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Livro- Texto - Unidade I Projeto e Observação

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Prática de Ensino
Observação e Projeto
Autores: Prof. Wanderlei Sérgio da Silva
Profa. Raquel Maia Bokums
Professores conteudistas: Wanderlei Sérgio da Silva /
Raquel Maia Bokums
Wanderlei Sérgio da Silva
Professor conteudista: Wanderley Sérgio da Silva. Doutor em Geociências e Meio Ambiente pela Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), mestre em Ciências (Geografia Humana) pela Universidade de São
Paulo (USP) e graduado em Geografia também pela USP.
Durante quinze anos trabalhou no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) com pesquisas
relacionadas às geociências e ao meio ambiente. Atuou como consultor em trabalhos da área durante seis anos,
totalizando cerca de cem projetos de pesquisa, muitos deles como coordenador de equipe.
Em 2001, ingressou na Universidade Paulista (Unip), onde lecionou disciplinas do curso presencial de Turismo
relacionadas à geografia, ao meio ambiente e ao planejamento, bem como as disciplinas didático-pedagógicas no
curso presencial de Psicologia (Licenciatura).
Atualmente é membro da Coordenadoria de Estágios em Educação e professor nos cursos de Letras e Matemática
da UNIP Interativa, sendo responsável pelas disciplinas relacionadas à Prática de Ensino, Didática Geral, Estrutura e
Funcionamento da Educação Básica e Planejamento e Políticas Públicas da Educação.
Raquel Maia Bokums
A professora Raquel Maia Bokums possui pós-graduação em Formação em Educação à Distância pela Universidade
Paulista (UNIP), mestrado em Educação Física na área de concentração Biodinâmica do Movimento Humano pela
Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE/USP), pós-graduação em Educação Física
Escolar pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (UniFMU) e licenciatura e bacharelado em Educação Física pelo Centro
Universitário Nove de Julho (Uninove).
De 2007 a 2009, foi integrante do Laboratório de Comportamento Motor (Lacom) da EEFE/USP, com pesquisas
realizadas na área.
Entre os anos de 2008 a 2010, foi bolsista da Capes e integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa em Capacidades
e Habilidades Motoras (Gepcham) da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (Each/USP), com trabalhos e
artigos publicados.
Desde 2011, é membro da Coordenadoria de Estágios em Educação e professora nos cursos de Letras e
Matemática da UNIP Interativa, sendo responsável pelas disciplinas “Prática de Ensino: Observação e Projeto” e
“Integração Escola Comunidade”.
Atua principalmente nos seguintes temas: educação, prática de ensino, educação a distância, metodologia da
pesquisa, diferenças individuais, desenvolvimento motor, educação física escolar e aprendizagem motora.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
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Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
Material Didático – EaD
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Sumário
Prática de Ensino Observação e Projeto
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
1 INTRODUÇÃO À PRÁTICA DE ENSINO.........................................................................................................9
2 OBSERVAÇÃO........................................................................................................................................................9
2.1 Aspectos conceituais..............................................................................................................................9
2.2 Vantagens................................................................................................................................................. 10
2.3 Limitações................................................................................................................................................ 11
2.4 Tipos de observação............................................................................................................................. 11
2.4.1 Observação assistemática......................................................................................................................11
2.4.2 Observação sistemática..........................................................................................................................11
2.4.3 Observação não participante.............................................................................................................. 12
2.4.4 Observação participante....................................................................................................................... 12
2.4.5 Observação em equipe.......................................................................................................................... 12
2.4.6 Observação na vida real........................................................................................................................ 12
2.4.7 Observação em laboratório.................................................................................................................. 12
3 OBSERVAÇÃO CIENTÍFICA............................................................................................................................. 13
3.1 Aprofundamento conceitual............................................................................................................ 13
3.2 Atividade de observação.................................................................................................................... 17
4 PROJETO............................................................................................................................................................... 19
4.1 Aspectos conceituais........................................................................................................................... 19
4.2 Estrutura de um projeto..................................................................................................................... 20
4.3 Elaboração do projeto pedagógico................................................................................................ 21
4.4 Atividade de projeto............................................................................................................................. 22
5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO............................................................................................................................ 24
6 EXAME.................................................................................................................................................................. 24
7 RELEMBRANDO: ATIVIDADES DE OBSERVAÇÃO E PROJETO
PARA AVALIAÇÃO NA DISCIPLINA................................................................................................................. 24
8 LINKS DE APOIO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO........................................................................... 25
APRESENTAÇÃO
De modo geral, a disciplina “Prática de Ensino: Observação e Projeto” visa a levá-lo a compreender
os conceitos “observação” e “projeto”, além de conduzi-lo a uma aproximação com relação à educação
que o rodeia, dirigindo o seu olhar para observar mais de perto as escolas e outros ambientes educativos
(teatros, parques, ginásios de esporte, museus, bibliotecas públicas, etc.) existentes no seu cotidiano
onde ocorre a educação em diferentes formas e níveis.
Além disso, no âmbito dessa atividade, solicita-se a elaboração de um relato de observação e, com base
nisso, um pequeno projeto pedagógico de integração entre um ambiente não escolar e uma escola, com
o intuito de propiciar a ação pedagógica e colocar em efetiva prática os conteúdos teóricos da disciplina.
Dessa forma, o processo de construção da sua identidade profissional será desenvolvido pela vivência
e identificação dos diferentes ambientes educativos (escolares ou não), possibilitando selecionar e
organizar dados de maneira crítica e reflexiva para a elaboração de um projeto pedagógico.
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PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
1 INTRODUÇÃO À PRÁTICA DE ENSINO
Inicialmente, é importante relembrar o contexto em que se insere essa atividade na dimensão prática
do curso.
