Uploaded by Maria Eduarda Torres

Apostila.DFC.v2 (2)

advertisement
Disciplina: CONTABILIDADE FINANCEIRA
Professora: Camila Pereira Boscov
APOSTILA DE DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA
SUMÁRIO ..................................................................................................................................................
1. Apresentação da Demonstração dos Fluxos de Caixa ........................................................................................... 3
2. Segregação da DFC ............................................................................................................................................... 3
2.1 Fluxo de Caixa Líquido Gerado (Consumido) pelas Atividades Operacionais ............................................... 4
2.2 Fluxo de Caixa Líquido Gerado (Consumido) pelas Atividades de Investimento .......................................... 4
2.3 Fluxo de Caixa Líquido Gerado (Consumido) pelas Atividades de Financiamento ....................................... 5
3. DFC pelo Método Direto e pelo Método Indireto ................................................................................................. 5
4. Diferentes formas de classificação ...................................................................................................................... 10
5. Fluxo de Caixa de Finanças ................................................................................................................................. 10
5.1 Fluxo de Caixa dos Ativos............................................................................................................................. 12
5.1.1 Fluxo de Caixa Operacional ................................................................................................................... 12
5.1.2 Gastos de Capital .................................................................................................................................... 12
5.1.3 Variação do Capital Circulante Líquido ................................................................................................. 12
5.2 Fluxo de Caixa aos Credores ......................................................................................................................... 13
5.3 Fluxo de Caixa aos Acionistas....................................................................................................................... 13
6. Exercícios ............................................................................................................................................................ 13
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
1
LISTA DE SIGLAS ...................................................................................................................................................
BP
Balanço Patrimonial
CCL
Capital Circulante Líquido
CMV
Custos das Mercadorias Vendidas
CPC
Comitê de Pronunciamentos Contábeis
DRE
Demonstração do Resultado do Exercício
DFC
Demonstração dos Fluxos de Caixa
EBITDA
Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization
FCF
Fluxo de Caixa de Financiamento
FCI
Fluxo de Caixa de Investimento
FCO
Fluxo de Caixa Operacional
LL
Lucro Líquido
LLA
Lucro Líquido Ajustado
PL
Patrimônio Líquido
PMP
Prazo Médio de Pagamento
PMR
Prazo Médio de Recebimento
REP
Resultado de Equivalência Patrimonial
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
2
1. Apresentação da Demonstração dos Fluxos de Caixa
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) possui a função de descrever e explicar a variação do saldo
de caixa e equivalentes de caixa em um determinado período. Para isto, apresenta informações relativas
as entradas (recebimentos) e saídas (pagamentos) da entidade. Segundo a norma contábil, CPC03(R2), as
informações sobre os fluxos de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários das
demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de
caixa e as necessidades da entidade para utilizar esses recursos.
Exceto para as sociedades anônimas de capital fechado com patrimônio líquido inferior a R$2 milhões, a
divulgação da DFC pelas entidades é obrigatória.
Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. Equivalentes de caixa são
aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, prontamente conversíveis em montante conhecido
de caixa e sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. Os equivalentes de caixa são mantidos
com a finalidade de atender a compromissos de caixa de caixa de curto prazo e não para investimentos
ou outros fins.
Essas informações, quando combinadas com aquelas apresentadas em outras demonstrações contábeis,
auxiliam o usuário a avaliar não só a capacidade dos gestores de gerar lucro, mas também de materializálo em caixa.
Ressalta-se que, uma entidade pode ser lucrativa ao mesmo tempo que pode estar quebrada devido à
insuficiência de caixa. Por outro lado, uma entidade pode ter prejuízo, mas gerar caixa suficiente para
manter o giro da operação.
2. Segregação da DFC
A DFC deve apresentar os fluxos de caixa durante o período classificados por atividades operacionais, de
investimento e de financiamento, conforme apresentado abaixo. A última linha da DFC é o saldo atual do
caixa (mesmo valor do Balanço Patrimonial) da entidade, ou seja, a variação do caixa somada ao saldo
inicial de caixa.
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
3
[1] Fluxo de Caixa Líquido Gerado (Consumido) pelas Atividades Operacionais
[2] Caixa Líquido Gerado (Consumido) pelas Atividades de Investimento
[3] Caixa Líquido Gerado (Consumido) pelas Atividades de Financiamento
Aumento (Redução) de caixa e equivalentes de caixa = [1] + [2] + [3] = [4] - [5]
[4] Saldo Inicial: caixa e equivalentes de caixa
[5] Saldo Final: caixa e equivalentes de caixa
2.1 Fluxo de Caixa Líquido Gerado (Consumido) pelas Atividades Operacionais
O Fluxo de Caixa Operacional (FCO) explicita de que forma a operação da entidade gera (ou não) caixa,
em outras palavras, o FCO é uma métrica de geração efetiva de caixa da operação. É imprescindível que
o caixa gerado pela entidade seja originado de sua operação, pois é este que será utilizado em novos
investimentos ou para remunerar sócios e credores. Se assim não for, a entidade quebra; é apenas uma
questão de tempo.
Outra métrica, o Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization (EBITDA), também,
poderia ser um indicador de potencial de caixa da operação. A limitação desta é o regime de competência
adotado para a contabilização das receitas, dos custos e das despesas. Para que tal pudesse ser um real
indicador de caixa da operação, os saldos contábeis deveriam ser ajustados ao regime de caixa.
A soma da variação dos Ativos e dos Passivos Operacionais transforma as receitas, os custos e as despesas
da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), do regime de competência para o regime de caixa.
Os Ativos e Passivos Operacionais são aqueles demandados pela operação, necessário para seu giro, e.g.
contas a receber, estoques, fornecedores, salários a pagar e impostos a recolher.
2.2 Fluxo de Caixa Líquido Gerado (Consumido) pelas Atividades de Investimento
O Fluxo de Caixa de Investimento (FCI) representa a geração ou o consumo de caixa efetivo das
atividades de investimento. Nesta seção são apresentadas as atividades relacionadas a compras e vendas,
geralmente, de imobilizado e intangível. Outros exemplos podem ser compra ou venda de participações
societárias ou aplicação ou resgate de aplicações financeiras de longo prazo.
