Uploaded by Miguel Pinto

Finance

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Finance
 Free Cash Flow Theory (FCF):
o Definition:
O Fluxo de Caixa Livre (FCL) representa a caixa (dinheiro) que uma empresa
gera após contabilizar as saídas de caixa para apoiar as suas atividades/operações e
manter aos seus ativos de capital. Resumidamente, representa a caixa disponível para a
empresa pagar os credores e dividendos aos investidores.
A contrário do Lucro Líquido, o Fluxo de Caixa Livre é uma medida de
lucratividade que exclui as despesas não monetárias da demonstração de resultados e
inclui os gastos com equipamentos e ativos, bem como mudanças no capital.
Para avaliar o desempenho esperado de uma empresa, são usadas diferentes
variações de Fluxo de Caixa Livre, como Fluxo de Caixa Livre para Empresa (FCFF) e
Fluxo de Caixa Livre para Capital Próprio (FCFE), que são ajustados para pagamentos
de juros e empréstimos.
 Benefits:
O FCL leva em consideração as mudanças no Capital Líquido (diferença entre os
ativos correntes e as obrigações da empresa) e pode então fornecer informações
importantes sobre o valor de uma empresa.
Uma diminuição nas contas a pagar (outflow) pode significar que os fornecedores
estão a exigir pagamentos mais rápidos. Uma diminuição nas contas a receber (inflow)
pode significar que a empresa está a recolher, mais rapidamente, dinheiro dos seus
clientes.
Um aumento no stock (outflow) pode indicar um crescimento de produtos não
vendidos. Incluir o Capital Líquido (Working Capital) é uma medida de lucratividade
que fornece uma visão que não está incluída nas demonstrações de resultados.
O FCL também é útil na perspetiva de potenciais acionistas ou credores para
avaliar a probabilidade de uma empresa pagar os seus dividendos esperados. Se os
pagamentos de dívida da empresa forem deduzidos ao FCFF, um credor teria uma
melhor noção dos fluxos de caixa disponíveis para empréstimos adicionais. Da mesma
forma, os acionistas podem usar o FCL, menos o pagamento de juros, para considerar a
estabilidade esperada dos futuros pagamentos de dividendos.
o Limitations:
A limitação desta teoria reside nas depreciações. O Lucro Líquido e o Fluxo de
Caixa Livre serão diferentes com base no valor da depreciação por ano de vida útil do
ativo.
Se este for depreciado utilizando o método de depreciação de contabilidade,
durante a vida útil de um determinado ativo, o Lucro Líquido será inferior ao Fluxo de
Caixa Livre, dado que todos os anos é registada uma depreciação relativamente ao
ativo. Alternativamente, se o ativo for depreciado pelo método de depreciação fiscal,
este será totalmente depreciado no ano em que foi adquirido, resultando num Lucro
Líquido igual ao Fluxo de Caixa Livre nos anos seguintes.
 Calculating FCF:
O Fluxo de Caixa Livre pode ser calculado começando pelos Fluxos de Caixa das
Atividades Operacionais na demonstração dos Fluxos de Caixa, dado que esse número
já terá os lucros ajustados às despesas não monetárias e mudanças no Capital Líquido.
A Demonstração de Resultados e o Balanço também podem ser usados para
calculado o Fluxo de Caixa Livre.
Existem outros fatores da Demonstração de Resultados, Balanço e Demonstração
de Fluxos de Caixa que podem ser usados para chegar ao mesmo cálculo/valor. Por
exemplo, se o EBIT não for fornecido, um investidor poderia chegar ao cálculo correto
da seguinte forma:
Embora o Fluxo de Caixa Livre seja uma ferramenta útil, este não está sujeito aos
mesmos requisitos de divulgação financeira que os outros fatores nas Demonstrações
Financeiras.
o How to Define “Good” Free Cash Flow:
Um aspeto importante é o foco na tendência a longo-prazo do desempenho
fundamental de uma empresa (questões relacionadas com projetos futuros e outros
aspetos), em detrimento de valores absolutos de Fluxo de Caixa Livre, Lucro ou
Receita.
