soma das vazõe afluentes é igual à soma das vazões efluentes: í:Qa == !.Q., ("n" equações) e para cada trecho a diferença de altura piezométrica entre os dois nós do trech (montante e jusante), pode ser traduzido por: ENCANAMENTOS EQUIVALENTES 343 2 A:r..r -Hm L>.O.r - - H J -Cv Lt - 2g -CQ~L -5 t - D1 ("" - ) t equaçoes Logo para [n + t] incógnitas, haverá [n + t] equações .. Os problemas do tipo B são matematicamente indeterminados (diversas soluções), pois havendo [n + t] incógnitas, só existem t equações, já que neste tipo B as equações de continuidade são identidades sem sentido algébrico, uma vez que as vazões em torno dos nós são todas conhecidas. Para tentar resolver as indeterminações desse tipo de problema usam-se fatores alheios à hidráulica, do tipo: • arbitram-se limites máximos e mínimos de pressão e velocidade • custo mínimo Para resolver esses problemas do tipo B, costuma-se trabalhar por tentativas e deve-se ter cuidado para não chegar a soluções fora de sentido prático. 13.2.1- Uma tubulação simples equivalente a outra Considerando-se duas tubulações, a primeira de diâmetro D l ' comprimento L 1 e coeficiente de rugosidade K 1 e a segunda de diâmetro D 2 , comprimento L 2 e coeficiente de rugosidade K2 , para que a segunda tubulação seja equivalente à primeira é necessário que a perda de carga total h 1 seja a mesma para o mesmo valor de Q. Para a perda de carga, a partir da Eq. (2) do item 8.3 (Cap. 8), pode-se KQ2 escrever: J = - D5 sendo K uma constante. (K = 0,0827 · f) 2 A perda de carga total será: h 1 --- e para a segunda: hr = KQ L =J ·L =-5 - D KzQ2L2 5 D2 Igualando-se essas duas expressões para assegurar a equivalência das tubulações 1 e 2, obtém-se: K1Q2L1 - KzQ2L2 Ds 1 - Ds equação (1) 2 expressão que permite calcular o comprimento L 2 de uma tubulação equivalente a outra de diâmetro e rugosidade diferentes. Entretanto, essa equação só é resolvível por tentativas. Caso os coeficientes de rugosidade possam ser admitidos como iguais, a equação toma a forma a seguir, algébricamente resolvível: equação (2) SISTEMAS DE TUBULAÇÕES 344 Se fosse adotada a fórmula de Hazen-Williams, resultaria a seguinte relação (algébricamente resolvível): .:. ;L·,;.:·.zr22·y~~s,·(·:1W:1~~ª:·:1 : •... , 2 \e\')•.· .. ::: •,. :.•::....... -:·~i..... '...:;o:...' . .; equação (3) n~;J.-.,:,:. _-: :.~.~-.: •• ,• ."_.• ;_:.., •. :...;...., Caso os coeficientes de rugosidade possam ser admitidos como iguais, toma a forma equaçiio (4) ... -, · . ~~eID..Pio:z~} :~ Vin.il:tU,bu1açã.o , . a,e d.é:'diâmetro·t.em ~.6ó m ... o ·.coµi.primento .de. uma :tu,bu.lação. ~quivalent~ de ·200: mm .de .. ·. ·. ::'diâlllefro;.coJl1 a mésm:a.rugósidape da primeira. .' · . ·.' •,Aplic~citi:-séâeqil~Ção.~.v~m: .. · . . :, ·· :..-: •··. ·· ·, · · 2sa··xp.m. De:t_er.Ill!n~r . ··.·.·, ... :·-·· : ·.; .·.·,:; ·:' :· , L~:A·3~~x(~~=r=;?~~ o.s.~+1i~ .. InID.. . ·, 'Isso~quer dizer quê ~m u.ID. trecli~ de u9 m 'de tUbuiaÇ~ó [) = 200 tem-se ..·. •.uma pérda <;!.e· carga eqüival~nte. â. de u_m trecho de 36.0 ri:t .de tubµ~àção D. == .. 250 n:Í.m; admitida a mesma rugosidade.. .. .. .. ' ' ... 0 . :·:.· ,··, ·. .. - - ... " ·. '·-: ... ·._.. .. ' , ... ' ...... ··: '' .' . Exémplo 13-2 - Seja o J:D.esmo exemplo anterior, supondo ~ue .a tubulação ..de.2~0 mm tem rugo.sidade e 1 = 1 mm(= 1 · = 105 em Hazen-Williws) e a ti.ibUiaÇão d~ 20ffmm'tem e2 ;;, 0,20 mm (c=C2 ;. 130 êm,.HW)~ ·' . · .: ..·.· ' .·. · Para resqlyer pel.a FórI!lula Uruiersal, é nec.ITssári~ que ~·e. fixe: uma vazão, . . sem o que o problema torna-se indeterminado frnais incógnitas que equações), pois para determinar K é necessário associaru;ma vàzão (e µma viscosidade).· Assii:n, icim.itind0:-s~ mµ.a velocidade 1,s m/s, considerada normal para tubos desses diâmetros; chegà~se a uma.vazão de.Q.;. 7~ ~/~;para o tubo de· . 25q:µ:JJI1~ Çom iss<?. determina-se/1 (ver item 8;3.10) caicu1an9:<>:-seRe e.eifD 1 e· : entrando n:o diagràma de MoodY. " ,·· ·· · .. . 11 ~ 0,028, ·logo Ki ;;, 0,00231 ! ·· : . mesma foro;a~ k 2 :;:0,óo1ss Vi.= 0,0.20) ·. · . · ··.· . ·. . . c de .·Da ·. 4 ~L · K, (D2J .· ':K2 D1 " ' ~ 5 ;. . .· :· .. : . . . . · . . . . 5 ·. :· .· ~ = 360mx (0,200m) 0,00231 • ·. · · · 0,250m 0,00165 Par~ .résoh-:~r o: I}rpbl~ma por Haze~-W.Úl.iams, aplica-se a.fór~ula que, a grosso mod,o, admite-se.que o coeficien~e Ç de Hazen. Williams não varia com a velociqad~ . ·: .. : •. : ; , · ~ireta.ment~. já ..... ··(· C 2 :L.i=L, C . '· J. 1.11s(D'D )~JJ~ ·. 2 • ' . . 1 ·. .. : 1 .· .·~ ~ 36 ~m~(ti0) .ss(0,2bom)~.~7 . . . r ;S~m... 105 .· 0,250m . · • • . . .""'Z ... : ... · . .. · , =. ""2 . . ' ' . . ENCANAMENTOS EQUIVALENTES 345 13.2.2 - Sistema de tubulações em série Na prática nem sempre as tubulações possuem diâmetro uniforme, ou seja nem sempre uma tubulação tem diâmetro constante. Tubulações em série é a terminologia usada para indicar uma seqüência de tubos de diferentes diâmetros acoplados entre si, conforme a Fig. 13.6. A vazão em todos os tubos é a mesma. As perdas de carga em cada trecho de tubo são diferentes, mas a perda de carga total é igual à soma das perdas de carga de cada trecho ou tubo. Dada uma tubulação com duas seções, uma de comprimento LI' diâmetro D 1 e rugosidade C 1, e outra de comprimento L 2 , diâmetro D 2 e rugosidade C2 , determinar 0 diâmetro único para uma canalização equivalente. Empregando-se a Fórmula Universal: no 1º. trecho: h 11 = !1 xL1 Q2 =K 1 - 5 D1 e no 2°. trecho: h 12 =/ 2 x 4. =K 2 KQ2 Ds J =--,as perdas de carga resultarão L1 Q:D2 ·4. sendo a perda de carga total: - - - - - -- -- e - •• ·- - - -· ~ ~~~ ~~ ~-~ ~ ~ ~ ~~~~~~ ~ ~ ~ ~-~~ ~ ~ ~ ~ ~ ~i. tp_f] .: h f2 hr ' .,./ -,' ' ·J . r•Jitl!i- • ws , i!Jllll •. .,rç ' ' - u- nhaPie , -- hr 'Zornétri ca L :---------------____;,-' ·.:' ·-··' • u Jlll. '( *ºó 11 .,•••.li!d lik11 til ! - ' '' 11Utnuu u11m _ Figura 13.6 SISTEMAS OE TUBULACÔES 346 equação (5) equação (6) . igualando-se as Eqs. (5) e (6) resulta: LK LK 4.·K2 --f=--1...f+-5 D1 D. D2 Generalizando-se, encontra-se, para condutos em série, !~::~.:;~~=:;~~~J~E~~::E~~:E.::~.-~~. equação (7) que é a chamada regra de Dupuit. Ou aplicando a fórmula de Hazen-Williams (ver item 8.2. 7); :~i•.,:~~fi::t:~~1~i::~',eii~~5_E~jl~:~~-·.:'.:~C- equação (B) e quando os coeficientes de rugosidade podem ser admitidos como iguais, a fórmula acima fica: Exemplo 13.3 :-'Seja üma: tubUiaçãoIÍgand.o d.óis pontos dístáiites is krCi., . par~ conduzir. µma vazão de 0,5 lI1 3/s .. Tal ti.i.bulação ~erá construída parte . .em .tubos 'de cont~ét6 .de' bom: ~êabàmento; .b ;;·soo mm, (tb km) ·e fiarte ein.' . '· . · ·tubos' de.grés cerâm'ko:vidradb,:D =" 60() mm'(8 lari.J, uJ:ria· vez que se díspÕe -desses tubos ri.o aln:i.oxai'ifad,o. P~rgiinta-se .quaj. à perda de carga resultante, .- para' quê se'possà espeêifiêar as'bómbas a serem iiisfalacias.. ' ' '.Li.~ ,10 000 .L2 8 000 m:-_ ,. . -, _. _ Di.;; 800 mm .. · e · 130 · - - : ' i =. ' '' - ' - ' < ·, = .:_ - m D 2 ~ '600 ~m . -. ·- ' · e · ·üo :' ' ' 2 == -. ·- - -.. - ·, 'L "'. L 1 +L2 ;,,:10 OOQ + 8 000=18 000 m - - --Q,,,o~5boms;s· .... · ' Pela Eq•.(8) temos: : -.----···· ·,·.... · . ··is.bOo: · D:·ª'c;,-.es -_ : .1g··-·. ·n181 .-c. e1JJS =911.67 . -. O O, - - • - -, .e. 10 643 ~_r = 911.67 • xQu5 xL - - - -. -- h/~ 58,20 m· · Co~s'íderan:do um 'ca~o partlciilar ~m~ue:·C1 .,,; C2 ": l.30,- . . -.D~ ~- 67à mm - .. ' . ... 1. hj~ '4:5,70'm- . ENCANAMENTOS EQUIVALENTES 347 ; 13.2.3 - Sistema de tubulações em paralelo Duas ou mais tubulações são ditas em paralelo quando unem dois pontos conhecidos. Duas ou mais tubulações nessas condições formam o que se convencionou chamar de rede ou malha, conforme classificação no caput do item 13.1. O esquema típico de uma sistema de tubos em paralelo é aquele representado na Fig. 13.3. A vazão em cada um dos tubos em paralelo é função do diâmetro, do comprimento, do coeficiente de rugosidade e da diferença de pressão entre as extremidades desse tubo. Observe-se que a diferença de pressão entre as extremidades é igual para todos os tubos de um sistema em paralelo. Assim, as perdas de carga em cada tubo são idênticas e iguais ah,. uma vez que cada uma das extremidades dos trechos convergem em um mesmo ponto (um a montante e outro a jusante), e em cada um destes pontos só pode existir uma única pressão. Também se pode afirmar que a soma das vazões de cada tubo é igual à vazão total afluente (e à efluente). Pode-se então escrever um sistema de equações de perda de carga, sendo uma equação para cada tubo, Q~L . . · J.lr .._ --K1 - 5 para o primeiro. D1 -~'~~ · Q1 - i •• - Ki - L1 e assim sucessivamente, até um total de n equações, igual ao número de tubos. Entretanto, o número de incógnitas é [n + l], ou seja, as n vazões Q e a perda de carga h 1. A equação a mais para tornar o sistema resolvível é: Q = Ql + Qz + ··· + Qn Para um único conduto equivalente a um grupo de n tubos em paralelo, podese escrever: como e se a dedução fosse feita partindo de Hazen-Williams, encontrar-se-ia: . . . ··v·e· 2;s3_C' . ~ . Lºf>4 : . SISTEMAS OE TUBULAÇÔES 348 ·Exemplo 13.4 - Uma canaliz~ção está .conStituída de três trechos em série, · com as. características indic.adas na tabela a seguir: · . . Coeficiente rugosidade H.Williams (mm) Comprimento (m) 1 100 200 110 2 150 700 120 3 200 100 100 Diâmetro Trecho . Pergunta-se: . . . .. . . . . . . .. . 1°.) ·_ Q.~.tl .o difurietro dé uma tul:miação de. diâmetro único que substiti.ü · ' ó .sistema em série descrito, segllindo a mesma diretriz (mesmo traçado, ··· ou seja, 'mesmo comprimento)? · _ · · · · · · · · · 2°.) . Trabalhando com diâmétros.comerdais, qui11 o sistema equhralentede dois tubos, mais econômico possível ? .·. . •, . . • • .. -$oiUÇão: • ••• -. ' • 1 •• '.• • · · .· .:,··.: . . _., · rug~sidàde 'da tubulação equi~alente de diâmetro : a .Nãq sendo conhecida único; ~problema é i.ndeterminado.°Arbl.trando-se a rugosidade da tub\Jlação por exemplo, eD).C .= .140. CH.~en-Williams): · · ·.·equivalente, ·,. . .. ' ' ' ........ ··.·.1· . 1· • '.. .·.·+·· 1' L·· · _ L; ··+·· L2 Ls: , D"·s7 ci.as .• nu7c1,er,.: D4,87 ci.ss . .D"·ª7c1.ss .· .,. .. e. .:·-- iooo·'. .... J. . . 1. . . 2 - - 2 . . . S··· ...3 . ···_ _• 200. ····.·+••.· ·700> .···+·· . 100 . '.' D!.8 7 14:91 '1:>:. ,o,194 :8 71io 1JIS ... - o,is~.l!~12ous. ·.· 0,201.B'.1001.85 ,• ··.•. ·.. ;:·, .· . · ; ·" ;··j'·. ·.• ··,:: . . .. ... •.. .: '. n. " e..~ 11s·n:1.m.' : . : ..... cc . = 140> . , . · · •. · . ' .Qu,anto à segund~'pute di perg'u~ta, o sistema-~qUivalente m;u,s ecori.ômico maior ~omprimento de tubulàção Comercial de diâmetro . •. será aquele que· .imed.iatamerite i:Orerior c100 núil> ao .diâID.etrci equiwtlente teórico(11s · C.~14-9);,coÍnplem~ritàdo peio prixn~iro diâ:i:net:ro com~rcfal imedíatarii.enk. · superior(iSO mm). ~éimitlndo arugosiéiadeC,:: po, pârà:oh1bo de diâmetro··.. · · · · · · · · . 100 mm eC'= 140 para p tubo ife u;o·n:un:··. · ·· · tiver . . '. .. . ., m.m;· .. -- ' .. .. - ' . . ·: '.•" .:'L . Li .. L2 ·, . . Du1 ci.s5 .• D"'.s1ci.es +-.--=-·D4.87c1.es "·.e.·· sendo : L 2 = L - L1 - '. ' ·. '. - - ' e-'···. .,.i- .. 1.· i_·. 2 ..: ·. 2.,- ··-. •,, .... , ·.,'.'•,. ', , ··: L.. : '~ . t 'ooo.:_L;'-:. :. i ooo'. -..... · . > : · o,li~ 4 ~~14ci~~ '.. 0.10~~7.fao~a.s · ·: -~:·:...:_·...:..._·~.· ._: :·:... ' : .. ·._' >.. '. ·o, is 4 Jl'.1'.'10 1f'5 " .... , ..·-·: ' ·,. _':- ':· ::. ,•,·,,',A ,••,O :i._~D~~~-~-,<~~:°)~1.~~~·~-L~~:~:??. :i;>,.,<1~0:~~>._. _. _1'·• ·,·. ·. PROBLEMA DOS RESERVATÓRIOS 349 INTERLIGADOS Exemplo 13.5 - Qual a tubulação de diâmetro único que substitui a condição a seguir, seguindo a mesma diretriz (mesmo traçado, ou seja, mesmo comprimento)? o D 1 = 100mm 200m D 3 = 150mm o 700m o D 3 = 200mm lOOm o ~==..b.+22+.!1..-. 1000 == 200 +~+__!QQ_ D 5 D~ ~ .0: D5 (0,1)5 (0,15) 5 (0,2)5 D = 0,127 m ~ o diâmetro comercial mais próximo é i50 mm Se a pergunta variar para: Qual o sistema equivalente composto de dois tubos de di.âmetro comercial em série? Toma-se um D comer.cial, imediatamente maior que D e outro menor: L L-x D:c x -==--+-D5 D~' sendo L = 1000 m D = 0,127m D 1c = 0,150 m D 2 c = 0,100 m 215 m (150 mm) 785 m (100 mm) resultando Obs.: Sugere-se instalar o maior diâmetro a montante para não acontecer de a linha piezométrica cruzar a tubulação, conforme ilustrado a seguir: i ------- .. -~-- ..... Piezométrica 1 --~-~:~ D1 -.. ...... ·-. Piezométrica --- ..... ..:...... ' Figura13.7 13.3 - PROBLEMA DOS RESERVATÓRIOS INTERLIGADOS Corresponde a um tipo de problema clássico de cálculo, com diversas aplicações práticas, em que um sistema de tubulações é alimentado ou descarregado por mais de duas extremidades. SISTEMAS DE TUBULACÕES 350 13.3.1- Problema dos dois reservatórios Seja a Fig. 13.8 a seguir, Figw:a13.8 onde se mostram dois reservatórios (R 1, mais alto e R 2 , mais baixo) ligados por um sistema de tubos que inclui uma derivação no ponto "O", com uma válvula logo em seguida, no ponto "P", descarregando para a atmosfera. Algumas hipóteses básicas de configurações podem ser estabelecidas: 1ª hipótese) A válvula está fechada e R 1 abastece R 2 : h Q2 bDS D K(L1 +L2 ) =K -5 (L1 + L 2 ) ~ Q = 2ª hipótese) A válvula está aberta (pouco) de tal maneira que R 1 abastece R 2 e também à tubulação "OP". A vazão em cada trecho dependerá de quanto estiver aberta a válvula. 3" hipótese) A válvula está aberta de tal maneira que a linha de carga que passa pelo ponto de derivação O, ou seja o ponto C corresponde ao nível da água em R 2 (C-N2 é horizontal). Não havendo gradiente hidráulico no trecho O-R 2 , cessará o fornecimento para o reservatório R 2 e toda a água que vem do reservatório R 1 irá para a derivação OP Q2 h=K-L 1 Ds ~Q= ~s -KL1 4ª hipótese) A válvula está mais aberta, de tal maneira que a linha de carga no ponto O, que corresponde ao ponto D, está abaixo do nível da água em R 2 . Nesse caso, R 1 e R 2 abastecem a derivação OP. Q=~hrD 5 + L1 (h,-h)D KLz 5 PROBLEMA DOS RESERVATÓRIOS INTERLIGADOS 351 A descarga máxima dar-se-á quando D coincidir com O. Nesse caso: 13.3.2 - Problema dos três reservatórios Convencionou-se assim chamar a uma configuração típica conforme ilustrado na Fig. 13.9 a seguir, cuja análise pode ser generalizada para n reservatórios: ,.: Figw:a.13.9 Trata-se de três reservatórios com o nível da água em três cotas diferentes, interligados por um sistema de tubulações. O reservatório mais alto será·sempre "abastecedor" e o reservatório mais baixo será sempre receptor. O(s) reservatório(s) intermediário(s) poderá(ão) ser receptor(es) ou abastecedor(es), dependendo da configuração (cotas, diâmetros, comprimentos, coeficientes de rugosidade e eventuais acessórios ou perdas de carga localizadas signüicativas). O problema pode apresentar-se de quatro formas ou casos diferentes: vazãoQ1 vazão~ vazãoQ3 comprimento 1 1 comprimento L 2 comprimento 1 3 diâmetro D 1 diâmetro D2 diâmetro D3 Rugosidade C1 Rugosidade C2 Rugosidade C3 Nível de águaNA 1 Nível de águaN~ Nível da áiruaNA. 1.ºcaso 2.0 caso 3.0 caso 4. 0 caso DESCONHECIDO DESCONHECIDO DESCONHECIDO conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido DESCONHECIDO DESCONHECIDO DESCONHECIDO DESCONHECIDO conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido DESCONHECIDO DESCONHECIDO DESCONHECIDO conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido DESCONHECIDO conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido conhecido DESCONHECIDO !-' SISTEMAS 352 DE TUBULACÕES l.º caso: São desconhecidas as vazões Ql' Q2 e Q 3 , (inclusive quanto ao sentido do fluxo, ou seja desconhece-se H 2 e portanto o sentido do escoamento em L 2 ). São conhecidos os demais parâmetros. Têm-se portanto quatro incógnitas. Sendo também quatro as equações disponíveis, temos assim um problema determinado: J= L Empregando-se a fórmula de Darcy: L,. =K Q~ D, Q,=~D~·Y KL, · equação (9) equação (10) equação (11) equação (12) Raciocínio semelhante aplica-se aos 3°. e 4°. casos acima planilhados, que são hidraulicamente (e matematicamente) determinados. 2. 0 caso: São desconhecidos os diâmetros D 1 D 2 e D 3 , além do sentido de escoamento no trecho L 2 • São conhecidos os demais parâmetros. Nesse caso, a Eq. 12: Q1 = Qz+ Q3 transforma-se numa relação de quantidades conhecidas, ou seja numa identidade, deixando de ser uma equação, e como as incógnitas ainda continuam sendo quatro, o problema passa a ser hidraulicamente indeterminado (diversas soluções). Pode-se levantar a indeterminação com o auxfüo de mais uma equação: a de custo mínimo. Solução prática do 1. 0 caso: Na prática, o problema dos três reservatórios é resolvido por tentativas, admitindo-se inicialmente um valor paray. Para isso, sabese que y está compreendido entre dois valores extremos: y ~ H 2, porque R 1 é o único reservatório abastecedor, y ;<: seria igual a (~L L1 + 3 )H 3; (L,;L,JH porque, se não houvesse R e D= Dy 3 2 1 3, havendo R 2 , é claro que y é maior do que essa expressão. SySH2 (~)H Li +L3 3 Escolhe-se, a priori, um valor médio paray, y=i[H2+(L1 ~LJH3] e determinam-se as vazões Ql' Q 2 e Q3 • PROBLEMA DOS RESERVATÓRIOS INTERLIGADOS 353 * Q2 + Q 3 , deverá Se resultar Q 1 = Q2 + Q 3 , o problema estará resolvido. Se Q 1 ser admitido outro valor paray. Exercício 13.1-Três reservatórios estão ligados conforme mostra a Fig. 13 .9, sendo: · Nível da água no reservatório Rr 1, em metros Diâmetro no trecho Dr 1, em metros Comprimento no trecho L 11 , em metros Com.esses dados, H3 = H2 = [3] [2] 120,00 0,30 100 114,00 0,30 600 118,00 0,30 200 l20,00.::. 114,00 '."' 6,00 m 120,00-:- US,00 = 2,00. m ~ =O, 03~l:f3 - y Q1 =O, 082-./Y [1] ...· . . ~ = 0,058~1:(2 -:Y (para K = 0,003 6) . · e a 1ª~ tentativa é: y~![H2;(· ~ lu-s]=![2;00+(··· ·. lOO ·····)]~l,4~ < 2.. Lx+L,r .2 .... 1op+600 ·...... ··· · ·.· aplicando-se esse valor nas equações explicitadas para Q: • • •• • • • 1 • •• ' •• . · Q1 =O,oa2jf =o.oa2~1,43 · · .· . · .. Q,=0,03S~H,-y=0,033~6,00-l,43~0,071m'/~ '. =0,098m3 /s · 4 =o,o58~Hc .Y = 0,058~2;00,..i,43 ~0.044m!/s .resulta que:.· Q 1 :S: Q 2 +Q 3 , logo deve-se aument~r y · para ele.var Q1 . • e à. 2ª. tentativa é: . fazendo-.se y = ~.1)5 m: o, i· ·. Q1 =o~ 082Vi. 65 =: ~osm'/ s · ~ =0,033~4,35 :::,,0~069m3 is . ~ =0,058~0,35 .= o;034m3 / s onde' praticamente/ . . ·.· .· ·. Qi =Qz ~Q3 ·.. e portanto, '·.'. ·., Y= 1,65 m .· Q 1 :::104 !/s.. Solução prática do 2. 0 caso: Desconhecidos D 1, D 2 e D 3 , mas conhecidas as vazões e os sentidos de escoamento. Tomando-se as quatro equações do caso anterior, como já visto, [Q1 = Q2 + Q3], carece de sentido algébrico por ter-se tornado uma identidade, sobrando três equações e, como são quatro incógnitas, o problema é indeterminado. Para resolver, introduz-se mais uma equação: a de custo mínimo. O problema também pode ser resolvido por aproximações sucessivas: ensaiam-se os valores de D 1 que conduzam ao mesmo valor de y. O problema pode admitir mais de uma solução (continua indeterminado). A análise dos resultados permite a escolha da solução aceitável entre as encontradas. ... 354 SISTEMAS DE TUBULAÇÔES Solução prática do 3.0 caso: São desconhecidos Q2 , Q3 e D 3 • Todos os demais elementos do trecho R 1 x são conhecidos. 1°. passo: começa-se calculando a perda de carga no trecho R1 x: (que também poderia ser calculado por Hazen-Williams): 2°. passo: comparar y com NA 1 - NA 2 , resultando as seguintes possibilidades: a) Se y > NA 1 - NA 2 , então o sentido do fluxo Q é R2x , logo R 2 é abastecedor. b) Se y = NA 1 reservatórios). c) - NA 2 Se y < NA 1 - NA 2 , , não há escoamento em R 2x (caso particular de dois o sentido do escoamento é :x:R;. , e R 2 é recebedor. 3°. passo: Considerando, por exemplo a possibilidade "a" acima (R 2 abastecedor): perda de carga no trecho R 2x : tili 2 = y - (NA 1 - NA 2 ) Aplicando a fórmula da perda de carga, calcula-se Q2: onde Q 2 é a única incógnita. Logo: Solução prática do 4. 0 caso: Neste caso são desconhecidos Q2 , Q3 e NA 3 , sendo os demais dados conhecidos. 1. 0 passo: calcula-se y (de forma idêntica ao 3°. caso) e compara-se com NA 1 NA 2 • Da mesma forma que no caso anterior, teremos as mesmas possibilidades a), b) e c) acima. 2. 0 passo: tomando-se, por exemplo, a possibilidade c) acima, y < NA 1 - NA 2 temos: M 2 = (NA 1 - NA 2 ) - y e, calculando pela perda de carga: o que nos permite obter: DISTRIBUIÇÃO EM MARCHA 355 3.0 passo: comparando Q 2 e Q 1 chega-se a: aj se Q 2 > Q 1 • = R 3 é abastecedor de: Q 3 = Q 2 - Q 1 • (NA 3 >NA2 ) b) se Q 2 = Q1 • = R 3 não entra no circuito e seu NA tem a mesma cota da piezométrica em x c) se Q 2 < Q 1 . = R 3 é recebedor de: Q3 = Q 1 - Q 2 • 4°. passo: conhecida a vazão Q3 , calcula-se a perda de carga .ó.h 3 , e assim o NA 3 • Para exemplificar, se Q2 > Q1 (caso "a" acima), então: Q 3 = Q 2 - Ql' então: Q.i t.ll3 = ICL3 - s D3 13.4 - DISTRIBUIÇÃO EM MARCHA Como visto no início do capítulo, na prática nem sempre a vazão de entrada em uma tubulação é igual à vazão de saída, ocorrendo o que se denomina de distribuição em marcha, ou seja, existem diversas derivações ao longo de seu percurso, onde a água vai sendo consumida e de cada um desses pontos para jusante a vazão é menor que anteriormente. A rigor, uma tubulação nesse caso poderia ser analisada trecho a trecho, entretanto isto só é prático se forem poucas e bem conhecidas as saídas ao longo da tubulação. Em inúmeros casos isso não ocorre, tratando-se de grande número de pequenas saídas ou derivações que tornam sua consideração individual impraticável, ou de pouca precisão. Entretanto o somatório dessas derivações não é irrelevante. É o que ocorre, por exemplo, em tubulações de distribuição de água em zonas urbanas, onde cada consumidor tem uma ligação, ou em irrigação. A~---~·---------------: . : . : . . : 1 . . : :' . • 1 • ~ ' :ht :s A~------~·---------··-M . : .. : :' '....: s : .. Q . :h, ' A:-::.:.:.:.:.----·-~-----~-- ~ht : :s :ª ' .9!..::b)======="=!~ .9!..:s·======º e) O:!<º·· Figw:a 13.10 Nesses casos, leva-se em consideração essa distribuição, desprezando detalhes irrelevantes em termos de ordem de grandeza. Assim, para fins de projetos de engenharia, admite-se que, em havendo distribuição em marcha, esta se dá de forma uniforme e igual a q · ds em cada trecho elementar da canalização, sendo q a vazão unitária distribuída no trecho. A Fig. 13.10 acima ilustra a linha piezométrica de três situações. A primeira (a) correspondente a um tubo sem distribuição em marcha.A segunda (b) e a terceira (c) correspondem a situações de distribuição em marcha, desprezando as perdas de carga localizadas e admitindo a distribuição contínua no tempo. A vazão, e em conseqüência a velocidade, vão diminuindo continuamente de montante para jusante; logo a perda de carga também vai se reduzindo, uma vez que o diâmetro permanece constante. SISTEMAS 356 DE TUBULACÕES A perda de carga no elemento d 5 será]d5 ; a perda de carga até um ponto "M" será dada por s h1 = s s Jfds = JKQ ds = K fQ d 2 o o 2 5 o como s Jqds =Qi. -qs Q=Q1 - o encontra-se s J 2 h 1 = K (Q1 -qs) d 5 , o e como Q1 = Q + qS , (onde Q é a vazão no ponto considerado), obtém-se: (Q h 1 =K 2 28 2)S +QqS+~ equação (13) Fazendo: ....252 Qz+QqS+-<:1-=Q'2 3 ' :· 1 ou ainda e, final.mente, Q + 0,50qS < Q' < Q + 0,58qS, podendo-se adotar, aproximadamente, Q'= Q + 0,55 qS onde: Q'= vazão para cálculo (fictícia) Q = vazão de jusante (ponto "M") q = vazão unitária distribuída S = comprimento do trecho Portanto, em uma tubulação sob pressão com distribuição em marcha, a perda de carga poderá ser sempre determinada tomando-se para cálculo um vazão fictícia igual à vazão da extremidade de jusante aumentada de 55% da vazão distribuída em marcha. No Estado de São Paulo, tem sido utilizada a seguinte simplificação: Q' = Q + 0,5qS, ou Q'= Q, +Q2 2 Nessas condições, a perda de carga é calculada tomando-se como vazão no trecho a média das vazões de montante e de jusante (vazão fictícia). No caso particular em que a vazão a jusante é igual a zero, ou seja, a água é REDES 357 totalmente distribuída no trajeto (Fig. 13.lOc), no ponto B: Q=O S=L a equação (13) transforma-se em e como Q 1 = qL, vem que equação (14) Por conseguinte, sempre que uma tubulação distribuir uniformemente em marcha toda a sua vazão, a perda de carga será a terça parte da perda que se teria no caso de uma tubulação em que não se verificasse a distribuição em marcha. Exercício 13.2 - Numa estação de tratámento de água existe um aerador constituído por um tubo de diâmetro nominal interno de 300 mm, perfurado s em vinte locais, onde estão colocados vinte bocais geradores de repuxo tipo aspersores, conforme esquema da Fig. 13 .11 a seguir. Calcular a perda de carga no tubo A-B para uma vazão de 55 .f/s, considerando que toda a água sai por esses bocais. Considerando-se uma tubulação sem distribuição em marcha, a perda de carga seria, paraD = 300 mm e Q=55.f/s, J = 0,0044 m/m: 0300mm hr= JL = 0,0044 x 7,20 = 0,032 m Como há uma distribuição uniforme e completa da vazão no tubo (vazão em B =O), a perda de carga, segundo a equação (14) será a terça parte da perda calculada, logo: 1 h 1 =30,0032:: O,Ollm Figura 1S.11 13.5-REDES Os sistemas de distribuição de água (urbanos, rurais, industriais) geralmente são compostos por inúmeras tubulações interligadas ou formando anéis, que se convencionou chamar de redes hidráulicas. Distinguem-se dois tipos, já abordados na introdução deste capítulo: a) Rede ramificada, onde as tubulações divergem a partir de um ponto inicial e onde se pode estabelecer um sentido de escoamento. SISTEMAS 358 DE TUBULACÕES Rede malhada, onde as tubulações formam malhas ou anéis, divergem e convergem, e onde não é elementar estabelecer o sentido de escoamento de cada trecho. As redes malhadas, além de apresentarem vantagens hidráulicas, permitem que um mesmo ponto possa sempre ser abastecido por mais de um caminho, permitindo que o abastecimento não seja interrompido mesmo quando se interrompa um trecho para manutenção ou reparos; daí serem preferidas pelos projetistas. Houve tempo em que se buscava fazer todo o sistema de distribuição de uma cidade uma malha interligada. Posterionnente, devido às necessidades de controle operacional (medições) passou-se a projetar as redes subdividindo-as em blocos (conjuntos de malhas) isoláveis, onde o abastecimento de cada bloco opera normalmente por uma só entrada onde há um macromedidor (Fig. 13.12). b) 13.5.1 - Cálculo das redes ramificadas O sentido de escoamento já é determinado pela própria configuração da rede; assim as vazões dos trechos decorrem da simples acumulação de jusante para montante, definindo também os diâmetros em função da velocidade econômica. 13.5.2 - Cálculo das redes malhadas O problema que se apresenta no cálculo de uma rede malhada pode ser enunciado: "Conhecidos os comprimentos e as vazões dos diversos trechos da rede, assim como as pressões nas extremidades das canalizações distribuidoras, determinar os diâmetros necessários para os diversos trechos e as pressões em todos os nós do sistema". Esse problema é hidraulicamente indeterminado, como se pode verificar. Admitindo-se ser m o número de nós e n o número de trechos das canaliZações, o problema apresenta m + n incógnitas (m pressões ou cotas piezométricas e n diâmetros). O número de equações disponíveis é apenas n, ou seja, as equações de resistência (fórmulas práticas) aplicadas a cada um dos n trechos. As equações da continuidade representam apenas relações entre os dados. A indeterminação desse problema pode ser levantada de duas maneiras: a) introduzindo-se novas equações alheias à Hidráulica (condições de custo mínimo); b) admitindo-se valores para as cotas piezométricas nos m nós (pressões); solução por tentativas. A primeira maneira de se levantar a indeterminação apresenta grandes dificuldades de cálculo devido ao elevado número e grau das equações. Surgiram, então, as soluções práticas aproximadas, sendo mais comuns os métodos seguintes: a) Seccionamento das redes malhadas. Para efeito de cálculo, as malhas são decompostas em ramificações, transformando-se a rede malhada em um sistema ramificado. (Fig. 13.13). É um método arbitrário e impreciso, aplicável às pequenas redes e canalizações secundárias dos grandes sistemas. REDES 359 Reservatório de distribuição 1 1 1 2 2 2 3 1 3 2 B B B 5 3 2 B B B 1 1 2 4 1 1 4 8 1 7 3 B B 1 1 8 8 B 6 3 B B B 5 7 Legenda ~ Caixa de controle de distrito B Caixa çle controle de subdistrito · -O- Válvula de fechamento do subdistrito ~ Válvula de fechamento para manobra ~ Caixa de controle de bloco Rede primária Rede secundária Ng do subdistrito Figura 13.12 1 5 2 Blocos de um mesmo subdistrito 1 =distrito 6 = subdistrito 1, 2, 3 = blocos 360 DE TUBULACÕES SISTEMAS b) tentativas diretas. Admite-se um conjunto de condições ligadas ao eficiente funcionamento da rede e determinam-se as incógnitas por tentativas diretas. Reservatório ;·. ,, :-·~.::-: . ... ~' 'I~ ' --= _.-_,S 1 ar l'""··::~\';l '. _,·~ • •' - !_, ~· ! ' _ : _1 Seccionamento virtual I _V -- -- -- -- -- -- -- --- -- -~ --- Figura 13.13 O método usado é o de Hardy Cross. Com o método de Cross, os ajustamentos feitos sobre os valores previamente adotados são computados, resultando uma rápida convergência para os valores corretos. O dimensionamento das redes de distribuição de água, pela sua importância, será objeto de um capítulo posterior (Capítulo 18). 361 CONDUTOS LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME 14.1 - CONDUTOS LIVRES Até o presente capítulo foram considerados apenas os condutos forçados. Os condutos livres estão sujeitos à pressão atmosférica, pelo menos em um ponto da sua seção do escoamento. Eles também são denominados canais e normalmente apresentam uma superfície livre de água, em contato com a atmosfera. Na Fig. 14.1 são mostrados dois casos típicos de condutos livres (a e b); em (e) está indicado o caso limite de um conduto livre: embora o conduto funcione completamente cheio, na sua geratriz interna superior atua uma pressão igual à atmosférica. Em (d) está representado um conduto no qual existe uma pressão maior . do que a atmosférica. Os cursos d'água naturais constituem o melhor exemplo de condutas ·uvres. Além dos rios e canais, funcionam como condutas livres os coletores de esgotos, as galerias de água pluviais, os túneis-canais, as calhas, canaletas, etc. São, pois considerados canais todos os condutas que conduzem águas com uma superfície livre, com seção aberta ou fechada. a) b) Figura14.1 e) . d) 362 CONOUTOS LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME 14.2 -TIPOS DE MOVIMENTO O escoamento em condutos livres pode se realizar de várias maneiras: PERMANENTE (Num.a determinada seção a vazão permanece constante) UNIFORME (Seção uniforme, profundidade e velocidade constantes) Gradualmente VARIADO (Acelerado ou retardado ESCOAMENTO Bruscam.ente NÃO PERMANENTE (Vazão variável) Se ao longo do tempo o vetor velocidade não se alterar em grandeza e direção, em qualquer ponto determinado de um líquido em movimento o escoamento é qualificado como permanente. Nesse caso as características hidráulicas em cada seção independem do tempo (essas características podem, no entanto, variar de uma seção para outra, ao longo do canal: se elas não variarem de seção para seção ao longo do canal o movimento será uniforme). Considerando-se agora um trecho de canal, para que o movimento seja permanente no trecho, é necessário que a quantidade de líquido que entra e que sai mantenha-se constante. Consideremos um canal longo, de forma geométrica única, com uma certa rugosidade homogênea e com uma pequena declividade, com uma certa velocidade e profundidade. Com essa velocidade ficam balanceadas a força que move o líquido e a resistência oferecida pelos atritos internos e externo (este decorrente da rugosidade das paredes). Aumentando-se a declividade, a velocidade aumentará, reduzindo-se a profundidade e aumentando os atritos (resistência), sempre de maneira a manter o exato balanço das forças que atuam no sistema. Não havendo novas entradas e nem saídas de líquido, a vazão será sempre a mesma e o movimento será permanente (com permanência de vazão). Se a profundidade e a velocidade forem constantes (para isso a seção de escoamento não pode ser alterada), o movimento será uniforme e o canal também será chamado uniforme desde que a natureza das suas paredes seja sempre a mesma. Nesse caso a linha d'água será paralela ao fundo do canal. 14.3 - CARGA ESPECÍFICA Pode-se, então, escrever para a carga total (HT) existente na seção: v2 HT =Z+y+a- 2g O coeficiente ex, cujo valor geralmente está compreendido entre 1,0 e 1,1, leva em conta a variação de velocidades que existe na seção. Na prática adota-se o valor unitário, com aproximação razoável, resultando: PROJETO DE PEQUENOS CANAIS COM FUNDO HORIZONTAL 363 v2 HT=Z+y+2g Em seções a jusante a carga será menor, pois o valor deZvai se reduzindo para permitir a manutenção do escoamento contra os atritos. Passando-se a tomar como referência o próprio fundo do canal, a carga na seção passa a ser: v2 H ,, = y + 2gHe denomina-se carga. específica e resulta da soma da altura de água com a carga cinética ou energia de velocidade. He Hr z Plano de referência Figunl.14.2 Os canais unüormes e o escoamento uniforme não existem na natureza. Até mesmo no caso de condutos artificiais prismáticos, lÓngos e de pequena declividade, as condições apenas se aproximam do movimento uniforme. Essas condições de semelhança apenas acontecem a partir de uma certa distância da seção inicial e também deixam de existir a uma certa distância da seção final (nas extremidades a profundidade e a velocidade são variáveis). É por isso que nos canais relativamente curtos não podem prevalecer as condições de uniformidade. Em coletores de esgotos, concebidos como canais de escoamento uniforme, ocorrem condições de remanso e ressaltos de água onde o movimento se afasta da uniformidade. Nos canais com escoamento uniforme o regime poderá se alterar, passando a variado em consequência de mudanças de declividade, variação de seção e presença de obstáculos. 14.4 - PROJETO DE PEQUENOS CANAIS COM FUNDO HORIZONTAL Em certas instalações, como por exemplo estações de tratamento, são comuns canais e canaletas relativamente curtos, com fundo sem declividade, assim construídos por fadlidade ou conveniência estrutural. Freqüentemente são projetados com uma seção determinada para manter a CONDUTOS 364 LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME velocidade de escoamento com um valor conveniente. Há dois casos a considerar: 1) Canais afogados, cujo nível d'água a jusante é predeterminado por uma condição de chegada. Nesse caso calcula-se a perda de carga e, partindcrse do N.A. conhecido de jusante, pode-se obter o nível de montante; 2) Canais livres, que descarregam livremente a jusante, onde o nível é bem mais baixo. Nesse caso sabe-se que na extremidade do canal a profundidade do líquido cairá abaixo da profundidade crítica (Ver 14.16.2). Partindo-se da profundidade crítica, determina-se a profundidade pouco acima dela (He= 3/2yc). A partir desse ponto calcula-se a perda de carga para se encontrar o nível de montante. Se o canal receber contribuições pontuais ao longo da sua extensão, ele poderá ser subdividido em trechos para efeito de cálculo. · 14.5 - OBSERVAÇÕES SOBRE PROJETOS DE CANAIS (com escoamento permanente unifórme) 1. O projeto de canais pode apresentar condições complexas que exigem a sensibilidade do projetista e o apoio em dados experimentais. O projeto de obras de grande importância deve contar com a colaboração de um especialista. 2. Sabendcrse que os canais uniformes e o escoamento uniforme não existem na prática, as soluções são sempre aproximadas, não se justificando estender os cálculos além de 3 algarismos significativos. 3. Para os canais de grande declividade, recomenda-se a verificação das condições de escoamento crítico (Ver 14.16). 4. Em canais ou canaletas de pequena extensão não se justifica a aplicação de fórmulas práticas para a determinação da profundidade ou da vazão. 14.6 - FORMA DOS CONDUTOS Os condutos livres podem ser abertos ou fechados, apresentando-se na prática com uma grande variedade de seções. Os condutas de pequenas proporções geralmente são executados com a forma circular. A seção em forma de ferradura é comumente adotada para os grandes aquedutos. Os canais escavados em terra normalmente apresentam uma seção trapezoidal que se aproxima tanto quanto possível da forma semi-hexagonal. O talude das paredes laterais depende da natureza do terreno (condições de estabilidade). Os canais abertos em rocha são, aproximadamente, de forma retangular, com a largura igual a cerca de duas vezes a altura. As calhas de madeira ou aço são, em geral, semicirculares, ou retangulares. 14.7 - DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADE NOS CANAIS A variação de velocidade, nas seções dos canais, vem sendo investigada há muito tempo. Para o estudo da distribuição das velocidades consideram-se duas seções. a) Seção transversal DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADES NOS ' t CANA IS 365 Figura14.S A resistência oferecida pelas paredes e pelo fundo reduz a velocidade. Na superfície livre a resistência oferecida pela atmosfera e pelos ventos também influencia a velocidade. A velocidade máxima será encontrada na vertical (1) central, (Fig. 14.3) em um ponto pouco abaixo da superfície livre. Podem ser consideradas as curvas isotáquicas, que constituem o lugar geométrico dos pontos de igual velocidade (Fig. 14.4). o 2 4 3 2.402 2.604 ,..-2-~54 µ--2.!41 r.----2-92~ ~ 2.f-2( .~7 .099 2.099rf 2.:.1 ,,,,. 2.:S2 / 2.e21 / 2.94-4 • 2.901 "-...2.110 \ 2;SS---.. 2.511/-2.7SÍ /2.868~..960 3.022 '-...2.917'._ 2.763--. 2.619 \2.233 e • e/ • • • • • ,. *'- • • 'I •I ~ 2.955 3.039 2.992 \ 2.e1112.769 \ 2.4499]) 2.550 2.744\ 2.906 3.039 ~.053 2.892 2.60/' 2.533 ) ~·402\~ r \2.69~.7a0 6 \ • '\.• e\.• 2.653 2.857 \• \ e 2.969 e e 3.091 \.~!' 2.616"'-.~ii,17 ___ 2~4 e e/• 2.952' 2.873 .---2.~/. 2.\63' e d e; 2.637 •1 2.353 ~1///. 1 .s~ e-::...~s~2.7~1~9n----.,_ 2.i~~~B60__.-:: .s~a-2.S44::::::;.--' A'.11 -..W.:'-~1 2.367 2.673 ~ - . _ i.R,...- ./2.65i-" .L • / / / ,..,.,,.?-Ht.,,.._..... ·~2.175' ~ ::-2.1~~ ~2.~12 ._;'~,....---2..2210~ 2. !.,.. ~-------- - ! . ...-=--:::2.396" º,,__......, --,2-.. ~•""-"'· 664 ·~.......-· ...2.574'°2.42S-----•..../;/&I'// 2.~ • - .783.---2.767 .11 . 2.394---z:::·- ---.!.4ti:J--= .::;· Figura 14.4- Velocidades (pés/s) medidas em canal b) Seção longitudinal; A Fig. 14.5 mostra a variação da velocidade na verticais (1), (2) e (3), indicadas na Fig. 14.3. Considerando-se a velocidade média em determinada seção como igual a 1 pode-se traçar o diagrama de variação da velocidade com a profundidade (Fig. 14.6). Figura14.5 CONDUTOS 366 LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME N.A. -----, H 1 0.2 - - - -1- - - - _,_ - 1 - - -1- - 1 1 1 1 1 - - -1- - - - - - - - r - - - -1- - - - -1- - - - -1- - - - 0,4 1 , 1 1 , vmédia , 0,6 - - - - ,- - - - -,- - - - .....,...---.,.----..- - - - i - - - - ~ ----~----~-------- ____ ...! ___ _ 1 1.0 Fi.gunt 14.6 º· 0,2 0,4 . ' 0,6' o.a ' 1,0 1.2 V 14.8. - RELAÇÕES PARA A VELOCIDADE MÉDIA O Serviço Geológico dos Estados Unidos (United States Geological Survey) apresenta as relações dadas a seguir, que são de grande utilidade nas determinações e estimativas de vazão. a) A velocidade média numa vertical geralmente equivale de 80% a 90% da velocidade superficial. b) A velocidade a seis décimos de profundidade é, geralmente, a que mais se aproxima da velocidade média, vmcd e) = v0.6 Com maior aproximação do que na relação anterior, tem-se vmcd _ Vo.2 +Vo.e 2 = d) A velocidade média também pode ser obtida partindo-se de vmcd - Vo.2 + Vo.a + Vo.s 4 = Essa última expressão é mais precisa. Sobre o assunto, veja Capítulo 17 (seção 17.17). 14.9 -ÁREA MOLHADA E PERÍMETRO MOLHADO Como os condutas livres podem apresentar as formas mais variadas, podendo ainda funcionar parcialmeDte cheios, torna-se necessária a introdução de dois novos parâmetros para o seu estudo. Denomina-se área molhada de um conduto a área útil de escoamento numa seção transversal. Deve-se, portanto, distinguir S, seção de um conduto (total),e A, EQUAÇÃO GERAL OE RESOISHNCIA 367 área molhada (seção de escoamento). O perímetro molhado é a linha que limita a área molhada junto ás paredes e ao fundo do conduto. Não abrange, portanto, a superfície livre das águas. 14.10 - EQUAÇÃO GERAL DE RESISTÊNCIA Tome-se um trecho de comprimento unitário. O movimento sendo uniforme, a velocidade mantêm-se à custa da declividade do fundo do canal, declividade essa que será a mesma para a superfície livre das águas. Sendo "( o peso específico da massa líquida, a força que produz o movimento será a componente tangencial do peso do líquido: F="(A sena equação (1) Desde que o movimento seja unüorme, deve haver equilíbrio entre as forças aceleradoras e retardadoras, de modo que a força F deve contrabalançar a resistência oposta ao escoamento pela resultante dos atritos. Essa resistência ao escoamento pode ser considerada proporcional aos seguintes fatores: a) peso específico do líquido (y); b) perímetro molhado (P); c) comprimento do canal (=l); d) uma certa função q, (v) da velocidade média, ou seja, Res = yPq, (v) equação (2) Igualando-se as Eqs. (1) e (2), yA sen a.= yPq,(v) ou A sen ex= Pf/'(v) Na prática, em geral, a declividade dos canais é relativamente pequena, ex<< 10° permitindo que se tome sena= tga = I (declividade) resultando A -I=t?(v) p A relação ; é denominada raio hidráulico ou raio médio: área molhada perímetro molhado RH= Chegando-se então, à expressão RHI = 4J (v) que é a equação geral da resistência. CONDUTOS 368 . QUADRO í4.1 · LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME Área molhad-a, perímetro molhado e raio hidráulic~ de algumas seções usuais Forma ou Altura Área seç-d.o de água molhada Perímetro molhado Raio hidráulico . · Observações Condutas fechados Circular* D 3,14r 2 6,28r O,SOOr D=diâmetro r =raio Circular Circular Circular Circular Quadrada* 0.75D 0.67D O,SOD 0.25D 2.53r 2 2,24r 2 l,57r 2 0.614r 2 a az 4.19r 3,84r 3.14r 2.09r 4a Retangular* a ab 2(a+b) Triangular 90° • H lF 2,83H ab 2(a+b) H 2.83 Condutas abertos · Retangular 0.603r 0,583r O,SOOr 0.293r a/4 y by b + 2y a-lado b-base H=altura . ---2...._ b+2y · b =base y=profu.ndidade Trapezoidal a} talude 60° coma horizontal b) talude 45º com a horizontal • Condutos a seção plena A declividade, nesse caso, corresponde à perda de carga unitária (] ) dos . condutas forçados. Além da equação de resistência, tem-se a equação da continuidade. -·:·.·· /J. :,;_·:V'A.\·.··· Essas duas equações permitem resolver os problemas práticos de maneira análoga a dos condutas forçados; conhecidos dois elementos, é sempre possível determinar os outros dois (seção 7.7.3 - Cap. 7). 14.11 - FÓRMULA DE CHÉZV Em 1775, Chézy propôs uma expressão da seguinte forma: ···,-···•J, .. .. Y=Ç)RH(, O valor de C era, nessa época, suposto independente da rugosidade das paredes. . É interessante notar que, para um conduto de seção circular, funcionando com a seção cheia, FÔRMlJLA DE CHEZY COM COEFICIENTE DE MANNING 369 D 4 Tomando-se I = J e fazendo-se as substituições na fórmula de Chézy, resulta RH=- DJ =C-2v2 4 ou DJ = q, (v), expressão análoga a de Darcy, em que o expoente de D é a unidade e a resistência varia com a segunda potência da velocidade. 14.12 - MOVIMENTO TURBULENTO UNIFORME NOS CANAIS A grande maioria dos escoamentos em canais ocorre com regime turbulento. À semelhança do número de Reynolds, calculado para tubos de seção circular, podese calcular esse adimensional para os canais. Como para os condutos circulares, o raio hidráulico para seção cheia, vale: D RH=4 sendo, D o diâmetro do conduto, para o cálculo do número de Reynolds para os canais, adota-se freqüentemente, como dimensão linear característica, o valor D = 4RR. Assim, se o conduto for uma seção circular cheia, esse valor coincidirá com o diâmetro D. Então, para os canais, usualmente tem-se a seguinte expressão para o número de Reynolds: ou equaçiio (3) Calculando-se o número de Reynolds pela Eq. (3), na grande maioria dos escoamentos considerados em hidráulica esse valor será superior a 10 5• Assim, só serão considerados, neste capítulo, escoamentos em regime turbulento. Para o caso particular dos movimentos laminares (Rc < 1000), o raio hidráulico e a área da seção não são os únicos elementos geométricos do canal que influem na equação do movimento do fluido; há que considerar um outro parâmetro, que depende também de forma da seção. Neste capítulo só serão considerados os movimentos uniformes, ou seja, aqueles em que a declividade da superfície livre corresponde à declividade do fundo, isto é, área molhada, raio hidráulico, vazão e declividade do fundo são constantes. 14.13 - FÓRMULA DE CHÉZV COM COEFICIENTE DE MANNING Qualquer expressão do movimento turbulento uniforme poderia ser utilizada para os canais, desde que o elemento geométrico característico fosse D = 4RH, uma vez que, nos movimentos turbulentos, a forma da seção praticamente não influi na equação do movimento. CONDUTOS 370 LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME Entretanto, a fórmula de Chézy, com coeficiente de Manning C = 6~/n, é a mais utilizada por ter sido experimentada desde os canais de dimensões minúsculas até os grandes canais, com resultados coerentes entre o projeto e a obra construída. Trata-se da expressão constante do capítulo 7 (seção 7.9.6). n~ =.Affj3 OU ....;! Sendo: V=]:_ Jfj3 Jl/2 n equação (4) n = coeficiente de rugosidade de Ganguillet e Kutter; Q = vazão (m 3 /s); I = declividade do fundo do canal (m/m); A = área molhada do canal (m2); R H =raio hidráulico (m). A única objeção que se faz à fórmula de Chézy com coeficiente de Manning é que o coeficiente n é um dimensional. Contudo o valor adimensional da rugosidade ; , da chamada fórmula Universal, seria calculado através das alturas das asperezas (e), (sem se preocupar com vários outros fatores que influem na rugosidade, como, por exemplo, orientação das asperezas), alturas essas dificilmente medidas ou adotadas com precisão. O valor do coeficiente n de rugosidade de Ganguillet e Kutter é pouco variável, . como se pode ver pela Tab 16.2 (Cap. 16). 14.14 - PROBLEMAS HIDRAULICAMENTE DETERMINADOS Diz-se que um problema é hidraulicamente determinado quando, dos dados, deduz-se (apenas com a equação do movimento e a equação da continuidade) de maneira unívoca o elemento desconhecido. Assim, conhecidos n, A e R H• há uma infinidade de vazões Q que satisfazem a equação do movimento, ficando associada a cada vazão uma declividade J. Então o problema de cálculo da vazão, com valores de n, A e RH como dados, é hidraulicamente indeterminado. São três os problemas hidraulicamente determinados que, para qualquer tipo de canal, ficam resolvidos com a fórmula de Chézy com coeficiente de Manning. Dados n, A, RH e I calcular Q; ou dados n, A, RH e Q, calcular I. Esses problemas são resolvidos com meras aplicações da fórmula de Chézy com coeficiente de Manning. São problemas de cálculo de vazão ou declividade de canal. Dados n, Q e I, calcular A e Rw Já esse problema apresenta uma dificuldade de ordem prática, pois a solução da equação (4) nQ - ,Ji - A ""2./3 .li.n.fl mesmo nos casos mais simples, é bastante laboriosa. É o problema de dimensionamento geométrico do canal. Resolve-se o problema como segue. Seja um canal de forma qualquer, porém conhecida (Fig. 14. 7). PROBLEMAS HIDRAULICAMENTE DETERMINADOS 371 Figunl.14.7 R (y) = A(y) H P(y) A(y) Calcula-se inicialmente nQ ..Ji Pode-se organizar um tabela como a do tipo mostrado a seguir onde P e A são funções geométricas de y. y P(y) ~epresenta-se AR A(y) 213 H graficamente [f(y)] =A· Rfi1 3 ; entra-se com o valor nQ ..Ji em ordenada e tira-se o valor de y em abcissa, o que resolve o problema (daí pode-se calcular A e RH). Ver Fig. 14.8. f(y)=A.F{f Figura14.8 Exercício 14.1- Calcular a altura de águay em um canal, cuja seção transversal tem a forma da Fig. 14.9. A vazão é 0,2 m 3/s. A declividade longitudinal é 0,0004. O coeficiente de rugosidade n, da fórmula de Manning é 0,013. Figunl. 14.9 f (y) 0,20 nQ 0,15 ..fi 0,13 0,10 .........~ 0,05 ~__,~--,-~-ri~~~.----y 0,1 0,2 ,,,. 0,3: e;;: o~ Calcula-se inicialmente 0,4 0,5 CONDUTOS 372 nQ 0,013·0,2 .fj = ~0.0004 LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME 0,13 Organiza-se a seguinte tabela: y,m P(y) A(y) RH RJ13 AR2/3 0,2 0,3 0,4 1,49 1,73 1,97 0,220 0,345 0,480 0,148 0,200 0,244 0.279 0,343 0,391 0,061 0,118 0,188 . nQ Da curva [f (y)], entrando-se com o valor procurado (Fig. 14.9 · y = .fi = H . 0,13, tira-se o valor de y 0,315m). 14.15 - MÉTODO DOS PARÂMETROS ADIMENSIONAIS Ess·e método, desenvolvido pelos professores Ariovaldo Nuvolari e Acácio Eiji Ito, da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP), foi inspirado no "Appendix A" da publicação "Open-channel Hydraulics" de autoria do Professor Ven Te Chow, 1959, e abrevia os cálculos no dimensionamento de canais, utilizando a fórmula de Chézy com coeficiente de Manning (ver Seção 14.13). Foram desenvolvidas tabelas para canais de seção transversal retangular, trapezoidal e circular. 14.15.1- Canais retangulares e trapezoidais Na Fig. 14.10 estão mostradas as dimensões geométricas da seção transversal. b = largura do canal (m); y = profundidade de escoamento (m); e, m = indicador horizontal do talude. A equação (4) tem a seguinte estrutura: Q · n = A . If.t' [1/Z H b Figum.1~10.._...................................................... Para se ter os parâmetros adimensionais, divide-se ambos os membros por uma dimensão linear elevada a potência 8/3. Adotando-se a largura b como dimensão linear, chega-se a seguinte expressão para um canal trapezoidal: MtTOOO DOS ~ARÁMETROS ADIMENSIONAIS 373 b~J~~12 =[~ +m(~)2J[ 1+2~:~]21: l+m 2 b Para um canal retangular (m 0), a expressão torna-se mais simples: = 2/3 y Q·n _y b b8/3 Jl/2 - [--y1+2b ] b A equação de resistência, conforme Manning, apresenta a seguinte forma 0fer equação (4) com v = Q/A): = _!_ Rif 3Jl/2 V Sendo V= n = RH = I = n velocidade média (m/s); coeficiente de rugosidade de Manning; raio hidráulico (m); e, declividade do fundo do canal (m/m) Tem-se então: V1l Jl/2 = ~/J H Dividindo-se ambos os membros por uma dimensão linear elevada a potência 2/3, tem-se os parâmetros adimensionais. Adotando-se a largura b como dimensão linear, chega-se a seguinte expressão para um canal trapezoidal: vn 2/3 l+mb y b2131112 =( y r---:; .b y 1+2-v'l+m2 ] b Para uma seção retangular, (m = O), a expressão reduz-se a: 2/J vn b2/3Jl/2 1 = y --y-·b] [ 1+2b As tabelas 14.1 a 14.4 foram preparadas considerando-se o escoamento em regime permanente uniforme, com os valores do parâmetro adimensional y/b variando de 0,01 a 1. Nas tabelas 14.1 e 14.3, a dimensão linear considerada é a largura do canal b, enquanto que nas tabelas 14.2 e 14.4 a dimensão linear é a profundidade de escoamento y. CONDUTOS 374 LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME 14.15.2 - Canais circulares Num canal circular, as dimensões geométricas são a profundiàade de escoamento y e o diâmetro D. Adotando-se a mesma metodologia exposta em 14.15.1, foram preparadas as tabelas 14.5 a 14.8, considerando-se o escoamento em regime permanente uniforme, com os valores do parâmetro adimensionaly/D variando de 0,01a1. D Nas tabelas 14.5 e 14. 