Análise literária do livro Frankenstein capítulo 7 Frankenstein, o livro publicado por Mary Shelley em 1818, é um romance gótico que retrata a beleza natural, o indivíduo, a estética, os elementos sinistros e a criação de um monstro. A análise literária centra-se no capítulo 7 entre as páginas 72 e 74. A personagem principal, Victor Frankenstein, está de regresso a casa após o seu pai o ter informado da morte do seu irmão William. A dualidade de emoções é exposta de uma forma leve e bela bem como insegura e tenebrosa. Victor atravessa os alpes suíços junto ao Monte Branco num dia límpido onde vê toda a beleza natural ao seu redor. Neste capítulo as emoções de Victor Frankenstein, são constantemente interligadas com os elementos da natureza, como por exemplo, quando está um dia límpido ele está alegre, quando está escuro ele fica triste. “Queridas montanhas! Meu belo lago! Como recebeis o vosso vagabundo? Os vossos cumes estão limpos, o céu e o lago azuis e plácidos.” “A noite desceu e, ao deixar de admirar as montanhas, senti-me melancólico.” Nos primeiros dois parágrafos do excerto para a análise, Victor diz “Serão prenúncios de paz ou troça da minha infelicidade?” Este discurso distingue a fantasia da realidade e mostra o seu estado de espírito conectado ao estilo do romance gótico, o terrível, o assustador, o desejo e a infelicidade mostrada nas figuras de estilo do texto como as metáforas, comparações e personificação. A metáfora é uma figura de estilo muito usada neste romance gótico “enquanto os relâmpagos me ofuscavam e iluminavam o lago, que parecia transformar-se num imenso lençol de fogo." A metáfora consiste em dar sentidos figurados por um meio de comparação, exatamente o que Victor faz na citação, ele compara a natureza usando um exagero. Durante o excerto o narrador homodiegético (Victor) utiliza vários pontos de exclamação para dar ainda mais enfase à importância da beleza da natureza para o seu estado de espírito. O vocabulário utilizado é bastante descritivo, emotivo, envolvente e pessoal bem como sensorial, sombrio e desconfortável. Como por exemplo o uso de palavras como plácido e melancolia. Através da imaginação e do conhecimento, Victor cria um ser monstruoso capaz de suscitar terror, criando uma fantasia irracional que se afasta da realidade. Por conseguinte, Victor fica aterrorizado por ver “o monstro” “hediondez estranha à humanidade (…) imundo demónio a que eu dera vida.” Ao longo do excerto da análise foi comprovada a dualidade emocional de Victor Frankenstein conectada à natureza. O romance gótico mostra o lado mais obscuro do ser humano, ou seja, nasce no inconsciente da personagem, criando na sua imaginação sentimentos extremamente fortes levando à exaustão e ao desespero. Como constata-se também mostra os valores familiares como é o caso do relacionamento de Victor com a sua família e a importância de voltar as origens.