Engenharias Pesquisas sobre desenvolvimentos e inovações Volume 1 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc. – nem apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem a expressa autorização da editora. Copyright © 2022 by Editora Dialética Ltda. Copyright © 2022 by Adailton Azevêdo Araújo Filho (Org.) /editoradialetica @editoradialetica www.editoradialetica.com EQUIPE EDITORIAL Editores Profa. Dra. Milena de Cássia de Rocha Prof. Dr. Rafael Alem Mello Ferreira Prof. Dr. Tiago Aroeira Prof. Dr. Vitor Amaral Medrado Designer Responsável Daniela Malacco Produtora Editorial Letícia Machado Controle de Qualidade Marina Itano Capa Giovana Acciarini Preparação de Texto Lucas Ben Anna Moraes José Rômulo Moreira Júnior Revisão Responsabilidade do autor Assistentes Editoriais Jean Farias Larissa Teixeira Ludmila Azevedo Pena Thaynara Rezende Estagiária Laís Silva Cordeiro Diagramação Giovana Acciarini Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) E57p Engenharias - pesquisas sobre desenvolvimentos e inovações - Volume 1 / organização Adailton Azevêdo Araújo Filho. – São Paulo : Editora Dialética, 2022. 96 p. = (v. I) Inclui bibliografia. ISBN 978-65-252-5844-7 1. Engenharias. 2. Desenvolvimento. 3. Inovação. I. Araújo Filho, Adailton Azevêdo (org.). II. Título. CDD 620 CDU 62 Ficha catalográfica elaborada por Mariana Brandão Silva CRB -1/3150 APRESENTAÇÃO O primeiro volume desta coletânea, envolvendo engenharia aplicada, traz consigo uma problemática atual à luz dos autores contemporâneos que permeia os interesses de todos os segmentos da produção industrial, a otimização. Em particular, a economia de recursos energéticos para a produção de componentes manufaturados é, sem dúvidas, fundamental para os tempos modernos. A saber, considerando um processo de produção de motores automotivos, bem como os dados de entrada de energia de todas as estações da linha de produção, é possível aplicar conceitos termodinâmicos e econômicos a fim de otimizar os parâmetros operacionais e de projeto da linha de produção. Neste sentido, uma análise exergética é realizada. A assim conhecida quarta revolução industrial traz novas tecnologias em um ritmo nunca antes visto pela humanidade. Em paralelo, as novas soluções criadas impõem maiores desafios para o mercado de petróleo e gás, que já se encontra pressionado a manter-se competitivo em um setor de energia cada vez mais diversificado. Além disso, a tomada de decisão para a implantação de soluções de alta tecnologia exige uma abordagem que proporcione maior vantagem competitiva. Com esse viés, propomos uma adaptação do modelo Duplo Diamante, desenvolvido pelo British Design Council, bem como sua aplicação no fornecimento de soluções de alta tecnologia para o mercado. Somado a isso, também trazemos o estudo que investiga o cenário atual de desenvolvimento da indústria 4.0 na região norte do país em empresas, levando em conta o setor de energias renováveis. Por fim, uma vez que os avanços significativos no processo de fabricação de chips permitiram a concepção de sistemas cada vez mais complexos e maiores, propomos um estudo com o fito de conseguir um produto de qualidade aceitável e que seja consistente, possuindo o menor custo possível baseado nas características de qualidade desejadas. Adailton Azevêdo Araújo Filho SUMÁRIO ANÁLISE EXERGOECONÔMICA DE UMA LINHA DE PRODUÇÃO DE MOTORES AUTOMOTIVOS Adalberto Adriano Gonçalves José Viriato Coelho Vargas Wellington Balmant DOI 10.48021/978-65-252-5844-7-c1 9 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS Daniel Medeiros Rocha DOI 10.48021/978-65-252-5844-7-c2 21 MODELO DE DUPLO DIAMANTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ESCOLHENDO SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN PARA PROBLEMAS REAIS Alexandre do Valle Karolina Maggessi Carlos Barateiro José Rodrigues DOI 10.48021/978-65-252-5844-7-c3 55 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS Adriele Barros Alves Everton Ruggeri Silva Araújo DOI 10.48021/978-65-252-5844-7-c4 75 ANÁLISE EXERGOECONÔMICA DE UMA LINHA DE PRODUÇÃO DE MOTORES AUTOMOTIVOS Adalberto Adriano Gonçalves Doutorando adalbertodeq@yahoo.com.br José Viriato Coelho Vargas Doutor vargasjvcv@gmail.com Wellington Balmant Doutor wbalmant@gmail.com RESUMO: A economia de recursos energéticos para a produção de componentes manufaturados é de interesse de todos os segmentos da produção industrial. Considerando um processo de produção de motores automotivos e conhecendo os dados de entrada de energia de todas as estações da linha de produção, é possível aplicar conceitos termodinâmicos e econômicos a fim de otimizar os parâmetros operacionais e de projeto da linha de produção para o máximo desempenho em termos de função de taxa de lucro. Uma análise exergética foi realizada para o processo, após o que os custos exergéticos foram incluídos no modelo para produzir a análise exergoeconômica. Em 2021, resultados numéricos mostraram que uma clara taxa de lucro máximo de US$ 438.617,18 por dia foi obtida em relação à taxa de produção de motores automotivos de 887 motores por dia. De fato, uma variação de mais de 16,21% a mais 9 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 que a produção normal de 605 motores para o mesmo período e o custo de manutenção é a variável que gera maior impacto depreciativo na rentabilidade do sistema. Os resultados obtidos demonstram que existem variáveis úteis para a taxa máxima de lucro em linhas de produção de motores, por mais complexo que seja o processo real. Palavras-chave: Análise Exergoeconômica 1; Otimização da Taxa de Lucro 2. 1. INTRODUÇÃO Com o aumento contínuo da demanda por produtos manufaturados, o processo de industrialização tem sido mais demandado, ocasionando maior consumo de fontes de energia que são finitas e com custos crescentes devido ao aumento da demanda. Devido à perspectiva de crescimento populacional, há um interesse por parte de empresas e governos em atender esse mercado, oferecendo acesso a bens de consumo, conforto e praticidade na rotina desses indivíduos, ocasionando a necessidade crescente de produtos manufaturados, com maior grau de elaboração, tecnologia agregada e consequente gasto energético significativo. A expressão correta para a potência adquirida nesses sistemas não é energia; o termo mais preciso seria exergia, que é definida como a quantidade máxima de energia útil que pode ser obtida a partir de um desequilíbrio entre um sistema e os meios de referência estabelecidos. (ROJAS S.P., 2007). Para a linha de montagem, foram identificadas e medidas as principais fontes de energia: energia elétrica e ar comprimido, esses dados passaram por um tratamento matemático baseado nas regras exegoeconômicas adotadas. Embora haja planejamento de custos, este é muito obsoleto e uma nova abordagem se faz necessária. Uma forma de gerenciar o consumo de energia da linha de produção de motores automotivos é por meio do uso de ferramentas matemáticas e princípios de engenharia aplicados à termodinâmica. A união desse conhecimento é chamada de análise exergoeconômica. 10 ANÁLISE EXERGOECONÔMICA DE UMA LINHA DE PRODUÇÃO DE MOTORES AUTOMOTIVOS 2. EQUAÇÕES MATEMÁTICAS A modelagem matemática de uma linha de montagem de motores automotivos é complexa de ser feita integralmente em uma única etapa como pode ser visto na (FIGURA 1) Assim, o sistema global foi dividido em quatro etapas menores, considerando uma taxa média de entrada de carga na produção linha e acompanhando a abertura e fechamento da chave do ciclo de produção do conjunto do motor. FIGURA 1. LAYOUT DE PRODUÇÃO. FONTE: AUTOR (2020). 2.1. Taxa de lucro em relação à taxa de produção de motores automotivos Aplicando os princípios exergéticos envolvidos em cada variável do sistema como: Variáveis da taxa da despesa total; taxa do custo associada ao produto; investimento de capital, investimento em operação e manutenção (BEJAN et al., 1996). m C E total =a m e Z=Z CI total +Z OM (1) total (2) onde 11 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Z OM total =Z MNT total +Z HH (3) então Z HH = Z 0 e m) (b m (4) Assumiu que: não há investimento de capital; não há investimento em manutenção, ZMNT = 0; o custo de 1 trabalhador por hora era; é o número de motores produzidos por hora, e usando uma condição de contorno na Eq. (4), b = 0,051. Se a taxa de custo total de produção for estimada por: C P total =C E total +Z (5) Substituindo a Eq. (1) e Eq. (4) na Eq. (5) o resultado é dado por: C P total = ( a m ) + Z e (b m ) m 0 m (6) Por fim, a função taxa de lucro é calculada por: = L m C PE − C m P total (7) C PE onde o custo por motor produzido é CPE = U$670,79. 2.2. Efeito dos custos na linha de produção Se nos aprofundarmos nas variáveis de produção que podem afetar a eficiência, qualidade e quantidade dos motores produzidos, então poderemos identificar com maior clareza os pontos onde a exergia pode eventualmente ser desperdiçada, gerando um custo desnecessário. Para isso, nesta seção consideraremos na análise exergoeconômica da linha de produção do motor algumas variáveis, dentre elas: a constante 12 ANÁLISE EXERGOECONÔMICA DE UMA LINHA DE PRODUÇÃO DE MOTORES AUTOMOTIVOS que ajusta o custo do consumo de energia na produção do motor; a taxa de custo de homem-hora constante para a demanda do motor; a constante para a taxa de custo homem-hora devido ao aumento de trabalhadores com o número de motores e o custo de manutenção para a demanda de motores. Considerando a Eq. (4), temos que: ZHH = Z0 + K 3 ( m m ) 4 K (8) Existe uma relação entre o número de funcionários da linha de produção necessários para atender a demanda de motores que são produzidos diariamente. Portanto, propõe-se a seguinte relação para modelar a taxa de custo homem-hora. Onde K3 é a constante da taxa de custo homem-hora para demanda do motor, K4 é a constante para a taxa de custo homem-hora devido ao aumento de trabalhadores com o número de motores, para esse cálculo teremos o custo de 1 trabalhador por hora foi Z0 = US$ 3,31 h-1 e mm é o número de motores produzidos. K4 < 1 é uma constante a ser ajustada, reconhecendo que o número de funcionários aumenta menos que linearmente com o aumento da produção de motores. ZMNT = K 2 ( m m ) 2 (9) Todo equipamento mecânico sofre desgaste devido ao uso e quanto mais pesado esse uso, maior o desgaste. Assim, manutenções preventivas e corretivas para garantir a plena eficiência da operação necessária. É necessário, portanto, a determinação da constante que ajusta a taxa de custo de consumo de manutenção na produção do motor. Não há investimento de capital Z CI = 0 e K2 é a constante que ajusta a taxa de custo de consumo de manutenção na produção do motor. total K1 = c e R α 2 (10) Onde K1 é a constante que ajusta o custo do consumo de energia na produção dos motores, α é a constante proporcionalidade entre a energia consumida pelos motores produzidos, R é a resistência ôhmica e o custo da energia consumida na fábrica foi contratado por e ce = 0,0494 U$/kW.h. 13 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Taxa de lucro operacional total Para a linha de produção em plena operação, a GRÁFICO 1 mostra a taxa de lucro em relação à taxa de produção de motores automotivos. A taxa máxima de lucro encontrada foi de U$ 43.020,78 para m,opt = 84 motores por hora . m GRÁFICO 1. TAXA DE LUCRO EM RELAÇÃO À TAXA DE PRODUÇÃO DE MOTORES AUTOMOTIVOS. FONTE: AUTOR (2020). Os cálculos desenvolvidos neste trabalho foram obtidos com base no preço de produção do motor e no consumo médio de energia elétrica da linha de produção dos motores no ano de 2020. Os dados experimentais utilizados para isso são mostrados na TABELA 1. TABELA 1. DADOS REAIS DE UMA LINHA DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL DA RENAULT NO BRASIL. Variável Unidades e Valores Número de motores produzidos por turno 403 Custo por motor U$ 670.79 Consumo médio de energia por hora 752.56 kWh FONTE: AUTOR (2020). 14 ANÁLISE EXERGOECONÔMICA DE UMA LINHA DE PRODUÇÃO DE MOTORES AUTOMOTIVOS 3.2. Taxa de rentabilidade em função das variáveis do sistema O efeito do lucro máximo foi avaliado no GRÁFICO 2. Como pode ser visto, tem um efeito linear no lucro máximo, ou seja, dentro de uma faixa aceitável, quanto menor o investimento inicial maior o lucro máximo. O efeito da implementação de um capital inicial complementar não gera um aumento significativo do lucro máximo, visto que existe uma limitação física para diminuir o custo de capital inicial. Por exemplo, capital inicial próximo ao valor padrão de U$ 10 milhões tem pouco efeito no lucro máximo. Mesmo com um capital inicial de cerca de US$ 100 milhões, o lucro máximo cai apenas para US$ 413.960,18 por dia. GRÁFICO 2. TAXA DE LUCRO EM RELAÇÃO AO CUSTO DE CAPITAL INICIAL (2020). FONTE: AUTOR (2020). Para o efeito do custo da eletricidade, foi avaliado no GRÁFICO 3. Para isso, o valor padrão da constante K1 foi modificado para cima e para baixo 10 vezes. De acordo com o GRÁFICO 3, o comportamento é linear e mesmo com redução ou aumento de 10 vezes no valor da energia, há pouco efeito sobre o lucro máximo. Este custo é desenvolvido com base na demanda máxima de energia projetada para o sistema, assim, acredita-se que este custo irá 15 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 flutuar dentro de um envelope de demanda previsto na elaboração do projeto de engenharia. GRÁFICO 3. EFEITO DO CUSTO DA ENERGIA NO LUCRO MÁXIMO. FONTE: AUTOR (2020). O efeito do custo de manutenção foi avaliado no GRÁFICO 4. Para isso, o valor padrão da constante K2 foi modificado em 10 vezes para cima e para baixo. Pode-se observar no GRÁFICO 4 que o comportamento não é linear e que o efeito da manutenção é muito grande no lucro máximo, sendo praticamente efeito de uma exponencial decrescente. É perceptível a importância da proporcionalidade entre o número de motores produzidos na linha de montagem e o número de funcionários necessários para manter a linha de produção em condições operacionais, identificada pela constante K2 no gráfico. Mesmo sendo uma despesa indesejada pelos gestores, é uma manutenção preventiva e programada que evita perdas e atrasos com paradas não programadas. 