A prática de ensino será desenvolvida em seis semestres, com atividades distribuídas por cada um
deles. Naturalmente, deve haver uma articulação entre elas, perpassando todo o curso.
As atividades relacionadas à prática de ensino são as seguintes:
Quadro 1
Prática de Ensino
1º sem.
2º sem.
3º sem.
4º sem.
5º sem.
6º sem.
Introdução à
Docência
Observação e
Projeto
Integração Escola
– Comunidade
Vivência no
Ambiente
Educativo
Trajetória da
Práxis
Reflexões
De modo geral, a “Prática de Ensino: Observação e Projeto”, ora em desenvolvimento, visa a levá-lo
a observar diferentes ambientes educativos (escolares e não escolares) existentes em locais que fazem
parte do seu cotidiano e fazer uma relação pedagógica entre um dos ambientes não escolares (teatro,
museu, biblioteca, parque, ginásio, etc.) com uma escola. Isso é feito de maneira a identificar, por meio
de um projeto de integração – ou seja, uma proposta de ação – os aspectos que o ambiente não
escolar poderia contribuir para uma aprendizagem mais significativa dos alunos nas diversas disciplinas
que existam em uma eventual escola (Português, Matemática, Língua Estrangeira, Ciências, Geografia,
Educação Física, etc.).
Essa disciplina utiliza, para isso, conceitos consagrados nas ciências sobre os termos “observação” e “projeto”,
orientando a prática de modo a levá-lo a discernir e a aplicar seus significados nas atividades propostas.
Lembrete
Essa disciplina visa a levá-lo a observar diferentes ambientes educativos
e fazer uma relação pedagógica entre um dos ambientes não escolares e a
sua área de atuação, culminando com a elaboração de um pequeno projeto
pedagógico.
2 OBSERVAÇÃO
2.1 Aspectos conceituais
As atividades de Prática de Ensino: Observação e Projeto apoiam-se nos conceitos destes dois termos,
observação e projeto, de modo que sejam resguardados os seus rigores científicos. Particularmente no
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PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
que diz respeito ao termo “observação”, o entendimento conceitual baseado no conhecimento popular
é permeado de significados polêmicos e confusos.
Para fins de utilização em atividades acadêmicas, é necessário utilizar conceitos com base científica
sólida, com origem comprobatória, para que não pairem dúvidas sobre as atividades a realizar. Deste
modo, a seguir são apresentadas definições esclarecedoras sobre o termo.
Observação, em seu sentido amplo, é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações
e utiliza os sentidos na obtenção de aspectos da realidade. Exerce papel importante no contexto da
descoberta. Obriga o investigador a um contato direto com a realidade estudada (CERVO et al., 2007).
Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar, entender fatos ou fenômenos que
se deseja estudar. É um elemento básico de investigação científica, utilizado na pesquisa de campo,
principalmente do tipo “exploratória”. Exerce um papel muito importante no contexto da descoberta,
pois é por meio dele que se inicia todo o estudo dos problemas.
Observação
Essa é uma das técnicas de coleta de dados que diz respeito ao método
científico. Observar é aplicar atentamente os sentidos físicos a um objeto
para obter um conhecimento claro e preciso. Sem a observação, o estudo
da realidade e de suas leis seria reduzido à simples conjectura e adivinhação
(CERVO et al., 2007).
A observação deve ser atenta, exata, completa, precisa, sucessiva e metódica; por isso, o investigador
precisa apresentar algumas características para uma boa observação, tais como paciência e coragem
para resistir às ânsias de conclusões rápidas, além de imparcialidade na observação dos fenômenos
estudados (BARROS; LEHFELD, 2007).
Conforme Marconi e Lakatos (2006), a observação é o ponto de partida da investigação social e
oferece vantagens e limitações.
2.2 Vantagens
As principais vantagens da observação em relação a outras técnicas de investigação científica são
que ela:
• possibilita meios diretos para o estudo de uma ampla variedade de fenômenos;
• exige menos do observador do que outras técnicas;
• depende menos da introspecção ou da reflexão;
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PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
• permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou de questionários.
2.3 Limitações
As principais limitações são:
• a tendência a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no observador;
• a ocorrência espontânea não poder ser prevista, o que impede, muitas vezes, o observador de
presenciar o fato;
• o fato de que vários aspectos da vida cotidiana ou particular podem não ser acessíveis ao
pesquisador.
2.4 Tipos de observação
Diversos autores, como Silva e Menezes (2001), Marconi e Lakatos (2006), Cervo et al. (2007) e Barros
e Lehfeld (2007), apontam para as diferentes configurações da observação, de acordo com a finalidade
e a forma como é executada. Entre elas, destacamos algumas para os fins desta atividade:
2.4.1 Observação assistemática
Também denominada “não estruturada”, “espontânea”, “ordinária”, “simples”, “livre”, “ocasional” e
“acidental”. Consiste em recolher e registrar os fatos da realidade sem a utilização de meios técnicos
especiais ou perguntas diretas pelo pesquisador. É mais empregada em estudos exploratórios e não
tem planejamento e controle previamente elaborados com rigor. O êxito desta técnica vai depender do
observador, de sua atenção, de sua perspicácia, discernimento, preparo e treino. No registro dos dados,
a fidelidade é fator importantíssimo para a pesquisa científica. Resumidamente falando, a observação
assistemática consiste em recolher e registrar os fatos da realidade, sem a utilização de meios técnicos
especiais ou perguntas diretas.
