Uploaded by António Durães

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INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS – TP
CONT.
2. A UNIDADE DO SOCIAL
E A PLURALIDADE DAS
CIÊNCIAS SOCIAIS
UNIDADE E PLURALIDADE DAS CIÊNCIAS
SOCIAIS
CADA CIÊNCIA SOCIAL
PRODUZ O SEU PRÓPRIO
«OBJETO TEÓRICO»,
OPERANDO SOBRE ELE E COM
ELE, CRIAR UM «CÓDIGO DE
LEITURA» DO REAL CONCRETO
SOCIAL QUE LHE PERMITA
EXPLICÁ-LO, COMPREENDÊ-LO,
INTERPRETÁ-LO.
ASSIM: CONDIÇÃO HUMANA =
UNIDADE DO SOCIAL - UMA
UNIDADE SOB A DIVERSIDADE
(OU DIFERENCIAÇÃO) DAS
DISCIPLINAS, UNIDADE QUE
EXPRIME A DA PRÓPRIA
REALIDADE, QUE «É UMA SÓ» =
PLURALIDADE DAS CIÊNCIAS
SOCIAIS
CONT.
•
Fenómenos sociais totais = têm implicações simultaneamente em vários níveis e em diferentes dimensões do real-social = todas se ocupam da mesma
“realidade”
•
Cada uma dessas disciplinas encarar, abordar, analisar de uma forma diferente aquela mesma «realidade».
•
◦ Ex:?
•
Por outras palavras: cada uma das Ciências Sociais «nomotéticas» adota, em relação à «realidade» social, uma ótica de analise diferente.
•
Urna Ciência, representa uma outra maneira de «ler» o real, diferente da do senso comum . A Ciência pressupõe rutura com as «evidências» do sensocomum
•
Ciências Sociais – Ciências que tratam dos fenómenos sociais resultantes da ação dos homens na sua relação com a sociedade. As ciências sociais estudam o
homem em sociedade
• Contextualização: A investigação:
• é um processo formado por um conjunto de fases de actuação sucessivas, orientadas neste caso a descobrir a
verdade no campo social.
• O método científico, é um conjunto de normas e regras genéricas de actuação científica.
• As técnicas são também procedimentos.
• É fundamental que a investigação científico-social tenha como finalidade encontrar resposta para problemas
desconhecidos ou pouco explorados, ampliando o âmbito dos nossos conhecimentos na área social.
• A investigação deve referir-se a problemas concretos, isto é, o mais precisos e específicos possíveis, não sendo
especulativos e referindo-se a uma realidade social.
Etimologicamente
Investigar – procurar
Ciências Sociais e Humanas
Fenómenos da Realidade Social
Investigação – procura
Realidade Social – envolve todos os aspetos relativos ao Homem nos
seus múltiplos relacionamentos com outros Homens e instituições
sociais
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
1ª Questão
• Qual é o meu problema?
Síntese do que constitui o
Processo de
2ª Questão
• O que devo fazer?
Investigação
A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Em CSH impõem-se 2 requisitos fundamentais:
➢ A Investigação deve ser Científica, ou seja, sistematizada e rigorosa
➢ A investigação deve ser Adequada ao Objeto de Estudo
A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
• Processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico
• Permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social, utilizando a
metodologia científica
A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Finalidades da Investigação:
Pesquisa Pura – é o tipo de investigação que se realiza:
• com vista ao desenvolvimento dos conhecimentos científicos
• sem preocupação com as aplicações práticas
• com vista à generalização e à construção de teorias e leis
Pesquisa Aplicada – é o tipo de investigação que:
• tem como objetivo a aplicação e utilização dos conhecimentos a problemas concretos
É consensual a existência a 3 grandes paradigmas na investigação em CSH:
1.
Paradigma Positivista ou Quantitativo
2.
Paradigma Interpretativo ou Qualitativo
3.
Paradigma Sociocrítico
1- PARADIGMA POSITIVISTA
1.1 Pressupostos Básicos
✓ Resulta da associação de várias correntes de pensamento derivadas da
Revolução Científica, do Iluminismo e da Revolução Industrial, ocorridas no
período compreendido entre o séc. XVII e o séc. XIX
✓ É de carácter racionalista e cariz quantitativo
PARADIGMA POSITIVISTA
1.2. Pressupostos Básicos
✓ Determinismo (há uma realidade a ser conhecida)
✓ Racionalidade (não podem existir explicações contraditórias)
✓ Impessoalidade (procura a objetividade e evita a subjetividade)
✓ Irreflexibilidade (faz depender a validade dos resultados de uma correta aplicação dos métodos,
esquecendo o processo de investigação em si)
✓ Previsão (capacidade de prever e controlar os fenómenos)
PARADIGMA POSITIVISTA
1.3. Procedimentos Metodológicos
✓ Metodologia de cariz quantitativo e baseia-se no método dedutivo.
