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PERSONAL TRAINING 1.0

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Título: Personal Training 1.0
Autor: Paulo Jorge Rodrigues Sena
Editor: Paulo Jorge Rodrigues Sena
ISBN: 978-989-96893
PERSONAL TRAINING 1.0
Indústria do Fitness
Na análise final, estou convencido que a coisa mais valiosa que levaremos do nosso
negócio é a relação que criamos; os amigos que fizemos; e as vidas que mudamos. Não
estou a sugerir que o sucesso financeiro não seja importante: é. Mas no futuro, não é disso
que nos vamos recordar; e não é por isso que nos vão recordar a nós. JOE CIRULLI
ex-presidente da IHRSA e dono do Gainesville Health & Fitness Center (2001)
Comecei a treinar pessoas com 17 anos (1987): preparador de uma equipa de futebol no
escalão de iniciados. Fui dos primeiros licenciados em educação física a trabalhar numa
sala de musculação no Porto. Aprendi com todos, desde o meu primeiro ginásio com o seu
dono Sr. Martinez, passando pelo José António Lopes e tantos outros monitores, amigos,
colegas e clientes que me ajudaram a compreender melhor porque é que uns treinam
regularmente e outros não.
Quando comecei, achava que tinha 95% dos conhecimentos necessários para treinar
pessoas em ginásios, porque tinha 6 ou 7 anos de prática a pegar em pesos, jogava futebol
e andebol, tinha sido preparador físico de futebol e estava no 3º ano do curso de educação
física e desporto. Tinha lido os livros do ACSM, NSCA, AFAA, manuais da Weider e os
livros das grandes referências de culturismo da época. Era membro do ACSM e IDEA. Era o
maior!
Hoje diria que no início dos anos 90, eu tinha apenas 5% daquilo que era preciso para ser
um bom instrutor de musculação. Fazia avaliações complexas em vez de triagem, planos de
treino de 1h15m na maioria dos casos. Não sabia organizar a sala de musculação e alguns
programas de treino eram algo teóricos e pouco adaptados aos clientes.
Mas felizmente conheci pessoas fantásticas, desde médicos, a empresários, políticos,
engenheiros, pedreiros, camionistas e advogados que me ensinaram muito sobre
comunicação, sucesso e atitude na via em geral. Essa aprendizagem só foi possível porque
comecei a observar, escutar e aplicar, sem deixar que ser eu, com o meu jeito de fazer e os
meus valores.
Do Gimnogaia passei para a Academia In-Pacto e logo depois para o grande projeto onde
fui dar início à musculação num Health Club de luxo chamado Solinca que daria
posteriormente origem a um grande grupo na área do fitness. Correu muito bem, mas
obrigou a mudanças nos materiais usados, pois apenas tinha máquinas (mas eram as
melhores do mundo: Nautilus) e grandes mudanças de comunicação e vestuário devido ao
tipo de público e elevada exigência de um hotel de 5 estrelas.
Orgulho-me de ter conseguido que 524 sócios utilizassem uma sala de musculação de
125m2 com 29 estações de trabalho, pessoas que treinavam com uma frequência média
semanal por sócio de 2,4 vezes no final dos anos 90.
Percorremos mais de um milhão de quilómetros a dar aulas, a dar formação e a trabalhar
em diversos locais. Viajamos muito para receber formação e aprender com pessoas de
elevada experiência e boa formação académica. Não havia internet, por isso tivemos de
adquirir centenas de livros no sentido de melhorar para ajudar pessoas. Saímos do país
quando poucos saíam para para o outro lado do Atlântico, a fim de perceber o fenómeno da
indústria do fitness. Vimos modas aparecerem e desaparecerem. Pelo meio, treinamos e
vencemos alguns problemas de saúde mental, problemas ortopédicos e sistémicos.
Sentimos na pele e experimentamos primeiro em nós os protocolos de treino antes de os
aplicarmos aos alunos.
Treinamos em mais de 100 ginásios diferentes no país e no estrangeiro, usamos espaços
outdoor e garagens para cumprir as nossas rotinas de treino, sempre em busca de
soluções.
Nos últimos 5 anos, demos formação em diversos ginásios no norte e centro do país onde
verificamos num universo de mais de 15 mil sócios de cerca de 20 ginásios, valores que
oscilavam entre 0,8 e 1,7 vezes por semana. No passado, achávamos que podíamos fazer
muito melhor, mas rápido descobrimos que valores superiores a 2,0 colocarão qualquer
ginásio ou personal trainer como top mundial. Mas tais standards, exigem disciplina, um
método adequado e bem diferente do utilizado atualmente para atingir esse nível.
Se a intensidade é chave dos resultados, existe uma frequência mínima para que o estímulo
do treino possa produzir efeitos. O número de treinos semanais condiciona a programação
de treino. Infelizmente, muitos continuam a programar treino com divisão de grupos
musculares detalhada para pessoas que frequentam em média o ginásio uma vez a cada 10
dias. É disso que vamos falar neste livro: ações práticas para melhorar a adesão ao
exercício físico.
Referências Históricas Para Compreender o
Presente e Ajudar a Prever o Futuro
As referências da história ajudam-nos a compreender algumas coisas do presente. Alguns
suplementos atuais foram outrora medicamentos, alguns suplementos antigos, estão agora
nos alimentos. Certas máquinas que parecem novidade, já existiram noutro formato. A
eletroestimulação agora de corpo inteiro, já presente nos ginásios, há muitos anos foi
outrora para os genitais, depois passou para os abdominais e teve diversos formatos em
termos tecnológicos e de aspecto estético. Isto leva-nos a desconfiar antes de acreditar na
dita última novidade do mercado atual. Alguns produtos como o tabaco, já foram altamente
recomendados por médicos (Little, 2019). Algumas formas de exercício foram esquecidas
(veja-se o exemplo do Pilates) mas não são novas por terem reaparecido com novos nomes
ou novas estruturas. Alguns equipamentos parecem recentes mas existem há mais de um
século (exemplo das barras e kettlebells). Na indústria do fitness, dificilmente alguém vai
inventar algo novo.
O facto de hoje esta indústria do fitness movimentar tanto dinheiro e dar emprego a tanta
gente, deve-se sobretudo a muitas das personagens que vamos referir. Sem eles, o treino
em ginásios continuaria a ser um temido sub-mundo.
Os feitos de força sempre foram apreciados na nossa civilização. Nem me preocuparia em
falar-vos da Antiga Grécia se não fosse atribuído a Milo de Creta (558 A.C.) o registo de ter
reconhecido o Princípio da Sobrecarga. Para desenvolver o seu corpo, carregava um jovem
touro, um pequeno animal às suas costas para se exercitar. Consoante o animal ia
crescendo, também o seu corpo se ia desenvolvendo por resposta ao estímulo
progressivamente mais exigente.
2 A.C., o médico Galen, publica na Grécia os seus pensamentos sobre os benefícios
terapêuticos do exercício no De Sanitate Tuenda (Gallen, 2012). Nesta publicação ele
discutia entre outras coisas a utilização dos halteres e de uma variedade de exercícios de
saltos.
1841, Sir George Williams criou a YMCA em Londres numa tentativa de substituir a vida das
ruas pelo “estudo da Bíblia e a oração” (YMCA, 2020). Esta organização difundiu-se nos
EUA como a precursora dos ginásios que conhecemos na atualidade. Todavia funciona
como forte organização comunitária, tendo os ginásios como forte pólo dinamizador.
1847, Hippolyte Triat, um antigo homem forte dos espetáculos de vaudeville, abriu um
ginásio em Paris, como resposta ao crescente interesse pelo exercício físico (Fair, 2018).
Este Ginásio Triat é significativo pois figura como um dos primeiros ginásios a cobrar
dinheiro para admitir sócios, tinha quotas diferentes para homens, mulheres e crianças.
Madame Brenner (1870), que dirigia um ginásio em Londres onde as mulheres utilizavam
calças nas suas sessões de treino, utilizava expansores de peito (molas porque não havia
elásticos), puxadores, argolas (incluindo exercícios em suspensão), indian clubs, bastões,
barras com bolas e halteres nas suas sessões de treino. Incluídos estavam movimentos de
trepar, saltar e exercícios especiais para problemas de coluna e muito mais no seu livro de
1870: Gymnastics for ladies: a treatise on the science and art of calisthenics and gymnastic
exercises.
Eugene Sandow (1867 a 1925), segundo a Encyclopaedia Britannica (2020) era um artista
que realizava demonstrações de força por toda a América, acabando por abrir vários clubes
destinados à actividade física depois de se ter retirado dos palcos. Ele é hoje a imagem da
estatueta do concurso culturista Mr. Olympia. Também estabeleceu um negócio de instrução
de treino pelo correio (já fazia treino à distância), bem como venda de equipamentos de
exercício. Embora treinasse com pesos de bolas e movimentos conhecidos como
calisténicos ou gímnicos, vendia molas de aperto e outros materiais. Organizou ainda o
primeiro concurso de exibição do corpo em 1901, escreveu livros e lançou uma revista
intitulada Physical Culture. Mas aquilo que mais se salienta é o facto de ter sido Personal
Trainer de Eduardo VII e George V (monarcas britânicos).
1866, abria o Battle Creek Sanitarium inicialmente chamado de Western Health Reform
Institute, baseado nos princípios de saúde advogados pela igreja adventista do sétimo dia.
Em 1876, o Dr. John Harvey Kellogg tornou-se o superintendente, construindo uma
instalação renovada em 1878. Nesta enorme estrutura, as pessoas exercitavam-se e
perdiam peso à custa de utilizar clisteres, comer o suplemento alimentar da época: corn
flakes. Faziam exercícios realizados com máquinas ou em aulas de grupo. Era ainda
utilizada terapia de pequenos choques eléctricos para estimular o corpo. Esta
impressionante estrutura poderia ser chamada hoje de mega SPA. Em 1994 foi realizado o
filme The Road to Wellville, que retrata as práticas de Kellogg no Sanitarium.
Em 1882, Gustav Zander publica: Dr. G. Zander’s medico-mechanische Gymnastik (Naples,
2016). No Therapeutic Zander Institute in Stockholm, um instituto onde usava as suas
máquinas (muito similares a algumas atuais) para ajudar os trabalhadores a corrigirem os
prejuízos causados pelo trabalho. As suas invenções serviriam para equipar o Sanitarium
de Kellogg e foram inspiração para Arthur Jones criar as suas famosas máquinas Nautilus
nos anos 70.
1895 John Harvey Kellogg (viveu 91 anos), o médico que criou os Cornflakes, escreveu um
documento intitulado “A Arte da Massagem”. Este documento sugeria um tipo de
musculação de execução lenta (oito segundos a levantar o peso), mas também
recomendava uma boa técnica de execução sem bloqueios de respiração, fazendo lembrar
uma metodologia mais recente conhecida por SuperSlow.
1901, Theodore Siebert da Alemanha, começou a comercializar a sua barra universal de
carregar discos - Siebert’s Universal-Scheibenstange (Todd, 1995).
Joseph Hubertus Pilates, criou nos anos 20 um método de exercício chamado de
contrologia, usando ginástica e máquinas. Cem anos depois veio a ser revitalizado
mundialmente com o título de: Pilates.
1920s - Os espetáculos de vaudeville onde atuavam os homens fortes, foi sendo alterado
com inclusão de acrobatas e figuras humanas. Muitos acrobatas e ginastas praticavam os
seus movimentos em Santa Mónica, Califórnia e no final dos anos 30 esse local ficou
conhecido como Muscle Beach.
1928, Kaspar Berg introduziu a primeira barra olímpica. Utilizadas pela primeira vez nos
Jogos Olímpicos de Amesterdão, foram então copiadas pela Tork Barbell Company e pela
Jackson Barbell Company e vários outros fabricantes (Todd, 2016).
1930s - Josef Weider criou a sua primeira revista e vendia halteres por correspondência.
Começava o grande império da empresa que viria a dominar o mundo dos suplementos e
do culturismo.
193?, Charles Atlas (nascido Angelo Siciliano) populariza métodos isométricos. Foi um dos
maiores vendedores da história do fitness, desde a sua metodologia conhecida como
Dynamic Tension, cursos por correspondência, anúncios em revistas e na TV, criou um
negócio de milhões de dólares (Britannica, 2019).
Se foi criado pelo homem, não comas. JACK LALANNE
Um dos grandes proponentes modernos da saúde da mulher foi Jack LaLanne (1914-2011),
que conquistou a televisão com o seu programa Jack LaLanne Show entre 1956-1970 (um
dos programas de exercício físico com mais sucesso de sempre na TV). Abriu o seu ginásio
em 1936 e por volta de 1982 tinha cerca de 200 nos EUA. Talvez o conheçam melhor pelo
exercício conhecido como jumping jacks e pelo facto de realizar um feito físico
extraordinário sempre que cumpria mais um aniversário (foram quase 100 anos de vida).
