Uploaded by André Correia

1539172145Bwizer Magazine 4 edio set 2018

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Diretor: Hugo Belchior · Número 4 · Setembro 2018 · Trimestral · Gratuita
ISSN: 2184-125X
Entrevista
Academy
____
com Glenn Withers
Dieta cetogênica;
Tratamento e prevenção
da pubalgia; Fidelização
em ginásios
Líderes do
Fitness
com Manuel Rodrigues
Periodização do treino
de força
____
Histórias
de Sucesso
Por João Brito e Rafael Oliveira
com Hugo Loureiro
Saúde. Fisioterapia.
Movimento.
____
10 Anos bwizer
Por Pedro Maciel
À conversa com
Prof. Dr. José Pinto da Costa
____
“ O lidar com a morte cria
mecanismos de rejeição que
estimulam o prazer de viver.
”
Índice
p.18
Ficha Técnica ....................................................................................02
Editorial .............................................................................................03
Academy
Periodização do Treino de Força .......................................................... 04
Por João Brito e Rafael Oliveira
Saúde. Fisioterapia. Movimento............................................................ 08
Por Pedro Maciel
São ilegais os “Contratos de Fidelização” em ginásios?................... 10
Por Alexandre Miguel Mestre
p.04
Dieta Cetogênica – estará o segredo na gordura?.............................. 12
Por César Leão
Tratamento e Prevenção de Pubalgia Crónica..................................... 15
Por Pedro Alves
À conversa com................................................................................. 18
Professor Doutor José Pinto da Costa
Referências Bibliográficas .............................................................. 20
Entrevista........................................................................................... 22
Glenn Withers
Ideias Empreendedoras
Intervenção pedagógica dos profissionais de fitness........................ 27
Por Susana Franco
Líderes do Fitness............................................................................. 28
Manuel Rodrigues
Histórias de Sucesso ....................................................................... 30
Hugo Loureiro
Open Science .................................................................................... 32
Bwizerianos ....................................................................................... 33
Curtas Bwizer .................................................................................... 34
Formações em Destaque ................................................................. 36
Ficha Técnica
Proprietário e Editor: Bwizer Lda.
Morada: Sede Bwizer - Estrada da Circunvalação, 10381, 2.º
direito, 4250-151 Porto (Portugal)
NIPC: 508671418
Nº de Registo na ERC: 127039
Depósito Legal: 433547/17
ISSN: 2184-125X
Periodicidade da publicação:Trimestral
Diretor: Hugo Duarte Nunes Belchior
Diretor Adjunto: Mónica Marina da Silva Rocha
Sede de redação: Estrada da Circunvalação, 10381,
2.º direito, 4250-151 Porto (Portugal)
Tiragem: 500 exemplares
Tipografia: Susana Monteiro (www.frenteverso.pt)
Morada da tipografia: Rua Abade Correia da Serra, 32, 4460–
208 Senhora da Hora
Estatuto editorial:
A revista Bwizer Magazine é uma publicação trimestral,
nacional e de distribuição ou acesso gratuito, na área do
Conhecimento Avançado para Profissionais de Saúde e
Exercício.
A Bwizer Magazine tem como objetivo a divulgação de
trabalhos, notícias, artigos, textos de opinião, entrevistas,
novidades em formação e produtos, entre muitos outros
conteúdos exclusivos, tendo em vista contribuir para a
evolução dos Profissionais de Saúde e Exercício.
Pretende também contribuir para o crescimento do “saber” e
produção científica nas áreas da saúde e exercício.
A Revista Bwizer Magazine tem o compromisso de assegurar o
respeito pelos princípios deontológicos e pela ética profissional
dos jornalistas, assim como pela boa fé dos leitores.
A Revista Bwizer Magazine é publicada online, em www.
bwizer.com
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Excetua-se a transcrição de curtas passagens, desde que
mencionando o título da Revista, nomes do autor e editor.
Os textos publicados são da exclusiva responsabilidade
dos seus autores. A Bwizer Magazine não se responsabiliza
pelas opiniões expressas pelos autores”
Editorial.
Muros
ou
pontes?
____
Ao ler Yuval Noah Harari e o seu “Sapiens”, seguido de “Homo
Deus”, despertei para um conceito sobre o qual nunca tinha
refletido muito: o poder das ficções, histórias partilhadas por
milhões de pessoas. O dinheiro é uma extraordinária ficção porquanto algo, sem valor intrínseco, ganha efetivo valor quando
toda a gente lhe atribui valor. São as ficções que nos fazem
defender uma religião, quantas vezes ao ponto de empunhar
uma arma para matar o “infiel”, alguém que não segue a mesma
“história” que eu sigo. As ficções valem enquanto as pessoas
acreditam nelas e é por isso que, em cada contexto, quem mais
dele beneficia, mais protege a ficção que lhe dá suporte. Imagine-se que, de um instante para o outro, toda a gente deixava de
ter confiança num Rei/Governo, numa moeda ou nas Sagradas
Escrituras?
As ficções favorecem a cooperação entre as pessoas. Se a ficção do dinheiro, das nações, das religiões, não existisse, se não
houvesse esse elo de ligação, a coexistência seria muito mais
difícil. Porém, tudo isto vem com um preço a pagar: as ficções
determinam, elas próprias, os objetivos da nossa cooperação.
Posso cooperar facilmente com alguém com quem partilho determinada ficção; pode é dar-se o caso que essa cooperação
vise um fim que, olhando para a realidade através de outra perspetiva, deixe de ser positivo. Se sigo uma religião e isso me leva
a cooperar com outros fiéis no sentido de matar os fiéis de outra
religião, isso pode ser positivo sob a minha perspetiva, mas,
está claro, será muito negativo se adotar a perspetiva do outro.
Esta reflexão surge-me ao pensar sobre as tensões corporativas que observo, nomeadamente na área da saúde. Essas
tensões, que tantas vezes desembocam em guerras, assentam
em ficções, ficções partilhadas pelos elementos da respetiva
corporação. Parte dessa ficção, invariavelmente, assenta no
dogma do “direito” a uma determinada área/prática/mercado da
minha corporação, direito que não cabe à corporação do lado. O
argumento do “direito” terá razões históricas, científicas, legais,
e por aí adiante. O problema é que, tipicamente, diferentes corporações utilizam os mesmos argumentos e a mesma lógica, na
disputa de determinado pedaço do mercado. Em que ficamos?!
Admito que estes comportamentos tenham muito de territorialidade mamífera (afinal, é o que somos), aquela força animal
que nos impele a defender o nosso território com o mais básico
instinto de sobrevivência.
Estando a falar da relação entre profissões e não da luta na
savana, perdoem-me, mas tenho mais alguma dificuldade em
compreender o nível de mera defesa territorial que, tantas vezes, se observa. Claro que consigo compreender que cada um
queira maximizar os seus ganhos, reduzindo a concorrência e
protegendo o mercado de acordo com os seus interesses, mas
será que isso é o melhor caminho? Que coisas boas, para a comunidade como um todo para os utentes/clientes, trazem essas
guerras?
Dividir é fácil. Criar muros sempre esteve na moda e dá expressão aos nossos instintos mais básicos. Construir pontes dá
trabalho, muito trabalho. Mantê-las em pé, cuidando dos seus
alicerces, ainda mais. Não será esse, ainda assim, o caminho
a trilhar?
Ao ler alguns dos artigos deste número da Bwizer Magazine,
vejo vários que tocam em temas que, facilmente, poderiam ser
abordados por diferentes categorias profissionais. O que fazer,
então? Definir uma lista detalhada do que é “meu” e do que é “do
outro”? Com que critérios? Com que objetividade? Não quero
dizer que não há espaços naturais para cada profissão e que
não há diferenças entre elas. Claro que há! O Pedro Maciel, no
seu extraordinário artigo - que assume a perspetiva da fisioterapia - traça um caminho claro. Um caminho de criação de um
espaço próprio assente no valor, na literacia e na comunicação,
não fugindo à evidência de que há zonas cinzentas e zonas de
partilha. É um caminho em que me revejo, por ser um caminho
de inclusão e não de exclusão. É um caminho difícil e de negociação permanente e, por isso, um caminho que não pode ser
gerido seguindo os instintos mais básicos da defesa do território,
por mais nobre que pareça ser a história que sempre nos contaram sobre a primazia que me era devida. Creio que chegou a
hora de todos arregaçarmos as mangas e construirmos pontes.
Pontes sólidas, duradouras e alicerçadas na boa velha honestidade intelectual e que rejeite o egoísmo primário.
Um abraço,
Hugo Belchior
CEO Bwizer
3.
Academy.
bwizer ACADEMY
Periodização do
Treino
de
Força
____
João Brito e Rafael Oliveira
João Brito
––––
Doutorado em Ciências do Desporto
pela Universidade de Lleida,
Espanha. Mestre em Exercício e
Saúde pela FMH-UTL e Licenciado
em Educação Física pela ISEFUTL. Atualmente, é docente na
Escola Superior de Desporto de Rio
Maior – IPSantarém. Já exerceu
funções como diretor de formação
do ACSM em Portugal, foi formador
de marcas de equipamento como
Nautilus e StarTrak e diretor técnico
de ginásios e health clubs.
É ainda autor e co-autor de
publicações (artigos, livros,
congressos) no âmbito do exercício
físico, saúde e em particular no
âmbito do treino da força.
Durante os últimos anos a necessidade
de desenvolver variações no treino de
força começou a tornar-se óbvia, sendo
diversos os estudos que reportam que a
variação do número de séries, repetições,
da velocidade de execução e da intensidade da carga pode produzir maiores ganhos. O termo mais popular para designar
estas variações é o de periodização, ou
seja, a variação planeada e controlada
das variáveis de um programa de treino.
–––––
Periodização
A periodização foi primeiramente desenvolvida pelos países do leste europeu
e direcionada para o treino desportivo,
apresentando como estrutura de base
um período de preparatório/aquisição,
um de competição/manutenção e um de
transição. No início do planeamento de
treino, o volume era alto e a intensidade
baixa. Conforme o calendário se ia desenvolvendo variava a dinâmica da carga
(intensidade da carga-% em relação ao
máximo, nº de repetições, nº de séries,
duração do intervalo).
A periodização está baseada no princípio
da adaptação e de supercompensação
4.
biológica, sendo fundamental no treino da
força (TF) como forma de evitar situações
de estagnação (plateau) ou de sobre treino (overtraining), assim como de permitir repouso suficiente de forma a manter
efetivo o ciclo de estímulo-adaptação. O
ponto de referência mais importante para
o planeamento do treino é o conhecimento do tempo de treino necessário para
dar um incremento qualitativo em qualquer das manifestações da força e dos
processos hipertróficos, tendo também
em consideração o momento em que um
determinado tipo de carga/estímulo perde
o seu potencial de adaptação e alcança
um plateau ou mesmo um retrocesso nos
resultados.
O modelo clássico de periodização organiza o planeamento de treino em blocos
de acordo com períodos de tempo específicos. Assim, o período mais longo é
designado de macrociclo e tem a duração
de cerca de 12 meses. O macrociclo é dividido em blocos de mesociclos (com a
duração de 1 a 2 meses). Por sua vez, o
mesociclo é dividido em microciclos (com
a duração média de 4 a 11 dias). Cada
fase do planeamento de treino tem um
objetivo específico e faz parte do planeamento anual.
Academy.
bwizer ACADEMY
–––––
Modelos de periodização
Modelo de periodização linear
O modelo de periodização mais utilizado no treino da força aplicado à melhoria do estado de saúde, perda de peso
corporal e aumento de massa muscular
encontra-se organizado em blocos de 4
a 5 mesociclos. Este modelo, também
designado como modelo linear, é caracterizado por apresentar no início um volume mais elevado (i.e., número elevado
de repetições) e baixa intensidade (i.e.,
carga baixa). Durante o decorrer dos mesociclos seguintes a intensidade aumenta. Neste modelo, o primeiro mesociclo é
designado de fase de adaptação anatómica (duração entre 3 a 8 semanas). Os
objetivos principais deste mesociclo são
criar adaptações de base ao nível muscular, articular, tendinoso e cartilagíneo. O
mesociclo seguinte tem como objetivo explorar as adaptações nervosas (métodos
da taxa de produção de força) através do
método baseado no aumento da velocidade de execução na ação muscular concêntrica (potência muscular), tendo uma
duração entre 3 a 8 semanas, podendo
ser integrado juntamente no primeiro mesociclo. Neste mesociclo pode ser introduzida alguma variação nos exercícios
com recurso à utilização de pesos livres
e promoção de situações de instabilidade
executadas logo após os exercícios tradicionais. O terceiro mesociclo pretende
criar adaptações hipertróficas através
do incremento da massa muscular, ten-
Quadro 1. Periodização dos mesociclos
Mesociclo
Adaptação
anatómica
Hipertrofia
Potência/
taxa de
produção
de força
Força
máxima
Resistência
da força
Treino
misto*
Após este mesociclo inicia-se um novo
bloco de periodização (mesociclos de
hipertrofia, potência/taxa de produção de
força, força máxima, força resistente com
utilização de métodos submáximo quasi-máximos, técnicas avançadas de treino,
treino misto, métodos reativos, treino
complexo).
O quadro 1 apresenta um exemplo de
periodização dos mesociclos e suas características genéricas.
Modelo de periodização não-linear
Séries
1-2
3-5
3-5
3-5
1-3
3-5
Reps.
12-15
8-12
6-8
2-6
12-20
2-15
Intensidade
baixa
exaustão
alta
máxima
exaustão
variada
* Utilização do modelo de periodização não-linear.
do uma duração entre 3 a 12 semanas.
Segue-se um quarto mesociclo de curta
duração (1 a 3 semanas) designado de
força máxima, com o objetivo de estimulação dos fatores nervosos (frequência e
taxa de ativação, sincronização, coordenação intra e intermuscular). Finalmente,
o quinto mesociclo dedica-se à força resistente, de forma a criar adaptações de
cariz oxidativo (estimulação da atividade
mitocondrial para tolerância à fadiga)
com duração entre 3 a 12 semanas.
Alguns estudos têm demonstrado que o
modelo de periodização não-linear pode
ser efetivo quando utilizado em ciclos
de treino mais curtos. Esta periodização
5.