✓ Adaptação dos métodos das ciências naturais/físicas às ciências sociais.
✓ Teoria – Problemas – Hipóteses – Variáveis - Recolha de dados -
Confirmação da teoria
✓ Metodologia
utilizada:
experimentação).
quantitativas
(questionários,
testes,
2- PARADIGMA INTERPRETATIVO
1.1. Pressupostos Básicos
✓ Teve origem no séc. XIX
✓ É de carácter naturalista e cariz qualitativo
✓ Ideologicamente: deriva do positivismo e do empirismo
PARADIGMA INTERPRETATIVO
1.2. Pressupostos Básicos
✓ Adota uma posição relativista (múltiplas realidades que existem sob a forma de construções mentais
social e experiencialmente localizadas)
✓ Valoriza o papel do investigador/construtor do conhecimento (epistemologia subjetivista)
✓ Substitui as noções científicas de explicação, previsão e controlo (paradigma positivista) pelas de
compreensão, significado e ação
✓ Sujeito (investigador) e objeto (sujeito) da investigação têm a característica comum de serem, ao mesmo
tempo,“intérpretes” e “construtores de sentido”
✓ Construção indutiva da teoria
PARADIGMA INTERPRETATIVO
Procedimentos Metodológicos
✓ Utilizam-se preferencialmente técnicas de observação e/ou entrevistas
✓ Metodologia utilizada: qualitativa, humanista-interpretativa - o investigador
enquanto participante torna-se no principal instrumento de investigação
(estudos de caso, pesquisas etnográficas, observação,…)
3- PARADIGMA SÓCIOCRÍTICO
1.1. Pressupostos Básicos
✓ Filosofia Marxista
✓ Os princípios ideológicos em que assenta o paradigma sociocrítico têm como finalidade a
transformação da estrutura das relações sociais.
✓ Os seus objetivos prendem-se com a análise das transformações sociais e a construção de respostas
a determinados problemas que delas surgem.
PARADIGMA SÓCIOCRÍTICO
1.2. Pressupostos Básicos
✓ Enfatiza o carácter emancipatório e transformador das organizações e dos processos
educativos
✓ Enfatiza a ideologia como forma de construção do conhecimento científico
✓ Defende que Saber é poder, e não algo puramente técnico e instrumental
✓ Defende que cada ator social vê o mundo através da sua racionalidade
PARADIGMA SÓCIOCRÍTICO
1.3. Procedimentos Metodológicos
✓ Tem semelhanças metodológicas com o paradigma interpretativo
✓ Tem cariz interventivo fruto da inclusão da componente ideológica
✓ A metodologia é mais orientada para a prática educativa; perspetiva a mudança e a
tomada de decisões com base na Investigação-Ação, através de técnicas que implicam
estudos de caso
ETAPAS NA
INVESTIGAÇÃO
SEGUNDO PIERRE BOURDIEU, J.C. CHAMBOREDON E
J.C. PASSERON : ETAPAS NA INVESTIGAÇÃO SOCIAL
• Ruptura:
• ETAPA I- Pergunta de partida (questão inicial)
• ETAPA 2 - A exploração (Revisão da literatura)
• ETAPA 3 - A problemática (associando aos objetivos da investigação)
•
• Construção:
• ETAPA 4 - A construção do modelo de análise (As hipóteses)
•
• Verificação:
• ETAPA 5 - Observação (As técnicas e métodos de recolha de dados)
• ETAPA 6 - Análise das informações
• ETAPA 7 - Conclusões
DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DA PESQUISA/INVESTIGAÇÃO
➢ 9 etapas a ter em atenção numa pesquisa:
1.
Formulação do problema – Pergunta de partida
2.
Definição dos objetivos e construção das hipóteses
3.
Design da pesquisa
4.
Operacionalização dos conceitos e variáveis
5.
Seleção da amostra
6.
Elaboração dos instrumentos de recolha de dados
7.
