UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA Matheus da Silva Lopes Aspectos métricos dos códigos corretores de erros em espaços poset SEROPÉDICA 2018 Matheus da Silva Lopes Aspectos métricos dos códigos corretores de erros em espaços poset Monografia apresentada à Banca Examinadora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Matemática, sob a orientação do Prof. Dr. Luciano Vianna Félix. SEROPÉDICA 2018 "Existe apenas um bem, o conhecimento, e um mal, a ignorância". Sócrates. ii Agradecimentos Agradeço à minha família, que sempre me deram apoio e suporte para eu conseguir me manter na faculdade, gostaria de agradecer a todos os meu amigos,Jaqueline, Amanda, Mariane, Suellen, Gabriel entre outros, que sempre me motivaram a estudar mesmo em momentos de desânimo. Agradeço também ao meu orientador, Luciano, pela paciência e pelo tratamento ímpar. Agradeço à UFRRJ, como comunidade acadêmica. que, apesar dos estresses, me fez viver uma das melhores épocas da minha vida, proporcionando uma apredizagem incondicional, sobre as pessoas e a vida. iii Resumo Este trabalho tem como objetivo, analisar e compreender os aspectos métricos em códigos corretores de erros,mais especificamente sobre espaços posets. Iniciamos primeiramente desenvolvendo algumas definições e importantes teoremas sobre corpos finito, logo após estudaremos espaços métricos, abordando conceitos, definições e teoremas de espaços vetoriais e métrica, provando que a métrica Hamming, uma importante métrica na Teoria dos Códigos, é relamente métrica. Com esses conhecimentos em mãos, trataremos finalmente de códigos, abordando inicialmente coódigos lineares e logo em seguida, estudando códigos posets, estudando a métrica poset, raio de empacotamento e como eles se comportam em diferentes tipos de posets. Palavras-Chave:Códigos Posets; Métrica; Códigos corretores de erros. iv Abstract The objective of this work is to analyze and understand the metric aspects in error correction codes, more specifically on posets spaces. We begin by developing some definitions and important theorems about finite fields, shortly after studying metric spaces, approaching concepts, definitions and theorems of vector spaces and metrics, proving that the Hamming metric, an important metric in Code Theory, is really a metric. With this knowledge at hand, we will finally deal with codes, initially approaching linear codes and soon thereafter, studying poset codes, studying the poset metric, packaging radius and how they behave in different types of posets. Key-Words:Posets codes; Error correction codes; Metric. v Sumário Introdução 1 1 Corpos 3 1.1 3 2 Espaços Métricos 7 2.1 Espaços Vetoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.1.1 Subespaços Vetoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2.1.2 Bases e Dimensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Espaços Métricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 2.2 3 Corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Códigos Corretores de Erros 15 3.1 Códigos Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 3.2 Códigos Poset . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 3.3 Métrica Poset . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 3.4 Raio de Empacotamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Considerações Finais 38 Referências Bibliográficas 39 vi Introdução A teoria dos Códigos corretores de erros tem como assunto principal a decodificação de palavras em um código. um código é um subconjunto de uma tripla (X,Y,P), onde X é de onde a palavra é enviada, chamado de fonte, e Y é a onde a palavra é recebida, chamado de receptor, P é um modelo probabilistico de uma mensagem y ∈ Y dado que x ∈ X foi enviado. Porém essa palavra pode sofrer algum ruído, sendo assim, sofrendo uma diferença entre a palavra enviada e a palavra recebida. Um modelo que simplifica bastante essa questão, é o chamado modelo ShannonWeaver, que reproduz um sistema de comunicação. Nele há uma fonte, do qual a mensagem é criada, um transmissor, onde a mensagem é codificada e enviada, um canal, que em uma linguagem informal, é o caminho onde a mensagem pode sofrer ruidos( Ruido de Canal), que enventualemente a modificam, um receptor, que também pode ser chamado de decodificador, que codifica a mensagem recebida na possivel mensagem enviada, e por fim, um destinatário, que seria a pessoa ou "coisa"que recebe a mensagem decodificada. Temos a nossa frente um um problema, de que enventualmente a palavra enviada seja diferente da racebida, somos então introduzidos aos decodificadores, os quais são critérios de decisão, que através de cálculos, encontram a palavra correspondente, o critério de decisão ótimo é o decodificador de máxima verossimilhança, o qual é baseado no modelo probabilístico do canal e que minimiza a probabilidade de erros. Sob certas circunstâncias, o decodificador de máxima verossimilhança coincide com o decodificador de métrico de máxima proximidade, o qual é dada por uma métrica π : π −→ π e sugere-se decodificar o π¦ como π(π¦) ∈ πΆ mais próximo de π¦. 1 Em 1995, Brualdi introduziu uma grande nova familia de métricas definidas em espaços vetoriais sobre corpos finitos Fππ , nomeados como ππππ‘πππ πππππππ π ππ‘, ou pela sigla πππ ππ‘,que tem esse nome devido a alguma ordem parcial definida no conjunto dos índices naturais [π] = {1, 2, 3, · · · , π}. Além de possíveis usos práticos, as métricas posets oferecem uma série de desafios, pois alguns conceitos que são trivializados pela métrica ed Hamming têm sua diferença amplificada por estas métricas. Como exemplo disso, temos que a "distancia mínima"é um parâmetrp do código a ser maximizado, mas o parâmetro realmente importante é o raio de empacotamento, o que pode ser confundido com a distância mínima pelo fato de ser intrinsecamente relaci[οΈ ]οΈ , onde π é a distância mínima de um código, onados pela famosa equação π = π−1 2 munido com a métrica Hamming. As métricas posets colocam esse e outros desafios em cheque, sendo objeto de estudo durante os últimos anos, 2 Capítulo 1 Corpos Nesse capítulo, desejamos trabalhar as definições, exemplos e teoremas de corpos finitos, fazendo uma breve introdução ao assunto, usaremos como referência, em grande parte em livros de álgebra linear. 1.1 Corpo Definição 1.1.1. Um corpo K é um conjunto de elementos, munido de duas operações, que são chamadas, respectivamente, de adição, (+), e multiplicação,(·) munido das seguintes propriedades: 1. Associatividade da adição: Quaisquer que sejam π₯, π¦, π§ ∈ K, tem-se que (π₯ + π¦) + π§ = π₯ + (π¦ + π§) 2. Comutatividade da adição: Para quaisquer que sejam π₯, π¦ ∈ K, então π₯+π¦ =π¦+π₯ 3. Elemento Neutro da adição: Existe um único elemento neutro, 0K , tal que para todo π₯ ∈ K, tem-se que π₯ + 0K = 0K + π₯ = π₯. Observe que 0K não é necessariamente o zero que conhecemos dos números reais. Pode sim haver um corpo cujo elemento neutro não seja o 0 como conhecemos. 