7 a d~mensão linear considerada é o diâmetro do canal D, enquanto que nas tabelas 14.6 e 14.8, a dimensão linear é a profundidade de escoamento y. r Exercício 14.2 - Calcular a vazão e a velocidade de um canal trapezoidal (m = 1) com as dimensões b = 2 m e y = 1 m. A declividade longitudinal é de 0,0004 m/m e a rugosidade n = 0,018. Solução: a) y = 1,00 =0 50 b 2,00 , b) da tabela 14.l em= 1 tem-se e) 2 bª 131 112 2, 00ª 1'0 0004 1' - · Q=O , 3439--=0 ' =2 ' 4m3 /s entao. n . 3439 0,018 d) Qn = 0,3439 b 8 13 I 112 vn da tabela 14.3 em= 1 tem-se b 2131112 = 0,4587 b2/3 Jl/2 então: v=0,4587---=0,4587 n Empregando-se as tabelas 14.2 e 14.4, tem-se: e) a) y =.!=OS b 2 , b) da tabela 14.2 em = 1 tem-se c) então: Q=2,1844---=2,1844 d) da tabela 14.4 em= 1 tem-se e) então: v y yB/3 Jl/2 n y 2'''0 0004112 ' 0,018 0,81m/s c;:1I 112 = 2, 1844 0 18/30 00041/2 ' 0,018 Q=2,4m' /s V·n =O, 7281 213 112 I y2/3 Jl/2 12 4 '' =o 81m/s =o, 7281=--- o' 7281 ''o,ooo 0,018 ' 2 n MtTODO DOS PARÂMETROS ADIMENSIONAIS 375 Exercício 14.3 - Qual e a declividade de um canal trapezoidal (m =1), com as dimensões b = 2 me y = 1 m, que conduz uma vazão de 2,4m 3 /s e com velocidade de 0,81 m/s ? Dado n = 0,018. a) y=~=OS b) da tabela 14.l em= 1 tem-se - - = 0,3439 2 2 b ' Q·n b8/3 li/ 2 e) C en ao: l = ( Q·n bª"0,3439 ) Com o emprego da tabela 14.3 em 2 = = ( 2,4·0,018 ) 2ª'3. O, 3434 = 0,0004 m/m l, tem-se a) V·n b) b 2 n. ,12 c) então· . 1 =0,4587 l-( - 2 V·n b 2 /S ·0,4587 2 ) -(0,81·0,018) - 2213 ·0,4587 I =O, 0004m/m Um outro encaminhamento da solução pode ser feito com a utilização das tabelas 14.2 e 14.4, considerando nos cálculos a profundidade de escoamento (y). Exercício 14.4 - Qual é a profundidade de escoamento num canal trapezoidal (m = 1) que aduz uma vazão de 2,4 m 3/s e com velocidade de escoamento de 0,81 m/s? Dados n = 0,018, b = 2 me = 0,0004 m/m. Solução: a) b) c) 2,4·0,018 Q·n b 813 ·1 112 813 2 • º· 0004 0,3401=0,3439 112 da tab~la 14.1 e m;::l tem-se~ =0,5 então: y = 0,5 x b = 0,5 x 2 y=lm Exercício 14.5 - Determinar a profundidade de escoamento num canal circular (D = 2 m) que conduz uma vazão de 3 m 3 /s, conhecendo-se l = 0,0004 m/ m e n = 0,013. Qual é a velocidade de escoamento? Solução: a) 3 ·0,0l 3 Q·n = D 813 ·1 112 2813 ·O, 0004 112 b) da tabela 14.5 tem-se ~ = 0,81 = 0,3071:0 0,3083 CONDUTOS 376 c) LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORMI então: y = 0,81 x D = 0,81 x 2 Y= 1,62 m Com o emprego da tabela 14. 7, tem-se: a) b) c) ~ = 0,81 V·n D3/2. 1 112 V= V= 0,4524 · 0,4524 Dz13 • 1 112 n . o 0004 112 =0,4524 · ---'-' --0,013 ~13 1,10 m/s No capítulo 18, seções 18.2 e 18.3 constam outras tabelas relativas à equação d1 Manning para condutos circulares parcialmente cheios (Tabelas 18.2 e 18.3). 14.16 - MOVIMENI'O VARIADO NOS CANAIS Nesta seção será retomado o conceito de carga específica que foi tratado en 14.3 e depois serão apresentados a profundidade crítica, o ressalto hidráulico e e remanso na seqüência apresentada na Fig. 14.12. Figura 14.12 Escoamento crítico Ressalto hidráulilco Remanso 1 1 I 1 Movimento uniforme 1 Movimento ; :bruscamente1 Movimento gradualmente variado 1 variado (retardado) Movimento gradualmente variado (acelerado) 14.16.1 - Variação de carga específica Para um.a vazão constante, pode-se traçar a curva da variação da carga específic< em função da profundidade considerada variável. Assim, por exemplo, considerando-se o caso de um canal de seção retangula: com 3 m de largura, conduzindo 4,5 m 3/ s de água, encontram-se os valores de y • Hc, que se acham no Quadro 14.2. Os valores de y e He, mostrados nesse quadro quando representados graficamente, dão a curva típica ilustrada na Fig. 14.13. Os dois ramos da curva são assintóticos, tanto o superior, à reta y = Hc, qw forma o ângulo de 45º com o eixo horizontal, como o inferior, ao eixo horizonta Hc. v2 H =y+- • 2g MOVIMENTO VARIADO NOS CANAIS 377 1,80 1,60 V 1,40 : :. / 1,20 1/.V V 1/ 1/1/ 1/ J 1,00 -(.• ~4v V 0,80 . V) V ~V ~~ ~ 1' V 1/ I ,/ ----- ----- e ..., - --- --- --- --- --- - ---- --- --0,60 --- --1/ ... ~ V 0,40 r--B 1/ V 0,20 V \ \ 45° D oV --- -- --- l"'o-..~ - 1 o 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 Carga específica, H,,, 1,40 1,60 1,80 2,00 m FigunJ. 14.13 - Curva típica. H., y QUADRO 14.2 - Valores de y e He (m) y V v2/2g Hc (m) (m/s) (m) (m) 0,30 0,40 0,50 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 5,00 3,75 3,00 2,50 1,87 1,50 1,25 1,07 0,94 0,83 1,27 0,71 0,46 0,32 0,18 0,11 O,OB 0,06 0,04 0,03 1,57 1,11 0,96 0,92 0,98 1,11 1,28 1,46 1,64 1,83 14.16.2 - Profundidade crítica Na Fig. 14.13 verifica-se que o valor mínimo da carga específica ocorre no ponto C, <;1.ue corresponde a uma profundidade pouco superior a 0,6 m. Abaixo ou acima dessa profundidade, eleva-se o valor de He. CONDUTO$ LIVRES OU 378 CANAIS. MOVIMENTO UNIFORM A profundidade correspondente ao ponto C denomina-se profundidade crítica v2 sendo, portanto, aquela para o qual o valor de 2 g + y é um mínimo. Considerando-se um canal de seção retangular, de declividade constante e d1 1 m de largura, V= Q .".V=Q y A H Qz =~+y 2gy2 • =2g(HcY2 - Y3) Q = ~2g(H.yz - y3) t I· 1 ~; = '!2f (H.y -y'r 2 Y 112 2 (2H.y-3y )=0, =~Hc = y, equação(~ .. y(2H, -3y)=0 (profundidade crítica) 3 Hc=zYc Substituindo-se esse valor na Eq. 5 3 2 y; = Qg e y,= i f[Q2" ou Yc :0,47Q213 que é a profundidade critica para canais retangulares (essa expressão é aproximada: Denomina-se crítica a profundidade de água em um canal que corresponde a valor mínimo da carga específica (Hc) quando se tem uma certa vazão. Em outra palavras; a profundidade crítica é aquela para a qual ocorre a maior vazão quand se tem uma carga específica estabelecida (neste caso o Número de Froude é igual a 1 A carga específica é dada por (observe-se que y ou h representam a mesm grandeza, profundidade): v2 H.=h+2g podendo-se escrever: de onde se tira: Q =A~2g(H. -h) equaçiio(I MOVIMENTO VARIADO NOS CANAIS 379 Pesquisando-se as condições de máximo e mínimo, constata-se que Q se anula sempre que h = Hc (e também se A fosse O). Derivando-se essa equação (6): dQ dh 2g(H,. - h)dA/ dh-Ag ~2g(H,, - = h) Como dA = Bdh(v.Fig 14.14) e considerando-se uma profundidade médiahm' h B m =A B obtém-se dQ gB[2(H,.-h)-hm] dh = ~2g(He -h) Esta derivada se anula para um certo valor de h que chamamos de profundidade crítica hc. Então: Figura 14.14 e 2(Hc - hc) = hmc equaçiio (7) Substituindo-se na expressão (6): equaçiio (8) 14.16.3 - Velocidade média crítica A velocidade média crítica passa a ser: :~1I~~~; e ainda: ou A B e como hmc =_e tem-se equação(9) A vazão máxima em uma seção é alcançada quando a velocidade da água igualar a velocidade crítica. A velocidade crítica é igual à velocidade de propagação de uma onda iI).finitamente pequena em um canal com profundidade média hmc· CONDUTOS LIVRES DU 380 CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME Nos canais de forma retangular as expressões se simplificam: hm =h e h,,,c=hc e A=Bh A equação (7) fica: 2Hc - 2h., = hmc l,~L~.=~%"f~_::.'. 2Hc = 3hc ·· A equação (9) aplicada à unidade de largura de canal (B = 1), com q=Q B fica sendo: -~•"''':: .... A-'"_,_,_·-~----'•••---· (onde q é a vazão máxima correspondente à profundidade crítica e relativa a 1 m de largura de canal). Conclui-se, portanto, que quando se tem uma vazão dada (Q ou q), a profundidade crítica hc é invariável. No caso de escoamento uniforme a profundidade que a água apresenta vai depender da declividade I. Tratando-se de condutos de seção circular funcionando parcialmente cheios, a profundidade crítica pode ser calculada pela fórmula: h, = 0,483 ( ~) 0,3< ~ Z/3 +0,083D que é válida para: <0,9 14.16.4 - Declividade crítica Partindo-se da equação de Chézy para as condições críticas, Q2 =A~C2RHlc E da equação (8): E como h me =A' B MOVIMENTO VARIADO 381 NOS CANAIS resulta, Q2 = gA! B Igualando-se as duas expressões que dão Q2: A 2C 2R I = e e como H e gA! B Ae h B= me ~i;.c::;:r~,_W&.tifü.']~.:~;: Sempre que a declividade de uma canal ultrapassar a declividade crítica (Ic), a profundidade nesse canal será inferior à profundidade crítica e o movimento da água será torrencial". 14.16.5 - Variação da vazão em função da profundidade (para Hc dada) A equação (6) Q =A~2g(He - h) sendo representada graficamente (valores de Q resultantes de valores admitidos para h) tem-se: Pode-se observar que o ponto h crítico divide a curYa em dois ramos. Para uma carga específica Para qualquer valor de Q, inferior ao r-~---~ constante que é dado pela altura crítica, existem h, 2 valores possíveis para a profundidade de água, ambos correspondendo à mesma carga H.,. Para a profundidade h 1, maior do que a profundidade crítica, a velocidade v 1 será menor que a velocidade crítica e menor que a velocidade das ondas infinitamente pequenas. Nesse caso as ondas infinitamente pequenas poderiam se propaFigura 14.15 gar tanto para montante, como para jusante e o regime se denomina fluvial (tranquilo). No outro caso a velocidade v 2 será mais elevada do que --./ghznc e as ondas infinitamente pequenas somente podem se propagar para jusante, dando iugar a • • N5.o se deve confundir o esco11mento torrencial com o movimento turbulento. Nos c:wais o .movimento é sempre turbulento, mesmo rio caso de regime fluvial. CONOUTOS 382 LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME um regime torrencial (ou supercrítico). As duas profundidades possíveis (na Fig. h 1 e h 2 ) são denominadas profundidades alternadas ou conjugadas. Resumindo: • Para valores fixos de H" eh há um único valor possível de Q. • Para valores fixos de Q eh há um único valor possível de H.,. • Para valores fixos de Q e Hc podem existir 2 valores possíveis de h (e excepcionalmente 1 ou nenhum valor). 14.16.6 - Como causar o regime supercrítico ? O escoamento tranqüilo ou fluvial pode se transformar em escoamento supercrítico ou torrencial, mudando-se a seção do canal ou aumentando-se consideravelmente a declividade (ver 14.16.4). Para que seja formado um ressalto hidráulico, é necessário que a velocidade de montante seja supercrítica. 14.16. 7 - Movimento retardado A existência de um obstáculo no canal (uma barragem, por exemplo) causa a elevação da profundidade, redução da velocidade e, conseqüentemente, o movimento variado retardado. Forma-se, dessa maneira, um remanso. A variação de profundidade no caso de um remanso sempre é muito gradual, abrangendo longo trecho do canal (distâncias grandes). 14.16.8 - Variação da carga específica (Hc) em função da profundidade h da água Partindo-se de uma certa vazão conhecida Q, pode-se traçar uma curva que mostra a variação de H., em função de h. Obtém-se, assim, um outro tipo de curva, para mostrar a ocorrência dos dois tipos de escoamento: A carga específica é: vz 2g H =h+c Vazão Q constante equação (10) H =h+_g:__ e 2 gA.z Calcula-se H,, e depois determina-se Ho1--~...;.._---=~~~ mín. 2 hmc =3Hc Determina-se então O.C =Ac~ghmc Mantendo-se o valor de ~ traçam-se os pontos correspondentes a vários valores arbitrados parah, obtendo-se os resultados para Hc segundo a equação (10). Figum.14.16 MOVIMENTO VARIADO NOS CANAIS 383 ··. Exemplo t4:t - Um canal de concreto mede 2 m de largura e foi.projetado , para funeionar· co:i:n uma profundidade útil de 1 m. A declividadé'é de 0,0005 Determinar a vazão e verificar as condições hidráulicas do escoamento .. .. A= 2 x l= 2 m 2 P=l.f.2+1=4m " ... m/m. :··: ~>--~~,.-----___,..,...~~!·.......... 1 2 ·. ..·· RH=-=0,5m 4 ' I = 0,0005 m/m ;;.· Utilizando-se a fórmula de Chézy com coeficiente de Manning n = 0,013, tem-se: 8=2,00 Rtt6 C=-"-=68,5 e n Q =,!_·A·R213.1112 =-1-·2(0 5)213(0 0005)112 . D H 0,013 , · ' .· .. Q 2,17 '1.,08'm:/s v=-=--= A . 2 ·· . . . .· .· ' ' ' . ·: . '·: ' -v2 . 1., 082 . ... Cárga específica: Hc =h+-=1+--=1.,060m . 2g 2g . Profundidade crítica:• hc = . . ·velocÍdadecrítica:: vc ' . . i Hc 2xl,060 =0,707m 3 .... =~ghmc =~gx0,107 =2.63m/s Declividade crítica: lc·= ~hmc - gx~· · ·· - Conclui~se · •. e ·RH 707 68. s x o. 5 =Ó,00294Ín/m:>0,0005m/m · que· o regime é fluvial (tranqüilo). Traç~do da curva para a Carga Específica constante: . Q=A~2g(Hc-h) Hc= 1,060 m. h H,,-h V=~2g(H.,-h) A Q 1,00 0,90 0,06 0,16 0,26 0,36 0,46 0,56 0,66 0,76 0,86 1,08 1,79 2,27 2,67 3,01 3,32 3,61 3,87 4,11 2,00 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 2,17 3,22 3,63 3,73* 3,61 3,32 2,89 2,32 1,64 o.ao .. 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 ···,:.:''·' CONDUTOS LIVRES OU CANAIS. 384 MOVIMENTO UNIFORME Traçado da curva para a v:az.ão máXima constànte · ·· ·- · ·. · ···· · · Q".'3,73Ín~/s. ' • ' ,,z ' ''' :H =·h·+- ·. e ·. 2g , h A v=Q 1,20 1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 2,40 2,00 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 1,60 1,86 2,07 2,32 2,66 3,10 3,72 4,65 6,20 v2 -2g Hc 0,13 0,18 0,22 0,27 0,36 0,49 0,70 1,10 1,96 1,33 1,18 1,12 1,07 1,06 .. 1,09 1,20 1,50 2,26 A .... ·. As duas C:urvàs estão ~pi:ese11t~das nas Fig:l4.1,7 ~· Fig.14.1a ·. · Admitind0-seago~à: q~~ d·c~â.Í, c~~ ames~aforma e dime~sões eSti-utu;ai~, fosse construído ·com ~ma decliVid~de ·:muito m~o'r __; '0,004: rn.im ~ como' ' ' ' ' ., ' resultarlam''as cônciiÇÕes de:éscoà:xhento ,? ., ' ' ' .··' ', ., .· '•,'' . · · : · · . . . · · · Tem~sé qu~ ~t=; 2,i7 mSjs ·ér = o;oó4 m/~; . . · Empr~g~cl<rse o Métod~ dQs.ParâineíJ:osÁd.imensioD:ais (rte?m 14.ÍS),te~-se:·· . ,_. ..· .· . . . . . .· . ·... ' •' '• •. Q·il ' . . 2,17·0,013 bª'.s ;1112 ., ... . (2)8/~. (0,004)11.~ ,, ' O, 07°,? ' :.·. Da tabela 14:1, tem~se, p~ra_m .,,;, O: . . . . . '"' • 1 ·•. ~·. 1 .· ,• 'y'. '' '•,', . • ·. ·: . ·.'. '··.· ' '' ':·:' ' ' ·b =0~24,·en~ãç,y= o,,24 :· 2·?º· '.".º·~ª.:m. Q :2,~; • · _ ·....· · · e v=-:c=---::::2,26m/s . A .2):<0,48 . ·: ·. ·. ·. ... 1 . ' • · · · __ 1: .. · ··x·o4sx2·-· · · 'R ·=.....,,;,;; ' · · -Ó 324 P H ••• · ·. · . 2 96 ·· : • · · • ' , ' • ·.. · ·... :· v 2 · . • ' .' . ', ' • ' • ' ',' . . '·.2· ' ' ' 2 '.··... • • '' '· 1• : ' ,'' .·:. Profundidade crítica: hc ::::: -H.; =-xo, 740 =0,494:ai . ' ·. ' ·.. ·., ,, ' ·. ·, ':3 .· .... 3 ·. .- ;· ' '"·.:. '-_·' Vel~~idad~ crltic~: ~c=~gh1n~ -~~ixo;494 ~z~-ODl/~. . ,.·. - '• •,,' :. . : ·2 :foi · ·.·· · .·.• Cargaespecífica:.He·=.h+-..:::::0,48+-'-.-.·.=.0;740m ·· · ' .' ' '' 2g ' ' ' ?g_, ' ' ' .· . ;· .. ' - . - !·- ... ··. -.· ·. ·- . ·' . ·, __ MOVIMENTO VARIADO 385 NOS CANAIS Figura 14.18 Figura 14.17 Ho 1,60 1,40 1,20 ------------Ho mln. 1------~..-- 0,80 0.60 ',:j :':. o 4,00 .C..-.--.-----,f--hr----o 1,00 2.00 o, º· '------------... =o, 0,40 0,20 .. 0.20 0,40 h, h. 80 i)'~clivict~~e ~rí~c~:. lc =C~~iH , ~:;~~,~~4 ='o',00~2~/m ~ 1,20 h 0,004 . . · .· êo~cl~i~~~ que' ó. regime tomou-se supercrit::iéo (torrei:l:ciál). · . '' ·. • _ .. ,1 14.16.9 - Regimes recíprocos de escoamento Examinado-se a Fig. 14.13, verifica-se que, para a mesma carga específica, podem existir duas profundidades de escoam.ento. Assim é que, para o exemplo que originou o gráfico (Sec. 14.16.1), têm-se, para a profundidade de escoamento de 0,30 m, Hc = 1,57 me, para a profundidade de escoamento de 1,52 m, Hc = 1,57 m. Essas duas profundidades, representadas no diagrama da Fig. 14.13 pelos segmentos DB e DA, correspondem a dois regimes recíprocos de escoamento, denominados inferior e superior. O regime superior (y acima da profundidade crítica) é tranqúilo ou fluvial, designando-se por rápido ou torrencial o escoamento em regi.me inferior. Na Sec. 14.16.2 encontrou-se o valor 2 Yc =SHc Portanto, a carga de velocidade deverá igualar-se a 1/3 He, ou seja, a metade da profundidade. Essas relações constituem um critério simples para se julgar sobre o regime de uma determinada corrente. Se a carga de velocidade for menor que a metade da . profundidade, o regi.me será superior. Caso contrário o regi.me será inferior. Sempre que a energia de velocidade iguala-se à metade da profundidade, conclui-se que essa profundidade é a crítica (para canais regulares). CONOUTOS 386 LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME 14.16.10 - Ressalto hidráulico O salto ou ressalto hidráulico é uma sobreelevação brusca da superfície líquida. Corresponde à mudança de regime de uma profundidade menor que a crítica para outra maior que esta, em consequência do retardamento do escoamento em regime inferior (rápido)( Fig. 14.19). É um interessante fenômeno, o que, frequentemente, se observa no sopé das barragens (Fig. 14.20), a jusante de comportas e nas vizinhanças de obstáculos submersos. i------1 Figwa14.20 Figura 14.19 Considerando-se, por exemplo, as condições indicadas na Fig. 14.13, (linhaDBA), se as condições forem favoráveis para provocar o ressalto hidráulico, a montante o escoamento será rápido e torrentoso com uma profundidade DB; com o ressalto, o escoamento passará a ser tranquilo e a profundidade pouco inferior a DA. Portanto a profundidade passará de DB para DA, embora a carga total seja a mesma nas duas seções (praticamente há uma diferença, devida às perdas de carga provocadas pela turbulência). Para ocorrer o ressalto hidráulico, é necessário que a profundidade seja inferior à crítica (zona das profundidades conjugadas). 1 - Tipos de ressalto hidráulico O ressalto hidráulico pode apresentar-se com duas formas, dadas a seguir. a) O salto elevado, com um grande turbilhonamento, que faz certa porção do líquido rolar contra a corrente (Fig. 14.21a). Neste caso, o ar entranhado permite uma certa aeração do líquido. b) Superfície agitada, porém sem remoinho e sem retorno do líquido. Essa segunda forma ocorre quando a profundidade inicial não se encontra muito abaixo do valor crítico (Fig. 14.21b). Figwa14.21 MOVIMENTO VARIADO NOS CANAIS 387 2 - Número de Froude Substituindo-se, na expressão da carga crítica, o valor já visto 3 He=-y 2 e (Sec. 14.16.2), obtém-se: V ~gye equa.ç'iio (11) =1 A expressão v/~gyc é denominada número de Froude. Conclui-se que a carga específica mínima ocorre quando o número de Fraude iguala-se à unidade. A experiência tem mostrado que o valor de v, dado pela Eq. 11, é idêntico à velocidade das ondas superficiais nas águas rasas. 3-Altura do salto hidráulico Considerando-se em uma canal retangular de largura unitária, as duas seções indicadas na Fig. 14.22, o empuxo que atua em (2) será P h _ rhzh2 _ rhi 2 22 - 2, e na seção (1), P1h1 2 =--t-· rh O impulso das forças deve igualar-se à variação da quantidade de movimento, yh~ 2 Como v = ~, rhJ = qr (v g 2 -v2) l sendo q a vazão por metro de largura do canal, 2 -i- h1 ! ~ ·.:;.:;.:.Jt1.:..:;.+. · : : •• : : Pi-+ --========~ - - ... .=,;:,;;:.:.::- ~ ~ ................................................... Figurtl.14.22 CONDUTOS 388 LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME 2q2 h2+h1=--, gh1h2 2q2 h~ +h1h2---=0 - gh,. ''. " ..· ... :h·:.· .. 2,;,::h· .. h' 2 ' .,· ·. b. '• ' . 1 . ..···,2==.:-~+ 1 1 ' 1 ~+.4. ,· ' A perda de carga entre as duas seções será MI= ( ; ; + h 1 ) - ( ; ; + ~) Exercício 14.6 - Em um canal de seção retangular, com 2,5 m de largura e com 9,25 m 3 /s de vazão, forma-se um ressalto hidráulico. Conhecendo-se a profundidade de montante (0,9 m), determinar a altura do ressalto. 9,25 2,5 3 q=--=3,7m /s·m 2 hz=-º'9+ 2x3,7 +0,9 2 9,8x0,9 4 h2 2 = - 0,45 + 1,82 = 1,37 m A altura do ressalto é h 2 -h 1 =1,37- 0,9 = 0,47 m 14.16.11- Remanso O movimento uniforme em um curso de água caracteriza-se por uma seção de escoamento e declividade constantes. Tais condições deixam de ser satisfeitas, por exemplo, quando se executa uma barragem em um rio. A barragem causa a sobreelevação das águas, influenciando o nível da água a uma grande distância a montante. É isso que se denomina remanso, remonte ou remous (em inglês: hardwater). MOVIMENTO VARIADO NOS CANAIS 389 A determinação dessa influência das barragens, ou melhor, o traçado da curva de remanso, constitui importante problema de engenharia, intimamente relacionado a questões tais como delimitação das áreas inundadas, volumes de água acumulados, variação das profundidades, etc. Na prática, o traçado aproximado da curva de remanso pode ser obtido por processo prático bastante simples. É o processo empírico conhecido como o "método dos engenheiros do Sena". Seja TB uma barragem acima da qual as águas se sobreelevam até N, vertendo para jusante. Conhecendo-se a vazão das águas e aplicando-se a fórmuia dos vertedores, pode-se determinar a altura BN, isto é a posição de N (Fig. 14.23 ). A experiência tem mostrado que, para os cursos de água de pequena declividade, a sobrelevação das águas a montante (remous) deixa de ser apreciável acima de um ponto F, situado na mesma horizontal que passa pelo ponto E. EN=NG A aproximação consiste na substituição da curva real de remanso por uma parábola do segundo grau, passando pelo pontos F e N e tangente à horizontal que passa por N e à reta FG. Sendo z 0 a sobreelevação NG do ponto N (com relação à linha primitiva do regime uniforme) e z a sobreelevação de um ponto Z qualquer situado a uma distância L da barragem, a equação desta parábola será 2 z (2z 0 -IL) = -'--"---'-4zo Então a solução prática é obtida dando-se a L uma série de valores equidistantes de 100 m, por exemplo, e determinando-se os valores correspondentes dez que permitem traçar a curva; ainda, dando-se valores a z variando de 10 em 10 cm e calc:Ulando-se as distâncias L correspondentes. 1 -Amplitude do remonte As declividades sendo pequenas, pode-se tomar EF por GF. Para o triângulo GE GE GE GEF tem-se GF = EF , sendo GE = 2 · NG = 2z 0 e GF = I, resulta GE =2zo =I .. EF= 2zo I EF EF CONOUTOS 390 LIVRES OU CANAIS. MOVIMENTO UNIFORME O processo considerado é aproximado, havendo métodos de maior rigor. Entretanto, sempre que a declividade for pequena (caso mais comum), a aproximação obtida será satisfatória sob o ponto de vista prático. Aliás, nenhuma fórmula dá uma segurança completa quando se leva em conta os efeitos do remanso em casos excepcionais. Por um outro lado, nos projetos de grande importância. a melhor solução é a que se obtém com o estudo de modelos reduzidos, ou então verificando-se os efeitos produzidos com a construção da barragem por etapas progressivas. Exercício 14. 7 - Em um canal retangular com 2,4 m de largura e 0,001 m/m de declividade, o escoamento normal ocorre com uma profundidade de 0,65 com 1,04 m 3 /s. Nesse mesmo canal, construiu-se uma pequena barragem de O, 75 m de altura. Determinar o remanso causado. As águas vertem sobre a barragem, o que dá um vertedor de 2,4 m de soleira; a altura da lâmina de água, neste vertedor, é de 0,4 m para a vazão de 1,04 m3/s (Cap. 6 - seção 6.13). Portanto NB = 0,4 m. (Fig. 14.24). 1· 2,40 ·I "1-·1;;~j o Figunl 14.24 A sobrelevação no ponto B é z 0 = TB +NB-h = 0,75 + 0,4 - 0,65 = 0,5 m Os efeitos de remous serão sensíveis até uma distância EF = 2zo = 2x0,5 =1 OOOm I 0,001 A sobrelevação de um ponto qualquer será (2z 0 -IL) 2 z=~~-- 4za (2·0,5-0,001·L)2 4·0,5 (1-0,001L)2 2 z = -'------'2z = (1 - 0,001 L) 2 :.L=l 000(1-Fz) Dando valores sucessivos a z, resulta a seguinte tabela: .ri.. 391 z,m 0,40 0,30 0,20 0,10 o.os 0,00 & 0,893 0,776 0,632 0,447 0,316 0,000 1-Fz L,m 0,107 0,224 0,368 0,553 0,684 1,000 107 224 368 553 683 1000 Figura 14.21-Ressalto hidráulico em laboratório (CI'H/SP) CONDUTOS LIVRES OU 392 CANAIS - MOVIMENTO UNIFORME Tabela 14.1- Escoamento em regi.me permanente unüorme Canais retangulares e trapezoidais - Valores do adimensional (Q · nfbB/3 • J112) VALORES DE "m" (indicador horizontal de talude para vertical= 1) y/b 0,01 0,02 0,03 0,04 o 0,0005 0,0014 0,0028 0,0044 o.os 0,0064 0,06 0.0085 0,07 0,0109 0,08 0,0135 0,09 0,0162 0,0191 0,10 0,0221 0,11 0,12 . 0,0253 0,13 0,0286 0,14 0,0320 0,15 0,0356 0,16. 0,0392 0,17 0,0429 0,18 0,0467 0,19 0,0507 0,20 . 0,0547 0,21 0,0587 0,22 0,0629 0,23 0,0671 0,24 0,0714 0,25 0,0757 0,26 0,0801 0,27 0,0846 0,28 0,0891 0,29 0,0937 0,30 0,0983 0,1029 0,31 0,32 0,1077 0,33 0,1124 0,34 0,1172 0,35 0,1220 0.36 0,1269 0,37 0,1318 0,38 0,1368 0,39 0,1417 0,40 0,1468 0,41 0,1518 0,42 0,1569 0,43 0,1620 0,44 0,1671 0,45 0,1723 0,46 0,1774 0,47 0,1827 0,48 0,1879 0,25 0,50 0,75 1,00 1,50 2,00 0,0005 0,0014 0,0028 0,0045 0,0065 0,0087 0,0112 0,0139 0,0167 0,0198 0,0230 0,0264 0,0300 0,0337 0,0376 0,0416 0,0457 0,0500 0,0544 0,0589 0,0635 0,0683 0,0731 0,0781 0,0831 0,0883 0,0936 0,0989 0,1044 0,1100 0,1156 0,1214 0,1272 0,1331 0,1391 0,1452 0,1514 0,1576 0,1640 0,1704 0,1769 0,1835 0.1901 0,1969 0,2037 0,210,6 0,2176 0,2246 0,0005 0,0015 0,0028 0,0046 0,0066 0,0089 0,0114 0,0142 0,0172 0,0204 0,0238 0,0274 0,0312 0,0352 0,0394 0,0437 0,0482 0,0528 0,0577 0,0626 0,0677 0,0730 0,0785 0,0840 0,0897 0,0956 0,1016 0,1078 0,1140 0,1205 0,1270 0,1337 0,1406 0,1475 0,1546 0,1619 0,1692 0,1767 0,1843 0,1921 0,2000 0,2080 0,2162 0,2245 0,2329 0,2414 0,2501 0,2589 0,0005 0,0015 0,0029 0,0046 0,0067 0,0090 0,0116 0,0145 0,0176 0,0209 0,0245 0,0283 0,0323 0,0365 0,0409 0,0455 0,0503 0,0553 0,0605 0,058 . 0,0714 0,0772 0,0831 0,0892 0,0955 0,1020 0,1087 0,1155 0,1226 0,1298 0,1372 0,1447 0,1525 0,1604 0,1685 0,1768 0,1853 0,1939 0,2027 0,2117 0,2209 0,2303 0,2398 0,2496 0,2595 0,2696 0,2798 0,2903 0,0005 0,0015 0,0029 0,0046 0,0067 0,0091 O,OllB 0,0147 0,0179 0,0214 0,0251 0,0290 0,0332 0,0376 0,0422 0,0471 0,0521 0,0574 0,0630 0,0687 0,0747 0,0808 0,0872 0,0939 0,1007 0,1077 0,1150 0,1225 0,1302 0,1381 0,1463 0,1547 0,1632 0,1721 0,1811 0,1903 0,1998 0,2095 0,2195 0,2296 0,2400 0,2506 0,2615 0,2725 9,2838 0,2954 0,3072 0,3192 0,0005 0,0015 0,0029 0,0047 0,0068 0,0093 0,0121 0,0151 0,0185 0,0221 0,0260 0,0302 0,0347 0,0395 0,0445 0,0498 0,0553 0,0612 0,0673 0,0737 0,0804 0,0873 0,0945 0,1021 0,1098 0,1179 0,1263 0,1349 0,1439 0,1531 0,1626 0,1725 0,1826 o,1ggo 0,2037 0,2147 0,2261 0,2377 0,2497 0,2620 0,2746 0,2875 0,3007 0,3143 0,3281 0,3423 0.3569 0,3718 0,0005 0,0015 0,0029 0,0048 0,0069 0,0095 0,0123 0,0155 0,0190 0,0228 0,0269 0,0314 0,0361 0,0412 0,0465 0,0522 0,0582 0,0646 0,0712 0,0782 0,0855 0,0932 0,1012 0,1095 0,1182 0,1272 0,1366 0,1463 0,1563 0,1668 0,1776 0,1888 0,2003 0,2122 0,2245 0,2372 0,2502 0,2637 0,2775 0,2918 0,3064 0,3215 0,3369 0,3528 0,3691 0,3858 0,4029 0,4205 2,50 3,00 0,0005 0,0005 0,0015 0,0015 0,0030 0,0030 0,0048 0,0049 0,0070 0,0071 0,0096 0,0098 0,0128 0,0126 0,0158 0,0162. 0,0195 0,0199 0.0234 0,0240 0,0277 0,0285 0,0324 0,0334 0,0374 0,0387 0,0428 0,0443 0,0485 0,0504 0,0546 . 0,0568 0,0610 0,0637 0,0678 0,0710 0,0750 0,0786 0,0825 0,0867 0,0905 0,0953 0.0988 0,1043 0,1075 0,1137 0,1166 0,1236 0,1261 0,1339 0,1360 0,1447 0,1464 0,1560 0,1571 0,1677 0,1683 0,1800 . 0,1799 0,1927 0,1919 0,2059 0,2044 0,2197 0,2173 0,2339 0,2306 0,2487 0,2444 0,2639 0,2587 0,2797 0,2734 0,2961 0,2886 9,3130 0,3043 0,3304 0,3204 0,3484 0,3370 0,3670 0,3541 0,3861 0,3717 0,4058 0,3898 0,4261 0,4084 0,4470 0,4276 0,4684 0,4472 0,4905 0,4673 0,5132 4,00 0,0005 0,0015 0,0030 0,0049 0,0073 0,0101 0,0132 0,0168 0,0208 0,0253 0,0301 0,0354 0,0412 0,0474 0,0541 0,0613 0,0690 0,0772 0,0859 0,0951 0,1048 0,1151 0,1259 0,1373 0,1493 ,0,1618 0,1750 0,1887 0,2030 0,2180 0,2336 0,2498 0,2667 0,2842 0,3024 0,3212 0,3408 0,3610 0,3820 0,4036 0,4260 0,4491 0,4729 0,4975 0,5228 0,5489 0,5758 0,6035 ESCOAMENTO EM REGIME VALORES DE y/b 0,49 0,50 0,51 0,52 . 0,53 0,54 0,55 0,56 .0,57 0,58 0,59 0,60 0,61 0,62 0,63 0,64 0,65 0,66 0,67 0,68 0,69 0,70 . 0,71 0,72 0,73 0,74 0,75 0,76 0,77 0,78 0,79 0,80 0,81 0,82 0,83 0,84 0,85 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 ·o,91 0,98 0,99 l,00 o 0,25 PERMANENTE UNIFORME "m~ 393 (indicador horizontal de talude para vertical-1) 0,50 0,75 9,2317 0,2678 o,.3009 0,1931 0,1984 0,2389 0,2769 0,3118 0,2037 0,2462 0,2861 0,3228 0,2090 0,2535 0,2954 0,3340 0,2144 0,2609 0,3049 0,3454 0,2198 0,2684 0,3145 0,3569 0,2251 . 0,2760 0,3242 0,3687 0,2305 0,2836 0,3340 0,3806 0,2360 0,2913 0,3440 0,3928 0,2414 0,2991 0,0,3541 0,4051 0,2469 0,3070 0,3643 0,4176 0,2523 0,3149 0,3747 0,4303 0,2578 0,3229 0,3852 0,4432 0,2633 0,3309 0,3958 0,4563 0,2688 0,3391 0,4065 0,4695 0,2744 0,3473 0,4174 0,4830 0,2799 0,3555 0,4284 0,4967 0,2855 0,3639 0,4396 0,5105 0,2911 0,3723 0,4508 0,5246 0,2966 0,3807 0,4623 0,5388 0,3022 0,3893 0,4738 0,5532 0,3079 0,3979 0,4855 0,5679 0,3135 0,4066 0,4973 0,5827 0,4153 0,5092 0,5977 0,3191 0,3248 0,4242 0,5213 0,6130 0,3304 0,4330 0,5335 0,6284 0.3361 0,4420 0,5458 0,6440 0,3418 0,4510 0,5583 0,6599 0,3475 0,4601 0,5709 0,6759 0,3532 0,4693 0,5836 0,6921 03589 0,4785 0,5965 0,7086 0,3646 0,4878 0,6095 0,7252 0,4971 0,6226 0,7421 0,3703 0,3703 0,4971 0,6226 0,7421 0,3818 0,5161 0,6493 0,7764 0,3876 0,5256 0,6628 0,7939 0,3934 0,5353 0,6765 0,8116 0,3991 0,5450 0,6903 0,8294 0,4049 0,5547 0,7043 0,8475 0,4107 0,5645 0,7183 0,8658 0,5744 0,7326 0,8844 0,4165 0,4223 0,5844 0,7469 0,9031 0,4281 0,5944 0,7614 0,9220 0,4339 0,6045 0,7761 0,9412 0,4398 0,6147 0,7908 0,9605 0,4456 0,6249 0,8058 0,9801 0,4514 0,6352 0,8208 0,9999 0,4573 0,6456 0,8360 1,0199 0,4631 0,6560 0,8513 1,0402 0,4690 0,6665 0,8668 1,0606 0,4690 0,6665 0,8668 1,0606 0,4807 0,6877 0,8982 1,1022 1,00 1,50 2,00 0,3314 0,3870 0,4385 0,3439 0,4025 0,4569 0,3566 0,4184 0,4758 0,3696 0,4346 0,4951 0,3828 0,4512 0,5148 0,3962 0,4681 0,5350 0,4099 0,4854 0,5556 0,4238 0,5030 0,5767 0,4380 0,5210 0,5983 0,4524 0,5394 0,6203 0,4671 0,5581 0,6428 0,4820 0,5771 0,6658 0,4972 0,5965 0,6892 0,5126 0,6163 0,7131 0,5283 0,6365 0,7375 0,5442 0,6570 0,7624 0,5604 0,6779 0,7877 0,5768 0,6992 0,8136 0,5935 0,0,7209 0,8399 0,6104 0,7429 0,8668 0,6277 0,7653 0,8941 0,6451 0,7881 0,9220 0,6629 0,8113 0,9503 0,6829 0,8349 0,9792 0,6991 0,8589 1,0086 0,7177 0,8833 1,0385 0,7365 0,9081 1,0689 0,7555 0,9332 1,0999 0,7749 0,9588 1,1314 0,7945 0,9848 1,1634 0,8144 1,0112 1,1959 0,8345 1,0380 1,2290 0,8549 1,0652 1,2627 0,8549 1,0652 1,2627 0,8966 1,1208 1,3316 0,9179 1,1493 1,3668 0,9394 1,1782 1,4027 0,9613 1,2075 1,4391 0,9834 1,2372 1,4760 1,0058 1,2673 1,5136 1,0284 1,2979 1,5516 1,0514 1,3289 1,5903 1,0746 1,3604 1,6295 1,0982 1,3922 1,6694 1,1220 1,4246 1,7098 1,1461 1,4573 1,7508 1,4905 1,1705 1,7923 1,1952 1,5242 1,8345 1,2202 1,5583 1,8773 1,2455 1,5928 1,9206 1,2455 1,5928 1,9206 1,2970 1,6632 2,0091 2,50 0,4880 0,5092 0,5309 0,5531 0,5759 0,5993 0,6232 0,6476 0,6727 0,6982 0,7244 0,7511 3,00 0,5364 0,5603 0,5849 0,6100 0,6358 0,6623 0,6893 0,7171 0,7455 0,7745 0,80430 0,8347 0,8658 0;778~ 0,8063 0,8976 0,8348 0,9300 0,8638 0,9632 0,8935 0,9971 0,9238 1,0317 0,9547 0,1.0670 0,9862 1,1031 1,0183 1,1399 1,1774 1,0510 1,0843 1,2156 l,1183 1,2546 1,1529 1,2944 1,1882 1,3349 1,2241 . 1,3762 1,2607 1,4182 1,2979 1,4610 1,3357 1,5046 1,3742 1,5490 1,4134 1,5942 1,4533 1,6401 1,4533 1,6401 1,5350 1,7345 1,5769 1,7829 1,6195 1,8321 1,6628 1,8821 1,7068 1,9330 1,7514 1,9847 1,7968 2,0372 1,8429 2,0906 1,8897 2,1448 1,9372 2,1999 1,9855 2,2558 2,0344 2,3126 2,0841 2,3703 2,1346 2,4289 2,1858 2,4883 2,2377 2,5486 2,2377 2,5486 2,6719 2,3438 4,00 0,6319 0,6611 0,6912 0,7220 0,7537 0,7862 0,8196 0,8538 0,8888 0,9248 0,9615 0,9992 1,0378 1,0772 1,1176 1,1589 1,2011 1,2442 1,2883 1,3333 1,3793 1,4262 1,4741 1,5229 1,5728 1,6236 1,6755 1,7283 1,7822 1,8371 1,8930 1,9499 2,0079 2,0079 2,1271 2,1883 2,2505 2,3138 2,3783 2,4438 2,5104 2,5781 2,6470 2,7169 2,7880. 2,2603 2,9337 3,0082 3,0839 3,1608 3,1608 3,3181 CONOUTOS 394 LIVRES OU CANAIS - MOVIMENTO UNIFORME Tabela 14.2 - Escoamento em regime permanente uniforme Canais retangulares e trapezoidais - Valores do adimensional (Q. · n/y8/3 • Ilf:?) VALORES DE "mM (indicador horizontal de talude para vertical= 1) y/b 0,01 . 0,02 . 0,03 0,04 0,05 0,06· 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22 0,23 0,24 0,25 0,26 0,27 '0,28 0,29 0,30 0,31 0,32 0,33 0,34 0,35 0,36 0,37 .0,38 0,39 0;40 0,41 0,42 0,43 0,44 0,45 0,46 0,47 0,48 . o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,50 2,00 98,6885 99.0602 99,3590 99,6000 99,7991 100,120 100,384 48,7096 49,0774 49,3748 49,6159 49,6163 50,1424 50,4146 32,0633 32,4274 32,7233 32,9644 33,1660 33,4967 33,7757 23,7497 24,1102 24,4045 24,6456 24,8483 25,1831 25,4682 18,7687 19,1257 19,4186 19,6596 19,8631 20,2017 20,4923 15,4538 15,8074 16,0988 16,3397 16,5440 16,8859 17,1814 13,0908 13,4410 13,7309 13,9716 14,1766 14,5215 14,8214 11,3224 11,6693 11,9578 12,1983 12,4039 12,7515 13,0554 9,9503 10,2940 10,5611 10,8213 11,0274 11,3776 11,6850 8,8555 9,1961 9,4817 9,7217 9,9282 10,2806 10,5912 7,9622 8,2998 8,5840 8,8236 9,0306 9,3850 0,6986 7,2200 7,5546 7,8374 8,0767 8,2840 8,6402 8,9565 7,6535 8,0114 8,3301 6,5939 6,9256 7,2071 7,4459 7,1142 7,4736 7,7945 6,0590 6,3879 6,6679 6,9064 5,5959 5,9230 6,2017 6,4398 6,6478 7,0086 7,3315 5,1939 5,5174 5,7948 6,0324 6,2405 6,6026 6,9274 4,8357 5,1605 5,4365 5,6737 5,8820 6,2452 6,5716 4,5259 4,8441 5,1188 5,3556 5,5639 5,9282 6,2562 5,2800 5,6451 5,9746 4,2461 4,5618 4,8353 5,0716 3,9953 4,3086 4,5807 4,8166 5,0250 5,39010 5,7218 3,7692 4,0801 4,3510 4,5864 4,7948 5,1616 5,4936 3,5645 3,8730 4,1427 4,3776 4,5860 4,9534 5,2865 3,3783 4,3957 4,7638 5,0980 3,6845 3,9530 4.1874 3,2083 3,5122 3,7795 4,0134 4,2217 4,5904 4,9255 3,0526 3,3542 3,6203 3,8537 4,0620 4,4312 4,7671 2,9094 3,2088 3,4738 3,7067 3,9148 4,2845 4,6213 2,7773 3,0746 3,3384 3,5708 3,7789 4,1490 4.4865 2,6552 2,9504 3,2131 3,4450 3,6529 4,0234 4,3616 2,8351 3,0966 3,3281 3,3259 3,9067 4,2455 2.5419 3,4269 3,7980 4,1374 2.4367 2,7279 2,9883 3.2192 3,3251 3,6965 4,0365 2.:l368 3,6278 2,8872 3,1176 2.2471 2,5344 2,7926 3,0225 3,2299 3,6015 3,9421 3,1407 3,5125 3,8535 2.1651 2,4468 2,7040 2,9334 2.0812 2,3647 2,6209 2,8498 3,0569 3,4288 3,7703 2,9780 3,3501 3,6920 2.0059 2,2875 2,5427 2,7711 1.9350 2,2149 2,4690 2,6969 2,9037 3,2759 3,6182 1,8682 2,1464 2,3995 2,6269 2,8335 3,2058 3,5484 1,8053 2,0817 2,3338 2,5607 2,7671 3,1396 3,4825 1,7458 2,0205 2,2716 2,4981 2,7043 3,0768 3,4200 1,6895 1,9625 2,2127 2,4387 2,6447 3,0173 3,3608 1,6362 1,9076 2,1568 2,3823 2,5882 2,9608 3,3045 1,5856 1,8554 2,1037 2,3288 2,5344 2,9070 3,2510 1,5376 1,8058 2,0532 2,2778 2,4832 2,8559 3,2001 .1.4920 1,7586 2,0051 2,2292 2,4345 2,8071 3,1516 l,4486 1,7137 1,9593 2,1829 2,3880 2,7606 3,1052 1,4073 1,6708 1,9155 2,1387 2,3436 2,7162. 3,0610 1,3678 1,6299 1,8737 2,0965 2,3011 2,6737 3,0187 1,3302 1,5908 1,8338 2,0561 2,2605 2,6331 . 2,9782 2,50 3,00 4,00 100,621 100,842 101,262 50,6605 50,8934 51,3426 34,0303 34,2733 34,7463 25,7304 25,9820 26,4749 20,7611 21,0203 21,5300 17,4561 17,7219 18,2460 15,1014 15,3729 15,9094 13,3400 13,6166 14,1638 11,9738 12,2549 12.8114 10,8838 11,1689 11,7336 9,9945 10,2832 10,8550 9,2555 9,5473 10,1256 8,6319 8,9266 9,5105 8,0988 8,3961 8,9850 7,6381 7,9377 8,5311 7,5377 8,1352 7,2360 6,8821 7,1858 7,7870 6,5684 6,8738 7,4783 6,2884 6,5955 7,2029 6,0371 6,3455 6,9557 5,8102 6,1200 6,7327 5,6044 5,9155 6,5304 5,4170 5,7291 6,3462 5,2455 5,5588 6,1777 5,0882 5,4023 6,0230 4,9432 5,2583 5,8806 4,8093 5,1252 5,7490 5,0018. 5,6270 4,6851 4,5698 4,8872 5,5136 4,4624 4,70804 5,4081 4,3621 4,6807 5,3095 4,2682 4,5874 5,2172 4,1802 4,4992 5,1307 4,0975 4,4177 5,0493. 4,0197 4.3404 4,9728 3,9463 4,2674 4;9006 3,8770 4,1985 4,8325 3,8114. ·4,1334. 4,7680 3,7493 4,0716 4,7069 3,6904 4,0131 4,6489. 3,6345 3,9574 4,5938 3,5813 3,9045 4,5415 3,5306 3,8542 4,4916 3,4823 3,8061 4,4440 3,4363 3,7603 4,3987 3,3922 3,7165 4.,3553 3,3502 3,6747 4,3138 3,3099 3,6346 4,2741 ESCOAMENTO EM REGIME VALORES DE y/b '0,49 0,50 : ;0,51 0,52 <0,53 0,54 ,:<0,55 0,56 . ·,·: 0,57. 0,58 . ,; 0,59 0,60 0,61 0,62 .' 0,63 0,64 •. 0,65 0,66 0,67 0,68 0,69 0,70 0,71 0,72 0,73 0,74 0,75 0,76 0,77 0,78 0,79 0,80 0,81 0,82 0,83 0,84 0,85 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00 PERMANENTE UNIFORME "m~ 395 (indicador horizontal de talude para vertical- 1) o 0,25 0,50 1,2943 1,2599 1,2270 1,1956 1,1654 1,1365 1,1087 1,0821 10,0564 1,0318 1,0081 0,0953 0,9633 0,9421 0,9217 0,9020 0,8829 0,8646 0,8468 0,8296 0,8130 0,7969 0,7814 0,7663 0,7517 0,7376 0,7238 0,7105 0,6976 0,6851 0,6729 0,6611 0,6496 0,6384 0,6276 0,6170 0,6067 0,5967 0,5870 0,5775 0,5683 0,5593 0,5505 0,5420 0,5337 0,5255 0,5176 0,5099 0,5023 0,4950 0,4878 0,4807 1,5534 1,5177 1,4834 1,4505 1,4190 'l,3888 1,3597 1,3318 1,3049 1,2790 1,2540 1,2300 1,2068 11,845 1,1629 1,1420 1,1218 1,1023 1.0835 1,0652 1,0475 1,0304 1,0138" 0,9977 0,9821 0,9669 0,9522 0,9379 0,9241 0,9106 0,8975 0.8847 0,8723 0,8602 0,8485 0,8370 0,8259 0,8150 0,8044 0,7941 0,7841 0.7742 0,7647 0,7553 0,7462 0,7373 0,7286 0,7201 0,7118 0,7036 0,6957 0,6879 1,7956 1,7590 1,7239 1,6902 1,6579 '1,6269 1,5970 1,5683 1,5406 1,5140 1,4883 1,4635 1,4396 1,4166 1,3943 1,3727 1,3518 1,3317 1,3121 1,2932 1,2749 1,2571 1,2399 1,2231 1,2069 1,1911 1,1758 1,1609 1,1465 1,1324 1,1187 · 1,1054 1,0924 1,0798 1,0675. 1,0555 1,0438 1,0324 1,0213 l,0104 0,9998 0,9895 0,9794 0,9696 0,9600 0,9506 0,9414 0,9324 0,9236 0,9150 0,9066 0,8984 0,75 1,00 2,0174 2,2216 1,9804 2,1844 1,9448 2,1487 1,9107 2,1144 1,8780 2,0814 1,8465 2,0497 1,8162 2,0193 1,7871 1,9899 1,7590 1,9616 1,7320 1,9344 1,9081 1,7059 1,8827 1,6807 1,6564 1,8582 1,8345 1,6330 1,8117 1,6103 1,7895 1,5883 1,7681 1,5671 1,5465 1,7473 1,5266 1,7272 1,7077 1,5073 1,4886 1,6888 1,6705 1,4705 1,6527 1,4529 1,4358 1,6354 1,6187 1,4192 1,6024 1,4031 1,3874 1,5865 1,3722 1,5711 1,3574 '1,5561 1,5415 1,3430 1,5273 1,3290 1,5135 1,3153 1,3020 1,500 1,4869 1,2891 1,4741 1,2764 1,4616 1,2641 1,4494 1,2521 1,4375 1,2404 1,4259 1,2249 1,4146 1,2179 1,2070 1,4036 1,1944 1,3928 1,3823 1,1860 1,3720 1,1758 1,3619 1,1659 1,1562 1,3520 1,3424 1,1468 1,3330 1,1375 1,3238 1,1285 1,3148 1,1196 1,1109 . 1,3059 1,2973 1,1024 1,50 2,5941 2,5568 2,5219 2,4867 2,4536 2,4219 2,3913 2,3619 2,3335 2,3061 2,2798 2,2543 2,2297 2,2059 2,1829 2,1606 2,1390 2,1182 2,0979 2,0783 2,0593 2,0408 2,0229 2,0055 1,9886 1,9722 1,9562 1,9406 1,9255 1,9108 1,8964 1,8825 1,8689 1,8556 1,8427 1,8300 1,8177 1,8057 1,7940 1,7825 1,7714 1,7604 1.7498 1,7393 1,7291 1,7191 1,7094 1,6998 1,6905 1,6813 1,6724 1,6636 2,00 2,9394 2,9022 2,8666 2,8323 2,7994 2,7677 2,7372 2,7079 2,6796 2,6523 2,6260 2,6005 2,5760 2,5522 2,5292 2,5070 2,4855 2,4646 2,4444 2,4248 2,4058 2,3874 2,3694 2,3520 2,3351 2,3187 2,3027 2,2872 2,2720 2,2573 2,2429 2,2289 2,2153 2,2020 2,1891 2,1764 2,1641 2,1521 2,1403 . 2,1289 2,1176 2,1067 2,0960 2,0855 2,0753 2,0653 2,0555 2,0459 2,0365 . 2,0273 2,0183 2,0095 2,50 3,00 4,00 3,2713 3,2343 3,19088 3,1647 3,1319 3,1004 3,0700 3,0408 3,0126 2,9855 2,9592 2,9339 2,9094 2,8858 2,8639 2,8470 2,8193 2,7985 2.7783 2,7588 2,7398 2,7214 2,7036 2,6862 2,6694 2,6530 2,6370 2,6115 2,6064 2,5917 2,5774 2,5634 2,5498 2,5365 2,5236 2,5110 2,4987 2,4867 2,4749 2,4635 2,4523 2,4413 2,4306 2,4202 2,4099 2,3999 2,3901 2,3806 2,3712 2,3620 2,3530 2,3442 2,5962 3,5594 3,5241 3,4901 3,4575 3,4261 3,3959 3,3668 3,3388 3,3117 3,2856 3,2604 3,2360 3,2124 3,1896 3,1676 3,1462 3,1255 3,1054 3,0860 3,0671 3,0487 3,0309 3,0136 2,9968 2,9805 2,9646 2,9491 2,9341 2,9194 2,9051 2,8912 2,8776 2,8644 2,8515 2,8389 2,8266 2,8146 2,8029 2,7915 2,7803 2,7694 2,7587 2,7483 2,7381 2,7281 2,7183 2,7088 2,6994 2,6902 2,6813 2,6725 4,2361 4,1996 4,1646 4,1310 4,0986 4,0675 4,0376 4,0087 3,9809 3,9541 3,9281 2,9031 2,8789 3,8556 3,8329 3,8110 3,7898 3,7692 3,7493 3,7300 3,7112 3,6930 3,6753 3,6581 3,6414 3,6252 3,6094 2,5940 3,5790 3,5645 3,5503 2,5364 3,5229 3,5098 3,4969 3,4844 3,4722 3,4603 3,4486 3,4372 3,4261 3,4153 3,4046 3,3942 3,3841 3,3741 3,3644 3,3549 3,3456. 3,3364 3,3275 3,3187 CONOUTOS 396 LIVRES OU CANAIS - MOVIMENTO UNIFORME Tabela 14.3 - Escoamento em regime permanente uniforme Canais retangulares e trapezoidais - Valores do adimensional (v · nfb 2' 3 • Ilf2 ) VALORES DE "m" (indicador horizontal de talude para verti.cal - 1) y/b o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,50 0,01 0,02 0,03 0,04 0,0458 0,0716 0,0929 0,1111 0.1274 0,1421 0,1556 0,1682 0,1798 0,1908 0.2011 0,2108 0,2200 0,2287 0,2370 0,2449 0,2525 0,2597 0,2666 0,2733 0,2797 0,2858 0,2917 0,2974 0,3029 0,3081 0,3133 0,3182 0,3230 0,32-76 0,3321 0,3364 0,3406 0,3447 0,3487 0.3525 0,3563 0,3599 0,3634 0,3669 0,3702 0,3735. 0,3767 0,3798 ·. 0,3828 0,3657 0,3886 0,3914 0,0459 0,0720 0,0932 0,1117 0,1282 0,1432 0.1571 0;1699 0,1820 0,1933 0,2040 (},2141 0,2238 0,2330 0,2418 0,2502 0,2582 0,2660 0.2735 0,2807 0,2876 0,2943 0,3008 0,3071 0,3132 0,3191 0,3249 0,3304 0,3359 0,3412 0,3463 0,3513 0,3562 0,0459 0,0720 0,0934 O,lll9 0,1286 0,1437 0,1577 0.1708 0,1830 0,1945 0,2055 0,2159 0,2258 (},2352 0,2443 0,2530 0,2614 0,2695 0,2773 -0,2848 0,2921 0,2992 0,3061 0,3128 0,3193 0,3256 0,3318 0,3378 0,3436 0,3493 0.3549 0,3604 0,3658 0,3710 0,3762 0,3812 0,3861 0,3910 0,3957 0,4004 0,4050 º,4095 0,4140 0,4183 0,4226 0,4269 0,4311 0,4352 0,0459 0,0720 0,0934 0,1119 0,1286 0,1438· 0,1578 0,1709 0,1832 0,1948 0,2058 0,2163 0,2263 0,2359 0,2451 0,2540 0,2625 0,2708 0,2787 0,2865 0,2940 0,3013 0,3083 0,3152 0,3220 0,3285 0,33349 0,3412 0,3473 9,3533 . 0,3592 0,3649 0,3706 0,3761 0,3815 0,3869 0,3921 0,3973 0,4024 0,4074 0,4123 0,4171 0,4219 0,4266 0,4313 0,4359 0,4404 0,4449º 0,0459 0,0720 0,0933 0,1118 0,1284 0,1435 0,1575 0,1706 0,1829 0,1945 0,2055 (},2159 0,2260 0,2356 0,2448 0,2537 0,2623 0,2706 0,2786 0,2864 0,2940 0.3014 0,3086 0,3156 0,3224 0,3291 0,3356 0,3420 9,3483 . 0,3544 0,3604 0,3663 0,3721 0,3778 0,3834 0,3890 0,3944 0,3998 0,4050 0,4102 0,4153 0,4204 0,4254 0,4303 0,4352 0,4400. 0,34448 0,4494 0,0458 0,0717 0,0928 0,1111 0,1275 0,1425 0,1562 0,1691 0,1812 0,1926 0,2034 0,2138 0,2237 0,2331 0,2423 0,2511 0,2596 0,2679 0,2759 9,2836 0,2912 0,2986 Ó,3058 0,3128 0,3197 0,3265 0,3331 0,3395 0,3459 0,3521 0,3583 0,3643 0,3702 0,3761 0,3819 0,3875 0,3931 0,3987 0,4041 0,4095 0,4148 0,4201 0,4253 o.os 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0.17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22 0,23 0,24 0,25 0,26 0,27 0,28 (},29 0,30 0,31 (},32 0,33 0,34 0,35 .· 0,36 0,37 . 0,3_8. ·. 0,39 0,40 0,41 o.~2 0,43 0,44 0,45 0,46, 0,47 ·:0,48' 0,3~10. 0,3656 0,3702 0,3746 0,3790 0,3833 0,3874 0,3915 0,3955 0,3994 0,4033 0.4070 0,4108 0,4144 0,1480 2,00 2,50 0,0457 0,0456 0,0714 0,0711 0,0923 0,0917 0,1103 0,1094 0,1264 0,1252 0,1396 0,1411 0,1546 0,1528 0,1672. 0,1651 0,1790 0,1767 0,1901 0,1876 0,2008 0,1980 0,2109 0,2079 0,2206 0,2173 0,2299 0,2264 0,2388 0,2352 0,2475 0,2437 0,2558 0,2520 0,2640 0,2599 0,2719 0,2677 0,2795 0,2753 0,2870 0,2827 0,2943 0,2899 0,3015 0,2870 0,3085 0,3030 0,3153 0,3107 0,3173 0,3220 0,3286 0,3238 0,3351 0,3303 0,3414 0,3366 0,3477 0,3428 0,3538 0,3489 9,3599 0,3550 0,3658 0,3610 0,3717 0,3668 0,3775 0,3726 0,3832 0,37~. 0,3889 0,3841 0,3945 .Q,3897 0,4000 0,3952 0,4054 .. 0,4007 0,4108 0,4061 0,4162 0,4115 0,4215 0,4168 ·,.4221. 0,430~ ·. 0,4267 0,4355 0,4319 0,4273 0,4406 0,4370. 0,4325 0,4455 0,4421 0,4376 0,4505 (},4471 0,4427 3,00 4,00 0,0454 O,Q708 0,0911 0,1085 ·0.1240 0,1381 0,1511 0,1631 0,1744 0,1851 0,1953 0,2(}49 0,2142 0,2232 0,2318 0,2402 0,2483 0,2561 0,2638 0,2713 0,2786 0,2857 0,2927 0,2995 0,3063 0,3129 0,3194 0,3258 0,3321 0,3383 0,3444 0,3504 0,3563 0,3622 0,3680 0,3738 0,3794 0,3851 0,3906 0,3961 0,4016 0,4069 0,4123 Q,4176 0,4228 0,4280 0,4332 0,4383 0,0,452 0,0701 0,0899 0,1068 0,1218 0,1353 0,1478 0,1594 0,1703 0.1806 0,1904 0,1997 0,2087 0,2174 0,2258 0,2339 0,2418 0,2461 0,2570 0,2643 0,2715 0.2785 0,2854 0,2921 0,2988 0,3053 0,3117 0,3181 0,3243 0.3305 0,3366 0,3426 0,3485 0,3544 0,3602 0,3659 0,3716 o,3m 0,3828 0,3883 0,3937 0,3992 0,4045 0,4098 0,4151 0,4204 0,4256 0,4307 ESCOAMENTO EM REGIME PERMANENTE UNIFORME 397 VALORES DE "m ~ (indicador horizontal de talude para vertical ~ 1) y/b o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,50 . 0,49 0,50 .·. 0,51 0,52 . 0,53 0,54 0,55 0,56 . 0,57 0,58 0,59 0,.60 0,61 0,62 0,63. 0,64 0,65 0,66 0,67 0,68 0,69 0,70 0,71 0,72 0,73 0,74 0,75 0,76 0,77 0,78 0,79 0,80 0,81 0,82 0,83 0,84 0,85 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 . 0,97 0,98 0,99. 1,00 0,3942 0,3968 0,3995 9,4020 0,4045 0,4070 0,4093 0,4117 0,4140 0,4162 0,4184 . 0,4205 0,4227 0,4247 0,4267 0,4287 0,4306 0,4235 0,4344 0,4362 0,4380 0,4398 0,4415 0,4432 0,4449 0,4465 0,4481 0,4497 0,4513 0,4528 0,4543 0,4558 0,4572 0,4586 0,4600 0,4614 0,4628 0,4641 0,4654 0,4667 0,4680. 0,4692 0,4705 0,4717 0,4729 0,4740 0,4752 0,4763 .0.4775 0,4786 0,4797 0,4807 0,4215 0,4249 0,4283 0,4316 0,4349 0,4382 0,4413 0,4445 0,4475 0,4506 0,4536 0,4565 0,4594 0,4623 0,4651 0,4679 0,4707 0,4734 0,4761 0,4787 0,4814 0,4839 0,4865 0,4890 0,4915 0,4940 0,4964 0,4989 0,5013 0,5036 0,5060 0,5083 0,5106 0,5128 0,5151 0,5173 0,5195 0,5217 0,5239 0,5260 0,5281 9,5302 0,5323 0,5344 0,5365 0,5385 0,5405 0,5425 0,5445 0,5465 0,5484 0,5504 0,4392 0,4432 0,4472 0,4511 0,4549 0,4587 0,4624 0,4662 0,4698 0,4734 0,4770 0,4805 0,4840 0,4875 0,4909 0,4943 0,4976 0,5009 0,5042 0,5075 0,5107 0,5139 0,5170 0,5202 0,5233 0,5264 0,5294 0,5325 0,5355 0,5384 0,5414 0,5443 0,5472 0,5501 0,5530 0,5558 0,5587 0,5615 0,5643 0,5670 0,5698 0,5725 0,5752 0,5779 0,5806 0,5833 0,5859 0,5886 0,5912 0,5938 0,5964 0,5989 0,4493 0,4537 0,4580 0,4622 0,4664 0,4706 0,4747 0,4788 0,4829 0,4039 0,4908 0,4947 0,4986 0,5025 0,5063 9,5101 0,5138 0,5176 0,5212 0,5249 0,5285 0,5321 0,5357 0,5393 0,5428 0,5463 0,5497 0,5532 0,5566 0,5600 0,5634 0,5667 0,5701 0,5734 0,5767 0,5800 0,5832 0,5865 0,5897 0,5929 0,5961 0,5992 0,6024 0,6055 0,6086 0,6117 0,6148 0,6178 0,6209 0,6239 0,6270 0,6300 0,4541 0,4587 0,4632 0,4677 0,4722 0,4766 0,4810 0,4853 0,4896 0,4869 0,4981 0,5022 0,5074 0,5105 0,5146 0,5186 0,5226 0,5266 0,5306 0,5345 0,5384 0,5423 0,5461 0,5500 0,5538 0,5575 0,5613 0,5650 0,5687 0,5724 0,5760 0,5797 0,5833 0,5869 0,5905 0,5940 0,5976 0,6011 0,6046 0,6081 0,6115 0,6150 0,6184 0,6218 0,6252 0,6286 0,6320 0,6354 0,6387 0,6420 0,6453 0,6486 0,4554 0,4602 0,4650 0,4697 0,4745 0,4791 0,4838 9,4884 0,4929 0,4975 0,5020 0,5064 0,5108 0,5152 0,5196 0,5239 0,5283 0,5325 0,5368 0,5410 0,5452 0,5494 0,5535 0,5577 0,5616 0,5659 0,5699 0,5740 0,5780 0,5820 0,5860 0,5899 0,5939 0,5978 0,6017 0,6056 0,6094 0,6133 0,6171 0,6209 0,6247 0,6285 0,6322 0,6360 0,6397 0,6434 0,6471 0,6508 0,6545 0,6582 0,6618 0,6654 2,00 2,50 0,4521 0,4478 0,4571 0,4528 0,4620 0,4577 0,4669 0,4627 0,4717 0,4676 0,4765 0,4724 0,4812 0,4773 0,4860 0,4820 0,4907 0,4868 0,4953 0,4915 0,4999 0,4962 0,5045 0,5009 0,5091 0,5055 0,5136 0,5102 0,5181 0,5147 0,5226 0,5193 0,5271 0,5238 0,5315 0,5283 0,5359 0,5328 0,5403 0,5373 0,5446 0,5417 0,5490 0,5461 0,5533 0,5505 0,5575 0,5549 0,5618 0,5592 0,5660 0,5636 0,5703 0,5679 0,5721 0,5744 0,5786 0,5764 0,5828 0,5807 0,5869 0,5849 0,5910 0,5891 9,5961 0,5933 0,5992 0,5974 0,6033 0,6016 0,6073 0,6057 0,6099 0,6113 0,6153 0,6140 0,6180 0,6193 0,6221 0,6233 0,6273 0,6262 0,6312 0,6302 0,6342 0,6351 0,6391 0,6382 0,6430 . 0,6422 0,6468 0,6462 0,6507 0,650? 0,6546 0,6541 0,6584 0,6581 0,6622 0,6620 0,6660 0,6659 0,6698 0,6698 3,00 4,00 0,4434 0,4485 0,4535 0,4584 0,4634 0,4683 0,4731 0,4780 0,4828 0,4875 0,4923 0,4970 0,5017 0,5064 0,5110 0,5156 0,5202 0,5247 0,5293 0,5338 0,5383 0,5427 0,5472 0,5516 0,5560 0,5604 0,5647 0,5691 0,5734 0,5777 0,5820 0,5862 0,5905 0,5947 0,5989 0,6031 0,6073 0,6115 0,6156 0,6197 0,6238 0,6279 0,6320 0,6361 0,6401 0,6442 0,6482 0,6522 0,6562 0,6602 0,6642 :· 0,6681 0,4358 0,4409 0,4460 0,4510 0,4560 0,4609 0,4658 0,4707 0,4756 0,4804 0,4852 0,4900 0,4947 0,4995 0,5041 0,5088 0,5135 0,5181 0,5227 0,5272 0,5318 0,5363 0,5408 0,5453 0,5498 0,5542 0,5587 0,5631 0,5674 0,5718 0,5762 0,5805 0,5848 0,5891 0,5934 0,5976 0,6019 0,6061 0,6103 0,6145 0,6187. 0,6229 0,6270 0,6312 0,6353 0,6394 .0,6435 0,6476 0,6516 0,6557 0,6597 0,6637 CONDUTOS 398 LIVRES OU CANAIS - MOVIMENTO UNIFORME Tabela 14.4- Escoamento em regime permanente uniforme Canais retangulares e trapezoidais - Valores do adimensional (v · n/y2/3 . Jll2) VALORES DE "m" (indicador horizontal de talude para vertical - 1) y/b o 0,25 0,01 0,02 0,03 0,04 0,9869 0,9742 0,9616 0,9500 0,9384 0,9272 0,9164 0,9058 0,8955 0,8855 0,8758 0,8664 0,8572 0,8483 0,8395 0,8310 0,8227 0,8147 0,8068 0,7991 0,7915 0,7842 0,7770 0,7700 0,7631 0,7564 0,7499 0,7434 0,7372 0,7310 0,7250 0,7191 0,7133 0,7076 0,7020 0,6966 0,6912 0,6860 0,6809 06758 0,6708 0,6660 0,6612 0,6565 0,6519 0,6473 0,6429 0,6385 0,9881 0,9767 0,9656 0,9549 0,9445 0,9344 0,9247 0,9152 0,9061 0,8972 0,8885 0,8802 9,8720 0,8641 0,8563 0,8488 0,8415 0,8344 0,8274 0,8207 0,8141 0,8076 0,8014 0,7952 0,7892 0,7834 0,7777 0,7721 0,7666 0,7613 0,7560 0,7509 0,7459 0,7410 0,7362 0,7315 0,7269 0,724 0,7180 0,7136 0,7094 0,7052 0,7011 0,6971 0,6932 0,6893 0,6855 0,6818 o.os 0.06 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 0,18 0,19 0,20 0,.21 0,22 0,23 0,24 0,25 0,26 0,27 . 0,28 0,29 0,30 0,31 0,32 0,33 0,34 0,35 0,36 0,37 0,38 0,39 0,40 0,41 0,42 0,43 0,44 0,45 0,46 0,47 .o,48 0,50 0,75 1,00 0,9886 0,9886 0,9881 0,9777 0,9777 0,9768 0,9672 9,9672 0,9660 0,9557 0,9570 0,9571 0,9472 0,9475 0,0459 0,9378 0,9382 . 0,9365 0,9287 0,9292 0,9274 0,9198 0,9206 0,9188 0,9113 0,9123 0,9105 0,9030 0,9043 0,9026 0,8950 0,8966 0,8949 0,8873 . 0,8892 0,8876 0,8797 0,8820 0,8805 0,8724 0,8750 0,8737 0,8654 0,8683 0,8671 0,8608 0,8585 0,8618 0,8546 0,8518 0,8555 0,8487 0,8453 0,8493 0,8390 0,8434 0,8430 0,8375 0,8329 . 0,8377 0,8269 0,8321 0,8322 0,8211 0,8267 0,8270 0,8220 0,8154 0,8214 0,8171 0,8099 0,8163 0,8124 0,8045 0,8113 0,8078 0,7993 0,8065 0,7942 0,8018 0,8034 0,7892 0,7972 0,7991 0,7843 0,7927 0,7949 0,7796 0,7884 0,7908 0,7749 0,7841 0,7869 0,7704 0,7800 0,7830 0,7659 0,7760 0,7793 0,7756 0,7616 0,7721 0,7721 0,7574 0,7682 0,7532 0,7645 0,686 0,7492 0,7608 0,7652 0,7620 0,7452 0,7573 0,7414 0,7538 0,7588 0,7376 0,7504 0,7556 0,7526 0,7339 0,7470 0,7496 0,7302 0,743~ 0,7266 0,7406 0,7467 0,7232 0,7375 0,7439 0,7197 0,7344 0,7411 0,7384 Q,7164 0,7315 0,7131 0,7285 0,7357 0,7331 0,7099. 0,7257 1,50 0,9864 0,9736 0,9616 0,9503 0,9396 0,9295 0,9199 0,9106 0,9022 0,8940 0,8861 0,8876 0,8715 0,8647 0,8582 0,8519 0,8460 0,8402 0,8347 0,8294 0,8243 0,8194 0,8146 0,8101 0,8057 0,8014 0,7973 0,7933 0,7895 0,7858 0,7822 0,7787 0,7753 0,7721 0,7689 0,7658 0,7628 0,7599 0,7571 0,7543 0,7516 0,7490 0,7465 0,7441 0,7417 0,7393 0,7370 0;7348 2,00 2,50 0,9842 0,9817 0,9695 0,9650 0,9559 0,9597 0,0433 0,9357 0,9315 0,9227 0,9204 0,9108 0,9101 0,8997 0,9004 0,8893 0,8912 0,8797 0,8707 0,8826 0,8745 0,8623 0,8787 0,8544 0,8595 0,8469 0,8525 0,8399 0,8332 0,8459 0,8397 0.8270 0,8337 0,8210 0,8280 0.8154 0,8226 0,8100 0,8174 0,8049 0,8124 0,8001 0,8077 0,7955 0,8031 0,7910 0,7987 0,7868 0,7945 0,7828 0,7905 0,7789 0,7866 0,7752 0,7712 0,7828 0,7792 0,7683 0,7758 0,7650 0,7724 0,7618 0,7692 0,7588 0,7661 0,7559 0,7630 0,7531 0,7601 0,7503 0,7573 . 