Academy.
bwizer ACADEMY
Rafael Oliveira
––––
Doutorando em Ciências do
Desporto (UBI), é Mestre em
Desporto, especialidade em
Condição Física e Saúde pela
ESDRM-IPS e Licenciado em
Desporto, Condição Física e Saúde
pela mesma escola;
Atualmente, é Diretor Técnico
do Ginásio BestLife Fitness e
coordenador de programas de
exercício para populações com
condições clínicas ou em fases
especiais de vida.
Autor e Co-autor de publicações
(artigos, livros, congressos) no
âmbito do exercício físico e saúde.
4ª Feira
8-10
3-5
12-15
Séries
3-4
4-5
3-4
Tempo de intervalo
2 min
3-4 min
1 min
O cliente/atleta deve ser testado/avaliado
no final de cada ciclo para se obterem informações para o planeamento do próximo ciclo.
Planos de Periodização
O planeamento seguidamente apresentado foi elaborado com base nas condições
sazonais do nosso país, a que correspondem determinadas expectativas e pretensões dos clientes.
A periodização está baseada no princípio da adaptação e de supercompensação biológica sendo fundamental no treino da força (TF) como forma de evitar
as situações de estagnação (plateau) ou de sobre treino (overtraining) e permitir repouso suficiente de forma a manter efetivo o ciclo de estímulo-adaptação.
6ª Feira
Intensidade (RM)
O ponto de referência mais importante
para o planeamento do treino é o conhecimento do tempo de treino necessário para
dar um incremento qualitativo em qualquer
das manifestações da força e dos processos hipertróficos. É também importante ter
em consideração o momento em que um
determinado tipo de carga/estímulo perde
o seu potencial de adaptação e alcança
um plateau ou mesmo um retrocesso nos
resultados.
Com o modelo não-linear as variações
da intensidade e do volume de treino
são mais bruscas de sessão para sessão. A periodização não-linear consiste
em variar a intensidade do treino entre
leve, moderada e alta durante o período
de uma ou duas semanas. Este tipo de
periodização visa fundamentalmente a
utilização de exercícios estruturais.
Quadro 2. Periodização dos mesociclos
2ª Feira
–––––
Planeamento
é designada de não-linear devido às alterações bruscas da carga utilizada. Por
exemplo, um praticante treina com uma
carga de 8 a 10 RM (repetições máximas)
na 2ª feira, com uma carga de 3 a 5 RM
na 4ª feira e com uma carga de 12 a 15
RM na 6ª feira, durante 12 semanas. As
12 semanas são seguidas de uma fase
de repouso ativo (1 a 2 semanas), após a
qual será repetido o ciclo de treino. Este
tipo de periodização pode ser utilizada
em modalidades coletivas ou individuais
nas quais existem várias competições importantes durante a época, semanalmente ou bi-semanalmente. Ainda pode ser
utilizado em praticantes como estratégia
de variação da rotina de treino, ou como
método de manutenção das diferentes
formas de manifestação da força.
Quadro 3. Plano de periodização para hipertrofia e desenvolvimento da força básica
Semana
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Mai.
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Mesociclos
adaptação
força
hipertrofia
hipertrofia
hipertrofia
força
hipertrofia
hipertrofia
força
hipertrofia
hipertrofia
força
Objetivos
anatómica
explosiva
I
II
III
máxima
I
TTA*
resistente
I
II
explosiva
3-5 s
Meses
Dez.
Séries.
2-3 s
3-5 s
2-5 s
3-5 s
3-5 s
3-5 s
3-5 s
3-5 s
1-3 s
2-5 s
2-5 s
Reps.
12-15
6-8
10-12
8-10
6-8
2-6
10-12
8-15
12-15
10-12
8-10
6-8
Intensidade
baixa
vel max
moder./alta
moder./alta
alta
alta
moderada
moderada
baix/moder.
moderada
moder./alta
vel max
alto
moderado
moder/alto
moder/alto
moder/alto
moderado
moderado
moderado/alto
alto
moder./alto
moder./alto
moderado
Volume
* TTA - Técnicas avançadas de treino de força (promoção de vascularização).
Quadro 4. Plano de periodização para melhoria da resistência da força, perda de peso e tonificação muscular
Semana
Meses
Mesociclos
Objetivos
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Mai.
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
resistência
resistência
resistência
hipertrofia
resistência
resistência
resistência
resistência
resistência
resistência
resistência
hipertrofia
força
I
II
III
força
I
II
III
III
I
II
III
Séries
1-2 s
1-2 s
2-3 s
2-3 s
1-2 s
1-2 s
2-3 s
2-3 s
1-2 s
1-2 s
2-3 s
2-3 s
Reps
15-20 reps.
12-15 reps.
12-15 reps.
8-10 reps.
15-20 reps.
12-15 reps.
12-15 reps.
12-15 reps.
15-20 reps.
12-15 reps.
12-15 reps.
8-10 reps.
baixa
moder./alta
alta
moder./alta
baixa
moder./alta
alta
alta
baixa
moder./alta
alta
moder./alta
alto
moderado
moder./baixo
moder./baixo
alto
alto
alto
moderado
Intensidade
Volume
6.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52
moder./baixo moder./baixo
moder./baixo moder./baixo
Academy.
bwizer ACADEMY
Saúde. Fisioterapia.
Movimento.
____
Pedro Maciel Barbosa
–––––
Saúde é o constructo mais forte que a vida nos
oferece.
Provérbios e outros lugares comuns da língua portuguesa como
“a saúde não tem preço” ou “o saber é para a alma o que a
saúde é para o corpo” são bons exemplos da conceptualização
e interpretação tão lata que a Saúde pode assumir.
A sua multidimensão toca em campos tão vastos como a economia e produção de riqueza, quer na perspetiva mais comercial, quer na perspetiva de condição potenciadora individual de
trabalho humano. Toca a cultura e a sociedade, assumindo uma
valorização e interpretação tão idiossincrásicas de país para
país, de pessoa para pessoa, o que a torna muitas vezes incomparável e transcendente. Toca o contexto geográfico e temporal, deixando um rasto tão inquestionável como variável na
história. Toca o indivíduo no seu lado mais egoísta e no mais
altruísta. Toca a tecnologia e o desenvolvimento, provando intrinsecamente que o seu valor constituiu o motor mais potente
da evolução humana.
–––––
A Saúde é o constructo mais complexo que a vida
nos oferece.
Quando se fala em Saúde Pública abraça-se esta visão ampla,
global, macro, de uma solução que pelo seu impacto obriga a
uma análise de cabeça levantada procurando sempre ver mais
8.
além, ver o todo que o uno não permite. Esta perspetiva que
deve estar presente no planeamento das políticas e dos recursos em saúde, deve estar igualmente presente no momento
único que constitui a relação entre os profissionais de saúde e
os doentes, transpondo para o nosso processo de raciocínio e
prática clínica as multidimensões que a Saúde daquele doente,
naquele momento e naquele contexto implicam.
A Fisioterapia, enquanto profissão de saúde, tem ao longo dos
anos trilhado um caminho interessante de crescimento e valorização social, na saúde internacional e em Portugal. A sua
maturidade encontra-se no seu posicionamento equilibrado
entre a evidência científica, consumindo-a e produzindo-a, e a
subjetividade inerente às ferramentas de trabalho que possui –
raciocínio, movimento e manualidade.
A Fisioterapia constituiu uma das profissões que, pelas suas
características próprias, mais tempo dispõe com as pessoas,
que mais impacto direto tem ou pode ter sobre a sua saúde, que
mais oportunidades em saúde proporciona de um modo efetivo
e eficiente, ao utilizar o “movimento” para potenciar a vida de
cada um.
A Fisioterapia é uma das disciplinas da Saúde que mais completa consegue ser na abordagem à saúde e à doença, alcançando respostas potenciadoras do estado de saúde em áreas
tão diferentes como a Promoção de Saúde ou os problemas de
saúde das áreas Cardio-Respiratória, Neurologia, Músculo-Esquelética, Oncologia ou Dermato-Funcional.
Independentemente da partilha de espaço com outras profis-
Academy.
bwizer ACADEMY
sões de saúde, como as Ciências do
Desporto, a Medicina ou mesmo a Enfermagem ou, até, algumas áreas das Terapias Alternativas, pela sua especialização
em Reabilitação e pelo seu domínio de
saberes e competências específicas, à
Fisioterapia foi e será sempre atribuído
um papel central na Saúde e em todos
os países.
Esta divisão, esta partilha de espaços,
por vezes cinzenta, entre áreas de atuação dos diferentes saberes e diferentes
profissões é geradora de muita discussão
e reivindicações, pelo que constitui, como
tal, um domínio da Saúde atrativo e cientificamente interessante. Contudo, será
fundamental perceber que este domínio
de saberes não é exclusivo da Fisioterapia, quer do ponto de vista da honestidade intelectual quanto à produção original
do mesmo, quer do ponto de vista cego e
abstrato da lei.
Mas, o papel e o contributo da Fisioterapia para a Saúde de uma população
existe e deve ser fundamentalmente argumentado e defendido através da demonstração de conhecimento, formação
e da evidência dos resultados em saúde,
na economia e na sustentabilidade do
SNS que, no seu contexto, proporcionam.
Se há argumento imbatível nesta discussão é o conhecimento científico, a reiterada evidência nos ganhos em saúde e nos
ganhos económicos que tornam o seu
custo de oportunidade uma vantagem
relativamente à concorrência das demais
intervenções em saúde.
Muitas vezes, associada à “Ciência” da
Reabilitação, gostava que evoluísse o
seu posicionamento para junto da “Ciência do Movimento”, uma “ciência” que
não está assim definida mas que a Fisioterapia pode e deve desenvolver. A sua
relevância e espaço futuros dependerão
da forma como a profissão e os seus
profissionais se colocarem nesta área
do conhecimento, quer através da sua
formação e obtenção de competências,
quer da sua prática e contributo para o
desenvolvimento científico, como também do seu papel social.
Esta reflexão leva-nos de volta à Saúde
Pública e à necessidade de darmos um
passo atrás para podermos olhar mais
além. Enquanto a Fisioterapia não conseguir incorporar uma noção global de si
própria e identificar as variáveis que lhe
estão intrinsecamente associadas, terá
dificuldade em se valorizar e refletir enquanto produto, no mencionado mundo
cinzento em que outros poderes corporativos e grandes interesses se mobilizam
para evitar, esconder, até tentar esquecer
ou mesmo apagar o contributo da Fisioterapia, seja pela sua capacidade de fazer
lobby, seja pelo viés na demonstração
empolada do seu papel que o seu estatuto social facilita. O que não se reflete,
não se mede, o que não se mede não se
avalia, o que não se avalia não se quantifica e o que não se quantifica não existe
nem justifica que nele se invista.
Este desafio abraça um fundamento que
nos deve ser caro: a literacia. Do latim
litteratu (culto, sábio), define-se no dicionário como a capacidade de adquirir
conhecimentos, desenvolver as próprias
potencialidades e participar ativamente
na sociedade.
A Fisioterapia constituiu uma das
profissões que [...] mais tempo
dispõe com as pessoas, que mais
impacto direto tem ou pode ter
sobre a saúde das pessoas, que
mais oportunidades em saúde
proporciona de um modo efetivo e
eficiente, ao utilizar o “movimento”
para potenciar a vida de cada um.
A Fisioterapia deve encarar de vez a necessidade de promover a literacia junto
dos seus profissionais. Literacia profissional que lhe permita ler o seu valor
clínico, literacia científica que lhe permita
crescer no seu valor científico e em saber
medir resultados e impacto da sua intervenção, literacia digital que lhe permita
registar com facilidade e rigor os valores
e os resultados dos seus desempenhos,
literacia económica que lhe permita medir
e vender o seu produto, e literacia cultural que lhe permita ser elevada e educada
no ambiente de competitividade feroz que
o século XXI representa, com uma perigosa deturpação de valores e vontades,
com uma defesa cada vez mais cega dos
interesses individuais e corporativos das
profissões, com um olhar cada vez mais
curto, parcial e imediatista sobre os problemas, num mundo cada vez mais instável e desconfiado.
Este desafio é especial para as Instituições de Ensino Superior da Fisioterapia
que têm de arriscar mais. Têm de sair do
seu espaço de conforto, do seu ambiente
fechado e assumirem um papel de clara
produção e de divulgação abrangente
e gratuita de conhecimento científico.
Têm de discutir e refletir em conjunto
conteúdos e domínios de formação que
constituirão no curto e médio prazo as
efetivas e eficientes respostas às necessidades em saúde das pessoas, e de se
posicionarem como verdadeiros agentes
potenciadores da intervenção da e na comunidade e da articulação e complementaridade entre setores. Porque esse é o
seu papel fundamental. Formar e Educar,
Educar para o futuro.
Este desafio é igualmente especial para
os profissionais. Culturalmente o português é bom a fazer mas tem pouca
apetência para planear. Culturalmente o
português é bom a reclamar e reivindicar,
mas tem reduzida capacidade de se mobilizar de forma construtiva e cívica sobre
os desafios. Cabe aos Fisioterapeutas ir
mais além, evoluir para a noção que o
valor social e oportunidades que tanto
reclamam depende do conjunto, e que
essa unidade, mesmo que variável no
modelo de prestação de cuidados e na
área específica de intervenção, merecerá
sempre uma reflexão global que potencie
o Movimento no futuro de melhoria da
Saúde e do bem-estar das pessoas.
Pedro Maciel Barbosa
––––
Fisioterapeuta e doutorando em
Saúde Pública pelo Instituto de
Saúde Pública da Faculdade de
Medicina da Universidade do Porto.
Atualmente exerce funções na
Unidade Local de Saúde de
Matosinhos, desenvolve prática
privada e colabora com a Escola
Superior de Saúde do Porto Instituto Politécnico do Porto.
9.
Academy.
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São ilegais os “Contratos de
Fidelização”
em
ginásios?
____
Alexandre Miguel Mestre
No final do mês de Agosto diversos media, com bastante ‘estrondo’, deram conta de que durante o primeiro semestre de
2018 a DECO recebera 215 reclamações, a maioria das quais
conexas com os ditos “contratos de fidelização”. Em diferentes
notícias leu-se mesmo que “a fidelização em ginásios é proibida
por lei.”. Prontamente a AGAP reagiu, em comunicado, invocando a legalidade desses contratos.