Essencialmente, se os preços das ações de uma empresa são uma função dos
fundamentos subjacentes (isto é, se o preço das ações de uma empresa está
correlacionado com a componente fundamental da mesma), então uma tendência
positiva do Fluxo de Caixa Livre deve ser correlacionada com a tendência positiva dos
preços das ações da empresa, em média.
Uma abordagem comum é usar a estabilidade da tendência dos Fluxos de Caixa
Livre como medida de risco. Se a tendência do FCL for estável nos últimos 4-5 anos, é
menos provável que a tendência crescente seja “interrompida” no futuro. No entanto,
uma tendência decrescente do FCL, especialmente as tendências do FCL que são muito
diferentes em comparação com as tendências de Lucro e Receitas, indicam uma maior
probabilidade de desempenho negativo dos preços no futuro.
Esta abordagem ignora o valor absoluto do FCL para se concentrar no declive do
FCL e a sua relação com o desempenho dos preços das ações.
o Example:
Neste caso, é possível identificar uma divergência entre os números de Receitas e
Lucro (Sales/Revenue) da empresa e o seu Fluxo de Caixa Livre. Com base nesta
tendência, um investidor devia estar alerta, porque algo pode não estar a correr bem
dentro da empresa, no entanto, estes ainda não afetaram os “números principais” –
Lucro por Ação (Earnings per Share – EPS). Os problemas podem ser derivados de:
1) Investing in Growth:
Uma empresa pode possuir estas divergências porque a mesma está a investir em
propriedades, fábricas ou equipamentos para expandir o seu negócio.
2) Stockpiling Inventory:
Uma empresa com vendas e receitas fortes pode experimentar FCL reduzidos,
caso existam muitos recursos vinculados ao armazenamento de produtos não vendidos.
Olhando para esses números, conclui-se que a empresa poderá sofrer de uma
diminuição na procura (faltering demand) ou uma má gestão de caixa.
3) Credit Problems:
Uma empresa com dificuldades no setor das vendas pode optar por estender os
prazos de pagamento, proporcionando opções mais generosas aos seus clientes,
resultando num ajuste negativo do FCL.
Alternativamente, os fornecedores da empresa podem não estar dispostos a
conceder crédito tão facilmente e são capazes de exigir pagamentos mais rápidos. Isso
resultará num auste negativo do FCL.
o How is Free Cash Flow Calculated?
Existem duas abordagens para o cálculo do FCL. A primeira abordagem usa o
Fluxo de Caixa das atividades operacionais como ponto de partida e, em seguida, faz
ajustes para despesas com juros, o benefício fiscal sobre despesas com juros e quaisquer
despesas de capital.
A segunda abordagem usa o Lucro Antes de Impostos (EBIT) como ponto de
partida e, em seguida, ajusta os impostos de renda, despesas não monetárias (como
depreciações e amortizações), mudanças no Capital Líquido e despesas de capital.
Em ambos os casos, os números resultantes dos diferentes cálculos devem ser
idênticos, no entanto, uma abordagem pode ser preferível à outra, dependendo das
informações disponíveis.
o What does FCF Indicate?
O Fluxo de Caixa Livre indica a quantidade de caixa gerada por ano que está livre
de quaisquer obrigações internas ou externas. Por outras palavras, reflete o dinheiro que
uma empresa pode investir ou distribuir, com segurança, pelos acionistas.
Contudo, apesar de um FCL positivo ser geralmente visto como um sinal positivo
pelos investidores, é importante entender o contexto por detrás do mesmo. Por exemplo,
uma empresa pode apresentar um alto FCL porque está a adiar as despesas de capital.
Nesta situação, um alto FCL pode, potencialmente, antecipar problemas futuros.
o How Important is FCF?
