Gestão Industrial e Ambiente Índice 1. 2. Capítulo 0 .................................................................................................................................................... 2 1.1. Introdução ............................................................................................................................................ 2 1.2. Desenvolvimento Sustentável, DS ...................................................................................................... 4 1.3. Os 3 pilares da Sustentabilidade – 3BL .............................................................................................. 5 1.4. Objetivos a nível mundial para a Sustentabilidade ............................................................................. 6 Capítulo 1 .................................................................................................................................................... 8 1. Capítulo 0 1.1. Introdução Nos dias de hoje, um dos grandes pensamentos culturais, é a preocupação com o meio ambiente e a sua sustentabilidade. Com o decorrer da atividade económica e as necessidades dos humanos, começaram a surgir razões para a necessidade de Sustentabilidade. “We have enough for our need but not for our greed” Mahatma Gandhi Para tal, e de acordo com a equação de Commoner, Ehrlich e Holdren, existe uma forma de prever/estimar o impacto ambiental de acordo com três variáveis: 𝐼 = 𝑃∗𝐴∗𝑇 I – Impacto Ambiental; P – População; A – Afluência de Materiais; T – Tecnologia; Claramente, e tal como esperado, estas variáveis são todas diretamente proporcionais entre si, ou seja, é de esperar que com o aumento de população sejam necessários mais recursos naturais para satisfazer as suas necessidades e devaneios (consumo excessivo) o que implica um maior Impacto Ambiental. Modelo da Economia Linear Este modelo de Economia, típico da antiguidade, representa em grande parte os problemas que hoje em dia são enfrentados no que toca à disponibilidade e existência de recursos minerais adjacentes à produção da atualidade. Este modelo pode-se caracterizar como sendo uma economia que tem um início e fim, apresentando, por norma, as seguintes etapas: Sendo este o grande motivo para hoje nos encontrarmos no panorama de escassez Avaliação de Recursos Naturais – Contribui para um fornecimento de matérias-primas de forma sustentável existente de alguns minerais e segura; e outros recursos naturais. Economia Mineral – Informação e análise de matérias-primas de acordo com a sua disponibilidade, reservas e valor económico nas tecnologias e/ou produção de bens; Antropoceno ou Antropocénico - é um termo usado por alguns cientistas para descrever o período mais recente na história do Planeta Terra. Por maioria na comunidade científica, considera-se que começa no final do Século XVIII, quando as atividades humanas começaram a ter um impacto global significativo no clima da Terra e no funcionamento dos seus ecossistemas. Esta data coincide com a aprimoração do Motor a vapor por James Watt em 1784. Esta aprimoração de tecnologias ao longo dos anos, levou a que a composição material de vários produtos fosse evoluindo num sentido onde foram sendo adicionados novos materiais e em maior escala. Alguns exemplos desta evolução: Nestas Imagens, os elementos químicos que se encontram coloridos a vermelho representam algumas das matérias primas da atualidade que se encontram em estado crítico, ou seja, não sustentáveis. A este conjunto é denominado de Matérias Primas Críticas – MPC. Logo o fornecimento de MPC acaba por ser uma atividade: Inseguro – Devido a questões de sustentabilidade e mesmo a nível de segurança da extração de um minério em maiores profundezas; Caro – Devido à diferença entre a oferta (diminuída devido á escassez do recurso) e a procura (aumenta devido à grande aplicabilidade deste recurso); Eticamente questionável – Não estarei a ignorar certos pontos que acabam por influenciar a minha sustentabilidade? Hoje em dia, em combate a este problema, foi desenvolvido um conceito de circularidade destes materiais (Spoiler Alert: que mais á frente se denomina Economia Circular), de tal forma que são apontados os seguintes benefícios: Garantir o fornecimento de MPC dentro da EU – De forma consciente e ponderada; Reduzir o impacto negativo na natureza e no bem-estar humano; e Criar empregos locais na EU – Acrescentando