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NBR ISO 4309 - 09

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NORMA
BRASILEIRA
ABNT NBR
ISO
4309
Terceira edição
08.01.2009
Válida a partir de
08.02.2009
Equipamentos de movimentação de
carga — Cabos de aço — Cuidados,
manutenção, instalação, inspeção
e descarte
Cranes – Wire ropes – Care, maintenance, installation, examination
and discard
Palavras-chave: Guindaste. Cabo de aço.
Descriptors: Crane. Wire rope.
ICS 53.020.30
ISBN 978-85-07-01222-1
Número de referência
ABNT NBR ISO 4309:2009
41 páginas
© ISO 2004 - © ABNT 2009
ABNT NBR ISO 4309:2009
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ii
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ABNT NBR ISO 4309:2009
Sumário
Página
Prefácio Nacional ....................................................................................................................................................... iv
Introdução .................................................................................................................................................................. vi
1
Escopo ............................................................................................................................................................ 1
2
Termos e definições ...................................................................................................................................... 1
3
3.1
3.2
3.3
3.4
3.5
Cabo de aço ................................................................................................................................................... 3
Condições antes da instalação .................................................................................................................... 3
Instalação ....................................................................................................................................................... 4
Manutenção .................................................................................................................................................... 4
Inspeção ......................................................................................................................................................... 5
Critérios de descarte ..................................................................................................................................... 7
4
Desempenho operacional de cabos de aço .............................................................................................. 13
5
Condições de equipamentos relacionados ao cabo ................................................................................ 13
6
Registro de inspeção do cabo ................................................................................................................... 14
7
Armazenamento e identificação do cabo .................................................................................................. 14
Anexo A (informativo) Trechos críticos para inspeção e defeitos associados .................................................. 20
Anexo B (informativo) Exemplo típico de registro de inspeção ........................................................................... 21
Anexo C (informativo) Inspeção interna do cabo de aço ...................................................................................... 23
Anexo D (informativo) Defeitos que podem ocorrer no cabo de aço................................................................... 26
Anexo E (infomativo) Exemplos de seções transversais dos cabos e correspondentes números da
categoria do cabo (RCN) ............................................................................................................................. 35
Bibliografia ................................................................................................................................................................ 41
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iii
ABNT NBR ISO 4309:2009
Prefácio Nacional
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras,
cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização
Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias (ABNT/CEET), são elaboradas por
Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores,
consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) chama atenção para a possibilidade de que alguns dos
elementos deste documento podem ser objeto de direito de patente. A ABNT não deve ser considerada
responsável pela identificação de quaisquer direitos de patentes.
A ABNT NBR ISO 4309 foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Cabos de Aço (ABNT/CEE-113).
O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 07, de 21.06.2007 a 20.07.2007, com o número
de Projeto ABNT NBR ISO 4309. O seu Projeto de Emenda 1 circulou em Consulta Nacional conforme Edital n 10,
de 21.10.2008 a 24.11.2008, com o número de Projeto de Emenda ABNT NBR ISO 4309.
Esta Norma é uma adoção idêntica, em conteúdo técnico, estrutura e redação, à ISO 4309:2004 e Amd 1:2008,
que foi elaborada pelo Technical Committee Cranes (ISO/TC 96), Subcommittee Selection of wire ropes (SC 3),
conforme ISO/IEC Guide 21-1:2005.
Esta terceira edição incorpora a Emenda 1 de 08.01.2009 e cancela e substitui a edição anterior
(ABNT NBR ISO 4309:2007).
O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:
Scope
This Standard details guidelines for the care, installation, maintenance and examination of wire rope in service on a
crane, and enumerates the discard criteria to be applied to promote the safe use of the crane.
This International Standard is applicable to the following types of crane, as defined in ISO 4306-1:
a) cable and portal cable cranes;
b) cantilever cranes (pillar jib, wall or walking);
c) deck cranes;
d) derrick and guy derrick cranes;
e) derrick cranes with rigid bracing;
f)
floating cranes;
g) mobile cranes;
h) overhead travelling cranes;
i)
portal or semi-portal bridge cranes;
j)
portal or semi-portal cranes;
iv
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ABNT NBR ISO 4309:2009
k) railway cranes;
l)
tower cranes.
This International Standard is applicable to cranes used for hook, grabbing, magnet, ladle, excavator or stacking
duties, whether operated manually, mechanically, electrically or hydraulically.
This International Standard is also applicable to hoists and hoist blocks which use wire rope.
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v
ABNT NBR ISO 4309:2009
Introdução
Em um equipamento de movimentação de carga, o cabo é considerado um componente que se desgasta e que
requer substituição quando for constatado na inspeção que sua resistência foi reduzida a tal ponto que o uso do
cabo nessas condições seria desaconselhável.
A vida útil do cabo varia com relação às suas condições, uso e características particulares do equipamento de
movimentação de carga. Onde a longa vida útil do cabo é essencial, são adotados um alto coeficiente de utilização
e uma alta razão de dobramento (D/d). Onde a leveza e a compacidade de projeto são essenciais, esses valores
podem ser reduzidos, contanto que um número menor de ciclos operacionais seja aceitável.
Em todos os casos a movimentação segura de cargas por equipamentos operados corretamente depende de uma
inspeção periódica do cabo, de forma que o cabo possa ser retirado de serviço antes que surjam problemas.
Alguns equipamentos de movimentação de carga são usados em condições onde os cabos estão expostos
a danos acidentais, e a seleção original do cabo teria levado esse fator em consideração. Em tais circunstâncias,
a inspeção do cabo necessita ser realizada com cuidado para garantir que qualquer condição crítica de dano
possa ser identificada e o cabo possa ser imediatamente colocado fora de serviço.
Para todas as condições de uso, os critérios de descarte relacionados a rupturas de arames, desgaste, corrosão e
deformação podem ser aplicados imediatamente. Esses diferentes fatores são considerados nesta Norma, que se
destina a orientar as pessoas qualificadas envolvidas na manutenção e inspeção de equipamentos de
movimentação de carga.
O objetivo desses critérios é manter, até o momento em que o cabo for descartado, uma margem de segurança
adequada para a movimentação de cargas por equipamentos de movimentação de carga. O não reconhecimento
desses critérios é perigoso.
Esta Norma inclui agora recomendações a respeito dos cuidados e manutenção, incluindo acessórios do cabo.
Essas adições foram incluídas para assegurar que o usuário e as pessoas qualificadas responsáveis pelo
equipamento de movimentação de carga tenham um único documento abrangendo todos os aspectos, desde o
recebimento do cabo novo até sua retirada de serviço do equipamento de movimentação de carga.
Os grupos de classificação dos mecanismos referenciados nesta Norma estão conforme a ISO 4301-1.
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NORMA BRASILEIRA
ABNT NBR ISO 4309:2009
Equipamentos de movimentação de carga — Cabos de aço — Cuidados,
manutenção, instalação, inspeção e descarte
1
Escopo
Esta Norma detalha diretrizes para os cuidados, instalação, manutenção e inspeção do cabo de aço em serviço
em um equipamento de movimentação de carga, bem como relaciona os critérios de descarte a serem aplicados
para promover o uso seguro do equipamento de movimentação de carga.
Esta Norma é aplicável aos seguintes tipos de equipamento de movimentação de carga, como definido na
ISO 4306-1:
a) pórticos de cabo;
b) guindastes em balanço (guindaste de coluna, guindaste móvel de parede e guindaste velocípede);
c) guindastes de convés;
d) guindastes estacionários;
e) guindastes flutuantes;
f)
guindastes móveis;
g) pontes rolantes;
h) pórticos e semipórticos rolantes;
i)
guindastes com pórtico ou com semipórtico;
j)
guindastes locomotivas;
k) grua.
