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Dissertacao PFachadasRCA IMS

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O projeto de revestimentos cerâmicos
aderentes de fachada:
Proposta de diretrizes para o seu desenvolvimento e implementação
Inês Martins Louraço Gonçalves da Silva
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Construção e Reabilitação
Orientadores:
Prof. José Dinis Silvestre
Prof.ª Inês dos Santos Flores Barbosa Colen
Júri
Presidente: Prof. Pedro Manuel Gameiro Henriques
Orientador: Prof. José Dinis Silvestre
Vogal: Prof. Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito
Novembro de 2014
Resumo
Os revestimentos cerâmicos aderentes aplicados em fachadas têm uma grande tradição em Portugal,
sendo ainda utilizados ao longo do tempo nas edificações por essa razão e pelo seu bom
desempenho técnico e variadas possibilidades estéticas.
O presente trabalho inclui um levantamento comparativo da normalização em vigor, na Europa e fora
da Europa, aplicável ao projeto de revestimentos cerâmicos aderentes aplicados em fachadas, sendo
especificadas características de ladrilhos cerâmicos, colas e argamassas de juntas para ladrilhos, e
métodos de aplicação.
Foi realizado um questionário a profissionais envolvidos no projeto e aplicação destes revestimentos.
A análise deste questionário reflete a perceção destes profissionais sobre a prática do projeto de
revestimentos cerâmicos e a especificação dos respetivos materiais em Portugal.
Baseadas na análise dos questionários e da normalização, são propostas diretrizes a adotar no
projeto de revestimentos cerâmicos de fachadas, tendo em conta os respetivos suportes, o
posicionamento das juntas, e as condições ambientais e de manutenção, de modo a garantir o
adequado desempenho e durabilidade do sistema de revestimento ao longo da sua vida útil.
O êxito da implementação destas diretrizes depende de existir entre os intervenientes,
nomeadamente projetistas, arquitetos, engenheiros, donos da obra, empreiteiros, fornecedores,
aplicadores dos ladrilhos e dos materiais de preenchimento das juntas, uma partilha permanente de
informação sobre as boas práticas de projeto e de execução.
Palavras-chave: Projeto, revestimentos cerâmicos, fachada, colas para ladrilhos, argamassas de juntas,
normalização.
i
ii
Abstract
Adherent ceramic tiling applied in facades has a great tradition in Portugal, and has been used over
time in buildings for that reason and also because of its good technical performance and varied
aesthetical possibilities.
The main objective of this work is the study of current European and international standards applicable
to the design of adherent ceramic tiling applied in facades, and specifies characteristics of ceramic
tiles, adhesives and grouts for tiles, and their method of application.
A questionnaire was answered by professionals involved in the design and application of these
claddings. The analysis of this questionnaire reflects the perception of these professionals of the
practice of ceramic tiling design and the specification of the corresponding materials in Portugal.
Based on the analysis of the questionnaire and of the standards, a proposal of guidelines to be
followed in the design of ceramic tiling facades is presented, taking into account the corresponding
substrates, the movement joints, and the environmental and maintenance conditions, in order to
ensure a proper performance and durability of the cladding system throughout its service life.
The success of the implementation of these guidelines relies on a continuous exchange of information
on good design and execution practices between all the participants in the process, namely the
designers, architects, engineers, owners, contractors, suppliers, and tilers.
Keywords: Design, ceramic tiling, facade, adhesives for tiles, grouts for tiles, standards.
iii
iv
Agradecimentos
Ao concluir este trabalho, quero manifestar o meu sincero agradecimento a todos os que, de alguma
forma, contribuíram para a sua realização.
Ao Professor Doutor José Dinis Silvestre, orientador desta dissertação, por me ter proporcionado a
oportunidade de realizar este estudo, pela colaboração, pelo tempo despendido e ensinamentos
prestados, fundamentais para o desenvolvimento do trabalho a que me propus.
À Professora Doutora Inês Flores-Colen, orientadora desta dissertação, pelo aconselhamento,
incentivo e pelas sugestões dadas, que tornaram possível a elaboração da mesma.
Ao Professor Doutor Jorge de Brito, pelos contributos dados na apresentação do seminário que me
incentivaram a prosseguir com o desenvolvimento do trabalho, bem como a todos os professores do
Mestrado de Construção e Reabilitação.
Ao contributo dos profissionais e investigadores que constam na Bibliografia e a todos os que
facultaram as suas opiniões no preenchimento do questionário enviado.
A todos os meus amigos e colegas que ao longo do curso do Mestrado de Construção e Reabilitação
me apoiaram incondicionalmente, nomeadamente Ana Coelho, Alexandra Guilhoto, Bruno Freire,
Cláudia Mota, Carmo Gonçalves, César Alho, Eugénio Nunes, João Torres, Luís Braz, Maria Roque,
Mariana Medeiros, Marco Pedroso, Nuno Real, Rita Calhorda, Rita Miranda entre outras inúmeras
pessoas que foram importantes a nível académico e pessoal.
À minha família, pelo apoio incondicional dado, ao longo do meu percurso académico.
v
vi
ÍNDICE GERAL
RESUMO
i
ABSTRACT
iii
AGRADECIMENTOS
v
ÍNDICE
vii
ÍNDICE DE FIGURAS
ix
ÍNDICE DE QUADROS
xiii
LISTA DE SIGLAS
xv
1.
INTRODUÇÃO
1
1.1.
Considerações iniciais
1.2.
Objetivos e metodologia
2
1.3.
Organização da dissertação
3
2.
1
EXIGÊNCIAS NORMATIVAS DO PROJECTO DE FACHADAS COM REVESTIMENTOS
CERÂMICOS ADERENTES
5
2.1.
Considerações gerais
5
2.2.
O Projeto de fachadas com revestimento cerâmico – Contexto nacional, europeu e
internacional
6
2.2.1.O modelo europeu - documento europeu CEN / TR 13548
6
2.2.2.O modelo alemão
16
2.2.3.O modelo francês
19
2.2.4.O modelo italiano
21
2.2.5.O modelo britânico
26
2.2.6. Documentação internacional
32
2.2.7.O modelo australiano
32
2.2.8.O modelo brasileiro
37
2.2.9.O modelo dos E.U.A.
41
2.3.
Análise comparativa da regulamentação e normalização
45
2.4.
Exigências funcionais dos revestimentos de fachada
55
2.5.
3.
2.4.1.Segurança
56
2.4.2.Utilização normal
58
2.4.3.Durabilidade
60
2.4.4.Economia
62
Considerações finais do capítulo
63
O PROJETO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS NA ÓTICA DOS INTERVENIENTES
65
3.1.
Considerações iniciais
65
3.2.
Análise de resultados dos questionários
65
3.3.
3.2.1.Identificação do universo de análise - perfil dos inquiridos
65
3.2.2.Projeto de revestimento cerâmico de fachada
70
3.2.3.Especificação dos materiais
77
Considerações finais do capítulo
83
vii
4.
O PROJECTO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS ADERENTES DE FACHADA:
PROPOSTA DE DIRETRIZES PARA O SEU DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
4.1. Considerações Iniciais
85
4.2. Vantagens do Projeto de Revestimentos de Fachada
85
4.3. Critérios para a seleção da técnica de colocação em fachadas
86
4.4. Critérios para a seleção da cola na aplicação em camada fina
88
4.5. Critérios para a seleção da argamassa das juntas
90
4.6. Diretrizes para o projeto de revestimentos exteriores de fachada
91
4.6.1.Referências normativas
91
4.6.2.Especificações das condições do suporte
91
4.6.3.Especificações dos materiais
92
4.6.4.Método de aplicação
94
4.6.5.Condições climatéricas
96
4.6.6.Especificação do material de preenchimento das juntas entre ladrilhos
97
4.6.7.As juntas de movimento
97
4.6.8.Zonas singulares da fachada
103
4.7. Projeto de revestimentos cerâmicos
5.
85
104
4.7.1.Considerações para a elaboração do projeto de revestimentos cerâmicos
104
4.7.2.Desenvolvimento do projeto
105
4.7.3.Análise preliminar
105
4.7.4.Fase de conceção
106
4.7.5.Definição dos documentos do anteprojeto ou projeto base
107
4.7.6.Definição dos documentos do projeto de execução
108
4.7.7.Redefinição do projeto de revestimento cerâmico de fachadas
114
4.7.8.Do projeto à execução
114
4.7.9.Cuidados e princípios necessários à manutenção de fachadas
115
4.8. Considerações finais do capítulo
116
CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS
117
5.1. Conclusões finais
117
5.2. Desenvolvimentos futuros
120
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
121
ANEXOS
ANEXO A – Glossário
A1
ANEXO B – Questionário sobre o projeto de revestimentos de fachada
A7
ANEXO C – Resultados dos questionários - Amostra A - 257 inquiridos
A13
ANEXO D – Resultados dos questionários - Amostra B - 107 inquiridos
A23
ANEXO E – Projeto de juntas realizado no Brasil
A33
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1. - Percentagem de ocorrência dos grupos de causas de anomalias em fachadas
2
Figura 2.1. - Fluxograma das variáveis no projeto e na execução de revestimentos cerâmicos.
8
Figura 2.2. - Corte Vertical – pormenor de parede com isolamento térmico pelo exterior, com fixação mecânica
17
Figura 2.3. - Corte Horizontal – pormenor de canto saliente de parede com isolamento térmico pelo exterior
17
Figura 2.4. - Coeficiente de absorção solar da fachada
20
Figura 2.5. - Parapeito
21
Figura 2.6. - Coroamento
21
Figura 2.7. - UNI 11493:2013 - Esquema de junta estrutural
24
Figura 2.8. - UNI 11493:2013 - Esquema de junta de fracionamento
24
Figura 2.9. - UNI 11493:2013 - Esquema de junta de dilatação
24
Figura 2.10. - UNI 11493:2013 - Esquema de junta perimetral
24
Figura 2.11. - BS 5385-2:2006 - Detalhe do sistema construtivo de revestimento cerâmico aderente
27
Figura 2.12. - BS 5385-2:1991 Corte – Posicionamento da junta de movimento
29
Figura 2.13. - BS 5385-2:1991 Planta - Posicionamento da junta de movimento
29
Figura 2.14. - BS 5385-2:2006 - Posicionamento da junta de movimento
29
Figura 2.15. - BS 5385-2:2006 Junta do revestimento cerâmico alinhada com a junta estrutural
29
Figura 2.16. - BS 5385-2:2006 Junta do revestimento cerâmico alinhada com a junta estrutural (fixação direta)
29
Figura 2.17. - BS 5385-2:2006 Junta estrutural aberta
30
Figura 2.18. - BS 5385-2:2006 Junta não estrutural
30
Figura 2.19. - Fluxograma do processo da conceção da aplicação do revestimento cerâmico
34
Figura 2.20. - AS 3.958,2 – Junta vertical em parede
35
Figura 2.21. - AS 3.958,2 – Junta em parede
35
Figura 2.22. - NBR 13755/96 - Acabamento das juntas de movimentação
41
Figura 2.23. - Pormenor W201-14
42
Figura 2.24. - Pormenor W202E-14
42
Figura 2.25. - Pormenor W244E-14
42
Figura 2.26. - Pormenor de Junta EJ171-14
44
Figura 2.27. - Pormenor de Junta EJ171C-14
44
Figura 2.28. - Pormenor de Junta EJ171D-14
44
Figura 2.29. - Pormenor de Junta EJ171E-14
44
Figura 2.30. - Pormenor de Junta EJ171H-14
44
Figura 2.31. - Movimentos possíveis em um edifício
57
Figura 3.1. - Atividade profissional (Amostra A)
66
Figura 3.2. - Atividade profissional (Amostra B)
66
ix
Figura 3.3. - Número de anos de experiência na função ou atividade (Amostra A)
66
Figura 3.4. - Número de anos de experiência na função ou atividade (Amostra B)
66
Figura 3.5. - Número de obras projetadas e acompanhadas (Amostra A)
67
Figura 3.6. - Número de obras projetadas e acompanhadas (Amostra B)
67
Figura 3.7. - Membro de Ordem ou associação profissional (Amostra A)
67
Figura 3.8. - Membro de Ordem ou associação profissional (Amostra B)
67
Figura 3.9. - Ordem ou associação profissional a que pertence (Amostra A)
68
Figura 3.10. - Ordem ou associação profissional a que pertence (Amostra B)
68
Figura 3.11. - Escalão Etário (Amostra A)
68
Figura 3.12. - Escalão Etário (Amostra B)
68
Figura 3.13. - Sexo (Amostra A)
69
Figura 3.14. - Sexo (Amostra B)
69
Figura 3.15. - Distrito de residência (Amostra A)
69
Figura 3.16. - Distrito de residência (Amostra B)
69
Figura 3.17. - Nível de escolaridade (Amostra A)
70
Figura 3.18. - Nível de escolaridade (Amostra B)
70
Figura 3.19. - Conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas (Amostra A)
70
Figura 3.20. - Conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas (Amostra B)
70
Figura 3.21. - Se sim, onde? (Amostra A)
70
Figura 3.22. - Se sim, onde? (Amostra B)
70
Figura 3.23. - Aplicação do projeto de revestimento de fachada a alguns materiais (Amostra A)
71
Figura 3.24. - Aplicação do projeto de revestimento de fachada a alguns materiais (Amostra B)
71
Figura 3.25. - Pertinência da existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em Portugal (Amostra
A)
72
Figura 3.26. - Pertinência da existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em Portugal (Amostra
B)
72
Figura 3.27. - Importância das informações escritas e desenhadas no projeto de execução (Amostra A)
73
Figura 3.28. - Importância das informações escritas e desenhadas no projeto de execução (Amostra B)
73
Figura 3.29. - O projeto de revestimento de fachada (Amostra A)
74
Figura 3.30. - O projeto de revestimento de fachada (Amostra B)
74
Figura 3.31. - Meios de informação sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos cerâmicos
(Amostra A)
75
Figura 3.32. - Meios de informação sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos cerâmicos
(Amostra B)
75
Figura 3.33. - Importância dos aspetos A a H na prática do projeto de fachada de revestimentos cerâmicos
(Amostra A)
76
Figura 3.34. - Importância dos aspetos A a H na prática do projeto de fachada de revestimentos cerâmicos
(Amostra B)
76
x
Figura 3.35. - Importância de certas características na especificação de um revestimento cerâmico em fachada
(Amostra A)
77
Figura 3.36. - Importância de certas características na especificação de um revestimento cerâmico em fachada
(Amostra B)
77
Figura 3.37. - Importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico em fachada
(Amostra A)
78
Figura 3.38. - Importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico em fachada
(Amostra B)
78
Figura 3.39. - Critérios básicos utilizados no dimensionamento da abertura das juntas de movimento
(Amostra A)
79
Figura 3.40. - Critérios básicos utilizados no dimensionamento da abertura das juntas de movimento
(Amostra B)
79
Figura 3.41. - Calcula a dimensão da abertura das juntas de revestimentos cerâmicos de fachada?
(Amostra A)
79
Figura 3.42. - Calcula a dimensão da abertura das juntas de revestimentos cerâmicos de fachadas? (Amostra B)
79
Figura 3.43. - Percentagem das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas (Amostra A)
80
Figura 3.44. - Percentagem das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas (Amostra B)
80
Figura 3.45. - Critérios na especificação do material de preenchimento das juntas (Amostra A)
81
Figura 3.46. - Critérios na especificação do material de preenchimento das juntas (Amostra B)
81
Figura 4.1. - Representação esquemática do método PML de pressão e movimento lateral do ladrilho
96
Figura 4.2. - Situação para o caso em que foi conferido um ligeiro movimento horizontal ao ladrilho
96
Figura 4.3. - Esquema de junta de fracionamento
97
Figura 4.4. - Esquema de junta periférica
97
Figura 4.5. - Esquema de junta estrutural
97
Figura 4.6. - Formato quadrado, configuração em diagonal com juntas na diagonal contínuas
98
Figura 4.7. - Formato quadrado, com juntas a prumo contínuas
98
Figura 4.8. - Esquema de junta em amarração
98
Figura 4.9. - Esquema de posicionamento das juntas de fracionamento verticais e horizontais
99
Figura 4.10. - Esquema de posicionamento das juntas de canto e horizontais
99
Figura 4.11. - Esquema em corte - Juntas de movimento
100
Figura 4.12. - Esquema em planta - Juntas de movimento
100
Figura 4.13. - Execução do corte da junta com auxílio de régua e frisador
102
Figura 4.14. - Limpeza da cavidade da junta com uma escova de cerdas macias
102
Figura 4.15. - Proteção das bordas dos ladrilhos cerâmicos na abertura da junta com fita adesiva
102
Figura 4.16. - Aplicação de primário no interior da abertura da junta
102
Figura 4.17. - Posicionamento do limitador de profundidade na abertura da junta
102
Figura 4.18. - Aplicação do mastique
102
xi
Figura 4.19. - O acabamento da junta com tubo de PVC
102
Figura 4.20. - Remoção da fita adesiva logo após o acabamento
102
Figura 4.21. - Fachada curva
104
Figura 4.22. - Raio de curvatura
104
Figura A.1. - Alçado com marcação das várias juntas de movimento
A39
Figura A.2. - Planta com marcação das juntas verticais
A40
Figura A.3. - Planta - Posicionamento de junta vertical – subdivisão de painéis de revestimento
A41
Figura A.4. - Alçado - Posicionamento de junta vertical – subdivisão de áreas
A41
Figura A.5. - Planta - Posicionamento de junta de trabalho – Laje em balanço
A41
Figura A.6. - Fachada principal
A42
Figura A.7. - Detalhe de varanda fachada principal – Juntas executadas
A42
Figura A.8. - Execução de fachada – juntas de esquartelamento abertas durante a execução do emboço
A42
Figura A.9. - Junta de esquartelamento horizontal posicionada no fundo da viga
A42
Figura A.10. - Indicação das juntas verticais na fachada lateral direita
A42
Figura A.11. - Junta intermédia/de fracionamento/esquartelamento
A42
xii
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 2.1. - Organismos europeus e internacionais de normalização
5
Quadro 2.2. - Exigências funcionais da solução construtiva, segundo os documentos básicos do CTE
7
Quadro 2.3. - Classificação de ladrilhos cerâmicos
10
Quadro 2.4. - Características dos ladrilhos requeridas para paredes exteriores
11
Quadro 2.5. - Classes de colas para ladrilhos cerâmicos
12
Quadro 2.6. - Classes das argamassas para juntas entre ladrilhos cerâmicos
13
Quadro 2.7. - Características dos suportes segundo CEN /TR 13548
15
Quadro 2.8. - Norma francesa NF DTU 52.2 - Pose collée des revêtements céramiques et assimiles — pierres
naturelles
19
Quadro 2.9. - Limitação da aplicação de material de colagem em função da altura da fachada e da área de
superfície
20
Quadro 2.10. - Classificação da robustez superficial do suporte para pavimentos e paredes.
23
Quadro 2.11. - Ladrilhos em parede: análise das solicitações e exigência para os diversos ambientes de destino
23
Quadro 2.12. - Requisitos da cola para ladrilhos – Ambiente de destino R4
25
Quadro 2.13. - Norma britânica BS5385-Wall and floor tiling
26
Quadro 2.14. - Níveis de desempenho para os sistemas de vedações verticais internas e externas
37
Quadro 2.15. - Critérios e níveis de desempenho para impacto de corpo duro na face externa de elementos
estruturais
38
Quadro 2.16. - Massa de corpo percussor de impacto, altura e energia de impacto
38
Quadro 2.17. - Níveis de desempenho para estanqueidade à água de paredes de fachada
39
Quadro 2.18. - Campo de aplicação dos documentos sobre revestimentos cerâmicos
46
Quadro 2.19. - Quadro comparativo dos aspetos referidos na documentação europeia e internacional
46
Quadro 2.20. - Exigências de planeza do suporte em paredes exteriores referidas na normalização
47
Quadro 2.21. - Condições climatéricas referidos na normalização a nível internacional
47
Quadro 2.22. - Condições climatéricas referidos na normalização a nível europeu
47
Quadro 2.23. - Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho) a nível internacional 48
Quadro 2.24. - Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho) a nível europeu
48
Quadro 2.25. - Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho) a nível internacional
49
Quadro 2.26. – Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho) a nível europeu
50
Quadro 2.27. - Terminologia utilizada para juntas de movimento em revestimentos a nível europeu
50
Quadro 2.28. - Terminologia utilizada para juntas de movimento em revestimentos a nível internacional
51
Quadro 2.29. – Recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento a nível Europeu
52
Quadro 2.30. – Recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento a nível internacional
52
Quadro 2.31. - Terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos a nível internacional
53
xiii
Quadro 2.32. - Terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos a nível Europeu
53
Quadro 2.33. - Pontos singulares referidos na normalização
54
Quadro 2.34. - Exigências funcionais dos revestimentos de paredes
55
Quadro 2.35. - Exigências funcionais dos revestimentos de paredes (continuação)
56
Quadro 2.36. - Regras de qualidade mais relevantes para os revestimentos cerâmicos aplicados em paramentos
56
Quadro 2.37. - Valores do coeficiente de absorção da radiação solar – αs em algumas superfícies, em função da
cor
57
Quadro 2.38. - Valores do coeficiente de dilatação térmica linear - αI [ºC-1] de alguns materiais
58
Quadro 2.39. - Classificação estética
59
Quadro 2.40. - Diferentes tipos de mancha e correspondentes produtos de limpeza
62
Quadro 4.1. - Quadro resumo sobre a seleção da técnica de aplicação em revestimentos de fachada
86
Quadro 4.2. - Seleção da técnica de aplicação em revestimentos de fachada
87
Quadro 4.3. - Propriedades das colas a ter em conta na aplicação em obra
87
Quadro 4.4. - Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho)
87
Quadro 4.5. - Critérios para a seleção do adesivo na aplicação em camada fina
88
Quadro 4.6. - Fornecedor A - Recomendações para a escolha do cimento-cola
89
Quadro 4.7. - Fornecedor B - Recomendações para a escolha do cimento-cola
89
Quadro 4.8. - Fornecedor C - Recomendações para a escolha do cimento-cola
89
Quadro 4.9. - Critérios para a seleção da argamassa das juntas com base na norma UNE-EN 13888
90
Quadro 4.10. - Recomendações dadas por fornecedores para a seleção da argamassa das juntas
90
Quadro 4.11. - Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho)
90
Quadro 4.12. - Consumos de cimento-cola para a aplicação de elementos de superfície superior> 50 cm2
(dupla colagem)
95
Quadro 4.13. - Largura (L) máxima dos ladrilhos cerâmicos a colar, em função do raio de curvatura (R) do
suporte
104
Quadro 4.14. - Informações que deverão estar presentes no projeto de execução de arquitetura
110
Quadro 4.15. - Documentos de projeto
111
Quadro 4.16. - Prescrições sobre os produtos para aplicar em fachada
111
xiv
LISTA DE SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
AFNOR - Association Française de Normalisation
ANSI - American National Standards Institute
APICER - Associação Portuguesa da Indústria de Cerâmica
APFAC – Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas e ETICS
AS - Australian Standards
ASCER - Asociación Española de Fabricantes de Azulejos y Pavimentos Cerámicos
ASTM - American Society for Testing and Materials
BS - British Standards Institution
CEN - Comité Européen de Normalization
CTE - Código Técnico de la Edificación
DIN - Deutsches Institut für Normung
DTU - Document Technique Unifié
ISO – International Organization for Standardization
LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil
NBR - Norma Brasileira
NP – Norma Portuguesa
NP EN – Norma europeia traduzida para português e adotada em Portugal
NF - Norma Francesa
RECS - Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e Serviços
REH - Regulamento do Desempenho Energético Dos Edifícios De Habitação
RGEU - Regulamento Geral das Edificações Urbanas
RPC - Regulamento Produtos da Construção
RSA - Regulamento de Segurança e Ações para Estruturas de Edifícios e Pontes
SCE - Sistema de Certificação Energética dos Edifícios
TCNA - Tile Council of North America
UNE - Norma Espanhola
UNI - Norma Italiana
xv
xvi
1. INTRODUÇÃO
1.1. Considerações iniciais
A fachada de um edifício, como envolvente a um espaço público, é sempre um elemento único do
projeto arquitetónico, a que é dedicada grande atenção. Nos requisitos funcionais de qualquer
paramento exterior, há que conciliar tanto as considerações de ordem estética, técnica, como valores
simbólicos, culturais e de identidade cultural da comunidade no ambiente rural ou urbano onde é
inserido [1].
Atualmente existem duas tecnologias de aplicação do sistema de fachada em cerâmica: a fixação
mecânica e o sistema aderente [2 e 3]. Este trabalho é dedicado exclusivamente a fachadas com
revestimento cerâmico aderente aplicado sobre alvenaria de tijolo.
Os revestimentos cerâmicos aderentes são constituídos pelos ladrilhos cerâmicos, pelo material de
assentamento e pelo material de preenchimento das juntas entre ladrilhos. Todos os componentes
são igualmente importantes e intimamente relacionados entre si. Assim, o projeto de revestimento de
fachadas, a instalação e manutenção devem levar em consideração o desempenho de cada
componente, bem como o meio ambiente onde este revestimento é aplicado, e as condições que
prevalecem durante todo o processo de instalação [3 e 4].
O planeamento e seleção dos materiais, a qualidade da aplicação do revestimento cerâmico e a sua
manutenção ao longo da sua vida útil têm uma forte influência na qualidade e durabilidade dos
revestimentos cerâmicos. Na fase de conceção, os projetistas encontram grande diversidade de
soluções no mercado, seja na seleção do revestimento cerâmico ou do adesivo. Porém, verifica-se
que os prazos para a realização dos projetos são, em muitos casos, curtos, o que dificulta o processo
de tomada de decisão. [5]. Posteriormente, na execução da obra, os prazos de construção também
curtos podem levar à prematura colocação do revestimento cerâmico com posteriores riscos de
ocorrência de anomalias na construção. Por outro lado, os aplicadores, habituados a métodos
tradicionais, também devem adaptar-se a novos produtos e procedimentos que sejam mais
adequados [5].
Em Portugal, ainda não é prática corrente a execução de um projeto de revestimento de fachadas, da
responsabilidade do autor do projeto de arquitetura [6]. As fachadas representadas no projeto de
arquitetura e visualizadas em desenhos e maquetes virtuais preocupam-se na sua maioria apenas
com o aspeto estético e não técnico. Por outro lado, constata-se que no Brasil existem empresas que
se dedicam ao projeto de revestimentos de fachada. Segundo Paulo Silva [7] e Luiz Branco [8], o
projeto de revestimento de fachadas constitui uma ferramenta cada vez mais utilizada pelas grandes
empresas de construção. Luiz Branco [8], que foi solicitado a intervir em obras de recuperação de
revestimentos de fachada, refere como principal causa das anomalias de fachada os erros de projeto,
num significativo número de vezes.
1
José Dinis Silvestre [9], revela dados mais concretos sobre as causas de ocorrência das anomalias
em fachada. Na Figura 1.1., verifica-se que o valor mais significativo corresponde aos erros de projeto
- 37%, a par das ações ambientais - 37%, com menor percentagem os erros de execução - 11%, as
ações de origem mecânica exterior - 9%, as falhas de manutenção - 5% e a alteração das condições
iniciais - 1%.
Figura 1.1. - Percentagem de ocorrência dos grupos de causas de anomalias em fachadas [9]
Para realizar o “projeto de revestimentos de fachadas”, é necessário efetuar um estudo minucioso de
compatibilização do projeto de arquitetura com as outras especialidades, como por exemplo a
estabilidade, de modo a que seja possível alterar pequenos detalhes nestes projetos evitando
fragilizar a fachada. Também é fundamental analisar os materiais envolvidos (materiais de
acabamento cerâmicos, argamassas de chapisco e emboço), fazer a localização correta das juntas
nas fachadas, dar formação in loco aos envolvidos com a execução e ainda fazer o acompanhamento
da obra através de visitas técnicas [7].
Este trabalho concentra-se na sistematização de exigências e especificações no projeto e instalação
do revestimento cerâmico com o objetivo de estabelecer diretrizes que ajudem a melhorar a qualidade
do “projeto de revestimentos de fachadas” de edifícios, e as fases de execução e preparação de obra.
Essa sistematização será baseada na regulamentação e normalização portuguesa, europeia e
internacional e ainda em inquérito por questionário a profissionais envolvidos da área da construção
civil.
1.2. Objetivos e metodologia
Esta investigação tem como objetivo contribuir para uma maior pormenorização e especificação ao
nível do projeto de arquitetura, numa perspetiva pré-normativa, de tal forma que o “projeto de
revestimentos de fachadas” possa ser desenvolvido na fase de conceção, antes de se dar início à
fase de obra, e possa ainda ser compatibilizado com as outras especialidades nas fases de projeto de
execução e preparação de obra;
2
Assumem-se, como objetivos centrais:
• Contribuir para aumentar a qualidade do projeto e da execução dos revestimentos cerâmicos
aderentes de fachadas em alvenaria de tijolo;
• Fazer um balanço da prática atual em Portugal através das opiniões e sugestões registadas em
inquéritos por questionário a profissionais que tenham participação direta no processo de decisão da
tipologia de revestimentos de fachada a aplicar;
• Propor diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, incluindo a especificação e
a aplicação destes revestimentos.
A metodologia de investigação adotada para a elaboração do presente trabalho envolveu uma
pesquisa das normas em vigor, mais utilizadas e integradas no acervo normativo europeu e
internacional, relativas ao projeto de revestimentos cerâmicos aderentes, e respetivos materiais e
técnicas de aplicação. A metodologia proposta consistiu na pesquisa bibliográfica, procurando
considerações referentes aos conceitos pertinentes ao tema, sendo que o material consultado
abrange literatura técnica, documentos académicos e manuais dos fabricantes.
O trabalho também procura apresentar uma visão abrangente da experiência do projeto de fachadas
no território português vivenciadas no dia-a-dia por profissionais envolvidos de forma direta no
processo de decisão da tipologia de revestimentos de fachadas e no seu processo de projeto e
construção, tais como arquitetos; engenheiros civis; trabalhadores por conta própria ou de outrem;
desenhadores ou preparadores de obra; fornecedores de revestimentos cerâmicos/ material de
colagem/ argamassas; medidores orçamentistas; profissionais em empresas de construção civil e de
fiscalização. Para tal, foram realizados inquéritos por questionário de modo a que o universo de
respostas abrangido possa ser representativo das opiniões destes profissionais.
Neste trabalho, são ainda propostas diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos aderentes
de fachada com base na documentação acima referida e nas opiniões dos questionários.
1.3. Organização da dissertação
O presente trabalho encontra-se subdividido em cinco capítulos.
No presente capítulo (Capítulo 1 – Introdução), faz-se uma breve introdução ao tema, descrevendo-se
a organização, estrutura e metodologia da dissertação, assim como os principais objetivos a atingir
com a presente dissertação.
No segundo capítulo (Capítulo 2 – Exigências normativas do projeto de fachadas com revestimentos
cerâmicos aderentes), faz-se um balanço a nível nacional, europeu e internacional da prática do
projeto de execução de revestimentos de fachada assim como a situação existente do revestimento
de fachadas de edifícios como especialidade do projeto. É feita uma análise comparada da
regulamentação e documentação normativa aplicável. No final deste capítulo, faz-se uma identificação
e sistematização das exigências funcionais e especificações aplicáveis ao projeto de fachadas. O
glossário com a terminologia técnica mais relevante é apresentado no Anexo A.
3
No terceiro capítulo (Capítulo 3 – O projeto de revestimentos cerâmicos de fachada na ótica dos
intervenientes), faz-se uma análise dos resultados obtidos nos inquéritos por questionário aos
profissionais na área da construção civil que tenham participação direta no processo de decisão da
tipologia e aplicação de revestimentos de fachadas. O questionário sobre o projeto de revestimentos
de fachada inclui-se no Anexo B. Os resultados dos questionários da amostra A e B são apresentados
nos Anexos C e D, respetivamente.
No quarto capítulo (Capítulo 4 – O projeto de revestimentos cerâmicos aderentes de fachada:
proposta de diretrizes para o seu desenvolvimentos e implementação), é realizada uma descrição
exaustiva das características e critérios da escolha do método de aplicação, seleção de materiais de
colagem e materiais de preenchimento das juntas, de acordo com a normalização em vigor integrada
no acervo normativo nacional europeu e internacional sobre revestimentos cerâmicos.
Neste capítulo, são ainda apresentadas as diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos
aderentes de fachada, com base nas informações sintetizadas das normas abordadas no capítulo 2, e
nas opiniões recolhidas dos profissionais sobre o projeto de fachadas do capítulo 3. São referidas as
boas práticas do projeto destes revestimentos incidindo nas especificações das disposições
construtivas, dos materiais constituintes do sistema de revestimento cerâmico colado (ladrilhos
cerâmicos, colas e argamassas para juntas), descrevendo-se a tecnologia de aplicação deste tipo de
sistema. No final deste capítulo, são apresentados os procedimentos e considerações a ter desde a
conceção, passando pelo projeto base até à elaboração do projeto de revestimentos de fachada,
assim como os cuidados e princípios necessários à manutenção destes revestimentos de fachada. No
anexo E, inclui-se um exemplo de um caso prático de projeto de juntas realizado no Brasil com
apresentação de peças desenhadas e fotografias.
Por fim, no quinto capítulo (Capítulo 5 – Conclusões finais e desenvolvimentos futuros), apresenta-se
as considerações finais da dissertação resultantes deste estudo e os trabalhos futuros a desenvolver
nesta mesma área.
4
2. EXIGÊNCIAS NORMATIVAS DO PROJETO DE FACHADAS COM REVESTIMENTOS
CERÂMICOS ADERENTES
2.1.
Considerações gerais
Neste capítulo, são abordadas as exigências normativas do projeto de fachadas com revestimentos
aderentes segundo as recomendações dos organismos europeus e internacionais de normalização
assinalados no Quadro 2.1.
Quadro 2.1 - Organismos europeus e internacionais de normalização
Localização dos
organismos
Fora da Europa
Europeus
País
Denominação
Austrália
Brasil
Estados Unidos
da América
Europa
Alemanha
França
Itália
Reino Unido
Australian Standards (AS)
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
Tile Council of North America, Inc. (TCNA)
Comité Européen de Normalization (CEN)
Deutsches Institut für Normung (DIN)
Association Française de Normalisation (AFNOR)
Ente italiano di normazione (UNI)
British Standards Institution (BSI)
De acordo com a norma NP EN 45020:2009 – Normalização e atividades correlacionadas.
Vocabulário geral, normalização é definida como a ‘‘atividade destinada a estabelecer, face a
problemas reais ou potenciais, disposições para a utilização comum e repetida, tendo em vista a
obtenção do grau ótimo de ordem, num determinado contexto. A normalização proporciona
importantes benefícios, nomeadamente através da melhoria da adequação dos produtos, processos e
serviços aos fins para que foram concebidos, eliminando obstáculos ao comércio e facilitando a
cooperação tecnológica’’ [10].
No Glossário de Pedro Brandão [11], as normas técnicas são definidas como “especificações
aprovadas por uma autoridade competente relativas às construções ou aos produtos, técnicas ou
processos construtivos destinadas a garantir a qualidade, a prevenir acidentes, a rentabilizar o uso ou
a garantir o interesse do utilizador, a sua segurança ou conforto, cuja observância pode não ser
legalmente obrigatória”.
As normas são documentos que estabelecem as especificações e procedimentos destinados a
garantir que os produtos, serviços e sistemas são seguros, confiáveis e consistentemente
desempenhados. Estabelecem uma linguagem comum, que define critérios de qualidade e segurança.
As normas são documentos de orientação que podem ser consultados na forma de normas nacionais,
normas internacionais e europeias; códigos; especificações; manuais; e diretrizes. Estes documentos
são práticos e não definem metas impossíveis, pois são baseados na experiência científica, da
indústria, e do consumidor e são constantemente atualizados para garantir o acompanhamento das
novas tecnologias [W1].
Na secção 2.4., apresenta-se uma análise comparada da normalização europeia e internacional
aplicável ao projeto de fachadas com revestimentos aderentes.
O glossário com a terminologia técnica relacionada com o projeto de fachadas com revestimentos
cerâmicos aderentes encontrada ao longo da dissertação faz parte do Anexo A.
5
2.2.
O Projeto de fachadas com revestimento cerâmico - Contexto nacional, europeu e
internacional
Na maioria dos países ou áreas geográficas que compartilham normas, existem normas e
documentos técnicos sobre os materiais rígidos modulares, que são elaborados por Comités Técnicos
com presença decisiva das associações empresariais de fabricantes desses materiais. As normas
incidem normalmente sobre o método de aplicação desses materiais e, em alguns países, foram feitos
progressos significativos na publicação de documentos que incorporam simultaneamente as
características dos ladrilhos e dos suportes para especificar a técnica de aplicação. [1]
A nível europeu, refere-se os seguintes modelos mais relevantes de normalização aplicável ao projeto
de fachadas com revestimentos aderentes, os quais são apresentados nas seções indicadas desta
Dissertação:
• 2.2.1 - O modelo europeu – documento europeu CEN / TR 13548 [12];
• 2.2.2 - O modelo alemão [13];
• 2.2.3 - O modelo francês [14];
• 2.2.4 - O modelo italiano [15];
• 2.2.5 - O modelo britânico [16].
A nível internacional, refere-se os seguintes modelos mais relevantes:
• 2.2.7 - O modelo australiano [17 e 18];
• 2.2.8 - O modelo brasileiro [19 e 20];
• 2.2.9 - O modelo dos E.U.A. [21].
Cada um dos modelos apresentados, exclusivamente relacionados com a aplicação de ladrilho
cerâmico, propõe critérios importantes para o projeto e especificação destes revestimentos cerâmicos
e serve de base à definição da proposta de diretrizes para o projeto de fachadas apresentada no
capítulo 4.
2.2.1
O modelo europeu - documento europeu CEN / TR 13548 [12]
Nos países membros do CEN, existe uma situação muito irregular a respeito da publicação de
documentos e normas para o projeto e aplicação de revestimentos rígidos modulares. Nos países da
Europa Central (Alemanha, Áustria e Suíça), área da França e Benelux, Reino Unido, além de Itália,
existem normas e uma ampla documentação técnica, experimentada e difundida sobre a aplicação
dos revestimentos cerâmicos por aderência. Em Portugal e Espanha, embora existam manuais e
bibliografia relacionada com a temática dos revestimentos cerâmicos, não existem normas
exclusivamente dedicadas ao projeto e à aplicação dos revestimentos cerâmicos por aderência.
Em Portugal, o RGEU - Regulamento Geral das Edificações Urbanas [22] é um diploma de 1951 que
tem sofrido sucessivas alterações e se encontra em fase de revisão. O RGEU contém um conjunto de
regras e recomendações para a construção de edifícios. Mas não aborda matérias como durabilidade
e manutenção, qualidade da edificação, segurança da intrusão, não estando em conformidade com as
normas regulamentares específicas que existem atualmente para as edificações, e estando
desatualizado, também, nas questões tecnológicas.
Em Portugal, as "Instruções para a elaboração de projetos de obras" são dadas pela Portaria n.º 701H/2008, de 29 de Julho [23]. Este documento aprova o conteúdo obrigatório do programa e do projeto
de execução, bem como os procedimentos e normas a adotar na elaboração e faseamento de
6
projetos de obras públicas Esta portaria também faz a classificação de obras por categorias e
enumera as informações que devem constar nos documentos elaborados em cada fase de projeto.
Em Portugal, existe especificação e documentação técnica do LNEC [24, 25, 26 e 27] e da APICER
[2] que aborda a temática do revestimento cerâmico, com maior incidência na fase de aplicação do
revestimento cerâmico e nas anomalias que daí podem advir. Este último documento, O “Manual de
Aplicação de Revestimentos Cerâmicos” [2], constitui um documento relevante na divulgação das
boas práticas dos revestimentos cerâmicos. Dirige-se a todos os que, se relacionam profissionalmente
com o sector de atividade da indústria de construção civil, nomeadamente projeto de engenharia e
arquitetura e acompanhamento de obra. Neste manual também é referido o desejo de criar
instrumentos que possam estabelecer uma ligação entre as exigências e o desempenho de uma
determinada solução construtiva. Estes instrumentos seriam manuais, que conduziriam à elaboração
de cadernos de encargo exigênciais e não prescritivos.
Em Espanha, também existe um guia “La guía de la Baldosa Cerámica” [5] que é um documento
reconhecido (DRB 01/11) que pretende ser um livro de referência para a classificação, seleção do
material aderente e material aplicado nas juntas, nas especificações dos projetos, no controle da obra
e no uso e manutenção deste tipo de materiais cerâmicos.
Em Espanha, desde 2006, o “CTE - Código Técnico de la Edificación” [28] é o código em vigor no
país. É o principal conjunto de normas que regem a construção de edifícios e nele estabelecem-se os
requisitos básicos de segurança e habitabilidade dos edifícios, definidos pela “Lei de Planejamento da
Construção” (LOE). As suas exigências intervêm na conceção, projeto, construção, manutenção e
conservação e é uma regulação baseada no desempenho. No Quadro 2.2., são apresentadas as
exigências funcionais da solução construtiva segundo os documentos básicos do CTE.
Quadro 2.2. - Exigências funcionais da solução construtiva, segundo os documentos básicos do CTE [28]
Exigências funcionais do Código Técnico da Edificação (CTE)
DB HE [Economia do consumo energético]
HE 1 - Limitação do consumo energético / conforto térmico [partes 1-20]; consumo energético: Transmitância
térmica da envolvente; condensação superficial em paredes e divisórias; definição da envolvente térmica do
edifício
HE 4 - Contribuição mínima solar das águas quentes; contribuição do revestimento cerâmico para a captação
de energia solar
HE 5 - Contribuição mínima fotovoltaica solar; contribuição do revestimento cerâmico para a captação de
energia solar
DB HR [Proteção contra o ruído]
Isolamento acústico; isolamento ao ruído aéreo e a sons de percussão; valores limites de tempo de
reverberação; ruído e vibrações das instalações
DB HS [Salubridade]
HS 1 - Proteção contra a humidade
HS 3 - Qualidade do ar interior
DB SI [Segurança em caso de incêndio]
SI1 - Propagação interior; reação ao fogo dos elementos construtivos
S12 - Propagação exterior
SI 2.1. - Fachadas
SI 2.2. - Coberturas
DB SU [Segurança na utilização] [piscinas]
SU 1 - Segurança contra o risco de quedas; resistência ao escorregamento; descontinuidades no pavimento;
as escadas e rampas
SU 6 - Segurança contra o risco de afogamento
7
Desde a aprovação da “Ley de Ordenación de la Edificación” de 1999 e, especialmente, o “Código
Técnico de la Edificación” [28] de 2006, o revestimento cerâmico, na maioria das situações, deve
cumprir:
• exigências básicas solicitadas pelos diferentes Documentos Básicos do CTE [28] . Neste contexto o
revestimento cerâmico deverá contemplar:
• as exigências funcionais: isolamento, impermeabilização e segurança em caso de incêndio, entre
outras.
• as condições climatéricas e o potencial risco de agressão ambiental no momento da aplicação, o
endurecimento dos materiais, mas também ao longo da vida útil do revestimento;
• considerações sobre localização, uso e as diferentes agressões externas e ambientais.
Na Figura 2.1. apresenta-se as variáveis a considerar no projeto e na execução de revestimentos
cerâmicos [28]
Figura 2.1. - Fluxograma das variáveis a considerar no projeto e na execução de revestimentos cerâmicos
(adaptado a partir de [28])
8
Os ladrilhos cerâmicos podem ser selecionados com base nas exigências funcionais e as condições
climatéricas, mas primeiro tem de se conhecer os suportes e as superfícies sobre os quais o ladrilho
vai ser aplicado, as camadas intermédias que respondem às exigências funcionais ou preparam a
superfície para a aplicação dos ladrilhos, antes de definir os materiais e o método de aplicação por
aderência.
O diagnóstico e a caracterização dos suportes são essenciais para garantir a qualidade e durabilidade
do revestimento cerâmico. Por isso, deve-se contemplar na conceção técnica do revestimento
cerâmico:
• a seleção dos ladrilhos cerâmicos, dependendo dos requisitos de aplicação do revestimento, bem
como os aspetos formais que o projeto exige;
• os suportes de aplicação, tanto para satisfazer as exigências funcionais como para preparar a
superfície para a colagem dos ladrilhos;
• os materiais de colagem e de preenchimento das juntas e os métodos de aplicação, incluindo as
particularidades da execução como o controlo das superfícies aplicadas por aderência; as tarefas de
execução; a preparação e aplicação dos materiais; as condições ambientais na preparação, execução
e endurecimento dos materiais;
• o controlo da execução;
• as condições de aceitação do revestimento;
• a manutenção e os parâmetros do ciclo de vida dos materiais utilizados no sistema de revestimento
e, se necessário, a garantia prevista.
A nível europeu, a Comissão responsável por revestimentos cerâmicos dentro do CEN (Comité
Europeu de Normalização), o Comité Técnico - CEN TC 67, produziu um Relatório Técnico unificado
sobre a conceção e instalação de revestimentos cerâmicos. No ponto 2.2.1.4. Documento técnico
CEN/TR 13548:2004 - General rules for the design and installation of ceramic tiling, vão ser referidas
as diretrizes gerais a serem adotadas na implementação de revestimentos cerâmicos e os requisitos
mínimos de qualidade que o revestimento tem de cumprir. O objetivo deste documento é fornecer a
todos os países abrangidos pelo CEN uma referência comum no revestimento cerâmico, sobre a qual
as normas nacionais devem ser harmonizadas.
Na Alemanha, existe uma vasta normalização aplicável aos revestimentos cerâmicos : DIN 18515-1
Design and installation of tile or stone cladding; DIN 18156-3 Materials for ceramic linings by thin
mortar bed technique; dispersion adhesives; DIN 18157-1 Execution of ceramic linings by thin mortar
bed technique; hydraulic mortar; DIN 18550 Platering/renderins and plastering/rendering systemsexecution. No ponto 2.2.2., vão ser indicadas as recomendações da norma DIN 18515-1 sobre o
projeto e aplicação de ladrilhos cerâmicos em fachadas.
Em França foi introduzida em 2009 uma norma técnica NF DTU 52.2 sobre a aplicação que é
composta por cinco partes, sendo as respetivas recomendações referidas no ponto 2.2.3.
Em Itália, foi recentemente (Junho de 2013) introduzida a norma técnica UNI 11493:2013 relativa à
colocação de revestimentos cerâmicos que especifica determinadas disposições já contidas na CEN
TR 13548. A norma aplica-se aos ladrilhos de cerâmica aplicados no pavimento e parede interior e
9
exterior, instalados principalmente com adesivos, mas também com argamassa de cimento. No ponto
2.2.4., vão ser referidos as orientações aplicáveis a paredes exteriores.
No ponto 2.2.5., vão ser referidas as orientações da norma britânica BS 5385, na parte 2, de 2006 que
constitui o código da prática para o projeto e instalação de revestimentos cerâmicos e mosaico
(incluindo terracota e azulejo).
2.2.1.1 Revestimentos cerâmicos - Norma NP EN 14411
A norma Europeia harmonizada aplicável aos pavimentos e revestimentos cerâmicos é a NP EN
14411:2008 – Pavimentos e revestimentos cerâmicos. Definições, classificações, características e
marcação [30]. Esta norma define e especifica os requisitos e critérios de marcação CE de ladrilhos
cerâmicos da melhor qualidade comercial (primeira qualidade), sendo que, quando estes se revelam
estar em conformidade com a norma, garantem a capacidade de desempenhar a sua função segundo
os níveis de desempenho declarados. Esta norma não abrange ladrilhos fabricados por outros
processos que não sejam os normais processos de extrusão ou prensagem a seco, nem acessórios
decorativos ou mosaicos (isto é, qualquer peça que caiba numa área de 7×7 cm). As características
especificadas nesta norma são avaliadas segundo os métodos de ensaio normalizados descritos na
série de normas NP EN ISO 10545 [31], dividida em partes, cada uma descrevendo um método de
ensaio específico.
No Quadro 2.3., estão enunciados todos os grupos e respetivas classificações dos ladrilhos cerâmicos
em função da absorção de água e do seu processo de fabrico. Os grupos não prevêem as aplicações
a que os produtos se destinam.
Quadro 2.3. – Classificação de ladrilhos cerâmicos [30] a
Processo de
fabrico
Método A
Extrudidos
Método B
Prensados a seco
Grupo I
E ≤ 3%
Grupo AIa
E ≤ 0,5%
Grupo AIb
0,5% < E ≤ 3%
Grupo BIa
E ≤ 0,5%
Grupo BIb
0,5% < E ≤ 3%
Grupo IIa
3% < E ≤ 6%
Grupo AIIa-1a
Grupo IIb
6% < E ≤ 10%
Grupo AIIb-1a
Grupo AIIa-2a
Grupo AIIb-2a
Grupo BIIa
Grupo BIIb
Grupo III
E > 10%
Grupo AIII
Grupo BIIIb
a
Os Grupos AIIa e AIIb são divididos em duas partes (Partes 1 e 2) com diferentes especificações de produto.
b
O Grupo BIII abrange apenas ladrilhos vidrados. Existe uma pequena produção de ladrilhos prensados a seco
não vidrados com uma absorção de água superior a 10% que não está incluída neste grupo de produtos.
De acordo com a norma NP EN 14411 [30], os ladrilhos cerâmicos dividem-se em diferentes grupos
segundo o seu processo de fabrico, extrudidos (Método A) ou prensados a seco (Método B), e o seu
valor de absorção de água (Quadro 2.3). Através do Método A, são fabricados ladrilhos extrudidos, ou
seja, ladrilhos conformados no estado plástico por uma extrusora, sendo a coluna obtida cortada em
peças de dimensões predeterminadas. Pelo Método B, são fabricados ladrilhos prensados a seco:
ladrilhos conformados a partir de uma mistura finamente moída, conformada por prensagem e moldes
[30]. O Grupo I representa os ladrilhos com baixa absorção de água, E ≤ 3 %; o Grupo II representa
os ladrilhos com média absorção de água, 3 % < E ≤ 10 %; e o Grupo III, ladrilhos com alta absorção
de água, E > 10 %. Estes grupos são subdivididos em dois tipos de ladrilhos, ladrilhos extrudidos e
ladrilhos prensados a seco. Quanto mais baixa for a absorção de água, melhores serão as
10
características de resistência ao desgaste e resistência mecânica dos ladrilhos cerâmicos. No Quadro
2.4., são indicadas as características dos ladrilhos requeridas para paredes exteriores e o respetivo
ensaio.
Quadro 2.4. – Características dos ladrilhos requeridas para paredes exteriores [31]
Características dos ladrilhos
Dimensões e qualidade da superfície
Comprimento e largura
Espessura
Retilinearidade dos lados
Perpendicularidade
Planearidade da superfície (curvatura e empeno)
Qualidade da superfície
Propriedades físicas
Absorção de água
Resistência à flexão
Módulo de rutura
Dilatação linear de origem térmica a
Resistência ao choque térmico a
Resistência ao fendilhamento – ladrilhos vidrados
Resistência ao gelo b
Dilatação com a humidade a
Pequenas diferenças de cor a
Propriedades químicas
Resistências às manchas
- Ladrilhos vidrados
- Ladrilhos não vidrados a
Resistência a baixas concentrações de ácidos e de bases
Resistência a altas concentrações de ácidos e de bases
Resistência aos detergentes domésticos de limpeza e aos
sais para água de piscinas
Libertação de chumbo e de cádmio – ladrilhos vidrados a
Ensaio
Referência
EN ISO 10545-2
EN ISO 10545-2
EN ISO 10545-2
EN ISO 10545-2
EN ISO 10545-2
EN ISO 10545-2
Referência
EN ISO 10545-3
EN ISO 10545-4
EN ISO 10545-4
EN ISO 10545-8
EN ISO 10545-9
EN ISO 10545-11
EN ISO 10545-12
EN ISO 10545-10
EN ISO 10545-16
Referência
EN ISO 10545-14
EN ISO 10545-13
EN ISO 10545-13
EN ISO 10545-13
EN ISO 10545-15
a
Método de ensaio disponível, mas sem valores especificados na norma.
b
Para produtos a aplicar em situações em que possam ocorrer condições de gelo.
2.2.1.2
Colas para ladrilhos cerâmicos - NP EN 12004:2008 [32]
A norma Europeia harmonizada aplicável a colas utilizadas em ladrilhos cerâmicos é a NP EN
12004:2008 – Colas para ladrilhos: Requisitos, avaliação da conformidade, classificação e designação
[32]. Esta norma aplica-se a colas para aplicações interiores e exteriores de ladrilhos cerâmicos em
pavimentos, paredes e tetos, definindo e especificando métodos de aplicação, ensaios, requisitos
funcionais e critérios de marcação, sendo que, quando estes se revelam estar em conformidade com
a norma, garantem a capacidade de desempenhar a sua função segundo os níveis de desempenho
declarados. A classificação apresentada na norma NP EN 12004 [32] distingue três tipos de colas,
para ladrilhos cerâmicos, em função da sua composição química: cimentos-cola (C), colas em
dispersão aquosa (D) e colas de resina de reação (R). Cada tipo está subdividido em diferentes
classes de acordo com as suas características fundamentais, isto é, propriedades específicas que
uma cola tem obrigatoriamente de apresentar, e características opcionais (propriedades importantes
requeridas apenas para utilizações e aplicações específicas, em que são necessários níveis de
desempenho acrescidos). As características fundamentais estão divididas em Classes 1 e 2. As
características opcionais dividem-se em cinco classes F, T, E, S1 e S2 (Quadro 2.5).
11
Quadro 2.5 – Classes de colas para ladrilhos cerâmicos [32]
Características fundamentais
1 – Cola normal
2 – Cola melhorada (cumpre requisitos para características adicionais)
Características opcionais
E – Cola com tempo de abertura alargado
F – Cola de presa rápida
T – Cola com deslizamento vertical reduzido (resistência ao deslizamento vertical)
S1 – Cola deformável
S2 – Cola altamente deformável
A designação das colas é feita com o símbolo do tipo (C, D ou R) seguido da abreviatura da classe ou
classes a que pertence a cola. As classes fundamentais 1 e 2 podem ser combinadas com todas as
outras classes. Por exemplo, a Classe C2FT designa uma cola do tipo cimento-cola melhorada com
presa rápida e com elevada resistência ao deslizamento vertical.
Esta norma define os diferentes tipos de produtos e suas classes de desempenho, bem como várias
opções adicionais:
A seguir, são indicados alguns exemplos de combinações:
 C1 = Cimento-cola normal; para especificações de aderência (tensão de aderência inicial à tração)
≥ 0,5 N/mm2;
 C2 = Cimento-cola melhorado; para especificações de aderência (tensão de aderência inicial à
tração) ≥ 1 N/mm2;
 C2 F = Cola de presa rápida;
 C2 T = Cola com deslizamento vertical reduzido (resistência ao deslizamento vertical);
 C2 E = Cola com tempo de abertura 30 minutos alargado;
 C2 S1 = Cola deformável; deformabilidade ≥ 2,5 mm e < 5 mm;
 C2 S2 = Cimento-cola melhorado: cola altamente deformável; deformabilidade ≥ 5 mm.
O cimento-cola C2 S1/S2 é um produto que tem tanto propriedades de adesão, como uma elevada
capacidade de se deformar por uma tensão entre a cerâmica e a superfície de colagem (sem perda de
aderência). Como estes produtos são ricos em resina (são normalmente cimentos cola de ligantes
mistos: cimento e resina), apresentam alto desempenho na aplicação de cargas pesadas, tais como
quando aplicados em fachadas, pisos aquecidos ou varandas / terraços, mas também no
assentamento de ladrilhos de grandes formatos.
2.2.1.3
Material de preenchimento das juntas - Norma EN 13888 [33]
A classificação e as especificações técnicas dos materiais de preenchimento das juntas são dadas
pela Norma EN 13888 “Grouts for tiles - Definitions and specifications” [33]. A classificação
apresentada na norma EN 13888 [33] distingue dois tipos de argamassas de juntas para ladrilhos
cerâmicos, em função da sua composição química: argamassa de cimento (GC) e argamassa de
resina de reação (RG).
 argamassa de cimento (CG): misturas de ligantes hidráulicos, agregados e aditivos inorgânicos,
que são misturados com água ou com aditivos líquidos, imediatamente antes da utilização;
 argamassas de resinas de reação (RG): misturas de resinas sintéticas, cargas minerais e aditivos
orgânicos, em que o endurecimento ocorre por meio de uma reação química.
12
As argamassas de cimento para juntas estão subdivididas em diferentes classes de acordo com as
suas características fundamentais, isto é, propriedades que uma argamassa tem obrigatoriamente de
apresentar, e características adicionais (propriedades específicas, em que são necessários níveis de
desempenho acrescidos). As características fundamentais estão divididas em Classes 1 e 2. As
características adicionais dividem-se em duas classes W e A (Quadro 2.6). As argamassas de resinas
de reação apenas possuem características fundamentais.
