Página propositalmente em branco para preservar formatação de impressão. Índice Lista de Figuras .....................................................................................10 Prefácio ................................................................................................15 1. Introdução .....................................................................................18 Origem e Linha Histórica .........................................................................19 Efeito Fotovoltaico ..................................................................................25 Tipos de Energia Solar ............................................................................28 Energia Térmica ..................................................................................29 Energia Solar Concentrada ...................................................................30 Energia Solar Fotovoltaica ....................................................................31 O Sol ....................................................................................................32 Irradiação Solar .....................................................................................34 Unidades ............................................................................................35 Irradiação ..........................................................................................35 Solstício ................................................................................................36 Célula Fotovoltaica .................................................................................39 Silício Cristalino...................................................................................41 Silício Monocristalino............................................................................42 Silício Policristalino ..............................................................................42 Silício em Fita .....................................................................................43 Filme Fino ..........................................................................................43 Produção das Células ..............................................................................44 Matéria Prima .....................................................................................45 Processo de Fabricação ........................................................................46 Controle de Qualidade ..........................................................................50 3 WWW.SOLIENS.COM.BR Sistemas Fotovoltaicos ...........................................................................52 Componentes......................................................................................59 Arranjo Fotovoltaico ............................................................................60 Módulo e Eficiência ..............................................................................61 Sombreamento e Sujeira ......................................................................62 Insolação e Energia .............................................................................63 Montagem .............................................................................................65 Cabeamento .......................................................................................66 Tracker (Seguidor Solar) ......................................................................66 Inversor .............................................................................................68 Baterias .............................................................................................69 Monitoramento/Medição (NetMetering ou SmartGrid) ...............................71 Outros Sistemas ....................................................................................72 CPV (Sistemas Fotovoltaicos Concentrados) ............................................73 Sistemas Mistos ..................................................................................74 Sistemas Solares de Flutuação ..............................................................74 Sistemas Autônomos (Off-Grid).............................................................75 Sistemas Pico FV .................................................................................76 Luzes de Rua Solares ...........................................................................77 Telecomunicações e Sinalização ............................................................77 Veículos Solares ..................................................................................78 Bombas Solares ..................................................................................78 Espaçonave ........................................................................................79 Conclusão .............................................................................................80 Futuro da Tecnologia ..............................................................................81 4 WWW.SOLIENS.COM.BR Onde Estamos Agora? .............................................................................81 O futuro da energia solar ........................................................................82 Painéis Híbridos (PVT) ..........................................................................82 Tesla Power Wall .................................................................................83 Tesla + Solar City = Tesla Energy .........................................................83 Poder sem Fio do Espaço ......................................................................84 2. Dimensionamento...........................................................................87 Energia do Sol .......................................................................................87 Radiação Solar .......................................................................................88 Radiação Direta e Difusa ......................................................................88 A Corrente e a Tensão para a Irradiância................................................93 Sistemas FV ..........................................................................................94 Medindo a Irradiação in loco (Piranômetro).............................................94 O Cálculo da Energia............................................................................95 Horas de Sol Pico ................................................................................96 Horas de Sol Pico para Calcular um Sistema ...........................................96 Consultando Mapas e Gráficos...............................................................97 Efeitos do Sol sobre a Terra .....................................................................99 Entenda estes Efeitos Sazonais .............................................................99 Entenda a Altitude e Azimute .............................................................. 100 Altitude ............................................................................................ 101 Azimute ........................................................................................... 102 O Relógio Solar .................................................................................... 103 Interpretar Gráficos Solares ................................................................ 103 Janela Solar ...................................................................................... 104 5 WWW.SOLIENS.COM.BR Introdução ao Ângulo de Inclinação ........................................................ 105 Orientando o Arranjo FV para o Azimute .............................................. 107 Rastreamento (Trackers) .................................................................... 108 Análise de Conta .................................................................................. 109 Grupos ............................................................................................. 110 Grupo A ............................................................................................................................................... 110 Grupo B ............................................................................................................................................... 111 Bandeiras Tarifárias ........................................................................... 112 Horário de Ponta e Fora de Ponta ........................................................ 113 Tributos ........................................................................................... 113 Exemplos de Contas de Energia ............................................................. 115 AES ELETROPAULO ............................................................................ 115 CELPE .............................................................................................. 116 CEMIG ............................................................................................. 117 COELBA ........................................................................................... 118 COPEL.............................................................................................. 119 COSERN ........................................................................................... 120 CPFL ................................................................................................ 121 DME ................................................................................................ 122 ELEKTRO .......................................................................................... 123 ENERGISA ........................................................................................ 124 LIGHT .............................................................................................. 124 3. Instalação ................................................................................... 126 Gerenciamento de Projeto ..................................................................... 126 Ferramentas para Vistoria Técnica ....................................................... 126 Assegurar Autorização e Aprovação ..................................................... 128 6 WWW.SOLIENS.COM.BR Pré-Instalação ..................................................................................... 129 Implementar um Plano de Segurança .................................................. 129 Segurança em Trabalhos com Sistema Fotovoltaico ............................... 130 Equipamentos de Proteção .................................................................... 131 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ........................................... 133 Capacete............................................................................................................................................. 135 Proteção para o Rosto ................................................................................................................... 135 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) ............................................ 136 Ferramentas Manuais ........................................................................... 136 Ferramentas para Instalação .............................................................. 137 Alicates ................................................................................................................................................ 137 Chaves................................................................................................................................................. 138 Outras Ferramentas ....................................................................................................................... 138 Ferramentas Especiais .................................................................................................................. 138 Insumos .............................................................................................................................................. 139 Segurança da Escada ......................................................................... 140 Configuração Correta para Escada ........................................................................................... 141 Segurança no Telhado ....................................................................... 142 Proteção Contra Quedas .............................................................................................................. 142 Armazenamento de suas Ferramentas ................................................................................... 142 Análise de Segurança Elétrica ................................................................ 143 Risco de choque ................................................................................ 144 Visita Técnica ...................................................................................... 147 Montar as Peças Mecânicas.................................................................... 149 Concluindo a Instalação ........................................................................ 149 Solução de Problemas ........................................................................... 151 4. Vendas ........................................................................................ 153 Preparando a Venda ............................................................................. 153 7 WWW.SOLIENS.COM.BR É Importante Escutar o Cliente .............................................................. 154 Antes de Elaborar um Orçamento ........................................................... 155 Precificação ......................................................................................... 157 Valor Presente Líquido ....................................................................... 157 Taxa Interna de Retorno .................................................................... 157 Proposta Comercial ............................................................................ 158 5. Marketing .................................................................................... 162 Introdução .......................................................................................... 162 Definindo a Estratégia .......................................................................... 162 Marketing Físico ................................................................................... 164 Flyer ................................................................................................ 164 Outdoor ........................................................................................... 164 Carta ............................................................................................... 165 Telefonema ...................................................................................... 165 Visita ............................................................................................... 165 Eventos ............................................................................................ 165 Marketing Digital .................................................................................. 166 Site ................................................................................................. 167 Conclusão ........................................................................................... 168 6. Empresarial ................................................................................. 170 Introdução .......................................................................................... 170 Faça uma Pesquisa de Mercado ........................................................... 170 Faça um Plano de Negócios ................................................................... 171 Conheça a Tecnologia Fotovoltaica ...................................................... 171 Faça um Plano de Marketing ............................................................... 172 8 WWW.SOLIENS.COM.BR Faça as suas Projeções Financeiras ...................................................... 172 Desenvolva uma Marca ...................................................................... 172 Capitalize o seu Negócio ..................................................................... 173 Gestão Financeira ................................................................................ 173 Seguros ........................................................................................... 174 Local de Trabalho .............................................................................. 174 Presença Online ................................................................................ 175 Venda .............................................................................................. 175 Fornecedores .................................................................................... 175 Estrutura da Empresa ........................................................................... 176 Equipe ............................................................................................. 176 Equipamentos ................................................................................... 177 7. Conclusão .................................................................................... 178 Referências Bibliográficas ...................................................................... 181 9 WWW.SOLIENS.COM.BR Lista de Figuras Figura 1 - Alessandro Volta - Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.com) ............19 Figura 2 - Edmond Becquerel - Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.com) .........20 Figura 3 – Albert Einstein, prêmio Nobel pelo efeito fotoelétrico - Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.com) ...............................................................21 Figura 4 – Astronauta na estação espacial, painéis fotovoltaicos monocristalinos produzem a energia para o consumo da estação. - Fonte: Nasa (www.nasa.gov) ....................................................................................22 Figura 5 – Primeiros módulos fotovoltaicos produzidos pela Bell Labs 1950. Fonte: KRCB (www.radio.krcb.org) ..........................................................23 Figura 6 – Montagem de Painel Policristalino - Fonte: Pixabay (www.pixabay.com) ...............................................................................24 Figura 7 - Número de Conexões acumulado em janeiro de 2016. - Fonte: ANEEL (www.aneel.gov.br)......................................................................25 Figura 8 – Célula Fotovoltaica - Fonte: solarbrasil (www.solarbrasil.com.br) ..26 Figura 9 – Efeito Fotovoltaico – Fonte: Energia Tecsolar (www.energiatecsolar.com.br) .................................................................26 Figura 10 – Constituição interna de uma célula fotovoltaica - Fonte: Electronica-PT (www.electronica-pt.com) ..................................................27 Figura 11 – Conjunto de células formando um painel - Fonte: Electronica-PT (www.electronica-pt.com) .......................................................................28 Figura 12 – Radiação Total – Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.org) .............29 Figura 13 – Energia Térmica para aquecimento de água – Fonte: www.micronovasrl.com ...........................................................................30 Figura 14 – Usina de Energia Solar Concentrada – Fonte: Construction Review Online www.constructionreviewonline.com ................................................31 Figura 15 – Satélite – Fonte: Nasa (www.nasa.org) ....................................32 Figura 16 – O sol – Fonte: Pixabay (www.pixabay.com) ..............................33 Figura 17 – Sol no horizonte – Fonte: Pixabay (www.pixabay.com) ..............34 Figura 18 – Mapa do Potencial Solar – Fonte:entrepreneurstoolkit.org ..........36 10 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 19 - Iluminação da Terra pelo Sol durante o solstício do hemisfério sul (solstício de dezembro) - Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.com) .................37 Figura 20 - Iluminação da Terra pelo Sol durante o solstício do hemisfério norte (solstício de junho) - Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.com) ..............38 Figura 21 – Irradiância durante o dia. – Fonte: Econotecnia (www.econotecnia.com) ..........................................................................39 Figura 22 – Célula fotovoltaica - Fonte:www.energias.bienescomunes.org .....40 Figura 23 – Célula de filme fino – Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.org) .......41 Figura 24 – Célula monocristalina – Fonte: Cresesb (www.cresesb.cepel.br) ..42 Figura 25 – Célula policristalina – Fonte: Cresesb (www.cresesb.cepel.br).....43 Figura 26 – Células de Filme Fino – Fonte:www.globaltradeissues.files.wordpress.com......................................44 Figura 27 – Silício em estado natural, areia - Fonte: APCMag (www.apcmag.com) ...............................................................................45 Figura 28 – Silício – Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.org) .........................46 Figura 29 – Lingote de silício sendo fatiado - Fonte: APCMag (www.apcmag.com) ...............................................................................47 Figura 30 – Disco de siliicio que será usado para produzir as células fotovoltaicas - Fonte: APCMag www.apcmag.com .......................................48 Figura 31 – Estrutura da célula – Fonte: HowStuffWorks (www.howstuffworks.com) ......................................................................49 Figura 32 – Áreas de super aquecimento detectadas – Fonte: Solar professional (www.solarprofessional.com) .................................................51 Figura 33 - Teste de impacto – Fonte: cdn.deseretnews.com .......................51 Figura 34 – Certificados internacionais – Fonte: Roof Solar Panels (www.roofsolarpanels.biz) .......................................................................52 Figura 35 – Sistema On-Grid (Conectado à rede) – Fonte: www.eetim.ro ......53 Figura 36 – Potencial da energia solar comparada a outras fontes – Fonte: energiaheliotermica.gov.br ......................................................................54 Figura 37 – Custo por Watt nos últimos 40 anos – Fonte: www.portalsolar.com.br ..........................................................................55 11 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 38 – Usina Fotovoltaica – Fonte: Pixabay (www.pixabay.com) ...........56 Figura 39 – Sistema On-Grid – Fonte: Eletrotech (www.eletrotech-es.com) ...57 Figura 40 – Sistema instalado em telhas de aço – Fonte: Ethical Power www.ethical-power.com ..........................................................................59 Figura 41 – Sistema ancorado – Fonte: www.enjoythessaloniki.com .............60 Figura 42 – Uma limpeza a cada 6 meses de forma simples é suficiente – Fonte: www.pvnepal.supsi.ch ..................................................................63 Figura 43 – Radiação solar – Fonte: www.fcsolar.eco.br ..............................64 Figura 44 – Trilho de alumínio – Fonte: Portal Solar www.portalsolar.com.br .65 Figura 45 – Cabo Nexans para sistemas fotovoltaicos – Fonte: Nexans www.nexans.com.br ...............................................................................66 Figura 46 – Tracker (seguidor solar) – Fonte: Pixabay (www.pixabay.com) ...67 Figura 47 – Inversor Fronius (On-Grid) – Fonte: www.archiexpo.com ...........69 Figura 48 – Bateria estacionária Moura – Fonte: Moura (www.moura.com.br) 70 Figura 49 – Tesla Power Wall feita de baterias de lítio-íon – Fonte: Tesla (www.tesla.com) ....................................................................................71 Figura 50 – Piranômetro – Fonte: Wikipedia (www.eikipedia.org) .................72 Figura 51 – CPV (Sistema Fotovoltaico Concentrado) – Fonte: Solar Tribune (www.solartribune.com)..........................................................................73 Figura 52 – Usina fotovoltaica flutuantes - Fonte: www.lgcnsblog.com ..........75 Figura 53 – Sistema Off-Grid com gerador opcional – Fonte: www.energyinformative.org ....................................................................76 Figura 54 – Iluminação pública com sistema FV – Fonte: www.aurogsolar.com ...........................................................................................................77 Figura 55 – Bomba Solar – Fonte: www.sigmainovar.com.br .......................79 Figura 56 – Módulo Híbrido PVT – Fonte: www.zerocarbonsolution.co.uk .......83 Figura 57 – Telhas criadas pela Solar City, empresa irmã da Tesla. Ambas de Elon Musk. - Fonte: Tesla (www.tesla.com) ...............................................84 Figura 58 – SSPS – Fonte: www.kijkmagazine.nl ........................................85 Figura 59 – Irradiância Global Média – Fonte: Matthias Loster, 2006 ............90 12 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 60 – Radiação Solar Global Anual – Fonte: Atlas Solarimétrico do Brasil (UFPE) ..................................................................................................92 Figura 61 - Mapa brasileiro de irradiação solar em média anual – Fonte: Pereira, 2006.........................................................................................93 Figura 62 - Ranking Tarifas B1 – Fonte: ANEEL ........................................ 