FATEC - FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DA BAHIA CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA TECNOLOGIA DA BRIQUETAGEM: REAPROVEITAMENTO DE REJEITOS DE MINÉRIOS DE FERRO E CARVÃO COMO MATÉRIA – PRIMA NA INDÚSTRIA SIDERÚRGICA X. ADELSON ALAGOINHAS – BA 2023.1 ADELSON TECNOLOGIA DA BRIQUETAGEM: REAPROVEITAMENTO DE REJEITOS DE MINÉRIOS DE FERRO E CARVÃO COMO MATÉRIA – PRIMA NA INDÚSTRIA SIDERÚRGICA X. Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de Engenharia Mecânica, oferecido pela Faculdade de Ciências e Tecnologias da Bahia – FATEC, como requisito para conclusão do 9º semestre. Orientadora: Profª. Leila Pires ALAGOINHAS - BA 2023.1 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 01 – Competitividade Brasil.........................................................................................12 Figura 02 – Os oito pilares da TPM.........................................................................................16 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 01 – As quatro gerações do TPM.................................................................................14 Tabela 02 – Etapas de Implementação da TPM.......................................................................16 SUMÁRIO 1.0. INTRODUÇÃO..........................................................................................................10 2.0. OBJETIVOS...............................................................................................................11 2.1. Geral............................................................................................................................11 2.2. Específicos...................................................................................................................11 3.0. JUSTIFICATIVA.......................................................................................................12 4.0. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................13 4.1. Manutenção Produtiva Total....................................................................................13 4.1.1. Breve histórico.............................................................................................................13 4.1.2. Evolução.......................................................................................................................13 4.1.3. Os oito pilares da TM...................................................................................................15 4.1.4. Implantação da TPM....................................................................................................16 4.1.5. Metas da TPM..............................................................................................................17 5.0. METODOLOGIA.................................................................................................19 6.0. CRONOGRAMA................................................................................................20 7.0. REFERÊNCIAS..................................................................................................21 10 1.0 INTRODUÇÃO Na atualidade onde a competitividade está cada vez mais acirrada, as indústrias têm buscado priorizar ganhos de produtividade, eficiência e qualidade em seus processos produtivos, procurando identificar e eliminar perdas, de modo a se manter nessa competição. Para tanto, as organizações têm buscado estratégias que sejam eficientes e efetivas, com isto, a manutenção tem se tornado fator relevante na competição das indústrias. Nesse sentido, a finalidade da manutenção é manter a disponibilidade e confiabilidade de máquinas e equipamentos, minimizando o risco de falhas durante uma operação. Uma das formas de elevar o desempenho da manutenção é através da implantação da Manutenção Produtiva Total (TPM), uma metodologia inovadora que vem propor melhoria contínua no processo de produção envolvendo toda a organização. A atividades de TPM se concentram em melhorias e na otimização do uso do ativo industrial, com custos de produção baixos, preços competitivos, e equipe de produção capacitada, motivada e focada em resultados (MONTEIRO et al., 2012). Nesse contexto, o presente trabalho busca responder a seguinte questão: Quais as contribuições da Manutenção Produtiva Total na melhoria contínua do processo? 2.0. OBJETIVOS 11 2.1. Geral Apresentar as contribuições na melhoria contínua do processo com a aplicação da Manutenção Produtiva Total. 2.2. Específicos Analisar a teoria e os conceitos envolvidos pela Manutenção Produtiva Total; Analisar as contribuições na qualidade da manutenção devido a implementação da TPM; Examinar a aplicação da Manutenção Produtiva Total. 