16 ANÁLISE EXERGOECONÔMICA DE UMA LINHA DE PRODUÇÃO DE MOTORES AUTOMOTIVOS GRÁFICO 4. LUCRO MÁXIMO BASEADO NOS CUSTOS DE MANUTENÇÃO. FONTE: AUTOR (2020). 4. CONCLUSÃO A linha de produção de motores automotivos emprega um conjunto de atividades repetitivas de alta precisão, além de um conjunto de equipamentos auxiliares que requerem considerável consumo de energia elétrica e ar comprimido para atingir seu objetivo. Para os dados da análise feita da taxa de lucro versus taxa de produção de motores automotivos, os resultados numéricos mostraram que uma taxa de lucro máxima clara de US$ 43.020,78 por hora foi obtida em relação à taxa de produção de motores automotivos de 84 motores por hora ou US$ 688.332,48 com em relação à taxa de produção de motores automotivos de 605 motores por dia útil. Neste trabalho, estudamos os pontos onde há índices de perda de eficiência exergética no sistema com algumas propostas para melhorar a operação sem diminuir a qualidade, eficiência e lucro da linha de produção. Por meio da modelagem, foi possível identificar que o número máximo de motores que esta linha de produção pode produzir é de 887 motores com um lucro de US$ 438.617,18, 16,21% a mais que a 17 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 produção normal de 605 motores e o custo de manutenção é o que mais impacta na lucratividade. Maiores taxas máximas de lucro só seriam possíveis com a modernização e atualização das etapas da linha de produção. Embora uma análise exergoeconômica simplificada da linha de produção tenha sido utilizada neste estudo, os resultados aqui obtidos demonstraram que houve uma taxa ótima de parâmetro de produção de motores que levou a uma taxa máxima de lucro em uma linha de produção de motores automotivos. Recomenda-se que seja elaborada uma análise de custos específica para cada uma das estações de produção, desta forma seria possível estudar a viabilidade de automatizar setores da linha de montagem, o gasto de energia na linha de produção deve ser registrado eletronicamente para que seja criou uma planilha de controle de gastos com exergia, desta forma, o desempenho diário pode ser medido. Embora uma análise exergoeconômica de uma linha de produção simplificada tenha sido utilizada neste estudo, os resultados aqui obtidos demonstram que esse parâmetro ideal existe para a taxa máxima de lucro em linhas de produção de motores automotivos, por mais complexo que seja o processo real. 5. AVISO DE RESPONSABILIDADE Os autores são os únicos responsáveis pelo material impresso incluído neste artigo. REFERÊNCIAS ABAM, F. I., UGOT, I. U., IGBONG, D. I. Effect of Operating Variables on Exergetic Efficiency of an Active Gas Turbine Power Plant. Journal of Emerging Trends in Engineering and Applied Sciences, Volume 3, Issue 1, Jan 2012, p. 131- 136. BEJAN, A. G. TSATSARONIS, M. J. MORAN. Thermal Design and Optimization, Wiley, New York, 1996. Moran, M. J. et al. Princípios da termodinâmica para engenharia. São Paulo: Editora LTC, 7ª ed., 2013. 18 ANÁLISE EXERGOECONÔMICA DE UMA LINHA DE PRODUÇÃO DE MOTORES AUTOMOTIVOS ROJAS, S. P. Análise exergética, termoeconômica e ambiental de um sistema de geração de energia. Estudo de caso: usina termoelétrica UTE - Rio Madeira. 2007 - Dissertação (Mestrado em Ciências Mecânicas) - Universidade de Brasília, Brasília, 2007. 19 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS Daniel Medeiros Rocha Pós-graduado daniel@dmrocha.com.br RESUMO: O objetivo do teste em si, é conseguir um produto de qualidade aceitável, livre de defeitos, erros, que seja um produto consistente, com o menor custo possível baseado nas características de qualidade desejadas. Avanços significativos no processo de fabricação de chips permitiram a concepção de sistemas cada vez mais complexos e maiores. Consecutivamente com os sistemas cada vez maiores e mais complexos, mais probabilidade de erros são inerentes aos processos. Palavras-chave: Design; Projeto; Planejamento; Testes; Microeletrônica; Qualidade; Custo. INTRODUÇÃO Testes digitais e analógicos Avanços significativos no processo de fabricação de chips permitiram a concepção de sistemas cada vez mais complexos e maiores. 21 Figura 01: gráfico mostrando projetos/chips com quantidade de portas ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 22 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS Consecutivamente com os sistemas cada vez maiores e mais complexos, mais probabilidade de erros são inerentes aos processos. Por que se testa? Os principais benefícios dos testes são: 1. Qualidade · Definida como a adequação da funcionalidade do produto aos requisitos especificados 2. Economia · Definida como o menor custo limitado à uma qualidade aceitável. The quality of such a test system depends upon how well the test questions cover the syllabus. In VLSI testing also, one should know the specification of the object being tested and then devise tests such that if the object produces the expected response then its conformance to the specification can be guaranteed. (Bushnell and Agrawal [1], 2002, p. 4). Tradução: “No teste de VLSI também, deve-se conhecer a especificação do objeto sendo testado e, em seguida, planejar testes de forma que, se o objeto produzir a resposta esperada, sua conformidade com a especificação possa ser garantida.” DESENVOLVIMENTO Estudo de Caso “Intel” O impacto de uma falha funcional não detectada, pode variar desde um leve aborrecimento até grandes catástrofes e o custo potencial para os indivíduos, empresas e sociedade como um todo pode ser imenso. Ex.: Caso do bug da Intel Pentium “FDIV” (1994) 23 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Um erro inesperado encontrado posteriormente por um matemático nos processadores Pentium da Intel, ocasionaram vários erros de Cálculos nos processadores da linha Pentium da Intel. Resultou em uma dívida de US$475 milhões para cobrir o custo associado à substituição das CPU’s defeituosas + prejuízos à imagem da empresa. ERRO DE PONTO FLUTUANTE DO PENTIUM Figura 02: demanda por verificação hoje O custo gasto com a etapa de verificação é cerca de 40% do custo total de projeto. Cada vez é mais crescente a necessidade de testes para a conformidade dos produtos. A fase de consumir bastante hoje em dia em orçamentos do desenvolvimento do produto, evita grandemente perdas em consequência de inconformidades que possam a vir ocorrer do projeto. 24 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS Figura 03: Ciclo de vida de projetos e testes de sistemas VLSI Um bom processo de teste pode eliminar todos os produtos ruins antes que eles atinjam o usuário. No entanto, se muitos itens ruins estiverem sendo produzidos, então o custo desses itens ruins terá que ser recuperado do preço cobrado por os poucos itens bons que são produzidos. Será impossível para um engenheiro projetar um produto de qualidade sem uma profunda compreensão dos princípios físicos subjacente aos processos de fabricação e teste. 25 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Figura 04: Diagrama de estados do desenvolvimento VLSI The Faulty Chip (Chip defeituoso) O objetivo do projeto é produzir dados necessários para os próximos passos de fabricação e teste. O design tem vários estágios. O primeiro, conhecido como projeto arquitetônico, produz uma estrutura em nível de sistema de blocos realizáveis para implementar a especificação. 26 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS O segundo, chamado design lógico, decompõe ainda mais os blocos em portas lógicas. As portas são implementadas como dispositivos físicos (por exemplo, transistores) e um layout de chip é produzido durante o projeto físico. O layout físico é convertido em photo máscaras que são usadas diretamente na fabricação de chips VLSI de silício. A fabricação consiste no processamento de wafers de silício através de uma série de etapas fotorresistente, exposição através de máscaras, gravura, implantação iónica, etc. A análise de falha é denominada (FMA – Failure mode analysis) FMA usa muitos tipos diferentes de testes. A falha pode ser física (fabricação) ou lógica (design). Os testes podem incluir por exemplo exames através de microscópios ópticos e eletrônicos, medidas paramétricas e lógicas para determinar a causa da falha e consertar o processo. Onde um engenheiro de verificação gasta seu tempo? 27 28 Fonte: Wilson Research Group and Mentor, A Siemens Business, 2018 Functional Verification Study. © Mentor Graphics Corporation Figura 05: Diagrama pizza dos tempos de planejamento, criação e testes do dispositivo a ser produzido. ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS Figura 06: Diagrama para verificação de projeto Os Testes em VLSI, podem ser classificados em 4 tipos: 1. Caracterização - Um teste de caracterização determina os limites exatos dos valores operacionais do dispositivo. 2. Produção -Testes de produção são normalmente curtos, mas verifique todas as especificações relevantes do dispositivo. 3. Burn-in (Destrutivos) - Os testes destrutivos, garantem confiabilidade dos dispositivos testados, testando contínua ou periodicamente, por longo período de tempo e fazendo com que os dispositivos ruins realmente falhem. 4. Incoming Inspecions (Inspeção de entrega) - Teste de produto final. Os Testes em VLSI, ainda podem ser divididos em mais dois subtipos: 1. Paramétricos Os testes paramétricos de tensão/corrente, incluem teste de curto-circuito, teste de circuito aberto, máximo valor de tensão e corrente, teste de vazamento (corrente de fuga), teste de corrente nas saídas e níveis de limite (região de limiar). 2. Funcionais Estes consistem nos vetores de entrada e nas respostas de saída. Eles verificam o funcionamento adequado de um projeto, verificando os nós interno do chip. 29 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Especificações de Testes e Plano de Testes O documento de especificação do teste, deve conter as seguintes informações: • Tipo de dispositivo: Lógico, microprocessador, memória, analógico... • Características físicas: pinagem (atribuição de funções)... • Tecnologia: CMOS ou matriz de portas (FPGA), personalizado, célula padrão, etc... • Características Ambientais - Faixa de temperatura de operação, tensão de alimentação, umidade, etc... • Confiabilidade - Nível de qualidade de aceitação (peças defeituosas por milhão), taxa de falha por 1.000 horas, características de ruído, etc. No fluxo de design de sistemas digitais, existem várias tarefas de verificação. • • • • • Verificação Funcional Checagem de equivalência Verificação de tempo Verificação das regras de design A Funcional é que possui maior utilização. A Verificação Funcional, trabalha com número de rodadas = spins (causas lógicas e funcionais, são as principais causas de erros). A verificação funcional, garante que a lógica em um chip e sistema funcione corretamente sob todas as circunstâncias conforme estipulado pela descrição do projeto. 30 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS Figura 07: Impacto do custo em diferentes fases do projeto UVM – Universal Verification Methodology (Metodologia de verificação Universal) Em 2010 o consórcio Accelera, do qual as empresas Cadence, Synopsys e Mentor fazem parte, introduziram a metodologia universal de verificação. Figura 08: Diagrama de tempo do desenvolvimento das metodologias de Verificação (UVM é a atual) A UVM é uma metodologia completa que codifica as melhores práticas existentes para desenvolver um projeto eficiente e exaustivo. Um dos principais princípios da UVM é desenvolver e motivar o uso de componentes de verificação reutilizáveis. 31 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Vantagens (Ponto de vista comercial): 1. Maduro 2. Aberto 3. Compatível com os principais simuladores comerciais Vantagens (Ponto de vista técnico): 1. Ambiente de verificação particionado em um conjunto de componentes de itens de dados específicos. 2. Várias funções internas que simplificam determinadas tarefas: • Impressão de textos e visualização gráfica de objetos. • Configurações hierárquicas e obtenção de valores de dados dos objetos. • Automação de determinadas funções tais como copiar, comparar, empacotar itens. 3. Soluções simplificadas para geração de estímulos. 