114 Figura 63 - Exemplo de conta da AES Eletropaulo – Fonte: AES Eletropaulo 115 Figura 64 - Exemplo de conta da CELPE – Fonte: CELPE ............................ 116 Figura 65 - Exemplo de conta da CEMIG – Fonte: CEMIG .......................... 117 Figura 66 - Exemplo de conta da COELBA – Fonte: COELBA ...................... 118 Figura 67 - Exemplo de conta da COPEL – Fonte: COPEL ........................... 119 Figura 68 - Exemplo de conta da COSERN – Fonte: COSERN ..................... 120 Figura 69 - Exemplo de conta da CPFL – Fonte: CPFL ............................... 121 Figura 70 - Exemplo de conta da DME – Fonte: DME ................................ 122 Figura 71 - Exemplo de conta da ELEKTRO – Fonte: ELEKTRO ................... 123 Figura 72 - Exemplo de conta da ENERGISA – Fonte: ENERGISA ................ 124 Figura 73 - Exemplo de conta da LIGHT – Fonte: LIGHT ............................ 124 Figura 74 - Sinalização de entrada proibida – Fonte: Soliens ..................... 131 Figura 76- Escada firmemente amarrada e segura – Fonte: Soliens ............ 132 Figura 75 - Sinalização e isolamento da área – Fonte: Soliens ................... 132 Figura 77 - Equipamentos de Proteção Individual – Fonte: Soliens ............. 133 Figura 79 - Lonas, capas de chuva, instintor de incêndio, linhas de vida – Fonte: Soliens ..................................................................................... 134 Figura 78 - EPI’s – Fonte: Soliens .......................................................... 134 Figura 80 - Ferramentas – Fonte: Soliens ................................................ 137 Figura 81 - Ferramentas – Fonte: Soliens ................................................ 138 Figura 83 - Furadeira de alto impacto com martelete – Fonte: Soliens ........ 139 Figura 82 - Parafusadeira – Fonte: Soliens .............................................. 139 Figura 84 - Kit de pontas e bits para parafusadeiras – Fonte: Soliens ......... 140 Figura 85 - Kit Bloqueio - Fonte www.masterlock.com .............................. 146 Figura 87 - Instalação da String Box – Fonte: Soliens ............................... 179 Figura 86 - Instalação do Sistema Fotovoltaico – Fonte: Soliens ................ 179 13 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 88 - Cabeamento – Fonte: Soliens ................................................ 180 14 WWW.SOLIENS.COM.BR Prefácio O objetivo deste livro digital é demonstrar como a tecnologia fotovoltaica é simples e pode ser implementada em praticamente qualquer ponto do território nacional. Temos uma das melhores irradiações solares do planeta, muito superior a países em que a tecnologia já faz parte do cotidiano da população, como é o caso da Alemanha. Uma das funções deste E-Book é despertar a curiosidade dos leitores e ao mesmo tempo responder dúvidas e esclarecer conceitos. Veremos aqui uma introdução aos sistemas fotovoltaicos, passando pela sua origem e tipos de tecnologia, incluindo a fabricação das células. Mais à frente veremos os fatores que influenciam um dimensionamento, veremos também como se preparar para uma instalação. Nos módulos 4, 5 e 6, você terá acesso a técnicas de venda, estratégias de marketing usadas no setor e informações de como constituir uma empresa nesse mercado. É importante frisar que apesar deste livro conter mais de 180 páginas, ele é usado apenas como uma introdução aos conceitos, e não deverá ser usado para a instalação de sistemas, pois não foi desenvolvido com este intuito. Para isso forneceremos informações dos nossos cursos na Soliens Virtual Academy, no fim deste e-book, no módulo de conclusão. Para mais informações, acesse: 15 WWW.SOLIENS.COM.BR www.soliens.com.br (site) www.fb.com/soliens (facebook) Este livro foi editado e diagramado pela Equipe da Soliens Virtual Academy Todos os direitos reservados a Soliens e a Soliens Virtual Academy Jardim Canadá – Nova Lima – Minas Gerais Brasil 16 WWW.SOLIENS.COM.BR 17 WWW.SOLIENS.COM.BR 1. Introdução Compreender os fundamentos dos sistemas fotovoltaicos (FV) é a chave para a concepção e instalação de sistemas de alta qualidade. É por isso que esta parte é fundamental para abrangermos o que a tecnologia significou no passado, no presente e quais são as expectativas para o futuro. Neste e-book gratuito de introdução a sistemas fotovoltaicos desenvolvido pela SOLIENS, vamos ver os principais componentes usados em todos os tipos de sistemas fotovoltaicos e sua constituição com detalhes e como eles se relacionam uns com os outros. Vamos estudar a sua origem e linha histórica, e a explicação do efeito fotovoltaico. Vamos fornecer uma visão geral dos fundamentos elétricos que conduzem os projetos e instalações de um sistema e ver também o que delineia a relação entre o Sol e a Terra e orientar você na avaliação do recurso solar. Faremos uma análise sobre todos os tipos diferentes de energia solar, incluindo o uso de “Trackers” (seguidores), as suas vantagens e desvantagens. Vamos falar também sobre as unidades de energia e explicar o básico sobre os fundamentos elétricos e suas diferenças. Para finalizar vamos dar uma olhada geral nos tipos de célula fotovoltaica padrão, os tipos de painéis e diferentes tipos de tecnologia fotovoltaica, além de uma olhada geral nos sistemas On-Grid (conectados à rede) foco do nosso curso, sistemas Off-Grid de uma forma geral e nos sistemas Híbridos. 18 WWW.SOLIENS.COM.BR Origem e Linha Histórica O termo "fotovoltaico" começou a ser utilizado na Inglaterra no ano 1849. Vem do grego: phos, que significa "luz", e de - voltaico, que vem do campo da eletricidade, em estima ao físico italiano Alessandro Volta. Figura 1 - Alessandro Volta - Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.com) 19 WWW.SOLIENS.COM.BR O efeito fotovoltaico foi observado pela primeira vez dez anos antes, em 1839, pelo físico francês Alexandre Edmond Becquerel, porém a primeira célula solar não foi fabricada até 1883. Figura 2 - Edmond Becquerel - Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.com) Seu criador foi Charles Fritts, quem recobriu uma amostra de selênio semicondutor com pó de ouro, formando junções. Esse aparelho antiquado apresentava uma eficiência menor do que 1%, porém demonstrou de maneira real que, efetivamente, criar eletricidade com luz era possível. As pesquisas realizadas no século XIX por Michael Faraday, James Clerk Maxwell, Nikola Tesla e Heinrich Hertz sobre indução eletromagnética, forças elétricas e ondas 20 WWW.SOLIENS.COM.BR eletromagnéticas, e acima de tudo os de Albert Einstein em 1905, proporcionaram a base teórica ao efeito fotoelétrico, que é o alicerce da conversão de energia solar para eletricidade. Figura 3 – Albert Einstein, prêmio Nobel pelo efeito fotoelétrico - Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.com) Nos anos 50, a Bell Labs criou a primeira peça de tecnologia fotovoltaica projetada para uso no espaço. Esta tecnologia logo encontrou seu caminho de volta para terra para uso em aplicações de telecomunicações em áreas remotas. Nas décadas de 1970 e 1980, os módulos fotovoltaicos foram usados para carregar baterias e, em seguida, para alimentar luzes e aparelhos em casas afastadas. Estes primeiros pioneiros ajudaram a preparar o cenário para a indústria fotovoltaica de hoje. 21 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 4 – Astronauta na estação espacial, painéis fotovoltaicos monocristalinos produzem a energia para o consumo da estação. - Fonte: Nasa (www.nasa.gov) As primeiras células fotovoltaicas não foram muito eficientes ou amplamente utilizadas fora do espaço, pois seu custo era bastante elevado. No entanto, ao longo dos anos, as empresas de manufatura aumentaram a eficiência e a confiabilidade e conseguiram reduzir drasticamente os custos. Todas estas contribuições conduziram ao uso generalizado de módulos solares e sua disponibilidade para todos nós. 22 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 5 – Primeiros módulos fotovoltaicos produzidos pela Bell Labs 1950. - Fonte: KRCB (www.radio.krcb.org) Para você e eu, a eletricidade está disponível em quase todos os lugares, sistemas fotovoltaicos são capazes de se integrar com a rede elétrica existente. Em regiões remotas os sistemas fotovoltaicos fornecem energia valiosa para alimentar sistemas de iluminação, refrigeradores e ajudando a fornecer água potável. 23 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 6 – Montagem de Painel Policristalino - Fonte: Pixabay (www.pixabay.com) Historicamente, os Estados Unidos lideraram a instalação de energia fotovoltaica desde o seu início até 1996, quando a sua capacidade instalada atingia os 77MW, mais que qualquer outro país até a data. Nos anos posteriores, foi superado pelo Japão, que manteve a liderança até que a Alemanha o ultrapassou em 2005, mantendo a liderança desde então. A partir de 2015, a Alemanha aproximava-se dos 40GWp instalados. No entanto, a China é um dos países onde a energia fotovoltaica mais cresce. Espera-se que triplique a sua potência instalada atual até os 70GWp em 2017, se convertendo em curto prazo no maior produtor de energia fotovoltaica do mundo. No Brasil a tecnologia é recente. Abaixo um gráfico da ANEEL de Janeiro de 2016 indicando como a implementação é recente: 24 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 7 - Número de Conexões acumulado em janeiro de 2016. - Fonte: ANEEL (www.aneel.gov.br) Em janeiro de 2017 o total de sistemas já ultrapassava os 9.000 pelo Brasil, um crescimento de cerca de 450% durante um período de instabilidade política e econômica. De acordo com dados da ANEEL, a previsão é de que sejamos 1,5 milhões de sistemas até 2020 e cerca de 18% das residências no Brasil tenham o sistema até 2024. Efeito Fotovoltaico O efeito fotovoltaico é a criação de tensão ou corrente elétrica em um material após a exposição à luz e é uma propriedade física e química. A primeira demonstração do efeito fotovoltaico em 1839 usou uma célula eletroquímica, mas a forma mais familiar do efeito fotovoltaico nos tempos modernos, porém, é em dispositivos de estado sólido, principalmente em fotodiodos. 25 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 8 – Célula Fotovoltaica - Fonte: solarbrasil (www.solarbrasil.com.br) Quando a luz solar ou outra luz suficientemente energética incidem sobre o fotodiodo, os elétrons presentes na camada de valência absorvem energia e, sendo excitados, saltam para a banda de condução e tornam-se livres. Figura 9 – Efeito Fotovoltaico – Fonte: Energia Tecsolar (www.energiatecsolar.com.br) 26 WWW.SOLIENS.COM.BR Estes elétrons excitados difundem-se, e alguns alcançam a junção retificadora (geralmente uma junção p-n) onde são acelerados em um material diferente por um potencial incorporado (potencial de Galvani). Isso gera uma força eletromotriz, e assim parte da energia luminosa é convertida em energia elétrica. Para conseguir uma célula solar prática, também é preciso acrescentar contatos elétricos (que permitam extrair a energia gerada), uma capa que proteja a célula mas deixe passar a luz, uma capa anti-reflexo para garantir a correta absorção dos fótons, e outros elementos que aumentem a eficiência do mesmo. Figura 10 – Constituição interna de uma célula fotovoltaica - Fonte: Electronica-PT (www.electronica-pt.com) Um conjunto de células fotovoltaicas constitui um painel fotovoltaico, também conhecido como módulo fotovoltaico. 27 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 11 – Conjunto de células formando um painel - Fonte: Electronica-PT (www.electronica-pt.com) Tipos de Energia Solar A energia solar é a luz e o calor do Sol que é aproveitado usando uma gama de tecnologias em constante evolução, como o aquecimento solar, a energia fotovoltaica, energia solar térmica, arquitetura solar, plantas de energia de sal fundido e fotossíntese artificial. É uma importante fonte de energia renovável e suas tecnologias são amplamente caracterizadas como solar passiva ou solar ativa dependendo de como elas capturam e distribuem a energia ou a convertem em energia elétrica. 28 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 12 – Radiação Total – Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.org) A Terra recebe 174.000 terawatts (TW) de radiação solar entrante (insolação) na atmosfera superior. Aproximadamente 30% é refletido de volta ao espaço enquanto o resto é absorvido por nuvens, oceanos e massas terrestres. O espectro de luz solar na superfície da Terra é maioritariamente espalhado pelas faixas visíveis e próximo ao infravermelho com uma pequena parte no ultravioleta próximo. Energia Térmica Os sistemas de água quente solar usam a luz solar para aquecer a água. Em baixas latitudes geográficas (abaixo de 40 graus), 60% a 70% da água quente doméstica pode ser fornecida com sistemas de aquecimento solar até 60°C. Os tipos mais comuns de aquecedores de água solares são coletores de vácuo (44%) e coletores de placas planas (34%) geralmente usados para água quente doméstica; e coletores plásticos não esmaltados (21%) utilizados principalmente para aquecer piscinas. 29 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 13 – Energia Térmica para aquecimento de água – Fonte: www.micronovasrl.com A partir de 2007, a capacidade instalada total de sistemas de água quente solar era de aproximadamente 154 gigawatt térmicos (GWth). A China é o líder mundial em sua implantação com 70GWth instalado a partir de 2006 e um objetivo de longo prazo de 210GWth até 2020. Israel e Chipre são os líderes per capita no uso de sistemas solares de água quente com mais de 90% das casas usando-os. Nos Estados Unidos, Canadá e Austrália, a piscina de aquecimento é a aplicação dominante de água quente solar com uma capacidade instalada de 18GWth a partir de 2005. Energia Solar Concentrada O sal fundido pode ser empregado como um método de armazenamento de energia térmica para reter a energia térmica coletada por uma torre solar ou cocho solar de uma usina de energia solar concentrada, de modo que ele pode ser usado para gerar eletricidade em mau tempo ou à noite. Foi demonstrado no projeto Solar Two de 1995-1999. Prevê-se que o sistema tenha uma eficiência anual de 99%, uma referência à energia retida armazenando calor antes de transformá-lo em eletricidade. 30 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 14 – Usina de Energia Solar Concentrada – Fonte: Construction Review Online www.constructionreviewonline.com Energia Solar Fotovoltaica Nas duas últimas décadas, a energia fotovoltaica (FV), também conhecida como PV solar, evoluiu de um nicho de mercado puro de aplicações de pequena escala para se tornar uma fonte de eletricidade generalizada. Uma célula solar é um dispositivo que converte luz diretamente em eletricidade usando o efeito fotoelétrico. Como já vimos, a primeira célula solar foi construída por Charles Fritts em 1880. Em 1931, um engenheiro alemão, o Dr. Bruno Lange, desenvolveu uma célula fotográfica usando seleneto de prata no lugar de óxido de cobre. Embora o protótipo de células de selênio tenha convertido menos de 1% da luz 31 WWW.SOLIENS.COM.BR incidente em eletricidade, Ernst Werner von Siemens e James Clerk Maxwell reconheceram a importância desta descoberta. Figura 15 – Satélite – Fonte: Nasa (www.nasa.org) O Sol O Sol é a estrela no centro do Sistema Solar. É uma esfera quase perfeita de plasma quente, com movimento convexo interno que gera um campo magnético através de um processo de dínamo. É de longe a mais importante fonte de energia para a vida na Terra. Seu diâmetro é cerca de 109 vezes o da Terra, além de ser 330.000 vezes maior, representando cerca de 99,86% da massa total do Sistema Solar. 32 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 16 – O sol – Fonte: Pixabay (www.pixabay.com) O Sol se formou há aproximadamente 4,6 bilhões anos atrás, do colapso gravitacional da matéria dentro de uma região de uma grande nuvem molecular. A massa central tornou-se tão quente e densa que eventualmente iniciou a fusão nuclear em seu núcleo. Depois que a fusão do hidrogênio em seu núcleo diminuir ao ponto em que não está mais no equilíbrio hidrostático, o núcleo do sol experimentará um aumento na densidade e na temperatura quando suas camadas exteriores se expandirem para transformar eventualmente um gigante vermelho. 33 WWW.SOLIENS.COM.BR Irradiação Solar A irradiação solar é a potência por unidade de área recebida do Sol sob a forma de radiação eletromagnética. A irradiação pode ser medida no espaço ou na superfície da Terra após absorção atmosférica e dispersão. A irradiância solar total (ETI), é uma medida da energia solar sobre todos os comprimentos de onda por unidade de área incidente na atmosfera superior da Terra. A constante solar é uma medida convencional de ETI média a uma distância de uma unidade astronômica (AU). A irradiação na Terra também é medida perpendicularmente à luz solar que entra. Insolação é a potência recebida na Terra por unidade de área em uma superfície horizontal. Depende da altura do Sol acima do horizonte. Figura 17 – Sol no horizonte – Fonte: Pixabay (www.pixabay.com) 34 WWW.SOLIENS.COM.BR Unidades A unidade de irradiância é watt por metro quadrado (W/m2). A indústria de energia solar usa watt-hora por metro quadrado (Wh/m2) dividido pelo tempo. 1kW/m2 = 24kWh/m2dia. Parte da radiação que atinge um objeto é absorvida e o restante refletido. Geralmente a radiação absorvida é convertida em energia térmica, aumentando a temperatura do objeto. As unidades de irradiância são usadas como entrada para planilhas para dimensionar sistemas de energia solar fotovoltaica. Porque os painéis solares são montados quase sempre em um ângulo determinado pela localização para o sol, seguindo uma tabela, a insolação deve ser ajustada para impedir as estimativas que são imprecisamente baixas para o inverno e irregularmente elevadas para o verão. Os painéis fotovoltaicos são classificados em condições padrão para determinar a potência em Watt-Pico (Wp = pico de watts), que pode então ser usada com insolação para determinar a saída esperada, ajustada por fatores como inclinação, rastreamento e sombreamento (que podem ser incluídos para criar a classificação Wp instalada). Irradiação O mapa solar do Brasil mostra a média anual do total diário de irradiação solar global incidente no território brasileiro. Pode-se observar que a média anual de irradiação global apresenta boa uniformidade, com médias anuais relativamente altas em todo país. O valor máximo de irradiação global ocorre no norte do estado da Bahia. A menor irradiação solar global ocorre no litoral norte de Santa Catarina. Os valores de irradiação solar global incidente em qualquer região do território brasileiro (4200-6700 kWh/m2) são superiores aos da 35 WWW.SOLIENS.COM.BR maioria dos países da União Europeia, como Alemanha, França e Espanha, onde projetos de energia solar, são amplamente disseminados. Figura 18 – Mapa do Potencial Solar – Fonte:entrepreneurstoolkit.org Solstício Na astronomia, solstício é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em dezembro e em junho. O dia e hora exatos variam de um ano para outro. 36 WWW.SOLIENS.COM.BR No hemisfério norte o solstício de verão ocorre por volta do dia 21 de junho e o solstício de inverno por volta do dia 21 de dezembro. Estas datas marcam o início das respectivas estações do ano neste hemisfério. Já no hemisfério sul, o fenômeno é simétrico: o solstício de verão ocorre em dezembro e o solstício de inverno ocorre em junho. Os trópicos de Câncer e Capricórnio são definidos em função dos solstícios. No solstício de verão do hemisfério sul, os raios solares incidem perpendicularmente à superfície da Terra no Trópico de Capricórnio. No solstício de verão do hemisfério norte, ocorre o mesmo fenômeno no Trópico de Câncer. Figura 19 - Iluminação da Terra pelo Sol durante o solstício do hemisfério sul (solstício de dezembro) - Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.com) 37 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 20 - Iluminação da Terra pelo Sol durante o solstício do hemisfério norte (solstício de junho) Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.com) Na linha do equador a duração dos dias é fixa ao longo das estações, com 12 horas de luz e 12 horas de noite (latitude de 0°). Desse modo os solstícios nessa linha não podem ser observados através de dias ou de noites mais longas. Somente podem ser observados através do dia em que o Sol atinge a menor elevação no meio-dia local, podendo o azimute dessa elevação do Sol estar orientado para o norte (solstício de verão no hemisfério norte) ou para o sul (solstício de verão no hemisfério sul). Nas linhas dos trópicos de Câncer e Capricórnio, os solstícios de verão respectivos a cada hemisfério da Terra coincidem com o único dia do ano em que os raios solares incidem perpendicularmente. Nas linhas dos círculos polares Ártico e Antártico, os solstícios marcam o único dia do ano em que o dia ou a noite duram 24 horas ininterruptas considerando a estação do ano: verão ou inverno, respectivamente. 38 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 21 – Irradiância durante o dia. – Fonte: Econotecnia (www.econotecnia.com) É de suma importância compreender este movimento, pois toda a instalação e o dimensionamento dependem deste conceito. É bom lembrar que os painéis serão voltados para o norte, pois estamos no Brasil (hemisfério sul). Célula Fotovoltaica Células solares são tipicamente nomeadas após o material semicondutor de que são feitos. Estes materiais devem ter certas características a fim de absorver a luz solar. Algumas células são projetadas para lidar com a luz solar que atinge a superfície da Terra, enquanto outras são otimizadas para uso no espaço. As células solares podem ser feitas de apenas uma camada única de material absorvente de luz (junção simples) ou usar múltiplas configurações físicas (junções múltiplas) para aproveitar vários mecanismos de separação de carga e absorção. 39 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 22 – Célula fotovoltaica - Fonte:www.energias.bienescomunes.org As células solares podem ser classificadas em células de primeira, segunda e terceira geração. As células da primeira geração – também chamadas de células convencionais, tradicionais ou baseadas em “wafer” - são feitas de silício cristalino, a tecnologia fotovoltaica predominante comercialmente. As células de segunda geração – são células solares de película fina, que incluem células de silício amorfo, CdTe e CIGS e são comercialmente significativas em centrais eléctricas fotovoltaicas em grande escala, construindo sistemas fotovoltaicos integrados ou em pequenos sistemas de energia autónomos. 40 WWW.SOLIENS.COM.BR As células de terceira geração – são células solares que inclui várias tecnologias de filmes finos, muitas vezes descritas como fotovoltaicas emergentes - a maioria delas ainda não foi aplicada comercialmente e ainda está em fase de pesquisa e desenvolvimento. Figura 23 – Célula de filme fino – Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.org) Silício Cristalino De longe, o material mais prevalente para células solares é o silício cristalino (c-Si), também conhecido como "silício de grau solar". O silício em massa é separado em várias categorias de acordo com a cristalinidade e o tamanho do cristal no lingote, fita ou “wafer” resultante. Estas células são inteiramente baseadas em torno do conceito de uma junção p-n. Células solares feitas de c-Si são feitas de wafers entre 160 e 240 micrômetros de espessura. 