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Doc 15 - Estudo benchmarking Cap1

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Estudo
de benchmarking
internacional
sobre práticas
e instrumentos
de apoio ao
empreendedorismo
Relatório Final
Maio 2011
Índice
Ficha Técnica
3
3. Estudos de caso
Visitas Realizadas
4
3.1. Barcelona
26
Objectivos do Estudo
5
3.2. Helsínquia | Finlândia
36
1. Enquadramento Conceptual
6
3.3. São Paulo
47
4. Lições da experiência
do processo de apoio à actividade empreendedora
25
1.1. Conceitos
7
1.2. impactes
8
4.1. Processos eficientes de incubação
62
1.3. Tipologia
9
4.2. Relações entre Universidades, incubadoras
e empresas
65
4.3. Relacionamento com o sistema financeiro
66
1.4. Determinantes de empreendedorismo
2. Indicadores internacionais
da dinâmica do empreendedorismo
12
14
5. Conclusões e Desafios
61
67
2.1. Indicadores de resultados
15
6.1. Conclusões
68
2.2. Dinâmica empreendedora e factores de sucesso
24
6.2. Desafios
70
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A |
2
Ficha Técnica
Título
Estudo de benchmarking internacional sobre práticas e instrumentos
de apoio ao empreendedorismo
Relatório Final
Maio 2011
Autoria
Promotor do Estudo
ANJE e CEC
Autoria
Sociedade de Consultores
Augusto Mateus & Associados (AM&A)
Promotor
do Estudo
Coordenação Global
Augusto Mateus
Coordenação Executiva
Sérgio Lorga
Projecto
Promotor
do Projecto
Comité Consultivo
Augusto Mateus
Clara Braga da Costa
Gonçalo Caetano
José Furtado
Paulo Madruga
Rui Ferreira
Vasco Varela
Virgínia Trigo
Consultores
Filipa Lopes
José Vasconcelos
CoPromotores
do Projecto
Ilustrações
SXC | Office 2010| Wikimedia
| Augusto Mateus & Associados e entidades citadas
Cofinanciado
por:
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3
Visitas Realizadas
A equipa de projecto
da Sociedade de Consultores
Augusto Mateus & Associados
agradece a disponibilidade
e a informação prestada
pelos seguintes entrevistados:
Helsínquia | Finlândia
São Paulo
Barcelona
Aalto Start-Up Center
Câmara Portuguesa
de Comércio no Brasil
AICEP Barcelona
Anne Gustafsson Pesonen
Laura Gurgel
Manuel Martinez Garnica
Marika Pakkala
Ana Carolina Fioravante
Fatima Magalhães
Tekes
SEBRAE
Barcelona Activa
Kari Komulanen
Emerson Morais Vieira
Marc Sans
Otaniemi
FINEP
Fundació Bosch i Gimpera
Ari Huczkowski
William Respondovesk
M. Carme Verdaguer i Montoyà
Federation
of Finnish Entreprises
Lucia Klein
Park Cientific
Thomas Palmgren
FIEP
Jesús Purroy
Max Lindholm
Fabrizio Sardelli Panzini
AICEP (Helsinki)
Paula Cristina Correa Bolonha
Kristiina Vaano
Samir Mikhael Hamra Neto
CIESP
Vânia Strepeckes Lopes
CIETEC
Sergio Wigberto Risola
HUB S. Paulo
Pablo Handl
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4
Nota Introdutória
«The three core virtues for
entrepreneurs:
be honest, be frugal and be prepared»
Janne Hukkinen
in «Dismantling the barriers to entrepreneurship in reindeer
management in Finland» | 2006
«There is no one best way
to foster entrepreneurship;
it requires pratical strategies
targeted to specific conditions»
In Paths to Prosperity, promoting entrepreneurship in the
21st Century – Monitor Group| 2009
«When an inventor in Silicon Valley
opens his garage door
to show off his latest idea,
he has 50% of the world market
in front of him.
When an inventor in Finland
opens his garage door,
he faces three feet of snow»
J.O. Nieminen, CEO Nokia Mobira | 1984
Motivação do Estudo
O objectivo geral da elaboração do presente estudo é contribuir para
melhorar
o
apoio
activo
ao
empreendedorismo
nacional,
incrementando a competitividade das empresas empreendedoras
desde a sua formação, e dos seus empresários, através da proposta de
acções concretas, baseadas no estudo comparativo de casos
seleccionados de boas práticas a nível internacional.
Estas boas práticas serão analisadas nos seguintes âmbitos de
abordagem:
•
Identificação de boas práticas conducentes a melhores
resultados comprovados;
•
Identificação de boas práticas de incubação;
•
Identificação de boas práticas decorrentes do mérito das
empresas criadas nos centros de incubação.
Para a concretização destas abordagens, o Conselho Consultivo
identificou
três
sistemas
internacionais
de
apoio
ao
empreendedorismo: o caso de Barcelona (Espanha), o caso de São
Paulo (Brasil) e o caso de Helsínquia e Finlândia. Estas experiências
foram seleccionadas tendo em consideração a maturidade e o
reconhecimento internacional das suas políticas de promoção do
empreendedorismo.
O estudo encerra com um conjunto de conclusões sobre aspectos que
podem
contribuir para
reforçar o sistema de apoio
ao
empreendedorismo e reforçar a sofisticação do modelo de intervençãoO estudo identifica um conjunto de desafios para promover a eficiência
das entidades que em Portugal intervêm na promoção do
empreendedorismo.
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5
1. Enquadramento
Conceptual
1.1.Conceitos
Definição de Empreendedorismo
•
De acordo com a definição da OCDE empreendedorismo é «toda a
acção humana empresarial em busca da criação de valor através da
criação ou expansão da actividade económica, pela identificação e
exploração de novos produtos, processos e mercados».
•
Associadas a esta capacidade de geração ou aproveitamento de
oportunidades, de assunção do risco de criação de riqueza, de
actividade empreendedora, estão as pessoas que, pelas qualidades
próprias evidenciadas, são denominadas empreendedoras.
•
•
As qualidades referidas, são genericamente apelidadas de
«orientação empreendedora». Múltiplos estudos têm-se dedicado a
este tema, discutindo quais as características dos empreendedores,
com base na verificação dos traços de personalidade de
empreendedores de sucesso. Sucintamente, a maioria concorda
com três traços base: a capacidade de iniciativa ou proactividade, a
apetência para assumir riscos e capacidade de inovação. São
também relevantes e centrais as competências associadas à
agressividade competitiva e à autonomia.
•
No âmbito do presente trabalho, iremos usar o termo
empreendedor correspondente à definição actualmente adoptada
1
pela OCDE (2011) :
•
«Detentores de negócio que procuram gerar valor, através da
criação ou expansão de actividade económica identificando e
explorando novos produtos, processo e mercados».
•
O fomento do empreendedorismo tem sido realizado através de
intervenções na cultura para a dinamização das capacidades
empreendedoras de jovens, de criação de estruturas que apoiam o
início da actividade, da facilitação de acesso a crédito, da formação
profissional dos empreendedores, da constituição de redes e da
constituição de ambientes propiciadores à inovação.
•
Actualmente,
é
desenvolvimento a
empreendedorismo.
território envolvente
considerado
fundamental
para
o
seu
constituição de ambientes propiciadores de
O conjunto desta cultura e ambiente com o
denomina-se Ecossistema Empreendedor.
Empreendedores, no sentido mais lato, são provocadores de
mudança ou de ruptura através de iniciativa empreendedora,
criando empresas (start-up), criando novos negócios ou conceitos
dentro de organizações (intra-empreendedorismo) ou na sociedade
(empreendedorismo social).
_________________________
(1) No entanto, ao longo deste capítulo serão discutidas várias tipologias associadas ao
conceito de empreendedorismo
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7
1.2.impactes
Impacte do Empreendedorismo
•
O empreendedorismo associa-se à aceleração das alterações
estruturais da economia e à criação de emprego, pela constante
inovação e aumento de produtividade, enquanto motor de
competitividade e de desenvolvimento económico das cidades, das
regiões ou dos países.
•
O impacte do empreendedorismo depende das características do
ecossistema e dos empreendedores e da natureza das suas
actividades, assumindo-se que cada ecossistema tem propriedades
próprias e gera impactes diferenciados em termos de intensidade e
de qualidade. Varia ainda com o desenvolvimento e natureza da
economia em que tem lugar.
•
Em economias mais frágeis, o empreendedorismo poderá gerar
formas viáveis e sustentadas de sobrevivência de indivíduos e de
comunidades. Assume-se como uma forma eficaz de combate à
pobreza. Gerando actividade económica onde esta não existia,
contribui para o desenvolvimento e sustentabilidade de regiões ou
países.
•
Em regiões com sectores mais produtivos, os negócios criados
apresentam maior sofisticação. Nestes ambientes, o seu impacte
mede-se
em
crescimento
económico,
inovação
ou
internacionalização.
•
O empreendedorismo é visto também como indutor de bem-estar
social. O empreendedorismo social, realizado por entidades da
Administração Pública e Organizações não Governamentais (ONG) é
um forte motor de mudança das condições de vidas das
populações.
•
O ambiente/cultura empreendedora gerada no seio dos
ecossistemas é conducente ao bom ambiente social e psicológico,
passível de elevar níveis de motivação e de optimismo entre as
pessoas. Por natureza, estabelecem-se redes que favorecem a
entreajuda e que podem amortecer crises sociais.
Determinantes
Legislação
Políticas
Infra-estruturas
Transferência de I&D
Educação
Normas Culturais e Sociais
Mercados
desempenho
Empresarial
Inovação
Tomada de risco
Proactividade
Impacte
Criação de emprego
Crescimento económico
Erradicação da pobreza
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8
1.3.Tipologia
Tipologia de Empreendedorismo
Social
Induzido
por necessidade
Empresarial
Natureza
Induzido
por oportunidade
Motivação
Negócio
tradicional/simples
Tipo de Negócio
Start-Up
Tipo de Empresa
Elevado uso
de tecnologia/inovação
Corporativo
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9
1.3.Tipologia
Social
•
Natureza
Induzido
por
necessidade
Empresarial
Os Empreendedores Sociais reconhecem problemas da sociedade e
usam os princípios de empreendedorismo e a dinâmica
empreendedora para criar, organizar e gerir iniciativas para
provocar mudanças sociais, rompendo com os actuais cânones da
Sociedade, criando uma nova forma de organização social ou
apenas para resolver problemas de algumas populações ou grupos.
•
Os empreendedores sociais procuram gerar valor social.
Preocupam-se em gerar capital social no médio e longo prazo
através de intervenções adequadas a cada um dos seus objectivos.
•
Os empreendedores empresarias orientam o focus da sua
actividade para o desempenho do negócio em que estão
empenhados em desenvolver.
•
Ambos procuram gerar resultados para a sua iniciativa.
Distinguem-se pela sua atitude e práticas e na procura de
resultados. Em muitas situações, o que os distingue é o beneficiário
da sua acção empreendedora: os empresariais geram riqueza para
si ou para a organização em que estão envolvidos e os sociais
procuram beneficiar a Sociedade ou um grupo no seu seio.
•
O empreendedorismo social carece de sustentabilidade económica e
o empreendedorismo empresarial de reconhecimento social.
•
Em países em desenvolvimento surgem cada vez mais exemplos de
formas de empreendedorismo social, que assumem também
carácter empresarial (veja-se a importação do modelo de
microcrédito para países europeus). Entre as definições extremas
apresentadas,
encontram-se
empreendedores
empresariais
preocupados com o impacte da sua actividade na mudança da
sociedade e empreendedores sociais a cuidar também dos
resultados económicos da sua iniciativa, procurando a sua própria
sustentabilidade e viabilidade económica. Há lições nas práticas de
uns e outros que importa conhecer.
Motivação
Induzido
por
oportunidade
•
Cada empreendedor tem diferentes motivações para iniciar o seu
negócio: por necessidade - procurando auto-emprego ou forma de
auto-subsistência em situação de desemprego -, ou por vontade de
autonomia, independência ou forma de aumentar o seu rendimento.
•
Segundo o estudo do GEM (Global Entrepreneurship Monitor, 2010),
a distribuição da motivação dos empreendedores relaciona-se, de
perto, com o nível de desenvolvimento da economia.
•
Conforme a economia e a produtividade evoluem, o rendimento per
capita cresce e, geralmente, verifica-se uma migração do trabalho
para sectores com maiores valias (do sector agrícola/construção
para a indústria e daqui aos serviços). Em economias menos
desenvolvidas, há maior proporção de actividades básicas movidas
pela necessidade que usam mão de obra não especializada. A
procura de emprego é tipicamente superior à oferta e uma grande
proporção de pessoas tem que criar o seu próprio emprego e
assegurar a própria subsistência.
•
O desenvolvimento acarreta aumento da produtividade e maior
exigência do trabalho em competências e em conhecimento. O
aumento da riqueza estimula a criação de negócios baseados na
exploração de oportunidades, passando o empreendedorismo a ser
motivado, na sua maioria, pela ambição de crescimento, inovação e
internacionalização. Dependem do acesso a condições financeiras,
assumindo-se, acima de tudo, como vectores de crescimento
económico e de criação de riqueza.
•
A confiança (nas regras e na capacidade de as fazer cumprir) e a
sensação de segurança (probabilidade de estar a salvo da
criminalidade) é outro dos aspectos determinante para a
prevalência
de
empreendedorismo
por
oportunidade.
A
previsibilidade das regras e da sua alteração bem como a eficácia
do sistema judicial influenciam também factores que influem no tipo
de empreendedorismo dominante encontrado nas regiões ou
países.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 10
1.3.Tipologia
Tradicional
/Simples
•
•
•
Tipo de
Negócio
Elevado uso
de tecnologia
/inovação
A utilização de tecnologia condiciona o tipo de negócio. O conceito
start-up vulgarizou-se com empresas tecnológicas, que permitiam
crescimentos rápidos. Com a queda do NASDAQ, em 2001,
generalizou-se a ideia de que não basta ter tecnologia para ser uma
iniciativa com sucesso e que as iniciativas menos intensivas em
tecnologia podem também ter crescimentos rápidos.
O conceito de Negócio Tradicional associa-se, na maioria das
situações, a empreendedorismo de necessidade, cujas actividades
se encontram inseridas no sector do comércio ou oficinas de
profissões
tradicionais
ou
artesanais
(como
acontece
frequentemente no empreendedorismo por necessidade em países
em vias de desenvolvimento). No entanto, verificam-se vários
novos negócios, de iniciativa de empreendedores individuais ou
corporativos com muito sucesso e que têm baixos níveis de recurso
a tecnologia (mas não carecem de inovação) com êxito assinalável.
A maioria das iniciativas empreendedoras que se verificam em
países da OCDE têm elevada incorporação de conhecimento, e os
empreendedores nelas envolvidos têm um elevado nível de
incorporação de conhecimento. Com a crise de emprego que
presentemente se vive na maioria dos países europeus, a
percentagem de empreendedorismo por necessidade tem vindo a
aumentar em termos relativos.
Start-up
Tipo de
empresa
Corporativo
•
Assumindo o processo empreendedor como “dinâmica de
identificação
e
aproveitamento
de
oportunidades”
e
os
empreendedores como “agentes de mudança e crescimento numa
economia de mercado” então o empreendedorismo tanto se verifica
dentro como fora das empresas.
•
Poderá ainda verificar-se empreendedorismo da empresa como um
todo, face ao mercado, como agente da economia, ou, no seu seio,
dos elementos da empresa.
•
Os colaboradores da empresa, quando empreendedores, assumem
continuamente novos riscos, inovando e sendo proactivos na parte
do processo de produção/gestão/comercialização que lhes compete
(intra-empreendedorismo).
•
As start-up podem ou não corresponder à implementação de uma
estrutura empresarial, sendo sempre da iniciativa de um ou de um
conjunto de empreendedores que se organiza para o
aproveitamento da oportunidade de negócio.
•
Neste caso, não se verificam pontos intermédios, sendo no entanto,
frequente uma start-up, depois de madura continuar a assumir-se
como uma empresa empreendedora, não apenas pela forma como
se organiza para corresponder às oportunidades que o mercado
gera, como também pela iniciativa e pela forma como gera as
próprias oportunidades e assume os riscos inerentes.
•
Grandes empresas comummente geram spin-off. Estes são
manifestações de empreendedorismo dos seus colaboradores ou da
empresa como um todo, destinadas
a dar corpo à inovação gerada no seu seio e com o objectivo de
participar em mercados dinâmicos muito especializados onde a
estrutura humana e física pode ser determinante.
•
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 11
1.4.Determinantes de empreendedorismo
Condições determinantes de empreendedorismo
Educação
de Empreendedorismo
Finanças
Empreendedoras
Regulação
de Mercados
•
Disponibilidade de recursos financeiros
para a criação de negócio ou sua
sobrevivência sob as diferentes formas
•
•
Incorporação no Sistema Educativo
de capacitação para a geração de
negócios
•
•
Forma como o Sistema Financeiro
se relaciona com empreendedores
•
Existência de programas de
desenvolvimento de capacidades
empreendedoras relevantes
Transferência
de Tecnologia
Politicas
do Governo
•
Encorajamento ou neutralidade das
politicas governamentais, regionais ou
locais através de regulamentações ou
tributação fiscal
Existência e acessibilidade de
programas de apoio à formação de
novos negócios e empreendimentos e
qualidade dos Recursos Humanos que
os gere ou implementa
A natureza dos acordos comerciais,
da regulação da concorrência
e da transparência dos mercados
condiciona mudanças nos mercados e
a facilidade de entrada nestes de
novas empresas
Infra-estruturas
Físicas
•
•
Investigação e o desenvolvimento
que chega às empresas para a
aplicação de Inovação
•
Realização da Inovação que as
empresas necessitam.
Programas de Apoio
ao Empreendedorismo
•
•
•
•
•
•
•
Infra-estruturas
Comerciais e Profissionais
•
Estruturas de apoio à propriedade
industrial, direitos comerciais, serviços
de contabilidade e de apoio legal para
apoio às PME
•
Que qualidade têm estes serviços?
Acessibilidade e qualidade das infraestruturas necessárias à realização de
novos negócios :
comunicações, internet, energia,
água, áreas de incubação, escritórios,
acesso a matérias primas e recursos
naturais, etc
Normas Sociais
e Culturais
•
Influência das normas sociais e
culturais no estímulo de novas
actividades e na forma como estas são
geridas (atitude perante o erro, o
risco, a perda, a criação de riqueza, a
inovação, etc.)