0,7477 0,7546 0,7452 0,7519 0,7427 0,7493 0,7404 0,7468 0,7381 0,7444 0,7359 0,7421 0,7337 0,7398 0,7316 0,7376 0,7296 0,7355 0,7277 0,7334 p,7358 0,7313 0,7239 0,7294 0,7222 3,00 4,00 0,9790 0,9603 0,9433 0,9279 0,9139 0,9011 0,8893 0,8785 0,8691 0,8591 0,8505 0,8424 0,8349 0,8278 0,8211 0,8149 0,8090 0,8054 0,8982 0,7932 0,7885 0,7840 0,7797 0,7756 0,7718 0,7681 0,7645 0,7611 0,7579 0,7548 0,7518 0,7490 0,7462 0,7436 0,7410 0,7386 0,7362 0,7340 0,7318 0,7296 0,7276 0,7256 0,7237 0,7219 0,7201 0,7183 0,7166 0,7150 0,9737 0,9508 0,9307 0,9129 0,8971 0,8829 0,8700 0,8584 0,8381 0,8381 0,8292 0,8210 0,8134 0,8063 0,7998 0,7937 0,7880 0,7826 0,7776 0,7729 0,7684 0,7642 0,7602 0,7565 0,7529 0,7495 0,7463 0,7432 0,7403 0,7375 0,7348 0,7322 0,7298 0,7274 0,7252 0,7230 0,7210 0,7190 0,7171 0,7152 0,7134 0,7117 0,7101 0,7085 0,7069 0,7054 0,7040 0,7026 ESCOAMENTO EM REGIME PERMANENTE UNIFORME 399 VALORES DE "m" (indicador horizontal de talude para vertical - 1 y/b o,49 0,50 0,51 0,52 ' 0,53 • 0,54 0,55 0,56 0,57. 0,58 0,59 0,60 0,61 0,62 0,63 0,64 0,65 0,66 0,67 0,68 0,69 0,70 0,71 · 0,72 0,73 0,74 0,75 0,76 0,77 0,78 0,79 o.ao 0,81 0,82 0,83 0,84 Q,85 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00 o 0,25 0,6781 0,6342 0,6745 0,6300 0,6710 0,6258 0,6217 0,6675 0,6177 0,6641 0,6607 0,6137 0,6574 0,6098 0,6542 0,6060 0,6022 0,6510 0,6479 0,5985 0,5948. 0,6448 0,5912 0,6417 0,6388 0,5876 0,5841 0,6358 0,5807 0,6329 0,5773 0,6301 0,5739 ,0,6273 0,5706 0,6245 0,6218 0,5674 0,6191 0,5614 0,5610 0,6165 0,5579 0,6139 0,5548 0,6139 0.5517 0,6088 0,5488 0,6063 0,5458 0,6038 0,6014 0,5429 0,5400 0,5990 0,5372 0,5967 0,5344 0,5943 0,5921 0,5316 0,5898 0,5289 0,5262 0,5876 0,5235 0,5854 0,5209 0,5832. 0,5183 0,5811 0,5157 0,5790 0,5132 0,5769 0,5107 0,5748 0,5082 0,5728 0,5058 0,5708 0,5034 0,5688 0,5010 0,5669 0,4986 0,5649 0,4963 0,5630 0,4940 0,5612 0,4917 0,5593 0,4895 0,5575 0,4873 0,5557 0,4851 0,5539 0,5521 0,4829 0,4807 0,5504 0,50 0,75 0,7067 0,7036 0,7005 0,6975 0,6949 0,6917 0,6889 0,6861 0,6834. 0,6807 0,6781 0,7655 0,6729 0,6704 0,6880 0,6656 0,6632 0,6608 0,6585 0,6563 0,6540 0,6518 0,6497 0,6475 0,6454 0,6434 0,6414. 0,6394 0,6374 0,6354 0,6335 0,6316 0,6298 0,6279 06261 0,6244 0,6226 0,6209 0,6192 0,6175 0,6158 0,6142 0,6126 0,6110 0,6094 0,6078 0,6063 0,6048 0,6033' 0,6018 0,6004 0,5989 0,7229 0,7201 0,7174 0,7148 0,7122 0,7097 0,7072 0,7048 0,7024 0,7000 0,6977 0,6955 0,6933 0,6911 0,6889 0,6868 0,6848 0,6828 0,6808 0,6788 0,6769 0,6750 0,6731 0,6713 . 0,6695 0,6677 0,6660 0,6643 0,6626 0,6609 0,6593 0,6577 0,6581 0,6545 0,6530 0,6515 0,6500 0,6485 0,6470 0,6456 0,6442 0,6428 '0,6414 0,6401 0,6388 0,6375 0,6362 0,6349 0,6336 0,6324 0,6312 0,6300 1,00 1,50 2,00 0,7306 0,7326 0,7274 0,7281 0,7305 0,7256 0,7257 0,7285 0,7237 0,7233 0,7264 0,7220 0,7210 0,7245 0,7202 0,7187 0,7225 0,7185 0,7165 0,7207, 0,7169 0,7143 0,7188 0,7153 0,7122 0,7170 0,7137. 0,7101 0,7153 0,7122 0,7080 0,7136 0,7107 0,7060 0,7119 0,7092 0,7040 0,7102 0,7078 0,7021 0,7086 0,7064 0,7002 0,7070 0,7051 0,6983 0,7055 0,7037 0,6965 0,7040 0,7024 0,6847 0,7025 0,7011 0,6930 0,7011 0,6999 0,6912 0,6996 0,7967 0,6895 0,6982 0,6975 0,6879 0,6969 0,6963 0,6862 0,6955 0,6952 0,6846 0,6942 0,6940 0,6830 0,06929 0,6929 0,6815 0,6917 0,6919 0,6799 0,6904 0,6908 0,6784 0,6892 0,6896 0,6769 0,6880 0,6888 0,6755 0,6868 0,6878 0,6741 0,6857 0,6868· 0,6727 0,6845 0,6858 0,6713 0,6834 0,6849 0,6699 0,6823 0,6840 0,6686 0,6812 0,6831 0,6672 0,6802 0,6822 0,6659 0,6792 0,6813 0,6647 0,6781 0,6804 0,6634 0,6771 · 0,6796 0,6622 0,6761 0,6788 0,6609 0,6752 0,6780 0,6597 0,6742 0,6772 0,6586 0,6733 0,6764 0,6574 0,6723 0,6756 0,6562 0,6714· 0,6748 0,6551 0,6705 0,6741 0,6540 0,6696 0,6733 0,6529 0,6688 0,6726 0,6518 0,66.79 . 0,.6719 0,6507 0,6671 0,6712 0,6497 0,6663 0,6705 0,6486 0,6654 0,6696 2,50 3,00 4,00 0,7204 0,7187 0,7171 0,7155 0,7139 0,7124 0,7110 0,7095 0,7081 0,7068 0,7054 0,7041 0,7029 0,7016 0,7004 0,6993 0,6981 0,6970 0,6959 0,6948 0,6938 0,6927 0,6917 0,6907 0,6998. 0,6888 0,6879 0,6870 0,6861 0,6853 0,6844 0,6836 0,6828 0,6820 0,6812 0,6804 0,6796 0,6789 0,6782 . 0,6775 0,6767 0,6761 0,6754 0,6747 0,6741 0,6734 0,6728 0,6722 0,6715 0,6709 0,6704. 0,6696 0,7134 0,7119 0,7104 0,7089 0,7075 0,7061 0,7048 0,7035 0,7023 0,7010 0,6998 0,6987 0,6975 0,6964 0,6953 0,6943 0,6932 0,6922 0,6912 0,6903 0,6893 0,6884 0,6875 0,6867 0,6858 0,0685 0,6841 0,6833 0,6825 0,6818 0,6810. 0,6803 0,6796 0,6788 0,6781 0,6775 0,6768 0,6761 0,6755' 0,6749 0,6742 0,6736 0,6730 0,6725 0,6719 0,6713 0,6708 0,6702 0,6697 0,6691 0,6686 0,6681 0,70i2 0,6999 0,6987 0,6974 0,6962 0,6951 0,6940 0,6929 0,6918 0,6908 0,6898 0,6888 0,6878 0,6869 0,6860 0,6851 . 0,6843 0,6834 0,6826 0,6818 0,6810 0,6803 0,6796 0,6788 0,6781 0,6774 0,6788 0,6761 0,6755 0,6748 0,6742 0,6736 0,7630 0,6724 0,6719 0,6713 Q,6708' 0,6702 0,6697 0,6692 0,6687 0,6682 0,6677' 0,6672 0,6663 0,6663 0,6659 0,6654 0,6650 0,6646 0,6642. 0,6637 CONDUTOS 400 1 LIVRES OU CANAIS - MOVIMENTO UNIFORME Tabela 14.S - Escoamento em regime permanente uniforme - Canais circulares Q. n/D8/S. Jl/2 Q.. n/D8/S • p!Z y/D y/D 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22 0,23 0,24 0,25 0,26 0,27 0,28 0,29 0,30 0,31 0,32 0,33 0,34 0,35 0,36 0,37 0,38 0,39 0,40 0,41 0,42 0,43 0,44 0,45 0,46 0,47 0,48 0,49 0,50 0,0001 0,0002 0,0005 0,0009 0,0015 0,0022 0,0031 0,0041 0,0052 0,0065 0,0079 0,0095 0,0113 0,0131 0,0151 0,0173 0,0196 0,0220 0,0246 0,0273 0,0301 0,0331 0,0362 0,0394 0,0427 0,0461 0,0497 0,0534 0,0571 0,0610 0,0650 0,0691 0,0733 0,0776 0,0819 0,0864 0,0909 0,0956 0,1003 0,1050 0,1099 0,1148 0,1197 0,1247 0,1298 0,1349 0,1401 0,1453 0,1505 0,1558 0,51 0,52 0,53 0,54 0,55 0,56 0,57 0,58 0,59 0,60 0,61 0,62 0,63 0,64 0,65 0,66 0,67 0,68 0,69 0,70 0,71 0,72 0,73 0,75 0,75 0,76 0,77 0,78 0,79 0,80 0,81 0,82 0,83 0,84 0,85 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00 0,1611 0,1665 0,1718 0,1772 0,1825 0,1879 0,1933 0,1987 0,2040 0,2094 0,2147 0,2200 0,2253 0,2305 0,2357 0,2409 0,2460 0,2510 0,2560 0,2609 0,2658 0,2705 0,2752 0,2797 0,2842 0,2885 0,2928 0,2969 0,3008 0,3046 0,3083 0,3118 0,3151 0,3182 0,3211 0.3238 0,3263 0,3285 0,3305 0,3322 0,3335 0,3345 0,3351 0,3352 0,3349 0,3339 0,3321 0,3293 0,3247 0,3116 1 CAESB ESCOAMENTO 1 EM REGIME PE RMAN ~~f3~1QTM~CA SECÃC DE lrff OR1·l:".0,G EDOCUMENTACÃO Tabela 14.6 - Escoamento em regi.me permanente uniforme - Canais circulares Q. n/y8/3 . 1112 Q. n/y8/3 . p12 y/D y/D 0,01 0,02 0,03 0,04 o.os 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22 0,23 0,24 0,25 0,26 0,27 0,28 0,29 0,30 0,31 0,32 0,33 0,34 0,35 0,36 0,37 0,38 0,39 0,40 0,41 0,42 0,43 0,44 0,45 0,46 0,47 0,48 0,49 0,50 10,1118 7,1061 5,7662 4,9625 4.4107 4,0009 3,6805 3,4207 3,2043 3,0201 2,8606 2,7208 2,5966 2,4854 2,3849 2,2935 2,2097 2,1326 2,0613 1,9950 1,9332 1,8752 1,8208 1,7696 1,7212 1,6753 1,6318 1,5903 1,5509 1,5132 1,4771 1,4426 1,4094 1,3776 l,3469 1,3174 1,2889 1,2614 1,2348 1,2091 1,1841 1,1600 1.1365 1,1138 1,0916 1,0701 1,0491 1,0287 1,0088 0,9894 0,51 0,52 0,53 0,54 0,55 0,56 0,57 0,58 0,59 0,60 0,61 0,62 0,63 0,64 0,65 0,66 0,67 0,68 0,69 0,70 0,71 0,72 0,73 0,74 0,75 0,76 0,77 0,78 0,79 0,80 0,81 0,82 0,83 0,84 0,85 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00 0,9705 0,9529 0,9339 0,9162 0,8989 0,8820 0,8654 0,8491 0,8332 0,8176 0,8022 0,7872 0,7724 0,7579 0,7436 0,7295 0,7872 0,7724 0,7579 0,7436 0,6624 0,6496 0,6360 0,6244 0,6120 0,5998 0,5878 0,5758 0,5640 0,5523 0,5407 0,5293 0,5179 0,5066 0,4953 0,4842 0,4731 0,4620 0,4509 0,4399 0,4289 0,4178 0,4066 0,3954 0,3840 0,3723 0,3602 0,3475 0,3335 0,3116 401 1 ESCOAMENTO 402 1 EM REGIME PERMANENTE UNIFORME Tabela 14. 7 - Escoamento em regime permanente uniforme - Canais circulares y/D V . n/D2/3. [l/Z y/D V. njD2/3. Jl/2 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22 0,23 0,24 0,25 0,26 0,27 0,28 0,29 0,30 0,31 0,32 0,33 0,34 0,35 0,36 0,37 0,38 0,39 0,40 0,41 0,42 0,43 0,44 0,45 0,46 0,47 0,48 0,49 0,50 0,0353 0,0559 0,0730 0,0881 0.1019 0,1147 0,1267 0,1381 0,1489 0,1592 0,1691 0,1786 0,1877 0,1965 0,2051 0,2133 0,2214 0,2291 0,2367 0,2441 0,2512 0,2582 0,2650 0,2716 0,2780 0,2843 0,2905 0,2965 0,3023 0,3080 0,3136 0,3190 0,3243 0,3295 0,3345 0,3394 0,3443 0,3490 0,3535 0,3580 0,3624 0,3666 0,3708 0,3748 0,3787 0,3825 0,3863 0,3899 0,3934 0,3968 0,51 0,52 0,53 0,54 0,55 0,56 0,57 0,58 0,59 0,60 0,61 0,62 0,63 0,64 0,65 0,66 0,67 0,68 0,69 0,70 0,71 0,72 0,73 0,74 0,75 0,76 0,77 0,78 0,79 0,80 0,81 0,82 0,83 0,84 0,85 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00 0,4002 0,4034 0,4065 0,4095 0,4124 0,4153 0,4180 0,4206 0,4231 0,4256 0,4279 0,4301 0,4323 0,4343 0,4362 0,4381 0,4398 0,4414 0,4429 0,4444 0,4457 0,4469 0,4480 0,4489 0,4498 0,4505 0,4512 0,4517 0,4520 0,4523 0,4524 0,4524 0,4522 0,4519 0,4514 0,4507 0,4499 0,4489 0,4476 0,4462 0,4445 0,4425 0,4402 0,4376 0,4345 0,4309 0,4267 0,4213 0,4142 0,3968 1 ESCOAMENTO 1 -- EM REGIME PERMANENTE UNIFORME Tabela 14.8 - Escoamento em regime permanente uniforme - Canais circulares V· n/y2/3. 1112 V • n/y2/3 • 1112 y/D y/D 0,01 0,7608 0,51 0,6260 0,02 0,52 0,6238 0,7584 0,03 0,7560 0,53 0,6207 0,54 0,6176 0,04 0,7536 0,55 0,6144 0,05 0,7511 0,7487 0,56 0,6112 0,06 0,07 0,7463 0,57 0,6080 0,58 0,6048 0,08 0,7438 0,09 0,59 0,6015 0,7414 0,60 0,5982 0,10 0,7389 0,11 0,7365 0,61 0,5949 0,62 0,5916 0,12 0,7340 0,63 0,5882 0,13 0,7315 0,7290 0,64 0,5848 0,14 0,65 0,5814 0,15 0,7265 0,66 0,16 0,7239 0,5779 0,17 0,7214 0,67 0,5744 0,68 0,5709 0,18 0,7188 0,69 0,5673 0,7163 0,19 0,70 0,5637 0,20 0,7137 0,5600 0,21 0,71 0.7111 0,7085 0,72 0,5563 0,22 0,73 0,5525 0,23 0,7059 0,74 0,5487 0,24 0,7033 0,5449 0,7007 0,75 0,25 0,76 0,5410 0,26 0,6980 0,77 0,5371 0,27 0,6954 0,78 0,5330 0,28 0,6827 0,79 0,5290 0,6900 0,29 0,80 0,5248 0,30 0,6873 0,5206 0,81 0,6846 0,31 0,5164 0,82 0,32 0,6819 0,83 0,5120 0,33 0,6791 0,5076 0,84 0,6764 0,34 0,5030 0,85 0,6736 0,35 0,4984 0,86 0,6708 0,36 0,4936 0,87 0,37 0,6680 0,4888 0,88 0,6652 0,38 0,4838 0,89 0,6623 0,39 0,4786 0,90 0,40 0,6595 0,4733 0,91 0,6566 0,41 0,4678 0,92 0,42 0,6537 0,4620 0,93 0,6508 0,43 0,4560 0,94 0,6479 0,44 0,4496 0,95 0,6449 0,45 0,4428 0,96 0,6420 0,46 0,4354 0,97 0,47 0,6390 0,4271 0,98 0,6360 0,48 0,4170 0,99 0,6330 0,49 0,3968 1,00 0,6299 0,50 403 1 404 São Simão, no rio Paranafba, é a terceinl hidrel.étrica do País, incluindo Itaipu. Sua barragem mede 128 met:rus de altura, correspondendo a um edifício de 40 andares. O surto de desenvolv.imento do Estado de .Minas Gerais nos últimos anos tomou irreversível. a necessidade de sua construçio (Fonte: IESA Notícias) :--.·· 405 CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS 15.1- SEÇÕES CIRCULARES E SEMICIRCULARES A seções circulares e semicirculares são as que apresentam o menor perímetro molhado e o maior raio hidráulico por unidade de área do conduto. São, por isso, seções econômicas ideais. A adoção da seção circular nos grandes condutos está condicionada às questões estruturais e aos processos de execução. Já a seção semicircular, bastante vantajosa para os condutas abertos, freqüentemente não pode ser realizada por questões estruturais, dificuldades de execução ou inexistência de revestimento nos canais escavados. Normalmente, os tubos são fabricados com a seção circular. Daí o predomínio dessa forma e a importância do seu estudo. -- 1,0 0,9 ~f' ~ o.a \ IS ~0,7 "' ~ 0,6 e \ "/ J ~ / Vj J / J 0,3 0,2 0.1 / M v V, / / //V V # -- 0.1 1/ A / ~ 1/ 1/ l I J V !/ V / ~ 0,4 / ;.~ .,.q,6; ~~ ~ ~ 0,5 / ~ g :g ,~ o/Vj ~ ·.~ 3: ~:-.o ~~ ~ ~?>o~ ~ ~ o.2 o.3 0.4 o.s o,6 0.1 o.a o,9 1.0 1.1 Relação entre a vazão dada e a vazão à seção plena 1.2 1,3 Figura15.1 ElemeD.tos hidráulicos da seçii.o circular CÁLCULO 406 DO ESCOAMENTO EM CANAIS Exceção feita aos condutas de grande porte, coletores de esgotos, as galerias de águas pluviais e as linhas adutoras são de seção circular. O diagrama anterior, onde estão representados profundidade útil ou flecha, velocidade, vazão, etc (Fig. 15.1), ilustra as relações entre esses elementos da seção circular. 15.1.1 - Velocidade máxima Examinando-se, na Fig. 15.1, os valores apresentados para o elemento velocidade, constata-se um máximo em torno dey/r = 1,62, isto é,y = 0,81 D. Portanto o valor máximo para a velocidade das águas, num conduto circular, ocorre quando o conduto está parcialmente cheio ey= 0,81 D, ondeyé a altura da lâmina líquida (Fig. 15.2). Figura15.2 15.1.2 - Vazão máxima Nota-se também que a maior vazão que se pode conseguir, em determinado conduto, não é a que se obtém com o conduto funcionando completamente cheio, mas sim com Y= 0,95 D. Nessas condições, se a lâmina de água, em determinada canalização, for se elevando, a vazão irá aumentando até o ponto mencionado, para depois sofrer uma pequena redução, decorrente do enchimento completo do conduto (maior resistência). 15.2 - SEÇÃO RETANGULAR A forma retangular geralmente é adotada nos canais de concreto e nos canais abertos em rocha. Tratando-se de seção retangular, a mais favorável é aquela para qual a base b é o dobro da alturah. (Fig. 15.3). h Figu:ra 15.3 FigunJ.15.4 SEÇÕES COM RUGOSIDADES DIFERENTES 407 . 15.3 - SEÇÃO TRAPEZOIDAL Para determinada seção de escoamento A, a forma mais econômica será aquela que levará à maior velocidade e ao menor perímetro. Dos hexágonos de mesma seção, o hexágono retangular é o que tem o menor perímetro. É fácil provar que, para valores estabelecidos deA e de h, a seção mais vantajosa é a de um semi-hexágono regular (a= 60°) (Fig. 15.4). Nem sempre essa seção pode ser adotada; se não houver revestimento, a inclinação das paredes laterais do canal deverá satisfazer ao talude natural das terras, para sua estabilidade e permanência. O Quadro 15.1 apresenta valores médios comuns para os taludes dos canais abertos. QUMJRO 15.1 -Taludes usuais dos canais Natureza das paredes C~ais em terra em geral, sem revestimento Saibro, terra porosa Cascalho roliço Terra compacta, sem revestimento Terra muito compacta, paredes rochosas Rochas estratificadas, alvenaria de pedra bruta Rochas compactas, alvenaria acabada, con=eto tga a 1:2,5 a 1:5 1:2 21°48' a 11°19' 26°34' 29°45' 33°41' 38°40' 63º26' 90° 1:1,75 1:1,5 1:1,25 1:0,5 1:0 15.4 - SEÇÕES MUITO IRREGULARES. CANAIS SIAMESES No cálculo das condições hidráulicas dos canais que apresentam seções transversais muito irregulares ou seções duplas, obtêm-se resultados melhores quando se subdivide a seção em partes cujas profundidades não sejam muito diferentes. No caso da Fig. 15.5, por exemplo, para efeito de cálculo, o canal poderia ser subdividido em duas partes, de seções de escoamento A 1 e A 2 • A linha imaginária ab não seria levada em conta na determinação dos perímetros molhados daquelas seções. Figura15.5 :a A~ ª·- fl:rw~.ª b /.,·-:. l JUZS 51 4 • • ' UM 15.5 - SEÇÕES COM RUGOSIDADES DIFERENTES O perímetro molhado de uma mesma seção pode incluir trechos de diferentes graus de rugosidade, nl' n 2 , n 3 , etc (Fig. 15.6). Para cálculos hidráulicos, admite-se um grau de rugosidade média obtido pela seguinte expressão, de acordo com Forchheimer: CÁLCULO 408 DO ESCOAMENTO EM CANAIS FigUralS.6 15.6 - SEÇÕES DE CONCORDÂNCIA (TRANSIÇÕES) As seções de concordância em um canal, entre trechos de formas ou de seções diferentes, devem obedecer a certas regras para que sejam mínimas a perda de carga e a turbulência. O U.S. Bureau of Reclam.ations (EUA) adota como comprimento de uma seção de concordância o valor que corresponde a um ângulo aproximado de 12º30' com o eixo da seção. Se a transição for feita de uma seção maior, em que a velocidade é v 1 , para uma seção menor, de velocidade Vz. o abaixamento h do nível da água será, aproxímadamente, igual a ~ Q, lV2 V1 h -- V2 - - -V}+ --- 2 2g ( 2 2J 2g 2g 2g Se a transição gradual for feita de uma seção menor (velocidade v 1 ) para uma seção maior (velocidade v 2 ), a elevação h do nível da água será, 2 2 ( Z ZJ h=~- Vz +Q,2 ~-1 2g 2g 2g 2g 15.'7-CURVAS As curvas em canais causam uma resistência adicional ao movimento do líquido. Essa resistência pode ser vencida por um aumento de declividade em relação à declividade dos trechos retilíneos. Essa declividade local maior pode ser determinada pela expressão J':{l+~~) onde declividade no trecho curvo declividade normal nos trechos retos b = largura do canal a montante da curva Y = raio médio da curva Geralmente esse aumento de declividade é desprezível. Para reduzir os efeitos de curvatura, pode-se, também, adotar uma largura maior de canal nos trechos curvos; assim, I' = I = sendo B a largura maior. ~-- PERDAS OE CARGA EM CURVAS NOS CANAIS ABERTOS 409 Devido à força centrífuga provocada pelo movimento do líquido em uma curva, verifica-se um sobrelevação de nível na parte externa da curva. l 2 .óh=--log 2,3v [ 1 +B- g y_B 2 onde v = velocidade média do líquido na curva. !ili = aumento de altura (profundidade) em relação à altura nos trechos retilíneos. Uma outra expressão é: 15.8 - PERDAS DE CARGA EM CURVAS NOS CANAIS ABERTOS O cálculo das perdas de carga decorrentes de curvas existentes nos canais constitui um problema complexo que exige o emprego de dados experimentais. Essas perdas podem ser expressas pela fórmula geral, já conhecida, Experimentalmente, verifica-se que coeficiente Ç depende do número de Reynolds (Re), do raio de curvatura (rc), da profundidade do canal (y), da largura do canal (b) e do ângulo da curva (0); assim, Ç={Rc, ~ '~ '1:0.) De acordo com as experiências feitas na Universidade Farouk. I, para canais de seção retangular, tem-se que Onde Coeficiente dado pela relação ; em função de Re para ~ = 1 e coeficiente relativo a ~ em função de R.,; ;r: ,,_ '>2 - coeficiente relativo a ~ =1; coeficiente referente a '>3 "'- ):. ~ 180 em função de R.,; coeficiente referente a : 00 = 0,5 1 e = 90.; CÂLCULO 410 00 ESCOAMENTO EM CANAIS Os valores experimentais desses coeficientes estão representados nas Figs. 15. 7 e 15.8. Diagrama 1 1,2 \ 1,1 ... 0,4 1\. 1,0 IO o 0,9 ~!~ 0,6 li CD »J' g -e ~ 0,5 \ 0,4 <CJ;I :2 ãi 0,3 .......... 0,1 ãi o º·~ ~ ~ 1-........ ........ o 0,6 0,5 >J../' CD 0,4 e: <CD "õ 0,3 V- ~ o ü 2,00 0.2 ~ / ~ 2 Diagrama3 0,7 1/ r-..... 0,1 - i,....--- '~ " 0.2 0,0 0,2 ü " o ü :2 o.o UI >J../' CD 0,50 \ 0,7 li - e: 0,3 «!) ~~ b' '• I\ ::...1~ 0,6 ~ a. Diagrama2 0,5 0,1 3,00 ........ 3 4 ~ 5 6 7 6 o.o o 2 3 4 5 Ng de Reynolds N2 de Reynolds (x 104) Figura 15.7 6 7 8 (x 104) Figura 15.8 Exercício 15.1 - Um canal de 1 m de largura e O, 7 m de profundidade útil está conduzindo água com uma velocidade média de 0,21 m/s e número de Reynolds 60.000. Calcular a perda de carga numa curva de 120° com 1,5 m de raio (rc). Sendo y = 0,7 :::O 7 b 1 , • 8=120°; º 12 ~= =0 667· 180 180 • , r. b = 1,5=1., 5 1 Coeficientes Na Fig. 15.7, para R~ = 60.000 e correspondente a Y b = 1e 'i = 1,5, encontra-se 1; 1 = 0,19; este valor é ~ = 0,5, 180 devendo ser ajustado. Na Fig. 15.8, ALETAS. GUIAS OU "VANES" by = 0,7 (dado), obtém-se, para Para y b = 411 1 Çz"= 0,26; e também, para f) 180 • = 0,667 (dado), Ç'3 assim como, para : • 1 0 = = 0,3; 0,5 Portanto 0 34 0 30 "=019x • x • =029 ., • 0,26 0,26 • V2 0212 h 1 = Ç- = 0,29-'- = 0,00066m 2g 1~6 . 15.9 -ALETAS, GUIAS OU "VANES" Para melhorar as condições de escoamento nas curvas e reduzir as perdas de carga, podem ser introduzidas guias múltiplas, conforme indicado na Fig. 15.9 S=~B2 +B2 r 48:(-, ', B ·-· ___ :-~\ -.:.....---,...-....··'~\ '\../ ,,, <. t ,.- \ ' s ·. = (0,1 a 0,3)B t = r./2 = l,4lr h 1 =K·v2/2g Para r = 0,1 B ...... K = 0,23 r = 0,2 B ...... K = 0,15 r= 0,3 B ...... K= 0,11 Número mínimo de vanes = 0,9% Número vantajoso de vanes = 1,4% B Figura 15.9 CÂLCULO 412 DO ESCOAMENTO EM CANAIS 15.10 - LIMITES DA VELOCIDADE Nos canais, assim como nos encanamentos, a velocidade média da água normalmente não se afasta de uma gama de valores não muito ampla, imposta pelas boas condições de funcionamento e manutenção. Dois limites extremos são estabelecidos na prática, ou seja, limite inferior: velocidade média mínima e limite superior: velocidade média máxima. 15.10.1 - Limite inferior Estabelecido para evitar a deposição de matérias em suspensão. Águas com suspensões finas Águas carregando areias finas Águas de esgoto Águas pluviais Velocidade média limite inferior, m/s 0,30 0,45 0,60 0,75 15.10.2 - Limite superior Fixado de modo a impedir a erosão das paredes, Canais arenosos Saibro Seixos Materiais aglomerados consistentes Alvenaria Canais em rocha compacta Canais de concreto Velocidade média limite superior, m/s 0,30 0,40 0,80 2,00 2,50 4,00 4,50 15.11 - VELOCIDADES PRÁTICAS - VALORES MAIS COMUNS (em m/s) Canais de navegação, sem revestimento até 0,5 Canais industriais, sem revestimento 0,4 a0,8 Canais industriais com revestimento 0,6 a 1,3 Aquedutos de água potável 0,6 a 1,3 Coletores e emissários de esgoto 0,5 a 1,5 15.12 - DECLIVIDADES - LIMITE A velocidade é função da declividade; em consequencia dos limites estabelecidos para a velocidade, decorrem limites para a declividade. Os valores em m/m apresentados a seguir são apenas indicativos. Canais de navegação até 0,00025 Canais industriais 0,0004 a 0,0005 Canais de irrigação pequenos 0,0006 a 0,0008 grandes 0,0002 a 0,0005 Aquedutos de água potável 0,00015 a 0,001 Para coletores de esgoto, as declividades estão indicadas no Cap. 18 seção 18.2. VELOCIDADE ÓTIMA NOS GRANDES CANAIS. FÓRMULA OE KENNEDY 413 15.13 - VELOCIDADE ÓTIMA NOS GRANDES CANAIS. FÓK.YULADEKENNEDY As águas naturais sempre carregam materiais em suspensão, materiais esses suscetíveis de deposição em determinadas condições. Caso os canais forem projetados para funcionar com velocidades muito reduzidas, haverá o perigo da deposição desses materiais, o que poderá trazer elevadas despesas de conservação. Se, pelo contrário, os canais forem executados para trabalhar com velocidades muito elevadas, as paredes laterais e o fundo serão erodidos, alterando-se as condições do projeto. Verifica-se, pois, que há uma certa relação ótima entre a velocidade da água, a natureza do material e as dimensões do canal, para a qual os efeitos da erosão e da deposição serão desprezíveis. R.G. Kennedy foi o primeiro pesquisador a investigar quantitativamente a questão (1895). Após um grande número de observações, em um estudo que abrangeu 22 canais da Índia, chegou à seguinte fórmula empírica, para a determinação da velocidade desejável ou velocidade de equilíbrio: v 0 =nhs, As investigações feitas na bacia superior do Bari-Doeab (índia) levaram aos seguintes valores: n = 0,55, s = 0,64, resultando a expressão: : y--- _·::.::0,55' hº· '.1, , (Fórmula de Kennedy) .:_ '. onde 0 ,;, 6 .:.~---·-··:~.·..:. v 0 = velocidade média crítica, ou de equilíbrio, m/s; h = profundidade do canal, em m. A idéia geral de Kennedy consistia em admitir que as condições de escoamento em um canal podiam se alterar mediante a ação da corrente, até que fosse atingida uma velocidade conveniente, dependente da profundidade útil. 15.14 -TRABALHOS MAIS RECENTES A expressão de Kennedy (1895) teve grande aceitação até 1920. Nessa época foram divulgados os trabalhos mais completos do Eng.Q, E. S. Lindley, relacionando a velocidade desejável não só à profundidade, mas também à largura média do canal. vo =mbl/3 Vo = nhl/2 Deve-se a Lindley a introdução da expressão regime de equilibrío: "Quando um canal artificial é empregado para conduzir água contendo material sedimentável, a erosão e a deposição de material nas margens e no fundo do leito podem alterar a profundidade, a declividade e a largura média, até que seja atingida a condição de equilíbrio, ou seja, o regime do curso de água". Depois de 1930, surgiram os trabalhos ainda mais completos de Gerald Lacey, CÂLCULO 414 DO ESCOAMENTO EM CANAIS considerados pelo Central Bureau of Irrigation, do Governo da índia, como a melhor base para projetos. Uma exposição sobre o assunto é encontrada no excelente livro "Regi.me Behaviour of Canals and Rivers", de T. Blench. Exercício 15.2 - Nos estudos feitos para o canal do rio Pinheiros, foi empregada a fórmula de Kennedy. Investigar os resultados da sua aplicação, considerando que, para águas máximas normais, Q= 163 m3/s, e h=4m, sendo a velocidade calculada para as águas no canal em 0,97 m/s. E considerando também que, para vazão máxima excepcional, Q= 300 m3/s e h = 5,65 m. Sendo a velocidade calculada para as águas no canal em 1,18 m/s. Obedecendo-se às condições acima, constata-se que, para águas mínimas normais, V 0 = 0,55 X 4,00º· 64 v 0 = 0,55 x 2,43 = 1,30 m/s e, para vazão excepcional, V 0 = 0,55 X 5,65º· 64 v 0 = 0,55 x 3,03 = 1,66 m/s As velocidades obtidas pela fórmula de Kennedy são 20 a 30% mais elevadas. Figuni 15.9-Fotografia de um ca.Dal aberto em terra. mostnlndo um vertedor trapezoidal (cortesia da KSB) Figura 15.10- CtiIJal revestido (Cidade Universitária, SP) DISSIPADORES OE ENERGIA 415 15.15 - DISSIPADORES DE ENERGIA Sempre que os condutos descarregarem águas com velocidades elevadas (e, portanto, com grande energia) em leitos de terra, deve-se prever os efeitos de erosão sobre as superfícies receptoras. Se a velocidade das águas ultrapassar limites admissíveis, torna-se necessário um dispositivo especial para a dissipação de energia. A Fig. 15.11 mostra, como exemplo, o dissipador tipo Peterka. 3/5 w 4D w/6 -o 3/4 w 3/8 w Área de enrocamento lateral - - - - - - _4.l.9_1.1::'. 0,30 W/6 0,30 O.Us W.m 3/SW VW6 1 0,30 w o4/3W Fi.gw:a 15.11-Dissipador de energfa 500 1 000 1 500 2 000 3 000 5 000 7500 10 000 1,50 2,10 2,45 2,75 3,20 3,85 4,60 5,15 416 Itumbiara, DO rio PllnJ.DBfba. representa um marco Da engenharia DB.CioDal. Sua entrada em operação marca o infci.o de um reforço considerável. Do abastecimento de energi.a elétrica da regifi.o sudeste do Pafs. É considerada uma das maiores usinas hidrelétricas da América do SuL Outro exemplo de implan.tação econ{)znica, em prazo recorde, como os anteriores (Fonte: IESA Notícias) · 417 , , CANAIS. CALCULO PRATICO E CONSIDERAÇOES COMPLEMENTARES 16.1 - FÓRMULAS PRÁTICAS AJ> fórmulas estabelecidas para o escoam.ento em condutos livres, baseiam-se na própria expressão de Chézy. ;~~~i~i~W:~~i5~:IT. A fórmula de Chézy era destinada indiferentemente à aplicação aos canais e aos condutos forçados. O coeficiente C depende não só da natureza e estado das paredes dos condutos, mas também da sua própria forma, havendo fórmulas em que seu valor relacionase ainda à declividade. No Quadro 16.1 encontram-se os valores do coeficiente C, propostos por Hamilton Smith, para condutos de superfícies internas lisas. São interessantes e possuem certa importância as relações que podem ser estabelecidas com o coeficiente C da fórmula de Chézy, e o coeficiente de atrito f, da expressão de Darcy-Weisbach, anteriormente considerada para· os condutos forçados (Cap. 8). A fórmula de Chézy pode ser escrita v 2 = C2 RHI, sendo I = J (perda de carga unitária) Para os condutos de seção circular, funcionando totalmente cheios ou à meiaseção, o raio hidráulico é igual a D / 4, v2 =C2D J 4 e, ainda, DJ 1 4 C2 -=-V 2 equação(l) A equação de Darcy-Weisbach é h -f Lv ' - 2 • J- h, _fv 2gD . . - L - DJ fv 2 -=-4 8g 2 2gD equação (2) CANAIS, 418 CÁLCULO PRÁTICO E CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES Comparando-se as equações (1) e (2), nas quais se apresenta a mesma potência de velocidade, Resultam as seguintes relações: ~~,~~. QUADRO 16.1 - Coeficiente de Chézy para condutas circulares. (valores de C para condutos lisos funcionando à seção plena ou à meia-seção) Velocidades m/s D m 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,50 2,00 0,30 0,40 51 53 55 57 59 61 63 64 65 66 67 70 74 53 55 57 59 61 63 65 66 67 68 69 71 75 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,50 3,00 54 56 58 60 62 64 55 57 59 61 63 65 67 68 69 70 56 58 60 62 64 66 68 69 70 57 59 61 63 65 67 69 70 58 60 62 64 66 68 69 70 71 71 71 71 72 74 78 73 74 78 61 63 65 67 69 71 73 74 75 76 77 79 83 65 67 69 71 59 61 63 65 67 69 70 71 72 73 74 66 67 68 69 70 72 76 73 77 72 73 75 79 76 80 71 74 76 78 79 80 81 82 83 16-2 - FÓRMULA DE .MANNING (1890) Conforme Chézy: v=C~RHI Manning fez R11s e=___!:!_, então 1 V= - . Ri/ r 3 • 1 2 ' n n Em função de D (diâmetro), a fórmula tem as seguintes expressões, para condutos funcionando à seção plena: v = ..!... o,397D 213 • r112 Q = ..!.. . 0,312 nª' 3 • r 112 n n Os valores de n são mostrados no Quadro 16.2. Embora a fórmula de Manningtenha sido estabelecida para os condutos livres, também se aplica ao cálculo dos condutas forçados. Seu emprego tende a se generalizar, não somente devido a sua simplicidade, como também em conseqüência da influência da técnica norte-americana. FÓRMULA DE KAZEN·WILLIAMS .419 QUADRO ~6-~ - vaf.ores (ii) ãa fórmula de Mannfog . , . · (D': Hi~ráulica. Vol.I. Prof. Alfredo Bandini) _ · · : ·-. . _·- _-~- Nº. Natureza das paredes 1 Canais de chapas com rebites embutidos, juntas perfeitas e águas limpas. Tubos de cimento e de fundição em perfeitas condições 0,011 2 Canais de cimento muito liso de dimensões limitadas, de madeira aplainada e lixada, em ambos os casos; trechos retilíneos compridos e curvas de grande raio e água limpa. Tubos de fundição usados 0,012 3 Canais com reboco de cimento liso, porém com curvas de raio limitado e águas não completamente limpas: construídos com 0,013* madeira lisa, mas com curvas de raio moderado 4 Canais com paredes de cimento não completamente liso; de madeira como o n.". 2, porém com traçado tortuoso e curvas de pequeno raio e juntas imperfeitas 0,014 5 Canais com paredes de cimento não completamente lisas, com curvas estreitas e águas com detritos; construídos de madeira não aplainada de chapas rebitadas 0,015 6 Canais com reboco de cimento não muito alisado e pequenos depósitos no fundo; revestidos por madeira não aplainada; de alvenaria construída com esmero; de terra, sem vegetação 0,016 7 Canais com reboco de cimento incompleto, juntas irregulares, andamento tortuoso e depósitos no fundo; de alvenaria revestindo 0,017 taludes não bem perfilados 8 Canais com reboco de cimento rugoso, depósito no fundo, musgo nas paredes e traçado tortuoso 0,018 g Canais de alvenaria em más condições de manutenção e fundo com barro, ou de alvenaria de pedregulhos; de terra, bem construídos, sem vegetação e com curvas de grande raio 0,020 10 Canais de chapas rebitadas e juntas irregulares: de terra, bem construídos com pequenos depósitos no fundo e vegetação rasteira nos 0,022 taludes 0,025 11 Canais de terra, com vegetação rasteira no fundo e nos taludes 12 Canais de terra, com vegetação normal, fundo com cascalhes ou irregular por causa de erosões; revestidos com pedregulhos e vegetação 0,030 0,035 13 Alvéolos naturais, cobertos de cascalhes e vegetação 0,040 14 Alvéolos naturais, andamento tortuoso • valor usual para coletores de esgoto de qualquer natureza 16.3 - FÓRMULA DE HAZEN-WILLIAMS (1920) No estudo de condutos forçados, foi apresentada a fórmula de Hazen-Williams, V= 0,355 C Dº· 63 J D,5 4 Fazendo-se: a) b) J=I D -=RH(D=4RH) 4 chega-se a :v~ .~·ª~~-s-~~~;;~::!:.~:~1.•·--~" . que pode ser utilizada ~o dimensionamento de canais. 420 CANAIS, CÁLCULO PRÁTICO E CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES Na expressão supramencionada: v = velocidade média, m/s; C= coeficiente que depende das condições da superfície interna dos condutos; raio hidráulico ( Rs = A/P) no caso de canalizações de seção circular, funcionando à seção plena ou à meia-seção, Rs = D/4; e, altura disponível declividade = I= extensão da tubulação Os valores usuais do coeficiente C encontram-se no capítulo 8 (quadro 8.3). 16.4- FÓRMULA DE FORCHHEll\IER (1923) O Prof. Forchheimer, depois de haver realizado um considerável número de investigações a respeito do escoamento em condutos livres, abrangendo, em suas observações, canais grandes e pequenos, chegou à conclusão de que a fórmula de Manning poderia ser vantajosamente modificada para a seguinte expressão: 1o.sRo.7 V=--H- n onde n é um coeficiente que tem valores idênticos ao do Quadro 16.2. Segundo o Prof. Schoklistch, essa última fórmula tem levado a resultados mais satisfatórios. 16.5 - FÓRMULA UNIVERSAL PARA CANAIS Powell, através de estudos e experiências realizadas por volta de 1940, propôs a aplicação, aos canais, de expressões semelhantes às que foram estabelecidas para tubulações por Nikuradse e Von Kárman, tendo indicado, para o caso mais simples, R C=alog_!L+f3 e Outros estudos estabelecem valores para C que dependem do número de Froude. Partindo-se da expressão geral de Kármán-Prandtl para condutos rugosos. +=2log 4 RH +l,14, --.Jf e e considerando-se que C = 5 encontra-se 4R e= 17, 7Iog-H-+ 10,09 e Valor aplicável à expressão de Chézy, V= c..JRHI, Onde C = coeficiente da expressão de Chézy: R H = raio hidráulico; ·e = rugosidade equivalente do conduto (ver cap. 8). Para paredes de concreto extraordinariamente lisas, e = 0,0003 a 0,0008 m e, paredes de concreto com revestimento normal, e = 0,0010 a 0,0015 m. ESCOAMENTO NOS RIOS E CURSOS DE ÁGUA NATURAIS 421 16.6 - OUTRAS FÓRMULAS Utilizadas durante largo tempo no passado, as fórmulas de Bazin (1897), de Ganguillet - Kutter (1869), de Gauckler - Strickler (1923) e outras foram relegadas em benefício da equação de Manning, sempre mais difundida e utilizada. J6.7 - ESCOAMENTO NOS RIOS E CURSOS DE ÁGUA NATURAIS As fórmulas propostas para condutes livres apenas levam a resultados satisfatórios quando a forma dos canais é estável e definida. Por isso, nem sempre elas podem ser aplicadas, com segurança, no caso de rios e cursos de águas naturais. O Quadro 16.2 inclui valores de n para aplicação da equação de Manning em canais naturais. Para estes, há vários fatores que não são considerados em tais fórmulas. Entre esses fatores, citam-se: irregularidades no fundo do leito, bancos de areia e depósitos bentais: ou, ainda, irregularidades na superfície das águas, desenvolvimentos vegetais, curvas, obstruções e outros. Nas Figuras 16.1 a 16.4 tem-se os valores do coeficiente n (cortesia do NRC, EUA) para os cursos de águas naturais. Figura 16.4 ·Para este canal, n - 0,070 422 Itaipu: empreezidiznento binacional Brasil-Paraguai para realizarem comum o aproveitame.oto hid.relétr:ico dos reccJI50S hidráulicos do rio Paraná. desde e inclusive o Salto Grande de Sete Quedas ou Salto Guaíra até a foz do rio Iguaçu. Constitui-se no maior aproveitamento já realizado no mundo. A IESA participou nas diversas rases de projeto desta grande obra desde a escolha do local e sua concepçii.o (Fonte: LESA Notícias). 423 , .. ' :· . ~ ', : '·. , . -~~ .. HIDROMETRIA PROCESSOS DE MEDIDAS HIDRÁULICAS 17.1 - BIDROMETRIA A hidrometria é uma das partes mais importantes da Hidráulica, justamente porque ela cuida de questões tais como medidas de profundidade, de variação do nível da água, das seções de escoamento, das pressões, das velocidades, das vazões ou descargas; e trata, também, de ensaios de bombas, turbinas, etc. As determinações de vazão realizam-se para diversos fins. Entre eles, citam-se sistemas de abastecimento de água, estudos de lançamento de esgotos, instalações hidrelétricas, obras de irrigação, defesa contra inundações, etc. 17.2 - PROCESSOS DE MEDIÇÕES DE VAZÕES 17.2.1 - Processos diretos Consistem na medição direta em recipiente de volume conhecido, (V); medese o tempo de enchimento do recipiente obtendo-se Q=v t Quanto maior o tempo de determinação, tanto maior a precisão. Esse processo geralmente só é aplicável nos casos de pequenas descargas, como, por exemplo, de fontes, riachos, bicas e canalizações de pequeno diâmetro. Nos laboratórios de Hidráulica, a medição direta dos caudais pode ser feita num tanque ou reservatório de dimensões conhecidas (tanque volumétrico). Podese, ainda, empregar uma balança (medição pelo peso). 17.2.2 - Orifícios Os orifícios são aplicados para o controle e medida de vazão em recipientes, tanques e canalizações. Nas instalações de tratamento de água, freqüentemente são empregados orifícios calibrados e ajustáveis, para medir vazões de soluções químicas. O nível de água é mantido constante por uma válvula de bóia. HIOROMETRIA 424 17.2.3 - Bocais O bocal de Kennison é um bocal calibrado, cujo emprego é indicado para a medida de vazão nas canalizações que conduzem líquidos lodosos. Nas estações de tratamento de esgotos, os bocais Kennison são comumente empregados para a determinação da vazão de lodos. A vazão é determinada pela posição da veia em regime de descarga livre. O Brasil foi um dos primeiros países a empregá-lo. 17.2.4-Vertedores Os vertedores são de emprego generalizado em Hidrometria. Os seguintes cuidados devem ser tomados: a) deve-se empregar um vertedor de tipo já experimentado; b) a lâmina deve ser livre; c) a soleira deve ser bem talhada e deve ficar na posição horizontal; d) toda água deve passar sobre o vertedor; e) a cargah deve ser medida a montante, a uma distância compreendida entre cerca de Figunl 1.7.2- (h - rutura d'água 5 h e 10 h e nunca inferior a 2,5 h. medida em relação ilsoleira) Os vertedores retangulares mais usuais são os de contração completa. Adotando-se, com aproximação, as relações seguintes, pode-se obter apreciável precisão: Tabela 17.1- Dimensões sugeridas e limites de aplicação para vertedores retangulares (Fig. 17.2) Limites de vazão (f/s) hmáx L B E e D (cm) cm cm cm cm cm 2,05,77,09,414,221,2- 30,5 38,0 38,0 45,5 45,5 45,5 30,5 45,5 61,0 91,5 122,0 183,0 122,0 152,0 183,0 213,5 274,5 350,0 91,5 99,0 106,5 122,0 122,0 137,0 45,5 53,0 61,0 61,0 76,0 84,0 45,5 45,5 53,0 61,0 61,0 76,0 85 160 225 480 650 990 17.2.5 - Medidores de regime crítico Os medidores de regime crítico podem consistir num simples estrangulamento adequado de seção, no rebaixo ou no alteamento do fundo, ou ainda numa combinação conveniente dessas singularidades, capaz de ocasionar o regime livre de escoamento. PROCESSOS DE MEDIÇÓES DE VAZÔES 425 Há um grande variedade de medidores desse tipo, sendo bastante conhecidos os medidores Parshall e os vertedores. os medidores Parshall são constituídos por uma seção convergente, uma seção estrangulada e uma seção divergente, dispostas conforme mostra a Fig. 17.3. os medidores Parshall são muito indicados para medida de vazão de esgotos, pelo fato de não apresentarem arestas vivas ou obstáculos à corrente líquida. CoIJJ.O a perda de carga é relativamente pequena, o seu emprego tende a se generalizar. A Seção 17.19 versa especialmente sobre os medidores Parshall e o canal Venturi. ·.:.Figura 17.S o Figu:ra 17.4 17.2.6- Medidores diferenciais para tubulações Os medidores diferenciais são dispositivos que consistem numa redução na seção de escoamento de uma tubulação, de modo a produzir uma diferença de pressão, em conseqüência do aumento de velocidade. Consideremos, por exemplo, o caso de um orifício ou diafragma de diâmetro d instalado no interior de uma canalização de diâmetro D (Fig.17.4); a diferença de pressão h, entre os pontos (1) e (2) será dada por _vi h - - -v~. - .. V 22 - V12_ -2gh 2g 2g sendo d o diâmetro da abertura (passagem), 2 D 4 V --V 1 d4 2 1 ==2g.1J. HIDROMETRIA 426 obtendo-se para a vazão ou, ainda, onde Q = vazão, em ml/s Ca = coeficiente de descarga; D = diâmetro da canalização, m; d = diâmetro da seção reduzida, m; h = diferença de pressão provocada entre dois pontos. Essa fórmula geral aplica-se a todos medidores diferenciais: orifícios, diafragmas, bocais internos, Venturi curtos, Venturi longos, etc. vrificio oca 80 60 40 1 ubo Venturi curto Tubo Venturi standar o 2 4 Dld---• Figura 17.5 - Perda de carga nos meclidores diferenciais, expressa em porcents.gem da · diferença de pressão. · 5 ORIFfCIOS CONC~NTRICOS OU OIAGRAGMAS 427 Uma vez conhed.dos os diâmetros e medido o valor h, determina-se a vazão Q. Para orifícios concêntricos o valor de Ca varia de 0,60 a 0,62, podendo-se admitir 0 valor médio 0,61. Para os medidores Venturi do tipo longo, o valor médio Cd está em torno de 0,975. A perda de carga final nesses medidores é menor do que a diferença de pressão h, porque, logo após a passagem pela seção contraída, há uma recuperação de carga piezométrica decorrente da redução de velocidade.(Fig. 17.4) Os medidores Venturi caracterizam-se por uma capacidade maior de recuperação devido a sua seção de difusão (ampliação gradual). Aumentando-se o valor da relação D/d (estrangulamento), aumenta-se a porcentagem de perda (Fig. 17.5) H'-3 - ORIFÍCIOS CONC:ÊNTRICOS OU DIAFRAGMAS Os orifícios concêntricos, intercalados nos encanamentos, constituem um dos proc~ssos mais simples para a medição de vazões. A execução do orifício é relativamente fácil. O orifício de diâmetro conveniente é executado em uma chapa metálica instalada entre flanges do encanamento. Chapa. A chapa utilizada pode ser de bronze, aço inoxidável ou monel. A sua espessura pode ser de 2,4 mm(3/32") para tubulações até 150 mm de diâmetro; 3 mm (1/8") para tubulações de 200 ou 250 mm; e 4,8 mm (3/16") para tubulações até 550 mm. No caso de se empregarem chapas mais espessas, deve-se dar um acabamento em bise! a 45º (chanfro), de modo a se obter a espessura recomendada. Tamanho do orifício. O diâmetro do orifício deve estar compreendido entre 30% e 80% do diâmetro da canalização. Valores inferiores a 30% correspondem a perdas excessivas e valores superiores a 80% não permitem boa precisão. Usualmente, o valor de d é estabelecido entre 50 a 70% do valor de D. Derivações. Nas tubulações horizontais, as derivações para medida de pressão devem ser feitas na lateral dos tubos, no plano horizontal (Fig.17.6). A tomada de montante deverá ficar a uma distância correspondente a um diâmetro (D) da face do orifício; a de jusante é inserida a uma distância D/2. Recomendam-se as dimensões para as derivações dadas na Tab. 17.2. As derivações devem ser feitas sem penetração excessiva, eliminando as rebarbas e asperezas. Instalação do orifício. O orifício deve ser instalado em trechos retilíneos horizontais ou verticais sem qualquer causa perturbadora próxima (derivações, curvas, registros, etc.), recomendando-se as distâncias mínimas apresentadas na Tab. 17.3. Sempre que a diferença de diâmetro D-d for superior a 50 mm, deve-se executar um pequeno furo de 3 mm (1/8") de diâmetro na parte superior da chapa do orifício, junto ao coroamento interno dos tubos, para permitir a passagem do ar, evitandose a formação de bolsas de ar. A diferença de pressão produzida (h) pode ser calculada pela fórmula geral (Seção 17.2.6), não devendo exceder 2,50 m, por motivos econômicos. Nos medidores instalados, a maneira mais simples de se verificar h para a determinação da vazão consiste no emprego de um manômetro em U. HIDROMETRIA 428 ----ti-~- - - - - -:1,1:_, - FSSM • •;+e + 2 -~- • • 1' ( ~, ' '•"' ~ • - -e·.~~, : ' " ~' r' ' .:'.~~·~·:~ .~.- ':~~-~~:,:: :'.: :;_ "'':' . :.::·). ·.;' _·"' p++l@riW@@I Figura 17.6 - Orifício Tabela 17.2 - Diâmetros das derivações (tomadas de pressão) Tubo DN Derivação Mínima(=) Máxima(=) 50 (2") 75 (3") 100-200(4" -8") 250 (10") 300-350(12"-14") 400 (16") 6(1/4") 6(1/4") 9(3/8") 9(3/8") 9(3/8") 9(3/8") 6(1/4") 9(3/8") 12(1/2") 15(5/8") 18(3/4") 25(1 ") Tabela 17.3 - Distâncias livres mínimas D/d Amontante A jusante 1,25 1,50 2 3 20·D 12·D 7·D 3·D S·D 4·D 3,S·D 3·D Exercício 17.1 - Deseja-se instalar um orifício concêntrico em uma linha de recalque de 550 mm (22") de diâmetro, para medir vazões em torno de 275 f/s. Verificar a perda de carga. Considerando-se um orifício de 350 mm (14"), a relação diâmetro será A diferença de pressão produzida será: h~ Q'[(~)'-1] 3,482 C!D 4 429 vENTURI 2 4 h= 0,275 [1,57 -l] =0, 93 m 3,48:. 0,612 • 0,55 4 Para relação D/d = 1,57 a perda de carga final será de 58% (Fig. 17.5); h 1 = 58% (0,93)=0,54m. Exerc1c10 17.2 - Um orifício de 17 cm de diâmetro, instalado em uma canalização de ferro fundido de 250 mm, produziu uma diferença de carga piezométrica (h) de 0,45 m. Determinar a vazão da canalização e a perda de carga do medidor ro: Q = 3,48 cdrr.Jh Q= 3,48-0,61·0,25 2 -J0,45 =0, 046 m 3 /s 4 0,25] -1 '\ ( 0,17 A perda de carga permanente provocada pelo orifício é (Fig. 17.5): 54% (0,45) ;;:; 0,24 m. (Se fosse empregado um tubo Venturi, a recuperação de carga seria maior, reduzindo-se essa perda.) 17.4 VENTURI O medidor Venturi é um aparelho inventado por Clemens Herschel em 1881, que leva o nome de Venturi, filósofo italiano que foi o primeiro hidráulico a experimentar tubos divergentes. O aparelho compreende três seções principais: uma peça convergente, outra divergente (difusor) e uma seção intermediária, que constitui a garganta ou estrangulamento, conforme se indica na Fig. 17.7 ~~~',.JJ. 'r'--------~-~- - - -., 1""•.. --1 -----· Fi.gun. 17. 7 Figura.17.8 HIDROMETRIA 430 O diâmetro de garganta geralmente está compreendido entre 1/ 4 e 3/ 4 do diâmetro da tubulação. O aparelhos Venturi são fabricados em dois tipos: a) Venturi longo (Herschel); b) Venturi curto (Orivent). Os comprimentos dos tubos Venturi longos geralmente estão compreendidos entre 5 e 12 vezes o diâmetro de tubulação. Os Venturi curtos apresentam-se com comprimentos entre 3,5 e 7 vezes o diâmetro nominal da canalização. A jusante do aparelho pode-se instalar qualquer peça especial, porque o comprimento da seção divergente (difusor) é suficientemente grande para assegurar as condições de medida. O medidor Venturi deverá ser precedido de um trecho de canalização retilínea, pelo menos seis (6) vezes o diâmetro da canalização. Nas tomadas de pressão existem câmaras anulares (coroas), ligadas ao tubo por uma série de orifícios convenientemente dispostos na sua periferia. Na canalização onde vai ser instalado o medidor, a pressão deverá ser superior ao valor de h (Fig. 17. 7). Aplicando-se o teorema de Bernoulli e tomando-se como referência o eixo horizontal da canalização, v; Pi v~ +---+- r 2-) Jh (2- ~ 2 Q= _P2 Ai r 2g = 2g' mlh ou Q = mlh A: Deve-se, ainda, introduzir um coeficiente corretivo k, de modo que Q=kmlh. 1,00 0,96 L..o-' ~ 0,96 0,94 ~ .... 0,92 0,90 1 000 / ~- ....... - ~ lio'" ' 10000 100 000 1 000000 10000 000 Figura 17.9 - Valores do coeficiente k e= fWlçii.o do número de Reynolds (escala logarftm.ic.a) TUBO OALL 431 .17.4.l-Diafragma Analogamente ao Venturi, é um medidor de vazão do tipo deprimogênico, pois se baseia na medição de uma depressão causada pelo estreitamento de seção no nuxo. Figura 17.10 - Diafragma Aplicando-se a equação de Bernoulli entre os pontos 1 e 2 e desprezando-se a perda de carga, temos a mesma equação apresentada no Venturi; aplicando a equação da continuidade e substituindo-a na equação de Bernoulli: Q = m-../h que é uma equação puramente teórica; na prática determinam-se os verdadeiros valores de "m" e dehº· 5 experimentalmente, onde o expoente de "h" toma um valor próximo à 0,5. 17.5 -TUBO DALL É um tipo de medidor diferencial, introduzido pela fábrica Kent (Inglaterra); apresenta as seguintes vantagens: a) dimensões e pesos reduzidos; b) perda de carga muito pequena; c) custo baixo. Figura 17.ll-Medidor Dall (corte) HIOROMETRIA 432 A perda de carga nos medidores Dall é inferior à que se verifica nos tubos Venturi clássicos (longos). Tabela 17.4-Tubos Venturi e Dali. Linlites usuais de aplicação D(=epol) Venturi (vazões e/s) Dali (vazões e/s) 150-6 200-8 250-10 300-12 350-14 400-16 450-18 500-20 600-24 60400 110-700 170-1100 245-1600 335-2200 435-2800 550-3600 6804400 980-6400 125-900 220-1500 340-2400 525-3400 6304700 950-6000 1135-7500 1385-9500 2015-13800 Observação. As diferenças de pressão variam de 1,5 a 4 mca. Os comprimentos dos tubos Venturi longos são de 10 a 12 vezes o diâmetro; os dos tubos Venturi curtos, de 5 a 7 vezes o diâmetro; e os dos tubos Dall são 2 vezes o diâm.etro. 17.6 - MEDIDOR INSERIDO A Leopold-Sybron fabrica no Brasil os medidores denominados "Permutube" com diâmetros nominais desde 150 até 600 mm (e maiores sob encomenda). A perda de carga nesses medidores geralmente está compreendida entre 2 e 5% da pressão diferencial. O trecho retilíneo a montante deve igualar ou superar 6 vezes o diâmetro do tubo. 17. '7 -MEDIDORES PROPORCIONAIS DC] TIPO DERIVAÇÃO ("SHUNT") Esses medidores aproveitam uma singularidade na tubulação e constam de uma derivação em diâmetro pequeno, onde se instala um hidrômetro de pequenas dimensões. As leituras no hidrômetro --~--pequeno permitem avaliar as vazões da tubulação. A respeito consultar a Revista DAE n 2 126 (setembro de 1981). _ __.lr:::tJl..._.:.----- 1'7.8 - MEDIDORES MAGNÉTICOS (OU ELETROMAGNÉTICOS) Baseiam-se no seguinte princípio: quando um condutor elétrico desloca-se através de um campo eletromagnético, a força eletromotiva induzida no condutor é proporcional à sua velocidade. No caso, o condutor é a própria água e o campo eletromagnético é formado por espiras em volta do tubo. A força eletromotiva é medida por meio de eletrodos que devem ter contacto com o líquido. Os medidores magnéticos são produzidos normalmente para tubulações desde 433 PROCESSO DAS COORDENADAS PARA DETERMINAR A VELOCIDADE DO JATO E A VAZÃO .. so até 900 mm de diâmetro. São peças caras, mas têm a vantagem de não causar perdas de carga. A "Foxboro Brasileira Instrumentação Ltda." fabrica esses equipamentos no Brasil. t7.9--: MEDIDORES ULTRA-SÓNICOS São medidores modernos, de alta precisão, que se aplicam tanto às tubulações (até 1.200 mm de diâmetro), como aos canais prismáticos. o princípio de medição se baseia na diferença de propagação de ondas ultrasônicas encaminhadas nos dois sentidos (montante e jusante). Vantagens: Facilidade de instalação, sem necessidade de interromper o funcionamento (não há nenhuma peça dentro do tubo, apenas peças ajustáveis externamente). Consequentemente, não há perda de carga. 17.19 - PROCESSO DAS COORDENADAS PARA DETERMINAR A VELOCIDADE DO JATO E A VAZÃO A velocidade teórica de um jato é vt = .../2gh '·'· ... Pigum.17.12 O movimento da veia líquida no tempo t pode ser decomposto segundo os eixos horizontal (x) e vertical (y). O primeiro movimento é uniforme e o segundo acelerado, devido à ação da gravidade. As equações desses movimentos serão: Equação (1) y=!gt2 2 Tomando-se o valor de t da Eq. (1) e substituindo-se na Eq. (2), 1 x2 y=-g2 v; verifica-se, portanto, que a trajetória é uma parábola do 2. 