3 4. Simetria na Soma:Todo elemento π₯ ∈ πΎ possui um simétrico, denotado por, −π₯, tal que a adição π₯ + (−π₯) = (−π₯) + π₯ = 0K 5. Associatividade da multiplicação: Para qualquer π₯, π¦, π§ ∈ K (π₯.π¦).π§ = π₯.(π¦.π§) 6. Comutatividade da multiplicação: Para todo π₯, π¦ ∈ K, a comutatividade nos diz que, π₯.π¦ = π¦.π₯ 7. Elementro Neutro da multiplicação: Existe um único elemento neutro, 1K tal que para todo π₯ ∈ K, tem-se que π₯.1K = 1K .π₯ = π₯. Observe que, assim como no elemento neutro da adição o 1K não necessariamente é o número 1 como conhecemos. 8. Inverso multiplicativo: Para todo π₯ ∈ K, existe um elemento inverso, denotado por, π₯−1 , tal que π₯.(π₯−1 ) = (π₯−1 ).π₯ = 1K 9. Distributiva: Para qualquer π₯, π¦, π§ ∈ K, teremos que π₯.(π¦ + π§) = π₯.π¦ + π₯.π§ A partir dessas propriedades, temos uma série de consequências, como por exemplo o inverso multiplicativo, o elemento neutro da adição e da multiplicação, e o simétrico aditivo serem únicos. Podemos mostrar também que para qualquer π₯ ∈ K, π₯.0K = 0K ,e que −(−π₯) = π₯. Esses resultados podem ser vistos em [4] [2] Exemplo 1.1.2. O conjunto dos números racionais Q = { ππ , π ∈ Z, π ∈ Z* munido com as seguintes operações π π′ π · π ′ + π′ · π + ′ = ; π π π·π e a multiplicação sendo definida por: π · π′ π π′ · ′ = ; π π π · π′ também é um corpo, dizemos que Q é um subcorpo dos reais. 4 Exemplo 1.1.3. Os conjunto dos números reais R, e dos números complexos C, com as operações usuais de adição e multiplicação são exemplos de corpos. Exemplo 1.1.4. O conjunto Z2 = {0, 1}, onde com as operações Tabela 1.2: Multiplicação Tabela 1.1: Adição + 0 1 · 0 1 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 torna-se um corpo. Exemplo 1.1.5. Seja π = {π₯ ∈ Z tal que π|(π₯ − π)} e Zπ = {0, · · · , π − 1},com π primo, sendo π por sua vez é uma classe, de modo que, se π₯ ∈ Zπ então existe uma classe π ∈ {0, · · · , π − 1} tal que π₯ ∈ π, isto é, para todo π₯ ∈ Z tal que π|π₯ possui resto π, fará parte da classe π. Essas classes também são conhecidas como classes residuais. Esse conjunto de classes, munido com as operações de adição e multiplicação, definidas, respectivamente, por π+π=π+π e π · π = π.π, Será um corpo. Note que só será corpo quando π for primo. Com efeito, Z4 não será corpo. O conjunto Z5 = {0, 1, 2, 3, 4} definido com as operações de adição e multiplicação do 1.1.5 será um corpo finito. Por exemplo, o número 10 ∈ 0 pois o resto da divisão de dez por cinco tem resto zero, de forma análoga, teremos que o número 11∈ 1, sendo assim teremos que 10 e 11 são equivalentes a, respectivamente, 0 e 1, sendo assim teremos que 10 + 11 = 0 + 1 = 0 + 1 = 1 Os exemplos 1.1.4, 1.1.5 e ?? mostram uma classificação de corpo muito importante para o estudo de códigos, pois muitas vezes os códigos serão formados sobre 5 corpos finitos. Vamos então definir e mostrar propriedades de corpos finitos, enunciando, ao final da seção que todo corpo finito é isomorfo, ou seja, possui as mesmas propriedades, que os corpos Zπ , com π primo. A demonstração desse teorema pode ser vista em [3]. Isso nos facilita muito o entendimento sobre o código, pois se temos algun corpo finito muito dificil de se trabalhar, podemos "substituí-lo"por algum Zπ , onde conhecemos sua estrutura. Definição 1.1.6. Um corpo finito é um corpo, com finitos elementos. 6 Capítulo 2 Espaços Métricos Nosso objetivo nesse capítulo é introduzir a noção de espaços métricos. Para isso, faremos um resumo de espaços e subespaços vetorias, juntamente com a noção de base e dimensão de um espaço vetorial. Na segunda seção do capítulos falaremos propriamente de métrica. Introduzindo a definição de algumas métricas famosas em códigos, como a métrica Hamming e a métrica cadeia, e provando que são métricas. Nesse capítulo usaremos como referência [5] e o [2]. 2.1 Espaços Vetoriais Agora que já sabemos o que é um corpo, podemos definir um espaço vetorial. Definição 2.1.1. Seja V um conjunto, e K um corpo de escalares. Um espaço vetorial, é definido por: 1. Tal conjunto V é munido de uma operação, chamada adição, que para cada π£, π§ e π€ ∈ π tem as seguintes propriedades: (a) Associativa: π£ + (π€ + π§) = (π£ + π€) + π§ (b) Comutativa: π£ + π€ = π€ + π£ (c) Elemento Neutro: Existe um único vetor 0π ∈ π , tal que, π£ + 0π = π£, para todo π£ ∈ π . 7 (d) Simetria:Todo elemento π£ ∈ π possui um simétrico, denotado por, −π£, tal que a adição π£ + (−π£) = (−π£) + π£ = 0π 2. O conjuno V é munido de uma segunda operação, chamada multiplicação por escalar, que tem as seguintes propriedades: (a) Elemento Neutro dos Escalares: Para todo π£ ∈ π temos que 1K · π£ = π£ (b) Associatividade: Sendo πΌ e π½ ∈ K, temos que (πΌ · π½) · π£ = πΌ · (π½ · π£), com π£∈π (c) Distributiva por Escalar: Seja π£ e π€ ∈ π , e πΌ ∈ K, então πΌ · (π£ + π€) = πΌ·π£+πΌ·π€ (d) Distributiva por Vetores: Sendo πΌ e π½ ∈ πΎ, temos que (πΌ + π½) · π£ = πΌ·π£+π½·π£ Podemos perceber que as propriedade da adição em V são idênticas a de um corpo, porém, como acabamos de ver, a multiplicação é feita por escalares, não garantindo nenhum tipo de multiplicação entre vetores de π . Algumas propriedades de Espaços Vetoriais, assim como vimos em corpos, estão implícitas nas propriedades acima mostrada, são elas: π£ · 0K = 0 para todo π£ ∈ π ; se πΌ · π£ = 0 então ou πΌ = 0K ou π£ = 0π , assim como a unicidade do neutro, tanto da adição como da muliplicação e do inverso aditivo. Exemplo 2.1.2. Seja π um conjunto qualquer não vazio e seja K um corpo, então o conjunto das funções β± em que relaciona os elementos do conjunto π com os do corpo K, munido da operação adição definida por: (f + g)(π ) = f (π ) + g(π ) e a multiplicação por escalar definida como: (πf )(π ) = πf (π ) Então temos que o conjunto das funções β±, é um espaço vetorial sobre K. 8 (2.1) Exemplo 2.1.3. Seja o conjunto Fππ , cujos elementos são n-uplas, ou seja, se π₯ ∈ Fππ então π₯ = (π₯1 , π₯2 , · · · , π₯π ), onde cada coordenada é é um elemento do corpo finito Fπ . Esse conjunto será um espaço vetorial com as operações de adição e multiplicação, definidas por: Adição Dados π₯ = (π₯1 , π₯2 , · · · , π₯π ) e π¦ = (π¦1 , π¦2 , · · · , π¦π ) ∈ Fππ temos que (π₯1 , π₯2 , · · · , π₯π ) + (π¦1 , π¦2 , · · · , π¦π ) = (π₯1 + π¦1 , π₯2 + π¦2 , · · · , π₯π + π¦π ) Multiplicação Dados π₯ = (π₯1 , π₯2 , · · · , π₯π ) ∈ Fππ e π ∈ K temos que π · π₯ = π · (π₯1 , π₯2 , · · · , π₯π ) = (π · π₯1 , π · π₯2 , · · · , π · π₯π ) 2.1.1 Subespaços Vetoriais Definição 2.1.4. Sendo π um espaço vetorial, um subespaço vetorial πΈ de π , é um subconjunto de π , πΈ ⊆ π , com as seguintes propriedades: 1. 