Completação de Poços EEW 412 Equipamentos de Completação PARTE I Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Curso de Engenharia de Petróleo EPT/UFRJ Introdução Equipamentos a serem abordados: 1. Árvore de Natal 2. Cabeça de produção 3. Suspesor de Coluna (Tubing Hanger) 4. Válvula de Segurança (DHSV) 5. Obturador (Packer) 6. Unidade Selante 7. Camisa Deslizante 8. Junta Telescópica (TSR) 9. Nipples de assentamento 10. Shear-out (sub de pressurização) 11. Hydro-Trip 12. Check Valve Figura 1: Estrutura geral de um poço de produção (Completação Seca) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal A árvore de natal é constituída por válvulas, conexões e adaptadores que têm como objetivo controlar os fluidos produzidos e injetados no poço. Funções (Repu, 2015): 1. Controlar a produção de hidrocarbonetos; 2. Agir como barreira entre os fluidos produzidos e os fluidos injetados; 3. Permitir acesso à válvula de controle de subsuperfície; 4. Permitir a transmissão de sinais elétricos para equipamentos de fundo de poço; 5. Facilitar a injeção de produtos químicos no poço ou na flowline; 6. Promover acesso para operações de workover; 7. Direcionar fluidos produzidos para a flowline; 8. Monitorar parâmetros como: pressão, temperatura, detecção de areia, etc. 9. Fornecer o primeiro método de fechamento de um poço; 10. Prover interface com o tubing hanger. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal ➢ Convencional (Seca) – ANC ou Submarina (Molhada) -ANM ➢ Vertical ou Horizontal Escolha do tipo de árvore: 1. lâmina d’água; 2. intensidade dos movimentos aos quais a unidade operacional está submetida ; 3. Custos associados ao projeto. A diferença entre a árvore vertical e horizontal está na posição das válvulas, e na sequencia de instalação. Árvore vertical: as válvulas mestras estão na posição vertical e alinhadas com a coluna de produção. Árvore horizontal: as válvulas são horizontais e estão longe da produção. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal Em relação à sequência de instalação: EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal Convencional (Seca) – ANC Uma árvore de natal convencional consiste de duas válvulas mestras (master), uma válvula lateral (wing) e uma válvula de swab. ➢ Uma segunda válvula lateral (wing) pode ser útil para operações como estimulação ou tratamentos químicos por bombeamento. ➢ Para poços terrestres, uma das válvulas mestre (master) e a válvula lateral (wing) são acionadas hidraulicamente e ligadas ao sistema de shut-down da planta de produção. A válvula swab é quase sempre manual. Figura 3: Árvore de Natal Convencional EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal Submarina (Molhada) – ANM Uma diferença entre árvores convencionais e submarinas é a existência de acesso ao anular através da árvore (necessário para monitoramento de pressão e gas lift). ➢ Uma válvula de interligação (crossover - XO) permite que os fluidos no anular sejam encaminhados para o flowline de produção. ➢As válvulas de bloqueio devem ser do tipo FSC (fail safe close). ➢ As válvulas da ANM podem ser controladas remotamente (geralmente por sistema eletrohidráulico). Porém, algumas válvulas são operáveis apenas por mergulhador (árvores antigas) ou ROV (em caso de falha de atuação). (BELLARBY, 2009). ➢O módulo de controle submarino (quando houver) é substituível independente da árvore. Figura 4: Árvore de Natal Molhada EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal Principais válvulas de uma Árvore de Natal Swab: É responsável por garantir acesso vertical ao poço, em caso de árvores verticais. Wings: Também conhecida como choke de produção. − − VSP: Válvula swab de produção; WSA: Válvula swab de anular; VWA: Válvula wing de anular; VMA: Válvula mestra de anular; VIQ: Válvula de injeção química; XOV: Válvula crossover; VWP: Válvula wing de produção; VMP: Válvula mestra de produção Uma das wings é usada para controlar e isolar a produção. A outra, disposta no lado oposto, é responsável pela linha de serviço. Esta linha é utilizada para injetar fluidos no anular. Oilfild Glossary (Schlumberger) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal Principais válvulas de uma Árvore de Natal Upper e Lower Master: Válvulas responsáveis por todo fluxo de fluido proveniente do poço. − − VSP: Válvula swab de produção; WSA: Válvula swab de anular; VWA: Válvula wing de anular; VMA: Válvula mestra de anular; VIQ: Válvula de injeção química; XOV: Válvula crossover; VWP: Válvula wing de produção; VMP: Válvula mestra de produção Utilizadas duas unidades : • upper master utilizada de forma rotineira • lower master usada como backup em caso de manutenção ou inconsistência no funcionamento da upper master. Funcionam como barreira secundária em caso de influxo indesejado de fluido. Oilfild Glossary (Schlumberger) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal Principais válvulas de uma Árvore de Natal ➢ Outras válvulas que compõem uma árvore de natal: válvulas de isolamento, válvula de workover, válvula de crossover • • • As válvulas de isolamento, como o nome já sugere, são utilizadas para isolar linhas ou processos. Podem ser usadas também em manifolds de produção. A válvula de workover é acionada para realizar intervenções na linha a qual está acoplada. Por outro lado, válvula de crossover (XO) é o item responsável pela ligação de dois trechos diferentes, interligação que permite que os fluidos no anular sejam encaminhados para o flowline de produção. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal Fluxograma Básico de uma Árvore de Natal Molhada M1 - Master de Produção M2 - Master de Acesso ao Anular W1 - Lateral de Produção W2 - Lateral de Acesso ao Anular S1 - Swab de Produção S2 - Swab de Acesso ao Anular XO - Crossover SCSSV - Surface Controlled Subsurface Safety Valve (DHSV - Downhole Safety Valve) Figura 5: Fluxograma Básico de uma ANM EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal Sistema de controle O sistema de controle da produção é responsável por gerenciar as válvulas de controle e monitoramento localizadas na árvore de natal, através da análise de parâmetros medidos em sensores localizados em vários pontos de interesse dentro do sistema de produção. Parâmetros controlados : • pressão e temperatura de produção, • pressão na válvula choke, • pressão no anular, • pressão e temperatura no manifold, • detecção de vazamento de hidrocarbonetos, • posição da válvula da árvore (direta ou inferida), • posição da válvula choke, • diferença de pressão na choke de produção, • detecção de areia, • monitoramento de fundo de poço, • monitoramento de corrosão e • passagem de pig (BERVEN, 2013). EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal Sistema de controle O controle de um sistema de produção submarino é realizado por meio de equipamentos instalados no leito marinho, junto à malha de produção, e unidades de controles localizados na plataforma. Tipos de sistema de controle: • • • • Hidráulico direto Hidráulico pilotado Multiplexado Elétrico BERVEN, 2013 Fonte: BERVEN, 2013 EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Árvore de Natal Falhas em válvulas da Árvore de Natal As válvulas que compõe uma árvore de natal submarina costumam apresentar modos de falha padronizados. • Falha fechada (fail safe close): pode ser causada por falha no sistema de controle, alta pressão hidráulica na linha, vazamento interno etc. • Falha aberta (fail safe open): pode ser causada por falha no sistema de controle, baixa pressão hidráulica no circuito de alimentação da válvula, dano no pistão da válvula, vazamento interno ou externo etc. • Prematura ou shutdown não controlado: pode ser causada por falha no sistema de controle ou vazamento externo. • Vazamento interno e externo: pode ser causada por uma falha de selamento, quando há acumulação de sólidos no elemento de restrição e não há restrição da passagem de fluido. BERVEN, 2013 Ingeborg & Stendebakken, 2014 EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Cabeça de Produção Carretel com dois flanges e duas saídas laterais. Quando a cabeça de produção é instalada, o flange inferior fica apoiado na cabeça do revestimento de produção e o flange superior recebe a Árvore de Natal com seu adaptador. ➢ Em uma das saídas laterais geralmente é conectada a linha de injeção de gás (para poços com gas-lift) e na outra a kill line, para eventual amortecimento do poço. ➢Internamente existe uma sede na qual se apóia o suspensor da coluna (tubing hanger) que, por sua vez, suporta o peso da coluna. Cabeça de produção com adaptador modelo A5S, para completações secas com válvula de segurança. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 3. Suspensor de Coluna (Tubing Hanger) ➢ Equipamento utilizado para suspender a coluna de produção dentro da cabeça de poço por meio de uma rosca. Os suspensores mais utilizados possuem: • Um furo de 4” para acesso à coluna de produção; • Um furo de 2” para acesso ao anular; usado também para receber conector para o cabo elétrico de potência quando a elevação se fizer por bombeamento centrifugo submerso – BCS; • Um ou dois furos de ½” passagem do fluido acionamento da DHSV; para hidráulico de • Um furo para receber o conector do cabo elétrico do PDG (permanent downhole gage), o qual é o equipamento responsável por receber os sinais de pressão e temperatura de fundo. Tubing Hanger EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 4. Válvulas de Segurança Válvulas de segurança de subsuperfície são válvulas fail-safe projetadas para impedir a liberação descontrolada de hidrocarbonetos se algo catastrófico ocorrer na superfície. Exemplos de eventos catastróficos: • Incidente importante na plataforma (uma explosão ou um furacão, que poderia danificar a árvore de Natal); • Impacto com a Árvore de Natal (caminhão pesado colidir com uma ANC, ou um submarino colidir com uma ANM); • Perda da integridade da árvore devido a falha estrutural (corrosão, fadiga, uso indevido, design incorreto, instalação ou manutenção deficientes); • Guerra ou terrorismo (exemplo: invasão e queima deliberada de poços no Kuwait); • Roubo da ANC (uso como sucata ou para pedir resgate). EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 4. Válvulas de Segurança ➢ Válvulas de segurança são normalmente controladas hidraulicamente, apesar de existirem versões elétricas. ➢ No caso improvável de a árvore não fechar no poço, a válvula de segurança pode ser fechada manualmente por corte de energia ou por ruptura da linha de controle. ➢ Por não estar conectada ao sistema de desligamento (shut-down), as válvulas de fundo de poço permanecem abertas durante a maioria das paradas (com a exceção de perda total da energia); isto aumenta a confiabilidade da válvula e torna mais fácil o restart dos poços. Figura 8: Válvula de Segurança de Subsuperfície (DHSV) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 4. Válvulas de Segurança ➢ Durante o processo de seleção da válvula de segurança, vários aspectos hidráulicos precisam ser examinados. A válvula deve fechar quando exigida, mas a pressão hidráulica disponível deve ser suficiente para abrir a válvula quando necessário. ➢ Se a válvula for posicionada em uma profundidade muito grande, a pressão hidrostática pode manter a válvula aberta mesmo que toda a pressão de superfície seja cessada. A profundidade máxima de posicionamento da válvula é dada por: onde: • Dmax é a profundidade máxima (ft); • pvc é a pressão registrada no fechamento da válvula (psia); • pmc é a margem de segurança para o fechamento (normalmente fornecido pelo fabricante) (psi); • ρf é a densidade do fluido da linha de controle ou do anular (o que for maior) (psi/ft). EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 4. Válvulas de Segurança ➢ Assumindo que não há nenhum diferencial de pressão sobre o flapper, a pressão necessária para abrir uma válvula de segurança de fundo de poço (psurface) é dada por: onde: • pvo é a força da mola (psi); • pt é a pressão na tubulação (psi); • pmo é a margem de abertura (inclui o atrito no pistão) (psi); • Dset é a profundidade de assentamento pretendida (ft); • ρf é a densidade do fluido da linha de controle (psi/ft). EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 5. Obturador (Packer) ➢ O obturador (packer) tem a função básica de promover a vedação do espaço anular entre o revestimento e a coluna de produção numa determinada profundidade. O packer tem múltiplas funções, sendo algumas delas: • Compor a primeira barreira mecânica de segurança de espaço anular, conjuntamente com a DHSV; • Proteger o revestimento (acima dele) contra pressões da formação e fluidos corrosivos; • Possibilitar a injeção controlada de gás pelo anular, nos casos de elevação artificial por gas-lift; • Permitir a produção seletiva de várias zonas por uma única coluna de produção (com mais de um packer). Figura 9: Configurações de Packers EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 5. Obturador (Packer) ➢Os packers são constituídos por borracha de vedação, cunhas, pinos de cisalhamento para assentamento e pinos (ou anéis) de cisalhamento para desassentamento. ➢Os packers podem ser recuperáveis ou permanentes. Recuperáveis: quando podemos retirá-lo do poço para efetuar manutenção na oficina. ➢ Mecanismo de assentamento: mecânico (fixados com giro e peso ou tração) ou hidráulico (fixados pela ação de pressão). ➢Este tipo de packer é desassentado apenas tracionando-se a coluna. Após desassentado, não pode mais ser assentado sem antes passar por manutenção, já que houve a ruptura de pinos ou anéis de cisalhamento. Anéis de travamento Camisa protetora Figura 10: Packer Recuperável EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 5. Obturador (Packer) Permanentes: são aqueles que após fixados no poço, só podem ser removidos através de corte ou destruição dos mesmos. O packer permanente é assentado à cabo ou com a coluna de produção. Para ser assentado é conectado a uma setting tool (ferramenta de assentamento) e descido até a profundidade apropriada. Ao se acionar, eletricamente a setting tool, há a detonação de um explosivo que cria um movimento da camisa de assentamento para baixo, comprimindo todo o conjunto até a camisa retentora. Este movimento expande o elemento de vedação e as cunhas contra o revestimento. Figura 11: Packer Permanente EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 5. Obturador (Packer) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 6. Unidade Selante É o equipamento descido na extremidade da coluna que pode ser apoiado ou travado no packer permanente, promovendo a vedação na área polida do packer. Divide-se em três tipos principais: âncora, trava e batente. Batente: Este tipo de unidade selante não trava, pois não possui rosca. Para retirá-la basta tracionar a coluna. Figura 12: Unidade Selante Âncora: Unidade selante travada na rosca do packer permanente através de garra, que é conectada com a liberação de peso sobre a ferramenta e desconectada com rotação à direita. Os dentes da garra têm perfil horizontal na parte superior, o que garante a impossibilidade de liberação por tração. Trava: É uma unidade selante que é travada na rosca do packer permanente através de garra, que é conectada com a liberação de peso sobre a ferramenta e desconectada com tração, pois não tem um dispositivo anti-rotacional que permita seu giro para liberação. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 6. Unidade Selante É o equipamento descido na extremidade da coluna que pode ser apoiado ou travado no packer permanente, promovendo a vedação na área polida do packer. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 7. Camisa Deslizante (sliding sleeve) ➢ Possui uma camisa interna que pode ser aberta ou fechada, quando necessário, através de operações com cabo. ➢A área de fluxo normalmente é equivalente à seção da coluna de produção e destina-se a promover a comunicação anular-coluna ou colunaanular. ➢As camisas deslizantes podem ser utilizadas em completações seletivas, possibilitando colocar em produção ou isolar zona(s) empacotada(s) por dois packers. Figura 13: Sliding Sleeve EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 7. Camisa Deslizante (sliding sleeve) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 7. Camisa Deslizante (sliding sleeve) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Referências Bibliográficas ➢ Bellarby, J.; Well Completion Design. Elsevier, Amsterdam, Holanda. Vol 56, 6a Ed, 2012. Pags 557-581. ➢Thomas, J. E.; Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Editora Interciência, Rio de Janeiro, Brasil, 2a ed., 2001. Pags 149-156. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Obrigada! geovana@lts.coppe.ufrj.br ilson@lts.coppe.ufrj.br Completação de Poços EEW 412 Equipamentos de Completação PARTE III Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Curso de Engenharia de Petróleo EPT/UFRJ Operações de Completação A completação de poços consiste no conjunto de serviços efetuados no poço desde o momento em que a broca atinge a base da zona produtora/cimentação do revestimento de produção. É a transformação do esforço de perfuração em uma unidade produtiva. O poço passa a produzir óleo/gás, gerando receitas, ou a injetar água maximizando a recuperação do reservatório. Métodos de Completação Quanto a Posição da Cabeça de Poço Em Terra (Onshore) ◦ A cabeça de poço fica na superfície (há poucos metros do solo) – árvore de natal convencional (ANC). No Mar (Offshore) ◦ Completação Seca ◦ Poços em plataformas do tipo jaqueta, TLP e Spar; ◦ A árvore de natal é posicionada no convés da plataforma (ANC). ◦ Completação Molhada ◦ Poços submarinos de pequena ou grande profundidade para plataformas do tipo jaqueta, Spar, semi-submersível e FPSO; ◦ Utiliza-se neste caso uma árvore de natal molhada (ANM) posicionada no leito marinho. Árvores de Natal Quanto à Posição da Cabeça de Poço ANC ANM Métodos de Completação da Zona Produtora Poço Aberto ◦ Possível apenas em formações bem consolidadas; ◦ Propicia maior área de fluxo de produção e economia com revestimentos e canhoneio; ◦ Útil em reservatórios naturalmente fraturados pois evita dano à formação pelo cimento; ◦ A desvantagem é a falta de seletividade. Métodos de Completação da Zona Produtora Liner Perfurado ou Rasgado ◦ Quando o liner é descido previamente perfurado ou rasgado; ◦ É uma modalidade de poço aberto; ◦ Vantagens e desvantagens similares ao poço aberto; ◦ Apresenta custo adicional porém sustenta as paredes do poço na zona produtora; ◦ Interessante para poços horizontais pois aumenta a área de absorção. Métodos de Completação da Zona Produtora Revestido e Cimentado ◦ A zona de interesse é canhoneada; ◦ Permite seletividade de produção/injeção e facilidade das operações de intervenção e estimulação; ◦ Apresenta problemas operacionais pela redução de diâmetro e possíveis vazamentos no caso de liner; ◦ O revestimento é mais caro mas não cria os problemas operacionais do liner; ◦ Mais suscetível a dano na formação em função da cimentação (reservatórios naturalmente fraturados). Métodos de Completação da Zona Produtora Poço Aberto com Gravel ◦ Outra modalidade de poço aberto que economiza revestimento, cimentação e canhoneio; ◦ Custo com a tela e gravel pack; ◦ Não possui a seletividade do poço revestido; ◦ Proporciona grande área de absorção com contenção de areia; ◦ Quando utiliza tela expansível economiza o gravel pack; ◦ Só pode ser alterado com recompletação. Métodos de Completação da Zona Produtora Poço Revestido com Gravel ◦ Todas as vantagens do poço revestido com a contenção de areia; ◦ Gasto extra com o gravel pack ou frac pack; ◦ Só pode ser alterado com recompletação; ◦ Opção mais cara, porém com melhor controle da produção e isolamento hidráulico. Métodos de Completação Zonas Explotadas Métodos de Completação Zonas Explotadas Sem coluna – opção onshore para poços não complexos. Com coluna e sem packer - Quando é descida apenas uma coluna de produção para produzir a partir de uma única zona de interesse mas não há necessidade de isolar o espaço anular. Com coluna e com packer - Quando é descida apenas uma coluna de produção para produzir a partir de uma única zona e há necessidade de isolar o espaço anular. Com múltiplas zonas de produção - Permite a produção simultânea de duas ou mais zonas de produção. Duas colunas –produz-se a partir de duas zonas de produção de forma controlada e independente. Completação Múltipla: ◦ Vantagens: ◦ Permite drenar diversas zonas a partir de um mesmo poço; ◦ Permite colocar em produção reservatórios marginais. ◦ Desvantagens: ◦ Maior possibilidade de problemas operacionais; ◦ Maior dificuldade de aplicação dos métodos de elevação artificial. Preparação para a Completação Instalação dos Equipamentos de Superfície ◦ Onshore ◦ Instalação da cabeça de produção e do BOP com carretel de perfuração (para as linha de choke e kill). ◦ Offshore ◦ Completação Seca ◦ Elevação da cabeça de poço até a plataforma (tieback); ◦ Instalação do BOP. ◦ Completação Molhada ◦ Instalação da BAP; ◦ Instalação do BOP stack submarino. Sistema de Conexão para Elevação de Cabeça de Poço Condicionamento do Revestimento de Produção o É descida uma coluna de trabalho com broca e um raspador (laminas retrateis) para gabaritar o revestimento de produção (liner). o Uma ferramenta posicionada mais acima condiciona o topo do liner facilitando a descida da coluna. o São cortados os tampões de cimento ou mecânicos e o restos de cimentação. o Substituição do fluido de perfuração pelo fluido de completação. o O fluido de completação é uma solução salina, isenta de sólidos, compatível com a formação de densidade apropriada que não causa dano à formação. o Teste de estanqueidade com correções se necessário. Coluna de Trabalho Avaliação da Qualidade da Cimentação Destinada a verificar a existência ou não de comunicações entre os intervalos de interesse (óleo/água ou gás/óleo). A avaliação incorreta da cimentação pode gerar: ◦ Produção de fluidos indesejáveis; ◦ Testes de avaliação das formações incorretos; ◦ Prejuízo no controle do reservatório; ◦ Estimulação mal sucedida com possibilidade de perda do poço. Poço com Falha de Cimentação Avaliação da Qualidade da Cimentação Perfil Sônico (CBL/VDL) ◦ Um emissor e dois receptores (um a 3 pés e outro a 5 pés). ◦ O perfil CBL (controle de aderência da cimentação) registra a chegada de energia (mV) no receptor a 3 pés. ◦ O perfil VDL (densidade variável) registra a onda no receptor a 5 pés durante 1 ms (200 a 1200 s). ◦ Boa aderência cimento-revestimento =>valores baixos no perfil CBL. ◦ Boa aderência cimento-formação => ausência de sinal de revestimento e presença de sinal de formação no VDL. Ferramenta Acústica Avaliação da Qualidade da Cimentação O perfil GR (raios gama) correlaciona a profundidade do GR do perfil CBL/VDL (não sofre influência dos revestimentos) com o GR do poço aberto. O perfil CCL (casing colar locator) localiza as luvas de revestimento. As curvas TT (tempo de trânsito) verifica a qualidade do CBL/VDL: ◦ Se a leitura do CBL corresponde ao sinal que caminha pelo revestimento; ◦ Se a ferramenta sônica está bem centralizada; ◦ Se existem fluidos diferentes no revestimento; ◦ Se existe alteração nas dimensões do revestimento. Perfil CBL/VDL/GR/CCL Avaliação da Qualidade da Cimentação Perfil Ultra-Sônico (CEL) ◦ O perfil CBL registra um valor médio dos 360º. ◦ O perfil CEL (cement evaluation log) trabalha com 8 transdutores defasados de 45º (resolução circular). ◦ Baseia se nas parcelas refletidas (R) e transmitidas (T) nas interfaces: I 2 − I1 R= I 2 + I1 T = 1− R ◦ ◦ ◦ ◦ As indutâncias do fluido e do aço são conhecidas. Zonas escuras => boa cimentação. Zonas claras => má cimentação. Não é tão eficiente quanto o CBL/VDL para aderência cimento-formação (uso em conjunto). ◦ Não cobre todas as áreas e precisa ser calibrado. Ferramenta e Perfil Ultra-Sônico Avaliação da Qualidade da Cimentação Perfil Ultra-Sônico (USIT) ◦ A ferramenta USIT (ultra sonic imager tool) utiliza um único transdutor que gira a 7,5 rps. ◦ Mesmo princípio do CEL. ◦ Melhorias: ◦ Transdutor com distância do revestimento controlada; ◦ Tecnologia digital; ◦ Menos sensível aos efeitos do poço; ◦ Medição direta da impedância acústica; ◦ Pode operar com fluidos pesados; ◦ Imagens coloridas. Perfil USIT/CBL/VDL/GR/CCL Canhoneio CABO ELÉTRICO CCL JATOS CANHÃO GÁS ÓLEO ÁGUA Instalação da Coluna de Produção A coluna de produção é instalada por dentro do revestimento de produção e tem diversas finalidades: ◦ Conduzir os fluidos produzidos até a superfície protegendo o revestimento do poço; ◦ Permitir a instalação de equipamento para elevação artificial; ◦ Possibilitar a circulação de fluido de amortecimento para intervenções futuras. O projeto da coluna é função de diversos fatores: ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ Localização do poço; Sistema de elevação (natural ou artificial); Características corrosivas do fluido produzido; Necessidade de contenção de areia; Vazão; Número de zonas produtoras. Tipos de equipamento. Componentes da Coluna de Produção – Tubos de Produção Componentes básicos da coluna (principal custo). Parâmetros de seleção: ◦ Diâmetro interno do revestimento de produção; ◦ Vazão esperada; ◦ Tipo de fluido; ◦ Esforços mecânicos (axiais, de flexão e pressões int/ext): ◦ Grau do aço; ◦ Espessura de parede. As roscas finas promovem vedação metal-metal. Colocação do Poço em Produção o Instalação da Árvore de Natal o A surgência pode ser induzida pelos seguintes métodos: ◦ Gaseificação do fluido do interior da coluna diminuindo a hidrostática; ◦ Gás lift – injeção de gás controlada no espaço anular que passa para o interior da coluna a partir de válvulas especiais; ◦ Flexitubo – gás injetado por um tubo flexível no interior da coluna. ◦ Pistoneio – ação de um pistão descido a cabo; ◦ Substituição do fluido da coluna por outro mais leve. Obrigada! geovana@lts.coppe.ufrj.br ilson@lts.coppe.ufrj.br Completação de Poços EEW 412 Equipamentos de Completação PARTE II Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Curso de Engenharia de Petróleo EPT/UFRJ Introdução Equipamentos a serem abordados: 1. Árvore de Natal 2. Cabeça de produção 3. Suspesor de Coluna (Tubing Hanger) 4. Válvula de Segurança (DHSV) 5. Obturador (Packer) 6. Unidade Selante 7. Camisa Deslizante 8. Junta Telescópica (TSR) 9. Nipples de assentamento 10. Shear-out (sub de pressurização) 11. Hydro-Trip 12. Check Valve Figura 1: Estrutura geral de um poço de produção (Completação Seca) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 8. Junta Telescópica (TSR) ➢ O TSR (tubing seal receptacle), ou junta telescópica, é usado para absorver a expansão ou contração da coluna de produção, causada pelas variações de temperatura sofridas quando da produção (ou injeção) de fluidos. ➢ Permite também a retirada da coluna sem haver necessidade de retirar o packer e a cauda. ➢É composto de duas partes independentes: camisa externa e mandril. Junta Telescópica EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 8. Junta Telescópica (TSR) ➢ A vedação entre os dois conjuntos (camisa externa e mandril) é feita pelo conjunto de elementos selantes sobre o mandril polido. ➢ O travamento entre os dois conjuntos, para descida ou retirada, é feito por sapataguia que se encaixa no mandril e por parafusos de cisalhamento, que tanto podem ser instalados para ruptura por tração ou compressão. Junta Telescópica EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 9. Nipples de Assentamento Nipples servem para alojar tampões mecânicos, válvulas de retenção ou registradores de pressão. ➢ Normalmente são instalados na cauda da coluna de produção, abaixo de todas as outras ferramentas, mas podem também ser instalados em vários pontos da coluna. Por exemplo: 1. Dentro de, ou imediatamente abaixo do tubing hanger, para isolar o poço durante a remoção da Árvore de Natal ou BOP. 2. Para alojar uma DHSV. 3. No meio da coluna de produção para testes de pressão. 