Esta Norma é aplicável a equipamentos de movimentação de carga que utilizam gancho, garra, eletroímã e
caçamba, assim como para escavação ou empilhamento, podendo ser operados manual, mecânica, elétrica ou
hidraulicamente.
Esta Norma também é aplicável em talhas e moitões que utilizam cabos de aço.
2
Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.
2.1
diâmetro real do cabo
média de duas medidas do diâmetro do cabo, efetuadas perpendicularmente
NOTA
É expresso em milímetros.
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2.2
afastamento
espaço entre os arames individuais em qualquer camada de uma perna de cabo ou entre as pernas de uma
mesma camada
2.3
cruzamento
‹de um cabo em um tambor› parte do cabo que sofre uma alteração em seu trajeto quando passa de uma volta ou
camada para outra volta ou camada, em função do tipo da ranhura do tambor ou da configuração da camada
inferior do cabo
2.4
torção Lang
torção na qual a direção da torção dos arames nas pernas externas é a mesma direção das pernas externas no cabo
2.5
volta
uma revolução do cabo sobre o tambor
2.6
passo do cabo
distância, medida paralelamente ao eixo do cabo, necessária para que um arame externo de uma cordoalha ou
cabo fechado ou uma perna externa de um cabo de aço faça uma volta completa em torno do eixo do cabo
2.7
diâmetro nominal do cabo
diâmetro designado do cabo
NOTA
É expresso em milímetros.
2.8
torção regular
torção na qual o sentido da torção dos arames externos das pernas externas é oposto ao sentido da torção das
pernas externas do cabo
2.9
bobina
carretel com flange no qual o cabo é enrolado para transporte ou estoque
NOTA
A bobina pode ser construída de madeira ou aço, dependendo da massa de cabo contida.
2.10
alma do cabo
elemento central do cabo que suporta as pernas externas
2.11
planilha de inspeção do cabo
registro da história e condição do cabo após uma inspeção
2.12
cabo de uma camada
cabo de aço constituído de uma camada de pernas torcidas helicoidalmente sobre a alma
2.13
cabo fechado paralelamente
cabo com pernas constituído de pelo menos duas camadas de pernas torcidas helicoidalmente em uma operação
de fechamento em torno de uma perna ou fibra central1)
1)
NOTA DA TRADUÇÃO: Ver figura 13 – Exemplo de cabo fechado paralelamente (ver ISO 17893:2004 - Steel wire ropes Vocabulary, designation and classification, 2.6.1.4 pág. 11).
2
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ABNT NBR ISO 4309:2009
2.14
cabo resistente à rotação
cabo de aço projetado para gerar níveis reduzidos de torque e rotação quando tensionado
NOTA 1
Cabos resistentes à rotação geralmente são compostos de duas ou mais camadas de pernas torcidas
helicoidalmente em torno do centro. O sentido da torção das pernas externas é oposto ao da camada inferior.
NOTA 2
Cabos com três ou quatro pernas também podem ser projetados com propriedades resistentes à rotação.
NOTA 3
Cabos resistentes à rotação eram denominados anteriormente não-rotativos.
2.15
cabo de aço
conjunto com várias pernas torcidas helicoidalmente em uma ou mais camadas, normalmente em torno de uma
alma ou centro
NOTA
3
Cabos de aço constituídos de três ou quatro pernas podem não ter alma.
Cabo de aço
3.1
3.1.1
Condições antes da instalação
Reposição do cabo
Somente deve ser instalado no equipamento de movimentação de carga um cabo com comprimento, diâmetro,
construção e carga de ruptura conforme especificado pelo fabricante do equipamento de movimentação de carga,
a menos que uma alternativa de cabo tenha sido aprovada pelo projetista do equipamento, fabricante do cabo ou
outra pessoa qualificada.
Somente terminais especificados pelo fabricante do equipamento de movimentação de carga, ou alternativas
similares aprovadas, devem ser utilizados para fixar o cabo no tambor, moitão ou estrutura do equipamento de
movimentação de carga.
3.1.2
Comprimento do cabo
O comprimento do cabo deve ser suficiente para a aplicação a qual o equipamento de movimentação de carga é
usado, e deve ser tal que na posição mais extrema permaneça pelo menos duas voltas de cabo no tambor.
Quando o comprimento do cabo requerido para o uso for cortado de um comprimento maior, devem-se amarrar
ambas as extremidades do cabo, ou utilizar uma técnica adequada para evitar que o cabo destorça durante o
corte (ver Figura 1).
3.1.3
Instruções do fabricante do equipamento de movimentação de carga e do cabo de aço
As instruções do manual do equipamento de movimentação de carga e as fornecidas pelo fabricante do cabo
devem ser seguidas.
Antes de repor os cabos no equipamento de movimentação de carga, todas as ranhuras do tambor e os canais
das polias devem ser verificados para assegurar que irão acomodar corretamente o cabo de reposição
(ver Seção 5).
3.1.4
Descarregamento e armazenagem
Para evitar acidentes, o cabo deve ser descarregado com cuidado. As bobinas ou rolos não devem sofrer quedas,
nem os cabos devem ser atingidos por ganchos metálicos ou garfos de empilhadeiras.
Os cabos devem ser armazenados em local arejado e seco e não devem ficar em contato com o piso. Os cabos
não devem ser armazenados onde possam ser afetados por gás químico, vapor ou outros agentes corrosivos.
Os cabos armazenados devem ser inspecionados periodicamente e, se necessário, protegidos. Se o armazenamento
ao ar livre não puder ser evitado, os cabos devem ser cobertos para que a umidade não provoque corrosão.
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3
ABNT NBR ISO 4309:2009
Os cabos removidos de um equipamento de movimentação de carga para uma utilização futura devem ser
totalmente limpos e protegidos antes da armazenagem.
Cabos com comprimento acima de 30 m devem ser acondicionados em bobinas.
3.2
Instalação
3.2.1
Desenrolamento e instalação
Ao desenrolar o cabo de aço de uma bobina ou rolo, toda precaução deve ser tomada para evitar a introdução de
torção ou destorção do cabo. Esta condição pode resultar na formação de laçadas, nós ou dobras no cabo.
Para prevenir essa condição, o cabo deve ser desenrolado tensionado e em uma linha reta (ver Figura 2).
Uma bobina girando pode ter uma grande inércia, que nesse caso deve ser controlada por um desenrolamento em
uma velocidade baixa e uniforme.
O cabo acondicionado em rolo deve ser desenrolado utilizando uma mesa giratória. Alternativamente, quando um
rolo possui um comprimento de cabo curto, a extremidade do cabo no rolo pode ser deixada livre e ele rolado
sobre o chão (ver Figura 3). Para um manuseio fácil, a extremidade interna do cabo deve primeiro ser presa na
volta adjacente. Um cabo nunca deve ser desenrolado retirando as voltas com o rolo ou o flange da bobina
posicionado sobre o piso (ver Figura 4).
O cabo deve ser mantido tão limpo quanto possível durante o desenrolamento. Quando um cabo é cortado, as
instruções do fabricante devem ser seguidas (ver Figura 1).
Cuidados especiais devem ser tomados com cabos resistentes à rotação para assegurar que sejam instalados
sem introduzir torção ou destorção, e que para o corte a extremidade do cabo seja amarrada para prevenir a
destorção.
