SISTEMAS DE AERONAVES DEM 1118 Aula 2 Parte 1 Sistemas de comando de voo mecânicos; Sistemas de aumento de sustentação; Balanço (trimagem) e sensação. Referência Principal [1] MOIR, I.; SEABRIDGE, A. Aircraft Systems: Mechanical, Electrical and Avionics Subsystems Integration. 3ª ed., West Sussex, England: Wiley, 2011. Seções 1.7, 1.8 e 1.9 Comandos na Cabine https://images.app.goo.gl/hbETT18ddqH3stqRA Comandos na Cabine https://images.app.goo.gl/5uByD5LpXQKtZu9aA Convenções Convenções: - Manche para frente: abaixa o nariz; - Manche para trás: levanta o nariz; - Manche para a direita: abaixa a semi asa direita; - Manche para a esquerda: abaixa a semi asa esquerda; - Pedal esquerdo pressionado: vira o nariz para a esquerda; - Pedal direito pressionado: vira o nariz para direita. Sistemas de Comando de Voo Mecânicos Tipos de sistema de comando de voo mecânicos: • Barras “pucha-empurra” (push pull); ➢ Mais usados em aviões menores, ou onde se requeira rápida resposta. • Cabos e polias: ➢ Amplamente usados em aviões de grande porte antigos e aviação geral. Vídeos Ilustrativos • Comandos por cabos e polias ➢ https://www.youtube.com/watch?v=AiTk5r-4coc • Comandos por barras ➢ https://youtu.be/RmdFWrWRl9k Controle por Barras A transmissão de comandos por barras é ilustrada por meio do exemplo do avião BAE Hawk 200, mostrado na figura seguinte; ● Este tipo de transmissão é amplamente utilizada em aviões de combate; ● O sistema é apresentado na forma de um diagrama simplificado tridimensional disponibilizado publicamente pelo fabricante (British Aerospace). ● Controle por Barras Exemplo: Hawk 200 Hawk 200, By M Radzi Desa - http://jetphotos.net/viewphoto.php?id=386763&nseq=6, GFDL 1.2, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=39143291 Controle por Barras Hawk 200 push-pull control rod system (Courtesy of BAE Systems) Controle por Barras O sistema se divide logicamente em dois caminhos: ● Arfagem-guinada: comandam o leme e o estabilizador horizontal, na cauda da aeronave; ● Rolamento: comanda os ailerons, na asa do avião. ● A coluna de comando (manche) tem dois graus de liberdade de movimento (frente-trás e direitaesquerda); ● Na linha de comando de arfagem, o movimento frente-trás do manche movimenta um guinhol (bell-crank) localizado abaixo da cabine. ● Controle por Barras O movimento frente trás do manche é rotativo, mas ele chega ao guinhol como translação. Isso é conseguido graças a mecanismos internos do manche, os quais estão simplificados na figura. ● Este guinhol conecta-se a uma barra quase vertical, que se liga a outro guinhol, o qual retorna o movimento para horizontal; ● A barra de controle horizontal segue para uma unidade de atuador de balanço e mola de sensação do estabilizador horizontal; ● O movimento de saída dessas unidades aciona outra barra vertical, que conecta-se a outro guinhol; ● Controle por Barras O comando segue ao longo da fuselagem atravéz de uma longa barra, a qual é suportada, ao longo do caminho, por alavancas de alívio (idler levers); ● Ao chegar na traseira do avião, esta barra conecta-se a um mecanismo de engrenagem não linear, o qual aciona um atuador de potência (tandem jack). Esse conjunto é chamado de unidade de controle de potência (PCU) do estabilizador horizontal; ● Controle por Barras Os guinhóis (bell-cranks) são dispositivos de conversão de movimento. Operam de maneira rotativa, convertendo movimento de translação de uma direção para outra; ● São extensivamente usados em aviões com comandos por barras, para possibilitar a guiagem das barras ao longo da geometria irregular do interior da aeronave; ● Controle por Barras As alavancas de alívio (idler levers) são usadas para suportar barras longas no decorrer de seu percurso; ● Barras muito longas tendem a sofrer flexão. Assim as alavancas de alívio são posicionadas em pontos estratégicos ao longo do caminho, para minimizar esses efeitos danosos. ● Controle por Barras Na linha de comando do leme, a entrada de comando é feita pelos pedais; ● São dois pedais que executam movimento rotativo ao serem pressionados pelos pés dos pilotos; ● Assim como no caso do manche, o sistema de pedal possui mecanismos internos que convertem os movimentos rotativos de ambos os pedais num único movimento de translação de uma barra; ● Esta barra conecta-se a um guinhol embaixo da cabine, montado