DESCRIÇÃO O simulador é fabricado em chapa de aço inoxidável e em acrílico. O conjunto é constituído por dois compartimentos, os quais estão sobrepostos um sobre o outro, sendo a parte superior destinada à realização das várias experiências e a parte inferior onde se encontram os dispositivos eléctricos e reguladores de entrada de gás. O compartimento superior é em acrílico laminado (6 mm), e apesar de estar preparado para as várias experiências que se podem realizar, este não suporta chamas de longa duração projectas directamente para as paredes, bem como o uso de oxigénio injectado com a finalidade de aumentar a violência das chamas. Este compartimento possui várias escotilhas de alívio de pressão, duas das quais estão colocadas no topo do simulador, e uma terceira porta (25 x 25 cm), a qual permite ter acesso ao interior da câmara para uma melhor explicação da teoria sobre o “FlashOver”. No compartimento inferior estão localizados o motor, o transformador do arco eléctrico, a instalação de gás e um relógio eléctrico. Esta parte é completamente ventilada, pois um dos painéis é uma porta em grelha de aço inoxidável. O motor apenas permite a dispersão dos gases no interior do compartimento, sendo a ignição obtida através de um arco eléctrico de ½ “. O transformador que funciona como fonte de ignição, produz um arco eléctrico, criado por dois eléctrodos cerâmicos, os quais ficam situados junto ao “solo” do compartimento superior. O relógio eléctrico entra em funcionamento assim que o gás começa a fluir para o interior da “câmara”, sendo o tempo controlado através das marcas existentes na régua deslizante, que se encontra no painel frontal. A escala de leitura está graduada de 0 a 2 minutos. Quando a entrada de gás é forçada, ou seja, sempre que a válvula de compensação é libertada, os limites de inflamabilidade são alterados, sendo o limite inferior de inflamabilidade alcançado aproximadamente aos 35 segundos e o limite superior de inflamabilidade em 2 minutos. Na instalação de gás consta uma mangueira de entrada, o qual está conectada em série a uma válvula reguladora (solenóide), uma porta de entrada de gás com regulação “standard”, válvula manual e de compensação. Esta última, normalmente está fechada, sendo apenas libertada quando necessário. Adicionalmente existe uma caixa, também em acrílico laminado, que serve para simular a existência de um compartimento adjacente. O comando portátil vem equipado com um cabo com 2 metros de comprimento e três botões luminosos (vermelhos), cujas funções servem para ligar e desligar o motor e iniciar o arco eléctrico, a válvula reguladora de gás (solenóide) e o relógio eléctrico funcionam em simultâneo por intermédio de um interruptor especial. Este dispositivo está também equipado com um sistema de relé que efectua um bloqueio automático do simulador, o qual fecha a porta de entrada de gás, quando esta ultrapassa um tempo de funcionamento superior aproximadamente a 3 minutos (ex.:caso o operador se esqueça de fechar a mesma), perante esta situação o simulador só poderá ser novamente manipulado passados 2 minutos. Todo o simulador está pintado exteriormente de amarelo excepto as escotilhas de alívio de pressão, as quais são fabricadas em aço inoxidável com reforço de cobre em virtude das altas temperaturas que poderão suportar durante as várias simulações. Este equipamento possui ainda quatro suportes metálicos e quatro bases de borracha, para facilitar o seu transporte e correcto posicionamento durante a realização das simulações. O simulador funciona com corrente eléctrica de 230 V CA 50/60Hz, com ligação à terra. Sistema de Combustão Combustível: Normalmente é utilizado o gás propano. Pode-se utilizar qualquer combustível com fins experimentais, mais recomenda-se a não utilização dos seguintes: Hidrogénio H2 (pressão de explosão demasiado elevada) Acetileno C2H2 (pressão de explosão demasiado elevada) Monóxido de Carbono CO (muito venenoso) Gases que contenham Hidrogénio N em qualquer das suas formas, por exemplo N2O, CN, H3N (venenosos e corrosivos). Pressão de Entrada: Pressão de entrada máxima 1,5 bar (150 kPa) Pressão normal de entrada: 3 - 6 kPa (300-600mm c.a.) Deve-se instalar a botija de gás com a válvula de controlo de pressão na parte superior. Assegure-se de que não ultrapassa a pressão máxima de entrada. Instalação para trabalho A válvula solenoide está normalmente fechada e é accionada por controlo remoto. O gás distribui-se desde a