CIRCULAR - 01 21 Março de 2013 Evolução do somatório das temperaturas activas / estados fenológicos vinha / traça-da-uva A evolução das condições climáticas durante o Inverno (precipitação acumulada próxima da média e temperaturas abaixo da média) tem-se reflectido apenas num ligeiro atraso no desenvolvimento da videira, apesar da evolução dos somatórios de temperaturas activas1 indicarem um atraso mais significativo (consultar em anexo a evolução do somatório das temperaturas activas actualizado até 18 de Março). 1- Efeito da evolução do clima nos estados fenológicos da videira A evolução deste indicador, calculado a partir das temperaturas médias, reflecte-se no desenvolvimento da videira, cultura para a qual consideramos o zero vegetativo de 10ºC 1. Em média, o estado fenológico C (ponta verde), verifica-se nas sub-regiões do Baixo e Cima Corgo por volta de 20/03 (Quadro 1). Quadro 1- Datas médias de estados fenológicos para Régua e Pinhão Local Régua Pinhão Casta Touriga Franca Tinta Roriz Tinta Barroca Touriga Nacional Tinta Amarela Mourisco Malvasia Fina Códega Touriga Franca Tinta Roriz Tinta Barroca Touriga Nacional Tinta Amarela Mourisco Malvasia Fina Códega Ponta verde 20-Mar 22-Mar 18-Mar 19-Mar 20-Mar 24-Mar 19-Mar 20-Mar 28-Mar 29-Mar 27-Mar 27-Mar 28-Mar 27-Mar 30-Mar 30-Mar (Fonte: Cardoso, M. 1995. Castas Recomendadas Vinho do Porto. 2ª Edição Casa do Douro. 32 pp) De uma maneira geral, as vinhas localizadas em cotas mais baixas e bem expostas já se encontram neste estado (Foto 1) alertando-nos para a necessidade da programação atempada dos trabalhos a efectuar nesta fase (ex. aplicação de herbicidas). O somatório das temperaturas activas (Σ T activas = Σ T médias diárias >10o) corresponde ao somatório (Σ) das temperaturas médias diárias superiores a 10o (sensivelmente o valor da temperatura a partir do qual se inicia a actividade vegetativa da videira), a partir do dia 1 de Janeiro. 1 Foto 1- Fase inicial de gomo de algodão observado a 18/03 no Pinhão (vinha tradicional) 2- Efeito da evolução do clima no desenvolvimento da traça-da-uva O método do somatório de temperaturas é utilizado como um indicador satisfatório para o acompanhamento do ciclo da traça-da-uva, na ausência do acesso a outro tipo de modelos de desenvolvimento da traça. Na sub-região do Baixo Corgo, as primeiras borboletas emergem em média a partir de 50º de temperatura activa o que corresponde, em média, à data de 19 de Março, ou seja, muito próximo do abrolhamento da videira (Quadro 2). Ainda não temos qualquer registo da captura de adultos em 2013 nas armadilhas sexuais. Apesar dos somatórios de temperatura indicarem no sentido de um ligeiro atraso da vegetação (relativamente à média de 11 anos), e da saída dos adultos hibernantes, não devem atrasar a colocação dos difusores de feromona, caso queiram recorrer à confusão sexual como meio de protecção contra a traça-da-uva. Devem colocar e monitorizar as armadilhas sexuais e, no caso de detectarem adultos de traça nas V. parcelas, comunicar a ADVID. Quadro 2- Datas médias de início do voo da traça-da-uva na Região (BC-Baixo Corgo; CC-Cima Corgo) Sub-Região 2001 2002 BC - - CC 22-Mar 26-Mar 2003 19-Mar 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 - 22-Mar 17-Mar 16-Mar 07-Mar 11-Mar 08-Abr 11-Mar 23-Mar 19-Mar 22-Mar - - - 16-Mar 16-Ab 05-Abr 26-Mar ADVID, 21 Março de 2013