INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS – TP CONT. 2. A UNIDADE DO SOCIAL E A PLURALIDADE DAS CIÊNCIAS SOCIAIS UNIDADE E PLURALIDADE DAS CIÊNCIAS SOCIAIS CADA CIÊNCIA SOCIAL PRODUZ O SEU PRÓPRIO «OBJETO TEÓRICO», OPERANDO SOBRE ELE E COM ELE, CRIAR UM «CÓDIGO DE LEITURA» DO REAL CONCRETO SOCIAL QUE LHE PERMITA EXPLICÁ-LO, COMPREENDÊ-LO, INTERPRETÁ-LO. ASSIM: CONDIÇÃO HUMANA = UNIDADE DO SOCIAL - UMA UNIDADE SOB A DIVERSIDADE (OU DIFERENCIAÇÃO) DAS DISCIPLINAS, UNIDADE QUE EXPRIME A DA PRÓPRIA REALIDADE, QUE «É UMA SÓ» = PLURALIDADE DAS CIÊNCIAS SOCIAIS CONT. • Fenómenos sociais totais = têm implicações simultaneamente em vários níveis e em diferentes dimensões do real-social = todas se ocupam da mesma “realidade” • Cada uma dessas disciplinas encarar, abordar, analisar de uma forma diferente aquela mesma «realidade». • ◦ Ex:? • Por outras palavras: cada uma das Ciências Sociais «nomotéticas» adota, em relação à «realidade» social, uma ótica de analise diferente. • Urna Ciência, representa uma outra maneira de «ler» o real, diferente da do senso comum . A Ciência pressupõe rutura com as «evidências» do sensocomum • Ciências Sociais – Ciências que tratam dos fenómenos sociais resultantes da ação dos homens na sua relação com a sociedade. As ciências sociais estudam o homem em sociedade • Contextualização: A investigação: • é um processo formado por um conjunto de fases de actuação sucessivas, orientadas neste caso a descobrir a verdade no campo social. • O método científico, é um conjunto de normas e regras genéricas de actuação científica. • As técnicas são também procedimentos. • É fundamental que a investigação científico-social tenha como finalidade encontrar resposta para problemas desconhecidos ou pouco explorados, ampliando o âmbito dos nossos conhecimentos na área social. • A investigação deve referir-se a problemas concretos, isto é, o mais precisos e específicos possíveis, não sendo especulativos e referindo-se a uma realidade social. Etimologicamente Investigar – procurar Ciências Sociais e Humanas Fenómenos da Realidade Social Investigação – procura Realidade Social – envolve todos os aspetos relativos ao Homem nos seus múltiplos relacionamentos com outros Homens e instituições sociais INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIAS SOCIAIS 1ª Questão • Qual é o meu problema? Síntese do que constitui o Processo de 2ª Questão • O que devo fazer? Investigação A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIAS SOCIAIS Em CSH impõem-se 2 requisitos fundamentais: ➢ A Investigação deve ser Científica, ou seja, sistematizada e rigorosa ➢ A investigação deve ser Adequada ao Objeto de Estudo A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIAS SOCIAIS • Processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico • Permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social, utilizando a metodologia científica A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIAS SOCIAIS Finalidades da Investigação: Pesquisa Pura – é o tipo de investigação que se realiza: • com vista ao desenvolvimento dos conhecimentos científicos • sem preocupação com as aplicações práticas • com vista à generalização e à construção de teorias e leis Pesquisa Aplicada – é o tipo de investigação que: • tem como objetivo a aplicação e utilização dos conhecimentos a problemas concretos É consensual a existência a 3 grandes paradigmas na investigação em CSH: 1. Paradigma Positivista ou Quantitativo 2. Paradigma Interpretativo ou Qualitativo 3. Paradigma Sociocrítico 1- PARADIGMA POSITIVISTA 1.1 Pressupostos Básicos ✓ Resulta da associação de várias correntes de pensamento derivadas da Revolução Científica, do Iluminismo e da Revolução Industrial, ocorridas no período compreendido entre o séc. XVII e o séc. XIX ✓ É de carácter racionalista e cariz quantitativo PARADIGMA POSITIVISTA 1.2. Pressupostos Básicos ✓ Determinismo (há uma realidade a ser conhecida) ✓ Racionalidade (não podem