0π ∈ πΈ; 2. Se π£, π€ ∈ πΈ então π£ + π€ ∈ πΈ; 3. Se π£ ∈ πΈ então, para todo πΌ pertencente a K, tem-se que πΌ · π£ ∈ π Em outras palavras, as propriedades nos diz que um subespaço é um subconjunto fechado pela soma e pela multiplicação por escalar. Uma consequência interessante das propriedades de um subespaço vetorial, é que, como πΌ · π£ ∈ πΈ e π£ + π€ ∈ πΈ então πΌ · π£ + π½ · π€ ∈ πΈ, generalizando para n vetores, teremos que πΌ1 · π£1 + πΌ2 · π£2 + · · · + πΌπ · π£π ∈ πΈ, que é igual a dizer π ∑οΈ πΌπ · π£π (2.2) π=1 Essa consequência será bastante utilizada para classificar os subconjuntos π do espaço vetorial π , são Linearmente Independentes (L.I), ou Linearmente Dependente (L.D), em nosso próximo assunto, por agora, vamos a alguns exemplos de subespaços vetoriais. 9 Exemplo 2.1.5. Dado um espaço vetorial π , temos que π e {0} são subespaços vetoriais, chamaremo-os de subespaços triviais.. Exemplo 2.1.6. Dizemos que uma matriz ππ×π , sobre o corpo πΎ é simétrica, quandoπ΄ππ = π΄ππ , para todo π, π ∈ Z. O conjunto das matrizes simétricas formam um subespaço de matrizes Mπ×π sobre o corpo πΎ. Exemplo 2.1.7. O espaço das funções polinomiais, π«(π³ ) é um subespaço sobre os espaço das funções β±. Exemplo 2.1.8. Sejam π£, π£1 , π£2 , · · · , π£π ∈ π , então πΈ = { ∑οΈπ π=1 πΌπ£π ; πΌ ∈ K} é um subespaço vetorial,πΈ é chamado o subconjunto das combinações lineares sobre V. 2.1.2 Bases e Dimensão Nesta seção anunciaremos uma série de resultados clássicos de álgebra linear, que não apresentaremos as demonstrações, porém, as mesmas podem ser encontradas, discutidas mais profundamente em [5] [2] Para, começar nosso estudo, devemos definir o que é um conjunto Linearmente Independente (LI) ou Linearmente Dependente (LD). Definição 2.1.9. Um conjunto π é Linearmente Dependente(LD), quando algum vetor de π pode ser escrito como combinação linear dos outros vetores de π ou seja, πΌπ = π ∑οΈ ππ πΌ π (2.3) πΜΈ=π=1 Definição 2.1.10. Seja π ⊂ π , sendo π um espaço vetorial, então um conjunto é dito Linearmente Independente(LI) quando não é Linearmente Dependente. Sendo assim, não exite escalares tal que πΌπ ΜΈ= π ∑οΈ ππ πΌ π (2.4) πΜΈ=π=1 Definição 2.1.11. Um espaço π é dito gerado por π ⊂ π , se cada elemento π£ ∈ π pode ser escrito como combinação linear dos elementos de π. 10 Definição 2.1.12. Um conjunto de vetores π΅ é uma πππ π ππ π se o mesmo conjunto é LI e, além disso, gera todos os vetores de π Isso significa que cada elemento de π pode ser escrito, de maneira única, como combinação linear dos vetores da base. Alguns teoremas interessantes, são os seguintes, onde a demonstração pode ser encontrada em [2], [5]. Proposição 2.1.13. Se π é um espaço vetorial, π΅ é uma base de π e |π΅| = π, então qualquer outra base de π tem π elementos Teorema 2.1.14. E um espaço vetorial de dimensão finita n. Então: β Todo conjunto X de geradores de E contém uma base. β Todo conjunto L.I {π£1 , · · · , π£π } ⊂ πΈ está contido numa base. β Todo subespaço vetorial πΉ ⊂ πΈ tem dimensão finita a qual é menor ou igual a π. β Se a dimensão de subespaço do subespaço πΉ ⊂ πΈ é igual a π, então πΉ = πΈ. Definição 2.1.15. Definimos dimensão de um espaço π como o número de elementos que se encontram na base de π . 2.2 Espaços Métricos Para definirmos o que seria um espaço métrico, devemos definir o que é uma métrica. Todas as definições e Teoremas desse capítulo pode ser visto em,[6], [3] e [1]. Definição 2.2.1. Uma métrica é uma aplicação π : π xπ → R,que, dados π₯, π¦, π§ ∈ π , satisfaz as seguintes propriedades: π1 : π(π₯, π¦) ≥ 0, sendo π(π₯, π¦) = 0 ⇔ π₯ = π¦. π3 : π(π₯, π¦) = π(π¦, π₯). π4 : π(π₯, π¦) ≤ π(π₯, π§) + π(π§, π¦) 11 Como ela está definida em um conjunto π , então diremos que esta é uma métrica sobre π , a propriedade π4 é conhecida como desigualdade triângular. A seguir apresentaremos uma série de exemplos de métricas. A demonstração que as seguintes funções são métricas podem ser encontradas em [6]. Exemplo 2.2.2 (Métrica Euclidiana). Segundo, seja a função π : Rπ × Rπ → R e π₯ = (π₯1 , π₯2 , · · · , π₯π ) e π¦ = (π¦1 , π¦2 · · · , π¦π ) pertencentes a Rπ . Definimos a métrica euclidiana como: π(π₯, π¦) = √οΈ (π₯1 − π¦1 )2 + (π₯2 − π¦1 )2 + · · · + (π₯π − π¦π )2 ou β― βΈ π βΈ∑οΈ π(π₯, π¦) = β· (π₯π − π¦π )2 π=1 Exemplo 2.2.3 (Métrica Discreta). A função π : π × π → {0, 1}, definida por β§ βͺ βͺ β¨1, π π π₯ ΜΈ= π¦ π(π₯, π¦) = βͺ βͺ β©0, π π π₯ = π¦ é uma métrica. Os próximos exemplos, são exemplos de métricas que são utilizadas frequentemente, na teoria dos códigos corretores de erros. Definição 2.2.4 (Métrica de Hamming). Seja Fππ , munido de de uma metrica π, da seguinte forma: ππ» (π₯, π¦) = |{π; π₯π ΜΈ= π¦π }| Essa métrica define a distância em um espaço vetorial, de dimensão n, sendo o valor de ππ» (π₯, π¦) a quantidade de coordenadas em que π₯ difere de π¦. Exemplo 2.2.5. Métrica de Hamming. Demonstração. Devemos provar então as propriedades de métrica: 12 M1 ππ» (π₯, π¦) ≥ 0 Se π₯ ΜΈ= π¦ isso significa que existe π ∈ N tais que π₯π ΜΈ= π¦π e assim π(π₯, π¦) ≥ 1 > 0, pois π = {1, 2, · · · , π} Se temos que π(π₯, π¦) = 0π ππβπ‘πππππ€π₯π = π¦π ∀π ∈ {1, · · · , π} ⇒ ππ» (π₯, π¦) = 0 Se π₯ = π¦, isso implica que @π ∈ N, tal que π₯π ΜΈ= π¦π , logo ππ» (π₯, π¦) = 0 M2 ππ» (π₯, π¦) = ππ» (π¦, π₯) Podemos observar que ππ» (π₯, π¦) = |{π; π₯π ΜΈ= π¦π }| podemos perceber que se π₯π ΜΈ= π¦π , então π¦π ΜΈ= π₯π então teremos que |{π; π₯π ΜΈ= π¦π }| = |{π; π¦π ΜΈ= π₯π }| e isto implica que ππ» (π₯, π¦) = ππ» (π¦, π₯) M3 ππ» (π₯, π¦) ≤ ππ» (π₯, π§) + ππ» (π§, π¦) Seja π₯, π¦, π§ ∈ Fππ , sendo ππ» (π₯, π¦) = π então agora temos três possibilidades para π§, sendo eles, π§ = π₯, π§ = π¦, π§ ΜΈ= π₯ e π§ ΜΈ= π¦. Caso 1 (π§ = π₯) Sendo π§ = π₯ então ππ» (π₯, π§) = 0 porém ππ» (π§, π¦) = π, logo a desigualdade vale. pois ππ» (π₯, π¦) = π = 0 + π = ππ» (π₯, π§) + ππ» (π§, π¦) Ou seja, a igualdade vale. O caso em que π§ = π¦ é análogo ao Caso 1, então também irá valer a igualdade. Caso 2 (π₯ ΜΈ= π¦) Sabemos que a contribuição das i-ésimas coordenadas de π₯ e π¦mpara ππ» (π₯, π¦) é igual a zero se π₯π = π¦π e igual a um se π₯π ΜΈ= π¦π . Portanto, nesse caso em que π₯ ΜΈ= π¦, então π₯π ΜΈ= π¦π , e portanto certamente não podemos ter π₯π = π§π e π¦π = π§π . Conseuqentemente, a contribuição das i-ésimas coordenadas a ππ» (π₯, π§)+ππ» (π§, π¦) é maior ou igual a um, que é a contribuição das i-ésimas coordenadas a ππ» (π₯, π¦) 13 Definição 2.2.6. Seja um espaço vetorial Fππ , com a distância definida da seguinte forma: ππΆ (π₯, π¦) =máx{π; π₯π ΜΈ= π¦π } Exemplo 2.2.7. Métrica cadeia: Demonstração. Vamos provar que é métrica: M1 ππΆ (π₯, π¦) ≥ 0 Se π₯ ΜΈ= π¦ com π₯ e π¦ ∈ Fππ então existe π ∈ 1, · · · , π tal que π₯π ΜΈ= π¦π como π é natural, então π > 0 e então ππ (π₯, π¦) > 0. Se ππΆ (π₯, π¦) = 0 então, temos que