4. Multi Linguagem (ex.: Verilog, VHDL). HDL – (Linguagem de Descrição de Hardware) Em sistemas eletrônicos, uma linguagem de descrição de hardware ou HDL, é qualquer linguagem de uma classe de linguagens, destinadas a descrição formal de um circuito digital. Uma linguagem de descrição de hardware é utilizada para: • Descrever a operação do circuito • Descrever a organização do circuito • Descrever testes para verificar o funcionamento do circuito a nível de simulação 32 Figura 09: Transcrição de uma ideia em um projeto GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS 33 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Verilog, VHDL, são linguagens de descrição de hardware, não são linguagens genéricas (convencionais) de criação de software como por exemplo, C/C++, Java, etc. Tanto Verilog quanto VHDL suportam: • • • • Modelagem estrutural Modelagem Comportamental Temporização Vários níveis de abstração Design é um RTL (Register Transfer Level) que descreve uma ideia. O RTL deve estar em conformidade com as regras de descrição de hardware. O design em RTL é orientado à simulação. Testbench é um arquivo criado utilizando a linguagem, sendo este responsável por gerar e enviar estímulos para o design com objetivo de garantir a sua funcionalidade. Exemplo de construção de um módulo: module nome_do_modulo (declaração de saídas e entradas separados por vírgula) ... ... endmodule 34 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS A comunicação nos módulos, é feita através de portas. Cada porta deve ser definida como input, output ou inout. O desenvolvedor possui na HDL, uma liberdade de implementação conforme sua maior adequação ao modo de programar. Assim como descrito acima esses modos são os modos Estrutural e comportamental. Onde se diferem pelo modo estrutural, definir o tipo de porta lógica no modelo. E o modo comportamental se resume na adequação das funções por atribuições relativas às funções das portas lógicas. 35 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 O Testbench, seria o equivalente da linguagem de descrição do hardware criado com o consecutivo plano de testes e configuração assim como o envio de sinais, retardos, tipos de operações, etc., tudo o que possa a vir a estressar o componente funcionalmente como demonstrado no exemplo acima. Figura 10: SimVisio (Cadence) Este é um ambiente de simulação profissional para simulação de um dispositivo. Mais informações pertinentes estão contidas nas referências. 36 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS TESTES PARAMÉTRICOS Teste paramétrico envolve testes elétricos e caracterização destas 4 estruturas básicas. Figura 11: Estruturas eletrônicas Os Testes Paramétricos, envolvem a medição de tensão e corrente muito precisa e rápida. Também envolve medição de capacitância. Normalmente são mais comumente realizados em “wafer”. Testes paramétricos são feitos utilizando a trilha entre as pastilhas (dies). Figura 12: demonstração de contato do Teste Paramétrico 37 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Um Teste paramétrico muito utilizado, é a extração da tensão de limiar. A tensão de limiar é obtida através da curva IDS x VGS. Tal curva tem uma região linear (região triodo) que interceptar o eixo em VGS = VT – VDS/2. Figura 13: Gráfico contendo a definição da tensão de Limiar FALHAS Em engenharia, os modelos preenchem a lacuna entre a realidade física e a abstração matemática. Eles permitem o desenvolvimento e a aplicação de ferramentas analíticas. Eles são, portanto, essenciais no design. Os modelos mais importantes nos testes são os de falhas. Incorreções em sistemas eletrônicos são descritos de várias maneiras: 1. Defeito - Um defeito em um sistema eletrônico é a diferença não in- tencional entre o hardware implementado e seu design pretendido. 2. Erro - Um sinal de saída errado produzido por um sistema defeituoso é chamou um erro. Um erro é um “efeito” cuja causa é algum “defeito”. 3. Falha - Uma representação de um “defeito” na ao nível de abstração da função, é chamado de falha. 38 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS A diferença entre um defeito e uma falha é bastante sutil. Eles são imperfeições no hardware e função, respectivamente. Alguns tipos de defeitos em sistemas VLSI: 1. Defeitos do processo - falta de região de contato, transistores parasitas, quebra de óxido, etc. 2. Defeitos do material - rachaduras, imperfeições do cristal, impurezas superficiais, etc. 3. Defeitos de tempo (idade) - colapso dielétrico, eletromigração, etc. 4. Defeitos de pacote - degradação de contato, vazamentos de vedação, etc. Figura 14: Frequência de ocorrência de defeitos típicos em PCB MODELOS DE FALHAS Falhas “Stuck-at” Assumindo que o circuito é modelado como uma interconexão (chamada netlist) de portas booleanas, presume-se que uma falha presa (stuck-at) afeta apenas a interconexão entre portas. Cada linha de conexão pode ter dois tipos de falhas: stuck-at-1 e stuck-at-0. Assim, na saída, a falha “stuck-at-1“ sempre terá um estado lógico 1, independente da saída lógica correta da porta especificada. 39 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Falha de modelo de Equivalência Duas falhas de um circuito booleano são chamadas equivalentes, se elas transformam o circuito de forma que os dois circuitos defeituosos tenham as mesmas saídas de função. Falhas equivalentes também são chamadas indistinguíveis e têm exatamente o mesmo conjunto de testes. Figura 15: exemplo de falha Stuck-at de modelo de Equivalência Falha de colapso O processo de selecionar uma falha em cada conjunto de equivalência é chamado de colapso de falha. Relação de colapso = conjunto de falhas colapsadas/conjunto de todas as falhas 40 Figura 16: Tabela Relação de colapso de falhas GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS 41 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Dominância de Falhas e Teorema do Ponto de Verificação Falha dominante: Se todos os testes da falha F1 detectarem outra falha F2, então F2 é dito dominado por F1. As duas falhas também são chamadas “condicionalmente“ equivalente em relação ao conjunto de testes de F1. Quando duas falhas F1 e F2 são dominantes entre si, então elas são ditas equivalentes. Pontos de verificação: Entradas - input’s e fanout’s de um circuito combinacional. AMOSTRAGEM DE FALHAS A amostragem de falhas normalmente é tratada por algum tipo de amostragem probabilística. Serve para tratar, relatar, especificar algum tipo de falha dentre uma população selecionando indivíduos. Ex.: Figura 17: amostragem randômica ou falha Que pode ser definida pela equação: onde: Np = População (número total de falhas) Ns = número randômico da falha. Ns < Np 42 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS Para melhor entendimento estatístico, verificar as referências 1 e 6. DISTRIBUIÇÃO DE POISSON Uma distribuição comum é a distribuição Poisson, e é frequentemente usada para modelar o número de ocorrências de um evento por um certo período de tempo ou por um certo volume ou por uma certa área. A distribuição Poisson tem apenas um parâmetro, “lamb”, que é interpretado como uma taxa média de ocorrência do evento. A probabilidade de ocorrerem exatamente x eventos é dada por: *obs.: verificar a referência 6 para melhor compreensão. EQUIPAMENTOS DE TESTES ATE (Automatic Test Equipment) - Os equipamentos de teste automático são equipamentos usados para aplicar padrões de teste a um dispositivo (DUV - device- under-test) dispositivo em teste. São controlados por uma central (work station) que detém os padrões de teste a serem aplicados nos DUV referente à sua especificidade de teste ou programação. 43 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Figura 18: Exemplo de um equipamento automático de teste Ao testar wafers, as pontas de prova interagem mecanicamente com os dies do wafer e um conjunto de pontas de prova, encostam nos contatos do die para teste. O Advantest T6682 pode suportar até 1024 pinos. Figura 19: Exemplos de wafer (à esquerda) e die (à direita). 44 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS Figura 20: diversos slots de testes 45 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Figura 21: Esquemático do testador Figura 22: Microscópio com pontas de prova (agulhas) do Laboratório de Sistemas integráveis da USP – POLI-USP 46 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS Figura 23: Pontas de provas posicionadas em um Die - Laboratório de Sistemas integráveis da USP – POLI-USP Figura 24: Esquemático do posicionamento e funcionamento das agulhas de contato no wafer. 47 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Figura 25: Imagem aumentada do posicionamento das agulhas no chip Laboratório de Sistemas integráveis da USP – POLI-USP Figura 26: módulo de mesa de testes de chips encapsulados - Laboratório de Sistemas integráveis da USP – POLI-USP 48 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS Figura 27: Setups do Analisador Paramétrico B1500A da Keysight Laboratório de Sistemas integráveis da USP – POLI-USP Figura 28: Máscara litográfica feita no Laboratório de Sistemas integráveis da USP – POLI-USP 49 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Figura 29: foto da sala limpa da POLI-USP Figura 30: Altos-fornos para testes de CI’s 50 Figura 31: Tabela de Equipamentos diversos para análise de parâmetros da Keysight GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS 51 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 ANÁLISES DO TRABALHO Implicações dos Testes: When faced with the dilemma, to test or not to test, ask not why, ask why not. (Bushnell and Agrawal [1], 2002, p. 614). Implicação dos Sistemas de Verificação A verificação de design será migrada principalmente para verificação lógica (combinacional e sequencial) para o problema de verificação de propriedades digitais, analógicas, MEMS, químicas, ópticas, térmicas e materiais do pacote montado. Implicações para Design (Projeto) e Teste Precisamos de métodos para simulação de falhas simultâneas de tecnologia mista integrada de sistemas. Mesmo com modelos comportamentais de alto nível, a simulação de falhas de sistemas analógicos e digitais mistos podem ser proibitivamente caros. Contudo, por experiências por algum deslize de projeto ou falta de teste, casos como o da empresa Intel com seu produto Pentium, podem trazer consequências muito mais caras do que os gastos com os testes exaustivos de produtos. Devemos aprender a projetar e prever os efeitos das variações de processo e fabricação, induzidas por defeitos através dos limites da tecnologia. Precisamos de modelos comportamentais eficientes de digital, analógico, MEMS (Micro Electronic Mecanical Systems) e sistemas ópticos entre outros que seguirão por vir. CONCLUSÕES Nas últimas décadas, avanços rápidos foram feitos no projeto de sistemas eletrônicos e integração. Vários milhões de chips de transistor da década de 1990, agora temos protótipos da indústria de bilhões de transistores por chip, operando na frequência de Giga-hertz (GHz). Dispositivos que operam com tensões de alimentação abaixo de 1V. Para- 52 GERENCIAMENTO, PLANEJAMENTO E TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS lelamente, pesquisas em Nanoeletrônica e eletrônica quântica, levará os projetos de circuitos digitais a novos domínios. Os problemas de verificação de projeto e teste de sistemas integrados em um chip (SOC) assumem proporções imensas. Isso complica a economia de manufatura e competitividade global da indústria quando não se testa bem e exaustivamente os dispositivos e os submetem diretamente à produção ou ao mercado causando transtornos e prejuízos inestimáveis. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. M. L. BUSHNELL e V. D. AGRAWAL, “Essential of Eletronic Testing for Digital, memory and Mixed-signal VLSI Circuits”, Kluwer Academic Publishers, 2002. 2. CADENCE® VERILOG® LANGUAGE and SIMULATION, Version 3.4, Lecture Manual, Bebruary 18, 2002. 3. ERCEGOVAC, M. D; LANG, T.; MORENO, J. H.; Introdução aos Sistemas Digitais; Porto Alegre, Bookman, 2000. 4. MARTINO, J. A.; PAVANELO, M. A.; VERDONCK, P. B.; Caracterização Elétrica de Tecnologia e Dispositivos MOS, São Paulo, Thonson Learning, 2003. 5. THE PARAMETRIC MEASUREMENT HANDBOOK 4th EDITION,© Keysight Technologies, 2017, Published in USA, December 23, 2017 6. TRIOLA, M. F., Introdução à Estatística, sétima Ed., LTC. 7. WESTE, N. H. E.; HARRIS, D. M.; CMOS VLSI Design – A Circuits and Systems Perspective, Fourth Edition, Addilson-Wesley, 2011. 8. RASHINKAR, P.; PATERSON, P.; SINGH, L.; SYSTEM-ON-A-CHIP VERIFICATION - Methodology and Techniques, Cadence Design Systems, Inc., Kluwer Academic Publishers. *Também foram consultadas apostilas diversas do CIBrasil com proteção de acesso à privacidade. 53 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 ONLINE www.keysight.com https://www.youtube.com/user/keysight/playlists?shelf_id=8&view=50&sort=dd http://www.teradyne.com/ http://www.chromaus.com/product_semiconductor.html https://www.synopsys.com/community/partners/intel-custom-foundry.html https://www.altera.com/support/training/overview.