existir explicações contraditórias) ✓ Impessoalidade (procura a objetividade e evita a subjetividade) ✓ Irreflexibilidade (faz depender a validade dos resultados de uma correta aplicação dos métodos, esquecendo o processo de investigação em si) ✓ Previsão (capacidade de prever e controlar os fenómenos) PARADIGMA POSITIVISTA 1.3. Procedimentos Metodológicos ✓ Metodologia de cariz quantitativo e baseia-se no método dedutivo. ✓ Adaptação dos métodos das ciências naturais/físicas às ciências sociais. ✓ Teoria – Problemas – Hipóteses – Variáveis - Recolha de dados - Confirmação da teoria ✓ Metodologia utilizada: experimentação). quantitativas (questionários, testes, 2- PARADIGMA INTERPRETATIVO 1.1. Pressupostos Básicos ✓ Teve origem no séc. XIX ✓ É de carácter naturalista e cariz qualitativo ✓ Ideologicamente: deriva do positivismo e do empirismo PARADIGMA INTERPRETATIVO 1.2. Pressupostos Básicos ✓ Adota uma posição relativista (múltiplas realidades que existem sob a forma de construções mentais social e experiencialmente localizadas) ✓ Valoriza o papel do investigador/construtor do conhecimento (epistemologia subjetivista) ✓ Substitui as noções científicas de explicação, previsão e controlo (paradigma positivista) pelas de compreensão, significado e ação ✓ Sujeito (investigador) e objeto (sujeito) da investigação têm a característica comum de serem, ao mesmo tempo,“intérpretes” e “construtores de sentido” ✓ Construção indutiva da teoria PARADIGMA INTERPRETATIVO Procedimentos Metodológicos ✓ Utilizam-se preferencialmente técnicas de observação e/ou entrevistas ✓ Metodologia utilizada: qualitativa, humanista-interpretativa - o investigador enquanto participante torna-se no principal instrumento de investigação (estudos de caso, pesquisas etnográficas, observação,…) 3- PARADIGMA SÓCIOCRÍTICO 1.1. Pressupostos Básicos ✓ Filosofia Marxista ✓ Os princípios ideológicos em que assenta o paradigma sociocrítico têm como finalidade a transformação da estrutura das relações sociais. ✓ Os seus objetivos prendem-se com a análise das transformações sociais e a construção de respostas a determinados problemas que delas surgem. PARADIGMA SÓCIOCRÍTICO 1.2. Pressupostos Básicos ✓ Enfatiza o carácter emancipatório e transformador das organizações e dos processos educativos ✓ Enfatiza a ideologia como forma de construção do conhecimento científico ✓ Defende que Saber é poder, e não algo puramente técnico e instrumental ✓ Defende que cada ator social vê o mundo através da sua racionalidade PARADIGMA SÓCIOCRÍTICO 1.3. Procedimentos Metodológicos ✓ Tem semelhanças metodológicas com o paradigma interpretativo ✓ Tem cariz interventivo fruto da inclusão da componente ideológica ✓ A metodologia é mais orientada para a prática educativa; perspetiva a mudança e a tomada de decisões com base na Investigação-Ação, através de técnicas que implicam estudos de caso ETAPAS NA INVESTIGAÇÃO SEGUNDO PIERRE BOURDIEU, J.C. CHAMBOREDON E J.C. PASSERON : ETAPAS NA INVESTIGAÇÃO SOCIAL • Ruptura: • ETAPA I- Pergunta de partida (questão inicial) • ETAPA 2 - A exploração (Revisão da literatura) • ETAPA 3 - A problemática (associando aos objetivos da investigação) • • Construção: • ETAPA 4 - A construção do modelo de análise (As hipóteses) • • Verificação: • ETAPA 5 - Observação (As técnicas e métodos de recolha de dados) • ETAPA 6 - Análise das informações • ETAPA 7 - Conclusões DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DA PESQUISA/INVESTIGAÇÃO ➢ 9 etapas a ter em atenção numa pesquisa: 1. Formulação do problema – Pergunta de partida 2. Definição dos objetivos e construção das hipóteses 3. Design da pesquisa 4. Operacionalização dos conceitos e variáveis 5. Seleção da amostra 6. Elaboração dos instrumentos de recolha de dados 7. Recolha de dados 8. Análise e interpretação dos resultados 9. Elaboração do relatório 1. O PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO: PERGUNTA DE PARTIDA ➢ É qualquer questão não resolvida que é objeto de discussão, em qualquer domínio científico ➢ Um problema é testável cientificamente quando envolve variáveis que podem ser observadas ou manipuladas 1. O PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO ➢ Geralmente, é formulado numa fase prévia da investigação, sob a forma de uma pergunta ou sob a forma de um objetivo geral Ex: Será que existe relação entre criatividade e inteligência? Ou Este estudo pretende investigar a relação existente entre criatividade e inteligência. 