O Fluxo de Caixa Livre é uma métrica financeira importante porque representa a
quantidade real de caixa à disposição de uma empresa. Uma empresa com um FCL
constantemente baixo ou negativo pode ser forçada a optar por uma angariação de
fundos/recursos para se manter solvente.
Da mesma forma, uma empresa com um FCL suficiente para manter as suas
operações atuais, mas não suficiente para reinvestir no seu negócio, pode eventualmente
ficar atrás dos seus concorrentes.
O FCL também é importante para entender a sustentabilidade dos pagamentos dos
dividendos de uma empresa, bem como a probabilidade de uma empresa aumentar os
seus dividendos no futuro.
 Free Cash Flow to Equity (FCFE):
o Definition:
O Fluxo de Caixa Livre para Acionistas (FCLA) representa o dinheiro que está
disponível para os acionistas de uma empresa, após o pagamento de todas as despesas,
reinvestimentos e dívidas. O FCLA é composto pelo Lucro Líquido, Despesas de
Capital, Capital Líquido e Dívida.
o Formula - FCFE:
o What does FCFE Indicate?
Esta métrica é frequentemente usada por investidores, para determinar o valor de
uma empresa. Este método é visto como alternativa ao Modelo de Desconto de
Dividendos (MDD), principalmente nos casos de empresas que não paguem dividendos.
Embora o FCFE possa calcular o valor disponível para os acionistas, isso não equivale
necessariamente ao valor pago aos acionistas.
Os investidores usam o FCLA para determinar se o pagamento de dividendos e as
recompras de ações são feitos com o Fluxo de Caixa Livre para Acionistas ou outro tipo
de financiamento.
Se o FCLA for menor que o pagamento de dividendos e o custo de recompra das
ações, a empresa está a ser financiada através de dívida, capital existente (o Capital
Existente inclui lucros acumulados realizados em períodos anteriores) ou emissão de
novos títulos.
Se os fundos de pagamento de dividendos da empresa foram significativamente
menores que o FCLA, então a empresa está a usar o excesso para aumentar o seu nível
de caixa ou investir em títulos.
Por último, se os fundos gastos para recomprar ações ou pagar dividendos são,
aproximadamente, iguais ao FCLA, então a empresa está a pagar tudo aos seus
investidores.
o How to Use FCFE:
Utilizando o Modelo de Crescimento de Gordon, o FCLA é usado para calcular o
valor do Capital Próprio (Equity), através desta fórmula:
Este modelo é utilizado para determinar o valor do Património Líquido de uma
empresa e só é apropriado se o gasto de capital não for significativamente maior que a
depreciação e se o Beta das ações da empresa estiver próximo ou abaixo de 1.
 Free Cash Flow to Firm (FCFF):
o Definition:
O Fluxo de Caixa Livre para a Empresa (FCLE) representa o valor do fluxo de
caixa das operações disponíveis para distribuição, após a contabilização das despesas de
depreciação, impostos e investimentos. É uma medida que analisa a lucratividade de
uma empresa após todas as despesas e reinvestimentos.
O FCLE considera todas as entradas de caixa em forma de receita, todas as saídas
de caixa em forma de despesas ordinárias e toda a caixa reinvestida, para o crescimento
do negócio. O dinheiro que sobra após a realização de todas essas operações, representa
o FCFF de uma empresa.
O FCLE também representa a capacidade de uma empresa pagar os dividendos,
realizar recompras de ações ou pagar a sua dívida. Um valor de FCLE positivo indica
que a empresa possui caixa restante após as suas despesas. Um valor negativo indica
que a empresa não gerou receita suficiente para cobrir as suas atividades operacionais e
de investimento.