não existe π ∈ {1, · · · , π} tal que π₯π ΜΈ= π¦π então π₯π = π¦π ∀π ∈ {1, · · · , π}, logo π₯ = π¦. Se π₯ = π¦ então para todo π ∈ {1, · · · , π} temos π₯π = π¦π e então não existe π tal que π₯π ΜΈ= π¦π portanto ππΆ (π₯, π¦) = 0. M2 ππΆ (π₯, π¦) = ππΆ (π¦, π₯) Por definição temos que ππΆ (π₯, π¦) =máx{π; π₯π ΜΈ= π¦π } = máx{π; π¦π ΜΈ= π₯π } = ππΆ (π¦, π₯) M3 ππΆ (π₯, π¦) ≤ ππΆ (π₯, π§) + π(π§, π¦) Temos aqui dois casos principais, quando π₯ = π¦ e quando π₯ ΜΈ= π¦ que siginifica que existe algum π tal que π₯π ΜΈ= π¦π . Quando π₯ = π¦ então ππΆ (π₯, π¦) = 0 pois não existe coordenada π tal que π₯π ΜΈ= π¦π , logo, qualquer que seja π§ ∈ Fππ , teremos que ππΆ (π₯, π¦) ≤ ππΆ (π₯, π§) + π(π§, π¦). Quando π₯ ΜΈ= π¦, então teremos que, seja ππΆ (π₯, π¦) = π logo, não se pode ter π₯π = π§π e π§π = π¦π . Sem perda de generalidade, tome π₯π ΜΈ= π§π ⇒ máx{π; π₯π ΜΈ= π§π } ≥ π ⇒ ππΆ (π₯, π¦) ≥ π ⇒ ππΆ (π₯, π¦) = π ≤ ππΆ (π₯, π§) ≤ ππΆ (π₯, π§) + ππΆ (π§, π¦) Essa métrica nos diz que, a distância entre os elementos é dada pela maior coordenada tal que π₯π ΜΈ= π¦π . 14 Capítulo 3 Códigos Corretores de Erros Chegamos, com esse capítulo ao nosso tema central, códigos corretores de erros. Introduziremos aqui a definição de código e também de código lineares, falaremos também sobre a matriz geradora e matriz teste de paridade, cuja as suas propriedades são interessantes, e por fim falaremos de códigos posets e raio de empacotamento em códigos posets. Usaremos como referências [1], [7],[3], [2] e [?]. A teoria teve início na década de quarenta, onde os computadores eram muito difíceis de serem mantidos, sendo assim, somente grupos de grande porte, como o governo e universidades eram capazes desse feito. Em sua maioria, os computadores eram utilizados para cálculos numéricos complexos. Richard O. Hamming trabalhava com esses computadores no Bell’s Laboratory of Tecnology. O funcionamento desses computadores eram simplórios, de forma que após detectar algum erro, todo o trabalho era descartado, e eles analisavam o próximo trabalho. Após semanas de trabalho jogado fora, Hamming tem a ideia de fazer as máquinas não só detectarem, mas também corrigir os erros. Atualmente, a teoria dos códigos corretores de erro é muito importante pois está intrinsicamente ligada com o nosso dia a dia, televisão, telefone, etc. Vamos então definir primeiramente o que seria um código. Definição 3.0.1. Seja Fπ um corpo finito de cardinalidade π ∈ N e Fππ o conjunto das n-uplas com entradas em Fπ , um código é um subconjunto de Fππ . 15 3.1 Códigos Lineares Definição 3.1.1. Seja π ⊆ Fππ , chamaremos π de um código linear se π for um subespaço vetorial de Fππ . Se π é um subespaço π − ππππππ πππππ de Fππ dizemos que π é um [π, π]π código, lembrando que um subespaço vetorial, não é apenas um conjunto, mas possui propriedaes interessantes. Neste trabalho estudaremos apenas códigos lineares. Definição 3.1.2. Dado π₯ ∈ Fππ , define-se o πππ π ππ π»ππππππ do elemento π₯ como sendo o número inteiro π€(π₯) := |{π; π₯π ΜΈ= 0}| Ou seja, o peso de um elemento π₯ ∈ Fππ , é o número de coordenadas que são diferentes de zero. Lembrando que se um espaço π tem dimensão π, então o elemento π₯ ∈ π é da forma π₯ = (π₯1 , π₯2 , · · · , π₯π ), sendo assim, não faz sentido o peso ser negativo, nem mesmo ser não inteiro. Note que pela definição π€(π₯) = π(π₯, 0). Outra definição bastante importante é a distância mínima de um código linear π, com ela conseguimos determinar o quanto as palavras de π estão dispersas em Fππ , ela também nos dá a possibilidade de, por exemplo, medir a quantidade de erros que podem ser corrigidos em um código. Definição 3.1.3. Seja π ⊆ Fππ , um código linear. A distância mínima de π é dada por: π(π) = πππ{π(π₯, π¦); π₯, π¦ ∈ π} Observação: Seja π ⊆ Fππ um código linear, com Fππ , temos que π€(π₯) = π(π₯, 0) Demonstração. Relembrando que a métrica Hamming é definida por π(π₯, π¦) := |{π; π₯π − π¦π ΜΈ= 0}| Então teremos que π€(π₯) := |{π; π₯π ΜΈ= 0}| = |{π; π₯π − 0 ΜΈ= 0}| = π(π₯, 0). 16 Definição 3.1.4. Seja π ⊆ Fππ e seja π: Fππ × Fππ → R+ , a métrica Hamming, o peso mínimo do código (πΆ) é: π€π (π) = πππ{π€(π₯); π₯ ∈ πβ{0}} Proposição 3.1.5. Seja π ⊆ Fππ um código linear, então π€π (π) = π(π) Demonstração. Sabemos que π(π)=πππ{π(π₯, π¦); π₯, π¦ ∈ π}. Note que π(π₯, π¦) = π(π₯ − π¦, 0), pois π(π₯, π¦) = |{π; π₯π ΜΈ= π¦π }| = |{π; π₯π − π¦π ΜΈ= 0}| = π(π₯ − π¦, 0) e tomando π§ = π₯ − π¦, teremos que π§ ∈ π, pois π é um subespaço, sendo assim: π(π) = πππ{π(π₯, π¦); π₯, π¦ ∈ π} = πππ{π(π₯ − π¦, 0); π₯, π¦ ∈ π} = πππ{π(π§, 0); π§ ∈ π} Temos que π(π§, 0) = π€(π§), logo, teremos que π(π) = πππ{π(π§, 0); π§ ∈ π} = πππ{π€(π§); π§ ∈ π} = π€(πΆ). Exemplo 3.1.6. Seja π ⊆ F92 , com π := {000001000, 000000010, 000000001, 000001010, 000001001, 000000011, 000001011} vamos calcular o peso mínimo π€(π) de π. π₯∈π π€(π₯) 000001000 1 000000010 1 000000001 1 000001010 2 000001001 2 000000011 2 000001011 3 π€(π) 1 17 3.2 Códigos Poset Nesta seção iremos definir o que é um poset, mostrar vários exemplos de poset, como o Cadeia, Anticadeia, Hierárquico, NRT , etc. Iremos também introduzir a métrica poset, uma métrica interessante que generaliza métricas conhecidas, como a métrica Hamming e a métrica cadeia, mostraremos que ela é métrica e terminaramos analisando os raios de empacotamento de códigos em espaços com diferentes métricas posets. Uma relação π de X em Y, é um subconjunto de π × π . Quando π=π , dizem-se simplesmenteque π é uma relação em π. Para a relação π ser uma relação de ordem parcial tem que satisfazer três propriedades. Definição 3.2.1. Uma relação π entre π e π é dita ser de ordem, e denotada por βͺ―, se satisfaz as seguintes propriedades: Reflexiva : Para todo π₯ ∈ π, (π₯, π₯) ∈ π ; Transitiva : Se (π₯, π¦) e (π¦, π§) ∈ π , então (π₯, π§) ∈ π ; Anti − simetrica : Se (π₯, π¦) e (π¦, π₯) ∈ π , então π₯ = π¦. Neste caso, se (π₯, π¦) ∈ π , denotamos que π₯ βͺ― π¦ e que π₯ e π¦ são comparáveis. Se para quaisquer π₯ e π¦ ∈ π, eles são comparáveis, diremos que βͺ― é uma relação de ordem totel. Definição 3.2.2. Sejam π um conjunto e βͺ― uma ordem parcial, então o par (X,βͺ―), que é o conjunto π munido da ordem parcial βͺ― é um Poset. (A palavra Poset, tem origem no inglês, π arcially πrdered π ππ‘). Exemplo 3.2.3. Afirmamos que (Z, ≤), onde ≤ é a relação de ordem usual dos inteiros, é um conjunto totalmente ordenado. Podemos perceber que ≤ obedece as três propriedades para ser uma relação de ordem, podemos perceber também que para qualquer π₯ e π¦ ∈ Z, tem-se que π₯ ≤ π¦. Portanto para qualquer π₯ e π¦ ∈ Z eles, são comparáveis, logo ≤ é uma relação de ordem total. Definição 3.2.4. Um πππππ de um poset P, é um subconjunto πΌ ⊆ π , tal que tem a seguinte propriedade: se π ∈ πΌ e π βͺ― π, então π ∈ πΌ. 18 O conjunto de