METODOLOGIA DE PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL Camila Muniz Assumpção Coleta de dados: estatística e bibliografia Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir coleta de dados. Reconhecer os principais instrumentos de coleta de dados. Analisar as coletas de dados estatísticas e bibliográficas. Introdução A coleta de dados é o levantamento e o armazenamento de informações que auxiliam os pesquisadores no estudo do seu objeto de pesquisa. Assim, ela é de grande relevância no processo de pesquisa. Como você pode imaginar, existem várias possibilidades de coletar dados. Entre as principais, estão a entrevista, o questionário e o formulário. Neste capítulo, você vai conhecer melhor essas possibilidades, além de se familiarizar com outras. Você também vai se aventurar nos estudos sobre a coleta de dados, podendo defini-la e reconhecer os seus principais instrumentos. Além disso, você vai entender como é feita a análise dos dados e quão importante ela é para a pesquisa científica. Coleta de dados Para se definir a coleta de dados, é necessário entender onde ela se encaixa e por que é necessária no processo de pesquisa. Assim, você deve ter em mente os conceitos de metodologia e método científico. A metodologia é a descrição, a análise e a avaliação crítica dos métodos de investigação. Para que 2 Coleta de dados: estatística e bibliografia o conhecimento ultrapasse o muro do senso comum, deve ser sistematizado por meio de uma metodologia científica. A metodologia deve apoiar-se na epistemologia — do grego epistéme (ciência) —, que é o estudo crítico dos princípios, hipóteses e resultados das ciências já constituídas. Segundo Alves (2002), o senso comum é o conhecimento adquirido pelas pessoas por meio do convívio social com outros indivíduos. Ele advém das múltiplas relações de onde é extraído o conhecimento científico: “O senso comum é aquilo que não é ciência [...] a ciência é uma metamorfose do senso comum. Sem ele, ela não pode existir” (ALVES, 2002, p. 11). O que distingue o senso comum e o conhecimento científico é que o primeiro é formado por sentimentos, desejos, entre outros; já o segundo é formado por meio da razão e seguido rigorosamente no que diz respeito aos aspectos metodológicos, procurando excluir as emoções, as crenças religiosas, os desejos do homem, os misticismos. Ainda de acordo com Alves (2002, p. 16), “[...] o senso comum e a ciência são expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver melhor e sobreviver”. A metodologia lida com a avaliação de técnicas de pesquisa e com a geração ou a experimentação de novos métodos que possibilitam captar e processar informações, bem como resolver diversas categorias de problemas teóricos e práticas de pesquisa. Além de estudar os métodos, a metodologia também é uma forma de fazer pesquisa, ou seja, é um conhecimento geral e se relaciona à habilidade que o pesquisador tem de se orientar no processo de investigação, tomar decisões oportunas, selecionar conceitos, hipóteses, técnicas e dados adequados. De acordo com Demo (1987), a metodologia é uma preocupação instrumental. Ela se relaciona ao caminho que a ciência trilha para tratar a realidade teórica e prática. A metodologia centra-se, geralmente, no esforço de transmitir uma iniciação aos procedimentos lógicos voltados para questões da causalidade, dos princípios formais da identidade, da dedução e da indução, da objetividade, etc. Na Figura 1, a seguir, você pode ver as etapas do processo de pesquisa. Coleta de dados: estatística e bibliografia Figura 1. Processo de pesquisa. Fonte: Método... (2008). Segundo Vera (1980), a pesquisa só ocorre de fato quando existe um problema que se deve definir, examinar, avaliar e analisar criticamente, para, em seguida, tentar a sua solução. O primeiro passo é, então, delimitar o objeto de investigação (o problema) entre os temas possíveis. Para o desenvolvimento de qualquer pesquisa, há a necessidade de se elaborar um projeto, um planejamento, que tem as seguintes etapas: 1. escolha do tema; 2. elaboração da pesquisa bibliográfica e seleção das obras relevantes; 3. formulação do problema; 4. especificação dos objetivos (gerais e específicos); 5. justificativa da escolha da pesquisa; 6. definição da metodologia a ser empregada; 7. coleta dos dados; 8. tabulação dos dados; 9. análise, comparações e discussão dos dados; 10. conclusões; 11. relatório final. 