Quadro 2.6. – Classes das argamassas para juntas entre ladrilhos cerâmicos [33]
Características fundamentais
1 – Argamassa de junta normal
2 – Argamassa de junta melhorada (cumpre requisitos para características adicionais)
Características opcionais
W – Reduzida absorção de água
A – Resistência abrasiva
A designação das argamassas para juntas é feita com o símbolo do tipo (CG ou RG), seguido da
abreviatura da classe ou classes a que pertence a cola, conforme os seguintes exemplos de
combinações:
• classe CG 1, designa uma argamassa de junta à base de cimento normal;
• classe CG 2W, designa uma argamassa de junta à base de cimento melhorada com reduzida
absorção de água.
2.2.1.4
Documento técnico CEN/TR 13548:2004 – General rules for the design and
installation of ceramic tiling [12]
O documento técnico CEN/TR 13548:2004 é um documento informativo, sem carácter de norma, que
estabelece as regras para o planeamento geral e aplicação dos ladrilhos cerâmicos. Constitui um
documento geral que serve para estruturar os conteúdos do projeto.
O documento informativo CEN/TR 13548 é estruturado em 9 secções: Introdução; (1) Âmbito de
aplicação; (2) Referências normativas; (3) Termos e definições; (4) Intercâmbio de informações; (5)
Materiais; (6) Projeto; (7) Aplicação; (8) Qualidade dos ladrilhos cerâmicos: características e
requisitos; (9) Limpeza inicial, proteção e manutenção; Anexo A – Referências informativas.
Na introdução do documento CEN/TR 13548, é referido que este documento informativo não pretende
substituir as normas ou guias nacionais em vigor, nem impedir o desenvolvimento de normas
nacionais ou guias nos países que não têm essas normas. Este documento informativo tem o objetivo
de fomentar a difusão de normas que promovam a boa qualidade do projeto e da aplicação dos
ladrilhos cerâmicos em toda a Europa, especialmente nos países onde não existem normas ou guias
sobre esta temática.
No capítulo 4, dedicado ao intercâmbio de informações, é referido que, para que os revestimentos de
paredes e pavimentos sejam aplicados nas condições adequadas e no tempo correto, é essencial que
todas as partes envolvidas tenham um claro entendimento dos requisitos do projeto. Para assegurar
que isso seja alcançado, é essencial que haja consultas entre os intervenientes no projeto, incluindo
subempreiteiros e fornecedores. Acrescenta-se ainda que, como cada projeto é único, se considera
13
impossível dar uma lista definitiva da informação a ser compartilhada, sendo dados apenas alguns
exemplos como:
a) Projeto (informação requerida);
b) Requisitos especiais: facilidades de acesso, descarga, transporte, armazenamento, calor, luz e
energia elétrica, e qualquer item adicional considerado necessário para agilizar o trabalho;
c) Materiais: especificações técnicas e instruções para o transporte e armazenagem, uso.
d) Suportes: tipo e idade da construção; localização dentro do edifício; tipo, características
(resistência mecânica, deformações); e regularidade do suporte; e qualquer necessidade de um
substrato intermédio ou juntas de movimento;
e) Trabalho associado: ligações embebidas nas paredes ou que passem pelos suportes, e juntas
com acabamentos adjacentes;
f) Acabamento: tipo, tamanho e cor dos ladrilhos e requisitos de disposição dos ladrilhos;
g) Aplicação: tipo e técnica;
h) Programa: uma calendarização para o progresso do trabalho, tendo em consideração a secagem e
os períodos de cura dos suportes e ladrilhos até à conclusão dos trabalhos.
No capítulo 6 deste documento, dedicado ao projeto (“design”), refere-se que na fase de projeto, como
base para a especificação dos materiais e do sistema de revestimento cerâmico, devem ser
considerados os seguintes aspetos:
• informação do ambiente de destino: posicionamento em paredes ou pavimentos; localização exterior
ou interior; natureza do acesso: privado, residencial ou público; uso: civil ou industrial; especificação
da atividade a ser realizada na área a ser revestida;
• informação das condições de trabalho: condições atmosféricas (para uso exterior); área (urbana,
industrial); tipo de tráfego (pedonal, cadeiras de roda) e intensidade (para pavimentos);cargas
estáticas e dinâmicas esperadas; presença de água ou outros fluidos na superfície; presença de
químicos à superfície;
• outras informações previstas: o nível esperado de cargas mecânicas (superfície e massa), químicas
e higrotérmicas que atuam sobre a superfície revestida; as necessidades específicas de segurança
(por exemplo, resistência ao deslizamento, higiene, entre outras) ou outros requisitos adicionais.
O ponto 6.2.2., aponta algumas regras gerais a serem adotadas sobre os materiais de suporte:
• o suporte deve ser sólido e livre de contaminação;
• os suportes cimentícios são sujeitos à retração ao longo do tempo. Os riscos associados podem ser
prevenidos através de uma escolha adequada de materiais e da correta calendarização das tarefas;
• deverão ser consideradas camadas de regularização para assegurar a regularidade e para melhorar
a planearidade do suporte e do acabamento;
• podem ser utilizadas camadas especiais para adquirir a impermeabilização, o isolamento térmico e
acústico das paredes;
• as várias camadas devem ser usadas para evitar os efeitos da flexibilidade excessiva ou a
instabilidade dimensional do suporte;
• no caso de suportes muito deformáveis, deve ser considerada a aplicação de uma camada
adequada (por exemplo, um reforço de betonilha).
14
No Quadro 2.7., são apresentadas as características dos suportes segundo o CEN/TR 13548, que
podem ser utilizados como um guia, a fim de avaliar os suportes na fase de projeto dos revestimentos
cerâmicos, bem como para fornecer indicações para a especificação do sistema de revestimento
cerâmico.
Quadro 2.7. – Características dos suportes segundo o CEN /TR 13548
(adaptado a partir de [12])
(Fonte: Tabela 1, p. 13 CEN / TR 13548:2004)
Mecânicas
Resistência
mecânica
Características
• Compressão
• Maturação ou cura (coesão)
• Tração
Deformação
sob carga
• Compressão
• Flexão
• Fluência
Deformação • Contração de maturação
sem carga
• Deformação
• Contração química
• Movimentos de origem térmica ou
higrométrica
Solidez ou consistência superficial
Regularidade
Físico/
químicas
Planearidade
Acabamento superficial
Absorção de água
Resistência à água
Compatibilidade química
Descrição
• Resistência à fissuração ou a danos
sob carga
• Propriedade de suportar o peso
permanente do revestimento cerâmico
• Tendência de o suporte deformar a
cargas estáticas e dinâmicas
• Movimentos devidos a outros fatores
diferentes das cargas
• Propriedade de suportar as tensões
do sistema de aplicação
• Desvios do suporte com respeito ao
plano
teórico
(depressões,
protuberâncias)
• Textura da superfície
• Capacidade de o suporte absorver
água desde a superfície, procedente da
argamassa de aplicação
• Comportamento do suporte exposto
ao contacto com água, tanto durante a
aplicação como nas condições de
entrada em serviço
• Compatibilidade entre a superfície do
suporte e o material adesivo ou as
camadas que se dispõem sobre o
suporte
No ponto 7.5, p. 17, são feitas ainda algumas considerações gerais sobre o controlo e preparação do
substrato, do suporte e da aplicação do revestimento cerâmico.
No ponto 6.3., Seleção e especificação de materiais, são apontados três critérios:
- desempenho – “o nível de desempenho do material selecionado não deve ser mais baixo do que o
nível de tensão esperada no destino ambiente”;
- compatibilidade – “os materiais selecionados deverão ser reciprocamente compatíveis”;
- segurança – "os materiais selecionados devem garantir uma instalação segura".
No ponto 6.4. (especificação do sistema de revestimento), refere-se que devem ser especificados os
seguintes aspetos:
- o material de colagem do revestimento cerâmico (cimento ou cola);
- os substratos do sistema de revestimento, como por exemplo a camada de reforço e a camada de
regularização;
- o método de aplicação: camada fina, camada grossa, colagem simples e colagem dupla;
No ponto 6.4.2., Juntas entre ladrilhos, refere-se que os ladrilhos devem ser posicionados com juntas
regulares retas e que a largura destas deve ser especificada tendo em conta o tipo, tamanho e
15
tolerâncias dimensionais dos ladrilhos, as características do suporte, o método de aplicação, o uso
esperado do ladrilho e as tensões esperadas na aplicação.
No ponto 6.4.3., Juntas de movimento, refere-se que na fase de conceção se devem prever juntas de
movimento (juntas estruturais, juntas perimetrais e juntas intermédias). A especificação para a junta
de movimento deve incluir a indicação do tipo, materiais (material de preenchimento da junta, juntas
metálicas, entre outros) e aplicação, dimensões (largura e profundidade) e posição, conforme os
seguintes exemplos:
- largura de juntas perimetrais: largura mínima (por exemplo, 5 mm), juntas intermediárias: largura
mínima (por exemplo, 5 mm), juntas estruturais: largura maior ou igual à junta do suporte;
- profundidade: juntas de perímetro: profundidade da argamassa de emboço; juntas intermédias:
profundidade da argamassa de emboço; juntas estruturais: profundidade do suporte;
- posição : juntas perimetrais: onde o ladrilho confina com outras superfícies;
- juntas intermédias: devem ser especificadas a área mínima e/ou a distância entre as juntas.
Diferentes limites ou valores de referência devem ser estabelecidos de acordo com o ambiente de
destino (por exemplo, para aplicações internas ou externas). As áreas entre juntas devem ser
aproximadamente quadradas;
- juntas estruturais: contínuas com as juntas estruturais do suporte.
2.2.2
O modelo alemão
A norma alemã, DIN 18515 Parte 1 [13] (DIN 18515 Parte 1 – “Außenwandbekleidungen,
angemörtelte Fliesen und Platten – Grundsätze der Planung und Ausführung” (Cladding for
external wall - Part 1:Tiles fixed with mortar, principles of design and application)), é estruturada
em 6 secções: Prefácio; (1) Objetivo; (2) Referências normativas; (3) Termos e definições; (4)
Materiais; (5) Requisitos para paredes exteriores e superfícies de condução; (6) Revestimento exterior
de paredes; (6.1) Suportes; (6.2) Preparação dos ladrilhos; (6.3) Juntas; (6. 3.1.) Largura da junta de
argamassa; (6.3.2) Material de preenchimento das juntas; (6.3.3) Juntas de movimento; (6.4)
Aplicação; (6.5) Condições climatéricas; Anexo A (informativo) Método para a determinação da
resistência à difusão de vapor do revestimento de parede exterior; Bibliografia.
A norma alemã DIN 18515 Parte 1 [13] limita o uso de revestimentos cerâmicos no exterior a ladrilhos
com arestas com um comprimento máximo de 0,49 m, com uma espessura máxima “d” de 0,015 m e
uma área máxima de 0,12 m².
Esta norma alemã estabelece, na parte 2 [34], que a altura máxima será de 4 metros em moradias
unifamiliares e 8 metros em outros edifícios (sem especificações adicionais). Para o sistema de
ladrilhos de maiores dimensões, a fachada pode ser reforçada através da aplicação de uma adequada
fixação mecânica de segurança (por exemplo, constituída por escoramento metálico de apoio); para
ladrilhos de formato superiores a 40x60 cm (ou área equivalente) e/ou mais pesados do que 40 kg/m2,
exigir-se-á a colocação por ancoragem mecânica (fachadas ventiladas) [35].
Em áreas geográficas expostas a ventos fortes, é recomendada a utilização de ladrilhos de pequeno
formato (até 35x35 cm) aplicados com sistema de fixação misto, aumentando a largura das juntas de
colocação, e a utilização das juntas de dilatação necessárias.
16
Em zonas geográficas de clima quente, podem ser utilizadas ladrilhos cerâmicos pertencentes aos
grupos normativos Blb e BlIa e também ladrilhos extrudidos de baixa absorção de água, de
preferência esmaltado.
Para reduzir as possíveis tensões associadas à dilatação térmica da fachada, é aconselhável o uso de
ladrilhos de cores claras em zonas geográficas de elevada insolação.
Em zonas de elevada pluviosidade e com risco de geada, deverão ser escolhidos ladrilhos cerâmicos
pertencentes ao grupo normativo Bla, já que apresentam um comportamento ideal, devido à sua baixa
capacidade de absorção de água (E < 0,5%).
A maior quantidade de aberturas, mudanças de plano, e recantos da fachada vai implicar um maior
custo no estudo e aplicação do revestimento. A maior quantidade de aberturas e menor superfície
cega da fachada traz menor eficácia no isolamento térmico e acústico do sistema de fixação (ex.:
sistema de fachada ventilada).
De acordo com a norma DIN EN 18515-1 [13], o ladrilho cerâmico aplicado em fachadas deve estar
de acordo com a DIN EN 14411 [34], ter um volume de poro Vg ≥ 20 mm3/g e um raio de poro máximo
de rp > 0,2 μm, o que é adequado para revestimento em conexão com sistemas compósitos para
isolamento térmico exterior (ETICS).
As juntas devem ser em linha reta e o preenchimento das juntas deve ser realizado de acordo com a
norma DIN 18540 [37]. As argamassas aplicadas devem ser do tipo PIII ou PII e ser fabricadas de
acordo com a norma DIN 18550 [38] e as suas propriedades e sua qualidade devem estar de acordo
com a EN 998-1 [39].
No ponto 4.4., Argamassa, indica-se que a argamassa de regularização deve ter uma relação de
mistura de cimento: areia de 1:3 a 1:4. O tamanho de grão de areia deve ser de 0 mm a 4 mm. A
contração da argamassa deve ser concluída antes de os revestimentos das paredes exteriores serem
aplicados.
A argamassa das juntas dos ladrilhos cerâmicos é uma argamassa seca de acordo com a norma DIN
EN 13888 [40].
As Figuras 2.2. e 2.3. apresentam pormenores de parede com isolamento térmico pelo exterior
revestido a cerâmico, com fixação mecânica e camada de reforço.
Legenda:
1 - Ladrilho; 2 - Peça de canto; 3 Cimento-cola;
preenchimento
4
-
das
Material
juntas;
de
5
-
Argamassa de regularização PIII
(DIN 18550); 6 - Reforço com malha
50x50x2 mm em aço inoxidável; 7 Isolamento térmico; 8 - Parede
estrutural; 9 - Escoramento metálico
de apoio; 10 - Selante elastomérico;
11 - Limitador de junta em espuma
Figura 2.2. – Corte vertical –
Figura 2.3. – Corte horizontal – pormenor de
de célula fechada; 12 - Material de
pormenor de parede com isolamento
canto saliente de parede com isolamento
enchimento; 13 - Ancoragem de
térmico pelo exterior, com fixação
térmico pelo exterior, com fixação mecânica
apoio, preenchido com argamassa
mecânica e camada de reforço [W1]
e camada de reforço [W1]
17
de cimento.
A selagem de juntas (ponto 4.1.4.) deve ser realizada de acordo com a norma DIN 18540 [37].
Alterações radicais de comprimento dos componentes de vedação exigem limitadores de
profundidade das juntas com pelo menos 70% de resiliência.
O ponto 6 refere que o suporte deve estar livre de poeira, de óleos descofrantes, eflorescência e
impurezas. A força de ligação ao substrato deve ser de pelo menos 0,5 N/mm2.
Para compensar imprecisões dimensionais maiores, deve ser aplicada uma argamassa de
regularização se for necessário (aplicação frequente no método de camada fina). A sua espessura
deve ser estar entre 10 e 25 mm.
Antes de aplicar a argamassa de regularização sobre a alvenaria de tijolo ou betão armado, deve-se
cobrir a superfície na sua totalidade com um primário. A argamassa deve ser curada antes da
aplicação dos ladrilhos, de modo que as suas tensões internas sejam reduzidas.
No ponto 6.2., ladrilhos, é referido que estes devem ser aderidos com argamassa ou colas de acordo
com a norma DIN EN 12004 [41] com o método de colagem dupla. A camada de argamassa fina deve
ter pelo menos 3 mm de espessura.
No ponto.3.1., refere-se que a largura das juntas entre ladrilhos vai depender do formato, de forma a
criar largura suficiente para que a permeabilidade ao vapor seja garantida. A determinação da
resistência à difusão de vapor do revestimento de parede exterior, tendo em conta a porção de junta,
pode ser efetuada em conformidade com o Anexo A (informativo).
A norma indica como valores de referência um intervalo entre 4 mm e 10 mm para a largura das
juntas entre ladrilhos. O ponto 6.3.2., Argamassa das juntas, indica que as juntas devem ser raspadas
geralmente em profundidade uniforme, em torno da espessura do ladrilho, devendo os resíduos ser
removidos, após a preparação dos ladrilhos e antes do endurecimento.
No ponto 6.3.3., Juntas de movimento, refere-se que, para reduzir tensões prejudiciais nas fachadas,
deve ser realizada a conceção e posicionamento das juntas. A conceção das juntas deve estar em
conformidade com a norma DIN 18540 [37].
No ponto 6.3.3.2, é referido que o número e o tipo de juntas de movimento em revestimentos de
paredes tem que ser decidido com base na estimativa das cargas resultantes de variações de
temperatura e humidade que se esperam. A amplitude da temperatura é o fator decisivo para a
distância entre juntas intermédias/de esquartelamento. A norma DIN 18515, Parte 1, indica que, se
não houver uma análise detalhada, se deve introduzir juntas de juntas intermédias/de
esquartelamento horizontais com uma distância máxima de 3 m, localizadas na parte inferior da laje, e
juntas verticais com intervalos mínimos de 6 m. Devem também ser contempladas juntas perimetrais
nos cantos internos e externos da fachada.
As juntas entre o ladrilho cerâmico e materiais adjacentes com diferentes coeficientes de dilatação,
como por exemplo caixilhos de alumínio, superfícies em betão, madeira, metal e componentes em
plástico, devem ser permanentemente elásticas, com uma largura mínima de 10 mm.
18
A norma DIN 18515, Parte 1, refere que os ladrilhos apenas podem ser aplicados, quando as
temperaturas dos materiais usados e da área de trabalho não forem inferiores a +5 °C.
2.2.3 O modelo francês
Em França, existe a norma NF DTU 52.2 que é dividida em cinco partes (Quadro 2.8).
Quadro 2.8. – Norma francesa NF DTU 52.2 - Pose collée des revêtements céramiques et assimiles pierres naturelles
Norma
Descrição
NF DTU 52.2 P1-1-1 [42]
Cahier des clauses techniques types pour les murs intérieurs
NF DTU 52.2 P1-1-2 [14]
Cahier des clauses techniques types pour les murs extérieurs
NF DTU 52.2 P1-1-3 [43]
Cahier des clauses techniques types pour les sols intérieurs et extérieurs
NF DTU 52.2 P 1-2 [44]
Critères généraux de choix des matériaux
NF DTU 52.2 P2 [45]
Cahier des clauses spéciales
O caderno de cláusulas técnicas, seção 1-1-2, sobre a aplicação de revestimentos colados a paredes
exteriores [14], é aplicável a construções em áreas em altitudes abaixo de 900 m, em regiões
climáticas ou naturais francesas, incluindo clima tropical húmido (Guadalupe, Martinica, Guiana
Francesa e Reunião).
A norma francesa NF DTU 52.2 P1-1-2 é estruturada em 9 secções: (1) Âmbito de aplicação; (2)
Referências normativas; (3) Termos e definições; (4) Materiais; (5) Dados relevantes; (6) Suportes; (7)
Aplicação; (8) Disposições relativas a juntas e pontos singulares; (9) Tolerâncias; Bibliografia.
A norma refere que o suporte deve apresentar as seguintes características:
- planeza: as tolerâncias de planeza são de 5 mm em relação a uma régua retilínea com 2 m de
comprimento e de 2 mm em relação a uma régua retilínea com 0,20 m de comprimento;
- a superfície do suporte no momento da aplicação deve estar própria e coesa;
- o suporte não deve apresentar humidade.
Os produtos de revestimento de colagem de acordo com a altura dos suportes são definidos no
Quadro 2.9. A descrição do produto de ligação é definida na NF DTU 52.2 P1-2 [44] (CGM).
No ponto 2.6.1. do Manual da APICER de 2003 [2], (Revestimento colado em fachada, p. 139) é
apresentado um quadro relativo às classes de cimento-cola recomendados para o assentamento de
ladrilhos cerâmicos em fachadas e uma figura (2.6.1) sobre proteção superior de fachadas revestidas
com ladrilhos cerâmicos baseados no Cahier 3266 do CSTB [46].
Mais recentemente, em 2009, a norma NF DTU 52.2 P1-1-2 [14] incluiu a alteração desse quadro para
ladrilhos com absorção de água inferior a 0,5%, aplicados em fachadas, com altura inferior a 6 m:
antes recomendava-se cimento-cola do tipo C2 e agora recomenda-se cimento-cola do tipo C2 S1/S2.
Esta norma altera também a figura 2.6.1. [2], aumentando a distância mínima da pingadeira “d” de 20
19
para 25 mm e aumentando a distância mínima “d” na figura do capeamento de 25 para 30 mm. (ver
Quadro 2.9. e Figuras 2.5. e 2.6.)
Quadro 2.9. - Limitação da aplicação de material de colagem em função da altura da fachada e da área
de superfície dos elementos a revestir (adaptado de [14])
Elementos de revestimento a colar
Natureza do ladrilho
Superfície (cm ²)
Mosaico em pasta de vidro ou
S ≤ 120
porcelânico
Plaquetas murais em terra cota
S ≤ 231
Azulejos em terra cota
S ≤ 300 (15 x 15)
300 < S ≤ 900
• Ladrilhos extrudidos ou prensados,
(absorção de água superior a 0,5%)
excluindo ladrilhos BIa
• Pedra natural com porosidade > 2%
• Ladrilhos plenamente vitrificados BIa
(absorção de água inferior a 0,5%)
• Pedra natural com porosidade = 2%
S ≤ 2000 (40 x 40)
2000 < S < 3600
Altura da fachada (H)
H=6
H=28 m
C2-S1/S2*
C2-S1/S2*
C2-S1/S2*
C2-S1/S2*
C2-S1/S2*
C2-S1/S2*
S ≤ 2000 (40 x 40)
C2-S1/S2*
Nota: *Na versão original, aparece o termo “C2-S1/S2 Façade”.
Legenda: Instalação colada permitida
Instalação colada não permitida
Na secção 7, Aplicação, este documento faz uma advertência em relação à utilização de ladrilhos com
cores escuras nas fachadas.
A Figura 2.4 procura demonstrar que, em certos casos, a escolha de ladrilhos coloridos escuros com
coeficiente de absorção α > 0,7 é desaconselhada. Quando os ladrilhos coloridos são escuros, o
coeficiente de absorção de luz solar (α) é: α > 0,7 para ladrilhos cerâmicos; α > 0,9 para as plaquetas
de argila. Em todos os casos, estes ladrilhos devem ser colados com cola com classificação C2S1
segundo a norma NF EN 12004:2008 [47].
Legenda:
(1) Fachada orientada de oeste a sudeste: são
admitidas todas as cores
(2) Fachada exposta ao sol de Sudeste a Oeste
aplicação exclui cores escuras α > 0,7 (0,9 para
plaquetas de argila), salvo casos particulares (a)
(3) Fachada exposta ao sol de Sudeste a Oeste são
admitidas todas as cores
(a)
- Paramentos recuados em relação ao limite do
edifício como terraços e varandas;
- Pontos singulares das fachadas, tais como
enquadramentos de vãos ou cornijas;
- Faixas decorativas desde que não excedam
50 cm e não representam mais do que 20% da fachada."
Figura 2.4. – Coeficiente de absorção solar da fachada, adaptado a partir de [46]
Na secção 8, são expostas disposições relativas a pontos singulares como os coroamentos, ângulos
reentrantes e salientes e às juntas de movimento que englobam as juntas estruturais e juntas de
fracionamento.
20
As juntas entre ladrilhos devem respeitar as juntas estruturais do suporte. As juntas de fracionamento
complementares às juntas estruturais devem estar posicionadas de forma a delimitar áreas sem juntas
de área não superior a 60 m2.
No topo das superfícies de fachada revestidas com ladrilhos cerâmicos, deverá existir uma proteção
com pingadeira adequada, conforme se exemplifica nas Figuras 2.5 e 2.6 que fazem parte da norma
NF DTU 52.2 P1-1-2. [14].
Legenda:
1-
Vazio
ou
material
flexível
com
5
milímetros de espessura mínima D > 25 mm
2- Presilha de fixação; 3- Chapa metálica
4 – Capeamento de proteção fixo por
presilhas, garantindo a estanqueidade à
água ao nível das fixações, seja pela
aplicação de parafusos com anilhas
vedantes, seja pela aplicação de presilhas
de fixação sobre as quais é acoplado o
capeamento, por clipagem.
Figura 2.5. – Parapeito [14]
Figura 2.6. – Coroamento [14]
d = 30 mm; r = 50 mm
2.2.4 O modelo italiano
Em Junho de 2013, foi introduzida em Itália uma norma técnica relativa ao projeto, aplicação e
manutenção de ladrilhos cerâmicos (UNI 11493 - Piastrellature ceramiche a pavimento e a parete
Istruzioni per la progettazione, l'installazione e la manutenzione). A norma aplica-se aos ladrilhos
de cerâmica em pavimentos e em paredes interior e exterior, aplicados principalmente com adesivos,
mas também com argamassa de cimento.
Esta norma é um marco importante no setor, uma vez que introduz um nível normativo dos conceitos
fundamentais para alcançar revestimentos cerâmicos duráveis. Estes conceitos, até agora conhecidos
apenas por especialistas na área, estão agora regulamentados a nível nacional e podem ser usados
tanto a nível das especificações de projeto como na prática, o que representa uma linguagem comum
para todos intervenientes interessados, em especial, os consumidores finais.
A norma italiana UNI 11493 [15] é estruturada em 9 secções: Índice; Introdução; (1) Âmbito e campo
de aplicação; (2) Referências normativas; (3) Termos e definições; (4) Operadores; (5) Características
e requisitos do ladrilho cerâmico; (6) Materiais; (7) Projeto; (8) Aplicação; (9) Manutenção; Apêndice A
– Intercâmbio de informação e ficha técnica de verificação; Apêndice B – Classificação e análise das
condições de exercício; Apêndice C – Características do suporte do revestimento; Apêndice D –
Esquema para a seleção e especificação do tipo de adesivo, em função dos dados de projeto e das
peças selecionadas.
Esta norma define o padrão de qualidade dos revestimentos cerâmicos com base na conformidade
com os requisitos gerais de: regularidade; durabilidade; facilidade de manutenção; segurança e
sustentabilidade. O cumprimento destes requisitos deve ser alcançado com a contribuição de todos os
intervenientes envolvidos na conceção, aplicação, uso e manutenção dos revestimentos cerâmicos.
As suas responsabilidades são claramente definidas dentro da norma (cliente, projetista, instalador,
fabricante de vários materiais, fornecedores de materiais diferentes).
21
A largura das juntas deve ser estabelecida no projeto, considerando os seguintes aspetos:
• tipo de ladrilhos (prensado / extrudido, ajustado / não ajustados);
• tamanho dos ladrilhos;
• tolerâncias dimensionais requeridas para os ladrilhos;
• coeficiente de dilatação térmica dos materiais que constituem os ladrilhos;
• propriedades mecânicas (deformabilidade / módulo de elasticidade) de materiais de instalação
(adesivo, material de argamassa);
• localização e posicionamento das juntas;
• propriedades mecânicas (rigidez, estabilidade dimensional) do suporte;
• ambiente de destino: condições (interior / exterior) e de funcionamento previstas.
A título indicativo, nas especificações de desenho, a largura das juntas pode variar de 6 a 8 mm –
ladrilhos obtidos por prensagem, com boa regularidade dimensionais, em ambientes exteriores.
A norma UNI 11493 também introduziu elementos relevantes, tais como:
• a largura mínima das juntas: a aplicação "sem junta" deixa de ser permitida. A largura das juntas
deve ser estabelecida no projeto, considerando todos os aspetos necessários e em nenhum caso
pode ser prescrita ou adotada uma largura da junta menor do que 2 mm;
• a definição e exigências relativas às juntas (estruturais, fracionamento, dilatação e perimetrais);
• o cuidado com pontos singulares (degraus, superfícies ao ar livre em contato com o chão, fachadas,
entre outros):
• o conceito e definição da aplicação da cola com a técnica de "colagem dupla", quando necessário;
• as características mínimas do substrato sobre o qual é esperado que a aplicação subsequente de
um revestimento cerâmico em relação às tensões de cada espécie que a superfície vai ser submetida;
• a seleção e especificação da cola de acordo com os dados do projeto;
• a adoção de uma fixação mecânica adequada de segurança, no caso de ladrilhos com tamanho
superior a 30 x 30 cm.
No ponto 7.1.3.7., “Facciate”, dedicado às fachadas, a norma UNI 11493 identifica os ladrilhos
aplicados no exterior como da classe R.4 - Parede exterior (Quadro 2.11). Ao considerar tanto os
riscos de segurança associados a destacamentos, como o nível particularmente elevado de tensões
induzidas por variações termo higrométricas, são especificadas nas fachadas as seguintes medidas
adicionais:
- o suporte deve ter uma resistência à tração coesiva, e a adesão à camada de suporte subjacente,
não inferior a 1 N/mm2;
- o suporte deve possuir robusteza superficial correspondente à classe AA conforme Quadro 2.10.;
- no caso de substratos de alvenaria de tijolo, blocos leves, etc., não é permitida a aplicação direta de
revestimentos cerâmicos, mas exige-se a colocação de argamassas em conformidade com os
requisitos da norma;
- a imposição de um revestimento prévio, em princípio, não é recomendada, a menos que
especificada pelo projetista;
- no caso de suportes que não estejam em conformidade com os requisitos da norma, a argamassa
de regularização é reforçada pela interposição de uma rede metálica ou em fibra ligada ao suporte;
22
- no caso de ladrilhos com o lado maior superior a 30 cm, é prescrita a dupla colagem, a fim de
assegurar o
pleno assentamento. No entanto, a mesma medida, também é recomendada para
ladrilhos com tamanhos menores;
- no caso de ladrilhos com a aresta maior superior a 30 cm, deve ser avaliada pelo projetista a
necessidade de prescrever a adoção de uma adequada fixação mecânica de segurança (por exemplo,
constituída por ganchos de aço fixos no suporte), tendo em conta as condições de exposição
específicas, a qualidade do suporte e a conceção e instalação (dimensões das juntas, juntas de
dilatação, rede, etc.);
-para os sistemas de revestimento cerâmico no exterior realizados com diversas técnicas inovadoras,
devem ser seguidas as orientações e instruções do fabricante.
Quadro 2.10. - Classificação da robustez superficial do suporte para pavimentos e paredes (Tabela 5, ponto 7.3.4 UNI
11493; adaptado a partir de [15])
Classe de robustez
superficial
B
M
A
AA
Nível de resistência
superficial
Baixa
Media
Alta
Muito alta
Valor de resistência R (N/mm2) - esforço paralelo ao substrato
(medido de acordo com a norma UNI 10827)
< 0,4
0,4 ≤ R < 0,8
0,8 ≤ R < 1,2
≥ 1,2
O Quadro 2.11. faz uma análise do ambiente de destino segundo esta norma italiana.
Quadro 2.11. – Ladrilhos em parede: análise das solicitações e exigência para os diversos ambientes de destino
(Anexo B, extrato Tabela B.2, UNI 11493 [15])
Ambiente de
destino
R.4
Parede
exterior
R.4.1.
Descrição
Tensões
Mecânica e
química
superficial
A
Mecânica
Parede exterior
em geral
A-AA
Termo
higrométrica
Exigência
A-AA
Segurança (risco de
destacamento)
No ponto 7.11.1, as juntas são classificadas em juntas estruturais, juntas de fracionamento, juntas de
dilatação e juntas perimetrais:
• as juntas estruturais (“Giunti strutturali “ - Figura 2.7) do revestimento devem ser posicionadas em
correspondência com as juntas estruturais do suporte, em toda a sua espessura. A largura das juntas
estruturais deve ter em conta que as juntas são correspondentes a juntas na estrutura;
• as juntas de fracionamento (“Giunti di frazionamento“ - Figura 2.8.) são aplicáveis no caso de
ladrilhos cerâmicos de extensão significativa, em relação ao tipo de suporte e do ambiente de destino.
São feitas, geralmente, por corte até a uma profundidade de, pelo menos, um terço da espessura,
sem afetar a rede electrossoldada, se estiver presente. A localização e o posicionamento devem ser
especificados considerando em conjunto os aspetos técnicos do sistema e da função arquitetónica e
decorativa do ladrilho. Em princípio, as juntas de fracionamento devem subdividir a superfície em
malhas quadradas ou retangulares, mas com uma relação de lados que não é maior do que 1,5.
Como orientação, a malha pode ter as seguintes dimensões: ambiente interior: 5 m x 5 m a 6 m x 4 m;
ambiente exterior: 3 m x 3 m a 4 m x 2,5 m. As juntas de fracionamento devem corresponder e estar
contínuas com as juntas dos ladrilhos. No caso em que, pelo tamanho dos ladrilhos especificados,
esta continuidade não possa ser assegurada de um outro modo, é necessário proceder ao corte dos
23
ladrilhos. Quando possível, é conveniente traçar a configuração das juntas de fracionamento, uma vez
estabelecido o tamanho dos ladrilhos e a sub-base;
Figura 2.7. – UNI 11493:2013 - Esquema de junta
Figura 2.8. – UNI 11493:2013 - Esquema de junta de
estrutural [15]
fracionamento [15]
• as juntas de dilatação (“Giunti di dilatazione“ - Figura 2.9.), ou de movimento, devem ser preparadas
de antemão para dividir o revestimento cerâmico. Em princípio, as juntas de dilatação devem
subdividir a superfície em malhas quadradas ou retangulares, mas com uma relação de lados não
maior do que 1,5. Como orientação, a malha pode ter as seguintes dimensões: ambiente interior: 5 m
x 5 m a 6 m x 4 m; ambiente exterior: 3 m x 3 m a 4 m x 2,5 m. A localização e o posicionamento
devem ser estabelecidos, mesmo neste caso, tendo em conta os aspetos técnicos do sistema do
revestimento cerâmico e as funções arquitetónicas e estéticas das juntas.
As juntas de fracionamento acima prescritas também têm, obviamente, a função de junta de dilatação.
Daqui resulta que a configuração das juntas de dilatação acima especificada deve integrar e incluir
qualquer junta de fracionamento.
Quanto à constituição, o material de preenchimento da junta deve aderir apenas às paredes, e não ao
fundo da junta. Para assegurar tal condição, pode-se recorrer à aplicação de uma fita de papel no
fundo, antes de se proceder ao preenchimento da junta.
• as juntas perimetrais (“Giunti perimetrali“ - Figura 2.10.) devem ser predispostas - de acordo com a
definição - no perímetro dos ladrilhos, onde o revestimento faz fronteira com outras superfícies em
qualquer orientação.
Figura 2.9. – UNI 11493:2013 - Esquema de junta de
Figura 2.10. – UNI 11493:2013 - Esquema de junta
dilatação [15]
perimetral [15]
No ponto 7.11.2., Dimensionamento, refere-se que o parâmetro de dimensionamento é a largura da
junta. A largura das juntas estruturais sobre os ladrilhos, como mencionado, deve ter em conta a
largura correspondente na estrutura. De modo semelhante, a largura das juntas de fracionamento
deve ser especificada em função da largura das juntas no suporte. Quanto às juntas de dilatação e
juntas perimetrais, a largura deve ser especificada tendo em conta os diferentes dados de projeto
(ambiente de destino e as condições de funcionamento; características do suporte), e também das
escolhas de desenho feitas contextualmente, tais como: tipo e formato do ladrilho; projeto da
configuração dos ladrilhos na superfície; tipo e as propriedades do adesivo e do material para juntas;
posicionamento das juntas. Indicativamente, a largura das juntas em causa pode ter 5 mm ou entre 10
e 12 mm (valores menores são, obviamente, considerados para situações previsivelmente menos
24
onerosas). No ponto 7.11.3., Constituição das juntas, as juntas, para a função específica que têm de
realizar, são como uma "câmara-de-ar ambiente" selada com um material deformável, que deve estar
de acordo com as diferentes funções. As juntas dos ladrilhos que são expostas a altas tensões
mecânicas e tráfego pesado devem ser reforçadas com perfis metálicos colocados nas extremidades
do ladrilho adjacente (Figura 2.7). As juntas podem ser pré-fabricadas ou ser executas em obra.
No Quadro 2.12., são apresentados requisitos da cola para ladrilhos aplicados em paredes exteriores.
Quadro 2.12. – Requisitos da cola para ladrilhos – Ambiente de destino R4
(Anexo B, extrato Prospeto D.7., UNI 11493, adaptado de [15])
Prescrição da cola (“adesivi”) (Classe segundo a UNI EN 12004)
Ambiente de destino
Referência Ladrilho – Absorção de água (segundo UNI EN 14411) e
do reboco
comprimento do lado maior (cm)
(adesão
R4 – Parede exterior*
AA≤3% E AA>3%
ao
≤ 30
≤ 60
≤ 90
≤ 120
 1
suporte)
Reboco de cal / cimento sem
aquecimento
Argamassa em obra
Tipo de
suporte
≥ 1 N/mm2
C2
C2C2S1/S2
C2C2S1/S2
C2C2S1/S2
R1
C2
Argamassa pré-fabricada
C2
Ladrilho / mosaico / pedra préexistente
Impermeabilização – Membrana em
rolo
Impermeabilização
–
Produto
líquido não cimentício (DM,RM)
Impermeabilização
–
Produto
líquido cimentício (CM)
Painel com base de cimento /
fibrocimento 1)
Superfície de metal pré-existente
C2
C2C2S1/S2
C2C2S1/S2
C2S1/S2
C2S1/S2
C2S1/S2
C2S1/S2
R2
Dada a variedade de casos de estudos, dever-se-á
recorrer às especificações dos fabricantes
Dada a variedade de casos de estudos, dever-se-á
recorrer às especificações dos fabricantes
C2
C2
C2
C2
C2C2S1/S2
R1-R2
C2S1/S2
R2
Legenda
Sigla cola
Prever cola ou sistema que garanta o contacto pleno (por exemplo, dupla colagem)
É necessário dimensionar a junta em função do módulo elástico do material de
preenchimento da junta e da configuração da junta de dilatação
Aplicação excluída a não ser que seja especificada de outra forma
Nota
1)
Prévia aplicação de primário idóneo a não ser que seja especificada de outra forma
Parede (R): superfície vertical ou inclinada “não pedonal”
A norma refere no ponto D.1.2. algumas prescrições gerais:
• em clima quente ou ventoso, é aconselhável utilizar cimentos-cola com características opcionais E
(cola com tempo de abertura alargado);
• as classes C1 e C2 podem ser substituídas por classes C1F e C2F (F = cola de presa rápida), se for
justificado pela necessidade de colocar em serviço ou em condições ambientais particulares (clima
frio);
• a indicação C2S1/S2 indica que os dados de projeto tomados em consideração não são suficientes
para selecionar entre as duas classes de deformação transversal;
• no caso de aplicação em parede de cima para baixo ou em diagonal, é aconselhável a utilização de
colas com o recurso opcional T (T = Cola com deslizamento vertical reduzido - resistência ao
deslizamento vertical).
25
2.2.5
O modelo britânico
No Reino Unido, a caracterização dos suportes, dos materiais e das técnicas de aplicação dos
revestimentos rígidos modulares (ladrilhos cerâmicos, pedra natural e mosaico) minerais está
organizada na norma BS 5385 em cinco partes (Quadro 2.13).
Quadro 2.13. – Norma britânica BS5385-Wall and floor tiling
Norma
BS5385 - Part 1 [49]
BS5385 - Part 2 [16]
BS5385 - Part 3 [50]
BS5385 - Part 4 [51]
BS5385 - Part 5 [52]
Descrição
Code of practice for the design and installation of internal ceramic wall tiling and mosaics in normal
conditions
Code of practice for the design and installation of external ceramic wall tiling and mosaics
(including terracotta and faience tiles)
Code of practice for the design and installation of ceramic floor tiles and mosaics
Code of practice for ceramic tiling and mosaics in specific conditions
Code of practice for the design and installation of terrazzo tile and slab, natural stone and
composition block floorings
Considerando que existem códigos distintos para o desenho do ladrilho para paredes interiores e
exteriores, existe apenas um código de boas práticas (parte 3) para os pavimentos. No Reino Unido,
as condições climatéricas de inverno, com uma precipitação muito elevada, são das mais rigorosas da
Europa. Como resultado, tem-se especial cuidado no desenho e aplicação dos ladrilhos cerâmicos em
paredes exteriores.
Existe ainda a norma BS 8000 [53], dedicada à mão de obra no local da construção, BS 8000-11.1,
Workmanship on building sites – Part 11: Code of practice for wall and floor tiling – Section 11.1:
Ceramic tiles, terrazzo tiles and mosaics. Na parte 11 da BS 8000, apresenta-se um código
deontológico dedicado à aplicação de revestimentos e pavimentos (ladrilhos cerâmicos e pedra
natural). Esta norma fornece informações que direcionam o trabalho do dia-a-dia no local da obra com
instruções específicas e explicações sintéticas.
O Reino Unido dispõe de outras normas sobre material de colagem (BS 6213 [54]), substratos
exteriores (emboço argamassado) (BS EN 13914-1 [55]), entre outros, o que constituem um conjunto
de normas sobre as técnicas e materiais rígidos modulares aplicados por aderência.
A norma britânica BS 5385, na sua parte 2 [16], constitui o código da prática para o projeto e
instalação de revestimentos cerâmicos e mosaico (incluindo terracota e azulejo). Esta norma britânica
destaca-se por apresentar uma estrutura complexa e por ter sido utilizada como referência em outros
países na preparação das suas normas [1]. Esta norma é estruturada em 21 secções: Prefácio; (1)
Âmbito; (2) Referências normativas; (3) Termos e definições; (4) Intercâmbio de informações e
calendarização da obra (“Exchange of information and time schedule”); (5) Materiais; (6) Projeto
(“Design”); (7) Suportes (“Backgrounds”); (8) Preparação dos suportes; (9) Reboco (“Ciment :sand
rendering”); (10) Juntas de movimento (“Movement joints”); (11) Aplicação de ladrilhos: métodos e
materiais; (12) Aplicação de colas (“Bedding in adhesives”); (13) Tratamento da juntas entre ladrilhos
(“Tile joint treatment”); (14) Aplicação dos mosaicos: métodos e materiais; (15) Delineamento dos
trabalhos de corte dos mosaicos (“Setting out”); (16) Preparação dos mosaicos(“Preparation of
mosaics”); (17) Métodos de assentamento para mosaicos (“Bedding methods for mosaics”);
(18)Aplicação dos mosaicos; (19) Material de preenchimento das juntas dos mosaicos (“Grouting of
mosaics”); (20) Mosaicos de vidro (“Glass mosaics”); (21) Limpeza e manutenção (“Cleaning and
maintenance”).
26
Na secção 6, a norma BS 5385-2 [16] inclui um capítulo dedicado ao desenho (projeto) e uma ampla
referência ao intercâmbio da informação, para mencionar as características relevantes [porosidade e
absorção, coesão, movimentos higrotérmicas, agentes químicos, poluição, degradação física e
sustentabilidade] assim como os tipos de suporte e a sua descrição em cada caso, com uma
recomendação final sobre os materiais (e, indiretamente, a técnica) para a aplicação dos ladrilhos
cerâmicos.
Na Figura 2.11., é apresentado em detalhe o sistema construtivo de revestimentos cerâmico aderente
que faz parte da norma BS 5385, parte 2 [16].
Legenda:
1- Adesivo (“Adhesive bed”)
2- Reforço opcional (“Reinforcement (optional”)
3- Reboco (“Cement:sand rendering”)
4- Fixação mecânica ( “Fixing” )
5- Ladrilho (“Tile or tesserae”)
6- Junta (“Joint”)
7- Material de preenchimeno (“Grout”)
8- Parede estrutural (“Structural Wall”)
Figura 2.11. – BS 5385-2:2006 - Detalhe do sistema construtivo de revestimento cerâmico aderente [16]
O ponto 4.1., Intercâmbio das informações, refere que os desenhos e especificações de trabalho
devem ser preparados com detalhe suficiente para permitir a devida orientação na conceção e
execução do trabalho. Na fase de apresentação de propostas, as seguintes informações devem ser
procuradas e documentadas:
a) Obra - localização e vias de acesso;
b) Edifício - natureza do edifício e particularidades potencialmente prejudiciais para que a instalação
possa ser submetida em serviço (por exemplo, limpeza mecânica);
c) Parede(s) - tipo e idade da construção, localização, altura, tipo e precisão dos suportes e
necessidade de substrato intermédio ou sistemas de fixação mecânicos especiais;
d) Trabalho associado - elementos incorporados ou que passem pelas paredes, rodapés e pilares,
cruzamentos com outros acabamentos adjacentes;
e) Acabamentos - tipo(s) de ladrilhos, material de assentamento e de preenchimento das juntas e
requisitos necessários de planeza da superfície;
f) Contrato - se o trabalho é para ser concluído em qualquer ordem específica ou por partes.
g) Saúde e segurança - informações sobre os artigos e substâncias para uso durante o trabalho
suscetíveis de serem um risco para a saúde;
h) Cronograma - calendarização da obra;
i) Ensaios - detalhes de qualquer ensaio de aderência necessário.
A norma britânica BS 5385, na parte 2, no ponto 5.2., especifica que os ladrilhos cerâmicos para uso
externo, acima da altura do primeiro andar, devem ser da Classe BIa. A superfície do ladrilho não deve
ter uma área maior do que 0,1 m2 a menos que a fixação seja garantida por meios mecânicos. Os
ladrilhos cerâmicos para utilização no exterior até à altura do primeiro andar devem ter absorção de
27
água de não mais do que 3% (ladrilhos extrudido tipo AI ou ladrilhos prensados a seco do tipo BIa e
BIb). Antes de escolher um determinado tipo de ladrilho, devem ser obtidos conselhos a partir do
fornecedor sobre a sua adequação. Esta norma faz outras considerações sobre os materiais
utilizados:
• fita auto-adesiva (“Bond-breaker tape”) - é uma fita auto-adesiva, geralmente de polietileno ou de
politetrafluoretileno (PTFE) utilizada para prevenir a aderência da argamassa das juntas ao substrato;
• os limitadores de profundidade (“back-up materials”) são materiais compressíveis e devem ser de
um material ao qual o vedante não adere ou que possa ser coberto com uma fita auto-adesiva para
impedir a adesão;
• o limitador de profundidade na parte inferior da junta deve ser compatível com o vedante utilizado,
para poder recuperar após a compressão, e deve apoiar o vedante. Não deve transpirar produtos
betuminosos ou oleosos e não deve absorver quantidades excessivas de humidade. Em particular, a
sua compressibilidade deve ser tal que, quando a junta fecha o vedante, este não é forçado a sair. Os
materiais adequados incluem borracha de célula fechada (“closed cell cellular rubber”) e polímeros,
como o polietileno celular, algumas placas de fibras, placas de cortiça ou cabos sintéticos de cerâmica
(“synthetic ceramic cords”). Os limitadores de profundidade (“Back-up materiais”) estão disponíveis em
forma de folha e tira cabo, numa gama variada de tamanhos;
• reforço em rede de metal distendido para cimento: reforço de metal (deve ser de arame de aço
inoxidável austenítico em conformidade com a BS 4483). O fio deve ser de 2,5 mm de diâmetro
soldado em malha de aproximadamente 50 x 50 mm. As fixações devem ser de aço inoxidável
austenítico. O tipo de fixação depende do suporte. O reforço galvanizado, como recomendado no BS
5385-1, não deve ser utilizado no exterior, exceto onde pode ser adequado para pequenas áreas em
locais abrigados.
No ponto 6.3.3., Conceção de juntas, refere-se que a largura ideal para juntas entre os azulejos é
influenciada pelas variações do tamanho do ladrilho e a profundidade da junta necessária. A largura
da junta dos ladrilhos extrudidos deve geralmente ser de 8 a 10 mm, podendo a junta ser menor nos
ladrilhos prensados, dependendo da tolerância de tamanho, mas não mais estreita do que 3 mm. A
largura da junta nominal selecionada deve permitir alguns ajustes durante a fixação, de modo a que
as variações da largura da junta, necessária para acomodar as tolerâncias dimensionais do ladrilho,
não sejam demasiado evidentes no acabamento do ladrilho. As juntas devem ser suficientemente
largas para permitir que a argamassa possa ser inserida, sem muita dificuldade, para a profundidade
das juntas e, assim, alcançar juntas sólidas, tanto quanto possível, sem espaços vazios ou cavidades
onde a água poderia penetrar.
Nas Figuras 2.12. e 2.13., é representado em corte e em planta, respetivamente, o posicionamento da
junta de movimento em edifícios com estrutura de betão e com alvenaria de tijolo. Na Figura 2.14., é
representada uma axonometria e um pormenor do posicionamento da junta de movimento em
edifícios com estrutura de betão e com alvenaria de tijolo.
28
Figura 2.13. - Planta - Posicionamento da junta de movimento em
edifícios com estrutura de betão e com alvenaria de tijolo [56]
Figura 2.12. - Corte - Posicionamento da junta
de movimento em edifícios com estrutura de
Legenda: 1 - selante; 2 - ladrilho cerâmico; 3 - cimento cola ou
betão e com alvenaria de tijolo [56]
argamassa; 4 - alvenaria de tijolo; 5 - laje de betão; 6 - pilar
Legenda:
1 - argamassa das juntas;
2 - alvenaria de tijolo; 3 - fita
auto-adesiva (“Back-up strip”);
4 - laje em betão; 5 - cimento
cola ; 6 - material de
enchimento; 7 - ladrilho;
8 - argamassa de emboço;
9 - camada de assentamento
(“Adhesive bed”)
Figura 2.14. - Posicionamento da junta de movimento em edifícios com estrutura de betão com alvenaria de tijolo [16]
Nas Figuras 2.15 a 2.18 [16], são apresentados detalhes de juntas em revestimentos cerâmicos
exteriores de fachada.
Legenda:
1 - ladrilho; 2 - cimento cola ou
argamassa; 3 – material de
enchimento (“Joint filler board”);
4 – material de preenchimento
da junta; 5 – limitador de
profundidade em material
flexível (“back-up strip”);
6 - emboço; 7 - parede
estrutural; 8 - fita auto-adesiva
(“Bond-breaker tape”); 9 - vazio
Figura 2.15. - BS 5385-2:2006 Junta do
Figura 2.16. - BS 5385-2:2006 - Junta do
revestimento cerâmico alinhada com a
revestimento cerâmico alinhada com a junta
junta estrutural [16]
estrutural (fixação direta) [16]
29
Legenda:
1 - ladrilho; 2 - cimento cola ou
argamassa; 3 – material de
enchimento (“Joint filler board”);
4 – material de preenchimento
da junta; 5 – limitador de
profundidade em material
flexível (“back-up strip”);
6 - emboço; 7 - parede
estrutural; 8 - fita auto-adesiva
(“Bond-breaker tape”); 9 - vazio
Figura 2.17. - BS 5385-2:2006 - Junta
Figura 2.18. - BS 5385-2:2006 - Junta não
estrutural aberta [16]
estrutural [16]
A norma BS 5385-2 apresenta no ponto 10.2. algumas regras genéricas para a localização das juntas
a serem consideradas pelo projetista:
• embora as juntas estruturais sejam isoladas por material limitador da profundidade da junta (“backup material”), as juntas das sucessivas camadas até ao nível do revestimento cerâmico devem ser
coincidentes e contínuas com as juntas estruturais existentes;
• quando os ladrilhos são aplicados a um substrato intermédio, as juntas de fracionamento devem
estender-se através do substrato intermédio;
• quando os suportes são coesos e estáveis, as juntas não-estruturais do revestimento cerâmico,
devem estender-se apenas através do ladrilhos e a sua camada de assentamento e ter um mínimo de
6 mm de largura;
• sobre juntas estruturais preexistentes; as juntas de movimento previstas para a estrutura, reboco e
alvenaria devem ser prolongadas e as suas dimensões mantidas até à camada de revestimento. Os
materiais de preenchimento devem atender aos requisitos de desempenho para as movimentações
previstas;
• em locais em que haja o encontro de revestimentos produzidos com materiais distintos;
• nos ângulos verticais externos, podendo ser posicionadas a uma distância entre 0,25 e 1 m a partir
da mudança de plano do revestimento;
• nas junções entre diferentes tipos de materiais no suporte, quando o revestimento cerâmico for
contínuo sobre a junta;
• juntas horizontais a cada pavimento, coincidindo com o fundo da laje ou da viga (na parte superior e
na parte inferior da laje ou na borda da viga), ou seja, na fronteira entre a alvenaria e a estrutura;
• juntas verticais afastadas entre 3 a 4,5 m, em quinas internas e em todas as junções entre alvenaria
e pilares.
Todas as juntas devem ter uma secção retangular, em linha reta, bordos lisos, livres de
irregularidades. As relações de largura: profundidade e dimensões do material de preenchimento da
junta, devem atender às recomendações do fabricante do material de preenchimento da junta.
Quando se formam as juntas, é útil inserir uma fita-adesiva para assegurar a limpeza das faces
laterais da junta e removê-la somente quando o assentamento do revestimento é suficientemente
30
firme. Deve-se ter cuidados para evitar que a argamassa ou outros materiais fiquem presos na
cavidade da junta, uma vez que estes impedem a aplicação adequada do limitador da junta e do
material flexível de preenchimento da junta.
A norma BS 5385-2 apresenta ainda, no ponto 10.4., algumas regras para a aplicação do material de
preenchimento das juntas:
• na maioria dos casos, o vedante flexível não deve ser aplicado até os espaços das juntas estarem
bem limpos e secos, mas estão disponíveis matérias flexíveis especiais, que podem ser aplicados na
presença de humidade;
• de preferência, as juntas devem ser protegidas contra a penetração de corpos estranhos. Podem ser
cobertas, por exemplo, por uma fita adesiva ou sarrafo, mas, quando a humidade ou os solventes
estão presentes na camada de assentamento ou no suporte, as juntas devem ser deixadas expostas
até que toda a humidade e os solventes sejam dissipados. Espaços das juntas descobertos podem
recolher substâncias nocivas e devem ser cuidadosamente limpos antes da selagem.
A norma BS 5385-2 apresenta, no ponto 10.5., algumas regras para a aplicação dos limitadores de
profundidade (“back-up materials”):
• do ponto de vista funcional e económico, os materiais compressíveis limitadores de profundidade
devem ser incorporados no conjunto para alcançar a profundidade requerida do material flexível das
juntas. O material flexível das juntas deve ser aplicado e devem ser utilizadas ferramentas para
garantir a aderência e acabamento superficial adequados;
• os materiais flexíveis das juntas devem ser ligados apenas às faces opostas da abertura, permitindo
que o vedante possa esticar ou comprimir livremente quando submetido a movimento. Se o vedante
for ligado a uma terceira superfície, na parte de trás do conjunto, inibe a acomodação de movimento e
aumenta a pressão sobre a junta e a probabilidade de falha do material flexível das juntas;
• quando a profundidade da junta é insuficiente para acomodar um material compressível limitador de
profundidade, deve ser aplicada uma fita adesiva, na parte inferior da junta para melhorar o
desempenho do conjunto;
• o material de enchimento deve ser colocado de forma a permitir a adequada profundidade de
aplicação do material flexível das juntas, devendo a profundidade mínima ser de 6 mm.
No ponto 6.1., esta norma refere que, na fase inicial de conceção dos revestimentos cerâmicos
aplicados em paredes exteriores, deve-se ter em consideração:
a) o tipo, tamanho e cor do ladrilho;
b) o tipo e dimensão das juntas;
c) o tipo, altura e idade do suporte;
d) o método e materiais a serem utilizados para o assentamento;
e) a posição e requisitos para as juntas de movimento.
No ponto 6.3.4., “Waterproofing details and external features”, é referido que os detalhes em pontos
singulares devem ser projetados de forma a proteger os ladrilhos em situações onde pode ficar
vulnerável à penetração de água ou descoloração pela deposição de sujidades. Esta proteção deverá
impedir a entrada de água pelo tardoz do ladrilho. Pingadeiras e remates que cubram os bordos
superiores dos ladrilhos devem ser desenhados por forma a impedir a entrada de água conduzida e
31
penetrando na estrutura por cima no bordo do ladrilho. Caleiras e algerozes deverão ter adequada
capacidade para a taxa de volume e fluxo de água que transportam.
2.2.6
Documentação internacional
A nível internacional, são abordados neste ponto três modelos: o modelo australiano, brasileiro e dos
E.U.A..
No ponto 2.2.6., Modelo australiano, são indicadas as recomendações da norma AS 3.958, parte 2
[18] - Ladrilhos cerâmicos. Parte 2: Guia para a seleção de um sistema de revestimento cerâmicos,
onde dedicam um parágrafo inteiro a juntas de dilatação (pp. 23-30), no capítulo sobre o planeamento
e projeto. Todas essas contribuições vêm da norma britânica BS 5885 (1987), que, nas suas
diferentes partes, identifica os requisitos e especificações de projeto desses elementos [1].
