A I F O S O L I F QUESTÃO 01 QUESTÃO 02 Panayiotis Zavos “quebrou” o último tabu da clonagem humana – transferiu embriões para o útero de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer”, declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, podemos ter um bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um bebê clonado saudável ao mundo.” Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim, a ética adquire um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente, com a política, entendida esta como a área de avaliação dos valores que atravessam as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si. SEVERINO, A. J. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1992 (adaptado). O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo de formação da ética na sociedade contemporânea, ressalta CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado). A clonagem humana é um importante assunto de reflexão no campo da bioética que, entre outras questões, dedica-se a A Refletir sobre as relações entre o conhecimento da vida e os valores éticos do homem. B Legitimar o predomínio da espécie humana sobre as demais espécies animais no planeta. C Relativizar, no caso da clonagem humana, o uso dos valores de certo e errado, de bem e mal. D Legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os processos de reprodução humana e animal. E Fundamentar técnica e economicamente as pesquisas sobre células-tronco para uso em seres humanos. A Os conteúdos éticos decorrentes das ideologias político-partidárias. B O valor da ação humana derivada de preceitos metafísicos. C A sistematização de valores desassociados da cultura. D O sentido coletivo e político das ações humanas individuais. E O julgamento da ação ética pelos políticos eleitos democraticamente. 2 QUESTÃO 03 QUESTÃO 04 Nossa felicidade depende daquilo que somos, de nossa individualidade; enquanto, na maior parte das vezes, levamos em conta apenas a nossa sorte, apenas aquilo que temos ou representamos. Pois, o que alguém é para si mesmo, o que o acompanha na solidão e ninguém lhe pode dar ou retirar, é manifestamente mais essencial para ele do que tudo quanto puder possuir ou ser aos olhos dos outros. Um homem espiritualmente rico, na mais absoluta solidão, consegue se divertir primorosamente com seus próprios pensamentos e fantasias, enquanto um obtuso, por mais que mude continuamente de sociedades, espetáculos, passeios e festas, não consegue afugentar o tédio que o martiriza. É alarmante constatar que a legislação diária do Brasil é uma regulamentação do “não pode”, a palavra “não” que submete o cidadão ao Estado, sendo usada de forma geral e constante. Ora, é precisamente por tudo isso que conseguimos descobrir e aperfeiçoar um modo, um jeito, um estilo de navegação social que passa sempre nas entrelinhas desses peremptórios e autoritários “não pode!”. Assim, entre o “pode” e o “não pode”, escolhemos, de modo chocantemente antilógico, mas singularmente brasileiro, a junção do “pode” com o “não pode”. DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? 12. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. No texto anterior, Roberto DaMatta discorre sobre uma prática socialmente enraizada na cultura brasileira conhecida como A B C D E (Schopenhauer. Aforismos sobre a sabedoria de vida, 2015. Adaptado.) Com base no texto, é correto afirmar que a ética de Schopenhauer A Corrobora os padrões hegemônicos de comportamento da sociedade de consumo atual. B Valoriza o aprimoramento formativo do espírito como campo mais relevante da vida humana. C Valoriza preferencialmente a simplicidade e a humildade, em vez do cultivo de qualidades intelectuais. D Prioriza a condição social e a riqueza material como as determinações mais relevantes da vida humana. E Realiza um elogio à fé religiosa e à espiritualidade em detrimento da atração pelos bens materiais. Autoritarismo excludente. Ética do meio termo. Democracia racial. Jeitinho brasileiro. Corrupção ativa. 3 QUESTÃO 05 QUESTÃO 06 Passamos de uma sociedade política a uma sociedade organizacional, entendida esta última como uma sociedade de gestão sistêmica e tecnocrática que serve de legitimação e referência aos direitos da pessoa e, portanto, define uma liberdade de maneira totalmente privada. Tudo se reduz ao exercício pragmático do controle e da influência. A referência à cidadania não desaparece, mas reduz-se à participação nas eleições, numa sociedade de massa totalmente aberta à propaganda e amplamente entregue às solicitações mercantis e às modas. A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a Deus, muito menos de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta promoveria a maior quantidade de felicidade para todos aqueles que serão afetados. RACHELS. J. Os elementos da filosofia moral, Barueri-SP; Manole. 2006. Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade com uma A B C D E Fundamentação científica de viés positivista. Convenção social de orientação normativa. Transgressão comportamental religiosa. Racionalidade de caráter pragmático. Inclinação de natureza passional. DUPAS, Gilberto. Atores e poderes na nova ordem global: assimetrias, instabilidades e imperativos de legitimação. São Paulo: Editora UNESP, 2005. Segundo o texto, a cidadania no século XXI passa por um processo de A Vinculação a um ambiente politicamente democrático e liberalizante. B Substituição do seu sentido ampliado pelo modelo individualizado. C Reconhecimento da importância do marketing político nas campanhas. D Enfraquecimento da legitimidade dos processos decisórios pelo voto. E Valorização das ações de construção do consumo no mundo atual. 4 QUESTÃO 07 QUESTÃO 08 Fundamos, como afirmam alguns cientistas, o antropoceno: uma nova era geológica com altíssimo poder de destruição, fruto dos últimos séculos que significaram um transtorno perverso do equilíbrio do sistema-Terra. Como enfrentar esta nova situação nunca ocorrida antes de forma globalizada e profunda? Temos pessoalmente trabalhado os paradigmas da sustentabilidade e do cuidado como relação amigável e cooperativa para com a natureza. Queremos, agora, agregar a ética da responsabilidade. BOFF, L. Responsabilidade coletiva. Disponível em: http://leonardoboff.wordpress.com. Acesso em: 14 maio 2013. A ética da responsabilidade protagonizada pelo filósofo alemão Hans Jonas e reivindicada no texto é expressa pela máxima A “A tua ação possa valer como norma para todos os homens.” B “A norma aceita por todos advenha da ação comunicativa e do discurso.” C “A tua ação possa produzir a máxima felicidade para a maioria das pessoas.” D “O teu agir almeje alcançar determinados fins que possam justificar os meios.” E “O efeito de tuas ações não destrua a possibilidade futura da vida das novas gerações.” Quino A figura do inquilino ao qual a personagem da tirinha se refere é o(a) A Constrangimento por olhares de reprovação. B Costume importo aos filhos por coação. C Consciência da obrigação moral. D Pessoa habitante da mesma casa. E Temor de possível castigo. 5 QUESTÃO 09 QUESTÃO 10 A promessa da tecnologia moderna se converteu em uma ameaça, ou esta se associou àquela de forma indissolúvel. Ela vai além da constatação da ameaça física. Concebida para a felicidade humana, a submissão da natureza, na sobremedida de seu sucesso, que agora se estende à própria natureza do homem, conduziu ao maior desafio já posto ao ser humano pela sua própria ação. O novo continente da práxis coletiva que adentramos com a alta tecnologia ainda constitui, para a teoria ética, uma terra de ninguém. Uma criança com deficiência mental deve ser mantida em casa ou mandada a uma instituição? Um parente mais velho que costuma causar problemas deve ser cuidado ou podemos pedir que vá embora? Um casamento infeliz deve ser prolongado pelo bem das crianças? MURDOCH, I. A soberania do bem. São Paulo: Unesp, 2013. Os questionamentos apresentados no texto possuem uma relevância filosófica à medida que problematizam conflitos que estão nos domínios da JONAS. H. O princípio da responsabilidade. A B C D E Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 (adaptado). As implicações éticas da articulação apresentada no texto impulsionam a necessidade de construção de um novo padrão de comportamento, cujo objetivo consiste em garantir o(a) A B C D E Pragmatismo da escolha individual. Sobrevivência de gerações futuras. Fortalecimento de políticas liberais. Valorização de múltiplas etnias. Promoção da inclusão social. 