2.4.2 Observação sistemática
Também designada como “estruturada”, “planejada” e “controlada”, utiliza instrumentos para a
coleta de dados ou fenômenos (quadros, escalas, dispositivos mecânicos, etc.). Caracteriza-se por um
planejamento prévio e utilização de recursos técnicos, mecânicos e eletrônicos para sua efetivação. A
observação sistemática utiliza instrumentos para a coleta de dados ou fenômenos. Tem planejamento
e realiza-se em condições controladas, para responder a propósitos preestabelecidos. Na observação
sistemática, o observador sabe o que procura e o que tem importância em determinada situação. Ele
deve ser objetivo, reconhecer possíveis erros e eliminar ou diminuir sua influência sobre o que vê ou
registra. Em síntese, a observação sistemática utiliza instrumentos para a coleta de dados ou fenômenos,
tem planejamento e realiza-se em condições controladas para responder a propósitos preestabelecidos.
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PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
2.4.3 Observação não participante
O pesquisador toma contato com a comunidade, grupo ou realidade estudada, mas sem integrarse a ela. Presencia o fato, mas não participa dele. Não se deixa envolver pelas situações, cumprindo
principalmente o papel de espectador. Entretanto, essa observação deve ser consciente, dirigida e
ordenada para um fim determinado. Na observação não participante, o pesquisador presencia o fato,
mas fica de fora, ou seja, não participa dele.
2.4.4 Observação participante
Consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao
grupo, confunde-se com ele. Como membro do grupo que está estudando, participa de suas atividades
normais. Apresenta uma dificuldade metodológica que reflete a dificuldade de manter a objetividade da
pesquisa pelo fato de exercer influência no grupo ou ser por ele influenciado. Requer, portanto, muito
zelo científico por parte do pesquisador. O objetivo, ao participar, é ganhar a confiança do grupo e leválo a compreender a importância da investigação científica. Em certas circunstâncias, há mais vantagens
no anonimato.
Quando a observação é realizada por um só pesquisador, temos a “observação individual”.
2.4.5 Observação em equipe
Consiste em envolver um grupo na observação da realidade a ser estudada. É mais aconselhável
que a individual, pois o grupo pode observar a ocorrência por vários ângulos, com a oportunidade
de confrontar os dados posteriormente, para prevenir eventuais falhas. Na observação em equipe, a
observação é feita por várias pessoas com o mesmo propósito, ainda que em tempos e lugares distintos.
2.4.6 Observação na vida real
É realizada no ambiente real, registrando-se os dados à medida que forem ocorrendo,
espontaneamente, sem preparação. A melhor ocasião para o registro dos dados é o local e o horário em
que o evento ocorre, para evitar equívocos ou esquecimentos.
2.4.7 Observação em laboratório
Esse procedimento possibilita descobertas em condições cuidadosamente planejadas e controladas
com a utilização de aparelhos de medição e registros. O uso de instrumentos adequados leva a realização
de observações mais refinadas do que aquelas proporcionadas apenas pelos sentidos.
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PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
3 OBSERVAÇÃO CIENTÍFICA
3.1 Aprofundamento conceitual
A observação, do ponto de vista científico, é o estágio da investigação em que se tomam nota
de acontecimentos, ocorrências, fatos ou objetos que acontecem sem nenhuma preparação prévia do
observador, embora escolhidos, selecionados e interpretados por ele (VARGAS, 1985).
Assim, é importante delimitar, num ambiente múltiplo, aquilo que deve ser efetivamente visto e
não se perder na multiplicidade. Observar fatos ou objetos que compõem a paisagem, como no caso
dessa atividade, é especialmente instigante, pois “paisagem” é um termo estudado e conceituado por
cientistas das mais diversas formações: arquitetos, geógrafos, artistas plásticos, entre outros. Há, no
entanto, um fato que é constante em todos os conceitos conhecidos de paisagem: parte-se sempre de
um observador. O observador é, portanto, essencial para refletir a realidade a ser estudada.
Ora, como o observador é um sujeito, a apreciação da paisagem estará sempre impregnada de
conotações culturais e ideológicas. Além disso, vários elementos podem interferir na captação da
paisagem, como o ângulo escolhido, a posição e a distância do observador com relação ao objeto
observado, a incidência de luz, o jogo de luz e sombra, resultando em realce ou ocultação de detalhes,
dependendo do caso.
A observação tende a ganhar qualidade, na medida em que o observador conceba primeiro
mentalmente o fenômeno a ser observado, uma vez que ela inclui, necessariamente, uma interação
recíproca entre o observador e o fato observado.
A observação, como parte de uma investigação científica, requer percepção de fatos,
acontecimentos ou objetos, para que possa ser caracterizada como tal. Essa percepção envolve
alguns elementos essenciais nos diferentes momentos do seu desenvolvimento, que podem ser
sintetizados da seguinte maneira:
• inicialmente, é essencial que haja intenção do observador em conhecer o que pretende observar,
ou seja, o interesse;
• num segundo momento, é necessário que o observador tenha consciência de que a sua mentalidade
e subjetividade podem influir na observação;
• em seguida, é requerido certo conhecimento teórico do que se está observando.
A percepção do objeto observado é tão fundamental quanto polêmica em termos de sua adoção
para fins de observação científica. Afinal, psicologicamente, cada pessoa percebe diferentemente as
coisas e essa percepção aprimora-se com o passar do tempo, ou seja, a observação cresce em qualidade
com a adoção de diferentes momentos de percepção.
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PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
A seguir, dois exemplos são abordados que ilustram este aspecto.
Exemplo 1: O que você vê?
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/fisica/ilusao-optica
Figura 1
Geralmente, num primeiro momento de percepção, temos a tendência de enxergar um cavalo. No
entanto, se prestarmos a atenção devida, perceberemos (num segundo momento de percepção) que a
mesma figura também se trata de um sapo. Basta rotacionarmos a figura em 90º. Nem todas as pessoas
enxergam o cavalo ou o sapo instantaneamente, devido a diversos fatores inerentes à imagem da figura,
ao ambiente de observação ou mesmo a características iminentemente pessoais.