No ponto 2.2.7., Modelo brasileiro, são referidas duas normas:
- a norma de desempenho, NBR 15575-4: Edificações habitacionais - Desempenho - Parte 4:
Sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE, 2013 [19];
- a norma NBR 13755:1996 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e
com utilização de argamassa colante – Procedimento [20];
No ponto 2.2.8., Modelo dos E.U.A, é referido o 2014 TCNA Manual para instalação dos ladrilhos
cerâmicos [21].
2.2.7
O modelo australiano
A publicação, entre 1991 e 1992, de duas normas australianas sobre a aplicação de revestimentos
cerâmicos (AS 3.958-1:1991 e AS 3.958-2:1992), complementares à norma AS 3958 sobre ladrilhos
cerâmicos, constituiu um marco importante no panorama internacional na disponibilidade de
documentos técnicos sobre a aplicação por aderência de materiais rígidos modulares.
O IPC [1] refere que a norma australiana representa a síntese de dois modelos diferentes: o
americano, representado pelo Manual de Colocação do Revestimento Cerâmico [TCNA], e o britânico,
baseado na norma B5 5385.
A norma AS 3.958-1:2007 [Guia de instalação de revestimentos cerâmicos] [17] é dividida em cinco
seções, abrangendo:
• objetivo, referências documentais, definições e sinónimos.
• materiais: ladrilhos cerâmicos e mosaico, material adesivo, material de preenchimento das juntas,
preparação dos suportes e aplicação das juntas de dilatação, primário de ligação, componentes da
argamassa (cal, cimento, areia, água), camadas de separação para pavimento, camadas intermédias,
reforço, armazenagem e manuseio de materiais;
• sistemas de revestimento, incluindo guias para a sua seleção: pavimentos e revestimentos;
• preparação dos suportes para a aplicação: com informações gerais, betonilhas de regularização,
pavimentos, revestimento de madeira, painéis de fibrocimento, betão armado, muros pré-fabricados,
entre outros;
• aplicação dos ladrilhos cerâmicos, com considerações iniciais sobre a compatibilidade da técnica de
aplicação com os suportes, os critérios gerais para a instalação de ladrilhos e as juntas de movimento
[denominadas estruturais, intermédias e perimetrais];
32
• na quinta seção, faz-se uma ampla descrição das técnicas de aplicação em camada grossa com
argamassa (em pavimentos e paredes) e da aplicação com adesivo, dá-se orientação sobre a
superfície de contacto mínima exigida em diferentes tipos de revestimentos, desde o mínimo de 65 %
para revestimentos interiores até exigências de cobertura de 90% no tardoz do ladrilho em
revestimentos no exterior.
A AS 3.958-2:1992 [Guias de seleção sistema de revestimento cerâmico] é uma norma importante
para o prescritor e projetista, como guia para a elaboração de um projeto de revestimento cerâmico. A
norma é estruturada em cinco seções dedicadas a:
• objetivo, campo de aplicação e informações gerais, com uma descrição das camadas intermédias
típicas de um sistema de revestimento;
• planeamento e desenho do sistema de revestimento em função do uso a que se destina,
acabamento desejado e tipo de suporte, com contribuição de um fluxograma com todos os dados
importantes na seleção de materiais e técnica de aplicação;
• a terceira seção é dedicada à análise dos dados do projeto, com informações gerais, a definição de
meio ambiente e comportamento do revestimento, a caracterização dos suportes, a geometria da
superfície e o local da execução;
• a quarta seção, a mais extensa, entra em detalhes no planeamento e no desenho, com uma seção
completa dedicada à descrição dos suportes [classes e características] e a técnica de escolha para a
aplicação, incluindo requisitos e tolerâncias a cumprir pelo suporte. Também inclui uma seção sobre
juntas de movimento. As últimas seções referem-se à verificação da conformidade do sistema de
revestimento cerâmico, elaboração de desenhos e especificações, bem como instruções para a
execução;
• a última seção é dedicada a revestimentos especiais com requisitos particulares como isolamento,
resistência mecânica e térmica, condutividade elétrica, requisitos especiais de higiene, ambientes
húmidos, entre outros.
A seção 1 do AS 3.958-2:1992 define as camadas funcionais de um sistema de revestimento,
distinguindo quatro partes principais: o revestimento cerâmico; a camada de assentamento dos
ladrilhos cerâmicos e as camadas intermédias (separação, isolamento acústico, isolamento térmico,
membranas de impermeabilização, camadas de reforço; e camada de regularização).
A norma Australiana AS 3958-2:1992 explica que a especificação das juntas de esquartelamento é
influenciada pelo tipo de estrutura, idade, dimensões, e geometria da superfície a ser revestida, pelo
potencial de expansão por humidade das placas cerâmicas, tamanho dos ladrilhos cerâmicos e das
juntas de assentamento e pela localização destas últimas. Porém, não são apresentados parâmetros
que permitam definir se a fachada analisada possui maior ou menor potencial de movimentação,
sendo o projeto realizado em função da "experiência" do projetista.
No ponto 2.3., Planeamento do sistema, refere-se que o planeamento e projeto de um revestimento
cerâmico requer uma análise dos dados do projeto, seguida do planeamento e do projeto do sistema.
O sistema é normalmente selecionado com base na escolha do sistema de camadas disponíveis ou
na escolha de materiais. A Figura 2.19 define este procedimento na forma de fluxograma.
33
Figura 2.19. - Fluxograma do processo da conceção da aplicação do revestimento cerâmico (adaptado e
complementado a partir de [18])
34
No ponto 4.5.3.2., Juntas em paredes, esta norma indica que as juntas estruturais em paredes devem
estender-se até ao revestimento e ao suporte e devem ter um mínimo de 6 mm de largura.
Nas Figuras 2.20 e 2.21, são apresentados pormenores de juntas de ladrilhos aplicados em paredes.
Legenda: 1 - suporte; 2 - ladrilho cerâmico; 3 - argamassa
Legenda: 1 - camada de regularização; 2 - ladrilho
das juntas; 4 - cimento-cola
cerâmico; 3 - argamassa das juntas; 4 - material de
enchimento
Figura 2.20. - AS 3.958,2 – Junta de movimento em
Figura 2.21. - AS 3.958,2 – Junta de esquartelamento
parede [18]
na base da parede [18]
As juntas de expansão devem ser instaladas nas seguintes localizações:
(A) Em juntas estruturais existentes;
(B) Onde o revestimento cerâmico confina com outros materiais;
(C) Nas junções entre diferentes materiais de suporte, por exemplo quando o revestimento é contínuo
e está sobre diferentes tipos de suporte;
(D) Juntas horizontais ao nível dos pisos e juntas verticais entre 3 e 4,5 m de distância. Idealmente,
deveriam ser localizadas sobre juntas estruturais dos suportes e nas mudanças de materiais
estruturais, como, por exemplo, juntas horizontais na parte inferior da laje ou juntas verticais nos
cantos interiores e nas junções com pilares.
No ponto 4.7., Preparação de desenhos e especificações, esta norma refere que, idealmente, cada
trabalho, independentemente da sua dimensão, deve ter uma especificação. No entanto, reconhecese que trabalhos pequenos e repetitivos podem não ser tão detalhados quanto trabalhos mais
complexos. No mínimo, o sistema de fixação deve respeitar a AS 3.958-1 e ser especificado, e o tipo
de ladrilho ter a sua classificação definida em termos de BS 6431.
Se for necessária alguma forma de preparação do suporte, esta deve ser compatível com o cimentocola e deve também deverá ser especificada. Onde sejam necessárias juntas de movimento, devem
ser fornecidos desenhos tipo e a sua dimensão e localização.
A norma indica ainda etapas guia para o uso da mesma no desenvolvimento de especificações:
(A) Descrição em especificação e desenhos da área a ser revestida;
(B) Selecionar o método de aplicação apropriado para o suporte;
35
(C) Selecionar e especificar o tipo de ladrilho necessário, tendo em conta o nível de desempenho
desejado da instalação. Todos os ladrilhos devem ser especificados de acordo com a BS 6431;
(D) Selecionar e especificar o material de colagem, argamassa, cimento-cola, ou adesivo orgânico;
(E) Selecionar e especificar o material de preenchimento das juntas;
(F) Especificar os materiais necessários e trabalho de preparação, incluindo o tempo de cura
necessário para qualquer substrato, betonilha ou argamassa;
(G) Especificar qualquer preparação a ser realizada pelo ladrilhador;
(H) Especificar juntas de dilatação e suas localizações. Mostrar detalhes de desenhos;
(I) Especificar os procedimentos de aplicação, referindo-se aos procedimentos aplicáveis das técnicas
de fixação utilizadas.
Procedimentos especiais de instalação e métodos de instalação e materiais proprietários devem ser
especificados em conformidade com as exigências do fabricante.
No ponto 4.8., Preparação de instruções, refere-se que, quando o trabalho incorpora requisitos ou
recursos especiais, estes devem ser recolhidos e direcionadas à pessoa apropriada para realizar o
trabalho. Estas instruções dependem do tipo e tamanho do projeto, do tipo de instalação e devem
relacionar, quando apropriado:
(a) O comprador – tipo de ladrilho, cola, argamassa, juntas de dilatação e outras camadas;
(b) O empreiteiro - datas críticas para a conclusão da estrutura de suporte;
(c) O aplicador das argamassas – datas para iniciar e concluir;
(d) O ladrilhador, como se segue:
(i) primeiras e últimas datas de início com base na disponibilidade de local (ou seja, o
suporte) e abertura prevista ao tráfego;
(ii) Definição de trabalho e juntas de movimento;
(iii) Proteção do trabalho existente;
(iv) Proteção da aplicação do ladrilho quando concluída e fornecimento de acesso para outros
trabalhos da edificação;
(v) O tratamento especial, por exemplo, em janelas e mobiliário;
(vi) Extensão da limpeza necessária;
(e) O empreiteiro especialista, como se segue:
(i) A aplicação de juntas de dilatação estruturais;
(ii) a aplicação de material de preenchimento das juntas.
36
2.2.8 O modelo brasileiro
No Brasil, existe a norma de desempenho NBR 15575-4: Edificações habitacionais - Desempenho Parte 4: Sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE, 2013. [19], a qual tem especial
relevo para os revestimentos cerâmicos. Esta norma só é aplicável a edificação habitacionais com até
cinco andares e estabelece 3 níveis de desempenho. Para todos os critérios, é estabelecido um
patamar mínimo de desempenho (M), que deve ser obrigatoriamente atendido, válido por defeito
quando o projeto não especificar outro. Para alguns critérios, são indicados ainda o nível intermediário
(I) e superior (S), a ser definido no início do projeto. Esta norma apresenta 11 níveis de desempenho
para os sistemas de vedações verticais internas e externas; conforme o Quadro 2.14.
Quadro 2.14. - Níveis de desempenho para os sistemas de vedações verticais internas e externas [19 e 57]
Desempenho
Estrutural
Segurança contra
incêndio
Uso e operação*
Estanqueidade
Térmico
Acústico
Lumínico*
Durabilidade e
manutenção
Saúde *
Conforto
antropodinâmico*
Adequação ambiental*
Requisitos
Estabilidade e resistência estrutural dos sistemas de vedação internos e externos
Deslocamentos, fissuração e ocorrência de falhas nos sistemas de vedações
verticais internas e externas
Solicitações de cargas provenientes de peças suspensas atuantes nos sistemas
de vedações internas e externas
Impacto de corpo-mole nos sistemas de vedações verticais internas e externas,
com ou sem função estrutural
Impacto de corpo mole nos sistemas de vedações verticais internas e externas –
para casas térreas – com ou sem função estrutural
Ações transmitidas por portas
Impacto de corpo duro incidente nos SVVIE, com ou sem função estrutural
Cargas de ocupação incidentes em guarda-corpos e parapeitos de janelas
Dificultar a ocorrência da inflamação generalizada
Dificultar a propagação do incêndio
Dificultar a propagação do incêndio e preservar a estabilidade estrutural da
edificação
Segurança das instalações - Evitar a ocorrência de ferimentos ou danos aos
usuários, em condições normais de uso.
Infiltração de água nos sistemas de vedações verticais externas (fachadas)
Humidade nas vedações verticais externas e internas decorrente da ocupação do
imóvel
Adequação de paredes externas
Aberturas para ventilação
Isolação acústica de vedações externas*
Isolação acústica entre ambientes*
Ruídos de impactos*
Níveis de ruído admitidos na habitação
Iluminação natural
Iluminação artificial
Vida útil de projeto dos sistemas de vedações verticais internas e externas
“Manutenibilidade” dos sistemas de vedações verticais internas e externas
Proliferação de microorganismos
Poluentes na atmosfera interna à habitação
Poluentes no ambiente de garagem
Conforto tátil e adaptação ergonômica
Adequação antropodinâmica de dispositivos de manobra
Utilização e reuso de água
*Nota: Os requisitos estão definidos na norma NBR 15575-1: Edificações habitacionais – Desempenho Parte 1: Requisitos
gerais [55].
No ponto 7.7., Impactos de corpo duro, indica-se que os impactos de corpo duro procuram
representar choques acidentais aplicados por esferas de aço com diâmetro de 5 cm / massa de 5 N
(impactos de utilização) e diâmetro de 6,25 cm / massa de 10 N (impactos de segurança), sendo que
os elementos alvo de impacto não podem:
• ser transpassados, sofrer rutura ou instabilidade sob ação de impactos de segurança com energias
indicadas no Quadro 2.15;
37
• apresentar fissuras, escamações, delaminações, ou outras falhas que comprometam o estado de
utilização, sob ação dos impactos de utilização indicados no Quadro 2.15.
Quadro 2.15. – Critérios e níveis de desempenho para impacto de corpo duro na face externa de
elementos estruturais e vedações verticais localizadas na fachada da edificação
(Combinação da Tabela D.4, pág. 30 da NBR 15575 – Parte 2 [52] e Tabela F.5, pág. 54 da NBR 15575 – Parte 4 [19])
Energia de impactoa) de
corpo duro (J)
Critério de desempenho
Nível de
desempenho
3,75
Não
ocorrência
de
fissuras,
destacamentos,
M
desagregações
Mossas com qualquer profundidade
20
Não ocorrência de ruína e trespassamento
Permitidas falhas superficiais, como mossas, fissuras e
desagregações
I
3,75
Não
ocorrência
de
fissuras,
destacamentos,
desagregações
Profundidade da mossa: p ≤ 5 mm b)
20
Não ocorrência de ruína e trespassamento
Permitidas falhas superficiais, como mossas, fissuras e
desagregações
3,75
Não
ocorrência
de
fissuras,
destacamentos,
S
desagregações
Profundidade da mossa: p ≤ 2 mm
20
Não ocorrência de ruína e trespassamento
Permitidas falhas superficiais, como mossas, fissuras e
desagregações
a) Sentido do impacto de fora para dentro.
b) A Parte 4 da Norma limita p a 2 mm tanto para o nível intermediário como para o nível superior.
No Anexo B da Norma NBR 15575 – Parte 4 [19]), estabelece-se a verificação da resistência a
impacto de corpo duro-Método de ensaio. No ponto B.3, refere que a aparelhagem consiste em:
a) um corpo percussor de impacto com forma e massa (m) estabelecidas no Quadro 2.16;
b) um dispositivo para medição dos deslocamentos com resolução de 0,1 mm.
Quadro 2.16. – Massa de corpo percussor de impacto, altura e energia de impacto
(Anexo B, Tabela B.1, pág. 36 da NBR 15575-4) [19]
Corpo percussor de impacto
Corpo duro de grandes dimensões (esfera de aço) – 10 impactos para cada
energia
Corpo duro de pequenas dimensões (esfera de aço) – 10 impactos para cada
energia
m
kg
1
1
0,5
0,5
h
m
1,00
2,00
0,50
0,75
E
J
10
20
2,5
3,75
O ponto 7.8.1.3., Premissas de projeto, relativas ao Requisito - Cargas de ocupação incidentes em
guarda-corpos e parapeitos de janelas, refere que:
• o projeto deve estabelecer os detalhes executivos e as cargas de uso previstas para casos
especiais, bem como atender às dimensões estabelecidas na ABNT NBR 14718, no caso de guardacorpos.
As paredes de fachada com caixilhos devem permanecer estanques e não apresentar infiltrações que
proporcionem escorrimentos ou formação de gotas de água aderentes na face interna, podendo
ocorrer pequenas manchas de humidade, com áreas limitadas aos valores indicados no Quadro 2.17.
38
Quadro 2.17. - Níveis de desempenho para estanqueidade à água de paredes de fachada
(Anexo F, Tabela F.7, pág. 55 da NBR 15575-4) [19]
Edificação
Tempo
Percentual máximo da soma das áreas das
de
manchas de humidade na face oposta à
Nível de desempenho
ensaio h
incidência da água, em relação à área total
do corpo de prova submetido à aspersão de
água, no final do ensaio
Térrea
(só
a
7
10
M
parede
de
Sem manchas
I; S
vedação)
Com mais de um
7
5
M
pavimento (só a
Sem manchas
I; S
parede
de
vedação)
Vãos
Atender à ABNT NBR 10821
M
A infiltração da água em fachadas ocorre normalmente através de fissuras ou destacamentos entre
vedações e estrutura, falhas de material de preenchimento das juntas entre paredes e caixilharia e
empoçamento de água em peitoris. Pode ser evitada com a adoção de detalhes construtivos
apropriados, correta escolha e aplicação do sistema de revestimento cerâmico, e do material de
preenchimento entre paredes e caixilharias. A arquitetura da fachada deve incluir detalhes, molduras,
peitoris e pingadeiras que promovam o afastamento das lâminas de água e previnam infiltrações.
O ponto 10.1.1.2., Premissas de projeto, relativas ao Requisito - Infiltração de água nos sistemas de
vedações verticais externas (fachadas), menciona que:
• o projeto deve indicar os detalhes construtivos para as interfaces e juntas entre componentes, a fim
de facilitar o escoamento da água e evitar a sua penetração para o interior da edificação. Esses
detalhes devem levar em consideração as solicitações a que os componentes da vedação externa
estarão sujeitos durante a vida útil de projeto da edificação habitacional;
• o projeto deve contemplar também obras de proteção na envolvente da construção, a fim de evitar a
acumulação de água nas bases da fachada da edificação.
O ponto 10.1.1.2., Premissas de projeto, relativas ao Requisito - Humidade nas vedações verticais
externas e internas decorrente da ocupação do imóvel, refere que:
• o projeto deve mencionar os detalhes executivos dos pontos de interface do sistema.
O ponto 14.2.1.2., Premissas de projeto, relativas ao Requisito - Vida útil de projeto dos sistemas de
vedações verticais internas e externas, indica que:
• o projeto deve mencionar o prazo de substituição e manutenções periódicas para os componentes
que apresentem vida útil de projeto menor do que aquelas estabelecidas para o SVVIE - Sistemas de
vedações verticais internas e externas.
O ponto 14.3.1.2., Premissas de projeto, relativas ao Requisito – “Manutenibilidade” dos sistemas de
vedações verticais internas e externas, menciona que:
• o fabricante do produto, o construtor, o incorporador público ou privado, isolada ou solidariamente,
devem especificar em projeto todas as condições de uso, operação e manutenção dos sistemas de
vedações verticais internas e externas, especialmente e com relação a:
a) caixilhos, esquadrias e demais componentes;
b) recomendações gerais para prevenção de falhas e acidentes decorrentes de utilização inadequada
(fixação de peças suspensas com peso incompatível com o sistema de paredes, abertura de vãos em
paredes com função estrutural, limpeza de pinturas, travamento impróprio de janelas tipo guilhotina e
outros);
39
c) periodicidade, forma de realização e forma de registro de inspeções;
d) periodicidade, forma de realização e forma de registro das manutenções;
e) técnicas, processos, equipamentos, especificação e previsão quantitativa de todos os materiais
necessários para as diferentes modalidades de manutenção, incluindo-se não restritivamente as
pinturas, tratamento de fissuras e limpeza;
f) menção às normas aplicáveis.
A norma NBR 13755:1996 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e
com utilização de argamassa colante – Procedimento. é constituída por 6 secções: Prefácio; (1)
Objetivo; (2) Referências normativas; (3) Definições; (4) Requisitos relativos ao uso dos materiais; (5)
Requisitos relativos às disposições construtivas; (6) Critérios de conformidade; ANEXO A Determinação da resistência de aderência de revestimentos cerâmicos assentes com argamassa
colante. No ponto 4.2.5., Materiais das juntas de movimentação e de dessolidarização, é referido que
deve constar do projeto de arquitetura a especificação dos produtos enchimentos, selantes e
limitadores de profundidade:
• enchimentos (4.2.5.1) - devem ser empregues materiais altamente deformáveis, tais como borracha
alveolar, espuma de poliuretano, manta de algodão para calafetação, cortiça, aglomerado de madeira
(com densidade aparente de massa da ordem de 0,25 g/cm³), etc.;
• selantes (4.2.5.2) - na vedação das juntas de movimentação, de dessolidarização e estruturais,
devem ser empregues selantes à base de elastômeros, tais como poliuretano, polissulfeto, silicone,
etc. Em caso de dúvida sobre a qualidade dos selantes, a sua adequação deve ser comprovada por
laboratório especializado;
• limitadores de profundidade (4.2.5.3) - devem ser altamente deformáveis e compatíveis com a
deformação esperada. Em caso de dúvida sobre a qualidade dos limitadores de profundidade, a sua
adequação deve ser comprovada por laboratório especializado.
No ponto 4.4., Preparação do revestimento cerâmico, é referido que, na preparação do revestimento
cerâmico, o projeto do revestimento das fachadas deve evitar que se usem frações de placas
cerâmicas, fazendo a seguinte advertência “…Por motivos construtivos, quando houver necessidade
de remates, é permitido cortar as placas cerâmicas, mediante a utilização de ferramentas com ponta
ou disco, com a qual se obtém um corte perfeito.”
A necessidade da criação das juntas, espaço regular entre duas peças de materiais idênticos ou
distintos, é subdividida pelas normas em juntas de assentamento, juntas de movimentação, juntas de
dessolidarização e junta estrutural.
No ponto 5, a NBR 13.755 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas,
recomenda:
• a execução de juntas horizontais de movimentação e de dessolidarização espaçadas no máximo a
cada 3 metros ou a cada pé-direito, na região do encunhamento da alvenaria, bem como a execução
de juntas verticais de movimentação espaçadas a cada 6 metros;
• a execução de juntas de dessolidarização nos cantos verticais, nas mudanças de direção do plano
de revestimento, no encontro da área revestida com pisos e forros, colunas e vigas, ou com outros
40
tipos de revestimentos, bem como onde houver mudança de materiais que compõe a estrutura de
suporte de betão armado para alvenaria;
• que a largura destas juntas (“L” na Figura 2.22.) deve ser dimensionada em função das
movimentações previstas para a parede e para o revestimento, e em função da deformabilidade
admissível da argamassa das juntas, respeitado o coeficiente de forma (largura / profundidade da
junta), que deve ser especificado pelo fabricante da argamassa das juntas;
• que as juntas de assentamento das placas do revestimento devem manter o espaçamento
necessário para preencher as seguintes funções:
• compensar a variação de bitola, facilitando o alinhamento;
• atender a estética, harmonizando o tamanho das placas e as dimensões do pano a revestir
com a largura das juntas entre os ladrilhos;
• oferecer o relativo poder de acomodação às movimentações da base e da placa cerâmica;
• facilitar o perfeito preenchimento, garantindo a completa vedação da junta;
• facilitar a troca de placas cerâmicas;
 que as juntas estruturais devem ser respeitadas em posição e largura, em toda a espessura do
revestimento.
Nota: A dimensão mínima das juntas de assentamento pode ser de 5 mm, desde que esta largura e a
elasticidade do material de preenchimento das juntas atendam, pelo menos, às deformações devidas
à variação térmica a que está submetido o revestimento, mais a devida à expansão por humidade das
placas cerâmicas.
Figura 2.22. - NBR 13755/96 - Acabamento das juntas de movimentação ou dessolidarização
com material de enchimento e argamassa das juntas [19]
No ponto 4.5.1., refere-se que a argamassa para o chapisco deve ter o traço em volumes de 1:3 de
cimento Portland e areia grossa húmida e a argamassa para o emboço deve ter um traço em volume
aparente variando de 1:1/2:5 a 1:2:8 de cimento, cal hidratada e areia média húmida. Ainda se refere
nesse ponto que podem ser empregues argamassas industrializadas, desde que comprovado o
mesmo desempenho das argamassas acima citadas.
2.2.9 Modelo dos E.U.A.
A normalização e documentação disponível sobre os revestimentos cerâmicos e a sua aplicação por
aderência é muito abrangente e detalhada nos EUA. Este país é também pioneiro na proposta de
guias de seleção de materiais [ladrilhos, cimentos-cola, argamassas, entre outros] e na edição de
manuais de aplicação, estendidos à aplicação de pedra natural e mosaico de vidro [1].
41
O TCNA - Tile Council of North America, Inc. [21], com um percurso de mais de 60 anos, desenvolveu
as primeiras soluções construtivas adaptadas às condições ambientais e uso de revestimentos. Estes
guias de aplicação de ladrilhos em paredes e pavimentos serviram de referência para o
desenvolvimento da norma australiana AS 3958. Em conjunto com o Reino Unido e a Alemanha,
estes guias foram os primeiros a propor soluções construtivas para os recobrimentos rígidos mais
problemáticos, pela natureza dos suportes ou pelas exigências funcionais [1].
A documentação emitida nos EUA baseia-se num conjunto de regras que abrangem tanto as
especificações de materiais, como a aplicação e métodos de ensaio para a avaliação de
características. O Manual do TCNA [21] também fornece um guia para a seleção de cola e materiais
de preenchimento das juntas, em função do tipo de ladrilho [ladrilho cerâmico extrudido, porcelana,
mosaico, pedra] e do local de aplicação [parede interior ou exterior], fornecendo ainda recomendações
sobre a largura das juntas.
As fichas guia de cada solução de construção estão estruturadas em seções, além de fornecer um
pormenor do sistema de múltiplas camadas: faz referência aos usos recomendados, requisitos,
materiais, juntas de movimento e especificações para a aplicação. Nessas fichas, é feita uma
referência constante às normas consideradas em cada uma das seções, o que converte o manual
num documento útil para as especificações técnicas em projetos de revestimento.
O Manual do TCNA [21] para instalação de ladrilhos cerâmicos complementa as normas A108 [59]
(partes 01 a 17, dedicadas a especificações para a aplicação), A118 [59] (partes 1 a 15, dedicadas
aos materiais adesivos, materiais de preenchimento das juntas e membranas impermeáveis) e a
norma A137.1[59] (dedicado aos ladrilhos cerâmicos). Este manual inclui guias de seleção de
produtos; Campo de aplicação e requisitos de aplicação; orientações para juntas de movimento;
Apêndice: A – ISO 13007 [60] Normas para adesivos e argamassas para juntas; B - Peso estimado
para a aplicação em pavimentos; C - Especificações para materiais e aplicação. Neste manual,
existem três tipos de pormenor para paredes exteriores: W201-14 (Figura 2.23)), W202E-14 (Figura
2.24)) e W244E-14 (Figura 2.25.).
Figura 2.23. - Pormenor W201-14 [21]
Figura 2.24. - Pormenor W202E-14 [21]
Figura 2.25. - Pormenor W244E-14 [21]
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 cimento-cola; 3 - membrana; 4 argamassa de emboço; 5 - camada
raspada (“scratch coat”); 6 - chapa de
metal distendido (“metal lath”); 7 - barreira
de vapor (“cleavage membrane”); 8 - betão
/ alvenaria
*o uso de membrana é opcional
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 cimento-cola; 3 - membrana; 4 - betão /
alvenaria
*o uso de membrana é opcional
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 cimento-cola; 3 - camada de reforço; 4 estrutura metálica ou em madeira; 5 barreira retardadora de vapor; 6 membrana impermeabilizante
*o uso de membrana é opcional
42
No pormenor W244E-14, recomendado para paredes exteriores de alvenaria ou betão armado e onde
é aplicado o método de camada fina, refere-se sobre as tolerâncias na planeza do substrato do
ladrilho que a variação máxima permitida (para ladrilhos com todas as arestas mais curtas do que 15''
(0,38 m)) é 1/4'' (6,353 mm) em 10' (3,05 m) a partir do plano requerido, com não mais do que 1/16'
(1,59 mm) de variação em 12' (0,3 m) quando medido a partir dos pontos altos na superfície. Para
peças com pelo menos uma aresta de 15'' (0,38 m) de comprimento, a variação máxima admissível é
de 1/8'' (3,18 mm) em 10' (3,05 m) a partir do plano requerido, com não mais do que 1/16'’ (1,59 mm)
de variação em 24'' (0,61 m), quando medido a partir dos pontos elevados na superfície.
O manual refere sobre as juntas de movimento que os arquitetos têm que especificar o tipo de junta e
identificar a localização e os detalhes das juntas nas peças desenhadas. Ainda refere que as juntas
de movimento obrigatórias devem estar de acordo com as recomendações de EJ171 - “Movement
joint guidelines for ceramic, glass, and stone”. Refere ainda que as juntas perimetrais são essenciais e
necessárias na aplicação do revestimento com ladrilhos cerâmicos. Esta seção fornece
recomendações e orientações gerais, incluindo os meios pelos quais as juntas de dilatação no betão
armado são realizadas e incorporadas na execução dos revestimentos cerâmicos. Devido às
condições ilimitadas, e aos sistemas estruturais, em que o revestimento pode ser aplicado, o arquiteto
ou quem especifica deve indicar as localizações específicas e detalhes das juntas de movimento nas
peças desenhadas do projeto. A preparação de aberturas deixadas pelo empreiteiro e a aplicação de
fitas autoadesivas e argamassas para juntas deve ser especificada na seção de calafetagem e
selagens dos cadernos de encargos.
O TCNA [21] faz ainda as seguintes recomendações sobre a localização e frequência das juntas:
• juntas de movimento para aplicações no exterior devem ser colocadas pelo menos a cada 2,4 m a
3,7 m em cada direção;
• juntas perimetrais – são necessárias juntas de movimento onde o revestimento cerâmico confina
com outras superfície, como por exemplo em muro, pavimentos diferentes, lancis, colunas, tubagens,
tetos, e onde as mudanças ocorrem em materiais de apoio;
• todas as juntas de expansão, contração, controlo, construção e juntas sísmicas na estrutura devem
continuar através do revestimento cerâmico, incluindo as juntas em superfícies verticais.
Normalmente, isso significa que, além de garantir o funcionamento das juntas de movimento dos
substratos, o revestimento cerâmico necessita de juntas de movimento adicionais.
Os diferentes tipos de juntas de movimento são apresentados na secção EJ171 do Manual do TCNA
[21]. As juntas de movimento são normalmente consideradas juntas estruturais que podem
eventualmente mover-se verticalmente. Estas juntas existem em substratos de betão para isolar uma
porção da laje de outra, e em camadas de argamassa, ou como uma extensão da junta estrutural do
betão armado ou apenas para isolar uma porção da camada de argamassa. As Figuras 2.26 a 2.30
fazem parte da EJ17 que enuncia um conjunto de linhas diretrizes aplicáveis às juntas de movimento
para materiais cerâmicos, vidro e materiais pétreos.
43
O EJ17 faz as seguintes recomendações sobre a largura das juntas:
• a largura mínima de juntas de movimento deve ser aumentada 1,6 mm por cada 9,44 ºC de
mudança de temperatura da superfície do ladrilho quando a diferença entre a temperatura mais alta
do verão e a temperatura mais baixa do inverno for maior do que 37,8ºC;
• as juntas do revestimento cerâmico nunca devem ser mais estreitas do que as juntas estruturais.
Figura 2.26. - Pormenor de junta
Figura 2.27. - Pormenor de junta
Figura 2.28. - Pormenor de junta
EJ171-14 estrutural [21]
EJ171C-14 não-estrutural [21]
EJ171D-14 de isolamento e
estrutural [21]
Legenda:
1
material
de
preenchimento com profundidade de
½ da largura; 2 - limitador de
profundidade
sem
ligação
à
argamassa das juntas; 3 - material de
enchimento; 4 - largura deve ser 4
vezes o movimento esperado.
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 cimento-cola; 3 - camada de
separação e reforço (malha de fibra ou
metálica);
4
membrana
impermeabilizante; 5 - betão armado);
6 - material flexível a preencher a
junta.
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 cimento-cola; 3 - betão ou alvenaria; 4
- material flexível a preencher a junta;
5 - material de enchimento da junta
estrutural; 6 - fita auto-adesiva.
Figura 2.29. - Pormenor de junta EJ171E-14
Figura 2.30. - Pormenor de junta EJ171H-14 estrutural
estrutural com camada de regularização [21]
com camada de separação e reforço [21]
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 - cimento-cola; 3 argamassa de regularização; 4 - argamassa de
chapisco; 5 - betão armado; 6 - material flexível de
preenchimento da junta; 7 - fita auto-adesiva; 8 material de preenchimento existente; 9 - junta estrutural
existente.
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 - cimento-cola; 3 argamassa de regularização; 4 - reforço metálico; 5 membrana impermeabilizante; 6 - betão armado; 7 material flexível; 8 - fita auto-adesiva; 9 - material de
preenchimento existente; 10 - junta estrutural existente.
As juntas de betonagem (“cold joint”) são o ponto de divisão de duas estruturas de betão adjacentes
quando estas são colocadas em alturas diferentes. Estes pontos fracos são mais propensos a
desenvolver fissuras e têm que ser tratados como uma junta de movimento. As juntas de construção
ou juntas de contração são juntas de controlo do betão armado que também devem ser tratadas como
juntas de movimento. Existem também vários tipos de juntas perimetrais, que são encontradas em
paredes de contenção ou pontos de transição de um plano para outro, que têm muito mais
probabilidade de ser submetidas a algum tipo de movimento.
44
O TCNA [21] faz as seguintes recomendações sobre os materiais aplicados nas juntas:
• os limitadores de profundidade devem ser flexíveis e compressíveis do tipo polietileno de célula
fechada, borracha de butilo, ou poliuretano de célula fechada, arredondada na superfície a contactar
com o material flexível de preenchimento da junta (Figuras 2.25 a 2.29), como recomendado pelos
fabricantes de vedantes. Devem-se encaixar perfeitamente na junta, sem compactação e a uma altura
que permita uma profundidade do vedante de metade da largura da junta;
• os vedantes não devem ligar-se ao material de apoio. Os vedantes adequados incluem silicone,
uretano, e polissulfureto, e estão disponíveis em composições mono e multicomponente. Ambas as
composições são geralmente adequadas para juntas de dilatação em ladrilhos. Vedantes
monocomponentes existem em pacotes pré-embalados ou outras formas que não exigem mistura em
obra. Vedantes multicomponentes requererem mistura em obra mas apresentam uma cura mais
rápida do que os monocomponente, tendo vantagens para áreas de tráfego. Vedantes de uretano são
recomendados para superfícies verticais exteriores e superfícies horizontais exteriores e interiores,
incluindo zonas de circulação em ladrilho cerâmico. Devido à sua resistência à abrasão e penetração,
os vedantes de uretano são recomendados para juntas de dilatação com revestimentos cerâmicos
aplicados em áreas de tráfego.
Além do manual do TCNA [21], a indústria dos EUA também fornece documentos de interesse sobre a
tecnologia de aplicação por aderência como o manual técnico “Direct adhered ceramic tile,stone and
thin brick facades” editado por Laticrete International, Inc.[59].
2.3
Análise comparativa da regulamentação e normalização
Nesta secção, é apresentada uma análise comparativa da documentação descrita nas secções
anteriores. Esta análise pretende ser um instrumento clarificador da atual legislação em vigor, na
Europa e fora da Europa, sobre o projeto de revestimentos cerâmicos aderentes de fachada. Esta
análise tem o objetivo de descodificar algumas questões que a normalização pela extensão e
complexidade de conteúdo poderão apresentar.
A análise comparativa é estruturada em quadros temáticos e procura sistematizar informação
dispersa pelos vários documentos analisados, permitindo uma leitura mais rápida e clara de algumas
matérias específicas, tais como:
• campo de aplicação;
• aspetos referidos na normalização;
• exigências de planeza do suporte em paredes exteriores;
• condições climatéricas;
• seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho);
• seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho);
• terminologia utilizada para juntas de movimento em revestimentos;
• recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento;
• terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos em fachadas;
• pontos singulares.
45
No Quadro 2.18., são referidos os campos de aplicação dos documentos sobre revestimentos
cerâmicos e, no Quadro 2.19., os aspetos incluídos nessa mesma documentação europeia e
internacional.
Quadro 2.18. – Campo de aplicação dos documentos sobre revestimentos cerâmicos
Campo de aplicação
Localização
País
Documentos
Paredes
interiores
Paredes
exteriores
Pavimentos
interiores
Pavimentos
exteriores
Austrália
Brasil
E.U.A.
Europa
Alemanha
Espanha
AS 3958-2:1992 [18]
NBR 13755:1996 [20]
TCNA (2014) Handbook [21]
CEN/TR 13548:2004 [12]
DIN 18515-1:1998 [13]
Guia de la baldosa cerâmica
[5]
NF DTU 52.2 P1-1-2:2009 [14]
UNI 11493:2013 [15]
BS 5385-2:2006 [16]
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
dos
organismos
Fora da
Europa
Europeus
França
Itália
Reino
Unido
x
x
x
x
x
x
x
Quadro 2.19. - Quadro comparativo dos aspetos referidos na documentação europeia e internacional
Documentos
Fora da Europa
Europeus
Austrália
Brasil
E.U.A.
Europa
Alemanha
Espanha
França
Itália
Reino
Unido
Aspetos
referidos na
normalização
AS
3958.2
(1992)
[18]
NBR
13755
(1996)
[20]
TCNA
(2014)
[21]
CEN/
TR
13548
(2004)
[12]
DIN
18515-1
(1998)
[13]
Guia de
la
baldosa
cerâmica
[5]
NF DTU
52.2 P11-2
(2009)
[14]
UNI
11493
(2013)
[15]
BS 53852
(2006)
[16]
Calendarização
da obra
x
Materiais
Projeto
Suportes
Critérios de
seleção do
cimento-cola
Critérios de
seleção da
argamassa de
junta
Localização
das juntas
Pontos
singulares
Aplicação
(Execução)
Manutenção
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
No Quadro 2.19., verifica-se que todos os documentos fazem recomendações sobre especificação de
materiais, preparação dos suportes, localização das juntas e técnicas de aplicação. Constata-se que
apenas o manual do TCNA [21] e o “Guia de la baldosa cerâmica” [5] estabelecem critérios de seleção
das argamassas de juntas. Observa-se que apenas quatro documentos: manual do TCNA [21]; “Guia
de la baldosa cerâmica” [5], norma francesa [14] e a norma italiana estabelecem critérios de seleção
do cimento-cola.
46
Nos Quadro 2.20., 2.21. e 2.22., são referidas, respetivamente, as exigências de planeza do suporte
em paredes exteriores e as condições climatéricas referidas na normalização.
Quadro 2.20. – Exigências de planeza do suporte em paredes exteriores referidas na normalização
País
Austrália
Brasil
Documentos
AS 3958-2
(1992) [18]
NBR 13755
(1996) [20]
E.U.A.
TCNA (2014)
[21]
França
NF DTU 52.2
P1-1-2 (2009)
[14]
Planearidade
As tolerâncias de planeza são de 4 mm em relação a uma régua retilínea com
2 m de comprimento.
O desvio de planeza da superfície sobre a qual serão assentes os
revestimentos cerâmicos não deve ser maior do que 3 mm em relação a uma
régua retilínea com 2 m de comprimento.
A variação máxima permitida (para ladrilhos com todas as arestas mais curtas
do que 15'' (0,38 m)) é 1/4'' (6,353 mm) em 10' (3,05 m) a partir do plano
requerido, com não mais do que 1/16' (1,59 mm) de variação em 12' (0,3 m)
quando medido a partir dos pontos altos na superfície. Para peças com pelo
menos uma aresta de 15'' (0,38 m) de comprimento, a variação máxima
admissível é de 1/8'' (3,18 mm) em 10' (3,05 m) a partir do plano requerido,
com não mais do que 1/16'’ (1,59 mm) de variação em 24'' (0,61 m), quando
medido a partir dos pontos elevados na superfície.
As tolerâncias de planeza são de 5 mm em relação a uma régua retilínea com
2 m de comprimento e de 2 mm em relação a uma régua retilínea com 0,20 m
de comprimento.
Quadro 2.21. – Condições climatéricas referidas na normalização a nível internacional
País
Austrália
Documentos
AS 3958-2
(1992) [18]
Brasil
NBR 13755
(1996) [20]
Condições climatéricas da aplicação
A temperatura ideal para a instalação de revestimentos cerâmicos está entre 5
e 25°C. Fora deste intervalo, deve ser dada atenção ao fornecimento de
aquecimento, ventilação ou proteção para permitir a continuação dos
trabalhos.
A temperatura do suporte, aquando da aplicação dos ladrilhos, deve estar
entre 5 e 25°C. De um modo geral, o revestimento não pode ser
satisfatoriamente realizado se a temperatura do suporte exceder 65 °C.
Recomenda-se a execução do revestimento quando a temperatura ambiente
estiver compreendida entre +5 e +40°C e quando as temperaturas da base do
revestimento e dos materiais componentes do revestimento estiverem
compreendidas entre +5 e +27°C.
Quadro 2.22. – Condições climatéricas referidas na normalização a nível europeu
País
Europa
Documentos
CEN/TR13548
(2004) [12]
Alemanha
DIN 18515-1
(1998) [13]
Espanha
Guia de la
baldosa
cerâmica [5]
NF DTU 52.2
P1-1-2 (2009)
[14]
UNI 11493
(2013)
[15]
BS 5385-2
(BSI, 2006)
[16]
França
Itália
Reino
Unido
Condições climatéricas da aplicação
A aplicação de revestimentos cerâmicos não deve ser realizada quando a
temperatura do ar, suportes ou materiais for inferior a 5 °C.
A aplicação de ladrilhos no exterior não deve ser realizada em condições
climáticas adversas (chuva, neve, vento).
Os ladrilhos apenas podem ser aplicados quando as temperaturas dos
materiais usados e a área de trabalho é de pelo menos 5 °C.
A aplicação deve ser realizada em condições climatéricas normais, (5 a 30 ºC)
procurando evitar a exposição direta do sol e as correntes de ar
Não é recomendado realizar a aplicação com o revestimento com uma
temperatura superior a 30 ºC ou inferior a 5 ºC, nem com vento muito forte.
Não é recomendado realizar a aplicação com o revestimento com uma
temperatura superior a 35 ºC ou inferior a 5 ºC, e a mesma não pode ser
realizada em condições meteorológicas adversas (chuva, neve e vento).
Antes de iniciar o trabalho, deve-se garantir que a temperatura do suporte é de
pelo menos 5 °C, independentemente da temperatura ambiente.
No que se refere às condições climatéricas, todos os documentos analisados referem que os ladrilhos
apenas podem ser aplicados quando as temperaturas dos materiais usados e a área de trabalho é de
pelo menos 5 °C.
47
Nos Quadro 2.23. e 2.24., são referidas as recomendações sobre a seleção da cola adesiva em
paredes exteriores (classe de desempenho), nos Quadro 2.25. e 2.26., sobre a seleção do material de
preenchimento das juntas (classe de desempenho) e, nos Quadros 2.27. e 2.28., é indicada a
terminologia utilizada para juntas de movimento.
Quadro 2.23. – Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho) a nível
internacional
País
Austrália
Documentos
Brasil
NBR 13755
(1996) [20]
E.U.A.
TCNA (2014)
[21]
AS 3958-2
(1992) [18]
Escolha da cola adesiva (classe de desempenho)
Não especifica o tipo de cola a ser recomendado.
Refere que as paredes são revestidas geralmente com algum tipo de cola
(“adhesive”). Os tipos específicos de colas variam com as propriedades do
suporte e o ambiente de serviço necessário.
É referido ainda que a argamassa de cimento raramente é aplicada em paredes.
Algumas vezes é utilizada quando existem grandes variações na planearidade
do suporte.
Não especifica a classe do tipo de cola a ser recomendada, Mas no ponto 5.6.3 Aderência refere que as placas cerâmicas devem estar aderidas ao substrato.
Para tal, sempre que a fiscalização julgar necessário, deve ser feita a verificação
da aderência, conforme ensaio descrito no anexo A da norma NBR 13755.
Consideradas seis determinações da resistência de aderência, após a cura de
28 dias da “argamassa colante” utilizada no assentamento, pelo menos quatro
valores devem ser iguais ou maiores do que 0,3 MPa.
Cimento cola: - quando uma membrana impermeabilizante não é utilizada –
ANSI A118.15 ou de classe superior ou ISO C2S1 ou de classe superior; quando uma membrana impermeabilizante é utilizada – ANSI A118.4 ou de
classe superior ou ISO C2S1 ou de classe superior, a não ser que ANSI A118.1
ou ISO C1 seja recomendada pelo fornecedor das membranas
impermeabilizantes.
Quadro 2.24. – Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho)
País
Europa
Alemanha
Espanha
França
Documentos
CEN/TR 13548
(2004) [12]
DIN 18515-1
(1998) [13]
Guia de la
baldosa
cerâmica
(2006) [5]
NF DTU 52.2
P1-1-2 (2009)
( Fonte: p.8 _
Tableau 2)
[14]
Itália
UNI 11493
(2013)
( Fonte: p.61_
Prospetto D.7)
[15]
Reino
Unido
BS 5385-2
(2006)
[16]
a nível europeu
Escolha da cola adesiva (classe de desempenho)
Não especifica o tipo de cola a ser recomendada.
Não especifica o tipo de cola a ser recomendada.
As colas devem estar em conformidade com a norma DIN EN 12004.
A força de ligação do substrato deve ser de pelo menos 0,5 N/mm2.
Ladrilhos sobre suportes cimentícios
C2 (*) ou de melhor desempenho (Fonte: Tabla C: Técnica de colocación y
material de agarre)
C2 S1/S2 Fachada :
- para qualquer altura e 6 até 28 m; a superfície do ladrilho não deverá passar 2.000 cm2.
- podem ser aplicados ladrilhos extrudidos ou prensados (absorção de água superior a 0,5%)
e ladrilhos plenamente vitrificados BIa (absorção de água inferior a 0,5%).
- para qualquer altura até 6 m; a superfície do ladrilho não deverá passar 3.600 cm2;
- podem ser aplicados ladrilhos extrudidos ou prensados, (absorção de água superior a
0,5%);
- a aplicação colada não é permitida para superfície com 2.000 < S < 3.600 m2 e alturas
entre 6 e 28 m.
Ladrilhos sobre suportes cimentícios - Absorção de água segundo EN 14411 L=
lado maior do ladrilho
AA ≤ 3% E AA > 3%
L ≤ 30
L ≤ 60
L ≤ 90
L ≤ 120 e L > 120
C2
C2-C2S1/S2**
C2-C2S1/S2***
C2-C2S1/S2***
Não especifica o tipo de cola a ser recomendado.
No ponto 11.2 (“Bedding methods for tiles”), refere que as colas devem ser utilizadas na
fixação dos ladrilhos em paramentos exteriores. As colas devem estar em conformidade
com a norma BS EN 12004. Ainda refere que ladrilhos com uma superfície superior a
0,1 m2 não deveriam ser aplicados acima da altura do primeiro andar a menos que a
fixação seja garantida por meios mecânicos. Devem ser seguidas indicações dos
fornecedores. É ainda referido que a argamassa de cimento raramente é aplicada em
paramentos exteriores.
48
Notas Quadro 2.24.
(*) efetuar colagem dupla; com ladrilhos de grande formato (> 60x40 cm) ou peso maior do que 25 kg/m2, utilizar
fixação mecânica.
(**) Prever cola ou sistema que garanta o contacto pleno (por exemplo, dupla colagem)
(***) Prever cola ou sistema que garanta o contacto pleno (por exemplo, dupla colagem) e é necessário
dimensionar a junta em função do módulo elástico do material de preenchimento da junta e da configuração da
junta de dilatação.
Nota: As designações das colas seguem a norma NP EN 12004:2008 – Colas para ladrilhos: Requisitos,
avaliação da conformidade, classificação e designação.
Em Portugal, não existe uma norma dedicada exclusivamente ao projeto de revestimentos cerâmicos
aplicados em fachada, mas existe o manual da APICER de 2003 [2] que tem servido de orientação
aos profissionais nesta área e tem por base recomendações francesas [46] mas como estas foram
modificadas em 2009, alguns valores são menos exigentes face à normalização atualizada pelos
franceses [14].
Em Espanha, também não existe normalização, mas o “Guia de las baldosas” [5] é um documento
reconhecido pelo país com o objetivo de auxiliar os especificadores a selecionarem os materiais mais
adequados quer sejam aplicados em pavimentos quer em paredes interiores e exteriores. Este “Guia
de las baldosas” [5] define a classe C2 como nível mínimo de desempenho do cimento-cola de acordo
com NP EN 12004 [32], aconselhando efetuar colagem dupla; e define a classe CG2 de acordo com
EN 13888 [33] para uma argamassa de junta à base de cimento melhorada.
A Norma Italiana é recente (2013) e indica a classe de material de colagem mais apropriada em
fachada, variando em função do suporte. As classes de material de colagem mais apropriada para
suportes cimentícios variam das classes C2 à C2S1/S2. Esta norma especifica ainda o método de
colagem dupla em ladrilhos de dimensão superior a 30 cm.
A França é um país com longa tradição no desenvolvimento de normas. A norma NF DTU 52.2 P1-12: 2009 [14] é a única analisada que estabelece a classe de desempenho do cimento-cola em função
das dimensões dos ladrilhos, da absorção de água do ladrilho e da altura de fachada.
Nos Estados Unidos da América, o Manual do TCNA [21] constitui um documento muito importante e
utilizado pelos aplicadores e estabelece a classe de desempenho C2S1 para o material de colagem
para suportes cimentícios.
Ao contrário do “Guia de las baldosas” [4] , do manual do TCNA [21] e das normas francesa e italiana
acima referidas, os documentos: norma alemã DIN 18515-1:1998 [13]; norma britânica BS 53852:2006 [11]; documento europeu CEN/TR 13548:2004 [12]; norma australiana AS 3958-2:1992) [18];
norma brasileira NBR 13755:1996 [20] não especificam a classe de desempenho da cola adesiva.
Quadro 2.25. – Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho) a nível
internacional
País
Austrália
Brasil
E.U.A.
Documentos
AS 3958-2
(1992) [18]
NBR 13755
(1996) [20]
TCNA (2014)
[21]
Escolha do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho)
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento das juntas.
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento das juntas.
Argamassa para juntas: nos pormenores W202E-14, W202E-14 e W244E-14:
- de acordo com ANSI A118.6 ou de classe superior ou ISO CG1 (ISO 13007) ou de
classe superior (CG1 = Argamassa de junta à base de cimento normal).
49
Quadro 2.26. – Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho) a nível europeu
País
Documentos
Europa
CEN/TR 13548
(2004) [12]
DIN 18515-1
(1998) [13]
Alemanha
Espanha
Guia de la baldosa
cerâmica
(2006) [5]
França
NF DTU 52.2 P1-1-2
(2009) [14]
UNI 11493 (2013) [15]
Itália
Reino Unido
BS 5385-2
(2006) [16]
Escolha do material de preenchimento das juntas (classe de
desempenho)
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento
das juntas.
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento
das juntas.
A argamassa das juntas dos ladrilhos é uma argamassa seca de acordo
com a norma DIN EN 13888.
Argamassa para juntas em paramentos com características adicionais
exteriores (Fonte: Tabla D:Selección de material de rejuntado):
- classe CG2 (Argamassa de junta à base de cimento melhorada) de acordo
com a norma de produto EN 13888.
Nota: Para a aplicação do material de preenchimento das juntas,
recomendam-se os seguintes tempos de espera desde a aplicação dos
ladrilhos: se a aplicação for realizada com cimento-cola com as
características de presa rápida (F), a aplicação da argamassa para juntas
deve ser iniciada passadas 4 horas; se o cimento-cola não tiver
características de presa rápida, deve ser iniciada passadas 24 horas; e, se for
realizado com argamassa, é recomendado esperar 10-15 dias.
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento
das juntas.
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento
das juntas.
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento
das juntas.
A argamassa para juntas deve estar em conformidade com BS EN
13888:2002.
Quadro 2.27. - Terminologia utilizada para juntas de movimento em revestimentos a nível europeu
País
Europa
Documentos
CEN/TR 13548
(2004) [12]
Alemanha
DIN 18515-1
(1998) [13]
Espanha
Guia de la baldosa
cerâmica [5]
França
NF DTU 52.2 P1-1-2
(2009) [14]
UNI 11493 (2013) [15]
Itália
Portugal
Manual de aplicação
de
revestimentos
cerâmicos. (APICER)
(2003) [2]
Reino
Unido
BS 5385-2
(1996) [16]
Terminologia
A = “Movement joints” ;
B = “Structural joints”;
C = “Intermediate joints”.
D = “Perimeter joints”;
A = “Bewegungsfugen”;
B =“Gebäudetrennfugen”;
D = “Feldbegrenzungsfugen”.
A =“Juntas de movimiento”;
B = “Juntas estructurales“;
C =“Juntas de partición”.
D =“Juntas perimetrales“;
B = “Joints du support”;
C = “Joints de fractionnement du revêtement”.
B = “Giunti strutturali“;
C = “Giunti di frazionamento“- junta com a espessura do revestimento
cerâmico e parte da espessura do suporte; divide uma grande área de
revestimento cerâmico em áreas menores, de forma aproximadamente
quadrada. Tem a função de limitar as tensões mecânicas resultantes do
movimento estrutural do edifício ou dos seus componentes;
D = “Giunti perimetrali“;
G = “Giunti di dilatazione“ - junta com apenas a espessura do revestimento
cerâmico; tem a função de dividir uma grande área de revestimento cerâmico
em áreas menores, de forma aproximadamente quadrada, a fim de limitar as
tensões mecânicas relacionadas com as expansões e contrações térmicas.
A = Juntas de movimento:
B = Juntas estruturais;
C = Juntas de fracionamento ou intermédias;
D = Juntas periféricas;
E = Juntas de assentamento.
A = “movement joint”;
B = “structural movement joint”;
F = “Non-structural movement joint”.
50
Notas Quadros 2.27. e 2.28.:
A = Juntas de movimento - juntas entre ladrilhos, substratos ou nos suportes, projetadas para acomodar
movimentos. São classificadas em juntas estruturais, periféricas e intermédias; B = Juntas estruturais - juntas
de movimento no revestimento cerâmico que corresponde, a uma junta estrutural do suporte; C = Juntas
periféricas / de contorno / perimetrais - juntas de movimento para isolar o revestimento cerâmico dos
elementos construtivos adjacentes; D = Juntas intermédias / fracionamento - junta que divide uma grande área
de revestimento cerâmico em áreas menores; E = Juntas de assentamento - espaço regular entre duas peças
de revestimentos adjacentes; F = Juntas não estruturais; G = Junta de dilatação.
Quadro 2.28. - Terminologia utilizada para juntas de movimento em revestimentos a nível internacional
País
Austrália
Documentos
AS 3958-2
(1992) [18]
Brasil
NBR 13755
(1996) [20]
E.U.A.
TCNA (2014)
[21]
Terminologia
A = “Movement joints”;
B = “Structural movement joints”;
C = “Intermediate joints”;
D = “Perimeter joints”;
E = “Contraction joints”.
Junta: Espaço regular entre duas peças de materiais idênticos ou distintos;
B = Junta estrutural: espaço regular cuja função é aliviar tensões provocadas
pela movimentação da estrutura de betão.
C = Junta de movimentação*: espaço regular cuja função é subdividir o
revestimento para aliviar tensões provocadas pela movimentação da base ou do
próprio revestimento.
D = Junta de dessolidarização*: espaço regular cuja função é separar o
revestimento para aliviar tensões provocadas pela movimentação da base ou do
próprio revestimento.
F = Juntas de assentamento: espaço regular entre duas peças de
revestimento adjacentes.
B = “Structural movement joints”;
C = “Intermediate joints”;
D = “Perimeter joints”;
E = “Contraction / control joint”: formada, serrada ou ranhura trabalhada na
estrutura de betão para criar um plano enfraquecido, e regular a posição de
fissuração que resulta da variação dimensional das diferentes partes da
estrutura.
G = “Construction / cold joint”: a superfície onde confinam duas partes
sucessivas de betão, através da qual pode ser desejável atingir ligação e
através da qual o reforço pode ser contínuo. Uma junta de betonagem (“cold
joint”) torna-se uma junta enfraquecida que, ao mover-se, vai fissurar, gerando
fissuras no revestimento de piso sobre a laje. Estas juntas devem ser
representadas em desenhos arquitetónicos.