Nota: De acordo com EFC- Entrepreneurship Framework Conditions
Fonte: Global Entrepreneurship Monitor | 2010
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 12
1.4.Determinantes de empreendedorismo
•
Actuar sobre o empreendedorismo no seio das sociedades implica
melhorar as características dos condições determinantes de
empreendedorismo dessas mesmas sociedades, actuando sobre o
Território e utilizando práticas e instrumentos de apoio à
dinamização do empreendedorismo.
•
Determinantes
de Empreendedorismo
Neste estudo, foram seleccionadas três destes instrumentos como
elementos de comparação e de melhoria potencial:
•
a troca de experiências entre empreendedores;
•
as práticas decorrentes do mérito das empresas criadas,
com caracterização de práticas de inovação tecnológica,
organizacional e de marketing;
•
as práticas de incubação, consequência da metodologia de
selecção aplicada, das técnicas de acompanhamento
utilizadas, da forma de apoio na promoção e selecção de
mercados, etc.
Finanças
empreendedoras
Educação do
empreendedorismo
Regulação
dos mercados
Políticas
do Governo
Transferência
de tecnologia
Infra-estruturas
físicas
Programas de apoio
ao empreendedorismo
Infra-estruturas
comerciais/ profissionais
Normas sociais e
culturais
Formação para
Empreendedores
Práticas
e instrumentos
de apoio ao
empreendedorismo
Incentivos
Fiscais
para
Start-Ups
Estruturas
de
Incubação
Acesso a
Crédito
Bonificado
Troca de
experiências
entre
empreendedores
Organização
de Business
Angels
Coaching
e mentoring a
empreendedores
Práticas
decorrentes
do mérito
das
empresas
criadas
Práticas de
incubação
Apoio à
transferência
de tecnologia
Facilidade
de registo
Propriedade
Intelectual
Organização
de Business
Angels
MicroCrédito
Acesso a
Capital de
Risco
Ensino de
Empreendedorismo
nas Escolas
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 13
2. Indicadores internacionais
da dinâmica
do empreendedorismo
2.1.Indicadores de Resultados
Empreendedorismo em Portugal: Condicionantes
•
Portugal tem um enquadramento geral do empreendedorismo que,
quando comparada com o conjunto das nações da OCDE, evidencia
vários aspectos positivos.
•
No inquérito de 2010 do Banco Mundial, Portugal encontra-se
sensivelmente na média dos países da OCDE com maior facilidade
para iniciar um negócio. Os portugueses revelam forte apetência
para empreender, posicionando-se entre os três países cujos
habitantes maior preferência demonstram pelo o auto-emprego.
Barreiras ao empreendedorismo: Comparação 1998-2008
Escala de 0=restrições mínimas a 6=restrições máximas
•
Barreiras ao empreendedorismo é um indicador que reflecte o
enquadramento das instituições e das politicas do país.
•
Mede, nomeadamente, a facilidade de realização de uma iniciativa
empreendedora, do lado dos obstáculos que o Estado levanta.
Estão aqui incluídos legislação, regulamentações ou licenças, custos
administrativos, atendimento e orgânica do Serviço Público.
•
Portugal, como a maioria dos países da OCDE melhorou muito nos
últimos dez anos, principalmente no que concerne à acessibilidade
aos organismos públicos responsáveis por licenciamentos e registos
com a generalização de e-governance e a redução da carga
administrativa. A digitalização de processos e a utilização de
documentos digitais ou de front desks sobre a Internet foram
instrumentos muito importantes para a realização deste processo.
4,0
3,5
1998
2008
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
Fonte: OCDE, Indicators of Product Market Regulation | 2008
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 15
2.1.Indicadores de Resultados
Prestígio social: imagem positiva do empreendedorismo e dos empreendedores
•
A forma como as pessoas encaram o empreendedorismo é o
principal factor de prestígio dos empreendedores e condiciona
fortemente a propensão para que, numa sociedade, estes surjam
espontaneamente.
•
Na generalidade dos países da OCDE, a imagem dos
empreendedores é positiva, sendo largamente maioritária a ideia
de que os empreendedores são responsáveis pela criação de
emprego e contribuem, ou são a base, para a criação de riqueza do
país ou das regiões.
Percentagem de inquiridos que concordam
com cada uma das afirmações (população >15) | 2007
•
No entanto, cerca de 50% dos inquiridos em Portugal pensa que
para tornar isso possível, os empreendedores são também
responsáveis pela exploração do trabalho alheio e acusam-nos de
dar prioridade aos seus próprios interesses financeiros, face aos da
comunidade em que se integram. É essa também a percepção de
grande parte dos inquiridos nos países da OCDE.
•
O relatório de 2011 confirma a percepção favorável que os
portugueses têm dos empreendedores (superior a 60% dos
inquiridos) acrescentando que em mais de 65% dos casos a Escola
contribuiu para a compreensão do papel dos empreendedores na
sociedade em que se inserem.
Entrepreneurship is the basis for wealth creation, benefiting us all
Entrepreneurs are job creators
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Fonte: EU Flash Eurobarometer, Entrepreneurship Survey| 2007.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 16
2.1.Indicadores de Resultados
Atitudes e percepções sobre empreendedorismo
Resultados 2010
Global
Entrepreneurship
Monitor:
Média das
economias
orientadas
para inovação
(Innovation
Driven)
Média das
economias
orientadas
para eficiência
(Efficiency
Driven)
Oportunidades
de negócio
onde vivem
33,4
20,3
18,8
51,1
42,9
48,1
Capacidades
para começar
um negócio
44,4
52,1
50,2
39,5
55,9
57,9
Medo de falhar
que impede
de começar
33,1
29,7
36,4
28,6
31,7
33,2
Carreira
desejável
59,2
67,5
65,4
46,1
72,8
78,0
Elevado status
do empreendedor
de sucesso
70,3
70,5
62,5
86,5
69,8
79,0
Atenção dos media
ao sucesso
nos negócios
55,5
52,6
40,7
71,4
62,5
81,1
Intenção
de empreender
nos próximos
três anos
8,2
8,8
5,8
5,9
23,2
26,5
Fonte: Global Entrepreneurship Monitor | 2010
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 17
2.1.Indicadores de Resultados
Valorização das condições para o empreendedorismo
Global
Entrepreneurship
Monitor 2010:
1. Finanças
2.a.
Políticas
Nacionais
2.b. Regulação
3.
-
-
-
-
+
-
-
-
-
•
Este quadro resulta, como o anterior, do inquérito realizado em
cada país a vários peritos, entidades e empreendedores, no âmbito
do GEM (Global Entrepreneurship Monitor).
•
No quadro da página anterior, compara-se a notação média do
painel de peritos sobre um conjunto de factores, de uma escala de 0
a 100.
•
Mais do que o valor absoluto, importa comparar o valor de cada país
face à média do grupo de países em que se insere. No caso de
Portugal, o grupo de referência é o dos países orientados para a
inovação (Innovation Driven). No âmbito deste benchmarking,
incluem-se os resultados do Brasil, ainda que o ecossistema
estudado de São Paulo não reflicta a realidade brasileira, por se
encontrar num nível muito acima da média do país em todos os
indicadores de desenvolvimento.
•
Na comparação realizada no quadro da página anterior, Portugal
destaca-se positivamente pela capacidade de iniciar negócios, pela
atractividade da “carreira” de empreendedor e destaca-se
negativamente pelas oportunidades de negócio, isto é, é
considerado um mercado onde as oportunidades de negócio
escasseiam.
•
O presente quadro realça os pontos fracos e pontos fortes de cada
país em cada classe de determinantes do empreendedorismo.
Tipicamente os países europeus têm como aspecto forte as infraestruturas comerciais e físicas, fruto de investimentos consistentes
apoiadas pelos fundos estruturais europeus nos últimos anos.
•
Espanha realça-se (como o Brasil) pela dinâmica do mercado
interno, típico de países grandes.
•
Portugal realça também o esforço da educação ao longo da vida, em
parte consequência dos investimentos co-financiados pelo Fundo
Social Europeu nos últimos anos.
•
A Finlândia tem a regulação como ponto forte, em parte
consequência da forte estruturação e foco no empreendedorismo
dado pela política pública finlandesa nos últimos anos.
Programas
Governo
4.a.
Educação Básica
e Secundária
-
4.b.
Educação
ao longo da vida
+
5.
Transferência
de I&D
6.
Infra-estruturas
Comerciais
7.a.
Dinâmica do
Mercado Interno
7.b.
Abertura do
Mercado Interno
8.
Infra-estruturas
Físicas
+
9.
Normas Sociais
e Culturais
-
-
+
+
+
+
+
-
+
+
+
+
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 18
2.1.Indicadores de Resultados
Empreendedorismo como solução de Emprego
•
Trata-se de um indicador interessante, ainda que a criação do auto
emprego possa ser um objectivo secundário para muitos dos
empreendedores que se constituem em economias conduzidas pela
inovação (Innovation-Driven), que é característica dos países mais
ricos e desenvolvidos do planeta.
•
Por ser uma forma de integração na sociedade local, o elevado
número de auto-emprego gerado por cidadãos estrangeiros é uma
característica de muitos países. Este emprego não abrange apenas
o emprego sub-qualificado, baseado em competências pessoais de
serviço pessoal ou ligados ao comércio, mas abrange também
iniciativas tecnológicas de grande valor acrescentado e de rápido
crescimento. Corresponde, em alguns países, à captação de
talentos para os quais o ecossistema empreendedor do país que o
alberga é favorável.
•
Portugal não tem tradição de imigração de talentos. A maior parte
do auto-emprego gerado é assegurado por indivíduos de
nacionalidade portuguesa.
Auto-Emprego em percentagem do emprego total | 2007
(15-64 anos)
35
Native-born
30
Foreign-born
25
20
15
10
5
0
Fonte: EU Flash Eurobarometer, Entrepreneurship Survey| 2007.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 19
2.1.Indicadores de Resultados
O nível educacional da população e a sua implicação no empreendedorismo
•
Quanto mais bem preparada e educada for uma população melhor
poderá ser o desempenho económico do seu país. É também um
determinante
relevante
do
empreendedorismo,
porque
é
condicionante de atitudes e competências empreendedoras, bem
como da geração de conhecimento científico e competências
técnicas necessárias ao surgimento de inovação.
População com Educação Superior
em percentagem da população total | 2007
•
Com a crescente importância do empreendedorismo tecnológico no
desenvolvimento dos países, este aspecto tem-se verificado ser
cada vez mais relevante.
•
A evolução parece ser favorável na generalidade dos países com
excepção da Alemanha, Israel e USA. Portugal verifica um
incremento muito elevado. No entanto, o gráfico abaixo mostra que
a distância para os países com melhores qualificações é ainda
muito significativa.
60
25-64
25-34
50
40
30
20
10
0
Fonte: OECD, Education at a Glance, 2009
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 20
2.1.Indicadores de Resultados
Acesso ao Financiamento
•
A utilização de Capital de Risco é tido como um indicador do
acesso ao financiamento de start-ups e de negócios com alto
potencial de crescimento pela sua importância na substituição ou
complementaridade com os meios tradicionais de obter
financiamento para as iniciativas empreendedoras.
•
Em termos comparativos realça-se o facto de a utilização de capital
de risco se situar abaixo dos 0,05% do PIB de Portugal, ficando
aquém da fronteira que, na óptica da OCDE, diferencia os países
com um mercado de capitais de risco mais desenvolvidos.
•
Outro aspecto preocupante é a proporção do capital de risco
utilizado no nosso país para start-ups comparativamente à sua
utilização para o financiamento de desenvolvimento e expansão do
negócio. O capital de risco aposta pouco no desenvolvimento da 2ª
etapa de crescimento das empresas, sendo um factor de inibição de
processos de crescimento mais ambiciosos, especialmente para as
empresas que se pretendem internacionalizar.
Financiamento:
capital de risco em percentagem do PIB | 2008
0,25
Early development and expansion
Seed/start-up
0,2
0,15
0,1
0,05
0
Fonte: OECD Entrepreneurship Financing Database, based on ECVA, ABS, VEC, NVCA, KVCA, NZVCA
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 21
2.1.Indicadores de Resultados
Número de redes ou grupos de business angels
Hungria
3
Noruega
7
Suiça
8
Austria
3
R.
Checa
2
Portugal tem um número significativo de redes de business angels,
dada a sua dimensão, o grau de especialização das actividades e,
acima de tudo, à novidade do fenómeno. As dez redes nacionais,
constituem-se formalmente como Associações de Business Angels,
têm uma distribuição regional e em alguns casos estão associados a
uma incubadora ou organismo com missão de desenvolvimento do
empreendedorismo regional e local.
•
Estas Associações estão reunidas na Federação Nacional de
Business Angels, que tem um papel relevante, não apenas na
divulgação do conceito junto de empreendedores ou de estruturas
de suporte mas como interlocutor das instituições da administração
publica, para a constituição do Fundo de Co-Investimento.
•
A especialização temática ou sectorial dos Business Angels ainda é
incipiente em Portugal, ao contrário do que se verifica noutros
países
Bélgica
4
Polónia
5
Holanda
9
Dinamarca
3
Bulgária
2
Irlanda
4
•
França
66
Portugal
10
Itália
11
Reino Unido
18
Alemanha
38
Finlândia
1
Letónia
1
Suécia
22
Espanha
37
União
Europeia
Estados
Unidos
297
270
75.000
265.000
Investimento
«per round»
€165.000
€180.000
Investimento
Total
€ 3-5
biliões
€ 17.8
biliões
Número
de Redes
Número
de Business Angels
Eslovénia
1
Grécia
1
Fonte: OECD Entrepreneurship Financing Database, based on ECVA, ABS, VEC, NVCA, KVCA, NZVCA
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 22
2.1.Indicadores de Resultados
Uma demografia empresarial turbulenta
•
A demografia empresarial em Portugal tem-se verificado
inconstante e sujeita a enormes variações anuais. Apesar disso
sublinhe-se que a taxa de natalidade de empresas até 2005 foi
sempre superior, ou muito superior à respectiva taxa de
mortalidade.
•
Esta tendência inverteu-se em 2006. Portugal foi um dos países
analisados com maior taxa de natalidade empresarial (tendência
confirmada em 2007) e o país com maior taxa de mortalidade entre
os países analisados. Este facto é determinante na reflexão sobre
as condições em que se realiza o empreendedorismo e a influência
dos respectivos determinantes.
União Europeia: taxas de entrada e de saída | 2006
Fonte: OEDC, 2009
Portugal: Evolução da demografia empresarial |1987- 2005
Fonte: Gab. Estratégia e Estudos. MEID, 2010
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 23
2.2. Dinâmica emprendedora e factores de sucesso
Empreendedorismo em Portugal
•
Os custos de contexto reduziram-se muito nos últimos anos, os
tradicionais obstáculos administrativos foram em grande parte
debelados. Iniciativas como “empresa na hora” ou o registo de
propriedade industrial por meios digitais foram importantes para
facilitação da vida dos empresários.
•
Por outro lado, há a percepção de relativa falta de oportunidades
em Portugal (principalmente quando comparada com outros países
como o Brasil), o que poderá indicar a necessidade de outro tipo de
intervenção da política pública para o desenvolvimento do
empreendedorismo.
•
A imagem dos empreendedores em Portugal é socialmente
positiva, resultado não apenas do contexto mas da acção da escola
e da mudança cultural que nos últimos anos se tem vindo a
verificar.
•
•
No contexto da OCDE a qualificação dos portugueses fica ainda
muito aquém da média. Apesar da sua boa performance ao nível da
formação ao longo da vida.
Ainda que não seja possível retirar conclusões definitivas dos dados
apresentados relativamente à motivação dominante entre os
empreendedores portugueses, estes podem significar que existe
uma parte significativa do empreendedorismo realizado por
necessidade. Este facto explicaria também a falta de preparação
que eventualmente terão conduzido à falência de muitas das
iniciativas.
As infra-estruturas são um ponto forte do país, estando assim
preparadas as condições físicas necessárias para, na generalidade
se verificar o surgimento de iniciativas empreendedoras.
•
•
•
Portugal
tem
uma
taxa
de
iniciativa
empresarial
tradicionalmente elevada, encontrando-se, entre as mais elevadas
entre os países europeus avaliados.
Apesar das redes de venture capital serem em número equiparável
a outras realidades europeias, verifica-se que começam agora a
entrar numa nova fase de maturação
mais adequada às
necessidades de mercado (entidades recentes, com carteiras de
investimento de pequena dimensão e com pouca experiência,
quando comparadas com outros países)
•
A concentração dos apoios nas fases de early stages é uma lacuna
que o mercado necessita de ultrapassar e que poderá melhorar o
rácio entre as iniciativas de sucesso e as falidas ao fim de três,
quatro ou cinco anos.
•
No entanto, Portugal tem também uma taxa de mortalidade das
iniciativas empresariais muito elevada, entre as mais elevadas
na comparação internacional realizada.
•
As políticas de apoio ao empreendedorismo devem voltar-se cada
vez mais para o aumento da taxa de sobrevivência empresarial e,
por isso, incidir mais na qualidade dos projectos empresarias
(adequação do modelo de negócio e estrutura de financiamento) e
na preparação e qualificação das pessoas para empreender.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 24
3. Estudos
de caso
3.1.Barcelona
Área
População
2011
PIB
2007
Emprego
2007
Turismo
Empresas
Educação
2010
Área (km2)
100
% de Espanha
0,02%
Cidade de Barcelona
1.615.908
Área Metropolitana
4.928.852
% de Espanha
3,6%
População Activa (2007)
77,2%
Densidade (habitantes/km2)
15.897
População Estrangeira
15,6%
PIB (€Milhões)
55.178
PIB Barcelona/PIB Catalunha
30,5%
PIB Área Metropolitana/PIB Cataluna
71,2%
Taxa de Desemprego
16,9%
Taxa de Emprego
66,1%
Empregos no sector TIC
50.000
Emprego no sector criativo
13%
Milhões de Dormidas por ano
12,8
Empresas < 10 trabalhadores
86%
Taxa de Terciarização
82,1%
Analfabetização Barcelona
9,95%
Analfabetização Espanha
11,19%
Educação Superior Barcelona
24,8%
Educação Superior Espanha
23,38%
Número de estudantes universitários
226.000
Fonte: Departament Estadistica Ayuntamento Barcelona e INE España
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 26
3.1.Barcelona
•
A cidade de Barcelona possui um modelo próprio de
desenvolvimento socioecónomico que se tornou um case-study
internacional. Parte deste caso, relaciona-se com a forma como se
interliga a estruturação da cidade com fenómenos como a criação
de emprego, a actividade das universidades e a dinâmica das
empresas ali sediadas.