6 Política e da esfera pública. Teologia e dos valores religiosos. Lógica e da validade dos raciocínios. Ética e dos padrões de comportamento. Epistemologia e dos limites do conhecimento. QUESTÃO 11 QUESTÃO 12 TEXTO I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformamse em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores de dano. EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V. F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974. No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). A Alcançar o prazer moderado e a felicidade. B Valorizar os deveres e as obrigações sociais. C Aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação. D Refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade E Defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber. TEXTO II Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.” GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que A Eram baseadas nas ciências da natureza. B Refutavam as teorias de filósofos da religião. C Tinham origem nos mitos das civilizações antigas. D Postulavam um princípio originário para o mundo. E Defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. 7 QUESTÃO 13 A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade. QUESTÃO 14 Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”. ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994. Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como A Busca por bens materiais e títulos de nobreza. B Plenitude espiritual e ascese pessoal. C Finalidade das ações e condutas humanas. D Conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. E Expressão do sucesso individual e reconhecimento público. O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania A Possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar. B Era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade. C Estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica. D Tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais. E Vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade. 8 QUESTÃO 15 A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. QUESTÃO 16 Compreende-se assim o alcance de uma reivindicação que surge desde o nascimento da cidade na Grécia antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não se faz mais que assegurar-lhes permanência e fixidez. As leis tornam-se bem comum, regra geral, suscetível de ser aplicada a todos da mesma maneira. VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992 (adaptado). Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda vigente no mundo contemporâneo, buscava garantir o princípio do(da) NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos? A O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais. B O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas. C A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes. D A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas. E A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real. A Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos.. B Transparência — acesso as informações governamentais.. C Tripartição — separação entre os poderes políticos estatais. D Equiparação — igualdade de gênero na participação política. E Elegibilidade — permissão para candidatura aos cargos públicos. 9 QUESTÃO 17 Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. QUESTÃO 18 Durante muito tempo, considerou-se que a Filosofia nascera por transformações que os gregos operaram na sabedoria oriental (egípcia, caldeia e babilônica). Assim, filósofos como Platão e Aristóteles afirmavam a origem oriental da Filosofia. Os gregos, diziam eles, povo comerciante e navegante, descobriram, através das viagens, a agrimensura dos egípcios, a astrologia dos caldeus e dos babilônios, as genealogias dos persas, os mistérios religiosos orientais referentes aos rituais de purificação da alma etc. A filosofia teria nascido das transformações que os gregos impuseram a esses conhecimentos. RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiya, 2009. O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de A Determinações biológicas impregnadas na natureza humana. B Verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais. C Mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas. D Convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes. E Sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas. CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000. (adaptado). As explicações contidas no texto demonstram que o processo de consolidação da Filosofia, na Grécia Antiga, foi consequência da A Disputa com outras culturas pelo monopólio do saber. B Apropriação inovadora da sabedoria de outras culturas. C Busca por saberes que fossem comercialmente rentáveis. D Subtração do conhecimento de civilizações mais prósperas. E Capacidade dos gregos de reproduzir invenções de outros povos. 10 QUESTÃO 19 QUESTÃO 20 A característica específica do homem em comparação com os outros animais é que somente ele tem o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto e de outras qualidades morais. A quem não basta pouco, nada basta. EPICURO. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1985. Remanescente do período helenístico, a máxima apresentada valoriza a seguinte virtude: ARISTÓTELES. Política. A B C D E A virtude moral é um meio-termo entre dois vícios, um dos quais envolve o excesso e outro a deficiência, e isso porque a sua natureza é visar à mediania nas paixões e nos atos. ARISTÓTELES. Ética a Nicômano, livro II. Refletindo sobre o papel da ética e da moral aristotélica na construção da sociedade, pode-se afirmar corretamente que A As ações do homem no mundo independem dos valores éticos/morais que as sociedades impõem sobre os indivíduos. B Apesar das diferenças entre os muitos grupos e comunidades humanas, os códigos morais permanecem inalterados. C A reflexão ética se restringe à busca de conhecimentos teóricos sobre os valores e condutas humanas em sociedade. D O seres humanos possuem a consciência moral, ou seja, a capacidade de observar a própria conduta e formular juízos, permitindo escolher seus próprios caminhos. E A ética está relacionada às normas que orientam o comportamento humano e a moral se aplica ao ramo da Filosofia que investiga os diversos sistemas éticos. 11 Esperança, tida como confiança no porvir. Justiça, interpretada como retidão de caráter. Temperança, marcada pelo domínio da vontade. Coragem, definida como fortitude na dificuldade. Prudência, caracterizada pelo correto uso da razão. QUESTÃO 21 QUESTÃO 22 TEXTO I Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos estão nas próprias coisas, é claro que as ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O entendimento não tem o poder de inventar ou formar uma única ideia simples na mente que não tenha sido recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar a ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também que um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons. Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazerme de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável. DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. (John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.) São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado). De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se da TEXTO II A Reminiscência de ideias originalmente transcendentes. B Combinação de ideias metafísicas e empíricas. C Categorias a priori existentes na mente humana. D Experiência com os objetos reais e empíricos. E Relação dialética do espírito humano com o mundo. É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se A Retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. B Questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. C Investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. D Buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. E Encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados. 12 QUESTÃO 23 Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem. E sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta imprimir sua orientação. QUESTÃO 24 Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas histórias. ABRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977. Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como resultado da A Investigação de natureza empírica. B Retomada da tradição intelectual. C Imposição de valores ortodoxos. D Autonomia do sujeito pensante. E Liberdade do agente moral. DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999. O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na A Contemplação da tradição mítica. B Sustentação do método dialético. C Relativização do saber verdadeiro. D Valorização da argumentação retórica. E Investigação dos fundamentos da natureza. 13 QUESTÃO 25 Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios. QUESTÃO 26 Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento. KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado). O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana na filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que A Assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento. B Defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o ceticismo. C Revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a reflexão filosófica. D Apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias em relação aos objetos. E Refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são ambas recusadas por Kant. PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007. Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo, cuja ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia o(a) A Caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo. B Sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense. C Vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos. D Sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia ateniense. E Teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias. 14 QUESTÃO 27 QUESTÃO 28 Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último. O cálculo, mesmo com os decimais e a álgebra, foi adotado na Índia, onde o sistema decimal foi inventado; mas seu uso foi desenvolvido apenas pelo capitalismo no Ocidente, pois, na Índia, isso não levou às modernas aritmética e contabilidade. Nem podemos dizer que as origens da matemática e da mecânica tenham sido determinadas pelos interesses capitalistas. Mas a utilização técnica do conhecimento científico, tão importante para as condições de vida da massa do povo, foi certamente incentivada pelas condições econômicas, estas que lhe eram extremamente favoráveis no mundo ocidental. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002. Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à A Adoção da experiência do senso comum como critério de verdade. B Incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas. C Pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade. D Defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade. E Compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente. WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2009. A análise weberiana mostra que, no processo de desenvolvimento capitalista, o conhecimento científico foi A Desvinculado das habilidades técnicas originalmente desenvolvidas. B Expropriado da cultura oriental sem que esta fosse reconhecida. C Utilizado com o fim de gerar dividendos financeiros para o povo. D Desenvolvido segundo os critérios da racionalidade econômica. E Criado para atender interesses socioeconômicos particulares. 15 QUESTÃO 29 Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. QUESTÃO 30 Essas longas cadeias de razões, todas simples e fáceis, de que os geômetras costumam se utilizar para chegar às demonstrações mais difíceis, haviam-me dado oportunidade de imaginar que todas as coisas passíveis de cair sob domínio do conhecimento dos homens seguem-se umas às outras da mesma maneira e que, contanto que nos abstenhamos somente de aceitar por verdadeira alguma que não o seja, e que observemos sempre a ordem necessária para deduzilas umas das outras, não pode haver, quaisquer que sejam, tão distantes às quais não se chegue por fim, nem tão ocultas que não se descubram. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado). O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427–346 a.C.). De acordo com o texto, diante dessa relação, Platão A Estabelece um abismo intransponível entre as duas. B Privilegia os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. C Atém-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis. D Afirma que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não. E Rejeita a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. (DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução de Elza Moreira Marcelina. Brasília: Editora da Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, 1989. p. 45.) No que se refere ao método cartesiano, como visto no texto, sabe-se que A O conhecimento é obtido partindo-se da experiência, isto é, da observação da natureza, e depois generalizando os resultados de tais observações. B Qualquer coisa que a razão humana é capaz de conhecer pode ser alcançada, partindo-se de verdades evidentes, e aplicando a dedução lógica a essas verdades. C É possível apenas obter um conhecimento aproximado, probabilístico, acerca de qualquer objeto, não sendo de modo algum alcançável o conhecimento da verdade, independente do assunto em questão. D Independentemente das premissas das quais se parte ao se procurar obter conhecimento sobre um determinado assunto, a verdade sobre tal assunto será alcançada desde que os princípios da lógica dedutiva sejam aplicados corretamente. E Verdades evidentes inexistem, de modo que, para se obter conhecimento sobre qualquer assunto, é necessário realizar longas séries de demonstrações difíceis, como aquelas que são habitualmente desenvolvidas pelos geômetras. 16 QUESTÃO 31 QUESTÃO 32 É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder. MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado). QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1991 A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito A Ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo. B Ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis. C À possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis. D Ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências. E Ao direito de o cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais. Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.” APIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. Uma suposta “vacina” contra o despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo A Impedir a contratação de familiares para o serviço público. B Reduzir a ação das instituições constitucionais. C Combater a distribuição equilibrada de poder. D Evitar a escolha de governantes autoritários. E Restringir a atuação do Parlamento. 17 QUESTÃO 33 Na sociedade democrática, as opiniões de cada um não são fortalezas ou castelos para que neles nos encerremos como forma de autoafirmação pessoal. Não só temos de ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações, como também devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões. A partir dessa perspectiva, a verdade buscada é sempre um resultado, não ponto de partida: e essa busca inclui a conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. QUESTÃO 34 “A soberania não pode ser representada pela mesma razão por que não pode ser alienada, consiste essencialmente na vontade geral e a vontade absolutamente não se representa. (...). Os deputados do povo não são nem podem ser seus representantes; não passam de comissários seus, nada podendo concluir definitivamente. É nula toda lei que o povo diretamente não ratificar; em absoluto, não é lei.” (ROSSEAU, J.J. Do Contrato social, São Paulo, Abril Cultural, 1973, livro III, cap. XV, p. 108-109). SAVATER, F. As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001 (adaptado). Rousseau, ao negar que a soberania possa ser representada preconiza como regime político A Um sistema misto de democracia semidireta, no qual atuariam mecanismos corretivos das distorções da representação política tradicional. B A constituição de uma República, na qual os deputados teriam uma participação política limitada. C A democracia direta ou participativa, mantida por meio de assembleias frequentes de todos os cidadãos. D A democracia indireta, pois as leis seriam elaboradas pelos deputados distritais e aprovadas pelo povo. E Um regime comunista no qual o poder seria extinto, assim como as diferenças entre cidadão e súdito A ideia de democracia presente no texto, baseada na concepção de Habermas acerca do discurso, defende que a verdade é um(a) A Alvo objetivo alcançável por cada pessoa, como agente racional autônomo. B Critério acima dos homens, de acordo com o qual podemos julgar quais opiniões são as melhores. C Construção da atividade racional de comunicação entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso. D Produto da razão, que todo indivíduo traz latente desde o nascimento, mas que só se firma no processo latente educativo. E Resultado que se encontra mais desenvolvido nos espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer os outros. 