Uploaded by Kawan Marcelo Bartras dos Santos

Apostila - ISO 4309 - Maio 20 (1)

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CABOS DE AÇO - ISO 4309
Alberto Rocha
Instrutor / Consultor
11 98201 3836
riggingtreinamentos@gmail.com
http://riggingtreinamentos.com.br
Maio / 2020
1
Cabos de Aço - ISO 4309
Elaborado por:
Rigging Treinamentos
Direitos Autorais
Não é permitida a reprodução total ou parcial sem autorização por escrito da Rigging
Treinamentos.
2
Cabos de Aço
ALMA
A alma é um componente fundamental para o cabo de aço e é fabricada de materiais que proporcionam suporte
adequado às pernas sob condições normais de carga e flexão. Os materiais da alma incluem fibras (vegetal ou
sintética) ou aço. A alma de aço é formada de arames torcidos no mesmo formato de uma perna ou um cabo de aço
independente. As almas mais usadas são:
Cortesia Cimaf
As almas de fibra em geral dão maior flexibilidade ao cabo de aço. As almas de fibra natural são normalmente de
sisal ou rami, e as almas de fibra artificial são geralmente de polipropileno ou polietileno. Estas últimas apresentam
as mesmas vantagens que as almas de fibra natural e mais as seguintes: não se deterioram em contato com a água
e não absorvem umidade, uma vez que a fibra natural é composta de material orgânico que possui maior facilidade
de deterioração do que os polímeros, o que representa uma garantia contra o perigo da corrosão interna de um cabo
de aço. Em virtude do preço do polipropileno ou polietileno ser mais elevado que as fibras naturais, as almas de fibra
artificial são utilizadas, apenas em cabos de uso especiais.
As almas de aço garantem maior resistência aos amassamentos e aumentam a resistência à tração. A alma de cabo
independente (AACI) é preferida quando se exige maior flexibilidade do cabo combinada com alta resistência à
tração.
Função principal da alma
3
Composição dos
Arames na Perna
Filler
Seale
Warrington
Característica Principal
Arames muito finos na mesma camada
Arames mais grossos na camada externa
Arames de diâmetros diferentes e alternados na mesma camada
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Exercício de Identificação de Composição dos Arames e Construção do Cabo
Composição dos arames
Composição dos arames
Composição dos arames
Composição dos arames
Nome da Composição
Nome da Composição
Nome da Composição
Nome da Composição
Composição dos arames
Composição dos arames
Construção
Construção
Nome da Composição
Nome da Composição
Construção
Construção
Construção
Construção
5
Construção
Construção
Construção
Construção
Construção
Construção
Construção
Construção
Construção
Construção
Construção
Construção
EQUIPAMENTO DE ELEVAÇÃO
Polias e tambores
Quanto maior a relação entre o diâmetro do tambor ou polia (D) e o diâmetro do cabo de aço (d), menor é o desgaste
de ambos.
Os tambores e polias devem ser corretamente dimensionados para um bom desempenho do conjunto equipamento e
cabo de aço. Devido ao fato de existirem vários equipamentos e várias condições de operação, é difícil identificar um
tamanho específico de tambor ou polia para todas aplicações.
Inspeção de polias e tambores
O primeiro item a ser verificado na inspeção de polias e tambores são os seus canais.
A seção transversal do canal da polia deve permitir um perfeito assentamento do cabo no diâmetro a ser utilizado. As
paredes laterais do canal devem ser cônicas, com as bordas arredondadas para facilitar a entrada do cabo no canal.
Para verificar o tamanho, o perfil e o desgaste do canal, deve-se usar um gabarito, que para considerar um canal em
boas condições, o arco de contato entre o gabarito e o canal devem ter em torno de 150º.
6
O tamanho do canal não é o único item crítico a ser examinado cuidadosamente. A condição do canal é um fator
também importante. Está liso ou ondulado? Se o canal estiver marcado, deve ser usinado ou, se estiver com uma
ondulação profunda, significa que a polia ou o tambor deve ser substituído.