0 grau: z g xz t 2 y' V=-- v, =2,21 JY X Equação (2) 434 HIDROMETRIA A vazão será de Q=Av1 =2,21A JY X Equação (3) Este é um dos processos mais simples para a medida da vazão, no caso da descarga livre. Tabela 17.5 h/D % da seção total Seção de escoamento 0,95 0,90 0,85 0,80 0,75 0,70 0,65 0,60 0,55 0,50 98,1 94,8 90,5 85,7 80,5 74,7 68,8 62,7 56,4 50,0 3,082 xr2· 2,978 X r2 2,846xr2 2,694xr2 2,528 xr2 2,349 xr2 2,162 xr2 1,969 xr2 1,771 X r2 1,571 xr2 O tubo de descarga pode estar na posição horizontal (conforme indica a Fig. 17.12), ou pode estar inclinado; no segundo caso, deve-se medir x na direção do prolongamento da geratriz superior do tubo e y na vertical. Na Equação (3) A é a seção de escoamento na saída do tubo. Se o tubo não funcionar com a seção de saída completamente cheia, deve-se medir h , altura da lâmina, podendo-se aplicar os dados da Tab. 17.5. Exercício 17.3 - De um tubo horizontal de 125 mm de diâmetro sai um jato que, a 40 cm de distância, cai 30 cm. Calcular a vazão para os seguintes casos: a) tubo completamente cheio; b) tubo parcialmente cheio, com uma lâmina de 75 mm de profundidade. X= 0,40 m Y= 0,30 m a) b) Q,,=2,21·0,01227· h/D = ~=0,020m3 /s \(0,3 0,60 :. A= 0,00769 m2 (da Tab. 17.5,A = 1,969 · r 2 Q" = 2,21· 0,00769 · ) 04 rf:-;: = 0,0124m3 /s \(0,3 17.11-MEDIDA APROXIMADA DA VAZÃO QUE SAI DE UM TUBO HORIZONTAL OU INCLINADO (E.R.Yassuda., P.Nogami, R. Montrigaud) a) Tubo cheio, Q = 12,5 LD 2 (Fig. 17.13) onde L = distância em cm para y = 25 cm; D =diâmetro interno de tubo (cm); Q =vazão em litros por hora. MEDIDA APROXIMADA DA VAZÃO QUE SAI OE UM TUBO HORIZONTAL OU INCLINADO 435 Figura 17.13 Medindo-se a distância L em cm, entre a boca do tubo e o ponto onde o jato cai de 25 cm, poderemos facilmente avaliar a vazão. L é sempre medido na direção da geratriz do tubo e y na vertical (Tab. 17.6). Tabela 17.6 - Vazão aproximada em litro por hora. Distância L em cm para y- 25 cm (seção total). Distância L em cm paray = 25 cm Diâmetro 25 interno do tubo 7.5-3" 10-4" 15-6" 17500 31000 70500 30 35 40 45 50 55 6 65 70 21000 24500 28000 31500 35000 38500 42000 45500 49000 37500 44000 50000 56500 62500 69000 75000 81500 87500 84500 98500 112500 126500 140500 154600 169000 78000 197000 b) Tubo parcialmente cheio. No caso de o escoamento não se dar com a seção de saída totalmente cheia, interessará medir o abaixamento t da lâmina, na saída do tubo (Fig. 17.14). Nesse caso, a altura de queda (25 cm) do jato é medida a partir da linha que passa sobre a superfície livre da lâmina vertente e paralela à geratriz do tubo. A vazão será uma fração da vazão obtida com a seção cheia. Pode-se, para facilitar esse cálculo, organizar a Tab.17. 7, onde: A = área da seção molhada; A 0 =área da seção total (cheia); D = diâmetro do tubo Q 0 = vazão seção total A vazão será dada pela fórmula Q = ~C2o Ao HIOROMETRIA 436 Figura 17.14 Tabela 17. 7 - Seção parcialmente cheia t/D% A/Ao t/D% A/A0 5 10 15 20 25 30 35 0,981 0,948 0,905 0,858 0,805 0,747 0,688 40 45 50 60 70 80 90 0,627 0,564 o.soo 0,375 0,253 0,142 0,052 * (De Yamamoto, Tóquio) Exercício 17.4-Seja um tubo horizontal de 150 mm (6") de diâmetro. Calcular a vazão quando o jato cai de 25 cm a uma distância de 40 cm da boca do tubo e para um abaixamento (esvaziamento) de 30 mm. Qq = 112 500 f/h T! D(%)=~100=20% :.A/ Ao= 0,858 150 :.Q = 0,858 . 112 500 = 96 525 t/h. c) Tubo vertical. (Fig.17.15 e Tab. 17.8) Fórmula Q = 125D2 -JH, onde Q, f(h, H, cm D, cm Figura 17.15 flUXÔMETROS, ROTÃMETROS 437 Tabela 17.8 - Vazão aproximada em litros por hora H =altura do jato a partir da boca do tubo (cm) Diâmetro nominal 10 20 25 35 40 5 15 30 do tubo (cm epol) 10- 4" 28000 39500 15- 6" 63000 89000 20- 8" 112000 158000 25-10" 174500 247000 48500 10900 193500 302500 56000 126000 223500 349500 62500" 140500 250000 390500 68500 154000 274000 428000 74000 166500 296000 462000 79000 178000 316000 494000 45 50 84000 188500 335500 524000 88500 199000 353500 552000 17-12 - MÉTODO DA CALIFÓRNIA É um processo muito empregado para a medição de vazão de poços profundos, bombas de esgotamento, etc. Consiste em se executar uma instalação como indica a Fig. 17.16, fazendo-se a água verter por um tubo horizontal. A vazão será obtida pela seguinte expressão: Q=Kh 1,88 K = 0,057 + 0,01522D, sendo D = o diâmetro, em cm; Q =a vazão, em .f./s; h = a altura da lâmina, em cm. ) Figw:a 17.16 Exercício 17.5 - Em uma instalação provisória, para a determinação da vazão pelo método da Califórnia, elevou-se a água a 5 cm na boca de saída do tubo horizontal com 150 mm de diâmetro. Estimar a vazão. Sendo D = 15 cm eh = 5 cm K = 0,057 + 0,01522 X 15 = 0,285 Q = 0,285 X 5 1•88 ::; 6 .f/S. 17.13 - FLUXÔMETROS. ROTÂMETROS O medidor de área variável, ou fluxômetro, é um aparelho constituído por um tubo cônico transparente, com a seção maior voltada para cima. Por esse tubo passa o líquido cuja vazão deve ser medida , existindo um flutuador de forma adequada, que se desloca com o movimento do líquido. Para cada vazão existe uma posição correspondente do flutuador, uma vez que varia a área da passagem existente entre o flutuador e as paredes do tubo (Fig. 17.17). HIDROMETRIA. 438 ~-~1~ ~-- ---- -- Figura 17.18 Figura.17.17 17-14 - SINGULARIDADES Curvas, registros e outras peças e singularidades podem ser aproveitados para a medição de vazões nas tubulações, desde que não seja exigida muita precisão. Nas curvas, por exemplo, verificam-se diferenças de pressão que podem servir para a medição de descarga (Fig. 17.18). Q""' KA~2g(hz -h,) Valores práticos de K são dados em função de R/D, como se mostra no quadro a seguir. R/D 1 1,5 2 2,5 3 K 0,701 0,849 0,992 1,112 1,224 Os registros da gaveta também podem ser utilizados para medição de vazão (Fig. 17.19). De acordo com as observações de W.J. Tudor, tem-se que Q""' 2,l~hr · A 2 • g(h/ D) 3 Onde Q =vazão, m 3 /s; h 1 =perda de carga apenas no registro, m; A = seção da tubulação, m 2 h = altura da abertura, m; D = diâmetro do tubo, m. Medem-se as cargas em pontos eqüidistantes 1, 2, e 3, sendo que a medição no pROCESSOS QUÍMICOS. COLORIMÉTRICOS E RADIATIVOS 439 . trecho 2-3 serve apenas para indicar a perda de carga devida à própria tubulação (se esta perda for desprezada, simplificar-se-á o processo). _ _ 8_ _ hr= (p1 - P2) - hf2.s = (p1 - P2) - (p2 - Ps) .'• . . ' '· 1 _____ J~ --··-·--- 2 1 i. ··, ... .·. / . <·___ .----· D 50 D ~ ' io -~ 1 -- 3 ,--------+1-~.----i.I L ._________________________________________________ __.Figw:a1~19 Exercício 17.6 Com os seguintes dados: D = 0,20 m h, = 0,40; A= 0,314 m 2 h = 0,05 m. Encontra-se Q = 2,l~0,40. (0,0314) 2 ·9,8(0,050/0,20) 3 Q = 0,0163 m 3 /s ou 16,3 t/s 17.15 - PROCESSOS QUÍMICOS, COLORIMÉTRICOS E RADIATIVOS Embora interessantes, esses processos são empregados apenas em casos particulares. Um deles consiste em se descarregar, na corrente a ser medida, uma solução concentrada de sal, com uma vazão constante q. Essa solução naturalmente se dilui nas águas, alterando-se a concentração. Determinando-se a concentração final, obtém-se a vazão procurada. C 0 = concentração inicial na corrente; C 1 =concentração da solução; C2 =concentração final na corrente; q = vazão da solução concentrada; Q = vazão da corrente. C 1q + C 0 Q = (Q + q) C 2 C2 Q+C2 q C 1q-C2q= C 2 Q- C 0 Q q (C1 - C2) = (C2 - Co )Q = HIDROMETRIA 440 :.Q=q(C1 -C2 ) C2-Co O processo descrito pode ser aplicado, satisfatoriamente, apenas no caso de correntes turbulentas ou de águas que passam por bombas ou turbinas, para garantir a mistura da solução com a água. Outro processo químico é baseado na condutividade elétrica da água, que se eleva quando um sal é dissolvido. Em.pregam-se dois pares de eletrodos, cada par sendo instalado em uma seção de conduto. Num determinado instante, lança-se no conduto uma solução salina concentrada. A passagem dessa pelas seções 1 e 2 é indicada por um medidor, registrando-se desse modo o tempo decorrido no percurso. Como a distância entre as seções é conhecida, obtém-se a velocidade da água. O medidor de corrente pode registrar um gráfico (Fig. 17.20) 11111111111111111111111111 Figura 17.20 tempo Os processos colorimétricos são semelhantes; verifica-se, visualmente, a passagem do líquido colorido. No caso de esgotos, é usado o processo colorimétrico para determinar a vazão, empregando-se uma anilina ou serragem. Também servem para indicar a influência de um.a fossa negra num poço de água. As substâncias usadas nesse caso são a fuxina e a fluorceína. A tecnologia também oferece aos engenheiros a possibilidade de emprego de isótopos radiativos (traçadores), para o estudo do movimento da água, determinação de velocidades, vazões, etc. Exercício 17. 7 - Em uma usina hidrelétrica, equipada com uma turbina Francis tipo veloz, foi empregado o processo químico de solução para a determinação da vazão. A potência da turbina à carga plena era de 330 cv, sendo a queda de 10 m. A solução de cloreto de sódio, de 5% em peso, foi injetada por uma bomba auxiliar de 3,4 e;s em vários pontos a montante. Análises químicas indicaram que a quantidade comum de cloreto nas águas era de 1,5 ppm e que a concentração, após a. aplicação da solução, determinada no efluente da turbina, elevou-se a 54 ppm. Determinar: 441 H 1O R Ô M E T R O S a) a vazão; b) a potência bruta da queda em cv; c) o rendimento da turbina; d) a potência em cv nos terminais do gerador; e) a potência em cv no fim da linha de transmissão; f) a potência em kW no fim da linha; g) quantos% (e) representa de (b). É conhecido o rendimento do gerador: 94%, e o rendimento para linha de transmissão: 90% a) Cálculo de vazão cl = 5:100 = 50 000 ppm (ppm = 1:10 6 ) Q= q(C1 -C2) = 3,4(50 000-54) C2 -C0 b) 54-1,5 3,4·49 946 52,5 3 235 l/s= 3, 23 m3 /s Potência bruta ou te6rica da queda N= QH = 3230·10 = 430 cv 75 75 c) Rendimento da turbina Sendo a potência efetiva no eixo da turbina de 330 cv, o rendimento da turbina será: 330 =76 5% 430 ' d) Potência nos terminais do gerador e) Potência no fim da linha f) Potência no fim da linha em kW 330 310 g) CV X X 0,94 0,90 = = 310 279 CV CV l CV= 0,736 kW 279 X 0,736 = 205 kW Relação e: b (%) 279: 430 = 0,65 ou 65% 1'7.16 - HIDRÔMETROS Os hidrômetros são aparelhos destinados à medição da quantidade de água que escoa em intervalos de tempo relativamente longos. São muito empregados para medir o consumo de água nas instalações prediais e industriais. São dois os tipos principais: a) hidrômetros de velocidade (tipo turbina); . b) hidrômetros de volume (compartimento que enche. e esvazia continuam~nte). Hidrômetros de velocidade: são mais baratos, mais simples, de reparação mais fácil e mais insensíveis às impurezas das águas. Os inconvenientes são os limites de sensibilidade e a exatidão menores. HIDROMETRIA 442 Hidrômetros de volume: são mais precisos e mais sensíveis, indicando consumos muito pequenos. Por outro lado, são mais caros, mais sensíveis às impurezas das águas e de reparação mais difícil. Os hidrômetros de volume são recomendáveis para as localidades em que água é muita cara e de boa qualidade. E a:I Sl--~----jtt---IY--+-+-~--1--+-~~~~~~~~'---+~~~~~~--,,,;c-~~-; cã 71----::,-f+::--l--:!-+--1<:-~'---+-~~~~---;:-~-;,IC-~~-+~~---:-~----::.,,,C.'--~~~-; Cl 6 ~ 51---'-=/-+el~=l-----"'--f-~~-t-~~~-7'c._~~~~-+~~'--~~~~~~~-1 ~ 41--~l--l/'--Jéf--~-t-~~-t-~----::.,,C.~~~~--::"""'"9-~~~~~~~~~~-1 ~ 31----1'--.l'!-:.F--hl''---+-~~-+-7"'"--~~----,~""""'-~~-+~~~~~~~~~~-; ]; 21---+-~.,_.,,,.,_~-t---:;;~:+-~-:::;;..-"""'-~~~~~-+~~~~~~~~~~-1 a... ~~~~:ldi:::l;:=:t:::::::c~=================t====================:::1 io 20 30 5 7 3 Vazões em m3/hora Figuia 17.21 - Curvas de vaz.iio horária Observação. Para se conseguir dos hidrômetros um funcionamento satisfatório e um uso normal, escolhe-se o tipo: a) cuja vazão média diária indicada na parte de cima é superior ao consumo médio diário (obtido por observações feitas num período longo de funcionamento) e b) cuja vazão característica é superior à vazão máxima horária da instalação. O Woltmann é um hidrômetro de velocidade com grande capacidade de vazão. Consiste em um turbina, cujo número de rotações mede indiretamente a quantidade de água que passa pelo aparelho. Figura 17.ZZ Macromedidor tipo Woltrna.nn (MeiDeckeTecnobrás) DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE 443 Em serviços de abastecimento de água, o hidrômetro Woltmann aplica-se à determinação de vazão em linhas adutoras, subadutoras, saídas de reservatórios, etc. Aplica-se, também, nos prédios de grande consumo de água. No Brasil são fabricados medidores sob licença da H. Meinecke A.G. (Alemanha), pela Hidromet-Tecnobrás, de acordo com as normas ISO e DIN e nos tamanhos de 50 a 500 mm Vazões contínuas admissíveis e perdas de carga correspondentes: Diâmetros,= Vazões admis., t/s Perdas de carga, m 150 55 0,50 200 90 0,40 250 140 0,40 300 210 0,40 400 420 0,25 500 640 0,20 17.17 - DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE 17.17.1 - Flutuadores Consistem em objetos flutuantes que adquirem a velocidade das águas que os circundam. Podem ser de três tipos. a) Simples ou de superfície: São aqueles que ficam na superfície das águas e medem a velocidade superficial da corrente (Fig. 17.23 3 ) V med = 0,80 a 0,90 de vsup Figura 17.23 O inconveniente apresentado por esse flutuador é fato de ser muito influenciado pelo vento, pelas correntes secundárias e pelas ondas. b) duplos ou subsuperficiais. Constituem-se em pequenos flutuadores de superfície, ligados por um cordel a corpos submersos, à profundidade desejada. Os volumes dos primeiros devem ser desprezíveis, em face dos segundos. Nessas condições, mantendo-se o corpo submerso a cerca de seis décimos da profundidade, determina-se a velocidade média (Fig. 17.23b). e) Bastões flutuantes ou flutuadores lastrados. São tubos metálicos ocos ou de madeira, tendo na parte inferior um lastro de chumbo, de modo a flutuar em posição próxima à vertical (Fig. 17.23c). L deve ser, no máximo, igual 0,95H. Francis apresentou a seguinte fórmula: Vmcd =v,.bs[1,02-1,116~1- ~] HIOROMETRIA 444 válida para LIH > 3 / 4 sendo H a profundidade do canal e L o comprimento do bastão. Observação geral. Atualmente, os flutuadores são pouco usados para medições precisas, devido a muitas causas de erros (como as ondas, os ventos, irregularidades do leito do curso de água, etc.). Apenas são empregados para determinações expeditas e na falta de outros recursos. Aplicação: Escolhe-se um trecho retilíneo de um curso de água de seção regular( Fig. 17.24). Estendem-se duas cordas de lado a lado, distanciadas de 15 a 50 m. Divide-se, transversalmente, o curso de água em várias seções. Soltam-se os flutuadores, medindo-se o tempo gasto no percurso. Sempre que um flutuador se desvia do seu curso, abandona-se a leitura e repete-se o lançamento. A seção do leito do curso de água é determinada por meio de medidas com régua graduada ou por meio de soldagens. r l r ----+- -+-.-.- ---1 e A---- Contagem de tempo CTnício) -+- • • 1 I • · 1 1 1 .1 ' 1 1 1 1 1 .1 ' ' . Ponto de lançamento 5 a 15 m (A) v1 v2 o E "'o :s U) ' ' ' · B ---- ' ---r • • • ' Contagem 1 j 1• ' 1 de tempo 1 j ~ 1 if. ~ U) ' -----~----~-----J----' ' ' 1 1 1 -- - (B). (fim) Figura 17.24 17.17.2 -Tubos de Pitot Estes tubos foram empregados pela primeira vez pelo físico francês Pitot, em 1730 (rio Sena). Um tubo de Pitot consiste em um tubo de material transparente, com uma extremidade recurvada em direção à corrente da água, como mostra a Fig. 17.25. Teoricamente, v2 H=- 2g v=~2gH Figura 17.25 DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE 445 Na realidade, porém, deve-se introduzir um coeficiente de correção C, v==C~2gH O tubo de Pitot somente leva a bons resultados no caso de correntes de grande velocidade, sendo, por isso, mais comumente empregado em canalizações, em aviões etc. 17.17.3 - Molinetes Os molinetes são aparelhos constituídos de palhetas, hélices ou conchas móveis, as quais, impulsionadas pelo líquido, dão um número de rotações proporcional à velocidade da corrente. São de dois tipos. a) De eixo horizontal. M°ais comuns na Europa (Fig. 17.26). b) De eixo vertical. Tipo Price, de origem norte-americana. Ambos se baseiam na proporcionalidade que se verifica entre a velocidade de rotação do aparelho e a velocidade da corrente. A cada volta, ou a cada determinado número de voltas, estabelece-se um contato elétrico e o aparelho emite um som (fane ou campainha). Figura 17.26 Figura 17.27 - Medidor tipo molinete instalado em c:mal (ETA de Chicago) Esse dispositivo permite conhecer o número de revoluções do eixo durante um determinado intervalo de tempo, ou seja, a velocidade de rotação. A velocidade da corrente é dada em função do número de voltas por segundo e de coeficientes particulares para cada aparelho. A determinação desses coeficientes é feita, eJ.."Perimentalmente, mediante a operação denominada taragem ou aferição. 446 HIDROMETRIA ------- : ; - · ; _ Figura 17.28- Vista do laboratório de .mtiquinas hidráulictJS do Centro Tec:nológico de Hidráulica (CI'H) -Siio Paulo 17.18 - INSTRUÇÕES PARA A MEDIÇÃO DE VAZÃO DE CURSOS DE ÁGUA. Preparadas pelo DNOS e transcrita da revista Sanevia n 2 11, fevereiro 1952 17.18.1- Estabelecimento de postos fluviométricos 1) No estabelecimento de postos fluviométricos, deverão ser consideradas as facilidades de acesso, mesmo durante as estações chuvosas, as condições topográficas e de escoamento convenientes à precisão das leituras e a determinação da curva chave (vazões x níveis d'água). 2) O serviço de observação diária das escalas (duas vezes, às 7 e às 17 horas) deverá ser confiada a pessoa idônea e com moradia próxima à escala; preferencialmente, deverão ser escolhidas pessoas de condição modesta, a quem possa interessar um ganho extra. Esse observador deverá ficar perfeitamente instruído quanto à observação diária de escalas e quanto à remessa, pontualmente, nos dias 1 e 16 de cada mês, dos cartões quinzenais à sede do Distrito; deverá ficar ciente de que o serviço que lhe é confiado exige pontualidade e de que, se as observações não forem feitas ·criteriosamente, ficarão perdidos o tempo e o dinheiro gastos com a ida dos técnicos ao local, para proceder a medições de descarga. 3) As escalas deverão ser instaladas em locais de águas tranqüilas, protegidas contra a ação de madeiras carregadas pelas enchentes, e a uma distância de margem que permita boa visibilidade. Se possível, escavar-se-á uma reentrância na margem para nela colocar-se a régua, livre da correnteza. As escalas, a critério dos técnicos, poderão ser fixadas em estacas-suporte de madeira de lei solidamente enterradas, em pontes ou em outras obras fixas. As cotas das extremidades superior e inferior das escalas deverão atender INSTRUÇÕES PARA A MEDICÃD 4) 5) 6) 7) 8) 9) 10) 11) DE VAZÃO DE CURSOS DE ÁGUA 447 às informações colhidas no local, sobre as enchentes excepcionais e sobre as estiagem rigorosas, de modo a evitar que as réguas fiquem submersas ou em seco. Para completa segurança do nivelamento dos diversos lances de escala, deverão ser estabelecidos pelo menos dois RN. Um desses RN poderá ser uma estaca de madeira de lei com seção mínima, de 8 cm x 8 cm, completamente enterrada no solo; será preferível, contudo, um marco de concreto. Um segundo RN deverá ser, de preferência, construído por um degrau ou soco de embasamento de uma construção sólida. Sempre que possível, deverá ser determinada, por nivelamento geométrico, a altitude do zero da escala com referência a um RN de precisão, próximo. A seções de medição de descarga deverão ser localizadas o mais próximo possível das escalas e definidas por duas estacas em cada margem, devendo uma delas servir para o ponto de início da contagem das abcissas; deverão ser sempre normais à corrente, em trechos retilíneos dos rios, sem turbilhonamentos, onde seja mínima a zona de remanso, os filetes líquidos tão paralelos quanto possível e onde as velocidades não sejam demasiadamente baixas. Na ocasião do estabelecimento de um posto fluviométrico, deverá ser feito o levantamento da seção de medição, na parte molhada, por sondagem, e na parte em seco, por nivelamento geométrico, taqueométrico ou à régua. Da primeira medição de descarga deverão constar informações sobre o material de que são constituídos o fundo e as margens do rio, especialmente sobre sua fixidez ou mobilidade. Deverão ser colhidas informações seguras sobre as cotas atingidas por enchentes e estiagens notáveis, sendo do maior interesse a obtenção de fotografias que permitam determinar, por nivelamento, as cotas dos níveis extremos conhecidos. O técnico encarregado de estabelecer um posto fluviométrico deverá localizá-lo nas melhores cartas existentes, referindo-o às cidades ou povoados vizinhos e às barras dos tributários mais próximos. O técnico encarregado de estabelecer um posto fluviométrico enviará, o mais breve possível, ao escritório central a respectiva ficha descritiva acompanhada de croqui cotado, mostrando em planta e perfil a situação das escalas, dos RN, da seção de medição, de casas e estradas próximas, meios de acesso, locais de hospedagem, etc. 17.18.2 - Conservação e inspeção dos postos Ouviométricos 1) As escalas, no caso de não serem de placas de ferro esmaltado, deverão ser pintadas em branco, pelo menos uma vez ao ano. 2) Quando as escalas forem fixadas em estacas, deverão ser feitas ao menos duas vezes ao ano, verificações do nivelamento dos diversos lances com referência aos RN existentes. Os parafusos de fixação serão revistos frequentemente. 3) As seções de medição serão mantidas livres de vegetação junto às margens, devendo-se fazer periodicamente o serviço de limpeza e capina. 448 HIDROMETRIA 4) 5) Os observadores terão sob sua responsabilidade as escalas, os RN, as estacas existentes na seção de medição, a canoa que for deixada no local e os apetrechos necessários ao serviço. Toda turma que visitar um posto fluviométrico, procedendo ou não à medição de descarga, enviará ao escritório central, o mais breve possível, informações sobre o estado do posto. 17.18.3 - Equipamentos das turmas e processo de medição de descarga 1) Todas as turmas encarregadas de medições de descarga, estabelecimento e inspeção de postos fluviométricos deverão dispor do seguinte equipamento: carretéis contendo cabos de aço com diâmetros e comprimentos suficientes, malho de madeira ou marreta; guinchos para suspensão do molinete; ferros prendedores para fixação das canoas ou balsas; lastro de pesos suficientes para as medições a que tiverem de proceder; o molinete, cronômetro, hastes para determinação de pequenas profundidades e para medições a vau; nível de mira; aneróide; martelo; arco de pua e brocas, serrote, pé-de-cabra, pregos, tinta branca e pincel; um par de moitões. 2) As medições de descarga serão feitas de canoa, de balsa ou a vau. 3) Nas medições de rios até 100 m de largura, será sempre usado cabo transversal duplo (cabo em U), sendo que o de jusante servirá para definir a seção transversal de medição e o de montante para fixar ou ancorar a canoa, evitando que esta se desloque longitudinalmente e seja deformada a seção definida pelo cabo de jusante. Ambos os cabos deverão ficar bem esticados e distantes cerca de 50 cm da superfície da água. 4) Nas medições de rios com larguras superiores a 100 m, poderá ser usado apenas um cabo transversal, o qual deverá ficar bem esticado e de maneira a ser possível manter uma pequena distância entre o cabo e a superfície da água. Em tais casos, o guincho de suspensão do molinete· deverá ser colocado o mais próximo possível da proa da canoa. Para medições de rios com larguras superiores a 400 m, serão usados processos adequados às condições locais. 5) O espaçamento entre duas verticais consecutivas, em que serão tomadas as velocidades, deverá obedecer às indicações do Quadro 17.1. QUADRO 17. 1- Larguras e espaçamentos (m) Espaçamento Larguras Espaçamento Larguras 0,20 0,50 1 até 3 3a6 6a15 15 a30 30 a50 4 50a80 80 a 150 150 a 250 maiores que 250 2 3 6 8 12 Pode-se, usar também, a fórmula do engenheiro Jorge Oscar de Melo Flores, N=4Lº· 3 + 1, em que L é a largura do rio em metros e N o número de verticais. INSTRUÇÕES 6) 7) 8) 9) 10) 11) 12) 13) 14) 15) PARA A MEDIÇÃO OE VAZÃO OE CURSOS DE ÂGUA 449 Junto às margens serão observados espaçamentos menores que os indicados no Quadro 17.1. Devem ser usados lastros com pesos suficientes, a fim de que não haja arrastamento do molinete e erro para mais nas profundidades medidas. Em cada vertical devem ser tomadas velocidades em diversas posições do aparelho, de maneira a assinalar trapézios sucessivos e de alturas praticamente iguais à área limitada pela curva de variação da velocidade na vertical. Para profundidades compreendidas entre 0,60 e 1 m, deverão ser medidas velocidades em três posições; para profundidades maiores, devem ser tomadas velocidades, pelo menos em quatro posições do aparelho. Admite-se que a lei de variação da velocidade, ao longo da vertical, pode ser representada por parábolas de eixo vertical, horizontal, curva logarítmica ou hipérbole equilátera. Aceitando-se a parábola de eixo horizontal, está determinado que a velocidade média ocorre em pontos situados a 0,6 da profundidade, a contar da superfície. Identicamente, o cálculo analítico mostra que a média das velocidade tomadas a 0,2 e 0,8 da profundidade corresponde, também, à média na vertical. Todavia, fica bem claro que o número de pontos em cada vertical deve ser o maior possível, só se lançando mão dessas indicações simplificadoras se houver motivo muito relevante. Sempre que se mede descarga com molinete, faz-se uma medição da velocidade máxima superficial, com flutuador, para determinar-se, em função da cota do nível da água, a relação entre esta velocidade máxima superficial e a média geral da seção. Para a determinação das velocidades devem ser tomados tempos acumulados e correspondentes a 100 revoluções de hélice, tempos esses que não deverão ser menores que 30s. Nas altas velocidades, a fim de satisfazer a essa exigência de tempo mínimo, serão registrados os tempos que corresponderem a 150, 200 ou mais rotações da hélice. Nos casos de velocidades muito baixas, poderão ser tomados tempos correspondentes a 50 rotações, sendo, então, assinaladas as passagens de cada grupo de 10 rotações. Todos os tempos de rotação da hélice serão tomados a cronômetro e com aproximação até décimo de segundo. As indicações simplificadoras do item 9 desta seção poderão ser usadas, por exemplo, no caso do rio estar em elevação ou baixamento tão rápido que não haja tempo para os observadores efetuarem muitas medições, de acordo com o método dos múltiplos pontos expostos no item 8, também desta seção. As medições dos diversos pontos ficariam sem valor, porque seriam feitas com alturas diferentes do nível da água. Quanto menos favorável o local da medição e mais incertas as suas condições, tanto menos indicado será o método de um ou dois pontos para cada vertical. Quanto mais perturbado o escoamento, maior será o número de pontos. Uma possível causa de erro nas medições é a ação do vento, que dificilmente pode ser evitada. A solução prática é não efetuar medições com o vento forte. 450 HIDROMETRIA 16) Os molinetes devem ter uma aferição periódica. 17) Outra possível causa de erro, fácil de evitar, é a contagem de rotações do molinete em período muito curto. Para um observador experimentado, basta somente olhar para a água e ver que ela não se move regularmente e sim em movimento perturbado com turbilhões, etc. Isso transmite ao molinete um valor variado de rotações e a velocidade média desejada somente pode ser achada conservando-se o molinete em um tempo tal que essas irregularidades se integrem também na média. Um período de 1 minuto deve ser o mínimo, mas um período de dois ou três minutos é melhor. QUADRO 1'7.2 - Planilha para as medições de descarga ~lculo do medôçDo do descargo MVOP Río .•.•...........•.•......•..........• DNOS Posto ................................ . Dou .................... . Abci=s (m) Prcfundidadc::s lm) MollnCJto n• ............ ......................... .. C.too lnfcio______ ,Jfl FirTL.., _____ ,__ ...m Mt.-di3 ______ ,m Modiç!io nD ...•••....•..••.•.......••. Origlnal n.1 c.3d ......... pg ... ........ . Lostro ............... <g .................. . Modii;ao ......... ................................ . Oporador ... ..................................... . Hora do início ..•..................... Hora do término ............... : ..•.. Cur~ç,ão da madiçãa .... ...•....... Largura d'c sagmcmo lm~ 00SQrgJ do sogmento Obscrv.:iç6c 1'7.19 - MEDIDORES DE REGIME CRÍTICO. MEDIDORES PARSHALL E CANAL VENTURI 17.19.1- Introdução A medição de vazão ou descarga em condutos livres e particularmente nos canais abertos, constitui, sem dúvida, uma das mais importantes questões da Hidráulica Aplicada. Inúmeros são os dispositivos e métodos que vêm sendo empregados para esse fim, cada processo aplicando-se especialmente a certos casos, limitando-se, portanto, a determinadas condições que tornam vantajosa a sua aplicação. É objeto desta seção o estudo dos chamados medidores de regime critico. Tais medidores podem consistir num simples estrangulamento adequado de seção, no rebaixo ou no alteamento de fundo, ou ainda, numa combinação conveniente dessas singularidades capaz de ocasionar o regime livre de escoamento. M E o 1o o R E s oE R E G 1M E e R 1T 1 e o . M E o 1o o R E 5 p ARsHAL L E eA NA L V ENT uR1 451 Em particular, serão tratados os medidores Parshall, cuja aplicação tem se generalizado cada vez mais. A terminologia portuguesa leva a sérias dificuldades nesse setor da Hidráulica: encontram-se o termo genérico vertedores, de aceitação geral e emprego corrente no Brasil e o seu correspondente em Portugal, descarregadores. A palavra calha, empregada por alguns para designar dispositivos, como o Parshall, parece não exprimir bem o que se tem em vista; além de ser um termo já consagrado para outros dispositivos, tais como a peça que coleta e conduz as águas pluviais de um telhado, a canaleta, que, em filtros rápidos, recebe as águas de lavagem, a bica de uma fonte etc.; essa palavra, em linguagem castiça, designa um simples rego. É por isso que se prefere escrever medidores Parshall, ao invés de calhas Parshall. Em castelhano, a existência de termos vertedores e aforadores contorna qualquer dificuldade. O inglês, não obstante contar com maiores recursos idiomáticos, que lhe proporcionam termos com notch, weir e flume, vê-se algumas vezes atrapalhado quanto à acepção rigorosa destas palavras. Os medidores de regime crítico também têm sido designados por canais Venturi, Venturi flume, Venturikan.al, denominações que não são consideradas, muito adequadas, pois podem dar a impressão de medidores semelhantes, em princípio, aos conhecidos tubos Venturi, isto é, medidores que se baseiam na determinação de duas cargas ou dois níveis. Para medidores de regime crítico, uma única medida de nível é suficiente. 17.19.2 -Teoria dos medidores de regime crítico No estudo generalizado dos canais, verifica-se que, para determinadas condições, existe em um canal uma profundidade-limite estreitamente relacionada aos dois regimes de escoamento: o fluvial e o torrencial. É a profundidade crítica. Considerando-se a Fig. 17.29 e chamando-se de E a energia específica das águas a montante, pode-se escrever v2 E=-+H 2g Equação (1) A profundidade crítica é aquela para qual o valor desta expressão é um mínimo. Sendo a seção retangular e de largura unitária, v=Q=Q A H Substituindo-se E=_!Í._+H 2gH2 :. Q 2 = 2g(EH2 - H 3 ) Q =~2g(EH2 -H3 ) Equação (2) HIDROMETRIA 452 dQ = o, , . com o val or m1n1mo quan d o dH dQ = dH .j2i (EH2 2 H 3 r 112 (2EH - 3H2 ) =O, lill-1- - 2HE- 3H2 =O 2E=3H ocorrendo, neste caso, a altura crítica (Hc) 3 E=-H 2 e Figura 17.29 Equ:içiio (3) Substituindo-se este valor na Eq. (2), H3=Q2 e g Equ:içiio (4) Para uma seção de largura d qualquer, a descarga por unidade de largura será Qjd, resultando, para a expressão anterior, a equação cúbica da forma, Q2 = d2 gH~ Equação (5) Por outro lado, a montante, numa seção de largura D, a equação da continuidade fornece: Q=vDH ·vz=~ DZHZ Equação (6) .. Substituindo os valores obtidos nas Eqs. (3), (5) e (6), encontra-se na Eq. (1) ~H 2 e Equação (7) fazendo-se d/D = r, isto é, a relação de contração, e designando-se por m e por z, respectivamente, ME o 1 D o R E s oE R E G 1M E e R r T 1e o . M E D 1o o R E s p A R s ~ A L L E D2 dz eANAL V E NT u R 1 453 1 rz -=-=m H _c=Z H A Eq. (7) apresenta-se com o seguinte aspecto: 3 H 3d 2 H--H +--c-=0 2 2 2 2D H e Multiplicando-se os dois membros dessa equação por 2D2 3D2 H 2 2 ~ dH obtém-se: H' - - - - · - e +-e =0 OU, d2 d 2 H H3 2m - 3mz + z3 = O ou, ainda z3 3mz + 2m - O = Equação cúbica da forma z3 - 3pz + 2q = O em que p e q são positivos e p3 > q 2 • A equação tem três raízes reais diferentes, sendo duas positivas e uma negativa. A solução trigonométrica é vantajosa; adotando-se para valor do ângulo auxiliar <p, cos <p = ~ qr , ou <p = are cos P'\/P P-VP a raiz conveniente será z' = 2JP cos ( 60º+iJ ou nesse caso, como p = q = m <p = are cos 1 1 e sendo m = - 2 , <p = are cos r 1 ...;m r resultando (;r 2 cos - +are rJ z , =- -cos -r 3 2 d onde r=D Da Eq. (5) obtém-se Q=dhc~gHc e, como: H _e H =z.·.H =zH e Equ:i.çiio (8) HIOROMETRIA 454 encontra-se ou então Q =k·d·H~2gH =k·d;/2 ·H312 Equação (9) Fórmula clássica dos vertedores, na qual o coeficiente k representa: z"2 k= -.f2 (z tem o valor obtido pela Eq. (8). Portanto k é um coeficiente que depende da relação de estrangulamento, cujo valor é constante para cada vertedor. Neste estudo foram consideradas: energia especüica constante, alturas de águas correspondentes às cotas piezométricas, canais sem sobrelevação do fundo. Sobre o assunto, o engenheiro argentino A. Balloffet realizou investigações completas, já divulgadas em estudos de grande valor ... Em experiências de laboratório, o coeficiente prático de correção tem sido encontrado em torno de 0,95. Os medidores de regime crítico, além da facilidade com que podem ser executados, apresentam vantagens que decorrem das suas próprias características hidráulicas; uma só determinação de carga é suficiente, a perda de carga é reduzida, não há obstáculos capazes de provocar a formação de depósitos, etc. 17.19.3 - Medidor Parshall. Dimensões É um medidor que se inclui entre os de regime crítico, tendo sido idealizado por R.L. Parshall, engenheiro do Serviço de Irrigação do Departamento de Agricultura dos EUA. Consiste em uma seção convergente, uma seção estrangulada, ou garganta, e uma seção divergente, disposta em plantas e perfil, como mostra a Fig. 17.30. Os medidores Parshall são indicados, nominalmente, pela largura da seção estrangulada; assim, um Parshall de 9 polegadas mede 0,23 m na.menor seção transversal (W). O fundo, em nível na primeira seção, é inclinado na garganta, com uma declividade de 9 vertical: 24 horizontal, qualquer que seja o tamanho. Na seção divergente, o fundo é em aclive na razão de 1 vertical: 6 horizontal no caso dos medidores de 1 a 8 pés. Para esses medidores, a diferença de nível entre montante e extremo jusante (K) é de 3 polegadas (7,6 cm). Os menores medidores empregados são os de 1 polegada e o maior até hoje construído mede 50 pés e tem uma capacidade para 85 000 t/s. As dimensões aproximadas para os medidores Parshall de 1 a 8 pés podem ser determinadas como segue. F= 61 cm; B D-W A=--; a- arctg~ E=G=91,5 cm; cosa B = 0,49 W + 119,4 (cm); N=F·9/24 e= w + 30,5 (cm); K=7,6cm.; D = 1,196 W + 47,9 (cm); •A. Balloffet. Aforadores de resalto, Ciência Y Técnica, Buenos Aires. janeiro de 1949 ME o 1o o R E s oE R E G 1M E e R 1T 1 e o . M E o 1o o R E s p A R s H A L L E eA N A L VE N T u R 1 455 -----'ª'---'---- _f__ _--"'G_ _ , ~-------- ----------"--"] -~L __i_J( ________ -------------+ .._.................................,........_........,..........,..............,. . Figura17.30 A Tab. 17.9 dá as dimensões padronizadas para os medidores até 10 pés. As colunas Â. e n referem-se à equação Q = Â. • 1ff' com vazão em m 3/ s e H, carga a montante da seção contraída, em m. Ex: Parshall de 6" Q = 0,381H 1•58 (m3 /s) º Tabela 17.9 - Dimensões padronizadas(=) de medidores Parshall 1" 3" 6" 9" 1' 11/2' 2' 3' 4' 5' 6' T 8' 10' w A B e 2,5 7,6 15,2 22,9 30,5 45,7 61,0 91,5 122,0 152,5 183,0 213,5 244,0 305,0 36,3 46,6 62,3 88,1 137,l 144,8 152,3 167,5 182,8 198,0 213,3 228,6 244,0 274,5 35,6 45,7 61,0 86,4 134,4 142,0 149,3 164,2 179,2 194,1 209,1 224,0 239,0 260,8 9,3 17,8 39,4 38,l 61,0 76,2 91,5 122,0 152,5 183,0 213,5 244,0 274,5 366,0 D E 16,8 22,9 25,9 38,l 40,3 61,0 57,5 76,2 84,5 91,5 102,6 91,5 120,7 91,5 157,2 91,5 193,8 91,5 230,3 91,5 266,7 91,5 303,0 91,5 340,0 91,5 475,9 122,0 F G 7,6 20,3 15,2 30,5 30,5 61,0 30,5 45.7 61.0 91,5 61,0 91,5 61,0 91,5 61,0 91,5 61,0 91,5 61,0 91,5 61,0 91,5 61,0 91,5 61,0 91,5 91,5 183,0 K N 1,9 2,5 7,6 7,6 7,6 7,6 7,6 7,6 7,6 7,6 7,6 7,6 7,6 15,3 2,9 5,7 11,4 11,4 22,9 22,9 22,9 22,9 22,9 22,9 22,9 22,9 22,9 34,3 n À. - 0,176 0,381 0,535 0,690 1,054 1,426 2,182 2,935 3,728 4,515 5,306 6,101 - - 1,547 1,580 1,530 1,522 1,538 1,550 1,566 1,578 1,587 1,595 1,601 1,606 - Na 1. • impresslio houve vários erros D.as dimeD.sõ.es acima, agora corrigidos e conferidos. MDesigne of Small CaD.al Strutures" Dept. of !D.terior. USA, 1978. 17.19.4 - Emprego O medidor Parshall foi idealizado tendo como objetivo principal a irrigação; os menores tamanhos, para regular a descarga de água distribuída às propriedade agrícolas, e os maiores, para serem aplicados aos grandes canais de rega. 456 HIDROMETRIA Dadas as vantagens do medidor, inúmeras são as aplicações atuais, tendo o seu emprego se generalizado além das expectativas. Os medidores Parshall vêm sendo aplicados ao controle da velocidade, nas caixas de areia das estações de tratamento de esgotos. Em São Paulo, o primeiro Parshall de que se tem notícia foi aplicado em uma estação de tratamento em 1939. Em 1947, Morgan e Ryan projetaram para Greeley, no Colorado, EUA, um Parshall modificado, que associa as funções de um medidor às de um dispositivo de mistura rápida: dispersão de coagulantes em tratamento de água. A medição de vazão, tão necessária em serviços de abastecimento de água, pode ser realizada, com relàtiva facilidade e ínfimo dispêndio, -qtilizando-se convenientemente, e sempre que possível, medidores Parshall. O seu emprego tem sido recomendado para canais adutores, estações de tratamento, entradas em reservatórios, etc. 17.19.5 - Condições de descarga O escoamento através de um medidor Parshall pode se verificar em duas condições diferentes, que correspondem a dois regimes distintos: a) escoamento ou descarga livre; b) afogamento ou submersão. No primeiro caso, a descarga se faz livremente como nos vertedores, em que a veia vertente independe das condições de jusante. O segundo caso ocorre, quando o nível de água a jusante é suficientemente elevado para influenciar e retardar o escoamento através do medidor: é o regime comumente apontado por descarga submersa, de características diversas daquelas que se verificam para os vertedores. Para esse segundo caso, haveria propriedade na designação canal Venturi. O afogamento é causado por condições de jusante ou seja, obstáculos existentes, falta de declividade ou níveis obrigados em trechos ou unidades subseqüentes. No caso de escoamento livre, é suficiente medir-se a cargaHpara se determinar a vazão (Fig. 17.31). Se o medidor for afogado, será necessário medir-se, também, uma segunda carga H 2 , em ponto próximo da seção final da garganta. A relação H 2 /H constitui a razão de submersão ou a submergência. Se o valor de H 2 /H for igual ou inferior a 0,60 (60%) para os Parshall de 3, 6 ou 9 polegadas, ou, então, igual ou inferior a O, 70 (70%) para os medidores de 1 a 8 pés, o escoamento será livre. Se esses limites foram ultrapassados, haverá o afogamento e a vazão será reduzida. Como já se disse, será então necessário medir as duas alturas para se calcular a vazão. A descarga real será inferior à obtida pela fórmula, sendo indispensável aplicar uma correção negativa. Quando o Parshall é seguido de um canal ou de uma unidade de tratamento em que se conhece o nível da água, a verificação do regime de escoamento no medidor é imediata, bastando calcular-se a submergência (razão H 2 /H). Na prática, sempre que possível, procura-se ter o escoamento livre, pelo fato de se ficar restrito a uma única medição de carga. Às vezes, contudo, essa condição não pode ser conseguida ou estabelecida, devido a circunstâncias locais ou limitações impostas. M E D 1o o R E s oE R E G 1M E e R i T 1e o . M Eo 1oo RE s p A Rs H A L L E eA N AL V E NT uR1 457 o 1~~1~1111111111 -1 X Figura 17.31 De qualquer maneira, entretanto, a submergência nunca deverá ultrapassar o limite prático de 95%, pois, acima deste valor, não se pode contar com a precisão desejável. 17.19.6-:---- Seleção de.tamanho A seleção do medidor Parshall de tamanho mais conveniente para qualquer gama de vazões envolve considerações, corno largura do canal existente, profundidade da água nesse canal, perda de carga admissível, possibilidade de vazões futuras diferentes, etc. Para a fixação das dimensões definitivas, pode-se partir de um tamanho escolhido inicialmente, fazendo-se para o mesmo e para outros tamanhos pr6xi.mos os cálculos e verificações pelas fórmulas e diagramas anexos. Corno primeira indicação, convém mencionar que a largura de garganta (W) freqüentemente está compreendida entre um terço e a metade da largura dos canais existentes. Isso não se aplica, entretanto, aos canais rasos e muito largos ou, então, muito profundos e estreitos. A Tab. 17.10 mostra os limites de aplicação para os medidores, considerando o funcionamento em regime de escoamento livre. Embora as submergências-limite para escoamento livre sejam de 60% para os medidores menores que 1 pé, e de 70% para os maiores, recomenda-se como valores práticos máximos 5 Oe 60%, respectivarnente, deixando-se, assim, uma margem para possíveis flutuações de vazão, garantindo-se um ponto único de medição da carga. Ao selecionar um medidor para condições e vazões determinadas, verifica-se que para os menores valores de W correspondem maiores perdas de carga, consideradas sempre as submergências máximas. HIOROMETRIA 458 Tabela 17.10-Limites de aplicação: medidores Parshall com escoamento livre. w Capacidade (e/s) pol. cm Mínima Máxima 3~ 7,6 0,85 53,8 6" 15,2 1,42 110,4 22,9 2,55 9" 251,9 3,11 1' 30,5 455,6 45,7 4,25 11/2' 696,2 11,89 2' 61,0 936,7 91,5 17,26 3' 1426,3 36,79 4' 122,0 1921,5 5' 152,5 45,30 2422,0 6' 183,0 73,60 2929,0 7' 213,5 84,95 3440,0 8' 244,0 99,10 3950,0 200,0 10' 305,0 5660,0 17.19. 7 - Pontos de medição Com o escoamento livre, a única medida da carga H, necessária e suficiente para se conhecer a vazão, é feita na seção convergente, em um ponto localizado a 2/3 da dimensão E (ou 2/3 deA). Nessa posição, pode-se medir a altura do nível da água com uma régua, ou instala-se, junto à parede, uma escala para as leituras. Pode-se também assentar um cano de 1 ou 2 polegadas, comunicando o nível da água a um poço lateral de medição. Nesse poço, poderá haver um bóia acionando uma haste metálica para indicação mecânica da vazão, ou ainda para a transmissão elétrica do valor medido à distância (Fig. 17.31). Os poços laterais de medição geralmente são de seção circular com diâmetro igual a W + 0,15 m. Se as condições de escoamento forem de submersão, além da medida na posição especificada anteriormente, será necessário medir-se a altura do nível da água H 2 , em ponto próximo da seção final da garganta. Para os medidores de 6 polegadas até 8 pés, a posição para essa segunda medida deverá ficar a 2 polegadas a montante da parte final da seção estrangulada. Se for executado um poço lateral para essa medição, o cano de ligação deverá ser assentado a um altura de 3 polegadas, a contar da parte mais profunda do medidor (x eyna Fig.17.31). As duas cargas H e H 2 são medidas a partir da mesma referência: cota de fundo da seção convergente. 17.19.8-Vantagens dos medidores Parshall As vantagens dos medidores Parshall, que decorrem de fatores já apontados, podem ser resumidas como se segue: a) grande facilidade de realização; b) baixo custo de execução; c) não há sobrelevação de fundo; MEDIDORES DE REGIME CRÍTICO. MEDIDORES PARSHALL E CANAL VENTURI 459 d) não há perigo de formação de depósitos devidos a matérias em suspensão, sendo por isso de grande utilidade no caso de esgotos ou de águas que carreiam sólidos em suspensão. e) podem funcionar como um dispositivo em que uma só medição de H é suficiente. f) grande habilidade em suportar submergências elevadas, sem alteração de vazão. g) medidores Parshall, de tamanhos os mais variados, já foram ensaiados hidraulicamente, o que permite o seu emprego em condições semelhantes, sem necessidade de novos ensaios ou aferições. h) na sua execução, podem ser empregados materiais diversos, selecionandose o mais conveniente para as condições locais. Já foram empregados: concreto, alvenarias, madeira, metal (medidores portáteis de tamanho até 10 pés) cimento-amianto, fibra de vidro, etc. 17.19.9 - Fórmulas e Tabelas As numerosas experiências e observações feitas com medidores Parshall levaram a resultados que correspondem a expressões do tipo; ;Q Equação (10) = Ã.1I" semelhante à equação (9), sendo, porém, os valores de n ligeiramente diversos de 3/2. A Tab. 17.11 inclui os valores do coeficiente À. para o sistema métrico. A mesma tabela apresenta os valores do expoente n. Assim, por exemplo, para o Parshall de 1 pé, a equação de vazão no sistema métrico é: Q = 0,690. H1.s22 m3/s Tabela 17.11 - Valores do expoente n e do coeficiente À.. (equação 10) Wlidades métricas w pol. (m) 3" 6" 9" 1' 11/2' 0,076 0,152 0,229 0,305 0,457 0,610 0,915 1,220 1,525 1,830 2,135 2,440 2' 3' 4' 5' 6' 7' 8' n À. 1,547 1,580 1,530 1,522 1,538 1,550 1,556 1,578 1,587 1,595 1,601 1,606 0,176 0,381 0,535 0,690 1,054 1,426 2,182 2,935 3,728 4,515 5,306 6,101 A Tab. 17.12 dá os valores já calculados para os medidores Parshall mais comuns. HIOROMETRIA 460 Tabela 17.12-Vazões em medidores Parshall (e/s} H(cm) 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 3" o.a 1,2 1,5 2,3 2,9 3,5 4,3 5,0 5,8 6,7 7,5 8,5 9,4 10,8 11,4 12,4 13,5 14,6 20,6 27,4 34,4 42,5 51,0 - VALORESDEW 1' 11/2' 6" 9" 1,4 2,3 3,2 4,5 5,7 7,1 8,5 10,3 11,6 13,4 15,2 17,3 19,l 21,1 23,2 25,2 27,7 30,0 42,5 57,0 72,2 89,5 107,0 2,5 4,0 5,5 7,3 9,1 11;1 13,5 15,8 18,1 20,4 23,8 26,6 29,2 32,4 35,6 38,8 42,3 45,7 64,2 85,0 106,8 131,0 157,0 185,0 214,0 243,0 - - - - - 3,1 4,6 7,0 9,9 12,5 14,5 17,7 20,9 23,8 27,4 31,0 34,8 38,4 42,5 46,8 51,0 55,2 59,8 83,8 111,0 139,0 170,0 203,0 240,0 277,0 314,0 356,0 402,0 4,2 6,9 10,0 14,4 17,8 21,6 26,0 30,8 35,4 40,5 45,6 51,5 57,0 63,0 69,0 75,4 82.2 89,0 125,0 166,0 209,0 257,0 306,0 362,0 418,8 478,3 543,4 611,3 2' 3' ... 13,8 18,7 23,2 28,0 34,2 40,6 46,5 53,5 60,3 68,0 75,5 83,5 92,0 100,0 109,0 118,0 167,0 221.0 280,0 345,0 414,0 486,0 563,0 642,0 730,0 821,0 4' 20 17 34 42 50 60 69 79 93 101 112 124 137 148 163 177 248 334 422 525 629 736 852 971 1110 1249 35 45 55 66 78 90 105 119 133 149 165 182 198 216 235 331 446 562 700 840 990 1144 1308 1490 1684 Azevedo Netto, com base nos próprios dados de R.L. Parshall, obteve a seguinte fórmula aproximada para esses medidores: Q=2,2 W1f3/2 Q =vazão, m 3 /s; W = largura da garganta, m; H=carga, m. 17.19.10 - Locação dos medidores Parshall Os medidores Parshall devem ser localizados procurando-se evitar grandes turbulências na sua seção inicial. Não devem por exemplo, ser instalados logo após uma comporta, ou uma curva, pois os turbilhonamentos provocados na água poderiam causar ondas ou sobrelevações capazes de comprometer a precisão dos resultados. O ideal é projetar tais medidores em um trecho retilíneo de canal. Se for conveniente, poderá ser construída um rampa inicial, com aclive de 1:4 até o início da seção convergente (Fig. 17.32a). Nessa mesma parte inicial. pode-se fazer uma concordância em planta. ME o 1 D o R E s D E R E G 1 M E e R 1T 1 e o . M E D 1o o R E s p A R s H A L L E ~·~~[- e AN A L V E NT u R1 461 b) ~ 1 lietálica 1" x 1" x1/8" e) Figura 17.32 empregando-se seções circulares de raio conveniente (Fig. 17.32b). Para medidores menores que 1 pé, R = 0,41 m; para medidores de 1 a 3 pés, R = 0,51 m; nos medidores de 4 a 8 pés, R = 0,61 m. Tomem-se os seguintes dados: H 3 =profundidade normal da água no canal: H = carga medida no Parshall e que também pode ser determinada partindose da vazão, H 2 =altura que não poderá ultrapassar 60 a 70% de H em regime livre. (Fig. 17.32c). Fazendo-se, por exemplo, H 2 =O, 70 H, com essa submergência-limite (para uma perda de carga mínima), o nível de água H 2 será praticamente o mesmo de H 3 e, nessas condições (veja Fig. 17.32c): X=H 3 -0,7 H. Ao fim da seção divergente pode-se ter um degrau, conforme se indica na Fig. 17.32c. As perdas de carga podem ser estimadas pelo ábaco seguinte (Fig. 17.33). A fotografia reproduzida na Fig. 17.32d, mostra um medidor Parshall instalado em Porto Alegre, para a determinação da descarga de um córrego. 17.19.11 - Medidores afogados Se as condições de escoamento forem tais que se verifique o afogamento, serão necessárias duas medidas de nível de água para a determinação da porcentagem de submergência. O afogamento retarda o escoamento, havendo uma redução de descarga. Nessas condições, a vazão real será inferior àquela que se obteria pelo emprego de fórmulas ou tabelas. Para a determinação da vazão será indispensável a aplicação de uma correção. Vazão real = descarga livre -correção total O ábaco da Fig. 17.34 dá as correções de vazão em e;s. em função da HIOROMETRI 462 20 19 18 17 16 15 E o 14 13 <IS 12 li -- 1.& li ~ Medidores Parshall perdas de cargas W. 3" a 4' - o 10 9 a> Ch «I "O / 5 ",, .;i' 4 --- 3 2 ~ ,..... .... ~~ 4 5 / ... v ~ ""'""' ....- .... ~ '~"' ~--- ~ 3 / ./' .... _,, ~ --- 20 8 7 8 910 30 I I I / l' ~ 40 / ~~ / / ~ - '-::~ ~~- 'O°' ~ i.... J ~7 / lJ ,, ,...,,,, / I I ~~ ~ ,) V" / I §'~ ""J , / V I ~-"") / / 6 2 . / ,) V I !» j / I ' r--f'/ ~~ ~.... "~' 7 / ~ 7 ,I ..... / 8 a.. I ~- ~11 "O I / / ~.... ... v ,..., ~' . / ' ~-" y ~ .... .... 50 200 100 300 400 soo Vazão e/s FigarB. 1 ?'.33 porcentagem de submergência, para medidores de 1 pé (W = 1'). Para medidores maiores, as reduções indicadas devem ser multiplicadas pele seguintes fatores: W, empés Fatores 1 1 1/2 1,4 1 2 3 4 5 6 7 8 1,8 2,4 3,1 3,7 4,3 4,9 5,4 _.,,. 0,80 0,70 0,60 eº·"° ãi 0.35 E • 0,30 :X: Ê> 0,25 / «I () 0.20 ,_,, V ,, V ,, ,,, /, / '( / 2 3 / V / 4 ,. ~ s / / e 9 10 ,.,.. ... .-""' "" ; <'!i~;,..,.. 1/ ..V / /" ~' ,.,.,. .... ~J;. V / /"" ~?/,~o.-; / ~~ /" 7 .....,.,.. ~y _....,,, ........ ~ ,...,,,, l / ,..., / "'/ / /~ ~/ / ., / ~ ,...,,,. ~~ .... ;'"' I/ s ./' 15'1 e/' / ~ ,. ,, .... , 10-~ Cll 0,45 0,10 ~i..- ....,, o.so 0,15 ,,,,... ~ / V "" 15 20 30 40 Fil(rlla. 1 ?'