4. Dentro de uma camisa deslizante (sliding sleeve), para acionar (abrir ou fechar) a camisa. Posicionamento de Nipples EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 9. Nipples de Assentamento 5. Imediatamente acima do packer para instalação de válvulas ou sensores para teste de integridade da coluna antes de definir as condições de instalação do packer hidráulico. 6. Abaixo do packer, posicionamento do mesmo. para 7. Abaixo de uma junta perfurada para a fixação de memory gauges em poços de alta vazão; 8. Em um revestimento cimentado ou telado para instalação de plugs ou chokes para controle de fluxo. a) b) a) Válvula de retenção b) Válvula de retenção assentada EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 10. Shear-out (sub de pressurização) Equipamento instalado na extremidade inferior da coluna de produção que permite o tamponamento temporário desta. ➢ Possui três sedes, duas superiores que são vedadas com o lançamento de esferas de diâmetros diferentes, e a inferior tamponada; ➢ Para comunicação plena basta pressurizar e romper a sede, que cai no fundo do poço; ➢ Não rompe com pressão de baixo para cima; ➢A sede tamponada é utilizada para assentamento de packers, cujo mecanismo de assentamento demanda pressão (packer hidráulico e hidrostático); ➢ Pressão de cisalhamento ajustável (de acordo com a pressão necessária para o assentamento do packer). Shear-out tripla EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 10. Shear-out (sub de pressurização) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 10. Shear-out (sub de pressurização) Shear-out EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 11. Hydro-Trip ➢ Equipamento também utilizado para tamponamento temporário da coluna de produção, podendo ser instalado em qualquer ponto dela. ➢A sede não cai para o fundo do poço. Hydro-Trip EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 11. Hydro-Trip Hydro-Trip EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 12. Check Valve ➢ Válvula que serve para impedir o fluxo no sentido descendente. ➢ É composta de uma sede, com uma válvula de retenção que se abre quando pressurizada de baixo para cima e veda quando pressurizada de cima para baixo. ➢ Utilizada em colunas com BCS Check Valve (bomba centrífuga submersa) para impedir o contra-fluxo. Neste caso é posicionada acima da BCS. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Referências Bibliográficas ➢ Bellarby, J.; Well Completion Design. Elsevier, Amsterdam, Holanda. Vol 56, 6a Ed, 2012. Pags 557-581. ➢Thomas, J. E.; Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Editora Interciência, Rio de Janeiro, Brasil, 2a ed., 2001. Pags 149-156. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Obrigada! geovana@lts.coppe.ufrj.br ilson@lts.coppe.ufrj.br Completação de Poços EEW 412 Contenção de Areia Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Curso de Engenharia de Petróleo EPT/UFRJ Agenda 1. Produção de Areia • O que é? • Causas da Produção de Areia • Problemas causados pela produção de areia 2. Contenção de Areia • • Liner rasgado ou ranhurado Tubo telado • • • • Falhas nas telas Inovações Gravel pack Frac pack EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Produção de Areia O que é? Produção de areia rochas reservatórios : carbonáticas ou areníticas. Formações areníticas: compactação e cimentação de grãos de areia responsáveis pelo fenômeno de produção de areia! ➢ Em escala microscópica, a produção de areia acontece quando o reservatório é colocado em produção e a consolidação dos grãos que formam o arcabouço da formação produtora de petróleo não é suficiente para mantê-los coesos, frente à força de arraste provocada pelo fluxo de fluidos no interior dos poros da rocha reservatório. 80% do óleo produzido atualmente “inconsolidados”(Petrobras - 2005) no mundo provém de arenitos 84% do óleo produzido na Bacia de Campos provém de arenitos “inconsolidados” (Petrobras - 2005) Arenitos consolidados (friáveis), parcialmente consolidados, inconsolidados Quase não possuem material cimentante. Torna-se praticamente impossível produzir sem nenhum mecanismo de controle de areia! EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Produção de Areia Causas da Produção de Areia ➢ Combinação de alguns fatores: 1. força de coesão dos grãos 2. esforços resultantes da movimentação das camadas inferiores do planeta 3. esforços gerados pela produção dos fluidos do interior da rocha em questão 4. própria perfuração dos poços Produção de areia pode acontecer em vários momentos durante a vida do poço! • Arenitos inconsolidados: Início da produção. • Arenitos consolidados: durante vida produtiva do poço. Variações bruscas de vazão e pressão, depleção do reservatório, produção de água. Enfraquece o material cimentante! EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Produção de Areia Predição do Potencial para Produção de Areia Saber se um poço vai produzir areia, antes mesmo de colocá-lo em produção, não compreende uma análise completamente precisa. • Histórico da região; comportamento de outros poços que estejam produzindo no mesmo tipo de formação ou no mesmo campo petrolífero, em condições similares, formando uma base de dados. • Testemunhagem : calcular a resistência da rocha à compressão. A rocha é capaz de suportar uma pressão igual a 1,7 vezes a sua resistência à compressão, sem que ela produza areia. (Estudos da Exxon, década de 70) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Produção de Areia Predição do Potencial para Produção de Areia • Perfil sônico (tempo de viagem das ondas sonoras através da formação) A densidade da formação é diretamente proporcional à quantidade de material cimentante no seu arcabouço, altos valores de densidade significam valores de porosidade mais baixos. o porosidade > 30%, probabilidade alta de areia o porosidade < 20%, probabilidade baixa de areia o Na faixa entre 20% e 30% = maior grau de incerteza. (BAKER HUGHES INCORPORATED, 1995) Comparação dos métodos fuzzy, redes neurais e regressão linear para o intervalo 3000 a 3300 do poço NA07 do Campo de Namorado. • Testes de produção estendidos em poços exploratórios. • Modelos numéricos : modelos geomecânicos que utilizam análise matemática de elementos finitos. Dados de entrada bastante difíceis de determinar. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Produção de Areia Problemas Causados pela Produção de Areia ➢ Deposição interior do poço; ➢ Vazão de produção alta o suficiente e/ou fluido viscoso o suficiente : grãos carreados através da coluna : entupimento de válvulas e tubulações, erosão de válvulas e equipamentos de superfície, deposição em vasos separadores.: redução de sua eficiência. ➢ Areia em produção junto ao óleo: vazios enormes na formação: desmoronamento da formação. Não existe nível prédeterminado de quantidade de areia aceitável! Depende das condições de cada poço. Toda areia produzida deve ser rigorosamente tratada! Erosão devido à produção de areia Entupimento de tubulação EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 1. Produção de Areia Problemas Causados pela Produção de Areia ➢ Deposição nos equipamentos de superfície: Ex: Se um separador de óleo e água com tempo de residência de 2 minutos, acumular 1 pé cúbico de areia, esse separador será capaz de separar 128 barris a menos de líquido por dia. Logo, se a razão água/óleo entrando no separador for de 1/1, serão 64 barris a menos de óleo produzidos por dia. Considerando um barril sendo vendido a US$ 60,00 (valor em 28/05/2019), isso acarreta uma perda de US$1.401.600,00 por ano. Adaptado de: BAKER HUGHES INCORPORATED, 1995 1,4 Como cada operação de limpeza chega a durar alguns dias, apenas no ano de 1998, a Petrobras estimou que o revés financeiro provocado por essas paradas na produção de uma única plataforma foram da ordem de US$ 3.000.000,00. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia 1. Manutenções e operações de workover 2. Completação seletiva 3. Mudança de vazão de produção 4. Injeção de resinas 5. Fraturamento da formação 6. Bloqueio físico dos grãos: • • • • Liners rasgados ou ranhurados; Tubos Telados; Gravel Packing; Frac–Packing. Exemplos de métodos de controle de areia. Fonte: Modificado de SILVA, 2008. É importante ressaltar que a escolha do melhor método de controle de areia é sempre função dos custos que cada método vai gerar. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Liners Rasgados ou Ranhurados Essas aberturas impedem a passagem dos grãos de areia maiores, portanto parte da areia que sai da formação vai se acumulando ao redor do liner, em condições estáveis, filtrando as demais partículas arenosas. •Estudo de granulometria - impedir passagem de 10% dos maiores grãos, retidos entre o tubo e o revestimento (ou formação, no caso de poço aberto). • Adaptações feitas em tubos antes comuns; • Modelo geralmente mais barato que as telas; • A área de abertura ao fluxo é limitada pelo número de ranhuras Rasgos verticais e em “V” – melhor eficiência (Slots), em torno de 3% da área do liner rasgado. •Sujeitos à erosão em poços de elevada vazão. • São mais suscetíveis ao fenômeno de plugueamento (entupimento e consequente restrição ao fluxo). Poços de baixa produção e arenitos com distribuição granulométrica homogênea, onde telas são economicamente inviáveis. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Tubos Telados (Screens) • Mais adequados à variação granulométrica da formação; • Maior resistência mecânica; • Maior área ao fluxo; • Elevada eficiência na filtração das partículas; • Podem ser utilizados sozinhos (stand alone) ou com gravel pack / frack pack. Existem 6 tipos de tubos telados: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Wire-Wrapped Pré-empacotadas (Prepacked) Telas sinterizadas Telas de membrana metálica Telas de caminho alternativo Expansíveis Modelos de Tubos Telados EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Tubos Telados (Screens) 1. Wire-wrap ➢ Consiste em um tubo base (A), hastes longitudinais (B), e um arame especial recobrindo todo o tubo (C); ➢ Utilizados em completações stand alone e gravel pack;. ➢ Reduzida área de fluxo. Tubo Telado Wire-wrap EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Tubos Telados (Screens) 2. Pré-empacotado (Prepacked) ➢ Formado por dois tubos telados (filtros) e um pacote de gravel entre eles; ➢ Modelo menos utilizado atualmente. ➢ Componentes: Tubo base (A); hastes perpendiculares (B); arame interno (C); Gravel empacotado (D); hastes perpendiculares (E); arame externo (F). Tubo Telado Prepacked EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Tubos Telados (Screens) 3. Telas Sinterizadas ➢ Primeiras telas a possuírem formato especial, com maior resistência à obliteração e à erosão do que as telas até aqui citadas. ➢ Primeiros modelos : década de 1990. tubo base perfurado, envolto por uma camisa de cerca de 0,20 polegadas de espessura, de metal sinterizado,com aproximadamente 30% de área aberta ao fluxo ➢ Essa camisa é fabricada na forma de uma superfície porosa, contendo vários diâmetros de abertura diferentes EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Tubos Telados (Screens) 4. Telas de Membrana Metálica Conjunto de camadas dispostos da seguinte forma: Tubo base perfurado, no qual é soldada uma tela wire-wrapped; uma camada de malha de aço com espaçamento controlado, que é suportada mecanicamente pela tela wire-wrapped; e armadura externa perfurada • • malha de aço: diâmetros de abertura uniformes e área aberta ao fluxo de 30%; responsável por impedir efetivamente a passagem dos grãos de areia. armadura externa: diminui a erosão da malha EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Tubos Telados (Screens) 5. Telas de Caminho Alternativo para lidar com o chamado gravel bridging Possuem pequenos tubos (shunt tubes) dispostos 90º ao redor da tela ao longo da sua extensão garantir o deslocamento da areia de gravel de forma mais uniforme, fazendo bypass de qualquer região bloqueada, impedindo a formação de vazios não preenchidos pelo gravel, impedindo screen-out prematuro EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Tubos Telados (Screens) 6. Telas Expansíveis reduzir a distância entre a tela e a parede do poço/revestimento Dois liners expansíveis, dentre os quais são colocadas folhas de aço inoxidável ranhuradas, responsáveis efetivamente pelo filtro à passagem de areia. https://www.youtube. com/watch?v=IB1TT a-q4wQ EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Tubos Telados (Screens) 6. Telas Expansíveis Ao chegar a frente da zona produtora, ela é expandida por meio de comandos e um cone de expansão. Com essa expansão, a tela praticamente adquire o diâmetro do fundo do poço, gerando um anular bastante pequeno, de no máximo 0,5 polegadas, reduzindo o fluxo no anular tela/formação. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Tubos Telados (Screens) Telas Expansíveis - https://www.youtube.com/watch?v=IB1TTa-q4wQ EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Falhas nas Telas Entre os danos que ocorrem durante a instalação, estão: • Dano mecânico, geralmente ocasionado durante a descida da tela no poço; • Rompimento do material, um dano relativamente comum em telas pré-empacotadas, geralmente em poços desviados ou horizontais. Entre os danos ocorridos durante a produção, incluem-se: • Colapso – durante o amortecimento do poço por circulação reversa ou durante instalação da tela em uma operação gravel packing – screen out. • Pressão interna – associada à obliteração da tela. • Corrosão – fluidos produzidos, ou utilização de tipos de aços diferentes na coluna (corrosão galvânica). • Obliteração – tamponamento parcial ou total da tela. Finos provenientes da rocha são maiores responsáveis. • Erosão – ação da areia em fluxo com os fluidos. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Inovações O GeoFORMTM Conformable Sand Management System é formado por uma tela envolta por um tubo, cujo material consiste de uma espuma, obtida a partir de determinados polímeros, e que utiliza uma tecnologia denominada MorphicTM Technology. ➢ Temperatura de vitrificação!! Tela de controle de areia, desenvolvida pela Baker Hughes Incorporated EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Inovações Ex: Para uma tela de 2,8’’ .: tubo polimérico de 7,2’’ .: temperatura .: ultrapasse a Tg.: borracha .: comprimido .: novo diâmetro de 4,5’’ .: temperatura .: menor que a Tg .: vidro (mantém com o diâmetro de 4,5”, sem a atuação de esforços compressivos) Desce no poço .: temperatura do fundo acima da Tg .: tubo tenta voltar ao seu tamanho original 7,2’’ expansão do tubo polimérico no fundo do poço, fazendo-o voltar ao seu tamanho “memorizado”, faz com que ele se conforme exatamente ao formato das paredes do poço. Tela de controle de areia, desenvolvida pela Baker Hughes Incorporated EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Inovações Johnson’s SUFERFLO Baker’s EXCLUDER Pall’s STRATAPAC EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Inovações Halliburton’s POROPLUS Petroline’s Expandable Sand Screen EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Gravel Pack Consiste no preenchimento dos canhoneados e anular do tubo telado/revestimento (poço revestido) ou anular do tubo telado/formação (poço aberto) com gravel (areia ou cerâmica) de granulometria bem selecionada, formando um pacote compacto. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Gravel Pack - https://www.youtube.com/watch?v=fIcj2EO2OCM EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Gravel Pack Consiste no preenchimento dos canhoneados e anular do tubo telado/revestimento (poço revestido) ou anular do tubo telado/formação (poço aberto) com gravel (areia ou cerâmica) de granulometria bem selecionada, formando um pacote compacto. ➢ Tecnologia mais utilizada para controle de areia no mundo! ➢ Seleção do gravel: 1. Amostragem (amostras do reservatório ou testemunho) 2. 3. Análise de Peneira Dimensionamento do gravel Para um percentual cumulativo (em peso) de 50%, conhecido como D50, tem-se o diâmetro médio dos grãos da formação. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Gravel Pack 3. Dimensionamento do Gravel Método mais utilizado: Saucier o tamanho médio do grão do gravel seja até 6 vezes maior que o tamanho médio do grão de areia da formação. 𝐷50 𝑔𝑟𝑎𝑣𝑒𝑙 >6 𝐷50 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 Permeabilidade do pacote gravel começa a diminuir Relação entre granulometrias do gravel e da areia de formação segundo Saucier. ➢ Quando ultrapassa o valor de 12, a permeabilidade volta a aumentar, isso acontece porque o pacote já não é capaz de conter a saída dos grãos de areia da rocha. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Gravel Pack 3. Dimensionamento do Gravel ➢In practice, the proper gravel-pack sand size is selected by multiplying the median size of the formation sand by 4 to 8 to achieve a gravel-pack sand size range, in which the average is six times larger than the median grain size of the formation sand. A granulometria recomendada para o gravel é determinada multiplicando-se o diâmetro de partícula da formação por 6 para obter a granulometria média do gravel. ➢ Adota-se o gravel comercialmente disponível com diâmetro calculado. Exemplo: A análise da peneira indicou que o diâmetro médio de uma areia de formação é 0,0045 pol, assim: Granulometriado gravel = 0.018 – 0.036 .: 0.027 pol (0.0045*6) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Gravel Pack 3. Dimensionamento do Gravel Exemplo: Granulometria do gravel = 0,027 pol (0,0045*6) Figura 12:Dimensionamento do gravel EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Gravel Pack 3. Dimensionamento do Gravel Exemplo: Granulometria do gravel = 0,027 pol (0,0045*6) O gravel recomendado é então o de 20/40 mesh. Verificando o valor da relação tamanho do gravel /tamanho do grão da formação: Diâmetro médio do gravel = (0,033 + 0,017)/2 = 0,025 pol (Diâmetro médio do gravel)/(Diâmetro médio da areia) = 0,025/0,0045 = 5,55 O resultado indica que, segundo Saucier, não haverá invasão de areia que possa afetar a permeabilidade do pacote. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Frac Pack O método consiste na criação de uma fratura condutora, cuja função é transformar o fluxo radial em fluxo linear através do poço, reduzindo o gradiente de pressão (drawdown). Resumidamente: fraturamento hidráulico antes do Gravel Packing Resultado: alta condutividade pela fratura que alivia a migração de finos pela redução da queda de pressão perto do poço e também da velocidade do fluxo. Gravel Packing: redução na produtividade do poço, diminui fator de recuperação! Fraturamento hidráulico tem por objetivo combater esse efeito gerando uma região bastante condutiva nos arredores do poço. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino 2. Contenção de Areia Frac Pack ➢ Seleção do agente de sustentação da fratura (agente propante): • Preencher as fraturas, mantê-las abertas. • Garantir máxima permeabilidade e porosidade. • Ambiente severo (pressão da rocha, temperatura do reservatório, agentes corrosivos). • Não deve ser carreados pelo fluxo de produção. ➢ Falhas de frac packing: • Fluido de qualidade, • Agente propante mal escolhido, • Desconhecimento das características da formação. faturamento de baixa Técnica usada a partir da década de 80 (Golfo do México). 2004: 65% dos poços no Golfo do México utilizavam essa técnica. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Obrigada! geovana@lts.coppe.ufrj.br ilson@lts.coppe.ufrj.br Completação de Poços EEW-412 SELEÇÃO DE MATERIAIS PARA COMPLETAÇÃO Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Curso de Engenharia de Petróleo EPT/UFRJ Agenda 1. Aços (Fe-C) 2. Aços liga (alloy steels) 3. Aços Inoxidáveis 4. Processos de Fabricação de Tubos 5. Corrosão downhole 6. Seleção de metalurgia 7. Vedações EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Seleção de Materiais - Introdução Área muito especializada : grandes empresas de óleo e gás contratam especialistas para aconselhar o material apropriado para uso downhole. Principal problema em completação: CORROSÃO Escolher o material ideal (aço) Ambiente durante a completação do poço: 1. Flow wetted 2. Stagnant production conditions 3. Completion fluid exposure 4. Stressed Corrosão da tela de contenção de areia Corrosão do casing Corrosão do tubing Vazamento de packers Corroded carbon steel tubing EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Seleção de Materiais - Introdução Área externa da coluna exposta ao fluido de completação, gás lift e potencialmente oxigênio no topo. A corrosão do revestimento é pouco provável mas com consequências mais severas do que na coluna. O elastômero do pistão para assentamento do packer está exposto ao fluido de produção, porém com menor consequência em caso de falha. O revestimento está exposto a fluido de produção estagnado. As consequências de uma corrosão severa ou alta depende do que está por trás do revestimento. A coluna está em contato com o fluido com variada pressão, temperatura, velocidade de fluxo e conteúdo de água do fundo ao topo. Os elementos elastoméricos do packer estão expostos ao fluido de completação e fluidos de produção estagnados. A cauda está exposta ao fluido porém sob baixo nível de esforço. O liner está exposto ao fluido de produção. No caso de falha pode-se ter produção de gás, água ou areia e dificuldade de assentar tampões ou não ser detectado. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Aços (Fe + C) Aço: Ferro (Fe) + Carbono (C) (menos de 2.5%) geralmente até 0.3% Aços Liga (Alloy Steels) ◦ Aços que possuem outros elementos além de Fe e C com proporções significativas (Manganês, níquel, cromo, silício) mais barato ◦ Difíceis de soldar • • • Aços baixa liga (low alloy steels) → soma de todos os elementos liga até 5% em peso Aços de liga intermediária (intermediate alloy steels) → entre 5% e 10% em peso Aços alta liga (high alloy steels) → maior que 10% em peso Aços inoxidáveis (stainless steels) ◦ Até 26% de cromo (min de 10%) ◦ Fáceis de soldar “Americam Welding – AWS” define Soldabilidade como a capacidade de um material de ser unido por soldagem nas condições de fabricação especificadas por uma estrutura projetada de forma adequada e para se comportar adequadamente em serviço. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Aços liga (Alloy Steels) Aços Liga (Alloy Steels) ◦ Aços que possuem outros elementos além de Fe e C com proporções significativas (Manganês, níquel, cromo, silício) Cromo - melhora a resistência à corrosão, particularmente na presença de CO2. Melhora a resistência sob altas temperaturas. Níquel - melhora a resistência e proporciona resistência à corrosão em conjunção com cromo, especialmente na presença de H2S. Molibdênio e Tungstênio – melhora a resistência sob altas temperaturas e endurecimento sob tratamento térmico. Manganês - impede o enxofre livre e também aumenta a temperabilidade. Titânio – aumenta a resistência do aço. Silício e Alumínio – eliminam os gases efervescentes. O Silício também aumenta a resistência sob certos tratamentos térmicos. Nióbio e Vanádio – aumentam a dureza e a resistência. Nitrogênio – aumenta a resistência em baixa concentração. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Aços liga (Alloy Steels) Classificação Aços de baixa liga: ▪AISI "American Iron and Steel Institute " ▪ SAE "Society of Automotive Engineers” ▪ UNS "Unifield Numbering System” Quando os dois primeiros algarismos são 10, os aços são simplesmente ao carbono! XX ou XXX : teores de carbono. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Aços liga (Alloy Steels) Classificação Exemplo: AISI-SAE: 1023 UNS: G10230 aço-carbono com 0,23% de C AISI-SAE: 4140 UNS: G41400 Aço liga com Mo, Cr e 0,4% de C ➢Os aços de alto teor em liga, como os inoxidáveis, são classificados de modo diferente! EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Aço Inoxidável Aço Inoxidável : Contém um mínimo de 12% de cromo, podendo ter outros dois aditivos, níquel e molibdênio. Impactam a estrutura cristalina, alterando propriedades • • • • • Aço Inoxidável Austenísticos Ferríticos Martensíticos Duplex e Super Duplex Ligas de Níquel (nickel-based alloys) Ferríticos (tipos 430, 409, 439 e 441) Austeníticos (tipos 304, 304L, 316 e 316L) o 17 a 25% Cr e 7 a 20% Ni o Mais empregados para dutos o Extraordinária resistência à fluência e à oxidação ( temperatura) o Dúcteis mesmo para baixíssimas temperaturas o Bom desempenho em soldagem o Não magnéticos o o o o o o 12 a 20% Cr e menos de 0,8% C Baixo custo Boa soldabilidade Boa resistência à fadiga térmica Sistemas de exaustão de veículos Magnéticos Martensíticos (tipos 420 e 410) o o o o o o 12 a 18% Cr e 1% a 1,5% C Elevada dureza e resistente ao desgaste Menor resistência à corrosão Pouco soldáveis Bisturi, pinças, facas Magnéticos EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Aço Inoxidável Aços inoxidáveis usados downhole EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Aço Inoxidável Aços Duplex e Super Duplex ◦ Microestrutura: ilhas de ferrita em meio à microestrutura predominantemente austenítica ➢ aumento da resistência mecânica e conservação da alta resistência a corrosão. ◦ Contém grande quantidade de Cr, Mo e Ni ➢ maior resistência à corrosão por “pites” .: um dos aços mais adequados para uso em atmosfera agressiva por cloretos (agua do mar). VANTAGENS: • • • • Maior resistência mecânica Melhor resistência a corrosão por tensão Melhor resistência a corrosão por pite Economia no peso no projeto de equipamentos A maior qualificação do aço na resistência à corrosão é dada pela formula de “PRE” (Pitting Resistance Equivalent), na qual os elementos químicos Cr, W, Mo e Ni presentes no aço lhes confere as melhores propriedades. Aços Super Duplex : PREN > 40 EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Aço Inoxidável Aços Duplex e Super Duplex para Tubing PREN (“Pitting Resistance Equivalent Number”) PREN = %Cr + 3,3(%Mo+0,5%W)+16%Ni % em peso EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Aço Inoxidável Ligas de Níquel (nickel-based alloys) o Aplicações de alta resistência mecânica e a corrosão (ainda mais que os duplex e super duplex); o Geralmente austeníticos, mas podem conter outras fases; o Incoloy®, Inconel®, Monel®, Hastelloy®. failure of a tubing hanger no Mar do Norte (alloy 718) : API 6A718 -Specification of Nickel Base Alloy 718 (UNS N07718) for Oil and Gas Drilling and Production Equipment . Failed tubing hanger as retrieved from well Fonte: Saithala, Janardhan & Kharusi, Amjad & Suryanarayana, Manoj & Behlani, Nasser & Nabhani, Talal. (2020). Implications of failure of alloy 718 (UNS N07718) tubing hanger in sour well. Engineering Failure Analysis. 