RESUMO PARA CONCURSO PÚBLICO MILITAR TEMPORÁRIO MARINHA DO BRASIL CONTEÚDO COMPLETO FORMAÇÃO MILITAR-NAVAL Apresentação OLÁ! Meu nome é Leilane Leal. Sou Nutricionista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestra em Nutrição pela mesma Universidade. Especialista em Terapia Intensiva pelo Programa de Residência Multiprofissional do Hospital Universitário Onofre Lopes, também da UFRN. Pósgraduada em Nutrição Esportiva. Comecei minha trajetória em Concursos Públicos mesmo antes de entrar na Universidade, fazendo provas de nível médio. Desde então, já foram dezenas de provas, por todo o País. Provas no âmbito da saúde e de Tribunais. Foram muitas e muitas reprovações, frustrações, dúvidas... Mas eu não desisti e sempre fui buscando chegar em um lugar melhor. Foi a persistência que me fez alcançar resultados positivos como estes: 1º lugar na Seleção para Residência Multiprofissional em Saúde – Terapia Intensiva do HUOL/UFRN em 2014 1º lugar na Seleção para Oficial – SMV (Serviço Militar Voluntário) da Marinha – Nutricionista do Comando do 3º Distrito Naval em 2016 1º lugar no Concurso para Nutricionista do Hospital Universitário Onofre Lopes da Ebserh, sendo 13ª colocada geral na classificação nacional em 2020 Hoje sou Empregada Pública Federal. Ao longo das aprovações, e, principalmente, das reprovações, aprendi e desenvolvi técnicas de estudo que me fizeram otimizar o meu tempo e facilitar o entendimento das matérias. Para o Concurso da Marinha, eu sabia que a quantidade de material para leitura e releitura, e a densidade de informações, dificultaria o processo de revisão. Então, durante o estudo fui desenvolvendo um resumo estruturado para facilitar esse processo de revisão. Estudar sem saber como seria o perfil de cobrança foi uma tarefa extremamente difícil. Foi esse material que me ajudou a obter a aprovação na primeira prova que a Marinha aplicou nesse formato de seleção. Anos depois, repaginado. o material foi totalmente atualizado e O produto final é este Resumo Completo para Concurso de Militar Temporário da Marinha, totalmente atualizado para o Edital de 2023, contendo todo o conteúdo programático da Área de Formação Militar-Naval em páginas esquematizadas, de forma a facilitar o entendimento e otimizar o seu tempo até a aprovação. Boa sorte e bons estudos! Nos vemos no Diário Oficial! Leilane Leal O conteúdo presente neste resumo corresponde ao programa para a prova objetiva do Processo Seletivo Unificado de Oficiais da Marinha do Brasil - RM2-2023. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO II - FORMAÇÃO MILITAR-NAVAL Sumário Forças Armadas (FFAA)................................................................................................. 4 Legislação Militar-Naval ............................................................................................. 20 Doutrina de Liderança da Marinha .............................................................................. 28 Tradições Navais ........................................................................................................ 34 História Naval ............................................................................................................ 47 @nutri.passei l Por Leilane Leal 3 Forças Armadas (FFAA) Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 TÓPICOS GERAIS: Art 5º - Direitos e Garantias: É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático é crime inafiançável e imprescritível. A prisão por transgressão militar ou crime propriamente militar depende de lei própria Lei nº 6.880, de 9 dezembro de 1980 – Estatuto dos Militares. O cargo de oficial das Forças Armadas é PRIVATIVO de brasileiro NATO não pode brasileiro naturalizado. Ministro de Estado da Defesa também é privativo de brasileiro nato. Curiosidade: Os miliares das forças armadas são divididos em PRAÇA e OFICIAL. Oficial são os tenentes, capitães, generais... Perceba que a lei é clara em dizer que apenas os oficiais devem ser brasileiros natos. Cuidado com pegadinhas! Competências: Compete à União (ou seja: o Presidente da República): Declarar a guerra e celebrar a paz não é função de comandantes de forças armadas. Permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente. Atenção: Isso tudo depende de autorização exclusiva do Congresso Nacional. Guerra, paz e forças estrangeiras em território nacional Presidente pede Congresso Nacional autoriza Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas. É iniciativa privativa do Presidente da República iniciar leis que tratem sobre o assunto. Tudo que trate sobre militares das Forças Armadas (regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva) cabe ao Presidente da República iniciar a legislação correspondente. @nutri.passei l Por Leilane Leal 4 Compete privativamente ao Presidente da República: Exercer o comando supremo das Forças Armadas Nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica Promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos CAPÍTULO II: DAS FORÇAS ARMADAS Forças Armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica (Força Aérea Brasileira – nova nomenclatura) São instituições nacionais permanentes e regulares Organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República Objetivo: defesa da Pátria, garantia dos poderes constitucionais e da lei e da ordem São subordinadas ao Ministro do Estado de Defesa Patentes: Conferidas pelo Presidente da República Asseguradas aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados -= Militar em atividade que toma posse em cargo ou emprego público civil permanente é transferido para a reserva. Exceto: profissionais de saúde podem ter dois cargos ou empregos públicos (na mesma área), SE HOUVER COMPATIBILIDADE DE HORÁRIO. Observações sobre os militares: É proibido a sindicalização e a greve. Não pode estar filiado a partidos políticos (enquanto em serviço ativo). As mulheres e os eclesiásticos são isentos do serviço militar OBRIGATÓRIO em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o @nutri.passei l Por Leilane Leal 5 decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. o Essa lei é a LEI Nº 8.239, DE 4 DE OUTUBRO DE 1991. Ela diz que o Serviço Alternativo são atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, em substituição às atividades de caráter essencialmente militar; prestadas em organizações militares da ativa e em órgãos de formação de reservas das Forças Armadas ou em órgãos subordinados aos Ministérios Civis, mediante convênios. o Deve haver interesse recíproco e atendidas as aptidões do convocado. Atenção: As Forças Armadas não fazem parte das instituições de segurança pública do Estado. Não confundir com Polícia Militar ou Bombeiro Militar. Ao ex-combatente que participou da segunda guerra, é assegurado pensão especial correspondente à deixada por segundo-tenente das Forças Armadas. O oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra. Atenção: é errado a afirmativa que o militar NÃO PODE perder o posto. Ele pode perder apenas nessa hipótese, por decisão permanente de TRIBUNAL MILITAR! De forma geral, desses tópicos gerais da Constituição Federal saem boa parte das cobranças em provas. Já caiu quase 20 questões sobre isso, uma média de 3 questões por prova. Ou seja, é uma cobrança certa! É um tópico para ler e reler até o dia da prova. Já caiu em prova! Prova SMV 2020 De acordo com o Art. 142 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que disserta sobre as Forças Armadas, é correto afirmar que: (A) ao militar é permitida a sindicalização e proibido o direito de fazer greve. (B) o militar, enquanto em serviço ativo, pode estar filiado a partidos políticos. (C) o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de seu comandante superior apenas. (D) o oficial condenado na justiça comum ou militar à pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será automaticamente excluído da Força. (E) não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. @nutri.passei l Por Leilane Leal 6 Gabarito: E Comentário: É o Art. 142, § 2º “Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares”. Alternativa C, a decisão é de tribunal militar; Alternativa D não existe qualquer menção a isso na CF; Alternativas A e B, não são permitidos. Prova SMV 2017 Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil (1988), coloque F (falso) ou V (verdadeiro) nas afirmativas abaixo, com relação às disposições aos membros das Forças Armadas, assinalando a seguir a opção correta. ( ) Ao militar são proibidas a Sindicalização e a greve. ( ) O militar, enquanto em serviço ativo, pode estar filiado a partidos políticos. ( ) O oficial nunca perderá o posto e a patente, mesmo sendo julgado indigno ao oficialato. ( ) As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes são asseguradas em plenitude apenas aos oficiais da ativa, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e o uso dos uniformes das Forças Armadas. (A) V F V F (B) V V V F (C) F V V V (D) V F F F (E) F V F V Gabarito: D Comentários: O militar NÃO tem direito a sindicalização, greve e fialiação a partidos políticos enquanto na ativa. O militar pode perder o posto por decisão de tribunal militar em caráter permanente. O oficial na inatividade não perde a sua patente. Resposta é a letra D. Prova SMV 2018 A Constituição da República Federativa do Brasil (1988) e o Estatuto dos Militares (lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980) contemplam várias disposições relativas aos membros das Forças Armadas. A par dessas disposições, é correto afirmar que: (A) todo militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva. (B) os membros das Forças Armadas são denominados militares federais. (C) nenhum oficial das Forças Armadas poderá exercer atividade técnico-profissional no meio civil, enquanto estiver em serviço ativo. (D) as patentes das Forças Armadas são conferidas apenas aos oficiais. (E) a todo militar é proibida a filiação a partidos políticos. Gabarito: D Comentários: Quanto à A e C, área da saúde podem ter dois vínculos, se tiver compatibilidade de horário. E: militar na inatividade pode estar filiado sim a partido político. B: a denominação militar federal não existe. Correta é a letra D. @nutri.passei l Por Leilane Leal 7 Lei complementar nº 97, de 9 de junho de 1999 O Presidente da República, na condição de Comandante Supremo das Forças Armadas, é assessorado pelos: I - Conselho Militar de Defesa sobre emprego de meios militares II - Ministro de Estado da Defesa sobre demais assuntos pertinentes à área militar. Conselho Militar de Defesa: composto pelos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. O Ministro da Defesa preside quando tratar de emprego de meios militares. Ministro da Defesa: direção SUPERIOR das Forças Armadas. É assessorado pelo Conselho Militar de Defesa (órgão permanente de assessoramento) e pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas; e por demais órgãos, conforme definido em lei. É o responsável pela implantação do Livro Branco de Defesa Nacional documento público que esboça o amplo contexto da Estratégia de Defesa Nacional. Compete ao Ministério da Defesa formular a política e as diretrizes referentes aos produtos de defesa empregados nas atividades operacionais, inclusive armamentos, munições, meios de transporte e de comunicações, fardamentos e materiais de uso individual e coletivo, admitido delegações às Forças. Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas: Órgão de assessoramento permanente do Ministro de Estado da Defesa. Chefe: oficial-general do último posto, da ativa ou da reserva (Ministro da Defesa indica e o Presidente da República nomeia). o Se o chefe estiver na ativa, ele é transferido para a reserva remunerada para assumir o cargo. o Ele vai ter o mesmo grau hierarquico dos comandantes de cada força. Vai ser mais antigo que os demais oficiais-generais das 3 (três) Forças Armadas. o O tempo em que estiver na chefia conta como tempo de serviço, apesar de estar na reserva. Cada força tem um comandante: Indicado pelo Ministro de Estado da Defesa. Nomeado pelo Presidente da República. Tem a função de gestão e direção da respectiva força. Só pode ser um oficial-general de último posto e vai ser mais antigo que os demais quando assumir. o Também é transferido para a reserva remunerada para assumir o cargo. @nutri.passei l Por Leilane Leal 8 Perceba: sempre que tem algum cargo importante, de chefia, de compor algum conselho, a indicação é do Ministro da Defesa e o Presidente da República que nomeia. Poder Executivo: define a competência dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica para a criação, a denominação, a localização e a definição das atribuições das organizações integrantes das estruturas das Forças Armadas. O Poder Executivo encaminha para o Congresso Nacional, de 4 (quatro) em 4 (quatro) anos, os seguintes documentos com atualizações: Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco de Defesa Nacional. O Comandante da Força entrega ao Ministro da defesa a Lista de Escolha para a promoção aos postos de oficiais-generais e propor-lhe os oficiais-generais para a nomeação aos cargos que lhes são privativos o Presidente da República nomeia. Já caiu em prova! Prova SMV 2018 Sobre o Livro Branco de Defesa Nacional, que é o mais completo e acabado documento acerca das atividades de defesa do Brasil, assinale a opção INCORRETA. (A) A implantação do Livro Branco de Defesa Nacional compete ao Ministro de Estado da Defesa. (B) O Livro Branco de Defesa Nacional foi institucionalizado pelo decreto nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008, que aprova a Estratégia Nacional de Defesa. (C) O Livro Branco de Defesa Nacional é um documento de caráter público. (D) Por meio do Livro Branco de Defesa Nacional permitir-se-á o acesso ao amplo contexto da Estratégia de Defesa Nacional. (E) O Livro Branco de Defesa Nacional deverá conter dados estratégicos sobre as Forças Armadas. Gabarito: B Comentário: A Estratégia Nacional de Defesa não institucionalizou o Livro Branco, a Estratégia Nacional de Defesa faz parte do Livro Branco. Prova SMV 2018 A Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, ao tratar da organização das Forças Armadas e da sua direção superior, estabelece a competência de alguns órgãos e autoridades. Considerando as disposições dessa lei complementar sobre esse assunto, assinale a opção correta. (A) Ao Ministro de Estado da Defesa compete promover os oficiais-generais das Forças Armadas. (B) Ao Ministro de Estado da Defesa compete nomear os oficiais-generais das Forças Armadas para os cargos que lhes são privativos. (C) Ao Ministro de Estado da Defesa compete exercer a direção superior das Forças Armadas. (D) Ao Ministério da Defesa compete elaborar o planejamento do emprego conjunto das @nutri.passei l Por Leilane Leal 9 Forças Armadas. (E) Ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas compete formular a política e as diretrizes referentes aos produtos de defesa empregados nas atividades operacionais. Gabarito: C Comentários: Ministro da Defesa: direção SUPERIOR das Forças Armadas. Letra C. @nutri.passei l Por Leilane Leal 10 Política Nacional de Defesa TRECHOS IMPORTANTES DO DOCUMENTO: O Estado tem como pressupostos básicos: território, povo, leis e governo próprios e independência nas relações externas. A expressão militar do País fundamenta-se na capacidade das Forças Armadas e no potencial dos recursos nacionais mobilizáveis. A defesa externa é a destinação precípua das Forças Armadas. Segurança é a condição que permite ao País preservar sua soberania e integridade territorial, promover seus interesses nacionais, livre de pressões e ameaças, e garantir aos cidadãos o exercício de seus direitos e deveres constitucionais. Defesa Nacional: conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase no campo militar, para a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas, potenciais ou manifestas. Atenção a possíveis disputas por áreas marítimas, pelo domínio aeroespacial e por fontes de água doce, de alimentos e de energia, cada vez mais escassas. Para que o desenvolvimento e a autonomia nacionais sejam alcançados é essencial o domínio crescentemente autônomo de tecnologias sensíveis, principalmente nos estratégicos setores espacial, cibernético e nuclear. Lembre bem desses 3 setores estratégicos! Buscando aprofundar seus laços de cooperação, o País visualiza um entorno estratégico que extrapola a região sulamericana e inclui o Atlântico Sul e os países lindeiros da África, assim como a Antártica. Ao norte, a proximidade do mar do Caribe impõe que se dê crescente atenção a essa região. O planejamento de defesa deve priorizar a Amazônia e o Atlântico Sul. Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar: possibilidade do Brasil estender os limites da sua Plataforma Continental e exercer o direito de jurisdição sobre os recursos econômicos em uma área de cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados, uma verdadeira “Amazônia Azul”. O controle do espaço aéreo e a sua boa articulação com os países vizinhos, assim como o desenvolvimento de nossa capacitação aeroespacial, constituem objetivos setoriais prioritários. O Brasil atribui prioridade aos países da América do Sul e da África, em especial aos da África Ocidental e aos de língua portuguesa, buscando aprofundar seus laços com esses países. Nos termos da Constituição, as Forças Armadas poderão ser empregadas pela União contra ameaças ao exercício da soberania do Estado e à indissolubilidade da unidade federativa. @nutri.passei l Por Leilane Leal 11 Objetivos Nacionais de Defesa I. garantir a soberania, o patrimônio nacional e a integridade territorial; II. defender os interesses nacionais e as pessoas, os bens e os recursos brasileiros no exterior; III. contribuir para a preservação da coesão e da unidade nacionais; IV. contribuir para a estabilidade regional; V. contribuir para a manutenção da paz e da segurança internacionais; VI. intensificar a projeção do Brasil no concerto das nações e sua maior inserção em processos decisórios internacionais; VII. manter Forças Armadas modernas, integradas, adestradas e balanceadas, e com crescente profissionalização, operando de forma conjunta e adequadamente desdobradas no território nacional; VIII. conscientizar a sociedade brasileira da importância dos assuntos de defesa do País; IX. desenvolver a indústria nacional de defesa, orientada para a obtenção da autonomia em tecnologias indispensáveis; X. estruturar as Forças Armadas em torno de capacidades, dotando-as de pessoal e material compatíveis com os planejamentos estratégicos e operacionais; e XI. desenvolver o potencial de logística de defesa e de mobilização nacional. Já caiu em prova! Prova SMV 2021 Para que o desenvolvimento e a autonomia nacionais sejam alcançados é essencial o domínio crescentemente autônomo de tecnologias sensíveis. De acordo com o Ambiente Internacional da Política Nacional de Defesa, quais são os setores estratégicos essenciais para o desenvolvimento nacional? (A) Espacial, cibernético e nuclear. (B) Industrial, de serviço e nuclear. (C) Serviço, segurança e cibernético. (D) Espacial, nuclear e industrial. (E) Espacial, de serviço e segurança. Gabarito: A @nutri.passei l Por Leilane Leal 12 Estratégia Nacional de Defesa FORMULAÇÃO SISTEMÁTICA O povo brasileiro não deseja exercer domínio sobre outros povos não busca hegemonia. As FFAA são subordinadas ao poder político constitucional caracteristica de Estado republicano. Objetivos Nacionais de Defesa: Garantia da soberania, do patrimônio nacional e da integridade territorial. Estruturação de Forças Armadas com adequadas capacidades organizacionais e operacionais. Criação de condições sociais e econômicas de apoio à Defesa Nacional no Brasil. Contribuição para a paz e a segurança internacionais e a proteção dos interesses brasileiros nos diferentes níveis de projeção externa do País. Estratégia nacional de defesa é inseparável de estratégia nacional de desenvolvimento. É o vínculo entre a independencia nacional e as Forças Armadas. É indispensável para as Forças Armadas manter, em meio à paz, o impulso de se preparar para o combate e de cultivar, em prol desse preparo, o hábito da transformação. Atenção: essa é a palavra-chave de todo esse tópico: TRANSFORMAÇÃO. Princípios de um projeto forte de defesa: Independência nacional efetivada pela mobilização de recursos físicos, econômicos e humanos; Independência nacional alcançada pela capacitação tecnológica autônoma, inclusive nos estratégicos setores espacial, cibernético e nuclear; Independência nacional assegurada pela democratização de oportunidades educativas e econômicas. Esse assunto caiu algumas vezes! Preste atenção nas palavras-chaves! DIRETRIZES: Dissuadir a concentração de forças hostis nas fronteiras terrestres e nos limites das águas jurisdicionais brasileiras; o Impedir-lhes o uso do espaço aéreo nacional; Organização pelo trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença; Monitorar e controlar o espaço aéreo, o território e as águas jurisdicionais brasileiras; Responder prontamente a qualquer ameaça ou agressão: mobilidade estratégica; @nutri.passei l Por Leilane Leal 13 Garantir o vinculo entre tecnologia e mobilidade operacional; Fortalecer os três setores: o espacial, o cibernético e o nuclear (garantia da FLEXIBILIDADE); o O Brasil tem compromisso – decorrente da Constituição e da adesão a Tratados Internacionais – com o uso estritamente pacífico da energia nuclear. Unificar e desenvolver as operações conjuntas das três Forças, muito além dos limites impostos pelos protocolos de exercícios conjuntos (instrumentos: o Ministério da Defesa e o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas); Reposicionar os efetivos das três Forças: regiões preocupantes são Norte, Oeste e Atlântico Sul: Marinha: deve ser mais presente na região da foz do Rio Amazonas e nas grandes bacias fluviais do Amazonas e do Paraguai-Paraná. Adensar a presença de unidades da Marinha, do Exército e da Força Aérea nas fronteiras – TAREFA DE VIGILÂNCIA; Priorizar a região amazônica: CENSIPAM deverá atuar integradamente com as FFAA na defesa do território; Desenvolver a capacidade logística, para fortalecer a mobilidade, sobretudo na região amazônica; Flexibilidade no combate: monitoramento/controle, mobilidade e presença; Práticas e de capacitações operacionais dos militares (combatentes): atuar em rede, dispor de tecnologia e ser treinado para o combate; Atenção ao efetivo militar: política de otimização do emprego de recursos humanos; Organizar as Forças Armadas em torno de capacidades, não em torno de inimigos específicos; Cumprimento de missões de garantia da lei e da ordem, nos termos da Constituição; Estimular a integração da América do Sul: cooperação militar regional; CUIDADO COM PEGADINHA: É AMÉRICA DO SUL, NÃO AMÉRICA LATINA! Desenvolvimento de operações internacionais de apoio à política exterior do Brasil; Ampliar a capacidade de atender aos compromissos internacionais de busca e salvamento; Capacitar a Base Industrial de Defesa para que conquiste autonomia em tecnologias: desenvolvimento de materiais que tenham uso dual; Manter o Serviço Militar Obrigatório: mobilização do povo brasileiro. O militar brasileiro precisa reunir qualificação e rusticidade. Precisa dominar as tecnologias e as práticas operacionais exigidas pelo conceito de flexibilidade. Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas: chefiado por um oficial-general de último posto, e terá a participação de um Comitê, integrado pelos Chefes dos Estados-Maiores das três Forças. Subordinado diretamente ao Ministro da Defesa. A formulação e a execução da política de obtenção de produtos de defesa serão centralizadas no Ministério da Defesa, sob a responsabilidade da Secretaria de Produtos de Defesa (SEPROD). @nutri.passei l Por Leilane Leal 14 Cada força tem um Comandante: Indicado pelo Ministro da Defesa Nomeado pelo Presidente da República O Chefe-de-Estado-Maior é subordinado ao Comandante da Força: Função: Agentes da formulação estratégica Função: direção, gestão e formulação da política e doutrina da sua força Cada força tem um Chefe-de-Estado-Maior EIXOS ESTRUTURANTES: São três eixos: Organização e orientação das Forças Armadas Reorganização da Industria Nacional de Material de Defesa Composição do efetivo das Forças Armadas e serviço militar obrigatório o A base da defesa nacional é a identificação da Nação com as Forças Armadas e das Forças Armadas com a Nação. o Critérios: combinação do vigor físico com a capacidade analítica e representação de todas as classes sociais e regiões do País. Objetivos estratégicos das Forças Armadas Marinha do Brasil (MB) 1. A MB se pautará por um desenvolvimento DESIGUAL E CONJUNTO: as tarefas serão em determinada ordem e sequência relação entre as tarefas estratégicas de negação do uso do mar, de controle de áreas marítimas e de projeção de poder. Prioridade: Negar o uso do mar às forças inimigas para organizar a estratégia de defesa marítima. o Depois: Projeção de poder. A projeção de poder se subordina, hierarquicamente, à negação do uso do mar. o Áreas litorâneas de atenção especial para controle do acesso marítimo: faixa que vai de Santos a Vitória e a área em torno da foz do rio Amazonas. @nutri.passei l Por Leilane Leal 15 A negação do uso do mar, o controle de áreas marítimas e a projeção de poder devem ter por foco, sem hierarquização de objetivos e de acordo com as circunstâncias: (a) defesa proativa das plataformas petrolíferas; (b) defesa proativa das instalações navais e portuárias, dos arquipélagos e das ilhas oceânicas; (c) prontidão para responder ameaças às vias marítimas de comércio; (d) capacidade de participar de operações internacionais de paz, fora do território e das águas jurisdicionais brasileiras, sob a égide das Nações Unidas ou de organismos multilaterais da região. Estratégicas de acesso marítimo ao Brasil áreas do litoral continuarão a merecer atenção especial, do ponto de vista da necessidade de controlar o acesso marítimo ao Brasil: a faixa que vai de Santos a Vitória e a área em torno da foz do Rio Amazonas. 2. A doutrina do desenvolvimento desigual e conjunto tem implicações para a reconfiguração das forças navais. – Implicação mais importante é que a Marinha se reconstruirá, por etapas, como uma arma balanceada entre o componente submarino, o componente de superfície e o componente aeroespacial. 3. Para assegurar o objetivo de negação do uso do mar, o Brasil contará com força naval submarina de envergadura, composta de submarinos convencionais e de submarinos de propulsão nuclear. O Brasil manterá e desenvolverá sua capacidade de projetar e de fabricar esses submarinos. 4. Para projeção de poder: Fuzileiros Navais meios em permanente condição de pronto emprego. Nas vias fluviais, serão fundamentais para assegurar o controle das margens durante as operações ribeirinhas. O Corpo de Fuzileiros Navais consolidar-se-á como a força de caráter expedicionário por excelência. 5. Importância dos Navios de grande e menor porte e trabalho conjunto com a força aérea. Serão preferidos os navios-aeródromos convencionais e de dedicação exclusiva. A Marinha contará, também, com embarcações de combate, de transporte e de patrulha, oceânicas, litorâneas e fluviais. Serão concebidas e fabricadas de acordo com a mesma preocupação de versatilidade funcional que orientará a construção das belonaves de alto mar. A Marinha adensará sua presença nas vias navegáveis das duas grandes bacias fluviais, a do Amazonas e a do Paraguai-Paraná, empregando tanto navios-patrulha como navios-transporte, ambos guarnecidos por helicópteros, adaptados ao regime das águas. A presença da Marinha nas bacias fluviais será facilitada pela dedicação do País à inauguração de um paradigma multimodal de transporte. Esse paradigma contemplará a @nutri.passei l Por Leilane Leal 16 construção das hidrovias do Paraná-Tietê, do Madeira, do Tocantins-Araguaia e do Tapajós-Teles Pires. As barragens serão, quando possível, providas de eclusas, de modo a assegurar franca navegabilidade às hidrovias. 6. O monitoramento da superfície do mar, a partir do espaço, deverá integrar o repertório de práticas e capacitações operacionais da Marinha. 7. A constituição de uma força e de uma estratégia navais que integrem os componentes submarino, de superfície e aéreo, permitirá realçar a flexibilidade com que se resguarda o objetivo prioritário da estratégia de segurança marítima: a dissuasão com a negação do uso do mar ao inimigo que se aproxime, por meio do mar, do Brasil. Em amplo espectro de circunstâncias de combate, sobretudo quando a força inimiga for muito mais poderosa, a força de superfície será concebida e operada como reserva tática ou estratégica. Preferencialmente, e sempre que a situação tática permitir, a força de superfície será engajada no conflito depois do emprego inicial. Força submarina atuará de maneira coordenada com os veículos espaciais (para efeito de monitoramento) e com meios aéreos (para efeito de fogo focado). 8. Aviação Naval, embarcada em navios: elo entre a força submarina e a força naval de superfície. A Marinha trabalhará com a indústria nacional de material de defesa para desenvolver um avião versátil, de defesa e ataque, que maximize o potencial aéreo defensivo e ofensivo. 9. A Marinha iniciará os estudos e preparativos para estabelecer, em lugar próprio, o mais próximo possível da foz do rio Amazonas, uma base naval de uso múltiplo, comparável, na abrangência e na densidade de seus meios, à Base Naval do Rio de Janeiro. 10. A Marinha acelerará o trabalho de instalação de suas bases de submarinos, convencionais e de propulsão nuclear. Os setores estratégicos: o espacial, o cibernético e o nuclear essenciais para a defesa nacional. Prioridades: Setor espacial: Projetar e fabricar veículos lançadores de satélites e desenvolver tecnologias de guiamento; Projetar e fabricar satélites, sobretudo os geoestacionários; Desenvolver tecnologias de comunicações, controle e comando; Desenvolver tecnologia de determinação de posicionamento geográfico a partir de satélites. Setor cibernético: Usos industriais, educativos e militares. Fortalecer o Centro de Defesa Cibernética; Aprimorar a Segurança da Informação e Comunicações (SIC), Fomentar a pesquisa científica; Desenvolvimento de sistemas de uso dual; Desenvolver tecnologias que @nutri.passei l Por Leilane Leal 17 permitam o planejamento e a execução da Defesa Cibernética no âmbito do Ministério da Defesa; Capacitação para uso dos poderes cibernéticos; Estruturar a produção de conhecimento oriundo da fonte cibernética. Setor nuclear: Só pode para FINS PACÍFICOS desarmamento nuclear das potências nucleares. Desenvolvimento do ciclo do combustível (inclusive a gaseificação e o enriquecimento) e da tecnologia da construção de reatores, para uso exclusivo do Brasil; Acelerar o mapeamento, a prospecção e o aproveitamento das jazidas de urânio. Brasil não aderirá a acréscimos ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Nos três setores, as parcerias com outros países e as compras de produtos e serviços no exterior devem ser compatibilizadas. A defesa do Brasil requer a reorganização da Base Industrial de Defesa (BID) – formada pelo conjunto integrado de empresas públicas e privadas, e de organizações civis e militares. Reorganização da Base Industrial de Defesa Brasileira – Principais Diretrizes • Dar prioridade ao desenvolvimento de capacitações tecnológicas independentes; • Subordinar as considerações comerciais aos imperativos estratégicos; • Evitar que a Base Industrial de Defesa polarize-se entre pesquisa avançada e produção rotineira; e • Usar o desenvolvimento de tecnologias de defesa como foco para o desenvolvimento de capacitações operacionais. Já caiu em prova! Prova SMV 2017 De acordo com a Estratégia Nacional de Defesa (Decreto nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008), a construção de meios para exercer o controle de áreas marítimas terá como focos as áreas estratégicas de acesso marítimo ao Brasil. Duas áreas do litoral continuarão a merecer atenção especial, do ponto de vista da necessidade de controlar o acesso marítimo ao Brasil. Quais são essas áreas? (A) A faixa que vai de Fortaleza a Natal e a área que contém os afluentes do rio Amazonas. (B) A faixa que vai da Bahia ao Rio de Janeiro e a área em torno da foz do Rio da Prata. (C) A faixa que vai de Santos a Vitória e a área em torno da foz do rio Amazonas. (D) A faixa que vai do Rio de Janeiro a Florianópolis e a área que contém os afluentes do rio Paraguai. (E) A faixa que vai de Porto Alegre ao Chuí e a área em torno da hidrovia do Paraná-Tietê. Gabarito: C Comentário: “Duas áreas do litoral continuarão a merecer atenção especial, do ponto de vista da necessidade de controlar o acesso marítimo ao Brasil: a faixa que vai de Santos a Vitória e a área em torno da foz do rio Amazonas”. Prova SMV 2017 @nutri.passei l Por Leilane Leal 18 De acordo com as Diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa (Decreto nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008), a organização das Forças Armadas está baseada sobre que égide? (A) Deslocamento, concentração e permanência. (B) Surpresa, preparo e unidade de comando. (C) Manobra, prontidão e segurança, (D) Monitoramento/controle, mobilidade e presença. (E) Simplicidade, flexibilidade e mobilidade. Gabarito: D Comentário: Segunda Diretriz: Organização pelo trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença. Prova SMV 2018 Com base nas disposições do decreto nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008, assinale a opção que NÃO contempla diretriz da Estratégia Nacional de Defesa. (A) Adensar a presença de unidades do Exército, da Marinha e da Força Aérea nas fronteiras. (B) Manter o Serviço Militar Obrigatório. (C) Ampliar a capacidade de atender aos compromissos internacionais de busca e salvamento. (D) Individualizar e setorizar a operação das Forças Armadas. (E) Preparar efetivos para o cumprimento de missões de garantia da lei e da ordem, nos termos da Constituição Federal. Gabarito: D Comentário: Sempre que visualizar a palavra NÃO ou INCORRETA, já grife e leia com atenção. Todas as 4 são diretrizes, exceto a alternativa D: não se fala sobre individualizar e setorizar operações. Prova SMV 2016 De acordo com as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, assinale a opção INCORRETA. (A) Priorizar a região amazônica. (B) Dissuadir a concentração de forças hostis nas fronteiras terrestres, nos limites das águas jurisdicionais brasileiras, e impedir-lhes o uso do espaço aéreo nacional. (C) Fortalecer três setores de importância estratégica: o social, o cibernético e o nuclear. (D) Estruturar o potencial estratégico em torno de capacidades. (E) Preparar as Forças Armadas para desempenharem responsabilidades crescentes em operações de manutenção de paz. Gabarito: C Comentário: Os três setores de importância estratégicos são NUCLEAR, CIBERNÉTICO e ESPACIAL. @nutri.passei l Por Leilane Leal 19 Legislação Militar-Naval ESTATUTO DOS MILITARES É a Lei nº 6.880, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1980. É desse tópico que saem boa parte das questões de prova. Sempre cai cerca de 2 a 4 questões do Estatuto na prova. Dê atenção ao estudado aqui. 1. Disposições Preliminares: Militares podem ser: Da ativa: de carreira, temporários (TEMPORÁRIO PODE SER OBRIGATÓRIO OU VOLUNTÁRIO), componentes da reserva, alunos de órgao de formação militar e EM TEMPO DE GUERRA, TODO CIDADÃO BRASILEIRO MOBILIZADO PARA O SERVIÇO ATIVO NAS FORÇAS ARMADAS. Da inatividade: da reserva remunerada, reformados ou os da reserva remunerada e, excepcionalmente, os reformados, que estejam executando tarefa por tempo certo, segundo regulamentação para cada Força Armada (são os militares que continuam trabalhando depois da reserva). São considerados reserva das Forças Armadas: I - individualmente: a) os militares da reserva remunerada; e b) os demais cidadãos em condições de convocação ou de mobilização para a ativa. II - no seu conjunto: a) as Polícias Militares; b) os Corpos de Bombeiros Militares. Policiais militares e corpo de bombeiros militares são considerados reserva das Forças Armadas. o A marinha mercante e aviação civil também são, mas o pessoal só é considerado militar quando convocado para as forças armadas. A carreira militar é caracterizada por atividade continuada e inteiramente devotada às finalidades precípuas das Forças Armadas, denominada atividade militar. 2. Do Ingresso nas Forças Armadas É facultado: por INCORPORAÇÃO, MATRÍCULA ou NOMEAÇÃO. Se for conveniente, pessoa com notória competencia tecnico-profissional ou cultura científica poderá ser convocado serviço ativo de caráter transitório. @nutri.passei l Por Leilane Leal 20 Em tempo de paz e independentemente de convocação, os integrantes da reserva poderão ser designados para o serviço ativo, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária. A incorporação às Forças Armadas de deputados federais e senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de licença da Câmara respectiva. 3. Da Hierarquia Militar e da Disciplina A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. Deve ser mantidos na ativa ou na reserva. o A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico. Hierarquia: ordenação (posto ou graduação) de autoridade. Disciplina: rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar. Círculos hierárquicos: âmbitos de convivência entre os militares da mesma categoria, para desenvolver o espírito de camaradagem, sem prejuízo do respeito mútuo. Grau-hierárquico do OFICIAL Conferido por ato do Presidente da República Ministro de Força Singular PODE CONFERIR e ser confirmado em Carta Patente Almirante, Marechal e Marechaldo-Ar somente existem em tempo de guerra GRADUAÇÃO POSTO Grau-hierárquico da PRAÇA Conferido pela autoridade militar competente Guardas-Marinha, os Aspirantes-aOficial e os alunos de órgãos de formação de militares são denominados praças especiais A precedência entre militares da ativa do mesmo grau hierárquico, ou correspondente, é assegurada pela antigüidade no posto ou graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida em lei. o Antiguidade é contada a partir da data da assinatura do ato da respectiva promoção, @nutri.passei l Por Leilane Leal 21 nomeação, declaração ou incorporação. Praças especiais: Guardas-Marinha e os Aspirantes-a-Oficial são hierarquicamente superiores às demais praças. Aspirantes (Escola Naval), Cadetes (Agulhas Negras e FAB) e alunos do ITA e IME (institutos tecnológicos) são hierarquicamente superiores aos Suboficiais e aos Subtenentes. Alunos de Escola Preparatória de Cadetes e do Colégio Naval têm precedência sobre os Terceiros-Sargentos, aos quais são equiparados. Alunos dos órgãos de formação de oficiais da reserva, quando fardados, têm precedência sobre os Cabos, aos quais são equiparados. 4. Do Cargo e da Função Militares Cargo: conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades cometidos a um militar em serviço ativo. Função militar: exercício das obrigações inerentes ao cargo militar. Obrigações compatíveis ao grau hierárquico devem ser respeitadas. O provimento de cargo militar far-se-á por ato de nomeação ou determinação expressa da autoridade competente. CARGO VAGO: é o cargo no ato da sua criação até que um militar assuma; e aqueles cujo o ocupante tenha: Falecido Considerado extraviado Sido prisioneiro Considerado desertor A remuneração do militar será calculada com base no soldo inerente ao seu posto ou à sua graduação, independentemente do cargo que ocupar. 5. Ética e Valor Militar Maioria das cobranças em prova é sobre esse assunto! Aqui não tem jeito: é ler e decorar palavras-chave! Manifestações essenciais do Valor Militar: I – Patriotismo: vontade inabalável de cumprir o dever militar; pelo solene juramento de fidelidade à Pátria até com o sacrifício da própria vida; II - O civismo E o culto das tradições históricas; III - A fé na missão elevada das Forças Armadas; IV - O espírito de corpo, orgulho do militar pela organização onde serve; V - O amor à profissão das armas e o entusiasmo com que é exercida; e VI - O aprimoramento técnico-profissional. @nutri.passei l Por Leilane Leal 22 Uso das cores para ser mais fácil de decorar: Azul: o que deve fazer Vermelho: o que não deve fazer Preceitos da Ética Militar: I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento de dignidade pessoal; II - exercer, com autoridade, eficiência e probidade, as funções que lhe couberem em decorrência do cargo; III - respeitar a dignidade da pessoa humana; IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes; V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados; VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico e, também, pelo dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum; VII - empregar todas as suas energias em benefício do serviço; VIII - praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espírito de cooperação; IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada; X - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza; XI - acatar as autoridades civis; XII - cumprir seus deveres de cidadão; XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular; XIV - observar as normas da boa educação; XV - garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir se como chefe de família modelar; XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou quando já na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro militar; XVII - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros; XVIII - abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas: a) em atividades político-partidárias; b) em atividades comerciais; c) em atividades industriais; d) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e e) no exercício de cargo ou função de natureza civil, mesmo que seja da Administração Pública; e XIX - zelar pelo bom nome das Forças Armadas e de cada um de seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética militar. No intuito de desenvolver a prática profissional, é permitido aos oficiais titulares dos Quadros ou Serviços de Saúde e de Veterinária o exercício de atividade técnico-profissional no meio civil, desde que tal prática não prejudique o serviço. 6. Compromisso militar Todo militar presta compromisso de HONRA (aceitação consciente das obrigações e deveres) e manifesta a firme disposição de bem cumpri-los. Compromisso de caráter SOLENE Prestado sob a forma de juramento à Bandeira na presença de tropa ou guarnição formada É feito quando o militar adquire grau compatível com o perfeito entendimento de seus deveres como integrante das Forças Armadas @nutri.passei l Por Leilane Leal 23 Cada força regula o compromisso dos seus oficiais O compromisso de Guarda-Marinha/Aspirante-a-Oficial é prestado no local de formação. 