18 QUESTÃO 35 “As instâncias do Poder, que os cidadãos acreditavam terem instalado democraticamente, estão, sob o peso da crítica, em vias de perder sua identidade. A opinião não lhes confere mais o certificado de conformidade que a legitimidade deles exige. Jürgen Habermas [...] vê nessa situação ‘um problema de regulação’. A opinião pública, abalada em suas crenças mais firmes, não dá mais sua adesão às regulações que o direito constitucional ou, mais amplamente, o direito positivo do Estado formaliza”. QUESTÃO 36 O conceito de democracia, no pensamento de Habermas, é construído a partir de uma dimensão procedimental, calcada no discurso e na deliberação. A legitimidade democrática exige que o processo de tomada de decisões políticas ocorra a partir de uma ampla discussão pública, para somente então decidir. Assim, o caráter deliberativo corresponde a um processo coletivo de ponderação e análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão. (GOYARD-FABRE, Simone. O que é democracia?. Trad. de Cláudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 202-203.) VITALE. D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia deliberativa. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado) Com base no texto e nos conhecimentos sobre os Estados Democráticos de Direito na contemporaneidade, é correto afirmar que a A Atual identidade das instâncias do poder é confirmada pela “crítica”. B Legalidade e legitimidade das instâncias de poder são coincidentes nos Estados Democráticos de Direito. C Regulação das instituições de poder deve ser independente da opinião pública. D Legitimidade das instâncias de poder deve ser baseada no direito positivo. E Opinião pública é que deve dar legitimidade às instâncias de poder. O conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a) A Participação direta periódica do cidadão. B Debate livre e racional entre cidadãos e Estado. C Interlocução entre os poderes governamentais. D Eleição de lideranças políticas com mandatos temporários. E Controle do poder político por cidadãos mais esclarecidos. 19 QUESTÃO 37 QUESTÃO 38 Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. O Estado é sempre visto como “todo-poderoso”; na pior hipótese, como repressor e cobrador de impostos; na melhor, como um distribuidor paternalista de empregos e favores. A ação política nessa visão é, sobretudo, orientada para a negociação direta com o governo, sem passar pela mediação da representação. Como vimos, até mesmo uma parcela do movimento operário na Primeira República orientou-se nessa direção; parcela ainda maior adaptou-se a ela na década de 1930. Essa cultura, orientada mais para o Estado do que para a representação, é o que chamamos de “estadania”, em contraste com a cidadania. A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a) A ideia de democracia presente no texto, baseada na concepção de Habermas acerca do discurso, defende que a verdade é um(a) A B C D E CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 221. O conceito de cidadania, aludido no texto do historiador José Murilo de Carvalho, representa a Legado social. Patrimônio político. Produto da moralidade. Conquista da humanidade. Ilusão da contemporaneidade A Distribuição de empregos e favores pelo Estado. B Tentativa de driblar a cobrança de impostos pelo Estado. C Negociação direta entre as demandas do cidadão e o Estado. D Fragilização do poder público representado pelo Estado. E Possibilidade de cada cidadão ser representado pelo Estado 20 QUESTÃO 39 A democracia se caracteriza [...] por uma visão do mundo baseada no respeito pelo Outro, e pelo princípio de legalidade, do controle e da responsabilidade, do poder, que exigem que os governantes sejam expostos à luz pública para o efeito específico das avaliações dos governados. [...] Porque a democracia se baseia no princípio da confiança e da boa-fé, e não no medo, ela sucumbe quando a esfera do público perde transparência e se vê permeada pelo segredo e pela mentira, que é o que ocorre quando a palavra esconde e engana, ao invés de revelar, conforme determina o princípio ético da veracidade. QUESTÃO 40 Em entrevista ao jornal Democracy Now, em 2014, a filósofa Angela Davis afirmou que algum progresso em torno da questão das prisões americanas tem ocorrido desde a publicação do seu livro Are Prisons bsolete?.“Em vez de pensar em formas de reformar o sistema penitenciário, precisamos pensar em formas de, a longo prazo, ter menos pessoas atrás das grades para, no futuro, termos um ambiente sem prisões, no qual problemas sociais como analfabetismo e pobreza não signifiquem uma trajetória direta para a cadeia”, disse. MOREIRA, Isabela. 4 reflexões para entender o pensamento de Angela Davis. Revista Galileu, 25 nov. 2016. Disponível em: <http://www.revistagalileu.globo.com>. LAFER, Celso. A mentira: um capítulo das relações entre a ética e a política. In: NOVAES, Adauto (Org.). Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 233-235. Acesso em: 22 mar. 2017. (adaptado) O texto relaciona ética e democracia como referências que respaldam a ação política e de poder, a qual é caracterizada pelo(a) A Correção da conduta política e afirmação do interesse individual em detrimento do coletivo. B Crença no princípio da legalidade e da autoridade do Estado em detrimento dos anseios do povo. C Restrição ao acesso à informação em consonância com o sistema jurídico, que assegura o segredo de Estado. D Direito do governante de exercer o poder autocraticamente, sem prestar contas aos seus governados. E Afirmação da verdade como referência ética e submissão dos governantes à avaliação dos governados. A política de encarceramento em massa, criticada por Angela Davis no contexto norte-americano, está relacionada a problemas sociais ocasionados por uma experiência de A Investimento em propostas que criem práticas integrativas e humanitárias. B Cidadania fragilizada pelo preconceito com relação a alguns setores sociais. C Análise demográfica em que a maioria dos prisioneiros são negros e latinos. D Altruísmo estatal direcionado a segmentos sociais de menor renda e formação. E Inadequação de certos grupos ao trabalho regular e ao convívio social harmonioso. 21 QUESTÃO 41 A história de todas as sociedades tem sido a história das lutas de classe. Classe oprimida pelo despotismo feudal, a burguesia conquistou a soberania política no Estado moderno, no qual uma exploração aberta e direta substituiu a exploração velada por ilusões religiosas. A estrutura econômica da sociedade condiciona as suas formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, ao contrário, são as relações de produção que ele contrai que determinam a sua consciência. QUESTÃO 42 A incerteza e a vulnerabilidade humanas são os alicerces de todo poder político. É contra essa dupla de efeitos secundários da condição humana (constantes, embora alvos de profunda indignação), contra o medo e a ansiedade que eles tendem a gerar, que o Estado moderno prometeu proteger seus súditos; e foi, principalmente, dessa promessa que ele tirou sua razão de ser, assim como a obediência e o apoio eleitoral de seus cidadãos. BAUMAN, Zygmunt. Danos colaterais: desigualdades sociais numa era global. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. (Adaptado de K. Marx e F. Engels, Obras escolhidas. São Paulo: O texto mostra que os governos se legitimam na promessa de trazer segurança e paz para a população. Esse pacto político tem como pressuposto Alfa-Ômega, s./d., vol 1, p. 21-23, 301-302.) As proposições dos enunciados podem ser associadas ao pensamento conhecido como A Pensamento mítico, ligado à ação de deuses poderosos, dentro de uma perspectiva de tempo cíclico. B Materialismo histórico, que concebe a História a partir da luta de classes e da determinação das formas ideológicas pelas relações de produção. C Positivismo, que encara a História como um conjunto de dados quantificáveis e dispostos em ordem cronológica. D Teocentrismo, reafirmando uma concepção providencialista e linear da História. E História social, com ênfase nas mentalidades e cotidiano das civilizações antigas. A B C D E 22 A luta por maior espaço nas decisões políticas. A aceitação resignada de medidas impopulares. O papel do Estado como mediador dos conflitos. A recusa de governos com tendências autoritárias. O receio de que haja corrupção nas gestões públicas QUESTÃO 43 Nosso conhecimento científico “está começando a nos capacitar a interferir diretamente nas bases biológicas ou psicológicas da motivação humana, por meio de drogas ou por seleção ou engenharia genética, ou usando dispositivos externos que interferem no cérebro ou nos processos de aprendizagem”, escreveram recentemente os filósofos Julian Savulescu e Ingmar Persson. [...] James Hughes, especialista em bioética [...], defendeu o aprimoramento moral, afirmando que ele deve ser voluntário e não coercitivo. “Com a ajuda da ciência, poderemos descobrir nossos caminhos para a felicidade e virtude proporcionadas pela tecnologia”. QUESTÃO 44 O justo e o bem são complementares no sentido de que uma concepção política deve apoiar-se em diferentes ideias do bem. Na teoria da justiça como equidade, essa condição se expressa pela prioridade do justo. Sob sua forma geral, esta quer dizer que as ideias aceitáveis do bem devem respeitar os limites da concepção política de justiça e nela desempenhar um certo papel. RAWLS, J. Justiça e democracia. São Paulo: Martins Fontes, 2000 (adaptado). Segundo Rawls, a concepção de justiça legisla sobre ideias do bem, de forma que A As ações individuais são definidas como efeitos determinados por fatores naturais ou constrangimentos sociais. B O estudo da origem e da história dos valores morais concluem a inexistência de noções absolutas de bem e mal. C O próprio estatuto do homem como centro do mundo é abalado, marcando o relativismo da época contemporânea. D As intenções e bens particulares que cada indivíduo almeja alcançar são regulados na sociedade por princípios equilibrados. E P homem é compreendido como determinado e livre ao mesmo tempo, já que a liberdade limita-se a um conjunto de condições objetivas. Rosner, Hillary. “Seria bom viver para sempre?”. Disponível em: <www.sciam.com.br> Acesso em: out. 2016. As possibilidades tecnológicas descritas no texto permitem afirmar que A O aprimoramento visado pelos pesquisadores desvaloriza o progresso técnico no campo neurocientífico. B Tais interferências técnicas somente seriam possibilitadas sob um regime político totalitário. C Ideais espiritualistas de meditação permitem concentração intensa da mente. D O caráter voluntário dos experimentos elimina a existência de controvérsias de natureza ética. E Os recursos científicos estão direcionados ao aperfeiçoamento técnico da espécie humana. 23 QUESTÃO 45 A crítica é uma questão de distância certa. O olhar hoje mais essencial, o olho mercantil que penetra no coração das coisas, chama-se propaganda. Esta arrasa o espaço livre da contemplação e aproxima tanto as coisas, coloca-as tão debaixo do nariz quanto o automóvel que sai da tela de cinema e cresce, gigantesco, tremeluzindo em direção a nós. E, do mesmo modo que o cinema não oferece móveis e fachadas a uma observação crítica completa, mas dá apenas a sua espetacular, rígida e repentina proximidade, também a propaganda autêntica transporta as coisas para primeiro plano e tem um ritmo que corresponde ao de um bom filme. QUESTÃO 46 Galileu, que detinha uma verdade científica importante, abjurou-a com a maior facilidade, quando ela lhe pôs a vida em perigo. Em um certo sentido, ele fez bem. Essa verdade valia-lhe a fogueira. Se for a Terra ou o Sol que gira em torno um do outro é algo profundamente irrelevante. Resumindo as coisas, é um problema fútil. Em compensação, vejo que muitas pessoas morrem por achar que a vida não vale a pena ser vivida. Vejo outras que se fazem matar pelas ideias ou ilusões que lhes proporcionam uma razão de viver (o que se chama de razão de viver é, ao mesmo tempo, uma excelente razão de morrer). Julgo, portanto, que o sentido da vida é a questão mais decisiva de todas. E como responder a isso? BENJAMIN, W. Rua de mão única: infância berlinense – 1900. Belo Horizonte: Autêntica, 2013 (adaptado). CAMUS, A. O mito de Sísifo: ensaio sobre o absurdo. O texto apresenta um entendimento do filósofo Walter Benjamin, segundo o qual a propaganda dificulta o procedimento de análise crítica em virtude do(a) A Caráter ilusório das imagens. B Evolução constante da tecnologia. C Aspecto efêmero dos acontecimentos. D Conteúdo objetivo das informações. E Natureza emancipadora das opiniões. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado). O texto apresenta uma questão fundamental, na perspectiva da filosofia contemporânea, que consiste na reflexão sobre os vínculos entre a realidade concreta e a A B C D E 24 Condição da existência no mundo. Abrangência dos valores religiosos. Percepção da experiência no tempo. Transitoriedade das paixões humanas. Insuficiência do conhecimento empírico. QUESTÃO 47 Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente. QUESTÃO 48 O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o centro; você pode chamá-lo, se quiser, de alojamento do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a indústria revigorada; a instrução difundida; os encargos públicos aliviados; a economia assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres não cortado, mas desfeito — tudo por uma simples ideia de arquitetura! CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado). Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos A Religiosos, que se constituem como um olho divino controlador que tudo vê. B Ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impedindo a visão da dominação sofrida. C Repressivos, que perpetuam as relações de dominação entre os homens por meio da tortura física. D Sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por meio do olhar como instrumento de controle. E Consensuais, que pactuam acordos com base na compreensão dos benefícios gerais de se ter as próprias ações controladas. Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em A Expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. B Oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. C Ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso. D Explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. E Explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos. 25 QUESTÃO 49 Em um documento rubricado pela Rede Global de Academias de Ciência (IAP), um grupo de pensadores da comunidade científica com sede em Trieste (Itália) que engloba 105 academias de todo o mundo alerta pela primeira vez sobre os riscos do consumo nos países do Primeiro Mundo e a falta de controle demográfico, principalmente nas nações em desenvolvimento. Na declaração da comunidade científica se indica que as pautas de consumo exacerbado do Primeiro Mundo estão se deslocando perigosamente para os países em desenvolvimento: os milhões de telefones celulares e toneladas de “junk food” que invadem os lares pobres são claros indicadores dessa problemática. A ausência nos países pobres de políticas de planejamento familiar ou de prevenção de gravidezes precoces acaba de configurar um sombrio cenário de superpopulação. “Trata-se de dois problemas convergentes que pela primeira vez analisamos de forma conjunta”, afirma García Novo. QUESTÃO 50 Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma passagem que deve ser celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da Idade Média tem a convicção de não desaparecer completamente, esperando a ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na eternidade. A perda contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provação aterrorizante, um trampolim para as trevas e o desconhecido. DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).. Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o autor considera que houve um processo de A Mercantilização das crenças religiosas. B Transformação das representações sociais. C Disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã. D Diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico. E Amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna. (Francho Barón. El País, 16.06.2012. Adaptado.). Um dos problemas relatados no texto está relacionado com A A supremacia de tendências estatais de controle sobre a economia liberal. B O aumento do nível de pobreza nos países subdesenvolvidos. C A hegemonia do planejamento familiar nos países do Terceiro Mundo. D O declínio dos valores morais e religiosos na era contemporânea. E O irracionalismo das relações de consumo no mundo atual. 26 RESOLUÇÕES Resolução 01 Durante muito tempo, dentro de uma perspectiva emi­ nentemente liberal, tinha-se a valorização da liberdade individual como elemento principal a ser considerado pela sociedade. Outros olhares mais contemporâneos, porém, ressaltam a ligação da liberdade individual como existente apenas caso garantida a liberdade de toda a coletividade, bem como valores políticos derivados da ética e responsabilidade social. visar o bem-estar dos indivíduos enquanto grupo social, a partir da reflexão acerca das consequências previsíveis dessas ações. Já o conceito de sustentabilidade define que as ações humanas em prol do desenvolvimento econômico e tecnológico das sociedades, a partir de recursos da natureza, devem se dar sem comprometer a disponibilidade desses recursos a longo prazo, de modo a possibilitar a sua utilização pelas gerações futuras. Assim, ao agregar a ideia de sustentabilidade à prática da ética da responsabilidade, entende-se que as ações individuais desejáveis são aquelas que têm como efeito a manutenção dos recursos que possibilitam a vida das próximas gerações.. Resolução 02 Resolução 08 Resposta Correta: D Resposta Correta: A Resposta Correta: C A alternativa A é a única correta. Bioética corresponde ao campo de estudo que se coloca exatamente na interface entre a vida e a ética. Questões como as pesquisas de célulastronco, clonagem, manipulação genética e eutanásia põem em questão verdades morais dos seres humanos. As reflexões bioéticas tentam, exatamente, refletir sobre até que ponto é eticamente plausível de se interferir na vida ou não. No texto da figura, a ética é resultado de uma relação do indivíduo consigo, que no trato das questões cotidianas, toma uma decisão de não aceitar condutas que considera ser injusta. O interessante da questão é que essa decisão individual tem resultados políticos, na medida em que contradiz condutas tradicionalmente comuns de nossa sociedade. Resolução 09 Resolução 03 Resposta Correta: B Resposta Correta: D A tecnologia moderna não somente deu ao homem novas possibilidades de vida, mas também ameaça sua própria existência. Assim é que, para garantir a sobrevivência de gerações futuras, o homem contemporâneo deve ter como princípio a responsabilidade por suas escolhas. DaMatta aborda o “jeitinho brasileiro” como um elemento da cultura de uma sociedade cujas leis são feitas para ampliar as diferenças sociais e retrata a forma de ser de um povo que encontra nessas “artimanhas” cotidianas uma alternativa às proibições formais. Resolução 10 Resolução 04 Resposta Correta: D Resposta Correta: B O aluno deve identificar que as situações citadas pelo texto envolvem dilemas que se relacionam a padrões de comportamentos tidos como certos ou errados. Esses padrões se tornam objeto de reflexão filosófica na medida em que estão associados ao conjunto de valores morais de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos, sendo do domínio da ética o entendimento e a problematização desses valores e de como eles motivam e/justificam os modos de agir dos indivíduos. A ética proposta pelo autor determina o aprimoramento espiritual e individual como a dimensão da vida humana mais relevante para atingir a felicidade plena. Resolução 05 Resposta Correta: D O texto faz referência à filosofia de Jeremy Bentham, um dos maiores filósofos da corrente chamada de utilitarismo. Segundo esse estilo de pensamento filosófico, as ações devem ser orientadas pela maximização da felicidade e da utilidade prática dos indivíduos. Tal raciocínio está vinculado a uma racionalidade pragmática, ou seja, que avalia as ações de acordo com determinado critério de aumento geral de bemestar. . Resolução 11 Resposta Correta: D A questão aborda a noção da gênese do universo. Apesar da explicação racional ter suas fundamentações dentro do tempo histórico, os dois excertos citam a gênese universal ligada a um princípio originário unitário. No primeiro texto, de origem grega, a origem é um elemento da natureza, o ar. No segundo, de origem medieval, Deus é o princípio unitário. Resolução 06 Resposta Correta: B De acordo com o autor, o exercício da democracia reduz-se ao ato de votar, em razão da influência da cultura organizacional, tipicamente empresarial, presente na sociedade. Por mais que o exercício cidadão seja firmado em uma dimensão individual da vida social, a sua condição de existência está intimamente ligada àquilo que pertence ao coletivo. O texto faz uma crítica à perda dessa dimensão, na medida em que sugere a particularização e a individualização do senso de cidadania. Resolução 12 Resolução 07 Resolução 13 Resposta Correta: A O epicurismo é um sistema da filosofia grega criado por Epicuro de Samos no século IV a.C. Sua teoria fundamental é encontrar a felicidade, buscar a saúde da alma, lembrando que o sentido da vida é o prazer, objetivo imediato de cada ação humana, considerando sem sentido as angústias em relação à morte e a preocupação com o destino. Resposta Correta: E Resposta Correta: C O texto expressa a concepção do conceito de ética da responsabilidade, formulado por Hans Jonas, como paradigma para a orientação das ações humanas. Esse conceito estabelece uma moral coletiva, segundo a qual as ações individuais devem Para Aristóteles, no texto exposto, a felicidade é o bem maior do indivíduo, que tem por conjunto maior a saúde, os bens e mesmo as pessoas a quem amamos. Logo, a felicidade seria algo dos sentidos e de domínio pessoal físico. 27 RESOLUÇÕES Resolução 14 Os textos denotam que a formulação do conhecimento não se pode pausar em parâmetros estáticos e inquestionáveis. Ao contrário, é preciso questionar as antigas ideias e concepções na busca de um novo conhecimento. Resposta Correta: B O pensamento político aristotélico compreende a atividade política a elevadas condições de moralidade e virtude, as quais exigiam condições econômicas elevadas, educação esmerada e principalmente o ócio, pré-requisitos que excluíam a grande maioria da população que se dedicava ao trabalho para garantir sua sobrevivência. Portanto o filósofo acaba defendendo a atividade política como um apanágio da nobreza ao mesmo tempo em que justificava a hierarquia social da sociedade. Resolução 22 Resposta Correta: D John Locke é um dos principais representantes do empirismo. Segundo ele, as ideias são resultado da experiência humana, exatamente como apresenta a alternativa D. Resolução 23 Resolução 15 Resposta Correta: B Resposta Correta: C O método socrático é também conhecido como método dialético. Fazendo perguntas a seu interlocutor, Sócrates tinha a intenção que de que este chegasse a um estado de aporia, para depois poder gerar às suas próprias ideias das coisas. O filósofo alemão Nietzsche, descontinuou a filosofia na segunda metade do século XIX, recaracterizando-a sob seu olhar crítico, em face do período efervescente que vivia o mundo da Segunda Revolução Industrial. Nietzsche revisou conceitos da filosofia em todos os tempos. Na questão, a reanálise é sobre o surgimento da filosofia entre os gregos, onde Nietzsche afirma a busca racional para o surgimento de tudo o que existe. Resolução 24 Resposta Correta: D Descartes é um dos principais filósofos racionalistas. Assim sendo, para ele, o conhecimento é resultado de investigações autônomas do ser pensante, único capaz de chegar a conceitos verdadeiros. Resolução 16 Resposta Correta: A A evolução política grega teve como fundamentação a adoção de leis para garantir a liberdade, a propriedade e a igualdade. O princípio da isonomia defende a igualdade dos cidadãos perante as leis, mesmo percebendo que a condição de cidadania era limitada a poucos. Resolução 25 Resposta Correta: E A alegoria da caverna de Platão expressa uma concepção do processo de conhecimento no qual o indivíduo deveria superar as aparências ilusórias do mundo sensível para chegar às verdades