Enrolamento do cabo no tambor
7
INSPEÇÃO EM CABOS DE AÇO UTILIZADOS EM PONTES ROLANTES, PÓRTICOS,
GUINDASTES, GUINCHOS E GRUAS CONFORME NORMA ISO 4309
A inspeção em cabos de aço é de vital importância para uma vida útil adequada e segura.
As inspeções devem ser: de recebimento, frequente e periódica e especial.
INSPEÇÃO DE RECEBIMENTO
Deve-se assegurar que o material esteja conforme solicitado; possua certificado de qualidade do fabricante e esteja
conforme os requisitos do equipamento de elevação.
INSPEÇÃO FREQUENTE
Este tipo de inspeção tem como objetivo a análise visual detectando danos no cabo de aço que possam causar riscos
durante o uso e deve ser realizada pelo operador ou outra pessoa responsável, diariamente. Os pontos em que o
cabo é fixado no equipamento devem ser examinados com cuidado. Qualquer suspeita de mudanças perceptíveis
nas condições do cabo deve ser informada e o cabo deve ser inspecionado por uma pessoa qualificada.
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Durante este tipo de inspeção devem ser verificados:
A existência de distorções no cabo, tais como: dobras, amassamentos, alongamento do passo, gaiola de passarinho,
perna fora de posição ou alma saltada.
A existência de corrosão em geral ou pernas rompidas ou cortadas;
A existência de arames externos rompidos.
INSPEÇÃO PERIÓDICA
A inspeção periódica tem como objetivo detalhar a real condição do cabo de aço, evitando que o mesmo venha
apresentar riscos durante sua vida útil. As inspeções não precisam necessariamente ser realizadas em intervalos
iguais, e devem ser mais frequentes quando se aproxima o final da vida útil do cabo de aço.
A inspeção periódica deve ser realizada por uma pessoa qualificada e deve abranger o comprimento total do cabo de
aço.
Os arames externos das pernas devem estar visíveis ao inspetor durante a inspeção. Qualquer dano no cabo que
resulte em perda significativa da resistência original, deverá ser registrado e considerado o seu risco, implicando na
continuidade do uso do cabo.
Para se determinar a frequência da inspeção periódica, deve-se considerar o seguinte:
a)
b)
c)
d)
e)
Requisitos previstos por lei, abrangendo a aplicação no país de uso;
Tipo de equipamento e condições ambientais em que é operado;
Grupo de classificação do equipamento;
Resultados de inspeções anteriores;
Tempo de serviço do cabo.
INSPEÇÃO ESPECIAL
Sempre que ocorrer um incidente que possa ter causado danos ao cabo e/ou à sua extremidade, ou sempre que um
cabo for novamente utilizado após a desmontagem seguida de reinstalação, o cabo deve ser examinado.
Em todos os casos em que um equipamento de levantamento de carga tiver ficado fora de serviço durante três
meses ou mais, os cabos devem ser examinados antes do reinício do trabalho.
PONTOS A SEREM ABRANGIDOS PELA INSPEÇÃO
Geral
Embora o cabo deva ser examinado em toda a sua extensão, deve-se dar atenção especial aos seguintes pontos:
-
extremidades de cabos móveis e estáticos;
-
parte do cabo que passa através do moitão ou sobre polias. No caso de equipamentos realizando uma operação
repetitiva, deve-se dar atenção especial a qualquer parte do cabo que estiver com carga;
9
-
parte do cabo que estiver sobre a polia de compensação;
-
qualquer parte do cabo que possa estar sujeita a abrasão por fatores externos;
-
inspeção interna quanto a sinais de corrosão e fadiga;
-
qualquer parte do cabo exposta a altas temperaturas.
Os resultados da inspeção devem ser registrados na planilha de inspeção para o equipamento.
Extremidades – excluindo laços
O cabo deve ser examinado na área próxima ao acessório, pois é nessa área crítica que se dá início à fadiga
(arames rompidos) e à corrosão. Os próprios acessórios devem ser examinados quanto a sinais de deformação ou
desgaste.