Se LaLanne conquistara a TV, Jane Fonda, a criadora da aeróbica, conquistava o vídeo
com as suas aulas num estilo muito próprio com as suas roupas justas e caneleiras, que
muitas mulheres americanas faziam em suas casas comprando milhares de cassetes de
vídeo. Começando a utilizar os termos como tonificar, dar forma aos músculos e
alongamentos, foi promotora de uma revolução no mundo do fitness, não fosse ela uma
ativista e atriz famosa da época. Curiosamente, este fenómeno sucedeu a outro do famoso
Dr. Keneth Cooper que se diz ter colocado a américa a correr com a publicação do seu livro
aerobics. No final dos anos 60 tudo corria e talvez não fosse um acaso a Nike ter surgido
em 1972. E muitos de nós fartamo-nos de fazer o teste de Cooper. É em 1975 que aparece
o mais famoso livro de alongamentos de Bob Anderson e nesta época começava a falar-se
de health clubs, espaços com mais valências do que simplesmente o levantamento de
pesos e a aeróbica.
1960s - Arthur Jones introduziu equipamentos de musculação altamente especializados,
bem como um método de exercitação inovador, que viria a revolucionar o fitness. Criou as
marcas Nautilus e Med-X.
1980s - O culturismo torna-se muito popular com o filme protagonizado por Arnold
Schwarzenegger, intitulado: Pumping Iron.
Primeiro os livros, depois as revistas, a televisão em directo, o vídeo e agora a Internet,
permitiram a difusão de práticas e conhecimentos que nos séculos anteriores faziam parte
de um círculo restrito de pessoas. No entanto, também trouxeram a necessidade de filtrar a
informação para que seja facilmente aplicada por pessoas comuns sem grandes
conhecimentos de biologia e anatomia.
Alguns dos princípios em que nos baseamos na atualidade foram formulados por pessoas
tão “antigas” como Hipócrates que dizia: aquilo que se utiliza, desenvolve-se e o que não se
utiliza, perde-se.
Ginásios em Portugal
Em 30 anos, acompanhamos o crescimento do número de ginásios, vimos espaços em
caves onde as mulheres tinham receio de entrar, vimos o boom dos anos 90, vimos
equipamentos aparecerem e desaparecerem e metodologias de treino diversas, desde o
slide ao crossfit, diversos tipos de máquinas vibratórias até à eletroestimulação.
Portugal tem cerca de 10 milhões de habitantes, dos quais 80% estão no litoral. Cerca 3,6
milhões abaixo dos 35 anos de idade (Pordata, 2020). Mais de 4 milhões de pessoas têm
mais de 50 anos. Mais de 20% tem mais de 65 anos de idade. A maioria da população não
trabalha e uma boa parte do público alvo principal dos ginásios (20-35 anos) depende de
outros para pagar o ginásio. A maioria das cidades tem menos de 50 mil habitantes. Esta é
a realidade de um mercado pequeno onde o boca-a-boca é a forma de comunicação mais
importante. Por isso, não somos território de grandes escalas, algo que faz com que os
maiores operadores de ginásios mundiais e europeus não estejam em Portugal. O mesmo
acontece com os representantes das maiores marcas de equipamentos de fitness do mundo
que não têm representação no nosso país.
Não temos estatísticas globais da indústria do fitness em Portugal. Apenas algumas
estimativas. No entanto, os números deixam transparecer que o mercado não cresce como
os operadores gostariam.
Em 2007 a Marktest referia que 1,5 milhões utilizavam ginásios, em 2013, cerca de 1,2
milhões, em 2016 a Marktest mencionava 1,3 milhões e em 2019 apresenta quase 1,6
milhões de pessoas como tendo frequentado o ginásio pelo menos uma vez em 12 meses
em 2019 (Marktest, 2019). A Associação de Ginásios de Portugal - AGAP, refere que cerca
de 540 mil portugueses utilizam regularmente ginásios em 2018 (Pereira, 2018).
Humor - 30 anos 30 Mentiras Clássicas da
Indústria do Fitness
1. Vamos mudar a forma dos seus músculos. A forma dos músculos não muda. Eles
hipertrofiam e atrofiam, mas a forma é sobretudo uma herança genética.
2. Exercícios secretos. Onde estão? Se leram as referências históricas?
3. Máquinas/Aparelhos “Recentes” de Última Geração. Eletroestimulação, máquinas
vibratórias, máquinas de cabos, molas que deram origem a elásticos, produtos que
ciclicamente se revitalizam com “roupa nova”, dificilmente serão desenvolvimentos recentes
com investimento de milhões em tecnologia de ponta. Caso contrário, o lucro seria reduzido
para as empresas.
4. Os alongamentos previnem lesões e aceleram a recuperação. Talvez, mas nem a prática
nem a ciência provam isso. Não sei quem popularizou isso, mas penso que o livro mais
vendido sobre flexibilidade do Bob Anderson, tenha alguma culpa no incentivo a todo o tipo
de alongamentos. O American College of Sports Medicine (2014) referia como riscos do
treino de flexibilidade a hipermobilidade, perda de força, ineficácia na prevenção de lesões e
efeitos temporários. Mas se te cria bem-estar, faz. Se for no fim de um treino, que sejam
suaves por favor.
5. Exercícios para tonificar [XXXX]. Como é que o corpo reconhece a diferença do tipo de
treino? O tónus muscular é o grau de tensão que os músculos têm em repouso, ou seja a
sua “dureza”, logo, não conseguirão músculos mais “duros” com o tradicional treino de
tonificar com pesos leves e altas repetições. Nunca vi ninguém que o conseguisse. Treino
para tonificar é treino de força, é treino de resistência progressiva.
6. Culturista natural. Existem muitos, mas não competem.
7. Podes ter a figura do tipo do anúncio sem esteróides. Tu também achas?! Então continua
a treinar durante mais duas vidas e não desistas.
8. Níveis baixos de gordura como vemos nos culturistas e nas capas das revistas, são
saudáveis. O facto de termos baixos níveis de gordura, não significa saúde. Um culturista é
um sofredor, que se preparam durante meses e que, em dia de prova coloca o seu corpo
nos limites de vida, depois tira imensas fotos nesses períodos de baixo percentual de
gordura. Se estivesse assim o tempo todo… A sua vida estaria em risco.
9. Faz muito exercício cardiovascular em máquinas para perder peso e perder gordura. Em
30 anos nunca vi gente que conseguisse esse objetivo de forma consistente. Transpirar, não
é perder gordura, o tipo de exercício usado não induz o aumento de massa muscular para
mexer positivamente com o metabolismo.
10. As estrelas com 6-pack conhecem técnicas e exercícios especiais para alcançares os
mesmos resultados deles. São tão bons que até te fazem passar de 6-pack para 8-pack.
Escuta: a maioria tem uma genética muito boa e combinada com alimentação e uns
“extras”, dão-lhe aquele aspecto. Olha para o teu corpo e identifica o teu ponto forte.
Provavelmente não fazes muitos exercícios ou mesmo nenhuns para esses músculos, mas
és admirado por isso. Já pensaste em inventar uns exercícios, criar um suplemento e
dizeres que esse foi o método que te fez adquirir essa forma? Pensa nisso! :)
11. Os culturistas crescem bebendo imensos batidos de proteína. E eu sou o Pai Natal!
12. Tonifica os teus músculos com o treino XPTO. Se acreditas no treino XPTO, prepara-te
para comprar um novo aparelho XPTO todos os anos e um conjunto “inovador” de
exercícios todos os anos. Todos os anúncios têm produtos especiais, inovadores,
segredos… Se não faltasses às aulas de filosofia, agora seria mais fácil entender todos
estes fenómenos :)
13. Necessitas suplementos para ficar em forma. Se os suplementos fossem tão bons
quanto dizem ser, a toma de drogas não aumentava e provavelmente o caminho que leva
até essas drogas, não existia. Antes da era dos anabolizantes e suplementos, havia físicos
extraordinários em funcionalidade e aspecto, comendo o que havia, treinando com pesos,
fazendo ginástica, correndo, remando, etc. Não foram os suplementos que permitiram
recordes do mundo. Se o treino, o sono, a alimentação não estiverem bem, a ajuda que eles
podem dar, será muito limitada. Mas faz a experiência. Toma um e verifica se tem impacto
significativo.
14. Queima a gordura abdominal com estes exercícios/treino especial. Para perder gordura,
tens de gastar mais do que aquilo que comes PONTO FINAL.
15. Transforma gordura em músculo. Não queres transformar músculo em cartilagem
também? :)
16. Faz muitas refeições ao longo do dia. Se for para vender barritas, batidos e alimentos
processados…
17. Toma proteína imediatamente após o treino. E que tal tomares hidratos de carbono? Os
músculos são o maior armazém de energia que tens. No final de um treino, deveriam estar
“vazios” dessa energia (glicogénio).
18. Necessitas muita proteína para crescer músculo. Se quiseres vender proteína, é melhor
dizeres que sim e procurares todos os estudos que justifiquem esse facto, mas vais ter
alguma dificuldade. Será mais fácil justificar 0,8 a 1,1 gramas de proteína por cada kg de
peso corporal. Mas já agora fica sabendo que cerca de 70% do músculo é água.
19. Os agachamentos são maus para os joelhos e alargam a cintura. Nascemos a saber
fazer agachamentos, se respeitarmos a física e a anatomia, podemos realizar esse
movimento durante muitos anos, protegendo assim a zona lombar e os joelhos, pois os
músculos, são o motor do corpo e o suporte das articulações e esqueleto. Trabalha em
amplitude total e de forma equilibrada, para aumentares o teu potencial físico e diminuires o
risco de lesão. As sociedades asiáticas, fazem agachamentos durante todo o ciclo de vida,
comem nessa posição, descansam nessa posição, vão à casa de banho nessa posição…
Nem sei como não dão cabo dos joelhos e são todos obesos :)
20. O peso morto dá cabo das costas e alarga a cintura. Levantar peso do chão é um ato
que faz parte da nossa natureza e do dia-a-dia da maioria de nós. A maioria das pessoas
que entra no ginásio tem glúteos fracos, cintura debilitada e pescoço fraco. Toda a cadeia
posterior encurtada e passa o dia com a coluna vertebral em flexão. Logo, temos de
trabalhar muito mais a zona lombar e todos os músculos extensores da anca e da coluna
para suportarmos as exigências diárias de trabalho. O peso morto é o movimento que me
permitiu durante 30 anos fazer o curso de educação física e muito desporto após uma
cirurgia à coluna. É um movimento que nos ensina a levantar peso do chão. Tem enorme
transfer para o dia-a-dia e o desporto. Vemos ser executado com barra há mais de um
século por milhões de pessoas diferentes. Dos calcanhares à cabeça, é o movimento de
puxar que mexe com tudo. Há exercícios que não vendem porque não têm facilitismo
associado nem necessitam de nenhum tipo de equipamento sofisticado. Mas não faças e
continua a saltar bem alto, a fazer “kippings” para conseguires mais repetições, continua a
fazer muitos movimentos de rotação da coluna e milhares de abdominais que vais ficar
muito forte da tua coluna vertebral :)
21. Aumenta 5kg de músculo em 5 semanas. Por não 10kg? Se fosse fácil… Era tudo
grande, forte, enérgico e saudável. Esta e outras promessas implicam recurso a químicos.
Tudo o que se constrói rapidamente, tem tendência a desaparecer de forma rápida também.
Para aumentar de massa muscular, temos de comer mais do que aquilo que gastamos e
estimular o corpo com cargas progressivamente mais elevadas. No entanto, o corpo
necessita de tempo para recuperar e produzir essas adaptações que pretendemos. Já
reparaste que associada a essa promessa milagrosa, existe sempre uma dieta milagrosa,
um treino milagroso e um suplemento milagroso?