No último cenário, cada investidor deve perceber a razão da empresa não
conseguir cobrir os seus custos. Desta forma, poderá ser possível concluir se a empresa
se encontra numa fase de expansão, logo possui gastos em investimentos maiores do
que o normal (devido à compra de propriedades, fábricas, etc.) ou se se encontra com
problemas financeiros.
o Formula:
O cálculo do FCLE pode assumir várias formas e é importante entender cada
versão. A equação mais comum é a seguinte:
O Fluxo de Caixa Livre para a Empresa também pode ser calculado usando outras
fórmulas, tais como:
o Example:
o Difference between Free Cash and Free Cash Flow to Firm (FCFF):
O Fluxo de Caixa é o valor líquido de caixa, tendo em consideração todo o
dinheiro que entra e sai da empresa. Um Fluxo de Caixa positivo indica que os ativos
líquidos de uma empresa estão a aumentar, permitindo que esta liquide dívidas,
reinvista no seu negócio, devolva dinheiro aos seus acionistas e pague despesas.
O Fluxo de Caixa contém 3 secções, detalhando as atividades. Essas 3 secções
são: atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento.
O Fluxo de Caixa Livre para a Empresa são os fluxos de caixa que uma empresa
produz através das suas operações, isto é, depois de pagar as suas despesas operacionais
e de capital.
Embora forneça informações importantes sobre as empresas, o FCLE não é
infalível. É importante, como investidor, estar atento ao nível do FCLE, dado que
existem empresas que podem aumentar temporariamente o seu FCLE, prolongando os
seus pagamentos, apertando nas suas políticas de cobrança de pagamentos e escoando
stock. Essas atividades diminuem o passivo corrente e as mudanças no capital líquido,
contudo, os impactos serão, provavelmente, temporários.
 Business Valuation Methods – Intrinsic Value:
o Definition:
O Valor Intrínseco é uma medida do valor de um ativo, com base num modelo
financeiro. Na maioria das vezes, o termo implica estimar o valor intrínseco de um ativo
através do uso de análises fundamentais e técnicas.
Não existe um modelo padrão universal para calcular o valor intrínseco de uma
empresa, contudo, são construídos modelos de avaliação baseados em aspetos que
incluem fatores qualitativos, quantitativos e percetivos.
Os Fatores Qualitativos são: modelo de negócio de uma empresa, mercados-alvo e
gestão da empresa. Os Fatores Quantitativos são: índices financeiros e análise de
demonstrações financeiras, referem-se à eficácia do negócio. Os Fatores Percetivos são:
este procuram captar as perspetivas dos investidores em relação ao valor relativo de um
ativo e são amplamente contabilizados através da análise técnica.
Geralmente, os investidores tentam usar tanto os fatores qualitativos como
quantitativos para medir o valor intrínseco de uma empresa. No entanto, os investidores
devem ter em consideração que o resultado ainda é apenas uma estimativa.
o Discounted Cash Flow and Intrinsic Value:
O Modelo de Fluxos de Caixa Descontados (FCD) é um método de avaliação
regularmente utilizado para determinar o valor intrínseco de uma empresa. Este modelo
usa o Custo Médio Ponderado de Capital (WACC) – este contabiliza o valor do dinheiro
no tempo e, em seguida, desconta todo o seu fluxo de caixa futuro para o presente.
O WACC é a taxa de retorno esperado que os investidores desejam obter, que está
acima do custo de capital da empresa. Uma empresa angaria capital emitindo dívida,
como títulos ou ações. O modelo FCD também estima os fluxos de receita futura que
podem ser recebidos de um projeto ou investimento numa empresa. Idealmente, a taxa
de retorno e o valor intrínseco devem estar acima do custo de capital de uma empresa.
Os fluxos de caixa futuros são descontados, o que significa que a taxa de retorno
livre de risco (Risk-Free Rate) que podia ser obtida em detrimento de prosseguir com o
projeto ou investimento, é incluída na equação. Isto é, o retorno de investimento deve
ser maior que a taxa livre de risco. Caso contrário, o projeto não valeria a pena dado que
pode haver risco de perda.
