Giardíase Professor Norival Kesper aula 7 Epidemiologia • Primeiro protozoário detectado nas fezes humanas (1681) • Apresenta distribuição global (cosmopolita) • Parasitose mais comum em países subdesenvolvidos • 200 milhões de casos na África, Ásia e América Latina • 500.000 mil casos/ano (OMS) • É encontrada com frequência em animais domésticos (cão, gato e gado) Agente etiológico Três espécies morfologicamente distintas: -G. duodenalis (G. lamblia ou G. intestinalis) – mamíferos, animais domésticos e homem -G.agilis – anfíbios -G. muris – roedores Mais recentemente foram encontradas outras 2 espécies de pássaros: -G. psittaci e G. ardeae Morfologia • A G. duodenalis é um parasito monoxeno, cujo ciclo vital inclui 2 formas: cistos e trofozoitos • Habitam o intestino delgado, duodeno e primeira porção do jejuno Morfologia Trofozoitos • Piriformes e com simetria bi-lateral (10 a 20 micras) • Superfície dorsal convexa e ventral plana com sucção • Movimentam-se por 4 pares de flagelos • Divisão assexuada-fissão binária • Contém 2 núcleos, 2 axônemas (feixes de fibras longitudinais) e 2 corpos parabasais em forma de vírgula e axóstilo (citoesqueleto) • Alimentam-se por pinocitose Morfologia Cistos Morfologia • Ovalados ou elipsoides (12 micras) • São formas de resistência, membrana cística com parede dupla • Possuem as mesmas estruturas internas dos trofozoitos, porém duplicadas (4 núcleos e 4 corpos parabasais) • São necessários de 10 a 100 cistos para infectar o homem • São altamente resistentes podendo manter viabilidade na água fria(4◦C) por até 90 dias Ciclo Biológico Transmissão • O homem se infecta ingerindo cistos de fezes contaminadas • Principalmente água contaminada • Verduras e legumes contaminados podem também infectar o homem Sintomatologia • Pode ser assintomática em adultos e crianças • Alguns assintomáticos podem apresentar episódios de diarreia transitório sem importância • Pode apresentar uma fase aguda caracterizada por diarreia (líquida) intensa que dura até 4 semanas • Os sinais e sintomas mais comuns: esteatorréia, desconforto abdominal, dores abdominais (cólicas), náuseas, vômitos e perda de peso • São comuns observar lesões na mucosa intestinal pela adesão de trofozoítos • Podem afetar a absorção de gorduras, carboidratos e vitaminas causando assim a má absorção de nutrientes Mecanismo de patogenicidade • O parasitas em grande quantidade aderem e recobrem a parede do duodeno formando um “tapete” • “Impression prints” - marcas deixadas quando o parasita descola, arrancando as microvilosidades Fatores de Virulência • A virulência pode variar de acordo com: número de cistos ingeridos, idade e estado imunitário dos pacientes • Deficiência de IgA tem mais giárdia • Os trofozoitos não invadem tecidos dos hospedeiros Diagnóstico Parasitológico • Exame microscópico de amostras de fezes (3 amostras em dias alternados-10 dias) • Amostras diarreicas recém eliminadas tem a presença de trofozoítos em exame direto das fezes (coloração por tricômio ou hematoxillina férrica) • Cistos podem ser pesquisados em amostras de fezes sólidas e semi-sólidas por técnicas de concentração como-Hoffmann, centrifugo–flutuação - Faust e col. e flutuação Willis • Pesquisa de trofozoítos pelo dispositivo comercial Enterotest Enterotest Enterotest®, também chamado de teste do barbante, consiste em uma cápsula de gelatina presa a um fio de náilon com a extremidade fixada na bochecha, é ingerida pelo paciente após um jejum de quatro horas e tem a finalidade de obter suco duodenal para a investigação dos trofozoítos de G. duodenalis. Diagnóstico laboratorial • Detecção de Ag nas fezes por meio de AC monoclonais anti G. duodenalis. Sensibilidade em torno de 85% a 95% e especificidade de 90 a 100%. • ELISA-IFI Pesquisa de Ac anti G. duodenalis no soro. Pouco sensível e específico • Biologia Molecular: amostras de água – pesquisa de DNA parasitário por PCR Profilaxia • Educação sanitária • Saneamento básico • Lavar bem as frutas e verduras (a água é a principal fonte de contaminação) • Importância de reservatórios animais (variantes eurixenas que circulam entre animais e humanos) OBS: insetos podem transportar cistos até o homem Tratamento • Vacina canina (não previne a infecção)