41 WWW.SOLIENS.COM.BR Silício Monocristalino As células solares de silício monocristalino (mono-Si) são mais eficientes e mais caras do que a maioria dos outros tipos de células. Os cantos das células parecem cortados, como um octógono, porque o material de bolacha é cortado de lingotes cilíndricos, que são tipicamente cultivados pelo processo de Czochralski. Painéis solares usando células mono-Si exibem um padrão distinto de pequenos diamantes brancos. Figura 24 – Célula monocristalina – Fonte: Cresesb (www.cresesb.cepel.br) Silício Policristalino Silício policristalino, ou células de silício multicristalino (multi-Si) são feitas de lingotes quadrados de fundição - grandes blocos de silício fundido cuidadosamente resfriado e solidificado. Eles consistem em pequenos cristais dando ao material seu efeito de floco de metal típico. As células de polissilício são o tipo mais comum usado em fotovoltaica e são menos dispendiosas, mas também menos eficientes do que as feitas a partir de silício monocristalino. 42 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 25 – Célula policristalina – Fonte: Cresesb (www.cresesb.cepel.br) Silício em Fita O silício em fita é um tipo de silício policristalino - é formado extraindo películas finas planas do silício derretido e resulta em uma estrutura policristalina. Estas células são mais baratas de fazer do que multi-Si, devido a uma grande redução no desperdício de silício, uma vez que esta abordagem não requer serração de lingotes. No entanto, eles também são menos eficientes. Filme Fino 43 WWW.SOLIENS.COM.BR As tecnologias de filme fino reduzem a quantidade de material ativo em uma célula. A maioria dos projetos envolve o material ativo entre duas lâminas de vidro. Uma vez que os painéis solares de silício utilizam apenas um painel de vidro, os painéis de película fina são aproximadamente o dobro do que os painéis de silício cristalino, embora tenham um impacto ecológico menor (determinado a partir da análise do ciclo de vida). Figura 26 – Células de Filme Fino – Fonte:www.globaltradeissues.files.wordpress.com Produção das Células As células solares fotovoltaicas são discos de silício finos que convertem a luz solar em eletricidade. Esses discos atuam como fontes de energia para uma ampla variedade de usos. Com a explicação de Albert Einstein em 1905 sobre o efeito fotoelétrico o metal absorve a energia da luz e reterá essa energia até que a luz a acerte. No entanto, poucos progressos foram feitos até que a pesquisa em diodos e 44 WWW.SOLIENS.COM.BR transistores produziu o conhecimento necessário para que os cientistas da Bell, Gordon Pearson, Darryl Chapin e Cal Fuller produzissem uma célula solar de silício de 4% em 1954. O trabalho adicional trouxe a eficiência da célula até 15%. Matéria Prima O componente básico de uma célula solar é silício puro, que não é puro em seu estado natural. Figura 27 – Silício em estado natural, areia - Fonte: APCMag (www.apcmag.com) O silício puro é derivado de tais dióxidos de silício como cascalho de quartzito (a sílica mais pura) ou quartzo triturado. O silício puro resultante é então dopado (tratado ) com fósforo e boro para produzir um excesso de elétrons e uma deficiência de elétrons, respectivamente, para fazer um semicondutor capaz de conduzir eletricidade. Os discos de silício são brilhantes e exigem um revestimento antirreflexo, geralmente dióxido de titânio. 45 WWW.SOLIENS.COM.BR Processo de Fabricação O dióxido de silício do cascalho de quartzito ou quartzo triturado é colocado em um forno de arco elétrico. Aplica-se então um arco de carbono para libertar o oxigénio. Os produtos são dióxido de carbono e silício fundido. Este processo simples produz silício com 1% de impureza, útil em muitas indústrias, mas não na indústria de células solares. Figura 28 – Silício – Fonte: Wikipédia (www.wikipedia.org) O silício puro de 99% é purificado ainda mais usando a técnica de zona flutuante. Uma vareta de silício impuro é passada através de uma zona aquecida várias vezes na mesma direção. Este procedimento "arrasta" as impurezas em direção a uma extremidade com cada passagem. Em um ponto específico, o silício é considerado puro, e a extremidade impura é removida. As células solares são feitas de cristais de silício, estruturas mono cristalinas que têm a estrutura atômica de um único cristal. O processo mais comumente usado para criar o lingote é chamado o método Czochralski. Neste processo, um cristal semente de silício é mergulhado em silício fundido. À 46 WWW.SOLIENS.COM.BR medida que o cristal de semente é retirado e rodado, é formado um lingote cilíndrico ou "boule" de silício. O lingote retirado é puro, porque as impurezas tendem a permanecer no líquido. Do lingote, os discos do silício são cortados uma de cada vez usando uma serra circular cujo o diâmetro interno corte a haste, ou com uma serra de fio. (Uma serra de diamante produz cortes que são tão largos quanto a bolacha – 5mm de espessura.) Cerca de metade do silício do lingote é perdida para o corte dos discos acabados – mais ainda se o disco for cortado para ser retangular ou hexagonal. Wafers retangulares ou hexagonais são por vezes utilizados em células solares, porque eles podem ser montados juntos perfeitamente, utilizando assim todo o espaço disponível na superfície frontal da célula solar. Figura 29 – Lingote de silício sendo fatiado - Fonte: APCMag (www.apcmag.com) Os discos são polidos para remover as marcas da serra. (Recentemente foi descoberto que as células mais ásperas absorvem a luz de forma mais eficaz) 47 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 30 – Disco de siliicio que será usado para produzir as células fotovoltaicas - Fonte: APCMag www.apcmag.com A forma tradicional de dopagem (doping = adição de impurezas) wafers de silício com boro e fósforo é introduzir uma pequena quantidade de boro durante o processo de Czochralski no passo #3 acima. Os discos são então selados de costas para trás e colocadas num forno para serem aquecidos ligeiramente abaixo do ponto de fusão do silício (1.410 graus Celsius) na presença de gás fosforoso. Os átomos de fósforo tocam o silício, que é mais poroso porque está perto de se tornar um líquido. Os contatos elétricos conectam cada célula solar a outra e ao receptor da corrente produzida. Os contatos devem ser muito finos (pelo menos na frente) para não bloquear a luz solar para a célula. Os metais como paládio/prata, níquel ou cobre são evaporados a vácuo. As células são encapsuladas em etileno acetato de vinilo e colocadas numa armação metálica que tem uma folha posterior “mylar” e cobertura de vidro. 48 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 31 – Estrutura da célula – Fonte: HowStuffWorks (www.howstuffworks.com) Depois que os contatos estiverem no lugar, tiras finas (filamentos) são colocadas entre as células. As tiras mais utilizadas são cobre estanhado e prata. Porque o silício puro é brilhante, pode refletir até 35% da luz solar. Para reduzir a quantidade de luz solar perdida, um revestimento anti-reflexo é colocado sobre o disco de silício. O material usado para o revestimento é aquecido até que suas moléculas fervam, viajam ao silício e condensam-se, ou o material sofre pulverização catódica (sputtering). Neste processo, uma alta tensão bate moléculas fora do material e os deposita no silício no eletrodo oposto. Ainda outro método é permitir que o próprio silício reaja com gases contendo oxigénio ou Nitrogênio para formar dióxido de silício ou nitreto de silício. As células solares acabadas são então encapsuladas. Isto é, seladas em borracha de silício ou etileno acetato de vinilo. As células solares encapsuladas 49 WWW.SOLIENS.COM.BR são então colocadas em uma estrutura de alumínio que tem uma folha de fundo “mylar” ou “tedlar” e uma cobertura de vidro ou plástico. Controle de Qualidade O controle de qualidade é importante na fabricação de células solares porque a discrepância nos muitos processos e fatores pode afetar adversamente a eficiência global das células. O Low Cost Solar Array Project (Projeto de Sistema Fotovoltaico de baixo custo - iniciado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos no final da década de 1970) patrocinou uma pesquisa privada que visava reduzir o custo das células solares. O silício em si é testado quanto à pureza, orientação cristalina e resistividade. Os fabricantes também testam a presença de oxigênio (que afeta sua resistência e resistência à deformação) e carbono (que causam defeitos). Os discos de silício acabados são inspecionados por qualquer dano, escamação ou dobra que possa ter ocorrido durante a serragem, polimento e gravação. Durante todo o processo de fabricação do disco de silício, a temperatura, a pressão, a velocidade e as quantidades de contaminantes são continuamente monitoradas. Também são tomadas medidas para assegurar que as impurezas no ar e nas superfícies de trabalho são mantidas a um mínimo. Os semicondutores concluídos devem ser submetidos a testes elétricos para verificar se a corrente, a tensão e a resistência de cada um correspondem a padrões apropriados. 50 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 32 – Áreas de super aquecimento detectadas – Fonte: Solar professional (www.solarprofessional.com) O teste final para módulos solares é o teste de campo, no qual os módulos acabados são colocados onde eles serão realmente usados. Isso fornece ao pesquisador os melhores dados para determinar a eficiência de uma célula solar em condições ambientais e a vida útil da célula solar, os fatores mais importantes de todos. Figura 33 - Teste de impacto – Fonte: cdn.deseretnews.com 51 WWW.SOLIENS.COM.BR Se você mora em uma área que é propensa a tempestades de granizo, você deve obter painéis solares que foram testados para o impacto. A certificação européia IEC 61215. Todos os módulos vendidos pela SOLIENS, tem esta e várias outras certificações. Figura 34 – Certificados internacionais – Fonte: Roof Solar Panels (www.roofsolarpanels.biz) Sistemas Fotovoltaicos Um sistema fotovoltaico (sistema de energia solar fotovoltaica) é um sistema de energia projetado para fornecer energia solar utilizável por meio da tecnologia fotovoltaica. Consiste em um arranjo de vários componentes, incluindo painéis solares para absorver e converter luz solar em eletricidade, um inversor solar para mudar a corrente elétrica de corrente contínua CC para corrente alternada CA, cabeamento e outros acessórios elétricos para configurar um sistema de trabalho. Também pode usar um sistema de rastreamento solar para melhorar 52 WWW.SOLIENS.COM.BR o desempenho geral do sistema e incluir uma solução de bateria integrada, uma vez que os preços dos dispositivos de armazenamento devem diminuir nos próximos anos, apesar de encarecerem imensamente os projetos no presente (2017). Figura 35 – Sistema On-Grid (Conectado à rede) – Fonte: www.eetim.ro Os sistemas fotovoltaicos convertem a luz diretamente em eletricidade e não devem ser confundidos com outras tecnologias, como a energia solar concentrada ou solar térmica, utilizada para aquecimento e arrefecimento. Os sistemas fotovoltaicos variam de sistemas pequenos montados no telhado ou construídos com capacidade de algumas a várias dezenas de quilowatts, até grandes usinas elétricas de centenas de megawatts. Operando silenciosamente e sem quaisquer partes móveis ou emissões ambientais, os sistemas fotovoltaicos passaram de aplicações de nicho de mercado para uma tecnologia madura usada para geração de eletricidade em escala global. Um sistema de telhado recupera a energia investida para sua fabricação e instalação dentro de 3 a 7 anos e produz cerca de 95 por cento da energia renovável limpa líquida ao longo de uma vida útil superior a 30 anos. 53 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 36 – Potencial da energia solar comparada a outras fontes – Fonte: energiaheliotermica.gov.br Devido ao crescimento exponencial da energia fotovoltaica, os preços dos sistemas fotovoltaicos diminuíram rapidamente nos últimos anos. No entanto, eles variam de acordo com o mercado e o tamanho do sistema. Atualmente, os módulos solares fotovoltaicos representam menos de metade do custo global do sistema, deixando o restante para os componentes e outros custos, que incluem a aquisição de clientes, o licenciamento, inspeção e interconexão, o trabalho de instalação e os custos de financiamento. 54 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 37 – Custo por Watt nos últimos 40 anos – Fonte: www.portalsolar.com.br Visão Geral Um sistema fotovoltaico converte a radiação do sol em eletricidade utilizável. Compreende a matriz solar e o equilíbrio dos componentes do sistema. Os sistemas fotovoltaicos podem ser categorizados por vários aspectos, tais como: Sistemas Conectados à Rede vs. Autônomos Sistemas Integrados vs. Sistemas Montados em Rack Sistemas Residenciais vs. Utilitários Sistemas Distribuídos vs. Centralizados Sistemas de Telhado vs. Sistemas Montados no Solo Sistemas de Rastreamento (tracker) vs. Sistemas de Inclinação Fixa Sistemas Construídos vs. Sistemas Adaptados Outras distinções podem incluir sistemas com: Micro Inversores vs. Inversores Centrais Sistemas que usam Tecnologia de Silício Cristalino vs. Filme Fino (thin-film) 55 WWW.SOLIENS.COM.BR Cerca de 99% de todos os sistemas europeus e 90% de todos os sistemas de energia solar dos EUA são conectados à rede elétrica, enquanto os sistemas off-grid são um pouco mais comuns na Austrália e Coréia do Sul. Sistemas FV raramente usam armazenamento de bateria. Isso pode mudar em breve, à medida que os incentivos governamentais para o armazenamento distribuído de energia estão sendo implementados e os investimentos em soluções de armazenamento estão gradualmente se tornando economicamente viáveis para sistemas pequenos. Figura 38 – Usina Fotovoltaica – Fonte: Pixabay (www.pixabay.com) O silício cristalino é o material predominante usado em 90% dos módulos solares produzidos em todo o mundo, enquanto o filme fino rival perdeu participação de mercado nos últimos anos, mas pode ser uma tendência nos próximos anos. Cerca de 70% de todas as células solares e módulos são produzidos na China e Taiwan, deixando apenas 5% para os fabricantes europeus e norte-americanos. Existem vários milhões de sistemas fotovoltaicos distribuídos em todo o mundo, principalmente na Europa, com 1,4 milhão de sistemas apenas na Alemanha, bem 56 WWW.SOLIENS.COM.BR como a América do Norte com 440.000 sistemas nos Estados Unidos. Um módulo solar convencional aumentou sua eficiência de 15 para 20% nos últimos 10 anos e um sistema fotovoltaico recupera a energia necessária para a sua fabricação em cerca de 2 anos. Em locais excepcionalmente irradiados, ou quando a tecnologia de filme fino é utilizada, o chamado tempo de retorno de energia diminui para um ano ou menos. A medição líquida e os incentivos financeiros, como as tarifas preferenciais de alimentação para energia solar, também apoiaram muito as instalações de sistemas fotovoltaicos em muitos países. Sistema On-Grid (Conectado à Rede) Figura 39 – Sistema On-Grid – Fonte: Eletrotech (www.eletrotech-es.com) 57 WWW.SOLIENS.COM.BR Um sistema On-Grid é conectado a uma rede independente maior (tipicamente a rede elétrica pública) e alimenta a energia diretamente na rede. Essa energia pode ser compartilhada por um edifício residencial ou comercial antes ou depois do ponto de medição. Os sistemas conectados à rede variam de tamanho de residenciais para usinas solares. Esta é uma forma de geração descentralizada de eletricidade. A alimentação de eletricidade para a rede requer a transformação da corrente contínua em corrente alternada por meio de um inversor de malha de rede especial sincronizado. A maioria dos módulos (60 ou 72 células de silício cristalino) geram de 160W a 300W de potência a 36V. Os sistemas fotovoltaicos são geralmente classificados em três segmentos de mercado distintos: telhado residencial, telhado comercial e sistemas de grande escala montados no solo. Suas capacidades variam de alguns quilowatts a centenas de megawatts. Um sistema residencial típico é em torno de 10 quilowatts e montado em um telhado inclinado. Embora os sistemas montados no teto sejam pequenos e exibam um custo por watt maior do que as grandes instalações em grande escala, eles representam a maior participação no mercado. Há, no entanto, uma tendência crescente para maiores usinas, especialmente nas regiões de maior insolação do planeta. 58 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 40 – Sistema instalado em telhas de aço – Fonte: Ethical Power www.ethical-power.com Componentes Um sistema fotovoltaico para o fornecimento de energia residencial, comercial, ou industrial consiste na disposição solar e em um número de componentes. Os componentes incluem equipamentos de condicionamento de energia e estruturas para montagem, tipicamente um ou mais conversores CC para CA, mais conhecidos como inversores, um dispositivo de armazenamento de energia (no caso de Off-Grid), um sistema de racking (trilhos) que suporta o arranjo fotovoltaico, fiação elétrica e proteções e conexões. 59 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 41 – Sistema ancorado – Fonte: www.enjoythessaloniki.com Arranjo Fotovoltaico Células solares convencionais de silício, normalmente ligadas em série, são encapsuladas em um módulo solar para protegê-las do tempo. O módulo consiste de um vidro temperado como capa, um encapsulante macio e flexível, uma folha traseira feita de um material resistente ao intemperismo e resistente ao fogo e uma moldura de alumínio em torno da borda externa. Eletricamente conectados e montados em uma estrutura de suporte, módulos solares muitas vezes são chamados de painéis solares. A maioria dos arranjos fotovoltaicos usam um inversor para converter a energia de corrente contínua produzida pelos módulos em corrente alternada que pode alimentar luzes, motores e outras cargas. Os módulos em uma matriz fotovoltaica são normalmente primeiro conectados em série para obter a tensão desejada; As strings individuais são então conectadas em paralelo para permitir que o sistema produza mais corrente. 60 WWW.SOLIENS.COM.BR Módulo e Eficiência Um típico módulo FV "150 watts" é de cerca de um metro quadrado de tamanho. Tal módulo pode produzir 0,75 quilowatts-hora (kWh) todos os dias, em média, depois de ter em conta o tempo e a latitude, para uma insolação de 5 horas de sol/dia. Nos últimos 10 anos, a eficiência dos módulos comerciais de silício cristalino com base em “wafer” (fatia) aumentou de cerca de 12% para 16% e a eficiência do módulo CdTe aumentou de 9% para 13% durante o mesmo período. O aumento da temperatura degrada o desempenho dos módulos. É preciso permitir que o ar ambiente flua sobre, e se possível atrás dos módulos fotovoltaicos reduzindo este problema. A vida útil média de um módulo é de cerca de 25 anos ou mais. Alguns estão em operação a mais de 50 anos (satélites). Devido à baixa tensão de uma célula solar individual (normalmente cerca de 0,5V), várias células são ligadas em série na fabricação de um "laminado". O laminado é montado em um invólucro protetor contra intempéries, fazendo assim um módulo fotovoltaico ou painel solar. Os módulos podem então ser encadeados juntos em um arranjo. Em 2012, os painéis solares disponíveis para os consumidores podiam ter uma eficiência de até cerca de 17%, enquanto painéis comercialmente disponíveis podem ir até 27%. Foi registrado que um grupo do Instituto Fraunhofer de Sistemas de Energia Solar criou uma célula que pode atingir 44,7% de eficiência, o que torna as esperanças dos cientistas de alcançar o limiar de eficiência de 50% muito mais viável. 61 WWW.SOLIENS.COM.BR Sombreamento e Sujeira A célula fotovoltaica é extremamente sensível ao sombreamento. Os efeitos deste sombreamento são bem conhecidos. Quando mesmo uma pequena porção de uma célula, módulo ou arranjo é sombreado, enquanto o restante está na luz solar, a saída cai dramaticamente. Se a corrente extraída da sequência de séries de células não for maior que a corrente que pode ser produzida pela célula sombreada, a corrente desenvolvida pela sequência é limitada. Se houver tensão suficiente disponível do restante das células em uma string, a corrente será forçada através da célula, quebrando a junção na parte sombreada. Esta tensão de ruptura em células comuns é entre 10 e 30 volts. Em vez de adicionar à potência produzida pelo painel, a célula sombreada absorve energia, transformando-a em calor. Uma vez que a tensão inversa de uma célula sombreada é muito maior do que a tensão direta de uma célula iluminada, uma célula sombreada pode absorver a potência de muitas outras células na string, afetando desproporcionalmente a saída do painel. É, portanto, importante que uma instalação fotovoltaica não seja sombreada por árvores ou outras obstruções. Vários métodos foram desenvolvidos para determinar as perdas de sombreamento de árvores para sistemas fotovoltaicos. A maioria dos módulos tem diodos bypass entre cada célula ou sequência de células que minimizam os efeitos de sombreamento e só perdem o poder da parte sombreada do arranjo. A luz solar pode ser absorvida pela poeira, neve ou outras impurezas na superfície do módulo. Isso pode reduzir a luz que atinge as células. Em geral, estas perdas agregadas ao longo do ano são pequenas. O Google descobriu que a limpeza dos painéis solares montados planos após 15 meses aumentou sua produção em quase 100%, mas que as matrizes 62 WWW.SOLIENS.COM.BR inclinadas a 5% foram adequadamente limpas pela água da chuva. Portanto é indicado que sempre haja uma inclinação de preferência para o norte, em sistemas instalados no hemisfério sul, reduzindo dramaticamente a limpeza das placas. Figura 42 – Uma limpeza a cada 6 meses de forma simples é suficiente – Fonte: www.pvnepal.supsi.ch Insolação e Energia A insolação solar é composta de radiação direta, difusa e refletida. O fator de absorção de uma célula fotovoltaica é definido como a fração de irradiância solar incidente que é absorvida pela célula. Ao meio-dia em um dia sem nuvens no equador, o poder do sol é de cerca de 1kW/m², na superfície da Terra, até um plano perpendicular aos raios solares. Como tal, arranjos FV podem acompanhar o sol através de cada dia para aumentar a coleta de energia. No entanto, os dispositivos de rastreamento (trackers) adicionam custo e exigem 63 WWW.SOLIENS.COM.BR manutenção, por isso é mais comum que os sistemas fotovoltaicos tenham montagens fixas que inclinam a matriz e enfrentam o meio-dia solar (apontando para o sul no hemisfério norte, ou para o norte no hemisfério sul). O ângulo de inclinação, a partir da horizontal, pode ser variado, mas se fixo, deve ser definido para dar saída ideal durante a parte de demanda elétrica de pico de um ano típico para um sistema. A otimização do sistema fotovoltaico para um ambiente específico pode ser complicada, uma vez que questões de fluxo solar, sujeira e perdas devem ser levadas em conta. Além disso, trabalhos recentes demonstraram que os efeitos espectrais podem desempenhar um ótimo papel na seleção de materiais fotovoltaicos. Figura 43 – Radiação solar – Fonte: www.fcsolar.eco.br 64 WWW.SOLIENS.COM.BR Montagem Os módulos são montados em arranjos em algum tipo de sistema de montagem, que pode ser classificada como montagem em terra, montagem em telhado ou montagem em postes. Para parques solares um grande rack é montado no chão, e os módulos montados no rack. Para os telhados lisos, as cremalheiras, as caixas e as soluções integradas de edifício são usadas. As carcaças do painel solar montadas sobre os postes podem ser estacionárias ou mover-se (Trackers). Montagens laterais são apropriadas para situações em que um poste tem algo montado na parte superior, como uma luminária ou uma antena. Uma multiplicidade de racks pode ser formada em uma garagem de estacionamento ou outra estrutura de sombra. Um rack que não segue o sol da esquerda para a direita pode permitir ajuste sazonal para cima ou para baixo. Figura 44 – Trilho de alumínio – Fonte: Portal Solar www.portalsolar.com.br 65 WWW.SOLIENS.COM.BR Cabeamento Devido ao seu uso ao ar livre, cabos solares são especificamente projetados para ser resistentes contra radiação UV e flutuações de temperatura extremamente altas e geralmente não são afetados pelo tempo. Uma série de normas especificam a utilização da fiação elétrica em sistemas fotovoltaicos, como a IEC 60364 pela Comissão Eletrotécnica Internacional, na seção 712 "Sistemas de energia solar fotovoltaica (FV)", a British Standard BS 7671, incorporando regulamentos relacionados à micro-geração. Figura 45 – Cabo Nexans para sistemas fotovoltaicos – Fonte: Nexans www.nexans.com.br Tracker (Seguidor Solar) Um sistema de monitoramento solar inclina um painel solar ao longo do dia. Dependendo do tipo de sistema de rastreamento, o painel é direcionado diretamente para o sol ou a área mais brilhante de um céu parcialmente nublado. Os rastreadores melhoram muito o desempenho no início da manhã e no final da tarde, aumentando a quantidade total de energia produzida por um sistema em cerca de 20-25% para um rastreador de eixo único e cerca de 30% ou mais para um rastreador de eixo duplo, dependendo da latitude. Trackers são eficazes em regiões que recebem uma grande porção de luz solar direta. Em luz difusa (isto é, sob nuvem ou neblina), o rastreio tem pouco ou nenhum valor. 