todos ideais do Poset π é denotado por I(P), ou seja I(P) = {π ⊆ π |π é um ideal em π } Definição 3.2.5. Dado π΄ ⊆ π , denotamos por β¨π΄β© o menor ideal de π contendo π΄, chamado ideal gerado por π΄. Uma outra forma de ver um ideal gerado é por interseções, ou seja, dado π΄ ⊆ π, o ideal gerado por π΄ é o menor ideal de π que contém π΄, ou seja β¨π΄β© = βοΈ πΌ∈I(P)π ⊆πΌ πΌ Um diagrama de Hasse de um poset π = (π, βͺ―) é um grafo orientado que tem π como um conjunto de vértices. Uma aresta liga π¦ a π₯ se π₯ βΊ π¦ e não existe π§ ∈ π tal que π₯ βͺ― π§ βͺ― π¦, o que nos mostra que se π₯ tem uma relação com π¦, então não há nenhum elemento de π intermediário nessa relação. Quando ilustrado no plano, convenciana-se que se π₯ βΊ π¦, então o ponto que representa π¦ esta "mais alto"que o que representa π₯, de modo que é possível omitir as setas na representação gráfica do grafo Exemplo 3.2.6. Seja o Poset π com a seguinte relação de ordem sobre {1, 2, · · · , 8}, sendo π := {(1, 1)(2, 2), (3, 3), (4, 4), (5, 5), (6, 6), (7, 7), (8, 8), (1, 5), (1, 6), (1, 8), (2, 5), (2, 6), (2, 8), (3, 6), (3, 7), (3, 8), (4, 7), (6, 8)}. Esse poset terá o seguinte Diagrama de Hasse abaixo: Figura 3.1: Diagrama de Hasse do Poset X. 19 Podemos perceber nesse exemplo a diferença entre um ideal π΄, e um ideal gerado β¨π΄β©. O conjunto π΄ = {8, 7, 6, 4, 3, 2, 1} é um dos ideais que contém {8}, porém não é β¨8β©, pois não é o menor ideal que contém {8}, sendo assim β¨8β© = {8, 6, 3, 2, 1}, que é o menor ideal que contém {8}. Figura 3.2: Diagrama de Hasse do ideal π΄, que contém {8}. Figura 3.3: Diagrama de Hasse de β¨8β©. Definição 3.2.7. Se π = (π, βͺ―) é um poset, π ∈ π é um elemento minimal de π se não existe π ∈ π tal que π βΊ π. Um elemento π ∈ π é um elemento maximal de π se nao existe π ∈ π tal que π βΊ π. Iremos definir alguns conceitos, com o qual será mais fácil o entendimento dos posets. Definição 3.2.8. Dado um conjuto π dizemos que ele recebe o πππ‘π’ππππππ‘π πππ‘π’πππ quando π = [π], onde [π] = {1, 2, · · · , π}. Definição 3.2.9. Dado π ∈ π, a πππ‘π’ππ, denotada por π(π), de π é o comprimento da maior cadeia que tem π como elemento maximal, ou seja 20 π(π) = πππ₯{π; π1 βΊ π2 βΊ · · · βΊ ππ = π; π1 π πππππππ‘π πππππππ ππ π } Definição 3.2.10. O k-ésimo nível, denotado por π»π , do poset π é o conjunto de elementos de π de altura π, ou seja π»π := {π ∈ π; π(π) = π} Proposição 3.2.11. Seja π΄, π΅ ∈ ([π], βͺ―). Se π΄ ⊆ π΅ então β¨π΄β© ⊆ β¨π΅β©. Demonstração. Seja π ∈ β¨π΄β©, então teremos dois casos, ou π é maximal em π΄, ou π não é maximal em π΄. Caso 1 Seja π um maximal de β¨π΄β©, então π ∈ π΄ e como π΄ ⊂ π΅ então π ∈ π΅, e portanto π ∈ β¨π΅β©. Concluimos que β¨π΄β© ⊆ β¨π΅β© Caso 2 Seja π ∈ β¨π΄β©, tal que π não é um maximal de β¨π΄β©, então existe π ∈ π΄ tal que π βΊ π, como π΄ ⊂ π΅ então π ∈ π΅, logo π ∈ β¨π΅β© e como β¨π΅β© é um ideal, então teremos que π ∈ β¨π΅β©. Portanto β¨π΄β© ⊆ β¨π΅β©. A seguir iremos apresentar alguns exemplos de Poset: 21 Exemplo 3.2.12. Poset Cadeia Seja π = ([π], βͺ―) um poset totalmente ordenado, ou seja, (assumindo o rotulamento natural) dados π, π ∈ [π], π βͺ― π se, e somente se, π ≤ π, onde ≤ é a relação de ordem usual dos inteiros. Um poset cadeia sobre [π] tem altura π e cada nível tem apenas um elemento. Figura 3.4: Diagrama de Hasse de um ([4], βͺ―) Poset Cadeia Exemplo 3.2.13. Poset Anti-Cadeia Um Poset anti-cadeia é um poset π = ([π], βͺ―) tal que π, π ∈ π , π βͺ― π se, e somente se π = π, ou seja, dois elementos distintos nunca são comparáveis. Segue que em um poset anti-cadeia todos os elementos tem altura 1. Figura 3.5: Diagrama de Hasse de um ([4], βͺ―) Poset Anti-Cadeia 22 Exemplo 3.2.14. Poset NRT Posets NRT, que é originado a partir de três nomes, a saber (Nπππππππππ‘ππ, Rππ πππππππ, Tπ π ππ πππ), foram apresentado pela primeira vez em [9] e [8]. Esse poset é definidos para cada decomposição π = π.β, com π, π ∈ Z colocando-se π βͺ― π ⇔ ππ₯ππ π‘π 0 ≤ π ≤ π − 1 π‘ππ ππ’π π.β < π ≤ π ≤ (π + 1).β; π ∈ {1, · · · π} Por exemplo, dado um poset cadeia ([10], βͺ―), temos que π = 10, podemos entao decompor, lembrando que π e β são intieros, π = π.β de duas formas possiveis, π = 5 e β = 2 ou π = 2 e β = 5. Tomemos o segundo caso, como exemplo, pela definição teremos que: π βͺ― π ⇔ ππ₯ππ π‘π 0 ≤ π ≤ 1 π‘ππ ππ’π π.5 < π ≤ π ≤ (π + 1).5 Podemos perceber que existem duas possibilidades para π, a saber π = 0 ou π = 1 e, novamente pela definição,teremos quando π = 0 e π = 5, respectivamente que: π βͺ― π ⇔ ππ₯ππ π‘π 0 ≤ π ≤ 1 π‘ππ ππ’π 0 < π ≤ π ≤ 5 e π βͺ― π ⇔ ππ₯ππ π‘π 0 ≤ π ≤ 1 π‘ππ ππ’π 5 < π ≤ π ≤ 10 23 Fazendo o diagrama de Hasse desse poset, usando a definição de Poset NRT, teremos: Figura 3.6: Diagrama de Hasse de um ([10], βͺ―]) Poset NRT Podemos perceber ainda que o Poset NRT, generaliza o Poset Anti-Cadeia e o Poset Cadeia, bastando tomar, π = π e β = 1, para o Poset Anti-Cadeia, e para o Poset Cadeia, basta tomar π = 1 e β = π. 24 Exemplo 3.2.15. Poset Árvore Uni-Raiz Segundo [1], um poset π = ([π], βͺ―) é uma árvore uni-raiz se, obedece três condições: (i) Possui um único elemento minimal, que será chamado de raíz de P; (ii) Para todo π ∈ [π], exceto a raiz, existe um outro π ∈ [π] tal que π βΊ π (iii) Para todo elemento π ∈ π o ideal gerado por {π} é totalmente ordenado Num poset árvore unirraiz dados π, π ∈ π tais que π βͺ― π e @π ∈ [π] tal que π βΊ π βΊ π, então π e pai de π e π é filho de π. Proposição 3.2.16. Dado π ∈ [π] e π = ([π], βͺ―) uma árvore unirraiz, então, o elemento pai de π ∈ [π] é único. Demonstração. Suponha por absurdo que o elemento π, possua dois pais π e π ′ , sabemos que o ideal gerado por π, a saber β¨πβ©, é totalmente ordenado, como, por definicão de ideal, temos que se π βΊ π e π ∈ β¨πβ© então π ∈ β¨πβ© portanto como π e π ′ são pais de π então π, π ′ ∈ β¨πβ©. Como β¨πβ© é totalmente ordenado, então existe uma relação π βͺ― π ′ , porém como π é pai de π então @π ′ tal que π βΊ π ′ βΊ π, logo π ′ βͺ― π. Da mesma forma, como π ′ é pai de π então @π tal que π ′ βΊ π βΊ π, logo π βͺ― π ′ , e pela propriedade anti-simétrica de uma relação R, temos que π = π ′ . Definição 3.2.17. Uma árvore uni-raiz é dita regular por nível, se todo elemento no k-ésimo nível de π possui exatamente ππ filhos, com π ∈ {1, · · · , β − 1}, ou seja, todos os elementos de um mesmo nível possui a mesma quantidade de filhos. Uma árvore uni-raiz é denotada pela quantidade de elementos que ela tem, seguido da quantidades de filhos nos respectivos níveis, dessa forma (π; π1 , π2 , · · · , πβ−1 ) representa uma árvore unirraiz em que os elementos do π − π πππ nível tem ππ filhos, lembrando que nao incluimos a altura β pois no nível β nenhum elemento possui filhos, os elementos do nível β são chamados de π ππβππ . Para termos uma ideia melhor de como é