NOTA 1
reduzida.
Se as pernas estiverem alteradas pode ocorrer deformação do cabo durante o uso e a sua vida útil pode ser
NOTA 2
O aumento ou diminuição da torção durante a instalação pode resultar num giro adicional do moitão.
A camada do cabo não deve ser alterada durante a instalação, por exemplo, voltas não podem ser acrescentadas
ou retiradas. Durante a instalação, o cabo deve ser sempre enrolado na mesma direção: por exemplo, o
desenrolamento do cabo do topo da bobina para o topo do tambor, ou do fundo da bobina para o fundo do tambor
(ver Figura 2).
Cuidados devem ser tomados para assegurar que as terminações para fixação sejam feitas e fixadas conforme as
instruções do manual do equipamento de movimentação de carga.
Se o cabo atritar com alguma parte do equipamento de movimentação de carga durante a instalação, os pontos de
contato devem ser adequadamente protegidos.
3.2.2
Início da operação
Antes de colocar o cabo em operação no equipamento de movimentação de carga, o usuário deve assegurar-se
de que todos os acessórios associados à operação do cabo de aço estejam funcionando corretamente.
Um número de ciclos operacionais deve ser realizado com velocidade e carga reduzidas com até aproximadamente
10 % da carga de trabalho, para permitir que todos os componentes do cabo se ajustem às condições reais
de operação.
3.3
Manutenção
A manutenção do cabo de aço deve ser realizada em função do tipo de equipamento de movimentação de carga,
seu uso, o ambiente e o tipo de cabo em questão. Exceto quando indicado em contrário pelo fabricante do
equipamento da movimentação de carga ou do cabo, deve-se cobri-lo com graxa ou óleo durante a instalação.
Quando em operação o cabo deve ser limpo onde necessário e deve-se reaplicar a graxa ou o óleo em intervalos
regulares e antes do cabo mostrar sinais de ressecamento ou corrosão, especialmente nos trechos que passam
sobre polias.
4
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ABNT NBR ISO 4309:2009
O lubrificante utilizado na manutenção deve ser compatível com o lubrificante original usado pelo fabricante do
cabo e deve ter características de penetração. Se o lubrificante do cabo não estiver indicado no manual do
equipamento de movimentação de carga, o usuário deve solicitar recomendação do fabricante do cabo.
A falta de manutenção reduzirá a durabilidade do cabo, especialmente quando o equipamento de movimentação
de carga for operado em um ambiente corrosivo e, em certos casos, por motivos associados à operação, quando
nenhum lubrificante puder ser usado. Nesses casos, o intervalo entre as inspeções do cabo deve ser reduzido
adequadamente.
3.4
Inspeção
3.4.1
3.4.1.1
Freqüência
Inspeção visual diária
Tanto quanto possível, todas as partes visíveis de qualquer cabo devem ser observadas a cada dia de trabalho
para a detecção de sinais de deterioração e deformação. Os pontos em que o cabo é fixado no equipamento de
movimentação de carga devem ser examinados com cuidado (ver Figura A.1). Qualquer suspeita de mudanças
perceptíveis nas condições do cabo deve ser informada e o cabo deve ser examinado por uma pessoa qualificada
conforme 3.4.2.
3.4.1.2
Inspeção periódica
A inspeção periódica deve ser realizada por uma pessoa qualificada conforme 3.4.2.
Para se determinar a freqüência da inspeção periódica, devem-se considerar
a)
os requisitos previstos por lei abrangendo a aplicação no país de uso,
b) o tipo de equipamento de movimentação de carga e as condições ambientais em que é operado,
c) o grupo de classificação do equipamento de movimentação de carga,
d) os resultados de inspeções anteriores,
e) o tempo de serviço do cabo.
Os cabos de guindastes móveis e gruas devem ser inspecionados uma ou mais vezes ao mês, conforme
recomendações de uma pessoa qualificada.
NOTA
Dependendo da condição do cabo, a pessoa qualificada deve julgar a necessidade de reduzir o intervalo de tempo
entre as inspeções.
3.4.1.3
Inspeção especial
A inspeção especial deve ser realizada conforme 3.4.2.
O cabo deve ser examinado se ocorrer um incidente que possa ter causado danos ao cabo e/ou à sua
extremidade, ou se um cabo for novamente utilizado após a desmontagem seguida de reinstalação.
Se o equipamento de movimentação de carga tiver ficado fora de serviço durante três meses ou mais, os cabos
devem ser examinados antes do reinício do trabalho.
NOTA
Dependendo da condição do cabo, a pessoa qualificada deve julgar a necessidade de reduzir o intervalo de tempo
entre as inspeções.
3.4.1.4
Inspeção de cabos operando em polias sintéticas ou polias metálicas com revestimento sintético
Quando um cabo é utilizado total ou parcialmente com polias sintéticas ou polias metálicas com revestimento
sintético, podem ocorrer arames rompidos em grandes números internamente, antes de surgirem sinais visíveis de
arames rompidos ou de desgaste significativo na periferia do cabo. Sob tais circunstâncias, devem ser
estabelecidos períodos específicos de inspeção com base no histórico de desempenho do cabo e considerandose os resultados da inspeção regular em serviço e as informações adquiridas a partir da inspeção detalhada dos
cabos após serem colocados fora de serviço.
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5
ABNT NBR ISO 4309:2009
Deve-se dar especial atenção a qualquer área localizada que apresente ressecamento ou degradação do lubrificante.
As informações sobre os critérios de descarte de cabos para equipamentos específicos de movimentação de
carga devem ser baseadas na troca de informações entre o fabricante do equipamento e o fabricante do cabo.
NOTA
Dependendo da condição do cabo, a pessoa qualificada pode julgar necessária a redução do intervalo de tempo
entre as inspeções.
3.4.2
3.4.2.1
Pontos a serem abrangidos pela inspeção
Geral
Embora o cabo deva ser examinado em toda a sua extensão, deve-se dar atenção especial aos seguintes pontos:
a)
as extremidades de cabos móveis e estáticos;
b)
a parte do cabo que passa através do moitão ou sobre polias.
c)
no caso de equipamentos realizando uma operação repetitiva, a parte do cabo que estiver sobre as polias
quando o equipamento estiver com carga (ver Anexo A);
d)
a parte do cabo que estiver sobre a polia de compensação;
e)
qualquer parte do cabo que possa estar sujeita a abrasão por fatores externos (por exemplo, alçapão de convés);
f)
interior do cabo quanto à corrosão e fadiga (ver Anexo C);
g)
qualquer parte do cabo exposta a altas temperaturas.
Os resultados da inspeção devem ser registrados na planilha de inspeção para o equipamento (ver Seção 6 e
Anexo B para um exemplo típico).
3.4.2.2
Extremidades, excluindo laços
O cabo deve ser examinado na área próxima ao acessório, pois é nessa área crítica que tem início a fadiga
(arames rompidos) e a corrosão. Os próprios acessórios devem ser inspecionados quanto a sinais de deformação
ou desgaste.
As extremidades com presilhas estampadas ou terminais prensados devem ser inspecionadas de modo
semelhante e a presilha deve ser inspecionada quanto a trincas no material e possível deslizamento entre a
presilha e o cabo.
O cabo de aço dentro de acessórios removíveis (soquetes de cunha, grampos) deve ser inspecionado quanto a
arames rompidos. Deve-se garantir também que os soquetes e grampos estejam devidamente apertados.