22. Vai ser fácil. Nota-se! :) Basta comprares a sapatilha da moda, o suplemento da moda, o
livro do top de vendas, descarregares o pdf, comeres brócolos e controlares tudo no sofá
com o relógio da moda :)
23. Os especialistas sobre exercício físico e desenvolvimento muscular, são aqueles com
melhor aparência física. Claro que o engenheiro que nunca mudou um cano, não vai ser
capaz de resolver os teus problemas de canalização lá de casa. É um teórico. Mas o facto
do tipo da TV estar “seco”, não quer dizer que tenha funcionalidade, nem quer dizer que ele
saiba como chegou até ali. E muitas das vezes, ele só vai contar metade da história. Vai
dizer que usa cabos, elásticos e um dispositivo vibratório, quando a base de trabalho é
outra (até Eugene Sandow o fez para vender livros e molas de exercício), vai recomendar
um suplemento quando ele recorre a químicos poderoso, vai aparecer em fotos sempre no
verão… Etc, etc. etc. O YouTuber e o Influencer de 20 anos é que sabe. Ele tem muita
experiência em treinar outras pessoas, não é? Se queres aprender a treinar um cavalo de
corrida vais perguntar ao cavalo?
24. Necessitas grande variedade de exercícios no treino. Progresso é a chave do sucesso.
Se a carga não evolui, se não aplicas o princípio de sobrecarga ou princípio da intensidade,
o corpo não vai reagir como tu pensas. Já reparaste que as confeitarias têm grande
variedade de doçaria, tendo como base 4 ingredientes? (farinha, ovos, açúcar e manteiga).
Já reparaste que 5 exercícios diferentes dão 120 combinações diferentes? Não será melhor,
escolher os movimentos que estão no mercado há mais tempo a produzir resultados com
milhões de pessoas diferentes? Não será melhor escolher os exercícios que têm mais
exigência local e metabólica? Aqueles que movimentam mais articulações e mobilizam mais
massa muscular? Aqueles que gastam mais energia em menos tempo? Para seres bom em
algo, é melhor fazeres uma ou duas repetições apenas e mudares constantemente de
atividade não é? :)
25. Há um segredo para atingires um físico de classe mundial. Pode ser difícil, mas o
segredo, se tens a genética adequada, é fazer o que os anteriores fizeram de forma mais
consistente e arriscar muito, muito, muito mais. Conheces algum campeão que não faça
coisas simples, muito bem feitas, de forma consistente e com emoção e prazer no caminho?
26. Toda a gente consegue atingir os resultados dos campeões com dedicação e esforço. Ai
sim? Então fica sabendo que há gente a treinar quase 6h por dia, sofredores como
ninguém, que vomitam no final de cada treino, que abordam o sucesso como se a sua vida
dependesse disso e nunca conseguem. Se não tiveres a genética adequada para a
modalidade, se não arriscares a vida, se não aplicares os conhecimentos de bioquímica,
vais perceber que há muito mais do que esforço e dedicação num campeão na sociedade
atual. Seja no desporto ou noutra atividade profissional. Esquece o equilíbrio profissional,
familiar, social e biológico se queres subir bem alto. Ser bom é uma coisa, ser
excepcional… Mas deixa lá e olha ao teu redor.
27. Conhecemos a melhor dieta para obter resultados. Vemos gente perder peso com dietas
em que comem toda a fruta que querem e mais nada, dietas quase zero fruta baseadas em
gorduras e proteínas, vemos gente vegetariana e outros que consomem mais de 50% de
alimentos processados. As vias são diversas para obter um resultado rápido. O problema
está na sustentabilidade. Quanto tempo aguentarias numa dieta paleo? Quanto tempo
aguentarias sem comer doces? E saúde? Já pensaste? Eu gosto de comer carne, ainda
não consegui ser vegetariano, mas reconheço que as evidências históricas, sociais e
científicas são enormes para a enorme probabilidade de termos mais saúde comendo muito
mais do reino vegetal do que do reino animal. Já observaste a fisiologia, a anatomia de um
carnívoro? Eu até acho que sabes qual é a melhor dieta para ti. E já que vives em Portugal,
parece evidente.
28. Foi encontrada uma planta com um ingrediente secreto que promove resultados
extraordinários que os atletas e experts não querem contar. Podem ser as cetonas de
framboesa, o colostro do leite de um animal em extinção, uma proteína de um peixe das
profundezas do mar, mas nunca será um alimento comum, barato e fácil de encontrar.
Claras de ovo não vai dar, mas se for em pó… Já te vão recomendar. Ainda acreditas que
mudando constantemente a receita, vais ser bom cozinheiro? Aprende primeiro a cozinhar!
29. Definido todo o ano. Sim, sim! Letárgico todo o ano, sem energia todo o ano, nos limites
fisiológicos todo o ano. Achas?! Se alguém estivesse na forma de um culturista de
competição no dia da competição durante vários dias, seria um desastre em termos de
saúde. Se alguém estiver muito tempo em défice calórico, vai sofrer consequências.
Parecer é uma coisa, fazer e ser, são outras.
30. Um novo sistema de treino que nunca ninguém viu (sempre suportado por estudos
científicos que poucos conhecem ou com amostras reduzidas). Por muito boas que sejam
as combinações de exercícios, séries e repetições, em quantas pessoas foram testadas?
Essas pessoas têm uma genética parecida com a tua? Essas pessoas têm o teu estilo de
vida? Ou são profissionais do exercício físico? Durante quantas décadas foi testado esse
sistema? Será que não se baseia em algo outrora utilizado, depois esquecido e agora
revitalizado? (tipo Pilates ou o treino com kettlebells). Será um nome diferente para a
mesma treta?
Personal Training?
Uma ideia… É útil? Se não é útil, é melhor ser divertida. E se não é útil ou divertida, então é
inútil. MANOJ BARGHAVA
O personal training popularizou-se nos Estados Unidos da América nos anos cinquenta e
sessenta na época dourada de Hollywood, quando os atores começaram a solicitar a ajuda
de profissionais do ramo da atividade física. O personal training surgiu em grande parte pela
falta de resultados das intervenções de grupo.
O personal trainer é um criador, não é um executante de um programa de pronto-a-vestir
criado numa fábrica. Isso não significa que invente exercícios ou use aparelhos especiais.
Tem é que adaptar o que há de melhor, os melhores ingredientes, aos seus clientes,
fazendo primeiro com que estes acreditem em si próprios, saiam da zona de conforto,
respeitem a sua genética, a sua anatomia, a sua psicologia e relações sociais. O treinador
tem de desenvolver skills de comunicação, persuasão, coaching, para ajudar o “atleta” a ir
do ponto A ao ponto B.
As pessoas contratam um treinador por 3 grandes razões: falta de disciplina, falta de
método e auto-controlo.
Progressão de Carreira Para um PT
Só te cansa aquilo que não desfrutas, só te cansa aquilo que não te apaixona, só te cansa
aquilo quando fazes algo que não te preenche… Por isso com a pouca vida que nos resta,
façamos coisas que nos apaixonam. EMÍLIO DURÓ
Para criar uma boa base de trabalho e conhecimento técnico a fim de ser um bom PT,
recomenda-se que ganhem experiência inicial como instrutor de aulas de grupo ou
preferencialmente como instrutor de sala de musculação. Um percurso sólido, seria:
1. Iniciar como instrutor de sala. Umas 2mil horas seria ideal.
2. Aprendiz de personal trainer. Pelo menos 100h de sombra e treino por parte de um
treinador sénior.
3. Personal trainer.
Descobre o teu PORQUÊ?
A razão pela qual as pessoas têm problemas é porque têm demasiado tempo para pensar.
RICHARD BANDLER
Procura responder às questões que se seguem, como forma de reflexão.
Porque queres ser personal trainer?
Quando deixar de ser personal trainer, eu gostaria de ser…
Ser personal trainer em que é que te ajudaria na atualidade?
Como pode a função de personal trainer ajudar-te no teu futuro?
Que habilidades interpessoais achas que deverias trabalhar?
Quem és? Quais as tuas qualidades?
Escreve 5 êxitos pessoais, profissionais ou desportivos que sejam dignos de estar na tua
sala de troféus.
Onde estás? Para onde queres ir?
Perdemos toda a moral ao perguntar a um cliente qual o seu objetivo, quando nós próprios
não temos objetivos. Saber o que queremos, saber para onde vamos, ter uma visão é
fundamental para iniciar o caminho. Escreve o teu objetivo de forma específica, mensurável
e coloca uma data. Depois escreve 3 razões fortes para quereres ser personal trainer.
Serão esses motivos que te vão manter em rota quando surgirem as primeiras dificuldades.
Missão / Credo
As questões anteriores, deverão ter sequência nas que se seguem e culminar com a
criação de uma declaração de missão, um credo pessoal que seja o resumo do grande
propósito da ação como PT. É um guia, aquilo que te orienta quando não sabes o que fazer
e te sentes perdido.
A tua declaração de intenções (missão) como personal trainer, deveria incluir:
1. Porque és um personal trainer.
2. O que queres conseguir para os teus clientes.
3. O que queres conseguir como personal trainer.
Resume numa frase, em poucas palavras a tua missão.
A minha frase é: “treinos honestos para pessoas reais”.
Horas de Voo
Só há dois dias do ano em que não podes fazer nada: ontem e amanhã.
Os conhecimentos técnicos são muito importantes, mas sem aplicação, de nada servem.
Por isso é importante aplicar, comunicar, aprender na prática a usar o próprio corpo, a voz,
a respiração para criar rapport e estabelecer uma relação de confiança com as pessoas.
Sem isso, é impossível treinar alguém.
Se não temos clientes, podemos encontrar um amigo, um familiar, um potencial cliente para
treinarmos durante algumas semanas e aplicar um processo de treino personalizado: criar
rapport, efetuar uma triagem, praticar as primeiras sessões de treino (as mais importantes)
e criar um programa de treino em função dos objetivos, necessidades, preocupações de
saúde, limitações, de uma forma simples, prática, segura e eficaz.
Se escolhermos praticar os nossos skills com um sócio do ginásio onde trabalhamos e o
fizermos de forma gratuita (investimos tempo e em troca obtemos valiosa experiência
prática), vamos aprender com eles, vamos solicitar-lhes críticas construtivas e em muitos
casos estes sócios vão transformar-se nos nossos futuros clientes.
Essas “horas de voo” (tal como um piloto necessita horas de prática para manter a sua
autorização para voar, um treinador também deve estar em atividade para exercitar as suas
competências), essa experiência prática dará confiança. E como vender é um estado de
confiança, será uma contribuição valiosa para as vendas que qualquer empregador nos
pressiona para as efetuar.
Aplicando o Princípio de Paretto, podemos dizer que, para ser um bom treinador,
necessitamos de 20% de conhecimentos técnicos e os outros 80% virão da experiência e
aplicação desse conhecimento teórico. Observar outros treinadores e retirar o que eles
fazem bem, evitando os erros que eles cometem, irá também ajudar a melhorar como
profissionais.
Resultados
O serviço de personal training é o mais caro que os ginásios vendem. É um serviço
gourmet, é um ato humano que não pode ser executado pela pessoa com menos formação
e menos experiência, caso contrário seria como ter um restaurante com uma estrela
Michelin, operado por pessoal indiferenciado com grandes dificuldades em fazer um ovo
estrelado. As expectativas são bastante elevadas por parte dos clientes. Os nossos
standards profissionais devem ser elevados também.
Basicamente existem 2 tipos de clientes:
1. Aqueles que fariam exercício físico se soubessem o que fazer.
2. Aqueles que sabem o que fazer, mas parecem ter dificuldade em fazê-lo.
Se fosse fácil, ninguém necessitava um treinador ou professor, porque a informação está
disponível e acessível a todo o mundo via internet, livros e vídeos. A questão é: como
transformar isso em ação consistente? Como incorporar o exercício físico na vida das
pessoas?
As pessoas necessitam conhecimento e conveniência. Assim, é importante:
saber porque procuram elas o serviço de PT;
cuidar de todos os detalhes do processo de treino;
focar a nossa atenção total no cliente que estamos a treinar;
evitar contacto visual com outros sócios ou funcionários;
ter os treinos preparados para cada cliente;
cuidar da comunicação de proximidade (cuidado com o “espaço íntimo”);
dominar anatomia, princípios de treino e as técnicas de execução de cada exercício ao
detalhe.
Intensidade = Resultados = Motivação = Fidelização. Treinar implica fazer algo ao qual não
estamos habituados, implica sair da zona de conforto. Treinar é um processo consistente
com objetivos específicos. Se o estímulo for regular, os resultados irão aparecer e os
clientes vão querer continuar.
Antes de iniciar uma sessão de treino, devemos questionar cuidadosamente o cliente. São
úteis e habituais as questões como:
Como se sente hoje?
Dormiu bem?
Alguma sensação anormal? Alguma dor muscular?
Como se sentiu após o último treino?
Após o treino podemos perguntar:
Como se sente?
Que resultados, que mudanças tem feito até agora? Como está a sua alimentação? Como
tem dormido?
Que podemos fazer para o aproximar dos seus objetivos?