no mesmo pivô do primeiro guinhol do sistema de controle de arfagem. ● Controle por Barras ● O caminho do comando é análogo ao de arfagem; O guinhol é conectado a uma barra quase vertical, a qual conecta-se a um novo guinhol que move uma barra horizontal; ● Essa barra horizontal de comando de leme passa ao lado da unidade de atuação e sensação do estabilizador horizontal; ● Mais dois guinhois e uma barra vertical sucedem essa barra horizontal, sendo responsáveis por transmitir o comando para uma longa barra que corre ao longo da parte traseira da fuselagem; ● Controle por Barras Essa barra longa corre ao lado daquela que transporta o comando de arfagem; ● Assim como no caso da arfagem, essa barra longa de comando de leme também é suportada por alavancas de alívio ao longo do caminho; ● Ao chegar na cauda, essa barra recebe a atuação de alguns dispositivos: ● Atuador e balanço do leme; ● Sensação por mola; ● Sensação por pressão dinâmica. ● Controle por Barras A demanda de controle resultante é utilizada para comandar o atuador hidráulico de leme; ● A unidade de comando hidráulico do leme também é chamada de PCU; ● A PCU do leme é mais sofisticada que aquela do estabilizador horizontal. Ela possui um controlador de malha fechada, o qual é responsável por amortecer as oscilações indesejadas de Dutch roll. Este controlador é conhecido pelo seu nome em inglês: yaw damper. ● Controle por Barras No que diz respeito ao controle de rolamento, o movimento rotativo esquerda direita do manche é convertido na translação de uma barra localizada mais a direita atrás do manche; ● Essa conversão é feita por uma mecanismo que contém uma “haste giratória” (swivel rod); ● Por meio de um par de guinhóis e uma barra curta, o comando de aileron segue até um ponto atrás da cabine; ● Neste local, a barra que transmite o comando é conectada ao atuador de balanço do aileron e uma unidade de sensação por mola. ● Controle por Barras O comando resultante é transmitido por mais duas barras, um guinhol e uma alavanca de alívio de carga até o centro da fuselagem; ● Neste ponto, por meio de outro guinhol, o comando se divide em dois, onde cada um é direcionado para uma semi asa; ● Ao longo de cada semi asa, corre uma longa barra, que transmite o comando desde o meio do avião até cada ponta da asa; ● Para suportar essas barras, existem alavancas de alívio em pontos apropriados ao longo da estrutura interna da asa. ● Controle por Barras As barras culminam em pontos próximos das pontas da asa, adjacentes aos ailerons; ● Então, em cada ponta de asa, um último guinhol converte o movimento da barra, gerando o comando que aciona o atuador hidráulico do aileron. ● Controle por Barras O caso apresentado é um exemplo simples, mas que ilustra algumas das principais considerações que devem ser seguidas num sistema de controle por barras; ● Além das características apresentadas, outras informações acerca desse tipo de sistema são importantes; ● As ligações de interconexão devem ser fortes, rígidas e bem suportadas; ● Caso contrário, a flexão da fuselagem pode introduzir incômodo ou demandas de controle não desejadas; ● Controle por Barras Não há um caminho fácil ao longo da estrutura interna da aeronave; ● Esta é a razão para se usar um extensivo sistema de guinhóis e alavancas de alívio para guiar e suportar as barras; ● Além dos elementos básicos de transmissão de comando, este exemplo mostrou elementos adicionais, os quais são introduzidos para propiciar mais segurança e melhores qualidades de voo e de manuseio: ● Controle por Barras Atuadores de balanço (trimagem) no controle do profundor, leme e aileron; ● Sistemas de sensação com mola no controle do estabilizador horizontal, leme e aileron; ● Sistema de sensação por pressão dinâmica (“Q feel”) no controle de leme; ● Sistema de yaw damper no leme; ● Power control units (PCUs) para atuação hidráulica do profundor, leme e aileron; ● Tecnicamente, neste exemplo existe transmissão mecânica dos comandos assistida por potência hidráulica na atuação. ● Controle por Cabos e Polias • Os sistemas de cabos e polias são largamente utilizados em aviões comerciais; • Em alguns casos, esses sistemas são adotados em conjunto com o de barras; • Ao contrário do exemplo de transmissão de comandos por barras, não é ilustrado o sistema completo de transmissão através de um avião; • Ao