Além disso, a inspeção deve garantir que os requisitos das normas e critérios estabelecidos para a extremidade do
cabo tenham sido atendidos.
Os olhais trançados manualmente devem ser protegidos somente na ponta do trançado (de modo a proteger as
mãos do usuário contra arames expostos), sempre permitindo que o resto do trançado seja examinado
visualmente quanto a arames rompidos.
Quando são detectados arames rompidos próximo ou dentro dos terminais, é possível cortar a extremidade
danificada do cabo e reinstalar os acessórios. No entanto, o comprimento do cabo de aço deve ser suficiente para
permitir o número mínimo necessário de voltas mortas do cabo no tambor.
3.4.3
Ensaio não destrutivo
Ensaio não destrutivo por técnicas eletromagnéticas pode ser utilizado como auxílio à inspeção visual para
determinar regiões e níveis de deterioração do cabo.
Quando for intenção utilizar meios eletromagnéticos de END como auxílio da inspeção visual, recomenda-se que o
cabo seja submetido a uma inspeção eletromagnética durante ou logo após a instalação.
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ABNT NBR ISO 4309:2009
3.5
Critérios de descarte
3.5.1
Geral
O uso seguro do cabo é qualificado pelos seguintes critérios (ver 3.5.2 a 3.5.12):
a)
a natureza e o número de arames rompidos;
b)
arames rompidos na região dos terminais;
c)
o agrupamento localizado de arames rompidos;
d)
a taxa de aumento de arames rompidos;
e)
a ruptura de pernas;
f)
a redução do diâmetro do cabo, incluindo aquela resultante da deterioração da alma;
g)
redução da elasticidade;
h)
desgaste externo e interno;
i)
corrosão externa e interna;
j)
deformação;
k) danos causados pelo calor ou arco elétrico;
l)
taxa de aumento do alongamento permanente.
Todas as inspeções devem considerar esses fatores individuais, reconhecendo os critérios específicos. Entretanto,
a deterioração é muitas vezes provocada por um conjunto de fatores que causam um efeito cumulativo que deve
ser reconhecido por pessoa qualificada e que se refletirá sobre a decisão de descartar o cabo ou permitir que ele
continue sendo usado.
Em todos os casos, o inspetor deve investigar se a deterioração foi causada por um defeito no equipamento; se for
o caso, convém que ele recomende medidas específicas para retificar o defeito antes da fixação de um cabo novo.
Recomenda-se que os níveis individuais de deterioração sejam avaliados e expressos como uma porcentagem de
um critério particular de descarte. Os níveis de deterioração acumulados em qualquer posição são determinados
pela adição dos valores individuais que devem ser registrados para cada posição do cabo. Quando o valor
acumulado em qualquer posição atingir 100 %, recomenda-se o descarte do cabo.
3.5.2
Natureza e número de arames rompidos
O projeto geral de um guindaste não permite que a vida útil de um cabo fique indefinida. No caso de cabos de seis
e oito pernas, os arames rompidos ocorrem principalmente na superfície externa. No caso de cabos resistentes à
rotação, há uma probabilidade de que a maioria das rupturas dos arames ocorra internamente e não seja visível.
As Tabelas 1 e 2 levam esses fatores em conta quando são considerados em conjunto com os fatores
especificados em 3.5.3 a 3.5.12.
Uma ruptura no vale pode indicar uma deterioração interna do cabo, requerendo uma inspeção minuciosa neste
trecho do cabo. Quando dois ou mais arames rompidos no vale são encontrados em um passo, recomenda-se o
descarte.
Ao se estabelecerem os critérios de rejeição para cabos resistentes à rotação, deve-se dar especial atenção à
construção do cabo, ao tempo de serviço e à maneira em que o cabo está sendo usado. A orientação quanto ao
número de arames rompidos visíveis que deve acarretar a rejeição está definida na Tabela 2.
Deve-se dar atenção especial a qualquer região localizada que apresente ressecamento ou degradação do lubrificante.
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7
ABNT NBR ISO 4309:2009
Tabela 1 — Quantidade mínima de arames rompidos visíveis em cabos de uma camada
de pernas ou cabos fechados paralelamente trabalhando em polias de aço, indicando
o descarte mandatório do cabo (ver 3.5.2)
Número da
categoria do
cabo
RCN
(ver Anexo E)
Quantidade
total de
arames que
suportam
carga em
todas as
pernas
externas do
caboª
n
01
n
50
Quantidade de arames rompidos visíveis
Trechos de cabo que trabalham em polias de aço e/ou
enrolados em uma única camada no tambor
(arames rompidos distribuídos randomicamente)
Classes M1 a M4 ou classe desconhecida
Torção regular
d
b
Trechos de cabo enrolados
em várias camadas no
c
tambor
Todas as classes
Torção Lang
Torção regular e Torção Lang
em um
comprimento
e
de 6d
em um
comprimento
e
de 30d
em um
comprimento
e
de 6d
em um
comprimento
e
de 30d
em um
comprimento
e
de 6d
em um
comprimento
e
de 30d
2
4
1
2
4
8
02
51
n
75
3
6
2
3
6
12
03
76
n
100
4
8
2
4
8
16
04
101
n
120
5
10
2
5
10
20
05
121
n
140
6
11
3
6
12
22
06
141
n
160
6
13
3
6
12
26
07
161
n
180
7
14
4
7
14
28
08
181
n
200
8
16
4
8
16
32
09
201
n
220
9
18
4
9
18
36
10
221
n
240
10
19
5
10
20
38
11
241
n
260
10
21
5
10
20
42
12
261
n
280
11
22
6
11
22
44
13
281
n
300
12
24
6
12
24
48
0,04n
0,08 n
0,02 n
0,04 n
0,08 n
0,16 n
n > 300
NOTA 1 Cabos com pernas externas da construção Seale (S), onde a quantidade de arames em cada perna é 19 ou menos (por exemplo,
6 x 19S), a categoria (RCN) do cabo deve ser considerada na tabela duas linhas acima do que normalmente seria.
NOTA 2
Os valores acima para trechos de cabos enrolados em várias camadas no tambor podem também ser aplicados em outros trechos de cabo
trabalhando em polias feitas exclusivamente de materiais poliméricos ou que tenham revestimento de material polimérico. Estes valores não se aplicam para
cabos trabalhando em polias feitas exclusivamente de materiais poliméricos ou que tenham revestimento de material polimérico, em combinação com uma só
camada de cabo enrolada no tambor.
a
Para finalidade desta Norma, arames Filler (de preenchimento) não são considerados arames que suportam carga e não são incluídos no valor do n.
b
Um arame rompido terá duas pontas (contado como um único arame).
c
Os valores se aplicam para a deterioração que ocorre nas zonas de cruzamento e interferência entre camadas, devido aos efeitos do ângulo (e não
àqueles trechos de cabos que apenas trabalham nas polias e não são enrolados no tambor).
d
A quantidade de arames rompidos listados pode ser aplicada em dobro para cabos operando em mecanismos cuja classificação é conhecida como sendo
M5 a M8. Ver ISO 4308-1.
e
d = diâmetro nominal do cabo.
3.5.3
Arames rompidos nos terminais2)
Arames rompidos nos terminais do cabo ou junto a eles, mesmo em pequena quantidade, indicam níveis elevados
de tensão nessa posição e podem ser causados pela fixação incorreta do acessório. Deve-se investigar a causa
dessa deterioração e, onde possível, o terminal deve ser refeito, encurtando-se o cabo, se houver um
comprimento suficiente para o seu uso; caso contrário, o cabo deve ser descartado.