O que pensa que o está a afastar do seu objetivo? Como podemos ajudar?
SABER FAZER
Sempre que 1. COMES, 2. PENSAS, 3. SENTES, ou estás a ajudar o teu corpo ou estás a
magoá-lo. Escolhe de forma inteligente. MEL ROBBINS
Podemos fazer um poço de 9m de profundidade com uma colher de chá? Sim, podemos!
Mas é melhor usar uma retroescavadora. No treino, vamos escolher o peso morto e o
agachamento para treinar glúteos em vez de escolher umas caneleiras. Os clientes são
exigentes, vendemos um serviço gourmet, de excelência, por isso vamos escolher os
melhores exercícios, os melhores ingredientes. Vamos acabar escolhendo exercícios que
são multiarticulares, mais produtivos, mas também mais complexos para dominar e ensinar.
Movimentos de Gímnicos ou Calisténicos a Dominar
Agachamentos, afundos de pernas a caminhar, extensões de braços, elevações, afundos
nas paralelas, situps, l-sit, jumping jacks.
Endurance: remo.
Pesos: agachamento, press, peso morto, powerclean, remo com barra e supino.
Movimentos Articulares
Os movimentos articulares que deves dominar: flexão, extensão, abdução, adução, rotação
medial, rotação lateral, protração, retração, elevação, depressão, pronação, supinação,
oponência, flexão dorsal (dorsiflexão), flexão plantar, inversão, eversão.
Flexão lateral – inclinação lateral da cabeça ou tronco.
Elevação da escápula – levantar a escápula, como num encolhimento de ombros.
Depressão da escápula – movimento descendente da escápula.
Abdução da escápula (protração) – as escápulas afastam-se uma da outra, como ocorre ao
“arredondar” os ombros (ou costas).
Adução da escápula (retracção) – as escápulas movem-se em direcção uma à outra com os
ombros para trás.
Rotação para cima da escápula – rotação da escápula de forma que a parte inferior da
escápula se afasta da linha média do corpo e a parte superior se aproxima da mesma linha
Rotação da escápula para baixo – rotação da escápula de volta à posição de repouso.
Adução horizontal (flexão) – Movimento no ombro de trazer o braço em direção à linha
média no plano horizontal (mover os braços lateralmente para o lado da frente do corpo).
Abdução horizontal (extensão) – Movimento no ombro de trazer o braço para longe da linha
média no plano horizontal.
Supinação – Mover o antebraço da posição com as palmas para baixo, para a posição de
palmas para cima.
Pronação – Mover o antebraço para as palmas das mãos ficarem voltadas para baixo.
Flexão plantar – “Extensão” do tornozelo, aumentando o ângulo entre a parte dorsal (peito
do pé) do pé e a parte anterior da tíbia (o ângulo entre o pé e a perna aumenta).
Dorsiflexão – “Flectir” o tornozelo de forma que o ângulo entre a parte dorsal (peito do pé) e
a parte anterior da tíbia diminua (ângulo entre a perna e o pé, diminui); os dedos do pé
apontam para a cabeça.
Inversão – Voltar lateralmente o tornozelo para dentro, de forma que a sola do pé aponte
para a linha média do corpo (solas dos pés a apontar para elas).
Eversão – Voltar lateralmente o tornozelo de forma que a sola do pé aponte para fora da
linha média do corpo (solas dos pés de costas voltadas entre si).
Tipos de fibras musculares esqueléticas
Os tipos de fibras musculares são categorizadas em:
Fibras oxidativas - produzem predominantemente ATP de forma aeróbia (utilizando
oxigénio).
Fibras glicolíticas - produzem ATP de forma anaeróbia (sem oxigénio)
De acordo com a velocidade de contração rápida ou lenta, dependendo da rapidez com que
uma fibra decompõe o ATP para obter energia, podemos classificar as fibras em:
Fibras lentas oxidativas: decompõem o ATP de forma lenta.
Fibras rápidas glicolíticas: fibras lentas oxidativas (LO), fibras rápidas glicolíticas (RG) e
fibras rápidas oxidativas (RO).
Tipos de contração muscular
Contração concêntrica na qual o músculo se encurta e funciona. As suas extremidades
aproximam-se quando se contraem.
Contração excêntrica ocorre quando um músculo gera força à medida que se alonga.
Contração isométrica - o músculo não se alonga nem se encurta, daí o nome que significa
igual medida.
SABER ENSINAR
Estabelecer Rapport
Encontrar pontos comuns entre o personal trainer e o cliente, é muito importante para criar
uma relação de confiança.
Contacto visual, a linguagem corporal (movimentos do corpo, a velocidade de movimento, a
postura, a expressão e proximidade), respiração (provavelmente a forma mais sutil e
poderosa), voz (tom, volume e o ritmo), são formas de criar rapport.
Depois temos o rapport ao nível do conteúdo da conversa. Vamos certamente encontrar
aspectos em comum entre nós e os clientes (modalidades desportivas praticadas, clubes
favoritos, locais visitados, local de nascimento, locais onde trabalhamos, preferências
musicais, gastronomia, etc). Aproveitemos aquilo que a pessoa nos diz como um rastilho.
Tour ao Ginásio
As visitas ao ginásio são lideradas por comerciais, funcionários polivalentes, recepcionistas
ou professores. É uma excelente oportunidade para criar rapport, chamar à atenção de
forma positiva e deixar uma marca indelével. Para tal, devemos ter em conta os seguintes
princípios: 1. ritmo imposto pelo cliente e não por nós; 2. Objetivo: área de maior interesse
do sócio; 3. Foco nos interesses do novo sócio; 4. Marcar a diferença do nosso serviço; 5.
Desmistificar/educar a pessoa; 6. Fechar a venda.
Motivação
As pessoas têm várias necessidades, mas uma das mais importantes é a necessidade de
se sentirem seguras. DESCONHECIDO
Embora cada pessoa tenha interesses e motivações diferentes, podemos ter em conta
algumas ferramentas para condicionar positivamente o seu comportamento.
Dor-Prazer - perfil de afastamento e perfil de aproximação
A maioria das pessoas faz aquilo que faz para fugir à dor (perfil de afastamento) e uma
percentagem menor para ir em busca do prazer, da alegria (perfil de aproximação).
Costumamos dizer que treinar é sair da zona de conforto, logo, infringir um certo grau de
dor, fazer algo ao qual o corpo não está habituado. Esse nível de dor irá depender da
tolerância ao esforço do indivíduo. É necessário criar treinos com uma intensidade
adequada a essa tolerância e ao perfil do indivíduo. Por vezes a progressão tem de ser bem
suave e lenta. Noutros casos, podemos colocar mais intensidade nos treinos. Um treino
com repetições em escada ascendente (1+2+3+4+5…) é mais adequado para indivíduos
com perfil de aproximação, mas a maioria prefere ver o volume e a intensidade a diminuir
durante o treino. A sequência dos exercícios também pode ser pensada tendo isso em
conta ao colocar os mais exigentes primeiro, aqueles que mobilizam os maiores grupos
musculares, aqueles que necessitam mais energia física e mental.
Associação Cognitiva
Pensamento é programação da mente. O consciente cria os programas. O inconsciente
corre os programas. DESCONHECIDO
Se o indivíduo tem associações positivas com uma atividade, com um exercício, com um
local, com uma pessoa, com um ambiente físico, tende a sentir-se mais motivado para
continuar a atividade para continuar a ser regular na ida ao ginásio.
Cadeia de Excelência
Não podes subir a escada do sucesso com as mãos nos bolsos.
ARNOLD SCHWARZENEGGER
Os nossos resultados são fruto dos nossos comportamentos. Estes, são resultado do nosso
estado. Para influenciar os nosso estado, podemos procurar alterar a nossa fisiologia
(respiração, movimentos corporais, postura, etc.) ou alterar as nossas representações
internas, os nossos pensamentos (mudar o foco, mudar as características dos sons,
imagens e sensações mentalmente, fazer perguntas diferentes, aceder a outras memórias,
etc.). Pense nisso!
Disciplina + Método + Controlo
Não confunda movimento com progresso. PETER DRUCKER
O que falta aos indivíduos que não aderem aos programas de exercício físico, não é
conhecimento teórico sobre o mesmo, nem tão pouco a consciência dos benefícios do
exercício físico, mas sim a falta de disciplina para ir treinar regularmente 2 a 3 vezes por
semana, falta-lhes um método adequado às suas necessidades que são diferentes aos 17
anos (chegamos a casa e a mamã tem o bifinho com brócolos preparado), aos 20 em que
nos achamos imortais, aos 30 com elevadas exigências profissionais e muitas das vezes
familiares (altura em que descobrimos que aquela metodologia de ir ao ginásio 2h por dia
não se aplica agora), dos 40 onde as mazelas interferem que se farta e a recuperação não
acompanha a vontade de correr até cair para o lado… Falta-lhes um processo de controlo
da atividade que motive e mantenha o foco no objetivo, transformando tudo isso numa
prioridade. São alguns destes aspectos como a falta de autodisciplina e autocontrolo que
aumentaram tremendamente a produção de dispositivos denominados de: monitores de
atividade física (já alvo de estudos académicos).
A ferramenta fundamental de controlo é o registo de treino. Seja ele mais simples num
calendário onde registamos o número de repetições efetuadas de um treino, até ao mais
sofisticado controlo com monitores de atividade física eletrónicos, o importante é manter o
diário de treino que milhões de atletas e profissionais sempre usaram com sucesso no
passado.
Escala de Valores
Quando uma pessoa tem o exercício na posição mais alta da sua escala de valores, é difícil
deixar de se exercitar porque é uma prioridade. Mas isso só acontece se ela perceber, sentir
os benefícios biológicos, psicológicos e sociais do exercício físico. Para que isso aconteça,
a frequência semanal ideal, anda próxima dos 3 treinos semanais. A intensidade de treino é
importante, mas a frequência ainda mais. O exercício físico é daquelas coisas que temos de
usar para perceber e sentir em termos de benefícios.
Objetivos bem formulados
O caminho é a meta.
Um objetivo pode dizer-se que é um sonho com uma data. Se não soubermos aquilo que
queremos, dificilmente alguém nos poderá ajudar e nem saberemos se temos as
ferramentas necessárias para avançar. Formulado de forma positiva (quero pesar 77 kgs
em 31 de dezembro de 2019 em vez de: "Quero perder 3 kgs”), específica, mensurável e
fundamentalmente agendado no tempo (colocando uma data). Claro que deverá ser
desafiante, ecológico no sentido das outras pessoas e alcançável. Se a tudo isto
adicionarmos razões fortes e um plano de ação, a probabilidade de atingirmos esse
objetivo, aumenta consideravelmente.
Foco
Um vencedor é um sonhador que nunca desiste. NELSON MANDELA
Procurar alcançar várias metas ao mesmo tempo, acertar em vários alvos ao mesmo tempo,
é impossível. É por isso que tentar agradar a todos significa não conseguir agradar a
ninguém. Pelo contrário, se nos focarmos numa coisa só, se tornarmos essa coisa uma
prioridade, aumentamos a probabilidade de a conseguirmos porque aumentamos o nosso
foco, centramos a nossa energia e aceleramos o processo. Como sabemos, a energia é
limitada e para onde vai o nosso foco, vai a nossa energia.
A Linha do Tempo
Tempo é emoção. TONY ROBBINS
Imaginar que avançamos na linha do tempo, imaginar que já alcançamos o objetivo, usando
uma técnica chamada visualização, também nos ajudará a motivar para o objetivo. Traça
uma linha e escreve os momentos importantes, as metas intermédias de forma cronológica
nessa linha.
Pessoas
Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.
Costuma-se dizer que somos a média das pessoas com quem passamos mais tempo. A
nossa forma de falar, de vestir, os nossos gostos, todo o tipo de estímulos a que somos
sujeitos pela presença dessas pessoas, vai condicionar o nosso comportamento. Escolher
melhor as pessoas com quem passamos mais tempo, vai facilitar a mudança de estado, a
aprendizagem e a motivação.
Estar em causa ou estar em efeito
Que nunca te falte um sonho pelo qual lutar, algo novo que aprender, um lugar onde ir e
alguém para amar.
Podemos ter razão se acharmos que estamos onde estamos devido às nossas escolhas,
devido à nossa ação (estar em causa), ou acharmos que somos fruto de fatores ambientais,
do destino e nada podíamos fazer. A primeira atitude é mais poderosa em termos de
estado, em termos de influência e motivação. O que é que eu posso fazer? Como posso
influenciar esta situação? Quem conheço que me pode ajudar? São perguntas que nos
colocam ao comando em vez de nos deixarmos transportar por outras pessoas ou
circunstâncias. É pior ser o efeito de algo ou da ação de alguém...