puras, apenas disponíveis no mundo das ideias e alcançáveis através da reflexão filosófica. Resolução 17 Resposta Correta: D Os sofistas foram os filósofos que entendiam a importãncia do discurso na vida política e social. Protágoras afirmava que o “Homem é a medida de todas as coisas”. Diferentemente da filosofia de Sócrates e de Platão, os sofistas relativizavam questões como ética e justiça Resolução 26 Resposta Correta: A Primeiro, distingamos entre os tipos de juízos que Kant considera sermos capazes de fazer. Eles são três: 1) juízos analíticos (ou aqueles juízos nos quais já no sujeito encontramos o predicado, ou seja, juízos tautológicos e, por conseguinte, dos quais não se obtém nenhum tipo de conhecimento); 2) juízos sintéticos a posteriori (ou aqueles juízos nos quais a experiência sensível está presente e se faz parte decisiva do julgamento, ou seja, juízos particulares e contingentes); e 3) juízos sintéticos a priori (ou aqueles juízos nos quais o predicado não está contido no sujeito e a experiência não constitui alguma parte decisiva do conteúdo, ou seja, juízos nos quais se obtém conhecimento sobre algo, porém sem que a experiência seja relevante para a conclusão obtida, o que faz desse tipo de juízo universal e necessário). Resolução 18 Resposta Correta: B O caráter inovador dos gregos na construção da Filosofia está presente na capacidade de combinar bem as influências culturais de outros povos com a sua experiência histórica, marcada pelo desenvolvimento da política e da reflexão racional. Dessa forma, a Filosofia foi o resultado da reapropriação grega dos saberes desenvolvidos em outras culturas, e não uma mera reprodução. Resolução 19 Resposta Correta: D Segundo, lembremos que Kant afirmava que a matemática e a física realizam justamente o último tipo de juízo mencionado. Ele, então, se perguntava se a metafísica também não era capaz de realizar esse tipo de juízo. Para solucionar esta questão: “é possível uma metafísica baseada em juízos sintéticos a priori?”, o filósofo irá modificar o ponto de vista da investigação se inspirando em Copérnico, isto é, considerando o objeto não através daquilo que a experiência sensível expõe, porém a partir da possibilidade de a faculdade mesma de conhecer constituir a priori o objeto – o astrônomo fez algo similar quando, em vez de calcular o movimento dos corpos celestes através dos dados da experiência sensível, calculou esses movimentos através da suposição de que o próprio observador (o homem sobre a Terra) se movia. Esse a priori que Kant formula se encontra nas formas da sensibilidade, nas Os textos indicam que os seres humanos são dotados de consciência moral, isto é, a faculdade de observar os próprios atos, formar juízos sobre sua conduta e, assim, escolherem os próprios caminhos na vida. Resolução 20 Resposta Correta: C Os textos indicam que os seres humanos são dotados de consciência moral, isto é, a faculdade de observar os próprios atos, formar juízos sobre sua conduta e, assim, escolherem o Resolução 21 Resposta Correta: B 28 RESOLUÇÕES categorias do entendimento e no esquematismo, isto é, na sua filosofia transcendental, ou na sua filosofia sobre as condições de possibilidade do próprio conhecimento. a multiplicidade das coisas sensíveis a uma unidade; ser eterna, por não se submeter ao ciclo de geração e degeneração das coisas do mundo sensível. Resolução 27 Resolução 30 Resposta Correta: D Resposta Correta: B Segundo Weber, o desenvolvimento capitalista era caracterizado pela ampla racionalização da vida social, inclusive das atividades econômicas. No texto do enunciado, Descartes demonstra a sua confiança na razão para conhecer as coisas verdadeiras, por mais ocultas que estejam, desde que seja utilizado um método adequado de dedução lógica. Tal concepção racionalista é bem apresentada somente na alternativa B. Resolução 28 Resposta Correta: E Resolução 31 Depois de Platão e Aristóteles devemos compreender que a simples aceitação de uma crença qualquer é uma escolha, é um procedimento arbitrário e não mais uma posição mística agraciada por deus ou deuses misteriosos. A respeito do surgimento da filosofia e seu relacionamento com o discurso mítico podemos dizer que existe sempre uma tensão tanto estabelecida pela oposição quanto pelo confronto – pensando a oposição como estabelecimento de métodos e temas absolutamente distintos e o confronto como embate sobre os temas similares. Os filósofos não eram sacerdotes e nem defensores de explicações misteriosas sobre os fenômenos naturais. É importante compreender que se iniciava nessa época uma reflexão sistemática empenhada em estabelecer um conhecimento que não proviesse da inspiração divina, porém da argumentação pública e da comprovação factual dos argumentos – e a modificação da maneira através da qual as comunidades gregas se estabeleciam (a passagem de uma grande organização fundada em um líder para a pluralidade de líderes de comunidades menores) contribuiu muito para a valorização desse método dialógico de argumentação que exigia a responsabilização do manifestante e, por conseguinte, uma sensatez, que não era prioridade em uma explicação mítica. Enfim, vale indicar por último que apesar de a passagem do mito para o lógos ter sido gradual, afinal é muito difícil que aquilo que sustenta uma comunidade seja alterado rapidamente, esta morosidade da substituição não é necessariamente devida a uma proximidade entre mito e filosofia. A relação entre ambas existe, porém ela é sempre problemática e instaurada através da tensão. Resposta Correta: D No texto do enunciado, Descartes demonstra a sua confiança na razão para conhecer as coisas verdadeiras, por mais ocultas que estejam, desde que seja utilizado um método adequado de dedução lógica. Tal concepção racionalista é bem apresentada somente na alternativa B. Resolução 32 Resposta Correta: B As concepções políticas do iluminismo traçam perfis de orientações burguesas. Tentando derrubar a estrutura do absolutismo, as noções filosóficas levavam aos questionamentos racionais sobre os abusos do poder monárquico absoluto, mas tinham a preocupação de limitar os direitos de cidadania aos grupos sociais marginalizados. Resolução 33 Resposta Correta: C O autor destaca, no texto, o papel da comunicação entre indivíduos como fundamental na busca pela verdade, o que está de acordo com a concepção de Habermas de racionalidade comunicativa, a qual pressupõe o diálogo coletivo como caminho intelectual para obter verdades. Assim, o conhecimento verdadeiro se daria a partir da troca de argumentos baseados na razão, na qual o mais bem fundamentado prevaleceria. Resolução 34 Resposta Correta: C Resolução 29 Para Rousseau o soberano é o povo, entendido como vontade geral, pessoal moral e coletiva livre e corpo político de cidadãos. Os indivíduos, pelo contrato, criaram-se a si mesmos como povo e é a este que transferem os direitos naturais para que sejam transformados em direitos civis. Assim sendo, o governante não é o soberano, mas sim o representante da soberania popular. Resposta Correta: D A filosofia de Platão é resultado de um trabalho de reflexão intenso e extenso, de modo que as questões durante os inúmeros diálogos por ele escritos são respondidas de maneiras distintas. Porém, Platão possui uma questão de fundo que se refere ao problema da identidade – resquício da tradição conflituosa de Parmênides e Heráclito –, a saber: o que é, é sempre idêntico a si mesmo, ou é sempre distinto? O mundo verdadeiro é uma totalidade sempre permanente, ou uma totalidade sempre efêmera? A concepção sobre Ideias que Platão fórmula atende, em geral, essas questões e busca demonstrar como o sensível apesar de expor uma realidade impermanente, possui um fundamento permanente. As Ideias são verdadeiras, a realidade sensível é apenas uma aparência passageira dessa realidade. Resolução 35 Resposta Correta: E A resposta da questão encontra-se no próprio enunciado. “A opinião não lhes confere mais o certificado de conformidade que a legitimidade deles exige.” Nesta afirmação é possível perceber como é a opinião pública que deve dar legitimidade às instâncias de poder. Resolução 36 A realidade inteligível (mundo das Ideias, das Formas), na qual se encontram as essências, o Ser de cada coisa existente. Uma realidade alcançável apenas pelos “olhos da alma”, pois é observada apenas pelo esforço da razão. Exatamente por ser inteligível, essa