2)
8
NOTA DA TRADUÇÃO: ASME B.30.2 e ASME B.30.5.
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Concentração localizada de arames rompidos3)
3.5.4
Onde os arames rompidos estão muito próximos uns dos outros, constituindo um agrupamento localizado de tais
rupturas, o cabo deve ser descartado. Se o agrupamento de tais rupturas ocorrer em um comprimento menor que
6d ou concentrar-se em uma determinada perna, pode ser necessário que o cabo seja descartado, mesmo que a
quantidade de arames rompidos seja inferior ao valor máximo indicado nas Tabelas 1 e 2.
Tabela 2 — Quantidade mínima de arames rompidos visíveis em cabos resistentes à rotação
trabalhando em polias de aço, indicando o descarte mandatório do cabo (ver 3.5.2)
Número da
categoria do
cabo RCN
(ver Anexo E)
21
Quantidade
total de arames
que suportam
carga em todas
as pernas
externas do
caboª
4 pernas
n 100
3 ou 4 pernas
n
100
Quantidade de arames rompidos visíveis
Trechos de cabo que trabalham em polias de aço
e/ou enrolados em uma única camada no tambor
b
Trechos de cabo enrolados em várias
c
camadas no tambor
em um cabo de
b
comprimento de 6d
em um cabo de
b
comprimento de 30d
em um cabo de
b
comprimento de 6d
em um cabo de
comprimento
b
de 30d
2
4
2
4
2
4
4
8
Pelo menos 11
pernas externas
23-1
76
n
100
2
4
4
8
23-2
101
n
120
2
4
5
10
23-3
121
n
140
2
4
6
11
24
141
n
160
3
6
6
13
25
161
n
180
4
7
7
14
26
181
n
200
4
8
8
16
27
201
n
220
4
9
9
18
28
221
n
240
5
10
10
19
29
241
n
260
5
10
10
21
30
261
n
280
6
11
11
22
31
281
n
300
6
12
12
24
6
12
12
24
n > 300
NOTA 1 Cabos com pernas externas da construção Seale (S), onde a quantidade de arames em cada perna é 19 ou menos (por exemplo,
18 x 19 Seale-AA), estão localizados na tabela duas linhas acima da linha da qual a construção estaria normalmente colocada, com base no número de arames da
camada externa das pernas.
NOTA 2 Os valores acima para trechos de cabos enrolados em várias camadas no tambor podem também ser aplicados em outros trechos de cabo trabalhando
em polias feitas exclusivamente de materiais poliméricos ou que tenham revestimento de material polimérico. Estes valores não se aplicam para cabos trabalhando
em polias feitas exclusivamente de materiais poliméricos ou que tenham revestimento de material polimérico, em combinação com uma só camada de cabo
enrolada no tambor.
a
Para os efeitos desta Norma, arames Filler (de preenchimento) não são considerados arames que suportam carga e não são incluídos no valor do n.
b
Um arame rompido terá duas pontas (contado como um único arame).
c
Os valores se aplicam para a deterioração que ocorre nas zonas de cruzamento e interferência entre camadas, devido aos efeitos do ângulo (e não àqueles
trechos de cabos que apenas trabalham nas polias e não são enrolados no tambor).
d
d = diâmetro nominal do cabo.
3)
NOTA DA TRADUÇÃO: ASME B.30.2 e ASME B.30.5.
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3.5.5
Taxa de aumento de arames rompidos
Em aplicações onde a causa predominante da deterioração do cabo é a fadiga, os arames começam a romper-se
após um certo tempo de uso, mas o número de arames rompidos aumentará progressivamente a intervalos cada
vez menores.
Nesses casos, recomenda-se a realização de inspeção periódica cuidadosa e o registro de arames rompidos, para
se estabelecer a taxa de aumento das rupturas. Essa regra pode ser aplicada na definição da data prevista para o
descarte do cabo.
3.5.6
Ruptura de pernas
No caso da ruptura total de uma perna, o cabo deve ser descartado imediatamente.
3.5.7
Redução do diâmetro do cabo devida à deterioração da alma
A redução do diâmetro do cabo devida à deterioração da alma pode ser causada por
a)
desgaste interno e mossa,
b)
desgaste interno causado pelo atrito entre as pernas individuais e os arames no cabo, especialmente quando
ele está sujeito a dobramento,
c)
deterioração da alma de fibra,
d)
ruptura da alma de aço,
e)
ruptura das camadas internas em um cabo resistente à rotação.
Se esses fatores causarem a redução do diâmetro do cabo em 3 % do diâmetro nominal para cabos resistentes à
rotação, ou 10 % para outros cabos, os cabos devem ser descartados mesmo se não houver arames rompidos visíveis.
NOTA
Os cabos novos normalmente possuem um diâmetro real maior que o diâmetro nominal.
Uma pequena deterioração pode não ser percebida através da inspeção normal, especialmente se as tensões no
cabo estiverem bem balanceadas em todas as pernas individuais. Contudo, a condição pode reduzir
significativamente a resistência do cabo, de modo que qualquer suspeita de tal deterioração interna seja verificada
pelos procedimentos de inspeção interna (ver Anexo C ou executar ensaio não destrutivo). Se tal deterioração for
confirmada, o cabo de aço deve ser descartado.
3.5.8
Desgaste externo
A abrasão dos arames externos das pernas externas no cabo é causada pelo atrito, sob pressão, com as ranhuras
nas polias e tambores. A condição é particularmente evidente em cabos móveis nos pontos de contato com a
polia, quando a velocidade da carga está sendo aumentada ou reduzida, manifestando-se sob a forma de
superfícies achatadas nos arames externos.
O desgaste é causado pela falta de lubrificação ou pela lubrificação incorreta, assim como pela presença de
poeira e resíduos.
O desgaste reduz a resistência dos cabos através da redução da área metálica.
Se, devido ao desgaste externo, o diâmetro real do cabo tiver sido reduzido em 7 % ou mais do diâmetro nominal,
o cabo deve ser descartado mesmo se não houver arames rompidos visíveis.
3.5.9
Elasticidade reduzida
Sob certas circunstâncias geralmente associadas ao ambiente de trabalho, a elasticidade de um cabo pode ser
substancialmente reduzida, não sendo considerado seguro para o uso.
10
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É difícil detectar a redução da elasticidade. No caso de dúvidas, o inspetor deve consultar um especialista em
cabos. Contudo, a redução da elasticidade geralmente está associada aos seguintes fatores:
a)
redução do diâmetro do cabo;
b)
alongamento do passo do cabo;
c)
falta de afastamento entre os arames individuais e entre as pernas, causada pela compressão deles um
contra o outro;
d)
surgimento de oxidação nos vales das pernas;
e)
aumento da rigidez.
Mesmo que não haja arames rompidos visíveis, o cabo se tornará nitidamente mais rígido ao manuseio e
certamente ocorrerá uma maior redução do diâmetro do que aquele devido meramente ao desgaste dos arames
individuais. Essa condição pode acarretar a falha súbita sob carregamento dinâmico, sendo motivo suficiente para
o descarte imediato.
3.5.10 Corrosão externa e interna
3.5.10.1
Geral
A corrosão ocorre especialmente em atmosferas marinhas e poluídas industrialmente, diminuindo a resistência à
ruptura através da redução da área metálica do cabo acelerando a fadiga, causando uma superfície irregular da
qual a trinca se origina. Uma corrosão grave pode reduzir a elasticidade do cabo.
3.5.10.2
Corrosão externa
A corrosão dos arames externos pode ser detectada visualmente.