•
A sua grande tradição industrial é, desde o séc. XIX, nas áreas das
indústrias têxteis, do agro-alimentar, química e maquinaria. Essa
indústria em grande parte desapareceu entre os anos 70 e 80 do
século passado. Nos últimos 30 anos, Barcelona sofreu uma
transformação brusca.
•
A política pública contribuiu de forma importante para esta
transformação, não apenas pela infra-estruturação que realizou,
nomeadamente aquando da realização dos Jogos Olímpicos de
1992, como pelo fomento de diversas agências e organizações
associadas a este desenvolvimento.
•
A transição de uma economia industrial para uma economia de
inovação e do conhecimento, baseada no espírito empresarial e
empreendedor associado à marca muito forte de Barcelona,
envolveu uma forte aposta no conhecimento (papel de
Universidades, Escolas e muitas outras organizações de ensino e
formação), de política pública coerente e constante ao longo de
mais de 20 anos de desenvolvimento empresarial e de retenção de
talentos.
•
Barcelona assumiu-se como um Centro de Competências e de
Inovação em áreas como Cultura, Ciências Médicas, Indústrias
Criativas e TIC. Possui alguns centros de competências com
reconhecimento mundial, como é o caso das escolas de gestão
(IESE e INSEAD) ou de algumas especialidades biomédicas.
•
A integração do mundo universitário na actividade empresarial tem
sido uma grande preocupação, quer no desenvolvimento da
actividade dos discentes de cursos universitários, quer na
realização de investigação aplicada através de organismos
universitários e de organismos de interface, responsáveis pela
transferência de tecnologia e com a propriedade intelectual.
•
Dada a localização geográfica e os equipamentos, é sede de
condições muito favoráveis para transporte marítimo, aéreo e
rodoviário. Tem sido feito grande esforço para dotar a cidade de
comunicações e rede de internet em óptimas condições para todos.
•
Barcelona é responsável por importante parte da actividade
económica de Espanha e, como tal, centro de enorme
competitividade interna. Esta característica capta mão de obra
especializada nas diferentes áreas em todo o mundo e torna-a pólo
de atractividade para muitas empresas multinacionais ou empresas
que procuram a conquista de mercados externos.
•
É a “porta de entrada” em Espanha de uma grande parte da
inovação (sob a forma de mercadorias, conhecimento, intercâmbios
ou outra forma). O Turismo é também uma actividade importante,
sendo a cidade com maior número de visitantes do país.
•
A gestão da cidade tem particular cuidado no seu planeamento,
procurando evitar a desertificação do seu centro ou da sua zona
industrial. Pelo contrário, tem vindo a converter esta em zona de
inovação (@22) onde se têm instalado empresas, universidades,
centros de investigação e empresas ecologicamente responsáveis.
•
É a região e cidade de Espanha com maior número de estrangeiros
residentes e com maior número de empresas. Contribui para este
cosmopolitismo a localização geográfica, a história e o facto de os
catalães terem apetência para a aprendizagem de línguas.
•
O crescimento económico da cidade é superior ao de Espanha.
Apesar da taxa de desemprego não ser tão elevada como a do país,
é suficientemente elevada para ser uma constante preocupação das
autoridades regionais e da cidade. Desta preocupação, no fim dos
anos 80, nasce a organização do Barcelona Activa, iniciativa do
Ayuntamento e parte mais activa da conjugação dos esforços da
política de promoção de empreendedorismo na cidade.
•
A crise actual afectou o sector imobiliário e o sector bancário da
região e da cidade. Das 46 Cajas de Ahorro existentes, prevê-se
que o programa de fusões e aquisições leve à consolidação de
apenas três. Em consequência da actual crise, verifica-se
dificuldade na disponibilização de meios financeiros e de
investimento
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 27
3.1.Barcelona
Barcelona Activa
•
Neste estudo, acompanhou-se, em particular, a actividade da
Barcelona Activa como centralizadora e promotora da actividade
empreendedora na cidade e de centros de investigação e
instituições de transferência tecnológica.
•
Barcelona Activa é a agência de desenvolvimento municipal. Foi
fundada em 1986 para promover empreendedorismo e criação de
emprego como meio de inclusão e coesão social e forma de
estimular o crescimento económico.
•
•
O modelo de apoio à criação de empresas
baseia-se numa
plataforma digital que permite o acompanhamento dos milhares
de candidatos anualmente, desde a formalização de ideia,
realização de planos de negócio até à formalização da empresa e no
aconselhamento por peritos.
•
Da formalização inicial da ideia até ao funcionamento da empresa
os empreendedores podem ser ajudados através da plataforma on
line. A plataforma divide-se em três partes:
Nos últimos 20 anos, liderou a mudança que ocorreu em Barcelona
através de serviços de:
i.
Desenvolvimento de cultura empreendedora e criação
de empresas
ii.
Apoio à consolidação e crescimento dos negócios
inovadores
iii.
Desenvolvimento de Capital Humano e de novas
oportunidades de emprego
iv.
Melhoria da qualidade do emprego
v.
Promoção da Cultura Digital
i.
Testar a Ideia: contribui para a sua formulação e testa-a,
resultando uma análise SWOT da ideia;
ii.
Realização do Plano de Negócios: com um guia e
aplicações práticas apoia a realização de todos os
aspectos, apenas servindo como guia para no Plano de
Marketing, para obrigar o empreendedor a ir conhecer e
testar o mercado;
iii.
Auto-avaliação:cada um realiza um conjunto de testes
para aferir as suas competências pessoais para se tornar
um empreendedor.
•
A plataforma está disponível em algumas outras línguas além do
Espanhol e do Catalão. Esta é uma medida considerada
fundamental para atracção de talentos estrageiros para Barcelona.
•
O programa Do It in Barcelona é especialmente orientado para
estrangeiros (com prioridade a homens e mulheres dos 25 aos 45
anos). Além da plataforma multilingue, inclui acções de formação e
interlocutores especializados no seio da organização.
Nesta
plataforma, os empreendedores podem testar a sua ideia, realizar o
seu plano de negócios e avaliar as suas capacidades
empreendedoras.
•
As acções de formação são gratuitas, recorrentes (várias por mês),
sempre em horários diferenciados, permitindo aos interessados
empreendedores ou não que se inscrevam no programa e receber a
formação que necessitam. Cada acção de formação conta “créditos”
para a pontuação do percurso de cada um e para a avaliação do seu
perfil e da sua ideia.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 28
3.1.Barcelona
Mapa para Empreender:
Barcelona Activa
Conheces
as tuas
futuras
obrigações
fiscais?
Queres
constituir a
empresa?
Aplicativo
Plano de
Negócios
Assessoria
Personalizada
Actividades e
Instrumentos
Específicos
Aplicativo
Testideia
Informações
detalhadas
Artigos
Assessoria
Personalizada
Actividades e
Instrumentos
Específicos
Assessoria
Personalizada
2
Que tens na
Cabeça?
Uma ideia, um
sonho ou um
possível
negócio?
Falas o
Idioma
do
Mercado?
Guia de
Procedimentos
Aplicativo
Auto
diagnóstico
Actividades e
Instrumentos
Específicos
“Chaves para
Empreender”
Assessoria
Personalizada
Actividades e
Instrumentos
Específicos
Actividades e
Instrumentos
Específicos
Avaliação do
Plano de
Negócios
Assessoria
Personalizada
7
Guia Produtos
Financeiros e
Informações
detalhadas
Guia Fiscal e
Informações
detalhadas
Actividades e
Instrumentos
Específicos
9
8
6
5
4
Tens um
Plano de
Negócio?
3
1
Tens as
competências
necessárias
para
empreender?
Necessitas de
Financiamento?
Queres
avançar
connosco?
Queres
instalar-te
em
Barcelona?
Ponto de
Assessoria e
Inicio da
Tramitação
Actividades e
Instrumentos
Específicos
Actividades e
Instrumentos
Específicos
Assessoria
Personalizada
Assessoria
Personalizada
Espaço de
Pré-Incubação
Informações
detalhadas.
Artigos
Actividades e
Instrumentos
Específicos
Assessoria
Personalizada
Assessoria
Personalizada
Etapa
Questão
caracacterizadora
da etapa
Fonte: Barcelona Activa, 2010
Instrumento
Barcelona Activa
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 29
3.1.Barcelona
•
O Centro para la iniciativa empreendedora alberga os serviços
centrais e uma incubadora dedicada à inovação (Vivero de
empresas de Gloriés).
Barcelona Activa
em 2009
•
Tem no R/C um amplo espaço de recepção destinado ao
enquadramento de todos os empreendedores (ou aspirantes).
Possui sala de recepção onde diariamente se realiza a sessão de
introdução ao programa, gratuita, distribuindo a todos os
participantes uma password de acesso a todo o sistema.
Apoio a Empreendedores
•
•
•
•
•
Possui várias salas de formação, um espaço aberto multifunção.
Alguns dos postos de trabalho são ocupados por técnicos da B.A.
para prestar apoio aos ocupantes dos espaços disponíveis. Há
ainda salas de reunião fechadas, para encontros entre
empreendedores e representantes de entidades financiadoras, ou
outras entidades participantes no processo de constituição de
empresas ou outros. Associado a estas salas encontra-se um
Centro de Formalização de Empresas. É neste espaço que se
formaliza o PAIT – Ponto de Assessoria e Inicio da Tramitação.
A filosofia subjacente é a de reunir, no mesmo espaço, todos os
serviços e soluções que possam contribuir para a criação de
actividade empresarial ou emprego. A facilidade parece ser a
palavra de ordem: facilidade de entrar em contacto, facilidade de
realizar, de aprender, de inovar, de empreender. Este espírito levou
mais de um milhão de pessoas a recorrer aos serviços de Barcelona
Activa nos seus 24 anos de funcionamento.
Para dar apoio a todo o dispositivo de Barcelona Activa, trabalham
cerca de 250 pessoas (cerca de metade associados a projectos).
Graças ao dispositivo montado e à organização da equipa de
gestão, é possível ter até 20.000 utilizadores simultâneos.
Entre as Incubadoras e dentro delas é fomentado um clima de
colaboração e de entreajuda. Há espaços comuns para socialização,
para refeições, onde se realizam reuniões e apresentações. Onde
todos se podem conhecer e aprender.
Tem capacidade disponível para incubar até 50 empresas em
Glories e 36 na incubadora tecnológica de TeckPark. Estão
também disponíveis espaços para incubação temporária, caso de
iniciativas temporárias para estrangeiros.
•
Participantes nos Serviços de Empreendedorismo : 29.697
•
Sessões de Formação Profissional: 809
•
Projectos apoiados: 2.132
•
Projectos apoiados que deram origem a empresas: 70%
•
% de empreendedores estrangeiros apoiados: 22%
Apoio ao Crescimento das Empresas
•
Taxa de sobrevivência empresas incubadas (3ºano): 83%
•
Média de facturação das empresas no 4º ano: €700.000
•
% de empresas exportadoras incubadas (TeckPark): 53%
•
Valor médio de facturação de empresas exportadoras incubadas:
> 1M €
•
% de empresas incubadas que cooperam entre si: 51%
•
Total de empresas apoiadas no seu crescimento: 396
•
Empregos directos criados: 2.700
•
Nº Médio de empregos criados por empresa incubada: 9
•
% de empresas de iniciativa estrangeira incubadas: 33%
•
Captação de fundos privados para financiamento: 43 M€
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 30
3.1.Barcelona
•
Às empresas em incubação são prestados diferentes serviços com o
objectivo de garantir o seu sucesso organizacional e o
desenvolvimento dos seus negócios:
•
No apoio à estratégia e Gestão:
i.
vi.
O Plano de Crescimento Estratégico, associa o IESE
Business School a esta iniciativa, e consiste num
instrumento
TI
de
autodiagnóstico
e
definição
estratégica que permite o pleno conhecimento e
compreensão da situação corrente e a estratégia mais
adequada para alcançar os objectivos previamente
identificados. Permite acompanhar a introdução de
indicadores para medir o alcance das metas e
acompanhar o sucesso e o insucesso, possibilitando a
criação de cenários alternativos.
ii.
O Programa de Mentoring procura apoiar a
consolidação e crescimento das empresas criadas,
através da assessoria de gestores ou empresários
experientes, activos e bem sucedidos que apoiam as
decisões
chave
dos
novos
empresários,
no
aconselhamento na formulação de objectivos realistas e
opinando sobre a estratégia assumida.
iii.
A Academia do Crescimento garante workshops de
quatro sessões intensivas e acções de follow-up da
estratégia escolhida. O objectivo é permitir um trabalho
conjunto da equipa de gestão das empresas com peritos
do IESE.
iv.
“Inclua um MBA na sua empresa” faz a ligação entre
as empresas incluídas em incubadoras e os estudantes
dos cursos de MBA com experiência internacional para
desenvolver projectos singulares e potenciar o seu
potencial sucesso.
v.
“Põe um sénior na tua empresa” é um serviço
conjunto com a Associação de Voluntários em business
coaching, entidade sem fins lucrativos formada por exCEO’s ou directores gerais com conhecimentos
adequados e experiência que oferecem conselhos e
coaching de forma gratuita às empresas incubadas.
O Programa AXELERA procura identificar as empresas
de Barcelona com maior potencial que podem tornar-se
referência da cidade a um nível global, implementando
um programa de coaching para aceleração da sua
consolidação nos mercados interno e internacionais.
vii. Instrumentos Básicos de Gestão são sessões de três
horas para responder a questões específicas da gestão
diária das empresas incubadas. Utiliza uma metodologia
de aprendizagem muito eficiente e rápida.
viii. Barcelona Activa apoia-se numa Rede de Peritos
especialmente comprometidos no desenvolvimento de
start-ups inovadoras.
•
No apoio à Internacionalização:
i.
Pontes de Inovação e Tecnologia é um programa de
apoio à penetração em mercados globais a empresas
inovadoras realizado em parceria com a Câmara de
Comércio de Barcelona. Permite contactar empresas
inovadoras seleccionadas em todo o mundo, conhecer
novas tendências, novos modelos de negócio e aumentar
a agenda de contactos e de relações, através de uma
agenda de encontros e reuniões com empresas líder.
ii.
ERASMUS para jovens empreendedores é um projecto
da União Europeia que permite ganhar experiência de
desenvolvimento da sua iniciativa em outros países
europeus.
iii.
Plug & Play Tech Center em Silicon Valley é uma
iniciativa da Câmara de Comércio de Barcelona para
promover a presença de empresas tecnológicas no
exterior. Permite a dez empresas de Barcelona a
permanência durante seis meses, de forma gratuita, no
Plug & Play Business Acceleration Center em Sillicon
Valley.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 31
3.1.Barcelona
•
•
Na Cooperação Empresarial:
i.
XARXACTIVA - rede de cooperação empresarial é um
espaço de colaboração em rede para PME que permite o
contacto e a troca de oportunidades entre si. Inclui
almoços com VIP do mundo empresarial, políticos ou
dirigentes de instituições influentes ao nível global.
ii.
Biznetbarcelona.com é uma plataforma digital ponto
de encontro de empresários, empreendedores, peritos e
investidores para “realizar negócio”, para partilhar
conhecimento e experiências e para desenvolver
projectos conjuntos em Barcelona. Como hospeda todas
as Associações de empreendedores de Barcelona
funciona como uma rede de redes, um portal que
permite a todos serem mais visíveis e a aumentar a sua
potencialidade de cooperar e de crescer.
Apoio ao acesso a financiamento:
i.
Fóruns de Investimento são programas que apostam
na elevada qualidade da formação e na conexão entre
empreendedores e entidades de financiamento privado
europeu.
ii.
Ready4Growth (R4G) é a organização de seminários
de dois dias dedicados a proporcionar aos participantes
instrumentos de acesso a financiamento que permita o
crescimento
das
suas
iniciativas
inovadoras,
especialmente através de investimento privado.
iii.
Barcelona Venture Hub tem como objectivo captar
investimentos para o 22@. Possui um espaço de
escritórios devidamente equipado, serviços de logística
partilhada na incubadora de Glòries e presta serviços de
marcação de reuniões, organização de eventos, etc.
iv.
Barcelona Activa tem acordos preferenciais com
entidades financeiras como o Banco Sabadell, BBVA,
Caixanova e outras instituições que permite às empresas
localizadas nas incubadoras ter acesso a capital de risco.
v.
O Serviço de aconselhamento para aplicação de R&D&I
Innoactiva resulta da participação de Barcelona Activa
no
networking
do
Centro
de
Desenvolvimento
Tecnológico e Industrial o que permite às empresas
inovadoras ter acesso a informação personalizada, a
coaching para acesso ao financiamento mais adequado e
à oferta de serviços de peritos externos.
vi.
“Estás pronto para Investir?” é uma ferramenta on
line que verifica se a empresa reúne as condições
necessárias para recurso a fundos privados de
investigação.
Barcelona Activa:
Acção
sobre o Ecossistema
A integração no território é um facto neste projecto, não apenas
por ser da iniciativa e gestão do Ayuntamento, como pelos
projectos de regeneração urbana e desenvolvimento económico em
curso da zona @22 com a participação desta estrutura.
Entre as iniciativas e projectos em curso, destaca-se o Centro
Tecnológico Barcelona Digital e o projecto Thought Up in Barcelona
como iniciativa de sucesso na acção sobre o ecossistema
empreendedor, nomeadamente através da intervenção na
divulgação e promoção de utilização de TIC e da cultura digital no
recém inaugurado Edifício em @22, onde todos têm acesso a
suporte e cursos na área das TIC e de Inovação.
Há em todas as iniciativas um enorme cuidado com a comunicação
e design, o que se pretende que seja uma marca da cidade e
tenha influência decisiva sobre a atracção de talentos e negócios.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 32
3.1.Barcelona
Fundació Bosch y Gimpera
•
•
•
•
•
A Fundació Bosch y Gimpera é o Centro de Transferência de
Tecnologia da Universidade de Barcelona (UB). Tem como
missão pôr à disposição das empresas, de outras instituições e da
sociedade em geral, a capacidade técnico-científica, os resultados
da investigação e o know-how gerado. Disponibiliza ao mercado os
resultados da investigação com potencial realizada na UB através
da criação de novas empresas de base tecnológica e do registo de
patentes e outros instrumentos de Propriedade Intelectual. Procura
desenvolver o espírito empreendedor no meio universitário.