Recolha de dados
8.
Análise e interpretação dos resultados
9.
Elaboração do relatório
1. O PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO: PERGUNTA DE
PARTIDA
➢ É qualquer questão não resolvida que é objeto de discussão, em qualquer
domínio científico
➢ Um problema é testável cientificamente quando envolve variáveis que
podem ser observadas ou manipuladas
1. O PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO
➢ Geralmente, é formulado numa fase prévia da investigação, sob a forma de
uma pergunta
ou
sob a forma de um objetivo geral
Ex:
Será que existe relação entre criatividade e inteligência?
Ou
Este estudo pretende investigar a relação existente entre criatividade e inteligência.
1.1 A ESCOLHA DO PROBLEMA
Relevância do Problema
Relevância Científica – se conduzir à obtenção de novos conhecimentos
Relevância Prática – benefícios que podem decorrer dos resultados da
investigação
Relevância Social – quais as consequências sociais da investigação? (muito
subjetivo e ideologicamente determinado)
Revisão da Literatura
O ponto de partida de uma investigação nunca é a “estaca zero”
Para melhor se compreender um determinado fenómeno
social, é fundamental identificar toda a investigação
anterior que com ele esteja relacionada
Revisão da Literatura Publicada Relevante para o Tema
Revisão da Literatura
FASES DA REVISÃO DA LITERATURA
- Revisão de Fontes Secundárias
- Identificação de Palavras-chave ou Descritores
- Identificação das Fontes Primárias
Identificar e os estudos mais relevantes relacionados com o problema
da investigação
A consulta de fontes secundárias permite formar uma visão geral do
tema e possibilita o acesso às fontes primárias.
Revisão da Literatura
DIVERSIDADE DE FONTES DE INFORMAÇÃO
✓ Bases de Dados
✓ Repositórios Institucionais
✓ Teses e Dissertações
1ª ETAPA: A PERGUNTA DE PARTIDA (QUESTÃO INICIAL)
• Uma boa forma de actuar é enunciar o projecto de investigação na forma de
uma pergunta de partida.
• Através dela, o investigador tenta exprimir o mais exatamente possível o que
procura saber, elucidar, compreender melhor.
• 1º- deve apresentar qualidades de clareza, precisão e concisão
• 2º- deve apresentar qualidades de exequibilidade
• 3º- deve apresentar qualidades de pertinência
2ª ETAPA: A EXPLORAÇÃO
• A problemática das fontes: tipo de fontes, localização das mesmas.
•
A exploração comporta as operações de leitura, a pesquisa de fontes em arquivos, bibliotecas, fundos documentais públicos e/ou privados,
as entrevistas exploratórias e alguns métodos de exploração complementares.
• Os critérios de escolha de leituras deverão ser os seguintes:
• a) ligações com a pergunta de partida;
• b) dimensão razoável do programa de leitura;
• c) elementos de análise e de interpretação;
• d) abordagens diversificados
• e) intervalos de tempo consagrados à reflexão pessoal e às trocas de pontos de vista.
3ª ETAPA: A PROBLEMÁTICA
A problemática :
• Referência ao Quadro Teórico
• Explicitar os conceitos fundamentais e a estrutura conceptual em que assentam as hipóteses
de trabalho que elaboramos em resposta à pergunta de partida.
• A problemática do estudo a ser feito deve ser explicitada, claramente apresentada, porque
constitui os alicerces da investigação.
• Fornece o plano teórico sobre o qual vai assentar a construção do modelo de análise.
4ª ETAPA: A CONSTRUÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE
• O modelo de análise é o prolongamento natural da problemática.
• É composto por conceitos e hipóteses estreitamente articulados entre si para, em conjunto,
formarem um quadro de análise coerente.
•
• A conceptualização - ou construção dos conceitos - é mais do que uma simples
convenção terminológica;
• é uma construção abstracta que visa dar conta do real.
SEGUNDO PIERRE BOURDIEU, J.C. CHAMBOREDON E J.C. PASSERON
(IN LE MÉTIER DE SOCIOLOGUE, PARIS: MOUTON, 1968
• Podem-se construir conceitos de duas formas
• - de forma indutiva - “conceitos operatórios isolados”;
• é aquele construído empiricamente, a partir de observações directas ou de informações reunidas por outros. (A recolha
de elementos necessários a esta construção, faz-se através das leituras e entrevistas exploratórias).