7. Comando e subordinação Comando: soma de autoridade, deveres e responsabilidades do militar ao conduzir homens ou dirigir uma organização militar. É vinculado ao grau hierárquico Militar é definido como chefe Comando é IMPESSOAL A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal do militar e decorre, exclusivamente, da estrutura hierarquizada das Forças Armadas. Cabe ao militar a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar. 8. Violação das Obrigações e dos Deveres Militares Existe CRIME, CONTRAVENÇÃO e TRANSGRESSÃO disciplinar. A violação da ética é mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer. Em caso de concurso de crime, contravenção e transgressão DE MESMA NATUREZA, sempre se aplica a pena relativa ao mais grave CRIME. Não observância dos deveres militares Falta de exação no cumprimento das tarefas Responde por responsabilidade: Funcional Disciplinar Pecuniária Poderá resultar na incompatibilidade do militar com o cargo ou pela incapacidade para o exercício das funções militares a ele inerentes. É afastado do cargo. São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento do exercício da função: a) o Presidente da República; b) os Comandantes de cada Força e o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; e c) os comandantes, os chefes e os diretores, na conformidade da legislação de cada Força. O militar que for afastado do cargo, fica privado do exercício de qualquer função militar até a solução do processo ou das providências legais cabíveis. São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político. 9. Crimes, contravenções e transgressões @nutri.passei l Por Leilane Leal 24 O Código Penal Militar classifica os crimes militares, em tempo de paz e em tempo de guerra, e dispõe sobre a aplicação aos militares das penas correspondentes aos crimes por eles cometidos. Os regulamentos disciplinares das Forças Armadas especificarão e classificarão as contravenções ou transgressões disciplinares e estabelecerão as normas relativas à amplitude e aplicação das penas disciplinares e recursos cabíveis. As penas disciplinares de IMPEDIMENTO, DETENÇÃO ou PRISÃO não podem ultrapassar 30 (TRINTA) DIAS. Já caiu em prova! Prova SMV 2016 Segundo o Estatuto dos Militares (Lei nº. 6.880, de 9 de dezembro de 1980), as penas disciplinares de impedimento, detenção ou prisão não poderão ultrapassar: (A) dez dias. (B) vinte dias. (C) trinta dias. (D) quarenta dias. (E) cinquenta dias. Gabarito: C Gabarito: Tá no quadrinho no início da página, grifado e em negrito para não esquecer: 30 dias. Prova SMV 2020 Assinale a opção que corresponde a uma manifestação essencial do valor militar, de acordo com o Estatuto dos Militares. (A) Cumprir deveres de cidadão. (B) Observar as normas da boa educação. (C) Empregar todas as energias em benefício do serviço. (D) Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados. (E) Amar a profissão das armas e entusiasmar-se com o que exerce. Gabarito: E Gabarito: São 6 manifestações. Decore as palavras-chave: patriotismo, civismo, fé, espírito de corpo, amor à profissão e aprimoramento. Com as palavra-chave, você já percebe que não são verbos, o único verbo é o amar. Logo, letra E. Prova SMV 2018 O Estatuto dos Militares (lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980) define posto e graduação dos militares. Considerando as disposições dessa lei que tratam sobre o posto e a graduação, assinale a opção correta. (A) Os Guardas-Marinha têm o menor posto na Marinha do Brasil. @nutri.passei l Por Leilane Leal 25 (B) Todo posto é confirmado em Carta-Patente. (C) O posto de Almirante existe em tempo de paz na Marinha do Brasil. (D) A graduação é um círculo hierárquico conferido pela autoridade competente. (E) O merecimento no posto ou graduação é um dos critérios para assegurar a precedência entre militares. Gabarito: B Gabarito: Guarda-Marinha é praça especial, logo não tem posto; Almirante só existe em tempos de paz; graduação é grau e não círculo hierárquico; não existe grau de merecimento no posto para antiguidade. Logo: letra B. Prova SMV 2017 De acordo com o Estatuto dos Militares, assinale a opção que completa corretamente as lacunas da sentença abaixo. Todo cidadão, após ingressar em uma das Forças Armadas mediante incorporação, matrícula ou nomeação, prestará compromisso de ___________, no qual afirmará a sua aceitação __________ das obrigações e dos ____________ militares e manifestar a sua firme disposição de bem cumprilos. (A) honra / voluntária / valores (B) honra / consciente / deveres (C) sangue / consciente / deveres (D) honra / consciente / valores (E) sangue / voluntária / valores Gabarito: B Comentários: Repetição do texto exato das páginas anteriores: “Todo militar presta compromisso de HONRA (aceitação consciente das obrigações e deveres) e manifesta a firme disposição de bem cumpri-los”. Prova SMV 2020 Considerando o Art. 16 do Estatuto dos Militares, o qual dispõe sobre os círculos hierárquicos e a escala hierárquica nas Forças Armadas, bem como a correspondência entre os postos e as graduações da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, assinale a opção correta. (A) Graduação é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Presidente da República ou do Ministro de Força Singular e confirmado em Carta Patente. (B) Almirante, Marechal e Marechal do Ar podem alcançar a promoção em tempo de paz. (C) Posto é o grau hierárquico da praça, conferido pela autoridade militar competente. (D) Os Guardas-Marinha, os Aspirantes a Oficial e os alunos de órgãos específicos de formação de militares são denominados praças especiais. (E) Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Corpos, Quadros, Armas, Serviços, Especialidades ou Subespecialidades são fixados de forma única nas Forças Armadas. Gabarito: D Comentários: Oficial tem POSTO e não graduação; não é promoção, é um posto em tempos de @nutri.passei l Por Leilane Leal 26 guerra; Praça tem GRADUAÇÃO e não posto; não são de forma única. Correta é a letra D. Prova SMV 2017 A responsabilidade integral pelas decisões que tomar um militar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar cabe ao (A) seu superior direto. (B) comandante de sua Unidade. (C) comando de sua Força. (D) grupo que lidera. (E) próprio militar. Gabarito: E Comentário: O militar é o único responsável pelos seus atos. Prova SMV 2021 Conforme o Art. 4º do Estatuto dos Militares, são considerados reserva das Forças Armadas individualmente: (A) os Corpos de Bombeiros Militares e os demais cidadãos em condições de convocação ou de mobilização para a ativa. (B) as Polícias Militares e os militares da reserva remunerada. (C) os Corpos de Bombeiros Militares e os militares da reserva remunerada. (D) as Polícias Militares e os demais cidadãos em condições de convocação ou de mobilização para a ativa. (E) os militares da reserva remunerada e os demais cidadãos em condições de convocação ou de mobilização para a ativa. Gabarito: E Comentários: O que mata a questão é a palavra INDIVIDUALMENTE. Polícia Militar e Corpo de Bombeiro Militar são reserva das FFAA no seu conjunto. Individualmente são os citados na letra E. Só esse conhecimento já resolve a questão. Prova SMV 2016 Salvo nos casos de precedência funcional estabelecidos em lei, como é assegurada a precedência entre militares da ativa do mesmo grau hierárquico? (A) Pela responsabilidade. (B) Pela antiguidade. (C) Pelo respeito. (D) Pelo posto. (E) Pela graduação. Gabarito: B Comentários: Uma das bases institucionais da Marinha é a hierarquia. Por hierarquia se entende uma relação com ANTIGUIDADE. Sempre que se falar em precedência, a hierarquia vai prevalecer. Na MB sempre se fala em “mais antigo”, “mais moderno”. Letra B a resposta. @nutri.passei l Por Leilane Leal 27 Doutrina de Liderança da Marinha Pelo menos 2 questões sobre Liderança são certas na prova. De todas as provas, mais de 10% das questões foi sobre esse assunto. CHEFIA E LIDERANÇA Chefia, comando ou direção: conjunto de ações e decisões tomadas pelo mais antigo, com autoridade para tal, na sua esfera de competência. Autoridade advinda da responsabilidade da função Chefe É associada ao posto ou graduação (antiguidade) O mais antigo pode ser: Atributo de líder Condutor de homens Capacidade individual de influenciar e liderar subordinados Comandar é exercer CHEFIA E LIDERANÇA são processos simultâneos e complementares. Os melhores resultados no tocante à liderança ocorrem quando ela é desenvolvida, não sendo impositiva. A liderança deve ser um processo dinâmico e progressivo de aprendizado, desenvolvido nos cursos de carreira e no dia a dia das OM (organizações militares). @nutri.passei l Por Leilane Leal 28 ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA LIDERANÇA LIDERANÇA: processo que consiste em influenciar pessoas no sentido de que ajam, voluntariamente, em prol do cumprimento da missão. 1. Aspectos filosóficos Desenvolver o senso crítico, que fornece ao indivíduo bases metodológicas para efetuar, permanentemente, o exame corrente da situação, favorecendo o processo de tomada de decisões. 2. Aspectos psicológicos Importância da personalidade e as mudanças psicológicas oriundas de processos de influenciação e de aprendizagem são importantes para o processo de liderança. 3. Aspectos sociológicos A liderança envolve líder, liderados, e contexto (ou situação), constituindo, fundamentalmente, uma relação. Visão da atuação de um líder sobre grupos humanos. FATORES DA LIDERANÇA O LÍDER: O líder deve conhecer a si mesmo, para saber de suas capacidades, características e limitações, evitando atribuir aos seus liderados falhas ou restrições. O LIDERADO: O conhecimento dos liderados é fator essencial para o exercício da liderança e depende do entendimento claro da natureza humana, das suas necessidades, emoções e motivações. A SITUAÇÃO: necessidade exaustiva da prática da liderança, para o sucesso do líder, levando sempre em conta a cultura e/ou a subcultura organizacional da instituição. A COMUNICAÇÃO: processo essencial à liderança, que consiste na troca de ordens, informações e ideias, só ocorrendo quando a mensagem é recebida e compreendida. @nutri.passei l Por Leilane Leal 29 ESTILOS DE LIDERANÇA Quanto ao grau de centralização de poder: Quanto ao tipo de incentivo: Quanto ao foco do líder: @nutri.passei l Por Leilane Leal Liderança autocrática: a autoridade formal, aceita como correta e legítima pela estrutura do grupo; Disciplina rígida e relacionamentos formais; Liderança participativa/democrática: opinião do grupo (participação dos subordinados) e decisão final do líder; ambiente de respeito, confiança e entendimento recíprocos. Ex: estado-maior. Liderança delegativa: natureza técnica; líder atribui a assessoria a tomada de decisões específicas. Importância de saber delegar sem perder o conttrole da situação. Liderança transfromacional: indicado para situações de pressão, crise e mudança, que requerem elevados níveis de envolvimento e comprometimento dos subordinados. Liderança transacional: o líder trabalha com interesses e necessidades primárias dos seguidores, oferecendo recompensas de natureza econômica ou psicológica, em troca de esforço para alcançar os resultados. Liderança orientada para a tarefa: o líder focaliza o desempenho de tarefas e a realização de objetivos, transmitindo orientações específicas. Liderança orientada para o relacionamento: o foco do líder é a manutenção e fortalecimento das relações pessoais e do próprio grupo. O líder demonstra sensibilidade às necessidades pessoais dos liderados, concentra-se nas relações interpessoais, no clima e no moral do grupo. 30 ATRIBUTOS DE UM LÍDER Entusiasmo Determinação Exemplo Iniciativa Comunicação Integridade ética Competência Fkexibilidade Respeito LÍDER Autocontrole Lealdade Humildade Autoconfiança Caráter Capacidade de Relacionamento Interpessoal @nutri.passei l Por Leilane Leal Coragem Altruísmo Capacidade decisória Senso de justiça 31 NÍVEIS DE LIDERANÇA Três níveis funcionais: operacional, tático e estratégico, discriminando as características desejáveis para um Líder nos três níveis, de acordo com suas habilidades. Três níveis de liderança: direta, organizacional e estratégica. Atributos da liderança direta: • Comunicação, exemplo, espírito de equipe, tomada de decisão, aprendizagem, supervisão, motivação, desenvolvimento pessoal, pensamento crítico, criatividade, responsabilidade moral, flexibilidade, objetividade, conhecimento profissional. Atributos da liderança organizacional: • Comunicação, formação de uma acessória criativa, tomada de decisão supervisão, orientação aos subordinados, filtragem das informações, pensamento sistêmico, gerenciamento de recursos, previsão de efeitos, sincronização de ações. Atributos da liderança estratégica: • Visão, comunicação, formação de equipe, tomada de decisão, aprendizagem, negociação, estabelecimento de consenso, motivação, desenvolvimento de referências, capacidade de lidar com incertezas e ambiguidades, capacidade de desenvolver a instituição, pensar estrategicamente, conhecer as vantagensestratégicas da tecnologia, transmudar objetivos políticos em militares, planejamento estratégico. Já caiu em prova! Prova SMV 2017 Quais são os níveis de liderança? (A) Direta e indireta. (B) Estratégica e organizacional. (C) Estratégica, organizacional e indireta. (D) Operativa, direta e organizacional. (E) Direta, organizacional e estratégica. Gabarito: E Comentários: São três níveis de liderança: direta, organizacional e estratégica. Prova SMV 2018 Segundo esclarece a publicação EMA-137 do Estado- Maior da Armada, a Doutrina de Liderança @nutri.passei l Por Leilane Leal 32 da Marinha adota certos níveis de liderança que definem com precisão toda a abrangência da liderança. Quanto a esse assunto, considere as afirmativas abaixo. l- Os líderes organizacionais planejam, preparam, executam e controlam diretamente os resultados dos seus trabalhos, que são frequentemente visíveis e imediatos. II - Os líderes estratégicos exercem a sua liderança no âmbito dos níveis mais elevados da instituição e sua atuação não pode extrapolar o âmbito interno da organização. III - A liderança estratégica militar é aquela exercida nos níveis que definem a política e a estratégia da Força. É um processo empregado para conduzir a realização de uma visão de futuro desejável e bem delineada. IV - A liderança organizacional desenvolve-se em organizações de maior envergadura, normalmente estruturadas como Estado-Maior. V - Os líderes diretos devem estimular ao máximo o desenvolvimento de líderes subordinados. Assinale a opção correta. (A) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras. (B) Apenas as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. (C) Apenas as afirmativas III, IV e V são verdadeiras. (D) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras. (E) Apenas a afirmativa II é verdadeira. Gabarito: C Comentários: A liderança organizacional é focada em comunicação, gerenciamento, orientação. Não há a informação de que líderes estratégicos exercem a sua liderança no âmbito dos níveis mais elevados. Logo, alternativa C. Prova SMV 2021 Assinale a opção que apresenta os fatores de Liderança citados na Doutrina de Liderança da Marinha (EMA137). (A) O Lider, os Subordinados, a Disciplina e a Hierarquia. (B) O Lider, os Liderados, a Situação e a Comunicação. (C) O Comando, os Liderados, o Tempo Disponível e o Diálogo. (D) O Comando, os Subordinados, o Tempo Disponível e Hierarquia. (E) Os Subordinados, a Situação, a Disciplina e a Comunicação. Gabarito: B Comentários: Lembrar que o módulo de liderança é dividido em ASPECTOS, FATORES, NÍVEIS e ESTILOS: Não confundir. Sempre que se falar em LÍDER, se presume a presença de um LIDERADO. Não existiria liderança sem as duas figuras. Então a única a alternativa que contem os dois é a B. Lembre-se: você não vai decorar tudo. Porque isso é quase humanamente impossível. São muitos detalhes. Mas aí entra a preparação de prova. A lógica também ajuda a resolver a questão. Faz parte do conhecimento. @nutri.passei l Por Leilane Leal 33 Tradições Navais CONHECENDO O NAVIO Navegar: vem do latim navigare, navis (nave) + agere (dirigir ou conduzir). A bordo: estar por dentro da borda de um navio. Aportar: chegar a um porto. Abordar: chegar à borda para entrar (à força). Amarrar: afastar-se de terra para o mar. Fundear: prender o navio ao fundo. o Se for feito com uma âncora: ancorar. ATENÇÃO: NA MARINHA, ÂNCORA SE CHAMA FERRO! DAÍ VEM O TERMO FUNDEAR. Arribar: entrar em um porto que não seja de escala, ou voltar ao ponto de partida; é, também, desviar o rumo na direção para onde sopra o vento. Proa – é a parte FRONTAL do barco. Popa – é a parte TRASEIRA do barco. Bombordo – é a parte esquerda do barco. Estibordo – é a parte direita do barco. Alhetas – é a parte curva que fica entre a popa e a meia-nau do barco. Meia-nau – é a parte entre a popa e a proa do barco. Belonave: navio de guerra (bellum = guerra). São construídos em arsenais. A unidade de combate naval é o navio. Navio mercante: navio de comércio (mercans = comerciante). Batimento da quilha: cerimônia no estaleiro, na qual a primeira peça estrutural que integrará o navio é posicionada no local da construção. Lançamento: Quando o navio está com o casco pronto, na carreira do estaleiro, e ele é “lançado ao mar”. Se lança O NAVIO pela POPA (traseira). É batizado por uma madrinha e recebe um nome oficial. Baixa: quando um navio é desincorporado, é o fim da vida do navio. Há, então, uma cerimônia de “desincorporação”, com “mostra de desarmamento”. Diz-se que o navio foi “desarmado”. Américo Vespucci: Um dos mais conhecidos armadores do mundo (= armar um navio, provê-lo do necessário à sua utilização – NÃO TEM A VER COM ARMAS). @nutri.passei l Por Leilane Leal 34 O nome do navio é gravado usualmente na proa, em ambos os bordos, local chamado de “bochecha”, e na popa. Nos navios de guerra, usualmente, é gravado só na popa. Cor do navio: Antigamente: eram pintados na cor preta. O costume vinha dos fenícios, que tinham facilidade em conseguir betume, e com ele pintavam os costados de seus navios. Atualmente: cinza ou azul acinzentado, cores que procuram confundir-se com o horizonte ou com o mar das zonas em que navegavam. A bandeira fica na POPA, identifica a nacionalidade do navio, país que sobre ele tem soberania. “Jeque” (do inglês jack): tipo de bandeira que fica na PROA; identifica, dentro de cada nação soberana, quem tem a responsabilidade sobre o navio. Marinha do Brasil: o jeque é uma bandeira com 21 estrelas - “a bandeira do cruzeiro”. Flâmula de Comando: flâmula com 21 estrelas e fica no mastro. Indica que o navio é comandado por um Oficial. Pode ser substituída pela Flâmula de Fim de Comissão, ao término de comissão igual ou superior a seis meses; e por ocasião da Mostra de Desarmamento do Navio. Posições Relativas a Bordo POPA: parte do navio mais respeitada que as demais. Ao entrar no navio, cumprimenta-se a Bandeira Nacional na popa, com o navio no porto. Os lados do navio são os “bordos” e o de boreste é mais importante que o de bombordo. Boreste: onde era feito o governo do navio por uma estaca de madeira em forma de remo. Câmara: local principal do navio. Aloja o Comandante do navio ou oficial mais antigo presente a bordo, com autoridade sobre o navio, ou ainda, um visitante ilustre. Capitânia: navio onde embarca o Comandante da Força Naval chamado “Capitão de Bandeira". Camarote: aloja oficiais Camarim: para uso operacional ou administrativo Coberta: alojamento de praças Praça d’armas: sala de estar e onde os oficiais fazem refeição As refeições de oficiais são presididas pelo Imediato ou, na sua ausência, pelo oficial mais antigo presente, o qual convida os demais a sentarem-se à mesa. Para sair ou entrar precisa pedir permissão ao mais antigo. Mestre do Navio: preside as refeições dos suboficiais e sargentos. Compete ao Mestre d'Armas presidir as refeições dos Cabos e Marinheiros. Nos navios grandes, o local onde fica o Oficial de Serviço, no porto, é o “convés da tolda à ré”. Nele não é permitido a ninguém ficar, exceto o Oficial de Serviço e seus auxiliares. O navio tem agulha, não bússola. Na Marinha não existe corda – EXISTE CABO. Exceções: a corda do sino e a dos relógios. @nutri.passei l Por Leilane Leal 35 Já caiu em prova! Prova SMV 2021 Diante das Tradições Navais, diz-se que na Marinha não há “corda”, a nomeclatura é “cabo”. Entretanto, existem duas exceções, que são: (A) cordas finas e cordas fixas. (B) cordas grossas e cordas finas. (C) cordas fixas e cordas de laborar. (D) corda do sino e cordas de laborar. (E) corda do sino e cordas dos relógios. Gabarito: E Comentários: A resposta está no final desse tópico. As excessões são a corda do sino e a dos relógios. Prova SMV 2020 Qual é o significado do termo “aportar”? (A) Chegar a um porto. (B) Aproximar-se de terra. (C) Fazer entrar pelo porto. (D) Afastar-se da terra para o mar. (E) Fazer sair pelo porto. Gabarito: A Comentários: A resposta está no início deste módulo de Tradições Navais. Portar lembra Porto. Já exclui B e D. O correto é chegar a um porto. “Importar” é fazer entrar pelo porto; “exportar” é fazer sair pelo porto. O conceito aplica-se geralmente à mercadoria, e não ao navio. Prova SMV 2018 Segundo as Tradições Navais da Marinha do Brasil, a Bandeira do Brasil, um dos símbolos nacionais, tem tratamento especial por parte de todos os militares. Sobre esse assunto, assinale a opção correta. (A) Os navios da Marinha do Brasil, quando atracados, fundeados ou amarrados, arvoram a Bandeira Nacional no mastro principal. (B) Na Marinha do Brasil, o Cerimonial de arriar a Bandeira Nacional é feito todos os dias, exatamente na hora do pôr do sol. (C) Nos navios da Marinha do Brasil, todos que entram a bordo pela primeira vez no dia, ou que se retiram de bordo pela última vez no dia, cumprimentam a Bandeira Nacional no mastro principal, com o navio no porto. (D) Os navios da Marinha do Brasil arvoram a Bandeira do Cruzeiro no pau de jeque, localizado na popa, a qual sempre acompanha os movimentos da Bandeira Nacional. (E) A Bandeira do Cruzeiro, em dias de luto, não acompanha a Bandeira Nacional, a meio-pau. Gabarito: B Comentários: A: Os navios da Marinha do Brasil, quando em contato com terra (atracados, @nutri.passei l Por Leilane Leal 36 fundeados ou amarrados), arvoram a Bandeira Nacional no “pau da bandeira” (não é mastro), na popa. C: mais uma vez, não é mastro. D: quem fica na POPA é a bandeira nacional, o jeque fica na PROA. E: A Bandeira do Cruzeiro sempre acompanha os movimentos da Bandeira Nacional. Correta é a letra B. Prova SMV 2020 A bandeira, na popa, identifica a nacionalidade do navio, país que sobre ele tem soberania. Entretanto, há uma bandeira na proa, chamada “Jeque”( do inglês JACK), que identifica, dentro de cada nação soberana, quem tem responsabilidade sobre o navio. Na nossa Marinha, o jeque, também conhecido como “a bandeira do cruzeiro”, é composto por quantas estrelas? (A) 18 (B) 18 (C) 20 (D) 21 (E) 22 Gabarito: D Comentário: Curiosidade: na Marinha, acredita-se que múltiplos de 3, 5 e 7 sempre tiveram significado místico. São 21 estrelas, 21 salvas de canhão... Lembrar dessa curiosidade às vezes é mais fácil que decorar a informação em si. Resposta é a letra D. @nutri.passei l Por Leilane Leal 37 GENTE DE BORDO O “Comandante” é a MAIOR AUTORIDADE a bordo. “Imediato”: “Oficial executivo do navio”; é o substituto eventual do Comandante: seu substituto imediato (como se fosse um vice – vice-diretor, vice-presidente). Gente de bordo: Comandante e Tripulação. O Imediato e Oficiais constituem a “oficialidade”. Os demais tripulantes constituem a Guarnição. Escola Naval: estabelecimento de formação de oficiais do Corpo da Armada, de Intendentes e de Fuzileiros Navais – alunos são Aspirantes e saem como Guarda-Marinha. Escolas de Aprendizes-Marinheiros: local de formação dos praças. Saem Marinheiros. Pertencem à Marinha também: As Escolas responsáveis pela formação de pessoal da Marinha Mercante; funcionam nos Centros de Instrução Almirante Graça Aranha, no Rio de Janeiro, e Almirante Braz de Aguiar, em Belém. 