Desde 1983, que a sua actividade passa por detectar necessidades
do mercado e por organizar e comunicar a oferta mantendo um
catálogo acessível às empresas. O seu foco é a venda. Por isso,
participam em feiras internacionais, participam ou estimulam as
empresas e spin-offs a participar em programas europeus de I&D e
fazem a permanente triagem da inovação resultante do trabalho
dos 4.500 investigadores da UB em todas as áreas temáticas e
sectores de actividade.
Outra forma de fazer chegar ao mercado o resultado da actividade
de investigação e de inovação da Universidade é a realização de
spin-offs, apoiando desde a sua constituição até à gestão da
empresa, de forma a permitir aos investigadores concentrarem-se
na sua actividade.
A oferta assume-se sob a forma de investigação por contrato, de
comercialização de produtos inovadores desenvolvidos na UB ou do
desenvolvimento de soluções para as empresas, nomeadamente
através das patentes já registadas.
A Fundação faz a gestão de toda a Propriedade Intelectual da UB,
protegendo o conhecimento aqui gerado, valorizando através da
procura de financiamento e promovendo projectos colaborativos
transnacionais. Proporciona os seguintes serviços:
i.
ii.
iii.
iv.
Estudos de Mercado
Definição de modelos de negócio
Planos de Negócio
Estratégias de protecção de IP.
Fundació Bosch i Gimpera
em 2010
Investigação Contratada
182 projectos sobre Empresas: 5,4 M €
259 projectos de Administração e Instituições: 7,8 M €
43 Projectos para a União Europeia: 25,5 M €
229 Acordos de Colaboração: 1,7 M €
60 Projectos de Gestão de programas e Serviços: 6,5 M €
Nº de Invenções: 55
Nº de Patentes: 27
Nº de patentes PCT: 19
Nº de patentes a transferir: 57
Nº de Acordos de Licenciamento: 8
Nº Projectos em gestão:99
Desde 2001
Start-Ups criadas: +70
Projectos captadores de Capital Semente (governos): 49
Projectos captadores de Capital Semente (BA e Capital de Risco):
16
Captação total de fundos para criação de Spin-off: +11 M€
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 33
3.1.Barcelona
Parc Cientifíc Barcelona
•
O Parque é gerido por uma Fundação que integra a UB, a Fundació
Bosch y Gimpera e outras entidades públicas e privadas. Assume-se
interface entre a esfera do público e do privado. Procura por isso
ser um espaço físico onde se dá resposta a necessidades da
Universidade, das empresas e da Sociedade em geral através da
aplicação de ciências da vida.
•
Procura potenciar a qualidade da investigação com o suporte das
tecnologias mais modernas e adequadas, dinamizar a relação entre
as empresas e a universidade, promover o surgimento de spin-off’s
e promover o diálogo sociedade-ciência e encorajar careiras
profissionais nessa área.
•
Conta com diversos espaços para realização dos seus objectivos uma incubadora tecnológica; uma bio-incubadora; laboratórios
apoiados em 8 plataformas tecnológicas:
i.
Plataforma Automática de Cristalografia
ii.
Plataforma de Drug Discovery
iii.
Plataforma de Nanotecnologia
iv.
Plataforma de Quimica Combinatória
v.
Plataforma de Proteómica
vi.
Pesquisa aplicada em animais de laboratório
vii. Plataforma de Transcriptómica
pesquisa, entidades do Sistema de Inovação da Universidade de
Barcelona (nomeadamente a Fundació Bosch y Gimpera e o Centro
de Patentes), empresas, serviços do próprio Parque e plataformas
tecnológicas, centros de documentação e laboratórios, que ocupam
grande parte dos já construídos 9,6 ha de construção.
•
Alberga numerosas empresas, na sua maioria tecnológicas. Possui
ainda espaços para serviços de alguns dos seus co-fundadores do
Sistema Financeiro. Estas entidades (como o Banco Santander, La
Caixa e a Caixa Catalunya) têm um papel fundamental no
financiamento do Parque.
•
Apesar da importância do negócio gerado com o conhecimento, do
arrendamento dos espaços e dos serviços gerados pelo Parque,
grande parte dos fundos necessários para o seu financiamento
provêm de subvenções e donativos.
•
O Parque presta serviços de apoio nas áreas da comunicação,
consultoria e formação profissional, recursos humanos, qualidade,
informática e comunicações, recepção, apoio fiscal e aspectos
logísticos como a restauração.
•
Têm colaboração com várias instituições assumindo a sua
actividade como networking based. Procuram sempre responder a
todas as solicitações, mesmo quando a procura excede a sua
capacidade de resposta (quantitativa e qualitativamente), com base
na capacidade dos parceiros.
viii. Unidade de Toxicologia Experimental e Ecotoxicologia
•
•
•
As plataformas tecnológicas incluem cerca de 800 investigadores e
técnicos permanentes e um director. Funcionam como pequenas
empresas, com a direcção a assumir todos os contactos
empresariais e os investigadores a dedicarem-se por inteiro à sua
actividade.
O seu modelo de gestão permite grande flexibilidade na articulação
entre o mundo empresarial e o mundo da investigação e da
Universidade.
Além destas estruturas, no Parque estão sediados diversos
organismos, centros de Investigação ou institutos públicos de
O Parque iniciou com uma área de 3.850 m2 em
1999 e tem constantemente investido em novos
espaços e edifícios.
No final de 2009, já disponibilizava um total de 46,600 m2. Prevêse que até ao final do presente ano, as obras em curso estejam
terminadas, o que permitirá mais que duplicar os espaços
disponíveis até aos 96.000m2.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 34
3.1.Barcelona
Relevância na inovação e acções para a melhoria do sistema de apoio ao empreendedorismo
•
A cidade de Barcelona destaca-se pelos resultados de politicas
aplicadas persistentemente durante os últimos 20 anos. As apostas
no Conhecimento, na Inovação, no Design, no modelo de gestão
territorial e da sua articulação com os cidadãos apresenta
resultados evidentes.
•
O permanente esforço de comunicação granjeou-lhe justo mérito e
reconhecimento internacional, assumindo-se como um dos pólos de
desenvolvimento de nível global.
•
A Agência de Desenvolvimento Local, a Universidade de Barcelona e
as suas agências têm um papel decisivo na vida e desenvolvimento
da cidade. São uma referência no desenvolvimento de um
ecossistema
empreendedor
bem
estruturado,
funcional
e
reconhecido por todos os cidadãos.
•
É uma referência a nível mundial pelo modelo de apoio ao
empreendedorismo que utiliza, tendo-o exportado já para diversos
países não europeus.
•
Neste modelo destaca-se a eficiência do modelo de promoção de
empreendedorismo baseado na facilidade de acesso e gratuidade da
maioria dos serviços. Estes são possíveis graças ao financiamento
do Ayuntamento, mas também pela enorme eficiência de que é
portador.
•
Para essa eficiência, é essencial a concentração de serviços num
mesmo local, a utilização de uma plataforma digital de fácil acesso
com diversos processos de apoio que se provaram eficazes e a
articulação entre iniciativas. Conjugando de forma exemplar o
combate ao desemprego, o fomento do empreendedorismo, a
formação profissional para toda a população (seja desempregada,
activa, empreendedora, reformada ou estudantil), foca-se no
objectivo e simplifica todos os processos administrativos.
•
A cidade conseguiu nestes anos ganhar uma dinâmica
empreendedora que é transversal a sectores ou instituições,
assumindo-se internacionalmente como um meio favorável ao
surgimento de inovação. Assume-se completamente como espaço
muito concorrencial, ao nível de negócios, ao nível do espaço, ao
nível do emprego e do conhecimento. A Universidade participa
activamente neste esforço, tendo vindo a estruturar-se de forma a
acompanhar a dinâmica e contribuindo activamente para a
utilização da Tecnologia em todos os sectores e actividades. O
Design, as Ciências Biomédicas e alimentares, as TIC e os serviços
(nomeadamente ao nível de Gestão) são já referências na cidade.
•
O surgimento de iniciativas empreendedoras acompanham o ritmo
da evolução da cidade.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 35
3.2.Helsínquia | Finlândia
Área
População
2010
PIB
Emprego
2010
Comércio
Inovação
2008
Educação
2009
Total (km2)
338.145
População Total
5.351.427
População Activa
2.644.000
Densidade (habitantes /km2)
16
População Estrangeira
0,3%
€ Milhões | 2010
180.253
Taxa de Crescimento
3,6
Taxa de Emprego
68,1%
Taxa de Desemprego
8,0%
Exportações Totais 2010 (€ Milhões)
72.643
Balança Corrente 2009 (% PIB)
1,3
Despesas em I&D (% PIB)
3,73
das quais Empresas
70,3%
das quais Governo
21,8%
Percentagem de Empresas Inovadoras
37,3%
Patentes por milhão habitantes | 2007
250,8
Até Ensino Básico
33,8%
Até Ensino Secundário e Pós Secundário
38,9%
Até Ensino Superior
27,3%
Licenciatura
0,2%
Doutoramento
0,6%
Fonte: Eurostat, Statistics Finland | 2011
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 36
3.2.Helsínquia | Finlândia
•
No caso finlandês, evidencia-se, sobretudo, a concentração de
esforços dos principais actores para tornar a inovação relevante à
escala internacional, alinhando prioridades na estratégia nacional de
inovação, promovendo a concentração de universidades (sendo a
AALTO, um bom exemplo desta política), concentrando centros de
investigação para alcançar massa crítica, desenvolvendo políticas de
capacitação da gestão para padrões de referência internacional,
incentivando a captação de talentos a nível internacional e
estabelecendo a confluência de esforços entre organismos que
apoiam a internacionalização.
•
Esta abordagem tem conduzido à valorização de políticas focadas na
pertinência e na eficácia da acção, que se estabelece, desde logo:
i.
ao nível dos objectivos globais, com foco na obtenção de
níveis de produtividade comparáveis ao núcleo de países
mais desenvolvidos do mundo e na determinação em ser
pioneiro em inovação à escala global em sectores
seleccionados;
ii.
ao nível da percepção das transformações dos
paradigmas
internacionais
de
competitividade,
encarando-as como uma oportunidade para ser relevante
nas áreas de intervenção seleccionadas;
iii.
ao nível do contributo institucional para facilitar o
contexto competitivo, induzindo o aparecimento de
empresas finlandesas competitivas em segmentos de
mercado globalizados.
•
Apesar da complexidade do sistema e da existência de várias zonas
de sobreposição, por exemplo ao nível do papel das entidades que
apoiam a internacionalização, sublinha-se a determinação em
trabalhar de forma consistente na eliminação de pontos fracos.
Tem-se presente que os destinatários das políticas são as empresas
e não as entidades.
•
Na estrutura institucional finlandesa não há uma entidade que
centralize, por si só, o apoio ao empreendedorismo, sendo esta
responsabilidade repartida por um conjunto alargado de organismos
pertencentes ao Ministério da Educação e ao Ministério do Emprego
e da Economia.
•
A análise do caso prossegue com a apresentação de algumas das
mais relevantes instituições do sistema de inovação com actuação
sobre o empreendedorismo (TEKES, SITRA, FINNVERA e VTT) e
finaliza com a apresentação das principais características de base
territorial sobre a região de Helsínquia (a Universidade de AALTO e
a grande iniciativa de Otaniemi).
Fonte: Evaluation of the Finnish National Innovation System | 2009
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 37
3.2.Helsínquia | Finlândia
Principais actores do Sistema Nacional de Inovação
Fonte: Evaluation of the Finnish National Innovation System | 2009
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 38
3.2.Helsínquia | Finlândia
Tekes – Agência Finlandesa de Financiamento à Tecnologia e Inovação
•
A Tekes é a agência especialista em financiamento à investigação,
desenvolvimento e inovação mais importante na Finlândia. A
experiência de trabalho contínuo ao longo das últimas décadas, a
independência de actuação e a autonomia técnica granjearam-lhe
um grande prestígio, assumindo-se, por isso, como um dos
principais actores do sistema nacional de inovação.
impacte e resultados da Tekes
e das actividades de inovação
•
A agência promove a inovação aplicando uma visão alargada, onde
não só trabalha para reunir financiamentos ao desenvolvimento de
tecnologias disruptivas que revolucionem o mercado, como também
salienta a importância da rede de relacionamentos, do design, dos
negócios e das inovações sociais no tecido económico daquele país.
O ano de 2010 assistiu à conclusão de mais de 1.600 projectos,
que resultaram em:
• 392 produtos novos ou melhorados
• 406 serviços novos ou melhorados
• 317 processos produtivos novos ou melhorados
• 562 aplicações de patentes
• 632 teses académicas
• 1.511 publicações
•
A agência trabalha com as melhores empresas e centros de
investigação e desenvolvimento da Finlândia. Todos os anos, a
Tekes financia cerca de 1500 projectos de investigação e
desenvolvimento de negócios e perto de 600 projectos de
investigação públicos de universidades, centros de investigação e
politécnicos.
Estrutura do financiamento aos projectos de investigação e
desenvolvimento para empresas :
• 233 milhões de euros (61%) visaram PME
• 104 milhões de euros (27%) visaram pequenas empresas com
menos de seis trabalhadores
• 70% visaram empresas com menos de 500 trabalhadores
•
Os fundos de investigação, desenvolvimento e de inovação são
dirigidos a projectos que criem no longo prazo os maiores
benefícios para a economia e para a sociedade. Cerca de dois terços
dos projectos são realizados por grupos empresariais, ficando o
remanescente a cargo das universidades e instituições de
investigação.
•
•
•
A Tekes não tem como fim retirar qualquer lucro financeiro das
suas actividades, nem reclamar quaisquer direitos de propriedade
intelectual. Note-se, a este respeito, a tolerância ao risco na
selecção dos projectos: 1/3 fracassam, sendo esta taxa encarada
com grande normalidade.
A sua acção é assegurada por um quadro de pessoal de quase 300
pessoas recrutadas, fundamentalmente, do sector empresarial,
evidenciando a sua orientação para o mercado (“nós falamos a
mesma linguagem das empresas” ).
Uma das prioridades recentes do TEKES é o financiamento de
projectos inovadores na área da melhoria organizacional (processos
e métodos de trabalho), abrangendo empresas de todas as
dimensões, sectores, associações e entidades publicas
Áreas de investigação estratégica
determinadas pelos
Centros Estratégicos para
Ciência, Tecnologia e Inovação:
Negócios em redes
de cooperação globais
Recursos
naturais
e economia
sustentável
Criação de valor com base
em soluções e activos intangíveis
Ambiente
inteligente
Serviços de renovação
e de produção por meios digitais
Qualidade
de vida
das
pessoas
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 39
3.2.Helsínquia | Finlândia
Finnvera – Agência Finlandesa Oficial de Crédito às Exportações
•
•
•
•
•
A Finnvera reforça o potencial produtivo e a competitividade das
empresas
finlandesas,
concedendo
empréstimos,
garantias
domésticas, investimentos de capital de risco, garantias de crédito
às exportações e outros serviços associados com o financiamento
de exportações. De frisar que os riscos incluídos no financiamento
são partilhados entre a Finnvera e outras instituições de crédito.
As operações da Finnvera são dirigidas por objectivos de política
industrial e de propriedade estabelecidos pelo Estado. Entre estes
objectivos contam-se: aumentar o número de empresas criadas,
possibilitar o financiamento e o aconselhamento financeiro para as
mudanças a que a empresa está sujeita e a promoção do
crescimento empresarial e internacionalização.
A agência está disposta a correr maiores riscos que as instituições
financeiras comerciais, porque o Estado da Finlândia cobre parte do
crédito concedido pela Finnvera, garantindo possíveis perdas. O
Estado é responsável pelas garantias de crédito à exportação,
garantias de exportação e garantias especiais concedidas.
Anualmente, o Ministério do Trabalho e da Economia define metas
para as operações de Finnvera. A agência tem o objectivo
estratégico da auto-sustentabilidade económica.
Isso significa que, no longo prazo, a Finnvera deve ser capaz de
cobrir, com os rendimentos recebidos a partir de operações
comerciais, as suas despesas de funcionamento próprio, o crédito e
as perdas de garantia da sua responsabilidade.
Financiamento por dimensão de empresa
10^6
Principais resultados
2010
•
•
•
O número de clientes atingiu o valor mais elevado dos últimos
cinco anos, cerca de 29.300 clientes.
O valor de financiamento doméstico é de 913,7 milhões de
euros.
O valor de financiamento às exportações foi de 2.379,4 milhões
de euros.
Objectivos estratégicos
para 2015
•
•
•
•
•
•
Financiar a criação de 3.500 novas empresas por ano.
Financiar investimentos importantes para as PME e de
desenvolvimento regional, bem como projectos que promovam
o uso de energias renováveis ​e melhorar a produtividade.
Financiar o crescimento e internacionalização das empresas
Investir em empresas inovadoras e estimular os investimentos
de capital privado nos nossos objectivos de investimento.
Fornecer soluções para o financiamento das exportações,
soluções estas internacionalmente competitivas com o intuito de
beneficiar a economia finlandesa.
Através da adopção de práticas eficientes, melhorar a
produtividade e a satisfação do cliente.
Clientes por dimensão de empresa
2006
2007
2008
2009
2010
Micro empresas
347
374
399
408
352
Micro empresas
Outras PME
493
478
588
623
477
Outras PME
86
45
41
164
85
926
897
1028
1195
914
Grandes empresas
e outros negócios
Total
Grandes empresas
e outros negócios
Total
2007
2008
2009
2010
24.886
24.368
25.096
25.855
2.868
2.848
3.066
3.182
89
80
87
80
27.843
27.296
28.249
29.117
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 40
3.2.Helsínquia | Finlândia
Sitra – Fundo de Inovação da Finlândia
•
Sitra é a designação do Fundo de Inovação da Finlândia. Trata-se
de uma Fundação pública e independente, criada em 1967, por
ocasião do 50º aniversário da Independência, através de uma
doação do Banca da Finlândia com a missão de «construir o Futuro»
do país.
•
O papel da Sitra é per se um factor de inovação. É simultaneamente
um financiador de negócios e um líder de opinião na sociedade
finlandesa, com um objectivo ambicioso estipulado por lei:
promover o desenvolvimento sustentável da Finlândia, o
crescimento da economia, a competitividade internacional e a
cooperação.
