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A
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F
O
S
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I
F
QUESTÃO 01
QUESTÃO 02
Panayiotis Zavos “quebrou” o último tabu da
clonagem humana – transferiu embriões para o útero
de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é
crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico
possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus
experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que
uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não
ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer”,
declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, podemos ter um
bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se
é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê
clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um
bebê clonado saudável ao mundo.”
Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um
sujeito substancial, soberano e absolutamente livre,
nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é
simultaneamente os dois, na medida em que é um
sujeito histórico-social. Assim, a ética adquire um
dimensionamento político, uma vez que a ação do
sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação
social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça,
necessariamente, com a política, entendida esta como
a área de avaliação dos valores que atravessam as
relações sociais e que interliga os indivíduos entre si.
SEVERINO, A. J. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1992 (adaptado).
O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo
de formação da ética na sociedade contemporânea,
ressalta
CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).
A clonagem humana é um importante assunto de reflexão
no campo da bioética que, entre outras questões,
dedica-se a
A Refletir sobre as relações entre o conhecimento da
vida e os valores éticos do homem.
B Legitimar o predomínio da espécie humana sobre as
demais espécies animais no planeta.
C Relativizar, no caso da clonagem humana, o uso dos
valores de certo e errado, de bem e mal.
D Legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os
processos de reprodução humana e animal.
E Fundamentar técnica e economicamente as
pesquisas sobre células-tronco para uso em seres
humanos.
A Os conteúdos éticos decorrentes das ideologias
político-partidárias.
B O valor da ação humana derivada de preceitos
metafísicos.
C A sistematização de valores desassociados da
cultura.
D O sentido coletivo e político das ações humanas
individuais.
E O julgamento da ação ética pelos políticos eleitos
democraticamente.
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QUESTÃO 03
QUESTÃO 04
Nossa felicidade depende daquilo que somos, de
nossa individualidade; enquanto, na maior parte das
vezes, levamos em conta apenas a nossa sorte, apenas
aquilo que temos ou representamos. Pois, o que alguém
é para si mesmo, o que o acompanha na solidão e
ninguém lhe pode dar ou retirar, é manifestamente mais
essencial para ele do que tudo quanto puder possuir ou
ser aos olhos dos outros. Um homem espiritualmente
rico, na mais absoluta solidão, consegue se divertir
primorosamente com seus próprios pensamentos e
fantasias, enquanto um obtuso, por mais que mude
continuamente de sociedades, espetáculos, passeios e
festas, não consegue afugentar o tédio que o martiriza.
É alarmante constatar que a legislação diária do
Brasil é uma regulamentação do “não pode”, a palavra
“não” que submete o cidadão ao Estado, sendo usada
de forma geral e constante. Ora, é precisamente por
tudo isso que conseguimos descobrir e aperfeiçoar
um modo, um jeito, um estilo de navegação social que
passa sempre nas entrelinhas desses peremptórios e
autoritários “não pode!”. Assim, entre o “pode” e o “não
pode”, escolhemos, de modo chocantemente antilógico,
mas singularmente brasileiro, a junção do “pode” com o
“não pode”.
DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? 12. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.
No texto anterior, Roberto DaMatta discorre sobre uma
prática socialmente enraizada na cultura brasileira
conhecida como
A
B
C
D
E
(Schopenhauer. Aforismos sobre a sabedoria de vida, 2015. Adaptado.)
Com base no texto, é correto afirmar que a ética de
Schopenhauer
A Corrobora
os
padrões
hegemônicos
de
comportamento da sociedade de consumo atual.
B Valoriza o aprimoramento formativo do espírito como
campo mais relevante da vida humana.
C Valoriza preferencialmente a simplicidade e a
humildade, em vez do cultivo de qualidades
intelectuais.
D Prioriza a condição social e a riqueza material como
as determinações mais relevantes da vida humana.
E Realiza um elogio à fé religiosa e à espiritualidade
em detrimento da atração pelos bens materiais.
Autoritarismo excludente.
Ética do meio termo.
Democracia racial.
Jeitinho brasileiro.
Corrupção ativa.
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QUESTÃO 05
QUESTÃO 06
Passamos de uma sociedade política a uma
sociedade organizacional, entendida esta última como
uma sociedade de gestão sistêmica e tecnocrática que
serve de legitimação e referência aos direitos da pessoa
e, portanto, define uma liberdade de maneira totalmente
privada. Tudo se reduz ao exercício pragmático do
controle e da influência. A referência à cidadania
não desaparece, mas reduz-se à participação nas
eleições, numa sociedade de massa totalmente aberta
à propaganda e amplamente entregue às solicitações
mercantis e às modas.
A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão
de agradar a Deus, muito menos de fidelidade a regras
abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior
quantidade de felicidade possível neste mundo. Ao
decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar
qual curso de conduta promoveria a maior quantidade
de felicidade para todos aqueles que serão afetados.
RACHELS. J. Os elementos da filosofia moral, Barueri-SP; Manole. 2006.
Os parâmetros da ação indicados no texto estão em
conformidade com uma
A
B
C
D
E
Fundamentação científica de viés positivista.
Convenção social de orientação normativa.
Transgressão comportamental religiosa.
Racionalidade de caráter pragmático.
Inclinação de natureza passional.
DUPAS, Gilberto. Atores e poderes na nova ordem global: assimetrias, instabilidades e
imperativos de legitimação. São Paulo: Editora UNESP, 2005.
Segundo o texto, a cidadania no século XXI passa por
um processo de
A Vinculação a um ambiente politicamente democrático
e liberalizante.
B Substituição do seu sentido ampliado pelo modelo
individualizado.
C Reconhecimento da importância do marketing
político nas campanhas.
D Enfraquecimento da legitimidade dos processos
decisórios pelo voto.
E Valorização das ações de construção do consumo no
mundo atual.
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QUESTÃO 07
QUESTÃO 08
Fundamos, como afirmam alguns cientistas, o
antropoceno: uma nova era geológica com altíssimo
poder de destruição, fruto dos últimos séculos que
significaram um transtorno perverso do equilíbrio do
sistema-Terra. Como enfrentar esta nova situação
nunca ocorrida antes de forma globalizada e profunda?
Temos pessoalmente trabalhado os paradigmas da
sustentabilidade e do cuidado como relação amigável
e cooperativa para com a natureza. Queremos, agora,
agregar a ética da responsabilidade.
BOFF, L. Responsabilidade coletiva.
Disponível em: http://leonardoboff.wordpress.com. Acesso em: 14 maio 2013.
A ética da responsabilidade protagonizada pelo filósofo
alemão Hans Jonas e reivindicada no texto é expressa
pela máxima
A “A tua ação possa valer como norma para todos os
homens.”
B “A norma aceita por todos advenha da ação
comunicativa e do discurso.”
C “A tua ação possa produzir a máxima felicidade para
a maioria das pessoas.”
D “O teu agir almeje alcançar determinados fins que
possam justificar os meios.”
E “O efeito de tuas ações não destrua a possibilidade
futura da vida das novas gerações.”
Quino
A figura do inquilino ao qual a personagem da tirinha se
refere é o(a)
A Constrangimento por olhares de reprovação.
B Costume importo aos filhos por coação.
C Consciência da obrigação moral.
D Pessoa habitante da mesma casa.
E Temor de possível castigo.
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QUESTÃO 09
QUESTÃO 10
A promessa da tecnologia moderna se converteu
em uma ameaça, ou esta se associou àquela de forma
indissolúvel. Ela vai além da constatação da ameaça
física. Concebida para a felicidade humana, a submissão
da natureza, na sobremedida de seu sucesso, que agora
se estende à própria natureza do homem, conduziu
ao maior desafio já posto ao ser humano pela sua
própria ação. O novo continente da práxis coletiva que
adentramos com a alta tecnologia ainda constitui, para
a teoria ética, uma terra de ninguém.
Uma criança com deficiência mental deve ser
mantida em casa ou mandada a uma instituição? Um
parente mais velho que costuma causar problemas deve
ser cuidado ou podemos pedir que vá embora? Um
casamento infeliz deve ser prolongado pelo bem das
crianças?
MURDOCH, I. A soberania do bem. São Paulo: Unesp, 2013.
Os questionamentos apresentados no texto possuem
uma relevância filosófica à medida que problematizam
conflitos que estão nos domínios da
JONAS. H. O princípio da responsabilidade.
A
B
C
D
E
Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 (adaptado).
As implicações éticas da articulação apresentada no
texto impulsionam a necessidade de construção de um
novo padrão de comportamento, cujo objetivo consiste
em garantir o(a)
A
B
C
D
E
Pragmatismo da escolha individual.
Sobrevivência de gerações futuras.
Fortalecimento de políticas liberais.
Valorização de múltiplas etnias.
Promoção da inclusão social.