1.1 A ESCOLHA DO PROBLEMA Relevância do Problema Relevância Científica – se conduzir à obtenção de novos conhecimentos Relevância Prática – benefícios que podem decorrer dos resultados da investigação Relevância Social – quais as consequências sociais da investigação? (muito subjetivo e ideologicamente determinado) Revisão da Literatura O ponto de partida de uma investigação nunca é a “estaca zero” Para melhor se compreender um determinado fenómeno social, é fundamental identificar toda a investigação anterior que com ele esteja relacionada Revisão da Literatura Publicada Relevante para o Tema Revisão da Literatura FASES DA REVISÃO DA LITERATURA - Revisão de Fontes Secundárias - Identificação de Palavras-chave ou Descritores - Identificação das Fontes Primárias Identificar e os estudos mais relevantes relacionados com o problema da investigação A consulta de fontes secundárias permite formar uma visão geral do tema e possibilita o acesso às fontes primárias. Revisão da Literatura DIVERSIDADE DE FONTES DE INFORMAÇÃO ✓ Bases de Dados ✓ Repositórios Institucionais ✓ Teses e Dissertações 1ª ETAPA: A PERGUNTA DE PARTIDA (QUESTÃO INICIAL) • Uma boa forma de actuar é enunciar o projecto de investigação na forma de uma pergunta de partida. • Através dela, o investigador tenta exprimir o mais exatamente possível o que procura saber, elucidar, compreender melhor. • 1º- deve apresentar qualidades de clareza, precisão e concisão • 2º- deve apresentar qualidades de exequibilidade • 3º- deve apresentar qualidades de pertinência 2ª ETAPA: A EXPLORAÇÃO • A problemática das fontes: tipo de fontes, localização das mesmas. • A exploração comporta as operações de leitura, a pesquisa de fontes em arquivos, bibliotecas, fundos documentais públicos e/ou privados, as entrevistas exploratórias e alguns métodos de exploração complementares. • Os critérios de escolha de leituras deverão ser os seguintes: • a) ligações com a pergunta de partida; • b) dimensão razoável do programa de leitura; • c) elementos de análise e de interpretação; • d) abordagens diversificados • e) intervalos de tempo consagrados à reflexão pessoal e às trocas de pontos de vista. 3ª ETAPA: A PROBLEMÁTICA A problemática : • Referência ao Quadro Teórico • Explicitar os conceitos fundamentais e a estrutura conceptual em que assentam as hipóteses de trabalho que elaboramos em resposta à pergunta de partida. • A problemática do estudo a ser feito deve ser explicitada, claramente apresentada, porque constitui os alicerces da investigação. • Fornece o plano teórico sobre o qual vai assentar a construção do modelo de análise. 4ª ETAPA: A CONSTRUÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE • O modelo de análise é o prolongamento natural da problemática. • É composto por conceitos e hipóteses estreitamente articulados entre si para, em conjunto, formarem um quadro de análise coerente. • • A conceptualização - ou construção dos conceitos - é mais do que uma simples convenção terminológica; • é uma construção abstracta que visa dar conta do real. SEGUNDO PIERRE BOURDIEU, J.C. CHAMBOREDON E J.C. PASSERON (IN LE MÉTIER DE SOCIOLOGUE, PARIS: MOUTON, 1968 • Podem-se construir conceitos de duas formas • - de forma indutiva - “conceitos operatórios isolados”; • é aquele construído empiricamente, a partir de observações directas ou de informações reunidas por outros. (A recolha de elementos necessários a esta construção, faz-se através das leituras e entrevistas exploratórias). • Os