Segundo a AGAP, “[o]s contratos de fidelização são legais e
enquadrados no Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa
3095/08.5YXLSB.L1-7 de 05.06.2012, desde que seja garantida
uma vantagem comercial para o aderente (“1- As cláusulas de
fidelização que garantem a estabilidade económica do predisponente têm de conferir, em contrapartida, também vantagens
de ordem comercial ao aderente, …)”.
Permita-se-nos, a este propósito, tentar aclarar, do ponto de vista jurídico, o que está em causa quando no contrato de adesão
a um ginásio consta uma ‘cláusula de fidelização’, começando
por definir o conceito de fidelização (que alguns ginásios, como
que temendo a sua ilegalidade, substituem por “compromisso”,
“obrigação de permanência” ou “período de permanência inicial”).
Sendo a ‘Lei dos Ginásios omissa quanto à figura da fidelização – desmentindo as referidas notícias que afirmam existir
uma proibição – encontramos uma definição de fidelização na
legislação referente às comunicações eletrónicas : “o período
durante o qual o consumidor se compromete a não cancelar um
contrato ou a alterar as condições acordadas”. Esta lei prevê
que não pode haver períodos de fidelização superiores a 24
(1)
(2)
10.
meses e que a regra deve ser no máximo de um ano.
E é precisamente no domínio das telecomunicações que encontramos pistas para responder à questão de saber se é ou não
ilegal prever-se num contrato celebrado entre um ginásio e um
utente para fidelização deste por um período mínimo. Refiro-me
em concreto a um Parecer emitido a 11 de Janeiro de 2016, pelo
Observatório do Direito de Consumo (ODC) sobre “Fidelização
em Telecomunicações” .
(3)
Esse Parecer ajuda a explicar duas decisões antagónicas, do
mesmo tribunal, no espaço de um ano, em torno do mesmo facto – referimo-nos a dois acórdãos do Tribunal da Relação de
Lisboa (TRL) que decidiram, ambos, sobre a validade de uma
cláusula de fidelização vigente pelo período de um ano.
Em Junho de 2011, o TRL considerou que semelhante cláusula
revelava “um manifesto desequilíbrio contratual de interesses”,
uma vez que o ginásio se limitava “a acautelar os seus interesses negociais ao inserir cláusulas padronizadas insuscetíveis de negociação, conduzindo a uma fidelização forçada dos
clientes ao longo dos anos sob pena de se verem obrigados ao
pagamento de uma pesada penalização em caso de resolução
negocial.” No fundo, para o TRL, estando em causa uma cláusula inserida num contrato de adesão, existiria “uma coação à
longa duração contratual, levando os clientes a uma fidelização
forçada ao longo de anos com receio ou incapacidade financeira
para prover a tão pesada penalização em caso de quebra contratual”. A razão foi, então, dada ao utente.
Por sua vez, o mesmo TRL, em Junho de 2012, no aresto a que
a AGAP fez referência no mencionado comunicado, “fazendo
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Alexandre Miguel Mestre
––––
Advogado, Doutor em Direito
Europeu do Desporto (Edge Hill
University) e Professor Convidado
no domínio do Direito do Desporto
na Universidade Autónoma de
Lisboa, na Universidade Europeia,
na Escola Superior de Desporto de
Rio Maior (todas em Portugal) na
Football Business Academy (Suíça),
no ISDE – Barcelona e no INEFC
(ambas em Espanha). Formador
nas áreas de Ética, Deontologia
e Legislação do Fitness e autor
do livro “Direito do Fitness” (Vida
Económica, 2017).
[...] a fidelização em si mesma não é ilegal, podendo até
ser simultaneamente favorável ao ginásio e ao utente –
sendo que, enquanto não houver uma alteração à ‘Lei dos
Ginásios’ que expressamente delimite a questão da fidelização, a validade desta terá de ser aferida caso a caso [...].
pesar no prato da balança os interesses em jogo” não vislumbrou “qualquer indesejável desequilíbrio contratual [porque] a
fidelização de um ano vai permitir ao cliente uma série de serviços, incluindo diversificação do seu exercício, que outro tipo
de adesão não lhe permitia.” Mais acrescentou que este tipo de
prestação “(…) envolve uma série de custos e esforços financeiros e humanos que os clientes têm que compensar, por via da
fidelização de um ano. Não existe, pois, qualquer desequilíbrio
entre as prestações contratuais, pois ambas se ajustam na ótica
de prestador de serviços e do cliente dos mesmos: a título de
exemplo, qualquer cliente não pode querer comprar um Ferrari
pelo preço de um Fiat.” Com esta forte metáfora, foi, desta feita,
dada razão ao ginásio.
Perante este “empate” e aguardando-se nova jurisprudência, o
parecer do ODC mantém, mais de dois anos depois, projeção
e utilidade para a realidade dos ginásios, ao transmitir, no essencial, o seguinte: (i) “o consumidor não pode ficar obrigado
a contratar por períodos anormalmente elevados”; mas (ii) “se
há um benefício extraordinário concedido ao consumidor, há
uma justificação para que se estabeleça um período de duração efectiva do contrato e o montante da penalização em que
incorre o consumidor pelo incumprimento desse período”. Isto
porque (iii) “é normal que essa operadora [de telefone ou de
internet] queira rentabilizar o seu ‘investimento’ e, por isso, proponha um período de fidelização”.
Mutatis mutandis, diria, um ginásio pode invocar que a fidelização é necessária para ver compensado o seu investimento,
designadamente em recursos humanos, como os Técnicos de
Exercício Físico, ou em recursos materiais, como máquinas e
demais equipamento, ou ainda no aumento e diversificação
de serviços prestados – sendo que para poder garantir esse
ressarcimento, o ginásio tem de poder gerir no médio prazo,
e isso implica garantir a retenção dos seus clientes. Para que
este argumento colha, o ginásio terá de dar uma contrapartida
económica ao utente. E aí, o preço é o mais óbvio: o cliente
fica “fidelizado”, mediante a contrapartida de beneficiar de um
desconto no pagamento das prestações.
Tudo visto e ponderado, a fidelização em si mesma não é ilegal, podendo até ser simultaneamente favorável ao ginásio e
ao utente – sendo que, enquanto não houver uma alteração à
‘Lei dos Ginásios’ que expressamente delimite a questão da
fidelização, a validade desta terá de ser aferida caso a caso,
contrato a contrato, ginásio a ginásio, não devendo haver lugar
a generalizações nem a conclusões categóricas e dogmáticas.
Referências .................. p.20
11.
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Dieta Cetogênica – estará
o
segredo
na
gordura?
____
César Leão
[…] uma dieta com um consumo de 20 a 50 gramas/
dia de hidratos de carbono, sendo que em termos de
distribuição percentual pelos macronutrientes encontramos uma composição de 15-20 % do Valor Calórico
Total (VCT) em proteína, de 5-10% do VCT em hidratos de
carbono e o restante em gordura.
hidratos de carbono é induzir um estado de cetose nutricional,
onde como consequência da degradação dos ácidos gordos
para obtenção de energia, há um aumento benigno das cetonas
circulantes na corrente sanguínea.
O excesso de peso e a obesidade têm vindo a atingir níveis
históricos e alarmantes. No mesmo sentido, encontramos também um aumento da prevalência de doenças crónicas como a
diabetes e o cancro, que têm na obesidade um dos principais
fatores de risco . Devido a essa associação, cada vez mais a
prevenção e o tratamento incluem a mudança de hábitos alimentares . Por essa razão, a procura de uma panaceia universal que resolva todos esses problemas, tem sido utilizado como
instrumento de marketing de muitas dietas.
(5)
Apesar da atenção que tem tido nos últimos anos, a dieta cetogênica não é propriamente uma novidade. Desde que em 1906
Stefasson observou os hábitos alimentares dos Inuit , os possíveis efeitos positivos de uma dieta mais rica em gordura têm
sido propalados. Além da sua utilização clinica no tratamento
da epilepsia infantil , existe atualmente muito interesse sobre a
possível utilização desta dieta para o tratamento de várias doenças, como o cancro e a diabetes, assim como método de perda de peso . Neste artigo iremos sobretudo tentar desmistificar
algumas ideias relacionadas com a sua utilização para a perda
de peso, bem como a sua utilização para melhorar o rendimento
desportivo.
(1)
(2)
(3)
Não existe um acordo sobre exatamente o que deve ser considerado uma dieta cetogênica, sendo que a definição que mais
consenso reúne refere que é uma dieta com um consumo de 20
a 50 gramas/dia de hidratos de carbono, sendo que em termos
de distribuição percentual pelos macronutrientes encontramos
uma composição de 15-20 % do Valor Calórico Total (VCT) em
proteína, de 5-10% do VCT em hidratos de carbono e o restante em gordura . O que se pretende com esta restrição em
(4)
12.
(6)
Apesar de haver uma série de mecanismos que podem conduzir
ao aumento de peso, é bem aceite pela comunidade científica
que a principal razão para que a acumulação de tecido adiposo
aconteça se prende com um desequilíbrio calórico, ou seja, com
uma ingestão de calorias maior do que as que são despendidas
pelo organismo . Esta teoria foi nomeada de CiCo – calories
in calories out. No entanto, nos últimos tempos, tem-se assistido ao regresso de uma “nova” hipótese, a teoria insulínica.
Esta defende que a acumulação de gordura acontece devido
ao aumento de produção de insulina, associado a um excesso
de consumo de hidratos de carbono. Nesse modelo postula-se
que, diminuindo o consumo de hidratos de carbono, se assiste a
uma diminuição da produção de insulina, pelo que para a mesma ingestão calórica haverá uma maior perda de peso .
(7)
(8)
Talvez o maior proponente desta teoria, ou pelo menos o que
mais atenção pública teve, foi o Dr. Atkins. Foi ele que nos anos
70 editou um livro para perda de peso denominado “Dr. Atkins
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Diet Revolution” que popularizou as dietas extremamente baixas em hidratos de carbono.
Nos últimos tempos, sobretudo pelo trabalho de alguns investigadores como Noakes e Volek, têm surgido uma série de trabalhos que tentam mostrar a superioridade destas dietas relativamente a outras . Algumas das razões propostas para esta
vantagem prendem-se com uma suposta vantagem metabólica
e por permitir um maior controlo da ingestão calórica devido à
supressão do apetite.
(9)
Relativamente à vantagem metabólica das dietas cetogênicas,
ou seja, um maior gasto energético associado apenas à distribuição dos macronutrientes, foi recentemente demonstrado
que, se existir, essa vantagem não é significativa . Aliás, se
considerarmos o fator térmico dos alimentos, que corresponde
à energia despendida pelo organismo no processo de utilização
do alimento, como uma das razões para um possível aumento desse gasto calórico, também não encontramos razão para
que essa vantagem metabólica exista. Dos 3 macronutrientes,
a gordura é o que menos energia necessita para a conclusão
do seu processo de digestão, enquanto que a proteína, com
gastos que podem ir até 30% do valor total ingerido é o que
gera maior dispêndio.
(10)
(11)
Outra razão para que se observem resultados interessantes no
que diz respeito à perda de peso tem a ver com a diminuição
do apetite associada a estas dietas . O aumento da circulação
de cetonas na corrente sanguínea poderá ser o responsável por
esse maior controlo do apetite . Por outro lado , sabendo nós
que a proteína é o nutriente mais saciante , esse efeito pode
estar relacionado com o aumento da ingestão acima do pretendido nessas dietas.
(12)
(13)
(14)
Quando analisamos atentamente os estudos já realizados percebemos que, desde que o valor calórico total e a quantidade
de proteína ingerida seja idêntica, não existe vantagem a longo
prazo de uma dieta rica em gorduras relativamente a uma dieta
rica em hidratos de carbono . Eventualmente, dietas ricas em
proteína poderão ser interessantes na perda de peso, independentemente da distribuição dos outros macronutrientes .
(15)
(16-18)
Concluindo, o principal fator para o sucesso de qualquer perda
de peso continua a ser o fator adesão, que varia consoante a
pessoa em questão .
(19)
Além da utilização para a perda de peso, tem-se observado
uma cada vez maior utilização deste tipo de alimentação como
ferramenta para aumento do rendimento desportivo. E, mais
uma vez, não sendo uma temática recente , têm ressurgido
nos últimos tempos, também fruto de uma exposição mediática
que leva a que se tirem conclusões diferentes das expressas na
literatura científica.
(20)
Mesmo assim, e apesar da explosão de trabalhos nesta área,
apenas se encontraram evidências sugestivas da sua utilização
em modalidades de fisioculturismo e de endurance .
(21)
Aquilo que temos hoje são apenas algumas vantagens associadas à utilização de dietas cetogênicas em determinados eventos
desportivos , como sejam os eventos de ultra-endurance (>42
km) por etapas em autossuficiência. E mesmo considerando
que as eventuais vantagens estariam associadas a eventos de
maior duração, ainda assim não parece que existam vantagens
evidentes em eventos também considerados de endurance .
(22)
(23)
Apesar de se observarem adaptações fisiológicas interessantes
do ponto de vista atlético, como um aumento da oxidação da
13.
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gordura no músculo , essas mesmas adaptações não permitem inferir que haverá
uma melhoria do rendimento desportivo. Sabendo que até uma maratona se desenrola a uma intensidade de 80 a 90% do VO2 máx. e que o quociente respiratório varia
entre 0,95 e 0,97, podemos concluir que o sucesso competitivo depende sobretudo da
capacidade de oxidar glicose. Esta associação torna-se ainda mais explícita quando
sabemos que há um maior consumo de O2 na oxidação de ácidos gordos livres relativamente à oxidação da glicose, conduzindo a piores resultados no que diz respeito à
economia de esforço , um aspeto fundamental no sucesso de um atleta .
(24)
(23)
César Leão
––––
Licenciado em Ciências da Nutrição
pela Faculdade de Ciências
da Nutrição e Alimentação da
Universidade do Porto (FCNAUP).
Mestrado em Treino Desportivo
pelo Escola Superior de Desporto
e Lazer – Instituto Politécnico de
Viana do Castelo
Nutricionista do Futebol Clube de
Paços de Ferreira e da Federação
Portuguesa de Voleibol.
Nutricionista Clínico e assistente
convidado do Instituto Politécnico
de Viana do Castelo
(25)
Nesse sentido, parece haver interesse em manipular (periodizar) o consumo de hidratos de carbono de acordo com a altura da época, de forma a maximizar as adaptações
pretendidas, sem colocar em causa o rendimento do atleta nas fases fulcrais da época
desportiva .