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Política e da esfera pública.
Teologia e dos valores religiosos.
Lógica e da validade dos raciocínios.
Ética e dos padrões de comportamento.
Epistemologia e dos limites do conhecimento.
QUESTÃO 11
QUESTÃO 12
TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento
originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que
outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar
se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos
são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar
por feltragem e, ainda mais condensadas, transformamse em água. A água, quando mais condensada,
transforma-se em terra, e quando condensada ao
máximo possível, transforma-se em pedras.
Alguns dos desejos são naturais e necessários;
outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais
nem necessários, mas nascidos de vã opinião. Os
desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos
não são necessários, mas o seu impulso pode ser
facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação
ou parecem geradores de dano.
EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V. F. Textos de filosofia.
Rio de Janeiro: Eduff, 1974.
No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem
tem como fim
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
A Alcançar o prazer moderado e a felicidade.
B Valorizar os deveres e as obrigações sociais.
C Aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com
resignação.
D Refletir sobre os valores e as normas dadas pela
divindade
E Defender a indiferença e a impossibilidade de se
atingir o saber.
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus,
como criador de todas as coisas, está no princípio
do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo
se nos apresentam, em face desta concepção, as
especulações contraditórias dos filósofos, para os quais
o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos,
como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga
Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem
ancorar o mundo numa teia de aranha.”
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram
teses para explicar a origem do universo, a partir de uma
explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo
grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em
comum na sua fundamentação teorias que
A Eram baseadas nas ciências da natureza.
B Refutavam as teorias de filósofos da religião.
C Tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
D Postulavam um princípio originário para o mundo.
E Defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
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QUESTÃO 13
A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a
mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não
devem estar separados como na inscrição existente
em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa,
e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que
amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas
mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós
a identificamos como felicidade.
QUESTÃO 14
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor
conjunto de normas e naquela dotada de homens
absolutamente justos, os cidadãos não devem viver
uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses
tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as
qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores
os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável
ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática
das atividades políticas”.
ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais
excelentes atributos, Aristóteles a identifica como
A Busca por bens materiais e títulos de nobreza.
B Plenitude espiritual e ascese pessoal.
C Finalidade das ações e condutas humanas.
D Conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.
E Expressão do sucesso individual e reconhecimento
público.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite
compreender que a cidadania
A Possui uma dimensão histórica que deve ser criticada,
pois é condenável que os políticos de qualquer época
fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos
cidadãos tem de trabalhar.
B Era entendida como uma dignidade própria dos
grupos sociais superiores, fruto de uma concepção
política profundamente hierarquizada da sociedade.
C Estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção
política democrática, que levava todos os habitantes
da pólis a participarem da vida cívica.
D Tinha profundas conexões com a justiça, razão pela
qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado
às atividades vinculadas aos tribunais.
E Vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles
que se dedicavam à política e que tinham tempo para
resolver os problemas da cidade.
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QUESTÃO 15
A filosofia grega parece começar com uma ideia
absurda, com a proposição: a água é a origem e a
matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário
deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões:
em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo
sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o
faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar,
porque nela, embora apenas em estado de crisálida,
está contido o pensamento: Tudo é um.
QUESTÃO 16
Compreende-se assim o alcance de uma
reivindicação que surge desde o nascimento da cidade
na Grécia antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não
se faz mais que assegurar-lhes permanência e fixidez.
As leis tornam-se bem comum, regra geral, suscetível
de ser aplicada a todos da mesma maneira.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1992 (adaptado).
Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga,
ainda vigente no mundo contemporâneo, buscava
garantir o princípio do(da)
NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o
surgimento da filosofia entre os gregos?
A O impulso para transformar, mediante justificativas,
os elementos sensíveis em verdades racionais.
B O desejo de explicar, usando metáforas, a origem
dos seres e das coisas.
C A necessidade de buscar, de forma racional, a causa
primeira das coisas existentes.
D A ambição de expor, de maneira metódica, as
diferenças entre as coisas.
E A tentativa de justificar, a partir de elementos
empíricos, o que existe no real.
A Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos..
B Transparência
—
acesso
as
informações
governamentais..
C Tripartição — separação entre os poderes políticos
estatais.
D Equiparação — igualdade de gênero na participação
política.
E Elegibilidade — permissão para candidatura aos
cargos públicos.
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QUESTÃO 17
Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os
seus amigos presumiam que a justiça era algo real e
importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender,
as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas
por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua
sociedade. No entanto, essas regras não passavam de
invenções humanas.
QUESTÃO 18
Durante muito tempo, considerou-se que a Filosofia
nascera por transformações que os gregos operaram na
sabedoria oriental (egípcia, caldeia e babilônica). Assim,
filósofos como Platão e Aristóteles afirmavam a origem
oriental da Filosofia.
Os gregos, diziam eles, povo comerciante e
navegante, descobriram, através das viagens, a
agrimensura dos egípcios, a astrologia dos caldeus e
dos babilônios, as genealogias dos persas, os mistérios
religiosos orientais referentes aos rituais de purificação
da alma etc. A filosofia teria nascido das transformações
que os gregos impuseram a esses conhecimentos.
RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiya, 2009.
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no
diálogo A República, de Platão, sustentava que a
correlação entre justiça e ética é resultado de
A Determinações biológicas impregnadas na natureza
humana.
B Verdades objetivas com fundamento anterior aos
interesses sociais.
C Mandamentos divinos inquestionáveis legados das
tradições antigas.
D Convenções sociais resultantes de interesses
humanos contingentes.
E Sentimentos experimentados diante de determinadas
atitudes humanas.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000. (adaptado).
As explicações contidas no texto demonstram que o
processo de consolidação da Filosofia, na Grécia Antiga,
foi consequência da
A Disputa com outras culturas pelo monopólio do saber.
B Apropriação inovadora da sabedoria de outras
culturas.
C Busca por saberes que fossem comercialmente
rentáveis.
D Subtração do conhecimento de civilizações mais
prósperas.
E Capacidade dos gregos de reproduzir invenções de
outros povos.
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QUESTÃO 19
QUESTÃO 20
A característica específica do homem em
comparação com os outros animais é que somente ele
tem o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto
e de outras qualidades morais.
A quem não basta pouco, nada basta.
EPICURO. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1985.
Remanescente do período helenístico, a máxima
apresentada valoriza a seguinte virtude:
ARISTÓTELES. Política.
A
B
C
D
E
A virtude moral é um meio-termo entre dois vícios,
um dos quais envolve o excesso e outro a deficiência,
e isso porque a sua natureza é visar à mediania nas
paixões e nos atos.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômano, livro II.
Refletindo sobre o papel da ética e da moral aristotélica na
construção da sociedade, pode-se afirmar corretamente
que
A As ações do homem no mundo independem dos
valores éticos/morais que as sociedades impõem
sobre os indivíduos.
B Apesar das diferenças entre os muitos grupos
e comunidades humanas, os códigos morais
permanecem inalterados.
C A reflexão ética se restringe à busca de conhecimentos
teóricos sobre os valores e condutas humanas em
sociedade.
D O seres humanos possuem a consciência moral, ou
seja, a capacidade de observar a própria conduta e
formular juízos, permitindo escolher seus próprios
caminhos.
E A ética está relacionada às normas que orientam
o comportamento humano e a moral se aplica ao
ramo da Filosofia que investiga os diversos sistemas
éticos.
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Esperança, tida como confiança no porvir.
Justiça, interpretada como retidão de caráter.
Temperança, marcada pelo domínio da vontade.
Coragem, definida como fortitude na dificuldade.
Prudência, caracterizada pelo correto uso da razão.
QUESTÃO 21
QUESTÃO 22
TEXTO I
Posto que as qualidades que impressionam nossos
sentidos estão nas próprias coisas, é claro que as
ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O
entendimento não tem o poder de inventar ou formar
uma única ideia simples na mente que não tenha sido
recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse
imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar,
ou tentasse formar a ideia de um aroma que nunca
cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também
que um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções
reais dos diversos sons.
Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde
meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões
como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu
fundei em princípios tão mal assegurados não podia
ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário
tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazerme de todas as opiniões a que até então dera crédito, e
começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber
firme e inabalável.
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia.
(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.)
São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se da
TEXTO II
A Reminiscência
de
ideias
originalmente
transcendentes.
B Combinação de ideias metafísicas e empíricas.
C Categorias a priori existentes na mente humana.
D Experiência com os objetos reais e empíricos.
E Relação dialética do espírito humano com o mundo.
É o caráter radical do que se procura que exige a
radicalização do próprio processo de busca. Se todo o
espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que
aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada
pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma
daquelas que foram anteriormente varridas por essa
mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).
A exposição e a análise do projeto cartesiano
indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do
conhecimento, deve-se
A Retomar o método da tradição para edificar a ciência
com legitimidade.