Segundo o CPC03(R2), a divulgação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de
investimento é importante porque representam a extensão em que dispêndios de recursos são feitos pela
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
4
entidade com a finalidade de gerar lucros e fluxos de caixa no futuro. A análise conjunta do FCI com as
notas explicativas permite inferir sobre a qualidade dos investimentos do período, sobre a relação desses
investimentos com os FCO futuros e sobre as perspectivas de crescimento da entidade.
2.3 Fluxo de Caixa Líquido Gerado (Consumido) pelas Atividades de Financiamento
O Fluxo de Caixa de Financiamento (FCF) indica a captação ou o pagamento de recursos tomados junto
a credores e sócios. Conforme o CPC03(R2), a divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das
atividades de financiamento é relevante por ser útil para predição de fluxos futuros de caixa por parte de
fornecedores de capital à entidade. Pagamentos de empréstimos e dividendos, captações de empréstimos
e aportes de capital social são exemplos de atividades de financiamento.
3. DFC pelo Método Direto e pelo Método Indireto
A DFC da atividade operacional pode ser apresentada pelo método direto ou pelo método indireto. A
entidade deve divulgar os fluxos de caixa das atividades operacionais, usando:
(a) o método direto, segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos e desembolsos brutos
são apresentadas; ou
(b) o método indireto, segundo o qual o lucro líquido ou prejuízo é ajustado pelos efeitos de:
(i) mudanças ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar;
(ii) itens que não afetam o caixa; e
(iii) todos os outros itens cujos efeitos sobre o caixa sejam fluxos de caixa decorrentes das atividades
de investimento ou de financiamento.
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
5
O método direto registra os recebimentos e os pagamentos das atividades operacionais com as respectivas
entradas e saídas de caixa, como se fosse um “extrato bancário”. Para ilustrar, imaginemos que a empresa
ABC Ltda. recebeu $200 de seu cliente originado de uma venda de mercadoria. Ainda, comprou $170 em
estoque, $500 em imobilizado, tomou emprestado bancário de $120 e recebeu $500 em aporte de capital.
A apresentação da DFC ficaria da seguinte forma:
(+) Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais
Recebimento de Clientes
$30
$200
Pagamento de Fornecedores
$(170)
(+) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de Investimento
$(500)
Compra de Imobilizado
$(500)
(+) Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Financiamento
$620
Captação de Empréstimo Bancário
$120
Aporte de Capital Social
$500
(=) Aumento de caixa e equivalentes de caixa
$150
Saldo Inicial: caixa e equivalentes de caixa
Saldo Final: caixa e equivalentes de caixa
$150
O método indireto, diferente do anterior, possui a finalidade de compreender os prazos médios da
entidade, sendo possível elaborar a DFC utilizando apenas os valores do Balanço Patrimonial (BP) e da
DRE. Permite-se, através deste método, que os usuários das demonstrações financeiras avaliem o quanto
do resultado está se convertendo em caixa.
Por este método, a atividade operacional não é apresentada na forma de “extrato bancário”, mas na forma
de geração (ou consumo) de caixa pelo lucro líquido e somado com a variação de ativos e de passivos
operacionais. De outra forma, este método concilia o resultado do período, apurado na DRE, e o caixa
gerado pelas operações.
Para elaborá-la (lembrando que vale apenas para a atividade operacional da DFC), utiliza-se o resultado
da entidade como ponto de partida seguido dos próximos três passos:
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
6
1. Ajustamento do resultado ao desconsiderar as despesas e as receitas que não impactaram o caixa,
como despesas com depreciações e amortizações, resultado com equivalência patrimonial (dado que
o caixa é impactado pelo recebimento de dividendos), resultados com atualizações financeiras,
impairment, entre outros. Os ajustes são necessários devido ao resultado ter sido apurado de acordo
com o regime de competência.
2. Adição das variações incorridas nos saldos dos ativos operacionais (como contas a receber e estoque),
invertendo seu sinal. De outra forma, considera-se negativo o aumento no saldo de conta ativa, pois tal
representa um impacto negativo no caixa. Para ilustrar, analisemos alguns exemplos. Um aumento do
estoque, mantendo a operação da entidade constante, significa que esta pagou para comprar mais
estoque. Um aumento na conta ativa contas a receber, mantendo a operação constante, significa que a
entidade está vendendo mais a prazo, deixando de receber à vista, a entidade está perdendo caixa.
3. Adição das variações incorridas nos saldos dos passivos operacionais (como fornecedores e aluguel a
pagar), mantendo seu sinal igual. O aumento de um passivo significa que a entidade deixou de pagar
os referidos valores, mantendo a operação constante. A diminuição de um passivo, mantendo a
operação constante, significa que a entidade está liquidando as suas dívidas, impactando o caixa
negativamente. Por este motivo o sinal das variações é mantido.
Desta forma é possível analisar de que maneira a entidade está gerando caixa com seus prazos médios. É
possível verificar se o prazo médio de recebimento vem crescendo ou não, se o prazo médio de pagamento
aos fornecedores está em queda ou em alta, assim como diversos outros prazos. Com isso, a compreensão
da operação da entidade se torna mais clara.
Utilizando os dados das demonstrações contábeis abaixo, elaboremos a DFC das atividades operacionais
pelo método indireto. O exemplo não considera as despesas com imposto de renda e contribuição social.
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
7
Balanço Patrimonial
X0
X1
Ativos
Caixa e equivalentes de caixa
X0
X1
X1
Passivos
-
210
Empréstimos bancários
Contas a receber de clientes
30
90
Fornecedores
Estoques
70
20
Salários a pagar
Imobilizado
100
150
(-) Depreciação acumulada
-
(20)
Total dos ativos
DRE
200
-
100
15
12
(-) CMV
5
18
(-) Despesas com salários
Patrimônio Líquido
Capital social
180
200
Reserva de lucros
-
120
200
450
450
Receita de vendas
270
(100)
(30)
(-) Despesas com depreciação
(20)
(=) Lucro Líquido
120
Por esta metodologia, basta recorrer ao Lucro Líquido (LL) da DRE e ajustá-lo, desconsiderando as
despesas que não impactaram o caixa, neste exemplo, desconsideramos as despesas com depreciação de
$20, apresentada na DRE. Com isso, obtivemos o Lucro Líquido Ajustado (LLA), restando calcular as
variações dos ativos e passivos operacionais.