(26)
Um dos maiores problemas desta dieta é a sua taxa de retenção. Nos estudos em que
a retenção foi avaliada, a mesma não ultrapassava os 45%, muito devido à sua limitação de escolhas e à sua baixa palatabilidade . Aliás, a nossa aceitabilidade desta
dieta pode estar muito associada a ideias preconcebidas sobre o que devemos comer
e que tipo de alimentos são menos indicados para nós, levando a que haja uma rejeição da mesma . Podemos ficar com uma ideia do que será um dia típico de alguém
que segue um plano destes com o exemplo abaixo.
(27)
(28)
Plano alimentar para 2500 kcal, com uma distribuição de 19,7% Proteína / 4 %
HC / 75% gordura
Refeição
Descrição
Composição Nutricional
Pequeno-almoço
100 g abacate
100 g bacon grelhado
1 ovos mexidos
10 g azeite
75 g framboesa
Calorias – 700,7 kcal
Proteína – 31,8 g
H.C. – 7,5 g
Gordura – 58,6 g
Almoço
200 g brócolos
120 g vaca grelhada
100 g abacate
20 g azeite
Calorias – 602,2 kcal
Proteína – 39,6 g
H.C. – 4,9 g
Gordura – 41,3 g
Lanche
20 g nozes
75 g framboesas
100 g queijo flamengo normal
1 ovo cozido
Calorias – 608,4 kcal
Proteína – 37,1 g
H.C. – 7,6 g
Gordura – 45,8 g
Jantar
200 g couve lombarda cozida
100 g salmão
100 g abacate
20 g azeite
Calorias – 610,23kcal
Proteína – 27,8 g
H.C. – 5,1 g
Gordura – 53,3 g
Fonte: Tabela de Composição dos Alimentos - INSA
Concluindo, a dieta cetogênica não parece ser a resposta final para o problema do excesso de peso. Apresenta-se como uma alternativa que, quando ajustada às preferências da pessoa, poderá ser utilizada para controlar a ingestão calórica e nesse sentido
conseguir os resultados pretendidos. Já no que diz respeito ao rendimento desportivo
para o atleta competitivo, não chega sequer a ser uma alternativa para o dia a dia. Ao
longo da época desportiva pode ser utilizada pontualmente, especialmente nos períodos não competitivos, podendo contribuir para algumas adaptações fisiológicas que
podem ser interessantes no futuro. Ainda sim, parecem existir melhores opções para
obter esses mesmos resultados, sendo que também aqui a escolha deverá ser sempre
uma prerrogativa do atleta.
Referências .................. p.20
14.
Academy.
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Tratamento e Prevenção
de Pubalgia Crónica
____
Pedro Alves
Nós, fisioterapeutas, apresentamo-nos como peças
fundamentais para recuperação das alterações na
pubalgia, sendo que 95% dos casos são de sucesso,
sem necessidade de intervenção cirúrgica.
A dor na região da virilha e da púbis é bastante comum em atletas de alta competição e representa uma das principais causas
para a interrupção prolongada de atividade física. É comum nas
modalidades que exijam mudanças bruscas de direção, movimento de pontapear, acelerações e desacelerações repentinas.
É recorrente nos desportos como o atletismo, mas está sobretudo presente no mundo do futebol.
Os sintomas são de difícil avaliação e, em muitas situações,
associados a outras patologias como lesão osteoarticular coxofemoral, conflito femoroacetabular, hérnia inguinal e lesões
musculo-tendinosas na região adutora. Sendo uma patologia
de carácter crónico, a pubalgia é assim definida como uma dor
na região inguino-púbica, normalmente unilateral, com possível
irradiação para a parte medial da coxa até ao joelho e também
para a região púbica.
–––––
Entender as possíveis causas para Pubalgia
A pubalgia é interpretada tanto pelo atleta como pelo fisioterapeuta como uma lesão “monstra” pelo seu difícil diagnóstico,
tal como pelo tempo necessário para o tratamento conservador
(média de 9 meses). Não existe um consenso concreto na literatura sobre como a pubalgia realmente se inicia e quais são os
fatores principais que predispõem a lesão, no entanto, dentro
dos fatores intrínsecos destacam-se: alterações biomecânicas
da pélvis; alterações na musculatura adutora; alterações na
musculatura isquiotibial e alterações coxofemorais.
De um forma isolada ou combinada todos estes fatores desencadeiam desequilíbrios musculares importantes que a longo
prazo provocam processos inflamatórios músculo-tendinosos
e alterações biomecânicas articulares, muito observadas em
atletas, tais como alteração no posicionamento articular da púbis (osteíte púbica), alteração do complexo lombo-pélvico (ex.
horizontalização do sacro), encurtamento da cadeia posterior
(musculatura isquiotibial), lesões músculo-tendinosas na musculatura adutora (ex. tendinopatias), estrutura muscular estabilizadora enfraquecida (musculatura abdominal) e alterações
na articulação coxofemoral (conflito femoroacetabular do tipo viking com compressão e encurtamento das cadeias musculares
antero-internas da anca).
–––––
Tratamento conservador para Pubalgia
Nós, fisioterapeutas, apresentamo-nos como peças fundamentais para recuperação das alterações na pubalgia, sendo que
95% dos casos são de sucesso, sem necessidade de intervenção cirúrgica. De um modo comum e transversal, os atletas
sobretudo os futebolistas apresentam na sua sintomatologia
encurtamentos musculares importantes (cadeia posterior e
15.
Academy.
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Figura 1
musculatura adutora), desequilíbrios de força (musculatura abdominal vs. musculatura adutora) e alterações posturais (instabilidade no complexo lombo-pélvico). Assim, o processo de
reabilitação conservadora centra-se em 4 objetivos fulcrais.
1º objetivo: “estabilidade muscular” - procurar no atleta a
maior ponte de equilíbrio entre a musculatura encurtada
(melhorar a amplitude elástica através de flexibilidade) com
reforço muscular das estruturas musculares estabilizadoras
(estrutura abdominal).
Figura 2
permite assegurar a estabilidade muscular necessária para garantir potência e capacidade na corrida (acelerações vs. desacelerações).
Importante também para o sucesso da recuperação o trabalho
de reeducação de gestos específicos que o atleta executa dentro de campo como correr, mas sobretudo melhorar e ajustar a
técnica de remate (no caso dos futebolistas).
–––––
2º objetivo: “melhorar a flexibilidade” de toda a musculatura Prevenção para a Pubalgia
com relação direta com a púbis ex. cadeia antero-interna da
anca (ver figura 1).
3º objetivo: “fortalecimento muscular” das estruturas que
permitem estabilização central (core) como as estruturas
abdominais, musculatura extensora da anca, musculatura
profunda e musculatura estabilizadora paravertebral.
4º objetivo: “trabalho funcional global” com exercícios pliométricos ajustados à prática desportiva e específicos às
funções que desempenha dentro de campo, com objetivo
diminuir os desequilíbrios musculares.
Dentro dos 4 objetivos fulcrais o raciocínio centra-se em reeducar as estruturas musculares em desequilíbrio, sendo que trabalho de reeducação postural global é essencial para dinamizar
o maior número de estruturas afetadas. O trabalho postural da
cadeia póstero-interna (ver figura 2), permite melhorar o controlo neuromotor dos adutores que pode ser complementado com
trabalho de reforço específico abdominal. O trabalho postural
da cadeia posterior é essencial (ver figura 3) para melhorar o
encurtamento comum da cadeia posterior (que segundo Busquet é a principal causa para a pubalgia). O trabalho postural
associado a fortalecimento das estruturas extensoras da anca
É comum nas modalidades que exijam mudanças bruscas de direção, movimento de pontapear, acelerações
e desacelerações repentinas, recorrente nos desportos
como o atletismo, mas sobretudo presente no mundo
do futebol.
16.
Apresentando-se esta patologia com um processo de recuperação lento e variadas estruturas afetadas, torna-se essencial
desenvolver com os atletas um trabalho individual e coletivo
com foco na prevenção de lesão e ajustado às tarefas especificas que executa. Como diz o provérbio “mais vale prevenir que
remediar” e no mundo desportivo a profilaxia deve ser o foco
fundamental para qualquer fisioterapeuta.
No que respeita à prevenção de pubalgia relacionada com o
futebol existem 6 objetivos fundamentais a serem aplicados aos
atletas longitudinalmente dentro do macrociclo da época desportiva.
1º objetivo: treino de flexibilidade. Desenvolver e aplicar um
trabalho constante de flexibilidade aos grupos musculares
envolvidos diretamente e indiretamente com a púbis.
2º objetivo: Reeducação constante das cadeias musculares. Promover e manter um trabalho de reforço muscular
específico das estruturas hipo-ativas para sustentação dos
fenómenos de instabilidade articular.
3º objetivo: Mobilidade articular geral. Promover exercícios
de mobilidade articular com diversos estímulos para ganho
de amplitude de movimento, sobretudo para os membros
inferiores.
4º objetivo: Treino de coordenação e lateralidade. Promover
exercícios bilaterais que possibilitem diminuir os constantes
apoios unipodais e solicitação homolateral. Exercícios de
coordenação com estímulos proprioceptivos lombo-pélvicos
de forma a melhorar a estabilidade pélvica.
5º objetivo: Proporcionar condições extrínsecas adequadas
ao exercício físico. Procurar o melhor calçado e campo de
Academy.
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Figura 3
treino adequado para os atletas. Discutir e planear com a equipa técnica volumes,
intensidades e ritmos de treino ajustados aos atletas e às fases competitivas.
Pedro Alves
––––
Licenciado em Fisioterapia pela
Universidade Fernando Pessoa.
Pós-Graduado em Fisioterapia
Desportiva pela Faculdade de
Motricidade Humana.
A sua área de formação e
intervenção está direcionada para
a reabilitação musculoesquelética
desportiva com foco na Terapia
Manual. Entre vários projetos e
clubes que abraçou, atualmente é
co-responsável pelas modalidades
do clube dos Galitos de Aveiro
(Natação, Basquetebol, Remo,
Duatlo, Triatlo).
Co-Fundador da “Fisiomanual –
clínica de terapias manuais”, onde
trabalha na recuperação de atletas
de todas as modalidades.
É também Professor Universitário
da ESSUA – Universidade de
Aveiro.
6º objetivo: alertar para o cuidado do estado geral de saúde (ex. infeções bucais,
alterações nutricionais).
Como fisioterapeutas, a nossa missão no desporto não deve ser condicionada apenas e só a tratar e reabilitar, mas ser focada em desenvolver em equipa planos de
ação com tarefas e exercícios (mobilidade, flexibilidade, fortalecimento, coordenação,
proprioceptividade, pliometria, etc.) que permitam prevenir a patologia e potenciar a
performance geral do atleta.
Referências .................. p.20
17.
Academy.
À conversa com...
À conversa com
Prof. Doutor José
Pinto
da
Costa
____
18.
À conversa com...
as causas.
A melhor maneira de aprender, é ensinar, é transmitir
o conhecimento que a experiência nos vai permitindo
acumular ao longo do tempo.
Quando lhe pedem para se apresentar, o que diz? Como
sintetiza mais de 80 anos de vida como médico?
Em regra, as pessoas dizem que eu não preciso de apresentação. Mas para quem quiser a minha apresentação digo que
sou médico.
Ser médico era uma vocação clara ou foi algo que, apenas, aconteceu?
Ser médico foi a única opção que escolhi como própria, desde
que me lembro, talvez com quatro ou cinco anos. Provavelmente, influenciado pelo respeito e atitudes elogiosas a um meu parente notável, um médico e professor da Faculdade de Medicina
do Porto. Todos temos as nossas referências e não raras vezes
são cultivadas pela família.
E a saúde, que parece estar envolta em muitas dificuldades, como a vê?
O grande problema da saúde é o da saúde mental, cuja deficiência se confronta com inúmeras situações negativas da
sociedade como a violência doméstica nos seus mais diversos
comportamentos, culminando no homicídio e no suicídio.
Um dos traços que lhe são atribuídos é o humor e a capacidade de entusiasmar audiências. É algo que sempre
teve ou veio com a experiência?
Sem humor a pessoa é um cadáver adiado, a quem pouco tempo falta para finar. O humor é o lubrificante da comunicação
entre as pessoas, prolongando-lhes o bem-estar e a probabilidade de vida. Sou estruturalmente otimista e alegre e sempre
me foi atribuído um certo humor, cujo carácter familiar prova a
influência genética. A experiência de vida não aumenta o humor,
mas facilita o seu apreço pelos outros e a tolerância para certas
afirmações ou respostas. A brincar vão-se dizendo as verdades.
Como entra a Medicina Legal na sua vida?
A Medicina legal, como aplicação de conhecimentos biopsicológicos ao direito, na interpretação do comportamento humano
perante as leis, preencheu a minha particular atenção para a
justeza da pessoa humana como ser social. Inicialmente a medicina legal entrou na minha vida de manhã pela realização de
autópsias e na parte da tarde pelo exame de pessoas vivas para
realização do dano sofrido nas mais diversas situações. O aprofundamento das múltiplas questões envolvidas foi surgindo e,
progressivamente, a necessidade de melhorar o que traz mais
entusiasmo e gratificação.
E, tendo lidado tanto com a morte, o que este contexto lhe
ensinou sobre a vida?
O lidar com a morte cria mecanismos de rejeição que estimulam
o prazer de viver, aproveitando o momento que passa e que
não volta.
Uma dimensão crítica da sua vida tem sido o ensino. Porquê esta ligação tão profunda?
A melhor maneira de aprender, é ensinar, é transmitir o conhecimento que a experiência nos vai permitindo acumular ao longo
do tempo. Os alunos foram sempre uma motivação forte de reflexão e de aprendizagem.
Encontra diferenças entre os estudantes de hoje e do início da sua carreira? Olha para trás com saudosismo ou
pensa que as gerações atuais não comparam mal com as
anteriores?
Não são melhores nem piores, são estruturalmente diferentes,
com múltipla informação disponível, nem sempre facilmente assimilável em confronto com a idade. O futuro está a ser construído pelos jovens, na sua dimensão sociocultural.
Como vê o ensino da medicina hoje, em Portugal?
Sem humor a pessoa é um cadáver adiado, a quem
pouco tempo falta para finar.
É uma figura muito conhecida. Já teve algum episódio caricato na rua?