66 WWW.SOLIENS.COM.BR Como a maioria dos sistemas fotovoltaicos concentrados são muito sensíveis ao ângulo da luz solar, os sistemas de rastreamento permitem que eles produzam energia útil por mais de um breve período a cada dia. Figura 46 – Tracker (seguidor solar) – Fonte: Pixabay (www.pixabay.com) Os sistemas de rastreamento melhoram o desempenho por duas razões principais. Primeiro, quando um painel solar é perpendicular à luz solar, recebe mais luz em sua superfície do que se estivesse em ângulo. Em segundo lugar, a luz direta é usada mais eficientemente do que a luz angular. Rastreadores e sensores para otimizar o desempenho são frequentemente vistos como opcionais, mas os sistemas de rastreamento podem aumentar a produção viável em até 45%. O rastreamento não é necessário para painéis planos e sistemas fotovoltaicos de baixa concentração. Para sistemas fotovoltaicos de alta concentração, o rastreamento de eixos duplos é uma necessidade. Tendências de preços afetam o equilíbrio entre a adição de mais painéis solares estacionários versus ter menos painéis que rastreiam. Quando os preços do painel solar caem, os rastreadores se tornam uma opção menos atraente. Como é o caso dos 67 WWW.SOLIENS.COM.BR sistemas residenciais, o custo de um tracker e sua manutenção invalidaria um projeto, portanto indica-se seu uso em projetos bem maiores, como usinas, por exemplo. Inversor Os sistemas projetados para fornecer corrente alternada (CA), como aplicações conectadas à rede, precisam de um inversor para converter a corrente contínua (CC) dos módulos solares em corrente alternada (CA). Os inversores conectados à rede devem fornecer energia CA em forma senoidal, sincronizada com a frequência da rede, limitar a alimentação em tensão mais alta que a tensão da rede e desconectar da rede se a tensão da rede for desligada. Um inversor solar pode se conectar a uma série de painéis solares. Em algumas instalações, um micro inversor solar é conectado em cada painel solar, individualmente. Por razões de segurança, um disjuntor é fornecido no lado CA e CC para permitir a manutenção. A saída CA pode ser conectada através de um medidor de eletricidade à rede pública. O número de módulos no sistema determina os watts de CC totais capazes de serem gerados pelo arranjo solar; No entanto, o inversor governa em última instância a quantidade de watts de CA que podem ser distribuídos para consumo. 68 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 47 – Inversor Fronius (On-Grid) – Fonte: www.archiexpo.com Anti-ilhamento é um mecanismo de proteção que imediatamente desliga o inversor impedindo-o de gerar energia CA quando a conexão com a carga já não existe. Isso acontece, por exemplo, no caso de um apagão. Sem esta proteção, a linha de suprimento se tornaria uma "ilha" com energia rodeada por um "mar" de linhas não energizadas, já que o sistema FV continua a fornecer energia CC durante a queda de energia. Ilhamento é um perigo para os trabalhadores das distribuidoras de energia, que podem não perceber que um circuito de corrente alternada ainda está ligado e pode impedir a reconexão automática de dispositivos. Podendo ocasionar acidentes sérios Baterias Embora ainda caros, sistemas FV cada vez mais usam baterias recarregáveis para armazenar um excedente para ser usado à noite. As baterias utilizadas para armazenamento em rede também estabilizam a rede elétrica ao nivelar as cargas de pico e desempenham um papel importante em uma rede inteligente, pois podem se recarregar durante períodos de baixa demanda e alimentar sua energia armazenada na rede quando a demanda é alta. 69 WWW.SOLIENS.COM.BR As tecnologias comuns de baterias usadas nos sistemas fotovoltaicos de hoje incluem a bateria de chumbo-ácido regulada por válvula, uma versão modificada da bateria convencional de chumbo-ácido, baterias de níquel-cádmio e íon-lítio. Em comparação com os outros tipos, as baterias de chumbo-ácido (estacionárias) têm uma vida útil mais curta e menor densidade de energia. No entanto, devido à sua alta confiabilidade, baixa auto-descarga, bem como baixos custos de investimento e manutenção, elas são atualmente a tecnologia predominante usada em sistemas fotovoltaicos residenciais de pequena escala. Figura 48 – Bateria estacionária Moura – Fonte: Moura (www.moura.com.br) Em 2015, a Tesla (fabricante de automóveis elétricos) lançou o Powerwall, uma bateria recarregável de lítio-íon que visa revolucionar o consumo de energia. Os sistemas fotovoltaicos com uma solução de bateria integrada também precisam de um controlador de carga, uma vez que a tensão variável e a corrente do conjunto solar requerem um ajuste constante para evitar danos causados pela sobrecarga. Os controladores de carga básicos podem simplesmente ligar e desligar os painéis fotovoltaicos, ou podem medir os impulsos de energia conforme necessário, uma estratégia chamada de modulação PWM ou modulação de largura de pulso. 70 WWW.SOLIENS.COM.BR Os controladores de carga mais avançados incorporam lógica MPPT em seus algoritmos de carregamento de bateria. Os controladores de carga também podem desviar energia para um propósito diferente do carregamento da bateria. Ao invés de simplesmente desligar a energia FV livre quando não é necessário, um usuário pode escolher dar outro uso para a energia excedente. Figura 49 – Tesla Power Wall feita de baterias de lítio-íon – Fonte: Tesla (www.tesla.com) Monitoramento/Medição (NetMetering ou SmartGrid) Os sistemas fotovoltaicos precisam ser monitorados para detectar a avaria e otimizar sua operação. Existem várias estratégias de monitoramento fotovoltaico dependendo da saída da instalação e sua natureza. O monitoramento pode ser realizado no local ou remotamente. Pode medir somente a produção, recuperar todos os dados do inversor ou recuperar todos os dados do equipamento de comunicação (sondas, medidores, etc.). Ferramentas de monitoramento podem ser dedicadas apenas à supervisão ou oferecer funções adicionais. Os inversores individuais e os controladores de carga da bateria podem incluir a monitorização utilizando protocolos e software específicos do fabricante. 71 WWW.SOLIENS.COM.BR A medição de energia de um inversor pode ter uma precisão limitada e não é adequada para medições de receitas. Um sistema de aquisição de dados de terceiros pode monitorar múltiplos inversores, usando os protocolos do fabricante do inversor, e também adquirir informações relacionadas com o tempo. Medidores inteligentes independentes podem medir a produção de energia total de um sistema fotovoltaico. Medidas separadas, como a análise de imagens de satélite ou um medidor de radiação solar (um piranômetro) podem ser utilizadas para estimar a insolação total para comparação. Figura 50 – Piranômetro – Fonte: Wikipedia (www.eikipedia.org) Outros Sistemas Esta seção inclui sistemas que são altamente especializados e incomuns ou ainda uma nova tecnologia emergente. No entanto, sistemas off-grid têm um lugar especial. Eles foram o tipo mais comum de sistemas durante os anos 1980 e 1990, quando a tecnologia FV ainda era muito cara e um nicho de mercado puro de aplicações em pequena escala. 72 WWW.SOLIENS.COM.BR Somente em locais onde não havia rede elétrica disponível, eram economicamente viáveis. Embora novos sistemas autônomos ainda estejam sendo implantados em todo o mundo, sua contribuição para a capacidade fotovoltaica global instalada está diminuindo. CPV (Sistemas Fotovoltaicos Concentrados) Os sistemas fotovoltaicos concentrados (CPV) e de alta concentração fotovoltaica (HCPV) utilizam lentes ópticas ou espelhos curvos para concentrar a luz solar em células solares pequenas mas altamente eficientes. Além de concentrar, os sistemas CPV’s usam em algum momento rastreadores solares e sistemas de refrigeração e são bem mais caros. Figura 51 – CPV (Sistema Fotovoltaico Concentrado) – Fonte: Solar Tribune (www.solartribune.com) 73 WWW.SOLIENS.COM.BR Sistemas Mistos Um sistema misto combina FV com outras formas de geração, geralmente um gerador a diesel. O biogás também é usado. A outra forma de geração pode ser um tipo capaz de modular a saída de potência em função da demanda. No entanto, pode utilizar-se mais do que uma forma renovável de energia, como o vento. A geração de energia fotovoltaica serve para reduzir o consumo de combustível não renovável. Em 2015, um estudo de caso realizado em sete países concluiu que, em todos os casos, os custos de geração podem ser reduzidos pela hibridização de mini-redes e redes isoladas. No entanto, os custos de financiamento desses sistemas híbridos são cruciais e dependem em grande parte da estrutura de propriedade da usina. Sistemas Solares de Flutuação Os arranjos solares flutuantes são sistemas fotovoltaicos que flutuam na superfície de reservatórios de água potável, lagos de pedreiras, canais de irrigação ou lagoas de rejeitos. Um pequeno número desses sistemas existe na França, na Índia, no Japão, na Coreia do Sul, no Reino Unido, em Singapura e nos Estados Unidos. Os sistemas têm vantagens sobre os sistemas fotovoltaicos na terra. O custo da terra é mais caro, e há menos regras e regulamentos para as estruturas construídas sobre os corpos de água não utilizados para recreação. Ao contrário da maioria das usinas solares, as matrizes flutuantes podem ser discretas porque estão escondidas da vista pública. Eles conseguem maior eficiência do que painéis fotovoltaicos em terra, porque a água resfria os painéis. Os painéis têm um revestimento especial para evitar ferrugem ou corrosão. 74 WWW.SOLIENS.COM.BR Um outro benefício de um sistema fotovoltaico flutuante é que os painéis são mantidos em uma temperatura mais fresca do que seriam na terra, conduzindo a uma eficiência mais elevada da conversão da energia solar. O FV flutuante também reduz a quantidade de água perdida através da evaporação e inibe o crescimento de algas. As fazendas flutuantes de energia solar estão começando a ser construídas. O fabricante multinacional de eletrônicos e cerâmicas Kyocera desenvolverá a maior do mundo, uma fazenda de 13,4 MW no reservatório acima da barragem de Yamakura na prefeitura de Chiba no Japão usando 50 mil painéis solares. Figura 52 – Usina fotovoltaica flutuantes - Fonte: www.lgcnsblog.com Sistemas Autônomos (Off-Grid) Um sistema autônomo ou fora da rede não está conectado à rede elétrica. Sistemas autônomos variam amplamente em tamanho e aplicação de relógios de pulso ou calculadoras para edifícios remotos ou espaçonaves. Se a carga for fornecida independentemente da insolação solar, a energia gerada é armazenada em buffer com uma bateria. Em aplicações não portáteis onde o 75 WWW.SOLIENS.COM.BR peso não é um problema, como em edifícios, as baterias de chumbo-ácido são mais comumente usadas por seu baixo custo e tolerância a intempéries. Um controlador de carga pode ser incorporado ao sistema para evitar danos da bateria por carregamento ou descarga excessiva. Também pode ajudar a otimizar a produção a partir da matriz solar usando uma técnica de monitoramento de ponto de potência máxima (MPPT). No entanto, em sistemas fotovoltaicos simples em que a voltagem do módulo fotovoltaico é compatível com a tensão da bateria, o uso da eletrônica MPPT é geralmente considerado desnecessário, uma vez que a tensão da bateria é estável o suficiente para fornecer uma captação de energia quase máxima do módulo fotovoltaico. Figura 53 – Sistema Off-Grid com gerador opcional – Fonte: www.energyinformative.org Sistemas Pico FV Os sistemas fotovoltaicos menores, muitas vezes portáteis são chamados sistemas pico fotovoltaico, ou pico solar. Eles combinam principalmente uma bateria recarregável e controlador de carga, com um painel FV muito pequeno. A capacidade nominal do painel é de apenas alguns watt-pico (1-10 Wp) e sua área menor do que um décimo de um metro quadrado, em tamanho. 76 WWW.SOLIENS.COM.BR Luzes de Rua Solares As luzes de rua solares são sistemas de energia autônomos e têm a vantagem de economia em custos, paisagismo e manutenção, bem como nas contas de energia elétrica, apesar de seu custo inicial mais alto em comparação com a iluminação de rua convencional. Eles são projetados com baterias suficientemente grandes para garantir a operação por pelo menos uma semana. Figura 54 – Iluminação pública com sistema FV – Fonte: www.aurogsolar.com Telecomunicações e Sinalização A energia solar fotovoltaica é ideal para aplicações de telecomunicações, tais como telefonia local, rádio e TV, microondas e outras formas de comunicação eletrônica. Isso ocorre porque, na maioria das aplicações de telecomunicações, as baterias de armazenamento já estão em uso e o sistema elétrico é basicamente CC. Em terrenos montanhosos, os sinais de rádio e de TV podem não atingir seu destino enquanto ficam bloqueados ou refletidos devido ao terreno ondulado. Nestes locais, os transmissores de baixa potência são instalados para receber e retransmitir o sinal para a população local. 77 WWW.SOLIENS.COM.BR Veículos Solares Os veículos solares, quer sejam veículos terrestres, aquáticos, aéreos ou espaciais, podem obter parte ou toda a energia necessária para o seu funcionamento a partir do sol. Veículos espaciais têm utilizado com sucesso sistemas solares fotovoltaicos por anos de operação, eliminando o peso de combustível ou baterias primárias. Bombas Solares Uma das aplicações mais econômicas do sol é uma bomba solar, porque é mais barato comprar um painel solar do que é construir linhas elétricas. Muitas vezes encontram-se fontes de água além do alcance de linhas de energia, necessitando instalar no lugar, um moinho de vento ou uma bomba eólica. 78 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 55 – Bomba Solar – Fonte: www.sigmainovar.com.br Espaçonave Os painéis solares das naves espaciais foi uma das primeiras aplicações da energia fotovoltaica desde o lançamento do Vanguard 1 em 1958, o primeiro satélite a utilizar células solares. Ao contrário do Sputnik, o primeiro satélite artificial a orbitar o planeta, que ficou sem baterias dentro de 21 dias devido à falta de energia solar, a maioria dos modernos satélites de comunicações e sondas espaciais no sistema solar interno dependem do uso de painéis solares para geração de eletricidade. 79 WWW.SOLIENS.COM.BR Conclusão Para finalizarmos essa análise vamos resumir os quatro sistemas mais utilizados no Brasil e no mundo: 1. Os sistemas FV-diretos são os mais simples, consistindo de um módulo fotovoltaico ou módulos conectados diretamente a uma carga. Pode haver controles eletrônicos ou um atuador de corrente linear entre os dois. 2. Sistemas autônomos ou "Off-Grid" acoplam módulos fotovoltaicos com baterias para armazenamento de energia. Isso permite o uso de energia quando o sol não está brilhando. Um controlador de carga impede a sobrecarga das baterias; Ele também pode proteger contra a descarga muito profunda das baterias. 3. Os sistemas On-Grid ligados à bateria (híbridos, bateria mais rede) são semelhantes aos sistemas autônomos, exceto que eles podem usar a rede para "trocar" energia excedente (por créditos para uso futuro) e para carregar a bateria de backup. 4. Os sistemas ligados à rede sem baterias (On-Grid tradicional) são os mais comuns e com o melhor custo. Comparados aos sistemas baseados em baterias, eles são mais simples, mais econômicos e amigáveis ao meio ambiente, e requerem menos manutenção. Gostaríamos de frisar que no momento a melhor aplicação em termos de custo-benefício é sem dúvidas o On-Grid, foco do curso SOLIENS. Uma solução muito superior economicamente as outras, e a tecnologia que tem se disseminado mais pelo Brasil e pelo mundo inteiro. 80 WWW.SOLIENS.COM.BR Futuro da Tecnologia O próximo passo na evolução dos sistemas FV é o surgimento do Smart PV System (Sistemas FV Inteligentes) com baterias integradas. A Alemanha está liderando a tendência, que será seguida globalmente e terá um profundo impacto sobre a estrutura dos mercados de eletricidade em todo o mundo. É o próximo passo lógico no mercado fotovoltaico. Pesquisadores do mercado estão prevendo que os sistemas residenciais e comerciais de armazenamento de energia fotovoltaica serão um dos grandes setores de crescimento primeiro no alemão e mais tarde em outros mercados de FV, como no Brasil, por exemplo. Há de fato razões para supor que tais sistemas são a onda do futuro. Onde Estamos Agora? A energia solar tem estado conosco por algum tempo. Já não é incomum ver telhados com painéis solares ou grandes fazendas solares. Com o desenvolvimento da tecnologia, os painéis solares tornaram-se amplamente utilizados e não é apenas entusiastas de energia limpa que instala-os: as pessoas estão instalando-os como uma forma de investimento. Os dados são surpreendentes. Na última década, a energia solar tem experimentado um rápido crescimento e não só aumentou o número de unidades solares instaladas, a energia solar tornou-se um jogador importante na economia dos EUA. Desde 2010, o número de pessoas que trabalham na indústria solar duplicou. Em 2015, cerca de 210.000 pessoas trabalharam no ramo de energia solar. 81 WWW.SOLIENS.COM.BR Como com qualquer outro negócio, o crescimento da concorrência significou que os preços estavam caindo. Nos últimos 10 anos, os preços caíram mais de 60%, tornando o investimento ainda mais rentável. O futuro da energia solar À primeira vista, a energia solar é talvez a solução mais elegante para as nossas necessidades energéticas. O sol expõe a superfície do nosso planeta à mais do que energia suficiente para nos manter para sempre. Estima-se que a Terra receba mais de 173.000 terawatts de energia por ano, o que é mais de 10.000 vezes o que a humanidade precisa. Painéis Híbridos (PVT) Os coletores solares híbridos térmicos fotovoltaicos, às vezes conhecidos como sistemas PV/Híbridos ou PVT, são sistemas que convertem a radiação solar em energia térmica e elétrica. Estes sistemas combinam uma célula solar, que converte luz solar em eletricidade, com um coletor solar térmico, que captura a energia restante e remove o calor residual do módulo fotovoltaico. A captura tanto de eletricidade como de calor permite que esses dispositivos tenham maior energia e, portanto, sejam mais eficientes do que a energia solar fotovoltaica (FV) ou a energia solar térmica. 82 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 56 – Módulo Híbrido PVT – Fonte: www.zerocarbonsolution.co.uk Tesla Power Wall Cada nova tecnologia traz novas oportunidades para os negócios. Tesla e Panasonic já estão planejando uma fábrica de fabricação de painel solar gigantesco em Buffalo, Nova York. O Powerwall da Tesla já é um dos dispositivos de armazenamento de energia domésticos mais populares do mundo, encontrado em milhares de residências pelos Estados Unidos e Europa, as baterias de Lítio armazenam energia gerada pelo sistema fotovoltaico. Tesla + Solar City = Tesla Energy O conceito de uma telha solar integrada de vidro. A construção fotovoltaica integrada (BIPV) vai ser uma parte do futuro da Tesla Motors - ou devemos dizer Tesla Energia. Elon Musk CEO de ambas as empresas divulgou no final de 2016 vários tipos de telhas diferentes integradas com células fotovoltaicas. Sua parceria com a Panasonic na produção de suas pilhas de Lítio para os automóveis da Tesla (que produz veículos elétricos) se estende também a produção de novas células fotovoltaicas de alta eficiência. 83 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 57 – Telhas criadas pela Solar City, empresa irmã da Tesla. Ambas de Elon Musk. - Fonte: Tesla (www.tesla.com) Poder sem Fio do Espaço A Agência Espacial Japonesa (JAXA) acredita que aproximar-se do sol é a melhor maneira de aumentar a eficiência e coletar mais energia. O projeto de sistemas de energia solar espacial (SSPS) da equipe está tentando enviar painéis solares para órbita próxima da Terra. A energia coletada será transmitida sem fio de volta para a estação base via micro-ondas. Se bem-sucedida, esta tecnologia poderia ser uma verdadeira mudança. 84 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 58 – SSPS – Fonte: www.kijkmagazine.nl 85 WWW.SOLIENS.COM.BR 86 WWW.SOLIENS.COM.BR 2. Dimensionamento Energia do Sol Vamos entender profundamente como o sol influencia no desempenho de um sistema fotovoltaico, as diferentes formas de radiação solar e como eles afetam a produção de um sistema fotovoltaico. Vamos abordar temas como a intensidade dos raios solares, os efeitos do posicionamento do sol em determinadas épocas do ano, portanto apresentando as chaves para a compreensão de como esse “caminho” do sol (solstícios e equinócios) afeta a localização do sistema. Para finalizar, vamos ensinar para você como posicionar da melhor maneira possível os módulos para máxima eficiência. Consideração chave no desempenho geral de qualquer sistema FV é a forma como o sistema instalado pode usar a energia do sol de forma mais eficiente. Para o sistema fotovoltaico funcionar perfeitamente, você precisa instalá-lo de forma a que ele tenha acesso a maior quantidade possível de energia. Porque a luz do sol é o "combustível" para qualquer sistema FV, para ter certeza de que seus sistemas tenham pleno acesso a grande parte do recurso solar. Nossa intenção não é tornar você um astrônomo ou dissecar a radiação solar em suas diferentes formas de espectro. Queremos apenas que você se concentre em conceitos cruciais que irão afetar as suas decisões tanto no design quanto na instalação de um sistema fotovoltaico. 