Turma: PI Formador: José Janeiro SISTEMAS TERMODINÂMICOS - RESUMO Os sistemas termodinâmicos são: Abertos – troca matéria e energia com a vizinhança (ex: copo de água); Fechados – não troca matéria, mas troca energia com a vizinhança (ex: lata de refrigerante); Isolados – não troca matéria nem energia com a vizinhança (ex: garrafa termo). Qualquer análise termodinâmica começa com a seleção do sistema, fronteira e vizinhanças: Sistema – parte do universo que queremos estudar. Fronteira – é uma superfície real ou imaginária que separa o sistema da vizinhança. Vizinhança – é o que fica de fora do sistema. Propriedades da parede de um sistema: Paredes impermeáveis – não permitem transferência de matéria (massa). Paredes rígidas – não permitem transferência de energia na forma de trabalho (não há variação de volume). Paredes adiabáticas – não permitem transferência de energia na forma de calor. Processos termodinâmicos mais utilizados: José Janeiro | 6705 – Sistemas Termodinâmicos, Elétricos e Magnéticos VARIÁVEIS DE ESTADO Algumas das variáveis de estado de um sistema são: Temperatura; Pressão; Volume; Energia interna; Etc. Temperatura O funcionamento de um termómetro baseia-se na Lei Zero da Termodinâmica: “Dois sistemas A e B, postos em contacto, acabam por alcançar um estado de equilíbrio térmico. Se A e B estiverem, separadamente, em equilíbrio térmico com um terceiro sistema C, estarão também em equilíbrio térmico um com o outro(Guémez e Fiolhais, 1998).” As escalas termométricas mais utilizadas são: Celsius (ºC), Fahrenheit (ºF) e Kelvin (K). Relação entre a escala Fahrenheit e a escala Celsius: T (ºF) = T (ºC) x 1,8 + 32 Relação entre a escala Kelvin e a escala Celsius: T (K) = T (ºC) + 273,15 Pressão A pressão é a força exercida por unidade de área: A unidade de pressão no Sistema Internacional é o Pascal, Pa (1 atm = 760 mm Hg = 101 325 Pa). José Janeiro | 6705 – Sistemas Termodinâmicos, Elétricos e Magnéticos Volume é a medida do espaço ocupado pelo sistema. No Sistema Internacional é expresso em m3 e em Química utiliza-se em ml ou L. Energia interna [J] A energia interna de um sistema tem duas componentes: a energia cinética (cujo valor está relacionado com a temperatura); a energia potencial (associada com a interação entre as partículas). A energia cinética (Ec) encontra-se associada ao movimento dos corpos. Um Homem em movimento possui energia cinética que depende da sua massa e da sua velocidade. Quando um corpo está em movimento, apresenta uma determinada velocidade. Para que o corpo passe do estado de repouso ao de movimento, é preciso aplicar uma força que, multiplicada pelo deslocamento do corpo, seja igual ao trabalho realizado. Ec = mv2/2 m = massa (kg) v = velocidade (m/s) A energia potencial (Ep) é energia que depende da posição de um corpo relativamente a outros sistemas com os quais interatua. Um corpo elástico deformado possui energia potencial elástica. Um corpo à superfície da terra possui energia potencial gravítica. A capacidade de um corpo para produzir trabalho pelo facto de estar a uma dada altura é designado por energia potencial gravítica. A energia armazenada por um corpo que se encontra a uma altura h, é: Ep = m g h m = massa (kg) g = aceleração gravítica (m/s2) h = altura (m) José Janeiro | 6705 – Sistemas Termodinâmicos, Elétricos e Magnéticos Podemos alterar a energia interna de um sistema por dois processos: transferindo-lhe energia sob a forma de calor; realizando trabalho sobre o sistema. TRANSFERÊNCIAS DE ENERGIA SOB A FORMA DE CALOR A quantidade de energia transferida sob a forma de calor para um determinado sistema: depende da variação de temperatura sofrida pelo sistema; depende da quantidade de matéria (massa) do sistema; depende do tipo de material que constitui o sistema (capacidade térmica mássica). Cada material apresenta uma determinada capacidade para "transformar a