novas etapas intermédias e/ou finais de reciclagem, investigação entre outras, cria necessidade de mais mão de obra. No esquema em baixo podemos ver algumas MPC´s em comum entre a UE, o departamento de energia dos EUA – DOE – e o departamento de logística defensiva dos EUA – DLA. 1.2. Desenvolvimento Sustentável, DS Componente intrageracional “Desenvolvimento que atenda às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender as suas próprias necessidades “ Our Common Future, Sra Brundtland, 1987 Componente Intergeracional Podemos também caracterizar o Desenvolvimento Sustentável (DS) como um procsso de mudança que harmoniza o funcionamento e estruturas dos sistemas naturais com: A exploração recursos dos O direcionamento dos investimentos A orientação desenvolvimento tecnológico de A evolução instituições das O que aumenta a possibilidade de resposta às: 1.3. Os 3 pilares 3BL Necessidades; e Aspirações; da Sustentabilidade – Estes pilares têm como objetivo de quantificar e descrever os impactos ambientais e sociais de uma organização, no decorrer da sua atividade económica. Estas três vertentes relacionam-se entre si, culminando em três tópicos mais importantes: Conceito relacionado com a produção de produtos a partir de matériasprimas renováveis e com desperdício das mesmas reduzido. Conceito relacionado principalmente com o consumo mais consciente da população para produtos que sejam mais sustentáveis e com maior durabilidade. Conceito relacionado com a produção de bens que de facto proporcionam qualidade e valor para o consumidor. Os 3 pilares da sustentabilidade fornecem informação sobre os negócios de uma empresa segundo as 3 dimensões: 1. Económica – (a empresa pode trabalhar no panorama sustentável e lucrativo?) Engloba os impactos intrínsecos (condições económicas dos seus stakeholders), das organizações, e extrínsecos (sistemas económicos locais, nacionais e globais); Fácil de quantificar logo a estimativa deste impacto é muito próxima do real; 2. 3. Social – (afeta positivamente a sociedade?) É o setor menos desenvolvido; Representa as relações natureza-sociedade; Devido ao seu carácter subjetivo e qualitativo é um impacto difícil de quantificar; Ambiental – (a empresa ajuda o maio ambiente?) Origem nas pressões políticas impostas pela UE; Impacto nos sistemas naturas vivos e não vivos; Cálculo do impacto com alguma incerteza, logo é difícil de quantificar; 1.4. Objetivos a nível mundial para a Sustentabilidade ODM – Objetivos de Desenvolvimento do Milénio: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Erradicar a pobreza extrema e a fome Alcançar o ensino primário universal Promover a igualdade de género e a autonomização da mulher Reduzir a mortalidade de crianças Melhorar a saúde materna Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças Garantir a sustentabilidade ambiental Criar uma parceria global para o desenvolvimento No ano de 2015, o Estados Membros das Nações Unidas, realizaram e propuseram uma Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável – Que se denominou de: “Transforming our World” Onde foram definidos 17 Objetivos, com o propósito de desenvolver os 3 pilares da sustentabilidade – económica, social e ambiental; Estes objetivos acabam por acarretar uma importância considerável nas preocupações e consciência coletiva! “By defining our goal more clearly, by making it seem more manageable and less remote, we can help all people to see it, to draw hope from it and to move irresistibly towards it”. US President, John .F Kennedy (‘Peace Speech’, June 1963) A Visão e Valores destes 17 objetivos consistem: Uma agenda “We the peoples” – Ou seja, objetivos focados para o bem-estar da sociedade e de acordo com os seus desejos; Mudanças a nível de processos de produção/transformação – Ou seja, ter uma consciência mais eficiente e introdução de novas tecnologias que sejam mais sustentáveis; Garantir o Desenvolvimento Sustentável nos 3BL; Metais Universais – Ou seja, inclusão de matérias que não sejam considerados MPC’s a nível global, incluindo países desenvolvidos e em desenvolvimento; Objetivos com causas comuns e relações benéficas entre eles; Valor de foco: Direitos humanos; Dignidade; Sociedade Inclusiva e Pacífica; Importância do envolvimento das partes interessadas – Ou seja, é necessário que haja compromisso às promessas por parte das entidades/organizações; Nesta figura são possíveis de identificar os 17 objetivos base, em prol do esqueciment o dos originários 8 objetivos do Milénio. 