87 WWW.SOLIENS.COM.BR Radiação Solar A radiação solar é o termo que usamos para descrever a energia que é enviada para a terra vinda do Sol. Ter uma boa compreensão da radiação solar é vital porque a radiação solar é a força motriz para todos os sistemas FV. Para as próximas unidades a compreensão destes conceitos serão fundamentais para o sucesso de suas instalações e dos seus empreendimentos neste setor. Vamos explicar também quais são as ferramentas simples (que todos nós temos acesso) para identificar os vários aspectos da radiação solar no local da instalação. Radiação Direta e Difusa Existem vários tipos de radiação. O Sol, esse imenso reator nuclear no céu, está constantemente atirando seus raios em nossa direção. Cerca de oito minutos depois que a radiação deixa o Sol, a superfície da terra é atingida por ela. O montante exato da radiação e como vamos descrevê-lo depende das condições atmosféricas do planeta. Em um dia claro, há pouca interferência na radiação; em um dia chuvoso, as nuvens reduzem muito a radiação que pode chegar até você. Quando você trabalha com sistemas fotovoltaicos, dois componentes principais da radiação solar dominam nossa atenção: radiação direta e difusa. Ambos contribuem para níveis de radiação sobre a terra, mas é importante lembrar que eles são duas coisas diferentes: ✓ A radiação direta: a radiação direta do sol, como o próprio nome diz, é uma radiação que vem diretamente do Sol, sem encontrar obstáculos (nuvens, etc.). Por isso é a grande fonte de contribuição para um sistema FV e tem o maior 88 WWW.SOLIENS.COM.BR efeito sobre a capacidade do sistema para converter a luz solar em energia elétrica. Em dias ensolarados, claro, a grande maioria da radiação solar vem na forma de radiação direta. ✓ Radiação difusa: a radiação difusa do Sol percorre um caminho diferente. Normalmente as nuvens, vapor de água, poeira e outras pequenas partículas transportadas pelo ar dispersam o caminho da radiação para a superfície do planeta. O componente difuso da radiação solar, por conseguinte desempenha um papel menor na saída de potência de um módulo de FV. No entanto, nos dias em que a cobertura de nuvens do céu é maior, toda a radiação se dá na forma de uma luz difusa sem qualquer componente de radiação direta. A radiação direta e radiação difusa são os componentes da radiação solar. Para ajudá-lo a compreender melhor a radiação solar, pense que se trata do dinheiro que você recebe: radiação direta é como o dinheiro que você obtém no seu pagamento, radiação difusa é como o dinheiro que você obtém a partir de uma conta poupança de juros. Nos dias em que você trabalha (dias ensolarados), seu extrato (radiação direta) é a principal fonte de renda; Já sua conta poupança rende juros (radiação difusa) contribuindo apenas com uma pequena quantidade. Nos dias em que o trabalho é pouco (cinza escuro e aqueles dias nublados), sua conta pode render pouco. Considerando que o interesse da conta poupança ainda contribui uma pequena quantidade de seu patrimônio líquido. Nesta analogia é importante frisar que na média a radiação difusa contribui com uma parcela maior, em alguns casos cerca de 30-60% (dia nublado) e 6080% (radiação direta + difusa, ou seja poucas nuvens) comparados a uma produção em um dia de céu limpo (radiação direta). Uma medida que afeta a radiação solar atingindo a terra é a massa de ar, ou o montante da atmosfera a radiação deve passar para chegar a superfície da 89 WWW.SOLIENS.COM.BR terra. Você não precisa gastar muito tempo nesse assunto específico, até por que os fabricantes de módulos fotovoltaicos usam um valor de massa de ar padrão para classificação dos seus módulos. Determinar a Intensidade da Radiação Solar (Irradiância): Figura 59 – Irradiância Global Média – Fonte: Matthias Loster, 2006 A taxa de intensidade da radiação solar atingindo a Terra é chamada de irradiância, e é uma medida de potência sobre uma área (potência é a taxa do fluxo de energia; volte algumas unidades caso tenha dúvidas sobre energia e eletricidade). As unidades de medida padrão associadas a irradiância são watts por metro quadrado (W/m²), mas você também pode facilmente se referir a eles como quilowatts por metro quadrado (kW/m²). A quantidade de irradiância atingindo um módulo FV em qualquer dado momento é afetada por uma série de fatores, incluindo a localização do módulo, a sua posição relativa ao sol, a época do ano e as condições meteorológicas. Cobriremos a maior parte destes fatores mais adiante nesta unidade; nas próximas seções, explicaremos as noções básicas relacionadas à irradiância que você precisa saber. 90 WWW.SOLIENS.COM.BR Condições Especiais que Podem Afetar a Irradiância: Algumas ocorrências comuns aumentam os níveis de irradiância de forma impressionante nos módulos FV: ✓ Radiação Albedo: Também conhecido como radiação de refletância, albedo vem de materiais que refletem a luz, como a neve, um lago ou de um telhado branco, próximo ao sistema. Os aumentos ocasionados pela radiação albedo não são geralmente muito grandes, mas podem ter um impacto mensurável com aumentos tanto como 5 a 10%. ✓ Borda de nuvem: Este é um efeito que começou a ser estudado recentemente e acontece quando uma nuvem passa sobre o sistema FV agindo como uma lente de aumento. As bordas da nuvem efetivamente concentram a radiação solar e aumentam os valores de irradiância sobre o sistema. Estas ocorrências geralmente são de curta duração (alguns segundos, mas existem registro de alguns minutos) mas eles podem aumentar a irradiância para mais de 20%. Verificar as Tabelas de Irradiância Uma maneira de realmente perceber a diferença entre a irradiância em dias ensolarados e dias nublados é examinar os gráficos que medem todos os valores de irradiância de uma determinada região ou cidade, valores estes que são mostrados em W/m². Existem várias opções de dados pelo mundo, a mais utilizada e com os maiores bancos é certamente a Agência Espacial Norte-Americana (NASA), que mantém registros de vários satélites pelo planeta. 91 WWW.SOLIENS.COM.BR No Brasil temos algumas fontes confiáveis para checar estas informações, são estas usadas pela maioria dos Integradores de Energia Solar no Brasil, apesar de alguns desses bancos estarem alguns anos desatualizados, o nível de irradiância não muda muito ao longo dos anos: Figura 60 – Radiação Solar Global Anual – Fonte: Atlas Solarimétrico do Brasil (UFPE) A primeira opção é o Atlas Solarimétrico do Brasil, feito pelo Centro de Referência para Energia Solar e Eólica – Sérgio de Salvo Brito - CRESESB, UFPE em 2000, e é um resumo de vários anos de pesquisa feitos coletando dados solares. Podemos consultar a média anual, ou médias mensais, apresentadas com valores de radiação horizontal (H) em mega joules por metro quadrado (MJ/m²). 92 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 61 - Mapa brasileiro de irradiação solar em média anual – Fonte: Pereira, 2006 Uma segunda fonte, que facilita um pouco mais nossos cálculos é o Altas Brasileiro de Energia Solar que apresenta os seus dados em quilowatts hora por metro quadrado por unidade de tempo (kWh/m²), conhecido também como Horas de Sol Pico (HSP) ou Horas de Sol Pleno. A Corrente e a Tensão para a Irradiância Módulos Fotovoltaicos produzem corrente (fluxo de elétrons) e tensão (a pressão que faz com que os elétrons se desloquem) quando exposto à luz do sol e os elétrons são dadas de um caminho para o fluxo. Embora a tensão não seja significativamente afetada pela irradiância, a corrente é diretamente dependente da irradiância. Logo que a luz está presente (no nascer do sol ou mesmo durante um dia nublado), o módulo FV terá quase toda a tensão presente. A corrente, 93 WWW.SOLIENS.COM.BR por outro lado, irá variar ao longo do dia com a irradiância aumentando e diminuindo seus valores. Sistemas FV O montante exato da corrente produzida por um módulo é diretamente proporcional ao nível de irradiância. Quanto mais alta a irradiância, mais corrente fluirá. Inevitavelmente nós nos perguntamos se o sistema FV trabalha sob céu nublado, a resposta é sim. Porque os níveis de irradiância são mais baixos em dias nublados, menos corrente é produzida, significando que a produção de energia é mais baixa, mas no Brasil em determinadas regiões este não é um grande problema, pois temos uma das melhores irradiações do planeta. Já em países europeus, por exemplo, este é um problema maior, levando a necessidade de sistemas superdimensionados. Na verdade, nós nunca teremos controle sobre a quantidade de irradiância sobre os módulos, e é por isso que você deve adicionar alguns fatores de segurança quanto ao dimensionamento de condutores e componentes de segurança. Medindo a Irradiação in loco (Piranômetro) Você pode medir a irradiância no local de trabalho para estimar o valor atual a partir do módulo ou da matriz e comparar com o valor da corrente real medida que você obteve com um multímetro digital. Medições de irradiância são usados com mais frequência para a coleta de dados e na resolução de problemas de aplicações. Porque a quantidade de corrente que flui do sistema está diretamente relacionada à irradiância, medindo e comparando ambos, você pode determinar rapidamente se o sistema FV está atendendo as expectativas. 94 WWW.SOLIENS.COM.BR Você pode medir a irradiância com um aplicativo de celular (existem vários que também se utilizam de bancos de dados) ou com o uso de um piranômetro (no Brasil estes dispositivos tem um preço elevado). Piranômetros permitem que você aponte o medidor em qualquer direção e obtenha um valor numérico da irradiância. Nós da SOLIENS nos utilizamos de bancos de dados e usamos as médias fornecidas para realizarmos nossos projetos. Mas se você quiser investir, recomendamos o menos dispendioso. O Cálculo da Energia O êxito do sistema FV não pode ser alcançado somente com a medição de apenas um dia, como exposto anteriormente é sempre necessário se trabalhar com as médias anuais, e o piranômetro seria apenas uma medida de confirmação desta irradiação. Estes valores de energia são referidos como irradiação e diretamente baseados em níveis de irradiância recebidos. Você usa os valores de irradiação para ajudar a descobrir quanta energia um sistema FV irá produzir em um determinado local. A energia é determinada multiplicando-se a potência pelo tempo. Por conseguinte, a energia, para sistemas FV é geralmente medida em quilowattshora (kWh). A energia recebida do sol é medida em W/m², mas com um cálculo rápido você pode transformar isso em kW/m². Se você pegar o valor da potência e multiplicá-la pelo número de horas de irradiância recebidas, o resultado é kWh/m². 95 WWW.SOLIENS.COM.BR No entanto, os valores de irradiância não são constantes. Na realidade, eles podem mudar em um piscar de olhos, o que leva à seguinte questão: se os valores de irradiância só são constantes para segundos ou minutos no melhor dos casos, como eu posso ter essa informação e transformá-la em kWh/m², que é o valor energético que eu realmente preciso? A Resposta Reside no Cálculo. Você pode simplesmente pegar o valor de irradiância fornecido por um dos bancos de dados de sua preferência, multiplicar pelo número de horas e encontrar o valor energético. Por exemplo, se a irradiância é de 850 W/m² e o número de horas é igual a 4, então você pode calcular a energia recebida neste local como segue: 850W/m² × 4horas = 3.400Wh/m² = 3,4kWh/m² Horas de Sol Pico Normalmente, valores de irradiação estão associados a um período de tempo, tais como o número de kWh/m² durante o curso de um dia, mês ou ano. A quantidade de energia solar recebida em um determinado local a cada dia é medida em termos de energia por unidade de área por dia (kWh/m²/dia). Nas unidades a seguir, vamos explicar como usar as horas de sol pico para determinar a saída de energia do sistema FV. Horas de Sol Pico para Calcular um Sistema Podemos dizer que o termo horas de sol pico se refere a um valor de irradiância de 1.000W/m². Bem, o número de horas de sol de pico descreve o número de horas de cada dia que valor de irradiância equivale a 1.000W/m². 96 WWW.SOLIENS.COM.BR Às vezes os valores de irradiância serão baixos; outras vezes, eles vão ser muito altos. O número de horas de sol pico (HSP) são apenas uma estimativa do montante de cada dia que a irradiância é igual ao pico. E porque os modelos FV são classificados para a sua produção sob condições de sol pico, o número de HSP de cada dia indica quantas horas o sistema irá operar com potência máxima de saída. Exemplo, para iniciar, divída o valor de intensidade dos raios solares pelo pico de sol para obter um número de horas por dia. Confira o exemplo no cálculo anterior, o valor de irradiância é de 850W/m² e a quantidade de tempo é de 4horas. O resultado da equação é 3.400Wh/m² de energia (ou 3,4kWh/m²). Esta análise foi feita em um único dia, e é realmente um valor de intensidade dos raios solares (3,4kWh/m²/dia). Dividindo esse valor pelo valor pico (1.000W/m², que é igual a 1kW/m²), você obtém o número de horas de cada dia que o sistema FV operará na sua saída nominal. 3.4kWh/m²/dia ÷ 1kW/m² = 3,4horas/dia Então você multiplica este número de horas pelo valor de potência de um dado sistema para descobrir a saída de energia máxima esperada. Se eu tenho um sistema de 3kW em minha casa e o número HSP de hoje é 3.4, posso calcular a saída de energia prevista multiplicando os dois juntos. Sistema de 3kW × 3,4horas de sol de pico (HSP) = 10,2kWh de energia Consultando Mapas e Gráficos Depois que aprender como fazer os cálculos de kWh, como saber precisamente o número de HSP para usar na área do cliente? 97 WWW.SOLIENS.COM.BR Embora todos os valores mostrados estejam baseados em sistemas voltados para o norte verdadeiro, essas tabelas também listam vários recursos solares baseados na inclinação de um sistema FV que está posicionado sobre uma superfície horizontal em vez de uma vertical. No curso da Soliens Academy você terá uma planilha em anexo que fornece valores de inclinação. Você verá os valores numéricos para o número de horas de sol pico para cada mês. A unidade para esses valores é kWh/m².dia, ou horas de sol pico (HSP). Pense nele como o número médio de horas de cada dia desse mês quando o sistema operará na sua saída nominal (potência máxima). Você pode comparar rapidamente este valor entre todos os ângulos de inclinação listados na planilha para obter uma ideia do melhor ângulo de inclinação para um sistema no local do seu cliente específico. Como regra geral, o número de HSP aumenta à medida que deslocar a partir do inverno para o verão e então começa a diminuir novamente à medida que você se move de volta em direção ao inverno. O montante exato da mudança é dependente do ângulo de inclinação dos módulos e da latitude. Como você pode ver nos bancos de dados, a maior quantidade de HSP ocorre no Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e Nordeste e os números diminuem à medida que você se move para o Sul. Estes bancos podem ajudar você a generalizar e comparar sua localização a outras, mas você só deve utilizar para criar uma estimativa aproximada da sua localização. É sempre necessário procurar o local específico em que você está trabalhando para fazer uma estimativa precisa da produção de energia. 98 WWW.SOLIENS.COM.BR Efeitos do Sol sobre a Terra Para ser bem-sucedido como um integrador de sistemas fotovoltaicos (ou apenas designer ou instalador), você precisa ter uma compreensão sólida sobre a relação entre o Sol e a Terra, especialmente de como eles são posicionados em relação um ao outro durante todo o ano. Para alguém no Sul do Brasil, estas alterações são muito mais dramáticas do que para alguém no Nordeste. Entenda estes Efeitos Sazonais O número de horas de luz a cada dia tem um efeito evidente sobre a produção do seu sistema: Mais sol significa mais Energia Solar, portanto mais Energia Elétrica. Como um designer, você precisa ser capaz de visualizar como a posição do sol muda em cada temporada e o efeito que tem sobre os sistemas que você está projetando. Em outras palavras, você precisa levar em conta estes efeitos. Um fator importante para se considerar é o movimento da Terra em torno do Sol. Nosso planeta faz um caminho elíptico em torno do sol, o que significa que no solstício de verão (aproximadamente 21 de Dezembro), a Terra está em seu ponto mais perto do sol. Neste dia, o hemisfério sul está inclinado para o sol e a metade do mundo tem o seu dia mais longo e mais curto do ano. Com o passar do tempo a Terra continua a efetuar uma órbita completa em torno do sol. No solstício de inverno (aproximadamente 21 de Junho, aqui no hemisfério Sul), o planeta está no seu ponto mais afastado do sol. Neste dia, o hemisfério norte está inclinado para perto do Sol e o hemisfério sul para longe, criando para nós o dia mais curto e a noite mais longa do ano. Outro fator a considerar quando se trata de efeitos sazonais é a inclinação do eixo da Terra. Quando visualizado a partir do espaço, o eixo da terra tem 99 WWW.SOLIENS.COM.BR uma inclinação de 23,5 graus. Devido a esta inclinação, durante os tempos entre o equinócio da primavera (aproximadamente 22 de setembro) e o equinócio de outono (aproximadamente 21 de março), os hemisférios estão relativamente a mesma distância do Sol. Como a órbita da Terra continua a inclinar-se, os hemisférios trocam suas posições, de modo que o hemisfério sul fica mais distante e o hemisfério norte fica mais próximo do Sol. Durante os equinócios, a Terra não está nem mais próxima, nem mais distante do Sol; em vez disso, é diretamente perpendicular a ela. Nestes momentos a Terra toda tem acesso a luz de forma equilibrada. ✓ No solstício de verão, o Sol está diretamente sobre o trópico de Capricórnio no hemisfério Sul, onde a latitude é igual a 23,5 graus. Esta é a data em que o hemisfério Sul recebe mais luz solar. A mesma regra vale para o hemisfério Norte, no trópico de câncer que também fica na latitude 23,5. ✓ Em cada uma das datas do equinócio, o sol está diretamente perpendicular à linha do equador. Nessas datas, a Terra recebe igualmente horas de luz e escuridão. ✓ Por último, sobre o solstício de inverno, o hemisfério Sul tem a mais longa noite do ano e o menor dia porque o Polo Sul está apontado a 23,5 graus de distância a partir do sol, e o Trópico de Câncer no Hemisfério Norte está perpendicular ao sol. Entenda a Altitude e Azimute O movimento do Sol no céu é devido à inclinação da Terra em relação ao Sol e o caminho que a massa da Terra leva em torno do sol. Sim, sabemos que a Terra gira em torno do Sol, mas para simplificarmos nossa analogia vamos 100 WWW.SOLIENS.COM.BR dizer que o Sol se move pelo céu e se posiciona em diferentes setores dele durante o ano. Ao falarmos sobre a posição do Sol no céu, usamos dois termos-chaves: altitude do sol (sim, distância do sol) e azimute. A altitude se refere a altitude em relação ao Sol e o azimute descreve onde a posição está em relação ao norte. Altitude Provavelmente você está bem ciente de que o ângulo do Sol fora do horizonte varia ao longo do ano. O montante da variação é consistente em todo o globo, a medida exata depende da hora do dia e sua latitude específica sobre a Terra. Latitude é definida como o número de graus ao Norte ou a Sul do Equador. A sua latitude afeta onde o sol está posicionado no céu ao longo de cada dia (em relação à sua posição). Vamos explicar como visualizar estas posições solares com a ajuda de gráficos. Para visualizar as alterações na altitude solar, imagine-se em pé sobre o equador durante um ano inteiro. Sobre o equinócio da primavera, o sol está diretamente acima ou 90o graus a partir de sua perspectiva. Como a Terra continua a efetuar uma órbita completa em torno do Sol, ele se move para o solstício de verão. Dia 21 de Junho aqui no Brasil, o sol não está mais diretamente sobre a sua cabeça; e foi efetivamente transferido 23,5 graus para o norte. Como a Terra continua seu caminho, ela vem de volta no equinócio de primavera, e o sol está diretamente acima novamente. E como você pode imaginar agora, quando a Terra se move para a posição de solstício de verão, o Sol está agora a 23,5 graus a sul do equador. 101 WWW.SOLIENS.COM.BR Agora você pode aplicar esta analogia para qualquer latitude na Terra. A posição diretamente sobre a sua cabeça é conhecida como o ângulo Zênite, e tem um valor numérico de 90o graus. A maior “altitude” (distância) do sol sobre todos e cada um é o equinócio zênite (ângulo de 90o graus) menos a latitude do local. Alternativamente, o sol está em uma posição de 23,5 graus maior que a posição do equinócio no solstício de verão e 23,5 graus menor que a posição do equinócio no solstício de inverno (tanto no Hemisfério Norte, quanto no Hemisfério Sul, os cálculos são os mesmos, exceto que o solstício de verão lá em cima é 21 de Junho e o solstício de inverno é 21 de dezembro). Se você estiver tendo problemas com este conceito, vamos explicar melhor no vídeo preparado para o curso. Azimute Como o sol tem uma posição no céu fora do horizonte (altitude), ele também tem uma posição no céu que se move do leste para o oeste. Esta posição é conhecida como o azimute solar, e ele tem um movimento regular em uma base diária. A Terra gira em torno de seu próprio eixo uma vez por dia ou uma vez a cada período de 24 horas. Porque uma rotação completa da Terra obviamente tem 360o graus, o movimento do Sol é de 360o graus dividido por 24 horas, o que equivale a 15o graus por hora. Durante uma hora, o movimento do Sol de leste a oeste é de 15o graus. Normalmente, Norte é considerado o ponto zero e o número de graus é contado a partir desse ponto retornando o ângulo do azimute (o ponto zero é o 102 WWW.SOLIENS.COM.BR Norte verdadeiro e não o Norte magnético da bússola, isso pode ser facilmente verificado com um aplicativo de celular). Usando esta convenção, quando o sol está em uma posição diretamente a leste de sua localização pode ser descrita como tendo um azimute de 90 o graus. Se for diretamente para o sul de sua posição, tem um azimute de 180o graus. E quando ele se move a oeste de você, tem um azimute de 270o graus. Com a presente convenção, você não precisa dar um sentido bem como o número de graus porque o valor numérico narra a história toda. Nem todas as fontes usam esta convenção. Alguns usam sul como o ponto zero e exigem que você designe a direção (leste ou oeste) juntamente com um valor numérico para descrever a posição do sol ao longo do horizonte. O Relógio Solar Um ponto digno de atenção é a diferença entre o tempo solar e a hora do relógio porque os dois muito raramente coincidem. Quando se olha para o local do cliente, você tem que tomar cuidado em como localizar o sistema baseado no tempo solar, e não necessariamente no tempo do seu relógio. Para o Sol não existe horário de verão, o passo dele é obviamente constante. Interpretar Gráficos Solares Você pode usá-los para identificar a localização do sol em qualquer hora do dia e em qualquer época do ano, o que é útil quando você está avaliando um local específico para os potenciais problemas de sombreamento. Existem também aplicativos de celular que lhe mostram exatamente estes “caminhos” no local de instalação, usando a câmera do celular eles projetam no céu as várias 103 WWW.SOLIENS.COM.BR posições do Sol ao longo do ano, além de outros softwares que calculam o sombreamento projetado. O recurso solar disponível numa localização é afetado pela localização no globo terrestre, a época do ano e o clima local. No entanto, o “caminho do Sol” pode ser exatamente o mesmo em dois locais muito diferentes. Por exemplo, a partir de onde estamos em Minas Gerais o nível de radiação solar aparecerá idêntico para alguém no Nordeste, apesar de estarmos localizados em latitudes diferentes os padrões climáticos são semelhantes em algumas regiões. Você pode usar um gráfico solar para rapidamente determinar com precisão a altitude do Sol e seu azimute. O ângulo de azimute é dado ao longo do eixo x e o ângulo de altitude é dada ao longo do eixo y. Os horários do dia em que são baseados em tempo solar são indicados por linhas pontilhadas que interceptam o sol movendo os caminhos do leste para o oeste. Observe que no meio-dia solar nas datas de equinócio, a altitude do sol é igual ao Zênite menos a latitude (90ograus–30ograus=60ograus). Você pode avaliar os gráficos solares para ver que a diferença de altitude entre o solstício de verão e o equinócio no meio-dia solar é de 23,5 graus. Janela Solar Esses caminhos que o Sol percorre formam o que chamamos de janela solar, e nosso objetivo é encaixar o nosso futuro sistema dentro desta janela, pois assim poderemos prever o sombreamento no local. A janela solar exata varia de acordo com a latitude do seu cliente, o Sol sempre aparecerá na janela solar ao longo de um ano e você precisa manter essa janela clara tendo em mente que objetos poderão lançar uma sombra sobre o sistema FV. O projeto tem que ser feito com a janela aberta de três horas 104 WWW.SOLIENS.COM.BR antes e três horas após o meio-dia solar todos os dias do ano, pois levamos em conta as horas de maior geração de energia. Introdução ao Ângulo de Inclinação Ângulo de inclinação é o número de graus que os módulos FV são montados em relação a horizontal. É uma reflexão crítica em qualquer instalação de sistema FV. As instalações variam entre quase plana em alguns telhados comerciais de grande porte (telhado metálicos ou amianto) para uma ligeira inclinação (5 o a 10o graus) em algumas aplicações e inclinações maiores (20o a 30o graus, muito comum em residências) O ângulo de inclinação é um componente fundamental ao apontar os módulos em direção ao Sol. A localização exata e o ângulo em que você posiciona os módulos acontecerá com base em uma combinação de considerações de projeto, incluindo: ✓ Estética: Embora o sistema FV seja sempre projetado para não haver perdas na produção de energia, temos que ser realistas e executar projetos apropriados a aparência das casas dos clientes, o mercado como um todo perde muito com o marketing negativo gerado por instalações malfeitas tanto do ponto de visto elétrico, como de design. Por favor tenha em mente a estética do produto final antes de tentar alcançar o máximo de produção. ✓ O objetivo final: Outra consideração é que o objetivo final do sistema FV. Se o sistema: 105 WWW.SOLIENS.COM.BR • Será utilizado como a principal fonte de energia em uma casa off-grid (fora da rede) por exemplo, então você tem que fazer de tudo para garantir fornecimento ininterrupto durante todo o ano, procurando a inclinação perfeita para isso. • Já no nosso caso, de um sistema On-Grid (conectado à rede) você pode ter sucesso na produção utilizando uma menor inclinação por exemplo, garantindo uma produção maior com picos mais acentuados, pois existirá no caso de uma emergência a garantia de produção fornecida pela rede. • No caso de grandes galpões por exemplo, com baixa inclinação, você pode manter uma inclinação menor (mais plana) garantindo assim geração maior nos equinócios, e uma perda maior por exemplo no inverno. Neste caso a chuva já não conseguirá limpar os módulos pois a inclinação é menor, o que resultaria em uma manutenção mais frequente (limpeza das placas). Existem várias situações diferentes, e vamos ensinar como calcular de forma eficiente em todas elas. ✓ Tudo vai depender da latitude, por exemplo se você estiver em Minas Gerais que está localizada diretamente a cima do Trópico de Capricórnio, e aumentar a inclinação das placas apontando-as para o norte verdadeiro, vai ter uma produção maior durante o inverno. Caso deixe-as mais planas, vai ter uma produção maior no verão, já que o Sol estará “cruzando” o céu para iniciar o Solstício de Verão. No Norte do país por exemplo a situação seria diferente, pois o maior período de irradiação aconteceria nos equinócios, e o ideal seria deixar as placas no nível plano (lembrando-se sempre de que haverá necessidade maior de manutenção). 