• Os conceitos operatórios isolados são caracterizados pelo rigor analítico e indutivo.
• - de forma dedutiva - “conceitos sistémicos".
• é aquele construído pelo raciocínio abstracto (dedução, analogia oposição, implicação, etc.), ainda que forçosamente se
inspire nos comportamentos dos objectos reais e nos conhecimentos adquiridos sobre tais comportamentos.
• Os conceitos sistémicos são caracterizados pelo rigor dedutivo e sintético. Em princípio, possuem um grau mais elevado
de ruptura com os preconceitos e com a ilusão da transparência.
CONT.
• A hipótese:
• é uma preposição que prevê uma relação entre dois
termos (que podem ser conceitos ou fenómenos).
• É uma proposição provisória, uma suposição que deve
ser verificada.
1. HIPÓTESES CASUÍSTICAS
➢ Referem-se a algo que ocorre em determinado caso;
➢ Afirmam que um objeto, uma pessoa ou um facto
específico tem
determinada característica;
Ex : D. Sebastião morreu em Alcácer-Quibir / Luís de Camões viveu em Constância
➢ Este tipo de hipóteses é muito frequente em pesquisa histórica, onde os
factos são tidos por únicos e irrepetíveis.
2. HIPÓTESES QUE
ACONTECIMENTOS
SE
REFEREM
À
FREQUÊNCIA
DOS
➢ Antecipam que determinada característica ocorre, com maior ou menor
intensidade, num grupo, sociedade ou cultura
➢ São mais comuns em investigações descritivas, sobretudo no âmbito da sociologia
ou da antropologia
Ex: os adolescentes entre os 15 e os 17 anos utilizam 1/3 dos seus tempos livres com
as redes sociais
3. HIPÓTESES QUE ESTABELECEM RELAÇÕES ENTRE VARIÁVEIS
➢ Há autores que consideram que só a partir deste nível é que que podemos, em
rigor, falar de hipóteses
➢Kerlinger (1980) define hipótese como “um enunciado de relações entre duas ou
mais variáveis”
Nota: Variável é qualquer coisa que pode ser classificada em duas ou mais categorias
Ex: sexo, idade, classe social, estado civil, agressividade, etc …
5ª ETAPA: OBSERVAÇÃO
• Compreende o conjunto das operações através das quais o modelo de análise é confrontado com
dados observáveis.
• Ao longo desta etapa são, assim, reunidas numerosas informações. Estas serão sistematicamente
analisadas na etapa posterior.
• A observação compõe-se de três operações:
• conceber o instrumento capaz de fornecer as informações adequadas e necessárias para
testar as hipóteses, por exemplo, um questionário de inquérito, um guia de entrevista, ou uma grelha de
observação directa; etc
• testar o instrumento de observação antes de o utilizar sistematicamente, de modo a assegurarse de que o seu grau de adequação e de precisão é suficiente;
• aplicá-lo sistematicamente e proceder, assim, à recolha dos dados pertinentes.
6ª ETAPA: A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
• Preparação dos dados, estabelecimento de relações, comparação de resultados.
•
• A análise das informações é a etapa que trata a informação obtida através da observação, para a apresentar de forma
a poder comparar os resultados observados com os esperados a partir da hipótese.
• Esta etapa deve comportar três operações:
• preparação e descrição dos dados. Apresentar os dados (agregados ou não) na forma exigida pelas variáveis implicados nas
hipóteses; bem como apresentá-los de forma a que as características destas variáveis sejam claramente evidenciadas pela descrição.
• estabelecimento e medição das relações entre as variáveis, em conformidade com a forma como essas relações foram
previstas pelas hipóteses.
• comparação das relações observadas com as relações teoricamente esperadas a partir da hipótese; medindo, se
possível, as diferenças entre as duas. (Diferenças nulas ou muito fracas, significam hipóteses confirmadas; grandes diferenças entre as
hipóteses e as variáveis obrigam a uma análise da origem para tais discrepâncias e ela servirá para retirar as conclusões
apropriadas).
7ª ETAPA: CONCLUSÕES
• A conclusão de um trabalho é uma das partes que os leitores costumam ler em primeiro lugar.
• A partir desse rápido diagnóstico, poderá o leitor decidir-se ler o relatório todo ou,
eventualmente, apenas algumas das suas partes.