B Questionar de forma ampla e profunda as antigas
ideias e concepções.
C Investigar os conteúdos da consciência dos homens
menos esclarecidos.
D Buscar uma via para eliminar da memória saberes
antigos e ultrapassados.
E Encontrar ideias e pensamentos evidentes que
dispensam ser questionados.
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QUESTÃO 23
Uma conversação de tal natureza transforma o
ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça;
leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma
direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades,
sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que
são capazes, mas fogem porque receiam essa influência
poderosa, que os leva a se censurarem. E sobretudo
a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta
imprimir sua orientação.
QUESTÃO 24
Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo,
embora nossa memória possua todas as demonstrações
feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de
resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos
filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e
Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre
o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter
aprendido, não ciências, mas histórias.
ABRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera
o conhecimento, de modo crítico, como resultado da
A Investigação de natureza empírica.
B Retomada da tradição intelectual.
C Imposição de valores ortodoxos.
D Autonomia do sujeito pensante.
E Liberdade do agente moral.
DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
O texto evidencia características do modo de vida socrático,
que se baseava na
A Contemplação da tradição mítica.
B Sustentação do método dialético.
C Relativização do saber verdadeiro.
D Valorização da argumentação retórica.
E Investigação dos fundamentos da natureza.
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QUESTÃO 25
Suponha homens numa morada subterrânea, em
forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende
sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá
desde a infância, as pernas e o pescoço presos por
correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e
só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem
de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao
longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles;
entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho
ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno
muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores
de marionetes armam entre eles e o público e sobre os
quais exibem seus prestígios.
QUESTÃO 26
Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se
devia regular pelos objetos; porém todas as tentativas
para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse
nosso conhecimento, malogravam-se com esse
pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar
se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica,
admitindo que os objetos se deveriam regular pelo
nosso conhecimento.
KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado).
O trecho em questão é uma referência ao que ficou
conhecido como revolução copernicana na filosofia. Nele,
confrontam-se duas posições filosóficas que
A Assumem pontos de vista opostos acerca da natureza
do conhecimento.
B Defendem que o conhecimento é impossível,
restando-nos somente o ceticismo.
C Revelam a relação de interdependência entre os
dados da experiência e a reflexão filosófica.
D Apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia,
na primazia das ideias em relação aos objetos.
E Refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso
conhecimento e são ambas recusadas por Kant.
PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.
Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação
cultural do pensamento grego antigo, cuja ideia central,
do ponto de vista filosófico, evidencia o(a)
A Caráter antropológico, descrevendo as origens do
homem primitivo.
B Sistema penal da época, criticando o sistema
carcerário da sociedade ateniense.
C Vida cultural e artística, expressa por dramaturgos
trágicos e cômicos gregos.
D Sistema político elitista, provindo do surgimento da
pólis e da democracia ateniense.
E Teoria do conhecimento, expondo a passagem do
mundo ilusório para o mundo das ideias.
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QUESTÃO 27
QUESTÃO 28
Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças
sem querer justificá-las racionalmente, pode-se
desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois
de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto
pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi
experimentada, a de adotar crenças com base em
razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de
descobrir seu sentido último.
O cálculo, mesmo com os decimais e a álgebra, foi
adotado na Índia, onde o sistema decimal foi inventado;
mas seu uso foi desenvolvido apenas pelo capitalismo
no Ocidente, pois, na Índia, isso não levou às modernas
aritmética e contabilidade. Nem podemos dizer que
as origens da matemática e da mecânica tenham
sido determinadas pelos interesses capitalistas. Mas
a utilização técnica do conhecimento científico, tão
importante para as condições de vida da massa do povo,
foi certamente incentivada pelas condições econômicas,
estas que lhe eram extremamente favoráveis no mundo
ocidental.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002.
Platão e Aristóteles marcaram profundamente a
formação do pensamento Ocidental. No texto, é
ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os
autores que, em linhas gerais, refere-se à
A Adoção da experiência do senso comum como
critério de verdade.
B Incapacidade de a razão confirmar o conhecimento
resultante de evidências empíricas.
C Pretensão de a experiência legitimar por si mesma a
verdade.
D Defesa de que a honestidade condiciona a
possibilidade de se pensar a verdade.
E Compreensão de que a verdade deve ser justificada
racionalmente.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo.
4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2009.
A análise weberiana mostra que, no processo de
desenvolvimento capitalista, o conhecimento científico foi
A Desvinculado das habilidades técnicas originalmente
desenvolvidas.
B Expropriado da cultura oriental sem que esta fosse
reconhecida.
C Utilizado com o fim de gerar dividendos financeiros
para o povo.
D Desenvolvido segundo os critérios da racionalidade
econômica.
E Criado para atender interesses socioeconômicos
particulares.
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QUESTÃO 29
Para Platão, o que havia de verdadeiro em
Parmênides era que o objeto de conhecimento é um
objeto de razão e não de sensação, e era preciso
estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto
sensível ou material que privilegiasse o primeiro em
detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a
Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.
QUESTÃO 30
Essas longas cadeias de razões, todas simples e
fáceis, de que os geômetras costumam se utilizar para
chegar às demonstrações mais difíceis, haviam-me
dado oportunidade de imaginar que todas as coisas
passíveis de cair sob domínio do conhecimento dos
homens seguem-se umas às outras da mesma maneira
e que, contanto que nos abstenhamos somente de
aceitar por verdadeira alguma que não o seja, e que
observemos sempre a ordem necessária para deduzilas umas das outras, não pode haver, quaisquer que
sejam, tão distantes às quais não se chegue por fim,
nem tão ocultas que não se descubram.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia.
São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação entre razão e sensação,
um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão
(427–346 a.C.). De acordo com o texto, diante dessa
relação, Platão
A Estabelece um abismo intransponível entre as duas.
B Privilegia os sentidos e subordinando o conhecimento
a eles.
C Atém-se à posição de Parmênides de que razão e
sensação são inseparáveis.
D Afirma que a razão é capaz de gerar conhecimento,
mas a sensação não.
E Rejeita a posição de Parmênides de que a sensação
é superior à razão.
(DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução de Elza Moreira Marcelina. Brasília:
Editora da Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, 1989. p. 45.)
No que se refere ao método cartesiano, como visto no
texto, sabe-se que
A O conhecimento é obtido partindo-se da experiência,
isto é, da observação da natureza, e depois
generalizando os resultados de tais observações.
B Qualquer coisa que a razão humana é capaz de
conhecer pode ser alcançada, partindo-se de
verdades evidentes, e aplicando a dedução lógica a
essas verdades.
C É possível apenas obter um conhecimento
aproximado, probabilístico, acerca de qualquer
objeto, não sendo de modo algum alcançável o
conhecimento da verdade, independente do assunto
em questão.
D Independentemente das premissas das quais se
parte ao se procurar obter conhecimento sobre um
determinado assunto, a verdade sobre tal assunto
será alcançada desde que os princípios da lógica
dedutiva sejam aplicados corretamente.
E Verdades evidentes inexistem, de modo que, para
se obter conhecimento sobre qualquer assunto, é
necessário realizar longas séries de demonstrações
difíceis, como aquelas que são habitualmente
desenvolvidas pelos geômetras.
16
QUESTÃO 31
QUESTÃO 32
É verdade que nas democracias o povo parece
fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste
nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que
é independência e o que é liberdade. A liberdade é
o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um
cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não
teria mais liberdade, porque os outros também teriam
tal poder.
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).
QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1991
A característica de democracia ressaltada por
Montesquieu diz respeito
A Ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao
tomar as decisões por si mesmo.
B Ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à
conformidade às leis.
C À possibilidade de o cidadão participar no poder e,
nesse caso, livre da submissão às leis.
D Ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é
proibido, desde que ciente das consequências.
E Ao direito de o cidadão exercer sua vontade de
acordo com seus valores pessoais.
Democracia: “regime político no qual a soberania é
exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.”
APIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Uma suposta “vacina” contra o despotismo, em um
contexto democrático, tem por objetivo
A Impedir a contratação de familiares para o serviço
público.
B Reduzir a ação das instituições constitucionais.
C Combater a distribuição equilibrada de poder.
D Evitar a escolha de governantes autoritários.
E Restringir a atuação do Parlamento.
17
QUESTÃO 33
Na sociedade democrática, as opiniões de cada
um não são fortalezas ou castelos para que neles nos
encerremos como forma de autoafirmação pessoal. Não
só temos de ser capazes de exercer a razão em nossas
argumentações, como também devemos desenvolver a
capacidade de ser convencidos pelas melhores razões.
A partir dessa perspectiva, a verdade buscada é sempre
um resultado, não ponto de partida: e essa busca inclui
a conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a
controvérsia.