As linhas “estoque” e “contas a receber de clientes” são ativos operacionais, portanto é necessário calcular
as suas variações e inverter o sinal. Feito o cálculo, podemos compreender, de uma maneira simplificada,
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
8
como a entidade está gerando seu caixa, com seus respectivos prazos médios. Verificamos que as contas
a receber de clientes aumentaram. Se mantiver tudo o mais constante, podemos inferir que a entidade está
vendendo mais a prazo, ou seja, seu prazo médio de recebimento (PMR) aumentou, gerando uma perda
de caixa, dado que a entidade recebe menos à vista. Por outro lado, o saldo de estoques reduziu. Se
mantiver tudo o mais constante, significa que houve venda de estoques e redução do prazo médio de
estocagem. Isso afeta o caixa de forma positiva.
Por fim, temos que calcular as variações dos passivos operacionais da entidade, no caso utilizaremos as
linhas “fornecedores” e “salários a pagar”, mantendo o sinal das variações positivo. A primeira linha
variou negativamente, deixando claro que neste exercício ela diminuiu o prazo de pagamento dos seus
fornecedores. O prazo médio de pagamento (PMP) de fornecedores quando diminuiu, quer dizer que a
entidade paga mais rápido seus fornecedores, reduzindo, portanto, o fluxo de caixa da atividade
operacional. A segunda linha, em movimento oposto, aumentou em $13, demonstrando que a entidade
ganhou $13 por não realizar o pagamento de salários, assim, o PMP de salários aumentou, logo a entidade,
agora, demora mais tempo para pagar seus funcionários.
Para as atividades de investimento e de financiamento, basta apresentar estas da mesma maneira que é
feita na DFC pelo método direto. O CPC03(R2) recomenda que a DFC seja apresentada pelo método
direto, por ser mais simples a sua compreensão. As entidades, porém, preferem apresentá-la pelo método
indireto. Isso ocorre por dois motivos, em particular.
O primeiro se dá pela dificuldade de os contadores terem acesso às informações de outras áreas da
entidade para elaborarem a DFC pelo método direto. O segundo se dá por uma das normas contábeis, que
diz ser obrigatório a apresentação da DFC pelo método indireto nas notas explicativas, caso a entidade
opte por apresentar a DFC pelo método direto. Entretanto, se a entidade elaborar a DFC pelo método
indireto, não é necessário que apresente uma nota explicativa com o método direto.
A figura abaixo apresenta a integração dos três grupos de fluxos de caixa com o BP:
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
9
Alguns exemplos de transações que não afetam o caixa são: vendas a prazo, despesas com depreciação e
amortização, perda para créditos de liquidação duvidosa, provisão para contingências, conversão de
dívida em aumento do social, bens recebidos em doação e entre outras.
4. Diferentes formas de classificação
Evento
Classificações possíveis
Recomendação CPC
Juros pagos
Operacional ou de Financiamento
Juros recebidos
Operacional ou de Financiamento
Operacional
Dividendos pagos
Operacional ou de Financiamento
Financiamento
Operacional ou de Investimento
Operacional
Dividendos recebidos
Operacional
5. Fluxo de Caixa de Finanças
Considere os dados do BP e da DRE dos anos de 2019 e 2018 da companhia Brasil S.A. para elaborar a
DFC pelo método indireto:
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
10
A DFC pelo Método Indireto elaborada pela companhia seria:
DFC: Método Indireto
2019
(=) Lucro Líquido
412
Ajustes por:
Despesas com depreciação
65
Despesas com juros
70
(=) Lucro Líquido Ajustado ................................................................ 547
Redução das contas a receber
(233)
Redução dos estoques
(2)
Aumento das contas a pagar
34
Redução de títulos a pagar
(73)
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais
273
Aquisição de imobilizado: instalações
(130)
Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de Investimento
(130)
Aporte de capital social
Pagamento de dividendos
40
(103)
Pagamento de empréstimos
(24)
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Financiamento
(87)
Aumento de caixa e equivalentes de caixa
56
Saldo Inicial: caixa e equivalentes de caixa
104
Saldo Final: caixa e equivalentes de caixa
160
Como já vimos, a DFC visa demonstrar as causas da variação do caixa do período. Os estudos em Finanças
calculam o fluxo de caixa do ativo, credores e acionistas.
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
11
Dessa mesma forma que o valor do ativo da entidade representa a soma do seu valor de passivo e seu
valor do patrimônio líquido (PL), o fluxo de caixa dos ativos da entidade é a soma dos fluxos de caixa
aos credores e dos fluxos de caixa aos acionistas. De outro modo, o fluxo de caixa dos ativos da entidade
é igual aos fluxos de caixa pagos aos fornecedores de capital (acionistas e credores).
5.1 Fluxo de Caixa dos Ativos
O fluxo de caixa dos ativos envolve três componentes: fluxo de caixa operacional, gastos de capital e
variação do capital circulante líquido (CCL), referindo-se ao fluxo de caixa resultante das atividades
diárias de produção e vendas. As despesas associadas ao financiamento de ativos da entidade não são
incluídas, pois não são despesas operacionais.
Fluxo de Caixa dos Ativos = Fluxo de Caixa Operacional − Gastos de capital − Variação do CCL
Fluxo de Caixa dos Ativos = $547 − $130 − $330
Fluxo de Caixa dos Ativos = $87
5.1.1 Fluxo de Caixa Operacional
Fluxo de Caixa Operacional = EBIT + Despesas com depreciação − Despesas com impostos
Fluxo de Caixa Operacional = $694 + $65 − $212
Fluxo de Caixa Operacional = $547
5.1.2 Gastos de Capital
Gastos de Capital = Gastos com ativos imobilizados − Valor recebido por vendas de ativos imobilizados
Gastos de Capital = Imobilizado Final ($1.709) − Imobilizado Inicial ($1.644) + Desp. com depreciação ($65)
Gastos de Capital = $130
5.1.3 Variação do Capital Circulante Líquido
A variação do CCL é medida como a variação líquida do ativo circulante em relação ao passivo circulante
no período examinado.