.34 -Redução de vazão devida a afogamento Par.shsll de 1 pé 50 60 70 80 90100 Vs MEDIDORES OE REGIME CRITICO, MEDIDORES PARSHALL E CANAL VENTURI Seja, por exemplo, o caso de um Parshall de 2 pés, em que H = 463 0,50 m e H2 == 0,45 45 = 90% A submergência será de 0, 0,50 Para esses valores, a correção dada pela ábaco é de 65 e;s, isto para Parshall de um pé. Para o caso em questão, em que W = 2 pés, essa correção deverá ser multiplicada por 1,8, o que levará a 117 e;s. Como a vazão normal sem afogamentos seria de 486 e;s (Tab.17.12) a vazão real com 90% de submergência será de: 486 - 117 = 369 e;s. 17.19.12 - Canal Venturi O canal Venturi é o medidor de vazões baseado no rebaixamento da lâmina líquida em um canal, provocado pela redução ou estrangulamento da seção de escoamento e o conseqüente aumento da velocidade. O estrangulamento de seção pode ser feito nos lados do canal (Fig. 17.35) ou elevando-se o seu fundo em uma determinada seção. Considerando-se o caso mostrado na Fig. 17.35 pode-se fazer a largura estrangulada b igual a um valor que corresponda a uma das seguintes condições: a) Adota-se um valor b que cause um rebaixamento da lâmina líquida de fácil mensuração, (v2 2 / 2g - v 1 2 / 2g). b) Adota-se um valor para b tal que reduza a profundidade do líquido a um valor inferior ao da altura crítica, assegurando-se no trecho o regime supercrítico de escoamento. Nesse caso provoca-se um ressalto hidráulico e será suficiente medir um nível de água (o de montante). FiglJra 17.SS ·Canal Venturi 464 HIDROMETR!A Dimensões práticas: bS~B 3 E=3h 1 = L = 1,Sh1 lnl1X D =3 (B-6) R=2 (B-b) F:2:6B Fórmulas usuais: Q=cdbhz m= bhz Bh,. cd =0,97 2 h =k~ 1 sendo e k = 0,6 para B = l,Sb k = 0,9 para B = 2b 2g 2g(h,. -h.z) 1-m2 465 SISTEMAS URBANOS , DE HIDRAULICA APLICADA SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO SISTEMAS DE ÁGUA PLUVIAL 18.1 - SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 18.l.1 - Definição Define-se por sistema de abastecimento de água o conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de água potável a uma comunidade para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos. Essa água fornecida pelo sistema deverá ser, em quantidade suficiente e da melhor qualidade, do ponto de vista físico, químico e bacteriológico. 18.1.2 - Unidades do sistema Um sistema de abastecimento público de água compreende diversas unidades, detalhadamente estudadas mais adiante, a saber: Manancial. Captação Adução de água bruta de água tratada Tratamento Reservação Reservatórios enterrados Reservatórios semi-enterrados Reservatórios apoiados Reservatórios elevados Distribuição Redes distribuidoras Estações elevat6rias ou de recalque (quando necessárias) de água bruta de água tratada 18.1.3 - Elementos básicos para a elaboração de projetos Para a implantação de um sistema de abastecimento de água, faz-se necessária a elaboração de estudos e projetos com vistas à definição das obras a serem empreendidas. Essas obras deverão ter a sua capacidade determinada não somente para as necessidades atuais, mas também para o atendimento futuro da 466 SISTEMAS URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA comu,nidade, prevendo-se a construção por etapas. O período de atendimento das obras projetadas, também chamado de alcance do plano, varia normalmente entre 10 a 30 anos. A norma da ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 12 211 (NB 587) de 1992 estabelece os elementos e atividades necessárias para Estudos de Concepção de Sistemas Públicos de Abastecimento de Água: 1 - Elementos necessários: a) definição do objetivo; b) definição do grau de detalhamento e de precisão geral das partes do sistema; c) aspectos e condições econômicas e financeiras condicionantes; d) definição de condições e parâmetros locais. 2 -Atividades necessárias: a) configuração topográfica e características geológicas da região; b) consumidores a serem atendidos e sua distribuição na área a abastecer; c) quantidade de água exigida e vazões de dimensionamento; d) integração com eventual sistema já existente; e) pesquisa e definição dos mananciais; f) total compatibilidade entre as partes do sistema proposto; g) método de operação do sistema; h) etapas de implantação; i) comparação técnico-econômica entre as opções de concepção; j) viabilidade econômica-financeira da concepção básica. 18.1.4 - Consumo O consumo de água é função de uma série de fatores inerentes à própria localidade a ser abastecida e varia de cidade para cidade, assim como pode variar de um setor de distribuição para outro, numa mesma cidade. Os principais fatores que influenciam o consumo de água numa localidade podem ser assim resumidos: a) clima; b) padrão de vida da população; c) hábitos da população; d) sistema de fornecimento e cobrança (serviço medido ou não); e) qualidade da água fornecida; f) custo da água (tarifa); g) pressão na rede distribuidora; h) consumo comercial; i) consumo industrial; j) consumo público; 1) existência de rede de esgotos; m) perdas no sistema; n) outros fatores. Cumpre salientar que a forma de fornecimento de água exerce notável influência no consumo total de uma cidade, pois, nas localidades onde o consumo predial é medido através de hidrômetros, verifica-se que este é sensivelmente menor em relação àquelas cidade onde tal medição não é efetuada. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 467 1 - Tipos de consumo No abastecimento de uma localidade, devem ser consideradas várias formas de consumo de água, que podem ser discriminadas como segue. Uso doméstico a) descargas de bacias sanitárias; b) asseio corporal; c) cozinha; d) bebida; e) lavagem de roupas; f) rega de jardins e quintais; g) limpeza geral; h) lavagem de automóveis; Uso comercial a) lojas (sanitários e ar condicionado); b) bares e restaurantes (matéria-prima, sanitários e limpeza); d) postos e entrepostos (processos, veículos, sanitários e limpeza). Uso industrial a) água como matéria-prima; b) água consumida em processo industrial; e) água utilizada para resfriamento; d) água necessária para as instalações sanitárias, refeitórios, etc. Uso público a) limpeza de logradouros públicos; b) irrigação de jardins públicos; e) fontes e bebedouros; d) limpeza de redes de esgotamento sanitário e de galerias de águas pluviais; e) edifícios públicos, escolas e hospitais; f ) piscinas públicas e recreação; Usos especiais a) combate a incêndios; b) instalações desportivas; e) ferrovias e metrôs; d) portos e aeroportos; e) estações rodoviárias. Perdas e desperdícios a) perdas na adução; b) perdas no tratamento; c) perdas na rede distribuidora; d) perdas domiciliares; e) desperdícios. Nos Estados Unidos, prevalecem, em média, os consumos mostrados no Quadro 18.1, em litros/habitante, em 24 horas (Azevedo Netto). SISTEMAS 468 QUADRO !8.1 - URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA - Natureza do consum.o Mínimo Médio % Máximo Doméstico Comercial e industrial Público Perdas Total 57 38 19 38 152 132 114 38 94 378 (35%) (30%) (10%) (25%) (100%) 189 379 57 132 757 Uma investigação detalhada levada a efeito na cidade de Akron, Ohio*, revelou os seguintes resultados, excluindo-se as perdas: Consumo industrial 52% Consumo doméstico 39% Consumo comercial 6% Consumo público 3% 100% O consumo doméstico incluía as seguintes parcelas: Descarga de bacias sanitárias Asseio corporal Cozinha Bebida Lavagem de roupas Limpeza em geral Lavagem de automóveis Outros usos 47% 31% 6% 5% 4% 3% 1% 3% 100% O consumo público compreendia: Irrigação e lavagem de ruas Limpeza do sistema de esgotos Fontes e bebedouros Combate a incêndios Piscinas públicas e recreação 37,5% 25% 12,5% 12,5% 12,5% 100% No Japão, a autoridade responsável pelo controle dos recursos hídricos considera representativos os seguintes dados médios de consumo: Cidade até 5 000 habs. 197 e/cap. dia 50 000 a 100 000 337 e;cap. dia 250 000 a 500 000 370 e;cap. dia Acima de 1 000 000 448 e/cap. dia Um estudo feito a nível nacional naquele país, revelou os seguintes consumos específicos, por habitante: (9%) Bebida, abluções, lavagem de rosto 18,5 e;cap. dia (23%) Banhos 48,5 e;cap. dia Preparação de comida, lavagem de pratos e talheres 37 e;cap. dia (18%) Lavagem de roupas (24%) 52,6 e;cap. dia (4%) Limpeza de pisos, etc 7,9 e;cap. dia W.C. (descargas) (19%) 39,7 e;cap. dia Lavagem de carros (1%) 2,9 e;cap. dia Outros usos, inclusive em jardins (2%) 3,5 e;cap. dia Média, total (100%) 210,6 e;cap. dia ~Revista Engineering Ncws Record (maio, 1949). 51STEMAS DE ABASTECIMENTO OE ÂGUA 469 O Quadro 18.2 mostra outros dados mundiais ' QUADRO 18.2 -c:;onsumo de água em algumas cidade~ (<'/hab.dia/_ Cidade População ·BRASIL Caiei:ras, SP 16 000 S.Bernardo do Campo, SP 264 000 Aracajú, SE 320 000 Porto Alegre, RS 1123 000 Salvador, BA 1295 000 4410 000 Rio de Janeiro, RJ Grande S.Paulo, SP 12 400 000 Ano ,.· · Quota/ Fonte capita 1980 1980 1979 1981 1979 1968 1980 200 250 192 318 248· 359 282 Sabesp Sabesp Abes 380 000 1600 000 4 300 000 1972 1972 1981 250 350 240 Azevedo Netto Azevedo Netto 675 000 665 000 2 000 000 1978 1978 1968 562 608 645 Aqua Aqua Azevedo Netto 750 000 1390 000 500 000 1978 1978 1954 225 355 164 Aqua Aqua Leau 760 930 2 000 2 790 3 150 3 960 000 5 710 000 1978 1978 1978 1978 1978 1978 1978 241 328 268 651 267 249 314 Aqua Aqua Aqua Aqua Aqua Aqua Aqua 340 000 6 500 000 1650 000 1978 1968 1963 281 soo Aqua Azevedo Netto Twort DMAE Abes Cedae Rev.DAE AMÉRICA DO SUL Assunção Montevidéu Bogotá EAAB :EuA Atlanta São Francisco Los Angeles ÁFRICA Cidade do Cabo Johanesburgo Alger EUROPA' Amsterdam Estocolmo Berlim Roma Barcelona Paris Londres 000 000 000 000 ººº OUTRAS CIDADES TelAv:iv Moscou Sidney 330 Os fatores que influenciam o consumo per capita são: medição dos fornecimentos (hidrômetros), presença significativa de indústrias que utilizam água em seus processos e as perdas de água nos sistemas. 2-Aumento do consumo per capita Devido à melhoria progressiva das instalações sanitárias domiciliares no decorrer dos anos, e ao próprio crescimento das cidades que implica em novos usos, pressões mais elevadas e, muitas vezes, maiores perdas de água, observa-se SISTEMAS 470 URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA QÜADRO 18.3 ...,.. Consunio n;édio de água em distrii'os industriais _ (dados brasileiros) _ Distrito ou local D.I. Codin C.D.I. M.G D.I. "Paulista" D.I. Aracajú D.I. Contagem ABC Santa. Cruz Estado Consumo médio sobre área total e;s por hectare Consumo médio sobre área útil e;s por hectare 0,46 0,50 0,70 0,72 0,80 0,84 0,90 0,77 0,83 1,17 1,20 1,'33 1,40 1,50 RJ MG PE SE MG SP RJ que o índice de consumo por habitante cresce anualmente, sendo necessário levar em conta esse incremento sempre que forem feitas projeções de longo alcance. Em Bogotá, por exemplo, constatou-se nas últimas décadas um incremento de O, 75% ao ano. No Japão, segundo o Water Resources Bureau, o aumento anual foi de 1% a partir de 1970. Para reverter esse crescimento deve-se incentivar a pesquisa e uso de aparelhos sanitários com vazões de funcionamento mais baixas e controladas, conscientizar a população sobre desperdícios e combater as perdas nos sistemas. O Quadro 18.4 mostra a evolução dos dados de consumo per capita na cidade de São Paulo, utilizados em projetos. QUADRO 18.4 - Conusmo per capita em São Paulo Consumo ce/hab.dia) Doméstico Comercial e industrial Público Perdas Total Saturnino de Brito São Paulo 1905 CNSOS DAE, SAEC, Sabesp São Paulo 1951 SP, 1957 SP, 1972 SP.. 1990 100 50 45 25 220 85 50 25 40 200 140 100 15 45 300 180 150 20 50 400 120 90 20 70 300 •média n.a Região Metropolitana O Quadro 18.5 resume alguns dados mais recentes do consumo no Brasil e em São Paulo No Estado de São Paulo, a dotação mínima admitida é de 200 !/hab. por dia. O consumo efetivo (sem perdas) verificado em várias cidades é em média 25% menor que esse valor (150 f/hab. dia). Em alguns estados têm sido adotado o valor mínimo de 135 í:'/hab. por dia, excetuados os sistemas simplificados de pequenas comunidades com características rurais nos quais chega-se a admitir 50% do valor mínimo urbano. Em pequenas cidades do Nordeste, a Fundação SESP tem verificado consumos domiciliares medidos em torno de 100 f/hab. por dia (Areia, Paraíba-92; Palmares, Pernambuco -109). SISTEMAS DE ABASTECIMENTO QUADRO - _- ·- is."s ,, ,> DE ' • ' ÂGUA ' ' 471 . .'- . '- -, - , - - ' -~ o consumo doméstico no Brasil A geografia da água Consumo per capita/dia na Grande SP Por banho/ habitante Piado banheiro Outras torneiras Descarga Jandira Máquina de lavar roupas Máquina de lavar pratos 39 a 50 litros 6 litrospor minuto 12 a 15 litros por minuto 8 a 12 litros por uso 80 litros por uso 50 litros por uso ., ~:~l 102 litros Barueri 130 litros 149 litros São Caetano 169 litros Moruxnbi 3091itros Jardins 329 litros 650 milhões a 850 milhões de litros 4,3 bilhões de litros exn 24 horas é o são gastos em banhos por dia na consumo doméstico na Grande SP GrandeSP Fonte: Projeções e/ou estiznat:ivas a partir de números do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, da &besp, e indústrias de cosméticos e de material eletrcH!Jetrônico - "Folha de São Paulou abril/96. A experiência mostra que essa quota é muito influenciada pelo nível econômico das populações. Nas cidades de maiores recursos, os hábitos da população e o padrão das instalações sanitárias conduzem a consumos mais elevados. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os valores médios admitidos para projeto se situam entre 300 e 400 l/hab. por dia nas zonas de maior densidade populacional, variando até cerca de 220 l/hab. dia na periferia das respectivas regiões metropolitanas. Na seção 18.2 deste manual há outros dados da Sabesp sobre consumo efetivo. 3-Controle de perdas Para orientação do combate às perdas de água, principalmente na rede de distribuição, é necessário definí-las. Perda é a diferença entre o volume de água produzido nas Estações de Tratamento de Água (ETA) e o total dos volumes medidos nos hidrômetros, ou seja, índice de perdas é a porcentagem do volume produzido que não é faturada pela concessionária dos serviços. As perdas de água podem ser de dois tipos: Perdas físicas, representam a água que efetivamente não chega ao consumo, devido aos vazamentos no sistema, ou à utilização na operação do sistema (lavagem de filtros e reservatórios ou manutenção e reparos de tubulações). Perdas administrativas ou não físicas, representam a água consumida que não é medida e, portanto, não faturada. As principais ações no combate às perdas físicas são: setorização da rede, que permite o confronto entre a macromedição (do setor) e a micromedição (dos hidrômetros); pesquisas de vazamentos não visíveis, principalmente nos ramais prediais, onde ocorre a maioria (cerca de 80% segundo dados da Sabesp); 472 SISTEMAS URBANOS DE HIDRÂULICA APLICA04 melhoria da qualidade de materiais e da mão-de-obra de execução dos ramais prediais; redução de pressão na rede, introduzindo válvulas de redução de pressão(VRP) em pontos estratégicos, para atuação onde as pressões são elevadas. No caso de perdas não físicas, ou perdas administrativas, as ações são: melhoria da gestão comercial, com atualização cadastral minuciosa e verificação das ligações inativas; melhoria no sistema de medição com troca de hidrômetros e macromedidores, bem como melhoria na leitura de hidrômetros; regularização cadastral de favelas e áreas invadidas, com· instalação de hidrômetros; detecção e combate a fraudes, cujos principais tipos são: '"'by pass", derivação antes do medidor; clandestina, ligação sem conhecimento e sem consentimento da concessionária; inversão do hidrômetro, desmarcando o consumo já registrado; violação do hidrômetro, que permite o manuseio dos dígitos ou ponteiros do medidor. Detectada a fraude, deve ser imediata.mente interrompido o fornecimento. O combate a fraudes, quando não há solução amigável, deve envolver denúncia à autoridade policial e a conseqüente ação penal na justiça para ressarcimento dos prejuízos financeiros, de forma retroativa. 4 - Variações de consumo Num sistema público de abastecimento de água, a quantidade de água consumida varia continuamente em função do tempo, das condições climáticas, hábitos da população, etc. Em países tropicais notada.mente, há meses em que o consumo de água é maior, como no verão. Por outro lado, no mesmo mês ou semana, existem dias em que a demanda de água assume valores maiores sobre os demais. Durante o dia, a vazão veiculada por uma rede pública varia continuam.ente; a vazão supera o valor médio, atingindo valores máximos em torno do meio-dia. No período noturno, o consumo cai abaixo da média, apresentando valores mínimos nas primeiras horas da madrugada. Podem, pois, ser consideradas as seguintes variações de consumo: mensais, diárias, horárias e instantâneas. Consideremos, por exemplo a cidade de Campinas: durante o ano de 1955 foram consumidos 12 011 800 m 3 , volume que corresponde a um consumo médio diário de 32 909 m 3 • Outubro apresentou a média mensal mais elevada: 35 332 m 3 , isto é, 7,4% acima do consumo médio anual. Entretanto o maior consumo verificado em 24 horas ocorreu no dia 24 de setembro, quando foram fornecidos 39 450 m 3 , ou seja, 20% além do consumo médio anual. Têm-se, então, para aquela cidade: Mês de maior consumo 1,074 x Q médio anual Dia de maior consumo 1,200 x Q médio anual Admitindo-se o consumo médio de 250 e diários por habitante, encontram-se 269 e para o mês de maior consumo e 300 e para o dia de maior demanda. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 473 Os dias de menor consumo no ano foram domingos com chuva, ap6s um · período de chuvas consecutivas. Os de maior solicitação ocorreram após longos períodos sem chuva e coincidiram com fortes elevações de temperatura. Os grandes consumos não se verificam apenas em dia isolado, podendo prevalecer durante vários dias consecutivos. Retomando o caso de Campinas, foram observados no mesmo ano os seguintes consumos: 26-11-1955 (sábado) 37 990 m 3 27-11-1955 (domingo) 34100 m 3 39 360 m3 28-11-1955 (segunda) 29-11-1955 (terça) 38 750 m 3 30-11-1955 (quarta) 38 330 m 3 Considerando-se os três últimos dados, encontra-se, em média, um excesso diário de 18% sobre o consumo médio anual. A capacidade dos reservatórios de distribuição, considerado apenas o consumo médio anual, não tem condições de contrabalançar esse excesso de consumo e, portanto, as obras de adução devem ser projetadas para atender à demanda dos dias de maior consumo. As Figuras 18.1 e 18.2, relativas às variações horárias do consumo diário, mostram que em certos períodos do dia o consumo supera em cerca de 50% o consumo médio do dia. A capacidade do reservatório de distribuição deve atender a essa variação. Curva das vazões por hora 160 150 140 ô 0 1ao tG (ij 120 _§, 110 ~ 100 .... 90 'ºN '6tG ~e 80 18. .s:: ~ 70 o ·~ ra .?;. 60 50 40 30 6 12 Horas---- 18 24 Figura 18.1 • Variação horária do consumo de água em CaIDpi.nas (outubro de 1945) SISTEMAS 474 "'o 'º .r:;; URBANOS DE HIDRÂULICA APLICAD 00 . 8 "' "'o u :e '::J ~ ~ e"' (ij 8 50 e: 1" r.. ~E 8 '!!l. .-, ...... ai ... ê ~ o"' C1> . ' 7 00 "" '~ (média) • 00 ' 1 I \ \ I 1 O(l ~ ' \ " "\ \ \ s 50 s 00 'r-.. J ~- • 50 'i--. ...._ • 00 • 50 3 00 2 50 2 00 "' 1 rno'4 1 2 !I 4 ne6tG A.M. A.M. s 6 7 e Q 10 11 mek> 1 2 3 4 5 B 7 8 o 10 11 mola 1 2 3 4 A.M. AM. A.M. dl.D. P.M. P.M. P.M. P.M. P.M. P.M. riolle A.M. A.M. s 8 A.M. Sexta-feira Figura 18.2 - Vl1riaç.ão de consumo em um setor da cidade de São Paulo (regist:ro de um medidor Venturi, em 19 de dezembro de 1952) As variações instantâneas, mais pronunciadas nos trechos extremos das redE (de menor vazão), decorrem do uso simultâneo de torneiras e aparelhos. Assim sendo, verifica-se a necessidade de se estabelecerem coeficientes qu traduzam essas variações de consumo para o dimensionamento das diversa unidades de um sistema público de abastecimento de água. a) Coeficiente do dia de maior consumo (k 1 ). O coeficiente do dia de maic consumo (k 1) é a relação entre o valor do consumo máximo diário ocorrid em um ano e o consumo médio diário relativo a esse ano. Observações estatísticas levadas a efeito em várias regiões indicaram e resultados a seguir, onde se fornecem os valores de k 1 : SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 475 Alemanha (Hutte) 1,6 a 1,20 Espanha (Lazaro Urra) 1,5 França (Debauve-Imbeaux) 1,5 Estados Unidos (Fair-Geyer) 1,2 a 2 Inglaterra (Gourley, Twort) 1,1 a 1,4 Italia (Gallizio) 1,5 a 1,6 Uruguai (OSE) 1,5 No Estado de São Paulo tem sido adotados os valores de 1,20 e 1,25. Nos países de clima mais rigoroso e muito variável, os valores do coeficiente k 1 são mais elevados. b) Coeficiente da hora de maior consumo (k 2 ). O coeficiente da hora de maior consumo é a relação entre a maior vazão horária e a vazão média do dia de maior consumo. Os valores de k 2 , são obtidos através de observações sistemát~cas de medidores instalados à jusante dos reservatórios de distribuição. bs seguintes valores de k 2 , são típicos: Alemanha (Hutte) 1,5 a 2,5 Espanha (Lazaro Urra) 1,6 França (Debauve-Imbeaux) 1,5 Estados Unidos (Fair-Geyer) 2a3 Inglaterra (Gourley, Twort) 1,5 a 2 Uruguai (OSE) 1,5 c) Pesquisa brasileira. Pesquisa feita pela Cetesb para o BNH, em 1978, abrangendo as cidades de Valinhos e Iracemápolis (SP), revelou para o coeficientek 1 resultados que variam desde 1,25 até 1,42, conforme o setor. O coeficiente k 2 , por sua vez oscilou entre 2,08 e 2,35. Atualmente os valores recomendáveis para projeto são: k 1 : 1,1a1,4 k 2 : 1,5 a 2,3 Os menores valores de k 1 são encontrados em cidades com pequenas variações climáticas. Os maiores valores de k 2 decorrem de pequeno número ou inexistência de reservatórios domiciliares. Nesse caso geralmente se recomenda para o produto k 1 x k 2 o valor 2,8. d) Coeficiente de reforço e coeficiente de variação instantânea: os coeficientes anteriormente definidos, multiplicados, constituem o que se denomina coeficiente de reforço(K), K=k 1 xk 2 Se forem levadas em conta as variações instantâneas de vazão, deverá ser introduzido um novo fator: k 3 (consultar estudo do Prof. E. R. Yassuda "Contribuição para o Estudo das Vazões de Distribuição em Redes de Água Potável"). e) Critérios para projetos das diversas unidade de sistema: Sempre que forem previstos reservatórios de distribuição com capacidade adequada, esses reservatórios serão capazes de suprir os volumes excedentes nas horas de grande consumo, de modo que as instalações situadas a montante não precisam ser dimensionadas com o coeficiente k 2 • Assim as obras de tomada de água, recalque de água bruta, adução, tratamento e reservação devem SISTEMAS 476 URBANOS OE HIDRÁULICA APLICADA, ser projetadas levando-se em conta o coeficiente k 1 , relativo ao dia de maior consumo. Nessas condições apenas o sistema distribuidor (rede) será calculado com a utilização dos dois coeficientes (k 1 e k 2 ) Fig. 18.3. Em casos especiais de flutuações repentinas e significativas de vazão, pode-se aplicar o coeficiente k 3 (tais casos geralmente ocorrem onde são inexistentes os reservatórios prediais). 5 - Vazões necessárias Diante dos conceitos expostos acima, verifica-se que, para o dimensionamento das diversas unidades de um sistema público de abastecimento de água, há necessidade de se definir as vazões apresentadas a seguir. Vazão média Q = a) Pxq (l/s) 3600xh onde: Q ==vazão média anual, f/s; população abastecivel a ser considerada no projeto (habitantes); taxa de consumo per capita em t'/hab. por dia; h == número de horas de funcionamento do sistema ou da unidade considerada. P = q = b) Vazão dos dias de maior consumo. Q 1 = Px qxk1 = k 1 Q (l/s) 3600xh onde, k 1 = coeficiente do dia de maior consumo .. c) vazão dos dias de maior consumo e na hora de maior demanda Q2 = PxqxK U./s) 3600xh onde K = k 1 x k 2 = coeficiente de reforço Na figura 18.3 é mostrada esquematicamente a aplicação dos coeficientes de variação de consumo no dimensionamento das unidades de um sistema de abastecimento de água. 18.1.5 - Mananciais Os mananciais naturais de água, passíveis de aproveitamento para fins de abastecimento público, podem ser classificados em dois grande grupos. a) Manancial. subterrâneo. Entende-se por manancial subterrâneo todo aquele cuja água provenha dos interstícios do subsolo, podendo aflorar à superfície (fontes, bicas d'água, etc.) ou ser elevada artificialmente através de conjuntos motor-bomba (poços rasos, poços profundos, galerias de infiltração). b) Manancial superficial.. É constituído pelos c6rregos, rios, lagos, represas, etc. que, como o próprio nome indica, tem o espelho de água na superfície terrestre. As águas desses mananciais deverão preencher requisitos mínimos no que tange SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Captação e tomada de água ~ Adução (k1) Estação de tratamento (k1) Reservação (k1) Rede de distribuição (K=k1 · k2 Figura18.3 Coeficientes de variação no di.mensionlUIJ.ento das partes do sistema à qualidade das mesmas no ponto de vista físico, químico, biológico e bacteriológico, assim como no que diz respeito aos aspectos quantitativos; se o manancial é capaz de suprir a comunidade por um período considerado razoável do ponto de vista técnico económico (no mínimo a primeira etapa das obras, ou seja, 5 a 10 anos posteriores à implantação das mesmas). Os padrões de potabilidade da água para consumo humano são definidos pela Portaria 36/90 do Ministério da Saúde. 18.1.6 - Captação de água Na análise das obras de captação de água deverá ser levado em consideração o manancial a ser aproveitado na implantação do sistema de abastecimento de água. Vejam-se as seções seguintes. 1 - Captação de água subterrânea Para o aproveitamento da água subterrânea, é de fundamental importância o empreendimento de estudos prospectivos que visem objetivamente a avaliação das reservas existentes. Fontes ou bicas de água (água aflorante ou surgente) Normalmente fornecem pouca vazão. As obras são constituídas basicamente 478 s 1 s TEM As u R B A N os DE H 1 DR Au L 1e A A p L 1 e AD A. de uma caixa receptora e acumuladora. Dessa caixa, a água deverá ser levada à estação de tratamento para posterior distribuição. As obras deverão ser suficientemente protegidas contra enxurradas e/ou qualquer outro agente poluidor. Recomendam-se cuidados especiais na proteção contra o acesso de animais à captação e tomada de água. Lençol freático ou subsuperficial O aproveitamento do lençol freático ou subsuperficial é feito normalmente em fundos de vale ou nas suas proximidades. Como no caso anterior, a vazão é relativamente baixa. Esse aproveitamento pode ser feito horizontall'.!l-ente, através de um sistema de drenas coletores, ou verticalmente, mediante a perfuração de poços rasos. A natureza da captação depende exclusivamente da espessura da camada aqúífera, sendo que é recomendável uma profundidade mínima de 3 m, para a coleta dessas águas, a fim de impedir a entrada de água insuficientemente filtrada através do solo. As obras de captação podem ser constituídas respectivamente como segue. a) Sistema de drenas coletores. Composto de tubos perfurados interligados e encarregados de reunir a água coletada num único ponto, de onde a mesma é devidamente conduzida para o seu aproveitamento, após tratamento adequado. Os drenos são envolvidos externamente com camadas sucessivas de areia e pedra britada (ou pedregulho) com o intuito de evitar a colmatação dos furos e a queda no rendimento do sistema coletor. Alternativamente podem ser usadas mantas geotéxteis. A área onde esse sistema é implantado deverá ser cuidadosamente protegida, a fim de evitar a contaminação do lençol por agentes eJi..1:ernos. b) Poços rasos. Obras compreendendo um ou mais poços perfurados verticalmente e, de um modo geral, revestidos. A afluência da água do lençol freático ao poço poderá ser feita através de orifícios abertos no revestimento protetor e pelo fundo do poço. O diâmetro desses poços varia em função da capacidade de fornecimento de água do aqúüero e do processo de abertura e de construção, podendo ser adotado como diâmetro mínimo o valor de 1 m. Em casos de camadas que só possam fornecer água muito lentamente, os mesmos poderão atingir até 8 m de diâmetro. Com relação à profundidade recomenda-se que os mesmos não ultrapassem 3 Om, sendo que a penetração na camada aqüífera poderá ir até cerca de 7 m, dependendo, evidentemente, da formação geológica da camada aqüífera e da posição do lençol a ser aproveitado. À medida que aumenta o diâmetro, aumenta a capacidade de armazenamento do poço, porém um acréscimo maior é obtido aumentando a penetração na camada aqüífera, ou seja, a profundidade da lâmina líquida. A água pode ser bombeada para o local de tratamento e posterior distribuição. Lençol profundo ou artesiano Após o lençol freático ou subsuperficial, geralmente se encontram camadas de terreno impermeável, quase sempre argilosas, que contêm entre elas camadas SISTEMAS OE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 479 aquíferas, denominadas lençol profundo ou artesiano. Esse lençol encontra-se normalmente entre duas camadas impermeáveis de terreno, que o protegem contra a contaminação. A extração de água desse lençol se faz mediante a perfuração de poços tubulares profundos, que, devido à grande variedade de tipos de terreno e de formações aqiiíferas, assim como a diversidade dos métodos .construtivos empregados, apresentam-se com características construtivas que diferem bastante em cada caso. Procedendo-se à perfuração de poços profundos numa região sinclinal, a água contida no lençol artesiano poderá jorrar, pressionada pela água situada nas partes mais elevadas do lençol, obtendo-se o que se convenciona chamar normalmente de artesianismo natural. Caso contrário, se a perfuração é feita numa região plana sem elevações próximas, para atingir a superfície a água do lençol terá de ser elevada mediante conjuntos motor-bomba, o que se denomina artesianismo comum. Nesse último caso, que é o mais frequente, deverá se proceder a ensaios de bombeamento em poços de pesquisa, procurando-se estabelecer a correlação entre a vazão de extração e o nível dinâmico da água no interior do poço. Recomenda-se a perfuração de poços tubulares profundos desde que seja comprovado o potencial da camada aquífera no local 4a perfuração ou nas suas imediações, e desde que esse potencial atenda à demanda de água prevista para a comunidade a ser atendida. Evidentemente, para o atendimento dessa demanda, poderão ser perfurados dois ou mais poços. Os poços tubulares são de um modo geral revestidos internamente com tubos de aço, a fim de evitar a entrada de água indesejável e não permitir o desmoronamento de camadas instáveis de terreno que foram atravessadas na perfuração. O diâmetro útil desses poços é função direta da vazão de aproveitamento do poço, que por sua vez determina as características do equipamento a ser implantado no mesmo para a elevação de água. Varia normalmente entre 150 a 300 mm, podendo chegar até a 600mm. Quando a camada aquífera é constituída de material granular, são colocados, no extremo inferior do revestimento, dispositivos que permitam a fácil passagem da água a ser captada, evitando-se o arrastamento desse material granular para o interior da bomba. Esses dispositivos são conhecidos como filtros, telas ou crivos, sendo normalmente constituídos de peças metálicas tubulares com orifícios, grelhas ou fendas destinadas a dar passagem à água. A norma da ABTN, NBR 12212/1990 (NB 588), define as condições gerais e específicas para o projeto de poço para a captação de água subterrânea. 2 - Captação de águas superficiais Os mananciais superficiais são constituídos pelo córregos, rios, lagos e reservatórios artificialmente criados, sendo que esses últimos, quando construídos com a finalidade de garantir um determinado volume de água para fins de abastecimento público, passam a fazer parte da captação do sistema. Para o projeto de captação de mananciais superficiais, devem ser examinados cuidadosamente todos os dados e elementos que digam respeito às características quantitativas e qualitativas dos mesmos, tais como: a) dados hidrológicos da bacia em estudo e, na falta destes, dados referentes 480 SISTEMAS URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADI< a bacias próximas e/ ou semelhantes para estudos de correlação entre elas, notadamente no que tange à vazão específica da bacia; b) dados fluviométricos do curso d'água a ser aproveitado e, na sua falta, elementos que digam respeito às oscilações do nivel de água nos períodos de estiagem e de enchentes, assim como por ocasião de chuvas torrenciais. Tais informações poderão ser coletadas junto a pessoas conhecedoras da região ou moradores das imediações. c) elementos referentes às características físicas, químicas e bacteriológicas da água a ser aproveitada, dando especial ênfase à determinação dos eventuais focos poluidores e/ou contaminantes existentes~ montante do local de captação escolhido. Deverá ser procedida a coleta de amostras d'água a ser captada para exames de laboratório. A elaboração do projeto de captação em mananciais superficiais deverá ser precedida de uma minuciosa análise das condições locais da área de implantação das obras a serem projetadas, e somente após o balanço de todos os aspectos referentes ao local de implantação é que poderá ser feita a escolha desse local, levando-se ainda em conta os eventuais custos de desapropriação e, quando necessário, o recalque das águas mediante a construção de estações elevatórias, a disponibilidade de energia elétrica para alimentação dos motores, etc. De um modo geral, os elementos componentes de uma captação e tomada de água em mananciais superficiais são: a) barragens de acumulação ou de manutenção de nível (quando necessárias) a fim de complementar a vazão na época das estiagens ou facilitar a retirada da água: b) dispositivo de tomada de água devidamente protegido, a fim de impedir a entrada de materiais em suspensão na água (grades, caixas desarenadoras, etc.); c) mecanismos de controle de entrada de água; d) tubulações e órgãos acessórios; e) poço de sucção das bombas; f) casa de bombas, para alojamento dos conjuntos elevatórios (quando necessários). No caso particular de lagos e rios de grande profundidade, onde se verificam grandes oscilações do nível de água, recomenda-se a construção de torres de tomada ou tubulações junto ou nas proximidades da margem, dentro das quais são instaladas bombas de eixo vertical, sendo que os motores e o equipamento elétrico de comando e controle ficam alojados na parte superior da estrutura, acima do nível de enchente máxima. A norma da ABNT, NBR 12213/1992 (NB589) define as condições gerais e específicas para projeto de captação de água de superfície para o abastecimento público. 18.1. 7 - Adução e subadução Às canalizações principais destinadas a conduzir água entre as unidades de um sistema público de abastecimento que antecedem a rede de distribuição dá-se o nome de adutoras. Elas interligam a captação e tomada de água à estação de trata- SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 481 roento de água, e esta aos reservatórios de um mesmo sistema. No caso de existirem derivações de uma adutora destinadas a conduzir água até outros pontos do sistema. constituindo canalizações secundárias, as mesmas receberão a denominação de subadutoras. Também são denominadas subadutoras as canalizações que conduzem água de um reservatório de distribuição para outro. As adutoras e subadutoras são unidades principais de um sistema público de abastecimento de água, devendo-se tomar cuidados especiais na elaboração do projeto respectivo e quando da implantação das obras. Recomenda-se uma criteriosa análise de seu traçado em planta e perfil, a fim de verificar a correta colocação de órgãos acessórios (válvulas de parada, válvulas de descarga e ventosas), assim como ancoragens nos pontos onde ocorrem esforços que possam causar o deslocamento das peças (curvas, por exemplo). Os critérios de cálculo e as fórmulas para o dimensionamento hidráulico de adutoras e subadutoras estão contidos nos capítulos 8 e 9 deste manual. Em função da natureza da água conduzida, as adutoras e subadutoras podem ser ·denominadas: a) de água bruta; b) de água tratada. Já levando em consideração a energia utilizada para a movimentação da água, as adutoras e subadutoras podem ser: a) por gravidade (conduto livre ou conduto forçado); b) por recalque; c) mistas: combinação das duas anteriores. Os materiais normalmente empregados para as adutoras e subadutoras são aqueles já descritos nos capítulos 9 e 10. A norma da ABNT, NBR 12215/1991 (NB 591) define as condições gerais e específicas para projeto de adutora de água para abastecimento público. Exercício 18.1 - A população futura estimada no projeto de abastecimento de água de uma cidade é de 18 000 habitantes. O manancial (uma represa) encontra-se a 3 500 m de distância, com um desnível de 14 m, aproveitável para a adução por gravidade. Dimensionar a adutora em conduto forçado, admitindo as seguintes hipóteses: a) existência de um reservatório de distribuição, capaz de atender às variações horárias de consumo. b) abastecimento direto, sem reservatório de distribuição. Solução de a) k 1 xqxP Q 1 = 3 600xh Q 1 = l,25x200x18 000 = 52 f./s 3 600x24 com a carga disponível de 14 m, a perda de carga unitária é : 482 s 1 s T E M As u R B AN o s D E H 1 D R A u L 1 e A A p L 1e A D A' J =-14- = 0,004 m/m 3500 Aplicando-se a fórmula de Hazen-Williams, encontra-se o diâmetro de distribuição satisfatório (C= 90) D = 0,300 m (DN 300); v= 0,75 m/s. Solução de b) Na segunda hipótese, a canalização deverá ter capacidade para atender à maior solicitação. Qz = kzQ1 = 1,50 X 52 = 78 e/s. O diâmetro 0,300 m seria insuficiente. Empregando-se a mesma fórmula, verifica-se ser suficiente: D = 0,350 m (DN 350); V= 0,80 m/s. Figw:a 18.4 Tubulações de aço na s.duçiio do sistema de PortoAl.egre, RS. 18.1.8 -Tratamento Um sistema público de abastecimento de água deverá fornecer à comunidade água potável, isto é, água de boa qualidade para a alimentação humana e outros usos, dos pontos de vista físico, químico, biológico e bacteriológico. Para tal e em função das características qualitativas da água fornecida pelo mananciais, procedese ao tratamento da água em instalações denominadas estações de tratamento. A análise química e os exames físico e bacteriológico da água dos mananciais abastecedores, feitos com freqüência, determinarão a necessidade ou não de submeter essa água a processos corretivos, a fim de garantir a boa qualidade e a segurança higiênica. O tratamento da água deverá ser efetuado quando for comprovada a sua SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 483 necessidade e a purificação for indispensável, compreendendo os processos iropre3cindíveis à obtenção da qualidade necessária para abastecimento público. Muitas cidades, entre as quais importantes metrópoles, dispõem de água bruta de qualidade aceitável, dispensando portanto o tratamento completo da mesma, procedendo apenas à cloração preventiva e, eventualmente, à fluoretação. Dentre essas cidades podemos citar: New York, Roma, Madrid, Natal, Florian6polis e Ribeirão Preto, entre outras. É importante salientar que a necessidade do tratamento e os processos exigidos deverão ser determinados em função dos padrões de potabilidade internacionalmente aceitos para água de abastecimento público, e com base em inspeções sanitárias e resultados representativos de exames e análises cobrindo uID período razoável de tempo. Caso contrário, o projetista poderá ser levado a cometer erros grosseiros, pois as características qualitativas e quantitativas das águas dos mananciais variam sensivelmente no decorrer do ano, notadamente as águas provenientes de mananciais superficiais. A norma daABTN, NBR 12216/1989 (NB 592), Projeto de Estação de Tratamento de Água para Abastecimento Público, define os seguintes tipos de águas naturais, para fins de abastecimento: Tipo A - águas subterrâneas ou superficiais protegidas, potáveis; Tipo B - águas subterrâneas ou superficiais, não protegidas e que não exigem coagulação química para potabilização; Tipo C - águas superficiais não protegidas que exigem coagulação química para potabilização; Tipo D - águas superficiais não protegidas, sujeitas a fontes poluidoras e que exigem processos especiais para potabilização. O tratamento da água é feito para atender a várias finalidades. a) Finalidades higiênicas: remoção de bactérias, eliminação ou redução de substâncias tóxicas ou nocivas; redução do excesso de impurezas; redução de teores elevados de compostos orgânicos, algas, protozoários e outros microrganismos. b) Finalidades estéticas: correção da cor, turbidez, odor e sabor. c) Finalidades econômicas: redução da corrosividade, dureza, cor, turbidez, ferro, manganês, odor e sabor. Os principais processos de purificação adotados normalmente são mostrados na subseções a seguir. 1 - Micro-peneiramento Para retenção de sólidos finos não coloidajs em suspensão, por exemplo, algas. 2-Aeração A aeração das águas pode ser realizada com os seguintes objetivos: a) remoção de gases dissolvidos em excesso nas águas (C0 2 , H 2 S); b) remoção de substâncias voláteis; e) introdução de oxi.gênio (inclusive para a oxidação de ferro). Geralmente o processo é aplicável para as águas que no seu estado natural não .484 SISTEMAS URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA tenham contato direto com o ar, como, por exemplo, águas do lençol freático captadas em galerias de infiltração, águas do lençol artesiano, águas provenientes de partes profundas de grandes lagos ou represas. A experiência mostra que podem ser obtidos bons resultados com pouco tempo de aeração: 1 a 2 segundos. Os principais tipos de aeradores encontrados na prática são: a) aeradores de queda, por gravidade (do tipo cascata; e de taboleiros); b) aeradores de repuxo: c) ar difuso; d) aeradores mecânicos. 3 - Coagulação e floculação A coagulação é um processo químico que visa aglomerar impurezas que se encontram em suspensões finas, em estado coloidal, em partículas sólidas que possam ser removidas por sedimentação ou filtração. As partículas agregam-se, constituindo formações gelatinosas inconsistentes, denominadas flocos. Os flocos iniciais são formados rapidamente e a eles aderem as partículas. Os reagentes em geral empregados são: a) coagulantes, compostos de elementos que produzem hidróxidos gelatinosas, como os sulfatos de alumínio e de ferro; b) álcalis, para prover e manter a alcalinidade necessária ao processo (tais como hidróxido de cálcio, carbonato de sódio) sempre que necessários. O coagulante mais comumente empregado é o sulfato de alumínio, pelo fato de ser facilmente obtido e de baixo custo. Tem sido verificado que as condições de floculação podem ser melhoradas mediante o emprego de agentes auxiliares de coagulação, tais como: a) sílica ativada; b) polieletrólitos; c) argila fina preparada (bentonita). Todo processo de tratamento químico e preparação da água para a decantação e filtração compreende duas fases distintas: a) mistura rápida que consiste na adição dos compostos químicos ou reagentes e sua dispersão uniforme na água. b) formação dos flocos e seu desenvolvimento ou condicionamento. A primeira fase pode ser efetuada no próprio dispositivo de medição de vazão da estação de tratamento (por exemplo calha Parshall) ou em câmaras especiais denominadas câmaras de mistura rápida, com agitadores mecânicos. A fase seguinte se realiza em câmaras de agitação lenta ou floculadores. Esses floculadores podem ser hidráulicos (chicanas com movimento horizontal ou vertical da água) ou mecanizados (de eixo vertical ou de eixo horizontal). · 4 - Decantação /sedimentação São operações dinâmicas de separação de partículas sólidas suspensas na água. Essas partículas, sendo mais pesadas que a água, tenderão a cair para o fundo, verificando-se então a sedimentação. A água, livre dessas partículas, é removida SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 485 por vertedouros superficiais, o que constitui a decantação. Trata-se pois, de duas operações simultâneas na mesma unidade. Aumentando-se ou diminuindo-se a velocidade de escoamento das águas, alteram-se os efeitos de turbulência, provocando a deposição dessas partículas, quando a turbulência é reduzida. Isso se consegue em tanques onde se procura evitar ao máximo a turbulência, denominando-se os mesmos decantadores ou bacias de sedimentação. Na técnica de purificação das águas de abastecimento, emprega-se a sedimentação com as seguintes finalidades: a) remoção de areia; b) remoção de partículas sedimentáveis finas, sem coagulação (decantação simples); c) retenção de flocos: sedimentaÇão após coagulação. Sob o ponto de vista prático, os decantadores podem ser classificados como segue. a) decantadores de escoamento horizontal, onde a água igualmente distribuída na seção transversal, se movimenta longitudinalmente, de uma extremidade a outra. b) decantadores de escoamento vertical, nos quais a água dirigida para a parte inferior, desloca-se a seguir em movimento ascendente para a saída. c) decantadores tubulares ou de alta taxa, onde a sedimentação é feita com o emprego de módulos tubulares (decantação laminar). A remoção de lodo sedimentado pode ser mecanizada ou por simples pressão hidráulica. 5 - Filtração A filtração da água como processo de purificação consiste em fazê-la atravessar camadas porosas capazes de reter impurezas. O material poroso comumente empregado como meio filtrante é a areia, sendo que outros materiais têm sido utilizados com sucesso, entre os quais o carvão duro (antracito) e a granada. Em sistemas públicos de abastecimento de água são empregados dois tipos principais de filtros de areia: a) filtros lentos; b) filtros rápidos. Filtros lentos São utilizados nos casos em que a água bruta apresenta pouca turbidez e baixa cor, águas do tipo B, ou que se enquadrem nesse tipo após pré-tratamento, não exigindo tratamento químico (coagulação-sedimentação). A camada filtrante é constituída de areia mais fina e a velocidade com que a água atravessa a camada filtrante é relativamente baixa. A lavagem da areia é externa ao filtro, por meio de retiradas sucessivas das camadas colmatadas que, concluído o ciclo, são recolocadas no filtro após lavagem. Filtros rápidos Diferem dos filtros lentos não só pela velocidade de filtração como pela sua 486 s 1s TEM As u R B A Nos o E H 1oRAuL1 e A A p L 1e A D'A construção e modo de operação. São constituídos com condições de autolavagem através da inversão de fluxo normal de funcionamento. Os filtro rápidos recebem geralmente água tratada quimicamente e podem ser de camada filtrante simples (areia) ou dupla (areia e antracito), fluxo ascendente ou descendente. Os ascendentes são sempre de camada simples. 6 - Desinfecção A desinfecção da água para fins de abastecimento constitui medida que, em caráter corretivo ou preventivo, deve ser obrigatoriamente adotada em todos os sistemas públicos. Somente um processo de desinfecção bem controlado, antes de a água atingir o ponto de consumo, é que poderá garantir a qualidade da água, do ponto de vista de saúde pública. Os produtos normalmente utilizados para desinfecção de água de abastecimento público são: a) cloro (gasoso ou líquido); b) hipoclorito de sódio, encontrado comercialmente sob a forma de solução; c) cal clorada, encontrada no comércio sob a forma de pó, devendo ser previamente dissolvida em água para aplicação. · Para a adição desses produtos à água, em geral são utilizados dosadores, denominados, de acordo com o produto a ser utilizado, cloradores ou hipocloradores. 7 - Tratamento por coa.tato O tratamento por contato consiste em promover, como o próprio nome indica, o contato da água com um leito material predeterminado a fim de reter-substâncias indesejáveis presentes na água. No caso de água de abastecimento público, podem se apresentar os seguintes casos: a) leitos de coque (pedra ou pedrisco), para remoção de ferro; b) carvão ativado, para remoção de odor e sabor; leitos de areia para a retenção de impurezas. 8 - Controle da corrosão Consiste na adição de determinados produtos às águas de abastecimento, a fim de minimizar o seu efeito corrosivo. Os produtos normalmente empregados são: cal, carbonato de s?dio, metafosfato, silicato, etc. Efeitos indiretos (ver Quadro 18.6) 1. Um pouco irregularmente. 2. Tratamento com cal em excesso. 3. Porém sujam-se ou entopem-se muito depressa. 4. Exceção para os sabores devidos a clorofenóis. 5. Supercloração seguida de descloração 6. Cloração normal. 7. A coagulação com sulfato de alumínio converte a dureza de carbonato em dureza de sulfato. 8. Pela remoção de C0 2 • 9. Com adição de oxigênio. SISTEMAS 10. 11. 12. 13. 14. DE ABASTECIMENTO OE ÁGUA 487 A coagulação com sulfato de alumínio liberta C0 2 • Após aeração. Aeração seguida de uma unidade separadora (para deposição)(NA). Pode remover ferro e ter efeito sobre a cor (NA). Redução da dureza pelo processo da precipitação química (NA). QUADRO 18.6 - Efeitos dos principais processos de tratamento sobre a qualidade (segundo Fair)* Atributos Bactérias Cor Turbidez Odore sabor Dureza Corrosividade Sedimentação simples Aeração o o o ++++4 + +++8 Coagulação filtração rápida Filtração lenta ++ o +++ (+) o o ++++ ++ ++++3 +++ o o ++++l ++++ ++++ (++) (--)7 (--)10 ---9 Ferroe +++ (12) + 11 ++++ 11 ++++ 11 inanganês #Os síznbolos entre parênteses i:adico.m efeitos indiretos Símbolos empregados: Efeitos favoráveis ++-t-+ +++ ++ + o Grau muitíssimo muito pouco ligeiram.ente sem efeito Correção dum.a(14) e filtração rápida Desinfecção (cloração) (+++) 2 (++++) (-t-+++) (++) ++++ variável ++++ o (13) o +-t-++5-6 o o o (13) (+ +) Efeitos adversos o As Figuras 18.5 e 18.6 adiante mostram disposições gerais e fluxogramas usuais em estações de tratamento de água ETA. 18.1.9 - Reservatórios de distribuição. São unidades destinadas a compensar as variações horárias de vazão e garantir a alimentação da rede de distribuição em casos de emergência, fornecendo também os níveis necessários à manutenção de pressões na rede. A norma da ABNT, NBR 12217/1994 (NB 593), Projeto de Reservatório de Distribuição de Água para Abastecimento Público, define as condições gerais e específicas para essas unidades, bem com as canalizações e outro dispositivos necessários. As Figs. 18. 7 e 18.8 mostram detalhes dessas canalizações. Dependendo da sua configuração e sua posição com relação à rede, podem ser classificados em : a) enterrados, semi-enterrados, apoiados ou elevados; b) de montante ou de jusante. Os materiais normalmente empregados na sua construção, em função das suas características básicas, são alvenaria de pedra, concreto armado, chapa metálica e materiais especiais (fibra de vidro, por exemplo). Os reservatórios de distribuição são dimensionados para satisfazer às condições SISTEMAS URBANOS OE 488 D X X D D o j jXj j FL. F F F F X ~--- r-- - - - 1,... 