UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE LÍNGUAS E INFORMÁTICA ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE LÍNGUA INGLESA O IMPACTO DO FILME PARA O APRENDIZADO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: UM GUIA PARA PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA RENATA COSTA CAVALCANTI Prof. Ms. Esp. VINICIUS GOMES PASCOAL Pré-projeto de Pesquisa apresentado à Disciplina Metodologia do Trabalho Monográfico, ministrada pela Prof. Dra. Doriele Andrade Duvernoy, como requisito para aprovação na referida disciplina. Recife, novembro de 2018. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 PROBLEMA DE PESQUISA 4 HIPÓTESE(S) JUSTIFICATIVA 5 OBJETIVOS CONSIDERAÇÕES FINAIS REVISÃO TEÓRICA 1.1 MÉTODOS AUDIOVISUAIS DE AQUISIÇÃO VOCABULAR 1.1.1 O comportamento do cérebro na associação das habilidades linguísticas 1.1.2 O comportamento da memória diante de estímulos audiovisuais 1.2 A FUNCIONALIDADE DO APRENDIZADO PASSIVO 1.2.1 A influência do aprendizado passivo na memória 1.2.2 O papel do aprendizado passivo no aprendizado ativo 1.3 O APRENDIZADO DA LÍNGUA MATERNA 1.3.1 O comportamento do cérebro na aquisição da língua nativa 1.3.2 O comportamento do cérebro no aprendizado de uma língua estrangeira 6 9 METODOLOGIA 10 CRONOGRAMA 11 REFERÊNCIAS 12 INTRODUÇÃO As estratégias de ensino-aprendizagem encontram-se em constante evolução. Dia após dia, pesquisadores das mais diversas áreas procuram compreender o comportamento do cérebro humano para propor métodos de ensino que possam se adequar às diferentes formas de aprendizado e construir uma educação justa e de qualidade. Com a língua inglesa não é diferente. Sendo ela critério decisivo para o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo na sociedade moderna, seu ensino como língua estrangeira passou a ocupar espaço imprescindível em processos educacionais. Muitos métodos já foram propostos, sendo o método comunicativo o de maior vigência nos dias de hoje. A presente pesquisa tem como objetivo compreender e possivelmente confirmar a força de influência do entretenimento audiovisual (filmes, séries e semelhantes) na construção do aprendizado de alunos de EFL (English as a Foreign Language). A exposição constante à língua inglesa através de filmes aparenta preparar o cérebro de forma passiva para a eventual organização ativa de um vocabulário já presente na memória linguística dos alunos. Sendo assim, este projeto apresentará o cinema das seguintes formas: como fator motivador e, portanto, facilitador do aprendizado da língua em questão; como um recurso vocabular, já que por seu intermédio os alunos podem ter contato com todos os tipos de vocabulário e variação linguística; como auxílio à prática auditiva e, por fim, o projeto irá, também, sugerir o uso de filmes como material base para o desenvolvimento das habilidades escrita e comunicativa. PROBLEMA DE PESQUISA Como professora de EFL, compreender as distinções de aprendizado entre alunos habituados ao consumo de filmes em inglês e alunos que não possuem tal hábito sempre foi um desafio1. Portanto, um dos propósitos desta pesquisa é verificar se o consumo constante de entretenimento audiovisual em língua inglesa contribui para acelerar o ritmo de aprendizado dos alunos de EFL. Confirmada tal hipótese, por que isso acontece? Qual o comportamento da memória diante do aprendizado passivo? Será que esta contribuição se aplica a alunos de todas as idades? Existe algum fator de influência motivacional? As habilidades desempenham papel determinante? Seria possível construir uma base de dados com filmes que se adequam aos diferentes níveis de aprendizado da língua inglesa? Construída esta base de dados, como criar um material que tenha os filmes como o fio condutor do ensino-aprendizagem e como contemplar todas as habilidades presentes no aprendizado de EFL? HIPÓTESE(S) As gerações mais jovens, habituadas à praticidade tecnológica, são mais acomodadas e resistentes ao esforço intelectual. Neste âmbito, o cinema aparece como elemento facilitador