Sistema Ativador Reticular Ascendente - SARA
É como um filtro no nosso cérebro. Se procuramos azul, vamos ignorar o vermelho, se
queremos comprar um determinado relógio, um determinado objeto, parece que a partir do
momento em que tomamos essa decisão, esse objeto está em todo o lado: na rua, na TV ou
numa revista. Mas tal não é bem verdade. Significa que o nosso cérebro anda em busca
dessa informação, desses estímulos. Por isso é importante clarificar aquilo que queremos
para que o nosso cérebro nos ajude a conseguir tal coisa ou a alcançar determinado local
ou a chegar até determinada pessoa. Para potenciar o SARA, podemos colocar o nosso
objetivo na nossa carteira pessoal, no espelho da casa de banho, no fundo do telemóvel e
do computador, criar um visionboard, ou tudo o que nos recorde constantemente daquilo
que estamos à procura, tudo o que clarifique a nossa visão.
Usar Adequadamente Palavras e Perguntas Poderosas
A forma como usamos as palavras e o tipo de palavras que escolhemos, pode ajudar a
orientar os nossos clientes para estados mais poderosos. Há palavras que nos orientam
para zonas diferentes do nosso cérebro. A publicidade manipula muito com determinadas
palavras. Reparem se eu disser para uma mulher: - Estás muito bonita, mas… Esses
sapatos… Tudo o que vier depois do “mas”, terá mais força. Algumas palavras importantes
na linguagem:
Mas, no entanto, embora [o que vem depois destas palavras costuma ter mais peso, mais
ênfase].
Agir [a parte mais difícil de qualquer estratégia é passar à prática, por isso ela nos lembra
movimento e ação]
Agora [esta palavra imprime a ser célere; está na moda o foco no presente, o mindfulness]
Porquê [Atrás de um porquê, vem uma história.]
Como [Se perguntarmos “-Como?”, a resposta trará um processo]
Tenta/tentar [Pressupõe erro, alguma incapacidade e sobretudo: dúvida. “-Tentei fazer…” ou
“Vou tentar…”]
Imagina [A imaginação é uma forma de aceder ao inconsciente. Quando usamos esta
palavras, estimulamos o uso de imagens, da visualização por parte da pessoa a quem nos
dirigimos]
Tu/você. [Identidade. Dirige atenção para o eu]
STOP/Pára. [comando universalmente reconhecido para parar]
Ou. [Abre uma possibilidade. Abre outra porta, outra opção]
Perguntas poderosas levam-nos a mudar o nosso foco, o nosso pensamento.
Aqui ficam alguns exemplos. Verifica o efeito que criam do ponto de vista mental e
fisiológico. Qual foi o dia mais feliz da tua vida?
Conta-me um dia em que te correu tudo bem.
Qual foi a fase mais difícil da tua vida? Como a ultrapassaste?
Qual foi a prenda mais memorável que alguma vez recebeste?
Como podes fazer diferente da próxima vez?
Que música te deixa feliz?
Que lugar te deixa feliz?
Que pessoa te faz feliz?
O que admiras mais no teu filho?
O que realmente importa na minha vida?
O que quero fazer hoje? Qual o foco do dia?
O que aprendi hoje?
O que posso fazer nesta situação?
O que estou realmente disposto a fazer para obter o que quero?
O que estou disposto a deixar de fazer para obter o que quero?
O que respeito nesta pessoa?
Comer este alimento vai deixar-me em forma?
O que posso comer que me leve a atingir minha meta e me dê prazer?
O que eu quero?
Como posso conseguir isso?
O que fazer para que isso aconteça?
Que recursos estão disponíveis?
Qual o primeiro passo?
Quando vou dar o primeiro passo?
Quem é a pessoa mais importante da sua vida?
Qual o item que nunca sai da sua lista de coisas a fazer, e porquê?
Considera-se uma pessoa bem-sucedida?
O que o levaria a tomar as ruas em protesto?
Como o descreveriam os seus amigos?
Quais os acontecimentos que mais o influenciaram?
Qual foi a melhor decisão que tomou?
É uma verdadeira arte, saber usar a palavra, a frase e sobretudo efetuar a pergunta certa
no momento adequado, porque pode mudar o estado do indivíduo com quem estamos a
comunicar.
Comunicação proxémica
O antropólogo Edward Hall (1963) usou o termo proxemics para descrever os espaço
pessoal dos indivíduos num meio social. O estudo das formas como nos posicionamos e
nos movemos em relação às outras pessoas e como captamos e ocupamos o espaço
envolvente, considerando a presença do outro. Alguns fatores de análise na relação entre
as pessoas, como a distância entre elas, a orientação do corpo e do rosto, a forma como se
tocam ou se evitam, a forma como se posicionam entre os objetos e os espaços, permitem
perceber as mensagens latentes. Hall demonstrou que a distância social entre os indivíduos
está relacionada com a distância física, mencionando 4 tipos de distância: distância íntima:
para abraçar, tocar ou sussurrar (15-45cm); distância pessoal: para interação com amigos
próximos (45-120cm); distância social: para interação entre conhecidos (1,2-3,5m) e
distância pública: para falar em público (acima de 3,5m). Também se refere nesse trabalho
que as diferentes culturas têm padrões diferentes de espaço pessoal. Pode-se verificar que
nas culturas latinas a proximidade menor não causa desconforto e nas culturas nórdicas
ocorre o oposto. Assim, a relação entre treinador e atleta, pode revelar muito da sua
intimidade e sobretudo projetar uma imagem para quem observa o seu trabalho. No ginásio,
a forma como o instrutor invade o espaço íntimo dos alunos, pode dar uma imagem que
“vende” uma relação profissional ou revelar uma situação de intimidade exagerada,
afastando potenciais clientes.
Se entendermos o marketing como tudo o que fazemos para criar uma relação comercial
com uma pessoa, a nossa ação como personal trainers durante o treino, poderá aproximar
ou afastar novos clientes. Apenas uma pequena parte da comunicação é conteúdo. Para
além da voz, grande parte da comunicação é não verbal: posicionamento em relação ao
aluno (de lado, de frente, de trás, oblíquo; a altura em relação ao mesmo; quando o cliente
está em pé, sentado ou deitado, a posição do professor não deve ter dois níveis de
diferença, ou seja, se a pessoa está em pé, o professor está em pé ou com um joelho no
solo), a postura, o olhar, a temperatura corporal, o cheiro, a distância, a forma como nos
movimentamos, o ritmo dos nossos gestos e sobretudo a forma como os tocamos (costas
da mão, com um dedo, mão em lâmina, usando uma toalha entre nós e eles), darão uma
imagem de quem tem uma relação de respeito. Quanto menos invasivos formos, melhor.
Aliás, é nesta relação próxima que criamos rapport e geramos uma perceção de
profissionalismo no cliente e em potenciais clientes.
Muitas das vezes, o conhecimento técnico do professor é enorme, mas a comunicação não
verbal e sobretudo a comunicação proxémica é tão fraca que interfere demasiado no treino
e na relação de confiança necessária para que ocorra a tão desejada modificação
comportamental do indivíduo que estamos a treinar.
Em suma, a comunicação proxémica é uma ferramenta de marketing muito poderosa para o
personal trainer e para a criação de um estado ótimo para o cliente obter os melhores
resultados.
Âncoras
Uma âncora é uma associação de um som, imagem ou sensação que faz despontar um
estado. No fundo, é um reflexo condicionado por um estímulo, tal como acontecia na
experiência de Pavlov com o cãozinho. É uma espécie de gatilho que desperta um estado
positivo ou negativo. Por exemplo: a música “we are the champions” dos Queen é uma
âncora de quase todo o mundo. Basta escutar e quase todas as pessoas despertam uma
emoção adormecida relacionada com vitórias próprias ou do seu clube preferido, porque
tantas vezes foi usada e repetida nesses momentos, fazendo com que as pessoas
associassem esse som a uma emoção, a um estado emocional.
Podemos por isso associar deliberadamente um estímulo a uma experiência muito
específica.
Uma frase, uma palavra, o espaço que ocupamos em relação ao aluno (se é à esquerda ou
direita), a nossa voz, tudo pode ser um estímulo associado a determinado estado. Tudo isto
faz parte do trabalho e do serviço prestado pelo professor.
Como usar a ancoragem:
Relembrar uma experiência passada.
Aplicar um estímulo específico no pico dessa recordação.
Mudar o estado da pessoa.
Disparar a âncora para testar a sua eficácia.
Os melhores estados a ancorar são os que ocorrem no momento, aos quais podemos
imediatamente associar uma âncora. Depois podemos usar estados passados. Os piores
são estados construídos.
Guião para criar uma âncora:
Podes recordar um momento em que estavas completamente XXXXX?
Podes recordar um momento específico em que isso ocorreu?
Recua na linha do tempo e vê o que viste, ouve o que ouviste e sente as sensações de
estares completamente XXXXX.
Observar as micro-expressões do indivíduo e aplicar o estímulo escolhido.
A duração das âncoras depende da:
Intensidade do estado. Quanto mais forte melhor.
A diferenciação do estímulo (o gesto aplicado, a frase dita, etc.).
O momento em que a âncora foi criada (idealmente no pico da sensação).
Repetição. O número de repetições efetuadas depende da pessoa e do estado.
Citações
Ajudam a mudar a visão de futuro. Podem ser inspiradoras e incitar à ação. Ajudam a
mudar o foco. Ao longo deste livro, são usadas para refletir, mudar ideias e reforçar por
palavras de outras pessoas, as ideias que nós queremos fazer passar.
Coaching
Só deves aceitar críticas de uma pessoa com quem gostarias de trocar o lugar.
Comunicação visual, auditiva e cinestésica
Utilizando o modelo de coaching Starting Strength (D’Agostino, 2019), quando ensinamos
algum movimento, temos de: - 1. Compreender (entender o modelo; demonstrar capacidade
para explicar qual é o ponto B e o A; conhecer e explicar o modelo com base na anatomia,
física e biologia aplicadas; perceber e aplicar stress-recuperação-adaptação); Quando nós
treinadores treinamos, lideramos pelo exemplo e compreendemos melhor a técnica de
execução do exercício; 2. Ensinar (facilitar aprendizagem; simplificar as partes do complexo;
criar progressões); 3. Avaliar em função do modelo (verificar a que distância está o nosso
aluno em relação ao modelo técnico do exercício; 3. Comunicar com cues. Frases e
palavras chave que geram ação imediata. Exemplo: “-ombros para trás” ou “-peito para
fora”.
A Rotina de Treino
Embora se possam considerar diversos fatores como as instalações, equipamentos
disponíveis, cultura geral e desportiva do cliente e outros detalhes, existem 3 aspectos
fundamentais a ter em conta ao criar um programa de treino:
1. Necessidades - isto inclui os aspectos necessários para funcionarmos como seres
humanos. Isso implica sempre a criação de uma rotina de treino generalista. Pretende-se
melhorar a funcionalidade do indivíduo para melhor desfrutar do seu dia-a-dia.
2. Objetivos - envolvem os aspectos emocionais do cliente. O que pretendem eles conseguir
com o exercício físico? Que mudança gostariam de ver no seu corpo?
3. Lesões - que preocupações devemos ter durante o processo de treino? A maioria dos
indivíduos que entram no ginásio têm pescoço fraco, cintura flácida e zona lombar debilitada
porque a cintura e os glúteos não ajudam. No geral, a cadeia posterior deverá ser o grande
foco para a maioria dos clientes. Isto implica em muitos casos, duas vezes mais exercícios
ou maior ênfase nos movimentos de puxar em relação aos de empurrar. Estas
considerações têm de ser tidas em conta na hora de criar a rotina de treino.
Movimentos Mono-Articulares e Multiarticulares
Embora os movimentos mono-articulares nos possam ajudar, os movimentos humanos de
base são multiarticulares. Agachar, levantar peso do chão, colocar peso acima da cabeça,
transportar peso, estão presentes em muitas atividades humanas.
Superior / Inferior
Uma das divisões lógicas que podemos fazer em termos musculares é a que nos coloca de
um lado movimentos com ênfase para a parte inferior do corpo e do outro lado movimentos
para a parte superior.
