Escolha VARIAN (CAP. 5) & PINDYCK (CAP. 3 (3.3 )) OBJETIVOS: UNIREMOS O CONJUNTO ORÇAMENTÁRIO E A TEORIA DAS PREFERÊNCIAS PARA ANALISAR A ESCOLHA ÓTIMA DOS CONSUMIDORES. Prof. DS. Fabrício Rios Sumário 1 Escolha ótima 2 Demanda do consumidor 3 Alguns exemplos 4 Estimativas das funções de utilidade 5 Implicações da condição da TMS 6 Escolha de impostos Prof. DS. Fabrício Rios 2 Escolha ótima Figura 5.1 Escolha ótima. A posição ótima de consumo situa-se onde a curva de indiferença tangencia a reta orçamentária. Prof. DS. Fabrício Rios 3 Escolha ótima Figura 5.2 Gostos bizarros. Eis uma cesta de consumo ótima, em que a curva de indiferença não tem tangente. Prof. DS. Fabrício Rios 4 Escolha ótima Solução de Canto – Situação na qual a taxa marginal de substituição de um bem por outro, em uma cesta de mercado, não é igual à inclinação da linha do orçamento. (PINDYCK, p. 81) Figura 5.3 Ótimo de fronteira. O consumo ótimo acarreta o consumo de zero unidades do bem 2. A curva de indiferença não tangencia a reta orçamentária. Prof. DS. Fabrício Rios 5 Escolha ótima Figura 5.4 Mais de uma tangência. Temos aqui três tangências, mas só dois pontos ótimos, de modo que a condição de tangência é necessária, mas não suficiente. Prof. DS. Fabrício Rios 6 Escolha ótima Lembre-se de que uma das nossas interpretações da TMS é que ela é a taxa de troca na qual o consumidor queria permanecer. Bem, o mercado oferece uma taxa de troca –p1/p2. Se o consumidor desistir de uma unidade do bem 1, ele poderá comprar p1/p2 unidades do bem 2. Se o consumidor se encontrar numa cesta de consumo em que esteja disposto a permanecer, tem de ser uma em que a TMS iguale essa taxa de intercâmbio: Sempre que a TMS diferir da razão de preços, o consumidor não poderá estar em seu ponto ótimo de escolha. Prof. DS. Fabrício Rios 7 Demanda do consumidor A escolha ótima dos bens 1 e 2, num determinado conjunto de preços e de renda, é chamada cesta demandada do consumidor. Em geral, quando os preços e a renda variam, a escolha ótima do consumidor também varia. A função demanda é a função que relaciona a escolha ótima – ou seja, as quantidades demandadas – com os diferentes valores de preços e rendas. Escreveremos as funções de demanda demonstrando que elas dependem tanto dos preços como da renda: x1 (p1, p2, m) e x2 (p1, p2, m). Para cada conjunto de preços e de renda, haverá uma combinação diferente de bens que corresponderá à escolha ótima do consumidor. As preferências diferentes gerarão funções de demanda também diferentes. Prof. DS. Fabrício Rios 8 Alguns exemplos Substitutos perfeitos A Figura 5.5 ilustra o caso dos bens substitutos perfeitos. (...) a função demanda do bem 1 será: Prof. DS. Fabrício Rios 9 Alguns exemplos Figura 5.5 Escolha ótima com substitutos perfeitos. Se os bens forem substitutos perfeitos, a escolha ótima se situará em geral na fronteira. Prof. DS. Fabrício Rios 10 Alguns exemplos Complementares perfeitos Solucionemos a escolha ótima de maneira algébrica. Sabemos que esse consumidor compra a mesma quantidade do bem 1 e do bem 2, independentemente dos preços. Representemos tal quantidade por x. Temos, então, de satisfazer a restrição orçamentária: A resolução para x proporciona as escolhas ótimas dos bens 1 e 2: Prof. DS. Fabrício Rios 11 Alguns exemplos Figura 5.6 Escolha ótima com complementares perfeitos. Se os bens forem