O afastamento dos arames devido à corrosão/perda de aço é justificativa para o descarte imediato do cabo.
3.5.10.3
Corrosão interna
Essa condição é mais difícil de detectar que a corrosão externa que freqüentemente a acompanha, mas os
seguintes indícios podem ser reconhecidos (ver Anexo D):
a)
variação no diâmetro do cabo;
Nos pontos em que o cabo dobra nas polias, geralmente ocorre a redução do diâmetro. Contudo, em cabos
estáticos, às vezes ocorre um aumento no diâmetro devido ao acúmulo de ferrugem sob a camada externa
das pernas.
b)
perda de afastamento entre as pernas na camada externa do cabo, freqüentemente combinada com os
arames rompidos nos vales das pernas.
Se houver qualquer suspeita de corrosão interna, recomenda-se que o cabo seja inspecionado internamente
conforme indicado no Anexo C. Essa inspeção deve ser realizada por uma pessoa qualificada.
Caso seja confirmada uma corrosão interna grave, o cabo deve ser descartado imediatamente.
3.5.11 Deformação
3.5.11.1
Geral
A destorção visível do cabo da sua torção normal é chamada de “deformação” e pode causar uma mudança da
estrutura original que resultará na distribuição desigual de tensão no cabo.
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11
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3.5.11.2
Ondulação
A ondulação é uma deformação que ocorre quando o eixo longitudinal do cabo de aço assume a forma de uma
hélice sob tensão ou não. Embora não resulte necessariamente na perda de resistência, se tal deformação for
severa, pode transmitir uma vibração causando o movimento irregular do cabo. Após o trabalho prolongado, essa
condição causará o desgaste, assim como arames rompidos.
No caso de ondulação (ver Figura 5), o cabo de aço deve ser descartado se, sob qualquer condição de carga, em
uma parte reta do cabo, fora do trecho em contato com polia ou tambor, a seguinte condição for encontrada:
d1
4d / 3
ou no trecho em contato com polia ou tambor, a seguinte condição for encontrada:
d1
1,1d
onde
d
é o diâmetro nominal do cabo;
d1
é o diâmetro correspondente à circunferência que circunscreve o cabo deformado.
3.5.11.3
Deformação tipo “gaiola de passarinho”
Deformação tipo “gaiola de passarinho” é um resultado da diferença de comprimento entre a alma do cabo e a
camada externa de pernas. Mecanismos diferentes podem produzir esta deformação.
Se, por exemplo, um cabo estiver trabalhando com um grande ângulo de desvio em uma polia ou tambor, ele
tocará primeiramente na lateral do canal da polia ou da ranhura do tambor para então deslizar para a base do
canal ou da ranhura. Esta condição destorcerá a camada externa de pernas para uma posição mais afastada da
alma, produzindo uma diferença no comprimento entre esses componentes.
Quando um cabo estiver trabalhando sobre uma polia com raio do canal inferior ao cabo, este será comprimido.
Esta redução no diâmetro ao mesmo tempo resultará em um aumento do comprimento do cabo. Como a camada
externa de pernas será comprimida e terá seu comprimento aumentado em um grau maior que a alma do cabo,
este mecanismo também produzirá uma diferença no comprimento entre esses componentes do cabo.
Nos dois casos, as polias e o tambor serão capazes de deslocar as pernas externas frouxas e resultar na diferença
de comprimentos em uma posição no sistema de polias, onde surgirá a deformação tipo “gaiola de passarinho”.
Cabos com deformação tipo “gaiola de passarinho” devem ser descartados imediatamente.
3.5.11.4
Alma ou perna saltada/deformada
Esta característica é um tipo especial da deformação “gaiola de passarinho”, na qual o desequilíbrio do cabo é
indicado pela projeção da alma para fora (ou centro do cabo, no caso de cabo resistente à rotação) entre as
pernas externas, ou projeção para fora de uma perna externa do cabo ou da alma.
Cabo com alma ou perna saltada/deformada deve ser descartado imediatamente.
3.5.11.5
Arame saltado
Nessa condição, certos arames ou grupos de arames se projetam para cima, no lado oposto do cabo com relação
ao canal da polia, sob a forma de olhais.
Cabo com arame saltado deve ser descartado imediatamente4).
4)
12
NOTA DA TRADUÇÃO: Ver Figura D.1.
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3.5.11.6
Aumento localizado do diâmetro do cabo
Um aumento localizado do diâmetro do cabo pode ocorrer, podendo afetar um trecho relativamente longo do cabo.
A condição geralmente está associada a uma deformação da alma (em certos ambientes, uma alma de fibra pode
sofrer inchação devido ao efeito da umidade) e conseqüentemente gerando um desequilíbrio nas pernas externas,
que ficam orientadas incorretamente.
Se esta condição causar um aumento no diâmetro real do cabo de 5 % ou mais, o cabo deve ser descartado
imediatamente.
3.5.11.7
Trechos achatados
Trechos achatados do cabo que passam pela polia se deteriorarão rapidamente, mostrando arames rompidos,
e podem danificar a polia. Nesses casos o cabo deve ser descartado imediatamente.
Trechos achatados do cabo podem ficar expostos a uma corrosão acelerada, e o cabo deve estar sujeito a uma
redução de freqüência de inspeção se permanecer em operação.
3.5.11.8
Torção ou nó
Uma torção ou nó é uma deformação causada por uma laçada (loop) no cabo que foi tracionado sem permitir a
rotação em torno do seu eixo. Ocorre o desequilíbrio do comprimento do passo, causando o desgaste excessivo, e em
casos severos o cabo será deformado de tal forma que apenas uma pequena parte de sua resistência será mantida.
Cabo com nó ou olhal apertado deve ser descartado imediatamente.
3.5.11.9
Dobras
Dobras são deformações angulares do cabo causadas por fatores externos.
Cabo com dobra severa está sujeito às situações similares de um trecho achatado e deve ser tratado como em 3.5.11.7.
3.5.12 Danos causados pelo calor ou arco elétrico
Cabos de aço que foram expostos a altas temperaturas, reconhecidos externamente pela coloração apresentada,
devem ser descartados imediatamente.
4
Desempenho operacional de cabos de aço
O registro preciso de informações pelo inspetor pode ser usado para prever o desempenho de um determinado
tipo de cabo em um equipamento de movimentação de carga. Tais informações são úteis no controle dos
procedimentos de manutenção e no controle do estoque de cabos de reposição. Se tal previsão for usada, isso
não será motivo para o relaxamento das inspeções ou a extensão do período operacional além daquele indicado
pelos critérios especificados nas seções anteriores desta Norma.
5
Condições de equipamentos relacionados ao cabo
Os tambores e polias devem ser verificados periodicamente, de modo a garantir que todos esses componentes
girem corretamente em seus rolamentos.
O desgaste de polias com dificuldade de giro ou travadas é grande e desigual, causando a abrasão severa do
cabo. Polias de compensação ineficientes podem causar o carregamento desigual no enrolamento do cabo.
O raio no fundo do canal em todas as polias deve ser adequado ao diâmetro nominal do cabo fornecido
(ver ISO 4308-1 para mais informações). Se o raio tornar-se demasiadamente grande ou pequeno, o canal deve
ser reusinado ou a polia deve ser substituída.
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13
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6
Registro de inspeção do cabo
Para cada inspeção periódica ou especial, o inspetor deve apresentar um registro na qual devem constar as
informações de cada inspeção do cabo. Ver Anexo B, que mostra um exemplo típico de um registro.