Variação do CCL
2019
(+) Ativo circulante
(-) Passivo circulante
(=) Capital Circulante Líquido
Variação do CCL
2018
1.403
1.112
389
428
1.014
684
330
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
12
5.2 Fluxo de Caixa aos Credores
Fluxo de Caixa aos Credores = Juros pagos − Captação de novos empréstimos
Fluxo de Caixa aos Credores = $70 − $46
Fluxo de Caixa aos Credores = $24
5.3 Fluxo de Caixa aos Acionistas
Fluxo de Caixa aos Acionistas = Dividendos pagos − Aportes de capital
Fluxo de Caixa aos Acionistas = $103 − $40
Fluxo de Caixa aos Acionistas = $63
6. Exercícios
Questão 1. .................................................................................................................................................................
Considere a DFC pelo método direto e indireto, em 31/12/X1 e 31/12/X2, para responder às questões 14, conforme aplicável a cada questão.
1. Se o saldo das contas a receber em X0 era $100, qual o saldo das contas a receber em X2?
Para responder à questão, faremos a movimentação de saldos seguindo as variações de saldos apresentadas na DFC
pelo método indireto:
Saldo Contas a Receber em X0
100
(-) redução do saldo em X1
(20)
(+) aumento do saldo em X2
30
Saldo em X2 (=)
110
Dessa forma, o saldo das contas a receber em X2 é de $110.
2. Qual pode ter sido a estratégia de recebimentos da entidade no ano de X1?
A entidade pode ter reduzido o PMR ao promover descontos para pagamentos à vista.
3. Qual o valor da Receita da DRE de X2? Basear-se na resposta da questão #1.
O primeiro passo para responder à questão é identificar o saldo das contas a receber em X1. Para isto, nos
basearemos na resposta da questão #1 e na variação de saldo apresentada na DFC pelo método indireto.
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
13
(+) Saldo Contas a Receber em X2
110 - conforme resposta da questão #1
(-) Aumento do saldo em X2
(30) - conforme DFC pelo Método Indireto.
(=) Saldo Contas a Receber em X1
80
O segundo passo é calcular a receita utilizando a fórmula:
πΆπ‘œπ‘›π‘‘π‘Žπ‘  π‘Ž π‘…π‘’π‘π‘’π‘π‘’π‘Ÿ π‘’π‘š π‘ΏπŸ = πΆπ‘œπ‘›π‘‘π‘Žπ‘  π‘Ž π‘…π‘’π‘π‘’π‘π‘’π‘Ÿ π‘’π‘š π‘ΏπŸ + π‘…π‘’π‘π‘’π‘–π‘‘π‘Žπ‘  𝑑𝑒 π‘ΏπŸ − π‘…π‘’π‘π‘’π‘π‘–π‘šπ‘’π‘›π‘‘π‘œπ‘  𝑑𝑒 π‘ΏπŸ. Isolando a variável
de interesse, temos:
π‘…π‘’π‘π‘’π‘–π‘‘π‘Žπ‘  𝑑𝑒 π‘ΏπŸ = πΆπ‘œπ‘›π‘‘π‘Žπ‘  π‘Ž π‘…π‘’π‘π‘’π‘π‘’π‘Ÿ π‘’π‘š π‘ΏπŸ − πΆπ‘œπ‘›π‘‘π‘Žπ‘  π‘Ž π‘…π‘’π‘π‘’π‘π‘’π‘Ÿ π‘’π‘š π‘ΏπŸ + π‘…π‘’π‘π‘’π‘π‘–π‘šπ‘’π‘›π‘‘π‘œπ‘  𝑑𝑒 π‘ΏπŸ. Ao substituirmos
os valores conhecidos, identificamos que a o valor das receitas da DRE de X2 é R$ 300.
(+) Saldo contas a receber em X2
110
(-) Saldo contas a receber em X1
(80)
(+) Recebimentos em X2
270 - conforme DFC pelo Método Direto.
(=) Receitas DRE de X2 .......................
300
4. Qual é o PMR de X2? Basear-se na resposta da questão 3 e utilizar saldos médios.
A fórmula de cálculo do PMR é:
(
Contas a Receber Final + Contas a Receber Inicial
)∗360
2
Receitas
.
Substituindo os valores, identificamos que o PMR é de 114 dias.
Questão 2. .................................................................................................................................................................
Suponha que a ABC S.A. seja detentora de 30% das ações da coligada “X”. A participação acionária da
companhia na coligada “X” e o resultado de equivalência patrimonial (REP) são os apresentados no
quadro abaixo. A coligada “X” declarou o pagamento de 60% dos dividendos em X3.
Considerando que no final de X3 a ABC S.A. aumentou sua participação acionária na coligada “X”,
pergunta-se, qual o valor desta compra?
Para responder à questão, considere a fórmula:
π‘†π‘Žπ‘™π‘‘π‘œ π‘’π‘š π‘ΏπŸ‘ = π‘†π‘Žπ‘™π‘‘π‘œ π‘’π‘š π‘ΏπŸ + 𝑅𝐸𝑃 𝑑𝑒 π‘ΏπŸ‘ − π·π‘–π‘£π‘–π‘‘π‘’π‘›π‘‘π‘œπ‘  π‘…π‘’π‘π‘’π‘π‘–π‘‘π‘œπ‘  π‘’π‘š π‘ΏπŸ‘ + π΄π‘žπ‘’π‘–π‘ π‘–çõ𝑒𝑠 π‘’π‘š π‘ΏπŸ‘.
O valor dos dividendos recebidos em X3 é $5 ($15 de REP * 30%). Isolando a variável de interesse (aquisições em
X3) e substituindo os valores conhecidos, identificamos que o valor da compra foi de $90.
Questão 3. .................................................................................................................................................................
1. Considerando as informações do quadro abaixo, responda qual o valor dos custos das mercadorias
vendidas (CMV) de X1?