complementares perfeitos, as quantidades demandadas estarão sempre localizadas na diagonal, já que a escolha ótima ocorre onde x1 se iguala a x2. Prof. DS. Fabrício Rios 12 Alguns exemplos Neutros e males No caso do bem neutro, o consumidor gasta todo o seu dinheiro no bem do qual gosta e não compra nada do bem neutro. O mesmo ocorre quando a mercadoria é um mal. Assim, se a mercadoria 1 for um bem e a mercadoria 2 um mal, as funções de demanda serão: Prof. DS. Fabrício Rios 13 Alguns exemplos Figura 5.7 Bens discretos. No painel A, a demanda pelo bem 1 é zero, enquanto no painel B será demandada uma unidade. Prof. DS. Fabrício Rios 14 Alguns exemplos Figura 5.8 Escolha ótima com preferências côncavas. A escolha ótima é o ponto de fronteira, Z, não o ponto de tangência interior, X, porque Z está localizado em uma curva de indiferença mais alta. Prof. DS. Fabrício Rios 15 Alguns exemplos Preferências Cobb-Douglas No Apêndice deste capítulo utilizamos o cálculo para derivar as escolhas ótimas para essa função de utilidade, que são: Prof. DS. Fabrício Rios 16 Alguns exemplos Preferências Cobb-Douglas As preferências Cobb-Douglas têm uma propriedade conveniente. Se ele consome x1 unidades do bem 1, isso lhe custa p1x1, o que representa uma fração p1x1/m da renda total. Se substituirmos a função demanda por x1, teremos: Prof. DS. Fabrício Rios 17 Estimativa das funções de utilidade Tabela 5.1 Alguns dados que descrevem o comportamento de consumo Prof. DS. Fabrício Rios 18 Estimativa das funções de utilidade Para esses dados, as frações de gastos são relativamente constantes. Suponhamos, por exemplo, que o governo planeje impor um sistema de impostos que levasse o consumidor a enfrentar preços (2, 3) com uma renda de 200. De acordo com nossas estimativas, a cesta demandada a esses preços seria: A utilidade estimada dessa cesta é: Prof. DS. Fabrício Rios 19 Implicações da condição da TMS (...) Se observarmos uma escolha num conjunto de preços, obteremos a TMS num ponto de consumo. Se os preços variarem e observarmos outra escolha, obteremos outra TMS. À medida que observarmos mais e mais escolhas, saberemos cada vez mais sobre a forma das preferências básicas que teriam gerado o comportamento de escolha observado. Prof. DS. Fabrício Rios 20 Escolha de impostos Vimos que o imposto sobre a quantidade é um imposto sobre a quantidade consumida de um bem, como o imposto de US$ 0,15 por litro de gasolina. O imposto de renda é precisamente um imposto sobre a renda. Se o governo quiser obter determinada receita, seria melhor coletá-la através do imposto sobre a quantidade ou do imposto sobre a renda? (...) Suponhamos que a restrição orçamentária original seja: Qual será a restrição orçamentária se taxarmos o consumo do bem 1 com uma alíquota t?. (...) A nova restrição orçamentária será, pois: Prof. DS. Fabrício Rios 21 Escolha de impostos (...) Seja qual for o caso, com certeza sabemos que a escolha ótima, (x1, x2), tem de satisfazer a restrição orçamentária: A receita arrecadada por esse imposto será R* = tx1*. Imaginemos agora um imposto sobre a renda que arrecade a mesma quantidade de receita. A forma dessa restrição orçamentária seria: Prof. DS. Fabrício Rios 22 Escolha de impostos ou, substituindo R*, Por onde passará essa reta orçamentária na Figura 5.9? Prof. DS. Fabrício Rios 23 Escolha de impostos Figura 5.9 Imposto de