a estrutura de uma árvore uni-raiz, regular por nivel, observemos a Figura 3.7. Nela temos que a raiz, será {1}, que também é o primeiro nível, os respectivos filhos de {1} serão {2, 3}, e formarão o segundo 25 Figura 3.7: Diagrama de Hasse de uma (15; 2,3,1) árvore uni-raiz, regular por nível. nivel da árvore, o terceiro nível será o conjunto {4, 5, 6, 7, 8, 9} onde {4, 5, 6} são filhos de {2} e {7, 8, 9} são os filhos de {3} e assim o quarto e último nível será formado por {10, 11, 12, 13, 14, 15} e esses serão filhos dos elementos do terceiro nível. Note que os elementos do primeiro e terceiro nível tem 1 filho, e os elementos do segundo nível tem 3. Exemplo 3.2.18. Poset Hierárquico Um Poset π = ([π]; βͺ―) é um poset hierárquico, denotado por (π; π1 , · · · , πβ ), se existe uma partição disjunta [π] = β βοΈ π»π π=1,··· ,β de [π] tal que π βͺ― π se e somente se π ∈ π»ππ , π ∈ π»ππ e ππ < ππ , onde cada classe π»π é o i-ésimo nível de π , e | π»π |= ππ . Apesar de uma definição novamente complicada, fica masi fácil de se entender quando é mostrado no Diagrama de Hasse. O que a definição nos diz, é que [n] pode ser particionado em várias classes disjuntas, onde cada classe vai representar um nível do Poset Hierarquico. A relação entre os elementos é dado a partir das classes. O elemento π ∈ π»ππ tem relação com todos os elementos π ∈ π»ππ de um nível menor, ou seja quando ππ < ππ . 26 Vamos pôr como exemplo um (9; 4, 2, 3) poset hieraquico, temos então que βοΈ [π] = 9 e pela descrição do poset temos que [π] = βπ=1,2,3 π»π e onde π»1 := {1, 2, 3, 4}, π»2 := {5, 6}, e π»3 := {7, 8, 9}, então temos que, por exemplo, 5 ∈ π»2 , pela definição, π βͺ― 5, ∀π ∈ π»1 , podemos perceber isso na Figura 3.8. Figura 3.8: Diagrama de Hasse de um (9; 4,2,3) poset hierárquico. 3.3 Métrica Poset Introduziremos agora uma importante métrica que generaliza as métricas de Hamming e Cadeia, a métrica poset, definida por Brualdi [?] em 1995. Demonstraremos uma série de resultados que serão utilizados para provar que a métrica poset é realmente uma métrica. Definição 3.3.1. Dado π₯ = (π₯1 , · · · , π₯π ) ∈ Fππ , o suporte de π₯ é o conjunto dos índices das coordenadas não nulas desse vetor, ou seja π π’ππ(π₯) = {π; π₯π ΜΈ= 0} Definição 3.3.2. Seja π = ([π], βͺ―) um poset e π₯ ∈ Fππ . O π − πππ π de π₯ é definido como sendo a cardinalidade, ou seja, a quantidade de elementos do ideal gerado pelo suporte, em escrita matemática, temos: π€π (π₯) =| β¨π π’ππ(π₯)β© | 27 Exemplo 3.3.3. Seja em F11 2 os pelos posets π΄, πΆ, π, π», Onde π΄ é um poset anticadeia, πΆ um poset cadeia, U um (11;2,2,1) poset árvore uni-raiz, regular por nível, e π» um (11;4,2,5) poset hierárquico, tome então o elemento π£ = (00010001000) ∈ F11 2 , iremos calcular o peso de π£, para isso teremos que calcular o suporte, e pela definição Definição 3.3.1 temos que π π’ππ(π£) = {4, 8} π ππ ππ‘π β¨π π’ππβ© π€π (π£) π΄ {4, 8} 2 πΆ {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} 8 π {1, 2, 4, 8} 4 π» {1, 2, 3, 4, 5, 6, 8} 7 Para melhor exemplificar, faremos o Diagrama de Hasse, da árvore unirraiz e hierarquico, respectivamente. Figura 3.9: Poset (11;2,2,1) àrvore unirraiz e do β¨π π’ππ(8)β©, respectivamente. Figura 3.10: Poset(11;4,2,5) hieráquico e β¨π π’ππ(8)β©, respectivamente. 28 Definição 3.3.4. Dados π₯, π¦ ∈ Fππ , a métrica poset é dada por ππ (π₯, π¦) = π€π (π₯ − π¦) Agora, apresentaremos uma série de resultados que nos levará a concluir que a métrica poset é uma métrica, conforme a Definição 2.2.1. Proposição 3.3.5. Seja π, π ∈ Fππ , então β¨π π’ππ(π) ∪ π π’ππ(π)β© ⊆ β¨π π’ππ(π)β©∪β¨π π’ππ(π)β© Demonstração. Seja π ∈ β¨π π’ππ(π₯) ∪ π π’ππ(π¦)β© então teremos que ou π é maximal, ou π não é maximal. 1o Caso Se π não é maximal, então ∃π ∈ π π’ππ(π₯) ∪ π π’ππ(π¦) tal que π βΊ π. Então π ∈ π π’ππ(π₯) ou π ∈ π π’ππ(π¦). Sem perda de generalidade, suponha que π ∈ π π’ππ(π₯), logo como π βͺ― π então π ∈ β¨π π’ππ(π₯)β© e portanto π ∈ β¨π π’ππ(π₯)β© ∪ β¨π π’ππ(π¦)β© 2o Caso Se π é maximal de β¨π π’ππ(π₯) ∪ π π’ππ(π¦)β© então π ∈ π π’ππ(π₯) ∪ π π’ππ(π¦), sendo assim π ∈ π π’ππ(π₯) ou π ∈ π π’ππ(π¦). Suponha sem perda de generalidade que π ∈ π π’ππ(π₯) então π ∈ β¨π π’ππ(π₯)β© e cosequentemente π ∈ β¨π π’ππ(π₯)β©∪β¨π π’ππ(π¦)β©. Em todos os casos temos que se π ∈ β¨π π’ππ(π₯) ∪ π π’ππ(π¦)β© então π ∈ β¨π π’ππ(π₯)β© ∪ β¨π π’ππ(π¦)β©. Logo β¨π π’ππ(π) ∪ π π’ππ(π)β© ⊆ β¨π π’ππ(π)β© ∪ β¨π π’ππ(π)β©. Proposição 3.3.6. A medida poset é uma métrica. Como sabemos, para provarmos que é métrica devemos provar as propriedades da Definição 2.2.1, sendo assim: Demonstração. π1 : ππ (π₯, π¦) ≥ 0 π ππ (π₯, π¦) = 0 ⇔ π₯ = π¦ Pela definição de π π’ππ(π₯) temos que π π’ππ(π₯) é um número natural, portanto sempre maior ou igual a zero,o ideal gerado por ele é um conjunto e | β¨π π’π(π₯ − π¦)β© | que definimos como cardinalidade desse conjunto, será sempre positiva, assim π(π₯, π¦) ≥ 0 (⇒) Devemos perceber que se ππ (π₯, π¦) = 0 então siginifica que | β¨π π’π(π₯ − π¦)β© |= 0, ou seja,β¨π π’π(π₯ − π¦)β© é um conjunto vazio, portanto, 29 π π’ππ(π₯ − π¦) = ∅ e assim, π₯π = π¦π ∀π ∈ {1, · · · , π} o que nos mostra que π₯ = π¦. (⇐) Se π₯ = π¦ então, significa que π₯ − π¦ = 0 e então π₯π = π¦π = 0 ∀π ∈ [π], logo π π’ππ(π₯ − π¦) = ∅, o que nos mostra que β¨π π’π(π₯ − π¦)β© é vazio, e, sendo assim | β¨π π’π(π₯ − π¦)β© |= 0 π2 ππ (π₯, π¦) = ππ (π¦, π₯) Mostraremos que π π’π(π₯ − π¦) = π π’π(π¦ = π₯). Para isso, temos que π π’ππ(π₯ − π¦) = {π ∈ [π]; π₯π − π¦π ΜΈ= 0} Temos também que π₯π − π¦π ΜΈ= 0 ⇒ π₯π = π¦π ⇒ π¦π − π₯π ΜΈ= 0 Com isso temos que π π’ππ(π₯ − π¦) = {π ∈ [π]; π₯π − π¦π ΜΈ= 0} = {π ∈ [π]; π¦π − π₯π ΜΈ= 0} = π π’ππ(π¦−π₯). Entao conseguimos concluir que β¨π π’π(π₯−π¦)β© = β¨π π’π(π¦−π₯)β© e sendo assim, | β¨π π’π(π₯ − π¦)β© |=| β¨π π’π(π¦ − π₯)β© |, ou seja, ππ (π₯, π¦) = ππ (π¦, π₯) π3 ππ (π₯, π¦) ≤ ππ (π₯, π§) + ππ (π§, π¦) Sendo π₯, π¦, π§ ∈ Fππ temos que: (π₯ − π¦) = (π₯ − π§) + (π§ − π¦) ⇒ π π’ππ(π₯ − π¦) = π π’ππ{(π₯ − π§) + (π§ − π¦)} Temos que π π’ππ(π₯ − π¦) é um número natural, logo se π ∈ π π’π(π₯ − π¦) então π ∈ π π’ππ(π₯)βπ π’ππ(π¦) ou π ∈ π π’ππ(π¦)βπ π’ππ(π₯), vamos analisar caso a caso: Caso 1 Seja π ∈ π π’ππ(π₯)βπ π’ππ(π¦) então teremos outros dois casos, π ∈ π π’ππ(π§) ou π ΜΈ∈ π π’ππ(π§). Caso 1.1 Se π ∈ π π’ππ(π§),então como π ΜΈ∈ π π’ππ(π¦) então π ∈ π π’ππ(π§ − π¦) e logo π ∈ π π’ππ(π₯ − π§) ∪ π π’ππ(π§ − π¦) Caso 1.2 Se π ΜΈ∈ π π’ππ(π§) e como π ∈ π π’ππ(π₯), então π ∈ π π’ππ(π₯ − π§). Logo π ∈ π π’ππ(π₯ − π§) ∪ π π’ππ(π§ − π¦) O segundo caso, onde π ∈ π π’ππ(π¦)βπ π’ππ(π₯), é análogo ao primeiro. 