DUAS METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO
QUANTITATIVA
REPRESENTATIVIDADE ESTATÍSTICA
• Inquéritos por questionários
• Inquéritos repetitivos: barómetros e painéis
QUALITATIVA
REPRESENTATIVIDADE SOCIAL
• Entrevistas (estruturada, semi-estruturada e não
estruturada)
• Focus Group (Técnica desenvolvida por psicólogos mas
fortemente utilizada por sociólogos)
• Observação (participante ou não participante)
A TÉCNICA DO QUESTIONÁRIO OU
INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO:
• É um meio de obter informação por escrito e apoia-se basicamente numa série de perguntas previamente formuladas.
•
• Para uma boa elaboração do questionário deve-se respeitar 3 condições fundamentais:
• Fidelidade:
• Validade:
• Representatividade:
• Métodos de administração do Inquérito: vantagens e inconvenientes
• Entrevista pessoal
• Administração directa
• Administração indirecta
• Entrevista telefónica
• Por correio
• Via internet
ENTREVISTAS
• Tipos de entrevista: A escolha de uma ou outra entrevista depende do objecto de estudo e das características da
população.
• - Entrevista informal: é recomendada nos estudos exploratórios (podem ser especialistas, líderes formais ou informais,
personalidades, etc.) que visam abordar realidades pouco conhecidas pelo investigador.
• - Entrevista estruturada: obedece a um grande rigor na colocação de perguntas ao entrevistado. É uma entrevista
estandardizada. A actuação de ambos é limitada.
• - Entrevista não estruturada: tem maior liberdade de actuação. Equivalente a uma conversa livre entre entrevistado e
entrevistador.
• - Entrevista semi-estruturada: nem é inteiramente livre e aberta, nem rígida. O entrevistador tem um papel de moderador
no sentido da condução da entrevista
• Vantagens e inconvenientes
OBSERVAÇÃO
•
Constitui um elemento fundamental em todo o processo da investigação.
•
Nesta técnica o principal instrumento da pesquisa é o próprio investigador.
•
O que é que o investigador faz no terreno?
•
1. Observa: locais, objectos, símbolos, pessoas, actividades, comportamentos, interacções, situações, contextos, acontecimentos, etc.
•
2. Participa: no quotidiano desses contextos e dessas pessoas.
•
3. Regista, diária e sistematicamente (por vezes durante anos):
•
3.1. Observações e informações
•
3.2. Reflexões teóricas e metodológicas
•
3.3. Impressões e estados de espírito
•
Vantagens e inconvenientes
ANÁLISE DOCUMENTAL
•
Procura estudar os factos sociais a partir da análise de documentos.
•
Documento – Toda a obra que indicie acções, práticas ou situações que se pretende investigar e analisar, e que nos possa revelar ideias, opiniões, formas de actuar e viver, instituições.
•
Tipos de documentos:
•
Documentos escritos:
•
•
Imprensa
•
Documentos pessoais: cartas, diários, auto-biografias
Documentos numéricos ou estatísticos:
•
•
•
Documentos de reprodução de som e imagem:
•
Cinema (filmes e documentários)
•
Televisão
•
Discos, etc.
Documentos-objecto:
•
•
Arquivos públicos e documentos oficiais
Toda a classe de realizações técnicas e artísticas do Homem
Análise de Conteúdo:
INSTRUMENTOS DE CARACTER
QUALITATIVO
OPÇÃO PELAS METODOLOGIAS
QUALITATIVAS
• A pesquisa qualitativa é muito maleável, o objeto
evolui, a amostra pode ser alterada ao longo do
percurso.
• Grande diversidade de posturas teóricas de suporte
e de métodos e técnicas que delas decorrem.