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
14
O primeiro passo para responder à questão é identificar o saldo das compras de estoques em X1. Para isto,
utilizamos a fórmula: π‘†π‘Žπ‘™π‘‘π‘œ πΉπ‘–π‘›π‘Žπ‘™ 𝑑𝑒 πΉπ‘œπ‘Ÿπ‘›π‘’π‘π‘’π‘‘π‘œπ‘Ÿπ‘’π‘  = π‘†π‘Žπ‘™π‘‘π‘œ πΌπ‘›π‘–π‘π‘–π‘Žπ‘™ 𝑑𝑒 πΉπ‘œπ‘Ÿπ‘›π‘’π‘π‘’π‘‘π‘œπ‘Ÿπ‘’π‘  + πΆπ‘œπ‘šπ‘π‘Ÿπ‘Žπ‘  − π‘ƒπ‘Žπ‘”π‘Žπ‘šπ‘’π‘›π‘‘π‘œπ‘ .
Isolando a variável de interesse (compras), temos: πΆπ‘œπ‘šπ‘π‘Ÿπ‘Žπ‘  = π‘†π‘Žπ‘™π‘‘π‘œ πΉπ‘–π‘›π‘Žπ‘™ − π‘†π‘Žπ‘™π‘‘π‘œ πΌπ‘›π‘–π‘π‘–π‘Žπ‘™ + π‘ƒπ‘Žπ‘”π‘Žπ‘šπ‘’π‘›π‘‘π‘œπ‘ . Logo,
o valor total das compras em X1 foi de $20.
Com a total das compras calculado, seguimos para o próximo passo, o cálculo do CMV. A fórmula que nos assiste
é: πΈπ‘ π‘‘π‘œπ‘žπ‘’π‘’π‘  πΉπ‘–π‘›π‘Žπ‘™ = πΈπ‘ π‘‘π‘œπ‘žπ‘’π‘’π‘  πΌπ‘›π‘–π‘π‘–π‘Žπ‘™ + πΆπ‘œπ‘šπ‘π‘Ÿπ‘Žπ‘  − 𝐢𝑀𝑉. Ao isolarmos a variável de interesse (CMV), temos:
𝐢𝑀𝑉 = πΈπ‘ π‘‘π‘œπ‘žπ‘’π‘’π‘  πΉπ‘–π‘›π‘Žπ‘™ − πΈπ‘ π‘‘π‘œπ‘žπ‘’π‘’π‘  πΌπ‘›π‘–π‘π‘–π‘Žπ‘™ + πΆπ‘œπ‘šπ‘π‘Ÿπ‘Žπ‘ . Assim, podemos responder que em X1 o valor do CMV é
$70.
2. Considerando que a margem bruta era de 65%, qual é o valor da receita de vendas de X1?
Ao dividir o valor do CMV (R$ 70) pela Margem Bruta (65%), identificamos que a Receita de Vendas é R$ 108.
Questão 4. .................................................................................................................................................................
Em quais “Fluxos” da DFC são apresentados:
a) Dividendos pagos: DFC pelo método direto e indireto, dado que não há diferenças na apresentação das
atividades de investimento entre os dois métodos.
b) Dividendos recebidos: DFC pelo método direto e indireto, dado que não há diferenças na apresentação
das atividades de investimento entre os dois métodos.
Questão 5. .................................................................................................................................................................
Considere as seguintes informações, extraídas da DRE e da DFC pelo método indireto:
DFC Método Indireto
Variação no saldo dos estoques
X3
X2
X1
(6)
(7)
(5)
DRE
X3
Receita
100
X2
100
X1
100
O que pode estar acontecendo nesta entidade?
Para a primeira proposição, se considerarmos que a estabilidade da receita nos três anos reflete um mesmo volume
de venda e mesmo preço de venda, as oscilações nos estoques pode refletir oscilações no preço de aquisição dos
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
15
estoques ou redução do volume mantido nos estoques.
Para a segunda proposição, se considerarmos alterações nos preços de vendas e no volume vendas, mas que
coincidentemente resultou no mesmo valor de receitas para os três anos, as oscilações podem estar atreladas a
alteração do prazo de rotatividade dos estoques ou alterações nos preços de aquisição.
Questão 6. .................................................................................................................................................................
Tomando por base o BP em 31/12/X2 e 31/12/X1, parcialmente preenchidos, e a DFC pelo método direto
e indireto, em 31/12/X2, da Comércio S.A., pede-se:
a) Complete as informações faltantes do BP nos dois períodos.
b) Elabore a DRE do período X2.
Balanço Patrimonial
Ativo
X2
X1
Caixa e equivalentes de caixa
Contas a receber de clientes
Dividendos
8
DFC Método Indireto
Passivo
X2
X2
Fornecedores
80
Lucro Líquido
100
Salários a pagar
60
Ajustes por:
-
IR a recolher
10
(+) Despesas de depreciação
Empréstimos a pagar
90
(+) Despesas de impairment marca
Juros a pagar
10
(+) Despesas financeiras
Instalações
100
(-) Juros a apropriar
(-) Depreciação acumulada
(20)
Marca
8
(25)
230
(70)
Fluxo de Caixa Gerado pelas Atividades Operacionais
160
3
5
(-) Ganho de equivalência patrimonial
(10)
(=) Lucro Líquido Ajustado
125
Compra de instalações
(60)
Compra de participação societária
(50)
Fluxo de Caixa Consumido pelas Atividades de Investimentos
(110)
Patrimônio Líquido
Redução das contas a receber
Capital social
Aumento dos estoques
(10)
Pagamento de empréstimos
Redução dos fornecedores
(10)
Pagamento de juros
(7)
Aumento do capital social
10
Pagamento de dividendos
(50)
Reservas
40
30
Aumento dos salários a pagar
Total do Ativo
Recebimento de clientes
Pagamento de fornecedores
10
100
80
X2
117
Participação societária
Estoques
DFC Método Direto
X1
Total do Passivo + PL
20
Aumento do IR a recolher
5
Fluxo de Caixa Gerado pelas Atividades Operacionais
(40)
160
Fluxo de Caixa Consumido pelas Atividades de Financiamentos
(87)
Compra de instalações
(60)
Variação de caixa
(37)
Compra de participação societária
(50)
Fluxo de Caixa Consumido pelas Atividades de Investimentos
(110)
Saldo Inicial: caixa e equivalentes de caixa
87
Saldo Final: caixa e equivalentes de caixa
Pagamento de empréstimos
(40)
Pagamento de juros
(7)
Aumento do capital social
10
Pagamento de dividendos
(50)
Fluxo de Caixa Consumido pelas Atividades de Financiamentos
(87)
Variação de caixa
(37)
Saldo Inicial: caixa e equivalentes de caixa
87
Saldo Final: caixa e equivalentes de caixa
Com base nas informações apresentadas nas DFCs, o BP e a DRE completas são:
Balanço Patrimonial
Ativo
X2
Caixa e equivalentes de caixa
Contas a receber de clientes
Dividendos a receber
Estoques
Passivo
X2
X1
50
87
Fornecedores
70
80
Receita de Vendas
70
100
Salários a pagar
80
60
(-) CMV
(50)
-
IR a recolher
15
10
(=) Lucro Bruto
150
Empréstimos a pagar
50
90
(-) Despesas de depreciação
3
10
(-) Despesas de impairment marca
(3)
(20)
(25)
(+) Ganho de equivalência patrimonial
10
8
90
80
Participação societária
152
100
Juros a pagar
Instalações
160
100
(-) Juros a apropriar
(-) Depreciação acumulada
(30)
(20)
5
8
Marca
Total do Ativo
DRE
X1
505
455
X2
200
(10)
(-) Despesas Financeiras
Patrimônio Líquido
(5)
(=) Resultado antes do IR e da CS
142
Capital social
200
190
(-) Despesas com impostos
(25)
Reservas
107
40
(=) Lucro Líquido do Exercício
117
Total do Passivo + PL
505
455
Compras de Estoques
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
60
16
Se a Comércio S.A. dobrasse a sua receita (mantendo os mesmos valores em contas a receber), o que
aconteceria com o prazo médio de recebimento?