As extremidades com presilhas estampadas ou terminais prensados devem ser examinados de modo semelhante e a
presilha deve ser inspecionada quanto a trincas no material e possível deslizamento entre a presilha e o cabo.
O cabo de aço dentro dos acessórios removíveis (soquetes de cunha, grampo) deve ser examinado quanto a arames
rompidos. Deve-se garantir, também, que os soquetes e os grampos estejam devidamente fixados. Além disso, a
inspeção deve garantir que os requisitos das normas e os critérios estabelecidos para a extremidade do cabo tenham
sido atendidos.
Os olhais trançados manualmente devem ser protegidos somente na ponta do trançado, de modo a proteger as mãos
do usuário contra arames expostos, sempre permitindo que o resto do trançado seja examinado visualmente quanto
a arames rompidos.
Quando são detectados arames rompidos na região próxima aos terminais ou junto a ela, é possível cortar a
extremidade danificada do cabo e reinstalar os acessórios. No entanto, o comprimento do cabo de aço deve ser
suficiente para permitir o número mínimo necessário de voltas mortas do cabo no tambor.
CRITÉRIOS DE DESCARTE
Não existe uma regra precisa para se determinar o momento exato da substituição de um cabo de aço, uma vez que,
diversos fatores estão envolvidos. A possibilidade de um cabo permanecer em uso, dependerá do julgamento de uma
pessoa qualificada, onde deverá ser avaliada a condição do cabo usado, em função da deterioração detectada pela
inspeção.
Sendo assim é importante termos como parâmetro referências que viabilizem a substituição do cabo com a devida
segurança.
Todas inspeções devem considerar esses fatores individuais, reconhecendo os critérios específicos. Entretanto, a
deterioração é muitas vezes provocada por um conjunto de fatores que causam um efeito cumulativo que deve ser
10
reconhecido por pessoa qualificada e que se refletirá sobre a decisão de descartar o cabo ou permitir que ele
continue sendo usado.
Em todos os casos, o inspetor deve investigar se a deterioração foi causada por um defeito no equipamento; se for o
caso, convém que ele recomende medidas específicas para retificar o defeito antes da fixação de um cabo novo.
Recomenda-se que os níveis individuais de deterioração sejam avaliados e expressos como uma porcentagem de
um critério particular de descarte. Os níveis de deterioração acumulados em qualquer posição são determinados pela
adição dos valores individuais que devem ser registrados para cada posição do cabo. Quando o valor acumulado em
qualquer posição atingir 100%, recomenda-se o descarte do cabo.
a) Natureza e número de arames rompidos
No caso de cabos de seis ou oito pernas, os arames rompidos ocorrem principalmente na superfície externa. No caso
de cabos resistentes à rotação, há uma probabilidade de que a maioria das rupturas dos arames ocorra internamente
e não seja visível. As Tabelas 1 e 2 levam esses fatores em conta.
Uma ruptura no vale pode indicar uma deterioração interna do cabo, requerendo uma inspeção minuciosa
neste trecho do cabo. Quando dois ou mais arames rompidos no vale são encontrados em um passo
recomenda-se o descarte.