H = “Expansion joint”: (a) uma separação prevista entre partes adjacentes de
uma estrutura para permitir o movimento onde a expansão é provavelmente
superior à contração; (b) uma separação entre as placas de pavimento em
série, preenchida com um material de enchimento compressível; (c) uma junta
de isolamento destinada a permitir o movimento independente, entre partes
adjacentes.
Nota: (*) - As diferenças entre “Junta de Movimentação” e “Junta de Dessolidarização” definidas pela NBR 13755
[20] são observadas quando se estabelecem recomendações de posicionamento destas juntas (Quadro 2.29).
A = Juntas de movimento - juntas entre ladrilhos, substratos ou nos suportes, projetadas para acomodar
movimentos. São classificadas em juntas estruturais, periféricas e intermédias; B = Juntas estruturais - juntas
de movimento no revestimento cerâmico que corresponde, a uma junta estrutural do suporte; C = Juntas
intermédias / fracionamento - junta que divide uma grande área de revestimento cerâmico em áreas menores;
D = Juntas periféricas / de contorno / perimetrais - juntas de movimento para isolar o revestimento cerâmico
dos elementos construtivos adjacentes; E = Junta de controlo; F = Juntas de assentamento - espaço regular
entre duas peças de revestimentos adjacentes; G = Junta de betonagem; H = Junta de expansão.
51
Nos Quadros 2.29. e 2.30., são dadas recomendações normativas para o posicionamento de juntas
de movimento em revestimentos cerâmicos de fachadas.
Quadro 2.29. – Recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento em
revestimentos cerâmicos de fachadas a nível Europeu
País
Europa
Documento
CEN/TR 13548
(2004) [12]
Alemanha
DIN 18515-1
(1998) [13]
Espanha
França
Itália
Reino
Unido
Guia de la
baldosa
cerâmica
(2006) [5]
NF DTU 52.2
P1-1-2 (2009)
[14]
UNI
11493
(2013) [15]
BS 5385-2
(2006) [16]
Posicionamento
Juntas horizontais e verticais: não especifica distâncias. Esta norma indica que
deve ser especificada uma área (quadrada) ou distância mínima entre as
juntas. Os diferentes limites ou valores de referência devem ser estabelecidos
de acordo com as condições ambientais.
Juntas horizontais: em cada andar, distância mínima de 3 metros.
Juntas verticais: espaçadas a uma distância de 6 metros.
Juntas verticais ou horizontais: entre diferentes materiais de revestimentos ou
componentes construtivos.
A superfície máxima sem junta de fracionamento é de 25 a 30 m2 ou 8 a 10 m
lineares.
Juntas a todos os 60 m2 (o que corresponde a juntas horizontais a uma
distância de cerca de 6 m e juntas verticais a uma distância de 10 m). No
entanto, é referido que, se for utilizada uma argamassa para ladrilhos com
força superior a 8,000 MPa, as juntas de movimento não são necessárias.
A localização e o posicionamento deve ser especificado considerando em
conjunto os aspetos técnicos do sistema e a função arquitetónica e decorativa
do ladrilho. Em princípio, as juntas de fracionamento deve subdividir a
superfície em malhas quadradas ou retangulares, mas com uma relação de
lados não maior do que 1,5. Como orientação, a malha pode ter as seguintes
dimensões: ambiente exterior - 3 m x 3 m a 4 m x 2,5 m.
Juntas horizontais: em cada andar.
Juntas verticais: espaçadas a uma distância de 3 a 4,5 metros.
Posicionadas em todos os encontros entre alvenaria e elementos de betão.
Quadro 2.30. – Recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento em
revestimentos cerâmicos de fachadas a nível internacional
País
Documento
Posicionamento
Austrália AS 3958-2
Juntas horizontais: em cada andar.
(1992) [18]
Juntas verticais: espaçadas a uma distância de 3 a 4,5 metros.
Brasil
NBR 13755
Juntas horizontais de movimentação: em cada andar, aproximadamente a
(1996) [19]
cada 3 metros, ou a cada pé-direito, na região de encunhamento da alvenaria
Juntas verticais de movimentação: Espaçadas a uma distância máxima de 6
metros.
Juntas de dessolidarização: nos cantos verticais, nas mudanças de direção do
plano do revestimento, no encontro da área revestida com pisos e forros,
colunas, vigas, ou com outros tipos de revestimentos, bem como onde houver
mudança de materiais que compõem a estrutura-suporte de betão para
alvenaria.
E.U.A.
2014
TCNA Juntas horizontais e verticais: as juntas devem ser posicionadas sempre que o
Handbook
revestimento encontrar restrições e onde ocorrer mudanças nos materiais da
(2014) [21]
base. As juntas no exterior devem estar a uma distância de 2,44 m a 3,66 m
em cada direção.
No que se refere às recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento em
revestimentos cerâmicos de fachadas, a maioria dos países estabelece juntas de esquartelamento
horizontais em cada andar com distância mínimas de 3 m. A norma francesa diverge das outras
normas, neste parâmetro pois estabelece 6 m como distância mínima das juntas de esquartelamento
horizontais. Na análise das recomendações, verifica-se que as recomendações para as juntas
verticais são menos consensuais pois variam entre 2,44 m [21], 3 a 4,5 m [16 e 18], 6 m [13 e 19] e 10
m [12]. As recomendações para a superfície máxima sem junta de fracionamento também não são
consensuais pois variam de entre 25 e 30 m2 [5] até 60 m2 [14].
52
Nos Quadros 2.31. e 2.32., é indicada a terminologia utilizada nos métodos de aplicação do
revestimento cerâmico em fachadas e, no Quadro 2.33., são indicados pontos singulares dos
revestimentos cerâmicos referidos na normalização.
Quadro 2.31. – Terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos em fachadas
a nível internacional
Documento
Terminologia
Austrália AS 3958-2
A1 = (“buttering method”); D = Thin bed; E = Thick bed
(1992) [18]
Brasil
NBR 13755
A = Camada única; B = Camada dupla
(1996) [20]
E.U.A.
TCNA
(2014) D = Thin-bed installation
[21]
Quadro 2.32. – Terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos em
fachadas a nível Europeu
Europa
Alemanha
Espanha
França
Itália
Reino
Unido
Documento
CEN/TR 13548
(2004) [12]
DIN 18515-1
(1998) [13]
Guia de la
baldosa
cerâmica [5]
NF DTU 52.2
P1-1-2 (2009)
[14]
UNI
11493
(2013) [15]
BS 5385-2
(2006) [16]
Terminologia
A1 = “buttering method” – a cola ou argamassa é aplicada no tardoz do
ladrilho, pouco antes de o ladrilho ser colocado.
A2 = “floating method” – a cola ou argamassa é aplicada na superfície de
fixação, pouco antes de o ladrilho ser aplicado.
B = “floating and buttering method” – a cola ou argamassa é aplicada na
superfície de fixação e no tardoz do ladrilho, pouco antes de o ladrilho ser
aplicado.
C = “direct bedding” – o ladrilho é fixado diretamente num suporte estrutural.
B = “Floating-Buttering-Verfahren”; D = ”Dünnbettverfahren“
C = “Sistema directo”; R2 = “Sistema sobre capa de regularización”
D = “Colocación en capa fina com adesivo”; E = “Colocación en capa
gruesa”
“pose collée” - método de aplicação do revestimento com um produto
adesivo para fixar os elementos de revestimento ao suporte
A = “pose par simple encollage“- o cimento-cola só é aplicado no suporte,
geralmente por meio de uma talocha para uma camada contínua e penteado
com uma espátula denteada ou pente. Os elementos de revestimento são, em
seguida, colocados no lugar, antes da formação de uma pele sobre a
superfície do produto de ligação.
B = ”pose par double encollage” - a cola ou argamassa é aplicada na
superfície de fixação e no tardoz do ladrilho em "mancha" em toda a
superfície, com um espátula, pouco antes do ladrilho ser aplicado, e a ligação
é imediatamente estabelecida.
A = ”posa com singola spalmatura”; B = ”posa com doppia spalmatura”; C
= “posa diretta”
A1 = (“buttering method”) – a cola ou argamassa é aplicado no tardoz do
ladrilho, pouco antes de o ladrilho ser colocado; B = (“Notched trowelling
and buttering method).
Notas Quadros 2.31 e 2.32:
A1 = Método de colagem simples - a cola ou argamassa é aplicada no tardoz do ladrilho, pouco antes de o
ladrilho ser aplicado; A2 = Método de colagem simples - a cola ou argamassa é aplicado na superfície de
fixação, pouco antes de o ladrilho ser aplicado; B = Método de colagem dupla - a cola ou de argamassa é
aplicada na superfície de fixação e no tardoz do ladrilho, pouco antes de o ladrilho ser aplicado; C = Colagem
direta - aplicação do ladrilho, aderido por colagem diretamente a um suporte estrutural; D = Camada fina - a
aplicação realiza-se sobre uma camada de regularização ou nivelamento do suporte; E = Camada grossa sistema tradicional de aplicação do ladrilho sobre o suporte, com uma espessura generosa. Este método é
incompatível com ladrilhos de baixa porosidade (grés porcelânico ou ladrilhos com absorção de água menor do
que 3%) e com suportes de baixa porosidade (revestimentos existentes de cerâmica ou pedra natural) ou
superfícies muito lisas. Com esta técnica não se garantem valores mínimos de aderência, por isso não se
recomenda em exteriores ou quando se utilizam ladrilhos de formato maior do que 35x35 m [22]
53
Quadro 2.33 – Pontos singulares referidos na normalização
Documentos
Austrália
AS 3958-2
(1992) [18]
e
Reino Unido
BS 5385-2
(1991) [16]
França
NF DTU 52.2 P11-2 (2009) [14]
Pontos singulares
Parapeitos: a borda superior de paredes com revestimento cerâmico deve ser
adequadamente protegida por um capeamento, desenhado por forma a garantir a
estanqueidade à água. A água deve ser impedida de penetrar através do tardoz do
revestimento; deve ser aplicada na parte de trás das paredes proteção adequada, como
PVC ou aço galvanizado e, no caso de paredes duplas e paredes permeáveis, onde a
altura permitir, deve-se prever ventilação e drenagem na base.
Peitoris: são desenhados para fornecer proteção à prova de intempéries para a
estrutura. Devem ser devidamente assentes para formar a adequada vedação sobre a
parte superior do revestimento. A proteção pode ser melhorada pela utilização de resina
epoxídica. A prática da continuação do revestimento sobre as bordas do peitoril não é
recomendada.
Cantos exteriores: em condições que poderiam introduzir um risco substancial de dano,
devem ser introduzidas peças de canto adequadas para proteger a aplicação de
ladrilhos.
Tratamento na base: deve ser deixado um espaço suficiente para acomodar
confortavelmente qualquer potencial movimento do pavimento entre a borda inferior do
revestimento da fachada e o pavimento para evitar qualquer movimento posterior. Nesta
posição, e em posições onde o revestimento é semelhantemente interrompido na
horizontal, uma pingadeira deve ser formada para desviar a água da chuva para longe da
abertura.
Superfícies horizontais: a inclusão de superfícies horizontais deve ser evitada mas, se
tal não for possível, devem ter inclinação suficiente para inibir a retenção de água,
especialmente quando esta é suscetível de conter substâncias potencialmente
agressivas.
Coroamentos: a parte superior da fachada deve ser coberta com um remate que impeça
a infiltração de água entre o substrato e o revestimento cerâmico.
Cantos salientes e reentrantes: é recomendado o uso de perfis específicos para evitar
o encontro direto entre ladrilhos.
Todos os países analisados fazem recomendações sobre preparação dos substratos, localização das
juntas, condições climatéricas e os métodos de aplicação. A norma britânica [16], a norma australiana
[18] e a norma francesa [14] são as únicas que tecem considerações sobre os pontos singulares da
fachada (Quadro 2.33).
Quanto aos revestimentos cerâmicos exteriores, a norma alemã [13] é prudente e aconselha a
utilização de ladrilhos de formato médio não superior a 30x40 (1.200 cm2), enquanto a norma
francesa [14] já concebe revestimentos cerâmicos de grande formato entre 2.000 e 3.600 cm2. A
norma britânica [16] refere que ladrilhos com uma superfície superior a 32x32 (1.000 cm2) não devem
ser aplicados acima da altura do primeiro andar a menos que a fixação seja garantida por meios
mecânicos.
A nível Europeu e internacional, verifica-se que os métodos em camada fina, com dupla colagem e
com colagem direta, são recomendados pela maioria dos países.
No método de dupla colagem, a cola é aplicada na superfície de fixação e no tardoz do ladrilho.
Existem recomendações diferentes quanto ao tamanho do ladrilho. A norma francesa recomenda o
método da dupla colagem para ladrilhos com superfície S > 50 cm2 (7x7 cm) e a norma italiana faz a
recomendação para ladrilhos com superfície S > 900 cm2 (30x30 cm).
O manual do TCNA [21], a norma britânica [16] e a norma brasileira [13] indicam que os materiais de
preenchimento das juntas de fracionamento, limitadores de profundidade, vedantes / “selantes”
devem constar nas especificações do projeto de arquitetura.
54
2.4
Exigências funcionais dos revestimentos de fachada
As exigências funcionais dos revestimentos de paredes são listadas nos Quadros 2.34. e 2.35. de
acordo com um documento de referência do LNEC.
Quadro 2.34. – Exigências funcionais dos revestimentos de paredes [26]
Tipos principais
de exigências
Exigências funcionais discriminadas
Estabilidade sob ações normais de uso
Estabilidade
Exigências de
segurança
Segurança contra
riscos de incêndio
Segurança no uso
Exigências de
estanqueidade
Exigências termohigrométricas
Exigências de
qualidade do ar
Exigências de
conforto acústico
Segurança no contacto
Reação ao fogo
Libertação de produtos tóxicos e
fumos
Toxicidade
Rugosidade dos paramentos
Temperatura nos paramentos
Estanqueidade à água no interior
Permeabilidade à água
Absorção de água
Isolamento térmico
Resistência térmica
Ausência de condensações superficiais interiores
Ausência de emissão de odores
Ausência de libertação de poluentes
Ausência de libertação de poeiras
Temperatura superficial interior
-
Limitação do tempo de reverberação dos locais
Coeficiente de absorção acústica
Verticalidade
Retidão das arestas
Regularidade
e
perfeição de superfície
Planeza geral
Planeza localizada
Limitação dos defeitos de superfície
Limitação da largura de fendas
Homogeneidade de cor e de brilho
Limitação da aspereza dos paramentos
Ausência de pegajosidade dos paramentos
Secura dos paramentos
Exigências
conforto táctil
de
Exigências
higiene
de
Limitação da fixação de poeiras e micro-organismos
Exigências
compatibilidade
com o suporte
Exigências
aptidão para
armazenagem
Exigências
economia
de
Resistência à acção de limpeza
Compatibilidade geométrica
Compatibilidade mecânica
Compatibilidade química Resistência à saponificação
de
a
Exigências de
adequação ao uso
Choques acidentais
Permeabilidade à água
Absorção da água
Permeabilidade ao vapor de água
Homogeneidade de enodoamento pela poeira
de
Peso próprio
Ações climáticas
Choques normais
Estanqueidade à água da chuva
Estanqueidade à água
Planeza
Exigências de
conforto visual
Estabilidade sob ações de ocorrência
acidental
Limitação da propagação do fogo
Limitação da liberdade de produtos
tóxicos e fumos
-
Ações ou características
relevantes
-
-
Limitação dos custos iniciais
Limitação dos custos de manutenção
Resistência a ações de choque
Resistência a ações de
choque e de atrito
Resistência à riscagem
Resistência à acção da
água
Aderência ao suporte
Resistência à formação
de nódoas de produtos
químicos ou domésticos
Defeitos de superfície
Largura de fendas
Homogeneidade da temperatura
superficial interior
Diferença de cor
Diferença de reflectância difusa
Perfil geométrico de superfície
Aspereza dos paramentos
Pegajosidade dos paramentos
-
Resistência à água da chuva
Resistência às projeções acidentais de
água
Resistência à lavagem
Resistência aos vapores húmidos
Classe de resistência à riscagem
Classe de resistência à lavagem
-
Resistência ao arrancamento por tração
-
Resistência à peladura
Resistência à formação de nódoas
-
Lavabilidade
-
55
Quadro 2.35. – Exigências funcionais dos revestimentos de paredes (continuação) [26]
Tipos principais
Ações ou características
Exigências funcionais discriminadas
de exigências
relevantes
Resistência à formação
Resistência à formação de nódoas
de nódoas de produtos
Lavabilidade
químicos ou domésticos
Resistência à suspensão de cargas
Resistência ao calor
Calor
Resistência ao frio
Frio
Resistência aos agentes
Resistência à água
Água
climáticos
Resistência à luz
Luz
Exigências
de
adequação ao uso
Resistência aos choques térmicos
Choques térmicos
Resistência ao ozono
Ozono
Dióxido de azoto
Resistência aos produtos Resistência ao dióxido de azoto
químicos do ar
Resistência ao dióxido de enxofre
Dióxido de enxofre
Resistência a soluções amoniacais
Soluções amoniacais
Resistência à erosão devida às partes sólidas em suspensão no
ar
Resistência à fixação e desenvolvimentos de bolores
As regras de qualidade mais relevantes para os revestimentos interiores e exteriores de paredes são
resumidas no Quadro 2.36, também com base num documento de referência do LNEC.
Quadro 2.36. - Regras de qualidade mais relevantes para os revestimentos cerâmicos aplicados em paramentos
interiores e exteriores [26]
Designação
Paramentos Interiores
Paramentos exteriores
Segurança
X
X
Contra risco de incêndio
Aderência
X
Utilização normal
Estanqueidade à água
X
X
Permeabilidade ao vapor de água
Aderência
X
X
Aspeto
X
X
Higiene
X
X
Compatibilidade com o suporte
X
X
Conservação da qualidade
Resistência à água
X
X
Resistência à temperatura
X
X
Resistência ao gelo-degelo
X
Resistência ao enodoamento
X
Segundo o RPC - Regulamento Produtos da Construção (EU) n.º 305/2011 [62] publicado pela
Comissão Europeia, ‘‘para serem colocados no mercado, os produtos de construção, devem estar
aptos ao uso a que se destinam, devendo por isso apresentar características tais que as obras onde
venham a ser incorporados satisfaçam as seguintes exigências básicas’’: resistência mecânica e
estabilidade; segurança contra incêndio; higiene, saúde e ambiente; segurança e acessibilidade na
utilização; proteção contra o ruído; economia de energia e isolamento térmico; utilização sustentável
de recursos naturais (ciclo de vida dos produtos).
As exigências funcionais dos revestimentos cerâmicos aplicados em paredes exteriores podem ser
reunidas em quatro grandes grupos: segurança, utilização normal, durabilidade e economia.
2.4.1. Segurança
2.4.1.1. Segurança estrutural
A segurança estrutural de um paramento exterior é assegurada pelo correto dimensionamento face às
cargas permanentes, variáveis e acidentais. As cargas permanentes advêm do peso próprio dos
revestimentos, estrutura de suporte, equipamentos fixos, acessórios, entre outros. As cargas variáveis
dizem respeito ao vento, chuva, neve, diferenciais térmicos, sismos, entre outros. As solicitações
acidentais estão ligadas a fenómenos extraordinários como, por exemplo, incêndios, explosões ou
56
choques. A contabilização das cargas permanentes, variáveis e acidentais deve seguir o processo de
cálculo e os valores de referência preconizados no Regulamento de Segurança e Ações para
Estruturas de Edifícios e Pontes (RSA) [63].
A Figura 2.31. representa os diferentes movimentos intrínsecos à própria construção ou induzidos a
partir do exterior a que um edifício é submetido: retrações dos elementos de construção;
assentamentos da estrutura; peso próprio dos elementos construtivos; cargas dinâmicas e estáticas;
dilatações e contrações de origem térmica e, em menor extensão, higroscópicas; pressão e
depressão provocada pelo vento; movimentos de natureza sísmica [1]. A previsão desses
movimentos deverá fazer parte do projeto e os revestimentos serão desenhados e executados de
acordo com essa previsão. A seleção dos materiais e o desenho das juntas de movimento terão um
papel importante na adaptação estrutural.
Legenda:
123456-
Dilatações e contrações térmicas
Retrações da estrutura
Cargas dinâmicas e estáticas
Assentamentos da estrutura
Vento
Sismo
Figura 2.31. Movimentos possíveis num edifício [61].
2.4.1.2. Movimentos de dilatação / contração por ação térmica
A radiação solar não é totalmente absorvida pelo ladrilho, alguma dela é refletida e outra removida do
ladrilho pelas correntes de ar. A reflexão é influenciada pela cor do ladrilho: ladrilhos de cor clara
refletem uma maior quantidade de calor, enquanto os ladrilhos de cor escura absorvem uma elevada
percentagem de calor solar e transmitem-na também para o suporte (Quadro 2.37). A temperatura do
ladrilho é também afetada pelas propriedades térmicas do suporte. Estas características podem ser
utilizadas na conceção de eficiência térmica dos edifícios.
Quadro 2.37. - Valores do coeficiente de absorção da radiação solar – αs em algumas superfícies, em
função da cor [2]
Cor da superfície
Branco
Amarelo, cor-de-laranja, vermelho claro
Vermelho escuro, verde claro, azul claro
Castanho, verde escuro, azul vivo, azul escuro
Castanho escuro, preto
Valor de αs
0,2 a 0,3
0,3 a 0,5
0,5 a 0,7
0,7 a 0,9
0,9 a 1
Em caso de se suspeitar que o movimento térmico dos ladrilhos pode ser excessivo, devem ser
consideradas precauções especiais, incluindo a conceção de juntas de dilatação flexíveis.
57
O Quadro 2.38. apresenta valores do coeficiente de dilatação térmica linear de materiais de
construção.
Quadro 2.38. - Valores do coeficiente de dilatação térmica linear - αI [ºC-1] de alguns materiais [2]
Material
Alumínio (intervalo de 0 a 600 ºC)
Betão corrente
Calcário
Gesso
Granito
Ladrilhos cerâmicos Faiança
Porcelânico
Mármore
Tijolo
Vidro (intervalo de 0 a 100 ºC)
αI [ºC-1]
23 x 10-6
6 x 10-6
7 x 10-6
25 x 10-6
8 x 10-6
9 x 10-6
9 x 10-6
2 x 10-6
(3,5 a 5,8) x 10-6
(5 a 10) x 10-6
2.4.1.3. Segurança contra risco de incêndio
Os revestimentos de paredes não devem favorecer a propagação do fogo nem originar o
desprendimento de gotas inflamadas. Por outro lado, em caso de incêndio, não devem libertar
produtos tóxicos em quantidade suscetível de afetar gravemente os utentes.
Os revestimentos cerâmicos são produtos de fraco ou muito fraco teor de matéria orgânica, que são
de facto pouco, ou muito pouco, combustíveis.
De acordo com a norma EN 13501-1 [64], os revestimentos cerâmicos aplicados em paredes
exteriores aderidos ou fixados mecanicamente deveriam ser incombustíveis pertencendo à classe A1.
Isto significa que “não contribuem para o fogo” e não são necessários ensaios adicionais.
2.4.1.4. Aderência
Os revestimentos devem ter boa aderência ao suporte e boa coesão interna. Estas características
podem ser avaliadas através da determinação da tensão de arrancamento por tração, em ensaios
realizados com um dinamómetro, ou através da determinação da resistência à pelagem provocada
pela aplicação de pesos crescentes numa extremidade da película de revestimento.
A aderência dos revestimentos cerâmicos aos suportes, e das diversas camadas entre si, em
condições normais de utilização, não pode ser inferior a 0,5 MPa [26].
2.4.2. Utilização normal
2.4.2.1. Exigências de estanqueidade
A estanqueidade à água é a principal exigência de qualquer fachada. A conceção da fachada deve ter
como objetivo evitar a transposição da água do ambiente exterior para o interior. Deve ser analisada
segundo duas perspetivas: a do funcionamento global da fachada e a do funcionamento individual dos
elementos constituintes da fachada.
Os revestimentos cerâmicos aplicados devem contribuir para a estanqueidade à água das paredes.
As fixações e os materiais de preenchimento das juntas deverão ser de qualidade, flexíveis e
elásticos, de modo a aceitarem sem rotura os movimentos térmicos de dilatação e contração das
peças e assegurarem a estabilidade do conjunto ao longo da vida útil do edifício.
58
2.4.2.2. Aspeto visual
A norma AS 3958-2:1992 [18] faz algumas considerações estéticas. Refere que estão disponíveis
muitos tipos de ladrilhos para permitir que a seleção seja feita de acordo com a cor, tamanho, textura
e padrão para satisfazer a maioria das necessidades arquitetónicas. Ao escolher o ladrilho para um
efeito arquitetónico, é necessário aceitar que algumas limitações podem ser impostas como resultado
do processo de fabrico necessário para os produtos terem as necessárias características de
durabilidade para os produtos. Estes processos podem, por exemplo, restringir a gama de cores ou o
tamanho global ou a espessura de um produto.
A evolução do aspeto e do estado de higiene dos revestimentos cerâmicos é condicionada pelo
comportamento das juntas entre ladrilhos, pois é nelas que em geral se fixam poeiras e fungos. O
efeito criado pelas juntas entre ladrilhos deve ser considerado. Não deverá ser feita nenhuma tentativa
de tornar as juntas menos visíveis, tornando as suas larguras inferiores às recomendadas. O material
de preenchimento entre ladrilhos pode ser tingido, se desejado para se obter um efeito particular,
embora se deva notar que a cor do material de preenchimento das juntas se tornará mais escuro com
o tempo pela deposição de sujidade da atmosfera. É possível o ajuste para o espaçamento dos
ladrilhos durante a aplicação, uma vez que geralmente se espera que a largura das juntas seja o mais
uniforme possível em toda a área de aplicação.
Tal como acontece com a maioria dos outros materiais de construção, podem ocorrer pequenas
variações na tonalidade das peças cerâmicas. O manual TCNA [21] refere que os ladrilhos podem
variar na sua cor, textura ou aparência de acordo com o fabricante, para uma série particular ou linha
de produto. No Quadro 2.38., apresenta-se uma descrição das classes V0 a V4 que demonstra a
variação dessa classificação estética.
Quadro 2.39. - Classificação estética [21]
Classe
V0
V1
V2
V3
V4
Descrição
Ladrilhos têm uma aparência muito uniforme e uma textura lisa. Quando medido por
espectrofotómetro colorimétrico, os ladrilhos têm uma diferença global (delta E) de menos do que 3
Judds.
Ladrilhos têm uma aparência geralmente uniforme com diferenças mínimas na produção entre as
diferentes peças. Algumas diferenças de cor podem ser observadas.
Ladrilhos têm cores semelhantes com variações na textura e/ou no padrão e são claramente
distinguíveis.
Ladrilhos variam moderadamente e, embora as cores e/ou texturas presentes em uma única peça
sejam indicativos das cores e/ou texturas na outra, a quantidade de cores e/ou texturas de cada peça
pode variar significativamente. Recomenda-se que a variação seja verificada antes de seleção e que
seja feita uma simulação da disposição.
Ladrilhos variam substancialmente com cor aleatória e/ou diferenças de textura de ladrilho para
ladrilho, onde uma peça pode ter cores e/ou texturas totalmente diferentes de outra. Recomenda-se
que a variação seja verificada antes da seleção e que seja feita uma simulação da disposição.,
porque a instalação final com ladrilhos V4 será única.
Embora a verificação da variedade de cor e textura para ladrilhos V3 e V4 seja especificamente
recomendada, todas as categorias acima mencionadas têm alguma variedade. Os ladrilhos devem ser
verificados e geralmente instalados a partir de várias caixas de forma aleatória para evitar problemas
estéticos.
A planeza do paramento acabado, quando avaliada com uma régua de 2 m de comprimento, deve ser
tal que não existam irregularidade de profundidade superior a 5 mm [14 e 26].
59
2.4.2.3. Permeabilidade ao vapor de água
Os revestimentos cerâmicos aplicados em paramentos exteriores de paredes simples devem ser
suficientemente permeáveis ao vapor de água, para que a água que eventualmente os atravesse
possa ser restituída ao exterior, na forma de vapor de água, quando as condições atmosféricas forem
favoráveis.
2.4.2.4. Compatibilidade com o suporte
Os diversos produtos utilizados na execução dos revestimentos cerâmicos devem ser físicoquimicamente compatíveis com os suportes onde sejam aplicados. Devem ser particularmente
acautelados os riscos de saponificação e de formação expansiva de sais.
2.4.2.5. Isolamento térmico e acústico
O isolamento das paredes exteriores é fundamental para o conforto térmico dos edifícios. Isto não se
aplica apenas a edifícios novos, mas também à reabilitação de edifícios. No inverno, o isolamento
previne as perdas térmicas do interior para o exterior e no verão permite diminuir o efeito de
aquecimento, promovido pela radiação solar.
De facto, não é possível obter conforto interior sem estudar o edifício do ponto de vista térmico, para
que sejam percetíveis as necessidades de isolamento.
Em Portugal, os códigos de construção como o Decreto-Lei n.º 118/2013 [65] devem ser cumpridos
para assegurar exigências mínimas de isolamento térmico. Este documento congrega num único
diploma, o Sistema de Certificação Energética dos Edifícios (SCE), que por sua vez integra o
Regulamento do Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação (REH) e o Regulamento de
Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e Serviços (RECS).
A norma UNI 11493:2013 [15] refere que o sistema de revestimento cerâmico deve, em qualquer
caso, ser concebido e construído de modo a: assegurar uma adequada resistência às solicitações
mecânicas, químicas e higrotérmicas associadas ao ambiente de destino e às condições de
movimentação do ladrilho cerâmico e evitar qualquer risco de ponte térmica ou acústica.
2.4.3. Durabilidade
2.4.3.1. Conservação da qualidade
O revestimento deve conservar as suas caraterísticas sob a ação dos agentes de solicitação comuns:
água, temperatura e movimentos normais do suporte.
As cores claras reduzem a amplitude dos choques térmicos. Os movimentos diferenciais ladrilhossuportes devem ser absorvidos pelas juntas entre ladrilhos e por juntas de fracionamento e
perimetrais criteriosamente posicionadas. As juntas estruturais do suporte devem ser respeitadas.
2.4.3.2. Manutenção
O Relatório Técnico CEN TR 13548:2004 [12] afirma que deve ser dada atenção à proteção dos
ladrilhos de danos ou contaminações que podem ter origem em eflorescências; argamassas de
cimento; materiais de preenchimento das juntas; ou agentes de limpeza inadequados. Os
60
revestimentos cerâmicos devem ser mantidos limpos e livres de cimento, gesso e todos os materiais
suscetíveis de causar manchas.
Após a aplicação do material de preenchimento das juntas, a superfície do ladrilho cerâmico deve ser
limpa, a fim de ser removida qualquer contaminação ou materiais suscetíveis de causar manchas.
Deve-se ter em conta que todos os restos devem ser limpos o mais cedo possível e que antes e/ou
após a limpeza com agente agressivo químico, o revestimento deve lavado com água limpa. Os
conselhos sobre a limpeza devem ser disponibilizados pelos fabricantes adequados.
As pessoas responsáveis pela manutenção devem ser plenamente informadas de qualquer risco de
uso indevido provável de ocorrer, incluindo recomendações para a limpeza [12]. O proprietário deve
guardar uma quantidade de ladrilhos de reserva para que possam ser utilizados para eventuais
futuras substituições [12]. A operação de manutenção, geralmente consiste numa limpeza regular com
água (quente) e com uma solução de detergente neutro. No caso de manchas especiais e
incrustações, procedimentos especiais e produtos de limpeza devem ser utilizados. Recomenda-se a
aplicação do produto numa pequena área para o testar e antes de o aplicar em toda a superfície.
Segundo a norma italiana UNI 11493 (2013) [15], a manutenção do revestimento cerâmico
compreende as operações de limpeza e de tratamento necessárias para a reparação periódica do
ladrilho. Para estes tratamentos, devem ser consultadas as instruções do fabricante.
As ações de limpeza devem ser realizadas com frequência para evitar a acumulação excessiva de
sujidades, e a aplicação de tratamentos de limpeza mais longos e trabalhosos, e também química e
mecanicamente mais enérgicos. Nestas situações, as ações de limpeza podem resultar num aumento
do risco de deterioração da superfície do ladrilho. O tratamento de limpeza é geralmente realizado consoante o tipo e quantidade de sujidade da superfície - com detergente e água.
Um requisito importante é que a superfície de cerâmica e as juntas não sejam expostas ao ataque
químico pelo detergente utilizado. Para mais informações sobre este assunto, devem ser consultados
os manuais, quando disponíveis, e as informações fornecidas pelo fabricante dos ladrilhos e materiais
para juntas, e pelo fabricante de detergentes. Os detergentes contendo ácido fluorídrico, ou seus
derivados, devido à sua agressividade para a sílica e materiais afins, não devem ser usados na
limpeza de superfícies cerâmicas. Se for necessário aplicar tratamentos de superfície para restaurar
ou mudar as características da superfície, é necessário verificar a compatibilidade da substância com
o tratamento do material cerâmico, das juntas e outros elementos do revestimento cerâmico.
O manual TCNA [21] refere que todos os revestimentos cerâmicos, especialmente os aplicados no
exterior, que incluam a aplicação de material de preenchimento das juntas de movimento, requerem
inspeção periódica e manutenção por parte do proprietário. Devem ser consultados os fabricantes de
materiais e fabricantes de produtos de manutenção para os procedimentos recomendados.
O Guia de la baldosa [5] refere que, em geral, os revestimentos de cerâmica são caracterizados pela
maior facilidade de uso e de limpeza (menos requisitos de manutenção). Também refere que, após a
conclusão da aplicação do revestimento cerâmico, é desejável que o proprietário tenha uma reserva
61
de cada tipo de revestimento, o que equivale a um por cento (1%) do material aplicado, para possíveis
substituições.
Na maioria dos casos, a utilização de produtos de limpeza é suficiente para remover a maioria dos
tipos de manchas comuns. O Quadro 2.40. lista os produtos mais adequados para a limpeza de cada
tipo de mancha.
Quadro 2.40. – Diferentes tipos de mancha e correspondentes produtos de limpeza [2 e 5]
Tipo de mancha
Cimento, produtos à base
cimento, resíduos calcários
de
Depósitos de óxidos
Azeites
Gorduras
Alcatrão ou betume
Pintura a óleo
Decapante de soldadura
Mastique
Fruta e sumos de frutos - mancha
recente
Molho de tomate
Pintura vinílica ou gliceroftálica
Cola e matérias plásticas
Borracha
Cerveja ou vinho
Iodo
Sangue
Fuelóleo
Fruta e sumos de frutos - mancha
antiga
Óleo de linhaça
Tinta fresca, mercurocromo
Produto de limpeza
Ácido acético 10%
Ácido clorídrico 10% (*)
Ácido acético 10%
Ácido fosfórico
Álcool etílico
Bicarbonato e água, tricloro etileno
Tricloro etileno
Álcool metílico
Observações
Seguir
as
indicações
do
fabricante.
Está proibida a utilização dos
ácidos fluorídricos.
Produtos inflamáveis:
- arejar bem
- não fumar
- impedir faíscas de ferramentas
ou interruptores elétricos
Benzina
Dissolventes orgânicos
Detergentes alcalinos
Água oxigenada (H2O2)
Água oxigenada (H2O2) ou soda
cáustica
Tricloro etileno
Álcool etileno
Permanganato de potássio seguido
de ácido oxálico
Lixivia – hipoclorito de sódio e água
Cloreto de metileno e álcool
Proteger as mãos
Proteger materiais de PVC,
alumínio, zinco, e borracha
(*) O ácido clorídrico é corrosivo sendo preciso, portanto, proteger as mãos, evitar salpicos e usar vestuário
Graffitis
apropriado.
2.4.4. Economia
Em geral, os sistemas de revestimento cerâmico aplicados em fachadas são soluções qualitativas e
económicas: apresentam uma expectativa de vida maior do que todos os outros revestimentos, com
uma manutenção simples e leve.
As soluções de revestimento cerâmico devem ser satisfatórias para o dono de obra e aliar economia e
facilidade de implementação para as partes envolvidas no processo construtivo.
As soluções do sistema de revestimento da fachada devem minimizar os custos de conservação,
manutenção e reparação mas cumprindo sempre as exigências atrás referidas.
62
2.5.
Considerações finais do capítulo
As normas representam anos de experiência e de ensaios científicos, a partir do consenso alargado
de profissionais da indústria que cedem parte do seu tempo e esforço para ajudar arquitetos,
aplicadores e proprietários a conseguirem revestimento cerâmicos cada vez melhor executados.
Neste documento, procurou-se descrever, de forma sucinta, o atual panorama sobre normalização
europeia e internacional aplicável a revestimentos cerâmicos em paredes exteriores. Este resumo é
resultado de uma ampla pesquisa bibliográfica sobre o tema, a qual evidencia a diversidade das
exigências que devem ser asseguradas no planeamento e desenho do sistema de revestimento
cerâmico aderente.
A estrutura das várias normas analisadas varia de país para país, existindo algumas normas focadas
apenas num elemento construtivo, como por exemplo a Norma Britânica parte 2 que faz referência
apenas aos revestimentos cerâmicos aplicados em fachadas. Outras normas, como por exemplo a
Italiana, abrangem num único documento recomendações para pavimentos e paredes, tanto aplicados
no exterior como no interior.
Da normalização analisada, pode-se concluir que é dado um especial relevo aos seguintes aspetos,
que devem estar presentes na conceção dos revestimentos cerâmicos em fachadas:
• compatibilização com o suporte;
• exigências aplicáveis ao suporte;
• condições atmosféricas na aplicação;
• desenho das juntas de movimento na fachada, especificando a sua localização e estabelecendo
ainda distâncias mínimas e máximas entre juntas.
Também se pode concluir que, para garantir uma instalação de longa duração, é fundamental que os
arquitetos especifiquem e forneçam os requisitos para a conceção de todas as juntas, em conjunto
com a especificação do material de preenchimento dessas juntas.
A chave para uma instalação bem-sucedida dos revestimentos cerâmicos é seguir a normalização da
indústria, especificar os métodos de aplicação e os materiais de acordo com as normas em vigor e
divulgar essa informação a todos os intervenientes na execução do revestimento cerâmico de
fachada.
Seguidamente, no capítulo 3 [O projeto de revestimentos cerâmicos de fachada na ótica dos
intervenientes], faz-se uma análise dos resultados obtidos nos inquéritos por questionário aos
profissionais na área da construção civil que tenham participação direta no processo de decisão da
tipologia e aplicação de revestimentos em fachadas.
63
64
3. O PROJETO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS DE FACHADA NA ÓTICA DOS INTERVENIENTES
3.1.
Considerações iniciais
Neste capítulo, são apresentados os resultados dos questionários realizados a profissionais que
trabalham na área da construção civil e que possam ter interferência na especificação de
revestimentos cerâmicos, tais como: arquitetos; engenheiros civis; trabalhadores por conta própria ou
de outrem; desenhadores ou preparadores de obra; fornecedores de revestimentos cerâmicos/
material de colagem / argamassas; medidores orçamentistas; profissionais em empresas de
construção civil e de fiscalização.
Além dos referidos resultados, este capítulo apresenta ainda a análise das respostas e sugestões
dadas pelos profissionais acima mencionados, tendo o respetivo questionário sido disponibilizado
para preenchimento através do envio para o respetivo endereço de correio eletrónico pessoal.
Durante o período de 2014-07-09 a 2014-09-18, foi obtida a amostra A constituída por 257 inquéritos
preenchidos por profissionais da área da construção civil e foram analisados os resultados.
No sentido de se poder, de alguma forma, comparar e validar as respostas de profissionais com mais
ou menos experiência, em obras projetadas e realizadas, optou-se por definir a amostra B com
profissionais com mais de 10 obras realizadas e 10 anos de experiência, verificando-se haver 107
inquiridos com estas caraterísticas. Todos estes profissionais mencionaram ter critérios ao
especificarem revestimentos cerâmicos e produtos para as juntas entre ladrilhos. Ao longo da análise
dos resultados dos questionários, por comparação dos resultados das amostras A e B, constatou-se
haver concordância de opinião com ligeiras diferenças nos valores referidos.
O questionário foi elaborado tendo por base o levantamento realizado no Capítulo 2, a respeito do
projeto de revestimentos cerâmicos aderentes, sobre a normalização europeia e fora da Europa. Os
resultados obtidos foram importantes para justificar a relevância da Dissertação e considerados no
desenvolvimento do Capítulo 4.
A análise deste questionário foi dividida em três partes: na primeira, faz-se a identificação do perfil dos
inquiridos; na segunda, faz-se a análise da prática do projeto de revestimentos cerâmicos; na terceira,
faz-se a análise da especificação dos materiais.
O questionário está disponível no Anexo B, sendo os resultados dos questionários da amostra A
apresentados no Anexo C e os resultados dos questionários da amostra B detalhados no Anexo D.
3.2.
Análise de resultados dos questionários
3.2.1. Identificação do universo de análise - perfil dos inquiridos
3.2.1.1.
Atividade profissional (questão 1)
Na Figura 3.1., observa-se que a grande maioria dos inquiridos (257 na amostra A) são arquitetos e
engenheiros civis, sendo 51% dos inquiridos arquitetos (131 respostas) e 35% engenheiros civis (89
respostas). Do total de 257 inquiridos, 255 responderam a esta pergunta.
Na Figura 3.2., verifica-se que a grande maioria dos inquiridos na amostra B (total de 107 inquiridos)
também são arquitetos e engenheiros civis, com 50% de arquitetos (52 respostas) e 30% de
engenheiros civis (31 respostas). Do total de 107 inquiridos, 105 responderam a esta pergunta.
65
Figura 3.1. – Atividade profissional (Amostra A)
Figura 3.2. – Atividade profissional (Amostra B)
3.2.1.2. Competências técnicas e profissionais - número de anos de experiência na função ou
atividade (questão 2)
No que se refere ao número de anos de experiência na função ou atividade (Figura 3.3.), constata-se
que 55% dos inquiridos (de um total de 257 na amostra A) têm uma “experiência superior a 10 anos”,
31% dos inquiridos têm uma “experiência superior a 5 anos” e 14% têm uma “experiência superior a 1
ano”. Do total de 257 inquiridos, 256 responderam a esta pergunta.
Relativamente ao número de anos de experiência na função ou atividade dos 107 inquiridos da
amostra B (Figura 3.4.), constata-se que todos (100%) têm uma experiência na função ou atividade
superior a 10 anos.
Figura 3.3. – Número de anos de experiência na
função ou atividade (Amostra A)
Figura 3.4. – Número de anos de experiência na
função ou atividade (Amostra B)
66
3.2.1.3.
Competências técnicas e profissionais - número de obras projetadas e
acompanhadas (questão 3)
Quanto ao número de obras projetadas e acompanhadas pela totalidade dos inquiridos (257 na
amostra A - Figura 3.5.), constata-se que 68% têm uma “experiência superior a 10 obras”, 18% dos
inquiridos têm uma “experiência superior a 5 obras” e 14% têm uma “experiência superior a 1 obra”.
Do total de 257 inquiridos, 252 responderam a esta pergunta.
No que diz respeito ao número de obras projetadas e acompanhadas 107 inquiridos da amostra B
(Figura 3.6.), constata-se que todos (100%) têm um número de obras projetadas e acompanhadas
superiores a 10 obras.
Figura 3.5. – Número de obras projetadas e
acompanhadas (Amostra A)
Figura 3.6. – Número de obras projetadas e
acompanhadas (Amostra B)
3.2.1.4. Atividade profissional - Membro de ordem ou associação profissional
(questão 4)
Na Figura 3.7., observa-se que, dos 257 inquiridos, a grande maioria pertence a alguma ordem ou
associação profissional - 84% (correspondentes a 217 respostas), enquanto 16% dos inquiridos
responderam “Não” a esta questão (40 respostas).
Na Figura 3.8., observa-se que, dos 107 inquiridos da amostra B, a grande maioria também pertence
a alguma ordem ou associação profissional - 79% dos inquiridos (85 respostas), enquanto 21%
responderam “Não” (22 respostas).
Figura 3.7. – Membro de Ordem ou associação
profissional (Amostra A)
Figura 3.8. – Membro de Ordem ou associação
profissional (Amostra B)
3.2.1.5. Ordem ou associação profissional a que pertence (questão 5)
Na Figura 3.9., constata-se que, das 217 respostas obtidas, 57% dos inquiridos pertencem à Ordem
dos Arquitetos (124 respostas), 33% dos inquiridos pertencem à Ordem dos Engenheiros (71
67
respostas), 10% dos inquiridos pertencem à Ordem dos Engenheiros Técnicos (21 respostas) e 3%
pertencem a outras associações (6 respostas).
Na Figura 3.10., verifica-se que, das 85 respostas obtidas na amostra B (107 inquiridos), 60%
pertencem à Ordem dos Arquitetos (51 respostas), 28% pertencem à Ordem dos Engenheiros (24
respostas), 9% pertencem à Ordem dos Engenheiros Técnicos (8 respostas) e 3% pertencem a outras
associações (5 respostas).
Figura 3.9. – Ordem ou associação profissional a
que pertence (Amostra A)
Figura 3.10. – Ordem ou associação profissional
a que pertence (Amostra B)
3.2.1.6. Escalão etário (questão 23)
No que se refere às faixas etárias (Figura 3.11), observa-se que as mais representativas na totalidade
da amostra são “entre 25 e 34 anos” e “entre 35 e 44 anos”, com respetivamente 44% e 31% das
respostas obtidas. Já na amostra B (107 inquiridos) (Figura 3.12.), constata-se que as mais
representativas são “entre 35 e 44 anos” e “entre 45 e 54 anos”, com respetivamente 41% e 37% das
respostas obtidas.
Figura 3.11. – Escalão etário (Amostra A)
Figura 3.12. – Escalão etário (Amostra B)
3.2.1.7. Sexo (questão 24)
Analisando a Figura 3.13., verifica-se que o número de inquiridos do sexo masculino tem um valor de
75% (189 inquiridos), enquanto o sexo feminino apresenta um valor de 25% (64 inquiridos). Quatro
dos inquiridos não responderam a esta pergunta, num universo de 257 inquiridos.
Na amostra B (107 inquiridos - Figura 3.14.), observa-se que o número de inquiridos do sexo
masculino tem um valor de 91% (95 inquiridos), enquanto o sexo feminino apresenta um valor de 4%
(9 inquiridos), havendo ainda 3 inquiridos que não responderam a esta pergunta.
Analisando as Figuras 3.13 e 3.14., conclui-se que a grande maioria dos inquiridos que responderam
ao questionário são do sexo masculino.
68
Figura 3.13. – Sexo (Amostra A)
Figura 3.14. – Sexo (Amostra B)
3.2.1.8. Distrito de residência (questão 25)
Relativamente ao distrito de residência (Figura 3.15.), constata-se que 41% dos inquiridos têm
residência no distrito de Lisboa, 17% dos inquiridos têm residência no distrito do Porto, 10% dos
inquiridos têm residência no distrito de Setúbal, 5% dos inquiridos têm residência no distrito de
Coimbra, 4% dos inquiridos têm residência no distrito de Braga e 22% têm residência em outros
distritos. Do total de 257 inquiridos, 242 responderam a esta pergunta.
No que se refere ao distrito de residência dos 107 inquiridos na amostra B (Figura 3.16.), verifica-se
que 46% têm residência no distrito de Lisboa, 24% têm residência no distrito do Porto, 9% têm
residência no distrito de Setúbal e 22% têm residência em outros distritos. Do total de 107 inquiridos,
101 responderam a esta pergunta.
Figura 3.15. – Distrito de residência (Amostra A)
Figura 3.16. – Distrito de residência (Amostra B)
3.2.1.9. Nível de escolaridade (questão 26)
Relativamente às habilitações académicas (Figura 3.17), observa-se que os inquiridos possuem níveis
de escolaridade médios / elevados. De facto, 43% dos inquiridos indicaram possuir um “Bacharelato
ou Licenciatura” e 44% indicaram possuir uma “Pós-graduação ou Mestrado”. Apenas 8% dos
inquiridos mencionaram ter o nível “Ensino Médio ou profissional” e 2% um “Doutoramento”. Do total
de 257 inquiridos, 253 responderam a esta pergunta.
No que se refere às habilitações académicas dos 107 inquiridos na amostra B (Figura 3.18.), verificase que também possuem níveis de escolaridade médios/elevados. Na verdade, 41% dos inquiridos
indicaram possuir uma “Bacharelato ou Licenciatura” e 36% indicaram possuir uma “Pós-graduação
ou Mestrado”. Verifica-se que apenas 13% dos inquiridos mencionaram ter o nível “Ensino Médio ou
profissional” e 6% um “Doutoramento”. Do total de 107 inquiridos, 104 responderam a esta pergunta.
69
Figura 3.17. – Nível de escolaridade (Amostra A)
Figura 3.18. – Nível de escolaridade (Amostra B)
3.2.2. Projeto de revestimento cerâmico de fachada
3.2.2.1. Conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas (questão 6)
Na Figura 3.19., observa-se que, dos 257 inquiridos, 51% (131 inquiridos) não têm conhecimento da
existência de projeto de revestimentos de fachadas e 49% (126 inquiridos) têm conhecimento.
Na Figura 3.20., observa-se que, dos 107 inquiridos na amostra B, mais de metade têm conhecimento
da existência de projeto de revestimentos de fachadas, com 60% (64 inquiridos) a responderem “Sim”,
e 40% (43 inquiridos) a responderem “Não”.
Figura 3.19. – Conhecimento da existência de
projeto de revestimentos de fachadas (Amostra A)
Figura 3.20. – Conhecimento da existência de
projeto de revestimentos de fachadas (Amostra B)
3.2.2.2. Países onde existe a prática corrente do projeto de revestimento cerâmico de fachada
(questão 7)
Na Figura 3.21., constata-se que, das 124 respostas obtidas no universo de 257 inquiridos, 87% (108
respostas) responderam que conheciam a existência do projeto em Portugal e 38% (47 respostas)
responderam que conheciam em outros países. Os países que foram mencionados foram: Alemanha,
Angola, Brasil, China, Espanha, Reino Unido, Suíça, Suécia e Turquia.
Na Figura 3.22., observa-se que, das 63 respostas obtidas na amostra B (107 inquiridos), 89% (56
respostas) responderam que conheciam a existência do projeto em Portugal, 44% (28 respostas)
responderam que conheciam em outros países. Os países que foram indicados foram: Alemanha,
China, Espanha e Turquia.
Figura 3.21. – Se sim, onde? (Amostra A)
Figura 3.22. – Se sim, onde? (Amostra B)
70
3.2.2.3. Aplicação do projeto de revestimento de fachada a alguns materiais (questão 8)
Na Figura 3.23., observa-se que, das 125 respostas obtidas nos 257 inquiridos, 63% (79 respostas)
têm conhecimento da aplicação do projeto de revestimentos de fachada a “todos os revestimentos” e
37% (46 respostas) responderam que têm conhecimento da aplicação do projeto de revestimento de
fachada a “alguns revestimentos”.
Na Figura 3.24. verifica-se que, das 64 respostas obtidas na amostra B (107 inquiridos), 66% (42
inquiridos) têm conhecimento da aplicação do projeto de revestimentos de fachada a “todos os
revestimentos” e 34% (22 inquiridos) responderam que têm conhecimento da aplicação do projeto de
revestimento de fachada a “alguns revestimentos”.
Os materiais mencionados são: vidro, pedra, resinas, cimentícios, cerâmicos, metal, madeira e
derivados, fenólicos, acrílico, betão prefabricado, rebocos tradicionais, ETICS, rebocos armados,
fachada ventilada - painéis cerâmicos, argamassas e pintura, revestimentos metálicos (alumínio e
chapa zincada), mosaico, azulejo, barramentos, argamassas especiais, betão projetado, pastilha,
pedra, marmorite, fibrocimento, painéis compósitos, cortiça, painéis de madeira com cimento e chapas
metálicas.
Figura 3.23. – Aplicação do projeto de revestimento
de fachada a alguns materiais (Amostra A)
3.2.2.4.
Figura 3.24. – Aplicação do projeto de revestimento
de fachada a alguns materiais (Amostra B)
Pertinência da existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico
em Portugal (questão 9)
Relativamente à pertinência da existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em
Portugal, na Figura 3.25. observa-se que a esmagadora maioria dos inquiridos julga pertinente a
existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em Portugal - 85% (210 inquiridos)
Apenas 15% (37 inquiridos) responderam “Não”, num total de 247 respostas.
Ao analisar a Figura 3.26., pode-se verificar que a esmagadora maioria dos inquiridos na amostra B
(107 inquiridos) julga pertinente a existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em
Portugal, com 86% (89 inquiridos) a responderem “Sim” e 14% (14 inquiridos) a responderem “Não”,
num total de 103 respostas.
71
Figura 3.25. – Pertinência da existência de
Figura 3.26. – Pertinência da existência de
projeto de fachadas com revestimento cerâmico
projeto de fachadas com revestimento cerâmico
em Portugal (Amostra A)
em Portugal (Amostra B)
Das respostas favoráveis, justifica-se a sua existência por algumas razões como:
• “tradição e prática corrente na arquitetura portuguesa, da aplicação de revestimentos cerâmicos em
fachadas”;
• “tratar-se de mais uma especialidade como os projetos de térmica, ITED, águas, esgotos, pluviais,
entre outros”;
• “necessidade de um aumento de prescrição; assegurar o cumprimento das normas e regulamentos”;
• “aumentar a segurança do projeto para os utentes do mesmo e para os transeuntes”;
• “prevenção do aparecimento de anomalias”;
• “assegurar o conforto e a eficiência térmica”;
• “singularidade de cada projeto ou de cada obra”;
• “durabilidade, estética das soluções”;
• “definição de materiais e técnicas de aplicação”;
• “porque os projetos são omissos nesta matéria, resultando na aplicação de forma empírica e nem
sempre com bons resultados”;
• “desde que contribua para o enriquecimento do património arquitetónico construído, para a
contenção de custos, ou ainda possibilitando uma correta execução por parte dos empreiteiros”.
Das respostas desfavoráveis, justifica-se a sua não existência por algumas razões como:
• “poder ser incluído nos projetos já previstos”;
• “poder ser integrado no projeto geral de arquitetura”;
• “não se justifica um projeto pois existem as orientações do fabricante”.
• “não apresenta complexidade suficiente que justifique um projeto específico”.
3.2.2.5. Importância das informações escritas e desenhadas no projeto de execução (questão
10)
Relativamente à importância das informações escritas e desenhadas que fazem parte do projeto de
execução (amostra A na Figura 3.27.), destacam-se, como as informações “muito importantes” que
devem estar presentes no projeto de execução: os “Pormenores de execução”, as “Peças
desenhadas” e as “Medições e mapa de quantidades”, com cerca de 80%, 76% e 71%
respetivamente.
72
Figura 3.27. – Importância das informações escritas e desenhadas no projeto de execução
(Amostra A)
Quanto à importância das informações escritas e desenhadas que fazem parte do projeto de
execução (Figura 3.28.), verifica-se os inquiridos na amostra B consideraram que todas as
informações propostas são “Muito importantes”. Destacam-se, como informações que devem estar
presentes no projeto de execução, os “Pormenores de execução”, as “Medições e mapa de
quantidades” e as “Peças desenhadas”, com cerca de 80%, 77% e 73% respetivamente.
Figura 3.28. – Importância das informações escritas e desenhadas no projeto de execução
(Amostra B)
3.2.2.6.
Grau de conhecimento sobre a prática do projeto de revestimentos de fachada
(questão 11)
Das 218 respostas na amostra A (257 inquiridos), obteve-se o valor médio de 2,51 numa escala de 1
a 5. Na amostra B (107 inquiridos), nas 95 respostas obtidas, alcançou-se o resultado médio de 2,81
numa escala de 1 a 5.
3.2.2.7.
Descrição da prática do projeto de revestimento (questão 12)
Ao analisar a Figura 3.29., pode-se verificar que 54% das respostas considera que o projeto de
revestimentos “Não é uma prática corrente em Portugal, mas deveria ser realizada por mais
profissionais”, 50% das respostas indica que “Contribui para a redução de anomalias nas fachadas
dos edifícios”, 36% das respostas diz que “Contribui para antecipar problemas que possam existir na
obra”, 25% indica que “Reúne todas as informações necessárias para a execução e controlo da
qualidade dos revestimentos cerâmicos nas condições particulares de cada obra”. Apenas 2% refere
que “É uma prática dispendiosa e não existe interesse em ser concretizada”.