Se o total de receitas de X2 dobrasse, o PMR reduziria, conforme apresentado:
Atual
Proj.
Receita de vendas
200
400
Contas a receber
70
70
126
63
(=) Prazo Médio de Recebimento (dias)
Questão 7.
Se a Companhia tivesse, em X1, o mesmo nível de vendas de X2, qual poderia ser a sua estratégia de
recebimento?
Se a empresa registrasse $200 de receitas de vendas em X1 (similar a venda de X2), o PMR para este período seria
de 180 dias, como demonstrado abaixo.
Desde modo, poderíamos inferir que a empresa prolongou a data de seus recebíveis ou algum cliente não está
honrando com as suas obrigações. Não somente, poderíamos concluir que as vendas ficaram concentradas mais
para perto do final do ano. Pela forma como o PMR foi calculado, considera-se que as receitas foram lineares ao
longo do período.
Questão 8. .................................................................................................................................................................
Leia a reportagem publicada pelo Valor Econômico em 26/04/17 e responda as questões:
A Duratex reduziu seu prejuízo líquido no primeiro trimestre de 2017, na comparação anual. A receita líquida
avançou 5,6% no intervalo, para R$ 952 milhões. O custo dos produtos vendidos cresceu 1,3% na mesma base comparativa,
para R$ 629,38 milhões. As despesas gerais e administrativas caíram 10,1%.
As exportações continuam relevantes para a Duratex, embora a participação do mercado externo na receita
consolidada tenha passado de 20%, no primeiro trimestre de 2016, para 16% em igual período deste ano.
No trimestre, a Companhia vendeu fazendas da controlada Duratex Florestal e ainda realizou a renegociação de
prazos com fornecedores, que contribuiu para a melhora do fluxo de caixa.
A alavancagem medida por dívida líquida sobre EBITDA dos últimos 12 meses foi reduzida de 2,99 vezes, no
encerramento de 2016, para 2,81 vezes ao fim de março. A Duratex tem como meta de alavancagem patamar mais próximo
de 2 vezes no fim de 2017.”
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
17
a) Um valor da atividade operacional da DFC do primeiro trimestre de 2017 da Companhia foi,
propositadamente, invertido o sinal. Baseando-se na reportagem, qual é este valor? Variação de
Fornecedores.
b) Explique o raciocínio utilizado para responder à questão anterior, tomando por base os conceitos
da “Demonstração dos Fluxos de Caixa” e a reportagem publicada. Dado que a Companhia
renegociou os prazos com seus fornecedores, o saldo aumentou. Dessa forma, a variação demonstrada na
DFC deveria ser positiva.
Questão 9. .................................................................................................................................................................
Baseado em duas demonstrações contábeis, DRE e DFC, de 1994 e 1995 da Loja Mappin, explique como
o prejuízo de R$19.469 em 1995 se relaciona com o fluxo de caixa operacional positivo de R$38.657 do
mesmo período. Os valores estão demonstrados em milhares de Reais.
Quando analisamos a movimentação na linha “Custo das Mercadorias e dos Serviços Vendidos” da DRE e
comparamos com a variação da linha “Pagamento a Fornecedores” da DFC, nota-se aumento em ambas as linhas,
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
18
todavia, o aumento não foi proporcional. Enquanto a primeira aumentou em 19%, o crescimento da segunda foi de
12%.
Questão 10. Lojas Renner S.A. ................................................................................................................................
Baseando-se na DFC de 2019 consolidada das Lojas Renner S.A., responda:
a) Avalie a geração de caixa da Companhia;
b) Analise o prazo médio de pagamentos a fornecedores da Companhia.
O saldo de caixa e equivalentes de caixa da Companhia aumentou em 21% (R$ 203.382 mil), porém este aumento
não foi observado no lucro líquido. O Fluxo de Caixa Operacional gerado em 2019 foi superior ao do ano anterior,
em R$ 751.469 mil. A este aumento atribuímos ao comportamento inverso da Companhia quando comparado os
dois períodos atinentes às aplicações financeiras. Em 2018, 30% do fluxo de caixa gerado foram aplicados,
enquanto 16% foram resgatados. Apenas nesta linha, percebe-se uma variação de R$ 572.777 mil.
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
19
Deste aumento, parte foi consumido com o aumento nas compras de imobilizado e intangível e, também, pelos
pagamentos a título de contraprestações de arrendamentos.
Questão 11. Karsten S.A. .........................................................................................................................................