invés disso, a seguir, alguns exemplos são apresentados acerca da transmissão de comandos para ações de controle específicas. Controle por Cabos e Polias • A figura seguinte mostra um sistema de controle típico de aileron; • Para que os cabos sejam capazes de transmissão bidirecional de comando, eles precisam formar laços fechados, como em um varal de roupas; • As ações de controle manuais dos manches do piloto e co-piloto são conduzidas por cabos e polias até uma área de consolidação na fuselagem central; Controle por Cabos e Polias Examples of wire and pulley aileron control system (Courtesy of Boeing) Controle por Cabos e Polias • Os comandos dos dois manches são recebidos por tubos de torque, capazes de girar em ambos os sentidos, dependendo da direção do movimento do manche; • A sincronização dos comandos dos dois manches é feita por uma barra que conecta ambos os tubos de torque; • Um fusível mecânico (breakout device) é inserido, o qual opera a partir de determinada força, servindo para manter o comando de um cabo no caso de travamento do outro. Controle por Cabos e Polias • Por motivo de segurança, após a sincronia, o comando de rolamento é transmitido por cabos e principais e cabos de backup; • Após a sincronia dos manches, o roteamento dos cabos através do avião é feito a partir de uma série de polias, alavancas de alívio, quadrantes e ligações de controle, de modo similar ao caso de barras; • Na região da ligação asa-fuselagem, o cabo consolidado transmite movimento para cabos que vão para cada semi asa; Controle por Cabos e Polias • Em cada semi asa, existem atuadores de piloto automático de aileron; • Esses atuadores criam demandas de controle que se somam mecanicamente aos comandos dos pilotos em tubos de torque • Tensionadores são instalados ao longo do sistema de controle para assegurar que as tensões nos cabos sejam mantidas adequadamente; • O alívio de carga e a sensibilidade dos comandos são ajustadas por meio de: relações de tamanho entre as polias, relações entre o comprimento e ponto de pivotamento dos quadrantes de controle. Controle por Cabos e Polias • A próxima figura mostra um arranjo típico para transmissão de comando de spoiler e freio aerodinâmico (speedbrake); • Uma alavanca na cabine tem 3 posições: baixado e travado, freio aerodinâmico em voo, ground spoiler; • Esses comandos são transmitidos, ao longo do avião, um cabo e conjunto de polias; • Em certo ponto do trajeto, o comando de freio aerodinâmico/spoiler é somado mecanicamente ao comando de spoiler diferencial. Controle por Cabos e Polias Examples of wire and pulley aileron control system (Courtesy of Boeing) Comando dos Sistemas de Aumento de Sustentação Os exemplos anteriores cobriram os comandos dos controles de voo primários, freio aerodinâmico e spoilers. Agora, discute-se os comandos de dispositivos de hiper sustentação; ● O assunto é discutido por meio de dois exemplos: ● ➢ ➢ Acionamento dos flaps do avião BAE 146; Comando dos flaps de bordo de ataque do Boeing 747-400. Comando dos Sistemas de Aumento de Sustentação Figure 1.8 BAE 146 flap operating system (Courtesy of Smiths Group – now GE Aviation) Comando dos Sistemas de Aumento de Sustentação O avião BAE 146 possui flap fowler de um segmento. Eles se estendem ao longo de 78% do bordo de fuga interno de cada semi asa; ● Cada flap é suportado por trilhos e guiado por atuadores lineares ballscrews em dois locais em cada semi asa; ● Os atuadores ballscrews são guiados por eixos de transmissão que se estendem ao longo das longarinas traseiras da asa; ● Os eixos são movidos por dois motores hidráulicos que acionam uma caixa de engrenagens direferencial, de modo que a falha de um motor não desabilite o outro. ● Comando dos Sistemas de Aumento de Sustentação Ao contrário dos comandos de voo vistos previamente, o acionamento na cabine e transmissão do sinal até o atuador de flap é feito por meio eletrônico; ● O sistema inclui uma chave seletora de posição de flap e uma unidade eletrônica de controle; ● ● A unidade eletrônica de controle compreende: – Canais de controle de posição duais baseados em microprocessadores; – Dois canais de segurança analógicos de controle de posição; – Um canal simples de segurança para monitoramento de falhas mecânicas baseado em microprocessador. Comando dos Sistemas de Aumento de Sustentação O