30 Como vimos que em todos os casos, temos que se π ∈ π π’ππ(π₯ − π¦) ⇒ π ∈ π π’ππ(π₯) ∪ π π’ππ(π¦), logo, de forma análoga, temos que: π π’ππ(π₯ − π¦) = π π’ππ{(π₯ − π§) + (π§ − π¦)} ⊂ π π’ππ(π₯ − π§) ∪ π π’ππ(π§ − π¦) Como π π’ππ(π₯ − π¦) ⊂ π π’ππ(π₯ − π§) ∪ π π’ππ(π§ − π¦),temos que pela Proposição 3.2.11 que β¨π π’ππ(π₯ − π¦)β© ⊆ β¨π π’ππ(π₯ − π§) ∪ π π’ππ(π§ − π¦)β© e pela Proposição 3.3.5 temos que β¨π π’ππ(π₯ − π§) ∪ π π’ππ(π§ − π¦)β© ⊆ β¨π π’ππ(π₯ − π§)β© ∪ β¨π π’ππ(π§ − π¦)β©. Quando aplicamos a cardinalidade a essa relação de continência, teremos | β¨π π’ππ(π₯−π¦)β© |≤| β¨π π’ππ(π₯−π§)∪π π’ππ(π§−π¦)β© |≤| β¨π π’ππ(π₯−π§)β©∪β¨π π’ππ(π§−π¦)β© |⇒ ⇒| β¨π π’ππ(π₯−π¦)β© |≤| β¨π π’ππ(π₯−π§)β© | + | β¨π π’ππ(π§−π¦)β© | − | β¨π π’ππ(π₯−π§)∩π π’ππ(π§−π¦)β© |⇒ ⇒| β¨π π’ππ(π₯ − π¦)β© |≤| β¨π π’ππ(π₯ − π§)β© | + | β¨π π’ππ(π§ − π¦)β© |⇒ ⇒ ππ (π₯, π¦) ≤ ππ (π₯, π§) + ππ (π§, π¦) Definição 3.3.7. Um Espaço Poset, é um espaço Fππ , que é munido da métrica poset ππ , denomidado em escrita matemática, como o par (Fππ , ππ ) Definição 3.3.8. Seja πΆ ⊆ (Fππ , ππ ), se πΆ é um código [π, π]π , πΆ é denominado código poset ou um P-código. Definição 3.3.9. Seja o espaço Fππ munido da métrica poset ππ e seja πΆ ⊆ Fππ um código então a distância minima do código poset é definida como: ππ (πΆ) := πππ{ππ (π₯, π¦), π₯, π¦ ∈ πβ{0}} (3.1) Como os códigos posets são códigos lineares em espaços munidos da métrica poset, então a Proposição 3.1.7 também é válida para posets, e sendo assim para o cálculo da distância mínima, pode-se fazer os cálculos apenas dos pesos dos elementos pertencentes ao código. 31 Exemplo 3.3.10. Seja π ⊆ F92 , com π := {000001000, 000000010, 000000001, 000001010, 000001001, 000000011, 000001011} sendo também π΄ um poset anti-cadeia, πΆ, um poset cadeia, π , um (9;2,3) poset árvore uni-raiz, regular por nível, π», um (9;4,2,3) poset hieráquico. π₯∈C π΄ πΆ π π» 000001000 1 6 3 5 000000010 1 8 3 7 000000001 1 9 3 7 000001010 2 8 5 7 000001001 2 9 5 7 000000011 2 9 4 8 000001011 3 9 6 8 ππ (π) 1 6 3 5 Podemos perceber que o elemento 000001000 ∈ π é o elemento que possui distância mínima em todos os posets até agora apresentados, e podemos perceber também que pode existir mais de um elemento no código tal que tenha distância mínima. Como falamos anteriormente, a distancia minima pode ser dita como a diatancia do elemento π₯ ao elemento nulo, que chamamos de 0, logo percebendo que existe mais de um elemento que possui a distância mínima do código, podemos pensar que eles estão na mesma "bola"com centro em 0 desse jeito podemos entrar em outro assunto de importancia elevada, chamado Raio de Empacotamento. 3.4 Raio de Empacotamento Definição 3.4.1. O raio de empacotamento de um código linear π relativo à métrica π é: π π (π) := πππ₯{π ∈ R; π΅π (π, π) ∩ π΅π (π′ , π) = ∅ ∀π, π′ ∈ π, π ΜΈ= π′ }, onde π΅π (π, π) := {π₯ ∈ Fππ ; π(π₯, π) ≤ π}. 32 O raio de empacotamento de um código linear é o maximo tal que as bolas métricas com esse raio, centradas nos elementos do código linear não tem nenhum elemento em comum. Figura 3.11: Raio de Empacotamento de um poset (X,βͺ―). Uma pergunta que naturalmente surge, após ler a definição, é se tem uma maneira de calcular o π π (πΆ) sem ter que testar cada raio para os elementos. Afirmamos que, se a métrica adotada for a métrica de Hamming, então π π (πΆ) é diretamente determinado pela distância mínima do código. Proposição 3.4.2. Seja π ⊆ (Fππ , ππ» ) sendo ππ» a métrica de Hamming, então π π (π) = ⌊ π(π) − 1 ⌋ 2 Onde ⌊π₯⌋ é a parte inteira de π₯ ∈ R ⌋ Demonstração. Sejam π₯, π¦ ∈ π, π = ππ» (π) e π = ⌊ π−1 2 Suponha, por absurdo que existe π€ ∈ π΅π» (π₯, π ) ∩ π΅π» (π¦, π ) e entao teremos que π = ππ» (π₯, π¦) ≤ ππ» (π₯, π€) + ππ» (π€, π¦) ≤ 2π ≤ π − 1 Um absurdo. Observe que na primeira desigualdade usamos o fato que ππ» (π₯, π¦) é uma métrica, então podemos usar a desigualdade triangular, e na segunda usamos o fato que π€ ∈ π΅π» (π₯, π ) ∩ π΅π» (π¦, π ), que por definição significa que ππ» (π₯, π€), ππ» (π¦, π€) ≤ π , na última usamos a definição de π dado acima. Lembre-se que π = ⌊ π−1 ⌋ siginifica 2 33 ⌋ e ⌊ π−1 ⌋ ≤ π . Logo π΅π» (π₯, π ) ∩ π΅π» (π¦, π ) = ∅ Vamos mostrar agora que π ≤ ⌊ π−1 2 2 que R é o maior valor que pode ser atingido por π . Afirmamos que ⌊ π−1 π−1 1 ⌋≥ − 2 2 2 Sabemos que π ∈ N , então π−1≥π−2⇒ π−1 π−2 ≥ 2 2 ⌋ = π − 1 com π ∈ N, como π é um número natural, Afirmamos que ⌊ π−1 2 podemos analisar o que acontece quando ele for par, da forma 2π ou ímpar, da forma 2π − 1 ⌋ = ⌊ 2π−1 ⌋ observamos que para π = 1 1o caso Se π = 2π enão teremos que ⌊ π−1 2 2 temos que ⌊ 2π−1 ⌋ = π − 1 = 0, supomos que para π vale, e mostraremos que 2 para π + 1 também é válido. Teremos então que ⌊ 2(π + 1) − 1 2π + 1 2π 1 1 π−1 ⌋= ⌋=⌊ ⌋=⌊ + ⌋ = ⌊π + ⌋ = π 2 2 2 2 2 2 Como estamos lidando somente com a parte inteira de π + fração 1 2 1 2 então somar a é como somar zero. e daí concluímos que ⌊ π−1 ⌋ = π − 1 quando 2 π = 2π. ⌋≥ Vamos mostrar que a desigualdade ⌊ π−1 2 π−1 2 − 21 vale. Temos que se π = 2π então ficará ⌊ π−1 2π − 2 2π − 1 1 π−1 1 ⌋=π−1= = − = − 2 2 2 2 2 2 Então quando π é par vale a igualdade. 2o caso No segundo caso analizaremos quando π é ímpar, ou seja π = 2π − 1 com π ∈ N. Teremos então ⌊ π−1 (2π − 1) − 1 2π − 2 2(π − 1) ⌋=⌊ ⌋=⌊ ⌋=⌊ ⌋ = ⌊π − 1⌋ = π − 1 2 2 2 2 34 Na última igualdade usamos o fato de que π é inteiro e por consequência π − 1 π−1 − 12 2 ⌋≥ também o será. Vamos mostrar que a desigualdade ⌊ π−1 2 vale. Temos que se π = 2π − 1 então ficará. ⌊ π−1 2π − 2 2π − 1 1 π 1 π−1 1 ⌋=π−1= = − = − > − 2 2 2 2 2 2 2 2 Provamos que, quando π for par, a igualdade vale, e quando for ímpar a desigualdade. Logo para qualquer π ∈ N teremos que ⌊ π−1 ⌋≥ 2 π−1 2 − 1 2 é válida. A partir dessa desigualdade , podemos chegar a outra desigualde importante ⌋ temos então que: para a demonstração, dado que π = ⌊ π−1 2 ⌊ π−1 1 π−2 π−1 ⌋≥ − ⇒π ≥ ⇒ 2π ≥ π − 2 ⇒ 2π + 2 ≥ π ⇒ 2(π + 1) ≥ π 2 2 2 2 Sendo assim, sejam π£, π€ ∈ π tais que ππ» (π£, π€) = π, e π1 , · · · , ππ as coorde- nadas em que π£ e π€ diferem, Defina π§ ∈ π como sendo a palavra cujas coordenadas π1 , · · · , ππ +1 coincidem com π£ e o resto das coordenadas coincide com π€. então teremos por definição de ππ» (π§, π€) = π€π» (π§ − π€) = π + 1 e ππ» (π§, π£) = π€π» (π§ − π£) = π − (π + 1). Podemos perceber que π§ ∈ π΅π» (π€, π +1) e devemos mostrar que π§ ∈ π΅π» (π£, π + 1), sabemos que ππ» (π§, π€) = (π + 1) e como pela desigualdade que mostramos acima, temos que ππ» (π§, π£) = π − (π + 1) ≤ 2(π + 1) − (π + 1) ≤ (π + 1) Isso nos mostra que π§ ∈ π΅π» (π£, π + 1) e portanto π§ ∈ π΅π» (π£, π + 1) ∩ π΅π» (π€, π + 1). E portanto, demonstramos que se adicionarmos mais uma unidade a π , haverá um elemento π§ ∈ π tal que π§ pertencerá a interseção das bolas com centro π£ e π€ e portanto π é o valor máximo para o Raio de Empacotamento. Observemos que essas propriedades valem pra códigos munidos da métrica de Haming. Outras métricas podem causar complicações e contra-exemplos para tais porposições. Um questionamento