3.0. JUSTIFICATIVA 12 A indústria brasileira tem passado por dificuldades devido a concorrência externa, conforme aponta a Confederação Nacional da Indústria – CNI, (2020) o Brasil está em penúltimo lugar no ranking geral de competitividade, entre 18 economias do mundo. A figura 01 ilustra esse cenário. Figura 01: Competitividade Brasil. Fonte: CNI, 2020. O Brasil possui um enorme potencial, pois é rico em recursos naturais e mercado consumidor, porém, mesmo com todos esses recursos as empresas não podem garantir suas receitas com base somente em seus produtos, o que é um desperdício. A metodologia TPM é ancorada por oito princípios que, se aplicados da forma adequada, geram resultados positivos que toda empresa busca para se manter competitiva como, qualidade e eficiência. As indústrias brasileiras já passam por algumas dificuldades no que se refere a infraestrutura precária e altas taxas de impostos, necessitam ao menos, buscar por sua competitividade interna. 4.0. REFERENCIAL TEÓRICO 13 4.1. Manutenção Produtiva Total Conforme apontado por Nascimento (2006), a sigla TPM vem de Total Productive Maintenance que em sua tradução tem-se Manutenção Produtiva Total. É uma metodologia que tem a finalidade de melhorar a “performance” (desempenho) e a produtividade dos equipamentos de uma fábrica. A mesma estabelece que todos na fábrica, em qualquer nível, devem se envolver na cultura e nas atividades; daí o significado da palavra Total em seu nome. Jesus (2012) explica que é um método de gestão de manutenção proposto por Seiichi Nakajima, que tem sido implementado de um modo crescente desde o ano de 1971. 4.1.1. Breve histórico A TPM surgiu no Japão, pois o mesmo contribuiu para o processo de reconstrução e recuperação econômica do Japão no período pós guerra. Conforme relatado no trecho a seguir: Com o final da Segunda Guerra mundial, as empresas japonesas obrigadas pela necessidade urgente e por metas governamentais agressivas de reconstrução do país, tornaram-se fiéis seguidoras das técnicas americanas de gestão e de produção. A partir de 1950 deixaram de utilizar somente a política de Manutenção Corretiva de Emergência e deram início a implementação dos conceitos de Manutenção Preventiva baseada no tempo, aos quais se agregaram posteriormente os conceitos de Manutenção do Sistema de Produção, de Manutenção Corretiva de Melhorias, de Prevenção da Manutenção e de Manutenção Produtiva que buscavam a maximização da capacidade produtiva dos equipamentos (NAKAJIMA, 1989, p. 10; NAKASATO, 1994, p. 1.2; PALMEIRA, 2002, p. 81-88 apud MORAES, 2004, p.35). Segundo Kardec e Nascif (2009), a TPM nasceu na Nippon Denso KK, uma das empresas do grupo Toyota, e, em 1971, recebeu o prêmio PM, destinado a empresas que se destacaram na condução desse programa. Os autores ainda relatam que a TPM é uma evolução da manutenção preventiva que ao longo do tempo sofreu algumas alterações até chegar ao formato em que é conhecida atualmente. 4.1.2. Evolução Para Moraes (2004), a primeira geração dessa metodologia, quando houve seu surgimento, o foco era os equipamentos da indústria, ou seja, maximizar sua eficácia, evitando que houvesse perdas por falhas. O responsável era o departamento vinculado à máquina. Ainda segundo o autor, a segunda geração dessa metodologia, que se deu na década de 80, visava não apenas a eliminação das perdas por falhas, mas buscava também as seis perdas nos equipamentos; perda por quebra ou falha, perda por preparação e ajuste, perda por operação em vazio e pequenas paradas, perda por velocidade reduzida, perda por defeitos no processo e perda no início da produção. 14 Já a terceira geração da TPM tem seu início na década de 90, sendo ainda mais abrangente que as gerações anteriores, pois, além de buscar a eficiência dos equipamentos, passou a se preocupar com o sistema de produção, inserindo ainda mais tipos de perdas de acordo com Moraes (2004): As oito perdas ligadas aos equipamentos, que podem ser por problemas de instalação e configuração, quebra ou falha, por mudanças de ferramentas, estabilização no início de produção, por pequenas paradas e inatividade, por velocidade imprópria, por defeitos e retrabalhos e até perda por tempo ocioso. As cinco perdas ligadas às pessoas, que são perdas por mobilidade operacional, perdas por desorganização da linha, perda por logística, perda por imprecisão nas medidas e ajustes dos equipamentos e falhas na administração e gestão dos recursos. As três perdas ligadas aos recursos físicos de produção, que podem ser perdas por falha de energia, perdas