1- - - - --- - - -FL- - --- D D l j j FIF CQ ~ FIF HIORÂULICA APLICADA - D CQ ca FIF F 100 000 m3/dia F F F 40 000 m3/dia 60 000 m3/dia FL D 1 1 II F F F D F F F ca F F FL. F F CQ ®~--3 750 m /dia Legendas: FL: floculadores D:. decantadores F: filtros CQ: casa de química CQ 1 500 m3/dia 4000 m3/dia Figu:ra 18.5 -Disposições de EI'AS seguintes: a) funcionar como volantes da distribuição, atendendo à variação horária do consumo (volume útil); b) assegurar uma reserva de água para combate a incêndios; c) manter uma reserva para atender as condições de emergência (acidentes, reparos nas instalações, interrupções da adução e outras); d) manutenção de pressões na rede distribuidora. Para satisfazer à primeira condição, os reservatórios, empiricamente, devem ter capacidade superior a 1/6 do volume consumido em 24 horas. O cálculo do volume necessário deve ser feito com o diagrama de massas, quando é conhecida a variação de consumo. Para se atender à segunda condição, deve-se considerar uma parcela núnima de 250 m 3 a 500 m 3 nas pequenas cidades. Esses valores correspondem ao funcionamento de uma mangueira ou de um carro-bomba durante 5 horas. No caso de cidades relativamente grandes, deve-se consultar o corpo de bombeiros sobre a frequência de incêndios e características do equipamento empregado. A parcela para emergência dependerá muito das condições locais e do critério SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE AGUA o 489 Clora o - - - - - - - - - ~'!.~~...P!:! - - - - - - - - - 1 T para a cidade água bruta floculação decantação filtros rápidos a) Instalação clássica de tratamento de água (fluxograma) para a cidade água bruta reseivat6rio filtros lentos água filtrada b) Instalação com filtros lentos (fluxograma) água bruta para a cidade loito de contacto filtro rápido e) Instalação para remoção de ferro oxidável (fluxograma) Figura 18.6- Fluxogramas do engenheiro. Essa reserva adicional tem sido considerada por engenheiros americanos na base de 25% sobre o total, ou seja, um acréscimo de 33% sobre a soma das parcelas anteriores. No Estado de São Paulo é usualmente adotada a relação de Frühling: "Os reservatórios de distribuição devem ter capacidade suficiente para armazenar o terço do consumo diário correspondente aos setores por eles abastecidos." No caso de reservatórios elevados (torres), por medida econômica, tolera-se o dimensionamento na base de 1/5 do volume distribuído em 24 horas (torres isoladas). Quando existirem reservatórios elevados e enterrados, a capacidade total deverá corresponder a 1/3 do volume distribuído em 24 horas. A capacidade da torre é estabelecida de modo a evitar uma freqüência excessiva de partidas e paradas das bombas e garantir uma reserva mínima em cota elevada, para o caso de possíveis interrupções no fornecimento de energia elétrica (30 minutos ou mais). Para atender a condição de manutenção das pressões na rede de distribuição dentro dos limites pré-fixados, é necessário que: SISTEMAS 490 URBANOS OE HIORÁLJLICA APLICADA' b D E _É__=-ª- L L 4 D=2H Reservatórios cilíndricos . pequenos Extravasor Entrada de água Saída de água-t Figunt. 18.7 - Canalizações de eDtrada. e saída 600 li'~ O• E 500 g 400 ~ ... ~ ~ 300 ~ 200 a> lo" .. V ~ ~ ...... ,,. .. ~ ~v ,,..,,,,,. "',_...,,,.,,,,,. ..... Y" ......... __,,. ~ I ; ......... ....... t:: ....... -- o 10 20 30 40 ..... +- ..... ..... ' 1 15 ~ ~!~J~ÍÍÍJMt """"" __,,.,,.,,. __,,. ........ i....- "'.'.: ......... ~150 êS 100 ~~ V ,! "' I,;"' .g 250 !:; O· -(.. E o 14~~ yt ~. li ~; ~'P [9~ , / / ~ ~)"' ~" 50 70 100 150 200 300 500 700 1000 Descarga eis Figunt. 18.8 - Capacidade do extra.vazar a) o nível de água mínimo do reservatório seja NAmin > Pmin + Lh1 +z, onde: Pmin =pressão dinâmica mínima da rede em Z (nó mais desfavorável da rede); Pmin = 100 l<Pa (10 mca) Ih 1 = soma das perdas de carga dos trechos da rede desde o reservatório atéZ; z = cota topográfica do nó Z. b) O nível de água máximo do reservatório seja NAmax < Pm=. + b, onde: PmllX =pressão estática máxima da rede em B (nó mais baixo da rede); Pmox =500 l<Pa (50 mca) b = cota topográfica do nó B. s1sTEMAS OE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 491 Exercício 18.2 - No projeto de abastecimento de água para uma cidade do interior está prevista uma população de 12 500 habitantes. A adução será feita por recalque, até um reservatório de distribuição cuja capacidade deverá ser estabelecida. Conhecendo-se a variação do consumo nessa cidade, determinar: a) volume de reservatório, admitindo-se o recalque nas 24 horas: b) volume do reservatório, considerando-se 8 horas de recalque. a) Primeiro caso Horas Porcentagem do consumo médio Consumo no intervalo% Porcentagem aduzida 0-2 2-4 4-6 6--8 ·a-10 10-12 12-14 14-16 16-18 18-20 20-22 22-24 40 40 60 110 145 140 145 130 140 115 75 60 3,35 3,35 5 9,20 12,05 11,70 12,05 10,80 11,70 9,60 6,20 5 100 8,33 8.33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 4.98 4,98 3.33 100 18,77% + Diferenças 0,87 3,72 3,37 3,72 2,47 3,37 1,27 2,13 3,33 18,77% Quantidade de água flutuante: 18, 77% Q =k 1qP = 1,25 X 200 X 12 500 = 3 125 000 e/d a) 18, 77% (3 125 m3) =587 m3 b) para combate a incêndios: 250 m 3 c) reserva adicional de 33% (587 + 250) = 276 m 3 Capacidade do reservatório: 587 + 250 + 276 = 1 113 m 3 (o que corresponde a cerca de 1/3 do volume diário). b) Segundo caso Horas Consumo no intervalo% 0-2 2-4 4-6 3,35 3,35 5 9,20 12,05 11,70 12,05 10,80 11,70 9,60 6,20 5 100 6-8 8-10 10-12 12-14 14-16 16-18 18-20 20-22 22-24 Porcentagem aduzida + Diferenças 3,35 3,35 5 9,20 25 25 25 25 12,95 13,30 12,95 14,20 ,11,70 9,60 6,20 5 100 53,40% 53.40% Quantidade de água flutuante: 53,40%; consumo médio diário: 3 125 000 e;a SISTEMAS 492 URBANOS DE HIDRÁULICA APLICAt> = 53,40% (3 125 m 3) 1.669 m3; para combate a incêndios: 250 m 3 ; reserva adicional de 33% (1.669 + 250) = 633 m 3 • Capacidade do reservatório: 1.669 + 250 + 633 = 2 552 m 3 (cerca de 80% do volume diário). a) b) c) Figura 18.9- Torre d'água em pr.aça pública, .Arapongas, PR. 18.1.10 - Rede de distribuição É a unidade do sistema que conduz a água para os pontos de consumo (prédio: indústrias, etc.) É constituída por um conjunto de tubulações e peças especiai dispostas convenientemente, a fim de garantir o abastecimento dos consumidore de forma contínua nas quantidade e pressão recomendadas. A norma da ABNT, NBR 12218/1994 (NB 594) define as condições gerais específicas para projeto de rede de distribuição de água para abastecimento públicc São disposições dessa norma os seguintes limites: • pressão estática máxima= 500 kPa (50 mca) •pressão dinâmica mínima= 100 kPa (10 mca) Para atendimento desses limites, a rede de distribuição pode ser dividida po zonas de pressão, com reservatórios próprios ou simplesmente, Válvulas de Reduçã de Pressão (VRP). • diâmetro mínimo = DN 50 •velocidade mínima= 0,60 m/s • velocidade máxima= 3,50 m/s Para limitar as perdas de carga em valores baixos é usual a expressão V= 0,60 1,5 D (D em m). A Tabela 18.1 pode ser usada para pré-dimensionamento dos trechos da red de distribuição. s1sTEMAS DE ABASTECIMENTO 493 DE ÁGUA Tabela 18.1- L:imites de pré-dllnensionam.ento ,., "',', DN Vazão (e/s) Velocidade (m/s) 50 60 75 100 150 200 250 300 1,4 2,3 4 8 18 35 0,70 0,80 0,90 1 1 1,10 1,10 1,20 54 85 Os condutos formadores da rede de distribuição podem ser assim classificados: a) condutos principais: b) condutos secundários. Dá-se à denominação de condutos principais aos condutos de maior diâmetro, responsáveis pela alimentação de condutos secundários. Os condutos secundários de menor diâmetro, são encarregados do abastecimento direto aos prédios a serem atendidos pelo sistema. Segundo seu traçado, as redes de distribuição, podem ser: a) ramificadas, quando admitem um único sentido de circulação da água; b) malhadas, quando o sentido de circulação em cada trecho depende da diferença de pressões em seus nós extremos (veja cap. 13). ~ 1 - Cálculo de vazão específica No dimensionamento das redes ramificadas ou das redes malhadas sujeitas ao ,seccionamento, para efeito de cálculo, considera-se uma vazão específica por metro de canalização. Em um determinado setor do sistema de distribuição, a vazão a ser distribuída, expressa em e;s por metro de canalização, será dada por: nk1k2q qm = 86400 qm = Vazão de distribuição ao longo da canalização, na hora de maior consumo, do dia de maior demanda (e/s por metro de canalização). n = número médio de pessoas abastecidas por metro de canalização. Em um setor, o valor é dado por: população a ser abastecida pela rede n extensão da rede no setor Nas grandes cidade consideram-se vários setores com valores diversos de n: zonas residenciais de grande densidade de população, zonas comerciais, indústrias, etc. (Veja Quadro 18.9 na pág. 520). k 1 =Coeficiente relativo aos dias de maior consumo (valores usuais: 1,25 e 1,20). k 2 =Coeficiente correspondente à hora de maior demanda (valor comum: 1,50). O coeficiente de demanda de reforço. igual ao produto k 1 x k,. tem um 494 SISTEMAS URBANOS DE HIDRÁULICA APLICA01 valor em torno de 2 (havendo reservatórios domiciliares). Quota de água a ser distribuída por habitante, expressa em litros por 24 horas. Na cidade de São Paulo são adotadas vazões que variavam desde 0,004 até 0,012 e;s, por metro de distribuidor. Para as cidades do interior, os valores das vazões específicas, frequentemente, são inferiores aos indicados. q = 2 - Dimensionamento da rede (seccionada ou ramificada) No projeto de uma rede de distribuição de água, é usual o emprego de folhas de cálculo semelhantes ao modelo apresentado no Quadro 18. 7. Com o critério adotado de seccionamento, as operações seguem uma sequência lógica, ficando determinados todos os elementos, uma vez concluído o preenchimento das folhas. O preenchimento das folhas de cálculo obedece à seguinte seqüência; Coluna 1. Número do trecho; os trechos da rede ou os nós devem ser numerados de acordo com um sistema racional, a critério do projetista; Coluna 2. Nome da rua, obtido na planta da cidade ou estabelecido simbolica. mente (ruas sem nomes); Coluna 3. Extensão do trecho, em metros, medida na própria planta, (símbolo L); Coluna 4. Vazão a jusante Qi em e/ s, assim obtida: na extremidade de jusante de uma ramificação, Qi = O. Na extremidade de jusante de um trecho T qualquer, Qj = L. Qm dos trechos abastecidos por T. Coluna 5. Vazão em marcha expressa em e;s = qm L, onde qm é a vazão distribuída por metro linear de canalização (vazão específica). Coluna 6. Vazão a montante Qm, emf/s Qm = Qj+qmL. Coluna 7. Vazão fictícia, (vide seção 13.4, pág. 355) Q - Qm+QJ ,- 2 Q1+0,5q~ Devem ser computadas, nos vários trechos, quaisquer vazões especiais, como por exemplo demandas de indústrias ou de hidrantes. É conveniente subdivi.dlr as ramificações que abastecem indústrias de grande consumo por dois trechos, com numeração diferente. Coluna 8. Diâmetro D, determinado pela imposição de velocidades-limite epela vazão a montante, empregando-se, por exemplo, a Tab. 18.1. Exprimese o diâmetro em milímetros ou DN, diâmetro nominal. No Estado de São Paulo, adota-se o diâmetro mínimo de 50 mm (2"), exceção feita para a capital, onde 75 mm (3 ") é o valor mínimo (DN 50 a DN 75). Coluna 9. Velocidade em m/s, obtida pela equação da continuidade e registrada com a finalidade de demonstrar que os limites foram respeitados (v= Qm/A). Coluna 11.Perda de carga total em metros (hr>· Determinada a vazão fictícia Qi e o diâmetro D, com o emprego de uma tabela da fórmula de resis· s1sTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 495 tência adotada (Hazen-Williams, por exemplo) obtém-se/, perda unitária em metros/metro, e h 1 =JL, perda de carga total no trecho, em metros. Colunas 10 e 12. Cotas piezométricas de montante e de jusante. Identificado o nó em posição mais desfavorável na rede, ou aquele assim suposto, estabelece-se para ele uma pressão igual ao pouco superior à mínima, que será somada à cota do terreno, resultando, assim, a cota piezométrica do nó. A pressão mínima recomendável é de 100 kPa (10 mca). Num outro trecho qualquer, a cota piezométrica de montante é igual à cota piezométrica de jusante mais a perda de carga no trecho. Uma vez determinada uma cota piezométrica qualquer e as perdas de carga, ficarão determinadas todas as demais cotas piezométricas. Coluna 13 e 14. Cotas do terreno, obtidas nas plantas e relativas· aos nós dos trechos a montante e a jusante. " Colunas 15 e 16. Pressões disponíveis a montante e a jusante. Pressão disponível = cota piezométrica menos cota do terreno. Verüica-se, então, se a hipótese referente ao ponto mais desfavorável foi correta e se as pressões-limite foram respeitadas, ou se convém fazer correções. O seccionamento feito também deve ser verificado. Estará correto se em cada ponto de seccionamento as pressões que resultam dos diversos percursos da água para alcançá-lo são iguais. Tolera-se uma diferença entre pressões de no máJdmo 10% do valor da média das várias pressões obtidas para os nós, seguindo diferentes percursos. Os resultados podem ser tabelados com se indica a seguir: Ponto de seccionamento Pressões calculadas Valor médio Máxima diferença Porcentagem do valor médio Se isso não se verificar, ou se alterará convenientemente o diâmetro de algumas tubulações, ou se modificará o seccionamento adotado. Exercício 18.3 - Projetar a rede de distribuição de água de uma vila com 910 m de extensão de ruas e com a topografia indicada na Fig. 18.10. O número previsto de habitações é de 140, admitindo-se uma população futura de 840 habitantes; a quota de água por habitante é o volume médio consumido, o volume correspondente aos dias de maior consumo, a pressão mínima exigida é 200 e;d; 168 000 e/d; 210 000 e/d; e 15 mca 1·{· ,,~; s 1s TEM As 496 u R B A Nos o E H 1oRÁuL1 e A A p L 1e A º'A:; ' 7 4 8 10 3 9 2 6 5 Figura 18.10 Calcula-se a vazão a aduzir, 210 OOO = 2 43 .f/s 86 400 • O volume do reservatório de distribuição, considerando-se 1/3 do volume diário, é 70 ml, sendo a vazão máxima a distribuir 2,43 x 1,5 = 3,64 e;s. Determina-se a seguir o coeficiente para cálculo da rede de distribuição. 3 64 • = 0,004 .f/s por metro linear. 910 O dimensionamento da rede seguiu a seqüência das operações indicadas (1 a 16) e encontra-se na folha de cálculo da página seguinte. Foi utilizada a fórmula de Hazen-Williams com C = 90. 18.1.11 - Método de Hardy Cross O método de Cross é um. processo iterativo de tentativas diretas; os ajustamentos . feitos sobre os valores previamente admitidos ou adotados s.ão computados e portanto, controlados. Nessas condições, a convergência dos erros é rápida, obtendose quase sempre uma precisão satisfatória nos resultados, após três tentativas apenas. Para a sua aplicação ao estudo das grandes redes, sempre que houver conveniência, as cidades poderão ser divididas em setores. Além disso, podem-se reduzir as redes hidráulicas aos seus elementos principais, de vez que as canalizações secundárias resultam da imposição de certas condições mínimas (diâmetro, velocidade ou perda de carga). Embora sejam duas as modalidades segundo as quais o método pode ser aplicado, comumente se adota o ajustamento das vazões, modalidade esta que aqui será considerada. O método se aplica ao dimensionamento dos condutas principais dispostos em anéis ou circuitos fechados, no quais se estabelecem os pontos (nós) onde se supõem concentradas as demandas das suas áreas circundantes (vazões concentradas nos nós). Essas áreas parciais dos setores, correspondentes a cada -~':'!'%~ "' "'-< "';;:: Trecho 1 (1) 1 Rua (2) ,. DATA Pressão disponível m PROJETISTA CIDADE Vila ltajaí (/) o Perda Cota Cota do terreno Extenmetro Veloc. piezo- de piezoA Fictícia mm ou m/s métricc carga métric< Em A 1 são A A A DN à mont. total a juA m jusant marcha montantE m sante rr montant jusante montante jusante m ,J 1 (3) 1 (4) Vazão litros/s (5) (6) . (7) Diâ- (8) Cota (9) (10) (11) (12) (13) Observações "',. ,.,-< (/) ô - ;;:: (16) !15) !141 "',. (17) "'z -< o Paz 2 1 S.luls 3 S.luls 1 4 1 Comércio º·ººº 0,360 0,360 0,180 50 0,18 109,83 0,07 109.76 67,20 63,80 42.63 45,96 Descarga o ,., 130 0,360 0,520 0,880 0,620 50 0.45 119,63 0,80 109,83 60,50 67,20 41,14 42.63 CoeL.0,004 G> 60 0,000 0,240 0,240 0,120 50 0,12 110,63 0,01 110,62 69,50 72 41,13 38,62 110 1,120 0,440 1.560 1,340 75 0,35 111,03 0,40 110,63 77,40 69,50 33,63 41,13 º·ººº 0,280 0,280 0,140 50 0,14 110,59 0,06 110,5~ 71.70 67,20 38,89 43,33 1 90 1 1 5 1 Paz 70 6 1 S.Paulo 110 0,280 0,440 0,720 0,500 50 0,37 111,03 0.44 110,59 77.40 71.7 33,63 38,89 7 1 S.Paulo 130 0,520 0,520 0,260 50 0,26 111,03 0,16 110.87 77,40 79 33,63 31,87 Comércio 80 º·ººº 2.800 0,320 3,120 2,960 75 0.70 112,37 1,34 111.03 85,80 77.4 26,5 33,63 I Tu pi 70 0,000 0,280 0,280 0,140 50 0,14 112,37 0,06 112,31 85,80 84,40 26,57 27,91 Comércio 60 3,400 0,240 3,640 3,520 100 0.45 112,70 0,33 112,37 97.70" 85,80 15 26,57 3,640 3,640 100 0,45 113,50 0,80 112.70 112 8 1 9 1 10 1 11 1 - 1 120 1 3,640 0,000 97.70 •=nó+ desfavorável= pmim = 15 NA do reservatório = 113,50 • 1,50 15 1 ,._ ,. e: Hidrante Reservatório ,,.. 1 1 1 IO 1 ..... . SISTEMAS URBANOS 498 OE HIORÂULICA APLICAO'°' um dos n6s estabelecidos denominam-se áreas de influência e suas demandas ou vazões de carregamento dos nós são inicialmente determinadas por: _ qª = Pxqxk xk2 86 4 0 a = área total do setor (ha) Qla (e/s x ha) =vazão específica do setor Q = vazao total do setor (e/s) = Considerada a densidade populacional do setor, d qli ~ = p tem-se a = dxqxk.i xk2 (l/sxha) 86 400 Então a vazão de carregamento de um nó determinado desse setor será: Qn 6 = qn x área de influência do n6 (parcela da área total suposta abastecida nesse nó). Admite-se para o setor um sentido de circulação da água nos diversos trechos dos anéis, a partir do reservatório de distribuição até qualquer n6, segundo o menor percurso. Ficam assim definidas as vazões que chegam ao nó (positivas) e as que saem do nó (negativas). É evidente que em cada n6 :LQ = O e conhecidas as vazões dos nós, podem ser estimadas as vazões dos trechos, iniciando-se pelos n6s extremos do setor (a jusante). Considerados os limites de velocidade, podem ser adotados diâmetros de prédimensionamento para cada trecho e calculadas as respectivas perdas de carga. Admitido o sentido horário como positivo, em cada anel deve ser verificada a condição Lh. 1 = O, ou seja, qualquer que seja o percurso a pressão resultante em qualquer n6 é a mesma. Dadas as aproximações adotadas, isso não se verifica, exigindo uma correção das vazões nos trechos de cada anel. A perda de carga ao longo de um trecho pode ser expressa pela f6rmula geral h1 =kQ Jl e a perda de carga total em cada circuito fechado Lht =LkQ.0#0 Se a distribuição de vazões fosse exata de início, a correção a ser feita em cada circuito seria nula. Como não é o caso, a vazão deverá ser ajustada ou corrigida no circuito, podendo-se escrever, para cada uma das canalizações, Q = Qo +  tal que, LI< (Qo + a)n =o em que Q0 é a vazão adotada inicialmente. E, pelo binômio de Newton, k(Qo +a).o = k(Qt +nQt- 1a+ .0(~; 1 > Qt-2 a2 +··) Sendo o valor de à pequeno, comparado a Q0 , todos os termos que contenham ó. elevado a um potência igual ou superior a 2 serão desprezados. Obtém-se, então, Lk[Q8 +nQ8- 1 a]= O; ou seja, SISTEMAS DE ABASTECIMENTO OE ÁGUA Â= 499 -'fr.Q; 'í:.nk.Qr -'fr.~ =--~- ~ 'í:.nk.- Qo podendo-se ainda escrever, sendo hro = kQ !), (hro =perdas inicialmente calculadas) t. =- :Ebro rnhro Qo Utilizando-se a fórmula de Hazen-Willi,ms onde n = 1,85 resulta Â= Lhro :El,85 hro Qo Se o valor de A for grande em face de Qo, sendo n maior do que a unidade, evid~ntemente a aproximação não será boa; isso no entanto não prejudicará o processo, uma vez que, com as correções a serem feitas, o erro irá diminuindo progressivamente, com uma convergência relativamente rápida. Recalculam-se as perdas de carga em cada circuito e determina-se a nova· correção para as vazões. Repete-se o processo até que seja obtida a precisão desejada. A NBR 12218/1994 admite resíduos máximos de vazão e perda de carga de 0,1 .f./s e 0,5 kPa (0,05 mca). 18.1.12 -Aplicação do método de Hardy Cross ao cálculo das redes malhadas A seguir, serão resumidas as várias fases do trabalho. a) Considerações gerais. O método do Cross não se destina ao estudo das redes tipicamente ramificadas. Ao contrário, está intimamente ligado à concepção dos sistemas com a distribuição por anéis, que se caracteriza por uma flexibilidade muito maior, bem como por uma distribuição mais equilibrada das pressões. Também não se emprega o método para a investigação das canalizações secundárias, as quais resultam simplesmente de certas condições mínimas estabelecidas para as redes. b) Traçado dos anéis. No traçado dos anéis ou circuitos, deve-se ter em vista uma boa distribuição com relação às áreas a serem abastecidas e aos seus consumos. As linhas são orientadas pelos pontos de maior consumo, pelos centros de massa, e são influenciadas por vários fatores, ou seja, demandas de incêndio (localizadas), instalações portuárias, vias principais, condições topográficas e especialmente altimétricas, facilidades de execução, etc. Numa determinada parte da rede a ser servida por um anel, o traçado deste não deverá ser feito perifericamente (condição desfavorável e antieconômica). O traçado poderá ser tal que a área envolvida corresponda aproximadamente à área externa. c) Consumo e sua dis"tribuição. A área a ser abastecida por um nó é conhecida e a população pode ser estimada ou prevista. Estabelecendo-se a vazão específica (qª), determina-se o consumo, isto é, a quantidade de água a ser suprida pelo nó. Distribui-se essa quantidade pelos trechos concorrentes i:,, s 1 s TEM As 500 d) e) f) u R B A N os o E H 1 o R Au l 1 e A A p L 1e A o A. ao nó, segundo o sentido de circulação estimado (Fig. 18.11) e a condição IQ =O em cada nó (vazões que chegam+, vazões que saem-). Anotações no trechos. Medem-se as distâncias entre os nós, marcam-se as quantidades de água a serem supridas e o sentido imaginado para o escoamento nos diversos trechos. Esse sentido será verificado ou corrigido com a análise. Condições a que devem satisfazer as canalizações. Fixa-se uma das seguintes condições comuns aos projetos de redes de distribuição: velocidade máxima nas canalizações, de acordo com os respectivos diâmetros comerciais (Tab. 18.1, por exemplo); perda de carga unitária máxima, tolerada na rede; pressões disponíveis mínimas em pontos ao longo da rede. De qualquer uma dessas condições resultará uma indicação inicial para os diâmetros das canalizações. Com a análise, tais diâmetros poderão ser alterados ou corrigidos. Calculadas as perdas de carga dos trechos, verificase se Lhr= O em cada anel (sentido horário+, anti-horário-). efetuando-se em seguida a correção das vazões. Cálculos. Os elementos mencionados nos itens anteriores permitem a organização de um quadro de cálculo semelhante ao Quadro 18.8, apresentado no exemplo seguinte. Os cálculos, a partir dos elementos · iniciais (vazões, diâmetros e perdas de carga dos trechos) devem ser desenvolvidos simultâneamente para todos os anéis, encerrando-se quando todos os anéis forem considerados satisfatórios (Lhr =O). Sentido de circulação estimado qa =vazão específica do setor (e/s ha); ©, ~.@ =anéis (sentido horário,+); A, B, C, •.. = nós; a, b, c, .•. =áreas de influência (ha); '2A = q,, · a; Os= q11 • b; ... =vazões de carregamento (e/s); OAs; '2Ac; Qso .•• = vazões dos trechos (eis), calculadas com 1:0 =O em cada nó, a partir dos nós extremos M e L, admitindo-se OtM = 0NM 0HL = 0JL = OM12 = QU2 Figw:a 18.11 -Diagrama para cálculo (Hardy-Cross), conforme planta do setor,· em escala conveniente paro. cálculo dw; áreas. CAESB SISTEMAS DE ABASTECIMENTO oEB&SLIOTECA 501 Exercício 18.4 - Como ~xemplo de aplic~áo prática "d.o método de Hardy Cross, com as simplificações já consideradas, será estudada a rede de abastecimento de água. projetada para a parte baixa da cidade de Ilhéus, Bahia*. Para aquela cidade foram projetados do~ anéis de abastecimento, interligados, um destinado a suprir a denominad'a Cidade Velha, mais densamente construída e povoada; outro para a distribuição na Cidade Nova. Desse segundo circuito partirá uma linha importante, destinada a suprir futuramente um dos bairros previstos para expansão da cidade (Malhado, com 17 e;s). Do levantamento topográfico cadastral da cidade e do recenseamento realizado, obtiveram-se os seguintes dados relativos àqueles distritos e foram. feitas as seguintes estimativas e previsões: .. Projeto pioneiro feito para o Serviço Especial de Saúde Pública pelos Eng'"· Edmundo P. Sellner. José M. de Azevedo Netto e Walter R. Sanches, 1950. Na versão original o cfilculo das perdas de carga foi feito com o emprego do nomograma de O'Connor da fórmula de Hazen-Williams. Nesta edição foi utilizada diretamente a fórmula, resultando os mesmos valores, com aproximação desprezível. DADOS ATUAIS Área,ha Extensão de ruas, m Ruas,m/ha Nº. de prédios Prédios/ha Testada. m Habitantes / prédio População Habitantes/ha Habitantes/m rua DADOS FUTUROS Cidade Velha Cidade Nova Cidade Velha 35 9450 268 1126 32 16,7 5,6 6 305 180 0,67 36 6 956 193 441 12 31,6 6,3 2 778 77 0,40 - - 1175 34 16 6 7050 201 0,75 Cidade Nova - - - 820 23 17 6 4920 137 0,70 Partindo-se dos valores do quadro, cota per capita 150 f/dia e K = 1,50 chegouse às vazões: a) anel I (Cidade Nova) 12,8 f/s; b) anel II (Cidade Velha) 18,4 f/s; Os dois circuitos foram convenientemente traçados em uma mapa da cidade. Em determinados cruzamentos de ruas foram estabelecidas as tomadas, de maneira a perfazer as vazões totais fixadas para as áreas servidas (Fig. 18.12). Com essas vazões de carregamento e a partir do nó] foram estimadas as vazões dos trechos; os diâmetros foram adotados pela limitação da velocidade e as perdas de carga, calculadas pela fórmula de Hazen-Williams com coeficiente de rugosidade igual a 100. Com as vazões Q0 e perdas de carga h 10 foi calculada a expressão: lJ. = ___ Ih~'~º- }:1,85 hro Qo Obtida a correção .ó.0 , foram calculadas as vazões corrigidas Q1 •••• e assim por diante. 502 SISTEMAS URBANOS DE HIDRAULICA APLICADA É interessante observar a rápida convergência dos erros; para o primeiro circuito eles foram, consecutivamente, -1,60, 0,29 e 0,00; e para o seguinte, + 1,57, -0,34 e -0,03. Com base nos sinais obtidos para os valores de Q3 , pode-se indicar nos dois anéis o sentido de circulação da água. L 3,1 Vs 560m DN 150 B 14,0 Vs 275m DN200 Anel 1 e 2,6Vs 2.4 Vs 3.1 Vs DN 150 3,1 Vs 2.6 Vs 250m 345m J 2.6 Vs DN 150 6.2 Vs F DN 150 6,2 Vs 11.4 Vs 525m ON200 E DN200 D 8,8 Vs Figura 18.12 -Anéis I e II com v=ões ini.ciais 18.1.13- Cuidados operacionais com a rede de distribuição 1. O sistema de distribuição de água deve ser projetado e construído para funcionar, durante todo o tempo, com a pressão adequada em qualquer ponto da rede. 2. A segurança oferecida pela água deve ser mantida em toda a rede, sem alteração de qualidade. 3. O sistema deve incluir registros e dispositivos de descarga em todos os pontos convenientes para possibilitar reparos e descargas, sempre que houver necessidade, sem interrupções prejudiciais para o abastecimento. 4. O sistema deve estar protegido contra poluição externa, os reservatórios devem ser cobertos e deve ser evitada qualquer possibilidade de introdução de água de qualidade inferior na rede. 5. As perdas nas canalizações devem ser limitadas aos valores normais ou aceitáveis. Devem ser evitadas as canalizações imersas em líquidos poluídos. 6. A rede deve ser planejada para assegurar uma boa circulação da água, tolerando-se um número mínimo de pontas secas. !e' Diâmetr1 Comprl-1 Vazão mento mm Qoi/s m 1,85x Correção Vazão corrigida .!!.& Qo ó.o QI hfo hfl 1,85x Correção Q2 h12 l,85x l>.z Q3 ..!!..a.. .E_n_ Ql l>.1 0,035 0,061 0,095 0,034 0,095 +0,29 +0,29 +0,29 +0,29 +0,29 +0,34 +0,29 +0,29 +0,29 CJ ,., Q2 > AB BC CD DE EF 300 200 200 200 150 550 275 525 250 250 31,0 14,0 11,4 8,8 6,2 Fl IJ JK KL LM MN NG 150 150 100 150 150 200 200 FG• 1 100 1 345 345 260 560 380 390 550 75 1 - - 75 1 o.o FG• 1 100 1 445 -14,6 200 GH -17,2 670 250 HA -1,60 -1,60 -1,60 -1,60 -1,60 -1,57 -1,60 -1,60 -1,60 0,036 0,066 0,105 0,041 0,120 +0,60 +0,48 +0,69 +0,19 +0,40 0,110 0,066 -0,88 -0,61 +0,87 óo = -Q.fil =-1,60e/s 0,544 6,2 3,1 0,0 -3,1 -6,1 -9,2 -12,2 +0,55 +0,16 0,0 1 - - -0,25 -0,58 -0,32 -0,79 0,150 0,180 0,066 0,120 - 1 - -3,17 -16,20 18,80 L.= 0,544 L.= 0,170 0,097 29,40 12,40 9,80 7,20 4,60 +1,57 +1,57 +1,57 +1,57 +1,57 +1,57 +1,57 +1,57 1 +1,60 I:= -1,23 óo = +1.23 = 1,57i/s 0,783 0,783 +0,52 +0,40 +0,49 +0,13 +0,22 -0,23 -1,00 -0,72 -0,19 Ó1 = 0,140 0,120 0,073 -2,54 -15,91 -18,51 L.= 0,653 + _Q,_ill =0,29t/s 0,653 7,77 4,67 1,57 -1,53 -4,53 -7,63 -10,63 +0,86 +0,32 +0,22 -0,07 -0,35 -0,23 -0,60 0,205 0,127 0,259 0,085 0,143 0,056 0,104 3,17 +0,23 0,134 L.= +0,38 1,113 Ó1= 29,69 12,69 10,09 7,49 4,89 -0,34 -0,34 -0,34 -0,34 -0,34 -0,34 -0,34 -0,34 -0,29 -.Q.31!. = -0,34 e;s 1,113 •O trecho FG recebe as correções dos dois anéis, por ser trecho comum. - Observar convenção de sinais nas colunas de vazões e perdas de cargo (sentido horário, positivo). +0,54 +0,40 +0,53 +0,14 +0,26 -0,17 -1,00 -0,70 0,00 0,035 0,061 0,097 0,035 0,100 0,120 0,120 0,071 - 0,03 - 29,69 12,69 10,09 7,49 4,89 "'> "'.... ,,., o -;:: ,., z .... -2,51 -15,91 -18,51 o o ,,., >G'I e 0,639 > 62 =o 7,43 4,33 1,23 -1,87 -4,87 -7,97 -10,97 +0,80 +0,29 +0,15 -0,10 -0,38 -0,25 -0,65 2,54 1 0,17 I:= +0,03 i'i2 = 0,200 -0,03 0,125 -0,03 0,220 -0,03 0,097 - -0,03 0,150 -0,03 0,058 -0,03 0,110 -0,03 7,40 4,30 1,20 -1,90 -4,90 -8,00 -11,00 1 0,120 1 -0,03 1 +2,51 1,0~0 -.Q..0.3_ = -0,03e/s 1,08 UI o w 504 SISTEMAS URBANOS DE HIDRÂULICA APLICAO~ 7. A rede deve ser mantida em condições sanitárias, evitando-se todas as possibilidades de contaminação durante a execução de reparos, substituições, remanejamentos e prolongamentos. 8. Por ocasião do assentamento de novas canalizações e dos reparos nas linhas existentes, deve-se cuidar da desinfecção das tubulações com uma solução concentrada de cloro (50 mgde cloro/litro de água), durante 24 horas. Após esse período, essa solução é descarregada, enchendo-se as canalizações com água limpa. Essa operação pode e deve ser controlada por exames bacteriológicos. 9. Sempre que possível, as canalizações de água potável devem ser assentadas em valas situadas a mais de 3 m dos esgotos. Nos cruzamentos, a distância · vertical não deve ser inferior a 1,80 m. Quando não for possível guardar i essa separação, recomenda-se cuidados especiais para a proteção da canalização de água contra contaminação pelos esgotos. Esses cuidados podem incluir revestimento dos condutos de esgotos com concreto, ou j emprego de tubos de ferro dúctil. 18.1.14 - Estações elevatórias ou de recalque Em muitos sistemas públicos de abastecimento de água faz-se necessária a construção de estações elevatórias, seja para a captação de águas superficiais ou subterrâneas, seja para recalcá-las a pontos distantes ou mais elevados, ou para aumento de vazão de linhas adutoras ("booster"). A norma da ABNT, NBR 12214 (NB 590) de 1992 define as condições gerais e específicas para projetos de estações elevatórias de água. · As recomendações de caráter geral para o projeto de estações elevatórias foram tratadas no capítulo 11 deste manual. 18.1.15 - Normas para sistemas de abastecimento de água As principais normas brasileiras editadas pela ABNT para sistemas de abastecimento de água são: •NBR 09650 - Verificação de estanqueidade no assentamento de adutoras e redes de água. • NBR 10165 - Desinfecção de tubulações de sistema público de abastecimento de água. • NBR 12211 - Estudo de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água. •NBR 12212 - Projeto de poço para captação de água subterrânea. • NBR 12213 - Projeto de captação de água de superfície para o abastecimento público. •NBR 12214- Projeto de sistema de bombeamento de água para o \ • J a b astecimento publico. :.: ,/ •NBR 12215 - Projeto de adutoras de água para o abastecimento público. '.~ • NBR 12216 - Projeto de Estação de Tratamento de Água para o abastecimento·~. público. ] s1sTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 505 •NBR 12217- Projeto de reservatório de distribuição de água para o abastecimento público. •NBR 12218 - Projeto de redes de distribuição de água para o abastecimento público. • NBR 12244 - Construção de poço para captação de água subterrânea. •NBR 12266- Projeto e execução de valas para assentamento de tubulação de água, esgoto e drenagem. • NBR 12586 - Cadastro de sistemas de abastecimento de água. ETE-Estação de T.ratame.nto de Esgotos -Parque Novo Mundo, cortesia da SABESP 506 s 1 s TEM As u R B A N O·S DE H 1DRAuL1 e A A p L 1 e A D,A 18.2 - SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO Neste capítulo serão usadas as notações recomendadas pela norma brasileira . NBR 09649/1986 (vide seção 18.2.9). 18.2.1 - Aspectos sanitários A implantação de um sistema público de abastecimento de água gera a necessidade de coleta, afastamento e disposição final das águas servidas, sendo esses últimos aspectos, juntamente com o primeiro, serviços de infra-estrutura indispensáveis a toda comunidade civilizada. Nas cidades beneficiadas por um sistema público de abastecimento de água e ainda carentes de sistema de esgoto sanitário, as águas servidas acabam poluindo o solo, contaminando as águas superficiais e freáticas e frequentemente passam a escoar pelas valas e sarjetas, constituindo-se em perigosos focos de disseminação . de doenças. Com a construção do sistema de esgoto sanitário numa comunidade, procurase atingir os seguintes objetivos mais importantes: a) melhoria das condições higiênicas locais e o consequente aumento da produtividade; b) conservação de recursos naturais, das águas em especial; c) coleta e afastamento rápido e seguro do esgoto sanitário; d) disposição sanitariamente adequada do efluente; e) eliminação de focos de poluição e contaminação, assim como de aspectos estéticos desagradáveis (por exemplo, odores agressivos); f) proteção de comunidades e estabelecimentos de jusante; g) preservação de áreas para lazer e práticas esportivas. 18.2.2 - Conceitos e definições Define-se como sistema de esgoto sanitário o conjunto de obras e instalações destinadas a propiciar a coleta, afastamento, condicionamento (tratamento, quando . necessário) e disposição final do esgoto sanitário de uma comunidade, de forma contínua e higienicamente segura (sem riscos para a saúde). Tendo em vista que se deve empregar com precisão a terminologia ádequada, é apresentada a seguir uma relação de conceitos e definições normalmente utilizados na elaboração de projetos e operação de sistemas de esgoto sanitário. 1) Águas residuárias. Despejos líquidos ou efluentes de comunidades. Compreendem o esgoto doméstico, os despejos industriais e as águas pluviais. 2) Esgoto doméstico ou despejos domésticos. Despejos líquidos das habitações, estabelecimentos comerciais, instituições e edifícios públicos e também de instalações sanitárias de estabelecimentos industriais. Incluem as águas imundas ou negras e as águas servidas. É resultante do uso da água na higiene e necessidades fisiológicas humanas. 3) Águas imundas. Parcela das águas residuárias que contêm dejetos (matéria fecal). 4) Águas servidas. Efluentes que resultam das operações de limpeza e de lavagem. 5) Despejos. Refugos líquidos dos edifícios, excluídas as águas pluviais. SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 507 Esgoto industrial ou despejos líquidos industriais. Efluentes das operações industriais, ou seja, de água utilizada nos processos industriais. 7) Água de infiltração. Parcela das águas do subsolo que penetra nas canalizações de esgoto. 8) Águas pluviais. Parcela das águas das chuvas que escoa superficialmente. 9) Contribuição pluvial parasitária. Parcela das águas pluviais absorvida pela & rede coletora de esgoto. 10) Esgoto sanitário. Despejo líquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e contribuição pluvial parasitária. 11) Sistema unitário de esgotamento. Sistema de esgoto em que as águas pluviais e o esgoto sanitário escoam nas mesmas canalizações. 12) Sistema separador absoluto. Compreende dois sistemas distintos de canalizações, um exclusivo para esgoto sanitário e outro destinado às águas pluviais. 13) Sistema separador parcial ou sistema misto. Também compreende dois sistemas de canalizações, porém é considerada a introdução de uma parcela definida de águas pluviais nas canalizações de esgoto sanitário (águas pluviais que se originam em áreas pavimentadas internas, terraços e telhados dos edifícios). 14) Sistema de drenagem de águas pluviais ou galerias de águas pluviais. Conjunto de canalizações e obras destinadas à coleta e afastamento de águas pluviais. 15) Rede coletara de esgoto. Conjunto constituído por ligações prediais, coletores de esgoto e seus órgãos acessórios. 16) Coletor predial. Canalização que conduz o esgoto sanitário dos edifícios até a rede de esgoto. 17) Ligação predial. Trecho do coletor predial compreendido entre o limite do terreno e o coletor de esgoto. 18) Coletor de esgoto. Canalização de pequeno diâm.etro que recebe os efluentes dos coletores prediais em qualquer ponto ao longo de sua extensão. Os de maior e}..1:ensão numa bacia, denominam-se principais. 19) Coletor-tronco. Canalização de maior diâmetro, que recebe apenas as contribuições de vários coletores de esgoto, conduzindo-os a um interceptor ou emissário. 20) Interceptor. Canalização de grande porte que intercepta o fluxo de coletorestronco (vide seção 18.2.13). 21) Emissário. Conduto final de um sistema de esgoto sanitário, destinado ao afastamento dos efluentes da rede para o ponto de lançamento (descarga) ou de tratamento, recebendo contribuições apenas na extremidade de montante. 22) Estações elevatórias. Instalações eletromecânicas e obras civis destinadas ao transporte do esgoto sanitário do poço de sucção das bombas ao nível de descarga do recalque (vide seção 18.2.14). 23) Órgãos acessórios. Dispositivos fixos desprovidos de equipamentos mecânicos, construídos em ponto singulares da rede de esgoto. A norma brasileira NBR ó9649/1986 (NB 567) prevê a utilização dos seguintes órgãos acessórios (Fig. 18.13): 6) s 1s T E M A s u R e A N o s o E 508 H 1 o R Á u L 1 e A A p L 1 e A o A, Poço de visita (PV). Câmara visitável através de abertura existente em sua parte superior, destinada à execução de trabalhos de manutenção. Pode ser construído em todas as singularidades, mas pode ser substituído pelos seguintes, nas condições citadas. Tubo de queda é um componente do PV que liga um coletor afluente em cota mais alta. (~ 0,50 m) ao fundo do mesmo. Os poços de visita são obrigatórios quando é necessário tubo de queda, na reunião com mais de 3 entradas, nas extremidades de sifão invertido e passagem forçada e quando a profundidade for superior a 3 m. b) Tubo de inspeção e limpeza (TIL) ou poço de inspeção (PI). Dispositivo não visitável que permite inspeção visual e introdução de equipamentos de limpeza. Pode ser construído nas reuniões de coletores (até 3 entradas e uma saída), quando não há degraus que erigem tubos de queda e a jusante de ligações prediais que podem acarretar problemas de manutenção e também nos casos a seguir quando há conveniência construtiva. c) Terminal de limpeza (TL). Dispositivo que 01,00 permite apenas a introdução de equipamentos de limpeza, que pode ser construído no início de coletores. a) Figura 18.13 -Til ro.clial Tigre e demais· 6rgii.os acessórios da rede coletora TUBO DE INSPEÇÃO ELlMPEZA (TIL) .0.20 00,60 Prémoldado Areia TERMINAL DE LIMPEZA (TL) .... "" o C4.lXA DE PASSAGEM (cP) 1-:-------~:e::!------ ~t ...· < Corte SISTEMAS DE TIL.RADIAL ESGOTO SANITÁRIO ·:,· r 509 :.:~··, .··. h DNDL C n1 n1 mm 150 3W 200 250 070 1000 -·POÇO DE VISZTA(PV) hMasso leg 610 980 16 45 -060 055 060 Chaminé Obstrução om alvenaria s 1s T E M A s u R B A N o s 510 d) D E H 1 D R Á u L 1 e A A p L 1 e A DA Caixa de passagem (CP). Câmara sem acesso que pode ser construída nas mudanças de direção, declividade, material e diâmetro, desde que seja possível a introdução de equipamento de limpeza a jusante (PV ou TIL). 24) Sifão invertido. Trecho rebaixado com escoamento sob pressão, com a finalidade de transpor obstáculos, depressões ou cursos d'água. 25) Passagem forçada. Trecho com escoamento sob pressão, sem rebaixamento. 26) Corpo receptor. Coleção de água ou solo que recebe o esgoto sanitário em estágio final. 18.2.3 - Sistema separador absoluto No Brasil, adota-se o sistema separador absoluto, definido em 18.2.2.12 , que apresenta as vantagens relacionadas a seguir. a) As canalizações, de dimensões menores, favorecem o emprego de manilhas cerâmicas e de outros materiais (concreto, PVC, fibra de vidro), facilitando a execução e reduzindo custos e prazos de construção. b) Dentro de um planejamento integrado, é possível a execução das obras por partes, construindo-se e estendendo-se, primeiramente, a rede de maior importância para a comunidade, com um investimento inicial menor. c) O afastamento das águas pluviais é facilitado, admitindo-se lançamentos múltiplos em locais mais próximos e aproveitando o escoamento nas sarjetas. d) As condições para o tratamento do esgoto são melhoradas, evitando-se a poluição das águas receptoras por ocasião das extravasões que se verificam nos períodos de chuvas intensas. As obras do notável engenheiro brasileiro Saturnino de Brito contribuíram decisivamente para a adoção em nosso País, desde fins do século XIX. do sistema separador, com uma técnica bastante evoluída. 18.2.4 - Unidades constitutivas de um sistema de esgoto sanitário Um sistema de esgoto sanitário compreende: 1. Canalizações: coletores (secundários, principais e troncos) interceptores emissários sifões invertidos e passagens forçadas 2. Órgãos acessórios: poços de visita tubos de inspeção e limpeza terminais de limpeza caixas de passagem 3. 4. 5. Estações elevatórias Estações de tratamento Obras de lançamento final e corpo receptor 18.2.5 - Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário A Associação Brasileira de Normas Técnicas editou em novembro de 1986 a SISTEMAS DE ESGOTO SANITÂRIO 511 NBR 09648 (NB 566/86) com o objetivo de fixar as "condições exigíveis no estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário do tipo separador, com amplitude suficiente para permitir o desenvolvimento do projeto de todas ou qualquer das partes que os constituem, observada a regulamentação específica das entidades responsáveis pelo planejarnento e desenvolvimento do sistema de esgoto sanitário". Em resumo essa norma divide o estudo em duas partes: 1. Requisitos - onde são detalhados os dados acerca da comunidade a ser beneficiada e sua região, sejam dados disponíveis ou a serem obtidos por estudos ou investigações paralelas. 2. Atividades - que descreve com minúcias as ações para estabelecer as opções a serem consideradas no estudo comparativo, que definirá a concepção básica, definida como a melhor opção de arranjo das partes do sistema sob os aspectos técnico (e sanitário), econômico, financeiro e social. Em sua parte final a norma contém importante recomendação que transcrevemos - "A delimitação da área de planejamento, bem como de suas bacias contribuintes, deve obedecer às condições naturais do terreno, desconsiderando a divisão político-administrativa". 18.2.6- Critérios de projetos das canalizações* 1. Seção molhada dos condutos ..._ Os coletores, interceptores e emissários são projetados para funcionar como condutas livres. Nessas condições, sempre se conhece o caminhamento do líquido, ao contrário do que acontece com as redes de água (malhadas). Os coletores são projetados para trabalhar, no máximo, com uma lâmina de água igual a O, 75 da, destinando-se a parte superior dos condutos à ventilação do sistema e às imprevisões e flutuações excepcionais de nível. O escoamento é considerado em regime permanente e uniforme, resultando que a declividade da linha de energia equivale à declividade do conduto e é igual à perda de carga unitária. O diâmetro ~e atende à condição y = O, 75 da pode ser calculado pela expressão d 0 = 0,3145 (Q1 /-./ la) 318 , modificação da fórmula de Manning com n = 0,013, onde 10 é a declividade, em m/m, Q1 vazão final de jusante do trecho, em m 3/s e da o diâmetro em m. 2. Diâmetro mínimo O diâmetro mínimo dos coletores sanitários é estabelecido de acordo com as condições locais. Em São Paulo são utilizados: Áreas exclusivamente residenciais 150 mm (DN 150) Áreas de ocupação mista e áreas industriais 200 mm (DN 200) A NBR 9649 (NB 567) de 1986 da ABNT admite o diâmetro mínimo DN 100. 3. Profundidade Recomenda-se como profundidade mínima 1,5 m (em relação à geratriz inferior dos tubos), para possibilitar as ligações prediais e _proteger os tubos contra cargas externas. Todavia esse valor deve ser considerado apenas nos trechos de situação desfavorável. • Veja elementos geométricos da seçii.o rransversal no CDpítulo 14. SISTEMAS 512 URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA' -~]·---------- .. ----- - p Figura 18.14 Profundidade .mínima do coletor A profundidade ótima, geralmente, está compreendida entre 1,8 e 2,5 m para facilitar o esgotamento dos prédios e evitar interferências dos coletores prediais com outras canalizações. A profundidade para permitir as ligações prediais de soleiras baixas pode ser obtida pela expressão (Fig. 18.14 e tabela a seguir) Valores de a e 10 para diferentes diâmetros do ramal predial e do coletor público Diâmetro do coletor público (mm) 100 150 200 300 450 Diâmetro (mm) e declividade ..:i~~~.....,,,1 100 ln•2% 0,15 0,20 0,25 0,35 0.48 {'!() 150 ln~ 0,7% - - 0,24 0,34 0,47 200 ln= 0,5% - 0,23 0,32 0,46 p =a+ Ir}+ h + 0,5 m sendo p a profundidade; distância entre geratrizes dos coletores público e predial: 10 = declividade do ramal predial; 1 = distância entre o coletor público e o aparelho mais desfavorável; h = desnível entre a via pública e o aparelho mais desfavorável. A profundidade máxima relaciona-se com a economia do sistema, tendo-se em vista as condições de execução e manutenção da rede pública e dos coletores prediais (ligações). O valor 4,5 m pode ser tomado como uma indicação freqüente, que pode ser ultrapassada em trechos relativamente curtos, com a finalidade de evitar instalações de recalque. Convém assinalar que o custo das redes de esgoto cresce exponencialmente com a profundidade de assentam.ento. A NBR 09649 (NB 567)/ 1986 permite, para situações excepcionais, por exemplo = = s1STEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 513 ruas periféricas com baixo trânsito de veículos, recobrimento mínimo (em relação à geratriz superior dos tubos) de 0,9 m, para assentamento no leito da via e de 0,65 ID, quando no passeio. Dispõe também que as redes não devem ser rebaixadas unicamente em razão de soleiras baixas. 4. Velocidade crítica e velocidade máxima A norrna brasileira vigente citada acima, estabelece que quando a velocidade final (v1), verificada no alcance do plano, é superior á velocidade crítica (vc), a lâmina de água máxima deve ser reduzida para 0,5 d 0 , sendo vc = 6(g RH) 112 , onde g = aceleração da gravidade e RH =raio hidráulico de final do plano. Isso decorre da possibilidade de emulsão de ar no líquido, aumentando a área molhada no conduto (vide Seção 18.2.8). A norma estabelece também que a declividade máxima admissível é aquela que corresponde à velocidade final (v1) de 5 m/s. A razão disso é evitar erosão da tubulação, que no entanto não tem sido observada em instalações em que ocorrem veloCidades bem maiores (vide trabalho citado no final da Seção 18.2.8). 5. Tensão 'trativa A disposição normativa é que cada trecho de &'.lnalização deve ser verificado, para que a tensão trativa média crt seja igual ou superior a 1 Pa, para coeficiente de Manning n = 0,013. A declividade mínima que satisfaz essa condição é expressa por Jomic.. = 0,0055 Q;· 0 •47 , onde Q; é a vazão de jusante do trecho no início do plano, em J/s e ! 0 mi.n. em m/m (vide Seção 18.2. 7). 6. Vazão mínima A norma recomenda que, em qualquer trecho, o menor valor de vazão a ser utilizado nos cálculos é 1,5 C/s, correspondente ao pico instantâneo decorrente de descarga de vaso sanitário. 7. Materiais As manilhas cerâmicas podem ser consideradas o material usual para redes de esgoto sanitário. Outros materiais comumente empregados são: tubos de concreto, de cimento amianto, de ferro fundido, de PVC, de fibra de vidro, etc. Os materiais à base de cimento são menos resistentes aos despejos agressivos (resíduos industriais e líquidos em estado séptico). Os tubos de ferro fundido somente são aplicados em situações especiais (trechos de pequeno recobrimento, trechos de velocidade excessiva, travessias, etc). Os tubos de PVC são os mais recomendáveis quando o nível do lençol freático é alto (beira-mar). 18.2. 7 - Auto limpeza das canalizações. Tensão trativa (baseado em texto do eng. Miguel Zwi, da Sabesp) Tradicionalmente utilizava-se a associação de uma velocidade mínima com a mínima relação de enchimento da seção do tubo (y/d 0 ), para assegurar a capacidade SISTEMAS 514 Figura 18.15 URBANOS OE HIDRÁULICA APLICADA' p Tensüo trativa do fluxo de transportar material sedimentável nas horas de menor contribuição, ou seja, a garantia de auto limpeza das tubulações. Por exemplo, a normalização brasileira de várias entidades (DOS, DNOS, ABNT, SAEC) previam limites mínimos, tais comoy/d 0 = 0,2 e vmin. = 0,5 m/s. Na realidade, tratava-se de um controle indireto, pois a grandeza física que promove o arraste da matéria sedimentável é a tensão trativa que atua junto à parede da tubulação na parcela correspondente ao perímetro molhado. A tensão trativa, ou tensão c:Í.e arraste, nada mais é do que a componente tangencial do peso do líquido sobre a unidade de área da parede do coletor e que atua portanto sobre o material aí sedimentado, promovendo o seu arraste. F= peso.(yxAxL) y = peso específico (N/m3) T = componente tangencial = F x sen ex A = área molhada P = perímetro molhado Gr = tensão trativa T F-sena r·A·L·sena r·RH ·sena at =-p-.-L =-p-.