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Relaçao medico-doente

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Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
Da relação contratual à relação terapêutica
Psicologia Médica
Porto, 2015 Mar. 04
Ramiro Veríssimo
1. Da relação contratual à relação terapêutica
 O doente e a doença, o médico e a medicina



Do “bilhete de entrada” ao diagnóstico global e seu uso terapêutico
Adoecer e individuação
Comunicação médica
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

Referenciar o doente ao especialista
2. Vertente terapêutica na relação médico-doente
 Diagnóstico Global
The significance of the intimate personal relationship between
physician and patient cannot be too strongly emphasized, for in an
 Modelos de entrevista
extraordinarily large number of cases both the diagnosis and
Interrogatório médico operacional
Anamnese psicossocial
 Entrevista não diretiva

treatment are directly dependent on it.

One of the essential qualities of the clinician is interest in humanity,
for the secret of the care of the patient is in caring for the patient.
Psicoterapia de apoio
O doente e a doença, o médico e a medicina
•
Do “bilhete de entrada” ao diagnóstico global e seu uso terapêutico

A relação desigual estabelecida pelo contrato terapêutico [Balint]
• Adoecer e individuação







Francis W. Peabody (1881–1927)
O modelo de Hollender
Regressão
Ganho secundário
A relação transferencial
Contra-transferência e sua função organizadora
Logos
• Comunicação médica
Referenciar o doente ao especialista
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015


© Ramiro Veríssimo, 2015
Contrato terapêutico: características gerais

Desigualdade
• Da oferta do sintoma – sofrimento –
à expectativa latente – dependência regressiva – [Balint]

Expectativas mútuas
• Alívio, cura
• Reconhecimento da adequação e poder reparador


Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
O doente e a doença, o médico e a medicina

Adoecer e individuação
Comunicação médica


Contrato terapêutico
Adoecer e individuação: o corpo e a palavra



A descodificação do sintoma
• Do “bilhete de entrada” ao diagnóstico global
Regressão []
• Ganho secundário – epinose e paranose –
• Modelo de Hollender
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
O doente e a doença, o médico e a medicina
Comunicação médica
© Ramiro Veríssimo, 2015


Contrato terapêutico
Adoecer e individuação: o corpo e a palavra

A descodificação do sintoma
• Do “bilhete de entrada” ao diagnóstico global

Regressão
• Ganho secundário – epinose e paranose –
• Modelo de Hollender []

Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
O doente e a doença, o médico e a medicina
Comunicação médica
O doente e a doença, o médico e a medicina

Contrato terapêutico
Adoecer e individuação

Modelos relacionais segundo o tipo de doença [Hollender]
Situações
tipo
Complementaridade de acção
1
Médico
Doente
Activo
Passivo
Cooperação
2  Direcção
3  Participação mútua e recíproca
Urgência
Acto cirúrgico
Coma, etc.
Doenças agudas
Doenças crónicas
Readaptações
Protótipo
(regressivo)
Mãe‐Lactente
Pai‐Filho
Adulto‐Adulto
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

Contrato terapêutico

Adoecer e individuação: o corpo e a palavra



A descodificação do sintoma
Regressão
Relação transferencial
•

•

Positiva e negativa
Da “assepsia” neutral à contra-transferência
Positiva e negativa
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
O doente e a doença, o médico e a medicina

Comunicação médica
© Ramiro Veríssimo, 2015
Comunicação

Definição

Elementos componentes
• Emissor
• Mensagem
• Receptor

Condições necessárias
• O código usado pelo emissor tem de ser decifrável pelo receptor
• O meio que se interpõe entre emissor e receptor
não deve impedir a circulação de informação
• A informação não deve ser
significativamente deformada por ruído parasita
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
Processo pelo qual os actos de um animal
induzem alterações no comportamento dos indivíduos receptores
• Efeito de halo [emissor]
• Efeito de filtro [receptor]

Contrato terapêutico
Adoecer e individuação

Comunicação médica


Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
O doente e a doença, o médico e a medicina
Recolha de informação
• Anamnese