73
Figura 3.29. – O projeto de revestimento de fachada (Amostra A)
Ao examinar com atenção a Figura 3.30., referente à Amostra B (107 inquiridos), pode-se verificar que
as descrições têm a mesma hierarquia de importância da Figura 3.29. (por ordem decrescente), mas
com uma acentuação das vantagens desta prática: “Não é uma prática corrente em Portugal, mas
deveria ser realizada por mais profissionais” (60% das respostas); “Contribui para a redução de
anomalias nas fachadas dos edifícios” (53% das respostas); “Contribui para antecipar problemas que
possam existir na obra” (41% das respostas) e “Reúne todas as informações necessárias para a
execução e controlo da qualidade dos revestimentos cerâmicos nas condições particulares de cada
obra” (31% das respostas). Apenas 4% das respostas refere que “É uma prática dispendiosa e não
existe interesse em ser concretizada”.
Figura 3.30. – O projeto de revestimento de fachada (Amostra B)
3.2.2.8. Meios de informação sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos
cerâmicos de fachadas (questão 13)
Ao analisar a Figura 3.31., pode-se verificar que os “manuais de aplicação de fabricantes de
revestimentos cerâmicos / material de colagem / argamassas” são o meio de informação mais
utilizado (70%), seguidos da Internet (62%), dos “manuais de aplicação de revestimentos cerâmicos
(ex. APICER) ” (46%) e das normas e documentação técnica do LNEC (42%).
74
Figura 3.31. – Meios de informação sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos
cerâmicos de fachadas (Amostra A)
Ao analisar a Figura 3.32., pode-se verificar que, para a amostra B, são também os “manuais de
aplicação de fabricantes de revestimentos cerâmicos / material de colagem / argamassas” o meio de
informação mais utilizado (79%), seguidos da Internet (66%), dos “manuais de aplicação de
revestimentos cerâmicos (ex. APICER) ” (56%) e das normas e documentação técnica do LNEC
(50%).
Figura 3.32. – Meios de informação sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos
cerâmicos de fachadas (Amostra B)
Os inquiridos que responderam outra (s) mencionaram:
• consulta de consultores da especialidade; consulta de técnicos e fabricantes; manuais e fichas técnicas
de materiais e acessórios para aplicação de revestimentos cerâmicos; bom senso e experiência.
75
3.2.2.9. Importância dos aspetos A a H na prática do projeto de fachada de revestimentos
cerâmicos (questão 14)
No que diz respeito à importância dos aspetos A a H na prática do projeto de revestimentos cerâmicos
de fachada (Figura 3.33.), verifica-se que os três aspetos considerados “Muito importantes” por mais
inquiridos foram os A, B e H, ou seja, “A - Escolha de materiais compatíveis entre si”, “B Dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos” e “H - Prescrição de cimentos
cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos”, com cerca de 54%, 44% e 45%
respetivamente.
Relativamente à importância dos aspetos A a H na prática do projeto de fachada de revestimentos
cerâmicos para os 107 inquiridos na amostra B (Figura 3.34.), também se verifica que os três aspetos
com o valor “Muito importantes” com mais respostas foram os A, B e H, ou seja, “A - Escolha de
materiais compatíveis entre si”, “B - Dimensionamento correto das juntas de movimento entre os
ladrilhos” e “H - Prescrição de cimentos cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos”,
com cerca de 54%, 48% e 50% respetivamente.
Figura 3.33. - Importância dos aspetos A a H na
Figura 3.34. - Importância dos aspetos A a H na
prática do projeto de fachada de revestimentos
prática do projeto de fachada de revestimentos
cerâmicos (Amostra A)
cerâmicos (Amostra B)
Legenda: A - Escolha de materiais compatíveis entre si; B - Dimensionamento correto das juntas de movimento entre os
ladrilhos; C - Pormenorização de juntas periféricas, de esquartelamento ou estruturais; D - Cuidado na pormenorização das
zonas singulares do revestimento cerâmico. (proteção de zonas periféricas e de cantos salientes; E - Prescrição de colagem
dupla em vez de simples; F - Escolha do grau de porosidade do ladrilho cerâmico; G - Estereotomia conforme com as
características do suporte; H - Prescrição de cimentos cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos.
Os inquiridos ainda mencionaram outros aspetos como:
• “Escolha adequada do produto em função da zona / uso”;
• “Determinação e caracterização de agentes agressores da envolvente: poluição; vandalismo”;
• “Garantir o correto entendimento da regra conceptual que dá origem à estereotomia”;
• “A reutilização de práticas quase centenárias, de materiais para a colocação em algumas fachadas,
preterindo o cimento cola”;
• “Execução e acompanhamento da execução do trabalho”;
• “Correta medição e orçamentação”;
• “Adequabilidade do produto e sistema de suporte face à omissa manutenção dos edifícios que pode
provocar acidentes em terceiros”;
• “Compatibilização com a estrutura de suporte”.
76
3.2.3. Especificação dos materiais
3.2.3.1.
Importância de certas características na especificação de um revestimento
cerâmico aplicado em fachada (questão 15)
Relativamente à importância de certas características na especificação de um revestimento cerâmico
numa fachada (Figura 3.35.), verifica-se que todas foram consideradas “Importantes”, sendo as mais
pontuadas “a facilidade de limpeza”, “ter uma boa relação qualidade preço” e o “grau de absorção da
peça cerâmica”, com cerca de 60%, 56% e 49% respetivamente.
Figura 3.35. – Importância de certas características na especificação de um revestimento cerâmico
em fachada (Amostra A)
Relativamente à resposta dos 107 inquiridos da amostra B à mesma pergunta, (Figura 3.36.), contatase que o “Aspeto visual – acabamento superficial cor e textura” foi considerado “Muito Importante”
para o maior número de respostas. Todas as outras caraterísticas foram consideradas “Importantes”,
sendo as mais pontuadas “a facilidade de limpeza”, “ter uma boa relação qualidade preço” e o “grau
de absorção da peça cerâmica”, com cerca de 61%, 56% e 51% respetivamente.
Figura 3.36. – Importância de certas características na especificação de um revestimento cerâmico
em fachada (Amostra B)
3.2.3.2.
Importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico
aplicado em fachada (questão 16)
Relativamente à importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico em
fachada (Figura 3.37.), verifica-se que três foram considerados “Muito importantes” pelos inquiridos:
77
“Deformações excessivas do suporte”, “A altura da fachada e dimensão da área aplicada” e
“Orientação solar da fachada”, com cerca de 60%, 47% e 46% respetivamente. Os fatores “Poluição
atmosférica e ambiente circundante do edificado” e “Humidade do suporte” foram considerados
“Importantes”, com cerca de 51% e 50% respetivamente.
Figura 3.37. – Importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico
aplicado em fachada (Amostra A)
Quanto à importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico em fachada
(Figura 3.38.), verifica-se que três fatores foram considerados como “Muito importantes” pelos
inquiridos na amostra B; “Deformações excessivas do suporte”, “A altura da fachada e dimensão da
área aplicada” e “Orientação solar da fachada”, com cerca de 66%, 59% e 53% respetivamente. Os
fatores “Poluição atmosférica e ambiente circundante do edificado” e “Humidade do suporte” foram
considerados Importantes, com cerca de 51% e 47% respetivamente.
Figura 3.38. – Importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico
aplicado em fachada (Amostra B)
78
3.2.3.3.
Critérios básicos utilizados no dimensionamento da abertura das juntas de
movimento entre ladrilhos em fachadas com acabamento em revestimento cerâmico
aderente (questão 17)
Na Figura 3.39., constata-se que, das 255 respostas recebidas, 78% mencionaram que seguem
recomendações dadas por fornecedores e 62% indicaram que seguem recomendações dadas por
normas e documentação técnica.
Na Figura 3.40., verifica-se que, dos 106 inquiridos na amostra B, 86% mencionaram que seguem
recomendações dadas por fornecedores e 72% indicaram que seguem recomendações dadas por
normas e documentação técnica.
Figura 3.39. – Critérios básicos utilizados no
dimensionamento da abertura das juntas de
movimento entre ladrilhos em fachadas com
acabamento em revestimento cerâmico aderente
(Amostra A)
Figura 3.40. – Critérios básicos utilizados no
dimensionamento da abertura das juntas de
movimento entre ladrilhos em fachadas com
acabamento em revestimento cerâmico aderente
(Amostra B)
Os inquiridos ainda indicaram outros critérios como:
• “questões estéticas e arquitetónicas”; “experiência decorrente da análise de anomalias”; “critérios do
aplicador”; “estudo e aplicação das técnicas e boas práticas de aplicação tradicionais”.
3.2.3.4.
“Calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou
estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada?” (questão 18)
Considerando agora a pergunta sobre se calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de
esquartelamento ou estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada, na Figura 3.41. verifica-se
que a maioria dos inquiridos (85%) respondem “Não” e apenas 15% dos inquiridos respondem “Sim”.
Em relação à amostra B (107 inquiridos), a Figura 3.42. mostra do mesmo modo que a maioria dos
inquiridos (77%) respondem “Não”, mas a percentagem dos inquiridos a responderem “Sim” é
ligeiramente superior à amostra A, com 23%.
Figura 3.41. – Calcula a dimensão da abertura das
juntas periféricas, de esquartelamento ou
estruturais de revestimentos cerâmicos de
fachada? (Amostra A)
Figura 3.42. – Calcula a dimensão da abertura das
juntas periféricas, de esquartelamento ou
estruturais de revestimentos cerâmicos de
fachada? (Amostra B)
79
Os inquiridos ainda referiram que tinham em consideração:
• “recomendações do fornecedor”; “permeabilidade da parede”; “cores disponíveis”; “resistência aos
raios UV”; e “questões estéticas e arquitetónicas”.
3.2.3.5. Indicação das juntas dimensionadas (questão 19)
Dos 37 inquiridos que responderam “Sim” na amostra A (257 inquiridos), apenas 24 reponderam “De
quais?” e apontam sobretudo “todas as juntas”, “juntas de esquartelamento” e “juntas estruturais”.
Dos 24 inquiridos que responderam “Sim” na amostra B (107 inquiridos), apenas 14 reponderam “De
quais?” e apontam também “todas as juntas”, “juntas de esquartelamento” e “juntas estruturais”.
3.2.3.6. Percentagem das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas do
revestimento cerâmico aplicado em fachadas (questão 20)
Quanto à percentagem das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas do
revestimento cerâmico aplicado em fachadas (Figura 3.43.), verifica-se que apenas 29% da totalidade
dos inquiridos calcula em “75% e 100% das obras”, 19% dos inquiridos em “50% a 75% das obras,
26% dos inquiridos em “25% a 50% das obras e 26% dos inquiridos em “menos de 25% das obras”.
No que diz respeito à % das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas do
revestimento cerâmico aplicado em fachadas (Figura 3.44.), verifica-se que 30% dos inquiridos na
amostra B calcula em “75% e 100% das obras”, 20% em “50% a 75% das obras”, 25% em “menos de
25% das obras” e 25% em “25% a 50% das obras.
Figura 3.43. – % das obras onde foi calculada a
dimensão da abertura das juntas do
revestimento cerâmico aplicado em fachadas
(Amostra A)
Figura 3.44. – % das obras onde foi calculada a
dimensão da abertura das juntas do
revestimento cerâmico aplicado em fachadas
(Amostra B)
3.2.3.7. Critérios na especificação do material de preenchimento das juntas (questão 21)
Na Figura 3.45., constata-se que os resultados obtidos (para a especificação do material de
preenchimento das juntas) permitem diferenciar três critérios de maior peso: “Âmbito de aplicação do
produto” (ex.: exteriores e dimensão da junta) (63%), “Especificação do preenchimento das juntas com
material de deformabilidade compatível com as peças colocadas” (62%), “Especificação do
preenchimento das juntas com material impermeável e com resistência ao desenvolvimento de
microrganismos” (50%); e, por fim, a de menor peso: “Custo do produto” (27%).
Na Figura 3.46., verifica-se que os resultados obtidos (para a especificação do material de
preenchimento das juntas) na amostra B permitem diferenciar os mesmos três critérios de maior
concordância, e o de menor concordância, com ligeiras diferenças que indicam um maior peso em
relação aos valores assinalados na Figura 3.45.
80
Figura 3.45. – Critérios na especificação do
material de preenchimento das juntas (Amostra A)
3.2.3.8.
Figura 3.46. – Critérios na especificação do
material de preenchimento das juntas (Amostra B)
Acrescente outros aspetos que considere relevantes serem integrados em
diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada (ex.: com base
nos aspetos positivos e negativos da sua experiência, em termos de dimensão
dos edifícios e de cada revestimento) (questão 22)
Tendo sido fornecidas pelos inquiridos diversas opiniões e sugestões de aspetos relevantes a serem
integrados em diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, as mesmas foram
agrupadas, em três principais áreas:
1 -Opiniões sobre a prática do projeto em Portugal:
• “não é efetuado um estudo pormenorizado dos materiais a aplicar”;
• “um dos maiores e mais frequente problemas é a qualidade da execução em obra”;
• “as normas e manuais existentes são demasiado simplificados, não validados e não demonstrados,
por isso tecnicamente com muito pouco valor ou utilidade”;
• dever-se-ia aumentar a formação prática tanto para ladrilhadores como para quem especifica -“Na
prática são os ladrilhadores quem aconselha baseados na experiência (o tipo de colas e betumes para
aplicação), logo deviam ter formação própria na área. Igual para os arquitetos, visto serem estes
quem define os materiais a usar nas fachadas”;
• ”em azulejos históricos não utilizar argamassas cimentícias de quaisquer espécie”;
• “deve-se ter em conta o que na realidade vai ser possível executar em obra, quer por deficiência na
compreensão das condições técnicas ou deficiência na comunicação entre os encarregados e os
artistas assentadores, ou mesmo pelo aprumo e regularidade do próprio artista”;
• ”considerar as juntas estruturais do edifício”;
• “penso que ainda não existe uma clara comunicação entre os fornecedores de revestimentos
cerâmicos e os projetistas relativamente às características técnicas dos cerâmicos a aplicar em
fachadas de edifícios. Esse tipo de características técnicas deve ser uma preocupação desde a
especificação do material até à sua aplicação em obra, tendo em consideração a especificidade de
cada fachada”;
• ”garantir a adequabilidade estética e técnica no contexto paisagístico e no ambiente urbano, para o
material cerâmico deixar de ser uma mera escapatória, de ocultação da ‘má construção’”;
• comparação do projeto de estabilidade de uma estrutura de betão armado com o projeto de
revestimentos de fachadas – “deve-se conhecer o comportamento estrutural / material de
81
revestimento tal como é estudado o comportamento estrutural / material de uma estrutura em betão
armado”.
2 - Aspetos importantes no projeto de revestimentos de fachada:
A - Materiais
• estabilidade da base;
• humidade do suporte;
• “garantir a inexistência de infiltrações de água no tardoz dos cerâmicos”;
• cuidados da sua aplicação, nomeadamente na uniformidade da aplicação das colas na face a aderir;
• qualidade dos betumes pois devem absorver as dilatações / contrações;
• qualidade do revestimento cerâmico;
• porosidade da face visível;
• dimensão das peças a utilizar - a dimensão das peças a usar desempenha um papel fundamental
neste processo, uma vez que determina a imagem e está diretamente relacionada com as exigências
futuras de manutenção e conservação;
• cimento-cola apropriado para o efeito.
B - Fatores ambientais
• condições climatéricas e de temperatura ideais na aplicação do revestimento;
• fatores ambientais – humidade, térmica;
• principais agentes de deterioração da fachada e do próprio revestimento;
• analisar a especificidade do local da obra;
• cuidados a ter função da orientação da fachada a revestir;
• refração à luz do sol;
• área de superfície da fachada onde vai ser aplicado o revestimento cerâmico;
• revestimento de embasamento ou zonas suscetíveis a humidade por ascensão capilar;
• durabilidade do revestimento às condições atmosféricas.
C – Aspetos a considerar no projeto de revestimento de fachadas
• pontos singulares na ligação da estrutura / alvenaria;
• adequação ao enquadramento arquitetónico circundante,
• tradição arquitetónica e construtiva local;
• atingir as pretensões do cliente;
• qualidade construtiva e custo das soluções propostas;
• ter acesso a fornecedores locais com experiência comprovada;
• continuidade de produção das peças para substituição;
• regionalização das peças;
• resistência mecânica / segurança para os utentes;
• manutenção do revestimento cerâmico de fachada ao longo da vida útil do edifício.
82
Estereotomia:
• “O maior problema é a compatibilização da estereotomia do material com o dimensionamento das
fachadas e vãos. Seria importante conseguir saber o dimensionamento adequado para o desenho das
fachadas no momento da elaboração do projeto”;
• “O estudo da estereotomia deve ser compatível com as saliências e reentrâncias da fachada,
nomeadamente dos vãos para se conseguir o equilíbrio estético desejável. Por vezes, as dimensões
padronizadas do material cerâmico apresentam-se como uma condicionante face a outros
revestimentos”.
3 - Sugestões:
• “obrigatoriedade de registo fotográfico de execução da obra em conformidade pois após a aplicação
do revestimento não é possível conferir a adequação da argamassa usada”;
• “adequação das características do revestimento a atividades circundante, como por exemplo as
paredes adjacentes a campos desportivos devem conter mosaicos de características (incluindo as
dimensões) que garantam maior resistência ao impacto de bolas”;
• “devia ser abordada a resistência de um dado revestimento cerâmico em determinados ambientes
como por exemplo em ambientes marítimos, de modo a evitar futuras anomalias”.
3.3.
Considerações finais do capítulo
Neste capítulo 3, onde foi abordado o projeto de revestimentos cerâmicos aderentes na ótica dos
intervenientes, tem-se a perceção dos profissionais face às questões inerentes ao projeto de
revestimentos quando aplicados em fachada e à especificação de materiais. As conclusões extraídas
e registadas na análise destes inquéritos justificam a importância do seu estudo.
Relativamente à questão “julgar pertinente a existência de projeto de fachadas com revestimento
cerâmico em Portugal”, no total dos 257 inquiridos, verificou-se que 85% respondem afirmativamente,
o que evidencia a necessidade de existir uma maior atenção aos pormenores, ao rigor dos projetos,
em suma, uma maior especificação nos projetos de arquitetura. No estudo realizado, verifica-se que a
maioria dos inquiridos que responderam ao questionário são do sexo masculino (75%), têm “entre 25
e 44 anos” (75%), residem no distrito de Lisboa (41%) e são membros de uma ordem profissional
(84%).
No que se refere à pergunta, “conhecimento sobre a existência de projeto de revestimentos de
fachadas”, verifica-se que há 49% de inquiridos na amostra A, e 60% na amostra B, revelam ter esse
conhecimento. Isso poderá dever-se ao facto de a amostra B ser constituída por profissionais com
mais de 10 anos de experiência profissional e mais de 10 de obras projetadas e acompanhadas, em
relação ao total dos inquiridos que constituem a amostra A.
Acerca da “descrição sobre a prática do projeto de revestimento”, verifica-se que 25% refere que
“reúne todas as informações necessárias para a execução e controlo da qualidade dos revestimentos
cerâmicos nas condições particulares de cada obra”, enquanto 2% refere que “é uma prática
dispendiosa e não existe interesse em ser concretizada”. Existe de facto uma consciência coletiva, do
muito que há a melhorar, já que 50% dos profissionais indica que “contribui para a redução de
83
anomalias nas fachadas dos edifícios” e 54% diz que “não é uma prática corrente em Portugal, mas
deveria ser realizada por mais profissionais”.
Um dos pontos mencionados por alguns inquiridos é o de questionar se o projeto de revestimento de
fachadas deve ser um projeto específico, uma especialidade autónoma do projeto de arquitetura, ou
antes um projeto de execução de arquitetura mais desenvolvido. Considera-se que essa decisão
dependerá das especificidades da obra, da cultura da empresa de construção civil e das exigências
do dono da obra. Esta perspetiva tem em conta a análise da normalização apresentada no capítulo 2,
a análise dos questionários exposta neste capítulo 3 e reflete-se também na organização e no
conteúdo do capítulo 4. Neste capítulo, são estabelecidas diretrizes do projeto de revestimentos
cerâmico aderente em fachada.
Igualmente, apesar de o “dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos” ser
um aspeto considerado “muito importante” (questão 14), um elevado número de inquiridos (85%)
indica que não “calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou
estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada” (questão 18). Pode-se depreender-se que os
conceitos teóricos, de dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos, nem
sempre são levados à prática.
A interação entre os especificadores e os vários intervenientes na obra poderá ser reforçada nos seus
aspetos teóricos e práticos conjugados com bons manuais de aplicação. Sobre as boas práticas de
projeto e execução de revestimentos cerâmicos de fachadas, os “manuais de aplicação de fabricantes
de revestimentos cerâmicos / material de colagem / argamassas” são o meio de informação mais
utilizado (70%), seguido pela “Internet” (62%).
De uma forma genérica, os inquiridos apresentam sugestões no sentido de uma maior necessidade
de prescrição detalhada dos revestimentos cerâmicos de fachadas, focando a importância da
aplicação adequada do revestimento cerâmico à especificidade da obra, tendo em conta fatores
climatéricos e arquitetónicos de projeto como a estereotomia, desenho, tamanho, corte das peças,
pontos singulares da fachada e a manutenção da fachada ao longo da vida útil.
Seguidamente, no capítulo 4, elabora-se uma proposta de diretrizes para o desenvolvimento e
implementação do projeto de revestimentos cerâmicos aderentes de fachada. Esta proposta é
estruturada e organizada tendo por base a análise da normalização em vigor na Europa e fora da
Europa e as opiniões emitidas pelos profissionais, nos respetivos capítulos 2 e 3.
84
4.
O PROJECTO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS ADERENTES DE FACHADA: PROPOSTA
DE DIRETRIZES PARA O SEU DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
4.1.
Considerações Iniciais
Neste capítulo, são abordadas as vantagens do projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, os
critérios para a seleção da técnica de aplicação deste revestimento em fachadas, do material de
colagem do ladrilho e da argamassa das juntas dos ladrilhos.
Na segunda parte deste Capítulo, é apresentada uma proposta de diretrizes para o desenvolvimento e
implementação do projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, com base na normalização
analisada no capítulo 2, sendo referidas as especificações das condições do suporte, dos materiais e
dos métodos de aplicação. Depois de identificadas as juntas e as zonas singulares da fachada,
elementos que devem ser especificadas em projeto, são referidas as considerações para a
elaboração do projeto de revestimentos cerâmicos: as especificações em projeto, desde a fase de
conceção, passando pelos documentos do projeto base e projeto de execução, até ao projeto de
execução específico do revestimento cerâmico de fachadas.
Por fim, é analisada a sequência do projeto à execução e os princípios de manutenção de fachadas
com revestimento cerâmico aderente.
4.2.
Vantagens do projeto de revestimentos cerâmicos de fachada
No projeto de fachada de revestimentos cerâmicos, são reunidas todas as informações necessárias
para a execução e controlo deste revestimento de acordo com as condições particulares de cada
obra. Neste documento, é detalhado todo o processo, desde o tratamento das alvenarias e estrutura,
passando pelas etapas de chapisco e emboço, até ao assentamento dos ladrilhos e aplicação do
material de preenchimento das juntas [7].
O projeto de revestimentos cerâmicos abrange:
• especificação dos materiais utilizados;
• definição dos procedimentos e recomendações técnicas para a execução e o controlo;
• análise técnica e compatibilização dos revestimentos com os outros subsistemas do edifício;
• pormenorização completa da fachada.
As principais vantagens de se desenvolver este projeto são:
• reduzir o custo da obra, pois o corte de peças é evitado e, no caso de existir, é realizado de forma
planeada por forma a evitar erros;
• diminuir o desperdício de materiais;
• permitir a identificação e antecipação de problemas que só seriam detetados durante a execução;
• aumentar o desempenho dos revestimentos e o ciclo de vida do edifício;
• permitir o maior planeamento e coordenação dos trabalhos;
• reduzir as decisões de improviso realizadas pelos operários no momento de execução;
• aumentar o padrão de qualidade do empreendimento, valorizando-o economicamente.
85
4.3. Critérios para a seleção da técnica de aplicação em fachadas
A aplicação dos ladrilho cerâmico numa fachada é caracterizada pela identificação e especificação do
material adequado de colagem e, consequentemente, pela técnica de aplicação utilizada. Além disso,
os substratos, as camadas intermédias e as superfícies de aplicação também condicionam a escolha
do material de colagem e a técnica; essencialmente em função da sua estabilidade e compatibilidade
com o tipo de ligação.
Nos Quadros 4.1. e 4.2., são resumidos os critérios de seleção da técnica de aplicação em fachadas,
no que diz respeito a estes dois fatores fundamentais: a estabilidade do material aderente e a sua
adequação a cada técnica de aplicação.
Quadro 4.1 - Quadro resumo sobre a seleção da técnica de aplicação de revestimentos cerâmicos de fachada
(Adaptado de [1 e 29])
Técnica
Código
Aplicação em camada
grossa com argamassa
RG
Aplicação em camada
fina com cimento-cola
RD
Aplicação em camada
fina com cimento-cola
sobre
camada
de
regularização
Aplicação em camada
fina com cimento-cola
sobre
camada
de
regularização reforçada
RD/R
RD/RR
Usos recomendados
- Sobre suportes estáveis da classe 1;
- Sobre superfícies de absorção / sucção
média ou alta (1);
- Sobre superfícies texturadas;
- Com desvios de planeza até 20 mm em 2
m;
- Ladrilhos cerâmicos de E > 3% (2);
- Ladrilhos cerâmicos com superfície menor
ou igual a 900 cm2.
Excluídos/ limitações
- Suportes instáveis (classes 2 ou
3);
- Superfícies planas e/ou não
absorventes;
- Ladrilhos com E ≤ 3%;
- Ladrilhos de superfície maior do
que 900 cm2.
- Sobre suportes estáveis da classe 1 ou
suportes instáveis da classe 2(3);
- Sobre superfícies lisas;
- Sobre superfícies com desvios de
planearidade / menores ou iguais a 3 mm em
2 m (tipo de planeza I) (4);
- Ladrilhos cerâmicos de E < 3%;
- Ladrilhos cerâmicos com superfície maior
do que 900 cm2.
- Sobre suportes estáveis da classe 1;
- Sobre superfícies texturadas;
- Sobre superfícies de absorção / sucção
média ou alta;
- Sobre superfícies compatíveis com a
argamassa de cimento / cal e bem coesas e
limpas;
- Com desvios de planeza até 45 mm (5).
- Suportes instáveis da classe 3,
salvo quando se selecionam
colas de resina de reação R
deformáveis (sobre madeira ou
metal).
- Sobre suportes instáveis da classe 2 ou 3;
- Sobre capas intermédias compressíveis;
- Sobre superfícies texturadas;
- Sobre superfícies com desvios da planeza
da classe I;
- Ladrilhos cerâmicos de E < 3% e formatos
com superfície maior que 900 cm2;
- Sobre suportes com desvios da
planeza do tipo de planeza III.
- Suportes instáveis (classe 2 ou
3);
- Superfícies de derivados de
gesso.
Legenda: 1- suporte; 2 – ladrilho cerâmico; 3 - argamassa; 4 - cimento-cola deformável; 5 – camada de regularização; 6 –
cimento-cola; 7 – junta de assentamento; 8 – camada de reforço com malha de fibra de vidro.
(1)
Humedecer o suporte;
Humedecer os ladrilhos cerâmicos com E > 10 %;
(3)
Seleção de adesivos deformáveis;
(4)
Com desvios entre 3 e 8 mm, selecionam-se adesivos para camada média (até 15-20 mm de espessura);
(5)
Caso contrário, a regularização executa-se em duas camadas consecutivas.
(2)
Nota: As caraterísticas das classes do suporte e do tipo de planeza estão definidas no Quadro 4.2.
86
Quadro 4.2. - Seleção da técnica de aplicação de revestimentos cerâmicos de fachada (Adaptado de [1 e 29])
Em função do suporte
Classe
Tipo
de
do
planeza
suporte
1
d < 20 mm
1/2 **
I (d ≤ 3mm)
1/2
II (3 < d ≤ 8mm);
III ( 8 < d < 20).
I (d ≤ 3mm)
1/3
Em função do ladrilho
Formato
Absorção E
S ≤ 900cm2
S > 900cm2
E ≤ 3%
E > 3%
Alta*/
média
Alta-nula
Sim
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Alta-nula
Sim
Sim
Sim
Sim
Alta-nula
Sim
Sim
Sim
Sim
Absorção
Técnica de aplicação em função do
suporte e do ladrilho cerâmico
RG - Aplicação em camada grossa com
argamassa
RD - Aplicação em camada fina com cimentocola
RD/R - Aplicação em camada fina com
cimento-cola sobre camada de regularização
RD/RR - Aplicação em camada fina com
cimento-cola sobre camada de regularização
reforçada
* Humedecer a superfície
**Seleção de adesivos deformáveis
Nos Quadros 4.3. e 4.4., são referidas, respetivamente, as propriedades das colas a ter em conta na
aplicação em obra e a seleção da cola adesivo em paredes exteriores (classe de desempenho).
Designações
Tempo de vida útil
Tempo de repouso
Tempo de vida
Tempo aberto
Tempo de presa
Tempo de
endurecimento
Quadro 4.3. – Propriedades das colas a ter em conta na aplicação em obra [2]
Definições
Tempo de armazenamento durante o qual uma argamassa mantém as suas propriedades
Intervalo de tempo necessário desde a preparação até ao uso
Máximo intervalo de tempo até ao uso
Máximo intervalo de tempo para acabamento desde a aplicação
Intervalo de tempo a partir do fabrico das argamassas até começar a endurecer
Tempo necessário para que a argamassa desenvolva a sua resistência
Quadro 4.4 – Seleção da cola adesivo em paredes exteriores (classe de desempenho)
Seleção da cola adesivo em paredes exteriores (classe de desempenho) a nível internacional
País
Documentos
E.U.A.
TCNA (2014)
[21]
Escolha da cola adesivo (classe de desempenho)
País
Espanha
Documentos
Guia de la
baldosa
cerâmica
(2006) [5]
Escolha da cola adesivo (classe de desempenho)
Ladrilhos sobre suportes cimentícios
C2 (*) ou de melhor desempenho (Fonte: Tabla C: Técnica de colocación y material de agarre)
França
NF DTU 52.2
P1-1-2
(Fonte: p.8 _
Tableau 2)
[14]
C2 S1/S2 Fachada :
- Para qualquer altura e 6 até 28 m; a superfície do ladrilho não deverá ultrapassar 2.000 cm2.
- Podem ser aplicados ladrilhos extrudidos ou prensados (absorção de água superior a 0,5%) e
ladrilhos plenamente vitrificados BIa (absorção de água inferior a 0,5%).
- Para qualquer altura até 6 m; a superfície do ladrilho não deverá ultrapassar 3.600 cm2;
- Podem ser aplicados ladrilhos extrudidos ou prensados (absorção de água superior a 0,5%);
Itália
UNI 11493
(2013)
(Fonte:
p.61_
Prospetto
D.7) [15]
Ladrilhos sobre suportes cimentícios - Absorção de água segundo a EN 14411, L= lado maior do
ladrilho em cm
AA≤3% e AA>3%
L ≤ 30
L ≤ 60
L ≤ 90
L ≤ 120 e L > 120
C2
C2-C2S1/S2**
C2-C2S1/S2***
C2-C2S1/S2***
Cimento cola: quando uma membrana impermeabilizante não é utilizada – ANSI A118.15 ou de
classe superior ou ISO C2S1 ou de classe superior; quando uma membrana impermeabilizante é
utilizada – ANSI A118.4 ou de classe superior ou ISO C2S1 ou de classe superior, a não ser que
ANSI A118.1 ou ISO C1 seja recomendada pelo fornecedor das membranas impermeabilizantes.
Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho) a nível europeu
(*) Efetuar colagem dupla; com ladrilhos de grande formato (> 60x40 cm) ou peso maior do que 25 kg/m2, utilizar fixação mecânica; (**) Prever
cola ou sistema que garanta o contacto pleno (por exemplo, dupla colagem); (***) Prever cola ou sistema que garanta o contacto pleno (por
exemplo, dupla colagem) e é necessário dimensionar a junta em função do módulo de elasticidade do material de preenchimento da junta e da
configuração da junta de dilatação.
Nota: As designações das colas seguem a norma NP EN 12004:2008 [32].
87
4.4.
Critérios para a seleção da cola na aplicação em camada fina
No Quadro 4.5., são referidos os critérios para a seleção da cola na aplicação em camada fina.
Quadro 4.5. - Critérios para a seleção da cola na aplicação em camada fina [29]
Tipo de adesivo
Adesivo cimentício de
uso exclusivo em
interiores (pavimentos e
revestimentos)
MARCAÇÃO CE anexo ZA
da norma UNE-EN 12004
Cimento-cola normal
C1
UNE-EN 12004
• Cimento-cola normal C1
• Cimento-cola normal de
presa rápida C1F
• Cimento-cola normal
deformável C1 S1
• Cimento-cola normal
muito deformável C1 S2
• Cimento-cola normal
com tempo aberto
prolongado C1 E
Cimento-cola melhorado
C2
UNE-EN 12004
• Cimento-cola melhorado
C2
• Cimento-cola melhorado
de presa rápida C2F
• Cimento-cola melhorado
deformável C2 S1
• Cimento-cola
melhorado muito
deformável C2 S2
• Cimento-cola melhorado
com tempo aberto
prolongado C2 E
Critérios para a seleção da cola na aplicação em camada fina (1)
Usos recomendados (2)
Observações
- Em ladrilhos cerâmicos do Grupo III e/ou superfície
- Sobre suportes estáveis da Classe 1;
de alta absorção / sucção recomenda-se conhecer o
- Superfícies de aplicação ásperas ou texturadas;
- Para ladrilhos cerâmicos com uma superfície S ≤ 900 tempo aberto do adesivo (≥ 20 min.);
- Técnica da dupla colagem em ladrilhos com relevo
cm2;
- Para ladrilhos com capacidade de absorção de água acentuado no tardoz;
3% < E ≤ 10% [Grupos IIa e IIb segundo EN 14411];
- Preparar e aplicar entre 5-30 °C sem correntes de
- Em pavimentos de moradias com tráfego pedonal ar, nem insolação direta.
moderado.
- Considerar a deformabilidade em suportes instáveis
- Sobre suportes estáveis da Classe 1;
- Para todo o tipo de ladrilhos de cerâmicos, aplicados da Classe 2 e/ou ladrilhos com S > 1600 cm2.
2
Selecionar cimento-cola C1S1 ou C1 S2
em interiores, com uma superfície S ≤ 1600 cm ;
- Sobre todo o tipo de superfícies horizontais interiores;
- Utilizar técnica da dupla colagem em ladrilhos com
- Sobre superfícies verticais interiores texturadas e/ou S>900 cm2 e/ou com relevos pronunciados no tardoz;
- Considerar a aplicação de cimento-cola com tempo
com absorção média ou alta;
- Sobre superfícies horizontais exteriores texturadas e/ aberto prolongado (E) em condições climatéricas
adversas, e substratos muito absorventes;
ou com absorção média ou alta;
- Considerar a aplicação de cimento-cola de presa
- Em pavimentos com tráfego exclusivamente pedonal.
rápida (F) quando existem manchas e eflorescências
no suporte.
- Sobre suportes estáveis de Classe 1;
- Para todo o tipo de ladrilhos de cerâmicos, com uma
superfície S ≤ 1.600 cm2;
- Sobre todo o tipo de superfícies de aplicação;
- De uso universal em interiores e exteriores (incluindo
em clima frios);
- De uso universal em pavimentos e revestimentos;
- Sobre suportes instáveis de Classe 2 em interiores,
com ladrilhos com superfície S ≤ 900 cm2
- Em pavimentos com tráfego elevado, em interiores e
exteriores.
- Considerar a deformabilidade em suportes instáveis
Classe 2 e ladrilhos com S > 900cm2;
- Considerar a deformabilidade em ladrilhos com S >
1.600 cm2. Selecionar cimento-cola C2S1 ou C2S2;
- Considerar a aplicação de cimento-colas com o
tempo aberto prolongado (E) em condições
climatéricas adversas e em revestimentos exteriores;
- Considerar a aplicação de cimento-cola de presa
rápida (F) quando existem manchas e eflorescências
no suporte;
- Utilizar técnica da dupla colagem em ladrilhos com
S> 900 cm2 e/ou com relevos pronunciados no
tardoz.
- Só é adequado para revestimentos interiores sobre - Em superfícies não absorventes e ladrilhos
qualquer tipo de superfície;
cerâmicos do grupo I, selecionar formatos pequenos
- Sobre suportes instáveis da Classe 2 e Classe 3;
(S ≤ 400cm2) e aplicação com junta aberta (min. 3
- Para todo o tipo de ladrilhos de cerâmicos, com uma mm);
- Não é recomendada a aplicação sobre metais.
superfície S ≤ 900 cm2;
- Em ambientes secos ou ocasionalmente húmidos.
- Recomendações idênticas na aplicação para as colas - Observações idênticas para colas em dispersão
Colas em dispersão
em dispersão aquosa D1;
aquosa normal D1.
aquosa melhoradas
- Melhor comportamento em altas temperaturas (70 °C);
D2
- Revestimentos interiores ocasionalmente húmidos
UNE-EN 12004
e/ou permanentemente húmidos (cabines de chuveiros,
saunas de uso privado, chuveiros coletivos).
- Sobre suportes estáveis da Classe 1;
- Sobre suportes instáveis da Classe 2, só com
Colas de resina de reação - Sobre todas as superfícies de aplicação, sem ladrilhos cerâmicos S ≤ 900 cm2;
R1
exclusões;
- Sobre suportes instáveis da Classe 3, ou com
UNE-EN 12004
- Para todo o tipo de ladrilhos de cerâmicos, com uma ladrilhos cerâmios de S > 900 cm2 selecionar
2
adesivos R deformáveis (3);
superfície S ≤ 900 cm ;
- Todo o tipo de aplicações (pavimentos, revestimentos - Reduzido intervalo de temperaturas de aplicação e
interiores e exteriores);
manuseio.
- Em pavimentos com tráfego não exclusivamente
pedonal;
- Pavimentos e revestimentos com exigências de
resistência e estanqueidade química (4).
- Recomendações idênticas na aplicação para as colas - Observações idênticas para colas de resina de
Colas de resina de reação de resina de reação R1;
reação R1.
melhorada R2
- Melhor comportamento contra o choque térmico;
UNE-EN 12004
- Pavimentos e revestimentos em câmara frigoríficas;
- Pavimentos e revestimentos sob processos de
limpeza mecanizada com água quente a pressão.
(1) Prevendo-se superfícies de aplicação limpas, coesas e planas, com desvios de planeza, prumo ou nível não superior a 33 mm em 2 m;
Colas em dispersão
aquosa
D1
UNE-EN 12004
(2) Recomendações baseadas em assegurar a durabilidade do revestimento cerâmico em toda a sua vida útil;
(3) A característica de deformabilidade não está especificada na norma UNE-EN 12004 para adesivos de resinas de reação. São R deformáveis
os adesivos à base de poliuretano;
(4) Consultar fornecedores para saber a resistência química a produtos específicos.
88
Nos Quadros 4.6., 4.7. e 4.8., são indicadas recomendações de três fornecedores, para a escolha da
cola mais indicada para a aplicação do revestimento cerâmico em fachada, em função do tipo e
formato dos ladrilhos.
Quadro 4.6. – Fornecedor A - Recomendações para a escolha do cimento-cola para a aplicação do revestimento
cerâmico em fachada [68]
Formato
Suporte
Máx. 400 cm2
Máx. 900 cm2
Máx. 1.600 cm2 *
> 1.600 cm2 *
Cimento-cola recomendado
Largura mínima
Juntas de
Classificação segundo EN 12004 e EN 12002
das juntas entre
fracionamento
Com presa normal
Com presa rápida
ladrilhos
C2FT/S1
6 mm
Reboco
C2TE
Betão
C2TE
Reboco
C2TE
Betão
C2TE/S1
Reboco
C2TE/S1
A cada 12 m2 ,**
8 mm
A cada 12 m2,**
C2FTE/S2
8 mm
C2FTE/S2
12 mm
A cada 9 m2,**
12 mm
A cada 9 m2,**
10 mm
Betão
C2TE/S2
C2FT/S2
Reboco
C2TE/S2
C2FT/S2
Betão
C2/S2
(*) Para ladrilhos de dimensões grandes aplicados em alturas superiores a 3 m, algumas normas internacionais prevêem que o
assentamento seja realizado com o sistema misto cola e ganchos metálicos a escolher em função do peso do ladrilhos, da
altura do revestimento e das condições da obra; (**) em correspondência com ângulos, esquinas, placas de divisão de pisos,
eventuais juntas no suporte e na proximidade de portas e janelas.
Nota: Para edifícios de altura considerável, consultar o fornecedor.
Quadro 4.7. – Fornecedor B - Recomendações para a escolha do cimento-cola para a aplicação do revestimento
cerâmico em fachada (adaptado de [35])
Tipologia do produto
Ladrilhos cerâmicos com
absorção de água E > 10%
(Grupo BIII, Azulejos)
Ladrilhos cerâmicos com
absorção de água
3% < E < 6%
(Grupo BIII, Azulejos)
Ladrilhos cerâmicos com
absorção de água E < 5%
(Grupo BIa, Grês porcelânico)
Cimento-cola
recomendado
Classificação segundo
EN 12004 E EN 12002
Formato
400 cm2 (20 x 20 cm); 500 cm2 (20 x 25 cm); 912,5 cm2 (25 x
36,5 cm);
1.422 cm2 (31,6 x 45 cm); 1.800 cm2 (30 x 60 cm)
2.880 cm2 (32 x 90 cm)
625 cm2 (25 x 25 cm)
999,56 cm2 (31,6 x 31,6 cm); 1.108,89 cm2 (33,3 x 33,3 cm)
1.640,25 cm2 (40,5 x 40,5); 2.025 cm2 (45 x 45)
400 cm2 (20 x 20 cm); 900 cm2 (30 x 30 cm);
1.600 cm2 (40 x 40); 2.025 cm2 (45 x 45); 1.800 cm2 (30 x 60)
3.600 cm2 (60 x 60); 4.050 cm2 (45 x 90); 7.200 cm2 (60 x 120)
Nota
1,2*,4
C2TES1
C2TES1
C2TES1
1,2,4
1,2,3,4
1,2*
1,2*,4
1,2,4
1,2*
1,2
1,2,3
Nota: (1) Efetuar método da dupla colagem; (2) Utilizar fixação mista (cola indicada + fixação mecânica); (2*) Utilizar fixação
mista (cola indicada + fixação mecânica) em alturas superiores a 6 m; (3) Altura máxima de 6m (dois pisos). Para alturas
superiores, consultar fornecedor; (4) Ladrilhos cerâmicos impróprios para zonas com risco de geada.
Quadro 4.8. – Fornecedor C - Recomendações para a escolha do cimento-cola para a aplicação do revestimento
cerâmico em fachada [69]
Cola recomendada
Formato
Classificação segundo EN 12004 E EN 12002
Com presa normal
Com presa rápida
Menor do que 1.800 cm2
C2TES1
C2FTS1
Maior do que 1.800 cm2
C2TES2
C2FTS2
Constata-se, pela leitura dos Quadros 4.4. a 4.8., que as recomendações para a escolha do cimentocola para a aplicação do revestimento cerâmico em fachada variam em função do suporte, da altura
da fachada e do formato do ladrilho. Pode-se concluir que, para o assentamento em fachada, deve-se
89
utilizar pelo menos um cimento-cola melhorado da classe C2, com uma deformação transversal de
pelo menos S1.
4.5.
Critérios para a seleção da argamassa das juntas
No Quadro 4.9., são referidos os critérios para a seleção da argamassa das juntas.
Quadro 4.9. - Critérios para a seleção da argamassa das juntas com base na norma UNE-EN 13888 [29]
Tipo de
argamassa
de junta
Usos recomendados
- Em ladrilhos com capacidade de absorção de água E > 3%;
Argamassa
de junta à
base de
cimento
normal
CG1
UNE-EN
13888
- Em revestimentos sobre suportes estáveis de Classe 1;
- Para revestimentos interiores, pisos e revestimentos;
- Considerar a deformabilidade em superfície do ladrilho; S > 1.600 cm2 [CG 1 S1];
- Considerar a baixa absorção de água, associada à facilidade de limpeza em revestimentos higiénicos (instalações
sanitárias e cozinhas) [CG 1W];
- Considerar a alta resistência à abrasão para o revestimento de pavimentos interiores, com tráfego pedonal médio,
com a entrada de material abrasivo a partir do exterior [CG 1AR].
- Em ladrilhos com capacidade de absorção de água a E ≤ 3%;
Argamassa
de junta à
base de
cimento
melhorado
CG2
UNE-EN
13888
- Em revestimentos sobre suportes instáveis Classe 2;
- Em revestimentos exteriores: pavimentos e revestimentos;
- Considerar a deformabilidade, dependendo da superfície do ladrilho; para formatos com S > 1.600 cm2 [CG 2 S1];
- Em revestimentos que requeiram impermeabilidade à água e capacidade de difusão do vapor de água;
- Em pavimentos de tráfego pedonal elevado;
- Indicado para revestimentos em imersão, se for especificado pelo fabricante, oferecendo resistência ao
aparecimento de bolor e fungos.
Argamassa
de junta à
argamassa
de resina
de reação
RG
UNE-EN
13888
- Com qualquer tipo de ladrilho em relação à capacidade de absorção de água;
- Limitações no formato, pela rigidez da maioria destes materiais;
- Em revestimentos de altas tensões mecânicas e/ou resistência química aos produtos específicos;
- Em revestimentos que requeiram alta impermeabilização à água e ao vapor de água;
- Considerar o reduzido intervalo de temperaturas de manuseio e aplicação.
Para a betumação de juntas entre ladrilhos, quando aplicados em fachada, é necessário utilizar
argamassas pré-misturadas caracterizadas por elevadas resistências mecânicas e absorção de água
reduzida.
No Quadros 4.10., são indicadas recomendações de três fornecedores para a seleção da classe da
argamassa das juntas do revestimento cerâmico em fachada e, no Quadro 4.11., é referida a escolha
do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho).
Quadro 4.10. – Recomendações dadas por fornecedores para a seleção da argamassa das juntas de revestimento
cerâmico em fachada
Classe de argamassa das juntas
Largura da junta
Segundo EN13888
Fornecedor
Referência
CG2
0 a 20 mm
CG2
mínimo 5 mm
[68]
[35]
CG2 WA
0 a 20 mm
[69]
Quadro 4.11 – Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho)
País
Espanha
Documentos
Guia de la
baldosa
cerâmica
(2006) [5]
Escolha do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho)
Argamassa para juntas em paramentos exteriores (Fonte: Tabla D: Selección de material de rejuntado):
- classe CG2 (Argamassa de junta melhorada à base de cimento) de acordo com a norma de produto EN
13888. Nota: Para a aplicação do material de preenchimento das juntas, recomenda-se os seguintes tempos de
espera desde a aplicação dos ladrilhos: se a aplicação for realizada com cimento-cola com as características de
presa rápida (F), a aplicação da argamassa para juntas deve ser iniciada passadas 4 horas; se o cimento-cola
não tiver características de presa rápida, deve ser iniciada passadas 24 horas; se for realizado com argamassa,
é recomendado esperar 10-15 dias.
90
Verifica-se, pela leitura dos Quadros 4.9. a 4.11., que o trabalho de betumação das juntas entre
ladrilhos deve ser realizado através da aplicação de uma argamassa melhorada de cimento de junta
CG2 que consiste numa mistura de ligantes hidráulicos, agregados e aditivos inorgânicos, que são
misturados com água ou com aditivos líquidos, imediatamente antes da utilização.
4.6.
Diretrizes para o projeto de revestimentos exteriores de fachada
4.6.1. Referências normativas
Nesta secção, são listados os documentos normativos que serviram de base à definição das
“Diretrizes para o projeto de revestimentos exteriores de fachada” descritas em detalhe nas secções
4.6.2. a 4.6.8.
• O.A.L. Instituto de Promocion Ceràmica, Diputacion Provincial de Castellòn (E) - Guia Electrònica de
la Tecnologia de Colocaciòn de Baldosas Ceràmicas, 1998 - Selección de las baldosa cerâmicas [1];
• NP EN 14411:2008 - Pavimentos e revestimentos cerâmicos – Definições, classificação,
caraterísticas e marcação [30];
• NP EN 12004:2008 - Definição e características de adesivos para o assentamento de revestimentos
cerâmicos e materiais rígidos modulares [32];
• EN 13888:2002 - Grouts for tiles. Definitions and specifications [33];
• CEN / TR 13548 - General rules for the design and installation of ceramic tiling [12];
• DIN 18515 Parte 1 Cladding for external wall - Part 1:Tiles fixed with mortar, principles of design and
application [13];
• NF DTU 52.2 P1-1-2 - Cahier des clauses techniques types pour les murs extérieurs [14];
• UNI 11493 - Piastrellature ceramiche a pavimento e a parete Istruzioni per la progettazione,
l'installazione e la manutenzione [15];
• BS 5385-2:2006 - Wall and floor tiling, Part 2: Code of Practice for the design and installation of
external ceramic wall tiling and mosaics (including terracotta and faience tiles) [16];
• AS 3958.2: 1992: Australian Standard- Ceramic tiles. Part 2: Guide to the selection of a ceramic tiling
system. Committee BD/44, Fixing of Ceramic Tiles, Australia, 1992 [18];
• NBR 13755:1996 -Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante – Procedimento [20];
• 2014 Handbook Wall and Ceiling Soffits Methods Ceramic and Glass. Excerpted from TCNA
Handbook for ceramic, glass and stone tile installation, Tile Council of North América (TCNA) [21];
• Guía de la baldosa cerámica, Documento Reconocido DRB 01/06 por la Generalitat Valenciana [5].
4.6.2. Especificações das condições do suporte
É recomendada a aplicação de revestimentos cerâmicos em paredes exteriores em alvenaria de tijolo
cerâmico, betão armado pré-moldado, armado in situ, e outros suportes estáveis à base de cimento.
Não é recomendada a aplicação de revestimentos cerâmicos sobre suportes com pouca coesão,
revestimentos de gesso, de madeira e de aço pré-fabricados e muito deformáveis.
Na preparação do suporte de aplicação, deve-se cumprir certos princípios:
91
• a aplicação direta de um revestimento cerâmico requer um suporte em betão ou em reboco de
cimento com uma superfície plana, estável, com resistência mecânica adequada, livre de fissuras e
eflorescências e sem vazios ou defeitos;
• os suportes devem ser rígidos, secos e limpos. Os suportes excessivamente lisos (cofragens
metálicas) devem ser raspados com escova de aço; a força de ligação ao substrato deve ser de pelo
menos 0,5 N/mm2 [13].
• não iniciar a aplicação do sistema sobre suportes em que não tenha decorrido pelo menos um mês
sobre a sua execução (alvenarias, betão, reboco), para que se encontrem em condições de
estabilidade, secagem e resistência adequados;
• desvios da planeza superiores a 20 mm, medidos em 2 m em todas as direções, requerem a
execução de uma camada de regularização, independentemente de outras considerações e qualquer
que seja o método aplicado; no método da camada fina com estes desvios de planeza a camada de
regularização será sempre necessária;
• sobre a superfície já preparada do suporte, aplica-se sempre um reboco basto, o qual prepara a
aderência das camadas seguintes ou a aplicação direta dos ladrilhos cerâmicos em camada grossa se
o substrato tiver desvios de planeza adequados;
• a camada de regularização aplicada sobre a superfície do suporte deve ser aplicada com uma
espessura entre 10 e 25 mm. Para espessuras superiores é necessário incluir uma armadura; [5];
• a aplicação com camada fina com cimento-cola sobre camada de regularização é necessária
quando existem desvios de planeza (d) 3 < d ≤ 20mm em relação a uma régua retilínea com 2 m de
comprimento;
• a execução da camada de regularização é necessária em fachadas expostas a fortes chuvas (grupo
de esforço III, DIN 4108, Parte 3ª) [13]. Neste caso, a argamassa deve incorporar um aditivo
hidrófugo. Nota: O grupo de esforço III, é aplicado para edifícios localizados em zonas geográficas de
precipitação média anual superior a 800 mm, e com risco de chuvas torrenciais, com uma ação
importante do vento, embora a precipitação seja inferior a esse montante [1];
• antes de aplicar a camada de regularização, as juntas estruturais devem ser limpas e protegidas e
deverão ter continuidade em toda a sua largura e comprimento, em todas as camadas do
revestimento cerâmico;
• as juntas de assentamento deverão ter uma largura entre 4 e 10 mm [13]. Quando for necessária
capacidade de difusão de vapor de água, a contribuição da superfície das juntas à superfície total do
revestimento de cerâmico não deverá ser inferior a 5%.
4.6.3. Especificações dos materiais
Os materiais deverão ser aplicados com determinadas características descritas nesta secção.
- Camada de regularização:
• argamassa para a camada de regularização de cimento CEM I ou II/32, 5 (RC/97) ou CEM I ou II
/42, 5 (RC/97) [1] na relação volumétrica de 1:2 ou 1:3, com areia lavada de distribuição
granulométrica Ø 0-4 mm [13];
• a camada de regularização deverá ter uma espessura mínima de 10 mm e uma espessura máxima
de 25 mm. Para espessuras superiores, é necessário incluir uma armadura;
92
• assim, a camada de regularização incorporará uma malha de reforço de aço inoxidável com fio de
2,5 mm Ø soldado em malha de 50x50 mm, situada no centro e com fixações mecânicas diretas sobre
o suporte, quando: a camada tiver uma espessura superior a 25 mm, mas também se o revestimento
for formado por materiais diferentes, se se prevêem movimentos diferenciais, se for necessário
revestir superfícies muito lisas ou se for aplicado um isolamento térmico pelo exterior [13];
- Cimentos cola:
• cimentos-cola do tipo C 2 S1 ou C 2 S2, ou seja cimento-cola melhorados com cola deformável S1
ou cola altamente deformável S2 [14];
• considerar a aplicação de cimento-colas com o tempo aberto prolongado (E) em condições
climatéricas adversas e em revestimentos exteriores;
• considerar a aplicação de cimento-colas de presa rápida (F) quando existem manchas e
eflorescências no suporte;
• os elementos de revestimento são aplicados sobre o suporte coberto com o cimento-cola dentro do
tempo aberto deste último, com o limite de: 20 minutos para o cimento-cola normal; 10 minutos para o
endurecimento do cimento-cola de presa rápida (F); 30 minutos para um produto com tempo de
abertura alargado (E) [14];
• os cimentos-cola C 2 S1 ou C 2 S2 poderão ser aplicados com algumas condições [14]:
- para qualquer altura de 6 a 28 m; a superfície do ladrilho não deverá passar 2.000 cm2;
- podem ser aplicados ladrilhos extrudidos ou prensados (absorção de água superior a 0,5%) e
ladrilhos plenamente vitrificados BIa (absorção de água inferior a 0,5%);
- para qualquer altura até 6 m; a superfície do ladrilho não deverá passar 3.600 cm2;
- Isolamento térmico:
• se o sistema de isolamento térmico for aplicado pelo exterior, deverão ser utilizados materiais de
isolamento de alta resistência à compressão, painéis macho-fêmea, de célula fechada, com o objetivo
de conseguir um isolamento contínuo sem pontes térmicas [13];
- Ladrilhos cerâmicos:
• em áreas de alta insolação e clima de grandes variações de temperatura, a cor do revestimento em
material cerâmico deverá ser clara, com um coeficiente de absorção de radiação solar α < 0,7 [14];
• a escolha de ladrilhos coloridos escuros com coeficiente de absorção de radiação solar α > 0,7 em
fachadas expostas ao sol de Sudoeste a Oeste é desaconselhada [14];
• não deverá ser realizada a aplicação do sistema descrito em alturas superiores a 28 m [14];
• em revestimentos cerâmicos localizados em áreas geográficas com risco de geada, é recomendado
utilizar ladrilhos com porosidade inferior a 3% e que superem o método de ensaio de resistência ao
gelo, proposto na norma ISO 10545-12 [31];
• Para revestimentos cerâmicos exteriores, é prudente aconselhar a utilização de ladrilhos de formato
médio não superior a 30x40 (1.200 cm2) e espessura inferior a 15 mm [13] de forma a assegurar:
- um bom manuseio do produto cerâmico na aplicação;
- um compromisso entre a aderência e o peso do ladrilho, neste caso com o correspondente esforço
de cisalhamento;
93
- uma adequada elasticidade do revestimento cerâmico sem necessidade de sobredimensionar as
juntas de movimento;
- se for necessário, proporcionar uma correta difusão do vapor de água com juntas de assentamento
não superior a 8 mm.
Nota: Alguns fabricantes aconselham a aplicação com fixação mista (cola indicada + fixação
mecânica) a escolher em função do peso dos ladrilhos, da altura do revestimento e das condições da
obra [35 e 68].