Não tive nenhum episódio caricato na rua, no sentido do cómico ou grutesco, ridículo, burlesco ou irrisório. Com o correr do
tempo, situações outrora caricatas atualmente são vulgares. O
critério da normalidade é definido pelas maiorias e nesse sentido continuo a ser apelidado de Pai Natal pelas crianças, nos
locais públicos.
Projetos para o futuro.
Continuar a viver, a aprender e a ensinar num ciclo vicioso que
desejo que seja mais do que simplesmente o dia seguinte, e que
isto seja por muitos anos, pois gosto muito de viver.
Muito mais técnico que humanista. O futuro será o de uma medicina integrativa que não trate só os sintomas, mas sobretudo
19.
Referências Bibliográficas.
1. Cf. Lei n.º 39/2012, de 28 de Agosto - Aprova o regime da responsabilidade
técnica pela direção e orientação das atividades desportivas desenvolvidas nas
instalações desportivas que prestam serviços desportivos na área da manutenção
da condição física (fitness), designadamente aos ginásios, academias ou clubes de
saúde (healthclubs), e revoga o Decreto-Lei n.º 271/2009, de 1 de outubro.
2. Cf. Lei n.º 15/2016, de 17 de Junho – “Reforça a proteção dos consumidores
nos contratos de prestação de serviços de comunicações eletrónicas com período
de fidelização (décima segunda alteração à Lei n.º 5/2004, de 10 de Fevereiro - Lei
das Comunicações Eletrónicas).”
3. Cf. Parecer 04.2016/MA, disponível no site da Ordem dos Advogados: https://
www.oa.pt/upl/%7B2b13e2a2-9a91-4410-b71c-769f3b630f50%7D.pdf
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20.
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email vitalino@vitalino.pt
Entrevista.
Entrevista
Glenn
Withers
____
Glenn Withers é fisioterapeuta, diretor
e fundador da Australian Physiotherapy
and Pilates Institute (APPI), co-criador do
famoso APPI Method e diretor dos centros clínicos do grupo APPI.
Estivemos à conversa com ele para o
conhecermos melhor. Ficamos a saber
como tudo surgiu, o que está hoje a acontecer e como será o futuro.
Acompanhe-nos durante as próximas páginas - vão valer a pena.
Como é que um fisioterapeuta australiano acaba por fazer uma carreira em
Inglaterra?
Uma questão interessante. Eu e a Elisa
viemos para Inglaterra com uma bolsa de
estudos da Australian Physiotherapy Association, para investigar se o Pilates seria adequado para a reabilitação. E, com
efeito, após um ano de um programa de
treino em Pilates, tivemos a oportunidade
de apresentar uma primeira versão do
projeto no hospital local em que estávamos a trabalhar. A partir daí, percebemos
a enorme necessidade que existia por um
programa de reabilitação específico e começamos a criar o Método APPI.
O Pilates entrou na sua vida antes
da criação da APPI. Como e quando
aconteceu?
O Pilates entrou na minha vida através da
22.
co-fundadora da APPI, a Elisa Withers. A
Elisa já incorporava o Pilates nas suas
aulas de ballet clássico há muitos anos.
Ora, quando sofri uma lesão nas costas
a praticar desporto, a Elisa convenceu-me a tentar o pilates. Na altura, ainda
frequentava a escola de fisioterapia e,
para ser honesto, não tinha certeza que
o pilates me ajudaria, mas como os métodos mais “tradicionais” não estavam a
dar resposta ao meu problema, comecei
a experimentar o Pilates e a verdade é
que o resultado foi excelente.
O que viu no Pilates que captou a
sua atenção?
Eu vi um ótimo método de movimento,
que permitia às pessoas alcançarem uma
liberdade de movimentos que não era
possível com os exercícios “tradicionais”.
O uso de imagens visuais, do movimento
como a principal ferramenta e da forma
como o fluxo do movimento permite que a
pessoa se sinta energizada, pareceu-me
fantástico.
O método APPI é agora usado
em tantas, variadas e excitantes
áreas que precisávamos criar
uma formação estruturada nessas
áreas. Quando desenvolvemos um
programa, passamos anos a refiná-lo
nos nossos centros de tratamento,
de forma a garantir que o mesmo tem
resultados na população em questão.
carecia de clareza e não respondia às
mudanças no movimento em indivíduos
após um episódio de dor. Portanto, revisitamos toda a evidência disponível sobre
dor e movimento.
O Glenn e a Elisa transformaram o
Pilates clássico em algo diferente.
Que trabalho desenvolveram e o que
resultou disso?
De facto, compreendemos que os desequilíbrios neuromusculares e a mecânica
da lesão eram factores vitais. Vimos que
no treino clássico muitos dos movimentos
tinham alavancas demasiado longas e
uma carga muito alta no disco vertebral,
especialmente da parte inferior da coluna.
Como resultado, não era indicado usá-los
para muitos dos nossos pacientes em fisioterapia. Então, decidimos rever todos
os movimentos com base em 3 aspectos:
Apesar de reconhecermos, desde o início, que o pilates na reabilitação seria
muito interessante, percebemos que este
1) Dor – qual o papel da inibição da dor
e da inibição dos reflexos, assim como
quais os músculos que estão realmente a
Entrevista.
trabalhar em cada movimento/ exercício.
2) Patologia – avaliar sempre o impacto
do exercício de pilates na patologia/ disfunção que o indivíduo apresenta. Como
resultado criamos as indicações, precauções e contraindicações do método APPI.
3) Função - decidimos que queríamos
que o método APPI visasse primariamente a reabilitação dos pacientes para
que estes atingissem a sua plena função.
Não queríamos um método de treino que
apenas garantisse um corpo tonificado.
Portanto, analisamos cada exercício e
tentamos vinculá-lo a um padrão de movimento funcional específico que ajudaria
as pessoas a moverem-se melhor. Desta
forma, cada exercício deve ser escolhido
com um objetivo claro que é direcionado
para as necessidades do cliente.
Posto isto, nasceu a APPI. Em
Portugal, é sobretudo conhecida
pelo seu lado educacional, mas
é muito mais do que isso. Pode
apresentar-nos a instituição?
A APPI Healthgroup expressa-se em 3
dimensões: Educação, Clínicas e Produtos.
Educação – somos hoje uma das maiores instituições de formação em pilates
no mundo. Anualmente, temos mais de
5000 pessoas nos nossos cursos e operamos em 22 países. Estamos a alcançar
novos países a cada um ou dois meses.
Também estamos a aumentar os nossos
conteúdos online e a criar uma plataforma de aprendizagem brilhante, para que
pessoas em todos os lugares do mundo
possam aceder à grande variedade de
cursos, aulas e DVD’s que temos disponíveis para download. Atualmente, oferecemos cerca de 30 módulos/ cursos diferentes e, nos próximos anos, queremos
disponibiliza-los na totalidade para todos
os que a eles queiram aceder.
Clínicas - operamos das maiores clínicas
em toda a Inglaterra: estão localizadas
em Londres, Hampstead e Wimbledon.
Cada local tem salas de tratamento privativas; um estúdio de Matwork, yoga e
barre; um estúdio de reabilitação one to
one; e um estúdio dedicado a aulas de
pilates reformer. Alguns concorrentes têm
instalações em mais locais, mas muito
menores e com uma menor oferta de serviços. Cada local nosso oferece fisioterapia, pilates, massagem e aulas de mo-
vimento. Temos quase 40 médicos nos
nossos centros, oferecemos mais de 100
aulas por semana, 17.000 aulas por ano,
pelo que temos mais de 25.000 clientes
por ano. Além disso, oferecemos serviços
de fisioterapia e de pilates para o English
National Ballet, já proporcionamos reabilitação de Pilates para o Tottenham Hotspur FC e Brentford FC, fisioterapia para
a British Bobsleigh team, programas de
pilates para o English Institute of Sport
e programas de pilates à medida para
o Manchester United, Manchester City e
Arsenal FC.
Produtos – A nossa divisão de produtos
é uma empresa especialista em produtos baseados em pilates que utiliza todo
o nosso conhecimento clínico e de educação para fornecer uma variedade de
pequenos produtos escolhidos a dedo,
como livros, DVD’s e acessórios para o
instrutor de classes ou aluno. Com efeito,
na criação e gestão dos nossos centros,
sentíamos que os pequenos equipamentos, como bolas, bandas elásticas, círculos, tapetes, tubos, meias e roupas eram
superfaturados e que não tinham muita
qualidade. Por isso, decidimos encontrar
os melhores produtos, comercializa-los e
cobrar um preço mais acessível. Todos
os nossos produtos foram testados nos
nossos estúdios durante meses, antes
de os colocarmos no mercado, de forma a garantirmos qualidade e robustez
no seu uso. Consultamos os nossos clínicos para feedback e aconselhamento,
para garantir que não vendemos nenhum
produto que não esteja a ser usado nos
nossos centros. Todos os produtos estão
disponíveis online, através do nosso site
ou dos nossos parceiros internacionais.
É verdade que quando abriu a
sua primeira clínica, dormia lá?
Como descreve esses primeiros
momentos?
Ah, sim isso é verdade. Nós morávamos
em Cambridge, uma cidade a uma hora
de Londres. Quando decidimos abrir a
clínica em Hampstead (as nossas primeiras instalações físicas), precisávamos de
encontrar um lugar para ficar. Um amigo
ofereceu-nos alojamento num apartamento num subúrbio próximo. Aceitámos
logo a oferta porém, na primeira noite
apercebemo-nos logo que não seria solução para nós. O nosso carro estava
avariado, havia um mau cheiro nas es-
cadas e ouvimos tiros durante a noite.
Então, eu e a Elisa arrumamos as nossas coisas e dirigimo-nos para o estúdio
em Hampstead. Éramos novos em Londres, investimos todo o nosso dinheiro
no estúdio para o tornar rentável e, por
isso, não conseguíamos alugar nenhum
apartamento para viver. Assim, optamos
por viver no estudio durante a sua renovação e o seu primeiro mês de abertura.
Tomávamos banho no ginásio, comíamos
comida de um furgão local (pelo que ficamos gravemente doentes depois de algumas semanas com a mesma comida!),
E lá sobrevivemos até que pudéssemos
pagar um apartamento para morar.
Quando começou, qual era o seu
sonho para a APPI?
Uma boa pergunta. Honestamente, não
planeamos muito. Eu e a Elisa apenas
sabíamos que os fisioterapeutas deveriam ter uma versão do pilates mais
detalhada e focada na componente clínica, com foco na anatomia e fisiologia.
Queríamos criar algo único, algo focado
na pesquisa e adaptado à indústria em
que trabalhamos. Mas mais do que isto
não planeamos. Apenas evoluiu. Éramos
jovens, estávamos abertos a qualquer
oportunidade, trabalhávamos duro, 7
dias por semana, cerca de 15-18 horas
por dia e simplesmente continuávamos
[penso eu!]
Montar uma clínica pode ser um
passo lógico para um fisioterapeuta
com um lado empreendedor, mas
como é que a parte educacional da
APPI ganhou vida?
Como mencionei anteriormente, o lado
educacional evoluiu da nossa bolsa de
estudos. Nós fizemos o “treino clássico”
que, honestamente, adoramos. No entanto, vimos que muito do conteúdo teórico
não estava ao nível do conhecimento de
um fisioterapeuta. A anatomia era muito
básica, havia muito pouca pesquisa sobre os movimentos, muito pouca ligação
à dor e à patologia e pouquíssimo transfer para a prática clínica. Mas claro que
tudo isto é verdade, pois o objetivo do
programa em questão não era a reabilitação, mas sim o uso na indústria do fitness
com pessoas relativamente saudáveis.
Ora, eu e a Elisa sentimos que tínhamos ali uma grande oportunidade para
criar uma versão à medida da fisiotera-
23.
Entrevista.
pia, pelo que começamos a trabalhar até
hoje, sendo que atualmente temos um
método maduro e que pode ser utilizado
em diferentes contextos - desde a reabilitação até as abordagens de fitness e
bem-estar.
Como foi passar de organizar os
primeiros cursos em Londres para
os muitos espalhados pelo mundo?
Tudo aconteceu organicamente. Com
toda a honestidade, foi mesmo assim
que aconteceu. O nosso primeiro programa internacional foi, na realidade, na
Alemanha. Um fisioterapeuta inglês veio
a um curso aqui em Londres, adorou e
perguntou-nos se podíamos replicá-lo na
Alemanha, onde ele vivia. Nós concordamos e logo este fisioterapeuta começou
a organizar tudo. Assim, fui até à Alemanha para ministrar este 1º curso fora
do Reino Unido. Mais tarde, eu e a Elisa
estávamos a ir para a Austrália para visitar a família e decidimos iniciar o Instituto
também na Austrália. A minha cunhada
tornou-se a nossa primeira funcionária na
Austrália e tudo começou a partir desse
momento. Então, lentamente, país por
país, as pessoas começaram a conhecer
o nosso trabalho e a pedir-nos para levar
o método ao seu país. Viajamos por todo
o mundo a ministrar os nossos cursos e
assim fomos crescendo. Agora, temos
uma abordagem mais direcionada para
o nosso desenvolvimento internacional
e temos mesmo um membro na equipa
dedicado exclusivamente a parceiros internacionais e ao seu desenvolvimento.
Apesar de ser um país pequeno,
Portugal é um dos maiores
mercados da APPI. A que se deve
este sucesso?
Sim, Portugal é uma das regiões mais
importantes da APPI e a parceria com a
Bwizer é altamente valorizada por nós. O
sucesso em Portugal resume-se a alguns
ingredientes simples, na minha opinião.
O nosso programa é muito sólido – nós
acreditamos fortemente que é o melhor
do mundo. De facto, quando se tem um
programa com tanta força e profundidade, se o parceiro também acreditar no
mesmo, ele funcionará. O Hugo Belchior,
o fundador da Bwizer, acreditava em nós.
Acreditou no programa e comprometeu-se a ajudar-nos a crescer em Portugal.
Claro que isso foi difícil. Algumas pes-
24.
soas tentaram copiar o que fizemos e
isso foi um desafio. No entanto, eu e o
Hugo mantivemo-nos fiéis aos nossos
princípios e acreditamos que a qualidade
e originalidade do método seriam bem-sucedidas. Assim, a APPI e a Bwizer
trabalharam muito sem perder o foco e
eu sabia que teríamos sucesso! O Hugo
e a equipa Bwizer vêm a Londres regularmente para aprimoramos o projecto.