Baseando-se na DFC de 2018 consolidada da Karsten S.A., responda:
a) O que deve estar ocorrendo com a gestão de estoques e vendas a prazo?
b) Em quais condições financeiras a Companhia se encontra?
Gestão dos estoques: podemos inferior com base nas informações apresentadas nesta DFC que os estoques
adquiridos em 2017 não foram vendidos durante o ano de 2018, refletindo possíveis falhas no gerenciamento dos
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
20
estoques. Citamos como exemplos, projeção incorreta do volume de vendas ou entrada de concorrentes que
ofereçam produtos mais baratos. Gestão de vendas a prazo: o aumento das contas a receber pode refletir aumento
no PMR ou aumento de receita.
A Companhia está apresentando recorrentes prejuízos. Pelo fluxo de caixa operacional podemos visualizar a
materialização de perda no imobilizado. A redução do saldo de fornecedores e o aumento das contas a receber,
ambas movimentações em 2018, retrata um provável PMR maior do que PMP. Esse descasamento é maléfico para
a Companhia. No mais, uma baixa rotatividade nos estoques desfavorece sua gestão de caixa, pois além de não ser
imediatamente liquidado, os custos pela estocagem dos produtos podem aumentar os prejuízos da Companhia.
Questão 12. ...............................................................................................................................................................
Considere as seguintes informações financeiras de uma entidade e o não pagamento de dividendos.
Pede-se:
a) Calcule o fluxo de caixa dos ativos.
Fluxo de Caixa dos Ativos = Fluxo de caixa operacional − Gastos de capital − Variação do CCL
Fluxo de Caixa dos Ativos = $4.856 − $430 + $45
Fluxo de Caixa dos Ativos = $4.471
Passo 1. Cálculo do Fluxo de Caixa Operacional:
Fluxo de Caixa Operacional = EBIT + Despesas com depreciação − Despesas com impostos
Fluxo de Caixa Operacional = $5.454 + $1.150 − $1.748
Fluxo de Caixa Operacional = $4.856
Passo 2. Cálculo dos Gastos de Capital:
Gastos de Capital = Gastos com ativos imobilizados − Valor recebido por vendas de ativos imobilizados
Gastos de Capital = Imobilizado Final − Imobilizado Inicial + Desp. com depreciação
Gastos de Capital = $430
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
21
Passo 3. Cálculo da Variação do CCL
Variação do Capital Cirulante Líquido = (AC − PC do período corrente) − (AC − PC do período anterior)
Variação do Capital Circulante Líquido = ($936 − $382) − ($1.015 − $416)
Variação do Capital Circulante Líquido = ($45)
b) Calcule o fluxo de caixa aos credores.
Fluxo de Caixa aos Credores = Juros pagos + Pagamentos de empréstimos
Fluxo de Caixa aos Credores = $314 + $317
Fluxo de Caixa aos Credores = $631
c) Calcule o fluxo de caixa aos acionistas. Houve emissão ou recompra de ações?
Fluxo de Caixa aos Acionistas = Dividendos pagos + Redução de capital
Fluxo de Caixa aos Acionistas = $0 + $448 + LL de 2019
Fluxo de Caixa aos Acionistas = $3.840
Questão 13. ...............................................................................................................................................................
(FGV AFTE) A companhia Atacado Luzia S.A. efetuou as seguintes transações, em 2019:
(i) Integralização de capital social, por meio de um imóvel no valor de R$ 200.000;
(ii) Compra de computadores, para pagamento em agosto de 2020, por R$ 10.000;
(iii) Pagamento de empréstimo bancário, contraído em 2016 no valor de R$ 30.000;
(iv) Pagamento de despesas diversas, no valor de R$ 50.000;
(v) Resgate de debêntures emitidas, no valor de R$ 18.000;
(vi) Pagamento de dividendos, que haviam sido reconhecidos no ano anterior no valor de R$ 15.000;
(vii) Venda de mercadorias à vista, por R$ 300.000;
(viii) Reconhecimento dos custos das mercadorias vendidas, no valor de R$ 200.000;
(ix) Compra de participação em empresa coligada, no valor de R$ 40.000.
Com base nas informações acima, assinale a afirmativa correta.
a) A atividade operacional gerou R$ 50.000.
b) A atividade de investimento consumiu R$ 70.000.
c) A atividade de investimento consumiu R$ 88.000.
d) A atividade de financiamento consumiu R$ 63.000.
e) A atividade de financiamento gerou R$ 185.000.
A alternativa (d) está correta, conforme DFC pelo Método Direto apresentada abaixo:
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
22
DFC Método Direto
2019
Recebimento de clientes por vendas à vista
300.000
Pagamento de despesas diversas
(50.000)
Fluxo de Caixa Gerado pelas Atividades Operacionais
250.000
Investimentos em empresa coligada
(40.000)
Fluxo de Caixa Consumido pelas Atividades de Investimentos
(40.000)
Resgate de debêntures emitidas
(18.000)
Pagamento de empréstimo bancário
(30.000)
Pagamento de dividendos
(15.000)
Fluxo de Caixa Consumido pelas Atividades de Financiamentos
(63.000)
Vejamos o motivo das outras transações não terem sido apresentadas na DFC:
(i) Como o aporte de capital foi por meio de ativo imobilizado, a transação não afetou caixa.
(ii) A compra de computadores foi feita em 2019, porém seu pagamento será no ano seguinte. Logo, a compra
não impactou o saldo do caixa e equivalentes de caixa.
(viii) A informação refere-se ao valor do CMV de 2019, o qual foi adquirido e pago em períodos anteriores.
Assim, a descrição da transação está a relaciona a movimentação dos estoques decorrente das vendas de
mercadorias.
Questão 14. ...............................................................................................................................................................
Dos eventos contábeis a seguir, quais se refletiram na DFC e em qual tipo de atividade (operacional, de
investimento e de financiamento):
a. Compra de imobilizado através de uma operação de financiamento. Sem impacto na DFC.
b. Compra de imobilizado utilizando recurso disponível em caixa. Redução na atividade de investimento.
c. Aumento do prazo de pagamento concedido pelos fornecedores. Sem impacto na DFC.
d. Investimento em títulos da dívida do governo federal. Redução na atividade de investimento.
e. Pagamento de uma dívida de curto prazo. Redução na atividade de financiamento.
f. Aumento de 30% das receitas do período. Sem impacto na DFC.
g. Pagamento de juros de um empréstimo financeiro. Redução na atividade de financiamento ou na atividade
operacional, este último recomendado pelo CPC 03 (R2).