3 4 Coleta de dados: estatística e bibliografia Todas essas etapas são importantes para a pesquisa, mas aqui você vai estudar mais detidamente a coleta de dados. Ela pode ser definida como o ato de pesquisar, juntar documentos e provas, procurar informações sobre determinado tema ou conjunto de temas correlacionados e agrupá-las de forma a facilitar uma posterior análise. A coleta de dados auxilia o pesquisador a analisar os fatos e/ou fenômenos, dando base para respostas, decisões e conhecimentos. De acordo com Martinelli (1999, p. 27), “Dados são fatos; em si não trazem grande significado; só depois que eles forem de alguma forma agrupados ou processados é que poderemos ver o significado ser revelado”. A coleta de dados quantitativos é uma etapa da pesquisa que requer tempo e trabalho. Afinal, é necessário reunir as informações indispensáveis à comprovação da hipótese. Essa coleta se apoia em instrumentos adequados aos fins mensurativos. Já a coleta de dados qualitativos não é um processo acumulativo e linear cuja frequência, controlada e mensurada, autoriza o pesquisador, exterior à realidade estudada e dela distanciado, a estabelecer leis e prever fatos. Os dados são colhidos em um processo de idas e vindas, nas diversas etapas da pesquisa e na interação com seus sujeitos. Quanto à forma de obtenção de dados, há a coleta direta e a coleta indireta, como você pode ver a seguir. Coleta direta: é realizada no local da ocorrência. O pesquisador faz uma visita ou envia um instrumento de consulta para obter a informação. A coleta direta também pode ser entendida como aquela feita quando há elementos informativos de registro obrigatório, como casamento, nascimento, óbito, entre outros. Além disso, os dados podem ser coletados pelo próprio pesquisador por meio de questionários, censo demográfico, etc. Os dados resultantes da coleta direta são chamados de dados primários. Coleta indireta: ocorre quando os dados são obtidos por consulta a documentos existentes, como relatórios, anuários, teses, artigos, entre outros. Ou seja, essa coleta ocorre quando se utilizam elementos conhecidos e/ ou que dizem respeito a outros fenômenos relacionados com o fenômeno estudado. Os dados nessa coleta são chamados de secundários, devido ao fato de já terem passado por um tratamento estatístico. Coleta de dados: estatística e bibliografia Gil (2008) afirma que o elemento mais importante da fase de delineamento é a coleta de dados. Nessa fase, é possível utilizar vários instrumentos de coletas de dados. Basicamente, existem dois grandes grupos de delineamentos: o que se vale de informações impressas, que advêm de livros, revistas, documentos impressos e/ou eletrônicos (pesquisa bibliográfica e documental); e o grupo que utiliza informações obtidas por meio de pessoas ou experimentos (pesquisa experimental, pesquisa ex-post facto, levantamento, estudo de caso, pesquisa-ação e pesquisa participante). Principais instrumentos de coleta de dados A escolha dos instrumentos de coleta de dados utilizados para a obtenção de informações essenciais a respeito do problema de pesquisa relaciona-se diretamente aos objetivos da pesquisa e ao tipo de abordagem que o pesquisador se propõe a fazer, seja ela qualitativa ou quantitativa. As técnicas de coleta de dados são um conjunto de regras ou processos utilizados por uma ciência. Entre os instrumentos de coleta de dados, estão: a entrevista, a observação, o formulário, a triangulação e a pesquisa documental. A seguir, você pode conhecer melhor cada um deles. Entrevista: é um encontro entre duas pessoas em que uma delas obtém informações a respeito de determinado assunto por meio de uma conversação de natureza profissional (MARCONI; LAKATOS, 2007). A entrevista possibilita que o pesquisador extraia uma quantidade muito grande de dados e informações, o que pode originar um trabalho bastante rico. Ribeiro (2008, p. 141) destaca que a entrevista é “A técnica mais pertinente quando o pesquisador quer obter informações a respeito do seu objeto, que permitam conhecer sobre atitudes, sentimentos e valores subjacentes ao comportamento”. Isso significa que por meio dela “[...] se pode ir além das descrições das ações, incorporando novas fontes para a interpretação dos resultados pelos próprios entrevistadores”.