1º Sargento 2º Tenente PRAÇAS Capitão-Tenente 1º Tenente ORDEM DECRESCENTE DE ANTIGUIDADE OFICIAIS Suboficial 2º Sargento 3º Sargento Cabo Marinheiro Navios menores que as corvetas, em geral, são comandados por Capitães-Tenentes. Marinha Mercante: Hierarquia dos Oficiais de Convés: - capitão de longo curso - capitão de cabotagem - 1º oficial de náutica - 2° oficial de náutica. Hierarquia dos Oficiais de Máquinas: - Oficial Superior de Máquinas - 1° Oficial de Máquinas - 2° Oficial de Máquinas. @nutri.passei l Por Leilane Leal 38 Fonte: https://www.marinha.mil.br/tradicoes-navais/gente-de-bordo Já caiu em prova! Prova SMV 2018 Segundo as Tradições Navais da Marinha do Brasil, a hierarquia militar assume importância capital, sendo um dos pilares da instituição. Sobre esse assunto, é correto afirmar que, na Marinha do Brasil: (A) a oficialidade do navio é constituída apenas pelo Imediato e pelos oficiais com antiguidade inferior a dele. (B) os oficiais-generais, em hierarquia ascendente, são Vice-Almirante, Contra-Almirante e Almirante de Esquadra. (C) os Tenentes, em hierarquia ascendente são: 1º Tenente, 2º Tenente e Capitão-Tenente. (D) as praças do Corpo da Armada, em hierarquia ascendente, são Marinheiro, Cabo, PrimeiroSargento, Segundo-Sargento, Terceiro-Sargento e suboficial ou subtenente. (E) os comandantes, em hierarquia ascendente, são Capitães de Fragata, Capitães de Corveta e Capitães de Mar e Guerra. Gabarito: A Comentários: A B é intuitiva, Vice sempre vai estar depois da pessoa de maior “importância”; Na Marinha os números são em ordem decrescente para maior hierarquia – 3º, 2º e 1º é o mais antigo, essa informação resolve a C e a D. A E também está invertida, a ordem é CORVETA, FRAGATA e MAR E GUERRA. Correta é a letra A. Prova SMV 2020 De acordo com as tradições navais vigentes na Marinha do Brasil, os navios são divididos por classes. Qual é considerado navio de 2º Classe? (A) Navio de Desembarque. (D) Navio - Varredor. (B) Navio-Transporte. (E) Rebocador de Alto Mar. (C) Navio- Patrulha Fluvial. Gabarito: B Comentários: Aqui não tem jeito: é o decoreba em ação. Minha dica: decore a 1ª, 3ª e 4ª classe, pois o que sobrar é 2ª classe, que são mais nomes para decorar. Talvez mnemônicos ajudem a decorar. Ex: 4ª classe – PV (patrulha e varredor). @nutri.passei l Por Leilane Leal 39 A ORGANIZAÇÃO DE BORDO Organização do navio de guerra: Todo o pessoal é dividido em QUARTOS DE SERVIÇO, que recebem os nomes de 1° quarto, 2° quarto e 3° quarto. 1 quarto está sempre de SERVIÇO 1 quarto está sempre de FOLGA 1 quarto é o RETÉM que fornecerá pessoal para cobrir faltas eventuais. No porto, haverá sempre, em condições normais, pelo menos, um quarto de serviço. O quarto de 04 às 08 é balizado de "quarto d'alva" (a hora d'alva, do amanhecer). Oficial de Quarto: usa um apito, com um cadarço preto. No porto, o “Oficial de Serviço”, além do apito, usa um cinturão com coldre e pistola. Contramestre de Serviço: ajudante do Oficial para manobra e aspectos de ordem marinheira do navio, que tem a graduação de Suboficial ou Sargento e usa um apito com cadarço preto, um cinturão com coldre e pistola. Polícia: é um Sargento ou um Cabo, encarregado de auxiliar o Oficial de Serviço na fiscalização da disciplina e da rotina, usa um cinto especial e um cassetete. Cabo Auxiliar: usa um apito com cadarço preto e um cinto especial na cintura, com sabre, é o encarregado de dar os toques (silvos de apito que transmitem informações e ordens), efetuar as batidas do sino, marcando os quartos, e fazer cumprir a rotina de bordo. Ronda: é um mensageiro às ordens do Oficial de Serviço e usa um cinto especial. No período compreendido entre os toques de alvorada e de silêncio, os intervalos dos quartos são marcados por batidas do sino de bordo, feitas ao fim de cada meia hora. Fainas: são as tarefas para se fazer a bordo, os trabalhos. As fainas são gerais, comuns, especiais ou de emergência. São formaturas gerais: Parada; Mostra; Distribuição de faxina; Postos de continência; Bandeira; e Concentração da tripulação. @nutri.passei l Por Leilane Leal 40 CERIMONIAL DE BORDO Saudar Pavilhão: se presta continência ao Pavilhão Nacional fica arvorado na popa , das 8 horas até o pôr do sol. Isto se faz ao entrar a bordo pela primeira vez e ao sair pela última vez, no dia. Saudar o Comandante: se sauda o Comandante pela manhã (quando em viagem ou serviço) e à noite após o Cerimônial da Bandeira ao pôr do sol. Saudar o Imediato: para Oficiais, sempre ao entrar e retirar-se de bordo. Saudação entre Militares: vem do espírito de disciplina. A continência é a saudação prestada pelo militar ou pela tropa, sendo impessoal e visando sempre a Autoridade e não a pessoa. A continência parte do militar de MENOR precedência para o mais antigo, e o mais antigo responde (é obrigado retribuir o gesto). Se tiver dúvida quanto à antiguidade, os dois prestam simultaneamente. O militar pode prestar continência para um civil, como cortesia. O militar NÃO PODE prestar continência se estiver em traje civil. É apenas fardado. Saudação com Espada: O gesto de levar a ponta da espada até o chão é uma antiga demonstração de submissão a uma autoridade superior. Cerimonial à Bandeira: Bandeira Nacional fica na Popa (mais uma vez: traseira do navio – DECORE ISSO). A Bandeira do Cruzeiro, que é arvorada no pau do jeque, acompanha os movimentos da Bandeira Nacional na popa. Ou seja, é içada e arriada junto. A Bandeira é içada às 08h da manhã. É arriada na hora exata do pôr do sol (todo dia muda, os militares de serviço recebem a informação para saber a hora de formar para o cerimonial). Durante o Cerimonial são dados 7 apitos (chamados de VIVAS) e todos prestam continência. Após arriar a Bandeira ao final do dia, dá boa noite ao Comandante ou ao mais antigo à bordo. Durante o Cerimonial à Bandeira é vedada a entrada ou saída de pessoas e veículos na OM que o realiza, salvo se localizada próxima à via pública. Na Marinha, Mastro se chama PAU. É pau da bandeira e pau do jeque. Ideal que sejam de madeira e envernizados. @nutri.passei l Por Leilane Leal 41 Bandeira a Meio-Pau = Bandeira a meio mastro. É sinal de luto. O navio mercante que passa ao largo de um navio de guerra cumprimenta-o, amando sua Bandeira Nacional, fazendo o de guerra o mesmo, como resposta. Salva: é a saudação com canhões utilizada em cerimônias. VINTE E UMA salvas é o máximo que se usa, porque é um número é múltiplo de três e acredita-se que os números 3, 5 e 7 sempre tiveram significado místico. O intervalo das salvas festivas é de cinco segundos, entre um tiro e outro. Postos de Continência: toda a guarnição fica distribuída pela borda do navio, no bordo por onde vai passar a autoridade a saudar, numa demonstração de respeito. Em OM (Organização Militar) de terra, também acontece o mesmo. Vivas: saudação à autoridade que passa perto do navio. É feito tirando o boné e levando ao peito. Tira-se o boné do peito, com a mão direita, e leva-se para o alto, sete vezes ao som do apito. Vivas do apito: sete vivas, pelo apito do marinheiro no Cerimonial à Bandeira. Cerimonial de Recepção e Despedida Os oficiais ao entrarem e saírem de bordo fazem jus a um cerimonial correspondente à sua patente – muda o número de apitos e de BOYS (são os marinheiros que ficam ledeando ao oficial, na escada de portaló e no convés). Quando o Comandante é recebido no seu próprio navio, é o Mestre quem executa os apitos do cerimonial. Os toques de apito devem ser dados apenas pelo Mestre ou Contramestre de Serviço. @nutri.passei l Por Leilane Leal 42 UNIFORME E SEUS ACESSÓRIOS Aqui são muitos detalhes. Esse assunto nunca caiu em prova. Mas não pode ser negligenciado. Esse pode ser justamente o ano que caia. Não é do perfil da Marinha colocar figuras e cobrar o nome de cada parte. Mas o concurso tem ficado cada vez mais concorrido e a tendência é que caiam questões cada vez mais complexas. Cito aqui apenas os pontos mais relevantes. Uniforme de Oficiais: Uniforme “Branco de Verão” Boné Platinas – As listras douradas são GALÕES Fonte: https://www.marinha.mil.br/tradicoes-navais/uniformes-e-seus-acessorios Os sargentos, cabos e marinheiros cursados usam sempre, para distinção de graduação, divisas nos braços. Os marinheiros-recrutas, aprendizes e grumetes não usam divisas. Os Cabos e Marinheiros usam uniformes, brancos ou azuis, de gola, e na cabeça, bonés sem pala. Uniforme de trabalho são de cor mescla, com chapéus redondos típicos, de cor branca, chamados caxangá. Marinheiro: uniforme é universal. Suas características são, principalmente, o lenço preto ao pescoço e a gola azul com três listras. As três listas da gola são reminiscência do costume antigo de se indicar, por meio de fitas, presas ao pelerine (capa utilizada sobre os ombros), o tempo de serviço do embarcado. A cor azul é adotada por quase todas as marinhas do mundo. Gorro de fita: utilizado pelos Fuzileiros Navais caracteriza o uniforme dos Marinheiros de terra, soldados do mar. Apito Marinheiro: preso ao pescoço por um cadarço de tecido e tem utilização para os toques de rotina e comando de manobras. O Oficial de Serviço utiliza um apito, que não é o tradicional, e serve para cumprimentar @nutri.passei l Por Leilane Leal 43 ou responder a cumprimentos dos cerimoniais. Tipos de toques de apito: toques de Continência e Cerimonial, Fainas, Pessoal Subalterno, Divisões e Manobras. Alamares: é o nome dessa corda presa à farda. Quem usa são os ajudantes de ordens. Os Oficiais Chefes de Estado-Maior e Oficiais do Gabinete de uma autoridade naval também usam esse símbolo, por serem seus ajudantes mais diretos. O conjunto é usado do lado esquerdo. Oficiais do Gabinete Militar da Presidência da República usam os alamares do lado direito. Condecorações e Medalhas: são usadas no lado esquerdo do peito. Já caiu em prova! Prova SMV 2018 Segundo as Tradições Navais da Marinha do Brasil, o Apito Marinheiro, ao longo dos tempos, tem sido uma das peças mais características do equipamento de uso pessoal da gente de bordo. Sobre esse assunto, é correto afirmar que, na Marinha do Brasil: (A) na época dos navios a vela, a rotina de bordo era marcada com toques de apito, o que não mais ocorre na atualidade. (B) o Apito Marinheiro tornou-se uma espécie de distintivo de autoridade e mesmo de honra, sendo utilizado por todos os oficiais para a transmissão de ordens. (C) hoje, o Apito Marinheiro continua preso ao pescoço por um cadarço de tecido e tem utilização apenas para comando de manobras. (D) os toques de apitos estão grupados, por tipos, em toques de Continência e Cerimonial, Fainas, Pessoal Subalterno, Divisões e Manobras. (E) o Oficial de Serviço utiliza o Apito Marinheiro, que serve para cumprimentar ou responder a cumprimentos dos cerimoniais. Gabarito: D Comentários: Está no material: Tipos de toques de apito: toques de Continência e Cerimonial, Fainas, Pessoal Subalterno, Divisões e Manobras. O apito do Oficial de Serviço não é o tradicional (marinheiro), logo a E está errada. O apito tem mais funções que apenas comandos de manobras, a rotina ainda continua sendo feita com auxílio do apito e nem todos os oficiais utilizam, apenas os de serviço, sendo estes os erros das demais alternativas. Correta é a letra D. Prova SMV 2018 A farda dos militares não se constitui em uma simples veste, mas, sobretudo, constitui-se em uma segunda pele, que adere à própria alma, irreversivelmente e para sempre. Nesse sentido, os uniformes dos militares têm por finalidade principal caracterizá-los, permitindo, à primeira vista, @nutri.passei l Por Leilane Leal 44 distingui-los. Sobre esse assunto, assinale a opção correta. (A) Os sargentos, Cabos e Marinheiros cursados usam sempre, para distinção de graduação, divisas nos ombros. (B) O uniforme típico de Marinheiro é universal. Suas características são, principalmente, o lenço azul ao pescoço e a gola preta com três listras. (C) Os Marinheiros-Recrutas, Aprendizes-Marinheiros e Grumetes, em seus uniformes, usam divisas no braço. (D) Os Cabos e Marinheiros usam uniformes brancos ou azuis, de gola, e na cabeça sempre chapéus redondos típicos, de cor branca, denominados caxangá. (E) O gorro de fita é uma das tradições que foram incorporadas à Marinha do Brasil, caracterizando de forma impar o uniforme dos Fuzileiros Navais. Gabarito: E Comentário: Cabo e Marinheiro não usa divisa no ombro; o uniforme do marinheiro é gola azul; cabos e marinheiros usam caxangá apenas no trabalho e não sempre. Aprendizes e grumetes não utilizam divisas. Correta é a letra E. @nutri.passei l Por Leilane Leal 45 EXPRESSÕES CORRIQUEIRAS SAFO • Tudo que está correndo bem • Ou para tudo que faz as coisas correrem bem PEGAR • Contrário de safo. • Significa que não está dando certo. • Tá pegando = tá errado ONÇA • Dificuldade • "Estar na onça" é estar em apuros ROSCA FINA • Quando o superior é exigente • = voga picada SAFA ONÇA • Significa salvação. • Safa onça é tudo que soluciona uma emergência VOGA LARGA • Contrário de voga picada/rosca fina Já caiu em prova! Prova SMV 2021 De acordo com as Tradições Navais, na gíria maruja, muitas expressões externam o universal bom humor com espirituosidade que caracterizam os "homens do mar”. A expressão “rosca fina” denomina: (A) o superior, Oficial ou Praça, que é exigente na observância das normas e regulamentos, bem como na execução das fainas e tarefas, por si e pelos subordinados. O antônimo é o “voga larga”. (B) o subalterno, cabo ou marinheiro, que é exigente na observância das normas e regulamentos, bem como na execução das fainas e tarefas, por si e pelos superiores. O antônimo é o “voga larga”. (C) o superior, Oficial ou Praça, que é relaxado na observância das normas e regulamentos, bem como na execução das fainas e tarefas, por si e pelos subordinados. O sinônimo é o “voga larga”. (D) o subalterno, cabo ou marinheiro, que é exigente na observância das normas e regulamentos, bem como na execução das fainas e tarefas, por si e pelos superiores, O sinônimo é o “voga larga”. (E) o superior, Oficial ou Praça, que é displicente na observância das normas e regulamentos, bem como na execução das fainas e tarefas, por si e pelos subordinados. O sinônimo é o "voga larga”. Gabarito: A Comentários: Está no quadro acima. Rosca fina é quando o superior é exigente. Mais fácil de lembrar fazendo a associação com “fino” é mais difícil passar; “larga” é mais fácil, pois tem mais espaço. Essa analogia me ajudou a diferenciar. Resposta A. @nutri.passei l Por Leilane Leal 46 História Naval Esse é um dos assuntos mais densos de todo o conteúdo programático. São muitas informações, textos longos, muitos nomes próprios (navios e pessoas importantes) e anos. Já adianto que a Banca não costuma cobrar esse tipo de informação. As questões de história que normalmente caem são contextualizando informações. É quase impossível lembrar de todos os detalhes. Então a melhor forma de estudar é focar em palavras-chaves e ligá-las à informação mais importante daquela história. Ao longo do material, as questões que foram mais cobradas ao longo dos anos estarão sinalizadas. A HISTÓRIA DA NAVEGAÇÃO 1. NAVIOS DE MADEIRA Costado rígido: primeiro método de construção de embarcações, utilizado desde a canoa de tábuas. Galés: embarcações movidas principalmente por remos, embora pudessem também ter velas. Foram muito utilizadas por povos navegadores do passado, como os cretenses, os gregos, os romanos, os bizantinos e os nórdicos. Esqueleto rígido: foi desenvolvido no litoral do Mar Mediterrâneo (fora de Portugal), e empregado pelos portugueses para construir os navios que iniciaram, no século XV, as Grandes Navegações. Primeiro se construía navios de madeira. Somente no século XIX (desenvolvimento industrial) passou a se utilizar casco de ferro e depois de aço. 2. O DESENVOLVIMENTO DOS NAVIOS PORTUGUESES Caravelas: origem com as embarcações de pesca, que já existiam na Península Ibérica (Portugal e Espanha) desde o século XIII. Característica: Velas latinas - próprias para navegar com qualquer vento e, por isso, adequadas às explorações da costa da África. Foi com as caravelas que os portugueses exploraram o litoral africano durante o século XV. Nau: navio maior destinado à navegação e ao transporte de mercadorias. Eram mal armadas militarmente, levando poucos canhões para sua defesa e das rotas marítimas que comandavam, abrindo espaço para a concorrência estrangeira. Galeão: navio de guerra maior e com mais canhões, para combater os turcos no Oriente e os corsários e piratas europeus ou muçulmanos no Atlântico. Foi a verdadeira origem do navio de guerra para emprego no oceano. Foi construído para fazer longas viagens e combater longe da Europa. @nutri.passei l Por Leilane Leal 47 3. O DESENVOLVIMENTO DA NAVEGAÇÃO OCEÂNICA Para saber exatamente a posição em que se está em relação ao globo terrestre, é necessário calcular a latitude e a longitude do local. O cálculo prático da longitude, a bordo de navios, depende de se conhecer, com precisão, a hora. Porém, a inexistência de relógios (cronômetros) que não fossem afetados pelos movimentos do navio causados pelas ondas fez com que a hora não pudesse ser calculada no mar até o século XVIII. Bússola: inventada pelos chineses, também chamada de agulha de marear ou agulha magnética. Objetiva saber a direção em que está o pólo norte magnético. Latitude: estimativa do quanto o navio tinha se deslocado, não era tão difícil de se calcular. A localização da estrela polar (no hemisferio norte, marca o pólo norte celeste) ajuda a calcular – medindo sua altura em relação ao horizonte. No Hemisfério Sul, a estrela Polar não é visível. A estrela Alfa do Cruzeiro do Sul (a mais brilhante desta constelação) ocupa a posição no céu mais próxima do pólo sul celeste e não está suficientemente próxima para ser uma referência para a navegação. Então no Hemisfério Sul se observava o sol. Nórdicos: Viajando para o Oeste, alcançaram a Islândia e a América do Norte (muitos séculos antes de Cristóvão Colombo chegar à América em 1492). Astrolábio: servia para medir o ângulo entre o Sol em sua passagem meridiana e a vertical. Cartas náuticas: eram muito imprecisas. As que foram inicialmente elaboradas pelos portugueses eram conhecidas como portulanos. A partir do final do século XVI, passou-se a utilizar a Projeção de Mercator. Esta projeção é utilizada até os dias de hoje nas cartas náuticas. Doenças comuns naquela época: beribéri (pela carência de vitamina B) e escorbuto (carência de vitamina C). A dieta dependia apenas de peixe, carne salgada e biscoito (feito de farinha de trigo, o último alimento