Empurrar / Puxar / Parte Inferior
Outra forma de dividir o trabalho, poderá ser com movimentos de empurrar (ex: supino,
press e afundos nas paralelas) efetuados num dia e movimentos de puxar (elevações, remo
com barra e encolhimentos de ombros) efetuados noutro dia. Deixamos depois os
movimentos para a parte inferior em dia separado (agachamento, peso morto e afundos de
pernas). Mais uma vez recordamos a importância dos movimentos de puxar, porque, no
geral, mesmo em aulas de grupo, fazemos demasiados exercícios de empurrar em
proporção com os movimentos de puxar. Estes últimos são muito importantes para a nossa
postura no dia-a-dia, porque são aqueles que, ao atingirem um grau de fadiga elevado nos
levam a deixar de ter a coluna numa posição neutra.
Unilaterais / Simultâneo
Os movimentos unilaterais (tipo curl alternado ou afundos de pernas, por exemplo),
implicam menos intensidade global para o corpo e maior dispêndio de tempo de treino, ao
contrário dos exercícios em que movimentamos ambos os membros em simultâneo.
Rotina de Treino Generalista
Agachamento: efetuar 2 a 3 vezes por semana.
Peso morto: efetuar 1 a 2 vezes por semana.
Press: efetuar 2 a 3 vezes por semana.
Elevações: efetuar 2 a 3 vezes por semana.
Rotinas de Treino de Especialização
Escolhemos os exercícios com maior impacto local e metabólico. Movimentos que provaram
ser eficazes com milhões de pessoas durante mais de 100 anos. Movimentos com transfer
positivo para o dia-a-dia e para o desporto. Por vezes, terão de ser usadas progressões
destes movimentos, pois há clientes que não conseguem realizar a forma mais avançada do
exercício. Por isso, quando falamos de agachamento, pode ser o ato de sentar e levantar de
uma cadeira.
Treino Anca / Coxas
Agachamento
Peso morto
Afundos de pernas em deslocamento
Treino de Peito
Supino
Press inclinado [10 a 30 graus]
Afundos nas paralelas
Treino de Ombros
Press
Encolhimentos de ombros
Treino de Costas
Elevações
Remo com barra
Peso morto
Treino Abdominal
Agachamento com peso acima da cabeça
L-sit
Pés na barra
Treino de Braços
Elevações
Afundos nas paralelas
Lesões/Limitações
Se dói demasiado ao efetuar um movimento, provavelmente o peso é excessivo ou há
algum ajustamento técnico ou da máquina errado. Aquilo que funciona bem com um cliente,
pode não funcionar com outro. Movimentos com uma carga que permita 20 repetições, ou
seja, cerca de 50% do máximo, ou realizar os exercícios temporariamente numa amplitude
de movimento parcial, poderão ser estratégias de progressão para ajudar o aluno a
melhorar a sua lesão. A filosofia deverá ser a de ajudar a curar, a fortalecer, em vez de
deixar atrofiar e enfraquecer. Esta abordagem é fundamental nas situações crónicas e
rotuladas de incuráveis, a fim de contribuir para um estilo de vida sem tantos
condicionalismos como habitualmente acontece nas pessoas com situações crónicas.
Recomenda-se a leitura dos princípios de atuação para as populações especiais.
Temos inicialmente de determinar se o movimento é tolerável para a zona lesionada.
Depois, temos geralmente 3 soluções:
eliminar esse movimento por completo;
escolher outro exercício que efetue um movimento similar que trabalhe a mesma parte do
corpo de um modo diferente;
alterar a amplitude de movimento ou alguns ajustamentos no exercício escolhido. Estas
decisões, devem ser tomadas com base na anatomia, biomecânica e princípios de treino.
As Primeiras Sessões de Treino
Faz o melhor que podes, com aquilo que tens, no sítio onde estás e sê ambicioso. (citação
ligeiramente alterada da original do THEODORE ROOSEVELT)
O primeiro treino, não deverá ser de avaliação, mas sim de: rapport, triagem e educação. O
nosso foco deverá situar-se em evitar experiências de confusão, frustração ou sensação de
algo inadequado para a pessoa.
Para facilitar o rapport, para além da respiração, a postura, a voz, a velocidade de
movimentos, temos de encontrar pontos comuns entre nós e o cliente. Quando nos
apresentamos, podemos contar algo acerca de nós e do nosso passado, das nossas
qualificações como personal trainers. Isso vai ajudar a aumentar a confiança. Mas não
exagerem, porque não é hora de se exibirem. Mesmo que não tenham experiência, não é
necessário dizer que são novos no assunto, porque têm certamente uma ligação à atividade
física, saúde e desporto. Keep calm! :)
Antes de fazer algo mais com o cliente, temos de lhe contar aquilo que se vai passar
durante o treino. Entre outras situações, podemos apresentar a sessão com frases deste
género:
1. O principal objetivo desta sessão é iniciar um processo de treino personalizado.
2. Primeiro gostaria de lhe fazer algumas perguntas para conhecer os seus objetivos e para
melhor programar o treino de acordo com aquilo que você pretende e com as suas
limitações. Mas podemos fazer este processo enquanto o cliente já está a pedalar na
bicicleta, em vez de o fazermos no “escritório”.
3. Este primeiro treino vai também servir para testar os seus músculos e articulações em
termos de força e mobilidade.
Em vez de concentrar tanta atenção numa grande sessão de avaliação da condição física,
apresenta-se aqui uma proposta para organizar as primeiras sessões de treino com 3
sessões de treino personalizado ou numa situação de um professor para 2 alunos.
Proposta Para Introdução Progressiva ao
Exercício
Sessão 1 (orientação/cárdio)
Entrevista e preenchimento do questionário (exemplo de questionário em anexo).
Medição da pressão sanguínea
Estratificação de risco, utilizando o questionário.
Estabelecer uma zona alvo de treino entre 60 a 90% da frequência cardíaca máxima
(220-idade)
Cárdio: o objectivo será encontrar o nível de exigência da máquina que leve a frequência
cardíaca a estabilizar na zona alvo de treino definida.
Sessão 2 (20min de cardio e metade do programa de
musculação)
O aluno conhecendo o equipamento cárdio, realiza um tempo de exercício em função
daquilo que realizou na primeira sessão de treino e em função daquilo que ele acha ser
capaz de realizar. Sempre com o objectivo de se aproximar de 20 minutos (um tempo de
treino que equilibra o tempo necessário de estímulo com os constrangimentos de espaço e
equipamentos de todos os ginásios).
Seguidamente, na hora marcada, o professor realiza o reconhecimento de metade dos
exercícios que constituirão o programa de musculação.
Sessão 3 (cárdio e a outra metade do programa de
musculação)
O aluno conhecendo o equipamento cárdio, realiza um tempo de exercício em função
daquilo que realizou na segunda sessão de treino e em função daquilo que ele acha ser
capaz de fazer. Sempre com o objectivo de se aproximar de 20 minutos (um tempo de treino
que equilibra o tempo necessário de estímulo com os constrangimentos de espaço e
equipamentos de todos os ginásios).
Seguidamente, na hora marcada, o professor realiza o reconhecimento da outra metade dos
exercícios que constituirão o programa de musculação.
Nas primeiras sessões de treino o professor ensina sobre: a aplicação do princípio de
sobrecarga e da acção retardada, a técnica do exercício cárdio escolhido, a zona alvo de
treino e escala de percepção de esforço (Escala de Borg), importância de alguns hábitos
alimentares e de estilo de vida, respiração (a não utilização de chicletes) e velocidade de
execução na musculação, informar sobre dores musculares, utilização do registo de treino,
técnicas de execução específicas dos exercícios e alguns princípios de segurança na
utilização do equipamento e do ginásio.
Conseguimos com esta organização cumprir os objectivos da avaliação física acima
mencionados. Obter dados úteis para efetuar a prescrição do treino através do questionário,
da entrevista e da primeira sessão cárdio, obtendo assim um ponto de partida para ir
traçando pequenos objectivos nas futuras sessões de treino.
Tendo um registo de treino diário, a leitura directa dos valores, facilita o controlo do
progresso nos vários exercícios, permitindo estabelecer objectivos específicos e motivar os
alunos.
Tendo a preocupação de ensinar além das técnicas de exercício, a forma de controlar o
esforço com a frequência cardíaca e a escala de esforço, os princípios de treino de
sobrecarga e ação retardada, contribuímos para educar os nossos alunos e para que estes
adquiram alguma autonomia.
Conhecer a tolerância ao esforço e a real aptidão do indivíduo de acordo com os desafios
físicos progressivos que lhe vão sendo colocados.
SABER VENDER ATOS HUMANOS
Persuadir é transferir emoção. TONY ROBBINS
Nos ginásios vendemos atos humanos sob a forma de aulas de grupo, massagens,
personal training, consultas, etc. São serviços, são algo que a pessoa não pode levar para
casa. As pessoas, as evidências físicas e os processos, são as partes mais importantes e
que interferem diretamente na produção do serviço. Há algo muito interessante mas
exigente: o momento de produção e o momento de consumo deste tipo de serviço, são os
mesmos. Quando um treinador dá um treino, o cliente está a consumir esse treino no
mesmo instante de tempo. Se houver insatisfação, ela ocorre nesse mesmo instante.
Saber vender é saber fazer e saber ensinar. As vendas serão feitas pelos nossos clientes
quando formos muito bons a saber ensinar os exercícios, a ajudar pessoas a mudarem os
seus comportamentos em direção a um estilo de vida mais saudável, que tenha impacto
biológico, psicológico e social na vida dos nossos clientes. A ferramenta de base é o
exercício físico, é o treino.
Há conceitos importantes a ter em conta neste meio. Publicidade é dizer: “- Eu sou bom”,
enquanto relações públicas é colocar os outros a dizer: “-Ele é bom”. Marketing é tudo
aquilo que fazemos para criar uma relação comercial com alguém. Logo, o que pensamos,
o que sentimos, o que dizemos, a forma como nos movemos, é marketing.
Uma das melhores ferramentas de marketing é ser muito bom naquilo que fazemos. Ser
consistente a dar uma boa aula de matemática, terá como consequência natural solicitações
para dar explicações individuais; se formos um bom professor de ténis em grupo,
naturalmente seremos convidados para dar aulas particulares. Nos ginásios é idêntico.
Aqui fica um plano de marketing seguro :) treinar o padre da paróquia, o dono do café
central e a cabeleireira, assegura atenção. No caso dos treinos serem bem sucedidos,
garante muitos clientes por recomendação.
Para o especialista em marketing, Seth Godin, aquilo que é mais escasso no mercado atual
é a confiança e a atenção.
Gerar CONFIANÇA
Para existir confiança, temos de deixar bem claro qual a nossa identidade, “o nosso jeito de
ser”. CLÓVIS DE BARROS
A confiança gera-se quando as pessoas sabem aquilo que esperar de nós. Quando as
pessoas convivem e se sentem atraídas pela nossa forma de trabalhar, a probabilidade de
continuar a relação, aumenta. Por isso temos de nos conhecer bem a nós próprios. Os
valores de uns, são diferentes dos valores de outras pessoas.
O professor Clóvis de Barros refere que a confiança só é possível quando a identidade da
pessoa em quem confiamos, é clara. A confiança é a expectativa que os nossos clientes
têm em relação ao nosso comportamento. Não é em relação à publicidade que fazemos,
não em relação ao que dizemos de nós próprios, mas sim em relação às nossas ações
consistentes. No fundo, torna-nos previsíveis. Isso é muito importante para que exista
confiança.
Se as pessoas não podem antecipar o teu comportamento, então as pessoas não podem
confiar em você (Barros, 2017).
Num ginásio, por muito que se escrevam ou mencionem determinados valores, quem os
fará ou não passar para os clientes, são as ações conjuntas dos funcionários, tudo o resto é
publicidade, é auto-elogio. Muitos ginásios dizem que trabalham para todos os tipos de
público, mas quando vemos um conjunto de aulas de alto impacto e alta intensidade,
professores abaixo dos 25 anos de idade, música típica de uma discoteca, será fácil de
adivinhar o tipo de clientes que têm. E mais fácil será dizer que há muitas pessoas que não
se irão sentir bem no ambiente e serviços proporcionados por esse tipo de ginásio.
ATENÇÃO positiva
Na escola, temos alunos que chamam a si má atenção e a boa atenção. Também nos
ginásios, o personal trainer que publica nas redes sociais, fotos todo despido ou com poses
que apelam a um negócio de prostituição em vez de treino, não pode reclamar de não
chamar à atenção de forma positiva. Se queremos que um determinado tipo de público
preste atenção ao que nós fazemos, temos de conhecer a forma de comunicar desse
público, verificar onde se encontram para darmos a conhecer os nossos serviços.
Fazer algo que os outros não são capazes de fazer e ajudar pessoas através disso. Gostar
do que fazemos e ganhar dinheiro com isso, é muito bom. Porque vender também é
transferir emoção, vender é um estado de confiança.