Para fins desta atividade de observação, admite-se que, apesar da percepção ser única, ela é
necessariamente emoldurada pela inteligência humana, que oferece diferentes formas cognitivas para
os inúmeros conteúdos perceptivos (SILVA, 2006). Como os mecanismos perceptivos e cognitivos são
próprios da espécie humana, a imagem mental que as pessoas constroem do ambiente onde vivem
segue determinados padrões. Pode-se, assim, falar de uma imagem pública, que é a síntese das imagens
individuais. E é com essa imagem pública que a ciência pode e deve lidar.
No processo de observação científica, além da percepção, são necessárias intenção, interpretação (a
compreensão mental do fenômeno que está sendo estudado) e descrição. Observação é, então, uma percepção
de coisas ou fatos, tanto quanto possível livre de elementos subjetivos, conscientes ou inconscientes,
acompanhada de certo conhecimento prévio sobre o fato a observar e expressa por uma descrição.
Lembrete
Observação é um processo que requer percepção, intenção, interpretação
e descrição.
Uma pessoa leiga, que não tenha a intenção de observar um determinado elemento na paisagem,
muitas vezes não o perceberá, não interpretará o fato e não o descreverá; portanto, no final do processo,
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PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
a observação não terá ocorrido. O que ocorreu foi apenas o olhar. E mesmo esse olhar é subjetivo, o que
pode ser analogamente verificado na leitura do texto do Prof. Rubem Alves1, a seguir:
1 Rubem Alves (1933) é um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro. Autor de livros
e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.
Os dois olhos
Temos dois olhos. Com um nós vemos as coisas do tempo, efêmeras, que desaparecem.
Com o outro nós vemos as coisas da alma, eternas, que permanecem. Assim escreveu o
místico Ângelus Silésius.
No consultório do oftalmologista, estava uma gravura com o corte anatômico do olho.
Científica. Verdadeira. Naquela noite, o mesmo oftalmologista foi encontrar-se com sua
bem-amada. Olhando apaixonado os seus olhos e esquecido da gravura pendurada na
parede do seu consultório, ele falou: “Teus olhos, mar profundo...” No consultório ele jamais
falaria assim.
Falaria como cientista. Mas os olhos da sua amada o transformaram em poeta. Cientista,
ele fala o que vê com o primeiro olho. Apaixonado, ele fala o que vê com o segundo olho.
Cada olho vê certo no mundo a que pertence.
O filósofo Ludwig Wittgenstein criou a expressão “jogos de linguagem” para descrever o
que fazemos ao falar. Jogamos com palavras... Veja esse jogo de palavras chamado “piada”. O
que se espera de uma piada é que ela provoque o riso. Imagine, entretanto, que um homem,
em meio aos risos dos outros, lhe pergunte: “Mas isso que você contou aconteceu mesmo?”
Aí você o olha perplexo e pensa: “Coitado! Ele não sabe que nesse jogo não há verdades. Só
há coisas engraçadas.”
Vamos agora para outro jogo de palavras, a poesia “... e, no fundo dessa fria luz marinha,
nadam meus olhos, dois baços peixes, à procura de mim mesma.” Aí o mesmo homem
contesta o que o poema diz: “Mas isso não pode ser verdade. Se a Cecília Meireles estivesse
no fundo do mar, ela teria se afogado. E os olhos não são peixes...”
Pobre homem. Não sabe que a poesia não é a linguagem para dizer as coisas que existem.
É jogo para fazer beleza. A ciência também é um jogo de palavras. É o jogo da verdade, falar
o mundo como ele é.
Acontece que nós, seres humanos, sofremos de uma “anomalia”: não conseguimos viver
no mundo da verdade, no mundo como ele é. O mundo como ele é, é muito pequeno
para o nosso amor. Temos nostalgia de beleza, de alegria e – quem sabe? – de eternidade.
Desejamos que as alegrias não tenham fim!
15
PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
Mas beleza e alegria, onde se encontram essas “coisas”? Elas não estão soltas no mundo,
ao lado das coisas do mundo tal como ele é. Elas não são, existem não existindo, como
sonhos, e só podem ser vistas com o “segundo olho”. Quem as vê são os artistas. E se alguém,
no uso do primeiro olho, objeta que elas não existem, os artistas retrucam: “Não importa.
As coisas que não existem são mais bonitas” (Manoel de Barros). Pois os sonhos, no final das
contas, são a substância de que somos feitos.
Como disse Miguel de Unamuno: “Recuerda, pues, o sueña tu, alma mía la fantasía es
tu sustancia eterna lo que no fue; con tus fulguraciones hazte fuerte, que eso es vivir, y lo
demás es muerte”.
É no mundo encantado de sonhos que nascem as fantasias religiosas. As religiões são
sonhos da alma humana que só podem ser vistos com o segundo olho. São poemas. E não
se pode perguntar a um poema se ele aconteceu mesmo.
Jesus se movia em meio às coisas que não existiam e as transformava em parábolas, que
são histórias que nunca aconteceram. E, não obstante a sua não existência, as parábolas
têm o poder de nos fazer ver o que nunca havíamos visto antes. O que não é, o que nunca
existiu, o que é sonho e poesia tem poder para mudar o mundo. “O que seria de nós sem o
socorro das coisas que não existem”?, perguntava Paul Valèry.
Leio os poemas da criação. Nada me ensinam sobre o início do universo e o nascimento
do homem. Sobre isso falam os cientistas. Mas eles me fazem sentir amoravelmente ligado
a esse mundo maravilhoso em que vivo, do qual minha vocação é ser jardineiro... Leio a
parábola do Filho Pródigo, uma história que nunca aconteceu. Mas, ao lê-la, minhas culpas
se esfumaçam e compreendo que Deus não soma débitos nem soma créditos...