(RIBEIRO 2008,p.141) Observação: é uma técnica de coleta de dados que se utiliza da observação de determinados aspectos da realidade (MARCONI; LAKATOS, 2007). Com base em Marconi e Lakatos (1996) e Selltiz, Wrightsman e Cook. (1965), pode-se concluir que a técnica de observação tem diversas modalidades, aplicáveis de acordo com as circunstâncias. Entre elas, destacam-se, segundo os meios utilizados, observação assistemática e observação sistemática; segundo a participação do observador, observação não participante e observação participante; segundo o número 5 6 Coleta de dados: estatística e bibliografia de observações, observação individual e observação em equipe; segundo o lugar onde se realiza, observação na vida real e observação em laboratório. Questionário: é um conjunto predeterminado de perguntas criadas para coletar dados dos correspondentes (HAIR et al., 2003). O questionário pode ser formado por perguntas abertas, fechadas ou de múltipla escolha. As abertas são as que permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria e emitindo opiniões. As fechadas são aquelas em que o informante escolhe sua resposta entre duas opções. Esse tipo de pergunta, embora restrinja a liberdade das respostas, facilita o trabalho do pesquisador e também a tabulação, pois as respostas são mais objetivas. Triangulação: segundo Yin (2001), qualquer uma das técnicas de coleta de dados pode e tem sido a única base para estudos inteiros. Isso ocorre devido à noção de que o pesquisador deveria escolher somente aquela técnica mais adequada ao seu caso ou aquela com a qual estivesse mais familiarizado. Segundo Yin (2001), a triangulação fundamenta-se na lógica de utilizar várias fontes de evidências. A utilização de várias fontes na coleta de dados é uma necessidade e, ao mesmo tempo, um ponto forte muito importante para estudos de caso, principalmente. Para Triviños (1987), a técnica de triangulação tem como propósito básico abranger a máxima amplitude na descrição, na explicação e na compreensão do objeto em estudo. No Quadro 1, a seguir, você pode ver os principais tipos de entrevista e observação. Quadro 1. Tipos de entrevista e observação. Entrevista Informal Focalizada Por pautas Estruturada/formalizada Observação Assistemática Sistemática Participante Não participante Individual Em equipe Na vida real Em laboratório Coleta de dados: estatística e bibliografia Coletas de dados estatísticas e bibliográficas A análise dos dados é uma das fases mais importantes da pesquisa. A partir dela, são apresentados os resultados e a conclusão da pesquisa. Tal conclusão pode ser final ou apenas parcial, deixando margem para pesquisas posteriores (MARCONI; LAKATOS, 1996). Para analisar os dados, é preciso defini-los em dados bibliográficos e dados estatísticos. Os dados bibliográficos podem ser entendidos como o conjunto de registros bibliográficos que auxiliam no estudo da pesquisa. Assim, ocorre o levantamento de autores especializados por meio de livros, artigos científicos e revistas especializadas, entre outras fontes. Por sua vez, os dados estatísticos são a representação numérica ou quantitativa de um fato, fenômeno ou ocorrência. A coleta dos dados estatísticos é muito importante para o conhecimento da realidade. Relacionadas à análise dos dados, há a sua tabulação e a sua categorização. A tabulação é a contagem das respostas codificadas dos dados coletados em uma pesquisa. Ou seja, é a maneira ordenada de dispor os resultados numéricos para facilitar a leitura e a análise. Assim como a tabulação, a categorização serve para analisar dados. Ela é definida como o agrupamento de dados considerando o que há de comum entre eles. De acordo com Olabuenaga e Ispizúa (1989), o processo de categorização deve ser entendido em sua essência como um processo de redução de dados. As categorias representam o resultado de um esforço de síntese de uma comunicação, ressaltando nesse processo seus aspectos mais importantes. Além disso, merece destaque a análise de conteúdo, a estatística descritiva univariada e a estatística multivariada. A análise de conteúdo é um “[...] conjunto de técnicas de análise das comunicações [...]” (BARDIN, 1977, p. 30) que tem por objetivo enriquecer a leitura e ultrapassar as incertezas, extraindo conteúdos por trás da mensagem analisada. Segundo Triviños (1987, p. 158), “[...] a análise de conteúdo é um método que pode ser aplicado tanto na pesquisa quantitativa como na investigação qualitativa [...]”