QUESTÃO 34
“A soberania não pode ser representada pela
mesma razão por que não pode ser alienada,
consiste essencialmente na vontade geral e a vontade
absolutamente não se representa. (...). Os deputados do
povo não são nem podem ser seus representantes; não
passam de comissários seus, nada podendo concluir
definitivamente. É nula toda lei que o povo diretamente
não ratificar; em absoluto, não é lei.”
(ROSSEAU, J.J. Do Contrato social, São Paulo,
Abril Cultural, 1973, livro III, cap. XV, p. 108-109).
SAVATER, F. As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001 (adaptado).
Rousseau, ao negar que a soberania possa ser
representada preconiza como regime político
A Um sistema misto de democracia semidireta, no qual
atuariam mecanismos corretivos das distorções da
representação política tradicional.
B A constituição de uma República, na qual os
deputados teriam uma participação política limitada.
C A democracia direta ou participativa, mantida por meio
de assembleias frequentes de todos os cidadãos.
D A democracia indireta, pois as leis seriam elaboradas
pelos deputados distritais e aprovadas pelo povo.
E Um regime comunista no qual o poder seria extinto,
assim como as diferenças entre cidadão e súdito
A ideia de democracia presente no texto, baseada na
concepção de Habermas acerca do discurso, defende
que a verdade é um(a)
A Alvo objetivo alcançável por cada pessoa, como
agente racional autônomo.
B Critério acima dos homens, de acordo com o qual
podemos julgar quais opiniões são as melhores.
C Construção da atividade racional de comunicação
entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso.
D Produto da razão, que todo indivíduo traz latente
desde o nascimento, mas que só se firma no processo
latente educativo.
E Resultado que se encontra mais desenvolvido
nos espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de
convencer os outros.
18
QUESTÃO 35
“As instâncias do Poder, que os cidadãos acreditavam
terem instalado democraticamente, estão, sob o peso da
crítica, em vias de perder sua identidade. A opinião não
lhes confere mais o certificado de conformidade que a
legitimidade deles exige. Jürgen Habermas [...] vê nessa
situação ‘um problema de regulação’. A opinião pública,
abalada em suas crenças mais firmes, não dá mais sua
adesão às regulações que o direito constitucional ou,
mais amplamente, o direito positivo do Estado formaliza”.
QUESTÃO 36
O conceito de democracia, no pensamento de
Habermas, é construído a partir de uma dimensão
procedimental, calcada no discurso e na deliberação.
A legitimidade democrática exige que o processo
de tomada de decisões políticas ocorra a partir de
uma ampla discussão pública, para somente então
decidir. Assim, o caráter deliberativo corresponde a um
processo coletivo de ponderação e análise, permeado
pelo discurso, que antecede a decisão.
(GOYARD-FABRE, Simone. O que é democracia?. Trad. de Cláudia Berliner. São Paulo:
Martins Fontes, 2003. p. 202-203.)
VITALE. D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia deliberativa.
Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre os Estados
Democráticos de Direito na contemporaneidade, é correto
afirmar que a
A Atual identidade das instâncias do poder é confirmada
pela “crítica”.
B Legalidade e legitimidade das instâncias de poder
são coincidentes nos Estados Democráticos de
Direito.
C Regulação das instituições de poder deve ser
independente da opinião pública.
D Legitimidade das instâncias de poder deve ser
baseada no direito positivo.
E Opinião pública é que deve dar legitimidade às
instâncias de poder.
O conceito de democracia proposto por Jürgen
Habermas pode favorecer processos de inclusão social.
De acordo com o texto, é uma condição para que isso
aconteça o(a)
A Participação direta periódica do cidadão.
B Debate livre e racional entre cidadãos e Estado.
C Interlocução entre os poderes governamentais.
D Eleição de lideranças políticas com mandatos
temporários.
E Controle do poder político por cidadãos mais
esclarecidos.
19
QUESTÃO 37
QUESTÃO 38
Hoje, a indústria cultural assumiu a herança
civilizatória da democracia de pioneiros e empresários,
que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido
para os desvios espirituais. Todos são livres para
dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a
neutralização histórica da religião, são livres para entrar
em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade
de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção
econômica, revela-se em todos os setores como a
liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.
O Estado é sempre visto como “todo-poderoso”; na
pior hipótese, como repressor e cobrador de impostos; na
melhor, como um distribuidor paternalista de empregos
e favores. A ação política nessa visão é, sobretudo,
orientada para a negociação direta com o governo, sem
passar pela mediação da representação. Como vimos,
até mesmo uma parcela do movimento operário na
Primeira República orientou-se nessa direção; parcela
ainda maior adaptou-se a ela na década de 1930. Essa
cultura, orientada mais para o Estado do que para a
representação, é o que chamamos de “estadania”, em
contraste com a cidadania.
A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a)
A ideia de democracia presente no texto, baseada na
concepção de Habermas acerca do discurso, defende
que a verdade é um(a)
A
B
C
D
E
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 3. ed.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 221.
O conceito de cidadania, aludido no texto do historiador
José Murilo de Carvalho, representa a
Legado social.
Patrimônio político.
Produto da moralidade.
Conquista da humanidade.
Ilusão da contemporaneidade
A Distribuição de empregos e favores pelo Estado.
B Tentativa de driblar a cobrança de impostos pelo
Estado.
C Negociação direta entre as demandas do cidadão e
o Estado.
D Fragilização do poder público representado pelo
Estado.
E Possibilidade de cada cidadão ser representado pelo
Estado
20
QUESTÃO 39
A democracia se caracteriza [...] por uma visão do
mundo baseada no respeito pelo Outro, e pelo princípio
de legalidade, do controle e da responsabilidade, do
poder, que exigem que os governantes sejam expostos
à luz pública para o efeito específico das avaliações
dos governados. [...] Porque a democracia se baseia
no princípio da confiança e da boa-fé, e não no
medo, ela sucumbe quando a esfera do público perde
transparência e se vê permeada pelo segredo e pela
mentira, que é o que ocorre quando a palavra esconde
e engana, ao invés de revelar, conforme determina o
princípio ético da veracidade.
QUESTÃO 40
Em entrevista ao jornal Democracy Now, em 2014,
a filósofa Angela Davis afirmou que algum progresso
em torno da questão das prisões americanas tem
ocorrido desde a publicação do seu livro Are Prisons
bsolete?.“Em vez de pensar em formas de reformar o
sistema penitenciário, precisamos pensar em formas
de, a longo prazo, ter menos pessoas atrás das grades
para, no futuro, termos um ambiente sem prisões, no
qual problemas sociais como analfabetismo e pobreza
não signifiquem uma trajetória direta para a cadeia”,
disse.
MOREIRA, Isabela. 4 reflexões para entender o pensamento de Angela Davis. Revista
Galileu, 25 nov. 2016. Disponível em: <http://www.revistagalileu.globo.com>.
LAFER, Celso. A mentira: um capítulo das relações entre a ética e a política. In: NOVAES,
Adauto (Org.). Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 233-235.
Acesso em: 22 mar. 2017. (adaptado)
O texto relaciona ética e democracia como referências
que respaldam a ação política e de poder, a qual é
caracterizada pelo(a)
A Correção da conduta política e afirmação do interesse
individual em detrimento do coletivo.
B Crença no princípio da legalidade e da autoridade do
Estado em detrimento dos anseios do povo.
C Restrição ao acesso à informação em consonância
com o sistema jurídico, que assegura o segredo de
Estado.
D Direito do governante de exercer o poder
autocraticamente, sem prestar contas aos seus
governados.
E Afirmação da verdade como referência ética
e submissão dos governantes à avaliação dos
governados.
A política de encarceramento em massa, criticada
por Angela Davis no contexto norte-americano, está
relacionada a problemas sociais ocasionados por uma
experiência de
A Investimento em propostas que criem práticas
integrativas e humanitárias.
B Cidadania fragilizada pelo preconceito com relação a
alguns setores sociais.
C Análise demográfica em que a maioria dos
prisioneiros são negros e latinos.
D Altruísmo estatal direcionado a segmentos sociais de
menor renda e formação.
E Inadequação de certos grupos ao trabalho regular e
ao convívio social harmonioso.
21
QUESTÃO 41
A história de todas as sociedades tem sido a história
das lutas de classe. Classe oprimida pelo despotismo
feudal, a burguesia conquistou a soberania política no
Estado moderno, no qual uma exploração aberta e direta
substituiu a exploração velada por ilusões religiosas.
A estrutura econômica da sociedade condiciona as
suas formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas
ou filosóficas. Não é a consciência do homem que
determina o seu ser, mas, ao contrário, são as relações
de produção que ele contrai que determinam a sua
consciência.