O modelo de von Gebsattel []
Prestação de informação
Pagamento
Referenciar ao especialista
O doente e a doença, o médico e a medicina

Contrato terapêutico
Adoecer e individuação

Modelos relacionais segundo a distância/fase de evolução
[von Gebsattel]
Doente
Médico
1  Apelo humano, angústia
“Necessito
da sua ajuda”
“Estou aqui
para isso”
2  Afastamento e objectividade
“Ele sabe o que
está a fazer”
“É um caso”
(diagnóstico)
Fases
3  Personalização da relação
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

“Ele compreende,
“É o ‘meu’ doente”
é capaz de me ajudar”
© Ramiro Veríssimo, 2015
O doente e a doença, o médico e a medicina

Contrato terapêutico
Adoecer e individuação
Comunicação médica

Recolha de informação
• Anamnese


O modelo de von Gebsattel
Prestação de informação
• Prescrição []
• Prognóstico




Dar “más notícias”
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015


Pagamento
Referenciar ao especialista
A relação médico-doente

Com a sua “natureza transferencial”
deve ser considerada um factor de ruído na comunicação médica(?),
ou faz parte integrante desta,
devendo ser considerada componente necessário e importante?

Comunicação médica
• Tal como o sintoma,
também dela faz parte a relação médico‐doente
• Necessitando, do mesmo modo, de ser descodificada
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
(ressonância afectiva e peso de comportamentos repetitivos arcaicos)
para que o seu sentido apareça e se torne inteligível para ambos

Contrato terapêutico
Adoecer e individuação

Comunicação médica



Recolha de informação
Prestação de informação
Contra-transferência
• Relação terapêutica: função organizadora
• Logos – eficácia da intervenção terapêutica

Compliance (adesão às prescrições) e efeito placebo

Efeitos iatrogénicos
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
O doente e a doença, o médico e a medicina

• Referenciar ao especialista – descodificação adequada do sintoma
© Ramiro Veríssimo, 2015
Contrato terapêutico
Adoecer e individuação

Comunicação médica



Recolha de informação
Prestação de informação
Relação terapêutica
• Marcação e pagamento: relação contratual vs ganho secundário
• Referenciar ao especialista


Diagnóstico global: etapas
Modelos de entrevista
• Interrogatório médico operacional
• Anamnese psicossocial
• A entrevista não diretiva
 O modelo de von Gebsattel
 Estrutura da relação terapêutica

Diagnóstico global: facetas

Tipo de relacionamento estabelecido
 Elo terapêutico

O homem e a sua circunstância
 Da doença à dolência: “…apenas doentes”

Diagnóstico, prognóstico e prescrição
 Efeito das prescrições


Modelos de entrevista
Psicoterapia de apoio
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

Psicoterapia de apoio
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
O doente e a doença, o médico e a medicina

© Ramiro Veríssimo, 2015
Modelos de entrevista

Interrogatório médico operacional [estereotipado]
 Personalidade do médico






‘O que se prende ao questionário estrito’
‘O que se excede em questões e apresta o doente’
‘O que responde às questões que ele próprio coloca’
‘O que na pergunta evita a resposta’
Anamnese psicossocial
Entrevista não directiva

Psicoterapia de apoio

Diagnóstico global: facetas

Modelos de entrevista


Interrogatório médico operacional [estereotipado]
Anamnese psicossocial
 Apêndice ao interrogatório clássico
 Permite ver o doente por trás da doença

Entrevista não directiva

Psicoterapia de apoio

Diagnóstico global: facetas
Modelos de entrevista
• Interrogatório médico operacional [estereotipado]
• Anamnese psicossocial
• Entrevista não directiva
Distância: modelo de von Gebsattel
Fases
1
Apelo humano, angústia
2  Afastamento e objectividade
3