Houve confiança mútua, muita crença
no projeto e tentamos sempre manter a
qualidade e assegurar que proporcionamos experiências educacionais world
class education, em todos os momentos.
De facto, assim que tivemos a base estabelecida, procuramos professores em
Portugal, e agora temos uma brilhante
equipa de trabalho , liderada pela sempre
incrível Francisca Gomes – sem a qual
não estaríamos onde estamos hoje.
O Pilates foi amado, odiado, elogiado
e criticado ao longo do tempo.
Em cada um desses momentos, a
ciência foi usada como argumento. O
que diz a evidência científica hoje?
Hoje, a evidência para o uso do Pilates é
mais forte do que nunca. Há sempre discussão sobre alguns tópicos, no entanto,
o uso do movimento como ferramenta
de tratamento está a tornar-se cada vez
mais claro na literatura. A ciência da dor,
sugere cada vez mais que a chave para
gerir e/ou diminuir a dor é o movimento
normalizado. A pesquisa específica sobre
o Pilates está ao nível mais alto de todos
os tempos e há cada vez mais estudos a
defender o seu uso. Um estudo recente
da APPI sobre o Pilates na Corrida, realizado por Anna Law, mostrou grande
eficácia do uso do Programa APPI na
corrida. Estudos adicionais sobre lombalgia, cervicalgia, gravidez e hipermobilidade mostraram que o Pilates reduz
a dor e aumenta a função, reduz ainda
a incapacidade e melhora a auto-estima.
Estou francamente empolgado com o
crescimento da evidência no uso do pilates e fico feliz em ver o seu crescimento
na literatura.
Os cursos das APPI não são
exclusivos a fisioterapeutas, como
alguns defendem. Porquê?
O programa de reabilitação da APPI começou por ser exclusivo para profissionais com formação na saúde de duração
igual ou superior a 3 anos. No entanto, ao
longo dos anos, tivemos tantos pedidos
de pessoas no mundo do exercício e do
movimento pilates para integrar o nosso
programa, que vimos a necessidade de
evoluir.
Para além disso, vimos que muitos dos
nossos membros que trabalham no mundo da reabilitação apenas conseguiam
oferecer um serviço e por pouco tempo
nos hospitais ou centros de fisioterapia
em que trabalhavam, pelo que, muitas
vezes, tinham de referenciar os seus
pacientes para outras clínicas, estúdios
Acredito que o exercício é a chave
para ser uma pessoa de sucesso.
Seja nos negócios, na vida, na
escola ou qualquer outra coisa.
Especificamente, o Pilates é um
programa de movimento e sim, eu
acredito que as pessoas envolvidas
no ensino de Pilates também devem
garantir que estes pratiquem Pilates.
ou ginásios onde, na maioria das vezes,
os profissionais que ali trabalhavam não
eram fisioterapeutas e, por isso, não seguiam a escola APPI – ora, isto causava
muita preocupação nos nossos membros, pois temiam que os seus pacientes
não tivessem o acompanhamento mais
adequado.
Como tal, investi cerca de dois anos
a desenvolver o nosso “comprehensive matwork program”. Este programa
é para todos aqueles que não têm uma
formação superior nas áreas da saúde
e exercício; ora, acreditamos que este
programa de fomação em particular, ajudar-nos-á a contribuir para uma melhor
oferta de programas de exercício e rede
de saúde, pois estamos a proporcionar
formação em Pilates com foco na reabilitação a mais profissionais que assim
ficarão aptos a atender às necessidades
dos alunos/ clientes. Além disso, quando
entrámos pela primeira vez no mundo do
pilates, sentimos que muitas das escolas de ensino foram bastante “fechadas”
sobre os destinatários do curso... Acreditamos, fortemente, na força do nosso
programa e, como tal, decidimos permitir
que qualquer pessoa com uma qualifica-
Entrevista.
ção existente em Pilates participasse dos
nossos cursos. Cremos na partilha de
conhecimento, cremos que quanto mais
e melhor formação possuímos enquanto
indivíduos, melhores os resultados para
os nossos clientes. Então, hoje, temos o
nosso programa de reabilitação/matwork
para os fisioterapeutas e outros profissionais de saúde e exercício com formação
superior e o nosso “comprehensive matwork program” para aqueles que não são
deste contexto.
Qual é a relevância em fazer o exame
de certificação da APPI?
O exame de certificação é uma parte vital do programa para realmente ganhar
reconhecimento como um instrutor de pilates. Desde 1992, a palavra “Pilates” ou
“Pilates Instructor” não é protegida. Ao fazer o exame de certificação, uma pessoa
pode intitular-se “Instrutor certificado de
Pilates da APPI”. Ora, isso dar-lhe-á um
status ótimo na sua área, pois confirma
que o indivíduo concluiu um programa de
formação reconhecido. Além disso, quando se é certificado, podemos tornar-nos
membros Star Pro da APPI e começar a
usar o logotipo da APPI para aumentar
ainda mais sua confiança na sua abordagem. Esta é uma ótima ferramenta de
marketing e uma maneira realmente forte
para aumentar a credibilidade do estúdio
ou empresa.
A APPI tem outros cursos, alguns
ainda menos conhecidos em
Portugal, como o Pilates em
neurologia ou o pilates para
crianças, por exemplo. Qual é o
processo de construção desses
cursos e quais são as vantagens
para os alunos?
O método APPI é agora usado em tantas,
variadas e excitantes áreas que precisávamos criar uma formação estruturada
para as mesmas. De facto, quando desenvolvemos um programa, passamos
anos a refiná-lo nos nossos centros de
tratamento, de forma a garantir que o
mesmo tem resultados na população em
questão. Aperfeiçoamos sempre o programa a partir dessa experiência clínica.
Podemos também contar com a colaboração de um membro da equipa com experiência nessa determinada área (como
a Laura Harris, uma fisioterapeuta pediátrica altamente qualificada com anos de
experiência, que se juntou a nós para a
criação do Pilates para Crianças).
Tem feito este percurso com a Elisa
Withers, sua esposa e também fisioterapeuta e parceira de negócios.
Como é trabalhar com alguém que
está tão próxima de si na vida privada?
Honestamente, incrível. A Elisa é uma
pessoa muito especial. De forma totalmente verdadeira, a APPI existe hoje por
causa da Elisa. Foi ela quem se apaixonou em primeiro lugar pelo Pilates e me
apresentou este fantástico método. De
facto, a Elisa escreveu todas as primeiras
versões dos programas e ainda hoje cria
uma enorme quantidade de conteúdo.
Claro que às vezes era difícil porque nunca saímos do trabalho. No entanto, também nos apoiamos mutuamente, pressionamo-nos e queríamos orgulhar-nos
daquilo que juntos poderíamos fazer.
Criámos este projeto, no qual estávamos completamente envolvidos um com
o outro, mas em que desempenhámos
papéis diferentes nesta “máquina” e isto
simplesmente funcionou. Acreditámos
sempre que o outro era a melhor pessoa
com quem poderíamos trabalhar e nunca duvidamos disso. Encontrámos um
equilíbrio que nos permite apoiarmo-nos
em todos os aspectos da vida e dos negócios. E hoje, com os nossos 5 lindos
filhos, raramente conseguimos conversar
sobre o trabalho em casa, o que é ótimo!
Como devem imaginar, eles mantêm-nos
muito focados neles e mal conseguimos
conversar sobre temas relacionados com
trabalho com todas essas “vozes” à nossa volta!
De todos os papéis que desempenha,
professor, fisioterapeuta e empreendedor, tem algum favorito?
O meu papel favorito é o de marido e pai.
É realmente. Sinto-me muito abençoado
por ter a minha linda família e isso mantém-me ainda mais motivado e focado!
Em relação ao meu mundo do trabalho,
não tenho um papel preferido; eu amo a
diversidade que a minha atividade profissional envolve. Claro que às vezes me
pergunto se não seria mais fácil se me
acomodasse e me dedicasse apenas a
um deles [no entanto, quem disse que a
vida foi feita para ser fácil!]. A verdade, é
que se queremos conseguir alguma coisa, temos de trabalhar de forma árdua. E
é isso mesmo que tentamos ensinar aos
nossos filhos – trabalha duro e isso trará
recompensas, mas se te sentares e esperares, as recompensas vão simplesmente
“passar por ti”. Assim, amo a forma como
25.
Entrevista.
sou desafiado de maneiras diferentes e
todos eles me levam a ser mais valioso
no meu papel como líder desta organização.
Viaja muito, gere uma grande
empresa em expansão, trata
pacientes e, em casa, tem a
sua esposa e 5 crianças! Como
consegue equilibrar a sua vida
pessoal com a profissional?
Não tenho a certeza que equilibre todas
as variáveis da melhor forma, em todos
os momentos. Mas acho que o segredo é
priorizar muito. Se eu viajar para longe da
minha família, tenho de garantir que vale
realmente a pena e que levará ao crescimento do negócio, o que irá certamente
beneficiar a minha família a longo prazo.
Envolvemos também os nossos filhos
no negócio sempre que podemos e isso
permite que eles entendam melhor o que
fazemos. Por exemplo, os nossos dois filhos mais velhos, Jasmine e Xavier, são
os modelos do manual do curso Pilates
para Crianças.
Além disso, confio na minha ótima equipa
e sou um abençoado por todas as pessoas que trabalham comigo terem uma
enorme paixão e preocupação com o negócio, o que permite que eu e a Elisa possamos passar mais tempo com os nossos
filhos e não estarmos presos ao escritório
tanto quanto no passado.
Além de tudo isso, ainda consegue
ser muito ativo e até já participou
no Ironman. É crucial que alguém
que trabalha com o Pilates esteja em
forma?
Acredito que o exercício é a chave para
se ser uma pessoa de sucesso. Seja nos
negócios, na vida, na escola ou em qualquer outra coisa. Especificamente, o Pilates é um programa de movimento e sim,
eu acredito que as pessoas envolvidas
no ensino de pilates devem também praticar pilates. Acima de tudo, acredito que
o exercício é bom em todas as suas formas e todos devemos praticar exercício
e fazer desta prática parte da nossa vida
diária. Considero também crucial que os
pais estabeleçam bons hábitos de exercício para os seus filhos, pelo que quando
participo no Ironman e em outras provas
de triatlo, procuro inspirar os meus filhos.
O que podemos esperar de si e da
APPI, no futuro?
Muito! Temos algumas coisas realmente interessantes a acontecer agora no
nosso negócio. Estamos a expandir o
nosso espaço em Wimbledon para criar
um estúdio absolutamente lindo. Estamos a lançar o nosso novo programa, o
Barrecontrol, um programa que desenvolvemos em conjunto com o nosso Master Trainer dos Estados Unidos e a Dra.
Kirsten Roberts, da San Diego Ballet Professonal; temos também novos produtos
em lançamento, os novos DVD’s, classes
online e muito mais para 2019!
Em Novembro, terá lugar em
Londres, um evento da APPI muito
importante. Gostaria de convidar os
nossos leitores contando-lhes como
será?
A cada dois anos, realizamos a nossa
grande conferência de Pilates em Londres, no Reino Unido. Este é um evento
muito especial no calendário de pilates,
é um momento de partilha de conhecimento por excelência. Designamos esse
evento por “One Goal”. Trata-se de uma
conferência de toda comunidade Pilates, e não apenas da nossa comunidade
APPI, pois acredito que precisamos de
mais momentos de partilha de conhecimento dentro da indústria do Pilates e
Movimento. Será um momento onde não
26.
existem as barreiras tradicionalmente impostas pela escola de Pilates onde cada
uma fez a sua formação!
Portanto, neste evento, convidamos treinadores e mestres de todas as outras
grandes escolas como Balanced Body,
do Stott, do Peak, do MK Pilates, do
Alan Herdman Pilates, co-fundador do
Bodycontrol Pilates Gordan Thompson
e muitos outros excelentes professores,
incluindo os nossos próprios instrutores
APPI. O evento de 3 dias começa com
um workshop pré-conferência conduzido por mim e pela co-fundadora da
APPI, Elisa Withers. Os 2 dias seguintes envolvem uma enorme variedade de
emocionantes sessões: temos sempre
4 sessões a acontecer em simultâneo
e cada participante pode escolher. Com
efeito, apresentamos sessões baseadas
na patologia, equipamentos, movimentos
e sessões mais focadas na componente
clínica. É realmente um evento que qualquer envolvido em pilates ou movimento
deve participar. Nos últimos anos, organizamos uma versão menor deste evento
chamada “APPI on Tour” e é este evento
que esperamos trazer para Portugal num
futuro muito próximo.
Deixe uma mensagem à família
portuguesa da APPI.
Obrigado por tornar a APPI o programa
número 1 de formação em pilates clínico,
em Portugal. Estou ansioso por aumentar o número de programas/ cursos que
oferecemos em Portugal e ver a APPI
crescer. Espero poder lançar em breve o
nosso “comprehensive program” e todos
os nossos outros módulos. Obrigado à
Bwizer pelo apoio e por ser um grande
parceiro. Finalmente, para todos vocês
que iniciaram a vossa jornada em pilates
connosco, estou ansioso por encontra-los em eventos futuros. Recomendo vivamente que concluam o programa até à
certificação e usem o nome da APPI para
melhorarem a vossa reputação e posição
dentro da comunidade.
Posso garantir que nunca pararemos de
trabalhar para melhorar o nosso programa e esperamos que vocês aproveitem
todas as experiência que tenham connosco.
Ideias Empreendedoras.
Intervenção pedagógica dos
profissionais de fitness
____
Uma das preocupações dos gestores de ginásios é apresentar um serviço
de qualidade, que, segundo vários autores, pode proporcionar a satisfação
dos clientes e, consequentemente, a sua retenção .
(1-6)
Diversos autores referem a importância dos recursos humanos, particularmente dos profissionais de fitness, num serviço de qualidade em ginásios
e na satisfação e retenção dos praticantes .
(6-11)
A adesão à prática de atividade física com programas não supervisionados
é muito baixa , o que reforça a importância da intervenção de profissionais de fitness. Estes podem ser um dos motivos de desistência dos praticantes em ginásio , ou ser um dos motivos para se escolher um ginásio .