106 WWW.SOLIENS.COM.BR A ideia por trás da variação do ângulo de inclinação é para maximizar a produção de energia do sistema FV posicionando o sistema perpendicular ao sol, tanto quanto possível. É importante analisar a necessidade do seu cliente durante o ano, para ter certeza de qual é o melhor sistema. É importante frisar que estamos focados aqui nos sistemas On-Grid, ou seja, no sistema de créditos energéticos, portanto o foco será sempre neste caso fornecer o máximo de energia durante o ano, pois mesmo que nos meses de inverno se produza menos, o sistema de compensação será usado para repor os créditos gastos em épocas de menor produção. O ângulo de inclinação exata que maximiza a produção anual de energia varia de acordo com o clima local. Para a maioria dos locais, o melhor ângulo de inclinação é algo entre um ângulo que é igual a latitude para um ângulo de latitude menos 15o graus. Vamos fornecer a planilha completa e ensinar a usá-la. Basta comparar a média anual de horas de sol pico para cada ângulo de inclinação e ver onde o local do seu cliente é maximizado. Orientando o Arranjo FV para o Azimute Outro componente importantíssimo do planejamento de qualquer sistema FV é o posicionamento em relação ao norte verdadeiro, ou o azimute. O sistema com azimute de 90o está virado para o leste verdadeiro, 180o verdadeiro sul e 270o está virado para o verdadeiro oeste. É importante sempre trabalhar com meridianos verdadeiros, deixar a bússola de lado, usando de preferência um aplicativo de celular, que usa a sua localização GPS para triangular os meridianos. 107 WWW.SOLIENS.COM.BR A irradiância afeta diretamente a quantidade de corrente que um arranjo FV produz, é óbvio que você deseja um sistema FV perpendicular ao sol tanto quanto possível. Por isso geralmente você deve apontar os módulos para o norte verdadeiro (para instalações no Hemisfério Sul) e para o sul verdadeiro (para instalações no Hemisfério Norte). É importante frisar que todas essas situações citadas anteriormente levam muita teoria, e que na prática em muitas situações em campo, tais como residências no geral, você como instalador não terá a capacidade de alterar o azimute do sistema e as vezes nem o ângulo de inclinação, pois os suportes acompanharão o ângulo dos telhados. Uma solução que encareceria um pouco o projeto, no caso de telhados inacessíveis, com pouco espaço, seria o uso de suportes de concreto em algum terreno sem sombra perto da localidade do cliente, o que exigiria um investimento maior de estrutura e logística. Rastreamento (Trackers) Um dos itens solicitados pelos clientes é um sistema de rastreamento (seguidores solares), que funcionam como um girassol, sempre apontando em direção ao Sol. O funcionamento destes componentes é mecânico, constituído de partes móveis, o que significa uma manutenção periódica. As pessoas tendem a achar o sistema de rastreamento muito legal, e por essa razão solicitam aos integradores o orçamento de um. Eles são definitivamente muito legais e são realmente uma grande ideia pois aumentam significantemente a produção de energia, mas uma avaliação honesta e sincera deve ser feita antes de você dizer para o cliente que um sistema de rastreamento é uma necessidade para um determinado sistema. 108 WWW.SOLIENS.COM.BR Análise de Conta Você como integrador deve saber ler e interpretar a conta, pois ela será o primeiro passo para um orçamento e um pré-dimensionamento. Neste documento vamos anexar algumas cópias de contas que seguem um modelo da ANEEL, caso a conta da sua distribuidora não esteja aqui neste PDF, não se preocupe, todas as contas seguem o mesmo padrão. O primeiro passo é pedir as informações da conta do seu potencial cliente, o interessado no sistema fotovoltaico. Você poderá pedir uma cópia de sua conta, mas nem todos os clientes se sentirão seguros o suficiente para lhe passar uma cópia de sua conta, pois a mesma possui detalhes, como o endereço, CPF do cliente, número do cliente na distribuidora, número da instalação e consumo médio mensal. Existem algumas informações obrigatórias que devem necessariamente ser expressas na conta: 1- Nome do consumidor 2- CNPJ, CPF ou RANI 3- Código da unidade consumidora 4- Classe e subclasse da unidade 5- Endereço da unidade 6- Número dos medidores, tanto de energia reativa, quanto de energia ativa 7- Registros anteriores, as leituras atuais, e a data para a próxima leitura 8- Valor total a ser pago e a data de vencimento do pagamento exigido 9- Discriminação completa de todas as taxas e tarifas aplicadas, seguindo orientação da ANEEL, além de produtos ou serviços prestados 10- Valor total a ser pago 109 WWW.SOLIENS.COM.BR 11- Número do SAC, da ouvidoria, além de outros meios de comunicação com a distribuidora para reclamações ou solicitações 12- Número de atendimento da ANEEL para consultas ou reclamações 13- Indicar valores de débitos em atraso, descontos e outros lançamentos Grupos Grupo A Este é o grupo formado por instalações de alta tensão (AT), consumidores alimentados por tensões superiores a 2,3kV (trifásico). Este grupo é formado por indústrias, grandes comércios, edifícios residenciais ou comerciais, etc., e não são obrigados a pagar o custo de disponibilidade (como o consumidor do grupo B é), portanto este grupo é obrigado a contratar uma quantia mínima de potência (Demanda contratada). Esta fatura é chamada de binômia. Tarifas do Grupo A Convencional – Valor único de tarifa para o consumo ativo em kWh, sem contar horário de ponta e fora de ponta, além de pagarem valor único pela demanda de potência (kW) independente das horas sazonais do dia e da época do ano. Verde – São aplicadas tarifas diferentes para o consumo ativo em kWh, horários fora de ponta HFP e de ponta HP, além de levar em consideração épocas distintas do ano. Também pagam pelo consumo reativo que exceda o limite, sem contar os horários diferentes, para a demanda de potência é cobrada apenas a demanda faturada no horário fora de ponta. Cobrando o valor que ultrapasse 5% da demanda faturada em relação a demanda contratada. 110 WWW.SOLIENS.COM.BR Azul – É obrigatória para todos as faixas A1, A2 e A3 e disponível para todo o grupo A. As tarifas são distintas tanto para o consumo ativo kWh nos horários de fora de ponta quanto no de ponta, variando também nas épocas do ano. Pagando também pelo consumo reativo em kVArh quando excedido o limite, sem levar em conta os horários. Já na demanda de potência existem valores específicos para o horário de ponta e para fora de ponta. Além dos valores de ultrapassagem de demanda, assim como a verde. Grupo B Este é o grupo formado por instalações de baixa tensão (BT), consumidores alimentados por tensões inferiores a 2,3kV, e podem ser tanto monofásicos, como bifásicos e trifásicos. Este grupo é formado por comércios, residências, pequenas fábricas, pequenos edifícios e são obrigados a pagar o custo de disponibilidade, caso não atinja a quantidade mínima de consumo em kWh no mês. Estas faturas são chamadas de monômias, e não cobram consumo de energia reativa e nem demanda contratada do consumidor. O Grupo B está subdividido em: Residencial = B1 (Tarifa Convencional e Branca) Rural = B2 (Tarifa Convencional e Branca) Demais classes = B3 (Tarifa Convencional e Branca) Iluminação Pública = B4 (Tarifa Convencional) A tarifa branca significa que os consumidores que se enquadram nela pagam diferentes valores de tarifa, tanto no consumo ativo em kWh quanto nos horários de ponta e fora de ponta. Variando de acordo com as bandeiras tarifárias, que veremos a seguir: 111 WWW.SOLIENS.COM.BR Bandeiras Tarifárias Quando o custo de geração da energia sobe, ele é repassado para o consumidor, na forma de bandeiras tarifárias, este custo sobe principalmente por que se utilizam fontes não renováveis para produzir energia, como por exemplo as termelétricas, que utilizam gás e carvão. Elas entram em operação nos períodos de seca, quando não é possível produzir, com as hidrelétricas, a mesma energia dos períodos de chuva, devido ao baixo nível dos reservatórios. Aqui é bom deixar claro que cerca de 60% da geração no Brasil é hidrelétrica. E este é um ponto interessante que poderá ser usado no marketing da sua empresa. A grande maioria dos consumidores no Brasil acredita que a fonte hidrelétrica é responsável por 100% da produção de energia nacional, mas cerca de 40% da geração anual vem de outras fontes, normalmente carvão e gás, que emitem grandes quantidades de CO2. Ambos os grupos (A e B) estão sujeitos às bandeiras, o único estado que não está dentro do sistema de bandeiras é Roraima. No restante dos estados, as bandeiras são aplicadas pelo Operador Nacional do Sistemas Elétrico (ONS), estabelecendo o uso de 3 bandeiras distintas: Bandeira Verde: Geração normal. Quando não há necessidade de utilização de outras fontes de energia. Tarifa padrão. Bandeira Amarela: Inicio do uso mais intenso de outras fontes, aumentando a tarifa em cerca de R$0,015/kWh. Bandeira Vermelha: Quando existe uma grande necessidade do uso de outras fontes, e é dividido em 2 faixas. A 1ª faixa (patamar 1) aumenta a tarifa para R$0,030/kWh, e a 2ª faixa (patamar 2) aumenta a tarifa para R$0,045/kWh. 112 WWW.SOLIENS.COM.BR Horário de Ponta e Fora de Ponta Cada estado no Brasil possui um consumo distinto, mas é adotado de forma geral o horário de 18:00 às 21:00 de segunda à sexta para o horário de ponta, com exceção de feriados e fins de semana. O posto fora de ponta é enquadrado entre 00:00 às 17:00 e o posto tarifário intermediário é aplicado às 17:00-18:00 e 21:00-22:00. Estes horários podem variar de distribuidora para distribuidora, pois são elas é que delimitam estes períodos. Tributos Os seguintes tributos são incluídos na nossa conta de energia: Municipal – CIP ou COSIP, que é o custeio de iluminação pública. Estadual – ICMS, incide sobre a circulação de mercadorias e serviços. Federal – PIS e COFINS, o primeiro é o imposto do programa de integração social, e o segundo é a contribuição do financiamento de seguridade social. Tributos Setoriais – CCC, ECE, RGR, TSFSEE, CDE, ESS, P&D, NOS, DFURH. Que são respectivamente a Conta de Consumo de Combustíveis, o Encargo de Capacidade de Emergência, a Reserva Global de Reversão, Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica, Conta de Desenvolvimento Energético, Encargos de Serviços do Sistema, Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética, Operador Nacional do Sistema, Compensação Financeira pelo Uso de Recursos Hídrico. Para acompanhar o ranking de tarifas B1 acesse: http://www.aneel.gov.br/rankingdas-tarifas 113 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 62 - Ranking Tarifas B1 – Fonte: ANEEL 114 WWW.SOLIENS.COM.BR Exemplos de Contas de Energia AES ELETROPAULO Figura 63 - Exemplo de conta da AES Eletropaulo – Fonte: AES Eletropaulo 115 WWW.SOLIENS.COM.BR CELPE Figura 64 - Exemplo de conta da CELPE – Fonte: CELPE 116 WWW.SOLIENS.COM.BR CEMIG Figura 65 - Exemplo de conta da CEMIG – Fonte: CEMIG 117 WWW.SOLIENS.COM.BR COELBA Figura 66 - Exemplo de conta da COELBA – Fonte: COELBA 118 WWW.SOLIENS.COM.BR COPEL Figura 67 - Exemplo de conta da COPEL – Fonte: COPEL 119 WWW.SOLIENS.COM.BR COSERN Figura 68 - Exemplo de conta da COSERN – Fonte: COSERN 120 WWW.SOLIENS.COM.BR CPFL Figura 69 - Exemplo de conta da CPFL – Fonte: CPFL 121 WWW.SOLIENS.COM.BR DME Figura 70 - Exemplo de conta da DME – Fonte: DME 122 WWW.SOLIENS.COM.BR ELEKTRO Figura 71 - Exemplo de conta da ELEKTRO – Fonte: ELEKTRO 123 WWW.SOLIENS.COM.BR ENERGISA Figura 72 - Exemplo de conta da ENERGISA – Fonte: ENERGISA LIGHT Figura 73 - Exemplo de conta da LIGHT – Fonte: LIGHT 124 WWW.SOLIENS.COM.BR 125 WWW.SOLIENS.COM.BR 3. Instalação Gerenciamento de Projeto O gerenciamento de projetos é um aspecto fundamental de qualquer projeto de instalação. Uma vez que um contrato foi assinado com o cliente, o cronograma do projeto pode começar para a instalação do sistema fotovoltaico. Em resumo, o planejamento de uma instalação fotovoltaica utiliza informações recolhidas durante um excedente local, e inclui as seguintes considerações: • Revisão; completando e adaptando o projeto do sistema. • Apresentação dos pedidos de licenças, interligação utilitário e incentivos. • Definir as necessidades do cronograma do projeto, mão de obra e equipamentos. • Identificação e resolução de conflitos. • Coordenação de logística com o cliente, tais como o acesso à área de trabalho, instalações de trabalho, coleta de lixo e áreas de armazenamento. Ferramentas para Vistoria Técnica Sugerimos o seguinte kit: ✓ Uma câmera digital ou um celular de boa qualidade é fundamental para o registro visual da vistoria. 126 WWW.SOLIENS.COM.BR ✓ Fita métrica. Tanto o modelo tradicional, de preferência de rolo para galpões e ambientes maiores e a menor para residências. Quanto a laser, que pode ser encontrada na internet por preços acessíveis e que pode lhe poupar bastante tempo nas medições em geral. ✓ Novamente um celular, com aplicativo de bússola (lembrando que a bússola tradicional não aponta para o norte verdadeiro, somente para o magnético). ✓ Um medidor de ângulo para verificar a inclinação dos telhados, novamente aqui sugerimos um aplicativo de celular, nos celulares mais modernos é possível medir a inclinação com precisão ✓ Uma calculadora (smartphone é indicado aqui novamente). ✓ Um caderno de bolso para anotar informações importantes que não caibam no formulário (novamente indicamos o uso do smartphone). ✓ Uma lanterna e baterias extras. Aqui não vamos indicar o uso de smartphone (alguns modelos têm lanterna embutida, ou o flash), aconselhamos que você adquira uma lanterna de cabeça (farol), que vai ser muito útil dependendo do horário da visita, e se for necessário acessar o sótão por exemplo, ou mesmo o forro de telhado, permitindo que você possa usar as mãos livremente. ✓ Uma ferramenta de análise de sombreamento (aqui recomendamos novamente o uso de smartphone, existem inúmeros aplicativos gratuitos e pagos que fazem esta análise no local, além de softwares que podem ser usados no notebook ou no escritório após a vistoria). 127 WWW.SOLIENS.COM.BR ✓ Chaves de fenda ou kit. ✓ Um multímetro digital. ✓ Óculos escuros de segurança. Embora uma escada não seja tão portátil assim, dependendo do modelo, certifique-se de ter uma a mão, uma boa ideia é perguntar ao cliente se ele tem uma em casa. Pouquíssimas vistorias vão ser bem executadas sem acessar o sótão, forro ou o próprio telhado. Assegurar Autorização e Aprovação O conteúdo de um pacote de licença de qualidade inclui: • A página de título com o endereço do projeto, uma breve descrição do projeto, a lista de especificações, e uma tabela dos conteúdos. • Conclusão das formas que a Distribuidora local necessita para processar uma autorização. • Um plano que mostra o local dos principais componentes da propriedade, incluindo layout do sistema, local das vias de acesso do sistema para os bombeiros, reveses para as linhas de propriedade dos sistemas terrestres montada, e a localização do sistema de proteção. • Esquema elétrico detalhado mostrando e especificando todos os principais componentes utilizados na parte elétrica do sistema fotovoltaico. Este diagrama deve mostrar a configuração do gerador fotovoltaico, a localização e a classificação de proteção de sobre corrente, texto explicativo dos condutores quanto ao tamanho, tipo e classificação. 128 WWW.SOLIENS.COM.BR • Informação sobre a montagem da estrutura, incluindo o fabricante, o modelo, a instalação, documentação e detalhes. • Especificação para todos os principais aparelhos elétricos, incluindo módulos fotovoltaicos, inversores, String Box, e quaisquer outros componentes originais que não são comuns em instalações elétricas convencionais. Pré-Instalação A preparação adequada para a instalação, é tão importante quanto o processo de instalação em si. Certificar-se que todo o material necessário está na mão, ou adquiridos para estar disponível no momento em que for necessário, na área de trabalho. Todos os projetos fotovoltaicos requerem um plano de segurança e equipamentos de segurança devem estar na mão antes da instalação. O equipamento de segurança deve ser inspecionado para garantir que ele está em bom estado de conservação e não está faltando peças. Quaisquer aluguéis de equipamentos necessários precisam ser planejados, orçados, e suas entregas programadas. Muitas vezes, grandes quantidades de materiais podem precisar ser encomendadas, movidas na posição e preparadas para a instalação, o que requer equipamento especial. Um número de ferramentas deve disponível para ajudar os gerentes de instalação em planejamento e alocação recursos do projeto. Implementar um Plano de Segurança 129 WWW.SOLIENS.COM.BR Os aspectos do senso comum para a segurança do local de trabalho podem ser resumidas como segue: • Se o local de trabalho é desordenado, a possibilidade de tropeçar em algo é significativamente mais alta. • Se o local de trabalho é um telhado inclinado, com a desordem a possibilidade de cair do telhado é significativamente mais alta. • Se as ferramentas são deixadas de qualquer jeito em um telhado, a chance de alguma delas cair do telhado e ferir alguém é mais alta. Todos os indivíduos que trabalham em serviços de instalação de sistemas fotovoltaicos devem estar familiarizados com as normas estabelecidas pela NR10 e da NR-35. As normas da ABNT exigem que os empregadores forneçam um ambiente de trabalho seguro e saudável livre de perigos, e siga as normas aplicáveis. Segurança em Trabalhos com Sistema Fotovoltaico Quando você está instalando, fixando ou fazendo manutenção em um sistema fotovoltaico, você precisa estar atento a todo o momento. Se você perder o foco de seu trabalho e todos os perigos que você está exposto, você pode se machucar seriamente. Sim, a segurança em um local de trabalho é o mais importante para a execução da obra. Se você quiser se tornar plenamente consciente de todos os riscos no local de trabalho, assim como as formas adequadas de lidar com eles, sugiro que você siga as normas de segurança das NR-10 & NR-35. O trabalho deve ser iniciado após o diálogo de segurança e procedimentos, revisão de ferramentas e material, inspeção dos dispositivos de segurança e ancoragem. Sempre isolar a área de trabalho buscando garantir a segurança de 130 WWW.SOLIENS.COM.BR todas as pessoas envolvidas ou não no serviço. Os trabalhadores devem estar munidos de equipamentos de proteção individual (EPI) e/ou coletivos (EPC) para realização dos trabalhos e segurança de terceiros. Os profissionais de instalação de painéis fotovoltaicos deverão estar atentos às normas regulamentadoras (NR-10 & NR-35) que tratam de segurança em trabalhos com eletricidade e trabalhos em altura respectivamente. Em nosso curso listaremos os principais pontos destas NR’s (Normas Regulamentadoras) relativos à segurança dos trabalhadores. Equipamentos de Proteção Figura 74 - Sinalização de entrada proibida – Fonte: Soliens 131 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 75 - Sinalização e isolamento da área – Fonte: Soliens Figura 76 – Escada firmemente amarrada e segura – Fonte: Soliens 132 WWW.SOLIENS.COM.BR Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Equipamentos de proteção individual (EPI) inclui vestuário de proteção, luvas, calçado, capacetes, óculos, máscaras, aventais ou outras peças de vestuário destinadas a proteger os trabalhadores da lesão para o corpo por impactos, riscos elétricos, calor e produtos químicos, e outros trabalhos relacionados a riscos de segurança. Figura 77 - Equipamentos de Proteção Individual – Fonte: Soliens ✓ Óculos de segurança, capacetes de segurança, luvas de segurança PU, luvas para eletricista, calçados de segurança, cintos tipo paraquedista, talabartes em Y, abafadores e proteção auricular, camisa de manga comprida e calça de proteção. 133 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 78 - EPI’s – Fonte: Soliens Figura 79 - Lonas, capas de chuva, instintor de incêndio, linhas de vida – Fonte: Soliens 134 WWW.SOLIENS.COM.BR Capacete O empregador deve garantir que todo trabalhador use capacete quando trabalhar em áreas onde há um potencial de lesão na cabeça, sendo por queda de objetos, ou exposição a riscos elétricos. Capacetes têm uma borda completa para fornecer proteção de pancadas no topo ou nas laterais da cabeça. Há 03 classes de capacete: Classe G (Geral) de capacete se destinam a reduzir o risco de exposição e contato com condutores de baixa tensão e são testados a 2.200V. Classe E (elétricos) de capadetes destinam-se a reduzir o perigo de exposição a condutores de alta tensão e são testadas para 20.000V. Classe C (condutora) de capacetes não fornecem isolamento elétrico e não se destinam a fornecer proteção contra contato com condutores elétricos. Proteção para o Rosto A proteção dos olhos deve ser fornecida para proteger contra riscos, tais como poeira e outras partículas voadoras, gases corrosivos, vapores e líquidos, e operações de soldagem. A seleção de proteção para os olhos é baseado na proteção de um específico perigo, o seu conforto, e não deve restringir a visão ou movimento. Tipos de proteção ocular e facial incluem: • Óculos: Oferece a proteção mais completa contra impactos, produtos químicos e vapores. Possui vedação em torno da área dos olhos. Os tipos ventilados permitem fluxo de ar e reduz a chance de nebulização. O tipo não ventilado protege de impactos, bem como respingos, vapores ou partículas; muitos tipos cabem sobre os óculos de grau. 135 WWW.SOLIENS.COM.BR • Máscaras: A complementar, dispositivo de proteção secundária para proteger o rosto do trabalhador de certos riscos de radiação de soldagem e químicas. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) ✓ Extintor de Incêndio, delimitador de área, linha de vida, cadeado de bloqueio (para quadro geral da residência), placas de sinalização, cones, faixas de segurança. Ferramentas Manuais Todas as ferramentas manuais e elétricas ou equipamentos semelhantes, mesmo fornecido pelo empregador ou pelo empregado, devem ser mantidos em condições seguras. Todas as ferramentas elétricas devem estar equipadas com travas de fábrica e interruptores de segurança. Os riscos são geralmente causados por mau uso e manutenção inadequada. Diretrizes adicionais e precauções para o uso de ferramentas elétricas incluem o seguinte: • Siga instruções dos fabricantes. • Use o equipamento de proteção individual (EPI). • Desligue as ferramentas quando não estiverem em uso, para limpeza, e quando mudar acessórios. • Verifique regularmente as ferramentas antes de usar e as mantenha em boas condições. 136 WWW.SOLIENS.COM.BR • Não use roupas folgadas e joias que podem ficar presas nas peças móveis. • Mantenha os cabos e mangueiras, longe do calor, óleo e bordas afiadas. Ferramentas para Instalação Figura 80 - Ferramentas – Fonte: Soliens Alicates ✓ Alicate decapador, alicate para prensar terminais elétricos, alicate para prensar conector RJ-45 (caso a conexão com o inversor seja via cabo), alicate para prensar terminal MC-4, alicates de corte, alicates de ponta e alicates universais. 