que se deteriorava a bordo dos veleiros). Por volta de 1800, descobriu-se que esse mal poderia ser evitado acrescentando à dieta suco de limão, rico em vitamina C, pois sua ingestão diária, em pequenas doses, evita o escorbuto, tornando mais saudável a vida a bordo dos navios. @nutri.passei l Por Leilane Leal 48 Já caiu em prova! Prova SMV 2018 Na época da projeção de Portugal e Espanha na navegação oceânica, no final do século XV, já se conhecia a bússola e o astrolábio. Naquela época, para o navegante saber exatamente a posição do navio em relação ao globo terrestre, era necessário calcular a latitude e a longitude do local. Com base nessas informações, é correto afirmar que, no século XV: (A) o cálculo prático da longitude a bordo de navios era difícil, pois dependia de se conhecer, com precisão, a hora. (B) já existiam cronômetros rudimentares, que possuíam a vantagem de fornecer os rumos e as marcações de pontos de terra em linhas retas, facilitando a plotagem da latitude e da longitude nas cartas náuticas. (C) a latitude era difícil de ser calculada, e era por meio dela e da estimativa de quanto o navio havia se deslocado que os navegadores da época sabiam exatamente a sua localização no mar. (D) o quadrante e o sextante mediam os meridianos e os paralelos, representados por linhas retas que se interceptam formando ângulos de 9O graus, permitindo estimar a hora e o cálculo da latitude. (E) a bússola já auxiliava na navegação, por apontar sempre para o norte verdadeiro terrestre, e o astrolábio era utilizado para o cálculo da latitude e longitude entre o nascer e o pôr do sol. Gabarito: A Comentário: Informação está no início do módulo. Como dependia da hora e não existiam cronômetros que não fossem afetados pelo balanço do mar, o cálculo da longitude não era fácil. Resposta A. Prova SMV 2020 De acordo com Bittencourt (2006), em relação aos navios de madeira, qual foi o primeiro método de construção utilizado desde a canoa de tábuas? (A) Casco resistente. (B) Esqueleto rígido. (C) Costado rígido. (D) Casco trincado. (E) Tábuas estruturais. Gabarito: C Comentários: a dúvida ficaria entre costado rígido e esqueleto rígido. Mas foi costado rígido foi o primeiro método de construção utilizado desde a canoa de tábuas. Esqueleto rígido utilizado nos navios que iniciaram as Grandes Navegações. @nutri.passei l Por Leilane Leal 49 EXPANSÃO MARÍTIMA 1. LUSITÂNIA Onde é Portugal hoje. Em 711, a região foi conquistada pelos muçulmanos. Ficou no poder dos Mouros A guerra deflagrada contra os mouros contou com o apoio de grande parte da aristocracia européia. Participação de D. Henrique de Borgonha na origem do próprio Estado português, no Condado Portucalense. Processo de expulsão dos muçulmanos: importância do aspecto militar; unificação do comando das forças cristãs. o O caráter religioso tomado pela Reconquista, identificada com as cruzadas contra os infiéis muçulmanos, fez com que a Igreja de Roma tivesse grande interesse no sucesso das forças cristãs. O Tratado de Zamora, firmado em 1143 entre o Duque portucalense D. Afonso Henriques (11281185), filho de Henrique de Borgonha, e D. Afonso VII, imperador de Leão, determinou o reconhecimento por parte deste último da independência do antigo condado, agora Reino de Portugal. 2. ORDENS MILITARES E RELIGIOSAS Processo da Reconquista = processo de ocupação territorial Ordens militares: foram ordens de cavalaria sujeitas a um estatuto religioso e que se propunham a lutar contra os mulçumanos. Em Portugal, as ordens dos Templários, de Avis e de Santiago foram as mais beneficiadas por tais privilégios. Contribuíram significativamente para o povoamento do território português. Também teve participação das ordens religiosas cujos membros não atuavam das lutas militares. Os mosteiros e capelas destas ordens, dentre as quais se destacou a dos beneditinos, tornaram-se pólos de atração pela segurança que ofereciam a inúmeras famílias. 3. PAPEL DA NOBREZA Ordem de Cristo Nobreza (proprietários de terra) participou de forma decisiva nas guerras da Reconquista, apoiando o esforço militar da realeza. Tinham autonomia concedida pelo poder central aos concelhos (que correspondem aos municípios nos dias de hoje), onde começavam a ter influência as aspirações de comerciantes e mestres de ofício. O apoio do rei aos concelhos visava a enfraquecer o poder da nobreza fundiária em sua própria base territorial Inquirições: responsáveis pela limitação do poder da nobreza também. A partir da interrupção nas lutas militares contra os mouros, entre os séculos XII e XIII, a coroa portuguesa buscou avaliar a situação da propriedade de terras no reino. Tal mecanismo se completava com as confirmações: processo pelo qual o rei sancionava não só a propriedade da terra como o próprio título nobiliárquico do senhor em questão. @nutri.passei l Por Leilane Leal 50 4. A IMPORTÂNCIA DO MAR NA FORMAÇÃO DE PORTUGAL Atividades importantes em Portugal: agricultura, comércio marítimo e pesca (país de solo nem sempre fértil e produtivo). Século XII: Marinha portuguesa começou a ser utilizada em caráter militar. No reinado de D. Sancho II (1223-1245) podem ser assinaladas as primeiras tentativas de implantação de uma frota naval pertencente ao Estado, ordenando, inclusive, a construção de locais específicos nas praias para reparo de embarcações. 5. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL D. Dinis: chamdo de O Lavrador ou Rei Agricultor e ainda Rei Poeta ou Rei Trovador. Foi um monarca essencialmente administrador e não guerreiro. Incentivou o fomento da navegação. Intituiu a Marinha Real em 1308 na Inglaterra. Nomeou o primeiro almirante (que se tem conhecimento) da Marinha portuguesa: Nuno Fernandes Cogominho. o O genovês Pezagno (ou Manuel Pessanha) o sucedeu em 1317. D. Fernando I (1367-1383): último soberano da dinastia de Borgonha. Lei de Sesmarias – causou séria crise de abastecimento de gêneros alimentícios no reino. Grande incentivo a construção naval, mediante a isenção de impostos e a concessão de vantagens e garantias aos construtores navais. Em 1380, criou a Companhia das Naus - empresa de seguros destinada a evitar a ruína financeira dos homens do mar. Como resultado, incrementaram-se o comércio marítimo. D. Duarte (1433-1438): Lei Mental: bens doados pela coroa à nobreza só poderiam ser herdados pelo filho varão legítimo mais velho. Tal processo de centralização do poder foi o elemento essencial que permitiu ao reino português lançar-se na expansão ultramarina. O monopólio exercido pelas cidades italianas de Gênova e Veneza sobre as rotas de comércio com a Ásia levou os grupos mercantis portugueses a procurar outra alternativa para a realização de seus negócios e, conseqüentemente, para obtenção de lucros. D. João II: 1481 Expansão ultramarina atingiu o auge com os feitos dos navegadores Diogo Cão e Bartolomeu Dias. O negócio das especiarias do Oriente, levadas para a Arábia e para o Egito pelos árabes e dali transportadas aos países europeus, por intermédio de Veneza – que enriquecera com o tráfico –, vai se concentrar em novas rotas, deslocando o foco do comércio mundial do Mediterrâneo para o Oceano Atlântico. D. João II morreu em 1495 e coube ao seu sucessor, D. Manuel, dar continuidade ao projeto expansionista. @nutri.passei l Por Leilane Leal 51 A expansão marítima portuguesa caracterizou-se por duas vertentes: • Aspecto imediatista. • Realizada ao norte do continente africano • Visava à obtenção de riquezas acumuladas naquelas regiões através de prática de pilhagens. • Importância da Tomada de Ceuta (norte da África/Marrocos) --> início da expansão portuguesa rumo à África e à Ásia. • Objetivos a longo prazo. • Se buscava conquistar pontos estratégicos das rotas comerciais com o Oriente, criando entrepostos (feitorias) controlados pelos comerciantes lusos. • Importância da tomada das cidades asiáticas. • Marcado pelas Cruzadas (aspecto religioso) - luta cristã contra os mulçumanos. D. Manuel: Viagem do Vasco da Gama, que partiu do Rio Tejo em julho de 1497, dobrou o Cabo da Boa Esperança, transpôs o Rio Infante, e explorou Moçambique, Melinde, Mombaça e, em maio de 1498, após quase um ano de viagem, chegou a Calicute, na Índia. Portugal ficou com monopolio de região das especiarias, do ouro e das pedras preciosas. Cronologicamente e resumidamente, assim se deu o processo expansionista: Entre 1421 e 1434, os lusitanos chegaram aos Arquipélagos da Madeira e dos Açores e avançaram para além do Cabo Bojador. Até esse ponto, a navegação era basicamente costeira. Em 1436 atingiram o Rio do Ouro e iniciaram a conquista da Guiné. Ali se apropriaram da Mina, centro aurífero explorado pelos reinos nativos em associação aos comerciantes mouros, a maior fonte de ouro de toda a história de Portugal até aquela data. Em 1441, chegaram ao Cabo Branco. Em 1444, atingiram a Ilha de Arguim, no Senegal, onde instalaram a primeira feitoria em território africano e iniciaram a comercialização de escravos, marfim e ouro. Entre 1445 e 1461, descobriram o Cabo Verde, navegaram pelos Rios Senegal e Gâmbia e avançaram até Serra Leoa. Entre 1470 e 1475, exploraram a costa da Serra Leoa até o Cabo de Santa Catarina. Em 1482, atingiram São Jorge da Mina e avançaram até o Rio Zaire, o trecho mais difícil da costa ocidental africana. O navegador Diogo Cão explorou a costa da África Ocidental entre 1482 e 1485. No período 1487/1488, Bartolomeu Dias atingiu o Cabo das Tormentas, no extremo Sul do continente – que passou a ser chamado de Cabo da Boa Esperança – e chegou ao Oceano Índico, conquistando o trecho mais difícil do caminho das Índias. Em 1498, Vasco da Gama chegou a Calicute, na costa Sudoeste da Índia, estabelecendo a rota entre Portugal e o Oriente. @nutri.passei l Por Leilane Leal 52 Tratado de Tordesilhas (cidade espanhola): - Assinado em 7 de junho de 1494 - Espanha quis deliberar que a América, descoberta por Cristóvão Colombo em 1492, lhes pertenciam por direito - Portugal negociou e garantiu que levasse o credito pela descoberta Resultado: Portugal: posse das terras descobertas até 370 léguas a oeste do Arquipélago de Cabo Verde. Espanha: posse das terras situadas além desse limite. 6. A DESCOBERTA DO BRASIL Vasco da Gama: Em março de 1500, partiu em direção ao oriente frota com 13 navios (dez provavelmente eram naus e “três navios menores”, que seriam caravelas) Pedro Álvares Cabral era o comandante. Avistou primeiro as Ilhas Canárias; depois avistou São Nicolau, uma das ilhas do Arquipélago de Cabo Verde. Perto da foz do Rio do Frade, foi enviado à terra um batel sob o comando de Nicolau Coelho para fazer contato com os homens da terra - primeiro encontro entre portugueses e indígenas. Cabral saí em busca de local mais abrigado, chegando em Porto Seguro, hoje Baía Cabrália. Pedro Álvares Cabral: Avistaram o Monte Pascoal e depois chegou em Porto Seguro. A primeira missa foi no domingo de Páscoa. Em 1º de maio, assinalou o Rio Mutari com uma cruz. Foi erguido um altar, onde Frei Henrique de Coimbra celebrou a segunda missa. 7. O RECONHECIMENTO DA COSTA BRASILEIRA Preocupado em realizar o reconhecimento da nova terra, D. Manuel enviou, antes mesmo do retorno de Cabral, uma expedição composta por três caravelas comandadas por Gonçalo Coelho e Américo Vespúcio. Chegaram à costa brasileira na altura do Rio Grande do Norte, na Praia dos Marcos. Foi fincado um marco de pedra, sinal da posse da terra. O périplo costeiro da expedição teve como limite sul a região de Cananéia, localizada no atual litoral Sul do Estado de São Paulo. Foi resultado do arrendamento da Terra de Santa Cruz (nome inicial do Brasil) a um consórcio formado por cristãos-novos, encabeçado por Fernando de Noronha. Concluiu a navegação em Porto Seguro. @nutri.passei l Por Leilane Leal 53 Partiu de Portugal em 10 de junho de 1503. Composta por seis naus e foi comandada por Gonçalo Coelho. Ao chegarem em Fernando de Noronha, naufragou a capitânia. Dois navios (num dos quais se encontrava embarcado Américo Vespúcio) rumaram para a Baía de Todos os Santos. 8. AS EXPEDIÇÕES GUARDA-COSTAS A costa do pau-brasil prolongava-se desde o Rio de Janeiro até Pernambuco. Os franceses frequentavam nosso litoral comercializando o pau-brasil clandestinamente com os índios. Portugal procurou, a princípio, usar de mecanismos diplomáticos. Depois, D. Manuel resolveu enviar o fidalgo português Cristóvão Jaques, com a missão de realizar o patrulhamento da costa brasileira, contra contrabandistas franceses no Brasil. 9. A EXPEDIÇÃO COLONIZADORA DE MARTIM AFONSO DE SOUSA Em 1530, Portugal resolveu enviar ao Brasil uma expedição comandada por Martim Afonso de Sousa visando à ocupação da nova terra. A Armada partiu de Lisboa em 3 de dezembro e era composta por duas naus, um galeão e duas caravelas que, juntas, conduziam 400 pessoas. Tinha a missão de combater os franceses, que continuavam a freqüentar o litoral e contrabandear o paubrasil; descobrir terras e explorar rios; e estabelecer núcleos de povoação. Da Ilha da Madeira, Martim Afonso trouxe as primeiras mudas de cana que plantou no Brasil, construindo na Vila de São Vicente o primeiro engenho de cana-de-açúcar. Dom João III: decidiu impulsionar a colonização - O regime de capitanias hereditárias consistiu em dividir o Brasil em imensos tratos de terra que foram distribuídos a fidalgos da pequena nobreza. Já caiu em prova! Prova SMV 2017 Na primeira metade do século XV, a expansão marítima portuguesa caracterizou-se por duas vertentes. A primeira, de aspecto imediatista, foi realizada ao norte do continente africano, e a segunda, mais a longo prazo, buscava pontos estratégicos das rotas comerciais com o Oriente. Assinale a opção que apresenta os objetivos da coroa portuguesa na primeira e segunda vertentes, respectivamente. (A) Estabelecer bases para suas futuras ações militares e extrair rendas obtidas com a agricultura. (B) Explorar a cultura do açúcar naquela região e permitir projetar poder militar a longas distâncias. (C) Combater os franceses que invadiram suas colônias na África e estabelecer comércio com os holandeses por meio de trocas (escambo). (D) Fundar uma povoação naquela região e derrotar definitivamente os franceses. @nutri.passei l Por Leilane Leal 54 (E) Obter riquezas acumuladas através da prática de pilhagem e criar entrepostos (feitorias) controlados pelos comerciantes lusos. Gabarito: E Comentários: Como bem exposto no esquema, a primeira vertente era responsável pela prática de pilhagens e a segunda pelo estrepostos. Letra E. @nutri.passei l Por Leilane Leal 55 INVASÕES ESTRANGEIRAS AO BRASIL 1. INVASÕES FRANCESAS NO RIO DE JANEIRO E NO MARANHÃO Importante: Não tiveram o apoio da França. Rio de Janeiro Em 1553, Nicolau Durand de Villegagnon foi nomeado vice-almirante da Bretanha e desenvolveu um plano para fundar uma colônia na Baía de Guanabara (RJ). Construiu o Forte de Coligny. Franceses: amizade dos tupinambás. Comércio de escambo - recebiam machados, facas, tesouras, espelhos, tecidos coloridos, anzóis e outros objetos. Portugal atacou em 1560 e venceu. Os franceses fugiram para o continente. Mem de Sá mandou o sobrinho Estácio de Sá formar uma força naval e povoar a Baía de Guanabara e derrotaram definitivamente os franceses. Maranhão Forte de São Luís: construído em 1612 pelos franceses Daniel de la Touche de la Ravardière e Nicolau de Harlay de Sancy (tenentes-generais do rei da França). Jerônimo de Albuquerque: comandou a força naval portuguesa para combater os franceses no MA. Este grupamento pode ser considerado a primeira força naval comandada por um brasileiro. o Construíram o Forte de Santa Maria. Os portugueses venceram o embate e depois os franceses propuseram uma tregua, que foi favoravel aos portuguese. 2. INVASORES NA FOZ DO AMAZONAS Após a ocupação do Maranhão, os portugueses resolveram dirigir sua atenção para os invasores da foz do Amazonas, enviando uma expedição que fundou o Forte do Presépio, origem da cidade de Belém, para servir de base para suas ações militares. Batalha com ingleses, holandeses e irlandeses Portugal teve êxito. 3. INVASÕES HOLANDESAS NA BAHIA E EM PERNAMBUCO Bahia A invasão holandesa de Salvador (BA) foi planejada pela Companhia das Índias Ocidentais com o propósito de lucro, a ser obtido com a exploração da cultura do açúcar. Comando: Almirante Jacob Willekens. Portugal soube do ataque e se preparou a tempo, montando uma força composta por 25 galeões, dez naus, dez urcas, seis caravelas, dois patachos e quatro navios menores, tendo a bordo 12.500 marinheiros e soldados. Como comandante-geral, vinha D. Fadrique de Toledo Osório, Marquês de Villanueva de Valdueza. Era a maior força naval que até aquela data atravessara o Atlântico. Acabou com os holandeses se rendendo. @nutri.passei l Por Leilane Leal 56 Pernambuco A Companhia das Índias Ocidentais resolveu dirigir seus esforços para Pernambuco em vez de tentar reconquistar a Bahia. Comandada por General-doMar Wendrich Corneliszoon Lonck. Olinda e Recife (PE) foram conquistadas pela Holanda em 1630. Portugal resolveu reagir e daí aconteceram vários embates. Destacam-se: Combate Naval dos Abrolhos • Objetivos: desembarcar as tropas que trazia de Pernambuco e da Paraíba; comboiar os navios mercantes que levariam ao reino a produção de açúcar e outros produtos do Brasil, até que estivessem livres de ataques das forças holandesas; e alcançar o Caribe para comboiar a Frota da Prata para a Espanha. • Nesse combate, morreram ou desapareceram cerca de 700 homens, aproximadamente 280 ficaram feridos e 240 foram aprisionados. Batalha Naval de 1640 • Portugal foi comandada por Conde da Torre e combateram navios holandeses (inicialmente 30, depois 35) comandados por Willem Loos (morreu na batalha). • Os holandeses conseguiram manter o domínio do mar e se aproveitaram dele para bloquear os portos principais e atacar o litoral do Nordeste do Brasil, expandindo sua conquista. Ocuparam Sergipe e o Maranhão, no Brasil, e Angola e São Tomé, na África A insurreição em Pernambuco: Restauração de Portugal: em 1640 ocorreu a separação de Portugal da Espanha, com o fim da união das coroas ibéricas, e a aclamação do Duque de Bragança como rei, com o nome de D. João IV. Confronto entre Portugal x Holanda pela ocupação de Recife. o Holanda organizou ataques pelo mar para diminuir a pressão que os insurretos já exerciam sobre seus principais pontos estratégicos. o Em fevereiro de 1647, os holandeses atacaram e ocuparam a Ilha de Itaparica, com uma força naval comandada pelo Almirante Banckert. O propósito era ameaçar Salvador. Primeira Batalha dos Guararapes (1648): os holandeses, mais numerosos e com fama de estarem entre os melhores soldados da Europa de então, foram derrotados no campo de batalha. Segunda Batalha dos Guararapes (1649): a Companhia das Índias Ocidentais (da Holanda) resolveu repetir, em terra, o ataque às forças rebeldes. Novamente os holandeses foram derrotados. Após Portugal enviar ao Brasil 4 frotas, chamadas Companhia do Brasil, pouco a pouco as posições holandesas foram, sucessivamente, sendo conquistadas e a rendição de Recife finalmente ocorreu no final de janeiro de 1654. O longo êxito dos holandeses no Brasil foi resultante do esmagador domínio do mar que conseguiram manter durante quase todo o período da ocupação. Mesmo quando Recife já estava cercado e era inviável vencer em terra, ainda conseguiram, por longos anos, suprir a cidade por mar. @nutri.passei l Por Leilane Leal 57 4. CORSÁRIOS FRANCESES NO RIO DE JANEIRO NO SÉCULO XVIII As riquezas do Rio de Janeiro atraíram a cobiça de dois franceses Duclerc (foi derrotado, preso e assassinado) e Duguay-Trouin (conquistou a Ilha das Cobras e Morro da Conceição). Duguay saqueou o Rio de Janeiro e somente o deixou após receber um resgate. 5. GUERRAS, TRATADOS E LIMITES NO SUL DO BRASIL TRATADO DE LISBOA (1681) TRATADO DE UTRECHT (1715) TRATADO DE MADRI (1750) Em 1680, a Colônia de Sacramento foi atacada e reconquistada aos espanhóis pelo governador de Buenos Aires, sendo devolvida aos portugueses em 1683, após a assinatura do Tratado de Lisboa. A Guerra de Sucessão da Espanha teve início com a morte do Rei da Espanha Carlos II, em novembro de 1700. Durou 15 anos. Embates entre Portugal x Espanha. O Tratado de Utrecht – celebrado em 1715 entre as duas nações – legitimou a presença portuguesa na região do Prata com a restituição aos lusos da Colônia de Sacramento. Mais um embates entre Portugal x Esspanha pela Colônia de Sacramento. O Tratado de Madri foi um acordo diplomático os dois países assinaram em 13 de janeiro de 1750. Ele redefiniu as fronteiras entre as posses das duas nações na América e foi realizado para encerrar as disputas de terra travadas pelos colonos das duas nações. Por meio desse acordo, parte considerável das fronteiras do Brasil foi delimitada. Colônia do Sacramento ficou com Espanha. Portugal ficou com a posse de regiões na Amazônia, sul e oeste do Brasil. As Guerras Guaraníticas foram uma das principais consequências desse tratado. Sete Povos das Missões para Portugal. O acordo do tratado não foi cumprido pelos indios e os portugueses ocuparam a região das Missões à força. TRATADO DO PARDO (1761) @nutri.passei l Por Leilane Leal Celebrado entre portugueses e espanhóis, anulou os efeitos do Tratado de Madri e estabeleceu que a Colônia de Sacramento voltasse a ser de Portugal. 