11
Tabela 1 – Quantidade mínima de arames rompidos visíveis em cabos de uma camada de pernas ou cabos
fechados paralelamente, indicando o descarte do cabo
Número
da
categoria
do cabo
RCN
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
Quantidade
total de
arames que
suportam
carga em
todas as
pernas
externas do
cabo (a)
(n)
Quantidade de arames rompidos visíveis (b)
Trechos de cabo que trabalham em polias de aço
e/ou enrolados em uma única camada no tambor
(arames rompidos distribuídos randomicamente)
Trechos de cabo
enrolados em várias
camadas no tambor (c)
Classes M1 a M4 ou classe desconhecida (d)
Torção regular
Torção Lang
Todas as classes
Torção regular e Lang
Em um
comprimento
de 6d (e)
Em um
comprimento
de 30d (e)
Em um
comprimento
de 6d (e)
Em um
comprimento
de 30d (e)
Em um
comprimento
de 6d (e)
Em um
comprimento
de 30d (e)
n ≤ 50
51 ≤ n ≤ 75
76 ≤ n ≤ 100
101 ≤ n ≤ 120
121 ≤ n ≤ 140
141 ≤ n ≤ 160
161 ≤ n ≤ 180
181 ≤ n ≤ 200
201 ≤ n ≤ 220
221 ≤ n ≤ 240
241 ≤ n ≤ 260
261 ≤ n ≤ 280
281 ≤ n ≤ 300
n > 300
2
4
1
2
4
8
3
6
2
3
6
12
4
8
2
4
8
16
5
10
2
5
10
20
6
11
3
6
12
22
6
13
3
6
12
26
7
14
4
7
14
28
8
16
4
8
16
32
9
18
4
9
18
36
10
19
5
10
20
38
10
21
5
10
20
42
11
22
6
11
22
44
12
24
6
12
24
48
0,04n
0,08n
0,02n
0,04n
0,08n
0,16n
NOTA – Cabos com pernas externas da construção Seale (S), onde a quantidade de arames em cada perna é 19 ou
menos (por exemplo, 6x19S), a categoria (RCN) do cabo deve ser considerada na tabela duas linhas acima do que
normalmente seria.
(a) Para a finalidade desta norma, arames Filler (de preenchimento) não são considerados arames que suportam carga
e não são incluídos no valor de n.
(b) Um arame rompido terá duas pontas (contado como um único arame).
(c) Os valores se aplicam para a deterioração que ocorre nas zonas de cruzamento e interferência entre camadas,
devido aos efeitos do ângulo (e não àqueles trechos de cabos que apenas trabalham nas polias e não são enrolados no
tambor).
(d) A quantidade de arames rompidos listados pode ser aplicada em dobro para cabos operando em mecanismos cuja
classificação é conhecida como sendo M5 a M8. Ver ISO 4308-1.
(e) d = diâmetro nominal do cabo.
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Tabela 2 – Quantidade mínima de arames rompidos visíveis em cabos resistentes à rotação, indicando o
descarte do cabo
Número
da
categoria
do cabo
RCN
21
22
23-1
23-2
23-3
24
25
26
27
28
29
30
31
Quantidade
total de
arames que
suportam
carga em
todas as
pernas
externas do
cabo (a)
(n)
Quantidade de arames rompidos visíveis (b)
Trechos de cabo que trabalham em
polias de aço e/ou enrolados em
uma única camada no tambor
Trechos de cabo enrolados em várias
camadas no tambor (c)
Em um cabo de
comprimento de
6d (b)
Em um cabo de
comprimento de
30d (b)
Em um cabo de
comprimento de
6d (b)
Em um cabo de
comprimento de 30d
(b)
2
4
2
4
2
4
4
8
4 pernas
n ≤ 100
3 ou 4 pernas
n ≥ 100
Pelo menos 11
pernas
externas
71 ≤ n ≤ 100
101 ≤ n ≤ 120
121 ≤ n ≤ 140
141 ≤ n ≤ 160
161 ≤ n ≤ 180
181 ≤ n ≤ 200
201 ≤ n ≤ 220
221 ≤ n ≤ 240
241 ≤ n ≤ 260
261 ≤ n ≤ 280
281 ≤ n ≤ 300
n ≥ 300
2
4
4
8
3
5
5
10
3
5
6
11
3
6
6
13
4
7
7
14
4
8
8
16
4
9
9
18
5
10
10
19
5
10
10
21
6
11
11
22
6
12
12
24
6
12
12
24
NOTA – Cabos com pernas externas da construção Seale (S), onde a quantidade de arames em cada perna é 19
ou menos (por exemplo, 18x19S), a categoria (RCN) do cabo deve ser considerada na tabela duas linhas acima do
que normalmente seria.
(a) Para a finalidade desta norma, arames Filler (de preenchimento) não são considerados arames que suportam
carga e não são incluídos no valor de n.