Um Título de Rendimento do Tesouro dos EUA (U.S. Treasury Yield) é
normalmente usado como taxa livre de risco, que também pode ser chamada de taxa de
desconto.
o Market Risk and Intrinsic Value:
O risco de Mercado é um elemento tido em consideração em muitos modelos de
avaliação. Para ações, o risco é medido pelo Beta – uma estimativa de quanto o preço
por ação pode flutuar, isto é, a volatilidade.
O Beta igual a 1 é considerado como neutro ou correlacionado com o mercado
geral. Um Beta maior que 1 indica que uma ação tem um risco maior de volatilidade e
um Beta menor que 1 indica que uma ação tem um risco menor de volatilidade. Um
Beta elevado de uma ação significa que haverá um maior retornos dos fluxos de caixa
para compensar os riscos.
 Business Valuation Methods – Relative Valuation:
o Definition:
A Avaliação Relativa, também conhecida como Avaliação Comparável, envolve o
uso de ativo semelhantes e comparáveis na avaliação de outro ativo. A eficácia do
processo de Avaliação Relativa é que o processo depende especificamente do valor de
outros ativos que foram comprados ou vendidos.
A Avaliação Relativa usa métricas como P/L, ROE e Análise de Margem para
determinar o desempenho de um ativo em relação ao outro.
o Stocks:
Uma abordagem semelhante e eficaz pode ser utilizada em relação aos stocks.
Uma ação de um negócio e os fundamentals do mesmo podem ser usados para
determinar o valor de ações semelhantes. Algumas métricas mais comuns e úteis para
utilizar na avaliação relativa são:
a) Price-to-earnings Ratio (P/E Ratio);
b) Return on Equity (ROE);
c) Margem Operacional;
d) Valor da empresa:
e) Preço dos Fluxos de Caixa Livre.
Como não existem dois ativos exatamente iguais, qualquer tentativa de avaliação
relativa deve incorporar as respetivas diferenças. O 1.º passo para garantir que uma
avaliação relativa é eficaz é garantir que os dois negócios sejam semelhantes.
o Enterprise Value – EV:
O Valor da Empresa (VE) é uma medida do valor total de uma empresa,
geralmente usada como alternativa à capitalização do mercado das ações. Esta inclui no
seu cálculo a capitalização do mercado de uma empresa, mas também a dívida de curto
e longo-prazo, bem como qualquer caixa no balanço da empresa. O cálculo é feito da
seguinte forma:
O Valor da Empresa pode ser pensado como o preço teórico de aquisição de uma
empresa, caso fosse comprada.
A métrica VE/EBITDA é usada como uma ferramenta de avaliação para comparar
o valor de uma empresa, incluindo a dívida, com os ganhos em dinheiro da empresa,
menos as despesas não monetárias. É ideal para comprar empresas do mesmo setor.
Outra métrica para determinar o valor relativo das empresas é a VE/Vendas. Esta
métrica é considerada como uma medida mais precisa do que a relação preço/vendas,
pois leva em consideração o valor e a quantidade de dívida que uma empresa deve
pagar, num determinado momento.
Geralmente, quando menor a métrica VE/Vendas, mais subvalorizada a empresa
é. Esta métrica pode ser negativa em momentos em que a caixa detida pela empresa é
superior à sua capitalização de mercado e ao valor da sua dívida, o que a implica que a
empresa pode sobreviver sozinha com o seu próprio dinheiro.
Uma das limitações do EV é o facto de usar a dívida total, mas é sempre
importante avaliar a forma como a dívida está a ser utilizada pela administração da
empresa. Por vezes, o EV pode ser enviesado devido à quantidade de dívida que
diferentes empresas, em diferentes indústrias, contraem. Por isso é que esta métrica é
melhor utilizada quando se comparam empresas do mesmo setor.