7
Armazenamento e identificação do cabo
O armazenamento deve ser feito em local limpo, seco e não poluído, para evitar a deterioração do cabo que não
está sendo usado.
Devem ser previstos meios para que os cabos sejam identificados claramente com seus registros de inspeção.
14
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L
2d
Figura 1 — Aplicação do amarrilho antes do corte
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15
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Figura 2 — Exemplo da transferência de um cabo de aço da parte inferior da bobina
para a parte inferior do tambor com controle de tensão do cabo
16
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a)
b)
De um rolo
De uma bobina
Figura 3 — Procedimentos corretos para desenrolar um cabo de aço
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17
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a)
De um rolo
b)
De uma bobina
c)
De uma bobina
Figura 4 — Procedimentos incorretos para desenrolar um cabo de aço
18
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Figura 5 — Ondulação
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Anexo A
(informativo)
Trechos críticos para inspeção e defeitos associados
Localização
na Figura
Tipo de inspeção
1)
Inspecionar a extremidade do
cabo no tambor
2)
Verificar a existência de falhas
de enrolamento que causem
deformações (achatamentos)
e desgaste, que podem ser
graves nas posições de
desvio transversal
3)
Verificar a existência de
arames rompidos
4)
Verificar indícios de corrosão
5)
Procurar deformações
causadas pelo alívio repentino
de tensão
6)
Inspecionar o trecho do cabo
que passa sobre a polia para
verificar a existência de
arames rompidos e sinais de
desgaste
7)
Pontos de fixação:
Verifcar a existência de
arames rompidos e indícios de
corrosão; de forma
semelhante, verificar o trecho
do cabo que está sobre ou ao
longo das polias de
compensação
8)
Procurar sinais de deformação
9)
Verificar o diâmetro do cabo
10)
Inspecionar cuidadosamente o
trecho que passa no moitão,
especialmente aquele que
está na polia quando o
equipamento está com carga
11)
Verificar a existência de
arames rompidos e sinais de
desgaste da superfície
12)
Verificar indícios de corrosão
Legenda:
1 polia
3 carga
2 tambor
4 moitão
Figura A.1 — Exemplo de um sistema de cabo ilustrando trechos críticos para inspeção
e defeitos associados
20
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Anexo B
(informativo)
Exemplo típico de registro de inspeção
B.1 Registro simples
Referência do equipamento de elevação:..................................
Aplicação do cabo: ...........................................................................................
...................................................................................................
...................................................................................................
Detalhes do cabo: ...................................................................................................................................................................................................
Marca comercial do cabo (se conhecida) ................................................................................................................................................................
Diâmetro nominal: ............. mm
Construção ..............................................................................................................................................................................................................
a
Alma : AACI AACIP AF AFA AA
a
Acabamento do arame: Polido/Galvanizado
Sentido e tipo da torçãoa: Direita: sZ zZ Z Esquerda: zS sS S
Quantidade permissível de arames rompidos visíveis: .................... em 6d.................... em 30d
Redução de diâmetro permissível: 10 % ou 3 %
Data da instalação (dd/mm/aa):.................................................
Arames
rompidos
visíveis
Número em um
trecho de
6d
30d
Redução do
diâmetro
Diâm.
real
%
abaixo do
nominal
Data do descarte (dd/mm/aa):...................................................
Abrasão dos
arames
externos
Corrosão
Deformações e danos
Graub
Graub
Graub e natureza
Posição no cabo
Avaliação
Graub
Outras observações / comentários:
Desempenho até a data (ciclos/horas/dias/meses/etc.): ..........................................................................................................................................
Data da inspeção (dd/mm/aa):...................Nome (por extenso)...............................................Assinatura..............................................................
a
Sinalizar conforme aplicável.
b
Descrever o grau de deterioração como: leve; médio; alto; muito alto; ou descarte.
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B.2 Registro de operação (Será elaborada por Ibrahim – ABS)
Referência do
equipamento
de elevação
Data de instalação
do cabo
........................
.
.....................
Função do
cabo:
..
Detalhes do cabo (vide ISO 17893 para designação do cabo)
Marca comercial
do cabo
dd/mm/aa
Data de descarte do
cabo
RCNª
Diâmetro
nominal
mm
.....
.........
Construção
...............
Alma
Sentido e
tipo da
b
torção
b
AACI
AACIP AF
AFA AA
Acabamento do
b
arame
Direita:
Polido / Galvanizado
sZ zZ Z
Esquerda:
zS sS S
dd/mm/aa
Terminação
do cabo (s):
..........................
................em 6d e em ............... 30d
.
Arames externos rompidos
visíveis
Data da
inspeção
Núm. em
um trecho
de
6d
Posição
do cabo
30d
Grauc
Redução
de
diâmetro
permissível:
10% ou 3%
Número de arames externos rompidos
Redução do diâmetro
Diâm
. real
Redução do
diâmetro
%
Posição
no cabo
Corrosão
Grauc
Posição
no cabo
Grauc
Deformações e
danos
Posição
no cabo
Grauc
Grauc
cumulativo
de
deterioração
(e outras
observações)
Nome (por extenso) ...................................................................................... Assinatura do Inspetor ................................................................................................
ª
b
c
22
RCN é o Número da Categoria do Cabo (ver Tabelas 1 e 2 e Anexo E).
Sinalizar conforme aplicável.
Descrever o grau de deterioração como: 20 % = leve; 40 % = médio; 60 % = alto; 80 % = muito alto; ou 100 % = descarte.
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Anexo C
(informativo)
Inspeção interna do cabo de aço
C.1 Introdução
A experiência na inspeção e no descarte de cabos de aço mostra que a deterioração interna, causada
especialmente pela corrosão e pelo processo normal de fadiga, é a principal causa de muitas falhas em cabos.
A inspeção externa normal pode não revelar a extensão da deterioração interna, até mesmo quando o cabo está
prestes a se romper.
É recomendado que a inspeção interna seja sempre realizada por uma pessoa qualificadada5).
Todos os tipos de cabos de aço podem ser abertos suficientemente, de modo a permitir a avaliação de sua
condição interna. Esse procedimento é difícil no caso de cabos maiores. No entanto, a maioria dos cabos
instalados em equipamentos de elevação de carga pode ser examinada internamente, contanto que estejam a
uma tensão igual a zero.
A inspeção visual do cabo de aço, como recomendado neste Anexo, somente pode ser realizada em trechos
limitados do cabo; recomenda-se considerar a realização de inspeção em todo o comprimento utilizando ensaio
não-destrutivo aprovado.
C.2 Procedimento
C.2.1 Inspeção geral
Fixar firmemente ao cabo duas garras de tamanho e espaçamento adequado (ver Figura C.1a).
Aplicar uma força às garras no sentido oposto à torção do cabo. As pernas externas se separarão e se afastarão
da alma.
Recomenda-se tomar cuidado durante o processo de abertura para garantir o não escorregamento das garras na
superfície do cabo. Convém que as pernas não sejam deslocadas excessivamente.
Quando o cabo de aço se abrir ligeiramente, uma pequena vareta, tal como uma chave de fenda, pode ser usada
para remover graxa ou detritos que possam prejudicar a observação da parte interna do cabo.
Observar o seguinte:
a)
o estado da lubrificação interna;
b)
o grau de corrosão;
c)
mossas nos arames causadas pela pressão ou desgaste;
d)
presença de arames rompidos (nem sempre são facilmente visíveis).