(12)
(13)
(14)
Considerando alguns estudos realizados no âmbito da intervenção pedagógica dos profissionais de fitness, para a retenção e satisfação dos
praticantes, os profissionais de fitness devem focar sua intervenção pedagógica, especialmente em
:
(15, 16, 17)
•
Encorajamento para a prática;
•
Situações de instrução: demonstrando e explicando verbalmente
e não-verbalmente os exercícios; questionando os praticantes sobre o
seu estado físico e compreensão dos exercícios; corrigindo o desempenho dos praticantes; elogiando-os;
•
Atenção aos praticantes, observando e ouvindo-os.
Os profissionais de fitness devem adaptar a sua intervenção às características dos praticantes (ex.: idade, sexo, experiência como praticante, personalidade…) e às características situacionais (ex.: dimensão da classe,
atividade, objetivos, tarefas…).
Para a qualidade dos profissionais de fitness deve existir um desenvolvimento profissional contínuo, devendo estes fazer:
•
Formação contínua(18);
•
Auto-análise sistemática(19, 20);
•
Ser supervisionados por outros profissionais ou coordenadores(19, 20).
Com efeito, existem sistemas de observação específicos para o contexto
do Fitness que podem ser usados para a auto-análise sistemática e supervisão
.
(15, 21-26)
Podem ser aplicados questionários para conhecer a opinião dos praticantes
, de modo a poder-se adaptar a intervenção às preferências da
classe em geral e a cada praticante em particular, o que pode contribuir
para a satisfação e retenção dos praticantes.
(15, 27-29)
A triangulação das diferentes perspetivas (comportamento observado, perceção e preferências dos praticantes, auto-percepção dos profissionais)
pode ser usada para uma melhor compreensão e melhoria da intervenção
dos profissionais de fitness
.
(15, 30, 31)
Referências .................. p.20 e 21
Susana Franco
––––
Professora Coordenadora na Escola Superior
de Desporto de Rio Maior. Doutorada em
Fundamentos Metodológicos de Investigação em
Atividade Física e Desporto. Mestre em Exercício e
Saúde e Licenciada em Ciências do Desporto.
27.
Líderes do Fitness.
Líderes do Fitness
Manuel
Rodrigues
____
“Líderes do Fitness” é um novo projeto
que almeja escutar a voz das primeiras
linhas de decisão das empresas do setor
do fitness. Queremos dar a conhecer o
que de bom se faz em Portugal num setor de atividade de relevância crescente.
Queremos partilhar as suas histórias e
reflexões.
Hoje trazemos-lhe Manuel Rodrigues,
um profissional do exercício, Personal
Trainer, que se tornou empresário. Hoje,
a sua empresa Plenaphorma, ajuda centenas de profissionais a criarem a sua
carreira junto da cadeia de Health Clubs
Solinca.
Aqui ficam alguns highlights, toda a entrevista está disponível em bwizer.com/
lideresdofitness
Quem é o Manuel Rodrigues?
Comecei como Personal Trainer como
centenas e centenas de outros profissionais da área do exercício. Quando iniciei
no Holmes Place do Aarrábida, e já lá
vão 13 anos, o meu grande objetivo era
ajudar as pessoas. Eu adorava o “treino”
e tudo começou de forma muito simples,
sem grande objetivos empresariais - não
tinha, de todo, o objetivo de criar uma
empresa. Tudo mudou quando cheguei
28.
ao Solinca, há 6 anos, e me convidaram
a criar uma empresa.
O que faz a Plenaphorma?
Somos uma empresa de desporto, saúde
e bem-estar. Estamos essencialmente no
ramo do fitness, mas recentemente apostamos na área de spa. De uma forma
geral, o que fazemos é o recrutamento,
formação e colocação de instrutores de
aulas de grupo e personal trainers nos
health clubs Solinca, a nível nacional.
Os PT´s estão preparados para
trabalhar com populações especiais?
Há PT’s que sim, há PT’s que não. Quando fiz a minha licenciatura escolhi, no
último ano, a área do “trabalho em academias”, mas assisti a vários colegas que
preferiram áreas que nada têm a ver com
ginásio. Na altura, perguntei-lhes “como
vão trabalhar em ginásio, se nunca entraram num na vossa vida?”. Isto aconteceu
no passado e ainda acontece hoje: por
vezes, quando faço entrevistas a profissionais, a licenciados em educação física, percebo que nunca entraram numa
sala de musculação, e isto é grave.
Daí a minha resposta: alguns PT’s estão
aptos para tal, mas outros têm pouca for-
Acho que o cliente que mais faz PT
já não é o que tem muito dinheiro,
é aquele que valoriza o que é o
serviço de PT. Sempre digo que
o caro e o barato é subjetivo, 40
euros pode ser caro, 200 mil euros
pode ser barato, depende do que
estamos a falar.
mação específica na área. E é aqui que a
Bwizer tem um papel importante.
Quem é o cliente de PT de hoje?
Acredito que o serviço de PT surge como
uma necessidade que emerge depois do
cliente já estar no ginásio. Costumo dizer,
fazer a inscrição é fácil, a partir daí é que
começa a complicar [risos].
Acredito que a maioria dos clientes de
ginásio, gosta de experimentar sozinho.
Até para sentir que é capaz de executar
aquela tarefa sem ajuda e com sucesso.
O problema é que a partir do 2º ou 3º mês
começa a sentir que os resultados não
estão a corresponder às expectativas,
pelo que a sua motivação diminui e, em
Líderes do Fitness.
consequência, começa a faltar! É muitas
vezes neste contexto que o PT aborda o
cliente, no sentido de mostrar os benefícios do seu serviço – é muito comum que
aquela pessoa esteja a pagar o ginásio
há 1 ano e nunca vá treinar. Assim, o que
os profissionais tentam mostrar é que se
o cliente optar por um acompanhamento
personalizado, durante 3 ou 6 meses, poderá atingir resultados que sozinho poderia demorar 2 ou 3 anos a conseguir.
Líderes do
fitness
Estes são os 7 entrevistados até ao momento.
PEDRO SIMÃO
Só as pessoas com muito capital
conseguem pagar um PT?
Acho que o cliente que mais faz PT já não
é o que tem muito dinheiro, é aquele que
valoriza o que é o serviço de PT. Sempre digo que o caro e o barato são subjetivos, 40 euros pode ser caro, 200 mil
euros pode ser barato, depende do que
estamos a falar. Quem fala com um PT
e valoriza os resultados que pode atingir
não acha o serviço caro.
Como pode um PT reter os seus
clientes?
Por norma, o cliente de PT não faz menos
de 6 meses de treino personalizado. Todos os PT’s explicam as adaptações que
vão acontecer a cada mês, o progresso
e que o ideal são, no mínimo, 6 meses.
Mas não menos importante, mostram que
o que conta, não é só o que vai acontecer
durante o treino de PT, mas também o
que o cliente vai fazer após.
E vocês, enquanto empresa de
recrutamento, como retêm os vossos
“clientes”?
Recebemos, diariamente, dezenas e
dezenas de currículos. Fazemos, semanalmente, centenas de entrevistas. Não
temos dificuldade em ter acesso a vários profissionais. Depois e mediante as
condições é que poderemos ter mais ou
menos dificuldade na angariação desses
colaboradores; hoje em dia temos colaboradores que preferem ganhar 2 euros
certos à hora do que ter a possibilidade
ganhar 18, 19 ou 22 euros à hora, ou
seja, prefere um valor certo. Com efeito,
praticamos percentagens variáveis, mas
também contratos de trabalho, nós adaptamo-nos muito ao colaborador. Para alguém um contrato de trabalho pode ser
melhor, para outros pode ser trabalhar a
recibos verdes!
AMÂNCIO SANTOS
JOÃO REGO
HÉLDER FERREIRA
SANDRO FREITAS
PEDRO FONTES
MANUEL RODRIGUES
bwizer.com/lideresdofitness
29.
Histórias de Sucesso.
Histórias de Sucesso
Hugo
Loureiro
____
Estivemos à conversa com Hugo Loureiro, formador Low Pressure Fitness:
Hipopressivos, para conhecer as suas
motivações, filosofia de trabalho e projetos futuros.
Fale-nos um pouco sobre si.
Sou o Hugo Loureiro, natural e residente
em Lisboa. [...] Sou empresário, profissional do exercício e bem-estar (personal
trainer), formador internacional e com negócios de Alojamento Local. O que mais
gosto no Exercício é poder melhorar o
bem-estar e a qualidade de vida das pessoas.
Uma curiosidade sobre si que nada
tenha a ver com a sua atividade do
dia a dia?
Fui atleta de judo, tendo sido campeão
nacional e ibérico, na minha adolescência. No final dos anos 90 e início dos
2000, escrevi crítica musical e reportagens de concertos, na Rádio Pirata e na
revista Raio X. Em 2014, viajei à Ásia
Central e passei o Afeganistão, de táxi,
vindo do Irão e indo para o Turquemenistão.
O que gosta mesmo de fazer?
Exercício físico, ouvir música (banda
30.
preferida: Black Sabbath), viajar (Médio
Oriente é a paixão) e apreciar gastronomia (indiana e paquistanesa).
Como concilia a vida pessoal com a
profissional?
Seja qual for a altura do mês ou da semana, rentabilizo ao máximo a vida profissional, para desfrutar da vida pessoal,
com a consciência tranquila e com prazer. Sendo dono de mim mesmo, evito a
auto-escravidão que às vezes nos atinge, quando entregues a nós próprios.
Agendo escrupulosamente os afazeres
e escrevo nas notas, os pendentes para
resolver. Procuro não ceder à tentação de
estender tarefas. Por inerência, desfruto
da vida e dos que me são queridos.
Porque razão escolheu ser
Profissional de Exercício?
Aos 12 anos, 3 anos depois de ter entrado para o judo, senti que era o que queria
fazer: exercitar-me e fazer os outros exercitarem-se.
Como surgiu o Low Pressure
Fitness?
Em 2014, o Piti Pinsach e a Tamara Rial,
fundadores da Low Pressure Fitness,
Trato os meus alunos tão bem
como gostaria que me tratassem
a mim. Faço de um dia de trabalho
um motivo de realização pessoal,
cumprindo com amor e dedicação
cada uma das suas alíneas, que são
as sessões e as formações que dou.
convidaram-me a juntar-me à sua equipa de formadores e fiquei extremamente
entusiasmado. O meu background era
o Método Hipopressivo Marcel Caufriez,
mas a visão da Low Pressure Fitness é
claramente mais fisiológica, na execução
dos exercícios. Em 2015, recebi um email
da Bwizer com o desafio de pertencer à
sua equipa e logo aceitei. Os cursos
começaram e, a partir daí, tudo evoluiu
e, inclusivé, o “quartel-general” da Low
Pressure Fitness tem-me requisitado
para formações em Espanha, tendo também já ministrado cursos em Londres e
em Bruxelas.
Quando lhe perguntam o que faz,
e responde que é Profissional de
Exercício, o que sente?
Histórias de Sucesso.
Uma completa identificação entre o que
faço e a paixão, felicidade, realização
pessoal e apego que sinto, em ser isso.
O que mais gosta na sua profissão?
Melhorar o bem-estar e a qualidade de
vida das pessoas.
Fale-nos um pouco do conceito do
seu estúdio.
Chama-se Hugo Loureiro Tailor Made
Training. É um conceito de estúdio de
treino personalizado, baseado numa
ideia de “treino de alfaiate”, de gestão
das tensões musculares e emocionais,
adaptado à medida das circunstâncias
de vida do cliente, com charme, requinte, exclusivo, glamorouso; uma boutique
com uma ambiência clássica, numa sala
de um prédio antigo, reabilitada, respeitando a estética original. De forma assumidamente pomposa, é um “ginásio
gourmet”. Abordo diversas metodologias:
Pilates, Low Pressure Fitness, Treino de
Integração Neuromuscular, Stretching
Global Ativo, Mobilidade Articular, Libertação Miofascial e, mais recentemente, o
Método Garuda.
Quais os desafios e medos que
enfrentou? Foi tudo fácil?
Durante a minha vida, tive situações
mais ou menos adversas, que contribuíram para as minhas evoluções pessoal e
profissional. Dei aulas na escola, durante
18 anos e, com um medo persistente e
virulento, teimava em não abdicar disso.
Enquanto já dava treinos como louco, no
Holmes Place da Avenida da Liberdade,
durante a década passada, continuava
a dar aulas de Educação Física na zona
Oeste. Um dos momentos mais marcantes foi, em 2011, quando comprei o meu
primeiro reformer com torre, para pilates
personalizado, que me custou mais de
3000 euros. Nessa noite nem dormi, pois
tinha poucos clientes e sabia lá no que
me estava a meter. Era o Hugo “límbico”
a dizer ao Hugo “cerebral” que tudo isso
tinha sentido.
No seu percurso profissional, quais
foram as experiências que mais o
marcaram?
Não se choquem, nem tenham pena
de mim. No momento em que tive um
esgotamento tremendo, fui o mais honesto comigo e mandei “à outra parte”
o Hugo comodista e receoso, bem como
as energias adversas que se insurgiam
de forma invejosa e mesquinha contra
a minha ascensão. É tramado. Quando
se tem notoriedade, não temos hipótese.
Ainda me lembro quando me olhavam
com um ar destrutivo, no dia a seguir à
notícia dos exercícios hipopressivos, que
apareceu no Observador. O vídeo teve
mais de 800 partilhas! Foi aí que o Hugo
Loureiro mostrou a sua verdadeira careca. Percebi que não tinha sentido temer
o trabalho autónomo e empreendedor.
Além da vida de professor ser cada vez
mais absorvente e desgastante, estava a
atrapalhar a minha progressão no treino
personalizado. Um processo traumático
convida a uma reflexão sobre a vida,
disse o professor João Lobo Antunes,
no seu último livro, “Ouvir com Outros
Olhos”. Não desejo isto a ninguém, nem
a quem achou “piada” ao que aconteceu.
O meu bruxismo e o meu masseter falam
por si: têm muitas histórias interessantes
para contar [risos]. Neste momento, dei
a volta e exponenciei toda a prosperidade que estava bloqueada. Acreditem
que é possível. Agarrem-se ao que mais
gostam de fazer e aos que mais amam,
afastem do que não interessa e o mundo
é vosso. Tão simples quanto isto: entendi
de uma vez por todas que a responsabilidade é inimiga da ansiedade e do medo,
essa “doença” pandémica...
Decidiu apostar mais esforços em
alguma área em particular? E se sim,
porquê?