•
A qualidade de vida da população finlandesa está no centro dos
seus objectivos.
Encoraja as
pessoas, as organizações e as
empresas a experimentar e a escolher modelos de negócios e
modelos operacionais sustentáveis que renovem o conceito de
«boa vida» («a good life»). Tem como missão acelerar mudanças
que permitam responder aos desafios mundiais:
•
•
i.
Envelhecimento da população;
ii.
Alterações climáticas;
iii.
Globalização;
iv.
Avanço tecnológico;
v.
Concorrência pela mão de obra qualificada.
As mudanças são promovidas através do lançamento de
ambiciosos Programas de mudança. Sob a alçada de cada
Programa,
são
coordenadas
operações
integradas
e
complementares, em cooperação com entidades nacionais e
internacionais, nos domínios da investigação, processos
estratégicos e reformas estratégicas, experiências de inovação,
desenvolvimento
de
negócios,
investimento
na
internacionalização ou venture capital.
Foram já completados os Programas Alimentação e Nutrição,
Saúde, Ambiente, Rússia, Índia, e Inovação, estando em curso
Programas para aumentar a capacidade de mudança dos serviços
municipais (The Municipal Programme), da Administração Pública
(The Public Leadership and Management Programme),
da
viabilidade das áreas agrícolas (The Landmarks Programme), da
indústria Mecânica e Metalúrgica (The Growth Programme for The
Mechanical Industry) e Energia (The Energy Programme).
•
Fundada em 1967 como divisão do Banco da Finlândia
•
Tutelada pelo Parlamento desde 1991
•
100 empregados
•
Portfólio actual de 70 empresas
•
Fundo ascende a 697 milhões de euros em 2010, com retorno
do investimento de 14,6% em 2009 e 9,3% em 2010.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 41
3.2.Helsínquia | Finlândia
VTT
•
VTT é um grande instituto de investigação por contrato. Os seus
mais de 3 100 investigadores fazem dele o maior do Norte da
Europa. Fornece soluções de alta tecnologia e serviços de inovação.
•
O valor dos serviços prestados superou os 292 M € em 2010,
correspondendo 32% a financiamento público. A sua autonomia e
orientação para o mercado pode medir-se também pelos 16% de
receita que são provenientes do estrangeiro.
•
As áreas tecnológicas são muito variadas e prestam serviços de
inovação na aplicação de materiais, processos bioquímicos, energia,
TIC, sistemas industriais, microtecnologia e, finalmente, electrónica,
serviços e construção sustentável.
•
Os serviços aos clientes incidem sobre as áreas da previsão
tecnológicas e de mercado, análise estratégica, desenvolvimento de
produtos ou serviços, comercialização de propriedade intelectual,
opinião de peritos, testes e certificações e gestão tecnológica e
desenvolvimento da inovação.
•
Do total de recursos humanos, 8% são cientistas provenientes de
outros países, o que atesta a sua capacidade para captar recursos
humanos altamente especializados e qualificados (provenientes
fundamentalmente da China, Alemanha e Itália).
•
Do ponto de vista organizacional, o VTT segue um modelo de grupo
contendo empresas prestadoras de serviços especializados (VTT
Expert Services, VTT Ventures, VTT International e VTT Memsfab).
•
Do ponto de vista dos resultados destaca-se que 20% dos 1520
clientes empresariais são provenientes de fora da Finlândia. O seu
portefólio inclui mais de 1100 patentes e patentes de aplicações.
•
O seu papel no sistema de inovação finlandês é incontornável,
liderando ou integrando um número alargado de iniciativas e
programas de trabalho.
•
Os programas de clusterização dos SHOK tiveram uma participação
activa do VTT sua concepção (definição estratégica e plano de
acção). Participa em dezenas de tecnológicos, a maioria deles em
parceria com o TEKES.
O VTT é um parceiro activo num conjunto importante de redes
•
europeias, americanas e japonesas. Actualmente está presente em
Silicon Valley (EUA) , Shangai (China), São Petersburgo (Rússia),
KonKuk (Coreia) e Bruxelas (Bélgica), preparando actualmente a
entrada no Brasil.
Strategic Centres for Science, Technology and Innovations
(SHOKs)
•
•
•
•
Os SHOKs são uma iniciativa de promoção de clusters sectoriais
nas actividades mais tradicionais em curso desde os anos 80.
São vistos como experiência bem sucedida na renovação de
factores competitivos e base tecnológica das grandes empresas.
Implementados na última década, com grande apoio da VTT e
do TEKES entraram numa nova fase, avançando para lógicas de
contratualização
do
financiamento
da
sua
actividade
(aumentando o seu grau de autonomia).
Os programas de financiamento público são alocados aos
SHOKs que decidem a prioridade dos projectos a financiar. É
proveniente das empresas 50% do financiamento dos projectos,
que incidem sobre fases desenvolvimento pré-competitivo,
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 42
3.2.Helsínquia | Finlândia
A procura de relevância internacional na I&D
•
A constituição da Universidade de Aalto, em Helsínquia, é um bom
exemplo da capacidade de fazer confluir interesses em defesa de
uma visão estratégica.
•
Na sequência da reforma do enquadramento legal das
universidades, em 2009, foi tomada a decisão de fazer a fusão de
três universidades de Helsínquia nas áreas da Ciência e Tecnologia,
Economia e Artes e Design, que constituíam entidades líderes no
panorama universitário finlandês.
•
Com esta fusão, a Universidade passou a ter cerca de 20 mil
estudantes, 2.300 estudantes de mestrado, 184 doutorados e 338
Professores. Estes números, que podem não ser referência para
outros países com demografias mais elevadas, valem sobretudo
pela noção do caminho que se pretende percorrer num mundo
globalizado em que a escala é determinante para poder competir.
•
A Universidade procura assumir-se como uma entidade relevante à
escala
internacional,
apostando
na
interdisciplinaridade
especialmente na confluência das áreas temáticas que estão na
génese da sua fusão. Defende como valores a «exploração das
fronteiras do conhecimento, liberdade criativa e critica, coragem
para influenciar e promover a excelência, a responsabilidade social,
inclusão e inspiração e a ética elevada, abertura e igualdade».
•
A Universidade procura ter impacte nas áreas da:
i.
Qualidade operacional,
ii.
Utilização de competências na multidisciplinaridade e nas
parcerias para desenvolver know how
na área da
inovação;
iii. Internacionalização;
iv. Autonomia;
v.
Profissionalização da universidade e exploração das TIC.
•
A Universidade de Aalto tomou a decisão de concentrar toda a sua
actividade em Otaniemi (nova cidade de ciência e tecnologia, que
está a entrar na terceira fase de construção), abandonando os
edifícios situados em Helsínquia.
•
Apesar da qualidade das instalações actuais e da curta distância
que separa as duas localizações, esta mudança visa estimular o
processo de integração entre as áreas de saber que integram a
nova Universidade, afirmar o posicionamento de excelência na área
da investigação e o aparecimento de externalidades positivas com
as outras entidades do sistemas de inovação fora da universidade.
•
A Aalto será uma das âncoras de Otaniemi, devendo assistir-se a
um processo de mútuo reforço dos projectos, com as actividades
da universidade a serem beneficiadas pelo envolvimento de
excelência.
•
Refira-se que, de acordo com o novo enquadramento legislativo das
Universidades, o seu financiamento será premiado caso se atinjam
as metas contratualizadas na área da inovação.
Grandes desafios
do sistema de inovação
•
•
•
•
Actividade inovadora num mundo sem fronteiras
Orientação para a procura como base da actividade inovadora
Criação de inovação a nível individual e colectivo
Abordagem sistemática e interdependência dos factores de
sucesso
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 43
3.2.Helsínquia | Finlândia
Universidade de Aalto – Aalto Start-Up Centre
•
A incubadora da Aalto tem como principais objectivos a promoção
do empreendedorismo dentro da universidade, o desenvolvimento
de novos negócios e o crescimento e desenvolvimento empresarial.
•
A Aalto Start-Up Centre promove programas de curta e longa
duração de apoio ao empreendedorismo e à capacitação das PME.
Realizam-se anualmente 200 sessões, envolvendo mais de 3500
participantes, em várias áreas de competências na área da gestão
(vendas,
marketing,
finanças,
logística,
estratégia,
internacionalização, liderança).
•
Os serviços de incubação procuram dinamizar projectos que
resultem do cruzamento das três grandes áreas de saber da
universidade: tecnologia, arte e design e economia. Os processos
de empreendedorismo são também estimulados pela valorização de
créditos de cadeiras que resultam de trabalhos em empresas.
•
A actividade da incubadora está orientada para a prestação de
serviços em todas as fases do ciclo de vida da empresa. Para apoiar
os ciclos de crescimento das empresas, a incubadora conta com o
apoio de uma vasta rede de contactos e de mentores que integra
200 voluntários. Os mentores recebem um formação pedagógica
inicial que visa maximizar os efeitos da sua intervenção.
•
O apoio às segundas fases de desenvolvimento do negócio é
prestado através de programas de consultoria em áreas de gestão
de processos de expansão, definição
e fixação de recursos
adequados, afinação das vantagens competitivas e financiamento.
•
A incubadora evidencia uma grande motivação para a promover a
sua internacionalização, estabelecendo-se em São Petersburgo, e
Talim, desenvolvendo programas de apoio ao empreendedorismo
com várias universidades russas e estabelecendo programas de
cooperação com incubadoras e academias de empreendedorismo na
Estónia, Letónia , Lituânia, Suécia , Dinamarca e Alemanha e
Polónia.
O ciclo de vida das empresas
e o apoio do Small Business Centre
Fundação
para as Invenções
Finlandesas
•
•
•
•
Busca e avalia invenções e ideias inovadoras geradas por
particulares e empresas start-up e ajuda a transformá-las em
negócios.
Desenvolveu uma metodologia de avaliação sistemática e
coerente de ideias de negócio. As ideias promissoras, com
potencial de crescimento em negócios internacionais são
convertidas em propostas de negócios
Conta com o apoio de 15 centros de desenvolvimento
económico e agentes de inovação baseados em universidades e
instituições de ensino superior
Usa uma rede de Business Angels para apoiar as melhores
ideias de negócio.
Fonte: Aalto Start-up Centre
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 44
3.2.Helsínquia | Finlândia
Otaniemi
•
•
A essência do projecto consiste na criação de condições de trabalho
de excelência, com capacidade para captar e fixar talentos na área
da investigação,
atrair investimento de grandes empresas
multinacionais, gerar empresas de crescimento rápido vocacionadas
para operar em mercados internacionais e originar economias de
aglomeração, aproveitando a proximidade das instituições e a
intensificação das redes relacionais pessoais e organizacionais.
•
Otaniemi, situa-se em Espoo, na vizinhança de Helsínquia e procura
posicionar-se como a principal centralidade tecnológica dos países
Nórdicos na área tecnológica.
•
O projecto é uma parceria público-privada promovida por um
conjunto alargado de actores-chave que procura concentrar, numa
única localização, um conjunto de entidades e de competência
capazes de gerar um ecossistema inovador world class. Note-se que
este esforço de concentração é de tal forma significativo que mesmo
a muito recente e bem instalada universidade de Aalto decidiu
localizar todo o seu campus em Otaniemi, abandonando as infraestruturas situadas no centro da cidade de Helsínquia.
Esta cidade de ciência e tecnologia contará com 32 mil pessoas,
divididas entre sedes de empresas, a universidade de Aalto e os
principais centros de investigação finlandeses (VTT, TKK,
MIKES,GTK, CSC, Nokia, Kone, Neste Oil, etc,).
Aspectos chave de Otaniemi
De acordo com os promotores do projecto, com algumas fases já
concluídas, as suas principais características distintivas são:
•
•
•
A principal centralidade tecnológica dos países Nórdicos
concentrada em 4 km2
32 mil pessoas, divididas entre sedes mundiais e regionais de
800 de empresas (contando com a sede mundial da Nokia), a
universidade de Aalto e 5000 investigadores dos principais
centros de investigação finlandeses
A criação de 40 a 70 start-ups por ano e facilidade de obtenção
de financiamento
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 45
3.2.Helsínquia | Finlândia
Relevância na inovação e acções para a melhoria do sistema de apoio ao empreendedorismo
•
A procura de relevância à escala internacional é um desígnio levado
a sério nas várias áreas do sistema de inovação. A perspectiva da
concentração de esforços promove novos paradigmas de
competitividade, obtém padrões de produtividade alinhados com os
países mais bem sucedidos (capitalizando a elevada qualificação dos
recursos humanos e o esforço de investimento em I&D em
percentagem do PIB) e permite o aparecimento de empresas
capazes de se afirmarem internacionalmente.
•
Exemplos desta determinação são a criação da Universidade de
Aalto como resultado da fusão de três universidades de Helsínquia,
a concentração da investigação no VTT e a construção da cidade de
ciência e tecnologia de Otaniemi.
•
Nos últimos cinco anos, a grande prioridade do sistema de apoio à
inovação e ao empreendedorismo passou a ser a criação e
desenvolvimento de empresas com elevado potencial de
crescimento, em detrimento de abordagens anteriores mais focadas
na capacitação sectorial.
•
O apoio ao aparecimento de empresas com elevado ritmo de
crescimento tem provocado alterações na estrutura pública de
incentivos ao empreendedorismo, para além das iniciativas de
facilitação do acesso através redução da complexidade institucional.
•
Neste domínio distinguem-se os seguintes aspectos, sempre
mantendo como prioridade o apoio a empresas que procurem
rápidos crescimentos através da internacionalização:
i.
ii.
iii.
•
Ao nível regional, sublinha-se a existência de 15 centros regionais
de apoio às empresas (ELY), pertencentes aos Ministério do
Emprego e Economia. Os técnicos acompanham cada projecto
empresarial que surge em cada uma das regiões (“os técnicos vão
ter com as empresas e acompanham a sua evolução, conhecem-nas
por isso desde a sua criação”). É ao nível regional que são
desenvolvidas as acções de formação de empreendedores.
•
As instituições públicas de apoio à inovação e ao empreendedorismo
(dentro do Ministério da Economia e Emprego e do Ministério das
Finanças) estão a iniciar o processo de criação de “key account
managers” (com poucas dezenas de técnicos) que passarão a
acompanhar a vida HGEF (previsivelmente 200 a 300 empresas) no
seu relacionamento com as entidades/agências públicas.
•
Estas instituições estão a iniciar o processo de desenvolvimento de
mecanismos de CRM no acompanhamento das empresas, visando
implementar circuitos de informação e procedimentos eficientes de
resposta atempada às necessidades das empresas reduzindo desta
forma a complexidade institucional do sistema.
a complementaridade temática dos fundos públicos de
capital de risco que se dividem pela Finnish Industry
Investment, Seed Fund Vera, Business Accelerator,
TEKES YIC & TULI e Foundation for Finnish Inventions;
o reforço da aposta do capital de risco nos processos de
aceleração empresarial, vocacionados para as segundas
fases de crescimento;
A tentativa de envolver mais activamente o Ministério
das Finanças, para além do Emprego e Economia, nas
políticas de promoção do empreendedorismo, através de
medidas fiscais de estímulo à actividade de capital de
risco e à actividade de criação de empresas.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 46
3.3.São Paulo
Total do Estado (km2)
248.209
Total da Área Metropolitana
7.944
Estado São Paulo (milhões)
41,6
% Brasil
21,8%
Área Metropolitana São Paulo (milhões)
19,7
% Brasil
10,3%
Município São Paulo (milhões)
11,2
Densidade (habitantes /km2)
2.476
Estado São Paulo ($R Milhões)
1.003.016
Região Metropolitana São Paulo
572.251
Cidade São Paulo
357.117
Área
População
2010
PIB
2010
População Activa Metropolitana (milhões) 16,8
Emprego
2010 (1ºT)
Educação
Brasil
2007
(OCDE)*
Milhões de desempregados
1,4
Taxa de Desemprego Cidade São Paulo
12,1%
Taxa de Desemprego Metropolitano
13,1%
Até ensino Secundário
63,2%
Ensino Secundário (ou formação
profissional pós secundário)
27,2%
Educação de nível superior
9,6%
Fonte: SEADE | 2011 e (*) OCDE, 2011
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 47
3.3.São Paulo
•
A cidade de São Paulo não representa a típica cidade brasileira. É
uma cidade líder, um exemplo seguido em toda a América Latina,
pela sua dinâmica e desenvolvimento. É a capital financeira e
empresarial do Brasil. A sua dimensão faz dela a maior cidade sulamericana e umas das dez maiores do planeta, um dos maiores
centros financeiros do mundo, sede de mais de 60% das empresas
multinacionais presentes no Brasil e residência oficial de mais de
1.200 milionários. É por isso, uma das cidades mais caras do
mundo.
•
São Paulo é também uma cidade de contrastes onde, graças ao
crescimento económico dos últimos anos, uma maioria menos
privilegiada vai gradualmente ganhando poder de compra, criando
uma classe média que permite o boom de sectores como o varejo
(comércio) e o imobiliário.
•
Devido aos preços e a politicas rígidas de licenciamento, muitos dos
sectores mais dinâmicos da economia têm-se deslocado para as
zonas limítrofes da cidade ou para cidades satélites e vizinhas.
•
Nas últimas décadas os sucessivos Governos têm apostado no
ensino superior. Verifica-se, por isso, um número crescente de
pessoas com habilitações de nível superior. No entanto, a grande
maioria das habilitações de grau superior obtidas são da área de
humanísticas e apenas uma pequena parte é habilitado em áreas
tecnológicas ou em engenharia. Mesmo assim, em termos
absolutos, regista-se um grande aumento de técnicos no mercado
de trabalho de São Paulo.
•
O sector financeiro tem uma importância determinante na evolução
recente da economia brasileira. A forte regulamentação a que está
sujeito proporcionou uma menor exposição à crise de 2008 que a
generalidade da banca internacional. A forte austeridade fiscal,
resultado de uma política focada na redução do endividamento
externo e nos investimentos internos, também preservou o país dos
efeitos devastadores que assolaram outros países.
•
A cidade de São Paulo contribui para o crescimento da economia
brasileira, na generalidade, e do estado de São Paulo, em particular.
O crescimento do investimento, com aquisição de máquinas e de
equipamentos e com crescimento do imobiliário, é fruto do aumento
de procura de habitação e das expectativas geradas em torno de
grandes eventos: Jogos Olímpicos e Campeonato Mundial de
Futebol. O sector agro-alimentar é responsável por 37% das
exportações e 28% do PIB.