outro exemplo de comando de dispositivos hipersustentadores diz respeito aos flaps de bordo de ataque, ou slats, do Boeing 747-400; ● Um esquema é mostrado na figura seguinte. Consiste em 28 flaps, 14 em cada semi asa, divididos em grupos A e B; ● Grupo A: 6 segmentos após os motores mais externos; ● Grupo B: 5 segmentos entre os motores interno e externo, 3 segmentos entre o motor interno e a raiz da asa; ● Comando dos Sistemas de Aumento de Sustentação Comando dos Sistemas de Aumento de Sustentação Os flaps de bordo interno são do tipo Krueger, que são planos na posição estendida. Os restantes são de arqueamento variável, propiciando uma alteração da superfície aerodinâmica quando desejado; ● Os flaps são alimentados por unidades de potência (power drive units - PDUs); ● ● 6 PDUs acionam o grupo A e duas o grupo B; A potência de alimentação é pneumáutica com backup elétrico; ● Comando dos Sistemas de Aumento de Sustentação Caixas de engrenagens reduzem e transferem o movimento das PDUs para atuadores rotativos que acionam cada seção de flap; ● A posição angular é monitorada extensivamente ao longo do sistema por transformadores rotativos variáveis diferenciais (RVDTs); ● Assim como no exemplo anterior, o comando desses dispositivos é feto, na cabine, por meio elétrico, sendo distribuído ao longo da aeronave por fios elétricos. ● Balanço e Sensação Sistemas de sensação e balanço são inseridos para auxiliar o piloto; ● Eles servem para melhorar as qualidades de manuseio da aeronave, fornecendo ao piloto características de pilotagem satisfatórias em todas as condições do envelope de voo; ● A figura seguinte ilustra de maneira simples o balanço. ● Balanço Balanço A figura anterior ilustra um avião estaticamente estável na dinâmica longitudinal, pois o centro de gravidade (CG) está a frente do centro aerodinâmico (CA); ● Quanto mais distantes o CG e o CA, mais estável é o avião. No entanto, ele é mais difícil de manobrar, dada a dificuldade de alterar seu estado de movimento; ● No processo de balanço longitudinal, basicamente, a força de sustentação gera um momento de arfagem, que precisa ser compensado pela empenagem horizontal (EH); ● Balanço Ao longo do voo esse momento a ser compensado se altera por diversas razões, entre as principais: ● ➢ Variação da posição do CG ou CA. Variação da velocidade e ângulo de ataque; O CG varia pelo consumo de combustível, deslocamento de carga, etc; ● O CA varia pelas condições de voo (altitude, velocidade, ângulo de ataque, etc) ou configuração (extenção de flaps, por exemplo). ● Balanço Para compensar as variações, o piloto deve ajustar continuamente a posição do profundor; ● Após o ajuste, o comando deve ser mantido nesta posição, enquanto a condição de voo persistir; ● Manter o comando fixado com o uso das mãos é bastante desgastante, estando sujeito a fadiga; ● Além disso, as variações de balanço são muito sutis, sendo necessárias correções muito lentas e de pequena amplitude; ● Balanço Sendo assim, dispositivos de suporte são providenciados, para alívio do trabalho do piloto; ● Existem diversas maneiras de implementar tal solução, tais como: ➢ Inserção de um atuador para manter o profundor permanenente na posição comandada, sem interferência manual do piloto sobre o manche; ➢ Alteração do ângulo de incidência do estabilizador horizontal, para propiciar balanço longitudinal com deflexão do profundor nula; ➢ Deflexão de trim tabs no bordo de fuga do profundor, que cancelam o momento de articulação sobre o mesmo, possibilitando que o piloto solte o manche. ● Balanço Além do balanço longitudinal, em um voo real, também é necessário, compensar perturbações laterais (rolamento) ou direcionais (guinada) persistentes; ● Um exemplo de perturbação lateral persistente é o desbalanço de combustível ou de carga; ● Exemplos de perturbações direcionais persistentes são vento cruzado ou tração assimétrica; ● Para realizar tais compensações, o piloto deve agir de modo similar ao caso de arfagem; ● Precisa imprimir um comando continuamente no aileron, por deflexão lateral do manche, ou manter os pés pressionando permanentemente um dos pedais, para gerar o ajuste de leme. ● Balanço Como um exemplo de sistema de balanço, apresenta-se o caso do avião Hawk 200, que já fora discutido previamente; ● Neste avião, o piloto tem um botão de 4 posições