Ser Generoso
Se apareceres regularmente com generosidade, tudo o resto vai correr bem. SETH GODIN
A bondade, a gentileza, o amor, geram atenção e respeito. Por isso, para receber, primeiro
temos de dar. Ao fazer supervisão numa sala de musculação, damos 2 ou 3 minutos de
atenção a cada cliente que está na sala durante 1h. Se o fizermos de forma genuína
consistente e generosa, vamos despertar o interesse dessas pessoas pelo nosso trabalho.
Eles viram-nos trabalhar, criamos uma relação com eles, temos alguns minutos de contacto
por hora. Se eles gostarem, estaremos na linha da frente para sermos contratados como
personal trainers onde terão uma hora de atenção em vez de poucos minutos por treino.
Mas se não nos virem atuar, se não fizermos rapport nem criarmos nenhum tipo de relação
com eles, a probabilidade de sermos contratados, baixa imenso.
Marca e Reputação
A tua marca é aquilo que as outras pessoas dizem de ti na tua ausência. JEFF BEZOS
Marca é a nossa identidade, enquanto a reputação é aquilo que os outros pensam e dizem
de nós. E como não há nada mais do que perceção, neste meio, é fundamental que
tenhamos um bom conjunto de pessoas a falar bem das nossas ações.
Quando vendemos atos humanos, o nosso nome é a nossa marca. O nosso nome está em
vez de nós quando alguém fala de nós. Que rótulos gostaríamos de ter? São esses os
rótulos que realmente temos? Se não são, é porque as pessoas não entendem a nossa
ação ou porque temos uma conduta muito diferente daquilo que dizemos. O que as outras
pessoas comentam de nós na nossa ausência? Embora as pessoas não sejam o seu
comportamento, sempre confundimos as duas coisas, por isso é importante aquilo que nós
próprios comentamos de outros profissionais e de outras pessoas.
Para mim é muito importante ter ações que revelam bondade, ajudar pessoas, ser justo,
fazer por merecer, fazer com que os meus pais tenham orgulho de mim pela minha conduta.
Penso que isso ajudou a ter a imagem que tenho (seja ela de amor ou ódio por parte de
outras pessoas).
A reputação é uma avaliação social. Pode ser das pessoas do mesmo grupo social: outros
personal trainers, outros profissionais da educação física; mas também do público em geral.
Por isso eu recomendo que: se não sabem boxe, tenham algum cuidado ao incluírem
exercícios de boxe nos vossos treinos, porque algum especialista pode estar vendo.
Marketing segundo Seth Godin
Repetição faz reputação e reputação faz os clientes. ELIZABETH ARDEN
As empresas devem criar serviços notáveis e deixar que os CONSUMIDORES FAÇAM O
MARKETING ☯︎ As pessoas não compram aquilo que precisam. Elas COMPRAM AQUILO
QUE QUEREM ☯︎ Capta a ATENÇÃO das pessoas [ver a Vaca Púrpura] ☯︎ Cria um bom
SLOGAN (simples e memorável) ☯︎ A AUTENTICIDADE é mais importante do que a
primeira impressão ☯︎ A primeira prioridade das HISTÓRIAS da tua marca é SALIENTAR O
VALOR do serviço, não é manipular o cliente ☯︎ Quando contratares alguém, procura
PESSOAS APAIXONADAS, versáteis e altamente capacitadas [os linchpins] ☯︎ Queres
atenção dos teus clientes? Pede PERMISSÃO [ver Permission Marketing] ☯︎ Permissão é
como namorar. Não começas a vender no primeiro encontro, logo após a primeira
impressão. Conquistas o direito, ao longo do tempo, pedaço a pedaço ☯︎ Os CLIENTES
QUE DESPEDES e aqueles a quem prestas atenção, enviam sinais para o resto do grupo
☯︎ O GOOGLE nunca se esquece ☯︎ Constrói CONFIANÇA e tudo o resto se seguirá ☯︎
Necessitas exposição BOCA-A-BOCA ☯︎ Constrói relações de TRIBOS [a influência de uma
tribo já não está ligada ao seu tamanho, mas sim à causa que defende e à forma como usa
as ferramentas de comunicação entre os seus membros - ver Tribos] ☯︎ Escolhe as
FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO que as tuas tribos preferem ☯︎ Se usares o dinheiro
para criar SERVIÇOS EXCEPCIONAIS, não necessitarás gastar em publicidade ☯︎ As
pessoas não compram bens e serviços. Elas COMPRAM RELAÇÕES, HISTÓRIAS E
MAGIA ☯︎ Não procures clientes para os teus serviços, encontra SERVIÇOS para os teus
clientes ☯︎ Não se trata do serviço, mas sim da história que contas ☯︎ Ou és NOTÁVEL ou
és invisível ☯︎ Pára de fazer publicidade e começa a INOVAR ☯︎ Muda o serviço, não
mudes os anúncios ☯︎ UM SERVIÇO PARA TODOS, É UM SERVIÇO PARA NINGUÉM.
Redes Sociais e Comunicação Online
Tudo o que não puder contar como fez, não faça. IMMANUEL KANT
Definir Objetivos
Primeiro o treinador ou jogador terá de começar por definir o seu objetivo de comunicação
nas redes sociais. Exemplos:
a. Ganhar notoriedade;
b. Atrair os media;
c. Construir uma marca;
d. Criar determinada reputação;
e. Conseguir fans;
f. Inspirar e motivar;
g. Partilhar experiências;
h. Expor-se para mostrar patrocinadores;
i. Dar de volta;
j. Criar uma opinião pública em torno de alguém ou de algo.
Linha de Privacidade
Definir claramente até onde está disposto a expor a sua vida privada.
Decidir o que colocar no perfil pessoal.
Este deverá estar de acordo com o objetivo inicial de comunicação.
Escolher as plataformas
Escolher as plataformas e decidir que tipo de conteúdo a publicar em cada uma. Por
exemplo: podemos publicar citações e imagens no instagram, utilizar o twitter para
comunicar com os fans e criar maior interação, o facebook para gerar discussão, o youtube
para vídeos…
Acalmar antes de publicar.
Uma vez que os eventos desportivos envolvem muita emoção, será conveniente esperar
pelo menos 24h após um “incidente” antes de publicar algo sobre o assunto.
Conteúdo
Como se costuma dizer: o conteúdo é rei! A produção de conteúdo é fundamental quando
andamos pelas redes sociais. Passamos muito tempo a consumir e melhor seria passar
80% do tempo a produzir e publicar conteúdo e os restantes 20% a consumir.
Dependendo do objetivo: citações, fotos, vídeos, clarificar situações, histórias, exemplos,
inquéritos, opiniões…
Consistência a publicar
Gary Vaynerchuk, um especialista na comunicação através das redes sociais, recomenda 7
a 20 publicações diárias para conseguir atenção.
Rotina
Definir uma rotina, um tempo de trabalho diário nas redes sociais.
80/20
Manter uma relação de publicações: 80% para a audiência e 20% sobre nós, irá mostrar à
audiência o objetivo anteriormente definido.
Partilhar media
Fotos, vídeos, documentos, criam impacto forte nas redes sociais.
Ter um conjunto de histórias de reserva para publicar a qualquer altura.
Quando temos um pouco mais de tempo disponível, é bom produzir mais conteúdo a fim de
ter como reserva para alturas em que necessitamos criar mais impacto e alturas em que
não dispomos de tanto tempo para criar conteúdos.
Criar um website.
Criar um espaço onde possamos ter alguma informação institucional/pessoal, local onde se
controle melhor a informação produzida, pois nas redes sociais, na generalidade, perdemos
um pouco o rasto ao passado das publicações.
Ter uma câmara
Uma ferramenta que facilite as publicações, é importante para a qualidade das publicações,
mas um telemóvel também serve e estará sempre disponível para momentos únicos.
Conhecer as regras
Fundamental conhecer as regras do clube ao qual estamos ligados bem como a federação
da modalidade, sobre este tipo de comunicação nas redes sociais, para estarmos alinhados
e sermos bem interpretados.
Responder aos comentários.
Essa é a forma de criar verdadeiros laços e interação.
Se não tens coragem…
De dizer ou mostrar isso a um dirigente, pai, adepto, árbitro, treinador ou jogador em direto,
então não publiques online.
Vestir a camisola.
Se representas um clube, uma escola, um ginásio, uma associação, mostra isso no teu
perfil e nas publicações que fazes.
Dar! Dar! Dar!
Se queremos receber em troca elogios, ou ter fãs, ou ter algum tipo de reconhecimento, ou
que nos comprem, algo, primeiro temos de dar e dar e dar informação, ajuda, e partilhar
para mais tarde receber.
Particularidades dos Treinadores
Se os atletas são menores, cuidado com os conteúdos e evitar mensagens privadas.
Preferir tudo em grupo e público.
Decidir se mantemos uma conta pessoal/profissional ou se criamos várias.
Criar um código de conduta para as redes sociais relacionado com os valores da equipa e
partilhar dentro do clube.
Marketing pessoal. Como tudo aquilo que fazemos é marketing, tudo o que fazemos pode
aproximar ou afastar potenciais clientes, as redes sociais têm enorme potencial nesta área.
Usar as redes sociais para criar espírito de equipa.
Decidir sobre um tempo de “black-out” de 30-60 minutos antes e após um evento (jogo)
para que os atletas se concentrem no jogo e por outro lado para que após o jogo se
acalmem antes de publicar alguma coisa.
Comunicação Impressa
Criar um postal, um folheto, um cartão de visita, uma newsletter, papel timbrado, são formas
de ajudar a expor o nosso nome. Como em toda a comunicação, a identidade, os nossos
valores, devem aparecer e toda a comunicação deverá ser congruente com esses valores,
com a nossa forma de trabalhar.
Métricas
Vive cada dia como se fosse uma vida. DESCONHECIDO
Sabes quantos golos marcaste no último jogo? Sabes os teus recordes pessoais como
atleta? A maioria das pessoas, sabe a resposta a estas questões, mas tem dificuldade em
mensurar de alguma forma o trabalho em sala de musculação ou como personal trainer. Os
gestores comunicam com uma linguagem baseada em números. Nós personal trainers
também podemos e devemos fazê-lo.
Capacidade Instalada
A sala de musculação onde trabalhas, quantas pessoas comporta no máximo a treinar
durante uma hora de funcionamento?
Quantos m2 tem a sala?
Quantas estações de trabalho possui?
A Capacidade de Trabalho
O dia tem 24h. É igual para todos. Podemos até estar dispostos a trabalhar 16h por dia,
mas no caso do personal trainer, isso é o oposto de uma missão de qualidade. Dar 4-5
treinos por dia, num máximo de 30 por semana, seria uma boa referência.
O personal trainer tem de estar bem preparado do ponto de vista físico e mental. O PT tem
de disponibilizar níveis máximos de energia à primeira hora da manhã e à última hora da
tarde se for o caso. Não há off-peak PT :)
É conveniente que o PT tenha slots de tempo vazios no seu horário, devido a trocas
pontuais de treinos. Recordemos que as pessoas têm baixa frequência de treino, por isso,
se falharem uma sessão e não dermos opção, a consequência serão menos treinos e
menor probabilidade de fidelização e obtenção de resultados.
O personal trainer tem de ter tempo para cuidar do seu físico, do seu estado e da sua saúde
em geral.
O personal trainer deverá dedicar horas diárias para: contabilidade do seu negócio,
marketing interno e externo, networking, preparação de treinos, formar outros profissionais,
trabalhar com a comunidade, criar parcerias estratégicas com outros profissionais,
desenvolvimento pessoal e fazer crescer o negócio. São aspectos demasiado importantes
para serem efetuados no tempo livre. Têm de ser parte do trabalho e da agenda diária.
Frequência Semanal
Esta é uma medida que define a qualidade de treino e a probabilidade de uma pessoa se
manter no programa de treino, porque uma baixa frequência está ligada a uma fraca
retenção.
Retenção / Fidelização
Se um ginásio, se a tua carteira de clientes, se a tua aula de grupo tem hoje 100 pessoas e
durante o próximo ano ocorrerem 50 novas inscrições mas no final o número efetivo de
clientes continuar em 100, isso pode significar que apenas tens 66% de retenção, porque
numa realidade ideal, deverias ter 150 clientes. Melhora a frequência média semanal e a
retenção de clientes irá também melhorar.
Quantos clientes estão contigo há mais de 6 meses?
Os 6 meses são a barreira chave para que uma pessoa se mantenha num programa de
atividade física. Quantos mais clientes nesta situação, maior a estabilidade de negócio.