137 WWW.SOLIENS.COM.BR Chaves ✓ Chaves de fenda, chaves philips, chaves torque, chaves de boca, chaves para conector MC-4. Figura 81 - Ferramentas – Fonte: Soliens Outras Ferramentas ✓ Martelo, rebitador, estiletes (lâminas de corte), serra de arco, passa-fio, lanterna, trena, nível, fita isolante, linha de pedreiro. Ferramentas Especiais ✓ Parafusadeira, furadeira de alto impacto com martelete, detector de cano, serra multi-corte, multímetro, detectores de fase. ✓ Escada, tábuas (ou passarelas de alumínio). 138 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 82 - Parafusadeira – Fonte: Soliens Figura 83 - Furadeira de alto impacto com martelete – Fonte: Soliens Insumos ✓ Barramentos, buchas, parafusos, anilhas de identificação, cabos de 4mm2 e 6mm², cabos de rede. 139 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 84 - Kit de pontas e bits para parafusadeiras – Fonte: Soliens Componentes para o Sistema que será instalado ✓ Lembrar de levar componentes extras (+ de 10% como reserva técnica) como DPSs, disjuntores, eletrodutos, conduítes, espuma expansiva, terminais, porta-fusíveis, fusíveis, caixas de conexão, discos de corte e kits de bits e pontas para a parafusadeira. ✓ É importante levar capas de chuva e lonas para cobrir o telhado caso chova no momento da instalação. Para evitar que o cliente tenha infiltrações em seu telhado, normalmente neste momento é aconselhável por segurança fazer a parte elétrica e deixar o telhado para uma ocasião mais segura. Segurança da Escada As escadas são classificadas em três formas, de acordo com a sua utilização e complexidade: 140 WWW.SOLIENS.COM.BR ✓ Escada de Abrir: Esta é uma escada independente que foi projetada para uso na posição totalmente aberta. Escada de abrir vêm em vários comprimentos e pode ser usado para pontos de acesso acima da cabeça, como quando você estiver fazendo instalação ao longo da parte superior de alguns equipamentos montados na parede. ✓ Escada reta: escadas retas dão acesso a diferentes níveis bem como pontos elevados ao longo de uma superfície vertical, porém áreas acessíveis a partir de uma escada reta são limitados pela sua altura. Você pode usar uma escada reta quando você precisa de acesso a uma superfície do teto a partir do nível do solo. ✓ Escada Extensiva: uma forma de escada reta que permite que o usuário aumente o comprimento total movendo sua seção "base móvel" ao longo da seção "base fixa" da escada, permitindo aceder a diferentes níveis. Você pode utilizar uma extensão de escada quando você precisa de acesso a uma superfície do teto em um prédio com vários andares. Configuração Correta para Escada Quando configurar uma escada de abrir, verifique se as pernas estão completamente estendidas e que as braçadeiras estão para baixo e travada. Todas as quatro pernas precisam estar firmemente fixas em um lugar sobre a superfície de trabalho para evitar da escada se mover quando você subir sobre ela. Quando for usar escadas retas e escadas de extensão para acessar as superfícies do telhado, a configuração correta é essencial. Se você configurar a Escada muito íngreme, você corre o risco de ter a parte superior “empurrada” a partir do telhado. Se você não configurá-la suficientemente íngreme, o fundo pode expulsar e cair, te fazendo ir ao chão. Tomando algumas precauções 141 WWW.SOLIENS.COM.BR simples, você pode reduzir muito a possibilidade de acidentes da escada. No curso você aprenderá as diretrizes para se configurar corretamente as escadas. Segurança no Telhado Provavelmente um dos locais mais perigosos que você vai trabalhar, e que você vai estar regularmente, pois será o local mais comum de instalação dos módulos fotovoltaicos, será o telhado. Você provavelmente também vai trabalhar com outras pessoas e em torno de múltiplos obstáculos. Na parte superior você deve se lembrar de que está executando um trabalho mecânico e elétrico lá em cima, e como se os dois já não fosse perigoso o suficiente, terá que tomar cuidado com a altura. Proteção Contra Quedas As quedas, é a principal causa de mortes na indústria da construção. Por isso é essencial que os instaladores de sistema fotovoltaico estejam familiarizados com a NR-35. Porque a maioria dos sistemas fotovoltaicos envolve, trabalhar em telhados (isso quer dizer em altura). Consequentemente, a NR-35 exige que seja usado proteção individual para calçadas e rampas, buracos e escavações, telhados, aberturas nas paredes ou claraboias onde um empregado ou trabalhador possa cair. Armazenamento de suas Ferramentas É claro que você precisa para trazer inúmeras ferramentas com você para o telhado quando você estiver instalando um sistema fotovoltaico, mas ferramentas soltas podem gerar um grande acidente. Embora seja muito cortês de sua parte gritar "sai de baixo!" para os seus amigos, quando sua ferramenta estiver caindo do telhado, é mais eficiente se você não deixá-la cair. Siga estas diretrizes: 142 WWW.SOLIENS.COM.BR ✓ Ter o cuidado para levar com você apenas as ferramentas de que vai precisar. ✓ Use um cinto de segurança que tenha espaço de armazenamento para ferramenta em torno de sua cintura para guardar o suficiente que você precisa com você. ✓ Investir em uma caixa de ferramenta de qualidade, onde as mesmas possam ser adequadamente protegidas. Essas caixas de ferramenta são úteis porque você vai precisar de várias ferramentas e componentes no telhado, mas você não consegue carregar todas elas na cintura. Análise de Segurança Elétrica A eletricidade é um risco real e muito importante para a segurança. Tenho visto muitas pessoas começarem a trabalhar com sistemas fotovoltaicos e tomar a atitude de achar que é apenas energia solar e não dar o valor necessário à eletricidade. Não caia neste mito. A eletricidade pode ferir ou matar você independentemente da fonte. Além disso, apesar dos módulos fotovoltaicos comece com uma baixa tensão, o seu trabalho é projetado para que elas forneçam as tensões maiores do que o padrão de tensões 110/220V, na maioria das casas vinculados a rede. Se você não tiver em mente que estas são razões para manter a segurança em todos os momentos, então, você está no caminho errado. Prevenir riscos elétricos no trabalho envolve as seguintes práticas: • Usar ferramentas elétricas com isolamento duplo e mantida em boa condição. 143 WWW.SOLIENS.COM.BR • Evitar linhas elétricas aéreas e condutores elétricos enterrados. • Trabalhar em equipamentos elétricos e circuitos desenergizados. • Manter o local de trabalho ordenado, demarcado e com bloqueios, para impedir que pessoas desavisadas venham a energizar o circuito elétrico ou ligar as máquinas enquanto está sendo realizada manutenção. Risco de choque Você deve estar sempre ciente do potencial risco que está correndo quando trabalha com eletricidade. Você também deve ter em mente que quando você está trabalhando com sistemas fotovoltaicos, várias fontes de energia estão presentes, o que equivale a numerosas possibilidades de perigo. Aqui estão os principais riscos de choque que você precisa pensar a todo o tempo: ✓ Ferramentas elétricas e cabos de extensão: Inspecione o equipamento antes de o utilizar e substitua imediatamente quaisquer ferramentas ou cabos que parecem danificados. Em particular, certifique-se de que todos os equipamentos e cabos estão adequadamente aterrados. Nunca use um cabo que não tenha uma conexão de aterramento ou esteja danificado. Se você o fizer, você vai aumentar suas chances de se eletrocutar. ✓ Módulos Fotovoltaicos: as placas solares não têm interruptores liga/desliga. Quando você tirar um módulo da caixa e o expor à luz solar, este já vai começar a conduzir corrente elétrica se houver um caminho. As correntes baixas como 0,100A já são suficientes para perturbar o coração e suas funções normais. Nos módulos fotovoltaicos você estará trabalhando com corrente de saída de 5A a 10A o que já é suficiente para causar lesões graves e até mesmo a morte. 144 WWW.SOLIENS.COM.BR ✓ Circuitos Corrente Alternada: estes circuitos representam os seus próprios perigos elétricos. Você provavelmente precisará fazer ligações no interior do painel de distribuição elétrico. Se a alimentação estiver presente nesses painéis, você corre o risco de tocar em algum condutor (fio ou cabo) que irá enviar corrente através do seu corpo. Quando você precisar trabalhar dentro do painel, desligue a energia para garantir que você não ficará exposto a nenhum tipo de perigo. ✓ Perigos no telhado: a maioria dos sistemas fotovoltaicos serão instalados sobre os telhados dos lares e escritórios dos clientes, então dê uma atenção especial à presença de linhas de energia aéreas e sempre olhe para cima antes de configurar uma escada. Falando de escadas, evite usar aquelas que são feitas de materiais condutivos, em vez disso, invista em uma escada de fibra de vidro com capacidade nominal adequada. Trabalhar com diferentes circuitos em um sistema fotovoltaico expõe você a um conjunto especial de riscos elétricos. Porque os circuitos fotovoltaicos nunca podem ser desligados e o cabo de alimentação de corrente alternada fornece ainda um outro perigo de choque. Este simples fato significa que a tensão (e os riscos de choque que vêm junto com ele) é um grande problema. A primeira preocupação quando você iniciar a instalação de qualquer sistema fotovoltaico: certifique-se de que todos os dispositivos de proteção de surto (disjuntores ou fusíveis) que você instalar estão na posição desligado. Esta verificação evita que qualquer circuito de se torne involuntariamente ligado durante o processo de instalação. No circuito de corrente alternada, você vai trabalhar com o circuito de saída do inversor. O ideal é você adquirir kits de bloqueio especial que são 145 WWW.SOLIENS.COM.BR projetados para “travar o sistema” ao longo dos disjuntores, e permitem que você se certifique que ninguém vai ligar o disjuntor atrás de você e aplique energia em um painel que você achava estar desligado. Todos os sistemas fotovoltaicos têm pelo menos uma corrente alternada e uma corrente contínua, por isso, devemos instalar várias proteções que podem ser usadas para interromper qualquer fluxo de corrente. Antes de realizar o menor tipo de manutenção ou trabalho no sistema fotovoltaico que está funcionando e produzindo energia, verifique que todas as proteções estão desligadas. Figura 85 - Kit Bloqueio - Fonte www.masterlock.com Independentemente do tipo de sistema, a próxima etapa é bloquear e etiquetar todo o sistema, assim ninguém pode vir atrás de você e virar a chave de volta. O bloqueio impede que outra pessoa que não o titular (no caso você), venha a ligar chave do sistema. A tag (que é conectado à trava) permite que as pessoas saibam que o sistema não deve ser ligado e fornece suas informações de contato para que as pessoas possam entrar em contato com você se necessário. 146 WWW.SOLIENS.COM.BR Mesmo que você tenha desligado o fluxo de corrente a partir da String Box e do inversor interativo, o sistema ainda estará produzindo tensão. Por conseguinte, todo o circuito que está à frente dos meios de desconexão pode ainda estar energizado. Nunca desconecte os seguintes pontos: ✓ Se você foi chamado para solucionar um problema no sistema fotovoltaico ou se você ver algo que você deseja alterar rapidamente no telhado, pode ser tentador desconectar o cabo solar. No entanto, você nunca deve desligar os módulos neste local enquanto os módulos estão sob carga (recebendo luz solar). É muito importante lembrar que nas costas dos módulos tem um aviso "Não desligar sob carga". Se você puxar esses conectores sob carga, você teria muita sorte se não levasse uma descarga elétrica. ✓ Outro lugar tentador para desligar o sistema fotovoltaico é dentro de uma String Box, usando o porta-fusíveis instalado, para puxar o fusível e quebrar o circuito. Estes suportes de fusíveis, não são apropriados para quebrar o circuito sob carga. Se você tentar fazer isso mesmo assim, quando você puxar o portafusíveis, pode se criar um arco elétrico, gerando não apenas um perigo de choque para você, mas também um risco de incêndio porque o suporte de fusíveis é de plástico e poderia pegar fogo. Quando você estiver em uma situação em que alguma coisa não está certa, pare e analise o que está acontecendo antes de pegar e puxar os cabos cegamente, abrindo porta fusíveis, ou puxando os conectores do módulo fotovoltaico. Verifique a presença de corrente e tensão usando o multímetro digital da forma que foi descrito anteriormente. Fazendo estas verificações antes de puxar os fusíveis ou afastando as placas do módulo de fotovoltaico, você garante que não se colocará desnecessariamente em perigo. Visita Técnica 147 WWW.SOLIENS.COM.BR Quando negociamos um sistema solar fotovoltaico nos deparamos com o inevitável, “todas as particularidades da instalação” que varia muito de cliente para cliente, por isso, é muito importante realizar uma visita técnica minuciosa, para elaborar um projeto de instalação que não nos cause surpresas na hora de executar o serviço. No momento da visita primeiramente temos que verificar o tipo de telhado onde será instalado o sistema solar fotovoltaico, geralmente o sistema é instalado no telhado do cliente, porém existem outras formas de instalação, em caso de telhado nós temos três tipos de mais comuns, (colonial, laje, estrutura metálica). Outro ponto muito importante em relação a telhado é a altura da estrutura, por que a partir dela é que vamos tomar a decisão dos equipamentos que vamos utilizar, podendo ser escada, andaime ou plataforma. Depois de analisarmos o tipo de telhado devemos analisar como será feita a estrutura de tubulação para cabeamento, se é externa ou interna, se é parede de alvenaria, tijolinho, madeira, etc. Devemos medir as distâncias dos componentes que integrarão o sistema e definir os locais onde vamos instalar a String Box, o inversor interativo e o sistema de proteção (disjuntor), e medir a distância do quadro de distribuição da residência onde iremos conectar com o sistema fotovoltaico, para saber a quantidade de condutores, de eletrodutos e de caixa de passagens, que farão parte do nosso circuito. Durante a avaliação do local, você terá de identificar onde o sistema fotovoltaico será montado. A localização que você escolher, dirá o tipo de estrutura de montagem que você deve usar. Existem várias opções para cada tipo de estrutura, é por isso que vamos passar as próximas seções revisando as principais soluções de “racks” disponíveis para suas instalações. Tenha em mente que você pode usar um sistema de “racks” disponíveis comercialmente e modificá-lo para a sua aplicação específica. Por exemplo, alguns sistemas fotovoltaicos utilizaram um sistema de “racks” projetado para 148 WWW.SOLIENS.COM.BR solo, para montar um sistema fotovoltaico como um toldo na lateral de um prédio. O que você precisa para trabalhar em conjunto com o fabricante de “racks” a tais projetos, embora, podem precisar avaliar para outros aplicativos projetados na instalação. Montar as Peças Mecânicas O lado mecânico, pode ser muito confuso para um certo número de pessoas, a ideia de trabalhar em um telhado, realizar a perfuração de um orifício nele e então ser responsabilizado por qualquer problema no futuro é um pouco demais para algumas pessoas. Mas para ser bem-sucedido no mundo fotovoltaico, você tem de se sentir confortável com os aspectos do trabalho mecânico. Por que razão? Porque a realidade das instalações fotovoltaicas é que existe muitos detalhes envolvidos nos componentes mecânicos e estruturais de um sistema (assim como existe nos componentes elétricos), em outras palavras, tudo começa pela fixação de um sistema fotovoltaico. Concluindo a Instalação Uma vez que os sistemas fotovoltaicos estão instalados, é encomendada uma inspeção da distribuidora de energia local para verificar se instalação coincide com os planos e as exigências do código. Comissionamento de sistemas fotovoltaicos segue requisitos semelhantes para qualquer instalação elétrica, envolvendo observações visuais, testes e medições para verificar a segurança e qualidade da instalação de acordo com os planos e códigos e normas aplicáveis, e para verificar o bom funcionamento e o desempenho do sistema. Etapas chave de um procedimento de comissionamento incluem: 149 WWW.SOLIENS.COM.BR • Completar os detalhes finais de instalação. • Completar uma verificação do sistema e inspeções visuais. • Verificar a integridade do isolamento da fiação. • Completar a documentação do sistema. • Verificar os procedimentos de emergência. Embora podem variar com o tamanho e o âmbito de projetos específicos, os principais componentes de um sistema de documentação final devem incluir o seguinte: • Informações gerais: deve incluir as classificações de corrente contínua do sistema e de corrente alternada; fabricante, modelo e quantidade de módulos fotovoltaicos, inversores, controladores e todos outros componentes principais, conforme aplicável. • Informações de contato: deve incluir os nomes, endereços postais, números de telefone e endereços de e-mail para o proprietário, projetista do sistema, empreiteiro de instalação do cliente e quaisquer outras partes ou subcontratados responsáveis. • Um desenho: é muitas vezes necessária para a distribuidora local para fins de licenciamento, para identificar locais dos equipamentos em edifícios ou em relação a linhas de propriedade. 150 WWW.SOLIENS.COM.BR • Um diagrama unifilar: descreve a concepção global do sistema, inclusive os tipos e o número total de módulos, módulos por String; os tipos e número de inversores; e qualquer outro grande componente. Solução de Problemas Para finalizar, embora a maioria dos sistemas fotovoltaicos requer pouca manutenção, um plano de manutenção garante o serviço essencial. Manutenção ajuda a identificar e evitar potenciais problemas que afetam funções do sistema, desempenho ou segurança. Um plano de manutenção inclui uma lista e cronograma para a manutenção do sistema todos os dados obrigatórios e serviço, tais como: • Inspeções de componentes e sistemas de cabeamento. • Avaliação dos anexos estruturais e intempérie. • Limpeza e remoção de detritos em volta dos módulos. • Substituição de componentes do sistema danificados ou com falhas. 151 WWW.SOLIENS.COM.BR 152 WWW.SOLIENS.COM.BR 4. Vendas Preparando a Venda Olhe ao seu redor. Seu computador, seu carro, suas joias, seus óculos e seu telefone celular - muitas das coisas que você possui - provavelmente foram vendidos a você por alguém. Agora, pense em coisas que você não pode ver, como seu serviço de telefone celular, seu serviço de internet e seu seguro automóvel. Estes serviços, foram vendidos a você por alguém. Agora que você pensou sobre isso, você pode ver que a venda está envolvida na sua vida de muitas maneiras. A energia solar fotovoltaica deveria se vender sozinha, concorda? Economizar dinheiro, gerando energia limpa, sendo pioneiro. Pois é, mas não. Como você vai perceber. O fato de você - o vendedor - entender que um gerador fotovoltaico é uma escolha óbvia, seus potenciais clientes, muitas vezes por ignorância, teimosia, ou desconfiança, não necessariamente enxergarão da mesma forma que você. Portanto cabe ao vendedor ser um provedor de conhecimento. Um consultor, tendo sempre os interesses do cliente em mente. Primeiramente, é importante sabermos o que significa um lead. Um lead é alguém interessado em energia solar, um cliente em potencial. Na SOLIENS, ligamos para o cliente dentro de uma janela de 5 minutos após o recebimento do e-mail inicial de solicitação de orçamento. Esta estratégia comunica comprometimento e segurança. 153 WWW.SOLIENS.COM.BR É Importante Escutar o Cliente Agradeça ao lead pelo interesse. Pergunte se conhece a tecnologia, se tem alguma dúvida. Se gostaria de ouvir uma explicação sobre a tecnologia. Após cada pergunta, pare de falar, e espere uma reação do lead. Apenas com autorização, passe para a próxima pergunta. Escutar é muito importante. Não só escutar, prestar atenção no que o lead fala. Por via de regra, tem-se como dois minutos o tempo máximo de fala contínua. Use um cronômetro nas primeiras ligações, até se acostumar. Após os dois minutos, pare de falar, escute. O lead vai te dar autorização para continuar falando, ou vai mudar o assunto da conversa. Permita que o assunto seja mudado. A ligação tem que ser como uma dança. Você está conduzindo, porém precisa do engajamento do lead para que a conversa seja bem-sucedida. As mesmas técnicas são validas para ligações, encontros formais e encontros informais. Quem são seus primeiros leads? Seu círculo de contatos. Sua família, melhores amigos. São as pessoas com as quais você já possui um relacionamento com um certo nível de confiança. Estas são as pessoas que mais provavelmente farão negócio com você. Um desconhecido pode perguntar sobre seu portfólio. Que é importante ter, porém não é obrigatório. Para ajudar neste quesito, feche os primeiros negócios com amigos e família. Isso não quer dizer que você não vá procurar outros leads que já tenha em mente. Quanto mais pessoas souberem que você é um integrador fotovoltaico, melhor. A medida que as pessoas forem sabendo o que você faz, elas vão começar a te procurar. A maioria por curiosidade. Alguns sondando a concorrência. Mas cada pessoa que entra em contato, é um cliente em potencial. Trate todos com a mesma atenção e cordialidade. Sempre escutando suas necessidades e motivos. 154 WWW.SOLIENS.COM.BR Antes de Elaborar um Orçamento Qual a motivação do cliente? Dependendo do tipo de cliente, precisamos fazer projetos distintos. Na nossa experiência aprendemos que existem duas motivações principais por trás de um cliente fotovoltaico: 1 – O tipo mais frequente de cliente é o investidor, que busca economia. Retorno financeiro direto pela energia gerada. Para este tipo de projeto deve-se determinar, da forma mais precisa possível, a potência-pico ideal para o gerador, de forma que este gere a energia necessária a suprir, no máximo, 100% das necessidades energéticas da unidade consumidora, considerando a média de consumo anual. Se você perguntar a um investidor que tipo de benefícios ele espera ter de um sistema fotovoltaico. A resposta dele será: -Reduzir a conta, frear os aumentos abusivos de energia, ter controle e autonomia, valorizar seu imóvel, e é claro sem risco. Com pistas como essa, responda: Um sistema fotovoltaico é a única melhoria que você comprará para a sua casa que se paga sozinha múltiplas vezes, muito melhor que investir em um carro novo, ou uma cozinha nova. Somando tudo o que se paga para Distribuidora o investimento fica na casa dos 6 anos de conta ou menos, sendo que tem vida útil superior a 25 anos, rendendo mais de 19 anos de lucro. 