do aprendizado por ser um entretenimento de fácil absorção. Aparentemente, o aprendizado passivo proporcionado pelo audiovisual influi diretamente no resultado do aprendizado ativo, fazendo com que alunos que possuem habilidades distintas adquiram a língua inglesa de forma mais veloz e concreta se comparados com alunos que não são expostos ao entretenimento audiovisual. Além disso, a inclusão de filmes como conteúdo não apenas complementar, mas também fundamental em projetos de ensino pode motivar alunos de EFL a atravessar o processo de ensino-aprendizagem de forma mais leve e transformar sua caminhada em uma experiência prazerosa e efetiva. JUSTIFICATIVA Considero a citação de minha experiência empírica relevante para justificar a origem das dúvidas mencionadas. 1 É habitual, para professores de língua inglesa, incluir material audiovisual em suas lições. Apesar de não haver métodos ou materiais que proponham o ensino da língua inglesa através do cinema, a influência positiva provocada pela utilização de filmes no processo de ensinoaprendizagem é senso comum entre profissionais da área. A presente pesquisa existe como resultado da observação de um fenômeno bastante comum entre alunos de língua inglesa. Alunos com diferentes habilidades e formas de aprendizado, mas que possuem o hábito de assistir a filmes e séries gravados em língua inglesa, absorvem os conteúdos ensinados em sala com mais velocidade e efetividade. Em contrapartida, alunos que não são expostos ao entretenimento audiovisual (ou são, mas dublados em sua língua materna), apresentam aprendizado mais lento e dependente da prática presente em sala de aula. OBJETIVOS Este projeto objetiva pesquisar, compreender e comparar as distinções presentes no processo de aprendizagem entre alunos de EFL que são expostos ao entretenimento audiovisual (e.g. filmes e séries) e alunos que não são. Esta comparação tem como propósito mostrar a influência positiva provocada pela inclusão do material audiovisual no processo de ensinoaprendizagem. A pesquisa também objetiva sugerir, caso possível, a construção de um padrão vocabular que possa ser utilizado como base para a seleção de filmes que estejam de acordo com os diferentes níveis de aprendizado da língua inglesa propostos por Cambridge. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por fim, é cabível dizer que, ainda que haja um senso comum e quase óbvio de que a exposição não consciente à língua inglesa seja terminantemente benéfica ao processo de aprendizagem desta como língua estrangeira, é preciso haver uma fundamentação teórica e um padrão adequado dos processos de aprendizado para que se possa, eventualmente, desenvolver um método que proponha a aquisição da língua inglesa de forma mais fluida e prazerosa. REVISÃO TEÓRICA ARAÚJO, A. R. de.; VOSS, R. de. C. R. Cinema em sala de aula: identificação e projeção no ensino/aprendizagem da Língua Inglesa. Conexão – Comunicação e Cultura. Caxias do Sul, v. 8, n. 15, p. 119-130, jan./jun. 2009. FRANCO, M. Você sabe o que foi o INCE? In: SETTON, M. da G.J. A cultura da mídia na escola: ensaios sobre cinema e educação. São Paulo: Annablume; ed. da U P, 2004. NAPOLITANO, M. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. SOUZA, Reijane Viana. O uso de legenda oculta (closed captions) e a tradução de filmes: uma atividade prática, dinâmica e criativa. Brasília 2005. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Departamento de Línguas Estrangeiras e tradução, Universidade de Brasília. ARAÚJO, V. L. S. The educational use of subtitled films in EFL teaching. In: DÍAZ CINTAS, J. (Ed.). The Didactics of Audiovisual Translation. Amsterdam: John Benjamins, 2008. p. 227238. BARROS L. S.; PEREIRA U. C.; ANDRADE K. S. Sequência didática: uma proposta metodológica ao ensino de língua materna. Cadernos do CNLF, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p. 237259, 2014. Disponível em: <Disponível em: https://goo.gl/ic968q>. CAIMI, A. Subtitling: Language Learner’s Needs vs. Audiovisual. In: DÍAZ CARROLL, M.; IVARSSON, J. Code of Good Subtitling Practice. Berlin: European Association for Studies in Screen Translation, 1998. Disponível em: <Disponível em: http://www.transedit.se/code.htm>. KRASHEN, S. 