conceitos operatórios isolados são caracterizados pelo rigor analítico e indutivo. • - de forma dedutiva - “conceitos sistémicos". • é aquele construído pelo raciocínio abstracto (dedução, analogia oposição, implicação, etc.), ainda que forçosamente se inspire nos comportamentos dos objectos reais e nos conhecimentos adquiridos sobre tais comportamentos. • Os conceitos sistémicos são caracterizados pelo rigor dedutivo e sintético. Em princípio, possuem um grau mais elevado de ruptura com os preconceitos e com a ilusão da transparência. CONT. • A hipótese: • é uma preposição que prevê uma relação entre dois termos (que podem ser conceitos ou fenómenos). • É uma proposição provisória, uma suposição que deve ser verificada. 1. HIPÓTESES CASUÍSTICAS ➢ Referem-se a algo que ocorre em determinado caso; ➢ Afirmam que um objeto, uma pessoa ou um facto específico tem determinada característica; Ex : D. Sebastião morreu em Alcácer-Quibir / Luís de Camões viveu em Constância ➢ Este tipo de hipóteses é muito frequente em pesquisa histórica, onde os factos são tidos por únicos e irrepetíveis. 2. HIPÓTESES QUE ACONTECIMENTOS SE REFEREM À FREQUÊNCIA DOS ➢ Antecipam que determinada característica ocorre, com maior ou menor intensidade, num grupo, sociedade ou cultura ➢ São mais comuns em investigações descritivas, sobretudo no âmbito da sociologia ou da antropologia Ex: os adolescentes entre os 15 e os 17 anos utilizam 1/3 dos seus tempos livres com as redes sociais 3. HIPÓTESES QUE ESTABELECEM RELAÇÕES ENTRE VARIÁVEIS ➢ Há autores que consideram que só a partir deste nível é que que podemos, em rigor, falar de hipóteses ➢Kerlinger (1980) define hipótese como “um enunciado de relações entre duas ou mais variáveis” Nota: Variável é qualquer coisa que pode ser classificada em duas ou mais categorias Ex: sexo, idade, classe social, estado civil, agressividade, etc … 5ª ETAPA: OBSERVAÇÃO • Compreende o conjunto das operações através das quais o modelo de análise é confrontado com dados observáveis. • Ao longo desta etapa são, assim, reunidas numerosas informações. Estas serão sistematicamente analisadas na etapa posterior. • A observação compõe-se de três operações: • conceber o instrumento capaz de fornecer as informações adequadas e necessárias para testar as hipóteses, por exemplo, um questionário de inquérito, um guia de entrevista, ou uma grelha de observação directa; etc • testar o instrumento de observação antes de o utilizar sistematicamente, de modo a assegurarse de que o seu grau de adequação e de precisão é suficiente; • aplicá-lo sistematicamente e proceder, assim, à recolha dos dados pertinentes. 6ª ETAPA: A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES • Preparação dos dados, estabelecimento de relações, comparação de resultados. • • A análise das informações é a etapa que trata a informação obtida através da observação, para a apresentar de forma a poder comparar os resultados observados com os esperados a partir da hipótese. • Esta etapa deve comportar três operações: • preparação e descrição dos dados. Apresentar os dados (agregados ou não) na forma exigida pelas variáveis implicados nas hipóteses; bem como apresentá-los de forma a que as características destas variáveis sejam claramente evidenciadas pela descrição. • estabelecimento e medição das relações entre as variáveis, em conformidade com a forma como essas relações foram previstas pelas hipóteses. • comparação das relações observadas com as relações teoricamente esperadas a partir da hipótese; medindo, se possível, as diferenças entre as duas. (Diferenças nulas ou muito fracas, significam hipóteses confirmadas; grandes diferenças entre as hipóteses e as variáveis obrigam a uma análise da origem para tais discrepâncias e ela servirá para retirar as conclusões apropriadas). 