PREPARAÇÃO INDIVIDUAL PARA O ESTADO
ÓTIMO
Frequentemente as pessoas dizem que a motivação não dura sempre. Ora bem, nem o
banho – por isso é recomendado diariamente. ZIG ZIGLAR
Ser personal trainer significa “puxar carroça”, ajudar pessoas a irem do ponto A ao ponto B,
facilitar e incentivar a mudança de comportamentos, ajudar a mudar estilos de vida de
pessoas que necessitam de ajuda. Não são fanáticos do fitness, não são conhecedores
profundos das ferramentas que usamos, não são pessoas motivadas, não são pessoas que
dormem bem, não são pessoas que vivem para treinar, não são pessoas que comem bem,
não são pessoas com muito tempo para treinar, não são pessoas disciplinadas, porque se
fossem tudo isso, não precisavam de um coach.
Para motivar os nossos clientes, temos de estar motivados, para vender temos de ter um
estado de confiança, para comunicar temos de saber transferir emoção. Somos uma pessoa
tal como os nossos clientes com uma parte biológica, uma parte psicológica e uma parte
social a interagirem também. Temos por todas estas razões de estar bem preparados como
se fossemos um atleta de alta competição, porque o nível de exigência é elevado como é
para um hotel de 5 estrelas.
No personal training, medíocre, popular, low-cost, não fazem sentido porque são o oposto
de excelente, qualidade e personalização. Esta ideia deve estar sempre presente na nossa
ação.
A nossa energia é limitada, tal qual a de um telemóvel. Se descarregamos a bateria, não
funciona. No nosso caso, como vendemos atos humanos, a máquina somos nós, sem o EU,
nada funciona. Por isso temos de estar atentos a tudo o que nos retira energia (evitar) e
tudo o que nos adiciona energia (procurar).
Mudar o Nosso Estado Para Mudar os Resultados
A pessoa mais difícil, somos nós próprios. Para mudar temos de mudar as pessoas com
quem passamos mais tempo, os programas de TV que vemos, os livros que lemos, aquilo
que escutamos, porque tudo isso condiciona (quer queiramos quer não) o nosso
comportamento.
O nosso estado é condicionado pelas representações internas, os nossos pensamentos, as
imagens e sons que temos na nossa cabeça, pelo o nosso foco; também a nossa fisiologia,
a respiração, a postura, a forma como nos movemos, condicionam o nosso estado. Assim,
se queremos mudar os nossos resultados, temos de mudar a nossa fisiologia e/ou o nosso
foco, aquilo que pensamos e a forma como pensamos.
Uma equipa treina durante a semana para jogar ao domingo, um músico ensaia horas a fio
para ir ao palco, um ator ensaia para a sua performance. E o professor? Quando treina
procedimentos, formas de agir? Quem o ajuda? Temos de cuidar do nosso potencial de agir,
porque os resultados profissionais irão depender disso mesmo.
Rotina Matinal
Ter um momento de GRATIDÃO. Escrever 3 coisas pelas quais nos sentimos gratos e sentir
um pouco essa sensação no nosso corpo.
Um momento de MEDITAÇÃO. 10min focando a atenção na respiração: observar o ar a
entrar e o ar a sair. Em alternativa, podemos fazer um momento mais dinâmico, ao estilo
Wim Hof, efetuando 30 respirações profundas e realizando logo de imediato o máximo de
flexões de braços possíveis.
VISUALIZAR o nosso melhor EU. Visualizar o dia e a forma como queremos que ele
aconteça.
Escrever no DIÁRIO.
Definir as 3 COISAS MAIS IMPORTANTES do dia.
AUTO-AFIRMAÇÕES positivas (Sou poderoso e consigo mudar a minha vida! Sou um
homem livre! Sou um homem saudável! Estou a fazer progressos!).
Algumas Perguntas Diárias Possíveis
Como posso fazer deste dia uma obra de arte? Que ações posso levar a cabo?
O que posso fazer hoje para melhorar minha mente, corpo e espírito?
Como posso contribuir para o mundo?
O que posso fazer hoje para me rir e me divertir?
Os nossos rituais determinam o nosso estado.
Rotina da Noite
Escrever 5 coisas positivas.
Resumo do dia (escrever durante 5 minutos).
Planear o dia seguinte.
Ler os 10 grandes objetivos do futuro.
Preparar roupa e logística do dia seguinte.
Adormecer, imaginando um dia seguinte fantástico.
Agora…
UMA ÚLTIMA COISA - FOCO
Se queremos ser bons em algo, temos de admitir que seremos maus noutras coisas que
fazemos. É uma escolha.
Vivemos no tempo da distração. São muitos estímulos que nos fazem perder o foco. Se
tentarmos agradar a todos não vamos agradar a ninguém. Se procurarmos acertar em 5
alvos ao mesmo tempo, não vamos conseguir. Escolher uma coisa, foca-te nisso e muda.
Depois virá o resto.
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Anexos
Organização Muscular
Os músculos estão organizados em grupos opostos nas articulações móveis. Os motores
primários (MP) ou agonistas, são os principais responsáveis por um determinado
movimento. Os antagonistas, produzem o movimento oposto. Os sinergistas, evitam
movimentos indesejáveis ou estabilizam as articulações (como fixadores). Os músculos que
cruzam o lado anterior de uma articulação geralmente produzem flexão. Os que cruzam a
articulação no lado posterior geralmente são extensores. (As exceções são o joelho e o
tornozelo.) Os adutores cruzam o lado medial de uma articulação e os abdutores cruzam a
parte lateral.
1. Músculos que agem no ombro (MP)
Flexão: peitoral maior, deltóide (fibras anteriores).
Extensão: latíssimo do dorso, deltóide (fibras posteriores).
Abdução: deltóide.
Adução: Peitoral maior, latíssimo do dorso.
Rotação medial: deltóide (fibras anteriores).
Rotação lateral: deltóide (fibras posteriores), infraespinhoso, redondo menor.
2. Músculos que agem no antebraço (MP)
Flexão: bíceps braquial, braquial.
Extensão: tríceps braquial.
Pronação: pronador quadrado.
Supinação: bíceps braquial.
3. Músculos que agem no carpo e nos dedos (MP)
Flexão: flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo, flexor superficial dos dedos.
Extensão: extensor dos dedos.
4. Músculos que agem na coxa e na perna
Quadril
Flexão: iliopsoas.
Extensão: glúteo máximo, bíceps femoral.
Abdução: glúteo médio.
Adução: adutores (magno, longo, curto), grácil, pectíneo.
Rotação medial: glúteo médio, glúteo mínimo, músculos que fazem adução.
Rotação lateral: glúteo máximo, piriforme, obturador (interno e externo), gémeos, quadrado
femoral, sartório.
Joelho
Flexão: bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso.
Extensão: reto femoral, vasto medial e vasto lateral.
5. Músculos que agem no tornozelo e nos dedos dos pés (MP)
Tornozelo
Flexão plantar: gastrocnémio (gémeos), sóleo.
Flexão dorsal: tibial anterior.
Inversão: tibial posterior.
Eversão: fibular terceiro, fibular longo e curto.
Flexão: flexor longo dos dedos.
Extensão: extensor longo dos dedos.
TRIAGEM
O exercício físico é excelente para a maioria das pessoas. Mas convém fazer uma triagem e
criar treinos práticos, simples, seguros, eficazes e progressivos.
Pontos a considerar antes de iniciar o exercício físico ou incrementar a intensidade do
exercício físico:
1. Atual nível de atividade física
2. Sinais e sintomas de certas doenças.
3. Intensidade do exercício previsto.
4. Autorização médica: um médico aconselha um paciente a fazer exercício com base no
seu historial e saúde atual.
Questionário de Triagem Pré Participação das Instituições de
Saúde/Condicionamento Físico da American Heart
Association/ACSM (ACSM, 2018b)
Verifique seu estado de saúde marcando todas as declarações verdadeiras
Histórico
Você já passou por:
Um ataque cardíaco
Uma Cirurgia cardíaca
Um cateterismo no coração
Uma angioplastia coronariana (ATPC)
Tem marca-passo/ desfibrilador cardíaco/ distúrbio de ritmo do coração
Doença cardíaca valvar
Insuficiência cardíaca
Transplante cardíaco
Doença cardíaca crônica
Sintomas
Você experimenta desconforto no peito com o esforço
Você experimenta falta de ar sem motivo
Você experimenta tontura, desmaios, apagões
Você experimenta inchaço no tornozelo
Você experimenta uma consciência desagradável dos batimentos cardíacos, que são rápidos ou fortes
Você toma remédios para o coração
Se você marcou qualquer declaração desta seção, consulte seu médico ou outro
profissional de saúde específico antes de começar a se exercitar.
Você pode precisar utilizar um estabelecimento com uma equipe médica qualificada.
Outros problemas de saúde
Você tem diabetes
Você tem asma ou outro problema pulmonar
Você tem uma sensação de queimação ou cãibra em suas pernas quando caminha distâncias curtas
Você tem problemas musculoesqueléticos que limitam sua atividade física
Você tem preocupações sobre a segurança do exercício
Você toma remédios receitados por um médico
Você está grávida
Fatores de risco cardiovascular
Você é homem e tem ≥ 45 anos de idade
Você é mulher e tem ≥ 55 anos de idade
Você fuma ou parou de fumar nos últimos 6 meses
Sua pressão arterial é ≥ 14/9 mmHg
Você não conhece sua pressão arterial
Você toma remédios para a pressão arterial
Seu nível sanguíneo de colesterol é 200 mg · dℓ–1
Você não sabe seu nível de colesterol
Você tem um parente próximo que teve um ataque cardíaco ou passou por uma cirurgia
cardíaca antes dos 55 anos de idade (pai ou irmão) ou 65 anos de idade (mãe ou irmã)
Você é inativo fisicamente (você faz < 30 min. de atividades físicas em pelo menos 3 dias da
semana)
Você tem índice de massa corporal ≥ 30 kg · m–2
Você tem pré-diabetes
Você não sabe se tem pré-diabetes
Se você marcou duas ou mais declarações desta seção, consulte seu médico ou outro
profissional de saúde específico antes de começar a se exercitar como parte de um bom
cuidado com a saúde e aumente gradualmente seu programa de exercícios. Você pode se
beneficiar utilizando um estabelecimento com uma equipe qualificada de profissionais de
Educação Física para orientar seu programa de exercícios.
Nota
Tal como um comprimido só produzirá efeitos se o ingerirmos, também os benefícios
biológicos, psicológicos e sociais da atividade física, só irão ocorrer se o estímulo for regular
e a intensidade for adequada. A American Heart Association (2021), recomenda 150
minutos de atividade aeróbica de intensidade moderada semanal ou 75 min por semana de
atividade aeróbica de intensidade vigorosa, (ou uma combinação das duas),
preferencialmente distribuídas de forma equilibrada por semana. Também se recomenda
incluir atividade de fortalecimento muscular pelo menos duas vezes por semana.
U.S. Department of Health and Human Services (2008) acrescenta que essas diretrizes
especificam uma relação causa-efeito, indicando ques são obtidos benefícios adicionais
para a saúde com 300min semana ou mais de atividade aeróbica de intensidade moderada;
150 min semana de atividade aeróbica de intensidade vigorosa; ou uma combinação
equivalente de atividade aeróbica de intensidade moderada e vigorosa.
A atividade física de intensidade moderada considera-se aproximadamente entre 50-70%
da frequência cardíaca máxima, enquanto a atividade física vigorosa se considera
aproximadamente entre 70-85% do máximo. Considerando a fórmula 220-idade, para uma
pessoa de 50 anos, a frequência cardíaca teórica máxima seria 170 pulsações por minuto
(desde que não esteja influenciada por qualquer medicamento). Isto significa que a
atividade física moderada para essa pessoa seria entre 85-119 e a atividade vigorosa, seria
entre 119-145 (aproximadamente).
Sobre o Autor
Dar atenção às pessoas, gerar confiança sendo útil com treinos honestos para pessoas
reais.
PAULO SENA, PhD
Doutorado em Psicologia do Desporto, U. Vigo 2008.
Mestre em Gestão Desportiva, U. Porto 2001.
Licenciado em Ed. Física, ISMAI 1997.
Mais de 30 anos a treinar pessoas.
Mais de 25 anos a formar professores.
Professor de EDF no Ensino Secundário há 25 anos.
Professor de Musculação e Psicologia do Desporto no Ensino Superior na ESE-Fafe |
U.Liberquaré.
Personal Trainer desde 1995.
www.paulosena.com | www.youtube.com/pjrsena | pjrsena@gmail.com
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