por falha e troca de matrizes, ferramentas e gabaritos e perda de tecnologia. De acordo com Moraes (2004), a quarta geração da TPM se dá nos anos 2000 e estabelece o envolvimento e comprometimento de toda a organização nas atividades de manutenção e eliminação de perdas. Isto inclui setores antes não citados, como o comercial, de pesquisa e desenvolvimento. E, a eliminação das 20 grandes perdas entre processos, inventários, distribuição e compras. A tabela 01 demonstra de forma resumida as características das quatro gerações citadas. Tabela 01: As quatro gerações do TPM. 1ª Geração 1970 2ª Geração 1980 3ª Geração 1990 4ª Geração 2000 Estratégia Máxima eficiência dos equipamentos Produção e TPM Gestão e TPM Foco Equipamento Sistema de produção Dezesseis perdas (equipamentos, fatores humanos e recursos na produção) Sistema geral da companhia Vinte perdas (processos, inventário, distribuição e compras Perdas Perda por falhas Seis principais perdas nos equipamentos Fonte: Palmeira, 2002. 4.1.3. Os oito pilares da TPM A TPM é uma metodologia que busca o engajamento de todos os setores da organização na sua execução, cada um contribuindo de acordo com suas capacidades. As organizações possuem características próprias que as diferenciam em sua execução, porém, os princípios 15 norteadores da TPM, que são os seus pilares, se seguidas com rigor, favorecem o seu pleno desenvolvimento trazendo diversos benefícios a organização. De acordo com Nakajima (1989) e Palmeira (2002) (apud MORAES, 2004), seguem descritos os oito pilares da TPM, conforme apresentado pela figura 02: Pilar da Melhoria Específica: Refere-se à Manutenção Corretiva de Melhorias para em perdas crônicas relacionadas às máquinas; Pilar da Manutenção Planejada: Este pilar trata da gestão e das rotinas de manutenção preventiva planejadas. Tem por objetivo a melhoria contínua da disponibilidade, a confiabilidade e a redução de custos; Pilar do controle inicial: Refere-se à prevenção da manutenção. O projeto de um novo equipamento deve levar em consideração o histórico de manutenção e a experiência dos funcionários que o vão operar e reparar. Procurar, desde o início, formas de construir uma máquina que seja mais fácil de manter e trabalhar que as outras que tem a mesma função; Pilar do Treinamento e Educação: refere-se à aplicação de treinamentos técnicos e comportamentais para liderança, a flexibilidade e a autonomia das equipes; Pilar da Manutenção Autônoma: Refere-se aos treinamentos teóricos e práticos que darão aos operadores a capacidade de exercerem atividades referentes à manutenção proativamente e incrementando melhorias; Pilar da Manutenção da Qualidade: Diz respeito à confiabilidade dos aparelhos e sua relação com a qualidade dos produtos e disponibilidade para uso; Pilar da Gestão Administrativa: Os processos de gestão interferem diretamente na eficiência e produtividade das atividades operacionais. Fazer com que esses processos se aprimorem e reduzam seus desperdícios é objetivo deste pilar, conhecido como TPM de escritório; Pilar da Segurança, Saúde e Meio Ambiente: Este se sustenta a partir das práticas dos outros pilares. Seu foco é na melhoria contínua das condições de trabalho da redução dos riscos de segurança e ambientais. 16 Figura 02: Os oito pilares da TPM. Fonte: Google. 4.1.4. Implantação da TPM De acordo com Cruz (2005), a maioria dos autores considera de fundamental importância a implantação da filosofia TPM nas empresas, sendo que os benefícios virão somente se todos os funcionários conseguirem assimilar essa metodologia. Para a implantação da TPM deve ser seguido alguns passos, onde se encontram descritos na tabela 02 conforme Nakashima (1989) e Palmeira (2002), as quais devidamente instaladas englobam os oito pilares da TPM. Tabela 02: Etapas de Implementação da TPM. Preparação Etapas Conteúdo 1- Declaração oficial da decisão pela Diretoria pela implementação do TPM. 2- Educação, treinamento e divulgação do início da implementação. 3- Estruturação das equipes de multiplicação e implementação. 4- Estabelecimento da política -Uso de todos os mios de comunicação disponíveis. -Seminários para gerência média/alta; -Vídeos para os operadores. -Identificação das lideranças e montagem dos comitês. -Identificação das grandes 17 básica e metas do TPM. Introdução perdas e definição dos índices relativos ao PQCDSM. 