5) NOTA DA TRADUÇÃO: Pessoa qualificada – pessoa designada, devidamente treinada e qualificada, com base em
conhecimentos e experiência prática, e com as instruções necessárias para possibilitar a realização dos ensaios
e inspeções exigidos (Ver ISO 7593).
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ABNT NBR ISO 4309:2009
Após a inspeção, aplicar graxa ou óleo na parte aberta e rodar as garras com força moderada para garantir o
posicionamento correto das pernas em torno da alma. Remover as garras e lubrificar a superfície do cabo.
Remover as garras e engraxar a superfície do cabo.
C.2.2 Inspeção do cabo próximo ao terminal
Na inspeção destas partes do cabo, é suficiente a utilização de uma garra, desde que um sistema de ancoragem,
ou uma barra adequadamente posicionada na extremidade da terminação, assegure a necessária imobilização da
extremidade externa [ver Figura C.1 b)]. Realizar a inspeção como em C.2.1.
C.3 Trechos em que a inspeção é recomendável
Como é impraticável examinar o interior do cabo de aço em todo o seu comprimento, recomenda-se que trechos
adequados sejam selecionados.
No caso de cabos de aço que são enrolados em um tambor ou passam sobre polias ou roletes, recomenda-se que
sejam examinados os trechos do cabo que passam pelo canal da polia quando o equipamento de movimentação
está sob carga. Convém que sejam examinados os trechos do cabo onde as forças de choque se concentram (por
exemplo, perto do tambor e das polias), bem como naqueles expostos ao tempo durante períodos longos.
Recomenda-se dar atenção à área do cabo junto aos terminais. Isto é particularmente importante no caso de
cabos fixos, como estais ou pendentes.
a)
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de um trecho contínuo do cabo (tensão zero)
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b)
na extremidade de um cabo, junto do acessório (tensão zero)
Figura C.1 — Inspeção interna
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25
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Anexo D
(informativo)
Defeitos que podem ocorrer no cabo de aço
A Tabela D.1 mostra os defeitos que podem ocorrer e o correspondente critério de descarte. As Figuras D.1 a D.20
mostram um exemplo típico de cada defeito.
Tabela D.1 — Defeitos que podem ocorrer no cabo de aço
Número da
Figura
D.1
Arame saltado
3.5.11.5
D.2
Alma saltada - cabo de uma camada
3.5.11.4
D.3
Redução local do diâmetro do cabo (perna
afundada)
D.4
Perna saltada / deformada
3.5.11.4
D.5
Trecho achatado
3.5.11.7
D.6
Torção (positivo)6)
3.5.11.8
D.7
Torção (negativo) 7)
3.5.11.8
D.8
Ondulação
3.5.11.2
D.9
Deformação tipo “Gaiola de passarinho’
3.5.11.3
D.10
Desgaste externo
3.5.8
D.11
Ampliação da Figura D.10
3.5.8
D.12
Corrosão externa
3.5.10.2
D.13
Ampliação da figura D.12
3.5.10.2
D.14
Arames rompidos no topo
3.5.2
D.15
Arames rompidos no vale
3.5.2
D.16
Parte interna saltada de um cabo
resistente à rotação
3.5.11.4
D.17
Aumento local do diâmetro do cabo devido
à destorção interna
3.5.11.6
D.18
Nó
3.5.11.8
D.19
Trecho achatado
3.5.11.7
D.20
Corrosão interna
3.5.10.3
6)
NOTA DA TRADUÇÃO: No sentido do cabo.
7)
NOTA DA TRADUÇÃO: No sentido contrário ao da torção do cabo.
26
Referência nesta
Norma Internacional
Defeito
3.5.7
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Figura D.1 — Arame saltado
Figura D.2 — Alma saltada - Cabo de uma camada
Figura D.3 — Redução local no diâmetro do cabo (perna afundada)
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27
ABNT NBR ISO 4309:2009
Figura D.4 — Perna saltada/deformada
Figura D.5 — Trecho achatado
Figura D.6 — Torção (positivo)8)
8)
28
NOTA DA TRADUÇÃO: No sentido da torção do cabo.
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Figura D.7 — Torção (negativo)9)
Figura D.8 — Ondulação
Figura D.9 — Deformação tipo “Gaiola de passarinho”
9)
NOTA DA TRADUÇÃO: No sentido contrário ao da torção do cabo.
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29
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Figura D.10 — Desgaste externo
Figura D.11 — Ampliação da Figura D.10
Figura D.12 — Corrosão externa
30
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Figura D.13 — Ampliação da Figura D.12
Figura D.14 — Arames rompidos no topo
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31
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Figura D.15 — Arames rompidos no vale
Figura D.16 — Parte interna saltada de um cabo resistente à rotação
32
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Figura D.17 — Aumento local do diâmetro devido à destorção da alma
Figura D.18 — Nó
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33
ABNT NBR ISO 4309:2009
Figura D.19 — Trecho achatado
Figura D.20 — Corrosão interna
34
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Anexo E
(infomativo)
Exemplos de seções transversais dos cabos e correspondentes números da
categoria do cabo (RCN)
Construção: 6 x 7 + AF
Construção: 6 x 19S + AACI
RCN.01
RCN.02
Construção: 6 x 19M + AA
Construção: 6 x 25F + AACI
RCN.04
RCN.04
Construção: 6 x 25TS + AACI
Construção: 6 x 36WS + AACI
RCN.04
RCN.09
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35
ABNT NBR ISO 4309:2009
10)
36
Construção: 6 x 41WS + AACI
Construção: 6 x 37M + AACI
RCN.11
RCN.10
Construção: 8 x 19S + AACI
Construção: 8 x 25F + AACI
RCN.04
RCN.06
Construção: 8 x 19S + AACIP10)
Construção: 8 x K26WS + AACI
RCN.04
RCN.09
NOTA DA TRADUÇÃO: AACIP – alma de aço de cabo independente paralelo.
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ABNT NBR ISO 4309:2009
Construção: 4 x K26WS
RCN.22
Construção: 6 x K26WS +AACI
Construção: 6 x K36WS + AACI
RCN.06
RCN.09
Construção: 8 x K26WS + AACIP·
Construção: 18 x K19S + AA (19 x K19S)
RCN.09
RCN.23
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37
ABNT NBR ISO 4309:2009
Construção: 4 x 29F
RCN.21
38
Construção: K3 x 40
Construção: K4 x 40
RCN.22
RCN.22
Construção: K3 x 48
Construção: K4 x 48
RCN.22
RCN.22
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ABNT NBR ISO 4309:2009
Construção: 17 x 7 + AF
Construção: 18 x 7 + AA (19 x 7)
RCN.23
RCN.23
Construção: 34(W) x 7 + AA [35(W) x 7]
Construção: 12 x P6:3 x Q24
RCN.23
RCN.23
Construção: 39(W) x 7 + AA
Construção: 34(W) x K7 + AA
RCN.23
RCN.23
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39
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Construção: 39(W) x K7 + KAA11)
RCN.23
11)
40
NOTA DA TRADUÇÃO: KAA - Alma de aço compactada.
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Bibliografia
[1]
ISO 4301-1, Cranes and lifting appliances – Classification – Part 1: General
[2]
ISO 4306-1, Cranes – Vocabulary – Part 1: General
[3]
ISO 4308-1, Cranes and lifting appliances – Selection of wire ropes – Part 1: General
[4]
ISO 4308-2, Cranes and lifting appliances – Selection of wire ropes – Part 2: Mobile cranes - Coefficient of
utilization
[5]
ISO 17893, Steel wire ropes – Vocabulary, designation and classification
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41
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