renda versus imposto sobre a quantidade. Examinamos aqui um imposto sobre a quantidade que gera a receita R* e um imposto de renda que gera a mesma receita. O consumidor ficará melhor com o imposto de renda, pois poderá escolher um ponto numa curva de indiferença mais alta. Prof. DS. Fabrício Rios 24 Escolha de impostos É fácil perceber que ela tem a mesma inclinação da reta orçamentária original, -p1/p2, mas o problema está em determinar sua posição. A reta orçamentária em que se localiza o imposto de renda tem de passar pelo ponto (x*1, x*2). Um modo de verificar isso é introduzir (x*1, x*2) na restrição orçamentária do imposto de renda e ver se essa restrição é satisfeita. Será verdade que: Prof. DS. Fabrício Rios 25 Resumo 1. Escolha ótima do consumidor: cesta no conjunto orçamentário do consumidor que se situa na curva de indiferença mais alta. 2. Normalmente, a cesta ótima se caracterizará pela condição de que a inclinação da curva de indiferença (a TMS) seja igual à inclinação da reta orçamentária. 3. A função de utilidade pode ser usada para prever escolhas futuras e para estimar a utilidade para os consumidores de novas políticas econômicas. 4. Se todos se defrontarem com os mesmos preços para dois bens, então todos terão a mesma taxa marginal de substituição e, portanto, estarão dispostos a trocar os dois bens do mesmo modo. Prof. DS. Fabrício Rios 26 Exercícios 1 – Se dois bens forem substitutos perfeitos, qual será a função de demanda do bem 2? 2 – Suponhamos que as curvas de indiferença sejam descritas por linhas retas com uma inclinação de –b. Dados preços arbitrários p1 e p2 e renda em dinheiro m, como serão as escolhas ótimas do consumidor? 3 – Suponhamos que o consumidor utilize sempre duas colheres de açúcar em cada xícara de café. Se o preço de cada colher de açúcar for p1 e o da xícara de café, p2, e se o consumidor tiver US$m para gastar em café e açúcar, quanto o consumidor quererá comprar? 4 – Suponhamos que você tenha preferências altamente não convexas por sorvete e azeitonas, como aquelas dadas no texto, e que você se defronte com preços p1 e p2 e disponha de m dólares para gastar. Relacione as escolhas para as cestas ótimas de consumo. Prof. DS. Fabrício Rios 27 Exercícios 5 – Se o consumidor tiver uma função de utilidade u(x1, x2) = x1x42, que fração da renda dele será gasta no bem 2? 6 – Para que tipo de preferências o consumidor estará exatamente tão bem quanto antes ao defrontar-se tanto com o imposto sobre a quantidade como com o imposto sobre a renda? Prof. DS. Fabrício Rios 28 LISTA DE EXERCÍCIOS 1 – Se o consumidor tiver uma função de utilidade , que fração da renda dele será gasta no bem 2? Demonstre pelo princípio da igualdade marginal e pelo multiplicador de Langrange. 2 – Determine: i. as funções de demanda de ambos os bens; ii. a escolha ótima; iii. o nível de satisfação; e iv. a taxa marginal de substituição no ponto ótimo. a) U = 5x0,5y0,5 b) U = 2x0,4y0,6 c) U = x3y2 Prof. DS. Fabrício Rios Px = 2 Py = 10 Px = 1 Py = 6 Px = 1,5 Py = 4 m = 100 m = 50 m = 45 29 Exercícios d) U = 2x + 3y Px = 1 e) U = 5x + 2y Px = 3 f) U = min {2x, 5y} Px = 2 g) U = min {3x, y} Px = 6 h) U = min {2x, y} Px = 4 i) U = 4x + ln y Px = 10 j) U = 3x + 12y0,5 Px = 2 Prof. DS. Fabrício Rios Py = 4 Py = 1 Py = 10 Py = 2 Py = 2 Py = 1 Py = 0,5 m = 60 m = 12 m = 72 m = 48 m = 100 m = 62,5 m = 100 30