Dois olhos, dois mundos, cada um vendo bem no seu próprio mundo...
Aí vieram os burocratas da religião e expulsaram os poetas como hereges. Sendo cegos
do segundo olho, os burocratas não conseguem ver o que os poetas veem. E os poemas
passaram a ser interpretados literalmente. E, com isso, o que era belo ficou ridículo. Todo
poema interpretado literalmente é ridículo. Toda religião que pretenda ter conhecimento
científico do mundo é ridícula.
Não haveria conflitos se o primeiro olho visse bem as coisas do seu lugar e o segundo
olho visse bem as coisas do seu lugar. Conhecimento e poesia, assim, de mãos dadas,
poderiam ajudar a transformar o mundo.
Fonte: Alves, 2005, p. 35-40.
Não terá sentido nenhum dizer, portanto, que diante de um fenômeno o cientista e seu filho (criança)
observam a mesma coisa. Segundo Vargas (1985), a observação é a do cientista. Seu filho vê algo, mas
como não compreende o que se passa, não realiza uma observação.
16
PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
A descrição do fato observado é, também, essencial, pois o resultado palpável de qualquer observação
é o que está escrito ou anotado, e nada mais (VARGAS, 1985). Em outras palavras, observações devem
ser descritas, isto é, escritas numa linguagem em que se adotam definições precisas de cada termo
empregado, de forma que seu significado seja, tanto quanto possível, o mesmo para todos os seus
leitores. Salienta-se que as descrições, além de escritas, podem ser realizadas por meio de desenhos ou
fotografias, as quais podem dominar sobre os textos, embora não devam ser apresentadas sem eles.
A descrição do que foi observado deve refletir a realidade que se revela ao observador. Assim, o
essencial na observação científica não reside apenas no ato de observar, mas, também, na expressão do
que foi observado.
Sucintamente, pode-se afirmar, portanto, que a observação envolve os atos de olhar, perceber,
interpretar e descrever o fato observado, tudo isto de modo integrado. A tentativa de separar esses
elementos pode destruir a observação como um todo, pois eles estão indelevelmente misturados.
Lembrete
Observações são escritas com definições precisas. Observar implica,
necessariamente, expressar o que está sendo observado.
3.2 Atividade de observação
Tendo adquirido o conhecimento sobre o entendimento conceitual do termo, o que se requer, nesta
atividade, é que você realize uma observação “assistemática”, “não participante” e “na vida real”.
Você deverá colocar em prática o conhecimento adquirido e realizar uma tarefa que servirá
como preparação básica das demais atividades práticas da sequência do curso e para a sua avaliação
nesta disciplina.
Você deve seguir exatamente a orientação a seguir. Qualquer relato diferente do que está sendo aqui
proposto poderá levá-lo à reprovação, ou seja, o relatório aqui solicitado não poderá ser substituído por
qualquer outro tipo de relato.
Trabalho 1: Relato de Observação
Você deve escolher um determinado espaço físico, um raio de aproximadamente 500 metros nas
imediações de sua residência, escola ou trabalho e observar os vários ambientes educativos existentes:
museus, escolas, teatros, bibliotecas, clubes, igrejas, parques, etc.
A seguir, deve elaborar um pequeno relato daquilo que foi observado, ou seja, quantos e quais são
os ambientes educativos identificados naquele contexto, com breve comentário sobre cada um deles,
separando os ambientes educativos em escolares e não escolares.
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PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
Para os fins desta atividade, os ambientes educativos a serem observados e relatados são:
• os ambientes educativos escolares: trata-se de, de acordo com o Dicionário Houaiss (2001),
de “estabelecimento público ou privado, onde se ministra ensino coletivo”, vinculado à educação
básica (escolas de Educação Infantil, de Ensino Fundamental e/ou Médio) e educação superior.
A escola deve ser devidamente reconhecida, registrada no Ministério da Educação. Nas escolas,
a educação que acontece é a intencional formal, ou seja, todo sistema educativo que seja
estruturado e tenha um nível de organização e planejado sistematicamente e intencionalmente é
considerado formal;
• os ambientes educativos não escolares: os vários ambientes presentes no espaço físico
escolhido em que existe uma tentativa educacional organizada e sistemática que, normalmente,
se realiza fora dos quadros do sistema formal de ensino, ou seja, ambientes em que a educação
ocorre fora da educação escolar e que são denominadas de educação não formal.
Saiba mais
O texto a seguir pode propiciar um entendimento maior sobre os
diferentes ambientes educativos, ou seja, a relação da educação intencional
formal (escolas) x não formal (ambientes não escolares):
SOUZA, J. A.; TAVARES, H. M. O Educador Contemporâneo nos Espaços
Educativos Não Escolares: Desafios e Possibilidades. Revista Educação
Popular, Uberlândia, v. 8, p. 41-54, 2009.
Ressalta-se que esse trabalho é obrigatório e servirá como um dos requisitos para a avaliação na
disciplina. Seguem algumas informações importantes quanto à realização desse relato.
• A realização do relato deverá ser em grupo, com cerca de 5 alunos, do mesmo curso. A única
possibilidade de o aluno realizar os trabalhos individualmente é no caso de ser o único aluno
matriculado no referido curso. Caso contrário, os trabalhos deverão ser realizados em grupo.
• deve conter capa com o nome completo dos alunos do grupo, RA e campus;
• deve conter, no máximo, três páginas, excetuando-se a capa;
• é optativo ao grupo inserir fotos, desde que não ultrapasse o limite de páginas e nem substitua o
conteúdo escrito;
Veja um exemplo de relato de observação.