5- Elaboração do plano diretor -Detalhamento do plano. para implementação do TPM. 6- Lançamento do projeto -Convite a fornecedores, empresarial TPM. clientes e empresas afiliadas. -Incorporação das melhorias específicas; -Condução da manutenção 7- Sistematização para preventiva e autônoma; melhoria do rendimento -Educação e treinamento em operacional cascata de todos os envolvidos com a implementação e com o foco na autonomia da equipe. -Prevenção da manutenção com o controle da fase inicial dos 8- Gestão antecipada equipamentos e do custo do ciclo de vida. Prevenir perdas crônicas. -Foco nas falhas frequentes e 9- Manutenção da Qualidade ocultas e nos processos que afetem a qualidade do produto e das entregas. -TPM de escritório, revisão das 10- Melhoria dos processos rotinas administrativas com administrativos base na filosofia do TPM de eliminação de perdas. -Ações e recuperação e 11- Segurança, Saúde e Meio prevenção de riscos a saúde e Ambiente segurança dos operários e do meio ambiente. Consolidação 12- Aplicação total do TPM -Obtenção de resultados que demonstrem o alcance e a manutenção da excelência em TPM; -Candidatura ao Prêmio de excelência do JIPM. Fonte: Nakajima, 1989 e Palmeira, 2002. 4.1.5. Metas da TPM A TPM tem como finalidade estabelecer boa prática de manutenção na produção através de cinco metas descritas a seguir conforme Slack et al (2008): 1. Melhorar a eficácia dos equipamentos: Análise de todas as perdas que ocorrem, examinando como as instalações estão contribuindo para a eficácia da produção. 18 2. Realizar manutenção autônoma: Delegar ao pessoal da produção parte das atividades de manutenção. Da mesma forma que o pessoal da manutenção deve se sentir responsável por parte das melhorias da produção e pela melhoria do desempenho da manutenção. 3. Planejar a manutenção: Todas as atividades de manutenção devem ter uma abordagem elaborada. Isto deve incluir as responsabilidades do pessoal de manutenção e operação, os padrões da manutenção preditiva e o nível de manutenção preventiva de cada componente do equipamento. No quadro 3 está ilustrado as responsabilidades do pessoal de operação e de manutenção. 4. Treinar todo o pessoal em habilidades relevantes de manutenção: é necessário que tanto o pessoal de operação quanto o de manutenção tenham treinamento específico para lidar adequadamente com os reparos e os incrementos. É vital para a TPM forte ênfase nos treinamentos que devem ser adequados e contínuos. 5. Conseguir gerir os equipamentos logo no início: Deixar o corpo técnico de manutenção e operação influenciar desde o projeto do equipamento. Desta forma, é possível fazer a prevenção de manutenção considerando as causas de falhas e a manutenibilidade durante a etapa de projeto. 5.0. METODOLOGIA 19 O presente trabalho teve como objetivo apresentar as contribuições na melhoria contínua do processo com a aplicação da Manutenção Produtiva Total. Por se tratar de um estudo teórico foi necessária uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo, que de acordo com Tachuzawa e Mendes (2006), é um trabalho de caráter teórico, incluindo uma revisão bibliográfica e com a pretensão de ser uma simplificada sistematização sensata de pensamentos consequentes de fontes consagradas, acerca de um assunto específico. “Pesquisa bibliográfica é aquela baseada na análise da literatura já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsa, imprensa escrita e eletrônica, disponibilizada na internet” (SILVA e MENEZES, 2001 apud DIONYSIO, 2013, p. 62). A revisão bibliográfica, ou revisão da literatura, é a análise crítica, meticulosa e ampla das publicações correntes em uma determinada área do conhecimento (TRENTINI e PAIM, 1999). Desse modo, a pesquisa bibliográfica proporciona uma investigação de um determinado tema sob nova perspectiva a partir do levantamento de outras obras, que faz surgir novas conclusões. 6.0. CRONOGRAMA 20 MÊS/ETAPAS 2022 Escolha do tema Levantamento de referencial teórico Elaboração do Projeto Mar Abr Mai Jun Julh Agos Set Out Nov X X X X X X Apresentação do projeto em seminário específico X Coleta de evidências/ informações X Análise das evidências X X X X X Elaboração de Plano de Intervenção X Desenvolvimento de Plano de Intervenção. X Redação do trabalho de conclusão X Revisão e redação final Dez X X X Entrega do Trabalho X Defesa do Trabalho X 21 7.0. REFERÊNCIAS CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS INDUSTRIA. Competitividade Brasil. Estatísticas, 2020. Disponível em: https://www.portaldaindustria.com.br/estatisticas/competitividadebrasil-comparacao-com-paises-selecionados/. Acesso em 02 de junho de 2022. DIONYSIO, R. C. C. Desvendando Os Segredos Do TCC. Joinville-SC: Clube de Autores, 2013. JESUS, Sergio Manoel Gaião. Leanness e Manutenção Produtiva Total (TPM). Modelo de Produtividade e Competitividade. Estudo de Caso. 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