•
A política pública tem contribuído de forma determinante para o
fomento do empreendedorismo, designadamente através do
dispositivo de Compras Governamentais, que permite a micro e
pequenas empresas (MPE’s) serem fornecedoras do Estado, ou
através dos processo de desburocratização em curso.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 48
3.3.São Paulo
Sistema de apoio ao empreendedorismo
Políticas
Sectoriais
Governo
Federal
e Estadual
Politicas e
Dinamização
Empreendedorismo
SEBRAE
Serviço
Brasileiro
de Apoio
às Micro
e Pequenas
Empresas
Educação
Competências
Empreendedoras
Transferência
Tecnologia
/Incubação
/Formação
Universidades
FINEP
Financiadora
de Estudos
e Projectos
Escolas
de Formação
•
O sistema de apoio ao empreendedorismo no Brasil está bem
planificado e resulta já de muitos anos de estruturação institucional.
•
Algumas das organizações, como as Universidades, a Financiadora
de Estudos e Projectos (FINEP) ou o Banco Nacional de
Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), foram fundados ou
delineados ainda durante os anos 70 do século passado.
•
Apesar da multiplicidade das instituições estaduais e federais,
municipais e privadas, que participam de diferentes formas na
promoção do empreendedorismo em São Paulo, há esclarecimento
relativamente às instituições que regulam, financiam e que dão
apoio. Cada entidade tem missão própria e definida e realiza
actividade com os seus próprios meios mas com o apoio e, muitas
vezes em complementaridade com outras. O dinamismo, não
apenas das instituições, como também da sua capacidade de
mobilização surpreende.
•
As prioridades nacionais e regionais bem como os instrumentos de
política são definidas pelos Governos Federal e Estadual.
•
À Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP)
compete representar os interesses de 132 sindicatos patronais e de
cerca de 150.000 empresas junto das instituições governamentais,
assumindo-se como principal interlocutor do sector produtivo.
•
No seio da FIESP, desenvolveram-se algumas outras entidades que
assumiram grande importância para o Estado de São Paulo, como é
o caso do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
Esta é uma estrutura de apoio ao ensino profissional para a
Indústria, que procura preparar jovens com competências que esta
necessita ou virá a necessitar a breve prazo. Realiza ainda acções
de formação para trabalhadores da industria, de forma a que estes
possam manter–se actualizados e assim contribuir melhor para a
competitividade das suas empresas.
•
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE) está no cerne do sistema e apoia, dinamiza e financia
uma grande parte das iniciativas de apoio ao empreendedorismo do
Estado de São Paulo. Muitas vezes assume o papel de articulação
entre entidades que participam no esforço de desenvolvimento de
empreendedorismo.
SIBRATEC
Sistema
Brasileiro
de Tecnologia
FIESP
FIESP
Federação
das Indústrias
do Estado
de São Paulo
SENAI
Serviço
Nacional de
Aprendizagem
Industrial
Fundação
Gertúlio
Vargas
ENDEAVOR
Incubadoras
Grandes
Investimentos
Pequenos
e Médios
Investimentos
Capital
de Risco
Financiamento
BNDES
FINEP
Venture
Capital
BOVESPA
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 49
3.3.São Paulo
SEBRAE | Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
•
O SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas
Empresas - foi fundado em 1972 como entidade privada sem fins
lucrativos e financiada por fundos públicos.
•
Tem como missão promover a competitividade e o desenvolvimento
sustentável de Micro e Pequenas Empresas (MPE).
•
Busca o fortalecimento do empreendedorismo e participa na
aceleração do processo de formalização da economia por meio de
parcerias com os sectores público e privado, programas de
capacitação, acesso ao crédito e à inovação, estímulo ao
associativismo, feiras e rodadas de negócios (reuniões destinadas a
identificar oportunidades de desenvolvimento de negócios).
•
A informação é determinante na intervenção do SEBRAE. Todas as
acções têm subjacente que apenas a cultura e a aprendizagem ao
longo da vida podem garantir uma gestão competitiva, eficiente e
moderna. Para isso, promove cursos, consultoria, formação
profissional, seminários, eventos vários e publicações.
•
Intervém directamente, através de contactos pessoais ou colectivos,
de forma presencial ou através da Internet.
•
A sua actividade divide-se em três eixos temáticos:
i.
Apoio ao Agro-Negócio Familiar – através do apoio ao
acesso a tecnologia, serviços financeiros e mercados,
através da resolução de barreiras comerciais ou através
da obtenção de certificações de qualidade e/ou de
origem.
ii.
Apoio à Indústria - dá prioridade ao desenvolvimento
de alianças entre empresas fomentando sinergias entre
projectos e integração da cadeia produtiva.
iii.
Apoio a Comércio e Serviços – usando cursos e
consultoria com metodologias de integração cooperativa
(qualificar, modernizar, ampliar, a competitividade dos
pólos e redes de estabelecimentos) e desenvolvendo
negócios no sector dos Serviços (principalmente
Turismo, Entretenimento, e Artesanato).
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 50
3.3.São Paulo
•
A criatividade no desenvolvimento de novas soluções e a quebra de
paradigmas são fundamentais para a sustentação e viabilidade da
missão do SEBRAE. O SEBRAE actua em quatro áreas-chave para o
desenvolvimento do empreendedorismo:
i.
•
Articulação de políticas públicas que criem um ambiente
institucional mais favorável;
ii.
Acesso a novos mercados;
iii.
Acesso a tecnologia e inovação;
iv.
Facilitação e
financeiros.
ampliação
do
acesso
aos
serviços
O SEBRAE trabalha o Ecossistema, intervindo a vários níveis:
ambiente, sectores e territórios e junto das empresas.
Três níveis de intervenção do SEBRAE
•
No primeiro nível de intervenção – Ambiente -, o SEBRAE
articula-se com várias entidades para o desenvolvimento de cultura
empreendedora. Nomeadamente, com os Municípios, procurando
que seja proporcionada formação na área de comportamentos
empreendedores nas escolas a crianças desde os oito anos.
•
Para este efeito disponibiliza os programas e os materiais de apoio
dos cursos/disciplinas e procura desenvolver: cultura de cooperação
(trabalho em rede), cultura de inovação (necessidade constante de
renovação), sustentabilidade ambiental e ética e cidadania.
•
Todos os anos é eleito um foco temático distinto para a promoção
do empreendedorismo junto das populações (Ecossistema).
•
Desenvolve um programa de disponibilização gratuita de
Inteligência de Mercado, que pretende pôr on line o
conhecimento reunido nas bibliotecas e nas pesquisas de mercado
que o SEBRAE executa. Este é um projecto importante que envolve
38 pessoas a tempo inteiro em São Paulo.
•
Organiza
vários
prémios,
entre
eles
um
de
educação
empreendedora para professores universitários e realiza concursos
de empreendedorismo, de gestão de negócios num simulador,
entre equipas estudantes universitários da América Latina.
Ambiente
Sector
• Comportamentos / Lideranças
Território
• Tecnologia / Inovação
Micro e
• Comportamento do Empresário
Pequenas
Empresas • Dominar o Negócio • Gestão
• Tecnologia
51
3.3.São Paulo
•
O segundo nível de intervenção do SEBRAE concretiza-se sobre
os sectores e sobre os territórios (regiões). É a este nível que se
realizam o desenvolvimento de competências, estando planeados e
em curso múltiplos programas.
•
O SEBRAE realiza a formação de um milhão de pessoas em
áreas diversas. Para cumprir os objectivos da instituição, estima-se
que será necessário atingir a formação permanente de cinco
milhões de pessoas.
•
Promove o programa Circuito de Negócios, que consiste em
reuniões de cerca de 30 empresários, geralmente dedicado a um
tema e com um pequeno seminário para animar as sessões que têm
como objectivo promover networking e criar oportunidade de
negócio entre estes. Cerca de 60.000 empresários participam por
ano nestas iniciativas.
•
Outro objectivo é motivar o empreendedorismo por oportunidade,
evitando ou desencorajando o empreendedorismo por necessidade.
Para isso, propuseram várias medidas ao Governo Estadual e
Nacional com o fito de promover o empreendedorismo pela
procura. A medida de abertura das compras públicas a pequenos
fornecedores foi um dos resultados.
•
Apoia o desenvolvimento de Empreendedorismo Social, através
de subsidiação e de outras formas de apoio de ONG que trabalham
directamente com as populações alvo.
•
Os focos temáticos não são apenas sectoriais ou territoriais. Por
exemplo, têm linhas de actuação específicas para mulheres. O
Empreendedorismo Feminino no Brasil é já responsável por 56%
das iniciativas.
•
O Empreendedorismo Tecnológico é outro dos focos temáticos
mais importantes. Articulado com as Universidades, o SEBRAE apoia
72 incubadoras. A dimensão média das incubadoras tecnológicas no
Estado de São Paulo é de 10 a 15 empresas, que permanecem
durante três a quatro anos em incubação. Este apoio inclui
participação financeira e, em muitos casos, participação na
administração.
•
A complementar a actividade do SEBRAE no apoio junto das
empresas em incubação, tem vindo a surgir soluções de Venture
Capital e alguns Business Angel.
•
A fonte de financiamento principal das empresas tecnológicas
incubadas é a FINEP. Este organismo condiciona o processo de
selecção das incubadoras, através da atribuição do financiamento.
Pela importância destes financiamentos alternativos, fortemente
incentivados pela política pública, o SEBRAE tem vindo a desviar
algum do apoio financeiro às incubadoras para outras intervenções.
•
O terceiro nível de intervenção consubstancia-se no apoio junto
das empresas, realizando a gestão das competências, fazendo
diagnósticos, definindo estratégias e intervindo e apoiando
as
empresas recém constituídas ou outras MPE .
•
Na área tecnológica, e articulado com as incubadoras, o SEBRAE
assegura
pré-incubação,
prestando
formação
gratuita,
proporcionando consultoria, tentando promover as competências
empreendedoras de cada um. Caso estas não se manifestem ao
nível desejado, procura encontrar sócios da área de gestão para os
tecnológos
ou
cientistas
empenhados
numa
iniciativa
empreendedora
•
O programa SEBRAE-TEC é outra iniciativa de apoio ao
Empreendedorismo Tecnológico: apoia-se numa rede de empresas
reconhecidas, que prestam apoio até 400 horas de trabalho nas
áreas de consultoria e de aperfeiçoamento tecnológico. Esta
iniciativa, na opinião dos responsáveis, tem mais apoio e sucesso
que o apoio às incubadoras.
•
O programa EMPRETEC, realizado com o apoio da ONU, apoia a
desenvolvimento de comportamentos empreendedores junto de
empresários já instalados.
•
O SEBRAE realiza ainda Feiras de Empreendedor onde dão a
conhecer a sua actividade e a dos empreendedores que nelas
participam. A Feira do Empreendedor tem uma versão on line, onde
se procura fazer o encontro entre a procura e a oferta de serviços.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 52
3.3.São Paulo
•
A Plataforma Digital do SEBRAE possui várias aplicações e
permite alargar muito a base de oferta de todos os serviços. É o
caso do atendimento e educação/formação a distância, de rodadas
de negócios (encontros entre empresários, financiadores,
universitários, responsáveis de organizações públicas, etc.), as já
enunciadas feiras do empreendedor, grupos de discussão,
disponibilização de documentos, testes de personalidade ou de
notícias especializadas.
•
Para articular todos estes serviços, o SEBRAE de São Paulo possui
800 colaboradores permanentes e uma rede de consultores
especializados , que participam nos seus programas.
•
Os modelos digitais são também utilizados para gestão interna do
SEBRAE.
•
O modelo de Gestão Orientada para Resultados (GEOR),
abrange centenas de projectos da instituição e parceiros, permitindo
a coordenação, sistematização e actualização de toda a informação
em tempo real.
•
O GEOR produz indicadores consistentes sobre a evolução dos
projectos e os impactes que produzem nas comunidades e regiões.
Permite ainda ajustes nos percursos e monitorizar as etapas
vencidas, ou aumentar a velocidade de disseminação de boas
práticas com redução de custos e do tempo de implementação. Esta
metodologia permitiu ao SEBRAE alavancar, num curto prazo, a sua
capacidade de atendimento.
•
A estratégia de planeamento e de gestão, ao nível local ou nacional,
baseia-se em quatro princípios básicos que obedecem à seguinte
ordem:
i.
dirigidos aos beneficiários;
ii.
foco em resultados;
iii.
adensamento da visão estratégica;
iv.
intensidade, prontidão e proximidade da gestão.
•
O SEBRAE destaca-se pela organização e articulação do trabalho
com outras entidades. É a organização de desenvolvimento de
Empreendedorismo e de apoio às micro e pequenas empresas
do Brasil e também de cada Estado.
•
Os 30 anos de actividade contribuem para o reconhecimento
generalizado da sua missão e para a estruturação de equipas e
estruturas.
•
A sua intervenção, não apenas ao nível pedagógico e das
competências empreendedoras e de gestão, mas também ao
nível técnico permite-lhe dar uma profundidade muito grande
no apoio às MPE.
•
A plataforma digital desenvolvida permite-lhe ampliar de forma
exponencial o número de pessoas / empresas que apoia.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 53
3.3.São Paulo
FINEP | Financiadora de Estudos e Projectos
•
A FINEP - Financiadora de Estudos e Projectos é uma empresa
pública, criada em 1967, para gestão do Fundo de Desenvolvimento
Tecnológico.
•
Actualmente, é a principal agência de fomento à inovação do Brasil
e financia todo o sistema de Ciência e Tecnologia, combinando
recursos reembolsáveis e não reembolsáveis para actividades de
inovação que contribuam para o aumento da competitividade do
tecido empresarial.
•
A FINEP financia todas as fase iniciais da inovação, na associação
Universidade / empresa nomeadamente através de incubadoras, os
parques tecnológicos, os gabinetes de investigação e as próprias
universidades.
•
•
•
A FINEP actua através de Concursos (Chamadas Públicas) para os
fundos e para os programas.
Gere diversos programas sectoriais e temáticos e linhas de
financiamento. O empreendedorismo tecnológico é financiado pelo
FINEP através do SEBRAE.
Os grandes projectos são financiados, até aos projectos piloto, pela
FINEP e, nos restantes estágios de desenvolvimento, pelo BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social).
Visão da FINEP
Importantes programas
não temáticos:
Programa 14Bis: concede recursos de subvenção económica
(não-reembolsáveis) para produtos, processos e serviços
inovadores, visando ao desenvolvimento das áreas consideradas
estratégicas nas políticas públicas federais.
Programa de Apoio à Inovação para as Micro e Pequenas
Empresas: é aplicado em São Paulo como Pesquisas Inovativas
em Pequenas Empresas (PIPE).
Programa Inova Brasil: apoia os Planos de Investimentos
Estratégicos em Inovação das Empresas Brasileiras.
Programa Juro Zero: proporciona empréstimos sem juros e com
reembolsos em 100 prestações, com redução drástica de
burocracia, para financiamento de MPE inovadoras.
Programa Prime - Primeira Empresa Inovadora: cria
condições financeiras favoráveis consolidação com sucesso da fase
inicial de desenvolvimento. É o programa usado para financiar
incubadoras e start-ups.
Programa SIBRATEC: apoia actividades de I&D de inovação em
produtos e processos, em consonância com as prioridades das
políticas industrial, tecnológica e de comércio externo. O objectivo
final é aumentar a competitividade das empresas brasileiras. As
entidades a ele associadas estão organizadas em três redes: Rede
de Centros de Inovação, Redes de Serviços Tecnológicos e Redes
de Extensão Tecnológica.
Programa de Subvenção Económica: visa aumentar as
actividades de inovação e a competitividade das empresas e da
economia. Permite a aplicação directa de recursos públicos não
reembolsáveis em empresas, partilhando os custos e riscos
inerentes a tais actividades.
Programa Inovar: apoia as empresas inovadoras através de
venture capital (capital semente e de risco).
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 54
3.3.São Paulo
•
O Prémio FINEP de Inovação Tecnológica foi criado com o
objectivo de disseminar a importância da inovação tecnológica para
o desenvolvimento do País. Em sua primeira edição, a participação
no Prémio ficou restrita a empresas da região Sul. Em 1998, dos 25
projectos inscritos, sete foram premiados nas categorias produto e
processo. Em cada uma foi feita uma classificação dos trabalhos de
acordo com o segmento de actuação de cada empresa, conforme
previa o regulamento.
•
A selecção de projectos candidatos a programas ou a fundos é
muito cuidada e tem como base o mérito das propostas
apresentadas.
•
O objectivo geral é sempre o de promover a inovação nas
empresas, com sustentabilidade, promover a sua competitividade e
debelar as assimetrias regionais e federais.
•
Em todas as circunstâncias são fomentadas as relações com as
Universidades. O FINEP
assume-se como uma agência de
promoção de inovação e de financiamento de transferência
de tecnologia.
•
Os Fundos Sectoriais de Ciência e Tecnologia, criados a partir
de 1999, são instrumentos de financiamento de projectos de
pesquisa, desenvolvimento e inovação. Há 16 Fundos Sectoriais,
dos quais dois transversais:
i.
ii.
iii.
FVA – Fundo Verde-Amarelo, para a interacção
universidade-empresa;
Fundo para apoiar a melhoria da infra-estrutura de
Inovação, Ciência e Tecnologia;
Outros fundos sectoriais:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
CT-Aero
CT-Amazonia
CT-Aquavivário
CT-Biotec
CT-Energia
CT-Espacial
Audiovisual
CT-Infra
CT-Info
CT-Mineral
CT-Petro
CT-Saúde
CT-Transporte
Funttel
Fonte: FINEP
55
3.3.São Paulo
CIETEC - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia
•
O CIETEC - Centro de Inovação, Empreendedorismo e
Tecnologia tem como missão incentivar o empreendedorismo e a
inovação tecnológica e apoiar a criação, fortalecimento e
consolidação de empresas e empreendimentos inovadores, de base
tecnológica.
•
Resulta de um acordo entre a Secretaria de Desenvolvimento do
Governo do Estado de São Paulo, o SEBRAE-SP, a Universidade de
São Paulo, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)
e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
•
•
•
•
Realiza pré-incubação, incubação e pós-incubação de empresas de
base tecnológica.,
O CIETEC possui duas unidades de negócio:
i.
A Incubadora
ii.