QUESTÃO 42
A incerteza e a vulnerabilidade humanas são os
alicerces de todo poder político. É contra essa dupla de
efeitos secundários da condição humana (constantes,
embora alvos de profunda indignação), contra o
medo e a ansiedade que eles tendem a gerar, que o
Estado moderno prometeu proteger seus súditos; e foi,
principalmente, dessa promessa que ele tirou sua razão
de ser, assim como a obediência e o apoio eleitoral de
seus cidadãos.
BAUMAN, Zygmunt. Danos colaterais: desigualdades sociais numa era global.
Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
(Adaptado de K. Marx e F. Engels, Obras escolhidas. São Paulo:
O texto mostra que os governos se legitimam na promessa
de trazer segurança e paz para a população. Esse pacto
político tem como pressuposto
Alfa-Ômega, s./d., vol 1, p. 21-23, 301-302.)
As proposições dos enunciados podem ser associadas
ao pensamento conhecido como
A Pensamento mítico, ligado à ação de deuses
poderosos, dentro de uma perspectiva de tempo
cíclico.
B Materialismo histórico, que concebe a História a partir
da luta de classes e da determinação das formas
ideológicas pelas relações de produção.
C Positivismo, que encara a História como um conjunto
de dados quantificáveis e dispostos em ordem
cronológica.
D Teocentrismo,
reafirmando
uma
concepção
providencialista e linear da História.
E História social, com ênfase nas mentalidades e
cotidiano das civilizações antigas.
A
B
C
D
E
22
A luta por maior espaço nas decisões políticas.
A aceitação resignada de medidas impopulares.
O papel do Estado como mediador dos conflitos.
A recusa de governos com tendências autoritárias.
O receio de que haja corrupção nas gestões públicas
QUESTÃO 43
Nosso conhecimento científico “está começando
a nos capacitar a interferir diretamente nas bases
biológicas ou psicológicas da motivação humana, por
meio de drogas ou por seleção ou engenharia genética,
ou usando dispositivos externos que interferem no
cérebro ou nos processos de aprendizagem”, escreveram
recentemente os filósofos Julian Savulescu e Ingmar
Persson. [...] James Hughes, especialista em bioética
[...], defendeu o aprimoramento moral, afirmando que
ele deve ser voluntário e não coercitivo. “Com a ajuda
da ciência, poderemos descobrir nossos caminhos para
a felicidade e virtude proporcionadas pela tecnologia”.
QUESTÃO 44
O justo e o bem são complementares no sentido
de que uma concepção política deve apoiar-se em
diferentes ideias do bem. Na teoria da justiça como
equidade, essa condição se expressa pela prioridade
do justo. Sob sua forma geral, esta quer dizer que as
ideias aceitáveis do bem devem respeitar os limites da
concepção política de justiça e nela desempenhar um
certo papel.
RAWLS, J. Justiça e democracia. São Paulo: Martins Fontes, 2000 (adaptado).
Segundo Rawls, a concepção de justiça legisla sobre
ideias do bem, de forma que
A As ações individuais são definidas como
efeitos determinados por fatores naturais ou
constrangimentos sociais.
B O estudo da origem e da história dos valores morais
concluem a inexistência de noções absolutas de bem
e mal.
C O próprio estatuto do homem como centro do
mundo é abalado, marcando o relativismo da época
contemporânea.
D As intenções e bens particulares que cada indivíduo
almeja alcançar são regulados na sociedade por
princípios equilibrados.
E P homem é compreendido como determinado e livre
ao mesmo tempo, já que a liberdade limita-se a um
conjunto de condições objetivas.
Rosner, Hillary. “Seria bom viver para sempre?”.
Disponível em: <www.sciam.com.br> Acesso em: out. 2016.
As possibilidades tecnológicas descritas no texto permitem
afirmar que
A O aprimoramento visado pelos pesquisadores
desvaloriza o progresso técnico no campo
neurocientífico.
B Tais interferências técnicas somente seriam
possibilitadas sob um regime político totalitário.
C Ideais espiritualistas de meditação permitem
concentração intensa da mente.
D O caráter voluntário dos experimentos elimina a
existência de controvérsias de natureza ética.
E Os recursos científicos estão direcionados ao
aperfeiçoamento técnico da espécie humana.
23
QUESTÃO 45
A crítica é uma questão de distância certa. O olhar hoje
mais essencial, o olho mercantil que penetra no coração
das coisas, chama-se propaganda. Esta arrasa o espaço
livre da contemplação e aproxima tanto as coisas,
coloca-as tão debaixo do nariz quanto o automóvel que
sai da tela de cinema e cresce, gigantesco, tremeluzindo
em direção a nós. E, do mesmo modo que o cinema não
oferece móveis e fachadas a uma observação crítica
completa, mas dá apenas a sua espetacular, rígida e
repentina proximidade, também a propaganda autêntica
transporta as coisas para primeiro plano e tem um ritmo
que corresponde ao de um bom filme.
QUESTÃO 46
Galileu, que detinha uma verdade científica
importante, abjurou-a com a maior facilidade, quando
ela lhe pôs a vida em perigo. Em um certo sentido, ele
fez bem. Essa verdade valia-lhe a fogueira. Se for a
Terra ou o Sol que gira em torno um do outro é algo
profundamente irrelevante. Resumindo as coisas, é
um problema fútil. Em compensação, vejo que muitas
pessoas morrem por achar que a vida não vale a pena
ser vivida. Vejo outras que se fazem matar pelas ideias
ou ilusões que lhes proporcionam uma razão de viver
(o que se chama de razão de viver é, ao mesmo tempo,
uma excelente razão de morrer). Julgo, portanto, que o
sentido da vida é a questão mais decisiva de todas. E
como responder a isso?
BENJAMIN, W. Rua de mão única: infância berlinense – 1900.
Belo Horizonte: Autêntica, 2013 (adaptado).
CAMUS, A. O mito de Sísifo: ensaio sobre o absurdo.
O texto apresenta um entendimento do filósofo Walter
Benjamin, segundo o qual a propaganda dificulta o
procedimento de análise crítica em virtude do(a)
A Caráter ilusório das imagens.
B Evolução constante da tecnologia.
C Aspecto efêmero dos acontecimentos.
D Conteúdo objetivo das informações.
E Natureza emancipadora das opiniões.
Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).
O texto apresenta uma questão fundamental, na
perspectiva da filosofia contemporânea, que consiste na
reflexão sobre os vínculos entre a realidade concreta e a
A
B
C
D
E
24
Condição da existência no mundo.
Abrangência dos valores religiosos.
Percepção da experiência no tempo.
Transitoriedade das paixões humanas.
Insuficiência do conhecimento empírico.
QUESTÃO 47
Os produtos e seu consumo constituem a meta
declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta
foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade,
como expectativa de que o homem poderia dominar a
natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em
programa anunciado por pensadores como Descartes
e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu
“de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo
humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de
enriquecer sua vida, física e culturalmente.
QUESTÃO 48
O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros
ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se
quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o
centro; você pode chamá-lo, se quiser, de alojamento
do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a
indústria revigorada; a instrução difundida; os encargos
públicos aliviados; a economia assentada, como deve
ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres
não cortado, mas desfeito — tudo por uma simples ideia
de arquitetura!
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia.
BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).
Essa é a proposta de um sistema conhecido como
panóptico, um modelo que mostra o poder da
disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido
preferencialmente por mecanismos
A Religiosos, que se constituem como um olho divino
controlador que tudo vê.
B Ideológicos, que estabelecem limites pela alienação,
impedindo a visão da dominação sofrida.
C Repressivos, que perpetuam as relações de
dominação entre os homens por meio da tortura
física.
D Sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por
meio do olhar como instrumento de controle.
E Consensuais, que pactuam acordos com base na
compreensão dos benefícios gerais de se ter as
próprias ações controladas.
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e
Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como
uma forma de saber que almeja libertar o homem das
intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação
científica consiste em
A Expor a essência da verdade e resolver
definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
B Oferecer a última palavra acerca das coisas que
existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
C Ser a expressão da razão e servir de modelo para
outras áreas do saber que almejam o progresso.
D Explicitar as leis gerais que permitem interpretar a
natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
E Explicar a dinâmica presente entre os fenômenos
naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
25
QUESTÃO 49
Em um documento rubricado pela Rede Global de
Academias de Ciência (IAP), um grupo de pensadores
da comunidade científica com sede em Trieste (Itália)
que engloba 105 academias de todo o mundo alerta pela
primeira vez sobre os riscos do consumo nos países
do Primeiro Mundo e a falta de controle demográfico,
principalmente nas nações em desenvolvimento. Na
declaração da comunidade científica se indica que as
pautas de consumo exacerbado do Primeiro Mundo
estão se deslocando perigosamente para os países em
desenvolvimento: os milhões de telefones celulares e
toneladas de “junk food” que invadem os lares pobres
são claros indicadores dessa problemática. A ausência
nos países pobres de políticas de planejamento familiar
ou de prevenção de gravidezes precoces acaba de
configurar um sombrio cenário de superpopulação.