18
PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
Localização: informar a área escolhida com raio de 500m da sua residência, escola ou
trabalho que foi observado.
Ambientes educativos escolares encontrados: informar as escolas presentes no
espaço físico escolhido, com um breve comentário sobre cada uma delas.
Ambientes educativos não escolares encontrados: informar os vários ambientes
presentes no espaço físico escolhido, com um breve comentário sobre cada um deles.
A seguir estão algumas observações feitas de ambientes não escolares:
Biblioteca Municipal: conta com grande acervo de livros de literatura, revistas, jornais e
material didático que, normalmente, já é recomendado pelos professores da rede municipal
e estadual de ensino, para ser utilizado como fonte de pesquisa.
Associação Casa do Boneco: centro cultural de resgate da cultura africana, em que
acontecem diversas atividades voltadas para a comunidade, como dança afro, rodas de
leitura, encontros de hip hop e capoeira.
Igreja São Miguel: igreja católica, onde acontecem missas às quartas e aos domingos.
Ensino bíblico e religioso.
Parques, escolas de inglês ou música e outros ambientes educativos não escolares
existentes.
Observação
Importante: nesta disciplina você será avaliado com base nas atividades
propostas neste livro-texto. Não haverá prova.
4 PROJETO
4.1 Aspectos conceituais
A elaboração de um projeto é um processo de planejamento que visa a atingir os fins com maior
rapidez e satisfação. É um processo que leva à concretização de ideias.
Projeto é um termo que deriva do latim projectu, particípio passado do verbo projicere, que significa “lançar
para diante”. Em português, caracteriza-se como um dos possíveis resultados de um processo de planejamento.
19
PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
Mesmo sem perceber, estamos sempre planejando em nossa vida, seja uma viagem, uma carreira
profissional, etc. Fazemos isso, regra geral, de maneira espontânea, assistemática.
Elaborar um projeto de trabalho é planejar um caminho de desenvolvimento de atividades de
forma clara, organizada, detalhada e rigorosa, incluindo, entre outras coisas, a escolha da bibliografia,
dos métodos e técnicas, dos recursos, dos prazos, etc.
Projeto é, portanto, o resultado de um trabalho de elaboração mental, a ser apresentado de modo
escrito. Ele tem por finalidade guiar os passos a serem seguidos e demonstrar o que se pretende realizar
futuramente, envolvendo, principalmente, “como fazer” e “onde se pretende chegar”.
4.2 Estrutura de um projeto
Da observação e do levantamento dos dados resultam um projeto de pesquisa, o que envolve
responder algumas perguntas:
Quadro 2
O que fazer?
Delimitação da área
É a definição da área do conhecimento, ou seja, consiste em definir um
campo de atuação ou de observação para o projeto.
Delimitação do tema
Refere-se à escolha do assunto a ser trabalhado, que deve estar
diretamente ligado à área em que se quer trabalhar. Deve-se evitar uma
abrangência exagerada, sendo recomendado selecionar um aspecto
apenas da realidade.
Definição do problema
Formular o problema significa apresentar claramente o grau de
dificuldade com o qual nos defrontamos na pesquisa. Pode ser
apresentado na forma de pergunta (questionamento) ou não.
Por que fazer?
Justificativa da escolha do
problema
Corresponde à apresentação das razões que motivaram a elaboração do
projeto, e deve apontar, também, a importância pessoal e social da sua
elaboração.
Para que fazer?
Definição do(s) objetivo(s)
A definição de objetivos esclarece as questões: O que eu pretendo com
este trabalho? Qual a finalidade de sua realização?
Revisão bibliográfica
Para se apresentar um trabalho apoiado em bases sólidas, há necessidade
de revisão de conhecimentos, selecionando textos relevantes, lendo obras
pertinentes ao tema e fazendo resumos e anotações.
Procedimentos
metodológicos
Essa apresentação tem por finalidade demonstrar o caminho considerado
mais racional para se atingir os objetivos propostos para o seu projeto.
Método é, por assim dizer, o caminho a ser seguido, a fim de que os
objetivos sejam alcançados.
Como fazer?
Lembrete
Projeto é um dos possíveis resultados de um processo de planejamento.
Reflete um trabalho de elaboração mental, apresentado de modo escrito.
Os objetivos podem ser divididos em:
20
PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
• gerais: são mais amplos e ligados diretamente ao conhecimento que se pretende alcançar,
desenvolver ou ampliar. Devem ser coerentes com a área do conhecimento e com o tema (ou
assunto) delimitados. São expressos pelas ideias: ampliar, implantar, analisar, propor algo;
• específicos: referem-se às ações que serão desenvolvidas para se atingir os objetivos gerais. São
exemplos de objetivos específicos:
— identificar elementos de um fenômeno;
— verificar documentação;
— classificar, levantar dados;
— comparar, etc.
Os objetivos, tanto gerais como específicos, devem ser iniciados sempre com verbos no infinitivo.
4.3 Elaboração do projeto pedagógico
Nessa atividade, pretende-se orientá-lo a uma iniciação, “um ensaio” na elaboração de um pequeno
projeto de cunho pedagógico.
Para a apresentação do projeto proposto nessa disciplina, sugerimos que você se atenha aos itens a
seguir, estruturação básica de um projeto de pesquisa. Assim, alguns itens deverão conter neste projeto.
• Capa: tem a finalidade de evidenciar dados importantes. Deve conter: nome da instituição de
ensino (UNIP), nome e RA dos alunos do grupo, título do projeto, local (município) e data (mês e
ano) em que ele está sendo realizado.
