23/02/2021 Revisão Semicondutores Teoria atômica Materiais Semicondutores Fenômenos de transporte de semicondutores Dopagem de materiais Prof. José Jair Alves Mendes Junior Teoria Atômica • Átomos • Partícula elementar da matéria • Composição: • Prótons • Presentes no núcleo, carga elétrica positiva; • Nêutrons • Presentes no núcleo, sem carga elétrica; • Elétrons • Orbitando na eletrosfera, carga elétrica negativa; 1 23/02/2021 Teoria Atômica • Número atômico • Caracterização do átomo; • Quantidade de prótons no núcleo; • Em condições normais, carga elétrica é nula: nº prótons nº elétrons • Como os elétrons orbitam o núcleo, é muito fácil romper a sua ligação; • Criação de íons positivos e íons negativos. Teoria Atômica • Distribuição eletrônica • As órbitas dos átomos se distribuem em sete níveis de energia: Q P O N M L K Órbita Número Máximo de Elétrons K 2 L 8 M 18 N 32 O 32 P 18 Q 8 2 23/02/2021 Teoria Atômica • Distribuição eletrônica • A última camada é chamada de camada de valência; • Camada de valência pode ceder ou receber elétrons; • Estabilidade • A maioria dos átomos se estabiliza com 8 elétrons na camada de valência; • Exceto os gases nobres, a maioria dos átomos não atinge a estabilidade sozinho; • A camada de valência possui menos de 8 elétrons; • Os elétrons precisam se unir com outros para se estabilizar: • Cedendo; • Doando; • Compartilhando elétrons; Teoria Atômica • Ligações atômicas • Eletrovalência (Ligação Iônica); • Doação definitiva de elétrons; • Covalência (Ligação Covalente); • Átomos compartilham elétrons para atingir a estabilidade • Ligação Metálica; 3 23/02/2021 Teoria Atômica • Materiais condutores • Elétrons na camada de valência fracamente ligados ao núcleo; • Temperatura ambiente é capaz de arrancá‐los da órbita de valência; • Ex: Cobre 1 elétron na camada de valência Teoria Atômica • Materiais condutores • Sob a ação de uma diferença de potencial, os elétrons livres passam a se mover no interior do material; • Quanto maior a quantidade de elétrons livres, maior a condutividade do material; • Influência da temperatura; Fluxo de elétrons 4 23/02/2021 Teoria Atômica • Materiais isolantes • Átomos com elétrons de valência fortemente ligados ao núcleo; • Poucos elétrons livres; • Uma diferença de potencial não causa fluxo de elétrons no seu interior; • Ex: borracha, mica, porcelana. Teoria Atômica • Materiais semicondutores • São materiais tetravalentes → 4 elétrons na camada de valência; • Ex: Germânio (32 elétrons) e Silício (14 elétrons) 5 23/02/2021 Teoria Atômica • Materiais semicondutores • Em estado puro, se apresentam como cristal; • Sua condutividade está entre a de um bom condutor e a de um isolante; • Suas ligações com átomos vizinhos se dão por meio de ligações covalentes; 6 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Corrente elétrica em um metal se deve pelo fluxo de cargas negativas (elétrons); • Nos semicondutores, a corrente depende dos elétrons e das lacunas; Fluxo de elétrons • Lacunas??? Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Mobilidade • Na camada de valência dos metais, entre 1 a 3 elétrons ficam livres para se movimentar entre as órbitas dos átomos; • Esses elétrons não pertencem a um átomo em particular, Elétrons livres movem‐se livremente; na camada de valência • Os elétrons se movem continuamente; • A direção do movimento Átomo muda após cada colisão (entre elétrons e os íons) • Corrente média = 0 A 7 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Mobilidade • Aplicando um campo elétrico constante ε (V/m) em um metal: • Elétrons se aceleram; • As colisões fazem os elétrons perderem energia; • Altera‐se a velocidade de deriva (ou velocidade de colisões, v): Elétrons livres na camada de valência v • Em que: • μ: mobilidade dos elétrons (m2V/s); • v: velocidade (m/s); • ε: campo elétrico (V/m); Átomo Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Densidade de Corrente • N elétrons em um condutor de comprimento L levam T segundos para atravessar o condutor; • O n° de elétrons que passam pela seção reta do condutor, por unidade de tempo, N/T; • A corrente (em A) pode ser definida