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Verifica%C3%A7%C3%A3o_formal https://en.wikipedia.org/wiki/Netlist http://www.motic.com/As_Industrial_PSM_PSM100/ http://www.teradyne.com/products/semiconductor-test/ultraflex http://www.jem-net.co.jp/en/products/pro_han_apc.html https://www.advantest.com/ https://en.wikipedia.org/wiki/Universal_Verification_Methodology http://www.accellera.org/downloads/standards/uvm http://www.psi.poli.usp.br/emicro-projetos https://www.altera.com/documentation/myt1400842672009.html https://ip.cadence.com/ipportfolio/verification-ip/assertion-based-vip#sthash. YJlJxurV.dpuf 54 MODELO DE DUPLO DIAMANTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ESCOLHENDO SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN PARA PROBLEMAS REAIS Alexandre do Valle Doutorando avalle.faria@gmail.com Karolina Maggessi Doutora kmaggessi@hotmail.com Carlos Barateiro Doutor cerbb@terra.com.br José Rodrigues Doutor joserodrigues@id.uff.br RESUMO: A quarta revolução industrial traz novas tecnologias em um ritmo nunca antes visto. As novas soluções criadas impõem maiores desafios para o mercado de petróleo e gás, que já se encontra pressionado a manter-se competitivo em um setor de energia cada vez mais diversificado. A tomada de decisão para a implantação de soluções de alta tecnologia exige uma abordagem que proporcione maior vantagem competitiva. Assim, o objetivo deste artigo é propor uma adaptação do modelo Duplo Diamante, desenvolvido pelo British Design Council para o processo criativo, e aplicá-la no 55 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 fornecimento de soluções de alta tecnologia para esse mercado, ressignificando e incorporando os conceitos de alianças e compras estratégicas. A abordagem proposta foi aplicada em um estudo de caso que evidenciou sua robustez e efetividade usando a tecnologia de Blokchain. Palavras-chave: Quarta Revolução Industrial; Duplo Diamante; Blockchain; Compras Estratégicas; Petróleo e Gás. 1. INTRODUÇÃO As três primeiras revoluções industriais são caracterizadas pela produção mecânica, que promoveu a revolução digital através da automatização da produção contando com recursos como água e a energia a vapor, seguida pela fabricação em massa, com o advento dos processos de produção em linha e da energia elétrica, e, mais recentemente, uso de eletrônicos e aplicações da Tecnologia da Informação (LUKAC, 2015). Na quarta revolução industrial, novas soluções incorporam conceitos como Cyber Physical Systems, Internet of Things, Big Data e Cloud Processing, com aceleradores adicionais, como Advanced Robotics, Artificial Intelligence e Cognitive Science (ROSER, 2016), que trouxeram avanços e desafios, assim como muitos outros recursos e dificuldades, para o processo de tomada de decisão. A escolha de equipamentos entre os fabricantes, por exemplo, a trinta anos atrás, era feita com base no valor de produção por unidade de tempo. Esta forma de avaliação era muito simplificada, visto que colocava em risco o aumento da produtividade das máquinas. Atualmente, essa questão é tratada de outra forma: a seleção está sujeita a análises de eficiência energética e de qualidade, geração de dados de desempenho, capacidade de interface com os sistemas da empresa, facilidade de implementação e, como não poderia deixar de ser, produtividade. De acordo com Bucy et al. (2016) e Zhong et al. (2016), a verdadeira transformação digital global da organização é orientada a posicionar a lucratividade e a competitividade em um novo patamar. Com o rápido avanço tecnológico, o ciclo de vida da “Era Industrial” está cada vez mais reduzido, o que requer que as organizações e os stakeholders levem 56 MODELO DE DUPLO DIAMANTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ESCOLHENDO SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN PARA PROBLEMAS REAIS seu potencial de inovação e estratégias de supply chain a um novo estágio para alcançar vantagens competitivas (SCHRAUF e BERTTRAM, 2016). Com esse enfoque, o objetivo deste trabalho é propor uma adaptação do modelo Duplo Diamante, desenvolvido pelo British Design Council para o processo criativo, e aplicá-la no fornecimento de soluções de alta tecnologia no mercado de petróleo e gás. O mundo muito mais tecnológico implica novas formas de avaliação e conceitos como alianças e compras estratégicas foram ressignificados e incorporados a essa proposição. Assim, este artigo foi estruturado em quatro partes: a Seção 2 aborda os fundamentos teóricos desses conceitos; a seção 3 discute o modelo Duplo Diamante e como ele pode ser usado nesta nova abordagem; a seção 4 apresenta a aplicabilidade do método com um estudo de um caso real e a Seção 5 tem um resumo das descobertas. 2. ALIANÇAS E COMPRAS ESTRATÉGICAS As alianças estratégicas correspondem à junção de duas organizações em prol de benefício sinérgico, expansão de conhecimento e criação de valor. Esse tipo de aliança entre empresas tem como premissa a minimização de custos decorrentes de dificuldades da gestão, no que tange ao acesso aos recursos de outras partes, obtenção de instrução institucional e/ou retenção e desenvolvimento de recursos próprios combinando-os com os dos parceiros (CANIATO et al., 2014; CHAN et.al., 1997; HSIEH & RODRIGUES, 2014; MADHOK & TALLMAN, 1998; NIELSEN & GUDERGAN, 2012; NIPPA, BEECHLER & KLOSSEK, 2007; PANICO, 2017; PARK, VERTINSKY & BECERRA, 2015; SHI et al., 2012). Para evitar as incertezas do mercado e a rigidez hierárquica, as alianças estratégicas são consumadas para a aquisição de competências e vantagens competitivas (NIPPA, BEECHLER & KLOSSEK, 2007; PARK, VERTINSKY & BECERRA, 2015; TODEVA e KNOKE, 2005). A Tabela 1 resume treze abordagens diferentes para alianças estratégicas. Este artigo centra-se nos Acordos de Cooperação Estratégica, caracterizados por uma parceria de longo prazo entre o comprador e o fornecedor, cujo contrato, na maioria dos casos, resulta de um processo 57 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 de seleção de fornecedores com base em parâmetros puramente econômicos. (TONI & NASSIMBENI, 1996). No entanto, de acordo com Li e Qian (2018), ao se tratar do setor de tecnologia, é possível encontrar parceiros para compartilhar recursos, custos e riscos, mas não necessariamente essas são a finalidade estratégica da parceria. Por se tratar de um mercado volátil, as mudanças na tecnologia e demandas do ambiente coorporativo despertam o desejo dos parceiros de trapacear. Essas mudanças aumentam as dificuldades em definir e especificar as responsabilidades e benefícios de cada parceiro em contratos de aliança estratégica, sendo difícil especificar, monitorar e controlar as contingências do contrato. Nesse setor, a grande dúvida é sempre sobre o equilíbrio entre criar e capturar valor - que são coisas muito diferentes (PANICO, 2017). Quadro 1: Tipos de relacionamento para alianças estratégicas Relação Descrição Relações Hierárquicas Por meio de aquisição ou fusão, uma empresa assume o controle total dos ativos de outra e coordena ações por meio do mecanismo de direitos de propriedade Empreendimentos Conjuntos Duas ou mais empresas criam uma organização jurídica de propriedade conjunta que serve a um propósito limitado para seus pais, como P&D ou marketing Investimentos Igualitários Participação acionária majoritária ou minoritária de uma empresa por meio da compra direta de ações de outra empresa Cooperativas Coalizão de pequenas empresas que combinam, coordenam e gerenciam seus recursos coletivos Consórcios de P&D Acordos entre firmas para colaboração em pesquisa e desenvolvimento, normalmente formados em campos tecnológicos em rápida mudança Acordos de Cooperação Estratégica Redes contratuais de negócios com base no controle estratégico multipartidário conjunto, com os parceiros colaborando nas principais decisões estratégicas e compartilhando responsabilidades pelos resultados de desempenho (continua) 58 MODELO DE DUPLO DIAMANTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ESCOLHENDO SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN PARA PROBLEMAS REAIS Cartéis Grandes corporações fazem conluio para restringir a concorrência, controlando cooperativamente a produção e / ou preços dentro de uma indústria específica Franquia Um franqueador concede a um franqueado o uso de uma identidade de marca dentro de uma área geográfica, mas mantém o controle sobre preços, marketing e normas de serviço padronizadas Licenciamento Uma empresa concede a outra o direito de usar tecnologias patenteadas ou processos de produção em troca de royalties e taxas Redes de Subcontratadas Firmas interligadas onde um subcontratado negocia os preços de longo prazo, execuções de produção e cronogramas de entrega de seus fornecedores Comitês que buscam os acordos das organizações Grupos de Padrões membros sobre a adoção de normas técnicas de da Indústria manufatura e comércio Conjuntos de Ação Coalizões organizacionais de curta duração, cujos membros coordenam seus esforços de lobby para influenciar a formulação de políticas públicas Relações com o Mercado Transações à distância entre organizações coordenadas apenas por meio do mecanismo de preços. Fonte: Adaptado de Todeva e Knoke (2005) Se compartilhar recursos, custos e riscos não é a finalidade estratégica da indústria de tecnologia, então por que os parceiros firmam alianças estratégicas? A resposta está relacionada à velocidade da mudança tecnológica. Se o vendedor tem dificuldade em assimilar a tecnologia mais recente disponível para seus produtos (mesmo que esse seja o foco de seu negócio), é ainda mais difícil para o comprador se atualizar com os produtos produzidos por terceiros, que ele simplesmente faz a aquisição. Haeussler et al. (2017) afirmam que, para obter o livre acesso ao conhecimento, recursos e capacidades, as corporações de alta tecnologia usufruem da aliança estratégica. A experiência técnica baseada em tecnologias demasiadamente complexas torna difícil para os parceiros adquirirem o conhecimento da empresa e incorporá-lo em suas próprias operações. Sendo assim, a aliança vem para permitir o acesso às soluções complexas e conta com 59 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 consultoria para determinar a solução mais propícia para resolução do problema (HOWARD et al., 2016; NIPPA, BEECHLER & KLOSSEK, 2007; PARK, VERTINSKY & BECERRA, 2015). Todavia, a aliança não extingui o poder de decisão sobre quais soluções vale a pena implementar. A decisão final deve ser sempre feita pelo comprador, não pelo vendedor, e a aplicação da solução precisa ser considerada confiável. Neste caso, uma vez que essa pesquisa se concentra em soluções no mercado de petróleo e gás, parte de uma interpretação abrangente de Custo Total de Propriedade (ELLRAM, 1995) para considerar todos os fatores de custo envolvidos no processo de compra para fornecimento de uma solução aos clientes finais, ou seja, o uso, manutenção e descarte do produto (SACCANI et al., 2017). 3. MODELO DUPLO DIAMANTE E ESCOLHA DE SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN O British Design Council, anteriormente Council of Industrial Design, é uma instituição de caridade do Reino Unido incorporada pela Royal Charter. Sua missão declarada é “tornar a vida melhor por design” (Council of Industrial Design, 2007). Double Diamond Model (DDM) é o nome de um modelo de processo de design popularizado pelo British Design Council a partir de um estudo dos processos de design usados em empresas globais líderes (Council of Industrial Design, 2007). Este modelo é uma adaptação do modelo de divergência-convergência proposto por Banathy (1996). Ao compreender, nas técnicas de design aplicadas por grandes empresas, quais elementos estão envolvidos para elaboração do produto e serviço, desde a concepção até a implementação e lançamento, fica evidente que a evolução do design contém quatro fases, conforme mostrado na Figura 1 e descrito a seguir. a. Descobrir: está fundamentada no levantamento de dados que afetam de maneira direta ou indireta o problema e uma provável solução. As empresas tomam por base o estudo de mercado e usuários, expondo hipóteses para elaboração do escopo e seu objetivo. 60 MODELO DE DUPLO DIAMANTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ESCOLHENDO SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN PARA PROBLEMAS REAIS b. Definir: conta com o refinamento de ideias e dados obtidos na fase inicial, caminhando em conjunto com as diretrizes da corporação. Com isso, define-se os pré-requisitos para o desenvolvimento do produto. c. Desenvolver: tem como finalidade transformar o escopo em um produto ou serviço. Desta forma, o design é desenvolvido, iterado e testado na organização ou por terceiro, com o propósito de validar a entrega. d. Entregar: consiste em lançar o produto ou serviço, reunir informações relevantes do projeto, tais como: feedback dos usuários e documentação e/ou métodos utilizados, tendo como resultado a aprovação e lançamento final. Segundo Carvalho (2019), existem dois tipos de pensamento que são coerentes com o modelo: a) Pensamento divergente no qual há diversos ideais com perspectivas diferentes para resolução de um mesmo problema e; b) pensamento convergente, orientado em direção a uma resposta que surge como a melhor, a mais correta e eficaz. Blockchain definido: Blockchain é um livro compartilhado e imutável que facilita o processo de registro de transações e rastreamento de ativos em uma rede de negócios. Um ativo pode ser tangível (uma casa, carro, dinheiro, terreno) ou intangível (propriedade intelectual, patentes, direitos autorais, marca). Foi feita, inicialmente, uma análise do DDM (Double Diamond Model) utilizando os eixos x e y, onde o eixo x indica os questionamentos, e o y expressa as ideias em resposta das perguntas. A finalidade foi ampliar a perspectiva divergente (pico duplo), ou perspectiva convergente mais centralizada (interseção), com o propósito de aperfeiçoar as convicções anteriormente analisadas no estágio divergente (CLUNE& LOCKREY, 2014). 