Questão 15. ...............................................................................................................................................................
Os eventos contábeis ocorridos em 2019 da empresa Pegue, Pague e Leve Ltda. foram:
01. Compra a prazo de mercadorias ............................................................................................... R$ 1.200
02. Venda a prazo de mercadorias .................................................................................................. R$ 3.000
03. Custo das mercadorias vendidas .............................................................................................. R$ 1.500
04. Recebimento de clientes ........................................................................................................... R$ 2.700
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
23
05. Pagamento de fornecedores ..................................................................................................... R$ 1.600
06. Aporte de capital ......................................................................................................................... R$ 500
07. Compra de imobilizado com 20% pagos à vista e o restante financiado ................................... R$ 1.500
08. Compra de investimentos em outras entidades com pagamento à vista ...................................... R$ 300
09. Despesas operacionais, sendo que 10% será pago em 2020 ........................................................ R$ 400
10. Despesas com depreciação .......................................................................................................... R$ 140
11. Ganho de equivalência patrimonial ............................................................................................. R$ 100
12. Captação de empréstimos bancários ........................................................................................... R$ 250
13. Despesa com impostos, sendo pagos em 2020 ............................................................................ R$ 220
14. Distribuição de 100% dos dividendos .....................................................................................................
Pede-se:
a. Elaborar a DFC pelo método direto e indireto.
b. Responda:
i. Qual o valor do Fluxo de Caixa dos Ativos? R$ 90.
ii. Qual o valor do Fluxo de Caixa aos Credores? (R$ 250).
iii. Qual o valor do Fluxo de Caixa aos Acionistas? R$ 340.
Balanço Patrimonial
2019
Caixa e equivalentes de caixa
Contas a receber
Estoques
Investimentos
Imobilizado
Total do Ativo
1.550
300
1.400
400
2.360
6.010
2018
1.500
2019
Fornecedores
-
Empréstimos bancários
1.700
Outras contas a pagar
1.000
4.200
DRE
Impostos a recolher
Capital social
Total do Passivo + PL
2018
600
1.000
2019
Receita de vendas
3.000
250
-
(-) CMV
1.240
-
(=) Lucro Bruto
220
-
(-) Despesas operacionais
(400)
(-) Despesas com depreciação
(140)
3.700
6.010
3.200
4.200
1.500
(+) REP
100
(=) LAIR
1.060
(-) Despesas com impostos
(=) Lucro Líquido
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
(1.500)
(220)
840
24
DFC Método Direto
DFC Método Indireto
2019
Recebimento de clientes
2.700
Pagamento de fornecedores
(1.600)
Pagamento de despesas operacionais
(360)
Fluxo de Caixa Gerado pelas Atividades Operacionais
740
2019
Lucro antes dos Impostos
1.060
Ajustes por:
Despesas com depreciação
140
Despesas operacionais
40
REP
Lucros antes dos importos ajustado
(100)
1.140
Aumento das contas a receber
(300)
Redução dos estoques
300
Redução de fornecedores
(400)
Fluxo de Caixa Gerado pelas Atividades Operacionais
740
Compra de ativo imobilizado
(300)
Compra de ativo imobilizado
(300)
Compra de investimentos
(300)
Compra de investimentos
(300)
Fluxo de Caixa Consumido pelas Atividades de Investimentos
(600)
Aporte de capital
500
Captação de empréstimos bancários
Fluxo de Caixa Consumido pelas Atividades de Investimentos
(600)
Aporte de capital
500
250
Distribuição de dividendos
(840)
Fluxo de Caixa Consumido pelas Atividades de Financiamentos
Aumento (redução) do caxia e equivalentes de caixa
(90)
50
250
Distribuição de dividendos
(840)
Fluxo de Caixa Consumido pelas Atividades de Financiamentos
(90)
Aumento (redução) do caxia e equivalentes de caixa
50
Saldo Inicial: caixa e equivalentes de caixa
1.500
Saldo Inicial: caixa e equivalentes de caixa
1.500
Saldo Final: caixa e equivalentes de caixa
1.550
Saldo Final: caixa e equivalentes de caixa
1.550
i. Fluxo de Caixa dos Ativos:
Fluxo de Caixa dos Ativos = Fluxo de Caixa Operacional − Gastos de Capital − Variação do CCL
Fluxo de Caixa dos Ativos = R$ 880 − R$ 1.800 + 1.010
Fluxo de Caixa dos Ativos = R$ 90
Fluxo de Caixa Operacional
Fluxo de Caixa Operacional = EBIT + Desp. com depreciação − REP − Desp. com impostos
Fluxo de Caixa Operacional = R$ 1.060 + R$ 140 − R$100 − R$ 220
Fluxo de Caixa Operacional = R$ 880
Gastos com Capital
Gastos de Capital = Gastos com imobilizado − Recebimento por venda de imobilizado + Investimento em outras entidades
Gastos de Capital = Imob. Final (R$ 2.360) − Imob. Inicial (R$ 1.000) − Desp. depr. (R$ 140) + Compra Part. Soc. (R$300)
Gastos de Capital = R$ 1.800
ii. Fluxo de Caixa aos Credores:
Fluxo de Caixa aos Credores = Juros pagos − Captação de novos empréstimos
Fluxo de Caixa aos Credores = R$ 0 − R$ 250
Fluxo de Caixa aos Credores = (R$ 250)
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
25
iii. Fluxo de Caixa aos Acionistas:
Fluxo de Caixa aos Acionistas = Dividendos pagos − Aportes de capital
Fluxo aos Acionistas = R$ 840 − R$ 500
Fluxo de Caixa aos Credores = R$ 340
Rua Quatá, 300 | 04546-042 | Vila Olímpia | São Paulo | SP | Brasil
T + 55 11 4504-2400 | www.insper.edu.br
26
Download