Uma empresa com bastantes dívidas em relação à sua caixa disponível terá um EV
significativamente maior do que o seu valor de mercado. Isso é importante porque vai
afetar os cálculos do EV, dado que a somar ao seu valor como empresa, estão as dívidas
que a mesma possui.
o Return on Equity – ROE:
O Retorno de Capital Próprio (RCP) é igual aos ativos de uma empresa menos a
sua dívida, logo o RCP é considerado como o retorno sobre os ativos líquidos. Este é
considerado um indicador de lucratividade de uma empresa. O cálculo é feito da
seguinte forma:
O ROE é expresso em percentagem e pode ser calculado para qualquer empresa se
o lucro líquido e o capital próprio forem positivos. O lucro líquido é calculado antes dos
dividendos pagos aos acionistas ordinários e após os dividendos aos acionistas
preferenciais e juros aos credores.
O Lucro Líquido do último ano fiscal completo, ou dos últimos 12 meses, é
encontrado nas demonstrações de resultados – soma da atividade financeira durante esse
período. O Capital Próprio vem no balanço – um saldo corrente de todo o histórico de
mudanças de ativos e passivos numa empresa.
Para classificar o ROE, primeiro é preciso ter em consideração o setor em que a
empresa se insere. De seguida, se o ROE for igual ou um pouco acima da média do setor
da empresa, significa que a gestão dessa empresa é mais eficaz face à sua concorrência.
Contudo, um atalho para classificar o ROE é compará-lo com o retorno médio do
S&P500 – que é considerado como um retorno aceitável - e qualquer cosia abaixo dos
10% é um mau resultado.
O ROE pode ser um bom ponto de partida para desenvolver estimativas futuras
em relação à taxa de crescimento de uma ação e à taxa de crescimento dos seus
dividendos. Para estimar a taxa de crescimento futura de uma empresa, pode-se
multiplicar o ROE pelo índice de retenção da empresa – este é a percentagem do lucro
líquido da empresa que é retida ou reinvestida pela empresa para financiar o
crescimento da mesma.
A taxa de crescimento de dividendos pode ser estimada multiplicando o ROE pelo
índice de pagamento (payout ratio) – este é a percentagem do lucro líquido que é
devolvido aos acionistas ordinário por meio de dividendos. Este é a fórmula para
calcular a taxa de crescimento de dividendos sustentável. Uma ação que está a
aumentar/diminuir os seus dividendos muito acima/abaixo da sua taxa de crescimento
de dividendos sustentável, pode indicar riscos.
Um ROE muito acima da média pode ser considerado como um indicador de
risco. Por exemplo, uma empresa pode registar perdas durante anos consecutivos e num
determinado ano ter lucros inesperados. Isto vai alterar significativamente o seu ROE,
contudo, não significa que seja uma boa empresa para se investir.
Da mesma maneira, se uma empresa possuir um ROE bastante elevado, mas uma
quantidade de dívida igualmente elevada, pode não ser boa ideia investir nessa empresa.
Isto porque o Capital Próprio é igual aos Ativos menos Passivos e se a empresa estiver a
contrair demasiado dívida, vai fazer com que os seus Passivos aumentem e que o seu
Capital Próprio diminua. Se a empresa tiver lucros acima da média, o ROE será mais
significativo, porque o valor do Capital Próprio diminuiu face aos lucros.
Por último, se uma empresa possuir prejuízo (Lucro Líquido negativo) e Capital
Próprio negativo, o ROE não deve ser calculado. Em todos os casos, um índice de ROE
negativo ou extremamente alto deve ser considerado como um sinal de alerta. Em casos
raros, um ROE negativo pode resultar de um programa de recompra de ações com
suporte do fluxo de caixa e com uma ótima gestão empresarial. De qualquer forma, uma
empresa com um ROE negativo não pode ser avaliada em relação a outras ações com
ROE positivo.
O Retorno de Capital/Património aumenta à medida que uma empresa arrecada
mais dívida. Os valores do ROE não devem ser analisados de forma linear. Isto é, se
uma empresa apresentar um ROE mais elevado, mas uma relação de Dívida/Capital
Próprio maior do que uma empresa com um ROE ligeiramente mais baixo e livre de
dívidas, possivelmente o segundo cenário agrada mais ao típico investidor.
o Price.to.Earnings Ratio – P/E Ratio:
A relação Preço/Lucro mede o preço atual de uma ação em relação ao lucro por
ação. Esta métrica também é conhecida como múltiplo de preço ou múltiplo de lucro.
