CENTRO UNIVERSITÁRIO DE UNIÃO DA VITÓRIA – UNIUV
PROGRAMA DE INCENTIVO À PESQUISA ACADÊMICA – PIPA
PROF. TATIANE MARY BANISKI
11 DEZ. 2017
LOWSUMERISM: REFLEXÕES SOBRE O CONSUMISMO
KELY MIRANDA HAMESTER, PAULA ELIANDRA PARTYKA
RESUMO
Desde a Revolução Industrial, a forma com que a sociedade consome produtos e
serviços mudou. As pessoas passaram a consumir mais do que era necessário para
a sobrevivência, ou seja, em excesso. A demanda fundamenta-se como mola
propulsora do capitalismo e a evolução das novas tecnologias, o crescimento do
mercado e a propaganda contribuem para transformar o CONSUMO em
CONSUMISMO. Na contramão desse consumo desenfreado, emerge um movimento
de oposição, em prol do consumo consciente e que está crescendo no mundo
inteiro: o chamado Low consumerism ou Lowsumerism, movimento que introduz o
conceito - nomeado pela junção das palavras “low” (baixo) e “consumerism”
(consumismo) - e propõe o questionamento de hábitos fortemente arraigados na
relação humana, com o ato de comprar, priorizando o acesso em vez da posse.
Palavras-chave: Lowsumerism. Consumo. Consumismo. Economia Colaborativa.
INTRODUÇÃO
O consumismo surge devido às tendências impostas pelo mercado com
objetivo de influenciar as pessoas a aderirem aos produtos divulgados pela mídia,
somando a busca pela satisfação de vontades e prazeres. Sempre havendo padrões
e atualizações da modernidade, produtos estragados tendo que ser repostos por um
novo, gerando um ciclo de mudanças de tendências para que as pessoas possam
consumir cada vez mais.
Em linhas gerais, o presente artigo busca mostrar de que maneira as
tendências de consumo e propaganda têm influenciado o comportamento dos
consumidores, a ponto de criar novas formas de linguagem e abordagem como o
chamado Lowasumerism – junção da palavra “low” baixo, “sumerism” consumo –
assim como ações de sustentabilidade, que também fazem parte das novas práticas
do mundo.
Por meio do projeto realizado propõe como problema, investigar de que
maneira o Lowsumerism pode afetar as estratégias de marketing e comunicação das
marcas e, consequentemente o comportamento dos consumidores em geral, e em
especial o dos jovens. Como objetivo geral, buscou-se investigar de que maneira os
jovens das cidades de Porto União da Vitória são influenciados pelas tendências de
consumo, em especial o Lowsumerism, e quais os principais hábitos (em relação ao
consumo) estão sofrendo transformação e influência; trazendo um novo olhar sobre
as questões de consumo, em especial as tendências de economia colaborativa e
compartilhada.
Como objetivos específicos, o projeto buscou: a) Identificar, analisar e
interpretar de que forma o Lowsumerism influencia o comportamento de consumo
dos jovens; b) Analisar e identificar de que forma os jovens, acadêmicos, residentes
no interior da cidade de União são impactados pelas tendências de consumo, em
especial, o Lowsumerism; c) Propor alternativas ou ações que levem a reflexão da
comunidade acadêmica e dos jovens (no universo da UNIUV) sobre o consumo
consciente e a economia compartilhada.
DESENVOLVIMENTO
O termo “lowsumer” e suas variações, embora tenham sido utilizados apenas
em pesquisa brasileira, sem abordagem teórica problematizando seu conceito,
mostra-se presente em pesquisas originadas em outros países, cujos estudos
também envolvem fatores argumentativos sobre as práticas de consumo
sustentáveis.
Sabe-se que a publicidade é o elemento fundamental, mas o comportamento
dos indivíduos é o divisor de águas. As propagandas têm proposito de atingir o
público alvo, de modo com que a vontade de consumir seja desencadeada. Desta
maneira, atua em diferentes mercados interferindo no comportamento do
consumidor. O objetivo da propaganda é exatamente o de persuadir para vender
determinado produto. É eficaz e altera o sistema de valores sociais. Por fim, as
estratégias argumentativas da propaganda, divulgação e marketing se atem em um
conjunto de crenças que são utilizadas no processo de persuasão.
Atualmente, percebe-se que a forma de realizar esse processo de divulgação
e marketing tem sofrido grandes transformações, com o decorrer do avanço
tecnológico, a era digital possibilita que os consumidores tenham voz e contato
direto com a empresa mediadora, gerando assim, grande facilidade nas ofertas e
negociações, multiplicando as possibilidades e oportunidades de consumo.
Na contramão do consumo desenfreado, emerge um movimento chamado
Lowersumerism, que propõe a criação de novas formas de linguagem e abordagem
ao consumidor, fazendo-se necessário levar até as pessoas uma reflexão sobre as
diferenças entre consumo e consumismo. “De maneira distinta do consumo, que é
basicamente uma característica e uma ocupação dos seres humanos como
indivíduos, o consumismo é um atributo da sociedade” (BAUMAN, 2008, p. 41), que
é constituído por um conjunto de pessoas com ações desmedidas.