como: I • • • • N q N qv T L N: número de elétrons; q: carga (C); v: velocidade de deriva (m/s); L: comprimento (m); N elétrons A L 8 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Densidade de Corrente • Densidade de corrente (J → corrente por unidade de área): J I Nqv nqv v A LA • n → concentração de elétrons (elétrons por m³); • ρ → densidade de carga (C/m³); • q → carga elementar 1,6·10‐19 C; N elétrons A • Condutividade J nqv nq nq • σ → condu vidade (Ωm)‐1; L Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Elétrons e Lacunas em um Semicondutor Intrínseco • Condutividade é proporcional à concentração de elétrons (n); • Condutor → n é muito grande; • Isolante → n é muito pequeno; • Semicondutor → valor é intermediário; • Os elétrons nos semicondutores não estão livres para se deslocarem; 9 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Elétrons e Lacunas em um Semicondutor Intrínseco • Ligação covalente • Estrutura cristalina do semicondutor; • Exemplos: • Germânio (Ge); • Silício (Si) • 4 elétrons na camada de valência; • Elétrons de valência usados para a ligação; • Baixa condutividade. Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Elétrons e Lacunas em um Semicondutor Intrínseco • Lacunas • 0K → isolante; • 300K → quebra de algumas ligações; • Lacuna → ausência do elétron; • Também é considerada portadora de eletricidade; • As lacunas são preenchidas por elétrons de valência; • Movimentam‐se na direção oposta do elétron; 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 t1 t2 Sentido lacuna Sentido elétron 10 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Elétrons e Lacunas em um Semicondutor Intrínseco • Lacunas • Semicondutor puro: • N° de elétrons = N° de lacunas; n p • n = p = ni → concentração intrínseca; • E o que causam? Energia Banda de condução Banda de condução Banda de condução Banda de valência Banda de valência Banda de valência Isolante Condutor Semicondutor Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Processo de Dopagem • Se forem adicionados átomos trivalentes ou pentavalentes em um semicondutor intrínseco, tem‐se um semicondutor dopado; • Doadores (tipo n) • Se o dopante possui 5 elétrons: • 1 elétron será usado como portador de corrente; • Materiais pentavalentes • Antimônio (Sb) • Fósforo (P) • Arsênio (As) • O número de elétrons aumenta e o número de lacunas diminui em relação ao intrínseco. 11 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Processo de Dopagem • Se forem adicionados átomos trivalentes ou pentavalentes em um semicondutor intrínseco, tem‐se um semicondutor dopado; • Aceitadores (tipo p) • Se o dopante possui 3 elétrons: • Ausência de elétron gera lacunas; • Materiais trivalentes • Boro (B) • Gálio (Ga) • Índio (In) • O número de lacunas aumenta e o número de elétrons livres diminui em relação ao material intrínseco. Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Lei da Ação das Massas • Em equilíbrio térmico, o produto das concentrações de cargas livres é uma constante (independente da quantidade da dopagem) n p ni 2 • ni → concentração intrínseca; • Dopagem aumenta a condutividade. Tipo n p Portadores minoritários Lacunas Elétrons Portadores majoritários Elétrons Lacunas 12 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Densidade de cargas • Partindo de n·p=ni2, as densidades estão relacionadas pela Lei da Neutralidade de carga elétrica; • • • • • ND → concentração de átomos doadores; Densidade de carga positiva total: ND + p; NA concentração de átomos aceitadores; Densidade de carga negativa total: NA + n; Semicondutor eletricamente neutro: Tipo n p Portadores minoritários Lacunas Elétrons Portadores majoritários Elétrons Lacunas ND p N A n Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Densidade de cargas • Considerando material do tipo n com NA = 0 • A concentração de elétrons livres é igual a densidade de átomos doadores: nn N D Tipo • A concentração pn de lacunas em um semicondutor do tipo n é obtida por meio de Portadores minoritários ni 2 pn n p p p ni pp N A p Lacunas Elétrons Elétrons Lacunas ND • Para o material do tipo p 2 n n2 np i NA Portadores