. Bardin (1977) afirma que a análise de conteúdo possui duas funções básicas: função heurística — aumenta a prospecção à descoberta, enriquecendo a tentativa exploratória — e função de administração da prova — em que, pela análise, buscam-se provas para a afirmação de uma hipótese. 7 8 Coleta de dados: estatística e bibliografia É importante você entender que a análise de conteúdo utiliza tanto procedimentos sistemáticos e ditos objetivos de descrição dos conteúdos quanto inferências e deduções lógicas. Assim, esse método pode ser aplicado tanto na pesquisa quantitativa como na investigação qualitativa. Na quantitativa, o que serve de informação é a frequência com que surgem algumas características do conteúdo; na qualitativa, é a presença ou a ausência de dada característica de conteúdo. Os atributos da análise de conteúdo, segundo Grawitz (apud FREITAS, 2000, p. 40), são: ser objetivo — uma vez que existem regras e diretrizes que conduzem o analista; ser sistemático — o conteúdo deve ser ordenado e integrado nas categorias escolhidas, em função do objetivo; ser quantitativo — por meio da evidenciação de elementos significativos. A estatística multivariada pode ser definida como um conjunto de métodos estatísticos utilizados em situações nas quais diversas variáveis são medidas simultaneamente em cada elemento amostral. Em geral, “[...] as variáveis são correlacionadas entre si e quanto maior o número de variáveis, mais complexa torna-se a análise por métodos comuns de estatística univariada” (MINGOTI, 2005, p. 21). Segundo Mingoti (2005, p. 21), a estatística multivariada se divide em dois grupos: “[...] um primeiro, consistindo em técnicas exploratórias de sintetização (ou simplificação) da estrutura de variabilidade dos dados, e um segundo, consistindo em técnicas de inferência estatística”. Fazem parte do primeiro grupo métodos como a análise de componentes principais, a análise fatorial, a análise de correlações canônicas, a análise de agrupamentos, a análise discriminante e a análise de correspondência. Esses métodos têm um apelo prático muito interessante, pois, na sua maioria, independem do conhecimento da forma matemática da distribuição de probabilidades geradoras dos dados amostrais. No segundo grupo, encontram-se os métodos de estimação de parâmetros, os testes de hipóteses e as análises de variância, de covariância e de regressão multivariadas. As técnicas univariadas, segundo Malhotra (2001), são utilizadas quando há uma única medida de cada elemento na amostra. Também são utilizadas quando, havendo várias medidas de cada elemento, cada variável é estudada isoladamente. Mattar (2001) complementa afirmando que, se o número de variáveis for, respectivamente, um, dois ou mais de dois, a técnica estatística pode ser classificada como univariada, bivariada ou multivarida. Segundo Coleta de dados: estatística e bibliografia Mattar (2001, p. 62), “[...] os métodos descritivos têm o objetivo de proporcionar informações sumarizadas dos dados contidos no total de elementos da(s) amostra(s) estudada(s)”. Segundo Marconi e Lakatos (1996), o objetivo da estatística descritiva é o de representar, de forma concisa, sintética e compreensível, a informação contida num conjunto de dados. Essa tarefa, que adquire grande importância quando o volume de dados é grande, concretiza-se na elaboração de tabelas e de gráficos, assim como no cálculo de medidas ou indicadores que representam convenientemente a informação contida nos dados. ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 2002. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. DEMO, P. Introdução ao ensino da metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987. FREITAS, H. M. R. Análise léxica e análise de conteúdo: técnicas complementares, seqüenciais e recorrentes para exposição de dados qualitativos. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2000. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. HAIR, J. F. et al. Método de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman, 2003. MALHOTRA, N. Pesquisa de marketing. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007. MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração e interpretação de dados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996. MARTINELLI, M. L. Pesquisa qualitativa: um instigante desafio. 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