OS PRINCÍPIOS DA DIVERSIFICAÇÃO E DA
SATURAÇÃO
• Visando a representatividade social e não a
representatividade estatística (metodologia quantitativa):
• Tais princípios assumem formas diferentes de acordo com a
postura da pesquisa:
• Exploratória
• Analítica
• comunicacional
O PRINCÍPIO DA DIVERSIDADE
• Relaciona-se com a garantia de que a utilização das entrevistas se faz tendo
em conta a heterogeneidade dos sujeitos ou fenómenos que estamos a
estudar;
• A diversidade pode ser:
• Interna:
• Face a um determinado grupo/situação homogénea em que explora
a diversidade interno do grupo
• ou externa:
• Identificando a diversidade de actores/situações no contexto societal
O PRINCÍPIO DA SATURAÇÃO
• Cumpre 2 funções:
• operacional:
• Indica em que momento o investigador deve parar a recolha de
dados, evitando desperdício de tempo, dinheiro e provas inúteis
• Metodológico:
• Pretende generalizar os resultados ao universo do trabalho a
que o grupo analisado pertence (generalização empíricoanalítico)
EM SÍNTESE: AS DECISÕES SOBRE O NÚMERO DE
ENTREVISTAS NUMA PESQUISA QUALITATIVA DEPENDEM:
• Do estádio de conhecimento do objecto;
• Do estatuto da pesquisa (exploratória, analítica ou comunicacional)
• Do tipo de definição do universo em análise
• Dos recursos disponíveis para o investigador/responsável do estudo
Visa a representatividade social e a diversidade dos fenómenos
RECURSO À TÉCNICA: FOCUS GROUP
 tem por finalidade procurar o sentido e a compreensão dos
fenómenos sociais, onde o investigador utiliza uma estratégia
indutiva de investigação, sendo o resultado amplamente descritivo.
PROCEDIMENTOS:
Passo 1. Seleção dos participantes
Passo 2. Seleção e formação dos
moderadores
Passo 3. Definição dos tópicos da entrevista
Passo 4. O decorrer da discussão
Passo 5.Análise e relatório dos resultados
FOCUS GROUP
PONTOS FORTES
LIMITAÇÕES
 a) baixos custos;
 Estar sempre sujeita à interferência do
moderador/investigador e as dispersões
próprias de grupos heterogéneos.
 b) rapidez na recolha de dados (Num curto
período de tempo (de uma hora e meia a duas
horas), é possível recolher uma grande
quantidade de informação qualitativa.
 C) oferece informação detalhada sobre os valores
e opiniões dos participantes seleccionados
 d) flexibilidade do formato; e) e, possibilidade de
conciliação com outras modalidades de
investigação.
 Exige a gravação de imagem e som para análise
posterior e não permite a extrapolação das
conclusões para o universo;
AS DIFERENÇAS ENTRE A ABORDAGEM
QUALITATIVA E QUANTITATIVA
• - Quanto ao tipo de problema . Objetivo
• - Quanto aos métodos de amostragem
• - Quanto aos métodos e estilos de recolha de
informações
• - Quanto às técnicas de análise
• Os estudos qualitativos são diferentes dos quantitativos nos seguintes aspectos:
• 1. Dimensão da amostra (menor e representatividade social)
• 2. Maior profundidade na abordagem dos temas
• 3. Maior tempo de reflexão nos temas/envolvimento dos indivíduos
• 4. Acesso a conteúdos latentes e ao tipo de linguagem do target sobre o produto
• 5. Grande know-how e envolvimento do entrevistador/moderador
• 6. Dinâmica criada entre entrevistador/moderador e o entrevistado
• 7. Possibilidade de reformulação de questões
• 8. Possibilidade de esclarecimento de respostas ambíguas por parte do entrevistado
• 9. Flexibilidade na recolha da informação
• 10. Possibilidade de alteração dos guiões no decorrer do estudo (reestruturação ou adaptação)
• Nota: Um Estudo Qualitativo pode visar a identificação, avaliação ou compreensão de qualquer
fenómeno, mas não medi-lo.
O RELATÓRIO DE PESQUISA
• Elemento essencial na comunicação da pesquisa/investigação
• Deve ser elaborado tendo em conta as características do público a que se destina
• A sua elaboração deve seguir as normas da escrita científica, nomeadamente no que
se refere:
➢ À Estrutura do Texto
➢ Ao Estilo
➢ À Apresentação Gráfica
ESTRUTURA DO TEXTO
• O Relatório deve conter informações suficientes para a natureza do
problema investigado e os resultados obtidos
• Deve indicar também os procedimentos adotados para recolha e análise
dos dados
• Deve conter a referência às fontes utilizadas
ESTRUTURA DO TEXTO
• O relatório deve estar subdividido em partes que integrem os
seguintes aspetos:
a. O problema
b. A metodologia
c. Os resultados
d. As conclusões e sugestões
ESTILO DO RELATÓRIO
• O Relatório deve apresentar determinadas qualidades no que se refere ao estilo
➢ Impessoalidade
➢ Objetividade
➢ Clareza
➢ Precisão
➢ Coerência
➢ Concisão
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