7ª ETAPA: CONCLUSÕES • A conclusão de um trabalho é uma das partes que os leitores costumam ler em primeiro lugar. • A partir desse rápido diagnóstico, poderá o leitor decidir-se ler o relatório todo ou, eventualmente, apenas algumas das suas partes. DUAS METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO QUANTITATIVA REPRESENTATIVIDADE ESTATÍSTICA • Inquéritos por questionários • Inquéritos repetitivos: barómetros e painéis QUALITATIVA REPRESENTATIVIDADE SOCIAL • Entrevistas (estruturada, semi-estruturada e não estruturada) • Focus Group (Técnica desenvolvida por psicólogos mas fortemente utilizada por sociólogos) • Observação (participante ou não participante) A TÉCNICA DO QUESTIONÁRIO OU INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO: • É um meio de obter informação por escrito e apoia-se basicamente numa série de perguntas previamente formuladas. • • Para uma boa elaboração do questionário deve-se respeitar 3 condições fundamentais: • Fidelidade: • Validade: • Representatividade: • Métodos de administração do Inquérito: vantagens e inconvenientes • Entrevista pessoal • Administração directa • Administração indirecta • Entrevista telefónica • Por correio • Via internet ENTREVISTAS • Tipos de entrevista: A escolha de uma ou outra entrevista depende do objecto de estudo e das características da população. • - Entrevista informal: é recomendada nos estudos exploratórios (podem ser especialistas, líderes formais ou informais, personalidades, etc.) que visam abordar realidades pouco conhecidas pelo investigador. • - Entrevista estruturada: obedece a um grande rigor na colocação de perguntas ao entrevistado. É uma entrevista estandardizada. A actuação de ambos é limitada. • - Entrevista não estruturada: tem maior liberdade de actuação. Equivalente a uma conversa livre entre entrevistado e entrevistador. • - Entrevista semi-estruturada: nem é inteiramente livre e aberta, nem rígida. O entrevistador tem um papel de moderador no sentido da condução da entrevista • Vantagens e inconvenientes OBSERVAÇÃO • Constitui um elemento fundamental em todo o processo da investigação. • Nesta técnica o principal instrumento da pesquisa é o próprio investigador. • O que é que o investigador faz no terreno? • 1. Observa: locais, objectos, símbolos, pessoas, actividades, comportamentos, interacções, situações, contextos, acontecimentos, etc. • 2. Participa: no quotidiano desses contextos e dessas pessoas. • 3. Regista, diária e sistematicamente (por vezes durante anos): • 3.1. Observações e informações • 3.2. Reflexões teóricas e metodológicas • 3.3. Impressões e estados de espírito • Vantagens e inconvenientes ANÁLISE DOCUMENTAL • Procura estudar os factos sociais a partir da análise de documentos. • Documento – Toda a obra que indicie acções, práticas ou situações que se pretende investigar e analisar, e que nos possa revelar ideias, opiniões, formas de actuar e viver, instituições. • Tipos de documentos: • Documentos escritos: • • Imprensa • Documentos pessoais: cartas, diários, auto-biografias Documentos numéricos ou estatísticos: • • • Documentos de reprodução de som e imagem: • Cinema (filmes e documentários) • Televisão • Discos, etc. Documentos-objecto: • • Arquivos públicos e documentos oficiais Toda a classe de realizações técnicas e artísticas do Homem Análise de Conteúdo: INSTRUMENTOS DE CARACTER QUALITATIVO OPÇÃO PELAS METODOLOGIAS QUALITATIVAS • A pesquisa qualitativa é muito maleável, o objeto evolui, a amostra pode ser alterada ao longo do percurso. • Grande diversidade de posturas teóricas de suporte e de métodos e técnicas que delas decorrem. OS PRINCÍPIOS DA DIVERSIFICAÇÃO E DA SATURAÇÃO • Visando a representatividade social e não a representatividade estatística (metodologia quantitativa): • Tais princípios assumem formas diferentes de acordo com a postura da pesquisa: • Exploratória • Analítica • comunicacional O PRINCÍPIO DA DIVERSIDADE • Relaciona-se com a garantia de que a utilização das entrevistas se faz tendo em conta a heterogeneidade dos sujeitos ou fenómenos que estamos a estudar; • A diversidade pode ser: • Interna: • Face a um determinado