61 62 Fonte: Carvalho (2019) Figura 1: Conceito DDM ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 MODELO DE DUPLO DIAMANTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ESCOLHENDO SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN PARA PROBLEMAS REAIS Por ser tratar de um processo não linear, cada diamante tem um propósito: o primeiro estabelece a estratégia e o segundo executa a solução. Constantemente, ao identificar os problemas enraizados, é necessário voltar ao início do processo. Vale ressaltar que as descobertas no primeiro instante são fruto da elaboração e aferição das ideias. E em uma sociedade digital que está em constante renovação, nenhuma ideia pode ser considerada final, ou seja, o feedback é constante sobre como os produtos e serviços estão funcionando e as melhorias precisam ser implementadas (COUNCIL OF INDUSTRIAL DESIGN, 2007). Conforme discutido, o atual estágio da tecnologia leva o comprador (usuário final) a estabelecer alianças estratégicas com fornecedores de soluções de alta tecnologia, a fim de encontrar respostas para seus problemas. Mas, ainda assim, cabe a ele estabelecer métodos de análise de quais soluções devem ser implementadas. Este contexto pode ser estudado sob a perspectiva da metodologia DDM. As questões, método, modo de pensar e disciplinas / partes interessadas envolvidas nesta abordagem são apresentados na Tabela 2. Quadro 2: Aplicação de DDM para o desenvolvimento de Soluções Tecnológicas Questão Método Modo de Pensar Disciplinas / Stakeholders Quais empresas possuem tecnologia e conhecimento para solucionar o problema tecnológico? Pesquisa de mercado, opinião de especialistas e reuniões técnicas Primeiro Diamante - Modo Divergente: identificar todos os detentores de requisitos possíveis Especialistas em ciclo de vida, engenheiros, gerente de instalação e conselho técnico Qual empresa possui a melhor tecnologia e conhecimento para apresentar a solução? Primeiro Diamante - Modo Convergente: Identificar a Lista de verificação, Empresa que possui lista de referência e os Requisitos visita de campo para Apresentar a Solução para o Problema Existente usando blockchain Aliança Estratégica e/ou Subcontratantes usando blockchain (continua) 63 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Quais as Possíveis Soluções Tecnológicas que a Empresa Escolhida possui? Montagem e avaliação de protótipos ou plataformas de teste e estudo de especificações Segundo Diamante – Modo Divergente: para identificar todas as soluções alternativas possíveis Especialistas em ciclo de vida, engenheiros, gerente de instalação e conselho técnico Quais Soluções Tecnológicas serão implementadas? Análise de viabilidade técnica e econômica e avaliação do custo total de propriedade Segundo Diamante – Modo Convergente: Consolidação das Soluções Escolhidas para Aplicação ao Problema Inicial Compra Estratégica Fonte: Autor (2020) A tabela 2 demostra de forma simplificada as quatro etapas do DDM, permitindo visualizar com clareza: a “etapa de estratégia”, identificar a tecnologia, com isso selecionar a empresa que tem potencial de resolver o problema do usuário final (estágios de descoberta e definição) e a “etapa de aplicação da solução”, apuração entre as soluções apresentadas que serão executadas (fases de desenvolvimento e entrega). A disciplina, ou área, mapeada foi a de Compra Estratégica, que foca em compras específicas, críticas para a realização dos objetivos de negócio, enquanto os stakeholders foram os especialistas em ciclo de vida, engenheiros, gerente de instalação, conselho técnico, aliança estratégica (parceiros) e/ou subcontratantes e conselho técnico (formado por colaboradores com perfil técnico que atuam diretamente na operação). 4. ESTUDO DE CASO: IMPLANTAÇÃO DO R/3 (SAP) NA PETROBRAS O Sistema Integrado de Gestão Empresarial ou ERP (Enterprise Resource Planning) é um sistema de informação que interliga todos os dados e processos de uma organização. A interligação pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas e compra, por exemplo) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais e sistemas de apoio a decisão, por exemplo). 64 MODELO DE DUPLO DIAMANTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ESCOLHENDO SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN PARA PROBLEMAS REAIS Há vários softwares desse tipo no mercado e um dos mais conhecidos é o R/3, comercializado pela empresa SAP de origem europeia, fundada em 1972 e que possui mais de 440.000 usuários dos seus sistemas corporativos ao redor do mundo. A família R/3, combina módulos com arquitetura cliente/servidor onde as aplicações de computador (servidor) são desenhadas para a execução de programas e estações de trabalho (cliente) para operações do usuário (DAVIDE et. al., 2012). Por se tratar de um sistema integrado, os módulos cobrem a maior parte dos serviços essenciais de uma grande organização. O R/3 baseado na tecnologia de Blockchain permite que a desenvoltura do fluxo de dados, como os de estoque de produtos, fluxo de caixa, margem de lucro, vendas por cliente, etc., permaneça disponível para organização sem precisar “caçar” informações por entre setores, ou seja, as informações são consolidadas em um único lugar. Paralelamente, o projeto de implantação de um ERP pode ser levado ao fracasso e a perdas consideráveis para a organização, visto que os obstáculos técnicos e logísticos podem dificultar a implantação, manutenção e gerenciamento desse tipo de software (ALOINI et al., 2007). Além do mais, os custos totais de implantação do R/3, são consideravelmente altos, em razão da versatilidade e maleabilidade entre múltiplos setores e áreas de negócio. Segundo Gurovitz (2016), para cada dólar de licença pago à SAP, empresa que desenvolve o R/3, para o uso do software, outros dois dólares são gastos em consultoria e entre meio e 1,5 dólares em equipamentos necessários para sua instalação. O crescimento da concorrência entre os fornecedores de software usando a tecnologia de blockchain teve como causa o aumento da procura por soluções integradas e, por consequência, os módulos dos diversos ERP comercializados tornaram-se semelhantes entre si (ROCHA, 2000). Atualmente, as opções disponíveis para empresas interessadas em implantar um sistema integrado de gestão é abrangente, visto que os fornecedores têm trabalhado em conjunto para implementar a integração do setor manufatureiro nos módulos já existente nas áreas administrativa, financeira e contábil. São sistemas concorrentes do R/3, como os comercializados pelas empresas Baan Brasil, Consist, Oracle, System Software e JD Edwards, dentre outros. 65 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 A PETROBRAS (Petróleo Brasileiro SA) é uma empresa estatal brasileira e a maior operadora do mercado de petróleo e gás do Brasil. No início dos anos 2000, tomou a decisão de implantar um ERP usando a tecnologia disruptiva atendendo à “necessidade de ... padronizar a comunicação interna na Organização, por meio do conhecimento efetivo do ambiente de gestão, com controle das várias fases e procedimentos operacionais” (ROCHA, 2000). Para escolher a empresa que seria fornecedora do ERP, a direção da PETROBRAS, considerando os custos envolvidos na implementação do respectivo sistema, constituiu um grupo de trabalho multidisciplinar com vista à elaboração de estudos de viabilidade técnica e económica. Para apoiar este grupo, foi contratada a empresa Symnetics, representante exclusiva no Brasil da Benchmarking Partners. A equipe de trabalho considerou dez fornecedores e soluções pré-selecionados pela Benchmark Partners. Em todos os casos os fornecedores eram consórcios firmados entre o fabricante e a empresa de consultoria responsável pela proposta de implantação. O consórcio se faz necessário justamente porque o fabricante não conhece o negócio do cliente, seus setores e áreas envolvidas na solução, o que pode comprometer sua implantação e levar ao fracasso do projeto. Destes fornecedores, apenas três tinham os pré-requisitos estabelecido pela PETROBRAS. Após estudo realizado sobre os conceitos técnicos, com critérios pré-estabelecidos, e melhor relação custo-benefício, que levou em consideração, dentre outros, o Custo Total de Propriedade, o projeto do consórcio formado pela SAP (responsável pelo software) e Ernst & Young - EY (consultoria utilizada para a implantação) foi considerado o mais favorável para a empresa. No âmbito das atividades de apoio à decisão, técnicos da PETROBRAS também realizaram visitas de campo para verificar a implementação deste tipo de solução em outras petrolíferas (PDVSA, PEMEX, AMERADA HESS, PHILIPS e CROWN CENTRAL). A partir desse trabalho, foi assinado o contrato de fornecimento com o consórcio SAP-EY e iniciada a fase de implantação do sistema. A Figura 2 mostra um esquema do processo de operacionalização do ERP R/3 que foi utilizado pela Petrobras na implantação 66 MODELO DE DUPLO DIAMANTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ESCOLHENDO SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN PARA PROBLEMAS REAIS do seu sistema. O que se observa é um processo interativo com um conjunto de etapas no desenvolvimento de sistemas (ciclo de vida) necessários ao desenvolvimento de “pacotes” de software comercial. O sistema implantado pela PETROBRAS acabou envolvendo a operacionalização dos seguintes módulos: Vendas e Distribuição (SD), Finanças (FI), Controladoria (CO), Logística, Materiais e Serviços (MM), Gestão da Produção (PP); Recursos Humanos (RH); Gestão da Qualidade (QM), Ativos Fixos (AM), Gestão de Projetos (PS), Gestão da Manutenção (PM); Soluções para indústria (IS) e fluxo de trabalho (Serpa et al, 2007). A Figura 3 mostra esquematicamente os módulos implementados. Figura 2: Processo de implementação do ERP R/3 Fonte: Souza e Zwicker (2000) 67 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Figura 3: Estrutura do SAP R / 3 da Petrobras Fonte: Serpa et al. (2007) A Tabela 3 resume a aplicação do modelo Duplo Diamante para o caso estudado com as questões, método, modo de pensar e disciplinas/ stakeholders envolvidos nesta abordagem, e apresenta a adequação do método proposto. Quadro 3: Aplicação do modelo Duplo Diamante Caso Implantação de R / 3 (SAP) na PETROBRAS Problema Padronizar a comunicação interna na Organização, através do conhecimento efetivo do ambiente de gestão, com controle das diversas fases e procedimentos operacionais, através da implantação de um software Enterprise Resource Planning (ERP) Modo de pensar Primeiro Diamante - Modo Divergente Questão 1 Quais empresas possuem tecnologia e conhecimento para solucionar nosso problema tecnológico? Resposta Dez fornecedores deste tipo de solução foram inicialmente selecionados Método Contratação de consultoria especializada (Symnetics) Disciplinas/ Partes interessadas Conselho Administrativo (continua) 68 MODELO DE DUPLO DIAMANTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ESCOLHENDO SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN PARA PROBLEMAS REAIS Modo de pensar: Primeiro Diamante - Modo Convergente Questão 2 Qual empresa possui a melhor tecnologia e conhecimento para apresentar a solução? Resposta Consórcio com SAP (responsável pelo software) e Ernst & Young (consultoria utilizada para a implementação) Método Avaliação com base em critérios técnicos com peso pré-estabelecido e financeiros; visitas de campo na PDVSA, PEMEX, AMERADA HESS, PHILIPS e CROWN CENTRAL Disciplinas/ Partes interessadas Acordo de Cooperação Estratégica Modo de pensar Segundo Diamante - Modo Divergente Questão 3 Quais as Possíveis Soluções Tecnológicas que a Empresa Escolhida possui? Resposta SAP R/3 tem vários módulos padronizados que podem ser escolhidos pelo usuário Método Estudo de Especificação Disciplinas/ Partes interessadas Nível Operacional Modo de pensar Segundo Diamante - Modo Convergente Questão 4 Quais Soluções Tecnológicas serão implementadas? Resposta: Vendas e Distribuição (SD), Finanças (FI), Controladoria (CO), Logística, Materiais e Serviços (MM), Gestão da Produção (PP); Recursos Humanos (RH); Gestão da Qualidade (QM), Ativos Fixos (AM), Gestão de Projetos (PS), Gestão da Manutenção (PM); Soluções para a indústria (IS) e módulos de fluxo de trabalho Método: Adaptação de módulos Disciplinas/ Partes interessadas: Compra Estratégica Fonte: A autora (2020) 69 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A complexidade do atual estágio da tecnologia precisa ser tratada com metodologias robustas que viabilizem a eficácia dos resultados. Nesse sentido, estabelecer uma aliança estratégica, com o perfil de um acordo de cooperação estratégica, permitiu à Petrobras e o consórcio firmado pela SAP-EY colaborarem nas principais decisões relacionadas ao projeto e compartilharem as responsabilidades, no que tange aos resultados alcançados com o mesmo. A aliança também se fez necessária para que a Petrobras pudesse implementar uma solução tecnológica extremamente complexa, que promove a inovação de seus processos e lhe permite alcançar maior vantagem competitiva. O modelo Duplo Diamante, embora originalmente concebido para o design, mostrou-se aplicável à escolha de soluções tecnológicas e uma opção robusta para a condução desse processo. É