“Trata-se de dois problemas convergentes que pela
primeira vez analisamos de forma conjunta”, afirma
García Novo.
QUESTÃO 50
Quando ninguém duvida da existência de um
outro mundo, a morte é uma passagem que deve ser
celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da
Idade Média tem a convicção de não desaparecer
completamente, esperando a ressurreição. Pois nada
se detém e tudo continua na eternidade. A perda
contemporânea do sentimento religioso fez da morte
uma provação aterrorizante, um trampolim para as
trevas e o desconhecido.
DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos nossos medos.
São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado)..
Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm
lidado com a morte, o autor considera que houve um
processo de
A Mercantilização das crenças religiosas.
B Transformação das representações sociais.
C Disseminação do ateísmo nos países de maioria
cristã.
D Diminuição da distância entre saber científico e
eclesiástico.
E Amadurecimento da consciência ligada à civilização
moderna.
(Francho Barón. El País, 16.06.2012. Adaptado.).
Um dos problemas relatados no texto está relacionado
com
A A supremacia de tendências estatais de controle
sobre a economia liberal.
B O aumento do nível de pobreza nos países
subdesenvolvidos.
C A hegemonia do planejamento familiar nos países do
Terceiro Mundo.
D O declínio dos valores morais e religiosos na era
contemporânea.
E O irracionalismo das relações de consumo no mundo
atual.
26
RESOLUÇÕES
Resolução 01
Durante muito tempo, dentro de uma perspectiva emi­
nentemente liberal, tinha-se a valorização da liberdade
individual como elemento principal a ser considerado pela
sociedade. Outros olhares mais contemporâneos, porém,
ressaltam a ligação da liberdade individual como existente
apenas caso garantida a liberdade de toda a coletividade, bem
como valores políticos derivados da ética e responsabilidade
social.
visar o bem-estar dos indivíduos enquanto grupo social, a partir
da reflexão acerca das consequências previsíveis dessas ações.
Já o conceito de sustentabilidade define que as ações humanas
em prol do desenvolvimento econômico e tecnológico das
sociedades, a partir de recursos da natureza, devem se dar sem
comprometer a disponibilidade desses recursos a longo prazo,
de modo a possibilitar a sua utilização pelas gerações futuras.
Assim, ao agregar a ideia de sustentabilidade à prática da ética
da responsabilidade, entende-se que as ações individuais
desejáveis são aquelas que têm como efeito a manutenção
dos recursos que possibilitam a vida das próximas gerações..
Resolução 02
Resolução 08
Resposta Correta: D
Resposta Correta: A
Resposta Correta: C
A alternativa A é a única correta. Bioética corresponde ao
campo de estudo que se coloca exatamente na interface
entre a vida e a ética. Questões como as pesquisas de célulastronco, clonagem, manipulação genética e eutanásia põem
em questão verdades morais dos seres humanos. As reflexões
bioéticas tentam, exatamente, refletir sobre até que ponto é
eticamente plausível de se interferir na vida ou não.
No texto da figura, a ética é resultado de uma relação do
indivíduo consigo, que no trato das questões cotidianas, toma
uma decisão de não aceitar condutas que considera ser injusta.
O interessante da questão é que essa decisão individual tem
resultados políticos, na medida em que contradiz condutas
tradicionalmente comuns de nossa sociedade.
Resolução 09
Resolução 03
Resposta Correta: B
Resposta Correta: D
A tecnologia moderna não somente deu ao homem novas
possibilidades de vida, mas também ameaça sua própria
existência. Assim é que, para garantir a sobrevivência de
gerações futuras, o homem contemporâneo deve ter como
princípio a responsabilidade por suas escolhas.
DaMatta aborda o “jeitinho brasileiro” como um elemento da
cultura de uma sociedade cujas leis são feitas para ampliar as
diferenças sociais e retrata a forma de ser de um povo que
encontra nessas “artimanhas” cotidianas uma alternativa às
proibições formais.
Resolução 10
Resolução 04
Resposta Correta: D
Resposta Correta: B
O aluno deve identificar que as situações citadas pelo
texto envolvem dilemas que se relacionam a padrões de
comportamentos tidos como certos ou errados. Esses padrões
se tornam objeto de reflexão filosófica na medida em que estão
associados ao conjunto de valores morais de um indivíduo
ou de um grupo de indivíduos, sendo do domínio da ética o
entendimento e a problematização desses valores e de como
eles motivam e/justificam os modos de agir dos indivíduos.
A ética proposta pelo autor determina o aprimoramento
espiritual e individual como a dimensão da vida humana mais
relevante para atingir a felicidade plena.
Resolução 05
Resposta Correta: D
O texto faz referência à filosofia de Jeremy Bentham, um
dos maiores filósofos da corrente chamada de utilitarismo.
Segundo esse estilo de pensamento filosófico, as ações
devem ser orientadas pela maximização da felicidade e da
utilidade prática dos indivíduos. Tal raciocínio está vinculado a
uma racionalidade pragmática, ou seja, que avalia as ações de
acordo com determinado critério de aumento geral de bemestar. .
Resolução 11
Resposta Correta: D
A questão aborda a noção da gênese do universo. Apesar da
explicação racional ter suas fundamentações dentro do tempo
histórico, os dois excertos citam a gênese universal ligada a
um princípio originário unitário. No primeiro texto, de origem
grega, a origem é um elemento da natureza, o ar. No segundo,
de origem medieval, Deus é o princípio unitário.
Resolução 06
Resposta Correta: B
De acordo com o autor, o exercício da democracia reduz-se ao
ato de votar, em razão da influência da cultura organizacional,
tipicamente empresarial, presente na sociedade. Por mais que
o exercício cidadão seja firmado em uma dimensão individual
da vida social, a sua condição de existência está intimamente
ligada àquilo que pertence ao coletivo. O texto faz uma
crítica à perda dessa dimensão, na medida em que sugere a
particularização e a individualização do senso de cidadania.
Resolução 12
Resolução 07
Resolução 13
Resposta Correta: A
O epicurismo é um sistema da filosofia grega criado por
Epicuro de Samos no século IV a.C. Sua teoria fundamental é
encontrar a felicidade, buscar a saúde da alma, lembrando que
o sentido da vida é o prazer, objetivo imediato de cada ação
humana, considerando sem sentido as angústias em relação à
morte e a preocupação com o destino.
Resposta Correta: E
Resposta Correta: C
O texto expressa a concepção do conceito de ética da
responsabilidade, formulado por Hans Jonas, como paradigma
para a orientação das ações humanas. Esse conceito estabelece
uma moral coletiva, segundo a qual as ações individuais devem
Para Aristóteles, no texto exposto, a felicidade é o bem maior
do indivíduo, que tem por conjunto maior a saúde, os bens e
mesmo as pessoas a quem amamos. Logo, a felicidade seria
algo dos sentidos e de domínio pessoal físico.
27
RESOLUÇÕES
Resolução 14
Os textos denotam que a formulação do conhecimento não
se pode pausar em parâmetros estáticos e inquestionáveis. Ao
contrário, é preciso questionar as antigas ideias e concepções
na busca de um novo conhecimento.
Resposta Correta: B
O pensamento político aristotélico compreende a atividade
política a elevadas condições de moralidade e virtude, as quais
exigiam condições econômicas elevadas, educação esmerada
e principalmente o ócio, pré-requisitos que excluíam a grande
maioria da população que se dedicava ao trabalho para garantir
sua sobrevivência. Portanto o filósofo acaba defendendo a
atividade política como um apanágio da nobreza ao mesmo
tempo em que justificava a hierarquia social da sociedade.
Resolução 22
Resposta Correta: D
John Locke é um dos principais representantes do empirismo.
Segundo ele, as ideias são resultado da experiência humana,
exatamente como apresenta a alternativa D.
Resolução 23
Resolução 15
Resposta Correta: B
Resposta Correta: C
O método socrático é também conhecido como método
dialético. Fazendo perguntas a seu interlocutor, Sócrates tinha
a intenção que de que este chegasse a um estado de aporia,
para depois poder gerar às suas próprias ideias das coisas.
O filósofo alemão Nietzsche, descontinuou a filosofia na
segunda metade do século XIX, recaracterizando-a sob seu
olhar crítico, em face do período efervescente que vivia o
mundo da Segunda Revolução Industrial. Nietzsche revisou
conceitos da filosofia em todos os tempos. Na questão, a
reanálise é sobre o surgimento da filosofia entre os gregos,
onde Nietzsche afirma a busca racional para o surgimento de
tudo o que existe.