-LP·L Para ex pequeno, sen ex= tg ex= 10 (declividade). Então: Gr = 'Y x RH x 10 10 4 xRHx10 em N/m2 ou Pa (pascal) Essa tensão é um valor médio das tensões trativas no perímetro molhado da seção transversal considerada. O estudo e a conceituação da tensão trativa vem se desenvolvendo desde o século XIX, para a solução de problemas de hidráulica fluvial e de canais sem revestimento. Muitos pesquisadores se aprofundaram na quantificação de valores, levando em conta as muitas variáveis envolvidas, apoiando-se em numerosos resultados experimentais, buscando definir as fronteiras entre as regiões de repouso e de movimento das partículas. As pesquisas realizadas indicam em sua maioria que, no caso de coletores de esgoto, os valores da tensão trativa crítica para promover a auto-limpeza, se situam entre 1 e 2 Pa. Em São Paulo, a Sabesp, responsável estadual pelo saneamento básico, desenvolveu estudos e experiências desde 1980 e, através de norma interna de 1983, = SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 515 . passou a utilizar o critério da tração trativa para a determinação da declividade xnínima, adotando o valor de crt = 1 Pa. Estudos posteriores constataram que esse limite é desfavorável à formação de sulfetos em canalizações com diâm.etl'os maiores que DN 300, sulfetos esses responsáveis pela formação de ácido sulfúrico junto à geratriz superior dos tubos, causando a deterioração de materiais não imunes à ação desse ácido. O eng. Miguel Zwi traçou em papel bi-logarítmico as curvas "lugar geométrico" de crr = 1 Pa no plano vazão x declividade, a partir de relações geométricas e trigonométricas simples, associadas às fórmulas de Manning e da continuidade. O resultado foi um feixe de curvas de fraca curvatura, relativas aos diâmetros usuais, que substituídas por uma única reta, resultou na equação seguinte, para n = 0,013: 10 = 0,0055 x Q-o. 47 com Q em f./s e I 0 em m/m Os pontos correspondentes aos diâmetros DN 100 a DN 400 e a reta resultante são mostrados na Fig. 18.16, onde crr > 1 Pa na região acima da reta. Qbserva-se que a declividade que promove a auto-limpeza é inversamente proporcional à vazão e consequentemente ao diâmetro, o que possibilita maiores valores da tensão trativa para os grandes condutas, com resultados favoráveis para evitar a formação de sulfetos (vide "Tensão trativa: critério econômico para dimensionamento" Tsutiya e Machado Neto - Revista DAE 140, março 1985). Posteriormente a norma brasileira NBR 09649/1986 adotou esse procedimento · no dimensionamento de redes coletoras de esgoto sanitário. 18.2.8 - Velocidade crítica A norma NBR 09649 (NB 567) da ABNT traz a seguinte disposição: "5.1.5.1-Quando a velocidade final vf é,.superior à velocidade crítica vc, a maior lâmina admissível deve ser 50% do diâmetro do coletor, assegurando-se a ventilação do trecho; a velocidade crítica é definida por vc = 6 (g R H) 112 , onde g = aceleração da gravidade". A preocupação é devida ao fato de que escoamentos muito turbulentos propiciam. a entrada de bolhas de ar na superfície do líquido, resultando numa mistura ar-água (não é ar dissolvido), que ocasiona um aumento da altura da lâmina líquida. Caso o conduto venha a funcionar como conduto forçado em razão desse acréscimo de altura da lâmina, alteram-se as condições do escoamento, podendo gerar pressões que levam à destruição da tubulação (cavitação). Para condutas de elevada declividade e maior velocidade essa possibilidade se torna certeza e deve ser evitada. Duas medidas são necessárias para isso: • garantir o escoamento em conduto livre; • estabelecer a fronteira da entrada de ar no escoamento. Para a primeira, estudou-se a grandeza do acréscimo de altura da lâmina no escoamento aerado. Considerando a situação mais desfavorável da lâmina máxima admissível, no caso de esgoto sanitário 75% do diâmetro para lâmina sem mistura, conclui-se ser inviável a manutenção desse limite, reduzindo-o portanto para 50% do diâmetro quando a fronteira fosse atingida. Isso permite um crescimento de até metade da lâmina para atingir o limite anterior (condição segura de operação), restando ainda 25% de altura livre. Não resolve todos os casos, mas é suficiente para as situações mais comuns. Nos casos extremos, os acréscimos de lâmina devem ser calculados e adotados dutos de ventilação para evitar os transientes hidráulicos. SISTEMAS 516 URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA'. .,,., ....__ ..___. -."'li;.. I r- ~ =0,0055 o-"·47 ....'·º -~ 10,0 ...._ 100,0 Vazão (Vs) Figura 18.16-Lug= geométrico de a-1,0 Pa Quanto à segunda medida, a análise dimensional, pesquisas e medições concluíram que entre os adimensionais relacionados ao escoamento, números de Reynolds, Weber, Froude e Boussinesq, este último, B = v (g RH)- 112 , é o mais importante para retratar o fenômeno da entrada de ar no escoamento. Pesquisas efetuadas por Volkart (1980) concluíram que a mistura ar-água se inicia quando o número de Boussinesq é igual a 6, definindo-se assim uma velocidade crítica (vc) para início do fenômeno: B= vc(g RH)·l/2 = 6 .-. vc = 6 (g RH)l/2 vc = velocidade crítica em m/s; R H = raio hidráulico em m; g= aceleração da gravidade (9,8 m/s 2). Algumas observações são interessantes para a aplicação em escoamento de esgoto sanitário: a) Para uma mesma relação y/d 0 , quanto maior o diâmetro menor será a declividade para início do arraste de ar e maior será a velocidade crítica. b) Para um mesmo diâmetro, quanto maior a relação y/d 0 , menor será a declividade para início do arraste de ar e maior será a velocidade crítica. e) A simples adoção de y = 0,5 d 0 não garante o escoamento livre de modo absoluto. d) O início de arraste de ar ocorre tanto para velocidades maiores como para velocidades menores (::= 1,5 m/s). Portanto é recomendável a verificação da velocidade crítica (vc) em relação à velocidade de final de plano (v1 ) em todos os trechos dos condutos. Melhores e mais detalhadas informações podem ser vistas no trabalho "Arraste de ar em tubulações com grande declividade: algumas considerações relacionadas ao dimensionamento dos coletores de esgoto" dos professores engenheiros Milton Tomoyuki Tsutiya e Winston Hisasi Kanashiro, publicado na Revista DAE, volume 47 - n. 9 • 148 de março de 1987 (pp. 51 a 58). SISTEMAS DE ESGOTO SANITARIO 517 tS.2.9 - Grandezas e notações Fonte: NBR 09649/1986 da ABNT . 1. . · · · População e correlatas 1.1 · Densidade ·populacional i.Iliciil 1.2 1.3 1.4 Densidade populacional final População inicial População final ,. 2. ·Coeficientes ligados à detefDJi.nação d,e vii.zões "· 2·.1 Cóeficiente retorno ·· · · · ·· · 2.2 Coeficiente de máxima vazão diária 2.3 Coeficiente de máxima vazão horária 2.4 Coeficiente de mínima vazão horária 2.5 Consumo de água efetivo per capita (não inclui perdas do sistema de abastecimento) Consumo efetivo inicial 2.5.1 2.5.2 Consumo efetivo final . .'3. ' · Ãi-eas e c 0 mpri'mentos . ... _ . . .. _._ .. Área esgotada inicial para um trecho da rede 3.1 Área esgotada final para um trecho da rede 3.2 Comprimento de ruas 3.3 Área edificada inicial 3.4 Área edificada final 3.5 de .:4. ··· contribÚição de infiltração Contribuição média inicial de esgoto doméstico Contribuição média final de esgoto doméstico Contribuição singular inicial Contribuição singular final 4.5 4.6 Vazão inicial de um trecho da rede Inexi.stindo medições de vazão utilizáveis 4.6.1 4.7 4.7.1 4.7.2 " Unidade hab/ha hab/ha hab hab c kx kz k, ql q! e/hab ·dia e/hab ·dia ª; ha ha ªt L km Act Act m2 m2 : · Contribuições e va:iões 4.1 4.2 4.3 4.4 4.6.2 ·Notação· d; dr P; pf no projeto, Q, ~ (kz · Q; ) + I + LQ,, (não inclui k 1) Existindo hidrogramas utilizáveis no projeto, Q; - Q; = + LOc; Q1 max - vazão máxima do hidrogram.a, composto com ordenadas proporcionais às do hidrogram.a medido Vazão final de um trecho da rede Inexistindo medições de vazão utilizáveis no projeto, Qr- (kx · kz · Qt) + I +:E~ Existindo hidrogramas utilizáveis no projeto, Qt• Qtmax+ L~ Qtmax - vazão máxima do hidrograma, composto com ordenadas proporcionais ao hidrograma medido '.. ·?·.·.:·.··_· T~ d,e ~ál~o. .·. . _ ...... _........ : : . I ~ e/s e;s e;s e;s e;s Q; e;s gl Qf Oc; e;s e;s e;s ._ 5.1 Taxa de contribuição inicial por superfície eis. ha 5.2 esgotada T.w = Q, - ~ ªi Taxa de contribuição final por superfície esgotada Tat = Q, - LQ.,, eis ·ha 3.r SISTEMAS 518 5.3 URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA Taxa de contribuição linear inicial para uma áxea esgotada de ocupação homogênea Tx1=Q1-~ e/s·km L 5.4 Taxa de contribuição linear final para uma área esgotada de ocupação homogênea T - Q, -:EQ,., L x1- 5.5 Taxa de contribuição de infiltração ~- . O:· _t:;~deias_i.t?9i:rih:i:i.~da~~Çii,o.é~ .. - : 6.1 6.2 6.3 6.4 ·. 1: · 7.1 7.2 7.3 7.4 7.5 7.6 Diâmetro Área molhada de escoamento, inicial Área molhada de escoamento, final Perímetro molhado Txf e/s·km _Tr e/s·km. .... :'... ·. Ar P ·~':hi~4ez~~.Ü.t:i.ii~d.â~ hô._clim.eh.si~iJ.~men.rc/hiJz;iiili.~ii ·_· :• ... Raio hidráulico Declividade Altura da lâmina de água inicial Altura da lâmina de água final Declividade mínima admissível Declividade máxima admissível m m2 m2 d0 Ai > m .·, ....:......• RH I0 m m/m y1 y1 m I 0 m1n I 0 max m/m m/m m 7.7 m/s 7.8 m/s 7.8 Pa ,._;- __ . 8.1 8.2 8.3 8.4 0,8 1,2 1,5 0,5 8.5 0,05a1,0 e;s ·km 18.2.10 - Rede coletora. Traçado A planta topográfica em escala conveniente (1:2000, por exemplo) deve indicar ao menos o arruamento, as curvas de nível, as cotas de pontos característicos (cruzamentos de ruas), os talvegues, a rede existente eventual, os cursos d'água ou outros locais de descarga do esgoto coletado e as interferências ao caminhamento dos coletores, porventura existentes (adutoras, galerias, etc). Sobre essa planta devem ser indicadas a área a ser esgotada e as áreas de expansão futura, identificando os pontos dessas futuras contribuições, bem como os pontos de contribuições singulares significativas (indústrias ou hospitais). SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 519 Seguindo o traçado das ruas e as declividades naturais do terreno, indicam-se os trechos de coletores e seu sentido de escoamento, limitando-os com os órgãos acessórios (PV's, PI's ou TL's) adequados a cada situação, respeitando a distância máxima entre eles (100 m, por exemplo). Em cada PV ou PI representado, indicam-se as canaletas de fundo necessárias para o escoamento, podendo ter várias entradas, mas uma única saída. Essa indicação das canaletas é que define o traçado decidido no projeto. Em seguida devem ser identificados os coletores e seus respectivos trechos, recebendo o número 1 o coletor principal, o de maior extensão na bacia. Os outros coletores recebem números seqüenciais na mesma ordem em que chegam ao coletor principal. Dessa forma ter-se-á sempre números maiores contribuindo para números menores. Os trechos dos coletores também recebem numeração seqüencial crescente de montante para jusante. Entre os tipos de traçado, releva-se o tipo distrital ou radial, específico para regiões planas {litorâneas), que divide a área em distritos de coleta onde, para evitar aprofundamento, se concentra o esgoto em um único ponto e daí afasta-se-o por uma elevatória. 18.2.11-Cálculo das vazões de dimensionamento Uma vez decidido o caminhamento da rede conforme Seção 18.2.10, cabe agora o cálculo das vazões dos trechos, seus diâmetros e declividades, respeitados os limites descritos na Seção 18.2.6. As vazões específicas (ou de dimensionamento) devem ser calculadas a partir das contribuições de esgoto doméstico, esgoto industrial e água de infiltração. 1) Esgoto doméstico (q,, e q). As contribuições médias de esgoto doméstico, inicial e final, relativas ao alcance do plano são: - C·P,·q· Q; = 86 ~oo' - _ C·P,·q, Q,- 86 400 e Introduzindo as variações do consumo efetivo de água, as vazões específicas de esgoto doméstico podem ser relativas à área esgotada (a): e qaJ =Q- r·k1 ·k2 (em e/s·ha) ªr utilizadas para a avaliação das vazões das áreas de expansão, ou relativas ao comprimento total da rede coletara (L): _Q1·.ki qx.i--L- e q x.t -,.k ·k2 L! =Q (em e/s·km) utilizadas para avaliação das vazões dos trechos de coletores. Observa-se que as taxas iniciais não incluem o coeficiente kp pois interessa calcular a vazão mínima freqüente e não a de um único dia. Considerando a densidade populacional (d = P /a) e o comprimento médio de ruas (l* =LIa) as vazões específicas de esgoto doméstico ficam: e ·d1 ·q,. ·lei 86 400 e 4,.r = e ·dr ·q,-k1k2 86 400 SISTEMAS URBANOS OE HIDRÁULICA APLICADA 520 _ e. d; · ç; · k2 qx.i - i*86 400 QUADRO_ 18.9 - Den~idade demográfica e comprimento~ "mécÍioii de ruas na RMSP (Recome~dações da antiga SAEC (Sabesp) para projetos. coligidas por M. Tsutiya e P. Alem_ Sobrinho) ' Características urbanas dos bairros I II III IV V VI VII Bairros residenciais de luxo com lote padrão de 800 m2. Bairros residenciais médios com lote padrão de 450 m2. Bairros residenciais populares com lote padrão de 250 m 2 • Bairros mistos residencial-comercial da zona central, com predominância de prédios com 3 a 4 pavimentos. Bairros residenciais da zona central com predominância de edüícios de apartamentos com 10 a 12 pavimentos Bairros mistos residencial-comercialindustrial da zona urbana com predominância de comércio e indústrias artesanais e leves. Bairros comerciais da zona central com predominância de edifícios de escritórios Densidade demográfica de saturação (hab/ha) E:>.."tensão média de arruamento/ha (m) 100 150 120 180 150 200 300 150 450 150 600 150 1 000 200 Convém lembrar que as taxas per capita qi e q1 se referem ao consumo efetivo que não inclui as perdas ocorridas no sistema de abastecimento de água. As tabelas abaixo apresentam taxas do consumo efetivo de água, utilizadas pela Sabesp em projetos de redes coletoras em São Paulo. Esgoto industrial (Q,) O consumo efetivo per capita (q) já inclui pequenos consumos industriais. No caso de contribuições industriais maiores, devem ser acrescentadas como contribuições concentradas, naqueles trechos que as recebem (Q,; e Q,_, ). Também como contribuições concentradas devem ser acrescentadas as vazões previstas para áreas de expansão futura e ainda as de outras instalações como hospitais, quartéis, escolas ou hotéis. 2) 3) Água de infiltração(T1) Quando não existem pesquisas locais que definam essa contribuição, a norma vigente recomenda que ela pode ser avaliada a partir de condições específicas observadas, tais como, nível d'água do lençol freático, natureza do subsolo quanto à capacidade de retenção de água, qualidade da execução da rede coletara, material da tubulação, tipo e distância das juntas, justificando-se o valor adotado entre os limites 0,05 a 1 · (f/s xha): f* (e*"' comprimento médio de rede em km/ha) ou 0,05 a 1 (e/s xkm). Ver quadro 18.12. SIS1EMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 521 Q.uAriRoi.s.io·::.'..,·con'suroo.efeü-v'o''aeãgu;,..na:it:Ms:e.' "". ·- . . · ... , ··:..: .: · .•:-:-:: -.'. ; · --. (Daéios·da Sabesp, coligidos por M~ Tsutiya e P. Alem:sélbrt:rih!)) : Consumos de água efetivos per capita - Região metropolitana de São Paulo Consumo de água efetivo Bacia/local População (1 000 hab.) per capita ((/hab. dia)* 1985 1985 2005 Cabuçu de Cima 586 750 168 Aricanduva 161 881 1085 Tiquatira 322 383 177 Itaim 84 112 137 Aterrado 201 138 100 Cordeiro 219 271 194 322 210 192 Jaguaré Pirajussara 278 422 160 Cachoeira 300 410 144 Três Pontes 44 69 127 Barueri 95 240 125 Caieiras 30 65 139 Cajamar 29 162 60 Cotia 64 120 188 Embu 140 127 300 Francisco Morato 39 85 130 Franco da Rocha 56 110 130 Itapecerica da Serra 81 150 134 Itapevi 70 150 125 Mairiporã 29 55 130 Taboão da Serra 125 180 160 •Foi coDSiderado o consumo per capita aumentando ao longo do tempo 220 190 220 190 255 220 220 220 190 190 190 190 190 220 165 190 190 190 190 190 220 N.g/Nome 2005 16 (TC-28)45 (TC-19)46 (TC-21)57(TL-21)59 (PI-34)64 (Pl-24)78 (PI-01)79 (PI-03)82 .(PI-09) 96 (TL-23)- ' ' QUADRO 18:11-Consumo efetivo de água no Estado de São_'Pawo · (Dados da Sabesp, coligidos por M. Tsutiya e P. Alem Sobriilho) Local Cardoso Fernandópolis Franca Guariba Itobi Jales Lins Monte Aprazível Perdeneiras Planalto Populina São João da Boa Vista São José dos Campos Taubaté Tremembé População urbana estimada para 1986 (habitantes) Consumo de água efetivo per capita 8044 49 208 189 222 21663 4648 31 046 49081 11354 25366 2481 2 856 55475 392 968 215 513 21271 124 165 163 162 128 147 151 137 140 129 147 155 170 184 135 ' 522 SISTEMAS URBANOS DE HIDRÁULICA QUADRO 18.12 - Ta.'\'.as de infiltração medidas ou recomendadas (Dados coligidos por M. Tsutiya e P. Alem Sobrinho) Autor Local Ano Taxa de infiltração e;sxkm Satumino de Brito Jesus Netto Azevedo Netto Greeley & Hansen Des. Sursan Hazen & Sawyer SANESP/MaxA. Veit NB-567 Dario P Bruno e Milton T. Tsutiya Santos e Recife São Paulo São Paulo São Paulo Rio de Janeiro São Paulo São Paulo 1911 1940 1943 1952 1959 1965 1973 1985 0,1 a 0,6 0,3a 0,7 0,4 a 0,9 0.5 a l,o• 0,2 a 0,4 0,3 a 1.7• 0.3 0,05 a 1,0 Cardoso, Ibiúna. Lucélia e São João da Boa Vista 1983 o.o Femandopolis 1983 o.o 1983 o.o Ubatuba 1983 o.o Ferna.ndopolis 1983 0.10 Cardoso 1983 0,025 Femandópolis Lucélia 1983 1983 Pinhal 0.159 0,017 0,125 Brasil Sabesp Estado de São Paulo 1983 1984 0,05 a 0,5 T.Merriman E. W.Steel EUA EUA 1941 1960 0,03 a 1,4 0,40 a l,37 I.W.Santry Dallas, Tx. EUA WPCF EUA 1964 1969 0,3 a 1,4 0,27 a 1,09 Metcalf e Eddy Inc. EUA 1981 0,15 a 0,60* APLICADA' _ _ Condições de obtenção dos valores Medições Medições em redes secas Medições em redes novas Medições Medições Medições Medições Recomendações para projetos. O valor deve ser justificado Medições com rede seca. com e sem chuva. 100% da rede acima do lençol freático Idem, idem, 93% da rede acima do lençol freático Idem, idem, 80% da rede acima do lençol freático Idem, idem, 100% da rede acima do lençol freático Idem, idem, 100% da rede acima do lençol freático Medições em rede em operação há algum tempo Idem, idem Idem, idem Idem, idem Recomendações para projetos Medições Recomendações para projetos Medições Recomendações para projetos Recomendações para projetos •Valores ptm1 160 m de rede por h11. Dados originais em função de área esgotada. 4) Esgoto sanitário (T,, e Tx) Calculadas as taxas acima, a partir delas são determinadas as vazões de contribuição de esgoto sanitário das áreas de expansão ou dos trechos, respectivamente: • Para as áreas de expansão, Q;=Ta,;·a+Q.,J e Q1 = T,,J · a + Q.,.t a= área de expansão (em ha). onde Ta= qª + T 1 ( em €/s · ha) e • Para os diversos trechos da rede, Qi = Tx.; ·e+ Q.,.i SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 523 onde Tx = qx + T 1 ( em e;s · m) e e =comprimento dos trechos (em m). A norma considera apenas as taxas Ta e Txjá incluindo as taxas de infiltração, mas a consideração das vazões específicas qª e qx torna o cálculo mais explícito. 18.2.12 - Rede coletora. Planilha de cálculo Para sistematização e facilidade de verificação, é usual a disposição dos diversos passos em planilhas como a do Exercício 18.5, cujo preenchimento se processa como segue. Coluna 1. Trecho (n. 2 ) - Anotam-se os números dos trechos, iniciando-se pelo coletor 1, intercalando-se os demais na seqüência de suas contribuições para este. Coluna 2. Extensão 1 (m) - Medida na planta. Coluna 3. Taxa linear de esgoto sanitário Tx (e/s x m) -Anotar os valores de T xi e Txf calculados. Coluna 4. Contribuição do trecho Qt(e/s)-T,a X e e Tx1 X e (inicial e final). Coluna 5. Vazão de montante Qm (e/s)- Se for um trecho inicial do coletor, Qm = O; para outro trecho qualquer, Qm é igual à soma das vazões de jusante dos trechos afluentes, acrescentando-se as contribuições concentradas (~)quando for o caso. Anotam-se os valores inicial e final. Coluna 6. Vazão de jusante Qi (e/s) - Soma de Qt e Qm• anotando-se os valores inicial e final. Coluna 7. Diâmetro d 0 (DN)- Calculado pela expressão d 0 = 0,3145 (Q/../f0 ) 3/B onde Q é a vazão final de jusante do trecho em questão, expressa em m 3 /s, resultando d 0 em m; adota-se o diâmetro comercial (DN) imediatamente superior, observado o limite mínimo DN 100 recomendado pela norma. Também a vazão Q da expressão é limitada em 1,5 e;s ou 0,0015 ml/s no mínimo (válida apenas para os cálculos). Coluna 8. Declividade I 0 (m/m) - Calcula-se a declividade mínima para autolimpeza pela expressão I 0 min = 0,0055 Q- 0.47 onde Q é a vazão inicial de jusante do trecho, expressa em e;s, limitada em 1,5 l/s. Determina-se a declividade econômica para escavação mínima, impondo-se profundidade mínima a jusante (Sec. 18.2.6). A profundidade de montante é sempre conhecida, decorrente dos trechos anteriores ou, quando trecho inicial, igual à mínima (cobertura mínima+ d 0 ). Comparadas as duas declividades, adota-se a maior delas. Em terrenos de acentuada inclinação, quando é adotada a declividade econômica, convém verificar se a declividade máxima foi ultrapassada, usando a expressão I 0 "'""" = 4,65 Q- 213 onde Q em l/s é a vazão final de jusante do trecho; I 0 =corresponde à velocidade máxima= 5 m/s. Coluna 9. Cota do terreno (m)- Obtida da planta cadastral. Anotam-se os valores de montante e de jusante. Coluna 10. Cota do coletor (m) - Decorre do procedimento adotado para a coluna 8. Se a declividade adotada é a mínima, a cota do coletor a jusante é: Cota do coletor a montante menos I 0 • e . Se a declividade adotada é a econômica, a cota do coletor a jusante é: Cota do terreno a jusante menos a profundidade mínima, respeitado o limite da declividade mínima. 524 SISTEMAS URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA As cotas a montante decorrem das cotas a jusante dos trechos afluentes. Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna No caso de trecho inicial é: Cota do terreno a montante menos a profundidade mínima. 11. Profundidade do coletor (m) - Diferença entre a cota do terreno e a cota do coletor, a montante e a jusante. 12. Profundidade do PV/PI a jusante (m)-Decorre da coluna 11, anotandose o maior valor entre as profundidades de jusante dos trechos concorrentes a essa singularidade. Sua utilidade é detectar eventuais degraus que necessitem tubos de queda (altura~ 0,5), cuja ocorrência obriga a utilização de PV e anotação na coluna de observações (17) 13. Lâmina líquida (y/d 0 ) - Entre outras pode ser usada a Tab. 18.3, entrando-se com a relação Q/Qp, sendo Qp a vazão a seção plena dos diâmetros e declividades já determinados, calculada pela expressão Qp = 24 x d 08/3 x 10 112 , ou em tabelas das equações empíricas; Q é a vazão de jusante do trecho ou seu limite mínimo de 1,5 e/s. Anotam-se os valores inicial e final. Também pode ser usada a Tab. 18.2, entrando com a relação QJ-ffe d 0 (vide uso da tabela abaixo) (Vide Tab. 18.3 pág. 551). 14. Velocidades inicial e final (m/s) - Podem ser calculadas pela equação da continuidade, v = QJA, obtendo-se A da mesma Tab. 18.3 utilizada na coluna 13; Q é a vazão de jusante do trecho, ou seu limite mínimo de 1,5 e;s. Anotam-se os valores inicial e final. Também pode ser usada a Tab. 18.2, como na coluna 13. 15. Tensão trativa (Pa) - Calculada pela expressão ar= y x RH x 10 onde y = 104 N/m3 e RH obtido na Tab.18.3 para condições iniciais (ou Tab. 18.2 com~= RH I d 0). 16. Velocidade crítica (m/s) - Calculada pela expressão vc = 6 (RH x g) 112 , onde g = 9,8 m/ s 2 , e R H para condições finais. Tabela 18.2 - O uso desta tabela facilita os cálculos para as colunas 13 a 16 da planilha. Como já estão determinados diâmetros (d 0 ), declividades (10 ) e vazões a jusante (Q; e Qr), calculam-se as relações Q/J0 1/2 e Qt/10 112 e com o diâmetro entrase na tabela, determinando-se as lâminas (y/d 0) inicial e final, velocidades (v) inicial e final (v/10 11 2 ), bem como os raios hidráulicos (RH) inicial e final, para os cálculos da tensão trativa ar= 10 4 x RH.i xI0 e da velocidade crítica vc= 6 (RHJ xg)ll 2• Recordese que as vazões estão limitadas ao mínimo de 1,5 e;s ou 0,0015 m 3 /s. Exercício 18.5 - Dimensionamento hidráulico da rede coletara de esgoto do esquema abaixo, considerados os seguintes parâmetros e dados: • coeficiente de retorno e = 0,8 . •consumos efetivos per capita%= 120 ejhab X d qr= 160 e/hab X d •coeficientes de máxima contribuição k 1 = 1,2 k 2 = 1,5 •densidades populacionais d 1 = 130 hab/ha e dr= 180 hab/ha •comprimento médio de ruas e*= 200 m/ha , ... Tabela 18.2 -Dimensionamento e verificação de tubulnções- Fórmula de Manning -n - 0,013 - Q (rn3/s); 10 (m/m) e v (m/s) Fonte: M. T. Tsutiya e T. M. Pinto Neto DN 100 150 200 YJol/1 Ql,'fl yJt Q:,,l!I yj Ili rif.1!1 250 vl( Q: 01/1 300 vl.( Q: 01/1 350 v1( Q,,l!I vl •11 QÍ,l!I vJ Vt 400 450 cii.1(1 Vl VI 500 riJ.111 60ll rif.~~ 700 v1( Q.,111 8-00 vt Q,111 900 v1( Q••111 vl l/t 1000 1100 1200 1500 1600 2000 vl 1/1 rill/I vJ[I <J:olll vJ lf• cif.•12 vJ01fl Q:Jolfl vl lfl ril 111 vl 1/1 CJ:1ol!I o.os 0,10 0,15 0,20 1,69 0,0002 2,22 0,0007 2,68 0,0016 3,11 0,0029 3,52 0,0047 3,90 0,0010 4,26 0,0100 4,61 0,0137 ,,91 0,0182 5,58 0,0295 6,19 0,()446 6,76 0,0636 7,32 0,0811 7,85 O,l!S4 8,!6 0,11811 8,66 . 0,1876 10,29 0,3102 11,61 0,55!2 12,46 2,M 0.001 3,46 0,00! 4,19 0,007 4,86 0,012 5,49 0,020 6,08 0,010 6,65 0,04! 7,19 0,060 7,71 0,079 8,71 0,128 9,65 0,193 10,SS 0,276 11,41 0,!78 12,24 0,501 l!,05 0,646 !1,82 0,814 16,()4 1,476 18,12 2,401 19,43 J,179 0.0635 MO 4,04 4,61 0,007 0,005 5,30 6,M 0,013 0,021 6,42 7,31 0,045 0,029 7,45 M9 0,091 0,052 9,58 8,41 O,ll2 0,085 9,32 l0,62 0,200 0,128 10,19 11,61 0,285 0,182 11,0l 12,56 0,250 0,390 11,81 U,47 O,!!l . 0,517 13,16 15,21 0,841 0,538 14,60 16,86 0,811 l,268 16,18 18,0 1,810 1,158 17,50 19,93 l,585 2,479 21,39 18,78 2,099 3,283 20,01 22,79 2,701 4,m 21,20 24,15 3,413 5,3!8 24,to 28,02 6,189 9,679 31,65 27,78 10,064 15.7!8 29,80 33,95 13,329 20,844 0,1206 . 0,146ô o.ms t'>--R.fd. 0,0l26 0,003 4,45 0,007 5,40 0,016 6,26 0,029 7,07 0,047 7,84 0,071 8,56 0,101 9,26 0,119 9,91 0,184 11,22 0,299 12,44 0,450 ll,60 0,64! 14,71 0,880 15,78 1,166 16,81 1,503 17,82 1,896 20,67 3,418 23,35 5,590 25,05 7,403 0,0929 0,25 Relação: altura d'água / di€imetro (y/d 0) 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 5,10 0,010 6,69 0,030 8,10 O,OM 9,40 0,116 10,62 0,189 11,76 0,286 12,86 0,408 13,91 0,558 14,92 0,739 16,85 1,202 18,67 1,814 20,H 2,589 22,08 3,5(5 2l,69 4,695 25,24 6,054 26,75 7.6!5 31,04 13,80 35,05 22,509 37,60 29,812 0,1709 5,54 0,014 7,26 0,040 8,60 0,086 10,21 0,156 11,51 o,m 12,78 0,384 U,97 0,548 15,11 0,750 16,21 0,99! 18,ll 1,615 20,29 2.m 22,18 3,471 2l,99 4,7SO 25,73 6,305 21,42 8,129 29,06 10,252 33,72 18,588 lB,03 30,226 40,85 40,032 0,19)5 5,91 0,017 7,77 0,051 9,42 O,ll! 10,9l 0,200 12,34 0,326 IS,Ea 0,492 14,95 0,702 16,17 0,961 17,35 1,212 19,59 2,069 21,71 3,121 23,7.1 4,456 25,67 6,100 27,54 8,079 29,34 10,417 !1,10 13,138 !6,08 "2!,821 40,75 38,735 4!,71 51,302 0,2142 6,28 6,58 0,026 8,62 0,076 10,44 0,lM 12,11 0,291 ll,68 0,48! 15,16 0,729 16,57 l,OU 17,93 l,425 19,23 1,888 21,71 l,070 24,07 4,6!1 26,U 6,611 28,45 9,051 30,53 11,987 32,53 15,456 34,47 19,49! 40,00 35,30 45,17 57,472 48,46 76,ll7 0,2500 6,81 0,0lO 8,96 0,089 10,85 0,192 12,59 0,348 14,22 0,566 15,76 0,851 17,22 1,220 18,6! 1,670 19,99 2,211 22,57 3,596 25,01 5,424 21,34 7,715 29,57 10,603 31,73 H,042 33,81 18,106 35,83 22,SH 41,57 41,402 46,95 67.m 50,36 89,165 0,2649 7,05 O,Ol5 9,24 0,102 11,19 0,220 12,99 0,399 14,67 0,650 16,26 0,980 17,71 1,399 19,22 1,915 20,62 2,5!6 23,29 7,23 0,039 9,47 0,115 11,47 0,248 1!,31 0,450 15,04 0,7ll 16,66 J,103 18,21 1,575 19,70 2,156 21,14 2,856 21,87 4,60 26,45 7,004 28,92 10,000 31,28 U,691 31,55 18,132 35,75 23,379 17,69 29,485 41,97 53,460 49,65 66,93! 51,26 llS,1!5 0,1881 o.on 8,22 0,053 9,96 O,ll7 11,56 0,248 1!,06 0,40! 14,47 0,608 15,82 0,867 17,11 J,188 18,35 1,573 20,72 2,558 2Z,97 l,858 25,11 5,508 27,16 7,SU 29,ll 9,987 31,05 12,811 32,90 16,240 38,18 29,449 41,ll 41,882 46,25 63,415 o.2m 4,IU 25,81 6,m 28,21 8,882 !O,SI 12,160 32,7l 16,105 34,88 20,765 l6,96 26,188 42,89 47,482 48.44 77,212 51,96 102,260 0,2776 0,70 0,75 7,45 7,36 0,043 o.ou 9,77 9.65 0,127 0,139 11,69 Jl,8l 0,299 0,275 U,56 13,73 0,498 0,542 15,32 15,51 0,882 0,809 16,97 17,18 1,m 1,3!0 18,55 18,78 1,699 1.m 20,12 20,07 2,387 2,600 21,80 21,51 3,161 3,«3 24,!I 24,61 5,140 5,599 27,28 26,95 7,755 8,446 29,45 29,82 ll,069 12,059 31,86 32,25 IS,154 16,509 !4,60 34,18 20,070 21,864 36,42 36,81 25,878 28,192 39,07 38,60 32,636 15,554 44,79 45,34 59,174 64,464 51,20 50,58 96.224 1()4,827 5t,26 54,93 127,440 138,833 0,2962 0,3017 0,80 7,50 0,050 9,82 0,149 11.90 0,321 ll,81 0,581 15,59 0,945 17,28 l,426 18,89 2,0l6 20,43 2,787 21,92 3,691 24,75 6,002 27,0 9,053 29,98 12,926 !2,43 17,695 ll,79 2.1,436 37,07 30,218 39,29 !8,109 45,59 69,098 51,48 112,361 55,23 148,812 0,3042 0,85 0,90 0,95 1,00 7,20 7,!9 6,58 7,48 0,052 0,055 0,055 O.OS! 8,62 9,80 9,44 9,69 0,164 0,152 0,157 0,162 11,74 10,44 11,87 11,43 0,328 0,3!8 0,352 O.l49 12,11 13,62 13,21 13,78 0,61! 0,639 0,595 0,6J4 U,68 15,38 14,98 15,56 0,967 0,996 1,030 l,Ol9 16,60 15,16 17,U 17,04 1,551 1,567 1,459 1,503 18,Sl 18,15 16,57 18,85 2,146 2,219 2,238 2,01!2 19,61 20,39 20,15 17,9l 2,851 2,9l8 3,038 l,OM 19,23 21,87 21,62 21,06 3,716 3,891 4,024 4,057 23,78 21,71 24,70 24.41 6,543 6,140 6,m 6,590 27,37 27,05 26,35 U,01 9,870 9,952 9,261 9,5!4 28,81 26,31 29,92 29,57 13.626 14,0'll 14:209 11,m 31,99 31,16 28,45 32,37 18,651 19,291 19,451 18,102 34,72 34,32 33,43 30,Sl 24,706 25,549 25,761 2l,975 37,00 36,57 35,62 32,53 31,855 32,94! 33,219 30,913 37,75 38,75 !4,47 39.21 40,174 41,546 41,895 38.986 43,80 .40,00 45,SO H,97 72,841 75,329 75,961 70,686 49,47 45,17 51,38 50,78 118,419 122,494 123,521 !U,945 48,46 55,12 54,48 53,07 156,81' 162,232 16!,592 152.2!4 0,303) 0,29BO 0,2865 0,2500 "' "'....,.., ;:: ,. "'o ,.., ,.., "' G> o .... o "',.:z -.... ,.. "'o- ~ 526 SISTEMAS URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA •taxas de infiltração T1J = 0,0009 f./s x m T1.r= 0,0006 f./s x m = 0,12 f./s x ha •diâmetro mínimo - DN 100 •cobertura mínima - lm a2 = Áieade expansão 2 = 4ha a, =ÁreadEJ expansão 1 4ha = Cálculo das taxas de contribuição qxJ = 0,0011 f./s · m qx.t = 0,0024 .f/s · m qa.t = 0,48 .f/s · ha TxJ = 0,002 .f/s · m Tx.t = 0,003 f./s · m 2) Cálculo das vazões concentradas (contribuições futuras das áreas de expansão) Q,, = T,,.r · a onde T 11 .t = q .. .t +Tu então Q,,,1 = 2,4 f./s, Q,,, 2 = 2,4 f./s e Q,,, 3 = 3,6 .f/s Cálculo das declividades 3) Em cada trecho foram comparadas as declividades mínima, do terreno e econômica (profundidade mínima a jusante). Nos trechos 1-2, 3-2 e 1-4 foram adotadas declividades econômicas inferiores as do terreno; nos demais trechos foram adotadas as maiores declividades reveladas pelas comparações em cada trecho. 4) Planilha Os cálculos seguiram os passos já indicados nesta seção e os resultados encontram-se na planilha seguinte. 1) 18.2.13 - Interceptores e emissários Os interceptores e emissários, bem como em alguns casos os coletores - tronco, condutas que recebem as contribuições em pontos determinados, devem ter a avaliação de suas vazões e o consequente dimensionamento tratados de forma diferente dos condutas da rede coletara. A norma vigente NBR 12207/89 (NB 568) estabelece essas condições. • Bacia: Planllha de cálculo 1 Trecho 2 4 5 7 8 9 10 11 12 13 Folha 16 14 15 Vi Tensão Trativa Vc (Pa) (m/s) 17 "' ... (/) "';;:: )> (/) 100 2·1 75 61 0,002 0,003 0,002 0,003 0,002 0,003 0,20 0,30 0,15 0,23 0,12 0,18 - 0,16 0,23 0,20 0,30 0,15 0,23 0,27 0,41 100 100 100 Prof. do Prol.Do Lamina Coletor Liquida PV/PI {m) a jusante (YI~ {m) Inicial Monlante Final Jusante 0,0046 792,00 791,60 0,0047 792,10 791,76 0,0045 791,75 791,60 79Q.90 790,45 791,00 790,65 790,65 790,38 1,10 1,16 1,10 1,10 1, 10 1,22 1,22 •0,0045 791,60 791,10 0,0045 791,70 791,45 •0,0045 791,45 791, 10 790,38 789,93 790,60 790,27 790,27 790,00 1,22 1,17 1, 10 1,18 1,18 1,10 1, 17 791,10 790,70 •0,0097 790,70 790,00 0,0045 791,00 790,68 0.0121 790,68 790,00 789,93 789,53 789,63 788,85 789,90 789,68 789,58 788,90 1,17 1,17 1, 17 1,15 1,10 1,10 1,10 1, 10 1,17 0,0074 790,00 789,60 788,85 788,45 1,16 1,16 1,15 1,10 1,22 (m/s) Observações VI (m/s) o "'"' G) ...o o 0,46 0,46 D.45 0,45 0,46 0,46 0,42 0,42 0,43 0,43 0.42 0,42 1,08 2,91 1,10 2,87 0,27 0,40 0,46 0,46 0,46 0,46 0,43 0,52 0,42 0,42 0,42 0,42 1,08 3,37 1,08 2,91 1,08 2,91 0,26 0,56 0,22 0,47 0,46 0,46 0,36 0,36 0,44 0,64 0,54 0,83 0,42 0,42 0,63 0,63 1, 13 3,77 1,89 3,66 1,08 2,91 2,40 2,64 0,24 0,70 0,62 0,83 1,81 3,96 (/) )> :z - -i 1,08 >· 2,91 "' o - Qc1 1-2 100 3·1 74 3·2 60 0.002 0,003, 0,002 0,003 0,002 0,003 0,20 0,30 0,16 0,22 0,12 0,18 . 0,47 3,11 - 0,15 0,22 1·3 BO 1-4 70 4-1 72 4·2 56 0,002 0,003 0,002 0,003 0,002 0,003 0,002 0,003 0,16 0,24 0,14 0,21 0,14 0,22 0,11 0,17 0,14 0,22 2,40 1,10 6,45 1,24 6,66 0,14 0,22 0,25 0,39 1,49 10,65 3,60 1,60 10,81 0,94 6,21 1, 10 6,45 - - Qc3 54 0,002 0,003 0, 11 0,16 2,40 0,67 3.41 0,16 0,22 0,27 0,40 150 100 100 1,18 1,17 - Qc2 1-5 6 Cota do cola do Taxa de Contr. do Vazão a Vazão a Coletor Extensão Contr. Lin. Trecho Montanle Jusante Oiamolro Declividade Terreno {m) {m) (m) (t/s) {t/sm) (t/sl !DM lt/s) !m/ml Monlante Montante Inicial Inicial Inicial Inicial Jusante Jusanle final Final Final Final 1-1 2-2 3 Data Câlculo: Verificado: Exercício 10.5 Sub-bacia: Rede de esgotos 160 150 100 100 0,0050 1,15 1,10 1,16 - 150 • Declividedes menores que as do terreno Qc= vazões futuras das áreas de expansão Obs.: Em lugar dos valores da coluna 6 < 1,5 tis, foi utilizado este valor nos cálculos (colunas 7, 8, 13 s 16). Descarga UI ~ '""oT•\ 528 SISTEMAS URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA 1) Definições A norma acima tem a seguinte definição de interceptor: "Canalização cuja função precípua é receber e transportar o esgoto sanitário coletado, caracterizada pela defasagem das contribuições, da qual resulta o amortecimento das vazões máximas". · · Entretanto outras características dos interceptores, além de sua função, devem ser consideradas para melhor definir esses condutos. Quanto à finalidade - canalização que recebe contribuição de coletores, coletores -tronco e outros interceptores em pontos determinados providos de poços de visita (PV) e não recebe contribuição ao longo do comprimento d~ seus trechos. Quanto à localização - canalização situada nas partes mais baixas das bacias de esgotamento geralmente às margens de cursos d'água, lagos e mares, evitando as descargas diretas do esgoto nessas águas. 2) Defasagem das contribuições Como as variações de vazão ocorrem simultaneamente em todas as bacias contribuintes ao interceptor, a acumulação das vazões resultantes está sujeita à defasagem correspondente ao tempo de percurso dos trechos de conduto entre os pontos de contribuição. Assim quando a vazão máxima de uma área chega ao ponto de contribuição da área contígua seguinte, a vazão máxima desta área já se deslocou para jusante e sua contribuição se encontra em declínio. Desse desencontro resulta o amortecimento das vazões máximas. Também o "efeito reservatório" dos grandes condutas colabora para o amortecimento, mas só é considerado em casos mais especiais. Quanto à defasagem das contribuições, a norma vigente recomenda que o estudo seja feito apenas para o último trecho do interceptor, quando este é afluente a uma estação elevatória ou estação de tratamento e o amortecimento das vazões resulta em diminuição no dimensionamento hidráulico destas instalações. O amortecimento das vazões máximas pode ser considerado segundo dois procedimentos: •diminuição dos coeficientes de variação; •composição de hidrogramas No primeiro caso, segundo o prof. M. Tsutiya, considera-se o chamado coeficiente de reforço (K =k 1 xk 2 ) que, segundo pesquisas efetuadas em São Paulo, varia inversamente com o crescimento das vazões de contribuição. Observou-se que para vazões da ordem de até 7501/s é irrelevante o efeito do amortecimento sobre os valores estimados. A partir desse valor o amortecimento passa a ser significativo e o valor de K decresce, tendendo assintoticamente para o valor K = 1,2. A expressão encontrada no estudo da SABESP é a seguinte: K = 1,2 + 17,4485 X Qm-0,509 Qm, vazão média final de esgoto doméstico, em J/s, incluída a contribuição de infiltração. Essa expressão tem validade local e recomenda-se que estudos especiais sejam feitos para a determinação de equações do tipo K = f (Q1). Sendo Qr a vazão final de jusante de um coletor (ou do próprio interceptor), que contribui na extremidade de montante do último trecho do interceptor, a vazão SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 529 média final de esgoto doméstico desse coletor é: Q, - I - I.Q.,,, 1 = contribuição de infiltração contribuições concentradas A vazão final (amortecida) desse coletor passa a ser, para o dimensionamento do último trecho do interceptor: ~= Q,=KxQ1 +I+~ As vazões máximas podem também ser atenuadas pelo emprego de bidrogramas dos coletores (ou do próprio interceptor) afluentes ao PV de montante do último trecho do interceptor, considerando-se como defasagem os tempos de percurso nesses condutos. O procedimento é similar ao utilizado em hidrologia. 3) Cálculo das vazões As vazões iniciais e finais de cada trecho do interceptor podem ser estimadas pelas expressões: Q;.n onde + LQ;.a Q1.n-1 + IQr.a = Q;.zi.1 Q,.n = Q;.n e Qt.n• são as vazões inicial e final de um trecho n. Qi.n-i e Qf.n-l' são as vazões do trecho anterior. Q;,,, e Q 1,Q, são as vazões de jusante dos últimos trechos dos coletores afluentes ao PV de montante do trecho em estudo (n). Para análise de funcionamento do interceptor e para o dimensionamento dos extravazores deve ser adicionada ainda a contribuição pluvial parasitária -parcela das águas pluviais absorvida pela rede coletara de esgoto. · Essa contribuição deve ser calculada com base em estudos locais. Se inexistentes pode ser adotada uma taxa de até 6 e;s por quilômetro de coletor contribuinte ao PV de montante do trecho em estudo. A taxa adotada deve ser justificada. A análise de funcionamento é a verificação do comportamento hidráulico do conduto dimensionado para a vazão final, considerando esta vazão acrescida da vazão de contribuição pluvial parasitária. No caso do dimensionamento de extravasores, quando estes se localizam ao longo do interceptor, devem ser estudados meios de diminuir e mesmo eliminar a contribuição pluvial parasitária, ou então considerar esse acréscimo de vazão no dimensionamento. No início de plano, quando houver necessidade, pode ser admitida ao interceptor a "contribuição de tempo seco" - parcela da descarga de cursos d'água ou de drenagem superficial, não incluída a precipitação pluvial - limitada a 20% da vazão final e adicionada à vazão inicial para dimensionamento. 4) Dimensionamento hidráulico O regime de escoamento nos interceptores e emissários é gradualmente variado e não uniforme, mas pode ser considerado permanente e uniforme para efeito do dimensionamento hidráulico. 530 SISTEMAS URBANOS OE HIORÂULICA APLICAOI Cada trecho do interceptor deve ser dimensionado para as vazões iniciais e finais do item 3, considerando coeficiente de Manning n = 0,013 e enchiment<J máximo de seção r "' 0,85 (usual), do que resulta do= 0,3 00 (Ql X Io -1/2) 3 'ª· A declividade deve ser selecionada entre a econômica e a mínima, sendo esta expressa pelas equações: Iomin = 0,00035 Q;- 0 •47 onde Q; em m3/s, ou I 0 min = 0,009 Q;-0.47 onde Q; em f./s para as quais a tensão trativa crr= 1,5 Pa. A adoção desse valor para a tensão trativa, superior ao indicado pela norma, justifica-se não só pela grandeza das vazões (para a mesma tensão trativa a declividade decresce com o crescimento da vazão), mas também pela ação do fluxo sobre a película de limo aderente às paredes do conduto, que é responsável pela geração de sulfetos. No caso de condutos de concreto, material facilmente deteriorado pela ação d<J ácido sulfúrico originado da emanação de sulfetos, essa prevenção é de fundamental importância. Dada sua localização, os interceptores geralmente não apresentam velocidade excessiva, mas os limites de velocidade e velocidade crítica são os mesmos da rede coletora. Para o cálculo de alturas de lâmina, velocidades e tensão trativa, são usadas a5 Tab. 18.2 ou 18.3, como na rede coletara (págs. 525 e 551). Após o dimensionamento deve ser procedida a análise de funcionamento, como já foi dito acima. 5) Outras condições para projeto O traçado do interceptor deve ter trechos retos em planta e perfil, admitind<rse trechos curvos em planta em casos especiais justificados. Nas mudanças de direção o ângulo máximo de deflexão deve ser de 30°. Não são permitidos degraus e alargamentos bruscos para evitar agitação excessiva e a conseqüente emanação de sulfetos. As ligações ao interceptor devem prevenir os conflitos de linhas de fluxo e as diferenças de cotas, com o mesmo objetivo. Ao longo do interceptor devem ser dispostos extra-.rasores com capacidade conjunta para 0 escoamento da vazão final do último trecho, acrescida da vazão de contribuição pluvial parasitária, como já foi dito no item 3. 18.2.14 - Estações elevatórias A norma brasileira que estabelece exigências para o projeto de estaçõe5 elevatórias de esgoto sanitário é a NBR 12208/1989 (NB 569). Essas instalações são utilizadas nos sistemas de esgoto sanitário nas seguintes situações: Na coleta, para elevação de águas servidas (ou esgoto) de pavimentos abaixe de greide do coletor predial; No transporte, para evitar profundidades excessivas dos coletores públicos; \ SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 531 em zonas com rede nova em cotas inferiores às da rede existente; ou em redes do tipo distrital; No tratamento, para atingir a cota compatível com a implantação das unidades de tratamento. na entrada da ETE; Na disposição final, para lançamento no corpo receptor em condições favoráveis, tendo em vista as variações de nível (cheias, marés, etc). 1) Localização. Devem ser levados em conta os vários aspectos técnicos e econômicos, entre os quais os mais relevantes são os seguintes; · Custo da área de implantação; Facilidade de acesso; Nível local de inundação; Facilidade para extravasão; Disponibilidade de energia elétrica. Além disso devem ser cotejadas as extensões de coletores afluentes com a extensão da linha de recalque e o consumo de energia, com alternativas do tipo maior extensão dos coletores afluentes, resultando recalque mais curto e menor potência .instalada, ou vice-versa. 2) Vazões e o número de conjuntos elevatórios As vazões afluentes e sua variação horária devem ser estudadas, para permitir a escolha do tipo e quantidade de bombas, que permita a concordância e ajuste das vazões de recalque à variação horária do afluente. Dessa forma se minimiza a capacidade do poço de sucção, ponto nevrálgico da instalação. Deve ser sempre considerada uma reserva que permita a desativação de um conjunto elevatório. Essa reserva pode ser um conjunto elevatório extra ou simplesmente uma reserva de 25% a 50% na capacidade de recalque. As unidades menores exigem mais reserva. Para melhor desempenho operacional é conveniente a mínima diversificação dos conjuntos elevatórios. Quando possível devem ser todos iguais. No mínimo dois conjuntos devem ser instalados. 3) Seleção das bombas Dependendo da composição do esgoto e da presença de sólidos, areia ou fibras, podem ser escolhidas bombas especiais para essas finalidades. Em qualquer caso as aberturas dos rotores devem ser explicitadas, sendo conveniente a instalação de grades grosseiras ou cestos a montante das bombas para limitar o tamanho dos sólidos que chegam à sucção. A instalação de desarenadores não é recomendada, devido à elevação dos custos de implantação e de operação. As bombas centrífugas, caso mais comum, podem ser dos seguintes tipos: De eixo horizontal, que ~xigem casas de bombas maiores com a construção de dois poços independentes: o poço seco onde são instalados os conjuntos elevatórios, de preferência em posição afogada, com o plano de seu eixo abaixo do nível d'água mínimo e o poço úmido onde se acumula o esgoto a ser recalcado. SISTEMAS 532 F Grade URBANOS OE HIDRÁULICA APLICADA rn Pedestal Quadro elétrico \ Válvula de retenção \ ,------------- Comporta tipo negativo ·-·-----º Figura 18.17 Ele=t6ria de CODjUD.tO submerso (Sabesp) CorteAA :,----::-G-- De eixo vertical, podendo ser com dois poços como o caso anterior, ou apenas o poço úmido, com bomba submersa e motor instalado acima do · NAmox com transmissão por eixo prolongado. Conjunto submerso, com apenas o poço úmido e conjunto moto-bomba protegido por carcaça estanque, dispondo de sistema de levantamento para manutenção e reparação fora do poço. 4) Poço de sucção Dada a natureza do líquido a ser recalcado, o esgoto sanitário, deve ser dada atenção cuidadosa à geometria do poço de sucção, evitando-se "zonas mortas", onde ocorre redução de velocidade de escoamento, bem como superfícies horizontais ou de pequena inclinação, favorecendo dep6sitos de sedimentos. É preferível paramentos com forte inclinação (8° a 10º no mínimo) na direção do ponto de tomada das bombas (14 a 18%). Devem ser evitadas a formação de bolhas de ar junto à sucção, devidas à queda livre do esgoto no poço e a formação de vórtice, adotandcrse altura de submergência da abertura de sucção maior que 3 vezes o seu diâmetro. Para dimensionamento são definidos os seguintes parâmetros: Volume útil (V) é o volume compreendido entre os níveis máximo e mínimo de operação das bombas; \ r ~( ~··· SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 533 Volume efetivo (Vc), é o volume compreendido entre o fundo do poço (na tomada das bombas) e o nível médio de operação; Tempo de detenção média (Td), é a relação entre o volume efetivo e a vazão média de início de plano, desprezada a variação horária do fluxo (k2 ) T - Vp Q,+I+:EQ.,; d- Com Td :5: 30 min Vcemm 3 Vazão em m 3 /min Para o cálculo do volume útil (Vu) é necessária a fixação do ciclo de funcionamento do motor, a partir do menor tempo entre duas partidas sucessivas do motor, dado que deve ser solicitado ao fabricante. Sendo T o tempo de um ciclo temos: T=p+f Onde p = tempo de parada e f = tempo de funcionamento. Sendo Q = vazão de recalque e Q 0 =vazão máxima afluente ao poço de sucção, temos: Vu = p x Q0 e Vu = fx (Q- Q,) com Q > Qa, daí então temos: e f=~ Q-Q,, p=v" Q,, portanto 1 T=p+f=Vux(~+--) Q,, Q-Q,, T, o tempo de um ciclo será mínimo quando a sua derivada em relação à vazão afluente for nula, dT =O dQ. ou 1 ] =O V. X-1 -+ [ Q; (Q-Q,,)2 u Equação que resolvida resulta em, Q,,=Q 2 Substituindo-se na equação de T acima teremos, 4xV., QxT T =Q - - ou ainda V =-u 4 Na qual T é um dado do fabricante e Q = 2 x Q0 (vazão máxima afluente), com Vu em m 3 , Q em m 3/min e Tem min. Conhecido o volume útil, calculam-se as dimensões do poço segundo critérios práticos. O comprimento e a largura decorrem da disposição dos conjuntos elevatórios, respeitadas as distâncias entre as bombas e paredes, conforme recomendações do fabricante (vide Cap. 11). Quanto à altura devem ser considerados: SISTEMAS 534 URBANOS OE HIDRÁULICA APLICADA A soleira da tubulação afluente, que pode coincidir no mínimo com o nível máximo de operação das bombas. Nível de extravasão, que pode coincidir no máximo com o nível de afogamento da tubulação afluente (geratriz superior interna); Faixa de operação das bombas, em geral superior a 0,6m: Nível mínimo de operação que deve contemplar a altura de submergência da entrada da sucção e a altura para manter as bombas afogadas. Decididas as dimensões do poço de sucção, verifica-se o tempo de detenção Td s 30 minutos, com a expressão já citada. Na Sabesp, em São Paulo, é usual o tempo de ciclo T = 6 minutos (10 partidas por hora), daí o volume útil Vu = 1,5 Q, que em geral resulta num volume total do poço, inferior ao exigido pela configuração de bombas e acessórios. 5) Outros equipamentos Além das bombas centrifugas são usados outros equipamentos para a elevação do esgoto. Os mais importantes são: Parafuso de Arquimedes (bomba parafuso) Não é uma bomba mas simplesmente um helicóide instalado numa calha de concreto inclinada que, devido ao movimento de rotação, transporta o esgoto para o canal superior de saída. A inclinação usual varia de 30° a 40º. A altura de elevação é limitada pelo comprimento do helic6ide que não ocasiona flexão que impeça o movimento. Quando são construídos em aço podem alcançar altura de elevação de 7 ou 8 metros. São indicados para grandes vazões e pequenas alturas. Suas principais vantagens são a operação em larga faixa de variação da vazão afluente, com baixa queda de rendimento e a dispensa de poço de sucção. r------~--~1 N2 Canal de entrada Corte BB Figura 18.18- Para.fuso de Arquimedes (Sa.besp) SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 535 • Ejetor pneumático Trata-se de uma câmara metálica hermética, diretamente acoplada à canalização afluente. O esgoto entra livremente nessa câmara e ao atingir um nível determinado é expelido para a canalização de saída por uma injeção de ar comprimido. Exige instalação de compressor e reservatório de ar. Sua principal vantagem é manter o esgoto sem contato externo, operando em qualquer variação de vazão automaticamente. Tem baixo rendimento e sua faixa de aplicação é de 2 a 20 ~/s, com alturas de elevação de até 15 metros. 18.2.15 - Normas Brasileiras de Sistemas de Esgoto Sanitário • NBR 09648 (NB 566) Estudo de Concepção de Sistemas de Esgoto Sanitário • NBR 09649 (NB 567) Projeto de Redes Coletoras de Esgoto Sanitário • NBR 09814 (NB 037) Execução de Redes Coletoras de Esgoto Sanitário • NBR 12207 (NB 568) Projeto de Interceptores de Esgoto Sanitário • NBR 12208 (NB 569) Projeto de Estações Elevatórias de Esgoto Sanitário • NBR 12209 (NB 570) Projeto de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário • NBR 12587 (NB 1405) Cadastro de Sistemas de Esgoto Sanitário • NBR 07229 (NB 041) Projeto, Construção e Operação de Sistemas de Tanques Sépticos • NBR 9800 (NB 1032) Lançamentos de Efluentes Líquidos Industriais em Sistema Público de Esgoto Sanitário • NBR 073 67 (NB 281) Projeto e Assentamento de Tubulações de PVC Rígido para Sistemas de Esgoto Sanitário. / 536 SISTEMAS URBANOS OE HIDRÁULICA APLICADA 18.3 - SISTEMAS DE ÁGUA PLUVIAL 18.3.1 - A ocorrência da água. Ciclo hidrológico. A avaliação geralmente aceita sobre a ocorrência de água livre na Terra dá um total de cerca de 1,5 x 1os kms, com a seguinte distribuição média: oceanos e mares (salgada) 97,400% geleiras e calotas polares 2,000% 0,585% aqüíferos subterrâneos ocorrências superficiais (rios e lagos) 0,014% em trânsito na atmosfera 0,001%. À constante modificação dessa distribuição convencionou-se chamar ciclo hidrológico, abrangendo as modificações de estado (sólido, líquido e gasoso) como as de posição em relação ao solo (superficial, subterrânea e atmosférica). As fases convencionais do ciclo hidrológico são : precipitação, escoamento superficial, infiltração e evaporação. Cada uma delas constitui um campo de estudo cujo conjunto compõe o objeto da Hidrologia. Aos sistemas de águas pluviais interessam apenas as duas primeiras, precipitação e escoamento superficial. 