energia recebida em aumento de temperatura". A essa capacidade dá-se o nome de capacidade térmica mássica. A capacidade térmica mássica de um material indica a quantidade de energia que se deve fornecer a um quilograma desse material para a sua temperatura aumentar 1K. Pode-se então calcular a quantidade de energia transferida sob a forma de calor para um sistema, utilizando a expressão seguinte: Calor (Q) = massa (m) x capacidade térmica mássica (c) x variação da temperatura (∆T) Uma vez que calor corresponde a uma transferência de energia, a sua unidade é o Joule (J). Outra unidade de energia, é a Caloria (símbolo: 1 cal = 4,1868 J), é uma unidade de medida de energia que não pertence ao Sistema Internacional de Unidades. Há duas maneiras possíveis de transferir energia sob a forma de calor, que são: Condução – é o processo de propagação de energia ao longo de um condutor, submetido a uma diferença de temperatura entre as suas extremidades. José Janeiro | 6705 – Sistemas Termodinâmicos, Elétricos e Magnéticos Convecção – é o processo em que a energia é transportada devido ao deslocamento de matéria (líquida ou gasosa) de zonas mais quentes para zonas mais frias. Os deslocamentos de matéria designam-se por correntes de convecção. Primeira Lei da Termodinâmica A Primeira Lei da Termodinâmica (lei da conservação da energia) diz que a variação da energia interna de um sistema com massa constante só pode ficar a dever-se a trocas de energia entre o sistema e a sua vizinhança, quer na forma de calor, quer na forma de trabalho. Se o sistema estiver isolado termicamente, não há fluxo de calor (Q=0J) e, toda a variação da energia interna é devido ao trabalho: ∆Ei = w Por outro lado, se não se realizar trabalho (w=0J), a variação de energia interna é apenas devido ao fluxo de calor: ∆Ei = Q Num sistema isolado, Q=0J, w=0J, portanto: ∆Ei = 0 J A energia interna permanece constante num sistema isolado. Segunda Lei da Termodinâmica A Segunda Lei da Termodinâmica chama-se lei da não diminuição da entropia e enuncia-se: A entropia (medida da desordem) de um sistema isolado nunca pode diminuir. Aumenta nos chamados processos irreversíveis e mantém-se nos chamados processos reversíveis. O sentido da transferência de energia entre sistemas termodinâmicos obedece à Segunda Lei da Termodinâmica. Esta Lei impõe que a transferência de energia José Janeiro | 6705 – Sistemas Termodinâmicos, Elétricos e Magnéticos na forma de calor ocorra, de forma espontânea, do sistema que está à temperatura mais elevada para o sistema que está à temperatura mais baixa. ENERGIA ÚTIL, ENERGIA DISSIPADA E RENDIMENTO Uma máquina é um dispositivo que extrai energia de uma fonte, transformandoa noutra forma de energia que nos pode ser útil. Contudo, nenhuma máquina pode converter toda a energia recebida. Energia motora (fornecida) = Energia útil + Energia dissipada Rendimento Uma máquina será tanto mais eficaz quanto menor for a fração de energia dissipada. Define-se rendimento de uma máquina (ƞ) como: ƞ (%) = Energia útil / Energia fornecida x 100 É importante salientar que a energia não é perdida independentemente de o rendimento ser grande ou pequeno. A energia nunca desaparece, transformase em diversas formas e transfere-se entre sistemas. A Energia é sempre conservada. Potência de uma Máquina É uma grandeza que informa sobre a rapidez com que uma máquina transfere energia de um sistema para outro: P [W] = E [J]/ ∆t[S] ∆t = intervalo de tempo (s) E = energia transferida pela máquina no 1W=1J/s intervalo ∆t (Joule) P = potência da máquina (Watt) Pode agora confirmar-se que a unidade quilowatt-hora (kWh) é uma unidade de energia. E = P x ∆t ∆t = 1 h = 60 x 60 s = 3 600 s P = 1 kW = 1 000 W 1 kWh = 1 000 x 3 600 = 3,6 x 106 José Janeiro | 6705 – Sistemas Termodinâmicos, Elétricos e Magnéticos José Janeiro | 6705 – Sistemas Termodinâmicos, Elétricos e Magnéticos