O Núcleo de
Tecnológicos
Empresas
e
Incubadora de Empresas
de Base Tecnológica
Empresas Residentes
Estão disponíveis as seguintes modalidades de pré-incubação e
incubação de empresas :
•
Hotel de Projectos
•
Destina-se a pré-incubação de empresas ainda na fase
de sua constituição jurídico-administrativa e de
captação de recursos financeiros para sua instalação,
com planos de negócios em elaboração ou revisão.
•
Empresas Tecnológicas
•
Para empresas novas de base tecnológica, em especial
micro e pequenas empresas, já constituídas jurídica e
administrativamente,
com
planos
de
negócios
aprovados pelo CIETEC e disponibilidade de recursos
financeiros para sua instalação e início de operação.
•
Empresas de Tecnologia da Informação
•
Para empresas com negócios nas áreas de tecnologia
de informação e comunicação com planos de negócios
aprovados pelo CIETEC e disponibilidade de recursos
financeiros para sua instalação e início de operação.
•
O CIETEC disponibiliza instalações com infra-estruturas
específica para o desenvolvimento desses negócios.
Empreendimentos
Localiza-se na Cidade Universitária de São Paulo, o que é um
aspecto importante por ser o maior e mais importante centro de
conhecimento do país em muitas áreas tecnológicas e pela
proximidade a muitas empresas de base tecnológica.
A incubadora do CIETEC está localizada no Bloco I do CIETEC, em
5.000 m2 de área construída, com módulos até 50 m2 para uso
das empresas.
Empresas não Residentes
Destina-se a empresas de base tecnológica, com planos de
negócios consolidados e aprovados pelo CIETEC que não prevêem
sua instalação física no CIETEC, mas que usufruem dos serviços de
apoio oferecidos nas áreas de gestão tecnológica, empresarial,
mercadológica e afins.
Fonte: CIETEC
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 56
3.3.São Paulo
Processo de Incubação do CIETEC
Selecção
• A pré-selecção de empresas é realizada três vezes por ano após
avaliação de painel de peritos. O processo demora quatro meses
e é muito exigente: apenas as iniciativas que cumprem todos os
requisitos acedem à incubação.
• A apreciação dos Planos de Negócios é realizada em dois
momentos: no workshop, onde se apresentam as ideias e o
plano negócios e na avaliação por consultores ad-hoc.
• O potencial empreendedor é avaliado com base em
metodologias estabilizadas através de entrevistas individuais.
Acolhimento
• Formação de competências de gestão, marketing, comunicação
e comercialização, para “educar” o potencial empreendedor e
capacidade científica e técnica dos incubados.
• Comunicação das empresas (integradas ou não na comunicação
da incubadora), incluindo relação com a imprensa.
• Participação em feiras e outros eventos no Brasil e no exterior.
• Acesso a informação e serviços científicos e tecnológicos e
parcerias com entidades do investigação e desenvolvimento
(USP, IPT, Instituto Butatan).
•
O Núcleo de Empresas e Empreendimentos Tecnológicos
Inovadores está instalado nos Blocos I e II do CIETEC, perfazendo,
cerca de 6.000 m2 de área construída, com módulos até 200 m2
para uso das empresas em processo de pós-incubação e de
consolidação de seus negócios tecnológicos inovadores.
•
Trata-se de um ambiente de apoio a empresas qualificadas por
incubadoras, estruturadas jurídica e administrativamente, já com
participação relevante no mercado e na geração de empregos, cujos
planos de negócios tenham sido aprovados pelo CIETEC.
•
A infraestrutura física e operacional e os serviços de apoio
proporcionados pelo CIETEC têm como objectivo capacitar as
empresas na resolução de dificuldades tecnológicas e de gestão
identificadas nos seus planos de negócios.
•
Os serviços disponibilizados incluem acesso a informação científica,
tecnológica e de mercado; apoio ao estabelecimento de parcerias
com instituições de ensino, ciência e tecnologia, em especial na
Cidade Universitária de São Paulo; assessoria para captação de
recursos financeiros; orientação para elaboração de planos
estratégicos
e
de
negócios,
marketing,
comunicação
e
comercialização,
gestão
tecnológica,
incluindo
propriedade
intelectual, design, aspectos jurídicos e fiscais, licenciamento e
transferência de tecnologia e apoio à participação em eventos
tecnológicos, comerciais e empresariais, nacionais e internacionais.
Super-Orientação” para o mercado
•
•
“Temos 10 gestores seniores que são 10 feras”…”nós somos o
olho do empresário”,“o investidor não investe em empresas que
não tenham resolvido a questão da propriedade intelectual”
Eventos para realização de grandes rodadas de negócios como o
Café Tecnológico, Festas Juninas, Festa de Natal.
Soluções inteligentes para Financiamento
• Parceria com BOVESPA | FINEP | Endeavour Foundation:
• Triagem de apenas 20 projectos dos melhores 150 identificados.
• Dois meses para desenvolvimento do Plano de Negócios
• Encontro de matching com 30 a 40 Business Angels.
Saída
Empresas incubadas que não apresentam resultados são
convidadas a sair para dar lugar a outras eventualmente mais
competitivas.
O CIETEC destaca-se por:
•
•
•
•
•
Articulação institucional, nomeadamente com instituições
científicas e tecnológicas, que põe à disposição das incubadas.
Rigor colocado na selecção e em todo o processo de prestação
de serviços de apoio às empresas.
Soluções inovadoras de financiamento que põe à disposição das
empresas incubadas ou associadas.
Apoio a nível das condições de trabalho: informática, assessoria
legal e fiscal, design e comunicação.
Agressividade competitiva que estimula e exige das empresas: a
orientação para o mercado é palavra de ordem.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 57
3.3.São Paulo
HUB de São Paulo
•
O HUB de São Paulo é uma organização com fins lucrativos,
inserido numa rede mundial de 22 incubadoras para iniciativas de
empreendedores de negócios sociais.
•
O aspecto fundamental do conceito HUB é a manifestação da rede
no espaço ser fundamental: o encontro das pessoas é condição
para o funcionamento da rede.
•
Gere um espaço infra-estruturado, que se constitui como um
grande open-space, com diversos postos de trabalho individuais ou
múltiplos, uma zona de contactos informais com mesas e algumas
zonas de trabalho e bar. Possui ainda zona de reuniões e um
espaço polivalente onde se realizam vários eventos.
•
•
É uma rede colaborativa de relações informais, em que as
empresas mais adiantadas no processo de empreender ajudam as
recém chegadas. Inspira-se no conceito que defende que a
circulação horizontal de informação e de relações de ordem
colaborativa é mais propiciadora do sucesso que o fluxo vertical.
Prestadores de serviços especializados são entidades associadas
que alugam o espaço e apoiam as empresas no espaço de
incubação, sendo muitas vezes a remuneração obtida através da
participação nos proveitos do projecto (profit share). Um exemplo
é consultoria da McKinsey, que se encontra no espaço como outra
qualquer iniciativa.
•
O espaço ocupado não é exclusivo ou arrendado por longos
períodos de tempo. Os contratos são vendidos em pacotes de horas
de utilização.
•
A ideia é precisamente permitir a sua utilização ao maior número
possível de pessoas e simultaneamente à sua permuta em termos
de espaço, contribuindo assim para o contacto entre si. Pretendese que cada empreendedor (e suas equipas até 6 colaboradores)
partilhem o espaço e por isso contribuam para a lógica colectiva.
•
O espaço é actualmente partilhado por 250 empreendedores na
sua maioria jovens. Apoiam a sua actividade 7 pessoas. A procura
parece ser superior à disponibilidade de espaço. Procuram por isso
expandir-se.
•
O ambiente de colaboração entre pessoas e empresas é fomentado
em todos aspectos, não apenas pela partilha do espaço físico ou
pela informalidade das relações interpessoais, que assumem a
forma de ajuda e se tornam um estimulo à troca de prestação de
serviços, ou ao seu pagamento ser realizado em género numa
lógica de permuta.
Fonte: Hub São Paulo
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 58
3.3.São Paulo
•
Os princípios que parecem fundamentar o conceito HUB são os da
Geração Y: “independência é cool” e “vou resolver todos os
problemas que surgirem”.
•
Oficializa-se a tendência “light hacker” e a necessidade de partilha
e de aprendizagem colectiva é exponenciada. As pessoas precisam
e querem discutir ideias.
•
Não defendem apenas a incubação de negócios mas um life-style,
uma cultura associada à defesa das causas sociais, do ambiente e
da sustentabilidade.
•
Partilhar passa também pela discussão pública de Planos de
Negócios, de Ideias. É o caso dos:
•
•
•
Start-up Lab ou seminário de captação de investimento,
pondo em contacto pessoas com ideias de negócio em
desenvolvimento com potenciais investidores:
i.
Pitchers (cinco minutos) – falam sobre modelo
de negócio, histórico e perfil do empreendedor,
exposição das necessidades para empreender:
investimento, sociedade, recursos físicos e
cliente
ii.
Juízes (cinco minutos) – avaliação, críticas sobre
o negócio e a apresentação, propõem sugestões
de melhoria e contactos. A plateia também pode
entregar ao empreendedor sugestões por escrito.
Teste de conceito ou obtenção de sugestões e
identificação de oportunidades (investidores, sócios,
clientes…) em discussão com parceiros, interessados ou
co-incubados.
Os HUB, como rede que são mantêm um permanente intercâmbio,
não apenas para aprendizagem e evolução dos conceitos, com
também para troca de empreendedores que queiram ter
experiências internacionais.
O HUB de São Paulo destaca-se por:
•
Forte associação a um estilo de vida em que os conceitos
característicos da “Geração Y” estão muito presentes.
•
A eficiência do modelo é muito motivada pela necessidade da
sua própria sustentabilidade (como negócio que é).
•
A frugalidade e a procura de soluções eficientes é uma constante
do modelo.
•
A informalidade e a partilha surgem como a via para encontrar
soluções e viabilidade para negócios que, por si só , em
condições normais poderiam não o ser.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 59
3.3.São Paulo
Relevância das acções para a melhoria do sistema de apoio ao empreendedorismo
•
Na cidade de São Paulo movimentam-se mais de 30 milhões de
pessoas numa constante actividade e procura de oportunidades.
•
A dimensão do mercado gerado, a forte cultura associada e o
dinamismo das pessoas assume proporções gigantescas, quando
comparadas com os ecossistemas estudados na Europa e com o
português. Apesar da diferença de escala existem vários modelos,
várias lições a aproveitar neste caso.
•
O caos aparente de instituições, pessoas e interesses é ordenado
pela estabilidade e funcionamento das instituições. À semelhança de
outros locais a persistência das instituições, a evolução das politicas
aparenta ser uma das condições para o sucesso das iniciativas de
fomento do empreendedorismo.
•
Em São Paulo há duas instituições estruturantes na área do
empreendedorismo e inovação, tecnológica ou não: o SEBRAE e o
FINEP.
•
A política é estruturada para o ganho de eficiência da economia
local, estadual e nacional. A inovação tecnológica é apenas mais um
dos aspectos que é perseguido, entre muitos outros. Apesar disso,
verificou-se que todas as instituições usam instrumentos
tecnologicamente evoluídos, sendo a Internet e os meios digitais
amplamente usados com grande sucesso.
•
A preocupação com a sustentabilidade e a competitividade é
transversal a todos os sectores. A dimensão do mercado torna-o
competitivo, mas também retira motivação aos empreendedores a
procurarem os mercados externos. Nos mercados tecnológicos, esta
dificuldade é muito importante, pois pode ser impeditiva de ganhos
de escala a nível internacional.
•
A Universidade de São Paulo, entre outras, tem um papel
fundamental
no
desenvolvimento
do
empreendedorismo
tecnológico, mas o foco da actividade continua a estar nas
empresas e na iniciativa privada.
•
É o mercado que conta. Os apoios estaduais e federais apenas
servem para estruturar iniciativas e mecanismos de suporte. Não
existe uma clara aposta num sector ou num tema para o
desenvolvimento da economia.
•
A actividade comercial é, em todas as situações, prioritária. Toda a
organização da actividade se organiza em função da actividade
comercial.
•
O apoio ao empreendedorismo (ao nível das start-up) é considerado
em termos paritários com o apoio a Micro e Pequenas Empresas
(MPE). No entanto, verifica-se que, ao nível de muitas instituições,
esta não se torna mais importante que o apoio a iniciativas
empreendedoras nas grandes empresas. Estas grandes empresas
possuem um papel importante na dinamização e viabilização de
muitos negócios e iniciativas pois permitem criar volume critico à
oferta e têm capacidade para o lançamento de novos produtos a
escalas impossíveis às MPE. Os mecanismos de promoção dão,
sempre que possível, prioridade ao fomento pela oferta.
•
O sistema financeiro, que aparentemente preservou o Brasil da crise
mundial em 2008, é um dos obstáculos ao seu crescimento. Apesar
dos vários mecanismos de apoio das agências estaduais e federais,
o difícil acesso ao crédito e as condições em que este se verifica
ainda é um obstáculo a maior dinâmica empreendedora na cidade
de São Paulo.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 60
4. Lições da experiência
do processo de apoio
à actividade empreendedora
4.1.Processos eficientes de incubação
Identificação de boas práticas de incubação e mecanismos de melhoria do funcionamento dos centros de incubação
•
•
Os casos estudados, pertencentes aos ecossistemas de promoção
do empreendedorismo de Barcelona, Helsínquia e São Paulo,
reflectem a existência de modelos bem consolidados, apoiados em
organizações que prosseguem políticas bem definidas,
financiadas com predominantemente a partir de fundos públicos,
que actuam conjugadamente e que perduram no tempo.
Os apoios às empresas estão tipificados numa lógica de ciclo de
vida empresarial, servindo várias necessidades, vários estágios
de evolução do projecto, desde a pré-incubação até à aceleração de
negócios para mercados locais ou internacionais.
•
O apoio ao processo empreendedor (da ideia à empresa) assenta
na promoção de um ecossistema eficiente baseado nas temáticas
da gestão e estratégia empresarial, cooperação empresarial, acesso
ao financiamento e internacionalização.
•
Nota-se uma forte preocupação com a redução dos custos de
contexto, para que os empreendedores concentrem a sua
actividade a explorar todo o potencial do negócio e a crescer em
nichos globais.
•
Os processo de pré-incubação mais eficientes baseiam-se na
existência de um sistema de recursos que “ampara” as iniciativas
mas que “anda” ao ritmo dos interesses e capacidades dos
empreendedores. É responsabilidade do novo empreendedor
aproveitar as potencialidades dos serviços que lhe são
disponibilizados, constituindo um sistema de auto-selecção de
promotores e iniciativas.
•
A preocupação com o fortalecimento das capacidades do
empreendedor
combina
formação
nas
competências
pessoais/comportamentais com formação na área empresarial.
•
Na fase de incubação, destacam-se as práticas de apoio à
configuração de modelos de negócios baseadas em técnicos da
incubadora, especialistas na elaboração e análise de planos de
negócios, disponíveis para apoiar empreendedores apenas quando
solicitados, excluindo o plano de marketing por ser entendido
como a forma do empreendedor conhecer o seu mercado.
•
A equipa de gestão das incubadoras pode ter um papel
determinante na configuração do modelo de negócio
(confrontando pressupostos e apontando fraquezas) e contribuindo
para reduzir as ameaças à viabilidade do projecto.
•
Neste papel, a equipa pode ser auxiliada por ferramentas
informáticas desenvolvidas para o efeito assegurando rácios
superiores de eficiência, distingue-se nesta matéria o caso de
Barcelona Activa.
•
Uma outra prática de incubação com resultados a destacar consiste
no incentivo à interacção entre promotores de projectos em
fase mais adiantada com outros promotores no início de
preparação do plano de negócios.
•
A integração em redes de conhecimento e de competências
são uma preocupação das incubadoras estudadas, participando
activamente na dinamização de redes regionais, nacionais e
internacionais nas áreas da investigação, inovação e na área
financeira.
•
Estas redes têm como principal finalidade “empurrar” os
projectos empresariais para ritmos de crescimento mais
elevados, dando-lhes condições para utilizarem todas as forças do
ecossistema a seu favor.
•
O grande desafio à escala internacional consiste em contribuir para
o aparecimento de casos de sucesso empresarial que cresçam
muito rapidamente e que se afirmem como grandes players em
mercados internacionais (especialmente nas áreas de intensidade
tecnológica elevada, através dos designados projectos high tech
high growth).
•
A equipa de gestão das incubadoras dinamiza regularmente
actividades para estimular o networking das empresas, visando
concretizar parcerias para aproveitar oportunidades de integração
em redes empresariais (desde o estabelecimento de contratos mais
comuns de fornecimento de produtos/serviços até à aquisição
parcial ou total de capital).
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 62
4.1.Processos eficientes de incubação
Troca de experiências entre empreendedores
•
As relações colaborativas informais dentro das incubadoras são
um forte contributo para o estabelecimento de processos de
entreajuda das empresas, estimulando laços profissionais e
pessoais, o que contribui para o estabelecimento de uma lógica
global de organização aprendente.
•
O
estabelecimento
de
relações
de
confiança
entre
empreendedores pode resultar no aproveitamento de oportunidades
de negócio em consequência de um melhor conhecimento das
competências dos parceiros e da identificação de soluções
resultantes da combinação de saberes e de contactos comerciais.
•
A partilha de experiências entre empresas nas incubadoras
contribui para bons resultados nos processos de incubação. As
empresas mais adiantadas nos seus projectos empresariais, dentro
do espaço da incubadora, servem de exemplo às mais recentes.
Esta prática de learning by interacting permite uma partilha de
experiências em que as empresas mais novas utilizam as lições da
experiência dos promotores com processos mais avançados para
impulsionar o seu projecto.
•
A existência de espaços comuns (área de trabalho, café, livraria,
ginásio, etc.) e de eventos frequentes (apresentação de novas
empresas,
formação, encontros com investidores, etc.)
contribuem para a criação de um sentimento de pertença a uma
comunidade e a frequente partilha de preocupações, soluções e
oportunidades.
•
A criação de uma cultura orientada para a realização de projectos,
para a afirmação das capacidades individuais e colectivas, reflectese em acréscimos motivacionais e estimula o aparecimento de
processos geradores de inovação.
•
Um bom exemplo desta prática é o Hub São Paulo. Neste, as novas
empresas são, inclusivamente, estimuladas a trocar trabalho em
género e a efectuarem o pagamento dos serviços através de
acordos de share profit (partilha de resultados em função do
sucesso alcançado).