localizado no topo do manche, responsável por prover comandos de balanço; ● Isto possibilita aplicar demandas de balanço de arfagem (frente-trás) e de rolamento (lateral) sem movimento do manche; ● Balanço Neste avião, a operação do sistema de balanço de arfagem é uma parte integral do sistema de controle de arfagem como um todo, onde o comando do atuador de balanço longitudinal é somado à linha de controle do profundor; ● O controle de balanço de rolamento é similar. Ele é feito pela aplicação de um comando aditivo (bias) à linha de comando dos ailerons, por meio do atuador de balanço de rolamento; ● O balanço de guinada, ou de leme, é propiciado de maneira similar; ● Balanço Um atuador de balanço de leme é localizado na traseira da aeronave; ● Este atuador gera um comando que é somado à linha de controle do leme; ● Como todos os sinais de controle de balanço do Hawk 200 são somados às respectivas barras de comando de voo, estas ações de controle se revertem em movimentos automáticos do manche e pedais de leme; ● Isto propicia que estes comandos de cabine sejam mantidos em suas posições de equilíbrio sem a necessidade de força muscular pelo piloto, liberando suas mãos e pés para realização de outras tarefas. ● Sensação Conforme já discutido na aula anterior, com o aumento da velocidade dos aviões, elevou-se as cargas aerodinâmicas nas superfícies de controle; ● Com isso, foram inseridos atuadores de apoio (boosters), que somam sua força à ação muscular do piloto; ● Mais tarde, as cargas se tornaram ainda maiores e foi necessário incluir atuação completa por potência de atuador, sem suporte da força muscular do piloto; ● Um ponto negativo dos sistemas que contam unicamente com a potência de atuador é: a falta de sensibilidade pelo piloto da magnitude das cargas envolvidas nos controles; ● Sensação Esta é uma informação muito importante, pois uma carga muito elevada pode levar a danos estruturais na aeronave; ● Para que o piloto não extrapole os limites de resistência estrutural, é muito importante fornecer a ele uma informação acerca da magnitude das forças aplicadas pelos atuadores; ● Além dos riscos à segurança do voo, os pilotos não possuem uma boa experiência de pilotagem quando não têm o retorno de uma informação das cargas experimentadas; ● Assim, para melhorar a segurança de voo e as qualidades de manuseio, são inseridos os sistemas de sensação; ● ● A sensação artificial de força pode ser feita de duas maneiras: – Sensação por Molas; – Sensação Q (pressão dinâmica). Sensação Tipicamente, o sistema de sensação consiste em manter uma razão força de comando por fator de carga (g) aproximadamente constante; ● Sistemas de sensação associados a molas simplesmente usam a força ou torque restaurador de uma mola; ● A mola aplica sobre os comandos de cabine uma força que aumenta na medida que o comando se eleva; ● Nitidamente, este tipo de estratégia não leva em conta as condições de voo, pois a mola terá o mesmo comportamento independentemente da velocidade aerodinâmica ou manobra realizada. ● Sensação Para que essa deficiência seja sanada, foram desenvolvidos os sistemas baseados na pressão dinâmica “Q”, a qual está associada com a magnitude das cargas aerodinâmicas; ● Eles são chamados de sistemas de sensação Q, os quais geram forças restauradoras sobre os comandos a partir da realimentação da pressão dinâmica; ● Sensação Nos sistemas de sensação Q, são medidas as pressões de estagnação e estática por tubo de pitot e sonda de pressão estática, respectivamente; ● A força de sensação é gerada por atuação hidráulica, onde um cilindro hidráulico aplica uma força a partir da realimentação da diferença entre a pressão de estagnação e a estática; ● Os sistemas de sensação Q são mais usados para o leme, onde as forças são maiores, e possuem atuação mais significativa em alta velocidade, sendo necessários sistemas com mola em baixa velocidade. ● Sensação No exemplo do avião Hawk 200 apresentado previamente, existem unidades de sensação por mola nas linhas de controle do estabilizador horizontal, ailerons e leme; ● Também existe uma unidade de sensação Q no leme; ● Todas essas unidades de sensação somam a sua força reativa diretamente às respectivas linhas de controle, por meio de um respectivo guinhol; ● Inclusive, as duas unidades de sensação do leme somam suas forças mutuamente. ●