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Ensino de língua inglesa - reflexões e experiências. 2ª edição: Pontes, 1998. p. 73-85. 1.1 MÉTODOS AUDIOVISUAIS DE AQUISIÇÃO VOCABULAR 1.1.1 O comportamento do cérebro na associação das habilidades linguísticas Fazer uma breve revisão teórica dos estudos sobre o comportamento das habilidades linguísticas no aprendizado da língua inglesa. 1.1.2 O comportamento da memória diante de estímulos audiovisuais Fazer uma breve revisão teórica dos estudos sobre o funcionamento da memória e o comportamento do cérebro com ativação de áreas relevantes ao aprendizado da língua inglesa. Aplicar a revisão no questionário a ser redigido. 1.2 A FUNCIONALIDADE DO APRENDIZADO PASSIVO 1.2.1 A influência do aprendizado passivo na memória Fazer revisão teórica de artigos que contemplem o aprendizado passivo e suas nuances. Aplicar a revisão no questionário a ser redigido. 1.2.2 O papel do aprendizado passivo no aprendizado ativo Fazer revisão teórica de artigos que contemplem o papel do aprendizado passivo. 1.3 O APRENDIZADO DA LÍNGUA MATERNA E O APRENDIZADO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA 1.3.1 O comportamento do cérebro na aquisição da língua nativa Fazer revisão teórica de estudos sobre a formação neurológica da língua nativa. 1.3.2 O comportamento do cérebro no aprendizado de uma língua estrangeira Fazer revisão teórica de estudos sobre a formação neurológica da língua nativa. METODOLOGIA Inicialmente, é importante que entendamos sobre como funciona o processo de aprendizagem auditivo e visual. Para isso, precisa-se haver uma revisão teórica que nos ajude a compreender como o cérebro organiza e registra tais informações. Também é importante investigar diferenças entre processos de aprendizado ativo e passivo, e apontar limitações intelectuais que aparecem com o avanço da idade. Por fim, também será preciso pesquisar a influência da motivação no processo de ensino-aprendizagem. Pesquisados e compreendidos os processos citados acima, os passos seguintes serão: 1. Desenvolver um questionário para investigar se alunos expostos ao audiovisual em língua inglesa são de fato mais vulneráveis ao seu rápido aprendizado. 2. Pesquisar sobre um padrão vocabular que auxilie na criação de perguntas com diferentes níveis de vocabulário. 3. Caso possível, promover uma pesquisa de campo com aulas periódicas para averiguar a influência que o uso frequente de filmes provoca na habilidade comunicativa. As aulas ajudarão a verificar se as diferentes formas de aprendizado são relevantes entre alunos expostos ao audiovisual da língua em questão. Finalmente, haverá uma análise associativa entre revisões teóricas e empíricas que possivelmente responderá boa parte das dúvidas que permeiam esta pesquisa. CRONOGRAMA ETAPAS Dez/ Jan/ Fev/ Mar/ Abr/ Mai/ 2018 2019 2019 2019 2019 2019 x x x x Revisão bibliográfica/teórica x Divulgação do formulário de pesquisa x Pesquisa de campo (aulas ministradas com a base teórica levantada) Produção textual e aplicação da revisão teórica e das x x informações adquiridas através do formulário de pesquisa e das aulas ministradas Revisão, ajustes e impressão Apresentação do artigo x x REFERÊNCIAS HAUSMANN, E. P.; CUGIK, L.; S. IGNACZUK, O. Filme como proposta de ensino e aprendizagem: o uso do cinema em aulas de língua estrangeira. Linguagens - Revista de Letras, Artes e Comunicação, Blumenau, v.9, n. 3, p. 333-347, set./dez. 2015. SOUSA, B. B. A. A. L. O uso de filmes legendados no ensino e aprendizagem de língua estrangeira: aquisição vocabular em língua inglesa. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v.18, n. 1, jan./mar. 2018. GOMES, F. W. B. O Uso de filmes legendados como ferramenta para o desenvolvimento da proficiência oral de aprendizes de língua inglesa. Dissertação (Dissertação em linguística aplicada) – UECE. Ceará, 2006.