(b) Um arame rompido terá duas pontas (contado como um único arame).
(c) Os valores se aplicam para a deterioração que ocorre nas zonas de cruzamento e interferência entre camadas,
devido aos efeitos do ângulo (e não àqueles trechos de cabos que apenas trabalham nas polias e não são
enrolados no tambor).
(d) d = diâmetro nominal do cabo.
b) Arames rompidos nos terminais
Arames rompidos nos terminais do cabo ou junto a eles, mesmo em pequena quantidade, indicam níveis elevados de
tensão nessa posição e podem ser causados pela fixação incorreta do acessório. Deve-se investigar a causa dessa
deterioração e, onde possível, o terminal deve ser refeito, encurtando-se o cabo se houver um comprimento
suficiente para o seu uso; caso contrário, o cabo deve ser descartado. Substituir o cabo ou cortar a extremidade
afetada quando ocorrer 2 arames rompidos próximo ao soquete.
13
c) Concentração localizada de arames rompidos
Quando os arames rompidos estão muito próximos uns dos outros, constituindo um agrupamento localizado de tais
rupturas, o cabo deve ser descartado. Se o agrupamento de tais rupturas ocorrer em um comprimento menor que 6d
ou concentrar-se em uma determinada perna, convém que o cabo seja descartado, mesmo que o número de arames
rompidos seja inferior ao valor máximo indicado nas tabelas anteriores.
d) Rupturas de pernas
No caso da ruptura total de uma perna, o cabo deve ser descartado.
e) Redução do diâmetro do cabo
1)Redução uniforme ao longo do cabo
O critério de descarte para redução uniforme não é aplicável para as zonas de cruzamento do cabo quando
enrolado em múltiplas camadas no tambor.
A tabela seguinte mostra as reduções uniformes de diâmetro expressadas em porcentagem, de acordo com a
severidade:
Tipo do cabo
Uma camada de perna
com alma de fibra
Uma camada de perna
com alma de aço ou cabo
com pernas paralelas
Resistente à rotação
Redução uniforme do diâmetro
(expressa em % do diâmetro
nominal)
Descrição
%
Menos de 6 %
—
0
6 % e mais, más menos de 7 %
Leve
20
7 % e mais, más menos de 8 %
Médio
40
8 % e mais, más menos de 9 %
Alto
60
9 % e mais, más menos de 10 %
Muito alto
80
10 % e mais
Descarte
100
Menos de 3,5 %
—
0
3,5 % e mais, más menos de 4,5 %
Leve
20
4,5 % e mais, más menos de 5,5 %
Médio
40
5,5 % e mais, más menos de 6,5 %
Alto
60
6,5 % e mais, más menos de 7,5 %
Muito alto
80
7,5 % e mais
Descarte
100
Menos de 1 %
—
0
1 % e mais, más menos de 2 %
Leve
20
2 % e mais, más menos de 3 %
Médio
40
3 % e mais, más menos de 4 %
Alto
60
4 % e mais, más menos de 5 %
Muito alto
80
5 % e mais
Descarte
100
Grau de severidade
Cálculo para determinar o decréscimo uniforme no diâmetro expresso como percentagem do diâmetro
nominal
O decréscimo uniforme no diâmetro expresso como percentagem do diâmetro nominal é calculado usando a
seguinte equação:
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(dref − dm)/d × 100 (%)
Onde
dref é o diâmetro de referência –-- deve ser obtido em um trecho do cabo que não passa pela polia
dm é o diâmetro real (medido);
d é o diâmetro nominal.