120. 105060. 10.1016/j.engfailanal.2020.105060. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Aço Inoxidável Ligas de Níquel (nickel-based alloys) Exemplos: “flapper” de DHSV, “liner” interno de “Tubing” em ambiente extremamente corrosivo. Em função do alta custo apenas as áreas molhadas (flow-wetted) precisam ser protegidas com essas ligas. Composição química de ligas de níquel utilizadas para tubing e equipamentos de completação EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação Fabricação • Roller Method • Press Bending Method • UO Method Solda • SAW Pipe : L-SAW Spiral Seam Pipe • ERW EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação Tubos sem costura (seamless Pipe) Laminação (rolling) Extrusão (extrusion) Fundição (casting) Laminação: empregada em tubos de aço carbono, aço-liga e aço-inox, de 8 a 65cm de diâmetro. Processo de laminação mais importante: Mannesmann. A partir de uma barra de seção circular obtém-se um tubo sem costura, utilizando os seguintes laminadores: a) Puncionador: Realiza o puncionamento do tarugo, obtendo tubos curtos com paredes grossas. b) Passo de peregrino: O tubo curto obtido na etapa anterior é submetido a este laminador com o objetivo de reduzir a espessura da parede e aumentar o comprimento. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação Laminação (rolling) https://www.youtube.com/watch?v=ztcEyel47Kg&feature=youtu.be EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação Tubos sem costura (seamless Pipe) Laminação (rolling) Extrusão (extrusion) Fundição (casting) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação Tubos sem costura (seamless Pipe) Laminação (rolling) Extrusão (extrusion) Fundição (casting) Extrusão direta Extrusão indireta Extrusão hidrostática Extrusão de tubo furado EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação Fundição (casting) https://www.youtube.com/watch?v=ztcEyel47Kg&feature=youtu.be No processo de fundição o material do tubo é despejado em estado líquido, nos moldes especiais, onde se solidifica adquirindo a forma final. É fabricado por esse processo tubos de ferro fundido, de alguns aços não-forjáveis e grande parte dos materiais não-metálicos como barro, concreto, cimento-amianto, borrachas, entre outros. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação • Tubos com costura : Pre-bending Fabricação • Roller Method • Press Bending Method • UO Method Circular rolling EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação • Tubos com costura : Fabricação • Roller Method • Press Bending Method • UO Method EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação • Tubos com costura : Fabricação • Roller Method • Press Bending Method • UO Method EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação • Tubos com costura : Fabricação • Roller Method • Press Bending Method EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação • Tubos com costura : Fabricação • Roller Method • Press Bending Method • UO Method EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação • Tubos com costura : Fabricação • UO Method https://www.youtube.com/watch?v=x055o9f-Vw0 EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação Tubos com costura : Solda • SAW Pipe : L-SAW Spiral Seam Pipe • ERW ➢ SAW – Submerged arc welding ➢ Método no qual o calor requerido para fundir o metal é gerado por um arco formado pela corrente elétrica passando entre o arame de soldagem e a peça de trabalho. ➢ A ponta do arame de soldagem, o arco elétrico e a peça de trabalho são cobertos por uma camada de material granulado conhecido como fluxo. ➢ Parte do fluxo é fundida gerando uma capa protetora sobre a poça de fusão da solda. O restante não fundido é recolhido para a reutilização. ➢ Não há arco visível nem faíscas. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação Tubos com costura : Solda • SAW Pipe : L-SAW Spiral Seam Pipe • ERW ➢ Aplicações Fabricação de vasos de pressão, navios e barcos, plataformas e tubos. ➢Vantagens • Altas velocidades de soldagem; • Boa integridade do metal de solda; • Processo de fácil uso; • Melhor ambiente de trabalho e maior segurança para o operador uma vez que o arco está protegido pelo fluxo. ➢Limitações • Limitação de soldagem nas posições plana e horizontal. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação • Tubos com costura : Solda • SAW Pipe EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação • Tubos com costura : Solda ➢ Na soldagem helicoidal/espiral é usada uma bobina ao invés de chapas como no processo de soldagem longitudinal. ➢ As bobinas são desbobinadas passando por um conjunto de rolos seguidos de fresamento das bordas da bobina. ➢ Isto permite a fabricação continua de tubos de comprimento ilimitado. ➢ Soldagem de passo duplo, que consiste em soldagem interna acompanhada pela soldagem externa. Soldagem interna: posição de 6 horas, soldagem externa: posição de 12 horas. ➢ Variedade grande de diâmetros podem ser produzidos. ➢ Usados para tubos com baixa solicitação de pressão. • SAW Pipe : L-SAW Spiral Seam Pipe • ERW EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação • Tubos com costura : Solda • SAW Pipe : L-SAW Spiral Seam Pipe • ERW EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação • Tubos com costura : EWR ERW Solda • SAW Pipe : L-SAW Spiral Seam Pipe • ERW Electric Resistance Welding : pipe is welded without adding filler material − Desbobinamento da chapa de aço; − Formação dos tubos por meio de rolos; − Soldagem por resistência (utilização de eletrodos para gerar corrente, não há utilização do fluxo, as superfícies semi fundidas são pressionadas juntas e a força de compressão gera a fusão das mesmas); − Tratamento térmico de normalização da solda; − Calibragem dimensional; − Corte; − Ensaios não-destrutivos. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação ERW Electric Resistance Welding : pipe is welded without adding filler material https://www.youtube.com/watch?v=0x1uRR9Jb34 EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Processos de Fabricação ERW Electric Resistance Welding : pipe is welded without adding filler material https://www.youtube.com/watch?v=1dT55CaXGRA EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole CORROSÃO “deterioração de material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente associada ou não a esforços mecânicos”. O resultado dessa deterioração introduz alterações prejudiciais e indesejáveis, como por exemplo: “desgaste, variações químicas ou modificações estruturais”, de forma que o material tem sua funcionalidade comprometida. Falha em coluna de produção de um poço de gás (contendo CO2 e H2S), devido à corrosão. O custo de retirada e substituição de uma coluna em um poço típico on-shore é da ordem de 2 milhões de dólares, além do custo de produção cessante. Reparos e substituição em linhas de transporte podem envolver custos ainda maiores. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole A lista de fatores para que o fenômeno corrosivo se manifeste é extensa, de forma que identificar suas causas pode ser uma tarefa complexa. • • • • • • • • Química Eletroquímica Corrosão galvânica Corrosão por dióxido de carbono (CO2) Corrosão por sulfeto de hidrogênio (H2S) Corrosão sob tensão Corrosão sob fadiga Corrosão-erosão EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Esfoliação Placas Uniforme Filiforme Puntiforme Alveolar EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão eletroquímica (úmida) Esse é o tipo de corrosão mais comum, pois é a que ocorre com os metais na presença de água (pilha de corrosão). • • • Possuem três componentes essenciais, o cátodo, o ânodo e o eletrólito. No cátodo acontece a redução, no ânodo a oxidação, e, por meio do eletrólito, a corrente elétrica flui do cátodo para o ânodo. Esse fluxo acontece por conta de uma diferença de potencial associada a diferentes materiais e/ou meios. Corrosão química (seca) Contato direto entre o material e o agente corrosivo, sem presença de eletrólito (solução aquosa) e sem formação de corrente elétrica. Ex: formação de furrugem pela reação entre ferro metálico e oxigênio do ar, com produção de óxido de ferro. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão galvânica (processo eletroquímico) Também chamada de bimetálica: quando metais dissimilares são imersos em uma solução corrosiva ou condutora, a diferença de potencial produz um fluxo de corrente entre eles e leva a uma corrosão mais rápida do metal menos nobre. Metal de sacrifício! • Metal mais resistente: catodo • Metal menos resistente: anodo. • O meio que permite o contato (físico ou elétrico) : eletrólito Ex: conexões entre tubing e um outro componente; solda e material ao redor etc Série Galvânica Magnésio Zinco Alumínio Aço Carbono Aço baixa liga Ferro fundido Bronze Cobre Prata Aço inox Monel Ouro Platina Menos nobre Anódico Mais nobre Catódico EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão por dióxido de carbono (CO2) Conhecida pelo termo “sweet corrosion” Principal mecanismos de deterioração de tubulações na indústria de petróleo e gás natural : • Poços contem diferentes tipos de impurezas, dentre elas, CO2 • Poços profundos: percentual de CO2 de até 20% do total de hidrocarbonetos (valor muito superior aos encontrados no pós-sal); • uso de técnicas de recuperação baseadas na injeção deste gás para poços maduros (pré e pós-sal) ➢ CO2 em condições normais de temperatura : não apresenta características corrosivas ➢ Ao se dissolver em água : ácido carbônico (H2CO3) Na forma aquosa dissociado, ao entrar em contato com superfícies metálicas, desencadeia reações eletroquímicas que abrangem a dissolução anódica do metal e a evolução catódica do hidrogênio : provocando a corrosão. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão por dióxido de carbono (CO2) Reação global: Nešić (2007, p. 4311), Zhang et al (2012, p. 195), Santos (2009, p. 16) e Jambo e Fófano (2008, p. 54) Entretanto, a equação global não nos mostra quais os processos de transformação que ocorrem na dissolução do dióxido de carbono em meio aquoso nem como se dá a formação do carbonato de ferro, como também não nos mostra quais as reações anódicas e catódicas do processo corrosivo por CO2 ➢ Os reagentes são o ferro, o dióxido de carbono e a água ➢ Os produtos de corrosão são o carbonato de ferro (FeCO3) e o hidrogênio molecular. No caso específico do FeCO3, este costuma se apresentar na forma de filmes depositados sobre a superfície metálica. Como a corrosão por dióxido de carbono afeta principalmente os aços carbono, a utilização de revestimento nestes aços pode ser uma solução para utilizá-los de forma eficaz em vez de utilizar aços mais caros. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão por dióxido de carbono (CO2) Influência da temperatura e pressão na corrosão do aço carbono • Estudos demonstram que a temperatura é um dos fatores mais importantes que afetam a corrosão do aço-carbono em meios contendo CO2. aumenta solubilidade do CO2 na solução aquosa e subsequente ionização do ácido carbônico. Temperatura acelera as reações eletroquímicas que ocorrem na superfície do aço, afetando a formação dos produtos de corrosão. Segundo Bellarby (2009, p. 445), para elevadas temperaturas, ou seja, acima de 300ºF (~150ºC), recomenda-se o uso de tubos em 13Cr. Tubing: L80 13Cr • Estudos demonstram que existe uma tendência no aumento da taxa de corrosão com incremento na pressão parcial do CO2. Aumento da pressão acelera as reações catódicas e aumenta o processo corrosivo. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão por dióxido de carbono (CO2) Taxas de corrosão para diversos materiais (aço carbono e alguns aços ao cromo). !!! Atenção para a taxa de corrosão do aço carbono, quando comparado a alguns aços de metalurgia mais nobre, para temperaturas mais elevadas EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão por sulfeto de hidrogênio (H2S) “A corrosão dos aços-carbono de baixa liga pelo sulfeto de hidrogênio sempre foi um tema de pesquisa recorrente na área de exploração e produção de petróleo e gás natural, que adquiriu especial atenção depois da descoberta do pré-sal em 2006 no Brasil” Oliveira et al. (2018) O sulfeto de hidrogênio está naturalmente presente no óleo e no gás e, junto com a água emulsionada e o vapor de água, tornam-se ambientes ácidos propícios para a corrosão. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão por sulfeto de hidrogênio (H2S) Fragilização pelo hidrogênio: forma mais preocupante de corrosão. A interação do hidrogênio com o metal acontece em quatro etapas: • • • • Etapa I – adsorção - H2 entra em contato com o metal Etapa II – dissociação - molécula de H2 se dissocia em átomos H+ Etapa III – Absorção - H+ é absorvido para dentro do material Etapa IV – Difusão - H+ difunde-se através da rede cristalina hidrogênio atômico consegue se combinar e se transforam em hidrogênio molecular – H2 aumento de volume hidrogênio trapeado exerce grande pressão no interior do material trincas e blisters (empolamentos) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão por sulfeto de hidrogênio (H2S) Fragilização pelo hidrogênio: forma mais preocupante de corrosão. Estágios da progapação da trinca: a) hidrogênio difundindo-se para a zona de processo da pré-trinca; b) zona de processo saturada de hidrogênio; c) trinca propaga na zona de processo da pré-trinca e o hidrogênio migra para a nova zona de processo. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão sob tensão Trata-se de uma das mais comuns e perigosas formas de deterioração de materiais! Ação combinada de tensões (residuais ou aplicadas) e meios corrosivos. ➢ Quando se observa a fratura dos materiais, ela é denominada de corrosão sob tensão fraturante (stress corrosion cracking). • Corrosão sob tensão (solicitações estáticas) Trincas desenvolvem-se sem indicação macroscópica de fratura iminente, com quase nenhuma evidência de produtos de corrosão. ➢ As tensões residuais que causam esse processo de corrosão são geralmente provenientes de operações de soldagem e deformações a frio, como dobramento. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão sob fadiga Caso um componente, sujeito a esforços cíclicos, se encontre em um meio capaz de atacar química ou eletroquimicamente o material, tem-se as condições que promovem a corrosão por fadiga. • • Corrosão sob fadiga (solicitações cíclicas) Corrosão sob tensão (solicitações estáticas) ➢ Diferentemente do dano por fadiga, a presença do meio corrosivo reduz a resistência a fadiga do material a tal ponto que não há faixa de tensão segura dentro da qual a vida do componente é infinita. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Corrosão downhole Corrosão-erosão Dano por erosão no corpo de uma válvula Corpo e sede de valvula gaveta • Corrosão por erosão é a degradação da superfície do material por ação mecânica, muitas vezes causada pelo contato com líquidos, abrasão por detritos, partículas, bolhas, ou gotículas em suspensão em líquidos ou gases em alta vazão. • Caracterizada pelo aumento da velocidade de ataque do metal devido ao movimento relativo entre um fluido corrosivo e a superfície metálica • Caracterizada morfologicamente por sulcos, superfícies onduladas, buracos arredondados e valas que mostram um padrão direcional. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Seleção da Metalurgia A tabela abaixo é proposta pela Metais Sumitomo para a seleção do aço em função das pressões parciais de H2S e CO2. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Vedações (https://www.youtube.com/watch?v=RhwX5yaZ9p0) EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Vedações Geometria e sistemas de vedação: ‘O’ring – Aplicações estáticas. Raramente usado para aplicações dinâmicas pois é de difícil ancoragem (mesmo com suporte de plástico). ‘T’ seal – Aplicações dinâmicas pois é facilmente ancorado pelos “backups” de plástico. Ex. Hastes de pistão em DHSV. ‘V’ seal (Chevron) – Aplicações dinâmicas. A pressão abre os Vs e aumenta a eficiência. Ex. válvulas de gás lift Bonded seal stack – Os elementos são colados. Utilizada para alta pressão (10000 psi) com atuação bidirecional. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Vedações Elastômeros : polímeros de longa cadeia, com ligações cruzadas, que produz um material hiperelástico. São facilmente deformáveis (baixo módulo de elasticidade) e virtualmente incompressíveis (Poisson = 0,5). Cadeias do elastômero amorfo • • Os plásticos são mais rígidos. São um back-up do elastômero e evitam que se deformem mais do que o necessário. ➢ O elastômero perfeito deve ser resistente, hiperelástico, quimicamente inerte, barato e de fácil fabricação: não existe!! O elastômero deve ser escolhido equilibrando-se boas propriedades físicas e resistência química. EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Vedações Tabela resume elastômeros típicos usados na indústria de óleo e gás e suas limitações químicas e físicas EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Vedações Tabela resume plásticos típicos usados na indústria de óleo e gás e suas limitações EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino Obrigada! geovana@lts.coppe.ufrj.br ilson@lts.coppe.ufrj.br EEW 412 – Completação de Poços Prof. Ilson Paranhos Pasqualino