grupo/situação homogénea em que explora a diversidade interno do grupo • ou externa: • Identificando a diversidade de actores/situações no contexto societal O PRINCÍPIO DA SATURAÇÃO • Cumpre 2 funções: • operacional: • Indica em que momento o investigador deve parar a recolha de dados, evitando desperdício de tempo, dinheiro e provas inúteis • Metodológico: • Pretende generalizar os resultados ao universo do trabalho a que o grupo analisado pertence (generalização empíricoanalítico) EM SÍNTESE: AS DECISÕES SOBRE O NÚMERO DE ENTREVISTAS NUMA PESQUISA QUALITATIVA DEPENDEM: • Do estádio de conhecimento do objecto; • Do estatuto da pesquisa (exploratória, analítica ou comunicacional) • Do tipo de definição do universo em análise • Dos recursos disponíveis para o investigador/responsável do estudo Visa a representatividade social e a diversidade dos fenómenos RECURSO À TÉCNICA: FOCUS GROUP tem por finalidade procurar o sentido e a compreensão dos fenómenos sociais, onde o investigador utiliza uma estratégia indutiva de investigação, sendo o resultado amplamente descritivo. PROCEDIMENTOS: Passo 1. Seleção dos participantes Passo 2. Seleção e formação dos moderadores Passo 3. Definição dos tópicos da entrevista Passo 4. O decorrer da discussão Passo 5.Análise e relatório dos resultados FOCUS GROUP PONTOS FORTES LIMITAÇÕES a) baixos custos; Estar sempre sujeita à interferência do moderador/investigador e as dispersões próprias de grupos heterogéneos. b) rapidez na recolha de dados (Num curto período de tempo (de uma hora e meia a duas horas), é possível recolher uma grande quantidade de informação qualitativa. C) oferece informação detalhada sobre os valores e opiniões dos participantes seleccionados d) flexibilidade do formato; e) e, possibilidade de conciliação com outras modalidades de investigação. Exige a gravação de imagem e som para análise posterior e não permite a extrapolação das conclusões para o universo; AS DIFERENÇAS ENTRE A ABORDAGEM QUALITATIVA E QUANTITATIVA • - Quanto ao tipo de problema . Objetivo • - Quanto aos métodos de amostragem • - Quanto aos métodos e estilos de recolha de informações • - Quanto às técnicas de análise • Os estudos qualitativos são diferentes dos quantitativos nos seguintes aspectos: • 1. Dimensão da amostra (menor e representatividade social) • 2. Maior profundidade na abordagem dos temas • 3. Maior tempo de reflexão nos temas/envolvimento dos indivíduos • 4. Acesso a conteúdos latentes e ao tipo de linguagem do target sobre o produto • 5. Grande know-how e envolvimento do entrevistador/moderador • 6. Dinâmica criada entre entrevistador/moderador e o entrevistado • 7. Possibilidade de reformulação de questões • 8. Possibilidade de esclarecimento de respostas ambíguas por parte do entrevistado • 9. Flexibilidade na recolha da informação • 10. Possibilidade de alteração dos guiões no decorrer do estudo (reestruturação ou adaptação) • Nota: Um Estudo Qualitativo pode visar a identificação, avaliação ou compreensão de qualquer fenómeno, mas não medi-lo. O RELATÓRIO DE PESQUISA • Elemento essencial na comunicação da pesquisa/investigação • Deve ser elaborado tendo em conta as características do público a que se destina • A sua elaboração deve seguir as normas da escrita científica, nomeadamente no que se refere: ➢ À Estrutura do Texto ➢ Ao Estilo ➢ À Apresentação Gráfica ESTRUTURA DO TEXTO • O Relatório deve conter informações suficientes para a natureza do problema investigado e os resultados obtidos • Deve indicar também os procedimentos adotados para recolha e análise dos dados • Deve conter a referência às fontes utilizadas ESTRUTURA DO TEXTO • O relatório deve estar subdividido em partes que integrem os seguintes aspetos: a. O problema b. A metodologia c. Os resultados d. As conclusões e sugestões ESTILO DO RELATÓRIO • O Relatório deve apresentar determinadas qualidades no que se refere ao estilo ➢ Impessoalidade ➢ Objetividade ➢ Clareza ➢ Precisão ➢ Coerência ➢ Concisão