2. Capítulo 1- Parte 1 2.1. Do elemento ao sistema de ciclo de vida Elementos e Compostos Químicos. Processos e Impactos Associados Os elementos químicos são o conjunto de átomos com o mesmo número atómico – indivisíveis. Estes podem formar compostos químicos, substâncias constituídas pela união de dois ou mais destes, numa razão fixa. Estes compostos, interagem formando reagentes que interatuam em processos de fabrico formando resíduos líquidos (afetam efluentes), sólidos (afetam os terrenos) e emissões gasosas que causam impactos ambientais. Nestes processos, há sempre desperdício associado por este motivo nunca conseguiremos obter um rendimento de 100%. NOTA: Há processos melhores do que outros, mas nunca há processos sem impacto. Cadeia de Abastecimento Compreende toda a rede necessária e todas as entidades envolvidas e processos realizados pelas mesmas. As entidades estão ligadas por fluxos financeiros, de material e informação e estão responsáveis por todas as atividades desde a extração da matéria prima ao cliente final. (Extração MP – Produção – Transporte – Venda – Cliente Final) Sistema – Integração do Sistema Industrial e Natural Um sistema envolve vários processos que estão interligados entre si. O sistema industrial integra-se no sistema natural, pelo que o nosso objetivo é minimizar o impacto neste, dado que não há dissociação entre os mesmos. Qual é o papel do engenheiro? Desenvolvimento de produtos eco eficientes Requisitos ambientais considerados na fase de conceção do produto Requisitos ambientais no desenvolvimento de processo Decisões da cadeia de abastecimento considerando impactos ambientais e sociais Decisões de gestão na ótica do ciclo de vida 2.2. O que é a análise do ciclo de vida? Análise do Ciclo de Vida (ACV) A análise de ciclo de vida avalia os impactos ambientais associados a um produto, processo ou atividade ao longo de todo o seu ciclo de vida, desde a extração da matéria prima à sua eliminação final. AKA é necessário ver o problema como um todo. Medem-se os impactos ambientais ao longo de todas as fases do ciclo de vida do produto. Processos a incluir num ACV 1. Extração de materiais (Indústria Química) 1.1. Preparação de materiais 1.2. Produção de componentes (computador – extração de metais para criar componentes) 2. Montagem de Produtos (Indústria Mecânica) 2.1. Processamento de materiais 2.2. Montagem de módulos 3. Embalagem e Transporte 3.1. Embalagem (para o trabalho ver os impostos das mesmas) 3.2. Transporte Aéreo Marítimo Terrestre o Europa o camião (-500km) o comboio (-fiável, +barato, +quantidade, -emissões) 4. Processos 4.1. Utilização 4.2. Reutilização (economia circular) – implica usar exatamente o mesmo produto. Este não sofre qualquer transformação e é reintroduzido no mercado exatamente da mesma forma. 4.3. Eliminação Reciclagem o Ciclo + longo da economia circular o Transformação química e mecânica o Depende do material Plástico – vai perdendo propriedades, poderá ou não apenas ser usado noutro tipo de produtos (downcycling) Vidro – não perde propriedades ao longo do tempo, pode ser usado para o mesmo tipo de produtos (garrafas de vidro podem ser fundidas e o vidro pode ser usado para formar outro tipo de garrafas de vidro) o Remanufactura o Compostagem (materiais orgânicos) o Aterros (maior parte) – há a produção de metano e a promoção do aquecimento global o Inceneração – a libertação de CO2 promove o aquecimento global Fases de Ciclo de Vida Matérias Primas: Extração e abastecimento de materiais necessários (matérias-primas) à produção de produtos e serviços Produção: converter matérias primas e componentes de montagem de produtos Transporte: transportar os materiais entre processos Utilização: onde o consumidor usa o valor do produto ou serviço Fim da vida de produto: o que acontece quando o consumidor já não quer utilizar mais o produto ou serviço. Importância do Ciclo de Vida Identificação de melhorias em aspetos ambientais Ferramenta de apoio à decisão para planeamento estratégico, definição de prioridades e design de produto ou processo Seleção e avaliação de indicadores ambientais relevantes Marketing (quantas vezes o produto é melhor que o concorrente) Comunicação para os stakeholders 2.3. Metodologia da ACV Definição e Objetivo no Âmbito da ACV a Definição de Âmbito a