No fundo, o P/E ratio ajuda os investidores a determinar o valor de mercado de uma
ação em comparação com os lucros da empresa. É calculado da seguinte forma:
O Preço Atual da Ação (P) pode ser encontrado simplesmente inserindo o símbolo
de uma ação em qualquer site de finanças. O EPS (Earnings per Share) tem duas
variedades, o TTM que significa “trailing 12 months” e este sinaliza o desempenho da
empresa nos últimos 12 meses. A outra variedade é encontrada na divulgação de
resultados de uma empresa, que geralmente fornece orientação sobre o EPS.
Esta métrica é bastante utilizada para determinar se uma ação está subvalorizada
ou sobrevalorizada. O P/E de uma empresa também pode ser comparado cm outras
ações do mesmo setor ou com um mercado mais amplo, como o S&P500.
Como referido, existem dois tipos de EPS, o Foward P/E e o Trailing P/E. O
Foward P/E usa a orientação de ganhos futuros em detrimento de números finais. Este
indicador é útil para comparar os lucros atuais com os lucros futuros e ajuda a fornecer
uma imagem maias clara de como serão os lucros (sem alterações e outros ajustes).
Contudo, existem problemas inerentes a esta métrica. As empresas podem exagerar na
sua estimativa e depois ajustá-la no sue próximo anúncio de lucros ou podem
subestimar os lucros para superar o P/E estimado na altura de divulgação dos lucros do
próximo trimestre.
O outro tipo de EPS, Trailing P/E, depende do desempenho passado, dividindo o
preço atual da ação pelo lucro total de EPS dos últimos 12 meses. É a métrica mis
popular porque é a mais objetiva (supondo que a empresa tenha apresentado lucros com
precisão). Contudo, esta métrica também tem a suas falhas, isto é, o desempenho
passado de uma empresa não implica necessariamente o sucesso futuro da mesma.
Por isso, se o Foward P/E ratio for menor que o Trailing P/E ratio, significa que
os analistas esperam que os lucros aumentem. Se o Foward P/E ratio for maior que o
Trailing P/E ratio, os analistas esperam que os lucros diminuam.
No geral, uma empresa com um P/E ratio elevado sugere que os investidores
esperam um maior crescimento dos lucros no futuro em comparação com as empresas
com um P/E ratio mais baixo. Um P/E ratio pode indicar que uma empresa pode estar
atualmente subvalorizada ou que a empresa se está a sair excecionalmente bem em
relação a tendências passadas. Quando uma empresa não apresenta lucro ou está a
apresentar prejuízo, o P/E ratio será expresso como N/A.
Também existem analistas que fazem a distinção entre absolute P/E ratio e
relative P/E ratio.
No absolute PE ratio, o numerador é geralmente o preço atual da ação e o
denominador pode ser o TTM ou uma mistura do Trailing EPS dos últimos 2 trimestre
com o Foward EPS dos próximos 2 trimestres.
O relative P/E ratio compara o absolute P/E ratio com um benchmark ou um
intervalo de P/Es anteriores, num determinado período de tempo como, por exemplo,
nos últimos 10 anos. O relative P/E mostra qual a parte ou percentagem dos P/Es
anteriores o P/E atual atingiu.
Uma limitação do uso desta métrica surge ao comparar os P/E ratios de diferentes
empresas. Isto porque as taxas de crescimento das empresas muitas vezes podem variar
bastante entre diferentes setores. Desta forma, deve usar esta métrica apenas como
ferramenta comparativa ao considerar empresas do mesmo setor.
Exemplo. Uma empresa com um P/E ratio de 15 significa que o seu valor atual de
mercado é igual a 15 vezes o seu lucro anual.
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