4.6.4. Método de aplicação
Na aplicação da técnica em camada fina, deve-se cumprir alguns requisitos:
• a superfície de suporte da colagem deverá apresentar-se consistente, plana e seca e ter pelo menos
15 dias desde a sua aplicação;
• na aplicação em camada fina com cimento-cola diretamente sobre o suporte, ou sobre camada de
regularização reforçada, só deve ser adotada quando os suportes têm desvios de planeza ≤ 3 mm em
relação a uma régua retilínea com 2 m de comprimento;
• esta técnica de aplicação deve ser adotada em revestimentos cerâmicos com baixa porosidade e
nos casos em que sejam exigidas propriedades de aderência e elasticidade, com cimentos-cola do
tipo C 2 S1 ou C 2 S2, ou seja, cimentos-cola melhorados com cola deformável S1 ou cola altamente
deformável S2 [14];
• é imprescindível a adoção da técnica de colagem dupla em ladrilhos com formato superior a 7x7 cm,
ou seja, aplicar cola na superfície do suporte e no tardoz da peça a colar, para garantir um contato
perfeito desta com o suporte. Depois, deve-se aplicar a peça apertando-a bem contra o suporte para
esmagar adequadamente os cordões do cimento-cola; levantar a peça para verificar que não existem
zonas sem contacto com o suporte; correções e ajustes devem ser feitos imediatamente após a
colocação ou, pelo menos, dentro do tempo permitido [1];
• deve-se testar a capacidade de molhagem do adesivo a cada m2 como mínimo; com este ensaio,
pode-se garantir que a aplicação dos ladrilhos é realizada dentro do tempo aberto do adesivo; se a
superfície humedecida pelo adesivo no tardoz no ladrilho for inferior a 75%, é recomendado eliminar o
cimento-cola do ladrilho e do suporte de aplicação e aplicar o cimento-cola fresco;
• prever juntas de assentamento entre as peças cerâmicas com largura de pelo menos 4 mm, que
serão preenchidas com a argamassa específica (ver 4.6.6). No caso de aparecimento de “escorridos”
por eflorescência ao fim de algum tempo (2 a 3 semanas), os mesmos deverão ser limpos por
aplicação do agente de limpeza mais adequado e diluído e lavagem abundante com água. Proteger a
superfície da junta aplicando um hidrófugo [W3];
• as instruções do fabricante e o intervalo de temperatura recomendado para a preparação e
aplicação do material de ligação devem ser escrupulosamente respeitados;
• Nota: A utilização de pastas adesivas ou adesivos em dispersão D1 e D2 não é recomendada.
• Modo de colagem e consumos: em elementos de revestimento de pequeno tamanho, em que S = 50
cm2 (7 x 7), a montagem é feita com o método de colagem simples. O consumo mínimo permitido é de
3,5 kg/m2 em pó (usando por exemplo a espátula U6 - Quadro 4.12); em elementos de revestimento
94
de superfície, em que S > 50 cm2, com exceção das plaquetas de terra crua, a instalação ocorre em
dupla colagem [14].
O Quadro 4.12. indica as espátulas mais utilizadas; o consumo mínimo a respeitar sobre suportes
com boa planearidade, independentemente da espátula escolhida para aplicar o ladrilho cerâmico
com cimento-cola. Dada a variação das condições do local, um consumo inferior em 15% aos valores
mínimos pode ser admitido em áreas limitadas.
Quadro 4.12. - Consumos típicos de cimento-cola em paredes exteriores para a aplicação de
ladrilhos cerâmicos com área superior a 50 cm2 (dupla colagem) [14]
50 < S ≤ 300
300 < S ≤ 1200
1200 < S ≤ 2000
2000 < S ≤ 3600**
Área dos ladrilhos
cerâmicos
(cm2)
6
7
8
9
Consumo de cimento-cola
(kg/m 2 de área a revestir)
(exemplo de espátula*)
(U6)
(U9)
(U9)
(U9)
*A nomenclatura das espátulas é especificada na NF DTU 52.2 P1-2 (CGM) [44]
**Unicamente para ladrilhos cerâmicos com absorção de água > 0,5%
• Revestimentos cerâmicos de grande formato: Os revestimentos cerâmicos de grande formato [14]
são elementos com uma área entre 2.000 e 3.600 cm2; a aplicação deve ser feita a partir de um local
de trabalho - andaime fixo, ou plataforma móvel estabilizada; para facilitar o manuseio dos elementos
de revestimento, deverão ser utilizadas ferramentas apropriadas como ventosas de sucção.
Na aplicação do revestimento cerâmico, deve-se ter em consideração alguns cuidados [70]:
• os cortes das peças cerâmicas deverão ser devidamente planeados e executados antes que se
processe à aplicação do cimento-cola, com recurso a um cortador mecânico;
• os revestimentos de fachada são executados normalmente, em Portugal, com o emprego de
andaime estático e/ou andaime móvel. A sequência mais adequada a este tipo de equipamento é a
execução de cima para baixo em panos contínuos (sem mudança de direção). Isto facilita, por um
lado, o aprumar das juntas verticais mas dificulta o nivelamento entre panos contíguos ortogonais.
Método PML de pressão e movimento lateral do ladrilho:
• a melhor forma de garantir contato a 100% da superfície da peça cerâmica com a argamassa
adesiva e, consequentemente, a máxima aderência é, segundo [74] utilizar o método de pressão e
movimento lateral. Este método consiste essencialmente na disposição dos cordões de cola
paralelamente entre si e na imposição de um deslocamento do ladrilho perpendicularmente a estes
cordões enquanto é pressionado contra a cola (Figura 4.1.). Este movimento do ladrilho permite que
os cordões abatam mais facilmente e assim se aumente a área de contato entre o tardoz do ladrilho e
a cola. Para testar a utilidade do método PML, foi desenvolvido pelo TCNA um teste que consiste no
assentamento de um ladrilho em acrílico transparente, que permite observar se os cordões de cola
“abatem” convenientemente. Este teste foi reproduzido no LNEC [75] (Figura 4.2.) para um cimentocola do tipo mais correntemente utilizado em Portugal, preparado de acordo com as instruções do seu
fabricante e para um ladrilho de 25x25 cm. No caso do ladrilho aplicado com um pequeno movimento
perpendicular aos cordões de cola, verificou-se que bastava a aplicação de uma pequena pressão
adicional, em simultâneo com o movimento do ladrilho, para provocar o abatimento da maioria dos
95
cordões de cola (Figura 4.2.), restando apenas alguns cordões visíveis somente na periferia do
ladrilho. Comprova-se assim a utilidade do método PML no assentamento de ladrilhos.
• o procedimento de colocar diversas peças na posição e apenas “bater” na sua superfície, tentando
esmagar os cordões, é desaconselhável pois pode provocar uma diminuição muito significativa da
aderência potencial [70].
Figura 4.1. – Representação esquemática do método
Figura 4.2. – Situação para o caso em que foi
PML de pressão e movimento lateral do ladrilho [74]
conferido um ligeiro movimento horizontal ao ladrilho
[74]
4.6.5. Condições climatéricas
Na aplicação por colagem do revestimento cerâmico em exteriores, deve-se seguir algumas
recomendações:
• não é recomendado realizar a aplicação com o revestimento com uma temperatura superior a 30 ºC
ou inferior a 5 ºC, nem com vento muito forte. Quando o tempo de ajuste termina, pode-se prosseguir
com a limpeza das juntas, antes do preenchimento, entre os ladrilhos ao longo do seu comprimento,
largura e profundidade da espessura do ladrilho [14].
• os trabalhos deverão ser executados em superfícies protegidas da ação direta do sol, ou seja,
deverá existir uma rede de proteção aplicada no andaime [12]; se existir uma insolação excessiva,
pode-se verificar uma evaporação acentuada da água de amassamento da argamassa, ajudando
também a comprometer a aderência;
• os materiais não deverão ser aplicados sob vento com alguma intensidade ou em condições de
chuva ou de poderem apanhar chuva antes de terem endurecido [12 e 14]; no caso da execução sob
chuva, pode haver uma lavagem da camada de fixação, comprometendo a aderência do componente
ou também uma saturação completa do emboço, também prejudicial para aderência do conjunto;
• deverão ser respeitadas todas as regras de aplicação de revestimentos cerâmicos em fachadas,
nomeadamente no que diz respeito à proteção do sistema quanto à penetração de água da chuva
para o seu interior (durante a execução e durante a vida útil) [12 e 14]; quando não for possível evitar
estas condições, alguns cuidados especiais deverão ser realizados como, por exemplo, proteger a
área a ser revestida, cobrindo-a com lonas plásticas;
• os trabalhos deverão ser executados por pessoal habilitado, com orientação e fiscalização
adequadas.
96
4.6.6. Especificação do material de preenchimento das juntas entre ladrilhos
Na especificação do material de preenchimento das juntas, deve-se seguir algumas recomendações:
• se for utlizada argamassa de cimento, deve-se ter cuidado na composição de modo a que não
apresente retração durante a presa que possa comprometer a adesão ou produzir fissuras. A areia de
sílica deverá ser de alta qualidade, lavada e com distribuição granulométrica equilibrada entre 0 e 2
mm de diâmetro. A argamassa deverá ter aditivos hidrófugos;
• por razões de segurança e desempenho, é recomendado o uso de materiais de preenchimento de
juntas do tipo CG2, ou seja, uma argamassa de junta à base de cimento melhorada, e devem-se
seguir as instruções do fabricante [5];
• a aplicação do material de preenchimento não deverá deixar lacunas, descontinuidades ou bolhas
na junta entre os ladrilhos.
• Exemplo de especificação para o Caderno de Encargos: betumação de juntas de 2 a 20 mm
mediante a aplicação de argamassa cimentícia melhorada, modificada com polímero, classificada
como CG2W (EN 13888), de presa e secagem rápidas, isenta de retrações, fendas e fissuração.
A superfície final deverá ser resistente à abrasão, lisa e compacta, de baixa absorção de água e de
fácil limpeza e deverá impedir a formação de fungos e algas. As cores devem ser uniformes e isentas
de manchas e o produto não deve produzir eflorescências [W5].
4.6.7. Juntas de movimento
Segundo o TCNA [21], o arquiteto deve especificar as juntas de movimento nas peças desenhadas do
projeto, incluindo o posicionamento, a largura e detalhes construtivos das juntas perimetrais e
intermédias, assim como os materiais a utilizar. Nas Figuras 4.3. a 4.5., são esquematizadas as juntas
que devem ser especificadas num projeto de revestimento cerâmico de fachada: juntas de
fracionamento / intermédias / esquartelamento; juntas perimetrais / periféricas e juntas estruturais.
Figura 4.3. – Esquema de junta
Figura 4.4. – Esquema de junta
Figura 4.5. – Esquema de junta
de fracionamento (adaptado de
periférica (adaptado de [29])
estrutural (adaptado de [29])
[29])
Legenda: 1 - camada de regularização; 2 - suporte; 3 - limitador de profundidade de junta em espuma de célula fechada; 4 mastique elastomérico; 5 - ladrilho cerâmico; 6 - material de enchimento; 7 - argamassa para preenchimento da junta; 8 –
reforço metálico; 9 – cimento-cola.
4.6.7.1. Juntas de assentamento
A junta de assentamento constitui o espaço regular deixado entre duas peças. A largura destas juntas
deve ser calculada em função das características das peças a colar e da utilização prevista para o
revestimento. Nos ladrilhos extrudidos, a largura mínima deve ser de 6 mm e no ladrilho prensado de
4 mm.
97
As juntas de assentamento têm a função de:
• reduzir o módulo de deformação do pano de revestimento e, por consequência, aumentar sua
capacidade de absorver deformações intrínsecas, provocadas pelas variações térmicas e
higroscópicas e deformações normais das bases;
• compensar as eventuais diferenças dimensionais entre peças;
• facilitar a substituição de peças em eventuais ações de manutenção;
• permitir trocas de vapor de água em fachadas;
• permitir alinhamentos precisos (nas duas direções ortogonais) dos componentes; caso contrário, por
apresentarem variações dimensionais, os esquadros não poderiam ser encostados uns nos outros,
sem perder o alinhamento;
• permitir configurações com harmonia estética que valorizem o conjunto.
A espessura mínima das juntas deve ser dimensionada, também, para permitir abertura suficiente
para preenchimento do material de betumação em todo o seu espaço volumétrico.
Os ladrilhos podem ser dispostos de inúmeras maneiras. A disposição adotada determina o tipo de
junta. As Figuras 4.6. a 4.8. esquematizam três configurações básicas possíveis: em diagonal (Figura
4.6.), a prumo (Figura 4.7.) e em amarração (Figura 4.8.). Das três disposições apresentadas, as
juntas a prumo são as mais utilizadas, principalmente porque resultam numa elevada produtividade da
mão-de-obra e menores desperdícios de materiais. Entretanto, tanto as juntas em diagonal como as
em amarração foram muito utilizadas no passado, podendo retornar, em função de estilos
arquitetónicos determinados.
Figura 4.6. – Formato quadrado,
Figura 4.7. – Formato quadrado,
Figura 4.8. – Esquema de junta em
configuração em diagonal com
com juntas a prumo contínuas [15]
amarração [15]
juntas na diagonal contínuas [15]
4.6.7.2. Juntas periféricas/de contorno/perimetrais
As juntas perimetrais / periféricas (Figura 4.4.) encontram-se na mudança de planos, seja no encontro
entre paredes e pavimentos ou esquinas de paredes. A largura das juntas deve ser maior ou igual a 5
mm. A profundidade adequada deverá garantir o prolongamento da junta do suporte.
As juntas perimetrais têm a função de delimitar os vários painéis de revestimento aliviando as tensões
geradas pelo movimento do suporte ou do próprio revestimento.
As juntas periféricas devem estar presentes nos cantos, nas mudanças de plano do revestimento e
nas mudanças de materiais, podendo ser posicionadas a uma distância entre 0,25 e 1 m a partir da
mudança de plano do revestimento [16].
98
4.6.7.3. Juntas de fracionamento / intermédias / esquartelamento
As juntas de fracionamento (Figuras 4.3. e 4.9.) subdividem áreas contínuas de colagem em frações
mais pequenas. A largura das juntas deve ser maior ou igual a 5 mm. A profundidade adequada inclui
a totalidade da espessura da camada de regularização até ao suporte. Deve-se prever juntas de
fracionamento elásticas ao longo da fachada, dispostas da melhor maneira em função dos detalhes
arquitetónicos, traduzidas no preenchimento das juntas das peças cerâmicas com material elástico do
tipo mastique. A distância máxima recomendável em paredes exteriores é: a cada 3 m na horizontal e
a cada 6 m na vertical [13]. Pode ir até 6 m na vertical e 10 m na horizontal [14].
Legenda: 1 - junta horizontal; 2 – junta vertical
Legenda: 1 - junta de canto; 2 – junta
Figura 4.9. – Esquema de posicionamento das juntas de
Figura 4.10. – Esquema de
fracionamento verticais e horizontais
posicionamento das juntas de canto e
horizontal
horizontais [70]
2
As juntas intermédias devem definir panos com área entre 9 e 18 m [13], podendo ir até a 60m2 [14].
Recomenda-se em todos os casos dispor de uma junta no alinhamento inferior da laje de cada andar
e da laje de cobertura. As juntas verticais devem coincidir com os vazios e, em qualquer caso, ser
localizadas a uma distância entre 3 [16] e 6 m [13], podendo ir até a 10 m [14].
Segundo [68], recomenda-se a aplicação de mastique silicónico monocomponente de reticulação
neutra, inodoro, para juntas sujeitas a alongamento em exercício até 25%, na selagem das juntas de
fracionamento presentes no revestimento cerâmico. Refere-se ainda neste documento que a junta
deve ser dimensionada em função da capacidade de alongamento do mastique utilizado para a sua
selagem e, de qualquer modo, a largura da junta não deve ser inferior a 6 mm.
Por exemplo, se as juntas de fracionamento são colocadas a 3 m de distância e se descura a
presença de juntas entre os ladrilhos e a deformabilidade do adesivo, estas, na sequência de uma
variação de temperatura de 90 °C, estão sujeitas a uma variação dimensional igual a: 8 x 10-6 ºC
-1
x
3
90 ºC x 3 x 10 mm = 2,2 mm.
Se o alongamento máximo de exercício silicone for igual a 25% da largura da junta, deverá coincidir
com a variação térmica linear de 3 m de ladrilho; a largura mínima da junta poderá, portanto, ser
deduzida pela seguinte fórmula: O,25 Lg = 2,2 mm, em que Lg é a a largura da junta. A largura
mínima da junta é então igual a Lg = 2,2 mm/0,25 = 8,8 mm.
4.6.7.4. Juntas estruturais
A junta estrutural (Figura 4.3.) constitui o espaço regular entre duas estruturas previsto no projeto para
aliviar as tensões provocadas pelo movimento das mesmas devido a variações térmicas ou cargas
mecânicas. A largura das juntas deve ser maior ou igual à junta do suporte. A profundidade da junta
99
deverá ser definida de forma a garantir o prolongamento da junta de suporte. Por exemplo, a junta que
divide dois blocos de apartamentos já existe na fase de construção da estrutura dos edifícios e deve
ser respeitada quando for colado o revestimento. As juntas estruturais existentes no suporte devem
ser rigorosamente respeitadas.
Os materiais de enchimento deverão ser não-absorventes, de células fechada, de alta
compressibilidade e inalteráveis por variações de temperatura (até 70 ºC).
Os materiais de preenchimento das juntas devem ser de alta elasticidade, adequados à largura da
junta desenhada, impermeáveis e com resistência química, e suportar altas temperaturas (mínimo de
70 ºC). As instruções do fabricante para a preparação e aplicação devem ser respeitadas.
Nas Figura 4.11 e 4.12, são esquematizados os diferentes tipos de juntas.
Legenda: 1 – junta periférica; 2 – laje; 3 – revestimento
Legenda: 1 – junta estrutural; 2 – mastique; 3 – revestimento
cerâmico; 4 – junta de assentamento; 5 – junta intermédia
cerâmico; 4 – junta de assentamento; 5 – junta periférica
Figura 4.11. – Esquema em corte - Juntas de
Figura 4.12. – Esquema em planta - Juntas de movimento
movimento [71]
[71]
No Anexo E, apresenta-se um exemplo de um projeto de juntas realizado no Brasil [72], com a
marcação das várias juntas do edifício em alçado e em planta.
4.6.7.5. Execução das juntas
i- Juntas de assentamento:
Os principais requisitos de desempenho de uma junta entre ladrilhos são: horizontalidade,
verticalidade, estanqueidade, evitar infiltrações; capacidade de absorver deformações e uniformidade
de espessura, a fim de atender às necessidades estéticas da camada de acabamento.
A fim de atender aos requisitos relativos à estética do revestimento, recomenda-se o uso de um
espaçador durante a fixação dos componentes de modo a proporcionar uniformidade de espessura.
Além disso, recomenda-se a contínua verificação do nivelamento, do aprumo e do alinhamento das
juntas através de linhas de referência. Normalmente, a determinação destas referências é feita pela
marcação prévia nos cantos convexos das suas extremidades, executando os painéis com estas
marcações para materializar (riscando sobre o emboço) a posição da junta que irá servir de
referência.
O prumo das juntas verticais é obtido com o auxílio de arames de fachada. A qualidade do
acabamento é normalmente função da quantidade destes arames. Para revestimentos com peças de
grandes dimensões, é usual que estes arames sejam posicionados entre cada duas ou três peças.
100
Recomenda-se que a distância entre os mesmos não ultrapasse um metro. O início da betumação das
juntas não deve ultrapassar o tempo mínimo pois a junta exposta permite que se acumulem sujidades,
o que dificulta a aderência da argamassa das juntas.
Como o atraso na betumação é benéfico quando aplicado em fachadas, no sentido de absorver
deformações estruturais, pode-se optar pela betumação das juntas apenas depois de concluído todo o
assentamento, impedindo no entanto que as condições de limpeza da junta prejudiquem a aderência.
Para que a betumação das juntas possa ser iniciada, é necessário que as juntas estejam devidamente
limpas, sendo que a limpeza pode ser feita com uma vassoura ou com uma escova de cerdas para
que sejam eliminados todos os resíduos que possam prejudicar a aderência do material de rejunte,
como, por exemplo, poeira e resíduos soltos de argamassa adesiva. Com os cuidados iniciais
observados, a pasta ou argamassa de betumação, deverá ser espalhada de modo a que penetre
uniformemente nas juntas, com o auxílio de um rodo pequeno, em movimentos alternados.
Após o espalhamento de material de betumação, as juntas poderão ser frisadas com madeira redonda
recurvada ou dando outro formato conforme especificações de projeto. Este procedimento permite
maior compacidade da junta, diminuindo a sua porosidade e, consequentemente, aumentando a sua
estanqueidade.
Com as pastas de cimento, recomenda-se uma limpeza, no dia seguinte, por escovagem do pó
depositado nas peças cerâmicas, seguido de limpeza com pano húmido. Com argamassa, a limpeza
deve ser feita logo que o endurecimento da mesma o permita.
Os materiais com resinas elastoméricas, no entanto, devem ser limpos rapidamente, cerca de 10 a 15
minutos após a aplicação, pois a secagem do mesmo sobre a cerâmica resulta em difícil remoção. As
recomendações são válidas para cerâmicas esmaltadas de superfície não-porosa. Caso contrário,
deve-se avaliar a capacidade de enodoamento do betume e adotar técnicas de proteção ou limpeza
adequadas.
ii- Juntas de fracionamento:
Os materiais normalmente indicados para execução destas juntas são os mastiques elastoméricos,
como os silicones, acrílicos e poliuretanos. A espessura das juntas de trabalho pode ser a mesma das
juntas entre ladrilhos, mantendo-se a modulação. A capacidade de absorver deformações, o nível de
deformação previsto e o espaçamento entre juntas definem a sua espessura.
Na sua execução, deve-se obedecer às características definidas em projeto. A recomendação é
seguir uma sequência de operações [72]:
• corte do emboço (Figura 4.13.) (argamassa de regularização, com serra circular elétrica, sob a junta
até aproximadamente 50% da espessura do emboço) verificando a desobstrução e limpeza da junta
executada;
• limpeza da cavidade da junta com uma escova de cerdas maciais, com remoção de material
pulverulento. Limpeza da junta com pano seco limpo e branco (100% algodão). O procedimento
deverá ser repetido sucessivamente, até que o pano não demonstre sinais de sujidade;
• aplicação de fita adesiva sobre os ladrilhos cerâmicos rente à abertura da junta; é importante aplicar
a fita apenas onde será aplicado o mastique naquele mesmo dia; pressionar a fita adesiva sobre as
juntas de assentamento para evitar a penetração do mastique sobre a argamassa das juntas;
101
• aplicação de uma camada muito fina de primário uniformemente nas laterais da junta;
• inserir o limitador de profundidade na abertura da junta de colocação do limitador de profundidade
em espuma;
• aplicação do mastique com modelagem da forma exterior da junta;
• remoção da fita adesiva após cura (ou conforme recomendação do fabricante do mesmo).
Deve-se evitar condições climáticas agressivas, principalmente chuva (antes, durante e após a
selagem da junta). As posições das juntas de trabalho devem estar claramente definidas no projeto de
revestimento e a sua execução deve seguir estritamente o que foi projetado.
Nas Figuras 4.13. a 4.20., são apresentadas as etapas de execução de uma junta de fracionamento.
Figura 4.13. – Execução do corte da junta com
Figura 4.14. – Limpeza da cavidade da junta com uma
auxílio de régua e frisador [72]
escova de cerdas macias [72]
Figura 4.15. – Proteção das bordas dos ladrilhos
Figura 4.16. – Aplicação de primário no interior da
cerâmicos na abertura da junta com fita adesiva [72]
abertura da junta [72]
Figura 4.17. – Posicionamento do limitador de
Figura 4.18. – Aplicação do mastique [72]
profundidade na abertura da junta [72]
Figura 4.19. – Acabamento da junta com tubo de
Figura 4.20. – Remoção da fita adesiva logo após o
PVC [72]
acabamento [72]
102
4.6.8. Zonas singulares da fachada
4.6.8.1. Remates da cobertura
A cobertura deverá ter um sistema de drenagem de água autónomo, impedindo que esta escorra pela
superfície da fachada ou se infiltre pelas camadas intermédias da mesma, o que pode causar uma
mudança na aparência da superfície da fachada, com a formação de eflorescências, no curto prazo,
e/ou ver comprometida a adesão do revestimento cerâmico ao suporte, no médio / longo prazo.
Assim, em todo o perímetro do edifício, a parte superior da fachada tem de ser coberta com um
remate que impeça a infiltração de água entre o suporte e o revestimento cerâmico. É fundamental,
para a manutenção do bom aspeto da fachada ao longo do tempo, que o desenho dos remates
superiores dos panos (beirados ou rufos) impeça a água da chuva de escorrer diretamente sobre a
superfície do revestimento, arrastando e depositando sobre esta os detritos acumulados na superfície
do elemento de remate. No caso de rufos, deverá ser garantida a inclinação para o lado interior da
cobertura, a projeção horizontal para além do plano do acabamento de 3 cm e um remate do tipo
pingadeira na sua extremidade [14].
4.6.8.2. Encontros com aberturas de vãos
As aberturas de vãos na fachada devem ser resolvidas de modo a assegurar a impermeabilização e
os requisitos de isolamento térmico e acústico. Estes requisitos podem ser conferidos pela
continuidade do revestimento cerâmico, com peças especiais com pingadeiras e material de
preenchimento das juntas impermeável, ou com elementos especiais para resolver os peitoris da
janela e soleiras de portas.
O desenho dos peitoris em janelas deve ser adequado para impedir a água da chuva de escorrer
diretamente sobre o revestimento, arrastando detritos acumulados que se depositarão na superfície.
As juntas entre o ladrilho cerâmico e materiais adjacentes com diferentes coeficientes de dilatação,
como por exemplo caixilhos de alumínio, superfícies em betão, madeira, metal e componentes em
plástico, devem ser permanentemente elásticas, e especificadas e executadas de forma idêntica às de
fracionamento / intermédias / esquartelamento com uma largura mínima de 10 mm [13].
Assim, para além de uma pendente para o exterior que garanta o bom escoamento da água, os
peitoris deverão garantir uma projeção horizontal com pingadeira de 3 cm para além do plano do
revestimento da fachada e a existência de um dispositivo nas suas extremidades laterais (ranhura,
pequeno canalete, parede vertical, etc.) que impeça a água de escorrer lateralmente, conduzindo-a a
escorrer pelo bordo frontal [14].
4.6.8.3. Zonas curvas
Nas situações em que a fachada a revestir seja curva, a opção mais adequada é escolha de ladrilhos
retangulares que deverão ser aplicados com o lado mais curto paralelo ao perímetro de curvatura, ou
de mosaicos porcelânicos, mais conhecido por “pastilha” (Figura 4.21.), com as dimensões de 2,5 x
2,5 cm, dado que permitem um acompanhamento mais eficaz da curvatura da superfície [9].
A fixação dos ladrilhos por colagem só é possível se as dimensões dos ladrilhos forem reduzidas. A
largura máxima dos elementos de revestimento deve ser escolhida em função do raio de curvatura R
do suporte (Figura 4.22.). No Quadro 4.13., são definidas as larguras máximas dos ladrilhos em
103
função do raio de curvatura do suporte. A sua aplicação é executada pelo método de dupla colagem,
com um alto consumo de cimento-cola, de forma a garantir a cobertura completa, sem vazios em todo
o perímetro do revestimento [14].
Figura 4.21. - Fachada curva [W4]
Figura 4.22. - Raio de curvatura [14]
Quadro 4.13. - Largura (L) máxima dos ladrilhos cerâmicos a colar, em função do raio de curvatura (R Figura 4.14.) do suporte [14]
Raio de curvatura do suporte R (cm)
15
60
140
250
300
360
Largura máxima dos ladrilhos l (cm)
5
10
15
20
22
24
4.6.8.4. Mudanças de plano na fachada
As alterações de plano na fachada deverão ser resolvidas de forma a impedir a passagem da água
pela fachada. Recomenda-se nestes casos a utilização de peças com pingadeiras e elementos
impermeáveis que impeçam a água de atingir as superfícies da fachada.
Nos encontros entre paramentos verticais, com cantos salientes, é recomendado o uso de perfis
específicos para evitar o encontro direto dos ladrilhos cerâmicos. Os perfis são em geral prefabricados
de material polimérico ou de metal.
4.7. Projeto de revestimentos cerâmicos
4.7.1 Considerações para a elaboração do projeto de revestimentos cerâmicos
O desenvolvimento da construção de uma edificação requer a elaboração prévia de um projeto.
Efetivamente, poucos subsistemas são realmente executados a partir de um projeto específico, e
ainda assim, a obra chega à sua conclusão. No entanto, há que verificar o custo real da obra e qual o
custo de cada subsistema quando não é devidamente projetado. Certamente, a experiência tem
demonstrado que o custo final de uma atividade realizada sem planeamento é muito superior ao de
uma projetada de forma correta.
No projeto de revestimentos cerâmicos, devem ser especificados os materiais, as técnicas, os
equipamentos, e a mão-de-obra a serem empregues, bem como os procedimentos de controlo da
qualidade. Este projeto pode ser desenvolvido em conjunto com o projeto de Arquitetura ou após este
último estar concluído. Porém, é importante que sejam contempladas todas as especificações gráficas
e descritivas que especifiquem exaustivamente como o mesmo vai ser executado.
Os principais parâmetros a serem considerados ao projetar o revestimento são: a natureza e as
características do suporte e das camadas constituintes; as solicitações de obra; as solicitações
104
durante a sua vida útil; as condições de proteção e de contorno e a geometria dos painéis a serem
revestidos.
4.7.2 Desenvolvimento do projeto
O desenvolvimento do projeto de revestimentos cerâmicos de fachada poderá ser realizado em três
etapas [70]:
• a primeira etapa envolve a análise preliminar dos projetos das várias especialidades do edifício, para
identificar e conhecer as especificações produzidas para os vários sistemas construtivos;
• com a finalização da primeira etapa, desenvolve-se a etapa de especificações e elaboração do
projeto de revestimento, na qual devem ser considerados os parâmetros anteriormente abordados e a
necessidade de adoção - de detalhes construtivos específicos, como juntas, pingadeiras, remates,
entre outros;
• na terceira etapa, de redefinição do projeto, as diretrizes globais deste poderão ser reavaliadas
admitindo-se correções para as especificações inicialmente elaboradas, principalmente no decorrer da
obra e da confirmação das suas reais características, da alteração do cronograma das atividades, da
disponibilidade de materiais, entre outras.
4.7.3 Análise preliminar
Antes de realizar o projeto de revestimentos cerâmicos aderentes de fachada, devem ser realizadas
algumas avaliações relativas ao projeto de Arquitetura e ao projeto de estabilidade.
O projeto de Arquitetura deve ser minuciosamente analisado pela equipa projetista, sendo
verificado(a):
• o grau de detalhe das peças desenhadas do projeto de Arquitetura, para permitir a sua
medição e orçamentação;
• a especificação dos vários materiais de revestimento de fachada;
• a estereotomia das fachadas;
• a necessidade de juntas de fracionamento e periféricas;
• a previsão e especificação das juntas de fracionamento;
• a quantificação da área dos panos com revestimento cerâmico - se a área dos panos com
revestimento cerâmico for superior a 18 m2 [5], haverá necessidade de estabelecer juntas intermédias
na fachada, ou seja, deverá existir um projeto de revestimentos ou a maior pormenorização do projeto
de Arquitetura.
O projeto de estabilidade também deve ser minuciosamente analisado em conjunto com o projeto de
Arquitetura verificando incompatibilidades ao nível:
• da localização de juntas estruturais;
• da espessura de pilares, lajes e vigas;
• de espessuras dos substratos e dos revestimentos finais;
• dos detalhes construtivos considerados “pontos singulares”, como frisos, pingadeiras, remates, entre
outros;
• da localização dos pontos de água, luz e energia elétrica;
• do tipo e posição de canalizações a serem embutidas na alvenaria.
105
Se não existirem juntas estruturais no projeto de estabilidade, ou os panos com aplicação de
revestimento cerâmico forem menores do que 3 m na horizontal e 6 m na vertical, não haverá
necessidade de existirem juntas de fracionamento.
Depois da finalização da etapa de desenhos e detalhes construtivos, iniciam-se as fases de
especificação, receção e armazenamento dos materiais a serem utilizados: argamassa de chapisco,
cimento-cola, camada de reforço, argamassa de emboço, ladrilhos cerâmicos e argamassas (colas e
de preenchimento das juntas).
A partir da cultura da empresa de construção e das recomendações gerais sobre execução,
desenvolve-se o processo de produção do revestimento. A documentação que constitui o projeto de
revestimentos de fachada, descreve o passo-a-passo da execução do revestimento cerâmico e os
procedimentos para aplicação dos ladrilhos, desde a preparação do suporte em alvenaria até ao teste
de estanqueidade e à limpeza antes da entrega da obra [70].
Dado que em Portugal não existe regulamentação que oriente a execução de projetos de
revestimento de fachada, ou a sua obrigatoriedade (ao contrário, por exemplo, do Plano de
Acessibilidades - Decreto-Lei n.º 163/2006 de 8 de Agosto de 2006 [67], ou do projeto de térmica de
edifícios [63]), considera-se que a sua necessidade e aplicabilidade vai depender de uma série de
fatores tais como:
• complexidade da obra e/ou do revestimento em causa;
• cultura e prática do gabinete de projeto;
• cultura da empresa de construção e do dono de obra;
• falta de pormenorização do projeto de Arquitetura.
4.7.4 Fase de conceção
O projetista deve ter em consideração, na fase de conceção do projeto de revestimentos cerâmicos
aplicados em fachadas [16]:
• o tipo, altura e idade do suporte;
• o tipo, tamanho e cor do ladrilho;
• dimensão da área de aplicação do revestimento cerâmico;
• o tipo e dimensão das juntas;
• a posição e requisitos para as juntas de movimento.
• o método de fixação do revestimento: por colagem, misto ou por fixação mecânica;
• os detalhes construtivos: as soleiras, os peitoris, e as pingadeiras; as dimensões e posicionamento
dos frisos decorativos, molduras, apliques e elementos pré-fabricados decorativos;
• a interface entre revestimentos diferentes;
• os detalhes da interface da impermeabilização com os revestimentos (térreo, cobertura e terraços).
106
O projeto deve conter todas as definições geométricas e posicionamento dos seguintes detalhes
construtivos:
• frisos e juntas de trabalho; elementos decorativos; pingadeiras; soleiras; guarda-corpos e peitoris.
O projeto de Arquitetura caracteriza-se pela especificação dos materiais; estabelecimento de diretrizes
de seleção do sistema de revestimentos cerâmicos; projeto gráfico com as peças desenhadas e
detalhes construtivos.
4.7.5 Definição dos documentos do anteprojeto ou projeto base
Em Portugal, a definição dos documentos do anteprojeto ou projeto base está regulamentada na
portaria Portaria n.º 701-H/2008 [23]. Este documento refere, no artigo 6º “Anteprojeto ou Projeto
Base” que:
“1 - O anteprojeto, ou projeto base, desenvolve a solução do estudo prévio aprovado, sendo
constituído por peças escritas e desenhadas e outros elementos de natureza informativa que
permitam a conveniente definição e dimensionamento da obra, bem como o esclarecimento do modo
da sua execução;
2 - Se outras condições não forem fixadas no contrato, o anteprojeto deve conter, para além dos
elementos constantes da regulamentação aplicável, os seguintes:
a) Memórias descritivas e justificativas da solução adotada, incluindo capítulos especialmente
destinados a cada um dos objetivos especificados para o anteprojeto, onde figuram designadamente
descrições da solução orgânica, funcional e estética da obra, dos sistemas e dos processos de
construção previstos para a sua execução e das características técnicas e funcionais dos materiais,
elementos de construção, sistemas e equipamentos;
b) Avaliação das quantidades de trabalho a realizar por grandes itens e respetivos mapas;
c) Estimativa de custo atualizada;
d) Peças desenhadas a escalas convenientes e outros elementos gráficos que explicitem a
localização da obra, a planimetria e a altimetria das suas diferentes partes componentes e o seu
dimensionamento bem como os esquemas de princípio detalhados para cada uma das Instalações
Técnicas, garantindo a sua compatibilidade;
e) Identificação de locais técnicos, centrais interiores e exteriores, bem como mapa de espaços
técnicos verticais e horizontais para instalação de equipamentos terminais e redes;
f) Os elementos de estudo que serviram de base às opções tomadas, de preferência constituindo
anexos ou volumes individualizados identificados nas memórias;
g) Programa geral dos trabalhos.”
107
4.7.6 Definição dos documentos de projeto de execução
Em Portugal, a definição dos documentos de projeto de execução está regulamentada na portaria
Portaria n.º 701-H/2008 [23]. Este documento refere, no n.º 2 do artigo 7º “Projeto de Execução”, que
se outras condições não forem fixadas no contrato, o Projeto de execução inclui, além de outros
elementos constantes de regulamentação aplicável, as seguintes peças:
“a) Memória descritiva e justificativa, incluindo a disposição e descrição geral da obra, evidenciando
quando aplicável a justificação da implantação da obra e da sua integração nos condicionamentos
locais existentes ou planeados; descrição genérica da solução adotada com vista à satisfação das
disposições legais e regulamentares em vigor; indicação das características dos materiais, dos
elementos da construção, dos sistemas, equipamentos e redes associadas às Instalações Técnicas;
b) Cálculos relativos às diferentes partes da obra apresentados de modo a definirem, pelo menos, os
elementos referidos na regulamentação aplicável a cada tipo de obra e a justificarem as soluções
adotadas;
c) Medições e mapas de quantidade de trabalhos, dando a indicação da natureza e da quantidade dos
trabalhos necessários para a execução da obra;
d) Orçamento baseado nas quantidades e qualidades de trabalho constantes das medições;
e) Peças desenhadas de acordo com o estabelecido para cada tipo de obra na regulamentação
aplicável, devendo conter as indicações numéricas indispensáveis e a representação de todos os
pormenores necessários à perfeita compreensão, implantação e execução da obra;
f) Condições técnicas, gerais e especiais, do caderno de encargos.”
No ponto 3 do artigo 19º “Projeto de Execução”, refere-se que são elementos do projeto de
Arquitetura:
“a) Plantas cotadas de cada piso, pelo menos na escala 1:100, em que sejam indicadas:
(i) A compartimentação e as respetivas dimensões;
(ii) A localização e as dimensões dos diversos elementos de construção, nomeadamente escadas,
ascensores, portas, janelas, varandas, envidraçados, instalações sanitárias e outros necessários à
definição do edifício e da execução da obra;
(iii) As linhas de corte e os pormenores que sejam objeto de outras peças desenhadas;
(iv) A distribuição e a tipologia do mobiliário fixo;
b) Cortes gerais do edifício, pelo menos na escala 1:100, que evidenciem a compartimentação, as
dimensões dos vãos, as alturas e as larguras que interessem à construção, os diferentes níveis entre
toscos, ou limpos, dos pavimento e dos tetos, incluindo os tetos falsos, os locais destinados à
passagem de canalizações e condutas, os elementos da estrutura, tais como pilares, vigas, lajes,
escadas e outros elementos da construção, e outras informações necessárias à execução do edifício,
nomeadamente, natureza e localização dos materiais de revestimento, articulações mais importantes
entre diferentes elementos de construção e tipo de remates;
108
c) Alçados do edifício, pelo menos na escala 1:100, que explicitem a configuração e dimensões das
paredes exteriores e de todos os elementos nelas integrados, nomeadamente, janelas, portas, vergas,
palas, varandas, a natureza e a localização dos materiais utilizados nos revestimentos e nos
elementos de construção e outras informações que sejam indispensáveis à construção do edifício;
d) Cortes de pormenorização, em escala adequada, que indiquem os aspetos construtivos de maior
interesse para a execução da obra;
e) Mapa de vãos, com indicação da tipologia de cada vão, das respetivas dimensões e quantidades,
do modo de funcionamento, da natureza e das características dos materiais e das ferragens e de
outras informações necessárias ao fabrico e montagem de caixilharias, portas, envidraçados e outros
elementos;
f) Mapa de acabamentos que defina claramente os materiais e a natureza dos acabamentos
considerados para todos os elementos da construção;
g) Pormenores de execução dos diferentes elementos de construção com a definição precisa das
dimensões e da natureza das interligações dos diferentes materiais ou partes constituintes;
h) Outras representações necessárias à definição da construção e à execução das obras;
Ainda no ponto 3 do artigo 19 - Projeto de Execução, refere-se que são elementos do projeto de
estruturas:
a) Memória descritiva e justificativa da escolha do tipo de fundações e de estrutura e respetivas
verificações de cálculo, de acordo com os regulamentos em vigor;
b) Plantas e cortes definidores da estrutura, em escalas adequadas, em que sejam representadas:
(i) A posição, devidamente cotada, de todos os elementos estruturais, nomeadamente: as vigas, pelos
seus eixos ou pelos seus contornos; os pilares, pelos seus eixos e contornos; as lajes, com a
indicação das suas espessuras; as aberturas nas lajes, com a indicação da sua localização e das
suas dimensões; as paredes e outros elementos estruturais, pelos seus eixos e contornos;
(ii) As secções em tosco de todos os elementos estruturais;
(iii) As cotas de nível de toscos das faces superiores das vigas, paredes e lajes e, quando necessário,
as espessuras dos revestimentos;
(iv) A localização, devidamente referenciada, e as dimensões das aberturas e passagens através dos
elementos estruturais, nomeadamente as relativas a canalizações e a condutas;
(v) O desenvolvimento em altura dos pilares, definido nas plantas pela sua indicação nos níveis em
que têm início e em que terminam;
c) Pormenores de todos os elementos da estrutura que evidenciem a sua forma e constituição e
permitam a sua execução sem dúvidas ou ambiguidades, nas escalas 1:50, 1:20, 1:10 ou superior.”
109
No Quadro 4.14., são referidas informações que, no mínimo, deverão estar presentes nas plantas,
cortes e alçados do projeto de execução.
Quadro 4.14. – Informações que deverão estar presentes nas plantas, corte e alçados do projeto de execução de
Arquitetura
Informações
Plantas
Indicação do sistema de eixos organizacionais e modulação
geral
Articulação, dimensionamento e caracterização de todos os
ambientes
Articulação das áreas / ambientes / espaços técnicos
Indicação da função e da área de cada ambiente
Localização com dimensões de equipamentos
Indicação dos elementos do sistema estrutural
Indicações de cotas parciais entre coordenadas e cotas totais
Cotas de desenho, em pormenores, dos locais que não serão
desenhados em escala maior
Indicação dos cortes gerais, fachadas, detalhes e secções
parciais
Referência e numeração dos elementos que serão desenhados
em escala maior
Indicação de cotas de níveis de piso, inclusive circulações
Localização dos vãos em planta e em alçado, modulação e
sentido de abertura
Indicação dos elementos de proteção contra a radiação solar
direta
Indicação de sancas, rebaixos e projeções
Indicação de soleiras e peitoris com especificação completa dos
materiais
Pormenorização da fixação ou especificação dos elementos
suportes
Chamada dos detalhes e ampliações necessárias
Tabelas com indicação de acabamentos
Especificações gerais de materiais e sistemas, notas gerais e
legendas
Sistema de modulação vertical
Distinção gráfica entre elementos da estrutura e vedações
seccionadas
Cotas verticais de piso, parciais e totais dos elementos
seccionados
Nível dos pisos seccionados, tosco e limpos
Níveis e alturas de todos os ambientes e das edificações
Indicação dos elementos de cobertura e platibandas
Indicação de juntas estruturais; posicionamento, largura e
detalhes construtivos das juntas perimetrais e intermédias,
assim como os materiais a utilizar, devem ser incluídos no
projeto do edifício
Indicação do sistema de modulação horizontal e vertical
(paginação de revestimentos, juntas e frisos)
Representação gráfica dos materiais de revestimento
Indicação da localização de equipamentos, tubagens ou outros
elementos de sistemas prediais e de climatização aparente
Cotas parciais e totais dos componentes
Alçados dos vãos com representação das folhas e montantes
(divisões e marcos), com cotas gerais dos seus componentes e
indicação dos elementos fixos e móveis
Secções horizontais e verticais (quando pertinente) dos vãos,
com dimensões gerais dos seus componentes, definição de
abertura, indicação de peitoris e puxadores
Desenho de remates e adequação com revestimentos /
acabamentos interiores e exteriores
Especificação das ferragens (dobradiças, pinos pivôs,
fechaduras), vidros, painéis, etc.
x
Cortes
longitudinais,
transversais
e secções
parciais
x
Alçados
Mapa de vãos
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Em cada documento do projeto de Arquitetura, deve-se fazer uma aproximação diferente aos
revestimentos cerâmicos tal como é indicado no Quadro 4.15. Uma vez que grande parte da
110
informação está repetida nas diferentes partes do projeto, é importante evitar discrepâncias entre os
diferentes documentos do projeto.
Quadro 4.15. – Documentos de projeto (adaptado e complementado a partir de [29])
I Memória
II
Peças
desenhadas
III Caderno
de encargos
IV Medições
V Orçamento
Memória descritiva
Definição geral do edifício sem entrar em detalhes, indicando-se as
prestações gerais do edifício
Memória construtiva
Descreve-se as soluções adotadas; na prescrição da envolvente e dos
revestimentos, indica-se as características e prescrições para cumprir os
requisitos de funcionalidade, segurança e habitabilidade
Cumprimento do RGEU [22]
Justificação das prescrições do edifício por requisitos básicos em relação às
exigências básicas do RGEU [22] e outras regulamentações aplicáveis
Anexos da memória
São incluídos os anexos que sejam necessários para a definição do projeto.
Definição do plano de controlo de qualidade onde se pode especificar os
parâmetros a controlar e a sistematização do controlo a utilizar
Peças desenhadas com a Na documentação gráfica, é de interesse incluir os alçados de fachada com
definição construtiva
indicação das juntas de dilatação, juntas intermédias e juntas perimetrais e a
marcação da estereotomia
Memórias gráficas
Detalhes construtivos explicativos dos distintos pontos singulares da fachada
- Cláusulas administrativas
- Neste capítulo, devem ser redesenhadas as características técnicas
- Cláusulas técnicas
exigíveis aos produtos, as condições de fornecimento e receção, as
Condições
técnicas garantias de qualidade exigíveis e o controlo de receção a realizar;
especiais dos trabalhos de - As especificações podem ser feitas de acordo com as normas de produto
construção civil
ou guias de aplicação como, por exemplo, o “Guia de la Baldosa Cerámica”
[5] ;
- Verificações e ensaios a realizar para verificar o desempenho final do
edifício.
Desenvolve-se as descrições técnicas necessárias para a sua especificação e valorização
Faz-se a valorização das mesmas
• Prescrições sobre os materiais aplicados em fachadas: Ladrilho cerâmico, material de ligação,
argamassa, material de isolamento, e camada de regularização; a prescrição dos produtos no projeto
deve ser feita de forma exaustiva nas especificações técnicas particulares, atendendo às
características definidas nos capítulos anteriores. Com o objetivo de simplificar essa exigência, podese recorrer a códigos definidos nos vários guias e normas de produto. Nessas especificações, deve-se
definir todos os materiais utilizados com pelo menos as informações apresentadas no Quadro 4.16.
Quadro 4.16. – Prescrições sobre os materiais a aplicar em fachadas (adaptado e complementado a partir de [29])
Ladrilho
Material
de
assentamento
Material
de
preenchimen
to das juntas
Material
de
isolamento
Material
da
camada
de
regularização
Produto
Designação normativa
Código
Formato,
aspeto,
tonalidade, …
Produto
Designação normativa
Características adicionais
Sistema de colocação
Produto
Designação normativa
Cor
Material, espessura
Azulejo, grés esmaltado, grés porcelânico, grés rústico, barro cozido,…
Segundo a norma EN 14411
Segundo o Guia de la Baldosa Cerámica o definición equivalente (resistência
mecânica, desgaste por…)
Se for necessário
Cola para ladrilho cerâmico (segundo norma EN 12004:2001)
C2, C2 S1/S2
Tempo de abertura (E), Deformabilidade (S1,S2), Deslizamento
Camada grossa ou camada fina
Argamassa de junta cimentícia
Argamassa de junta cimentícia ex: GG2 (Segundo norma EN 13888)
Se for necessário
Material (argamassa autonivelante, argamassa armada) tipo de argamassa, espessura, características de
armadura (diâmetro, malha e tipo de aço)
• Prescrição sobre a execução: a prescrição sobre o sistema de execução deve ser realizada no
caderno de encargos e também deve ser verificada a preparação do suporte, o sistema de
construção, o processo de execução, e as técnicas de aplicação, com especial atenção para as juntas
de movimento, que englobam as juntas de assentamento, perimetrais, de fracionamento e estruturais.
• Exemplo de especificação de revestimento cerâmico aderente aplicado em fachada: revestimento
aplicado em paramento exterior, BIII (EN 14411), formato 33x 33, cor clara, acabamento brilhante.
111
Colocadas sobre suporte em alvenaria de tijolo, e vigas e pilares em betão armado. Aplicação em
camada fina, com método de dupla colagem com cimento-cola C2S1 (EN12004:2001), cor branca,
com argamassa para juntas CG2 (EN 13888) cor branca, junta de assentamento de 3 mm, com juntas
perimetrais e de fracionamento de espessura não inferior a 5 mm. Cantoneiras, juntas e encontros
mediante perfis especiais em PVC (de acordo com as peças desenhadas).
4.7.6.1
Projeto de execução do revestimento cerâmico de fachadas
Em Portugal, não existe um padrão que defina a estrutura e o conteúdo de um projeto de execução de
um revestimento cerâmico rígido modular. Mas podem servir de referência, os seguintes documentos:
• documento informativo europeu CEN/TR 13548:2004 [12];
• norma australiana AS 3958-2:1992 [18];
• norma britânica BS 5385-2:2006 [16].
Os resultados obtidos dos questionários e apresentados no capítulo 3 evidenciam um baixo nível de
especificação dos revestimentos em Portugal. Assim, em Portugal, a estrutura de uma proposta de
implementação de um revestimento cerâmico aplicado em fachadas deve ser semelhante ao que
consta na norma australiana AS 3958-2 [18], com a incorporação das especificações funcionais e com
um grande detalhe na descrição de requisitos, materiais e soluções construtivas.
De seguida, é proposta uma relação sequencial dos conteúdos de um projeto de execução de um
revestimento cerâmico aplicado em fachada:
1. Denominação genérica do projeto e sua inserção no projeto de Arquitetura;
2. Dados do projetista ou especificador;
3. Referências normativas – relação de normas agrupadas por camadas do sistema de revestimento;
4. Referência ao plano de qualidade da obra;
5. Referência ao plano de segurança e saúde;
6. Descrição das exigências funcionais: do sistema construtivo; do revestimento cerâmico;
informação da execução com peças desenhadas associadas; referências normativas particulares;
7. Descrição das condições ambientais [temperatura, humidade relativa do ar, ventilação, vento,
insolação solar, entre outros]; armazenamento e manuseio de materiais; processo de aplicação;
previsão da vida útil do revestimento cerâmico;
8. Descrição das exigências de utilização do revestimento cerâmico: relação entre as características
e os níveis mínimos exigidos, referindo-se a normas de produto e a métodos de ensaio, como por
exemplo: cargas de uso pontual, dinâmicas; resistência a ciclos de gelo e degelo; resistência a
altas temperaturas; condutividade elétrica; inalterabilidade da cor; resistência ao enodoamento,
facilidade de limpeza;
9. Descrição das características dos suportes: a estabilidade do elemento estrutural de suporte, das
camadas intermédias e das características da superfície de aplicação; descrição dos materiais e
suas características; a ordem de execução das camadas intermédias; elementos gráficos que
ilustrem detalhes de execução, encontros, entregas, pré-instalações, entre outros;
112
Os materiais que fazem parte das camadas intermédias são produtos normalizados, com
especificações técnicas. O projeto de execução deve incluir o seu nome ou o código do produto,
as suas características e modo de aplicação;
10. Descrição dos ladrilhos segundo norma de produto; características físico-químicas fundamentais
especiais ou particulares, com indicação do código; descrição da modulação da aplicação dos
ladrilhos;
11. Memória descritiva sobre os materiais e técnica de instalação:
• descrição dos materiais de colagem segundo normas, incluindo as condições de armazenamento,
preparação e técnicas de aplicação;
• dados sobre a técnica de aplicação, especificando detalhes do método de camada fina; condições
de maturação até à entrada em serviço;
• descrição das argamassas das juntas segundo normas, incluindo as condições de armazenamento,
operações de preparação e betumação das juntas;
• dados sobre as operações de betumação, limpeza e proteção até à entrada em serviço do
revestimento cerâmico;
• requisitos específicos sobre as orientações do plano de segurança e saúde;
• diretrizes sobre a organização interna do processo de aplicação: material em armazém, localização
e instalações para corte e manuseamento de materiais, iluminação e ventilação, itinerários, ordem de
execução, relatórios de incidentes, entre outros;
12. Memória sobre as juntas de movimento: desenho e descrição das características e da sua
localização; materiais incluindo elementos pré-fabricados. Características e requisitos relativos a
normas;
13.Relatório sobre a intervenção de outras empreitadas;
14.Discriminação de unidades de execução e critérios de valorização;
15. Cronograma da execução;
16. Se for o caso, relação de controlos de execução;
17. Requisitos de entrega do revestimento segundo normas ou regulamentos nacionais e/ou
condições particulares do projeto;
18.Memória sobre a manutenção do revestimento cerâmico aplicado em fachadas.
Esta informação estruturada de um projeto de execução de um revestimento pode ser sintetizada em
poucas páginas, especialmente, quando os produtos, processos e técnicas são bem regulamentados.
Caso contrário, deve-se insistir na necessidade de especificação detalhada, mesmo que apenas
como uma contribuição para difundir a cultura de qualidade do edificado.
113
4.7.7 Redefinição do projeto de revestimento cerâmico de fachadas
Esta etapa desenvolve-se em paralelo com a obra e pode ser considerada como atividade eventual de
correções e ajustes das especificações estabelecidas. Espera-se que grande parte das especificações
iniciais se mantenha. No entanto, em função das especificidades da obra, é necessária a implantação
de correções e redefinições, até mesmo nas últimos etapas das atividades de execução.
Considerando-se este facto, sob o ponto de vista do controlo da qualidade de execução e aceitação
dos serviços, esta dinâmica é valiosa. Entretanto, a falta de especificações e definições claras de
projeto deve ser evitada.
Basicamente, os seguintes tipos de especificações devem ser definidos:
a) espessura da camada de regularização, principalmente em função da falta de nivelamento do
suporte;
b) alteração da composição e doseamento das argamassas tanto em função da alteração da
espessura da camada como da variação das características dos materiais de construção
(principalmente dos agregados);
c) alteração das técnicas de execução devido a alterações de espessura e alteração da composição e
doseamento das argamassas;
d) alteração nas especificações da camada de fixação em função dos desvios de planearidade
encontrados na camada de regularização;
e) alteração das dimensões dos painéis de revestimento e das juntas entre componentes, da
modulação, da estereotomia, dos locais de recortes, quando os componentes cerâmicos aceites em
obra não cumprirem as especificações preliminares ou haja alterações muito significativas das
condições de obra ou de exposição em relação às condições previstas;
f) alteração de detalhes como peitoris, pingadeiras e remates.
4.7.8 Do projeto à execução
Antes da aplicação do ladrilho numa parede exterior, a aplicação do ladrilho requer um planeamento
cuidadoso. Para o desenvolvimento deste projeto, deve-se ter em conta alguns requisitos básicos na
preparação do suporte antes de ser aplicado um sistema de revestimento cerâmico aderente.
O suporte deverá ser:
• sólido, livre de humidade e contaminação;
• regular, ou seja, planar, sem bossas ou depressões, com juntas em linha reta e regular;
• integro, ou seja, sem lacunas a partir dos elementos e sem quebrar;
• durável, ou seja, com a garantia de manter por muito tempo as suas próprias qualidades técnicas e
estéticas, sem sofrer as pressões de operação;
• seguro, ou seja, próprio e coeso;
O ponto de partida para um projeto eficiente é a avaliação de certos parâmetros, tais como: as
características da superfície a ser ladrilhadas; o ambiente de destino; o tipo de ladrilho e sua
especificação técnica.
A partir destes dados, pode-se determinar:
114
• imposições técnicas, em particular o tipo, a espessura, e regras de composição para a aplicação da
camada de assentamento;
• quaisquer camadas intermédias a serem aplicadas sobre a superfície de suporte;
• a extensão, localização e orientação das juntas entre os ladrilhos. Quem desenha deve especificar a
configuração do revestimento cerâmico paralelo ou diagonal;
• a localização e dimensões de juntas de movimento.
Neste ponto, prossegue-se com a aplicação, ou seja, a execução do projeto, em que é fundamental o
cuidado e o profissionalismo do aplicador.
Estudado o meio ambiente e o sistema de revestimento cerâmico aderente, deve-se proceder com:
• organização e planeamento da obra;
• verificação e preparação das superfícies a serem revestidas;
• verificação das medições, e da verticalidade das paredes e pisos;
• verificação dos materiais e da existência de defeitos visíveis e realizar relatório, se for considerado
necessário;
• otimização do plano de aplicação para tornar o trabalho o mais harmonioso possível;
• preparação dos ladrilhos, da cola dos ladrilhos e continuação com a aplicação;
• Após um tempo variável da aplicação dos ladrilhos (de algumas horas a alguns dias), procedimento
do preenchimento das juntas e limpeza final da superfície.