majoritários 13 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Propriedades Elétricas do Ge e do Si • Metal → unipolar → corrente por meio de elétrons; • Semicondutor → bipolar → corrente por meio de elétrons e lacunas; • Condutividade Tipo • Elétrons livres → portador nega vo → mobilidade μn • Lacuna→ portador positivo → mobilidade μp Portadores • Partículas se movem em sentidos opostos em umminoritários campo elétrico (ε); • A parcela de corrente a cada portador possui o mesmo sentido Portadores majoritários n p Lacunas Elétrons Elétrons Lacunas Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Propriedades Elétricas do Ge e do Si • Metal → unipolar → corrente por meio de elétrons; • Semicondutor → bipolar → corrente por meio de elétrons e lacunas; • Condutividade • Densidade de corrente total J é dada por Tipo n p Portadores minoritários Lacunas Elétrons Portadores majoritários Elétrons Lacunas J nn p p q • E a condutividade: n n p p q • Se o semicondutor for puro, n = p = ni • ni → concentração intrínseca; qni n p 14 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Propriedades Elétricas do Ge e do Si • Metal → unipolar → corrente por meio de elétrons; • Semicondutor → bipolar → corrente por meio de elétrons e lacunas; • Concentração intrínseca • Com o aumento da temperatura, aumenta‐se a condutividade pois aumenta‐se a densidade elétron‐ lacuna: ni 2 AoT 3 e EGo kT • A0 → Constante do material independente da temperatura (cm‐6 K‐3); • EGo → largura de banda proibida a 0K (eV) • Energia necessária para fazer a ligação covalente • k → Constante de Boltzmann Tipo n p Portadores minoritários Lacunas Elétrons Portadores majoritários Elétrons Lacunas • 8,62 · 10‐5 eV/K; Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Propriedades Elétricas do Ge e do Si • Metal → unipolar → corrente por meio de elétrons; • Semicondutor → bipolar → corrente por meio de elétrons e lacunas; • Banda Proibida • Energia correspondente à região proibida em um semicondutor depende da temperatura; • Mobilidade • Para uma faixa de temperatura, há variação do valor da mobilidade (μ); • Campo elétrico afeta a mobilidade • μ constante se ε < 103 V/cm para silício tipo n; • Entre a faixa 10³ < ε < 104 V/cm, μ varia aproximadamente ε‐1/2; • Para campos maiores, μ é inversamente proporcional a ε. Banda de condução Banda de valência Semicondutor 15 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Exercícios • Determinar a concentração de lacunas e elétrons no Germânio tipo p a 300K se a condutividade é 90 (Ωcm)‐1. Repetir para o Silício tipo n se a condutividade é 0,2 (Ωcm)‐1. Considerar os dados da tabela. Semicondutor Concentração 2,5·1013 cm‐3 Mobilidade lacunas Mobilidade elétrons μp = 1800 cm2/Vs Ge (300K) ni = Si (300K) ni = 1,5·1010 cm‐3 μp = 500 cm2/Vs qni n p μn = 3800 cm2/Vs μn = 1300 cm2/Vs n p ni 2 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Exercícios • Determinar a concentração de lacunas e elétrons no Germânio tipo p 16 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Exercícios • Uma barra de Si é dopada com uma concentração de impurezas de ND = 1,5·1015 cm‐3. Se ni = 1,5·1010 cm‐3, determine a concentração de portadores majoritários e minoritários. Fenômenos de Transporte em Semicondutores • Exercícios 17 23/02/2021 Fenômenos de Transporte em Semicondutores p(0) p(x) • Conceitos adicionais • Corrente de difusão • Metais → corrente de condução; • Semicondutores → condução e difusão • Difusão ocorre pela concentração uniforme de portadores de carga livres num material; • P(x): a densidade de lacunas no material é maior imediatamente antes do que imediatamente a seguir; JDP 0 x dp/dx Densidade de corrente de difusão de lacunas • Pela diferença de concentração, há um transporte resultante de lacunas através da superfície no sentido de x. Essa é a corrente de difusão. Fenômenos de Transporte em Semicondutores • E o que acontece se juntarmos um semicondutor p com um semicondutor n? 18 23/02/2021 Referências • Eletrônica (vol.1) – Millman e Halkias; • Dispositivos Eletrônicos e teoria de circuitos – Boylestad; • Eletrônica Aplicada – Cruz e Choueri; 19