58 TRATADO DE SANTO ILDEFONSO (1777) TRATADO DE BADAJÓS (1801) Foi uma tentativa de resolver as questões de limites entre Portugal e Espanha. Ficou estabelecida a restituição a Portugal da Ilha de Santa Catarina, porém os lusos perderam a Colônia do Santíssimo Sacramento e a região dos Sete Povos das Missões. Este tratado deixou os espanhóis com o domínio exclusivo do Rio da Prata. O Tratado de Badajós pôs fim à guerra de França e Espanha contra Portugal, tendo a Espanha por direito de guerra, conservado a praça de Olivença, na Europa, e a Colônia de Sacramento. Portugal recuperou no sul da América o território dos Sete Povos das Missões. O Tratado de Badajós já caiu 2x em prova. Já caiu em prova! Prova SMV 2021 A fronteira do Sul do Brasil demorou a ser definida devido à ferrenha disputa travada entre Portugal e Espanha, que tinham interesse em dominar a estratégica região platina. De acordo com Bittencourt (2006), qual Tratado foi assinado em 1750 entre Portugal e Espanha, que foi fruto do trabalho de Alexandre de Gusmão, secretário de D. João V, e que, dentre outras medidas, estabeleceu a posse da Colônia de Sacramento para a Espanha e a de Sete Povos das Missões para Portugal? (A) Tratado de Utrecht. (B) Tratado de Madri. (C) Tratado do Pardo. (D) Tratado de Santo Ildefonso. (E) Tratado de Badajós. Gabarito: B Comentários: Apesar de na tabela não ter tantas informações quanto no enunciado, existem palavras-chaves que entregam a questão: Sete Povos das Missões foi mencionada apenas no Tratado de Madrid. Resposta B. Prova SMV 2018 De acordo com Bittencourt (2006), e com relação às invasões francesas no Rio de Janeiro e no Maranhão, é correto afirmar que: (A) foram iniciativas do governo da França, cuja estratégia estava voltada para seus interesses @nutri.passei l Por Leilane Leal 59 no Brasil, afirmando que o mundo não estava dividido entre Portugal e Espanha. (B) a colonização do Brasil foi interesse de Portugal, que pretendia proteger a rota de seu comércio com toda a América do Sul. (C) Portugal não disponibilizou recursos para expulsar os invasores e proteger os núcleos de colonização portuguesa, tendo esse país que recolher mais impostos da Colônia para suportar os custos com armas e navios. (D) a reação portuguesa no Rio de Janeiro ocorreu quando o Governador Tomé de Souza, em 1560, atacou o Forte de Copacabana com uma força naval (soldados e índios) que trouxera da Bahia. (E) em 1614, uma força naval comandada por Jerônimo de Albuquerque chegou ao Maranhão para combater os franceses. Esse grupamento pode ser considerado a primeira força naval comandada por um brasileiro. Gabarito: E Comentários: A transcrição exata do encontrado no resumo deste capítulo. Foi ressaltado que as invasões não tiveram apoio da França, que Portugal pretendia proteger a rota de seu comércio com a Índia, que Portugal disponibilizou recursos para combater as invasões e o apoio relevante no Rio de Janeiro foi a Baía de Guanabara. Resposta letra E. Prova SMV 2020 Diversos intrusos desafiaram os interesses ultramarinos de Portugal durante os séculos XVI e XVII. Qual foi o primeiro povo que teve seus navios na costa brasileira comercializando com os nativos da terra, forçando Portugal a reagir, enviando expedições guarda-costas e iniciando a colonização no Brasil? (A) Italiano. (B) Inglês. (C) Holandês. (D) Espanhol, (E) Francês. Gabarito: E Comentários: Foram os franceses os responsáveis pelo escambo com os índios nativos. Letra E. @nutri.passei l Por Leilane Leal 60 FORMAÇÃO DA MARINHA IMPERIAL BRASILEIRA 1. A VINDA DA FAMÍLIA REAL Foco foi no Rio de Janeiro. D. João: instalação do Ministério dos Negócios da Marinha e Ultramar o Repartições necessárias ao funcionamento do Ministério da Marinha, tais como: Quartel-General da Armada, Intendência e Contadoria, Arquivo Militar, Hospital de Marinha, Fábrica de Pólvora e Conselho Supremo Militar. Primeiro estabelecimento de ensino superior no Brasil: Academia Real de Guardas-Marinha, instalada nas dependências do Mosteiro de São Bento. 2. POLÍTICA EXTERNA DE D. JOÃO E A ATUAÇÃO DA MARINHA: A CONQUISTA DE CAIENA E A OCUPAÇÃO DA BANDA ORIENTAL D. João: declarou, em 1808, guerra à França diante da invasão do território continental português pelas tropas do General Junot. o Isso anulou todos os tratados que o imperador dos franceses o obrigara a assinar, principalmente o de Badajós e de Madri, ambos de 1801, e o de neutralidade, de 1804. Portugal ocupou militarmente as margens do Rio Oiapoque. França: O governador de Caiena, Victor Hughes, tratou, em vão, de preparar a resistência à invasão portuguesa. As forças de ataque foram ganhando terreno, apertando cada vez mais o cerco à capital Caiena, até sua rendição final, a 12 de janeiro de 1809. A importância dessa operação recai na condição de ter sido o primeiro ato consistente de política externa de D. João realizada por meio militar, contando com forças navais e terrestres anglo-luso-brasileira. Fatos importantes para a política externa: Ocupação portuguesa da Guiana Francesa importância para a fixação dos limites do País. Ocupação da Banda Oriental (atual Uruguai) papel importante da Marinha. o Incorporação da Banda Oriental à Coroa portuguesa, fazendo parte do domínio do Brasil com o nome de Província Cisplatina. 3. GUERRA DA INDEPENDÊNCIA Elevação do Brasil a Reino Unido: a transferência para o Brasil da sede do reino português foi motivada pela ameaça representada pelo expansionismo francês na Europa. Com a queda de Napoleão e o movimento de restauração das monarquias absolutistas encabeçado pelo Congresso de Viena, os portugueses esperavam que seu rei retornasse para Portugal e trouxesse a Corte de volta para Lisboa, mas ele permaneceu no Brasil. @nutri.passei l Por Leilane Leal 61 Retorno de D. João VI para Portugal: Início com movimento revolucionário liberal na Cidade do Porto. Logo a revolução se espalhou por todo o Portugal, fomentando a instalação de uma Assembléia Nacional Constituinte denominada de “Cortes”, que visava a instaurar uma monarquia Constitucional. D. João VI voltou para Portugal e seu filho D. Pedro ficou no Brasil como Príncipe Regente. A pressão das Cortes pela restauração do pacto colonial levou D. Pedro a defender a autonomia brasileira perante a restauração da condição de colônia pretendida pelas Cortes. A Independência Em 7 de setembro de 1822, o Príncipe D. Pedro declarava a Independência do Brasil. Porém, só as províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais atenderam de imediato à conclamação emanada das margens do Ipiranga. As capitais das províncias ao Norte do País mantiveram sua ligação com a metrópole, pois as peculiaridades da navegação a vela e a falta de estradas as punham mais próximas desta do que do Rio de Janeiro. Observou-se uma resistência de Salvador, com guarnição militar mais forte desfavorável ao processo de Independência. Importância do mar o mar era uma via aberta para o recebimento de reforços. o Por esta via, Portugal aumentou sua força com tropas, suprimentos e navios de guerra à guarnição de Salvador comandada pelo Governador das Armas da Província Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo. A Formação de uma Esquadra Brasileira: Formação da Marinha de Guerra nacional: a única forma de manter a unidade territorial brasileira era tendo o domínio do mar. Papel da Marinha na Independência: privou as guarnições portuguesas de mais soldados e armas vindos por mar, bombardeando com canhões embarcados e transportando soldados brasileiros permitindo que do território da colônia portuguesa na América emergisse um só país, com um grande território. O nascimento da Marinha Imperial, portanto, se deu nesse regime de urgência, aproveitando os navios que tinham sido deixados no porto do Rio de Janeiro pelos portugueses, que estavam em mal estado de conservação, e os oficiais e praças da Marinha portuguesa que aderiram à Independência. Governo imperial brasileiro contratou Lorde Thomas Cochrane, um brilhante e experiente oficial de Marinha inglês, como Comandante-em-Chefe da Esquadra. OPERAÇÕES NAVAIS: Em 1823, a Esquadra brasileira comandada por Cochrane, deixou a Baía de Guanabara com destino à Bahia, para bloquear Salvador e dar combate às forças navais portuguesas – o Brasil perdeu. Cochrane reorganizou suas forças e colocou Salvador sob bloqueio naval, capturando os @nutri.passei l Por Leilane Leal 62 navios que provinham o abastecimento da cidade, que já se encontrava sitiada por terra pelas forças brasileiras - Brasil ganhou. Importancia do Esquadra brasileira, destacando-se a atuação da Fragata Niterói, comandada pelo Capitão-de-Fragata John Taylor, que, apresando vários navios, atacou o comboio português até a foz do Rio Tejo. Cochrane: objetivo agora era expulsar os portugueses do Norte-Nordeste brasileiro batalha no Maranhão Nau Pedro I era a sua capitânia. As operações navais na Cisplatina assemelharam-se às realizadas na Bahia, sendo empreendido um bloqueio naval conjugado com um cerco por terra a Montevidéu, isolando as tropas portuguesas comandadas por D. Álvaro Macedo. A batalha que se seguiu, embora violenta, terminou sem a vitória de nenhum dos oponentes, mas configurou-se como uma vitória estratégica das forças brasileiras com a manutenção do bloqueio. Confederação do Equador: A Marinha atuou contra a Confederação do Equador a partir de abril de 1824, que congregou, no seu ápice, também as províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Com a Marinha e o Exército atuando conjuntamente, as forças rebeldes de Recife foram derrotadas em 18 de setembro. @nutri.passei l Por Leilane Leal 63 A ATUAÇÃO DA MARINHA NOS CONFLITOS DA REGÊNCIA E DO INÍCIO DO SEGUNDO REINADO CONFLITOS INTERNOS Primeira sublevação ocorrida no período regencial. Foi no Grão-Pará, que se generalizou em 1835 com a ocupação da capital da província, Belém. Durante o conflito, as forças militares atuaram contra focos rebeldes espalhados pela floresta amazônica (até então, bem desconhecida). O desgaste que as forças militares impuseram aos cabanos levouos ao abandono da capital em maio de 1836 continuando a resistir no 1.interior. A luta se estendeu até 1840, com a ação conjunta da Força Naval e das tropas do Exército debelando a resistência dos cabanos por todo o Pará. Rebelião no sul do Império que durou dez anos, de 1835 a 1845. A Marinha atuou em cooperação com o Exército no transporte e abastecimento das tropas e apoiando ações em terra com o fogo dos canhões embarcados. Navios de guerra estiveram envolvidos em pequenos combates navais com os farroupilhas. Os combates não ocorreram em mar aberto, mas em águas restritas, como as Lagoas dos Patos e Mirim. Foi vencida pela Marinha em um combate no porto de Laguna. Foi neste conflito regional que pela primeira vez a Marinha brasileira empregou um navio movido a vapor em operações de guerra. A Sabinada, revolta que eclodiu contra a autoridade da Regência na Bahia, em novembro de 1837, foi combatida pela Marinha Imperial com um bloqueio da província e o combate a uma diminuta Força Naval montada pelos rebeldes com navios apresados. Foi nas Províncias do Maranhão e do Piauí, entre 1838 e 1841; reuniu a população pobre e os escravos contra as autoridades constituídas da própria província. Em agosto de 1839, seguiu para o Maranhão o Capitão-Tenente Joaquim Marques Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, nomeado comandante da Força Naval em operação contra os insurretos. A união dos futuros patronos das forças singulares de mar e terra no combate à Balaiada simboliza uma situação recorrente em todos os conflitos internos durante a Regência e o Segundo Império: a atuação conjunta da Marinha e do Exército na manutenção da ordem constituída e da unidade do Império. @nutri.passei l Por Leilane Leal 64 A Revolta Praieira estourou em Pernambuco em novembro de 1848. Iniciada na capital, tomou corpo nas vilas e engenhos da zona da mata e interior pernambucanos. Contingentes de marinheiros e fuzileiros navais desembarcaram dos navios para reunir-se aos defensores da capital na batalha, enquanto os canhões da Marinha fustigaram as investidas dos revoltosos. A atuação da Marinha nesta revolta, embora breve, evitou que a capital provincial caísse nas mãos dos rebeldes. CONFLITOS EXTERNOS Esses dois conflitos já caíram em prova! O Brasil recém-independente envolveu-se numa guerra com as Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina, pela posse da então Província brasileira da Cisplatina, atual República Oriental do Uruguai. Nos séculos XVII e XVIII, o centro da disputa era a Colônia de Sacramento, o enclave português na região. No início do século XIX, com os movimentos de independência na América espanhola e portuguesa, a conflagração atingiu o Brasil e a Argentina, no conflito conhecido como Guerra Cisplatina. O objetivo era o controle do Rio da Prata, área geográfica de suma importância estratégica desde o início da colonização européia na América do Sul estuário do Rio da Prata foi o principal palco dessa guerra. No estuário do Rio da Prata desembocavam dois grandes rios (Uruguai e Paraná), que constituíam o caminho natural para a penetração no continente sul-americano. A batalha mais significativa da Guerra Cisplatina, a Batalha do Passo do Rosário, ou Ituzaingó, ocorrida em 20 de fevereiro de 1827, que resultou com nenhum dos lados impondo-se sobre o outro, não sendo possível apontar vitoriosos nem derrotados. A Marinha Imperial brasileira na Guerra Cisplatina lutou com a Força Naval argentina, mas também atuou contra os corsários que, com Patentes de corso emitidas pelas Províncias Unidas do Rio da Prata e pelo próprio Exército de Lavalleja, atacavam os navios mercantes brasileiros por toda a nossa costa. A operação ofensiva que a Marinha Imperial brasileira realizou com o bloqueio naval no Prata coexistiu com a ação defensiva na vigilância das extensas águas territoriais brasileiras, defendendo nosso comércio marítimo dos corsários. Exemplos da ação da Marinha Imperial no combate aos corsários foram as duas incursões da Esquadra sediada no Rio da Prata às bases corsárias de Carmen de Patagones e San Blas, na região da Patagônia. Ambas ocorreram em 1827 e pretendiam destruir esses verdadeiros ninhos de corsários e recapturar alguns dos navios mercantes que estes tinham tomado. O término da Guerra Cisplatina não seria o fim dos conflitos na região. A Marinha Imperial brasileira permaneceria guarnecendo a segurança do Império do Brasil no Rio da Prata. @nutri.passei l Por Leilane Leal 65 Mesmo com o fim da Guerra Cisplatina e a independência da República Oriental do Uruguai, as lideranças políticas argentinas continuavam com a pretensão de restituir o mando de Buenos Aires sobre o território do Vice-Reinado do Prata. Em 1851, o Governo brasileiro procedeu uma aliança com o governo uruguaio e com um oposicionista de Rosas, o governador da Província argentina de Entre Rios, Justo José de Urquiza, para defender o Uruguai do ataque das forças de Rosas e Oribe. A Força Naval brasileira, composta por quatro navios com propulsão a vapor e três navios a vela, tinha como obstáculo o Passo de Tonelero, nas proximidades da Barranca de Acevedo, onde o inimigo instalara uma fortificação guarnecida por 16 peças de artilharia e 2.800 homens. Tonelero foi vencida em 17 de dezembro de 1851, com as tropas desembarcando em Diamante com sucesso. O Exército de Buenos Aires foi derrotado pelas tropas brasileiras e de seus aliados platinos, em fevereiro de 1852. A Passagem de Tonelero representou a única operação ofensiva realizada pela Marinha Imperial naquele conflito. Sob o ponto de vista naval, o fato mais importante do conflito foi a Passagem de Tonelero pela Esquadra brasileira. A passagem havia sido fortificada com 16 peças de artilharia e 2 mil homens. Para que as forças brasileiras, provenientes da Colônia de Sacramento, pudessem chegar a Diamante, no Rio Paraná, e daí atacar as forças de Rosas, seria necessário transportá-las além de Tonelero. Já caiu em prova! Prova SMV 2018 O período regencial foi marcado por diversas revoltas e rebeliões, nas quais a atuação da Marinha do Brasil, então Marinha Imperial, foi marcante para a resolução dos conflitos. Em qual embate o então Capitão-Tenente Joaquim Marques de Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, foi nomeado comandante da Força Naval em operação contra os insurretos? (A) Guerra dos Farrapos. (B) Balaiada. (C) Sabinada. (D) Cabanagem. (E) Revolta Praieira. Gabarito: B @nutri.passei l Por Leilane Leal 66 Comentários: Balaiada: Em agosto de 1839, seguiu para o Maranhão o Capitão-Tenente Joaquim Marques Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, nomeado comandante da Força Naval em operação contra os insurretos. Letra B. Prova SMV 2017 Durante a Guerra Cisplatina, a Marinha Imperial brasileira lutou com a Força Naval argentina e com corsários que atacavam os navios mercantes brasileitos por toda a nossa costa. Assinale a opção que apresenta a primeira ação de guerra da Força Naval brasileira na Guerra Cisplatina. (A) Estabelecimento de um bloqueio fluvial no Rio da Prata. (B) Abordagem e captura de uma Fragata Argentina. (C) Conquista de uma praça fortificada na margem esquerda do Rio da Prata. (D) Corte do abastecimento por mar da capital argentina. (E) Resgate de dois navios mercantes capturados por corsários. Gabarito: A Comentários: Apesar de no material não estar claro a informação da assertiva correta, é falado que o objetivo era o controle do Rio da Prata. Naquela época, controle era controle efetivo do mar. Por exclusão, basta uma leitura rápida do material, que observa-se que nenhuma outra assertiva causaria confusão. Correta é a letra A. @nutri.passei l Por Leilane Leal 67 A ATUAÇÃO DA MARINHA NA GUERRA DA TRÍPLICE ALIANÇA CONTRA O GOVERNO DO PARAGUAI Contexto: A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América Latina. Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta pelo Império do Brasil, Argentina e Uruguai. Ela se estendeu de dezembro de 1864 a março de 1870. É também chamada Guerra da Tríplice Aliança. Coube quase que exclusivamente ao Brasil a responsabilidade pela condução das operações navais. Paraguai – estava entre os defensores Brasil – estava entre os aliados (Argentina, Brasil e Uruguai) BATALHA NAVAL DO RIACHUELO Início: Paraguai quis invadir o Sul do Brasil pelo Rio Paraná. 