realidade tem como características: ser metafísica, isto é, imaterial, ou incorpórea; ser una, isto é, reduz Resposta Correta: B O texto de Habermas defende a necessidade de um amplo debate público que anteceda as tomadas de decisão em uma sociedade democrática. Assim, nessa concepção, a participação política está além da mera escolha de candidatos 29 RESOLUÇÕES em uma eleição. vista técnico, através da intervenção nas estruturas fisiológicas e cognitivas humanas, o que só foi possível com o advento de mecanismos desenvolvidos pela ciência. Resolução 37 Resposta Correta: E Resolução 44 Na contemporaneidade, a indústria cultural, ao padronizar a produção cultural, produz a ilusão de que os indivíduos estão escolhendo o que vão consumir. No entanto, isso é um efeito da ideologia, uma vez que todos os produtos são massificados e extremamente parecidos entre si. Resposta Correta: D A concepção de justiça de Rawls, pensador pertencente à tradição liberal, parte de uma crítica à filosofia utilitarista, sendo a base da sua teoria da justiça como equidade o entendimento da relação entre a ideia de bem e a justiça, como se observa no trecho “as ideias aceitáveis do bem devem respeitar os limites da concepção política de justiça”. Para ele, a ideia de bem deve estar associada à justiça, de modo que a prioridade da justiça sobre o bem seja garantida. A partir dessa perspectiva, Rawls entende que os indivíduos que compõem a sociedade, em sua condição natural de liberdade e igualdade, buscam suas aspirações e bens particulares, sendo necessário estabelecer princípios reguladores que deverão reger a sociedade e garantir a justiça, através de um contrato social. Resolução 38 Resposta Correta: E O Estado Novo teve como principais marcas o autoritarismo e a tutela de amplos setores da sociedade brasileira, sobretudo da classe trabalhadora, por intermédio do Ministério do Trabalho. No fragmento do texto, a cidadania está relacionada à possibilidade de representatividade do cidadão pelo poder Legislativo. Resolução 39 Resolução 45 Resposta Correta: E Resposta Correta: A O jogo democrático somente é capaz de se consolidar quando pensado como expressão dos interesses coletivos e quando a classe política e os cidadãos comuns agem de forma responsável e em consonância com o princípio da legalidade. O texto reflete a percepção dos pensadores do movimento filosófico da Escola de Frankfurt, do qual Walter Benjamin é um dos mais importantes representantes, acerca do modo como as estruturas capitalistas manipulam a produção cultural, a fim de dominar a produção do pensamento social. A Teoria Crítica, a partir da qual Walter Benjamin analisa a propaganda, destaca o caráter espetacularizado que os objetos assumem, o que dificulta a análise autônoma e objetiva do que é exibido, levando à uma percepção ilusória das imagens. Uma possível dúvida poderia surgir a partir da proposta da alternativa “b”, no entanto, o que dificulta a prática do pensamento crítico não é o avanço tecnológico em si, mas a apresentação dessa tecnologia de forma distorcida em relação à realidade. Resolução 40 Resposta Correta: B Angela Davis analisa o sistema penitenciário americano como um complexo industrial de prisões, isto é, um negócio lucrativo desenvolvido a partir da lógica repressiva, disciplinadora e, principalmente, baseado em uma cultura racista e preconceituosa. O processo tem origem no período da pósemancipação nos Estados Unidos, em que leis de caráter segregacionista, como a 13a Emenda (que proibia a submissão de qualquer pessoa à escravidão, salvo em caso de punição por um crime praticado) foram utilizadas para restringir o acesso a direitos e oportunidades. A associação do negro com o mundo do crime seria uma forma de legitimar seu encarceramento, condição pela qual seria impossibilitado de viver democracia e cidadania plenas. Daí a população carcerária americana ter sido composta historicamente por maioria negra, latina e pobre. Resolução 46 Resposta Correta: A O texto propõe uma reflexão filosófica que transcende a questão da vida em si mesma, passando a considerar a questão das condições em que a vida se dá, a partir das razões que atribuem sentido à ela, o que está de acordo com a alternativa A. Resolução 47 Resolução 41 Resposta Correta: A Resposta Correta: B Em geral, a ciência estabelece um método de pesquisa racional que busca a construção coletiva de conhecimentos refletidos e seguros sobre a variedade da natureza, e, também, de conhecimentos esclarecedores sobre os fenômenos que nos parecem familiares. Sendo assim, a ciência possui uma base racional fundante a qual todo homem pode ter acesso e, desse modo, todos podem participar. Ela possui, além disso, como objeto de pesquisa a perplexidade do homem perante a variância de alguns fenômenos naturais e a permanência de outros, e como objetivo da pesquisa harmonizar estas diferenças em equilíbrios dinâmicos através de conceitos e sistemas de conceitos justificados da melhor maneira possível, isto é, pela construção de experimentos controlados e avaliações imparciais. O enunciado reflete o pensamento marxista no que tange ao conceito de lutas de classes. Resolução 42 Resposta Correta: C O texto aborda um dos fundamentos principais do Estado moderno, que é a sua capacidade de resolver os conflitos humanos, como a violência urbana. Por isso, muitos governantes conseguem legitimar seus mandatos e suas decisões políticas utilizando-se do “medo” e da “esperança” popular. Medo de que alguém atente contra sua vida e seus bens e a esperança de que o Estado possa intervir se tal fato vier a acontecer. Resolução 43 Resolução 48 Resposta Correta: E Resposta Correta: D O texto aborda o progresso científico e suas implicações para a espécie humana, apontando que o domínio das ciências pelo homem levou à uma busca pelo aperfeiçoamento do ponto de J. Bentham, filósofo utilitarista britânico, elabora uma teoria da pena e do cárcere que instauraria, em nome da segurança de 30 RESOLUÇÕES todos e de suas liberdades individuais, uma vigilância técnica capaz de observar todos – tal noção é criticada pelo filósofo francês M. Foucault. Para o filósofo inglês “O progresso é a lei da história da humanidade: essa, por adquirir mais conhecimentos e aperfeiçoar seus meios técnicos, adquire também mais riquezas e serenidade e, por conseguinte, maior felicidade e segurança. A felicidade e a segurança devidas à extensão das “luzes” – noções descobertas pelo século XVIII, com muita hesitação e dúvida – irão se tornar lugares-comuns no século seguinte. A crença na eficácia das ciências da natureza e de uma possível ciência da sociedade reforça tais ideias e lhes oferece uma legitimação”. Resolução 49 Resposta Correta: E É evidente que um dos problemas relatados no texto citado refere-se ao consumo desgovernado. Não apenas o consumo dos cidadãos impulsivo nos países desenvolvidos, porém nos países em crescimento também a irracionalidade é presente no momento da compra e da utilização dos produtos industriais. A liberdade do cidadão para consumir e satisfazer suas vontades de modo desmoderado faz-se a partir do momento que o desenvolvimento dos países pobres garante a certa classe uma quantidade monetária suficiente para participar do mercado e comprar mercadorias e serviços. A ausência de programas educacionais coesos e coerentes nesses países em desenvolvimento acaba criando problemas, dois deles mencionados no texto, a saber: 1) o consumo sem planejamento baseado unicamente na satisfação de desejos supérfluos; e 2) uma economia familiar organizada de acordo com essa satisfação dos desejos supérfluos. Resolução 50 Resposta Correta: B A crença na vida eterna é certamente um conforto que livra o homem das suas preocupações com a morte. O crente pode celebrar a morte como um momento de revelação e acolhimento. Todavia, se, por um lado, o crente não necessita temer a morte, porque ela é passagem para algo maior e melhor, por outro, ele necessita temer o julgamento que lhe condenará ou lhe inocentará. O homem contemporâneo pode não ter a crença na vida eterna, porém também não possui o fardo do pecado. As trevas e o desconhecido não são exatamente exclusividades nossas, e a morte pode ser também uma “provação aterrorizante” para o homem da Idade Média. As transformações de nossas crenças individuais não necessariamente modificaram com radicalidade nosso relacionamento com a morte. 31