2)Redução local
Quando ocorrer uma redução local óbvia, como causada por uma falha da alma, o cabo deve ser descartado.
f)
Corrosão externa e interna
O critério de descarte e os graus de severidade intermediários são dados na seguinte tabela:
Tipo de corrosão
Condição
Grau de severidade
Sinais de oxidação que podem ser limpos
Corrosão externaa
Superficial – 0 %
Superfície rugosa do arame ao tocar
Alto – 60 %c
Superfície do arame com pites severos e
arames soltosb
Descarte – 100 %
Descarte – 100 %
Corrosão interna
Sinais óbvios de corrosão interna – P. ex.
corrosão visível na região do vale entre as
pernasd
Corrosão por atrito
O processo de atrito ocorre pela remoção de finas
camadas de aço dos arames e pernas sem
lubrificação
constantemente
se
atritando,
provocando uma oxidação e criando uma corrosão
interna, que se manifesta por um pó seco e
vermelho.
ou
se for considerado viável por pessoa
competente, a inspeção interna deve ser
realizada
A evidência desta característica deve
ser investigada e se houver alguma
dúvida sobre a sua severidade, o cabo
deve ser descartado (100 %).
a
Ver exemplos nas fotos abaixo.
b
Para qualquer outra condição intermediária, uma avaliação deve ser realizada conforme seu grau de severidade.
c
A oxidação de arames zincados pode resultar também em uma superfície rugosa ao tocar, más essa condição pode não ser tão
séria quanto aos arames polidos. Nestes casos o inspetor deve considerar uma situação menos crítica do que indicado nesta tabela
d
A análise da corrosão interna é subjetiva, entretanto, se houver alguma dúvida sobre seu grau de severidade, o cabo deve ser
descartado.
Guia de análise para corrosão externa
Começo da oxidação, pode ser limpa – Grau de severidade: 0%
15
Arames rugosos ao tocar – Grau de severidade: 20%
A superfície do arame agora está muito afetada pela oxidação – Grau de
severidade: 60%
Superfície com pites severos e arames soltos, falhas entre os arames –
Descarte imediato (100%)
g) Deformação
A distorção visível do cabo da sua torção normal é chamada de “deformação” e pode causar uma mudança da
estrutura original que resultará na distribuição desigual de tensão no cabo.
Ondulação
A ondulação é uma deformação que ocorre quando o eixo longitudinal do cabo de aço assume a forma de uma
hélice.
Embora não resulte necessariamente na perda de resistência, se tal deformação for severa, pode transmitir uma
pulsação, causando o movimento irregular do cabo. Após o trabalho prolongado, essa condição causará desgaste,
assim como arames rompidos.
No caso de ondulação, o cabo de aço deve ser descartado se, sob qualquer condição de carga, em uma parte reta
do cabo, fora do trecho de contato com a polia ou tambor, a seguinte condição for encontrada:
g igual ou maior que 1/3d
ou no trecho em contato com a polia ou tambor, a seguinte condição for encontrada:
16
g igual ou maior que 1/10d
onde d é o diâmetro nominal do cabo e d1 é o diâmetro correspondente à circunferência que circunscreve o cabo
deformado.
Deformação tipo gaiola de passarinho
Deformação tipo “gaiola de passarinho” é um resultado da diferença de comprimento entre a alma do cabo e a
camada externa de pernas. Mecanismos diferentes podem produzir esta deformação.
Cabos com deformação tipo “gaiola de passarinho’ devem ser descartados imediatamente.
Alma ou perna saltada / deformada
Essa característica é um tipo especial da deformação “gaiola de passarinho”, na qual o desequilíbrio do cabo é
indicado pela projeção da alma para fora (ou centro do cabo, no caso de cabo resistente à rotação) entre as pernas
externas, ou projeção para fora de uma perna externa do cabo ou da alma.
Cabo com alma ou perna saltada / deformada deve ser descartado imediatamente.
Arame saltado
Nessa condição, certos arames ou grupos de arames se projetam para cima, no lado oposto do cabo com relação à
ranhura da polia. Neste caso o cabo deve ser descartado imediatamente.
NOTA: A evidência de apenas um arame da alma que se projeta para fora do cabo pode não ser necessariamente
motivo para descarte, desde que possa ser removido ou não interfira nas outras partes do cabo durante a operação.