• Folha de rosto: trata-se da primeira folha imediatamente após a capa. Deve-se colocar: o nome
do autor na parte superior, centralizado; o título do trabalho, no centro da página, também
centralizado, e, na margem direita da página, centralizado a partir da metade da página, um
retângulo com as informações básicas. Exemplo: “Projeto apresentado à Universidade Paulista
– UNIP, do curso de ________, como um dos requisitos para a obtenção da nota na disciplina
Prática de ensino: Observação e Projeto, ministrada pela Profa. ________”. Na parte inferior da
página, o local e o ano da realização do projeto.
• Sumário: apresentação dos capítulos e suas subdivisões constitutivas do projeto, indicando a
página em que se iniciam.
• Introdução: deve motivar a apreciação do projeto e antecipar ao leitor uma visão geral. Envolve a
identificação do tema, sua importância, seu contexto problemático e os objetivos e as justificativas
do projeto.
21
PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
• Desenvolvimento: nessa parte, você apresenta o aprofundamento teórico sobre o tema escolhido
do projeto com os dados obtidos durante o percurso da observação. Apresenta a descrição do
caminho adotado para atingir os objetivos e a ordem cronológica em que as atividades acontecerão.
• Resultados esperados: apresenta os resultados da pesquisa em função dos objetivos propostos.
• Conclusão: deve apresentar uma síntese geral do conteúdo do trabalho, inserindo algumas
observações críticas julgadas convenientes. Nas conclusões, devem-se evidenciar os aspectos
mais importantes da pesquisa.
• Referências bibliográficas: deve apresentar a relação das obras consultadas que foram
efetivamente utilizadas para a redação do texto.
O projeto pode ser definido como um guia a ser apresentado a alguém. Tem por finalidade demonstrar
o que se pretende fazer, como fazer e onde se quer chegar.
Nesse sentido, é necessário que você aprenda algumas regras básicas de como se dar forma adequada
a uma ideia e de como concretizá-la e projetá-la antes de colocá-la em prática.
Sendo assim, ao elaborar o projeto para essa disciplina, deverão ser adotadas as seguintes normas
tipográficas, baseadas na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):
• margens: esquerda: 3cm; direita: 2cm; superior: 3cm e inferior: 2cm;
• parágrafo: recuado da margem esquerda em 1,25cm, com espaçamento entre linhas duplo;
• numeração de páginas: começando na folha de rosto, mas não aparecendo nela. Os números
devem ser posicionados no canto superior direito;
• redação: sempre na forma impessoal, evitando verbos que indiquem subjetividade, como: achase que, acredita-se que, etc.
4.4 Atividade de projeto
Trabalho 2: Projeto Pedagógico de Integração
Tendo adquirido o conhecimento sobre a realização de um projeto no capítulo anterior, deverá ser
elaborado um pequeno projeto pedagógico, de acordo com as seguintes etapas:
1) Você deve escolher um dos ambientes educativos observados (propostos na atividade relativa ao
item 3.2 deste livro-texto), que não seja uma escola.
2) Deve identificar os aspectos desse ambiente que poderiam contribuir para uma aprendizagem
mais significativa dos alunos de uma determinada escola que exista na região.
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PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
3) Com base nessa identificação, deve ser elaborada (sem a necessidade de aplicação) uma proposta
de ação por meio de um projeto nas normas ABNT, seguindo as orientações do livro-texto sobre
como esse ambiente pode ser aproveitado para promover a aprendizagem no maior número
possível de disciplinas existentes na eventual escola (Português, Matemática, Língua Estrangeira,
Ciências, Geografia, História, Educação Física, etc.).
Observação
O grupo deverá elaborar uma nova proposta. Não poderá apresentar um
projeto já existente de integração entre um ambiente formal e não formal.
Você deve seguir exatamente as orientações deste livro-texto. Qualquer projeto diferente do que
está sendo aqui proposto poderá levá-lo à reprovação, ou seja, o trabalho aqui solicitado não poderá ser
substituído por qualquer outro tipo de projeto eventualmente desenvolvido.
Ressalta-se que esse trabalho é obrigatório e servirá como um dos requisitos para a avaliação na
disciplina. Seguem algumas informações importantes quanto à realização desse projeto.
• É obrigatória a realização do projeto em grupo com cerca de 5 alunos do mesmo curso. A única
possibilidade de o aluno realizar os trabalhos individualmente é no caso de ser o único aluno
matriculado no referido curso. Caso contrário, os trabalhos deverão ser realizados em grupo.
• Deve conter capa com o nome completo dos integrantes do grupo, RA e campus.
• Esse projeto deverá ser apresentado de modo sucinto: de 3 (três) a no máximo 10 (dez) páginas.
• O projeto deverá ser de acordo com as normas ABNT.
• É optativo ao grupo inserir fotos, desde que não ultrapasse o limite de páginas e nem substitua o
conteúdo escrito.
• Basta elaborar o projeto “no papel”, sem a necessidade de aplicá-lo.
• O grupo deverá elaborar uma proposta de ação relacionando o ambiente educativo não escolar
com o maior número possível de disciplinas existentes em uma escola que poderiam ser trabalhadas
nesse ambiente não formal.
Observação
Importante: na disciplina você será avaliado com base nas atividades
propostas neste livro-texto (Relato de Observação + Projeto Pedagógico de
Integração). Não haverá prova.
23
PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Os critérios de avaliação para os trabalhos exigidos nessa disciplina serão:
• conteúdo: apresentação do conteúdo de acordo com a proposta da disciplina, ou seja, relato de
observação e projeto pedagógico de integração, conforme orientações recebidas no decorrer da
disciplina.
• formatação:
— relato: capa + relato;
— projeto: normas ABNT (capa, folha de rosto, sumário, introdução, desenvolvimento, resultados,
conclusão, referências bibliográficas.