4.7.9 Cuidados e princípios necessários à manutenção de fachadas
As fachadas revestidas com ladrilho cerâmico devem ser inspecionadas regularmente, para se
verificar quaisquer defeitos na superfície do ladrilho ou nas juntas. Essas anomalias podem ocorrer
em consequência de movimentos do suporte ou de mudanças climatéricas. Tais defeitos devem ser
corrigidos antes que os revestimentos se deteriorem mais e possam levar, por exemplo, à penetração
de água através de fissuras e possivelmente a problemas mais graves na edificação [16].
É necessário prever o acesso a paramentos exteriores para limpeza normal, manutenção e inspeção
próxima do ladrilho, e da condição dos materiais de preenchimento das juntas de movimento [16].
Em edifícios com mais de dois pisos, terá de constituir uma prioridade a definição do método de
manutenção deste revestimento. Como tal, têm de ser previstos pontos de ancoragem, ou
equipamentos de sustentação ao nível da cobertura, para plataformas de trabalho suspensas (bailéus
elétricos ou de manivela). Os pontos de ancoragem devem ser especificados em projeto, de forma a
evitar improvisações e assegurar a execução segura das necessárias operações de limpeza.
Todos os revestimentos cerâmicos, especialmente os aplicados no exterior, que incluam a aplicação
de material de preenchimento das juntas de movimento, requerem inspeção periódica e manutenção
por parte do proprietário. Devem ser consultados os fabricantes de materiais e fabricantes de
produtos de manutenção para os procedimentos recomendados [19].
Deve haver cuidado na escolha de adequados materiais de preenchimento das juntas, para garantir
que a vida útil esperada estabelecida pelos fabricantes seja adequada às condições particulares de
cada obra [12].
A operação de manutenção geralmente consiste numa limpeza regular com água (quente) e numa
solução de detergente neutro. No caso de manchas especiais e incrustações, devem ser realizados
115
procedimentos especiais e produtos de limpeza. Recomenda-se a aplicação do produto numa
pequena área para o testar, antes de ser aplicada em toda a superfície [12].
Após a conclusão da aplicação do revestimento cerâmico, é desejável que o proprietário tenha uma
reserva de cada tipo de revestimento, o que equivale a um por cento (1%) do material aplicado, para
possíveis substituições [5].
4.8. Considerações finais do capítulo
As diretrizes apresentadas neste capítulo visam reunir informação sobre o projeto de revestimentos
cerâmicos de fachada, tendo por base a normalização europeia e fora da Europa e também as
recomendações sugeridas pelos fabricantes de ladrilhos cerâmicos, cimento-cola e material de
preenchimento das juntas.
As recomendações são aplicadas a construções em alvenaria de tijolo com estrutura de betão armado
e incidem nas condições gerais para a aplicação do método de camada fina e do método da dupla
colagem. Foram referidas as especificações das condições do suporte, dos materiais e dos métodos
de aplicação, assim como o método do pressionar e deslocar o ladrilho durante o assentamento.
O projeto de revestimentos cerâmicos de fachada deve ter início na fase inicial de conceção,
devendo-se ter em consideração a especificação dos suportes, a especificação do posicionamento
das juntas, com especial atenção aos pontos singulares da fachada tais como remates superiores,
peitoris em janela e superfícies curvas. Este projeto vai sofrendo diversas adaptações à medida que
vai sendo pormenorizado, atualizado e compatibilizado com as outras especialidades, como a
estabilidade.
Considerou-se importante abordar os aspetos de especificação dos materiais e os conteúdos do
projeto de revestimento cerâmico de fachada, nas fases de conceção, anteprojeto e projeto de
execução. No que diz respeito à durabilidade do revestimento ao longo da sua vida útil, será de
grande importância haver uma correta seleção do cimento-cola e do material de preenchimento das
juntas. A escolha do cimento-cola quando aplicado em fachada deve ser ponderada tendo em conta
as dimensões do ladrilho, a altura da fachada, as condições climatéricas de aplicação e a geometria
do suporte.
O êxito da implementação destas diretrizes exige uma reciprocidade entre todos os intervenientes,
incluindo os projetistas das diferentes especialidades, arquitetos e engenheiros, dono da obra,
empreiteiros, fornecedores, aplicadores dos ladrilhos e dos materiais de preenchimento das juntas.
No que diz respeito a regras de boa execução, é importante que o assentamento seja efetuado por
pessoal especificamente habilitado para o efeito e devidamente acompanhado.
116
5. CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS
5.1. Conclusões finais
O trabalho desenvolvido procurou responder aos objetivos definidos no Capítulo 1, ou seja, propor
diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos aderentes de fachada, tendo como contributo
inovador adicional:
• apresentação de uma síntese das boas práticas europeias e fora da Europa;
• divulgação da perceção dos intervenientes envolvidos sobre as questões abordadas nos
questionários: prática do projeto de revestimentos cerâmicos aderentes e a especificação dos
respetivos materiais em Portugal.
A experiência europeia e internacional de normalização da atividade de projeto de revestimentos
cerâmicos aderentes de fachada é fundamental, pois documenta informações sobre a especificação
dos materiais, técnicas de aplicação, com especial atenção ao posicionamento e caraterização dos
materiais de preenchimento das juntas. Constatou-se que os países da Europa que dominam esta
tecnologia, como é o caso da Alemanha, França, Inglaterra e Itália, bem como países fora da Europa
como os Estados Unidos da América, Brasil e Austrália, investigam há muitos anos o tema, fazendo
abordagem às questões de durabilidade dos materiais e das boas práticas de planeamento e
execução.
A análise comparativa da normalização apresentada no capítulo 2 pode ser um instrumento
clarificador da atual legislação em vigor, na Europa e fora da Europa, descodificando algumas
questões menos lineares que a normalização, pela extensão e complexidade de conteúdo, poderá
colocar. Esta análise comparativa é estruturada no capítulo 2 em quadros temáticos e procura
sistematizar informação dispersa pelos vários documentos analisados, permitindo uma leitura mais
rápida e clara de algumas matérias específicas, tais como:
(1) Exigências de planeza do suporte em paredes exteriores; (2) Condições climatéricas; (3) Seleção
da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho); (4) Seleção do material de
preenchimento das juntas (classe de desempenho); (5) Terminologia utilizada para juntas de
movimento em revestimentos; (6) Recomendações normativas para posicionamento de juntas de
movimento; (7) Terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos em
fachadas; (8) Pontos singulares.
Em Portugal, não existe uma norma dedicada exclusivamente ao projeto de revestimentos cerâmicos
aplicados em fachada, mas existe o manual da APICER de 2003 [2] que tem servido de orientação
aos profissionais nesta área e tem por base recomendações francesas [46], mas como estas foram
modificadas em 2009 alguns valores são menos exigentes face à normalizada atualizada pelos
franceses. Em Espanha também não existe normalização, mas o “Guia de las baldosas” [5] é um
documento reconhecido pelo país com o objetivo de auxiliar os especificadores a selecionarem os
matérias mais adequados quer sejam aplicados em pavimentos ou paredes interiores e exteriores.
Este “Guia de las baldosas” [5] define a classe C2 como nível mínimo de desempenho do cimentocola de acordo com NP EN 12004 [32], aconselhando efetuar colagem dupla; e define a classe CG2
de acordo com EN 13888 [33] para uma argamassa de junta à base de cimento melhorada.
117
A norma Italiana é recente (2013) e indica a classe de material de colagem mais apropriada em
fachada, variando em função do suporte. As classes de material de colagem mais apropriadas para
suportes cimentícios variam das classes C2 à C2S1/S2. Esta norma especifica ainda o método de
colagem dupla em ladrilhos de dimensão superior a > 30 cm.
A França é um país com longa tradição no desenvolvimento de normas. A norma NF DTU 52.2 P1-12: 2009 [14] é a única analisada que estabelece a classe de desempenho do cimento-cola em função
das dimensões dos ladrilhos, da absorção de água do ladrilho e da altura de fachada.
Nos Estados Unidos da América, o Manual do TCNA [21] constitui um documento muito importante e
utilizado pelos aplicadores e estabelece a classe de desempenho C2S1 para o material de colagem
para suportes cimentícios.
Ao contrário do “Guia de las baldosas” [4], do manual do TCNA [21] e das normas francesa e italiana
acima referidas, os documentos: norma alemã DIN 18515-1:1998 [13]; norma britânica BS 53852:2006 [16]; documento europeu CEN/TR 13548:2004 [12]; norma australiana AS 3958-2:1992) [18]; e
norma brasileira NBR 13755:1996 [20], não especificam a classe de desempenho da cola adesiva.
Sobre outros aspetos que podem ser analisados, como por exemplo o desenho das juntas de
movimento, a maioria dos países estabelece juntas de esquartelamento horizontais em cada andar
com distância mínimas de 3 m. A norma francesa estabelece para este parâmetro 6 m como distância
mínima das juntas de esquartelamento horizontais.
A preparação dos substratos, as condições climatéricas e a aplicação são aspetos ponderados por
quase todos os países. Apenas as normas britânica [16], australiana [18] e francesa [14] fazem
considerações aos pontos singulares da fachada, como por exemplo: parapeitos, peitoris, cantos
salientes e reentrantes, coroamentos e tratamentos na base.
A norma britânica [16], o manual do TCNA [21] e a norma alemã [13] estabelecem regras para a
aplicação dos materiais de preenchimento das juntas de fracionamento. Um dos materiais utilizados é
o limitador de profundidade. Ao aplicar-se o limitador de profundidade dentro da junta, este material
compressível vai permitir a dilatação e contração do material vedante que é colocado em seguida. O
limitador de profundidade vai barrar o contato entre o material vedante e o suporte.
A elaboração de um projeto de revestimento de fachadas tem como finalidade a determinação dos
materiais, geometrias, juntas, reforços, acabamentos, procedimentos de execução e controlo de
qualidade das obras. O detalhe do projeto de execução de revestimentos cerâmicos aderentes será
possível desde que o mesmo seja coerente na adequação dos conceitos teóricos à prática, tendo em
conta a realidade da mão-de-obra da construção civil nacional.
Da análise dos questionários a 257 profissionais (Amostra A), verificou-se uma necessidade de
aumentar o rigor, com maior detalhe dos projetos de execução, das peças desenhadas e em especial
dos pormenores de execução que são uma peça chave na comunicação do projeto.
Na Amostra A, 51% dos inquiridos indica que não “tem conhecimento do projeto de revestimentos de
fachada”. Na Amostra B, constituída por profissionais mais experientes, 60% dos inquiridos refere que
tem esse conhecimento. Constatou-se que a maioria, 85% dos inquiridos, julga pertinente a existência
118
de projeto de revestimento de fachadas. O projeto de revestimento de fachada é percecionado pela
maioria dos inquiridos como uma necessidade e pode constituir uma ferramenta de auxílio aos
intervenientes envolvidos. A importância deste estudo justifica-se pelas conclusões extraídas e
resultados registados.
A escolha de materiais compatíveis entre si, o dimensionamento correto das juntas de movimento
entre ladrilhos e a prescrição de cimentos cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos
foram considerados aspetos muito importantes na prática do projeto de revestimentos cerâmicos.
O aspeto visual, com a especificação do acabamento superficial, cor e textura, foi considerado pela
Amostra B o aspeto mais importante na especificação de um revestimento cerâmicos em fachada. Na
mesma questão, foram identificados como aspetos importantes a facilidade de limpeza, a boa relação
qualidade preço e a especificação do grau de absorção da peça cerâmica.
As deformações excessivas do suporte, a altura da fachada e dimensão da área aplicada e a
humidade do suporte foram considerados os fatores mais importantes na especificação de um
revestimento de fachada.
Igualmente, apesar de o “dimensionamento correto das juntas de movimento” ser um aspeto
considerado “muito importante”, um elevado número de inquiridos (85%) indica que não “calcula a
dimensão
da
abertura
dessas
juntas.
Pode-se
concluir
que
os
conceitos
teóricos,
de
dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos, nem sempre são levados à
prática.
Outro dos aspetos mencionados por alguns inquiridos é o de questionar se o projeto de revestimento
de fachadas deve ser um projeto específico, uma especialidade autónoma do projeto de arquitetura,
ou antes um projeto de execução de arquitetura mais desenvolvido. Isso dependerá de uma série de
fatores tais como: complexidade da obra e/ou do revestimento em causa; cultura e prática do gabinete
de projeto; cultura da empresa de construção e do dono de obra; falta de pormenorização do projeto
de Arquitetura. Esta perspetiva tem em conta a análise da normalização apresentada no capítulo 2 e a
análise dos questionários exposta no capítulo 3 e reflete-se também na organização e no conteúdo do
capítulo 4.
Em Portugal, mesmo que não exista obrigatoriedade na elaboração de um projeto de revestimento
cerâmico aderente, quando aplicado em fachada, o projeto de execução constitui uma importante
ferramenta para a obtenção de um desempenho satisfatório ao longo do tempo. No sentido de
aumentar a qualidade das obras executadas, a redução das falhas e os desperdícios de custos, é
necessário que o projeto de revestimento de fachadas seja exaustivo nas informações dadas e se
adapte às especificidades da obra, dos materiais e equipamentos disponíveis no local.
O desenvolvimento e execução do projeto de revestimentos cerâmicos em Portugal passa pela
elaboração de regulamentação específica que procure estabelecer os necessários critérios de
qualidade de modo a fomentar, incentivar e estimular estratégias para sua implementação.
A proposta de diretrizes do Capítulo 4 é elaborada de forma a constituir-se como uma ferramenta útil
para a implementação do projeto de revestimentos cerâmicos aderentes em fachada. Esta proposta
119
pretende ser um documento técnico que auxilie os profissionais responsáveis a selecionarem os
materiais e as técnicas de aplicação mais adequadas, nas fases de conceção, planeamento e
execução.
Os aspetos mais relevantes propostos nas diretrizes para o desenvolvimento e implementação do
projeto de revestimentos aderentes de fachada são:
(1) Especificações das condições do suporte; (2) Especificações dos materiais: camada de
regularização; cimentos cola; isolamento térmico; ladrilhos cerâmicos; revestimentos cerâmicos de
grande formato; (3) Método de aplicação: método da camada fina, método da dupla colagem, método
PML de pressão e movimento lateral do ladrilho (4) Condições climatéricas; (5) Especificação do
material de preenchimento das juntas entre ladrilhos; (6) Desenho das juntas de movimento na
fachada tais como: juntas periféricas / de contorno / perimetrais; juntas de fracionamento / intermédias
/ esquartelamento; juntas estruturais; (7) Pormenorização das zonas singulares da fachada tais como:
remates da cobertura; encontros com aberturas de vãos; zonas curvas; mudanças de plano na
fachada.
5.2. Desenvolvimentos futuros
O estudo desenvolvido nesta dissertação permitiu efetuar uma análise sobre a normalização europeia
e internacional incidindo na temática do projeto de revestimentos de fachadas com revestimento
cerâmico aderente aplicados sobre alvenaria de tijolo. Assim, foi possível obter-se um conjunto
alargado de conhecimentos sobre o assunto, e estabelecer-se diretrizes para o projeto de
revestimentos aplicados em fachada, considerando-se importante que no futuro se desenvolvam os
seguintes temas:
• avaliar as diretrizes propostas em casos de estudo realizados em Portugal;
• avaliação do comportamento dos materiais de colagem quando aplicados em revestimentos
cerâmicos em fachadas no território português, em diferentes contextos geográficos, com variações
ao nível da altura da edificação e da área aplicada;
• desenvolver uma metodologia de registo dos projetos que permita avaliar a evolução da obra, a fim
de se poder tirar conclusões que possam servir de orientação em projetos futuros;
• análise da evolução de uma obra em que haja a experiência prática do desenvolvimento de um
projeto de revestimentos cerâmicos de fachada e a sua posterior execução;
• análise do custo / benefício da implementação do projeto de revestimentos cerâmicos em Portugal,
o que poderá permitir a promoção do uso do projeto como uma vantagem económica para promotores
e proprietários de edifícios particulares.
• efetuar estudos semelhantes para outros revestimentos de fachada.
120
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Tecnologia de Colocación de Baldosas Cerámicas, 1998 - Selección de las baldosa cerámicas.
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[11] BRANDÃO, Pedro - O arquitecto e outras imperfeições. Ética, identidade e prospectiva da profissão,
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[12] COMITÉ EUROPÉEN DE NORMALISATION - General rules for design and installation of ceramic tiling CEN TR 13548. Technical Report. Technical committee CEN/TC 67. S.l. Brussels: CEN, 2004.
[13] DIN 18515-1: Design and installation of tile or stone cladding. Berlin, Deutsches Institut für Normung,
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[14] NF DTU 52.2 P1-1-2 :2009 - Pose collée des revêtements céramiques et assimilés - pierres naturelles.
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[15] UNI 11493:2013 - Piastrellature ceramiche a pavimento e a parete - Istruzioni per la progettazione,
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[16] BS 5385-2:2006 - Wall and floor tiling, Part 2: Code of Practice for the design and installation of
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[17] AS 3958.1: 2007 Australian Standard - Ceramic Tiles. Part 1: Guide to the installation of ceramic tiles.
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[18] AS 3958.2: 1992: Australian Standard - Ceramic tiles. Part 2: Guide to the selection of a ceramic tiling
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[20] NBR 13755:1996 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com
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121
[21] 2014 Handbook Wall and Ceiling Soffits Methods Ceramic and Glass. Excerpted from TCNA Handbook
for ceramic, glass and stone tile installation, Tile Council of North America (TCNA), 2014. 105p.
[22] Regulamento Geral das Edificações Urbanas. Decreto-Lei n.º 38382 de 51.08.07. Imprensa NacionalCasa da Moeda, Lisboa.
[23] Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho, DR 145, SÉRIE I. ‐ Conteúdo do programa e do projeto de execução
a que se refere o artigo 43.º do Código dos Contratos Públicos (CCP), Lisboa.
[24] LUCAS, J. A. Carvalho. Azulejos ou ladrilhos cerâmicos – Descrição geral, exigências normativas,
classificação funcional. ICT, Informação Técnica Materiais de Construção – ITMC 33, Lisboa: LNEC, 2003.
[25] LUCAS, J. A. Carvalho. Anomalias em revestimentos cerâmico colados. ICT, Informação Técnica
Materiais de Construção – ITMC 28, Lisboa: LNEC, 2001.
[26] LUCAS, J. A. Carvalho. Exigências funcionais de revestimentos de paredes. ICT, Informação Técnica
Edifícios – ITE 25, Lisboa: LNEC, 1990.
[27] LUCAS, J. A. Carvalho; ABREU, Miguel. - Revestimentos cerâmicos colados – descolamento. ICT,
Informação Técnica Patologia e Reabilitações das Construções – ITPRC 4, Lisboa: LNEC, 2005.
[28] CTE - Código Técnico de la Edificación, RD. 314/2006 de 17 de março de 2006, BOE 28/03/06.
[29] ASCER - Cerámica para la arquitectura - Fundamentos - Volumen 1. Material formativo para
prescriptores, Instituto de Tecnologia Cerámica.
[30] NP EN 14411:2008 (Ed. 2) - Pavimentos e revestimentos cerâmicos – Definições, classificação,
caraterísticas e marcação. Almada: IPQ, 2008.
[31] NP EN ISO 10545:2000 – Pavimentos e revestimentos cerâmicos. Parte 1 a 16. Almada: IPQ, 2000.
[32] NP EN 12004:2008 (Ed. 2) - Colas para ladrilhos – Requisitos, avaliação da conformidade,
classificação e designação. Almada: IPQ, 2008.
[33] EN 13888:2002 - Grouts for tiles. Definitions and specifications. Brussels: CEN, 2002.
[34] DIN 18515-2:1993-04 - Cladding for external walls; facing bricks fixed in mortar on supports; principles
for design and application. Berlin, Deutsches Institut für Normung, 1993.
[35] Manual aplacado de baldosas cerámicas en exteriores, TAU Cerámica, (www.taucermic.com).
[36] DIN EN 14411:2012 - Ceramic tiles - Definitions, classification, characteristics, evaluation of
conformity and marking; German version EN 14411:2012 (Foreign Standard). Berlin, Deutsches Institut für
Normung, 2012.
[37] DIN 18540:2013-06 - Sealing of exterior wall joints in building using joint sealants. Berlin, Deutsches
Institut für Normung, 2013.
[38] DIN 18550-1:2013-08 - Plastering/rendering and plastering/rendering systems – Execution. Berlin,
Deutsches Institut für Normung, 2013..
[39] EN 998-1:2010 - Specification for mortar for masonry − Part 1: Rendering and plastering mortar.
Brussels: CEN, 2010.
[40] DIN EN 13888:2009 - Grout for tiles - Requirements, evaluation of conformity, classification and
designation. Berlin, Deutsches Institut für Normung, 2009.
[41]DIN EN 12004 - Adhesives for tiles - Requirements, evaluation of conformity, classification and
designation. Berlin, Deutsches Institut für Normung, 2012.
[42] NF DTU 52.2 - Pose collée des revêtements céramiques et assimilés - pierres naturelles Partie 1-1-1 :
Cahier des clauses techniques types pour les murs intérieurs, AFNOR, 2009.
[43] NF DTU 52.2 - Pose collée des revêtements céramiques et assimilés - pierres naturelles Partie 1-1-3 :
Cahier des clauses techniques types pour les sols intérieurs et extérieurs, AFNOR, 2009.
[44] NF DTU 52.2 - Pose collée des revêtements céramiques et assimilés - pierres naturelles Partie 1-2 :
Critères généraux de choix des matériaux, AFNOR, 2009
122
[45] NF DTU 52.2 P1-1-3 Pose collée des revêtements céramiques et assimilés - pierres naturelles Partie 2 :
Cahier des clauses spéciales, AFNOR, 2009.
[46] Centre Scentifique et Technique ou Batiment (CSTB). Revêtements de murs extérieurs en carreaux
céramiques ou analogues collés au moyen de mortiers-colles. Paris, CSTB, 2006.
[47] NF EN 12004:2012 - Colles à carrelage - Exigences, évaluation de la conformité, classification et
désignation, AFNOR, 2012.
[48] SYSTEMES CÉRAMIQUES : Les façades colées, 2011.
[49] BS 5385-1, Wall and floor tiling, Part 1: Code of Practice for the design and installation of internal
ceramic and natural stone wall tiling and mosaics in normal conditions. Technical Committee ECB/S.
BSI Standards London, 1978.
[50] BS 5385-3 - Wall and floor tiling, Part 3: Code of Practice for the design and installation of ceramic
floor tiles and mosaics. Technical Committee ECB/S. BSI Standards London, 1978.
[51] BS 5385-4 - Wall and floor tiling, Part 4: Code of Practice for tiling and mosaics in specific conditions.
Technical Committee ECB/S. BSI Standards London, 1978.
[52] BS 5385-5 - Wall and floor tiling, Part 5: Code of practice for the design and installation of terrazzo tile
and slab, natural stone and composition block floorings. Technical Committee ECB/S. BSI Standards
London, 1978.
[53] BS 8000-11:2011 - Workmanship on building sites Internal and external wall and floor tiling. Ceramic
and agglomerated stone tiles, natural stone and terrazzo tiles and slabs, and mosaics. Code of practice.
[54] BS 6213:2000 - Selection of construction sealants. Guide, 20010.
[55] BS EN 13914-1:2005 - Design, preparation and application of external rendering and internal
plastering. External rendering, 2005.
[56] BS 5385-2 - Wall and floor tiling, Part 2: Code of Practice for the design and installation of external
ceramic wall tiling and mosaics (including terracotta and faience tiles). Technical Committee ECB/S. BSI
Standards London, 1991.
[57] NBR 15575-1: Edificações habitacionais - Desempenho - Parte 1: Parte 1: Requisitos gerais,
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), 2013.
[58] NBR 15575-2: Edificações habitacionais - Desempenho - Parte 2: Requisitos para os sistemas
estruturais, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), 2013.
[59] ANSI A108/A118/A136.1:2013 - American National Specifications for the Installation of Ceramic Tile Version 2013.1.
[60] ISO 13007-1:2014 - Ceramic tiles - Grouts and adhesives - Part 1: Terms, definitions and specifications
for adhesives. International Organization for Standardization, 2014.
[61] GOLDBERG, Richard P. Direct adhered ceramic tile, stone and thin brick facades – Technical design
manual. LATICRETE International, Inc., 2011.
[62] RPC - Regulamento Produtos da Construção (EU) n.º 305/2011
[63] RSA: Regulamento de Segurança e Ações para Estruturas de Edifícios e Pontes (Decreto - lei nº 235/83
de 31 de Maio).
[64] EN 13501-1. Fire Test to Building Material – Classification, 2007.
[65] Decreto-lei n.º 118/2013, de 20 de agosto - Sistema de Certificação Energética dos Edifícios (SCE);
Regulamento do Desempenho Energético Dos Edifícios De Habitação (REH) e o Regulamento de
Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e Serviços (RECS).
[66] EN 13318 - Screed material and floor screeds – Definitions, 2000.
[67] Decreto-Lei n.º 163/2006 de 8 de Agosto de 2006 – Regime da acessibilidade aos edifícios e
estabelecimentos que recebem público, via pública e edifícios habitacionais, Lisboa, 2006.
123
[68] Caderno Técnico - Assentamento de cerâmica em fachada – Mapei. (www.mapei.pt).
[69] Cercol Book Tecnico 2013 - Tecniche di posa in facciata esterna, Cercol,p10, 2013.
[70] Programa de Aperfeiçoamento de Gerentes de Obras, Processos construtivos de obras - Revestimentos
cerâmicos para paredes de vedação em alvenaria, CNI SENAI-Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, São Paulo, 1999.
[71] Cecrisa Revestimentos Cerâmicos S.A. Sistemas de revestimento cerâmico. Curso de Engenharia da FEFUMEC, Belo Horizonte/MG, 1990.
[72] RIBEIRO, Fabiana Andrade – Especificação de juntas de movimentação em revestimentos cerâmicos
de fachadas: Levantamento do Estado da Arte, Dissertação apresentada à Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Mestre em Engenharia, 2006.
[73] BARROS, Mercia Maria Semensato Bottura de; RIBEIRO, Fabiana Andrade. Juntas de movimentação em
revestimentos cerâmicos de fachadas, PINI, 2010.
[74] ABREU, Miguel M. – Revestimentos cerâmicos colados – Recomendações para a minimização do risco
de descolamento, APFAC, 1.º Congresso Nacional de Argamassas de Construção, Lisboa 2005.
[75] Abreu, Miguel – Influência da pressão e do movimento no assentamento de revestimentos cerâmicos.
Lisboa: LNEC, 2005. Relatório I&D 256/05 – DM/NCMC.
[76] EN 1348:2007 - Adhesives for tiles. Determination of tensile adhesion strength for cementitious
adhesives, 2007.
[77] RODRIGUES, Maria J.Madeira; SOUSA, P. Fialho; BONIFÁCIO, Horácio, M. Pereira - Vocabulário técnico
e crítico de Arquitectura, Quimera, 2002.
[78] RUIZ, José Zurita - Dicionário básico da construção - monografia sobre construção e arquitectura,
Plátano Edições Técnicas, 1999.
[79] EN 1015-19:1998 - Methods of test for mortar for masonry - Part 19: Determination of water vapour
permeability of hardened rendering and plastering mortars, 1998.
[80] EN 1347:2007 - Adhesives for tiles. Determination of wetting capability, 2007.
[81] ISO 7784-2:1997 - Paints and varnishes -- Determination of resistance to abrasion -- Part 2: Rotating
abrasive rubber wheel method, 1997.
[82] EN 12808-2:2009 ‐ Grouts for tiles - Part 2: Determination of resistance to abrasion, 2009.
[83] EN 1015-11:1999 - Methods of test for mortar for masonry - Part 11: Determination of flexural and
compressive strength of hardened mortar, 1999.
[84] EN 1348:2007 - Adhesives for tiles. Determination of tensile adhesion strength for cementitious
adhesives, 2007.
[85] EN 1015-12:2000 - Methods of test for mortar for masonry - Part 12: Determination of adhesive
strength of hardened rendering and plastering mortars on substrates, 2000.
[86] EN 12636:1999 ‐ Products and systems for the protection and repair of concrete structures. Test
methods. Determination of adhesion concrete to concrete, 1999.
[87] EN12615:1999 - Products and systems for the protection and repair of concrete structures. Test
methods. Determination of slant shear strength, 1999.
[88] EN 1015-8:1999 - Methods of test for mortar for masonry - Part 8: Determination of water retentivity of
fresh mortar, 1999.
[89] EN 12808-4:2009 - Grouts for tiles - Part 4: Determination of shrinkage.
[90] EN 13499:2003 - Thermal insulation products for buildings. External thermal insulation composite
systems (ETICS) based on expanded polystyrene. Specification, 2003.
[91] NP EN 196-3:2005+A1:2009 - Métodos de ensaio de cimentos - Parte 3: Determinação do tempo de
presa e da expansibilidade, 2005.
124
Endereços Eletrónicos
[W1] AUSTRALIAN STANDARDS - Disponível em: http://www.standards.org.au [Acedido em Julho de 2014].
[W2] GAIL - GAIL Architektur – Keramik - Disponível em: http://www.gail.de [Acedido em Julho de 2014].
[W3] WEBER - Disponível em: http://www.weber.com.pt [Acedido em Julho de 2014].
[W4] NGK - Disponível em: http://www.ngkntk.com.br/ [Acedido em Julho de 2014].
[W5] MAPEI - Disponível em:http://www.mapei.com/public/PT/products/2801_ultracolor%20plus_pt.pdf [Acedido
em Julho de 2014].
125
126
ANEXO A - Glossário
Absorção de água (do revestimento cerâmico): Quantidade de água absorvida pelo ladrilho
cerâmico, sob condições específicas de absorção. Expressa como percentagem de peso seco [15].
Aderência: Força máxima por unidade de área necessária para remover uma peça de cerâmica
aplicada (EN 1348 [76]).
Aderência mecânica: Aderência produzida pela penetração e endurecimento do cimento nos poros
do suporte e da peça (EN 1348 [76]).
Aderência química: Aderência produzida pela presença de resinas. Se a peça ou o suporte não
tiverem absorção, a aderência mecânica é muito fraca, pelo que terá de haver aderência química (EN
1348 [76]).
Aditivo: Material inorgânico finamente dividido, que pode ser adicionado à argamassa com o objetivo
de obter ou melhorar propriedades específicas (EN 13318 [66], EN 998-1 [39]).
Adjuvante: Material orgânico ou inorgânico adicionado em pequenas quantidades com o objetivo de
modificar as propriedades da argamassa fresca ou endurecida (EN 13318 [66], EN 998-1 [39]).
Agregados: Material granular que não intervém na reação de endurecimento da argamassa (EN 9981 [39]).
Alvenaria: Conjunto de pedras, de tijolos ou de blocos, com ou sem argamassa, que forma paredes,
muros e alicerces. Quando esse conjunto sustenta a edificação, denomina-se alvenaria estrutural
[77].
Argamassa: Mistura de um ou mais ligantes orgânicos ou inorgânicos, agregados, cargas, aditivos
e/ou adjuvantes (EN 13888 [33]).
Argamassa de junta: Argamassa para enchimento (betumação) das juntas entre elementos de
alvenaria, revestimentos cerâmicos e outros (EN 13888 [33]).
Argamassa de cimento (CG): Misturas de ligantes hidráulicos, agregados e aditivos inorgânicos, que
são misturados com água ou com aditivos líquidos, imediatamente antes da utilização São
designadas como do tipo CG (EN 13888 [33]).
Argamassas de resinas de reação (RG): Misturas de resinas sintéticas, cargas minerais e aditivos
orgânicos, em que o endurecimento ocorre por meio de uma reação química. São designadas como
do tipo RG (EN 13888 [33]).
Arquiteto: O que desenha projetos de edifícios ou conjuntos, dirige a construção segundo a arte de
construir. Profissão exigindo habilitações, qualificações, responsabilidade e conduta, à qual são
atribuídos certos atos próprios e missões profissionais, no âmbito da Arquitetura, do Urbanismo, da
gestão e avaliação dos edifícios, de reabilitação, renovação e restauro do património, da direção e
fiscalização de obras, e do desenho urbano, visando a qualidade e a significação cultural do quadro
construído da vida humana [11].
A 1
Assentar: Colocar como base e sobre base. Diz-se também para todos os revestimentos: assentar o
reboco, assentar azulejo, assentar ladrilhos [77].
Autor do projeto: O técnico que elabora e subscreve, com autonomia, o projeto, os projetos
parcelares ou parte de projeto e subscreve as declarações e os termos de responsabilidade
respetivos, devendo, nos projetos que elabora, assegurar o cumprimento das disposições legais e
regulamentares aplicáveis [23].
Caderno de encargos: Parte do projeto em que se descrevem os vários trabalhos a executar, as
condições e especificações técnicas da sua execução e ainda o regime contratual e jurídico da
execução da obra. Divide-se em condições técnicas, gerais, especiais e condições jurídicas. Também
se pode referir às condições estipuladas nas regras de um concurso de Arquitetura referentes à
participação dos concorrentes [11].
Camada de impermeabilização: Camada contínua de material impermeável, que tem a função de
evitar a passagem de água. Pode ser ou não permeável à difusão de vapor de água [15].
Camada de isolamento: Camada que tem a função de limitar o fluxo de calor, ou a transmissão de
som através do revestimento cerâmico [15].
Camada de regularização: Aplicação de material sobre o suporte (parede), de modo a obter a
planearidade vertical necessária [15].
Camada de reforço: Camada que tem a função de reforçar a camada de revestimento cerâmico /
regularização. Perfis, arames, redes ou fibras são adicionadas às argamassas, ou incorporadas num
reboco ou no sistema, com o objetivo de aumentar a sua resistência mecânica [15].
Camada de revestimento: Ladrilho cerâmico aplicado no pavimento e na parede [15].
Camada fina: Aplicação que se realiza sobre uma camada de regularização ou nivelamento do
suporte [12].
Camada grossa: Sistema tradicional de aplicação do ladrilho sobre o suporte, com uma espessura
generosa. Este método é incompatível com ladrilhos de baixa porosidade (grés porcelânico ou
ladrilhos com absorção de água menor do que 3%) e com suportes de baixa porosidade
(revestimentos existentes de cerâmica ou pedra natural) ou superfícies muito lisas. Com esta técnica
não se garantem valores mínimos de aderência, pelo que não se recomenda em exteriores ou quando
se utiliza ladrilhos de formato maior de 35x35 m [5].
Cimento: Aglomerante obtido a partir do cozimento de calcários naturais ou artificiais. Misturado com
água, forma um composto que endurece em contacto com o ar. É usado com cal e areia na
composição das argamassas. O cimento de uso mais frequente hoje é o Portland, cujas
características são resistência e solidificação em tempo curto [78].
Cimento-cola (C): Mistura de ligantes hidráulicos, cargas, polímeros e outros aditivos orgânicos
utilizados para colar materiais de revestimento. É designado como do tipo C (NP EN 12004 [32]).
A2
Cliente ou dono da obra: Pessoa, sociedade, ou entidade legal, que encomenda ou encarrega o
arquiteto da prestação de serviços profissionais e que é responsável pelo seu programa [11].
Colas para ladrilhos cerâmicos: Colas para aplicações interiores e exteriores de ladrilhos cerâmicos
em pavimentos, paredes e tetos. A classificação apresentada na norma NP EN 12004 [32] distingue
três tipos de colas, para ladrilhos cerâmicos, em função da sua composição química: cimentos-cola
(C), colas em dispersão aquosa (D) e colas de resina de reação (R).
Cola em dispersão aquosa (D): Argamassa à base de polímeros em dispersão utilizada para a
colagem de materiais de revestimento. É designada como do tipo D (NP EN 12004 [32]).
Cola de resina de reação (R): Argamassa de dois componentes reativos para a colagem de
materiais. É designada como do tipo R (NP EN 12004 [32]).
Colagem direta: Aplicação do ladrilho, aderido por colagem diretamente a um suporte estrutural [12].
Colagem dupla: Barramento no suporte e na peça (no tardoz). Serve para reforçar a resistência da
colagem [2].
Colagem simples: Colagem por aplicação de cola no suporte onde se aplicará a peça cerâmica [2].
Conceção: Tarefa que consiste na elaboração do projeto ou plano a partir de um programa definido /
aprovado pelo promotor, configurando o carácter e a forma da obra final. Executada por fases, de
definição progressivamente mais detalhada [11].
Construtor: Aquele que executa fisicamente trabalhos de construção, geralmente sobre a base de
um projeto concebido por um profissional de desenho ou empresa projetista e por encomenda de um
promotor. É responsável pela receção e aplicação de materiais, produtos, equipamentos e instalações
especificados no projeto e pela boa execução [11].
Coordenador do projeto: O técnico a quem compete, satisfazendo as condições exigíveis ao autor
de projeto, garantir a adequada articulação da equipa de projeto em função das características da
obra, assegurando a participação dos técnicos autores, a compatibilidade entre os diversos projetos
necessários e o cumprimento das disposições legais e regulamentares aplicáveis a cada
especialidade [23].
Desempenho: Comportamento em uso de uma edificação e dos seus sistemas [57].
Dilatação: Aumento de dimensão. Aumento do volume dos corpos, principalmente a partir da acção
do calor. Os projetos de engenharia e arquitetura trabalham com previsões de dilatação dos materiais
e dos elementos envolvidos numa estrutura de construção. Ver junta de dilatação [78].
Durabilidade: Capacidade da edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas funções, ao
longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas. Nota - Durabilidade é utilizado
A3
como termo qualitativo para expressar a condição em que a edificação ou os seus sistemas mantêm o
seu desempenho requerido durante a vida útil [57].
Eflorescência: Formação de cristais de sais à superfície de uma argamassa (EN 13318 [66]).
Equipa de projeto: A equipa multidisciplinar, tendo por finalidade a elaboração de um projeto
contratado pelo Dono da Obra ou especialmente regulamentado por lei ou previsto em procedimento
contratual público, constituída por vários autores de projeto e orientada por coordenador de projeto,
cumprindo os correspondentes deveres [23].
Engenheiro (Civil): Profissão exigindo habilitações, qualificações, responsabilidade e conduta, à qual
são atribuídos certos atos próprios e missões profissionais de cálculo, desenho, construção, direção e
fiscalização das respetivas obras ou infra-estruturas, e da participação no ordenamento do território,
visando a qualidade técnico-económica das soluções. Projetista responsável pela conceção dos
sistemas e instalações e pela gestão das respetivas obras [11].
Emboço: Primeira camada de reboco de argamassa que se aplica numa parede [78].
Empreitada: Forma de contrato entre um dono de obra e um construtor (empreiteiro) através do qual
este fornece a obra concluída incluindo todos os trabalhos necessários, materiais e equipamento de
acordo com um projeto, num determinado prazo e um determinado preço [11].
Empreiteiro: Construtor que efetua trabalhos de construção por empreitada [11].
Especificações técnicas: Determinação do projeto ou de normas técnicas indicando certas
características físicas de produtos da construção (dimensões, qualidade, funcionamento, entre outras)
[11].
Especificações de desempenho: Conjunto de requisitos e critérios de desempenho estabelecido
para a edificação ou seus sistemas. As especificações de desempenho são uma expressão das
funções exigidas da edificação ou de seus sistemas e que correspondem a um uso claramente
definido; no caso da Norma NBR 15575-1, referem-se ao uso habitacional de edificações [57].
Estereotomia: Significa etimologicamente corte de sólidos e consiste na técnica de corte dos
materiais de construção de forma a adaptarem-se corretamente à construção [77].
Estudo prévio: Documento elaborado pelo projetista, depois da aprovação do programa base,
visando a opção pela solução que melhor se ajuste ao programa, essencialmente no que respeita à
conceção geral da obra [23].
Exigências técnicas: Especificações quanto a padrões de qualidade, fiabilidade, segurança,
estabilidade, sanidade e condicionantes definidas em normas e regulamentos [11].
Fachada: Face exterior de um edifício ou de uma construção, que se distingue pela sua posição;
anterior posterior ou lateral [78].
A4
Fiscalização: Exame da qualidade dos trabalhos, verificando a conformidade com as especificações,
controlando e certificando as operações principais da construção [11].
Fornecedor: Pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes
despersonalizados,
que
desenvolvem
atividade
de
montagem, criação,
construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços [57].
Grés porcelânico: Material de altas prestações técnicas, caracterizado por se aproximar, mais do
que nenhum outro produto cerâmico, do conceito de rocha ou pedra natural. É um material vitrificado
em toda a sua massa e apresenta como característica essencial uma porosidade extremamente baixa
E ≤ 0.5%, que lhe confere excelentes propriedades mecânicas e químicas, resistente à geada, logo
bastante útil para uso como pavimento ou revestimento exterior em zonas frias. Tem, ainda, uma
grande resistência ao ataque de agentes químicos e produtos de limpeza e uma boa resistência à
abrasão [2].
Impermeabilidade: Capacidade de uma argamassa para prevenir a entrada de água no substrato,
sob uma certa pressão [W3].
Infiltração: Acção de líquidos no interior das estruturas construídas. Existem dois tipos básicos: de
fora para dentro, quando se refere aos danos causados pelas chuvas ou pelo lençol freático; e de
dentro para fora, quando a construção sofre os efeitos de vazamentos ou problemas no sistema
hidráulico [W3].
Insolação: Quantidade de energia térmica proveniente dos raios solares recebida por uma
construção [W3].
Isolamento: Recurso para resguardar um ambiente do calor, do som e da humidade [W3].
Junta de contorno / periférica: Juntas de movimento para isolar o revestimento cerâmico dos
elementos construtivos adjacentes [12].
Junta de dilatação: Junta que se deixa para permitir as dilatações e contrações do material para
evitar fendas [78].
Junta de assentamento: Espaço regular entre duas peças de revestimentos adjacentes [20].
Junta de movimento: Descontinuidade / interrupção entre ladrilhos, substratos ou nos suportes,
projetadas para acomodar movimentos. São classificadas em juntas estruturais, periféricas/de
contorno e intermédias / fracionamento / esquartelamento [12; 26].
Junta estrutural: Juntas de movimento no revestimento cerâmico que correspondem a uma junta
estrutural da base; as juntas estruturais do revestimento devem ser posicionadas em correspondência
com as juntas estruturais do suporte, em toda a sua espessura. A largura das juntas estruturais deve
ter em conta que as juntas são correspondentes a juntas na estrutura [15].
A5
Junta intermédia / fracionamento / esquartelamento: Junta que divide uma grande área de
revestimento cerâmico em áreas menores [12].
Ladrilho: Peça quadrada ou retangular, com pouca espessura, de cerâmica, barro cozido, cimento,
mármore, pedra, arenito ou metal [W3].
Ladrilho extrudido: Ladrilho conformado no estado plástico por uma extrusora, sendo a coluna
obtida cortada em peças de dimensões predeterminadas (NP EN 14411 [30]).
Ladrilhos prensados a seco: Ladrilhos conformados a partir de uma mistura finamente moída,
conformada por prensagem e moldes (NP EN 14411 [30]).
Laje: Estrutura plana e geralmente horizontal de pedra ou betão armado, apoiada em vigas e pilares,
que divide os pavimentos da construção [78].
Manual de operação, uso e manutenção: Documento que reúne apropriadamente todas às
informações necessárias para orientar as atividades de operação, uso e manutenção da edificação
[57].
Manutenção: Conjunto de atividades a serem realizadas ao longo da vida total da edificação para
conservar ou recuperar a sua capacidade funcional e de seus sistemas constituintes de atender as
necessidades e segurança dos seus usuários [57].
Manutenibilidade: Grau de facilidade de um sistema, elemento ou componente de ser mantido ou
recolocado no estado no qual possa executar suas funções requeridas, sob condições de uso
especificadas, quando a manutenção é executada sob condições determinadas, procedimentos e
meios prescritos [57].
Norma de desempenho: Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para uma edificação
habitacional e seus sistemas, com base em exigências do usuário, independentemente da sua forma
ou dos materiais constituintes [57].
Norma prescritiva: Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para um produto ou um
procedimento específico, com base na consagração do uso ao longo do tempo [57].
Normas técnicas: Especificações aprovadas por uma autoridade competente relativas às
construções ou aos produtos, técnicas ou processos construtivos destinadas a garantir a qualidade, a
prevenir acidentes, a rentabilizar o uso ou a garantir o interesse do utilizador, a sua segurança ou
conforto, cuja observância pode não ser legalmente obrigatória [11].
Orçamento: Previsão rigorosa do custo da construção baseada na medição de todos os trabalhos a
efetuar, considerando os preços compostos de cada trabalho (matéria prima e mão-de-obra [11].
Operação: Conjunto de atividades a serem realizadas em sistemas e equipamentos com a finalidade
de manter a edificação em funcionamento adequado [57].
A6
Orientação: Fixação da planta de um edifício em relação aos pontos cardeais ou a qualquer
referencial predeterminado ou conhecido [77].
Paramento: Face interior ou exterior de uma parede [78].
Parapeito: Parede ou resguardo elevado à altura do peito, utilizado em janelas, terraços, pontes [77].
Parede: Vedação vertical de qualquer espaço, geralmente construído em alvenaria. Na arquitetura
atual, existem dois tipos de parede: as estruturais, que têm uma função resistente, e as de
enchimento, que constituem as divisórias de compartimentos. [77].
Peças do projeto: Os documentos, escritos ou desenhados que caracterizam as diferentes partes de
um projeto [23].
Peitoril: Pedra ou tábua que assenta na parte superior dos parapeitos das janelas [78].
Permeabilidade ao vapor de água: Fluxo de vapor de água que atravessa a argamassa, em
condições de equilíbrio, por unidade de superfície e pressão de vapor (CSN EN 1015-19 [79]).
Pilar: Elemento estrutural vertical de betão, madeira, pedra ou alvenaria. Quando é circular, recebe o
nome de coluna [78].
Piso: Pavimento revestido; cada um dos pavimentos sobrepostos de um edifício, exceto o primeiro
que também pode ter o nome de rés-do-chão [78].
Poder molhante: Capacidade de uma camada de argamassa aplicada para molhar a peça cerâmica
(EN 1347 [80]).
Primário: Material fluido aplicado sob a forma de uma camada fina, que tem a função de tornar o
suporte adequado para a aplicação, isolando, eventualmente, o cimento-cola de um contacto direto
com a superfície do suporte, reduzindo a absorção do próprio suporte e, eventualmente, a
consolidação da superfície da aplicação [15].
Projeto: O conjunto de documentos escritos e desenhados que definem e caracterizam a conceção
funcional, estética e construtiva de uma obra, compreendendo, designadamente, o projeto de
arquitetura e projetos de engenharia [11].
Projeto base ou ante-projeto: Documento a elaborar pelo projetista, correspondente ao
desenvolvimento do estudo prévio aprovado pelo dono da obra, destinado a estabelecer, em
definitivo, as bases a que deve obedecer a continuação do estudo sob a forma de projeto de
execução [23].
Projeto de execução: Documento elaborado pelo projetista, a partir do estudo prévio ou do anteprojecto aprovado pelo dono da obra, destinado a facultar todos os elementos necessários à definição
rigorosa dos trabalhos a executar [23].
A7
Projeto de licenciamento: Fase do projeto destinada à representação final do conjunto de
informações técnicas destinadas à análise e aprovação pelas autoridades competentes e obtenção de
alvarás ou licenças [11].
Projetista: Entidade singular ou coletiva que assume a responsabilidade pela elaboração de projeto
ou programa, no âmbito, ou tendo em vista, a realização de um procedimento pré-contratual público
[23].
Reboco: Mistura de cal e/ou cimento e areia que serve de aparelho nas paredes e tetos para depois
serem pintadas [78].
Regulamento: Conjunto de normas legais (técnicas, urbanísticas) aplicáveis a uma situação
construtiva. Aprofundamento ou particularização de uma lei ou norma geral de cumprimento
obrigatório. Instrumentos de regulação de uma atividade. Pode referir-se ao conjunto de normas e
procedimentos requeridos no exercício da profissão, instituído por lei ou por autoridade competente
[11].
Remate: Ornamento esculpido ou moldado que coroa qualquer obra arquitetónica [78].
Requisitos de desempenho: Condições que expressam qualitativamente os atributos que a
edificação habitacional e seus sistemas devem possuir, a fim de que possam satisfazer as exigências
do usuário [57].
Resistência à abrasão: Resistência ao desgaste da superfície de uma argamassa endurecida, por
acção mecânica (ISO 7784-2 [81]) (EN 12808-2 [82]).
Resistência à compressão: Força máxima por unidade de área suportada por uma argamassa
endurecida, quando sujeita a uma força de compressão [83].
Resistência à flexão: Tensão de rotura de uma argamassa, determinada pela aplicação de uma
força de flexão em três pontos (EN 1015-11 [83]) (EN 13888 [33]).
Resistência à tração: Capacidade (da superfície) da argamassa para resistir a uma força de tração
aplicada perpendicularmente à sua superfície (EN 1348 [84]) (EN 1015-12 [85]) (EN 12636 [86]).
Resistência ao corte: Resistência determinada pela aplicação de uma força exercida paralelamente
ao plano de aderência (EN12615) [87].
Retardador: Adjuvante que retarda o início da presa (EN 13318 [66]).
Retenção de água: Capacidade de uma argamassa hidráulica fresca para reter a água de
amassadura, quando exposta à sucção do suporte, permitindo o seu endurecimento normal (EN
1015-8 [88]).
Retração: Redução do volume de uma argamassa, sem suporte, durante o seu endurecimento (EN
12808-4 [89]).
A8
Revestimento: Materiais que são aplicados sobre as superfícies toscas e que são responsáveis pelo
acabamento [78].
Rugosidade: Característica da textura da superfície de uma argamassa [W3].
Rotura adesiva: Rotura que ocorre na interface entre a argamassa e o suporte, ou material,
associado. O valor obtido equivale à aderência [W3].
Rotura coesiva: Rotura que ocorre no interior da argamassa (a resistência desta é inferior à do
suporte) ou rotura que ocorre no suporte (onde a resistência da argamassa é superior à do suporte)
[W3].
Soleira: Parte inferior sob a porta ou janela (exceto janela de peito) que suporta as ombreiras do vão
[78].
Suporte: Superfície na qual se aplica a argamassa. Reboco mineral ou orgânico ou pintura (EN
13499 [90]).
Tempo aberto: Intervalo de tempo máximo, após a aplicação de uma cola, até ao qual as peças
cerâmicas podem ser coladas sem diminuição das propriedades adesivas da cola [2].
Tempo de ajustabilidade: Intervalo de tempo máximo durante o qual se pode ajustar a posição de
uma peça cerâmica aplicada sobre uma camada de cola, sem esta perder a sua capacidade de
colagem [2].
Tempo de armazenamento (validade): Período de tempo durante o qual uma argamassa,
armazenada em condições definidas, conserva as suas propriedades de aplicação (NP EN 12004
[32]).
Tempo de colocação em serviço: Tempo mínimo necessário, depois da colocação, para poder
circular. Distinguem-se 3 casos: tempo para fazer juntas, para circulação e para tráfego intenso [2].
Tempo de endurecimento: Intervalo de tempo necessário para que uma argamassa desenvolva a
sua resistência. Na prática, corresponde ao tempo necessário à sua utilização em serviço [2].
Tempo de presa: Intervalo de tempo que decorre desde o início até ao final do processo de
endurecimento de um produto. A presa é produzida pela reação do cimento com a água (NP EN 1963 [91]).
Tempo de repouso do amassado: Tempo mínimo necessário desde a mistura de uma argamassa
até à sua aplicação [2].
Tempo de vida: Período de tempo após a amassadura, durante o qual a argamassa é utilizável (EN
1015-9) [2].
A9
Tempo de vida do amassado: Intervalo de tempo máximo durante o qual uma argamassa pode ser
utilizada, após a sua mistura com água [2].
Terracota: É um material constituído por argila cozida no forno, sem ser vidrada. A terracota
caracteriza-se pela queima em torno de 900 °C, apresentando baixa resistência mecânica e alta
porosidade, necessitando um acabamento com camada vítrea para torná-la impermeável [77].
Textura: Efeito plástico. Massa, tinta, ou qualquer material empregado para revestir uma superfície,
deixando-a áspera [77].
Tijolo: Peça de barro cozido usada na alvenaria. Tem forma de paralelepípedo retangular com
espessura igual a metade da largura que, por sua vez, é igual a metade do comprimento [78].
Trabalhabilidade: Aptidão e facilidade do betão para a sua colocação na obra [78].
Transferência: Propriedade da cola a deformar-se sobre a peça, de modo a obter uma superfície de
contacto suporte / cola / peça máxima. Depende da espessura da cola, da pressão feita sobre a peça
e do tempo aberto. Quanto mais tempo decorrer entre o espalhamento da cola e a colocação das
peças, mais difícil será a sua transferência, pelo que deverá ser exercida maior pressão [W3].
Vida útil (VU): Período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades
para as quais foram projetados e construídos considerando a periodicidade e correta execução dos
processos de manutenção especificados no respetivo manual de uso, operação e manutenção (a vida
útil não pode ser confundida com prazo de garantia legal e certificada) [57].
Vida Útil de Projeto (VUP): Período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado a fim de
atender aos requisitos de desempenho estabelecidos nesta norma, considerando o atendimento aos
requisitos das normas aplicáveis, o estágio do conhecimento no momento do projeto e supondo o
cumprimento da periodicidade e correta execução dos processos de manutenção especificados no
respetivo manual de uso, operação e manutenção (a VUP não deve ser confundida com tempo de
vida útil, durabilidade, prazo de garantia legal e certificada) [57].
Viga: Elemento construtivo resistente, em geral horizontal e comprido, que normalmente suporta
outras vigas ou pavimentos e se apoia em pilares, muros ou paredes; pode ser de madeira, ferro, aço,
betão armado ou betão pré-esforçado [78].
Vitrificar: Fazer com que algo adquira a aparência ou caraterística do vidro [78].
Volume: Espaço ocupado por uma edificação [77].
A 10
Anexo B - Questionário sobre o projeto de revestimentos de fachada
O presente questionário insere-se no âmbito de uma dissertação de Mestrado em Construção e
Reabilitação do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, e tem como objetivo o estudo
da prática do projeto de revestimentos de fachadas em Portugal, em particular dos revestimentos
cerâmicos aderentes.
Gostaríamos muito de contar com o seu contributo para o mesmo, preenchendo este breve
questionário, que não lhe tomará mais do que 10-15 minutos do seu tempo.
Este questionário é completamente anónimo e de carácter académico. No final do estudo, os
resultados serão disponibilizados aos participantes.
Informação adicional, comentários ou sugestões serão bem-vindos e podem ser enviados para o
seguinte contacto inesmlgsilva@tecnico.ulisboa.pt
Obrigado por colaborar neste questionário, que é fundamental para a realização deste trabalho.
Questão 1 - Relativo à sua atividade profissional
□ Arquiteto
□ Desenhador ou preparador
□ Engenheiro Civil
□ Fornecedor de revestimentos cerâmicos/ material de colagem/ argamassas
□ Profissional em empresa de construção civil
□ Profissional em empresa de fiscalização
□ Medidor orçamentista
□ Trabalhador por conta própria
□ Trabalhador por conta de outrém
Questão 2 - Competências técnicas e profissionais - Qual o número de anos de experiência na
função ou atividade?
osuperior a 1 ano
osuperior a 5 anos
osuperior a 10 anos
Questão 3 - Competências técnicas e profissionais – Qual o número de obras projetadas e
acompanhadas?
osuperior a 1 obra
osuperior a 5 obras
osuperior a 10 obras
Questão 4 - Pertence a alguma ordem ou associação profissional?
oNão
oSim
Questão 5 - Por favor, indique os nomes da ordem ou associação profissional a que pertence.
□ Ordem dos Arquitetos
□ Ordem dos Engenheiros
□ Ordem dos Engenheiros Técnicos
□ outro(s) Especifique:_______________________________________________________________
Questão 6 - Tem conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas?
oSim
oNão
Questão 7 - Se sim, onde?
□Portugal □outro(s) país(es) __________________________________________________________
A 11
Questão 8 - Quais os revestimentos?
oTodos os revestimentos
oAlguns revestimentos – quais? _______________________________________________________
Questão 9 - Julga pertinente a existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico
em Portugal?
oSim. Porquê?____________________________________________________________________
oNão. Porquê?____________________________________________________________________
Questão 10 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes informações escritas e
desenhadas que fazem parte do projeto de execução?
• Memória descritiva
• Medições e mapa de
quantidades
• Peças desenhadas (Esc
1/50;1/100)
• Caderno de encargos
• Mapa de acabamentos
• Pormenores de execução
(Esc.1/20;1/10;1/5)
•
Alçados
com
estereotomia
do
revestimento (Esc.1/20)
Muito
importante
Importante
Pouco
importante
Nada
Importante
Não sei
Não desejo
responder
o
o
o
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o
o
Questão 11 - Qual o seu grau de conhecimento sobre a prática do projeto de revestimentos de
fachada?