Aumento localizado do diâmetro do cabo
Um aumento localizado do diâmetro do cabo pode ocorrer, podendo afetar uma seção relativamente longa do cabo. A
condição geralmente está associada a uma distorção da alma (em certos ambientes, uma alma de fibra pode sofrer
inchação devido ao efeito da umidade) e consequentemente gerando um desequilíbrio nas pernas externas, que
ficam orientadas incorretamente.
Se esta condição causar um aumento no diâmetro real do cabo de 5% ou mais para cabo com alma de aço, ou 10%
para cabo com alma de fibra, deve ser feita uma investigação e o cabo deve ser descartado.
17
Trechos achatados
Trechos achatados do cabo que passam pela polia se deteriorarão rapidamente, mostrando arames rompidos, e
podem danificar a polia. Nesses casos o cabo deve ser descartado imediatamente.
Trechos achatados do cabo podem ficar expostos a uma corrosão acelerada, e o cabo deve estar sujeito a uma
redução de frequência de inspeção se permanecer em operação.
É possível que certas partes achatadas, causadas por múltiplas camadas de enrolamento do cabo no tambor, podem
não levar ao descarte. O número de arames rompidos associados ao achatamento, não devem exceder à quantidade
de arames rompidos das tabelas.
Torção ou nó
Uma torção ou nó é uma deformação causada por uma laçada (loop) no cabo que foi tracionado sem permitir a
rotação em torno do seu eixo. Ocorre o desequilíbrio do comprimento do passo, causando o desgaste excessivo, e
em casos severos o cabo será deformado de tal forma que apenas uma pequena parte de sua resistência será
mantida.
Cabo com nó ou olhal apertado deve ser descartado imediatamente.
Dobras
São deformações angulares do cabo causadas por fatores externos.
Partes do cabo com dobra severa que passam por polia rapidamente se deteriorarão e apresentarão arames
rompidos. Nestes casos o cabo deve ser imediatamente descartado.
A decisão se a dobra é severa ou não é subjetiva. Se houver um vinco no cabo na parte interna da dobra, isto deve
ser considerado grave, o cabo deve ser descartado se passar ou não pela polia.
Danos causados pelo calor ou arco elétrico
Cabos de aço que foram expostos a altas temperaturas, reconhecidos externamente pela coloração apresentada,
devem ser descartados imediatamente.
Se 2 ou mais arames forem afetados devido a um arco elétrico, o cabo deve ser descartado. Isto pode ocorrer no
ponto de entrada ou saída da corrente.
REGISTRO DE INSPEÇÃO DO CABO
Para cada inspeção periódica ou especial, o inspetor deve apresentar um registro no qual devem constar as
informações de cada inspeção do cabo.
18
REGISTRO DE INSPEÇÃO EM CABO DE AÇO
19
NÚMERO DE CATEGORIA DE CABOS E CONSTRUÇÕES (RCN)
(RCN – ROPE CATEGORY NUMBERS)
RCN 01
RCN 02
RCN 04
6X7 + AF
6 x 19 Seale + AACI
6 X 19 M + AA
RCN 04
RCN 04
RCN 06
6 x 25 Filler + AACI
8 x 19 Seale + AACI
8 x 25 Filler + AACI
RCN 06
RCN 09
RCN 09
6 x K26 Warrington Seale + AACI
6 x 36 Warrington Seale + AACI
8 x K26 Warrington Seale + AACI
RCN 10
RCN 11
RCN 09
20
6 x K36 Warrington Seale + AACI
6 X 37 M + AACI
6 x 41 Warrington Seale + AACI
RCN 21
RCN 22
RCN 22
4 x 25 Filler
K3 x 32
K4 X 40
RCN 23
RCN 23
RCN 23
35 x 7
34(W) x K7 + AA
34 x K(7+17)
21
Principais Danos
Arame fora de posição
Alma saltada
Redução do diâmetro (perna afundada)
Perna saltada
22
Achatamento
Perna afundada
Amassamento
Ondulação
Gaiola de passarinho
Abrasão
Corrosão
Arames rompidos no topo
Arames rompidos no vale
Alma saltada em cabo resistente à rotação
Aumento localizado do diâmetro devido à deformação da alma
Achatamento
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