válvula solenoide através da torneira de fluxo standard. Esta torneira deve ser ajustada mecanicamente de maneira a que se alcance o limite inferior de inflamabilidade em 30 segundos aproximadamente. Isto significa aproximadamente 7 litros por minuto. Esta torneira deve ser ajustada em função da pressão de entrada. A torneira está ajustada de fábrica a 7 litros por minuto a uma pressão de 3 kPa. Aumento de fluxo (Forçado) Para conseguir misturas ricas num curto período de tempo, a torneira de fluxo standard complementa-se com uma torneira manual para fluxo forçado, que funciona manualmente com uma alavanca de abertura e fecho. Durante a entrada de fluxo standard pode-se accionar esta alavanca várias vezes para conseguir misturas mais ricas. Dependendo da pressão de entrada, a torneira proporciona um fluxo entre 6 a 10 vezes maior que o fluxo standard. O tempo necessário para alcançar o limite superior de inflamabilidade (LSI) é: Pressão de entrada Tempo até ao LSI (segundos) 3kPa Aproximadamente 40 segundos 15 kPa Aproximadamente 20 segundos Alimentação e controle remoto Alimentação 230V 50/60 Hz CA A ligação á terra é absolutamente necessária Comando portátil O comando portátil possui botões luminosos de cor vermelha para a ignição e para o motor. Possui um botão de controlo de gás para a válvula solenoide de entrada de gás. Possui também um circuito de relé para desligar automaticamente depois de cada operação e um circuito de desligar automático. Este circuito de desligar automático fecha a entrada de gás em caso de ficar aberta mais de 3 minutos caso o operador se esqueça de a fechar. Neste caso o sistema demora 2 minutos para repor o sistema automático, sendo no entanto possível operar manualmente. RELÓGIO ELÉCTRICO Funciona apenas quando se inicia a entrada de gás para o interior da câmara do simulador, pois está conectado em paralelo com a válvula reguladora de gás (solenóide), sendo accionado por um motor que funciona como relógio mediante um sistema de transmissão por correia. Em funcionamento normal, os limites de inflamabilidade são alcançados aproximadamente aos 30 segundos, para o limite inferior de inflamabilidade, e aos 2-3 minutos o limite superior de inflamabilidade. O acerto do relógio é efectuado através de um regulador, o qual se encontra num dos painéis laterais. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS Material exterior Aço inoxidável Visor acrílico laminado de 6 mm Alimentação 230 V 50/60Hz CA Conexão à terra absolutamente necessária Consumo máximo 3 Amp Combustível normalmente PROPANO Expressamente proibido o uso de hidrogénio ou acetileno Pressão máxima de entrada: 1,5 Bar (150 KPa) Pressão normal de entrada: 3 – 6 KPa (300 – 600 m.c.a.) Dimensões 500 mm x 750 mm x 800 mm Peso aproximadamente 50 Kg Acessórios cabo de alimentação com ligação à terra Estudos teóricos realizados na empresa “Giro-brand ab.” Fabricante “Giro-brand ab.” Suécia Regras de Segurança 1. Requisitos iniciais Trabalhe com o Aquário somente em espaços amplos e ventilados. O Aquário produz uma onda de pressão que pode provocar danos em janelas, etc, se se trabalhar em espaços fechados. Deve posicionar-se o Aquário a pelo menos 1 metro das paredes, a 2 metros da parede do lado onde se encontra a porta do Aquário e a 2 metros do tecto. Nunca deve ser utilizado perto de materiais inflamáveis. 2. Alarmes de Fogo Se o local está equipado com detectores de fumo, deve-se isolar ou cobrir os mesmos. Não se esqueça de os destapar uns minutos após a demonstração. 3. Interruptores de Alimentação Antes de ligar o equipamento á rede eléctrica, certifique-se de que todos os interruptores se encontram na posição de desligados, tanto na entrada geral como no comando. 4. Tampas de alivio de pressão Certifique-se de que as tampas de alívio de pressão na parte superior estão a funcionar correctamente, não se deve colocar nada na parte superior do Aquário, nem mesmo uma folha de papel. Não se esqueça de que estas tampas podem alcançar temperaturas muito elevadas quando o Aquário se encontra em funcionamento por longos períodos. È conveniente ter um par de luvas junto do operador. 