Desconheço
o1
Excelente
o2
o3
o4
o5
Questão 12 - Considerando o seu conhecimento sobre o assunto, como descreveria a prática
do projeto de revestimentos de fachada em Portugal? (selecione todas as opções que
considerar aplicáveis) O projeto de revestimentos de fachada, nomeadamente de
revestimentos cerâmicos:
□ Reúne todas as informações necessárias para a execução e controlo da qualidade dos
revestimentos nas condições particulares de cada obra
□ Não é uma prática corrente em Portugal, mas deveria ser realizada por mais profissionais
□ Contribui para a redução de anomalias nas fachadas dos edifícios
□ Contribui para antecipar problemas que possam existir na obra
□ É uma prática dispendiosa e não existe interesse em ser concretizada
□ Não sei
□ Outra (s). Especifique:______________________________________________________________
Questão 13 - Onde costuma procurar / encontrar informações sobre as boas práticas de
projeto e execução de revestimentos cerâmicos de fachadas? (selecione todas as opções que
considerar aplicáveis).
□ Revistas da especialidade
□ Internet
□ Congressos e palestras
□ Manuais de aplicação de revestimentos cerâmicos (ex. APICER)
□Manuais de aplicação de fabricantes de revestimentos cerâmicos/ material de colagem/ argamassas
□ Normas e documentação técnica do LNEC
□ Não sei
□ Outra (s). Especifique:______________________________________________________________
A 12
Questão 14 - Numa escala de um (1) a (7) (sendo um menos importante e sete muito
importante), por favor, indique o quão importante são para si os seguintes aspetos na prática
do projeto de fachada de revestimentos cerâmicos?
• Escolha de materiais compatíveis entre si
• Dimensionamento correto das juntas de movimento
entre os ladrilhos
•
Pormenorização
de
juntas
periféricas,
de
esquartelamento ou estruturais
• Cuidado na pormenorização das zonas singulares do
revestimento cerâmico. (proteção de zonas periféricas e
de cantos salientes)
• Prescrição de colagem dupla em vez de simples
• Escolha do grau de porosidade do ladrilho cerâmico
• Estereotomia conforme com as características do
suporte
• Prescrição de cimentos cola mais deformáveis e
adequados a cada um dos casos
• Outra, especifique_____________________________
1
2
3
4
5
6
7
o
o
o
o
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o
o
o
o
Questão 15 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes características quando
especifica um revestimento cerâmico numa fachada?
• É de uma marca que eu conheço
• Tem uma boa relação qualidade
preço
• É pouco dispendioso
• Grau de absorção da peça cerâmica
• Coeficiente de absorção da radiação
solar do revestimento cerâmico
• Aspeto visual – acabamento
superficial cor e textura
• Dimensão e geometria do ladrilho
• É fácil de limpar
Muito
importante
Importante
o
o
o
o
o
o
o
Pouco
importante
Nada
Importante
Não
sei
Não desejo
responder
o
o
o
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o
o
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Questão 16 - Qual a importância que atribui a cada um dos seguintes fatores quando especifica um
revestimento cerâmico numa fachada?
• Orientação solar da fachada
• Poluição atmosférica e ambiente
circundante do edificado
• Humidade do suporte
• Deformações excessivas do suporte
• A altura da fachada e dimensão da
área aplicada
Muito
importante
Importante
Pouco
importante
Nada
Importante
Não
sei
Não desejo
responder
o
o
o
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o
o
o
o
Questão 17 - Quais são os critérios básicos que utiliza para dimensionar a abertura das juntas de
movimento entre ladrilhos em fachadas com acabamento em revestimentos cerâmicos aderentes?
(selecione todas as opções que considerar aplicáveis)
□ Utilizo a experiência de outras obras
□ Sigo recomendações dadas por fornecedores
□ Sigo recomendações dadas por normas e documentação técnica
□ Não sei
□ Outra(s). Especifique:______________________________________________________________
A 13
Questão 18 - Calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou
estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada?
oSim
oNão
Questão 19 - Se sim, de quais?
_________________________________________________________________________________
Questão 20 - Calculou a dimensão da abertura destas juntas em que % das obras em que este
revestimento foi usado em fachadas:
o<25% das obras
o25%-50% das obras
o50%-75% das obras
o75%-100% das obras
Questão 21 - Na especificação do material de preenchimento das juntas, quais são os critérios que
utiliza? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis)
□ Custo do produto
□ Âmbito de aplicação do produto (ex.: exteriores e dimensão da junta)
□ Especifico o preenchimento das juntas com material de deformabilidade compatível com as peças
colocadas
□ Especifico o preenchimento das juntas com material impermeável e com resistência ao
desenvolvimento de microrganismos
□ Não sei
□ Outra(s). Especifique:______________________________________________________________
Questão 22 - Acrescente outros aspetos que considere relevantes serem integrados em diretrizes
para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada (ex.: com base nos aspetos positivos e
negativos da sua experiência; em termos de dimensão dos edifícios e de cada revestimento)
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Para terminar este questionário por favor ajude-nos a caracterizá-lo (la), selecionando a resposta que
melhor o(a) identifica:
Questão 23 - Escalão etário:
o24 ou menos
o25 a 34 anos
o35 a 44 anos
o45 a 54 anos
o55 a 64 anos
o65 anos ou mais
Questão 24 - Sexo:
oFeminino
oMasculino
Questão 25 – Distrito de residência:____________________________________________________
Questão 26 – Nível de escolaridade:
oEnsino secundário
oEnsino médio ou profissional
oBacharelato ou Licenciatura
oPós-graduação ou Mestrado
oDoutoramento
Muito obrigada pelo tempo que disponibilizou para o preenchimento deste questionário. O seu
contributo é muito importante para o sucesso deste estudo.
A 14
Anexo C – Resultados dos questionários - Amostra A - 257 inquiridos:
Questão 1 - Relativo à sua atividade profissional
#
1
Questão
Arquiteto
Respostas
131
%
51%
6
Desenhador ou
preparador
13
5%
2
Engenheiro Civil
89
35%
7
Fornecedor de
revestimentos
cerâmicos/ material de
colagem/ argamassas
4
2%
5
Medidor orçamentista
18
7%
3
Profissional em
empresa de construção
civil
22
9%
4
Profissional em
empresa de fiscalização
3
1%
9
Trabalhador por conta
de outrem
25
10%
8
Trabalhador por conta
própria
25
10%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Valor
1
9
255
Questão 2 - Competências técnicas e profissionais - Qual o número de anos de experiência na
função ou atividade?
#
1
Questão 2
superior a 1 ano
Respostas
36
%
14%
2
superior a 5 anos
80
31%
3
superior a 10 anos
140
55%
Total
256
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
3
2.41
0.52
0.72
256
Questão 3 - Competências técnicas e profissionais - Qual o número de obras projetadas e
acompanhadas?
#
1
Answer
superior a 1 obra
Respostas
36
%
14%
2
superior a 5 obras
45
18%
3
superior a 10 obras
171
68%
Total
252
100%
A 15
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
3
2.54
0.54
0.73
252
Questão 4 - Pertence a alguma ordem ou associação profissional?
#
1
Questão
Sim
Respostas
217
%
84%
2
Não
40
16%
Total
257
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
2
1.16
0.13
0.36
257
Questão 5 - Por favor, indique os nomes da ordem ou associação profissional a que pertence.
#
1
Questão
Ordem dos Arquitetos
Respostas
124
%
57%
2
Ordem dos
Engenheiros
71
33%
3
Ordem dos
Engenheiros Técnicos
21
10%
4
outra(s) Especifique:
6
3%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Valor
1
4
217
Questão 6 - Tem conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas?
#
1
Questão
Sim
Respostas
126
%
49%
2
Não
131
51%
Total
257
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
2
1.51
0.25
0.50
257
Questão 7 - Se sim, onde?
#
1
Questão
Portugal
Respostas
108
%
87%
2
outro(s) país(es)
47
38%
Outro(s)países: Alemanha, Angola, Brasil, China, Espanha, Reino Unido, Suíça, Suécia, Turquia.
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Valor
1
2
124
A 16
Questão 8 - Quais os revestimentos?
#
Questão
Todos
os
revestimentos
Alguns
revestimentos.
Quais?
Total
1
2
Respostas
%
79
63%
46
37%
125
100%
Alguns revestimentos. Quais?
Vidro, pedra, resinas, cimentícios, cerâmicos, metal, madeira e derivados, fenólicos, acrílico, betão
pré-fabricado, rebocos tradicionais, ETICS, Rebocos Armados, fachada ventilada - painéis cerâmicos,
argamassas e pintura, revestimentos metálicos: alumínio, chapa zincada, mosaico, azulejo,
barramentos, argamassas especiais, betão projetado, pastilha, pedra, marmorite, fibrocimento,
painéis compósitos, cortiça, painéis de Madeira com cimento, chapas metálicas, chapas metálicas,
ETCIS, fachadas, pedra natural colada em painéis de ninho de abelha.
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
2
1.37
0.23
0.48
125
Questão 9 - Julga pertinente a existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico
em Portugal?
#
1
Questão
Sim. Porquê?
Respostas
210
%
85%
2
Não. Porquê?
37
15%
Total
247
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
2
1.15
0.13
0.36
247
Questão 10 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes informações escritas e
desenhadas que fazem parte do projeto de execução?
#
Questão
1
Memória descritiva
Medições e mapa
de quantidades
Peças desenhadas
(Esc 1/50;1/100)
Caderno
de
encargos
Mapa
de
acabamentos
Pormenores
de
execução
(Esc.1/20;1/10;1/5)
Alçados
com
estereotomia
do
revestimento
(Esc.1/20)
2
3
4
5
6
7
Nada
importante
Não
sei
Não
desejo
responder
Total de
respostas
26
0
0
1
256
1.70
67
5
1
0
0
255
1.31
195
57
3
1
0
0
256
1.26
150
89
13
1
0
1
254
1.48
155
81
18
0
0
0
254
1.46
206
43
7
0
0
0
256
1.22
143
90
19
2
0
3
257
1.58
Muito
importante
Importante
107
122
182
Pouco
importante
A 17
Média
#
Questão
1
Memória descritiva
Medições e mapa de
quantidades
Peças desenhadas
(Esc 1/50;1/100)
Caderno de
encargos
Mapa de
acabamentos
Pormenores de
execução
(Esc.1/20;1/10;1/5)
Alçados com
estereotomia do
revestimento
(Esc.1/20)
2
3
4
5
6
7
Muito
importante
42%
48%
Pouco
importante
10%
0%
Não desejo
responder
0%
71%
26%
2%
0%
0%
0%
76%
22%
1%
0%
0%
0%
59%
35%
5%
0%
0%
0%
61%
32%
7%
0%
0%
0%
80%
17%
3%
0%
0%
0%
56%
35%
7%
1%
0%
1%
Importante
#4
Nada
importante
0%
Não sei
Estatística
#1
#2
#3
#5
#6
#7
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio
padrão
Total de
respostas
1
6
1.70
0.49
1
4
1.31
0.28
1
4
1.26
0.24
1
6
1.48
0.46
1
3
1.46
0.39
1
3
1.22
0.23
1
6
1.58
0.67
0.70
0.53
0.49
0.68
0.63
0.48
0.82
256
255
256
254
254
256
257
Questão 11 - Qual o seu grau de conhecimento sobre a prática do projeto de revestimentos de
fachada?
#
Questão
Valor
mínimo
Valor máximo
Valor médio
Desvio
padrão
Respostas
1
Qual o seu grau de
conhecimento
sobre
a
prática do projeto de
revestimentos de fachada?
0.00
5.00
2.51
1.38
218
Questão 12 - Considerando o seu conhecimento sobre o assunto, como descreveria a prática
do projeto de revestimentos de fachada em Portugal? (selecione todas as opções que
considerar aplicáveis). O projeto de revestimentos de fachada, nomeadamente de
revestimentos cerâmicos:
#
1
Questão
Reúne todas as informações necessárias para a
execução e controlo da qualidade dos revestimentos
cerâmicos nas condições particulares de cada obra
Respostas
%
65
25%
2
Não é uma prática corrente em Portugal, mas deveria
ser realizada por mais profissionais
137
54%
3
Contribui para a redução de anomalias nas fachadas
dos edifícios
127
50%
4
Contribui para antecipar problemas que possam existir
na obra
93
36%
5
É uma prática dispendiosa e não existe interesse em
ser concretizada
6
2%
6
Não sei
51
20%
7
Outra (s). Especifique:
14
5%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Value
1
7
255
A 18
Questão 13 - Onde costuma procurar/ encontrar informações sobre as boas práticas de projeto
e execução de revestimentos cerâmicos de fachadas? (selecione todas as opções que
considerar aplicáveis).
#
1
Questão
Revistas da especialidade
Respostas
82
%
32%
2
Internet
158
62%
3
Congressos e palestras
41
16%
4
Manuais de aplicação
cerâmicos (ex. APICER)
119
46%
5
Manuais de aplicação de fabricantes de
revestimentos cerâmicos/ material de colagem/
argamassas
180
70%
6
Normas e documentação técnica do LNEC
107
42%
7
Não sei
21
8%
8
Outra (s). Especifique:
15
6%
de
revestimentos
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Valor
1
8
256
Os inquiridos que responderam outra (s) mencionaram:
• consulta de consultores da especialidade; consulta de técnicos e fabricantes; manuais e fichas
técnicas de materiais e acessórios para aplicação de revestimentos cerâmicos; bom senso e
experiência.
Questão 14 - Numa escala de um (1) a (7) (sendo um menos importante e sete muito
importante), por favor, indique o quão importante são para si os seguintes aspetos na prática
do projeto de fachada de revestimentos cerâmicos?
#
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Questão
•
Escolha
de
materiais
compatíveis entre si
• Dimensionamento correto das
juntas de movimento entre os
ladrilhos
• Pormenorização de juntas
periféricas, de esquartelamento
ou estruturais
• Cuidado na pormenorização
das
zonas
singulares
do
revestimento
cerâmico.
(proteção de zonas periféricas e
de cantos salientes);
• Prescrição de colagem dupla
em vez de simples
• Escolha do grau de porosidade
do ladrilho cerâmico
• Estereotomia conforme com as
características do suporte
• Prescrição de cimentos cola
mais deformáveis e adequados
a cada um dos casos
• Outra, especifique
1
2
3
4
5
6
7
Total de
respostas
Média
3
0
7
12
28
66
134
250
6.18
2
1
3
10
40
83
111
250
6.11
3
2
7
20
54
66
100
252
5.85
3
1
6
12
54
78
97
251
5.93
4
4
11
36
74
66
56
251
5.37
3
3
12
31
69
76
57
251
5.45
4
1
12
20
55
78
80
250
5.70
5
2
1
11
38
80
113
250
6.07
1
0
0
1
4
4
15
25
6.16
A 19
#
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Questão
•
Escolha
de
materiais
compatíveis entre si
• Dimensionamento correto das
juntas de movimento entre os
ladrilhos
• Pormenorização de juntas
periféricas, de esquartelamento
ou estruturais
• Cuidado na pormenorização
das
zonas
singulares
do
revestimento
cerâmico.
(proteção de zonas periféricas e
de cantos salientes);
• Prescrição de colagem dupla
em vez de simples
• Escolha do grau de porosidade
do ladrilho cerâmico
• Estereotomia conforme com as
características do suporte
• Prescrição de cimentos cola
mais deformáveis e adequados
a cada um dos casos
• Outra, especifique
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total
de
respostas
1
1%
2
0%
3
3%
4
5%
5
11%
6
26%
1%
0%
1%
4%
16%
33%
7
54%
44%
1%
1%
3%
8%
21%
26%
40%
1%
0%
2%
5%
22%
31%
39%
2%
2%
4%
14%
29%
26%
22%
1%
1%
5%
12%
27%
30%
23%
2%
0%
5%
8%
22%
31%
32%
2%
1%
0%
4%
15%
32%
45%
4%
0%
0%
4%
16%
16%
60%
#1
1
7
6.18
1.36
1.17
#2
1
7
6.11
1.13
1.06
#3
1
7
5.85
1.59
1.26
#4
1
7
5.93
1.37
1.17
#5
1
7
5.37
1.75
1.32
#6
1
7
5.45
1.62
1.27
#7
1
7
5.70
1.67
1.29
#8
1
7
6.07
1.45
1.20
#9
1
7
6.16
5.52
2.35
250
250
252
251
251
251
250
250
28
Questão 15 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes características quando
especifica um revestimento cerâmico numa fachada?
#
1
2
3
4
5
6
7
8
Questão
• É de uma
marca que eu
conheço
• Tem uma boa
relação
qualidade preço
•
É
pouco
dispendioso
•
Grau
de
absorção
da
peça cerâmica
• Coeficiente de
absorção
da
radiação solar do
revestimento
cerâmico
• Aspeto visual –
acabamento
superficial cor e
textura
• Dimensão e
geometria
do
ladrilho
• É fácil de limpar
Muito
Importante
Importante
Pouco
Importante
Nada
Importante
Não
sei
Não
desejo
responder
Total de
respostas
Média
37
109
83
16
3
2
250
2.38
88
139
15
4
1
3
250
1.80
20
109
93
15
4
4
245
2.53
80
124
33
2
11
2
252
1.99
91
111
32
4
11
3
252
1.98
113
114
19
2
1
3
252
1.70
100
112
32
4
2
2
252
1.82
54
150
34
7
2
3
250
2.05
A 20
#
1
2
3
4
5
6
7
8
Questão
• É de uma marca que
eu conheço
• Tem uma boa relação
qualidade preço
• É pouco dispendioso
• Grau de absorção da
peça cerâmica
•
Coeficiente
de
absorção da radiação
solar do revestimento
cerâmico
• Aspeto visual –
acabamento superficial
cor e textura
• Dimensão e geometria
do ladrilho
• É fácil de limpar
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio
padrão
Total
de
respostas
Muito
Importante
Importante
Pouco
Importante
Nada
Importante
Não sei
15%
44%
33%
6%
1%
Não
desejo
responder
1%
35%
56%
6%
2%
0%
1%
8%
44%
38%
6%
2%
2%
32%
49%
13%
1%
4%
1%
36%
44%
13%
2%
4%
1%
45%
45%
8%
1%
0%
1%
40%
44%
13%
2%
1%
1%
22%
60%
14%
3%
1%
1%
#1
#2
#3
#4
#5
#6
#7
#8
1
6
2.38
0.83
1
6
1.80
0.67
1
6
2.53
0.83
1
6
1.99
1.00
1
6
1.98
1.14
1
6
1.70
0.70
1
6
1.82
0.76
1
6
2.05
0.73
0.91
0.82
0.91
1.00
1.07
0.83
0.87
0.85
250
250
245
252
252
252
252
250
Questão 16 - Qual a importância que atribui a cada um dos seguintes fatores quando
especifica um revestimento cerâmico numa fachada?
#
1
2
3
4
5
#
1
2
3
4
5
Questão
• Orientação solar
da fachada
• Poluição
atmosférica e
ambiente
circundante do
edificado
• Humidade do
suporte
• Deformações
excessivas do
suporte
• A altura da
fachada e dimensão
da área aplicada
Questão
• Orientação solar
da fachada
• Poluição
atmosférica e
ambiente
circundante do
edificado
• Humidade do
suporte
• Deformações
excessivas do
suporte
• A altura da
fachada e dimensão
da área aplicada
Muito
Importa
nte
Importa
nte
Pouco
Importa
nte
Nada
Importa
nte
Não sei
Não
desejo
respon
der
Total
de
respost
as
Média
117
103
23
3
5
2
253
1.74
57
129
52
6
7
2
253
2.14
105
126
15
0
4
3
253
1.74
150
92
2
0
4
4
252
1.52
118
107
15
4
5
3
252
1.73
Muito
Importante
46%
41%
Pouco
Importante
9%
Nada
Importante
1%
2%
Não desejo
responder
1%
23%
51%
21%
2%
3%
1%
42%
50%
6%
0%
2%
1%
60%
37%
1%
0%
2%
2%
47%
42%
6%
2%
2%
1%
Importante
A 21
Não sei
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total
de
respostas
1
6
1.74
0.84
0.92
Poluição
atmosférica
ambiente
circundante
edificado
1
6
2.14
0.88
0.94
253
253
Orientação solar
da fachada
e
do
Deformações
excessivas
do
suporte
A
altura
da
fachada
e
dimensão
da
área aplicada
1
6
1.74
0.74
0.86
1
6
1.52
0.78
0.88
1
6
1.73
0.89
0.94
253
252
252
Humidade
suporte
do
Questão 17 - Quais são os critérios básicos que utiliza para dimensionar a abertura das juntas
de movimento entre ladrilhos em fachadas com acabamento em revestimentos cerâmicos
aderentes? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis)
#
1
2
3
4
5
Questão
• Utilizo a experiência de outras obras
• Sigo recomendações dadas por fornecedores
• Sigo recomendações dadas por normas e
documentação técnica
• Não sei
• Outra(s). Especifique:
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Respostas
103
199
%
40%
78%
157
62%
23
4
9%
2%
Valor
1
5
255
Os inquiridos ainda indicaram outros critérios como:
• “questões estéticas e arquitetónicas”;
• “experiência decorrente da análise de anomalias”;
• “critérios do aplicador”;
• “estudo e aplicação das técnicas e boas práticas de aplicação tradicionais”;
Questão 18 - Calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou estruturais de
revestimentos cerâmicos de fachada?
#
1
2
Questão
Sim
Não
Total
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Respostas
37
213
250
Valor
1
2
1.85
0.13
0.36
250
Questão 19 - Se sim. De quais?
Estatística
Total de respostas
Valor
24
Os inquiridos ainda indicaram:
• “todas”;
• “juntas estruturias”;
• “juntas periféricas”;
• “juntas esquartelamento”;
• “juntas de betumação”;
A 22
%
15%
85%
100%
Questão 20 - Calculou a dimensão da abertura destas juntas em que % das obras em que este
revestimento foi usado em fachadas:
#
1
2
3
4
Questão
< 25% das obras
25%-50% das obras
50%-75% das obras
75%-100% das obras
Total
Respostas
8
8
6
9
31
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
%
26%
26%
19%
29%
100%
Valor
1
4
2.52
1.39
1.18
31
Questão 21 - Na especificação do material de preenchimento das juntas quais são os critérios
que utiliza? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis)
#
1
2
3
4
5
6
Questão
• Custo do produto
• Âmbito de aplicação do produto (ex.: exteriores e
dimensão da junta)
• Especifico o preenchimento das juntas com
material de deformabilidade compatível com as
peças colocadas
• Especifico o preenchimento das juntas com
material impermeável e com resistência ao
desenvolvimento de microrganismos
• Não sei
• Outra(s). Especifique:
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Respostas
68
%
27%
155
63%
153
62%
125
50%
28
9
11%
4%
Valor
1
6
248
Os inquiridos ainda especificaram:
• “recomendações do fornecedor”;
• “permeabilidade da parede”;
• “Cores disponíveis”;
• “resistência aos raios UV”;
• “questões estéticas e arquitetónicas”;
Questão 22 - Acrescente outros aspetos que considere relevantes serem integrados em
diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada (ex.: com base nos aspetos
positivos e negativos da sua experiência; em termos de dimensão dos edifícios e de cada
revestimento)
Estatística
Total de respostas
Valor
48
Tendo sido fornecidas pelos inquiridos diversas opiniões e sugestões de aspetos relevantes a serem
integrados em diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, as mesmas foram
agrupadas, em três principais áreas:
1 -Opiniões sobre a prática do projeto em Portugal:
• “não é efetuado um estudo pormenorizado dos materiais a aplicar”;
• “um dos maiores e mais frequente problema é a qualidade da execução em obra”;
A 23
• “as normas e manuais existentes são demasiado simplificados, não validados e não demonstrados,
por isso tecnicamente com muito pouco valor ou utilidade”;
• dever-se-ia aumentar a formação prática tanto para ladrilhadores como para quem especifica -“Na
prática são os ladrilhadores quem aconselha, baseados na experiência (o tipo de colas e betumes
para aplicação), logo deviam ter formação própria na área. Igual para os arquitetos, visto serem estes
quem define os materiais a usar nas fachadas”;
• ”em azulejos históricos, não utilizar argamassas cimentícias de quaisquer espécie”;
• “deve-se ter em conta o que na realidade vai ser possível executar em obra, quer por deficiência na
compreensão das condições técnicas ou deficiência na comunicação entre os encarregados e os
artistas assentadores, ou mesmo pelo aprumo e regularidade do próprio artista”;
• ”considerar as juntas estruturais do edifício”;
• “penso que ainda não existe uma clara comunicação entre os fornecedores de revestimentos
cerâmicos e os projetistas relativamente às características técnicas dos cerâmicos a aplicar em
fachadas de edifícios. Esse tipo de características técnicas deve ser uma preocupação desde a
especificação do material até à sua aplicação em obra, tendo em consideração a especificidade de
cada fachada”;
• ”garantir a adequabilidade estética e técnica no contexto paisagístico e no ambiente urbano, para o
material cerâmico deixar de ser uma mera escapatória, de ocultação da ‘má construção’”;
• comparação do projeto de estabilidade de uma estrutura de betão armado com o projeto de
revestimentos de fachadas – “deve-se conhecer o comportamento estrutural / material de
revestimento tal como é estudado o comportamento estrutural / material de uma estrutura em betão
armado”;
2 - Aspetos importantes no projeto de revestimentos de fachada:
A - Materiais
• estabilidade da base;
• humidade do suporte;
• “garantir a inexistência de infiltrações de água no tardoz dos cerâmicos”;
• cuidados da sua aplicação, nomeadamente na uniformidade da aplicação das colas na face a aderir;
• qualidade dos betumes pois devem absorver as dilatações / contrações;
• qualidade do revestimento cerâmico;
• porosidade da face visível;
• dimensão das peças a utilizar - a dimensão das peças a usar desempenha um papel fundamental
neste processo, uma vez que determina a imagem e está diretamente relacionada com as exigências
futuras de manutenção e conservação;
• cimento-cola apropriado para o efeito.
B - Fatores ambientais
• condições climatéricas e de temperatura ideais na aplicação do revestimento;
• fatores ambientais – humidade, térmica;
• principais agentes de deterioração da fachada e do próprio revestimento;
A 24
• analisar a especificidade do local da obra;
• cuidados a ter função da orientação da fachada a revestir;
• refração à luz do sol;
• área de superfície da fachada onde vai ser aplicado o revestimento cerâmico;
• revestimento de embasamento ou zonas suscetíveis a humidade por ascensão capilar;
• durabilidade do revestimento às condições atmosféricas.
C - Aspetos a considerar no projeto de revestimento de fachadas
• pontos singulares na ligação da estrutura / alvenaria;
• adequação ao enquadramento arquitetónico circundante,
• tradição arquitetónica e construtiva local;
• atingir as pretensões do cliente;
• qualidade construtiva e custo das soluções propostas;
• ter acesso a fornecedores locais com experiência comprovada;
• continuidade de produção das peças para substituição;
• regionalização das peças;
• resistência mecânica / segurança para os utentes;
• manutenção do revestimento cerâmico de fachada ao longo da vida útil do edifício.
Estereotomia:
• “O maior problema é a compatibilização da estereotomia do material com o dimensionamento das
fachadas e vãos. Seria importante conseguir saber o dimensionamento adequado para o desenho das
fachadas no momento da elaboração do projeto”;
• “O estudo da estereotomia deve ser compatível com as saliências e reentrâncias da fachada,
nomeadamente dos vãos, para se conseguir o equilíbrio estético desejável. Por vezes, as dimensões
padronizadas do material cerâmico apresentam-se como uma condicionante face a outros
revestimentos”.
3 - Sugestões:
• “obrigatoriedade de registo fotográfico de execução da obra em conformidade pois após a aplicação
do revestimento não é possível conferir a adequação da argamassa usada”;
• “adequação das características do revestimento a atividades circundante, como por exemplo as
paredes adjacentes a campos desportivos devem conter mosaicos de características (incluindo as
dimensões) que garantam maior resistência ao impacto de bolas”;
• “devia ser abordada a resistência de um dado revestimento cerâmico em determinados ambientes
como por exemplo em ambientes marítimos, de modo a evitar futuras anomalias”.
A 25
Questão 23 - Para terminar este questionário por favor ajude-nos a caracterizá-lo (la),
selecionando a resposta que melhor o(a) identifica:
Escalão etário:
#
1
2
3
4
5
6
Questão
24 ou menos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 a 54 anos
55 a 64 anos
65 anos ou mais
Total
Respostas
1
112
79
41
16
3
252
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
%
0%
44%
31%
16%
6%
1%
100%
Valor
1
6
2.87
0.97
0.99
252
Questão 24 - Sexo:
#
1
Questão
Masculino
Respostas
189
%
75%
2
Feminino
64
25%
Total
253
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
2
1.25
0.19
0.44
253
Questão 25 - Distrito de residência:
#
1
2
3
4
5
6
Distrito
Lisboa
Porto
Setúbal
Coimbra
Braga
Outros distritos
Total
Respostas
99
42
25
12
10
54
242
Estatística
Total de respostas
%
41%
17%
10%
5%
4%
22%
100%
Valor
242
Questão 26 - Nível de escolaridade:
#
1
2
3
4
5
Questão
Ensino secundário
Ensino médio ou profissional
Bacharelato ou Licenciatura
Pós-graduação ou Mestrado
Doutoramento
Total
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Respostas
7
19
110
111
6
253
Valor
1
5
3.36
0.60
0.77
253
A 26
%
3%
8%
43%
44%
2%
100%
ANEXO D – Resultados dos questionários - Amostra B – 107 inquiridos:
Questão 1 - Relativo à sua atividade profissional
#
1
Questão
Arquiteto
Respostas
52
%
50%
2
Engenheiro Civil
31
30%
3
Profissional em empresa de construção civil
12
11%
4
Profissional em empresa de fiscalização
2
2%
5
Medidor orçamentista
13
12%
6
Desenhador ou preparador
7
7%
7
Fornecedor de revestimentos cerâmicos/
material de colagem/ argamassas
2
2%
8
Trabalhador por conta própria
14
13%
9
Trabalhador por conta de outrem
12
11%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Valor
1
9
105
Questão 2 - Competências técnicas e profissionais - Qual o número de anos de experiência na função ou
atividade?
#
1
Questão
superior a 1 ano
Respostas
0
%
0%
2
superior a 5 anos
0
0%
3
superior a 10 anos
107
100%
Total
107
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
3
3.00
0.00
0.00
107
Questão 3 - Competências técnicas e profissionais - Qual o número de obras projetadas e
acompanhadas?
#
1
Questão
superior a 1 obra
Respostas
0
%
0%
2
superior a 5 obras
0
0%
3
superior a 10 obras
107
100%
Total
107
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
3
3
3.00
0.00
0.00
107
A 27
Questão 4 - Pertence a alguma ordem ou associação profissional?
#
1
Questão
Sim
Respostas
85
%
79%
2
Não
22
21%
Total
107
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
2
1.21
0.16
0.41
107
Questão 5 - Por favor, indique os nomes da ordem ou associação profissional a que pertence.
#
1
Questão
Ordem dos Arquitetos
Respostas
51
%
60%
2
Ordem dos Engenheiros
24
28%
3
Ordem dos Engenheiros
Técnicos
8
9%
4
outra(s) Especifique:
5
6%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Valor
1
4
85
Questão 6 - Tem conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas?
#
1
Questão
Sim
Respostas
64
%
60%
2
Não
43
40%
Total
107
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
2
1.40
0.24
0.49
107
Questão 7 - Se sim, onde?
#
1
Questão
Portugal
Respostas
56
%
89%
2
outro(s) país(es)
28
44%
Outro(s)países: Macau, Espanha, Turquia, Alemanha.
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Valor
1
2
63
Questão 8 - Quais os revestimentos?
1
2
Questão
Todos os revestimentos
Respostas
42
%
66%
Alguns
Quais?
22
34%
64
100%
revestimentos.
Total
A 28
Alguns revestimentos. Quais?
Vidro, pedra, resinas, cimentícios, cerâmicos, metal, madeira e derivados, fenólicos, acrílico, betão
pré-fabricado, rebocos tradicionais, ETICS, Rebocos Armados, fachada ventilada - painéis cerâmicos,
argamassas e pintura, revestimentos metálicos: alumínio, chapa zincada, mosaico, azulejo,
barramentos, argamassas especiais, betão projetado, pastilha, pedra, marmorite, fibrocimento,
painéis compósitos, cortiça, painéis de Madeira com cimento, chapas metálicas, chapas metálicas,
ETCS, pedra natural colada em painéis de ninho de abelha.
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
2
1.34
0.23
0.48
64
Questão 9 - Julga pertinente a existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em
Portugal?
#
1
Questão
Sim. Porquê ?
Respostas
89
%
86%
2
Não. Porquê ?
14
14%
Total
103
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
2
1.14
0.12
0.34
103
Questão 10 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes informações escritas e
desenhadas que fazem parte do projeto de execução?
#
1
2
3
4
5
6
7
Questão
• Memória
descritiva
• Medições e mapa
de quantidades
• Peças
desenhadas (Esc
1/50;1/100)
• Caderno de
encargos
• Mapa de
acabamentos
• Pormenores de
execução
(Esc.1/20;1/10;1/5)
• Alçados com
estereotomia do
revestimento
(Esc.1/20)
Estatística
Valor
mínimo
Valor
máximo
Média
Variância
Desvio
padrão
Total
de
respostas
Muito
importante
Importante
Pouco
importante
Nada
importante
Não
sei
Não desejo
responder
Total
de
respostas
Média
51
45
10
0
0
0
106
1.61
81
21
2
1
0
0
105
1.27
77
26
2
1
0
0
106
1.31
69
31
6
1
0
0
107
1.43
70
32
4
0
0
0
106
1.38
85
19
2
0
0
0
106
1.22
61
33
8
2
0
3
107
1.65
#1
#2
#3
#4
#5
#6
#7
1
1
1
1
1
1
1
3
4
4
4
3
3
6
1.61
0.43
1.27
0.29
1.31
0.31
1.43
0.42
1.38
0.31
1.22
0.21
1.65
1.06
0.66
0.54
0.56
0.65
0.56
0.46
1.03
106
105
106
107
106
106
107
A 29
#
1
2
3
4
5
6
7
Questão
Memória
descritiva
Medições
e
mapa
de
quantidades
Peças
desenhadas
(Esc
1/50;1/100)
Caderno
de
encargos
Mapa
de
acabamentos
Pormenores de
execução
(Esc.1/20;1/10;
1/5)
Alçados
com
estereotomia
do
revestimento
(Esc.1/20)
Muito
importante
Importante
Pouco
importante
Nada
importante
Não sei
Não desejo
responder
48%
42%
9%
0%
0%
0%
77%
20%
2%
1%
0%
0%
73%
25%
2%
1%
0%
0%
64%
29%
6%
1%
0%
0%
66%
30%
4%
0%
0%
0%
80%
18%
2%
0%
0%
0%
57%
31%
7%
2%
0%
3%
Questão 11 - Qual o seu grau de conhecimento sobre a prática do projeto de revestimentos de
fachada?
#
1
Questão
Qual
o
seu
grau
de
conhecimento sobre a prática
do projeto de revestimentos de
fachada?
Valor mínimo
Valor máximo
Valor médio
Desvio padrão
Respostas
0.00
5.00
2.81
1.54
95
Questão 12 - Considerando o seu conhecimento sobre o assunto, como descreveria a prática
do projeto de revestimentos de fachada em Portugal? (selecione todas as opções que
considerar aplicáveis). O projeto de revestimentos de fachada, nomeadamente de
revestimentos cerâmicos:
#
1
Questão
Reúne todas as informações necessárias para a
execução e controlo da qualidade dos revestimentos
cerâmicos nas condições particulares de cada obra
Respostas
%
33
31%
2
Não é uma prática corrente em Portugal, mas deveria
ser realizada por mais profissionais
63
60%
3
Contribui para a redução de anomalias nas fachadas
dos edifícios
56
53%
4
Contribui para antecipar problemas que possam existir
na obra
43
41%
5
É uma prática dispendiosa e não existe interesse em
ser concretizada
4
4%
6
Não sei
11
10%
7
Outra(s). Especifique:
7
7%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Valor
1
7
105
A 30
Questão 13 - Onde costuma procurar/ encontrar informações sobre as boas práticas de projeto
e execução de revestimentos cerâmicos de fachadas (selecione todas as opções que
considerar aplicáveis).
#
1
Questão
Revistas da especialidade
Respostas
41
%
38%
2
Internet
71
66%
3
Congressos e palestras
26
24%
4
Manuais de aplicação de revestimentos cerâmicos (ex.
APICER)
60
56%
5
Manuais de aplicação de fabricantes de revestimentos
cerâmicos/ material de colagem/ argamassas
84
79%
6
Normas e documentação técnica do LNEC
53
50%
7
Não sei
2
2%
8
outra(s). Especifique:
10
9%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Valor
1
8
107
Os inquiridos que responderam Outra(s) mencionaram:
• consulta de consultores da especialidade;
• consulta de técnicos e fabricantes;
• manuais e fichas técnicas de materiais e acessórios para aplicação de revestimentos cerâmicos;
• bom senso e experiência.
Questão 14 - Numa escala de um (1) a (7) (sendo um menos importante e sete muito
importante), por favor, indique o quão importante são para si os seguintes aspetos na prática
do projeto de fachada de revestimentos cerâmicos?
#
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
2
3
4
5
6
7
1
0
4
4
10
29
57
Total de
respostas
105
• Dimensionamento correto das juntas de
movimento entre os ladrilhos
• Pormenorização de juntas periféricas, de
esquartelamento ou estruturais
• Cuidado na pormenorização das zonas
singulares do revestimento cerâmico.
(proteção de zonas periféricas e de cantos
salientes);
• Prescrição de colagem dupla em vez de
simples
• Escolha do grau de porosidade do
ladrilho cerâmico
• Estereotomia conforme com as
características do suporte
• Prescrição de cimentos cola mais
deformáveis e adequados a cada um dos
casos
1
0
1
8
12
33
50
105
6.13
1
1
3
7
18
27
49
106
5.99
1
1
1
6
20
30
46
105
6.02
2
3
3
14
27
28
29
106
5.46
1
3
4
17
22
28
30
105
5.48
2
0
4
12
20
31
35
104
5.70
3
1
1
4
12
31
53
105
6.10
• Outra, especifique
0
0
0
1
1
3
9
14
6.43
Questão
• Escolha de materiais compatíveis entre si
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total
de
respostas
#1
1
7
6.21
1.34
1.16
105
#2
1
7
6.13
1.21
1.10
105
#3
1
7
5.99
1.55
1.25
106
#4
1
7
6.02
1.35
1.16
105
A 31
#5
1
7
5.46
1.97
1.40
106
#6
1
7
5.48
1.92
1.39
105
#7
1
7
5.70
1.75
1.32
104
#8
1
7
6.10
1.73
1.32
105
Média
6.21
#9
4
7
6.43
3.57
1.89
15
#
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Questão
•
Escolha
de
materiais
compatíveis entre si
• Dimensionamento correto das
juntas de movimento entre os
ladrilhos
• Pormenorização de juntas
periféricas, de esquartelamento
ou estruturais
• Cuidado na pormenorização
das
zonas
singulares
do
revestimento
cerâmico.
(proteção de zonas periféricas e
de cantos salientes);
• Prescrição de colagem dupla
em vez de simples
• Escolha do grau de porosidade
do ladrilho cerâmico
• Estereotomia conforme com as
características do suporte
• Prescrição de cimentos cola
mais deformáveis e adequados
a cada um dos casos
• Outra, especifique
1
1%
2
0%
3
4%
4
4%
5
10%
6
28%
1%
0%
1%
8%
11%
31%
7
54%
48%
1%
1%
3%
7%
17%
25%
46%
1%
1%
1%
6%
19%
29%
44%
2%
3%
3%
13%
25%
26%
27%
1%
3%
4%
16%
21%
27%
29%
2%
0%
4%
12%
19%
30%
34%
3%
1%
1%
4%
11%
30%
50%
0%
0%
0%
7%
7%
21%
64%
Os inquiridos ainda especificaram outros aspetos como:
• “Escolha adequada do produto em função da zona/uso”;
“Determinação e caracterização de agentes agressores da envolvente: poluição; vandalismo”;
• “Garantir o correto entendimento da regra conceptual que dá origem à estereotomia”;
• “A reutilização de práticas quase centenárias, de materiais para a colocação de algumas fachadas, preterindo o
cimento cola”;
• “Execução e acompanhamento da execução do trabalho”;
• “Correta medição e orçamentação”;
• “Adequabilidade do produto e sistema de suporte face á omissa manutenção dos edifícios o que pode provocar
acidentes em terceiros”;
• “Compatibilização com a estrutura de suporte”.
Questão 15 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes características quando
especifica um revestimento cerâmico numa fachada?
#
1
2
3
4
5
6
7
8
Questão
Muito
Importante
Importante
Pouco
Importante
Nada
Importante
Não
sei
Não
desejo
responder
Total de
respostas
Média
• É de uma marca que
eu conheço
• Tem uma boa relação
qualidade preço
• É pouco dispendioso
• Grau de absorção da
peça cerâmica
•
Coeficiente
de
absorção da radiação
solar do revestimento
cerâmico
• Aspeto visual –
acabamento superficial
cor e textura
• Dimensão e geometria
do ladrilho
• É fácil de limpar
22
47
29
6
0
0
104
2.18
36
58
7
3
0
0
104
1.78
11
40
40
54
42
10
8
1
1
1
0
0
102
106
2.49
1.76
45
47
9
1
2
1
105
1.77
52
40
12
1
0
1
106
1.68
41
47
14
3
0
0
105
1.80
24
63
12
4
0
1
104
2.00
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total
de
respostas
#1
#2
#3
#4
#5
#6
#7
#8
1
4
2.18
0.69
0.83
104
1
4
1.78
0.48
0.70
104
1
5
2.49
0.69
0.83
102
1
5
1.76
0.54
0.74
106
1
6
1.77
0.83
0.91
105
1
6
1.68
0.70
0.83
106
1
4
1.80
0.60
0.78
105
1
6
2.00
0.66
0.81
104
A 32
#
1
2
3
4
5
6
7
8
Questão
• É de uma marca que eu
conheço
• Tem uma boa relação
qualidade preço
• É pouco dispendioso
• Grau de absorção da peça
cerâmica
• Coeficiente de absorção da
radiação solar do revestimento
cerâmico
• Aspeto visual – acabamento
superficial cor e textura
• Dimensão e geometria do
ladrilho
• É fácil de limpar
Muito
Importante
Importante
Pouco
Importante
Nada
Importante
Não sei
21%
45%
28%
6%
0%
Não
desejo
responder
0%
35%
56%
7%
3%
0%
0%
11%
39%
41%
8%
1%
0%
38%
51%
9%
1%
1%
0%
43%
45%
9%
1%
2%
1%
49%
38%
11%
1%
0%
1%
39%
45%
13%
3%
0%
0%
23%
61%
12%
4%
0%
1%
Questão 16 - Qual a importância que atribui a cada um dos seguintes fatores quando
especifica um revestimento cerâmico numa fachada?
#
1
2
3
4
5
#
1
2
3
4
5
Muito
Import.
Import.
Pouco
Import.
Nada
Import.
Não
sei
Não desejo
responder
Total
de
respostas
Média
• Orientação solar da
fachada
• Poluição atmosférica
e ambiente
circundante do
edificado
• Humidade do
suporte
• Deformações
excessivas do suporte
• A altura da fachada
e dimensão da área
aplicada
56
41
7
1
1
0
106
1.58
27
54
20
4
1
0
106
2.04
47
50
7
0
1
1
106
1.69
69
33
1
0
1
1
105
1.42
62
35
3
3
1
1
105
1.56
Questão
Muito
Importante
Importante
Pouco
Importante
Nada
Importante
Não sei
Não desejo
responder
• Orientação solar da
fachada
• Poluição atmosférica
e ambiente
circundante do
edificado
• Humidade do
suporte
• Deformações
excessivas do suporte
• A altura da fachada
e dimensão da área
aplicada
53%
39%
7%
1%
1%
0%
25%
51%
19%
4%
1%
0%
44%
47%
7%
0%
1%
1%
66%
31%
1%
0%
1%
1%
59%
33%
3%
3%
1%
1%
Questão
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total
de
respostas
#1
#2
#3
#4
#5
1
5
1.58
0.55
0.74
106
1
5
2.04
0.68
0.83
106
1
6
1.69
0.65
0.81
106
1
6
1.42
0.57
0.76
105
1
6
1.56
0.79
0.89
105
A 33
Questão 17 - Quais são os critérios básicos que utiliza para dimensionar a abertura das juntas
de movimento entre ladrilhos em fachadas com acabamento em revestimentos cerâmicos
aderentes? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis)
#
Questão
• Utilizo a experiência de outras
obras
• Sigo recomendações dadas
por fornecedores
• Sigo recomendações dadas
por normas e documentação
técnica
• Não sei
• Outra(s). Especifique:
1
2
3
4
5
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Respostas
%
54
51%
91
86%
76
72%
0
3
0%
3%
Valor
1
5
106
Os inquiridos ainda indicaram outros critérios como:
• “questões estéticas e arquitetónicas”;
• “critérios do aplicador”;
• “estudo e aplicação das técnicas e boas práticas de aplicação tradicionais”;
Questão 18 - Calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou
estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada?
#
1
Questão
Sim
Respostas
24
%
23%
2
Não
82
77%
Total
106
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
2
1.77
0.18
0.42
106
Questão 19 - Se sim. De quais?
Estatística
Total de respostas
Valor
14
Os inquiridos ainda indicaram:
• “todas”; “juntas estruturias”;“juntas periféricas”;“juntas esquartelamento”;“juntas de betumação”;
Questão 20 - Calculou a dimensão da abertura destas juntas em que % das obras em que este
revestimento foi usado em fachadas?
#
1
Questão
< 25% das obras
Respostas
5
%
25%
2
25%-50% das obras
5
25%
3
50%-75% das obras
4
20%
4
75%-100% das obras
6
30%
Total
20
100%
A 34
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
4
2.55
1.42
1.19
20
Questão 21 - Na especificação do material de preenchimento das juntas quais são os critérios
que utiliza? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis).
#
1
2
3
4
5
6
Questão
• Custo do produto
• Âmbito de aplicação do produto (ex.: exteriores e
dimensão da junta)
• Especifico o preenchimento das juntas com
material de deformabilidade compatível com as
peças colocadas
• Especifico o preenchimento das juntas com
material impermeável e com resistência ao
desenvolvimento de microrganismos
• Não sei
• Outra(s). Especifique:
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Total de respostas
Respostas
27
%
26%
75
74%
76
75%
66
65%
0
4
0%
4%
Valor
1
6
102
Os inquiridos ainda especificaram:
• “recomendações do fornecedor”;
• “permeabilidade da parede”;
• “cores disponíveis”;
• “resistência aos raios UV”;
Questão 22 - Acrescente outros aspetos que considere relevantes serem integrados em
diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada (ex.: com base nos aspetos
positivos e negativos da sua experiência; em termos de dimensão dos edifícios e de cada
revestimento)
Estatística
Total de respostas
Valor
26
Tendo sido fornecidas pelos inquiridos diversas opiniões e sugestões de aspetos relevantes a serem
integrados em diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, as mesmas foram
agrupadas, em três principais áreas:
1 - Opiniões sobre a prática do projeto em Portugal:
• “não é efetuado um estudo pormenorizado dos materiais a aplicar”;
• “um dos maiores e mais frequente problema é a qualidade da execução em obra”;
• “as normas e manuais existentes são demasiado simplificados, não validados e não demonstrados,
por isso tecnicamente com muito pouco valor ou utilidade”;
• dever-se-ia aumentar a formação prática tanto para ladrilhadores como para quem especifica -“Na
prática, são os ladrilhadores quem aconselha, baseados na experiência (o tipo de colas e betumes
para aplicação), logo deviam ter formação própria na área. Igual para os arquitetos, visto serem estes
quem define os materiais a usar nas fachadas”;
•”em azulejos históricos, não utilizar argamassas cimentícias de quaisquer espécie”;
A 35
• “ deve-se ter em conta o que na realidade vai ser possível executar em obra, quer por deficiência na
compreensão das condições técnicas ou deficiência na comunicação entre os encarregados e os
artistas assentadores, ou mesmo pelo aprumo e regularidade do próprio artista”;
• ”considerar as juntas estruturais do edifício”;
• “penso que ainda não existe uma clara comunicação entre os fornecedores de revestimentos
cerâmicos e os projetistas relativamente às características técnicas dos cerâmicos a aplicar em
fachadas de edifícios. Esse tipo de características técnicas deve ser uma preocupação desde a
especificação do material até à sua aplicação em obra, tendo em consideração a especificidade de
cada fachada”;
• ”garantir a adequabilidade estética e técnica no contexto paisagístico e no ambiente urbano, para o
material cerâmico deixar de ser uma mera escapatória, de ocultação da ‘má construção’”;
• comparação do projeto de estabilidade de uma estrutura de betão armado com o projeto de
revestimentos de fachadas – “deve-se conhecer o comportamento estrutural / material de
revestimento tal como é estudado o comportamento estrutural / material de uma estrutura em betão
armado”;
2 - Aspetos importantes no projeto de revestimentos de fachada:
A - Materiais
• estabilidade da base;
• humidade do suporte;
• “garantir a inexistência de infiltrações de água no tardoz dos cerâmicos”;
• cuidados da sua aplicação, nomeadamente na uniformidade da aplicação das colas na face a aderir;
• qualidade dos betumes pois devem absorver as dilatações / contrações;
• qualidade do revestimento cerâmico;
• porosidade da face visível;
• dimensão das peças a utilizar - a dimensão das peças a usar desempenha um papel fundamental
neste processo, uma vez que determina a imagem e está diretamente relacionada com as exigências
futuras de manutenção e conservação;
• cimento-cola apropriado para o efeito.
B - Fatores ambientais
• condições climatéricas e de temperatura ideais na aplicação do revestimento;
• fatores ambientais – humidade, térmica;
• principais agentes de deterioração da fachada e do próprio revestimento;
• analisar a especificidade do local da obra;
• cuidados a ter função da orientação da fachada a revestir;
• refração à luz do sol;
• área de superfície da fachada onde vai ser aplicado o revestimento cerâmico;
• revestimento de embasamento ou zonas suscetíveis a humidade por ascensão capilar;
• durabilidade do revestimento às condições atmosféricas.
A 36
C - Aspetos a considerar no projeto de revestimento de fachadas
• pontos singulares na ligação da estrutura / alvenaria;
• adequação ao enquadramento arquitetónico circundante,
• tradição arquitetónica e construtiva local;
• atingir as pretensões do cliente;
• qualidade construtiva e custo das soluções propostas;
• ter acesso a fornecedores locais com experiência comprovada;
• continuidade de produção das peças para substituição;
• regionalização das peças;
• resistência mecânica / segurança para os utentes;
• manutenção do revestimento cerâmico de fachada ao longo da vida útil do edifício.
Estereotomia:
• “O maior problema é a compatibilização da estereotomia do material com o dimensionamento das
fachadas e vãos. Seria importante conseguir saber o dimensionamento adequado para o desenho das
fachadas no momento da elaboração do projeto”;
• “O estudo da estereotomia deve ser compatível com as saliências e reentrâncias da fachada,
nomeadamente dos vãos para se conseguir o equilíbrio estético desejável. Por vezes, as dimensões
padronizadas do material cerâmico apresentam-se como uma condicionante face a outros
revestimentos”.
3 - Sugestões:
• “obrigatoriedade de registo fotográfico de execução da obra em conformidade pois, após a aplicação
do revestimento, não é possível conferir a adequação da argamassa usada”;
• “adequação das características do revestimento a atividades circundante, como por exemplo as
paredes adjacentes a campos desportivos devem conter mosaicos de características (incluindo as
dimensões) que garantam maior resistência ao impacto de bolas”;
• “devia ser abordada a resistência de um dado revestimento cerâmico em determinados ambientes
como por exemplo em ambientes marítimos, de modo a evitar futuras anomalias”.
Questão 23 - Para terminar este questionário por favor ajude-nos a caracterizá-lo (la),
selecionando a resposta que melhor o(a) identifica:
Escalão etário:
#
1
2
3
4
5
6
Questão
24 ou menos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 a 54 anos
55 a 64 anos
65 anos ou
mais
Total
A 37
Respostas
0
6
43
38
14
%
0%
6%
41%
37%
13%
3
3%
104
100%
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
6
3.66
0.79
0.89
104
Questão 24 - Sexo:
#
1
2
Questão
Masculino
Feminino
Total
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Respostas
95
9
104
%
91%
9%
100%
Respostas
4
%
4%
14
13%
43
41%
37
36%
6
104
6%
100%
Valor
1
2
1.09
0.08
0.28
104
Questão 25 - Distrito de residência:
#
1
2
3
4
Distrito
Lisboa
Porto
Setúbal
Outros distritos
Total
Respostas
46
24
9
22
101
Estatística
Total de respostas
%
46%
24%
9%
22%
100%
Valor
101
Questão 26 - Nível de escolaridade:
#
1
2
3
4
5
Questão
Ensino secundário
Ensino médio ou
profissional
Bacharelato
ou
Licenciatura
Pós-graduação ou
Mestrado
Doutoramento
Total
Estatística
Valor mínimo
Valor máximo
Média
Variância
Desvio padrão
Total de respostas
Valor
1
5
3.26
0.82
0.90
104
A 38
ANEXO E - PROJETO DE JUNTAS REALIZADO NO BRASIL
Nas Figuras A.1. a A.5., são apresentados desenhos de um projeto de juntas realizado no
Brasil com a marcação das várias juntas do edifício em alçado e em planta. O edifício fica
localizado em Fortaleza e foi acompanhado por Fabiana Ribeiro [72] durante o ano de 2000
e 2001.
Figura A.1. – Alçado com marcação das várias juntas de movimento (adaptado de [72])
Legenda:
——— Juntas intermédias ou de fracionamento;
——— Juntas perimetrais - junta prevista nas mudanças de direção, em quinas internas ou externas;
——— Junta de transição - junta de transição de materiais com diferentes coeficientes de dilatação,
neste
caso nos encontros entre revestimento de argamassa e cerâmico.
A 39
Legenda:
J1 - Juntas de fracionamento / esquartelamento / intermédia;
J2 - Juntas periférica / perimetrais - junta prevista nas mudanças de direção, em
quinas internas ou externas;
J3 - Junta de transição - junta de transição de materiais com diferentes
coeficientes de dilatação.
Revestimentos:
———— Argamassa
———— Cerâmica
Figura A.2. – Planta com marcação das juntas verticais (adaptado de [72])
A 40
Pilares
O edifício é composto por 18 pisos e a envolvente é em alvenaria de tijolo, com estrutura de betão
armado. Nas Figuras A.6. a A.11., são apresentadas fotografias do mesmo projeto. De um modo
geral, segundo Fabiana Ribeiro [70], foram analisadas as dimensões e as aberturas existentes nos
painéis para o posicionamento das juntas de esquartelamento, subdividindo-se as fachadas em áreas
com o máximo de 30 m2. Também é referido que, quando existiam painéis cerâmicos sem aberturas e
de dimensões na horizontal superiores a 6 m, se subdividiam estes painéis com juntas verticais a
cada 6 m, direcionando o posicionamento desta junta no alinhamento do encontro dos elementos
estruturais com a alvenaria (Figura A.3) ou, quando não existissem encontros, no centro do painel de
revestimento.
Legenda:
Junta de fracionamento /
esquartelamento /
intermédia
Figura A.3. – Planta - Posicionamento de junta vertical – subdivisão de painéis de revestimento (adaptado de [72])
Legenda:
——— Juntas de fracionamento
esquartelamento / intermédia
Figura A.4. – Alçado - Posicionamento de junta vertical – subdivisão de áreas (adaptado de [72])
Legenda:
Junta de fracionamento
esquartelamento /
intermédia
Figura A.5. – Planta - Posicionamento de junta de trabalho – Laje em balanço (adaptado de [72])
A 41
Figura A.6. – Fachada principal [72]
Figura A.7. – Detalhe de varanda fachada principal – Juntas
executadas (adaptado de [72])
Legenda: A – Juntas de esquartelamento;
B - Ausência de junta de esquartelamento devido à geometria do
suporte; C - Junta periférica / perimetral
Figura A.8. – Execução de fachada – juntas de
esquartelamento abertas durante a execução
do emboço [72]
Figura A.9. – Junta de esquartelamento horizontal
posicionada no fundo da viga, exigindo o corte dos ladrilhos
cerâmicos (adaptado de [72])
Legenda: A – Junta intermédia / de fracionamento /
esquartelamento
Figura A.10. – Indicação das juntas verticais
na fachada lateral direita (adaptado de [72])
Figura A.11. – Junta intermédia / de fracionamento /
esquartelamento (adaptado de [72])
Legenda; A - Junta de esquartelamento;
B - Junta periférica
A 42
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