Resolução 24
Resposta Correta: D
Descartes é um dos principais filósofos racionalistas. Assim
sendo, para ele, o conhecimento é resultado de investigações
autônomas do ser pensante, único capaz de chegar a conceitos
verdadeiros.
Resolução 16
Resposta Correta: A
A evolução política grega teve como fundamentação a adoção
de leis para garantir a liberdade, a propriedade e a igualdade.
O princípio da isonomia defende a igualdade dos cidadãos
perante as leis, mesmo percebendo que a condição de
cidadania era limitada a poucos.
Resolução 25
Resposta Correta: E
A alegoria da caverna de Platão expressa uma concepção
do processo de conhecimento no qual o indivíduo deveria
superar as aparências ilusórias do mundo sensível para chegar
às verdades puras, apenas disponíveis no mundo das ideias e
alcançáveis através da reflexão filosófica.
Resolução 17
Resposta Correta: D
Os sofistas foram os filósofos que entendiam a importãncia
do discurso na vida política e social. Protágoras afirmava que
o “Homem é a medida de todas as coisas”. Diferentemente
da filosofia de Sócrates e de Platão, os sofistas relativizavam
questões como ética e justiça
Resolução 26
Resposta Correta: A
Primeiro, distingamos entre os tipos de juízos que Kant considera
sermos capazes de fazer. Eles são três: 1) juízos analíticos (ou
aqueles juízos nos quais já no sujeito encontramos o predicado,
ou seja, juízos tautológicos e, por conseguinte, dos quais não
se obtém nenhum tipo de conhecimento); 2) juízos sintéticos
a posteriori (ou aqueles juízos nos quais a experiência sensível
está presente e se faz parte decisiva do julgamento, ou seja,
juízos particulares e contingentes); e 3) juízos sintéticos a priori
(ou aqueles juízos nos quais o predicado não está contido no
sujeito e a experiência não constitui alguma parte decisiva do
conteúdo, ou seja, juízos nos quais se obtém conhecimento
sobre algo, porém sem que a experiência seja relevante para
a conclusão obtida, o que faz desse tipo de juízo universal e
necessário).
Resolução 18
Resposta Correta: B
O caráter inovador dos gregos na construção da Filosofia
está presente na capacidade de combinar bem as influências
culturais de outros povos com a sua experiência histórica,
marcada pelo desenvolvimento da política e da reflexão
racional. Dessa forma, a Filosofia foi o resultado da
reapropriação grega dos saberes desenvolvidos em outras
culturas, e não uma mera reprodução.
Resolução 19
Resposta Correta: D
Segundo, lembremos que Kant afirmava que a matemática e a
física realizam justamente o último tipo de juízo mencionado.
Ele, então, se perguntava se a metafísica também não era
capaz de realizar esse tipo de juízo. Para solucionar esta
questão: “é possível uma metafísica baseada em juízos
sintéticos a priori?”, o filósofo irá modificar o ponto de vista da
investigação se inspirando em Copérnico, isto é, considerando
o objeto não através daquilo que a experiência sensível expõe,
porém a partir da possibilidade de a faculdade mesma de
conhecer constituir a priori o objeto – o astrônomo fez algo
similar quando, em vez de calcular o movimento dos corpos
celestes através dos dados da experiência sensível, calculou
esses movimentos através da suposição de que o próprio
observador (o homem sobre a Terra) se movia. Esse a priori
que Kant formula se encontra nas formas da sensibilidade, nas
Os textos indicam que os seres humanos são dotados de
consciência moral, isto é, a faculdade de observar os próprios
atos, formar juízos sobre sua conduta e, assim, escolherem os
próprios caminhos na vida.
Resolução 20
Resposta Correta: C
Os textos indicam que os seres humanos são dotados de
consciência moral, isto é, a faculdade de observar os próprios
atos, formar juízos sobre sua conduta e, assim, escolherem o
Resolução 21
Resposta Correta: B
28
RESOLUÇÕES
categorias do entendimento e no esquematismo, isto é, na sua
filosofia transcendental, ou na sua filosofia sobre as condições
de possibilidade do próprio conhecimento.
a multiplicidade das coisas sensíveis a uma unidade; ser eterna,
por não se submeter ao ciclo de geração e degeneração das
coisas do mundo sensível.
Resolução 27
Resolução 30
Resposta Correta: D
Resposta Correta: B
Segundo Weber, o desenvolvimento capitalista era
caracterizado pela ampla racionalização da vida social,
inclusive das atividades econômicas.
No texto do enunciado, Descartes demonstra a sua confiança
na razão para conhecer as coisas verdadeiras, por mais ocultas
que estejam, desde que seja utilizado um método adequado de
dedução lógica. Tal concepção racionalista é bem apresentada
somente na alternativa B.
Resolução 28
Resposta Correta: E
Resolução 31
Depois de Platão e Aristóteles devemos compreender que a
simples aceitação de uma crença qualquer é uma escolha, é
um procedimento arbitrário e não mais uma posição mística
agraciada por deus ou deuses misteriosos. A respeito do
surgimento da filosofia e seu relacionamento com o discurso
mítico podemos dizer que existe sempre uma tensão tanto
estabelecida pela oposição quanto pelo confronto – pensando
a oposição como estabelecimento de métodos e temas
absolutamente distintos e o confronto como embate sobre
os temas similares. Os filósofos não eram sacerdotes e nem
defensores de explicações misteriosas sobre os fenômenos
naturais. É importante compreender que se iniciava nessa
época uma reflexão sistemática empenhada em estabelecer
um conhecimento que não proviesse da inspiração divina,
porém da argumentação pública e da comprovação factual
dos argumentos – e a modificação da maneira através da qual
as comunidades gregas se estabeleciam (a passagem de uma
grande organização fundada em um líder para a pluralidade
de líderes de comunidades menores) contribuiu muito para
a valorização desse método dialógico de argumentação
que exigia a responsabilização do manifestante e, por
conseguinte, uma sensatez, que não era prioridade em uma
explicação mítica. Enfim, vale indicar por último que apesar
de a passagem do mito para o lógos ter sido gradual, afinal
é muito difícil que aquilo que sustenta uma comunidade seja
alterado rapidamente, esta morosidade da substituição não
é necessariamente devida a uma proximidade entre mito e
filosofia. A relação entre ambas existe, porém ela é sempre
problemática e instaurada através da tensão.
Resposta Correta: D
No texto do enunciado, Descartes demonstra a sua confiança
na razão para conhecer as coisas verdadeiras, por mais ocultas
que estejam, desde que seja utilizado um método adequado de
dedução lógica. Tal concepção racionalista é bem apresentada
somente na alternativa B.
Resolução 32
Resposta Correta: B
As concepções políticas do iluminismo traçam perfis de
orientações burguesas. Tentando derrubar a estrutura do
absolutismo, as noções filosóficas levavam aos questionamentos
racionais sobre os abusos do poder monárquico absoluto, mas
tinham a preocupação de limitar os direitos de cidadania aos
grupos sociais marginalizados.
Resolução 33
Resposta Correta: C
O autor destaca, no texto, o papel da comunicação entre
indivíduos como fundamental na busca pela verdade, o
que está de acordo com a concepção de Habermas de
racionalidade comunicativa, a qual pressupõe o diálogo
coletivo como caminho intelectual para obter verdades.
Assim, o conhecimento verdadeiro se daria a partir da troca
de argumentos baseados na razão, na qual o mais bem
fundamentado prevaleceria.
Resolução 34
Resposta Correta: C
Resolução 29
Para Rousseau o soberano é o povo, entendido como vontade
geral, pessoal moral e coletiva livre e corpo político de
cidadãos. Os indivíduos, pelo contrato, criaram-se a si mesmos
como povo e é a este que transferem os direitos naturais para
que sejam transformados em direitos civis. Assim sendo, o
governante não é o soberano, mas sim o representante da
soberania popular.
Resposta Correta: D
A filosofia de Platão é resultado de um trabalho de reflexão
intenso e extenso, de modo que as questões durante os
inúmeros diálogos por ele escritos são respondidas de
maneiras distintas. Porém, Platão possui uma questão de
fundo que se refere ao problema da identidade – resquício da
tradição conflituosa de Parmênides e Heráclito –, a saber: o
que é, é sempre idêntico a si mesmo, ou é sempre distinto?
O mundo verdadeiro é uma totalidade sempre permanente,
ou uma totalidade sempre efêmera? A concepção sobre Ideias
que Platão fórmula atende, em geral, essas questões e busca
demonstrar como o sensível apesar de expor uma realidade
impermanente, possui um fundamento permanente. As Ideias
são verdadeiras, a realidade sensível é apenas uma aparência
passageira dessa realidade.
Resolução 35
Resposta Correta: E
A resposta da questão encontra-se no próprio enunciado. “A
opinião não lhes confere mais o certificado de conformidade
que a legitimidade deles exige.” Nesta afirmação é possível
perceber como é a opinião pública que deve dar legitimidade
às instâncias de poder.