2 – Ambientalista/Marketing Verde – Para empresas que buscam novas maneiras de divulgar seus produtos e serviços. Para esse tipo de aplicação as empresas disponibilizam uma parcela de seu orçamento de marketing (em alguns casos juntamente com orçamento de adequações internas de engenharia 155 WWW.SOLIENS.COM.BR civil e elétrica), de forma que o gerador deve, além de caber nesse orçamento, retornar alguma ‘visibilidade’ à marca. Em alguns casos, principalmente de empresas multinacionais, existem requisitos a serem atendidos, como os de institui ções que emitem certificados de sustentabilidade como os “Selos” Leed (http://www.usgbc.org/leed) e Aqua (http://www.vanzolini.org.br/hotsite- aqua.asp). No Brasil, o primeiro “Selo Verde” exclusivamente solar é oferecido pelo Instituto Ideal, que tem requisitos mais flexíveis que os de outras instituições. Se o foco for atender a uma certificação sustentável, deve-se ter em mente que sempre há uma quantidade mínima da energia consumida pela unidade consumidora que deve ser gerada localmente, portanto, uma das fases do projeto é determinar esse valor de energia que deve ser gerada, o que acaba por ditar qual deverá ser a potência-pico do projeto. Para os casos em que não há vínculo direto com uma instituição certificadora, busca-se o máximo de “marketing espontâneo”, como reportagens em âmbito local ou nacional, e menções da marca associada ao projeto em redes sociais. É o que vem ocorrendo, atualmente, com as empresas que aproveitaram a grande exposição da energia solar no mercado nacional. O que se busca, então é um gerador que seja o mais aparente possível, como é o caso dos estacionamentos solares. Para pessoas que estão preocupadas em não poluir o ambiente. Se você perguntar a um ambientalista que tipo de benefícios ele espera ter de um sistema fotovoltaico. A resposta dele será: -Produzir a sua própria energia sem poluir, reduzir sua emissão de CO², deixar um mundo melhor do que encontrou, colher energia gratuita do sol. Se você ouvir pistas como essa, já sabe qual o perfil do cliente, diga: -O sistema solar é limpo, silencioso, não emite CO², e após 30 anos pode ser reciclado com todos os seus componentes, já que o principal deles é Silício (areia). Energia solar nunca começou uma guerra, não mata fauna e flora e não 156 WWW.SOLIENS.COM.BR desabriga aldeias e cidades, e se um dia tivermos excesso de energia solar é porque o dia foi bonito. Precificação Na SOLIENS, usamos uma tabela de cálculo que nos dá todas as informações financeiras relevantes do sistema do cliente. Nesta planilha, você insere as informações do dimensionamento calculado no módulo técnico, e insere o valor de venda do sistema. A planilha já te fornece todo o fluxo de caixa dos primeiros 25 anos de vida útil do sistema, bem como dois argumentos utilizados para verificar a viabilidade financeira de um investimento. São eles o VPL, e o TIR. Valor Presente Líquido Valor Presente Líquido, ou VPL é o somatório dos termos de um Fluxo de Caixa Descontado. Quanto maior o VPL, mais lucrativo será o projeto ou novo negócio. O VPL indica qual o lucro que o projeto ou novo negócio trará. Taxa Interna de Retorno Taxa Interna de Retorno, ou TIR é a taxa de juros para a qual o VPL é nulo. Quanto maior a TIR, melhor e mais lucrativo será o projeto ou novo negócio. Pense na TIR como a taxa de juros que uma aplicação financeira precisaria render para ser tão lucrativa quanto o projeto ou novo negócio. 157 WWW.SOLIENS.COM.BR Proposta Comercial É importante que esses e outros argumentos estejam em sua proposta comercial. Eles apenas ajudam nas vendas. Em uma empresa grande, existe uma pessoa, ou um departamento inteiro para cada função. Temos o responsável por marketing, o de vendas, orçamento, pós-vendas, técnico, monitoramento. Não importa o tamanho da empresa, estes departamentos devem existir, mesmo que todas as funções sejam desempenhadas por uma pessoa apenas. Portanto, se sua empresa for pequena, é importante que o vendedor saiba pelo menos o básico de todo o sistema, e seja capaz de confeccionar orçamentos. Elabore uma proposta padrão, o mais completa possível, e adapte-a para cada cliente. É importante que o cliente tenha o sentimento de que sua proposta comercial foi personalizada, e supre suas necessidades. A proposta deve conter: O escopo de serviço: O que está incluído no preço e quais os prazos? Equipamentos: Quais as marcas de equipamento serão instaladas no cliente? Descrição básica dos equipamentos, e por que a marca X ou Y foi escolhida. Descrição específica do sistema do cliente: Número de módulos, potência, etc. Garantias: Quais as garantias oferecidas? 158 WWW.SOLIENS.COM.BR Análise financeira: Retorno financeiro, TIR, VPL, Preço. E o que mais julgar necessário. Cada integrador possui seus custos operacionais. Uma parte crítica do negócio é a precificação. Um orçamento mal calculado pode assustar um cliente, ficar muito mais caro do que a concorrência. Portanto perde-se a venda. Muito pior do que isso é um orçamento com preço muito baixo, seja por não querer perder a venda, ou por custos não previstos. Uma venda feita com preço muito baixo é prejuízo certo para o integrador. Dependendo do tamanho do sistema, isso pode significar o fim da empresa. Calcule, portanto, qual o custo real de um sistema. Devem ser considerados o custo de homem hora para projeto, instalação, visita técnica, vendas, todas as comissões, custo de material, tributos. Os kits que você comprará da SOLIENS, caso opte por isso, já são projetados para a melhor integração entre os módulos fotovoltaicos, e inversores. Todos os nossos kits acompanham o material necessário para uma instalação padrão. Atente-se para a aplicação do cliente. Alguma característica do projeto foge muito do padrão? Talvez seja necessária a compra de material extra. Após o envio da(s) proposta(s), deve-se fazer o seguimento da negociação. Permita alguns dias para seu cliente analisar todos os dados. Quantos dias também depende do cliente. O tempo padrão é 2 dias. Porém podemos aguardar até uma semana. Se o cliente realmente estiver interessado, ele irá entrar em contato de alguma forma. Caso ele não entre em contato, tome esta atitude. Verifique se ele teve oportunidade de analisar sua proposta, pergunte se restou alguma dúvida. Explique que a proposta pode ser alterada de acordo com suas necessidades. Abordamos as objeções mais comuns abaixo. Trabalhe as objeções do cliente. 159 WWW.SOLIENS.COM.BR Feche a venda. A partir daí você tem um ótimo problema nas mãos. Você será responsável por mais um cliente feliz, que se tornará mais um aliado em mais vendas. Lembre-se, o boca-a-boca sempre foi, e sempre será a melhor maneira de divulgar seu trabalho. 160 WWW.SOLIENS.COM.BR 161 WWW.SOLIENS.COM.BR 5. Marketing Introdução Vamos aprender a estruturar um plano de Marketing, não podemos confundir marketing com vendas. Marketing é o processo de desenvolvimento de estratégias empresariais por meio da otimização da linguagem da sua marca, da sua apresentação, do seu design, e assim por diante. Recorrendo a pesquisas de mercado, campanhas publicitárias, atendimentos pós-venda, etc. Para executar um programa de Marketing é possível seguir um ciclo para qualquer negócio, de qualquer tamanho. Este ciclo se inicia através de pesquisas (produto, cliente, concorrência), desenvolvimento do seu produto (no nosso caso serviço), precificação, embalagem (no nosso caso, entrega deste serviço), distribuição, promoção e propaganda, vendas, serviço ao consumidor e novamente de volta ao ponto inicial as pesquisas. As pessoas confundem os termos marketing e vendas. Elas acham que o marketing é uma outra maneira de dizer vendas. Vender é uma das maneiras de comunicar sua mensagem de marketing, mas não é, e nunca poderá ser um substituto para ele. Definindo a Estratégia Todos os programas de marketing precisam seguir o mesmo processo de marketing, mas as semelhanças entre grandes empresas e pequenas empresas param por aí. 162 WWW.SOLIENS.COM.BR Orçamentos, pessoal, abordagens criativas e técnicas de comunicação variam entre uma mega empresa multi-nacional e um micro-empreendedor como talvez seja o seu caso. Portanto, é importante definir a sua meta com o marketing, o que você quer? Atingir uma meta? Vender? Criar valor para a sua marca? Crescer a empresa? Sabendo exatamente o que você almeja, permitirá que você possa criar a estratégia correta de marketing. Você pode trabalhar com diferentes estratégias ao mesmo tempo, mas estas vão lhe consumir tempo e dinheiro. Não necessariamente uma estratégia que funciona bem em Minas Gerais, por exemplo, vai funcionar bem em outro estado, assim como o marketing da cidade grande talvez não funcione tão bem quanto na cidade pequena. O diferencial realmente vai ser a sua criatividade. Crie uma estratégia baseada nos seus clientes, visualize quem serão os seus clientes, para quem você acha que pode vender melhor. Estude eles, e sua estratégia funcionará melhor. Divida os potenciais clientes em termos geográficos, demográficos, psicológicos. Classifique-os em subgrupos, e procure um padrão que mostre pontos em comum. Descubra quem não serão os seus clientes, este ponto é importante para não desperdiçar recursos e tempo. Os sistemas fotovoltaicos normalmente têm um valor agregado alto, o que dificultar a compra dele por algumas classes sociais, felizmente esta barreira será quebrada no futuro, assim como os celulares, as TV’s, e todo o tipo de tecnologia tem uma curva, chamada de curva de adoção ou curva da inovação. 163 WWW.SOLIENS.COM.BR Marketing Físico Quando se trata de publicidade, neurocientistas descobriram que os anúncios em papel podem ser mais memoráveis e têm mais impacto do que os digitais. Um estudo realizado pela empresa canadense True Impact, relatada pela Forbes, usou o monitoramento ocular e a medição de ondas cerebrais de alta resolução para ver como os anúncios eram entendidos, como atraiu a atenção das pessoas e as persuadiu. A pesquisa também descobriu que o correio direto era mais fácil de processar mentalmente e testado melhor para o recall da marca. Flyer Portanto, uma boa estratégia é criar os seus flyers (panfletos) com um resumo das qualidades dos sistemas fotovoltaicos, dos seus benefícios e de como ele resolve o problema do cliente. Foque sempre na solução do problema. Não adianta falar de você, da sua marca, da sua empresa, sem focar na solução de um problema que o cliente tem. Outdoor Outra arma bastante utilizada, são os “outdoors”, que podem custar uma fortuna em alguns lugares ou ser bastante acessíveis em outros. O importante é saber se a localização dele é boa, se ele está passando uma mensagem objetiva e curta (lembre-se, quem vê um outdoor está de passagem, e não vai parar o carro para ler, você já parou alguma vez?), se a localização proporciona uma boa visualização, e se principalmente, estão passando por ali os seus clientes potenciais. 164 WWW.SOLIENS.COM.BR Carta Normalmente as pessoas estão mais receptivas a uma carta do que a um flyer em suas caixas de correio, elas vão dar mais atenção a este detalhe, e ver a empresa com outros olhos. Mas cuidado, este tipo de tática de marketing tem um custo, que as vezes pode ser elevado, quando se calcula o preço das impressões, cartas, papel e trabalho. Telefonema Você poderá tentar realizar ligações frias como é conhecida esta técnica, quando você liga para empresas ou residências oferecendo os seus serviços. Comparada a outras técnicas ela tem uma eficiência menor, mas pode se mostrar proveitosa. Visita Nada bate uma visita pessoal, por mais constrangedor que possa ser no início oferecer os sistemas fotovoltaicos pessoalmente, para pessoas que nunca ouviram falar da tecnologia, é a técnica que se mostra mais eficiente neste mercado. Quando você conhece bem os seus clientes potenciais, e faz uso do seu networking pessoal (rede de relacionamentos) essas chances aumentam. Eventos 165 WWW.SOLIENS.COM.BR Criar um estande pode ser uma boa ideia, e uma maneira fácil de interagir com potenciais clientes. Pode ter um custo elevado, mas é uma maneira de apresentar os seus serviços e falar sobre a sua marca. Marketing Digital O marketing digital é um termo que deve estar no radar de qualquer empreendedor, principalmente um empreendedor que trabalha com novas tecnologias como é o caso da tecnologia FV. As empresas utilizam canais digitais como a pesquisa do Google, as mídias sociais, o e-mail e seus sites para se conectar com seus clientes atuais e potenciais. A realidade é que as pessoas gastam duas vezes mais tempo online do que costumavam fazer há 12 anos. E enquanto dizemos muito, a maneira como as pessoas vendem e compram realmente mudou, o que significa que o marketing off-line (físico) já não é tão eficaz como costumava ser. Marketing Digital é todo o marketing feito de forma on-line, na internet. Na SOLIENS nós estudamos e trabalhamos muito com marketing digital. Então o que exatamente é Marketing Digital? Começa no seu próprio site e vai para todos os seus ativos on-line publicidade digital, e-mail marketing, folhetos on-line e por ai vai - há um enorme espectro de táticas e ativos que caem sob a égide do marketing digital. Ativos on-line 166 WWW.SOLIENS.COM.BR Seu site Postagens no blog Ebooks Infográficos Ferramentas interativas Canais de mídia social (Facebook, LinkedIn, Twitter, Instagram, etc.) Cobertura on-line (RP, mídias sociais e análises) Folhetos e livros de consulta on-line Ativos da sua marca (logotipos, fontes, etc.) Site Algumas dicas para criar o seu site: Um site profissional e esteticamente agradável permite que todos saibam que imagem você quer passar. É o cartão de visita virtual ou loja para todos os seus produtos e serviços. Ele lhe dá a chance de atingir milhões de pessoas em todo o país ou mesmo no mundo. Alguns exemplos são: Wix – pt.wix.com Webnode – www.webnode.com.br HostGator – www.hostgator.com.br UKit - ukit.com LocaWeb - www.locaweb.com.br 167 WWW.SOLIENS.COM.BR Lembre-se, apenas criando um site não é garantia de conduzir os clientes à sua porta. Você também vai precisar de um bom nome de domínio, grande conteúdo e estratégia de marketing correspondente para atrair tráfego de qualidade e, em seguida, transformá-los em leads e compradores. Com o marketing físico, é muito difícil dizer como as pessoas estão interagindo com sua marca. Com o marketing digital, você pode identificar tendências e padrões no comportamento das pessoas antes que elas cheguem ao estágio final da compra, o que significa que você pode tomar decisões mais bem informadas sobre como atraí-las para o seu site. Conclusão Não existem técnicas de Marketing infalíveis, todas estão sujeitas as minúcias do seu mercado particular. Algumas técnicas vão funcionar melhor com alguns integradores, outras com outros e por aí vai. Recomendamos que você use mais a sua criatividade e seu tempo livre como empreendedor, do que dinheiro. Que poderá ser facilmente desperdiçado com técnicas e tentativas infrutíferas. Foque sempre no cliente, e peça feedback das pessoas que convivem com você. Daí sempre surgirão boas ideias, e irão lhe mostrar que nem sempre as suas ideias são boas mesmo. 168 WWW.SOLIENS.COM.BR 169 WWW.SOLIENS.COM.BR 6. Empresarial Introdução O foco desta unidade será a pré-operação da sua empresa, vamos dar algumas dicas importantes que você vai precisar saber antes de abrir um negócio. Começar um negócio pode ser emocionante e desafiador. Ele requer toda a sua atenção e energia. Tudo começa com uma ideia, uma observação de que há um problema e a crença de que você tem uma nova solução – ou uma solução melhor. Faça uma Pesquisa de Mercado A investigação é crucial. Você poderá aprender muito dedicando apenas algumas horas no Google e navegando pela Internet. "Faça a sua lição de casa" e você já começará na frente de muitos dos seus concorrentes. Na verdade, é um passo necessário para determinar a viabilidade da sua ideia de negócio. É importante ser honesto consigo mesmo. Pergunte a si mesmo as questões difíceis e obtenha feedback das pessoas que você acha que são importantes para você. Pesquise o seu mercado, a sua concorrência, o seu mercado-alvo ideal e valide a sua principal proposta de valor. Obtenha feedback rápido e real para economizar tempo, dinheiro e permita que você faça alterações antes de iniciar de fato. 170 WWW.SOLIENS.COM.BR Faça um Plano de Negócios É muito importante que você faça um plano de negócios para testar a sua ideia no papel, este é um erro comum antes de se abrir o primeiro negócio. O Plano de Negócios te dá a chance de testar o seu negócio no papel. Recomendamos que você entre em contato com o SEBRAE da sua região para uma conversa com um dos seus consultores. Eles têm experiência e podem lhe auxiliar. Recomendamos fortemente que você baixe a ferramenta de plano de negócios desenvolvida pelo Sebrae, no link: https://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/Softw are/Software-Plano-de-Negocio-30 Conheça a Tecnologia Fotovoltaica Você precisa saber quais são os componentes, como é feita a instalação, qual é o perfil dos seus clientes, para isso volte e estude bem cada módulo anterior, caso você tenha dúvidas. Pense em quanto você vai investir, se vai utilizar um transporte seu, o próprio transporte do seu fornecedor. Entre em contato com eles para saber o que eles te oferecem. Compreenda o que você faz de diferente em relação a concorrência, uma vez que se relaciona com o seu público-alvo. O seu preço é competitivo? O seu serviço é melhor? O que torna o seu produto único? 171 WWW.SOLIENS.COM.BR Faça um Plano de Marketing Faça uma pesquisa de como os seus concorrentes locais tem feito o marketing deles, usem as práticas que tem funcionado para eles. Nesta parte você terá que fazer alguns testes, para descobrir quais as técnicas que melhor funcionam na sua região. Algumas pessoas têm sucesso com Marketing Digital, outras com Marketing Físico. Faça as suas Projeções Financeiras Não inicie um negócio sem fazer algumas (ou várias) projeções financeiras antes, tenha certeza que você tem o dinheiro para manter a operação durante os primeiros meses, que podem não necessariamente resultar em vendas, que vão depender diretamente do seu esforço. Eu preciso realmente de Projeções Financeiras? A resposta curta é sim. Se você planeja levantar fundos, eles precisam ser mais detalhados. Se você estiver iniciando o negócio sozinho ou com um parceiro, poderá conseguir fazer um conjunto mais simples de Projeções. Desenvolva uma Marca O nome do seu negócio é obviamente muito importante. Considere também o nome de domínio, teste ele no navegador com .com.br ou .com, dê uma olhada se esta marca já existe e se está registrada no INPI. Desenvolva uma logo bonita, pois ela vai ser a sua identidade perante todos que se relacionarem com sua empresa. 172 WWW.SOLIENS.COM.BR E claro não subestime o poder do marketing boca-a-boca que vem de um produto ou serviço excepcional e da marca relevante. Capitalize o seu Negócio Quanto você precisa? Quanta equidade você está disposto a vender? Aqui observamos a importância das projeções financeiras e do plano de negócios. Após projetar as possíveis perdas, você vai saber quanto precisará para manter a sua empresa em operação. É o momento certo? Você tem todos os fundos de que precisa? Você está disposto a ter sócios? Qual a participação deles? Qual será a função deles? É importante definir estes pontos e consultar um advogado. Gestão Financeira Imagine como será feita a gestão do seu negócio, você irá utilizar softwares, você mesmo fará esta gestão, é fundamental organização nesta etapa. É vital que você gerencie sua contabilidade corretamente. No entanto, não é necessário gastar uma fortuna fazendo-a. Você pode combinar um serviço de folha de pagamento acessível com um contador em tempo parcial, tudo pode ser combinado entre você e quem for te dar esta assessoria contábil. Um bom gerenciamento, vai fazer com que você possa gastar mais tempo com seus clientes ou na área que você for importante para o seu negócio. 173 WWW.SOLIENS.COM.BR Seguros Para a maioria das empresas, a cobertura de seguro é uma obrigação para a sobrevivência. Pergunte-se o que aconteceria se: Um funcionário se machucar. Um cliente abre um processo contra você. Há um incêndio e seu equipamento ou veículo fica danificado. Alguém se fere por descuido na instalação. Equipamentos são perdidos durante o transporte. Pesquise sobre os seguros que você acha que são indispensáveis, eles podem significar a sobrevivência da sua empresa no futuro. Avalie as primeiras necessidades, incluindo planos de saúde, que também podem ajudar a arcar com eventuais acidentes de trabalho. Local de Trabalho Invista em um local de trabalho que seja acessível do ponto de vista financeiro, você realmente precisa de um escritório para começar ou você pode economizar o dinheiro e trabalhar em casa? Ao iniciar um negócio é sempre bom ser prático, mas também poupar dinheiro sempre que possível. Se você decidir obter um espaço de escritório, há várias coisas a considerar: Móveis, equipamentos de escritório, computadores, avalie exatamente quais são as suas necessidades. 174 WWW.SOLIENS.COM.BR Presença Online Hoje já não é necessário gastar uma fortuna com um programador ou Web-Designer. É possível construir o seu próprio site sem muito conhecimento sobre o assunto. Mas é bom que você consulte alguém que tenha facilidade com a internet. Lembre-se, apenas criando um site não é garantia de conduzir os clientes à sua porta. Você também vai precisar de um bom nome de domínio, grande conteúdo e estratégia de marketing correspondente para atrair tráfego de qualidade e, em seguida, transformá-los em leads e compradores. Venda Sem vendas você não tem um negócio. É a alma do seu negócio e sua importância não pode ser enfatizada o suficiente. As vendas exigem a confiança no seu produto ou serviço. Outra parte importante das vendas bem-sucedidas é se concentrar em benefícios em vez de recursos. A Apple é famosa por isso. Por exemplo, com o lançamento do iPod, eles o classificaram como "1.000 músicas em seu bolso" ao invés de “Ele tem um disco rígido de 5GB". Fornecedores Selecione bons fornecedores para o seu negócio, empresas que irão lhe fornecer os produtos em tempo, sem atrasos e que sejam flexíveis nas formas de pagamento. Existem alguns fornecedores no mercado, e a SOLIENS oferece parceria para os integradores que desejarem comprar conosco. 175 WWW.SOLIENS.COM.BR Estrutura da Empresa Cheque nosso módulo de instalação para verificar quais serão os EPI’s, EPC’s, equipamentos e ferramentas que você deverá possuir para instalar o seu primeiro sistema fotovoltaico. É possível que você consiga instalar um sistema fotovoltaico com uma equipe de duas pessoas, como foi montado este sistema de exemplo da SOLIENS. Mas nós recomendamos que projetos maiores sejam instalados com equipes de 3 pessoas. Não será necessário uma equipe maior do que está, a não ser que você feche uma pequena usina FV, ou tenha pressa na entrega do sistema. Equipe É importante saber que existem alguns pré-requisitos para se executar uma instalação. O profissional deverá ser habilitado no CREA e ser capacitado ou estar sob supervisão de um profissional habilitado. Seguindo as normas NR10 e NR-35, como explicado no curso. Como dito anteriormente a equipe técnica poderá ser formada por no mínimo 2 profissionais, sendo que a equipe ideal para a maioria dos projetos residenciais é de 3 pessoas. Podendo aumentar esta equipe caso sua demanda e os seus projetos sejam grandes. Você poderá ter uma equipe de vendas, caso tenha recursos para tal, para que você possa se concentrar no que julgar importante, nós da SOLIENS recomendamos que o empresário se envolva com os clientes sempre que possível. Poderá ter um vendedor que executa visitas, ou que faz contatos via telefone, internet, ou que faz todos estes contatos. 176 WWW.SOLIENS.COM.BR Equipamentos A lista de equipamentos pode ser encontrada no módulo de instalação. E o preço da aquisição dos equipamentos vai variar entre R$ 3.000,00 para equipamentos básicos e R$8.000,00 para equipamentos para uma equipe grande, incluindo equipamentos de ponta. 177 WWW.SOLIENS.COM.BR 7. Conclusão Neste livro vimos os conceitos básicos para se construir uma empresa de energia fotovoltaica. Na Soliens Academy nos aprofundaremos melhor em cada um destes conceitos. Além de fornecermos um fórum para discussão entre todas as turmas de nossos cursos, temos tópicos que abrangem desde a introdução à novas tecnologias, constituição da empresa no setor, estratégias avançadas de marketing, de vendas, instalações de vários tamanhos e dimensionamentos. No curso Especialista Fotovoltaico da Soliens Academy você terá acesso a diversos materiais extras, planilhas, tabelas e documentos que irão lhe ajudar a dimensionar de forma correta um sistema. Você terá acesso a todo um projeto e poderá se basear nele para fazer os seus. O grande diferencial do nosso curso é que ele é todo filmado em primeira pessoa, uma técnica completamente inovadora, que diminui drasticamente a necessidade de um curso presencial. Como nas imagens abaixo: 178 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 86 - Instalação do Sistema Fotovoltaico – Fonte: Soliens Figura 87 - Instalação da String Box – Fonte: Soliens 179 WWW.SOLIENS.COM.BR Figura 88 - Cabeamento – Fonte: Soliens Caso você não tenha se inscrito em uma de nossas listas de e-mail, sugerimos fortemente que você o faça pelo site: www.soliens.com.br. Além de nos acompanhar no Facebook (fb.com/soliens) para promoções e informações exclusivas. Nosso objetivo é disseminar esta tecnologia maravilhosa, e tornar o mundo um lugar melhor para os nossos filhos e netos. Contem com a nossa ajuda para caminharmos juntos! Um Forte Abraço, Equipe SOLIENS #futurolimpo 180 WWW.SOLIENS.COM.BR Referências Bibliográficas Alternative Energy Development: Michigan will be Nation's Leader in Alternative Energy Technology, Jobs" (PDF). State of Michigan, Office Of The Governor. Retrieved February 22, 2012.* April 25, 1954: Bell Labs Demonstrates the First Practical Silicon Solar Cell". APS News. 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