um método com amplo escopo na indústria de petróleo e gás e pode ser utilizado desde a resolução de problemas relativamente simples até a implantação de um Enterprise Resource Planning (ERP) em uma grande petroleira, como o projeto analisado, que envolveu montantes elevados (na ordem de USD 100 milhões) e afetou praticamente todos os setores da organização. Seria interessante, como sugestão para desenvolvimento futuro, aplicar a metodologia aplicada nesse trabalho em outras oportunidades de aplicação. REFERÊNCIAS ALOINI, R., DULMIN, R. and MININNO, V. (2007). Risk management in ERP project introduction: Review of the literature. Information & Management, 44, pp. 547-567, doi:10.1016/j.im.2007.05.004. BANATHY, B., (1996). Designing Social Systems in a Changing World. Springer US, p.372. ISBN-13: 978-0306452512. BUCY, M., HALL, S. and YAKOLA, D., (2016). “Transformation with a capital T”. Disponível em: <www. mckinsey.com/business-functions/mckinsey-reco- 70 MODELO DE DUPLO DIAMANTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ESCOLHENDO SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN PARA PROBLEMAS REAIS very-and-transformation-services/our-insights/transformation-with-a-capital-t>. Acesso em: 08 jun. 2020. CANIATO, F. et al. Location drivers, governance model and performance in service offshoring.” International Journal of Production Economics 163: 189-199, 2014. CARVALHO, H. (2019). Double Diamond: o que é esse processo de design. Disponível em: <https://vidadeproduto.com.br/double-diamond/>. Acesso em: 8 jun. 2020. CHAN, S., KENSINGER, J., KEOWN, A. and MARTIN, J., (1997). Do strategic alliances create value?, Journal of Financial Economics, Vol.46 (2), pp.199221 doi.org/10.1016/S0304-405X(97)00029-9. CLUNE, S., LOCKREY, S., (2014). Developing environmental sustainability strategies, the Double Diamond method of LCA and design thinking: a case study from aged care. Journal of Cleaner Production. Volume 85 (15), pp.67-82, /doi. org/10.1016/j.jclepro.2014.02.003. COUNCIL OF INDUSTRIAL DESIGN (2007). Eleven lessons: managing design in eleven global companies: Desk research report. Disponível em: <https:// www.designcouncil.org.uk/sites/default/files/asset/document/ElevenLessons_ DeskResearchReport_0.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2020. DAVIDE, A., DULMIN, R. and MININNO, V. (2012). Modelling and assessing ERP project risks: A Petri Net approach. European Journal of Operational Research. Volume 220 (2), pp. 484-495, doi.org/10.1016/j.ejor.2012.01.062. DERRICK. B., STEWARD, M., NARUS, J. and ROEHM, M. (2020). Tradeoffs in Supplier Attribute Ratings in Supplier Selection across Strategic versus Non-Strategic Purchases. Journal of Business-to-Business Marketing, Vol.27(2), pp.97-109, doi.org/10.1080/1051712X.2020.1748319. ELLRAM, L., (1995). Total Cost of Ownership: An Analysis Approach for Purchasing; International Journal of Physical Distribution & Logistics Management 25(8):4-23, doi.org/10.1108/09600039510099928. GUROVITZ, H. (2020). Engolindo a SAP. Revista Exame. Disponível em: <https:// exame.com/revista-exame/engolindo-a-sap-m0049115/>. Acesso em: 08 mai. 2020. 71 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 HAEUSSLER, C., PATZELT, H. and ZAHRA, S., (2017). Strategic alliances and product development in high technology new firms: The moderating effect of technological capabilities, Journal of Business Venturing, V. 27(2), pp. 217-233, https://doi.org/10.1016/j.jbusvent.2010.10.002. HOWARD, M., STEENSMA, H., LYLES, M. and DHANARAI, C., (2016). Learning to collaborate through collaboration: How allying with expert firms influences collaborative innovation within novice firms. Strat. Mgmt. J., 37: 2092–2103, doi: 10.1002/smj.2424. HSIEH, L. e RODRIGUES, S. Revisiting the trustworthiness–performance–governance nexus in international joint ventures. Management International Review 54(5), 2014. LI, L. and QUIN, G., (2018). Strategic alliances in technology industries: a different rationale, Journal of Business Strategy, v. 39(2), pp. 3-11, doi.org/10.1108/ JBS-01-2017-0005. LUKAC. D., (2015). The fourth ICT-based industrial revolution “Industry 4.0” — HMI and the case of CAE/CAD innovation with EPLAN P8, 2015 23rd Telecommunications Forum Telfor (TELFOR), IEEE, 2015, pp. 835–838, //doi10.1109/TELFOR.2015.7377595. MADHOK, A. e TALLMAN, S. B. Resources, transactions and rents: managing value through interfirm collaborative relationships. Organization Science, v. 9, n. 3, 1998. MANDAL, A. and GUNASEKARAN, A., (2003). Issues in implementing ERP: A case study. European Journal of Operational Research, v.146 (2), pp. 274-283. NIELSEN, B. B. e S. GUDERGAN. Exploration and exploitation fit and performance in international strategic alliances. International Business Review 21(4): 558-574, 2012. NIPPA, M.; BEECHLER, S. e KLOSSEK, A. Success factors for managing international joint ventures: a review and an integrative framework. Management and Organization Review, 3(2), 277 – 310, 2007. OYEWUNMI, O. A. e OLUJOBI, O. J. Transparency in Nigeria’s oil and gas industry: is policy re-engineering the way out? International Journal of Energy Economics and Policy, 6(3), 630-636, 2016. 72 MODELO DE DUPLO DIAMANTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ESCOLHENDO SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM BLOCKCHAIN PARA PROBLEMAS REAIS PANICO, C., (2016). Strategic interaction in alliance, Strat. Mgmt. J., 38: 1646– 1667, https://doi-org.ez24.periodicos.capes.gov.br/10.1002/smj.2610. PARK, C., et al. Transfers of tacit vs. explicit knowledge and performance in international joint ventures: The role of age. International Business Review 24(1): 89-101, 2015. PETROBRAS. Plano Estratégico Petrobras 2015. Disponível em: <http://www. estrategia.petrobras.com.br>. Acesso em: 08 jun. 2020. ROCHA, L. (2000). Petrobras – Contratação Direta de Consultoria. Disponível em: <https://revista.tcu.gov.br>. Acesso em: 08 mai. 2020. ROSER, C., (2016). Faster, Better, Cheaper in the History of Manufacturing: From the Stone Age to Lean Manufacturing and Beyond. Productivity Press: London, ISBN-13: 978-1498756303. SACCANI, N., PERONA, M. and BACHETTI, A., (2017). The total cost of ownership of durable consumer goods: A conceptual model and an empirical application. Volume 183, Part A, January 2017, Pages 1-13, doi.org/10.1016/j.ijpe.2016.09.021. SCHRAUF, S. and BERTTRAM, P., (2016). Industry 4.0: how digitization makes the supply chain more efficient, agile, and customer-focused. Disponível em: <www.strategyand.pwc.com/reports/ industry4.0>. Acesso em: 08 jun. 2020. SERPA, P., PESSOA, M., SOARES, F., SANTOS, S. e DIOGO, J. (2007), Fatores Críticos de Sucesso na Implementação do SAP R/3 na Petrobras, XXXI Encontro da ANPAD. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/CON-B1344.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2020. SHI, W. e PRESCOTT, J. E. Rhythm and entrainment of acquisition and alliance initiatives and firm performance: a temporal perspective. Organization Studies 33(10), 2012. SOUZA, César A.; ZWICKER, Ronaldo. Ciclo de vida de sistemas ERP: Cadernos de pesquisa em administração. São Paulo, FEA/USP, v.1, no 11, p.46-57, 2000. TODEVA, E., and KNOKE, D., (2005). Strategic alliances and models of collaboration. Management Decision. v. 43 (1), /doi.org/10.1108/00251740510572533. 73 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 TONI, A. and NASSIMBENI, G., (1996). Strategic and operational choices for small subcontracting firms Empirical results and an interpretative model. International Journal of Operations & Production Management, Vol. 16(6), pp. 41-55., doi.org/10.1108/01443579610119081. ZHONG, R., NEMAN, S., HUAG, G. and LAN, S. (2016), Big Data for supply chain management in the service and manufacturing sectors: challenges, opportunities, and future perspectives, Computers & Industrial Engineering, Vol. 101 No. 2016, pp. 572-591, //doi-10.1016/j.cie.2016.07.013. 74 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS Adriele Barros Alves Graduação adrielealves18.aa@gmail.com Everton Ruggeri Silva Araújo Mestre Professor no curso de engenharia de Produção, Universidade da Amazônia everton.araujo@unama.br RESUMO: Ao longo das eras industriais a sociedade contempla diversos avanços que transformam os meios no quais gestores possuem para ganho de mercado e aumento de competitividade. No século XXI A indústria 4.0, também conhecida como 4ª Revolução Industrial surge para potencializar os negócios por intermédio de um enorme sistema de tecnologias que contribuem para otimizar a relação homem-máquina, potencializando a produção e modelos de negócios mundiais. Assim a indústria 4.0 trouxe um novo conceito para a relação homem e máquina, com aspecto mais elaborado e elevando a automação de corporações. Desta forma este trabalho teve como análise principal a investigação do atual estado de desenvolvimento da indústria 4.0 na região norte do país em empresas que trabalham no setor de energias renováveis. Os resultados mostraram que cerca de 85,7% consideram que este item é um bom investimento para corpo- 75 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 rações e 71,4% dos entrevistados já utilizam algum dos pilares da quarta revolução industrial, assim este trabalho contribui para apresentação dos desafios que cerca a implementação da indústria 4.0 dentro de empresas do estado do Pará e do mundo. Palavras-chave: revolução; indústria 4.0; tecnologia; produção. 1. INTRODUÇÃO Vive-se uma grande revolução industrial que mudará não só todas as formas de produção, mas como o modo de enxergar e relacionar com pessoas, componentes e com o mundo. O uso de equipamentos inteligentes está cada vez maior o que permite uma interconectividade desde o chão de fábrica em uma indústria ao cotidiano dos seres humanos. É preciso se atentar as tecnologias que surgem na área industrial e assim, não ficar para trás no mercado que está cada vez mais competitivo. A busca por novas tecnologias é incessante e foi intensificada pela quarta revolução industrial no século XXI: “O termo quarta revolução industrial tornou-se conhecido em 2011, quando foi criada uma iniciativa denominada “Industrie 4.0” - uma associação de representantes do mundo empresarial, político e acadêmico que apoiou a ideia como uma abordagem para fortalecer a competitividade da indústria manufatureira alemã. (MOREIRA, 2017, pg. 13)” A necessidade de inovar e planejar ações que busquem alcançar os diferenciais que revoluções industriais proporcionam é hoje um dos grandes motivadores para as empresas implementarem recursos da indústria 4.0. Segundo a FIESP em 2018, descobriu-se que 55% das empresas brasileiras já estão em processo de implementação ou planejamento de ações que incluem inovações da indústria 4.0 na rotina da organização. porém apenas 41% dessas empresas utilizam o lean manufacturing e investem em P&D que são precursores para implementação da indústria 4.0. Os resultados também revelam que 90% dos negócios nacionais enxergam a inovação como uma oportunidade para aumentar a produ- 76 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS tividade. E que os segmentos com maior potencial são os de produção (55%), controle da produção (50%), rastreabilidade (38%), controle de qualidade (32%), planejamento (31%) e engenharia de desenvolvimento de novos produtos (31%). De acordo com Geissbauer et al (2014) as soluções de indústria 4.0 melhoram a eficiência reduzindo custos em toda a cadeia de valor. Por esse motivo esse processo de digitalização das fábricas precisa envolver a engenharia de produtos e automação das linhas de produção. Sáenz e Capote (2002, p.69) destacam que a inovação tecnológica se constitui no “processo pelo qual novos produtos, equipamentos, processos de produção e distribuição de bens e serviços, e métodos gerenciais se introduzem em nível macro na economia”. Para Oliveira (2003, p.95), com “o surgimento constante de novas tecnologias torna-se conveniente repensar o produto ou o processo de produção e verificar se as necessidades dos clientes podem ser atendidas de uma forma mais plena ou econômica”. Desse modo, é válido salientar que o mais importante neste contexto de inovações é identificar as tecnologias que poderão ser adotadas pela organização para aumentar o valor agregado do produto na percepção dos clientes (SACHUCK, et al.; 2008), e assim, garantir um processo sustentável da produção e do consumo pela sociedade. Segundo Schwab (2016), a sociedade está por enfrentar uma mudança tão profunda, que da perspectiva da história humana, nunca houve um momento tão promissor, uma revolução que impactará na forma de se relacionar, trabalhar e no estilo de vida da humanidade. Testemunhando-se o surgimento de tecnologias que interligam os mundos físico, digital e biológico, com impactos não só na indústria, mas em todos os segmentos sociais e econômicos, desafiando nossos conceitos sobre o que é ser humano e buscando assegurar a sustentabilidade social e econômica do sistema capitalista. Esse movimento é causado pela quarta revolução industrial que está em curso. Encarado por muitos executivos como custo ou um item de baixa prioridade, os investimentos na indústria 4.0 podem ser revertidos em lucratividade, melhores perspectivas e maior capacidade de adaptação do negócio em um cenário adverso como o da pandemia do coronavírus. Em uma pesquisa realizada pela McKinsey em 2015 e postada no rela- 77 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 tório anual da CNI (2016), mundialmente, são esperados os seguintes impactos na indústria até 2025: redução de 10% a 40% nos custos de manutenção de equipamentos; redução entre 10% e 20% do consumo energético; aumento de 10% a 25% da eficiência do trabalho. Por mais que a pandemia da Covid-19 tenha impactado de maneira avassaladora os âmbitos da saúde, da economia e do comportamento humano, entre outras áreas, é impossível negar que ela teve um papel catalisador para o uso e desenvolvimento de tecnologias. Empresas, e sociedade como um todo, precisaram superar os obstáculos para a transformação digital e, assim, evoluíram 10 anos em 1. Computação em nuvem, inteligência artificial, velocidade da rede 5G e big data tiveram um salto bastante expressivo nos últimos meses. O fato é que toda essa mudança acelerou a adoção das tecnologias da 4ª Revolução Industrial, a chamada Indústria 4.0. Organizações foram desafiadas a se adaptar à nova realidade de recomendação de isolamento social e a tecnologia da Indústria 4.0, que hoje já faz parte do nosso cotidiano. A partir dos dados analisados este estudo busca reconhecer seus desafios de modernização e apontar caminhos para aumentar sua inserção no mercado. 