Resolução 36
A realidade inteligível (mundo das Ideias, das Formas), na
qual se encontram as essências, o Ser de cada coisa existente.
Uma realidade alcançável apenas pelos “olhos da alma”, pois
é observada apenas pelo esforço da razão. Exatamente por
ser inteligível, essa realidade tem como características: ser
metafísica, isto é, imaterial, ou incorpórea; ser una, isto é, reduz
Resposta Correta: B
O texto de Habermas defende a necessidade de um amplo
debate público que anteceda as tomadas de decisão em
uma sociedade democrática. Assim, nessa concepção, a
participação política está além da mera escolha de candidatos
29
RESOLUÇÕES
em uma eleição.
vista técnico, através da intervenção nas estruturas fisiológicas
e cognitivas humanas, o que só foi possível com o advento de
mecanismos desenvolvidos pela ciência.
Resolução 37
Resposta Correta: E
Resolução 44
Na contemporaneidade, a indústria cultural, ao padronizar a
produção cultural, produz a ilusão de que os indivíduos estão
escolhendo o que vão consumir. No entanto, isso é um efeito
da ideologia, uma vez que todos os produtos são massificados
e extremamente parecidos entre si.
Resposta Correta: D
A concepção de justiça de Rawls, pensador pertencente à
tradição liberal, parte de uma crítica à filosofia utilitarista, sendo
a base da sua teoria da justiça como equidade o entendimento
da relação entre a ideia de bem e a justiça, como se observa no
trecho “as ideias aceitáveis do bem devem respeitar os limites
da concepção política de justiça”. Para ele, a ideia de bem deve
estar associada à justiça, de modo que a prioridade da justiça
sobre o bem seja garantida. A partir dessa perspectiva, Rawls
entende que os indivíduos que compõem a sociedade, em
sua condição natural de liberdade e igualdade, buscam suas
aspirações e bens particulares, sendo necessário estabelecer
princípios reguladores que deverão reger a sociedade e
garantir a justiça, através de um contrato social.
Resolução 38
Resposta Correta: E
O Estado Novo teve como principais marcas o autoritarismo e
a tutela de amplos setores da sociedade brasileira, sobretudo
da classe trabalhadora, por intermédio do Ministério do
Trabalho. No fragmento do texto, a cidadania está relacionada
à possibilidade de representatividade do cidadão pelo poder
Legislativo.
Resolução 39
Resolução 45
Resposta Correta: E
Resposta Correta: A
O jogo democrático somente é capaz de se consolidar
quando pensado como expressão dos interesses coletivos e
quando a classe política e os cidadãos comuns agem de forma
responsável e em consonância com o princípio da legalidade.
O texto reflete a percepção dos pensadores do movimento
filosófico da Escola de Frankfurt, do qual Walter Benjamin é
um dos mais importantes representantes, acerca do modo
como as estruturas capitalistas manipulam a produção cultural,
a fim de dominar a produção do pensamento social. A Teoria
Crítica, a partir da qual Walter Benjamin analisa a propaganda,
destaca o caráter espetacularizado que os objetos assumem, o
que dificulta a análise autônoma e objetiva do que é exibido,
levando à uma percepção ilusória das imagens. Uma possível
dúvida poderia surgir a partir da proposta da alternativa “b”,
no entanto, o que dificulta a prática do pensamento crítico
não é o avanço tecnológico em si, mas a apresentação dessa
tecnologia de forma distorcida em relação à realidade.
Resolução 40
Resposta Correta: B
Angela Davis analisa o sistema penitenciário americano como
um complexo industrial de prisões, isto é, um negócio lucrativo
desenvolvido a partir da lógica repressiva, disciplinadora
e, principalmente, baseado em uma cultura racista e
preconceituosa. O processo tem origem no período da pósemancipação nos Estados Unidos, em que leis de caráter
segregacionista, como a 13a Emenda (que proibia a submissão
de qualquer pessoa à escravidão, salvo em caso de punição por
um crime praticado) foram utilizadas para restringir o acesso a
direitos e oportunidades. A associação do negro com o mundo
do crime seria uma forma de legitimar seu encarceramento,
condição pela qual seria impossibilitado de viver democracia
e cidadania plenas. Daí a população carcerária americana
ter sido composta historicamente por maioria negra, latina e
pobre.
Resolução 46
Resposta Correta: A
O texto propõe uma reflexão filosófica que transcende a
questão da vida em si mesma, passando a considerar a questão
das condições em que a vida se dá, a partir das razões que
atribuem sentido à ela, o que está de acordo com a alternativa A.
Resolução 47
Resolução 41
Resposta Correta: A
Resposta Correta: B
Em geral, a ciência estabelece um método de pesquisa
racional que busca a construção coletiva de conhecimentos
refletidos e seguros sobre a variedade da natureza, e, também,
de conhecimentos esclarecedores sobre os fenômenos que
nos parecem familiares. Sendo assim, a ciência possui uma
base racional fundante a qual todo homem pode ter acesso e,
desse modo, todos podem participar. Ela possui, além disso,
como objeto de pesquisa a perplexidade do homem perante
a variância de alguns fenômenos naturais e a permanência
de outros, e como objetivo da pesquisa harmonizar estas
diferenças em equilíbrios dinâmicos através de conceitos e
sistemas de conceitos justificados da melhor maneira possível,
isto é, pela construção de experimentos controlados e
avaliações imparciais.
O enunciado reflete o pensamento marxista no que tange ao
conceito de lutas de classes.
Resolução 42
Resposta Correta: C
O texto aborda um dos fundamentos principais do Estado
moderno, que é a sua capacidade de resolver os conflitos
humanos, como a violência urbana. Por isso, muitos governantes
conseguem legitimar seus mandatos e suas decisões políticas
utilizando-se do “medo” e da “esperança” popular. Medo de
que alguém atente contra sua vida e seus bens e a esperança
de que o Estado possa intervir se tal fato vier a acontecer.
Resolução 43
Resolução 48
Resposta Correta: E
Resposta Correta: D
O texto aborda o progresso científico e suas implicações para
a espécie humana, apontando que o domínio das ciências pelo
homem levou à uma busca pelo aperfeiçoamento do ponto de
J. Bentham, filósofo utilitarista britânico, elabora uma teoria da
pena e do cárcere que instauraria, em nome da segurança de
30
RESOLUÇÕES
todos e de suas liberdades individuais, uma vigilância técnica
capaz de observar todos – tal noção é criticada pelo filósofo
francês M. Foucault. Para o filósofo inglês “O progresso
é a lei da história da humanidade: essa, por adquirir mais
conhecimentos e aperfeiçoar seus meios técnicos, adquire
também mais riquezas e serenidade e, por conseguinte, maior
felicidade e segurança. A felicidade e a segurança devidas à
extensão das “luzes” – noções descobertas pelo século XVIII,
com muita hesitação e dúvida – irão se tornar lugares-comuns
no século seguinte. A crença na eficácia das ciências da
natureza e de uma possível ciência da sociedade reforça tais
ideias e lhes oferece uma legitimação”.
Resolução 49
Resposta Correta: E
É evidente que um dos problemas relatados no texto citado
refere-se ao consumo desgovernado. Não apenas o consumo
dos cidadãos impulsivo nos países desenvolvidos, porém
nos países em crescimento também a irracionalidade é
presente no momento da compra e da utilização dos produtos
industriais. A liberdade do cidadão para consumir e satisfazer
suas vontades de modo desmoderado faz-se a partir do
momento que o desenvolvimento dos países pobres garante
a certa classe uma quantidade monetária suficiente para
participar do mercado e comprar mercadorias e serviços. A
ausência de programas educacionais coesos e coerentes
nesses países em desenvolvimento acaba criando problemas,
dois deles mencionados no texto, a saber: 1) o consumo sem
planejamento baseado unicamente na satisfação de desejos
supérfluos; e 2) uma economia familiar organizada de acordo
com essa satisfação dos desejos supérfluos.
Resolução 50
Resposta Correta: B
A crença na vida eterna é certamente um conforto que livra
o homem das suas preocupações com a morte. O crente
pode celebrar a morte como um momento de revelação e
acolhimento. Todavia, se, por um lado, o crente não necessita
temer a morte, porque ela é passagem para algo maior e
melhor, por outro, ele necessita temer o julgamento que lhe
condenará ou lhe inocentará. O homem contemporâneo
pode não ter a crença na vida eterna, porém também não
possui o fardo do pecado. As trevas e o desconhecido não
são exatamente exclusividades nossas, e a morte pode ser
também uma “provação aterrorizante” para o homem da
Idade Média. As transformações de nossas crenças individuais
não necessariamente modificaram com radicalidade nosso
relacionamento com a morte.
31
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