Sob a luz dessas questões, buscou-se analisar o comportamento dos jovens,
em especial, acadêmicos da UNIUV, e investigar de que maneira as tendências de
consumo e propaganda têm influenciado o comportamento dos mesmos como
consumidores, a ponto de criar novas formas de linguagem e abordagens, como o
forma de priorizar o SER, ao invés do TER. Como ponto de partida, analisou-se a
pesquisa realizada na etapa anterior do projeto, para dar continuidade as ações
propostas.
Durante a realização do projeto, também foram analisados artigos, blogs e
sites que defendem formas de economia compartilha e consumo colaborativo.
Alguns deles promovem sistemas de trocas de produtos e experiências, em
plataformas, como aplicativos e sites. A pesquisa realizada funcionou como
benchmarking, que se trata um minucioso processo de pesquisa que permite aos
gestores compararem produtos, práticas empresariais, serviços ou metodologias
usadas pelos rivais, absorvendo algumas características para alçarem um nível de
superioridade gerencial ou operacional.
Dessa forma, buscou-se realizar um levantamento de sites e aplicativos que
promovem ações de economia colaborativa, como AIRBNB, UBER, TEM AÇUCAR,
OLX, para definir e propor um aplicativo de troca de serviços e experiências, tendo
como público alvo a UNIUV. Este aplicativo será implementado posteriormente, na
continuidade do projeto, mas a ideia central é que, por meio dele, os acadêmicos da
UNIUV troquem experiências, bens materiais e de consumo, como livros ou até
mesmo compartilhem carona e espaços de convivência.
A realização do aplicativo ainda não se tornou realidade, mas uma etapa
fundamental pode ser realizada. Por se tratar de um projeto teórico-prático, foi
desenvolvida a criação de fanpage no Facebook, e gestão de conteúdo para a
página, que tem como objetivo, levar conhecimento, sobre o movimento
Lowsumeris, aos acadêmicos da UNIUV e à sociedade em geral. O conteúdo
divulgado por meio dos posts visa informar, comunicar e ensinar a essência do
Lowsumerism. A ideia é que o público entenda as reflexões da atualidade, que leve
o consumidor a repensar suas compras, e agir de forma consciente. Trata de
esclarecer que a coletividade se tornou a primeira opção de muitas pessoas, e
diversos aplicativos estão aí para comprovar isso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do conceito Lowsumerism, com a temática de consumir menos, é
possível identificar que há várias ações que possibilitam o acesso em vez da posse,
para que essas ações sejam efetivadas, é necessária a adaptação do modo de
consumo.
Por este motivo, faz-se necessário levar a informação do que são as formas
alternativas ao consumismo desenfreado. A criação de aplicativos colaborativos,
que sugerem alternativas ao consumismo, mostra que é possível viver com o
necessário e que isso é mais que uma tendência, mas um estilo de vida.
O uso das redes sociais, mídias que estão presentes no cotidiano dos
sujeitos, podem ser usadas para que o conceito de lowsumerism seja disseminado,
atingindo cada vez mais um grande número de pessoas. A criação de uma fanpage
no Facebook possibilita que o conteúdo abordado seja apresentado de uma forma
sutil, mostrando que este conceito já se faz presente no dia a dia, nas relações
familiares, de amizade, etc, só precisa ser evidenciado nas relações de compra e
venda.
A criação de um aplicativo colaborativo pode ser capaz de tornar real o
conceito de consumo consciente. Dentro da Universidade a utilização desses meios
possibilita que as necessidades, como compra de livros, utilização de materiais e
etc, sejam sanadas de formas alternativas a compra. A partir da disseminação deste
conceito, mais pessoas serão atingidas, mudando a forma de agir dos indivíduos e
então as ações e o comportamento dos seres humanos passarão a impactar de
maneira positiva o planeta.
Como resultados, o presente projeto realizou a apresentação desse estudo no
XIII Encontro Anual de Produção Científica – EnAProC; a criação da Fanpage no
Facebook e a gestão do conteúdo e a criação deste artigo científico. Ainda ficou
pendente, a ação de criação do aplicativo colaborativo, para alunos, docentes e
funcionários da UNIUV.
BIBLIOGRAFIA
BAUDRILLARD, Jean. A Sociedade de Consumo. 3ª Ed. São Paulo: Edições 70,
2009.
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo. A transformação das pessoas em
mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
BOX
1824.
The
Rise
of
Lowsumerism
(2015).
Disponível
em:
https://www.youtube.com/watch?v=jk5gLBIhJtA&t=267s. Aceso em 2017.
BIZ, Eduardo. A principal tendência da atualidade: entenda a urgência do
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2015. Disponível em: <http://pontoeletronico.me/2015/como-praticar-lowsumerism/>
Acesso em 01 fev. 2016.
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Paulus, 2003.
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SGARIONI, Matheus Minella. Por que comprar está voltando a ser um ato social.
2015. Disponível em: < http://pontoeletronico.me/2015/consumo-como-ato-social/ >
Acesso em 01 fev. 2016.
SOLOMON, Michael R. Comportamento do consumidor. Comprando, possuindo e
sendo. Tradução Lene Belon Ribeiro. 5ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2002.
ANEXOS
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