Personalização da relação
Doente
Médico
“Necessito
da sua ajuda”
“Estou aqui
para isso”
“Ele sabe o que
está a fazer”
“É um caso”
(diagnóstico)
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
Diagnóstico global: facetas

Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

“Ele compreende,
“É o ‘meu’ doente”
é capaz de me ajudar”
Psicoterapia de apoio
© Ramiro Veríssimo, 2015
Diagnóstico global: facetas



Interrogatório médico operacional [estereotipado]
Anamnese psicossocial
Entrevista não directiva
• Atmosfera terapêutica

Segurança
 Factores internos: autoconfiança
 Factores externos: confiança
 Sigilo profissional

Condições locais:
Tamanho da secretaria, posição da cadeira, situação da porta, etc.
Calor afectivo

• Qualidades do médico
• Técnicas

Psicoterapia de apoio

Diagnóstico global: facetas

Modelos de entrevista



Interrogatório médico operacional [estereotipado]
Anamnese psicossocial
Entrevista não directiva
• Atmosfera terapêutica
Segurança
Calor afectivo


 Bondade
 Responsabilidade
 Neutralidade cordial:

“interesse desinteressado”
• Qualidades do médico
• Técnicas

Psicoterapia de apoio

Diagnóstico global: facetas

Modelos de entrevista



Interrogatório médico operacional [estereotipado]
Anamnese psicossocial
Entrevista não directiva
• Atmosfera terapêutica
• Qualidades do médico


Maturidade emocional
 Capacidade empática
 Autenticidade
Conceito liberal das pessoas e das relações humanas
 Aceitação:
tolerância incondicional e respeito pela estrutura única do paciente
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
Modelos de entrevista
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

• Técnicas

Psicoterapia de apoio
© Ramiro Veríssimo, 2015
Diagnóstico global: facetas
Modelos de entrevista



Interrogatório médico operacional [estereotipado]
Anamnese psicossocial
Entrevista não directiva
•
•
•
Atmosfera terapêutica
Qualidades do médico
Técnicas
Quem coloca questões, só obtém respostas [Balint]

Entrevista não directiva - saber guardar silêncio:
superar a angústia para alcançar o sentido latente (por trás da palavra)
 Mentalização catártica
 Regulação emocional
 Organização reparadora

Psicoterapia de apoio

Diagnóstico global: facetas

Modelos de entrevista



Interrogatório médico operacional [estereotipado]
Anamnese psicossocial
Entrevista não directiva
•
•
•
Atmosfera terapêutica
Qualidades do médico
Técnicas

Entrevista não directiva - saber guardar silêncio
 Mentalização catártica
 Respostas reflexo
Reiteração
Reflexo de sentimentos
Elucidação
 Atitudes directivas [exame objectivo] e atitudes explicativas [terapêutica]



Psicoterapia de apoio
 Tipo
de intervenção terapêutica
Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

Descubra as diferenças....
© Ramiro Veríssimo, 2015
Psicoterapia de apoio


Definição: não sistematizada/não visa transformação mas reparação
Princípios
 Atitude catártica
 Atitudes directivas
 Atitude activista
 Atitudes explicativas
 Atitude psicoterapêutica ‘real’ []

Técnicas

Diagnóstico global: facetas
Modelos de entrevista

Psicoterapia de apoio



Definição
Princípios
 Atitude psicoterapêutica real
Reconhecer a natureza da relação e o seu papel na mesma
Considerar o doente e a doença como um todo
Saber ouvir renunciando a colocar questões
 Atender à demanda latente
 Funcionar especularmente
 Facultar a “transfusão narcísica” devolvendo uma auto‐imagem aceitável
 Ajudar a repor o equilíbrio




Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015

Ramiro Veríssimo, Porto University, 2015
Diagnóstico global: facetas
Modelos de entrevista


Técnicas

Psicoterapia de apoio




Definição
Princípios
Técnicas





Como iniciar
Duração das entrevistas
Frequência
Quando interromper
Necessidade de controlar a prática  Grupos Balint
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Diagnóstico global: facetas
Modelos de entrevista

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