Como gémeos, além de novidades, adoro fazer coisas diferentes entre si. Aquilo
que sempre gostei na vida é o exercício
físico e a interculturalidade. Por isso, concretizei o meu projeto com duas dimensões: exercício e bem-estar e alojamento
local. Em ambos os casos sinto-me realizado e de consciência tranquila. Num
âmbito, é fantástico ver as pessoas mais
saudáveis e felizes e, no outro, é dormir
descansado, por não estar a tirar casa
a ninguém e a dar abrigo a quem gosta
de viver pelo mundo fora, nem que seja
por 3 dias. Ainda por cima faço o mesmo,
logo falo sobre o que ando: walk the talk
[risos].
Hoje sente-se recompensado? Faria
algo de forma diferente?
Não me sinto recompensado. Sinto que
me estou a recompensar, embora, evidentemente, agradecido, por tudo o que
se proporcionou. Investi e tenho investido
imenso em fazer cursos, conselho que,
aliás, dou seriamente a todos os que duvidam desta estratégia de crescimento,
independentemente dos gastos associados. Acreditem que recuperei tudo e
tenho tido o respetivo retorno. Se pudesse voltar atrás no tempo, teria deixado a
escola em 2012 e já estaria autónomo
desde aí.
Como é que todos os dias procura
elevar a sua profissão e a si mesmo?
Trato os meus alunos tão bem como gostaria que me tratassem a mim. Faço de
um dia de trabalho um motivo de realização pessoal, cumprindo com amor e dedicação cada uma das suas alíneas, que
são as sessões e as formações que dou.
Como é que os seus pacientes/
clientes o elevam?
Quando me dizem que já não dói aqui
e ali, quando já se lembram que estão
disfuncionalmente posicionados, quando
conseguem tocar no botão de parar, no
autocarro, sem se levantarem, mas mais
simples ainda, quando a largura dos seus
sorrisos é maior, no fim do treino.
De que forma eleva os seus
pacientes/clientes?
Segurando-os, não como se fosse a sua
muleta, mas garantindo-lhes todo o meu
compromisso em fazer-lhes bem.
Quais os seus projetos para o
futuro?
Gostava de proporcionar formações no
meu estúdio, de dar formações pelo mundo fora e, mais remotamente, de ter uma
residência para profissionais, de todo o
mundo, que viessem trabalhar para Lisboa. Uma residência que lhes proporcionasse uma experiência inesquecível,
com serviços de bem-estar e cultura.
Uma dica ou frase de inspiração para
aqueles que gostariam de seguir os
seus passos?
Deixo-vos com uma frase do Shams de
Tabriz, douto sufi, que dizia: “o verdadeiro
poder reside na submissão a um poder
que vem de dentro.” Se preferirem uma
frase mais contemporânea e simples, que
seja a mítica do Obi-Wan Kenobi, do Star
Wars: “Usem a Força!”
31.
Open Science.
Qual é a evidência da TENS?
–––––
Uma das correntes mais utilizadas em fisioterapia e que está fortemente associada
ao alívio da dor é a TENS. Mas existe evidência para a utilização desta corrente? E
se existe, estamos a aplicá-la bem?
A TENS, trata-se de uma corrente de baixa frequência, apolar (não tem pólo positivo nem negativo), com reduzidos efeitos colaterais (2-3% mencionam irritação
cutânea por causa dos elétrodos) cujo mecanismo de ação inicial é baseado na
Teoria do Gate Control proposta por Melzack e Wall.
Quando fazemos uma retrospetiva do que já foi escrito sobre a TENS, concluímos
que a literatura, não é conclusiva mas parece haver uma tendência para afirmar
que a sua eficácia é muito reduzida. Kathleen, Sluka e colaboradores, em 2013,
apontam algumas razões para o facto das investigações até então efetuadas apresentarem resultados pouco favoráveis à utilização do TENS: intensidades escolhidas, interações negativas com a utilização de analgésicos durante longos períodos,
tolerância à sua utilização e a população selecionada; escalas pouco adequadas
para medir os resultados; grupos de comparação pouco apropriados.
Com efeito, quando queremos obter resultados positivos com a TENS, temos de
considerar aspetos como:
1. Dosagem
1.1. Intensidade da estimulação
1.2. Uso repetido da TENS
1.3. Frequência utilizada
1.4. Tolerância da corrente
2. Interação com agentes farmacológicos
3. Patologias em que existe evidência/ indicação para a aplicação desta corrente
Neurodesenvolvimento: fases do desenvolvimento psicomotor e perturbações mais comuns
–––––
Segundo a Sociedade de Pediatria do Neurodesenvolvimento (SPND), o “neurodesenvolvimento da criança define-se como o conjunto de competências por meio
das quais a criança interage com o meio que a rodeia, numa perspetiva dinâmica,
de acordo com a sua idade, o seu grau de maturação, os seus fatores biológicos
intrínsecos e os estímulos provenientes do ambiente.”
Fazem parte dessas competências a motricidade global, a manipulação, as competências sensoriais, como a visão e a audição, a comunicação e a linguagem, os
comportamentos, as competências cognitivas não verbais e verbais, os afetos e as
emoções.
Para um profissional de saúde, esta é uma área altamente desafiante e que exige
um grande raciocínio clínico e criação de estratégias, assim como o conhecimento
sobre as diferentes fases do desenvolvimento psicomotor e dos sinais de alarme.
Mas, a que perturbações do desenvolvimento nos referimos?
• Deficiências motoras, como a paralisia cerebral;
• Défices cognitivos;
• Perturbações sensoriais, como a surdez ou a cegueira;
• Perturbações da comunicação, como a perturbação específica da linguagem;
• Perturbações comportamentais, como a perturbação de hiperatividade com
défice de atenção;
• Perturbações do espectro do autismo;
• Perturbações da aprendizagem escolar, como a dislexia.
32.
Fonte: www.bwizer.com/academy
bwizer ACADEMY
Bwizerianos.
Passaram 10 anos desde
que esta viagem iniciou
____
10 anos. Passaram 10 desde que uma viagem chamada Bwizer iniciou. Faço parte
desta aventura há 7 anos e quando me dedico a pensar sobre o caminho que trilhamos até agora, chego à conclusão que nada é impossível. É um facto que temos
ainda muito a fazer, que 10 anos é ainda uma pequena aventura, e que não espero
outra coisa que não seja continuarmos por mais 10, 20, 30 anos a impactar a vida
de muitas pessoas, mas também é uma verdade irrefutável que nestes 10 anos de
existência evoluímos muito. As palavras your evolution que surgem na nossa marca, não são só aplicáveis aquilo que pretendemos fazer na sua vida, mas também
são, sem margem de dúvida, aplicáveis à nossa evolução interna.
É muito curioso retroceder no tempo e perceber que hoje em dia seria impossível
trabalharmos sem esta evolução: há 7 anos as nossas inscrições eram processadas por carta, pagas em cheque e registadas numa longa base de dados que cabia
num pequeno ficheiro excel. Há 7 anos éramos uma equipa (muito) curta a tentar
crescer e fazer a diferença no seio de um mercado que estava ainda a florescer.
Contudo, estamos perfeitamente conscientes de que esta evolução só foi possível com o contributo de todos os profissionais que passam pelos eventos Bwizer,
desde formadores e formandos a fornecedores, pois são estes que todos os dias
exigem de nós que sejamos melhores do que ontem, e é esse grau de exigência
que nos faz sempre querer fazer mais e melhor.
A diferenciação é, hoje em dia, uma palavra muito presente na vida de todos nós
como resposta às necessidades do mercado e à quantidade de profissionais existentes em cada área de atuação profissional. Só quem procura saber, conhecer e
aprender mais é que fará realmente a diferença num mercado de trabalho cada vez
mais competitivo. E é nesse processo que a Bwizer se propõe a fazer mais e melhor: continuar a contribuir, diariamente, para aumentar a diferenciação profissional
e pessoal de cada um porque, e citando Miguel Esteves Cardoso, “aprender é a
coisa mais inteligente que se pode fazer”.
Ana Correia
Operations Manager
33.
Curtas.
Fisio
Bootcamp
Já pensou no número de novos profissionais que, cada ano, entram no mercado
de trabalho? Será que vai haver emprego para todos? E os salários, já pensou na
miséria que muitos auferem? Será possível ter uma vida digna e autónoma com o
tipo de rendimentos que há por aí? Ainda por cima, o Estado não está a contratar,
as empresas privadas só pensam no lucro e, ainda que pense em ter um negócio
próprio, não tem dinheiro para começar e, começar, exige logo muito dinheiro. A
vida dos mais novos não está nada fácil mas, pior ainda, talvez seja a dos mais
velhos, já que parece que ninguém contrata pessoas acima dos 30!
Se olharmos para a realidade assim, é desesperante! É difícil ver a luz ao fundo
do túnel. Apetece deitar a toalha ao chão antes de sequer começar.
Este desespero e angústia estão na base de muita da irritabilidade e clima de
conflito que todos testemunhamos, com particular incidência nas redes sociais. É
verdade que há coisas más, situações difíceis e ameaças no horizonte. Tudo isso
existe e deve ser tido em consideração.
1 DReTzO.
PO
Porém, não haverá outra forma de olhar para a mesma realidade? Será que a
tecnologia não vai abrir oportunidades nunca pensadas? Será que não há hoje
soluções para potenciar a marca pessoal e o valor pessoal como nunca? Não há
nada que possa fazer para me tornar num recurso mais apetecível para o mercado de trabalho? E será que é mesmo preciso ter muito dinheiro para começar um
negócio próprio?
Achamos que é possível olhar para a realidade pela dimensão da oportunidade.
Estamos certos que é possível focarmo-nos na construção de um caminho de
diferenciação positiva de cada um. Não temos dúvidas que é possível dar ferramentas que cada um pode aplicar nas suas vidas, rumo a uma existência mais
realizada e feliz.
É isto que procuraremos fazer no dia 1 de dezembro, na primeira edição do Fisio
Bootcamp, um evento composto por um conjunto de palestras de 15 minutos à
volta de três grandes temas, as principais tendências e as oportunidades que
criam, o emprego e o empreendedorismo.
Os palestrantes são pessoas com muito para partilhar, fruto das suas experiências pessoais e das suas reflexões. Porém, mais importante que os participantes
é a energia que cada um trará para aquele auditório. Queremos um evento cheio
de energia transformadora e cheio de pessoas unidas pelo mesmo desejo de
fazer mais e fazer melhor. E, como vamos ser muitos, o potencial de networking
vai ser enorme.
Marque já presença no Fisio Bootcamp. Não deixe a sua vida para mais tarde!
Detalhes em: bwizer.com/fisiobootcamp
Eu Vou. E tu?
#bwizerbootcamp
#fisiobootcamp
#yourevolution
#yourevolution
34.
Curtas.
Marcos
Bwizer
____
Celebramos 10 anos de existência. 10 anos a crescer consigo e a contribuir
para a sua evolução e para uma sociedade mais informada, saudável e feliz. 10
anos de confiança e disrupção, sempre com o propósito de o elevar a si à sua
profissão.
Preparamos uma curta viagem por estes 3650 dias, mas antes disso dizemos-lhe
que queremos continuar a inovar nesta que é a nossa missão de ontem, hoje e
sempre. Queremos que continue a ter acesso aos conteúdos que farão de si um
melhor profissional. Mas iremos mais longe, contribuindo também para o seu
desenvolvimento pessoal.
1º curso Bwizer
(25 Set. 2008)
Mudança de instalações
Parcerias internacionais como
KTAI, APPI e ATMS. Certificação da Francisca Lourenço
como 1ª instrutora portuguesa
de Pilates da APPI e do Sérgio Frade como 1º formador
português da KTAI (CKTI)
Certificação DGERT
Estrutura societária
revista
1ª formação em Espanha
e primeiros passos da
internacionalização
Lançamento do novo site
PME Líder e Excelência
Pós-graduações em
parceria com o ensino
superiror
Lançamento de projetos
inovadores:
• Cursos e Congressos Online
• Bwizer Magazine
• Bwizer Podcast
Ouvir podcasts tem-se tornando um hábito de muitas pessoas: ou quando vão ao
ginásio, ou quando vão correr, ou quando estão nas filas de trânsito, parece
ser algo que torna o dia mais produtivo
e até algumas tarefas mais prazerosas.
Uns optam por ouvir programas de humor, outros preferem programas sobre
economia, outros ainda gostam de ouvir
algo relacionado com a saúde, etc.. Os
podcasts são, sem dúvida, uma forma de
acesso a informação que não exige muito
esforço e pode, de facto, contribuir para
uma evolução pessoal e profissional.
Sendo o mantra da Bwizer your evolution,
achamos que temos o dever de continuar
a contribuir para a sua evolução, elevando ainda mais o seu conhecimento e, por
essa razão, criámos o Bwizer Podcast.
Este projeto, desenvolvido com todo o
carinho, tem a ambição de levar até si
conteúdo que possa acrescentar-lhe valor e que, no fim de cada episódio, o faça
sentir que valeu a pena ouvir.
Alguns dos temas que fomos já trabalhando são bastante genéricos e poderão
ser úteis a todos os profissionais. A título
de exemplo, posso dizer-lhe que logo no
1º episódio conversamos sobre o stress e
como o podemos ultrapassar com o Professor José Soares, tendo como ponto de
partida o seu livro “Reload: menos stress,
melhor performance”. Iremos também
abordar os mitos da Nutrição com o nutricionista Pedro Carvalho, tendo por base o
livro por ele escrito “Os Mitos que Comemos”. Outros temas poderão ser um pouco mais específicos como por exemplo a
importância de bem usar a eletroterapia
para a fisioterapia e o que sabemos sobre
feridas no contexto da enfermagem.
Este é um projeto aberto pelo que qualquer sugestão de melhoria ou mesmo
de convidados ou temas, serão sempre
muito bem-vindos através de podcast@
bwizer.com. Para ter acesso a todo este
conteúdo, bastará procurar Bwizer Podcast no nosso site - bwizer.com/podcast,
itunes, rss feed ou stitcher!
35.
Wishlist
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Miofasciais
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Urgência e Emergência
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Neurodynamic Solutions
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ou grave um vídeo e publique-o na
Bwizer Academy. Torne-se reconhecido pelo seu conhecimento, ao mesmo
tempo que contribui para a evolução
científica da sua profissão e pares.
bwizer.com /academy
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