11 de junho: É considerada a Data Magna da Marinha. É comemorada todos os anos. Brasil: Comandante da Força Naval: Almirante Joaquim Marques Lisboa, Visconde de Tamandaré. Estratégia: bloquear o acesso ao mar pelos paraguaios. O Chefe-deDivisão Francisco Manoel Barroso da Silva partiu na Fragata Amazonas e atacaram a Cidade de Corrientes, que estava sob comando paraguaio, e deteve o avanço da invasão para o Sul. Paraguai: Objetivo era destruir o bloqueio do Rio Paraná. Solano López planejou a ação que levaria à Batalha Naval do Riachuelo. o Plano: surpreender os navios brasileiros fundeados, abordá-los e, após a vitória, rebocá-los para Humaitá. o Assentaram canhões nas barrancas da Ponta de Santa Catalina, que fica imediatamente antes da foz do Riachuelo, e reforçar com tropas de infantaria o Rincão de Lagraña. O canal navegável era estreito e tortuoso, com risco de encalhe em bancos submersos, o que forçava as embarcações a passarem próximo à margem esquerda. Na noite de 10 para 11 de junho de 1865, a Força Naval brasileira comandada por Barroso, constituída pela Fragata Amazonas e mais 8 Vapores, estava a fundeada ao sul da Cidade de Corrientes, próximo à margem direita. E assim avistaram os Paraguaios chegando. A batalha começou Às 09:25h da manhã. O ataque liderado por Barroso com a Fragata Amazonas foi finalizado às 12:10h, concluindo a primeira fase da batalha. Mas o resultado ainda era insatisfatório: O Belmonte estava fora de ação, o Jequitinhonha estava encalhado e o Parnaíba sendo abordado e dominado pelo inimigo. Embora a Fragata Amazonas, capitânia brasileira, de propulsão mista a roda, não dispusesse de aríete, o almirante brasileiro adotou a tática de abalroar os navios paraguaios, e decidiu a @nutri.passei l Por Leilane Leal 68 sorte da batalha, ao afundar dessa forma três dos navios paraguaios e uma das chatas. Barroso venceu a batalha usando da vantagem do porte da Amazonas e contando com a perícia de um prático argentino que tinha a bordo. Antes do pôr-do-sol de 11 de junho, a vitória era brasileira. A Esquadra paraguaia foi praticamente aniquilada. Estava garantido o bloqueio que impediria que o Paraguai recebesse armamentos e, até mesmo, os navios encouraçados encomendados no exterior. Apesar da esmagadora vitória brasileira em Riachuelo, a Esquadra não pôde prosseguir rio acima porque, antes do conflito, os paraguaios haviam feito construir modernas fortalezas, entre as quais Humaitá. Conclusão da Batalha: Evidência de que o Brasil necessitava de navios encouraçados para o prosseguimento das ações de guerra. NAVIOS ENCOURAÇADOS E A INVASÃO DO PARAGUAI Os navios encouraçados começaram a chegar à frente de combate em dezembro de 1865. O Encouraçado Brasil, encomendado após a Questão Christie na França, foi o primeiro que chegou a Corrientes em dezembro de 1865. No Arsenal de Marinha da Corte, no Rio de Janeiro, iniciara-se a construção de outros navios encouraçados. Durante a guerra, foram incorporados à Armada brasileira 17 navios encouraçados. Brasil resolveu invadir Paraguai: A ofensiva aliada para a invasão do Paraguai necessitava de apoio naval. Passo da Pátria foi uma operação conjunta de forças navais e terrestres. Marinha: fazer os levantamentos hidrográficos, combater as chatas paraguaias e bombardear o Forte de Itapiru e o acampamento inimigo. Em março de 1866, já estavam disponíveis nove navios encouraçados, inclusive três construídos no Brasil: Tamandaré, Barroso e Rio de Janeiro. Houve, depois, perfeita cooperação entre as forças, na grande operação de desembarque que ocorreu em 16 de abril de 1866. Enquanto parte da Força Naval bombardeava a margem direita do Rio Paraná, de modo a atrair a atenção do inimigo, os transportes avançaram e entraram no Rio Paraguai. Fortes Curuzu e Curupaiti Curuzu: General Manoel Marques de Souza, o Barão de Porto Alegre, desembarcou na margem esquerda para atacar Curuzu e, no dia seguinte, os navios começaram a bombardear a fortificação. Curuzu foi conquistada pelo Barão de Porto Alegre, apoiado pelo fogo naval, em 3 de setembro. @nutri.passei l Por Leilane Leal 69 Curupaiti: O Presidente argentino, General Bartolomeu Mitre, comandante das Forças da Tríplice Aliança, assumiu pessoalmente o comando da operação. Apesar do intenso bombardeio naval, o ataque aliado, ocorrido em 22 de setembro, levou à maior derrota da Tríplice Aliança nessa guerra. Caxias e Inhaúma O Marquês de Caxias, General Luís Alves de Lima e Silva, empregou a Força Naval de Inhaúma, para apoiar sua ofensiva ao longo do Rio Paraguai, até a ocupação da cidade de Assunção; bombardeando fortificações; fazendo reconhecimentos pelo rio; transportando tropas de uma margem para a outra, para contornar o flanco inimigo; e fazendo o apoio logístico necessário. Passagem de Curupaiti A Força Naval bombardeava diariamente Curupaiti, tentando diminuir seu poder de fogo e abalar o moral dos defensores. Joaquim Ignácio comandou a Passagem de Curupaiti, enfrentando o fogo das baterias de terra e obstáculos no rio. Pelo feito, recebeu, logo depois, o título de Barão de Inhaúma. Para apoiar o material das forças em combate, construíra-se um arsenal em Cerrito, próximo à confluência dos Rios Paraguai e Paraná. Graças a ele, foi possível fazer essa estrada de ferro. Marquês de Caxias ocupou Tayi, no Rio Paraguai, acima de Humaitá, que serviria depois para apoiar os navios. Passagem de Humaitá Na madrugada de 19 de fevereiro de 1868, iniciou-se a Passagem de Humaitá. A passagem foi forçada pelos navios encouraçados (ironclad) Barroso, Bahia e Tamandaré, cada um levando a contrabordo, por bombordo, um monitor couraçado, respectivamente, o Rio Grande, o Alagoas e o Para; as consequências da rendição da fortaleza de Humaitá pouco depois, em julho, foram quase imediatas. Após a passagem, três dos seis navios tiveram que ser encalhados, para não afundarem devido às avarias sofridas no percurso. Estava, no entanto, vencida Humaitá, que aos poucos seria desguarnecida pelos paraguaios. O recuo das forças paraguaias Na madrugada de 3 de março de 1868, López se retirou de Humaitá com cerca de 12 mil homens. O avanço aliado e a Dezembrada Superado o obstáculo de Humaitá, Caxias pôde avançar para o norte alcançou Palmas e iniciou seus planos para atacar a nova posição do inimigo, em Piquissiri. Piquissiri: Operação em que a Força Naval exerceu um papel relevante. Foi construída uma estrada pelos pântanos do Chaco, ultrapassando diversos cursos d’água, para que as tropas, que cruzaram o rio nos navios, avançassem pela margem direita até um ponto em que podiam embarcar novamente, para serem transportadas para a margem esquerda, acima das posições inimigas. O ataque de Caxias para o Sul é conhecido como a Dezembrada. Ocorreu uma sucessão de combates terrestres, dos quais se destacam Itororó, Avaí e Lomas Valentinas. Ao final, as forças paraguaias estavam derrotadas e López fugiu. @nutri.passei l Por Leilane Leal 70 A ocupação de Assunção e a fase final da guerra Como não havia mais obstáculos até Assunção, ela foi ocupada pelos aliados e a Força Naval fundeou em frente à cidade, em janeiro de 1869. Ficaram no Paraguai os navios de MENOR CALADO, mais úteis para atuar nos afluentes. Em 1870, o Paraguai estava derrotado e seu povo dizimado. A Guerra foi muito importante para a consolidação dos Estados Nacionais na região do Rio da Prata. Foi durante o conflito que a unidade da Argentina se consolidou. Para o Brasil, foi um grande desafio que mobilizou o País e uniu sua população. Já caiu em prova! Prova SMV 2020 Durante a Guerra da Tríplice Aliança contra o governo do Paraguai, os meios navais do Brasil, para avançar ao longo do Rio Paraguai, tiveram que vencer diversas passagens fortificadas, destacandose entre elas: (A) Cuevas, Curupaiti e Corrientes. (B) Riachuelo, Curuzu e Araquari. (C) Araquari, Corrientes e Humaitá. (D) Curuzu, Mercedes e Cuevas. (E) Curupaiti;, Humaitá e Curuzu. Gabarito: E Prova SMV 2017 O dia 11 de junho é considerado a Data Magna da Marinha, pois marcou, em 1865, uma vitória decisiva da Força Naval brasileira na Guerra da Tríplice Aliança contra o Governo do Paraguai. "O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever" e "Sustentar o fogo que a vitória é nossa" foram os dois sinais de Barroso, Chefe de Divisão, no comando das duas divisões navais brasileiras no Conflito. Essas informações se referem a que Batalha? (A) Tomada da Fortaleza de Curuzu. (B) Guerra Cisplatina. (C) Batalha Naval do Riachuelo. (D) Batalha do Forte de Humaitá. (E) Dezembrada. Gabarito: C Comentários: Apenas em dizer, no ínicio da quetão, que se trata da Data Magna da Marinha, já se sabe que o assunto é sobre a Batalha Naval do Riachuelo, como está bem evidenciado no material. Apesar de não conter as falas de Barroso, todas as informações pertinentes à batalha estão relatadas no texto. Resposta é a letra C. @nutri.passei l Por Leilane Leal 71 A MARINHA NA REPÚBLICA Antecedentes Primeira Revolução Industrial: invenção da máquina a vapor. Segunda Revolução Industrial: a eletricidade foi o mecanismo que revolucionou os meios de produção, além do aumento da disponibilidade de ferro e aço. 1914: vigorava a Paz Armada todas as nações procuravam se armar para inibir o adversário de atacá-las. Duas grandes alianças político-militares predominavam: Tríplice Aliança: Império AustroHúngaro, Itália e Alemanha Tríplice Entente: França, Inglaterra e Rússia. De 1914 até o seu final, a guerra assumiu seu lado mais cruel. Milhões de vidas foram ceifadas na chamada GUERRA DE TRINCHEIRAS, quando as tropas limitavamse a defender determinadas posições estratégicas. Em 1917, os Estados Unidos da América (EUA) entraram no conflito. No mesmo ano, eclodiu a revolução socialista na Rússia e seus dirigentes assinaram com a Alemanha o Tratado de BrestLitovsky, se retirando da guerra. Brasil: Entrou na guerra em 1917, quando a campanha submarina alemã atingiu seus navios mercantes, afundados em razão do bloqueio alemão a Grã-Bretanha. O Brasil enviou então uma Divisão Naval para operar com a Marinha britânica entre Dakar e Gibraltar em 1918. A Alemanha, depois de uma fracassada ofensiva no teatro de operação ocidental, se viu exausta com as perdas sofridas, vindo a assinar o Armistício com os aliados no mês de novembro de 1918. O preparo do Brasil Inicialmente o objetivo era se manter neutro. A neutralidade foi a marca brasileira nos três primeiros anos de guerra, mesmo quando Portugal foi a ela arrastada em março de 1916. Brasil dependia do mar para escoar a produção de CAFÉ PARA A EUROPA E OS ESTADOS UNIDOS, nossos principais compradores. Ademais, importávamos muitos produtos da Inglaterra. Ponto crucial: afundamento do Navio Mercante Paraná ao largo de Barfleur, na França, apesar de ostentar a palavra Brasil pintada no costado e a Bandeira Nacional içada no mastro. Seguiu-se então o rompimento das relações diplomáticas com o governo alemão em 11 de abril de 1917. No mês de maio, o segundo navio brasileiro, o Tijuca, foi torpedeado nas proximidades de Brest na costa francesa. Seis dias depois seguiu-se o Mercante Lapa. Esses três ataques levaram o Presidente Wenceslau Braz a decretar o arresto de 45 navios dos impérios centrais aportados no Brasil e a revogação da neutralidade. Brasil repassou 30 navios por afretamento para a França. @nutri.passei l Por Leilane Leal 72 Vapor Tupi (navio brasileiro) foi atacado e afundado nas mediações do Cabo Finisterra; o Comandante e o despenseiro foram aprisionados por um submarino alemão e nunca mais se teve notícia de seus destinos. Brasil declara guerra contra o Império Alemão: 26 de outubro de 1917 Grande vulnerabilidade estratégica: Não existiam estradas ligando o Sul e Sudeste com o Norte e Nordeste. Todas as comunicações entre essas regiões eram feitas por mar. Papel importante da Marinha Mercante: modesta mas bem aparelhada. Nossa Marinha de Guerra era centrada na chamada Esquadra de 1910, com navios relativamente novos construídos na Inglaterra sob o Plano de Construção Naval do Almirante Alexandrino Faria de Alencar, Ministro da Marinha. Eram ao todo dois encouraçados tipo dreadnought, o Minas Gerais e o São Paulo, dois cruzadores tipo scouts, o Rio Grande do Sul e o Bahia, que viria a ser perdido tragicamente na Segunda Guerra Mundial, e dez contratorpedeiros de pequenas dimensões. Esses meios eram todos movidos a vapor, queimando carvão. Contribuição significativa: designação de 13 oficiais aviadores, sendo 12 da Marinha e um do Exército para se aperfeiçoarem como pilotos de caça da RAF no teatro europeu. Principal porto do país: Rio de Janeiro centro econômico e político mais importante. Instituiuse uma linha de minas submarinas cobrindo 600 metros entre as Fortalezas da Laje e Santa Cruz. Duas ilhas oceânicas preocupavam as autoridades navais devido a possibilidade de serem utilizadas como pontos de refúgio de navios inimigos: TRINDADE: ocupada militarmente em maio de 1916 com um grupo de cerca de 50 militares. Uma estação radiotelegráfica mantinha as comunicações com o continente e freqüentemente Trindade era visitada por navios de guerra para o seu reabastecimento. FERNANDO DE NORONHA: Lá existia um presídio do Estado de Pernambuco. A Marinha, então, passou a assumir a defesa dessa ilha, destacando um grupo de militares para guarnecê-la. Não houve nenhuma tentativa de ocupação por parte dos alemães. Desde o início do conflito, a participação da Marinha no confronto baseou-se no patrulhamento marítimo do litoral brasileiro com três divisões navais: portos de Belém, Rio de Janeiro e São Francisco do Sul. Esse serviço tinha por finalidade colocar a navegação nacional, a aliada e a neutra ao abrigo de possíveis ataques de navios alemães de qualquer natureza nas nossas águas. Divisão Naval em Operações de Guerra DNOG Governo de Wenceslau Braz: enviou uma divisão naval para operar sob as ordens da Marinha britânica. @nutri.passei l Por Leilane Leal 73 Navios do Brasil estavam relativamente obsoletos devido aos avanços tecnológicos da própria guerra. Brasil ia lutar contra Alemanha. Alemanha: possuía uma frota muito agressiva e motivada Preferiu a guerra submarina, que mostrou-se muito mais eficiente. Marinha brasileira: era dependente de suprimentos vindos do exterior. Não existiam estaleiros capacitados, nem fábricas de munição e estoques logísticos adequados. Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG): • Dificultada por limitações que não eram só da Marinha, mas também do Brasil. • Participação do contra-almirante Pedro Max Fernando de Frontin. • Principal tarefa: patrulhar uma área marítima contra os submarinos alemães, compreendida entre Dakar no Senegal e Gibraltar, na entrada do Mediterrâneo, com subordinação ao Almirantado inglês. Combustível: Dava-se preferência a um tipo de carvão proveniente da Inglaterra, o tipo cardiff ou dos Estados Unidos da América. O carvão nacional, por possuir grande quantidade de enxofre, era contra-indicado. Travessia Fernando de Noronha–Freetown: faina de transferência de carvão em alto mar. Esses recebimentos aconteciam em quaisquer condições de tempo e de mar e obrigavam a atracação dos navios ao Cruzador Auxiliar Belmonte e a utilização do Rebocador Laurindo Pitta para auxílio nas aproximações. Foram manobras perigosas que demandaram muita capacidade marinheira dos tripulantes. Durante a viagem até Dakar (Africa), Brasil enfrentou a GRIPE ESPANHOLA. Dos navios atingidos pelas doenças, o mais afetado foi o Cruzador-Auxiliar Belmonte que, entre seus 364 tripulantes, contaram-se 154 doentes. Em 3 de novembro, a DNOG largou de Dakar em direção a Gibraltar. Chegando lá, o Armistício foi assinado, dando a Grande Guerra como terminada. Por cerca de seis meses nossos navios permaneceram em águas européias participando das comemorações pela vitória, e visitando países que tomaram parte naquele grande conflito. A vitória dos aliados seria confirmada em Paris, em 28 de junho de 1919, quando se reuniram os representantes de 32 países e assinaram o Tratado de Versalhes, que foi imposto à Alemanha derrotada. @nutri.passei l Por Leilane Leal 74 O período entre guerras, que abarcou os anos de 1918 até 1939, caracterizou-se pelo abandono a que foi submetida não só a Marinha de Guerra como praticamente toda a atividade nacional relacionada com o mar. Criação da Escola Naval de Guerra (depois Escola de Guerra Naval) Criação da Flotilha dos Submarinos, com os três pequenos submarinos da Classe F Criação da Escola de Aviação Naval. O programa naval estabelecido em 1932 criou uma Força Naval modesta, um pouco melhor equilibrada, dentro das possibilidades financeiras e técnicas do País. Em 1935, foi iniciada uma grande reforma no Encouraçado Minas Gerais, que constou da substituição de suas caldeiras e do aumento do alcance de seus canhões de 305 mm. No início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, na Europa, o Brasil contava com praticamente os mesmos navios da Primeira Guerra Mundial. Antecedentes Alemanha foi a grande derrotada na Primeira Guerra Mundial. Medidas impostas pelo Tratado de Versalhes: restituir a Alsácia e a Lorena à França, ceder as minas de carvão, suas colônias, submarinos e navios mercantes; pagar aos vencedores uma indenização em dinheiro, ficando proibida de possuir Força Aérea e de fabricar alguns tipos de armas; proibição de possuir um Exército superior a 100 mil homens. Prejudicou a economia e o povo. Muitas dessas restrições, sob o comando de Hitler, começaram a ser ignoradas. Em agosto de 1939, a Alemanha e a União Soviética firmaram entre si um PACTO DE NÃO AGRESSÃO, que estabelecia, secretamente, a partilha do território polonês entre as duas nações. Hitler invadiu a Polônia e deu início à Segunda Guerra Mundial. Início das hostilidades e ataques aos nossos navios mercantes Marinha Mercante brasileira: pequena e composta de navios antiquados, mas exercia papel fundamental na economia nacional, não só no transporte das exportações brasileiras, mas também na navegação de cabotagem que mantinha o fluxo comercial entre as economias regionais, isoladas pela deficiência das nossas redes rodoviárias e ferroviárias. No decorrer da guerra, foram perdidos por ação dos submarinos alemães e italianos 33 navios mercantes. Os primeiros ataques à nossa Marinha Mercante ocorreram quando o Brasil ainda se mantinha neutro no conflito europeu. Alemanha foi a responsável pelos ataques. Seguiu-se com diversos torpedeamentos a navios brasileiros. @nutri.passei l Por Leilane Leal 75 Entrada dos EUA na guerra dificultou a vida dos países neutros até então. Em 28 de janeiro de 1942, o Brasil rompeu relações diplomáticas com os países que compunham o Eixo e assinou um ACORDO-MILITAR COM OS EUA em maio de 1942. Deslocamento da Força-Tarefa 3 da Marinha norte-americana para o Brasil, tendo o governo Vargas colocado os portos de Recife, Salvador e, posteriormente, Natal à disposição das forças norte-americanas. Alemanha resolveu atacar os portos brasileiros: A ação de cinco dias do submarino alemão U-507 levou a pique seis embarcações dedicadas às linhas de cabotagem, vitimando 607 pessoas. Motivo: não queria que o Brasil, apesar de ser ainda neutro na Segunda Guerra Mundial, continuasse a fornecer matérias-primas para seus inimigos. Governo brasileiro então declarou o ESTADO DE BELIGERÂNCIA. A Lei de Empréstimo e Arrendamento e modernizações de nossos meios e defesa ativa da costa brasileira A Lei de Empréstimo e Arrendamento – Lend Lease – com os Estados Unidos permitia, sem operações financeiras imediatas, o fornecimento dos materiais necessários ao esforço de guerra dos países aliados. Ela foi assinada a 11de março de 1941. Benefícios para o Brasil: crédito de 200 milhões de dólares, o qual, por ordem do presidente da República, coube ao Exército 100 milhões e à Marinha e à Força Aérea 50 milhões cada. o Da cota destinada à Marinha, um total de 2 milhões de dólares foi despendido com o armamento dos navios mercantes. Providências de caráter administrativo: Foram instalados os Comandos Navais, criados pelo Decreto no 10.359, de 31 de agosto de 1942, com o propósito de prover uma defesa mais eficaz da nossa fronteira marítima. Comando Naval do Norte • Sede em Belém • Acre • Amazonas • Pará • Maranhão • Piauí. @nutri.passei l Por Leilane Leal Comando Naval do Nordeste • Sede em Recife • Ceará • Rio Grande do Norte • Paraíba • Pernambuco • Alagoas Comando Naval do Leste • Sede em Salvador • Sergipe • Bahia • Espírito Santo. 76 Comando Naval do Centro • Sede no Rio de Janeiro • Rio de Janeiro • São Paulo Comando Naval do Sul • Sede em Florianópolis • Paraná • Santa Catarina • Rio Grande do Sul Comando Naval do Mato Grosso • Sede em Ladário • Bacias fluviais de Mato Grosso e Alto Paraná Defesas Locais A ação do Estado-Maior da Armada estendeu-se ao serviço de carga e descarga dos navios mercantes nos portos, tendo, para esse fim, coordenado sua ação com a do Ministério da Viação e Obras Públicas e com a Comissão de Marinha Mercante. Preocupou-se com as luzes das praias e edifícios próximos aos portos, ou em regiões que pudessem silhuetar os navios no mar, alvos dos submarinos inimigos. Defesa Ativa Importância dos navios corsários: fator surpresa nos portos, para danificarem suas instalações ou amedrontarem suas populações. Com o advento do submarino, o perigo tornou-se maior, com a possibilidade de torpedeamento de navios surtos nos portos. Defesa ativa: atuava em pontos focais da costa, com a finalidade de repelir qualquer ataque aéreo ou naval inimigo, por meio de ações coordenadas da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica. Medidas tomadas: Instalação de uma rede de aço protetora no alinhamento Boa Viagem – Villegagnon e coordenação do serviço de defesa do porto com as fortalezas da barra fiscalizada por lanchas velozes, e a sua entrada aberta e fechada por rebocadores. Com o tempo manteve-se apenas a vigilância interna, a cargo de um rebocador portuário. Em julho de 1943, teve início o serviço de varredura de minas do canal da barra, realizada pelo USS Flincker, substituído mais tarde pelo USS Linnet retrato do auxílio direto norte-americano ao nosso plano de defesa local. Encouraçado São Paulo: amarrado no interior do arrecife, provia a defesa da artilharia e supervisionava a rede antitorpédica. A varredura de minas era feita por navios mineiros varredores norte-americanos. Estava estacionado no Recife um grupo de especialistas em desativação de minas. As minas encontradas à deriva eram destruídas pelos navios de patrulha com tiros de canhão. @nutri.passei l Por Leilane Leal 77 A defesa principal do porto cabia ao Encouraçado Minas Gerais. Aparelhos de radiogoniometria de alta freqüência cruzavam as marcações com equipamentos semelhantes no Recife, a fim de localizar submarinos. Os serviços de proteção do porto estavam a cargo do Comando da Base Naval de Natal. Também eram acionadas unidades do Exército (que mantinham baterias na barra) e da Força Aérea Brasileira. A proteção do porto ficou entregue ao Exército, havendo a Marinha cedido alguns canhões navais de 120 mm para artilhar a barra. A defesa do Arquipélago de Fernando de Noronha, situado em ponto focal no Atlântico, ficou entregue ao Exército, que o artilhou fortemente, levando contingentes em comboios escoltados por navios da Marinha. A Força Naval do Nordeste Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial: Missão patrulhar o Atlântico Sul e proteger os comboios de navios mercantes que trafegavam entre o Mar do Caribe e o nosso litoral sul contra a ação dos submarinos e navios corsários germânicos e italianos. Força Naval do Nordeste, criada pelo Aviso n o 1.661, de 5 de outubro de 1942: parte de um rápido e intenso processo de reorganização das nossas forças navais para adequar-se à situação de conflito. Comando: Capitão-de-Mar-e-Guerra Alfredo Carlos Soares Dutra Navios: Cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul, Navios Mineiros Carioca, Caravelas, Camaquã e Cabedelo (posteriormente reclassificados como corvetas) e os CaçaSubmarinos Guaporé e Gurupi. As perdas brasileiras na guerra marítima somaram 31 navios mercantes e três navios de guerra, tendo a Marinha do Brasil perdido 486 homens. A primeira perda da Marinha de Guerra foi a do Navio Auxiliar Vital de Oliveira, torpedeado por submarino alemão pelo través do Farol de São Tomé, em 19 de julho de 1944. Pior desastre durante a Segunda Guerra Mundial: perda do Cruzador Bahia, no dia 4 de julho de 1945. Essa tragédia foi exacerbada pelo conhecimento dos terríveis sofrimentos dos