2. REFERENCIAL TEÓRICO A aplicabilidade de elementos que são considerados revolucionários para a indústria e que puderam ser replicados por diversas organizações trouxe ao longo da história da humanidade as denominadas revoluções. Conforme figura 1 atualmente vivenciamos a quarta revolução industrial, entretanto, esta revolução acontece após três processos históricos transformadores. A primeira marcou o ritmo da produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. 78 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS Figura 1. Quadro referente à revolução industrial. Fonte: Wert Ambiental (2019) a. Primeira Revolução Industrial O processo de industrialização até meados do século XVIII, de acordo com Miranda (2012), tinha, até então, como principal força dos seus meios de produção, a força humana e animal, tomando os processos industriais bastantes limitados por questões tecnológicas. Visando sanar essas limitações estabelecidas, novas tecnologias foram criadas, culminando na primeira revolução industrial. Dentre essas tecnologias, a criação do motor a vapor do engenheiro mecânico, James Watt, foi de grande importância, pois impulsionou e caracterizou a primeira revolução industrial, dinamizando as relações de tempo e espaço conhecidas até então. O motor a vapor se baseia na transformação de energia térmica proveniente da queima de carvão em energia mecânica que realizará o trabalho necessário para de- 79 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 terminada situação, que poderia substituir os antigos meios de realização de trabalho como animal, humana ou proveniente da força da água. De acordo com Ricardo Dathein (2003), o motor de Watt impulsionou os meios tecnológicos da humanidade, possibilitando as fábricas que até então tinham que ficar as margens dos rios de poderem se deslocar para próximas dos centros comerciais trazendo consigo um aumento na produção e, consequentemente, no lucro dessas indústrias. Outro feito importante ocorrido na primeira Revolução Industrial foi com a automação, devido a criação de máquinas programáveis. Dentre elas se destaca, de acordo com Costa (2008, cap. 1), o tear programável de Joseph Jacquard, conhecido como primeira máquina programável, que revolucionou a indústria têxtil, possibilitando a criação de peças têxtis mais rapidamente e com menos falhas. b. Segunda Revolução Industrial Segundo Almeida (2005), a Segunda Revolução Industrial teve como um dos seus maiores impactos na economia o surgimento da eletricidade e da química. Estes processos impulsionaram a criação dos novos tipos de motores (elétricos e à explosão), de novos materiais e processos de fabricação, de grandes empresas, do telégrafo sem fio e do rádio. O grande precursor da segunda revolução industrial foi Taylor da administração cientifica com a teoria dos tempos e movimentos na qual consistia, segundo o autor Franco (2011), na organização taylorista do trabalho dividida em: divisão entre o trabalho de concepção, planejamento, direção e controle (realizado pela gerência “científica”) e o trabalho de execução (pela massa de assalariados). Fragmentação do trabalho, simplificação e esvaziamento do conteúdo do trabalho (noção de posto de trabalho e estrutura de cargos e salários), análise de tempos e movimentos, cronometragem e padronização das formas de trabalhar, uma característica importante era o operário-padrão com a mecânica de gestos, repetitivos e monótonos. Em contraponto ao taylorismo, o cientista Henry Ford defendia a ideia de coletividade, surgindo a primeiras linhas de montagens mudando completamente os processos realizados nas fabricas, como a produção em massa e otimização de tempo (FRANCO, 2011). 80 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS c. Terceira Revolução Industrial A terceira revolução industrial, também conhecida como revolução informacional, teve início em meados do século passado, no pós-guerra mundial, e se intensifica nos anos 1970 e 1980 com o desenvolvimento da computação, a revolução do chip. A revolução surgiu nos Estados Unidos com a descoberta da utilização da energia nuclear do átomo. Neste período houve a substituição do trabalho humano pelo do computador e a difusão do autosserviço, compreendido pela crescente transferência de uma série de operações das mãos de colaboradores que atendem ao público para o próprio usuário (SINGER, 1996). Segundo Almeida (2005), a Terceira Revolução Industrial incitou o desenvolvimento de circuitos eletrônicos e integrados, também conhecidos como microchips. Tais elementos transformaram a forma como nos comunicamos e como as informações são compartilhadas devido a entrada da internet e do e-commerce. Os surgimentos de novos produtos marcaram a época, a exemplo da criação dos computadores, satélites de telecomunicações, caixa eletrônico, telefone Celular, sistema de GPS, tecnologia automotiva e softwares. A tecnologia se tornou mais presente por meio das máquinas mudando as formas de mercado, presenta na agricultura, nos robôs das linhas de montagens, revolucionando até na forma de se demandar alimentos. d. Quarta Revolução Industrial A quarta revolução ou indústria 4.0 já está acontecendo. O termo foi apresentado pela primeira vez no fórum Econômico Mundial de Davos por Klaus Schwab, no ano de 2017. O objetivo principal era agregar valor na economia da Alemanha que passava por um momento de estagnação. Na época, o grupo de pesquisa identificou que a Tecnologia da Informação e Telecomunicações (TIC) era responsável por fornecer suporte para a modernização das linhas de produção desde a década 1980 e que seria extremamente estratégico contar com esse apoio no futuro (KAGERMANN et al, 2013). Segundo Silveira (2017), a Indústria 4.0 é um conceito de indústria proposto recentemente e que engloba as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufatura. A partir 81 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 de Sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet dos Serviços, os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis. Isso significa um novo período no contexto das grandes revoluções industriais. Com as fábricas inteligentes, diversas mudanças ocorrerão na forma em que os produtos serão manufaturados, causando impactos em diversos setores do mercado. e. Principais Ferramentas da Indústria 4.0 A Indústria 4.0, revolução que atingirá o setor produtivo, já está sendo debatida e disseminada no Brasil. A aplicação de novas tecnologias criará equipamentos totalmente automatizados que “conversam” entre si, modernizando o processo produtivo. Como consequência, as empresas utilizarão seus recursos de forma mais eficiente, terão economia nos custos e a capacidade de criar produtos altamente customizáveis. Mas para garantir a sua plena funcionalidade, são necessárias algumas ferramentas estabelecendo, assim, os noves pilares da Indústria 4.0. Conforme podemos ver na figura 2. Figura 2. Os 9 pilares da indústria 4.0 Fonte: Tese Motores (2020) 82 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS 2.1. Internet das coisas As três primeiras revoluções industriais surgiram como resultado da mecanização, eletricidade e TICs. Agora, a introdução da Internet de Coisas no ambiente de produção está dando origem uma quarta revolução industrial (KAGERMANN et al., 2013). Ainda segundo Kagermann et al (2013), a Internet de Coisas torna possível a criação de redes que abrangem todo o processo de produção e transforma as fábricas em um ambiente inteligente. A internet das coisas é a interação dos objetos com os humanos. É a tecnologia em sua totalidade a ponto de não precisar de intervenção humana direta, deixando os objetos ainda mais inteligentes e com autonomia. 2.2. Computação em nuvem Segundo Silva (2010), a computação em nuvem é um novo modelo de armazenamento de dados no qual não existe restrição de quantidade e serviços que permite ao usurário acessá-lo em qualquer lugar e momento independente de plataforma só é necessário um terminal conectado à “nuvem”. Segundo o Instituto Nacional de Normas e Tecnologia (National Institute of Standards and Technology - NIST), a Computação em Nuvem é um modelo que permite acesso de forma conveniente e sob demanda a um conjunto de recursos computacionais compartilhados (por exemplo, redes, servidores, unidades de armazenamento, aplicativos e 30 serviços) que pode rapidamente ser garantido e disponibilizado com mínimo esforço de gestão ou interação com os provedores de serviço” (MELL; GRANCE, 2011). 2.3. Big Data Com a criação da internet, celulares, redes sociais, entre outros, uma gama de dados é gerada e armazenada a cada instante. Com o surgimento da Big Data, esses dados são analisados e catalogados com o intuito de extrair informações e então compreendê-los para que possam agregar valor ao determinado meio aplicável. Segundo Magalhães (2014), Big Data é uma grande massa de dados/metade dos aos quais geramos todos os dias, com características estruturadas (armazenados em banco de dados) e não estruturadas (fotos, vídeos, e-mails) e que, na maioria das vezes, é analisada para atender a eventos em tempo real, buscando a partir da autenticidade dos dados darem sentido as 83 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 informações relevantes passíveis de agregar valor tanto para empresas que buscam estratégias para seu negócio como para governos que buscam entender as demandas e características da população. Taurion (2013) faz uma analogia em que as ferramentas de Big Data, representarão para as organizações e para a sociedade a mesma importância que o microscópio teve para a medicina. Um instrumento de análise onde se podem retirar informações, prever incidentes e ter a capacidade de corrigi-los quando existir, ou até mesmo evitá-los. 2.4. Fábricas Inteligentes É a Inter-relação de trabalhadores, máquinas, produtos e matérias-primas. Trabalhando juntos e ao mesmo tempo, comunicando-se por meio da rede de internet avançada. Os robôs serão o fator chave nessa transição e implementação. De acordo com Yoon et al (2013), uma fábrica inteligente deve combinar tecnologia de computação ubíqua como facilitador para resolver problemas no chão de fábrica com os elementos existentes. 2.5. Princípios da Indústria 4.0 Sobre os princípios da Indústria 4.0 Silveira (2017) explica que existem seis, de extrema importância e que devem ser seguidos para a implementação da quarta revolução industrial, são eles: 2.5.1. Capacidade de operação em tempo real: aquisição e tratamento de dados em tempo real, fator que possibilita que decisões sejam tomadas em tempo real; 2.5.2. Virtualização: essa moderna proposta industrial possui uma cópia virtual das fábricas inteligentes, permitindo assim a rastreabilidade e o monitoramento remoto; 2.5.3. Descentralização: as decisões podem ser feitas pelo sistema cyber-físico, como forma de atender as necessidades de produção em tempo real; 2.5.4. Orientação de Serviços: Utilização de arquiteturas de software orientadas a serviços aliado ao conceito de Internet of Services; 2.5.5. Modularidade: produção de acordo com a demanda, acoplamento e desacoplamento de módulos na produção. Essa mobilidade permite alterar as tarefas das máquinas facilmente; 84 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS 2.5.6. Interoperabilidade: Capacidade dos sistemas cyber-físicos (suportes de peças, postos de reunião e produtos), humanos e fábricas inteligentes comunicar-se uns com os outros por intermédio da Internet das Coisas e da Internet. 