que pode se ter é se o raio de empacotamento, π π (π), 35 tem limitantes inferior e superior, e a reposta a esta questão é afirmativa. Segundo [7], temos a seguinte proposição. Proposição 3.4.3. Seja C ⊆ Fnq um código e π uma métrica sobre Fππ , então ⌊ π(π) − 1 ⌋ ≤ π π (π) ≤ π(π) − 1 2 Demonstração. De fato, na primeira parte da demonstração, usamos apenas as propriedades de espaço métrico e nenhuma especial da métrica de Hamming. Logo, num espaço métrico qualquer, temos um limitante inferior para o raio de empacotamento. ⌋. Portanto, a parte esquerda da desigualdade, tem-se π ≥ ⌊ π(π)−1 2 A desigualdade da direita, é de fato, pois se π π (π) = π(π) então sendo π(π) = ππ» (π₯, π¦) para algum π₯, π¦ ∈ π então π₯ ∈ π΅π» (π₯, π π (π)) ∩ π΅π» (π¦, π π (π)). Logo π π (π) tem que ser no máximo π(π) − 1, portanto π π (π) ≤ π(π) − 1 Agora que já falamos sobre raio de empacotamento para códigos lineares, essas propriedades também valem para um código poset. Sabemos que um código poset, é um código linear com uma métrica poset, então é de se imaginar que as propriedades mostradas acima funcionem para um código poset. Analisaremos agora os raios de empacotamento em alguns posets, comparando a métrica hamming com a métrica hierárquica. Existem estudos como por exemplo [1] e [7], que trabalharam com a pesquisa de raios de empacotamentos em certos posets específicos, em [1], temos o raio de empacotamento para códigos poset hierárquicos, e em [7] temos a generalização dos raios de empacotamento para códigos poset. Segundo [1] temos Teorema 3.4.4. O Raio de Empacotamento de um código poset hierárquico é dado por π ππ (π) = π π‘1 −1 + ⌊ ππ‘1 − 1 ⌋ 2 E segundo [7] temos que o raio de empacotamento de qualquer poset é dado por: 36 Teorema 3.4.5. Seja P um poset e π ⊆ Fππ . Denotemos o ideal gerado pelo suporte de uma palavra-código π₯ ∈ π por πΌπ₯ . Então, o raio de empacotamento de π é π π (π) = πππ π (πΌπ₯ ) Exemplo 3.4.6. Seja F16 2 e seja o código π := β¨π8 ; π10 β©, onde ππ é o vetor com a iésima coordenada diferente de zero. Tomemos os posets cadeia(C), anti cadeia(A) e hierárquico {16;3;6;5;2}(H), N um poset NRT com duas cadeia disjuntas de comprimento 8 , e π um poset (16; 1; 2; 3; 1) Árvore Unirraiz, sendo assim teremos. π ππ ππ‘ π (C) πΆ 3 π΄ 0 π» 6 π 0 π 1 Como vimos anteriormente, os cálculos feitos para os posets cadeia e anti cadeia, pode ser feita pela métrica poset, já que ela generaliza a métrica cadeia e a métrica de hamming, porém para os posets hierárquicos, o raio de empacotamento ainda é definido pela distância mínima, porém não de um jeito tão simples, os raios de empacotamento dos posets NRT e Árvore Urirraiz, não se tem uma fórmula para se calcular, calculamos apenas pelo trabalho braçal. Como vimos o raio de empacotamento pode definir quantos erros podem ser definido, quanto maior o raio de empacotamento, melhor, no exemplo acima, podemos ver que o anticadeia é o melhor, porém códigos anticadeia presentes em problemas de teoria dos códigos, são casos raros. 37 Considerações Finais Neste capítulo podemos considerar alguns livros e estudos para quem deseja a ampliação do conhecimento ao estudo de Teoria dos Códigos. No capítulo um, falamos sobre corpos finitos, e suas propriedades e teoremas, sugerimos o livro [?], que nos mostra uma visão totalmente algébrica, e também [?] ao qual apesar de ser, também, totalmente algébrico, ele explora mais a visão voltada para construir um conhecimento voltado para a teoria dos códigos. No capítulo dois, temos dois temas, aos quais podem ser separados, para espaços vetorias temos que qualquer livro de álgebra linear satisfaça para o material em código, dois livros que são referências, são o [2] e [5]. Ainda sobre o capítulo dois, mas voltado para a Métrica, temos [5] para um conhecimento amplo dessa área, e também temos novamente [3] onde ele cita brevemente o que é métrica. No capítulo três, a grande referência para o estudo foi [1], [7], [3] onde o primeiro faz um estudo sobre códigos e abrange os códigos posets, sendo o trabalho que definiu um raio de empacotamento para um código poset Hierárquico, em [7] temos um trabalho também em códigos posets de maneira sucinta, e abrangendo o raio de empacotamento para algum código poset, o terceiro, não menos importante, não faz referência aos códigos posets, porém se trata de outros tipos de códigos. 38 Referências Bibliográficas [1] FELIX, L. CLASSIFICAÇÃO DE CÓDIGOS RELATIVA ÀS ORDENS HIERÁRQUICAS E PROPRIEDADE DE EXTENSÃO,UNICAMP, 2014 4-22. [2] Hoffman,K.; Kunze, R. LINEAR ALGEBRA, Prentice-Hall, 1971. [3] Hefez, A.; Villela, M.L.T. CÓDIGOS CORRETORES DE ERRO, IMPA,2008. [4] Lang, S. ÁLGEBRA PARA GRADUAÇÃO, Springer-Velarg, 1990. [5] Elon, A. ÁGEBRA LINEAR, IMPA, 2016. [6] Elon, A. ESPAÇOS MÉTRICOS, IMPA, 1989. [7] D’Oliveira, Lucas Raio de Empacotamento de Códigos Posets, UNICAMP, 2012. [8] M.Rosembloom, M.A. Tsfasman Codes for m-metrics. Problems of information transmition33(1), 45-52, 1997. [9] H.Niederreiter. A combination problem for vector spaces over finite fields. Discrete Mathematic, 96:221-228, 1991. 39 Índice Remissivo Definição Matriz Teste de Paridade, 17 Métrica Poset, 28 Peso de um elemento, 14 P-peso, 27 Peso induzido por métrica, 15 Suporte de um elemento, 27 Raio de Empacotamento, 18 Definições Relação de Ordem Parcial, 20 Arvore Uni-raiz regular por nivel, 25 Base, 9 Código, 14 Código Linear, 14 Código Poset, 20 Conjunto Linearmente Dependente, 9 Código Poset ou P-código, 28 Conjunto Linearmente Independente, Códigos Perfeitos, 19, 31 9 Característica, 4 Corpo Finito, 4 Conjunto totalmente ordendado, 20 Distância Cadeia, 12 Corpo., 2 Elemento Pai, 25 Dimensão, 9 Espaço Vetorial1, 6 Distância Hamming, 11 Métrica, 10 Distância Mínima, 15 Subespaço Vetorial, 8 Distância mínima, 30 Exemplos Elementos Comparáveis, 20 Distancia mínima posets, 31 Elementos Maximal e Minimal, 21 Espaços das Funções, 7 Espaço Poset ou P-Espaço, 28 Espaços de Matrizes, 7 Espaços Gerados, 9 P-Peso, 27 Ideal, 20 Peso de um Código, 15 Ideal Gerado, 20 Poset Anti-Cadeia, 21 Matriz Geradora, 16 Poset Cadeia, 21 40 Poset Hierárquico, 26 Teorema de LD , 10 Poset NRT, 22 Teorema de LI, 10 Subespaços das Funções, 9 Subespaços das Matrizes Simétricas, 9 Corpo Q, 3 Corpo R e C, 3 Corpo finito, 4 Poset Árvore Uni-Raiz, 25 Subespaços Triviais, 8 Métrica Poset, 29 Proposiçôes Todo elemento possui um Pai, 25 Proposições β¨π΄β© ⊆ β¨π΅β©, 20 Espaço de Dimensão Finita, 10 Ideal Gerado, 28 Limitantes de π π (C), 19 Raio de Empacotamento, 18 Distância Cadeia é uma Métrica , 12 Distância Hamming é uma métrica, 11 Matriz teste de paridade, 17 O elemento pai é único, 25 Peso de um Código , 15 Teoremas Cdarateristica de um corpo finito, 4 Espaço vetorial de dimensão finita, 10 Subcorpo Finito isomorfo, 5 41