náufragos, abandonados no mar durante muitos dias, por incompreensível falha de comunicações. Relacionamento Brasil– Estados Unidos: integração operacional entre as duas Marinhas. Foram aperfeiçoados procedimentos comuns e táticas eficazes na luta anti-submarino. Em 7 de novembro de 1945, concluída a sua missão, a Força Naval do Nordeste regressou ao Rio de Janeiro em seu último cruzeiro, tendo contribuido para a livre circulação nas linhas de @nutri.passei l Por Leilane Leal 78 navegação do Atlântico Sul. O navio de guerra que mais tempo passou no mar foi o Caça-Submarinos Guaporé, num total de 427 dias de mar, em pouco mais de três anos de operação, o que perfez uma média anual de 142 dias de mar. O navio que participou no maior número de comboios foi a Corveta Caravelas , com 77 participações. Resultado da guerra para o Brasil: Maior capacidade para controlar áreas marítimas e maior poder dissuasório. Fruto do auxílio norte-americano. Mudança de mentalidade na Marinha: assimilação de novas técnicas de combate e a incorporação de meios modernos para as forças navais. Profissionalização da nossa Marinha. Oportunidade de a Marinha “sentir o odor do combate”, participar de ações de guerra e adquirir experiências da refrega, das adversidades, do medo e da dor com a perda de navios e companheiros. Fundamental para forjar os futuros almirantes, oficiais e praças da Marinha. Percepção de que a logística ocupa lugar de importância na manutenção de uma força combatente operando eficientemente. Aproximação com os norte-americanos. Essa associação nos alinhou diretamente com suas doutrinas e com uma exacerbada ênfase na guerra anti-submarino. Já caiu em prova! Prova SMV 2020 Em relação à preparação do Brasil para a 1º Guerra Mundial, a nossa Marinha de Guerra era centrada na chamada esquadra de 1910, sob o plano de construção do Almirante Alexandrino Faria de Alencar, Ministro da Marinha. Qual é o nome dos dois cruzadores tipo Scouis que compunham essa Esquadra? (A) Minas Gerais e São Paulo. (B) Pará e Pernambuco. (C) Rio Grande do Sul e Bahia. (D) Santa Catarina e Sergipe. (E) Rio Grande do Norte e Piauí. Gabarito: C Comentários: Os encouraçados eram o Minas Gerais e o São Paulo e os dois cruzadores tipo scouts eram o Rio Grande do Sul e o Bahia. Letra C. @nutri.passei l Por Leilane Leal 79 Prova SMV 2016 Qual das missões abaixo representou a principal atuação da Marinha do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial? (A) Patrulhar a área compreendida entre Dakar-São Vicente-Gibraltar na costa da África. (B) Realizar o bloqueio naval no Rio da Prata. (C) Transportar tropas para a Europa e realizar operações anfíbias de desembarque na França ocupada. (D) Enfrentar os encouraçados alemães no Atlântico Sul, dentre os quais pode ser citado o Encouraçado Graf Spee. (E) Patrulhar o Atlântico Sul e escoltar os comboios de navios mercantes que trafegavam entre o Mar do Caribe e o litoral sul do Brasil. Gabarito: E Comentários: Transcrição do material: Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial: Missão patrulhar o Atlântico Sul e proteger os comboios de navios mercantes que trafegavam entre o Mar do Caribe e o nosso litoral sul contra a ação dos submarinos e navios corsários germânicos e italianos. Correta é a letra E. @nutri.passei l Por Leilane Leal 80 O Emprego Permanente do Poder Naval Origem do nosso Poder Naval: Poder Naval Português Poder Naval LusoEspanhol Pode Naval Brasileiro Emprego político do Poder Naval: Dos componentes do Poder Militar, o Poder Naval pode ser empregado para exercer persuasão armada, em tempo de paz. Os tipos de persuasão naval, específicos do emprego do Poder Naval em tempo de paz, classificados quanto aos modos em que os efeitos políticos se manifestam são: Sustentação A persuasão se manifesta em termos de se sentir apoiado ou contrariado em suas intenções. Dissuasão Os aliados se sentem apoiados e quem é hostil se sente inibido de agir, portanto, dissuadido. Positiva/Compelente Quando a uma ação já iniciada é forçada uma determinada linha de ação, modificando-a. Negativa/Deterrente Quando inibe uma determinada atitude, impedindo que seja tomada, fazendo o oponente desistir. Coerção No passado, muitas vezes as nações detentoras de Poder Naval utilizaram seus navios de guerra e forças navais com o propósito de sustentação ou de dissuasão. A percepção do Poder Naval Depende das capacidades que são visíveis ao observador. Enquanto numa guerra preponderam as qualidades reais dos meios empregados, que decidem os resultados das ações militares, em situação de paz ou conflitos de natureza limitada, as ameaças são medidas em termos de previsões e comparações. Os países desenvolvidos têm, em geral, maior capacidade para avaliar as verdadeiras ameaças resultantes do Poder Militar, inclusive do Poder Naval. O prestígio de uma Marinha sempre foi um dos atributos mais importantes para a percepção do Poder Naval. O prestígio está principalmente baseado nas capacidades “visíveis” e pode levar à necessidade de demonstrar permanente superioridade. @nutri.passei l Por Leilane Leal 81 As visitas a portos estrangeiros, para reabastecimento, descanso das tripulações, ou mesmo, específicas de boa vontade, no que se denomina “mostrar a bandeira”, podem transmitir a imagem do prestígio da Marinha. O emprego permanente do Poder Naval A teoria do emprego político do Poder Naval mostra a possibilidade do uso permanente das forças navais em tempo de paz, em apoio aos interesses de uma nação. Táticas de persuasão naval: Demonstração permanente do Poder Naval; Posicionamentos operativos específicos; Auxílio naval; · visitas operativas a portos; e Visitas específicas de boa vontade. O auxílio naval inclui a instalação de missões navais, o fornecimento de navios e o apoio de manutenção. Emprego do Poder Naval: – as operações com Marinhas aliadas, como a Operação Unitas, com a Marinha dos Estados Unidos e de países sul-americanos; a Operação Fraterno, com a Armada da República Argentina; e muitas outras; – a participação em diversas missões de paz, transportando as tropas ou através de seus fuzileiros navais, como em São Domingos, Angola, Moçambique, Nicarágua e Haiti; – as viagens de instrução do navio-escola e as visitas a portos estrangeiros, “mostrando a bandeira”; - apoio que a Marinha do Brasil presta a outras Marinhas aliadas, na América do Sul e no continente africano. Já caiu em prova! Prova SMV 2020 Os tipos de persuasão naval, específicos do emprego do Poder Naval em tempo de paz, são classificados quanto aos modos em que os efeitos políticos se manifestam. Assim qual o tipo de persuasão pode ser positiva ou compelente, quando uma ação já iniciada é forçada a uma determinada linha de ação, modificando-a (negativa ou deterrente) quando inibe uma determinada atitude, impedindo-a de ser tomada? (A) Poder Militar. (B) Dissuasão. (C) Sustentação. (D) Coerção. (E) Percepção. Gabarito: D Comentários: Aquele tipo de persuasão que faz o oponente desistir da ação, inibindo-o, é a coerção. Letra D. @nutri.passei l Por Leilane Leal 82 A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR NAVAL NA SEGUNDA METADE NO SÉCULO XIX E AS CONSEQUÊNCIAS PARA A MARINHA DO BRASIL TRECHOS IMPORTANTES DO DOCUMENTO: A Proclamação da República tirou da Marinha poder político, situação que se agravou ainda mais com a Revolta da Armada de 1893, e, sem poder político, a Marinha perdeu acesso às verbas para a sua atualização e renovação. Brasil não acompanhou a verdadeira revolução tecnológica que ocorreu no setor marítimo, na segunda metade do século XIX. Apesar de seu poder de fogo, a Esquadra brasileira de 1870 era tecnologicamente retardatária: o A maioria dos navios, desenvolvidos para o cenário típico do Rio da Prata, eram '"adequados para operar no mar (pequena borda livre); o Embora alguns dispusessem de Propulsão a vapor, usavam ainda a roda em lugar do hélice, com todas as desvantagens daí decorrentes; o A grande maioria era de madeira, apenas poucos levavam couraça; o Boa Parte da artilharia usada era de canhões de erro montados sobre carretas, atirando, atraves de aberturas feitas no casco, projetis sólidos não-explosivos. Com a evolução tecnológica, sua obsolescência foi, pois, muito rápida. A propulsão mista: da roda ao hélice As transformações resultantes do desenvolvimento tecnológico no setor naval ocorreram em todas as áreas: na construção naval, na propulsão dos navios, nos seus equipamentos e, finalmente, nos seus sistemas de a83rmas. As Marinhas de todo o mundo, principalmente a da Inglaterra, opunham-se à construção de navios de guerra a vapor, só aceitando este tipo de propulsão para as pequenas embarcações auxiliares, como rebocadores, dragas, etc. As razões para isso eram várias: a precariedadee pouca confiabilidade das máquinas a vapor existentes; a dependência ao fornecimento de carvão, nas viagens maiores, sendo necessário instalar estações de reabastecimento de carvão ao longo da rotas dos navios; o uso da roda - o único recurso então existente para impulsionar o navio - tornava os navios extremamente vulneráveis ao fogo dos canhões inimigos, ainda que estes fossem bastantes primitivos, e tirava o espaço destinado à própria artilharia, reduzindo o poder de fogodo navio; umacerta hostilidade do pessoal do convés para com os maquinistas e foguistas, homens rudes, sempre às voltas com óleos e graxas. Embora as primeiras experiências com o hélice datassem de 1825, só em 1842 os franceses alcançaram o primeiro navio com hélice, o Aviso Corse, com propulsão mista, que alcançou 12,4 nós de velocidade. Na América do Sul, em meados do século XIX, as tentativas argentinas para fazer reviver o Vice@nutri.passei l Por Leilane Leal 83 Reinado do Prata - a Argentina considerava-se herdeira da Espanha - e a forte oposição do Império do Brasil a essa pretensão, mantinham vivas as tensões no sul do continente. E Brasil então procurou fortalecer o seu Poder Naval, não só construindo em estaleiros nacionais alguns navios com propulsão mista e colocando encomendas no exterior Em 1848 é incorporado o primeiro navio de guerra a vapor, a Fragata Dom Afonso, a roda, construída na Inglaterra. No Brasil, o Arsenal da Corte construiu, em 1843, a primeira embarcação a vapor feita país, a Barca Tetis, com deslocamento de 240 toneladas. Os motores e caldeiras foram importadas da Inglaterra. Em 1857, é iniciada no Arsenal da Corte a construção da Corveta Niterói, até então o maior navio de propulsão a vapor construído no Brasil; o navio seria dotado com canhões de alma raiada. No Brasil, é lançada ao mar, no Arsenal da Corte, em 1873, a Corveta Trajano, que assinala o início de um novo ciclo de construção naval no País. No Arsenal da Corte, foram construídos dois cruzadores de propulsão mista, idênticos aos construídos na década de 70; uma canhoneira a vapor [a Iniciadora] que foi o primeiro navio construído no Brasil com casco de ferro; quatro canhoneiras a vapor com casco de aço. Os cruzadores Os cruzadores protegidos não dispunham de couraça lateral; suas partes vitais, situadas abaixo da linha d'água do navio - praças de máquinas, de caldeiras e os paióis de munição - eram protegidas por um convés de aço, com espessuras que iam desde 3á" até 6". Eram dotados de compartimentagem estanque e, como proteção adicional, suas carvoeiras foram colocadas junto ao costado do navio. Os cruzadores encouraçados dispunham de couraça lateral, o que lhes dava uma proteção superior a dos protegidos. O primeiro destes navios apareceu em 1875, o Cruzador Encouraçado HMS Shannon. Eram também chamados de encouraçados de 2ª classe. A pólvora inicialmente usada como propelente era a pólvora negra, constituída de grãos pequenos, e cuja principal característica é liberar toda a energia imediatamente após a ignição. A pólvora de queima mais lenta, resultante da redução da quantidade de enxofre e aumento da de salitre e carvão, é a pólvora marrom (ou chocolate); com o seu uso a velocidade inicial do projétil passou de 1.600 pés/segundo para mais de 2.000. Em 1887 é iniciada a construção do Cruzador Tamandaré, de 4.537 toneladas, até hoje o maior navio de guerra construído no Brasil. @nutri.passei l Por Leilane Leal 84 Brasil procurava compensar o seu atraso tecnológico tanto adquirindo navios no exterior [em 1852, chega ao Brasil a Fragata de propulsão mista, a roda, Amazonas]; [em 1854, recebia da Inglaterra os primeiros navios a hélice (quatro canhoneiras); em 1856, mais três: Construída no Brasil em 1854: Canhoneira Ipiranga - primeiro navio a hélice construído no País (projeto de Napoleão Levei, executado no Arsenal da Corte; as máquinas e as caldeiras, sob a supervisão de Carlos Braconnot, foram construídas também no Arsenal) A Ipiranga participou da Batalha Naval do Riachuelo. O primeiro navio a receber um equipamento de radiotelefonia, que lhe permitia tanto transmitir como receber, foi o USS New Hampshire, em 1915. 0 seu uso só generalizaria anos mais tarde. Jerônimo de Albuquerque e o comando da força naval contra os franceses no Maranhão Jerônimo de Albuquerque (1548-1618): Faleceu em 1593, deixando dezenas de filhos com índias e com a portuguesa com quem se casou 25 anos depois de chegar ao Brasil, e que veio de Portugal para ser sua esposa. Foi apelidado de “Adão Pernambucano”, por sua notável contribuição para a elevada frequência do sobrenome Albuquerque no País. Os portugueses, ao chegarem ao Brasil em pequenos grupos, precisavam se aliar a uma das tribos, ganhando, como consequência, muitos inimigos. Isso tornou muito difícil o início da colonização, trazendo certo insucesso de quase todas as capitanias hereditárias. Desde as primeiras décadas do século XVI, os franceses se interessaram pelo Brasil, procurando negociar os produtos da terra com os índios do litoral. As diversas expedições que empreenderam permitiram o acúmulo de conhecimentos a respeito do litoral brasileiro, inclusive da região entre o “Mearim e a foz do Amazonas”, que era praticamente desconhecida pelos portugueses. Relação com os franceses: Para desalojá-los, o capitão-mor de Pernambuco, Manuel Mascarenhas Homem, organizou uma expedição, em 1597, e escolheu Jerônimo de Albuquerque, o mameluco, para comandar uma das companhias de infantaria, por suas boas qualidades de líder guerreiro. Jerônimo era capaz de articular interesses portugueses com a cultura dos índios. As vitórias sobre os franceses no Maranhão fizeram com que Jerônimo de Albuquerque fosse reconhecido pelo reino como capitão-mor da conquista daquela capitania. Jerônimo de Albuquerque obteve o auxílio de índios, antes um obstáculo à presença lusa na região Norte, em favor da coroa. O “brasileiro”, em uma ação pioneira, comandou uma força naval e teve participação relevante na expulsão de invasores franceses. A partir da aplicação do Poder Naval, foi capaz de assegurar aos portugueses o domínio do Norte do futuro Brasil, permitindo que essa área fosse incorporada à atual configuração do Território Brasileiro. O mérito da conquista e da vitória “tão digna de memória” sobre os invasores fez com que Jerônimo @nutri.passei l Por Leilane Leal 85 de Albuquerque acrescentasse em seu sobrenome “Maranhão”, vinculando sua própria identidade à terra que, “a custa do seu sangue e fazendas”, defendeu. Já caiu em prova! Prova SMV 2020 Na segunda metade do Século XIX, o Brasil procurava compensar seu atraso tecnológico tanto adquirindo navios no exterior como construindo no Brasil. Qual foi o primeiro navio a hélice construído no país em 1854? (A) Canhoneira Ipiranga. (B) Fragata Amazonas. (C) Corveta Niterói. (D) Encouraçado Brasil. (E) Monitor Parnaíba. Gabarito: A Comentário: Foi uma das poucas questões que cobrou um decoreba tão direto. Mas tem que estar preparado para tudo. Canhoneira Ipiranga: Primeiro navio de guerra a hélice construído no Brasil (Arsenal de Marinha da Corte). Projetado e construído por Napoleão Level. @nutri.passei l Por Leilane Leal 86 EMBARCAÇÕES: CARAVELA – navio de casco alto na popa e baixo na proa, de proa aberta ou coberta, arvorando de 1 a 4 mastros de velas bastardas e armado com até 10 peças de artilharia. 60 a 160 toneladas. Foram usadas nos descobrimentos dos Séculos XV e XVI. NAU – navio de porte relativamente grande, com acastelamentos à proa e popa, arvorando geralmente com um só mastro com vela redonda. No século XVII, os naus aumentaram de tamanho, tornando-se mais bojudas, com 3 mastros, e tinham até 3 ou 4 coberturas com 2 a 3 baterias de canhões. Foi se modificando o seu velame. Eram dedifícil manejo. NAVETA – nau pequena. GALEÃO – embarcação de alto bordo, 2 ou 3 mastros envergando vela redonda e gorupes com velas de proa. Transporte de ouro e prata. Armado com numerosos canhoes. BERGANTIM – antiga embarcação à vela e remo, esguia e veloz, de convés corrido, com um ou dois mastros de galé a 8 ou 10 bancos para remadores. Depois ficou navio a vela de 2 mastros, armado com 10 a 20 peças de artilharia. FRAGATA – embarcação menor que o bergantim, com popa menos elevada. Navio de guerra semelhante à nau, menor e menos armado, porém mais veloz e de melhor manobra. Não tinha castelo e sua mastreação era de galera. No século XIX houve fragatas mistas, a vela e a vapor. BRIGUE – navio à vela, com 2 mastros espigando mastaréus e envergando pano redondo, com velas de entrematro e gurupés e um latino quadrangular no mastro da mezena. CORVETA – navio de guerra semelhante a nau, porém mais veloz, menor e mais armado que ela, com 3 mastros, sem acastelamentos, armado apenas com uma bateria de canhões. Apareceu no fim do século XVII para substituir a fragata e o brigue em missões de reconhecimento ofensivo. Desempenhava funções de aviso e transporte. ENCOURAÇADO – navio de combate desenvolvido no século XIX, armado de canhões de grosso calibre, fortemente protegido por couraças nos pontos vitais, e por subdivisão interna do casco em compartimentos estanques. Até a 2ª guerra, era o navio de combate mais poderoso, deslocando 30 a 50 mil toneladas, e destinado a constituir a espinha dorsal da linha de batalha, no combate entre esquadras. Durante a 2ª guerra, os encouraçados foram empregados para canhonear fortificações costeiras, nas operações anfíbias; depois cederam a primazia aos navios-aeródromos. MONITOR – navio de combate, de calado reduzido, borda-livre muito pequena, armado com canhões de médio ou grosso calibre, em geral instalados numa torre giratória na parte de vante e na mediana, para emprego em operações fluviais ou de bombardeio de costa. A vela fora abolida @nutri.passei l Por Leilane Leal 87 e o casco do monitor era todo de ferro, bastante baixo, com uma borda livre de 40cm apenas. CRUZADOR – navio de combate, de tamanho médio, grande velocidade, proteção moderada, grande raio de ação, boa mobilidade e armamento de calibre médio e tiro rápido, destinado a efetuar explorações, coberturas, escoltas de comboios de superfície, guerra de corso, bombardeios de costa. BRULOTE – embarcação carregada de matérias inflamáveis e explosivas destinadas a levar fogos aos navios inimigos. CONTRATORPEDEIROS – navio destinado a combater torpedeiras, dotado de maior velocidade do que estas, e armado com canhões de médio calibre e tubos lançatorpedos. Era chamado de destróier, caça-torpeiro. TERMOS NÁUTICOS: PLOTAGEM – inserção na carta (mapa) náutica da posição da embarcação. NÓS – unidade de velocidade igual a uma milha marítima por hora (1M/h = 1,852 km/h). FUNDEAR – lançar a âncora ao mar. BATEL – pequeno barco usado nas naus e galeões. GRUMETE – marinheiro que está iniciando a carreira. PÉRIPLO – navegação à volta de um continente. CAPITÂNIA – é o navio em que se encontra embarcado o comandante de uma Força Naval. ARMADA – grupos de navios de guerra.PATACHO – antigo navio à vela de dois mastros. INVESTIR À BARRA – entrar no rio pela sua foz. ESQUADRILHA – parcela de navios da esquadra. AMARRAS – corrente formada por elos que segura a âncora à embarcação. TRAVÉS – lateral do navio. RODA – bico de proa (parte avante do navio). DERROTA – caminho percorrido ou a percorrer por uma embarcação no mar. CONVESES – nome dado aos pavimentos de bordo. TORPEDO – os primeiros torpedos surgiram no início do século XIX, sob a forma de uma carga explosiva rudimentar, que deveria ser transportada por pequenas embarcações para ser colocada sob o casco de um navio fundeado, onde explodiria com uma espoleta de tempo. REBATE – ataques possivelmente falsos. ARQUEAÇÃO – medida de capacidade dos espaços internos de uma embarcação, expressa em tone ladas de arqueação (1 tonelada de arqueação = 100 f 3 = 2,832 m3). @nutri.passei l Por Leilane Leal 88 LONGO CURSO – navegação realizada em alto mar. CABOTAGEM – navegação realiza da em águas costeiras de um só país. ESCOTEIRO – navegação de um único navio. APARELHO DE RA DIOGONIOMETRIA – equipamento utilizado para informar a direção de uma comunicação eletromagnética (rádio). CINTURA ESTREITA DO ATLÂNTICO – estreitamento do oceano Atlântico entre América do Sul e continente africano. MOBILIDADE, VERSATILIDADE DE TAREFAS, FLEXIBILIDADE TÁTICA, AUTONOMIA, CAPACIDADE DE PROJEÇÃO DE PODER, ALCANCE GEOGRÁFICO – características fundamentais do Poder Naval. GOSTOU DO MATERIAL? Siga @nutri.passei no Instagram e acompanhe dicas, materiais, dúvidas sobre concursos e seleções. Valorize o trabalho da autora! Copyright (Direitos Autorais): Todos os direitos reservados. 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