5. Combustivel, Propano, GPL Quando não se vai operar com o Aquário ou esteja sem supervisão, assegure-se de que fecha a válvula da botija de gás ou que desconecta a válvula para evitar a possibilidade de ocorrer uma fuga de gás. Testes do Aquário antes de colocar em funcionamento Coloque o Aquário fixo numa mesa grande ou com rodas. A altura ideal para mesa é de 800 mm. Retire todos os equipamentos destinados ás demonstrações que se encontram no interior. Aplique todas as regras de segurança descritas anteriormente. Depois de verificar que todos os interruptores de alimentação se encontram desligados, em posição OFF, ligue o cabo de alimentação ao Aquário. Utilize unicamente um cabo com ligação á terra. Verifique se todos os botões do comando funcionam correctamente. Ligue a botija de gás e abra a válvula principal. Coloque a escala indicadora de tempo a zero com o comando giratório situado na lateral. SIMULAÇÕES POSSÍVEIS Teste de pré-demonstração Mantenha as escotilhas de alívio de pressão e a porta lateral que estão situadas no compartimento superior fechadas. Coloque em funcionamento o arco eléctrico e o motor. Proceda à abertura do gás, estando desde logo preparado para fechá-lo, aguarde aproximadamente 30 segundos, ou seja, até que seja atingido, o limite inferior de inflamabilidade. Assim que a explosão ocorrer, feche o gás e desligue o arco eléctrico e o motor. Volte a fechar as escotilhas de alívio de pressão e a porta lateral. Nota: Se a explosão não ocorrer no período de tempo estipulado, ou se por outro lado, esta ocorre demasiado cedo, poderá corrigir o erro regulando o fluxo de entrada de gás…. DIFERENTES TIPOS DE IGNIÇÃO Antes de realizar as várias simulações, assegure-se que todos os alunos conhecem e compreendem os limites de inflamabilidade e como a energia libertada depende da mistura de combustível e ar. FONTE DE IGNIÇÃO DESCOBERTA 1. Quando há uma fonte de ignição descoberta, a ignição tem lugar no momento em que é alcançado o limite inferior de inflamabilidade, pelo que a energia libertada é relativamente pequena. 2. Feche a porta e as escotilhas de alívio de pressão. Reinicie o relógio eléctrico. 3. Ligue o arco eléctrico e o motor. 4. Abra o gás. 5. Aguarde até que o gás….., feche a entrada de gás e desligue o motor e o arco eléctrico. 6. Volte a fechar a porta e escotilhas de alívio de pressão. FONTE DE IGNIÇÃO INTERMITENTE Quando a fonte de ignição não está permanentemente presente, a explosão irá ocorrer quase de certeza mais tarde, pois o limite superior de inflamabilidade muito provavelmente será ultrapassado, pelo que a energia libertada será considerável. 1. Feche a porta e as escotilhas de alívio de pressão. Reinicie o relógio eléctrico. 2. Ligue o motor mas mantenha o arco eléctrico desligado. 3. Abra o gás. 4. Mantenha a entrada de gás aberta, por um período 20% superior à simulação efectuada com a fonte de ignição descoberta (aproximadamente 45 segundos). 5. Ligue o arco eléctrico. 6. Aguarde até que o gás se inflame, feche a entrada de gás e desligue o motor e o arco eléctrico. 7. Volte a fechar a porta e escotilhas de alívio de pressão. FONTE DE IGNIÇÃO OCULTA Quando a fonte de ignição está presente mas encontra-se relativamente afastada da saída de gás, a explosão irá ocorrer forçosamente mais tarde, ou seja, terá lugar apenas quando for atingido o limite inferior de inflamabilidade referente à zona que se encontra “protegida”. Pelo facto de ocorrer mais tardiamente, a energia libertada será considerável. 1. Coloque a tela/caixa adicional em acrílico laminado, de modo a cobrir o arco eléctrico, deixando apenas uma pequena abertura entre a mesma e o painel frontal do simulador (aproximadamente 4 mm). 2. Feche a porta e as escotilhas de alívio de pressão. Reinicie o relógio eléctrico. 3. Ligue o motor e o arco eléctrico. 4. Abra o gás. 5. Observe como a ignição do gás que se encontra no interior da tela/caixa adicional em acrílico laminado se propaga até atingir o gás que se encontra no compartimento principal. 6. Uma vez ocorrida a explosão, feche o gás e desligue o arco eléctrico e o motor. 7. Volte a fechar a porta e as escotilhas de alívio de pressão. Chamas dependentes da energia Misturas Pobres Abaixo do Limite Inferior de Inflamabilidade só haverá chama se se adicionar energia de outra fonte ou se se pré aquecer a mistura. 1. Feche a porta e as tampas de alívio de pressão. Reinicie o relógio. 2. Ligue o motor e o arco eléctrico. 3. Abra o gás. 4. Feche a entrada de gás e desligue o motor quando se alcançar 75% do limite inferior de Inflamabilidade. (normalmente aos 20-25 segundos) 5. Apague a luz da sala para que se possa observar a chama que aparece sobre o arco eléctrico. Comprove que pode acender e apagar a chama com o arco eléctrico controlando com o interruptor. Obviamente a chama está fora do campo de Inflamabilidade e depende de uma fonte de energia externa. 