• qualidade da escrita: a) capacidade do grupo em elaborar e redigir um relato e um projeto com
clareza e coerência; b) compreensão do grupo da ideia fundamental apresentada na disciplina
“Projeto de Observação e Projeto”; c) capacidade do grupo em desenvolver uma relação pedagógica,
articulando as ideias propostas na disciplina sobre integração.
6 EXAME
Os alunos que não atingirem a média final para aprovação deverão refazer os dois trabalhos
solicitados pelo professor.
O grupo deverá refazê-los de acordo com os apontamentos do professor para que sejam reavaliados.
7 RELEMBRANDO: ATIVIDADES DE OBSERVAÇÃO E PROJETO PARA
AVALIAÇÃO NA DISCIPLINA
As atividades propostas na disciplina são as seguintes:
• Relato de Observação (atividade em grupo – valor: 3,0): você deve ler atentamente o texto
referente ao título 3.2 e redigir um relato de observação (no máximo 3 páginas) dos vários
ambientes educativos existentes, em conformidade com as orientações ali detalhadas.
• Projeto Pedagógico de Integração (atividade em grupo – valor: 7,0): seguindo o mesmo
raciocínio da atividade que acabamos de mencionar, você deve ler atentamente o texto referente
ao capítulo 4 e elaborar um pequeno projeto pedagógico de integração entre um ambiente não
escolar e uma escola (de 3 a 10 páginas de acordo com as normas da ABNT), em conformidade
com as orientações ali detalhadas.
24
PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
8 LINKS DE APOIO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO
A seguir, apresentamos uma lista de artigos que podem ser utilizados como apoio para a elaboração
do projeto.
Interação Museu de Ciências – Universidade: Contribuições para o Ensino Não Formal de
Ciências, de Robson Coutinho-Silva, Pedro M. Persechini, Masako Masuda e Eleonora Kutenbach. Disponível
no site <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252005000400015&script=sci_arttext
&tlng=en>.
Aprendizagem Não Formal/Formal das Ciências: Relações Entre os Museus de Ciência e as
Escolas, de Isabel Chagas. Disponível no site <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/index.html/
artigomuseus.pdf>.
Análise do Potencial Pedagógico de Espaços Não Formais de Ensino para o Desenvolvimento da
Temática da Biodiversidade e sua Conservação, de Sandra Regina Pardini Pivelli e Clarice Sumi Kawasaki.
Disponível no site <http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/venpec/conteudo/artigos/1/pdf/p674.pdf>.
Explorando Geometria na Horta Comunitária do Colégio Estadual Dom Veloso, de Antomar Araújo Ferreira.
Disponível no site <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:r9P9n2b05ScJ:www.
sbem.com.br/files/ix_enem/Comunicacao_Cientifica/Trabalhos/CC63866862687T.doc+&cd=1&hl=ptBR&ct=clnk&gl=br>.
Resumo
De início, é importante saber a contextualização da disciplina “Prática
de Ensino: Observação e Projeto” na dimensão prática do curso. Essa prática
encontra-se no segundo semestre do curso, havendo uma articulação entre
as demais práticas.
A “Prática de Ensino: Observação e Projeto” visa a levá-lo a praticar
a técnica da observação dos diversos ambientes educativos existentes ao
seu redor (escolares e não escolares), além de estimular a elaboração de
um projeto nas normas ABNT, relacionando um ambiente educativo não
escolar com as diversas disciplinas existentes na educação formal.
Os dois conceitos estudados são a observação e o projeto. Dentro de
cada um, outros aspectos são abordados, tais como: aspectos conceituais,
vantagens e limitações da observação, tipos de observação, observação
científica e estrutura e elaboração de um projeto acadêmico. Com base
nesse conhecimento teórico, a disciplina propõe duas atividades para a
avaliação do aluno – ambas realizadas em grupo.
25
PRÁTICA DE ENSINO OBSERVAÇÃO E PROJETO
O primeiro trata-se do Relato de Observação, uma observação
assistemática, não participante e na vida real. O segundo envolve a
elaboração de um Projeto Pedagógico de Integração, ou seja, uma proposta
de ação em que os aspectos educativos do ambiente não escolar possam
ser utilizados na melhoria da aprendizagem dos alunos de escolas nas
diversas disciplinas.
Lembrando: a elaboração desses trabalhos é obrigatória e não haverá
prova na disciplina.
26
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
F0789717ACCB0B223E28C913F97D24EB.JPG. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/fisica/
ilusao-optica.htm>. Acesso em: 1 ago. 2013.
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BARROS, A. J. S.; LEHFELF, N. A. S. Fundamentos de Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2007.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
CHAGAS, I. Aprendizagem não formal/formal das ciências: relações entre os museus de
ciência e as escolas. [s.d.]. Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/index.html/
artigomuseus.pdf>. Acesso em: 1 ago. 2013.
COUTINHO-SILVA, R. et al. Interação Museu de Ciências – Universidade: contribuições para o
ensino não formal de ciências. Ciência e Cultura, v. 57, n. 4, São Paulo, out./dez. 2005. Disponível
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FERREIRA, A. A. Explorando geometria na horta comunitária do Colégio Estadual Dom Veloso.
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HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Grande dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de
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PIVELLI, S. R. P.; KAWASAKI, C. S. Análise do potencial pedagógico de espaços não formais
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27
Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.
SILVA, W. S. da. Proposição de índice de qualidade ambiental de vida municipal. 2006. 132 p. Tese
(Doutorado) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE). Universidade Estadual Paulista: Rio
Claro, 2006.
SOUZA, J. A.; TAVARES, H. M. “O educador contemporâneo nos espaços educativos não escolares:
desafios e possibilidades”. Revista Educação Popular, Uberlândia, v. 8, p. 41-54, 2009.
VARGAS, M. Metodologia da pesquisa tecnológica. Rio de Janeiro: Globo, 1985.
28
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
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