Fonte: Hub São Paulo
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 63
4.1.Processos eficientes de incubação
Práticas decorrentes do mérito das empresas criadas
•
O exercício de benchmarking internacional não permitiu identificar
aspectos particularmente inovadores na valorização dos sucessos
empresariais de empresas incubadas.
•
Naturalmente que o sucesso das empresas incubadas contribui para
o reforço da notoriedade da infra-estrutura, para a motivação da
equipa de gestão e incentiva os novos empreendedores a seguirem
o seu exemplo.
•
Neste aspecto, o Instituto Pedro Nunes tem uma prática
interessante que decorre da prática do que constituiu uma
comunidade de empresas incubadas em que as empresas
seniores (que abandonaram fisicamente a incubadora), mantém
uma ligação através da plataforma de incubação virtual, a preços
simbólicos, e constituem para as novas empresas uma fonte de
contactos, negócios e aprendizagem (in Estudo de Benchmarking de
Nacional
sobre
Práticas
e
Instrumentos
de
Apoio
ao
Empreendedorismo, 2011).
•
Tal como foi referido no estudo de benchmarking nacional verificase a existência dos seguintes aspectos que devem ser destacados:
i.
“o relacionamento das empresas “seniores” com as
novas empresas possibilita o estabelecimento de
relações do tipo win-win.
ii.
As empresas mais novas obtêm a possibilidade de
acelerar o seu ritmo de crescimento através da
integração em cadeias valor já formadas, através da
inclusão de clientes relevantes na sua carteira comercial,
o que lhes proporciona notoriedade.
iii.
As mais velhas têm acesso a negócios inovadores que
podem reforçar a sua oferta de soluções, sem perder
o foco nas actividades nucleares, ou a propostas que
juntam valor estratégico à sua actividade que podem ser
objecto de formas mais ou menos completas de
parceria
(da
comercialização
conjunta
à
fusão/aquisição)” 3.
_________________________
(3) in Estudo de Benchmarking Nacional sobre Práticas e Instrumento de Apoio ao
Empreendedorismo (2011)
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 64
4.2. Relações entre Universidades, incubadoras e empresas
•
A gestão do conhecimento produzido dentro das Universidades e
a sua utilização pelas empresas existentes ou novas é um aspecto
crucial para o aproveitamento das competências nela residentes.
•
Este processo é induzido quando existe uma decisão estratégica
das Universidades de passar a valorizar económica e socialmente
a sua base de conhecimento científico.
•
A criação de infra-estruturas como Parques de Ciência e Tecnologia
ou Incubadoras de Base Tecnológica são instrumentos que
contribuem para o aparecimento de iniciativas inovadoras que
resultam da combinação de conhecimento científico, tecnologia e
recursos humanos qualificados.
•
•
•
•
A constituição de entidades especializadas na gestão da
propriedade intelectual gerada dentro da Universidade e na
gestão da transferência de tecnologia (envolvendo contratos de
investigação, licenciamento e patentes e a criação de spin-offs) são
um passo decisivo para a captação de receitas e para a mobilização
de conhecimentos de professores e alunos.
O aparecimento destas entidades consagra o princípio de uma
abordagem
sistémica
de
gestão
do
conhecimento
com
especialização das actividades de ensino, investigação
fundamental e aplicada (laboratórios e centros de tecnologia) e
desenvolvimento empresarial (incubadora).
Nestas entidades de transferência de tecnologia procura-se
combinar pessoas com cultura predominantemente científica
com outras provenientes do mundo empresarial. Esta articulação é
feita
em
função
de
objectivos
bem
delineados,
mas
fundamentalmente é promovida por uma liderança e equipa de
gestão orientada para a resolução de problemas dos clientes
empresariais.
número de investigadores envolvidos na prestação de serviços às
empresas e para a comercialização dos serviços prestados pelos
Centros de Investigação e pelo “Parque Científico” da Universidade.
•
Nos últimos anos, esta Fundação tem-se afirmado como uma
fornecedora completa às empresas de serviços de consultoria
na área da inovação e um nó importante de uma rede de âmbito,
regional, nacional e internacional (participando activamente em
projectos europeus financiados por programas da UE).
•
O CIETEC, de
São Paulo, constitui um bom exemplo da
valorização de spin-offs universitários, seleccionados muito
criteriosamente e “formatados” para se autonomizarem através de
uma forte orientação para o mercado. Os recursos científicos e
tecnológicos eventualmente necessários são facilitados pelos
contactos da equipa de gestão com a extensa rede de parcerias e
de laboratórios com ligações à Universidade de São Paulo.
•
O apoio à segunda fase de desenvolvimento dos negócios é uma
prática da Aalto Start-up Centre (Helsínquia) que presta serviços de
consultoria visando assegurar a continuidade do crescimento
em áreas como a definição de vantagens competitivas, a fixação de
recursos necessários e o financiamento dos planos de crescimento.
•
Nos processos de incubação, destaca-se o clube de mentores da
Aalto Start-up Centre que integra 200 voluntários, sujeitos a um
programa
pedagógico
inicial,
que
apoiam
novos
empreendedores.
Este
programa
de
mentoring
apoia
fundamentalmente as segundas fases de desenvolvimento dos
negócios.
•
No caso finlandês merece realce a valorização dos modelos de
negócio das incubadoras que procuram elas próprias processos de
internacionalização (caso da Aalto Start-up Centre).
O trabalho desenvolvido pela Fundação Bosch y Gimpera da
Universidade de Barcelona, ao longo dos últimos 25 anos, é um
bom exemplo de ligação entre a investigação e o mercado. A sua
acção tem contribuído para o aparecimento de spin-offs
empresariais (com potencial de geração de sinergias com os centros
de investigação da universidade), para a protecção da propriedade
intelectual gerada dentro da Universidade, para o aumento do
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 65
4.3.Relacionamento com o sistema financeiro
Financiar as várias fases do ciclo de vida do projecto
•
Os ecossistemas estudados caracterizam-se pela sofisticação da
oferta dos sistemas de apoio ao financiamento de novos projectos
empresariais. O sistema financeiro, em cada um deles, apresenta
uma oferta complexa de instituições e de instrumentos.
•
As
entidades promotoras do empreendedorismo promovem o
acesso a uma rede de
parceiros que asseguram uma
multiplicidade de fontes financiamento da actividade
empreendedora. No entanto, em cada um dos ecossistemas,
objecto de análise, existem enfoques diferentes e especificidades de
abordagem que devem ser valorizadas.
•
Em todos os casos começa a notar-se uma sofisticação crescente
da oferta de capital de risco e business angels, com apostas
temáticas e domínios sectoriais bem delimitados (por exemplo nas
TIC, energias renováveis, nanotecnologias, etc.).
•
Regista-se uma “inversão” do circuito de financiamento, passando
também as entidades financeiras a perscrutar activamente o
mercado à procura de start-ups com grande potencial de
crescimento, virando, por isso, a sua atenção para as incubadoras
em especial de base tecnológica. Nesta matéria, configura-se o
reforço de mecanismos de relacionamento entre investidores
potenciais e novos empreendedores.
•
Procura-se a captação de capital de risco internacional para
apoiar a segunda etapa de crescimento dos projectos financiando a
penetração no mercado global.
•
A organização de eventos para promover o encontro entre
investidores e novos empreendedores/projectos são um
recurso muito utilizado pelas equipa de gestão das incubadoras.
•
O modo como estas rondas de negociação são organizadas é
relevante, devendo ter em consideração as características dos
projectos, as preferências sectoriais e temáticas dos investidores e
a metodologia de follow-up dos contactos estabelecidos. Neste
domínio, evidenciam-se em São Paulo o CIETEC com o seu enfoque
permanente na promoção de rondas de negociação e o Hub São
Paulo com as iniciativas Start-up Lab em que se colocam em
contacto ideias de negócio com investidores potenciais.
•
No caso de São Paulo vale a pena destacar a abordagem do CIETEC
na preparação dos promotores para a negociação com os
financiadores. Esta incubadora adoptou uma abordagem que
valoriza um processo rigoroso de selecção de ideias e
empreendedores, aposta na formação das competências pessoais
do empreendedor, na formatação adequada do estudo de
viabilidade económico-financeira e, finalmente, no matching com
um grupo de grandes business angels seleccionados pelo BOVESPA
(bolsa de São Paulo).
•
O caso finlandês evidencia a concentração de esforços na promoção
urgente de medidas que contribuam para o aparecimento de
empresas com elevado ritmo de crescimento empresarial
(High Growth Entrepreneurial Firms – HGEF, na denominação
finlandesa) vocacionadas para competir em nichos de mercado
globais. A criação de 200 ou 300 empresas com estas
características é uma prioridade da política pública.
•
Na
Finlândia,
as
instituições
públicas
de
apoio
ao
empreendedorismo (dentro do Ministério da Economia e Emprego e
do Ministério das Finanças) estão a começar a desenvolver
mecanismos de CRM (Customer Relationship Management) no
acompanhamento destes projectos, criando procedimentos de
resposta atempada às necessidades das empresas sem necessitar
de “revoluções” organizacionais.
•
As empresas com maior potencial de crescimento deverão passar a
ser acompanhadas por um gestor de cliente público, contornando
desta forma a complexidade institucional do sistema. O objectivo é
que para apoiar o aparecimento de HGEF o sistema de apoio seja
“complementar, eficaz, fácil de entender e de aceder”.
•
Esta lógica de acompanhamento dos projectos finlandesa deverá
ser extensível às instituições e agências públicas de apoio à
internacionalização, procurando a sua especialização, a
coordenação de esforços e a construção e inserção em redes
internacionais.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 66
5. Conclusões
e desafios
6.1.Conclusões
Reforçar o Sistema de Apoio Existente
1.
2.
3.
4.
4.
5.
5.
6.
Os ecossistemas estudados realçam a importância da definição de
uma
estratégia
clara
que
coloque
a
promoção
do
empreendedorismo no centro das prioridades de desenvolvimento
da competitividade económica.
Alinhado com esta estratégia, encontra-se um sistema que se
caracteriza
pela
estabilidade
institucional,
autonomia
organizacional, competência técnica baseada na experiência e na
retenção de quadros técnicos e, fundamentalmente, foco nos
objectivos.
6.
7.
Para a eficiência das intervenções, contribui, de forma decisiva, a
institucionalização e maturação de processos e agentes.
As principais entidades, nos ecossistemas estudados, são agências
públicas com missão e financiamento contratualizado com
entidades nacionais ou regionais, assegurando a continuidade da
intervenção e a complementaridade de actuação com outras
instituições públicas e privadas.
A concentração de esforços e noção de premência da aposta na
promoção de mecanismos eficazes de apoio aos vários segmentos
de empreendedorismo.
Nas experiências europeias estudadas, é muito acentuada a
vontade de ser competitivo à escala internacional, desenvolvendo
políticas activas de captação de talentos e de suporte à
internacionalização de empresas que se possam afirmar em
mercados de nicho globais intensivos em conhecimento e de alto
valor acrescentado.
7.
8.
9.
A simplificação da tarefa dos empreendedores nas várias fases do
ciclo de vida das empresas (não apenas nos seus estágios
iniciais), deve ser o principal mote de acção dos organismos do
sistema.
A orientação para o mercado conduziu as instituições finlandesas a
iniciarem um processo de simplificação de procedimentos dentro
das instituições e entre as instituições, valorizando uma lógica de
CRM e de acompanhamento personalizado das empresas que
procuram
alcançar
crescimento
elevados
através
da
internacionalização.
A atractividade do empreendedorismo é o principal mote de
actuação. A motivação dos públicos-alvo, o estímulo à participação
nas actividades e a facilidade de acesso são uma preocupação
constante da actuação das entidades mais envolvidas no sistema.
Para esse efeito aposta-se muito na comunicação, na qualidade
dos espaços, na informalidade de contacto e na redução de custos
de contexto através da simplificação de procedimentos.
A criação de um ambiente propício ao empreendedorismo
combina-se com mecanismos de valorização da educação para o
empreendedorismo enquanto forma de pensar/estar das pessoas,
reconhecendo o primado de uma cultura inovadora.
A eficiência dos ecossistemas de estímulo ao empreendedorismo
depende da eficiência de um conjunto de sistemas, como o ensino,
I&D, sistema financeiro, etc.
Mais do que haver uma entidade que isoladamente tenha por
missão
desenvolver
o
empreendedorismo,
destaca-se
a
importância da existência de mecanismos de integração das
políticas e das actividades das instituições.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 68
6.1.Conclusões
Sofisticação do modelo de intervenção
1.
2.
2.
3.
3.
4.
Numa economia global, os acréscimos de competitividade geramse através de especialização da oferta e da sofisticação dos
serviços, evidenciando a sua vocação internacional.
As instituições não agem sozinhas, mas em rede, gerindo as
competências internas de forma a maximizar a eficiência da
resposta às solicitações e o aproveitamento das oportunidades.
Os sistemas integram entidades complementares, por vezes
concorrentes ou com áreas de sobreposição ou redundância, como
agencias de desenvolvimento regional, sectorial ou temático,
universidades, entidades de transferência de tecnologia, agentes
de propriedade intelectual, empresas e representantes em
diversos locais no globo.
As redes, geralmente de origem regional ou nacional, podem, no
entanto, ser temáticas e multinacionais. Cada organização
intervém no seu espaço de influência e contribui com as suas
capacidades para o somatório dos elementos do sistema ou da
rede.
As
melhorias
na
eficiência
de
cada
organização
são
complementadas por abordagens em que colectivamente se
procuram reforçar mecanismos de comunicação e de
relacionamento institucional, na perspectiva de defesa dos
interesses do empreendedor (nas suas várias fases do ciclo de
vida das empresas), reduzindo custos de contexto.
Nos ecossistemas mais evoluídos os aspectos críticos são
trabalhados de forma sistemática, onde os aspectos mais
positivos são utilizados como factores de diferenciação e de
marketing territorial e os negativos são enfrentados com planos
de acção que visam a sua eliminação. Normalmente, a
identificação de uns e de outros são suportados por exercícios de
benchmarking.
5.
6.
6.
7.
7.
8.
9.
O modelo de promoção do empreendedorismo deve ter uma forte
orientação para o mercado, isto é, promover as competências
dos empreendedores já não é suficiente.
O sistema regional ou nacional, tem que actuar promovendo a
procura através da criação de oportunidades e mercado para
os seus empreendedores, através da participação em
projectos mobilizadores da sociedade, de forma a que a
inovação surja como resposta a necessidade do mercado e a
sustentabilidade do sistema a prazo seja assegurada pela
renovação dos desafios.
Os serviços de apoio ao empreendedorismo numa versão
evoluída, como em qualquer negócio, serão necessariamente de
elevada qualidade, acessíveis facilmente de todas as
formas (várias plataformas e canais de comunicação) , locais da
rede e multilingues.
A utilização de tecnologias cada vez mais sofisticada é necessária
para a facilidade exigível e, simultaneamente auto-alimenta em
prestígio as soluções escolhidas quando concebidas pelos
parceiros ou “clientes” da rede.
O apoio ao empreendedorismo passa assim a ser um apoio
integrado.
O apoio não se esgota ao nível da incubação ou das start up.
Inicia-se no ecossistema com processos de captação de ideias, de
motivação para o acto de empreender, de pre-incubação a
montante da formalização do negócio.
Acompanha-o ao longo da incubação e apoia-o na segunda etapa,
quando se assume na conquista de dimensão crítica para entrar
em mercados internacionais. As redes de mentores (devidamente
organizadas e metodologicamente enquadradas) e o acesso a
redes de business venture sofisticadas são elos importantes na
gama de serviços de apoio à incubação.
Benchmarking Internacional: Práticas e Instrumentos de Apoio ao Empreendedorismo| AM&A | 69
6.2.Desafios
Mecanismos indutores da eficácia da intervenção
Os ecossistemas estudados permitem identificar um conjunto de
desafios, cuja resposta pode contribuir para uma maior eficácia da
intervenção das políticas de apoio ao empreendedorismo enquanto
instrumento de dinamização da competitividade empresarial.
Nos pontos seguintes, sugerem-se medidas susceptíveis de reforçar a
sofisticação da oferta de serviço de incubação e, fundamentalmente, de
consolidar os esforços para o aparecimento de uma abordagem
sistémica de apoio ao empreendedorismo:
1.
2.
3.
4.
Identificar em cada ecossistema regional as entidades que podem
reforçar a rede de serviços especializados. Estabelecer parcerias
com entidades que podem tornar mais sofisticados e/ou
especializados os serviços de suporte ao empreendedorismo
(business angels, mentores, consultores especializados, etc.).
Identificar e implementar mecanismos de interligação e
procedimentos de relacionamento entre entidades
com
o
objectivo de simplificar a “vida” dos empreendedores; partilha de
instrumentos e serviços comuns nas várias plataformas de
comunicação dos promotores (simuladores, conteúdos de
formação, conteúdos multilingues, etc.).
Definir programas de trabalho comum relacionados com os
sectores de especialização regional, pólos de competitividade e
clusters no sentido de identificar oportunidades de negócio que
possam ser desenvolvidas numa lógica de aproveitamentos de
complementaridades e de integração em redes de negócios
regionais e nacionais.
5.
6.
5.
Alargar as lógicas de apoio dos early stages (foco actual) para
uma lógica alargada de ciclo completo de evolução ao longo de
todo o ciclo de vida da empresa. Criar serviços de apoio à
aceleração de empresas utilizando a rede de serviços
especializados em especial de venture capital e os clubes de
mentores.
Segmentar as empresas por necessidades de suporte e por
potencial de internacionalização encaminhando-as para a
formalização de parcerias e de tipologias de apoio mais
apropriadas ao seu processo de fortalecimento. Sendo importante
a valorização de modelos de negócios ambiciosos, orientados para
o mercado europeu com cerca de 500 milhões de habitantes por
oposição a lógicas de entrada no mercado local sub dimensionados
em termos de recursos humanos, organizacionais e financeiros.
Seleccionar e apoiar um conjunto de empresas-piloto (inicialmente
restrito) que se possam tornar emblemáticas de processos
indutores de crescimentos rápidos e que tenham como objectivo a
penetração em mercados internacionais.
Identificar e participar activamente em redes internacionais,
assegurando a participação em projectos de ciência e tecnologia
com potencial de apropriação de conhecimento e de obtenção de
financiamento através da participação em redes de I&D europeias.
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