18.3.2 - Precipitações. Medições A água que chega à atmosfera sob a forma de vapor, condensa-se e aumentando de peso cai em forma de chuva, ou de granizo quando atravessa camadas com temperatura baixa, ou neve quando a condensação ocorre em temperaturas muito baixas. A condensação pode ocorrer ao nível do solo, constituindo o orvalho ou a geada, dependendo da temperatura do ar circundante. No Brasil, dadas às suas condições climáticas, as precipitações mais importantes são as chuvas. As observações sistemáticas da ocorrência de chuvas concluem pela extrema variação das quantidades precipitadas anualmente, tanto em locais diferentes, mesmo que próximos, como no mesmo local em anos diferentes, não sendo detectados sinais de ocorrências cíclicas dos fenômenos. Daí a importância da realização de medições sistemáticas, para se chegar a valores médios significativos, quando resultantes de dados coligidos em vários locais numa série grande de anos. Para isso são instaladas redes de pluviometria que medem as quantidades de chuva através da altura pluviométrica (h), altura que a água caída atingiria sem infiltração e escoamento superficial. Os dispositivos para medição são denominados pluviômetros - simples receptáculos com superfície horizontal exposta de 500 cm2 instalados em suporte a 1,5 m do solo, exigindo leituras diárias em provetas graduadas; ou pluviógrafos, que registram em pluviogramas as alturas acumuladas, mediante um mecanismo de tempo. São procedimentos simples e baratos, realizados no Brasil desde o século XIX, quer pelo Serviço de Meteorologia do Ministério da Agricultura, quer pelo Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica, complementados pelas redes dos Departamentos de Águas e Energia Elétrica estaduais. SISTEMAS DE ÁGUA PLUVIAL 537 Além da altura pluviométrica, que é a grandeza básica da observação das chuvas, as outras grandezas de interesse nas precipitações são: a) Duração (t)- é o intervalo de tempo de observação de uma chuva. As alturas pluviométricas acumuladas a partir do início da chuva são registradas em papel graduado, sob a forma de pluviogramas. A partir daí é possível a seleção de períodos da chuva, com origem qualquer, relacionando as alturas com os lapsos de tempo em que ocorreram. Assim a duração considerada não é nem o tempo total da chuva e nem contada a partir do seu início, mas apenas relativa ao período selecionado. b) Intensidade (i) - é a relação altura/duração, observando-se que altas intensidades correspondem a curtas durações. c) Freqüência (f) - é o número de vezes que uma dada chuva (intensidade e duração) ocorre ou é superada num tempo dado, no geral um ano (vezes por ano). c1) Recorrência (T) - ou retorno é o inverso da freqüência, ou seja, o período em que uma dada chuva pode ocorrer ou ser superada (anos por vez). Obtidas as alturas pluviométricas máximas anuais de vários anos de observação, elas são dispostas em ordem decrescente, com seu número de ordem m, variando de 1 a n, sendo n o número de anos de observação. A freqüência com que o evento m é igualado ou superado é: f=__!!!_ n+l e T= D+l m Esse procedimento pode dar resultados satisfatórios para recorrências menores, mas para chuvas mais raras é conveniente um estudo probabilístico mais acurado para o cálculo da recorrência. O tratamento estatístico dos dados pluviométricos mostra que a intensidade (i) é diretamente proporcional à recorrência (T) e inversamente proporcional à duração (t), ou seja, chuvas mais intensas são mais raras e têm menor duração. Daí as fórmulas do tipo: . aT" l=--- (t+b)m onde a, b, m e n devem ser determinados para cada local. Exemplos de equações desse tipo, são as seguintes: . 3462, 7'J'°.17Z l=----'--(t+22)1.02S (Paulo S. Wilken para São Paulo) . 1= 1678Tº.i12 (t+l5)x com x = 0,86T-o.0144 (Garcia Occhipinti e Marques Souto para São Paulo) . a. l=-t+b com os seguintes valores de a e b SISTEMAS 538 URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA a T b 23 2,4 5 anos 3,9 10 anos 29 48 8,6 15 anos (Camilo Menezes e Santos Noronha para Porto Alegre) . 1239To.is l=---(t+20)º·74 (Ulisses Alcântara para o Rio de Janeiro) i 59SOTª217 (t +26) 1,1 5 (Parigot de Souza para Curitiba) comi em mm/h, tem minutos e Tem anos. 18.3.3 - Escoamento superficial Do volume total de água precipitado sobre o solo, apenas uma parcela escoa sobre a superfície e sucessivamente constitui as enxurradas, os córregos, os ribeirões, os rios e os lagos. O restante é interceptado pela cobertura vegetal e depressões do terreno, infiltra e evapora. A proporção entre essas parcelas, a que escoa e a que fica retida ou volta à atmosfera, depende das condições físicas do solo - declividade, tipo da vegetação, impermeabilização, capacidade de infiltrações, depressões. a) Coeficiente de deflúvio ou de escoamento (C). Embora seja apresentado como o resultado da ação do terreno sobre a chuva, relacionando o volume que escoa com o volume precipitado, é melhor definido como sendo a relação entre a vazão de enchente de certa freqúência e a intensidade média da chuva de igual freqúência. Existem algumas formulas práticas, como a de Horner: e= 0,364 logt + 0,0042r - 0,145 t = duração em minutos; r = porcentagem impermeabilizada da área. Mais comuns são os dados sob a forma de tabelas, como as seguintes: QUADRO 18.13 -Valor.~s usuài~ de e. segun'do Kuicbling ' \ 1 ' Natureza da bacia Telhados Superfícies asfaltadas Superfícies pavimentadas e paralelepípedos Estradas macadamizadas Estradas não pavimentadas Terrenos descampados Parques.jardins, campinas e 0,70-0,95 0.8~.90 0,75-0,85 0,25-0,60 0.1~.30 0,10-0,30 0,50-0,20 A variação depende da declividade e permeabilidade do solo. SISTEMAS DE ÁGUA PLUVIAL 539 . - QUADRO 18.14- Colorado Highway Department . . ' . ' Características da bacia Cem% Superfícies impermeáveis Terreno estéril montanhoso Terreno estéril ondulado Terreno estéril plBilo Prados, campinas, terreno ondulado Matas decíduas, folhagem cs.ducs. Matas coníferas, foihagem permanente Pomares Terrenos cultivados em zonas alts.s Terrenos cultivados em vales 90-95 80-90 60-80 50-70 40-65 35-60 25-50 15-40 15-40 10-30 b) Bacia hidrográfica (A)- Seção de drenagem . .Seção de drenagem é a seção transversal de um curso d'água, para a qual interessa determinar a variação de vazão resultante de precipitação ocorrida a montante. Chama-se bacia hidrográfica ou bacia de contribuição de uma seção de drenagem a uma área geográfica constituída pelas vertentes que coletam a água precipitada que, escoando superficialmente, atingirá a seção de drenagem. A correspondência entre a bacia hidrográfica e a seção de drenagem é biunívoca. c) Tempo de concentração (te) É o intervalo de tempo da duração da chuva necessário para que toda a bacia hidrográfica passe a contribuir para a vazão na seção de drenagem. Seria também o tempo de percurso, até a seção de drenagem, de uma porção da chuva caída no ponto mais distante da bacia (Fig. 18.19). O tempo de concentração depende de diversas características fisiográficas na bacia hidrográfica, mas as mais freqüentes na formulação empírica são o comprimento e a declividade do talvegue principal. Exemplos dessas fórmulas são as seguintes: Fórmula de Picking tc=5.{ ~fs Fórmula de Califórnia Highways and Public Works (Culverts Practice); te =s7(~rªs nas quais te em minutos, L extensão do talvegue em quilômetros, I declividade média do talvegue em m/m e H diferença de cotas entre a seção de drenagem e o ponto mais alto do talvegue, em metros. Embora sejam obtidas para condições particulares, essas expressões apresentam razoável concordância e a facilidade de obtenção de seus fatores tem generalizado o seu uso. 18.3.4-Vazões de enchente O objetivo prático dos estudos do escoamento superficial pode ser assumido SISTEMAS 540 URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA como sendo a necessidade de se estimar as vazões de projeto das obras de engenharia, sejam galerias de águas pluviais, bueiros rodoviários ou mesmo vertedores de barragens, além de outros objetivos da Hidráulica Fluvial. Diversos métodos têm sido estudados e propostos para atender esses propósitos, os quais podem ser genericamente agrupados em: a) Empíricos. b) Estatísticos. c) Hidrometeorológicos. d) Método racional. a) Métodos empíricos Grupo constituído por fórmulas nas quais a vazão é função de características físicas da bacia (área) e grandezas ligadas às precipitações (altura, intensidade, duração, recorrência). São obtidas a partir de estudos locais, o que limita sua validade. b) Métodos estatísticos Nesse grupo é levada em consideração a avaliação econômica do risco admissível, comparando-se os prejuízos decorrentes dos danos possíveis (perdas de vidas humanas, inclusive) com os custos adicionais de uma estrutura de maiores dimensões. Nesses casos são elaborados estudos de probabilidade de ocorrência, baseados nas vazões mhimas observadas em cada ano, de um série grande de anos. Quanto maior o número de anos de observação mais a probabilidade P se aproxima da freqüência f, que nesses casos pode ser usada em lugar de P. A partir de P escolhe-se a recorrência conveniente (1/P) para a obra em estudo, associando-se o risco a ser assumido (fator econômico) à vida provável da obra. Linsley, Kohler e Paulhus propuseram a tabela seguinte para a escolha da recorrência, associando risco e vida provável. QUADRO 18.15 - Recorrência em anos Vida provável da estrutura em anos Risco a ser assumido 1 10 25 50 100 0,01 0,10 0,25 0,50 0,75 0,99 100 10 4 2 1,3 1,01 910 95 35 15 8 2,7 2440 238 87 37 18 6 5 260 460 175 72 37 11 9100 940 345 145 72 22 Estabelecida a recorrência T, a vazão pode ser calculada pela fórmula geral de Ven TeChow: Q=Q+K·a Onde Q.= vazão de enchente relativa à T; Q= K médias das vazões máximas observadas; = fator que depende do número de observações e de T; cr = desvio padrão das vazões observadas. Informações mais detalhadas devem ser buscadas na bibliografia indicada de Hidrologia. SISTEMAS DE ÂGUA PLUVIAL 541 Métodos hidrometeoro16gicos. Baseiam-se na avaliação da máxima precipitação provável em uma dada área, através da análise das condições meteorológicas críticas devidas à máxima umidade atmosférica, capaz de se transformar em precipitação. A aplicação desses métodos depende de um grande número de dados hidrológicos e meteorológicos, e sua complexidade só justifica seu uso para obras de grande responsabilidade. d) Método racional. O método racional para avaliação da vazão de enchente consiste na aplicação da expressão: Q=C·i·A onde: Q = vazão de enchente na seção de drenagem, em m 3/s; e = coeficiente de escoamento superficial da bacia hidrográfica (Q.Iad. 18.14) i = intensidade média da precipitação sobre toda a área da bacia, com duração igual ao tempo de concentração, em m 3/ s por hectare; A = área da bacia hidrográfica, em hectares. Para aplicação do método racional é possível, conhecida a altura pluviométrica para a duração de 30 minutos (obtida em isoietas, por exemplo), avaliar as alturas pluviométricas para outras durações, pela equação proposta por N. L. Souza Pinto e A.C. Tatir Holtz (Hidrologia básica - Editora Edgard Bliicher Ltda.), válida para qualquer recorrência: h = 0,264 · h 30 • t~· 392 h e h 30 em milímetros t = te em minutos Exige-se que a duração seja igual ao tempo de concentração, para que se tenha toda a área da bacia contribuindo, resultando na vazão máxima para a intensidade considerada. Embora a recomendação de aplicação seja restrita a bacias menores que 500 ha, a sua simplicidade e facilidade de obtenção dos fatores torna o uso de método racional bastante difundido para pequenas bacias, até 3 ou 4 vezes maiores que esse limite, e chuvas com retorno não superior a 50 anos. É evidente que, além da bacia hidrográfica, devem ser disponíveis dados de precipitação, como os do Quad. 18.16, obtidos em medições nos postos considerados c) Linhas de igual tempo de concentração Vazão Qmáx. t,, ·tempo -+----'--+-- ·, . ·' ·. Figura 18.19-RepresenttJ.çiio gráfica do tempo de concentrtJ.çiío . .. ·. t. s 1 s TEM As 542 N.0 .POSTO 1 2 3 4 5 6 7 a 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 Sta.Vitória do PalmBr Rio Grande Bagé Encruzilhada. do Sul Viamão Porto Alegre Alegrete Uruguaiana Santa Maria Caxias do Sul Cruz Alta São Luiz Gonzaga Passo Fundo Florianópolis lraí Blumen.au S.Frnncisco do Sul Pa=aguá Curitiba Ponta Grossa Santos Siio Paulo Ubatuba Jacarezinho Taubaté Aw:ré Cabo Frio Niterói Santa Cruz Campos de Jordão Piracicaba Petrópolis Volta Redonda Rezendc Teresópolis Vassouras BauIÚ Passa Qµatro Santa Madalena São Carlos Campos Lins São Simão Barllacena Bom Sucesso Vitória Ouro Preto Belo Horizonte Sete Lagoas Corulllbó. Catalão Teófilo Otolli Pancatú Goiânia Tempo de recorrência- 10 anos Duração em minutos 15 30 60 120 240 33 33 28 27 25 31 40 35 34 30 41 36 27 30 31 31 35 36 36 31 39 34 40 33 29 32 28 34 30 37 32 34 39 38 29 34 34 26 31 36 35 27 27 35 36 30 37 38 32 42 30 33 37 39 36 42 4a 36 37 34 42 54 47 43 41 55 51 36 49 39 50 47 51 50 47 63 39 60 48 49 54 43 50 45 53 50 50 58 56 67 66 49 47 38 50 65 60 63 56 70 64 43 75 57 72 73 70 67 56 95 46 76 58 60 65 54 65 60 75 62 83 75 75 62 58 66 46 43 76 57 54 51 60 54 58 58 63 58 87 60 55 70 76 68 90 79 66 56 48 70 85 75 as 68 76 77 54 93 82 80 97 94 71 63 119 51 119 74 68 a4 65 88 ao 101 68 102 85 86 87 66 77 53 58 109 73 55 71 66 56 80 73 44 48 54 37 39 47 50 40 41 49 46 41 44 53 46 70 46 41 50 54 55 64 64 98 70 60 84 95 80 u R a A Nos o E H 1DRAuL1 e A A P.LI e AD A Tempo de recorrência • 25 a.nos Duração em minutos 15 116 40 96 40 83 34 74 32 62 29 86 38 118 50 105 41 110 41 37 82 94 50 90 43 70 33 109 36 104 38 37 81 113 43 122 44 77 44 87 38 135 4a 56 41 209 52 77 39 100 35 90 39 78 34 102 42 110 35 128 43 72 38 112 41 110 47 96 45 112 35 83 41 83 42 64 30 75 37 116 44 88 42. 62 34 92 32 79 43 63 44 96 36 75 48 70 48 80 38 128 52 34 91 65 42 112 42 110 48 107 42 Cuiab.i Fonte: Hidrologia. B4sica. Nelson L. Souza Pinto " outros. Vide outros dados de prccipito.ções no Quadro 19.16. Tempo de recorrência~ 50 a.nos Duração em minutos 30 60 120 240 15 30 53 61 44 44 39 53 66 56 51 51 69 62 91 88 60 60 44 64 77 70 78 124 102 84 67 56 93 101 90 109 87 89 92 66 128 104 106 130 116 93 78 159 59 142 92 83 115 84 118 101 135 85 138 108 106 110 77 98 65 68 118 88 74 86 79 64 100 90 89 75 130 81 80 97 121 93 46 47 38 36 32 44 58 47 48 43 58 50 38 41 43 42 51 52 51 44 58 49 66 44 40 45 40 48 40 49 44 47 54 50 40 47 49 34 42 51 49 41 35 51 51 42 60 57 45 65 37 50 52 56 48 63 74 50 50 44 64 77 64 60 60 81 44 71 84 78 52 101 68 97 94 86 a5 62 45 65 69 61 63 61 71 83 129 52 54 78 90 59 71 65 78 69 83 56 71 64 83 54 73 62 94 62 74 62 108 71 93 65 91 54 76 58 69 70 87 45 56 46 48 57 96 62 68 53 72 47 59 61 73 55 60 50 70 55 75 69 79 56 69 95 118 52 71 49 70 60 84 66 92 64 81 168 127 108 87 74 115 142 131 140 108 109 110 85 148 132 101 152 156 95 118 178 62 290 95 140 116 105 135 150 168 88 145 145 120 149 108 108 78 90 130 108 76 115 97 73 120 92 95 95 170 112 90 120 140 133 60 116 10a 70 70 49 77 88 80 90 86 97 73 91 59 51 74 129 50 78 79 121 70 113 70 100 74 98 74 86 101 162 50 60 96 100 69 81 80 94 82 100 68 86 76 100 62 85 70 110 74 90 70 133 73 110 73 106 63 89 68 79 a5 108 52 64 52 55 65 114 72 78 66 75 52 66 73 as 64 74 58 80 66 90 92 83 65 79 121 146 60 80 57 83 68 97 76 109 73 92 120 240 161 219 12a 155 lOO 130 76 100 63 84 115 141 na 170 102 158 130 170 105 128 100 120 106 128 77 100 160 185 125 160 131 141 165 192 139 190 102 112 93 144 200 220 66 70 168 370 109 112 98 176 140 148 102 130 142 168 122 189 168 208 100 110 169 170 129 180 125 140 131 182 87 128 120 130 74 90 77 108 138 151 101 130 ao 90 100 138 90 112 76 81 119 144 108 110 102 110 as 111 161 210 92 133 96 108 109 148 148 170 102 106 SISTEMAS DE ÁGUA PLUVIAL 543 Exercício 18.6 - Uma área de loteamento, na periferia da cidade de Baurú, com 200 ha, tem suas vertentes para um talvegue de 2, 7 km. de extensão e diferença de cotas entre o ponto mais alto e a seção de drenagem igual a 98 m. Determinar a vazão máxima na seção de drenagem para a recorrência de 25 anos. Considerar o coeficiente de escoamento superficial igual a 0,30. Pela equação de Califórnia Highways: t =57 e 3J0.305 H [~ L=2,7km e H=98m 30 min t =te= 30 min Para retorno de 25 anos, em Baurú (Quad. 18.16) e 30 min de duração resulta: te= h = 70 mm ou e . h 2 33 .,,_;~ i=-= , =~· t \ i = 0,39 m 3 /s x ha (1mm/min=1/6 m 3 /s x ha) Q = C · i ·A= 0,30 X 0,39 X 200 = 23,4 m3 /s 18.3.5 - Drenagem urbana Não se tratará aqui dos aspectos políticos, sociais e urbanísticos da drenagem de águas pluviais em solo urbano, embora se reconheça sua importância e prevalência na elaboração de um plano geral. Recomenda-se a consulta à bibliografia específica de Hidrologia, que trata desses aspectos com muita propriedade. Apenas vale lembrar que a água da chuva requer espaço para o escoamento e acumulação. O espaço natural é a várzea do rio e quando esse espaço é ocupado desordenadamente, sem critério que leve em consideração sua destinação natural, ocorrem as inundações. É preciso ter em mente que para conter e diminuir os custos, quer dos prejuízos, quer das obras que visem disciplinar enchentes, são necessários espaços para infiltração, para retenção, para acumulação e para escoamento. Daí a importância econômica dos parques, jardins e áreas de preservação ambiental, situados às margens dos cursos d'água em particular e no solo urbano em geral. 18.3.6 - Microdrenagem e Macrodrenagem As soluções de engenharia da drenagem urbana são tratadas em duas partes distintas: A microdrenagem, que se inicia nas edificações, seus coletores pluviais, prossegue no escoamento das sarjetas e entra nos bueiros e galerias; aí os estudos voltam-se para os traçados das ruas, seus detalhes de largura, perfis transversais e longitudinais, para a topografia, declividades e para utilização viária, seja de veículos, seja de outras utilidades públicas. A macrodrenagem, para a qual interessa mais a área total da bacia, seu escoamento natural, sua ocupação, a cobertura vegetal, os fundos de vale e os cursos d'água urbanos, bem como aspectos sociais envolvidos nas soluções adotadas, lembrando que a simples canalização de um córrego nem sempre é benéfica para a população. SISTEMAS 544 URBANOS DE HIORÂULICA APLICADA Neste capítulo se trata apenas da microdrenagem, pois a hidráulica de canais aplicável à macrodrenagem já foi tratada nos capítulos 14, 15 e 16. 18.3.7- Fatores hidrológicos a) Recorrência (T) Sendo o objetivo da microdrenagem a solução para o escoamento das vazões de chuvas mais freqüentes, portanto baixa recorrência e baixa intensidade, é admitida a ocorrência de alagamentos pontuais, quando aumenta a intensidade da chuva. O quadro seguinte indica valores usuais de recorrência, geralmente aceitas. QUADRO 18.17 - Retornos para diferentes ocupações da área (DAEE/CETES:B, 1980) Tipo de obra Tipo de ocupação da área Microdrenagem Residencial Comercial Áreas com edifícios de serviço ao público Aeroportos Áreas comerciais e artérias de tráfego Macro drenagem Áreas comerciais e residenciais Áreas de importância específica T(anos) 2 5 5 2-5 5-10 50-100 500 b) Tempo de concentração Aplicação do método racional tem como base que a máxima vazão ocorre quando toda a bacia está contribuindo na seção em estudos, isto é, quando a duração (t) da chuva é igual (ou superior) ao tempo de concentração (t ,,) t~ t,, Para cada um dos trechos de galeria a seção a ser considerada é sempre a sua e:Ktremidade de montante, pois aí, se concentra a vazão a ser conduzida no trecho. Então, para o primeiro trecho, t,, é o mesmo da área a montante do início da galeria. Para os seguintes, o tempo de concentração será a soma do tempo de concentração do trecho anterior e o tempo de percurso do trecho anterior. t,, = t,, (anterior) + tP onde L tp : ; comprimento do trecho anterior velocidade real de escoamento no trecho anterior c) Coeficiente de escoamento superficial O Professor P.S. Wilken sugere a adoção de um único valor para toda a bacia, resultante da média ponderada das parcelas da área total com seus respectivos coeficientes, como pesos, conforme suas características fisiográficas. Os valores a adotar são os do Quad. 18.14. L v Então = = e = LAn X Cn A (válido para toda a bacia) SISTEMAS DE ÁGUA PLUVIAL 545 60- -r~20an~ SOw ' ",, '' 1 .... ....' ' """..... "" ......... ,....., ~ """ T•15an ...._ - - -- ~ ,......... ..... Tso 10anos .....,-,....__ r-..... --- Tg s nnos 1 .... ~ --- ,_ -5 10 20 15 25 30 35 40 45 so 55 Tempo de duração de chuva "t" (mín.) Figw:a 18.20 - Chuvas críticas na cidade de São Paulo A. Garcia Occhipinti e P. Marques dos Santos i = 4 660 · Tº·m / (t + 15)' com x = 0,86. T""·º'.., Outro procedimento é o de se calcular médias ponderadas sucessivas, à medida que novas áreas passem a contribuir na galeria, ou seja, C = .:rAnxCn LAn (calculado para cada trecho) Intensidade É sempre baseada em dados locais e geralmente decorre da utilização de equações ou curvas do tipo duração x intensidade x recorrência, como a da Fig. 18.20. d) 18.3.8 - Elementos de captação e transporte a) Sarjetas e sarjetões São as calhas formadas por faixas da via pública e o meio-fio (guia), ou somente por faixas nos cruzamentos de ruas (sarjetões) e que são coletaras das águas caídas ou lançadas nessas vias. Comportam-se como canais de seção triangular. Geralmente são dimensionadas por critérios que não consideram sua função hidráulica; então, importa apenas determinar sua capacidade hidráulica (máxima vazão de escoamento) para comparação com a vazão originada da chuva de projeto e decidir sobre as posições das bocas de lobo que retiram essas águas da superfície das ruas. Essa vazão máxima pode ser calculada pela fórmula de Manning, com n = 0,016 (concreto rústico); SISTEMAS 546 URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA Em geral as guias tem 0,15 m de altura e se admite um enchimento máximo de 0,13 m. A declividade transversal da via pública de 3% pode ser adotada para rua de 10 m de largura (caso comum). I· 4,3o ·I J-r~--- º·n~ Figura 18.21 - Guia e s::ujeta Teremos então: A = 0,280 m 2 ; P = 4,432; RH = 0,063 m Assim a capacidade hidráulica da sarjeta depende apenas da declividade longitudinal. Exercício 18. 7 - Determinar a capacidade hidráulica das sarjetas de uma rua com declividade de 0,5%. I = 0,5% = 0,005 m/m º· 280 Q = 0,016 X o•06321 ' X o•005 112 =o ' 200m3 /s Considerando os dois lados da rua resulta: Q = 0,400 m3/s Quando a vazão da enxurrada superar esse valor são necessárias bocas de lobo. Para aproximar o resultado te6rico das condições reais de escoamento, recomenda-se a adoção dos fatores de redução, por exemplo os seguintes: QUADRO 18.18 - Fatores de redução de escoamento das , sarjeta5 (DAEE/CETESBc_ 1980) . Declividade da sarjeta - % Fator de redução 0,4 0,50 0,50 0,50 0,40 0,27 0,20 1-3 5,0 6,0 8,0 10 b) Bocas de lobo (BL) São dispositivos localizados nas sarjetas para a captação das águas em escoamento nas mesmas, quando se esgota sua capacidade hidráulica. Podem ser de guia, de sarjeta ou mistas, com grelhas ou não. Na figura a seguir, exemplo de boca de lobo de guia com depressão. SISTEMAS DE ÁGUA PLUVIAL 547 A---. ' '' ' .r : 1,00: d=-0,50 ------· .: 1 : : : 0,25 ' 0,70 Alinhamento do passeio ' ' ' : : : 0,15: ' : / ' A__:' 1 40 1,00 0,64: 1 ·j Planta: :o,64 ·1.o,2s ___;.,_____ t'o.os _l. _0_·0_7- 'o~e~·~ r" 'es" sa" -" º'-'-. ]....,,,..~~frontal i 0,15 =1__;_- !:, __;;:,.,[.._ _ _--!_ _ _ _ _ _ Tampa = 0.40x0,40 Figma. 18.22 -Boca de lobo tipo PM de Sii.o Paulo + Revestimento de a amassa= 0,02 Corte A-A As bocas de lobo devem ser localizadas em ambos os lados das ruas quando a capacidade hidráulica da sarjeta exigir; também nos pontos baixos das quadras devem ser colocadas bocas de lobo; junto aos cruzamentos elas devem estar a montante do vértice de intersecção das sarjetas, para evitar enxurradas convergentes, com prejuízo para o trânsito de pedestres. A capacidade hidráulica das bocas de lobo de guia pode ser considerada como a de um vertedor de parede espessa, cuja expressão é: Q=l,71LxH3/ 2 (m 3 /s) onde L = comprimento da abertura (m) H = altura da água nas proximidades (m) (0,13 m no caso padrão de sarjetas) SISTEMAS 548 URBANOS DE HIDRÂULICA APLICADA Para a boca de lobo de sarjeta pode ser utilizada a mesma expressão, substituindo-se L por P =perímetro da área livre do orifício (m) Para a boca de lobo mista (sarjeta e guia combinadas) a capacidade hidráulica é a soma das vazões calculadas para a guia e para a sarjeta. Pelas mesmas razões alinhadas no caso do dimensionamento das sarjetas, devem ser considerados fatores de redução, como os seguintes: QUADRO 18.19 - Fatores de redução do escoamento para bocas de lobo (DAEE/CETESB, 1980) Localização na sarjeta Tipo de boca de lobo Ponto baixo De guia Com grelha Combinada De guia Grelha longitudinal Grelha transversal ou longitudinal com barras transversais Combinada Ponto intermediário %pen'nitida sobre o valor teórico 80 50 65 80 60 60 110% do valores indicados p/ a grelha correspondente c) Tubos de ligação (TL) São ligações entre as bocas de lobo e os poços de visita ou caixas de ligação. d) Caixas de ligação (CL) São utilizadas para receber tubos de ligação de bocas de lobo intermediárias ou para evitar excesso de ligações no mesmo poço de visita (máximo quatro ligações). Não são visitáveis. e) Poços de visita (PV) São câmaras visitáveis cuja função principal é permitir o acesso às galerias para inspeção e desobstrução. Para facilidade desse objetivo é conveniente a sua localização nos pontos de reunião dos condutos (cruzamento de ruas), mudanças de seção, de declividade e de direção. Figura 18.23 - Locação de elementos de cnptação f) Galerias. Princípios e critérios Definidas as vazões de projeto de cada trecho de galeria pelo método racional, SISTEMAS DE ÁGUA PLUVIAL 549 é preciso lembrar que a aplicação deste pressupõe os seguintes princípios: a duração da chuva que resulta na vazão máxima é igual ao tempo de concentração: a intensidade permanece constante na duração da chuva: a impermeabilidade da superfície não se altera na duração da chuva. o escoamento nas galerias é o de conduto livre em regime permanente e uniforme. Além disso alguns critérios devem ser estabelecidos, ou pelo contratante dos serviços, ou pela vivência do projetista. Os mais comuns são: nas seções circulares, o diâmetro mínimo (300 mm); nas seções retangulares, a dimensão mínima (altura= 0,50 m); as seções circulares são dimensionadas à seção plena ou y = 0,95 d e as retangulares com altura livre mínima 0,10 H, sendo H = altura; a velocidade mínima (O, 75 m/s); a velocidade máxima (5,0 m/s); a declividade econômica é igual a do terreno, mas limites de recobrimento e profundidade devem ser fixados (recobrimento mínimo = 1 m e profundidade máxima= 3,5 m); os diâmetros (ou dimensões) não devem decrescer de montante para jusante; nas mudanças de diâmetro (ou dimensões), as geratrizes superiores internas devem estar alinhadas. Os valores indicados acima, entre parênteses, são apenas sugeridos, uma vez que ainda inexiste norma brasileira com recomendações específicas. O dimensionamento hidráulico das galerias de águas pluviais pode ser efetuado com a equação de Chezy e coeficiente de Manning, fórmula tabelada n.este manual. Pela fórmula de Manning o diâmetro pode ser calculado com a expressão d = 1,511 (n · Q · I -l/2)3/8, válida para a altura de lâmina de 0,9 d ou d = 1,548 (n · Q · I -11 2 ) 318 para seção plena (J = declividade da galeria). A Tab. 18.3 a seguir decorre de simples relações trigonométricas e geométricas associadas à equação de Manning e é auxiliar no dimensionamento das galerias, conforme se mostra no Exerc. 18.8. Essas relações são as seguintes: 1/2 (1 - cos 0/2) y/d = 0= 2 are cos (1 - 2y/d), em radianos R/d = (0 - sen 0)/40 A/d 2 = (0 - sen 0)/8 R= raio hidráulico A = área molhada d y 550 SISTEMAS URBANOS OE HIDRÁULICA APLICADA velocidade a seção plena vazão a seção plena =tr:d2 . (E.)2/3. 1112 Q 4·n P L = V n P equ.ação(l) 4 (!!.)2/3 .Jl/Z 4 equ.ação (2) O problema mais comum é calcular y/d, raio hidráulico, área molhada e velocidade real conhecendo-se a vazão, a declividade e diâmetro: calcula-se QP e vP com a relação Q/QP entra-se na Tab. 18.3 e determina-se v,A, RH ey/d. Exercício 18.8 - Dimensionamento hidráulico das galerias do esquema, atendendo aos seguintes critérios: •recobrimento mínimo= 1 m • profundidade máxima = 3 m • diâmetro mínimo = DN 3 00 • velocidade mínima= O, 75 m/s • velocidade máxima= 3,50 m/s • chuvas com recorrência de 10 anos e duração de 5 min. Preenchimento da planilha de cálculo: • Trecho, extensão e área. Conforme dados do esquema • Tempo de concentração (td Nas áreas contribuintes dos trechos iniciais, (1- 2), (3 ·1- 3) e 5 ·1- 5), adotar te= 5 min. Nos outros trechos te é igual ao te do trecho anterior, acrescentado do tempo de escoamento t,, do dito trecho. ·- --- .. ------ .... -- .. -- .................................... , ..................................................... ..' ' ' ' ' ·-- L. ....---n,95 • na·,n tc=Smln. •••••• ••• AS.1=0,87 r. C=0.40 . ··--.. tOO:m ., 1 .·1 A5=0,7B C=0.60 ........... .......... , ! 92 m ......... 1 90m ! 773.54 77:3.os-.... A4 .. o.e2 e= 0.60 n6,4Í te= s mln. , A3.1 =o.ao; C=0.40 ! .. _---- .... ,. --.... \. ......... -- .. ., ...... --.. A3=0.76 C=0.50 • . 778,9~ A2=0.50 C=0.50 - !At =0.62 o.40 ;c .. 782.SO : te= 5 m(n. : ! ! l .......... ..! ............ -- - - -- - -- .. -- .. --- -- ........ - --- - -- -- -- .. - ! .. ---- - -- --- .. .: .... - - - .. - SISTEMAS DE ÁGUA PLUVIAL 551 Tabela 18.3 - Condutes circulares parcialmente cheios Relações baseadas na equação de Manning y/d R/d Nd 2 0,01 0,02 0,03 0.04 0,05 0.06 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0.17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22 0.23 0,24 0.25 0,26 0,27 0,28 0,29 0,30 0,31 0,32 0,33 0,34 0,35 0,36 0,37 0,38 0,39 0,40 0,41 0,42 0,43 0.44 0,45 0,46 0,47 0,48 0,49 0,50 0,0066 0,0132 0,0197 0,0262 0,0326 0,0389 0,0451 0,0513 0,0575 0,0635 0,0695 0,0755 0,0813 0,0871 0.0929 0,0986 0,1042 0,1097 0,1152 0,1206 0,1259 0,1312 0,1364 0,1416 0,1466 0,1516 0,1566 0,1614 0,1662 0.1709 0,1756 0,1802 0,1847 0,1891 0,1935 0,1978 0,2020 0,2062 0,2102 0,2142 0,2182 0,2220 0,2258 0,2295 0,2331 0,2366 0,2401 0,2435 0,2468 0,2500 0,0013 0,0037 0,0069 0,0105 0,0147 0.0192 0,0242 0,0294 0,0350 0,0409 0,0470 0,0534 0,0600 0,0668 0,0739 0,0811 0,0885 0,0961 0,1039 0,1118 0,1199 0,1281 0,1365 0.1449 0,1535 0.1623 0,1711 0,1800 0,1890 0,1982 0,2074 0,2167 0,2260 0,2355 0,2450 0.2546 0,2642 0.2739 0,2836 0,2934 0,3032 0,3130 0,3229 0,3328 0.3428 0,3527 0,3627 0,3727 0,3827 0,3927 v/vp Q/Qp y/d 0.0890 0.1408 0,1839 0,2221 0,2569 0,2891 0,3194 0,3480 0,3752 0,4011 0,4260 0,4499 0,4730 0,4953 0,5168 0,5376 0,5578 0.5774 0,5965 0,6150 0,6331 0,6506 0,6677 0,6844 0,7007 0,7165 0,7320 0,7470 0,7618 0,7761 0,7901 0,8038 0,8172 0,8302 0,8430 0,8554 0,8675 0,8794 0,8909 0.9022 0,9131 0,9239 0,9343 0,9445 0,9544 0,9640 0,9734 0,9825 0,9914 1,0000 0.00015 0,00067 0,00161 0,00298 0,00480 0,00708 0,00983 0,01304 0,01672 0,02088 0,02550 0,03058 0,03613 0,04214 0,04861 0,05552 0,06288 0,07068 0,07891 0.08757 0,09664 0,10613 0,11602 0.12631 0,13698 0,14803 0,15945 0,17123 0,18336 0,19583 0,20863 0,22175 0,23518 0,24892 0,26294 0,27724 0,29180 9,30662 0,32169 0,33699 0,35250 0,36823 0,38415 0,40025 0,41653 0,43296 0,44954 0.46624 0,48307 0,50000 0,51 0,52 0.53 0,54 0,55 0,56 0.57 0,58 0.59 0,60 0,61 0,62 0,63 0,64 0,65 0,66 0,67 0,68 0,69 0,70 0,71 0,72 0,73 0,74 0,75 0,76 0,77 0,78 0,79 0,80 0.81 0,82 0,83 0,84 o.as 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00 R/d 0,2531 0,2562 0,2592 0,2621. 0,2649 0,2676 0,2703 0,2728 0,2753 0,2776 0,2799 0,2821 0,2842 0,2862 0,2881 0.2900 0,2917 0,2933 0.2948 0,2962 0.2975 0,2987 0,2998 0,3008 0,3017 0.3024 0,3031 0,3036 0,3039 0,3042 0,3043 0.3043 0,3041 0,3038 0,3033 0,3026 0,3018 0,3007 0,2995 0,2980 0,2963 0,2944 0,2921 0,2895 0,2865 0,2829 0,2787 0,2735 0,2666 0,2500 Nd2 0,4027 0,4127 0,4227 0,4327 0,4426 0,4526 0,4625 0,4724 0,4822 0,4920 0,5018 0,5115 0,5212 0,5308 0,5404 0,5499 0,5594 0,5687 0,5780 0,5872 0,5964 0,6054 0,6143 0,6231 0,6319 0,6405 0,6489 0.6573 0,6655 0.6736 0,6815 0,6893 0,6969 0,7043 0,7115 0,7186 0,7254 0,7320 0,7384 0,7445 0,7504 0,7560 0,7612 0,7662 0,7707 0,7749 0,7785 0,7816 0,7841 0,7854 v/vp Q/Qp 1,0084 0,51702 1,0165 0,53411 1,0243 0,55127 1,0320 0,56847 1,0393 0,58571 1,0464 0,60296 1,0533 0,62022 1,0599 0,63746 1,0663 0,65467 1,0724 0,67184 1,0783 0,68895 1,0839 0,70597 1.0893 0,72290 1,0944 0,73972 1,0993 0,75641 1,1039 0,77295 1,1083 0.78932 1,1124 0,80551 1,1162 0,82149 1,1198 0,83724 1,1231 0,85275 l,1261 0,86799 1.1288 0,88294 1,1313 . 0,89758 1.1335 0,91188 1,1354 0,92582 1,1369 0.93938 1,1382 0,95253 1,1391 0,96523 1,1397 0,97747 1,1400 0,98921 1,1399 1,00041 1,01104 1,1395 1,1387 1.02107 1,03044 1.1374 1,03913 1,1358 1,1337 1.04706 1,05420 1.1311 l,06047 1,1280 1,06580 1,1243 1,07011 1.1200 1,07328 1,1151 1,07520 1,1093 1.07568 1.1027 1,07452 1,0950 1,0859 1,07138 1,06575 1,0751 1,0618 1,05669 1,0437 1,04196 1,0000 1,00000 SISTEMAS 552 URBANOS DE HIDRÁULICA APLICADA Exemplo: te (2-3) = tc(l-2) + te(l-2) Nos trechos (3-4) e (5-canal) adotar o maior valor de te+ t., entre as galerias principal e afluente. •Coeficiente de escoamento (Cm) Nos trechos iniciais, (1-2), (3·1-3) e (5·1-5), são os das áreas contribuintes constantes na figura. Nos outros trechos são as médias ponderadas dos coeficientes de escoamento das áreas contribuintes, com essas áreas como pesos. Exemplo C2-3 = C·A 1 +C·Ai Ai +A 2 •Intensidade (i) Obtida em curva (ou equação) intensidade x duração x recorrência aplicável ao local, considerando duração = te . Nesse caso foi adotada a equação de Occhipinti e Santos, válida para São Paulo, com recorrência de 10 anos (Fig. 18.20). •Vazão (Q) Obtida pela aplicação do método racional: Q =Cm X i x A (A= total do trecho) •Diâmetro e declividade (de I) Inicialmente se adota o diâmetro mínimo e a declividade econômica (a do terreno). Com esses valores obtém-se, através de uma fórmula prática (Manning), os valores de QP = vazão a seção plena e de vP =velocidade a seção plena Nesse caso foram utilizadas as equações (1) e (2). Se QP < Q aumenta-se o diâmetro ou a declividade até que QP ~ Q, anotandose os novos valores de QP e vP . •Cotas do terreno, do coletor e profundidades As cotas do terreno constam do esquema. As cotas do coletor são: a montante, igual a de jusante do trecho anterior, acrescentando-se a diferença de diâmetros, se houver; a jusante, igual a de montante menos I x L (extensão). As profundidades resultam das diferenças entre cotas do terreno e do coletor, observando-se os limites de cobertura mínima e profundidade máxima. Se a cobertura resulta menor que a mínima, aumenta-se a declividade (novos valores de QP e VP ); se a profundidade resulta maior que a máxima, reduz-se a declividade (novos valores de Qp e vp ), introduzindo-se um degrau a montante para manter a cobertura mínima (se for o caso). •Velocidade real e Tempo de escoamento (v e t,,) Com a relação Q/QP obtém-se em tabela ou gráfico a relação v/vp , da qual resulta vete= L/v, com o qual se obtém o te do trecho seguinte. Neste caso foi utilizada a Tab. 18.3. Se v < 0,75 m/s, aumenta-se a declividade; se v > 3,50 m/s, reduz-se a declividade, criando-se o degrau a montante para manter a cobertura mínima. •O desenvolvimento dos cálculos e os resultados estão expressos na . planilha a seguir. PLANILHA DE CÁLCULO ÁGUA PLUVIAL GALERIAS Trecho Extensã 1-2 Área m trecho hn total ho. 73 0,62 0,62 BACIA: CÁLCULO: SUB-BACIA: VERIFICADO: Concen· Coer. lntcnVazão tração escoam. sldade e;s min Cm t/sxha 5,0 0,40 486,5 120,7 DATA 0,049 782,50 778,92 781,20 777,62 1,30 "' "',.,-< ,. "'e ,., ,.. "'e:,. 3:: Dift- Decll- Cotas do terreno Cotas do coletor Profund. coletor Velocl· Tempo metro vidade monl. jusante mont. jusante mont. jusante da de escoam. DN m/m m m m min m m m m/s 300 FOLHA 1,30 3,00 Observação .,, 0,40 r e: < 2-3 60 0,50 1,12 5,4 0,44 480,9 237,0 400 0,042 778,92 776,42 777,52 775,00 1,40 1,42 3,42 0,30 Degrau 0,73 3·1·3 92 0,80 0,80 5,0 0,40 486,5 155,7 400 0,025 778,72 776,42 777,32 775,02 1,40 1,40 2,50 0,60 Degrau 0,75 3-4 90 0,76 2,68 5,7 0,43 480,9 554,2 500 0,025 776,42 778,54 774,27 772,02 2,15 1,52 3,41 0,40 Vide notas 4-5 45 0,82 3,50 6,1 0,48 472,6 794,0 600 0,017 773,54 773,05 771,92 771,15 1,62 1,90 3,21 0,20 Vide notas 5·1-5 100 0,87 0,87 5,0 0,40 486,5 169,3 400 0,019 774,95 773,05 773,55 771,65 1,40 1,40 2,34 0,70 Degrau 0,50 5-canal 35 0,78 5,15 6,3 0,49 472,6 1192,6 800 0,014 773,05 772,28 770,95 770,46 2,10 1,82 3,38 0,20 Vide notas ,.- Notns: Os trechos 3-4 e 5-canal têm decl1vld11de menor que a do terreno, para manter velocidade abaixo do limite de 3,50 m/s; daf os degraus nos trechos afluentes. O trecho 4-5 tem declividade maior, devido à vazão. As profundidades 11 montante sofrem influências dns diferenças de diâmetros, pern manter o recobrimento mfnlmo de 1 m e o allnhnmento das gerntrlzes superiores dos tubos. m 554 SISTEMAS URBANOS OE HIDRÁULICA APLICADA 18.3.9 - Roteiro básico para elaboração do projeto de sistema de água pluvial O Projeto de Sistema de Água Pluvial poderá ser desenvolvido nas seguintes fases principais: 1 - Estudos preliminares; II - Anteprojeto das obras; III - Projeto executivo do sistema proposto. 1 - Estudos preliminares 1. Determinação da bacia contribuinte à área a ser drenada. 2. Elaboração da planta geral da bacia contribuinte, em escala adequada (1:25 000 a 1:100 000). 3. Coletas de dados e elementos disponíveis: a) elementos topográficos: planta atualizada da bacia em escala conveniente; b) ·dados e informações sobre projetos urbanísticos ou de melhoramentos previstos pela entidade urbanizadora competente, a saber, canalização de córregos, avenidas, obras de arte especiais, modificações no sistema viário, etc ... c) levantamento planialtimétrico - cadastral de faixas de implantação de coletores principais (vielas) e dos canais para os cursos de água existentes, pontes, viadutos, etc.; d) dados cadastrais do sistema de drenagem de águas pluviais existente na área de estudo; e) cadastro dos sistemas de água, esgoto sanitário, eletricidade, gás, telefone e telex, eventualmente existentes na área (instalações subterrâneas); f) curvas características ou equações de intensidade - duração - freqüência das precipitações (quando existentes); g) dados pluviométricos na área de estudo e suas imediações; h) dados fluviométricos de cursos de água situados na área de projeto e suas imediações (estudos de correlação). 4. Determinação da área de atendimento do projeto. 5. Reconhecimento minucioso da bacia contribuinte com atenção especial aos seguintes pontos: a) índice de ocupação urbana; b) índice de impermeabilização da bacia e suas tendências; c) características da vegetação existente; d) natureza dos solos encontrados na bacia. 6. Programação para obtenção de novos dados necessários à elaboração dos trabalhos, inclusive topográficos (quando necessário). 7. Execução de levantamento topográfico (quando inexistente), devendo constar basicamente de: a) levantamento planimétrico de todas as vias existentes na área de projeto, com desenhos em escala 1:2 000 ou 1:1 000 se a área for muito pequena; SISTEMAS DE ÁGUA PLUVIAL 555 b) nivelamento de todos os pontos de cruzamento e de mudança de greide e de direção dos logradouros existentes na área, assim como de todos os pontos notáveis; por exemplo, cotas do fundo dos cursos de água existentes, pontes, viadutos, etc.; c) levantamento cadastral de instalações subterrâneas que eventualmente possam interferir com a implantação das obras a serem projetadas. 8. Análise e compilação dos dados e elementos coletados. 9. Estudo detalhado da bacia contribuinte e da área a ser drenada. 10. Demarcação da bacia e das sub-bacias de drenagem, indicando, mediante setas, os sentidos de escoamento das águas pluviais nas vias contidas na área. Cada sub-bacia deverá ser identificada, sendo que a sua área deverá ser avaliada com bom grau de precisão. 11. Fixação de critérios e parâmetros a serem obedecidos na concepção geral das obras a serem projetadas. Deverão ser assim fixados: a) chuva crítica a ser considerada; b) tempo de recorrência a ser adotado; c) critérios para determinação da intensidade média de precipitação; d) índices de impermeabilização da bacia; e) critérios para avaliação do coeficiente de escoamento superficial; f) método a ser utilizado na avaliação das :i.razões de dimensionamento; g) fórmulas e processos a serem utilizados no dimensionamento do sistema; h) cursos de água receptores do efluente do sistema coletor. 12) Elaboração do memorial descritivo e justificativo contendo os resultados dos estudos efetuados. II - Anteprojeto das obras 1. Avaliação das vazões de dimensionamento para o sistema, com base nos estudos de intensidade - duração - freqüência utilizáveis em problemas técnicos conexos ao esgotamento de águas pluviais para a área do projeto. Confronto dos valores encontrados com os já verificados em medições ou estudos já efetuados para a mesma área ou suas imediações. 2. Estudos de um número conveniente de alternativas para o traçado dos sistemas coletores principal e secundário e dos canais para os cursos de água existentes na área e os cursos de água receptores. Escolha da melhor alternativa do ponto de vista técnico econômico. 3. Estudo das obras complementares necessárias como obras de proteção e de dissipação de energia, obras de arte especiais, etc. 4. Dimensionamento do sistema de galerias, levando-se em consideração os seguintes fatores: a) diâmetro mínimo= 0,30 m; altura mínima da seção retangular= 0,50 m; b) recobrimento mínimo = 1 m; c) altura de lâmina de água na galeria = 0,9 x H, sendo H a altura da seção retangular: ou 0,95 x D, sendo D o diâmetro da seção circular; d) velocidade mínima= 0,75 m/s; 556 5. 6. 7. s 1s T E M A s u R B A N o s D E H 1 D R Au L 1 e A A p L 1 e A D A e) velocidade máxima= 5 m/s. Dimensionamento das obras complementares necessárias. Elaboràção de memorial descritivo e justificativo das soluções adotadas em cada caso, contendo: a) caracterização e descrição da área do estudo; b) critérios e parâmetros do projeto; c) avaliação das vazões a serem escoadas; d) dimensionamento das diversas partes; e) conclusões. Elaboração de desenhos e demais peças gráficas em escala adequada à perfeita compreensão do sistema proposto. Recomenda-se que as plantas do sistema coletor sejam apresentadas em escala 1:2 000 e os perfis em escala H = 1:1000eV=1:100 III - Projeto executivo do sistema proposto Nessa fase deverão ser efetuados os estudos complementares, a fim de possibilitar a colocação em concorrência e construção das obras projetadas. Assim sendo, deverá se proceder ao que segue. 1. Cálculo e projeto estrutural das diversas partes. 2. Elaboração das especificações de materiais e serviços. 3. Elaboração das especüicações para construção do sistema. 4. Cômputo das quantidades de materiais e serviços necessários à implantação do sistema. 5. Orçamento estimativo das obras a serem empreendidas. 18.3.10 - Bueiros: dimensionamento hidráulico Denomina-se bueiro a toda canalização de pouca extensão destinada a dar escoamento às águas contidas nos talvegues. Sua implantação tem, normalmente, objetivo da transposição de obstáculos colocados nos mesmo, tais como aterros de estradas e ferrovias, construções de fundo de vale, etc. O Engenheiro Sérgio Thenn de Barros divulgou tabelas usuais no Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo, para estimativas de vazão e prédimensionamento de bueiros e vãos livres das obras de arte (Boletim do DER, n. 61, dez. 1950). A Tab. 18.4 dá as descargas máximas que podem ser esperadas em função da área das bacias, admitida a precipitação de 50 mm/hora. Ela apresenta, também, as dimensões aproximadas dos condutos ou passagens adequadas ao escoamento previsto. Comparadas com as obtidas com o Método Racional, as descargas da Tab. 18.4 correspondem a coeficientes de escoamento superficial variando de 0,17 (25 ha) a 0,08 (2.000 ha), valor médio de 0,125. Para valores maiores de C convém compensar o valor da descarga, multiplicando por C/0, 125. Para bacias de 25 a 1 750 hectares são indicados tubos de concreto, tubos de SISTEMAS DE ÁGUA PLUVIAL 557 Tabela 18.4 Área da bacia BUEIROS Tubos Descarga Concreto ARMCO máxima diâmetro diâmetro hectares m•/s m 25 50 75 100 125 150 175 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 1250 1500 1750 0,60 1,09 l,55 1,97 2,38 2,77 3,13 3,49 4,19 4,86 5,53 6,20 6,84 7,48 8,09 8,67 9,28 9,85 10,46 11,02 11,57 12,17 12,69 13,27 15,96 18,52 20,87 0,60 0,80 0,90 1,00 1,20 1,20 1,20 1,20 1,50 1,50 1,50 1,50 2X1,20 2X1,50 2X1,50 2x 1,50 2x 1,50 2X1,50 2x 1,50 2X1,50 2x 1,50 2 X l,50 2X1,50 - - m pol PONTES Bueiros de alvenaria seção mxm 0,78 30 0,81 36 1,07 42 l,OOxl,00 l,OOxl,20 1,22 48 l,20xl,20 1,37 54 l,OOxl,50 1,37 54 1,36 54 l,OOxl,50 1,52 60 l,20xl,50 1,67 66 l,50xl,50 1,67 66 l,50xl,70 l,SOxl,70 1,83 72 1,83 72 l,70xl,70 1,98 78 l,50x2,00 1,98 78 l,70x2,00 2,13 84 1,70x2,00 2,13 84 2,00x2,00 2,13 84 2,00x2,20 2,29 90 2,00x2,20 2,00x2,2D 2,29 90 2,29 90 2,00x2,20 2,44 96 2,00x2,20 2,50x2,20 2,44 96 2,44 96 2,00x2,50 2,44 96 2,00x2,50 2,74 108 2,50x2,50 3,05 120 2(2,00x2,00) 3,05 120 2(2,00x2,20) Área da bacia Descarga Vão livre máx:in:ia (aprox.)"' hectares m"/s m 2000 2500 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 15000 20000 25000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000 100000 23,18 27,30 30,87 36,29 40,32 44,10 47,63 51,07 53,30 55,02 66,78 74,76 84,00 93,24 109,20 121,80 133,56 147,00 157,92 166,32 176,40 7.6 8.5 9.0 10.7 12.0 13.2 14.2 14.7 16.1 17.0 20.8 23.8 26.8 29.4 - do r10 à montante (km) " Vão (m) - extensao aço ARMCO e bueiros de alvenaria. Para bacias maiores foi avaliado o vão livre necessário das pontes. A Tab. 18.5 é inversa da Tab. 18.4; ela indica a descarga máxima para cada seção de bueiro. A vazão foi calculada com base na fórmula de Manning, admiti.ndose I = 0,01 e coeficientes n adequados aos materiais em consideração. No caso de haver precipitações superiores a 50 mm/hora, basta multiplicar os valores dados na Tab.18.4 pela relação P/50 e, a seguir, entrar com a nova descarga na Tab. 18.5. No Estado de São Paulo, somente em algumas regiões a intensidade máxima ultrapassa 200 mm/hora. Ao longo do litoral há regiões com precipitações de 400 mm/hora. Na Tab, 18.5 as descargas máximas correspondem à altura da lâmina= 0,90 H (H =altura da seção retangular), ou altura de lâmina= 0,95 d (d =diâmetro da seção circular). H 1DRAuL1 e A AH 1e AD A ,, s 1s1 E l.IA s u RBAfl os 558 - Tabelo 18.5 Bueiros de alvenaria Descargn Seção máxima 1nx1n m 3 /s l,OOxl,00 1,00xl,20 1,20xl,20 1,00xt,50 l,20xl,50 1,50xl,50 1,50xl,70 1,70xl,70 1,50x2,00 1,70x2,00 2,00x2,00 2,00x2,20 2,20x2,20 2,00x2,50 2,50x2,50 2(2,00x2,00) 2(2,00x~,20) 2(2,20x2,20) 2(2,20x2,50) Tubos de concreto Descarga Diâmetro máxima 1,691 2,240 2,268 3,130 3,720 4,650 5,657 6,400 7,220 8,183 9,631 11,053 12,158 13,461 16,826 19,262 22,106 24,316 26,922 111 m3/s 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,20 1,50 2 X 1,00 2 X 1,20 2 X 1,50 0,087 0,181 0,327 0,550 0,802 1,150 1,620 2,080 3,490 6,330 4,160 6,980 12,660 .. --- .............. Tubos ARl'vlCO Diâmetro Descarga máxima n1 pol n1 3/s 0,30 0,38 0,46 0,53 0,61 0,76 0,91 1,07 1,22 1,37 1,52 1,67 1,83 1,98 2,13 2,29 12 15 18 21 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78 84 90 2,44 96 2,74 3,05 3,81 108 120 150 -------~-~- 0,06 0,11 0,18 0,27 0,40 0,68 1,10 1,61 2,26 3,11 3,97 5,10 6,51 7,93 9,35 11,33 13,31 17,84 22,94 37,00 ..... , ·-· __ Excl'cklo 18.9 Em uma cstrnda nas proximidade de Taubaté, pretende-se constn1ir um bueiro para travessia de um ribeirão cuja bacia de drenagem a montnnte da estrada mede 7,6 km 2 , com comprimento de lalvegue de 6,4 km e a diferença de cotas entre o ponto mais alto do talvegue e a seção de drenagem de 110 m. A largura do aterro da estrada na base é de 37,80 m, com cota do álveo do ribeirão a jusante de 590 m. Na plataforma da estrada a largura é de 25 m e a cota 596,40 m. A curva chave das vazões a jusante do aterro é a seguinte: Cotas NA Vazões 590,00 590,75 591,50 592,25 593,00 40 33.4 30 20 ~ e U'J 10 Q) 'º N !] o 590 591 592 593 592,65 Cotas NA m o 5,2 12,0 24,3 45,0 s1sTEMAS DE ÁGUA 559 PLUVIAL •Critérios 1. Para a cheia com retorno de 10 anos, não há afogamento do bueiro (conduto livre) e v ::;; 3 m/s. 2. Para a cheia com retorno de 50 anos, a allurn do NA a montante não deve superar 3 vezes o diâmetro (ou altura) do bueiro, nem ultrapassar a cota da plataforma da estrada. •Cálculo das \'azões para retonws de 10 e 50 anos. Pela fórmula de Picking, o tempo de concentração é, te= 5,3 (L2/ 1) 113 L = 6,4 km e I = 110/G 400 = 0,017 m/m te= 71 min. e te= t (duração) Pelo Quad. 18.16 (n. 11 25 -Taubaté) temos, Para T = 10 anos 60 min altura pluviométrica 60 mm Duração 120 min 6Bmm interpolando i = 61,5/71 = 71 min 61,5 mm e 0,87 mm/min = 0,14 m 3/s · ha Para 'I' = 50 anos Duração 60 min alturn pluviométrica 94 mm 120 min 98 mm interpolando 71 min 94,7 mm e i = 94,7/71=1,33 mm/min. = 0.22 rn 3 /s · ha Pela fórmula do método racional, com C = 0,20 e A = 760 ha, Q10 = C · i ·A= 0,20 · 0,14 · 760 = 21,3 m 3 /s Q 50 = 0,20 · 0,22 · 760 = 33,4 m1/s • Escollla da seção do bueiro Para a vazão Q 10 = 21,3 m 3/s a Tab. 18.5 sugere a escolha de 4 tubos de diâmetro 1,50 m e lâmina= 0,95 x d (vazão máxima). y/d =0,95 Na Tab. 18.3 o valor y/d = 0,95 fornece os seguintes coeficientes: R 11 /d = 0,2865 e A/d 2 =O, 7707 A= 0,7707 · 1,50 2 = 1,734 m 2 v = Qw 4xA = 21 3 • =3,07m/s, superior a 3 rn/s: 6.94 solução não aceita. 1ª· alternativa (seção cfrculnr) 3 t\1bos de diâmetro 1,80 me Himina = 0,95 x d A/d 2 =O, 7707 e 1\ = O, 7707 · 1,802 = 2,497 m 2 v = Q,o 3xA = 21 3 • = 2,84m/s, abaixo do limite (3 m/s); 3xl,497 Pela fó1·mula de Manning com n = 0,014 1 ' 560 SISTEMAS URBANOS DE HIORÁ ULICA APLICADA 2 _ _!_ XJ:\i! .-.2/ 3 X 1 1 12 •• • 1 -_ (vxnJ n R1f3 V- com v = 2,84 m/s e RH = 0,2865 x 1,80 = 0,516 a declividade do tubo, resulta I = 0,0038 m/m. Cota da soleira a montante= cota a jusante+ 0,0038 x 37,80 = 590 + 0,15 = 590,15 Limite do NA a montante = 590,15 + 3 x 1,80 = 595,55, abaixo portanto da plataforma da estr~da (596,40). • Verificação do Critério 2 (conduto forçado) Q 50 = 33,4 m 3/s e Q 50 /tubo= 11,13 m 3 /s Sendo d = 1,80 e C = 100, a expressão de Hazen-Williams nos dá: J = 10,643( ~ ) 1.85 xa:-4·87 =10,643 x0,11131•85 xl,80-4· 87 = O,OlOSm/m hfl = J X 37,80 = 0,39 m 2 h 12 = ~x1 onde as perdas localizadas são 2g entrada k = 0,50 saída k= 1,00 LK Q com v=-= A 11,13 -4,37m/s 0,7854xl,80 2 v2 = 1,50 -=0,974 2g h 12 = 1,50 X 0,974 = 1,46 m h 1 = hn + h 12 = 0,39 + 1,46 = 1,85 Pela curva chave das vazões para Q50 = 33,4 m 3/s o NA a jusante é 592,65, NA montante= NA jusante+ h 1 NA montante = 592,65