2.6. Método 5W2H Apesar do nome peculiar, o 5W2H é, nada menos, que um “checklist” administrativo que te guia, através de algumas perguntas específicas, para a melhor decisão e organização do trabalho, atuando, portanto, em cima de responsabilidades, prazos e atividades. O modelo pode ser usado pelas mais diversas áreas administrativas, não ficando restrito a nenhum departamento ou função. Ou seja, as aplicações dessa abordagem podem ser usadas tanto para a criação do planejamento estratégico anual, quanto para a programação de uma ação de marketing, possuindo um uso muito amplo e completo. Coforme mostra na figura 3, é formada por sete (5+2) perguntas essenciais que devem ser respondidas. Com as respectivas respostas, você terá a relação das atividades a serem cumpridas para que a execução e a gestão do projeto ocorram de forma mais clara e eficiente. Figura 3 – Quadro referente as etapas do 5W2H Fonte: Qualyteam (2021) 85 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 3. METODOLOGIA A metodologia utilizada neste trabalho será do tipo descritiva. Segundo autor Gil, (2008) as pesquisas descritivas possuem como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de uma experiência. A grande contribuição dessa pesquisa descritiva é proporcionar novas visões sobre uma realidade já conhecida. a. Local de Estudo O estudo da pesquisa será direcionado à empresa BRIT ENERGY o ramo engenharia elétrica, fundada em 2015, por um grupo de engenheiros e técnicos, localizada na cidade de Belém, com o total de trinta e sete colaboradores, dando ênfase na implantação de sistemas de geração de energia solar fotovoltaica, desde a elaboração de projetos até o resultado final entregue ao cliente. A partir disto, será desenvolvido um questionário quantitativo que deverá analisar o atual estado de implementação e conhecimento a respeito da quarta revolução industrial. A partir deste mesmo questionário será replicado para cerca de 5 empresas que atuam no mesmo segmento e de porte similar à citada no início desta pesquisa com o intuito de verificar e comparar o avanço entre estas. Onde o modelo de perguntas será do tipo quantitativo, conforme apresentado no quadro 01. 86 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS Quadro 1: Questionário Quantitativo Fonte: Os autores (2021) 87 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com base no resultado do formulário aplicado, será possível enxergar com clareza o quanto empresas do ramo de energias renováveis estão diante da quarta revolução industrial, que mesmo diante de um cenário pandêmico, algumas conseguiram encontrar, dentro das tecnologias da indústria 4.0, uma forma de se reerguer. A implementação das tecnologias da indústria 4.0 é vista como um investimento, porém o grande desafio para que ocorra a implementação, seria a disponibilidade e aceitação dos colaboradores para se moldar a essas tecnologias, tendo em vista, que seria necessário por parte da gestão superior, investir na capacitação de seus colaboradores para essa mudança. Foi detectado uma dificuldade de entendimento do que seria a indústria 4.0, antes da palestra sobre o tema, alguns dos colaboradores não reconheciam os pilares e não reconheciam que já estavam vivenciando a mesma, mesmo que com duas ou três tecnologias impostas em seu setor. a. Plano de Ação com 5W2H A sigla 5W2H corresponde às iniciais (em inglês) de 7 diretrizes que, quando bem trabalhadas, solucionam todas e quaisquer dúvidas que possam aparecer ao longo de um processo, utilizada como uma ferramenta da qualidade, para um plano de ação e assim complementar a tomada de decisão, segue abaixo como foi aplicado: • What (O que será feito)? Palestra sobre a indústria 4.0 e seus pilares e aplicação de questionário técnico. • Why (por que será feito)? Houve necessidade de otimização de processos e automatização de mão de obra, para isso será necessário analisar o quanto já sabem sobre as novas tecnologias da I4. • Where (onde será feito)? Em todos os departamentos da organização. 88 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS • When (quando será feito)? Será feito na primeira quinzena do mês de dezembro. • Who (por quem será feito)? Pela engenheira responsável pelo setor de Planejamento e controle de produção. • How (como será feito)? Será realizado uma palestra inicialmente para os gerentes dos setores e em seguida para todos os colaboradores da organização, após o entendimento do tema será aplicado um questionário técnico para coleta de dados. • How much (quanto vai custar para fazer)? Não haverá custos para a implementação do plano de ação para a empresa. Observaremos abaixo o resultado obtido com o questionário após a palestra sobre a indústria 4.0. Iniciando pela figura 4. Figura 4 – Conhece os pilares da indústria 4.0 Fonte: Autora (2021) Observa-se pelo gráfico que 90% colaboradores já conheciam sobre os pilares da indústria 4.0, nota-se que a minoria que não conhece sobre o tema abordado, reflete ao fato de não ter contato com tecnologias que fazem parte da quarta revolução industrial, duas empresas que obtiveram o maior êxito dos colaboradores que já conhecem, reflete no fato de ter engenheiros com afinidade no tema e que já implantarem algum pilar da indústria 4.0. 89 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Figura 5 - No setor onde atua existe alguma implementação de algum mecanismo relacionado a indústria 4.0? Fonte: Autora (2021) Na figura 5, o gráfico demonstra que dos colaboradores entrevistados, 71,4% identificaram que já existe alguma implementação relacionada a indústria 4.0, como a internet das coisas, computação em nuvem e big data, dentro dos setores de administrativo, financeiro, planejamento e controle de obras, gerenciamento de estoque e gestão de projetos. 28,6% não identificaram nenhum mecanismo da quarta revolução, mas pelo fato de não vivenciar nenhuma tecnologia, pois de acordo com a primeira pergunta, parte deles conhece a indústria 4.0. Figura 6 – O quanto implantar pilares da indústria 4.0 no setor onde trabalha seria um investimento? Fonte: Autora (2021) 90 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS Figura 7 – De 1 a 5 como a indústria 4.0 pode melhorar o seu desempenho no ambiente de trabalho. Fonte: Autora (2021) Na figura 6, através do gráfico, percebe-se que a maioria dos entrevistados considera a implementação da indústria 4.0 um investimento, mesmo vivenciando as mudanças tecnológicas, a minoria ainda sente um medo em arriscar ou não sente a necessidade de mudança. Sobre a melhoria do desempenho com implementação das tecnologias da indústria 4.0, como mostra o gráfico na figura 7, novamente, a maioria acredita que seria um investimento eficaz, trazendo benefícios para seu setor. No meio da pesquisa, um dos colaboradores de idade avançada, da empresa que foi a pioneira da pesquisa, identificou que os pilares da quarta revolução industrial deveriam ser implantados como forma de melhoria dos processos, a percepção desse colaborador, vem do fato de ser engajado no meio tecnológico, para surpresa dessa pesquisa. Figura 8 - de 1 a 5 como é sua percepção a respeito das melhorias que a indústria 4.0 no período pandêmico. Fonte: Autora (2021) 91 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 Na figura 8, temos o gráfico, referente ao cenário pandêmico, sobre as melhorias provenientes da indústria 4.0, a maior parte dos colaboradores, entende que a interconectividade ajudou em muito como forma de avanço tecnológico, permitindo que o distanciamento social, não afetasse de forma exagerada os processos das empresas, pois houve o home-office. A minoria que discorda que não houve melhoria, remete-se ao fato de se tratar de um trabalho de montagem de painéis solares, ou seja, com o distanciamento, não teria como colaboradores da montagem trabalhar, mesmo com todas as melhorias aplicadas em outros setores. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Entende-se que implementar as tecnologias da indústria 4.0, seria um investimento, mas também seria uma quebra de barreiras, dentro do meio corporativo, uma vez que para isso os colaboradores das empresas precisariam se adequar a nova rotina. Embora a empresa da qual foi feito a pesquisa, possua pilares como robotização, internet das coisas, armazenamento em nuvem e big data em sua linha de processos, ainda encontre certa dificuldade vinda dos colaboradores para entender e aprender que já vive a quarta revolução industrial. Sabe-se que não basta apenas implementar as tecnologias da indústria 4.0 dentro das empresas, precisa-se também qualificar o profissional para tamanha mudança, uma vez que seria mais vantajoso treinar um colaborador, do que procurar um que se adeque as reformas tecnologias da empresa. O maior desafio dessa pesquisa foi apresentar a quarta revolução industrial, como um investimento para a melhoria de processos e profissionais, com base no questionário, foi identificado uma abertura para a implementação, mas também um receio, embora seja uma empresa formada por engenheiros e técnicos, toda modernização e automação de sistemas deve ser analisada, pois trata-se de custos e benefícios. Diante do cenário da pandemia, empresas que se beneficiam dos pilares da indústria 4.0, conseguiram lidar melhor com a crise, uma 92 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS vez que investiram em melhorias e avanços tecnológicos, empresa que possuem duas ou três tecnologias, souberam resistir, diferente de empresas que não possuíam nenhum pilar e não resistiram diante de uma das maiores crises econômicas. REFERÊNCIAS CNI. Confederação Nacional da Indústria. Relatório Anual de Infraestrutura da Indústria. 2016. Disponível em: http://www.pedbrasil.org.br/ped/artigos/ 079F8BA3E7E5281B.0%20no%20Brasil.pdf. Acesso em: 14 dez. 2021. EMBALAGEM MARCA. Conheça os nove pilares para implantação da Indústria 4.0 Disponível em: https://embalagemmarca.com.br/2017/05/conheca-os-nove-pilares-para-implantacao-da-industria-4-0/. Acesso em: 7 dez. 2021. FRANCO, T. Alienação do trabalho: despertencimento social e desrenraizamento em relação à natureza. Caderno CRH, Salvador, v. 24, n. 1, p. 169-189, 2011. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. J. -S. YOON, S. -J. SHIN, and S.-H. SUH, A conceptual framework for the ubiquitous factory. International Journal of Production Research, vol.50, no. 8, Taylor & Francis, pp.2174–2189, 2012. JR CONSULTORIA. 5W2H: a melhor metodologia para criar um plano de ação. Disponível em: https://jrconsultoria.com.br/5w2h/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=DSA_&gclid=Cj0KCQiAweaNBhDEARIsAJ5hwbcS1y3e9-aEuV3oFZSjI1Tuy7ETgeCv1ytR17t62aiUn63TdQmFjUMaAloREALw_wcB. Acesso em: 16 dez. 2021. KAGERMANN, H. Recommendations for implementing the strategic initiative industrie. KAGERMANN, Henning; WOLF-DIETER LUKAS, and WOLFGANG WAHLSTER. “Industrie 4.0: Mit dem Internet der Dinge auf dem Weg zur 4. industriellen Revolution.” VDI nachrichten 13 (2011): 11 93 ENGENHARIAS: PESQUISAS SOBRE DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES - VOLUME 1 MAGALHÃES V.R.V. et al. O uso do Big Data na violação da privacidade dos usuários para estratégias de negócios. Canindé: IFCE, 2014. MELL, P.; GRANCE, T. The NIST definition of cloud computing. 2011. MOREIRA, L. D. Indústria 4.0: estudo da cadeia produtiva da madeira no Paraná. Monografia de especialização. Universidade Federal Tecnológica do Paraná. 2017. OLIVEIRA, Carlos A. de. Inovação da tecnologia, do produto e do processo. Belo Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 2003. Orientação Ambiental by Wert Ambiental: O que é a 4ª revolução industrial ou indústria 4.0 e como ela deve afetar nossas vidas. Disponível em: https:// wertambiental.com.br/2019/01/15/industria_4-0/. Acesso EM: 7 dez. 2021. PORTAL DA INDÚSTRIA. Agência de notícias da indústria: Empresas com tecnologia da indústria 4.0 enfrentam melhor a pandemia. Disponível em: https:// noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/economia/empresas-com-tecnologia-da-industria-40-enfrentam-melhor-a-pandemia/. Acesso em: 7 dez. 2021. QUALYTEAM. Blog Qualyteam: 5W2H: entenda os fundamentos e saiba como aplicar. Disponível em: https://qualyteam.com/pb/blog/5w2h/. Acesso em: 16 dez. 2021. THIVIENSO. 4.0. Final Report Of The Industrie 4.0: Working Group. Francfort. Disponível em: http://thuvienso.dastic.vn:8080/dspace/handle/TTKHCNDaNang_123456789/357>. Acesso em: 20 mar. 2019. SACHUCK, M. I., TAKAHASHI, L. Y. e AUGUSTO, C. A. Impactos da inovação tecnológica na competitividade e nas relações de trabalho. Caderno de Administração. v. 16, n.2, p. 57-66, jul/dez. 2008. SÁENZ, Tirso W.; CAPOTE, Emílio G. Ciência, inovação e gestão tecnológica. Brasília: CNI/IEL/SENAI, ABIPTI, 2002. SCHWAB, Klaus. The Fourth Industrial Revolution. Genebra: World Economic Forum, 2016. 94 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA 4.0 EM UMA EMPRESA DO RAMO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS SILVA, F. H. R. Um estudo sobre os benefícios e os riscos de segurança na utilização de Cloud Computing; 2010. 15f. Artigo científico de conclusão de curso apresentado no Centro Universitário Augusto Motta, UNISUAM-RJ. SILVEIRA, C. B.O que é a Indústria 4.0 e como ela vai impactar o mundo. Citisystems. 2019. Disponível em: Acesso em: 10 maio. 2019. SINGER, P. Desemprego e exclusão social. São Paulo em perspectiva, São Paulo, v. 10, p. 1, 1996. TAURION, C. Big Data. Editora Brasport.1ed. 2013. UNISOMA: Tecnologias da Indústria 4.0 impulsionam empresas na pandemia. Disponível em: https://www.unisoma.com.br/noticia-industria-4-0-no-brasil/. Acesso em: 7 dez. 2021. 95 Este livro foi impresso sob demanda, sem estoques. A tecnologia POD (Print on Demand) utiliza os recursos naturais de forma racional e inteligente, contribuindo para a preservação da natureza. "Rico é aquele que sabe ter o suficiente" (Lao Tze)