6. Abra a válvula de gás e deixa que a mistura vá enriquecendo até atingir o campo de inflamabilidade. 7. Quando ocorrer o flashover, feche a entrada de gás e desligue o arco eléctrico e o motor. 8. Volte a fechar as tampas de alívio de pressão. Misturas Ricas Acima do limite Superior de inflamabilidade só haverá chama se se adicionar energia de outra fonte ou se se pré aquecer a mistura. 1. Feche a porta e as tampas de alívio de pressão. Reinicie o relógio. 2. Ligue o motor mas não o arco eléctrico. 3. Abra o gás 4. Abra a válvula de fluxo forçado aproximadamente por 40 segundos. 5. Corte a entrada de gás. 6. Coloque-se na zona posterior e ligue o arco eléctrico. Se a mistura for rica, a cor da chama será amarelo escuro. Esta chama pode-se acender e apagar tal como se fazia com a chama da mistura pobre. Dado que se encontra acima do limite superior de inflamabilidade, depende sempre de uma fonte de energia externa para ocorrer. 7. Desligue o arco eléctrico e ligue o motor. Ventile o Aquário e a sala se achar necessário. Flashover/Backdraft O Aquário permite criar diversas situações de flashover/backdraft. Contudo devem-se observar certas medidas de segurança dado que estas experiências nem sempre se limitam ao interior do Aquário. Backdraft Normal 1. Coloque a caixa transparente adicional sobre o arco eléctrico, deixando uma abertura entre a caixa e o vidro do Aquário (20 cms). 2. Feche a porta e as tampas de alívio de pressão. Reinicie o relógio. 3. Ligue o motor mas não o arco eléctrico. 4. Abra o gás. 5. Abra a válvula de débito constante ou forçado durante aproximadamente 40 segundos. 6. Corte a entrada de gás. 7. Afaste-se do Aquário e ligue o arco eléctrico. Se a mistura for rica, a cor da chama será amarelo escuro. Estudando a chama poderá deduzir em quanto supera a mistura o limite superior de inflamabilidade. 8. Abra a porta mantendo-se ligeiramente afastado. Use o ventilador para ventilar o compartimento adequadamente com ar. Observe a chama no interior da caixa interior, para estar preparado quando ocorrer a ignição. 9. Quando tiver ocorrido o Backdraft, desligue todos os interruptores e ventile o Aquário o mais rápido possível. PODER DE EXTINÇÃO DO COMBUSTÍVEL Está será a simulação mais difícil e perigosa de se realizar, pelo que deverá ser realizada com cuidados redobrados e num ambiente amplamente seguro. Ao adicionar cada vez mais combustível à mistura, de modo a superar o limite superior de inflamabilidade, está mesma mistura poderá ter um comportamento similar ao de um agente extintor muito eficaz. Para o demonstrar, comece por produzir um pequeno volume de uma mistura enriquecida à volta do arco eléctrico. Quando se aumenta a percentagem de combustível, a mistura acaba por extinguir o próprio arco eléctrico. 1. Mantenha a porta e as escotilhas de alívio de pressão abertas durante toda a simulação. Reinicie o relógio eléctrico. 2. Ajuste a abertura do arco ao máximo possível, de modo que permaneça operacional. 3. Coloque a tela/caixa adicional em acrílico laminado o mais próximo possível do arco eléctrico. 4. Conecte um tubo de borracha (diâmetro aprox. 6 mm), à menor saída de gás do simulador, colocando a outra extremidade ligeiramente no interior da tela/caixa adicional em acrílico laminado, junto ao “solo”. 5. Abra o gás aproximadamente durante 20 segundos. 6. Feche o gás, e ligue o arco eléctrico de modo a comprovar que o limite superior de inflamabilidade foi superado. 7. Continue permitindo a entrada de gás para o interior do simulador até que o arco eléctrico seja extinto. Comprove que o carbono resultante do combustível não criou uma ponte condutora sobre a abertura dos eléctrodos, se tal ocorrer, desligue o simulador da corrente eléctrica, retire o carbono dos eléctrodos de modo a colocar o simulador novamente operacional. 8. Uma vez realizada a extinção, ventile adequadamente o simulador com os devidos cuidados de modo a que se possa realizar novas simulações. Perante a maioria dos combustíveis, será este, o método de extinção que permite manter o limite superior de inflamabilidade tão baixo, de tal modo que a decomposição das moléculas do combustível ocorre antes que a oxidação devolva a energia ao combustível. Por outro lado, esta é a razão pelo que as misturas ricas e os gases combustíveis quentes não se incendeiam até que se adicione um grande volume de ar (oxigénio).